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ROGÉRIO PEREIRA DOS SANTOS DESENVOLVIMENTO DE UMA PLATAFORMA WEB RESPONSIVA DE COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA E ALTERNATIVA PARA O PÚBLICO AFÁSICO Itajaí (SC), março de 2019

DESENVOLVIMENTO DE UMA PLATAFORMA WEB …...Keywords: Augmentative and alternative communication, Aphasia, Web responsive Number of pages: 144 ABSTRACT Aphasia is an acquired change

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ROGÉRIO PEREIRA DOS SANTOS

DESENVOLVIMENTO DE UMA PLATAFORMA WEB

RESPONSIVA DE COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA

E ALTERNATIVA PARA O PÚBLICO AFÁSICO

Itajaí (SC), março de 2019

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO EM

COMPUTAÇÃO APLICADA

DESENVOLVIMENTO DE UMA PLATAFORMA WEB

RESPONSIVA DE COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA

E ALTERNATIVA PARA O PÚBLICO AFÁSICO

por

Rogério Pereira dos Santos

Dissertação apresentada como requisito parcial à

obtenção do grau de Mestre em Computação

Aplicada.

Orientador: Alejandro Rafael Garcia Ramirez,

Doutor.

Itajaí (SC), março de 2019

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“We can only see a little of the future, but enough to realize that there is much to do.”

“ Nós só podemos ver um pouco do futuro, mas o suficiente para perceber que há muito a fazer. ”

Alan Turing

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AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Alejandro Rafael Garcia Ramirez, o meu reconhecimento pela oportunidade de

realizar este trabalho ao lado de alguém que transpira sabedoria; meu respeito e admiração pela sua

serenidade, capacidade de análise do perfil de seus alunos, e pelo Dom do ensino, inibindo sempre

a vaidade em prol da simplicidade e eficiência. Também sou grato a todos os professores da

UNIVALI que de alguma forma contribuíram para esta formação.

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DESENVOLVIMENTO DE UMA PLATAFORMA WEB

RESPONSIVA DE COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA

E ALTERNATIVA PARA O PÚBLICO AFÁSICO

Rogério Pereira dos Santos

Março / 2019

Orientador: Alejandro Rafael Garcia Ramirez, Doutor.

Área de Concentração: Computação Aplicada.

Linha de Pesquisa: Sistemas Embarcados e Distribuídos.

Palavras-chave: Comunicação aumentativa e alternativa, Afasia, Web responsiva.

Número de páginas: 144

RESUMO

A afasia é uma alteração adquirida na linguagem, provocada por traumatismos ou um

acidente vascular cerebral (AVC). Os comprometimentos são variados e impossibilitam que as

pessoas com afasia possam se comunicar de maneira eficaz. Uma forma de intervenção que ajude

no processo de reabilitação linguística acontece por meio da Comunicação Aumentativa e

Alternativa (CAA). Esta técnica considera as estratégias que envolvem desde tecnologias simples,

bem como, dispositivos eletrônicos ou sistemas baseados em computador. O objetivo deste trabalho

é contribuir para a comunicação do indivíduo afásico, colocando à disposição de profissionais uma

ferramenta de CAA que apoie o trabalho de tratamento e reabilitação. A solução foi desenvolvida

na forma de um site responsivo, otimizado para dispositivos móveis, acessível por meio de qualquer

smartphone, a partir de um navegador. A pesquisa foi aplicada por meio de atividades junto ao

público afásico da Associação do Vale do Itajaí, acompanhado por profissionais fonoaudiólogos do

curso de fonoaudiologia da Universidade do Vale do Itajaí (Univali). Nesta perspectiva, foram

analisadas as melhores estratégias para a aplicação dessas atividades e a própria atuação do afásico

em relação ao recurso utilizado. Os resultados, provenientes do experimento aplicado por

atividades, foram realizados em 10 pacientes afásicos. Os profissionais fonoaudiólogos utilizaram

dos dados coletados pela plataforma para realizar as comparações de comportamento, verificando a

progressão conforme as atividades eram realizadas. Foi possível concluir que a plataforma

desenvolvida pôde contribuir no processo de tratamento e reabilitação da comunicação oral de um

indivíduo com afasia.

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DEVELOPMENT OF AN ENHANCING COMMUNICATION

WEB PLATFORM AND ALTERNATIVE FOR THE AFRICAN

PUBLIC

Rogério Pereira dos Santos

March / 2019

Advisor: Alejandro Rafael Garcia Ramirez, Doutor

Area of Concentration: Applied Computer Science

Research Line: Embedded and Distributed Systems

Keywords: Augmentative and alternative communication, Aphasia, Web responsive

Number of pages: 144

ABSTRACT

Aphasia is an acquired change in language, caused by trauma or a stroke. The types of

impairment are varied, and prevent people with aphasia from communicating effectively. One form

of intervention that promotes the process of linguistic rehabilitation is Incremental and Alternative

Communication (AAC). This technique considers strategies that involve a range of aids, such as

simple technologies, electronic devices, or computer based systems. The objective of this work is to

contribute to the communication of the aphasic individual by giving professionals an AAC tool that

can support the work of treatment and rehabilitation. The solution was developed in the form of a

responsive website, optimized for mobile devices, accessible through any smartphone using a

browser. The research was applied through activities with the aphasic public of the Association of

Vale do Itajaí, accompanied by professionals in speech and language therapy from the University of

Vale do Itajaí (Univali). Within this perspective, the best strategies for the application of these

activities, and the use of the resource by the aphasic individual, were analyzed. The best strategies

found in the experiment applied by activities were used with 10 aphasic patients and were

monitored with the assistance of speech therapists, who used the data collected by the platform to

perform behavioral comparisons, analyzing their progression as the activities were performed. This

work also demonstrates that the developed platform could contribute to process of treatment and

rehabilitation of the oral communication of an individual with aphasia.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Escopo geral do projeto ...................................................................................................... 19

Figura 2. Classificação dos tipos de afasias ....................................................................................... 30

Figura 3. Classificação das afasias mapeadas na região cerebral ...................................................... 31

Figura 4. Vias e caminhos motores sensitivos ................................................................................... 33

Figura 5. Exemplos de sistemas CAA: (a) moldura de imagem não eletrônica de baixa tecnologia

para seleção via olhar; (b) dispositivos de saída de mensagens pré-gravadas de seleção eletrônica de

alta tecnologia (não baseadas em computador); (c) baseado em computador de alta tecnologia, com

digitalização e texto para fala. ............................................................................................................ 36

Figura 6. Exibição de grade de símbolos para uma festa de aniversário. .......................................... 38

Figura 7. Exibição de cena real para uma festa de aniversário. ......................................................... 39

Figura 8. Transição de dispositivos baseados em toque em smartphones. ........................................ 45

Figura 9. Diagrama da arquitetura web .............................................................................................. 46

Figura 10. A- Tempo de experiência dos profissionais fonoaudiólogos com público afásico B-

Quadro geral dos profissionais que utilizam de algum tipo de aplicativo tecnológico no

acompanhamento ou reabilitação da afasia. ....................................................................................... 69

Figura 11. Apresenta o tempo de experiência dos profissionais X a utilização dos aplicativos

tecnológicos ....................................................................................................................................... 70

Figura 12. Grau de importância dos aplicativos tecnológicos para os profissionais fonoaudiólogos

com experiência acima de 10 anos e que não utilizam nenhuma ferramenta tecnológica. ................ 70

Figura 13. A-Classificação do grau de importância de um sistema de CAA no auxílio ao

fonoaudiólogo. B- Detalhamento do grau de importância em relação ao tempo de experiência dos

profissionais fonoaudiólogos. ............................................................................................................ 71

Figura 14. A- Distribuição dos aplicativos para o público afásico. B- Distribuição tipo de linguagem

em aplicativos pagos. ......................................................................................................................... 74

Figura 15. A- Plataformas desenvolvidas. B- Aplicativos distribuídos por linguagem e plataformas

de acesso ............................................................................................................................................ 74

Figura 16. Diagrama de Casos de Uso ............................................................................................... 79

Figura 17. Diagrama de Classe. ......................................................................................................... 83

Figura 18. Interface responsiva da plataforma de CAA para SMARTPHONES (min-width: 480px)

84

Figura 19. Interface responsiva da plataforma de CAA para TABLETS (min-width: 768px) ......... 85

Figura 20. Interface responsiva da plataforma de CAA para TABLETS & DESKTOPS (min-

width: 960px) e WIDE SCREENS (min-width: 1024px) ................................................................ 86

Figura 21. Interface inicial para acesso a plataforma de CAA .......................................................... 88

Figura 22. Interface da área de comunicação 1 .................................................................................. 90

Figura 23. Interface da área de comunicação 2 .................................................................................. 90

Figura 24. Interface da área do paciente ............................................................................................ 91

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Figura 25 A - Interface das atividades relacionadas ao paciente ....................................................... 91

Figura 25 B / C - Interface das atividades relacionadas ao paciente .................................................. 92

Figura 26. A- Interface dos detalhes das atividades relacione ........................................................... 92

Figura 26. B- Sinônimo de Fotos ....................................................................................................... 93

Figura 27. A - Interface dos detalhes das atividades por complementação de sentença .................... 93

Figura 27. B-Atividades por categorias ............................................................................................. 94

Figura 28. Interface área do fonoaudiólogo ....................................................................................... 94

Figura 29. A – Interface do cadastro de usuários ............................................................................... 95

Figura 29. B- Relatório de atividades ................................................................................................ 96

Figura 30. Interface dos dados capturados pelo sistema .................................................................... 96

Figura 31. Interface do resultado após execução da atividade ........................................................... 97

Figura 32. Relatório de evolução do indivíduo afásico nas atividades realizadas ............................. 98

Figura 33. Gráfico geral dos pacientes por atividades ....................................................................... 99

Figura 34. Patologia básica da linguagem e da fala por lesão cerebral visão ampla ....................... 130

Figura 35. Exemplo de figuras utilizadas nas atividades de categorização ..................................... 134

Figura 36. Exemplo de figuras utilizadas nas atividades de categorização ..................................... 134

Figura 37. Exemplo de figuras utilizadas nas atividades de categorização ..................................... 134

Figura 38. Exemplo de figuras utilizadas nas atividades de categorização ..................................... 135

Figura 39. Exemplo de figuras utilizadas nas atividades de categorização ..................................... 135

Figura 40. Exemplo de figuras utilizadas nas atividades de categorização ..................................... 135

Quadro 1. Classificação das síndromes afásicas proposto por Boston e Luria .................................. 28

Quadro 2. Patologia básica da linguagem e da fala por lesão cerebral .............................................. 29

Quadro 3. Classificação das afasias por descrição ............................................................................. 31

Quadro 4. Visão geral dos trabalhos selecionados na revisão sistemática ......................................... 49

Quadro 5. Características do trabalho de Abad et al. (2013) ............................................................. 52

Quadro 6. Características do trabalho de Balaji e Sadashivappa (2015) ........................................... 53

Quadro 7. Características do trabalho de Baldassarri et al. (2014).................................................... 53

Quadro 8. Características do trabalho de Beukelman et al. (2015) ................................................... 54

Quadro 9. Características do trabalho de Griffith et al. (2014) ......................................................... 56

Quadro 10. Características do trabalho de Higgins et al. (2014) ....................................................... 57

Quadro 11. Características do trabalho de Huijbregts e Wallace (2015) ........................................... 58

Quadro 12. Características do trabalho de Imperatore e Dunlop (2015) ........................................... 58

Quadro 13. Características do trabalho de Le, D., et al. (2016) ........................................................ 59

Quadro 14. Características do trabalho de Mahmud, A. A. e J.-B. Martens (2015) .......................... 60

Quadro 15. Características do trabalho de Martin, D. M., et al. (2013) ............................................ 61

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Quadro 16. Características do trabalho de Miller, H., et al. (2013) ................................................... 62

Quadro 17. Características do trabalho de Moffatt, K., et al. (2017) ................................................ 62

Quadro 18. Características do trabalho de Obiorah, M. G., et al. (2017) .......................................... 63

Quadro 19. Características do trabalho de Ramsberger, G. and P. Messamer (2014) ....................... 64

Quadro 20. Características do trabalho de Reyes, J. d. l., et al. (2014) ............................................. 65

Quadro 21. Características do trabalho de Stapleton, C., et al. (2014) .............................................. 66

Quadro 22. Características do trabalho de Williams, K., et al. (2016) .............................................. 66

Quadro 23. Características do trabalho de Yeo, M., et al. (2015) ..................................................... 67

Quadro 24 – Características gerais de aplicativos indicados pelos fonoaudiólogos .......................... 72

Quadro 25 – Características gerais de aplicativos indicados pelos fonoaudiólogos .......................... 73

Quadros 27. Descrição Acompanhar Atividades .............................................................................. 80

Quadros 28. Descrição Realizar Atividades ...................................................................................... 81

Quadro 29. Código do padrão da estilização css aplicado aos formulários da aplicação .................. 86

Quadro 30 - Quanto as características gerais da plataforma de CAA ............................................ 100

Quadro 31 - Quanto a proposta das atividades criadas .................................................................. 101

Quadro 32 - Media das avaliações quanto as características gerais da plataforma de CAA ......... 101

Quadro 33 - Media das avaliações quanto a proposta das atividades criadas ................................ 102

Quadro 34. Resultados do protocolo da revisão sistemática ............................................................ 115

Quadro 35. Características dos trabalhos relacionados .................................................................... 117

Quadro 36. Aplicativos com licença de uso pagos .......................................................................... 120

Quadro 37. Aplicativos distribuídos de forma gratuita ................................................................... 126

Quadro 38 – Resultados dos testes avaliados por sistema de CAA ................................................. 132

Quadro 39 – Exemplo de regra aplicada como sugestão para atividades ........................................ 136

Quadro 40– Questionário aplicado aos profissionais ....................................................................... 139

Quadro 41– Resultados do questionário respondidos pelos profissionais ....................................... 141

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ATAG Authoring Tool Accessibility Guidelines

AVC Acidentes Vascular Cerebral

CAA Comunicação Aumentativa e Alternativa

CSS Cascading Style Sheets

MCA Mestrado em Computação Aplicada

UNIVALI Universidade do Vale do Itajaí

VSD Visual Scene Displays

VSDs Visores de Cenas Visuais

UAAG User Agent Accessibility Guidelines

WDR Web Design Responsive

WCAG Web Content Accessibility Guidelines

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LISTA DE SÍMBOLOS

Ø Símbolo (Trabalho para trabalhos que não abordam o assunto)

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................... 14

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA ........................................................................ 17

1.1.1 Solução Proposta .......................................................................................................... 18

1.1.2 Delimitação de Escopo................................................................................................. 19

1.1.3 Justificativa .................................................................................................................. 20

1.2 OBJETIVOS ................................................................................................... 22

1.2.1 Objetivo Geral .............................................................................................................. 22

1.2.2 Objetivos Específicos ................................................................................................... 23

1.3 METODOLOGIA ........................................................................................... 23

1.3.1 Metodologia da Pesquisa ............................................................................................. 23

1.3.2 Procedimentos Metodológicos ..................................................................................... 24

1.4 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ............................................................. 25

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................... 27

2.1 AFASIA .......................................................................................................... 27

2.1.1 Classificação das afasias .............................................................................................. 28

2.1.2 Linguagem afásica ....................................................................................................... 32

2.1.3 Intervenção nas afasias ................................................................................................. 34

2.2 COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA E ALTERNATIVA ........................... 35

2.2.1 Recursos de CAA ......................................................................................................... 35

2.2.2 Novas tecnologias ........................................................................................................ 37

2.2.3 Sistemas de CAA ......................................................................................................... 38

2.3 WEB RESPONSIVA ...................................................................................... 40

2.3.1 Princípios e padrões ..................................................................................................... 40

2.3.2 Mobile First .................................................................................................................. 43

2.3.3 Acessibilidade, Usabilidade e Responsividade ............................................................ 43

2.4 ARQUITETURA ............................................................................................ 46

2.5 CONSIDERAÇÕES ....................................................................................... 46

3 ESTADO DA ARTE ............................................................................ 48

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3.1 RESUMO DO PROTOCOLO DE BUSCA ................................................... 48

3.2 VISÃO GERAL DOS TRABALHOS ANALISADOS ................................. 48

3.3 TRABALHOS ANALISADOS E A PERGUNTA DE PESQUISA ............. 50

3.4 TRABALHOS RELACIONADOS ................................................................ 51

3.4.1 Vithea online ................................................................................................................ 51

3.4.2 Sistema ASR (Automatic Speech Recognition)........................................................... 52

3.4.3 AraBoard CAA ............................................................................................................ 53

3.4.4 Aplicativos (revisão das tecnologias) .......................................................................... 54

3.4.5 Plataformas de baixa e alta tecnologia (Procedimentos terapêuticos) ......................... 54

3.4.6 Técnicas e estratégias de CAA ..................................................................................... 56

3.4.7 VSDs de alta tecnologia (Dynavox) ............................................................................. 56

3.4.8 Ogma – Aplicativo front-end móvel ............................................................................ 57

3.4.9 Aplicativo de CAA – TalkingTiles .............................................................................. 57

3.4.10 Modelo de aplicações de CAA – análise de requisitos ................................................ 58

3.4.11 Aplicação Móvel .......................................................................................................... 59

3.4.12 Ferramenta Amail ........................................................................................................ 60

3.4.13 Aplicativo de CAA de estímulos por áudio ................................................................. 61

3.4.14 Aplicativo Aphasia Web por redes sociais .................................................................. 61

3.4.15 Comparativos de dispositivos de CAA de alta tecnologia ........................................... 62

3.4.16 PhotoSearch android .................................................................................................... 63

3.4.17 Revisão (Diretrizes de práticas baseadas em evidências) ............................................ 64

3.4.18 Tump CAA ................................................................................................................... 65

3.4.19 Virtual Kitchem Canon (MREALHMD) ..................................................................... 65

3.4.20 Protótipo Head-Worn Display (HWD) ........................................................................ 66

3.4.21 Aplicativo de CAA por EGG ....................................................................................... 67

3.5 CONTEXTOS DE APLICATIVOS DE CAA NO OLHAR DE

PROFISSIONAIS DE FONOAUDIOLOGIA ......................................................... 68

3.6 QUANTO À DISPONIBILIDADE DOS APLICATIVOS DE CAA............ 73

3.7 CONSIDERAÇÕES ....................................................................................... 75

4 DESENVOLVIMENTO ....................................................................... 76

4.1 REQUISITOS DA APLICAÇÃO .................................................................. 76

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15

4.2 ANÁLISES DE REQUISITOS ...................................................................... 77

4.2.1 Requisitos Funcionais .................................................................................................. 78

4.2.2 Requisitos Não-Funcionais .......................................................................................... 78

4.3 PROJETO DA PLATAFORMA .................................................................... 79

4.4 MODELAGEM DA PLATAFORMA ........................................................... 83

4.5 PLATAFORMA ............................................................................................. 84

4.5.1 Estrutura do Código Responsivo.................................................................................. 86

4.6 CONSIDERAÇÕES ....................................................................................... 87

5 RESULTADOS .................................................................................... 88

5.1 INTERFACE DE ACESSO A PLATAFORMA ........................................... 88

5.2 INTERFACE DAS ATIVIDADES DA PLATAFORMA DE CAA ............. 89

5.3 EXPERIMENTOS .......................................................................................... 96

5.4 AVALIAÇÃO ................................................................................................. 99

5.5 CONSIDERAÇÕES ..................................................................................... 103

6 CONCLUSÕES .................................................................................. 104

6.1 CONTRIBUIÇÕES ...................................................................................... 106

6.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ........................................ 106

6.3 PUBLICAÇÕES ........................................................................................... 107

REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 108

APÊNDICE A - REVISÃO SISTEMÁTICA ....................................................................... 113

APÊNDICE B – CARACTERÍSTICAS DOS TRABALHOS RELACIONADOS ............. 117

APÊNDICE C – CARACTERÍSTICAS DOS APLICATIVOS CAA ................................. 120

APÊNDICE D - PATOLOGIAS BÁSICAS DA LINGUAGEM ......................................... 130

APÊNDICE E - QUESTIONÁRIO APLICADO AOS FONOAUDIÓLOGOS .................. 131

APÊNDICE F - RESULTADOS DOS TESTES SISTEMA ACCT:Mobile 1.0 ................. 132

APÊNDICE G – EXEMPLO DE IMAGENS UTILIZADAS PARA CATEGORIAS DAS

ATIVIDADES ...................................................................................................................... 134

APÊNDICE H – REGRA DE ATIVIDADES “RECOMENDAÇÃO” ................................ 136

APÊNDICE I – TERMO DE CONSENTIMENTO E FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO

APLICADA AOS FONOAUDÓLOGOS ............................................................................. 137

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16

APÊNDICE J – MODELO DE FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO APLICADA AOS

FONOAUDÓLOGOS ........................................................................................................... 139

APÊNDICE K – FORMULÁRIO APRESENTADOS PELOS PROFISSIONAIS ............. 141

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14

14

1 INTRODUÇÃO

A “afasia” é uma alteração da linguagem que pode ser adquirida por uma lesão cerebral

focal (PEÑA-CASANOVA, 2005). A afasia também pode ser definida como uma desintegração

repentina de linguagem, resultante de lesões cerebrais, provocadas por fatores externos

(traumatismos, intoxicações, etc.) ou por fatores internos aos organismos de um indivíduo, tais

como: aneurismas, tumores ou acidentes vasculares cerebrais (AVC) variados (JAKUBOVICZ,

2005).

Além disso, a afasia não abrange todos os aspectos e possibilidades clínicas, e, por esta

razão, deve-se pronunciar “afasias”, já que estas se apresentam por diferentes tipos de categorias de

alterações da linguagem oral, seja em suas vertentes de expressão e compreensão, ou da leitura e da

escrita (PEÑA-CASANOVA, 2005).

Os comprometimentos de quem tem afasia são variados, e tais pessoas veem-se

impossibilitadas de se comunicarem de maneira adequada com as pessoas com quem convive, o que

reduz drasticamente sua qualidade de vida, causando-lhe de dores emocionais a dificuldades das

mais variadas ordens (JAKUBOVICZ, 2005).

As dificuldades de comunicação podem resultar das mais variadas condições: Paralisia

Cerebral, dificuldades de aprendizagem, autismo, AVC, câncer, lesões cerebrais ou doenças

neurológicas (BEUKELMAN; MIRENDA, 2005).

A comunicação é a essência da existência humana, estando presente em todas as situações

cotidianas de interação com o mundo e com outro, é por meio dela que o indivíduo cresce e se

relaciona. Deste modo, envolver-se, conectar-se com outras pessoas, sentir-se otimista e

esperançoso com o futuro são componentes primordiais para se viver bem, aumentando sua rede

social (SIMMONS-MACKIE; KING; BEUKELMAN, 2013).

De acordo com Bromfield e Sage (2017), as dificuldades na fala, linguagem e comunicação

afetam diretamente até 20% da população em algum momento da vida. Essas pessoas com

necessidades diferenciadas de comunicação estão em maior risco de isolamento social e baixo

humor.

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15

15

O envolvimento bem-sucedido das pessoas com afasia em situações cotidianas requer

suporte para comunicação que facilite suas participações nessas situações. Essa intervenção pode

ser por processos de aprendizagem apoiados e focados nas necessidades reais de comunicação,

ferramentas e recursos apropriados (SIMMONS-MACKIE; KING; BEUKELMAN, 2013).

Segundo Pino (2014), as pessoas próximas, como: pais, famílias, cônjuges, amigos,

ajudantes ou facilitadores, terapeutas da fala e da linguagem, professores e assistentes de sala de

aula, terapeuta ocupacionais, fisioterapeutas, ajudadores de reabilitação, especialistas em tecnologia

assistiva e voluntários, desempenham um papel importante para que sistemas de Comunicação

Aumentativa e Alternativa (CAA) funcionem de maneira eficaz.

A CAA inclui estratégias que envolvem desde tecnologia simples (baixa tecnologia) como

apontar para objetos, letras ou imagens, bem como sistemas eletrônicos baseados em computador

(alta tecnologia), que podem transformar as mensagens em discurso sintetizado (BROOMFIELD;

SAGE, 2017).

Segundo Penã-Casanova (2005) a CAA é definida por como um contexto interdisciplinar, e

estende-se para um amplo conjunto de elaborações teóricas, sistemas de sinais, apoio técnico e

técnicas de intervenção, destinadas a substituir ou melhorar a comunicação. Atender às

necessidades daqueles que precisam da CAA para transmitir seus pensamentos, sentimentos,

desejos e opiniões, exige apoio por meio da introdução e implementação de estratégias e sistemas

de CAA (BEUKELMAN; MIRENDA, 2005).

Estima-se que cerca de 1 (uma) entre 150 (cento e cinquenta) pessoas tem dificuldades

significativas de comunicação, podendo ser beneficiada pela CAA (BROOMFIELD; SAGE, 2017).

A American Speech-Language-Hearing Association (ASHA, 2018), estima que já existam mais de

2 milhões de pessoas com comprometimento significativo da linguagem que se utilizam da CAA.

Portanto, a redução ou não uso de tecnologias assistivas foram identificadas como uma

preocupação ao longo do tempo. As soluções de CAA não estão imunes a este fenômeno. De tal

modo que obstáculos para o uso efetivo da CAA incluem: a disponibilidade para dispositivos, o

conhecimento dos familiares ou cuidadores, e o nível de apoio fornecido pelos serviços da CAA

(BROOMFIELD; SAGE, 2017).

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A tecnologia tem dado autonomia para as pessoas, principalmente para as que têm algum

tipo de deficiência. A acessibilidade na web viabiliza o acesso de todos, desde pessoas com baixa

visão, surdas, idosas, deficiência temporária, até as com pouca habilidade com o computador

(SILVA, 2014). Os dispositivos móveis viabilizam essa tendência crescente de estar se

comunicando. No ano de 2013, mais de um bilhão de smartphones e tablets foram comprados em

todo o mundo e 50 bilhões de aplicativos móveis foram baixados nesse ano (BLANCK, 2014).

Segundo Silva (2014), as limitações apresentadas pelas variadas categorias de dispositivos

atualmente disponíveis orientam a um novo pensamento, que muda radicalmente a filosofia e os

métodos de desenvolvimento de layouts e páginas web. Ainda de acordo com o mesmo autor, a

WDR pode ser o caminho para criar uma interface que se adapte às diferentes resoluções de tela,

permitindo projetar o fluxo e o refluxo das coisas. Em outras palavras, o design responsivo, ou

layout responsivo, expandiria as maneiras usáveis e acessíveis às áreas em que é visualizado ou

renderizado, seja para um smartphone, tablets, desktop, leitor de tela ou um mecanismo de busca.

Neste sentido, tem-se o World Wide Web Consortium (W3C) que é um organismo

internacional, dedicado à missão de auxiliar e organizar a web para atingir seu pleno potencial,

desenvolvendo tecnologias que promovem a sua evolução e que garantem a interoperabilidade dos

dispositivos, o acesso universal, ambientes de confiança, web semântica (permite que

computadores e humanos trabalhem em cooperação), multimídia rica e interativa (DIAS, 2007).

As diretrizes de acessibilidade são recomendações para tornar a web acessível, incluindo os

acessos por dispositivos móveis. Por este motivo, têm uma importância fundamental no design

responsivo. A documentação W3C não possui diretrizes de acessibilidade específicas para

dispositivos móveis, mas considera que a web pode estar disponível para todos e em qualquer

dispositivo (SILVA, 2014).

Neste contexto, o presente trabalho traz uma contribuição na área da Comunicação

Aumentativa e Alternativa (CAA) por meio do desenvolvimento de um aplicativo multiplataforma,

que objetiva complementar ou potencializar a comunicação oral das pessoas com afasia. Para tanto,

foram analisados os aplicativos disponíveis no mercado, criados para auxiliar o tratamento da

afasia, mesmo em outros idiomas, como inglês, espanhol ou italiano, observando as dificuldades

nos ajustes para seu uso, uma vez que cada linguagem tem suas próprias especificidades

(CARSTOIU; CERNIAN; OLTEANU, 2013).

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Este trabalho traz uma nova abordagem na concepção e no desenvolvimento de uma

plataforma de CAA para mediar a comunicação do indivíduo afásico, visando contribuir na sua

reabilitação em seus aspectos linguísticos e culturais. Do mesmo modo, segue uma abordagem

multidisciplinar, reunindo especialistas em dois domínios importantes: a fonoaudiologia e a

tecnologia. A plataforma foi desenvolvida baseada na web responsiva, atuando como um portal e

que se estende também para plataformas móveis como smartphones e tablets, de modo a interligar

os dois atores principais deste contexto: o paciente e o fonoaudiólogo terapeuta.

PROBLEMA DE PESQUISA 1.1

Sistemas de CAA tendem a complementar ou substituir a fala natural do usuário. Como tal,

correm o risco de sub-representar as competências linguísticas e cognitivas do utilizador, criando

incerteza sobre a autoria e sobre a precisão com que as mensagens produzidas refletem ou não a

intenção do utilizador. Talvez por essas razões a reabilitação tem sido um tema chave na pesquisa

sobre tecnologias de CAA voltados aos casos de afasia (MOFFATT, et al. ,2017).

