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RIO DE JANEIRO Carlos Humberto / STF Stefano Figalo / Brasil de Fato Stefano Figalo / Brasil de Fato Ano 3 | edição 126 5 a 7 de outubro de 2015 distribuição gratuita Receba a versão digital do Brasil de Fato RJ STF: Gilmar Mendes ultrapassa limites Cidades | pág.5 Opinião | pág. 2 No último sábado (3), 11 linhas de ônibus da zona sul foram eliminadas pela Prefeitura. As mudanças estão dificultando a Magistrado fere Constituição ao expor opinião sobre processos que ainda não foram julgados Série do Netflix conta história do narcotráfico na Colômbia Wagner Moura interpreta Pablo Escobar em Narcos Cultura | pág. 10 GREVE Bancários entram em greve a partir desta terça-feira (6). A presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio, Adriana Nalesso, conta quais são as reivindicações dos trabalhadores. Entrevista l pág. 4 Paes inicia corte de linhas de ônibus no Rio vida de milhares que dependem de transporte público. Mais de 700 ônibus devem sair de circulação. Cidades l pág. 9 Divulgação Preconceito mora na cabeça dos adultos Kayllane, de 12 anos, fala sobre o combate à intolerância religiosa

Brasil de Fato RJ - 126

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Stefano Figalo / Brasil de Fato

Ano 3 | edição 126

5 a 7 de outubro de 2015 distribuição gratuita

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STF: Gilmar Mendes ultrapassa limites

Cidades | pág.5

Opinião | pág. 2

No último sábado (3), 11 linhas de ônibus da zona sul foram eliminadas pela Prefeitura. As mudanças estão dificultando a

Magistrado fere Constituição ao expor opinião sobre processos que ainda não foram julgados

Série do Netflix conta história do narcotráfico na Colômbia

Wagner Moura interpreta Pablo Escobar em Narcos

Cultura | pág. 10

GREVE Bancários entram em greve a partir desta terça-feira (6). A presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio, Adriana Nalesso, conta quais são as reivindicações dos trabalhadores. Entrevista l pág. 4

Paes inicia corte de linhas de ônibus no Rio

vida de milhares que dependem de transporte público. Mais de 700 ônibus devem sair de circulação. Cidades l pág. 9

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Preconceito mora na cabeça

dos adultosKayllane, de 12 anos,

fala sobre o combate à intolerância religiosa

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Fora Gilmar Mendes do STF

Fernando Henrique Car-doso (PSDB) e o Ministro Gilmar Mendes estão fa-lando a mesma linguagem. Cardoso quer que Dilma “convoque os adversários para debater um pacto em torno das reformas necessá-rias e ofereça sua renúncia antes do fim do mandato co-mo garantia de que se em-penhará para aprová-las”.

POSTURA GOLPISTAGilmar Mendes não faz por menos ao afirmar que “ficar sem presidente da Repúbli-ca pode até ajudar o Brasil”. Mendes há tempos se com-

Em suma, Gilmar Mendes passou dos limites. Tem o direito de se po-sicionar em apoio aos políticos do PSDB, mas não na condição atual de Ministro do STF

EDITORIAL

Segunda-feira, 5 de outubro, Rio de Janeiro, Brasil

º C | F24Pancada de chuva

PREVISÃO DO TEMPO

EXPEDIENTE

Desde 1º de maio de 2013

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora com edições regionais em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. O Brasil de Fato RJ circula todas as segundas e quintas-feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais.

CONSELHO EDITORIAL:Alexania Rossato,Antonio Neiva (in memoriam), Joaquín Piñero, Kleybson Andra-de, Mario Augusto Jakobskind, Nicolle Berti, Rodrigo Marcelino, Vito Giannotti (in memoriam)

EDIÇÃO:Vivian Virissimo (MTb 13.344)

SUB-EDIÇÃO:André Vieira e Fania Rodrigues

REPORTAGEM:Bruno Porpetta e Pedro Rafael Vilela

REVISÃO: Sheila Jacob

COLUNA SINDICAL: Claudia Santiago

FOTÓGRAFO: Stefano Figalo

ESTAGIÁRIO: Victor Ohana

ADMINISTRAÇÃO: Carla Guindani

DISTRIBUIÇÃO: Kleybson Andrade

DIAGRAMAÇÃO: Juliana Braga

TIRAGEM MENSAL: 200 mil exemplares

(21) 4062 [email protected]

uma ação na Justiça pedin-do o afastamento de Gilmar Mendes do STF por consi-derá-lo sem condições de continuar exercendo a fun-

porta como um militan-te do PSDB, o que na práti-ca depõe contra sua condi-ção de Ministro do Supre-mo Tribunal Federal. Está a todo vapor no esquema do golpe ao estilo paraguaio e hondurenho.

Não tem mais condições de continuar como Minis-tro do Supremo Tribunal Federal, a instância máxi-ma da Justiça brasileira.

AFASTAMENTONesse sentido, vale uma pergunta que não quer ca-lar: de que forma a socieda-de civil pode ingressar com

ção por seus posiciona-mentos que, na prática, re-forçam o esquema golpis-ta da oposição de direita? Ou isso é impossível, mes-mo que o integrante do STF aja de uma forma que de-põe contra a sua condição de magistrado?

Em suma, Gilmar Men-des passou dos limites. Tem o direito de se posicionar em apoio aos políticos do PSDB, mas não na condição atual de Ministro do STF.

Daí a necessidade de uma tomada de posição imedia-ta por parte dos defensores da legalidade democrática.

2 | Opinião Rio de Janeiro, 5 a 7 de outubro de 2015

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vestigações lá iniciaram em abril deste ano e houve blo-queio de valo-res”, diz a nota do MP. Com a denúncia,

Divulgação

Bancários vão parar

Os bancários recusa-ram a proposta da fede-ração dos bancos, a Fe-naban, de 5,5% de rea-juste salarial e abono de R$ 2.500,00 não incorpo-rado ao salário. Assem-bleias realizadas em to-do o país decidiram que a categoria entra em gre-ve a partir do dia 6 de ou-tubro. Os bancários que-rem reajuste salarial de 16%. Os banqueiros não querem sequer repor a inflação do período, que ultrapassa os 9,5%.

SINDICALpor Claudia Santiago

Marcelo Camargo / Agência BrasilDivulgação

Divulgação / Guerra Azevedo

Cunha tem US$ 5 milhões na Suíça A Procuradoria-Geral da

República, comandada por Rodrigo Janot, confirmou que o presidente da Câma-ra dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e seus fa-miliares possuem US$ 5 mi-lhões em contas secretas na Suíça, cujos valores fo-ram bloqueados pelas au-toridades suíças. “As infor-mações do Ministério Pú-blico da Suíça relatam con-tas bancárias em nome de Cunha e familiares. As in-

O time do Santos está convidando refugiados sí-rios para acompanharem os jogos da equipe. Nessa quinta-feira (1), cerca de 100 refugiados assistiram ao jogo contra o Figueiren-se, pela Copa do Brasil.

Ministério do Trabalho e Emprego constatou trabalho em regime escravo no Ro-ck in Rio. A irregularidade foi identificada no caso dos vendedores de batata frita e trabalhadores da limpeza.

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MONSANTOUm grupo de ativistas de Córdoba, na Argentina, completa 730 dias de bloqueio na porta da fábrica da Monsanto. A maior corporação agrícola do mundo é acusada de envenenar centenas de pessoas na região.

disse o ator Gregório Duvivier, sobre as apreensões de menores por irem à praia sem dinheiro.

