Upload
trinhhanh
View
216
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
1
INSTITUTO DE MEDICINA INTEGRAL PROF. FERNANDO FIGUEIRA-IMIP
MESTRADO EM SAÚDE MATERNO INFANTIL
PATRICIA VILAR BERNARDES
RINITE ALÉRGICA COMO FATOR DE RISCO DE MÁ
OCLUSÃO DENTÁRIA EM CRIANÇAS. ESTUDO DE CASO-
CONTROLE.
2009
2
INSTITUTO DE MEDICINA INTEGRAL PROF. FERNANDO FIGUEIRA-IMIP
MESTRADO EM SAÚDE MATERNO INFANTIL
PATRICIA VILAR BERNARDES
RINITE ALÉRGICA COMO FATOR DE RISCO DE MÁ
OCLUSÃO DENTÁRIA EM CRIANÇAS. ESTUDO DE CASO-
CONTROLE.
Dissertação apresentada à Pós–graduação do
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando
Figueira como parte dos requisitos para obtenção do
grau de Mestre em Saúde Materno Infantil.
LINHA DE PESQUISA: SAÚDE BUCAL/ DOENÇA RESPIRATÓRIA PEDIÁTRICA
ORIENTADOR: MURILO CARLOS AMORIM DE BRITTO
CO-ORIENTADORA: PATRÍCIA GOMES DE MATOS BEZERRA.
2009
3
Catalogação na fonte Biblioteca do Instituto de Medicina Integral Profº. Fernando Figueira – IMIP
B518r
Bernardes, Patrícia Vilar Rinite alérgica como fator de risco de má oclusão dentária em crianças. Estudo de caso-controle / Patrícia Vilar Bernardes. -- Recife: P. V. Bernardes, 2009.
68 f.: il. Dissertação (mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Saúde Materno Infantil –
Instituto de Medicina Integral Profº Fernando Figueira, IMIP. Linha de Pesquisa: Saúde bucal / doença respiratória pediátrica Orientador: Murilo Carlos Amorim de Britto Co-orientadora: Patrícia Gomes de Matos Bezerra 1. Rinite alérgica. 2. Má oclusão. 3. Criança. 4. Risco I. Britto, Murilo Carlos Amorim
de, orientador. II. Bezerra, Patrícia Gomes de Matos, co-orientadora. III. Título. NLM W4
4
INSTITUTO DE MEDICINA INTEGRAL PROF. FERNANDO FIGUEIRA - IMIP
MESTRADO EM SAÚDE MATERNO INFANTIL
RINITE ALÉRGICA COMO FATOR DE RISCO DE MÁ OCLUSÃO
DENTÁRIA EM CRIANÇAS. ESTUDO DE CASO-CONTROLE.
ARTIGO: RINITE ALÉRGICA É FATOR DE RISCO DE MÁ OCLUSÃO DENTÁRIA
EM CRIANÇAS?
2009
5
PATRICIA VILAR BERNARDES
RINITE ALÉRGICA COMO FATOR DE RISCO DE MÁ OCLUSÃO
DENTÁRIA EM CRIANÇAS. ESTUDO DE CASO-CONTROLE.
Dissertação submetida ao corpo docente do Mestrado em Saúde Materno Infantil do
Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira, defendida perante a banca
examinadora em 02/09/2009
Orientador:________________________________
Murilo Carlos Amorim de Britto
Examinadores:_____________________________
6
Dedico este trabalho a todas as crianças que, pela sua própria condição
sublime, são alunas do meio aonde vivem, filhas de nossos sonhos e de nossos erros,
heróis nesta selva humana e ainda carregam a responsabilidade de serem símbolo de
futuro e esperança.
Patrícia Vilar Bernardes
7
AGRADECIMENTOS
Agradeço primordialmente à Deus por ser meu Guia e Senhor dos meus caminhos.
Ao meu orientador Murilo Carlos Amorim de Britto, motivo maior da realização desta
pesquisa, por acreditar em seus próprios sonhos e em nossas convicções, por investir um tempo
incalculável na realização deste trabalho e por sua cumplicidade ao longo de tanto tempo em
minha vida e na dos meus filhos.
À minha coorientadora Patrícia Gomes de Matos Bezerra, por sua colaboração e estímulo.
À Dra. Paula Teixeira Lyra Marques, imunologista, pelo seu compromisso, sua
incansável colaboração, dedicação e fundamental participação realizando os testes cutâneos.
À Dra. Rita de Cássia Coelho Moraes de Brito, pela realização de exames clínicos, sem
os quais não seria possível a realização deste trabalho.
À Marly por selecionar as crianças e encaminhar de maneira dedicada para a sala da
pesquisa.
Às estudantes de medicina da Faculdade Boa Viagem, participantes do projeto PIBIC,
Maria Gabriela de Morais Studart e Paula Schwambach Meira Lins, e à estudante de
odontologia da UFPE, Maya Gama Maia, pela orientação dos questionários e assistência na
coleta de dados.
8
À Elaine Nascimento, anjo que Deus pôs em minha vida, minha fiel ajudante, pelo seu
apoio integral e incondicional em meus momentos mais difíceis, pela ampla assistência dada à
minha vida pessoal e profissional e inclusive na realização desta pesquisa.
Ao meu pai Ademar Soares Bernardes, por ter sonhado com a minha presença em sua
vida e que, se tivesse podido estaria vibrando hoje com mais esta etapa.
À minha mãe, Maria Vilar de Andrade Bernardes, por ter acreditado no sonho dele e
arcado com todas as consequências de me ter, criar, educar e ser hoje minha melhor amiga e
conselheira, o meu muito obrigada.
Aos meus irmãos, cunhados, sobrinhos e Tia Zuleide Lima pelo amor, carinho, apoio e
respeito de todos esses anos.
Aos amigos e colegas de turma que de forma direta ou indireta ajudaram na construção
deste trabalho.
E, finalmente aos meus abençoados filhos Vinícius e Letícia, que ainda crianças são
alunos, heróis e símbolo de esperança por dias melhores, que passaram junto comigo por
momentos desafiadores e me foram companheiros com seus olhares de admiração e amor
incondicional.
9
SUMÁRIO
I. INTRODUÇÃO .........................................................................................................12
II. MODELO TEÓRICO ...............................................................................................15
III. OBJETIVOS ...........................................................................................................16
IV.. MÉTODOS............................................................................................................17
4.1. Desenho do estudo .................................................................................17
4.2. Local do estudo .......................................................................................17
4.3. Período do estudo.................................................................................. 17
4.4. População do estudo...............................................................................17
4.5. Amostra ...................................................................................................18
4.6. Cálculo do tamanho amostral..................................................................18
4.7. Critérios de elegibilidade .........................................................................18
4.8. Fluxograma de captação e acompanhamento dos participantes( fig 1) .19
4.9. Definição e operacionalização de termos e variáveis .............................20
4.10. Coleta de dados ....................................................................................23
4.11. Processamento e análise de dados ......................................................23
4.12. Aspectos éticos......................................................................................24
4.13. Conflitos de interesse........................................................................... 24
V. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................25
IX. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................26
APÊNDICES
APÊNDICE 1 - Termo de consentimento livre e esclarecido......................................30
APÊNDICE 2 – Questionário de avaliação ................................................................. 31
APÊNDICE 3 – Instruções para trabalho de campo ...................................................38
ANEXO 1 - Orientação de encaminhamento para serviço especializado ..................40
ANEXO 2 – Artigo Original em PDF............................................................................41
TABELAS
10
RESUMO
Má oclusão dentária e rinite alérgica são problemas de saúde comuns. A rinite alérgica é uma
das causas da obstrução crônica de vias aéreas superiores, podendo ser fator de risco de má
oclusão dentária. O conhecimento atual a respeito da relação entre rinite alérgica e má
oclusão é escasso. O estudo teve como objetivo avaliar a relação entre estas variáveis.
Método: através de um estudo do tipo caso-controle, foram estudadas 396 crianças entre
quatro e nove anos, atendidas em um ambulatório de pediatria do nordeste do Brasil, dos
quais 290 eram portadores de má oclusão e 106 eram controles. Foram excluídos portadores
de anomalias faciais, malformações respiratórias, distúrbios neuromusculares, discrepâncias
entre maxila e mandíbula, trauma facial e tratamento ortodôntico prévio. Rinite alérgica não
foi associada à má oclusão dentária na análise univariada (p=0,793). Na análise multivariada,
foram identificados como fatores de risco: estado civil [OR= 1,36 (95% IC, 1,02-1.83)], fase
da dentição [OR= 2,22 (95% IC, 1,56-3,15)], uso de chupeta [OR= 1,36 (95% IC, 1,15-
1,55)], sucção digital [OR= 1,61 (95% IC, 1,02-2,54)], interposição lingual [OR= 4,88 (95%
IC, 2,59-9,21)], e perda de dente decíduo [OR= 4,78 (95% IC, 2,01-11,37)]. Rinite alérgica
isolada, mesmo no seu aspecto mais agudo, não parece ser fator de risco para má oclusão. É
possível que o padrão genético da população estudada, onde a miscigenação entre
caucasóides, negróides e outras raças é comum, determine diferenças nas dimensões das
fossas nasais que protejam contra a obstrução nasal da rinite alérgica. Estudos adicionais são
necessários para comprovar esta hipótese.
Palavras-chave: má oclusão, rinite alérgica, hábito de sucção não nutritiva, criança, risco.
11
ABSTRACT
Dental malocclusion and allergic rhinitis are common health problems. Allergic rhinitis may
cause upper airway obstruction and could be a risk factor for dental malocclusion. There is
little information about the relation between allergic rhinitis and dental malocclusion. This
research aimed at assessing the relation between those variables. In a case-control study, 396
children from 4 to 9 years old attended in a pediatric outpatient clinic in Northeastern Brazil
were evaluated. 290 of those had dental malocclusion and the 106 remaining were the control
group. Exclusion criteria were: facial anomalies, respiratory tract malformations,
neuromuscular disturbances, discrepancies between upper and lower jaw, facial trauma and
previous orthodontic treatment. Allergic rhinitis was not related to dental malocclusion in
univariate analysis (p= 0.793). factors in multivariate analysis were: marital status OR = 1.36
(95% CI, 1.02-1.83), dentition phase OR = 2.22 (95% CI, 1.56-3.15), pacifier sucking OR =
1.36 (95%, 1.15-1.55), digital suction OR= 1.61 (95% CI, 1.02-2.54), lingual interposition OR
= 4.88 (95% CI, 2.59-9.21) and loss of deciduous tooth OR = 4.78 (95% CI, 2.01-11.37).
