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Esportes | pág. 15 Cidades | pág. 7 Cultura | pág. 11 Cidades | pág. 5 RIO DE JANEIRO Ano 3 | edição 157 25 a 28 de fevereiro de 2016 distribuição gratuita Elza, a mulher do fim do mundo Eleições na FIFA Entidade define novo presidente nesta sexta-feira (26) Divulgação Rafael Ribeiro/ CBF Stefano Figalo / Brasil de Fato Curta nossa página no Facebook A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu inquérito sobre o rompimento da barragem de rejeitos de mineração da Samarco. O presidente da empresa, Ricardo Vescovi, e outros seis diretores foram indiciados pelos crimes de inundação, poluição de água potável e homicídio qualificado, porque as vítimas não tiveram como se defender. Foram 17 mortes e duas pessoas continuam desaparecidas, mas foram também consideradas mortas pela polícia. Brasil | pág. 9 Frente formada por parlamentares está articulando ações em assentamentos no estado EXEMPLO O Brasil de Fato conta, nesta edição, a história de Chico Águia, um senhor de 74 anos. Ele abandonou uma vida de vícios para se dedicar às corridas. Novo disco e show da cantora estão sendo aclamados pelo público Polícia Federal pode prender presidente da Samarco Reforma Agrária ganha fôlego no Rio de janeiro Divulgação / MST

Brasil de Fato RJ - 157

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Esportes | pág. 15

Cidades | pág. 7

Cultura | pág. 11

Cidades | pág. 5

RIO DE JANEIRO

Ano 3 | edição 157

25 a 28 de fevereiro de 2016 distribuição gratuita

Elza, a mulher do fim do mundoEleições

na FIFA Entidade define novo presidente nesta sexta-feira (26)

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ção

Rafael Ribeiro/ CBF

Stefano Figalo / Brasil de Fato

Curta nossa página no Facebook

A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu inquérito sobre o rompimento da barragem de rejeitos de mineração da Samarco. O presidente da empresa, Ricardo Vescovi, e outros seis diretores foram indiciados pelos crimes de inundação, poluição de água potável e homicídio qualificado, porque as vítimas não tiveram como se defender. Foram 17 mortes e

duas pessoas continuam desaparecidas, mas foram também consideradas mortas pela polícia. Brasil | pág. 9

Frente formada por parlamentares está articulando ações em assentamentos no estado

EXEMPLO O Brasil de Fato conta, nesta edição, a história de Chico Águia, um senhor de 74 anos. Ele abandonou uma vida de vícios para se dedicar às corridas.

Novo disco e show dacantora estão sendo aclamados pelo público

Polícia Federal pode prender presidente da Samarco

Reforma Agrária ganha fôlego no Rio de janeiro

Divulgação / MST

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EXPEDIENTE

Desde 1º de maio de 2013

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora com edições regionais em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. O Brasil de Fato RJ circula todas as segundas e quintas-feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais.

CONSELHO EDITORIAL:Alexania Rossato,Antonio Neiva (in memoriam), Joaquín Piñero, Kleybson Andrade, Mario Au-gusto Jakobskind, Nicolle Berti, Rodrigo Marcelino, Vito Giannotti (in memoriam)

EDIÇÃO:Vivian Virissimo (MTb 13.344)

SUB-EDIÇÃO:Fania Rodrigues

REPORTAGEM:André Vieira, Bruno Porpetta e Pedro Rafael Vilela

REVISÃO: Sheila Jacob

COLUNA SINDICAL: Claudia Santiago

FOTÓGRAFO: Stefano Figalo

ESTAGIÁRIO: Victor Ohana

ADMINISTRAÇÃO: Carla Guindani

DISTRIBUIÇÃO: Kleybson Andrade

DIAGRAMAÇÃO: Juliana Braga

TIRAGEM MENSAL: 200 mil exemplares

(21) 4062 [email protected]

EDITORIAL

Quinta-feira, 25 de fevereiro, Rio de Janeiro, Brasil

º C | F34Parcialmente

nublado

PREVISÃO DO TEMPO

Font

e: G

oogl

e

Os últimos acontecimen-tos políticos no Brasil

deixam muito claro o com-portamento do tipo “dois pe-sos, duas medidas” adotado pela mídia conservadora na-cional. A prova concreta é a série de graves denúncias da jornalista Miriam Dutra Sch-midt contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

A Veja, por exemplo, sema-nalmente apresenta denún-cias contra Lula, a maior par-te sem provas. A revista, em sua última edição, centrou o noticiário em acusações con-tra o ex-presidente e ignorou as denúncias da ex-corres-pondente da Rede Globo em Londres e Barcelona.

MÍDIA CONSERVADORAO comportamento dos de-mais órgãos de imprensa não tem sido diferente. Depois de alguns deles noticiarem o fato, a sequência não aconte-ceu. Há 20 anos, foram noti-ciadas as implicações do ro-mance entre a jornalista e o político que presidia o país com exclusividade pela revis-ta Caros Amigos. A mídia con-servadora ignorou as denún-cias durante todos estes anos, que implicavam no favoreci-

Pode-se imaginar qual seria o com-portamento da mí-dia conservadora se as acusações de Miriam Dutra tivessem como alvo, digamos, o ex-presidente Lula da Silva?

mento à Rede Globo pelo BN-DES, segundo as denúncias.

Os brasileiros ficaram sa-bendo que, com a cumplici-dade da TV Globo, FHC con-seguiu o silêncio sobre a re-messa de 100 mil dólares e até a compra de um apartamen-to em Barcelona no valor de quase 1 milhão de dólares. A

Estilo jornalístico: dois pesos e duas medidas

ta vez divulgados pela mídia conservadora, o fato deve ser investigado com maior rigor pela Polícia Federal.

O que não se pode aceitar como rotina é o fato de a mí-dia simplesmente deixar de acompanhar o acontecimen-to, como, aliás, já aconteceu em outras denúncias contra FHC.

Pode-se imaginar qual se-ria o comportamento da mí-dia conservadora se as acu-sações de Miriam Dutra Sch-midt tivessem como alvo, di-

gamos, o ex-presidente Lula da Silva? E se Lula tivesse um apartamento de luxo em Pa-ris, como FHC?

opinião pública ficou saben-do também que FHC, segun-do denúncia da jornalista Mi-riam Dutra, enviava os valo-res para a jornalista através da empresa Brasif, que na época pertencia à conhecida famí-lia Jorge Bornhausen, parcei-ro político de FHC.

