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© Silvio Henrique de Freitas
Os conceitos emitidos nesta publicação são de inteira responsabilidade de seus autores.
É permitida a reprodução total ou parcial dos artigos desta publicação, desde que citada a fonte.
Produção Editorial e Gráfi caElaine CaniatoRamon Carlini
Capa e Editoração EletrônicaMarcelo Cabral
Revisão e NormalizaçãoMarinaldo Custódio
Freitas, Silvio Henrique de Princípios básicos e técnicas empregadas no centro cirúrgico veterinário / Silvio Henrique de Freitas, Renata Gebara Sampaio Dória, Luiz Antônio Franco da Silva. -- Cuiabá, MT : Carlini & Caniato, 2011. Bibliografi a. ISBN 978-85-8009-025-3 1. Cirurgia veterinária I. Dória, Renata Gebara Sampaio. II. Silva, Luiz Antonio Franco da. III. Título.
11-04835 CDD-636.0897
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Índices para catálogo sistemático:1. Cirurgia : Medicina veterinária 636.0897
Carlini & Caniato Editorial (nome fantasia da Editora TantaTinta Ltda.)Rua Nossa Senhora de Santana, 139 – sl. 03 – Goiabeira78.020-610 – Cuiabá-MT – (65) 3023-5714www.tantatinta.com.br/carliniecaniato
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Silvio Henrique de Freitas
Médico Veterinário formado pela Universidade Federal de Goiás
(UFGO). Especialista em Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais pela
(UFGO). Mestre em Ciência Veterinária pela Universidade Federal
Rural de Pernambuco (UFRPE). Doutor em Ciência Veterinária pela
UFRPE. Pós-doutor em Histologia e Biologia Estrutural/Morfologia
pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Professor doutor,
responsável pelas disciplinas de Técnica Cirúrgica e Anestesiologia,
Clínica Cirúrgica Veterinária, Prática Hospitalar em Clínica Cirúrgica
e Anestesiologia Veterinária (INTERNATO) na Faculdade de Medicina
Veterinária da Universidade de Cuiabá (UNIC). Professor no Progra-
ma de Mestrado em Biociência Animal da Faculdade de Medicina Ve-
terinária (UNIC). Tem experiência na área de Medicina Veterinária,
com ênfase em Clínica Cirúrgica de Animais de Companhia.
Renata Gebara Sampaio Dória
Médica Veterinária formada pela Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho (UNESP/Jaboticabal), com residência em Ci-
rurgia e Anestesiologia de Grandes Animais, mestre em Cirurgia Ve-
terinária e doutora em Cirurgia Veterinária pela UNESP. Professora
doutora, responsável pela disciplina de Clínica e Cirurgia de Equinos
do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Zootecnia e Enge-
nharia de Alimentos (FZEA), da Universidade de São Paulo (USP).
Luiz Antonio Franco da Silva
Médico Veterinário formado pela Universidade Federal de Goiás
(UFGO). Mestre em Cirurgia e doutor em Ciência Animal, pela Univer-
sidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Professor nas disciplinas de
Técnica Operatória e Patologia Cirúrgica Animal, no curso de Gradu-
ação em Medicina Veterinária, e de Cirurgia do Aparelho Locomotor
dos Grandes Animais, no curso de Pós-graduação em Ciência Animal,
SOBRE OS AUTORES
Carlini e Caniato Praticas de Cirurgia Veterianaria MIOLO.indd 7Carlini e Caniato Praticas de Cirurgia Veterianaria MIOLO.indd 7 8/25/aaaa 08:52:338/25/aaaa 08:52:33
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da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Goiás (UFGO).
Consultor dos periódicos: Veterinária Notícias e Ciência Animal Bra-
sileira (UFG). Tem experiência na área de Medicina Veterinária, com
ênfase em Clínica Médica e Cirúrgica dos Animais Domésticos, atu-
ando principalmente nos seguintes temas: “Cirurgias do aparelho
locomotor dos grandes animais”, bem como na linha de pesquisa de
cirurgia experimental abrangendo desde pequenos a grandes ani-
mais.
