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1 Disciplina População, Espaço e Ambiente Docente: Prof. Drª Silvana Amaral e Prof. Dr. Antonio Miguel Monteiro Doutoranda: Camille Nolasco Data: 05/10/10. ANÁLISE PRELIMINAR: A AGRICULTURA URBANA E O CONTEXTO SÓCIO-AMBIENTAL DO LOCAL 1. Introdução As aglomerações urbanas e sua utilização dos recursos alteram profundamente a relação entre a humanidade e os ecossistemas. O desafio é saber se as cidades podem se transformar em sistemas sustentáveis, de auto-regulação, viáveis a longo prazo tanto socialmente, economicamente, como ambientalmente. Não pode haver mundo sustentável no futuro sem cidades sustentáveis. A agricultura urbana e periurbana (AUP) pode contribuir para a criação de microclimas amenos, melhorar a conservação dos solos, a reciclagem de nutrientes, a gestão de água, ajudar na preservação da biodiversidade, no balanço O2-CO2, e na conscientização ambiental dos habitantes urbanos (DEELSTRA e GIRARDET, 1999). Pela primeira vez na história, mais da metade da população mundial está vivendo nas cidades (UNFPA, 2007). Na América Latina, até 2020, 85% da população será urbana (UN- Habitat, 2009). À medida que as cidades se expandem, também aumenta a demanda por alimentos para os habitantes urbanos. Em muitos países, incluindo Brasil, o processo de urbanização anda de mãos dadas com o aumento da pobreza urbana, da insegurança alimentar e da desnutrição crescente. Os consumidores urbanos são quase que exclusivamente dependentes da compra de alimentos (RUAF, 2009). A agricultura urbana e periurbana tem assumido um lugar de destaque nas estratégias de segurança alimentar urbana, inclusive no 15º Comitê de Agricultura (Commitee on Agriculture- COAG), da Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO) de 1999 e no Encontro Mundial de Alimentação (World Food Summit) em 2002. A FAO recomenda explicitamente intervenções nas políticas e nos planejamentos urbanos que visem favorecer a produção de alimentos nas cidades, nas áreas intra e periurbanas, com segurança em relação às normas sanitárias e ambientais, como forma de promover uma redução na distância entre a produção e o consumo, melhorar a gestão dos recursos

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Disciplina População, Espaço e Ambiente

Docente: Prof. Drª Silvana Amaral e Prof. Dr. Antonio Miguel Monteiro

Doutoranda: Camille Nolasco Data: 05/10/10.

ANÁLISE PRELIMINAR: A AGRICULTURA URBANA E O CONTEX TO SÓCIO-AMBIENTAL DO LOCAL

1. Introdução

As aglomerações urbanas e sua utilização dos recursos alteram profundamente a

relação entre a humanidade e os ecossistemas. O desafio é saber se as cidades podem se

transformar em sistemas sustentáveis, de auto-regulação, viáveis a longo prazo tanto

socialmente, economicamente, como ambientalmente. Não pode haver mundo

sustentável no futuro sem cidades sustentáveis. A agricultura urbana e periurbana

(AUP) pode contribuir para a criação de microclimas amenos, melhorar a conservação

dos solos, a reciclagem de nutrientes, a gestão de água, ajudar na preservação da

biodiversidade, no balanço O2-CO2, e na conscientização ambiental dos habitantes

urbanos (DEELSTRA e GIRARDET, 1999). Pela primeira vez na história, mais da

metade da população mundial está vivendo nas cidades (UNFPA, 2007). Na América

Latina, até 2020, 85% da população será urbana (UN- Habitat, 2009).

À medida que as cidades se expandem, também aumenta a demanda por

alimentos para os habitantes urbanos. Em muitos países, incluindo Brasil, o processo de

urbanização anda de mãos dadas com o aumento da pobreza urbana, da insegurança

alimentar e da desnutrição crescente. Os consumidores urbanos são quase que

exclusivamente dependentes da compra de alimentos (RUAF, 2009). A agricultura

urbana e periurbana tem assumido um lugar de destaque nas estratégias de segurança

alimentar urbana, inclusive no 15º Comitê de Agricultura (Commitee on Agriculture-

COAG), da Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO) de 1999 e

no Encontro Mundial de Alimentação (World Food Summit) em 2002. A FAO

recomenda explicitamente intervenções nas políticas e nos planejamentos urbanos que

visem favorecer a produção de alimentos nas cidades, nas áreas intra e periurbanas, com

segurança em relação às normas sanitárias e ambientais, como forma de promover uma

redução na distância entre a produção e o consumo, melhorar a gestão dos recursos

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hídricos e dos resíduos, melhorar o conforto ambiental e garantir a oferta de alimentos.

