83
MARCELO VIEIRA DOS SANTOS DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE PRODUTIVA DOS FABRICANTES DE PRANCHAS DE SURFE NA CIDADE DE FLORIANÓPOLIS Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina, como parte dos requisitos para a conclusão do Curso de Engenharia de Produção Civil. Orientador: Artur Santa Catarina FLORIANÓPOLIS/SC 2018

DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

MARCELO VIEIRA DOS SANTOS

DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA

CAPACIDADE PRODUTIVA DOS FABRICANTES DE

PRANCHAS DE SURFE NA CIDADE DE FLORIANÓPOLIS

Trabalho apresentado à

Universidade Federal de

Santa Catarina, como

parte dos requisitos para

a conclusão do Curso de

Engenharia de Produção

Civil.

Orientador: Artur Santa

Catarina

FLORIANÓPOLIS/SC

2018

Page 2: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas
Page 3: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

MARCELO VIEIRA DOS SANTOS

DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA

CAPACIDADE PRODUTIVA DOS FABRICANTES DE

PRANCHAS DE SURFE NA CIDADE DE FLORIANÓPOLIS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado

adequado para obtenção de Título de Engenheiro de Produção

Civil e aprovado em sua forma final pelo Programa de

Graduação.

Florianópolis, 26 de Junho de 2018

___________________________

Professora Marina Bouzon

Coordenadora do Curso

Banca Examinadora:

___________________________

Professor Artur Santa Catarina

Orientador

___________________________

Professor Maurício Uriona Maldonado

___________________________

Professor Antônio Cezar Bornia

Page 4: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas
Page 5: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

AGRADECIMENTOS

Ao meu professor orientador Artur Santa Catarina por

todo auxílio, orientação, paciência, dedicação e amizade, que

foram essenciais para a efetivação dessa pesquisa.

Aos meus pais, Luiz Henrique e Flori que, além de me

proporcionarem uma educação de qualidade, são os grandes

responsáveis pela formação do meu caráter. E, a minha irmã,

Mariana, pelo companheirismo, amizade e amor fraternal.

A minha namorada Maria Julia, que esteve ao meu lado

me incentivando e apoiando em todos os momentos.

A Universidade Federal de Santa Catarina pela

oportunidade de estudar numa instituição de ensino pública de

qualidade.

Aos meus colegas de turma, professores, familiares,

amigos e a todos que contribuíram, e que de alguma forma,

tornaram a realização desse trabalho possível, meu muito

obrigado!

Page 6: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas
Page 7: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

RESUMO

O presente estudo refere-se à realização de uma

pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de

pranchas de surf de Florianópolis com o objetivo de determinar

os níveis da capacidade produtiva dos fabricantes. O trabalho

busca analisar os níveis de mecanização e terceirização das

etapas do processo de fabricação, a demanda por pranchas de

surfe, a capacidade produtiva e estratégias utilizadas pelos

fabricantes para a ocupação das mesmas com base nos dados

obtidos através de entrevistas com os fabricantes e aplicação de

um questionário. Notou-se um baixo nível de ocupação nas

capacidades produtivas dos fabricantes de pranchas de surfe e

ociosidade no sistema produtivo fazendo com que os fabricantes

atuantes no mercado adotassem novas estratégias para

captação de novos clientes. Os baixos níveis das capacidades

produtivas dos fabricantes atuais do mercado afetam as novas

empresas que queiram entrar no mercado e isso resulta em um

novo comportamento dos fabricantes onde focam mais na

captação de novos clientes e terceirizam seu processo produtivo.

Palavras-Chave: Fabricantes de Prancha de Surf,

Planejamento a Longo Prazo, Capacidade Produtiva.

Page 8: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

ABSTRACT

The present study refers to the realization of a field research on

the productive process of surfboard manufacturers of

Florianópolis in order to determine the levels of the productive

capacity of the manufacturers. The work seeks to analyze the

levels of mechanization and outsourcing of the stages of the

manufacturing process, the demand for surfboards, the

productive capacity and strategies used by the manufacturers to

occupy them based on data obtained through interviews with the

manufacturers and application of a questionnaire. There was a

low level of occupancy in the productive capacities of the

surfboard manufacturers and idleness in the production system,

causing the manufacturers in the market to adopt new strategies

to attract new customers. The low levels of production capacities

of today's market makers affect new entrants who want to enter

the market and this results in a new behavior of manufacturers

where they focus more on capturing new customers and

outsource their production process.

Key Words: Surfboard Manufacturers, Long-Term

Planning, Productive Capacity.

Page 9: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Princípios para implementação da escalabilidade.....12

Figura 2: Custo Unitário x Capacidade Produtiva.....................16

Figura 3: Tipos de Pranchas de Surf........................................22

Figura 4: Tipos de Rabeta........................................................24

Figura 5: Tipos de Fundo......................................................... 24

Figura 6: Tipos de Encaixe de Quilhas.....................................25

Figura 7: Processos de confecção de uma prancha de surfe...26

Figura 8: Máquina de desbaste CNC........................................29

Page 10: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas
Page 11: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Definição de Tamanho das Fábricas......................... 34

Tabela 2: Número de Recursos x Tamanho do Fabricante..... ..40

Page 12: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas
Page 13: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Medidas de capacidade de insumos para diferentes

operações...................................................................................7

Quadro 2: Evolução das Pranchas de Surfe.............................19

Page 14: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas
Page 15: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Demanda Média Mensal dos Fabricantes de

Prancha......................................................................................35

Gráfico 2: Porcentagem da Demanda na Alta Temporada.........36

Gráfico 3: Distribuição dos Produtos Possíveis.........................37

Gráfico 4: Material Utilizado.......................................................38

Gráfico 5: Mecanização das Etapas do Sistema Produtivo.......41

Gráfico 6: Mecanização nas Empresas Grandes......................42

Gráfico 7: Mecanização nas Empresas Médias........................44

Gráfico 8: Mecanização nas Empresas Pequenas............... ....45

Gráfico 9: Fabricação Própria x Terceirização..........................48

Gráfico 10: Aumento da Capacidade........................................49

Gráfico 11: Média da Ocupação da Capacidade.......................50

Page 16: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas
Page 17: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

ISA Internacional Surf Association

ABRASP Associação Brasileira de Surf Professional

CBS Confederação Brasileira de Surf

PU Bloco de espuma poliuretano

EPS Bloco de espuma de poliestireno expandido

SUP Stand Up Paddle

CAD Desenho Assistido por Computador

CAM Manufatura Assistida por Computador

CNC Controle Numérico Computadorizado

Page 18: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas
Page 19: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................... 1

1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................. 3

1.2 OBJETIVOS .................................................................. 3

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................... 3

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................. 5

2.1 CAPACIDADE PRODUTIVA ............................................... 5

2.1.1 Capacidade Produtiva no Longo Prazo ............. 8

2.2 ESTUDO DE TAMANHO ............................................. 10

2.3 ESCALABILIDADE ....................................................... 11

2.3.1 Métodos para a análise de escala .................... 14

2.4 ANÁLISE DO PROCESSO PRODUTIVO DA

PRANCHA DE SURF .............................................................. 18

2.4.1 Histórico .............................................................. 18

2.4.2 O mercado de pranchas de surfe ..................... 20

2.4.3 Tipos e Formas ................................................... 21

2.4.4 O Processo .......................................................... 25

2.4.5 Usinagem de Pranchas ...................................... 29

3 METODOLOGIA .................................................................. 31

3.1 ETAPAS DO ESTUDO................................................. 31

3.2 COLETA DE DADOS ................................................... 32

3.2.1 Aplicação ............................................................. 33

3.3 ANÁLISE DOS DADOS ............................................... 33

4 RESULTADOS .................................................................... 35

4.1 DEMANDA ................................................................... 35

4.2 PRODUTOS ................................................................. 37

Page 20: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

4.3 PROCESSO PRODUTIVO .......................................... 39

4.3.1 Funcionários ....................................................... 40

4.3.2 Mecanização do Sistema ................................... 41

4.3.3 Fabricação Própria ou Terceirização ............... 46

4.4 OCUPAÇÃO DA CAPACIDADE E OCIOSIDADE ...... 48

4.5 AUMENTO DA CAPACIDADE .................................... 49

4.5.1 Estratégias para Ocupação da Capacidade .... 51

5 CONCLUSÃO ...................................................................... 53

REFÊRENCIAS.................................................................... 57

APÊNCIDE A – Questionário ........................................... 61

Page 21: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

1

1 INTRODUÇÃO

Em plena ascensão nas últimas décadas, o surfe

brasileiro cresceu devido à conquista do título mundial dos

brasileiros Gabriel Medina e Adriano de Souza e devido às boas

campanhas de outros surfistas brasileiros, denominados de

“Brazilian Storm” na elite do surfe mundial. Essa ascensão

contribuiu para o crescimento do número de surfistas e

simpatizantes; segundo dados publicados em 2013 pela ISA –

Internacional Surf Association, o número de surfistas no mundo

chegou a 35 milhões e estimam que 3 milhões somente no Brasil

(Alma Surf 2011, Clima Surf 2014). Os adeptos a esse estilo de

vida movimentam cerca de 9 bilhões de reais de acordo com

Alma Surf e a Toledo & Associados. Levando em conta toda essa

ascensão do esporte, grandes empresas multinacionais e

nacionais estão atuando nesse mercado com produtos que vão

desde as roupas de surfe “surfwear” como bermudas, camisas,

óculos, tênis, entre outras, até produtos mais específicos do

ramo como as pranchas de surfe, acessórios, roupas de

borrachas, etc.

