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Cartilha Sistemas Agroflorestais - Projeto Águas do Jacuípe

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O projeto Águas do Jacuípe, patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental, desenvolve ações comunitárias que visam construir coletivamente uma proposta de sustentabilidade socioambiental no semiárido por meio do reflorestamento de matas ciliares e quintais agroflorestais na Bacia do Rio Jacuípe em dois de seus afluentes, o Riacho do Urubu e Rio Camizãozinho, localizados no município de Várzea da Roça-BA. Realizado pelo Instituto de Permacultura da Bahia com o patrocínio da Petrobras, contrato nº6000.0083256.13.2.

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O projeto Águas do Jacuípe, patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental, desenvolve ações comunitárias que visam construir coletivamente uma proposta de sustentabilidade socioambiental no semiárido por meio do reflorestamento de matas ciliares e quintais agroflorestais na Bacia do Rio Jacuípe em dois de seus afluentes, o Riacho do Urubu e Rio Camizãozinho, localizados no município de Várzea da Roça-BA. Realizado pelo Instituto de Permacultura da Bahia com o patrocínio da Petrobras, contrato nº6000.0083256.13.2.

Conselho Diretor do IPB:Luciana Neves Sarno - PresidentaGilberto Sérgio Campos Sousa - TesoureiroCinara Del Arco Sanches - Secretária

Texto:Débora Didone

Revisão:Dirce Almeida

Fotografias:Leila Aquino Equipe Projeto Águas do Jacuípe

Ilustradora:Ana Luísa Oliveira

Projeto Gráfico:Ravi Santiago

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A REVOLUÇÃO DO SISTEMA AGROFLORESTAL

Uma família do campo que compreende o significado da força de um Sistema Agroflorestal (SAF) tem tudo para conquistar uma vida saudável, garantindo fartura de alimentos e água em sua propriedade. Aí se inclui a região do semiárido baiano, mais especificamente Várzea da Roça, onde o Projeto Águas do Jacuípe, patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Socioambiental, desenvolveu, em dois anos, a implantação de SAFs em 27 propriedades familiares, além de sistemas de reuso de água, enriquecimento de capoeiras e recuperação dos leitos dos rios.

O SAF, ou agrofloresta, em sua essência, propõe o plantio integrado de árvores nativas e de alimentos no mesmo espaço, desconstruindo a ideia de “limpar” um terreno para o plantio de monoculturas ou a criação de gado, como se passou a fazer até mesmo em pequenas propriedades influenciadas pelo agronegócio.

Imitando a natureza, o SAF propõe a mistura harmônica de plantas de diferentes portes e ciclos de vida, que ajudam umas às outras em seu desenvolvimento. Por isso é usado para reflorestar áreas degradadas e produzir maior variedade de alimentos. E também para recuperar matas ciliares e gerar quintais agroflorestais para famílias agricultoras, garantindo solo fértil e úmido na região.

Nesta cartilha, você encontra infográficos que ilustram a maneira como diferentes tipos de SAFs se desenvolvem em um território e os benefícios que podem trazer em três dimensões: na propriedade familiar, no seu entorno e no município como um todo. Boa leitura!

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OS MODELOS DE AGROFLORESTA

Engana-se quem pensa que o semiárido baiano é improdutivo por passar por períodos de estiagem. A experiência com a implantação de SAFs mostra duas grandes potencialidades do solo da caatinga. A primeira é que sim, se a terra for bem adubada e protegida do sol, plantando tudo dá. E a segunda é que a água, se bem administrada, pode ser aproveitada o ano todo.

Seguindo essa premissa, o Projeto Águas do Jacuípe, realizou processos de restauração florestal na Bacia do Rio Camizãozinho e do Riacho do Urubu, contribuíndo para reverter a degradação ambiental crescente no território. Para isso, implantou com as famílias do campo de Várzea da Roça três tipos de SAFs: o Quintal Agroflorestal, o SAF em Mata Ciliar e o Enriquecimento de Capoeira.