Os principais problemas que os usuários enfrentam com as soluções de CAA existentes

baseadas em computador incluem: produtos caros, ausência de apoio em língua Portuguesa,

dificuldade em localizar produtos devido ao mercado ser geograficamente disperso e fragmentado,

falta de suporte adequado para personalização, adaptabilidade da interface do usuário, dificuldade

em adicionar ou remover funcionalidades ou componentes necessários, e há poucas soluções

disponíveis (PINO, 2014).

Há potencialmente mais de um milhão de pessoas que poderiam se beneficiar de soluções

tecnológicas de CAA e que ainda não estão tendo suas necessidades plenamente atendidas, e,

embora haja diversas ferramentas disponíveis, verifica-se a ausência de uma abordagem que

contemple de modo satisfatório os casos com afasia (BROOMFIELD, 2017).

De fato, profissionais (fonoaudiólogos, terapeutas, pedagogos|) buscam estratégias que

auxiliem, complementem ou, inclusive, permitam o restabelecimento da fala no indivíduo afásico,

considerando as especificidades do sujeito afásico e não apenas a afasia. Cabe salientar que a

maioria dos sistemas de CAA apenas atende parcialmente ao processo de comunicação oral dos

afásicos e são pouco adaptáveis ao seu contexto, dificultando assim o acesso dessas pessoas a estes

recursos (SILVA, 2014).

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Do exposto, este trabalho buscou explorar lacunas identificadas na literatura quanto à

implementação de uma plataforma de CAA que permita a realização de atividades de apoio ao

profissional que atua com o indivíduo afásico, de modo contínuo, de modo que possa ser obtida a

resposta à seguinte questão de pesquisa:

1. Soluções de CAA, baseadas em recursos de alta tecnologia, podem ser eficazes como

estratégias no processo de comunicação dos indivíduos com afasia?

1.1.1 Solução Proposta

A solução proposta para o problema apresentado no item anterior consistiu no

desenvolvimento de uma plataforma de CAA, que permite ao profissional

fonoaudiólogo/terapeuta/pedagogo ou afim, definir e/ou acompanhar as atividades aplicadas aos

pacientes afásicos. A solução está alinhada com os princípios de uma plataforma de CAA web

responsiva, no intuito de pesquisar os efeitos do uso deste recurso junto ao público afásico.

Em outras palavras, procura-se contextualizar melhor o uso dessa plataforma no

aproveitamento terapêutico do sujeito afásico, favorecendo a criatividade e o desenvolvimento de

outras aplicações e a promoção da reinserção social de indivíduo com afasia. Ainda, disponibilizar

diferentes atividades de ordem linguística, sendo realizadas dentro de uma plataforma unificada

com intuito de tornar este processo o mais natural possível.

A solução foi concebida como uma plataforma integrada e on-line, permitindo, dessa forma,

tendo maior autonomia por parte do utilizador, que poderá definir as atividades/tarefas no horário

que lhe for mais conveniente, com ou sem supervisão, e no conforto do lar. Outra vantagem

intrínseca, por ser solução online, é que possibilitará que todos os dados do progresso do paciente

permaneçam registrados para posterior análise, tanto por parte do terapeuta, como por parte do

próprio usuário ou membro da família.

Na solução foram reproduzidas as situações da vida diária com ilustrações não infantilizadas

e figuras alternativas para sua comunicação. Este novo recurso oferecerá versatilidade e

adaptabilidade ao nível intelectual do usuário com afasia, almejando a autonomia e a criatividade

para compreender e se expressar.

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1.1.2 Delimitação de Escopo

Neste trabalho, foi produzida uma plataforma de CAA web responsiva, conforme a Figura 1.

Pretende-se a partir desta, atender os pacientes afásicos a partir de diferentes dispositivos (celular,

tablet, computador de mesa, etc.). Espera-se que, após a aplicação das atividades, seja possível que

os profissionais acompanhem as atividades dos pacientes via web, por meio de relatórios

específicos.

A princípio, foi realizado um estudo de caso com até 10 pessoas afásicas, atendidas pelo

Curso de Fonoaudiologia da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), que em sua maioria possuem

o tipo de afasia de expressão, limitando-se assim o escopo deste trabalho.

Figura 1. Escopo geral do projeto

A Figura 1 representa o modelo da implantação da plataforma de CAA e a interação entre os

atores e sistema. O indivíduo afásico tem acesso à plataforma por qualquer dispositivo e realiza

atividades especificas. O profissional envolvido no processo, como por exemplo, o

“fonoaudiólogo”, acompanha as atividades dos pacientes afásicos via web. O aplicativo tem opção

específica para o profissional gerar os relatórios de acompanhamentos. Os dados dos atores e os

dados das atividades geradas serão armazenados em um banco de dados para futuras comparações

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ou cruzamento de dados dos sujeitos afásicos. A plataforma foi desenvolvida em html5, css e

javascript, com auxílio de framework Apache Cordova. Também cabe salientar que essa plataforma

foi concebida inicialmente para casos de afasia de Expressão (não fluente e de boa compreensão),

afasia de Broca.

1.1.3 Justificativa

O acidente vascular cerebral (AVC) é uma das causas mais comuns de incapacidade a longo

prazo. Cerca de um terço de pacientes com AVC têm afasia, ocorrendo, principalmente, como uma

condição dos idosos. No entanto, de 20% a 25% dessa população de pacientes têm menos de 65

anos (DALEMANS et al., 2008).

De acordo com Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), em 2013 no Brasil, 1,5% da população

referiu diagnóstico médico de AVC ou derrame, representando, aproximadamente 2,2 milhões de

pessoas. Apesar do AVC ser uma das causas mais comuns de incapacidade a longo prazo, cerca de

um terço dos pacientes com AVC têm afasia.

A afasia deve ser compreendida como perda repentina no desempenho da língua oral e

escrita, após uma lesão cerebral, que limita as áreas de processamento linguístico (JAKUBOVICZ,

2004). Sendo assim, a afasia é considerada uma perturbação na compreensão, formulação e

expressão da linguagem, e está relacionada às habilidades de leitura e escrita, pois decorre de danos

produzidos nas regiões corticais, sendo causada por AVC, lesão na cabeça ou tumor cerebral

(GUPTA; SINGHAL, 2011).

Embora se conheça pouco sobre a fisiologia da recuperação da linguagem afásica, também é

possível que ela se dê pelo processo natural de neuroplasticidade, caracterizado por mudanças

adaptativas nas estruturas ou funções do sistema nervoso (FERRARI et al., 2001).

Este processo, aliado a um tratamento reabilitatório, torna possível a reativação ou a criação

de novos padrões dos circuitos no hemisfério cerebral lesionado. Dessa maneira, ocorre a melhora

da linguagem do sujeito afásico, o que permite que ele volte a interagir em seus diversos grupos

sociais, e até que se torne novamente apto e responsável pela sua maneira de viver (JAKUBOVICZ,

2005).

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De acordo com Gupta; Singhal (2011), a linguagem é a simbolização das ideias e a

capacidade de converter os pensamentos em palavras e comunicações abrangentes, que consiste de

cinco parâmetros: falar, ouvir, repetir, ler e escrever. Em seguida, considera quatro tipos de

distúrbios da fala: afasia e disfasia; anarréia e disartria; afonia e disfonia; e mutismo. Ainda segundo

o autor, a fala é uma função altamente evoluída do córtex cerebral, pela qual os processos de

pensamento são expressos simbolicamente. Logo, a forma vocal de comunicação baseia-se na

combinação sintática e lexical de nomes.

Em virtude disso, a afasia é uma condição complexa, muitas vezes coexistente com outras

dificuldades médicas relacionadas ao AVC (MENGER; MORRIS; SALIS, 2016). As estratégias e

usos de ferramentas de CAA têm grandes potenciais para melhorar a vida dos indivíduos com

dificuldades de comunicação, promovendo a independência, o seu desenvolvimento nas relações

sociais e o aprimoramento na educação (BAXTER et al., 2012).

Grandes são as necessidades e o interesse pela CAA, mas ainda existem questões abertas e

muito a se discutir, especialmente sobre pontos relacionados às novas tecnologias CAA móveis,

pois novos tópicos e perspectivas - como comportamento do usuário, país, avaliação clínica,

parceria de pesquisa e desenvolvedores - estão em constantes mudanças (SENNOTT, 2011).

Estudos indicam uma série de fatores que afetam a aceitação do uso de um dispositivo de

CAA de alta tecnologia: facilidade de uso, confiabilidade, suporte técnico, a voz e o idioma,

processo de tomada decisão, papel da família, formação pessoal, tempo na geração da mensagem,

respostas de outras pessoas, problema de entrega, treinamento de equipes e acesso aos serviços

(BAXTER et al, 2012).

Segundo Grigis e Lazzari (2013), as ferramentas de CAA podem ser adotadas para tratar

várias condições congênitas ou adquiridas, como os casos de paralisia cerebral, deficiência

intelectual, autismo, dispraxia verbal, síndrome bloqueada, esclerose lateral amiotrófica, doença de

Parkinson, esclerose múltipla, demência, afasia e lesões cerebrais traumáticas.

De acordo com Beukelman et al., (2015), começou-se a introduzir suportes de CAA na

forma de quadros simples de comunicação a partir da década de 1980, em um esforço para ajudar as

pessoas com afasia a compensar os deficit persistentes de linguagem. No entanto, os primeiros

livros disponíveis sobre afasia não continham capítulos sobre intervenções da CAA ou suportes de

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comunicação, e nem mesmo mencionam a CAA ou suportes de comunicação como opções de

intervenção.

Anos depois, o assunto surge pela primeira vez na literatura profissional, em um artigo sobre

suportes de comunicação baseados em CAA para pessoas com afasia, na revista Augmentative and

Alternative Communication. Mesmo assim, não forneceu dados de tratamento ou informações de

casos, com foco em apresentar uma estrutura de intervenção da afasia incorporando os princípios da

CAA. Logo em seguida, foram detalhados os suportes de comunicação desenvolvidos para um

homem com afasia crônica grave (BEUKELMAN et al., 2015).

Os programas de CAA oferecem gráficos e fotos interativas e detalhadas, que são essenciais

para ajudar os indivíduos afásicos, visto que pacientes se expressam com maior facilidade de

compreensão e leitura quando são acrescentadas cenas visuais contextualizadas (LAM, 2016).

Neste sentido, unir diferentes contextos em uma plataforma que tenha formas e objetos

adaptáveis, exige uma solução que combine aplicação tecnológica e excelente qualidade. Por

exemplo, a criação de uma plataforma de CAA que seja adaptável e que permita a harmonização

com variados tipos de ambiente, dispositivos e pessoas, isto é, por interface sensível aos

dispositivos, quanto ao tamanho, orientação de tela, à capacidade de cores, à luminosidade do

ambiente, ao comportamento dos olhos e a muitas outras variáveis em relação homem-interface

(SILVA, 2014).

Em um estudo realizado por Cesa (2015), as áreas multidisciplinares que têm se dedicado a

estudos e temas de CAA nestes últimos cinco anos no Brasil são: Fonoaudiologia, Fisioterapia,

Terapia Ocupacional, Psicologia e Educação, considerando-se a Fonoaudiologia como a área mais

significativa para publicar. Apesar de ser uma área de conhecimento ainda em consolidação no

Brasil, percebe-se um aumento na inclusão de estudos voltados para adultos e idosos, e a família

como objeto de análise. Sugere práticas investigativas que abordem os efeitos produzidos pela

intervenção sobre a qualidade de vida das pessoas com necessidades específicas e amostras maiores.

OBJETIVOS 1.2

1.2.1 Objetivo Geral

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Desenvolver uma plataforma de Comunicação Aumentativa e Alternativa, web responsiva,

adaptada para público afásico, contribuindo para o processo de tratamento e reabilitação desses

indivíduos.

1.2.2 Objetivos Específicos

1. Relacionar os trabalhos pesquisados com as informações fornecidas por profissionais da

área;

2. Projetar e desenvolver a plataforma de CAA, por meio da análise das atividades

aplicadas em casos de afasia;

3. Analisar as atividades criadas aos usuários afásicos, juntos aos profissionais;

4. Analisar os dados das atividades realizadas pelos indivíduos afásicos e os questionários

aplicados aos profissionais envolvidos no processo.

METODOLOGIA 1.3

1.3.1 Metodologia da Pesquisa

O desenvolvimento desta pesquisa foi realizado pelo método hipotético-dedutivo, pois se

buscou a solução de um problema com base na formulação de hipóteses. Por outro lado, sob o ponto

de vista de sua natureza, esta pesquisa se caracteriza como aplicada, pois envolve a execução de um

estudo experimental conduzido nas instituições parceiras, de modo a verificar a validade da hipótese

proposta. Já a abordagem da pesquisa é quantitativa (para mensurar indicadores de eficiência) e

qualitativa (para mensurar satisfação dos usuários) das tecnologias desenvolvidas, permitindo

posteriormente, disseminar os resultados obtidos. Por fim, este trabalho se classifica como sendo

uma pesquisa exploratória, devido a sua busca pela explicação dos resultados experimentais,

devidamente justificados pelas características comportamentais dos afásicos avaliados.

O trabalho foi realizado com os indivíduos afásicos atendidos no Curso de Fonoaudiologia

da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), que nasceu em abril de 2011 pelo Projeto de Extensão

“Assessoria na Construção de Rede de Apoio para Sujeitos Afásicos de Itajaí e Região”, de autoria

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das professoras Denise Terçariol (fonoaudióloga), Ana Paula Weber (farmacêutica) e Alexsandra

Marinho Dias (fisioterapeuta). O projeto conta com a participação de alunos voluntários e bolsistas

de diferentes cursos da área da saúde (Fonoaudiologia, Fisioterapia, Psicologia, Farmácia,

Enfermagem, entre outros), bem como de outras áreas do conhecimento, como Direito, Jornalismo,

Música, Relações Públicas, etc. Atualmente, o projeto atende um grupo de 20(vinte) indivíduos

afásicos que são acompanhados e envolvidos em: oficinas de conversação; grupo de apoio a

cuidadores; atividades de acolhimento e orientação; socialização nas questões que envolvem a vida

do afásico e ações sociais (COMUNICAR, 2012, p. 16).

1.3.2 Procedimentos Metodológicos

O processo de pesquisa adotado neste trabalho foi primeiramente focado em uma revisão

bibliográfica das publicações mais recentes sobre afasias e CAA aplicados à afasia. A

fundamentação teórica baseou-se em pesquisas na literatura consolidada a respeito dos assuntos

abordados. O estudo também abrangeu o desenvolvimento de plataformas de CAA, visando à

inclusão social em áreas importantes, tais como: a educação especial; auxílio para a vida diária; a

CAA; e, principalmente, para auxiliar o trabalho dos profissionais que atuam no tratamento e

reabilitação dos afásicos. Com a revisão sistemática da literatura e os encontros realizados com os

profissionais da instituição parceira, foi possível identificar as principais necessidades para o

desenvolvimento da aplicação.

Cabe salientar que foi realizada uma pesquisa com a participação de 28 profissionais

especializados em afasia, de diversas regiões do País, levantando questões essenciais para este

trabalho. Foi também realizado um levantamento dos aplicativos de CAA disponíveis no mercado

voltado aos indivíduos afásicos, conforme detalhes ilustrados no Apêndice C. O resultado desta

pesquisa pode ser observado no Capítulo 3. Na seção de trabalhos relacionados no Apêndice E,

pode ser encontrado o questionário aplicado aos profissionais. Com essas informações, foi possível

iniciar o projeto da plataforma de CAA voltada ao público afásico. Na sequência, foi concluído o

desenvolvimento e iniciada a fase de testes e análise de resultados.

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ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO 1.4

O trabalho está organizado em cinco capítulos correlacionados. O Capítulo 1, Introdução,

contextualiza o trabalho, identificando o problema de pesquisa, a solução proposta, a justificativa e

seus objetivos.

O capítulo 2 apresenta o referencial teórico que embasa o trabalho em relação ao tema alvo

da pesquisa. Esse capítulo apresenta conceitos e classificação das afasias, seus aspectos de

linguagem e possíveis intervenções no processamento de linguagens. Também são apresentadas as

possibilidades técnicas de suporte para comunicação por CAA, recursos, as tendências de novas

tecnologias e sistemas de CAA. Por fim, os princípios e padrões sobre a Web responsiva, novo

paradigma de design “mobile first” e a importância da acessibilidade e da usabilidade dentro do

contexto da responsividade.

O Capítulo 3 apresenta a revisão do estado da arte dos trabalhos de diferentes ferramentas de

CAA aplicadas ao público afásico. No capítulo, é apresentado um resumo das aplicações utilizadas

para intervenção das afasias. Também é feito um posicionamento dos trabalhos em relação às

perguntas de pesquisa apresentadas no Capítulo 1. É efetuada uma análise dos trabalhos mais

aderentes encontrados no processo de pesquisa bibliográfica, bem como uma pesquisa sobre os

aplicativos de CAA disponíveis e os aplicativos de CAA usados pelos profissionais de

fonoaudiologia.

O Capítulo 4 apresenta os detalhes do desenvolvimento deste trabalho, com as

características e as delimitações do projeto de acordo com as premissas estabelecidas. Também é

feita a descrição das soluções adotadas no desenvolvimento da plataforma de CAA voltadas ao

público afásico e das alterações realizadas em trabalhos anteriormente já desenvolvidos.

No Capítulo 5, composto por seções que identificam cada intervenção avaliada, os

resultados obtidos são apresentados e é feita a análise de desempenho da aplicação desenvolvida.

No Capítulo 6, são apresentadas as conclusões do trabalho realizado, relacionando os

objetivos identificados, o trabalho realizado e os resultados alcançados. Também são indicadas as

contribuições e os trabalhos futuros.

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O texto é complementado por apêndices que detalham aspectos que não são essenciais para

seu entendimento, mas que são importantes para uma análise aprofundada e para estudos posteriores

que possam vir a ser realizados como desdobramento desta dissertação.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo, são apresentados os principais temas relacionados para contextualizar e dar

ao leitor o embasamento para compreensão desta dissertação. Inicialmente, são apresentados os

aspectos gerais sobre afasia, junto a uma descrição mais detalhada da CAA e algumas aplicações

para afasia sucintamente descritas. Por fim, são relatados os princípios e padrões da web responsiva,

considerando-se a acessibilidade e a usabilidade.

AFASIA 2.1

A afasia é caracterizada por mudanças nos processos linguísticos. É de origem articulatória e

discursiva, produzida por lesão no sistema nervoso central em áreas responsáveis pela linguagem,

podendo ou não se associar a alteração de outros processos cognitivos (COUDRY, 1988). Do

mesmo modo, a afasia pode ser um distúrbio na compreensão e formulação da linguagem, causada

por lesão em regiões cerebrais específicas (DAMÁSIO, 1992).

Segundo Tubero e Hori (1995), a afasia é uma alteração na linguagem e na fala, causada por

traumatismo craniano, AVC ou tumor cerebral. Uma pessoa com afasia apresenta dificuldades na

leitura, escrita, fala ou compreensão do que lhe é dito. Indivíduos com diabetes ou hipertensão

possuem maiores probabilidades de terem derrames cerebrais e, consequentemente, adquirirem

afasia, independentemente de idade, raça ou sexo.

Conforme Jakubovicz (2004), a afasia é a perda inesperada da linguagem em quaisquer das

suas modalidades, sendo ocasionada por uma lesão cerebral. No entanto, a autora alerta para

importância no nível de diagnósticos, pois não afasta a possibilidade de outras causas, como a

própria paralisia, ato motor, percepção e alteração sensorial, que também podem se juntar a outras

patologias de origem central.

Neste contexto, considera-se que todas as definições propostas para o termo afasia ainda são

limitadas e estão longe de alcançar um consenso, pois não basta se prender somente aos aspectos

biológicos, mas também tentar compreender as particularidades de cada ser, seu modo de agir,

reagir e superar-se, pois uma reabilitação depende dessa organização (JAKUBOVICZ, 2004).

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Dentre as principais descobertas nas pesquisas sobre o assunto, constatou-se que os maiores

impactos na vida de um sujeito afásico são a diminuição das atividades domésticas, contatos sociais,

educação e emprego, vida cívica e social (DALEMANS, 2008). Também se verifica que os déficits

cognitivos observados em indivíduos com afasia afetam, quase sempre, negativamente diversos

aspectos da competência comunicativa, em especial suas competências operacional e estratégica

(PURDY; DIETZ, 2010).

2.1.1 Classificação das afasias

Em ASHA (American Speech-Language-Hearing Association), a afasia pode dificultar à

compreensão, a fala, a leitura ou a escrita. Danos cerebrais também podem causar outros problemas

juntamente com afasia. A fraqueza muscular na boca é chamada disartria; a dificuldade em fazer

com que os músculos da boca se movam da maneira correta para dizer palavras é chamada de

apraxia; problemas de deglutição são chamados de disfagia.

Existem duas classificações das síndromes afásicas. O sistema de classificação de Boston,

que relata oito síndromes de afasia clinicamente observáveis, e o sistema de classificação de Luria,

que relata sete tipos de afasia (MURDOCH, 1997). As classificações de ambos os autores estão

demonstradas conforme o quadro 1.

Quadro 1. Classificação das síndromes afásicas proposto por Boston e Luria

Classificação de Boston Classificação de Luria

Afasia de Broca Afasia Sensorial (Acústica)

Afasia de Wernicke Afasia Acústico-mnésia

Afasia de Condução Afásia Semântica

Afasia Transcortical Motora Afasia Motora Eferente

Afasia Transcortical Sensorial Afasia Pré-motora

Afasia Transcortical Mista Afasia Motora Aferente/Apráxical

Afasia Anômica Afasia Dinâmica-Frontal

Afasia Global

Fonte: Murdoch, B. E (1997).

Muitos autores, em função da variabilidade, da complexidade e dos incontáveis métodos de

classificação das afasias, adotam uma dicotomia para facilitar sua classificação. O quadro 2 serve

como um parâmetro inicial de entendimento sobre as patologias básicas da linguagem por lesão

cerebral. Mostra a alteração na linguagem (interpretação, leitura, fala e escrita), normalidade na

linguagem motora (programação e muscular), indeterminação na inteligência (verbal e não verbal),

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e normalidade na orientação (espaço-tempo-pessoa e confabulação). O apêndice D apresenta as

patologias básicas da linguagem por lesão cerebral com mais detalhes, de modo que se possa

compará-las à afasia.

Quadro 2. Patologia básica da linguagem e da fala por lesão cerebral

Fonte: Adaptado de Peña-Casanova (2005).

Vale ressaltar que um dano cerebral pode provocar patologias concomitantes, ou seja, um

afásico também pode ter disartria, apraxia da fala ou demência simultaneamente à afasia. Um

clínico deverá ser capaz de criar hipóteses neuropsicológicas sustentáveis para gerar atividades

adequadas, com materiais adequados e com profundo conhecimento de causa das funções mentais

superiores, bem como da organização cognitiva humana (JAKUBOVICZ, 2004).

As afasias são diferentes e seus tipos podem ser classificados de acordo com as seguintes

variáveis envolvidas: fluência, compreensão, repetição, nomeação e escrita, conforme apresentam a

figura 2 e o quadro 3. Observa-se a relação dos diferentes tipos de afasia caracterizados por

Radanovic e Mansur (2006) e Leal e Martins (2005).

De acordo com Leal e Martins (2005), as afasias classificam-se de acordo com as

características do discurso, como não fluentes e fluentes. De maneira geral, as afasias não fluentes

correspondem a lesões cerebrais anteriores, e as afasias fluentes, como lesões posteriores, conforme

mais detalhes visuais na figura 3.

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Figura 2. Classificação dos tipos de afasias Fonte: Adaptado de MANSUR;RADANOVIC ( 2004).

A forma de testar a compreensão de um afásico consiste em dar ordens para que execute (ex.

feche as mãos) ou fazer perguntas com resposta sim ou não (ex. a porta está aberta?). Muitas vezes,

a resposta incorreta ou a ordem verbal podem ser influenciadas pela apraxia, por isso, deve-se estar

atento ao comportamento do afásico.

A capacidade de repetição verbal é considerada relativamente fácil de testar. Pede-se que o

afásico repita palavras curtas e frequentes, números, depois palavras mais longas, e, por fim, frases

completas. Alguns afásicos tendem a repetir compulsivamente tudo o que o examinador diz,

repetindo a frase por completo ou apenas a última palavra dela (LEAL; MARTINS, 2005). Há ainda

a ocorrência de erros de nomeação, cometida por todos os afásicos. Este fenômeno é intitulado

anomia e pode ocorrer durante o discurso espontâneo, quando se pede especificamente ao afásico

para dizer qual é o nome do objeto mostrado.

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Quadro 3. Classificação das afasias por descrição

TIPO DE AFASIA FLUÊNCIA COMPREENSÃO NOMEAÇÃO REPETIÇÃO

Global Não fluente Perturbada Perturbada Perturbada

Broca Não fluente Normal Perturbada Perturbada

Transcortical mista Não fluente Perturbada Perturbada Normal

Transcortical motora Não fluente Normal Perturbada Normal

Wernicke Fluente Perturbada Perturbada Perturbada

Condução Fluente Normal Perturbada Perturbada

Transcortical sensorial Fluente Perturbada Perturbada Normal

Anômica Fluente Normal Perturbada Normal

Fonte: Leal; Martins (2005).

É possível fazer um diagnóstico tipológico de afasia a partir da aplicação de testes das

habilidades relacionadas no quadro 3 (fluência, compreensão, nomeação e repetição). Fazer uma

avaliação breve das capacidades de leitura e escrita permite melhorar o entendimento das afasias.

Assim, para avaliar a capacidade de leitura, escreve-se algumas palavras (por exemplo: chave,

moeda, relógio), utilizando letra maiúscula e bem legível, pede-se então que diga onde está cada

uma das palavras escritas ou mostrando o objeto correspondente à palavra escrita.

Figura 3. Classificação das afasias mapeadas na região cerebral Fonte: Adaptado aphasianow.org (2018)

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Para avaliar a capacidade de escrita de um afásico, pede-se primeiramente que ele escreva o

seu nome, o que muitos conseguem fazer, já que esta é quase uma atividade automática. Em

seguida, pede-se que escreva algumas palavras que lhe são ditadas. Se é bem-sucedido nessa tarefa,

pede-se então que escreva uma frase completa, também ditada, e, por fim, que escreva uma frase

qualquer, de sua escolha (LEAL; MARTINS, 2005).

2.1.2 Linguagem afásica

Considera-se que um sujeito é afásico quando os fatores linguísticos, como o

funcionamento da linguagem, afastam os recursos de produção e interpretação (COUDRY, 1988).

Segundo Damásio (1992), a afasia compromete vários aspectos da linguagem, incluindo a

sintaxe, o léxico e a morfologia de palavras, o que torna um afásico incapaz de montar a estrutura

gramatical de uma frase. Isso não apenas atrapalha a comunicação, como também compromete a

tomada de decisão, a criatividade e a capacidade de realizar cálculos, já que essas habilidades

dependem, em parte, do uso da fala.

A gravidade dos quadros dos afásicos pode variar muito, e inclui desde a incapacitação total

da fala, até casos que apresentam apenas dificuldades para lembrar as palavras. Os indivíduos

afásicos também podem trocar os sons das palavras, ou trocar palavras de mesmo contexto,

comprometendo assim a comunicação (TUBERO, HORI, 1995).

Segundo Dalemans (2008), os principais estudos existentes na literatura sobre afasia são

focados nos aspectos linguísticos. A linguagem é a capacidade de converter pensamentos em

palavras abrangentes e consiste de cinco parâmetros, isto é, falar, ouvir, repetir, ler e escrever

(GUPTA e SINGHAL 2011); por isso, a linguagem é a forma de transmissão de informação entre

os seres humanos (PEÑA-CASANOVA, 2005).

De acordo com Jakubovicz (2005), a entrada e saída de estímulos motores e sensoriais no

cérebro são classificadas em três vias no processo linguístico: Segmento Receptor (ativa o estímulo

sensitivo apropriado), Processo Central (os impulsos nervosos são recebidos, estruturados e

transformados em símbolos) e Segmento Efetor (torna possível a resposta), conforme a figura 4.

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Figura 4. Vias e caminhos motores sensitivos Fonte: Adaptado de Jakubovicz (2005).

O autor considera patologias do Segmento Receptor aquelas que envolvem surdez e

cegueira, e as paralisias e patologias do Processo Central, como as afasias de todas as espécies.

Sendo assim, não havendo problemas com os estímulos em todas as vias e segmentos, é possível

uma resposta bem estruturada em forma de fala, de escrita e de mímica (JAKUBOVICZ, 2005).

