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www.canalmoz.co.mz | ano 7 | número 1584| Maputo, Terça-Feira 17 de Novembro de 2015 Director: Fernando Veloso | Editor: Matias Guente | Propriedade da Canal i, lda Sede: Av. Samora Machel n.º 11 - Prédio Fonte Azul, 2º Andar , Porta 4, Maputo Registo: 18/GABINFO-DEC/2009 e-mail: grafi[email protected] | [email protected] Telefones: 823672025 - 823053185 publicidade publicidade Corretores de Seguros Insurance Brokers Contacto: Tel: 21 30 37 01 Cell: (+258) 84 30 07 843 Fax: 21 30 37 02 Corretores de Seguros Insurance Brokers Contacto: Tel: 21 30 37 01 Cell: (+258) 84 30 07 843 Fax: 21 30 37 02 Dólar está a 51,00 meticais no mercado informal Governador do BM diz que desvalorização do metical não é uma calamidade Visite o nosso website .co.mz www. Maputo (Canalmoz) – O gover- nador do Banco de Moçambique, Ernesto Gove, diz que a contínua desvalorização do metical face ao dólar norte-americano não é uma calamidade sem solução para as autoridades moçambica- nas, mas, sim, um desafio que se pode ultrapassar através da diver- sificação da economia nacional de modo a que o seu impacto não se agrave cada vez mais no país. Falando em exclusivo ao “Ca- nalmoz”, Ernesto Gove, que mantém o discurso de desvalo- rização da situação sombria da moeda nacional, explicou que o fortalecimento do dólar não só está a registar-se no mercado cambial nacional como também em países desenvolvidos, como resultado do fortalecimento da economia norte-americana e devido às constantes quedas de preços dos principais produtos de exportação a nível mundial. Para o caso de Moçambique, os produtos tradicionais de ex- portação são: carvão mineral, alumínio, energia eléctrica, al- godão e tabaco, que neste mo- mento estão a registar constantes quedas de preços no mercado internacional, acabando por in- fluenciar negativamente na ba- lança de pagamentos, ou seja, faz com que o país tenha poucas divisas. Ernesto Gove diz que, para aliviar esta situação, o país deve aumentar o número de pro- dutos de exportação, de modo a incrementar o fluxo de divisas no mercado cambial nacional. Segundo Gove, é preciso que o país invista na “área agrícola, porque, para além de ter um vas- to leque de produtos que podem serem exportados, caso se incre- mente os níveis de produtivida- de, por exemplo, do arroz e do açúcar, o sector agrário é tam- bém uma grande fonte de pro- dução de matéria-prima para ali- mentar as indústrias nacionais e o mercado internacional”. Gove explica que “o que está a acon- tecer neste momento é que Mo- çambique importa mais do que exporta, e por isso está com pou- cas divisas”. (Raimundo Moiane) Publicidade

Canal Moz nr 1584

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Canal Moz nr 1584

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www.canalmoz.co.mz | ano 7 | número 1584| Maputo, Terça-Feira 17 de Novembro de 2015

Director: Fernando Veloso | Editor: Matias Guente | Propriedade da Canal i, lda

Sede: Av. Samora Machel n.º 11 - Prédio Fonte Azul, 2º Andar , Porta 4, Maputo Registo: 18/GABINFO-DEC/2009

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Dólar está a 51,00 meticais no mercado informal

Governador do BM diz que desvalorização do metical não é uma calamidade

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Maputo (Canalmoz) – O gover-nador do Banco de Moçambique, Ernesto Gove, diz que a contínua desvalorização do metical face ao dólar norte-americano não é uma calamidade sem solução para as autoridades moçambica-nas, mas, sim, um desafio que se pode ultrapassar através da diver-sificação da economia nacional de modo a que o seu impacto não se agrave cada vez mais no país.

Falando em exclusivo ao “Ca-nalmoz”, Ernesto Gove, que mantém o discurso de desvalo-rização da situação sombria da moeda nacional, explicou que o fortalecimento do dólar não só está a registar-se no mercado cambial nacional como também

em países desenvolvidos, como resultado do fortalecimento da economia norte-americana e devido às constantes quedas de preços dos principais produtos de exportação a nível mundial.

Para o caso de Moçambique, os produtos tradicionais de ex-portação são: carvão mineral, alumínio, energia eléctrica, al-godão e tabaco, que neste mo-mento estão a registar constantes quedas de preços no mercado internacional, acabando por in-fluenciar negativamente na ba-lança de pagamentos, ou seja, faz com que o país tenha poucas divisas. Ernesto Gove diz que, para aliviar esta situação, o país deve aumentar o número de pro-

dutos de exportação, de modo a incrementar o fluxo de divisas no mercado cambial nacional.

