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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE GOIÁS
COORDENAÇÃO DE TURISMO E HOSPITALIDADE
COORDENAÇÃO DE GEOMÁTICA
DIAGNÓSTICO DO MUNICÍPIO DE MAMBAÍ-GO E MAPEAMENTO DA APA
DAS NASCENTES DO RIO VERMELHO PARA PLANEJAMENTO DO TURISMO
SUSTENTÁVEL
Anderson Santos Chaves
Laíze dos Santos Leite
Patrícia Karoline Estevam Lima
GOIÂNIA
NOVEMBRO/2006
Anderson Santos Chaves
Laíze dos Santos Leite
Patrícia Karoline Estevam Lima
DIAGNÓSTICO DO MUNICÍPIO DE MAMBAÍ-GO E MAPEAMENTO DA APA
DAS NASCENTES DO RIO VERMELHO PARA PLANEJAMENTO DO TURISMO
SUSTENTÁVEL
Trabalho de Conclusão apresentado no CEFET-GO, ao Curso Superior de Tecnologia em GestãoTurística, para os alunos Anderson SantosChaves e Laíze dos Santos Leite e ao CursoSuperior de Tecnologia em Geoprocessamento,para a aluna Patrícia Karoline Estevam Lima,como pré-requisito para a conclusão de Curso.Orientadores: Prof.ª M.Sc. Gisélia LimaCarvalho e Prof. M.Sc. Valdeir F. de Paula
GOIÂNIA
NOVEMBRO/2006
Anderson Santos Chaves
Laíze dos Santos Leite
Patrícia Karoline Estevam Lima
DIAGNÓSTICO DO MUNICÍPIO DE MAMBAÍ-GO E MAPEAMENTO DA APA
DAS NASCENTES DO RIO VERMELHO PARA PLANEJAMENTO DO TURISMO
SUSTENTÁVEL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado nos cursos de Tecnologia em Gestão
Turística e Tecnologia em Geoprocessamento do Centro Federal de Educação Tecnológica de
Goiás, para obtenção do título de Tecnólogo em Gestão Turística e Tecnólogo em
Geoprocessamento, respectivamente. Aprovado em 22 de novembro de 2006 pela Banca
Examinadora constituída pelos seguintes professores:
______________________________________________________________
Profa.. M.Sc. Gisélia Lima Carvalho
(Orientadora)
Prof. M.Sc. Valdeir F. de Paula
(Co-orientador)
______________________________________________________________
Profa. M.Sc. Clarinda Aparecida da Silva
(Membro da banca)
______________________________________________________________
Prof. Hostílio Maia de Paula Neto
(Membro da banca)
“Turismo: bem dosado, pode ser um remédio, mas
administrado em grandes quantidades torna-se um
veneno”.
Krippendorf
Dedicamos este trabalho aos nossos pais,
amigos, companheiros e cônjuge que muito nos
apoiaram para a conclusão deste curso.
AGRADECIMENTOS
Ao nosso Senhor Jesus pela motivação, orientação, paciência e força tão necessárias
para condução dessa pesquisa;
Aos orientadores deste trabalho pela dedicação, paciência, acompanhamento e
inteligentes correções.
À Divisão Técnica do IBAMA-GO, na pessoa do Sr. José Augusto de Oliveira Motta e
ao Sr. Emílio Manoel Calvo, cuja colaboração foi indispensável para a realização deste
trabalho.
Aos funcionários da Superintendência de Geologia e Mineração - GO (Secretária de
Industria e Comércio) um dos órgãos responsáveis pelo site do SIEG, pelo material fornecido
e atenção dispensada.
À comunidade de Mambaí, pela colaboração e hospitalidade.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Mapa representado toda região do Nordeste Goiano destacando os municípios
integrantes da APA NRV.......................................................................................... 14
Figura 2: Mapa espacializando a APA NRV e municípios integrantes da mesma.................. 17
Figura 3: Carta imagem demonstrando a digitalização de feições naturais (cursos d’água) e
não naturais (mancha urbana)................................................................................... 20
Figura 4: Tela do ARC VIEW 3.2 mostrando o Mapa Turístico com os temas e edição final no
layout deste software................................................................................................. 22
Figura 5: Tela do ARC VIEW 3.2 mostrando o SIG, com os temas (feições), à direita, tabela
de informação do ponto turístico e a foto do local.................................................... 24
Figura 6: Fluxograma representando os passos para execução até conclusão dos produtos... 25
Figura 7: Mapa demonstrando vias de acesso de Goiânia a Mambaí...................................... 35
Figura 8: Mapa com a representação dos grupos geológicos da APA NRV........................... 41
Figura 9: Mapa com a representação dos tipos de solos da APA NRV................................... 45
Figura 10: Mapa com a representação da Bacia Hidrográfica do Rio Corrente...................... 47
Figura 11: Flor de Pequi........................................................................................................... 48
Figura 12: Cactos em afloramento calcário............................................................................. 48
Figura 13: Mapa representando a vegetação preservada no Estado de Goiás.......................... 50
Figura 14: Extração de Carvão Vegetal................................................................................... 51
Figura 15: Mapa representando a área da APA NRV.............................................................. 53
Figura 16: Entrada da Caverna Senhor dos Anéis................................................................... 64
Figura 17: Espeleotema no interior da caverna........................................................................ 64
Figura 18: Coluna na Caverna Senhor dos Anéis.................................................................... 65
Figura 19: Parte do teto da Caverna Senhor dos Anéis............................................................ 65
Figura 20: Entrada tipo quebra-corpo na Caverna Tarimba.................................................... 66
Figura 21: Cachoeira da Recompensa ..................................................................................... 66
Figura 22: Assoreamento do Córrego das Dores ocorrido por avanço de cultivo de
subsistência............................................................................................................ 67
Figura 23: Entrada na Lapa do Penhasco................................................................................. 67
Figura 24: Coluna na Lapa do Córrego das Dores................................................................... 68
Figura 25: Entrada da Lapa do Córrego das Dores.................................................................. 68
Figura 26: Espeleotema na caverna dos Revolucionários........................................................ 69
Figura 27: Corredor na Caverna dos Revolucionários.................................................................................. 69
Figura 28: Caverna Rio Vermelho I......................................................................................... 70
Figura 29: Entrada principal da Cachoeira do Funil................................................................ 71
Figura 30: Entrada principal vista por dentro.......................................................................... 71
Figura 31: Corredeiras no Córrego Chumbada........................................................................ 72
Figura 32: Rio Vermelho......................................................................................................... 73
Figura 33: Cachoeira do Poço Azul......................................................................................... 73
Figura 34: Corredeiras no Córrego Ventura............................................................................ 74
Figura 35: Vista do Córrego Ventura....................................................................................... 74
Figura 36: Zezinho bordando................................................................................................... 79
Figura 37: Toalhas bordadas por Zezinho................................................................................ 79
Figura 38: Bonecas de Pano, crochê e bordados de Maria Eleuza.......................................... 79
Figura 39: Artesanato à base de tocos de madeira produzido em escolas públicas do
município................................................................................................................ 79
Figura 40: Bonecas de bucha vegetal............................................................................................... 80
Figura 41: Quadro feito com espécies vegetais do Cerrado..................................................... 80
Figura 42: Mapa representando três unidades de conservação do Nordeste Goiano............... 89
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Grandezas de áreas municipais do Estado de Goiás 36
Tabela 2: Análise das áreas municipais 36
Tabela 3: População Residente e Densidade Demográfica, segundo IBGE e SEPLAN/GO, do
Município de Mambaí/GO, da região Nordeste e Estado de Goiás em 2000 55
Tabela 4: População Residente e Taxa Geométrica de Crescimento Anual, segundo IBGE e
SEPLAN/GO do Município de Mambaí/GO, da região Nordeste e Estado de Goiás
entre 1991/2000 55
Tabela 5: Esperança de Vida ao Nascer, segundo IBGE e SEPLAN/GO, do Município de
Mambaí/GO, da região Nordeste e Estado de Goiás entre 1991/ 2000 56
Tabela 6: Número de escolas, Salas de aulas, Número de docentes, Alunos matriculados,
segundo IBGE e SEPLAN/GO, do Município de Mambaí/GO, da região Nordeste
e Estado de Goiás entre 2003/2004 57
Tabela 7: Taxa de Analfabetismo da população de 10 anos ou mais de idade, segundo IBGE e
SEPLAN/GO, do Município de Mambaí/GO, da região Nordeste e Estado de
Goiás entre 1991/ 2000 57
Tabela 8: Valor de Rendimento Nominal Médio Mensal das pessoas responsáveis pelo
domicílio/ Flutuação do nível de emprego, segundo IBGE, Ministério do Trabalho
e SEPLAN/GO, do Município de Mambaí/GO, da região Nordeste e Estado de
Goiás entre 2000/2002 58
Tabela 9: Pecuária - Efetivos bovino, suíno e aves, segundo IBGE e SEPLAN/GO, do
Município de Mambaí/GO, da região Nordeste e Estado de Goiás em 2001 59
Tabela 10: População atendida de água e esgoto, segundo SANEAGO, IBGE e SEPLAN/GO,
do Município de Mambaí/GO, da região Nordeste e Estado de Goiás em 2001 60
Tabela 11: Destino do lixo (%), segundo IBGE e SEPLAN/GO, do Município de
Mambaí/GO, da região Nordeste e do Estado de Goiás em 2000 60
Tabela 12: Consumo de energia, segundo CELG, IBGE e SEPLAN/GO, do Município de
Mambaí/GO, da região Nordeste e Estado de Goiás em 2001 60
Tabela 13: Rede Hospitalar e Número de leitos, segundo IBGE e SEPLAN/GO, do Município
de Mambaí/GO, da região Nordeste e Estado de Goiás em 2005 61
Tabela 14: Taxa de Mortalidade Infantil (%) por mil nascidos vivos, segundo IBGE e
SEPLAN/GO, do Município de Mambaí/GO, da região Nordeste e Estado de
Goiás entre 1991/ 2000 62
Tabela 15: Arrecadação de ICMS e Variação em (%), segundo Secretaria da Fazenda/GO e
SEPLAN/GO, do Município de Mambaí/GO, da região Nordeste e Estado de
Goiás entre 2000/2002 62
RESUMO
Ramo do conhecimento relativamente novo, o turismo é um fenômeno social e espacial, alémde uma atividade econômica entendida atualmente como uma das mais rentáveis, fatoexplicado pelos bons números em relação à geração de empregos e renda advindos dacirculação de turistas em todo o mundo. Contudo, uma observação mais acurada mostra queesses números escondem dados importantes quanto à interação entre o turista e o localvisitado. A exemplo, temos a variedade de destinos turísticos crescendo unicamente pelademanda de visitantes e cujos administradores locais, exploram a atividade predatoriamente,alheios a qualquer tipo de planejamento. O oposto deste cenário revela que a atividadeturística pensada, planejada antes da exploração, pode gerar grandes benefícios para odesenvolvimento de uma localidade. Tomando isso por base, sentimos a necessidade deenfocar o desenvolvimento do turismo em Goiás, especialmente na região Nordeste Goianoque é tida como a mais carente do Estado. A fim de colaborar com essa problemática, apresente pesquisa, intitulada Diagnóstico do Município de Mambaí-GO e Mapeamento daAPA das Nascentes do Rio Vermelho para Planejamento do Turismo Sustentável buscacontribuir com o desenvolvimento regional dos municípios que compõem essa Área deProteção Ambiental, mas tendo como referência o município de Mambaí, por ser sede daadministração da referida Unidade de Conservação e concentrar as pesquisas do InstitutoBrasileiro de Meio Ambiente –IBAMA, na região. A pertinência da pesquisa se faz nessaregião pela considerável presença de cachoeiras, cânions, formações rochosas e veredas daSerra Geral de Goiás. Em virtude disso, o estudo objetiva elaborar um diagnóstico turístico,mostrando os aspectos gerais de infra-estrutura do município de Mambaí, identificando aspotencialidades turísticas para a elaboração de um futuro plano de turismo regional. Paratanto, avaliamos a visão dos moradores e suas expectativas quanto ao turismo, a partir deroteiros de entrevistas. Além disso, propomos diretrizes para o turismo em Mambaí eelaboramos um Sistema de Informações Geográficas – SIG e um mapa turístico,proporcionando orientação quanto à localização e identificação dos recursos da região que anatureza tem a oferecer. O SIG e mapas encontrados neste trabalho foram produzidos comauxílio do Geoprocessamento, uma importante ferramenta na disponibilização de informaçõesfísico-territoriais, no ordenamento e gestão do território, como na localização de pontosturísticos. Assim, pretendemos, com esta pesquisa, ajudar a compreender melhor a realidadelocal e chamar a atenção para as potencialidades de parte do Nordeste Goiano a partir dealgumas estratégias de ordenamento do território que necessita de um diagnóstico para oplanejamento turístico sustentável. Com isso entendemos contribuir com a proposição dealternativas viáveis ao desenvolvimento econômico e social no município de Mambaí e, porextensão, de sua de sua região.
Palavras-chave: turismo sustentável; planejamento turístico; SIG; Mambaí.
SUMÁRIO
CONSIDERAÇÕES INICIAIS...............................................................................................13
Caminhos da Pesquisa.................................................................................................................18
1 O PLANEJAMENTO TURÍSTICO COMO FERRAMENTA PARA O TURISMO
SUSTENTÁVEL.......................................................................................................................26
2 CARACTERÍSTICAS GERAIS DO MUNICÍPIO............................................................33
2.1 Localização, Acesso e Área.................................................................................................33
2.2 Aspectos Históricos..............................................................................................................37
2.3 Quadro Natural......................................................................................................................38
2.3.1 Clima..................................................................................................................................38
2.3.2 Geologia.............................................................................................................................39
2.3.3 Pedologia............................................................................................................................42
2.3.4 Hidrografia.........................................................................................................................46
2.3.5 Vegetação...........................................................................................................................48
2.4 Aspectos Sócio-econômicos.................................................................................................54
3 INVENTÁRIO TURÍSTICO................................................................................................63
3.1 Atrativos Naturais.................................................................................................................63
3.2 Equipamentos de Apoio ao Turismo.....................................................................................75
3.3 Manifestações e Usos Tradicionais.......................................................................................78
3.4 Serviços Básicos no Núcleo Urbano.....................................................................................81
4 A VISÃO DA POPULAÇÃO LOCAL SOBRE O TURISMO..........................................83
5 DIRETRIZES PARA O TURISMO SUSTENTÁVEL: PROPOSTAS PARA O
MUNICÍPIO DE MAMBAI E A APA DAS NASCENTES DO RIO VERMELHO..........86
6 MAPA TURÍSTICO..............................................................................................................90
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................91
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................93
ANEXOS....................................................................................................................................95
APÊNDICES...........................................................................................................................104
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O turismo revela-se como uma das atividades econômicas de grande interesse para a
sociedade na atualidade. Entretanto, não podemos negligenciar a forma como muitas
atividades têm sido desenvolvidas: a qualquer custo, sem um mínimo de planejamento,
gerando graves problemas sociais, econômicos e ambientais.
O estudo intitulado Diagnóstico do Município de Mambaí–GO e Mapeamento da APA
das Nascentes do Rio Vermelho para Planejamento do Turismo Sustentável busca contribuir
com o desenvolvimento regional dos municípios que compõem a Área de Proteção Ambiental
mencionada (APANRV), a partir do enfoque no município de Mambaí, que sedia a
administração desta Unidade de Conservação e concentra as pesquisas do Instituto Brasileiro
de Meio Ambiente–IBAMA-GO, na região.
Localizado no Nordeste Goiano, o município de Mambaí integra esta região com
outros dezenove municípios, limitando-se à leste com a Bahia, à sudoeste com Damianópolis,
à oeste com Buritinópolis e noroeste com Posse, conforme a Figura 1.
É relevante destacarmos que o Nordeste Goiano reúne 14 dos 30 municípios goianos
com maior cobertura vegetal, contando com 74% de área coberta por Cerrado, embora seja
apontado como uma das regiões mais pobres do Estado de Goiás. Todavia, a despeito das
poucas iniciativas governamentais e carente de serviços básicos, a população desta região
aposta no turismo como alternativa para o desenvolvimento. Dados da pesquisa SERPES
publicados na Agenda Goiás –Região Nordeste 2005 e divulgados no jornal O Popular, de 07
de julho de 2005, mostram que 28% dos moradores apostam no ecoturismo como caminho
para o futuro, ao passo que 15% acreditam na indústria e 10% acreditam na agricultura.
Outro aspecto relevante, publicado no caderno Cerrado –A Fraude das Reservas
Legais, do jornal O Popular, de 04 de setembro de 2005, mostra um cenário preocupante
quanto à degradação do cerrado goiano, informando que 52% dos municípios de Goiás têm
hoje menos de 19% de áreas de Cerrado nativo preservado. Segundo a reportagem, os trinta
municípios com menor IDH estão no Norte e Nordeste do Estado, onde ainda há 80% da
cobertura vegetal nativa. O desenvolvimento da atividade turística planejada e sustentável
pode apresentar-se como um caminho para a manutenção do Cerrado existente na região
Nordeste.
14
Nordeste GoianoLegenda
150 0 150 Km
N
16° 16°
50°
50°
46°
46°
Estado de GoiásEstado de Goiás
BA
HIA
10 0 10Km
Projeção Universal Transversa de Mercator
#Y
#Y #Y
#Y
#Y
#Y
#Y
#Y
#Y
#Y
#Y
#Y
#Y
#Y
#Y
#Y
#Y
#Y
#Y
#YCAVALCANTE
POSSE
SÃO DOMINGOS
IACIARA
FLORES DE GOIÁS
NOVA ROMA
SAO JOÃO D'ALIANÇA
MONTE ALEGRE DE GOIÁS
MAMBAÍ
SÍTIO D'ABADIA
ALTO PARAÍSO DE GOIÁS
COLINAS DO SUL
ALVORADA DO NORTE
GUARANI DE GOIÁS
CAMPOS BELOS
TERESINA DE GOIÁS
DIVINOPOLIS DE GOIÁS
SIMOLÂNDIA
DAMIANÓPOLIS
BURITINÓPOLIS
15°00'
14°30'
14°00'
13°30'
13°00'
48°00' 47°30' 47°00' 46°30' 46°00'
15°00'
14°30'
14°00'
13°30'
13°00'
48°00' 47°30' 47°00' 46°30' 46°00'
MAPA DA REGIÃO NORDESTE GOIANODestaque para: MAMBAÍ e MUNICÍPIOS LIMITRÓFES
MAPA DA REGIÃO NORDESTE GOIANODestaque para: MAMBAÍ e MUNICÍPIOS LIMITRÓFES
TOCANTINS
N
Escala da base cartográfica 1:250.000,Datum horizontal SAD-69, Fuso: 23 S,Meridiano Central 45° W, Folha SD23YB.
Patrícia Karoline Estevam Lima.
Fonte: SIG-GO_SIEG / 2006
Produção e edição cartográfica:
NORDESTE GOIANOBuritinópolisDamianópolisPosseMambaíDemais municípios
#Y Sedes municipais
Legenda
Limites estaduais
Limites municipais
Figura 1: Mapa representado toda região do Nordeste Goiano destacando os
municípios integrantes da APA NRV.
15
A partir desta avaliação, deparamo-nos com a necessidade de contribuir com o
desenvolvimento do turismo em Goiás, especialmente na região Nordeste do Estado. Por isso,
inicialmente, escolhemos o município de Mambaí, dada sua realidade econômico-social, visto
que observamos que ele possui um dos menores índices de desenvolvimento do Estado e
ainda resguarda a presença de recursos naturais viáveis ao desenvolvimento da atividade
turística, como cavernas e águas subterrâneas da APANRV, cachoeiras, cânions, formações
rochosas e veredas da Serra Geral. Os avanços na pesquisa revelaram a necessidade de
incorporar aos estudos uma análise da APANRV1, já que esta é composta pelo município de
Mambaí –que não pode ser observado a parte desta unidade de conservação –e por seus
municípios limítrofes dentro do Estado de Goiás, conforme a Figura 2.
Partindo do entendimento de que Diagnosticar é: “conhecer detalhadamente a situação
do objeto do planejamento, constituindo a base de onde todo o processo se iniciará”
(MOLINA & RODRIGUES, 2001, p. 94), propomos com este projeto, a elaboração de um
diagnóstico que identifique as potencialidades do município de Mambaí com vistas à
construção de um futuro planejamento integrado e sustentável da atividade turística no local,
considerando-se a variedade de recursos naturais existentes.
