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Boletim Regional do Banco Central do Brasil

Outubro 2015

Volume 9 | Número 4

Boletim Regional do Banco Central do Brasil Brasília v. 9 n. 4 out. 2015 p. 1-116

CGC 00.038.166/0001-05

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Boletim Regional do Banco Central do BrasilPublicação trimestral do Banco Central do Brasil/Departamento Econômico.

Os textos, as tabelas e os gráficos são de responsabilidade dos seguintes componentes do Departamento Econômico (Depec) (e-mail: [email protected]):

Região Norte – Gerência Técnica de Estudos Econômicos em Belém (e-mail: [email protected]);

Região Nordeste – Gerência Técnica de Estudos Econômicos em Fortaleza (e-mail: [email protected]), Gerência Técnica de Estudos Econômicos em Recife (e-mail: [email protected]), Gerência Técnica de Estudos Econômicos em Salvador (e-mail: [email protected]);

Região Centro-Oeste – Gerência Técnica de Estudos Econômicos em Belo Horizonte (e-mail: [email protected]);

Região Sudeste – Gerência Técnica de Estudos Econômicos em Belo Horizonte (e-mail: [email protected]), Gerência Técnica de Estudos Econômicos no Rio de Janeiro (e-mail: [email protected]), Gerência Técnica de Estudos Econômicos em São Paulo (e-mail: [email protected]);

Região Sul – Gerência Técnica de Estudos Econômicos em Curitiba (e-mail: [email protected]), Gerência Técnica de Estudos Econômicos em Porto Alegre (e-mail: [email protected]).

Informações sobre o BoletimTelefone: (61) 3414-1022Fax: (61) 3414-2036

É permitida a reprodução das matérias, desde que mencionada a fonte: Boletim Regional do Banco Central do Brasil, v. 9, n. 4.

Controle Geral de Publicações

Banco Central do BrasilComun/Dipiv/CoiviSBS – Quadra 3 – Bloco B – Edifício-Sede – 14º andarCaixa Postal 8.67070074-900 Brasília – DFTelefones: (61) 3414-3710 e 3414-3565Fax: (61) 3414-1898E-mail: [email protected]

Convenções estatísticas

... dados desconhecidos. - dados nulos ou indicação de que a rubrica assinalada é inexistente. 0 ou 0,0 menor que a metade do último algarismo, à direita, assinalado. * dados preliminares.

O hífen (-) entre anos (2004-2006) indica o total de anos, incluindo o primeiro e o último.A barra (/) utilizada entre anos (2004/2006) indica a média anual dos anos assinalados, incluindo o primeiro e o último, ou, se especificado no texto, ano-safra ou ano-convênio.

Eventuais divergências entre dados e totais ou variações percentuais são provenientes de arredondamentos.

Não são citadas as fontes dos quadros e gráficos de autoria exclusiva do Banco Central do Brasil.

Central de Atendimento ao Cidadão

Banco Central do BrasilDeati/DiateSBS – Quadra 3 – Bloco B – Edifício-Sede – 2º subsolo70074-900 Brasília – DFDDG: 0800 9792345Fax: (61) 3414-2553Internet: <http://www.bcb.gov.br>

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Sumário

Apresentação 5

Sumário executivo 7

Região Norte 11

Região Nordeste 19

Bahia __________________________________________________________________24 Ceará __________________________________________________________________29 Pernambuco _____________________________________________________________33

Região Centro-Oeste 39

Região Sudeste 47

Minas Gerais ____________________________________________________________53 Rio de Janeiro ___________________________________________________________60 São Paulo _______________________________________________________________66

Região Sul 73

Paraná __________________________________________________________________80 Rio Grande do Sul ________________________________________________________86

Inferências nacionais a partir dos indicadores regionais 93

Boxes

Estrutura Produtiva e Desempenho Recente da Economia de Goiás __________________97 Evolução da Produção Regional dos Principais Grãos (2010-2015) _________________106

Apêndice 111

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Apresentação

O “Boletim Regional do Banco Central do Brasil” é uma publicação trimestral do Banco Central do Brasil que apresenta as condições da economia por regiões e por alguns estados do país. Sob o enfoque regional, enfatiza-se a evolução de indicadores que repercutem as decisões de política monetária – produção, vendas, emprego, preços, comércio exterior, entre outros. Nesse contexto, a publicação contribui para a avaliação do impacto das políticas da Autoridade Monetária sobre os diferentes entes da Federação, à luz das características econômicas locais e das gestões políticas regionais.

As análises e informações do “Boletim Regional” buscam oferecer à sociedade – em particular, a gestores de política econômica nas esferas subnacionais, pesquisadores e integrantes do meio acadêmico, empresários, investidores, e profissionais de imprensa – elementos que contribuam para identificar a forma e, especialmente, a magnitude de repercussão, no âmbito regional, das políticas implementadas. Ao mesmo tempo, a publicação contribui para dar à sociedade conhecimento dos critérios analíticos da Instituição.

O “Boletim Regional” analisa as economias das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul e dos estados da Bahia, Ceará, Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. A disponibilidade de estatísticas econômicas, bem como a distribuição geográfica das representações do Banco Central, influenciou a escolha dos estados. Assim, para as regiões que possuem apenas uma representação institucional – Norte e Centro-Oeste –, optou-se pela análise agregada regionalmente. Para as regiões em que existem mais de uma representação, são apresentadas, além da análise regional, as análises para os estados nos quais se encontram as representações.

Homogeneidade, abrangência e regularidade foram os principais critérios de escolha das estatísticas e das fontes. Dessa forma, em sua maior parte, os dados têm como origem

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os órgãos e os institutos de âmbito nacional, destacadamente o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e os entes da administração direta. Em alguns casos, foram utilizadas, complementarmente, informações de entidades regionais. Dados sem tratamento das fontes foram dessazonalizados pelo Departamento Econômico do Banco Central do Brasil (Depec).

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Sumário executivo

A retração registrada na economia do Brasil reflete, em especial os impactos do patamar reduzido da confiança dos agentes econômicos, intensificados pelos efeitos de eventos não econômicos. Além disso, devem ser considerados os desdobramentos do processo de ajuste econômico no país, que apresenta três componentes – monetário, externo e fiscal – e é essencial para a consolidação de fundamentos que favoreçam a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante. Nesse contexto, as economias regionais repercutiram com intensidades distintas os impactos do atual ciclo, conforme características estruturais próprias.

No Norte, a atividade econômica na região foi condicionada, no trimestre encerrado em agosto, pelas retrações observadas na produção industrial, nas vendas do comércio e na construção civil. Nesse período, o Índice de Atividade Econômica Regional da Região Norte (IBCR-N) recuou 1,5%, em relação ao trimestre finalizado em maio, quando diminuíra em igual percentual, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados. Vale destacar que a balança comercial da região foi superavitária nos nove primeiros meses do ano, mas registrou resultado 35,0% inferior ao de igual intervalo de 2014. Ressalte-se que o Produto Interno Bruto (PIB) do Amazonas recuou 3,2% no segundo trimestre do ano em relação a igual período de 2014, de acordo com a Secretaria de Estado de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (SEPLAN-CTI/AM). Essa evolução refletiu, em especial, os resultados negativos observados nas vendas do comércio e nas indústrias de equipamentos de informática e eletrônicos e de veículos.

No Nordeste, ocorreram recuos no PIB das três principais economias da região, no segundo trimestre do ano. A retração atingiu 1,9% na Bahia, ressaltando-se o impacto do recuo de 13,5% na produção da indústria de transformação; 3,9% no Ceará, sensibilizada pela redução de 22,0% na produção agropecuária, decorrente do impacto de condições meteorológicas adversas; e de 3,4% em

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Pernambucano, resultado determinado, em especial, pelo desempenho negativo da indústria.

Em termos mais abrangentes, a atividade econômica do Nordeste foi condicionada, no trimestre encerrado em agosto, por retrações importantes nas vendas do comércio e na produção industrial, que exerceram desdobramentos negativos sobre o mercado de trabalho – a economia nordestina eliminou 42,9 mil empregos formais no trimestre, ante criação de 48,9 mil vagas em igual período de 2014. Nesse cenário, o IBCR-NE recuou 0,9% em relação ao trimestre finalizado em maio, quando decrescera 0,2%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados.

A economia do Centro-Oeste seguiu em retração no trimestre encerrado em agosto, com destaque para os resultados negativos da construção civil, das vendas do comércio, do setor de serviços e do mercado de trabalho. Nesse contexto, o IBCR-CO decresceu 0,6% em relação ao trimestre finalizado em maio, quando recuara 0,7%, na mesma base de comparação, dados dessazonalizados. Ressalte-se que a região tem apresentado desempenho superior à média do país, trajetória que poderá ser favorecida, nos próximos trimestres, pelos impactos do novo patamar da taxa de câmbio sobre as respectivas exportações.

No Sudeste, os PIB de Minas Gerais e de São Paulo recuaram 1,5% e 2,6%, respectivamente, no segundo trimestre de 2015, em relação ao primeiro, destacando-se o impacto do desempenho negativo da indústria. A atividade econômica da região em termos agregados permaneceu influenciada, no trimestre encerrado em agosto, pelo cenário de pessimismo dos agentes econômicos e pela deterioração do mercado de trabalho. Nesse contexto, as retrações da produção industrial e das vendas do comércio foram evidenciadas na trajetória do IBCR-SE, que contraiu 0,8% em relação ao trimestre finalizado em maio, quando recuara 1,3%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados.

No Sul, o PIB do Rio Grande do Sul cresceu 0,2% no segundo trimestre de 2015, em relação ao primeiro, evolução decorrente, em especial, do desempenho favorável da agropecuária, que repercutiu a concentração da colheita da soja, no período. Os principais indicadores da atividade do Sul evidenciam, no entanto, continuidade do processo de desaquecimento da economia da região. Nesse sentido, em ambiente de moderação no crédito e de deterioração do mercado de trabalho, destacou-se, no trimestre encerrado em

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agosto, o impacto dos desempenhos negativos do comércio e da indústria, mitigado parcialmente pelas trajetórias da agricultura e da balança comercial. Nesse cenário, o IBCR-S recuou 2,8% em relação ao trimestre finalizado em maio, quando decrescera 0,1%, neste tipo de comparação, segundo dados dessazonalizados.

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1Região Norte

A retração da atividade econômica no Norte persistiu no trimestre encerrado em agosto, repercutindo os efeitos do patamar reduzido da confiança dos agentes econômicos e os impactos de eventos não econômicos. Nesse contexto, em que destacaram-se as retrações da produção industrial, das vendas no comércio e da construção civil, o IBCR-N recuou 1,5% no período, em relação ao finalizado em maio, quando registrara igual diminuição, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados. Considerados períodos de doze meses, o índice recuou 1,2% em agosto e 0,8% em maio.

O PIB do Amazonas recuou 3,2% no segundo trimestre do ano em relação a igual período de 2014, de acordo com a SEPLAN-CTI/AM. Esse desempenho refletiu, em especial, os resultados negativos observados nas vendas do comércio e nas indústrias de equipamentos de informática e eletrônicos e de veículos.

As vendas do comércio ampliado do Norte decresceram 3,8% no trimestre finalizado em agosto, em relação ao terminado em maio, quando recuaram 2,7%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE. Destacaram-se as reduções no Amapá (9,0%), Tocantins (6,2%) e Rondônia (5,2%). Excluídas as vendas de veículos, peças e motocicletas, e de materiais de construção, o comércio varejista da região recuou 3,6% no período (-1,2% no trimestre encerrado em maio).

A análise em doze meses indica que o comércio ampliado retraiu 1,7% em agosto (Amazonas, -4,4%; Amapá e Tocantins, ambos -3,0%), segundo recuo consecutivo nessa base de comparação, ante aumento de 0,5% em maio. As vendas varejistas cresceram 0,3% e 2,0%, respectivamente, nos períodos mencionados.

Os emplacamentos de automóveis e comerciais leves totalizaram 32,0 mil unidades no trimestre encerrado

130

135

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Ago2012

Dez Abr2013

Ago Dez Abr2014

Ago Dez Abr2015

Ago

IBC-Br IBCR-N

Gráfico 1.1 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Região NorteDados dessazonalizados2002 = 100

80

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Ago2012

Nov Fev2013

Mai Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

Norte Pará Amazonas Brasil

Gráfico 1.2 – Índice de volume de vendas no varejoDados dessazonalizados2011 = 100

Fonte: IBGE

60

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Jun2013

Set Dez Mar2014

Jun Set Dez Mar2015

Jun Set

Índice de Confiança do Empresário Industrial

Índice de Confiança do Empresário do Comércio (eixo da dir.)

Fontes: CNI e CNC

Gráfico 1.3 – Confiança do empresariado – NorteEm pontos

Linha de confiança

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em setembro, ante 41,6 mil unidades no finalizado em igual período de 2014, de acordo com dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) do Norte, divulgado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), totalizou 89 pontos em setembro (96 pontos em junho e 124,3 pontos em setembro de 2014). O comportamento trimestral repercutiu recuos respectivos de 9,6%, 7,4% e 2,8% nos componentes que avaliam as condições atuais, as intenções de investimentos e as expectativas de vendas.

O volume de serviços diminuiu 2,8% no trimestre finalizado em agosto, em relação a igual período de 2014 (Amapá, -13,9%; Amazonas, -8,8%), de acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada pelo IBGE. Considerados períodos de doze meses, o indicador oscilou -1,9% em agosto e -1,5% em maio (Amapá, -8,9%; Roraima, -5,7%; Amazonas, -4,9%).

As operações de crédito superiores a R$1 mil contratadas na região somaram R$116 bilhões em agosto, aumentando 1,4% no trimestre e 7,5% em doze meses. Os empréstimos com recursos direcionados atingiram R$47,2 bilhões (aumentos respectivos de 1,2% e 12,3%) e os com recursos livres, R$68,9 bilhões, elevando-se 1,6% no trimestre e 4,4% em doze meses.

A carteira de pessoas físicas atingiu R$70 bilhões, variando 2,3% no trimestre, com destaque para as modalidades cheque especial/conta garantida e cartão de crédito à vista, e 12,2% em doze meses. A carteira de pessoas jurídicas totalizou R$46 bilhões, crescendo 0,1% no trimestre, quando sobressaíram as contratações dos segmentos indústria de transformação, serviços industriais de utilidade pública e agropecuária, e 1,0% em doze meses.

A taxa de inadimplência dessas operações de crédito atingiu 4,51% em agosto, variando 0,54 p.p. no trimestre e 0,57 p.p. em doze meses. O aumento trimestral repercutiu variações respectivas de 1,42 p.p. e -0,04 p.p. nos indicadores dos segmentos de pessoas jurídicas e de pessoas físicas, que se situaram, na ordem, em 4,74% e 4,36%.

O índice Intenção de Consumo das Famílias (ICF) do Norte, divulgado pela CNC, atingiu média de 91,9 pontos no terceiro trimestre de 2015, situando-se na área de pessimismo (abaixo de 100 pontos). O indicador registrou

Tabela 1.1 – Volume de serviços – Norte

Índice geral

Var. %

UF 2014 2015

Ano Mai1/ Ago1/ 12 Meses

Região Norte 1,6 -2,8 -2,8 -1,9

Acre 6,5 -4,6 -4,7 -3,2

Amapá -3,8 -7,1 -13,9 -8,9

Amazonas 3,2 -7,5 -8,8 -4,9

Pará 0,2 1,0 -0,8 -0,2

Rondônia 0,7 6,0 13,4 3,9

Roraima -1,8 -6,6 -0,5 -5,7

Tocantins 3,5 -2,9 1,8 2,7

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa ao trimestre encerrado no mês assinalado e o mesmo período

do ano anterior

Tabela 1.2 – Evolução do emprego formal – Norte

Novos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2014 2015

Ago Nov Fev Mai Ago

Total 24,0 -3,4 -46,9 -22,5 -12,4

Extrativa mineral 0,4 0,4 -0,8 -0,5 -0,2

Indústria de transformação 2,1 -1,5 -5,3 -8,7 -7,5

Comércio 1,5 9,4 -5,3 -4,4 -2,2

Serviços 6,1 1,7 -9,4 -0,5 0,3

Construção civil 12,5 -12,8 -22,7 -7,4 -3,6

Agropecuária 1,5 -0,7 -2,5 -0,9 0,6

Outros2/ -0,1 0,0 -0,9 -0,1 0,1

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.

2/ Inclui serviços industriais, administração pública e outros.

0

5

10

15

20

25

Mai2013

Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

PF PJ Total

Gráfico 1.4 – Evolução do saldo das operações de crédito – Norte1/

Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

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médias de 102,0 pontos no segundo trimestre deste ano e de 121,1 pontos no terceiro trimestre de 2014.

Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o Norte totalizaram R$7,8 bilhões nos oito primeiros meses de 2015 (R$7,5 bilhões em igual intervalo de 2014), dos quais 18,6% destinados às micro, pequenas e médias empresas. O saldo das operações de crédito realizadas na região pelo BNDES somou R$49,9 bilhões no trimestre encerrado em agosto, dos quais R$15,3 bilhões direcionados ao Pará e R$9,2 bilhões ao Amazonas.

A economia da região eliminou 12,4 mil empregos formais no trimestre encerrado em agosto (criação de 24 mil no mesmo período de 2014), de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego (Caged/MTE). Os cortes mais expressivos ocorreram na indústria de transformação (7,5 mil), na construção civil (3,6 mil) e no comércio (2,2 mil). Ressaltem-se as eliminações de 8,2 mil vagas no Amazonas, em especial no Polo Industrial de Manaus, e de 3,1 mil em Rondônia, concentradas na construção civil. O nível de emprego formal, considerados dados dessazonalizados, recuou 1,3% no trimestre finalizado em agosto, ante 1,0% no encerrado em maio, com destaque para as reduções no Amazonas (2,1%) e em Rondônia (2,0%).

A taxa de desemprego do Norte situou-se em 8,5% no trimestre terminado em junho (7,2% em igual período de 2014), de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) do IBGE. Destacaram-se os aumentos em Roraima (2,6 p.p, para 7,8%) e no Pará (1,9 p.p, para 8,9%). O rendimento médio real habitualmente recebido pelas pessoas ocupadas e a massa salarial real da região recuaram 2,7% e 2,4%, respectivamente, no período.

O superavit primário dos governos dos estados, das capitais e dos principais municípios do Norte somou R$1,34 bilhão no primeiro semestre do ano, ante R$1,19 bilhão no mesmo período em 2014. O aumento repercutiu, em especial, o superavit de R$869 milhões na esfera dos governos dos estados.

Os juros nominais, apropriados por competência, totalizaram R$666 milhões e o superavit nominal, R$676 milhões, no semestre (R$541 milhões e R$645 milhões, respectivamente, no primeiro semestre de 2014).

Tabela 1.3 – Evolução do emprego formal – Norte

Novos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

UF 2014 2015

Ago Nov Fev Mai Ago

Região Norte 24,0 -3,4 -46,9 -22,5 -12,4

Acre 1,0 -1,0 -1,7 -0,2 1,2

Amapá 0,4 0,9 -3,2 -1,7 -0,9

Amazonas -0,5 0,3 -9,3 -10,3 -8,2

Pará 17,4 0,2 -22,5 -6,8 -0,4

Rondônia 1,7 -3,4 -7,0 -2,4 -3,1

Roraima 0,3 0,2 -0,5 -0,6 -0,1

Tocantins 3,7 -0,6 -2,8 -0,5 -0,8

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.

6

7

8

9

10

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2012 2013 2014 2015

%

Fonte: IBGE

Gráfico 1.5 – Taxa de desocupação – Norte

Tabela 1.4 – Dívida líquida e necessidades de

financiamento – Região Norte1/

R$ milhões

Discriminação Dívida Dívida2/

2014 Nominal Outros4/ 2015

Dez Primário Juros Total3/ Jun

Total 10 818 -1 341 666 -676 1 628 11 770

Governos estaduais 12 557 -869 710 -159 1 078 13 476

Capitais -381 -215 -8 -222 549 -54

Demais municípios -1 358 -258 -36 -294 0 -1 652

1/ Inclui inform. dos governos estaduais e de seus principais municípios. Dados

preliminares.

2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado

nominal e o resultado de outros fluxos.

3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário.

4/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhec. de dívidas e privatiz.

Fluxos acumulados no ano

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14 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

A dívida líquida dos estados, da capital e dos principais municípios do Norte atingiu R$11,8 bilhões em junho de 2015 (aumento de 8,8% em relação a dezembro de 2014), representando 1,7% do endividamento de todos os estados, capitais e principais municípios do país (1,6% em dezembro de 2014).

Os governos do estado, da capital e dos principais municípios do Norte registraram deficit de R$2,0 bilhões no período de doze meses finalizado em agosto (R$1,3 bilhão em 2014). Os juros nominais somaram R$1,27 bilhão no período (R$1,1 bilhão em 2014) e o deficit nominal, R$3,3 bilhões (R$2,4 bilhões em 2014). O endividamento líquido das três esferas totalizou R$14,1 bilhões em agosto (R$10,8 bilhões em dezembro de 2014), e sua participação no total da dívida dos estados, capitais e principais municípios do país atingiu 1,9% (1,6% em dezembro de 2014).

A arrecadação de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na região totalizou R$16,6 bilhões nos oito primeiros meses de 2015, segundo a Comissão Técnica Permanente do ICMS (Cotepe) do Ministério da Fazenda, com aumento real de 1,2% em relação a igual período de 2014 (deflacionado pelo IGP-DI). As transferências da União, excluindo os valores destinados ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), somaram R$18,7 bilhões nos oito primeiros meses do ano e R$27,1 bilhões em doze meses, de acordo com a Secretaria do Tesouro Nacional (STN), com variações reais de -0,05% e 0,4%, nessas bases de comparação.

A safra de grãos da região de 2015 está estimada em 7,2 milhões de toneladas, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de setembro do IBGE. A perspectiva de expansão anual de 21,5% reflete, especialmente, projeções de crescimentos para as colheitas de milho (34,1%), arroz (22,4%) e soja (16,7%), essa última concentrada no Pará e em Tocantins. Entre as demais culturas, estimam-se aumentos anuais para as produções de abacaxi (17,8%), banana (6,1%) e cacau (5,5%).

O valor bruto da produção (VBP) real dos principais produtos agrícolas da região, considerado o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) como deflator, deverá aumentar 14,0% em 2015, de acordo com estimativa de setembro do Mapa. Estão previstas elevações do VBP real da banana (34,1%), soja (14,5%) e arroz (14,1%), e recuos para os relativos a cana-de-açúcar (37,8%) e mandioca (7,7%).

Tabela 1.5 – Dívida líquida e necessidades de

financiamento – Região Norte1/

R$ milhões

UF Dezembro de 2014 Agosto de 2015

Dívida Fluxos 12 meses Dívida2/ Fluxos 12 meses

Primário Nominal3/ Primário Nominal3/

AC 2 716 154 356 3 029 72 318

AM 3 276 983 1 237 4 522 896 1 245

AP -71 618 666 962 689 774

PA 686 180 360 810 -233 -19

RO 2 786 -402 -235 2 970 -370 -158

RR 51 -529 -449 202 465 508

TO 1375 330 418 1619 515 638

Total (A) 10 818 1333 2 354 14 113 2034 3 306

Brasil4/ (B) 655 704 10 713 67 433 730 720 4 284 82 410

(A/B) (%) 1,6 12,4 3,5 1,9 47,5 4,0

1/ Por UF, totalizando gov. estadual, capital e principais municípios. Dados

preliminares.

2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado

nominal e o resultado de outros fluxos.

3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário.

4/ Refere-se à soma de todas as regiões.

Tabela 1.6 – Produção agrícola – Norte

Itens selecionadosEm mil toneladas

Discriminação Pesos1/ Produção2/ Variação %

2014 2015 2015/2014

Grãos3/ 32,5 5 922 7 195 21,5

Soja 18,9 3 480 4 060 16,7

Milho 6,1 1 412 1 894 34,1

Arroz (em casca) 5,3 933 1143 22,4

Outras lavouras

Mandioca 31,5 8 008 8 157 1,9

Banana 6,5 957 1 016 6,1

Abacaxi 3,7 430 507 17,8

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2013.

2/ Estimativa segundo o LSPA de setembro de 2015.

3/ Produtos: algodão herbáceo, amendoim, arroz, feijão, milho, soja e sorgo.

