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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · prontos e estigmatizados de avaliação, ... mero cumprimento de uma exigência burocrática. ... e objetivos da escola, do respeito à subjetividade

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

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Secretaria de Estado da Educação Superintendência da Educação

Departamento de Políticas e Programas Educacionais Coordenação Estadual do PDE

Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO

LUIZ CEZAR LUPEPSIV

Orientador: Prof. Dr. EMERSON LUIS VELOZO.

AVALIAÇÃO NA DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO FÍSICA

PRUDENTÓPOLIS - PR 2010

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O mais importante na construção do homem não é instruí-lo – haverá

algum interesse em fazer dele um livro que caminha? -, mas educá-lo até

aqueles patamares onde o que liga as coisas já não são as coisas, mas os

rostos nascidos dos laços divinos.

(SAINT-EXUPÉRY)

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 04

A AVALIAÇÃO NOS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS ................. 07

A AVALIAÇÃO NO CURRICULO BÁSICO PARA A ESCOLA PÚBLICA DO

PARANÁ ................................................................................................................ 12

A AVALIAÇÃO DIRETRIZES CURRICULARES ESTADUAIS ............................. 15

A AVLIAÇÃO NA PESPECTIVA DO COLETIVO DE AUTORES ......................... 18

SÍNTESE DOS DOCUMENTOS ANALISADOS ..................................................... 22

ROTEIRO DAS ATIVIDADES DE INTERVENÇÃO ................................................ 24

REFERENCIAS ...................................................................................................... 25

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INTRODUÇÃO

Quando se fala em avaliação escolar, é comum pensar, inicialmente, nos

resultados obtidos pelos alunos durante certo período letivo. A avaliação é um dos

instrumentos que fornece aos professores informações sobre o processo de ensino-

aprendizagem e serve como um meio de verificação e análise dos resultados do

trabalho do professor e alunos.

A escola é um espaço específico para práticas educativas. Educação entendida

como aprendizagem de conhecimentos importantes para a vida, relacionados com sua

história e seu tempo, contribui para o crescimento humano. Diante desta idéia a escola

justifica-se pela possibilidade de se configurar num ambiente de manifestação cultural e

de criação de conhecimentos.

A avaliação é um elemento integrante e regulador da prática educativa,

permitindo uma escolha sistemática de informações que, uma vez analisadas, apóiam a

tomada de decisões adequadas à promoção da qualidade do ensino e das

aprendizagens. Assim, a eficácia dos critérios avaliativos utilizados em sala de aula são

de suma importância para o bom desempenho do trabalho pedagógico.

No meio educacional a avaliação é um processo presente e inerente ao bom

andamento do trabalho pedagógico, seja como fator diagnóstico do processo de

ensino/aprendizagem ou de intervenção da prática pedagógica. Como nas demais

disciplinas escolares, na Educação Física, a avaliação também é um processo

complexo e difícil. Para se obter um bom trabalho, é necessário avaliar o conhecimento

dos educandos, assim como da metodologia aplicada pelo professor, a fim de refletir

sobre sua prática pedagógica.

Assim, o presente trabalho se constitui como material didático para a intervenção

com professores de Educação Física e possui como objetivo a análise das questões

referentes à avaliação em Educação Física presentes nos Parâmetros Curriculares

Nacionais (PCN’s), no Currículo Básico para a Escola Pública do Paraná (CBpEPP),

nas Diretrizes Curriculares Estaduais (DCN’s), e na obra Metodologia de Ensino de

Educação Física (Coletivo de Autores, 1992). Serão explicitados aspectos como teoria,

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objetivos de estudo, conteúdos e, sobretudo o modo de avaliar o aluno em Educação

Física.

Com isso, propomos apresentar formas de avaliar os alunos, além dos modelos

prontos e estigmatizados de avaliação, caracterizados pela memorização de conceitos,

ou do bom desempenho/assiduidade dos educandos nas aulas.

Nos PCN’s discute-se questões como as críticas em relação à forma tradicional

de avaliação. Pois nesta nova perspectiva, ao avaliar são consideradas diversas formas

de diagnosticar como observação, análise, conceituação, aquisição de competências,

habilidades, conhecimentos e atitude dos alunos.

No CBpEPP, o ponto fundamental está relacionado ao processo de construção

do conhecimento, articulado com a realidade histórica e social, como um processo

gradual e em nível complexo de elaboração. E, portanto, para proceder à avaliação da

aprendizagem leva-se em consideração os progressos, capacidades e habilidades dos

alunos com o objetivo de superação das dificuldades.

Quanto as DCE’s, seus estudos apontam a cultura corporal como objeto de

estudo e ensino da Educação Física, relacionando o homem como ser histórico e suas

práticas corporais. Considera os paradigmas tradicionais de avaliação insuficientes, e

caracteriza os critérios de comportamento e envolvimento dos alunos no processo

pedagógico, como um processo contínuo, permanente e cumulativo da aprendizagem.

Na perspectiva do CA apresenta-se a metodologia crítico-superadora, que

privilegia a avaliação do processo de ensino/aprendizagem como um compromisso pelo

contínuo aprimoramento do aluno, com vistas à organização, identificação,

compreensão e explicação da realidade histórico social e cultural como prega a lógica

materialista dialética de pensamento.

Desta forma tentaremos construir respostas para a questão norteadora deste

projeto: o que e como avaliar em Educação Física? Para tanto, ao desenrolar deste

trabalho, serão apresentadas alternativas avaliativas explicitadas e argumentadas pelos

autores e documentos analisados.

