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O homem-memria brasileiro, recordista latino-americano de memorizao
Alberto Dell'Isola
Treinamento Prtico em
LeituraDinmica
Coleo Mentes
Brilhantes
Volume 1
So Paulo2010
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CMY
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rosto.pdf 5/4/2010 17:22:39rosto.pdf 5/4/2010 17:22:39
Universo dos Livros Editora Ltda.Rua Haddock Lobo, 347 12 andarCerqueira Csar CEP: 01414-001Telefone: (11) 3217-2600 Fax: (11) 3217-2616www.universodoslivros.com.bre-mail: [email protected]
2010 by Universo dos LivrosTodos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/1998. Nenhuma parte deste livro, sem autorizao prvia por escrito da editora, poder ser reproduzida ou trans-mitida sejam quais forem os meios empregados: eletrnicos, mecnicos, fotogrcos, gravao ou quais-quer outros.
Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)(Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Diretor EditorialLuis Matos
Coordenao EditorialRenata Miyagusku
Assistncia EditorialCarolina EvangelistaNoele RossiTalita Gnidarchichi
Preparao dos OriginaisFernanda Batista dos Santos
RevisoMarlia FerroLetcia Vendrame
ArteFabiana PedrozoStephanie Lin
CapaMarcos Mazzei
IlustraoLucas Ed
D357l DellIsolla, Alberto. Treinamento Prtico em Leitura Dinmica / Alberto DellIsolla. 2a ed. So Paulo : Universo dos Livros, 2010. 144 p.
ISBN 978-85-7930-104-9
1. Leitura Dinmica. 2. Memorizao. I. Ttulo.
CDD 418.43
A Ben Pridmore, campeo mundial de memria em 2004, pelos conselhos e incentivo.
A Dominic OBrien, oito vezes campeo mundial de memria, pelas dicas dadas no Mundial de Memria
de 2007.
A Dra. Ana Alvarez, pelo apoio constante em minha carreira.
A Dra. Carmen Flores, professora e pesquisadora da UFMG, por incentivar minha iniciao cientca.
A Dr. Lair Ribeiro, grande nome da PNL no Brasil, pelos conselhos e incentivo ao lanamento deste
livro.
A Edmo Magalhes por ter gentilmente cedido um dos mapas mentais contido no livro.
A Eduardo Costa, companheiro da MAD Equipe Brasileira de Memria pelas incontveis discusses sobre
sistemas mnemnicos e sua aplicao.
A Srgio Monteiro, chairman do grupo Uptime Consultants, por acreditar em meus projetos e apoiar os campeonatos de memria.
Ao Sistema Carrier de Ensino de Belo Horizonte pelo suporte no comeo de tudo.
A Valdins Rodrigues pela imensa ajuda no incio da minha jornada.
Agrade
cimen
to
Dedicado aos meus pais, minha irm e Valria, meu grande amor e responsvel por todas as minhas lembranas mais doces.
MAD MEMRIA, ARTE E DESPORTO
Com o objetivo de trocar informaes sobre sistemas e tcnicas de memria foi criado o grupo MAD
(Memria, Arte e Desporto).
Estamos recrutando mentatletas (atletas da mente) para integrar nossa equipe. Se voc capaz de me-
morizar um baralho em menos de cinco minutos ou 100 dgitos em menos de trs minutos, entre em contato
conosco pelo site: http://www.supermemoria.com.br.Para contratar palestras, treinamentos ou cursos com o autor, envie um e-mail para albertodellisola@gmail.
com ou entre em contato pelo telefone (31) 3226-3967.
Sumrio
Introduo .....................? 7
Captulo 1 Um referencial inicial ...........................................................................................11
Captulo 2 O que leitura dinmica? ...............................................................................15
Captulo 3 Etapas da leitura .....................................................................................................19
Captulo 4 Motivao ......................................................................................................................21
Captulo 5 Reconhecimento .......................................................................................................25
Captulo 6 Skimming .......................................................................................................................43
Captulo 7 Fluncia ..........................................................................................................................51
Captulo 8 O regulador de leitura ........................................................................................61
Captulo 9 Seu treinamento .......................................................................................................71
Captulo 10 Consideraes finais ..........................................................................................91
Bibliografia ..................? 93
Meus lhos tero computadores, sim, mas antes tero livros. Sem livros, sem leitura, os nossos lhos sero incapazes de escrever inclusive a sua prpria histria.
Bill Gates
Introd
uo
Este livro surgiu ao ouvir alguns comentrios
de colegas que zeram cursos de leitura dinmica
e sentiram sua motivao esvair completamente nas
semanas seguintes ao curso. Para que ler dinamica-
mente se eu entenderei menos?, Leitura dinmica
bobagem, no serve para um advogado que precisa
ler pginas e pginas de material muito complexo,
por exemplo. Ao conversar com essas pessoas, per-
cebi que elas haviam se submetido a treinamentos
de leitura dinmica totalmente incompatveis com
a rotina de um concurseiro, rodeado por livros e
apostilas de contedos complexos o bastante para
no serem lidos na velocidade que os cursos de leitu-
ra dinmica prometiam.
Assim, este livro no o tornar apenas um leitor
mais rpido, mas tambm aumentar sua capacida-
de de compreenso. Ao nal de seu treinamento,
voc ser como um maratonista, capaz de denir
a velocidade de leitura de acordo com o terreno em
que voc correr. No entanto, tenho certeza de que,
aps o curso, sua velocidade mais baixa de leitura
certamente ser bem acima da velocidade que voc
utiliza para ler hoje.
OLHE PARA A BOLAO tnis est entre meus esportes favoritos. Se
voc joga tnis, provavelmente seu tcnico j lhe
disse milhares de vezes que voc deveria olhar bem
para a bola antes de rebat-la. No entanto, isso
sicamente impossvel! Durante uma partida de t-
nis, a velocidade da bola sempre ultrapassa a veloci-
dade de nosso pensamento consciente em ao menos
meio segundo. Esse atraso em nosso pensamento
acontece porque a imagem capturada pela retina
leva um dcimo de segundo para chegar ao nosso
crebro e outros 400 milissegundos para que con-
sigamos formar uma percepo consciente da bola.
Se os jogadores de tnis realmente olhassem para a
bola, esta atingiria a quadra antes mesmo que eles
pudessem mover suas raquetes.
Outra situao em que nosso crebro mostra seu
poder durante uma de nossas mais triviais ativi-
dades: atravessar a rua. Voc j parou para pensar
sobre como atravessar a rua algo complexo? Antes
de atravessar a rua, voc calcula em frao de se-
gundos:
a velocidade instantnea de cada carro;
a identicao do tipo de movimento de cada
carro (uniforme, acelerado ou retardado);
a distncia at o outro lado da rua;
o tempo disponvel para atravessar a rua;
a velocidade que voc deve utilizar para conse-
guir atravessar a rua sem ser atingido.
Aps realizar todos esses clculos, ns somos ca-
pazes de atravessar com segurana.
Ainda que atingir uma bola de tnis ou atravessar
a rua sejam feitos realmente incrveis, eles so apenas
exemplos das tarefas fantsticas que nosso crebro
capaz de realizar.
Na Grcia Antiga, os gregos cavam to impres-
sionados com os poderes da mente humana que os
atribuam a uma entidade separada do ser humano:
os daemons. Os daemons eram espritos enviados
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por Zeus para auxiliar as pessoas, dando conselhos
ou at mesmo agindo em benefcio dos homens.
At o ultrarracionalista Scrates dizia que ele no
teria sido capaz de vencer a guerra entre Atenas e
Esparta se no fosse com a ajuda de seu daemon. Os romanos costumavam chamar esses espritos sbios
de genii (gnio). Assim, os povos da antiguidade atribuam toda a sua sabedoria e inspirao exis-
tncia desses espritos.
No entanto, essa viso no to distante da rea-
lidade. O matemtico John von Neumann uma vez
calculou que o crebro humano poderia armazenar
um nmero acima de 280 quintilhes 280.000
.000.000.000.000.000 de bits de memria. Es-
tima-se que nosso crebro tenha 1012 neurnios e
que o nmero das possveis combinaes entre eles
(sinapses) seja maior que o nmero de partculas do
universo.
Em contrapartida, ainda que tenhamos um ver-
dadeiro computador em nossas cabeas, muitos de
ns temos diculdade em realizar multiplicaes
envolvendo nmeros de apenas dois dgitos sem uti-
lizar a calculadora ou at mesmo de nos lembrarmos
do nmero do prprio celular. Dado o desleixo in-
telectual de nossa gerao, acabamos contemplando
a gnios como Einstein ou Leonardo Da Vinci da
mesma maneira que os povos antigos: como se fos-
sem seres dotados de poderes sobrenaturais.
PERFORMANCE E POTENCIALConforme visto at agora, seu crebro tem um
potencial incrvel. No entanto, grande parte das
pessoas muito ctica em relao a todo esse poten-
cial, alegando que se o crebro fosse to poderoso,
por que somente poucas pessoas realmente mostra-
riam esse potencial?
Tony Buzan, criador dos mapas mentais e dos
campeonatos de memria, fez uma pesquisa em
que os sujeitos deveriam responder a cada uma das
perguntas a seguir. Abaixo de cada pergunta est a
resposta encontrada em mais de 95% de todos os
relatos de participantes da experincia.
Na escola, j lhe ensinaram alguma coisa so-
bre o crebro, suas funes e a maneira como
ele compreende novas informaes, memoriza,
pensa etc?
No.
Voc j aprendeu alguma coisa sobre como a
memria funciona?
No.
Voc aprendeu alguma coisa sobre mnemotc-
nica?
No.
Voc aprendeu alguma coisa sobre como os
olhos funcionam e como utilizar esse conheci-
mento em seu benefcio?
No.
Voc aprendeu alguma coisa sobre a natureza
da concentrao e maneiras para exercit-la?
No.
Voc aprendeu a importncia de utilizar pala-
vras-chave em suas anotaes?
No.
Voc aprendeu algo sobre criatividade?
No.
De acordo com as respostas listadas anterior-
mente, creio que no deva existir mais qualquer d-
vida sobre o motivo pelo qual o potencial de nossos
crebros no corresponde performance alcanada
pela maioria das pessoas.