Com a profissionalização do esporte, as pranchas de

surfe passaram de uma produção artesanal e informal onde o

“shaper”, profissional responsável pelo processo, fazia tudo a

mão para uma produção mais automatizada, possuindo uma

disponibilidade de máquinas em diversas escalas. Atualmente,

as máquinas fazem quase todo o processo de cravar as medidas

nos blocos de poliuretano ou blocos de isopor. No Brasil essas

novas tecnologias ganharam mercado rapidamente fazendo com

Page 22: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

que fabricantes locais pudessem fabricar em larga escala, fator

determinante para o surgimento de diversas fábricas de pranchas

no país.

O crescimento do mercado do surfe gerou um ambiente

altamente competitivo e um mercado bastante pulverizado.

Diante desse cenário, as empresas apresentam diversos

desafios no quesito de fabricação de pranchas, como a melhoria

da qualidade, adequação às recentes tecnologias, diminuição

dos custos de produção e uma demanda cada vez mais

específica e exigente.

Neste contexto impõe-se a busca constante por padrões

de desempenho operacional que assegurem índices de

rentabilidade favoráveis à consolidação do negócio (ZHANG et

al,2012).

Buscando reduzir seus custos operacionais e atender a

sua crescente demanda muitas empresas se veem

impulsionadas a transformar continuamente seus processos,

melhorando a utilização de sua capacidade produtiva

(BITTENCOURT, 2010, ZHANG et al, 2012).

Portanto, é fundamental que o fabricante de pranchas

conheça plenamente a sua capacidade e possa, a qualquer

momento, determinar a viabilidade de atender a novos pedidos

de clientes.

Page 23: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

3

1.1 Justificativa

A determinação do nível da capacidade produtiva das

empresas de fabricação de pranchas de surfe é de suma

importância, não só para a análise da capacidade interna, mas

também para impulsionar a entrada de novas empresas no

mercado. O ramo da fabricação de pranchas de surf encontra-se

pulverizado atualmente, para que esse cenário torne-se mais

competitivo e estável é necessário a análise de diversos fatores

para implementação de novos empreendimentos, um deles é a

analise do nível de utilização da capacidade produtiva das

empresas já atuantes no mercado a fim de compreender se

operam em níveis ociosos ou não.

1.2 Objetivos

O objetivo é determinar o nível de uso da capacidade

produtiva dos fabricantes de pranchas de surfe no município de

Florianópolis.

1.3 Objetivos específicos

Para que o objetivo principal seja alcançado, traçaram-se

os seguintes objetivos específicos.

Listagem dos principais fabricantes da cidade de

Florianópolis;

Caracterização da demanda por pranchas de

surfe;

Page 24: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

Caracterizar o processo produtivo dos principais

fabricantes da cidade de Florianópolis;

Analisar o nível de utilização da capacidade

produtiva dos fabricantes;

Analisar o nível de terceirização dos processos

existentes na fabricação de pranchas de surfe;

Page 25: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

5

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A revisão da literatura sobre o tema proposto é essencial

para o entendimento embasado na retomada de conceitos e

aquisição de conhecimento teórico da solução a ser proposta. No

presente trabalho serão revisados os seguintes temas:

Capacidade Produtiva, Estudo de Tamanho, Escalabilidade e o

Processo Produtivo da Prancha de Surfe.

2.1 Capacidade Produtiva

No cenário competitivo atual, muitas empresas estão

mudando seus processos produtivos a fim de aumentar a

eficiência. Um dos quesitos a ser analisado para garantir a

eficiência no momento da tomada de decisão é o conhecimento

da capacidade produtiva da empresa.

Os autores Slack et al (2009), Moreira (2012) e

Jacobs;Chase (2009) definem a capacidade produtiva como a

quantidade máxima de bens e ou serviços que podem ser

produzidos em uma operação em um determinado período de

tempo, sob condições normais de operação.

Quanto maior for uma capacidade produtiva, maior será

seu nível de investimento e consequentemente a necessidade de

capital de giro, o que impactará diretamente na viabilidade

técnica, econômica e financeira do empreendimento. Para a

tomada de decisão da empresa, torna-se necessário analisar os

três horizontes de tempo (curto, médio e longo prazo) para que

se tenha uma compreensão do tamanho da capacidade

Page 26: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

produtiva. Para Jacobs e Chase (2009), esses horizontes são

definidos como:

Longo prazo – mais de um ano. Nesse caso, os

recursos produtivos (como prédios, equipamentos

ou instalações) demoram muito tempo para ser

adquiridos ou eliminados.

Médio prazo – planos mensais ou trimestrais até

18 meses. Nesse caso, a capacidade pode ser

variada por alternativas, como contratações,

dimensões, mudanças de layout, ferramentas

novas, compras de equipamentos menores e

terceirização.

Curto prazo – menos de um mês. E

relacionado ao processo de programação diária

ou semanal e requer ajustes para eliminar a

variação entre o resultado planejado e o real. Isso

abrange alternativas, como horas extras,

remanejamentos de pessoal e roteiros

alternativos de produção.

Segundo Moreira (2012) há duas formas de medir a

capacidade: por meio de produção e de insumos. Por meio de

produção, as unidades de medida devem ser comuns ao tipo de

produto produzido. É possível estabelecer que só exista um

produto para facilitar a medição da capacidade da produção. A

medição por meio de insumos é utilizada quando há dificuldades

de se identificar o que é produzido e consequentemente medi-lo.

Page 27: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

7

Esse tipo de medição é muito utilizado em serviços. Exemplos

podem ser vistos na Quadro 1 a seguir.

Quadro 1: Medidas de capacidade de insumos para diferentes operações

Operações Medida de

Capacidade de

Insumos

Medida de

Capacidade de

Produtos

Fábrica Ar

Condicionado

Horas / Máquinas

disponíveis

Número de

unidades por

semana

Hospital Leitos disponíveis Número de

pacientes tratados

por semana

Teatro Número de

assentos

Número de clientes

por semana

Universidade Número de

estudantes

Estudantes

graduados por ano

Loja de Venda Área de Venda Número de itens

vendidos por dia

Linha Aérea Número de

assentos

disponíveis no setor

Número de

passageiros por

semana

Cervejaria Volume dos

tanques

Litros por semana

Fonte: Adaptado de SLACK, 2009 p321.

Page 28: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

2.1.1 Capacidade Produtiva no Longo Prazo

A análise de capacidade ao longo prazo fornece

informações para as futuras tomadas de decisões sobre a escala

ou tamanho dos sistemas de produção (SANTA CATARINA,

2017).

Slack et. al (2009) diferem capacidade de longo prazo da

capacidade de curto ou médio prazo, pois as últimas duas não

implicam em mudanças físicas, e sim, em quesitos operacionais

e de flexibilização do processo produtivo.

Santa Catarina (2017) atribui as decisões sobre a

definição da capacidade produtiva como:

As decisões da definição da capacidade produtiva no longo prazo influenciam diretamente no capital do projeto e também nos riscos em projetar um sistema de produção desalinhado com a demanda do mercado, por isso para o desenvolvimento de novos negócios a decisão sobre a capacidade produtiva ao longo prazo se torna de suma importância.

Para uma decisão sobre a capacidade ao longo prazo,

Moreira (2012) considera os estudos de mercado e a previsão da

demanda a maior fonte de informação, influenciando diretamente

no planejamento das instalações produtivas e no planejamento

das necessidades de equipamentos e mão de obra. Desta forma,

o efeito das decisões tomadas no presente sobre a capacidade

acaba projetando efeitos que estendem com o tempo, ou seja, no

longo prazo (MOREIRA, 2012).

Page 29: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

9

O planejamento ao longo prazo é sensível às

circunstâncias variáveis como alterações nos padrões de

preferência de consumo, estabilidade econômica, legislação,

desenvolvimento tecnológico, entre outras. Portanto, as decisões

da capacidade produtiva ao longo prazo assumem um papel

fundamental no quesito estratégico, pois todo dimensionamento

das instalações, futuras expansões ou reduções terão que ser

previstas estrategicamente reduzindo futuras perdas ou

capacidade ociosa.

Para Breure (2013) e Corrêa; Corrêa (2012) quando uma

empresa opera em um nível abaixo de sua capacidade,

antecipando-se à demanda, o investimento em capital é

antecipado o que representa maiores custos unitários de

operação, tornando a operação ociosa. Por outro lado, quando

uma empresa opera acima da sua capacidade, quando a

demanda excede a capacidade, uma parcela substancial de

clientes não é atendida, acarretando em pedidos recusados e

consequentes perdas de receita e de clientes.

Portanto uma análise da capacidade ao longo prazo

torna-se imprescindível para empresas que almejam entrar no

mercado, sendo uma etapa essencial onde às decisões

estratégicas deverão ser tomadas para o futuro da empresa,

mesmo sendo em um período prolongado e lidando com as

incertezas das previsões.