Given the sample population´s common miscigenation among caucasoids, negroids and other
races, its genetic pattern may bring about differences in the size of the nostrils protecting
against nasal obstruction in allergic rhinitis. Further research is needed to substantiate this
hypothesis.
Key-words: dental malocclusion, allergic rhinitis, non-nutritive suction habit, child, risk
factor.
12
I. INTRODUÇÃO
Má oclusão dentária está entre as três prioridades de saúde bucal no Brasil, visto
tratar-se de um problema frequente e com importantes consequências para a criança e o adulto
1.
Os determinantes do desenvolvimento de um osso residem no conjunto de tecidos
moles que aceleram ou reduzem as atividades histogênicas dos tecidos conjuntivos
osteogênicos (periósteo, endósteo, suturas e membrana periodontal). O modelo para o
planejamento, a construção e o crescimento de um osso apóia-se nos músculos, língua, lábios,
espaço aéreo, faringe e composição biológica adjacente, fornecendo todos os sinais de
informação que definem o ritmo de crescimento e remodelamento de um osso 2.
A má-oclusão, que decorre de alteração neste desenvolvimento ósseo, é definida como
a perda da harmonia no encaixe dentário maxilo-mandibular. Engloba: relação distal de molar
decíduo, sendo o superior paralelo ou mesializado em relação ao inferior, mordida cruzada
posterior (MCP), mordida aberta anterior (MAA) e espaçamento ou apinhamento dentário 1,3.
A etiologia da má-oclusão na dentição decídua pode ser descrita de duas maneiras: fatores
genéticos influenciando o crescimento esqueletal e condições ambientais afetando o equilíbrio
da oclusão 5,7. Os fatores de risco para o desenvolvimento das más oclusões não atuam
isoladamente. Hábitos orais deletérios persistentes, obstruções nasais, a presença de cáries e
doença periodontal, com a conseqüente perda precoce de dentes, também trazem
deformidades faciais, além de disfunção da musculatura buco-facial 6,8-9 .
Desarmonia oclusal é um problema freqüente. Dados obtidos a partir de um coorte
feito no México, detectaram má oclusão em 49,7% dos casos 3. Em um estudo de coorte
realizado em Pelotas, Rio Grande do Sul, as mordida aberta anterior e mordida cruzada
13
posterior perfizeram 64,4% dos casos 6. Em inquérito com escolares de Bauru, SP, a
prevalência de má-oclusão foi de 51,3% no sexo masculino e 56,9% no sexo feminino 4.
A relação entre a obstrução nasal e o desenvolvimento do complexo crânio facial tem
sido estudada por alguns pesquisadores 10-12
Rinite alérgica é uma doença respiratória crônica comum na criança. Segundo dados
do estudo ISAAC, que envolveu 56 países, a prevalência de sintomas nos últimos 12 meses do
inquérito variou entre 1,4 a 39,7% 13. Dados brasileiros e do Recife da fase 3 do ISAAC (2001
a 2003) mostraram uma prevalência de sintomas nos últimos 12 meses de, 34,5% e 35,8%,
respectivamente 14.
Rinite alérgica é uma inflamação mediada por IgE da mucosa de revestimento nasal,
induzida por exposição a alérgenos. É classificada como intermitente (leve ou moderada/
grave) ou persistente (leve ou moderada/ grave) 15. Em resposta a reações alérgicas
duradouras, pode ocorrer hipertrofia de adenóides, amídalas e do tecido conjuntivo que
reveste as conchas nasais e desvio de septo, levando à alteração do padrão respiratório para
uma respiração predominantemente bucal 16.
Alterações faciais significativas podem ocorrer devido à presença de hábitos
deletérios, dentre os quais destaca-se a respiração bucal 16.
Se a rinite alérgica determina obstrução nasal de longa duração, é de se esperar que
cause má oclusão dentária. Apesar de serem problemas comuns, a literatura é escassa sobre a
associação entre ambas. Em busca efetuada no MEDLINE (1966 a maio de 2009) e LILACS
(1982 a 2009) com os termos má oclusão e rinite alérgica, foram obtidos seis estudos3,6,8-
9,27,28. Apenas um estudo utilizou método adequado, com controle de fatores de
confundimento 3.
14
Em um estudo realizado em um centro de referência do respirador bucal, em Minas
Gerais, 2008, onde foram avaliados 401 crianças de 2 a 12 anos para análise da prevalência de
má oclusão entre respiradores bucais, foram encontrados 71,8% dos casos com hipertrofia de
adenóide e 18,7% com rinite alérgica. Mordida cruzada posterior pode ser observada em
aproximadamente 30% dos que possuíam dentição decídua ou mista e 48% nos de dentição
permanente. A mordida aberta anterior teve uma alta prevalência entre os que se encontravam
nesta última fase 21.
Em um estudo de caso-controle, envolvendo 300 crianças de 3 a 6 anos, Góis et al
buscando identificar os fatores de risco para o desenvolvimento da má oclusão, concluíram
que esta estava diretamente relacionada à duração do uso da chupeta por crianças acima de 2
anos de idade e que apresentavam um padrão de respiração predominantemente bucal28.
O papel da rinite alérgica como possível fator de risco para a má oclusão parece
envolver a alteração da postura dos lábios e língua para permitir a passagem do ar pela
cavidade oral, obrigando a uma deglutição atípica, trazendo consequências duradouras nos
sistemas mastigatório, respiratório e digestivo 17.
A possível associação entre ambos sugere que medidas preventivas e o tratamento
eficaz da rinite alérgica evitem o surgimento de sequelas de desenvolvimento do complexo
crânio-facial.
Desta forma, fica evidente a necessidade de estudos para determinar a associação
entre rinite alérgica e má oclusão dentária, de modo que o pediatra ou o médico generalista
que cuida de crianças esteja alerta para a possível relação de risco, com vistas a prevenir
desarmonias dento-faciais.
15
II. MODELO TEÓRICO
Renda per
capta Instrução
materna Situação
marital Procedência
� � � Número de
irmãos Acesso a
serviço de saúde
� � Perfil facial Sexo Raça Idade Fase da dentição
Aleitamento materno
Obstrução respiratória crônica alta (rinite alérgica, hipertrofia adenoidiana). Asma
Saúde bucal (número de dentes com cáries extensas e perdas precoces)
Hábitos deletérios (sucção de dedo, chupeta, mamadeira, deglutição atípica, etc)
� � � Má oclusão
dentária
16
III. OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Avaliar o risco da rinite alérgica na a instalação da má oclusão dentária em crianças.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Determinar:
� A relação entre rinite alérgica e os diferentes tipos de má oclusão (mordida aberta
anterior, mordida cruzada posterior, “overjet” e apinhamentos).
� A interferência dos fatores de risco ambientais no desenvolvimento da má oclusão:
hipertrofia adenoidiana, desmame precoce, perda precoce de dentes, sucção digital,
uso de chupeta e uso de mamadeira.
17
IV. MÉTODOS
4.1. DESENHO DO ESTUDO
Estudo analítico do tipo caso-controle.
4.2. LOCAL DO ESTUDO
O estudo foi realizado no Instituto Materno Infantil Professor Fernando Figueira
(IMIP), situado no município do Recife, no estado de Pernambuco. O IMIP atende
ambulatorialmente cerca de 700 crianças de Pernambuco e estados vizinhos por dia, usuárias
do SUS.
4.3. PERÍODO DO ESTUDO
A coleta de dados foi realizada no período de abril a agosto de 2008
4.4. POPULAÇÃO DO ESTUDO
A população do estudo pôde ser caracterizada por um estudo prévio, feito no
ambulatório de pediatria do IMIP com 689 crianças e adolescentes de 5 a 15 anos em 2006,
onde quase metade (49,1%) era da zona metropolitana do Recife e o restante do interior 20.
18
4.5. AMOSTRA
Foi composta por crianças de quatro a nove anos ( fase final da dentição decídua e
início da dentição mista) atendidas de forma consecutiva (amostra de conveniência), no
período especificado.
4.6. CÁLCULO DO TAMANHO AMOSTRAL
O tamanho amostral calculado foi de 430 participantes, sendo 258 casos e 172
controles (levando em conta uma prevalência de má oclusão de 60%) considerando-se, para
estudos de caso-controle não pareados, um nível de confiança de 95%, um poder de 80%, uma
freqüência de exposição nos não-doentes de 20%, para detecção de um odds ratio de 2,0 e um
percentual de perdas de 10%.
4.7. CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE
Foram incluídas crianças de quatro a nove anos de idade, atendidas no ambulatório de
pediatria do IMIP, selecionadas após a consulta médica, de forma consecutiva.
Foram excluídas portadores de anomalias faciais, malformações de vias respiratórias
como fissura palatina e estenose de coanas, de distúrbios neurológicos e motores importantes,
discrepâncias esqueléticas de bases ósseas (maxila e mandíbula), de traumatismo facial com
fratura e tratamento ortodôntico prévio.
O fluxograma de captação e acompanhamento dos participantes é apresentado na
figura1.