É certo que, mesmo com desmentidos de FHC, des-

Os últimos acontecimentos políticos no Brasil deixam muito claro o comportamento do tipo “dois pesos, duas medidas”

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Rio de Janeiro, 25 a 28 de fevereiro de 20162 | Editorial

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EM FOCO

Reprodução

Divulgação

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ção

A editora La Nave di Teseo anunciou que vai adian-

tar a publicação do livro de Umberto Eco, famoso escri-tor italiano que faleceu no úl-timo dia 19 de fevereiro. O li-vro reúne crônicas e artigos sobre a sociedade atual.

Ao lamentar a morte do es-critor, o presidente da Itália, Sergio Mattarella, destacou que os textos críticos e as no-velas de Umberto Eco deram grande prestígio ao país e en-

Fidel Castro disse re-centemente que lutar pela paz é o dever mais sagrado de todos os seres humanos.

O vocalista do Ultraje a Ri-gor, Roger Moreira, man-dou mal semana passada ao xingar a plateia em aber-tura do show dos Rolling Stones, no Maracanã.

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TRAGÉDIA Depois de devastar Mariana, em Minas Gerais, a lama da Samarco pode chegar à costa do Rio de Janeiro. A lama percorreu mais de 600 km do Rio Doce, chegou ao litoral capixaba e agora está no município de Presidente Kennedy, perto da divisa com o Rio de Janeiro.

FRASE DA SEMANA

riqueceram a cultura em todas as partes.

O escritor ficou co-nhecido principal-mente pelo romance “O nome da rosa”, que também vi-rou filme. Um clássico da li-teratura e do cinema.

Divulgação

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Novo livro de Umberto Eco será lançado sexta (26)

“Eu me inspirei no Fernando Henrique Cardoso”,

disse José de Abreu sobre seu personagem na novela “A Regra do Jogo”.

LAVA JATO

João Santana deve depor em Curitiba

O publicitário João San-tana e sua esposa Mônica Moura tiveram a prisão tem-porária decretada na 23ª fase da Operação Lava Jato nesta semana. Eles foram encami-nhados à Superintendência da Polícia Federal em Curiti-ba. A operação investiga a re-lação de Santana com a em-presa Odebrecht. A emprei-teira também é alvo de in-vestigações da Polícia Fede-ral e teria feito repasses fi-nanceiros ao publicitário no exterior.

MERCADO FINANCEIRO

Agência rebaixa nota do Brasil

A agência Moody’s rebai-xou o Brasil para Ba2, a se-gunda nota do grau espe-culativo. O rebaixamento pela Moody’s já era espera-do pelo mercado financeiro. Entre as três maiores agên-cias de classificação de risco, a Moody’s era a única que ainda não tinha tirado o grau de investimento do país, que estava em Baa3. Além do re-baixamento, a agência co-locou o país em perspec-tiva negativa, o que signifi-ca que pode reduzir ainda mais a classificação do país nos próximos meses.

Rio de Janeiro, 25 a 28 de fevereiro de 2016 Geral l 3

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Pedro MartinsDo Canal Ibase

Regina Bienenstein (Nephu-UFF) e Giselle Tanaka (Ettern-UFRJ) | Arquitetas, urbanistas e pesquisadoras

A Vila Autódromo é uma comunidade que, desde

o início das obras do Parque Olímpico em 2010, já sofreu uma série de remoções. Para lutar contra a expulsão de suas moradias, a Associação de Moradores iniciou um diálogo com pesquisadores da UFF e da UFRJ para apresentar uma alternativa à prefeitura. Com a assessoria técnica dos estu-diosos, os moradores cons-truíram uma proposta de Pla-no Urbanístico para a localida-de. A primeira versão do pla-no foi apresentada em 2013, e agora uma versão atualiza-da será apresentada no pró-ximo sábado (27). Nesse dia, haverá demarcação dos lo-tes do miolo da comunidade, área que não será afetada pe-las obras de acesso ao Parque Olímpico. As arquitetas, urba-nistas e pesquisadoras Regi-na Bienenstein (Nephu-UFF) e Giselle Tanaka (Ettern-UFRJ) esclareceram um pouco mais sobre essa ferramenta de luta em entrevista.

Como surgiu a iniciativa de fazer um plano urbanístico para a Vila Autódromo?Giselle Tanaka: Em uma reu-nião do Comitê Popular da Copa e da Olimpíada, mora-dores da Vila Autódromo fala-ram que precisavam de uma assessoria porque o prefeito tinha mencionado essa pos-sibilidade numa reunião em 2010. Ele dizia que a Vila Au-tódromo estava ali só dizen-do que não queria ser removi-da, mas não apresentava ne-nhuma alternativa. Então os moradores falaram: “A gen-te quer apresentar uma alter-nativa!”.

Vila Autódromo: moradores pressionam prefeitura com novo plano popular

blico que faz É o mercado que tem força sobre esse Estado e esse município para conduzir seus interesses.

Que pontos concretos vocês gostariam de destacar do projeto?Regina: O que a gente defen-de é uma urbanização com-pleta da área, com condições de acessibilidade garantidas tanto internamente quanto para o exterior, porque os mo-radores precisam entrar e sair do seu local de moradia. Tem que ter áreas de lazer e recrea-ção. Tem que ter Centro Cul-tural, pois diversos eventos, como o “Ocupa Vila Autódro-mo” se desenvolvem ali. Prevê uma creche comunitária num primeiro momento, mas tam-bém tem reservado um local para creche municipal, pois acreditamos que isso também seja um direito deles. Tem, ainda, a sede da Associação de Moradores e os lotes para mo-radia que resolvam inclusive problemas de ter mais de uma família numa mesma casa. Além do planejamento de sa-neamento básico.

Fernando Frazão / Agência Brasil

Divulgação/ Justiça Global

REMOÇÃO A sede da Associação de Moradores da Vila Autódromo foi demolida nesta quarta-feira (24). A ação atendeu a decreto de desocupação assinado em março pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB).