Para tanto, este trabalho será implementado com professores da disciplina de

Educação Física em dois momentos Inicialmente com professores colegas de trabalho

na escola (Colégio Estadual Pe. José Orestes Preima, localizado na linha Esperança,

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zona rural do município de Prudentópolis, PR) e posteriormente no DEB Itinerante 2010

(oficinas ministradas por professores das escolas públicas em todos os Núcleos

Regionais de Educação) em setembro de 2010. Para que os outros profissionais da

área apreciem e contribuam na elaboração deste trabalho de modo coletivo.

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A AVALIAÇÃO NOS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) surgiram no final da década de

1996, dentro de um contexto em que a América Latina vivia uma transição entre

governos militares ditatoriais e a instalação de governos democráticos. Zamboni (2003)

salienta:

Nessa época, a maior parte da população sul-americana estava excluída e marginalizada do consumo de bens socialmente produzidos, dos direitos políticos e impossibilitada culturalmente de participar do mundo da produção. Grupos organizados levantaram suas vozes exigindo o direito de serem reconhecidos socialmente, o direito a um teto, à habitação, à educação, à produção, à saúde e, sobretudo que suas identidades fossem reconhecidas e respeitadas. Neste contexto de transição, de mudanças políticas e sociais, aconteceu no Brasil, como em outros países da América Latina: o fim da ditadura militar, a retomada das eleições diretas para os cargos executivos e, em 1988, uma nova Constituição foi promulgada, ficando conhecida como Constituição Cidadã.

Com a nova constituição, os direitos políticos da maioria da população, passaram

a ser considerados, dentre os quais destacam-se os indígenas, mulheres, trabalhadores

e o Movimento dos Sem-Terra (MST).

As diretrizes das políticas públicas da cultura e da educação foram baseadas nas

metas de conservação e recuperação do patrimônio nacional (ecológico e cultural), das

memórias múltiplas, reconhecendo as diferentes identidades do povo brasileiro, onde

por meio destas mudanças nas políticas nacionais foram determinantes para as

diretrizes da educação. Zamboni (2003) enfatiza que:

Respondendo às mudanças, na década de 1990, o Ministério da Educação propôs à sociedade novos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) tanto para o ensino fundamental como para o ensino médio, assentados nos princípios da cidadania, da ética e da pluralidade cultural.

Segundo consta nos PCN’s (1997, p. 25) “o trabalho na área de Educação Física

tem seus fundamentos nas concepções de corpo e movimento”. Nos PCN’s, ocorre uma

distinção entre organismo (estritamente fisiológico) e corpo (relações socioculturais),

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onde os conteúdos são a expressão de produções culturais, com conhecimentos

historicamente acumulados e socialmente transmitidos, entendendo a Educação Física

como Cultura Corporal. Contradizendo a perspectiva mecanicista de avaliação, pois

como se apresenta em PCN’s (2002, p. 164):

As preocupações avaliativas em Educação Física enfatizam o desempenho das capacidades físicas, as habilidades motoras e, em alguns casos, o uso das medidas antropométricas. Tais elementos são usados com o objetivo de conferir uma nota. [...] A aplicação desses testes era mecânica, descontextualizada e aleatória: os professores não explicavam aos alunos os objetivos desses testes e tampouco havia vinculação entre estes e o programa desenvolvido ao longo do ano. Todavia, todos os estudantes eram submetidos aos testes e muitos ao sentimento de incompetência e vergonha.

Neste sentido, era estabelecido um modelo ideal de desempenho como forma de

avaliação, no qual a avaliação tinha como função punir, classificar e selecionar os

alunos, de acordo com sua habilidade ou desempenho em determinado esporte, esta

perspectiva é chamada de tradicional, como bem se apresenta em PCN’s (2002, p.

165):

A perspectiva tradicional de avaliação, que infelizmente ainda freqüenta a visão e a prática de muitos professores de Educação Física, cometeu uma série de equívocos ao considerar que avaliar é aplicar testes em prazos determinados; restringe-se a estimar o domínio motor; é uma atividade que se realiza somente no final de um prazo; significa atribuir uma nota ou um conceito; é punir; sobrepõe-se a ensinar; exige mediação e quantificação; constitui-se em mero cumprimento de uma exigência burocrática.

A avaliação tradicional está baseada em testes que rotulam os alunos, em atletas

ou fracassados, entretanto este não é o objetivo da Avaliação na Educação Física, haja

vista que o objetivo da Educação Física é educar integralmente, articulando aspectos

físicos, culturais, sociais, afetivos entre outros. Porém, esta visão tradicional foi

superada a partir do final da década de 70, pois como está bem estruturado em PCN’s

(2002, p. 165):

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Em oposição ao modelo tradicional, discute-se a abordagem crítica na Educação, com reflexos na Educação Física. A proposta crítico superadora, apresentada pelo Coletivo de Autores (1992), utiliza o discurso da justiça social como ponto de apoio. Baseada no marxismo e no neomarxismo, esta abordagem acredita que qualquer consideração sobre a pedagogia mais aproximada deve versar não só sobre como ensinar, mas também sobre como adquirimos os conhecimentos, valorizando a contextualização dos fatos e o resgate histórico.

Nesta perspectiva a avaliação leva em consideração a forma de ensinar do

professor e o conteúdo assimilado pelo aluno, tornando-se claro seu conceito

sistemático, intencional e organizado, pois analisa não somente os aspectos

quantitativos do processo de ensino-aprendizagem, como também os qualitativos,

ambos em consonância e sempre pautados do Projeto Político Pedagógico da escola.