E para auxiliar a elaboração desta pesquisa, fizemos uso do Sensoriamento Remoto
com aplicação de técnicas de Geoprocessamento, pois encontramos nestas áreas do
conhecimento, importantes ferramentas na identificação de situações envolvendo o espaço
territorial, na disponibilização de informações físico-territoriais e na reprodução da
configuração do território estudado.
O Geoprocessamento viabilizou a apresentação visual e espacial da área pesquisada,
permitindo a exposição dos dados em um Sistema de Informações Geográficas –SIG, com a
representação destes de forma figurada e temática, expressada em mapas, imagens de satélites
e fotografias que identificam a região.
A estruturação dos capítulos deste trabalho deu-se de modo que o capítulo 1 traz
referências quanto ao histórico do termo desenvolvimento sustentável e do turismo
sustentável, bem como sua relação com o planejamento turístico.
1 A escolha do município de Mambaí nos pareceu, no inicio, uma escolha simples no que diz respeito à opçãopor uma localidade que tivesse potencial turístico pouco conhecido em Goiás e que necessitasse de olharesvoltados para um turismo mais localizado, que priorizasse a comunidade local, em virtude dos seus baixosíndices socioeconômicos em relação ao Estado. No entanto, o potencial turístico se revelou além de uma escalamunicipal nos convidando a estender esse estudo para uma escala regional, compreendendo ao que o IBAMAdenominou como APA das Nascentes do Rio Vermelho.
16
O capítulo 2 reúne características gerais do município de Mambaí, por meio da
elaboração de uma investigação que subsidia um diagnóstico da localidade pesquisada,
trazendo uma abordagem da realidade deste município referente à localização e limites,
quadro natural predominante, aspectos históricos e sócio-econômicos, possibilitando
conhecimento profundo dos diversos pontos que formam a totalidade do espaço municipal.
Embora esse trabalho tenha como foco principal o município de Mambaí, essa pesquisa vai
além da escala municipal no que tange a análise de alguns aspectos geográficos e localização
de atrativos turísticos referentes a APANRV, unidade na qual o município de Mambaí está
inserido, conforme mencionado anteriormente.
O capítulo 3 traz o Inventário Turístico de Mambaí, reunindo informações quanto aos
atrativos naturais, identificados com auxílio da comunidade, verificação da presença de
equipamentos de apoio ao turismo, manifestações e usos tradicionais existentes entre os
moradores e serviços básicos no núcleo urbano. Este conjunto de informações permite
compreender os atributos turísticos encontrados no município, bem como verificar a
viabilidade do desenvolvimento do turismo e que modalidade do mesmo poderia ser aplicada.
Por entendermos a importância da participação dos atores locais nas decisões
referentes ao seu território, incluímos no capítulo 4, a visão que a população possui sobre o
turismo. A coleta de material desta seção foi adquirida por meio de questionários e roteiros de
entrevistas aplicados junto aos moradores.
Na aplicação dos questionários, obtivemos sugestões dos moradores quanto ao
desenvolvimento do turismo no local e acrescentando outras propostas, elaboramos um
conjunto de diretrizes para a atividade turística em Mambaí, incluindo a sua região, inseridas
no capítulo 5.
O capítulo 6 traz um instrumento de análise e orientação por meio de visualização
espacializada dos atrativos turísticos encontrados na área de estudo. Este instrumento é o
mapa turístico, elaborado através do Sensoriamento Remoto, que, por meio das ferramentas
do Geoprocessamento, facilitou o acesso aos dados pertencentes ao município de Mambaí e a
APANRV.
Esta pesquisa visa contribuir com a construção de um futuro plano integrado de
turismo sustentável, contemplando o envolvimento entre a comunidade local, a iniciativa
privada e o poder público, na tomada de decisões quanto à conservação de seu patrimônio
natural e cultural e a gestão do seu território, possibilitando a construção de uma prática
turística mais responsável.
17
15 0 15 Km
Projeção Universal Transversa de Mercator
Posse
Mambaí
Damianópolis
BuritinópolisA.P.A das Nascentes do Rio Vermelho
Legenda
MunicípiosBuritinópolisDamianópolisMambaíPosse
APA das Nascentesdo Rio Vermelho
MAPA DOS MUNICÍPIOS INTEGRANTES DA APA DAS NASCENTES DO RIO VERMELHONO ESTADO DE GOIÁS
MAPA DOS MUNICÍPIOS INTEGRANTES DA APA DAS NASCENTES DO RIO VERMELHONO ESTADO DE GOIÁS
N
14°40'
14°30'
14°20'
14°10'
14°40'
14°30'
14°20'
14°10'
46°40' 46°30' 46°20' 46°10' 46°00'
46°40' 46°30' 46°20' 46°10' 46°00'
Escala da base cartográfica 1:100.000,Datum horizontal SAD-69, Fuso: 23 S,Meridiano Central 45° W, Folha SD23YB.
Patrícia Karoline Estevam Lima.
Fonte: SIG-GO_SIEG / 2006
Produção e edição cartográfica:APANRV
Legenda
150 0 150 Km
N
16° 16°
50°
50°
46°
46°
Estado de GoiásEstado de Goiás
Figura 2: Mapa espacializando a APANRV e municípios integrantes da mesma.
18
Caminhos da Pesquisa
A metodologia deste estudo teve como referencial teórico, as propostas de Cláudia
Freitas Magalhães, presentes na obra Diretrizes para o Turismo Sustentável em Municípios.
2002, acrescidas das sugestões de. Stigliano & César, no Inventário Turístico: primeira etapa
da elaboração do plano de desenvolvimento turístico e Bissoli, na obra Planejamento
Turístico Municipal Com Suporte em Sistemas de Informação.
MAGALHÃES (2002) sugere um método que consiste na realização de três fases bem
definidas e indispensáveis na elaboração de um diagnóstico para municípios que apresentem
potencialidades para o desenvolvimento da atividade turística. Nesse caso, a autora sugere
princípios sustentáveis que orientem uma atividade turística adequadamente planejada. São
elas:
1ª) Conhecimento dos aspectos formadores do espaço do município:
Nesta primeira fase, fizemos o levantamento das características gerais de Mambaí e de
seus possíveis atrativos turísticos, conhecendo seus dados históricos, econômicos, sociais e
ambientais, com vistas a respeitar a organização de seu espaço e determinar sua atratividade,
sua vocação.
Esse processo foi realizado através de coleta de material bibliográfico disponível em
bibliotecas e órgãos públicos e visitas de campo para confirmação e complementação das
informações encontradas.
As visitas de campo aconteceram em dois momentos. O primeiro deles, voltado para o
reconhecimento do município, ocorreu em setembro de 2005, bem no início da pesquisa,
sendo viabilizado e acompanhado por técnicos do IBAMA-GO que atuam em projetos no
município de Mambaí. O segundo, também realizado com a colaboração do IBAMA-GO e do
Grupo Espeleológico Goiano–GREGO, ocorreu em janeiro de 2006, sendo que nesta visita a
coleta de informações sobre o município e a população foi efetivada.
2ª) Organização do espaço em parceria com a população e o poder público para elaboração do
diagnóstico a partir da identificação das características do local para posteriores propostas:
19
Nesta fase foi elaborado um Inventário Turístico no qual constam registros do
conjunto de atrativos identificados em Mambaí que tem potencial para exploração.
O Inventário é parte do planejamento turístico e tem como principal objetivo,
identificar os atrativos, as estruturas e os serviços básicos e de apoio de turismo de modo a
orientar o planejamento e a proteção dos recursos turísticos locais.
Para elaborá-lo nos aproximamos dos moradores, com conversas informais e
aplicamos questionários que visaram conhecer as expectativas e a percepção comunitária
quanto à atividade turística em Mambaí, efetivando assim, sua participação na elaboração do
diagnóstico final, já que se trata de uma proposta de turismo com base local. (ANEXO A)
Os pontos apontados por alguns moradores como atrativos e o conhecimento prévio que
tínhamos da região, orientou a construção do Inventário, do qual participaram membros da
comunidade local que possuíam vastos conhecimentos sobre os atrativos. As atividades
realizadas basearam-se no preenchimento de fichas que levantaram as especificidades dos
atrativos, das manifestações populares, bem como dos serviços disponíveis, permitindo aos
pesquisadores e aos moradores conhecer e valorizar as riquezas encontradas. (ANEXO B,
FICHAS 1, 2 e 3)
Destacamos, no momento da coleta das informações em campo, o uso do
Geoprocessamento. Cada atrativo pôde ser identificado geograficamente com auxílio do
aparelho GPS Garmim Etrex e suas características individualizadas através do uso de uma
base cartográfica, reproduzindo a configuração territorial do município e da região.
3ª) Elaboração do mapa turístico, Sistema de Informações Geográficas e CD turístico para
permitir a visualização espacial dos atributos turísticos locais:
Esta fase da proposta de MAGALHÃES traz como objetivo principal a elaboração de
um produto que permita visualizar espacialmente os atrativos. Para isso a autora sugere a
criação de roteiros e trilhas distribuídos em um mapa turístico, permitindo a ligação entre
homem e natureza, proporcionando conhecimento do meio ambiente e respeitando os limites
do mesmo.
Entretanto, durante a pesquisa, nos deparamos com fatores que inviabilizavam a
criação destes roteiros e trilhas. O principal deles consiste no fato de que as trilhas de acesso
aos locais –construídas pelos moradores que exploram esses atrativos –têm alto grau de
dificuldade e estão sendo estudadas algumas formas de substituí-las ou facilitá-las.
20
Existindo então uma forte tendência de mudança na configuração dos acessos
existentes, entendemos que não seria cabível neste momento, aplicar integralmente esta fase
da proposta da autora, considerando ainda o fato de não termos conhecimentos amplos de
todos os potenciais atrativos da região.
Desse modo, adaptamos esta fase, permanecendo a sugestão de MAGALHÃES para o
mapa que permite a melhor visualização do espaço turístico pela comunidade, pelos
planejadores e por possíveis visitantes, através de uma leitura simples, que estimula e
possibilita o estudo e análise do município, facilitando a tomada de futuras decisões.
Acrescentamos ainda, um Sistema de Informações Geográficas –SIG e a criação de um CD
turístico reunindo todas essas informações (APÊNDICE C).
Estes documentos foram construídos a partir da base cartográfica em arquivos
shapefile, fornecida pelo site do Sistema Estadual de Estatística e de Informações Geográficas
do Estado de Goiás, SIEG - GO, levantamento de informações em campo com uso de GPS
Garmim Etrex e posterior digitalização, edição e interpretação de imagens de satélite
georreferenciada (Figura 3).
Figura 3: Carta imagem demonstrando a digitalização de feições naturais (cursos d’água)e não
naturais (mancha urbana).
21
Foram utilizadas imagens do satélite CBERS 2 (Agosto/2006), e estas passaram por
três procedimentos: composição RGB das bandas 2,3 e 4, georreferenciamento e recortes,
sendo efetuados no software ENVI 4.0, com os seguintes passos:
Composição RGB das bandas 2,3 e 4, na ordem R= 2, G= 4 e B= 3;
Georreferenciamento: a partir da base cartográfica obtida e observando onde o contorno
do vetor correspondia com a feição na imagem (devido alguns contornos não corresponderem
fielmente em alguns pontos, na edição houve a correção), baseando-se principalmente no
vetor de drenagem e malha viária;
Recorte: O ENVI permite que delimite a área de interesse e salve-a no tamanho desejado e
em formatos tiff, geotiff, jpeg, etc, como também gera máscaras a partir dessas feições, para
delimitar a área de estudo utilizamos a shape, limite da APA NRV, onde geramos uma
máscara.
Após o preparo dessa imagem, com base na mesma, deu-se início ao processo de
digitalização e edição das feições em outro software, onde foi gerado o tema que representa os
atrativos naturais (Pontos turísticos), através de coordenadas coletadas em campo. Dando
prosseguimento, houve uma análise dos dados gráficos da base cartográfica, realizando alguns
reparos, editando-se e corrigindo algumas feições, mais precisamente quanto aos contornos
das mesmas. Resultaram em três tipos representativos de feições, vetores (linhas), polígonos e
pontos, todos com coordenadas associadas, dando a esses dados gráficos, referência espacial.
O software utilizado para processamento destes dados foi o Arc View 3.2.
Para elaborar os três produtos citados foram utilizadas as seguintes extensões do
software citado:
Projection Utility Wizard: gera mudança de sistema de projeção geográfica;
Arc Topology Administrator: ferramenta que faz correção da topologia, edita feições
retirando danglenode e pseudonode (intersecção e ligação de nó);
Geoprocessing: contém ferramentas para, união, corte, cruzamento das shapes na View;
Graticules and measured Grids: insere grade de coordenadas nos mapas;
JPEG (JFIF) Image Support: ferramenta que permite inserir figuras JPEG na vista do Arc
View;
Image Analisys: ferramenta que permite inserir imagens no Arc View (com extensão
.geotif, .tif, .jpg entre outras);
22
Hotpotato: ferramenta que permite anexar as shapes e gerar links com imagens, texto,
página de internet e vídeo;
X Tools 6/1/01: ferramenta que realiza cálculo de áreas, gera intersecção, união,
atualização e transforma shapes de linhas em polígonos e vice-versa, entre outras.
As extensões citadas contribuíram para o processo de edição e criação das seguintes
shapes em escalas diversificas (com o mínimo de 1:100.000): drenagem, malha viária, limites
municipais, limite da APA, serra, perímetro urbano, relevo, aeroporto e pontos turísticos.
Para produção do mapa turístico também foi utilizado o software ARC VIEW 3.2,
conforme a Figura 4, onde foram inseridas as shapes para localização da área estudada,
passando pelos seguintes passos:
Figura 4: Tela do ARC VIEW 3.2 mostrando o Mapa Turístico com os temas e edição final no
layout deste software.
23
Conferência do georreferenciamento com dados colhidos pelo aparelho GPS, localizando
os pontos respectivos;
Edição de topologia, conferindo vetores e pontos com sua posição real, formato de sua
representação gráfica, direção e extensão;
Toponímia, que é a alimentação das tabelas das shapes, inserindo e corrigindo números e
textos.
O mapa gerado deste processo passou a possuir então os seguintes itens:
As shapes de uma base cartográfica com escala no intervalo de 1:100.000 à 1:250.000
representando drenagem (cursos d’água), malha viária (vias de acesso), limites municipais,
limites do Estado de Goiás, limite da APANRV, serra, perímetro urbano (mancha urbana)
aeródromo (aeródromo) e pontos turísticos;
Legenda;
Escala gráfica;
Norte geográfico;
Grade de coordenadas na projeção UTM geográfico;
Pictogramas simbolizando os atrativos turísticos;
Datum, folha, fonte, meridiano, projeção, título e zona.
O produto final em que resultou o mapa turístico, foi impresso no papel formato A3.
Passando para a elaboração do SIG, também conhecido como Banco de Dados,
procedemos da seguinte forma. Após o processo de digitalização e edição do mapa turístico,
usamos o mesmo projeto e mantivemos os dados com as shapes já processadas para gerar o
banco de dados.
A diferença essencial entre o mapa turístico e o SIG reside no fato de que o mapa gera
um produto final analógico (impresso) e o SIG gera um produto digital (Figura 5) e traz a
inserção de outros dados, como a shape de relevo, do aeródromo e a imagem de satélite. Para
estes dados seguiram-se os passos:
Adicionamos um arquivo geotiff com a imagem de satélite CBERS2 de resolução 20m por
pixel representando toda a APA;
Adicionamos fotografias retiradas no local (hotpotato);
24
Hotpotato, extensão que permite anexar nas shapes, links com fotos, texto, página de
internet e vídeo, identificando cada item apontado. Esta extensão foi utilizada para a shape de
ponto turísticos, representando visualmente cada atrativo. Veja abaixo a Figura 5 do SIG no
Arc View:
Figura 5: Tela do ARC VIEW 3.2 mostrando o SIG, com os temas (feições), a direita, tabela de
informação do ponto turístico e a foto do local.
Destacamos a importância do registro das fotografias, essenciais tanto para o Turismo
quanto para o Geoprocessamento, pois retratam a real diversidade de atrativos existentes na
região, produzindo uma visão geral do espaço.
O CD turístico é a junção dos dois itens anteriores com um texto de divulgação da
região e links para navegação (Figura 6). Foi produzido no software FrontPage e dentro deste,
o SIG também poderá ser visualizado pelo software ARC Explorer, da mesma empresa
responsável pelo ARC VIEW. Este software permite somente visualização dos dados, sendo
disponibilizado gratuitamente.
25
Figura 6: Fluxograma representando os passos para execução até conclusão dos produtos.
Este material poderá ser disponibilizado tanto para futuros visitantes em um Centro de
Atendimento ao Turista, como nas escolas da região, como fonte de pesquisas para os
estudantes, bem como para toda a comunidade local.
26
1 O PLANEJAMENTO TURÍSTICO COMO FERRAMENTA PARA O TURISMO
SUSTENTÁVEL
A consolidação do capitalismo como sistema econômico e o surgimento da Revolução
Industrial no século XVIII são os processos que melhor explicam a realidade da questão
ambiental na atualidade. Não se podem negar os benefícios oriundos destes processos para o
cotidiano do homem, tão pouco o notável avanço tecnológico ocorrido nas diversas áreas do
conhecimento. Contudo, é necessário atentar também às mazelas cometidas para alimentar o
capitalismo, como a exploração descontrolada dos recursos naturais.
Embora as conseqüências da industrialização já fossem globais, somente na década de
1970, foi possível observar uma significativa preocupação internacional com o meio
ambiente. A realização da Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente, em Estocolmo
(Suécia), em 1972, lançou “as bases para a abordagem dos problemas ambientais numa óptica
global de desenvolvimento, primeiro passo do que viria a constituir-se mais tarde no conceito
de desenvolvimento sustentável” (KIMATURA, 1994, apud DIAS, 2003, p.33).
Segundo MAGALHÃES (2002, p.34) o termo “desenvolvimento sustentável teve
origem no conceito de ecodesenvolvimento e foi usado pela primeira vez por volta de 1973,
para caracterizar uma concepção alternativa de desenvolvimento”. Sendo que o conceito de
Desenvolvimento Sustentável foi definido pelo Relatório Brundtland2 em termos gerais como
um processo de transformação no qual a exploração dos recursos, a direção dosinvestimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudançainstitucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim deatender às necessidades e aspirações humanas (BRUNDTLAND, 1991, apudMAGALHÃES, 2002, p.35)
A expressão desenvolvimento sustentável é polêmica desde sua formação e dá margem
a variadas interpretações, que geralmente focam-se em aspectos isolados da real
sustentabilidade. Tem sido lugar comum nas academias a opinião de que as discussões acerca
deste assunto encontram-se banalizadas ou distorcidas, no entanto, é essencial a compreensão
de que o conceito não se refere somente a uma vertente como a do meio ambiente, por
exemplo, cujo aspecto é comumente associado ao natural. Além do fato do meio ambiente ser
entendido como a fusão do meio natural e do meio antrópico, “sujeito aos empreendimentos
2 MAGALHÃES nos esclarece que o Relatório Brundtland, também conhecido como Nosso Futuro Comum foio resultado de pesquisas realizadas entre 1983 e 1987 sobre a situação das degradações ambiental e econômicado planeta. (2002, p.35)
27
do homem, condicionado por relações sociais” (SEABRA, 2001, apud CARVALHO, 2004,
p.13 - 14), outros pilares, entre os quais, o natural, o social, o cultural, o político e o
econômico, são o suntentáculo do paradigma da sustentabilidade.
Os debates em torno das questões ambientais influenciaram o turismo, servindo de
ponto de partida para a formação da idéia de “Turismo Sustentável”, definido pela OMT
como
aquele ecologicamente sustentável, de longo prazo, economicamente viável, assimcomo ética e socialmente eqüitativo para as comunidades locais, exigindointegração ao meio ambiente natural, cultural e humano, respeitando o frágilbalanço que caracteriza muitas destinações turísticas (OMT, 1995 apud IRVING, etal., 2005, p.03).
Sabemos que este conceito não é observado na prática, o que ocorre é que o turismo,
em suas variadas modalidades, associa-se, na maioria das vezes, à apropriação das destinações
turísticas em favor da satisfação dos clientes-turistas e do lucro dos organizadores da
atividade, em detrimento das comunidades locais. Mas o que vem a ser este fenômeno
chamado Turismo, destacado por muitos como uma das atividades econômicas mais rentáveis
da atualidade?
O Turismo é um ramo do conhecimento relativamente novo, além de ser também um
fenômeno social e espacial e uma atividade econômica. Para CRUZ (2000, p.08) sua
importância é ressaltada pela incontestável capacidade que possui de organizar sociedades
inteiras e condicionar o (re)ordenamento de territórios para sua realização.