Entre as principais contribuições da agricultura urbana, podemos destacar três áreas

fundamentais: bem-estar, meio ambiente e economia. O aumento da segurança

alimentar, a melhoria da nutrição e da saúde humana nas comunidades carentes e o

ambiente mais limpo, reduzindo os surtos de doenças, estão relacionados ao bem-estar

da população. Em relação ao meio ambiente, destacam-se a conservação dos recursos

naturais, a amenização do impacto ambiental decorrente da ocupação humana e a

grande ação nas comunidades, buscando a sustentabilidade. O incremento da

reutilização e reciclagem de resíduos é também de grande importância. Em relação à

economia, ressaltam-se o aumento na geração de empregos e o incentivo aos jovens,

adultos e idosos com possibilidades de trabalho desvinculadas daqueles marginais, que

muitas vezes geram insegurança e violência. Os trabalhos na agricultura urbana

fortalecem a base econômica, diminuem a pobreza e fomentam o empreendimento,

gerando trabalho para mulheres e outros grupos marginalizados (MACHADO, 2000).

A AUP ocupa na cidade uma grande variedade de espaços, em geral, sem muita

regulamentação. A incorporação da dimensão espacial nos planos de desenvolvimento e

na legislação municipal é necessária para conciliar às exigências do crescimento urbano

com atividades de grande valor econômico e social (CIID, IPES e PGU-ALC/UN-

HABITAT , 2000). Desta forma os estudos sobre as relações entre o espaço urbano

ocupado pela AUP e a população urbana se fazem necessários e urgentes.

Estudos demográficos, que têm como objetivo principal, melhor conhecer as

características e tendências da dinâmica demográfica local, podem se constituir em

importantes instrumentos para o planejamento e para a execução de ações que buscam

dar a esta população, uma melhor “qualidade de vida” (MACHADO, 2010).

A espacialização dos dados permite construir retratos da dinâmica sócio-

econômica e ambiental da cidade e da ocorrência da agricultura urbana, possibilitando

estudos futuros que busquem estabelecer as relações entre a atividade agrícola urbana e

a dinâmica da cidade.

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2. Objetivo

Realizar uma análise preliminar de algumas variáveis demográficas e de

variáveis relativas aos agricultores urbanos e áreas de cultivo através da espacialização

dos dados para o Município de Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil.

3. Área de estudo

Município considerado como de grande porte, Juiz de Fora está localizado a 43°

20’ 40” de longitude oeste e 21° 41’40” latitude sul, e constitui-se na principal cidade

da Mesorregião da Mata Mineira e apresenta-se como um dos maiores destaques na

economia do Estado de Minas Gerais. Esta localização lhe permitiu uma posição

geográfica privilegiada, eixo Belo Horizonte e Rio de Janeiro, que contribuiu

essencialmente ao longo da história para o seu desenvolvimento. Segundo o Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a cidade possui uma população estimada

para 2010, de 570.117 habitantes residentes, sendo que 99,20 % (IBGE, 2000) da

população residem na área urbana.

O município está divido em 4 distritos. Destes, o Distrito-Sede de Juiz de Fora é

dividido em Área Urbana e Área Rural pela Lei Municipal 6910/86, que trata da divisão

territorial do município. Esta mesma lei subdivide a Área Urbana em Zona Urbana

“espaços da área urbana, que engloba predominantemente as áreas caracterizadas como

urbanizadas e ocupadas, podendo compreender pequenos vazios, que são áreas não

ocupadas existentes no interior da malha urbana” e Zona de Expansão Urbana “espaço

da área urbana, que compreende predominantemente espaços vazios e pouco adensados,

previstos para a expansão urbana da cidade”. A Zona Urbana tem sua extensão

territorial subdividida pela Lei 4219/89 em 81 Regiões Urbanas (RU’s). Estas RU’s

constituem-se em unidades menores e mais homogêneas quanto às suas características e

dividem a porção mais densamente ocupada da cidade (IPPLAN, 2000).

As RU’s agrupam diferentes bairros levando o nome do bairro de maior

importância. Por terem os seus limites devidamente estabelecidos, o IBGE (Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística) fixou os setores censitários com base nesta

unidade territorial (figura 1).

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Figura 1: Localização da área urbana do Distrito Sede de Juiz de Fora e

suas Regiões urbanas.

Fonte: NOLASCO, 2009.