OS GNIOSDe acordo com a psicologia, gnios so pessoas
que produzem uma obra de valor inestimvel, ca-
Intro
du
o
9
paz de mudar os paradigmas da humanidade. Mas,
o que tornaria um gnio to diferente de ns? Se-
riam eles mais inteligentes? A psicologia entende a
inteligncia como uma capacidade muito geral que
permite raciocinar, planejar, resolver problemas,
pensar de maneira abstrata, compreender ideias
complexas e aprender (FLORES-MENDOZA,
COLOM, 2006). claro que existem pessoas mais
inteligentes do que outras pessoas agraciadas pela
loteria que a gentica promove a cada nascimento.
Tambm inegvel que uma inteligncia alta pre-
ditora de um grande sucesso pessoal e acadmico.
No entanto, seria a inteligncia a nica explicao
para certas pessoas serem to fantsticas em seus
campos de atuao? Voc certamente discordaria
disso se olhasse o boletim escolar ou o histrico
prossional de alguns dos grandes cientistas de
nosso passado.
Raramente um grande cientista se destacava
na infncia. Muitos deles eram rotulados como
lentos, incapazes ou at mesmo estpidos. O
renomado matemtico Henri Poincar foi julgado
como imbecil aps se submeter ao teste de QI
de Binet. Thomas Edison, inventor da lmpada e
de outras 1.903 invenes, foi considerado lento
na escola.
Albert Einstein, dislxico, tambm mostrava
problemas de aprendizagem na infncia, sendo
considerado muito lento ao ser comparado aos seus
irmos. Ele tinha tanta diculdade com o uso da
linguagem que sua famlia temeu que ele nunca
aprendesse a falar. Assim, devido a sua diculdade
com o uso da linguagem, seu professor de grego
uma vez lhe disse que ele nunca seria capaz de ser
algum na vida. No entanto, aos 26 anos de idade,
Einstein surpreendeu a comunidade cientca ao
publicar, no vero de 1905, a teoria da relativida-
de. Dezesseis anos mais tarde, Einstein ganhou o
prmio Nobel devido descoberta do efeito foto-
eltrico, tornando-se no apenas uma celebridade
internacional, mas tambm sinnimo de intelign-
cia e dedicao.
GNIOS EM LABORATRIO A maioria das pessoas entende que os gnios so
frutos da gentica e no do esforo. No entanto, na
dcada de 1980, Marian Diamond, uma neuroana-
tomista da Universidade da Califrnia, em Berke-
ley, anunciou uma descoberta fantstica e capaz de
revolucionar todos os paradigmas da poca acerca
de aprendizagem e dos gnios.
Em um de seus famosos experimentos, Diamond
colocou ratos em um ambiente superestimulante,
cheio de escadas, esteiras e outros brinquedos de
todos os tipos. Um outro grupo de ratos cou con-
nado em jaulas comuns. Aqueles ratos que viveram
em um ambiente mais estimulante, alm de viverem
por trs anos (o equivalente a 90 anos para os seres
humanos), tambm tiveram seus crebros aumen-
tados em seu tamanho. Esse aumento foi devido s
novas conexes criadas entre os diversos neurnios
dos crebros desses animais. Em contrapartida, os
ratos que viveram nas jaulas comuns morreram mais
jovens e tiverem menos conexes celulares em seus
crebros.
Desde a descoberta do neurnio, a genialidade
sempre foi associada ao nmero de neurnios que
cada indivduo possua. No entanto, no ano de
1911, Santiago Ramon e Cajal, pai da neuroanato-
mia, descobriu que, ao contrrio do que se imagina-
va, o nmero de conexes entre neurnios (sinap-
ses) eram os verdadeiros preditores da genialidade.
O experimento de Diamond, citado antes, mostrava
que, ao menos em ratos, era possvel criar gnios em
laboratrios, atravs de exerccios mentais.
Ser que esses princpios se aplicariam s pessoas?
Era o que Diamond queria descobrir. Ela obteve di-
versos cortes do crebro de Einstein e os examinou.
Conforme suas expectativas, Diamond encontrou
um nmero maior de clulas gliais no lobo parietal
esquerdo do crebro de Einstein. As clulas da glia,
geralmente chamadas neurglia ou simplesmente
glia (grego para cola), so clulas no neuronais do
sistema nervoso central que proporcionam suporte e
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nutrio aos neurnios. Geralmente arredondadas,
no crebro humano as clulas da glia so cerca de
dez vezes mais numerosas que os neurnios. Alm
disso, essas clulas tambm ajudam na transferncia
de sinais eletroqumicos entre neurnios. Diamond
j esperava encontrar uma alta concentrao dessas
clulas no crebro de Einstein, visto que ela tambm
encontrou uma alta concentrao dessas clulas nos
crebros de seus ratos gnios. A presena dessas
clulas no crebro de Einstein sugeriria que um pro-
cesso de enriquecimento similar ocorreu durante a
vida do famoso fsico.
Ao contrrio dos neurnios, que se reproduzem
pouqussimo ao longo de nossa vida, clulas gliais,
axnios e dendritos podem aumentar em nmero,
de acordo com a maneira com que ns usamos nosso
crebro. O trabalho de Diamond sugere que, quan-
to mais aprendemos, mais conexes so criadas.
PARA QUE PENSAR?Para voc ter uma ideia, antes da inveno do pri-
meiro alfabeto linear (por volta de 1700 a.C., pelos
fencios) todo o processo de transferncia de infor-
mao era basicamente oral e, para tanto, esses povos
precisaram desenvolver tcnicas ecazes de memori-
zao de forma a assegurar sua unidade poltica, social
e religiosa.
Assim, os povos antigos foram as mentes mais
brilhantes que j surgiram no planeta. Atualmente,
existem diversas facilidades que cobem nosso desen-
volvimento intelectual. H uns dias, perguntei a um
amigo qual era o seu novo nmero de telefone celular.
Em vez de me responder, ele disse: s um minuto.
Em seguida, consultou a agenda de seu celular, onde
havia cadastrado um telefone com o nome de meu
nmero. claro que, por eu ser um campeo de me-
mria, o fato rendeu boas risadas em nossa roda de
amigos. No entanto, esse fato nos exemplica clara-
mente como nossa sociedade est pensando cada vez
menos. Ainda que estejamos na era da informao, os
seres humanos esto pensando cada vez menos.
Uma vez, em uma palestra, ao mostrar minha
indignao perante essa preguia mental que pare-
ce contaminar nossa sociedade, um senhor me fez
a seguinte pergunta: Mas, se eu posso anotar tudo
no meu celular, para que iria me dar ao trabalho de
guardar na cabea meus compromissos ou nme-
ros de telefone? Ao contrrio do que se pode ima-
ginar, eu no pretendo voltar para a antiguidade.
Eu realmente gosto das invenes da atualidade,
como o computador e o celular. Desse modo, o que
proponho no o m aos modernos equipamentos
eletrnicos. Pelo contrrio, se no fossem os avan-
os tecnolgicos eu dicilmente poderia me co-
municar com Dominic OBrien ou Ben Pridmore,
campees mundiais de memria, para discutirmos
sobre a criao de novas tcnicas para vencer os
campeonatos de memria ou para quebrar a banca
nos cassinos! O grande problema est no uso da
tecnologia como muleta e no como ferramenta
para o desenvolvimento humano. Quando come-
amos a utilizar essas muletas tecnolgicas de ma-
neira cada vez mais sistemtica, nos tornamos cada
vez menos capazes de pensar, nos tornando presas
fceis para as diversas doenas degenerativas, como
Alzheimer e Parkinson.
Assim, espero que nosso curso no o torne ape-
nas capaz de passar nas provas ou nos concursos
que voc deseja, mas tambm torne sua vida mental
cada vez mais saudvel.
Um referencial inicial A leitura engrandece a alma.
Voltaire
Cap
tulo 1
Em qualquer processo de aprendizagem, im-
portante que se tenha um referencial inicial. Sem ele
no possvel denir nossas metas dirias de apren-
dizagem e avaliar nosso desempenho.
Para avaliar seu referencial inicial e seu progresso
ao longo das semanas de seu treinamento, usaremos
alguns parmetros:
PCL: Palavras Contidas na Linha. Esse par-
metro se refere mdia da quantidade de pala-
vras existentes por cada linha do seu texto. Para
calcul-lo, voc inicialmente contar a quanti-
dade de palavras existentes em trs linhas de seu
texto. Entende-se por palavra no apenas os
substantivos, mas qualquer elemento que apa-
rea na linha, incluindo artigos, preposies ou
at mesmo pronomes. Aps somar a quantidade
de palavras existentes nas trs linhas, voc ir
calcular a mdia de palavras por linha. Assim,
dividir o nmero de palavras encontradas nas
trs linhas pelo nmero trs. Esse ser o seu
PCL.
PCT: Palavras Contidas no Texto. Para cal-
cul-lo, basta multiplicar o nmero de linhas
encontradas no texto (ou a mdia de linhas, se
o texto for muito extenso) pelo nmero de Pala-
vras Contidas na Linha (PCL). Assim, se o texto
contm cerca de 11 palavras por linha, e contm
uma mdia de 76 linhas, o seu PCT ser 836
palavras.
PLM: Palavras Lidas por Minuto. Para calcu-
l-lo, voc dividir o nmero de Palavras Conti-
das no Texto (PCT) pelo tempo necessrio para
l-las. Assim, se o texto tiver 590 palavras e voc
tiver despendido 2,5 minutos (2 minutos e 30
segundos), seu PLM ser 590/2,5, que ser 236
palavras lidas por minuto.
PC: Percentual de Compreenso do Texto. Ao
nal deste livro, voc encontrar uma srie de
textos especialmente projetados para calcular sua
velocidade de leitura e compreenso. Aps cada
um desses textos, voc encontrar um questio-
nrio com algumas perguntas, capazes de avaliar
seu nvel de compreenso em cada texto. O PC
ser calculado a partir da porcentagem de acer-
tos obtidos no teste. Assim, se voc tiver acerta-
do cinco dentre sete questes, seu PC ser de:
5 = 0,70 = 70%.
7
PCM: Palavras Compreendidas por Minuto.
Esse parmetro o nmero de palavras que voc
capaz de compreender em cada um minuto de
leitura. Para calcul-lo, basta seguir a seguinte
frmula:
PCM = PLM x PC
100
Para car mais claro, vamos a um exemplo. Supo-
nha que voc obteve 236 para PLM e 70% para PC.
Logo, seu PCM ser calculado da seguinte maneira:
PCM = 236 x 70 = 165,2
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Resultado: 165,2 palavras compreendidas por
minuto.