Pois como consta em PCN’s (2002) muitos professores estão preferindo avaliar

na Educação Física por meio diagnóstico de freqüência, interesse, participação e

desempenho nas atividades propostas. “A avaliação deve mostrar-se útil para as partes

envolvidas, professores, alunos e escola, contribuindo para o autoconhecimento e para

a análise das etapas já vencidas”, para alcançar os objetivos (PCN’S 2002).

Avaliar, portanto, utilizando diversificadas formas de diagnosticar, pois somente

os aspectos físicos não são suficientes se forem desvinculados das relações cognitivas,

afetivas, sociais e subjacentes.

A avaliação em Educação Física deve considerar a observação, análise e conceituação de elementos que compõem a totalidade da conduta humana, ou seja, a avaliação deve estar voltada para a aquisição de competências, habilidades, conhecimentos e atitude dos alunos. A avaliação deve abranger as dimensões cognitiva, motora e atitudinal, verificando a capacidade de o aluno expressar sua sistematização dos conhecimentos relativos à cultura corporal em diferentes linguagens, corporal, escrita e falada. [...] O problema não está na escola dos instrumentos e sim na concepção que sustenta a utilização destes. (PCN’s 2002)

A indagação consiste além do modo de coletar as informações no sentido da

avaliação, que necessita ser sistemática, organizada e contextualizada com a realidade

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do aluno.

Esta proposta de avaliação necessita estar contextualizada dentro dos conteúdos

e objetivos da escola, do respeito à subjetividade do aluno, suas possibilidades,

conhecimento, habilidades e melhoria no que for considerado necessário. “Abarcando

suas múltiplas dimensões, também explicitar os conteúdos fundamentais para que os

alunos possam seguir aprendendo” (PCN’s 1997, p.55).

Para tanto, os conteúdos são estruturados em três grandes blocos, que devem

ser equilibrados, adequados e organizados de maneira flexível:

Esportes, Jogos, Lutas e Ginástica Atividades Rítmicas e Expressivas

Conhecimento sobre o Corpo

Estes blocos articulam-se entre si, com vários conteúdos em comum, mas dentro

de suas especificidades.

Neste documento, a avaliação é vista como algo útil para o professor e para o

aluno, dimensionando avanços e dificuldades dentro do processo de ensino e

aprendizagem, tornando-o cada vez mais produtivo. Não é uma avaliação padronizada,

que almeja o mesmo resultado de todos, visto que alunos e mesmo professores,

possuem diferentes peculiaridades, formas de se alcançar o mesmo objetivo, de formas

diferentes. Segundo Costa (2003):

Os Parâmetros Curriculares Nacionais indicam três focos principais de avaliação na Educação Física: Realização das práticas - É preciso observar primeiro se o estudante respeita o companheiro, como lida com as próprias limitações (e as dos colegas) e como participa dentro do grupo. Em segundo lugar vem o saber fazer, o desempenho propriamente dito do aluno tanto nas atividades quanto na organização das mesmas. O professor deve estar atento para a realização correta de uma atividade e também como um aluno e o grupo formam equipes, montam um projeto e agem cooperativamente durante a aula. Valorização da cultura corporal de movimento – É importante avaliar não só se o educando valoriza e participa de jogos esportivos. Relevante também é seu interesse e sua participação em danças, brincadeiras, excursões e outras formas de atividade física que compõe a nossa cultura dentro e fora da escola. Relação da Educação Física com saúde e qualidade de vida – É necessário verificar como crianças e jovens relacionam elementos da cultura corporal aprendidos em atividades físicas com um conceito mais amplo, de qualidade de vida.

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O processo avaliativo contido nos PCN’s apresenta critérios para cada ciclo,

abarcando suas múltiplas dimensões, explicitando conteúdos fundamentais para que os

alunos sigam aprendendo, e que a avaliação faça sentido e seja significativa em sua

formação.

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A AVALIAÇÃO NO CURRÍCULO BÁSICO PARA A ESCOLA PÚBLICA DO PARANÁ

O Currículo Básico para a Escola Pública do Paraná (CBpEPP) foi criado em

1990, a partir de uma luta intensa pela melhoria da qualidade de ensino.

O trabalho de reestruturação do currículo ocorreu pela implantação do Ciclo

Básico de Alfabetização, dentro da proposta de Reorganização da Escola de 1º Grau do

Paraná, que destaca que o critério para seleção dos conteúdos deve ser os

conhecimentos imprescindíveis, que possibilitem aos homens a compreensão das

condições para uma vida plena.

A proposta curricular aqui sistematizada traduz o trabalho coletivo dos profissionais compromissados com a educação pública do Paraná. Ela apresenta, neste momento, o projeto político-pedagógico possível e expressa a preocupação e o compromisso dos educadores com a melhoria do ensino no sentido de responder às necessidades sociais e históricas, que caracterizam a

sociedade brasileira de hoje. (CBpEPP, 1990).

Um ponto fundamental diz respeito ao conhecimento, que ao ser trabalhado

pedagogicamente, desde a pré-escola e nas séries posteriores é o mesmo, o que o

diferencia é o grau de interação que a criança mantém com a realidade, sendo que o

processo de apropriação do mesmo é gradual, fazendo com que os conceitos vão

sendo cada vez mais elaborados, complexificados na medida em que a criança perceba

as relações entre os mesmos e a realidade que os determina.