Quintal Agroflorestal

O principal objetivo da implantação de um SAF é recuperar as matas ciliares para fortalecer as encostas dos rios. Porém, se áreas de nível mais alto próximas aos rios estiverem degradadas, vale iniciar o SAF ali para conter melhor a água da chuva e fortalecer o solo. Nessa lógica foram implantados os quintais agroflorestais das unidades produtivas familiares de Várzea da Roça. Esse formato propõe um quintal agroflorestal que combina o plantio de mudas e sementes de árvores nativas com alimentos que abasteçam a família.

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OS MODELOS DE AGROFLORESTA

SAF em mata ciliar

Este é o SAF pensado para fortalecer os leitos dos rios e protegê-los do assoreamento, o famoso ressecamento e

desabamento de terra nos canais de água que tem atingido as bacias hidrográficas Brasil afora. A implantação do SAF nada mais

é que a imitação da natureza, considerando a combinação de sementes e mudas de diferentes espécies nativas que, ao se desenvolver, ajudam umas às outras em seu cres-cimento. Com as árvores crescidas, o SAF assume a função da floresta que havia no mesmo lugar.

Capoeira enriquecida

Esse formato de SAF é implantado nas matas altera-das, remanescentes de caatinga, conhecidas como capoeira. Como ali há uma determinada variedade de plantas, é possível mapear espécies que poderiam ser acrescentadas para crescer com ajuda das já exis-tentes, ampliando a diversidade. A bola de semente é a técnica ideal para conseguir plantar nessas áreas. Feita de barro e modelada à mão, ela é jogada em capoeiras de difícil penetração humana para que as sementes em seu interior brotem no período de chuva.

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A biomassa depositada no solo pela queda de folhas, a poda de ramos e os resíduos das culturas anuais oferece mais nutrientes aos cultivos e favorece a atuação de microorganis-mos benéficos ao solo.

A RIQUEZA DO PLANTIO EM LINHAS

As estacas, galhos retirados de árvores, rebrotam no solo e equivalem a mudas adultas. No semiárido, são mais interessantes para períodos de menos chuvas.

Plantadas em sulcos, as sementes devem incluir diver-sas espécies arbóreas nativas e frutíferas misturadas a adubadeiras, como feijão de porco e crotalária.

O plantio em linhas precisa combinar plantas com diferentes funções. Nesta, o girassol vai ajudar a atrair insetos, e o andu vai dar sombra às mudas de árvores nativas que vão germinar.

O sistema é planejado para permitir colheitas de culturas anuais e bianuais, como a de andu, enquanto crescem as espécies florestais e as frutíferas de ciclo longo.

O feijão de porco é usado para proteger mudas nativas e frutí-feras do sol. Ao concluir essa função, é arrancado e jogado sobre a terra para conservar a umidade e adubar o solo.

Colocados entre as linhas de arbóreas, linhas de crotalária e girassol, além de proteger plantas mais frágeis de insetos devoradores, ajudam a atrair polinizadores.

Para um bom desenvolvimento, as linhas de arbóreas precisam ter uma distância de 5 a 7 metros entre si. Já as mudas de árvores e as estacas precisam de um inter-valo de 6 a 10 metros entre si.

Para uma agrofloresta se desenvolver saudável e rica em variedade de plantas, utiliza-se a técnica do plantio em linhas. Ela consiste em dividir um terreno em fileiras compostas por sementes e mudas de árvores nativas, e por plantas forrageiras, alimentícias, medicinais, ornamentais, além de estacas - galhos retirados de árvores adultas. Com diferente porte e propriedades, cada planta de uma linha tem uma função: evitar o ataque de pragas, dar sombra a plantas mais frágeis, manter o solo úmido e fértil, prover alimentos...Além disso, espécies com diferentes ciclos de vida se apoiam em seu desenvolvimento. Veja a seguir como se organizam as linhas de uma agrofloresta.

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A biomassa depositada no solo pela queda de folhas, a poda de ramos e os resíduos das culturas anuais oferece mais nutrientes aos cultivos e favorece a atuação de microorganis-mos benéficos ao solo.