Para avaliar seu referencial inicial, escolhi um
texto para que voc leia e, posteriormente, responda
s perguntas referentes a ele. A nica recomendao
de leitura que farei a seguinte: no acelere sua lei-
tura. Se voc ler mais rpido do que l normalmen-
te, voc no ser capaz de estabelecer um referencial
inicial de leitura realmente dedigno em relao
sua condio inicial.
No se preocupe se voc obtiver notas baixas
no teste de leitura ou de compreenso. Lembre-se
de que este livro destinado pessoas que querem
melhorar suas habilidades de leitura. Desse modo,
notas baixas no so apenas comuns, mas tambm
esperadas.
Assim, faa sua leitura da maneira como voc
l normalmente, sem aumentar a velocidade, sem
se preocupar em reter todos os detalhes do texto e
sem se preocupar com o resultado. Coloque um cro-
nmetro ao seu lado e faa voc mesmo a medio
de seu tempo uma terceira pessoa marcando seu
tempo certamente vai atrapalhar seu desempenho.
Respire fundo e comece agora.
Inicie o cronmetro agora.
Aougues Linharenses apre-sentam diferena de preos de at 32%
Franklin Cirino
O preo das carnes de maior consumo do-
mstico apresenta variaes em Linhares.
A diferena de preo entre os 11 aougues
pesquisados pela reportagem de O Pioneiro
chega a 15,94% para o quilo do acm e a
32% para o quilo de frango. H aougues
que vendem o acm a R$ 8,00 e outros que
comercializam a carne a R$ 6,90. Quanto
ao frango, que outrora foi smbolo do Plano
Real e vendido a 99 centavos em 1994, os
preos variaram entre R$ 3,75 e R$ 4,95.
Para a domstica Cristiane da Cruz, de
32 anos, a diferena no to signicati-
va. Deveriam vender mais barato ainda.
De um tempo pra c os preos aumenta-
ram muito. Arivaldo Costa, montador
de andaimes, de 36 anos, discorda com
Cristiane sobre a variedade de preos.
Se eu economizar dez centavos, j est
bom. Qualquer quantia menor vlida.
Adriano Peroba Taquetti, proprietrio de
um dos aougues pesquisados, disse que
os preos no so iguais em todos os esta-
belecimentos porque os comerciantes de-
pendem dos frigorcos que os abastecem
para fazerem seus preos. Em Linhares
h inmeros fornecedores que repassam o
produto a custos diversos, por isso o preo
nal destoa tanto. Ele aponta o aumento
do valor da arroba de boi no mercado como
responsvel pela inao da mercadoria.
Arivaldo aconselha s pessoas que pesqui-
sem mais e que pechinchem. Peguem este
jornal, mostrem ao dono do aougue que
vende mais caro e pechinchem.
(Jornal O Pioneiro, Linhares, E.S.,
27/07/2008)
Pare o cronmetro agora!
Um re
fere
ncia
l ini
cial
13
Agora, sem retornar ao texto, tente responder as
seguintes questes:
1. Quanto variao do quilo do acm na cidade de Linhares, conforme apresentado no texto, podemos dizer que:
a) O preo varia de R$ 8,00 a R$ 3,90 o quilo.
b) O preo varia de R$ 8,00 a R$ 6,90 o quilo.
c) O preo varia de R$ 8,00 a R$ 5,90 o quilo.
d) O preo varia de R$ 8,00 a R$ 4,95 o quilo.
2. No ano de 1994, o quilo do frango chegou a ser
vendido a que preo?
a) R$ 2,99.
b) R$ 1,99.
c) R$ 0,99.
d) R$ 1,19.
3. Qual a prosso de Arivaldo Costa, de 36 anos,
um dos entrevistados?
a) Servente de pedreiro.
b) Proprietrio de aougue.
c) Jornalista.
d) Montador de andaimes.
4. Segundo Adriano Peroba Taquetti, um dos en-
trevistados, qual o fator responsvel pela inao da
mercadoria?
a) O aumento do valor da arroba de boi no
mercado.
b) O aumento no consumo de carnes pelos
brasileiros.
c) A escassez do gado de corte na indstria
agropecuria.
d) Os problemas surgidos aps o Plano Real que
culminaram em prejuzos ao setor alimentcio.
5. Quantos aougues foram pesquisados em Li-
nhares?
a) Dez.
b) Onze.
c) Doze.
d) Treze.
6. Qual o nome do autor do texto?
a) Franklin Macedo.
b) Rick Gonalves.
c) Franklin Cirino.
d) Rick Campos.
7. A porcentagem mxima que varia os preos das
carnes nos aougues Linharenses, conforme informado
no ttulo do texto de:
a) 22%.
b) 32%.
c) 42%.
d) 52%.
Respostas
1. b.
2. c.
3. d.
4. a.
5. b.
6. c.
7. b.
Nmero total de palavras
Tempo de leitura
PLM
PC
PCM
253
Tabela 1.1.
VELOCIDADES DE LEITURAAps calcular o seu PLM atual, marque um X
na velocidade em que voc se encontra atualmente
e outro X na velocidade a que voc quer alcanar ao
nal de seu treinamento.
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14
Tabela 1.2.
Velocidade em Palavras Lidas por Minuto(PLM/plm)
1 100 plm
100 200 plm
200 a 250 plm
250 a 350 plm
350 a 500 plm
500 a 800 plm
800 a 1000 plm
1000 a 4000 plm
Comentrios sobre a velocidade
Provavelmente voc acabou de ser alfabetizado ou pos-sui muito pouco contato com a leitura. Voc acha difcil compreender o que l.
Baixa velocidade de leitura para adultos. a velocida-de mdia de leitura para crianas de 6 a 12 anos. Baixa compreenso.
Velocidade mdia de leitura dos adultos. Geralmente ga-rante cerca de 50% de compreenso do material lido.
Velocidade de leitura levemente acima da mdia. a ve-locidade de leitura encontrada em grande parte dos uni-versitrios. Voc geralmente compreende mais da meta-de do que l.
Excelente velocidade de leitura. Voc gosta de ler e pos-sui taxa de compreenso relativamente alta.
a velocidade de leitura encontrada em acionados por li-vros. possvel alcanar a essa velocidade sem treinamen-tos especcos. Compreenso acima de 75% do material.
Incrvel velocidade de leitura. Sua compreenso prxi-ma do mximo. Provavelmente fez algum treinamento de leitura dinmica e pratica exerccios com frequncia.
Velocidade de campees mundiais de leitura dinmica. Se voc consegue obter essas velocidades com alta compreen-so, certamente deve comear a competir em campeona-tos desse tipo.
Atual Objetivo
O que leitura dinmica?
Qual Ioga, qual nada! A melhor ginstica respiratria que existe a leitura, em voz alta, dos Lusadas.Mrio Quintana
Cap
tulo 2
Por que ler mais rpido?
Atualmente, existem no mercado diversos cursos
de leitura dinmica, com mtodos que variam entre
livros, CDs, programas de computador e at mesmo
verdadeiras mquinas para leitura. Alguns desses pro-
gramas alegam ensin-lo a ler com velocidades que
variam entre 2.000 a 25.000 palavras por minuto.
Atualmente, s conhecemos uma pessoa capaz de
ler a essas velocidades e com alta compreenso: Kim
Peek. Ao contrrio do que voc possa imaginar, Kim
jamais frequentou qualquer um desses cursos de lei-
tura dinmica. Na verdade, Kim nasceu em 1951,
com uma cabea bem maior do que o normal, em
cuja parte posterior havia uma encefalocele (uma
bolha, do tamanho de uma bola de beisebol), que
desapareceu. Havia tambm outras anormalidades,
incluindo uma deformao do cerebelo, responsveis
por suas grandes diculdades motoras. No entanto, a
mais notvel era a ausncia do corpo caloso, a grande
placa de tecido nervoso que normalmente interliga os
hemisfrios cerebrais. Os cientistas no sabem ao cer-
to, mas essa combinao de anomalias tornou seu c-
rebro capaz de desenvolver uma habilidade de leitura
e memorizao realmente impressionantes.
Kim capaz de ler duas pginas ao mesmo tem-
po, cada uma com um olho. Ele capaz de evocar
com preciso qualquer trecho dos mais de 7.600 li-
vros que j leu desde os trs anos de idade. A maioria
desses livros, ele leu apenas uma vez. Infelizmen-
te, apesar de Kim ser continuamente estudado por
cientistas do mundo inteiro, incluindo cientistas da
NASA, ningum sabe ao certo como ele consegue
executar essas proezas. Desse modo, assim como
ningum sabe como Kim consegue ler e memorizar
to facilmente, ningum capaz de ensinar essas ha-
bilidades a outras pessoas.
O design de nossos olhos e sistema nervoso de-
ne alguns limites fsicos para a leitura dinmica.
Ao contrrio do que voc possa imaginar, nossos
olhos no mexem suavemente sobre cada linha de
palavras. Caso queira vericar essa propriedade de
nossos olhos, preste ateno aos olhos de algum
que est lendo algum material. Durante a leitura,
nossos olhos fazem pequenos saltos, ou xaes.
O nmero mximo de xaes fsicas que o olho
pode fazer de 300 por minuto. Em leitores din-
micos (ecientes), a distncia entre cada xao de
aproximadamente uma polegada. Isso signica que
eles conseguem ver e registrar, aproximadamente
trs palavras por xao.
Essa a principal razo pela qual srios especia-
listas costumam estimar que a maior velocidade de
leitura possvel, com total compreenso e sem pular
palavras, de 900 palavras por minuto. Muitas ve-
zes, para aumentar nossa familiaridade com o ma-
terial a ser lido, fazemos uma pr-leitura chamada
skimming. Durante o skimming, simplesmente cor-
remos os olhos pelo texto em busca de termos ou
tpicos importantes. No entanto, ainda que voc
tenha excelentes habilidades em fazer esse tipo de
leitura, ela nunca ser capaz de substituir a leitura
propriamente dita.
Assim, sugiro que voc trate com certo ceticis-
Trei
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16
mo qualquer curso de leitura dinmica que anuncia
velocidades de leitura acima de mil palavras por mi-
nuto com total compreenso.
Se voc acredita j ter uma boa velocidade de
leitura, isso talvez acontea porque voc tenha o
hbito de saltar palavras durante sua leitura,
ainda que inconscientemente. Voc talvez des-
cubra que sua velocidade de leitura abaixo da
mdia e passe a saltar palavras para melhorar sua
velocidade de leitura. Esse hbito de saltar pala-
vras geralmente diminui a compreenso. Nos ca-
ptulos seguintes, voc aprender tcnicas que lhe
permitiro aumentar sua velocidade de leitura sem
prejudicar o seu entendimento.