Portanto, as perdas na afasia estão relacionadas ao desempenho linguístico. Caso a perda

fosse da competência linguística em si, não existiria possibilidade de recuperação. Entende-se

então as afasias como uma dificuldade de ativação do desempenho linguístico, estando a

competência preservada, na maioria dos casos (JAKUBOVICZ, 2004).

Diante deste contexto, é relevante considerar os processos de linguagem: a Fonética, que

constitui o processo que governa a produção e percepção dos sons falados; a Fonologia, é o

conjunto de regras específicas da linguagem, através das quais os sons são representados e

manipulados, permitindo a construção de palavras; a Semântica, que permite atribuir um significado

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às palavras ou nomes; e, por fim, a Sintaxe, que permite utilizar as palavras já com o conhecimento

de seu significado e assim construir frases (GUPTA e SINGHAL 2011).

2.1.3 – Intervenção nas afasias

Segundo Beukelman et al. (2015), a intervenção para tratar o processamento de linguagem

apresentado por pessoas com afasia tem sido uma prática de rotina desde a década de 1950, numa

abordagem de estimulação da linguagem. O objetivo básico da intervenção precoce de afasia era

restaurar as funções da linguagem, especialmente durante os estágios agudos de recuperação.

Contudo, ao longo dos anos, os afasiologistas se tornaram cada vez mais conscientes de que

uma abordagem de tratamento de forma isolada era insuficiente para eliminar os desafios de

linguagem de grande proporção em pessoas com afasia. Entre 40% e 60% dos indivíduos afetados

vivem suas vidas em condições crônicas. Os desafios de processamento de linguagem apresentados

por pessoas com afasia crônica impedem que eles participem plenamente das interações

comunicativas (BEUKELMAN et al., 2015).

Diversos estudos foram realizados em pacientes afásicos com o aplicativo da Tactus

Therapy Solucions, chamado Terapia de Linguagem, abordando leitura, nomeação, compreensão e

escrita, distribuídas por tarefas e por tipo de treinamento de natureza fonológica e semântica.

Obtiveram resultados que demonstram que o uso de aplicativo de maneira autônoma, de certa forma

apresenta melhoria na afasia crônica expressiva e apoiam assim a reabilitação de longo prazo.

Também sugerem que a terapia auto administrada por meio de aplicativos é benéfica para afasia

com expressividade crônica (STARK; WARBURTON, 2018).

De acordo com Balaji, V. e G. Sadashivappa (2015), a abordagem para a reabilitação da

afasia pode ser tipicamente classificada em três grupos: tratamento orientado para a desordem,

tratamento funcional e tratamento orientado para a participação. No primeiro caso, o objetivo é

restaurar o processamento linguístico, fornecendo exercícios linguísticos.

A abordagem do tratamento funcional visa enfatizar a realização de atividades

comunicativas no cotidiano. Isto inclui o uso de estratégias por CAA para compensar os déficits

linguísticos. O tratamento orientado para a participação atinge diretamente o domínio da

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participação social. Dentro desta terceira abordagem, a ênfase está em viver com as consequências

da afasia (BALAJI; SADASHIVAPPA, 2015).

COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA E ALTERNATIVA 2.2

Como bem asseguram Beukelman e Mirenda (2005), a CAA inclui possibilidades técnicas

de suporte para comunicação falada como gestos, assinatura, símbolos, pranchas de palavras,

pranchas de comunicação, livros, etc. Neste sentido, as pessoas podem ser beneficiárias das

estratégias e equipamentos de CAA, independentemente de idade, condição ou contexto regional.

O campo originalmente foi chamado de “Comunicação Aumentativa”, para indicar que os

sistemas de comunicação suplementavam a fala natural em vez de substituí-la. A adição do termo

“Alternativa” apareceu tempos depois, quando ficou claro que, para alguns indivíduos, esses

sistemas eram o único meio de comunicação (PINO, 2014).

Segundo Asha (2018), CAA é Aumentativa quando usada para complementar a fala

existente, é alternativa quando usada no lugar da fala, que está ausente ou não é funcional. Neste

sentido, CAA refere-se a qualquer técnica ou dispositivo que complementa ou substitui a fala oral,

temporária ou permanentemente. Logo, a ênfase da CAA na reabilitação da afasia consiste,

portanto, em aumentar a comunicação funcional como uma abordagem compensatória, em vez de

restauradora (MOFFATT et al., 2017).

Sendo assim, os sistemas de CAA fornecem uma alternativa para a comunicação, permitindo

que indivíduos sem habilidades verbais expressem seus pensamentos e suas necessidades,

compartilhem suas ideias, podendo ser também utilizada para promover o desenvolvimento de

habilidades de comunicação (ATYABI, 2017).

2.2.1 Recursos de CAA

Existem dois tipos principais de sistemas de CAA: sem auxílio, em que não se precisa de

nada além do próprio corpo (inclui gestos, linguagem corporal, expressões faciais e linguagem de

sinais), e o auxiliado, em que se usa algum tipo de ferramenta ou dispositivo. Um sistema auxiliado

subdivide-se em básico e de alta tecnologia, sendo que apontar para letras, palavras ou imagens em

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uma placa é um exemplo de sistema básico de ajuda, enquanto que selecionar letras ou imagens em

uma tela do computador é um sistema de alta tecnologia (ASHA, 2018).

Segundo Baxter et al. (2012), os sistemas ou dispositivos de baixa tecnologia englobam

livros de comunicação ou placas, palavras escritas em papel, fotografias, desenhos de linhas e

pictogramas. Os sistemas de alta tecnologia são considerados os dispositivos de geração de fala,

comunicação de voz ou software de computadores pessoais e laptops, utilizados como auxiliares da

comunicação (BAXTER et al., 2012). A figura 5 ilustra alguns exemplos de sistemas CAA (PINO,

2014).

Figura 5. Exemplos de sistemas CAA: (a) moldura de imagem não eletrônica de baixa tecnologia

para seleção via olhar; (b) dispositivos de saída de mensagens pré-gravadas de seleção eletrônica de

alta tecnologia (não baseadas em computador); (c) baseado em computador de alta tecnologia, com

digitalização e texto para fala. Fonte: Pino (2014).

De acordo com Pino (2014), o termo CAA inclui quatro vertentes de interligação: o meio de

comunicação, acesso ao meio de comunicação, um sistema de representação de significado, e

estratégias para interagir com um parceiro.

a- O meio de comunicação é constituído pela forma como o significado da mensagem é

transmitido, se ocorre sem ajuda, por meio dos gestos, da expressão facial e da

assinatura, por exemplo; ou com auxílio, quando as pessoas se comunicam usando

algum tipo de dispositivo que não seja seu corpo, como o que ocorre através de um

gráfico de comunicação ou um dispositivo eletrônico com saída de fala.

b- Já o acesso ao meio de comunicação é constituído pelo instrumento utilizado para

acessar o modo de comunicação, como um teclado ou tela de toque, ou ainda um

dispositivo para digitalizar a partir de uma matriz de letras, palavras ou imagens.

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c- O sistema de representação de significado, por sua vez, refere-se à representação dada ao

significado que as pessoas buscam transmitir, através de palavras que funcionam como

“símbolos”. Quando uma pessoa é incapaz de falar, seu significado tem que ser

representado por um conjunto diferente de símbolos. Esses símbolos podem ser de

ortografia tradicional (letras ou palavras), ou podem ser um conjunto de símbolos

pictóricos.

De modo geral, a CAA contempla estratégias para interagir com um parceiro de

comunicação, referindo-se às táticas utilizadas para a iniciação de uma conversa, ou para resolver as

coisas quando não se entende. A maioria dos usuários da CAA usam formas diferentes de CAA,

com ou sem ajuda de sistemas de comunicação, ou intercalados com tecnologia de baixa e alta,

dependendo da situação aplicada na ocasião.

2.2.2 Novas tecnologias

As empresas e desenvolvedores independentes de softwares relatam que até 2009 não existia

a possibilidade de criar aplicações CAA para dispositivos móveis iPhone e iPod Touch. Essa visão

tornou-se realidade tempos depois, com o lançamento do primeiro sistema de CAA “Proloquo2Go”

em abril de 2009. Depois disso, surge uma vasta gama de sistemas CAA de alta qualidade.

Segundo Mcnaughton e Light (2013), com a ampla disponibilidade de tecnologias portáteis,

muda-se a forma de trabalho, do aprender, o tempo de lazer e a forma de interagir socialmente.

Quase três quartos da população mundial têm acesso à tecnologia móvel e mais de 30 bilhões de

aplicativos móveis, os apps.

Essa revolução da tecnologia móvel não apenas impactou o cotidiano dos indivíduos, mas

também influenciou as vidas de muitos indivíduos com necessidades complexas de comunicação

incluindo aqueles com deficiências de desenvolvimento, como autismo, síndrome de Down e

paralisia cerebral; desordens neurogênicas adquiridas, como AVC, lesão cerebral traumática; e

aqueles com condições neurológicas degenerativas (MCNAUGHTON; LIGHT, 2013).

O tradicional mercado de CAA mudou rapidamente quando iPhones, iPads e tablets Android

apareceram, oferecendo novas formas de interação, como o multitouch, e, acima de tudo, um alto

grau de mobilidade e custo menor de hardware. O fato desses dispositivos não serem especialmente

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projetados como plataformas de CAA apresenta algumas desvantagens, como, por exemplo, ampla

disponibilidade de hardware, grande número de aplicativos CAA desenvolvidos e aplicativos

continuamente modificados todos os dias, caracterizando uma ausência de padronização (PINO,

2014).

2.2.3 – Sistemas de CAA

Segundo Baxter et al (2012), embora tenha havido um rápido crescimento tecnológico,

profissionais ainda enfrentam desafios para alcançar implementações bem-sucedidas da CAA. O

autor destaca que há uma escassez de evidências de pesquisas para sustentar as recomendações dos

profissionais, e que os dispositivos têm funções limitadas de uso.

Segundo Pino (2014), uma abordagem diferente de CAA que está ganhando espaço é o

Visual Scene Displays (VSDs). É usada para melhorar a comunicação em placas de baixa

tecnologia. Destina-se principalmente a atender às necessidades dos comunicadores iniciantes e

indivíduos com limitações cognitivas ou linguísticas significativas. Considerada como uma

ferramenta valiosa no ensino de símbolos ou treinamento para habilidades de linguagem fornece um

alto nível de suporte contextual, permitindo a comunicação dos participantes de maneira ativa.

O pesquisador clínico David Beukelman e seus colegas da Universidade de Nebraska

observaram que as estratégias e técnicas convencionais de CAA não se provaram úteis para este

grupo específico de indivíduos, pois muitos adultos com afasia crônica grave tinham grande

dificuldade de aprender os significados e símbolos desconhecidos de CAA conforme exemplo da

figura 6. (MIRENDA, 2017).

Figura 6. Exibição de grade de símbolos para uma festa de aniversário. Fonte: Adaptado de Mirenda (2017).

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Em contraste, eles eram facilmente capazes de reconhecer imagens fotográficas de

familiares, especialmente aquelas que forneciam informações contextuais, conforme a figura 7.

Beukelman e sua equipe também observaram que, mesmo quando as imagens fotográficas de

familiares foram organizadas em uma grade, os adultos com afasia, assim como os comunicadores

iniciantes, tinham dificuldade em se comunicar através delas.

Figura 7. Exibição de cena real para uma festa de aniversário. Fonte: Mirenda (2017).

Esse grupo de pesquisadores acabou fornecendo apoio significativo ao desenvolvimento de

plataformas CAA para afásicos adultos, experimentando o uso personalizado de imagens digitais

para aproveitar as habilidades visuais e espaciais residuais dos mesmos. A partir dos dados

coletados, os pesquisadores aprimoraram as estratégias em que se basearam nas evidências para

desenvolvimento e o uso de VSDs impressos e digitais. Os VSDs são agora um recurso comum da

maioria dos dispositivos CAA e também estão disponíveis como aplicativos para dispositivos

(MIRENDA, 2017).

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WEB RESPONSIVA 2.3

Em toda parte, percebe-se a mais recente evolução humana: pequenos dispositivos que

emitem luzes, ligados às mãos das pessoas. Isto significa que o número de pessoas que usam

dispositivos móveis para acessar a web é maior do que o número que acessa os computadores de

mesa (WROBLEWSKI, 2012). Embora as pessoas passem a maior parte do tempo on-line usando

dispositivos móveis, elas almejam sites que sejam eficientes e acessíveis por todos os tipos de

dispositivos (YADAV; BARWAL, 2014).

Interagir em sites com smartphones e tablets não é o mesmo que com computadores de mesa

(YADAV; BARWAL, 2014). Fatores como o tamanho de tela, resolução de pixels, disponibilidade

de espaço, suporte à tecnologia e marcação otimizada, tornaram-se cruciais para desenvolvimento

de sites (YADAV; BARWAL, 2014). Portanto, a Web Design Responsivo (WDR) pode ser o ponto

chave neste contexto, e uma nova perspectiva para Web no suporte à esta expansão de novos

dispositivos (ZEMEL, 2015).

De acordo com Silva (2014), a WDR projeta a aplicação para o meio digital com foco no

desempenho, com módulos reutilizáveis e adaptáveis ao usuário. Priorizam as interfaces agradáveis

e flexíveis, evita detalhes e efeitos desnecessários, sendo focado no usuário, seus interesses e

preocupações. Sendo assim, a WDR muda a filosofia e os métodos de desenvolvimento de layouts

para Web (DOAN, 2017).

No entanto, WDR é um domínio que torna um site adaptado a todos os tipos de telas e

dimensões de dispositivos (DOAN, 2017). Desta forma, o WDR permite criar aplicações para

responder ao tamanho da tela em exibição, segundo as características do dispositivo. Também reduz

a complexidade, permite reutilização, e sua aplicação é geralmente composta por módulos, ou seja,

partes independentes com responsabilidades únicas e bem-definidas (WIENER; EKHOLM;

HALLER, 2017).

2.3.1 Princípios e padrões

Planejar conteúdos e ações para smartphones são princípios sólidos de arquitetura da

informação (rotulagem clara, amplitude e profundidade equilibrada, e modelos mentais adequados).

A WDR transforma a maneira de como se faz design para web, já que tem em vista a organização

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de experiências web sempre alinhadas com a forma como as pessoas usam os dispositivos móveis e

por que o fazem, mantendo nisso a clareza e o foco (WROBLEWSKI, 2012). Assim, inspirado por

conceitos de uma nova arquitetura e filosofia, traz um conjunto de técnicas que garante

responsividade a uma web (ZEMEL, 2015).

Além disso, é relevante considerar os elementos técnicos para o desenvolvimento do design

responsivo, como a “Grade fluida”, também conhecida como “layout fluido”, popularizada pelo

advento dos frameworks (SILVA, 2014). Nesta perspectiva, grades fluidas são criadas e projetadas

com unidades relativas em porcentagem em vez de unidades fixas em pixels (YADAV; BARWAL,

2014). Ou seja, ao primar pela não especificação de medidas fixas no layout do projeto, é possível

que haja uma adaptação natural e automática que apresentada na tela, independente da resolução do

dispositivo que fez o acesso (ZEMEL, 2015).

Logo, as imagens e mídias flexíveis são capazes de contrair ou expandir as dimensões de um

dispositivo, sendo que as mais consideradas são os vídeos, áudios e widgets em geral (SILVA,

2014). Uma imagem de fluido pode ser apresentada por uma linha de código em Cascading Style

Sheets (CSS), definido a largura máxima da imagem ao seu receptor original (YADAV; BARWAL,

2014). De nada adiantaria se imagens ou outros recursos não se adaptassem ou não fossem flexíveis

em diferentes resoluções. Neste sentido, é possível, por meio de técnicas variadas, fazer com que os

assets (recursos como imagens, vídeos, etc.) do site também sejam flexíveis, garantindo que a

experiência do usuário no acesso seja de excelência (ZEMEL, 2015).

Por fim, a Média Queries é considerada uma tecnologia CSS que permite usar estilos

baseada em determinadas características do dispositivo (SILVA, 2014). É possível ocultar, fazer

aparecer e reposicionar elementos e interações, conforme a resolução que está sendo usada no

momento do acesso (ZEMEL, 2015). Inclusive, o CSS fornece meios para separar a informação

com estilos e conteúdo de um documento Web, dando ao HTML seu valor semântico (DOAN,

2017). De fato, as CSS e os incontáveis frameworks CSS, preveem diferentes módulos para

construção de layouts, que certamente facilitariam as tarefas no desenvolvimento de um site

responsivo (SILVA, 2014).

Segundo Silva (2014), pouco tempo atrás os sites de acesso à internet eram layouts simples e

feitos com uso de elementos em HTML. Posteriormente surgiram as tabelas que revolucionam a

web, dispondo de conteúdos e layouts complexos em tela, proporcionando novo visual. Ainda de

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acordo com Silva (2014), o próximo passo estaria no aperfeiçoamento desses mecanismos,

aparecendo então as folhas de estilos em cascata – nível 1 (CSS1), com nova metodologia na forma

de criar layouts. O desenvolvimento de layouts é melhorado com a CSS2 pelas inconsistências entre

plataformas e navegadores.

Consequentemente, a necessidade de HTML5 e CSS3 para projetos responsivos vem

aumentando rapidamente (YADAV; BARWAL, 2014). De acordo com Silva (2014), as tecnologias

que compõem os pilares de sustentação do design responsivo são HTML5, JavaScript e CSS3. As

vantagens da HTML5 vêm desde uma boa semântica, códigos bem estruturados, fácil manutenção,

até melhor acessibilidade e benefícios para SEO. É indispensável o uso do JavaScript para servir

navegadores antigos que não reconhecem novos elementos da HTML5. Na CSS3 apresenta-se as

funcionalidades de estilos, facilidade de tarefas, redução de marcações HTML e de maneira

intuitiva renderiza o “box model” da CSS (SILVA, 2014).

Acrescente-se que uma desvantagem bastante considerada no design responsivo é o tempo

médio de desenvolvimento de um site desse tipo, que geralmente é de 20% maior que o da

construção de um site padrão (YADAV; BARWAL, 2014). Desse modo, as discussões entre os

desenvolvedores se concentram em torno de “design mobile” versus “design desktop”. Aliar esses

dois pensamentos estrategicamente pode tornar uma experiência mais atrativa para cada tipo de

mídia (SILVA, 2014).

Certamente, os dispositivos móveis modernos contam com diferentes características em

relação aos computadores desktop, com telas sensíveis ao toque, microfone, GPS, giroscópio, etc., e

projetar experiências complementares e síncronas é uma grande tendência para o futuro (SILVA,

2014). Logo, planejar um site desde sua concepção para ser responsivo principalmente na filosofia

mobile first, é possível com WDR, desde seu planejamento e apresentação das soluções visuais nos

diferentes pontos do design (ZEMEL, 2015).

Portanto, Doan (2017) considera que os frameworks e ferramentas de terceiros também

possam ser utilizadas para criar páginas web adequadas, já que estas estruturas front-end foram

desenvolvidas recentemente com intenção de criar web responsiva, sem necessidade de desenvolver

do zero. Ainda de acordo com Doan (2017), as vantagens dessas ferramentas são pela capacidade de

resposta e o empacotamento dentro de uma estrutura. Como exemplo, cita o Bootstrap como uma

das estruturas framework mais populares para o design responsivo.

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2.3.2 Mobile First

Neste contexto, Luke Wroblewski (2012) destaca um novo paradigma de design chamado

mobile first. O objetivo deste paradigma é aproveitar a tendência no mercado de dispositivos

portáteis. Sugere-se que o resultado final seja uma experiência focada nas principais tarefas que o

usuário deseja realizar. Além de que ao planejar primeiro a versão móvel, aumenta-se o foco para o

que realmente é necessário para o usuário, evitando a retirada de itens necessários ou a inclusão de

elementos supérfluos (SILVA, 2014).

Segundo Lopes (2014), fica mais fácil começar o design tendo em mente as restrições do

dispositivo móvel e depois evoluir para desktop. No entanto, estas razões implicam otimização de

dados, descarte de elementos desnecessários, exploração da tecnologia móvel em curso,

funcionalidades nativas incorporadas (SILVA, 2014). Sendo assim, é possível oferecer uma versão

móvel rápida e enxuta para versão Desktop, desde que seja pensado primeiro para o dispositivo

móvel (LOPES, 2014).

Ainda assim, não é garantido que resultados com uso da técnica mobile first sejam bem-

sucedidos, mas deve-se considerar sua validação como parte integrante neste processo, para uma

melhora na garantia da qualidade do projeto, evitando retrabalhos, desgaste e insatisfação (SILVA,

2014).

Todos esses cenários levam apenas a uma ideia, “primeiro o (dispositivo) móvel”, ou seja, o

primeiro pensamento ao desenvolver qualquer conteúdo para web deve ser o dispositivo em que

será usado, e esta será a demanda para as próximas gerações, responsabilidade dos designers e

desenvolvedores (SHARMA, 2016).

2.3.3 Acessibilidade, Usabilidade e Responsividade

Segundo Silva (2014), quanto maior a experiência dos usuários no uso do computador e da

internet, menor se torna a tolerância com problemas como seu desempenho, dificuldade de uso,

falta de foco e inacessibilidade. A experiência do usuário aprimora e amplia a forma como as

pessoas trabalham, se comunicam e interagem (HUSSAIN et al., 2017). Ainda que as experiências

sejam diferentes, usuários esperam realizar as mesmas tarefas, consultar o mesmo conteúdo,

independentemente de o acesso ser feito por desktop, tablet ou smartphone (SILVA, 2014).

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Além disso, Hussain et al. (2017) indica que as pessoas não usam a Internet móvel de forma

uniforme em todos os contextos possíveis e os seus objetivos não são os mesmos. Sendo assim,

problemas como a usabilidade são frequentemente experimentados de acordo com os diferentes

contextos de uso. Desse modo, ela é essencial quando se trata de produtos ou serviços. No caso de

sites, a boa usabilidade pode ser a chave para entregar conteúdo acessível ao usuário direcionado

(SHARMA, 2016).

Na história da usabilidade, os dispositivos móveis ainda não atingiram sua maturidade, uma

vez que o aumento do uso e potenciais soluções baseadas na web ganharam popularidade somente

nestes últimos anos (SHARMA, 2016). Pesquisadores de interação homem-computador

reconhecem que, para produzir sistemas com boa usabilidade, é importante compreender os fatores

psicológicos, ergonômicos, organizacionais e sociais que determinam a forma como as pessoas

operam (HUSSAIN et al., 2017).

A usabilidade não é ciência absoluta, mas uma maneira prática de encontrar a melhor forma

para que as máquinas funcionem mais fáceis e com mínimo de erros (SHARMA, 2016). Hussain et

al. (2017), explicam que a usabilidade móvel pode ser considerada como uma especialidade

emergente e que evolui a cada dia, dentro do campo da usabilidade ampla.

Uma vez que a ergonomia de sistema web muda de desktop para dispositivos móveis, é

reavaliada a forma de organizar os elementos em tela, para maximizar a usabilidade dos usuários de

diversos dispositivos (DOAN, 2017). De acordo com Sharma (2016), um sistema deve ser

satisfatório para o usuário e ter o menor número de erros possível. Se estes quesitos forem

abordados corretamente na concepção do sistema, é provável que tenha boa usabilidade.

Neste contexto, o mouse e teclado são os meios primários para que os usuários interajam

com a web, e à medida que os dispositivos se tornam menores o “toque” é caminho de entrada para

as ações. Mesmo que teclados estejam disponíveis em alguns dispositivos móveis, o número de

usuários que preferem o toque às interações cresceu gradualmente, como mostra a figura 8 (DOAN,

2017).

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Figura 8. Transição de dispositivos baseados em toque em smartphones. Fonte: Adaptado de Doan (2017).

Naturalmente, os dedos humanos são menos precisos em comparação com ponteiro baseado

em pixels e controlado através do mouse. Como os tamanhos de tela são menores nos dispositivos

móveis, a área do alvo tátil é maior e reduz a precisão dentro da interação entre usuários com

documentos da web (DOAN, 2017). Os usuários de dispositivos móveis, independentemente de

possuírem ou não algum tipo de deficiência, são grupos de usuários impactados diretamente com a

acessibilidade das páginas web (SILVA, 2014). A usabilidade oferece o que eles procuram em

pouco tempo de experiência como usuário (SHARMA, 2016).

Segundo Silva (2014), as orientações que tornam o conteúdo mais acessível, independente

do dispositivo utilizado são: não utilizar somente a cor para transmitir uma informação; imagens e

formulários acessíveis; utilização de mouse na interação e navegação; título de página ausente ou

inapropriado; idioma da página; abertura de novas janelas; recarregamento automático de páginas;

semântica; cabeçalhos de forma adequada; utilização de pontos de referência, tabelas simples,

validação da marcação HTML; e validação da acessibilidade.

Portanto, para as páginas se comportarem de forma adequada, deve-se considerar a

implementação de diretrizes de acessibilidade como: WCAG (Web Content Accessibility

Guidelines), UAAG (User Agent Accessibility Guidelines), ATAG (Authoring Tool Accessibility

Guidelines), que informam como tornar o conteúdo acessível para pessoas com deficiências

(SILVA, 2014). Além disso, o teste de usabilidade é parte integrante do processo de design e pode

garantir a qualidade do produto. Isso ajuda os designers a garantirem que o produto seja,

teoricamente, sem erros e fácil de usar (SHARMA, 2016).

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ARQUITETURA 2.4

O diagrama da Figura 17 representa a arquitetura web existente e deve considerar como

parte deste trabalho o componente CDN, que faz parte do entendimento desta implementação.

Figura 9. Diagrama da arquitetura web Fonte: Adaptada (Fulton, 2017)

O Content Delivery Network (CDN) tem tecnologia que oferece uma maneira de servir

recursos como HTML, CSS, Javascript e imagens, vídeos e outros recursos pela web de maneira

rápida e de um único servidor de origem (FULTON, 2017).

CONSIDERAÇÕES 2.5

Neste capítulo, foram descritos os assuntos básicos para compreensão desta dissertação,

incluindo um detalhamento sobre as afasias, descrevendo suas classificações e os fatores

linguísticos envolvidos. Exemplos das patologias já bem consolidadas na literatura foram relatados.

Explicitou-se algumas variáveis envolvidas, como a fluência, a compreensão, a repetição, a

nomeação e a escrita, que indicam a variabilidade dos tipos de afasias. Além disso, considerou-se

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possíveis intervenções para tratar o processamento de linguagem apresentado em pessoas com

afasia.

Apresentou-se a CAA como possibilidade técnica de suporte para a comunicação com os

afásicos, bem como os principais recursos do tipo, aplicados a sistemas de baixa e alta tecnologia,

distribuídos pelas principais vertentes de interligação. Relataram-se as novas técnicas de

desenvolvimento de CAA, a disponibilidade de tecnologia móvel, e os sistemas de CAA como nova

abordagem aplicada pelos VSDs até então adotados; logo, os VSDs como estratégia baseada em

evidências para o desenvolvimento, considerado comum na maioria dos dispositivos de CAA.

Em relação aos princípios e padrões úteis da WDR, buscou-se melhorar o entendimento dos

processos, desde sua concepção ao desenvolvimento de projetos para dispositivos móveis, expondo-

se: a Mobile-first como uma abordagem moderna para criar páginas web responsivas, priorizando a

construção dos componentes e interações com os dispositivos móveis; o uso de unidades relativas

em vez de unidades estáticas em CSS na intenção de certificar-se que todos os componentes serão

exibidos corretamente, independentemente dos dispositivos utilizados; a existência de estruturas

frameworks que permitem que os desenvolvedores construam páginas web sensíveis e mais rápidas;

e, por fim, a acessibilidade na web e o desenvolvimento de websites responsivos, de forma a

garantir o acesso às informações disponíveis na web, independentemente da necessidade do usuário.

O próximo capítulo relata os achados mais relevantes dos estudos e publicações recentes sobre o

presente tema, com o objetivo de relacioná-los a este trabalho.

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3 ESTADO DA ARTE

Este capítulo discute o estado da arte sobre diferentes aplicações de CAA para o público

afásico. Inicialmente, é apresentado um resumo do protocolo de busca utilizado para a busca e a

seleção dos trabalhos relacionados. É apresentada uma visão geral desses trabalhos, bem como uma

breve discussão de suas características gerais. Os trabalhos selecionados são relacionados com as

perguntas de pesquisa definidas na introdução. É realizado o detalhamento dos trabalhos mais

relevantes ao proposto. Por fim, é feito o posicionamento do presente trabalho com os relacionados,

conforme apresenta Apêndice B.