Acaba greve do INSS

Os servidores do INSS decidiram suspender a greve nacional da catego-ria, iniciada em 5 de ju-lho. Eles aceitaram a pro-posta de aumento do go-verno de 10,8%. Uma par-te será paga em agosto do ano que vem, e a outra em janeiro de 2017. Entretan-to, os peritos do INSS con-tinuam em greve desde o dia 4 de setembro e não têm previsão de retorno. Os médicos peritos que-rem aumento de 27% e in-corporação das 30 horas semanais.

“Crime é pedir para alguém abrir a carteira com base na sua

procedência ou cor de pele”,

FRASE DA SEMANA

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Cunha, que já foi citado por cinco delatores da Opera-ção Lava Jato, perde as con-dições de se manter à frente da Câmara, onde seus alia-dos tramam um golpe.

Geral | 3Rio de Janeiro, 5 a 7 de outubro de 2015

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Brasil de Fato - Como es-tão as discussões a respeito da greve dos bancários? Já há uma definição quanto a esse tema? Adriana Nalesso – Na última semana foram realizadas as-sembleias dos sindicatos dos bancários em todo o país. O ob-jetivo era analisar a proposta dos bancos de aumento salarial de 5,5% e R$ 2.500 de abono. Essa proposta foi rejeitada com unanimidade pela categoria. Decidimos que vai ter greve a partir do dia 6 outubro.

Brasil de Fato - O sindicato vem realizando caravanas. Como tem sido a experiência?Nas caravanas a gente passa as informações sobre a cam-panha salarial e o diálogo com os executivos dos ban-cos. É um processo de cons-trução com os trabalhado-res. A gente não entra em greve porque a gente quer, mas porque esse é um ins-trumento de luta para con-quistar melhores salários e condições de trabalho.

Brasil de Fato - Quais as principais reivindicações da categoria hoje?

Bancários entram em greve dia 6 de outubro

Fotos Stefano Figalo / Brasil de Fato

Em entrevista, a presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Adriana Nalesso, fala sobre as reivindicações e a situação atual dos trabalhadores dos bancos

Fania Rodriguesdo Rio de Janeiro (RJ)

Na questão da remuneração, pedimos aumento de 16%. E nossa principal reivindicação é em relação à saúde e condi-ções de trabalho. Hoje os ban-cários são obrigados a cum-prir metas abusivas que le-vam os trabalhadores ao afas-tamento por motivos de doen-ças. Queremos que os empre-sários revejam esse modelo. Também queremos mecanis-mos de garantia de emprego.

Brasil de Fato - Os lucros dos bancos continuam crescendo?Os banqueiros lucram mais a cada ano. Não tem crise no sistema financeiro. No ano passado os bancos brasilei-ros lucraram R$ 37 bilhões. Esse valor corresponde a um aumento de 27% em relação a

2013. Todos os anos os lucros são superados. Eles lucram tanto que, a cada cinco anos, eles podem comprar um ban-co do mesmo tamanho. E os executivos ganham em mé-dia 420 mil reais ao mês.

Brasil de Fato - O atendimen-to ao cliente está melhoran-do ou piorando?Está piorando. Os bancos vêm fechando agências e obrigan-do as pessoas a usar servi-ços virtuais, tudo para dimi-nuir custos. Por isso queremos abrir uma discussão com a so-ciedade brasileira sobre o pa-pel dos bancos no nosso país. Para que servem e a quem servem os bancos.

Brasil de Fato - Como está a questão do assédio moral? Esse sempre foi um problema denunciado pela categoria.

Continua sendo um proble-ma grave. Os bancários vi-vem sob ameaça por conta das metas. Se ele não cum-pre as metas ele é perseguido e vira alvo de ameaças. Agora nessa época de greve as ame-aças se intensificam. Isso tem sido nocivo aos trabalhado-res e aos clientes. O tempo to-do o clientes são assediados a comprar produtos do banco.

Quanto aos riscos da profis-são dos bancários, quais as reivindicações nessa área?Esse é um debate que estamos travando na mesa de negocia-ção. Os bancos têm condições de desenvolver melhores tec-nologias de segurança. Para evitar sequestro de bancários, as empresas deveriam inves-tir em aberturas remotas das agências, como já acontece na Caixa Econômica Federal.

Bancários realizam caravanas para divulgar campanha salarial de 2015

Presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, Adriana Nalesso

4 | Entrevista Rio de Janeiro, 5 a 7 de outubro de 2015

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Stefano Figalo / Brasil de Fato

Stefano Figalo / Brasil de Fato

André Vieirado Rio de Janeiro (RJ)

A Frente Brasil Popular realizou atos políticos em mais de 20 cida-des para defender a Petrobrás

“As crianças são menos preconceituosas”

Apesar de abrigar uma di-versidade de religiões, o Bra-sil ainda precisa caminhar muito para garantir o respeito à liberdade de culto. E o pro-blema da falta de respeito es-tá justamente com os adultos. Aos 12 anos, Kayllane Coelho Campos se tornou um símbo-lo de luta contra a intolerân-cia religiosa. Em junho deste ano, ela foi agredida com uma pedrada por fundamentalis-tas religiosos pelo simples fa-to de estar vestida com as rou-pas do Candomblé, sua reli-gião. Transformou a dor em luta por respeito.

Passados quase quatro me-ses desde a agressão, Kaylla-ne recebeu o Brasil de Fato na

Entrevistamos a jovem Kayllane Coelho, símbolo da luta contra a intolerância religiosa

ser marinheira e não perde uma oportunidade de brincar com seus colegas. Sobre o pre-conceito às religiões, ela é dire-ta: “As crianças são menos pre-conceituosas que os adultos”.

Na escola, ela convive tran-quilamente com seus colegas e diz ser sempre bem acolhida. “Eu tenho vários amigos cató-licos, evangélicos, budistas. É bem maneiro porque a gente conhece outras religiões. Te-ve um dia que fui pra escola de quelé [pano na cabeça] e eles

me trataram super bem. Fala-ram que não têm preconceito com minha religião”, conta a jovem de 12 anos.

Para ela, o respeito é fun-damental. “Eu acho que cada um tem sua religião. Se uma pessoa chegar na minha fren-te com um véu [em referência à religião islã], eu não vou dis-criminar essa pessoa por cau-sa disso”, diz Kayllane.

RECONHECIMENTOKayllane foi uma das home-nageadas no mês passado durante a entrega de troféus do Rio Sem Preconceito, que foi promovido pela Prefeitura do Rio e premiou personali-dades que lutam por uma so-ciedade mais justa.

Também em setembro a jo-vem viajou com sua avó para o estado do Piauí para um en-contro com a presidenta Dil-ma Rousseff. Na conversa, Kayllane cobrou da mandatá-ria ações concretas no comba-te à intolerância religiosa.

Eu tenho vários amigos católicos, evangélicos, budistas. É bem maneiro porque a gente conhece outras religiões

No aniversário de 62 anos da Petrobrás, na última sex-ta-feira (2), a Frente Brasil Po-pular (FBP), que articula de-zenas de movimentos e orga-nizações sociais em todo o pa-ís, realizou atos políticos em mais de 20 cidades para de-fender a principal empresa brasileira, que está ameaçada de perder o controle sobre al-gumas das maiores reservas de petróleo do mundo. A prin-cipal ameaça é o projeto de lei

Movimentos exigem mudança na política econômica de DilmaAto também defendeu a Petrobrás como operadora única do pré-sal

131/2015, de autoria do sena-dor José Serra (PSDB-SP), que pretende tirar da Petrobrás a função de operadora única do pré-sal, reservas que podem conter mais de 100 bilhões de barris de petróleo.