Provavelmente, voc j foi abordado por pessoas
que alegavam que, para ler dinamicamente, voc pre-
cisaria comprar mquinas, programas especializados
ou participar de treinamentos carssimos. Isso no
verdade. Cada um desses recursos traz algumas falhas,
devendo ser utilizados apenas como complementos
para o seu treinamento. Por exemplo, frequentemente
esses mtodos de leitura foram uma velocidade xa
(ritmo) de leitura. Conforme voc aprender neste
livro, voc precisa variar
o seu ritmo de leitura
enquanto l. Outros sis-
temas no so capazes de
simular no computador
as diculdades encontra-
das durante a leitura de
material impresso alvo
principal de nossas leitu-
ras. As tcnicas que sero
ensinadas neste livro so to ecientes, ou talvez mais
ecientes, que qualquer uma dessas ferramentas que
voc possa adquirir. Tenho desenvolvido alguns estu-
dos sobre linguagem e leitura na UFMG e jamais vi
qualquer artigo que armasse que essa parafernlia
seja mais eciente que as simples tcnicas que lhes
ensinarei neste livro.
Algumas pessoas lhe diro que realmente
possvel ler em velocidades entre 2.000 e 25.000
palavras por minuto. Elas tentaro lhe conven-
cer utilizando algumas frases feitas como voc
desconhece o seu verdadeiro potencial, para
nosso crebro, nada impossvel ou voc est
criando barreiras para seu desenvolvimento.
Essas pessoas provavelmente esto lhe tentando
vender algum sistema que no qualquer cien-
tista que realmente entende. Assim, faro algu-
ma proposta entre R$ 2.000 e R$ 15.000 para
que voc aprenda como esses fantsticos sistemas
funcionam. Esses sistemas realmente funcionam:
para os seus vendedores e seus criadores, que re-
cebem milhares de dlares anualmente pelos seus
livros e cursos. No entanto, engraado que esses
mesmos empresrios no invistam nem um d-
lar em pesquisas cientcas que possam abalizar
seus mtodos. Se voc zer uma pesquisa minu-
ciosa em portais cientcos como Sciencedirect
ou Scielo, ver que no existe qualquer meno a essas tcnicas maravilhosas de leitura.
Segue abaixo a tabela com os resultados do lti-
mo campeonato de leitura dinmica, realizado em
2003 na Inglaterra.
Posio
123
Nome
Anne L. JonesAndrew HaveryHenry Hopking
Palavras Com-preendidas por Minuto (PCM)
1285623610
Taxa decompreenso
56,30%56,30%45,80%
Palavras Lidas por Minuto (PLM)
228411081330
Adivinhe qual o mtodo que Anne Jones ensina
para seus alunos? As mesmas tcnicas que sero en-
sinadas neste livro. Se esses sistemas de leitura aci-
ma de 20.000 palavras por minuto funcionam, por
que nunca vemos resultados mais altos que esses nos
campeonatos de leitura dinmica?
Tabela 2.1
O qu
e
leitu
ra d
inm
ica?
17
Mitos sobre leitura dinmica
Antes de iniciarmos nosso treinamento, im-
portante que alguns mitos sobre leitura dinmica
sejam derrubados:
Se eu ler mais rpido, minha compreenso
vai diminuir. Isso no necessariamente verda-
de. Leitores muito lentos geralmente sobrecarre-
gam a nossa memria operacional, no sobrando
espao para o entendimento. Voc pode aumen-
tar a sua velocidade de leitura, sem pular pala-
vras e ainda assim aumentar sua compreenso.
Preciso ler o livro inteiro. Falso! Livros so
uma maneira de capturar e transferir informa-
es, conhecimento e ideias de um autor para
o leitor. No entanto, muitas vezes nos interes-
samos apenas por alguns tpicos ou passagens
abordados no livro. Alm disso, a inteno do
autor ao escrever o livro no necessariamente a
mesma que a sua para l-lo. Tenha isso em mente
e faa uma verdadeira caa ao tesouro, buscan-
do apenas aquilo que realmente ser compatvel
com seus objetivos. Se voc no estiver encon-
trando alguma informao que valha seu precio-
so tempo, tenha coragem de saltar pargrafos,
captulos ou at mesmo livros inteiros.
J tenho uma boa velocidade de leitura. No
vejo motivo para melhorar minha velocida-
de de leitura. Essa armao tambm, quase
sempre, equivocada. Pesquisas mostram que os
ganhos alcanados com o treinamento do globo
ocular so permanentes. Ainda que voc seja um
bom leitor, sua velocidade de leitura certamente
pode melhorar.
Histria da leitura dinmica
Os primeiros cursos de leitura dinmica surgi-
ram no incio do sculo XX, perodo em que houve
uma verdadeira exploso editorial, e que a cada dia
apareciam mais e mais livros sobre diversos assun-
tos. A leitura tradicional, carregada de vcios como
vocalizao e subvocalizao, no era mais adequada
para a quantidade de material a ser lido. A maioria
desses cursos pioneiros de leitura dinmica surgira
de uma fonte completamente inesperada: a Fora
Area norte-americana.
Naquela poca, alguns tcnicos tticos observa-
ram que, durante o voo, um certo nmero de pilo-
tos estava tendo diculdades em distinguir os avies
aliados e inimigos, durante o combate. Essa inabi-
lidade trazia tanta desvantagem para os Estados
Unidos que psiclogos e pedagogos da Fora Area
norte-americana comearam a investigar possveis
solues para esses problemas. Aps bastante pes-
quisa, esses estudiosos desenvolveram uma mquina
chamada taquitoscpio. O taquitoscpio uma m-
quina bem simples, capaz de projetar diversas ima-
gens em uma tela, uma aps a outra, com intervalos
de tempo bem denidos.
Para estudar a capacidade de identicao das ae-
ronaves, os cientistas projetaram na tela diversas fo-
tos de aeronaves aliadas e inimigas. Inicialmente, as
imagens eram projetadas com intervalos de tempo
bem grandes. No entanto, gradativamente, eles iam
diminuindo o tamanho das imagens e o tempo de ex-
posio. Aps um tempo de treinamento, os cientis-
tas descobriram que qualquer indivduo era capaz de
identicar em no mximo 15 centsimos de segundo
e com altssima preciso at as mais minsculas fotos
de aeronaves inimigas e aliadas.
Essas descobertas sobre as possibilidades de per-
cepo visual levaram os cientistas a criarem estudos
anlogos, envolvendo a leitura. Usando o mesmo trei-
namento e equipamento, eles inicialmente projetaram
na tela uma apenas uma palavra, que cou exposta
por cinco segundos. Aps esses cinco segundos, essa
palavra foi substituda por uma palavra um pouco
menor, que foi exposta por um tempo ainda menor.
Gradativamente, os cientistas foram aumentando
o nmero de palavras e diminuindo seu tamanho e
tempo de exposio. Os cientistas descobriram que o
ser humano era capaz de identicar at mesmo quatro
palavras simultaneamente, em um tempo de exposi-
o de apenas 15 centsimos de segundo.
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Essa descoberta levou a criao de diversos cur-
sos de leitura dinmica. Como esses cursos eram
baseados no treinamento da Fora Area, todos uti-
lizavam o taquitoscpio em seu treinamento.
Esses cursos geralmente ofereciam ao aluno um
grco onde eram anotados seus progressos. No eixo
das ordenadas, encontrvamos uma escala de eci-
ncia de leitura, graduada de 100 a 400 palavras por
minuto. A maioria das pessoas, inicialmente com
uma velocidade de 200 palavras por minuto, eram
capazes de atingir at mesmo 400 palavras por mi-
nuto, com o treinamento adequado. Infelizmente, foi
constatada uma grande insatisfao dos estudantes,
semanas aps o treinamento. Muitos dos estudantes
que se submeteram a esse treinamento, em um curto
espao de tempo, voltaram a ter suas antigas veloci-
dades de leitura.
Anos mais tarde, pesquisadores descobriram que
o leitor mediano capaz de ler de 200 a 400 pala-
vras por minuto, sem qualquer esforo ou treina-
mento especial. Desse modo, foi constatado que esse
aumento vericado aps esse treinamento no tinha
nenhuma relao com o uso do taquitoscpio. Na
verdade, esse aumento foi decorrente da motivao
que os alunos tinham por estar participando de um
treinamento de leitura.
Foi apenas no nal dos anos 50 que seria de-
senvolvido um mtodo realmente prtico de leitura
dinmica. Evelyn Wood, professora e pesquisadora,
passou a investigar o motivo pelo qual algumas pes-
soas, naturalmente, liam bem mais rpido do que
as outras. Desse modo, ela passou a buscar tcnicas
que a possibilitassem ler mais rpido. No entanto,
os relatos dos leitores dinmicos naturais no eram
muito teis: grande parte deles no sabia como eram
capazes de ler to rpido.
Um dia, enquanto limpava alguns livros, ela
percebeu que o movimento de suas mos sobre o
livro chamou a ateno de seus olhos, permitindo
que eles percorressem com mais suavidade por toda
a pgina. Assim, ela passou a utilizar uma das mos
como um guia para a leitura dinmica. Estava cria-
do o Mtodo Wood de leitura. Evelyn tambm foi
a responsvel pela criao do termo speed reading, termo utilizado nos pases de lngua inglesa para se
referirem a leitura dinmica.
Etapas da leitura Muitos homens iniciaram uma nova era na sua vida a partir da leitura de um livro.
Henry Thoreau
Cap
tulo 3
Pense por alguns instantes o que voc acha que
a leitura, e escreva logo abaixo a sua denio.
Geralmente as pessoas costumam denir leitura
como entendimento das ideias do autor ou a as-
similao de informaes impressas. No entanto,
essas denies so apenas parte da verdadeira de-
nio do que leitura.
O modelo de dupla rota
Atualmente, existem diversos pressupostos teri-
cos que buscam compreender os processos mentais
envolvidos tanto na pronncia quanto na compre-
enso de palavras isoladas e sentenas.
O modelo de dupla rota o pressuposto teri-
co mais estudado. Segundo esse processo, a leitura
acontece por dois caminhos, ou rotas: a rota fono-
lgica e a rota lexical. A rota fonolgica se carac-
teriza pela decodicao segmentada das palavras,
por meio da converso grafema-fonema (letra-som).