Page 30: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

2.2 Estudo de Tamanho

Segundo Casarotto (2009) o tamanho de uma fábrica

significa definir a capacidade de produção e o nível de utilização

dessa capacidade. Para isso o autor definiu diversos fatores em

que se deve levar em conta para a escolha do tamanho.

Um desses fatores são os produtos escolhidos para

produção, os segmentos de mercado (obtidos no estudo do

mercado) e regiões, pois a diversificação destes indica fábricas

de menor porte e o tamanho de mercado indica maiores

capacidades de produção.

Além dos fatores supracitados, Casarotto (2009) elencou

11 (onze) fatores essenciais para a definição do tamanho de uma

fábrica, a saber: a estratégia de produção; a velocidade das

mudanças ambientais; às possíveis localizações para as

unidades em decorrência da disponibilidade dos fatores de

produção; a sazonalidade das matérias-primas e/ou das vendas;

a disponibilidade comercial de equipamentos; a curva de

economia de escala dos equipamentos e investimentos fixos uma

vez que o custo unitário diminui com o aumento da capacidade

produtiva, salvo raras exceções; a disponibilidade e as condições

de financiamento; o resultado das análises de portfólio e a

disponibilidade de recursos próprios para investimento; possíveis

terceirizações da produção; melhor utilização da capacidade

produtiva e a taxa de retorno do acionista.

Page 31: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

11

2.3 Escalabilidade

Putnik et al.(2013) definem escalabilidade como um

termo de proporção que uma empresa tem para reduzir ou

expandir sua capacidade produtiva através de uma escala, capaz

de se adequar de acordo com as futuras trocas demandas.

Essas mudanças de escala na capacidade produtiva

podem ser em um simples acréscimo de hardware, contratação

de novos empregados ou até mesmo criação de novos postos de

trabalho (PUTNIK et al,2013).

Os mesmo autores, Putnik et al (2013) e Fricke; Shulz

(2005) definem dois princípios para a modificação física do

sistema de produção. O primeiro princípio demonstra que as

unidades semelhantes de trabalho podem ser vinculadas para

fornecer escala de performance ou funcionalidade trabalhando

com mais ou menos recursos. Já o segundo princípio demonstra

que um único elemento da unidade pode ser redimensionado

para garantir variação da capacidade do elemento

proporcionando escalabilidade das suas funcionalidades, como

vemos na Figura 1. Além disso, Putnick et al (2013) argumentam

que os dois princípios podem ser combinados.

Page 32: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

Figura 1: Princípios para implementação da escalabilidade

Fonte: PUTNIK, 2013 p 753

De acordo com os dois princípios, nota se que a forma

como as unidades produtivas são organizadas influenciam na

escala de produção, possibilitando a redução ou incremento de

recursos. Assim como a capacidade produtiva (unidade/tempo) e

quantidade de recursos definem se o sistema pode crescer ou

não.

Santa Catarina (2017) elenca alguns passos para a

escolha do sistema de produção com diferentes tamanhos,

porém com especificidades técnicas diferentes a fim de analisar

as opções propostas. Os passos são os seguintes:

1- Análise da escalabilidade do processo produtivo:

Etapa de reconhecimento do processo produtivo,

formas de organização, capacidade produtiva e

recursos.

Page 33: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

13

2- Seleção das alternativas possíveis de escala de

produção: Lista as alternativas de tamanho, com

mais ou menos capacidade produtiva.

3- Definir e escolher um dos métodos de análise de

escala: Definição entre os métodos do Custo

Unitário, da Rentabilidade e Análise de Retorno,

futuramente analisados nesse trabalho.

4- Análise de dados e das alternativas: A análise e as

escolhas devem levar em consideração outros

aspectos além dos dados econômicos. Essas

escolhas podem ser em relação à estratégia adotada

pela empresa como foco no ganho de mercado, aos

limites e restrições para o empreendimento como

recursos financeiros, e a flexibilidade do processo.

5- Escolha do tamanho: Após a análise das

alternativas apresentarem as vantagens,

desvantagens e impacto estratégico de cada uma.

Outro fator relacionado à definição estratégica citada por

Santa Catarina (2016) no passo 4 é a estratégia para operar com

o tamanho máximo com o objetivo de extrair o máximo retorno de

um grande mercado, almejando-se a liderança por custos através

de estratégias de penetração e ganho de mercado, assim como a

busca de financiamento de terceiros. Outra estratégia é definir o

tamanho possível para garantir o máximo retorno alcançado,

focando na diferenciação do produto aumentando a margem de

lucro. Essas duas estratégias mudariam conforme a adaptação

Page 34: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

da escalabilidade, em uma liderança por custo o produto ganha

pela quantidade de vendas o que necessitaria um aumento

compreensível da capacidade. Já na estratégia com foco em

diferenciação a empresa se adaptaria a um processo mais

especificado fazendo com que a capacidade não cresça tanto e

sim se especialize para entregar o produto almejado sem perder

a qualidade do produto.

2.3.1 Métodos para a análise de escala

Como visto anteriormente há três formas de se analisar

uma escala: Método do Custo Unitário, Método da Rentabilidade

e o Método da Análise de Retorno. Esses três métodos diferem

entre si na escolha do quesito monetário.

2.3.1.1 Método do Custo Unitário

Bornia (2010) define custo unitário como o custo para se

fabricar uma unidade do produto, dividindo o custo total do

produto pela sua produção como visto na equação 1. Bornia

(2010) define, também, os custos totais como o montante

despendido no período para a fabricação de todos os produtos,

sendo ele (equação 2) a soma dos custos fixos - custos que não

variam com alterações no volume de produção, e custos

variáveis - custos relacionados com a produção e nível de

atividade da empresa.

Page 35: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

15

Equação 1: Definição de Custo Unitário

Equação 2: Definição de Custo Total

O mesmo autor, Bornia (2010) também define custo

unitário como um fator relacionado com a eficiência interna da

empresa, se a mesma possuir um custo unitário menor será mais

eficiente e consequentemente usará menos recursos para

produzir seus itens.

Entrando na esfera do método do custo unitário,

Casarotto (2009) cita o método como sendo o mais tradicional

para a definição da escala. Slack et al (2009) demonstram alguns

exemplos desta abordagem onde o custo total é dividido pela

capacidade produtiva, Equação 1. Assim, após uma análise das

diferentes escalas produtivas dentro de uma empresa, a decisão

estratégica pelo método do custo unitário escolherá o cenário

que possuir o menor custo ou a escala produtiva adequada

definida pelo ponto mais abaixo do gráfico demonstrado na

Figura 2.

Page 36: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

Figura 2: Custo Unitário x Capacidade Produtiva

Fonte: Adaptado Casarotto, 2009.

Porem esse método contém algumas críticas. Casarotto

(2009) cita que este método não considera os aspectos

estratégicos, principalmente os de competitividade como a

competição através da adoção de lideranças de custo ou

diferenciação, e também desconsidera o custo de recuperação

de capital.

2.3.1.2 Método da Rentabilidade

O retorno de investimento também é utilizado para

comparar as alternativas de tamanho. Segundo Casarotto (2009)

o índice é calculado dividindo o saldo do acionista (Sa) pelo

inve imen o do acioni a (Ia), onde “e” é uma e cala e “e+1”

uma escala superior, como visto na equação 3.

Page 37: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

17

Equação 3: Equação para analise de retorno de investimento

No método de rentabilidade, o índice de rentabilidade é

calculado para cada capacidade produtiva estudada na tomada

de decisão, optando por aquele que tiver maior índice de retorno

de investimento.

Santa Catarina (2017) cita duas fraquezas na utilização

desse método: desconsideração do valor de tempo do dinheiro,

pois compara dinheiro em tempos diferentes, o investimento no

presente e o saldo ao longo dos anos e a falta de

desconsideração do efeito acumulado dos saltos durante o ciclo

da vida da empresa.

2.3.1.3 Método da Análise de Retorno

O método de análise de retorno visa encontrar a

capacidade produtiva e o seu respectivo retorno, para isso utiliza

os princípios da engenharia econômica utilizando métodos já

conhecidos como o VAUE ou VPL.

Ehrlich; Moraes (2013) definem o método VPL, como um

método que consiste em trazer para a data zero todos os fluxos

de caixa, assim torna-se possível calcular os valores atuais

equivalentes às series correspondentes a fim de decidir o melhor

com uma comparação.

Page 38: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

Santa Catarina (2017) analisa que ao calcular o VPL para

escolha das alternativas de capacidade produtiva de uma

empresa o valor mais alto adquirido do VPL torna a melhor

alternativa, indicando a maior expectativa de retorno sobre um

investimento.

A fraqueza do método VPL é a exigência do

conhecimento de diversos parâmetros, gerando incertezas nas

definições de custos e demais variáveis o que torna o processo

de estimativa de caixa impreciso, inviabilizando a análise.