4. Material e Métodos

Visando construir um “retrato” espacial das condições sócio-econômicas e

demográficas das Regiões Urbanas e das áreas de Agricultura Urbana o Sistema de

Informação Geográfica (SIG) constitui-se em uma importante ferramenta computacional

que permite realizar análises complexas, ao integrar dados de diversas fontes e ao criar

bancos de dados geo-referenciados, tornando possível automatizar a produção de

documentos cartográficos. O SIG permite a visualização espacial de dados de

população, infra-estrutura, áreas verdes, densidade de urbanização entre outros, e o

cruzamento destes dados em um único mapa, auxiliando na análise destes “retratos” da

cidade. Para este estudo foram utilizados os softwares:

- Excel 2007 – Microsoft - Mapinfo 9.0 – Mapinfo Co.

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- ArcGis 9.2 – ESRI 2007 Para a realização deste trabalho. Foram utilizadas duas classes de dados,

primários e secundários.

� Dados Primários

Os dados primários são resultado de uma pesquisa de campo, realizada em 2008

através de entrevistas semi-estruturadas com 77 realizadores de AU, em Juiz de Fora-

MG (NOLASCO, 2009). Dentre as modalidades de AU encontradas na literatura optou-

se por investigar (e analisar) a ocorrência no Distrito Sede de Juiz de Fora de atividades

de produção vegetal, principalmente: (1) Hortas urbanas e periurbanas e outras formas

de produção de alguma maneira relacionadas a esta, como a de mudas de hortaliças,

brotos comestíveis, flores, mudas de frutíferas e pomares; (2) Quintais produtivos.

Como o conceito de Agricultura Urbana engloba atividades muito diversas, optou-se

pela produção vegetal, por ser mais facilmente associada à prática agrícola no

imaginário popular do que outros sistemas de produção, como a criação de animais, a

produção de insumos ou processamento industrial de alimentos produzidos na cidade.

Os sistemas de produção vegetal também são os mais recorrentes na literatura

relacionada à Agricultura Urbana, apesar de existirem estudos sobre vários outros

sistemas. Outro fator que levou à opção pela produção vegetal foi o Código de Posturas

do município, instituído pela Lei N.° 5.535 de 15 de Dezembro de 1978 que, no

Capítulo IX, Art. 136, estabelece a proibição da criação e manutenção de suínos, ovinos

e caprinos, dentro da Zona Urbana do Município, excetuadas as propriedades

legalmente cadastradas no INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma

Agrária. Foram realizadas visitas e contatos telefônicos junto aos órgãos e instituições

públicas (Secretaria de Agropecuária e Abastecimento- SAA, Secretaria de

Planejamento e Gestão Estratégica– SPGE, Secretaria de Política Urbana- SPU,

Secretaria de Saúde, Saneamento e Desenvolvimento Ambiental– SSSDA, Agência de

Gestão Ambiental- AGENDA JF, Secretaria de Educação de Juiz de Fora– SE/JF,

Secretaria de Política Social de Juiz de Fora– SPS e Associação Municipal de Apoio

Comunitário- AMAC, Empresa de Assistência Técnica e Extensão de Minas Gerais-

EMATER/MG, Colégio Militar, Colégio de Aplicação João XXIII, Colégio Técnico

Universitário), ONGs, Feiras Livres Municipais (440 feirantes), 58 produtores no

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CEASAMINAS – Unidade JF, 07 comerciantes no Mercado Municipal, 16

supermercados e 09 comerciantes em mercados hortifrutigranjeiros, além da SPM

(secretaria pró-melhoramento) da RU Monte Castelo. Estes informantes puderam

fornecer informações sobre onde estavam os locais onde havia prática da AU. O passo

seguinte foi a fase de visitas aos locais para obtenção de dados através de entrevistas

semi-estruturadas com os agricultores urbanos seguindo um roteiro pré-estabelecido, de

observações gerais e de análise documental (fotos, documentos, relatórios, e material

informativo em geral). As entrevistas tiveram caráter qualitativo, para permitir o

levantamento das informações necessárias, a amostra de pessoas consultadas privilegiou

a escolha dos nomes mais representativos dos grupos identificados como relevantes para

o estudo. Neste caso, as pessoas envolvidas diretamente com a AU, que foram indicadas

pelos informantes durante a fase anterior e que aceitaram participar da pesquisa. Os

resultados das entrevistas, das observações e das consultas documentais forma

organizados em tabelas no software Excel 2007 (Microsoft, 2007).

� Dados Secundários

Os dados secundários são resultado de consulta e seleção aos bancos de dados

censitários do IBGE- Dados do Censo 2000 (IBGE, 2000) que pudessem auxiliar a retratar

as condições sócio-econômicas e demográficas das Regiões Urbanas (RUs) do Distrito Sede

de Juiz de Fora. Os dados foram tratados no software Excel.

