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EFEITOS DO PROGRAMA DE TREINAMENTO FUNCIONAL NAS CAPACIDADES
FÍSICAS DAS MULHERES
EFFECTS OF THE FUNCTIONAL TRAINING PROGRAM ON THE PHYSICAL
CAPABILITIES OF WOMEN
Beatriz da Silva Ribeiro - [email protected]
Eliane de Almeida Travalon - [email protected]
Natali Anastácio Ribeiro - [email protected]
Prof. Orientador: Dagnou Pessoa de Moura – Unisalesiano – [email protected]
RESUMO
O treinamento físico tem como base uma prescrição coerente e segura de exercícios que permite a estimulação do corpo humano de uma maneira capaz de evoluir todas as capacidades físicas como velocidade, força, equilíbrio, coordenação, flexibilidade, lateralidade, resistência cárdio e neuromuscular, além da manutenção do centro de gravidade do corpo. As mulheres vêm buscando a prática de atividade física tanto para saúde quanto para a estética, e uma das atividades recorrentes para tal é o treinamento funcional (TF), que pode ser definido como uma forma de utilização de movimentos integrados que desenvolvem força, equilíbrio, coordenação, potência e resistência. Sendo frequentemente utilizada em programas clínicos que imitam atividades da vida diária, ou seja, para o indivíduo ter um melhor desempenho nas tarefas funcionais do dia a dia e até mesmo nas tarefas desportivas. Diante disso, o objetivo do presente estudo foi verificar o efeito do TF sobre as capacidades físicas de mulheres adultas. Foi utilizada uma pesquisa experimental com abordagem quantitativa. Para isso, foram utilizados os seguintes protocolos: adipometria por meio de dobras cutâneas para composição corporal, teste sentar e alcançar no banco de wells para flexibilidade, e impulsão vertical para potência de membros inferiores. Foram selecionadas 8 mulheres com idade de 33,5 ± 0,5 anos, peso 67,5, altura 1,61. O período de treinamento durou 8 semanas. Após esse período os testes foram realizados novamente. Foi adotada a análise estatística teste T student para dados dependentes, na qual foi adotado um nível de significância p ≤0,05. Apenas a flexibilidade apresentou melhora estatística. Conclui-se que um programa de treinamento funcional por 8 semanas influencia na melhora da flexibilidade.
Palavras-chave: Treinamento funcional. Mulheres. Capacidades Físicas.
ABSTRACT
Physical training is based on a coherent and safe prescription of exercises that allow the stimulation of the human body in a way capable of evolving all qualities of the musculoskeletal system, such as speed, strength, balance, coordination,
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flexibility, laterality, cardio and neuromuscular resistance, in addition to maintaining the center of gravity of the body. Women on a daily basis are looking for a lot of improvement in the body for health as well as aesthetically, which makes them need good physical activity. defines TF as the use of force, for the improvement of balance, coordination, power and resistance being frequently used in clinical programs that imitate activities of daily living, that is, for the individual to perform better in the day to day functional tasks and even in sports tasks. An experimental study with a quantitative approach was carried out to verify the influence of functional training on the physical abilities of women. The following methods were used: Skin folds test for body composition, wells bench for flexibility, and horizontal impulsion for lower limb power. Statistical analysis of the T student test for dependent data was adopted, where a significance level p ≤0.05 was adopted. The present study was carried out with 10 women (aged 33.5 ± 0.5 years, with duration of three months, with training being performed twice a week. The results found were statistical improvement in the physical capacity of flexibility, power of lower limbs, and composition and body. It is concluded that a functional training program influences the improvement of women's physical abilities.
Keywords: Functional Training. Women. Physical Capabilities.
INTRODUÇÃO
O treinamento funcional (TF) foi criado nos Estados Unidos por alguns
autores desconhecidos e vem sendo disseminado no Brasil, ganhando muitos
praticantes. Sua função é preparar o organismo de modo íntegro e eficiente, através
do centro corporal chamado de Core (MONTEIRO; CARNEIRO, 2010).