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 15

Os abates de bovinos em estabelecimentos fiscalizados pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF) cresceram 3,6% nos oito primeiros meses do ano, em relação a igual período de 2014, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pesca e Abastecimento (Mapa). Destacaram-se os aumentos no Pará (7,7%) e em Rondônia (6,2%) e o recuo de 5,5% no Tocantins. As exportações de carnes desossadas de bovinos congeladas diminuíram 11,5% e as de bovinos vivos, 67,0%, nos primeiros nove meses do ano, em relação a igual período de 2014, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

A produção de leite na região diminuiu 13,0% no segundo trimestre de 2015, em relação a igual período de 2014, de acordo com o IBGE. O preço do produto recuou 9,4% nos oito primeiros meses do ano, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O VBP real da pecuária, considerado o IGP-DI como deflator, deverá crescer 4,3% em 2015, de acordo com estimativa realizada pelo Mapa em setembro. Estão projetados aumentos para o VBP de bovinos (6,4%) e frango (5,8%), e redução de 12,7% no relativo a leite.

A produção industrial da região decresceu 2,7% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando apresentara recuo em igual intensidade, nesse tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do IBGE. A produção da indústria de transformação diminuiu 2,8%, em cenário de arrefecimento da atividade no polo industrial de Manaus (equipamentos de informática e eletrônicos, -11,3%; produtos de borracha e plástico, -14%) e no Pará, -3,9%. A indústria extrativa decresceu 1,5%.

Considerados períodos de doze meses, a indústria do Norte recuou 3,8% em agosto (-4,0% em maio). A produção da indústria de transformação decresceu 11,6% (equipamentos de informática, eletrônicos e ópticos, -28,9%; outros equipamentos de transporte, -13,5%), consistente com o menor dinamismo das indústrias de televisores, computadores portáteis e telefones celulares, e de motocicletas e suas peças e acessórios, no Amazonas; e da indústria extrativa aumentou 6,6%, refletindo, em especial, o aumento da extração de minérios de ferro em bruto, no Pará.

O faturamento nominal das vendas industriais recuou 12,6% no período de doze meses encerrado em agosto (-14,1% no terminado em maio), de acordo com a Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam). O nível de

90

94

98

102

106

110

Ago2012

Dez Abr2013

Ago Dez Abr2014

Ago Dez Abr2015

Ago

Brasil NorteFonte: IBGE

Gráfico 1.6 – Produção industrial – NorteDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2002 = 100

Tabela 1.7 – Produção industrial – Amazonas

Geral e setores selecionadosVariação % no período

Setores Pesos1/ 2015

Mai2/ Ago2/ Ac. 12 meses

Indústria geral 100,0 -4,7 -3,6 -12,8

Indústrias extrativas 7,7 -0,8 1,6 0,5

Indústrias de transformação 92,3 -9,5 -2,2 -13,5

Informática, eletrôn. e ópticos 30,5 -14,4 -11,3 -28,9

Bebidas 23,8 -25,1 14,9 -2,0

Outros equipamentos transporte 19,8 -17,0 5,7 -13,5

Produtos de metal 4,6 -1,2 -5,2 -2,0

Fonte: IBGE

1/ Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE.

2/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

Tabela 1.8 – Produção industrial – Pará

Geral e setores selecionadosVariação % no período

Setores Pesos1/ 2015

Mai2/ Ago2/ Ac. 12 meses

Indústria geral 100,0 2,2 -1,4 5,1

Indústrias extrativas 80,6 5,0 -2,4 7,1

Indústrias de transformação 19,4 1,8 -3,9 -2,1

Metalurgia 6,8 0,2 0,9 -3,4

Produtos alimentícios 5,3 6,8 -6,5 -0,1

Prod. miner. não-metálicos 3,0 -5,0 -0,3 -6,2

Produtos de madeira 2,7 -9,8 -26,3 -8,3

Fonte: IBGE

1/ Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE.

2/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

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16 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) atingiu 75,9% em agosto (80,1% em maio e 81,3% em agosto de 2014).

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) do Norte, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), segue em trajetória semelhante ao do indicador nacional. Nesse sentido, o Icei atingiu 37,1 pontos em setembro (40,8 pontos em junho e 54,7 pontos em setembro de 2014).

O indicador de expectativas da Sondagem Industrial da CNI para a região totalizou 46,2 pontos em agosto (46,9 pontos em maio e 48,9 pontos em agosto de 2014), e o indicador de estoques, 48,1 pontos (52,5 pontos em maio e 49,4 em agosto de 2014), sugerindo estoques abaixo do planejado.

As vendas de ônibus e caminhões totalizaram 5,2 mil unidades nos nove primeiros meses de 2015, segundo a Fenabrave. A redução de 25,9%, em relação a igual período de 2014, repercutiu retrações respectivas de 28,1% e 19,0% nas vendas de caminhões e ônibus.

A balança comercial do Norte apresentou superavit de US$1,3 bilhão nos nove primeiros meses do ano (US$1,97 bilhão em igual período de 2014), segundo o MDIC. As exportações atingiram US$10,13 bilhões e as importações, US$8,87 bilhões, decrescendo 25,8% e 24,0%, respectivamente, no período.

O resultado das exportações, refletindo recuos de 18,4% nos preços e de 9,0% no quantum, foi influenciado, fundamentalmente, pela redução de 31,8% nos embarques de produtos básicos (minérios de ferro, -51,0%), que representaram 69,1% do total, no período. As vendas para a China, Japão, Alemanha, Estados Unidos da América (EUA) e Holanda, corresponderam, em conjunto, a 43,1% do total no período.

A retração das importações decorreu de variações de 19,9% nos preços e -36,7% no quantum. Ressaltem-se os recuos nas aquisições de bens de consumo duráveis, 23,2% (outras partes para aparelhos receptores de radiodifusão, -27,4%) e de bens intermediários, 23,8% (microprocessadores, -38,4%), que representaram 26,5% e 41,2% da pauta, respectivamente. As importações originárias da China, EUA, Coreia do Sul, Japão e Taiwan representaram, em conjunto, 70,8% das compras externas do Norte nos nove primeiros meses do ano, com destaque para o recuo de 21,3% nas provenientes da China.

Tabela 1.9 – Exportação por fator agregado – FOB

Janeiro-setembro

US$ milhões

Discriminação Norte Brasil

2014 2015 Var. % Var. %

Total 13 650 10 128 -25,8 -16,8

Básicos 10 274 7 002 -31,8 -22,3

Industrializados 3 376 3 126 -7,4 -11,2

Semimanufaturados 1 340 1 151 -14,1 -8,4

Manufaturados1/ 2 035 1 975 -3,0 -12,2

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

Tabela 1.10 – Importação por categoria de uso – FOB

Janeiro-setembro

US$ milhões

Discriminação Norte Brasil

2014 2015 Var. % Var. %

Total 11 676 8 868 -24,0 -23,0

Bens de capital 3 234 2 448 -24,3 -17,5

Matérias-primas 4 800 3 656 -23,8 -19,1

Bens de consumo 3 262 2 546 -22,0 -16,0

Duráveis 3 059 2 350 -23,2 -21,6

Não duráveis 203 196 -3,6 -9,7

Combustíveis e lubrificantes 380 218 -42,8 -46,2

Fonte: MDIC/Secex

0

300

600

900

1 200

1 500

1 800

2 100

2 400

Set2013

Dez Mar2014

Jun Set Dez Mar2015

Jun Set

Exportação Importação

Fonte: MDIC/Aliceweb

Gráfico 1.7 – Balança comercial – NorteUS$ milhões

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 17

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) da Região Metropolitana de Belém (RMB) variou 0,38% no terceiro trimestre de 2015 (2,80% no segundo), reflexo de desacelerações dos preços livres, de 2,33% para 0,08%, e dos monitorados, de 4,50% para 1,45%, essa repercutindo recuo de preços nos itens energia elétrica residencial (1,10%) e transporte hidroviário (0,03%) e elevações nos dos itens gás de botijão (10,78%), ônibus interestadual (8,81%) e plano de saúde (3,78%).

A evolução dos preços l ivres repercutiu desacelerações dos preços dos bens comercializáveis, de 2,14% para 0,15% (bebidas e infusões, -6,49%; artigos de papelaria, -5,06%; brinquedo, 5,62%; carnes e peixes industrializados, 4,33%) e dos não comercializáveis, de 2,56% para -0,02% (passagem aérea, -20,42%; tubérculos, raízes e legumes, -17,04%; feijão preto, -7,39%). O índice de difusão atingiu 47,8% no terceiro trimestre de 2015 (58,0% no anterior).

A análise em doze meses revela que o IPCA da RMB aumentou 8,15% em setembro, ante 9,29% em junho. A redução decorreu de desacelerações nos preços livres, de 7,39% para 7,03%, e nos monitorados, de 16,71% para 12,34%, com destaque para as variações nos itens telefone fixo (-4,68%), jogos de azar (47,49%) e gás de botijão (23,79%). A evolução dos preços livres refletiu desaceleração dos preços dos itens comercializáveis, de 6,89% para 5,82% (farinha de trigo, -10,27%; CD e DVD, -8,16%; carnes, 15,93%) e aceleração dos não comercializáveis, de 7,97% para 8,55% (tubérculos, raízes e legumes, 40,34%; feijão carioca 36,97%; alimento para animais, 21,30%).

A desaceleração da atividade econômica do Norte segue influenciada pelos desempenhos negativos da indústria de transformação no Polo Industrial de Manaus e da construção civil no setor mineral e hidrelétrico no Pará, em virtude da finalização de obras. Adicionalmente, ressalte-se o impacto da retração das vendas do comércio, em ambiente de distensão do mercado de trabalho e de condições mais restritivas no mercado de crédito.

Tabela 1.11 – IPCA – Belém

Variação %

Discriminação Pesos1/ 2014 2015

Ano II Tri III Tri Ano

IPCA 100,0 6,60 2,80 0,38 5,97

Livres 78,1 5,84 2,33 0,08 4,39

Comercializáveis 43,8 6,60 2,14 0,15 3,34

Não comercializáveis 34,3 4,84 2,56 -0,02 5,73

Monitorados 21,9 9,57 4,50 1,45 11,95

Principais itens

Alimentação 34,0 7,17 3,11 -0,66 5,35

Habitação 13,1 13,43 0,52 1,19 9,54

Artigos de residência 5,3 6,58 2,10 0,64 3,49

Vestuário 8,5 1,86 2,11 0,17 2,92

Transportes 12,7 4,27 5,02 -0,57 5,63

Saúde 10,3 5,94 3,36 2,64 7,10

Despesas pessoais 8,3 6,79 4,34 2,33 9,01

Educação 4,6 6,68 0,19 -0,00 5,97

Comunicação 3,3 0,32 1,25 0,38 0,81

Fonte: IBGE

1/ Referentes a setembro de 2015.

-0,4

-0,2

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

Set2012

Dez Mar2013

Jun Set Dez Mar2014

Jun Set Dez Mar2015

Jun Set

Brasil RMB

Fonte: IBGE

Gráfico 1.8 – IPCA – Norte Variação (%)

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 19

2Região Nordeste

A atividade econômica do Nordeste, evidenciando recuos relevantes nas vendas do comércio e na produção industrial, manteve trajetória de retração no trimestre encerrado em agosto, com desdobramentos negativos sobre o mercado de trabalho. Nesse cenário, o IBCR-NE recuou 0,9% no período, em relação ao trimestre finalizado em maio, quando decrescera 0,2%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados. Considerados períodos de doze meses, o IBCR-NE recuou 0,7% em agosto (estabilidade em maio).

As vendas do comércio ampliado nordestino decresceram 3,7% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando recuaram 3,3%, nesse tipo de comparação, segundo dados dessazonalizados da PMC, do IBGE. Houve recuos em sete dos dez segmentos pesquisados (móveis e eletrodomésticos, 7,5%; tecidos, vestuário e calçados, 4,9%; equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, 4,4%). Excluídas as retrações nas vendas de veículos, motocicletas, partes e peças (3,2%) e de material de construção (4,1%), o comércio varejista do Nordeste retraiu 3,7% no período (-2,3% no trimestre terminado em maio).

Considerados períodos de doze meses, o comércio ampliado da região recuou 3,6% em agosto (-2,1% em maio), destacando-se as retrações nas atividades equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (18,4%) e livros, jornais, revistas e papelaria (12%). As vendas do comércio varejista diminuíram 2,2% e 0,3%, respectivamente, nas mesmas bases de comparação.

O volume do setor de serviços da região, refletindo, em especial, o recuo de 12,5% no segmento serviços profissionais, administrativos e complementares, decresceu 5,9% no trimestre encerrado em agosto, em relação a igual período de 2014, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), do IBGE. A análise em doze meses mostra que o indicador recuou 0,7% em agosto, em relação a igual período

100

105

110

115

120

125

Fev2013

Mai Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

Fonte: IBGEComércio varejista Comércio ampliado

Gráfico 2.2 – Comércio varejista – NordesteDados dessazonalizados2011 = 100

Tabela 2.1 – Comércio varejista – Nordeste

Geral e setores selecionados

Variação % no período

Setores 2015

Mai1/ Ago1/ 12 meses

Comércio varejista -2,3 -3,7 -2,2

Combustíveis e lubrificantes -4,2 -4,4 -2,6

Híper e supermercados -2,0 -3,5 -3,1

Móveis e eletrodomésticos -2,7 -7,5 -8,2

Equip. e mat. para esc.,inf. e comunicação 21,6 -4,4 -18,4

Comércio ampliado -3,3 -3,7 -3,6

Automóveis e motocicletas -7,2 -3,2 -7,1

Material de construção -0,1 -4,1 -2,2

Fonte: IBGE1/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

135

140

145

150

155

160

Fev2013

Mai Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

IBC-Br IBCR-NE

Gráfico 2.1 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Região NordesteDados dessazonalizados2002 = 100

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20 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

de 2014 (serviços de informação e comunicação, -4,1%; outros serviços, -1,5%).

O saldo das operações de crédito superiores a R$1 mil somou R$397 bilhões em agosto, variando 1,3% no trimestre e 9,3% em doze meses. As operações com recursos livres totalizaram R$218,4 bilhões, elevando-se 1,0% no trimestre e 5,4% em doze meses; e as realizadas com recursos direcionados somaram R$178,6 bilhões, aumentando, na ordem, 1,7% e 14,5%.

As contratações no segmento de pessoas jurídicas – impulsionadas pelas atividades indústria de transformação e serviços industriais de utilidade pública – atingiram R$170 bilhões em agosto, variando -0,1% no trimestre e 4,8% em doze meses. Os créditos às pessoas físicas totalizaram R$227 bilhões, com aumentos respectivos de 2,5% e 12,8% nas mesmas bases de comparação. Destacaram-se as modalidades crédito consignado e financiamento de veículos.

A inadimplência atingiu 3,9% no trimestre encerrado em agosto, crescendo 0,12 p.p. em relação a maio e 0,17 p.p. em doze meses. O aumento trimestral refletiu elevações de 0,09 p.p. no segmento de pessoas físicas e de 0,14 p.p. no de pessoas jurídicas, que registraram taxas de inadimplência de 4,4% e 3,3%, respectivamente.

Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o Nordeste totalizaram, em agosto, R$4,1 bilhões no trimestre e R$23,4 bilhões em doze meses, variando, na ordem, -20,2% e 7,0%, em relação a iguais períodos de 2014.

A economia nordestina eliminou 42,9 mil empregos formais no trimestre encerrado em agosto de 2015 (criação de 47,5 mil em igual período do ano anterior), de acordo com o Caged/MTE, destacando-se os cortes nas atividades serviços (21,1 mil) e construção civil (19,8 mil). Considerados dados dessazonalizados, o nível do emprego formal recuou 1,1% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao terminado em maio, destacando-se a retração de 3,6% em construção civil.

A taxa de desemprego do Nordeste atingiu 10,4% no trimestre terminado em agosto (8,0% em igual período de 2014), de acordo com estatísticas do IBGE para as Regiões Metropolitanas de Recife (RMR) e de Salvador (RMS). Houve aumento de 1,3% na População Economicamente Ativa (PEA) e redução de 2,0% na população ocupada. O rendimento real médio habitual e a massa salarial real recuaram, na ordem, 2,2% e 5,3% no período. Considerados

0

5

10

15

20

Ago2013

Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

PF PJ Total

Gráfico 2.3 – Evolução do saldo das operações de crédito – Nordeste1/

Variação % em 12 meses

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Tabela 2.4 – Necessidades de financiamento –

Nordeste1/

R$ milhões

Discriminação Resultado primário Juros nominais

2014 2015 2014 2015

Jan-jun Jan-jun Jan-jun Jan-jun

Total -2 793 -5 933 1 960 2 415

Governos estaduais -1 862 -2 750 1 944 2 441

Capitais -644 -498 32 43

Demais municípios -287 -2 685 -16 -69

1/ Inclui informações dos governos estaduais e de seus principais municípios.

Dados preliminares.

Tabela 2.3 – Evolução do emprego formal – Nordeste

Novos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2014 2015

Ago Nov Fev Mai Ago

Total 47,5 82,8 -110,6 -98,4 -42,9

Indústria de transformação 12,1 40,4 -24,2 -53,8 -0,7

Serviços industriais de util. pública -0,1 0,1 0,5 1,4 -0,1

Construção civil -0,8 -9,8 -47,1 -26,1 -19,8

Comércio 3,2 37,3 -20,6 -5,6 -13,8

Serviços 17,3 18,3 -5,1 -7,9 -21,1

Agropecuária 16,0 -2,3 -12,8 -6,6 13,1

Outros2/ -0,2 -1,2 -1,3 0,2 -0,4

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.

2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outros.

Tabela 2.2 – Volume de serviços – Nordeste

Serviços empres. não financeiros, exceto saúde e educação

Variação %

Segmentos 2015

Mai 1/ Ago 1/ 12 meses

Total -2,5 -5,9 -0,7

Serviços prestados às famílias -4,6 -0,6 -0,7

Serviços de informação e comunicação -4,2 -6,1 -4,1

Serviços profissionais e administrativos -2,6 -12,5 -1,3

Transportes e correio 3,5 -2,8 3,4

Outros serviços 0,6 -8,8 -1,5

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa ao trimestre encerrado no mês assinalado e o mesmo período

do ano anterior.

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 21

dados dessazonalizados, a taxa de desemprego atingiu 10,0% no trimestre finalizado em agosto (9,7% no encerrado em maio).

O superavit primário dos governos dos estados, das capitais e dos principais municípios do Nordeste somou R$5,9 bilhões no primeiro semestre de 2015. O aumento de 112,4% em relação a igual período de 2014 repercutiu expansões respectivas de 47,7% e 835,1% nos superavits dos governos estaduais e dos demais municípios e recuo de 22,8% no das capitais.

Os juros nominais, apropriados por competência, somaram R$2,4 bilhões e o superavit nominal, R$3,5 bilhões, elevando-se, na ordem, 23,2% e 322,3% em relação a igual período de 2014. O desempenho do resultado nominal refletiu reversão, de deficit de R$81 milhões para superavit de R$309 milhões, na esfera dos governos estaduais, e variações respectivas de -25,7% e 810,0% nos superavits dos governos das capitais e dos demais municípios.

A dívida líquida dos estados, das capitais e dos principais municípios do Nordeste totalizou R$47,5 bilhões em junho de 2015 (6,9% da dívida dessas entidades no país), elevando-se 1,0% em relação a dezembro de 2014. As dívidas junto à União representaram 45,4% do total; a dívida bancária, 44,7%; a dívida externa, 51,4%; e a posição credora em disponibilidades líquidas, 41,5%, no período.

O superavit primário dos governos do estado, da capital e dos principais municípios do Nordeste atingiu R$7 milhões no período de doze meses finalizado em agosto (deficit de R$3,2 bilhões em 2014). Os juros nominais, apropriados por competência e o deficit nominal, somaram R$4,6 bilhões, no período (R$3,5 bilhões e R$6,7 bilhões, na ordem, em 2014). O endividamento líquido dos três segmentos totalizou R$53,6 bilhões em agosto (aumento de 14,0% em relação a dezembro de 2014), representando 7,3% da dívida dos estados, capitais e principais municípios do país (7,2% em dezembro de 2014).

A safra de grãos do Nordeste para 2015 está estimada em 17,3 milhões de toneladas, de acordo com o LSPA de setembro do IBGE, representando 8,2% da produção nacional. A projeção de crescimento anual de 9,6% evidencia, em especial, a estimativa de aumento de 27,5% na produção de soja, favorecida pela expansão de 40,5% na safra da Bahia, principal estado produtor da região. Destaque, ainda, para as projeções de recuos respectivos de 2,3% e 2,1% nas colheitas de feijão e de milho, e, no âmbito

Tabela 2.5 – Dívida líquida – Nordeste1/

R$ milhões

Discriminação 2013 2014 2015

Dez Dez Jun

Dívida bancária 16 524 20 726 21 231

Renegociação2/ 20 123 20 053 20 435

Dívida externa 16 150 20 917 24 419

Outras dívidas junto à União 248 240 34

Dívida reestruturada 893 924 1 079

Disponibilidades líquidas -16 898 -15 841 -19 705

Total (A) 37 040 47 019 47 493

Brasil3/ (B) 578 634 655 704 687 821

(A/B) (%) 6,4 7,2 6,9

1/ Inclui informações dos governos estaduais e de seus principais municípios.

Dados preliminares.

2/ Lei nº 8.727/1993, Lei nº 9.496/1997 e MP nº 2.185/2000.

3/ Refere-se à soma de todas as regiões.

Tabela 2.6 – Dívida líquida e necessidades de

financiamento – Nordeste1/

R$ milhões

Discriminação Dívida Dívida2/

2014 Nominal Outros4/ 2015

Dez Primário Juros Total3/ Jun

Total 47 019 -5 933 2 415 -3 518 3 993 47 493

Governos estaduais 48 492 -2 750 2 441 -309 4 088 52 271

Capitais 151 -498 43 -455 -60 -363

Demais municípios -1 625 -2 685 -69 -2 754 -35 -4 414

1/ Inclui inform. dos governos estaduais e de seus principais municípios. Dados

preliminares.

2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado

nominal e o resultado de outros fluxos.

3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário.

4/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhec. de dívidas e privatiz.

Fluxos acumulados no ano

Tabela 2.7 – Dívida líquida e necessidades de

financiamento – Nordeste1/

R$ milhões

UF Dezembro de 2014 Agosto de 2015

Dívida Fluxos 12 meses Dívida2/ Fluxos 12 meses

Primário Nominal3/ Primário Nominal3/

AL 7 707 -300 483 8 660 -1 057 -6

BA 13 202 696 1 555 14 635 673 1 782

CE 5 118 741 1 111 6 023 -132 353

MA 3 113 278 521 3 773 -364 -18

PB 2 879 110 250 2 978 196 391

PE 9 623 1 428 2 188 10 815 -335 643

PI 2 440 278 397 2 538 -66 70

RN 36 26 81 435 566 626

SE 2 901 -87 101 3 739 512 735

Total (A) 47 019 3 170 6 687 53 596 -7 4 576

Brasil4/ (B) 655 704 10 713 67 433 730 720 4 284 82 410

(A/B) (%) 7,2 29,6 9,9 7,3 -0,2 5,6

1/ Por UF, totalizando gov. estadual, capital e principais municípios. Dados

preliminares.

2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado

nominal e o resultado de outros fluxos.

3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário.

4/ Refere-se à soma de todas as regiões.

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22 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

das demais lavouras, para as variações nas produções de cana-de-açúcar (-1,4%), banana (-4,0%) e mandioca (1,6%).

A produção industrial nordestina decresceu 0,9% no trimestre finalizado em agosto, em relação ao encerrado em maio, quando crescera 2,7%, no mesmo tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF) do IBGE. Destacam-se os recuos nas atividades artigos do vestuário e acessórios (11,2%) e produtos têxteis (10,5%).

Considerados intervalos de doze meses, a produção industrial da região recuou 2,4% em agosto (-3,2% em maio), em relação a igual período de 2014. Ocorreram retrações de 6,0% na indústria extrativa e de 2,0% na de transformação (produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos, -18,6%; metalurgia, -16,5%).

A balança comercial do Nordeste apresentou deficit de US$6,4 bilhões nos nove primeiros meses do ano (US$9,4 bilhões em igual período de 2014), de acordo com o MDIC. As exportações recuaram 10,4% e as importações, 19,8%, totalizando US$10,8 bilhões e US$17,2 bilhões, respectivamente.

O desempenho das exportações refletiu variações de -19,4% nos preços e de 11,1% no quantum. Os embarques de bens semimanufaturados cresceram 5,1% (cátodos de cobre, 94,4%) e os de produtos básicos, 2,6% (soja mesmo triturada, 3,7%; milho em grãos, 791,4%), contrastando com o recuo de 25,5% nos de bens manufaturados (óleos combustíveis, -65,3%). As vendas direcionadas à China, aos EUA, à Argentina, à Holanda e às Antilhas Holandesas representaram, em conjunto, 54,1% das exportações da região nos nove primeiros meses do ano.