Também foram utilizados os índices de áreas verdes (IAV) produzidos por Costa e

Ferreira (2009) do Labcaa/UFJF. O Índice de Áreas Verdes é um indicador da qualidade de

vida expressando a oferta de áreas verdes públicas per capita (HENKE-OLIVEIRA, 1996).

Ele é calculado considerando-se o somatório da superfície ocupada pelas áreas verdes,

expresso em metros quadrados, dividido pelo número de habitantes de uma determinada

região.

IAV= ∑ A verde (m²) / nº hab da RU

Outros dados secundários foram os índices de densidade populacional por área

bruta de cada RU, as áreas brutas e áreas líquidas (área habitada e urbanizada) de cada

RU, obtidos na tabela de densidades demográficas por regiões urbanas de Juiz de Fora,

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do Anuário Estatístico de Juiz de Fora (2008) realizado pelo Centro de Pesquisas

Sociais (CPS) da UFJF.

� Tratamento dos Dados

Os dados primários utilizados para o trabalho presente tiveram que ser

codificados e reorganizados, pois muitos estavam em formato qualitativo-descritivo, o

que não permitia sua inclusão em SIG (Sistema de Informação Geográfica). Os dados

primários reorganizados estão dispostos na tabela 1:

Tabela 1: Variáveis resultantes dos dados primários tratados

VARIÁVEL IDENTIFICAÇÃO

R_U_ nome da Regiao urbana

TIPO DE AGRICULTURA URBANA

área de produção comercial (APC), institucional (I), escola municipal

(EM), escola estadual (EE), escola federal (EF), projetos municipais (P),

quintais (Q)

LOCAL DA AGRICULTURA nome do local visitado ou produtor

ENDERECO endereço do local

GÊNERO gênero fem (1) masc (2)

FAIXA DE IDADE DO AGRICULTOR 15-17(2) 18-29(3) 30-29(4) 40-49(5) 50-59(6) 60-69(7) 70-79(8)

LOCALIZAÇÃO intraurbana (1) periurbana(2)

PRESENÇA DE VERDEpresença de indivíduos arbóreos em 100m raio (1= >10 / 2= 2 a 9 / 3= <1)

no entorno

ÁREA (m²)até 20 (1) 20-100 (2) 101-500 (3) 501-1000(4) 1001-5000(5) 5001-10mil (6)

10001-15mil(7) 15001-25mil(8) >25oo1(9)

ORIGEM DO AGRICULTOR urbano(1) rural(2)

RENDA DO AGRICULTOR ( só para

agricultores comerciais)

até 1,5 salário mínimo -classe E (4), entre 1,5 e 2,17 salários mínimos -

classe D (3), entre 2,18 e 9,43 salários mínimos - classe C (2) e mais que

9,5 salários mínimos- classe AB (1).ADUBAÇÃO orgânica (1) química (2)

AGROTÓXICOS usa (1) não usa (2)

APROVEITAMENTO DE RESÍDUOS DA

PRODUÇÃO (compostagem, utilização

para alimentação das criações, etc)

sim (1) não (2)

ÁGUA UTILIZADA PARA IRRIGAÇÃO ( mina=1 / poço=2 / açude=3 / córrego=4 / rede geral= 5)

ESGOTAMENTO SANITÁRIO (esgoto=1 / fossa= 2 / rio ou córrego= 3 / não tem banheiro= 4)

CIRCULAÇÃO DOS PRODUTOS (familiar ou local=1 / bairro= 2 / cidade=3)

COORDENADA X ponto de localização da área de AU- longitude

COORDENADA Y ponto de localização da área de AU- latitude

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Os dados secundários foram tratados em Excel 2007, selecionando-se apenas as

variáveis de interesse direto para a análise e que pudessem de alguma forma estar

relacionados aos dados primários obtidos junto aos agricultores urbanos. Foi necessário

fazer algumas junções de classes (faixas de idade e faixas de renda) reduzindo-as a um

menor número de classes que pudessem ser mais bem trabalhados em SIG.

Para se calcular o grau de adensamento físico, dividiu-se as áreas líquidas pelas

áreas brutas de cada região urbana. Quanto mais próximo do número 1, mais adensada

(urbanizada, construída) se encontra a RU.

Os dados de renda relativa aos domicílios das RUs obtidos através do Censo 200

(IBGE,2000) foram agrupados nas seguintes classes estabelecidas pela Fundação

Getúlio Vargas (2010), dispostos na tabela 2:

Tabela 2: Classes de renda no Brasil

CLASSE AB CLASSE C CLASSE D CLASSE E SEM RENDA

> 9.5 salários 2,18 a 9,43 salários

1,5 a 2,17 salários

>1,5 salário sem salário

Fonte: Fundação Getulio Vargas, 2010.