A RIQUEZA DO PLANTIO EM LINHAS

As estacas, galhos retirados de árvores, rebrotam no solo e equivalem a mudas adultas. No semiárido, são mais interessantes para períodos de menos chuvas.

Plantadas em sulcos, as sementes devem incluir diver-sas espécies arbóreas nativas e frutíferas misturadas a adubadeiras, como feijão de porco e crotalária.

O plantio em linhas precisa combinar plantas com diferentes funções. Nesta, o girassol vai ajudar a atrair insetos, e o andu vai dar sombra às mudas de árvores nativas que vão germinar.

O sistema é planejado para permitir colheitas de culturas anuais e bianuais, como a de andu, enquanto crescem as espécies florestais e as frutíferas de ciclo longo.

O feijão de porco é usado para proteger mudas nativas e frutí-feras do sol. Ao concluir essa função, é arrancado e jogado sobre a terra para conservar a umidade e adubar o solo.

Colocados entre as linhas de arbóreas, linhas de crotalária e girassol, além de proteger plantas mais frágeis de insetos devoradores, ajudam a atrair polinizadores.

Para um bom desenvolvimento, as linhas de arbóreas precisam ter uma distância de 5 a 7 metros entre si. Já as mudas de árvores e as estacas precisam de um inter-valo de 6 a 10 metros entre si.

Para uma agrofloresta se desenvolver saudável e rica em variedade de plantas, utiliza-se a técnica do plantio em linhas. Ela consiste em dividir um terreno em fileiras compostas por sementes e mudas de árvores nativas, e por plantas forrageiras, alimentícias, medicinais, ornamentais, além de estacas - galhos retirados de árvores adultas. Com diferente porte e propriedades, cada planta de uma linha tem uma função: evitar o ataque de pragas, dar sombra a plantas mais frágeis, manter o solo úmido e fértil, prover alimentos...Além disso, espécies com diferentes ciclos de vida se apoiam em seu desenvolvimento. Veja a seguir como se organizam as linhas de uma agrofloresta.

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Em sua agrofloresta, Nelson associa o plantio de árvores e alimentos ao de palma, que usa como ração animal para o gado. Ali, produz 70% de toda a ração necessária para seus animais.

Um quintal completoA evolução de uma agrofloresta provoca transformações surpreendentes no quintal e na vida de uma família agricultora. É o que se vê em pelo menos 27 unidades produtivas familiares do município de Várzea da Roça, onde foram plantados alimentos e árvores nativas em parceria com o Projeto Águas do Jacuípe, em dois anos de atividades. Assim, as famílias voltam a ter quintais produtivos, colhendo seus próprios alimentos, e de quebra ajudam a reflorestar a caatinga e a retomar um solo mais úmido e muito fértil no semiárido. Além disso, uma agrofloresta permite colher ração natural para o gado, e demanda sistemas simples e replicáveis de reuso de água para irrigação das plantas. Neste infográfico é possível conferir os impactos da agrofloresta na vida da família do agricultor Nelson Araújo de Souza.

Do gado alimentado pela palma, vem o leite usado na pequena fábrica de produção de requeijão da família de Nelson, localizada em um terreno próximo ao da agrofloresta.

A fábrica de requeijão utiliza centenas de litros de água em cada produção. Com um sistema de filtragem, praticamente toda essa água é reutilizada para irrigar a agrofloresta que fica ali pertinho.

Com o banheiro seco instalado no lado externo da casa, Nelson e sua família diminuem gastos de água com limpeza e descarga, e assim sobra ainda mais água para irrigar a agrofloresta.

Ao longo de alguns meses, as fezes depositadas no

banheiro seco compostam e viram adubo, que pode ser

utilizado na agrofloresta potencializando o desen-

volvimento das plantas.

Além de fornecer melancia, batata, folhas verdes, hortaliças, feijão andu, palma e outros alimentos que servem para casa e o gado, a agrofloresta conta com inúmeras árvores frutíferas, como umbuzeiros e pitanga do mato.

O desenvolvimento da mata nativa futuramente vai deixar a terra mais fértil e úmida, e vai gerar impacto direto no leito dos rios próximos, protegendo seus canais do assoreamento.