19
4.8. FLUXOGRAMA DE CAPTAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DOS PA CIENTES
(Figura 1)
Crianças de 4 a 9 anos atendidas no ambulatório pediatria
Critérios de exclusão
Aceitam participar da pesquisa
Rejeitam participar da pesquisa
Aplicação do questionário
Exame odontológico
Assinatura do termo de consentimento
ausentes presentes excluídos
excluídos
Casos (com má oclusão) Controles (sem má oclusão)
Exame pediátrico Exame pediátrico
Casos e controles c/suspeita de rinite
Casos e controles s/suspeita de rinite
Teste alérgico + Teste alérgico -
Teste alérgico e Rx de cavum
C/rinite alérgica S/rinite alérgica
20
4.9. DEFINIÇÃO E OPERACIONALIZAÇÃO DE TERMOS E VARI ÁVEIS :
Variáveis Biológicas:
1. Idade: variável contínua expressa em anos e meses.
2. Sexo: variável categórica dicotômica: masculino e feminino
3. Número de irmãos vivos: variável numérica expressa em números inteiros.
4. Raça: variável nominal definida pelo responsável da criança expressa como:
branca, parda, preta, outra e desconhecida.
Variáveis socioeconômicas e demográficas:
1. Procedência: variável categórica nominal expressa a cidade em que vive o
participante.
2. Renda familiar mensal per capta: variável numérica contínua expressa em Reais.
Definida como: rendimentos da família no mês anterior/ número de moradores.
3. Escolaridade materna: variável numérica ordinal expressa por anos de estudo.
4. Situação marital: variável nominal, definida através de pergunta ao acompanhante,
como: solteiro, casado, viúvo, vive junto e separado/ divorciado.
5. Acesso a serviços de saúde: variável composta, constituída pela distância ou o tempo
que leva de casa ao serviço de saúde mais próximo, e se recebe visitas regulares de
agente de saúde em casa (vide questionário).
Variáveis de confundimento:
1. Perfil facial: variável nominal, determinada por fatores hereditários, classificada
como: mesofacial, braquifacial e dolicofacial, através de exame odontológico efetuado
pela mestranda e dois auxiliares de pesquisa, conforme classificação de Cabrera &
Enlow 22.
21
2. Fase da dentição: variável nominal, definida como decídua, mista primeiro período
transitório, mista período intertransitório e mista segundo período transitório e
permanente 23.
3. Má oclusão: Variável nominal do tipo: mordida aberta anterior, mordida cruzada
posterior, “overjet” e apinhamentos dentários. Definida através de exame odontológico
efetuado pela mestranda, conforme classificação de Foster e Hamilton24 para dentição
decídua e o Index of Orthodontic Teatment Need (IOTN)25 para dentição mista e
permanente.
Mordida cruzada posterior uni ou bilateral: definida por atresia transversal do arco superior em relação ao arco inferior.
Mordida aberta anterior: definida pela falta de ultrapassagem vertical entre incisivos
opostos.
Overjet maxilar anterior: definida pela distância, em milímetros, entre as superfícies
vestibulares do incisivo superior mais proeminente e do incisivo inferior
correspondente.
Apinhamentos dentários: considerado quando há dentes com giroversão ou mal
posicionamento no arco devido à falta de espaço.
4. Classificação da má oclusão: ausente, leve e moderada/ grave. De acordo com o
Ministério da Saúde (2001). Sendo normal quando há ausência de má oclusão, leve
quando há um ou mais dentes com giroversão ou leve apinhamento, e moderada/ grave
quando há um efeito inaceitável sobre a aparência facial, ou uma significativa redução
da função mastigatória como overjet de mais de 9 mm, mordida cruzada anterior,
mordida aberta anterior e apinhamento de 4 mm ou mais.
5. Aleitamento materno: variável numérica expressa em meses completos.
6. Sucção digital: variável dicotômica do tipo sim e não.
7. Tempo de sucção digital: variável numérica expressa em meses completos.
22
8. Sucção de chupeta: variável dicotômica do tipo sim e não.
9. Tempo de uso de chupeta: variável numérica expressa em meses completos.
10. Sucção de mamadeira: variável numérica expressa em meses completos.
11. Deglutição atípica: variável dicotômica do tipo presente ou ausente, aferida no exame
odontológico.
12. Interposição lingual: variável dicotômica do tipo presente ou ausente, aferida no
exame odontológico.
13. Números de perdas precoces: variável composta, definida através do número de perdas
precoces de elementos dentários e de dentes com cáries extensas, com indicação de
exodontia.
Variáveis explanatórias
1. Rinite alérgica: variável categórica dicotômica do tipo presente ou ausente, definida
por ocorrência de espirros, prurido nasal, rinorréia ou obstrução nasal, associados a
teste cutâneo positivo a pelo menos um aeroalérgeno 15. O teste cutâneo foi feito por
puntura, com extratos do laboratório International Pharmaceutical Immunology do
Brasil (IPIASAC BRASIL), para: B. tropicalis, D. pteronyssinus, D. farinae, A.
alternata, A. fumigatus, P. notatum, F. domesticus, C. familiaris, P. americana e B.
germânica. O processamento e leitura serão feitos conforme padronização da
European Academy of Allergology and Clinical Immunology 18.
2. Classificação da rinite: variável policotômica, definida como intermitente leve ou
intermitente moderada/ grave e persistente leve ou persistente moderada/ grave
(ARIA) 15.
3. Tratamento da rinite: variável dicotômica classificada como adequado ou inadequado.
Definir-se-á como tratamento adequado: 1. Na rinite persistente ou intermitente
23
moderada/grave: uso de corticosteróide inalado, cromoglicato dissódico, montelucaste
sódico ou imunoterapia, por pelo menos três meses nos últimos 12 meses. 2. Na rinite
intermitente leve: ausência de terapia referida anteriormente no período descrito.
4. Asma: variável dicotômica, do tipo presente ou ausente, definida pela presença de 3 ou
mais episódios de dispnéia ou sibilância alguma vez na vida, obtida por inquérito ao
acompanhante.
5. Classificação da asma: variável policotômica, definida como intermitente e persistente
(leve moderada e grave), através de inquérito com o responsável 21
4.10. COLETA DE DADOS
Os dados foram coletados por estudantes de medicina e odontologia previamente
treinadas, que preencheram um questionário padronizado após explicação sobre os objetivos e
a assinatura do responsável do termo de consentimento livre e esclarecido (v. apêndices 1 e
2). Em seguida foi realizado pela ortodontista a avaliação odontológica. Médicos pediatras
pneumologistas fizeram o exame clínico e classificaram a rinite e a asma. Um pediatra
imunologista realizou os testes cutâneos.
4.11. PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS
Para as variáveis contínuas, construíram-se distribuições de frequência e calcularam-se
as medidas descritivas mais adequadas, tais como média aritmética e mediana. As variáveis de
categoria também foram apresentadas através de distribuições de freqüência.
Na análise univariada utilizaram-se, para variáveis categóricas, o teste de qui-quadrado
24
de associação de Pearson, conforme permitiram os dados amostrais. Variáveis contínuas
através de teste T não pareado e testes não paramétricos. A análise multivariada foi orientada
pelo modelo hierárquico conceitual 26. Convencionou-se o nível de significância de 5%. A
medida de efeito das variáveis foi o OR bruto e o ajustado. Para avaliar o ajuste do modelo
multivariado, utilizou-se o teste de Hosmer & Lemeshow.
4.12. ASPECTOS ÉTICOS
Um dos pais ou responsáveis pelo participante assinou o termo de consentimento livre
e esclarecido (Apêndice 1)
O Protocolo de Pesquisa foi aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa do IMIP,
respeitando os princípios da declaração de Helsinque e da Resolução sob número 1116.
Foram fornecidas orientações escritas, para procura de serviço especializado, aos
participantes onde se detectaram má oclusão dentária, rinite alérgica, asma ou outro problema
odontológico ou médico significativo (ANEXO 1)
4.12. CONFLITOS DE INTERESSE
Os pesquisadores envolvidos neste estudo não tiveram envolvimento financeiro ou
empregatício com alguma organização ou entidade com interesse financeiro sobre o assunto
estudado ou materiais utilizados.
25
V. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo exibe resultados com precisão e acurácia aceitáveis. O delineamento
de caso-controle é apropriado para determinação de fatores de risco. O tamanho amostral
também foi adequado de forma a evitar erros devido ao acaso. Com relação ao controle de
fatores de confundimento, no modelo teórico consideraram-se as principais variáveis descritas
na literatura e o modelo multivariado possibilitou um tratamento estatístico para estes fatores.
Todavia, algumas limitações precisam ser consideradas. Em primeiro lugar, a não
realização dos testes alérgicos em todos os participantes com sintomas de rinite pode ter
gerado viés de seleção, pois é possível que aqueles que retornaram tenham uma tendência
para tratamento mais adequado, sejam mais atentos às orientações de saúde. Em segundo
lugar, a utilização de roncor noturno como um proxi de hipertrofia de adenóides pode ter
provocado viés de classificação, visto que crianças com hipertrofia de cornetos ou outras
formas de obstrução nasal podem apresentar o sintoma. Todavia, o estudo de Góis et al28 não
mostrou relação entre hipertrofia de adenóides e má oclusão, da mesma forma que não
encontramos associação entre roncor noturno e a variável independente. Por fim, há que se
considerar a perda da relação temporal entre exposição e desfecho inerente aos estudos de
caso-controle.
Em suma, a rinite alérgica não parece ser um fator de risco para má oclusão dentária
quando considerada no seu espectro completo de gravidade, em crianças com características
genéticas e sociodemográficas similares às estudadas. Estudos adicionais, sobretudo com
delineamento de coorte, serão úteis para confirmar estes achados.
26
VII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, COORDENAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE
BUCAL. Banco de dados da pesquisa "Condições de Saúde Bucal da População
Brasileira - Projeto SB Brasil 2003". Disponível na Internet em www.saude.gov.br.
Capturado em 10/06/2007.
2. ENLOW DH, HANS MG. Noções Básicas sobre Crescimento Facial. Ed Santos.
2002. p 206.
3. VÁSQUEZ-NAVA F, QUEZADA-CASTILLO JÁ, OVIEDO-TREVIÑO S,
SALDIVAR-GONZÁLEZ AH, SANCHEZ-NUNCIO HR, BELTRÁN-GUZMAN FJ,
VÁSQUEZ-RODRÍGUEZ EM, VÁSQUEZ-RODRÍGUEZ CF. Association between
allergic rhinits, bottle feeding, non-nutritive sucking habits, and malocclusion in the
primary dentition. Arch Dis Child. 2006; 91:836-840.