O Plano contou com a par-ticipação dos moradores. Como é realizar um projeto urbanístico em diálogo com a população? Como foi cons-truída essa participação?Regina: Na medida em que eles pedem essa assessoria, a gente começa um processo em que eles comandam essa construção. Primeiro apon-tam quais são os problemas, dizendo o que eles querem e como acham que devem ser resolvidos. A gente faz esse diálogo em assembleias, em oficinas, dividimos em peque-nos grupos que depois se reú-nem e discutem os resultados.

Como vocês veem a postura da prefeitura de inviabilizar a estadia das pessoas ali?Regina: Essa violência não acontece só na Vila Autódro-mo, ela acontece em várias áreas populares. Está aconte-cendo em termos de replane-jamento das linhas de ônibus, quando você dificulta o acesso dos trabalhadores mais pobres

à zona sul, que é mais valori-zada. É uma política que tem um norte muito claro de lim-peza social, tirando os pobres das regiões mais valorizadas.

É possível que o exemplo de um Plano Urbanístico construído em diálogo com a comunidade seja incorporado como méto-do para as políticas públicas e

discussão da cidade?Regina: Serve como mode-lo e comprovação de que este tipo de planejamento é viável, mas precisa ter vontade polí-tica para fazer. Porque o que a gente tem visto em termos de planejamento, inclusive de uso e ocupação do solo, é uma condução do mercado imobiliário. Não é o poder pú-

Mesmo com remoções, moradores estão propondo alternativas para garantir a permanência no local

Rio de Janeiro, 25 a 28 de fevereiro de 20164 | Entrevista

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Bruno Porpetta do Rio de Janeiro (RJ)

Stefano Figalo / Brasil de Fato

Um senhor de 74 anos, pró-ximo de completar sua

septuagésima quinta prima-vera, mostra à juventude que o esporte pode se tornar uma espécie de redenção após uma vida de vícios que agridem a própria saúde.

Chico Águia nasceu no Rio Grande do Norte, embora te-nha sido criado em Recife até os 17 anos, mas se considera “mais carioca do que qualquer outra coisa”. Afinal, já são quase quase 60 anos vivendo no Rio.

Trabalha em um lar que pres-ta assistência a crianças e jovens do Morro do Salgueiro, na Tiju-ca, dedicando-se integralmente àquele que considera seu novo vício, amar o próximo.

Uma úlcera, em 1981, que quase lhe tirou a vida, fez com que largasse o cigarro. Seu Chi-co, consciente de que seu esta-do era grave, prometeu a Deus que, caso sobrevivesse, larga-ria definitivamente o vício.

Dito e feito, mesmo com o “presente” que ganhou logo após sair do Hospital Pedro Ernesto, um pacote de cigar-ros. Para ele, um teste de Deus à sua promessa.

A corrida entrou na vida des-te ex-pugilista em 2003, após ser encontrado pela esposa e suas três filhas caído no chão, por causa do excesso de ál-cool. Dali em diante, trocou a bebida pelo atletismo.

Seus objetivos, inicialmen-te, não foram nada modestos. Passou a se preparar para cor-rer meia-maratona (21 km). Da primeira competição ele se lembra com detalhes.

Ainda de madrugada, acor-dou e pegou um ônibus para São Conrado. Já com o sol a pino, correria até o Aterro, onde pensou em desistir. Um jovem, com palavras de in-centivo e a mão no seu om-bro, o fez continuar.

Para quem havia, pela primei-ra vez, corrido 21 km, a maior di-ficuldade depois foi conseguir subir no ônibus e voltar para a Tijuca. Aquela medalha pela

participação na prova foi a pri-meira de “seiscentas e tantas” que Chico Águia conquistou.

Depois dessa, Chico partici-pou de provas em Paraty, São Paulo, Nova Friburgo, Teresó-

polis, Morro do Vidigal e a tra-dicional Meia-Maratona da Pampulha, em Belo Horizon-te (MG).

PÉS DESCALÇOSProfundamente religioso, Chi-co tomou uma decisão que, segundo ele, o faria ser o re-presentante das pessoas que vivem nas ruas, sem ter o que calçar. Aboliu o tênis de corri-

da e passou a correr descalço.Com os pés no chão, vieram

as primeiras vitórias em sua ca-tegoria, entre 60 e 64 anos à épo-ca. Para Chico, foi a voz de Deus que o fez abandonar os calçados e, tal como Moisés, desta forma se sentia atravessando o Mar Vermelho. Uma história que ar-ranca algumas lágrimas de Chi-co Águia até hoje.

Toda esta superação e von-tade de viver que Chico de-monstra serve como exemplo aos jovens e até deficientes vi-suais, aos quais ele serve como guia em algumas corridas.

Para Chico, o atletismo é

A única lamentação que este exemplo de vida tem é o fechamento do Estádio de Atletismo Célio de Barros

Atleta idoso dá exemplo de vida aos jovensChico Águia abandonou uma vida de vícios para se dedicar às corridas

Alegria e disposição são “armas” de Chico Águia para superar dificuldades

Chico Águia nasceu no Rio Grande do Norte, mas se considera carioca

Novo vício do atleta Chico Águia é amar o próximo

uma forma de inclusão so-cial através do esporte reple-ta de possibilidades, dentre as quais tirar os jovens do ca-minho da criminalidade e dar condições para que eles aju-dem suas famílias.

A única lamentação que este exemplo de vida tem é o fechamento do Estádio de Atletismo Célio de Barros, no Maracanã, onde já conquis-tou muitas das suas meda-lhas. Além do espaço de prá-tica esportiva, lá os jovens ti-nham a oportunidade de co-nhecer sua rica história de amor à vida e ao ser humano.

Rio de Janeiro, 25 a 28 de fevereiro de 2016 Cidades l 5

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O Plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (24) o fim da participação obrigatória da Petrobrás no modelo de partilha de produção de petróleo, vá-lido para a exploração da camada pré-sal. Original-mente de autoria do sena-dor José Serra (PSDB-SP), ele tramitava em regime de urgência. Foram 40 votos a favor e 26 contra. O projeto segue agora para a Câmara dos Deputados.

Pela lei atual, aprovada em 2010, a Petrobrás deve atuar como operadora úni-ca dos campos do pré-sal com uma participação de pelo menos 30%. Também é a empresa responsável pela condução e execução, direta ou indireta, de todas as atividades de explora-ção, avaliação, desenvolvi-mento e produção.