Para Norman (2009), as vantagens do TF são que os exercícios podem ser
realizados por pessoas de todas as idades, desde adolescentes a idosos,
aprimoramento da postura, desenvolvimento de forma equilibrada de todas as
capacidades físicas como o equilíbrio, força, velocidade, coordenação, flexibilidade e
resistência. Ele é indicado não só para aqueles que buscam resultados estéticos,
mas também para os que buscam melhora nas capacidades físicas e motoras.
De acordo com Gelatti (2009), o TF ajuda o corpo a se movimentar de forma
integrada e eficiente, ganhando fortalecimento muscular, melhorando as funções do
cérebro responsáveis por tudo que nosso corpo faz e cria.
Ao realizar o treinamento, analisa-se a função de força máxima, pois ela
auxilia como complemento na melhora da performance para a preparação física.
Assim, potência pode se enquadrar no grupo das manifestações da força muscular
que denominamos de força rápida condicionada pelo fator tempo em que se deve
realizar (PELEGRINO; SOUZA, 2007).
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O gênero feminino começa a se diferenciar a partir da puberdade, é quando a
hipófise anterior começa a secretar estrógeno, estimulando os ovários, o
desenvolvimento das mamas, alargamento da pelve e o acúmulo de gordura nas
coxas e quadril. Também é um dos responsáveis pelo crescimento ósseo. Já a
testosterona, com maior incidência no gênero masculino, ajuda na formação da
massa magra (músculo) e tecido ósseo (FLECK; SIMÃO, 2008; GUEDES Jr.;
SOUZA Jr.; ROCHA, 2008).
De acordo com Pereira et al. (2012), as mulheres que realizaram o
treinamento funcional apresentaram reduções significativas nos valores de
porcentagem (%) de gordura após 12 semanas e as mulheres que não treinaram,
não reduziram. Portanto, com 3 meses de treinamento funcional, 3 vezes por
semana, é possível reduzir significativamente a gordura corporal de mulheres.
O presente estudo tem como objetivo verificar a influência do TF nas
capacidades físicas de flexibilidade, potência de membros inferiores e composição
corporal de mulheres adultas.
Foram utilizados os seguintes métodos: Teste de dobras cutâneas para
composição corporal, banco de Wells para flexibilidade, além de impulsão vertical
para potência de membros inferiores.
O estudo está norteado pelas seguintes perguntas: um programa de
treinamento funcional pode influenciar na melhora das capacidades físicas das
mulheres?
Hipótese: O treinamento funcional melhora as capacidades físicas de
mulheres adultas.
1 MATERIAS E METODOS
1.1 Casuística e Métodos
Foi utilizada uma pesquisa experimental com abordagem quantitativa, tipo de
pesquisa que acontece quando se determina um objeto de estudo, selecionam as
variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definem-se as formas de controle e
de observação dos efeitos que a variável produz no objeto.
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro
Universitário Católico Salesiano Auxilium – UniSALESIANO/SP com parecer
3
consubstanciado CAAE: 69332517.8.0000.5379 (Anexo 1). Diante disso, o estudo
obedece ao que se segue na Resolução 466 / 2012 sobre pesquisas com seres
humanos (Anexo 2).
Após a leitura da carta de informação ao paciente, os voluntários assinaram o
termo de consentimento livre e esclarecido (Anexo 3).
1.2 Procedimento
O local de realização foi o Studio Fitness, situado na cidade de Promissão-
SP. Os participantes da pesquisa passaram por uma avaliação física na clínica do
UniSALESIANO de Lins, na qual foram coletadas as seguintes variáveis: altura,
peso e composição corporal.
Foram utilizados os seguintes métodos: teste de dobras cutâneas para
composição corporal, banco de wells para flexibilidade, além de impulsão vertical
para potência de membros inferiores.
As participantes da pesquisa fizeram parte de um grupo que realizou o
treinamento funcional.