A retração das importações repercutiu recuos de 18,4% nos preços e de 1,7% na quantidade importada. Ocorreram reduções nas compras em todas as categorias de uso: bens de capital, 10,2% (veículos de carga, -34,8%; máquinas e aparelhos para tratamento de pedra e subst. mineral, -66,1%); combustíveis e lubrificantes, 29,4% (óleos combustíveis, -49,5%); bens de consumo duráveis, 24,2% (automóveis de passageiros, -34,4%); bens de consumo não-duráveis, 3,0% (calçados suas partes e componentes, -30,3%). As importações provenientes dos EUA, China, Argentina, Índia, Holanda e Chile corresponderam, em conjunto, a 51,1% das aquisições do Nordeste nos nove primeiros meses de 2015.

1/ Calculado com base nas variações e pesos das regiões metropolitanas de Fortaleza, Recife e Salvador.

Tabela 2.8 – Produção agrícola – Nordeste

Itens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Pesos1/ Produção2/ Var. %

(%) 2014 2015 2015/2014

Produção de grãos 15 742 17 259 9,6

Soja 15,8 6 571 8 377 27,5

Caroço de algodão (herbáceo) 9,3 782 812 3,9

Milho 7,9 6 697 6 557 -2,1

Feijão 3,6 675 659 -2,3

Outras lavouras selecionadas

Cana-de-açúcar 15,9 69 261 68 314 -1,4

Mandioca 7,1 5 657 5 744 1,6

Banana 6,1 2 454 2 355 -4,0

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2013.

2/ Estimativa segundo o LSPA de setembro de 2015.

90

95

100

105

110

Fev2013

Mai Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

Brasil Nordeste

Gráfico 2.4 – Produção industrial – NordesteDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2012 = 100

Fonte: IBGE

Tabela 2.9 – Produção industrial – NordesteGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2015

Mai 2/ Ago 2/ 12 meses

Indústria geral 100,0 2,7 -0,9 -2,4

Indústrias extrativas 9,0 -1,4 -5,0 -6,0

Indústrias de transformação 91,0 3,2 -0,5 -2,0

Produtos alimentícios 16,2 -1,2 -2,1 3,3

Deriv. petróleo e biocombustíveis 15,8 29,5 7,4 -8,7

Outros produtos químicos 9,9 -0,7 -0,1 2,6

Artefatos couro e calçados 6,9 -7,5 -0,4 -4,5

Fonte: IBGE

1/ Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE.

2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados

dessazonalizados.

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 23

A inflação no Nordeste1, medida pelo IPCA, atingiu 1,03% no terceiro trimestre do ano (2,75% no segundo), com desacelerações dos preços livres (de 2,23% para 0,99%) e dos monitorados (de 4,68% para 1,17%), destacando-se, nesse segmento, a redução de 5,46% no preço da energia elétrica residencial e as elevações nos preços dos itens gás de botijão (11,17%), ônibus interestadual (8,33%) e gás veicular (7,40%). O desempenho dos preços livres repercutiu desacelerações dos preços dos bens comercializáveis, de 2,21% para 1,52% (pneu, -2,50%; arroz, -1,84%; carnes e peixes industrializados, 4,16%) e dos bens não comercializáveis, de 2,25% para 0,47% (tubérculos, raízes e legumes, -26,92%; passagem aérea, -13,75%; farinha de mandioca, 12,13%). O índice de difusão atingiu 62,50% no terceiro trimestre de 2015 (65,20% no segundo e 56,76% em igual intervalo de 2013).

Considerados períodos de doze meses, a inflação no Nordeste atingiu 8,63% em setembro (8,17% em junho). Os preços livres aumentaram 7,50%, com elevações de 6,21% nos preços dos bens comercializáveis (carnes, 17,34%; artigos de papelaria, 15,61%; produtos óticos, 10,11%) e de 8,83% nos dos bens não comercializáveis (tubérculos, raízes e legumes, 32,09%; hortaliças e verduras, 15,79%; passagem aérea, -10,67%). A variação dos preços monitorados atingiu 12,82% (12,86% no período de doze meses até junho), destacando-se as elevações respectivas de 25,23% e 18,41% nos itens energia elétrica residencial e gás veicular.

A economia nordestina segue repercutindo o cenário de reduzida confiança dos agentes econômicos, assim como os impactos de evento não econômicos. Ressalte-se que a região se beneficia da maior participação da indústria alimentícia na estrutura produtiva local e detém participação expressiva como receptora das transferências governamentais no âmbito de programas sociais, fatores que podem contribuir para atenuar a intensidade do ciclo.

Tabela 2.10 – Exportação por fator agregado – FOB

Janeiro-setembro

US$ milhões

Discriminação Nordeste Brasil

2014 2015 Var. % Var. %

Total 12 054 10 798 -10,4 -16,8

Básicos 3 015 3 092 2,6 -22,3

Industrializados 9 040 7 705 -14,8 -11,2

Semimanufaturados 3 161 3 323 5,1 -8,4

Manufaturados1/ 5 879 4 382 -25,5 -12,2

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

Tabela 2.11 – Importação por categoria de uso – FOB

Janeiro-setembro

US$ milhões

Discriminação Nordeste Brasil

2014 2015 Var. % Var. %

Total 21 422 17 182 -19,8 -23,0

Bens de capital 2 832 2 545 -10,2 -17,5

Matérias-primas 8 442 7 214 -14,6 -19,1

Bens de consumo 2 146 1 775 -17,3 -16,0

Duráveis 1 447 1 097 -24,2 -21,6

Não duráveis 699 678 -3,0 -9,7

Combustíveis e lubrificantes 8 001 5 649 -29,4 -46,2

Fonte: MDIC/Secex

Tabela 2.12 – IPCA – Nordeste

Variação %

Discriminação Pesos1/ 2015

I Tri II Tri III Tri 12 meses

IPCA 100,0 3,26 2,75 1,03 8,63

Livres 78,2 2,68 2,23 0,99 7,50

Comercializáveis 39,1 1,05 2,21 1,52 6,21

Não comercializáveis 39,1 4,36 2,25 0,47 8,83

Monitorados 21,8 5,44 4,68 1,17 12,82

Principais itens

Alimentação 28,8 4,08 3,43 0,55 10,37

Habitação 14,4 5,05 4,17 1,06 11,89

Artigos de residência 4,7 0,98 0,62 2,70 4,49

Vestuário 7,0 -0,91 1,44 -0,43 1,56

Transportes 16,9 4,31 1,55 0,91 8,36

Saúde 10,8 1,49 3,28 2,27 8,60

Despesas pessoais 9,2 2,33 3,89 1,92 9,46

Educação 4,5 7,10 0,43 0,79 8,81

Comunicação 3,7 -0,40 1,46 0,97 1,82

Fonte: IBGE

1/ Pesos relativos ao trimestre encerrado no período t-3.

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24 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

Bahia

O PIB da Bahia retraiu 1,9% no segundo trimestre de 2015, em relação a igual período do ano anterior, de acordo com a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI). A contração refletiu, em especial, o impacto de recuos na produção da indústria (6,4%), com destaque para os desempenhos negativos da transformação (13,5%) e da construção civil (5,6%), e no setor de serviços (1,3%), ressaltando-se a retração de 6,7% no comércio. A atividade agropecuária cresceu 7,6% no período. Considerados dados dessazonalizados da SEI, o PIB retraiu 0,5% em relação ao primeiro trimestre de 2015.

Indicadores mais recentes sugerem melhora na atividade econômica do estado. Nesse sentido, o IBCR-BA aumentou 1,0% no trimestre finalizado em agosto, em relação ao período terminado em maio, quando aumentara 0,7%, nessa base de comparação, de acordo com dados dessazonalizados. Considerados intervalos de doze meses, o indicador contraiu 0,3% em agosto (expansão de 0,5% em maio).

As vendas do comércio ampliado da Bahia recuaram 2,8% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando haviam decrescido 3,5%, na mesma base de comparação, segundo dados dessazonalizados da PMC do IBGE. Ocorreram retrações em oito dos dez segmentos pesquisados (equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, -13,9%; móveis e eletrodomésticos, -7,7%; tecidos, vestuário e calçado, -5,9%; hipermercados e supermercados, -3,8%). Excluídas as retrações nas vendas de veículos, motocicletas, partes e peças (1,1%) e de material de construção (3,0%), o comércio varejista baiano retraiu 3,8% no trimestre (-2,3% no trimestre finalizado em maio).

Considerados períodos de doze meses, as vendas do comércio varejista ampliado decresceram 4,7% em agosto (-3,8% em maio), com retrações em oito dos dez segmentos pesquisados (equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, -18,2%; livros, jornais, revistas e papelaria, -13,7%; móveis e eletrodomésticos, -10,0%; veículos, motocicletas, partes e peças, -8,5%). As vendas do comércio varejista variaram -3,3% e -0,5%, respectivamente, nos períodos mencionados.

O volume do setor de serviços na Bahia recuou 7,5% no trimestre encerrado em agosto, em relação a igual período de 2014 (outros serviços, -24,8%; serviços

140

144

148

152

156

160

Ago2012

Dez Abr2013

Ago Dez Abr2014

Ago Dez Abr2015

Ago

IBC-Br IBCR-BA

Gráfico 2.5 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e BahiaDados dessazonalizados 2002 = 100

Tabela 2.13 – Comércio varejista – Bahia

Geral e setores selecionadosVariação % no período

Setores 2015

Fev1/ Mai1/ Ago1/ 12 meses

Comércio varejista -4,2 -2,3 -3,8 -3,3

Combustíveis e lubrificantes -3,1 -4,2 -4,7 -5,2

Híper, supermercados 0,8 -2,1 -3,8 -1,6

Tecidos, vestuário e calçados -11,9 -0,1 -5,9 -7,1

Móveis e eletrodomésticos -12,6 -0,4 -7,7 -10,0

Comércio ampliado -4,6 -3,5 -2,8 -4,7

Automóveis e motocicletas -5,3 -9,3 -1,1 -8,5

Material de construção -3,8 -0,7 -3,0 -3,4

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos períodos encerrados em t e t-1. Dados dessazonalizados.

100

102

104

106

108

110

112

114

116

118

120

Ago2013

Out Dez Fev2014

Abr Jun Ago Out Dez Fev2015

Abr Jun Ago

Brasil BahiaFonte: IBGE

Gráfico 2.7 – Volume de serviçosDados observados – Média móvel trimestral

100

105

110

115

120

125

Ago2012

Dez Abr2013

Ago Dez Abr2014

Ago Dez Abril2015

Junho

Fonte: IBGEComércio varejista Comércio ampliado

Gráfico 2.6 – Comércio varejista – BahiaDados dessazonalizados2011 = 100

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 25

profissionais e administrativos, -20,1%), segundo a PMS do IBGE. Considerados intervalos de doze meses, o indicador aumentou 0,9% em agosto (3,2% em maio).

As operações de crédito superiores a R$1 mil contratadas na Bahia totalizaram R$112,0 bilhões em agosto, aumentando 0,2% no trimestre e 4,8% em doze meses. Os empréstimos com recursos livres somaram R$61,7 bilhões (acréscimos respectivos de 1,1% e 4,3%) e os contratados com recursos direcionados atingiram R$50,3 bilhões, variando -0,9% no trimestre e 5,5% em doze meses.

A carteira do segmento de pessoa física somou R$61,7 bilhões, elevando-se 0,8% no trimestre e 13,1% em doze meses, com destaque, no trimestre, para as variações nas modalidades financiamento imobiliário (3,8%) e financiamento de veículos (-3,3%). As contratações no segmento de pessoas jurídicas somaram R$50,3 bilhões, com retrações de 0,3% no trimestre e de 3,8% em doze meses, sobressaindo a retração interanual de 25,8% nos financiamentos rurais.

A inadimplência dessas operações atingiu 4,06% em agosto (3,01% no país), elevando-se 0,14 p.p. no trimestre e 0,55 p.p. em doze meses. A trajetória trimestral refletiu crescimentos respectivos de 0,04 p.p. e 0,24 p.p nos segmentos de pessoas físicas e de pessoas jurídicas, nos quais as taxas de inadimplência situaram-se, na ordem, em 4,48% e 3,56%.

O mercado de trabalho baiano registrou eliminação de 24,2 mil postos de trabalho no trimestre encerrado em agosto (criação de 1,4 mil em igual período de 2014), de acordo com o Caged/MTE, destacando-se os cortes na construção civil (9,3 mil) e no setor de serviços (8,2 mil). Considerados dados dessazonalizados, o nível de emprego formal recuou 1,4% no trimestre terminado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando decrescera 0,9%, na mesma base de comparação.

A taxa média de desemprego na RMS atingiu 12,0% no trimestre encerrado em agosto (9,1% no mesmo período de 2014), de acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE, evolução decorrente de recuos de 5,1% na população ocupada e de 1,9% na PEA. O rendimento médio real habitualmente recebido pelas pessoas ocupadas e a massa de rendimentos recuaram, na ordem, 0,6% e 5,7%, no trimestre. Considerados dados dessazonalizados, a taxa de desemprego aumentou 0,4 p.p. em relação ao trimestre finalizado em maio.

Tabela 2.14 – Volume de serviços – Bahia

Serv. empresariais não financeiros, exceto saúde e educaçãoVariação % no período

Segmentos 2014 2015

Ano Mai1/ Ago1/ 12 meses

Total 3,8 0,3 -7,5 0,9

Serviços prestados às famílias -1,0 -4,0 -4,8 -2,7

Serviços de informação e comunicação -6,2 -3,8 -5,6 -4,3

Serviços profissionais e administrativos 9,0 -1,8 -20,1 0,4

Transportes e correio 11,8 6,9 0,7 8,2

Outros serviços 0,8 -5,8 -24,8 -11,5

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa ao trimestre encerrado no mês assinalado e o mesmo período

do ano anterior.

-5

0

5

10

15

20

25

Mai2013

Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

PF PJ Total

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Gráfico 2.8 – Evolução do saldo das operações decrédito – Bahia/1

Dados observados - Média móvel trimestral

Tabela 2.15 – Evolução do emprego formal – Bahia

Novos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2014 2015

Ago Nov Fev Mai Ago

Total 1,4 -0,1 -30,4 -9,5 -24,2

Indústria de transformação -0,3 -3,3 -3,1 0,3 -1,2

Comércio -0,7 7,4 -4,6 -2,4 -4,0

Serviços 2,1 1,4 -5,6 -3,9 -8,2

Construção civil -0,4 1,1 -13,4 -9,5 -9,3

Agropecuária 1,0 -6,6 -3,3 5,6 -0,8

SIUP -0,1 0,5 -0,2 -0,1 -0,3

Outros2/ -0,3 -0,6 -0,2 0,5 -0,3

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.

2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outros.

6

7

8

9

10

11

12

13

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Fonte: IBGE2012 2013 2014 2015

Gráfico 2.9 – Taxa de desemprego aberto – Bahia%

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26 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

A taxa de desemprego no estado, consideradas estatísticas da PNADC, do IBGE, atingiu 12,7% no segundo trimestre do ano (10,1% no período equivalente de 2014). O rendimento médio real habitualmente recebido pelos ocupados e a massa salarial real cresceram, na ordem, 3,6% e 3,9% em relação ao segundo trimestre de 2014.

O superavit primário dos governos do estado, da capital e dos principais municípios da Bahia somou R$1,5 bilhão no primeiro semestre de 2015. A redução de 8,5% em relação a igual período de 2014 refletiu recuos nos superavits dos governos do estado (55,5%) e da capital (20,2%), e aumento de 1.153,4% no dos principais municípios.

Os juros nominais, apropriados por competência, totalizaram R$581,4 milhões no semestre, com aumento de 16,7% em relação a igual período de 2014. O superavit nominal somou R$909,9 milhões, ressaltando-se que o recuo de 19,6% registrado no período repercutiu, em especial, a reversão de superavit (R$709,0 milhões) para deficit (R$24,0 milhões) no governo do estado.

A dívida líquida do estado, da capital e dos principais municípios baianos totalizou R$13,3 bilhões em junho (28,1% do endividamento do Nordeste), aumentando 0,9% em relação a dezembro de 2014. Ocorreram reduções do endividamento dos governos da capital e dos principais municípios e aumento no do governo estadual.

A safra baiana de grãos deverá totalizar 9,2 milhões de toneladas em 2015, de acordo com o LSPA de setembro, do IBGE. O aumento anual de 18,1% considera crescimentos para as produções de soja (40,5%), feijão (4,7%) e algodão (2,8%), e redução de 1,0% para a colheita de milho. No âmbito das demais lavouras, destaque para as estimativas de aumento de 10,8% para a safra de café e de recuos para as de cacau (21,2%), cana-de-açúcar (8,4%), mandioca (1,8%) e banana (1,6%).

A indústria da Bahia cresceu 3,6% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando aumentou 9,2%, nesse tipo de comparação, de acordo com os dados dessazonalizados da PIM-PF do IBGE. A produção da indústria extrativa recuou 3,9% e a da indústria de transformação aumentou 4,0% (coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis, 11,6%; metalurgia, 10,9%; veículos automotores, -3,0%).

Considerados intervalos de doze meses, a indústria do estado recuou 3,3% em agosto, em relação a igual

Tabela 2.18 – Produção agrícola – BahiaItens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Peso1/ Produção Variação %

2014 20152/ 2014/2015

Grãos

Algodão herbáceo 19,4 1 164 1 197 2,8

Soja 18,6 3 206 4 504 40,5

Milho 7,1 2 917 2 888 -1,0

Feijão 3,7 357 374 4,7

Outros grãos3/ 0,4 172 271 57,0

Outras lavouras

Banana 6,5 1 089 1 071 -1,6

Cacau 6,3 179 141 -21,2

Café 5,6 202 223 10,8

Mandioca 4,5 2 134 2 096 -1,8

Cana-de-açúcar 3,4 6 693 6 129 -8,4

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2013.

2/ Segundo o LSPA de setembro de 2015.

3/ Amendoim, arroz, mamona e sorgo.

Tabela 2.16 – Dívida líquida e necessidades de

financiamento – Bahia1/

R$ milhões

UF Dívida Dívida2/

2014 Nominal Outros3/ 2015

Dez Primário Juros Total4/ Jun

Estado da Bahia 13 202 -1 491 581 - 910 1 032 13 325

Governo estadual 11 843 -512 536 24 1 170 13 037

Capital 715 -340 35 -305 -111 299

Demais municípios 644 -638 10 -629 -27 -12

1/ Inclui inform. do estado e de seus principais municípios. Dados preliminares.

2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado

nominal e o resultado de outros fluxos.

3/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhec. de dívidas e privatiz.

4/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário.

Fluxos acumulados no ano

Tabela 2.17 – Necessidades de financiamento – Bahia1/

R$ milhões

UF

2014 2015 2014 2015

Jan-jun Jan-jun Jan-jun Jan-jun

Estado da Bahia -1 630 -1 491 498 581

Governo estadual -1 152 -512 443 536

Capital -427 -340 38 35

Demais municípios -51 -638 17 10

1/ Inclui informações do estado e de seus principais municípios.

Dados preliminares.

Resultado primário Juros nominais

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 27

período de 2014 (-6,0% em maio), reflexo de reduções de 4,6% na indústria extrativa e de 3,2% na de transformação (equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, -58,4%; metalurgia, -19,0%; veículos, 28,1%).

O Indicador de Confiança do Empresariado Baiano (Iceb)2, divulgado pela SEI, atingiu -467 pontos em setembro (-454 em junho e -244 em setembro de 2014), situando-se na área de pessimismo. A trajetória trimestral do indicador refletiu aumento de 47 pontos no indicador do setor de serviços – que segue registrando, no entanto, o maior pessimismo (-496 pontos) – e recuos nos relativos à agropecuária (128 pontos), ao comércio (90 pontos) e à indústria (3 pontos).

A balança comercial da Bahia registrou deficit de US$529 milhões nos nove primeiros meses do ano (superavit de US$495 milhões em igual período de 2014), reflexo de reduções de 17,3% nas exportações e de 3,2% nas importações, que somaram US$5,9 bilhões e US$6,5 bilhões, respectivamente.

A trajetória das exportações, repercutindo variações de -23,7% nos preços e de 8,4% no quantum, decorreu de reduções nas vendas de produtos manufaturados, 32,9% (óleos combustíveis, -71,4%; hidrocarbonetos, -50,7%); e básicos, 8,1% (soja mesmo triturada, -11,1%); e aumento nas de semimanufaturados, 3,8% (catodos de cobre, 94,4%). China, EUA e Argentina adquiriram, em conjunto, 48,7% das exportações do estado, no período.

O recuo das importações refletiu variações de 19,2% no quantum e de -18,8% nos preços. As compras de matérias-primas e produtos intermediários, representando 54,1% do total no período, decresceram 11,4% (naftas, -26,7%), as de bens de consumo, 31% (automóveis de passageiros, -35,2%) e as de bens de capital, 9,1% (veículos de carga, -34,1%). Em sentido inverso, houve aumento de 130,7% nas aquisições de combustíveis, que representaram 18,3% do total adquirido pelo estado nos nove primeiros meses de 2015. As importações provenientes do Chile, Argentina e Argélia representaram, em conjunto, 33,1% das aquisições externas da Bahia, no período.

O IPCA na RMS variou 0,98% no terceiro trimestre de 2015 (2,34% no segundo), de acordo com o IBGE. Os preços livres desaceleraram, de 1,82% para 0,97%, repercutindo reduções nas variações dos preços dos

2/ O indicador varia de -1000 a 1000, com o zero como ponto de indiferença.

110,6391,10

1900ral

1900ral

1900ral

1900ral

1900ral

1900ral

1900ral

Ago2012

Dez Abr2013

Ago Dez Abr2014

Ago Dez Abr2015

Ago

Brasil BahiaFonte: IBGE

Gráfico 2.10 – Produção industrial – BahiaDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2012 = 100

Tabela 2.19 – Produção industrial – BahiaGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2015 Acumulado

Mai2/ Ago2/ em 12 meses

Indústria geral 100,0 9,2 3,6 -3,3

Indústrias extrativas 5,9 1,0 -3,9 -4,6

Indústrias de transformação 94,1 10,4 4,0 -3,2

Deriv. petróleo e biocomb. 28,5 39,8 11,6 -9,9

Outros produtos químicos 16,1 -3,4 2,8 2,2

Veículos, reb. e carrocerias 10,7 -2,3 -3,0 28,1

Metalurgia 8,2 -1,8 10,9 -19,0

Produtos alimentícios 8,1 -7,4 3,9 -1,6

Celulose e prod. papel 7,4 0,6 2,1 2,8

Fonte: IBGE

1/ Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE

2/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

Tabela 2.20 – Exportação por fator agregado – FOB

Janeiro-setembro

US$ milhões

Discriminação Bahia Brasil

2014 2015 Var. % Var. %

Total 7 179 5 938 -17,3 -16,8

Básicos 1 794 1 649 -8,1 -22,3

Industrializados 5 385 4 289 -20,4 -11,2

Semimanufaturados 1 842 1 911 3,8 -8,4

Manufaturados1/ 3 543 2 378 -32,9 -12,2

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

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28 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

bens comercializáveis (de 2,18% para 1,71%) e dos não comercializáveis (de 1,48% para 0,28%), com destaque para as retrações dos preços dos alimentos in natura (16,43%) e do item passagem aérea (14,26%), e para as elevações nos preços dos itens conserto de automóvel (3,83%) e refeição (1,37%). Os preços monitorados desaceleraram, de 4,19% para 1,06%, salientando-se os recuos nos preços dos itens energia elétrica residencial (6,5%), óleo diesel (0,56%) e gasolina (0,12%), e as elevações em gás de botijão (11,09%) e plano de saúde (3,69%). O índice de difusão situou-se em 69,3% no terceiro trimestre (68,50% no segundo e 61,8% no terceiro trimestre de 2014).

Considerados períodos de doze meses, o IPCA na RMS aumentou 8,13% em setembro (7,85% em junho). Os preços livres variaram 7,11%, reflexo de variações nos preços dos bens comercializáveis, 6,51% (automóvel novo, 9,46%), e dos não comercializáveis, 7,68% (refeição 12,02%; lanche, 9,59%). Os preços dos monitorados cresceram 11,83%, com destaque para as elevações nos itens energia elétrica residencial (22,98%), gasolina (14,92%) e plano de saúde (11,01%).

O comportamento dos principais indicadores da Bahia sugere melhora da atividade econômica, na margem, destacando-se os desempenhos da agricultura e da indústria. A sustentação desse dinamismo segue condicionada, entretanto, pela recuperação do mercado interno, dependente das trajetórias dos mercados de trabalho e de crédito; pela evolução do comércio internacional; e pela restauração da confiança dos agentes econômicos.