No entanto, é possível observar que os números extraordinários proporcionados pelo
desenvolvimento do turismo acabam por mascarar fatos importantes relacionados à interação
entre o turista e o local visitado.
Quanto a isso, destacamos o grande número de centros turísticos que têm surgido e
crescido tão somente pela demanda de visitantes, e cujos administradores locais orientam-se
pela promoção do “milagre econômico do turismo”, explorando a atividade de forma
desordenada e predatória, alheios a qualquer tipo de planejamento. Semelhantemente,
RUSCHMANN (1997, p. 41) afirma que
[...] muitos governos passaram a considerar o turismo como a “tábua de salvação” para a economia de seus países e estimularam a implantação da atividade semconsiderar as adequações necessárias às dimensões, ao tipo e ao nível dodesenvolvimento da nação.
28
Esta autora acrescenta, entretanto, que são crescentes as preocupações governamentais
com os impactos ambientais provocados pelo turismo desordenado, e isto têm provocado um
redirecionamento dos investimentos para a implantação de um turismo qualitativo que vise à
manutenção da atratividade das destinações turísticas (1997, p.42).
Compreendemos assim, que o turismo pode trazer resultados positivos ou negativos,
de acordo com a presença ou não de uma atividade adequadamente planejada. Sendo assim, o
desenvolvimento da atividade turística com base na sustentabilidade, tem como suporte
indispensável o Planejamento.
RAMOS (1996 apud BISSOLI, 2000, p.25), considera o Planejamento como ferramenta
necessária para orientar o crescimento de determinada atividade, sendo seu principal objetivo
a coleta e tratamento da informação sobre o futuro, de modo a constituir um processo de troca
de informações e coordenação de atividades interdependentes.
O planejamento é vantajoso porque é um processo constante, dinâmico e mutável, que
permite a revisão e a correção da direção a qualquer tempo, devendo ser considerado quanto
ao tempo, espaço e ambiente de interesse, conforme elucida (Op. cit.). O documento que
materializa o planejamento é conhecido como Plano e compõe-se de várias etapas, e entre elas
a mais relevante para o estudo em questão é o Diagnóstico, conceituado como sendo a
investigação de uma perspectiva histórica do que constitui uma primeira etapa indispensávelna formulação de um plano, apontando para a detecção dos primeiros obstáculos a umcrescimento mais acelerado de uma política de desenvolvimento planejado que se proponhaa diminuí-los ou eliminá-los. Consiste em precisar a natureza e magnitude dos problemasque afetam a atividade examinada (2000, p.28 - 29).
O diagnóstico conterá, então, o conjunto de informações necessárias ao conhecimento
do espaço do município e do espaço turístico.
Compreendemos que a complexidade do turismo está em sua capacidade de envolver
diversos setores da economia, sendo assim, a ausência de um planejamento pode provocar
impactos irreversíveis, sobretudo na população local e no meio ambiente.
BISSOLI (2000, p.33 - 34) nos mostra que os benefícios de se planejar para o turismo
são muitos, dentre eles destacamos a definição de objetivos para o desenvolvimento da
atividade e como alcançá-los; as formas de desenvolver os recursos naturais e culturais; o
fornecimento de uma base racional para a tomada de decisão para os setores público e privado
e a otimização e equilíbrio dos benefícios econômicos, ambientais e sociais da atividade, com
29
distribuição justa desses benefícios para a sociedade, minimizando problemas no setor
Finalmente, a autora define o Planejamento Turístico como sendo:
um processo que analisa a atividade turística de um determinado espaço geográfico,diagnosticando seu desenvolvimento e fixando um modelo de atuação mediante oestabelecimento de metas, objetivos, estratégias e diretrizes com as quais se pretendeimpulsionar, coordenar e integrar o turismo ao conjunto macro-econômico em que estáinserido (2000, p.34).
Relembramos que esta pesquisa se limitou à etapa do diagnóstico do planejamento,
consistindo em uma investigação sobre a realidade do município e sua potencialidade turística
e na elaboração do Inventário Turístico, que trouxe o registro do conjunto de atrativos locais.
Nesta fase nos beneficiamos das contribuições do Sensoriamento Remoto e
Geoprocessamento, ferramentas fundamentais para o Planejamento Turístico. Eles foram
utilizados para análise e orientação, de modo a permitir a visualização espacializada dos
atrativos turísticos encontrados na área de estudo.
O Sensoriamento Remoto é um processo de captura de informações sem ter contato
direto com o meio ou objeto em estudo. Essa captura pode ser realizada através de imagens
coletadas por sensores conectados a algum objeto móvel, satélites, avião ou mesmo na
superfície. Por meio de estação total e GPS podem ser levantadas informações em campo
como complemento.
Embora ainda de maneira incipiente, podemos considerar que existe uma relação
imprescindível entre o Turismo e o Geoprocessamento. O último oferece ferramentas que
favorecem muito o planejamento e ordenamento de territórios turísticos, permitindo o
desenvolvimento, processamento e cruzamento de elementos e dados dos espaços analisados.
Considerado um campo de estudo novo, o Geoprocessamento pode ser entendido
como o conjunto de tecnologias voltadas à coleta e tratamento de informações relacionadas ao
espaço para um objetivo específico. Na prática, ele consiste no processamento informatizado
de dados georreferenciados, utilizando programas de computador que permitem o uso de
informações cartográficas - mapas e plantas - e informações a que se possa associar
coordenadas desses mapas ou plantas.
As atividades envolvendo o geoprocessamento são executadas por sistemas
específicos mais comumente chamados de Sistemas de Informação Geográfica - SIG. Eles são
compostos por computadores, softwares e procedimentos projetados para suportar a captura,
30
gerenciamento, manipulação, análise e saída de dados espaciais referenciados
geograficamente para resolver questões complexas em planejamento e gerenciamento.
Os dados dos SIGs, graças ao grande desenvolvimento tecnológico, estão sendo cada
vez mais fáceis de serem encontrados, coletados e manipulados pelas ferramentas que
apresentam uma amplitude de técnicas de aplicação. Com o uso de metodologia adequada,
estes softwares proporcionam transformar dados analógicos em digitais, de modo que os SIGs
passam a ser amplamente utilizados em gestão ambiental, planejamento urbano, saúde
pública, marketing, agronegócios, engenharia, demografia e outras áreas, incluindo o
Turismo.
De acordo com SILVA & ZAIDAN (2004, p.190), SIGs podem ser usados para:
Organizar informação espacial;
Sistematizar informação de maneiras diferentes;
Averiguar certas localizações de acordo com critérios preestabelecidos;
Combinar múltiplos planos de informação;
Realizar análises espaciais que necessitem associar diferentes tipos de dados.
O desenvolvimento da atividade turística depende de informações sobre a região, e
disponibilizá-las de maneira simples e rápida é essencial. O município que possibilitar aos
interessados conhecer o mapa da cidade com as principais atrações (hotéis, restaurantes,
atrações, comércio etc.) estará alavancando o desenvolvimento do turismo em seu espaço.
Entendemos que o turismo pode ser apoiado pelo geoprocessamento das seguintes
maneiras:
Indicando rotas de acesso a pontos turísticos;
Mapeando equipamentos de apoio ao turismo (bares, restaurantes, hotéis, transporte, etc.);
Mapeando a malha viária principal e dos principais pontos de interesse;
Incluindo um registro de informações geográficas e estatísticas, em portal do município na
Internet;
Subsidiando a criação de uma página na Internet com todos os dados acima, separados por
temas.
Quanto a estes aspectos, relembramos que os procedimentos metodológicos desta
pesquisa prevêem a elaboração de produtos similares aos três últimos itens citados acima, a
saber:
Criação de mapas referentes aos aspectos geográficos gerais do município de Mambaí;
31
Criação do mapa turístico com registros dos atrativos identificados no inventário;
Criação do SIG turístico;
Criação de um Cd reunindo as principais informações do município de Mambaí e da APA
NRV, geradas durante a pesquisa.
O SIG turístico de Mambaí foi produzido no software ARC VIEW 3.2 e pode ser
explicado como sendo um sistema computacional gerado neste programa, que a partir da
informação capturada, armazenada e examinada, combina dados espaciais recolhidos da área
de estudo e aplica a estes, estruturas digitais, de forma que possam se representar em tabelas,
gráficos e vetores, todos os componentes integrantes da superfície local.
Partindo para um outro tipo de avaliação referente ao Inventário Turístico, verificamos
as aspirações da população quanto ao desenvolvimento da atividade turística, para conhecer o
nível de conscientização desses moradores quanto ao seu papel na ordenação do território
local e seu conhecimento sobre os benefícios e malefícios proporcionados pelo turismo.
Neste último aspecto, destacamos que fomentar a participação da comunidade no
processo de tomada de decisões em relação ao turismo ou a qualquer outra atividade é
indispensável. Este entendimento intensifica-se à medida que compreendemos que a
articulação dos moradores pode levá-los a assumir a responsabilidade sobre o
desenvolvimento do turismo em sua área de inserção, considerando-se que “a informação
originada no âmbito dos atores locais é a que melhor expressa a dinâmica local”, conforme
elucida IRVING (2002, p.95 - 98).
Neste estudo, os moradores que conheciam bem os atrativos naturais de Mambaí e de
seu entorno, participaram do levantamento do potencial turístico ajudando na identificação
dos principais atrativos, ao passo que moradores com menos conhecimento sobre esses
atrativos contribuíram apontando os principais problemas do município e sugeriram soluções
e ações para a melhoria das condições de vida ofertadas em Mambaí.
CORIOLANO (2003, p.25) esclarece que
[...] É nesse contexto que surge a idéia de desenvolvimento local, onde o turismo sepõe como um dos mecanismos ou incentivo de viabilização desse processo. Sendoo turismo uma atividade de efeito multiplicador, oferece condições para odesenvolvimento de pequenas empresas (além das grandes), podendo beneficiar osmais pobres [...]
O desenrolar desta pesquisa nos levou a compreender que o município de Mambaí
enquadra-se em um perfil de local detentor de uma potencialidade enorme para o
32
desenvolvimento da atividade turística, sendo que esta pode apresentar-se como uma ótima
alternativa para solução dos problemas econômicos e sociais da cidade e de seus municípios
limítrofes, se planejada adequadamente e por meio da participação de todos os atores sociais
envolvidos na dinâmica municipal.
Esperamos que os mecanismos propostos e elaborados a seguir, contribuam para o
processo de desenvolvimento do turismo sustentável no município de Mambaí.
33
2 CARACTERÍSTICAS GERAIS DO MUNICÍPIO
O levantamento das características gerais do município de Mambaí consistiu
basicamente na coleta de material bibliográfico junto a órgãos oficiais e pesquisa em campo.
As informações encontradas permitem um conhecimento geral sobre os dados históricos,
econômicos, sociais e ambientais do município em questão. Foi realizado com base nos
pressupostos metodológicos de MAGALHÃES (2002) e STIGLIANO & CÉSAR (2005).
2.1 Localização, Acesso e Área
Mambaí situa-se a nordeste da capital do Estado, Goiânia, distando aproximadamente
509 km desta e a 301 km a nordeste da capital do país, Brasília, dois grandes emissores de
turistas do Centro-Oeste brasileiro, sendo ligada às duas capitais pelo BR–020. Sua sede está
balizada pelas coordenadas geográficas 14º 29’ 16” E e 46º 06’ 47” W.
O acesso a Mambaí dá-se pelas BR-060, BR-020, GO-108 e GO-236, conforme a
Figura 7.
Segundo informações do Departamento Nacional de Infra-Estrutura e Transporte –
DNIT, a BR-060, do perímetro urbano de Goiânia até Anápolis, as condições de viagem são
boas com trecho duplicado, sinalizações horizontal normal e vertical regular, necessitando de
atenção ao transitar sob chuva, por ocorrências de poças d’água.
No trecho de Anápolis a Brasília, sugere-se atenção redobrada na passagem das Sete
Curvas entre a divisa do DF/GO e o km 5,0. Existem obras de duplicação em andamento e
desvios nos Km 10, 12, 18, 50, 57, 79 e 89. As sinalizações horizontal e vertical estão
normais.
A BR-020, no acesso do DF, passando por Formosa, Bezerra, Juscelino Kubitschek,
até Santa Rosa, encontra-se nas seguintes condições:
Km 0 - Km 12: pista em bom estado de conversação, ocorrência de buracos isolados e
sinalização inexistente;
Km 12 - Km 31: pista em estado regular de conservação, ocorrência de buracos isolados
em toda a extensão e sinalização inexistente;
Km 31 - km 62: pista em bom estado de conversação, ocorrência de buracos isolados e
sinalização inexistente. Recomenda-se atenção no Km 52;
Km 62 - 72: pista em bom estado de conversação e sinalizações normais.
34
No acesso entre Santa Rosa e Alvorada do Norte, entre os Km 72 e 180, há pista e
acostamento em estado regular de conservação, com ocorrência de buracos isolados entre o
Km 170 e Km 175 e sinalizações horizontal e vertical regulares.
No acesso correspondente a Alvorada do Norte e Simolândia, a pista está em estado
ruim e o acostamento em bom estado de conservação, com presença de buracos ao longo do
segmento e sinalizações horizontal e vertical regulares.
Segundo informações da Agência Goiana de Transportes de Obras Públicas –
AGETOP, entre Damianópolis e Mambaí, nas GO-108/236, a pista está em boas condições,
com faixas e placas de sinalização em bom estado de conservação, laterais roçadas e
elementos de drenagem limpos e pintados.
Quanto ao transporte rodoviário, há apenas uma empresa operando parte do trecho
citado anteriormente, é a empresa Santo Antonio Transporte e Turismo LTDA. Os veículos
são ônibus convencionais com sanitário e partem de Brasília, com saídas às 18h, de segunda a
domingo, durante o ano todo.
35
19° 19°
18° 18°
17° 17°
16° 16°
15° 15°
14° 14°
13° 13°
53°
53°
52°
52°
51°
51°
50°
50°
49°
49°
48°
48°
47°
47°
46°
46°
Legenda
Municípios
GoiâniaMambaí
Brasília
Rodovias
BR 060
Vias municipais
GO 108GO 236
BR 020
MAPA DO ESTADO DE GOIÁS COM VIAS DE ACESSO GOIÂNIA - MAMBAÍMAPA DO ESTADO DE GOIÁS COM VIAS DE ACESSO GOIÂNIA - MAMBAÍ
N
100 0 100Km
Projeção Universal Transversa de Mercator
Brasília
Goiânia
Mambaí BA
HIA
MINASMATO GROSSO DO SUL
TOCANTINS
GE
RA
IS
MATO
GROSSO
Escala da base cartográfica 1:250.000,Datum horizontal SAD-69, Fuso: 23 S,Meridiano Central 45° W, Folha SD23YB.
Patrícia Karoline Estevam Lima
Fonte: SIG-GO_SIEG / 2006
Produção e edição cartográfica:
Limites Estaduais
Figura 7: Mapa demonstrando vias de acesso de Goiânia a Mambaí.
36
Com dimensão territorial de aproximadamente 860 km2, podemos classificar o
município de Mambaí como sendo de área médio-pequena, conforme a tabela a seguir.
Tabela 1: Grandezas de áreas municipais do Estado de Goiás.
Município Área em km2
De pequena área Menos de 691
Área médio-pequena De 692 a 1381
Área média (aritmética) 1382
Área médio-grande De 1382 a 2764
De grande extensão Mais de 27764
Fonte: SEPLAN/GO, com subsidio metodológico de Stigliano & César (2005).
Vejamos a comparação com outras dimensões territoriais de municípios turísticos do
Estado.
Tabela 2: Análise de áreas municipais.
Município Área em km2 Análise
Três Ranchos 282 Pequena
Mambaí 860 Médio-pequena
Caldas Novas 1589 Média-grande
Pirinópolis 2.227 Média-grande
Alto Paraíso 2.593 Média-Grande
São Domingos 3.295 De grande-extensão
Jataí 7.174 De grande-extensão
Fonte: SEPLAN/GO, com subsidio metodológico de Stigliano & César (2005).
Segundo STIGLIANO & CÉSAR (2005), a avaliação da extensão territorial acima é
importante para determinar que tipo de turismo é mais recomendado para uma localidade. Os
autores esclarecem que
um município de grande extensão poderá ter potencial para o turismo rural ouecoturismo, porém para isso, deve-se avaliar itens como por exemplo, qual é a árearural e a distância de grandes centros, dessa forma, quando se levanta a área deve-sedispor dos dados da área rural. Em um município de pequena área, é interessanteavaliar os aspectos econômicos existentes, porque a diversificação ou a inserção deoutra atividade econômica é bastante difícil (p. 16).
O INCRA informa que a área rural de Mambaí corresponde a 15.527 ha, possuindo
poucas propriedades rurais, em um total de 89. Dessas, trinta e seis por cento (36%) tem entre
37
20 e 50 ha e somente quatro por cento (4%) apresentam característica de empresa (relação
patronal). Pouco mais de vinte e dois por cento delas (22,5%), tem mais de 100 ha. Segundo o
Sistema Nacional de Cadastro Rural do INCRA, nesse município, predomina a agricultura
familiar em virtude do número de propriedades de 70 módulos agrários3. (ANEXO C)
Entendemos que estes são dados que favorecem o desenvolvimento da atividade
turística no meio rural, visto que o Ministério do Turismo em suas Diretrizes para o
Desenvolvimento do Turismo Rural no Brasil define as características mais gerais para tal
com sendo a “produção territorializada de qualidade, a paisagem, a biodiversidade, a cultura e
certo modo de vida, identificadas pela atividade agrícola, a lógica familiar, a cultura
comunitária, a identificação com os ciclos da natureza” (2004, p.07). Portanto, o
desenvolvimento do turismo no meio rural é conciliatório com o tipo de módulo agrário
existente no município.
2.2 Aspectos Históricos
Segundo informações de documento territorial da Coleção Digital disponível na
página do IBGE na Internet, o povoamento de Mambaí iniciou-se na segunda metade do
século XIX, nas margens do córrego Riachão, por imigrantes vindos do vizinho Estado da
Bahia, com o objetivo de extrair a borracha da mangabeira, abundante na região. Os primeiros
habitantes foram: Eduardo Moreira dos Santos, Gustavo Olímpio, Ioiô Mendes, Joaquim
Maroto, que além da extração da borracha, no período inicial, dedicaram-se à formação de
lavouras e pastagens.
3 Módulo Agrário ou Rural é a quantidade de terra necessária para um trabalhador e sua família, de quatropessoas, poder se sustentar. Assim, o módulo agrário ou rural é variável de acordo com fatores naturais e sócio-econômicos. Onde as condições de produção requerem pouco espaço o módulo é menor que nas outras áreas,onde se necessita de um espaço mais amplo. Partindo do módulo rural, o Estatuto da Terra define outros tipos deimóveis rurais:
Minifúndio: quando a extensão da propriedade é inferior a um módulo rural.
Latifúndio por dimensão: qualquer propriedade rural que seja mais de 600 vezes maior que o módulo rural daregião, não importando se é ou não bem utilizada.
Latifúndio por exploração: uma propriedade entre 1 e 600 vezes o módulo rural, mas que não sejaadequadamente aproveitada para a produção.
Empresa Rural: que tem entre 1 e 600 vezes o tamanho do módulo rural mas é bem aproveitadaeconomicamente.
38
O povoado nascente recebeu o nome de “Riachão”, derivado do córrego que banhava a
localidade. A partir edificação de uma capela em louvor à padroeira Nossa Senhora da
Conceição e o movimento de tropeiros com destino à Bahia, gradativamente, intensificaram-
se as atividades comerciais e a pecuária, sua principal fonte de renda, elevando-se o povoado
à condição de distrito pela Lei Municipal n.º 3, de 29/11/1906, no município de Posse.
Com o Decreto-Lei Estadual n.º 8.305, de 31/12/1943, o Distrito de Riachão passou a
denominar-se Mambaí, figurando ainda no município de Posse. Somente em 14/11/1958, é
que houve o desmembramento e elevação da condição de distrito para a categoria de
município pela Lei Estadual n.º 2.121.
Conforme documento municipal, Mambaí conta atualmente com sete povoados:
Vermelho, Bonina, Barú, Machado, Jambreiro, Vila Nova, Dores e Buritis.
2.3 Quadro Natural
A verificação do Quadro Natural é uma etapa fundamental na construção do
diagnóstico turístico de um município para fins de Planejamento. Conhecê-lo é essencial, pois
permite determinar a atratividade dos locais turísticos e compreender os fatores que os
diferenciam. As informações registradas aqui são destacadas por MAGALHÃES (2002) e
STIGLIANO & CÉSAR (2005) como importantes para a coleta e foram levantadas junto a
órgãos como IBAMA - GO e Superintendência de Geologia e Mineração do Estado de Goiás -
SGM.