4. TOMITA NE, BIJELLA VT, FRANCO LJ. Relação entre hábitos bucais e má oclusão
em pré-escolares. Rev. de Saúde Pública, 2000; 34: 299-03.
5. PERES KG, LATORRE MRDO, SHAIHAM A, VICTORA CG, BARROS FC. Social
and biological early life influences on prevalences of open bite in Brasilian 6-year-
olds. Int J Paed Dent. 2007;17: 41 – 49.
6. PERES KG, BARROS AJD, PERES MA, VICTORA CG. Effects of Breastfeeding
and sucking habits on malocclusion in a birth cohort study. Rev. de Saúde Pública;
2007; 41: 343- 50
7. CORRUCCINI RS, WHITLEY LD. Occlusal variation in a rural Kentucky
community. Am J Orthod 1981; 79: 250-262
8. RIVERÓN YDE, CALZADILLA AR, MARIE GC, GARCIA NG. Factores de riesgo
asociados com la maloclusión. Rev Cubana Estomatol 2004; 4.
27
9. HANUKSELA A, VÄÄNÄNEN A. Predisposing factors for malocclusion in 7-year-
old children with special reference to atopic diseases. Am J Orthod Dentofac Orthop,
1987; 92:299-303.
10. TRASK GM, SHAPIRO GG, SHAPIRO PA. The effects of perennial allergic rhinitis
on dental and skeletal development: a comparison of sibling pairs. Am J Orthod
Dentofacial Orthop. 1987; 92: 286-93.
11. KLUEMPER GT, VIQ PS, VIQ KW. Nasorespiratory characteristics and craniofacial
morphology. Eur J Orthod. 1995; 17:491-5
12. VIQ KW. Nasal obstruction and facial growth: the strength of evidence for clinical
assumptions. Am J Orthod Dentofacial Orthop, 1998;113:603-11.
13. THE INTERNATIONAL STUDY OF ASTHMA AND ALLERGIES IN
CHILDHOOD (ISAAC STREERING COMMITTEE). Worldwide variation in
prevalence of symptoms of asthma, allergic rhino conjunctivitis, and atopic eczema:
ISAAC. The Lancet,1998; 351: 1225-32
14. SOLÉ D, MELO KC, FREITAS LS, BRITTO M, ROSÁRIO NA, JONES M,
FISCHER GB, NASPITZ CK. Changes in Prevalence of Asthma and Allergic
Diseases among Brazilian Schoolchildren ( 13 – 14 years old ): Comparison between
ISAAC Phase One and Three. J Trop Pediatrics, 2006. 52:1-9.
15. BOUSQUET J, VAN CAWEMBERG P, KHALTAEV N (WHO). Allergic Rhinitis
and its Impact on Asthma (ARIA). Allergy. 2002; 57: 841-855.
16. CAMPOS JADB, ZUANON ACC. Síndrome do Respirador Bucal. J Bras Ortodon
Ortop Facial, 2005; 10:108-11.
17. GALVÃO ACUR, MENEZES SLF, NEMR K. Correlação de hábitos orais deletérios
entre crianças de 4:00 a 6:00 anos de escola pública e escola particular da cidade de
Manaus – AM. Rev CEFAC, São Paulo, 2006; v.8, 328-36.
28
18. EAACI. Allergen standardization and skin tests. The European Academy of
Allergology and Clinical Immunology. Allergy. 1993;48: 48-82.
19. COHEN D, KONAK S. The evaluation of radiographs of the nasopharynx. Clin
Otolaryngol 1985; 10: 73-8.
20. BRITTO MCA, FREIRE EFC, BEZERRA PGM, BRITO RCCM, REGO, JC. Baixa
renda como fator de proteção para asma em crianças e adolescentes usuários do
Sistema Único de Saúde. Estudo de caso-controle. J Bras. Pneumol (submetido para
publicação).
21. NATIONAL INSTITUTE OF HEALTH, NATIONAL HEART, LUNG AND
BLOOD INSTITUTE. Global initiative for asthma. Global strategy for asthma
management and prevention. NHLBI/ WHO workshop report. Bethesda: National
Heart, Lung and Blood Institute. National Institutes of Health, US Department of
Health and Human Services. 2002.
22. CABRERA CAG, ENLOW DH. Crescimento e desenvolvimento craniofacial. In:
CABRERA CAG, CABRERA MC. Ortodontia clínica. Curitiba: Produções
Interativas, 1997; cap. 1, p 1-41.
23. MOYERS RE. Ortodontia. Ed Guanabara Koogan 1988; p 174-203
24. FOSTER TD, HAMILTON MC. Occlusion in the Primary Dentition. British Dental
Journal. 1969; 76-79.
25. TAUSCHE E, LUCK O, HARZER W. Prevalence of malocclusions in the early mixed
dentition and orthodontic treatment need. European Journal of Orthodontics. 2004;
26:237-244.
26. VICTORA CG, HUTTLY SR, FUCHS SC, OLINTO MTA. The role of conceptual
frameworks in epidemiological analysis: a hierarchical approach. International
Journal of Epidemiology. 1997; 26:224-227.
29
27. Souki BQ, Pimenta GB, Souki MQ, Franco LP, Becker HM, Pinto JA. Prevalence of
malocclusion among mouth breathing children: do expectations meet reality? Int J
Pediatr Otorhinolaryngol. 2009; 73:767-73.
28. Góis EG, Ribeiro-Júnior HC, Vale MP, Paiva SM, Serra-Negra JM, Ramos-Jorge ML,
Pordeus IA. Influence of nonnutritive sucking habits, breathing pattern and adenoid
size on the development of malocclusion. Angle Orthod. 2008; 78:647-54.
30
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira Escola de Pós-Graduação em Saúde Materno Infantil Instituição Civil Filantrópica
Apêndice 1. Termo de consentimento livre e esclarecido Caro Sr. Pai ou Responsável:
Meu nome é Patrícia Vilar Bernardes. Estamos fazendo uma pesquisa sobre problemas
dentários e respiratórios em crianças de 4 a 9 anos do Recife, que tem aprovação do Comitê de Ética do IMIP. Nesta pesquisa gostaríamos que você participasse respondendo a questões de um formulário, que segue anexo. Seu filho também fará um exame médico e odontológico, um teste alérgico caso tenha sintomas de rinite e, se necessário fará uma radiografia da face para avaliar hipertrofia de adenóides. O teste alérgico será feito por injeção com uma agulha fina e pequena no braço. Estes exames não serão perigosos para seu filho (a).
Embora não possamos oferecer os resultados do estudo imediatamente, podemos enviá-lo para sua casa assim que tivermos o resultado, se você desejar. O tratamento de sua criança seguirá a rotina do Hospital. Você deve se sentir completamente livre para participar do estudo. Se você e seu filho (a) não participarem, não fará nenhuma diferença no tratamento de sua criança, e você tem todo o direito de pedir para sair do estudo a qualquer momento em que julgar necessário. Nem os testes, exames ou qualquer procedimento lhe custarão dinheiro.
Nenhuma informação que possa identificar sua criança ou sua família será revelada. Se o (a) Sr.(a) tiver dúvidas a respeito da pesquisa, poderá entrar em contato comigo pelo telefone 88515669, ou com Dr. Murilo Britto, pelos telefones 88379852 ou 21224100 (ambulatório especializado). Recife, ____ de _____________ de 2008. _______________________________ ______________________________ Pai ou responsável Dra. Patrícia Vilar Bernardes UTILIDADE PÚBLICA MUNICIPAL – Dec. Lei 9851 de 08/11/67 UTILIDADE PÚBLICA ESTADUAL – Dec.Lei 5013 de 14/05/84 UTILIDADE FEDERAL – Dec. Lei 86238 de 30/07/81 INSCRIÇÃO MUNICIPAL: 05.879-1 INSCRIÇÃO ESTADUAL: Isento C.G.C. 10.988.301/0001-29
Rua dos Coelhos, 300 Boa Vista Recife-PE – Brasil CEP 50070-550 Fax/Fone: (081) 423 7566 421 3567 Fax: (081) 222 6591 Cx. Postal 1393 E-mail: [email protected] Página: http://www.imip.org.br
31
Apêndice 2. Questionário de avaliação Formulário No ���� ���� ���� Nome: _________________________________________________ Data: ___/___/___
Data de nascimento: ___/___/___ (checar cartão do IMIP)
Sexo: masculino � feminino � Cidade onde mora _______________________________________
Parentesco do responsável pela entrevista: _______________________________________
Fatores de exclusão (assinale se presente ou desconhecido):
� Malformações de vias respiratórias superiores.
� Distúrbios neurológicos e/ou motores importantes.
� Discrepâncias esqueléticas de bases ósseas (maxila e/ou mandíbula).
� Traumatismo facial com fratura, luxação ou comprometimento dentário.
� Tratamento ortodôntico prévio.
1- Qual a cor de seu filho (< >)?
���� Branca ���� Parda ���� Preta ���� Outra ���� Não sabe
2- Quem são as pessoas que moram na casa?
