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Caros Alunos Esta foi a minha resposta a um aluno num dos fóruns, quando ele me questionou a respeito da minha experiência em descobrir a origem e posteriormente tratar da dor oro facial dos pacientes. -Deixei de lado todos os conceitos acadêmicos para responder a essa pergunta. Vai valer aqui, como vocês podem perceber, a minha experiência clínica e com ela algumas dicas. A anamnese nesses casos é fundamental. Concordo ainda com a origem cervical da dor e um pouco mais. CLIQUE AQUI Mas acho, pela experiência, que tudo isso associado à má oclusão dentária (que não precisa ser nenhuma enorme má oclusão- apenas uma interferência oclusal de qualquer proporção, um simples contato prematuro), na maioria dos casos só apresentará sintomas dolorosos se houver um grande nível de stress psicológico. Vou me explicar melhor por exemplos que sempre uso: Tive dois pacientes: João e Maria João: Já com mais ou menos 50 anos, magérrimo, religioso, casamento feliz, sem filhos, caseiro de uma chácara, adorava o seu trabalho. Seu patrão os tratava(a ele e à esposa, com muito carinho e respeito - sentia-se muito valorizado por isso) enfim, sem grandes preocupações, até porque o seu nível intelectual talvez nem deixasse que suas preocupações chegassem a atrapalhar sua vida e nem ter anseios diferentes daquilo que a vida estava lhe proporcionando.

Descricao de Relaxamento Induzido

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Caros Alunos

Esta foi a minha resposta a um aluno num dos fóruns, quando ele me questionou a respeito da minha experiência em descobrir a origem e posteriormente tratar da dor oro facial dos pacientes.

-Deixei de lado todos os conceitos acadêmicos para responder a essa pergunta.

Vai valer aqui, como vocês podem perceber, a minha experiência clínica e com ela algumas dicas.

A anamnese nesses casos é fundamental.

Concordo ainda com a origem cervical da dor e um pouco mais.

CLIQUE AQUI

Mas acho, pela experiência, que tudo isso associado à má oclusão dentária (que não precisa ser nenhuma enorme má oclusão- apenas uma interferência oclusal de qualquer proporção, um simples contato prematuro), na maioria dos casos só apresentará sintomas dolorosos se houver um grande nível de stress psicológico.

Vou me explicar melhor por exemplos que sempre uso:

 Tive dois pacientes:

João e Maria

João: Já com mais ou menos 50 anos, magérrimo, religioso, casamento feliz, sem filhos, caseiro de uma chácara, adorava o seu trabalho. Seu patrão os tratava(a ele e à esposa, com muito carinho e respeito - sentia-se muito valorizado por isso) enfim, sem grandes preocupações, até porque o seu nível intelectual talvez nem deixasse que suas preocupações chegassem a atrapalhar sua vida e nem ter anseios diferentes daquilo que a vida estava lhe proporcionando.

Tinha uma boca que eu poderia dizer que em estado deplorável.

Classe III que eu não saberia nem lhes dizer se instalada pelas perdas dentais, portanto com o côndilo numa posição de anterioridade visível a olho nu.

Os poucos dentes que lhe sobravam eram, além de espaçados, desnivelados e com desgaste imensos nas oclusais. Talvez por isso mesmo, pelo bruxismo (sinal que ele tencionava sim os dentes, apertando-os ou rangendo-os), que não sei também lhe dizer se iniciou-se após as perdas dentárias ou se perdeu os dentes pelo fato dessa tensão.

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Ou seja, isso é o que eu estou me recordando agora, pois infelizmente não documentei devidamente para apresentar. Uma Pena.

Imagine funcionalmente um diagnóstico ruim e um prognóstico impossível de ter um final feliz.

Tudo isso para lhe dizer que, à pergunta:

-João, você tem alguma dor nesta região (próxima à ATM) ou na cabeça?

Respondeu com aquele "maravilhoso sorriso":

Não doutora. Não sei o que é dor.

-João, você nunca fica nervoso?

Não doutora. Quando a angústia tenta me pegar, pego minha inchada e vou capinar, mexer na terra. Sabe doutora, não tem coisa melhor.

Pois é...

Sem nenhuma segurança, fizemos lá na clínica para ele um par de próteses removíveis que estavam longe de ficar perfeitas, porque nem dava para tanto.

Tentamos com essas próteses levantar a sua mordida, aumentando sua dimensão vertical e conduzindo através da pseudo-oclusão das próteses, levar seu côndilo a uma "melhor" acomodação.

Instalei e fiz mil recomendações sempre afirmando que ele não se acanhasse em vir quantas vezes necessitasse, pois seria difícil a fase de adaptação das próteses.

Voltou sim algumas vezes (alguns quilos mais gordo), para elogiar as próteses que o estavam fazendo comer melhor e me trazer como presente alguns produtos da chácara.

Em nem um momento queixou-se de ter tido dificuldades para se acostumar, mesmo que eu perguntasse muitas vezes e a cada volta dele o examinava para ver a adaptação que confesso me surpreendeu.

Isso tem uns seis anos. E ele cada vez melhor.