Para a Federação Única dos Petroleiros (FUP) há uma cam-panha que mistura os graves episódios de corrupção des-cobertos pela Lava Jato com a missão da empresa. “Aqueles que praticaram atos de corrup-ção na empresa já estão sendo investigados. O que não po-demos aceitar é que a mídia se aproveite disso para atacar

dia e noite a Petrobrás, pas-sando a impressão de que ela

está falida”, protesta José Ma-ria Rangel, coordenador da FUP. Só no primeiro semestre de 2015, apesar da Lava Jato, a Petrobrás ampliou em 9% sua

produção de petróleo e regis-trou lucro líquido superior a R$ 5 bilhões.

POLÍTICA ECONÔMICAOs atos políticos também co-braram mudanças na política econômica do governo Dil-ma. “A base social, que inclu-sive ajudou a reeleger a presi-denta Dilma, está sentin-do os efeitos da crise. Os cor-

Casa Inzo Rial Lemba Tumba Jussara, casa de Oxalá, Jesus Cristo. O terreiro é comanda-do por sua avó, a Mãe Katia de

Lufan, e fica na Vila da Penha, zona norte do Rio. De sorriso fácil, Kayllane adora andar de skate, gosta de geografia, quer

Kayllane transformou a violência em luta por uma sociedade mais justa

Pedro Rafael Vilelade Brasília (DF)

tes anunciados pelo governo vão afetar programas sociais importantes, como o “Minha Casa, Minha Vida”, Farmácia Popular, Fies, entre outros”, critica Raimundo Bonfim, da Coordenação dos Movimen-tos Populares (CMP).

No Rio, o ato realizado na última sexta-feira (2) saiu da Candelária e percorreu as ru-as do centro do Rio.

Movimentos sociais percorreram as principais ruas do centro do Rio

Cidades | 5Rio de Janeiro, 5 a 7 de outubro de 2015

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Escândalo envolvendo a Volkswagen

Os ministros da Indús-tria da União Europeia (UE) discutiram na últi-ma semana o escânda-lo em que está envolvida a fábrica alemã de auto-móveis Volkswagen pela manipulação dos testes de emissões de gases po-luentes, informou o por-ta-voz Ricardo Cardoso.

A Volkswagen provocou na semana passada a in-dignação mundial quan-do admitiu que 11 milhões de carros a diesel em todo o mundo estão equipados com dispositivos que ati-vam controles de poluição durante os testes e que são automaticamente desliga-dos quando o carro está em movimento.

EM FOCO

Divulgação

Divulgação

Reprodução

CHACINA Na última quinta-feira (1), um atirador entrou numa faculdade dos EUA e deixou nove mortos e sete feridos. Segundo testemunhas, antes de atirar, o assassino teria questionado se elas eram cristãs.

O primeiro-ministro britâ-nico, David Cameron, tem re-cebido pedidos de reparação histórica de bilhões de libras pelo passado colonial na Ja-maica. Cameron, que fez sua primeira visita oficial ao país na última semana, foi apon-tado por um especialista no assunto como descendente de um traficante de escravos que viveu no século XVIII.

Em uma carta aberta ao jornal local Jamaica Obser-ver, Hilary Beckles, historia-

Jamaica pede reparação de bilhões de libras a Reino Unido

David Cameron seria neto de um traficante de escravos

dor e presidente da Comis-são da Comunidade do Ca-ribe por Reparações, pediu que Cameron inicie conver-sas sobre o assunto de re-paração histórica, tendo em vista a linhagem da família do premiê.

“O senhor é um neto do so-lo jamaicano que foi privi-legiado e enriquecido pelos pecados dos seus antepassa-dos de escravizar nossos an-cestrais”, escreveu Beckles. (Opera Mundi)

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As autoridades australia-nas declararam como Área Protegida Indígena uma su-perfície de 50 mil quilômetros quadrados perto de Uluru, lo-cal sagrado para os índios.

Com a medida, que abran-ge uma área quase do tama-nho da Costa Rica, a comu-nidade Anangu - proprie-tários tradicionais da área - poderá receber recursos pa-ra proteger lugares sagra-

dos, plantas e animais.Para o Conselho Central

de Terras, um dos organis-mos reguladores da comu-nidade indígena, a decisão vai ajudar o povo Anangu a reforçar os laços com suas práticas culturais.

A Austrália tem 51 Áreas Pro-tegidas Indígenas que cobrem 36 milhões de hectares (360 mil km²), equivalente ao território da Alemanha. (Agência Lusa)

Povo Anangu poderá reforçar suas práticas culturais tradicionais

Austrália declara 50 mil km² como área indígena

6 | Mundo Rio de Janeiro, 5 a 7 de outubro de 2015

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Armazém da Utopia continuará no CaisProdutores culturais vencem a batalha final pela permanência na região portuária do Rio

Armazém da Utopia conquista direito de uso do prédio ocupado desde 2010

Depois de travar uma longa batalha com a empresa Píer Mauá, os produtores culturais do Armazém da Utopia con-quistaram o direito de perma-necer no local. O Píer Mauá, que tem a concessão para ad-ministrar os edifícios do Cais do Porto, tinha entrado com uma ação judicial de despejo.

Um acordo entre o prefei-to do Rio, Eduardo Paes, e o chefe da Secretaria de Por-tos, Edinho Araújo, na sema-na passada, garantiu o direi-to de permanência dos proje-tos sociais e culturais do Ar-mazém da Utopia.

A União vai repassar o edi-fício para a Prefeitura do Rio. Depois será assinado um con-trato de direito “real de uso”. A quantidade de anos do contra-to ainda não foi definida, mas

Sistema Guandu registra menor nível da história

Os reservatórios do siste-ma Guandu, que abastecem a maior parte da região me-tropolitana do Rio de Janeiro, fecharam o mês de setembro com o menor nível da histó-ria para o período. No dia 29 de setembro, o reservatório re-gistrava 7%. Como compara-ção, no mesmo dia em 2013 o nível estava em 51%. Em 2011, alcançava 73%, o que demons-tra a gravidade da situação.

“As pessoas devem fazer uso consciente da água, mas o maior consumidor no Es-tado do RJ é a indústria e, no Brasil e no Mundo, o agrone-gócio”, disse o vereador Re-nato Cinco em debate públi-co na Comissão Especial so-bre o Colapso Hídrico. Se-gundo o vereador, esta é uma crise que afeta a todos, mas de forma desigual. O debate contou com a partici-pação da direção da Cedae, pesquisadores da UFRJ, pes-cadores e ambientalistas.

“Não estamos falando em redução de consumo ainda, estamos falando em evitar o desperdício. Como não ti-vemos uma melhora no pe-ríodo chuvoso, começamos este mês uma nova cam-panha para conscientizar a população”, disse Edes Fer-nandes de Oliveira, Diretor de Produção e Grande Ope-ração da CEDAE. “Não há motivo para racionamento, ainda há água doce indo pa-ra o mar”, explicou.

A professora Ana Lucia Britto, do PROURB/UFRJ, ressaltou que a crise não es-

Pablo Vergara / Brasil de Fato

será de no mínimo 10 anos.“O direito real de uso não

tem custo para o Armazém. Ele é muito bom porque ga-rante nosso direito de per-manecer no local e estabe-lece deveres. Assumimos o compromisso de continuar desenvolvendo projetos cul-turais e sociais”, afirma uma das coordenadoras do Arma-zém da Utopia, Tuca Moraes.

FRUTOS DA LUTADesde o começo de julho des-se ano, as pessoas envolvidas nos projetos do Armazém da Utopia lutavam pela perma-nência desse espaço cultural. Diversos movimentos so-ciais, sindicatos de trabalha-dores e entidades culturais se engajaram na defesa da causa.

Dessa união surgiu uma parceria com a Central Úni-ca de Trabalhadores (CUT). A partir de agora será construída uma agenda cultural conjunta. “Queremos montar uma agen-da anual, pensada pelo Arma-zém e a CUT, que desperte o interesse dos trabalhadores”, informou Tuca Moraes.