Para que haja compreenso, a mediao fonolgi-
ca fundamental, e o signicado resgatado pela
fala interna. Se usar apenas essa rota, o leitor pode
no compreender o que est escrito pelo fato de no
acessar o contedo semntico.
J a rota lexical permite o reconhecimento da
palavra como um todo, no sendo necessria a con-
verso grafema-fonema, uma vez que a representa-
o ortogrca das palavras estaria armazenada no
input ortogrco. Nesse caso, o reconhecimento or-togrco direto, e o acesso ao contedo semntico
ocorre sem mediao fonolgica, tornando a leitura
mais rpida e ecaz. Se usar apenas essa rota, o leitor
pode no ser capaz de ler palavras novas ou de baixa
frequncia de ocorrncia na lngua. (NIKAEDO,
KURIYAMA, MACEDO, 2007).
Leitores competentes, dinmicos ou no, fazem
uso das duas rotas. Desse modo, ao visualizar uma
palavra muito corriqueira como casa ou escola,
o leitor competente no faz qualquer silabao. Ele
simplesmente identica visualmente essas palavras.
No entanto, quando esse mesmo leitor visualiza
uma palavra estrangeira como business, diet, ou uma palavra de baixa frequncia em nosso idioma como
dilatrio ou at mesmo pseudopalavras (palavras
que no existem) como calona ou pemota, ele
faz uso da rota fonolgica para poder l-las. Assim,
palavras de alta frequncia so ecientemente reco-
nhecidas e lidas via rota lexical, enquanto para lei-
tura de palavras novas, pseudopalavras ou palavras
de baixa frequncia, necessria a converso dos
grafemas em seus fonemas correspondentes, sendo
utilizada a rota fonolgica.
Independente da rota utilizada (fonolgica ou
lexical), a leitura pode ser denida como um pro-
cesso de assimilao de informaes impressas, que
se constitui dos seguintes passos:
1. Motivao: processo que leva o leitor a querer
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ler o texto. Grande parte dos problemas de leitu-
ra se concentra nessa etapa.
2. Reconhecimento: essa etapa se refere ao
conhecimento prvio que o leitor tem sobre os
smbolos e palavras a serem lidas. Essa etapa an-
tecede o processo fsico da leitura.
3. Assimilao: um processo fsico no qual os
olhos captam a luz reetida pelas palavras, en-
viando esses dados ao crebro, atravs do nervo
ptico.
4. Intraintegrao: o equivalente a uma leitu-
ra bsica, na qual o leitor integra todas as infor-
maes contidas no texto.
5. Extraintegrao: essa etapa inclui a anlise,
crtica, apreciao, seleo e rejeio. o pro-
cesso no qual o leitor integra as informaes
contidas no texto a todo conhecimento prvio
do leitor, sendo capaz de interpret-lo de ma-
neira crtica.
6. Reteno: processo bsico de armazenamen-
to de informaes.
7. Evocao: a habilidade em extrair as infor-
maes armazenadas no processo de reteno.
8. Comunicao: o uso que feito das infor-
maes armazenadas. Pensar criticamente.
Pense por alguns instantes sobre seus problemas
pessoais durante o processo de leitura e escreva-os
a seguir:
Observe que, certamente, eles se encontram em
uma das etapas citadas anteriormente. Ao longo de
nosso curso, iremos eliminar todas essas diculdades.
Motivao A leitura uma fonte inesgotvel de prazer mas por incrvel que parea, a quase totalidade, no sente esta sede.
Carlos Drummond de Andrade
Cap
tulo 4
Por que muitas pessoas de-testam ler?
Conforme dito no captulo anterior, a motivao
a primeira etapa para o processo de leitura. O gran-
de problema da maioria dos concurseiros e estu-
dantes se encontra justamente nessa primeira etapa.
Geralmente, quando pequenos, no temos qualquer
incentivo para criarmos gosto pela leitura. Pelo con-
trrio, em toda nossa vida escolar, a leitura sempre
parte do repertrio de ferramentas utilizadas para nos
punir. No fez o dever de casa? Ento leia os Cap-
tulos 1 e 2 e faa um resumo. Por favor, leiam o
livro X at a prxima semana, para fazerem a prova.
Em nossa vida escolar, so poucos os momentos em
que realmente existe alguma atividade que envolva a
leitura de maneira ldica e divertida. Desse modo, os
estudantes que realmente gostam de ler adquiriram
esse hbito apesar da escola e no por causa dela.
Assim, muitos de ns carregamos, por toda a vida,
averso leitura. No entanto, possvel adquirir o h-
bito de leitura aps a escola? Como fazer isso?
Escolha dos livros
Se voc faz parte do grupo de alunos que detesta
ler, no se envergonhe. A culpa certamente no
sua. No entanto, cabe a voc inverter essa situao.
A escolha adequada do livro um importante passo
para adquirir-se o hbito de leitura. Quais os temas
que lhe interessam? Suspense? Autoajuda? Fico?
No importa! Escolha um livro que lhe dar prazer em ler. bvio que interessante criar o hbito de ler obras como Machado de Assis ou Kant. No en-tanto, insistir na leitura dessas obras antes de se criar o hbito de leitura pode no ser to produtivo, caso no surja um interesse do prprio leitor em l-las.
J ouviu falar do bruxinho Harry Potter? Esse pequeno bruxo, criado pela escritora J. K. Rowling um dos maiores sucessos bibliogrcos de todos os tempos. Uma vez, vi professores criticando a leitura das aventuras de Harry Potter. Diziam que era uma leitura vazia e supercial. No entanto, Harry Potter foi capaz de causar uma verdadeira revoluo no h-bito de leitura das crianas, levando crianas de seis ou sete anos de idade a lerem livros com mais de 500 pginas! Tornei-me f do pequeno bruxo quando vi um garoto de 10 anos lendo o livro Harry Potter e a Cmara Secreta em ingls! vidos em saber o que aconteceria com o heri, as crianas no conseguiam esperar para a leitura da obra traduzida, sendo ca-pazes de l-la em ingls! O interesse em conhecer a saga do pequeno bruxo foi o suciente para in-centivar no apenas o hbito de leitura nas crianas, mas at mesmo o interesse no aprendizado de um novo idioma. Aps a leitura de todos os sete livros da saga do pequeno bruxo, as crianas comearam a sentir falta de acompanharem de perto as aventuras de algum heri. Desse modo, passaram a ler outros livros, adquirindo o hbito de leitura.
Assim, creio que a escolha de um tema que lhe interesse o primeiro passo para a aquisio do h-bito de leitura. Gosta de suspense? Qual o problema
em gostar de Stephen King ou de Sidney Sheldom?
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22
Gosta de policiais? Oras, ento escolha Arthur Co-
nan Doyle, criador de Sherlock Holmes ou Agatha
Christie, criadora do detetive Poirot. O importante
comear a gostar daquilo que se l. Posteriormen-
te, deve-se trabalhar no aumento da qualidade do
material a ser lido, escolhendo clssicos da literatura
brasileira e internacional.
Motivo de leitura
Todas as aes que voc realiza, em todos mo-mentos do dia, so motivadas algo o impele a faz-las. H uma razo, uma necessidade, um desejo; o que quer que seja, pode ser denido por um motivo. Eu odeio lavar loua ou qualquer atividade que se baseie na desleal luta entre o sa-bo e a gordura. Interessante que muita gente realmente adora lavar loua. Existem pessoas que no podem ver uma leiteira suja que logo partem para a cozinha para lav-la. Por que ser que exis-te essa diferena to grande de opinies? Ser que a loua das pessoas que gostam de lavar loua so mais atraentes e menos nojentas que a minha?
Certamente no. O que acontece que as pessoas
que gostam de arrumar a cozinha no veem apenas
uma pia suja. Elas veem uma pia que vai car limpa.
O principal motivo de leitura algo chamado resulta-
do. Ainda que o processo para chegar em nosso obje-
tivo demande algumas atitudes que no gostaramos
de fazer (deixar de sair com os amigos, estudar mais,
comer menos...), o resultado que desejamos alcan-
ar que deve guiar nossas aes. William Douglas,
juiz federal e palestrante, diz que, nos seus tempos
de estudo, ele usava um xerox do contracheque de
um amigo defensor pblico: sempre que comeava a
hesitar, olhava o contracheque e lembrava o quanto
desejava ter um com seu nome. Ns no devemos
fazer apenas o que gostamos, mas devemos gostar do
que fazemos. Assim, se voc no gosta de qualquer
atividade importante, crie um motivo que o incen-
tive a fazer com prazer o que voc detesta. Se voc
acha chata alguma matria da escola ou faculdade,
lembre-se de que seu futuro depende daquilo.
Sejam quais forem seus objetivos em sua vida,
importante que voc escolha um motivo que funcio-
ne como o motor de sua ao transformadora. Desse
modo, o motivo para a leitura dinmica essencial
para iniciarmos nosso treinamento. Esse motivo de
leitura ser o responsvel por acabar com a averso
leitura ou at mesmo a preguia que pode estar
parasitando sua vida acadmica. Neste momento,
talvez seja difcil encontrar seus verdadeiros motivos
de leitura. Aqui esto algumas perguntas que po-
dem lhe auxiliar nessa tarefa:
Quando se olha no espelho, voc est satisfeito
com o que v?
Voc est satisfeito com os rumos que sua vida
tem tomado?
Voc o verdadeiro protagonista de sua vida
ou um mero coadjuvante?
Se o mundo acabasse hoje, o que voc faria?
De todas essas perguntas, creio que a ltima seja
a mais importante. Sinceramente, se voc mudaria
completamente sua vida frente ao m do mundo,
voc no feliz. Por que esperar o m dos tempos
para realmente comear a viver sua vida? Quais so
seus maiores sonhos? Atualmente, voc v alguma
perspectiva de realmente alcan-los? Se vivemos
Mot
iva
o
23
para poder realizar nossos sonhos, qual o motivo
para continuar vivendo, se nunca poderemos reali-
z-los?
Bem, sinto que agora conseguimos alcanar seus
sonhos mais distantes. Desse modo, creio que agora
voc est pronto para responder a seguinte pergunta:
Quais os motivos que voc tem para comear a ler
mais rpido e melhor?
Liste a seguir alguns motivos para melhorar sua
velocidade e compreenso na leitura:
Metas de estudo bem definidas
A denio de metas de estudo primordial.