ATRASOO ministro do Trabalho

Texto aprovado por deputados agora vai à sanção da presidenta Dilma Rousseff

A Câmara dos Deputa-dos aprovou nesta quar-

ta-feira (24) o Projeto de Lei 2016/15, que tipifica o crime de terrorismo. O projeto, que agora vai para a sanção pre-sidencial, classifica como ato de terrorismo “a prática, por um ou mais indivíduos, de atos por razões de xenofobia, discriminação ou preconcei-to de raça, cor, etnia e religião, com a finalidade de provocar terror social ou generalizado, expondo a perigo pessoa, pa-trimônio, a paz pública e a in-columidade pública”.

Os deputados rejeitaram as mudanças no texto promovi-das pelo Senado e mantive-ram a proposta aprovada na Câmara, em agosto de 2015.

Divulgação

e da Previdência Social, Mi-guel Rossetto, comentou que a mudança no marco regu-latório do pré-sal para tornar facultativa (não obrigatória) a participação da Petrobrás na exploração da área será um atraso para o Brasil.

De acordo com Rossetto, trabalhadores e sindicatos devem se posicionar contra-riamente à tentativa de mu-dança no marco regulatório do pré-sal.

Segundo o senador Rober-to Requião (PMDB-PR), o projeto aprovado nesta quar-ta-feira “não tem sentido” e não haverá investimento es-trangeiro, apenas a entrega das reservas brasileiras pa-ra as multinacionais. “É um projeto que quebra a Petro-brás, porque, sem o pré-sal, ela não sobrevive à crise, que pode ser ultrapassada rapi-damente. Sobe o preço do petróleo, vai para o patamar dos US$80, e está tudo isso resolvido”, destacou. (ABr)

Texto final exclui movimentos sociais do crime de terrorismo

Aprovado projeto que desobriga Petrobrás a participar do pré-sal

Congresso aprova projeto de lei antiterrorismo

Jovem trabalhador é morto na Maré

Policiais da Coordenado-ria de Recursos Especiais (Core) são acusados de ma-tar o jovem Igor Firmino da Silva, de 18 anos, mora-dor da Maré, na última se-gunda-feira (22), duran-te uma operação da Polícia Civil. Segundo moradores, o jovem trabalhava em uma farmácia na localidade do Parque União, na Maré.

Na internet foi divulgado um vídeo que mostra o jo-

vem sendo colocado na ca-çamba de uma caminho-nete da Core, após ser ba-leado. Moradores da Maré denunciam que Igor já es-tava morto quando foi le-vado, e que, portanto, não poderia ter sido retirado da cena do crime.

A Polícia Civil informou que um inquérito foi aber-to para apurar o caso e as armas dos policiais já fo-ram apreendidas.

população”, disse Maia em seu parecer.

SEM DEBATEMesmo com a exclusão, de-putados argumentaram que a proposta poderia abrir mar-gem para criminalizar mani-festações políticas. O depu-tado Glauber Braga (Psol-RJ) criticou a falta de debate em torno do projeto. “Não é à toa que mais de 90 entidades as-sinaram um manifesto contra o projeto”, disse Braga.

De acordo com o texto aprovado na Câmara, as pe-nas para quem for enquadra-do nas atividades considera-das terroristas variam de 12 a 30 anos de reclusão em regi-me fechado. (ABr)

A principal divergência com a proposta aprovada no Senado girou em torno de um artigo que evitava o enqua-dramento como ato terrorista de violência praticada no âm-bito de movimentos sociais.

O texto final, um substitu-tivo apresentado pelo relator Arthur Maia (SD-BA), exclui os movimentos sociais des-se tipo de crime, criando uma espécie de salvaguarda.

Para Maia, ações dos mo-vimentos sociais não po-dem ser comparadas com atos terroristas. “O Senado Federal suprimiu a cláusu-la de salvaguarda democrá-tica, inserida por esta Casa, que assegurou o direito de manifestação por parte da

Rio de Janeiro, 25 a 28 de fevereiro de 20166 | Cidades

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Fotos: Paulo Polônio

As terras que um dia fo-ram usadas para plantar

apenas cana-de-açúcar e ti-nham apenas um dono hojeabrigam mais de 500 famílias que estão plantando e co-lhendo frutas, verduras, legu-mes e raízes, como o aipim, e que alimentam toda a região de Campos dos Goytacazes. Tudo isso sem agrotóxico.

O assentamento da reforma agrária Zumbi dos Palmares foi a primeira conquista do Movimento dos Trabalhado-res Sem Terra (MST) na região do norte fluminense. A fazen-da de 8,5 mil hectares perten-

Reforma Agrária ganha reforço na AssembleiaAgricultores de assentamentos da reforma agrária enfrentam dificuldades no campo

Fania Rodrigues do Rio de Janeiro (RJ)

cia à antiga Usina São João, desapropriada em 1997 e des-tinada à reforma agrária.

Hoje, todas as famílias que vivem no Zumbi dos Palmares dependem da agricultura para sobreviver. Mas, o difícil acesso ao crédito, a falta de estrutura e tecnologias que poderiam fa-cilitar a vida no campo, assim como a dificuldade no escoa-mento da produção, dificul-tam a vida dos camponeses.

FRENTE PARLAMENTARPara vencer essas barreiras que dividem a cidade moderna do campo atrasado, os agriculto-res vão ganhar um novo refor-ço: a Frente Parlamentar pela Agricultura Familiar e Reforma Agrária de deputados estaduais do Rio de Janeiro.

“Em tempos de crise, os pouquíssimos recursos que eram destinados à reforma agrária foram cortados. Vejo essa frente parlamentar como

algo promissor, que pode aju-dar a construir políticas públi-cas para o campo”, diz Francis-co Fortunato, um dos agricul-tores do assentamento Zumbi dos Palmares.

DIFICULDADESDesde 2013 o estado do Rio de Janeiro vem sofrendo com se-cas severas. Isso tem causa-do perda na produção e feito com que os camponeses con-

traiam dívidas, já que a ven-da dos produtos agrícolas não é suficiente para o pagamen-to de financiamentos e gastos com o cultivo.

“Vamos agilizar os proces-sos parados nas instituições e brigar por mais qualidade de assistência técnica, forma-ção para os jovens em agro-nomia e demais cursos aqui”, garantiu a presidente da Fren-te, deputada Rosângela Zei-dan (PT). Ela esteve no as-sentamento semana passa-da, acompanhada dos depu-tados estaduais João Peixoto (PSDC) e Papinha (PP).