Essa parceria será inau-

gurada nesse fim de sema-na. Sábado e domingo será apresentada a peça de teatro “Sacco e Vanzetti”, às 19h. O espetáculo é aberto ao públi-co e as entradas custam R$

40 (inteira). A CUT está convi-dando 25 trabalhadores que receberão cortesias para as-sistir à peça no domingo.

O espetáculo conta a histó-ria de Nicola Sacco e Bartolo-meo Vanzetti, dois militan-tes políticos italianos da dé-cada de 1920. Eles foram pre-sos e condenados nos Esta-dos Unidos, acusados injus-tamente de homicídio.

Fania Rodriguesdo Rio de Janeiro (RJ)

Renato Cosentinodo Rio de Janeiro (RJ)

tá relacionada apenas à falta de chuvas, mas sim à forma como o poder pú-blico gerencia a água e o saneamento. “Há uma sé-rie de elementos que defi-nem esta crise como uma crise de gestão”, destacou. Segundo ela, a ausência de uma política munici-pal sobre o tema faz com que a Cedae, que é uma prestadora de serviço, não seja guiada por uma polí-tica pública para o setor.

Também participaram do debate o pescador de Santa Cruz Jaci do Nasci-mento, impactado pelas medidas contra a crise hí-drica no rio Guandu; o de-putado estadual Flávio Se-rafini, que participa da CPI sobre o tema na ALERJ; o professor e ambientalista Pedro Aranha; e o profes-sor e militante do Baía Vi-va e do FAPP-BG, Sebas-tião Raulino.

No dia 29/9, o reservatório registrava 7%. Como comparação, em 2013 o nível estava em 51%

Exibição e debate sobre o filme “A Lei da Água”, de André D’Elia, que faz uma análise sobre a crise hídrica brasileira e sua relação com o novo Código Florestal.Quando: Quarta-feira (7/10), às 18h30Onde: Espaço Plínio de Arruda Sampaio - Rua Joaquim Silva, 130, Lapa

Cineclube na Lapa

Assumimos o compromisso de continuar desen-volvendo projetos culturais e sociais

Tuca Moraes, do Armazém da Utopia

Cidades | 7Rio de Janeiro, 5 a 7 de outubro de 2015

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Fotos Fernando Frazão / Agência Brasil

Violência, discriminação e segregação. Os problemas da cidade explodem nas praias da zona sul do Rio. E não é só uma questão de roubos. O problema não é estar sem di-nheiro e sem calçado, dentro de ônibus público. Tem a ver com os direitos que são ga-rantidos a uma classe e ne-gados a outra.

Durante três finais de se-mana seguidos, garotos da periferia foram impedidos de chegar às praias de Co-pacabana e Ipanema. A Po-lícia Militar retirou os ado-lescentes dos ônibus e os le-vou para abrigos da prefei-tura municipal. O crime? Estar sem dinheiro.

A Defensoria Pública do

Defensor-geral: “Estar sem dinheiro não é crime”PM do Rio descumpre a lei e segue apreendendo adolescentes

Fania Rodriguesdo Rio de Janeiro (RJ)

Rio de Janeiro já tinha entra-do com uma ação na Justi-ça, para impedir a prática da apreensão de menores sem nenhum delito. “Se o adoles-cente estiver cometendo al-gum crime, naturalmente ele deve ser abordado pela polí-cia, mas o simples fato de ele

estar sem dinheiro não é cri-me”, ressaltou o defensor-ge-ral André Castro.

Entretanto, a PM do Rio continua descumprindo a lei. No domingo da semana passada, cerca de 50 adoles-

centes foram apreendidos. Desse total, 38 ficaram reti-dos e nove deles continuam no abrigo municipal do Rio.

O governo Pezão antecipou a Operação Verão e desde a semana passada as praias fi-caram lotadas de policiais e guardas municipais. Foi mon-tado todo um aparato mili-tar, que envolvem câmeras de monitoramento, armamento pesado e até helicópteros.

CRIMINALIZAÇÃO DA PERIFERIAPara o morador do Alemão, Thainã de Medeiros, a práti-ca do governo Pezão de apre-ender jovens sem crime é mais uma tentativa de sepa-rar a favela do asfalto. “Não é bom para os turistas e a elite ter um monte de pobre pas-seando por ali”, diz.

“Na favela onde moro proi-biram os bailes funk, festa na rua, tudo o que a gente gos-ta de fazer está proibido por causa da UPP. Agora querem

proibir a gente de estar na praia. Olha nossa situação lá no Alemão, estamos toman-do tiro o tempo todo e no fi-nal de semana a gente não pode curtir a praia”, afirma Thainã, que é integrante do coletivo Papo Reto.

MEDO CONSTRUÍDO“O discurso que o governo Pe-zão vem fazendo em relação à vulnerabilidade dessas crian-ças é de ameaça para a socie-dade. Esse discurso crimi-

naliza esses meninos de for-ma generalizada. Isso é mui-to preocupante para o Estado democrático de Direito”, afir-ma o presidente do Conse-lho Regional de Serviço Social (CRESS), Rodrigo Lima.

O conselho se posicionou contrário à decisão do gover-no Pezão, de fazer operações e blitz para impedir os jovens da periferia de chegarem às praias cariocas. “Em suas manifestações públicas o go-vernador falou que essas ope-rações seriam feitas com o auxílio de assistentes sociais. Mas os assistentes sociais não podem participar dessas blitz por uma questão ética”, des-tacou Rodrigo Lima.

Para Lima, existe um “me-do construído”. “Os roubos nas praias foram situações pontu-ais em Copacabana e Ipane-ma, mas fazem parecer que aconteceu no estado inteiro. Is-so alimenta o discurso de ódio e a reação de autoproteção”, observa o assistente social.

Na favela onde moro proibiram tudo o que a gente gosta por causa da UPP

Thainã de Medei-ros, do Alemão

Estamos tomando tiro o tempo todo e no final de semana a gente não pode curtir a praia

Thainã de Medei-ros, do Alemão

Polícia militar ocupa praias nos fins de semana

Operação Verão, do governo do estado,

militariza praias da Zona Sul

8 | Cidades Rio de Janeiro, 5 a 7 de outubro de 2015

Page 9: Brasil de Fato RJ - 126

EBC Memória

Fernando Frazão / Agência Brasil

Pablo Vergara / Brasil de Fato

Mudanças no transpor-te do Rio de Janeiro dificul-tarão ainda mais a vida de milhares que precisam de ônibus todos os dias. No último sábado (3), 11 linhas que passavam pela zona sul foram eliminadas.

A prefeitura do Rio de Ja-neiro deve tirar cerca de 700 ônibus de circulação até o final do ano. 78 iti-nerários serão eliminados, prejudicando o acesso à zona sul da cidade. Outras 24 linhas terão seus traje-tos alterados e apenas 20 serão criadas para atender o novo modelo.

Os cortes já começaram e a população enfrenta trans-tornos. Alguns especialistas aprovam as mudanças, por-que isso diminuiria o trân-sito. Entretanto, para os mo-radores do subúrbio cario-ca, a medida melhora ape-nas a vida da classe média.

“Mais uma vez as ações do governo vão melhorar o trânsito da zona sul. En-quanto isso a gente leva muito tempo para chegar ao trabalho e à faculdade. Ca-da vez está sendo mais di-fícil para o carioca subur-bano circular na cidade”, afirma Thainã de Medeiros, morador do Alemão.