Segundo Gove, é preciso que o país invista na “área agrícola, porque, para além de ter um vas-to leque de produtos que podem serem exportados, caso se incre-mente os níveis de produtivida-de, por exemplo, do arroz e do açúcar, o sector agrário é tam-bém uma grande fonte de pro-dução de matéria-prima para ali-mentar as indústrias nacionais e o mercado internacional”. Gove explica que “o que está a acon-tecer neste momento é que Mo-çambique importa mais do que exporta, e por isso está com pou-cas divisas”. (Raimundo Moiane)

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Jornalistas africanos homenageiam Carlos Cardoso

Na cidade de Maputo

Desmantelada quadrilha de venda e consumo de suruma

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Maputo (Canalmoz) – A Polícia desmantelou, na semana passa-da, uma quadrilha que se dedica-va à venda e consumo de suruma (“cannabis sativa”) na cidade de Maputo. A informação foi tornada pública ontem pelo porta-voz da Polícia no Comando da cidade de Maputo, Orlando Mudumane, que falava à imprensa no habitual en-

Maputo (Canalmoz) – Realizou--se, na semana passada, na cidade de Joanesburgo, na África do Sul, um dos mais importantes eventos jornalísticos do continente africa-no. Trata-se da Conferência Afri-cana de Jornalismo Investigativo, conhecido por “Power Reporting”. A edição de 2015 teve a partici-pação de cerca de 200 jornalis-tas, maioritariamente africanos.

A conferência foi realizada na Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo, que se dedica à pesquisa com raízes na indústria

contro semanal. Na posse da qua-drilha, foram apreendidas 67 boli-nhas de suruma. Neste momento, os indivíduos estão encarcerados nas celas da 3.a Esquadra da PRM. A droga foi entregue ao Laboratório Central de Investigação Criminal.

No referido encontro, Muduma-ne disse que a cidade de Maputo re-

de mineração. A Universidade é mais comumente conhecida como Wits University. Fundada em 1896 como Escola Sul-Africana de Minas, em Kimberley, é a terceira mais an-tiga universidade da África do Sul, depois da Universidade de Cape Town, fundada em 1829, e da Uni-versidade de Stellenbosch, de 1866.

Um dos momentos mais mar-cantes do evento foi registado no segundo dia da Conferência, no-meadamente a palestra em me-mória do jornalista moçambicano

gistou 13 acidentes de viação, que causaram três óbitos, 11 feridos graves e 25 ligeiros. No mesmo pe-ríodo, foram fiscalizadas 3090 via-turas, das quais 47 foram apreen-didas, por diversas irregularidades. A Polícia passou 1247 avisos de multa e submeteu 1147 conduto-res ao teste de álcool, dos quais 53 acusaram positivo. (Cláudio Saúte)

Carlos Cardoso, assassinado no ano de 2000 nas ruas de Mapu-to, quando investigava uma das maiores fraudes bancárias do país.

A palestra foi proferida por Bheki Makhubu, jornalista, colunista e editor-chefe de “The Nation”, uma publicação independente na Su-azilândia. No perfil de Makhubu, destaca-se o facto de ele ter sido preso em Março 2014, sob a acu-sação de desacato no tribunal, na sequência da publicação de artigos criticando o sistema judi-cial. Bheki Makhubu foi restituído

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FMI apresenta relatório sobre perspectivas económicas em África

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à liberdade em Julho deste ano.Carlos Cardoso foi estudante da

Wits, antes de ser deportado para Moçambique, em 1974, por causa do seu apoio ao Governo da Frelimo.

Antecedendo a palestra, Anton Harber, professor de Jornalismo e Es-tudos de “Media” na Universidade de Witwatersrand, fez a apresentação do historial e perfil de Carlos Cardoso.

Maputo (Canalmoz) – O Fundo Monetário Internacional apresen-ta, amanhã, quarta-feira, em Ma-puto, o seu mais recente relatório sobre “Perspectivas Económicas Regionais para a África Subsaria-

Enquanto o continente dignifica com acções a memória e legado de Carlos Cardoso, em Moçambique, a classe jornalística e as autoridades governamentais nada têm feito para a valorização da obra de Carlos Car-doso. Uma das ideias para a valori-zação do legado de Carlos Cardoso, e que foi amplamente debatida nos corredores do “Power Reporting” da semana passada, em Joanesburgo,

na”. A apresentação versará sobre os desenvolvimentos económicos recentes e perspectivas de cur-to e médio prazo para a África Subsariana e para Moçambique, no contexto de uma conjuntura

foi a consagração do dia do assas-sinato, 22 de Novembro, como Dia Nacional do Jornalismo Investigati-vo. Nesta região africana, debate--se a possibilidade de o dia 22 de Novembro se tornar o Dia Africano do Jornalismo Investigativo. Ainda não há nada definido, mas várias ideias sobre a valorização da figu-ra de Carlos Cardoso estão a ser debatidas. (Eugénio da Câmara)

económica global mais fraca. A sessão de apresentação será se-guida por uma discussão sobre as recomendações de políticas económicas para a África Subsa-riana e para Moçambique. (E.C.)