Diversas experincias j demonstraram que mui-
to mais fcil executar tarefas quando temos alguma
meta ou objetivo bem denidos. Desse modo, quan-
to mais prximos estamos desse objetivo ou modo,
mais rapidamente executamos nossa tarefa. Joyce
Brothers, famosa psicloga dos anos 1950, costuma-
va dizer que uma meta bem denida se parece com
um im: quanto mais perto o m se encontra de um
pedao de metal, mais forte ser a atrao. Qualquer
que seja a tarefa que voc deseja fazer, voc trabalha-
r de maneira mais eciente e ecaz conforme for
se aproximando do nal da tarefa. Ou seja, quanto
mais prximo do nal da tarefa, mais rpido voc
trabalhar e estar sujeito a menos erros.
Uma experincia realizada sobre esse assunto
teve como objeto de estudo um grupo de fazendei-
ros em um campo de trigo. Nesse grupo, todos eram
igualmente capacitados para manejar uma foice e
ceifar o trigo de maneira adequada. Dividiram-se
os fazendeiros em dois grupos, cada qual trabalhan-
do em um lado oposto do campo de trigo. Os dois
lados do campo de trigo eram idnticos na forma e
rea, diferenciando-se apenas na existncia de ban-
deiras vermelhas de dez em dez metros, ao lado de
um dos campos.
Os dois grupos comearam a ceifar o trigo no
mesmo instante e velocidade. No entanto, vericou-
se que o grupo que trabalhava no lado do campo mar-
cado por bandeiras trabalhava muito mais depressa.
Alm disso, quanto mais perto estavam de uma das
bandeiras, maior era a rapidez e ecincia do servio.
Para vericar a dedignidade dos dados obtidos,
a experincia foi repetida no dia seguinte inverten-
do-se os dois grupos. Dessa vez o segundo grupo,
agora trabalhando no lado que continha as bandei-
ras, saiu-se bem melhor do que o primeiro.
Assim, vericou-se o poder que as metas tm
sobre os indivduos durante a execuo de uma ta-
refa. Isso acontece porque sentimos certa exaltao
ao percebermos que estamos nos aproximando de
nossa meta. Desse modo, passamos a trabalhar de
maneira ainda mais eciente em direo meta de-
nida inicialmente.
Essa motivao no curso de aproximao de
nossas metas j foi observada experimentalmente
em ratos treinados a percorrer um labirinto em bus-
ca da sada. Esses ratos eram capazes de eliminar
mais rapidamente as passagens sem sada no m do
labirinto que as passagens perto da entrada. Des-
se modo, ao atravessarem o labirinto, os ratos an-
dam cada vez mais depressa, medida que vo se
aproximando da sada. Esse aumento de velocidade,
devido proximidade da meta, conhecido como
gradiente de meta.
Um exemplo comum de como opera esse gra-
diente de meta ocorre nas las para shows de algu-
ma banda conhecida. Dependendo da popularida-
de da banda, o pblico costuma chegar bem mais
cedo que o horrio de incio do espetculo. Todos
esperam calmamente, at se aproximar a hora do
incio do show. Quando a hora do show comear
se aproxima, as pessoas comeam a se comprimir
perto da entrada embora saibam que no vo po-
der entrar naquele momento. Isso um exemplo
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24
do gradiente de meta funcionando, enquanto o
alvo se aproxima.
Uma boa maneira de eliminar a procrastina-
o fragmentar suas metas em objetivos meno-
res. Desse modo, no veja todas as suas obriga-
es como apenas um grande projeto. Fragmente
seus objetivos, projetos ou tarefas em partes pe-
quenas. Estabelea um prazo (data e hora) para
cada parte.
Como utilizar o gradiente de metas para a leitura?
Se voc deseja criar o bom hbito da leitura,
importante que voc crie metas bem denidas di-
rias de leitura.
Exemplos de metas bem denidas dirias:
ler 30 pginas do livro diariamente; ler dois captulos do livro por dia;
ler o livro at a pgina 100 hoje.
Perceba que, durante sua sesso de leitura, ao se
aproximar de cada uma dessas metas, sua ecincia
apenas aumentar mais uma vez o gradiente de
meta estar funcionando a seu favor. No entanto,
preciso que voc seja bem especco ao criar as
suas metas dirias de leitura. Caso incorra nesse
erro de no ser especco, o gradiente de meta di-
cilmente funcionar a seu favor, j que voc nun-
ca saber se realmente est terminando a tarefa.
Exemplos de metas mal denidas dirias:
ler Shakespeare;
ler sobre Direito Constitucional;
estudar Matemtica.
Repare que essas metas no permitem que o
gradiente de metas atue em seu favor: como sa-
ber se voc j est terminando de ler Shakespeare
ou de ler sobre Direito Constitucional se voc no
determinou o ponto em que essa tarefa termina?
Dena bem suas metas dirias de leitura e torne o
gradiente de meta seu grande companheiro na sua
vida de estudante ou concurseiro.
Reconhecimento Sempre imaginei que o paraso fosse uma espcie de livraria.
Jorge Luis Borges
Cap
tulo 5
Conforme dito anteriormente, a etapa de reco-
nhecimento se refere ao conhecimento prvio que o
leitor tem sobre os smbolos e palavras a serem lidas.
De acordo com o modelo de dupla-rota, explanado
anteriormente, a leitura feita por duas rotas: fono-
lgica ou lexical.
Observe que, de acordo esse modelo, o melhor
exerccio para essa etapa de reconhecimento a
prpria leitura. O hbito constante de leitura favo-
rece ao aumento do nmero de palavras familiares
ao leitor (palavras de alta frequncia), levando ao
maior uso da rota lexical, acelerando a velocidade
de leitura e o entendimento. Ao longo de nosso cur-
so, aprenderemos diversos exerccios para aumentar
a velocidade e a qualidade da leitura. No entanto,
basta salientar que o exerccio mais importante o
hbito de leitura.
O texto a seguir um divertido experimento
onde vericamos o uso da rota lexical durante a lei-
tura. Quase todas as letras das palavras abaixo esto
misturadas (com exceo da primeira e da ltima).
No entanto, por serem palavras de alta frequncia
(no ingls), so rapidamente identicadas.
I cdnuolt blveiee taht I cluod aulaclty uesdnatnrd waht I was rdanieg. The phaonmneal pweor of the hmuan mnid Aoccdrnig to a rscheearch at Cmabrigde Uinervtisy, it deosnt mttaer in waht oredr the ltteers in a wrod are, the olny iprmoatnt tihng is taht the frist and lsat ltteer be in the rghit pclae. The rset can be a taotl mses and you can sitll raed it wouthit a porbelm. Tihs is bcuseae the huamn mnid deos not raed ervey lteter by istlef, but the wrod as a wlohe. Amzanig huh? yaeh and I awlyas thought slpeling was ipmorantt!
Dssee mdoo, fcil cmpnroedeer que ler dvgaear deiams no audja a comrnepeso, dveido a sbcrearoga da memria de tarblaho, atnado recuorss dstneaidos a comrnepeso.
O texto anterior foi criado utilizando-se apenas
palavras de alta frequncia. Desse modo, ainda que
as letras estivessem fora de ordem, voc foi capaz de
decodic-lo utilizando-se da rota lexical. Assim, se
voc deseja melhorar sua velocidade de leitura, im-
portante que voc crie o hbito de leitura.
Os exerccios de leitura dinmica que voc apren-
der ao longo do curso dicilmente podero ajudar
nessa etapa de reconhecimento. Alm de criar o h-
bito de leitura, o mximo que voc pode fazer ter
certeza de que seus olhos e seu crebro esto vendo o
texto de maneira adequada. Para otimizar a aquisio
e codicao das imagens capturadas por seus olhos,
importante que voc tome os seguintes cuidados:
Checar e proteger a viso: consulte seu mdico
e verique se voc tem algum problema de viso.
Otimizao de material impresso: escolha a
melhor maneira de imprimir o material a ser lido.
Otimizao da tela do computador: con-
gure seu computador da maneira mais adequada
para a leitura.
LEITURA IMPRESSA OUNA TELA DO COMPUTADOR?
H alguns anos, era correto dizer que era mais
fcil ler material impresso do que ler qualquer texto
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na tela do computador. No entanto, o progresso tec-
nolgico fez a qualidade de exibio dos monitores
de computador crescerem de maneira muito signi-
cativa. Desse modo, os equipamentos modernos,
congurados adequadamente, facilmente conseguem
se igualar ao material impresso no que tange a
qualidade da leitura. O fator mais importante para
a leitura no monitor do computador a resoluo.
Se voc possui um monitor com ao menos 17 ou
mais e uma alta resoluo (1024x768x16K), mas uma
impressora de baixa qualidade (matricial ou deskjet
de resoluo menor), a leitura na tela do computador
certamente a melhor opo. No entanto, se voc ti-
ver um monitor pequeno e com baixa resoluo, mas
uma impressora de alta qualidade (impressora laser
ou deskjet com resoluo acima de 600 dpi pontos
por polegada), ento a impresso a melhor escolha.
Se voc possui ambos os equipamentos com qua-
lidade, sua escolha depender dos seguintes fatores:
Versatilidade: o material impresso pode ser
lido em qualquer lugar, na sua casa, no seu ser-
vio ou at mesmo dentro do nibus. Ainda que
alguns PDAs sejam bastante versteis, sabemos
que no muito seguro utiliz-los demasiada-
mente nas ruas de nossas cidades.
Marcaes: geralmente muito mais fcil
fazer anotaes ou grifos em textos impressos.
Ainda que alguns e-books ofeream a possibili-
dade de se anotar ou grifar, sabemos que no a
mesma coisa.
Busca: muito mais fcil efetuar buscas por
palavras-chave em verses eletrnicas do seu
texto. Desse modo, se voc est escrevendo uma
monograa, tese ou um artigo, talvez seja mais
fcil fazer leitura de sua bibliograa no prprio
computador.
Custo: muito mais barato ler na prpria tela
do computador.
Independente das suas prioridades, siga as orien-
taes a seguir para otimizar sua leitura de material
impresso ou pela tela do seu computador.
Otimizando o material impresso
Na maioria das vezes, ns no temos controle
sobre a forma como o texto aparece, visto que re-
vistas e jornais j chegam diagramados e paginados.
Nesses casos, o mximo que se pode fazer obter
uma iluminao adequada, evitar locais barulhen-
tos e colocar o material a uma distncia confortvel
(geralmente entre 30 e 40 cm).
No entanto, se voc tiver controle sobre o mate-
rial que voc vai imprimir, interessante considerar
as dicas a seguir. As mesmas dicas so aplicveis na
diagramao de material a ser impresso e lido por
outras pessoas.