Segundo Loures (1990) o presente trabalho é resultado dessa luta e dessa união. Temos consciência clara de que devolvemos a vocês o produto de seu esforço, construído na análise e na reflexão sobre a prática em sala de aula, tendo como meta uma sociedade mais justa, onde todos tenham acesso ao conhecimento e dele possam se apropriar. Temos também consciência clara de que o trabalho não se esgota aqui. A proposta é de motivação para o desencadeamento de ações mais abrangentes e desafios maiores. A discussão mal começa, pois precisa atingir a todos. O comprometimento e a continuidade dependem, pois precisa atingir a todos. O comprometimento e a continuidade dependem, mais uma vez, de vocês, professores. A educação é ação solidária e como tal pressupõe o envolvimento de todos nós. Vocês podem e devem dar continuidade a esse trabalho. É acreditar e agir, como fizeram ao construir a proposta.

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Esta reestruturação curricular de Pré a 8ª Séries começou a ser desencadeada a

partir de 1987, envolvendo todas as instâncias que compõe a Secretaria de Estado da

Educação do Paraná (SEED), onde a necessidade de repensar conteúdos estava

assentada em reflexões e discussões acerca de temas relacionadas ao universo da

educação como um todo.

O ponto de partida desta reestruturação do Currículo de 1º Grau da Rede

Estadual de Ensino foi à implantação do Ciclo Básico de Alfabetização, que foi o

primeiro passo na Proposta de Reorganização da Escola Pública do Paraná, onde em

diversos encontros e instâncias foram discutidos os princípios da Pedagogia Histórico-

Crítica que norteia a proposta.

O Ciclo Básico de Alfabetização foi implantado em 1988 com o intuito de em nível

de programação curricular e da organização escolar, promover a permanência do maior

número de alunos na escola, sem interrupção do processo de aprendizagem. Conforme

o Currículo Básico para a Escola Pública do Paraná (1990, p. 175):

É necessário procurar entender a dialética de desenvolvimento e aperfeiçoamento do corpo na história e na sociedade brasileira, para que a Educação Física saia de sua condição de coadjuvante do processo educacional, para ser parte integrante deste, buscando colocá-la em seu verdadeiro espaço: o de área do conhecimento.

Dentro deste contexto, a Educação Física esteve atrelada às relações capital x

trabalho, pois não interessa para o capitalismo o trabalhador possuidor de

conhecimentos, com capacidade crítica e reflexiva, mas sim, seu trabalho e o produto

dele. O Currículo Básico para a Escola Pública do Paraná (1990, p. 178), apresenta:

Portanto, a partir das relações sociais temos colocadas três maneiras do corpo em movimento se expressar: a ginástica, a dança e os jogos. E a Educação Física com seu objeto de estudo, que é o corpo em movimento, trabalhará a ginástica, a dança e os jogos numa perspectiva histórico-crítica que permitirá ao educando analisar e refletir sobre estas diferentes formas de manifestação cultural.

Estes conteúdos deverão cumprir seu papel verdadeiramente educativo, levando-

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se em consideração sua origem, o desenvolvimento do aluno, a valorização da criança

inserida no contexto social, evitando-se exercícios mecânicos e repetitivos, conhecendo

a história da ginástica, jogos, danças e esportes com finalidade de mudança de regras

e análise da realidade brasileira, criação e recriação de novos jogos, dentre outros.

No encaminhamento metodológico, enfatiza-se que o estudo do corpo em

movimento na Educação Física tem por objetivo atingir a consciência e domínio

corporal, trabalhados por meio dos pressupostos da ginástica, da dança e dos jogos.

Visa superar a visão biológica, contribuindo para o desenvolvimento de possibilidades

de aprendizagem e contribuindo para que a ação educativa prepare o homem para

opinar, discutir e criticar a ordem social e ter acesso à cultura e a história do seu tempo.

Sobre avaliação, o CBpEPP (1990, p.184) diz:

Proceder à avaliação da aprendizagem, clara e consciente é entendê-la como um processo contínuo e sistemático de obter informações, de diagnosticar progressos, capacidades e habilidades dos alunos. Assim será possível orientá-los para a superação de suas dificuldades e para que façam uma apreciação crítica do seu próprio trabalho.

A avaliação propriamente dita servirá para diagnosticar a condição do aluno e

adequação dos conteúdos, servindo para que o professor tenha uma visão dos saberes

acumulados e das dificuldades apresentadas. É necessário ao professor deve possuir

domínio dos conteúdos, para que resulte em uma aprendizagem e avaliação

conscientes e comprometidas com o processo educacional. Verificando, por meio da

compreensão do aluno o que foi proposto e o conceito obtido, haja vista o direito do

aluno ao aprendizado de todo conteúdo e não ser somente avaliado por padrões

técnicos considerados na formação de atletas.

A Educação Física busca por estratégias que possam dar conta das

necessidades educacionais é constante, construir estratégias e novas formas de

entendimento e aplicação de conteúdos na escola. Dentro desta perspectiva destaca-se

que atualmente a Educação Física possui diversas propostas de relevo que tratam dos

aspectos metodológicos de ensino.

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A AVALIAÇÃO CONFORME AS DIRETRIZES CURRICULARES ESTADUAIS DA

EDUCAÇÃO FÍSICA

As Diretrizes Curriculares da Educação Básica (DCE’s), da Secretaria de Estado

da Educação do Paraná são fruto de um longo processo de discussão que ocorreu

entre os anos de 2004 e 2008, que envolveu todo o coletivo escolar. Estas diretrizes

partem do princípio de que a educação escolar é um produto do trabalho humano

historicamente determinado. Segundo as DCE’s (2008, p. 15):

Um projeto educativo, nessa direção, precisa atender igualmente aos sujeitos, seja qual for sua condição social e econômica, seu pertencimento étnico e cultural e às possíveis necessidades especiais para aprendizagem. Essas características devem ser tomadas como potencialidades para promover a aprendizagem dos conhecimentos que cabe à escola ensinar, para todos.