2.4 Analise do Processo Produtivo da Prancha de Surfe

2.4.1 Histórico

A evolução das pranchas de surfe foi determinante para a

evolução do esporte. Em meados de 1700, polinésios surfavam

com pranchas confeccionadas em madeiras com mais de 100

quilos. O tempo foi passando e a cultura do surfe foi se

propagando ao planeta, porém só em 1912 um havaiano

começou a expandir o esporte para o continente americano e

australiano. Na década de 40, Robert Simons introduziu a

utilização da fibra de vidro e resinas poliéster que passaram a

revestir as pranchas de surfe tornando-as mais leves e

resistentes o que gerou a explosão do surfe nos Estados Unidos

(GRIJÓ, 2004).

As evoluções das quilhas também progrediram com a

evolução das pranchas. Nas décadas de 30 e 40, pranchas

mono-quilha possibilitavam trocas de direções mais bruscas nas

ondas.

Page 39: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

19

Nas décadas de 50 e 60, movidos por novos processos

utilizando o petróleo, aconteceu o maior salto na evolução das

pranchas. Segundo Schultz (2009) a inserção da espuma de

poliuretano (PU), introduzida por Gordon Clark, como a alma da

prancha revestida pela fibra de vidro e resina de poliéster, foi

tratada como uma revolução. Esse sistema é adotado até hoje e

possibilitou a redução incrível no peso das pranchas,

aumentando consideravelmente a resistência. O Quadro 2

sintetiza bem a evolução das pranchas de surfe.

Quadro 2: Evolução das Pranchas de Surfe

Período Tipo de

Prancha

Materiais Características

Início de

1920

Madeira Madeira Balsa Resistencia e

Flutuabilidade

Final de

1920

Madeira

Envernizada

Madeira Balsa

e Verniz

Resistencia,

Flutuabilidade e

Resistente à Água.

1930 Madeira Oca

e Quilhas

Madeira Balsa,

Verniz e Cola.

Flutuabilidade e

Resistente à Água

1946 Madeiras,

Resina e

Fibra de

Vidro.

Madeira Balsa,

Resina e Fibra

de Vidro.

Resistencia,

Flutuabilidade e

Resistente à Água.

Page 40: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

Período Tipo de

Prancha

Materiais Características

1948-

agora

Espuma,

Resina e

Fibra de

Vidro.

Espuma de

Poliuretano,

Fibra de Vidro e

Resina

Poliéster.

Leveza,

Flutuabilidade e

Resistente à Água.

Fonte: Adaptado de Sullivan (2007)

No Brasil o percursor do esporte foi o santista Osmar

Gonçalves. Em 1938, segundo Grijó (2004) Osmar foi o primeiro

a confeccionar uma prancha no Brasil. Em 1968 a primeira

fabrica de blocos foi fundada no Brasil e, em 1978, a poderosa

Clark Foam que comandava o mercado mundial começou a

aparecer no litoral brasileiro aumentando a diversidade e

qualidade dos produtos e ajudando no crescimento do esporte.

Porem o surfe no Brasil explodiu mesmo nos anos 80

com o apoio da mídia e a profissionalização do esporte, que

deixou de ser somente apenas lazer, com a criação da ABRASP

– Associação Brasileira de Surfe Profissional, que futuramente

passaria a se chamar CBS – Confederação Brasileira de Surfe,

órgão que rege todas as entidades organizacionais ligadas ao

esporte atualmente.

2.4.2 O mercado de pranchas de surfe

Em plena ascensão o mercado de pranchas de

surfe cresceu em torno de 20% nos últimos três anos

Page 41: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

21

segundo o IBRASURF – Instituto Brasileiro de Surf, onde

estima-se que surfistas e simpatizantes movimentam

cerca de 7 bilhões por ano entre gastos com acessórios

de surf e surfwear e que atualmente no Brasil existem

mais de três milhões de praticantes.

No quesito fabricação de prancha o IBRASURF

demonstra que os fabricantes nacionais possuem uma

fabricação de 80 mil pranchas por ano, no que

representa em 20% das pranchas fabricadas no mundo,

havendo cerca de 1500 fabricas de pranchas no país e

ao menos 85% delas são microempresas.

2.4.3 Tipos e Formas

Após diversos avanços, atualmente, o mercado possui

uma diversidade de pranchas com estilos e medidas diferentes,

podendo citar 4 modalidades diferentes para a escolha, são elas:

as pranchas convencionais, funboards, longboards e o SUP –

Stand Up Paddle, como visto da Figura 3.

Page 42: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

Figura 3: Tipos de Prancha de Surfe

Fonte: Totalsurfcamp

As pranchas convencionais podem ser fabricadas a partir

da combinação do bloco de Poliuretano (PU), resina de poliéster

e fibras de vidro ou Bloco de espuma de poliestireno (isopor),

resina epóxi, fibra de vidro ou carbono, e tem o seu tamanho

limitado até 7 pés, com exceção das pranchas para ondas

grandes (gunsboards) que podem atingir tamanhos maiores. As

pranchas com bloco de Poliuretano geralmente são as mais

utilizadas, pois apresentam uma ótima durabilidade e uma

melhor trabalhabilidade na questão da moldagem devido à

combinação com a resina poliéster. Porém, nos últimos anos

vem se empregando as pranchas com o bloco de espuma

Poliestireno (isopor) que garante uma maior flutuabilidade e

maleabilidade nas pranchas e um custo menor.

Page 43: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

23

Já os FunBoards são fabricados nos mesmos materiais

das pranchas normais e tem o seu tamanho limitado entre 7 pés

a 9 pés. Assim como os longboards, limitados inferiormente a 9

pés.

O SUP – Stand Up Paddle, modalidade crescente nos

últimos, não tem limitação de tamanho e é geralmente fabricado

pela combinação Bloco de espuma de poliestireno (isopor),

resina epóxi, fibra de vidro ou carbono, devido à redução de peso

e aumento da flutuabilidade que esses materiais proporcionam.

Como cada prancha é única, confeccionada de forma

específica para cada pessoa em que se consideram

características como altura, peso, nível de surfe, tipos de ondas

almejadas, há uma infinidade de combinações de

layouts/desenhos. Esses layouts podem mudar devido ao

tamanho, tipos de rabeta (botton) Figura 4, tipos de fundos

Figura 5 e encaixe das quilhas Figura 6.

Page 44: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

Figura 4: Tipos de Rabetas

Fonte: Pranchas Snap

Figura 5: Tipos de Fundo

Fonte: Pranchas Snap

Page 45: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

25

Figura 6: Tipos Encaixe de Quilhas

Fonte: Pranchas Snap

2.4.4 O Processo

O processo de confecção de uma prancha passa por 6

macro processos, que são: (1) Corte e Moldagem do Bloco; (2)

Colocação dos Copinhos; (3) Pintura; (4) Laminação; (5)

Processo de Cura; e (6) Acabamento.

Grijó (2004) cita os materiais utilizados dos diferentes

tipos de bloco utilizados, bloco de espuma de poliuretano (PU) e

o bloco de espuma de poliestileno ( isopor):

Bloco de espuma de Poliuretano (PU) de alta

densidade, resina de poliéster, fibra de vidro,

peróxido de metil etila (catalisador), cobalto

(acelerador), pastas PNE (pigmentos), monômero

de estireno (torna a resina mais líquida e

transparente), parafina bruta e acetona como

solvente;

Page 46: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

Bloco de espuma de poliestireno expandido

(isopor), resina epóxi, fibra de carbono,

catalisador, acelerador, pastas PNE, monômero

de estireno, parafina bruta e acetona também

como solvente.

No primeiro macro processo o fabricante de pranchas

define o desenho após uma consulta com o cliente e faz recortes

do outline no bloco de isopor ou PU, essa etapa pode ser

automatizada ou manual. Quando feitas manualmente as

ferramentas utilizadas são o serrote, serra elétrica, lixas e

plainas. Já quando são usinadas em máquinas especializadas o

fabricante já sai com o formato quase finalizado, somente

faltando ajustes finos como deitar as bordas, retirada de

imperfeições e verificação da precisão das medidas.

A etapa de colocação de copinhos é orientada por um

gabarito onde se define a inclinação e as distâncias utilizadas

podendo variar dependendo da preferência do cliente. Os

buracos no bloco são perfurados por uma serra copo do diâmetro

exato do copinho.

Pintura é uma etapa que não ocorre em todas as

pranchas e é definido conforme o pedido do cliente. Para a

realização da pintura o pintor utiliza pistola com compressor,

pincel e rolo com tintas.

Na laminação é onde são adicionadas as resinas de

poliéster, no caso dos blocos de PU, ou resinas epóxi, no caso

das pranchas de isopor e as fibras de vidro. Esse processo

Page 47: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

27

consiste em posicionar os tecidos de fibras de vidro pelo bloco

encaixando-os com a virada do bloco e despejar

gravitacionalmente as resinas por cima, controlando a

homogeneidade da aplicação e as arestas. São feitas duas

aplicaçõe de re ina, denominado primeiro e egundo “banho”,

com um intervalo de tempo. Nesse quesito a resina de poliéster

utilizadas nas pranchas de PU levam vantagens diante das

resinas epóxi devido ao tempo que levam para curar entre as

aplicações e a facilidade de manuseio. Apó o doi “banho ”

alguns fabricantes utilizam um sistema de estufas para acelerar o

processo de cura da prancha.