RESUMO DO PROTOCOLO DE BUSCA 3.1

Para esta revisão do estado da arte, foram buscados trabalhos que tratassem do

desenvolvimento de plataformas de CCA voltadas para o público afásico. Para isso, uma string de

busca foi definida para localizar os termos chaves nas publicações mais recentes. As bases de dados

utilizadas foram: ACM Digital Library, IEEE Xplore, ScienceDirect, Google Scholar e Scopus. A

string de busca definida foi:

(aac OR augmentative and “alternative communication”) AND (aphasia

OR aphasic) AND (Tool OR system OR web platform OR games OR application

OR device)

Foram considerados apenas os trabalhos publicados entre janeiro de 2013 e dezembro de

2017 para caracterizar o cenário atual da pesquisa na área (maior detalhamento em relação ao

protocolo da revisão sistemática é apresentado no apêndice A). Após a aplicação do protocolo,

foram identificados 34 trabalhos (descartados os artigos duplicados em diferentes bases), dos quais,

com base nos critérios de seleção e exclusão, foram selecionados e analisados os 21 trabalhos

discutidos a seguir.

VISÃO GERAL DOS TRABALHOS ANALISADOS 3.2

O quadro 4 apresenta uma síntese das características dos trabalhos selecionados. Para cada

trabalho, identifica-se o método de avaliação utilizado, a plataforma no qual é desenvolvida, e as

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alternativas empregadas. Posteriormente, na seção 3.7 será posicionado este trabalho perante os

relacionados.

Quadro 4. Visão geral dos trabalhos selecionados na revisão sistemática

Trabalhos Método Plataforma Alternativas/

Estratégias

Abad, A., et al. (2013) Reconhecimento de fala On-line Nomeação

Balaji, V. and G.

Sadashivappa (2015)

Reconhecimento de fala Aplicativo reconhecedor de

fala

Ø

Baldassarri, S., et al.

(2014)

Pranchas de

Comunicação

PCs,

Smartphones ou tablets

(Windows e Android)

Ø

Bradshaw, J. (2013) Descritivo Ø Ø

Beukelman, D. R., et al.

(2015)

Cenas Visuais

VSDs

Baixa Tecnologia

e aplicativo CAA

Compreensão e Expressão

Coronas Puig-Pallarols, M.

and C. Basil Almirall

(2013)

Descritivo Ø Ø

Griffith, J., et al. (2014) Suporte Visuais e

Linguísticos (VSDs)

Dispositivo CAA Expressão

Higgins, C., et al. (2014) Algoritmo genético Dispositivo Móvel Nomeação

Huijbregts, T. and J. R.

Wallace (2015)

Associação por imagens Tablet

iPad

Compreensão e Expressão

Imperatore, G. and M. D.

Dunlop (2015)

Modelo de Apropriação Dispositivo Móvel Ø

Le, D., et al. (2016) Inteligibilidade

da fala

Tablets Android Expressão

Mahmud, A. A. and J.-B.

Martens (2015)

Ferramenta de e-mail Ø Expressão

Martin, D. M., et al.

(2013).

Treinamento de memória Computador Expressão

Miller, H., et al. (2013). Troca de comunicação Tablet

iPad

Ø

Moffatt, K., et al. (2017). Descritivo Dispositivos

Móveis

Ø

Obiorah, M. G., et al.

(2017).

Reconhecimento de

imagem

Dispositivos

Móveis

Nomeação

Ramsberger, G. and P. Descritivo Ø Ø

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Messamer (2014).

Reyes, J. d. l., et al. (2014). Sugestão de palavras Android Ø

Stapleton, C., et al. (2014). Mídia de imersão Realidade Mista,

Realidade Aumentada,

Realidade Virtual, Teste de

Jogo.

Processamento Auditivo,

Nomeação e Repetição.

Williams, K., et al. (2016). Jogo (Go Fish) Smartphone

HWD (Visor Ocular)

Nomeação

Yeo, M., et al. (2015). Interface cérebro

computador

Computador Ø

Legenda: Trabalhos que não abordam o assunto ( Ø )

Nos trabalhos analisados, os principais métodos de avaliação utilizados foram os de cenas

visuais (VSD) e reconhecimento de imagens. Alguns trabalhos realizam comparações qualitativas

(método descritivo), não dando muito subsídio em suas análises, enquanto outros realizam o estudo

das aplicações de CAA (síntese). Os níveis de implementação das aplicações de CAA variam

conforme as plataformas (On-line, PC, Smartphones, Tables, Realidade Virtual e Jogos). Em alguns

casos, são utilizados aplicativos de CAA já existentes para acelerar a utilização, como nos trabalhos

de Baldassarri (2014) e Huijbregts (2015), em que foram adotados o uso de imagens, pictogramas e

sons com apenas as divergências de suas categorias (comunicação e terapia).

A maior parte dos trabalhos analisados tem por objetivo duas ou mais aplicações, sendo que

nenhum aborda as características específicas de uma plataforma de CAA para reabilitação em

afasias. Em geral, os trabalhos comparam propostas de estratégias terapêuticas para os afásicos com

dificuldades em nomeação, expressão e compreensão.

TRABALHOS ANALISADOS E A PERGUNTA DE PESQUISA 3.3

Quanto à pergunta de pesquisa definida neste trabalho, os estudos baseados em aplicação de

CAA respondem em parte o questionamento, mas nenhum deles responde no todo.

Quanto à pergunta de pesquisa relacionada à eficácia dos procedimentos de CAA no

processo de reabilitação do afásico, foram abordadas em 21 trabalhos analisados: três respondem

sobre comunicação, quatorze sobre terapia, tratamento ou reabilitação, enquanto quatro deles não a

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respondem, mas apresentam a importância do processo de reabilitação como um todo, e não apenas

o de comunicação.

No que tange à precisão dos resultados obtidos, a quantificação das respostas varia entre os

trabalhos. Alguns trabalhos são precisos e respondem as perguntas de pesquisa com resultados

expressos em ordem de grandezas e percentual. Por exemplo, no trabalho de Ramsberger e

Messamer (2014), é realizada uma revisão dos aplicativos de CAA utilizados para o processo de

reabilitação e são apresentadas suas formas de aplicação.

Ainda sobre a quantificação dos resultados, alguns trabalhos apresentam os aplicativos de

CAA sem análise ou discussão textual. Nestes casos é o leitor quem deve realizar essa análise na

busca por identificar as abordagens adotadas para utilização das tecnologias CAA.

A pergunta de revisão sistemática é apresentada no apêndice A. Os elementos abordados são

apresentados nas seções seguintes e resumidos no Quadro 32, ao final no Apêndice B. Também é

apresentada, após os trabalhos relacionados, uma pesquisa de utilização dos aplicativos de CAA por

fonoaudiólogos, bem como um levantamento das aplicações de CAA atualmente disponíveis no

mercado e que são consideradas uma opção de comunicação ou reabilitação junto ao público

afásico.

TRABALHOS RELACIONADOS 3.4

Nesta seção, são detalhados os trabalhos mais relevantes para esta dissertação. Os critérios

adotados na seleção dos trabalhos estão relacionados ao detalhamento de uma plataforma de CAA,

aos cenários de avaliação e ao uso de aplicativos como método de intervenção. Alguns trabalhos

não apresentam as características necessárias para reproduzir toda a abordagem utilizada e os

experimentos realizados e, por isso, foram desconsiderados no detalhamento. Também, alguns

trabalhos não possuem detalhes suficientes sobre as estratégias de reabilitação aplicadas ao público

afásico.

3.4.1 Vithea online

Abad et al. (2013) propuseram um protótipo de uma plataforma on-line que incorpora

reconhecimento de voz para tratamento de pessoas com afasia que falam em português. O sistema

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foi denominado VITHEA (Terapeuta Virtual para Tratamento da Afasia) e atuou como um

“terapeuta virtual”, solicitando ao paciente a recordação de um conteúdo representado em uma foto

ou imagem mostrada. No Quadro 5, suas características.

Quadro 5. Características do trabalho de Abad et al. (2013)

Características Abordagem

Design Módulos de aplicação para médico e paciente.

Ambiente Ferramenta para avaliar e acompanhar a evolução de pacientes.

Tecnologia Reconhecimento automático de fala.

Neste sentido, o sistema processa o que foi dito pelo paciente e decide o que está correto ou

errado. A vantagem deste sistema foi o fornecimento de estimulação por computador, o que permite

acesso intenso e repetido aos exercícios de terapia, enquanto os agentes humanos se entediam com

relativa rapidez ao fornecer tais estímulos.

Os autores se concentraram na descrição detalhada da avaliação do módulo de

reconhecimento automático de palavras e no método de calibração para adaptar o sistema VITHEA

ao tipo de fala, às condições acústicas e ao estágio de recuperação de cada paciente.

Dos resultados, os pacientes de afasia que usaram o VITHEA e acessaram os exercícios de

nomeação de palavras das suas casas, aumentaram o número de horas de treinamento e,

consequentemente, tiveram uma melhoria significativa no processo de reabilitação.

3.4.2 Sistema ASR (Automatic Speech Recognition)

No trabalho de Balaji e Sadashivappa (2015), foram descritas as dificuldades de fala em

adultos e analisados os softwares disponíveis e outras ferramentas baseadas em computador, que

facilitam a comunicação de pessoas com deficiência de fala. Esta revisão foi baseada na categoria

do reconhecimento de fala e nas técnicas utilizadas em pesquisas anteriores.

É possível perceber que o foco desse trabalho foi o sistema de Comunicação Aumentativa e

Alternativa (CAA), que incentiva uma interação de conversação rápida. A metodologia e a

implementação se deram por um reconhecedor de fala, desenvolvido usando a linguagem JSAPI

(Java Speech Application Programming Interface), sendo aplicado para reconhecer as palavras em

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um dicionário fixo. Sua entrada foi gerada por fala ao vivo, com amostras de voz de pessoas com e

sem necessidades especiais. Características são apresentadas no Quadro 6.

Quadro 6. Características do trabalho de Balaji e Sadashivappa (2015)

Características Abordagem

Design Movimento do mouse usando fala e não fala.

Geração automática de enunciados conversacionais e narrativa para CAA.

Realização de operações de computador com voz.

Treinamento e reconhecimento de fala.

Ambiente Auxiliar de comunicação para pessoas com deficiências.

Tecnologia JSAPI (Java Speech Application Programming Interface).

Dos resultados obtidos no trabalho, revela-se que o estabelecimento do sistema para o uso

com pessoas com necessidades especiais facilitou a livre conversação em ambientes formais e

casuais. As comparações são apresentadas em parâmetros como: método, algoritmo utilizado,

descrição do banco de dados, precisão, categoria de disfunção de fala. As técnicas utilizadas foram

brevemente explicadas. No entanto, uma das semelhanças observada entre os diferentes artigos

consultados foi que, adotaram uma metodologia centrada no usuário para o desenvolvimento do

protótipo.

3.4.3 AraBoard CAA

No trabalho de Baldassarri, S., et al. (2014), os autores propuseram um aplicativo de CAA

destinado para facilitar a comunicação funcional (por meio de imagens, pictogramas e sons) de

pessoas com necessidades de comunicação devido a diferentes causas: autismo, afasia, paralisia

cerebral, etc. O AraBoard foi uma aplicação de CAA que permitiu a criação e a visualização de

quadros de comunicação. Foi formada por duas aplicações diferentes: o AraBoard Constructor, para

a criação e edição de quadros de comunicação, e o AraBoard Player, para a visualização das placas

geradas anteriormente, conforme características apresentadas no Quadro 7.

Quadro 7. Características do trabalho de Baldassarri et al. (2014)

Características Abordagem

Design Criação e edição de pranchas de comunicação e Visualização das placas.

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Ambiente Facilitar a comunicação funcional de pessoas com necessidades de

comunicação.

Tecnologia Multiplataforma.

Quanto à avaliação do aplicativo AraBoard, foi solicitada a participação voluntária de

usuários, por meio do preenchimento de um questionário on-line, composto por 15 perguntas

fechadas e duas questões abertas. Neste questionário, avaliou-se a satisfação do usuário, seu perfil e

sua percepção em relação a outras ferramentas de CAA.

Nos resultados, constatou-se alta aceitação por parte dos usuários, demonstrada não apenas

pelos dados quantitativos obtidos através dos questionários analisados, mas também pelo número de

downloads registrados desde seu lançamento. Outros indicadores de aceitação do AraBoard foi o

surgimento de diferentes contextos de uso, além da melhoria da comunicação funcional. Também

mencionaram como positivas atividades pedagógicas, jogos, contação de histórias, quadros para

expressar emoções e a inclusão de músicas.

3.4.4 Aplicativos (revisão das tecnologias)

O trabalho de Bradshaw, J. (2013) apresentou uma revisão sobre as possibilidades de acesso aos

aplicativos de CAA através do site AppsForAac.net, onde estão listados 244 aplicativos, dos quais

54 são gratuitos. Relatou também que o site foi projetado por um terapeuta ocupacional. Os

aplicativos estão descritos no site e estão divididos em várias categorias de acordo com sua função

principal, sendo que alguns aplicativos abrangem mais de uma categoria de utilização.

3.4.5 Plataformas de baixa e alta tecnologia (Procedimentos terapêuticos)

No trabalho de Beukelman, D. R., et al. (2015) os autores realizaram um estudo sobre o uso de

imagens fotográficas como base para o desenvolvimento de suportes de comunicação em pessoas

com afasia crônica. Dentre os tópicos tratados, estão a evolução dos suportes baseados em CAA

direcionados às pessoas com afasia, seu desenvolvimento de suportes e os principais recursos dos

visores de cenas visuais (VSDs). Características são apresentadas no Quadro 8.

Quadro 8. Características do trabalho de Beukelman et al. (2015)

Características Abordagem

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55

Design Fotografias de contexto, caixas de texto e botões.

Ambiente Apoiar a comunicação e complementar a intervenção restaurativa de uma

pessoa afásica.

Tecnologia VSD – Plataforma CAA.

Neste sentido, os autores demonstram uma série de estratégias de apoio à comunicação para

complementar a intervenção restaurativa e minimizar os efeitos devastadores de afasia grave e

crônica nos esforços comunicativos. Dentre elas, os profissionais clínicos implementaram os VSDs,

que são combinações de imagens de alto contexto e palavras, frases ou sentenças, escritas e

associadas, e estabeleceram um espaço de comunicação compartilhada para apoiar as interações

comunicativas de pessoas com afasia e seus parceiros de conversação.

Durante anos, os autores monitoraram pessoas com afasia crônica grave, usando vários tipos

de VSDs durante os projetos de pesquisa e intervenções. Com essas experiências, relataram que as

fotografias de contexto, as caixas de texto e as imagens com som foram os elementos-chaves de

interfaces do VSD em pessoas com afasia. Como resultado, foi provado que as fotografias de baixo

contexto não minimizam as dificuldades e as falhas de comunicação de maneira tão eficaz quanto as

fotografias de alto contexto.

Desta forma, pessoas com afasia lutaram para formular as mensagens usando símbolos que

têm pouca relação implícita ou associação específica entre si. No entanto, muitas dessas pessoas

mantiveram consideravelmente sua capacidade de recuperar e organizar informações, quando foram

empregadas imagens de contexto elevado como mecanismo primário de comunicação, a partir de

representações visuais como fotografias contextualizadas, mapas e diagramas. A navegação da

CAA foi baseada nas habilidades cognitivas e visuais perceptuais relativamente intactas das pessoas

com afasia, bem como em seu extenso conhecimento pessoal e do mundo real.

Os autores conduziram o estudo explorando as preferências, buscando a facilitação da

compreensão das fotografias, apresentando três tipos: contextualizadas pessoais relevantes,

fotografias contextualizadas não pessoais. Os participantes demonstraram uma associação de

palavra com fotografia significativamente melhor ao visualizarem estímulos contextualizados, e

preferiram essas fotografias aos outros dois tipos de imagens de estímulo apresentadas.

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3.4.6 Técnicas e estratégias de CAA

No trabalho de Coronas Puig-Pallarols, M. and C. Basil Almirall (2013), foi realizada uma

revisão das técnicas e estratégias de Comunicação Aumentativa e Alternativa. Os autores incluíram

exemplos concretos e breves transcrições de interações, bem como os produtos de suportes

eletrônicos e não eletrônicos, utilizados para pessoas com afasia. Também foram fornecidos

elementos em relação a como maximizar as chances de sucesso de intervenção, enfatizando

aspectos de envolvimento e treinamento em estratégias de interação como os interlocutores.

3.4.7 VSDs de alta tecnologia (Dynavox)

Griffith, J., et al. (2014) sugerem que as fotografias e caixas de texto são percebidas e úteis

quando narradas. Uma de série de casos foi usada e quatro narrativas foram criadas em um

dispositivo CAA com combinações de fotografias pessoais, desenhos de linhas e texto para cada

participante. Características são apresentadas no Quadro 9.

Quadro 9. Características do trabalho de Griffith et al. (2014)

Características Abordagem

Design Combinações de fotografias pessoalmente relevantes (PR), desenhos de linhas

(LDs) e texto.

Ambiente Suportes Visuais, Suportes linguísticos.

Tecnologia VSDs de alta tecnologia (DynaVox).

Os pesquisadores criaram os VSDs em um DynaVox Vmax, usando narrativas construídas

com os participantes. O software Mayer-Johnson Boardmaker permitiu a criação dos desenhos de

linhas. Três câmeras de vídeo digitais (Canon FS200) capturaram linguagem falada, expressões

faciais e gestos; e os dados foram escritos e desenhados durante a narrativa da sessão de

recontagem, tendo sido usados para posterior transcrição.

Os resultados desses estudos preliminares indicaram que pessoas com afasia aprenderam

rapidamente as estratégias de navegação e a representação de mensagens usando os VSDs. No

entanto, também indicaram que para que pessoas com afasia alcancem conhecimento dos elementos

específicos que permitem o uso mais eficaz de VSDs, ainda é preciso avançar. Portanto, o exame

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das características específicas dos VSDs, como os tipos de suporte visual e a inclusão de texto, foi

importante para o desenvolvimento de sistemas efetivos de CAA para o público em questão.

3.4.8 Ogma – Aplicativo front-end móvel

No trabalho de Higgins et al. (2014) os autores propuseram um sistema chamado Ogma,

com uma nova abordagem para a criação automática de sessões de terapia de fala e linguagem. O

Sistema foi composto de uma aplicação proprietária e front-end móvel com a qual os pacientes

interagem. Um algoritmo genético foi desenvolvido, sendo capaz de prescrever sessões de terapia

da fala e linguagem para indivíduos afásicos. As características são apresentadas no Quadro 10.

Quadro 10. Características do trabalho de Higgins et al. (2014)

Características Abordagem

Design Front-end móvel.

Ambiente Criação automática de sessões de terapia de fala e linguagem.

Tecnologia Algoritmo Genético.

O algoritmo genético foi responsável pela criação de sessões de terapia, que são adaptadas

às capacidades e aos interesses de cada indivíduo. As sessões geradas foram apresentadas na

aplicação desenvolvida através de uma imagem de identificação e recordação de palavras. Essas

sessões consistiram na apresentação de um número arbitrário de palavras, cada uma delas

representada por uma imagem. O usuário foi encarregado de identificar e soletrar a palavra,

enquanto o aplicativo estimulava as respostas do usuário por meio de uma série de dicas interativas.

3.4.9 Aplicativo de CAA – TalkingTiles

No trabalho de Huijbregts e Wallace (2015), os autores propuseram um novo aplicativo

chamado TalkingTiles como uma ferramenta de CAA que permite aos usuários construírem frases,

tocando em ícones e imagens associadas a palavras ou frases curtas. O TalkingTiles está disponível

como aplicativo comercial de CAA, projetado para indivíduos com dificuldades de comunicação

verbal, incluindo autismo, esclerose lateral amiotrófica, problemas de memória e afasia.

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O sistema TalkingTiles está disponível apenas para tablets e, portanto, foi criado para uso

móvel. Apesar disso, os autores acreditam que smartphones são usados em maior número e

configurações. Imaginando, assim, que aplicações adicionais podem ser desenvolvidas para

aproveitar esses contextos de uso e para atividades de suporte, como navegação na web, navegação

(mapas), e mensagens instantâneas. Características são apresentadas no Quadro 11.

Quadro 11. Características do trabalho de Huijbregts e Wallace (2015)

Características Abordagem

Design Customização de Configurações.

Adição de conteúdo personalizado.

Ambiente Construir frases tocando em ícones e imagens associadas a palavras ou frases

curtas.

Tecnologia Cloud Storage.

Este estudo foi realizado para entender como o TalkingTiles poderia ajudar a remover

barreiras linguísticas de pessoas com afasia. A duração do trabalho foi de uma semana, para a

configuração e a familiarização do usuário com o aplicativo. Como o TalkingTiles foi projetado

para uma aplicação comercial que implementa os recursos desenvolvidos em pesquisa, os autores

analisaram as características que foram utilizadas na prática, identificaram barreiras de aceitação e

as áreas da aplicação que necessitavam de melhorias.

3.4.10 Modelo de aplicações de CAA – análise de requisitos

O trabalho realizado por Imperatore e Dunlop (2015) avalia o modelo de apropriação por

aplicações avançadas de CAA para dispositivos móveis. A apropriação é definida como o caminho

pelo qual os usuários adaptam a funcionalidade da tecnologia para atender às suas necessidades,

muitas vezes de maneira que os designers não teriam previsto. Características apresentadas no

Quadro 12.

Quadro 12. Características do trabalho de Imperatore e Dunlop (2015)

Características Abordagem

Design Apropriação: deve ser examinada para melhorar versões subsequentes do

software.

Ambiente Adaptam as funcionalidades da tecnologia.

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Tecnologia Aplicações avançadas de CAA para dispositivos móveis.

Atuação/Usuários 10 usuários com afasia, conduzidas com a ajuda de dois grupos.

Como resultado, os autores descobriram que o modelo de apropriação foi ferramenta útil

para análise de requisitos de software de CAA, especialmente nos casos em que o usuário tem

problemas para se comunicar sobre cenários abstratos ou imaginários, como é o caso de pessoas

com afasia. Os dados analisados neste trabalho foram coletados durante as sessões de design

centrados em 10 usuários com afasia, conduzidas com a ajuda de dois grupos.

3.4.11 Aplicação Móvel

O trabalho de Le et al. (2016) propôs uma aplicação para dispositivos projetados para rodar em

tablets Android, com a finalidade de coletar dados e ofertar terapia fonoaudiológica. A aplicação é

apresentada aos usuários em forma de estímulo por imagens, juntamente com opções de palavras

predefinidas e solicitadas verbalmente. A sentença deve conter um assunto, um verbo e um objeto, e

foi pensado como principais conceitos de imagem apresentada. As características apresentadas no

Quadro 13.

Os autores investigaram a viabilidade do sistema de forma automatizada para avaliar três

aspectos da inteligibilidade da fala afásica: clareza, fluidez e prosódia. Neste sentido, o aplicativo

apresentou exercícios principalmente na formulação de sentença e de segmentação ao mesmo

tempo, permitindo que os usuários trabalhassem na busca de palavras, uso de tempos verbais,

repetição, articulação de palavras e frases, para finalmente facilitar a comunicação expressiva.

Quadro 13. Características do trabalho de Le, D., et al. (2016)

Características Abordagem

Design Busca de palavras, uso de tempos verbais e repetição e articulação de

palavras.

Ambiente Interação baseada na fala entre indivíduos.

Tecnologia Dispositivo Móvel.

Os resultados apresentaram soluções para estimar aspectos da inteligibilidade da fala afásica

de maneira completamente automática. Também ressaltaram que a classificação da inteligibilidade

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de fala foi apenas um entre muitos outros problemas que precisam ser resolvidos para permitir um

exercício eficaz na reabilitação da afasia.

3.4.12 Ferramenta Amail

O trabalho de Mahmud, A. A. e J.B. Martens (2015) teve como foco as lições aprendidas com

os projetos, que lidam com o design de tecnologia para pessoas com afasia. Esses projetos faziam

parte de pesquisas que visavam investigar como a tecnologia ajuda a reduzir o isolamento social de

pessoas com afasia, em particular, aqueles que foram dispensados do centro de reabilitação e

precisam continuar suas vidas com uma deficiência grave.

Para os autores realizarem este trabalho, foram desenvolvidos vários estudos de pesquisa de

design. Suas principais tarefas foram: compreender as necessidades e barreiras usando tecnologia

para pessoas com afasia; projetar tecnologia para compartilhar experiências diárias; investigar o uso

de redes sociais por pessoas com afasia; conceber e avaliar um sistema acessível de ferramenta de e-

mail para pessoas com afasia. Características apresentadas no Quadro 14.

Quadro 14. Características do trabalho de Mahmud, A. A. e J.-B. Martens (2015)

Características Abordagem

Design Compartilhar experiências diárias.

Uso de redes sociais.

Ambiente Coleta de dados por logs do sistema e avaliações das entrevistas com

indivíduos.

Tecnologia Ferramenta de e-mail.

Os resultados apontados pelos autores mostram que pessoas com afasia acham a ferramenta

de comunicação por e-mail muito difícil de ser usada. A barreira mais pronunciada foi a falta de

apoio à escrita. Com base nessas descobertas, eles projetaram um aplicativo de e-mail chamado

Amail, que tem suporte de idioma e funcionalidade limitada, e que foi mais fácil usar em relação a

outras soluções existentes. Amail foi avaliado de duas formas complementares: coletando logs e

dados por sistema, realizando pesquisas e avaliações por entrevistas com indivíduos afásicos para

entender suas opiniões, expectativas e preocupações.

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3.4.13 Aplicativo de CAA de estímulos por áudio

O trabalho realizado por Martin, D. M., et al. (2013) avalia o tratamento por computador

em teste de memória de curto prazo para idosos com afasia. A base do tratamento se concentra no

treinamento de memória em curto prazo ao invés de habilidades de linguagem. Características são

apresentadas no Quadro 15.

Quadro 15. Características do trabalho de Martin, D. M., et al. (2013)

Características Abordagem

Design Uso de gráficos simples. Uso de uma voz natural. Modos de feedback.

Ambiente Melhorar atenção, concentração e superar o medo da tecnologia.

Tecnologia Aplicação de computador.

Os autores realizaram aplicação deste protótipo em 15 pessoas terapeutas de linguagem,

sendo 12 em uma sessão de grupo e 3 em sessões individuais, com um terapeuta de linguagem

participando em ambos os grupos. Todos eram especialistas em afasia e com experiência no uso de

tratamentos informatizados em seus cuidados com o paciente.

Como resultados, foram apresentados pelos autores os benefícios do tratamento

informatizado, tal como percebido por médicos especialistas. Foram discutidas as considerações

para o design do software de tratamento em afásicos. Para treinamentos, testes práticos foram

considerados mais eficazes do que instruções e tutoriais em vídeo.

3.4.14 Aplicativo Aphasia Web por redes sociais

No trabalho de Miller, H., et al. (2013) os autores propuseram um aplicativo AphasiaWeb, uma

implementação de rede social para reconhecimento de afasia, acessada por meio de um aplicativo

para dispositivos móveis tablets, suportando uma comunicação orientada por tópicos através de

posts textuais e fotográficos, aos quais os membros podem responder com comentários.

O aplicativo AphasiaWeb foi desenvolvido para comunicação assíncrona e não de face a

face, não sendo compatível com gravação de áudio. Seu desenvolvimento consistiu em duas fases: o

desenvolvimento do design usando um modelo de ação participativa e a implementação da

aplicação. Características apresentadas no Quadro 16.

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62

62

Quadro 16. Características do trabalho de Miller, H., et al. (2013)

Características Abordagem

Design Modelo de ação participativa e implementação do aplicativo.

Uploads de imagens e entrada de texto.

Ambiente Ícones e fotografias compartilhadas guiam os usuários por meio da interação.

Tecnologia Jquery Mobile e Apache Cordova.

Os autores descrevem os resultados como uma técnica de comunicação que eles usaram com

pacientes de afasia, conhecida como escrita de escolha: um método de conversa em que os pacientes

solicitam as perguntas e, em seguida, são fornecidas a eles, antecipadamente, as opções escritas para

escolha.

3.4.15 Comparativos de dispositivos de CAA de alta tecnologia

Moffatt, K., et al. (2017) fizeram um comparativo dos dispositivos CAA de alta tecnologia

que estão sendo usados atualmente por indivíduos com afasia. Obtiveram uma visão de como essa

paisagem pode estar mudando em resposta ao recente fluxo de novas tecnologias. Através desta

lente, identificaram oportunidades para alavancarem melhores designs para dispositivo ou

aplicativos de CAA para indivíduos com afasia.

Para atingir os objetivos, também realizaram uma pesquisa baseada na Web, combinada com

sessões de observação e grupos focais. Esta pesquisa foi concluída por clínicos orientados para

afasia na América do Norte e ajudam a esclarecer quais dispositivos estão sendo usados e por quem.

Para complementar, foram observadas sessões de terapia de grupo com uso de CAA. Características

apresentadas no Quadro 17.

Quadro 17. Características do trabalho de Moffatt, K., et al. (2017)

Características Abordagem

Design Gestos e desenhos.

Ambiente Sessões de terapia.

Tecnologia Dispositivos móveis, Proloquo2Go.

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63

63

Os resultados confirmam uma mudança nas tradicionais aplicações de CAA e dispositivos

móveis. Embora o uso de aplicativos para dispositivos móveis orientados para CAA, como o

Proloquo2Go, tenha sido observado, a tendência mais dominante e interessante foi a apropriação de

aplicativos genéricos, incluindo aplicativos de calendário, desenho, gravação e leitura.