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HCB vai criar programa de desenvolvimento de fornecedores locais

Maputo (Canalmoz) – A Hi-droelétrica de Cahora Bassa vai apresentar, no próximo dia 25 de Novembro, um programa de desenvolvimento de fornecedo-res locais. O evento terá lugar na vila do Songo, província de Tete, e terá a participação de 250 empresários locais. A iniciativa surge na sequência de um con-junto de acções para promover maiores ligações com os forne-cedores locais, principalmente as pequenas e médias empresas.

Este projecto tem a parceria da “Accenture”, uma empresa in-ternacional de consultoria, com credenciais comprovadas na im-

plementação de programas desta natureza em vários países. Con-juntamente com a HCB, iniciou um trabalho de concepção do programa, que consistiu na aná-lise da procura por parte da HCB e da oferta (fornecedores locais), através de contactos directos e de inquéritos, com vista à iden-tificação dos principais obstácu-los a uma maior ligação entre os grandes projectos e as pequenas e médias empresas, que consti-tui a base para a concepção de planos e iniciativas para a pro-moção dos fornecedores locais.

Para além dos aspectos aci-ma referidos, o trabalho abran-

geu igualmente a definição do conceito de “conteúdo local”, em que se presta atenção à criação de valor acrescentado dentro das fronteiras nacio-nais e à definição de um con-junto de indicadores de fis-calização, o que irá permitir uma permanente avaliação da evolução do programa no de-curso da sua implementação.

Neste processo, a HCB en-volveu as diversas partes inte-ressadas [“stakeholders”], no-meadamente as instituições do Governo e os representantes da classe empresarial moçam-bicana. (Raimundo Moiane)

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Erros do passado deveriam ser sempre lições

Aqui e lá fora, isso sempre valerá.

Beira (Canalmoz) – As lideranças mundiais, africanas e também as do meu país estão laborando em erro quando ignoram que consi-derações estratégicas tidas como de interesse nacional obscurecem factos bem diferentes. É de inte-resses que vivem os Governos.

Moçambique atravessa um mo-mento com uma gravidade espe-cial, pois tem o potencial de deitar tudo a perder. De uma paz podre, pode-se dar o passo sem retorno da radicalização de posições e de guerra aberta. Será um “entornar do caldo” por questões abertamen-te patrimoniais, pois de ideologia não há diferenças que resistam a análise. Também não serão ques-tões do fórum étnico que farão os moçambicanos regressarem para a guerra, pois, depois de centenas de anos e de migrações internas, houve tanta mistura entre moçam-bicanos das diferentes etnias e ra-ças que muito poucos serão os que se podem considerar como puros.

África também atravessa um pe-ríodo conturbado à escala conti-nental, devido a factos histórico-

por Noé NhantumboCanal de Opinião

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-políticos que se podem resumir na incapacidade de os Governos liderarem processos de inclusão e integração conducentes à cria-ção de Estados viáveis e fortes.

As fronteiras coloniais herda-das começam a ser questiona-das, e isso pode ser o catalisa-dor de mais crises entre países.

Em África, a mentira oficial ga-nhou o estatuto de verdade, e tem-se visto que a lavagem cere-bral da população é o objectivo perseguido com veemência pelos governantes. Mente-se, quando se diz que não há problemas. Mente--se, quando se diz estarmos coo-perando pelo desenvolvimento regional. Mente-se, quando se diz que somos irmãos da mesma trin-cheira, e, volta e meia, somos con-frontados por actos de xenofobia. Mente-se, quando se assinam pac-tos regionais de cooperação e in-tegração regional económica que tardam ou nunca se materializam.

E depois de falhanços em con-cretizar a promessa de desenvolvi-mento, os líderes africanos encon-tram-se mergulhados numa busca

de meios “legais” para estenderem os seus mandatos presidenciais.

Não é fácil misturar assuntos nacionais com regionais e in-ternacionais. Mas estamos num momento em que, em si, esses assuntos se misturam de manei-ra natural, pois nesta aldeia glo-bal cada vez mais global não há como ignorar essa realidade.

Os Governos, através dos seus Ministérios dos Negócios Estran-geiros e sob orientação directa de presidentes e chefes de Governo, encetam contactos com vista a ga-rantir que os seus programas sejam realizados. Programas que se tradu-zem em agendas, e onde estas po-dem não ser de consenso nacional.

Em Moçambique, à luz dos resul-tados eleitorais anunciados e ho-mologados, ficou demonstrado que havia clivagens a não menosprezar e que nem todos estavam satisfeitos com o rumo dos acontecimentos.