2.3.1 Clima
Segundo um Plano de Gestão Ambiental, elaborado pela empresa Rio Corrente S/A
(2005) o clima da região onde Mambaí está localizada caracteriza-se pela existência de um
período de deficiência hídrica de 5 meses (de maio a setembro) e um período de excedente
hídrico também de 5 meses (de novembro a março). Dados das três estações pluviométricas
localizadas na região mostram que a soma da precipitação no período de outubro a março
(acima de 100mm) representa 89,2% do total anual, sendo que o mês de dezembro se
individualiza com uma precipitação mensal superior a 200mm.
39
O clima é classificado como Tropical semi-úmido, condicionado pela existência de um
ambiente climático marcado por grande insolação quase o ano todo, com temperatura média
anual de 21ºC e precipitação variando de 1250 a 1750 mm anuais.
2.3.2 Geologia
Dados do documento Hidrogeologia do Estado de Goiás, elaborado este ano pela
SGM-GO, nos informam que a geologia do município Mambaí e dos municípios que compõe
a APA NRV, pode ser dividida em três grupos geológicos, a saber: Grupo Bambuí; Grupo
Areado e Grupo Urucuia (2006, p.36). Seguem-se abaixo as principais características desses
grupos, conforme o documento citado (Figura 8):
Grupo Bambuí: apresenta um arranjo estratigráfico que pode ser reconhecido
regionalmente ao longo de toda a borda oeste do Cráton do São Francisco. Nesta região a
coluna estratigráfica deste é composta, da base para o topo, pelas formações: Jequitaí, Sete
Lagoas, Serra de Santa Helena, Lagoa do Jacaré, Serra da Saudade e Três Marias. Esta
sucessão sedimentar foi depositada sobre uma plataforma estável epicontinental, sendo
possível estabelecer uma evolução em três grandes megaciclos sedimentares transgressivos
(Dardenne, 1979 e 1981). A formação Lagoa do Jacaré é predominante na área da APA NRV,
sendo parte do segundo megaciclo (argilocarbonatado) e caracteriza-se por ser composta por
siltitos e margas onde são intercaladas lentes e ou camadas de calcários pretos fétidos, ricos
em matéria orgânica, com a presença freqüente de níveis oolíticos e psolíticos. Localmente
observa-se nesta unidade a presença de pequenas lentes de dolomitos estromatolíticos rosados
(Referência, 2006, p. 29 - 30)
Grupo Areado (Eocretáceo): é constituído pelas formações Abaeté, Quiricó e Três Barras
(Barbosa, 1965 e Barbosa et al., 1970). A Formação Abaeté foi depositada por sistemas de
leques aluviais (na porção sul da Sub-Bacia Abaeté) e por sistemas de rios entrelaçados (nas
demais áreas da bacia), compondo um conjunto de conglomerados matriz ou clasto-
suportados, além de arenitos. A Formação Quiricó registra uma sedimentação lacustre,
localmente caracterizada por lagos estratificados (na porção sul da Bacia Abaeté), com
arenitos, siltitos, folhelhos e calcários subordinados. A Formação Três Barras representa
depósitos de ambientes fluviais, fluviodeltáicos e eólicos, dominados por arenitos amarelos e
40
rosados heterogêneos. Estes sedimentos ocorrem de forma descontínua ao longo do sopé da
Serra Geral de Goiás em paleodepressões.
Grupo Urucuia (Neocretáceo): é dividido nas formações Posse e Serra das Araras
(Campos & Dardenne, 1999). Esta unidade é amplamente dominada por arenitos de origem
eólica, além de arenitos, conglomerados e pelitos fluviais. Não há registros fósseis associados
ao Grupo Urucuia, e seu posicionamento cronoestratigráfico foi baseado na interdigitação
deste conjunto com as rochas piroclásticas e epiclásticas do Grupo Mata da Corda, as quais
foram datadas por métodos radiogênicos em 60 Ma (Campos, 1996; Hasui & Almeida, 1970).
41
14°40'
14°30'
14°20'
14°10'
14°40'
14°30'
14°20'
14°10'
46°20' 46°10' 46°00'
Grupo AreadoGrupo BambuíGrupo Urucuia
Grupos geológicos
APA das Nascentes do Rio VermelhoLegenda
Divisa municipal
MAPA DE GEOLOGIA DA APA DAS NASCENTES DO RIO VERMELHOMAPA DE GEOLOGIA DA APA DAS NASCENTES DO RIO VERMELHO
10 0 10Km
Projeção Universal Transversa de Mercator
N
46°20' 46°10' 46°00'
Grupo Urucuia
Grupo Bambuí
Grupo Areado
Damianópolis
Mambaí
Posse
Buritinópolis
APA DAS NASCENTES DO RIO VERMELHO
Escala da base cartográfica 1:500.000,Datum horizontal SAD-69, Fuso: 23 S,Meridiano Central 45° W, Folha SD23YB.
Patrícia Karoline Estevam Lima
Fonte: SIG-GO_SIEG / 2006
Produção e edição cartográfica: LegendaAPANRV
Estado de GoiásEstado de Goiás
150 0 150 Km
16° 16°
50°
50°
46°
46°N
Figura 8: Mapa com a representação dos grupos geológicos da APA NRV.
42
A oferta de recursos minerais na região é diversificada, variando desde a exploração
de empresas de mineração até a ação garimpeira. A região encontra-se individualizada por
ocorrências de gemas e minerais de pegmatito, a exemplo do diamante e da fluorita, e pelas
rochas ou minerais industriais, como o calcário.
2.3.3 Pedologia
Conforme o documento Hidrogeologia do Estado de Goiás, produzido pela SGM-GO,
os solos são um importante elemento ambiental. Compõem o substrato que controlaa maior parte dos ecossistemas terrestres, influenciando na agricultura, geotecnia,hidrogeologia, cartografia geológica, geologia ambiental, entre outros. Porapresentar relação direta com a geologia, geomorfologia e vegetação, os solos sãoconsiderados como eficientes estratificadores da paisagem (2006, p.79).
Na região da APA existem cinco tipos de solos: Argissolo, Cambissolo, Gleissolo,
Latossolo Vermelho-Amarelo, Neossolo Quartzarênico e Litólico, conforme a Figura 9. Veja
a seguir uma caracterização das classes e tipos de solos que ocorrem na área:
Argissolos: Os solos desta classe têm como característica marcante o aumento de
argila do horizonte superficial para o subsuperficial, além do caráter textural, geralmente
acompanhado de boa diferenciação de cores e outros aspectos físicos. A profundidade desses
solos geralmente varia de pouco profundos a profundos. São solos que apresentam grande
variação quanto à profundidade, além de possuírem grande variabilidade em relação às
demais características. Muitas vezes são pedregosos, cascalhentos ou mesmo rochosos. Este
solo não permite o bom desenvolvimento da atividade agrícola.
Latossolos vermelho-amarelo: são solos muito intemperizados, profundos e de boa
drenagem, com perfil homogêneo. Esta classe de solo é bastante similar ao latossolo
vermelho, contudo o teor em hematita é inferior, resultando em uma coloração mais clara no
horizonte B. Nessa classe de solo a maior parte do ferro ocorre na forma hidratada com óxidos
hidratados e hidróxidos. Dentre as feições diagnósticas podem ser citadas: ampla
homogeneidade entre os horizontes, fraca estruturação, grande espessura do perfil (maior que
43
5m), pequena variação na quantidade de argila entre os horizontes, além de ocorrerem em
relevo plano à suave ondulado. É considerado um solo bom para agricultura.
Neossolos Litólico e Neossolo Quartzarênico.
Litólico: são solos minerais pouco espessos com pequena expressão de processos
pedogenéticos e seqüência de horizontes A-R e, portanto, apresentam evidente rochosidade e
pedregosidade. O horizonte A ou O hístico possui menos de 40 cm de espessura, e está em
contato direto com a rocha sã ou intemperizada, o horizonte C, material com 90% ou mais de
sua massa constituída por fragmentos de rocha (EMBRAPA, 1999).
Quartzarênico: Nesta classe estão compreendidos solos minerais, em geral profundos, com
seqüência de horizontes do tipo A-C, sem contato lítico dentro de 50 cm de profundidade. Os
Neossolos Quartzarênicos apresentam textura arenosa, composição granulométrica nas classes
texturais areia ou areia franca (micácea) e em toda a extensão do perfil são constituídos
essencialmente por quartzo (maior que 95%), com ausência de minerais primários alteráveis
(EMBRAPA, 1999). São solos bastante susceptíveis à erosão, sobretudo quando sujeitos a
fluxo de água concentrado, que pode provocar a instalação de extensas voçorocas, muito
permeáveis, excessivamente drenados e geralmente sem estrutura desenvolvida. Apresentam
também baixos valores de soma e saturação por bases, além de, na maioria das vezes, ser
elevada a saturação por alumínio. É comum observar-se um ligeiro aumento de argila em
profundidade, por vezes denotando caráter intermediário com latossolos.
(HIDROGEOLOGIA DO ESTADO DE GOIÁS, 2006, p. 86 - 88).
Gleissolos: São solos com deficiência de drenagem, geralmente ricos em matéria
orgânica, e comumente presentes próximos a nascentes ou ao longo dos cursos das drenagens
e por isso ocorrem em forte associação com neossolos flúvicos. São solos constituídos por
material mineral com horizonte glei imediatamente abaixo do horizonte A ou horizonte hístico
com menos de 40 cm de espessura, ou horizonte glei começando dentro de 50 cm da
superfície do solo (EMBRAPA, 1999). Além dos horizontes superficiais ricos em matéria
orgânica, os horizontes glei são cinza claro, bege ou esbranquiçados e em geral muito
argilosos (HIDROGEOLOGIA DO ESTADO DE GOIÁS, 2006, p. 89).
Cambissolos: Apresentam seqüência de horizontes do tipo A ou hístico5, Bi, C, com
moderada diferenciação entre eles (EMBRAPA 1999). Compreendem solos minerais, com
horizonte A ou hístico de espessura menor que 40 cm e horizonte B incipiente subjacente ao
44
horizonte A de qualquer tipo, excluído o chernozêmico (quando a argila do horizonte Bi for
de atividade alta). São solos pouco evoluídos, geralmente pedregosos e, devido à
heterogeneidade do material de origem, das formas de relevo e das condições climáticas, suas
características são bastante variáveis, mas em geral caracterizam-se por serem bem drenados,
pouco profundos ou rasos, com teores de silte elevados, e constituídos por mais de 4% de
minerais primários e mais de 5% de fragmentos de rocha semi-intemperizada. Devido a seu
desenvolvimento ainda incipiente, as características destes solos estão em consonância com o
material de origem. Devido à declividade e pedregosidade dos terrenos, estes solos são pouco
utilizados para a agricultura mecanizada, e em sua grande maioria representam áreas com
vegetação preservada ou utilizada para pecuária extensiva e agricultura de subsistência
(HIDROGEOLOGIA DO ESTADO DE GOIÁS, 2006, p. 85).
45
14°40'
14°30'
14°20'
14°10'
46°20' 46°10' 46°00'
46°20' 46°10' 46°00'
14°40'
14°30'
14°20'
14°10'
MAPA DO SOLO DA APA DAS NASCENTES DO RIO VERMELHOMAPA DO SOLO DA APA DAS NASCENTES DO RIO VERMELHO
Argissolo
NeossoloQuartzarênico
NeossoloLitólico
Cambissolo
Gleissolo
LatossoloVermelho - Amarelo
Damianópolis
Buritinópolis
Mambaí
Posse
10 0 10Km
Projeção Universal Transversa de Mercator
Solos
CambissoloGleissoloLatossolo Vermelho AmareloNeossolo LitólicoNeossolo Quartzarênico
Argissolo
APA das Nascentes do Rio VermelhoLegenda
Divisa municipal
N
APA DAS NASCENTES DO RIO VERMELHO
Escala da base cartográfica 1:250.000,Datum horizontal SAD-69, Fuso: 23 S,Meridiano Central 45° W, Folha SD23YB.
Patrícia Karoline Estevam Lima
Fonte: SIG-GO_SIEG / 2006
Produção e edição cartográfica:Legenda
APANRV
Estado de GoiásEstado de Goiás
150 0 150 Km
16° 16°
50°
50°
46°
46°N
Figura 9: Mapa com a representação dos tipos de solos da APA NRV.
46
2.3.4 Hidrografia
A hidrografia é o maior atrativo da região da APA NRV e pode ser melhor definida de
acordo com a metodologia de codificação Ottobacias (1989), que divide e subdivide diversas
vezes, o Estado de Goiás. Esta codificação gera bacias e regiões hidrográficas que vão do
primeiro ao quinto nível, sendo que, para esta APA, o primeiro é a bacia hidrográfica do Rio
Tocantins, o segundo, bacia hidrográfica do Rio Tocantins a montante da foz do Rio
Araguaia, o terceiro, bacia hidrográfica do Rio Paranã e o quarto nível, bacia hidrográfica do
Rio Corrente. Este último nível ainda se subdivide em bacia hidrográfica do Rio dos Buritis,
bacia hidrográfica do Rio Vermelho, região hidrográfica do Rio Corrente foz do Rio dos
Buritis/Rio Vermelho e região hidrográfica do Rio Corrente a montante da foz do Rio
Vermelho.
O quarto nível se identifica com a corrente pesquisa, pois na etapa posterior as
subdivisões superam as limitações da APA NRV e neste, sua área é totalmente integrada,
conforme a Figura 10. O principal rio do quarto nível é o Rio Corrente, cujos formadores
nascem na Serra Geral de Goiás - divisor de águas com a bacia do Tocantins - em altitudes
compreendidas entre 800 a 900m e apresentam um extenso trecho encachoeirado,
praticamente sobre a mesma faixa, para em seguida, se desenvolver em regime de planície
com fracas declividades médias, até desembocar no Rio Paranã. Nesta bacia o rio Corrente
possui como afluentes dois rios: o Rio dos Buritis e o Rio Vermelho. Os demais são ribeirões,
córregos e outros mananciais.
O Rio Vermelho, o Rio dos Buritis o Córrego Bezerra e o Córrego Piracanjuba, entre
outros, aproveitaram falhas e fraturas subjacentes e alargaram-se por dissolução, formando
canyons, pontes cársticas, sumidouros e ressurgências, ravinadas com formas de topo
aguçado, densidade de drenagem forte e declives de 20 a 45% , conforme MOREIRA (1995
apud ZONEAMENTO GEOAMBIENTAL E AGROECOLÓGICO DO ESTADO DE
GOIÁS: REGIÃO NORDESTE, 1995).
Esta bacia aos poucos esta sofrendo pela ação antrópica, devido ser uma região onde
predomina o neossolo quartzarênico, solo fraco para agricultura, a população aos poucos vem
utilizando a prática da agricultura de subsistência em suas margens, retirando em parte suas
matas ciliares, causando assoreando de forma gradativa em alguns cursos d’água.
47
Legenda
Bacia hidrográfica do Rio CorrenteAPA das Nascentes do Rio Vermelho
Rio CorrenteRio dos BuritisRio Vermelho
Córr. Bezerra
Projeção Universal Transversa de Mercator
25 0 25 Km
N
15°00'
14°30'
47°00' 46°30' 46°00'
15°00'
14°30'
47°00' 46°30' 46°00'
Bacia Hidrográfica do Rio Corrente
APANRV
Rio Corrente
Rio dos Buritis
Rio Vermelho
Cór
r .B
eze r
ra
MAPA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO CORRENTE E PRINCIPAISCURSOS D'ÁGUA DA APA DAS NASCENTES DO RIO VERMELHO
MAPA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO CORRENTE E PRINCIPAISCURSOS D'ÁGUA DA APA DAS NASCENTES DO RIO VERMELHO
Escala da base cartográfica 1:250.000,Datum horizontal SAD-69, Fuso: 23 S,Meridiano Central 45° W, Folha SD23YB.
Patrícia Karoline Estevam Lima
Fonte: SIG-GO_SIEG / 2006
Produção e edição cartográfica: APANRVB. H. do Rio Corrente
Legenda
Estado de GoiásEstado de Goiás
150 0 150 Km
16° 16°
50°
50°
46°
46°
Figura 10: Mapa com a representação da Bacia Hidrográfica do Rio Corrente.
48
2.3.5 Vegetação
O Estado de Goiás possui considerável área de Cerrado devastado, entretanto, na
região Nordeste Goiano, onde está localizada a APA NRV, encontramos uma vegetação
conservada, conforme a Figura 13. Segundo dados do Plano de Gestão Ambiental realizado
pela empresa Rio Corrente S/A (2005), a cobertura vegetal natural na região nordeste do
estado de Goiás, em especial na bacia do rio Corrente, apresenta diversos tipos
fitofisionômicos que compõem o bioma Cerrado, incluindo características florísticas que
anunciam o contato com a Caatinga.. No contexto regional, a cobertura vegetal natural está
distribuída em três compartimentos: superior, intermediário e inferior.
O compartimento superior é representado por formas predominantemente planas à
suave onduladas com altitudes que variam ente 900 a 1000 onde são dominantes latossolos e
às vezes neossolos. Nestes, predominam as formações savânicas e campestres com ocorrência
esporádica de Matas de Galeria e Veredas ao longo das drenagens permanentes.
O compartimento intermediário, com altitudes que variam entre 700 e 750m é
representado por formas de relevo dissecado, rede de drenagem adensada e vales encaixados
com formação de canhão em pontos específicos. Neste gradiente serrano vegetava a Mata
Seca Decídua, sustentada por solos rasos (neossolos) de baixa fertilidade.
Figura 11: Flor de Pequi. Figura 12: Cactos em afloramento calcário.Autoria: Patrícia Estevam Autoria: Patrícia Estevam
O compartimento inferior é representado por formas planas a onduladas,
predominantes a partir do médio e baixo rio Corrente. Neste ocorrem formações florestais dos
tipos Mata Seca Decídua e, de forma subordinada, maciços de Mata Seca Semidecídua sobre
solos de maior fertilidade e maior disponibilidade hídrica, onde também se observa a
49
ocorrência de formas savânicas sobre solos profundos de textura arenosa. De forma
subordinada, em escala de maior detalhe observa-se ainda a ocorrência de ecótones ou área de
transição entre os tipos fitofisionômicos da região.
50
100 0 100Km
Projeção Universal Transversa de Mercator
Vegetação preservadaNordeste Goiano
APA das Nascentesdo Rio Vermelho
Legenda
N
19° 19°
18° 18°
17° 17°
16° 16°
15° 15°
14° 14°
13° 13°
53°
53°
52°
52°
51°
51°
50°
50°
49°
49°
48°
48°
47°
47°
46°
46°
Nordeste GoianoAPANRV
Escala da base cartográfica 1:250.000,Datum horizontal SAD-69, Fuso: 23 S,Meridiano Central 45° W, Folha SD23YB.
Patrícia Karoline Estevam Lima
Fonte: SIG-GO_SIEG / 2006
Produção e edição cartográfica:
MAPA DE VEGETAÇÃO PRESERVADA NO ESTADO DE GOIÁS( Destaque para Nordeste Goiano e APA das Nascentes do Rio Vermelho )
MAPA DE VEGETAÇÃO PRESERVADA NO ESTADO DE GOIÁS( Destaque para Nordeste Goiano e APA das Nascentes do Rio Vermelho )
Figura 13: Mapa representando a vegetação preservada no Estado de Goiás.
51
Ao considerarmos a cobertura vegetal natural, nota-se que as categorias de
características savânicas são as que apresentam maior cobertura contínua e nível de
conservação, em especial sobre o compartimento superior. Tal conservação favorece o
desenvolvimento do turismo ecológico.
Entretanto, a despeito do patrimônio natural ainda bem conservado, a exploração de
carvão vegetal4 é um fator preocupante na região. Conforme CARVALHO,
em 1993, segundo a SEPLAN-GO (1996:2003), o Nordeste Goiano era responsávelpor 15% da produção do estado, sendo que em 2002, ela, sozinha, concentrou 63,50%de toda a extração de Goiás (apenas os municípios de São Domingos, Sítio D´Abadia,Iaciara, Flores de Goiás, Nova Roma e Posse se encarregaram de mais de 56% dototal do carvão vegetal produzido), deixando as demais regiões com a cota de apenas36,50%. Esse dado revela-nos que há uma reorientação do desmatamento acentuadono estado que vem avançando, na última década, para o Nordeste Goiano. Algo quedeve significar também uma reorientação das políticas para a estruturação do seuterritório, avaliando, com urgência, essa prática de devastação que se encaminha paraa última faixa de cerrado goiano (2004, p.06 -07).