A implantação da agrofloresta é também um campo de estudo para os filhos de Nelson e sua esposa, que compartilham ali do conhecimento que adquirem na Escola Família Agrícola (EFA).

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Em sua agrofloresta, Nelson associa o plantio de árvores e alimentos ao de palma, que usa como ração animal para o gado. Ali, produz 70% de toda a ração necessária para seus animais.

Um quintal completoA evolução de uma agrofloresta provoca transformações surpreendentes no quintal e na vida de uma família agricultora. É o que se vê em pelo menos 27 unidades produtivas familiares do município de Várzea da Roça, onde foram plantados alimentos e árvores nativas em parceria com o Projeto Águas do Jacuípe, em dois anos de atividades. Assim, as famílias voltam a ter quintais produtivos, colhendo seus próprios alimentos, e de quebra ajudam a reflorestar a caatinga e a retomar um solo mais úmido e muito fértil no semiárido. Além disso, uma agrofloresta permite colher ração natural para o gado, e demanda sistemas simples e replicáveis de reuso de água para irrigação das plantas. Neste infográfico é possível conferir os impactos da agrofloresta na vida da família do agricultor Nelson Araújo de Souza.

Do gado alimentado pela palma, vem o leite usado na pequena fábrica de produção de requeijão da família de Nelson, localizada em um terreno próximo ao da agrofloresta.

A fábrica de requeijão utiliza centenas de litros de água em cada produção. Com um sistema de filtragem, praticamente toda essa água é reutilizada para irrigar a agrofloresta que fica ali pertinho.

Com o banheiro seco instalado no lado externo da casa, Nelson e sua família diminuem gastos de água com limpeza e descarga, e assim sobra ainda mais água para irrigar a agrofloresta.

Ao longo de alguns meses, as fezes depositadas no

banheiro seco compostam e viram adubo, que pode ser

utilizado na agrofloresta potencializando o desen-

volvimento das plantas.

Além de fornecer melancia, batata, folhas verdes, hortaliças, feijão andu, palma e outros alimentos que servem para casa e o gado, a agrofloresta conta com inúmeras árvores frutíferas, como umbuzeiros e pitanga do mato.

O desenvolvimento da mata nativa futuramente vai deixar a terra mais fértil e úmida, e vai gerar impacto direto no leito dos rios próximos, protegendo seus canais do assoreamento.

A implantação da agrofloresta é também um campo de estudo para os filhos de Nelson e sua esposa, que compartilham ali do conhecimento que adquirem na Escola Família Agrícola (EFA).

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O SAF protege o leito dos rios do assoreamento, que é quando o solo se resseca e se desmancha entupindo os canais de água. As raízes das árvores desenvolvidas nos SAFs em mata ciliar retomam o espaço original, substituin-do áreas de pastagens e monoculturas.

A variedade de espécies da agrofloresta protege natural-mente as mudas alimentícias de pragas. Entre plantas grandes e pequenas, algumas servem para repelir insetos, outras, para alimentar inimigos naturais. O inseticida industrial, nesse caso, é dispensável.

A recuperação da mata nativa implica na reprodução e no plantio de árvores em extinção, como é o caso, no semiárido, da baraúna e do pau de colher. Além de trazer de volta uma diversidade de plantas, a mata recuperada pode gerar novas nascentes.

Os SAFs do Projeto Águas do Jacuípe foram implantados principalmente para proteger os leitos do Rio Camizãozinho e do Riacho do Urubu, essen-ciais para a drenagem das propriedades da região.

No futuro, os SAFs implantados no território da Bacia do Jacuípe deve gerar um impacto extrema-mente positivo para região, com rios voltando a correr, diversidade de espécies nativas, produção de alimentos, gado em áreas de sombra e recu-peração da biodiversidade presente na caatinga.

O maior benefício dos SAFs é que nenhum agricultor deixa de plantar nem de criar gado. Ao contrário, sua produção de alimentos cresce mais forte aliada às árvores nativas e o gado passa a ter sombra e mais alimento. Além de conquistar mais conforto e vida para a área no entorno de sua moradia.