O resultado do tratamento dos dados secundários resultou na série de variáveis apresentadas no tabela 3.

Tabela 3. Variáveis resultantes de dados secundários tratados

coordendas da RU (X,Y) % total da população da RU com idade entre 0-14 anos

nome da RU % total da população da RU com idade entre 15-17 anos

população total da RU % total da população da RU com idade entre 18-29 anos

área total da RU % total da população da RU com idade entre 30-39 anos

área construída da RU % total da população da RU com idade entre 40-49 anos

adensamento urbano = área liquída / área bruta % total da população da RU com idade entre 50-59 anos

nº habitantes/área bruta(ha) % total da população da RU com idade entre 60-69 anos

% de domicílios da RU abastecidos pela rede geral % total da população da RU com idade entre 70-79 anos

% de domicílios da RU abastecidos por poço % total da população da RU com mais de 80 anos

% de domicílios da RU abastecidos por rio total de homens por RU

% de domicilíos da RU com esgoto rede geral ou pluvial % de homens na RU entre 0-14 anos- criança

% de domicílios da RU com fosso % de homens na RU entre 15-29 anos- jovem

% de domicilíos da RU com esgotamento direto para rio ou córrego % de homens na RU entre 30_64 anos- adulto

% de domicílios próprios da RU em terreno próprio % de homens na RU de 65 a mais de 80 anos- idoso

% de domicílios próprios da RU em terreno cedido total de mulheres por RU

% de domicílios da RU com renda > 9.5 salários % de mulheres na RU entre 0-14 anos- criança

% de domicílios da RU com renda entre 2,18 a 9,43 salários % de mulheres na RU entre 15-29 anos- jovem

% de domicílios da RU com renda entre 1,5 a 2, 17 salários % de mulheres na RU entre 30_64 anos- adulto

% de domicílios da RU com renda >1,5 salário % de mulheres na RU de 65 a mais de 80 anos- idoso

VARIÁVEL

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Com estas informações buscou-se conhecer o perfil das Regiões Urbanas, das áreas de agricultura urbana e de seus produtores.

5. Procedimentos

Através do software Mapinfo 9.0, foi possível a espacialização dos dados

secundários através da consulta por atributo. Os layers trabalhados foram

transformados em formato shape-file para os dados vetoriais e geo-TIFF para imagens,

de forma que estes pudessem ser manuseados no programa. E o resultado foram mapas

temáticos segundo os temas necessários para a análise.

A escala foi definida considerando a Área Urbana do município, adotada como

base de análise, a partir dos dados por Região Urbana, e de forma que fosse compatível

com as informações que se pretendeu apresentar, adotando uma escala de 1:45.000.

Os dados secundários foram sobrepostos a mapas temáticos a através do

software ArcGis 9.2. Foram feitas seleções por atributos para espacializar as diferentes

variáveis relativas às áreas de agricultura urbana.

6. Resultados e Discussão A partir da espacialização dos dados secundários foi possível construir mapas

temáticos que facilitam a visualização das características de cada Região Urbana

segundo as variáveis utilizadas, construindo “retratos” a serem interpretados.

Foram construídos os mapas:

- Densidade Populacional

- Adensamento Urbano

- Abastecimento de Água Tratada Via Rede Geral

- Esgotamento Sanitário e Pluvial Via Rede Geral

- Porcentagem de Terrenos Próprios

- Índice de Áreas Verdes

- Porcentagem de habitantes pertencentes à classe de renda AB

- Porcentagem de habitantes pertencentes à classe de renda C

- Porcentagem de habitantes pertencentes à classe de renda D

- Porcentagem de habitantes pertencentes à classe de renda E

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- Porcentagem de habitantes pertencentes à classe de sem-renda

- Tamanho das áreas de Agricultura Urbana (AU)

- Faixa etária dos agricultores

- Gênero dos Agricultores

- Origem dos Agricultores

- Circulação da produção das áreas de AU

- Relação entre utilização de agrotóxicos, adubação química e fonte de água para

irrigação.

-Localização das áreas de AU e o IAV

A maior densidade populacional se concentra em oito regiões urbanas mais

centrais, sendo que as RUs com as menores densidades estão localizadas mais distantes

do centro, representando 36% do total de regiões (figura 2)

Figura 2: Densidade Populacional

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Cerca de 68% das regiões urbanas apresentam um adensamento entre 0,808 a 1, e estão concentradas na área central da malha urbana (figura 3).