Como parte da análise deste trabalho, essas ferramentas genéricas foram usadas como

complemento às estratégias usadas na CAA, como gestos e desenhos. Considerando, uma

abordagem diferente em projetos típicos de CAA de alta tecnologia. A partir dessas descobertas,

várias oportunidades foram criadas para melhorar projetos de CAA de alta tecnologia para

indivíduos com afasia.

3.4.16 PhotoSearch android

No trabalho de Obiorah, M. G., et al. (2017), os autores propuseram um aplicativo CAA que

usa tecnologia de reconhecimento de imagem que fornece às pessoas com afasia um acesso

oportuno às palavras. Seu design realizou automaticamente uma extensa recuperação de palavras

associadas a uma imagem capturada, conforme as características apresentadas no Quadro 18.

Quadro 18. Características do trabalho de Obiorah, M. G., et al. (2017)

Características Abordagem

Design Textos, imagens e sons.

Ambiente Clínico.

Tecnologia Reconhecimento de imagem.

Neste trabalho, foi explorado o design que suporta usuários de CAA associados a textos,

imagens e sons, independentemente de novas situações que surgiam. Na hipótese de que o design

capacitava os usuários, reduzia a dependência de partes externas em captar novas palavras,

ajudando assim a explorar novos ambientes.

Como resultado, uma única captura de imagem serve como um ponto de acesso para uma

variedade de palavras. Como as pessoas que têm afasia variam em sua capacidade de acessar a

linguagem escrita e falada, mas ainda podem reconhecer imagens, o aplicativo apresenta cada termo

ao usuário juntamente com uma imagem separada. O aplicativo, em seguida, fornece a

funcionalidade de conversão de texto em fala para cada descrição de imagem.

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64

64

As observações e discussões realizadas com clínicos especialistas concentraram-se em

proporcionar familiarização com a afasia e o processo de terapia; compreender como as tecnologias

de CAA são usadas na terapia e como elas podem capacitar as pessoas com afasia; e investigar

como as CAA podem melhorar os projetos que apoiam pessoas com afasia.

3.4.17 Revisão (Diretrizes de práticas baseadas em evidências)

O trabalho de Ramsberger, G. e P. Messamer (2014) propõe diretrizes de práticas recomendadas

para integrar aplicativos na reabilitação afásica. Essas práticas são baseadas em evidências com

etapas recomendadas em determinar quais aplicativos são apropriados, dadas as capacidades

sensoriais, motoras e cognitivas do indivíduo. Características são apresentadas no Quadro 19.

O processo de seleção dos aplicativos envolveu uma série de filtros que começaram com a

avaliação do discurso e da linguagem do cliente, logo passando à seleção do foco de tratamento e à

identificação das abordagens baseadas nas evidências e seleção de tratamento. Em seguida,

aplicativos em potencial são avaliados em termos de requisitos sensoriais, motores e cognitivos e da

capacidade do cliente em usar um aplicativo.

Quadro 19. Características do trabalho de Ramsberger, G. and P. Messamer (2014)

Características Abordagem

Design Avaliação do discurso e da linguagem.

Ambiente Baseados em evidências.

Tecnologia Aplicativos CAA.

Os autores relatam que os aplicativos que venham a atender aos parâmetros de capacidades

de fala e linguagem não linguística devem ser avaliados em termos de disponibilidade de hardware

e Internet.

Os resultados fornecem exemplos detalhados de como os aplicativos que não foram

especificamente projetados para afasia podem ser efetivamente usados para fornecer tratamento

baseados em evidências. Demonstraram também a importância de encontrar maneiras de integrar a

tecnologia à terapia, sem o aplicativo.

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3.4.18 Tump CAA

No trabalho de Reyes, J. d. l., et al. (2014), os autores realizaram um estudo comparativo em

resposta à crescente necessidade de uma ferramenta CAA mais acessível para pacientes filipinos,

conforme as características apresentadas no Quadro 20.

Quadro 20. Características do trabalho de Reyes, J. d. l., et al. (2014)

Características Abordagem

Design Medir a usabilidade.

Ambiente Escopo e especificidade.

Tecnologia Kit de Desenvolvimento de Software Android (SDK).

Os autores discutem sobre uma ferramenta CAA móvel denominada TumpAAC, executado

em sistema operacional Android e feito para pacientes de idioma filipino. Utilizaram um banco de

dados SQLite, e duas tabelas para armazenar as informações sobre cada palavra e mensagem,

denominadas BigramTable e MessageTable.

Este trabalho atingiu dois objetivos principais. O primeiro foi medir a usabilidade e o

potencial do aplicativo como uma ferramenta CAA aos filipinos. Isso foi para garantir que a

interface e o sistema fossem fáceis o suficiente para seus usuários em potenciais e para confirmar se

atendiam aos principais objetivos de uma ferramenta de CAA. Em segundo lugar, o documento

tinha como objetivo identificar os usuários em potencial para o aplicativo. Logo, ao identificar os

casos de pacientes, analisou sua eficaz utilização.

3.4.19 Virtual Kitchem Canon (MREALHMD)

O trabalho de Stapleton, C., et al. (2014), explora uma abordagem alternativa ao tratamento da

afasia baseada na arte e na ciência da narrativa. Esta abordagem está baseada em décadas de

pesquisa em terapia de afasia e narrativa imersiva, e tem sido usada para envolver a criatividade e as

emoções do sujeito, produzindo resultados transformadores na vida real.

Por meio de múltiplas modalidades sensoriais como do uso de aparelhos e comida reais, o

paciente foi capaz de se envolver vários sentidos (calor do forno, o frio da geladeira, o cheiro do

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café), o que, juntamente com o ensaio terapêutico, ajudou a reconectar a memória processual

funcional.

Os dados preliminares do estudo exploratório dos contos de histórias resultaram em maior

engajamento e diminuição da ansiedade sobre perda de palavras. Características apresentadas no

Quadro 21.

Quadro 21. Características do trabalho de Stapleton, C., et al. (2014)

Características Abordagem

Design Ciência da narrativa.

Ambiente Imersivo e multissensorial.

Tecnologia Aparelhos sensoriais.

Os resultados desses estudos mostram evidências preliminares de que os tratamentos da

afasia podem ser melhorados concentrando-se em três pilares: multissensorial, imersão e

participando de tarefas que se assemelham ao mundo real.

3.4.20 Protótipo Head-Worn Display (HWD)

No trabalho de Williams, K., et al. (2016), os autores propuseram um protótipo Head-Worn

Display (HWD), que inclui um controle remoto personalizado para Google Glass para tratar de

problemas de acessibilidade motora. O estudo emprega uma tarefa de conversação controlada por

jogo (Go Fish), para explorar de forma subjetiva e objetiva as potenciais diferenças entre o suporte

de vocabulário em um HWD e um smartphone. Características apresentadas no Quadro 22.

Quadro 22. Características do trabalho de Williams, K., et al. (2016)

Características Abordagem

Design Dynavox1.

ProLoquo2Go2.

Ambiente Jogo de cartas.

Tecnologia Controle remoto Google Class.

Uno Arduino.

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67

O procedimento do estudo era gravado em vídeo e em cada sessão os participantes

completavam uma avaliação sobre sua capacidade de nomear os cartões que seriam usados para o

teste. Então, para garantir que os participantes estivessem familiarizados com as regras do Go Fish,

eles o jogavam no smartphone ou HWD, usando o baralho de cartas que continham imagens e

palavras.

Nesse trabalho, 14 participantes com afasia foram capazes de usar com sucesso as

solicitações de vocabulário de um HWD em conversas em ambientes privados e públicos. O

feedback desses participantes sugeriu que, em comparação com as ferramentas de comunicação

existentes, o HWD permitia que usuários acessassem o suporte de forma menos intrusiva.

Os resultados obtidos foram brevemente discutidos e os autores apontaram que os

dispositivos podiam ser empregados durante as mudanças dinâmicas de conversas naturais.

3.4.21 Aplicativo de CAA por EGG

No trabalho de Yeo, M., et al. (2015), os autores relataram a confiabilidade no desempenho de

dispositivos de CAA de baixo custo e alta tecnologia. Utilizaram tecnologias de eletroencefalografia

e interface cérebro computador, dispositivos capazes de traduzir o foco mental e facial de

expressões, e ativar dispositivos eletrônicos específicos e direcionados às mensagens.

O objetivo foi substituir os dispositivos de CAA acionados por botão onde o sistema terá um

papel significativo para aqueles que não podem utilizar uma parte do corpo, mouses ou joysticks

adaptados. Características apresentadas no Quadro 23.

Quadro 23. Características do trabalho de Yeo, M., et al. (2015)

Características Abordagem

Design Direcionado a mensagens.

Ambiente Capaz de traduzir o foco mental e facial de expressões.

Tecnologia Eletroencefalografia.

Foi desenvolvido, neste trabalho, um programa CAA de comunicação que pode ser

sincronizado com o sistema de sensores de detecção de expressões faciais e intenções conscientes

para ativar os movimentos e ações correspondentes do cursor na tela.

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Os resultados obtidos foram apresentados em gráficos e foram brevemente discutidos. Os

autores apontaram para tendências gerais que refletem uma consistência positiva na confiabilidade

de desempenho do CAA desenvolvido, usando a tecnologia interface cérebro computador. Este

estudo ajuda a apoiar a credibilidade de alavancar a tecnologia da BCI nos desenvolvimentos

tecnológicos da CAA para pessoas com deficiência.

Fechando esta seção, é apresentada a síntese das características dos trabalhos relacionados

no Quadro 32 do Apêndice B. Nesta síntese, também é feito o posicionamento desta dissertação

diante desses trabalhos. Nela, busca-se comparar uma gama maior das características de

intervenção, as abordagens de reabilitação, e oferecer uma visão unificada sobre as aplicações de

CAA voltadas ao público afásico.

3.5 CONTEXTOS DE APLICATIVOS DE CAA NO OLHAR DE

PROFISSIONAIS DE FONOAUDIOLOGIA

Nesta seção é apresentada uma pesquisa de utilização dos aplicativos de CAA utilizadas por

fonoaudiólogos; um levantamento das aplicações de CAA disponíveis no mercado e mais

considerados como opção de comunicação ou reabilitação junto ao público afásico.

Segundo Balaji, V. e G. Sadashivappa (2015), produtos comerciais recentes e protótipos em

laboratórios de pesquisa estão disponíveis para diferentes tipos e graus de tratamento de afasia e,

em alguns casos, incorpora a tecnologia de fala e linguagem, principalmente o uso na saída da fala.

Procurando explorar as tecnologias disponíveis no país, foi realizada no mês de março de

2018 uma pesquisa sobre a utilização de soluções de CAA, junto aos profissionais fonoaudiólogos,

por meio de formulário eletrônico divulgado em redes sociais específicas e por e-mails,

encontrados em sites de universidades com curso de Fonoaudiologia espalhadas por várias cidades

do Brasil. Buscou-se entender, sob o ponto de vista da computação, a opinião desses profissionais a

utilização dos aplicativos de CAA voltados especificamente aos afásicos.

Primeiramente, procurou-se identificar a quanto tempo esses profissionais já trabalham com

o público afásico. Logo, descobrir se já utilizam algum tipo de aplicativo ou recurso tecnológico no

acompanhamento ou reabilitação da afasia junto aos seus pacientes. Também foram investigados

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quais aplicativos eram mais utilizados, de que forma foram adquiridos, se a linguagem está em

português e para que tipo de dispositivos a plataforma esteja disponível. Por fim, saber a opinião

desses especialistas em relação a como eles classificariam, num grau de importância, os aplicativos

de CAA no processo de tratamento ou reabilitação da afasia.

Como resultados desta pesquisa, conforme Apêndice E, recebeu-se 28 questionários

respondidos por profissionais fonoaudiólogos de diversas regiões do país, conforme apresentados

na figura 9 A, sendo que 64% desses profissionais apresentam mais de 10 anos de experiência com

o público investigado. No entanto, percebe-se que 61% do total dos pesquisados não utilizam

qualquer tipo de ferramenta tecnológica, conforme figura 9 B.

A - B -

Figura 10. A- Tempo de experiência dos profissionais fonoaudiólogos com público afásico B-

Quadro geral dos profissionais que utilizam de algum tipo de aplicativo tecnológico no

acompanhamento ou reabilitação da afasia.

A figura 10 apresenta mais detalhes sobre relação entre tempo de experiência dos

profissionais fonoaudiólogos e a utilização dos aplicativos tecnológicos no acompanhamento ou

reabilitação dos Afásicos. Percebe-se que, os profissionais que não utilizam aplicativos

tecnológicos ainda são a maioria entre as faixas do tempo de experiências com o público afásico.

As justificativas relatadas pelos profissionais participantes sobre a não utilização das

tecnologias foram: a falta de acesso e conhecimento destas tecnologias, dificuldade na linguagem

de alguns aplicativos, e a falta de aplicativos gratuitos disponíveis para o sujeito afásico.

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70

Figura 11. Apresenta o tempo de experiência dos profissionais X a utilização dos aplicativos

tecnológicos

No contexto dos profissionais com experiências acima de 10 anos que não utilizam as

tecnologias, divide-se as opiniões. Um dos participantes diz adotar uma perspectiva de cuidado

fonoaudiólogo que identifica e institui as formas alternativas de significação com sujeito afásico.

Outros participantes dizem não utilizar nenhum aplicativo devido às variações de tipos de afasia e

ainda, a grande maioria de aplicativos de estimulação de linguagem apresentam padrões

pictográficos infantilizados. Os demais participantes relatam somente que não utilizam nenhum

aplicativo ou não conhece aplicativos em português e/ou os pagos são em inglês.

Esses profissionais com experiência acima de 10 anos que não utilizam nenhuma

ferramenta tecnológica, concordam e classificam o grau de importância desses aplicativos de forma

positiva conforme apontado na figura 11, como um apoio alternativo para auxiliar os

fonoaudiólogos junto ao tratamento ou reabilitação dos afásicos.

Figura 12. Grau de importância dos aplicativos tecnológicos para os profissionais fonoaudiólogos

com experiência acima de 10 anos e que não utilizam nenhuma ferramenta tecnológica.

A figura 12-A apresenta, do ponto de vista dos fonoaudiólogos no contexto geral, o grau de

importância de sistemas de CAA na reabilitação do sujeito afásico. Segundo a pesquisa, 79%

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desses profissionais acreditam ser de muita importância a utilização de ferramentas tecnológicas de

CAA, desde que sejam apropriadas para o auxílio na reabilitação ou tratamento da afasia. A figura

12-B apresenta de forma mais detalhada o grau de importância dado à referida utilização por esses

profissionais fonoaudiólogos, pelo tempo de experiências com público Afásico. Percebe-se que,

dentre os pesquisados, 3 participantes declaram não ter nenhuma experiência com afasia, mas que

conhecem sobre o assunto e consideram o grau de importância de maneira também positiva.

A - B -

Figura 13. A-Classificação do grau de importância de um sistema de CAA no auxílio ao

fonoaudiólogo. B- Detalhamento do grau de importância em relação ao tempo de experiência dos

profissionais fonoaudiólogos.

Quando perguntado aos profissionais fonoaudiólogos sobre qual o nome do aplicativo que

mais usam ou aplicam, obteve-se os seguintes resultados: “vox4all, Afasia Pro, language trainer,

naming therapy, let me talk, memotrainning e ervic –talk Around e iAfasia”. No entanto, alguns

dos profissionais dizem fazer uso de aplicativos genéricos de CAA, ou seja, voltados para as

atividades da linguagem, de modo geral.

Neste sentido, foram divididas em dois quadros algumas das características de aplicativos

indicados pelos profissionais fonoaudiólogos. Essas características estão baseadas nas informações

indicadas no questionário que foram aplicadas aos profissionais fonoaudiólogos. Em destaque,

duas das questões buscam verificar as necessidades desses profissionais para com uso de

aplicativos de CAA. As questões são:

Q1- Qual sua sugestão quanto ao uso de aplicativos de Comunicação Alternativa na

recuperação ou reabilitação do público afásico?

Q2- Que tipo de funções sugere ou considera como essenciais para uma plataforma que

intencione atender o melhor possível às necessidades gerais do público afásico?

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72

Os questionamentos e sugestões realizadas pelos profissionais estão apresentados na forma

de comparações entre os aplicativos que foram indicados por eles dentro do contexto das afasias.

Nesta primeira parte, conforme o Quadro 24, é analisado se as soluções são consideradas como

aplicativos de CAA, e se promove o desenvolvimento da comunicação e linguagem. Percebe-se

que somente um dos aplicativos apontado não apoia a terapia de pessoas com afasia, sendo este

considerado como um jogo de memória.

Também é importante detalhar que nenhum dos trabalhos consultados, inclusive esta

dissertação, realizou testes de reabilitação de indivíduos afásicos, ponto questionado pelos

profissionais participantes. Também há falta de funcionalidades nos aplicativos que interajam com

três atores (família, fonoaudiólogo e o paciente). Sobre as imagens reais e gravação de voz, apenas

um não possui opções de trabalhar com imagens reais. Nenhum desses aplicativos apresenta

características no que diz respeito a traduzir o nome de imagens por som e opção de legenda para

as imagens.

Quadro 24 – Características gerais de aplicativos indicados pelos fonoaudiólogos

O Quadro 25 apresenta uma variação quando se trata de atividades de expressão, nomeação

e produção de leitura e escrita. Também se percebe que 50% dos aplicativos não realizam

acompanhamento de desempenho do paciente supervisionado por fonoaudiólogo. A grande

preocupação dos profissionais participantes é ter um aplicativo que se adapte ao contexto do

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paciente afásico, principalmente por se ter, na maioria, pessoas mais velhas neste contexto. Apenas

dois dos aplicativos aparentemente apresenta as características. Uma das aplicações dá suporte para

alfabetizar por símbolos. Quanto às categorias semânticas, nota-se que também precisam ser

observadas. Ainda, 100% dos aplicativos não são desenvolvidos no Brasil e não dão acesso à

multiplataforma como a maioria dos profissionais deseja.

Quadro 25 – Características gerais de aplicativos indicados pelos fonoaudiólogos

Neste sentido, pela pesquisa foi possível identificar pontos que ainda faltam em aplicativos

de CAA que apoiam profissionais fonoaudiólogos no Brasil. Baseando-se nas necessidades

indicadas e comparando-se os aplicativos indicados, foi possível entender as necessidades por parte

dos profissionais fonoaudiólogos e sugerir características para sistemas de CAA voltados para o

público afásico.

QUANTO À DISPONIBILIDADE DOS APLICATIVOS DE CAA 3.6

Outra pesquisa foi realizada na busca de possíveis plataformas ou aplicativos de CAA

disponíveis para dispositivos móveis ou Internet, voltados especificamente para o público afásico.

Nessa pesquisa, foram encontrados 30 aplicativos, que são disponibilizados em várias plataformas

e linguagens. A grande maioria desses aplicativos são pagos, sendo que os preços variam entre $10

a $600 dólares, conforme apresentado em forma de gráfico na Figura 13-A.

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A- B-

Figura 14. A- Distribuição dos aplicativos para o público afásico. B- Distribuição tipo de

linguagem em aplicativos pagos.

Os aplicativos em português representam a minoria em comparação às outras línguas,

mesmo considerando os disponíveis para compra. Resultado importante para considerar também é

que estes aplicativos se traduzem na maioria dos casos para a linguagem “Português de Portugal”,

e poucos, em torno de 16%, consideram o português no contexto do Brasil, conforme a Figura 13-

B.

Também foi observado que mesmo que os aplicativos sejam distribuídos de forma gratuita,

as plataformas de desenvolvimento, na sua maioria, são voltadas para o sistema operacional IOS,

conforme as Figuras 14 A e 14 B.

A- B-

Figura 15. A- Plataformas desenvolvidas. B- Aplicativos distribuídos por linguagem e plataformas

de acesso

Os aplicativos investigados foram: “Language Trainer, Afasia Pro:Leitura, iName, Constant

Therapy, Talkative, Proloquo2Go, Tactus Collection, Aphasia Toolkit, CommunicAide,

Comprehension Afhasia, Cuespeak, ipracticeverbs, More speech, Parrot record words, Reading

Aphasia, Scene Speak,TouchChat HD – AAC, MyTalkTools Mobile, Expressive, Verbally,

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iSpeech – Text to Speech, Aphasiatherapyonline, Tapgram, TalkPathTMTherapy, Afasia Anómica,

Samsung Wemogee, Talk Around Itportuguês, SmallTalkTMApps, TalkPathTMNews,

TalkPathTMTherapy”. As características de cada aplicativo estão detalhadamente descritas no

Apêndice B.

CONSIDERAÇÕES 3.7

Este capítulo apresentou uma análise de trabalhos relacionados ao tema desta dissertação e

que caracterizam o cenário atual de pesquisa quanto à aplicação de CAA na mediação com público

afásico.

Observou-se que a maior parte das pesquisas foca na busca de entender às aplicabilidades

da CAA ao público afásico. A maioria dos aplicativos de CAA pesquisados está focada na

comunicação, e não possuem um olhar voltado à reabilitação ou ao tratamento da afasia. Os

desafios estão distribuídos pelas dificuldades de uso por conta da linguagem dos aplicativos, sua

plataforma, dos métodos adotados, do contexto e da forma de aquisição.

Um aspecto a ser destacado é que foram encontradas várias similaridades no que diz

respeito aos aplicativos disponíveis para o público afásico. Esses aplicativos oferecem gráficos e

recursos visuais interativos e detalhados, que são essenciais para ajudar os indivíduos afásicos. Em

particular, os usuários expressaram mais facilidade na compreensão da leitura atribuída às cenas

visuais contextualizadas.

Diversas são as necessidades e o interesse pela CAA, mas, ainda existem questões abertas e

muito se tem a discutir. Especialmente com questões relacionadas às novas tecnologias CAA

móveis, pois novos tópicos e perspectivas, como: comportamento do usuário, país, avaliação

clínica, parceria de pesquisa e desenvolvedores, estão em constantes mudanças.

Por fim, observou-se que há muita variação dos resultados apresentados. Alguns trabalhos

apresentam resultados exatos e realizam uma discussão suficientemente detalhada. Outros,

entretanto, apresentam resultados apenas com gráficos, sem distinguir o quanto uma aplicação é

melhor que outra, ou ainda, com valores duvidosos e sem discussão suficiente para explanar o

motivo de uma aplicação ser superior ou igual à outra.

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4 DESENVOLVIMENTO

Este capítulo apresenta o desenvolvimento da pesquisa, sobre uma plataforma de CAA web

responsiva voltada ao público afásico. O desenvolvimento da plataforma exigiu, inicialmente, o

levantamento bibliográfico sobre padrões e princípios das linguagens da Web Design Responsivo,

neste caso, html5, CSS, Javascript e os frameworks afins. Com o objetivo da plataforma definida

sendo como uma plataforma que permite que indivíduos afásicos realizem atividades de reabilitação

on-line de forma responsiva de qualquer dispositivo móvel ou computador, acompanhados por um

familiar ou profissional.

Realizou-se o levantamento de requisitos do sistema proposto junto aos profissionais

fonoaudiólogos, através de entrevistas e reuniões sobre a aplicação, que conduziram para a análise

de requisitos, o projeto e a modelagem do sistema e, por fim, o desenvolvimento do sistema. O

capítulo foi desmembrado em seções para melhor identificar os recursos produzidos em cada fase

do desenvolvimento.

REQUISITOS DA APLICAÇÃO 4.1

Foram realizados estudos relacionados à utilização de aplicações de CAA no âmbito da

comunicação e da reabilitação dos afásicos, e à necessidade de uma interface que possibilitasse o

uso da forma mais simples possível. Uma ferramenta de CAA também foi analisada junto aos

afásicos para também apoiar no desenvolvimento desta plataforma, como por exemplo, a função de

clicar e arrastar as figuras foram adaptados como forma de facilitar a execução das atividades,

conforme os detalhes identificados e apresentados no Apêndice F.

Um profissional de fonoaudiologia necessita de uma plataforma de CAA para dar apoio às

suas atividades principais, tais como: as vertentes de expressão e compreensão, da leitura e da

escrita de um paciente afásico, acompanhamento dessas atividades por meio eletrônico,

armazenamento dos históricos das atividades, e, ainda, o controle dessas atividades realizadas extra

atendimento, a fim de eliminar meios físicos de controle e facilitar a consulta do histórico de

atividades do paciente.

Uma das principais formas de reabilitação é a realização de atividades que estimulem a

comunicação do sujeito afásico. Para a realização destas atividades, o afásico deve estar se tratando

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com um profissional de fonoaudiologia, devendo este informar seus dados como: nome completo,

endereço, bairro, e-mail, sexo, telefone, data de nascimento, senha, cidade, estado, nome do

cônjuge, telefone do familiar mais próximo.

O profissional fonoaudiólogo tem acesso aos relatórios de atividades do paciente, poderá

filtrar e analisar os dados relativos às atividades realizadas. Além disso, terá acesso ao histórico das

atividades e poderá comparar essas atividades com outros indivíduos afásicos. O paciente poderá

realizar as atividades de comunicação e reabilitação via celular ou tablet por meio da internet.

O nome do fonoaudiólogo que atende na clínica estará vinculado ao paciente. O paciente só

poderá realizar as atividades após a liberação do profissional fonoaudiólogo que estiver

acompanhando em sua terapia. Esta liberação se dará por meio do cadastro do paciente vinculando-

o ao profissional de atendimento.

Para realização das atividades, o paciente deverá estar logado no sistema. As atividades

aplicadas aos afásicos foram por categorização, associação e complementação de sentença, e com

registros da data, tempo, erros e pontuação, podendo optar em realizar as atividades com som,

supervisão e legenda. Também foi identificada a necessidade de avaliar as atividades realizadas

pelos pacientes. Todas as informações serão gravadas ao término de cada atividade.

O sistema também deverá permitir filtros de relatórios de atividades realizadas por data

inicial e final, por reação, por som, por legenda, por supervisão, por tipo de atividades, ordenados

por: mais pontos, menos pontos, mais tempo, menos tempos, mais erros, menos erros. Também e

possível gerar relatórios por atividades e usuários.

ANÁLISES DE REQUISITOS 4.2

O levantamento de requisitos é descrito por Guedes (2018), como uma das primeiras fases

de um processo de desenvolvimento de um aplicativo. O estudo trabalha com o domínio do

problema e determina se o sistema solicitado realmente é possível ser desenvolvido. Busca-se

compreender as necessidades dos usuários e o que ele deseja que o sistema a ser desenvolvido

realize.

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Neste sentido, esta fase foi realizada através de observação do ambiente do usuário,

realização de testes com o usuário afásico e entrevista com especialistas fonoaudiólogos, além de

comparação com sistema preexistente da mesma estratégia de aplicação. Logo após, os requisitos

funcionais e não funcionais levantados foram documentados em Modelos de Casos de Uso.

4.2.1 Requisitos Funcionais

✓ RF1. O sistema deve registrar as atividades, indicando o paciente e a supervisão, bem como

a data, o tempo, os erros, acompanhados por som ou legenda e avaliação do paciente.

✓ RF2. O sistema deve permitir que um fonoaudiólogo consulte informações no histórico de

atividades de um paciente, e essa ação são registradas com a data e hora da inserção.

✓ RF3. Os fonoaudiólogos devem ter acesso aos relatórios de atividades, bem como ao

número de atividades realizadas em determinado período.

✓ RF4. Somente um fonoaudiólogo pode liberar as atividades aos pacientes.

✓ RF5. O sistema deve manter histórico das atividades e, portanto, pacientes que tenham

realizado algumas atividades não poderão ser excluídos.

✓ RF6. O sistema deve permitir ativar e desativar pacientes e fonoaudiólogos. Ainda, deve

gerar um código de identificação único para cada paciente e fonoaudiólogo.

4.2.2 Requisitos Não-Funcionais

✓ RNF1. A plataforma deve ser confiável, nesse sentido, deve atender às suas especificações

com sucesso.

✓ RNF2. A probabilidade de a plataforma estar operacional num instante de tempo

determinado deve ser alta.

✓ RNF2. A aplicação deve ser portável, ou seja, deve ser utilizado em qualquer plataforma de

hardware e de software.

✓ RNF3. O sistema deve tratar acessos não autorizados, sendo assim, deve garantir alto grau

de segurança e, ainda, controlar o acesso às funcionalidades através de um administrador ou

profissional fonoaudiólogo.

✓ RNF4. A interface da plataforma deve ser amigável, ou seja, o usuário deve se sentir

confortável ao utilizar em conjunto com o especialista ou familiar.

✓ RNF5. As atividades devem estar disponíveis na Internet, a partir dos principais

navegadores disponíveis no mercado.

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79

79

✓ RNF6. A persistência das informações deve ser implementada no Sistema Gerenciador de

Bancos de Dados (SGBD) livre (mysql).