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A elaboração desta obra teve como meta oferecer aos discentes
das disciplinas de Técnica Cirúrgica Veterinária e Clínica Cirúrgica e
aos Médicos Veterinários Cirurgiões um material de trabalho, estudo
e pesquisa que fosse útil e aplicável na rotina diária de um Centro
Cirúrgico Veterinário. Neste volume, foram abordados de forma se-
quencial e lógica, os princípios básicos e as técnicas empregadas no
pré-operatório, para que os procedimentos cirúrgicos possam ser
iniciados e concluídos, de forma a garantir o restabelecimento e
bem-estar dos animais. Se as informações contidas neste trabalho,
oriundas de pesquisas em livros, periódicos, congressos, cursos,
bem como a experiência profi ssional adquirida ao longo dos anos na
área de cirurgia, contribuirem direta ou indiretamente na formação
do Médico Veterinário, nosso objetivo, com certeza, será alcançado.
Silvio Henrique de Freitas
Renata Gebara Sampaio Dória
PRÓLOGO
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1 CENTRO CIRÚRGICO DE PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS ........................ 12
2 EQUIPE CIRÚRGICA ............................................................................. 15
3 MATERIAL DE SUTURA, AGULHAS, TÉCNICAS DE SUTURA E NÓS ............... 17
Materiais de sutura (fi os) .................................................................... 17
Agulhas ............................................................................................ 19
Nós .................................................................................................. 20
Confecção de nós com porta-agulhas .................................................. 20
Nós com as mãos ............................................................................. 23
Confecção do nó quadrado com as duas mãos ................................... 23
Confecção do nó quadrado com uma mão (destra) ............................. 25
Técnicas de sutura ............................................................................. 27
Ligaduras .................................................................................... 29
Técnica das três pinças ............................................................... 30
4 INSTRUMENTAL CIRÚRGICO BÁSICO ...................................................... 31
5 FORMAS DE MANUSEAR OS INSTRUMENTOS CIRÚRGICOS ....................... 33
6 COMO ABRIR MATERIAIS ESTERILIZADOS NO CENTRO CIRÚRGICO ............ 34
7 CUIDADOS COM O MATERIAL ESTERILIZADO .......................................... 36
8 DIVISÃO DA MESA DE INSTRUMENTAL CIRÚRGICO .................................. 37
9 MONTAGEM DA MESA DE INSTRUMENTAL CIRÚRGICO .............................. 38
10 COMO MONTAR E DESMONTAR O BISTURI ............................................ 39
SUMÁRIO
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11 VESTIÁRIO ...................................................................................... 40
12 ABERTURA DOS PACOTES DE AVENTAL E DE LUVAS CIRÚRGICAS ............. 41
13 TÉCNICA DE ESCOVAÇÃO ................................................................... 42
14 VESTINDO AVENTAL CIRÚRGICO ......................................................... 44
15 CALÇANDO AS LUVAS CIRÚRGICAS ...................................................... 45
16 ANTISSÉPTICOS ................................................................................ 46
17 CONTENÇÃO, APLICAÇÃO DE FÁRMACOS E CANULAÇÃO DE VASOS
SANGUÍNEOS ........................................................................................ 47
18 SALA DE PREPARO DO PACIENTE CIRÚRGICO ........................................ 48
19 ANESTESIA ...................................................................................... 49
20 ANTISSEPSIA E COLOCAÇÃO DOS PANOS DE CAMPO .............................. 50
21 LAVAGEM E EMBALAGEM DOS MATERIAIS E INSTRUMENTAL CIRÚRGICO ... 53
22 COMO EMBALAR OS PACOTES CIRÚRGICOS .......................................... 54
23 ESTERILIZAÇÃO NO CENTRO CIRÚRGICO ............................................. 55
Esterilização física pelo calor seco (estufa) ............................................ 55
Esterilização física pelo calor úmido (autoclave) ..................................... 56
24 CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS DO PACIENTE CIRÚRGICO ...................... 58
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 61
ANOTAÇÕES .......................................................................................... 64
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O centro cirúrgico veterinário é o local onde a equipe médica e paramédica direcio-
na todos seus esforços e cuidados ao paciente em tratamento cirúrgico. Deve possuir
um espaço sufi ciente para que a equipe se movimente livremente sem se contaminar.