As Diretrizes Curriculares da Educação Básica, (2008, p. 53), apontam que:

Estas Diretrizes apontam a Cultura Corporal como objeto de estudo e ensino da Educação Física, evidenciando a relação estreita entre a formação histórica do ser humano por meio do trabalho e as práticas corporais decorrentes. A ação pedagógica da Educação Física deve estimular a reflexão sobre o acervo de formas e representações do Mundo que o ser humano tem produzido, exteriorizadas pela expressão corporal em jogos e brincadeiras, danças, lutas, ginásticas e esportes.

Por meio da fundamentação teórico-metodológica, propõem-se reflexões acerca

da Educação Física, das suas necessidades de ensino atuais perante os alunos, a

superação de contradições e a valorização da educação, considerando-se contextos e

experiências de diferentes regiões, escolas, professores, alunos e comunidade.

Para as DCE’S a Educação Física é parte do projeto geral da escola, devendo

ser articulada ao Projeto Político-Pedagógico, com objetos de estudo e ensino próprios,

compromissada com o projeto de escolarização, com bases na formação humana. Esta

disciplina deverá possibilitar aos alunos o acesso ao conhecimento produzido pela

humanidade, relacionando-o às práticas corporais, ao contexto histórico, político,

econômico e social. Isto posto, reforça a compreensão da Educação Física sob um

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contexto mais amplo, que aponta interações nas relações sociais, políticas, econômicas

e culturais dos povos.

As DCE’s enfatizam que a Educação Física e seu objeto de estudo, a Cultura

Corporal deve ampliar a dimensão meramente motriz, para tanto os conteúdos

precisam ser enriquecidos com experiências corporais de diferentes culturas. Também

priorizar as particularidades de cada comunidade, articulando-se com aspectos

políticos, históricos, sociais, econômicos, culturais, e também com elementos

subjetivos, como a valorização do trabalho coletivo, convivência com as diferenças,

formação social, crítica e autônoma. Os conteúdos estruturantes são: Esportes, Jogos e

Brincadeiras, Ginásticas, Lutas e Danças, fazendo com que por meio dos mesmos a

Educação Física possa contribuir para que os alunos se tornem sujeitos capazes de

reconhecer o próprio corpo, adquirir expressividade corporal consciente e que reflitam

criticamente sobre as práticas corporais, ampliando a sua visão de mundo.

Quanto à avaliação, as DCE’s preconizam a necessidade de assumir o

compromisso pela busca constante de novas ferramentas e estratégias metodológicas

que garantam a coerência entre objetivos e avaliação. Nesse sentido, os paradigmas

tradicionais, como o da esportivização, o do desenvolvimento motor, o da

psicomotricidade e o da aptidão física são insuficientes para a compreensão do

fenômeno educativo em uma perspectiva mais abrangente, pois neles a avaliação em

Educação Física, prioriza aspectos quantitativos e de rendimento, que visa à seleção e

classificação dos alunos.

A partir dos anos 80 e 90, com muitas transformações ocorridas no campo das

teorizações, a avaliação começou a ganhar novos contornos, levando professores à

reflexão e aprofundamento, buscando novas formas de compreensão dos significados

da mesma no contexto escolar. Nesse sentido as Diretrizes Curriculares indicam novos

critérios, fundamentos e estratégias que reflitam a avaliação no contexto escolar. A

avaliação, neste aspecto, necessita estar a serviço da aprendizagem de todos os

alunos, vinculada ao Projeto Político Pedagógico da escola, de acordo com os objetivos

e a metodologia adotada pelo corpo docente, considerando o comprometimento e

envolvimento dos alunos no processo pedagógico.

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A partir destes critérios, é necessário à avaliação se caracterizar como um

processo contínuo, permanente e cumulativo (LDB nº 9394/96), estando ainda

relacionado aos encaminhamentos metodológicos, na forma de resgatar as

experiências e sistematizações realizadas no processo de aprendizagem, identificando

avanços e dificuldades no processo pedagógico.

É importante realizar uma reflexão crítica acerca da avaliação, utilizando-se de

elementos para o aluno auto-avaliar-se, reconhecendo seus limites e possibilidades e

também outros instrumentos, como: dinâmicas de grupo, seminários, debates, festivais,

jogos escolares, provas e trabalhos escritos.

Um dos fatores relevantes, diz respeito aos professores, que os mesmos tenham

clareza de que a avaliação não deve ser pensada à parte do processo de ensino-

aprendizagem da escola. Porém, dialogar sobre as estratégias didático-metodológicas,

com todas instâncias do colegiado escolar, compreendendo o processo como algo

contínuo, permanente e cumulativo.

Na sala de aula, é o professor quem determina os critérios avaliativos, para

tanto precisa levar em consideração o conhecimento do aluno em termos de

reorganização do trabalho docente, diversificando seu critérios de avaliação, para

abranger os aspectos de “memorização, observação, percepção, descrição,

argumentação, análise crítica, interpretação, criatividade, formulação de hipóteses,

entre outros.” (DCE’s 2008, p. 38). Portanto é de suma importância na ação avaliativa

investigar para ter possibilidades de intervir na aprendizagem dos alunos.