Por fim o acabamento é feito por lixas de grau menores

retirando imperfeições do processo de laminação. Alguns clientes

podem optar pelas pranchas com um polimento ao invés das

foscas, assim é utilizada lixas mais finas.

Mazzoco (2007) elaborou um fluxo de processos

representando as entradas e saídas, como pode ser visto na

Figura 7.

Page 48: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

Figura 7: Processos de confecção de uma prancha de surfe

Fonte: Adaptado de Mazzoco (2007)

Page 49: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

29

2.4.5 Usinagem de Pranchas

Com o avanço tecnológico foram desenvolvidas

máquinas de corte de pranchas, aparecendo empresas

especializadas em fazer somente partes do processo de

fabricação de uma prancha, como acontece com o corte do bloco

(usinagem), laminação e fabricação de quilhas.

Para o corte dos blocos, PU ou EPS, é comumente

utilizado a junção de softwares específicos para desenho de

pranchas como o shape3D® ou outros com a mesma finalidade,

que utilizam arquivos em formato CAD/CAM junto com máquinas

de usinagem com tecnologia CNC- Controle Numérico

Computadorizado para o desbaste, Figura 8. Essa junção

melhorou a precisão dos cortes e qualidade do processo,

diminuiu o desperdício e ocasionou um grande aumento de

produtividade.

Figura 8: Máquina de Desbaste CNC

Fonte: Autor

Page 50: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

As máquinas com tecnologia CNC – Controle Numérico

Computadorizado utilizam a linguagem G (G–Code) para

definição dos processos de usinagem. Geralmente, as máquinas

destinadas à fabricação de pranchas de surf apresentam

configuração do tipo rolante – Gantry, ou seja, o bloco

permanece estático enquanto a ferramenta fresadora executa o

desbaste nos eixos X, Y e Z (GUESSER et al, 2007).

De acordo com fabricantes a usinagem de um bloco leva

em torno de 15 a 20 minutos, dependendo do tamanho e forma

da prancha. A usinagem gera cristas no bloco cabendo ao

shaper fazer o acabamento manual final. Isso gera um aumento

no tempo de usinagem, assim como, um aumento no consumo

de energia cabendo ao produtor escolher entre produtividade e

serviço.

Apesar do alto custo de aquisição (em torno de 140mil

reais) e manutenção dessas máquinas, a adesão das máquinas

é notável no atual mercado, principalmente pelos grandes

produtores e empresas especializadas.

Page 51: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

31

3 METODOLOGIA

A metodologia adotada para a realização da pesquisa foi

classificada de acordo com Gerhardt e; Silveira(2009) que

separou os tipos de pesquisa quanto abordagem, natureza,

objetivos e procedimentos adotados.

Quanto à abordagem da coleta de dados a pesquisa se

demonstrou quantitativa pois utilizou instrumentos formais para

coleta de dados e também uma posterior análise de dados

(GERHARDT E; SILVEIRA,2009).

A natureza é uma pesquisa aplicada, pois objetiva gerar

soluções para problemas concretos (GERHARDT E; SILVEIRA,

2009) e (VERGARA 1997).

Sobre o objetivo caracterizou uma pesquisa exploratória

– descritiva Exploratória, pois se tem pouco conhecimento sobre

o assunto Vergara(1997). Então o objetivo é proporcionar com a

pesquisa uma maior familiaridade sobre o assunto. Descritiva

porque expõe características de uma determinada população

(VERGARA,1997).

Os procedimentos adotados foram típicos de uma

pesquisa de campo por ser uma investigação empírica que

dispõe elementos para explica-lo, utilizando uma entrevista com

aplicação de um questionário participante (VERGARA,1997).

3.1 Etapas do estudo

As etapas presentes no estudo foram: listagem dos

fabricantes de pranchas, aplicação de um questionário para a

obtenção de dados e uma analise de dados.

Page 52: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

Na listagem dos fabricantes foram encontrados 77

fabricantes de pranchas no munícipio de Florianópolis, sendo

que 3 desses são fábricas que somente fazem a usinagem. Os

fabricantes foram encontrados através das redes sociais e sites

de buscas, porém acredita-se que tenham mais de 100

fabricantes atuantes no mercado.

Ressalta-se a dificuldade na obtenção do endereço das

fábricas devido às informações desatualizadas das páginas dos

fabricantes de pranchas de surfe o que resultou na entrevista de

apenas 23 dos 77 fabricantes listados.

3.2 Coleta de dados

A coleta de dados foi feita através de visitas presenciais

aos fabricantes onde os endereços foram obtidos na parte da

listagem, tendo como delimitação geográfica a cidade de

Florianópolis. Aos fabricantes sem endereço foi enviado uma

tentativa de contato virtualmente através das redes sociais,

assim como os fabricantes que não possuíam nenhum tipo de

marcação visual no terreno dos endereços indicados. Percebeu-

se também que algumas páginas das redes sociais das

empresas apresentavam-se desatualizadas indicando endereços

e telefones antigos.

O período de coleta de dados foi em meados de Outubro

de 2017 a Fevereiro de 2018.

Page 53: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

33

3.2.1 Aplicação

O questionário utilizado para as entrevistas foi composto

por perguntas que possam ter uma compreensão do processo

produtivo das empresas como quantas pranchas são produzidas

por mês na alta e na baixa temporada, tipos de pranchas que são

produzidas, material predominante utilizado, quantas pessoas

trabalham na empresa, quais etapas do processo produtivo são

automatizadas, capacidade máxima de produção e como

aumentaria a capacidade. O questionário pode ser visto por

completo no Apêndice A.

3.3 Análise de dados

A análise dos dados foi feita seguindo a premissa que

existem diferentes tamanhos de empresas no ramo. Classificou-

se os fabricantes em três escalas produtivas diferentes: Grande,

Média e Pequena, no qual foram definidas de acordo com a

quantidade de pranchas produzidas por mês na alta temporada,

como vemos na Tabela 1. De acordo com conversas informais

com os fabricantes, antes ou depois da aplicação do

questionário, chegou-se a conclusão que a alta temporada para

os fabricantes de pranchas de surfe são os meses de outubro até

março e a baixa temporada são os meses de inverno. O período

da alta temporada pode ser explicado pela época de praia no

pré-verão e a período da baixa temporada pode ser explicado em

decorrência da época da tainha, período em que se fica proibido

a prática no surfe em algumas praias de Florianópolis.

Page 54: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

Tabela 1: Definição de Tamanho das Fábricas

Fonte: Autor

Foi elaborada uma escala própria de acordo com a

produção, diferentemente de Barcelos (2015) que classificou os

diferentes tipos de tamanhos de empresas de acordo com o

número de funcionários, sendo classificada como empresa

grande aquela com mais de dez colaboradores, média entre três

a cinco e pequenas com menos de três colaboradores. Notou-se

que ao usar a divisão de Barcelos (2015) não foi possível

identificar as empresas nos três tipos de porte, uma das causas

seria a crise atual do mercado ocasionando uma diminuição do

quadro de funcionários.

A separação feita foi de acordo com o tamanho dos

fabricantes e obteve-se a seguinte separação de entrevistados: 7

fabricantes grandes, 11 médios e 5 pequenos.

Tamanho

Pequena menor ou igual 10 pranchas

Média entre 10 a 50 pranchas

Grande maior ou igual 50 pranchas

Produção na Alta Temporada

Page 55: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

35

4 RESULTADOS

Nesse capitulo é feito uma analise de acordo com os

dados obtido referente à aplicação do questionário sobre os

assuntos de caracterização do processo produtivo dos

fabricantes de pranchas de surf de Florianópolis.

O capitulo conta com informações sobre a demanda por

pranchas de surfe, produtos possíveis fabricados, material

predominante, processo produtivo, numero de funcionários nas

empresas e terceirizados e as etapas do sistema produtivo que

são mecanizadas.

4.1 Demanda

Após a separação por tamanho, obteve-se uma

estimativa da demanda média dos três diferentes tamanhos de

empresas, (grande, média e pequena), como visto na Gráfico 1.

Gráfico 1: Demanda Média Mensal dos Fabricantes de Prancha

Fonte: Autor

Grandes Médias Pequenas

Alta 120 20 3

Baixa 79 12 1

0

204060

80

100

120

Demanda Média Mensal

Page 56: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

Gráfico 2: Porcentagem da Demanda na Alta Temporada

Fonte: Autor

De acordo com a Gráfico 2 conclui-se que as grandes

empresas possuem maior parcela do mercado tanto na baixa

como na alta temporada representando cerca de 85% em média

de todo o mercado como visto no Gráfico 1. Essa parcela do

mercado dominada pelos fabricantes de grande porte pode se

dar pela presença das grandes marcas de fabricantes

internacionais que utilizam um sistema de franquia, aumentando

o número de vendas devido as suas tradições no mercado assim

como ações de marketing, assim como uma maior automatização

do processo produtivo.

