Conto Viajante 1

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ÁREA DE PROJECTO – Departamento do 2.º ano Ano letivo 2009/2010

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Num dia de sol, Cornélia estendia a roupa no alto do

guindaste amarelo quando viu chegar o Pombo–Correio.

Ele vinha do Porto e trazia um convite para os anos da

sua amiga bruxa Arcádia.

Dizia assim:

Vai haver festança

Uma gincana a valer

Com desportos radicais

E é só pr’ a quem sabe ler

E um concurso de dança

E de chapéus originais

Verdadeira sensação.

Traz uma vassoura a mais

E uma saia de balão.

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Saltou de contente, quase caiu do guindaste…

Ia ao Porto onde tinha tantas amigas!

Preparou-se para a festa que a sua amiga Arcádia lhe

tinha proposto: Ih! Ih! Eh! Eh!

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Em primeiro lugar, ela começou a costurar uma roxa saia de

balão. Esta, tinha dois enormes botões pretos na cintura, em

baixo tinha uma renda laranja fluorescente e desenhos de magia

espalhados por toda a saia. Ela gostaria de vestir uma camisola

preta com estrelas douradas e um casaco de pele de cobra.

Ela tinha de pensar num chapéu pouco vulgar porque

tinha que ser original para poder ganhar o concurso.

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Para o chapéu, bicudo como os outros, ela lembrou-se de

desenhar alguns dos animais que mais gostava. Pensou em

morcegos, mas não gostou! Pensou em aranhas, mas não

gostou! Pensou em gatos e gostou, mas lembrou-se de

dragões e ainda gostou mais…

Para calçar, a Cornélia levava umas botas pretas, bicudas

que tinham uma magia especial, quando ela dava um passo

representava quatro ou cinco.

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Ela resolveu ir buscar uma vassoura mágica. Com ela

podia voar até ao espaço e fazer piruetas. E assim podia

ser mais rápida do que um carro da Formula 1.

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Cornélia não podia esquecer a outra vassoura, mas ia-lhe

tirar alguns poderes mágicos, só voava.

Com isto tudo, finalmente chegou a hora da partida para

o Porto.

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Cornélia montou na sua vassoura mágica, sem se esquecer

de um presente para a sua amiga Arcádia. O presente

era uma moldura com uma fotografia das duas num skate

voador.

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Ela começou por voar sobre o rio Tejo, sobre Leiria e

resolveu parar em Coimbra, a cidade dos estudantes,

onde decidiu ir à universidade para verificar se sabia ler.

De Coimbra foi direitinha ao Porto, mas antes de aterrar

foi ver o campo em que iria decorrer a gincana. Ela ficou

espantada.

- Oh! Oh! Que coisa esquisita!!!...

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Mesmo no meio do campo estava um animal nunca visto:

tinha patas de dragão com dentes até ao chão; cauda de

dinossauro e asas de reptissauro; no corpo brilhavam

escamas douradas, todas espetadas e a cabeça era

bicuda e orelhuda.

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A bruxa Arcádia surgiu ao lado da Cornélia e apresentou

o seu animal de estimação:

- Amiguinha, amiguinha, gostaria de te apresentar o

maravilhoso, o espectacular… Dragãossauro.

- Mas que animal estranho, precisava de um banho! -

exclamou a bruxa Cornélia.

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- P…p…pois, p…p…pois, - gaguejou a Arcádia e continuou –

está na hora de começarmos o nosso amigável encontro.

Desceram até ao campo de jogos, juntaram-se aos outros

convidados e começaram a festança com uma dança…

À frente, o Dragãossauro, com o seu passo, marcava o

compasso. Logo atrás iam as amigas Arcádia e Cornélia

com as suas saias de balão. Dançaram o tango chorão até

ao Bolhão.

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Ao pôr–do-sol, atravessaram a ponte D. Maria a dançar

sapateado.

Já cansadas, pararam nas margens do rio Douro e

mergulharam à procura de um tesouro. Não havia

tesouro, mas sim um livro de magia com muita fantasia.

Pensaram logo utilizar a magia para criar uma fantasia…

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O livro tinha magias sensacionais e divertidas, Arcádia e

as outras bruxas decidiram ler o livro e descobrir as

magias que podiam fazer. Encontraram magias de

arrepiar qualquer mortal. Escolheram as mais engraçadas

e vejamos o que aconteceu:

- Perlimpimpim, animais de 4 patas a falar assim!

Puf!... Todos os cães e gatos começaram a falar como as

pessoas.

As bruxas riram em sonoras gargalhadas:

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- Este aniversário vai ficar para a história. Daqui a mil

anos quero vir a outra festa assim! - disse a Cornélia.

Como se não bastasse verem toda aquela confusão

decidiu propor às suas amigas que fizessem outro feitiço.