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A AVALIAÇÃO NA PERSPECTIVA DO COLETIVO DE AUTORES

Diante das mudanças que estão ocorrendo no processo educacional, é

necessário que a avaliação seja entendida como um conjunto de atividades que

subsidiem, norteiem e apóiem as ações pedagógicas. A avaliação há de ser um

instrumento de auto-avaliação para o aluno e instrumento de diagnóstico para o

professor, com vistas a uma produtividade que se deseja em termos de qualidade de

ensino. O CA (1992) privilegia a avaliação do processo ensino-aprendizagem e nos diz

que:

E para compreender isso é necessário considerar que a avaliação do processo ensino-aprendizagem está relacionada ao projeto pedagógico da escola, está determinada também pelo processo de trabalho pedagógico, processo inter-relacionado dialeticamente com tudo que a escola assume, corporifica, modifica e reproduz e que é próprio do modo de produção da vida em uma sociedade capitalista, dependente e periférica.

O CA (1992), diz que a partir de dados obtidos na observação sistemática das

aulas de Educação Física verifica-se que a avaliação tem sido entendida e tratada,

predominantemente, por professores e alunos para: A) atender exigências burocráticas

expressas em normas da escola; B) atender a legislação vigente; e c) selecionar alunos

para competições e apresentações tanto dentro da escola, quanto com outras escolas.

Segundo CA (1993, p. 110):

A avaliação apresenta-se no interior da escola de uma maneira formal, determinada em períodos, instrumentos, formas, conteúdos, conhecimentos, habilidades e atitudes a serem avaliadas. No entanto, existe, e pode ser claramente observada, uma outra dimensão da avaliação designada aqui de “informal”, que não é assumida pela escola, mas é mediada pelo professor. Essa avaliação informal pode ser reconhecida nas posturas corporais dos professores, em suas manifestações verbais, em seus olhares, etc., que durante as aulas exercem influencia sobre os alunos, dando indicadores a respeito de seus conhecimentos, habilidades e atitudes, inclusive referenciando seus níveis de expectativa na turma.

Neste caso o aluno percebe a forma de avaliar do professor, é como se os

alunos ao observar a postura e atitude do professor percebessem suas chances quanto

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à avaliação nesta disciplina, quando o professor glorifica um aluno em detrimento dos

outros, como o mais capacitado e os outros inferiores a este. Provocando assim

situações muitas vezes constrangedoras. “Esses momentos avaliativos não são

considerados, mas influem decisivamente no processo ensino-aprendizagem.” (CA,

1993, p. 110).

Para a construção do saber é imprescindível à interação professor-aluno-

conhecimento, sejam estes prévios e os do conteúdo estruturante, pois como afirmam

CA (1993, p. 112):

Que a avaliação não se reduz a partes, no início, meio e fim de um planejamento, ou a períodos predeterminados. Não se reduz a medir, comparar, classificar e selecionar alunos. Muito menos se reduz à análise de condutas esportivo – motores, a gestos técnicos ou táticos. O que se destaca é que a variação, em sua variedade de eventos avaliativos, em cada momento avaliativo, o que a constitui como uma totalidade que tem uma finalidade, um sentido, um conteúdo e uma forma.

Na expectativa da metodologia Crítico Superadora é privilegiada a avaliação do

processo ensino-aprendizagem, possibilitando uma cultura de responsabilidade pelos

resultados que são utilizados em ações e avanços, bem como, as dificuldades pelos

professores e alunos, pela escola e pela família.

A avaliação está comprometida com o contínuo aprimoramento dos sujeitos e do

processo de ensino-aprendizagem, avaliando sempre para se verificar em que medida

os alunos melhoram seu desempenho. “As finalidades são a organização, identificação,

compreensão e explicação da realidade mediatizada pelo conhecimento cientificamente

elaborado e pela lógica dialética materialista de pensamento” (CA, 1993, p. 112).

Isto posto, verifica-se o fato de a avaliação possuir um caráter formal, visto que é

necessária para cumprir as formalidades legais e também não formal, onde os alunos

são situados em relação aos seus conhecimentos, habilidades e valores objetivando

uma visão crítica da realidade. Pois de acordo com Ramos et al. (2009, p. 02):

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O que se pretende deixar evidente é que a avaliação não se reduz a partes isoladas, que se desenvolve, ou no início, ou no meio, ou no fim, e sim que está relacionada com a totalidade do processo educativo, ou seja, deverá ter uma finalidade, um sentido, uma forma e um conteúdo. A avaliação deve servir para indicar o grau de aproximação ou afastamento do eixo curricular fundamental, norteador do projeto pedagógico que se materializa nas aprendizagens dos

alunos.

Ou seja, é necessário que o processo avaliativo esteja em consonância com a

filosofia da escola, para garantir seu caráter formal. Assim como estar articulada a

realidade sócio-cultural contextualizada, pois como explicita Ramos et al (2009, p. 04):

A produção do conhecimento da área da Educação Física Brasileira evidencia a posição de que a mesma estabelece uma relação especial com o movimento econômico e político do país, [...] quando a sociedade pediu hábitos higiênicos e saudáveis, a Educação Física estava lá com a prática higienista, Quando a sociedade pediu ordem e disciplina, a Educação Física surgiu com o militarismo, e quando a sociedade pediu a disseminação da competitividade, a Educação Física apresentou a prática desportivisada.