84%

14%

2%

Demanda dos Fabricantes na alta temporada

Grandes

Médias

Pequenas

Page 57: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

37

4.2 Produtos

Sobre a diversidade de produtos ofertados, dentre

pranchas convencionais, longboards e stand up paddle - SUP, os

dados obtidos demonstraram que a maioria dos fabricantes tem

competência para produzir todos os formatos, como visto no

Gráfico 3

Gráfico 3: Distribuição dos Produtos Possíveis

Fonte: Autor

Percebeu-se que 78% dos fabricantes produzem os três

tipos de produtos. Todos os fabricantes produzem as pranchas

convencionais que é o produto padrão. Outros fabricantes, cerca

de 17% preferem fabricar somente as pranchas convencionais,

100%

83% 78%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

PranchasConvencionais

Longboard SUP

Produtos

Page 58: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

geralmente essa opção é escolhida pelos fabricantes que

querem se diferenciar pelo alto desempenho de seu produto.

Mesmo não contabilizando nenhum dado de fabricantes

que produzem somente SUP ou Longboard, tem-se o

conhecimento que existam fabricantes que agem somente nesse

ramo do mercado.

Percebeu-se que o material predominante, Gráfico 4,

mesmo com uma diferença mínima, é o EPS, comumente

chamado de Epóxi ou isopor, diferentemente dos últimos estudos

realizados sobre o tema feitos por Grijó(2004), Mazzoco(2007) e

Zambom(2016) onde apontavam um predomínio do uso do PU

nas pranchas.

Gráfico 4: Materiais Utilizados

Fonte: Autor

48% 52%

Material Predominante

PU EPS

Page 59: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

39

O uso do EPS, como material predominante pode ser

dado ao fato da evolução do material, assim como o custo mais

barato. Outro fator preponderante para a escolha do EPS é a

poluição que os blocos de PU-poliuretano ocasionam ao meio

ambiente. Grijó (2004) demonstra em seu estudo que cerca de

50% a 70% do material utilizado para a fabricação de uma

prancha é descartado gerando problema na questão ambiental

por conter tolueno diisocianato em sua composição, substância

tóxica ao ser humano e ao meio ambiente proibido em diversos

países.

Portanto, mostra-se uma futura tendência de uma

predominância do uso do EPS como material padrão utilizado

nas pranchas de surfe, mesmo as pranchas fabricadas com o PU

terem demonstrado um maior desempenho na questão de

performance.

4.3 Processo Produtivo

No âmbito do processo produtivo, as informações obtidas

foram sobre a quantidade média de funcionários presentes nas

empresas, o nível de mecanização nas etapas do processo

produtivo, nível de terceirização ou fabricação própria, a

ocupação da capacidade dos fabricantes e estratégias utilizadas

pelos fabricantes para um aumento de capacidade.

Page 60: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

4.3.1 Funcionários

Conhecer o número de funcionários das empresas é

muito importante principalmente quando está entrando em um

novo cenário das empresas utilizando um processo produtivo

mais mecanizado no que necessita uma mão de obra

especializada cabendo a empresa decidir entre contratar

funcionário sem vinculo empregatício especializado ou treinar

seu próprio funcionário para que se adeque aos novos sistemas.

De acordo com os dados obtidos observou-se o seguinte

cenário com as médias de funcionário por empresas de

diferentes tamanhos:

Tabela 2: Número de Recursos x Tamanho do Fabricante

Fonte: Autor

Nota-se que os grandes fabricantes preferem contratar e

treinar seus funcionários a vide Tabela 2, pois isso pode

comprometer no cumprimento dos prazos e na qualidade do

serviço. Já nos fabricantes pequenos, o shaper participa de todas

as etapas do processo produtivo da prancha de surfe e os

fabricantes médios possuem em média um funcionário,

geralmente laminador ou um funcionário responsável por

serviços gerais e reparo de pranchas quebradas, que é uma o

outra forma de obtenção de retorno pelos fabricantes de

pranchas.

Recursos / Tamanho Grande Média Pequena

Funcionários 5 1 0

Page 61: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

41

4.3.2 Mecanização do Sistema

Na questão da mecanização do processo produtivo

somente duas etapas são comumente mecanizadas: a etapa de

definição das medidas do modelo a ser adotado, utilizando

softwares como o shape3D® ou outros com a mesma finalidade

que utilizam arquivos em formato CAD/CAM, e a etapa do corte

dos blocos de PU ou EPS, onde é utilizado máquinas CNC que

desbastam todo o bloco deixando apenas algumas imperfeições

para um ajuste fino feita pelo shaper, como podem ser

observados na Gráfico 5.

Já as outras etapas do processo produtivo apresentaram

um modo de fabricação manual, algumas dessas etapas já

possuem tecnologia para uma automação, porém os

investimentos para a compra ainda são muito elevados, como

ocorre na etapa de laminação onde o retorno de capital de uma

automação desse processo é longo, sendo mais viável fazê-lo

manualmente.

Page 62: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

Gráfico 5: Mecanização das Etapas do Sistema Produtivo

Fonte: Autor

4.3.2.1 Mecanização nas Empresas Grandes.

Nos dados obtidos somente das empresas grandes nota-

se que todos os fabricantes já utilizam as máquinas de desbaste

CNC para a confecção das pranchas, assim como a definição de

medidas utilizando softwares especializados.

As etapas de acabamento, pintura, laminação, secagem

e acabamento final ainda são feitas manualmente pelos grandes

fabricantes, Gráfico 6. A etapa de embalagem não é muito

utilizada no mercado, levando em conta que a entrega de

prancha é feita diretamente ao cliente, somente a metade dos

fabricantes optam por realizar essa etapa.

Page 63: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

43

Gráfico 6: Mecanização nas Empresas Grandes

Fonte: Autor

4.3.2.2 Mecanização nas Empresas Médias

Nas empresas médias as etapas que são mecanizadas

seguem quase nas mesmas proporções que nas empresas

grandes para as etapas de definição de medidas e corte das

pranchas. Na etapa de definição de medidas todas utilizam meio

automatizados e na etapa do corte apenas 9% utiliza meios

manuais, demonstrando uma adequação aos meios

automatizados. Alguns fabricantes mais antigos ainda possuem

uma resistência às maquinas, motivados pela tradição e o know

how dos princípios do esporte.

Page 64: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

As demais etapas do processo produtivo seguem as

mesmas tendências que as empresas grandes onde fazem

manualmente.

Alguns fabricantes médios preferem terceirizar as etapas

de corte, laminação e pintura do seu processo para empresas

especializadas por diversos motivos como capital para comprar

uma máquina, limitação de espaço físico, falta de competência

pra tal atividade e dificuldade de contração de mão de obra

especializada, sendo assim assunto que será debatido nos

próximos tópicos.

Gráfico 7: Mecanização nas Empresas Médias

Fonte: Autor

Page 65: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

45

4.3.2.3 Mecanização nas Empresas Pequenas

Os fabricantes pequenos demonstraram uma maior

resistência à mecanização do sistema, fabricando pranchas de

surf de uma maneira mais artesanal. Essa motivação pela forma

manual de fabricar as pranchas pode se levar a tradições do

esporte e principalmente a baixa demanda por pranchas.

Fazendo tudo manual o fabricante consegue diminuir custos de

terceirização da etapa do corte.

Gráfico 8: Mecanização nas Empresas Pequenas

Fonte: Autor

Geralmente o fabricante de pequeno porte não possui a

máquina para desbaste assim a etapa de corte que aparece na

Page 66: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

Gráfico 8 como mecanizada significa que o fabricante opta por

terceirizar essa etapa, como visto no próximo tópico.

4.3.3 Fabricação Própria ou Terceirização

Algumas empresas apresentam dificuldades de compra

de uma máquina CNC por falta de capital inicial para

investimentos, assim como limitações de espaço físico de suas

fábricas, dificuldade de contração de mão de obra especializada

e até mesmo por falta de conhecimento sobre a confecção de

algumas etapas do sistema produtivo. Assim preferem terceirizar

sua produção ou parte dela para empresas especializadas.

Geralmente a terceirização ocorre nas etapas de corte do bloco,

laminação e pintura ocasionando uma abertura de novos ramos

no mercado como a criação de empresas especializadas ou

funcionários que fazem somente algumas etapas da fabricação

de uma prancha. Essas empresas ou funcionários sem vinculo

empregatício podem trabalhar de diversas maneiras, indo

diretamente na fábrica do fabricante de pranchas ou atuando no

seu próprio local de trabalho recebendo as encomendas para os

clientes.

Na etapa de laminação, essas empresas

terceirizadas/funcionários sem vinculo empregatício, trabalham

geralmente para os pequenos e médios fabricantes podendo

atuar das duas maneiras. Já na etapa na pintura as empresas

terceirizadas/funcionários sem vinculo empregatício comumente

vão diretamente à fábrica do fabricante contratante.

De acordo com os dados obtidos notou-se que as

empresas de médio porte são as que geralmente utilizam a

Page 67: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

47

contração de funcionários terceirizados, com média de 1

funcionário terceirizado por empresa, e esse funcionário

terceirizado geralmente atua nas etapas de laminação, pintura,

serviços gerais ou conserto de pranchas. Já as empresas

grandes não utilizam essa modalidade e preferem ter

funcionários próprios a terceirizar não ficando refém de outras

empresas/funcionários especializadas, diminuindo a qualidade de

seu produto e correndo o risco de perda de prazo de entrega.

Nas empresas pequenas notou-se que o dono/shaper atua em

todo processo produtivo.