Utilizando ARRAIS, a autora chama atenção para o seguinte fato: “se fossemos
comparar a renda média dessa atividade com outras ligadas à agricultura familiar ou mesmo
ao turismo ecológico, não encontraríamos uma explicação que justifique sua extração”. (2004
apud CARVALHO, 2004. p. 07). O gráfico abaixo nos mostra isso melhor
Figura 14: Extração de Carvão Vegetal.
Fonte: Anuário Estatístico de Goiás: SEPLAN-GO, 1996 e 2003. (Retirado de CARVALHO, 2004. p. 07)
4 Dados da tabela 1 (ANEXO 4) intensificam a expressividade do extrativismo vegetal em Mambaí e noNordeste Goiano.
52
Quanto a Unidades de Conservação e Áreas de Preservação Permanente, além do
Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e do Parque Estadual de Terra Ronca, a região
abriga a Área de Proteção Ambiental das Nascentes do Rio Vermelho (APA NRV), objeto
deste trabalho, juntamente com o município de Mambaí.
Gerenciada pelo IBAMA-GO, esta área foi criada em setembro de 2001 com os
objetivos de proteger os atributos naturais, a diversidade biológica, os recursos hídricos e o
patrimônio espeleológico. Segundo o IBAMA–GO, a APA NRV (Figura 15) tem como meta
assegurar o caráter sustentável da ação antrópica na região, com particular ênfase na melhoria
do entorno; implantar processo de planejamento e gerenciamento com a participação de todos
os órgãos públicos, organizações não-governamentais e, principalmente, comunidades locais.
A APA abriga um dos mais expressivos patrimônios cársticos e muitos rios subterrâneos,
formados de diversas cavernas, fato que configura elevado potencial para a prática de
ecoturismo nesta área.
53
14°40'
14°30'
14°20'
14°10'
14°40'
14°30'
14°20'
14°10'
46°20' 46°10' 46°00'
APA das Nascentes do Rio VermelhoLegenda
Divisa municipal
APANRVLegenda
150 0 150 Km
N
16° 16°
50°
50°
46°
46°
Estado de GoiásEstado de Goiás
10 0 10Km
Projeção Universal Transversa de Mercator
N
46°20' 46°10' 46°00'
Damianópolis
Mambaí
Posse
Buritinópolis
APA DAS NASCENTES DO RIO VERMELHO
Escala da base cartográfica 1:250.000,Datum horizontal SAD-69, Fuso: 23 S,Meridiano Central 45° W, Folha SD23YB.
Patrícia Karoline Estevam Lima.
Fonte: SIG-GO_SIEG / 2006
Produção e edição cartográfica:
MAPA DA APA DAS NASCENTES DO RIO VERMELHO NO ESTADO DE GOIÁSCOM DIVISAS MUNICIPAIS
MAPA DA APA DAS NASCENTES DO RIO VERMELHO NO ESTADO DE GOIÁSCOM DIVISAS MUNICIPAIS
Alvorada do Norte
Sim
o lândi aB
uritinópolis
Posse
BA
HIA
Figura 15: Mapa representando a área da APA NRV.
54
2.4 Aspectos Sócio-econômicos
O levantamento das informações sócio-econômicas de Mambaí baseou-se em dados
oficiais de órgãos estaduais e federais, bem como em observações diretas e informações
colhidas durante as visitas de campo. A principal fonte de dados foi a Secretaria de
Planejamento e Desenvolvimento do Estado de Goiás - SEPLAN. A maioria dos dados
utilizados foi encontrada em várias publicações desse órgão, em especial nas elaboradas pela
Superintendência de Estatística Pesquisa e Informação - SEPIN.
Também foram encontradas informações relevantes no site da Agência Goiana dos
Municípios - AGM, bem como de outros órgãos do Governo Estadual como a Empresa de
Saneamento de Goiás - SANEAGO e a Companhia Energética de Goiás - CELG, além
informações do Governo Federal através do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -
IBGE.
Com base no conjunto de informações adquiridas junto a estes órgãos, foram
elaboradas tabelas para cada item pesquisado. Algumas dessas tabelas encontram-se
relacionadas no APÊNDICE A deste trabalho.
A tabela 4 mostra a composição da população residente por sexo e situação domiciliar
e a densidade demográfica nas quatro esferas: Estado de Goiás, Nordeste Goiano, Mambaí e
percentual Região/Estado. Os dados do último Censo mostram uma maior presença do
elemento feminino no Estado e predominância masculina no Nordeste Goiano e Mambaí. Esta
situação fica mais evidente quando se calcula a chamada razão de sexo (ou coeficiente de
masculinidade), que é o número de homens para cada 100 mulheres. Em 2000, o Estado de
Goiás havia 99,27 homens para cada 100 mulheres, mostrando um leve predomínio feminino.
No Nordeste Goiano essa razão era de 107,21 e em Mambaí o predomínio masculino era
maior, com 110,07 homens para cada 100 mulheres. A razão entre Região/Estado ficou em
108 homens para cada 100 mulheres, demonstrando assim, a predominância masculina.
A tabela 4 mostra ainda a pouca expressividade em termos absolutos da população
residente e densidade demográfica. As populações do Nordeste Goiano e Mambaí estão muito
rarefeitas espacialmente, como mostram os dados relativos à densidade demográfica. Em
2000, no Estado de Goiás como um todo a taxa era de 15,32 habitantes/Km2. O Nordeste
Goiano, tinha 3,89 habitantes/ Km2, Mambaí possuía 5,85 habitantes/ Km2 e a relação entre
Região/Estado estava em 25,39 habitantes/Km2.
55
Tabela 3: População Residente e Densidade Demográfica, segundo o IBGE e SEPLAN/GO, doMunicípio de Mambaí/GO, da região Nordeste e do Estado de Goiás em 2000
População residente–sexo e situação domicílio - 2000 Densidade Demográfica
Especificação Total Homens Mulheres RazãoH/M
Urbana Rural ÁreaKm2
Hab.Km2
Estado 5.003.228 2.492.438 2.510.790 99,27 4.396.645 606.583 340.086,698 15,32Nordeste Goiano 147.986 76.569 71.417 107,21 91.093 56.893 38.726,364 3,89
Mambaí 4.838 2.535 2.303 110,07 3.017 1.821 859,555 5,85%
Região/Estado2,96 3,07 2,84 108,00 2,07 9,38 11,39 25,39
Fonte: IBGE–SEPLAN/GO (Adaptado)
Os índices de crescimento demográfico do Estado, Nordeste, Mambaí e a relação
Região/Estado, no período intercensitário 1991/2000, estão expostos na tabela 5. Os dados
mostram que a população do Estado aumentou entre 1996/2000. Observamos também, que
houve um crescimento razoável no Nordeste Goiano e um aumento muito tímido em Mambaí,
no mesmo período. Em relação aos dados entre 1991/2000, houve uma queda na taxa de
crescimento anual em todas as esferas. Na média, o Estado apresentou uma taxa de
crescimento anual razoável (2,46% ao ano), ao passo que no Nordeste Goiano, essa mesma
taxa foi de (0,99% ao ano), e Mambaí apresentou uma taxa de (-4,02% ao ano), sendo que a
relação da Região/Estado apresentou uma taxa de (40,24% ao ano).
Os dados acima de redução da população podem estar associados ao Índice de
desenvolvimento humano (IDH) dos municípios da região5.
Tabela 4: População Residente e Taxa Geométrica de Crescimento Anual, segundo o IBGE eSEPLAN/GO, do Município de Mambaí/GO, da região Nordeste e do Estado de Goiás entre1991/2000
População residente (habitantes) Taxa Geométrica de crescimento anual (%)Especificação
1991 1996 2000 1991/1996
1996/2000 1991/2000
Estado 4.018.903 4.514.967 5.003.228 2,36 2,60 2,46Nordeste Goiano 135.378 140.029 147.986 0,68 1,39 0,99Mambaí 6.999 4.520 4.838 -8,37 1,71 -4,02% Região/Estado 3,37 3,10 2,96 28,81 53,46 40,24
Fonte: IBGE–SEPLAN/GO (Adaptado)
5 Segundo os censos de 1991 e 2000 do IBGE, os vinte municípios do Nordeste Goiano reduziram sua populaçãoem virtude do índice de pobreza, seguindo a contramão do Estado.
56
O Índice de desenvolvimento humano (IDH) em Goiás, a partir dos indicadores de
longevidade, educação e renda foram positivos nos anos de 1991 e 2000, ficando na 8ª
posição no ranking, com uma classificação considerada média, segunda classificação do
IBGE. No Nordeste Goiano podemos observar, assim como no Estado, houve um aumento de
longevidade, educação e renda, e em Mambaí os índices foram positivos em longevidade,
educação e renda, mas ainda é considerado um município de classificação média (Tabela 2-
APÊNDICE A).
A esperança de vida ao nascer é dada pelo número médio de anos que as pessoas
viveriam a partir do nascimento. Baseados em dados dos Censos de 1991 a 2000, a esperança
de vida de 2000 foi estimada multiplicando os valores de 1991 pela taxa de incremento na
esperança de vida ao nascer entre 1991 e 2000 para o Estado conforme estimativas do IBGE.
A tabela 6 mostra os dados de esperança de vida ao nascer do Estado, Nordeste Goiano,
Mambaí. Segundo os dados, a esperança média de vida para o Estado era de 65,10 anos em
1991 passando em 2000 para 69,68 anos. No Nordeste Goiano era de 60,71 anos em 1991
passando em 2000 para 66,12 anos e em Mambaí que era de 62,08 anos de esperança de vida
passou para 65,65 anos. Mostrando assim, que tanto o Nordeste Goiano quanto Mambaí
apresentaram uma esperança de vida abaixo da média do Estado.6
Tabela 5: Esperança de Vida ao Nascer, segundo IBGE e SEPLAN/GO, do Município deMambaí/GO, da região Nordeste e do Estado de Goiás entre 1991/ 2000
Esperança de vida ao nascer–1991/2000Especificação
1991 2000Estado 65,10 69,68Nordeste Goiano 60,71 66,12Mambaí 62,08 65,65% Região/Estado 93,26 89,15
Fonte: IBGE–SEPLAN/GO (Adaptado)
Os dados das tabelas 7 e 8 referem-se à situação do sistema de ensino do Estado,
Nordeste Goiano e Mambaí, entre 1991 e 2004. A tabela 6 mostra um acréscimo no número
de escolas e salas de aulas e um decréscimo no número de salas de aulas docentes e alunos
6 Segundo dados dos censos de 1991 e 2000 do IBGE, os vinte municípios do Nordeste Goiano aumentaram aesperança de vida ao nascer em cerca de 8,9% em 9 anos. Este crescimento deve-se a melhoria nas condições desaúde, saneamento, esgoto, moradia, coleta de lixo, emprego, dentre outros. Mas, apesar desse aumento, aRegião Nordeste ficou abaixo em cerca de 7% em relação ao Estado, uma situação desconfortável. Osgovernantes responsáveis pelo Nordeste Goiano devem priorizar recursos destinados às áreas citadas acima paraque possam elevar os níveis de qualidade de vida das populações residentes.
57
matriculados no Estado. No Nordeste Goiano houve acréscimo no número de salas de aulas e
docentes e um decréscimo no número de escolas e alunos matriculados no mesmo período.
Em Mambaí, ocorreu um acréscimo no número de salas de aula e alunos matriculados e um
decréscimo no número de escolas e docentes.
No último período intercensitário, a proporção de pessoas analfabetizadas diminuiu
significativamente entre a população das três esferas, passando de 33,12% para 15,91% no
Estado; de 30,91% para 15,26% na região do Nordeste Goiano; de 33,86% para 17,11% em
Mambaí no período de 1991 a 2000. Segundo o IBGE, uma pessoa é considerada alfabetizada
quando cursou no mínimo quatro séries completas do ensino básico. Consequentemente, o
IBGE calcula as taxas alfabetização tendo como referência o universo formado pela
população com 10 anos ou mais, partindo do pressuposto conservador, mas realista, de que a
maioria dos brasileiros começa a ser alfabetizada a partir dos sete anos. Apesar dessa
considerável diminuição na taxa de analfabetismo nas três esferas acima citadas, em uma
década, esse índice ainda representa um dos mais altos do mundo7.
Tabela 6: Número de escolas, Salas de aulas, Número de docentes, Alunos matriculados, segundoIBGE e SEPLAN/GO, do Município de Mambaí/GO, da região Nordeste e do Estado de Goiásentre 2003/2004
Ano de 2003 Ano de 2004EspecificaçãoEscolas Salas Docentes Matrículas Escolas Salas Docentes Matrículas
Estado 4.528 33.748 81.557 1.663.556 4.762 34.130 72.060 1.637.406Nordeste Goiano 560 1.247 2.713 58.134 374 1.292 2.794 57.984Mambaí 11 26 61 1.868 07 32 77 1.905% Região/Estado 12,36 3,69 3,33 3,49 7,85 3,79 3,88 3,54Fonte: IBGE–SEPLAN (Adaptado)
Tabela 7: Taxa de Analfabetismo da população de 10 anos ou mais de idade, segundo IBGE eSEPLAN/GO, do Município de Mambaí/GO, da região Nordeste e do Estado de Goiás entre1991/ 2000
Taxa de analfabetismo da população de 10 anos ou mais de idade (%) 1991/2000Especificação 1991 2000
Estado 33,12 15,91Nordeste Goiano 30,91 15,26Mambaí 33,86 17,11% Região/Estado - -Fonte: IBGE–SEPLAN/GO (Adaptado)
7 Em 2005, o IBGE revela que essa taxa para Goiás foi de 10,73% e no Brasil ainda é de 13%, sendo maior doque em país como a China e México, conforme a reportagem publicada no caderno Cidades–Pior Educação doMundo, do jornal Diário da Manhã, veiculada em 09 de outubro de 2006.
58
Segundo dados do IBGE, o valor de rendimento nominal médio mensal das pessoas de
10 anos ou mais de idade, responsáveis pelos domicílios particulares permanentes, em 2000,
foi de R$ 856,00 para o Centro-Oeste. A tabela 9 apresenta os dados de rendimento nominal
médio mensal das pessoas com 10 anos ou mais de idade, com rendimento, no Estado,
Nordeste Goiano e Mambaí e a flutuação de empregos nos anos de 2001/2002. Podemos
observar que tanto o Estado, Nordeste Goiano e Mambaí estão abaixo do rendimento acima
estipulado pelo IBGE8.
Tabela 8: Valor de Rendimento Nominal Médio Mensal das pessoas responsáveis pelo domicílio/Flutuação do nível de emprego, segundo IBGE, Ministério do Trabalho e SEPLAN/GO, doMunicípio de Mambaí/GO, da região Nordeste e do Estado de Goiás entre 2000/ 2002
Flutuação de empregos
Admitidos DesligadosEspecificaçãoValor de
rendimentonominal
Médio mensal(R$) - 2000
2001 2002 2001 2002
Estado 688,80 292.087 298.605 270.706 279.342Nordeste Goiano 381,14 2.875 1.621 3.421 3.143Mambaí 322,61 02 13 02 09% Região/Estado 55,34 0,98 0,54 1,26 1,13Fonte: IBGE - Ministério do Trabalho - SEPLAN/GOSalário Mínimo em 2000–R$ 151,00
Na tabela 3 (APÊNDICE A) estão listadas as principais culturas do município, com
área plantada de cada uma. Os dados mostram que a produção agrícola é modesta e pouco
diversificada. O arroz e o milho são duas culturas com maior área cultivada e produção,
representando a ponta de lança da agricultura comercial que começa a expandir-se em
território goiano. Essa agricultura, caracterizada pelo uso intensivo de tecnologia e capital,
encontrou no município terras baratas cujos solos, embora de baixa fertilidade, apresentam
condições favoráveis ao manejo mecanizado. Mandioca, feijão e cana-de-açúcar - produtos
típicos de subsistência - são cultivados em pequenas áreas de terra fértil e servem, sobretudo,
para o consumo das famílias dos produtores, sendo os excedentes comercializados nos
mercados locais. Neste aspecto, o desenvolvimento do turismo pode representar mais uma
alternativa à renda do município, visto que esta atividade pode conviver perfeitamente com a
agricultura, especialmente porque “é preciso evitar, a qualquer preço, a monocultura turística,
8 Segundo dados dos censos de 1991 e 2000 do IBGE, tanto o Estado quanto a região do Nordeste Goiano,diminuíram os números em relação ao analfabetismo, em cerca de 50%. Isso se deve ao fato da melhoria daqualidade do ensino, aumento do número de escolas, professores e a distribuição de merendas para os alunos doensino fundamental.
59
que não apenas é nefasta como qualquer monocultura, mas igualmente perigosa”
(Krippendorf, 2001, p.146).
Quanto à Pecuária, o setor primário ainda ocupa um lugar de relevância na economia
municipal. Entre as atividades primárias, a bovinocultura é a atividade de maior tradição entre
os moradores e o que mais profundamente marcou a paisagem rural do município. É também
a que mais reúne características naturais da região e poderá voltar a ser um dos pilares do
desenvolvimento local, caso sejam adotadas práticas técnica e ambientalmente corretas e
capazes de torná-la sustentável.
Os dados da tabela 10, relativos à pecuária, mostram que esta atividade, embora
relevante para a economia local, tem uma escala de produção bastante modesta e pouco
representativa no contexto estadual. O rebanho bovino, em relação ao Estado é o segundo
maior com 19.132.372 cabeças, ficando atrás somente da avicultura com 27.139.230 cabeças
e a suinocultura com 1.231.251 exemplares. Já no Nordeste Goiano o efetivo bovino fica em
primeira escala com 818.081 cabeças, seguidos da avicultura com 311.800 cabeças e a
suinocultura com 29.520 cabeças. Já em Mambaí podemos observar que há uma mudança na
posição da tabela, ficando em primeira escala o efetivo bovino com 6.411 cabeças, seguidos
da avicultura com 6.500 e a suinocultura com 500 cabeças.
Tabela 9: Pecuária - Efetivos bovino, suíno e aves (cabeças), segundo IBGE e SEPLAN/GO, doMunicípio de Mambaí/GO, da região Nordeste e do Estado de Goiás em 2001
Efetivos bovino, suíno e aves (cabeças) - 2001EspecificaçãoBovino Suíno Aves
Estado 19.132.372 1.231.251 27.139.230Nordeste Goiano 818.081 29.520 311.800Mambaí 6.411 500 6.500% Região/Estado 4,28 2,40 1,15Fonte: IBGE–SEPLAN/GO (Adaptado)
Tratando-se do saneamento, conforme a tabela 11, a população atendida com
saneamento básico no Estado, era de 84% , no Nordeste Goiano era de 91% e Mambaí com
um índice de 85% da população era atendida. O saneamento básico está sob responsabilidade
da Empresa de Saneamento de Goiás (SANEAGO).
Os serviços de coleta de esgoto atendiam 34% em relação ao Estado, 19% no Nordeste
Goiano e 74,89% em Mambaí. Índices a serem melhorados pela administração pública.
60
Tabela 10: População atendida de água e esgoto (%), segundo SANEAGO, IBGE eSEPLAN/GO, do Município de Mambaí/GO, da região Nordeste e do Estado de Goiás em 2001
População atendida de água e esgoto % - 2001EspecificaçãoÁgua Esgoto
Estado 84 34Nordeste Goiano 91 0,19Mambaí 85 74,89% Região/Estado 1,08 0,55
Fonte: SANEAGO–IBGE–SEPLAN/GO (Adaptado)
Segundo os dados da tabela 12, em 2000, o serviço de coleta de lixo atendia 84,14%
da população do Estado, 50,22% no Nordeste Goiano e 36,64% em Mambaí. Já em relação a
outros destinos do lixo, o Estado tem um taxa de 18,86%, Nordeste Goiano 49,78% e Mambaí
63,36%, índices altos, o que agrava a proliferação de doenças e os danos ao meio ambiente.
Em Mambaí, segundo informações dos moradores, o lixo e outros resíduos são simplesmente
descarregados numa área a céu aberto (lixão) sem qualquer manejo ou tratamento, apesar de
haver legislação proibindo tal prática.