Fonte mais adequada: ainda que no exista
consenso sobre o tipo de fonte mais adequada,
uma pesquisa feita entre leitores americanos ran-
queou as fontes mais agradveis para a leitura. Em
ordem decrescente de interesse, elas so: Arial, Ti-
mes New Roman, Times, Verdana e Georgia.
Tamanho da fonte: 10 a 12 pontos, dependen-
do da fonte. Fontes menores que 10 ou maiores
que 12 pontos geralmente afetam negativamente
a qualidade da leitura.
Espaamento entre linhas: estudos mostram
que um maior espaamento entre linhas torna a
leitura mais agradvel. Geralmente, prero utili-
zar espaamentos de 1,5 em vez de espaamentos
simples, em meus textos.
Largura das linhas: o tamanho ideal de uma
linha gira em torno de 12 palavras por linha.
No entanto, de acordo com a densidade do ma-
terial, o uso de colunas pode tornar a leitura
mais agradvel.
Margens: se o seu material no for encadernado
por espiral ou apenas grampeado, as margens no
afetaro sua leitura. No entanto, encadernaes
do tipo brochura ou capa dura geralmente cur-
vam o papel na proximidade da encadernao,
tornando a leitura menos agradvel. Nesses casos,
o uso da margem facilita a qualidade da leitura.
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Otimizando a leitura no computador
Atualmente, cada vez mais comum encon-
trarmos estudantes que, para economizar ou at
mesmo por praticidade, preferem ler e estudar
utilizando o monitor do computador. Assim,
importante que tornemos essa leitura a mais agra-
dvel possvel.
Usando o monitor corretamenteIndependente do tipo de monitor que voc uti-
lize para ler no computador, importante que voc
siga as seguintes orientaes para tornar o processo
de leitura menos cansativo.
Coloque o monitor na sua frente, a uma distncia
mdia de um brao e com uma leve inclinao da
tela em sua direo. Se seu monitor grande (acima
de 17), melhor que voc aumente a sua distncia
em relao a ele. Se possvel, posicione o monitor
de modo que seus olhos quem a cerca de duas ou
trs polegadas abaixo da parte mais alta da tela. Se
voc usa lentes bifocais, talvez seja melhor deixar o
monitor um pouco mais baixo, de modo que seja
possvel enxergar a parte de baixo da tela sem maio-
res diculdades.
Tambm importante que se tome cuidado com
o brilho e reexo excessivos. Janelas e luzes costumam
ser as principais fontes desses problemas. Para vericar
a existncia desses problemas, desligue o monitor e olhe
os brilhos e reexos existentes na tela. Posteriormente,
basta ajustar o brilho de forma que ele se iguale ao bri-
lho do reexo. Se o seu lugar de leitura for iluminado
por luz ambiente, provvel que voc tenha que fazer
diversos ajustes de luz ao longo do dia.
Ajuste as configuraes
do seu monitorAprenda a ajustar as conguraes do seu mo-
nitor. Os monitores modernos possuem controles
digitais que tornam o ajuste de brilho, contraste, ta-
manho da tela e outras funes cada vez mais fcil.
Geralmente, melhor utilizar um contraste maior e
menos brilho. No entanto, claro que isso depende
da luminosidade de seu ambiente de trabalho.
Um problema comum que aige aos usurios
de computador e as pessoas que compraram alguns
desses novos monitores a diculdade em alterar o
tamanho da imagem na tela. Nesses casos, grande
parte da tela do monitor no aproveitada, desper-
diando ao menos meia polegada em cada dimenso
da tela do monitor. Assim, importante que voc
sempre leia o manual de instrues de seu monitor,
para aproveitar o mximo de suas possibilidades.
Aumente a resoluo, refresh rate e configuraes de dpi
Inicialmente, vamos entender o que signica
resoluo da tela, refresh rate e dpi. A imagem da tela do seu computador composta por milhares
de pontos chamados pixels. A resoluo se refere
ao nmero de pixels utilizados na tela do seu mo-
nitor. Desse modo, uma resoluo de 1024x768
signica que existem 1.024 pixels na largura e
768 pixels na altura da imagem criada pelo moni-
tor. A refresh rate se refere a quantas vezes a ima-gem da tela se atualiza. Essa taxa de renovao da
tela geralmente gira em torno de 50-120 hertz.
Finalmente, dpi signica dots per inch, ou pon-tos por polegada, em portugus. Alguns sistemas
operacionais lhe permitem utilizar uma dpi maior
quando voc utiliza resolues maiores. Esse au-
mento permite que a tela exiba mais elementos,
tornando a leitura mais fcil.
O uso dessas conguraes depende exclusi-
vamente da congurao de sua mquina. Desse
modo, se voc possui uma mquina poderosa, im-
portante que voc saiba alterar essas conguraes
para poder aproveitar o mximo do computador
que voc adquiriu. Caso tenha diculdade em con-
gurar essas parafernlias tecnolgicas, consulte um
tcnico para ajud-lo.
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ClearTypeClearType o nome de uma tecnologia de ren-
derizao de subpixels, criada pela Microsoft, e que tem o objetivo de melhorar a aparncia do texto em
certos tipos de telas de computador, fazendo com
que o texto na tela tenha quase a mesma denio e
nitidez de um texto impresso.
A tecnologia ClearType foi anunciada pela pri-
meira vez na feira de tecnologia Comdex, em no-
vembro de 1998. No entanto, foi apenas em janeiro
de 2000 que a tecnologia passou a gurar em um
programa da Microsoft: o Microsoft Reader, pro-
grama utilizado para a leitura de e-books. Posterior-
mente, a tecnologia foi implementada no Windows
XP, onde mantida desativada por default (padro). No sistema operacional Vista, lanado em novem-
bro de 2006, a tecnologia mantida ativada por
default. Essa tecnologia tambm encontrada em alguns outros aplicativos da Microsoft, como o In-
ternet Explorer 7 e Microsoft Oce 2007.
Para obter todos os benefcios do ClearType,
necessrio um monitor de tela plana de alta quali-
dade, como LCD ou plasma. Mesmo em um mo-
nitor CRT possvel melhorar a legibilidade com
ClearType.
ClearType e a viso humanaClearType e tecnologias similares funcionam
porque a viso humana muito mais sensvel a va-
riaes de intensidade do que de cores. Desse modo,
o olho humano trs vezes mais capaz de distinguir
contrastes de intensidade do que contrastes de cor.
A ClearType sacrica a dedignidade das cores com
o objetivo de aumentar os detalhes das diferenas de
contrastes de luz. Assim, quando ativada, a tecnolo-
gia permite uma grande melhora na leitura do texto
na tela do computador.
Windows XPPara ativar a tecnologia ClearType no Windows
XP, basta seguir os seguintes passos:
1. Clique em Iniciar > Painel de Controle >
Vdeo.
2. Clique na guia Aparncia e depois em
Efeitos....
3. Clique na caixa Usar este mtodo para suavizar
as bordas das fontes da tela: e selecione ClearType
na lista.
4. Clique em OK, e depois novamente em OK.
VOCABULRIOSegundo o dicionrio Priberam, vocabulrio :
Lista dos vocbulos de uma lngua, em geral desacom-panhados da respectiva denio ou com uma explica-o muito sucinta.
Segundo o dicionrio Houaiss, o mais comple-to na lngua portuguesa, o idioma possui registra-
dos cerca de 228.500 entradas, 376.500 acepes,
415.500 sinnimos, 26.400 antnimos e 57.000
palavras arcaicas. No dia a dia, costumamos utili-
zar cerca de 3.000 palavras em nossas conversas. No
entanto, cada adulto sabe em mdia apenas 50.000
palavras, utilizando apenas cerca de 3.000 delas nas
conversas do dia a dia.
O que realmente impressionante que uma
criana com idade entre seis e dez anos, geralmente,
aprende cerca de 5.000 novas palavras no perodo
de apenas um ano. O que no to impressionan-
te assim o fato de adultos geralmente aprenderem
apenas 50 novas palavras a cada ano.
Por que o vocabulrio to importante? O voca-
bulrio importante porque ele tem grande inuncia
em sua velocidade de leitura. Quanto melhor o seu vo-
cabulrio, mais rpido voc capaz de ler. Muitos cur-
sos de leitura dinmica no costumam se preocupar
em dar qualquer orientao nesse tpico. No entanto,
as tcnicas de aumento de vocabulrio so to ecien-
tes quanto todas as outras tcnicas que aprenderemos
ao longo de nosso curso.
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A relao entre vocabulrio e velocidade de leitu-
ra se torna ainda mais forte quando estamos lendo
sobre algum novo tpico. O motivo simples: toda
vez que voc encontra uma palavra que voc desco-
nhece o signicado, seu crebro automaticamente se
foca nela. Em seguida, seu crebro analisa as palavras
que esto em torno dela e tenta deduzir o signicado
da palavra desconhecida a partir do contexto em que
ela est inserida. Ainda que voc consiga deduzir o
signicado pelo contexto, na prxima vez que voc
visualizar a mesma palavra desconhecida, seu crebro
mais uma vez vai dar uma pequena pausa e tentar
novamente deduzir o seu signicado. Concluso:
toda vez em que voc se depara com uma palavra
desconhecida, a sua velocidade e compreenso caem
drasticamente.
Se isso no for o suciente para encoraj-lo a
melhorar seu vocabulrio, veja uma outra razo. O
quadro abaixo representa a mdia dos resultados em
provas de vocabulrio, aplicadas nas 40 maiores em-
presas norte-americanas. O que voc acha que eles
representam?
Cargo
Presidentes e Vice-PresidentesGerentesSuperintendentesSupervisoresDiretores
Mdia das notas do teste
23616814011486
Tabela 5.1.
Essas so as mdias da pontuao obtida em um
teste de vocabulrio, que totalizava 272 pontos. De
acordo com esses resultados, bvia a relao en-
tre uma alta posio hierrquica e seu domnio de
vocabulrio. Em outros estudos, observou-se que a
nica semelhana existente entre diversas pessoas de
sucesso era a excelente performance em provas de
vocabulrio.
Assim, espero que esses estudos sejam o sucien-
te para incentiv-lo no melhoramento contnuo de
seu vocabulrio.
Uso adequado do dicionrio
Toda vez que voc se deparar com uma palavra
cujo signicado voc desconhece, siga os seguintes
passos:
1. Gaste alguns segundos tentando descobrir o
signicado da palavra pelo contexto em que ela est
inserida.