���� Pai natural ���� Padrasto ���� Não possui pai ou padrasto
���� Mãe natural ���� Madrasta ���� Não possui mãe ou madrasta
���� Irmãos (incluindo < >). Quantos no total? ___________
���� Empregados que dormem no emprego. Quantos?___________
���� Outras pessoas. Quantas? ___________
3- A mãe ou madrasta de < > é:
���� Solteira ���� Casada ���� Viúva ���� Vive junto ���� Separada ou divorciada
4- Quanto o chefe da família ganhou com o seu trabalho principal no mês passado? (Considere chefe da família a pessoa que possuir a maior renda em casa)
Salário líquido: R$_____________,00 ���� Não sabe o valor
32
5- Caso você não saiba o valor, sabe informar se foi:
���� menos de R$ 200,00 ���� de R$ 200,00 a 400,00 ���� de R$ 400,00 a 600,00
���� de R$ 600,00 a 800,00 ���� de R$ 800,00 a 1000,00 ���� de R$ 1000,00 a 1200,00
���� de R$ 1200,00 a 1600,00 ���� de R$ 1600,00 a 2000,00 ���� de R$ 2000,00 a 3000,00
���� de R$ 3000,00 a 4000,00 ���� de R$ 4000,00 a 6000,00 ���� mais de R$ 6000,00
���� Não sabe o valor
6- Além desse tipo de trabalho o chefe da família tem algum outro tipo de trabalho remunerado ou rendimento? (Por exemplo: aposentadoria, aluguéis)
���� Não ���� Sim. Quanto ganhou no mês passado R$ ____________,00
���� Não sabe / não se lembra
7- No mês passado, quanto ganharam as outras pessoas que moram na casa? (sem contar com o chefe da família)
1a pessoa: R$ _____________,00 2a pessoa: R$ _____________,00
3a pessoa: R$ _____________,00 4a pessoa: R$ _____________,00
5a pessoa: R$ _____________,00 6a pessoa: R$ _____________,00 8- A família recebe rendimento do programa bolsa-família do Governo?
���� Não ���� Sim. Quanto ganhou no mês passado R$ ____________,00
���� Não sabe / não se lembra 9- Quantos anos completos estudou a mãe ou madrasta de < >?
Especifique ____________ ���� Não possui mãe ou madrasta ���� Não sabe / não lembra 10- Quantos cômodos tem a casa? (Ex.: quartos, sala, cozinha, banheiro): _________
11- Quantos irmãos < > possui? ______ irmãos� � Nenhum 12- Qual a distância de sua casa até o serviço de saúde mais próximo?
���� < 1 Km ���� 1 a 5 Km ���� 6 a 10 Km ���� > 10 Km ���� Não sabe / não se lembra 13- Quanto tempo leva de sua casa até o serviço de saúde mais próximo?
���� ���� horas ���� ���� minutos ���� Não sabe / não se lembra 14- Recebe visitas regulares de agente de saúde?
���� Não ���� Sim ���� Não sabe / não se lembra
33
15- < > (a) mamou no peito?
���� Nunca ���� Mamou, por ____________ ���� dias ���� meses ���� anos ���� Não sabe
16- Alguma vez na vida, < > teve espirros, coceira, entupimento ou corrimento no nariz SEM estar resfriado ou gripado?
���� Não ���� Sim. ���� Não sabe/ não lembra
Caso a resposta seja “NÃO”, pule para a questão 20:
17- Com que freqüência?
���� Menos de 4 dias/ semana ���� 4 ou mais dias/ semana ���� Não sabe/ não lembra
18- Por quanto tempo?
���� Menos de 1 mês ���� 1 mês ou mais ���� Não sabe/ não lembra
19- Nos últimos 12 meses < > fez algum dos seguintes tratamentos? (se afirmativo, anote por quantos meses completos)
Não Sim Nãosabe/não lembra
Budecort aqua ���� ���� _____ meses ����
Busonid ���� ���� _____ meses ���� Cromolerg colírio nas narinas ���� ���� _____ meses ����
Flixonase aquoso ���� ���� _____ meses ���� Intal nasal ���� ���� _____ meses ����
Nasonex ���� ���� _____ meses ���� Noex ���� ���� _____ meses ����
Plurair ���� ���� _____ meses ���� Rilan nasal ���� ���� _____ meses ���� Imunoterapia (vacinas para alergia) ���� ���� _____ meses ����
20- Alguma vez na vida, < > apresentou roncos pelo nariz durante o sono?
���� Não ���� Sim ���� Não sabe/ não lembra
Caso a resposta seja “NÃO”, pule para a questão 24:
34
21- Com que freqüência?
���� Menos que 1 vez/ mês ���� Entre 1 vez/ mês a 3 vezes / semana ���� 4 ou mais dias/ semana ���� Não sabe/ não lembra
22- Há quanto tempo?
���� Menos de 3 meses ���� 3 a 6 meses ���� de 7 meses a 1 ano
���� + de 1 ano a 3 anos ���� + de 3 anos ���� Não sabe/ não lembra 23- Prejudica o sono ou provoca paradas respiratórias ao dormir?
���� Não ���� Sim ���� Não sabe/ não lembra
24- Alguma vez na vida, < > teve mais de três crises de chiado no peito ou cansaço?
���� Não ���� Sim ���� Não sabe/ não lembra
Caso a resposta seja “NÃO”, pule para a questão 29:
25- Com que freqüência < > tem chiado no peito ou cansaço?
���� Menos que 1 vez/ semana ���� Entre 1 a 6 vezes/ semana ���� Diária
26- < > Acorda à noite por chiado no peito ou cansaço?
���� Menos que 2 vezes/ mês ���� 2 a 4 vezes/ mês ���� Mais de 4 vezes/ mês ���� Diária
27- Está usando alguma medicação regularmente há pelo menos 2 meses para tratamento destes sintomas?
���� Não ���� Sim ���� Não sabe/ não lembra
28- Caso a resposta anterior seja afirmativa, especifique quais.
Nome __________________________________ ���� Não sabe/ não lembra
Nome __________________________________ ���� Não sabe/ não lembra
Nome __________________________________ ���� Não sabe/ não lembra Nome: _________________________________________________ Data: ___/___/___
35
Formulário N o ���� ���� ���� Data de nascimento: ___/___/___ (checar cartão do IMIP)
Exame odontológico
31- Perfil facial: ���� Dolicofacial ���� Mesofacial ���� Braquifacial
32- Fase da dentição: ���� Decídua
���� Mista: ���� 1º Período transitório
���� Período intertransitório
���� 2º Período transitório
���� Permanente
33-Má oclusão: ���� Ausente
Relação molar: ���� Cl I ���� Cl II ���� Cl III
Relação canino: ���� Cl I ���� Cl II ���� Cl III
Overjet dentário: ���� ideal ���� aumentado ���� em topo ���� reverso
Sobremordida: ���� ideal ���� profunda ���� Mordida aberta anterior
���� Apinhamentos ���� Mordida cruzada posterior
34- Classificação da má oclusão: ���� Normal ���� Leve ���� Moderada/ severa
35- Hábitos deletérios: Não Sim Não sabe/ não lembra
Chupa(ou) dedo? ���� ���� Tempo ____________ ����
Chupa(ou) chupeta? ���� ���� Tempo ____________ ����
Usa(ou) mamadeira? ���� ���� Tempo ____________ ����
36- Tipo de tratamento: ���� Preventivo ���� Interceptador
���� Corretivo ���� Orto-cirúrgico
37- Interposição Lingual: ���� Presente ���� Ausente
38-Saúde bucal: ���� Boa ���� Deficiente ���� Cárie extensa
36
Perda precoce dente decíduo: ���� Não ���� Sim __________
Perda precoce dente permanente: ���� Não ���� Sim __________
Exame Médico
39- Distúrbios neuromusculares?
���� Não ���� Sim, descreva: ___________________________________________ 40- Fácies adenoidiana?
���� Não ���� Sim 41- Malformações de vias aéreas
���� Não ���� Sim 42- Estigmas de rinite na face?
���� Não ���� Sim, descreva: ________________________________________ 43- Rinoscopia anterior ____________________________________________________
_________________________________________________________________________
Radiografia de cavum
44- Obstrução em topografia de adenóides
���� Ausente ���� Leve ���� Moderada ���� Acentuada
45- Testes alérgicos
���� Não realizado Justificativa _______________________________________________
37
B. tropicalis Pápula ______ mm
D. pteronyssinus Pápula ______ mm
D. farinae Pápula ______ mm
A. alternata Pápula ______ mm
A. fumigatus Pápula ______ mm
P. notatum Pápula ______ mm
F. domesticus Pápula ______ mm
C. familiaris Pápula ______ mm
P. americana Pápula ______ mm
B. germânica Pápula ______ mm
Histamina Pápula ______ mm
Glicerina Pápula ______ mm
38
Apêndice 3. Instruções para trabalho de campo.
Os questionários deverão ser administrados a um dos pais ou responsáveis, no
ambulatório de pediatria, uma sessão de cada vez, com o preenchimento completo do
formulário. Cada sessão incluirá instruções verbais antes de aplicar o questionário.
O entrevistador não deve dar conselhos sobre as respostas. Uma vez completado o
questionário, as respostas não devem ser mudadas de forma alguma por influência do
entrevistador.
Os entrevistadores não devem usar os termos: má oclusão, rinite, asma ou alergia
quando estiverem anunciando, ou apresentando o material escrito sobre o estudo. Deverão
substituí-los por: “problemas dentários”, “problemas nasais” e “problemas pulmonares”.
Alguns familiares poderão ser auxiliados sobre as perguntas durante a aplicação do
questionário.
A seguir são citados princípios para ajudar os respondentes nestas dúvidas:
1. O primeiro passo é ler a questão em dúvida, calmamente, exatamente como está escrita.
2. Se ainda assim o respondente tiver dúvidas, encoraje-o a pensar sobre o seu significado.
3. Se ainda não consegue responder a questão, o próximo passo é dar-lhe alguma informação
sem lhe explicar a resposta requerida.
4. Se ainda assim não consegue responder a questão, o último passo é estabelecer se ele
realmente não sabe como responder, ele deve deixar a questão em branco.
Abaixo está um exemplo de questão que pode causar dificuldade:
Questão: “ Alguma vez na vida, < > teve traumatismo de face com fratura?”
Estágio 1
• Pergunta do respondente: “ O que é traumatismo de face com fratura”?
• Resposta do entrevistador (responda em voz alta e tranqüila): “Alguma vez na vida, < >
teve traumatismo de face com fratura”? (ou seja, leia a questão exatamente como está
escrito).
Estágio 2
• Resposta do respondente: “O que é traumatismo de face com fratura”?
• Resposta do entrevistador (em voz alta e tranqüila): “As palavras podem ter significados
39
diferentes para pessoas diferentes. Eu gostaria de saber o que você entende por isto.