Em relação às etapas em que geralmente acontece

terceirização (corte, laminação e pintura) notou-se que as

empresas de médio porte estão mais inclinadas a terceirizar

etapas do seu processo produtivo, Gráfico 9. Algumas das

empresas médias não possuem máquinas de desbaste CNC,

optando por terceirizar essa etapa de corte dos blocos. Assim

ocorre também nas etapas de pintura e laminação onde alguns

fabricantes médios optam por terceirizar essas etapas por

motivos já citados, porém não são a maioria.

As empresas de grande porte por possuírem as

máquinas de desbaste CNC e geralmente ter espaços físicos

adequados para fazerem todo o processo produtivo optam por

não terceirizar nenhuma etapa do processo produtivo.

As empresas de pequeno porte também não possuem as

máquinas de desbaste CNC para o corte dos blocos tendo como

essa etapa a única em que os fabricantes desse porte optam por

terceirizar.

Page 68: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

Gráfico 9: Fabricação Própria x Terceirização

Fonte: Autor

4.4 Ocupação da Capacidade e Ociosidade

A ocupação da capacidade é relativamente pequena em

todos os níveis de fabricantes, sendo mais sentida pelos

fabricantes pequenos. Essa ocupação da capacidade pequena é

ocasionada certamente pelo mercado pulverizado, contribuindo

Page 69: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

49

para a ociosidade do sistema produtivo onde a oferta de fábricas

de pranchas é maior que a demanda atual do mercado como

demonstra a Gráfico 10.

Gráfico 10: Média da Ocupação da Capacidade

Fonte: Autor

4.5 Aumento da capacidade

A última questão levada em conta no questionário era o

que um fabricante faria para um aumento da capacidade

produtiva num possível cenário de aumento da demanda,

podendo escolher múltiplas escolhas entre contratar novos

funcionários, horas extras, terceirizar e comprar novas máquinas.

Page 70: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

Gráfico 11: Aumento da Capacidade

Fonte: Autor

De acordo com os dados obtidos os fabricantes optariam

por fazer horas extras e terceirizar algumas etapas do processo

produtivo para um aumento de capacidade, a contratar novos

funcionários. A opção de compra de uma máquina foi a menos

escolhida, como visto do Gráfico 11.

Na questão da contratação de funcionários, os

fabricantes relataram uma falta de qualidade nos recursos

humanos e em relação à compra o custo elevado da máquina.

Page 71: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

51

4.5.1 Estratégias para Ocupação da Capacidade

Algumas empresas possuíram um melhor desempenho

que outras na questão da ocupação da capacidade produtiva, e

nelas observou-se algumas estratégias para qual.

Um grupo de fabricantes utilizam recursos de marketing

para aumentar seu nível de vendas investindo em propagandas

nas redes sociais através de anúncios buscando um publico alvo.

Destaque para um fabricante que utiliza como propaganda o

novo sistema produtivo utilizado junto também com parceria com

outros shapers de renome que assinam o desenho/layout das

pranchas e se mostram aderentes ao processo produtivo

inovador.

Outros optam por realizar parcerias com algumas lojas de

surfe nos estados vizinhos (Paraná e Rio Grande do Sul) com o

objetivo de abastecer essas lojas durante todo o ano, optando

por estratégia de mercado o preço baixo de seus produtos. Os

demais produtores normalmente comercializam suas pranchas

em regiões imediatas.

Outro fabricante com destaque no quesito de ocupação

da capacidade do sistema produtivo reconhecido pela qualidade

do seu sistema produtivo e por ser precursor do uso de máquinas

no estado STAHËLIN (2005), permite que outras empresas

confeccionem produtos em sua fábrica, tornando possível a

ocupação da maioria da capacidade.

Alguns fabricantes terceirizam totalmente seu sistema

produtivo com empresas especializadas cabendo apenas a etapa

de acabamento no processo produtivo pós corte para os donos.

Page 72: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

Estratégia direcionada na captação de clientes com um

marketing intensivo através do uso de sua marca.

Page 73: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

53

5 CONCLUSÃO

A compreensão da capacidade produtiva é imprescindível

para os fabricantes de pranchas de surfe, principalmente, por

estarem situados em um mercado pulverizado em que existem

muitos fabricantes para pouca demanda por pranchas de surfe.

Com o mercado pulverizado notou-se um baixo nível de

ocupação nas capacidades produtivas das empresas

ocasionando uma relativa ociosidade no sistema produtivo tanto

na baixa e na alta temporada. Devido ao nível baixo de ocupação

da capacidade produtiva, alguns fabricantes desenvolveram

estratégias para suprir a capacidade ociosa, essas estratégias

vão desde o uso de marketing ostensivo na obtenção de novos

clientes, busca de novos mercados em estados vizinhos,

parcerias com outras marcas e terceirização total do sistema

produtivo - cabendo à empresa, nesse caso, apenas a venda e

captação de novos clientes.

No entanto, o baixo nível do uso da capacidade produtiva

dos fabricantes atuantes no mercado surge um novo cenário

onde as novas empresas que queiram entrar no mercado terão

que se adequar, principalmente na escolha do tamanho da sua

capacidade produtiva, pois o que demonstra é que o mercado

sofre com o excesso de oferta de empresas atuantes que já

operam em níveis baixos. Essas novas adequações podem

representar uma troca de comportamento e costume dos

fabricantes que passam de ser produtores de pranchas de surf e

terceirizam quase todo o processo produtivo, restando apenas o

Page 74: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

acabamento final nas pranchas e a captação de novos clientes

com ações de marketing.

Sobre a demanda detectou-se que as grandes empresas

possuem a maior parcela do mercado, cerca de 85%. Atrela-se

esse resultado às estratégias de parceria adotadas pelas

grandes empresas e ao alto nível de automação do processo

produtivo o que faz com que as grandes empresas sejam

capazes de abastecer o mercado.

A respeito dos tipos de pranchas mais fabricadas, as

pranchas convencionais se sobressaíram diante das demais:

100% dos fabricantes entrevistados produzem pranchas

convencionais tendo os tipos de prancha, Longboard e SUP,

apenas como produtos adicionais de produção – nenhum

fabricante respondeu que faz somente Longboard ou somente

SUP. Diferentemente dos últimos trabalhos publicados, o

material predominante na fabricação da prancha foi o bloco de

EPS, mais comumente conhecido como Epóxi. Essa preferência

atual dos blocos de EPS está atrelada às recentes proibições do

uso de bloco de PU em países desenvolvidos, assim como, a

evolução tecnológica do EPS aliado com o seu baixo custo.

No âmbito do processo produtivo, conclui-se que os

fabricantes de empresas de grande porte são responsáveis pela

maior contratação de funcionários do ramo, devido a grande

parcela de mercado e a mecanização do processo produtivo o

que resulta na necessidade de funcionários especializados.

Enquanto que, os fabricantes de empresas de pequeno e médio

porte, muitas vezes, necessitam terceirizar algumas etapas do

Page 75: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

55

processo produtivo ou realizá-las por conta própria o que faz com

que esses fabricantes não consigam cumprir de forma

tempestiva com toda a demanda.

A respeito da mecanização do processo produtivo, duas

etapas se demonstraram mecanizáveis: a etapa de definição das

medidas do modelo em que comumente são utilizados softwares

com finalidade CAD/CAM e a etapa de corte dos blocos que

utilizam máquinas de desbaste com tecnologia CNC - Controle

Numérico Computadorizado. Essa opção mais automatizada,

principalmente a máquina de desbaste, é geralmente privilégio

apenas dos grandes fabricantes ou de empresas especializadas

que fazem somente essa parte do processo produtivo. Isso

porque essas máquinas automatizadas possuem um alto custo

de compra e manutenção, ocasionando uma prática comum no

mercado de terceirização da etapa de corte dos blocos,

principalmente pelos fabricantes de menor porte.

Além da terceirização da etapa de corte dos blocos,

outras etapas demonstraram-se passíveis de terceirização são

as etapas de pintura e laminação, geralmente terceirizadas por

fabricantes de menor porte onde usufruem de funcionários e

empresas especializadas presentes no mercado com objetivo de

aumentar a qualidade de seus produtos.

Num possível cenário de aumento de demanda o

comportamento analisado de acordo com os dados obtidos foi

que os fabricantes mostraram-se avessos à compra de novas

máquinas para aumentar a capacidade produtiva, preferindo

Page 76: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

terceirizar o serviço e fazer horas extras , reforçando o novo

comportamento dos fabricantes perante o mercado.

Estudos futuros sobre a viabilidade de mecanização das

etapas de laminação e secagem/cura das pranchas serão de

grande valia para os fabricantes de pranchas de surfe que

queiram automatizar seu processo produtivo. Assim também,

como o estudo sobre estratégias de marketing para vendas no e-

commerce, pois o mercado de pranchas de surfe ainda

apresenta resistência a esse tipo de venda em virtude das

peculiaridades do cliente que muitas vezes opta por analisar a

qualidade do produto pessoalmente.

Page 77: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

57

REFÊRENCIAS

ALMA SURFE. (2011). Salão do surfee reúne as principais marcas do mercado na bienal do Ibirapuera.