MUROS INVISÍVEISOs episódios de violência e apreensão de menores não estão separados das alte-rações das linhas de ôni-bus. Algumas linhas da zo-na norte e oeste passaram a circular apenas até o Cen-tro. Para chegar à zona sul os usuários terão que fazer baldeação, aumentando as-sim o custo da viagem. “Es-tão fazendo isso para man-ter essa exclusão”, garante o integrante do Movimen-to Passe Livre (MPL-RJ), Jo-sé Antônio Abraão.

Corte de linhas dificulta acesso à zona sul do RioMoradores do subúrbio serão os mais afetados com alterações no transporte público

Segundo Abraão, as em-presas de ônibus sabem que sempre vai haver uma de-manda constante por trans-porte público nessas zonas da cidade. “Por isso as mu-

danças sempre começam nas periferias. O que tem de perverso aí é que muitos tra-balhadores podem perder o emprego devido aos custos do vale-transporte”, destaca.

O 474 CONTINUAA linha 474 Jacaré-Jardim de Allah vai continuar fun-cionando, pelo menos nessa primeira etapa das mudan-ças. Foi o que garantiu o se-cretário municipal de Trans-portes, Rafael Picciani.

Essa linha é uma impor-

tante ligação da zona nor-te com a zona sul e foi alvo de críticas de moradores de Copacabana, nos últimos finais de semana, por ser um dos principais meios de

População protesta contra corte de ônibus

Para manifestar a insa-tisfação com os cortes de linhas, dezenas de pes-soas foram às ruas, na últi-ma quinta-feira, no Cen-tro do Rio. O protesto foi convocado por estudantes e tinha como lema #Não-VaiTerExtinçãoDeBusão. Diversos movimentos so-ciais também participa-ram da passeata.

Os manifestantes ques-tionaram o alto valor da passagem e cobraram a instalação de ar-condi-cionado em todos os ôni-bus. Inclusive essa foi a justificativa do prefei-to Eduardo Paes (PMDB) para subir a tarifa para R$ 3,40, o maior aumento de preço dos últimos 10 anos, segundo dados do MPL.

Protesto no Centro do Rio de Janeiro criticou corte de linhas

do Rio de Janeiro (RJ)Para chegar à zona sul os usuários dos ônibus terão que fazer baldeação, aumentando assim o custo da viagem

transporte de jovens da pe-riferia para as praias. Mas, em uma segunda fase, tam-bém sofrerá alteração. Com isso, a linha vai operar ape-nas nos fins de semana.(FR)

Até o final do ano, Prefeitura vai tirar 700 ônibus de circulação

População enfrentará transtornos com corte de linhas

Cidades | 9Rio de Janeiro, 5 a 7 de outubro de 2015

Page 10: Brasil de Fato RJ - 126

Narcos não fala somente sobre Escobar, fala de nós como latino- americanos

Hoje eu pedi licença ao meu amigo Quim Vela, especialista em folhetins, para falar da série Narcos, produzida e exibida pelo Netflix desde 28 de agosto. Está dando o que falar por várias razões. Uma delas é o sotaque de Wagner Mou-ra, criticado globalmente. A maioria dessas críticas vem dos colombianos. Não é pra menos. Na Colôm-bia já criaram uma série de muito sucesso, ao menos por lá, chamada “Pablo Es-cobar, o senhor do tráfi-co” exibida também na in-ternet. Nossos vizinhos di-zem que já estão cansados desse assunto, que estig-matiza a Colômbia como o país do narcotráfico.

Mas tirando as críticas, venho mais é falar sobre como o surgimento da sé-rie Narcos tem mudado a relação dos meus alunos adolescentes com o idioma que tento ensinar pra eles, ou ao menos despertar-lhes o interesse: o espanhol.

SOY EL FUEGOOutro dia, esperava os alu-nos de costas para a porta, quando ouço: “Soy el fue-go que arde tu piel…”, can-ção da abertura, compos-ta e interpretada por Ro-drigo Amarante, ex Los Hermanos. Eu, que já en-

SEMPRE VI NOVELA | Luciana

Narcos tá bombando!

goli a série, me surpre-endi muito positivamen-te. Porque séries, filmes e músicas famosas em in-glês, chegam aos montes. Mas em espanhol, com es-se grau de sucesso, parece que é a primeira vez.

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AGENDA DA SEMANA

O quê: Filme conta a história de Sam Lowry, homem que vive num estado totalitário, controlado pelos computadores, pela burocracia e por cartões de crédito. Onde: Sala de Cultura da UFRRJ – BR 465, km 7, Seropédica.Quando: Quinta (8), às 20h.Quanto: 0800

O quê: Mostra destaca importância em preservar os manguezais e seu papel para a Baía de Guanabara.Onde: Museu Ciência e Vida – Rua Major Frazão, s/n, Jardim Vinte e Cinco de Agosto, Duque de Caxias.Quando: Ter a sáb das 9h às 17h, dom das 13h às 17h.Quanto: 0800

O quê: Evento organizado pelo coletivo Toca do Café, a Batalha do Federa ocupa a Praça do Federal com muito rap e outros elementos da cultura hip hop. Onde: Praça do Federal – Valverde, Nova Iguaçu.Quando: Toda quinta, a cada 15 dias, às 19h.Quanto: 0800

O quê: Mostra reúne 150fotos de Evandro Teixeirasobre temas diversos, comoas praias e as manifestaçõescontra a ditadura.Onde: Museu de Arte do Rio (MAR) – Praça Mauá, 5, Centro. Quando: De ter a dom, das 10h às 17h. Quanto: 0800 nas terças, R$ 8 nos demais dias.

O quê: Moacyr Luz comanda a tradicional roda de samba com canções de João Nogueira, Wilson Moreira, Fundo de Quintal, Chico Buarque e Paulinho da Viola. Onde: Clube Renascença – Rua Barão de São Francisco, 54, Andaraí.Quando: Segundas, às 16h30.Quanto: R$ 15

O quê: Espetáculo conta história de Lugar Nenhum, vilarejo nordestino que acaba de receber o rádio como meio de comunicação.Onde: Centro Cultural Banco do Brasil – Rua Primeiro de Março, 66 – Centro.Quando: Dom, seg, sex e sáb às 19h30.Quanto: R$10 (R$ 5 meia)

Em um lugar chamado lugar nenhum

Brazil

Moacyr Luz e o Samba do Trabalhador

Batalha do Federa

A constituição do mundo

Do mangue ao mar

Evandro Teixeira

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Aproveitei a deixa e tra-balhei assuntos relativos ao enredo, além de pas-sar-lhes a letra, para can-tarmos juntos. Eles que-rem discutir o sotaque de Wagner Moura, querem saber se o que está na sé-rie é verdade.

HISPÂNICOMoura representa um per-sonagem latino. E graças a ele, estamos interessa-dos na história da Colôm-bia, da América Latina. É uma tentativa de nos in-serirmos no universo his-pânico, latino, que conhe-cemos tão pouco. Narcos não fala somente sobre Escobar, fala de nós co-mo latino-americanos. Já passou da hora, né?

Sotaque de Wagner Moura está sendo criticado na série Narcos

10 | Cultura Rio de Janeiro, 5 a 7 de outubro de 2015

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É uma criança questionadora, que dá broncas em adultos em um mundo no qual tudo é confuso

Luísa Côrtesdo Rio Grande do Sul

As aventuras da menina Alice, que cai na toca do co-elho, e chega a um univer-so dos sonhos, com lagartas falantes, poções para enco-lher e aumentar, um chape-leiro maluco, dentre outras figuras mágicas, completa 150 anos. Conhecida ao re-dor do mundo, “Alice no Pa-ís das Maravilhas” foi publi-cada pela primeira vez em 1865, pelo professor de mate-mática inglês Charles Lutwi-dge Dodgson, sob o pseudô-nimo de Lewis Carroll.