Por lei, os assentados têm direito a assistência técnica, mas há anos os agricultores não receberam nenhum tipo de suporte da prefeitura de Campos, do estado e Institu-to Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA).

O problema de falta de assis-tência técnica é agravado com a

baixa qualidade do solo, inexis-tência de um programa de irri-gação e condições adequadas para escoamento da produção.

REFORÇO AO CAMPO“Ter no estado uma frente par-lamentar que apoia o campe-sinato pra gente é muito im-portante. Há uma valorização muito grande do setor de ser-viço, da indústria e do turismo, mas o campesinato fica esque-cido”, destaca Marcelo Durão, da direção estadual do MST.

“Precisamos de mais políti-cas públicas para dar vez e voz ao campo. Então, essa frente pode contribuir com a rees-truturação no campo”, ressal-ta o dirigente do MST.

A falta de escolas rurais, a violência no campo e o uso de trabalho escravo em algu-mas fazendas grandes de pro-dução de cana são outros pro-blemas enfrentados nessa re-gião do Rio de Janeiro.

Vejo essa frente parlamentar como algo promissor, que pode ajudar.Francisco Fortunato, assentamento Zumbi dos Palmares

A produção de farinha de mandioca é uma das fontes de renda dos agricultores em Campos dos GoytacazesParlamentares visitam o assentamento Zumbi dos Palmares nesta semana

Rio de Janeiro, 25 a 28 de fevereiro de 2016 Cidades l 7

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Evo Morales não poderá se candidatar nas próximas eleiçõesCom 99,72% das urnas

apuradas, o “não” à nova reeleição do presidente Evo Morales ganhou o disputado referendo realizado domin-go (21), com 51,3% dos vo-tos. O ‘sim’ obteve 48,7%. Os resultados foram divulgados pelo Tribunal Supremo Elei-toral (TSE) da Bolívia.

No entanto, o resultado fi-nal somente será divulgado no dia 6 de março, após a rea-lização de uma nova votação em mesas eleitorais de Santa Cruz, La Paz e Beni.

Jallasi / ABI

Divulgação

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ção

LÍBIA Os Estados Unidos voltaram a atacar cidades líbias e mataram dezenas de pessoas na última semana. Com a justificativa de combater o Estado Islâmico, os EUA realizaram ataques aéreos sem aprovação do Conselho de Segurança da ONU. Dois sérvios sequestrados pelos jihadistas estavam entre os mortos.

O papa Francisco fez um apelo à comunidade inter-nacional para que haja um acordo sobre o fim defini-tivo da pena de morte.

“Mesmo o criminoso mantém o direito inviolável à vida, dom de Deus. Faço um apelo à consciência dos governantes, de modo que se possa alcançar um con-senso internacional para a abolição da pena de morte”, disse o pontífice.

Perante os milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro, ele sustentou que o Jubileu Extraordiná-rio da Misericórdia é uma ocasião propícia para pro-mover no mundo formas sempre mais maduras de respeito pela vida e pela dignidade de cada pessoa.

Ex-agente diz que voltaria aos EUA se governo fosse justo

SOCIEDADE

Papa pede o fim da pena de morte

O ex-agente secreto da Agên-cia Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA) Edward Snowden, que atualmente está refugiado na Rússia, disse que aceitaria voltar a seu país se as autoridades garantissem uma investigação justa.

“Disse ao governo [dos EUA] que voltarei se me garantirem um processo justo, onde eu possa defender os interesses da sociedade”, disse Snowden. Edward Snowden vazou documentos confidenciais dos Estados Unidos

Resultado será respeitado, diz Evo

tará o resultado. “Nós não so-mos um governo, somos uma revolução democrática e pací-fica. O movimento [MAS, Movi-mento Ao Socialismo, seu par-tido] que temos na Bolívia é único no mundo, e sua verda-deira base são os movimentos sociais”, declarou Evo, reiteran-do que, independentemente do resultado, “a luta segue”.

Diante desse resultado, Evo Morales fica no poder até 2020. Ele foi reeleito em 2014 e no ano passado assumiu um novo mandato de cinco anos.

Ele destacou que os EUA o atacam por estar na Rússia, mas ao mesmo tempo não lhe permitem sair do país.

Em junho de 2013, Snow-den vazou informações à im-prensa sobre os arquivos con-fidenciais do programa de vi-gilância global dos EUA. De-pois disso, o americano fugiu para a China e, depois, para a Rússia, onde recebeu asilo em agosto de 2013.

Morales e o vice-presiden-te, Álvaro García Linera, pe-diram apoio à proposta para tentar concorrer mais uma vez nas eleições de 2019, em busca de um quarto mandato conse-cutivo até 2025. Ambos gover-nam a Bolívia desde 22 de ja-neiro de 2006 e exercem, no momento, o terceiro mandato.

A esperança do governo era o voto rural, que poderia compen-sar as derrotas nas regiões urba-nas, mas, no final, de dez estados, o ‘sim’ ganhou somente em três.

Morales afirmou que respei-

Divulgação

Rio de Janeiro, 25 a 28 de fevereiro de 20168 | Mundo

Page 9: Brasil de Fato RJ - 157

Pedro Rafael Vilelade Brasília (DF)

A polícia deve abrir uma investigação paralela para apurar possíveis irregularidades nos licenciamentos

Fotos: EBC Memória

A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu inqué-

rito sobre o rompimento da barragem de rejeitos de mi-neração da Samarco e as mortes decorrentes da tra-gédia. Ao todo, sete pessoas foram indiciadas pelos cri-mes de inundação, polui-ção de água potável e homi-cídio qualificado, porque as vítimas não tiveram como se defender. Foram 17 mortes e duas pessoas continuam de-saparecidas, mas foram tam-bém consideradas mortas pela polícia.

Com o fim das investiga-ções policiais, foi pedida a pri-são preventiva (por prazo in-determinado) de seis diretores da Samarco, entre eles, o presi-dente licenciado, Ricardo Ves-covi, e o diretor-geral, Kleber Terra. Outro indiciado é o en-genheiro Samuel Santana Paes, da empresa VogBr, responsável pela declaração de estabilidade da barragem de Fundão.