Nesse espaço, todas as instalações, bem como os equipamentos e os materiais cirúr-
gicos nele contidos são distribuídos de forma organizada e funcional para que a equipe
cirúrgica possa atuar com efi ciência nos mais variados tipos de procedimentos cirúr-
gicos. O planejamento e a organização dentro da sala operatória têm como objetivo
tornar o trabalho do grupo mais efi ciente, conferindo, dessa forma, mais segurança
para o paciente cirúrgico. Além dessas medidas organizacionais, a equipe cirúrgica
juntamente com os técnicos desse setor, adota e aplica normas rigorosas de desinfec-
ção da sala cirúrgica e dos equipamentos; de esterilização dos materiais cirúrgicos;
de antissepsia do paciente e dos cirurgiões e assepsia no ato cirúrgico, para evitar e/
ou minimizar a contaminação da ferida cirúrgica (fi gura 1).
A sala cirúrgica é o espaço mais cobiçado do ambiente cirúrgico, principalmente
pelos alunos. Por ser uma área crítica e com alto risco de contaminação, torna-se
imperativo que a equipe cirúrgica adote todas as medidas cabíveis que possam
evitar e/ou prevenir provável infecção do paciente.
O centro cirúrgico deve possuir equipamentos necessários para que a equipe
possa realizar os procedimentos cirúrgicos com segurança. Dentre eles:
Mesa cirúrgica: é o local onde o paciente fi ca acomodado durante o procedi-
mento cirúrgico. Ela pode ser de acionamento manual ou hidráulico para ajustar
à altura do cirurgião. Para conferir um melhor conforto durante a cirurgia, um
colchão deve ser posicionado entre a mesa e o paciente.
Mesa de instrumentação: deve possuir rodas para se deslocar em dire-
ção à mesa cirúrgica, superfície de aço inoxidável que facilite a desinfecção
e de tamanho sufi cientemente grande para acomodar todos os instrumentos
necessários ao procedimento cirúrgico.
Aspiradores: são necessários dentro do centro cirúrgico para aspirar lí-
quidos presentes na área operatória e, também, para aspirar secreções pre-
sentes na cavidade oral, pelo anestesista.
CENTRO CIRÚRGICO DE PEQUENOSE GRANDES ANIMAIS1
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Termômetro clínico: a temperatura corpórea tem que ser aferida e manti-
da dentro dos valores fi siológicos durante todo o procedimento cirúrgico. Para
tanto, torna-se necessário o uso de colchão térmico com termostato regulável
para manter a temperatura do paciente. Cuidado para não provocar queima-
dura na pele do paciente durante a cirurgia, principalmente naquelas onde há
necessidade de uso de solução salina para lavar a ferida cirúrgica.
Foco cirúrgico: regulável que direcione os feixes de luz para a área ope-
ratória. Dar preferência ao foco luminoso que, além da energia convencional,
possua bateria. Dessa forma, durante a interrupção de energia elétrica, é
possível dar continuidade ao procedimento cirúrgico iniciado.
Aparelho de anestesia: utilizado para administrar gases anestésicos e
oxigênio. Logo, são mais seguros os aparelhos que possuem sistema de res-
piração controlada.
Fonte de oxigênio: essencial para o funcionamento do aparelho de anes-
tesia inalatória e manutenção da vida do paciente.
Monitor cardíaco: utilizado para acompanhar as atividades cardíacas do
paciente.
Oxímetro: avalia a frequência cardíaca e a saturação de oxigênio do paciente.
Esfi ngomanômetro: avalia a pressão arterial média do paciente.
Desfi brilador cardíaco: é usado para tratar as possíveis arritmias.
Negatoscópio: é necessário dentro do centro cirúrgico, pois há cirurgias em
que as imagens radiográfi cas são necessárias, principalmente as ortopédicas.
Relógio: é importante um relógio de parede durante o procedimento ci-
rúrgico, para avaliar a frequência respiratória e cardíaca; tempo de coagula-
ção, aferir o tempo de anestesia e cirurgia.
Mesa de suporte: de aço inoxidável para acomodar materiais utilizados
durante a cirurgia como os fi os cirúrgicos, seringas, picetas com antissépti-
cos, materiais de curativos, entre outros.
Cesto de lixo: com tampa acionada com pedal, no qual coloca-se um
saco plástico próprio para lixo hospitalar para receber os materiais utilizados
durante o procedimento cirúrgico.
Além dos equipamentos acima citados, é imperativo que o centro cirúrgico
tenha outros equipamentos e materiais, para que a cirurgia ocorra dentro do es-
perado e com segurança para o paciente. A caixa de primeiros socorros contendo
fármacos emergenciais é um exemplo. Entre outros, tem-se: laringoscópio, son-
das orotraqueais, ambu, suporte para soro, bisturi elétrico, calha, etc.