Interprete da melhor maneira que você puder”.
Estágio 3
• Resposta do respondente: “Eu não entendo o que é traumatismo de face com fratura”.
• Resposta do entrevistador (em voz alta e tranqüila): “Traumatismo de face está
relacionado a pancadas no rosto. Fratura é quando um osso quebra ou racha”.
Estágio 4
• Resposta do respondente: “Eu ainda não entendo isto. Eu não sei se já teve isto”.
• Resposta do entrevistador (em voz alta e tranqüila): “Se você realmente não sabe, vou
marcar como resposta desconhecida”. Marque o campo correspondente.
40
ANEXO 1 – CARTA DE RECOMENDAÇÃO AOS PAIS
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira Escola de Pós-Graudação em Saúde Materno Infantil Instituição Civil Filantrópica
Sr. Pai ou Responsável:
Constatamos que o seu filho (a), _________________________________________________
deve ser portador de _________________________________ e necessita de tratamento especializado.
Desta forma, sugerimos que leve o menor ao seu médico com esta carta de recomendação, ou
procure o serviço _____________________________________________________ para tratamento.
Recife, ____ de _____________ de 2008.
_________________________________
Dra. Patrícia Vilar Bernardes
UTILIDADE PÚBLICA MUNICIPAL – Dec. Lei 9851 de 08/11/67 UTILIDADE PÚBLICA ESTADUAL – Dec.Lei 5013 de 14/05/84 UTILIDADE FEDERAL – Dec. Lei 86238 de 30/07/81 INSCRIÇÃO MUNICIPAL: 05.879-1 INSCRIÇÃO ESTADUAL: Isento C.G.C. 10.988.301/0001-29
Rua dos Coelhos, 300 Boa Vista Recife-PE – Brasil CEP 50070-550 Fax/Fone: (081) 423 7566 421 3567 Fax: (081) 222 6591 Cx. Postal 1393 E-mail: [email protected] Página: http://www.imip.org.br
41
ANEXO 2 - ARTIGO ORIGINAL
RINITE ALÉRGICA É FATOR DE RISCO DE MÁ OCLUSÃO DENTÁRIA EM CRIANÇAS?
Title: Is allergic rhinitis a risk factor for dental malocclusion?
Authors:
Patricia Vilar, DDS. Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira - IMIP,
Posgraduate Department of Mother and Child Health.
Murilo Carlos Amorim de Britto, MD, PhD. IMIP, Department of Pediatric Respiratory
Diseases.
Patricia Gomes de Matos Bezerra, MD, MSc. IMIP, Department of Pediatric Respiratory
Diseases.
Paula Lyra Marques, MD. IMIP, Department of Pediatric Immunology.
Rita de Cassia Coelho de Brito, MD, MSc. IMIP, Pediatric Outpatient Clinic.
Maria Gabriela de Morais Studart, MS. Escola Pernambucana de Saúde.
Paula Schwambach Meira Lins, MS. Escola Pernambucana de Saúde.
Corresponding author:
Murilo Carlos Amorim de Britto.
Address: IMIP, Ambulatório especializado. Rua dos Coelhos, 300, Boa Vista, Recife. Zip
Code: 50070-550. Phone: 5581-88379852. Fax: 5581-21224122.
E-mail: [email protected]
Key-words: Rhinitis, Dental malocclusion, Oral health, Non-nutritive suction habit, Case-
control study.
42
ABSTRACT
OBJECTIVE. Allergic rhinitis may cause upper airway obstruction and could be a risk factor
for dental malocclusion. This research aimed at assessing the relation between those variables.
STUDY DESIGN. In a case-control study, 386 children from 4 to 9 years old attended in a
pediatric outpatient clinic in Northeastern Brazil were evaluated. 283 of those had dental
malocclusion and the 103 remaining were the control group. Exclusion criteria were: facial
anomalies, respiratory tract malformations, neuromuscular disturbances, discrepancies
between upper and lower jaw, facial trauma and previous orthodontic treatment.
RESULTS. Allergic rhinitis was not related to malocclusion in univariate analysis (p= 0.793).
Risk factors in multivariate analysis were: marital status OR = 1.36 (95% CI, 1.02-1.83),
dentition phase OR = 2.22 (95% CI, 1.56-3.15), pacifier sucking OR = 1.36 (95%, 1.15-1.55),
digital suction OR= 1.61 (95% CI, 1.02-2.54), lingual interposition OR = 4.88 (95% CI, 2.59-
9.21) and loss of deciduous tooth OR = 4.78 (95% CI, 2.01-11.37). CONCLUSIONS.
Allergic rhinitis in its whole spectrum of severity does not seem to be a risk for dental
malocclusion. The genetic pattern of populations with racial miscegenation may bring about
differences in the nostrils protecting against nasal obstruction in allergic rhinitis.
43
INTRODUCTION
According to the World Health Organization, dental malocclusion is among the top-
ranking problem in oral health, with prevalence varying from 10% to 88%.1-4
Dental malocclusion is defined as the loss of harmony in the maxillary-mandibular
fitting. It includes the distal relation of deciduous molar, the upper molar being parallel or
medially placed in relation to the lower molar, posterior crossed bite, anterior open bite and
spacing or dental crowding.5 Risk factors for malocclusion are genetic and environmental.
Among these, the consumption of softer foods which call for less mastication, premature loss
of teeth due to cavities, non-nutritive suction habits (pacifier sucking and digital suction),
bottle feeding and premature interruption of breast-feeding.6
Nasal obstruction has been related to abnormal development of the craniofacial
complex.7-9 Allergic rhinitis is a common chronic respiratory disease causing nasal
obstruction. In teenagers from 56 countries, the prevalence of symptoms of allergic
rhinoconjunctivitis varied from 4.5 to 23.2%. In Brazil it was 15.8 %.10
Given that allergic rhinitis causes chronic or recurring nasal obstruction, it is to be
expected being a risk factor of dental malocclusion, because the change of labial and lingual
posture to allow the airflow through the oral cavity.9
Despite dental malocclusion and allergic rhinitis being common health problems, the
literature is still scant on the interaction between them. Among the investigations,5,11-15 only
three applied more accurate methods with multivariate analysis.5,11,15
The aim of this study was to assess the relation between allergic rhinitis and dental
malocclusion in children, as well as to examine the relation of the latter to other risk factors.
44
METHODS
A case-control study was conducted in a tertiary pediatric outpatient clinic in the city
of Recife, Northeastern Brazil. 76.3% of the target population consisted of low-income
families.16
The sample was composed of consecutive 4 to 9 year-old children, between April and
August 2008. Children bearing facial anomalies, respiratory tract malformations, serious
motor or neurological problems, skeletal discrepancies in upper or lower jaw, facial trauma
with fracture and previous orthodontic treatment observed by clinical evaluation, were
excluded.
Estimated sample size was of 430 participants of whom 258 were cases and 172
controls. The prevalence of malocclusion was estimated as 60%, the confidence level of 95%,
the power of 80% and the frequency of exposure among the non-sick of 20%, in order to
detect an odds ratio of 2, besides a 10% loss.
Variables investigated: 1. Sociodemographic (first hierarchical level), place of birth,
per capita income, mother´s schooling, parental marital status, access to health services, total
of people sharing a home and total of living siblings. 2. Biological (second hierarchical level):
age, sex, skin complexion, facial profile (according to Enlow´s classification)17, dentition
phase, breast-feeding, digital suction, pacifier sucking, bottle feeding, lingual interposition,
premature deciduous and permanent dental losses, snoring during sleep and allergic rhinitis.
Malocclusion was defined through a dental examination by a orthodontist, according to Foster
and Hamilton18 for deciduous dentition and to the Index of Orthodontic Treatment Need19 for
mixed and permanent dentition. Allergic rhinitis was defined as the occurrence of sneezes,
itching, rhinorrea or nasal obstruction and a positive skin test related to at least one
aeroallergen.20
45
The skin test was conducted though puncture, with extracts from Brazil´s International
Pharmaceutical Immunology Laboratory (Ipiasac Brasil), for (B. tropicalis, D. pteronyssinus,
D. farinae, A. alternata, A. fumigatus, P. notatum, F. domesticus, C. familiaris, P. americana
e B. germanica. Processing and reading were conducted in accordance with standardization of
the European Academy of Allergology and Clinical Immunology.21
Statistical analysis: in univariate analysis, were chosen Pearson´s chi-square or
Fisher´s test for categorical variables. A significance level of 25% was assumed for inclusion
in the multivariate model and of 5% in the final model. Logistic regression analysis was
conducted according to the conceptual hierarchical model.22
Ethical aspects: participant’s parents signed a statement in which they freely agreed to
the subjects being included in the research. The research protocol has been submitted to
IMIP´s Research Ethics Committee and approved under number 1116.
RESULTS
Initially, 433 participants were included, of whom 47 were excluded according to
previous criteria. Variables related to the 386 remaining participants are shown in Table 1.
About one fourth of participants (100) lived in Recife; 286 came from other cities of
the state. There was no difference in place of birth among cases and controls.
Of the 217 participants having symptoms of rhinitis, 90 had allergic skin tests and 58
were classified as having allergic rhinitis. There was no significant association between
malocclusion and allergic rhinitis nor rhinitis symptoms without a positive skin test.
Snoring during sleep was considered a proxy of adenoidal hypertrophy. There was no
significant association between this variable and malocclusion.
46
In multivariate analysis, there remained as a significant variable of first hierarchical
level only the marital status of participant´s mothers. In the second level, people sharing
home. Such variable lost significance after the inclusion of third level variables (Table 2). As
third level risk factors for malocclusion, there were pacifier sucking, digital suction, lingual
interposition, precocious loss of deciduous tooth and dentition phase. The Hosmer and
Lemeshow test showed a good adjustment of the model (p= 0.984).
All analyses were performed with SPSS software version 13.0. (Chicago, Illinois).