A ideia para escrever a his-tória surgiu de um passeio de barco pelo rio Tâmisa, entre Oxford e a aldeia Godstow, em que o autor estava acom-panhado por um amigo e su-as três filhas: uma delas, Ali-ce Liddel, de 10 anos, se tor-nou a inspiração pa-ra a protagonis-ta do País das Ma-ravilhas. A meni-na gostou da histó-ria inventada duran-te o passeio no rio e pediu para que o pro-fessor a transformasse em livro. Inicialmente, sem fazer muito suces-so, a obra se chamava “As aventuras subter-râneas de Alice”. Po-rém, depois, ao che-gar às mãos de um autor escocês que fi-cou encantado com o enredo, e estimulou

“Alice no País das Maravilhas” faz 150 anosA obra continua sendo reeditada e adaptada, além de fazer sucesso com pessoas de todas as idades

Carroll a dar prosseguimen-to à obra, virou um sucesso. Assim, em 1865, o texto do-brou de tamanho e os perso-nagens Chapeleiro Maluco e o Gato Cheshire entraram na trama.

O livro tornou-se um clás-sico atemporal, uma história fascinante que alcançou um público muito maior do que as crianças do século XIX. Até hoje inspira matemáti-

cos, filósofos e psicanalistas, que buscam novos sentidos nas aventuras da Alice.

A REVOLUÇÃO DE ALICEEnquanto muitos livros in-fantis, principalmente du-rante o século XIX, tinham um foco na educação mo-ral, Alice faz uma revolução. É uma criança questionado-ra, que dá broncas em adul-tos em um mundo no qual tu-do é confuso. Ao mesmo tem-po, também reprime os habi-tantes do País das Maravilhas por serem indelicados e lou-cos, dando conselhos de boas maneiras. Para Alice, os adul-tos não são confiáveis, não têm lógica e, de certa forma, são insanos. É uma inversão completa da forma com que adultos e crianças eram re-tratados na literatura.

Para que a obra continue sendo conhecida, as edito-ras de todo o mundo fazem

reimpressões e reedições do texto. Neste ano, a Editora Zahar lançou uma edição de capa du-ra comemorativa, com duas obras em um livro: “As aventuras de Ali-ce no País das Maravi-lhas” e “Através do espe-lho e o que a Alice encon-trou por lá”, com belíssi-mas ilustrações de Adria-

na Peliano, feitas a par-tir de colagens. Até mesmo

- Alice: - Quanto tempo dura o eterno?

Coelho: - Às vezes, apenas um segundo.

- Sim, você é louco, louquinho. Mas vou lhe contar um segredo: as melhores pessoas são assim. (Alice para Chapeleiro).

- Para quem não sabe aonde vai, qualquer caminho serve. (Gato Cheshire)

- A única forma de chegar ao impossível

é acreditar que é possível. (Alice).

Nos dias 11 e 12 de outubro, domingo e segunda-feira, a Cidade das Artes convida a todos para entrar no País das Maravilhas. Crianças de todas as idades são bem-vindas para participar de atividades que envolvem a história da Alice. Além das brincadeiras, alguns exemplares dos livros estarão escondidos como brinde! O evento é gratuito.

a artista plástica Yayoi Kusa-ma, conhecida pelas expo-sições de bolinhas infinitas que passou pelo Centro Cul-tural Banco do Brasil (CCBB), ilustrou uma edição de Alice, pela Globo Livros. Tudo isso mostra a abertura da trama para diversas interpretações e perspectivas diferentes.

CINEMAAlém da versão literária, Alice já foi adaptada para cinema e teatro. Em 1951, Walt Disney contribuiu ainda mais para o sucesso da história com a sua adaptação infantil. Além da versão da Disney, mais de 20 filmes, contando com séries para TV, foram baseados no País das Maravilhas. A últi-ma adaptação que fez enor-me sucesso foi a de Tim Burton, de 2010, que repro-duziu de forma brilhante o universo onírico de Alice.

Cultura | 11Rio de Janeiro, 5 a 7 de outubro de 2015

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Vivemos um momento de intenso ataque às riquezas da nação brasileira, em es-pecial na área do Petróleo. Defendemos que os erros, desvios e corrupção na Pe-trobrás sejam investigados, julgados e principalmen-te corrigidos. Todavia, sa-bemos que é muito melhor para o Brasil manter o con-trole do petróleo nas mãos do Estado, do que qualquer privatização. Com a Petro-brás sob controle estatal, os recursos provenientes da extração do pré-sal podem ser investidos na educação, saúde, empregos e direitos. Precisamos evitar que es-ta riqueza se esvaia para os bolsos do capital privado.

1. No Brasil há muito pe-tróleo.O último estudo do Institu-to Nacional de Óleo e Gás da UERJ aponta a existên-cia de 176 bilhões de barris aproveitáveis no pré-sal. Isto representa aproxima-damente 27 trilhões de re-ais e a Petrobrás tem a me-lhor e mais eficiente tec-nologia para a exploração desta riqueza.

2. Retirar e industriali-zar o petróleo gera mui-to emprego.Em 2013, a Petrobrás mo-vimentou mais de 400 bi-lhões de reais e gastou 263 bilhões de reais na compra de insumos. Com isso, mo-vimentou uma grande ca-deia produtiva como na-

OPINIÃO | Luiz Dalla CostaClovis Francisco do Nascimento Filho

“Quando o terror invade um povo, transforma muitas vezes um pusilânime num herói”, disse o ex-presiden-te Getúlio Vargas. A história se repete e o que estamos as-sistindo nos meios de comu-nicação é a construção de vi-lões e heróis diante de uma farsa maniqueísta. A opera-ção Lava-Jato - que denun-cia escândalos na Petrobrás - está promovendo um movi-mento de ataque à nação bra-sileira. Isso porque em vez de apurar com rigor e responsa-bilizar as pessoas, a Opera-ção está tomando pulso em torno da destruição das em-presas brasileiras, das rique-zas nacionais e da soberania brasileira. Obras paralisadas em todo o país promovem demissões em massa, estag-nação da economia e inter-rupção de projetos e servi-ços. Reivindicamos a apura-ção e a responsabilização dos casos de corrupção, mas não permitiremos que estes fatos abram uma avenida de opor-tunidades para uma política entreguista e de destruição da engenharia nacional.

CUNHA É RETROCESSOEsse cenário é fruto de ati-tudes, no mínimo, irrespon-sáveis e nada republicanas. Em nome de um discurso falseado, juízes e parlamen-tares, invocados pelos seto-res conservadores da socie-dade, vêm destruindo o pa-ís. Na Câmara dos Deputa-dos, seu presidente atual re-presenta o retrocesso, a face mais perversa da direita bra-sileira. Este cidadão lidera o avanço da agenda conserva-dora de retirada de direitos e ataques às minorias. O Bra-sil, desde 2002, retomou um importante processo de de-

Cunha lidera o avanço da agenda conservadora de retirada de direitos e ataques às minorias

Cinco razões para lutar contra a privatização da Petrobrás

vios, sondas, helicópteros, alimentos, ferro e tantas outras mercadorias.

3.A produção de petró-leo e seus derivados ge-ra muito dinheiro que fi-ca nos municípios, esta-dos e nação.No ano de 2013, a Petrobrás repassou 106 bilhões de re-ais, arrecadados na forma de tributos, para as esferas federal, estaduais e munici-pais. E, com o pré-sal, criou-se um fundo social que, jun-to com os royalties, deverá ser aplicado principalmente na educação e saúde.

4. A Petrobras é uma das maiores e mais eficien-tes empresas do mundo.

A Petrobras é hoje uma das empresas mais efi-cientes do mundo e cres-ce, em média, 9% ao ano.