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Figura 1 – Centro cirúrgico de pequenos animais (A). Centro cirúrgico de grandes
animais (B).
B
A
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EQUIPE CIRÚRGICA2A equipe cirúrgica é constituída por membros que possuem funções defi nidas
dentro do centro cirúrgico. As normas e decisões tomadas dentro da sala cirúrgica
são de responsabilidade da equipe, logo as funções de cada membro devem ser
previamente defi nidas por escrito. Essas normas precisam ser rigorosamente segui-
das e constantemente reafi rmadas para garantir uma rotina segura e efi caz na área
cirúrgica. Para que o procedimento cirúrgico seja desenvolvido de forma lógica e
sequencial, o grupo precisa receber treinamento por meio de reuniões, onde serão
bem defi nidas as funções de cada membro da equipe, e serão discutidos assun-
tos atuais sobre novos procedimentos e técnicas a serem realizadas. Para tanto,
preconizou-se que uma equipe cirúrgica completa (fi gura 2) seja constituída por um
cirurgião chefe (fi gura 3), um cirurgião auxiliar (fi gura 3), um instrumentador, um
anestesista e um volante (enfermeiro) (fi gura 2).
O cirurgião chefe é o responsável pelo setor cirúrgico. É ele que orienta o fl u-
xograma da sala operatória, planeja e conduz a cirurgia. O cirurgião assistente
tem que ter conhecimento do procedimento que está sendo realizado. Promo-
ve manobras teciduais, hemostasia e manipula os instrumentos de forma ade-
quada durante o procedimento cirúrgico, até que o ato cirúrgico seja concluído.
O instrumentador trabalha de forma sistemática, servindo o cirurgião com os
instrumentos necessários à cirurgia. Tem papel fundamental durante a cirurgia,
pois é ele quem faz o inventário dos instrumentos que foram utilizados no pro-
cedimento, para que nada fi que esquecido dentro do paciente. O anestesista é o
responsável pelo monitoramento do paciente. Ele é treinado para atuar nos casos
de emergências, primando pela vida do paciente. Já o volante ou enfermeiro tem
uma ampla função durante o procedimento cirúrgico, fi cando à disposição de to-
dos os membros da equipe até que a tarefa cirúrgica se complete.
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Figura 2 – Distribuição dos membros da equipe cirúrgica dentro do centro cirúrgico.
Figura 3 – Cirurgião chefe e cirurgião auxiliar durante o procedimento cirúrgico.
Instrumentador
Anestesista
Volante(enfermeiro)
Cirurgiãochefe
Cirurgiãoauxiliar
Aparelho
de anestesia
Mesa Instrum
ental
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nó, não ser capilar e nem carcinogênico, possuir custo baixo, fácil esterilização e ser
absorvido sem causar danos aos tecidos. Infelizmente esse fi o não existe, porém os
cirurgiões devem utilizar o material de sutura que mais se aproxima do ideal.
O tamanho do fi o de sutura (diâmetro) é defi nido pelo padrão USP (United
States Pharmacopeia), que utiliza uma escala numérica, sendo “10-0” o menor
diâmetro e “7” o maior diâmetro.
Agulhas
Existem várias formas e tamanhos de agulhas com características variadas,
como: tipo de olho, comprimento e diâmetro. Por isso sua escolha vai depender do
tipo de tecido a ser suturado, considerando-se penetrabilidade, densidade, elasti-
cidade e espessura, e topografi a da ferida (profunda ou superfi cial).
Os três componentes básicos de uma agulha são a ponta, o corpo e a extre-
midade de acoplamento da agulha com o fi o (moldada ou com olho) (fi gura 5).
Quanto à forma, as agulhas podem ser retas, em “S” e curvas, podendo o corpo
destas últimas atingir medidas de 1/4, 3/8, 1/2 e 5/8 de círculo (fi gura 6). As pon-
tas das agulhas podem ser afi ladas, de corte, de corte reverso ou de corte lateral.
O tamanho das agulhas curvas é inversamente proporcional ao seu número.
Figura 5 – Componentes básicos de uma agulha. Agulha moldada: notar ponta, corpo e
extremidade (A). Extremidade (olho) francesa (B) e extremidade (olho) fechada (C).
BA
C
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