DISCUSSION
There are studies supporting rhinitis as a risk factor for dental malocclusion in
children.11,23 However, this investigation has shown the opposite. It can be argued that, since
the sample originates in a general pediatric clinic, most cases were of intermittent rhinitis, as
demonstrated by two studies in Iran and Belgium.24,25 Patients with intermittent rhinitis would
not show enough obstruction of upper respiratory tract to bring about changes in facial
development. It would be necessary to select a sample of children with persistent rhinitis to
observe its relation to dental malocclusion. In a cohort study conducted in a Mexican city,
researchers found that allergic rhinitis was a risk factor for malocclusion.5 Although that study
had been carefully planned, there is no detailed description of sample characteristics and it
may have included participants with more serious forms of rhinitis than our investigation.
Another earlier study with Finnish children also showed an association between rhinitis and
malocclusion13, but the absence of confounding factors would restrict its validity.
An additional explanation for the divergence found would be the racial characteristics
of the population investigated. In Brazil, miscigenation with dark-complexioned people is
47
frequent and these persons typically have rather large nostrils. The sample researched showed
a high proportion of dark-complexioned children, in which the facial standard would be less
susceptible to nasal obstruction due to allergic inflammation. As a result, there may have been
less interference in dental occlusion. Those racial differences were clearly shown by Morgan
et al26 in their studies of acoustic rhinometry, and by Yokley27, which assessed the relation
between mucous surface and air volume in the nostrils.
Risk factors observed in this study were also found by other researchers. Digital
suction and pacifier sucking are traditionally related to anterior open bite, posterior crossbite
and overjet.5,6,28-31 Digital suction causes reduction of the vertical growth of frontal parts of
the alveolar process, proclination of the upper incisors, anterior displacement of the upper
jaw, anterior rotation of the lower jaw, as well as protrusion or retroclination of lower
incisors, which may regress if the habit is discontinued. The use of pacifier usually alters the
vertical and cross sectional planes and its effect can also be reversible if it is interrupted
before the age of five years.32.
Breast-feeding is a reported protection factor.6,31 In this study no significant
association was found between this variable and malocclusion. The finding could be attributed
to the short duration of breast-feeding in our population, as can be seen in the median of
breast-feeding in cases and controls investigated. Peres et al 6 found the factor of protection
for open bite only when the length of breast-feeding exceeded nine months.
Premature loss of deciduous seems to be a common problem in places where oral
health are still unsatisfactory. Deciduous teeth are guides to the eruption of permanent teeth
and functional matrix to bone growth and its premature loss may lead to malocclusion.17
Parental status reflects a variable related to socioeconomic status. The association
between divorced mother and malocclusion found in this study is according with a Brazilian
cross-sectional study, were lower social class was related with the problem.33
48
Dentition phase can be explained as a risk factor because during the phase of mixed
dentition the relation between dental eruption and maxillary-mandibular growth does not
occur proportionately, thus favoring the appearance of disharmonies of this relationship.18
Lingual interposition during the speech and deglutition can determine anterior open
bite or dental biprotrusion. Evaluating children after removal of pacifier sucking habit,
Verrastro et al noted that tongue interposition prevented spontaneous correction of open
bite.34 This is according to the results of the present study.
There are some limitations of this study that must be pointed out. The potential of
selection bias because of the application of allergic test in a part of the children with
symptoms of rhinitis and classification bias because of the non utilization of cavum
radiography for detecting adenoidal hypertrophy could occur. Also, the case-control design
may predispose to another bias and confounding. However, the results seem to be valid.
CONCLUSIONS
Allergic rhinitis, in its whole spectrum of severity, does not seem to be a risk factor for
malocclusion. In other hand, lower socioeconomic conditions, digital suction, pacifier use and
early deciduous dental loss are clear risk factors, especially in populations with similar racial
and socioeconomic characteristics of Brazilian people. Such findings notwithstanding,
additional research is needed to clarify if persistent forms of allergic rhinitis would have a
harmful effect on the development of the maxillary-mandibular complex.
49
REFERENCES
1. Petersen E, Bourgeois D, Ogawa H, Estupinan-Day S, Ndiaye C. The global burden of
oral diseases and risks to oral health. Bull World Health Organ. 2005;83:661-69
2. Tausche E, Luck O, Harzer W. Prevalence of malocclusions in the early mixed dentition
and orthodontic teatment need. Eur J Orthod. 2004, 26:237-244
3. Uçuncu N, Ertugay E. The use of index of orthodontic treatment need (IOTN) in a school
population and referred population. J Orthod. 2001;28:45-52
4. Thilander B, Pena L, Infante C, Parada SS, Mayorga C. Prevalence of malocclusion and
orthodontic treatment in children and adolescents in Bogota, Colombia. An
epidemiological study related to different stages of dental development. Eur J Orthod.
2001;23:153-67
5. Vásquez-Nava F, Quezada-Castillo JA, Oviedo-Treviño S, et al. Association between
allergic rhinits, bottle feeding, non-nutritive sucking habits, and malocclusion in the
primary dentition. Arch Dis Child. 2006; 91:836-840
6. Peres KG, Latorre MRDO, Sheiham A, Victora CG, Barros FC. Social and biological
early life influences on prevalences of open bite in Brasilian 6-year-olds. Int J Paediatr
Dent. 2007;17:41-49
7. Trask GM, Shapiro GG, Shapiro PA. The effects of perennial allergic rhinitis on dental
and skeletal development: a comparison of sibling pairs. Am J Orthod Dentofacial
Orthop. 1987;92:286-93
8. Kluemper GT, Viq PS, Viq KW. Nasorespiratory characteristics and craniofacial
morphology. Eur J Orthod. 1995;17:491-5
9. Vig KWL. Nasal obstruction and facial growth: The strength of evidence for clinical
assumptions. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1998;113:603-11
50
10. Asher MI, Montefort S, Björkstén B, et al. Worldwide time trends in the prevalence of
symptoms of asthma, allergic rhinoconjunctivitis, and eczema in childhood: ISAAC
Phases One and Three repeat multicountry cross-sectional surveys. Lancet.
2006;368:733-43
11. Peres KG, Barros AJD, Peres MA, Victora CG. Effects of Breastfeeding and sucking
habits on malocclusion in a birth cohort study. Rev Saude Publica. 2007 ;41:343-50
12. Riverón YDE, Calzadilla AR, Marie GC, Garcia NG. Factores de riesgo asociados com la
maloclusión. Rev Cubana Estomatol. 2004; 41.
http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
75072004000100002&lng=es&nrm=iso&tlng=es Accessed May 14, 2009
13. Hanuksela A, Väänänen A. Predisposing factors for malocclusion in 7-year-old children
with special reference to atopic diseases. Am J Orthod Dentofac Orthop. 1987; 92:299-
303
14. Souki BQ, Pimenta GB, Souki MQ, Franco LP, Becker HMG, Pinto JA. Prevalence of
malocclusion among mouth breathing children: do expectations meet reality? Int J
Pediatr Otorhinolaryngol. 2009;73:767–773
15. Gois EGO, Ribeiro-Junior HC, Vale MPP, et al. Influence of Nonnutritive Sucking
Habits, Breathing Pattern and Adenoid Size on the Development of Malocclusion. Angle
Orthod. 2008;78:647-654
16. Britto MCA, Freire EFC, Bezerra PGM, Brito RCCM, Rego, JC. Baixa renda como fator
de proteção para asma em crianças e adolescentes usuários do Sistema Único de Saúde.
Estudo de caso-controle. J Bras. Pneumol. 2008;34:251-255
17. Enlow DH, Hans MG. Essentials of Facial Growth. Philadelphia, WB Saunders Co; 1996
18. Foster TD, Hamilton MC. Occlusion in the Primary Dentition. Br Dent J. 1969;126:76-79
51
19. Tausche E, Luck O, Harzer W. Prevalence of malocclusions in the early mixed dentition
and orthodontic teatment need. Eur J Orthod. 2004, 26:237-244
20. Bousquet J, Khaltaev N, Cruz AA, et al. Allergic Rhinitis and its Impact on Asthma
(ARIA) 2008 Update. Allergy. 2008:63(suppl 86):8–160
21. EAACI. Allergen standardization and skin tests. The European Academy of Allergology
and Clinical Immunology. Allergy.1993;48(suppl 14):48-82
22. Victora CG, Huttly SR, Fuchs SC, Olinto MTA. The role of conceptual frameworks in
epidemiological analysis: a hierarchical approach. Int J Epidemiol. 1997;26:224-227
23. Trask GM, Shapiro GG, Shapiro PA. The effects of perennial allergic rhinitis on dental
and skeletal development: a comparison of sibling pairs. Am J Orthod Dentofacial
Orthop. 1987;92:286-93
24. Alyasin S, Amin R. The evaluation of new classification of Allergic Rhinitis in patients
referred to a clinic in the city of Shiraz. Iran J Allergy Asthma Immunol. 2007;6:27-31
25. Van Hoecke H, Vastesaeger N, Dewulf L, Sys L, van Cauwenberge P. Classification and
management of allergic rhinitis patients in general practice during pollen season. Allergy.
2006;61:705-11
26. Morgan NJ, MacGregor FB, Birchall MA, Lund VJ, Sittampalam Y. Racial differences in
nasal fossa dimensions determined by acoustic rhinometry. Rhinology. 1995;33:224-8
27. Yokley TR Ecogeographic variation in human nasal passages. Am J Phys Anthropol.
2009;138:11-22
28. Larson E. Sucking, chewing, and feeding habits and the development of cross bite: a
longitudinal study of girls from birth to 3 years of age. Angle Orthod. 2001;71:116-19
29. Warren JJ, Bishara SE, Steinbock KL, Yonesu T, Nowak AJ. Effects of oral habits
duration on dental characteristics in the primary dentition. J Am Dent Assoc.
2001;132:1685–93
52
30. Warren JJ, Bishara SE. Duration of nutritive and nonnutritive sucking behaviors and their
effects on the dental arches in the primary dentition. Am J Orthod Dentofacial Orthop.