PROJETO DA PLATAFORMA 4.3

Segundo Fowler (2014), um modelo de “casos de uso” serve para descrever as interações

típicas entre os usuários de um sistema e o próprio sistema, fornecendo uma narrativa sobre como o

sistema é utilizado. Conforme Booch at al. (2016), um caso de uso fornece uma maneira para os

desenvolvedores chegarem à compreensão comum entre usuários e especialistas, além de ajudar a

validar a arquitetura e verificar o sistema à medida que evolui durante a fase de desenvolvimento.

Do levantamento e da análise de requisitos realizados, chegou-se ao diagrama de Casos de

Uso da Figura 15, que, conforme Guedes (2018) apresenta, é uma visão externa geral das

funcionalidades que o sistema deverá oferecer aos usuários, sem se preocupar com a questão de

como tais funcionalidades serão desenvolvidas.

Figura 16. Diagrama de Casos de Uso Fonte: Draw.io (2018)

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80

O paciente pode realizar login no sistema e realizar as atividades. O fonoaudiólogo, além de

realizar login, pode acompanhar as atividades realizadas ou realizar atividades, por ser um ator filho

do administrador, ele herda Caso de Uso ao cadastrar usuário. O administrador, além cadastrar

usuários, é um ator pai do ator fonoaudiólogo. Nos quadros 27 e 28 serão documentados os 2 (dois)

casos de uso julgados fundamentais para o entendimento do sistema: Acompanhar Atividades e

Realizar Atividades.

Quadros 27. Descrição Acompanhar Atividades

Nome do Caso de Uso Acompanhar Atividades

Caso de Uso Geral

Ator principal Fonoaudiólogo.

Resumo Este caso de uso descreve as etapas percorridas por um

fonoaudiólogo para acompanhar as atividades realizadas por um

paciente.

Pré-Condições O fonoaudiólogo deve estar logado no sistema.

Pós-Condições O acompanhamento é realizado com sucesso.

Fluxo Principal

Ações do Autor Ações do Sistema

1. O fonoaudiólogo seleciona o menu de

acompanhar atividades. A1.

2. O sistema carrega as atividades realizadas dos pacientes com

os dados disponíveis.

3. Seleciona e filtra os dados desejados. A2.

4. Seleciona o paciente. A3.

5. Seleciona tipo de atividade desejada ou sua

ordenação. A4.

6. Selecionar data realizada. A5

7. Clica no botão filtrar relatório.

8. Apresenta as informações das atividades conforme filtro

definido pelo usuário.

9. Analisa e registra as atividades realizadas.

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81

81

Fluxo Alternativo A1

Ações do Ator Ações do Sistema

1. O fonoaudiólogo seleciona a opção de

acompanhar atividades sem estar logado no

sistema.

2. Apresenta mensagem de erro informando que ele deve

realizar login no sistema.

Fluxo Alternativo A2

3. Seleciona o paciente sem selecionar o tipo de

supervisão.

4. Apresenta mensagem de erro informando que o tipo de

supervisão é campo obrigatório e deve ser informado.

Fluxo Alternativo A3

4. Seleciona o tipo de atividade sem selecionar o

paciente.

5. Apresenta mensagem de erro informando que paciente é

campo obrigatório e deve ser informado.

Fluxo Alternativo A4

5. Seleciona a data sem selecionar o tipo de

atividade.

6. Apresenta mensagem de erro informando que tipo de

atividade é campo obrigatório e deve ser informado.

Fluxo Alternativo A5

6. Clica no botão gerar relatório sem inserir data.

7. Apresenta mensagem de erro informando que data e hora são

campos obrigatórios e devem ser informados.

Fonte: Autor (2018).

Quadros 28. Descrição Realizar Atividades

Nome do Caso de Uso Realizar Atividades

Caso de Uso Geral

Ator principal Paciente.

Resumo Este caso de uso descreve as etapas percorridas por um paciente

para realizar atividades.

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82

82

Pré-Condições O paciente deve estar ou não logado no sistema.

Pós-Condições A atividade é realizada com sucesso.

Fluxo Principal

Ações do Autor Ações do Sistema

1. O paciente seleciona o menu de realizar

atividades. A1.

2. Apresenta as atividades do paciente.

3. Seleciona a atividade a realizar.

4. Apresenta as atividades.

5. Escolhe e seleciona os serviços referentes à

forma de realização da atividade. A2.

6. Confirma as informações inseridas.

7. Confirma alterações.

9. Trava as informações das atividades, tais como: tipo de

supervisão, com som ou legenda.

9. Registra a escolha de execução das atividades.

10. Inicia as atividades.

11. Finaliza as atividades.

12. Grava a atividade.

Fluxo Alternativo A1

Ações do Ator Ações do Sistema

1. O paciente seleciona a opção de realizar

atividades sem estar logado no sistema.

2. Apresenta mensagem informando que ele deve realizar login

no sistema.

Fluxo Alternativo A2

3. O paciente informa os parâmetros para a

atividade realizada.

4. O sistema trava as informações escolhidas como: som,

legenda e supervisão.

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83

83

5. O sistema sugere ao usuário a forma de realizar a próxima

atividade – conforme regra definida em Apêndice H

Fonte: Autor (2018).

MODELAGEM DA PLATAFORMA 4.4

No sentido de apresentar as classes, os atributos e os métodos que compõem o sistema, bem

como a forma como se relacionam, complementam e transmitem informações entre si, foi

desenhado o diagrama de classes, conforme a Figura 16. Esse diagrama, de acordo com Guedes

(2018), mostra de maneira estática como as classes estão organizadas e define suas estruturas

lógicas.

Figura 17. Diagrama de Classe. Fonte: Draw.io (2018).

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84

84

A classe Usuário é abstrata e se relaciona com as classes AcessoUsuário, Cidade e Profissão,

sendo que nessas relações ele deve ter uma cidade e uma profissão, e pode ter nenhum ou muitos

acessos. A classe Cidade se relaciona com Estado, assim, deve ter um estado e pode ter muitas

pessoas na relação com a Pessoa. A classe Profissão pode ter muitos Usuários e a classe

AcessoUsuario deve ter uma pessoa. A classe Paciente, herda os atributos da classe Usuário e,

ainda, pode ter nenhuma ou muitas atividades.

PLATAFORMA 4.5

A plataforma foi criada seguindo o padrão de web responsiva, portanto, para a programação

do sistema, utiliza-se html5, css e javascript, e o SGBD utilizado foi MySql e as telas são

apresentadas conforme sua responsividade para os dispositivos conforme apresentadas nas Figuras

18, 19 e 20 e modelo do código no quadro 29.

Figura 18. Interface responsiva da plataforma de CAA para SMARTPHONES (min-width: 480px)

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85

85

As imagens e figuras utilizadas na aplicação foram selecionadas no site do pixabay.com, um

site internacional para o compartilhamento, em domínio público, de fotos, ilustrações, imagens

vetoriais, e cenas de vídeo de alta qualidade. O Pixabay oferece cerca de 550mil fotos, ilustrações e

vetores, e cerca de 1.300 vídeos de forma gratuitas. Alguns exemplos são apresentados no Apêndice

G.

Figura 19. Interface responsiva da plataforma de CAA para TABLETS (min-width: 768px)

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86

86

Figura 20. Interface responsiva da plataforma de CAA para TABLETS & DESKTOPS (min-

width: 960px) e WIDE SCREENS (min-width: 1024px)

4.5.1 Estrutura do Código Responsivo

A marcação semântica é portátil e pode ser acessada por quaisquer dispositivos móveis,

navegadores em desktop e futuros dispositivos habilitados para a web, independentemente do

conjunto de recursos ou capacidade. Conforme exemplos apresentados nas Figuras 18, 19, 20 e no

código conforme Quadro 29.

Quadro 29. Código do padrão da estilização css aplicado aos formulários da aplicação /*MOBILE FIRST*/

/*SMALL DEVICES – SMARTPHONES*/

@media screen and (min-width: 480px) {

.logo {width: 214px; background: url(../img/iconemaior.png) center center/214px

no-repeat;}

.btn {font-size: 2em;}}

/*SMALL DEVICES – TABLETS*/

@media screen and (min-width: 768px) {

.servico { width: 49%; float: left; margin-right: 2%; }

.servico:nth-child(2){margin-right: 0;}

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87

87

.newsletter h2 {font-size: 2em;}

.newsletter h3 {font-size: 1.5em;}

.newsletter input { width: 70%; padding: 2%; float: left; margin-right: 1%; }

.newsletter button { width: 29%; padding: 2%; float: right; margin-top: 0; }}

/*MEDIUM DEVICES – TABLETS & DESKTOPS*/

@media screen and (min-width: 960px) {

.title {width: 70%; float: left; text-align: left;}

.title h2 { font-size: 3em; }

.title h3 { font-size: 2em; }

.button {width: 30%; float: right; margin-top: 0;}

.servico {width: 32%; }

.servico:nth-child(2){margin-right: 2%;}

.servico:nth-child(3){margin-right: 0;}

.newsletter input {width: 60%; float: none;}

.newsletter button {width: 20%; float: none;}}

/*LARGE DEVICES- WIDE SCREENS*/

@media screen and (min-width: 1024px) {

.btn-menu{ display: none; }

.btn-close{display: none;}

.menu{width: auto; height: 56px; line-height: 56px; float: right; background-

color: #f5f5f5; display: block !important; position: static;}

.menu li { padding: 0; float: left; }

.menu li a {color: #130400; font-size: 1em; padding: 15px;}

.menu li a:hover {border: none; color: #da6709;}}

CONSIDERAÇÕES 4.6

Neste capítulo foram apresentados aspectos importantes do projeto e detalhes da

implementação da solução da proposta. As funcionalidades implementadas foram baseadas nos

trabalhos do referencial teórico e do estado da arte, em que se buscou disponibilizar um conjunto

representativo de especificidades para compor a solução.

Baseado no modelo tradicional de engenharia de software, os requisitos foram levantados e

a aplicação definida. As decisões foram tomadas baseadas na condição de flexibilizar o projeto para

propostas futuras. A abordagem de desenvolvimento responsivo foi utilizada para isto. Essa

abordagem facilita o desenvolvimento e integração para novos dispositivos. O capítulo seguinte

descreve os resultados parciais da aplicação desenvolvida, visando responder à pergunta de

pesquisa deste trabalho.

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88

5 RESULTADOS

Este capítulo apresenta os resultados desta pesquisa, incluindo a utilização da plataforma e o

experimento de atividades realizadas em 10 pacientes afásicos e a plataforma avaliada por 5

profissionais fonoaudiólogos envolvidos no tratamento, conforme os modelos apresentados nos

Apêndices I e J, também foram realizados um breve descritivo das interfaces destas atividades

realçando as suas funcionalidades analisando as atividades desenvolvidas.

INTERFACE DE ACESSO A PLATAFORMA 5.1

Nesta seção, inicialmente é tratada a interface de acesso à plataforma de CAA que foi

desenvolvida. Em seguida as interfaces das atividades do “appAfasia” aplicadas junto ao público

afásico e dos profissionais fonoaudiólogos. A Figura 21 apresenta a tela inicial de acesso a

plataforma de CAA e as informações pertinentes ao acesso de aplicativos para afasias. O site está

localizado no endereço “www.appafasia.com.br”, apresenta informações sobre afasia e aplicativos

de CAA (gratuitos ou não), disponíveis para comunidade e profissionais fonoaudiólogos. Conforme

o levantamento apresentado no Apêndice C.

Figura 21. Interface inicial para acesso a plataforma de CAA

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89

89

A lista a seguir apresenta as funcionalidades conforme os itens enumerados e apresentados

na Figura 21.

Item 1 – Contém as informações gerais sobre afasia;

Item 2 - Apresenta uma lista de aplicativos de CAA voltados para público afásico

conforme lista de pesquisa em Apêndice C;

Item 3 - Link que dá acesso à plataforma responsiva de CAA ao público afásico;

Item 4 - Opção Blog disponibilizada para a interação com os profissionais da área;

Item 5 – Apresenta as informações sobre os autores envolvidos no projeto;

Item 6 - Tela de Login com a possibilidade de cadastro, disponível para um acesso mais

amplo na plataforma;

Item 7 - Link de acesso a novidades sobre afasia.

INTERFACE DAS ATIVIDADES DA PLATAFORMA DE CAA 5.2

Nesta sessão, são tratadas as interfaces das atividades localizada do item 3 “AFASIA WEB”,

link que dá acesso à plataforma responsiva de CAA ao público afásico, conforme Figura 21.

As interfaces são compostas por: áreas de comunicação, área do paciente (realizar

atividades) e área do fonoaudiólogo (cadastro de usuários e relatórios de atividade) e estão

distribuídas conforme suas funcionalidades destacadas nas Figuras 22, 23, 24 e 25.

Sendo assim, as Figuras 22 e 23 apresentam as interfaces utilizadas para interação de

comunicação do sujeito afásico, auxiliando o paciente na comunicação quando necessário.

Nesta área de comunicação, o afásico pode escolher o meio para se comunicar. Como

exemplo, dentro da opção “Eu quero” conforme Figura 22, a imagem que corresponde a ação

desejada (água, comer, caminhar, ir ao banheiro, conversar ou dormir).

Neste sentido, também é apresentada a área de comunicação de “afirmação” conforme

Figura 23, composta por escolhas, sim, não e talvez. O método de acionamento dessas

funcionalidades é realizado com toque nas imagens “tablet ou smartphone” e o som da imagem é

emitida, dando o sentido da escolha.

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90

90

Figura 22. Interface da área de comunicação 1

Figura 23. Interface da área de comunicação 2

Na interface da área do paciente estão presentes botões para acionamento das atividades em

questão, que estão distribuídas como: Categorize, Relacione e Complementação de sentença,

conforme apresenta a Figura 24.

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91

91

Figura 24. Interface da área do paciente

Essas atividades da área do paciente estão distribuídas conforme a Figura 25: A-B-C são

atividades que trabalham por 2, 3 ou 4 categorias; B- são atividades “relacione” descritas por

categorias partes do corpo, utensílios domésticos, lugares, cômodos, sinônimos e antônimos; C- são

atividades de complementação de sentenças. As atividades foram criadas de acordo com as

pesquisas e análises realizadas.

A-

Figura 25 A - Interface das atividades relacionadas ao paciente

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92

92

B-

C-

Figura 25 B / C - Interface das atividades relacionadas ao paciente

As Figuras 26 e 27 apresentam as interfaces das atividades criadas especificamente para

público afásico. O Acesso está padronizado com o clique do mouse. Todas as atividades realizadas

pelos pacientes serão guardadas para possíveis avaliações dos profissionais fonoaudiólogos.

A-

Figura 26. A- Interface dos detalhes das atividades relacione

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93

93

B-

Figura 26. B- Sinônimo de Fotos

A-

Figura 27. A - Interface dos detalhes das atividades por complementação de sentença

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94

94

B-

Figura 27. B-Atividades por categorias

Por fim, a interface da área do fonoaudiólogo, conforme figura 28, estão distribuídas de

maneira que o profissional faça o cadastro de seus pacientes/usuários, e possa gerar relatórios das

atividades realizadas pelos sujeitos afásicos. O acesso às funcionalidades “gerar relatórios” depende

do cadastro do profissional na plataforma.

Figura 28. Interface área do fonoaudiólogo

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95

95

As funcionalidades da área do profissional fonoaudiólogo estão distribuídas conforme a

Figura 29: A- cadastrar usuários ou fonoaudiólogos; B- Relatório de atividades.

Seguindo o entendimento no formulário de cadastro de usuário, conforme a Figura 29-A

relevante observar os dados relevantes para cadastro: e-mail, senha, nome e sobrenome, tipo de

usuário e para fonoaudiólogo, pacientes ou outro como: data nascimento, endereço, bairro, cidade,

estado, sexo e telefone.

O relatório de atividades, conforme a Figura 29-B, é feito por filtros e dados já gravados no

banco de dados, pode ser filtrado por (data inicial e final), por reação (gostei ou não gostei), se

utilizou som (sim ou não), aplicou legenda (sim ou não), se houve supervisão com profissional ou

familiar (sim ou não), escolher por tipo de atividades ou todas e ordenar por tempo, pontuação e

erros, o filtro pode ocorrer de modo geral ou de forma individual.

A-

Figura 29. A – Interface do cadastro de usuários

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96

96

B-

Figura 29. B- Relatório de atividades

EXPERIMENTOS 5.3

Nesta etapa, a avaliação foi conduzida pelos profissionais, executando as atividades na

plataforma desenvolvida. A participação de 10 pacientes afásicos e o acompanhamento por 5

profissionais fonoaudiólogos foram essenciais. Os registros foram capturados e salvos em um banco

de dados, conforme descrição apresentada na Figura 30 (itens 1, 2 e 3).

Figura 30. Interface dos dados capturados pelo sistema

1

2

3

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97

97

1- Os dados para o registro são: data de atividades realizadas, tempo de duração dessas

atividades, número de erros e a pontuação está baseada no cálculo de tempo por acertos;

2- Os dados das atividades realizadas e aplicadas com som (opção para traduzir as imagens),

logo, se realizadas por supervisão do profissional ou se aplicado com legenda para descrição

das imagens;

3- Registro da satisfação do paciente afásico junto as atividades realizadas; as opções “som”,

“supervisionado” e “legenda” são opcionais para execução das atividades junto ao paciente.

Também foi implementado na plataforma “regras de sugestões” onde a plataforma sugere ao

final de cada atividade realizada outra forma de utilização. Isto melhora o aproveitamento das

atividades, conforme exemplo apresentada na Figura 31 e no Apêndice H.

Neste exemplo, o usuário configura suas atividades na plataforma com a opção: auxílio de

som, e ao clicar na pesquisa de satisfação retorna a mensagem de recomendação “Teve algum erro,

agora tente adicionar legenda” para próxima atividade. Estas regras ajudam no auxilio junto aos

profissionais fonoaudiólogos e direcionam para melhores práticas das atividades junto ao paciente.

Figura 31. Interface do resultado após execução da atividade

Logo, os resultados dos experimentos são apresentados pela plataforma em forma de

gráficos onde demonstram a evolução de cada paciente, neste caso quanto ao número de atividades

por 2 categorias que foram executadas, quanto a sua pontuação, conforme modelo apresentada na

Figura 32.

3

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98

98

É possível analisar pelo gráfico que o paciente realizou 6 das atividades e a pontuação ficou

no máximo com 800 e no mínimo com 266 pontos – considerando que a pontuação está relacionada

ao tempo de execução por quantidade de erros – percebe-se que em duas das atividades o paciente

precisa praticar mais as atividades e/ou considerar outras opções de configuração conforme item 2

da Figura 30.

Figura 32. Relatório de evolução do indivíduo afásico nas atividades realizadas

Também é possível verificar e gerar pela plataforma alguns relatórios direcionados

conforme Figura 33.

O exemplo demonstrou que 87,50% dos pacientes gostaram das atividades realizadas por 2

categorias. Também se percebe que a metade dos 87,50%, realizaram as atividades da maneira

supervisionada, isto é acompanhada por um profissional, realizadas sem legenda, mas que 62,5%

usaram auxilio do som para realização das atividades.

No entanto, verificou-se que 12,50% não gostaram das atividades realizadas, talvez por

encontrarem algum tipo de dificuldade em sua execução. Visto que 87,5% dos que não gostaram

não realizaram as atividades com supervisão, também não fizeram uso do som e legenda, conforme

apresenta a Figura 32 na parte dos que não gostaram.

0

200

400

600

800

1000

1 2 3 4 5 6 7

Po

ntu

açã

o

Numero de atividades

Pontuação

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99

99

Figura 33. Gráfico geral dos pacientes por atividades

AVALIAÇÃO 5.4

Para avaliar o aplicativo, foram realizados 1 estudos de caso com 10 indivíduos afásicos. O

estudo de caso foi realizado em conjunto com os profissionais fonoaudiólogos da AAfas –

Associação de Afásicos de Itajaí e Região, durante os meses de setembro a dezembro de 2018. As

avaliações envolveram as seguintes atividades com o aplicativo:

a) Cadastro dos afásicos que participaram do estudo;

b) Atividade dos conjuntos (Categorie, Relacione e Complemento). A equipe da AAfas

desenvolveu essas atividades de forma aleatória, para testar a funcionalidade da

plataforma de acordo com a capacidade motora e cognitiva de cada paciente;

c) As atividades foram executadas pelos profissionais envolvidos na AAfas e teve como

objetivo estimular o uso da plataforma junto aos associados;

d) Repetição das atividades com todos envolvidos, com intensão de entender as variações

cognitivas e motoras entre os pacientes afásicos;

e) Todos os resultados das atividades foram registrados pela plataforma em um banco de

dados. Para possíveis verificações por parte dos profissionais por meio de relatórios

específicos e/ou gerais em relação ao desempenho das atividades realizadas;

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100

100

f) O aprimoramento dos recursos da plataforma se dará pelo uso frequente do aplicativo e

na medida em que o profissional ficar mais familiarizado com os recursos disponíveis

pela plataforma;

g) Ao finalizar as atividades a solução foi avaliada por meio de um questionário aplicado

aos profissionais que realizaram os atendimentos. Os tópicos avaliados e as questões

aplicadas são mostrados no Apêndice J e os pareceres emitidos podem ser observados no

Apêndice K;

Dos profissionais envolvidos no projeto 5 são fonoaudiólogos da AAfas e participaram do

estudo conforme quantitativo de profissionais distribuídos, conforme descrito no quadro 30. Neste

sentido, percebe-se que quanto as características da plataforma os resultados estão acima do

satisfatório.

Quadro 30 - Quanto as características gerais da plataforma de CAA

Descrição Fraco Moderado Satisfatório Muito

bom

Excelente

Promove o desenvolvimento da

comunicação e linguagem.

1* 3* 1*

Apoia a terapia de pessoas com

afasia.

1* 2* 2*

Possui funcionalidades conjuntas

com a família, paciente e

fonoaudiólogo.

2*

3*

As imagens reais, som e tradução

de imagens ajudam no processo de

terapia.

1*

2*

2*

As atividades contemplam

(nomeação, expressão, leitura e

escrita)

1*

3*

1*

Adaptado ao contexto do paciente 2* 3*

Acompanhamento das atividades

apoiam os profissionais

1*

2*

2*

*Quantidade de pessoas por indicação

Observa-se, por exemplo, que o quesito que promove o desenvolvimento da comunicação e

linguagem, recebeu de 3 profissionais a nota de “muito bom” entre outras características também se

percebe bons resultados como é o exemplo das funcionalidades conjuntas com a família, paciente e

fonoaudiólogo, e se está adaptado ao contexto do paciente.

Quanto à proposta das atividades criadas, conforme apresenta o quadro 31, percebe-se que 4

dos profissionais acharam de fácil manuseio. Ao mesmo tempo no quesito que contempla os tipos

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101

101

de afasias, houve uma variação na percepção dos profissionais, visto que o foco do trabalho está

para afasia de compreensão.

Quadro 31 - Quanto a proposta das atividades criadas

Descrição Fraco Moderado Satisfatório Muito

bom

Excelente

Fácil Manuseio 4* 1*

Diversidade 2* 1* 2*

Contempla variados tipos de afasias

1*

1*

2*

1*

Rico em estímulos visuais

1*

2*

2*

Quanto à pesquisa de satisfação do

afásico

3*

2*

É suficiente a forma de avaliar e

registrar as atividades

2* 1* 2*

*Quantidade de pessoas por indicação

Quanto às características da plataforma pode-se observar que, de modo geral, do ponto de

vista dos profissionais, o aplicativo foi avaliado como promissor para os casos de afasia.

Neste sentido, também foi compilado nos quadros 32 e 33 os resultados que ilustram a

média das características gerais da plataforma.

Quadro 32 - Media das avaliações quanto as características gerais da plataforma de CAA

Descrição Media 1-Fraco /2-Moderado/3-Satisfatório/4-Muito

bom/5- Excelente

Promove o desenvolvimento da

comunicação e linguagem

3,44 3-Satisfatório/4-Muito bom

Apoia a terapia de pessoas com

afasia

3,45 3-Satisfatório/4-Muito bom

Possui funcionalidades conjuntas

com a família, paciente e

fonoaudiólogo

3,36 3-Satisfatório/4-Muito bom

As imagens reais, som e tradução

de imagens ajudam no processo de

terapia

3,45 3-Satisfatório/4-Muito bom

As atividades contemplam

(nomeação, expressão, leitura e

escrita)

3,44 3-Satisfatório/4-Muito bom

Adaptado ao contexto do paciente 4,46 4-Muito bom/ 5- Excelente

Acompanhamento das atividades

apoiam os profissionais

3,45 3-Satisfatório/4-Muito bom

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Quadro 33 - Media das avaliações quanto a proposta das atividades criadas

Descrição Media 1-Fraco / 2-Moderado/ 3-Satisfatório/ 4-

Muito bom/ 5- Excelente

Fácil Manuseio 4,44 4-Muito bom/5- Excelente

Diversidade 3,35 3-Satisfatório/4-Muito bom

Contempla variados tipos de afasias 2,34 2-Moderado/3-Satisfatório

Rico em estímulos visuais 3,45 3-Satisfatório/4-Muito bom

Quanto à pesquisa de satisfação do

afásico

3,34 3-Satisfatório/4-Muito bom

É suficiente a forma de avaliar e

registrar as atividades

3,35 3-Satisfatório/4-Muito bom

Observa-se de um modo geral que os profissionais que participaram do estudo reconhecem a

contribuição da plataforma desenvolvida, principalmente no que se refere à avaliação para com os

afásicos quanto sua terapia ou reabilitação e concluem recomendando a outros profissionais da área.

Os profissionais também registram novas características a serem implementadas e aprimoradas para

futuras versões do aplicativo.

Destacam-se assim os aspectos da plataforma que os profissionais relataram como mais

valiosos dentro da plataforma de CAA.

a) As orientações dentro do aplicativo;

b) Originalidade de uma aplicação em língua portuguesa brasileira;

c) A organização dos conteúdos, seguindo os critérios de objetividade, pragmatismo e

iconicidades das figuras. Facilidade de manuseio com os afásicos.

d) Facilidade de acesso por vários dispositivos, facilitando aos profissionais e familiares.

Estimula a promoção da linguagem por meio das atividades e profissionais podem ter

acesso aos dados e acompanhar a evolução do paciente, considerado como termômetro

da terapia.

Por fim, também é indicado algumas considerações que são pertinentes para continuidade do

projeto como, por exemplo:

a) Incluir mais ações de todo o dia como os verbos, noções de passado e presente, trabalhar

as preposições (de-para-com, em cima – em baixo, etc) acrescentar mais figuras de

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103

nomeação nos caso de afasia de Broca e itens de compreensão como (sim/não ou

certo/errado) para afasia de Wernicke. Também reconhecimento de letras para as alexias.

b) Outra sugestão seria incluir dentro da plataforma perguntas ou adicionar imagens afins

de personalizar as atividades.

Para os profissionais da AAfas a plataforma desenvolvida se configura como uma nova

estratégia para reabilitação dos afásicos e também uma forma de diversificar as determinantes para

sua terapia. Importante também considerar que os afásicos avaliados e trabalhados foram na sua

maioria com tipo de afasia de Broca.

CONSIDERAÇÕES 5.5

Neste capítulo, foi apresentada a plataforma de CAA desenvolvida para público afásico e os

experimentos, levando em consideração suas características, tais como interface e as regras de

sugestões aplicadas nas atividades. Foram descritos os resultados referentes à aplicação da

plataforma de CAA proposto para o problema de reabilitação dos indivíduos afásicos e sua

utilização no auxílio da atuação dos profissionais fonoaudiólogos. Além disso, foi realizada uma

análise da plataforma de CAA junto aos profissionais fonoaudiólogos, quanto às características

gerais da plataforma e a proposta das atividades criadas.

Resolver o problema das sugestões geradas pela plataforma e direcionada aos profissionais

fonoaudiólogos consiste em delimitar um conjunto de ações que facilitará a forma de aplicabilidade

das atividades criadas para os indivíduos afásicos. A complexidade de entender as afasias dentre os

variados contextos é um desafio junto aos profissionais envolvidos no processo de reabilitação ou

reinserção social. O mesmo ocorre para plataforma de CAA proposta para o problema da

reabilitação aos afásicos por meio da comunicação aumentativa e alternativa apresentada nesta

dissertação.

Na análise dos experimentos gerados junto aos indivíduos afásicos, existem pequenas

diferenças entre os erros e acertos de cada um dos envolvidos, pois as probabilidades de erros são

menores visto que a plataforma sempre direciona para melhores pratica das atividades realizadas. O

uso das indicações sugeridas pela plataforma apresenta o melhor caminho a ser realizada pelo

indivíduo afásico apoiado pelo profissional. Assim, aumentando a chance para reabilitação do

indivíduo afásico e viabilizando outras atividades a serem realizadas.

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6 CONCLUSÕES

Pela observação dos aspectos analisados neste trabalho, uma plataforma ou aplicativo pode

ser constituído por um sistema complexo de elementos dentro da CAA, que tem o intuito de

fornecer direcionamento para melhores práticas junto aos indivíduos com necessidades especificas.