Tabela 11: Destino do lixo (%), segundo IBGE e SEPLAN, do Município de Mambaí/GO, daregião Nordeste e do Estado de Goiás em 2000
Destino do Lixo (%) - 2000EspecificaçãoColetado Outros Destinos
Estado 81,14 18,86Nordeste Goiano 50,22 49,78Mambaí 36,64 63,36% Região/Estado 0,62 2,64Fonte: IBGE - SEPLAN/GO (Adaptado)
Na tabela 13 temos o consumo total de energia elétrica em Mwh no ano de 2001. O
consumo do Estado era de 3,61Mwh, Nordeste Goiano 1,99 Mwh e Mambaí com um índice
de 1,25 Mwh de consumo. Mambaí localiza-se na área de concessão da CELG –Companhia
Energética de Goiás, esta linha de transmissão tem como finalidade melhorar o suprimento de
energia, não somente para Mambaí, mas para todo Nordeste Goiano.
Tabela 12: Consumo de energia em (Mwh), segundo CELG, IBGE e SEPLAN/GO, do Municípiode Mambaí/GO, da região Nordeste e do Estado de Goiás em 2001
Consumo médio de energia elétrica–Mwh - 2001Especificação Consumo Mwh
Estado 3,61Nordeste Goiano 1,99Mambaí 1,25% Região/Estado 0,55Fonte: CELG–IBGE–SEPLAN/GO (Adaptado)
61
Em 2005, de acordo com a tabela 14, em Goiás, a rede hospitalar era constituída de
478 hospitais, sendo 18.881 leitos. No Nordeste Goiano existe uma rede hospitalar com 19
hospitais com 381 leitos. Mambaí possui 01 hospital público, com apenas 16 leitos
disponíveis. Trata-se de uma estrutura deficiente, fato explicado pela escassez de recursos
destinados à saúde, dentro dos magros orçamentos municipais. Os casos com maior
complexidade são encaminhados ao sistema de saúde do Distrito Federal.
Tabela 13: Rede Hospitalar e Número de leitos, segundo IBGE e SEPLAN/GO, do Município deMambaí/GO, da região Nordeste e do Estado de Goiás em 2005
Rede hospitalar e número de leitos - 2005Especificação
Nº Rede Hospitalar Nº LeitosEstado 478 18.881Nordeste Goiano 19 381Mambaí 01 16% Região/Estado 0,40 0,20Fonte: IBGE - SEPLAN/GO (Adaptado)
A Taxa de Mortalidade Infantil (número de óbitos de crianças com menos de 01 ano
por nascidos vivos) é considerada um dos mais importantes indicadores de saúde de uma
população. Uma queda na taxa de mortalidade infantil indica sempre uma melhora nas
condições de saúde e, de forma mais geral, da qualidade de vida da população. Os dados da
tabela 15 mostram o inverso, ou seja, um aumento significativo da taxa de mortalidade, entre
1991 e 2000. Este índice no Estado passou de 65,10 para 69,68. O Nordeste Goiano passou de
60,71 para 66,12, em Mambaí a taxa de mortalidade infantil subiu de 62,08 para 65,65 em
2000, o que significa crescimento em todas as escalas. Esse dado é o oposto do quem
ocorrendo no Brasil e no mundo. O que equivale dizer que nessa região está tendo poucas
políticas voltadas para a saúde9
9 Esses dados podem ser relacionados aos da Tabela 14. Os 16 leitos do município de Mambaí significam poucaassistência médico-hospitalar para a população.
62
Tabela 14: Taxa de Mortalidade Infantil (‰) por mil nascidos vivos, segundo IBGE eSEPLAN/GO, do Município de Mambaí/GO, da região Nordeste e do Estado de Goiás entre1991/ 2000
Taxa de Mortalidade Infantil (‰)por mil nascidos vivos–1991/2000Especificação
1991 2000Estado 65,10 69,68Nordeste Goiano 60,71 66,12Mambaí 62,08 65,65% Região/Estado 0,93 0,94Fonte: IBGE–SEPLAN/GO (Adaptado)
Os dados da tabela 16, relativos à arrecadação de Imposto de Circulação de
Mercadorias e Serviços –ICMS, mostram que houve um aumento significativo entre os anos
de 2000 a 2002, passando de 2.198.012.251,53 em 2000 para 3.020.446.812,71 no Estado, de
6.039.104,77 para 7.297.825,09 no Nordeste Goiano, de 94.463,24 para 249.990,20 em
Mambaí no mesmo período. Podemos notar que no Nordeste Goiano e em Mambaí, a
principal fonte de arrecadação é a cobrança de ICMS para pagamento da folha salarial.
Tabela 15: Arrecadação de ICMS e Variação em (%), segundo Secretaria da Fazenda/GO eSEPLAN/GO, do Município de Mambaí/GO, da região Nordeste e do Estado de Goiás entre2000/2002
Arrecadação ICMSICMS–R$ Variação (%)Especificação
2000 2001 2002 2000/2001 2001/2002
Estado 2.198.012.251,53 2.615.325.571,17 3.020.446.812,71 18,99 15,49
Nordeste Goiano 6.039.104,77 7.297.825,09 13.576.940,18 20,84 86,04Mambaí 94.463,24 156.818,35 249.990,20 66,01 59,41
% Região/Estado 0,27 0,28 0,45 1,09 5,55
Fonte: Secretaria da Fazenda–GO–SEPLAN/GO (Adaptado)
Ante o exposto sobre todos estes aspectos do município de Mambaí, concordamos
com MOESCH, quando afirma que é evidente a capacidade do turismo de gerar impactos
positivos nos índices sócio-econômicos. Esta autora destaca que essa capacidade é
mundialmente conhecida, pois o turismo revigora áreas adormecidas ou mortas para o bem
estar social e dinamização da economia (1998, p. 87).
63
3 INVENTÁRIO TURISTICO DE MAMBAÍ
O levantamento dos dados do Inventário Turístico teve como escala de análise
principal, o município de Mambaí. No desenrolar da pesquisa em campo, sentimos a
necessidade de incorporar a este inventário, elementos de outras escalas que extrapolam os
limites do município, visto que, não há possibilidade de neglicenciar os aspectos regionais
quando falamos em Turismo.
Nas leituras sobre turismo de base local, geralmente há recomendação para não
desconsiderar a escala da região do entorno do município. Tanto que, IRVING, destaca que “o
planejamento turístico é indissociável da perspectiva de desenvolvimento regional” (2002,
p.70).
No caso em questão, a escolha dos atrativos de outros municípios limitou-se aqueles
que estão localizados dentro da área de abrangência da APA NRV, conforme o Mapa 8.
Assim, hora ou outra, aparecem atrativos que estão fora do município de Mambaí, mas que,
em nosso entendimento, não invalida a escolha de um município como referencial de análise.
3.1 Atrativos Naturais
Tendo em mente os passos metodológicos orientados por MAGALHÃES (2002),
fomos acompanhados aos potenciais atrativos locais, por alguns jovens da comunidade que
possuíam vastos conhecimentos sobre a região e pudemos reconhecer vários pontos. Nestes,
coletamos as coordenadas geográficas, observando os tipos de atividade que poderiam ser
realizadas e avaliamos o estado de conservação de cada um deles.
Os acessos a cada local foram criados pelos próprios jovens que os exploram e são
considerados provisórios em alguns casos, visto que são estudadas formas de facilitar e
agilizar o acesso.
Não há nenhum tipo de atividade turística sendo desenvolvida em nenhum deles,
portanto não há equipamentos ou serviços disponíveis. Contudo, encontramos junto aos
moradores, muitas idéias do que poderia ser criado para elevar o grau de atratividade de cada
ponto e viabilizar o desenvolvimento do turismo.
Seguem os principais atrativos naturais encontrados.
64
1) Vale Senhor dos Anéis
Localizado próximo a Agrovila Mambaí, temos o vale conhecido como Senhor dos
Anéis. Segundo moradores o vale recebeu este nome por lembrar muito um cenário visto no
filme “O Senhor dos Anéis”. Este vale situa-se ao longo do Rio Vermelho.
Para chegar a este atrativo saímos da sede do município e seguimos à esquerda no
trevo, após 1km de asfalto, percorremos em estrada de chão até o Sítio do Beija-Flor, onde
inicia-se uma trilha caminhando. Da cidade até à Agrovila Mambaí, fizemos
aproximadamente 7 km de carro e o restante do percurso a pé.
Na trilha o grau de dificuldade é médio e ainda assim cansativo, contudo está sendo
criada pelos moradores, uma trilha mais fácil.
A acessibilidade a este atrativo pode ser feita durante todo o ano.
O Vale possui aproximadamente 90 metros de altura, tornando possível a prática de
tirolesa e rapel, permitindo também atividades de espeleoturismo, devido a presença da
Caverna10 do Boi e do Senhor dos Anéis, esta com grande ornamentação. O entorno dessas
cavernas possui vegetação nativa preservada. Outra atividade possível seria a travessia do
Vale por meio de uma ponte pencil a ser construída, com aproximadamente 170 metros de
extensão.
O Vale do Senhor dos Anéis tem grande beleza cênica, com cerrado preservado, há
presença de paredões e formações cársticas, o que confere a este atrativo um alto grau de
potencialidade turística, necessitando apenas de infra-estrutura.
Figura 16. Entrada da Caverna Senhor dos Anéis Figura 17. Espeleotema no interior da cavernaAutoria: Emílio Calvo Autoria: Emílio Calvo
10 Caverna (do latim cavus, buraco), gruna ou gruta (do latim vulgar grupta, corruptela de crypta) é todacavidade natural rochosa com dimensões que permitam acesso a seres humanos. Em alguns casos essascavidades também podem ser chamadas de tocas, lapas ou abismos.
65
Figura 18. Coluna na Caverna Senhor dos Anéis Figura 19. Parte do teto da Caverna Senhor dos AnéisAutoria: Emílio Calvo Autoria: Emílio Calvo
2) Gruna da Tarimba
A Gruna da Tarimba localiza-se em Mambaí, mais precisamente nos fundos da
fazenda que lhe empresta o nome, em meio a uma área de cultivo de milho e cana de açúcar.
Ela possui o status de maior caverna de região de Mambaí e adjacências, com
aproximadamente 8 km de extensão.
O acesso a esta caverna dá-se partindo da sede do município e seguindo 13 km de
asfalto e 1,5 km de estrada de chão. Do local onde serão deixados os carros até a entrada
principal da caverna, são 10 minutos de caminhada.
Conforme informações do Grupo Espeleológico Goiano –GREGO, a Gruna da
Tarimba tem dimensões de pequenas proporções que dificultam o acesso ao interior da
caverna, conforme estudos realizados pelo Grupo Espeleológico Goiano –GREGO. A única
boca que permite uma passagem relativamente tranqüila é a entrada principal. Todas as outras
sete entradas estão distribuídas próximas uma das outras, em media 20 m.
As entradas da Gruna da Tarimba possuem uma vegetação relativamente conservada,
porém o avanço de atividades principalmente agropecuárias, vem se alastrando na região.
Em vários pontos das galerias e salões da Gruna da Tarimba existe grande riqueza, em
quantidade e diversidade de espeleotemas. De uma forma bem distribuída, esta caverna,
apresenta caprichosamente, trechos com ornamentações específicas, só encontradas nestes
respectivos pontos. Trata-se de uma caverna singular entre todas as outras, por sua
extensão, número de salões e entradas, por seus desníveis e cursos d’água. Em uma das
66
saídas, encontra-se um paredão de aproximadamente 17 m de altura, formando uma queda
d’água conhecida como Cachoeira da Recompensa. Neste ponto é possível à pratica de rapel e
banho, em uma água transparente e temperatura agradável, formando um belo cenário para o
visitante.
É desaconselhável a execução de trabalhos exploratórios em estações chuvosas, visto
que nesta época, os cinco pequenos cursos d’água desta caverna recebem grande volume de
água pluvial, elevando seus níveis rapidamente e resultando em risco tanto para a visitação
técnica quanto para turística.
Figura 20: Entrada tipo quebra-corpo na Caverna Tarimba Figura 21: Cachoeira da RecompensaAutoria: Anderson Santos Autoria: Anderson Santos
3) Lapa do Penhasco
A Lapa do Penhasco está localizada no município de Buritinópolis, inserida na área
das fazendas Barro Preto e Olho d’ água. Esta caverna possui duas entradas conhecidas, uma
no Córrego das Dores1 e outra, na ressurgência do mesmo córrego, próximo do Rio Vermelho.
A vegetação no entorno é formada por mata calcária ainda preservada, entretanto, há
vestígios do avanço de cultivo de subsistência, em área determinada por lei como sendo
preservação permanente.
A Lapa do Penhasco é trabalhada em toda sua extensão pelo Córrego das Dores,apresentando grande quantidade e variação de espeleotemas, segundo informações doGREGO.
1 A Diretoria de Serviços Geográficos do Exército–DSG, informa que este córrego tem o nome de Serragem.
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A caverna na sua entrada apresenta um pequeno lago, onde os visitantes passam com a
água na altura do peito, e varias quedas d’água que fluem entre blocos abatidos que
proporcionam uma paisagem interessante nos primeiros metros da caverna.
Seu caminhamento não é tão difícil, e durante o percurso é possível perceber vários
atrativos, como uma pequena cachoeira, praias de areias brancas e finas e um segundo lago
com interessantes espeleotemas.
Estudos do GREGO esclarecem que por ocasião da elaboração do plano de manejo
espeleológico, que regulamentará a abertura da Lapa do Penhasco ao turismo, alguns sítios
desta cavidade deverão ser classificados com áreas intangíveis, ora visando à proteção de
ornamentações, ora a proteção de uma espécie de peixe trogófilo ali encontrado, ou ainda
determinadas situações visando à manutenção da própria integridade física dos turistas.
Figura 22: Assoreamento do Córrego das Dores ocorrido por Figura 23: Entrada na Lapa do Penhascoavanço de cultivo de subsistência Autoria: Anderson SantosAutoria: Patrícia Estevam
4) Lapa do Córrego das Dores
Segundo dados do GREGO, a Lapa do Córrego das Dores localiza-se na região da
Fazenda Olhos D’água, no município de Buritinópolis e comporta duas entradas de grandes
proporções, sendo a primeira onde o curso d’água adentra a caverna apresenta dimensões de
30 m de altura por 25 m de largura. A segunda entrada apresenta dimensões e padrões muito
similares à primeira boca.
Apesar da presença de uma mata-galeria preservada, seu entorno possui cultivos de
cana-de-açúcar, milho e hortaliças.
Sua cavidade apresenta um conjunto de belos espeleotemas de dimensões variadas em
suas paredes e teto.
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A Lapa do Córrego das Dores proporciona um passeio tranqüilo e sem riscos pela
facilidade de acesso as suas entradas e principalmente pela caminhada ao seu interior, fazendo
desta caverna ima ótima opção para o aproveitamento turístico.
Figura 24: Coluna na Lapa do Córrego das Dores Figura 25: Entrada da Lapa do Córrego das DoresAutoria: Anderson Santos Autoria: Anderson Santos
5) Caverna dos Revolucionários
Conforme dados do GREGO, a Caverna dos Revolucionários localiza-se no município
de Posse, inserida em área da fazenda São Borges, ao fundo de uma grota, num grande coletor
de águas pluviais drenado até o Córrego São Pedro.
Esta caverna possui nove entradas conhecidas, porém pelo fácil acesso, apenas a
Entrada I é utilizada, tratando-se de uma pequena boca de 7m de largura por 1,7 m de altura
que encontra-se encaixada na base de uma pequena elevação ao centro da grota.
Seu entorno é tomado por uma mata calcária em razoável estado de preservação,
entretanto, é possível observação do avanço antropológico de sua vegetação que está sendo
substituída por pastagens.
Em alguns locais da cavidade, a variação e a quantidade de espeleotemas chega a ser
impressionante, encontramos estalactites, estalagmites e colunas de vários tamanhos.
Foram encontrados vestígios paleontológicos (ossos fósseis) em alguns pontos dessa
caverna. Diz-se entre os moradores que ela foi usada como refúgio de revolucionários na
região e estima-se que esses relatos refiram-se à passagem da “Coluna Prestes” nas
imediações. Alguns salões da caverna abrigam restos de fogueiras, inscrições e potes, dentre
69
outros. Trata-se de uma caverna com o maior potencial para estudos paleontológicos dentro
da área de estudos da APA do Rio Vermelho12.
A Revolucionários é uma caverna seca. Em épocas de chuva é comum encontrar água
corrente, frutos de infiltrações, sendo que no final do período chuvoso formam-se poços
d’água por longo período de tempo.
A Caverna dos Revolucionários possui características incomuns, se comparada às
demais áreas da APA NRV, graças a uma série de fatores como: arranjo de suas galerias,
quantidade e beleza de seus espeleotemas, informações históricas e vestígios paleontológicos.
O acesso a qualquer uma das entradas é fácil, apresentando piso geral plano, o que
possibilita um passeio seguro por suas galerias e salões bem ornamentados.
Devido ao seu posicionamento estratégico, ao final da caverna, a entrada VII está
sendo utilizada como saída.
Trata-se de uma caverna com bom potencial para adaptação à visitação turística.
Figura 26: Espeleotema na Caverna dos Revolucionários Figura 27: Corredor na Caverna dos RevolucionáriosAutoria: Emílio Calvo Autoria: Emílio Calvo
6) Caverna do Rio Vermelho I
Segundo cadastro realizado pelo GREGO, a Caverna do Rio Vermelho I está
localizada entre os municípios de Mambaí e Damianópolis, inserida em área da fazenda
Bonina e caracteriza-se principalmente pela drenagem do Rio Vermelho e Rio das Pedras,
intercalando trechos de cânions profundos.
12 Esse fato nos leva a atribuir a esta caverna o status de atrativo histórico-cultural também.
70
A Caverna do Rio Vermelho I possui apenas uma entrada, localizada ao fundo de um
grande vale com paredes que chegam a medir 40 m de altura, por onde adentra o Rio
Vermelho. Trata-se de uma abertura de 8m de largura por 5m de altura. Esta entrada localiza-
se na base do paredão ao fundo do vale. Na boca da caverna e seu entorno observa-se à
presença de vegetação de mata ciliar bem preservada.
A Caverna Rio Vermelho I não possui espeleotemas e é cortada e trabalhada em toda
sua extensão pelo rio que lhe empresta o nome. Trata-se de curso d’água com volume
considerável principalmente no período chuvoso.
Sua entrada, somada à beleza do local - um belo vale –e a existência em suas
imediações de bons locais para banho de rio, formam um conjunto de atrativos turísticos que
não pode ser ignorado.
Entretanto, a Caverna do Rio Vermelho apresenta alguns fatores de risco que devem
ser observados, tais como grande volume de correnteza das águas em seu interior, tornando o
passeio dentro da mesma muito cansativo, principalmente no seu retorno, existindo ainda o
risco de pessoas serem arrastadas para o final da galeria, onde o teto abaixa abruptamente,
impedindo por completo a passagem.
Figura 28: Caverna Rio Vermelho IAutoria: Emílio Calvo
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7) Lapa da Cachoeira do Funil
Dados do GREGO nos informam que a Lapa do Funil encontra-se em Mambaí,
inserida em área da fazenda Funil. Possui duas entradas, sendo que a principal é drenada pelo
Córrego Ventura. Por outro lado, partindo da segunda entrada, o córrego segue encaixado em
grande cânion, com paredões de aproximadamente de 40 m de altura.
A entrada principal da Lapa do Funil impressiona pela sua imponência e beleza. Com
suas paredes abruptas, sua entrada drena todo o volume de água do Córrego Ventura, caindo
em seu interior numa queda livre de 18 m de altura. O caminhamento nesta caverna é feito por
cima de pequenos blocos desmoronados.
O acesso à caverna se dá através de um percurso de cerca de 30 minutos de vegetação
bastante antropizada. Chegando-se à boca principal, temos uma vegetação ciliar bem
conservada.
Já dentro da boca II, no cânion, temos intercalação de mata calcária e mata ciliar em
bom estado de conservação, formando um ambiente propício a pratica de trecking.
A Lapa do Funil apresenta ornamentações - de pequeno porte - apenas na galeria
formada após a boca II. No período chuvoso, devido ao fato de estar sujeita a sifonamento,
esta galeria da caverna deveria ser interditada à visitação.
Sua cavidade é trabalhada em toda sua extensão pelas águas do Córrego Ventura, que
por ocasião do período chuvoso, atinge um volume considerável de água.
A Lapa do Funil possui um dos conjuntos de maior beleza da região. A presença dos
bandos de andorinhões (Streptoprocne zonaris) , que nidificam detrás da cachoeira e seu belo
vale formado ao final da mesma, formam um roteiro turístico como poucos. Seu percurso não
apresenta altos riscos, favorecendo a visitação pública.