O CA (1998, p. 103), entende que a Educação Física é disciplina curricular,

tendo a expressão corporal como linguagem, e nos diz que:

É, portanto, através da expressão corporal enquanto linguagem que será mediado o processo de socialização das crianças e jovens na busca da apreensão e atuação autônoma e crítica da realidade, através do conhecimento sistematizado, ampliado, aprofundado, especificamente no âmbito da cultura corporal.

Contudo, a avaliação representa uma participação ativa em todas as atividades

desenvolvidas pelos alunos, que é perceber seus avanços, progressos, e não

simplesmente atribuir valores parciais, pois se sabe que avaliação é uma prática

necessária e fundamental no processo educativo, uma vez que possibilita conhecer o

desenvolvimento do ensino e da aprendizagem.

O conhecimento não é algo pronto e acabado, está em constante crescimento,

pois este não é estático, assim como o esporte, então qual é o desafio. Bracht (1992, p.

80) lembra ainda que:

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A afirmação de que o ensino dos esportes não é para se sentar e discutir, mas sim para se movimentar, deve ser encarada seriamente sob o ponto de vista da deficiência de movimento na escola. No entanto, falar sobre o social não deve ficar reduzido à discussão das matérias onde os alunos permanecem sentados, porque ali só são possíveis experiências de iteração de forma reduzida, enquanto que, nos jogos esportivos, os processos de interação são variados e especiais.

E como avaliar as aulas de Educação física sob o enfoque social de

aprendizagem? Levar em consideração os aspectos subjetivos do aluno é necessário

avaliar, porém não punir. Analisar por meio da avaliação o que se está ensinando e o

que de fato o aluno aprende e faz significar em sua formação. Preparar o aluno para

viver em sociedade na sociedade atual, torná-lo ou oferecer a ele subsídios para ser um

cidadão crítico, responsável, que respeite as diferenças, as regras e normas

socialmente utilizadas e saiba conviver com estas.

Avaliar o esforço, o engajamento pessoal. Desvincular da avaliação

características como punição, humilhação, seleção, massificação, afunilamento e

opressão, que são muitas vezes utilizadas como forma de controlar os alunos. Um erro,

pois o conhecimento não exige estas características para formar cidadãos críticos e

responsáveis socialmente.

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SÍNTESE DOS DOCUMENTOS ANALISADOS

OBRA FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OBJETIVO DE ESTUDO CONTEÚDOS AVALIAÇÃO

PCN’s Em oposição ao modelo tradicional, discute-se a abordagem crítica na Educação, com reflexos na Educação Física, cujo objetivo deve versar não só sobre como ensinar, mas também sobre como adquirimos os conhecimentos, valorizando a contextualização dos fatos e o resgate histórico.

Nos PCN’s ocorre uma distinção entre organismo e corpo, onde os conteúdos são a expressão de produções culturais, com conhecimentos historicamente acumulados e socialmente transmitidos.

Considerar a observação, análise e conceituação de elementos que compõem a totalidade da conduta humana, ou seja, a avaliação deve estar voltada para a aquisição de competências, habilidades, conhecimentos e atitude dos alunos. A avaliação deve abranger as dimensões cognitiva, motora e atitudinal, verificando a capacidade do aluno expressar sua sistematização dos conhecimentos relativos à cultura corporal em diferentes linguagens, corporal, escrita e falada.

Três grandes blocos de conteúdos: Esportes, jogos, lutas e ginástica; Conhecimento sobre o corpo; Atividades rítmicas e expressivas.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais indicam três focos principais de avaliação na Educação Física: Realização das práticas - É preciso observar primeiro se o estudante respeita o companheiro, como lida com as próprias limitações (e as dos colegas) e como participa dentro do grupo. Em segundo lugar vem o saber fazer, o desempenho propriamente dito do aluno tanto nas atividades quanto na organização das mesmas. O professor deve estar atento para a realização correta de uma atividade e também como um aluno e o grupo formam equipes, montam um projeto e agem cooperativamente durante a aula. Valorização da cultura corporal de movimento – É importante avaliar não só se o educando valoriza e participa de jogos esportivos. Relevante também é seu interesse e sua participação em danças, brincadeiras, excursões e outras formas de atividade física que compõe a nossa cultura dentro e fora da escola. Relação da Educação Física com saúde e qualidade de vida – É necessário verificar como crianças e jovens relacionam elementos da cultura corporal aprendidos em atividades físicas com um conceito mais amplo, de qualidade de vida.

CBpEPP A proposta curricular traduz o trabalho coletivo dos profissionais compromissados com a educação do Paraná. Apresenta o Projeto Político Pedagógico possível e expressa a preocupação e o compromisso dos educadores com a melhoria do ensino nas características histórico sociais.

Enfatiza-se que o estudo do corpo em movimento na Educação Física tem por objetivo atingir a consciência e domínio corporal.Contribuindo para o desenvolvimento de possibilidades de aprendizagem para que a ação educativa prepare o homem para opinar,

Ginástica Dança Jogos

Avaliação clara e consciente, como um processo contínuo e sistemático de obter informações, de diagnosticar progressos, capacidades e habilidades dos alunos. Servindo para que o professor tenha uma visão dos saberes acumulados e das dificuldades apresentadas.

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discutir e criticar a ordem social e ter acesso à cultura e a história de seu tempo.