Figura 3: Adensamento Urbano

Com relação ao abastecimento de água, 93,5% das Regiões Urbanas tem os

domicílios abastecidos por água tratada distribuída pela Rede Geral (figura 4). Figura 4: Abastecimento de água tratada via Rede Geral

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Na RU Represa apenas 1,29% dos domicílios não têm esgotamento sanitário, e é a região com menor % de domicílios sem esgotamento sanitário, com 73,91% utilizando fossas e 24,84% despejando o esgoto diretamente em córregos (figura 5).

Figura 5: Esgotamento sanitário e pluvial via Rede Geral

Com relação aos domicílios localizados em terrenos próprios cerca de 67% das

RUs apresentam esta condição em no mínimo 94% dos domicílios (figura 6).

Figura 6: Porcentagem de terrenos próprios

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O índice de área vegetação se apresentou muito baixo para a maioria das RUs, onde 74% delas com índice menor do que 10 (figura 7).

Figura 7: Índice de áreas verdes (IAV)

As regiões com a maior porcentagem de seus habitantes pertencentes a classe AB estão ao extremo sul e ao extremo norte da malha urbana (figura 8).

Figura 8: Porcentagem de habitantes pertencentes à classe de renda AB

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As regiões com a maior porcentagem de seus habitantes pertencentes à classe C estão localizadas isoladas umas das outras, principalmente a extremo oeste na malha urbana (figura 9)

Figura 9: Porcentagem de habitantes pertencentes à classe de renda C

Cerca de 16% das RUs apresentaram maiores porcentagens de sua população na

classe C, sendo estas RUs as mais centrais e ao noroeste da malha urbana (figura 10).

Figura 10: Porcentagem de habitantes pertencentes à classe de renda D

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As regiões urbanas As regiões urbanas com maior porcentagem de seus habitantes na classe E se concentram na região central (figura 11), enquanto que a Região Urbana com maior porcentagem de habitantes sem renda está ao extremo sul da malha urbana (figura 12).

Figura 11: Porcentagem de habitantes pertencentes à classe de renda E

Figura 12: Porcentagem de habitantes pertencentes à classe de sem-renda

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As áreas de agricultura urbana quando espacializadas utilizando seu atributo tamanho de área (separados por classes de área- vide tabela 4) apresentam uma concentração das menores nas regiões mais centrais, enquanto áreas maiores se encontram em regiões mais periféricas. No entanto, as áreas de tamanho intermediário estão bem distribuídas ao longo da malha (vide figura 13).

Tabela 4: Classes de área (m2) Figura 13: Tamanho das áreas de AU

Fonte: Base Cartográfica. Prefeitura de Juiz de Fora, IPPLAN 2000Dados do LABCAA/UFJF 2008Órgão: CCST/INPEDesenhista: NOLASCO, Camille; PACHECO, FelipeOutubro/2010

Sistema Geodésico Córrego Alegre

0 5 102.5 Km

Área Urbana de Juiz de Fora

− Área da AUAté 20

21 a100

101 a 500

501 a 1000

1001 a 5000

5001 a 10000

10001 a 15000

15001 a 25000

> 25001

Densidade Populacional0 - 34

34 - 68

68 - 102

102 - 136

136 - 168

43°16'0"W43°20'0"W43°24'0"W43°28'0"W

21°3

6'0"

S21

°40'

0"S

21°4

4'0"

S21

°48'

0"S

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As áreas de agricultura urbana foram espacializadas também se utilizando o atributo faixa etária (idade dos agricultores, separados por classes de idade - vide tabela 5). O resultado apresentou uma maior porcentagem de agricultores na faixa dos 40 aos 49 anos (19%) distribuídos pelas áreas centrais, leste e oeste da malha urbana. As outras classes de maior ocorrência foram as de 60 a 69 anos (16%), de 30 a 39 anos (14%) e de 50 a 59 anos (13%), vide figura 14.

Tabela 5: faixas etárias

Figura 14: Faixa etária dos agricultores

Fonte: Base Cartográfica. Prefeitura de Juiz de Fora, IPPLAN 2000Dados do LABCAA/UFJF 2008Órgão: CCST/INPEDesenhista: NOLASCO, Camille; PACHECO, FelipeOutubro/2010

Sistema Geodésico Córrego Alegre

0 5 102.5 Km

Área Urbana de Juiz de Fora

− Faixa Etária15-17

18-29

30-39

40-49

50-59

60-69

70-79

Densidade Populacional0 - 34

34 - 68

68 - 102

102 - 136

136 - 168

43°16'0"W43°20'0"W43°24'0"W43°28'0"W

21°3

6'0"

S21

°40'

0"S

21°4

4'0"

S21

°48'

0"S

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Os pontos de agricultura urbana foram espacializados também se utilizando o atributo gênero (sexo dos agricultores, separados por feminino e masculino - vide figura 15). Como resultado 63% dos agricultores é do sexo masculino distribuídos ao longo das áreas ao centro, leste, oeste e norte. Enquanto os 14% do sexo feminino se encontram distribuídos apenas pelas áreas centrais, leste e oeste da malha urbana. (vide tabela 6).