2002;121:347–56
31. Viggiano D, Fasano D, Monaco G, Strohmenger L. Breast feeding, bottle feeding, and
non-nutritive sucking; effects on occlusion in deciduous dentition. Arch Dis Child.
2004;89:1121–3
32. Larsson E. Artificial sucking habits: etiology, prevalence and effect on occlusion. Int J
Orofacial Myology. 1994;20:10-21
33. Hebling SR, Cortellazzi KL, Tagliaferro EP, Hebling E, Ambrosano GM, Meneghim
MC, Pereira AC. Relationship between malocclusion and behavioral, demographic and
socioeconomic variables: a cross-sectional study of 5-year-olds. J Clin Pediatr Dent.
2008;33:75-9
34. Verrastro AP, Stefani FM, Rodrigues CR, Wanderley MT. Occlusal and orofacial
myofunctional evaluation in children with anterior open bite before and after removal of
pacifier sucking habit. Int J Orthod Milwaukee. 2007;18:19-25
53
TABLE 1. Characteristics and crude analysis of demographic and socioeconomic
variables. Recife, Brazil 2008.
Variable Cases* Controls* Total* Age in years 4 to 5 6 to 7 8 to 9
76 (27.0) 117 (41.5) 89 (31.6)
54 (53.5) 40 (39.6) 7 (6.9)
130 (33.9) 157 (41.0) 96 (25.1)
Sex Male 146 (51.6) 42 (40.8) 188 (48.7) Female 137 (48.4) 61 (59.2) 198 (51.3)
Skin complexion White Slightly dark Black Other
85 (30.5) 153 (54.8) 4 (1.4) 37 (13.3)
34 (32.7) 51 (49.0) 2 (1.9) 17 (16.3)
119 (31.1) 204 (53.3) 6 (1.6) 54 (14.1)
Mother´s schooling (years) 0 to 4 5 to 8 9 to 12 More than 12
35 (12.8) 92 (33.7) 84 (30.8) 62 (22.7)
15 (14.6) 42 (40.8) 26 (25.2) 20 (19.4)
50 (13.3) 134 (35.6) 110 (29.3) 82 (21.8) Parental status
Married Consensual union Single Divorced
90 (31.9) 110 (39.0) 55 (19.5) 27 (9.6)
43 (41.3) 36 (34.6) 22 (21.2) 3 (2.9)
133 (34.5.7) 146 (37.8) 77 (19.9) 30 (7.8)
People sharing the home 2 to 3 4 5 6 7 or more
59 (20.8) 43 (15.2) 74 (26.1) 58 (20.5) 49 (17.3)
18 (17.5) 29 (28.2) 32 (31.1) 15 (14.6) 9 (8.7)
77 (19.9) 72 (18.7) 106 (27.5) 73 (18.9) 58 (15.0)
Total of rooms
1 to 3 4 5 6 7 to 12
26 (9.3) 44 (15.7) 75 (26.8) 65 (23.2) 70 (25.0)
11 (10.9) 15 (14.9) 25 (24.8) 25 (24.8) 25 (24.8)
37 (9.7) 59 (15.5) 100 (26.2) 90 (23.6) 95 (24.9)
No of siblings
None 1 2 3 to 13
55 (19.4) 104 (36.8) 67 (23.7) 57 (20.1)
24 (23.3) 43 (41.8) 20 (19.4) 16 (15.5)
79 (20.5) 147 (38.1) 87 (22.5) 73 (18.9)
Per capita monthly income (US$)† < 53.75 53.75 to 107.49 107.50 to 161.25 ≥ 161.26
155 (54.8) 94 (33.2) 20 (7.1) 14 (4.9)
63 (61.2) 26 (25.2) 10 (9.7) 4 (3.9)
218 (56.5) 120 (31.1) 30 (7.8) 18 (4.7)
Facial profile Dolico Meso Braqui
99 (35.0) 138 (48.8) 46 (16.3)
33 (32.0) 57 (55.3) 13 (12.6)
132 (34.2) 195 (50.5) 59 (15.3)
Dentition phase Deciduous Mixed first transitional Mixed intertransitional Mixed second transitional Permanent
57 (20.1) 151 (53.4) 41 (14.5) 23 (8.1) 11 (3.9)
51 (49.5) 42 (40.8) 5 (4.9) 3 (2.9) 2 (1.9)
180 (28.0) 193 (50.0) 46 (11.9) 26 (6.7) 13 (3.4)
54
Breast-feeding (months) 0 to 2 3 to 5 6 to 8 ≥ 9
143 (50.9) 52 (18.5) 15 (5.3) 71 (25.3)
29 (28.2) 14 (13.6) 11 (10.7) 49 (47.6)
172 (44.8) 66 (17.2) 26 (6.8) 120 (31.3)
Digital suction (years) No 1 2 to 3 4 to 9
245 (86.6) 11 (3.9) 5 (1.8) 22 (7.8)
97 (94.2) 3 (2.9) 1 (1.0) 2 (1.9)
342 (88.6) 14 (3.6) 6 (1.6) 24 (6.2)
Pacifier sucking (months) 0 1 2 3 4 ≥ 5
105 (37.1) 27 (9.5) 35 (12.4) 28 (9.9) 36 (12.7) 52 (18.4)
60 (58.3) 9 (8.7) 14 (13.6) 10 (9.7) 6 (5.8) 4 (3.9)
165 (42.7) 36 (9.3) 49 (12.7) 38 (9.8) 42 (10.9) 56 (14.5)
Bottle-feeding (monts) 0 0.1 to 2.9 3 to 5.9 ≥ 6
39 (13.8) 57 (20.1) 131 (46.3) 56 (19.8)
16 (15.5) 24 (23.3) 53 (51.5) 10 (9.7)
55 (14.2) 81 (21.0) 184 (47.7) 66 (17.1)
Lingual interposition No Yes
145 (51.2) 138 (48.8)
86 (83.5) 17 (16.5)
231 (59.8) 155 (40.2)
Early deciduous dental loss No Yes
198 (70.0) 85 (30.0)
96 (93.2) 7 (6.8)
294 (76.2) 92 (23.8)
Permanent dental loss No Yes
274 (97.2) 8 (2.8)
102 (99.0) 1 (1.0)
376 (97.7) 9 (2.3)
Snoring during sleep No Yes
122 (44.5) 152 (55.5)
42 (42.4) 57 (57.6)
164 (44.0) 209 (56.0)
Allergic rhinitis No Yes
237 (83.7) 46 (16.3)
91 (88.3) 12 (11.7)
328 (85.0) 58 (15.0)
*Absolute value (%). † Cutoffs for < ¼, ¼ to < ½, ½ to < ¾ and ≥¾ of Brazilian minimum wage.
55
TABLE 2. Child variables of logistic regression analysis. Recife, 2008.
Variable Number Malocclusion
% Yes No
Crude OR (IC 95%)
P-value Adjusted OR (IC 95%)
P-value
Level 1 - Socioeconomic
Marital status 0.078 0.039 Married 133 31.9 41.3 1.0 1.0
Live together 146 39.0 34.6
Single 77 19.5 21.2
Divorced 30 9.6 2.8 1.28 (0.99-1.66) 1.36 (1.02-1.83)
Level 2 – Housing People sharing the home 0.010 0.997
2 to 3 77 20.7 17.1 1.0 1.0
4 75 15.8 28.6
5 107 26.0 31.4
6 73 20.4 14.3
7 or more 58 17.2 8.6 1.18 (1.00-1.40) 1.00 (0.80-1.26)
Level 3 – Biologic
Age (years)* <0.001 0.001*
4 to 5.9 130 27.0 53.5 1.0
6 to 7.9 157 41.5 39.6
8 to 9.9 96 31.6 6.9 2.67 (1.90-3.78)
Sex 0.102 0.214
Male 188 51.6 40.8 1.0 1.0
Female 198 48.4 59.2 0.65 (0.41-1.02) 0.71 (0.41-1.25)
Dentition phase <0.001 <0.001 Deciduous 180 20.1 49.5 1.0 1.0
Mixed first transitional 193 53.4 40.8
Mixed intertransitional 46 14.5 4.9
Mixed second transitional 26 8.1 2.9
Permanent 15 3.9 1.9 2.12 (1.55-2.91) 2.22 (1.56-3.15)
Breast-feeding (months) <0.001 0.83
0 to 3 174 50.9 28.6 1.0 1.0
3.1 to 6 67 18.7 13.3
6.1 to 9 26 5.3 10.5
More than 9 121 25.1 47.6 0.65 (0.55-0.78) 0.83 (0.69-1.04)
Pacifier sucking <0.001 <0.001 0 165 37.4 58.3 1.0 1.0
1 to 1.9 36 9.6 8.7
2 49 12.5 13.6
3 38 10.0 9.7
4 42 12.8 5.8
≥ 5 54 17.8 3.9 1.34 (1.17-1.54) 1.36 (1.15-1.60)
Digital sucking 0.038 0.042 No 342 94.2 86.6 1.0 1.0
Yes 44 5.8 13.4 2.51 (1.03-6.12) 1.61 (1.02-2.54)
Bottle-feeding 0.115 0.948
0 55 13.8 15.5 1.0 1.0
56
0.1 to 2.9 81 20.1 23.3
3 to 5.9 184 46.3 51.5
≥ 6 66 19.8 9.7 1.22 (0.95-1.55) 1.01 (0.74-1.39)
Lingual interposition <0.001 <0.001 No 233 51.1 83.8 1.0 1.0
Yes 156 48.9 16.2 4.81 (2.72-8.51) 4.88 (2.59-9.21)
Early deciduous dental loss <0.001 <0.001 No 294 70.0 93.2 1.0 1.0
Yes 92 30.0 6.8 5.89 (2.62-13.21) 4.78 (2.01-11.37)
Permanent dental loss 0.257 0.551
No 376 97.2 99.0 1.0 1.0
Yes 9 2.8 1.0 2.98 (0.37-24.11) 0.49 (0.05-5.02)
* this variable was substituted to Dentition phase in the final model (both have the same causal meaning). Then Hosmer and Lemeshow test significance level changed from 0.136 to 0.984.
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75