Tabela 2.21 – Importação por categoria de uso – FOB

Janeiro-setembro

US$ milhões

Discriminação Bahia Brasil

2014 2015 Var. % Var. %

Total 6 684 6 467 -3,2 -23,0

Bens de capital 1 149 1 045 -9,1 -17,5

Matérias-primas 3 950 3 501 -11,4 -19,1

Bens de consumo 1 074 741 -31,0 -16,0

Duráveis 1 009 687 -31,9 -21,6

Não duráveis 65 54 -17,1 -9,7

Combustíveis e lubrificantes 512 1 181 130,7 -46,2

Fonte: MDIC/Secex

Tabela 2.22 – IPCA – Salvador

Variação %

Discriminação Pesos1/ 2014 2015

Ano I Tri II Tri III Tri 12 meses

IPCA 100,00 5,76 3,45 2,34 0,98 8,13

Livres 77,71 5,75 2,97 1,82 0,97 7,11

Comercializáveis 37,70 6,45 1,01 2,18 1,71 6,51

Não comercializáveis 40,01 5,09 4,86 1,48 0,28 7,68

Monitorados 22,29 5,79 5,18 4,19 1,06 11,83

Principais itens

Alimentação 28,18 6,43 4,64 3,01 0,58 10,86

Habitação 14,33 9,39 4,45 3,56 0,92 9,77

Artigos de residência 4,64 7,99 1,10 0,09 2,01 4,05

Vestuário 6,73 2,62 -0,86 1,47 -0,42 0,43

Transportes 18,96 1,95 4,48 0,77 0,59 7,26

Saúde 10,26 7,59 1,57 3,12 2,40 8,62

Despesas pessoais 8,48 7,62 2,25 4,25 2,42 8,89

Educação 4,46 8,77 8,07 0,34 0,63 9,72

Comunicação 3,96 -0,23 -0,44 1,44 1,26 2,32

Fonte: IBGE

1/ Referentes a setembro de 2015.

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 29

Ceará

O PIB do Ceará recuou 3,9% no segundo trimestre de 2015, em relação ao trimestre anterior, segundo dados dessazonalizados do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece). O resultado refletiu reduções na agropecuária (22,0%), no setor de serviços (2,5%) e na indústria (2,0%). O PIB do estado cresceu 1,0% em doze meses, resultado de recuo de 2,2% na indústria e expansões de 21,3% na agropecuária e de 1,1% no setor de serviços.

Dados mais recentes ratificam a perda de dinamismo da economia cearense. Nesse cenário, o IBCR-CE retraiu 1,5% no trimestre finalizado em agosto, em relação ao terminado em maio, quando decrescera 5,8%, na mesma base de comparação, segundo dados dessazonalizados. Considerados períodos de doze meses, o indicador elevou-se 0,1% em agosto (2,7% em maio).

As vendas do comércio ampliado recuaram 2,7% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao terminado em maio, quando haviam decrescido 2,3%, neste tipo de comparação, segundo dados dessazonalizados da PMC, do IBGE. Houve redução em nove dos dez segmentos pesquisados (móveis e eletrodomésticos, 7,2%; equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, 5%; outros artigos de uso pessoal e doméstico, 3,1%). Excluídas as reduções nas vendas de veículos, motocicletas, partes e peças (1,0%) e de material de construção (3,0%), o comércio varejista do Ceará retraiu 2,2% no período (2,0% no trimestre terminado em maio).

Considerados períodos de doze meses, as vendas do comércio ampliado recuaram 1,6% em agosto (-0,4% em maio), destacando-se as retrações nos segmentos equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (17,3%%) e livros, jornais, revistas e papelaria (15,2%). As vendas do comércio varejista variaram -0,8% e 1%, respectivamente, em iguais períodos.

O volume de serviços no Ceará recuou 2,5% no trimestre encerrado em agosto, em relação a igual período de 2014 (transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, -12,8%), segundo a PMS do IBGE. Considerados períodos de doze meses, o indicador aumentou 0,3% em agosto, em relação a igual intervalo de 2014 (outros serviços, 15,5%).

As operações de crédito superiores a R$1 mil totalizaram R$62,7 bilhões em agosto, aumentando 2,3% no

135

140

145

150

155

Fev2013

Mai Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

IBC-Br IBCR-CE

Gráfico 2.11 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e CearáDados dessazonalizados2002 = 100

100

105

110

115

120

125

Fev2013

Mai Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

Comércio varejista Comércio ampliadoFonte: IBGE

Gráfico 2.12 – Comércio varejista – CearáDados dessazonalizados2011 = 100

Tabela 2.23 – Comércio varejista – Ceará

Geral e setores selecionados

Variação % no período

Setores 2015

Mai1/ Ago1/ 12 meses

Comércio varejista -2,0 -2,2 -0,8

Combustíveis e lubrificantes -1,6 -2,3 0,9

Hiper e supermercados -1,4 -1,8 -4,2

Móveis e eletrodomésticos -4,7 -7,2 -2,5

Equip.e mat. para esc.,inf. e comunicação 57,0 -5,0 -17,3

Comércio ampliado -2,3 -2,7 -1,6

Automóveis e motocicletas -5,9 -1,0 -4,8

Material de construção 0,3 -3,0 4,2

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados

dessazonalizados.

Tabela 2.24 – Volume de serviços – Ceará

Serviços empres. não financeiros, exceto saúde e educação

Variação %

Segmentos 2015

Mai1/ Ago1/ 12 meses

Total -2,2 -2,5 0,3

Serviços prestados às famílias -4,4 3,8 5,3

Serviços de informação e comunicação -2,6 -1,3 -2,4

Serviços profissionais e administrativos -4,9 -1,4 -0,1

Transportes e correio -1,8 -12,8 -2,8

Outros serviços 12,5 11,3 15,5

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa ao trimestre encerrado no mês assinalado e o mesmo período

do ano anterior.

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30 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

trimestre e 16,9% em doze meses. As operações realizadas com recursos livres totalizaram R$33,1 bilhões (aumentos de 0,2% no trimestre e de 6,2% em doze meses) e as contratadas com recursos direcionados somaram R$29,6 bilhões, elevando-se 4,8% e 31,7%, respectivamente, nos períodos considerados.

A carteira das pessoas jurídicas totalizou R$30,7 bilhões, elevando-se 2,0% no trimestre e 20,5% em doze meses, destacando-se as contratações da indústria de transformação e do setor de serviços industriais de utilidade pública. As operações contratadas no segmento de pessoas físicas atingiram R$32 bilhões, aumentando, na ordem, 2,7% e 13,6% nos períodos mencionados, com destaque para as modalidades financiamentos de veículos e crédito consignado.

A inadimplência atingiu 3,2% em agosto, variando 0,16 p.p. em relação a maio e -0,48 p.p. em doze meses. O comportamento no trimestre repercutiu variações de 0,05 p.p. no segmento de pessoas físicas e de -0,37 p.p. no de pessoas jurídicas, que registraram taxas de inadimplência de 4,1% e 1,4%, respectivamente.

A economia cearense eliminou 1,3 mil empregos formais no trimestre encerrado em agosto (criação de 12,1 mil em igual período de 2014), de acordo com o Caged/MTE, destacando-se o corte de 3,2 mil vagas na indústria de transformação. Considerados dados dessazonalizados, o nível de emprego formal no Ceará recuou 0,4% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, destacando-se a retração de 2,0% na atividade serviços industriais de utilidade pública.

O superavit primário dos governos do estado, da capital e dos principais municípios do Ceará somou R$789 milhões no primeiro semestre de 2015 (R$32 milhões no mesmo período de 2014). Ocorreram superavits nas esferas estadual (R$268 milhões) e dos demais municípios (R$568 milhões), e deficit de R$48 milhões no governo da capital.

Os juros nominais, apropriados por competência, totalizaram R$252 milhões no semestre, elevando-se 36,4% em relação a igual período de 2014, e o resultado nominal foi superavitário em R$537 milhões (deficit de R$153 milhões no primeiro semestre de 2014).

A dívida líquida do estado, da capital e dos principais municípios atingiu R$5,2 bilhões em junho, aumentando 1,4% em relação a dezembro de 2014. A participação do

5

10

15

20

Ago2013

Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

PF PJ Total

Gráfico 2.13 – Evolução do saldo das operações de crédito – Ceará1/

Variação % em 12 meses

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Tabela 2.25 – Evolução do emprego formal – Ceará

Novos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2014 2015

Ago Nov Fev Mai Ago

Total 12,1 25,5 -12,8 -5,6 -1,3

Indústria de transformação 0,2 2,1 -4,2 -4,3 -3,2

Serviços industrias de utilidade pública 0,1 0,0 0,7 0,1 -0,2

Construção civil 2,7 3,8 -4,6 -0,4 0,9

Comércio 1,7 10,0 -2,1 -0,2 -1,4

Serviços 4,6 8,6 0,0 -0,1 -0,4

Agropecuária 2,7 1,0 -2,6 -0,7 2,8

Outros2/ 0,1 0,0 0,0 0,0 0,2

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.

2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outros.

Tabela 2.26 – Necessidades de financiamento – Ceará1/

R$ milhões

UF

2014 2015 2014 2015

Jan-jun Jan-jun Jan-jun Jan-jun

CE -32 -789 185 252

Governo estadual -3 -268 194 273

Capital -17 48 4 7

Demais municípios -11 -568 -13 -29

1/ Inclui informações do estado e de seus principais municípios.

Dados preliminares.

Resultado primário Juros nominais

Tabela 2.27 – Dívida líquida e necessidades de

financiamento – Ceará1/

R$ milhões

UF Dívida Dívida2/

2014 Nominal Outros4/ 2015

Dez Primário Juros Total3/ Jun

CE 5 118 -789 252 -537 610 5 191

Governo estadual 5 719 -268 273 5 553 6 277

Capital 255 48 7 55 57 367

Demais municípios -856 -568 -29 -597 0 -1 453

1/ Inclui inform. do estado e de seus principais municípios. Dados preliminares.

2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado

nominal e o resultado de outros fluxos.

3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário.

4/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhec. de dívidas e privatiz.

Fluxos acumulados no ano

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 31

Ceará no endividamento regional atingiu 10,9%, mantendo-se estável em relação a dezembro de 2014.

A safra de grãos do Ceará deverá totalizar 349,5 mil toneladas em 2015, de acordo com o LSPA de setembro do IBGE. A projeção de recuo anual de 30,4% repercute, fundamentalmente, o impacto negativo de condições meteorológicas adversas sobre as safras de feijão (-26,3%), arroz (-21,9%) e milho (-32,4%), principais culturas do estado. Em relação às outras lavouras, estão estimadas variações respectivas de -5,7%, -6,9% e 178,5% para as produções de banana, mandioca e castanha-de-caju.

A produção industrial do Ceará cresceu 1,0% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando recuara 7,6%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da PIM-PF do IBGE. Destacaram-se os aumentos nas indústrias de preparação de couros e fabricação de artefatos de couro (8,9%) e de minerais não-metálicos (2,8%).

Considerados intervalos de doze meses, a indústria do estado decresceu 7,3% em agosto, ante 6,1% em maio (produtos têxteis, -32,6%; máquinas, aparelhos e materiais elétricos, -13,4%).

O faturamento real da indústria de transformação cearense cresceu 3,1% no período de doze meses encerrado em agosto (1,0% em maio), em relação a igual intervalo de 2014, de acordo com o Instituto de Desenvolvimento Industrial do Ceará (Indi) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec). Na mesma base de comparação, houve redução no pessoal empregado (5,3%), na remuneração real (3,7%) e nas horas trabalhadas (15,7%). O Nuci médio atingiu 81,2% no período de doze meses finalizado em agosto de 2015 (81,4% no terminado em maio de 2015 e 82,1% no encerrado em agosto de 2014).

A balança comercial cearense registrou deficit de US$1,5 bilhão nos nove primeiros meses de 2015 (US$1,3 bilhão em igual período de 2014), de acordo com o MDIC. As exportações somaram US$0,7 bilhão e as importações, US$2,2 bilhões, recuando 34,9% e 9,5%, respectivamente, no período.

A evolução das exportações refletiu recuos de 22,8% nos preços e 15,6% no quantum. Houve retrações nas vendas em todas as categorias de fator agregado: manufaturados, 47,6% (óleos combustíveis, -95,4%); semimanufaturados, 13,7% (couros e peles, -23,1%); básicos, 10,1% (minérios

Tabela 2.28 – Produção agrícola – Ceará

Itens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Peso1/ Produção2/ Var. %

(%) 2014 2015 2015/2014

Produção de grãos 502 350 -30,4

Feijão 6,9 109 80 -26,3

Milho 3,9 348 235 -32,4

Arroz (em casca) 1,7 40 31 -21,9

Outras lavouras selecionadas

Banana 15,1 453 427 -5,7

Mandioca 6,8 478 445 -6,9

Castanha-de-caju 4,5 51 143 178,4

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2013.

2/ Estimativa segundo o LSPA de setembro de 2015.

90

95

100

105

110

115

Fev2013

Mai Ago Nov Fev Mai2014

Ago Nov Fev Mai2015

Ago

Brasil Ceará

Gráfico 2.14 – Produção industrial – CearáDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2012 = 100

Fonte: IBGE

Tabela 2.29 – Produção industrial – Ceará

Geral e setores selecionadosVariação % no período

Setores Pesos1/ 2015

Mai2/ Ago2/ 12 meses

Indústria geral 100,0 -7,6 1,0 -7,3

Artefatos de couro e calçados 26,7 -13,9 8,9 -3,4

Produtos alimentícios 16,9 -2,0 -6,8 -3,4

Art. vestuário e acessórios 11,8 -1,0 -0,8 -5,1

Bebidas 11,0 -9,6 1,9 -12,0

Fonte: IBGE

1/ Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE.2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

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32 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

de ferro e seus concentrados, -80,5%). EUA, Argentina, Alemanha, Holanda, Itália e China, adquiriram, em conjunto, 52,3% das vendas externas do estado nos nove primeiros meses do ano.

A redução das importações repercutiu variações de 13,7% no quantum e de -20,4% nos preços. As compras de combustíveis e lubrificantes cresceram 50,1% (gás natural liquefeito, 70,6%). Em sentido oposto, as aquisições de bens de capital recuaram 36,0% (máquinas e aparelhos de terraplanagem, perfuração, etc, -97,2%); as de bens de consumo não-duráveis, 27,3% (medicamentos para medicina humana e veterinária, -72,9%); as de matérias-primas, 25,9% (construções e suas partes, de ferro fundido, ferro ou aço, -77%) e as de bens de consumo duráveis, 1,2% (partes e acessórios de motocicletas, bicicletas e outros ciclos, -26,9%). As importações provenientes da China, Trinidad e Tobago, Colômbia, Noruega, Argentina e Espanha representaram, em conjunto, 55,4% das compras externas do estado nos nove primeiros meses de 2015.

A variação do IPCA na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) atingiu 1,16% no terceiro trimestre de 2015 (2,83% no segundo), de acordo com o IBGE. Ocorreram desacelerações nos preços livres, de 2,44% para 1,02%, e nos monitorados, de 4,32% para 1,70% (energia elétrica residencial, -2,43%; gás de botijão, 15,03%). A evolução dos preços livres refletiu reduções nas variações dos preços dos bens comercializáveis, de 1,94% para 1,52% (leites e derivados, 0,96%; arroz, -1,05%), e dos não comercializáveis, de 3,01% para 0,47% (tubérculos, raízes e legumes, -27,10%). O índice de difusão atingiu 58,75% no trimestre finalizado em setembro (62,92% no encerrado em junho e 50,97% em igual intervalo de 2013).

Considerados períodos de doze meses, o IPCA da RMF variou 9,64% em setembro (8,76% em junho), com os preços livres acelerando de 7,27% para 8,13%, e os monitorados, de 14,75% para 15,71%.

A atividade econômica do Ceará retraiu no primeiro semestre de 2015, destacando-se os impactos de condições meteorológicas desfavoráveis sobre a atividade agropecuária, e da deterioração do mercado de trabalho sobre o dinamismo do mercado interno. A evolução recente de indicadores relevantes – o IBCR-CE recuou 1,5% no trimestre encerrado em agosto – sugerem a continuidade, nos próximos trimestres, desse processo.

Tabela 2.30 – Exportação por fator agregado – FOB

Janeiro-setembro

US$ milhões

Discriminação Ceará Brasil

2014 2015 Var. % Var. %

Total 1 145 746 -34,9 -16,8

Básicos 190 171 -10,1 -22,3

Industrializados 955 575 -39,8 -11,2

Semimanufaturados 219 189 -13,7 -8,4

Manufaturados1/ 736 386 -47,6 -12,2

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

Tabela 2.31 – Importação por categoria de uso – FOB

Janeiro-setembro

US$ milhões

Discriminação Ceará Brasil

2014 2015 Var. % Var. %

Total 2 475 2 239 -9,5 -23,0

Bens de capital 484 310 -36,0 -17,5

Matérias-primas 1 263 936 -25,9 -19,1

Bens de consumo 147 121 -17,4 -16,0

Duráveis 56 55 -1,2 -21,6

Não duráveis 91 66 -27,3 -9,7

Combustíveis e lubrificantes 581 872 50,1 -46,2

Fonte: MDIC/Secex

Tabela 2.32 – IPCA – Fortaleza

Variação %

Discriminação Pesos1/ 2015

I Tri II Tri III Tri 12 meses

IPCA 100,0 3,51 2,83 1,16 9,64

Livres 79,2 2,71 2,44 1,02 8,13

Comercializáveis 42,1 1,27 1,94 1,52 6,35

Não comercializáveis 37,1 4,40 3,01 0,47 10,26

Monitorados 20,8 6,71 4,32 1,70 15,71

Principais itens

Alimentação 32,2 3,90 3,25 0,32 9,81

Habitação 14,4 7,49 3,44 1,81 15,65

Artigos de residência 4,3 1,01 1,49 2,25 4,09

Vestuário 6,9 -0,31 0,37 0,03 3,09

Transportes 15,5 4,08 1,38 1,01 9,35

Saúde 9,6 1,21 3,24 3,00 9,03

Despesas pessoais 9,4 2,58 6,37 2,04 13,35

Educação 4,4 5,42 0,96 1,10 8,12

Comunicação 3,2 -1,04 1,50 0,72 0,54

Fonte: IBGE

1/ Pesos relativos ao trimestre encerrado no período t-3.

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 33

Pernambuco

O PIB pernambucano – evidenciando o impacto de recuos de 8,3% na indústria e de 2,1% nos serviços, parcialmente mitigado pelo crescimento de 1,9% na agropecuária – contraiu 3,4% no segundo trimestre de 2015, em relação ao trimestre anterior, conforme dados dessazonalizados da Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (Condepe/Fidem). Resultados mais recentes indicam continuidade do processo de retração na atividade econômica no estado. Nesse sentido, em ambiente de retração da indústria e das vendas do comércio, o IBCR-PE recuou 1,9% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao terminado em maio, quando retraíra 3,1%, no mesmo tipo de comparação. Considerados períodos de doze meses, o IBCR-PE variou -2,3% em agosto (-1,2% em maio).

As vendas do comércio ampliado recuaram 4,6% no trimestre finalizado em agosto, em relação ao encerrado em maio, quando haviam decrescido 5,3%, nesse tipo de comparação, de acordo com dados sazonalmente ajustados da PMC/IBGE. Ocorreram recuos em nove dos dez segmentos pesquisados (veículos, motos, partes e peças, -7,8%; móveis e eletrodomésticos, -7,4%; combustíveis e lubrificantes, -6,6%). Excluídas as reduções respectivas de 5,9% e 7,8% nas vendas de material de construção e de veículos, o comércio varejista do estado recuou 3,0% no trimestre finalizado em agosto.

Considerados intervalos de doze meses, as vendas do comércio ampliado reduziram 4,3% em agosto, ante 2,9% em maio (móveis e eletrodomésticos, -9,3%; automóveis e motocicletas, -7,3%; e hiper e supermercados, -5,4%). As vendas do comércio varejista decresceram 3,1% e 1,3%, respectivamente, nos mesmos períodos.

O volume de serviços em Pernambuco decresceu 6,2% no trimestre encerrado em agosto de 2015, em relação a igual período de 2014, de acordo com a PMS/IBGE (serviços de informação e comunicação, -10,1%; serviços profissionais e administrativos, -7,8%; outros serviços, -5,5%). Considerados períodos de doze meses, o indicador variou -3,5% em agosto, ante -2,1% em maio (serviços de informação e comunicação, -5,1%; serviços profissionais e administrativos, -4,4%).

O preço médio dos imóveis na RMR aumentou 3,3% em setembro de 2015, em relação a igual mês de 2014, segundo o Índice FipeZap de Preços de Imóveis Anunciados (IFZ). O indicador nacional variou 2,6% no período.

100

106

112

118

124

130

136

1

Brasil

Sul

Fonte: IBGE1/ Dados dessazonalizados

Comércio Varejista –

135

140

145

150

155

Ago2012

Dez Abr2013

Ago Dez Abr2014

Ago Dez Abr2015

Ago

IBC-Br IBCR-PE

Gráfico 2.15 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e PernambucoDados dessazonalizados2002 = 100

100

106

112

118

124

130

136

1

Brasil

Sul

Fonte: IBGE1/ Dados dessazonalizados

Comércio Varejista –

95

100

105

110

115

120

125

130

Ago2012

Dez Abr2013

Ago Dez Abr2014

Ago Dez Abr2015

Ago

Comércio varejista Comércio ampliadoFonte: IBGE

Gráfico 2.16 – Comércio varejista – PernambucoDados dessazonalizados2011 = 100

95

100

105

110

115

120

Fev2014

Abr Jun Ago Out Dez Fev2015

Abr Jun Ago

Brasil Pernambuco

Fonte: IBGE

Gráfico 2.17 – Volume de serviçosDados observados – Média móvel trimestral2011 = 100

Tabela 2.33 – Comércio varejista – Pernambuco

Geral e setores selecionadosVariação % no período

Setores 2014 2015

Ano Mai1/ Ago1/ 12 meses

Comércio varejista 2,8 -4,0 -3,0 -3,1

Combustíveis e lubrificantes 2,8 -6,9 -6,6 -2,2

Hiper e supermercados -1,3 -2,7 -5,2 -5,4

Tecidos, vestuário e calçados 2,5 -8,6 -5,7 -4,8

Móveis e eletrodomésticos 4,7 -5,7 -7,4 -9,3

Comércio ampliado 1,4 -5,3 -4,6 -4,3

Automóveis e motocicletas -2,6 -8,6 -7,8 -7,3

Material de construção 4,2 0,5 -5,9 -4,5

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados

dessazonalizados.

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34 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

O saldo das operações de crédito superiores a R$1 mil realizadas no estado atingiu R$73,8 bilhões em agosto, crescendo 1,6% no trimestre e 8,1% em doze meses. As contratações com recursos livres somaram R$39,3 bilhões, registrando estabilidade no trimestre e aumento de 2,6% em doze meses, e as efetuadas com recursos direcionados atingiram R$34,5 bilhões, variando 3,6% e 15,2%, nas mesmas bases de comparação.

A carteira de pessoas jurídicas – refletindo o aumento dos empréstimos para as indústrias de máquinas e equipamentos e de fabricação de veículos automotores – totalizou R$37,7 bilhões, variando 1,4% no trimestre e 6,4% em doze meses. A carteira de pessoas físicas, repercutindo, em especial o desempenho das modalidades financiamento imobiliário e crédito consignado, somou R$36,2 bilhões em agosto, elevando-se 1,9% no trimestre e 10,0% em doze meses.

A taxa de inadimplência atingiu 4,15% em agosto, aumentando 0,16 p.p. no trimestre e 0,53 p.p. em doze meses. A evolução trimestral repercutiu elevações respectivas de 0,24 p.p. e 0,08 p.p. nos segmentos de pessoas físicas e de pessoas jurídicas, nos quais a inadimplência situou-se, na ordem, em 4,87% e 3,46%.

O mercado de trabalho do estado registrou, segundo o Caged/MTE, a eliminação 17,7 mil postos de trabalho formais no trimestre encerrado em agosto (geração de 6,2 mil em igual período de 2014), dos quais 9,9 mil no setor de serviços e 7,0 mil na construção civil. Considerados dados dessazonalizados, o nível do emprego formal diminuiu 2,0% no trimestre finalizado em agosto, em relação ao encerrado em maio, quando havia retraído 1,3%, no mesmo tipo de comparação.

A taxa média de desemprego na RMR atingiu 9,3% no trimestre finalizado em agosto, ante 6,6% no mesmo período de 2014, conforme a PME/IBGE. Considerados dados dessazonalizados, a taxa de desemprego aumentou 1,3 p.p., para 9,1%, no trimestre, resultado de elevações de 0,7% na PO e de 2,2% na PEA. No mesmo período, houve reduções de 2,4% no rendimento real médio habitual e de 1,1% na massa salarial real.