O período total de treinamento foi de 8 semanas, com frequência semanal de
duas sessões de treinamento com o tempo de 50 minutos. Após o período de
treinamento citado, as participantes foram reavaliadas em todos os itens da primeira
avaliação, sendo que a avaliação e a reavaliação ocorreram nos dias em que as
mulheres não realizaram o treinamento funcional.
1.3 Amostra
As participantes da pesquisa foram 8 mulheres matriculadas e que realizam
treinamento funcional no estúdio Fitness de Promissão.
Os critérios de inclusão adotados foram os seguintes: praticar o treinamento
funcional no estúdio Fitness e ser frequente nas aulas. Já os critérios de exclusão
foram: ter alguma lesão, possuir mais de duas faltas consecutivas nos treinos, ter
uma frequência menor que 75% nos treinamentos.
Também foi explicada às mulheres a importância de um bom descanso e uma
boa alimentação para a recuperação física para os demais dias de treinamento.
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Os benefícios para as participantes da pesquisa foram o desenvolvimento das
capacidades físicas de potência e flexibilidade de membros inferiores,
complementado com o treinamento funcional, já que foram realizados em dias
diferentes, melhorando fisicamente as mulheres para fazerem suas tarefas diárias.
As participantes da pesquisa frequentavam as aulas de treinamento funcional
durante a semana nos dias de segunda-feira e quarta-feira. Sendo que nos demais
dias não tinham nenhum treinamento.
1.4 Protocolo de treinamento funcional
O treinamento funcional foi utilizado com duração de 50 minutos, sendo cinco
minutos deles utilizados para aquecimento muscular e os outros quarenta e cinco
minutos voltados para melhora das capacidades físicas de potência de membros
inferiores, resistência aeróbia, além da composição corporal.
Foram utilizados circuitos em oito etapas, quando foram trabalhadas as
capacidades físicas desejadas no tempo de quarenta segundos, de acordo com a
intensidade do exercício praticado, tendo como objetivo melhorar o condicionamento
físico das mulheres. Estas estações tinham o tempo entre 7 a 9 minutos, com um
pequeno intervalo entre os exercícios.
O período de treinamento durou doze semanas, sendo no meio deste período,
a partir da oitava semana, modificada sua estrutura para que melhorasse ainda mais
sua eficiência nas capacidades motoras exigidas.
1.5 Detalhe da sessão de treinamento
Afundo pliométrico: começa o movimento flexionando os joelhos, um na frente
do outro, realizando uma ação excêntrica rápida até 90°, após desacelerar e realizar
uma ação concêntrica rápida, dando início a um salto vertical, trocando as bases
Antero-posteriormente, aterrissando no chão novamente (D’ELIA, 2013).
Pular corda: com uma corda de tamanho 2 metros aproximadamente, deve-se
pegar cada extremidade com uma mão, realizando um giro sobre seu próprio corpo
e pulando verticalmente quando a mesma tocar o solo.
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Salto com flexão de joelhos sobre plataforma: em posição atlética, com pés
afastados na largura dos ombros, joelhos semi-flexionados, saltar trazendo para o
peito seus joelhos, aterrissando com o ante pé flexionando em 30°.
Pular corda: com uma corda de tamanho 2 metros aproximadamente, deve-se
pegar cada extremidade com uma mão, realizando um giro sobre seu próprio corpo
e pulando verticalmente quando a mesma tocar o solo.
Agachamento livre: o agachamento realiza-se quando a pessoa segura a
barra com a mão mantendo uma distância variável de acordo com as características
de cada pessoa e flexionando os cotovelos para trás. Inspirar forte, arquear as
costas levemente, olhar reto a sua frente, manter os pés paralelos e agachar
inclinando as costas (DELAVIER, 2000).
Flexão de tronco: apoiado ao solo, os braços estendidos, mãos afastadas na
largura dos ombros, pés juntos ou levemente separados, inspirar e flexionar os
braços para levar a caixa torácica próximo ao solo, evitando aumentar
excessivamente a curvatura lombar. Forçar até a extensão completa dos braços e
deve soltar o ar no final do movimento (DELAVIER, 2000).