2. Faa um leve sublinhado abaixo da palavra e
faa um pequeno N (de nova palavra) circulado no
alto da pgina em que a palavra foi encontrada. Para
facilitar a localizao dessa palavra, voc tambm
pode anotar na contracapa do seu livro o nmero da
pgina em que se encontra a palavra desconhecida.
3. Escolha: voc precisa saber o signicado da
palavra agora ou pode esperar para depois? Se voc
j tiver deduzido o signicado da palavra, melhor
que olhe o signicado da palavra apenas ao nal da
leitura do captulo em que ela foi encontrada. O
motivo simples: conforme explicado no meu livro
Supermemria para Concursos, a ideia de conjunto uma importante ferramenta para a memria. Se
voc cria o hbito de interromper a leitura a cada
nova palavra encontrada, seu entendimento car
comprometido. No entanto, se for essencial que
voc olhe o signicado da palavra imediatamente,
faa isso e anote uma pequena denio da palavra
na margem da pgina em que ela foi encontrada.
4. Ao terminar a leitura do livro ou do captulo,
olhe os nmeros das pginas anotadas na contraca-
pa: so as pginas que contm palavras desconheci-
das e olhe o signicado de todas elas no dicionrio.
Vamos agora treinar um pouco. Vamos supor
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que voc nunca tenha ouvido falar da palavra seri-
caia e precisa ler o seguinte texto:
Servimos uma sericaia deliciosa em nosso churrasco.
Agora, siga os passos acima. Aps localizar o sig-
nicado da palavra no dicionrio, responda: no di-
cionrio, na pgina em que voc localizou a palavra
sericaia, havia outra palavra desconhecida? Que
tal anot-la tambm? Se precisar de alguma motiva-
o para isso, lembre-se de que um bom vocabulrio
pode signicar uma melhora razovel no seu salrio
ao nal do ms!
Glossrio particular
Uma excelente maneira para manter as novas pa-
lavras em sua memria manter um glossrio parti-
cular. Para criar esse glossrio, voc s vai precisar de
um bloco de notas ou caderno e uma caneta. Toda
vez que voc se deparar com uma palavra nova, adi-
cione essa palavra e sua denio ao seu glossrio.
Para que voc no esquea dessas novas pala-
vras, faa revises sistemticas em seu glossrio.
Uma outra estratgia eciente utilizar algum pro-
grama como o Supermemo para criar as repeties
sistemticas para voc. Em pouco tempo, voc -
car surpreso com a maneira como seu vocabulrio
crescer.
Para facilitar seu trabalho, mantenha em seu
glossrio as palavras ordenadas de forma alfabtica.
Se voc estiver estudando um material especco
(Direito, Medicina, Psicologia...), interessante que
voc crie sesses temticas em seu glossrio, para
no misturar o vocabulrio tcnico e o vocabulrio
do dia a dia.
Mantenha seu glossrio perto de voc e no es-
quea de sempre dar uma olhadinha nas palavras
recm-descobertas.
Aprendendo prefixos, radicais e sufixos
Saber os prexos e radicais gregos e latinos pode
ajud-lo bastante na deduo do signicado das pa-
lavras sem precisar consultar o dicionrio. A seguir
voc encontrar os prexos e radicais mais comuns
da Lngua Portuguesa. Existem muitos outros! Con-
sulte seu professor ou seu amigo Google e encontre
alguns outros.
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Sentido
privao;negao
afastamento;separao
aproximao;tendncia;direo
duplicidade
repetio;separao;inverso;para cima
duplicidade;ao redor;de ambos os lados
posio anterior
oposio,ao contrria
separao;afastamento;longe de
posio superior;excesso;primazia
Exemplo
ateu,analfabeto,anestesia
abuso,abster-se,abdicar
adjacente,admirar,agregar
ambivalncia,ambidestro
anlise,anatomia,anfora,anagrama
anfbio,anteatro,anbologia
antebrao,anteontem,antepor
antibitico,anti-higinico,antitrmico,anttese,anticristo
apogeu,apstolo,apstata
arquitetura,arquiplago,arcebispo,arcanjo
Origem
Grega
Latina
Latina
Latina
Grega
Grega
Latina
Grega
Grega
Grega
Lista de Prexos
A-, NA
AB-, ABS-
AD-, A-
AMBI-
ANA-
ANFI-
ANTE-
ANTI-
APO-
ARQUI-, ARCE-
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benevolncia,benfeitor,bem-vindo,bem-estar
bisav,biconvexo,bienal,bpede,biscoito
catlise,catlogo,cataplasma,catadupa
circunferncia,circum-adjacente
compartilhar,consoante,contemporneo,coautor
contra-ataque,contradizer
decair,desacordo,desfazer,discordar,dissociar,decrescer
dipolo,dgrafo
diafragma,diagrama,dilogo,diagnstico
dispneia,discromia,disenteria
Latina
Latina
Grega
Latina
Latina
Latina
Latina
Grega
Grega
Grega
BENE-, BEN-,BEM-
BIS-, BI
CATA-
CIRCUM-,CIRCUN-
COM-,CON-, CO-
CONTRA-
DE-, DES-, DIS-
DI-
DIA-
DIS-
bem;muito bom
duas vezes
movimento para baixo;a partir de;ordem
ao redor;movimento em torno
companhia;combinao
oposio;ao contrria
movimento para baixo;afastamento;ao contrria;negao
duas vezes
atravs de;ao longo de
mau funcionamento;diculdade
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encfalo,emblema,elipse,endotrmico
epiderme,eplogo
euforia,evangelho
xodo,eclipse
exonerar,exportar,exumar,espreguiar,emigrar,escorrer,estender
extraocial,extraordinrio,extraviar
hemisfrio
hiprbole,hipertenso
hipotroa,hipotenso,hipodrmico
enlatar,enterrar,embalsamar,intravenoso,intrometer,intramuscular
Grega
Grega
Grega
Grega
Latina
Latina
Grega
Grega
Grega
Latina
EN-, EM-, E-,ENDO-
EPI-
EU-, EV-
EX-, EC-,EXO-ECTO-
EX-, ES-, E-
EXTRA-
HEMI-
HIPER-
HIPO-
I-, EN-, EM-,INTRA-,INTRO-
posio interna;direo para dentro
posio superior;acima de.
excelncia;perfeio;verdade
movimento para fora;posio exterior
movimento para fora;mudana de estado;separao
posio exterior;superioridade
metade
posio superior;intensidade;excesso
posio inferior;insucincia
para um estado;movimento para dentro;tendncia;direo para um ponto
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inciso,inalar,injetar,impor,imigrar
intocvel,impermevel,ilegal
intercmbio,internacional,entrelaar,entreabrir
justapor,justalinear
metamorfose,metabolismo,metfora,metacarpo
paradoxo,paralelo,pardia,parasita
pericrdio,perodo,permetro,perfrase
polinmio,poliedro
ps-escrito,pospor,postnico
prexo,previso,pr-histria,prefcio
Latina
Latina
Latina
Latina
Grega
Grega
Grega
Grega
Latina
Latina
IN-, IM-,
IN-, IM-, I-
INTER-,ENTRE-
JUSTA-
META-
PARA-
PERI-
POLI-
POS-
PRE-
posio interna;passagem
negao;falta
posio intermediria;reciprocidade
proximidade
posteridade;atravs de;mudana
proximidade;ao lado;oposto a
em torno de;
multiplicidade;pluralidade
posio posterior;ulterioridade
anterioridade;superioridade;intensidade
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prlogo,prognstico
proclamar,progresso,pronome,prosseguir
realar,rebolar,refrescar,reverter,reuir
retroativo,retroceder,retrospectivo
semicrculo,semiconsoante,semianalfabeto
sinfonia,simbiose,simpatia,slaba
subconjunto,subcutneo,subsolo,sobpor,soterrar
subconjunto,subcutneo,sobpor,soterrar
superpopulao,sobreloja,suprassumo,sobrecarga,superfcie
Grega
Latina
Latina
Latina
Latina
Grega
Grega
Latina
Grega
PRO-
PRO-
RE-
RETRO-
SEMI-
SIN-, SIM-
SUB-, SOB-, SO-
SUB-, SOB-, SO-
SUPER-,SOBRE-, SUPRA
posio anterior
posio em frente;movimento para frente;em favor de
repetio;intensidade;reciprocidade
para trs
metade
simultaneidade;reunio;resumo
posio abaixo de;inferioridade;insucincia
posio abaixo de;inferioridade;insucincia
posio superior;excesso
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superpopulao,sobreloja,supra-sumo,sobrecarga,superfcie
transbordar,transcrever,tradio,traspassar,tresloucado,tresmalhar
ultrapassar,ultrassensvel
ultrapassar,ultrassensvel
vice-reitor,visconde,vice-cnsul
vice-reitor,visconde,vice-cnsul
SUPER-,SOBRE-, SUPRA-
TRANS-, TRAS-, TRA-, TRES-
ULTRA-
ULTRA-
VICE-, VIS-
VICE-, VIS-
posio superior;excesso
atravs de;posio alm de;mudana
alm de;excesso
alm de;excesso
posio abaixo de;substituio
posio abaixo de;substituio
Latina
Grega
Grega
Latina
Grega
Latina
Exemplo
aeronave
agricultura
ambidestro
antropologia
arborcola
arqueologia
autobiograa
Origem
Grega
Latina
Latina
Grega
Latina
Grega
Grega
Lista de radicais
AERO-
AGRI-
AMBI-
ANTROPO-
ARBORI-
ARQUEO-
AUTO-
Sentido
ar
campo
ambos
homem
rvore
antigo
de si mesmo
Tabela 5.2.
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biblioteca
biologia
bpede,bisav
caligraa
calorfero
cosmologia
cromossomo
cronologia
crucixo
curvilneo
datilograa
decaedro
democracia
disslabo
eletrom
enegono
equiltero,equidistante
etnologia
farmacologia
ferrfero,ferrovia
lologia
sionomia
Grega
Grega
Latina
Grega
Latina
Grega
Grega
Grega
Latina
Latina
Grega
Grega
Grega
Grega
Grega
Grega
Latina
Grega
Grega
Latina
Grega
Grega
BIBLIO-
BIO-
BIS-, BI-
CALI-
CALORI-
COSMO-
CROMO-
CRONO-
CRUCI-
CURVI-
DACTILO-
DECA-
DEMO-
DI-
ELE( C )TRO-
ENEA-
EQUI-
ETNO-
FARMACO-