Estes conceitos são fundamentais para o aprimoramento ou implementação de novos aplicativos, ou

plataformas de CAA, visto que, o desenvolvimento e sobrevivência de processos humanos estão

diretamente ligados por meio de diretrizes especificas de cada caso analisados.

A plataforma de CAA tem como principal finalidade acrescentar ao indivíduo afásico outras

formas de terapia ou reabilitação. Apesar da plataforma de CAA fornecer apoio aos profissionais

fonoaudiólogos, seu acesso e operação estão condicionadas ao registro na plataforma, tanto pelo

profissional quanto pelo paciente, onde diferentemente do paciente, o fonoaudiólogo tem o acesso

aos relatórios gerados pelas atividades realizadas. Computacionalmente, o processo passa a ser

melhor acompanhado pelos profissionais e por meio dos relatórios aplicados, identificar e analisar o

desempenho de cada indivíduo afásico.

Deste modo, o objetivo geral desta dissertação foi propor uma solução que por meio de uma

plataforma web responsiva, fosse capaz de viabilizar o tratamento ou terapia de pessoas afásicas,

visando contribuir em sua reabilitação.

O primeiro objetivo específico foi relacionar os trabalhos pesquisados com as informações

fornecidas por profissionais da área, de modo que pudesse viabilizar a construção de uma solução,

utilizando as comparações e as orientações como diretrizes no desenvolvimento da plataforma.

Sendo implementados e adaptados ao contexto dos afásicos conforme as indicações realizadas pelos

profissionais fonoaudiólogos.

Para atender o segundo objetivo especifico que consiste no projeto e desenvolvimento da

plataforma de CAA e análise das atividades aplicadas aos casos de afasia, foram implementados por

meio de tecnologias voltadas a web responsiva, possibilitando que as atividades sejam acessadas

por qualquer dispositivo móvel.

O terceiro objetivo específico consistiu em aplicar as atividades propostas com o usuário

afásico, visando atender e aprimorar as indicações realizadas pelos profissionais fonoaudiólogos,

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considerando as características definidas foi implementada ao final de cada atividade uma sugestão

aos profissionais fonoaudiólogos, possibilitando melhores práticas das atividades com seus

pacientes.

O quarto e último objetivo específico, teve como objetivo analisar os dados das atividades

realizadas pelos afásicos e os questionários aplicados aos profissionais envolvidos no processo de

reabilitação. Para satisfazer este objetivo foram analisadas as práticas desenvolvidas pelos pacientes

afásicos e as sugestões por parte dos profissionais quanto as funcionalidades e características da

plataforma de CAA e proposta das atividades desenvolvidas dentro da plataforma.

A revisão sistemática da literatura possibilitou classificar os principais tipos de afasias e as

formas de aplicabilidades da CAA, e a tecnologias para dispositivos moveis que demonstram as

tendências para novas práticas de desenvolvimento. Enquanto na proposta deste trabalho foram

considerados os objetivos mais usuais dentro da CAA e as especificidades da afasia.

Os trabalhos relacionados possibilitaram identificar as características e as tendências de

aplicativos de CAA para indivíduos com afasias. A partir dos aspectos analisados, foi possível

implementar a plataforma de CAA, bem como o conjunto de atividades geradas. O

desenvolvimento da solução proposta levou em consideração as sugestões dos profissionais

fonoaudiólogos como parte dos levantamentos essenciais.

Referente a pergunta de pesquisa, as soluções de CAA, baseadas em recursos de alta

tecnologia, podem ser eficazes como estratégias no processo de comunicação dos indivíduos com

afasia? É aceita a hipótese de que seja possível que a plataforma apoie o profissional quanto ao

tratamento do sujeito afásico, de forma inteligente, e que a plataforma desenvolvida é capaz de

gerar de forma coerente as sugestões que possam direcionar o profissional para melhores práticas e

o acompanhamento do sujeito afásico no processo de reabilitação.

No presente trabalho foi possível observar alguns comportamentos dos indivíduos afásicos e

também o desempenho dos profissionais quanto as maneiras de pesquisar e comparar os pacientes

por meio das atividades realizadas. Este objetivo complementa a importância de cada atividade da

aplicação, portanto apresentado uma complexidade elevada para aplicações especificas para afasia

em relação aos demais objetivos.

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106

106

CONTRIBUIÇÕES 6.1

Dentre as principais contribuições apresentadas na pesquisa desenvolvida destaca-se o uso

de estratégia de CAA alinhada a uma plataforma que unifique os pacientes e os profissionais ou

familiares envolvidos, na reabilitação do sujeito afásico, e considera como fator decisivo o suporte

de apoio a sua reabilitação e/ou inserção ao meio tecnológico e social.

Outra contribuição abordada neste trabalho é o uso de soluções de CAA aplicadas por meio

de uma plataforma Web responsiva, acessível ao público afásico e ao profissional, por qualquer

dispositivo, a todo momento. Nesse contexto, foram utilizadas soluções tecnológicas que

favorecessem o desenvolvimento da plataforma, apresentando uma contribuição importante na

terapia, visando a reabilitação do afásico frente aos objetivos desta dissertação.

SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS 6.2

Ao termino desta dissertação foram obtidos conhecimentos que sugerem novas abordagem

mais detalhada, e novas perspectivas de pesquisa.

Nesta pesquisa, foram abordados temas sobre afasias e CAA com objetivo de

desenvolvimento de uma plataforma web responsiva considerando o sujeito afásico de Broca e seu

contexto, possibilitando realizar atividades em seu lar e acompanhado pelo profissional, porém não

considera itens de compreensão para afasia de Wernicke (como: sim/não ou certo/errado) e

reconhecimento de letras para casos de alexias. Portanto, como sugestão em uma futura

implementação é incorporar mais verbos para atividades nos casos de afasias de Broca e itens para

afasias de Wernicke e Alexias.

A análise das atividades foi baseada pelos registros gravados e também pelas sugestões

direcionadas pelos profissionais fonoaudiólogos. Outra sugestão pertinente para os trabalhos futuros

seria realizar os testes de afasias, hoje o prognóstico e a coleta dos testes são realizados de forma

manual pelos profissionais fonoaudiólogos. No presente trabalho foi implementado parte da

comunicação alternativa e também atividades para reabilitação como parte da comunicação

aumentativa. Neste contexto, é importante considerar e incluir outras ações de todo dia como os

verbos, noções de passado e presente, trabalhar as preposições (de-para- com, em cime - em baixo,

etc) colocar mais figuras de nomeação para os casos de afasia de Broca.

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107

107

PUBLICAÇÕES 6.3

Como resultados complementares deste trabalho, foram publicados e submetidos artigos em

congressos e simpósios, nacionais destacados nesta subseção:

CM: Desenvolvimento de uma plataforma web responsiva de Comunicação

Aumentativa e Alternativa para o Público Afásico. X Computer on the Beach, 2019. (Aceito).

SBRC: Uma análise de aplicativos de CAA como ferramenta de apoio na reabilitação

dos Afásicos. XXXVII Simpósio Brasileiro de Redes de Computadores e Sistemas Distribuídos,

2019. (Submetido)

SBRC: Aplicativos de CAA para dispositivos Móveis e Web no contexto das Afasias:

uma revisão sistemática de literatura. XXXVII Simpósio Brasileiro de Redes de Computadores e

Sistemas Distribuídos, 2019. (Submetido)

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113

113

APÊNDICE A - REVISÃO SISTEMÁTICA

Esta revisão sistemática descreve os passos seguidos no processo de seleção dos trabalhos

que compõem o Estado da Arte deste estudo (Capítulo 3). Com base na definição da pergunta de

pesquisa, foi elaborado um protocolo de busca que permitiu a identificação dos trabalhos científicos

relacionados ao tema investigado. As etapas posteriores visaram a filtragem, a avaliação, a extração

de dados e a síntese dos estudos. Foram consideradas apenas publicações em inglês.

Questão de pesquisa

Q1: Os procedimentos de CAA aplicada por recursos de alta tecnologia podem ser eficazes

como estratégias no processo de reabilitação da comunicação oral dos indivíduos com afasia?

Protocolo de busca

O protocolo de busca adotado na identificação de publicações relacionadas ao tema deste

trabalho foi idealizado de maneira a recuperar artigos que tratam sistemas ou dispositivos de

comunicação aumentativa e alternativa (CAA), intencionando verificar os resultados aplicados

especificamente ao público de afásicos. Além disso, foram buscados artigos publicados em língua

inglesa, divulgadas em bases de dados eletrônicas. Os trabalhos relacionados, descritos nesta

pesquisa, foram identificados com os seguintes termos de busca:

(aac OR augmentative and “alternative communication”) AND (aphasia OR

aphasic) AND (Tool OR system OR web platform OR games OR application OR device)

Fontes:

● ACM Digital Library: https://dl.acm.org

● Google Acadêmico: https://scholar.google.com

● Scopus: https://www.scopus.com

● ScienceDirect: https://www.sciencedirect.com

● IEEE Xplore Digital Library: https://ieeexplore.ieee.org

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114

114

O protocolo de busca foi aplicado buscando os termos-chaves no título das publicações.

Portanto, foi necessária uma adequação no protocolo para cada uma das bases pesquisadas. As

Strings de busca resultantes são apresentadas a seguir de acordo com a base de dados.

ACM Digital Library

acmdlTitle:(((aac OR augmentative and “alternative communication”) AND ( aphasia OR aphasia ) AND (Tool OR system OR web platform

OR games OR application OR device)))

Google Acadêmico

allintitle: (aac OR augmentative and “alternative communication”)

AND ( aphasia OR aphasia ) AND (Tool OR system OR web platform OR games OR application OR device)

Scopus

TITLE(((aac OR augmentative and “alternative communication”) AND ( aphasia OR aphasia ) AND (Tool OR system OR web platform

OR games OR application OR device)))

ScienceDirect

TITLE((aac OR augmentative and “alternative communication”) AND ( aphasia OR aphasia )AND (Tool OR system OR web platform

OR games OR application OR device))

IEEE Xplore Digital Library

(“Document Title”:aac OR “augmentative and alternative” communication)AND

(“Document Title”: aphasia OR aphasia ) AND (“Document Title”:Tool OR system OR web platform OR games OR application OR

device)

Critério para seleção do estudo

Após a execução do protocolo, fez-se necessário selecionar as publicações mais relevantes,

tendo como base critérios de filtragem. Neste trabalho, foi adotado o seguinte procedimento de

seleção:

● Data de publicação: foram selecionados nesta revisão, artigos publicados a partir do ano

de 2013 até 2018. A consulta aconteceu entre os meses de Março a Dezembro de 2018.

O software utilizados para seleção dos artigos foi o EndNote. Com isso foi possível

reduzir significativamente o conjunto de trabalhos retornados.

Critério de Exclusão

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115

Foram excluídos os trabalhos que, pela análise do resumo ou ainda pelo título, não fossem

relacionados com a temática de Comunicação Aumentativa e Alternativa, e trabalhos que não

estivessem voltados aos casos de afasias, além de não considerar trabalhos que apresentassem os

métodos de CAA.

Resultados

Aplicando o protocolo com critérios definidos, foram selecionados 21 artigos. Destes, dez

foram provenientes da ACM, três do IEEE Xplore, um da ScienceDirect, três do Scopus e quatro do

Google Scholar, com seus títulos apresentados no Quadro 31, relacionados com base de busca. O

detalhamento e a síntese dos trabalhos selecionados neste protocolo são apresentados no capítulo 3

(Estado da Arte).

Quadro 34. Resultados do protocolo da revisão sistemática

Base Título

The creation and facilitation of speech and language therapy sessions for individuals with aphasia.

TalkingTiles: Supporting Personalization and Customization in an AAC App for Individuals with

Aphasia.

An Investigation into Appropriation of Portable Smart Devices by Users with Aphasia.

ACM Automatic Assessment of Speech Intelligibility for Individuals with Aphasia.

Iterative Design and Field Trial of an Aphasia-Friendly Email Tool.

Computerized short-term memory treatment for older adults with aphasia: feedback from clinicians.

AphasiaWeb: a social network for individuals with aphasia.

Independent Word Discovery for People with Aphasia.

Transforming Lives Through Story Immersion: Innovation of Aphasia Rehabilitation Therapy

through Storytelling Learning Landscapes.

The Cost of Turning Heads: A Comparison of a Head-Worn Display to a Smartphone for Supporting

Persons with Aphasia in Conversation.

Speech disabilities in adults and the suitable speech recognition software tools - a review.

IEEE Evaluation of a mobile AAC application for Filipino language.

Evaluation of a low-cost alternative communication device with brain control.

ScienceDirect Comunicación aumentativa y alternativa para personas con afasia.

Using Visual Scene Displays as Communication Support Options for People with Chronic, Severe

Aphasia.

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116

116

Scopus Supporting narrative retells for people with aphasia using augmentative and alternative

communication: Photographs or line drawings? Text or no text?

Augmentative and alternative communication devices for aphasia: the emerging role of “smart”

mobile devices

Automatic word naming recognition for an on-line aphasia treatment system.

Araboard: A multiplatform alternative and augmentative communication tool.

Scholar The use of augmentative and alternative communication apps for the iPad, iPod and iPhone: an

overview of recent developments.

Best practices for incorporating non-aphasia-specific apps into therapy.

(Coronas Puig-Pallarols and Basil Almirall 2013, Martin, Laird et al. 2013, Miller, Buhr et al. 2013,

Griffith, Dietz et al. 2014, Higgins, Ryan et al. 2014, Reyes, Rodriguez et al. 2014, Stapleton, PhD

et al. 2014, Abad, Pompili et al. 2013, Balaji and Sadashivappa 2015, Beukelman, Hux et al. 2015,

Bradshaw 2013, Baldassarri, Rubio et al. 2014, Ramsberger and Messamer 2014, Huijbregts and

Wallace 2015, Imperatore and Dunlop 2015, Mahmud and Martens 2015, Yeo, Jiang et al. 2015,

Le, Licata et al. 2016, Williams, Moffatt et al. 2016, Moffatt, Pourshahid et al. 2017, Obiorah,

Piper et al. 2017).

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APÊNDICE B – CARACTERÍSTICAS DOS TRABALHOS

RELACIONADOS

Quadro 35. Características dos trabalhos relacionados

Trabalho

Características

Abordagem Aplicação Uso Categoria Atividades

Abad, A., et al. (2013)

(VITHEA)

online

Reconhecime

nto

automático

de palavras

Terapia

Objeto ou

ação

*

Supervisionada

Balaji, V. and G.

Sadashivappa (2015)

Sistemas ASR

(Automatic

Speech

Recognition)

Amostras de

voz

Acesso, controle,

comunicação,

reabilitação e

terapia

Ø

*

Baldassarri, S., et al.

(2014)

AraBoard (CAA)

Imagens,

pictogramas e

sons

Comunicação

Quadros de

comunicaçã

o

**

Bradshaw, J. (2013) Revisão

Ø

Ø

Ø

Ø

Beukelman, D. R., et

al. (2015)

Plataforma

de baixa e alta

tecnologia

Cenas

Visuais

por fotografias

contextualizad

as, mapas e

diagramas

Procedimentos

Terapêuticos,

facilitar a

comunicação

Memória e

habilidades

visuais e

cognitivas

**

Supervisionada

Coronas Puig-

Pallarols, M. and C.

Basil Almirall (2013)

Revisão

Técnicas e

estratégias de

CAA

Ø

Ø

Ø

Ø

Griffith, J., et al.

(2014)

VSDs de alta

tecnologia

(DynaVox)

Fotografias,

textos e

discursos

digitalizados

Ø

Ø

Ø

Higgins, C., et al.

(2014)

Ogma

Aplicativo front-

end móvel

Imagens

Terapia

Ø

Ø

Huijbregts, T. and J. R.

Wallace (2015)

Aplicativo CAA

TalkingTiles

Imagens

e ícones

Terapia

Ø

**

Supervisionada

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118

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Imperatore, G. and M.

D. Dunlop (2015)

Aplicações de

CAA

Textos

Ditados

Imagens

Terapia Adaptativas

Ø

Le, D., et al. (2016) Aplicação móvel Pronúncia,

ritmo e

entonação

Terapia Assunto,

verbo e

objeto.

Supervisionada

Mahmud, A. A. and J.-

B. Martens (2015)

Ferramenta Amail Experiências

Diárias

Terapia

Ø

Ø

Martin, D. M., et al.

(2013).

Aplicativo

CAA

Estímulos de

áudio

Tratamento verbal e

escrito

Supervisionada

Miller, H., et al.

(2013).

AphasiaWeb Textuais e

fotográficos

Terapia verbal e

escrito

Supervisionada

Moffatt, K., et al.

(2017).

Revisão Comparativos de

dispositivos de

CAA de alta

tecnologia

Calendário,

desenho,

gravação e

leitura

Terapia

Reabilitação

Ø

Ø

Obiorah, M. G., et al.

(2017)

PhotoSearch

Android

Imagens e

símbolos

Terapia

Associação

Imagem/Pal

avra

Ø

Ramsberger, G. and P.

Messamer (2014).

Revisão

Diretrizes de

práticas baseadas

em evidencias

Ø

Reabilitação

Sensoriais,

motores e

cognitivos

Ø

Reyes, J. d. l., et al.

(2014).

TumpCAA Testes de

Usabilidade

Ø

Ø

Ø

Stapleton, C., et al.

(2014)

Virtual kitchen

Canon MREAL

HMD

Cenário de

objetos

e histórias

Terapia

Sentimento

s e

memórias

Ø

Williams, K., et al.

(2016)

Protótipo Head-

Worn Display

(HWD)

Imagem,

texto e áudio

Terapia

Ø

**

Supervisionada

Yeo, M., et al. (2015). Aplicativo CAA

por EGG

Foco mental e

facial

Comunicação

Ø

Ø

Este trabalho

Aplicativo de

CAA

AppAfasia

Imagens

reais, texto e

áudio,

complementa

ção de

Reabilitação/

Terapia

Categorizaç

ão e

Associação

de Objetos

**

Supervisionada

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119

119

sentenças

Legendas:

( Ø ) Trabalho não aborda o assunto

(*) Tratamento orientado à desordem (TOD) – (restaurar o processamento linguístico, fornecendo exercícios

linguísticos).

(**) Tratamento funcional (TF) – (enfatiza a realização de atividades comunicativas do cotidiano e inclui o uso de

estratégias por CAA para compensar os déficits linguísticos).

(***) Tratamento orientado para a participação (TOP) – (atinge diretamente o domínio da participação social, a

ênfase está em viver com as consequências da afasia).

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APÊNDICE C – CARACTERÍSTICAS DOS APLICATIVOS CAA

Quadro 36. Aplicativos com licença de uso pagos

Nome Descrição Linguagem Plataformas Atividades incluídas

Language Trainer

Criado especificamente para ajudar as pessoas a melhorarem seu domínio da linguagem falada. Projetado por um fonoaudiólogo certificado, é perfeito para trabalhar vocabulário, encontrar palavras, gaguejar e viabiliza a terapia de linguagem receptiva ou expressiva. O Language Trainer complementa e facilita o trabalho do patologista ou cuidador de fala e inclui quatro atividades dentro de um aplicativo.

Inglês, holandês,

português, espanhol.

iOS 8.0 ou posterior.

Compatível com iPhone, iPad e iPod

touch.

Identificação de imagem, nomeação de imagem, nomenclatura divergente e conclusão de frase.

Link de Acesso

https://itunes.apple.com/us/app/language-trainer/id733555247?mt=8

Nome Descrição Linguagem Plataformas Atividades Incluídas

Afasia Pro: Leitura

Um aplicativo desenvolvido pela fonoaudióloga Barbara Fernandes. Visa melhorar as habilidades de leitura em adultos com dificuldades de leitura adquirida. Afasia Pro: Reabilitação de Leitura integra seis atividades de leitura nos níveis da palavra e frase, tudo especificamente criados para promover o sucesso de reabilitação da leitura em indivíduos com Afasia. Vale ressaltar que o aplicativo não inclui nenhuma informação auditiva, já que é direcionado para leitura e não para a compreensão auditiva.

Português, espanhol, holandês,

inglês.

iOS 6.0 ou posterior.

Compatível com iPhone, iPad e iPod

touch.

Reabilitação de Leitura. Oferece mais de trezentas fotos organizadas em categorias semânticas. As palavras ou categorias podem ser selecionadas individualmente, ou eliminadas. As atividades automaticamente aumentam o nível de dificuldade com base nas respostas do usuário.

Link de Acesso

https://itunes.apple.com/br/app/reading-rehabilitation-toolkit/id590202982?mt=8

Nome Descrição Linguagem Plataformas Atividades Incluídas

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121

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iName - Objetos na casa

Projetado especificamente para ajudar pessoas com dificuldades de lembrar os nomes dos itens comuns encontrados em casa. Desenvolvido por fonoaudiólogos, fornece aos usuários uma maneira sistemática de lembrar palavras funcionais necessárias para atividades da vida diária. É composto por cinquenta nomes que são exibidos dentro do contexto das salas onde eles estão normalmente localizados, como quarto, banheiro, cozinha, etc. Cada palavra-alvo pode ser obtida usando um dos cinco tipos diferentes de dicas disponíveis: phonemic, fase de conclusão, palavra inteira ou semântica.

Inglês

iOS 8.0 ou posterior.

Compatível com o iPad

Trabalha com recuperação de palavras secundárias à afasia, e inclui 10 itens de destino para cada cena doméstica: quarto, cozinha, sala de estar, banheiro e garagem. Cada cena é realisticamente retratada, especificamente para ajudar com pistas visuais e de conclusão de sentenças. Além disso, o aplicativo contém vários tipos de pistas ou solicitações para ajudar na recuperação verbal.

Link de Acesso https://itunes.apple.com/br/app/iname-it/id486781414?l=en&mt=8

Nome Descrição Linguagem Plataformas Atividades Incluídas

Constant Therapy

Fornece uma solução móvel baseada na ciência para ferramentas terapêuticas contínuas e altamente personalizadas, para pacientes com traumatismo cranioencefálico, acidente vascular cerebral, afasia e dificuldades de aprendizagem. Incorpora pesquisas sobre plasticidade cerebral e reabilitação da Universidade de Boston e outras instituições líderes. Instituições de saúde proeminentes usam Constant Therapy para ajudar seus pacientes a progredirem continuamente, dentre elas: a Spaulding Rehabilitation Network, o Stroke Comeback Center e o MossRehab Aphasia Center.

Inglês Ipad

Exercícios personalizados podem ajudar a recuperar memória, fala, leitura, escrita e muito mais. Os exercícios de terapia são fornecidos em tablets e telefones como parte integrante da terapia conduzida pelo médico ou para uso em casa, entre visitas clínicas e após a alta. Oferece exercícios dinamicamente atualizados, personalizados para cada paciente. Tem uma biblioteca crescente de 58 categorias de tarefas baseadas na ciência e mais de 12.000 exercícios.

Link de Acesso https://www.constanttherapy.com/

Nome Descrição Linguagem Plataformas Atividades Incluídas

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Talkative: Ferramenta de Comunicação

Assistiva

Português e

inglês.

iOS 9.0 ou posterior.

Compatível com iPhone, iPad e iPod

touch

Suporta tanto controle por toque quanto por gestos faciais, reconhecidos pela câmera do dispositivo.

Link de Acesso https://itunes.apple.com/br/app/talkative-ferramenta-de-comunica%C3%A7%C3%A3o-assistiva/id1073952556?mt=8

Nome Descrição Linguagem Plataformas Atividades Incluídas

Proloquo2Go

Um aplicativo de Comunicação Aumentativa e Alternativa (AAC) que fornece uma “voz” para pessoas que têm dificuldade em falar ou não podem falar nada. É adequado para crianças, adolescentes e adultos que precisam de apoio simbólico para se comunicar.

Inglês, francês e espanhol

iPad, iPhone e iPod

Suporte gramatical totalmente configurável para substantivos, pronomes, verbos e adjetivos. Abrange todos os usuários, desde os iniciantes até os usuários avançados, enquanto atende a uma ampla gama de habilidades motoras, visuais e cognitivas.

Link de Acesso http://www.assistiveware.com/product/proloquo2go

Nome Descrição Linguagem Plataformas Atividades Incluídas

Tactus Collection Part 1

~ Afasia

Oferece uma ampla gama de aplicativos de terapia da fala para adultos com Afasia e outros desafios de comunicação. Estes aplicativos são baseados em evidências, e projetados por um fonoaudiólogo para ser usado na clínica e em casa. Fácil de usar e acessível, os aplicativos da Tactus Therapy não têm assinaturas, telas de login ou necessidade de Wi-Fi.

Inglês

iOS 7.0 ou posterior.

Compatível com iPhone, iPad, e iPod

touch.

Terapia da Linguagem 4 em 1; Terapia da Categoria; Terapia da Conversa; Terapia da Apraxia; Terapia Avançada de Nomeação; Terapia Avançada de Compreensão; Terapia Avançada de Leitura.

Link de Acesso https://tactustherapy.com/homeuse/

Nome Descrição Linguagem Plataformas Atividades Incluídas

Aphasia Toolkit

Aplicativos de terapia de recuperação e compreensão da palavra. Seus sistemas são: Inference Pics LITE, Inference Pics, Therapy for Verbs, Keyword Understanding, Semantic Links, Turtle Talk, Speech Pacesetter, Speech Pacesetter Pro, Conversation Paceboard, Noun Trainer Home e Noun Trainer Personal.

Inglês

iOS 7.0 ou posterior.

Compatível com iPhone, iPad, e iPod

touch.

Contêm entre eles 300 itens para testar e praticar nomeação de confronto verbal de substantivos e verbos; exercícios para seguir instruções escritas e faladas em várias etapas.

Link de Acesso http://aptus-slt.com/#Apps

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123

Nome Descrição Linguagem Plataformas Atividades Incluídas

CommunicAide

Adequado para adultos, é um aplicativo baseado em foto AAC. Fácil de editar e de adicionar vocabulário próprio. Oferece favoritos e histórico de links para que o usuário possa encontrar facilmente uma mensagem que que tenha construído recentemente.

Inglês iPad AAC app para falar palavras e frases com base em fotos.

Link de Acesso http://hope4speech.com/

Nome Descrição Linguagem Plataformas Atividades Incluídas

Comprehension Afhasia

Criado por uma fonoaudióloga certificada para adultos e crianças, foca na compreensão auditiva de perguntas e direções sim-não-sim cada vez mais longas e complexas com a capacidade de ativar o ruído de fundo.

Inglês

iOS 8.0 ou posterior.

Compatível com iPad.

Compreensão auditiva, incluindo correspondência auditiva de palavras, audição e seguimento de instruções básicas, direções temporais e direções condicionais. Existem até 9 níveis de dificuldade e 1700 itens. Os resultados podem ser registrados e enviados por e-mail. A pontuação é dada no final de cada exercício e um registro de exercícios realizados também é gravado dentro do aplicativo, mas as pontuações não são salvas nesses relatórios. O usuário pode gravar sua fala, embora este seja um aplicativo para trabalhar a compreensão auditiva, em vez da habilidade da fala. Disponibiliza ainda a função de desativar o ruído de fundo e definir para vários usuários.

Link de Acesso https://www.virtualspeechcenter.com/app/comprehension_aphasia_app

Nome Descrição Linguagem Plataformas Atividades Incluídas

Cuespeak

Estação de trabalho de fonoaudiologia que apresenta um conjunto de exercícios de terapia produzidos no Reino Unido por um especialista em Afasia. Direcionado a pessoas com deficiência de comunicação causada por um derrame e outros distúrbios neurológicos. Projetado para uso tanto por clínicos quanto por pessoas afásicas.

Inglês iPad

Os exercícios são adequados para adultos com Afasia moderada a grave, incluindo aqueles diagnosticados com apraxia de fala e aqueles com problemas cognitivos associados. Oferece questionamento semântico com opções de imagens de múltipla escolha, tarefas de ortografia e julgamento fonêmico. Ortografia da letra. Julgamento rima. Processamento de sentenças. Construção de frases escritas e faladas. Associações semânticas. Tarefas de leitura.

Link de Acesso http://cuespeak.com/

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124

124

Nome Descrição Linguagem Plataformas Atividades Incluídas

ipracticeverbs

Um aplicativo desenvolvido para ajudar as crianças a aprenderem e praticar verbos ingleses básicos em uma variedade de níveis (palavra, frase, frase) e tempos (presente, presente progressivo e pretérito). iPracticeverbs foi criado por um fonoaudiólogo licenciado e certificado. Objetiva servir como uma ferramenta para crianças com atrasos de linguagem, e para crianças e adultos que aprendem Inglês como segunda língua. É muito intuitivo de usar e é compatível com o Therapy Report Center (um aplicativo de gerenciamento de carga LIVRE).

Inglês

IPad, Iphone e

iPod.