5. Os trabalhadores do se-tor do petróleo são muito eficientes.Atualmente, a Petrobrás em-prega cerca de 80 mil traba-lhadores diretos e mais de 200 mil indiretos – terceiri-zados –, que atuam na cadeia do petróleo. São eles que pro-duzem estas extraordinárias riquezas e milhares de pro-dutos que são utilizados pela sociedade todos os dias.

Luiz Dalla Costa é integrante da

coordenação nacional do Movimento dos Atingidos

por Barragens (MAB)

senvolvimento com inclusão social. Milhares de brasilei-ras e brasileiros puderam ter acesso às universidades e ao

mercado de trabalho. Vive-mos um período de crise da acumulação capitalista em nível mundial por uma dis-puta esquizofrênica por mer-cados. Por outro lado, a nova geopolítica quebrou a unila-teralidade com a instituição dos BRICs, bloco formado por países emergentes como Brasil, Rússia, Índia e China.

Em defesa da engenharia nacional e do povo brasileiro

O governo precisa tomar a dianteira deste processo e aprofundar as mudanças estruturais necessárias, co-mo a reforma política e a de-mocratização dos meios de comunicação. Para tanto, irá contar com a participa-ção de sindicatos ao lado dos movimentos sociais na luta por mais direitos e mais de-mocracia. Defendemos in-condicionalmente o fortale-cimento da engenharia na-cional, o Estado Democrá-tico de Direito e a sobera-nia da nação. Mais direitos e mais democracia. Não per-mitiremos retrocesso!

Clovis Francisco do Nascimento Filho

é engenheiro civil, sanitarista e presidente da

Federação Interestadual de Sindicatos de

Engenheiros (Fisenge)

12 | Opinião Rio de Janeiro, 5 a 7 de outubro de 2015

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Torta alemãBOA E BARATA

Ingredientes

• 200 g de manteiga, sem sal

• 1 xícara (chá) de açúcar

• 1 lata de creme de leite

• 1 pacote de biscoito maisena

• leite, o quanto baste, para molhar o biscoito

• 1 lata de leite condensado, sabor chocolate (ou cobertura de sorvete)

Modo de preparo

Coloque a manteiga e o açúcar na batedeira e ba-ta até obter um creme bem fofo e liso. Acrescen-te o creme de leite e bata rapidamente apenas para misturar. Desligue a ba-tedeira e reserve. Separe um recipiente médio para montar o doce. Acrescen-te um pouco de leite num prato fundo e molhe rapi-damente alguns biscoitos de maisena no leite. Forre o fundo do recipiente es-colhido com uma cama-da de biscoitos. Acrescen-

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Amiga, percebi que nos últimos dias tenho ficado com as mãos e os pés um pouco inchados ao longo do dia. Nun-ca tive isso. Pode ser sinal de algum problema mais grave?

Jussara Lima, 35 anos, secretária

AMIGA DA SAÚDE

Dúvidas sobre saúde? Encaminhe e-mail para [email protected]

Tempo de preparo20 minutos

Rendimento9 porções

MANDE SUA [email protected]

Querida Jussara, nos últi-mos dias estamos vivendo temperaturas muito quen-tes. Esse calorão todo pro-picia maior dilatação das veias, dificultando a circu-lação do sangue. Isso pro-voca inchaço (ou edema). Se você permanece muitas horas na mesma posição o problema piora. A ali-mentação com excesso de sal também é ruim. Fazer uma caminhada de cerca de 30 minutos por dia, evi-tar muitas horas na mes-ma posição, fazer alon-gamentos, dormir com as pernas um pouco eleva-das e ter uma alimentação mais leve ajudam a reduzir

o problema. Caso o incha-ço persista, piore ou apare-çam outros sintomas, pro-cure avaliação médica.

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te uma camada do cre-me reservado sobre eles. Acrescente mais uma ca-mada de biscoitos mo-lhados no leite e repi-ta o procedimento, fina-lizando com o biscoito. Cubra a última camada de biscoitos com o leite condensado sabor cho-colate (comprado pron-to ou a cobertura). Leve à geladeira por no mínimo 3 horas ou até que o do-ce fique bem gelado. Re-tire o doce da geladeira e sirva a seguir.

Variedades | 13Rio de Janeiro, 5 a 7 de outubro de 2015

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14 | Variedades

Nova 12/10

LUA DA SEMANAMINGUANTE

Crescente 20/10

Minguante Até 11/10

Cheia 27/10

FASES DA LUA

Oportunidades surgidas do nada poderão afastá-lo de um futuro profissional mal sucedido.

Não permita que situações de um passado recente interfiram na sua vida amorosa.

A nível profissional, é necessário que você seja paciente para obter melhores resultados.

Os seus amigos poderão ajudá-lo a sentir algum alívio no que diz respeito às finanças.

Serão a calma e o equilíbrio na sua vida a dois que lhe darão a força para viver os próximos dias.

Os acontecimentos mais importantes desta semana tendem a influenciar em seu favor.

As suas relações afetivas serão mais centradas ao nível social, onde encontra maior segurança.

Se vive em comum com alguém, nada nem ninguém farão derrubar o seu relacionamento.

O bom astral em que se encontra fará com que a sua presença seja desejada por todos ao seu redor.

Liberte-se imediatamente das influências dos outros e tome as suas próprias decisões.

A descoberta de um novo amor fará esquecer os problemas cotidianos e questões profissionais.

Algumas propostas familiares talvez possam interferir nos seus projetos de âmbito profissional.

Rio de Janeiro, 5 a 7 de outubro de 2015

Page 15: Brasil de Fato RJ - 126

O estádio é um centro de consumo elitista, com cinemas, casas de shows e restaurantes, sem centro de treinamento, sem desenvolvimento do remo

O Estádio de Remo da La-goa Rodrigo de Freitas, trans-figurado em um local de even-tos de todo tipo, com cinemas, restaurantes e lojas que nada têm a ver com o esporte, não é nem sombra do que foi.

Mas há quem lute contra isso, através do Movimen-to SOS Estádio de Remo. É o caso de Alessandro Zeles-co, que fala ao nosso jornal.

Brasil de Fato - O estádio de remo, para além de um equi-pamento esportivo, é um marco histórico da cidade. O que acarretam as transfor-mações feitas no local?Alessandro Zelesco - De-ram o estádio, sem licitação, para exploração comercial com atividades estranhas ao esporte. Na reforma do Pan de 2007, conseguiram, via aditivo contratual, uma im-plosão e reconstrução de ar-quibancada com volumetria adequada aos cinemas que pretendiam explorar após os Jogos. E o governo do Es-tado usou dinheiro público para beneficiar uma empre-sa privada que há anos pre-judica o remo numa área pública esportiva. Como no Pan, não haverá legado pa-ra o remo após os Jogos de 2016. O governo do estado deixou bem claro no cader-no de candidatura que o Es-tádio de Remo permanece-rá como “concessão priva-da” após 2016. Tudo perma-necerá como está: um cen-tro de consumo elitista, com cinemas, casas de shows e

“No estádio de remo não há espaço para o esporte”Para Alessandro Zelesco, do Movimento SOS Estádio de Remo, não haverá legado para o remo após os Jogos de 2016

Bruno Porpettado Rio de Janeiro (RJ)

restaurantes, sem novas ga-ragens permanentes, sem centro de treinamento, sem desenvolvimento do remo popular e comunitário.

Brasil de Fato - Que pro-posta alternativa tem o

movimento em defesa do estádio de remo?Queremos a devolução do es-tádio para uso esportivo pú-blico, com administração co-legiada entre a SUDERJ e a Federação de Remo do Esta-do do Rio de Janeiro. Após a

Olimpíada, deveria se tornar um centro de referência do es-porte na América do Sul, apto a receber campeonatos mun-diais, com instalações ade-quadas, tanto para o remo de alto rendimento, quanto para o remo comunitário.