Recuperado em 10 de outubro, 2017, de http://www.almasurfe.com.br/news.php?id=1568

BARCELOS, R.L. Avaliação de Desempenho Ambiental da

Cadeia Produtiva de Pranchas de Surf em Florianópolis – SC. Dissertação de Mestrado em Administração, UNIVALI, Biguaçu, 2015).

BITTENCOURT, S.F. Sistemática para apoiar o

dimensionamento econômico da capacidade de produção de empresas com demanda sazonal: o caso de uma empresa fabricante de máquinas agrícolas. Dissertação de Mestrado em Engenharia de Produção, UFRGS, Porto Alegre, 2010.

BORNIA, A.C. Análise Gerencial de Custos. Aplicação em

Empresas Modernas. 3 ed. São Paulo, Atlas 2010. BREURE, CAROLINE LANER. Analise de Capacidade

Produtiva: Ferramenta de tomada de decisões para uma indústria de setor automotivo. Trabalho de Conclusão de Curso em Ciências Administrativas, UFRGS, Porto Alegre, 2013.

CASAROTTO FILHO, N. Elaboração de Projetos

Empresariais: Análise Estratégica, Estudo de Viabilidade e Plano de Negócio. 2 ed. São Paulo, Atlas 2009.

CLIMA SURFE (2014). Surfe já é o quinto esporte com maior

número de simpatizantes no país. Recuperado em 10 de outubro, 2017, de

http://climasurfe.com.br/post/view/id/3221/surfe-ja-o-o-quinto-esporte-com-maior-nOmero-de-simpatizantes-no-pans.

Page 78: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

CORRÊA, H.L.; CORRÊA, C.A. Administração de produção e

operações. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2012. EHRLICH, P.J, MORAES, E. A. Engenharia Econômica:

Avaliação e Seleção de Projetos de Investimento. 6 ed. São Paulo, Atlas 2013.

FRICKE.E, A.-P. SCHULZ. Design for Changeability (DfC):

Principles To Enable Changes in Systems Throughout Their Entire Lifecycle. Systems Engineering, 8 (4) pp. 342–359, 2005.

FEIJÓ, C.A. A medida de utilização de capacidade: conceitos

e metodologias. Revista de Economia Contemporânea, v.10, n.03, p.611-629, 2006.

GERHARDT, T.E ; SILVEIRA, D.T. Métodos de Pesquisa.

Coordenado pela Universidade Aberta do Brasil – UAB/UFRGS e pelo Curso de Graduação Tecnológica – Planejamento e Gestão para o Desenvolvimento Rural da SEAD/UFRGS. – Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009.

GRIJÓ, P.E.A. Alternativas de Recuperação dos Resíduos

Sólidos Gerados na Produção de Pranchas de Surfee. 2004. 149 f. Pósgraduação(Dissertação) - Curso de Engenharia Ambiental, Departamento de Centro Tecnológico, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004.

Acessado em 21/09/2017:< http://www.tede.ufsc.br/teses/PGEA0191.pdf>.

GUESSER, F.L. et al. Desenvolvimento e Construção de uma

Fresadora CNC de Baixo Custo Destinada a Confeclção de Prancha de Surf.Trabalho completo publicado nos anais Congresso Brasileiro de Engenharia Mecanica, 2007.

Acessado em 20/04/2018:< http://www.abcm.org.br/anais/cobef/2007/files/161037342.pdf >.

Page 79: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

59

JACOBS, F. ROBERT; CHASE, RICHARD B. Administração da Produção e Operações: O Essencial. 1.ed. Porto Alegre : Bookman,2009.

MAZZOCO, A. Planejamento de um sistema de gestão

ambiental para os processos de fabricação de pranchas de surfee. 2007.10 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Ambiental) – Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2007.

MOREIRA, D. A. Administração da produção e operações. 2.

Ed. São Paulo: Cangaje Learning, 2012. PRANCHASSAP. Guia de Pranchas Snap. Acessado em

29/04/2018: http://pranchassnap.blogspot.com.br/. PUTNIK G. et al. Scalability in manufacturing systems design

and operation: State-of-the-art and future developments roadmap. 2013. CIRP ANNALS – Manufacturing Technology.

Acessado em 21/08/2017: < https://ykoren.engin.umich.edu/wp-content/uploads/sites/122/2014/05/Scalability-2013.pdf >.

SANTA CARATINA, A. Long Term Capacity Planning: The

comparison Between the Net Present Value, Return on Investment and Unitary Cost for Scale Analysis. International Joint Conference - ICIEOM-ADINGOR-IISE-AIM-ASEM (IJC 2017).Valencia, Spain, p.6-7, July 2017.

SANTA CATARINA, A. Estudo de Tamanho e Escala.

Planejamento Industrial, Curso de Graduação em Engenharia de Produção Civil, UFSC 5-30 de set. de 2016. Notas de Aula.

SCHULTZ, T.C. The Surfeboard Cradle – to – Crave: Life

Cycle Assessment of a Common Surfeboard: Epoxy vs. UPR. 2009.

Acessado em 21/09/2017 : <http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.605.1046&rep=rep1&type=pdf>.

Page 80: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

SILVA, E. L.; MENEZES, E. M. Metodologia da pesquisa e

elaboração de dissertação. 4. ed. rev. atual. – Florianópolis: UFSC, 2005.

SLACK, N.; CAHMBERS, R.; JOHNSTON, R. Administração da

produção. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009. STAHËLIN, M. Catarinense cria máquina para usinar prancha

de surf com mais rapidez e quer ganhar América do Sul. Reportagem acessada em 24/04/2018 : <http://newslog.com.br/artigosnoticias/go.asp?ID=539344 >.

SULLIVAN. S. Sustainable Surfeboad. 2007 Acessado em 21/09/2017:

<http://vceoes.global2.vic.edu.au/files/2012/05/3.-Sustainable-Surfeboard-111rcxc.docx>.

TOTALSURFCAMP. Guia básico dos príncipais tipos de

pranchas de surf. 2017. Acessado em 29/04/2018 : < https://totalsurfcamp.com/pt/blog/guia-basico-dos-principais-

tipos-de-pranchas-de-surf >. VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em

administração. São Paulo: Atlas, 1997, 104p. ZAMBOM, M.M et al. Pranchas de Surfe de Diferentes

Materiais: Uma Análise da Logística Reversa. Revista Metropolitana de Sustentabilidade - RMS, São Paulo, v. 6, n. 1, p. 139-155, jan./abr. 2016.

ZHANG, B.; HU, S.; SONG, J.; CHENG, S. Analysis about

medium-long-term demands forecasting and capacity decision based on the Grey GM (1,1) improved models. International Conference on Management Science & Engineering (19th), p. 20-22, 2012.

Page 81: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

61

APÊNCIDE A – Questionário

Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC

Centro Tecnológico – CTC

Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas – DEPS

Esta pesquisa tem como objetivo obter dados relacionados aos

fabricantes de pranchas de surf. Os dados serão utilizados

posteriormente no Trabalho de Conclusão do curso de

Engenharia de Produção, utilizados somente para uso interno.

Assim, seria de extremo auxílio e importância sua colaboração

respondendo ao questionário abaixo. As respostas não são

obrigatórias podendo ser deixadas em branco caso o

entrevistado não se sinta a vontade.

Nome do Fabricante:

1. Quantas pranchas são vendidas por mês?

Alta Baixa

2. Quais tipos de prancha você produz (prancha convencional,

longboard, SUP, outras)?

Page 82: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

3. Qual o material predominante (PU – poliuretano; epóxi;

carbono; quilhas de encaixe etc)?

4. Quantas pessoas trabalham na sua empresa(dono,

funcionário, terceirizado?

5. Marque com um X quais são as principais etapas da sua produção e escreva quais equipamentos são utilizados em cada etapa (Ex. lixadeira, plaina, máquina automatizada, etc)? Diga também se a etapa for manual ou feita com parceiros (terceirizado).

Definir medidas do modelo - Mecanizada ( ), Manual ( ) , Não se aplica ( )

Corte do bloco - Mecanizada ( ), Manual ( ) , Não se aplica ( )

Acabamento(medidas finais)- Mecanizada ( ), Manual ( ) , Não se aplica( )

Pintura - Mecanizada ( ), Manual ( ) , Não se aplica ( )

Laminação - Mecanizada ( ), Manual ( ) , Não se aplica ( )

Secagem/cura - Mecanizada ( ), Manual ( ) , Não se aplica ( )

Acabamento final - Mecanizada ( ), Manual ( ) , Não se aplica ( )

Embalagem - Mecanizada ( ), Manual ( ) , Não se aplica ( )

6. Num cenário ideal qual seria sua capacidade máxima de

produção? E a sua capacidade atual?

Page 83: DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE ...deps.ufsc.br/files/2018/09/Marcelo_Santos.pdf · pesquisa de campo sobre o processo produtivo de fabricantes de pranchas

63

7. Caso você passasse a vender mais pranchas, como

conseguiria aumentar a capacidade? Marque as alternativas,

pode ser mais de uma.

Contratar funcionários?

Fazer horas extras?

Parceiros/terceirizados?

Comprar novas

máquinas?

Agradeço sua colaboração.

Atenciosamente,

Marcelo Vieira dos Santos, graduando do curso de Engenharia

de Produção Civil da Universidade Federal de Santa Catarina.