TRAGÉDIA ANUNCIADAO rompimento da barragem do Fundão ocorreu no dia 5 de novembro do ano pas-sado. Em poucos minutos, a enxurrada de 62 milhões de metros cúbicos de lama atin-giu o distrito de Bento Rodri-gues, em Mariana, região cen-tral de Minas Gerais, que fi-cou praticamente destruído e deixou centenas de famílias desabrigadas. A lama alcan-çou também outros distritos da região, como Águas Cla-ras, Ponte do Gama, Paracatu de Minas, além da cidade de Barra Longa. Os rejeitos ainda foram levados pelo rio Doce, afetando dezenas de cidades em Minas Gerais e no Espírito

Polícia pede prisão de diretores da mineradora SamarcoEntre os crimes apontados, estão homicídio qualificado, poluição e inundação. OAB quer investigação sobre licenciamento ambiental

Santo. A poluição ambiental, considerada a maior da histó-ria do Brasil, alcançou o ocea-no Atlântico pelo litoral capi-xaba, inviabilizando a pesca – proibida pela Justiça Federal – e o turismo.

As investigações da Polícia Civil apontaram que um con-junto de fatores provocou o rompimento da barragem do Fundão. Um deles foi a mu-

dança na forma da barragem. Em 2013, era uma linha reta, mas, um ano depois, o traça-do da barragem ganhou um recuo, em forma de “S”. Esse recuo foi construído sobre a própria lama, o que deses-tabilizou a estrutura. Segun-do os peritos, o desvio do eixo foi para não afetar a drena-gem de uma área da minera-dora Vale, uma das donas da

Samarco, que tem uma mina também de minério de ferro ao lado da barragem que se rompeu. Para o delegado res-ponsável pelo caso, Rodrigo Bustamante, os diretores in-diciados assumiram o risco da ruptura da barragem. “Ti-nham conhecimento dessas

falhas, tinham o poder de de-cisão e nada fizeram”, aponta.

INVESTIGAÇÕESUm representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Minas Gerais elogiou o tra-

balho da polícia, mas pediu ampliação das investigações para a diretoria anterior da Sa-marco e as autoridades que concederam o licenciamen-to ambiental da barragem, du-rante os governos de Aécio Ne-ves e Antônio Anastasia, ambos do PSDB. “A maioria dessas li-cenças ambientais foram con-cedidas durante a gestão an-terior da empresa e do gover-no. É preciso saber os critérios utilizados nesses licenciamen-tos. A polícia deve abrir uma in-vestigação paralela para apurar possíveis irregularidades nes-ses processos e responsabili-zar autoridades envolvidas”, defende Willian Santos, presi-dente da comissão de direitos humanos da OAB/MG. Ainda segundo o advogado, outras barragens de mineração no es-tado podem estar comprome-tidas se tiver havido falhas ou má-fé na concessão das licen-ças ambientais.

Rompimento da barragem do Fundão ocorreu no dia 5 de novembro do ano passado. Poluição ambiental é considerada a maior da história do país

Enxurrada deixou centenas de famílias desabrigadas em Bento Rodrigues

Rio de Janeiro, 25 a 28 de fevereiro de 2016 Brasil l 9

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A Justiça definiu que a Cedae só pode cobrar ta-xa de esgoto nos casos em que coleta, trata e dá uma destinação adequada aos dejetos. A questão foi jul-gada essa semana pelos desembargadores da 11ª Câmara Cível do Rio, que interpretaram a cobran-ça como ilegal, pois fere o artigo 225 da Constitui-ção. “Todos têm direito ao meio ambiente ecologica-mente equilibrado, bem de uso comum do povo e es-

Depois de ofender LGBT, ex-secretário pode ser punido

A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janei-

ro quer que o ex-secretário estadual Assistência Social e Direitos Humanos, Ezequiel Teixeira, pague uma indeni-zação no valor de R$ 1 mi-lhão. Os recursos serão re-vertidos em ações da Secre-taria de Estado de Assistên-cia Social e Direitos Huma-nos para a promoção dos di-reitos da população de gays, lésbicas, bissexuais, transe-xuais e travestis (LGBT).

Para isso, por meio do Nú-cleo Especializado de Defesa da Diversidade Sexual e dos Direitos Homoafetivos (Nu-diversis), a Defensoria en-trou com uma ação de repa-ração de danos morais cole-

Divulgação

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sencial à qualidade de vi-da”, diz a lei.

Nos últimos anos, a Cedae e outras empresas de sanea-mento foram alvo de várias ações na Justiça. Depois de algumas decisões conflitan-tes sobre o tema, o Tribunal de Justiça do Rio aceitou a tese de que não bastava ape-nas coletar, mas dar um des-tino adequado para o esgo-to. Isso, tomando como base o Código de Defesa do Con-sumidor, por ser considera-do quebra de contrato.

Moradores de São Gonçalo sofrem consequência de esgoto

Ex-secretário estadual foi exonerado depois de dizer que acredita na “cura gay”

Cedae é proibida de cobrar por esgoto onde não há tratamento

Pastor Ezequiel pode pagar indenização de R$ 1 milhão

Jovem trabalhador é morto na Maré

Policiais da Coordenado-ria de Recursos Especiais (Core) são acusados de ma-tar o jovem Igor Firmino da Silva, de 18 anos, mora-dor da Maré, na última se-gunda-feira (22), duran-te uma operação da Polícia Civil. Segundo moradores, o jovem trabalhava em uma farmácia na localidade do Parque União, na Maré.

Na internet foi divulgado um vídeo que mostra o jo-

vem sendo colocado na ca-çamba de uma caminho-nete da Core, após ser ba-leado. Moradores da Maré denunciam que Igor já es-tava morto quando foi le-vado, e que, portanto, não poderia ter sido retirado da cena do crime.

A Polícia Civil informou que um inquérito foi aber-to para apurar o caso e as armas dos policiais já fo-ram apreendidas.

do ex-secretário em entrevis-ta em que manifestou ser fa-vorável à chamada ‘cura gay’ e comparou a homossexuali-dade à AIDS e ao câncer”.