Tabela 6: porcentagem de agricultores de cada gênero Figura 15: Gênero dos Agricultores

Fonte: Base Cartográfica. Prefeitura de Juiz de Fora, IPPLAN 2000Dados do LABCAA/UFJF 2008Órgão: CCST/INPEDesenhista: NOLASCO, Camille; PACHECO, FelipeOutubro/2010

Sistema Geodésico Córrego Alegre

0 5 102.5 Km

Área Urbana de Juiz de Fora

− GêneroMulher

Homem

Densidade Populacional0 - 34

34 - 68

68 - 102

102 - 136

136 - 168

43°16'0"W43°20'0"W43°24'0"W43°28'0"W

21°3

6'0"

S21

°40'

0"S

21°4

4'0"

S21

°48'

0"S

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Foram espacializados os pontos de AU através da seleção do atributo origem (origem dos agricultores, separados por urbano e rural - vide tabela 7). Os 50% de agricultores de origem urbana estão bem distribuídos pela malha urbana, apesar de apresentarem uma maior concentração nas regiões mais ao centro. Os 27% de agricultores rurais também se apresentam dispersos, não estando presente apenas ao norte da malha (vide figura 16).

Tabela 7: porcentagem de agricultores em relação sua origem Figura 16: Origem dos Agricultores

Fonte: Base Cartográfica. Prefeitura de Juiz de Fora, IPPLAN 2000Dados do LABCAA/UFJF 2008Órgão: CCST/INPEDesenhista: NOLASCO, Camille; PACHECO, FelipeOutubro/2010

Sistema Geodésico Córrego Alegre

0 5 102.5 Km

Área Urbana de Juiz de Fora

− OrigemUrbano

Rural

Densidade Populacional0 - 34

34 - 68

68 - 102

102 - 136

136 - 168

43°16'0"W43°20'0"W43°24'0"W43°28'0"W

21°3

6'0"

S21

°40'

0"S

21°4

4'0"

S21

°48'

0"S

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A circulação da produção proveniente da agricultura urbana foram espacializadas segundo seu raio de alcance (separados por familiar/local, bairro, e cidade - vide tabela 8). Destaca-se o consumo local (39%), mais concentrado, nas regiões centrais, e os que abrangem a cidade através da comercialização dos produtos (42%) presentes nas regiões mais periféricas. No entanto, as áreas de tamanho intermediário estão bem distribuídas ao longo da malha (vide figura 17).

Tabela 8: circulação dos produtos

Figura 17 : Circulação da produção das áreas de AU

Fonte: Base Cartográfica. Prefeitura de Juiz de Fora, IPPLAN 2000Dados do LABCAA/UFJF 2008Órgão: CCST/INPEDesenhista: NOLASCO, Camille; PACHECO, FelipeOutubro/2010

Sistema Geodésico Córrego Alegre

0 5 102.5 Km

Área Urbana de Juiz de Fora

− CirculaçãoFamiliar

Bairro

Cidade

Desidade Populacional

0 - 34

34 - 68

68 - 102

102 - 136

136 - 168

43°16'0"W43°20'0"W43°24'0"W43°28'0"W

21°3

6'0"

S21

°40'

0"S

21°4

4'0"

S21

°48'

0"S

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Fonte: Base Cartográfica. Prefeitura de Juiz de Fora, IPPLAN 2000Dados do LABCAA/UFJF 2008Órgão: CCST/INPEDesenhista: NOLASCO, Camille; PACHECO, FelipeOutubro/2010

Sistema Geodésico Córrego Alegre

0 5 102.5 Km

Área Urbana de Juiz de Fora

− Agrotóxico, Adubação e IrrigaçãoSem Agrotóxico, Adubo Orgânico, Irrigação Rede Geral

Usa Agrotóxico, Adubo Químico, Irrigação Mina

Outros

Desidade Populacional

0 - 34

34 - 68

68 - 102

102 - 136

136 - 168

43°16'0"W43°20'0"W43°24'0"W43°28'0"W

21°3

6'0"

S21

°40'

0"S

21°4

4'0"

S21

°48'

0"S

Os atributos fonte de água para irrigação, utilização de agrotóxico e adubação

foram interpolados e espacializados (figura 18). Os dados de fonte de água para irrigação demonstram que 44 % das áreas são irrigadas com água da Rede Geral, enquanto em 17% a água provém de mina, o que torna preocupante o fato de haver utilização de produtos quimicamente tóxicos em área que deveria haver proteção deste recurso. Dentre as áreas agrícolas urbanas, 11% apresentam uso de agrotóxicos e 29% de adubação química (vide tabela 9, 10 e 11).