Além de proporcionar a produção de alimentos em harmonia com as florestas - isto é, sem a necessidade de derrubá-las como se faz no método tradicional das monoculturas e da pecuária - , o Sistema Agroflorestal (SAF) é uma técnica essencial para a proteção de leitos de rios de áreas agrícolas. Implantada em terrenos de agricultores familiares do semiárido, por exemplo, proporciona maior absorção de água pelo solo através das árvores nativas, libera matéria orgânica que aduba os terrenos, gera novas mudas de árvores com a liberação natural de sementes e possibilita o desenvolvimento de outras espécies de plantas dando sombra e umidade. O SAF ainda protege os leitos dos rios do assoreamento e traz às famílias agricultoras a perspectiva de recuperar a tão devastada caatinga.

A agrofloresta alimenta famílias

e protege os rios

O Sistema Agroflorestal (SAF) - ou agrofloresta - implantado na unidade produtiva familiar vira um quintal produtivo gerador de alimentos aliados a árvores nativas, e também aduba e fortalece o solo próximo dos leitos dos rios.

As capoeiras, pequenas matas em regeneração e remanescentes da caatinga alterada, contribuem para recuperação da floresta nativa ao receber o plantio de novas mudas de espécies diversificadas.

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O SAF protege o leito dos rios do assoreamento, que é quando o solo se resseca e se desmancha entupindo os canais de água. As raízes das árvores desenvolvidas nos SAFs em mata ciliar retomam o espaço original, substituin-do áreas de pastagens e monoculturas.

A variedade de espécies da agrofloresta protege natural-mente as mudas alimentícias de pragas. Entre plantas grandes e pequenas, algumas servem para repelir insetos, outras, para alimentar inimigos naturais. O inseticida industrial, nesse caso, é dispensável.

A recuperação da mata nativa implica na reprodução e no plantio de árvores em extinção, como é o caso, no semiárido, da baraúna e do pau de colher. Além de trazer de volta uma diversidade de plantas, a mata recuperada pode gerar novas nascentes.

Os SAFs do Projeto Águas do Jacuípe foram implantados principalmente para proteger os leitos do Rio Camizãozinho e do Riacho do Urubu, essen-ciais para a drenagem das propriedades da região.

No futuro, os SAFs implantados no território da Bacia do Jacuípe deve gerar um impacto extrema-mente positivo para região, com rios voltando a correr, diversidade de espécies nativas, produção de alimentos, gado em áreas de sombra e recu-peração da biodiversidade presente na caatinga.

O maior benefício dos SAFs é que nenhum agricultor deixa de plantar nem de criar gado. Ao contrário, sua produção de alimentos cresce mais forte aliada às árvores nativas e o gado passa a ter sombra e mais alimento. Além de conquistar mais conforto e vida para a área no entorno de sua moradia.

Além de proporcionar a produção de alimentos em harmonia com as florestas - isto é, sem a necessidade de derrubá-las como se faz no método tradicional das monoculturas e da pecuária - , o Sistema Agroflorestal (SAF) é uma técnica essencial para a proteção de leitos de rios de áreas agrícolas. Implantada em terrenos de agricultores familiares do semiárido, por exemplo, proporciona maior absorção de água pelo solo através das árvores nativas, libera matéria orgânica que aduba os terrenos, gera novas mudas de árvores com a liberação natural de sementes e possibilita o desenvolvimento de outras espécies de plantas dando sombra e umidade. O SAF ainda protege os leitos dos rios do assoreamento e traz às famílias agricultoras a perspectiva de recuperar a tão devastada caatinga.

A agrofloresta alimenta famílias

e protege os rios

O Sistema Agroflorestal (SAF) - ou agrofloresta - implantado na unidade produtiva familiar vira um quintal produtivo gerador de alimentos aliados a árvores nativas, e também aduba e fortalece o solo próximo dos leitos dos rios.

As capoeiras, pequenas matas em regeneração e remanescentes da caatinga alterada, contribuem para recuperação da floresta nativa ao receber o plantio de novas mudas de espécies diversificadas.

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