DCE’s Para as DCE’S a Educação Física é parte do projeto geral da escola, devendo ser articulada ao Projeto Político-Pedagógico, com objetos de estudo e ensino próprios, compromissada com o projeto de escolarização, com bases na formação humana. Esta disciplina deverá possibilitar aos alunos o acesso ao conhecimento produzido pela humanidade, relacionando-o às práticas corporais, ao contexto histórico, político, econômico e social. Isto posto, reforça a compreensão da Educação Física sob um contexto mais amplo, que aponta interações nas relações sociais, políticas, econômicas e culturais dos povos e também com elementos subjetivos, como a valorização do trabalho coletivo, convivência com as diferenças, formação social, crítica e autônoma.

Apontam a cultura corporal como objeto de estudo e ensino da Educação física, evidenciando a relação estreita entre a formação do ser humano por meio do trabalho e as práticas corporais decorrentes. Deve estimular a reflexão sobre o acervo de formas e representações de mundo que o ser humano tem produzido.

Esportes Jogos Brincadeiras Ginásticas Lutas Danças

Preconizam a necessidade de assumir o compromisso pela busca constante de novas ferramentas e estratégias metodológicas que garantam a coerência entre objetivos e avaliação. Realizar uma reflexão crítica acerca da avaliação e também possibilitar ao aluno autoavaliar-se. Por meio de Dinâmicas de grupo, seminários, debates, festivais, jogos escolares, provas e trabalhos escritos. Para levar em consideração aspectos como: memorização, criatividade, percepção, descrição, argumentação, análise crítica, interpretação, criatividade, formulação de hipóteses, entre outros.

CA O materialismo histórico dialético é a base estrutural desta proposta, arraigada ao marxismo e o neomarxismo que utiliza o discurso da justiça social como base. E que, portanto, devem ser considerados os aspectos históricos, sociais e culturais no processo de ensino /aprendizagem.

Por meio da expressão corporal enquanto linguagem que será mediado o processo de socialização das crianças e jovens na busca da apreensão e atuação autônoma e crítica da realidade, por meio do conhecimento sistematizado, ampliado, aprofundado, especifica, mente no âmbito da cultura corporal.

Ginástica Jogos Danças Esportes Lutas

Comprometida com o contínuo aprimoramento dos sujeitos e do processo de ensino-aprendizagem, avaliando para se verificar m que medida os alunos melhoram seu desempenho. Processo avaliativo em consonância com a filosofia da escola, para garantir seu caráter formal, assim como, articulada a realidade sócio-cultural contextualizada. Perceber os avanços dos alunos, seus progressos, e não somente atribuir valores parciais.Também pelo processo de trabalho pedagógico, inter-relacionado dialeticamente com tudo o que a escola assume. É diagnóstica (abrange a caracterização individual, coletiva e conhecimento prévio dos alunos), judicativa (Está relacionada a julgamento do momento avaliativo e contexto da classe) e teleológica analisa um determinado momento avaliativo).

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ROTEIRO DAS ATIVIDADES DE INTERVENÇÃO

Esta Unidade Temática será aplicada inicialmente no mês de agosto de 2010

com professores da disciplina de Educação Física do Colégio Estadual Pe. José

Orestes Preima, localizado na linha Esperança, zona rural do município de

Prudentópolis, PR. Serão realizadas reuniões de trabalhos com os professores com o

objetivo de construir uma proposta de avaliação em Educação Física para a escola.

Além das reuniões serão utilizadas estratégias como entrevistas, questionários entre

outras técnicas que possibilitem a compreensão dos problemas relacionados à

avaliação. Por meio dos resultados obtidos serão elaborados planos de avaliação para

Educação física que além de serem utilizados pelos professores, irão integrar o PPP

(Projeto Político Pedagógico) do colégio em questão.

Posteriormente o material produzido será apresentado no DEB Itinerante, em

setembro de 2010, no município de Prudentópolis, para diversos profissionais da área.

O conteúdo será exposto durante quatro horas de modo interativo, pois deverá contar

com debates, opiniões e informações dos cursistas, assim como, a explicação do

questionário ao final da apresentação.

O eixo norteador dos trabalhos serão questões que se referem ao modo como

os professores concebem a avaliação em Educação Física e como a utilizam. Também

serão estudadas as questões sobre a avaliação em Educação física presentes no PPP

da escola pesquisada. Com isso pretendemos conhecer o modelo de avaliação utilizada

e as bases teóricas nele presentes. Espera-se, portanto, que este material possa

contribuir para o aprimoramento do processo avaliativo na disciplina de Educação

Física da escola em questão.

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REFERÈNCIAS

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física/ Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC?SEF, 1997. 96 p.

______. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio – Orientações educacionais complementares. Brasília: MEC – SEMTEC, 2002.

COSTA, C. M. Como avaliar na Educação Física. Ed. 162. 2003. Disponível em: www.revistaescola.abril.com.br/educacao-fisica/.../como-avaliar-educacao-fisica-424308.shtml

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Currículo Básico para a Escola Pública do Estado do Paraná. Curitiba: SEED. 1990. 216 p.

_______. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Educação Física. Curitiba: SEED. 2008. 90 p.

RAMOS, F. K., RIBAS, João, F.M. & SOUZA, M. S. Avaliação na Educação Física Escolar no processo da organização do trabalho pedagógico. Anais do XVI Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte e III Congresso Internacional de ciências do esporte. Salvador Bahia: 20 a 29 de setembro de 2009.

SOARES, C. L. et. Al. Metodologia do Ensino de Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992.

ZAMBONI, E. Projeto Pedagógico dos Parâmetros Curriculares Nacionais: identidade nacional e consciência histórica. Cad. Cedes, Campinas, v. 23, n. 61, p. 367-377, dezembro 2003. Disponível em <http: //www.Cedes.Unicamp.Br>.