Salto Horizontal: em pé, deve-se flexionar levemente os joelhos deslocando o
centro de gravidade para frente, dando impulso horizontalmente com os ante pés à
frente aterrissando com o retro pés, flexionando o joelho novamente para absorver o
impacto (D’ELIA, 2013).
Corrida de frente e de costas: colocam-se os cones em uma distância de 3
metros cada um com afastamento de 2 metros lateralmente alternados, iniciar a
corrida até o cone à frente e voltar ao cone inicial de costas, depois correr até o
próximo cone e voltar de novo, mas no cone da frente.
Salto no banco: para realizar o movimento, fique à frente do banco com os
pés afastados na largura dos ombros. Em seguida, salte para subir na caixa e
retorne a posição inicial como se estivesse descendo em uma escada de costas.
Alterne a perna que volta primeiro ao chão a cada salto.
Polichinelo: o atleta, inicialmente, fica na posição ereta, ou seja, com as
pernas totalmente fechadas e com as mãos coladas nas coxas, depois com saltos
no mesmo lugar e com movimentos sincronizados de braços e pernas, seguindo os
seguintes passos: com um pulo, abrem-se as pernas e levantam os braços acima da
cabeça, ao máximo, tocando a mão novamente, a coxa voltando à posição inicial, e
assim faz repetidas vezes.
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Prancha frontal: posição inicial em decúbito frontal, com o apoio dos cotovelos
no solo, manter a cabeça, troncos e pernas retas e alinhadas.
Afundo Alternado: de pé, com as pernas esticadas na largura do quadril,
coloque as mãos na cintura. De um passo para trás com o pé esquerdo, sem que o
direito saia do chão e agache até que o joelho quase se encoste ao chão. O joelho
direito deve permanecer na mesma linha dos pés. Volte à posição inicial e repita o
exercício com o outro lado. Faça 12 vezes o agachamento de cada lado.
Agachamento no Bosú: trabalha o anterior da coxa, fique em cima do bosú e
realize um agachamento livre com os braços à frente. Procure jogar bem o quadril
para trás. O exercício pode ser feito com o bosú virado para cima ou para baixo,
pedindo cuidado.
Stiff: posição inicial em pé, os pés paralelos e afastados na largura dos
ombros, joelhos semiflexionados, segurar a barra à frente do corpo, com as mãos
em pronação e afastadas uma da outra na largura do quadril. Realizar o movimento
levando o quadril para trás enquanto o tronco se flexiona sem perder o alinhamento
da coluna, deslizar a barra próxima ao tronco em direção ao solo, até sentir uma
tensão excêntrica nos músculos isquiotibiais, retornar o movimento à posição inicial,
levando o quadril à frente, estendendo o tronco totalmente.
Prancha frontal: de bruços, você tem que apoiar os cotovelos e o antebraço
no chão e deixá-los alinhados aos ombros, com as pontas dos pés apoiadas no
chão, alinhe-os com os cotovelos. O corpo tem que ficar ereto e então deve-se
contrair o abdômen, nessa posição, deve-se tentar ficar por 30 segundos. Relaxar e
repetir o procedimento 5 vezes.
1.6 Protocolos
1.6.1 Salto Vertical com livre movimentação dos membros superiores
Este protocolo foi utilizado para determinar a potência de membros inferiores
dos participantes.
Para obtenção dos valores, os sujeitos iniciavam na posição em ortostática,
calcanhares no solo, pés paralelos, corpo lateralmente à parede com apenas o
braço dominante elevado verticalmente, considerando como ponto de referência à
extremidade mais distal das polpas digitais da mão dominante comparada à fita
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métrica, determinando o deslocamento vertical em centímetros através da diferença
da melhor marca atingida e do ponto de referência de cada um dos métodos.