Estamos programando para trocar suas próteses, pois o desgaste é inevitável.

Vamos agora à Maria

Mulher de uns quarenta e tantos (quatro, se não me engano) anos. Casada (segundo casamento - separada do primeiro). Duas filhas de 17 e 18 anos (a de 18 fazendo primeiro ano de faculdade engravidou e o pai da criança não queria assumir. Empresária de uma rede de supermercados. Bonita.

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Muito dinheiro em movimento. Preocupações em níveis inimagináveis. Boca perfeita. Mínimo índice de cáries. Todas muito bem tratadas. Oclusão classe I posterior e anterior. Um ou dois pequenos contatos prematuros.

Foi até a clínica exatamente por causa da dor.

Já havia frequentado todo tipo de terapia homeopática, alopática, psicoterápica, etc e tal...

ATM sem atrito, sem desvios, apenas se notava um pequeno desgaste oclusal nos dentes, quase que imperceptível.

Ressonância, tomografia e miografia sem resposta alguma.

Côndilos anatomicamente perfeitos.

Ou seja, nada que justificasse a dor que a cada momento que se instalava, iniciava-se no rosto e depois, no decorrer da sua presença, apresentava-se de modos diversos e com reflexos em diferentes regiões, inclusive a maior queixa era quando a dor terminava nas mãos.

A Maria estava à beira de um ataque de loucura.

Para ela decidi por um pequeno ajuste oclusal, uma placa miorrelaxante que também fui ajustando de acordo com os contatos e desprogramando a mordida (se bem que muito pouco havia a desprogramar).

Mas o que, na minha opinião resolveu mesmo, sim, porque as dores sumiram, foi uma terapia alternativa que costumo usar.

Descrevendo:

Dez sessões onde:

-Com as luzes da sala apagadas, acendo uma pequena luz azul;

-acomodo o paciente na cadeira de maneira que nada possa interferir na sua comodidade;

-coloco para tocar algo no estilo Ennia ou New Age;

-conduzo o paciente a um relaxamento programado em dez passos com voz bem suave (levo o seu cérebro a funcionar apenas em ondas alfa);

-uso mais cinco passos para levar as suas ondas cerebrais a baixarem mais ainda (quase chegam ao nível teta). Nesse estágio vou transmitindo a ele (o paciente) apenas coisas boas e peço que ele se esqueça de "todo o resto". Aquele momento é dele!

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-nesse momento uso um aparelho de Laser terapêutico de baixa potência para aplicar as ondas por toda a região da ATM, Trigêmeos e pescoço por 3 minutos em cada lado.

-E depois faço que ele volte lentamente, “subindo todos os degraus" que desceu.

É mais ou menos isso.

Pela minha experiência (já usei esse método em mais ou menos 200 pacientes), 80%  têm resultados positivos.

Perguntas:

Por que não usar apenas o Laser no lugar de promover uma sessão meio mística, meio sugestionável?

-Por serem esses pacientes normalmente portadores de inseguranças, carências, ansiedades e outros "quetais", o que não os deixaria relaxar por meios normais e já percebi também (ainda estou encontrando uma maneira de provar isso) que se o paciente não estiver relaxado, as ondas do laser não têm grande poder de penetração e, portanto nenhuma ação antiinflamatória.

Por que a ação antiinflamatória?

-Sabemos ser a mandíbula o único osso bipolar do corpo humano. Ou seja, ele é o único osso articulável que atravessa os dois lados do corpo humano, armazenando assim,  na  sua  região  articular (ATM), grande energia positiva ou negativa (de acordo com sua maneira de ver e sentir a vida). Penso ser essa descarga energética a responsável pelo processo inflamatório que fatalmente se instala na região causando ou agravando o nível de dor. Portanto, imagino que seja por isso que todas as dores tensionais originam o seu circuito nessa região, causando todas essas dores.

Sei que a causa dessas dores pode ter inúmeras origens as quais todos já nos cansamos de estudar. Mas também sei que a condição para que a dor se instale é a tensão, independente de sua etiologia funcional

O exemplo do João acima deixa claro isso.

Ele não tinha tensão, portanto não tinha dor e não precisou de tratamento alternativo.

Mas quando necessário é esse o tratamento que é feito nesta ordem:

1-Ajuste oclusal; Esses esquemas abaixo, auxiliam bastante no ajuste oclusal. Pode-se usar um desses desenhos, impressos, para anotar exatamente onde está sendo feito o desgaste, para se usar como guia para as próximas sessões.

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Placa miorrelaxante também com ajuste para desprogramar a mordida;

Relaxamento induzido;

Aplicação de Laser terapêutico de baixa potência.

Pois bem.

Se você não encontrava utilidade para aquele seu velho aparelho de Laser terapêutico que está jogado lá no fundo do seu consultório, agora você não só encontrou, como vai fazer sucesso com ele.

E, se não tem um, procure comprar um de segunda mão. Tem muita gente querendo vender.

Acho que escrevi demais.

Nídia

Apenas para ilustrar, econtrei aqui no curso essas imagens de deslocamento de côndilo e aplicação do Laser para facilitar a manobra de recolocação.

Note a assimetria facial da paciente.