Prática do tempo presente escrito e falado. Apresentação de verbos progressivos e pretéritos nos níveis palavra e sentença. Exercícios de cartão. Exercícios semânticos de múltipla escolha (4 opções).

Link de Acesso http://smartyearsapps.com

Nome Descrição Linguagem Plataformas Atividades Incluídas

More speech

Um aplicativo de recuperação de fala e linguagem. Divertido e eficaz, o Web-App ajuda os sobreviventes de AVC e lesão cerebral.

Inglês

Android Phone; Android Tablet; IPad;

iPhone; iPod;

MAC; e

PC.

Todos os exercícios são de escuta, leitura e escrita, e podem ser acessados pelos exercícios de memória, mas há um atraso antes que as respostas sejam necessárias (por exemplo, para trabalhar na memória auditiva / operacional / visual)

Link de Acesso http://morespeech.com/

Nome Descrição Linguagem Plataformas Atividades Incluídas

Parrot record words

Tratamento eficaz para Afasia e lesão cerebral.

Inglês e espanhol.

Computador, tablet ou

smartphone.

Programas para fala, comunicação, memória, atenção, leitura, vocabulário e cognição.

Link de Acesso https://www.parrotsoftware.com

Nome Descrição Linguagem Plataformas Atividades Incluídas

Reading Aphasia

O aplicativo foi criado por um fonoaudiólogo certificado para adultos e crianças que lutam para desenvolver compreensão de leitura.

Inglês

IPad, Iphone e

iPod.

Mais de 2.000 estímulos, organizados de acordo com 12 categorias semânticas, ofertados para a prática das habilidades de compreensão de leitura nos níveis de palavra, frase e sentença.

https://www.virtualspeechcenter.com/app/reading_aphasia_app

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125

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Nome Descrição Linguagem Plataformas Atividades Incluídas

Scene Speak

Uma ferramenta de comunicação maravilhosa para aqueles com Autismo, Afasia,

Apraxia, deficiências de desenvolvimento, ou qualquer pessoa que queira melhorar a

linguagem receptiva ou a memória visual.

Inglês

iOS 8.2 ou posterior.

Compatível com o iPad.

Aplicativo versátil e personalizável que fornece uma estrutura no iPad para criar exibições interativas de cenas visuais e histórias sociais. O sistema permite que uma imagem seja editada com hotspots ativos.

Link de Acesso https://itunes.apple.com/us/app/scene-speak/id420492342?mt=8

Nome Descrição Linguagem Plataformas Atividades Incluídas

TouchChat HD - AAC

Uma solução de comunicação repleta de recursos para pessoas com dificuldade de usar sua voz natural. TouchChat é projetado para indivíduos com Autismo, Síndrome de Down, ALS, Apraxia, Acidente Vascular Cerebral ou outras condições que afetam a capacidade de uma pessoa usar a fala natural.

Inglês, Árabe, Hebreu e Espanhol.

iOS 8.1ou posterior.

Compatível com iPhone, iPad, e iPod

touch.

Palavras, frases e mensagens são faladas com um sintetizador de voz incorporado ou reproduzindo uma mensagem gravada. Várias vozes sintetizadas em inglês e espanhol estão disponíveis, permitindo que o usuário escolha uma voz que se adapte à sua própria personalidade.

Link de Acesso https://itunes.apple.com/us/app/touchchat-hd-aac/id398860728?mt=8

Nome Descrição Linguagem Plataformas Atividades Incluídas

MyTalkTools Mobile

Uma boa solução para pessoas com Síndrome de Down, paralisia cerebral, deficiências auditivas ou visuais, Autismo ou outros diagnósticos que prejudicam a capacidade de comunicação. Suporta usuários, professores, terapeutas, cuidadores e pais com muitos recursos inovadores.

Inglês, dinamarquês,

holandês, francês, hebreu, italiano, polonês,

espanhol e chinês

tradicional.

iOS 8.2 ou posterior.

Compatível com iPhone, iPad, e iPod

touch.

Representam um grande avanço em comunicações alternativas aumentativas (AAC), facilitando a personalização de como alguém se comunica através de uma variedade de imagens, arquivos de vídeo e áudio, incluindo voz humana.

Link de Acesso https://itunes.apple.com/us/app/mytalktools-mobile/id324286288?mt=8

Nome Descrição Linguagem Plataformas Atividades Incluídas

Expressive

Se um membro da família perdeu a capacidade de se expressar (mesmo que temporariamente devido a uma cirurgia, acidente ou Aasia), o Expressive lhes dará a capacidade de se comunicar e expressar suas necessidades básicas.

Inglês

iOS 8.0 ou posterior.

Compatível com iPhone, iPad, e iPod

touch.

O aplicativo pode ser usado para a comunicação por meio de toque em botões com símbolos ou imagens que geram som. Inclui mais de 10.000 imagens internas da biblioteca Smarty Symbols.

Link de Acesso https://itunes.apple.com/us/app/expressive/id398345416?mt=8

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Quadro 37. Aplicativos distribuídos de forma gratuita

Nome Descrição Linguagem Plataformas Atividades Incluídas

Verbally

Um aplicativo de comunicação incremental e alternativa (CAA) abrangente e fácil de usar. Verbalmente, traz fala para aqueles que não a possuem e permite conversas reais por meio de design simples e intuitivo. Basta tocar no que se pretende dizer e Verbally fala pela pessoa.

Inglês

iOS 8.0 ou posterior.

Compatível com iPad.

Contém 50 palavras essenciais para economizar mais de 50% dos toques necessários para inserir suas frases. Oferece frases comuns para permitir conversas mais rápidas e fáceis. Aprende as palavras que a pessoa usa e facilita a autoexpressão. Até mesmo importa os contatos para melhor prever os nomes que serão utilizados. Opção de escolha de voz masculina ou feminina.

Link de Acesso https://itunes.apple.com/us/app/verbally/id418671377?mt=8

Nome Descrição Linguagem Plataformas Atividades Incluídas

iSpeech

O aplicativo iSpeech é baseado na API de software como um serviço (SaaS) do Text to Speech (TTS) do iSpeech.org. É possível colocar texto em fala (texto para voz) ou reconhecimento de fala no aplicativo. API gratuita em http://www.ispeech.org/api

Inglês

iOS 8.0 ou posterior.

Compatível com

iPhone, iPad, e iPod touch.

É possível digitar o texto, copiar e colar, e ouvir textos com qualidade humana para fala. O iSpeech converte texto em fala com as melhores vozes sonoras. Basta digitar qualquer texto e o iSpeech lê as palavras instantaneamente.

Link de Acesso https://itunes.apple.com/us/app/ispeech-text-to-speech/id322329515?mt=8

Nome Descrição Linguagem Plataformas Atividades Incluídas

Aphasiatherapyonline Terapia de afasia on-line Inglês Web

Escuta (correspondência auditiva / palavra, correspondência auditiva / de imagem, soletrar uma palavra falada, discriminação de letra auditiva); leitura (palavras únicas e frases curtas, correspondendo letras maiúsculas / minúsculas, respondendo perguntas simples, escritas de Y / N, discriminação de letras auditivas); ortografia (nomeação de imagens e ortografia de palavras

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faladas, nomeação de imagens escritas, nomeação de imagens faladas).

Link de Acesso http://www.aphasiatherapyonline.com

Nome Descrição Linguagem Plataformas Atividades Incluídas

Tapgram

Facilita o envio de mensagens simples. Depois de configurar, não é necessário tocar em um teclado para enviar mensagens. Em vez disso, as mensagens são criadas tocando-se em imagens, sendo que podem ser postadas no feed de mídia social ou enviadas para amigos e entes queridos por e-mail. Por sua vez, amigos e familiares podem tocar nas fotos para enviar uma resposta. É necessário um telefone, tablet ou computador com conexão e uma conta gratuita da tapgram. Vem com um guia de início rápido.

Inglês

Telefone, tablet e

computador.

O Tapgram apoia a capacidade de se expressarem com facilidade, e ajuda aqueles que não têm fala a encontrarem a sua voz.

Link de Acesso http://www.tapgram.com/

Nome Descrição Linguagem Plataformas Atividades Incluídas

TalkPathTM Therapy

Projetado por fonoaudiólogos e testado por usuários com déficit cognitivos e de linguagem, o Terapia TalkPath compatível com HIPAA está redefinindo a terapia da fala.

Inglês iPad

Uma solução de terapia de última geração baseada em tarefas. Com mais de 13.500 exercícios de linguagem e cognitivos, é possível reconstruir a fala, a linguagem e as habilidades cognitivas. Uma novidade no TalkPath Therapy é o recurso de reprodução de vídeo, que permite que se grave vídeos de posição de boca e o reproduza para verificar a precisão.

Link de Acesso https://www.aphasia.com/talkpath-therapy/

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Nome Descrição Linguagem Plataformas Atividades Incluídas

Afasia Anómica

App com terapia complementar para pessoas com exercícios de recuperação da Afasia. Ele também pode ser aplicado a crianças, para começarem a aprender alguns conceitos básicos da linguagem.

Espanhol Android

1.6 ou superior.

Sem descrição.

Link de Acesso https://apkpure.com/br/afasia-an%C3%B3mica/appinventor.ai_andreasanchez.Afasia_checkpoint1_checkpoint2

Nome Descrição Linguagem Plataformas Atividades Incluídas

Samsung Wemogee

Este projeto foi criado para restaurar a possibilidade de que pessoas com afasia se comuniquem com facilidade e rapidez com seus amigos e familiares. Desempenha uma função dupla: para conversar com pessoas distantes e suporte de comunicação para interações face a face. Através da tradução de texto para emoji e vice-versa, o aplicativo permite que a pessoa afetada com Afasia se comunique apenas por meio de imagens.

Inglês, Italiano, Turco,

Espanhol, Português,

Francês, Alemão, Russo,

Coreano, Chinês,

Japonês, Hindi e Árabe.

Todas

Baseado em uma biblioteca com mais de 140 frases. Em colaboração com uma equipe de fonoaudiólogos, foi definida uma lista das frases mais comuns no bate-papo informal, relacionadas às necessidades básicas e às emoções. Estas palavras foram então traduzidas em sequências lógicas de emojis. Os pacientes afásicos identificam o que desejam comunicar por meio de um painel de opções exclusivamente visuais, enviando a sequência escolhida de emojis para o receptor não-afásico. O usuário não-afásico receberá a mensagem em forma de texto e poderá responder usando palavras escritas.

Link de Acesso http://wemogee.com/en

Nome Descrição Linguagem Plataformas Atividades Incluídas

Talk Around It - português

Uma equipe de designers, terapeutas da fala e desenvolvedores desenhou o aplicativo Talk Around It para pessoas com distúrbio da fala ou dificuldade de encontrar palavras por conta de Afasia, demência, derrame cerebral, autismo, Síndrome de Alzheimer e outras limitações.

Português iOS ou

Android.

Uma ferramenta efetiva para melhorar a comunicação usando exercícios de Terapia da Fala. Desenhado para ajudar pessoas que têm problemas em expressar a palavra correta. Pode ser usado de forma independente, com outra pessoa ou com um terapeuta.

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Link de Acesso https://www.neurohero.com/portuguese/

Nome Descrição Linguagem Plataformas Atividades Incluídas

SmallTalkTM Apps

Aplicativos da Família de Comunicação SmallTalk ™ oferecem uma maneira fácil de praticar atividades comuns de fala. Aplicativos de comunicação baseados em ícones ou aplicativos baseados em vídeo. Inclui um aplicativo básico CAA e os outros aplicativos baseados em terapia.

Inglês

iOS 8.0 ou posterior.

Compatível com iPhone, iPad e iPod

touch.

O vocabulário baseado em imagens de palavras e frases ajuda o usuário a se comunicar de forma eficaz em muitos contextos diferentes.

Link de Acesso https://www.aphasia.com/smalltalk-apps/

Nome Descrição Linguagem Plataformas Atividades Incluídas

TalkPathTM News

Os artigos de notícias são lidos em voz alta e destacados para ajudar as pessoas com distúrbios da fala ou da linguagem. Têm-se acesso a artigos nacionais, mundiais, empresariais, educacionais, de entretenimento, saúde e estilo de vida, ciência e tecnologia e história.

Inglês Todas ou Online.

Novos artigos são adicionados a cada dia da semana. No final de cada artigo, uma série de perguntas testará a compreensão da leitura e os resultados fornecerão feedback imediato.

Link de Acesso https://www.aphasia.com/talkpath-news/

Nome Descrição Linguagem Plataformas Atividades Incluídas

TalkPathTM Therapy

Plataforma de fala on-line, é gratuita e acessível a partir do aplicativo TalkPath Therapy para o iPad® (on-line ou off-line) ou de um computador desktop ou laptop (requer uma conexão com a Internet). É fácil começar. Basta baixar o aplicativo TalkPath Therapy da App Store℠ ou visitar o site e criar uma conta gratuita.

Inglês Web

É uma solução de terapia on-line de última geração baseada em tarefas. Com mais de 13.500 exercícios de linguagem e cognitivos, é possível começar a reconstruir a fala, a linguagem e as habilidades cognitivas imediatamente. Uma novidade no TalkPath Therapy é o recurso de reprodução de vídeo, que permite que se grave vídeos de posição de boca e os reproduza para verificar a precisão.

Link de Acesso https://therapy.aphasia.com/

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APÊNDICE D - PATOLOGIAS BÁSICAS DA LINGUAGEM

Figura 34. Patologia básica da linguagem e da fala por lesão cerebral visão ampla Fonte: Adaptado de Peña-Casanova (2005).

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APÊNDICE E - QUESTIONÁRIO APLICADO AOS

FONOAUDIÓLOGOS

Questão 1 - Em que estado do Brasil você atua?

Questão 2 - Há quanto tempo trabalha com público afásico?

( a- Acima 10 anos , b- Entre 5 a 10 anos , c- Até 5 anos , d- Nunca, mas conheço sobre afasia )

Questão 3 -Você usa algum tipo de aplicativo tecnológico para acompanhamento ou reabilitação

com público afásico?

( a- Sim , b- Não )

Questão 4 - Qual o nome do (s) aplicativo (s) que você mais usa ou aplica? (Caso não use nenhum,

responda "não utilizo nenhum" e o porquê.)

Questão 5 - O (s) aplicativo (s) que mais usa é distribuído gratuitamente?

( a- Sim , b- Não )

Questão 6 - O aplicativo está disponível para quais dispositivos? (Pode ter mais de uma resposta)

( a- Computadores e notebooks , b- Smartphone e celulares , c- Tablets , d- SmartTV, e- Console

portátil , f- Desconheço essa informação )

Questão 7 - Dentre os aplicativos que usa, qual deles você utiliza com mais frequência e por quê?

Questão 8 - Em que versão o aplicativo que usa está disponível? (Pode ter mais de uma resposta)

( a- Inglês , b- Português , c- Espanhol )

Questão 9 - Dê uma sugestão quanto ao uso de aplicativos de comunicação alternativa na

recuperação ou reabilitação do público afásico. Qual sua necessidade como especialista?

Questão 10 - Que tipo de funções você sugere ou gostaria de ter como essenciais para uma

plataforma que intencione atender o melhor possível as necessidades gerais do público afásico?

Questão 11 - Na sua opinião, como classificaria o grau de importância de um sistema de

comunicação alternativa para auxiliar os fonoaudiólogos junto ao tratamento ou reabilitação dos

afásicos? (1 menor e 5 maior)

( a- 1 , b- 2 , c- 3 , d- 4 , e- 5 )

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APÊNDICE F - RESULTADOS DOS TESTES SISTEMA

ACCT:MOBILE 1.0

Quadro 38 – Resultados dos testes avaliados por sistema de CAA Sujeito Quadro clínico Pontos Positivos Pontos negativos Comentários/Sugestões

Af01Masc

Afasia

de expressão

Imersão na

atividade.

Dificuldades ao arrastar as

imagens;

dificuldades em compreender

as categorias, principalmente a

de “tecnologias eletrônicas” e

“ações”.

Afásico achou a

ferramenta interessante

pois é “como uma

brincadeira”, por ser um

jogo.

Af02Masc

Afasia

de expressão

Imersão na

atividade.

Dificuldades com a interface e

com algumas imagens e

categorias.

Gostou, mas ficou com

um pouco de receio por

não ter contato com esse

tipo de dispositivo

(tablet).

Af03Masc

Afasia de

recepção

Imersão na

atividade.

Dificuldade em encaixar nas

categorias, a divisão delas

poderia ser mais destacada.

Dificuldade com algumas

categorias.

Gostou da ferramenta,

queria jogar mais.

Af04Masc

Afasia

de expressão

Imersão na

atividade.

Dificuldades com a interface e

com algumas imagens e

categorias.

Gostou, divertido.

Queria mais jogos.

Af05Fem

Afasia

de expressão

Imersão na

atividade.

Dificuldades com a interface e

com algumas imagens e

categorias.

Gostou, divertido.

Af06Masc

Afasia

de expressão

Imersão na

atividade,

possibilidade de

relacionar os

conteúdos do

aplicativo com

coisas do cotidiano.

Dificuldades com algumas

imagens e categorias.

Gostou, divertido.

Queria mais jogos.

Af07Masc

Disartria

Imersão na

atividade.

Indivíduo não é alfabetizado,

não utiliza as legendas; teve

dificuldade com algumas

imagens.

Gostou da ferramenta,

queria mais jogos.

Af08Masc

Disartria

Possibilidade de

relacionar os

conteúdos do

aplicativo com

coisas do cotidiano.

Dificuldades ao arrastar as

imagens; dificuldade na

identificação das categorias,

algumas imagens gostaria de

colocar em mais de uma, e

outras em nenhuma.

Não se interessou muito

pela ferramenta.

Af09Fem Afasia

de expressão

Imersão na

atividade.

Dificuldades nos últimos

quadros, categorias em caixa.

Gostou muito.

Em relação à avaliação da interface - Aspectos negativos.

Ao apertar numa imagem, se soltar ela vai para o final da linha, gerando confusão. O público alvo

às vezes tem dificuldades motoras, o que dificulta o arrastar as imagens. As imagens somem se vão

sendo colocadas uma do lado da outra, também gerando confusão.

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Sugestões para interface do aplicativo

Um toque para selecionar a imagem, se tocar em uma sequência de imagens elas vão sendo

selecionadas, ao clicar na categoria elas são movidas. Destacar mais e definir melhor as margens

para que as figuras se organizem e não desapareçam ao serem colocadas uma ao lado da outra.

Em relação à avaliação das categorias - Aspectos negativos

Algumas imagens não são do cotidiano dos indivíduos. Algumas dependem da leitura da legenda, o

que nem sempre é possível para o público alvo. As categorias são confusas e não muito bem

definidas como a das “ações”. No mesmo exercício há figuras representativas sobre comidas e

bebidas ou outras imagens que, dependendo do tipo da atividade, podem ser utilizadas em outras

categorias.

Sugestões de melhorias para categorias

Padronizar os estilos de imagens, utilizar as coisas mais comuns do dia-a-dia dentro de cada

categoria. Sugestões para categorias apropriadas: Vestimentas, Animais, Alimentos, Móveis, Cores.

Outras sugestões para melhorias do aplicativo

Cadastro do fonoaudiólogo para cada paciente, opção de ver uma lista e selecionar qual está em

atendimento. Informações para o cadastro de: iniciais, data de nascimento, idade, sexo,

escolaridade. Colocar um espaço para evolução, para poder anotar algo sobre cada sessão em que se

utilizou o app. Possibilidade de o profissional adicionar elementos voltados para as necessidades e a

história de vida do paciente, contextualizando a reabilitação e o uso do aplicativo para melhor

aproveitamento terapêutico por parte do paciente, favorecendo a criatividade e voltando o uso do

app para autonomia na comunicação, podendo este adicionar frases e outros elementos que lhes

atendam no dia a dia. Fonoaudiólogo fazer o paciente construir frases que fiquem salvas e o

paciente poder ouvir em casa para replicar; ele replicando, poder ficar gravado para o

fonoaudiólogo. Pode-se trazer para o trabalho escrito algo sobre o lado lúdico dos jogos para

reforçar as vantagens do uso desta ferramenta.

Sugestão para outras atividades

Jogo com antônimos e sinônimos; Jogo com características para ligar ao objeto descrito. Sempre

com progressão da dificuldade.

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APÊNDICE G – EXEMPLO DE IMAGENS UTILIZADAS PARA

CATEGORIAS DAS ATIVIDADES

Figura 35. Exemplo de figuras utilizadas nas atividades de categorização

Fonte: pixabay.com

Figura 36. Exemplo de figuras utilizadas nas atividades de categorização

Fonte: pixabay.com

Figura 37. Exemplo de figuras utilizadas nas atividades de categorização

Fonte: pixabay.com

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Figura 38. Exemplo de figuras utilizadas nas atividades de categorização

Fonte: pixabay.com

Figura 39. Exemplo de figuras utilizadas nas atividades de categorização

Fonte: pixabay.com

Figura 40. Exemplo de figuras utilizadas nas atividades de categorização

Fonte: pixabay.com

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APÊNDICE H – REGRA DE ATIVIDADES “RECOMENDAÇÃO”

Quadro 39 – Exemplo de regra aplicada como sugestão para atividades

USUÁRIO PACIENTE

ATIVIDADE ERROS PONTOS TEMPO REACAO SOM LEGENDA SUPERVISAO RECOMENDAÇÃO APLICADA PELO

SISTEMA

A 2

CATEGORIAS 0 800 26 GOSTEI NÃO NÃO SIM

PARABÉNS NÃO TEVE ERROS

AGORA TENTE SEM A

SUPERVISÃO

A 2

CATEGORIAS 0 800 26 GOSTEI SIM NÃO NÃO

PARABÉNS NÃO TEVE ERROS

AGORA TENTE SEM SOM

A 2

CATEGORIAS 0 800 26 GOSTEI NÃO SIM NAO

PARABÉNS NÃO TEVE ERROS

AGORA TENTE SEM LEGENDA

A 2

CATEGORIAS 1 600 30 GOSTEI NÃO NÃO NÃO

TEVE ALGUM ERRO - TENTE

SEM SUPERVISÃO E ADICIONE O

SOM

A 2

CATEGORIAS 2 366 45 GOSTEI NÃO NÃO SIM

TEVE ALGUM ERRO -

CONTINUE COM SUPERVISÃO E

ADICIONE O SOM OU LEGENDA

A 2

CATEGORIAS 0 366 45

NÃO GOSTEI

NÃO NÃO SIM

QUE PENA NÃO TER GOSTADO

VOCÊ NÃO TEVE ERROS - TENTE COM SOM OU

LEGENDA

A 2

CATEGORIAS 1 366 45

NÃO GOSTEI

NÃO NÃO SIM

QUE PENA NÃO TER GOSTADO E

MESMO COM ERROS -

CONTINUE TENTANDO

ADICIONE SOM

A 2

CATEGORIAS 0 366 45

NÃO GOSTEI

NÃO NÃO SIM

QUE PENA NÃO TER GOSTADO

VOCÊ NÃO TEVE ERROS - TENTE COM SOM OU

LEGENDA

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APÊNDICE I – TERMO DE CONSENTIMENTO E FORMULÁRIO

DE AVALIAÇÃO APLICADA AOS FONOAUDÓLOGOS

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado (a) para participar, como voluntário, em uma pesquisa sobre um

aplicativo de Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA) voltado ao público afásico. Caso

você queira participar, continue lendo sobre todos os procedimentos desta pesquisa.

Depois de passar a você todas as informações e você aceitar meu convite, será necessário

que você conheça o aplicativo e ao final responda um questionário de avaliação. Caso você não

queira, não há problema algum. Você não precisa me explicar o porquê, e não haverá nenhum tipo

de punição por isso. Você tem todo o direito de não querer participar do estudo.

Título do estudo: Plataforma web responsiva de Comunicação Aumentativa e Alternativa

para o público afásico.

Uma forma de intervenção que ajude no processo de reabilitação linguística acontece por

meio da CAA. Esta técnica considera estratégias que envolvem desde tecnologias simples, bem

como dispositivos eletrônicos ou sistemas baseados por computador.

A pesquisa tem objetivo de contribuir na comunicação com o indivíduo afásico, colocando à

disposição do profissional uma ferramenta de CAA que apoie no trabalho de tratamento e

reabilitação do sujeito afásico. A solução está no formato de um site responsivo e/ou/ WEB APP,

otimizado para dispositivos móveis, sendo acessível por qualquer smartphone ou tablet a partir de

um navegador.

Caso você participe da avaliação, você vai fazer um teste envolvendo o uso do aplicativo por

meio das atividades no momento que desejar. Durante a realização do teste, você estará usando o

dispositivo por computador, tablets ou celular (smartphone). Os testes terão duração

aproximadamente de 30 minutos.

Caso participe desse estudo, estará fornecendo dados para contribuir com o avanço dos

tratamentos de afasia. Serão analisadas as melhores estratégias para a aplicação dessas atividades e

a própria atuação do afásico em relação ao recurso utilizado.

Os resultados dessa pesquisa serão divulgados através de produção de dissertação para

conclusão do curso de Mestrado. Porém, a sua identidade será preservada e não divulgada junto aos

resultados. Sua participação nessa pesquisa pode beneficiar o tratamento de pessoas com as

condições extremas em casos de afasias.

Os dados colhidos pelo aplicativo vão auxiliar os profissionais da saúde a entender melhor

como o afásico está reagindo ao tratamento, e assim podendo utilizar até de outras alternativas, ou

aprimorar o tratamento atual.

A pesquisa será realizada nos meses de Dezembro de 2018 a Janeiro de 2019. Reitero que

sua identidade será preservada e os dados serão tratados em total sigilo. Você está ciente que possui

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a liberdade de encerrar a participação na pesquisa caso queira, quando bem entender, sem sofrer

nenhum tipo de problema com isso. A sua participação na pesquisa é voluntária e não possui

nenhuma forma de remuneração ou contrapartida.

Cabe salientar que os dados da pesquisa serão mantidos em arquivo físico e/ou digital, sob

guarda e responsabilidade dos pesquisadores, por um período de 5 anos após o término da pesquisa.

Você tem o direito de solicitar informações adicionais a qualquer momento, pois será

disponibilizado o contato com os pesquisadores através do e-mail e telefone.

Para conhecer o aplicativo você deve entrar no endereço www.appafasia.com.br e clicar no

menu afasiaweb o acesso pode ser feito direto do celular, tablet ou computador e logo que realizar

os testes dentro do aplicativo, preencha o formulário e deixe registrado a sua participação para que a

plataforma seja melhorada.

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APÊNDICE J – MODELO DE FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO

APLICADA AOS FONOAUDÓLOGOS

Quadro 40– Questionário aplicado aos profissionais

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Questões abertas

1- Quais os aspectos da plataforma "appafasia" que considera mais valioso? *

2- De sua opinião sobre a plataforma "appafasia". Como profissional da área o que é

preciso melhorar? *

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APÊNDICE K – FORMULÁRIO APRESENTADOS PELOS PROFISSIONAIS Quadro 41– Resultados do questionário respondidos pelos profissionais

Características gerais do aplicativo AppAfasia

VOCÊ ACEITA OS TERMOS DE

CONSENTIMENTO LIVRE E

ESCLARECIDO

[Promove o desenvolviment

o da comunicação e

linguagem]

[Apoia a terapia de pessoas

com afasia]

[Possui funcionalidades conjuntas com

a família, paciente e

fonoaudiólogo]

[As imagens

reais, som e tradução de imagens ajudam no processo

de terapia]

[As atividades

contemplam (nomeação, expressão,

leitura e escrita)]

[Adaptado ao contexto do paciente]

[Acompanhamento das atividades apoiam os

profissionais]

Profissional 1 Sim Muito bom Muito bom Satisfatório Satisfatório Muito bom Muito bom Muito bom

Profissional 2 Sim Excelente Excelente Excelente Excelente Excelente Excelente Excelente

Profissional 3 Sim Satisfatório Satisfatório Satisfatório Muito bom Satisfatório Muito bom Satisfatório

Profissional 4 Sim Muito bom Excelente Excelente Excelente Muito bom Excelente Excelente

Profissional 5 Sim Muito bom Muito bom Excelente Muito bom Muito bom Excelente Muito bom

Quanto a proposta das atividades

VOCÊ ACEITA OS TERMOS DE

CONSENTIMENTO LIVRE E

ESCLARECIDO

[Fácil Manuseio]

[Diversidade]

[Contempla os variados tipos

de afasias]

[Rico em estímulos visuais]

[Quanto à pesquisa de satisfação do afásico]

[É suficiente a forma de avaliar

e registrar as atividades]

Profissional 1 Sim Muito bom Satisfatório Muito bom Muito bom Satisfatório Muito bom Profissional 2 Sim Excelente Excelente Muito bom Excelente Excelente Excelente Profissional 3 Sim Muito bom Satisfatório Moderado Satisfatório Satisfatório Satisfatório Profissional 4 Sim Muito bom Excelente Excelente Excelente Excelente Excelente Profissional 5 Sim Muito bom Muito bom Satisfatório Muito bom Satisfatório Satisfatório