Realizaram-se dez saltos para cada atleta com intuito de verificar as alturas
médias, máximas e mínimas dos saltos. Como parte inicial deste trabalho, utilizou-se
aquecimento específico com duração de aproximadamente 15 minutos. Na parte
principal, o avaliado realizava o salto e descansava em torno de 7 minutos para
realização de um novo salto, pelo fato de só saltar novamente após todos os outros
avaliados saltarem (MATSUDO, 1995).
1.6.2 Teste de flexibilidade
A forma utilizada para medir a capacidade de flexibilidade dos avaliados foi o
teste conhecido como Banco de Wells.
Ele é realizado ao sentar com os joelhos estendidos com as extremidades
inferiores totalmente em contato em uma caixa de madeira com dimensões
30x56x24cm. A analisada se posiciona com os membros inferiores estendidos e
superiores igualmente com suas mãos em pronação empurrando três vezes a régua
de aferição o máximo de distância que conseguir, considerando o que deu maior
valor (BARROS; GUERRA, 2004).
1.6.3 Teste de adipômetria
Foi utilizado um adipômetro científico da Marca Cardiomed, modelo Cescorf,
para determinar a composição corporal das voluntárias. Para efetuar as medições,
deve apertar a pele entre o polegar e o dedo indicador, em locais específicos do
corpo, colocar o adipômetro a cerca de 1 cm da dobra cutânea e registar a leitura
que o adipômetro indica. A medida deve ser realizada três vezes e calcular a média
de três leituras para obter a leitura definitiva desse ponto.
Após a determinação das dobras cutâneas para determinar a densidade
corporal, o protocolo para determinar composição corporal utilizado foi o de sete
dobras de (JACKSON; POLLOCK,1980), no qual os pontos de aferição são: peitoral,
abdominal, coxa, tríceps, subescapular, suprailíaco, meio da axila.
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1.7 Análise estatística
Os dados serão expressos em média e desvio padrão. Para os tratamentos
dos dados foi utilizado o teste t student para dados dependentes, no qual o nível de
significância adotado foi de p≤0,05.
1.8 Resultados
As características dos participantes da pesquisa seguem na tabela 1.
Tabela 1 - Características dos participantes
Idade
(anos)
Peso
(Kg)
Altura
(metros)IMC (Kg/m)
Média 33,5 67.5 1,61 26,008
DP 0,05 6,36 0,05 2,96
Fonte: elaborada pelos autores, 2017.
Tabela 2 - Resultados dos protocolos aplicados
Testes Pré Pós P
Percentual de Gordura
(%) 27,0 ± 4,34 25,37 ± 4,62 0,21
Flexibilidade
(cm) 27,43 ± 6,24 28,25 ± 8,65 0,01*
Massa Magra
(Kg) 49,163 ± 3,4949.879 ±
4,620,25
Massa Gorda
(Kg) 18,524 ± 4,3817,745 ±
4,65
0.27
Impulsão Vertical
(cm)27,44 ± 4,20 29,71 ± 4,75 0,08
Fonte: elaborada pelos autores, 2017. *p≤0,05
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Na tabela 2 estão os dados das avaliações no momento pré e pós-
treinamento.
Os resultados obtidos na pesquisa estão apresentados na tabela 2, sendo Pré
(avaliação dos testes realizada antes do início da pesquisa), Pós (avaliação dos
testes realizada após 8 semanas de treinamento funcional) e P (nível de
significância). Os dados estão expressos em média e desvio padrão.
Como pode ser observado, na presente pesquisa, obtemos resultados
estaticamente significativos apenas na flexibilidade.
1.9 Discussão
O presente trabalho mostrou uma melhora significativa na flexibilidade quando
comparada com o momento pré-treinamento.
De acordo com Aberg (2002), alguns dos principais benefícios do treinamento
funcional é uma melhora significativa na redução do percentual de gordura corporal,
embora, na presente pesquisa, não houve redução estatística, talvez pelo tempo de
treinamento ser de apenas 8 semanas.