RESPOSTA AO PÚBLICOA Ação Civil Pública tam-bém pede que o ex-secre-tário pague pela publicação de um informativo da De-fensoria Pública para escla-recer os direitos da popu-lação LGBT, em veículo de grande circulação no esta-do do Rio de Janeiro. O tex-to deve ser publicado com o mesmo destaque e exten-são da entrevista concedida pelo ex-secretário ao jornal O Globo, que foi divulgada na quarta-feira (17).

Os recursos serão revertidos em ações da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos para a promoção dos direitos da população LGBT

tivos contra o ex-secretário.De acordo com a entida-

de, a ação é resultado da “hu-milhação pública da comuni-dade LGBT, após declaração

Rio de Janeiro, 25 a 28 de fevereiro de 20166 | Cidades

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Uma das maiores personalidades da história da música popular brasileira, Elza Soares volta à cena em grande estilo com o disco e o show A Mulher do Fim do Mundo

Divulgação

Marcos Hermes

Marcos Hermes

Stephane Goana Munnier

Divulgação

Uma das maiores persona-lidades da história da mú-

sica popular brasileira, Elza Soares volta à cena em gran-de estilo com o disco e o show A Mulher do Fim do Mundo e circula  por diversos estados brasileiros. O espetáculo e o disco estão sendo aclamados pelo público.

O disco ganhou prêmios importantes como “Melhor Show Nacional”, da Folha de São Paulo e do Estado de São Paulo, e de “Melhor Álbum”, pela APCA (Associação Paulis-ta de Críticos de Artes). A revis-ta Rolling Stone Brasil também a premiou com o “Melhor Ál-bum de 2015” e “Melhor Mú-sica de 2015” para a canção “Maria da Vila Matilde”.

CENÁRIOEm um show com 15 mú-sicos, a mulher do fim do mundo entra em palco sen-tada em um trono metálico em meio a um ambiente cer-cado por mil sacos plásticos de lixo preto. O cenário, que é um espetáculo à parte, foi concebido pela artista Anna Turra, que assina também a luz e as projeções do show.

O repertório traz músicas do novo álbum, como a faixa-título “A Mulher do Fim do Mundo”, “Coração do Mar”, “Firmeza?!”, Benedita”, “Ma-ria da Vila Matilde”, além de incluir sucessos da carreira de Elza como “Malandro”, “A Carne” e “Volta por cima”.

SHOW NO RIONo dia 18 de março, o Circo Voador será o grande palco

desse espetáculo que tem fei-to sucesso por onde passa. O Rio de Janeiro é cidade natal de Elza Soares, e a Lapa, prin-cipal cenário da boemia cario-ca. Justamente por isso exis-te grande expectativa em re-lação à apresentação da artis-ta de 78 anos que, mesmo de-pois de uma delicada cirurgia e seis pinos na coluna, parece estar mais viva do que nunca.

Elza Soares volta aos palcos em grande estiloO disco “A Mulher do Fim do Mundo” está entre os mais premiados de 2015

Novo disco de Elza está sendo aclamado pelo público

“A mulher do Fim do Mundo” já ganhou prêmios importantes

Palco metalizado é cercado por mil sacos de lixo

Repertório traz músicas novas e grandes sucessos da cantora Elza vai se apresentar no Rio

Rio de Janeiro, 25 a 28 de fevereiro de 2016 Cultura l 11

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Variedades l 13

Coxinha de inhameDiv

ulga

ção

Ingredientes

• 500 g de inhame cozido e espremido

• 1 litro de água quente

• Caldo de carne

• 1 colher de manteiga

• Sal e pimenta a gosto

• 6 xícaras de chá de farinha de trigo

• Leite e farinha de rosca para empanar

• Carne ou recheio de sua preferência

• Cebola a gosto para recheio

• Tempero verde para recheio

Modo de preparo

Em uma panela coloque o purê de inhame, a água, o caldo de carne e a manteiga. Deixe ferver mexendo sempre. Tempere com sal e pimenta. Abaixe o fogo e coloque a farinha de trigo mexendo rapidamente até soltar do fundo da panela. Abra a porção da massa na palma da mão e coloque o recheio. Passe no leite e na farinha de rosca. Depois frite aos poucos em óleo quente até dourar.

Tempo de preparo45 minutos

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Amiga da saúde, tenho uma prima que pesa 50 kg e tem 1,60 de altura. Ela é bem magra, mas toda vez que a vejo está preocupada com o peso. Como saber se ela não está com anorexia?

Virgínia Silveira, 27 anos, vendedora.

Dúvidas? [email protected] Sofia Barbosa | Coren MG 159621-Enf

Cara Virgínia, fique bem atenta, pois a anorexia é

uma doença grave, com ín-dice de mortalidade de cer-ca de 20%. Entre as causas estão a predisposição ge-nética, a pressão social e fa-miliar por perda de peso, os padrões machistas que cul-tivam a magreza como for-ma de beleza e elegância.  É comum que a pessoa que está anoréxica evite comer com a família e sempre in-vente uma desculpa. Tam-bém é possível notar se há  emagrecimento muito rá-pido. Além disso, essas pes-soas costumam fazer muita

BOMBOU NA INTERNET AMIGA DA SAÚDE

ma. Algumas pessoas pre-cisam ser internadas para um tratamento mais eficaz. Caso seja esse o problema da sua prima, procure ajuda o quanto antes.

atividade física e mesmo ma-gras se enxergam como gor-das. É comum também te-rem depressão, pânico ou sin-tomas obsessivos. O resulta-do disso é a desnutrição extre-

MÃE, QUERO SER CHEFE DE GABINETE!!!

NÃO SENHOR, VAI ESTUDAR, TÁ PENSANDO QUE AQUI É PERNAMBUCO É?

Rio de Janeiro, 25 a 28 de fevereiro de 2016 Variedades l 13

Receita

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14 | Variedades

Áries (21/3 a 20/4)Anime-se, logo vai achar seu amor. Não desista de ser quem você é, tenha mais confiança em si mesmo.

Touro (21/4 a 20/5)Ponha de lado sua mania de ser o mais importante, deixe que o amor invada o seu coração. Aproveite.

Gêmeos (21/5 a 20/6)A sua sensualidade e o seu forte poder comunicativo estão em alta. Hora de aproveitar o momento.

Câncer (21/6 a 22/7)Esforce-se por compreender melhor o ponto de vista e as necessidades que sua cara-metade tem.

Leão (23/7 a 22/8)Passe mais tempo junto dos que gostam de você. Não se isole, seja feliz e valorize suas amizades.