Tabela 9: fonte de água Tabela 10: agrotóxicos

Tabela 11: adubação

Figura 18: Relação entre utilização de agrotóxico, adubação química e fonte de água para irrigação

28% 8 % 64 %

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Com relação à localização da áreas de agricultura urbana, 60% se encontram em

na zona intraurbana e 17% na zona periurbana (vide tabela 12). Na figura 19, sobre o mapa de Índice de Áreas de Vegetação (quase toda a área urbana com baixo índice) foram inseridos os pontos de localização de todas as áreas de AUP identificadas na pesquisa de campo em 2008. Estão destacadas em azul as áreas em que foram realizadas as entrevistas de campo.

Tabela 12: Localização das áreas de AU Figura 19: Localização das Áreas de AU e o IAV

Fonte: Base Cartográfica. Prefeitura de Juiz de Fora, IPPLAN 2000Dados do LABCAA/UFJF 2008Órgão: CCST/INPEDesenhista: NOLASCO, Camille; PACHECO, FelipeOutubro/2010

Sistema Geodésico Córrego Alegre

0 5 102.5 Km

Área Urbana de Juiz de Fora

−AU Pesquisadas

Todas área de AU

IAV

0 - 10

10 - 40

40 - 100

100 - 1120

43°16'0"W43°20'0"W43°24'0"W43°28'0"W

21°3

6'0"

S21

°40'

0"S

21°4

4'0"

S21

°48'

0"S

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7. Considerações Finais

Como estudo inicial, este trabalho possibilitou a análise exploratória da espacialialização dos dados primários sócio-econômicos e ambientais, que formam um “retrato” das regiões urbanas de Juiz de Fora. Também possibilitou iniciar a construção de um “retrato” espacial da ocorrência de áreas de agricultura urbana e de dados sobre o perfil dos agricultores urbanos. A visualização dos dados demográficos permitiu compreender melhor o perfil do município e de suas Regiões Urbanas.

A maioria das áreas apresenta baixo índice de IAV o que demonstra que a área urbana do município sofre de carência de áreas verdes para o lazer da população. A alta concentração de áreas de AU nas regiões centrais pode abrir espaço para a discussão se estas poderiam ser utilizadas também como forma de lazer e educação, suprindo em parte, o baixo índice, principalmente nas áreas centrais.

As áreas de AU centrais também apresentaram menor utilização de contaminantes químicos, o que demonstra o baixo risco a população altamente concentrada.

Uma continuidade de pesquisa é necessária para se construir um retrato mais sólido tanto da cidade quanto da agricultura urbana, e assim possibilitar uma análise das relações entre a ocorrência de da AU e a dinâmica desta urbe.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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MACHADO. Pedro José de Oliveira Machado. Juiz de Fora. Contagem da população 2007 e a demografia da microrregião de Juiz de Fora. Universidade Federal de Juiz de Fora. Juiz de Fora, 2010. Disponível em: www.ufjf.br/virtu/files/2010/05/artigo-6-a-8.pdf acesso: 29/08/2010.

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PJF- PREFEITURA MUNICIPAL DE JUIZ DE FORA. Lei n.° 5.535, de 15 de Dezembro de 1978. Institui o Código de Posturas de Juiz de Fora e dá outras providências. PJF, Juiz de Fora, 1978. ______. Lei n°. 7619, de 13 de outubro de 1989. Dispõe sobre a divisão do perímetro urbano do distrito sede do Município de Juiz de Fora em Regiões Urbanas. PJF. Juiz de Fora, 1989. ______. Atlas Social de Juiz de Fora. PJF, Juiz de Fora, 2006. UN-Habitat (United Nations Human Settlements Programme). Planning Sustainable Cities: Global Report on Human Settlements 2009. Disponível em: http://www.unhabitat.org/grhs/2009 Acesso em:25/04/2010. UNFPA. State of World Population 2007: Unleashing the Potential of Urban Growth. New York: UNFPA, 2007. 108 p.