O superavit primário dos governos do estado, da capital e dos principais municípios de Pernambuco totalizou R$1,5 bilhão no primeiro semestre de 2015, ante deficit de R$137 milhões em igual período de 2014. Essa alteração repercutiu, em especial, a reversão, de deficit de R$437

-20

-15

-10

-5

0

5

10

15

20

Set2014

Out Nov Dez Jan2015

Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago

PF PJ Total

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Gráfico 2.18 – Evolução do saldo das operações de crédito – Pernambuco1/

Variação em 12 meses – %

Tabela 2.34 – Volume de serviços – Pernambuco

Serv. empresariais não financeiros, exceto saúde e educação

Var. %

Segmentos 2014 2015

Ano Mai1/ Ago1/ 12 meses

Total -0,4 -2,8 -6,2 -3,5

Serviços prestados às famílias -4,8 -5,6 0,7 -3,8

Serviços de informação e comunicação 0,4 -5,8 -10,1 -5,1

Serviços profissionais e administrativos -3,5 -2,3 -7,8 -4,4

Transportes e correio 2,6 1,0 -2,1 -0,9

Outros serviços 2,0 -1,6 -5,5 -2,7

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa ao trimestre encerrado no mês assinalado e o mesmo período

do ano anterior.

Tabela 2.35 – Evolução do emprego formal – Pernambuco

Novos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2014 2015

Ago Nov Fev Mai Ago

Total 6,2 14,1 -35,3 -39,3 -17,7

Ind. de transformação 4,3 16,2 -8,3 -18,9 -1,0

Comércio 0,6 6,0 -7,1 -2,3 -3,6

Serviços 2,7 0,8 -4,6 -6,6 -9,9

Construção civil -5,9 -8,6 -12,9 -8,0 -7,0

Agropecuária 4,5 -0,1 -2,0 -3,4 4,1

Serv. ind. de util. pública 0,2 -0,1 -0,2 -0,1 -0,3

Outros1/ 0,0 0,0 -0,1 -0,1 -0,1

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.

2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outras.

jan/12fev/12mar/12abr/12mai/12jun/12jul/12

ago/12set/12out/12nov/12dez/12jan/13

4

5

6

7

8

9

10

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez2012 2013 2014 2015

Fonte: IBGE

Gráfico 2.19 – Taxa de desemprego aberto – Recife%

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 35

milhões para superavit de R$819 milhões, na esfera do governo do estado. Os juros, apropriados por competência, cresceram 29,0%, para R$519 milhões, e o resultado nominal registrou superavit de R$971 milhões (deficit de R$540 milhões no primeiro semestre de 2014).

A dívida líquida do estado, da capital e dos principais municípios atingiu R$9,5 bilhões em junho de 2015, retraindo 1,0% em relação a dezembro de 2014. Considerando a posição de agosto, a participação da divida de Pernambuco no total da região recuou 0,3 p.p., para 20,2%.

A produção de cana-de-açúcar, principal cultura do estado, deverá aumentar 4,2% em 2015, de acordo com o LSPA/IBGE de setembro. Em relação às demais culturas, estão estimadas elevações respectivas de 0,3% e 36,8% para as de uva e de mandioca, e recuos respectivos de 15,5% e 39,2% para as de banana e de cebola.

A produção industrial de Pernambuco contraiu 1,1% no trimestre finalizado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando recuara 5,0%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da PIM-PF/IBGE3. A evolução no trimestre foi condicionada, em grande parte, pelas retrações nas atividades outros equipamentos de transporte (10,6%), influenciada pela redução das atividades do polo naval, bebidas (8,7%) e outros produtos químicos (7,7%). Considerados intervalos de doze meses, a produção industrial recuou 2,6% em agosto, em relação a igual período de 2014 (outros equipamentos de transporte, -19,6%; metalurgia, -14,5%; bebidas, -8,6%).

O Índice de Confiança do Empresário Industrial, divulgado pela Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe) atingiu 37,9 pontos em agosto (40,8 pontos maio). O indicador, calculado a partir de janeiro de 2010, registrou o valor mínimo (36,7 pontos) em julho de 2015.

A balança comercial de Pernambuco registrou deficit de US$3,5 bilhões nos nove primeiros meses de 2015, conforme o MDIC. A retração de 29,6% em relação ao deficit observado em igual período de 2015 refletiu reduções de 14,0% nas exportações e de 27,7% nas importações, que somaram US$595 milhões e US$4,1 bilhões, respectivamente.

Tabela 2.36 – Necessidades de financiamento –

Pernambuco1/

R$ milhões

UF

2014 2015 2014 2015

Jan-jun Jan-jun Jan-jun Jan-jun

PE 137 -1 490 403 519

Governo estadual 437 -819 416 532

Capital -152 -88 2 13

Demais municípios -148 -583 -15 -26

1/ Inclui informações do estado e de seus principais municípios.

Dados preliminares.

Resultado primário Juros nominais

Tabela 2.37 – Dívida líquida e necessidades de

financiamento – Pernambuco1/

R$ milhões

UF Dívida Dívida2/

2014 Nominal Outros4/ 2015

Dez Primário Juros Total3/ Jun

PE 9 623 -1 490 519 -971 872 9 524

Governo estadual 10 160 -819 532 -287 852 10 726

Capital 101 -88 13 -74 27 54

Demais municípios -638 -583 -26 -610 -8 -1 256

1/ Inclui inform. do estado e de seus principais municípios. Dados preliminares.

2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos.3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário. 4/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhec. de dívidas e privatiz.

Fluxos acumulados no ano

Tabela 2.38 – Produção agrícola – Pernambuco

Itens selecionadosEm mil toneladas

Discriminação Peso1/ Produção Variação %

2014 20152/ 2015/2014

Grãos

Feijão 2,3 53 55 4,5

Milho 0,5 55 36 -34,7

Outras lavouras

Cana-de-açúcar 31,0 15 417 16 063 4,2

Uva 21,7 237 237 0,3

Banana 7,4 396 335 -15,5

Mandioca 5,8 302 414 36,8

Cebola 5,0 48 29 -39,2

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2013

2/ Estimativa segundo o LSPA de setembro de 2015.

3/ Os resultados da PIM-PF não incorporam, no momento, o polo automotivo e a Refinaria do Nordeste, que entraram recentemente em operação, ocasionando subestimativas da produção industrial do estado.

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36 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

A trajetória das exportações repercutiu variações de -17,1% nos preços e de 3,7% no quantum. As vendas de produtos manufaturados, que representaram 78,9% do total nos nove primeiros meses de 2015, diminuíram 16,2% (ácido tereftálico e seus sais, -65,3%; compressores de gases e eletrogeradores, -100%), seguindo-se os recuos nos embarques de produtos semimanufaturados, 4,7% (açúcar de cana em bruto, -100%, borracha sintética, -26,6%) e de básicos, 4,9% (soja, -100%). Argentina, Antilhas Holandesas, EUA, Holanda e Venezuela, adquiriram, em conjunto, 57,1% das exportações do estado no período.

A evolução das importações resultou de reduções de 24,3% nos preços e de 4,5% no quantum. Houve retrações de 54,1% nas compras de combustíveis e lubrificantes (óleo diesel, -54,7%), de 12,5% nas de matérias-primas (produtos químicos e farmacêuticos, -36,0%) e de 4,8% nas de bens de consumo duráveis (motocicletas, -10,2%), contrastando com os aumentos nas aquisições de bens de capital, 8,8% (acessórios de maquinaria industrial, 210,1%) e de bens de consumo não duráveis, 8,2% (produtos farmacêuticos, 87,9%). As aquisições provenientes dos EUA, Itália, China, Argentina e Índia representaram, em conjunto, 60,0% das importações pernambucanas no período.

A inflação na RMR, medida pelo IPCA, atingiu 1,03% no terceiro trimestre de 2015 (3,30% no segundo). Os preços livres desaceleraram de 2,66% para 1,05% e os monitorados, de 5,67% para 0,98% (tarifas de energia elétrica residencial, -6,39%; planos de saúde, 3,78%; gás de botijão, 8,21%). A trajetória dos preços livres repercutiu recuos de 2,45% para 1,27% na variação dos preços dos bens comercializáveis (aparelhos eletrônicos, 4,95%; automóvel novo, -1,82%), e de 2,89% para 0,83% na dos não comercializáveis (conserto de automóvel, 12,63%; alimentação fora do domicílio, 1,58%; tubérculos raízes e legumes, -14,78%). O índice de difusão atingiu 70,9% no trimestre (75,2% no segundo trimestre).

Considerados períodos de doze meses, a inflação da RMR atingiu 8,60% em setembro (8,13% em junho), reflexo de variações de 7,58% nos preços livres (alimentação fora do domicílio, 10,47%; carnes, 18,62%; aluguel residencial, 11,79%) e de 12,42% na dos monitorados (gasolina, 18,51%; energia elétrica residencial, 17,55%; plano de saúde; 11,29%).

Os indicadores de curto prazo da economia pernambucana seguem repercutindo os efeitos da reduzida confiança dos agentes econômicos e os impactos de eventos

Tabela 2.39 – Produção industrial – PernambucoGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2015

Mai2/ Ago2/ Acum.

12 meses

Indústria geral 100,0 -5,0 -1,1 -2,6

Produtos alimentícios 31,2 -9,9 9,7 9,7

Bebidas 10,9 -12,0 -8,7 -8,6

Produtos minerais não-metálicos 9,4 5,5 -5,6 -4,3

Outros produtos químicos 9,2 1,4 -7,7 -3,0

Metalurgia 7,2 0,3 1,7 -14,5

Outros equip. de transporte 6,5 -7,7 -10,6 -19,6

Fonte: IBGE

1/ Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE.

2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados

dessazonalizados.

Tabela 2.40 – Exportação por fator agregado – FOB

Janeiro-marçoUS$ milhões

Discriminação Pernambuco Brasil

2014 2015 Var. % Var. %

Total 692 595 -14,0 -16,8

Básicos 64 61 -4,9 -22,3

Industrializados 628 534 -14,9 -11,2

Semimanufaturados 68 65 -4,7 -8,4

Manufaturados1/ 560 470 -16,2 -12,2

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

Tabela 2.41 – Importação por categoria de uso – FOB

Janeiro-dezembroUS$ milhões

Discriminação Pernambuco Brasil

2014 2015 Var. % Var. %

Total 5 659 4 091 -27,7 -23,0

Bens de capital 643 700 8,8 -17,5

Matérias-primas 1 790 1 566 -12,5 -19,1

Bens de consumo 615 627 1,9 -16,0

Duráveis 297 283 -4,8 -21,6

Não duráveis 318 344 8,2 -9,7

Combustíveis e lubrificantes 2611 1198 -54,1 -46,2

Fonte: MDIC/Secex

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 37

não econômicos. Nesse contexto, persistiram, no trimestre encerrado em agosto, recuos nas vendas do comércio varejista e na produção da indústria. Ressalte-se que estas retrações foram menos acentuadas do que no trimestre finalizado em maio, evolução que, em cenário de aumentos nas operações de crédito para as indústrias de máquinas e equipamentos, e de veículos automotores, e nas importações de bens de capital, sinaliza arrefecimento do ciclo de atividade restritivo.

Tabela 2.42 – IPCA – Recife

Variação % trimestral

Discriminação Pesos1/ 2014 2015

IV Tri I Tri II Tri III Tri

IPCA 100,0 1,22 2,79 3,30 1,03

Livres 78,3 1,46 2,21 2,66 1,05

Comercializáveis 39,2 0,93 0,95 2,45 1,27

Não comercializáveis 39,1 2,02 3,50 2,89 0,83

Monitorados 21,7 0,34 5,00 5,67 0,98

Principais itens

Alimentação 27,4 1,49 3,41 4,20 0,67

Habitação 14,4 1,46 4,27 5,62 0,73

Artigos de residência 5,0 -0,26 0,80 0,82 3,94

Vestuário 7,4 2,12 -1,35 2,09 -0,77

Transportes 15,0 0,67 4,13 3,17 1,45

Saúde 12,6 1,36 1,54 3,50 1,71

Despesas pessoais 10,0 2,11 2,23 1,92 1,22

Educação 4,6 0,05 6,84 0,21 0,83

Comunicação 3,7 -0,38 0,04 1,44 0,68

Fonte: IBGE

1/ Referentes a março de 2015.

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 39

3Região Centro-Oeste

A atividade econômica do Centro-Oeste seguiu em retração no trimestre encerrado em agosto, com reflexo sobre os indicadores do mercado de trabalho. Destacaram-se os resultados negativos da construção civil, das vendas do comércio e do setor de serviços. Nesse contexto, o IBCR-CO decresceu 0,6% em relação ao trimestre finalizado em maio, quando recuara 0,7%, na mesma base de comparação, dados dessazonalizados. Considerados períodos de doze meses, o indicador manteve-se estável em agosto (aumento de 0,4% em maio).

As vendas do comércio ampliado na região retraíram 2,2% no trimestre finalizado em agosto, em relação ao encerrado em maio, quando decresceram 4,3%, no mesmo tipo de comparação, conforme dados dessazonalizados da PMC, do IBGE. Houve recuos de 2,9% no Distrito Federal, 1,8% em Goiás, 1,5% no Mato Grosso do Sul e 1,1% no Mato Grosso. As vendas do comércio varejista, excluídos os segmentos automóveis, motos, partes e peças e materiais de construção, diminuíram 1,3% e 2,6%, respectivamente, destacando-se, no trimestre encerrado em agosto, os recuos observados no Distrito Federal, 2,4%; e em Goiás, 2,2%.

Considerados intervalos de doze meses, as vendas do comércio ampliado recuaram 6,8% em agosto (-5,6% em maio), reflexo de retrações em Goiás (8,7%), no Distrito Federal (7,6%), no Mato Grosso (5,8%) e no Mato Grosso do Sul (2,2%). No mesmo tipo de análise, as vendas do comércio varejista recuaram 3,9% em agosto e 2,7% em maio (Goiás, -6,2%; Distrito Federal, -4,2%; Mato Grosso, -3,7%; Mato Grosso do Sul, 1,5%).

A segmentação das vendas agregadas do Distrito Federal e de Goiás – unidades federativas da região para as quais são divulgadas vendas por atividade – registrou quedas relevantes nas relativas a móveis e eletrodomésticos (7,6%) e a veículos, motos, partes e peças (3,6%), no trimestre encerrado em agosto, em relação ao terminado em maio, dados dessazonalizados. Em períodos de doze meses,

138

142

146

150

154

Ago2012

Nov Fev2013

Mai Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

IBC-Br IBCR-CO

Gráfico 3.1 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Região Centro-OesteDados dessazonalizados2002 = 100

170

185

200

215

230

Ago2012

Nov Fev2013

Mai Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

Comércio varejista Comércio ampliado

Fonte: IBGE

Gráfico 3.2 – Comércio varejista – Centro-OesteDados dessazonalizados2004 = 100

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40 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

destacaram-se os recuos nas vendas de veículos, motos, partes e peças (14,0%), móveis e eletrodomésticos (13,5%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (8,9%), e o aumento de 9,4% nas de outros artigos de uso pessoal e doméstico.

Os emplacamentos de automóveis e comerciais leves na região recuaram 13,6% no trimestre encerrado em setembro, em relação ao finalizado em junho, quando decresceram 11,3%, no mesmo tipo de comparação, segundo dados dessazonalizados da Fenabrave. Os emplacamentos acumulados em doze meses diminuíram 17,6% em setembro e 13,5% em junho.

O índice de volume de serviços do Centro-Oeste recuou 1,2% no trimestre encerrado em agosto (-4,3% em maio), em relação ao mesmo período de 2014, conforme a PMS do IBGE (Mato Grosso do Sul, 1,7%; Mato Grosso, 0,7%; Distrito Federal, -1,3%; Goiás, -4,0%). Em Goiás e no Distrito Federal, unidades da federação na região com estatísticas estratificadas por segmentos, destacaram-se o crescimento de 1,8% no segmento transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio, e as retrações nos relativos a serviços profissionais, administrativos e complementares (12,5%) e a serviços prestados às famílias (4,2%). O volume de serviços da região acumulado em doze meses contraiu 1,5% em agosto, ante acréscimo de 0,1% em maio (Mato Grosso, -6,5%; Goiás, -2,8%; Distrito Federal, 1,4%; Mato Grosso do Sul, 0,1%).

As operações de crédito superiores a R$1 mil contratadas no Centro-Oeste totalizaram R$322,4 bilhões em agosto, com crescimento de 2,2% no trimestre e de 13,3% em doze meses. Os empréstimos com recursos direcionados atingiram R$188,4 bilhões, com acréscimos respectivos de 2,5% e 17,7%, e os com recursos livres, R$134,0 bilhões, com aumentos de 1,7% no trimestre e de 7,7% em doze meses.

A carteira de pessoas físicas atingiu R$182,3 bilhões em agosto, com aumentos de 2,5% no trimestre – destaque para as modalidades crédito rural, financiamento imobiliário e crédito consignado – e de 13,3% em doze meses. A carteira de pessoas jurídicas totalizou R$140,1 bilhões (aumentos respectivos de 1,8% e 13,3%), com destaque no trimestre para as contratações das empresas do setor elétrico e com as indústrias de papel e papelão, e de biocombustíveis.

A taxa de inadimplência das operações de crédito superiores a R$1 mil atingiu 2,91% em agosto, aumentando

Tabela 3.1 – Índice de vendas no varejo – Agregação

para GO e DF1/

Geral e setores selecionadosVariação % no período

Setores 2014 2015

Ano Mai2/

Ago2/ 12 meses

Comércio varejista 0,9 -1,8 -1,2 -5,5

Combustíveis e lubrificantes 3,2 -3,5 1,0 2,8

Hiper e supermercados -2,5 -2,9 -1,9 -8,9

Tecidos, vestuário e calçados 0,2 -1,3 -2,9 -6,2

Móveis e eletrodomésticos -1,6 -7,8 -7,6 -13,5

Outros art. de uso pessoal/dom. 14,6 6,3 -0,3 9,4

Comércio varejista ampliado -1,6 -4,4 -2,8 -8,3

Veículos e motos, partes e peças -4,9 -10,2 -3,6 -14,0

Material de construção -0,9 -0,9 -1,8 -2,6

Fonte: IBGE

1/ GO e DF são os únicos entes federados da região estratificados pelo IBGE.

2/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

Tabela 3.2 – Índice de volume de serviços – Agregação

para GO e DF1/

Serv. empresariais não financeiros, exceto saúde e educaçãoVar. %

Segmentos 2014 2015

Ano Mai2/ Ago2/12 meses

Total 9,4 -2,1 -2,2 -0,2

Serviços prestados às famílias -1,3 -2,1 -4,2 -3,3

Serviços de informação e comunicação 13,0 -3,5 -1,7 0,3

Serviços profissionais e administrativos 0,5 -9,8 -12,5 -7,1

Transportes e correio 9,9 2,2 1,8 0,7

Outros serviços 13,3 2,3 0,5 6,5

Fonte: IBGE

1/ Goiás e DF são as unidades da região com dados estratificados pelo IBGE.

2/ Variação relativa ao trimestre encerrado no mês assinalado e o mesmo período

do ano anterior.

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 41

0,26 p.p. no trimestre e 0,19 p.p. em doze meses. O desempenho no trimestre repercutiu elevações de 0,34 p.p. no segmento de pessoas jurídicas e de 0,19 p.p. no de pessoas físicas, nos quais a taxa situou-se em 2,55% e 3,18%, respectivamente.

Os desembolsos do BNDES para o Centro-Oeste totalizaram, em agosto, R$2,9 bilhões no trimestre e R$14,8 bilhões em doze meses (variações respectivas de -41,3% e -32,7% em relação a iguais períodos de 2014).

A economia do Centro-Oeste eliminou 5,3 mil postos de trabalho formais no trimestre encerrado em agosto (criação de 21,9 mil em igual trimestre de 2014), segundo o Caged/MTE. Destacaram-se os cortes de 7,7 mil postos na indústria de transformação (principalmente nas usinas de açúcar e etanol e nos frigoríficos e abatedouros) e de 5,9 mil no comércio, e a criação de vagas na agropecuária (8,3 mil) e no setor de serviços (2,1 mil). O nível de emprego na região, considerados dados dessazonalizados, recuou 0,8% no trimestre até agosto (-0,7% no finalizado em maio).

A taxa de desemprego situou-se em 7,4% na região (8,3% no Brasil), no segundo trimestre de 2015, segundo a PNADC do IBGE (5,6% em igual trimestre de 2014). A massa de rendimento real habitualmente recebida retraiu 0,2% no período (elevação de 1,6% no país).

O superavit primário dos governos dos estados, das capitais e dos principais municípios do Centro-Oeste somou R$2,3 bilhões no primeiro semestre de 2015. A expansão de R$326 milhões, em relação ao mesmo período de 2014, refletiu aumentos de R$417 milhões no superavit dos governos estaduais e de R$94 milhões no dos principais municípios da região, e recuo de R$185 milhões no dos governos das capitais.

A arrecadação do ICMS na região atingiu R$17,8 bilhões nos seis primeiros meses de 2015, segundo a Comissão Técnica Permanente do ICMS (Cotepe), do Ministério da Fazenda, com variação real de 1,8% em relação a igual período de 2014 (deflacionado pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna – IGP-DI).

Os juros nominais, apropriados por competência, somaram R$1,7 bilhão e o superavit nominal, R$635 milhões, no período (R$1,5 bilhão e R$553 milhões, respectivamente, no primeiro semestre de 2014).

0

4

8

12

16

20

24

28

Mai2013

Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

PF PJ Total1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Gráfico 3.3 – Evolução do saldo das operações de crédito – Centro-Oeste1/

Variação em 12 meses – %

Tabela 3.3 – Evolução do emprego formal – Centro-Oeste

Novos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2014 2015

Ago Nov Fev Mai Ago

Total 21,9 -18,0 -57,8 3,9 -5,3

Indústria de transformação 1,1 -8,7 -12,4 1,8 -7,7

Comércio 2,2 9,8 -10,4 -3,1 -5,9

Serviços 13,5 6,5 -11,3 9,6 2,1

Construção civil -2,4 -17,0 -21,7 -4,2 -2,6

Agropecuária 7,2 -8,3 -1,2 -0,7 8,3

Outros2/ 0,3 -0,4 -0,8 0,5 0,4

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.

2/ Inclui extrativa mineral, serv. ind. de utilidade pública e administração pública.

Tabela 3.4 – Necessidades de financiamento –

Centro-Oeste1/

R$ milhões

Discriminação Resultado primário Juros nominais

2014 2015 2014 2015

Jan-jun Jan-jun Jan-jun Jan-jun

Total -1 998 -2 324 1 445 1 689

Governos estaduais -1 577 -1 993 1 454 1 700

Capitais -260 -76 9 20

Demais municípios -161 -255 -17 -30

1/ Inclui informações dos governos estaduais e de seus principais municípios.

Dados preliminares.

Tabela 3.5 – Dívida líquida e necessidades de

financiamento – Centro-Oeste1/

R$ milhões

Discriminação Dívida Dívida2/

2014 Nominal Outros3/ 2015

Dez Primário Juros Total4/ Jun

Total 28 596 -2 324 1 689 -635 802 28 763

Governos estaduais 30 086 -1 993 1 700 -293 769 30 562

Capitais -209 -76 20 -56 24 -241

Demais municípios -1 282 -255 -30 -286 9 -1 558

1/ Inclui inform. dos governos estaduais e de seus principais municípios. Dados

preliminares.

2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado

nominal e o resultado de outros fluxos.

3/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhec. de dívidas e privatiz.

4/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário.

Fluxos acumulados no ano

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42 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

A dívida líquida dos estados, das capitais e dos principais municípios da região atingiu R$28,8 bilhões em junho de 2015 (4,2% da dívida total das regiões), ressaltando-se que o aumento de 0,6% em relação a dezembro de 2014 repercutiu, em especial, o impacto da variação cambial. As dívidas renegociadas/reestruturadas pela União representaram 67,6% do endividamento líquido e as dívidas bancária e externa, 56,7%. A posição credora em disponibilidades líquidas representou 24,3% da dívida líquida da região, no período.

Os governos dos estados, capitais e principais municípios do Centro-Oeste acumularam superavit primário de R$1,2 bilhão no período de doze meses encerrado em agosto de 2015 (Goiás, R$1,1 bilhão; Distrito Federal, deficit de R$822 milhões). Os juros nominais, apropriados por competência, somaram R$3,3 bilhões e o deficit nominal, R$2 bilhões. O endividamento líquido totalizou R$29,7 bilhões em agosto, elevando-se 4,0% em relação a dezembro de 2014. A participação da dívida dos estados, das capitais e principais municípios da região no total da dívida do país decresceu, de 4,4%, ao final de 2014, para 4,1%, em agosto de 2015.