Virgem (23/8 a 22/9)A sua cara-metade precisa da sua presença, não falte. Ouça seu coração e escolha o melhor de você.

Libra (23/9 a 22/10)Não deixe que os ciúmes exagerados estraguem a sua relação. Confie mais na pessoa que te ama.

Escorpião (23/10 a 21/11)Procure dar mais espaço ao seu companheiro. Tente concentrar-se mais naquilo que está fazendo.

Sagitário (22/11 a 21/12)Período em que poderá ter algumas discussões. Mas é apenas uma fase, não se preocupe tanto.

Capricórnio (22/12 a 20/1)Será recompensado pelos esforços com uma maior estabilidade conjugal. Provável expansão profissional.

Aquário (21/1 a 19/2)Clima de harmonia familiar favorável nesta fase. Novas ideias poderão trazer benefícios neste setor.

Peixes (20/2 a 20/3)A sua cara-metade exigirá mais a sua presença. Esforce-se por estar mais tempo com ela. Evite se preocupar.

HORÓSCOPO FASES DA LUANova 8/3

Cheia 23/3

Minguante 25/2

Crescente 15/3

Rio de Janeiro, 25 a 28 de fevereiro de 201614 | Variedades

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Brendon Thorne

Delegação olímpica da Austrália não pode ir a favelasChefe da delegação citou morte de turista argentina em Copacabana

A Empresa de Correios e Te-légrafos lançou, nesta segun-da-feira (22), a coleção de se-los personalizados com alu-são aos Jogos Olímpicos e Pa-ralímpicos do Rio 2016. São 12 selos por folha, seis com a marca olímpica e outros seis com a marca paralímpica.

Correios lançam selo personalizado para os JogosCada folha tem 12 selos, sendo seis com a marca olímpica e seis com a paralímpica

Os selos podem ser adquiri-dos em qualquer agência dos Correios, e podem postar cor-respondências para qualquer parte do território nacional com até 20 gramas de peso. Para cartas internacionais, é necessário complementar o valor com outro selo.

Para personalizar os selos, basta o comprador levar aos Correios uma imagem, seja impressa ou em arquivo gra-vado em um CD. Já foram lan-çados também selos come-morativos com imagem re-presentando esportes olímpi-cos e paralímpicos. (BP)

Sai convoca-ção para Copa Algarve

Estão previstas para esta sexta-feira (26) as eleições na FIFA. Esta não é uma eleição qualquer. Está em jogo o que a FIFA quer ser quando crescer.

Se quer continuar a ser esta entidade corrupta, construí-da a quatro mãos por João Havelange e Joseph Blatter, ou se quer buscar um ca-minho de transparência e democratização do futebol no mundo.

Em 1974, quando Ha-velange substituiu o inglês Stanley Rous, percebeu que havia continentes onde o fu-tebol ainda não havia des-bravado. Como um navega-dor de potências coloniza-doras, lançou-se ao mar para difundir o futebol pelo mun-do, tendo uma montanha de dinheiro como horizonte.

Transformou a Copa do Mundo em um mero ne-gócio, um condutor de bar-ganhas. Subsidiou o futebol na Ásia e na África, de olho nos inúmeros votos que isso lhe daria dali por diante. Não à toa, permaneceu por 24 anos à frente da entidade. Só caiu diante de sua pró-pria obra, Joseph Blatter.

Em 1998, Blatter se colo-cou “à disposição” para as-sumir a presidência, pelas costas de Havelange.

Deu no que deu. Hoje, tanto um como o outro es-

tão praticamente escondi-dos. E seus asseclas, em sua maioria, presos ou procura-dos pela justiça dos EUA.

Criaram um sistema que se protege.

O príncipe da Jordânia, Ali Bin Al-Hussein, quer voto aberto, o que a FIFA obvia-mente negou. O único can-didato, aparentemente com-

Havelange lançou-se ao mar para difundir o futebol pelo mundo, tendo uma montanha de dinheiro como horizonte

A seleção brasileira de futebol feminino está con-vocada para a disputa da Copa Algarve, que come-ça no próximo dia 2 de março, em Portugal. A no-vidade é o retorno de Bru-na Benites, capitã da equi-pe na edição anterior da competição. Ela esteve afastada por nove meses da seleção por uma cirur-gia no joelho.

Por ser disputada em data FIFA, a supercraque Marta poderá estar pre-sente e também foi con-vocada. O Brasil enfrenta Nova Zelândia, Portugal e Rússia na primeira fase do torneio mais importante antes dos Jogos Olímpicos do Rio 2016.

prometido com mudanças importantes na entidade, é o francês Jérôme Champagne. Não surpreende que ambos corram por fora na disputa.

Gianni Infantino, apoiado pela UEFA de Platini, e Sal-man Al-Khalifa, pela Confe-deração Asiática, são os fa-voritos. Tokyo Sexwale com-pleta a lista de quem quer fi-lar uma boia na entidade.

A tarefa será tocar refor-mas que, a princípio, são como as que a CBF quer fa-zer. De faz de conta.

Eny Miranda /GOVERJ

Fernando Frazão/Agência Brasil

A chefe da delegação aus-traliana nos Jogos Olím-

picos e Paralímpicos do Rio 2016, Kitty Chiller, disse que os atletas do país estarão proibidos de circular em fa-velas e áreas consideradas perigosas durante o evento. A declaração foi feita em en-trevista ao jornal Herald Sun.

Segundo a reportagem, es-pecialistas em segurança es-

Trocando as moscas?

tão preparando uma lista de locais de risco, os quais a dele-gação será orientada a não fre-quentar durante os Jogos, nem mesmo em passeios oficiais.

No ano passado, a secretá-ria-geral do Comitê Olímpico Australiano, Fiona de Jong, já havia recomendado que atle-tas usassem roupas que pu-dessem perder e tivessem pelo menos 10 dólares no bolso, para entregar em caso de assalto.

Outra preocupação foi com relação ao zika vírus. Atletas que querem engravidar de-pois dos Jogos podem pedir dispensa do evento. (BP)

FIFA passa por eleições, mas a chance de mudança real é pequena

Rio de Janeiro, 25 a 28 de fevereiro de 2016 Esportes l 15

TOQUES CURTOS | Bruno PorpettaBINÓCULO