Figura 29: Entrada principal da Cachoeira Funil Figura 30: Entrada principal vista por dentroAutoria: Anderson Santos Autoria: Emílio Calvo
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8) Córrego Chumbada
Figura 31: Corredeiras no Córrego ChumbadaAutoria: Anderson Santos
O Córrego Chumbada está localizado na divisa do município de Damianópolis. Para
chegar a este córrego, o acesso é feito saindo da sede e seguindo à esquerda do trevo, depois
de 1km de asfalto, percorremos em estrada de chão até o Sítio do Beija-Flor, onde iniciamos
uma trilha caminhando.
Da sede municipal à Agrovila Mambaí, temos aproximadamente 7 km de carro e o
restante do percurso a pé, sendo que o grau de dificuldade é leve e acessibilidade a este
atrativo ocorre durante todo o ano. Podem ocorrer atividades de banho, descanso e apreciação
da paisagem.
O Córrego Chumbada possui várias corredeiras, com formações de pequenos poços e
a temperatura da água é bastante agradável, seu entorno possui vegetação preservada.
Classifica-se a potencialidade turística deste atrativo como de grau médio.
9) Rio Vermelho
O curso do Rio Vermelho passa pelas divisas dos municípios de Buritinópolis,
Damianópolis e Mambaí. O acesso e transporte até este local é semelhante ao acesso ao
Córrego Chumbada, sendo que o grau de dificuldade leve e a acessibilidade durante todo o
ano.
Podem ocorrer atividades relacionadas a banho, descanso, apreciação da paisagem,
bóia-cross e rafting.
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O Rio Vermelho possui uma forte correnteza que permite a prática do bóia-cross e do
rafting. A água apresenta um aspecto turvo e a temperatura é fria, sendo o entorno do rio de
cerrado preservado. Classifica-se a potencialidade turística deste atrativo como de grau médio
Figura 32: Rio VermelhoAutoria: Emílio Calvo
10) Poço Azul
Figura 33: Cachoeira do Poço AzulAutoria: Anderson Santos
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Também localizado no município de Damianópolis, o acesso a este atrativo é feito
saindo da sede do município e seguindo 18 km em direção ao povoado de Vila Nova. A partir
das proximidades do povoado de Vila Nova, segue-se aproximadamente 2h de caminhada em
mata fechada.
O grau de dificuldade é muito alto e a acessibilidade pode ocorrer durante o ano todo.
Podem ser realizadas atividades como banho, descanso e apreciação da paisagem.
O Poço Azul é formado pelo Córrego Barreiro e possui uma queda d’água de
aproximadamente 13 metros de altura. A temperatura da água é bastante agradável, seu
entorno possui vegetação preservada. Classifica-se a potencialidade turística deste atrativo
como de grau médio a alto.
10) Córrego Ventura
O Córrego Ventura localiza-se em Mambaí e o acesso é feito saindo da sede e
percorrendo 5 km de carro em direção ao povoado de Vila nova. Em seqüência seguimos a
primeira entrada à esquerda e a partir daí percorremos uma trilha de aproximadamente 15
minutos.
O grau de dificuldade é leve e a acessibilidade também é possível durante todo o ano.
Poder seu utilizado em fins turísticos para banho, descanso, apreciação da paisagem,
bóia-cross e rafting.
O Córrego Ventura possui várias corredeiras, com formações de pequenos poços e a
temperatura da água é bastante agradável, seu entorno possui vegetação preservada. Um
pouco mais a frente no curso do córrego esta a cachoeira do Funil. Classifica-se a
potencialidade turística deste atrativo como de grau médio.
Figura 34: Corredeiras no Córrego Ventura Figura 35: Vista do Córrego VenturaAutoria : Anderson Santos Autoria :Anderson Santos
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3.2 Equipamentos de Apoio ao Turismo
Como já citado anteriormente, este estudo reconhece o município de Mambaí como
sede um trabalho que deve ser analisado regionalmente seguindo um roteiro ecológico. A
aplicação prática desta análise encontra-se no fato de Mambaí constituir-se em um ponto de
articulação entre seus potenciais atrativos e os atrativos dos municípios limítrofes, podendo
resultar em futuro roteiro de pontos turísticos na região, conforme a Figura 8. Desse modo,
entendemos que a presença ou ausência de equipamentos e serviços turísticos em Mambaí
também deve ser observada.
Partindo desse princípio, identificamos aqueles serviços ou equipamentos que mais se
aproximavam dos considerados turísticos, visto que não encontramos nenhum que houvesse
sido criado para atender ao turismo inicialmente. Antes foram criados voltando-se para os
próprios moradores ou para atender trabalhadores das carvoarias, vindos do Estado da Bahia,
no caso dos hotéis e dormitórios, o que significa que suas estruturas são de caráter muito
simples.
Sendo assim, estes equipamentos e serviços, que estão localizados no núcleo urbano,
apresentam padrões de qualidade, limpeza e preço aceitáveis para os objetivos aos quais se
propõe, mas não possuem condições suficientes para atender uma demanda turística,
considerando-se que não foram criados para este fim, como já citamos.
Acreditamos que para o desenvolvimento da atividade turística, seria necessário que
esses equipamentos e serviços tomassem um caráter pautado em planos de negócios
detalhados para cada empreendimento, além da oferta de outros serviços mais diversificados
em cada segmento.
A construção de equipamentos e serviços que atendam a população local de modo
satisfatório é essencial para que estruturas capazes de receber turistas se consolidem, com
condições adequadas de conservação, higiene, infra-estrutura e conforto. Seguem tais
equipamentos e serviços.
Hotéis e Dormitórios
Hotel Mambaí
Endereço: Rua 07 de Setembro
Telefone: (62) 3484-1212
Especialização ou serviço: Hospedagem
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Horário de funcionamento: 24 hs
Capacidade: 32 hóspedes
Dormitório do Antônio
Endereço: Rua 31 de Março–22 - Centro
Especialização ou serviço: Hospedagem
Horário de funcionamento: 07:00 às 23:00 hs
Capacidade: 16 hóspedes
Dormitório da Nair
Endereço: Rua o3 de Maio - Centro
Especialização ou serviço: Hospedagem
Horário de funcionamento 24 hs
Capacidade: 17 hóspedes
Hotel Bahia
Endereço: Av. Castelo Branco - Centro
Especialização ou serviço: Hospedagem
Horário de funcionamento: 24 hs
Capacidade: 40 hóspedes
Restaurantes e Lanchonetes
Restaurante Modelo
Endereço: Av. Castelo Branco–Centro
Telefone: (62) 3484-1316
Especialização ou serviço: Self service e pizzas
Horário de funcionamento: 07:00 às 23:00 hs
Capacidade: 160 pessoas
Lanchonete e Pizzaria Grafitt
Endereço: Av. Castelo Branco - Centro
Especialização ou serviço: Lanches e pizzas
Horário de funcionamento: 07:00 às 23:00 hs
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Capacidade: 40 pessoas
Lanchonete do Levi
Endereço: Av. Castelo Branco - Centro
Especialização ou serviço: Salgados, pizzas e sucos.
Horário de funcionamento: 07:00 às 20:00 hs
Capacidade: 10 pessoas
Sorveterias
Sorveteria Tropical
Endereço: Av.José Moreira dos Santos–Centro
Telefone: (62) 3484-1128
Especialização ou serviço: Sorvetes
Horário de funcionamento: 07:30 às 23:00 hs
Capacidade: 20 pessoas
Sorvete Italiano
Endereço: Av. Castelo Branco - Centro
Especialização ou serviço: Sorvetes
Horário de funcionamento: 07:00 às 20:00 hs
Capacidade: 15 pessoas
Boates
Sunset Dance Club
Endereço: Av. Castelo Branco - Centro
Especialização ou serviço: Danceteria
Horário de funcionamento: Sexta-feira, sábado e domingo a partir das 20 horas
Capacidade: 80 pessoas
Entretenimento
Ginásio de Esportes Riachão
Endereço: Praça de Esportes
Especialização ou serviço: Quadra poliesportiva
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Horário de funcionamento: Segunda-feira a sábado a partir das 19 horas
Capacidade: 150 pessoas
Cyber Locadora
Endereço: Av. Castelo Branco–Centro (62) 3484-1509
Especialização ou serviço: Aluguel de dvd’s e internet
Horário de funcionamento: A partir das 8:00 horas
Capacidade: 10 pessoas
Alanews
Endereço: Rua Central - Centro
Especialização ou serviço: Jogos e internet
Horário de funcionamento: 09:00 às 00:00 horas
Capacidade: 20 pessoas
3.3 Manifestações e Usos Tradicionais
Artesanato
Como é relativamente comum em municípios do interior, foram encontrados entre os
moradores, criativos amantes dos artigos artesanais. Seguem-se listados abaixo os principais:
Zezinho
Endereço: Rua Costa e Silva
Especialização ou serviço: bordados em ponto de cruz de toalhas de mesa.
79
Figura 36: Zezinho bordando Figura 37: Toalhas bordadas por ZezinhoFonte: Programa Nordeste Novo Autoria :Anderson Santos
Maria Eleuza
Endereço: Av. Castelo Branco
Especialização ou serviço: Bordados em ponto cruz, pintura, crochê, peças em tocos de
madeira, doces de frutos do Cerrado.
Figura 38: Bonecas de Pano, crochê e bordados de Maria Eleuza Figura 39: Artesanato à base de tocos de madeiraAutoria: Anderson Santos produzido em escolas públicas do município.
Autoria: Anderson Santos
Dorinha
Endereço: Av. Castelo Branco
Especialização ou serviço: peças em tocos de madeira e bonecas em palha de milho e bucha
vegetal.
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Figura 40: Bonecas de bucha vegetal Figura 41: Quadro feito com espécies vegetais do Cerrado
Autoria :Anderson Santos Autoria :Anderson Santos
Iolanda
Endereço: Rua Costa e Silva
Especialização ou serviço: Pintura em aquarela, bordado, crochê, peças em tocos de madeira,
ornamentação de festas.
Observamos que, embora os produtos artesanais apresentados aqui, sejam de boa
qualidade, eles são pouco comercializados. Os responsáveis por esses produtos informaram
que as peças não são valorizadas dentro da própria comunidade. Entretanto, acreditamos que
este problema poderia ser resolvido com a realização de oficinas de conscientização dos
moradores quanto à importância e valor do artesanato produzido em Mambaí para o turismo,
contribuindo com a formação de uma identidade local.
Festas
Segundo relatos dos moradores, havia em Mambaí uma tradição de festas religiosas há
alguns anos atrás. Contudo as últimas administrações municipais se descuidaram desta
questão, fazendo com que a tradição ficasse esquecida. Atualmente, há somente um evento,
que vem alcançando reconhecido espaço tanto junto aos moradores de Mambaí, quanto aos
municípios vizinhos. Veja abaixo que evento é este.
Festa do Pequi
Idealizador: Jeová José de Sousa
Telefone: (61) 9639-4603
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Data da festa: mês de Janeiro
Média de público: 3.000 pessoas
Objetivos da festa: valorizar o Cerrado brasileiro; criar uma tradição no município;
conscientizar a população quanto à preservação do Cerrado; contribuir para o turismo local e
ser uma opção de lazer para a população.
Descrição: Exposição de comidas típicas, shows musicais, premiação da Rainha do Pequi e
palestras informativas sobre preservação do Cerrado.
3.4 Serviços Básicos no Núcleo Urbano
Taxistas:
Delmiro Francisco Dourado
Horário: 07 às 24h
Ponto: Av. Brasil Central
Manoel dos Reis Oliveira
Horário: 24 hs
Ponto: Rodoviária
Moto Taxista:
Vanderley Rodrigues de Araújo
Horário: 07 às 20h
Ponto: Av. Brasil central
Posto do Correio
Endereço: Rua Brasil Central
Horário de Funcionamento: 8 às 17h
Telefone: (62) 3484 - 1103
Hospital
Endereço: Rua Costa e Silva
Horário de Funcionamento: 24hs
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Leitos: 16
Telefone: (62) 3484 - 1201
Posto de Saúde
Endereço: Rua 31 de Março
Horário de Funcionamento: 24h
Telefone: (62) 3484 - 1565
Farmácias:
Posto de Medicamento Mambaí
Endereço: Rua Costa e Silva
Horário de Funcionamento: 8 às 20h
Telefone: (62) 3484 - 1213
Plantão: 3484–1181
Posto de Medicamento Silveira
Endereço: Rua Brasil Central
Horário de Funcionamento: 8 às 19h
Telefone: (62) 3484 - 1232
Plantão: 3484 - 1230
Oficinas Mecânicas
Oficina Mambaí
Endereço: Trevo da Cidade
Horário de Funcionamento: 7 às 20h
Telefone: (62) 3484–1271/ 3484 - 1271
JS Injeções Eletrônica
Endereço: Rua Castelo Branco
Horário de Funcionamento: 7 às 20h
Telefone: (62) 3484–1443/ 3484 - 1443
83
4 A VISÃO DA POPULAÇÃO LOCAL SOBRE O TURISMO
O roteiro de entrevista com a população local é um instrumento de medida e coleta de
dados. O modelo utilizado (ANEXO A) foi aplicado para conhecer as expectativas, atitudes e
percepção da comunidade quanto à atividade turística em Mambaí, com vistas à sua
participação no processo de planejamento e tem como referencial a proposta metodológica de
MAGALHÃES (2002).
Para o desenvolvimento do estudo, foram considerados indivíduos com idade superior
a quinze anos, sendo fixado um total de 130 sujeitos, quantidade considerada suficiente para
alcançar os objetivos propostos13.
Da aplicação destes questionários foram gerados gráficos e tabelas presentes no
APÊNDICE B deste trabalho, eles permitiram uma melhor visualização e compreensão dos
resultados encontrados.
No perfil da população entrevistada predominam mulheres (53%), sendo que os jovens
correspondem a mais da metade dos questionários aplicados. Mais de 60% dos entrevistados
levaram os estudos até o Ensino Médio. Quanto à profissão dos entrevistados, o comércio é o
setor que mais emprega pessoas no município, responsável por quarenta e três por cento
(43%) das respostas, entre funcionários atendentes e proprietários de estabelecimentos.
Quando questionada sobre a potencialidade turística do município, verificamos que os
moradores realmente acreditam nesta possibilidade e gostariam que o potencial turístico de
Mambaí fosse explorado. As cavernas, cachoeiras e rios são os recursos naturais apontados
pelos moradores como de maior atratividade, fato que pôde ser confirmado na elaboração do
Inventário Turístico.
Quando perguntada sobre o estado de conservação dos potenciais atrativos turísticos
de Mambaí, a população local entrevistada admitiu que poderiam estar melhores. Entretanto,
verificando que este resultado não era compatível com a conservação dos atrativos
identificados nesta pesquisa, observamos que nesta questão, os moradores referiam-se a
pontos de lazer massificados, como rios ou cachoeiras utilizados para banho e localizados
13 A amostragem sugerida pela autora para a quantidade da população de Mambaí é de 357 questionários. Noentanto, não foi utilizado esse número, visto que a pesquisa, em dado momento, caminhou para a repetição detodos os elementos investigados. Desse modo, consideramos que a quantidade utilizada se aproximou darealidade pesquisa.
84
próximos do núcleo urbano, com atratividade bem abaixo daqueles que foram considerados
neste estudo.
No intuito de verificar se a comunidade se incomodaria com a presença de turistas,
perguntamos aos entrevistados se eles se importariam em dividir os atrativos conhecidos com
visitantes, ao que oitenta e cinco por cento (85%) responderam que não se incomodariam, a
não ser que esses atrativos fossem de alguma forma destruídos ou depredados.
Perguntamos aos moradores se eles acreditavam que os atrativos turísticos de Mambaí
e seu entorno, poderiam ser ligados de modo a constituírem-se em um roteiro de visitas, ao
que oitenta e oito por cento (88%) dos entrevistados responderam que seria perfeitamente
possível.
Quanto à possibilidade de exploração econômica do turismo pelos moradores, mais de
setenta por cento (70%) informou que utilizariam a atividade turística para obter ganhos
financeiros, caso possuíssem um atrativo turístico em propriedade particular. Contudo,
observamos entre os entrevistados que responderam negativamente a esta questão, pouca
clareza em relação ao assunto. Alguns deles informaram acreditar ser direito de qualquer
visitante ter acesso aos atrativos locais gratuitamente, ainda que presentes em propriedade
privada.
Destacamos que os moradores mais jovens são os mais informados quanto aos
recursos naturais de Mambaí, isso pode ser explicado por meio do trabalho do Sr. Emílio
Manoel Calvo, que tem atuado preparando alguns estudantes para serem futuros condutores
de visitantes aos atrativos da região e foram estes que nos auxiliaram no acesso aos atrativos.
Entendemos que essas iniciativas são extremamente válidas, já que esses jovens têm amplo
conhecimento da região e muita clareza sobre a importância da atividade turística no
município.
A produção de artesanato é bastante difundida entre a população. O bordado em ponto
cruz e o crochê foram os mais apontados pelos entrevistados quando questionados sobre a
existência de produtos artesanais em Mambaí. Destacamos o trabalho realizado nas escolas,
referente à produção de peças que usam galhos secos do Cerrado como matéria prima, uma
iniciativa educativa, criativa e muito admirada entre os próprios moradores.
A população foi questionada quanto ao conhecimento dos efeitos positivos e negativos
da atividade turística e as respostas encontradas nos causaram grande surpresa, visto que
encontramos um considerável grau de informação quanto a esta questão. O desenvolvimento
do município, o aumento da arrecadação financeira, a circulação de dinheiro e a geração de
85
empregos, foram as respostas mais apontadas como efeitos positivos advindos do turismo.
Entre os aspectos negativos registraram-se o aumento da violência, do consumo de drogas e a
depredação dos recursos naturais. Isso revela uma preparação para a atividade turística no que
diz respeito à autonomia e maturidade da população quanto às decisões que podem influenciar
seu cotidiano.
Pedimos aos entrevistados que apontassem problemas e oferecessem sugestões para
que a atividade turística pudesse ser desenvolvida no município. Entre as queixas dos
moradores, predominaram a precariedade da infra-estrutura básica ofertada no município, o
descuido da administração local com a limpeza urbana e a falta de opções de lazer. Como
condição para que Mambaí possa realmente receber visitantes, a comunidade destaca a
necessidade de criação de uma estrutura hoteleira e gastronômica que ofereça um mínimo de
conforto para os turistas.
Diante das observações resultantes da aplicação destes questionários, entendemos que
a condição básica para as iniciativas empreendidas no município de Mambaí, seja na área de
turismo ou em outra, é a participação da comunidade, já que o erro fundamental dos
programas de desenvolvimento em distintos países do 3º Mundo coloca-se, conforme Petersen
(1999 apud IRVING, 2002, p.73), no fato de que
a intervenção está baseada no meio e não no ator social, em propostas reducionistase imediatistas. Segundo este autor, não admitir o ator social como agente ativo detodo o processo de desenvolvimento (do diagnóstico, passando pela identificaçãode propostas de intervenção, seu teste, avaliação e monitoramento permante) temsido o equívoco gerador da maioria das frustrações dos projetos em implementaçãono país.
Se atentarmos para a forma como a atividade turística vem sendo praticada em muitos
locais, perceberemos que a realidade descrita por Petersen tem sido comum dentro do turismo.
86
5 DIRETRIZES PARA O TURISMO SUSTENTÁVEL: PROPOSTAS PARA O
MUNICÍPIO DE MAMBAÍ E APA DAS NASCENTES DO RIO VERMELHO
Considerando os resultados encontrados nesta pesquisa a partir dos aspectos
geográficos, dados sócio-econômicos, de infra-estrutura local e do Inventário dos recursos
naturais, histórico-culturais e manifestações e usos tradicionais do município de Mambaí, nos
propomos a refletir sobre sugestões a serem apresentadas à comunidade para nortear futuras
ações de base local, no sentido de viabilizar a visitação turística dos atrativos mapeados.
As diretrizes que se seguem levam em consideração as sugestões apontadas pela
comunidade sobre o que fazer para desenvolver o turismo em Mambaí, bem como nosso
conhecimento sobre o setor e as indicações sobre o turismo de base local e sustentável. Assim,
acrescentamos a estas sugestões dos moradores, outras recomendações que acreditamos ser
importante.
Entendemos também que há alguns condicionantes para que o desenvolvimento do
turismo sustentável seja alcançado, de modo que algumas das recomendações abaixo não
estão ligadas ao turismo diretamente, mas são fundamentais. Seguem-se as diretrizes:
Aprimorar a infra-estrutura local, visto que isto é necessário para que a prática turística
seja desenvolvida. Observamos com a coleta de dados que o município de Mambaí possui
deficiências nas áreas da saúde, saneamento básico, coleta de lixo, educação, rodovias,
energia elétrica urbana e rede hoteleira. Somente com investimento de ordem pública e
privada, este município poderá se desenvolver economicamente e se destacar em âmbito
regional com um dos municípios da região Nordeste com grande potencial de atrativos
naturais e belezas cênicas.