A safra de grãos do Centro-Oeste deverá totalizar 89,6 milhões de toneladas em 2015, de acordo com o LSPA de setembro, do IBGE. O aumento anual de 8,0% reflete estimativas de crescimentos paras as safras de soja (5,0%), milho (13,4%) e de feijão (4,4%), favorecidos por expansões nas áreas plantadas, e de recuo de 6,5% para a produção de algodão. Em relação às demais culturas, destaque para as projeções de aumento anual de 6,2% para a colheita de cana-de-açúcar e de retrações para as de banana (1,4%) e de tomate (10,2%).

A produção de grãos do Centro-Oeste deverá aumentar entre 1,9% e 3,0%, em 2016, de acordo com o primeiro levantamento de intenção de plantio da Conab, divulgado em outubro. Destaque para as projeções de crescimentos para as colheitas de soja, de 4,7% a 6,5%; e da primeira safra de feijão, de 9,6% a 9,7%. A safra de cana-de-açúcar deverá expandir 12,5% no ano.

Os abates de bovinos em estabelecimentos fiscalizados pelo SIF (95% do total na região) recuaram 12,7% nos oito primeiros meses de 2015, em relação a igual intervalo de 2014, repercutindo contrações de 17,1% em Goiás, 13,7% no Mato Grosso, e 7,6% no Mato Grosso do Sul. Restrições no âmbito da oferta, especialmente associadas a fatores climáticos, pressionaram as cotações

Tabela 3.7 – Produção agrícola – Centro-Oeste

Itens selecionadosEm mil toneladas

Discriminação Pesos1/ Produção2/ Variação %

2014 2015 2015/2014

Grãos 80,2 82 975 89 613 8,0

Algodão (caroço) 7,2 1 766 1 650 -6,5

Feijão 2,4 690 720 4,4

Milho 16,4 36 156 40 985 13,4

Soja 52,6 41 864 43 956 5,0

Outras lavouras

Cana-de-açúcar 13,8 132 093 140 314 6,2

Tomate 2,0 1 097 985 -10,2

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2013.

2/ Estimativa segundo o LSPA de setembro de 2015.

80

90

100

110

120

Ago2012

Nov Fev2013

Mai Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

Bovinos Aves Suínos

Gráfico 3.4 – Abates de animais – Centro-OesteMédia móvel trimestral2012 = 100

Fonte: Mapa

Tabela 3.6 – Dívida líquida e necessidades de

financiamento – Centro-Oeste1/

R$ milhões

UF Dezembro de 2014 Agosto de 2015

Dívida Fluxos 12 meses Dívida2/ Fluxos 12 meses

Primário Nominal3/ Primário Nominal3/

DF 2 142 479 605 3 424 822 1051

GO 16 021 -849 541 15 868 -1 115 517

MS 6 780 80 735 6 816 -352 527

MT 3 653 104 498 3 632 -583 -68

Total (A) 28 596 -185 2 380 29 739 -1229 2 028

Brasil4/ (B) 655 704 10 713 67 433 730 720 4 284 82 410

(A/B) (%) 4,4 -1,7 3,5 4,1 -28,7 2,5

1/ Por UF, totalizando gov. estadual, capital e principais municípios. Dados

preliminares.

2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado

nominal e o resultado de outros fluxos.

3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário.

4/ Refere-se à soma de todas as regiões.

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 43

da arroba do boi gordo, que aumentaram 19,9% no período. Os abates de aves variaram 11,5% e os de suínos, -2,9%. As exportações de carne de bovinos, aves e suínos recuaram 24,4%, 27,3% e 23,5%, respectivamente, no período.

A produção industrial no Centro-Oeste, considerando estatísticas agregadas de Goiás e Mato Grosso, únicos estados da região incluídos na PIM-PF do IBGE, cresceu 1,5% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando havia contraído 0,6% nesse tipo de comparação, dados dessazonalizados. A indústria de transformação aumentou 1,7%, evolução influenciada pelo crescimento de igual magnitude na produção de alimentos, que detém participação de aproximadamente 50% na indústria da região.

Considerados intervalos de doze meses, a produção da indústria da região aumentou 0,2% em agosto (1,9% em maio). A indústria extrativa recuou 2,5% e a de transformação cresceu 0,3% (biocombustíveis, 11,5%; metalurgia, 3,6%; indústria alimentícia, 2,5%; produtos farmacêuticos, -21,6%; produtos de metal, -16,6%; minerais não-metálicos, -14,0%; produtos químicos, -6,5%).

O Icei/GO, divulgado pela Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), atingiu 38,4 pontos em setembro (42,4 pontos em junho de 2015 e 46 pontos em setembro de 2014), mantendo-se na zona de pessimismo pelo décimo quarto mês consecutivo. A trajetória trimestral refletiu recuos de 3,9 pontos no Índice de Condições Atuais e de 4,2 pontos no Indicador de Expectativas.

O Índice de Confiança do Empresário Industrial de Mato Grosso (Icei/MT), divulgado pela Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt), atingiu 38,3 pontos em setembro de 2015 (37,6 pontos em junho e 48,1 pontos em setembro de 2014) mantendo-se na zona de pessimismo por dezoito meses. O desempenho no trimestre repercutiu variações de -2,2 pontos no Indicador de Expectativas e de 3,7 pontos no Índice de Condições Atuais.

O indicador de expectativas de demanda da Sondagem Industrial da CNI para o Centro-Oeste atingiu 48,2 pontos em setembro (52,7 pontos em junho e 54,3 pontos em setembro de 2014), passando para a área de pessimismo; e o Indicador de Estoques totalizou 50,4 pontos (47,7 pontos e 45,2 pontos nos mesmos meses de comparação), evidenciando estoques em patamar próximo ao planejado.

85

95

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145

155

Ago2012

Nov Fev2013

Mai Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

Gráfico 3.5 – Indicador boi gordoESALQ/BM&FBovespaR$/arroba – Valor à vista

Fonte: Cepea/ESALQ

88

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100

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112

Ago2012

Nov Fev2012

Mai Ago Nov Fev2013

Mai Ago Nov Fev2014

Mai Ago

Brasil Centro-OesteFonte: IBGE

Gráfico 3.6 – Produção industrial – Centro-OesteDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2012 = 100

Tabela 3.8 – Produção industrial – Agregação para

GO e MT1/

Geral e setores selecionados

Variação % trimestral

Setores Pesos2/ 2015

Mai3/ Ago3/ Ac. 12 meses

Indústria geral 100,0 -0,6 1,5 0,2

Indústrias de transformação 94,6 -0,2 1,7 0,3

Produtos alimentícios 56,4 -3,1 1,7 2,5

Prod. minerais não-metálicos 4,1 -1,1 -8,9 -14,0

Metalurgia 2,7 -2,0 -8,2 3,6

Fonte: IBGE

1/ GO e MT são os únicos entes federados da região estratificados pelo IBGE.

2/ Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE.

3/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

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44 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

O superavit da balança comercial do Centro-Oeste atingiu US$10,7 bilhões nos nove primeiros meses de 2015, de acordo com o MDIC. A retração de 14,2% em relação ao mesmo período de 2014 repercutiu recuos respectivos de 19,0% e 25,0% nas exportações e nas importações, que somaram, na ordem, US$18,1 bilhões e US$7,4 bilhões.

O desempenho das exportações repercutiu recuo de 19,4% nos preços e aumento de 0,5% no quantum. Houve recuo nos embarques de produtos básicos, -20,2% (soja, -23,2%; carne de bovino, -20,8%; e farelo e resíduo de soja, -18,5%), e nas de semimanufaturados, -13,8% (couros e peles em bruto, -30,5%; ferro-ligas, -26,6% e pastas químicas de madeira, -8,5%); e aumento de 3,0% nas de manufaturados (papel e cartão para fins gráficos, 85,2%; medicamentos, 257%). As exportações para a China, Holanda, Indonésia, Irã e Tailândia representaram, em conjunto, 52,0% do total das vendas externas da região, no período. Destaque para as reduções nas vendas de soja para a China e a Holanda, e de farelo de soja para a Holanda; e para o aumento nas de soja para o Irã e a Tailândia.

O resultado das importações refletiu decréscimos de 11,4% nos preços e de 15,3% no quantum. Ocorreram recuos nas compras em todas categorias de uso: bens de capital, 47,8% (equipamentos móveis de transporte, -67,3%; maquinaria industrial, -51,6%); matérias-primas e produtos intermediários, 20,1% (adubos, fertilizantes e defensivos agrícolas, -18,6%; partes e peças de veículos, -23,8%); combustíveis e lubrificantes, 32,7% (gás natural, -32,9%); e bens de consumo, 12,3% (veículos de passageiros, -36,9%; medicamentos, -6,6%). As importações provenientes da Bolívia, EUA, China, Alemanha e Coreia do Sul representaram 57,0% das aquisições externas da região nos nove primeiros meses de 2015. Sobressaíram as reduções nas compras de automóveis da Coreia do Sul e do Japão; de matérias-primas elaboradas para agricultura, da Rússia, Belarus e Marrocos; e de gás natural da Bolívia.

A variação do IPCA no Centro-Oeste, resultado da agregação dos indicadores de Brasília, Goiânia e Campo Grande, atingiu 1,42% no terceiro trimestre (1,73% no segundo), reflexo de aceleração dos preços monitorados, de 1,09% para 3,53%, e desaceleração dos preços livres, de 1,93% para 0,75%. Destacaram-se os aumentos nos grupos habitação (3,97%), artigos de residência (1,90%) e saúde e cuidados pessoais (1,78%).

A evolução dos preços l ivres repercutiu desacelerações dos preços dos bens comercializáveis, de

Tabela 3.9 – Exportação por fator agregado

Janeiro-setembroUS$ milhões

Discriminação Centro-Oeste Brasil

2014 2015 Var. % Var. %

Total 22 282 18 058 -19,0 -16,8

Básicos 19 060 15 206 -20,2 -22,3

Industrializados 3 222 2 852 -11,5 -11,2

Semimanufaturados 2 775 2 392 -13,8 -8,4

Manufaturados1/ 447 461 3,0 -12,2

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

Tabela 3.10 – Importação por categoria de uso

Janeiro-setembroUS$ milhões

Discriminação Centro-Oeste Brasil

2014 2015 Var. % Var. %

Total 9 798 7 350 -25,0 -23,0

Bens de capital 1 008 527 -47,8 -17,5

Matérias-primas 3 589 2 868 -20,1 -19,1

Bens de consumo 2 224 1 951 -12,3 -16,0

Duráveis 574 415 -27,6 -21,6

Não duráveis 1 650 1 536 -6,9 -9,7

Combustíveis e lubrificantes 2 978 2 004 -32,7 -46,2

Fonte: MDIC/Secex

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 45

1,70% para 1,53% (leite longa vida, de 5,90% para 2,31%; carnes, de 3,54% para 1,36% e calçados e acessórios, de 2,11% para 0,34%), e dos não comercializáveis, de 2,12% para 0,13% (tubérculos, raízes e legumes, de 13,81% para -26,21%; passagem aérea, de 8,60% para -6,34%; alimentação fora do domicílio, de 3,38% para 1,38%).

A aceleração dos preços dos itens monitorados e administrados por contrato foi influenciada, em especial, pelos aumentos dos preços dos itens gás de botijão (16,27%), taxa de água e esgoto (10,22%) e gasolina (2,55%). O índice de difusão atingiu 61,9% no terceiro trimestre de 2015 (65,0% no segundo).

Considerados períodos de doze meses, o IPCA do Centro-Oeste variou 9,55% em setembro, ante 8,91% em junho. Houve aceleração dos preços dos monitorados, de 14,07% para 17,04% (energia elétrica residencial, 51,31%; taxa de água e esgoto, 20,49%; gasolina, 13,95%; ônibus urbano, 13,13%), e desaceleração dos preços livres, de 7,38% para 7,33%. Nesse segmento, a variação dos preços dos produtos comercializáveis passou de 6,73% para 7,00%, e a dos não comercializáveis, de 7,91% para 7,60%.

A retração registrada na economia do Centro-Oeste vem ocorrendo em patamar inferior à observada em âmbito nacional, trajetória decorrente, em especial, da vocação da região para a atividade agropecuária, setor que tende a ter menos aderência aos ciclos econômicos. O desempenho relativamente mais favorável da economia do Centro-Oeste tende ainda a ser beneficiado, nos próximos trimestres, pelos impactos do novo patamar da taxa de câmbio sobre as respectivas exportações.

Tabela 3.11 – IPCA – Centro-Oeste

Variação % trimestral

Discriminação Pesos1/ 2014 2015

IV Tri I Tri II Tri III Tri

IPCA 100,00 2,57 3,53 1,73 1,42

Livres 75,71 2,55 1,91 1,93 0,75

Comercializáveis 33,89 1,95 1,64 1,70 1,53

Não comercializáveis 41,83 3,05 2,13 2,12 0,13

Monitorados 24,29 2,62 8,98 1,09 3,53

Principais itens

Alimentos e bebidas 23,40 4,17 3,53 3,34 -0,06

Habitação 16,29 2,03 10,18 1,15 3,97

Artigos de residência 4,42 0,03 0,78 0,65 1,90

Vestuário 5,93 2,65 -0,16 1,42 0,60

Transportes 19,40 4,45 2,31 -0,59 1,38

Saúde 10,40 0,96 1,18 3,34 1,78

Despesas pessoais 11,29 1,23 2,50 3,44 1,62

Educação 4,61 0,39 6,95 0,47 0,62

Comunicação 4,26 0,03 -1,01 0,69 0,28

Fonte: IBGE

1/ Referentes a setembro de 2015.

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4Região Sudeste

A atividade econômica do Sudeste, em cenário de retração da produção industrial, deterioração do mercado de trabalho e redução das vendas, manteve trajetória de contração no trimestre encerrado em agosto. Nesse contexto, o IBCR-SE recuou 0,8% no período, em relação ao trimestre finalizado em maio, quando diminuíra 1,3%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados. Considerados períodos de doze meses, o IBCR-SE variou -1,5% em agosto (-1,4% em maio).

As vendas do comércio ampliado diminuíram 1,5% no trimestre finalizado em agosto, em relação ao terminado em maio, quando haviam recuado 3,5%, no mesmo tipo de comparação, segundo dados dessazonalizados da PMC, do IBGE. Esse resultado refletiu retrações das vendas em nove dos dez segmentos pesquisados (equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, -7,2%; livros, jornais, revistas e papelaria, -5,4%; móveis e eletrodomésticos, -5,2%). O comércio varejista, excluídas as variações nas vendas de material de construção (-2,3%) e de veículos, motos, partes e peças (-0,2%), recuou 2,0% no trimestre até agosto (-2,5% no terminado em maio).

Considerados intervalos de doze meses, as vendas do comércio ampliado diminuíram 5,6% em agosto (-6,1% em maio). Destacaram-se as reduções nos segmentos veículos, motos, partes e peças (15,8%), móveis e eletrodomésticos (9,3%), livros, jornais, revistas e papelaria (8,9%) e material de construção (5,6%). O comércio varejista recuou 1,4% e 0,6% nos períodos considerados.

Os emplacamentos de automóveis e comerciais leves na região decresceram 4,2% no trimestre finalizado em setembro, em relação ao terminado em junho, quando retraíram 10,7%, na mesma base de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da Fenabrave. Os emplacamentos acumulados em doze meses recuaram 15,5% em setembro (-14,0% em junho).

Tabela 4.1 – Comércio varejista – Sudeste

Geral e setores selecionados

Variação % no período

Setores 2014 2015

Ano Mai1/ Ago1/ 12 meses

Comércio varejista 1,8 -2,5 -2,0 -1,4

Combustíveis e lubrificantes 0,0 -2,1 -1,6 -3,9

Hiper e supermercados 1,7 -1,3 -1,3 -1,3

Tecidos, vestuário e calçados -3,5 -4,9 -3,6 -5,7

Móveis e eletrodomésticos -1,4 -9,1 -5,2 -9,3

Comércio ampliado -3,6 -3,5 -1,5 -5,6

Automóveis e motocicletas -15,9 -4,9 -0,2 -15,8

Material de construção -2,2 -6,2 -2,3 -5,6

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados

dessazonalizados.

135

140

145

150

Ago2012

Nov Fev2013

Mai Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

IBC-Br IBCR-SE

Gráfico 4.1 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Região SudesteDados dessazonalizados 2002 = 100

Fonte: IBGE

90

95

100

105

110

115

120

Ago2012

Nov Fev2013

Mai Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

Fonte: IBGE

Comércio varejista Comércio ampliado

Gráfico 4.2 – Comércio varejista – SudesteDados dessazonalizados2011 = 100

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48 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

O índice de volumes do setor de serviços do Sudeste recuou 3,2% no trimestre encerrado em agosto, em relação a igual período de 2014 (outros serviços, -10,1%; transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios, -6,8%; serviços prestados às famílias, -4,7%), de acordo com a PMS, do IBGE. Considerados períodos de doze meses, o volume do setor retraiu 0,9% em agosto, ante expansão de 0,3% em maio (outros serviços, -7,0%; serviços prestados às famílias, -5,1%; transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios, -3,3%).

As operações de crédito superiores a R$1 mil totalizaram R$1.679,8 bilhões em agosto, no Sudeste, elevando-se 2,1% no trimestre e 10,3% em doze meses. As contratações com recursos direcionados somaram R$798,1 bilhões (aumentos respectivos de 2,8% e 17,1%) e as realizadas com recursos livres, R$881,7 bilhões (elevações de 1,4% e 4,8%, na ordem).

A carteira de pessoas físicas totalizou R$681,6 bilhões (elevações de 1,4% no trimestre e 8,6% em doze meses), com destaque para a modalidade financiamento imobiliário, e a de pessoas jurídicas, R$998,2 bilhões (expansões respectivas de 2,5% e 11,5%), sobressaindo os financiamentos a exportações e as operações do BNDES.

A inadimplência dessas operações de crédito atingiu 2,8% em agosto, mantendo-se estável no trimestre e em doze meses. O desempenho no trimestre decorreu de aumento de 0,1 p.p. no segmento de pessoas físicas e de estabilidade no de pessoas jurídicas, que registraram taxas de 3,9% e 2,0%, respectivamente.

Os desembolsos do BNDES para a região totalizaram R$12,5 bilhões no trimestre encerrado em agosto e R$73,5 bilhões no período de doze meses encerrado no mesmo mês, com retrações respectivas de 40,7% e 18,4% em relação a iguais intervalos de 2014.

O mercado de trabalho do Sudeste registrou a eliminação de 191,4 mil postos formais de trabalho no trimestre encerrado em agosto (criação de 48 mil em igual período de 2014), de acordo com o Caged/MTE. Ocorreram cortes na indústria de transformação, 102,7 mil; no setor de serviços, 59,7 mil; na construção civil, 34,2 mil; e no comércio, 29,6 mil; e criação de 40,5 mil empregos na agropecuária. Considerados dados dessazonalizados, o nível de emprego formal do Sudeste recuou 1,1% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando decrescera 0,9%, na mesma base de comparação.

0

5

10

15

20

25

Ago2012

Nov Fev2013

Mai Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

PF PJ Total

Gráfico 4.3 – Evolução do saldo das operações de crédito1/ – Sudeste Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Discriminação

2012 2013 2014 20151/ R$ milhões Part.( %)

Sudeste 6,2 20,2 2,8 -18,4 73 462 46

Brasil 12,3 22,1 -1,4 -14,1 159 900 100

Fonte: BNDES

1/ Valores acumulados em doze meses até agosto.

20151/Var. % acum. 12 meses

Tabela 4.3 – Desembolsos do BNDES – Sudeste

Tabela 4.4 – Evolução do emprego formal – Sudeste

Novos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2014 2015

Ago Nov Fev Mai Ago

Total 48,0 -11,2 -355,6 -66,1 -191,4

Indústria de transformação -43,6 -47,2 -74,1 -60,8 -102,7

Comércio 29,3 79,1 -83,2 -24,7 -29,6

Serviços 58,8 45,3 -71,3 2,5 -59,7

Construção civil -14,3 -30,3 -63,1 -30,2 -34,2

Agropecuária 15,0 -57,5 -49,7 50,0 40,5

Serv. industr. de utilidade pública -0,1 -0,3 -1,8 -1,0 -3,2

Outros2/ 2,9 -0,3 -12,5 -2,0 -2,4

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.

2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outros.

Tabela 4.2 – Volume de serviços – Sudeste

Serv. empresariais não financeiros, exceto saúde e educação

Variação % no período

Segmentos 2014 2015

Ano Mai1/ Ago1/ 12 meses

Total 2,1 -0,3 -3,2 -0,9

Serviços prestados às famílias -2,7 -7,3 -4,7 -5,1

Serviços de informação e comunicação 4,6 4,0 0,3 2,4

Serviços profissionais e administrativos 0,3 0,5 -1,8 -0,4

Transportes e correio 2,8 -3,1 -6,8 -3,3

Outros serviços -3,7 -8,2 -10,1 -7,0

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa ao trimestre encerrado no mês assinalado e o mesmo período

do ano anterior.

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 49

A taxa média de desemprego do Sudeste, consideradas as Regiões Metropolitanas de São Paulo (RMSP), Rio de Janeiro (RMRJ) e Belo Horizonte (RMBH), atingiu 6,8% no trimestre finalizado em agosto, de acordo com a PME do IBGE. O aumento de 2,5 p.p. em relação a igual período de 2014 refletiu redução de 0,9% na população ocupada e elevação de 1,6% na PEA. O rendimento real médio habitual e a massa salarial real contraíram 3,6% e 4,5%, respectivamente, no período. Considerados dados dessazonalizados, a taxa média de desemprego atingiu 6,6% no trimestre encerrado em agosto (5,4% no finalizado em maio).

A taxa de desemprego da região, mensurada pela PNADC, do IBGE, atingiu 8,3% no trimestre encerrado em junho, ante 6,9% em igual período de 2014, com aumento de 0,2% da população ocupada e de 1,8% da PEA. O rendimento real médio habitual aumentou 3,8% e a massa salarial, 3,9%, no período.

O superavit primário dos governos dos estados, das capitais e dos principais municípios do Sudeste totalizou R$15,2 bilhões no primeiro semestre de 2015, (R$12,5 bilhões no primeiro semestre de 2014). Os superavits dos estados e das capitais aumentaram 35,6% e 23,4%, respectivamente, e o dos principais municípios recuou 19,4%.

Os juros nominais, apropriados por competência, somaram R$32,0 bilhões no período (R$26,3 bilhões no primeiro semestre de 2014), com expansões respectivas de 22,7% e 18,6% nos governos estaduais e das capitais, e retração de 24,1% nos demais municípios. O deficit nominal atingiu R$16,9 bilhões (R$13,8 bilhões no mesmo período de 2014).

A dívida líquida dos estados, das capitais e dos principais municípios do Sudeste totalizou R$513,1 bilhões em junho de 2015 (74,6% da dívida de todos os estados, capitais e principais municípios do país), elevando-se 5,7% em relação a dezembro de 2014.

Os governos dos estados, das capitais e dos principais municípios do Sudeste registraram deficit de R$5,7 bilhões no período de doze meses encerrado em agosto de 2015. Os juros nominais, apropriados por competência, somaram R$59,1 bilhões e o deficit nominal, R$64,8 bilhões (28,7% superior ao de 2014). O endividamento líquido dos três segmentos totalizou R$541,0 bilhões em agosto (74,0% do total de estados, capitais e principais municípios do país), elevando-se 11,5% em relação a dezembro de 2014.

3

4

5

6

7

8

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2012 2013 2014 2015

Gráfico 4.4 – Taxa de desemprego aberto – Sudeste%

Fonte: IBGE

Tabela 4.5 – Necessidades de financiamento – Sudeste1/

R$ milhões

UF

2014 2015 2014 2015

Jan-jun Jan-jun Jan-jun Jan-jun

Total -12 481 -15 158 26 311 32 033

Governos estaduais -5 830 -7 907 21 012 25 791

Capitais -4 420 -5 453 5 204 6 170

Demais municípios -2 230 -1 798 95 72

1/ Inclui inform. dos estados e de seus principais municípios. Dados preliminares.

Resultado primário Juros nominais

Tabela 4.6 – Dívida líquida e necessidades de

financiamento – Sudeste1/

R$ milhões

UF Dívida Dívida2/

2014 Nominal Outros3/ 2015

Dez Primário Juros Total4/ Mar

Total 485 365 -15 158 32 033 16 876 10 908 513 149

Gov. estaduais 397 934 -7 907 25 791 17 884 9 059 424 877

Capitais 86 099 -5 453 6 170 718 1367 88 186

Demais municípios 1 332 -1 798 72 -1 726 482 88

1/ Inclui inform. dos estados e de seus principais municípios. Dados preliminares.2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos.3/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhec. de dívidas e privatiz.4/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário.