Brasil de Fato - Além das intervenções, que outras preocupações para o remo podem ser destacadas?A principal é a falta de sensi-bilidade dos governantes pa-ra a importância social do es-porte. O remo precisa estar próximo da água para se de-senvolver. O Estádio de Re-mo é o ultimo espaço público para desenvolvimento do re-mo olímpico na Lagoa, mas o governo do estado prefere ce-dê-la para atividades comer-ciais, em prejuízo das neces-sidades do remo. Não há es-paço para o remo, por mais incrível que isso possa pare-cer, e para ampliar a base de praticantes, com projetos de iniciação desportiva e detec-ção de talentos.

Brasil de Fato - O que os Jogos Olímpicos deixarão para o remo carioca?Frustração, não só para o remo carioca, mas para o esporte brasileiro como um todo. Perdemos uma oportu-nidade única de utilizar o pa-pel social do esporte, através da Olimpíada, e reestruturar o esporte brasileiro pela ba-se. Para a comunidade do re-mo carioca, essa frustração foi sacramentada ao perce-bermos que não haverá lega-do esportivo na Lagoa. O Es-tádio de Remo é um exemplo emblemático da hipocrisia do “legado”. O Remo brasileiro precisa, para o seu desenvol-vimento, que os objetivos de transformação estabelecidos pelo Rio-2016 para o Estádio de Remo sejam efetivamente cumpridos e que os cinemas e centro de consumo sejam transferidos para outro local.

Stefano Figalo / Brasil de Fato

Stefano Figalo / Brasil de Fato

Alessandro Zelesco denuncia privatização predatória do estádio de remo da Lagoa

Zelesco: “Queremos a devolução do estádio para uso esportivo público”

Esportes | 15Rio de Janeiro, 5 a 7 de outubro de 2015

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16 | Esportes

Vasco fica no 1 a 1 com Avaí

Fla volta a vencer e ainda luta pelo G-4

Desfalcado, Flu é presa fácil para o Santos

O Fluminense foi à Vila Belmiro enfrentar o San-tos. Buscava engatar a se-gunda vitória, após uma sequência negativa de oi-to jogos sem vencer, des-falcado de Fred, Cícero e Gustavo Scarpa.

Mal começada a par-

tida, Diego Cavalieri erra a reposição de bola, chutando nos pés de Lucas Lima que acaba, sem querer, abrindo o placar. Pouco depois, boa jogada de Gabriel, que con-tou com desvio na zaga e achou Marquinhos Gabriel livre para ampliar.

No segundo tempo, o Flu tentou se lançar ao ata-que, mas o Santos man-teve o jogo sob controle e, assim, chegou ao terceiro, com Neto Berola de cabe-ça. Deu tempo ainda para Robert fazer um bonito gol e diminuir para 3 a 1. (BP)

Flamengo fez 2 a 0 no lanterna Joinville e se mantém na briga pela Libertadores

O Flamengo recebeu o Join-ville, que luta contra o rebaixa-mento, no Maracanã, em sua segunda partida no horário de domingo às 11h, buscan-do reabilitação da sequência de três derrotas no Brasileiro.

Chamou a atenção o esta-do do gramado, onde a gran-de área em que o goleiro Cé-sar defendeu na primeira eta-pa estava “careca”. As condi-ções ruins do campo prejudi-caram bastante o jogo.

A partida começou morna. O Flamengo tentava pressio-nar o adversário, mas errava muitos passes. O time pas-sou a abusar de bolas longas, procurando Guerrero, que estava muito marcado.

Quando o Fla botou mais a bola no chão, passou a le-var perigo ao gol do Joinville. No entanto, ou o último pas-se não era bom para colocar os atacantes em melhores condições de concluir, ou a própria finalização falhava.

Bruno Porpettado Rio de Janeiro (RJ)

Houve um lance em que dois atacantes furaram a bola.

O Fla voltou para o segun-do tempo com a mesma pe-gada, determinado a furar o bloqueio do Joinville. Con-seguiu aos 11 minutos, em bela cobrança de falta do lateral Ayrton, sem chance para o goleiro.

O Joinville ficou com um a menos quando o capitão Bru-no Aguiar se lesionou seria-

Brasileirão 201529a RODADA

Classificação Série A

Gilvan de Souza/ Flamengo

mente em lance com Everton. O Fla aproveitou o buraco na defesa do time catarinense e Gabriel, que dominou com a mão, aos 36, saiu livre na ca-ra do gol e encobriu o goleiro, fazendo um belo gol.

Daí em diante, o Fla ainda tentou ampliar, mas coube ao Joinville se segurar para não virar goleada. O placar acabou não se alterando e o Fla voltou a vencer.

Diante de quase 60 mil rubro-negros, Ayrton fez belo gol de falta

O Vasco foi ao estádio da Ressacada, em Floria-nópolis (SC), enfrentar o time do Avaí em con-fronto direto na luta con-tra o rebaixamento, bus-cando manter a ótima sequência no returno do Brasileiro, onde não per-de há cinco jogos.

O cruzmaltino tomou a iniciativa na partida, com mais posse de bola e maior presença ofensi-va. Mesmo assim, o nú-mero de chances cria-das não acompanhou a atuação do time.

O gol só foi sair no fi-nal do primeiro tempo, aos 44, com Nenê co-brando pênalti. O Vasco ainda reclamou outro pênalti em Jorge Henri-que, um minuto depois do gol, mas o árbitro deu falta para o Avaí.

Na etapa final, o Avaí teve um pênalti a seu favor. Depois de quatro minutos de paralisação, devido à dúvida do ár-bitro sobre a marcação ou não da penalidade, Léo Gamalho isolou a bola aos 32 minutos.

Depois do pênalti, Jor-ge Henrique, que já ha-via sido substituído, foi expulso do banco de re-servas. O jogo ficou ten-so e uma confusão den-tro de campo provocou a expulsão de Rafael Sil-va, pelo Vasco, e Romá-rio, pelo Avaí.

O Avaí empatou aos 40 minutos, com André Li-ma, que havia entrado al-guns minutos antes na partida, e Martin Silva fez uma defesaça nos acrésci-mos, garantindo pelo me-nos um ponto fora. (BP) Zona de classificação para Libertadores

Zona de rebaixamento para Série B

0 X 3

0 X 0

2 X 2Dom. 4/10

16h

Dom. 4/1016h

Dom. 4/1011h

Dom. 4/1016h

Dom. 4/1011h

Sab. 3/1021h

Sab. 3/1018h30

Sab. 3/1018h30

Dom. 4/1016h

Dom. 4/1018h30

2 X 1

2 X 0

3 X 1

1 X 0

1 X 1

2 X 3

5 X 1

AVA

CAM

CAP

CHA

COR

CFC

CRU

FIG

FLA

FLU

GOI

GRE

INT

JEC

PAL

PON

SAN

SAO

SPO

VAS

P J V SG1o Corinthians 61 29 18 262o Atlético-MG 56 29 17 213o Grêmio 52 29 15 164o Santos 46 29 13 145o São Paulo 46 29 13 66o Palmeiras 45 29 13 147o Flamengo 44 29 14 08o Internacional 44 29 12 -29o Ponte Preta 41 29 10 110o Sport 40 29 9 911o Atlético-PR 38 29 11 -312o Fluminense 37 29 11 -813o Cruzeiro 37 29 10 114o Chapecoense 34 29 9 -815o Avaí 33 29 9 -1616o Coritiba 33 29 8 -917o Goiás 31 29 8 -118o Figueirense 31 29 8 -1619o Vasco 27 29 7 -2920o Joinville 24 29 5 -16

Rio de Janeiro, 5 a 7 de outubro de 2015