Tornar o núcleo urbano visualmente mais interessante;
Mobilizar administradores para maior vontade política no intuito de inserir o turismo na
pauta das prioridades do município;
Criar o Conselho de Turismo que poderá trabalhar paralelamente à Secretaria de Meio
Ambiente;
Criar projetos de conscientização em turismo sustentável junto às crianças e jovens por
meio da inclusão de temas como turismo, meio ambiente e cidadania no ensino formal das
escolas;
87
Criar campanhas de conscientização e mobilização comunitária quanto a temas do turismo
sustentável e patrimônio cultural e ambiental;
Promover cursos de capacitação e profissionalização em turismo para os moradores,
envolvendo os jovens, sobretudo, para que tenham oportunidades na própria região;
Criar um calendário de eventos que envolvam a comunidade e que tenha identidade com
ela;
Criar projetos de valorização da cultura e artesanato local, promovendo e divulgando
eventos culturais e produtos locais;
Motivar a iniciativa privada a investir em projetos e empreendimentos turísticos, captando
investidores, inicialmente, no próprio município, para só depois buscar recursos externos,
Criar alternativas de acomodação para visitantes (pousadas, pensões, aluguel de quartos,
acomodação em casas de família, camping, etc);
Buscar investimentos para sinalização turística de Mambaí;
Buscar investimentos para promover esportes de aventura nos atrativos, estimulando o
envolvimento dos jovens da comunidade com os condutores de guias existentes;
Buscar investimentos para execução dos planos de manejo das cavernas com potencial
para visitação turística;
Elaborar roteiros oficiais de visitação envolvendo as cavernas e dando ênfase à proteção
do meio ambiente e à formação geográfica diferenciada da região APA;
Buscar uma integração de Mambaí junto aos pólos turísticos mais próximos e conhecidos
na região, como o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros14 e o Parque Estadual de Terra
Ronca, no sentido de ampliar um roteiro ecológico no Nordeste Goiano, conforme Figura 42;
Criar cartões postais e mecanismos de promoção dos atrativos turísticos locais;
Buscar apoio da AGETUR para criar um Centro de Apoio ao Turista–CAT.
14 O Dec. 86.173 de 02/07/1981 estabeleceu que a área do Parque Nacional da Chapada dos Veadeirosequivaleria a 60.000 ha, atingindo seus limites atuais de 65.514 ha, pelo Decreto 99.279. Quando o parque setornou Sitio do Patrimônio Natural da Humanidade, título concebido pela UNESCO em 2001, sua área foiampliada para 235.000 ha. Todavia, esta última delimitação foi anulada em 2003 pelo Supremo TribunalFederal, devido à falhas legais. Para a nova delimitação, o IBAMA leva em consideração todas as leis vigentesno Sistema Nacional de Unidades de Conservação–SNUC, ressaltando que o mapeamento dos limites das UCsé um processo que está em andamento, podendo ocorrer alterações nos arquivos digitais sem prévia comunicaçãoaos usuários dos mesmos. Os limites utilizados no mapa sugerindo roteiro turístico mostrado neste trabalhocorrespondem aos dados disponibilizados pelo IBAMA até a data de apresentação pública do mesmo.
88
Ressaltamos que essas propostas são sugestões de quem está fora do município, e
portanto, faz-se necessário que sejam levadas ao conhecimento dos moradores, que precisam
ter pleno controle da gestão do seu território, voltado ou não para o turismo.
90
6 MAPA TURÍSTICO
91
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Entendemos que o Turismo nem sempre é viável ou desejável em todas as localidades.
Contudo, se bem planejado ele apresenta-se como uma ótima ferramenta para o
desenvolvimento socioespacial de comunidades que ficaram isoladas ou distanciadas das
preocupações governamentais, como é o caso do município de Mambaí e de sua região, a Apa
das Nascentes do Rio Vermelho - APA NRV.
Por meio do Inventário Turístico, ficou evidente que esse município, e como é sabido,
quase todo o Nordeste Goiano, possui uma vasta riqueza natural, que se encontra preservada,
embora ameaçada pelo extrativismo vegetal e o desmatamento do Cerrado para avanço de
pastagens e lavouras mas, sobretudo para alimentar as siderurgia do Estado de Minas Gerais.
O desenvolvimento do Turismo Sustentável se mostra como uma alternativa contra a
devastação que vem ocorrendo no Cerrado Goiano. Ele pode ser tão rentável quanto as
atividades de agricultura e pecuária, além ser possível uma boa convivência entre essas
atividades.
No entanto, para que o Turismo se torne uma realidade no município de Mambaí e sua
região, se faz necessário um maior engajamento dos administradores locais no sentido de
alavancar a atividade por meio de estratégias de planejamento e participação comunitária.
Enquanto essa vontade política não ocorrer efetivamente e o Turismo não for colocado
na pauta das prioridades a serem atendidas na região, qualquer iniciativa, por melhor que se
apresente, será isolada e não contribuirá com benefícios contínuos para o município.
A articulação entre administradores locais, iniciativa privada, comunidade e órgãos
oficiais como IBAMA, instituições de ensino e secretarias de Turismo, é fundamental para
construção de um plano de turismo que integre todos os atores locais.
Os resultados desta pesquisa contribuem para que novas propostas sejam postas, visto
que as considerações registradas neste estudo não constituem um fim em si mesmas. Antes de
tudo, elas representam um ponta-pé inicial para desenvolvimento de novas alternativas de
desenvolvimento turístico.
Este estudo pretendeu ajudar a compreender melhor a dinâmica local e chamar a
atenção para um pouco mais das potencialidades do Nordeste Goiano, utilizando algumas
estratégias de ordenação do território através de mapeamento com técnicas de
Geoprocessamento aliado ao planejamento turístico sustentável, alternativas viáveis ao
92
desenvolvimento econômico e social no município de Mambaí. Desse modo, esperamos estar
contribuindo com o engrandecimento do conhecimento do turismo em nosso Estado.
93
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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94
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STIGLIANO & CÉSAR. Inventário Turístico: primeira etapa da elaboração do plano dedesenvolvimento turístico. Campinas: Alínea, 2005.
95
ANEXOS
96
ANEXO A
ROTEIRO DE ENTREVISTA DIRIGIDO AOS MORADORES DO MUNICÍPIO DEMAMBAÍ
OBJETIVO:VERIFICAR SUAS EXPECTATIVAS EM RELAÇÃO AO TURISMO E ORIENTAR AELABORAÇÃO DO INVENTÁRIO
1) Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino
2) Idade: ( ) 15 a 20 ( ) 40 a 50( ) 21 a 25 ( ) 50 a 60( ) 26 a 30 ( ) mais de 60( ) 31 a 39
3) Escolaridade: ( ) 1º grau( ) 2º grau( ) 3º grau
4) Profissão:_______________________________
5) Quais os locais que você considera bonitos em seu município?_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
6) Esses locais apresentam-se:
( ) Bem conservados (Recursos Naturais - sem poluição, lixo ou desmatamento da vegetaçãodo entorno. Recursos Históricos–externa e internamente bem conservados)( ) Poderiam estar mais bem conservados (apresentam algumas características descritas noitem anterior)( ) Mal conservados (presença de lixo, erosão, poluição, desmatamento)
7) Você se importaria de dividir esses locais com visitantes? ( ) Sim ( ) Não
8) Você se importaria se esses locais fossem destruídos? ( ) Sim ( ) Não
09) Você acha que esses locais poderiam constituir um roteiro turístico? ( ) Sim ( ) Não
10) Se um desses locais estivesse em propriedade sua, você o exploraria economicamente?( ) Sim ( ) Não
97
11) Há no seu município algum evento ou festa importante? Qual?___________________________________________________________________________
12) Você se importaria que pessoas de fora participassem desse evento?( ) Sim ( ) Não
13) Existe produção de artesanato no seu município?Qual?______________________________________________________________________
14) Você conhece os efeitos positivos e negativos da atividade turística? Quais?_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
15) Em sua opinião seu município possui potencial para atrair turistas? ( ) Sim ( ) Não
16) Você gostaria que o turismo fosse explorado em seu município? ( ) Sim ( ) Não
17) Tem alguma sugestão a fazer para o desenvolvimento da atividade turística em seumunicípio?_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
98
ANEXO B
FICHA 1 - IDENTIFICAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS
Classificação: Tipo e subtipo: Denominação:
Proprietário: Localização (endereço e telefone):
Observações (se necessários, outros elementos, tais como pontos fortes e fracos):
Fonte:
FICHA 2 - IDENTIFICAÇÃO DE ATRATIVO NATURAL E HISTÓRICO-CULTURAL
Classificação: Categoria: Tipo: Subtipo:
Denominação: Localização: Localidade maispróxima:
Acesso:
Transporte até olocal:
Acessibilidade aoatrativo (melhorépoca):
Distância da sede: Equipamentos e serviçosno local do atrativo:
Atividades quepodem ocorrer:
Qual é a sua avaliação quanto à qualidadedo atrativo? (pontos fortes e fracos)
Fonte:
99
FICHA 3 - IDENTIFICAÇÃO DE MANIFESTAÇÃO E USOS TRADICIONAIS
Classificação: Categoria: Tipo e subtipo:
Denominação: Localização: Acesso:
Data (da comemoração, caso seja festa ou evento): Fonte:
Descrição (da festividade, da gastronomia típica ou do artesanato):
Observações (pontos fortes e fracos):
100
ANEXO C
TABELA 1 - NÚMERO SÓCIO-ECONÔMICO DE ESTABELECIMENTOS PORESTRATOS DE ÁREA
CATEGORIAS FAMILIARES POR TIPO DE RENDA E PATRONAL DOMUNICÍPIO DE MAMBAÍ/ GO 1995/1996
TotalMenos de 5 Ha Entre 5 e 20 Ha
Entre 20 e 50
Ha
Entre 50 e 100
HaMais de 100 Ha
Categorias
Número Número % Número % Número % Número % Número %
TOTAL 89 2 2,2 15 16,9 32 36,0 20 22,5 20 22,5
Total
Familiar79 2 2,5 15 19,0 32 40,5 19 24,1 11 13,9
Maiores
rendas4 0 0,0 0 0,0 1 25,0 0 0,0 3 75,0
Renda média 20 0 0,0 1 5,0 12 60,0 5 25,0 2 10,0
Renda baixa 23 0 0,0 4 17,4 10 43,5 6 26,1 3 13,0
Quase sem
renda32 2 6,3 10 31,3 9 28,1 8 25,0 3 9,4
Patronal 9 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 11,1 8 88,9
Instituições
Religiosas- - - - - - - - - - -
Entidades
Públicas1 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 100,0
Não
Identificado- - - - - - - - - - -
Fonte: Censo Agropecuário 1995/96, IBGE.
Elaboração: Convênio INCRA/FAO.
Fonte: www.incra.gov.br
101
ANEXO D
Organização Política
O município de Mambaí possui leis de proteção do meio ambiente que asseguram a
conservação e recuperação dos patrimônios geológico, paleontológico, arqueológico, cultural,
histórico, turístico e paisagístico.
Mambaí faz parte da APA (Área de Proteção Ambiental) das Nascentes do Rio
Vermelho, que foi criada pelo decreto sem número de 27 de setembro de 2001, e tem como
objetivo, proteger atributos naturais, a diversidade biológica, recursos hídricos e o patrimônio
espeleológico. Sua meta é assegurar o caráter sustentável da ação do homem na região e
melhorar as condições de sobrevivência e qualidade de vida da comunidade local.
A APA abriga um dos mais expressivos patrimônios cavernícolas, formados de
diversas cavernas e rios subterrâneos possuindo um potencial turístico imenso para a prática
do ecoturismo (turismo ecológico), pois existe uma vasta área de atrações naturais de rara
beleza, com possibilidades para pesquisas básicas destinadas a instituições de ensino, pela
razão de seu alto grau de conservação.
Segue abaixo os artigos que demonstram a preocupação com os aspectos relacionados
ao turismo e ao meio ambiente, presentes na Lei de criação de proteção das Mananciais e Lei
de criação da APA das Nascentes do Rio Vermelho.
Lei Nº 012/05 de 21 de outubro de 2005
(Lei de criação de proteção dos Mananciais)
Capítulo II
DA PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE
Art. 77 - Para assegurar a efetividade do direito de todos, ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado, o Município participará das ações públicas que visem o
cumprimento das regras dos artigos 127 a 132 da Constituição do estado, e, especialmente:
I –criará unidade de conservação, destinadas a proteger nascentes de
mananciais que sirvam ao abastecimento público, tenham parte do seu leito em áreas
102
legalmente protegidas por unidades de conservação de qualquer nível ou constituam
ecossistemas sensíveis;
II –conservará e recuperará o patrimônio geológico, paleontológico
arqueológico, espeolológico, cultural, histórico, turístico e paisagístico;
Lei da criação da APA das Nascentes do Rio Vermelho
DECRETO DE 27 DE SETEMBRO DE 2001.
Dispõe sobre a criação da Área de Proteção Ambiental das Nascentes do Rio Vermelho, no
Estado de Goiás, e dá outras providências.
Art. 1o Fica criada a Área de Proteção Ambiental -APA- das
Nascentes do Rio Vermelho, localizada nos Municípios de Buritinópolis, Damianópolis,
Mambaí e Posse, no Estado de Goiás, envolvendo os rios interiores e os sítios espeleológicos,
com o objetivo de:
I - ordenar a ocupação das áreas de influência do patrimônio
espeleológico local;
II - fiscalizar a prática de atividades esportivas, culturais e científicas,
e de turismo ecológico, bem como as atividades econômicas compatíveis com a
conservação ambiental;
III - dar ênfase às atividades de controle e monitoramento ambiental,
de modo a permitir, acompanhar e disciplinar, ao longo do tempo, as interferências no meio
ambiente;
IV - fomentar a educação ambiental, a pesquisa científica e a
conservação dos valores culturais, históricos e arqueológicos;
V - proteger os atributos naturais, a diversidade biológica, os recursos
hídricos e o patrimônio espeleológico, assegurando o caráter sustentável da ação antrópica na
região, com particular ênfase na melhoria das condições de sobrevivência e qualidade de vida
das comunidades da APA das Nascentes do Rio Vermelho e entorno;
103
VI - implantar processo de planejamento e gerenciamento com a
participação de todos os órgãos e entidades envolvidas: órgãos públicos, prefeituras
municipais, organizações não-governamentais e, principalmente, as comunidades locais.
104
APÊNDICES
105
APÊNDICE A
ASPECTOS SÓCIO-ECONÔMICOS
Tabela 1 Extração Vegetal no Município de Mambaí-GO - 1990/2002
Unidades de Medida: T –Tonelada M³- Metro cúbico A –Amêndoa
Extração Vegetal –Quantidade Produzida
Categoria 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
Carvão ( t) 698 3.100 3.300 1.758 1.449 2.500 0 2.200 1.600 1.123 1.000 1.740 1.017Lenha (m3 t) 3.200 3.400 3.500 2.000 1.800 2.000 1.114 2.000 2.000 2.000 3.000 6.600 6.600Madeira em Tora (m3 t) 200 200 210 100 100 100 100 100 80 50 50 40 20Pequi (A-T) 450 420 410 400 400 370 124 236 118 89 126 63 61Fonte: AGM/GO (Adaptado)
106
Tabela 2. Índice de Desenvolvimento Humano –IDH-M, do Estado de Goias, da região Nordeste Goiano e do município de
Mambaí, 1991/2000
1991 2000Categoria
Longevidade Educação RendaIDH-M Ranking
Longevidade Educação RendaIDH-M Ranking
Estado 0,668 0,765 0,667 0,700 8º 0,745 0,866 0,717 0,776 8ºNordeste Goiano 0,591 0,613 0,520 0,574 9º 0,677 0,751 0,564 0,664 10ºMambaí 0,618 0,575 0,470 0,554 232º 0,678 0,728 0,535 0,647 234º% Região/Estado 88,47 80,13 77,96 82,00 - 90,75 86,72 78,66 85,57 -Fonte: IBGE –SEPLAN/GO (Adaptado)
Classificação segundo IDH:
Elevado: (0,800 e superior)
Médio: (0,500 –0,799)
Baixo: (abaixo de 0,500)
Tabela 3: Lavoura temporária por área plantada do Município de Mambaí-GO –1990/2002
Unidades de Medida: C –Casca G –Grãos T - Tonelada
Lavouras Temporárias –Área PlantadaCategoria 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002Arroz (C-T) 1.100 700 600 700 1.000 750 72 400 400 300 440 300 400Cana de açúcar (T) 150 150 150 120 50 70 - 110 110 110 105 105 60Feijão (G-T) 183 550 410 270 350 - 32 75 50 19 23 75 15Mandioca (T) 160 70 150 110 50 50 47 50 50 50 80 120 140Milho (G-T) 1.000 650 800 600 700 400 74 450 380 350 350 220 250Fonte: AGM/GO (Adaptado)
107
APÊNDICE B
A VISÃO DA POPULAÇÃO LOCAL SOBRE O TURISMO
Gráfico 1. Sexo
53%
47% Feminino
Masculino
Gráfico 3. Escolaridade
33%
61%
1%5%Até 1º Grau
Até 2º Grau
Até 3º Grau
Sem estudo
Gráfico 2. Idade
35%
20%9%15%
11%5% 5%
15 a 20 anos
21 a 25 anos
26 a 30 anos
31 a 40 anos
41 a 50 anos
50 a 60 anos
Mais de 60 anos
108
Gráfico 5. Estado de Conservação dosAtrativos
13%
17%
57%
13%
Bem conservados
Mal conservados
Poderiam estarmelhor
Não responderam
Gráfico 6. Você se importaria em dividiresses locais com visitantes?
9%
85%
6%Sim
Não
Não responderam
Gráfico 4. Profissão
8% 5%
19%
29%
3%
3%
4%
6%
14%2% 7%
Dona de Casa
Desempregado
Estudante
Atendente
Agente Social
Fazend./Agricult.
Professor
Func.Público
Comerciante
Aposentado
Prestador de Serviço
109
Gráfico 7. Você se importaria se esses locaisfossem destruídos ?
83%
11% 6%Sim
Não
Não responderam
Gráfico 8. Você acha que esses locaispoderiam constituir um roteiro turístico?
88%
5% 7%Sim
Não
Não responderam
Gráfico 9.Se um desses atrativos estivesse empropriedade sua, você o exploraria
economicamente?
73%
21%6%
Sim
Não
Não responderam
110
Gráfico 10.Você se importaria que turistasparticipassem desses eventos?
8%
85%
7%Sim
Não
Não responderam
Gráfico 11. Em sua opinião seu municípiopossui potencial para atrair turistas?
2%
92%
6%Não
Sim
Não responderam
Gráfico 12. Você gostaria que o turismo fosseexplorado em seu município?
2%
92%
6%Sim
Não
Não responderam
111
Tabela 1. Quais os locais que você considera bonitos em seu município?
Cachoeiras 94
Cavernas 84
Rios 40
Paisagem, Veredas, Trilhas e Cânions 24
Clubes 05
Desconhece 12
Tabela 2. Existe produção de artesanato no seu município? Qual?
Bordado 58
Crochê 32
Bonecos de palha ou biscuit 32
Pequenos móveis em madeira 26
Objetos de tocos e sementes do Cerrado 25
Pintura em tecido 23
Tapete 05
Desconhece 32
Tabela 3. Você conhece os efeitos positivos e negativos da atividade turística? Quais?
Positivos
Desenvolvimento do município 77
Aumento da arrecadação financeira 49
Aumento da oferta de empregos 44
Divulgação do município 25
Resgate da cultura do município 10
Desconhece 13
Negativos
Violência e uso de drogas 57
Degradação e poluição do meio ambiente 33
Aumento dos índices de doenças 09
112
Rejeição aos turistas 03
Fluxo descontrolado de turistas 03
Desconhece 45
Tabela 4. Tem alguma sugestão a fazer para o desenvolvimento da atividade turística em
seu município?
Criar infra-estrutura hoteleira adequada 70
Melhorar a infra-estrutura básica 60
Apoio dos administradores locais 42
Criar opções de lazer 42
Aumentar a oferta de restaurantes e lanchonetes 35
Melhorar a estrutura do hospital e Posto de Saúde 04
Criar agências bancárias 11
Melhorar a limpeza urbana 14
Preparar guias de turismo locais 13
Educar os moradores para o Turismo 8
Criar um CAT 8