Fluxos acumulados no ano

Tabela 4.7 – Dívida líquida – Sudeste1/

Composição

R$ milhões

Região Sudeste 2013 2014 2015

Dez Dez Jun

Dívida bancária 28 686 50 130 56 817

Renegociação2/ 380 342 394 794 411 761

Dívida externa 29 436 43 032 52 436

Outras dívidas junto à União 15 863 15 029 13 897

Dívida reestruturada 896 985 1 147

Disponibilidades líquidas -24 208 -18 605 -22 910

Total (A) 431 014 485 365 513 149

Brasil3/ (B) 578 634 655 704 687 821

(A/B) (%) 74,5 74,0 74,6

1/ Inclui inform. dos estados e de seus principais municípios. Dados preliminares.

2/ Lei nº 8.727/1993, Lei nº 9.496/1997 e MP n° 2.185/2000.

3/ Refere-se à soma de todas as regiões.

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50 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

A safra de grãos da região deverá totalizar 18,8 milhões de toneladas em 2015 (8,9% da produção nacional) de acordo com o LSPA de setembro, do IBGE. O aumento anual de 4,7% repercute, em especial, as elevações de 14,9% para a colheita da soja e de 9,0% para a de milho segunda safra. Ressaltem-se, adicionalmente, as projeções de elevação para as safras de laranja (13,0%) e cana-de-açúcar (2,7%) e de retração de 8,6% para a de café, impactada pelos efeitos das estiagens sobre a cultura, especialmente no Espírito Santo.

Os abates de suínos, aves e bovinos realizados em estabelecimentos inspecionados pelo SIF variaram 11,1%, 1,6% e -11,1%, respectivamente, nos oito primeiros meses de 2015, em relação a igual período de 2014, de acordo com o Mapa. Os abates de suínos e de aves foram estimulados pela dinâmica favorável das demandas interna e externa, enquanto restrições de oferta e contração da demanda limitaram os abates de bovinos.

A produção industrial do Sudeste contraiu 2,4% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando diminuíra 2,0%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da PIM-PF Regional, do IBGE. A produção da indústria extrativa recuou 0,4% e a da transformação, 2,6% (equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, -20,6%; produtos têxteis, -11,6%; veículos automotores, reboques e carrocerias, -10,6%).

Considerados intervalos de doze meses, a produção industrial da região decresceu 6,9% em agosto, em relação a igual período de 2014, ante recuo de 5,8% em maio (veículos automotores, reboques e carrocerias, -19,9%; equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, -13,7%; máquinas e equipamentos, -13,1%).

O Icei do Sudeste, calculado pela CNI, atingiu 32,6 pontos em setembro, situando-se pelo sétimo trimestre abaixo da linha de indiferença (35,4 pontos em junho e 42,8 pontos em setembro de 2014). A retração trimestral refletiu recuos respectivos de 1,5 ponto e 3,5 pontos nos componentes que avaliam as condições atuais e as expectativas.

O indicador de expectativas da Sondagem Industrial da CNI para o Sudeste atingiu 40,8 pontos em agosto, permanecendo pelo sétimo trimestre na zona de pessimismo (39,9 pontos em maio e 46,0 pontos em agosto de 2014). O indicador de estoques, evidenciando patamar superior ao

Tabela 4.8 – Dívida líquida e necessidades de

financiamento – Sudeste1/

R$ milhões

UF Dezembro de 2014 Agosto de 2015

Dívida Fluxos 12 meses Dívida2/ Fluxos 12 meses

Primário Nominal3/ PrimárioNominal3/

ES 1 394 504 684 1 523 541 805

MG 89 370 -3 140 5 647 100 726 -1 976 9 579

RJ 96 738 7 182 14 939 116 456 7 274 18 576

SP 297 864 3 447 29 094 322 279 -137 35 853

Total (A) 485 365 7 994 50 364 540 983 5 702 64 814

Brasil4/ (B) 655 704 10 713 67 433 730 720 4 284 82 410

(A/B) (%) 74,0 74,6 74,7 74,0 133,1 78,6

1/ Por UF, totalizando gov. estadual, capital e principais municípios. Dados

preliminares.

2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado

nominal e o resultado de outros fluxos.

3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário.

4/ Refere-se à soma de todas as regiões.

Tabela 4.9 – Produção agrícola – Sudeste

Itens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Peso1/ Produção2/ Var. %

2014 2015 2015/2014

Grãos 17 932 18 773 4,7

Arroz (em casca) 0,1 86 75 -12,5

Feijão 3,1 787 699 -11,1

Milho 7,2 10 640 10 850 2,0

Soja 6,9 4 973 5 715 14,9

Outras lavouras

Café 16,8 2 357 2 153 -8,6

Banana 2,7 2 271 2 371 4,4

Cana-de-açúcar 40,9 433 158 445 039 2,7

Laranja 5,1 11 248 12 712 13,0

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2013.

2/ Estimativa segundo o LSPA de setembro de 2015.

80

90

100

110

120

130

140

Ago2012

Nov Fev2013

Mai Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

Bovinos Aves Suínos

Fonte: Mapa

Gráfico 4.5 – Abates de animais – SudesteMédia móvel trimestral2012 = 100

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 51

considerado adequado, totalizou 52,7 pontos (50,2 pontos em maio e 52,0 pontos em agosto de 2014).

O deficit da balança comercial do Sudeste totalizou US$2 bilhões nos nove primeiros meses de 2015 (US$6,7 bilhões em igual período de 2014). As exportações atingiram US$71,0 bilhões e as importações, US$73,0 bilhões, recuando 19,4% e 23,0%, respectivamente, no período.

O desempenho das exportações repercutiu variações de -24,4% nos preços e de 6,5% no quantum. Houve reduções nas vendas de produtos básicos, 28,6% (minérios de ferro, -44,4%; óleos brutos de petróleo, -23,4%), de manufaturados, 14,0% (plataformas de perfuração ou de exploração de petróleo, -63,0%; óleos combustíveis, -59,0%) e de semimanufaturados, 10,1% (açúcar de cana em bruto, -28,6%). As vendas externas da região para os EUA, China, Argentina, Holanda e Chile representaram, em conjunto, 48,7% do total no período, destacando-se as reduções nas direcionadas para a Holanda (27,9%) e para o Chile (27,4%).

A trajetória das importações, resultante de retrações de 9,0% nos preços e de 15,4% no quantum, repercutiu diminuição nas compras em todas as categorias de uso, com destaque para combustíveis e lubrificantes, 57,6%, e matérias-primas e produtos intermediários, 18,0% (naftas, -71,8%; partes e peças para veículos automóveis e tratores, -29,1%). As importações originadas dos EUA, China, Alemanha, Argentina e Coreia do Sul representaram, em conjunto, 51,2% do total adquirido pela região no período, com destaque para os recuos nas provenientes da Argentina (26,8%), da Alemanha (24,5%) e da Coreia do Sul (22,3%).

A inflação no Sudeste, considerada a média ponderada das variações do IPCA nas Regiões Metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro , Belo Horizonte e Vitória (RMV), atingiu 1,44% no terceiro trimestre do ano (2,01% no segundo). Ocorreram desacelerações dos preços livres, de 1,75% para 1,04%, e dos monitorados, de 2,81% para 2,65%, destacando-se, neste segmento, a redução na variação dos preços de produtos farmacêuticos (de 4,95% para 0,69%) e as elevações dos preços dos itens gás de botijão (11,96%), tarifas de energia elétrica residencial (6,30%), taxas de água e esgoto (4,89%), e planos de saúde (3,79%).

A evolução dos preços livres repercutiu reduções nas variações dos preços dos bens não comercializáveis, de 1,63% para 0,86%, (tubérculos, de 17,20% para -20,60%) e dos bens comercializáveis, de 1,90% para 1,28% (leites e derivados, 3,32%; vestuário, 0,82%). O índice de difusão

Tabela 4.10 – Produção industrial – Sudeste

Geral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2015

Mai2/ Ago2/ 12 meses

Indústria geral 100,0 -2,0 -2,4 -6,9

Indústrias extrativas 13,6 1,1 -0,4 6,6

Indústrias de transformação 86,4 -2,7 -2,6 -8,6

Veículos, reb. e carrocerias 12,8 -8,7 -10,6 -19,9

Produtos alimentícios 12,7 6,3 1,2 -9,6

Deriv. petróleo e biocombustíveis 12,0 -3,6 0,5 -2,7

Metalurgia 7,1 -3,0 -3,3 -4,8

Outros produtos químicos 5,8 -1,4 -0,1 -7,3

Fonte: IBGE

1/ Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE.

2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados

dessazonalizados.

Tabela 4.11 – Exportação por fator agregado – FOB

Janeiro-setembro

US$ milhões

Discriminação Sudeste Brasil

2014 2015 Var. % Var. %

Total 88 078 70 970 -19,4 -16,8

Básicos 35 790 25 571 -28,6 -22,3

Industrializados 52 288 45 399 -13,2 -11,2

Semimanufaturados 11 570 10 402 -10,1 -8,4

Manufaturados1/ 40 718 34 998 -14,0 -12,2

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

Tabela 4.12 – Importação por categoria de uso – FOB

Janeiro-setembro

US$ milhões

Discriminação Sudeste Brasil

2014 2015 Var. % Var. %

Total 94 814 73 037 -23,0 -23,0

Bens de capital 21 994 18 558 -15,6 -17,5

Matérias-primas 42 427 34 801 -18,0 -19,1

Bens de consumo 15 144 13 208 -12,8 -16,0

Duráveis 6 853 5 758 -16,0 -21,6

Não duráveis 8 290 7 450 -10,1 -9,7

Combustíveis e lubrificantes 15 249 6 471 -57,6 -46,2

Fonte: MDIC/Secex

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52 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

médio atingiu 61,4% no terceiro trimestre do ano (64,4% no segundo).

A análise em doze meses mostra que o IPCA do Sudeste variou 9,48% em setembro, ante 8,85% em junho, reflexo de acelerações dos preços monitorados, de 14,77% para 16,85%, e dos livres, de 7,02% para 7,20%.

A economia do Sudeste segue em retração na margem, refletindo, principalmente, o arrefecimento da produção industrial e dos mercados de crédito e a distensão no mercado de trabalho. A mudança desse cenário dependerá amplamente da reversão das expectativas de empresários e consumidores, que deverá ser favorecida, no médio prazo, pelos efeitos das novas diretrizes econômicas em implementação, assim como pela recuperação do dinamismo das exportações da região, beneficiada pela trajetória da taxa de câmbio.

Tabela 4.13 – IPCA – Sudeste

Variação % no período

Discriminação Pesos1/ 2014 2015

Ano II Tri III Tri 12 meses

IPCA 100,0 6,37 2,01 1,44 9,48

Livres 74,9 6,97 1,75 1,04 7,20

Comercializáveis 32,5 6,18 1,90 1,28 5,78

Não comercializáveis 42,4 7,59 1,63 0,86 8,31

Monitorados 25,1 4,48 2,81 2,65 16,85

Principais itens

Alimentação 23,4 8,27 2,78 1,00 9,36

Habitação 16,2 7,53 3,15 3,40 19,48

Artigos de residência 4,1 5,53 1,87 0,69 3,48

Vestuário 5,5 4,20 2,14 0,83 3,74

Transportes 18,7 4,01 -0,01 0,35 7,73

Saúde 11,6 7,06 3,07 2,17 8,66

Despesas pessoais 11,5 8,53 2,33 1,73 9,28

Educação 4,9 8,53 0,56 1,21 9,56

Comunicação 4,1 -2,12 0,65 0,38 -0,07,

Fonte: IBGE

1/ Referentes a setembro de 2015.

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 53

Minas Gerais

O PIB de Minas Gerais recuou 1,5% no segundo trimestre de 2015, em relação ao primeiro, quando contraíra 1,2%, de acordo com dados dessazonalizados da Fundação João Pinheiro (FJP). Considerados períodos de doze meses, o PIB do estado retraiu 3,3% no segundo trimestre de 2015 (-2,9% no primeiro), ante redução de 1,2% do PIB nacional. Estatísticas divulgadas mais recentemente indicam a continuidade do desempenho negativo da economia mineira, com ênfase na trajetória adversa das vendas do comércio, da indústria de transformação, da construção civil e do mercado de trabalho. Nesse contexto, o IBCR-MG retraiu 0,5% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando recuara 1,4%, considerados dados dessazonalizados. O indicador contraiu 1,2% no intervalo de doze meses encerrado em agosto (-1,5% no terminado em maio).

As vendas do comércio ampliado em Minas Gerais diminuíram 2,2% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando recuaram 2,4%, conforme dados dessazonalizados da PMC, do IBGE. Houve reduções em sete das dez atividades pesquisada (material de construção, -3,5%; hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, -0,7%; veículos, motos, partes e peças, -0,3%; outros artigos de uso pessoal e doméstico, 5,2%; móveis e eletrodomésticos, 1,4%). As vendas do comércio varejista, excluídas as de veículos e de materiais de construção, aumentaram 0,2% no trimestre (-1,2% no trimestre finalizado em maio).

Considerados períodos de doze meses, as vendas do comércio ampliado decresceram 4,1% em agosto (-2,1% em maio), em relação a igual período do ano anterior (veículos, motos, partes e peças, -11,1%; móveis e eletrodomésticos, -6,4%; material de construção, -6,1%; hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, 1,2%; artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, 6,0%). As vendas do comércio varejista reduziram 0,3% em agosto, ante estabilidade em maio.

Os emplacamentos de automóveis e comerciais leves no estado diminuíram 1,5% no trimestre encerrado em setembro, em relação ao terminado em junho, quando recuaram 9,1%, neste tipo de comparação, segundo dados dessazonalizados da Fenabrave. Os emplacamentos acumulados em doze meses reduziram 8,2% em setembro (-9,0% em junho).

138

140

142

144

146

148

150

152

Ago2012

Nov Fev2013

Mai Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

IBC-Br IBCR-MG

Gráfico 4.6 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Minas GeraisDados desazonalizados2002 = 100

Tabela 4.14 – Índice de vendas no varejo – Minas Gerais

Geral e setores selecionadosVariação % no período

Setores 2014 2015

Ano Mai1/ Ago1/ 12 meses

Comércio varejista 2,6 -1,2 0,2 -0,3

Combustíveis e lubrificantes 3,2 -2,5 -0,3 -1,3

Hiper, supermercados 2,7 -0,3 -0,7 1,2

Tecidos, vestuário e calçados -2,9 -2,6 -0,5 -5,1

Móveis e eletrodomésticos 1,0 -8,7 1,4 -6,4

Outros art. de uso pessoal e dom. 9,3 -2,0 5,2 4,2

Comércio ampliado -0,2 -2,4 -2,2 -4,1

Veículos e motos, partes e peças -5,5 -3,9 -0,3 -11,1

Material de construção 0,5 0,5 -3,5 -6,1

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

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54 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

O volume de serviços no estado decresceu 3,8% no trimestre encerrado em agosto, em relação a igual período em 2014, segundo a PMS, do IBGE (serviços profissionais, administrativos e complementares, -10,3%; transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio, -8,6%; e serviços prestados às famílias, -8,4%). O indicador variou -2,6% no período de doze meses encerrado em agosto em relação a igual intervalo de 2014 (serviços prestados às famílias; -7,0%; serviços profissionais, administrativos e complementares, -6,3%; e transportes, e serviços auxiliares dos transportes e correio, -5,8%).

As operações de crédito superiores a R$1 mil realizadas em Minas Gerais atingiram R$273,4 bilhões em agosto, com acréscimos de 1,0% no trimestre e de 7,4% em doze meses. O saldo das contratações com recursos direcionados somou R$126,8 bilhões, variando, na ordem, 1,4% e 10,5%, e o das realizadas com recursos livres totalizou R$146,7 bilhões, aumentando 0,6% no trimestre e 4,9% em doze meses.

Os empréstimos a pessoas físicas somaram R$143,1 bilhões, elevando-se 1,9% no trimestre, com destaque para a evolução das modalidades financiamento imobiliário, crédito consignado e crédito rural, e 10,1% em doze meses. A carteira de pessoas jurídicas atingiu R$130,4 bilhões, permanecendo estável no trimestre – destaque para os aumentos nas operações com a administração pública, com as empresas de eletricidade e saneamento e com o setor agropecuário, e para a retração nos empréstimos ao comércio, à construção, e às indústrias de transformação (principalmente aos setores siderúrgico e automotivo) – e elevando-se 4,6% em doze meses.

A taxa de inadimplência atingiu 3,21% em agosto, variando de 0,07 p.p. no trimestre e 0,09 p.p. em doze meses. O aumento trimestral repercutiu elevações de 0,06 p.p. no segmento de pessoas físicas e de 0,07 p.p. no de pessoas jurídicas, que registram taxas de inadimplência de 3,59% e 2,79%, respectivamente.

O Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte (ICCBH), divulgado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), atingiu 36,6 pontos em setembro (36,6 pontos em junho e 46,0 pontos em setembro de 2014). A estabilidade no trimestre refletiu retração de 0,7 p.p. no componente que avalia a expectativa econômica – destacando-se o recuo de 3,5 p.p. na avaliação sobre o emprego – e aumento de 0,9 p.p. no que considera a

Tabela 4.15 – Índice de volume de serviços – Minas Gerais

Serv. empresariais não financeiros, exceto saúde e educação

Var. %

Segmentos 2014 2015

Ano Mai1/ Ago1/ 12 meses

Total -0,4 -2,7 -3,8 -2,6

Serviços prestados às famílias -2,4 -10,6 -8,4 -7,0

Serviços de informação e comunicação -1,7 6,9 8,2 4,7

Serviços profissionais e administrativos -4,0 -7,2 -10,3 -6,3

Transportes e correio 3,7 -6,6 -8,6 -5,8

Outros serviços -5,1 -11,9 -15,0 -10,3

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa ao trimestre encerrado no mês assinalado e o mesmo período

do ano anterior.

0

4

8

12

16

20

Mai2013

Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

PF PJ Total

Gráfico 4.7 – Evolução do saldo das operações de crédito – Minas Gerais1/

Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

20

25

30

35

40

45

50

55

60

Jun2013

Set Dez Mar2014

Jun Set Dez Mar2015

Jun Set

ICC geral Expectativa econômicaExpectativa financeira

Gráfico 4.8 – Índice de Confiança do Consumidor de Belo HorizontePontos

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 55

expectativa financeira (melhora de 2,7 p.p. na expectativa sobre a situação financeira da família).

O mercado de trabalho mineiro registrou a eliminação de 30,8 mil postos no trimestre encerrado em agosto, ante criação de 0,9 mil empregos formais no mesmo trimestre em 2014, segundo o Caged/MTE. Destacaram-se os cortes na indústria de transformação, 17,2 mil (em especial nos segmentos automotivo, produtos de metal, vestuário e metalurgia); na construção civil, 14,9 mil; e no setor de serviços, 9,1 mil, e a criação de 19,2 mil vagas na agropecuária. O nível de emprego no estado recuou 1,3% no trimestre, considerados dados dessazonalizados.

As horas trabalhadas na indústria de Minas Gerais recuaram 2,5% no trimestre finalizado em agosto, em relação ao terminado em maio, quando haviam retraído 2,4%, na mesma base de comparação, de acordo com estatísticas dessazonalizados da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). No mesmo período, a massa salarial real e o emprego reduziram 1,8% e 3,6%, na ordem, e o rendimento médio expandiu 0,9%.

A taxa média de desemprego na RMBH atingiu 6,1% no trimestre finalizado em agosto, segundo a PME, do IBGE. O aumento de 2,0 p.p. em relação a igual período de 2014 repercutiu variações de -1,3% no número de ocupados e de 0,9% na PEA. A massa de rendimentos real média diminuiu 1,4% no período, refletindo redução de 1,4% na população ocupada remunerada e estabilidade do rendimento real médio. Considerados dados dessazonalizados, a taxa de desemprego aumentou 0,7 p.p. no trimestre.

O superavit primário dos governos do estado, da capital e dos principais municípios de Minas Gerais atingiu R$2,6 bilhões no primeiro semestre de 2015 (R$3,1 bilhões em igual período de 2014). Houve redução de 31,0% no superavit do governo estadual e acréscimos nos da capital (de R$3 milhões para R$271 milhões) e dos principais municípios (15,1%).

Os juros nominais, apropriados por competência, somaram R$6,2 bilhões e o deficit nominal, R$3,6 bilhões (R$5,3 bilhões e deficit de R$2,2 bilhões, na ordem, no primeiro semestre de 2014).

A arrecadação de ICMS no estado somou R$18,5 bilhões no período, de acordo com a Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais (SEF/MG), recuando, em

Tabela 4.16 – Evolução do emprego formal – Minas Gerais

Novos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2014 2015

Ago Nov Fev Mai Ago

Total 0,9 -14,7 -76,7 -20,5 -30,8

Indústria de transformação -5,4 -7,0 -16,6 -16,3 -17,2

Comércio 3,1 17,7 -13,3 -4,9 -7,1

Serviços 8,2 10,2 -16,5 -0,7 -9,1

Construção civil -2,1 -10,4 -17,9 -15,6 -14,9

Agropecuária -3,7 -24,8 -9,3 18,6 19,2

Outros2/ 0,8 -0,4 -3,1 -1,7 -1,7

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.

2/ Inclui extrativa mineral, serv. ind. de utilidade pública e administração pública.

Tabela 4.17 – Necessidades de financiamento –

Minas Gerais1/

R$ milhões

UF

2014 2015 2014 2015

Jan-jun Jan-jun Jan-jun Jan-jun

Estado de Minas Gerais -3 091 -2 601 5 329 6 172

Governo estadual -2 654 -1 830 5 217 6 052

Capital -3 -271 74 88

Demais municípios -434 -500 38 31

1/ Inclui informações do estado e de seus principais municípios. Dados preliminares.

Resultado primário Juros nominais

Tabela 4.18 – Dívida líquida e necessidades de

financiamento – Minas Gerais1/

R$ milhões

UF Dívida Dívida2/

2014 Nominal Outros4/ 2015

Dez Primário Juros Total3/ Jun

Estado de Minas Gerais 89 370 -2 601 6 172 3 570 1 857 94 797

Governo estadual 87 544 -1 830 6 052 4 222 1 623 93 388

Capital 2 405 -271 88 -183 103 2 325

Demais municípios -579 -500 31 -468 131 -916

1/ Inclui inform. do estado e de seus principais municípios. Dados preliminares.2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos.3/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhec. de dívidas e privatiz.4/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário.

Fluxos acumulados no ano

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

6,5

7,0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2012 2013 2014 2015

Gráfico 4.9 – Taxa de desemprego aberto – RMBH%

Fonte: IBGE

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56 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

termos reais, 4,7% em relação a igual período de 2014 (deflacionado pelo IGP-DI).

A dívida líquida do estado, da capital e dos principais municípios de Minas Gerais somou R$94,8 bilhões em junho, elevando-se 6,1% em relação a dezembro de 2014. A dívida do governo estadual cresceu 6,7%, a da capital recuou 3,3% e o saldo credor líquido dos governos dos principais municípios aumentou 58,2%, para R$916 milhões.

A safra de grãos de Minas Gerais deverá atingir 11,8 milhões de toneladas em 2015, com aumento de 0,4% em relação ao ano anterior, de acordo com o LSPA de setembro, do IBGE. O desempenho da colheita de grãos no estado reflete, em especial, a maior destinação de áreas para o plantio de soja, cuja produtividade corresponde a cerca de 50% da relativa ao milho. Nesse cenário, estão estimadas variações de -1,5%, -10,3% e 5,2%, na ordem, para as safras de milho, feijão e soja, impactadas por variações, de -3,3%, -10,7% e 6,5% nas respectivas áreas plantadas. No âmbito das demais culturas, ressaltam-se as projeções de reduções de 1,9% para a produção de café e de 2,5% para a de cana-de-açúcar.

A produção de grãos do estado deverá expandir entre 9,1% e 10,1% em 2016, de acordo com prognóstico da Conab de outubro. Essa projeção considera aumentos entre 5,9% e 7,2% para a produção de milho primeira safra e entre 17,0% e 18,1% para a de soja.

Os abates de bovinos em estabelecimentos fiscalizados pelo SIF (75,0% do total) recuaram 9,5% nos oito primeiros meses de 2015, em relação a igual período de 2014, enquanto os de aves e de suínos aumentaram 4,3% e 13,6%, respectivamente. O valor médio da arroba do boi aumentou 19,9% no período e 18.0% no trimestre terminado em agosto, em relação a igual período de 2014. As exportações de carnes de bovinos recuaram 16,1% nos oito primeiros meses de 2015, sensibilizadas por reduções nos embarques para Hong Kong, Chile e Israel; as de suínos decresceram 83,8%, influenciada por contração nas vendas para a Rússia; e as carnes de aves aumentaram 2,2%, impactadas pelo aumento das compras da Arábia Saudita, Catar e Bahrein.