Quanto ao método de treinamento, no presente estudo, o treinamento
funcional com carga foi realizado em forma de circuito combinado, havendo tanto a
execução de exercícios de força com deslocamento de cargas, como aeróbios, em
que intervalos de 60 segundos foram estabelecidos de um exercício para outro.
Sobre esse método e sua relação com a composição corporal, estudos recentes
demonstram que reduções de gordura corporal são observadas apenas nas
situações em que o treinamento em circuito está associado a dietas hipocalóricas
(Feet; Feet; Marchini, 2009), Kerksick et al., 2009), não havendo constatação de
alterações significativas na massa corporal magra. Em partes, os dados
apresentados por Feet; Feet; Machini, (2009) e Kerksick et al. (2009) corroboram
com os nossos resultados, tendo em vista que a dieta não foi monitorada e não
apresentaram reduções do percentual de gordura.
Em estudos realizados por Cattelan; Mota (2002), um dos grupos de atletas
realizou uma série de alongamentos estáticos por 25 minutos, durante seis
semanas, não encontrando resultados estaticamente significativos em avaliação
utilizando o Banco de Wells quanto à flexibilidade. Já no presente estudo, houve
10
uma melhora na flexibilidade possivelmente pelas alterações de treinamento com a
metodologia do treinamento funcional.
Com relação ao teste de impulsão vertical, a execução do exercício de pular
corda durante aulas de treinamento funcional junto com exercícios de membros
inferiores, com frequência de duas vezes por semana e duração de 8 semanas,
aumenta significativamente a altura alcançada pelas mulheres no teste de impulsão
vertical, já que o teste utilizado deve ser específico aos exercícios realizados e ser
responsivo aos efeitos da intervenção (ARRUDA; PIANÇA; OLIVEIRA, 2011). Fato
que nos faz acreditar que esse exercício ajuda de uma boa maneira nos resultados
do teste de impulsão vertical que aconteceu na nossa pesquisa, mesmo sendo
pequeno.
Dias; Guedes; Fittipaldi (2006), por sua vez, ao compararem os efeitos de
diferentes programas de exercício nos quadros clínico e funcional de mulheres com
excesso de peso, constataram que as voluntárias que realizaram um treinamento
combinado composto por exercícios de força em circuito e atividade aeróbia em
esteira e bicicleta ergométrica apresentaram maiores níveis de redução de gordura
corporal e aumentos de massa corporal magra, quando comparadas ao grupo de
mulheres que realizou treinamento de força isolado. Igualmente aos resultados do
nosso estudo, Dias; Guedes; Fittipaldi (2006) não constataram reduções
estatisticamente significativas de gordura corporal no primeiro grupo de mulheres.
No entanto, quando os valores são analisados na forma de percentual de gordura, a
significância estatística foi observada. Quanto aos aspectos alimentares, é
pertinente destacar que esses autores prescreveram dietas para as voluntárias,
procedimento que pode explicar os resultados encontrados referentes à composição
corporal. Analisando a nossa pesquisa, fica a dúvida se o resultado foi influenciado
pela alimentação do dia a dia das mulheres, pois não acompanhamos a dieta de
nenhuma delas.
1.10 Conclusão
O presente estudo teve como objetivo verificar a resposta do treinamento
funcional sobre as capacidades físicas de mulheres com melhora apenas na
flexibilidade.
11
Já nos demais testes como percentual de gordura, impulsão vertical, massa
magra e massa não apresentaram alterações estatísticas.
As melhoras nas outras capacidades físicas não foram tão eficazes talvez
pelo fato do período ter sido apenas 8 semanas, um tempo curto, afinal as
voluntárias já eram praticantes da modalidade pesquisada.
Sugerem-se pesquisas com tempo de intervenção e amostra maiores para
observar se os efeitos do treinamento funcional apresentem resposta semelhante
nas demais capacidades físicas como foi observado na flexibilidade.
Conclui-se que o treinamento funcional pode contribuir na melhora da
flexibilidade em mulheres.
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