Como se pode ver, os assuntos moçambicanos não ocupam es-paço por aí além na comunica-ção social internacional. Somos um país marginal, embora com o

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ano 7 | número 1584 | 17 de Novembro de 20156

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Tipo de Assinante

(a) Pessoa Singular

(b) Empresas e Associações de Direito Moçambicano

(c) Órgãos e Instituições do Estado

(d) Embaixadas e Consulados em Moçambique e Organismos Internacionais

(e) Embaixadas e representações Oficiais de Moçambique no exterior

(f) ONG’s Nacionais

(g) ONG’s Internacionais

(USD) Contratos Mensais (i)

20

40

50

60

60

30

50

(USD) Contratos Anuais (12 Meses) (ii)

15 usd x 12 meses = 180 usd

30 x 12 = 360

40 x 12 = 480

50 x 12 = 600

50 x 12 = 600

20 x 12 = 240

40 x 12 = 480

Notas- Os valores expressos poderão ser pagos em Meticais ao câmbio do dia- Nas facturas e recibos inerentes deve-se mencionar a letra que corresponde ao tipo de assinatura- (i) Pronto pagamento ou débito directo em conta bancária- (ii) Pronto pagamento ou débito directo em conta bancária

Contacto:E-mail: [email protected] ou [email protected] Cel: 823672025 - 843135996 - 823053185

Preçário de Assinaturas | Distribuição diária por e-mail | 20 edições mensais

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seu potencial de recursos naturais.Uma perspectiva cultivada por

sectores afectos aos serviços de inteligência locais e de depar-tamentos congéneres estrangei-ros, especialmente de Moscovo e Washington, sem esquecermos Lisboa, Bona e Roma, terão con-tribuindo, ao longo dos anos, para que a imagem do país fosse aquilo que é nos dias de hoje. É um mosaico cheio de labirintos em que, o tempo todo, se mistu-ram interesses de actores concre-tos. Houve guerra que alimentou blocos de interesses, e quando se pensava que estava tudo resolvi-do, resulta que não é bem assim.

Há contas que ficaram por saldar e houve acordos assinados que não o foram de boa-fé. Agora, que parecia que era a vez de África, está escasseando liderança. Não se vislumbram bons tempos para o futuro próximo, sobretudo a partir da altura em que o gás, o petró-leo, o ouro, o urânio, africanos, despertam apetites internacionais.

Quem humilha arrisca-se a radica-lizar o ofendido, e isso pode obser-var-se entre nós e noutras latitudes.

Num curto espaço não é possí-vel alguém debruçar-se sobre a génese de conflitos que agora se

reacendem um pouco por toda uma região estratégica do mun-do, Médio-Oriente. Em África, au-mentam tensões e torna-se difícil prognosticar o que acontecerá.

A RSA, potência regional de no-meada, está embrulhada numa crise sem precedentes devido ao desfecho de uma política de “empoderamento” económi-co negro que não corrigiu anos de injustiças raciais do passado.

Os arranjos que eram ou que constituíam a “Linha da Frente” an-tecessora da SADC não possuem a vitalidade de ontem, e mesmo que haja prontidão para a defesa de “regimes irmãos”, isso não garante que a eclosão de um conflito um país como Moçambique se torne num momento de convergência e disponibilidade para se ter a guerra internacionalizada. Uma coisa é a declaração de intenções de defesa comum, e outra é operacionaliza-ção de um provável acordo assi-nado secretamente nesse sentido.

Se na Somália ou na RDC as for-ças de pacificação estrangeiras têm sido um fracasso prolongado, nada assegura que no caso moçambica-no se tenha os êxitos “sonhados”.

Como país da periferia “pilhado” por corporações carboníferas e pe-

trolíferas, Moçambique não vaio merecer a atenção e preocupação do mundo, como se tem visto. As incursões da imprensa internacio-nal, especialmente a de Lisboa, são um dado firme do lugar que o país ocupa na esfera internacional.

Ninguém virá em nosso so-corro, se algum político dis-traído se decidir pela guerra.

Aprender do nosso pas-sado concreto deveria ser a preocupação de hoje.

Abusar, humilhar e espezinhar os outros em nome de uma suposta su-perioridade bélica essencialmente urbana é sinal de inexistência de estratégia e de recusa de se abra-çar os caminhos que levam à paz.

E o absurdo é que a opo-sição política em Moçam-bique até nem está pedindo nada a que não tenha direito.

Os moçambicanos simplesmen-te querem justiça, democracia política e democracia económi-ca. Ninguém está pedindo favor para ser livre, independente e de-mocrático. Essas lutas foram fei-tas por todo um abnegado povo.

Os “oftalmologistas políticos na-cionais e internacionais” precisam de socorrer com urgência os po-líticos moçambicanos que sofrem de miopia. (Noé Nhantumbo)