Todas aceitaram e…

- Sabacator, nesta cidade tudo vai mudar de cor!

Que barafunda!

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Lixo trocado no Ecoponto; filas de trânsito, porque os

semáforos tinham as cores baralhadas; as pessoas não

reconheciam os seus carros, casas e outros haveres.

Arcádia, Cornélia e as suas amigas riam ruidosamente.

- Ah, ah, ah, ah…

- Ih, ih, ih, ih…

Estavam muito felizes com aquela trapalhada.

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Para finalizar, Cornélia perguntou às amigas «Vamos

fazer mais uma magia?». As outras bruxas não queriam,

já estavam cansadas e queriam voltar para as suas casas.

Então, Arcádia suplicou às amigas:

- Só mais esta? Por favor!!!

As amigas concordaram e todas juntas:

- Capuntim, capuntar, põe os carros a voar!

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Imaginem o que aconteceu… Pessoas assustadas,

confundidas e baralhadas; Crianças com medo, outras

bem divertidas. Mas, com este último feitiço as bruxas

arranjaram um problema, e dos sérios.

Elas que nunca apanhavam trânsito, estavam presas nas

enormíssimas filas de carros, que agora andavam pelos

céus.

- Que desgraça amigas! Temos de ir buscar o livro e

desfazer os feitiços. - disse Arcádia.

- Tens razão, senão nem para o ano chegamos a casa. -

respondeu a Cornélia.

Quando chegaram à margem do rio Douro, onde tinham

encontrado o livro, perceberam que ele tinha

desaparecido.

- E agora, o que é que fazemos? - perguntou Arcádia,

com um ar preocupado.

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As bruxas pensaram, pensaram e tornaram a pensar.

Pensaram até mais não!

De repente, a bruxa Arcádia teve uma grande ideia e

exclamou:

- Já sei! Vamos a casa da Sidney, ela pode emprestar-nos

um livro de magia e fantasia para acabar com isto.

Ao chegarem a casa da amiga deram de caras com um

bilhete, na porta, que dizia:

A quem aqui vier bater

não estou cá para atender.

A volta ao mundo eu fui dar

para novos feitiços encontrar.

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- O que fazemos agora? - perguntou muito preocupada, a

bruxa Cornélia.

- Vamos procurá-la! - respondeu Arcádia.

E se bem o pensaram, melhor o fizeram. Montaram-se

nas suas vassouras e partiram à velocidade da luz.

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Deram três voltas inteiras ao mundo e não encontraram a

Sidney em parte alguma.

Até que, de repente, à beira de um rio viram alguém

vestido com uma capa amarela com dragões vermelhos

desenhados que cuspiam fogo verdadeiro.

Era a Sidney!

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- Finalmente, encontrámos-te! Demos três voltas ao

mundo à tua procura.- disseram Cornélia e Arcádia ao

mesmo tempo.

- Ai, sim? Tenho andado à procura de novas magias e

feitiços para escrever no meu livro.

- Precisamos da tua ajuda urgentemente. Fizemos umas

magias que correram um bocadinho mal, e agora a cidade

do Porto está um caos, com tudo fora do sítio e carros a

voar.

-Que sorte! Acabei de encontrar um feitiço que põe tudo

como era antes.

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As três bruxas pegaram nas suas vassouras e partiram a

uma velocidade super ultrassónica. Chegaram ao Porto

em sete segundos, e o que viram foi assustador. Os

carros andavam no ar, mais pareciam carrinhos de choque

voadores de tanto baterem uns nos outros. As pessoas

andavam desesperadas a procurar as suas casas.

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- Rápido, Sidney diz lá o feitiço! - pediu a Cornélia.

- Espero que resulte! Aqui vai:

Perlimpimpim, perlimpimpão

Acaba já com esta confusão

Perlimpimpim, perlimpimpal

Acaba com isto tudo até ao final!

Nesse mesmo instante tudo voltou ao normal.

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- Muito obrigada Sidney, como é que te podemos

agradecer?

- Basta que não arranjem uma confusão tão grande como

esta. Nós somos bruxas, mas não somos más. Apenas

gostamos de brincar.

- Tens razão! Que tal terminarmos a minha festa com um

belo bailarico?- disse Arcádia.

E assim foi. A festa durou até às tantas, as bruxas

dançaram, pularam até à exaustão e não armaram mais

nenhuma confusão.

Perlimpimpim, perlimpimpim… A história chegou ao fim!

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Conto imaginado a partir de

um excerto desencadeador

retirado de Desportos

radicais para bruxas de Nicha

Alvim e Madalena Matoso (il.)

Escrito durante o ano letivo

de 2009/2010 pelas turmas

de 2.º ano do AE São Bruno –

Caxias.

Professoras titulares das

turmas participantes:

- Maria Isabel Garcia

- Fátima Baptista

- Ana Filipa

- Elisabete Ribeiro

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