A produção industrial de Minas Gerais recuou 0,4% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando havia contraído 2,8% nesse tipo de comparação, segundo dados dessazonalizados da PIM-PF do IBGE. A indústria extrativa retraiu 0,2%, e a

Tabela 4.19 – Produção agrícola – Minas Gerais

Itens selecionadosEm mil toneladas

Discriminação Pesos1/ Produção2/ Variação %

2014 2015 2015/2014

Grãos 32,4 11 707 11 754 0,4

Feijão 6,3 573 514 -10,3

Milho 12,5 6 967 6 865 -1,5

Soja 12,0 3 346 3 519 5,2

Outras lavouras

Cana-de-açúcar 16,1 71 087 69 279 -2,5

Café 29,6 1 364 1 339 -1,9

Fonte: IBGE1/ Por valor da produção – PAM 2013.2/ Estimativa segundo o LSPA de setembro de 2015.

70

80

90

100

110

120

130

140

150

160

Ago2012

Nov Fev2013

Mai Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

Bovinos Aves Suínos

Gráfico 4.10 – Abates de animais – Minas GeraisMédia móvel trimestral2012 = 100

Tabela 4.20 – Produção industrial – Minas Gerais

Geral e setores selecionados

Variação % trimestral

Setores Pesos1/ 2015

Mai2/ Ago2/ Ac. 12 meses

Indústria geral 100,0 -2,8 -0,4 -5,8

Indústrias extrativas 24,6 3,1 -0,2 -0,5

Indústrias de transformação 75,4 -4,8 -0,7 -7,5

Metalurgia 16,5 -0,6 -7,1 -1,6

Veículos, reb. e carrocerias 13,9 -26,4 -13,8 -23,2

Deriv. petróleo e biocomb. 6,7 -4,0 4,6 0,3

Prod. miner. não-metálicos 4,5 -7,0 -3,7 -10,6

Outros produtos químicos 3,3 -4,3 -2,5 -4,1

Fonte: IBGE

1/ Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE.

2/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

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de transformação, 0,7% (veículos automotores, -13,8%; máquinas e equipamentos, -10,6%; metalurgia, -7,1%; minerais não-metálicos, -3,7%; celulose e papel, 10,6%; e coque e produtos derivados de petróleo e biocombustíveis, 4,6%).

Considerados períodos de doze meses, a produção industrial mineira recuou 5,8% em agosto, em relação a igual período de 2014 (-5,6% em maio). A indústria extrativa contraiu 0,5% e a de transformação, 7,5% (máquinas e equipamentos, -33,5%; indústria automobilística, -23,2%; produtos de metal, -11,2%; minerais não-metálicos de -10,6%).

Indicadores da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) também apontam retração na atividade industrial. Nesse sentido, considerados dados dessazonalizados, o faturamento real recuou 3,8% no trimestre encerrado em agosto (-8,2% no finalizado em maio), e o Nuci diminuiu 1,8 p.p., para 81,6%.

O Icei de Minas Gerais, divulgado pela Fiemg, atingiu 32,9 pontos em setembro (34,7 pontos em junho e 42 pontos em setembro de 2014), mantendo-se na zona de pessimismo pelo décimo oitavo mês consecutivo. A trajetória trimestral refletiu recuos de 2,4 pontos no Índice de Expectativas para os próximos seis meses e de 0,8 ponto no Índice de Condições Atuais.

O superavit da balança comercial do estado totalizou US$10,0 bilhões nos nove primeiros meses de 2015, de acordo com o MDIC. A redução de 31,5% em relação a igual período de 2014 repercutiu retrações de 26,2% nas exportações e de 16,7% nas importações, que somaram US$16,7 bilhões e US$6,7 bilhões, respectivamente.

O comportamento das exportações repercutiu contração de 27,8% nos preços e aumento de 2,2% no quantum. Houve reduções nas vendas externas em todas as categorias de fator agregado: produtos básicos, 37,0% (minérios de alumínio, -94,9%; carne de suíno, -84,9%; minério de ferro, -51,6%; carne de bovino, -8,9%; café cru em grão, -5,9%), produtos semimanufaturados, 2,8% (açúcar de cana em bruto, -21,4%; ferro-ligas, -11,0%; pastas químicas de madeira, -6,2%; produtos semimanufaturados, de ferro ou aço, 64,1%) e de produtos manufaturados, 10,5% (medicamentos, -42,5%; automóveis, -36,6%; tubos de ferro fundido, ferro ou aço e seus acessórios, -15,2%). China, EUA, Argentina, Holanda, Japão e Alemanha, adquiriram, em conjunto, 56,0% das exportações do estado,

88

91

94

97

100

103

106

Mai2012

Ago Nov Fev2013

Mai Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

Brasil Minas Gerais

Gráfico 4.11 – Produção industrial – Minas GeraisDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2012 = 100

Tabela 4.21 – Exportação por fator agregado – FOB

Janeiro-setembroUS$ milhões

Discriminação Minas Gerais Brasil

2014 2015 Var. % Var. %

Total 22 609 16 690 -26,2 -16,8

Básicos 14 547 9 165 -37,0 -22,3

Industrializados 8 062 7 524 -6,7 -11,2

Semimanufaturados 4 070 3 951 -2,9 -8,4

Manufaturados1/ 3 991 3 573 -10,5 -12,2

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

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58 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

no período. Destacaram-se as reduções nos embarques de minérios de ferro para China, Japão e Holanda, e de café para a Alemanha; e os aumentos nas exportações de produtos semimanufaturados de ferro e aço para a Alemanha, e de laminados planos de ferro ou aço para os EUA e Argentina.

A redução nas importações refletiu decréscimos respectivos de 11,5% e de 5,9% no quantum e nos preços. Houve recuo nas aquisições em todas as categorias de uso: bens de capital, 10,5% (acessórios de maquinaria industrial, -27,2%; equipamento móvel de transporte, -23,3%), matérias-primas, 19,7% (acessórios de equipamentos de transporte, -39,3%; outras matérias-primas para a agricultura, -22,7%), bens de consumo duráveis, 23,1% (automóveis, -26,6%); bens de consumo não duráveis, 13,1% (produtos farmacêuticos, -60,1%; produtos de toucador, -14,3%); e combustíveis e lubrificantes, 14,7% (hulhas, -15,7%). As importações provenientes da China, EUA, Argentina e Itália corresponderam, em conjunto, a 55,0% das aquisições do estado no período. Destacaram-se as reduções nas compras de equipamento móvel de transporte e acessórios de equipamentos de transporte da Argentina e Itália; de automóveis da Argentina; de maquinaria industrial da China, e os aumentos nas aquisições de partes e peças para equipamento de transporte dos EUA e equipamento fixo de transporte da China e EUA.

O IPCA da RMBH variou 1,10% no terceiro trimestre de 2015 (2,09% no segundo), com desacelerações nos preços livres (de 1,51% para 0,90%) e nos monitorados (de 4,01% para 1,76%). Sobressaíram as variações de preços nos grupos habitação (1,97%), despesas pessoais (1,89%) e saúde e cuidados pessoais (1,80%).

A evolução dos preços l ivres repercutiu desacelerações dos preços dos itens comercializáveis, de 1,71% para 1,15% (leite longa vida, 4,04%; pão francês 3,40%; carnes, 2,04%) e dos não comercializáveis, de 1,34% para 0,69% (empregado doméstico, 2,59%; alimentação fora do domicílio, 2,10%; e aluguel residencial, 1,68%). A menor variação dos preços monitorados repercutiu, em grande parte, as reduções nos aumentos de preços dos itens energia elétrica residencial (de 8,47% para 0,70%), taxa de água e esgoto (de 15,04% para 0,00%) e produtos farmacêuticos (de 5,34% para 0,33%). O índice de difusão atingiu 56,7% no trimestre encerrado em setembro (64,6% no finalizado em junho).

O IPCA da RMBH variou 8,32% no período de doze meses encerrado em setembro (7,65% no finalizado

Tabela 4.22 – Importação por categoria de uso – FOB

Janeiro-setembroUS$ milhões

Discriminação Minas Gerais Brasil

2014 2015 Var. % Var. %

Total 8 083 6 737 -16,7 -23,0

Bens de capital 2 419 2 166 -10,5 -17,5

Matérias-primas 3 684 2 959 -19,7 -19,1

Bens de consumo 1 485 1 188 -20,0 -16,0

Duráveis 1 022 786 -23,1 -21,6

Não duráveis 463 402 -13,1 -9,7

Combustíveis e lubrificantes 496 423 -14,7 -46,2

Fonte: MDIC/Secex

Tabela 4.23 – IPCA – Belo Horizonte

Variação % trimestral

Discriminação Pesos1/ 2014 2015

IV Tri I Tri II Tri III Tri

IPCA 100,0 1,22 3,67 2,09 1,10

Livres 75,9 1,21 2,47 1,51 0,90

Comercializáveis 35,2 0,92 0,87 1,71 1,15

Não comercializáveis 40,8 1,47 3,88 1,34 0,69

Monitorados 24,1 1,26 7,83 4,01 1,76

Principais itens

Alimentos e bebidas 22,0 1,76 3,35 2,27 0,34

Habitação 16,6 0,94 7,78 4,66 1,97

Artigos de residência 5,1 0,90 0,21 2,75 0,74

Vestuário 6,6 0,57 -0,56 1,55 0,92

Transportes 17,8 1,45 4,66 -0,16 0,76

Saúde 10,9 1,35 1,30 3,36 1,80

Despesas pessoais 12,2 1,44 3,76 1,58 1,89

Educação 4,7 0,47 7,70 0,63 0,41

Comunicação 4,1 -0,05 -0,98 1,15 0,70

Fonte: IBGE

1/ Referentes a setembro de 2015

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 59

em junho), destacando-se os aumentos nos grupos habitação (16,10%), educação (9,33%) e despesas pessoais (8,94%). A variação nos preços monitorados atingiu 15,56% (energia elétrica residencial, 45,89%; ônibus urbano, 15,44%, taxa de água e esgoto, 15,04% e gasolina, 14,25%) e a dos preços livres, 6,23% (bens comercializáveis, 4,73%; bens não comercializáveis, 7,55%).

A continuidade do arrefecimento da atividade econômica mineira repercute a desaceleração acentuada em segmentos relevantes para o estado, como a indústria automobilística, a indústria de produtos de metal e a construção civil, em cenário de intensificação da distensão nos indicadores de emprego no comércio e nos serviços, e do pessimismo dos empresários industriais. Nesse contexto, a retomada da atividade deverá ocorrer no médio prazo e deverá ser impulsionada pelos efeitos das medidas de ajuste macroeconômico em implementação no país.

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60 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

Rio de Janeiro

A atividade econômica do Rio de Janeiro seguiu em retração no trimestre encerrado em agosto, em linha com a continuidade do processo de ajuste macroeconômico em curso no país e da interferência adversa de eventos não econômicos sobre as expectativas de empresários e consumidores. A atividade nos setores do comércio varejista, serviços e industrial recuaram no período, com desdobramentos sobre o mercado de trabalho. Nessa conjuntura, o IBCR-RJ contraiu 0,5% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando recuara 1,1%, de acordo com dados dessazonalizados. Considerados intervalos de doze meses, o índice registrou estabilidade em agosto, ante aumento de 0,4% em maio.

As vendas do comércio varejista ampliado diminuíram 1,0% no trimestre terminado em agosto, em relação ao encerrado em maio, quando contraíram 4,8%, na mesma base de comparação, segundo dados dessazonalizados da PMC, do IBGE. Houve redução em sete das dez atividades pesquisadas (móveis e eletrodomésticos, -8,4%; tecidos, vestuário e calçados, -4,0%). Excluídas as variações nas vendas de veículos (-0,2%) e de material de construção (-0,8%), o comércio varejista recuou 1,3% no período (-2,7% no trimestre finalizado em maio).

Considerados períodos de doze meses, o comércio ampliado contraiu 1,7% em agosto, ante 0,9% em maio (móveis e eletrodomésticos, -12,1%; veículos, motos, partes e peças, -6,0%). As vendas do comércio varejista registraram estabilidade e aumento de 1,7%, respectivamente, em iguais períodos.

Os emplacamentos de automóveis e comerciais leves realizados no Rio de Janeiro totalizaram 47,2 mil unidades no terceiro trimestre do ano, contraindo 8,4% em relação ao trimestre anterior, de acordo com dados dessazonalizados da Fenabrave. Considerados intervalos de doze meses, os emplacamentos decresceram 15,8% em setembro (-11,2% em junho).

O volume dos serviços não financeiros recuou 5,0% no estado no trimestre finalizado em agosto, em relação a igual período de 2014 (serviços de informação e comunicação, -4,2%; serviços profissionais, administrativos e complementares, -10,6%), de acordo com a PMS do IBGE. As atividades associadas ao turismo contraíram 3,3% em agosto (-2,6% em maio), na mesma referência.

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Mai2012

Ago Nov Fev2013

Mai Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

IBC-Br IBCR-RJ

Gráfico 4.12 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Rio de JaneiroDados dessazonalizados2002 = 100

Tabela 4.24 – Índice de vendas no varejo – Rio de Janeiro

Geral e setores selecionados

Variação % no período

Setores 2014 2015

Ano Mai1/ Ago1/ 12 meses

Comércio varejista 3,2 -2,7 -1,3 0,0

Combustíveis e lubrificantes 3,3 -2,1 -0,2 -1,6

Hiper e supermercados 3,5 -1,2 0,1 -1,1

Tecidos, vestuário e calçados -0,3 -3,9 -4,0 -4,7

Móveis e eletrodomésticos -3,8 -12,3 -8,4 -12,1

Comércio ampliado 1,7 -4,8 -1,0 -1,7

Veículos e motos, partes e peças -1,0 -11,2 -0,2 -6,0

Material de construção 0,7 -13,0 -0,8 -1,2

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

Tabela 4.25 – Índice de volume de serviços –

Rio de Janeiro

Serv. empresariais não financeiros, exceto saúde e educação

Var. %

Segmentos 2014 2015

Ano Mai1/ Ago1/ 12 meses

Total 2,3 -1,9 -5,0 -2,7

Serviços prestados às famílias -5,2 -12,4 -9,8 -10,1

Serviços de informação e comunicação 6,2 1,2 -4,2 -0,3

Serviços profissionais e administrativos -2,1 -8,1 -10,6 -7,7

Transportes e correio 3,0 2,3 -1,3 -0,2

Outros serviços -2,1 -9,7 -5,4 -6,1

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa ao trimestre encerrado no mês assinalado e o mesmo período

do ano anterior.

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 61

Considerados intervalos de doze meses, o índice de serviços diminuiu 2,7% em agosto, ante -0,5% em maio (serviços profissionais, administrativos e complementares, -7,7%; serviços prestados às famílias, -10,1%). As atividades turísticas recuaram 4,1% em agosto (-3,7% em maio), na mesma base de comparação.

O estoque de operações de crédito superiores a R$1 mil realizadas no estado totalizou R$430,7 bilhões em agosto, aumentando 4,7% no trimestre e 19,3% em doze meses. As contratações com recursos direcionados somaram R$239,3 bilhões, com acréscimos respectivos de 6,4% e 30,0%, nas mesmas bases de comparação, e os empréstimos com recursos livres atingiram R$191,4 bilhões, elevando-se 2,6% no trimestre e 8,2% em doze meses.

A carteira de pessoas físicas somou R$118,6 bilhões, aumentando 0,8% no trimestre – com ênfase nas modalidades financiamento imobiliário, cartão de crédito à vista e crédito consignado – e 7,6% em doze meses. A carteira de pessoas jurídicas totalizou R$312,1 bilhões, elevando-se 6,2% no trimestre – com destaque para os empréstimos às indústrias de refino de petróleo, coque e álcool, ao comércio atacadista (com exceção de veículos e motocicletas) e à administração pública – e 24,5% em doze meses. Ressalte-se que essa evolução refletiu, em parte, os efeitos da depreciação cambial sobre o valor dos empréstimos atrelados a moeda estrangeira, que representaram cerca de 20% da carteira de pessoas jurídicas em agosto.

A inadimplência atingiu 2,47% em agosto, crescendo 0,02 p.p. no trimestre e 0,14 p.p. em doze meses. A variação trimestral repercutiu aumentos respectivos de 0,12 p.p. e 0,02 p.p. nos segmentos de pessoas físicas e de pessoas jurídicas, nos quais a inadimplência atingiu 4,78% e 1,59%, na ordem.

A economia do estado eliminou, de acordo com o Caged/MTE, 35,9 mil postos formais no trimestre encerrado em agosto (geração de 9,3 mil em igual período de 2014), dos quais 18,4 mil no setor de serviços e 9,4 mil na indústria de transformação. O nível de emprego formal decresceu 1,0% em relação ao trimestre finalizado em maio, quando havia recuado 0,8%, na mesma base de comparação, segundo dados dessazonalizados.

Nos últimos doze meses encerrados em agosto, houve redução de 101,6 mil empregos formais no estado (2,6% da população ocupada no setor privado), dos quais 33,9 mil no setor de serviços, 29,0 mil na indústria de transformação e 24,5 mil na construção civil (diminuições

0

10

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30

Mai2012

Ago Nov Fev2013

Mai Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

PF PJ Total

Gráfico 4.13 – Evolução do saldo das operações de crédito – Rio de Janeiro1/

Variação em 12 meses (%)

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Tabela 4.26 – Evolução do emprego formal –

Rio de Janeiro

Novos postos

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2014 2015

Ago Nov Fev Mai Ago

Total 9,3 26,8 -72,9 -19,6 -35,9

Indústria de transformação -2,8 -0,8 -9,0 -9,8 -9,4

Comércio 4,3 21,2 -21,7 -2,2 -7,6

Serviços 9,5 12,2 -22,5 -5,2 -18,4

Construção civil -3,3 -3,7 -17,1 -1,7 -2,1

Agropecuária 1,5 -2,5 -0,7 -0,1 2,1

Serviços ind. utilidade pública 0,2 -0,1 -0,7 -0,2 -0,3

Outros2/ -0,1 0,4 -1,3 -0,4 -0,2

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.

2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outros.

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62 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

respectivas de 1,6%, 5,9% e 7,4% das ocupações formais nessas atividades).

A taxa média de desemprego da RMRJ atingiu 5,3% no trimestre encerrado em agosto, ante 3,3% em igual período de 2014, resultado de variações de -1,0% na população ocupada e 1,2% na PEA, de acordo com a PME, do IBGE. O rendimento médio real habitualmente recebido pelas pessoas ocupadas e a massa de rendimentos recuaram 2,6% e 3,9%, respectivamente, no período. Considerados dados dessazonalizados, a taxa média de desemprego cresceu 0,5 p.p. no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio.

A taxa de desemprego no estado, consideradas estatísticas da PNADC, do IBGE, atingiu 7,2% no segundo trimestre do ano (6,4% no período equivalente de 2014). O rendimento médio real habitualmente recebido pelos ocupados e a massa salarial real cresceram, na ordem, 4,4% e 5,5%, no período.

Os governos do estado, da capital e dos principais municípios do Rio de Janeiro acumularam superavit primário de R$1,8 bilhão no primeiro semestre de 2015, ante R$2,7 bilhões em igual período de 2014. O recuo refletiu o impacto das reversões dos superavits dos governos da capital e dos demais municípios, mitigado parcialmente pelo aumento de R$1,5 bilhão no superavit do governo estadual.

Os juros nominais, apropriados por competência, totalizaram R$6,1 bilhões no semestre (aumento de 34,1% em relação ao primeiro semestre de 2014) e o deficit nominal somou R$4,3 bilhões (R$1,8 bilhão em igual período de 2014).

A dívida líquida dos entes governamentais considerados atingiu R$104,7 bilhões em junho, elevando-se 8,3% em relação a dezembro de 2014. As dívidas do governo estadual e da capital aumentaram 6,7% e 15,2%, respectivamente, em parte devido ao impacto da depreciação cambial sobre os financiamentos em moeda estrangeira.

A arrecadação de ICMS no estado somou R$21,6 bilhões nos oito primeiros meses de 2015, de acordo com a Secretaria de Estado de Fazenda do Rio de Janeiro (Sefaz-RJ), redução real de 2,5% relativamente a igual período de 2014 (deflacionado pelo IGP-DI). O declínio nos recursos da tributação sobre a maioria das atividades econômicas, em especial sobre petróleo e combustíveis, foi parcialmente compensado pela elevação na arrecadação

2

3

4

5

6

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2012 2013 2014 2015

Gráfico 4.14 – Taxa de desemprego aberto –Rio de Janeiro%

Fonte: IBGE

Tabela 4.27 – Necessidades de financiamento –

Rio de Janeiro1/

R$ milhões

UF Resultado primário Juros nominais

2014 2015 2014 2015

Jan-jun Jan-jun Jan-jun Jan-jun

Estado do Rio de Janeiro -2 721 -1 825 4 557 6 110

Governo estadual -1 342 -2 838 4 131 5 542

Capital -934 175 465 608

Demais municípios -445 838 -39 -40

1/ Inclui inform. do estado e de seus principais municípios. Dados preliminares.

Tabela 4.28 – Dívida líquida e necessidades de

financiamento – Rio de Janeiro1/

R$ milhões

UF Dívida Fluxos acumulados no ano Dívida2/

2014 Nominal Outros4/ 2015

Dez Primário Juros Total3/ Jun

Estado do Rio de Janeiro 96 738 -1 825 6 110 4 286 3706 104 729

Governo estadual 89 785 -2 838 5 542 2 704 3308 95 796

Capital 8 739 175 608 783 546 10 068

Demais municípios -1 785 838 -40 799 -149 -1 135

1/ Inclui inform. do estado e de seus principais municípios. Dados preliminares.2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos.3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário. 4/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhec. de dívidas e privatiz.

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 63

sobre energia elétrica. As transferências da União (exceto Fundeb) somaram R$3,0 bilhões, com retração real de 4,9% no período, de acordo com a STN.

A safra de cana-de-açúcar, cultura relevante do estado, deverá recuar 16,0% em 2015, de acordo com o LSPA de setembro do IBGE, reflexo de reduções respectivas de 13,3% e 3,1% na área colhida e na produtividade. Dentre as demais culturas, estão projetados decréscimos para as produções de laranja (20,9%), mandioca (19,9%), abacaxi (15,1%) e tomate (9,1%), e aumentos para as de banana (11,0%) e café (6,3%). A redução anual de 55,9% na estimativa para a safra de grãos do estado repercute recuos de 51,0% na área colhida e de 10,0% na produtividade.

A produção industrial fluminense contraiu 0,9% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando recuara 1,0%, no mesmo tipo de comparação, segundo dados dessazonalizados da PIM-PF do IBGE. A atividade extrativa decresceu 0,7% e a indústria de transformação aumentou 0,8% (coque, derivados de petróleo e biocombustíveis, 8,4%; metalurgia, 2,5%; veículos automotores, -26,9%, destacando-se, nesse segmento, o impacto sobre a demanda decorrente da deterioração do mercado de trabalho e das condições mais desfavoráveis no mercado de crédito).

Considerados períodos de doze meses, a atividade industrial do estado recuou 4,7% em agosto (-3,3% em maio), resultado de variações respectivas de 6,2% e -8,8% nas indústrias extrativa e de transformação, que registrou retrações em doze dos treze segmentos pesquisados (veículos automotores, -28,0%; coque, derivados de petróleo e combustíveis, -7,3%; metalurgia, -7,1%).

O Icei, divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), atingiu 35,9 pontos em julho (36,0 pontos em abril e 47,4 pontos em igual período de 2014), menor nível da série iniciada em abril de 2005. A trajetória trimestral derivou de estabilidade no componente que avalia as condições atuais e elevação de 0,4 ponto no que considera as expectativas.

Os desembolsos do BNDES para o estado totalizaram R$8,0 bilhões no primeiro semestre do ano (R$12,7 bilhões em período equivalente de 2014).

A balança comercial do Rio de Janeiro acumulou deficit de US$22,5 milhões nos nove primeiros meses de 2015 (superavit de US$1,4 bilhão no mesmo período de

Tabela 4.29 – Produção agrícola – Rio de Janeiro

Itens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Pesos1/ Produção Variação %

2014 20152/ 2015/2014

Grãos

Milho 0,6 11,1 4,6 -58,3

Feijão 0,5 2,5 1,6 -36,7

Outras lavouras

Tomate 21,3 207,4 188,5 -9,1

Cana-de-açúcar 18,5 4 783,1 4 019,3 -16,0

Abacaxi (mil frutos) 14,5 109,8 93,2 -15,1

Mandioca 12,0 193,4 154,9 -19,9

Banana 8,8 131,7 146,2 11,0

Café 6,1 17,5 18,6 6,3

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2013.

2/ Estimativa segundo o LSPA de setembro de 2015.

Tabela 4.30 – Produção industrial – Rio de Janeiro

Geral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2015

Mai2/ Ago2/ Ac. 12 meses

Indústria geral 100,0 -1,0 -0,9 -4,7

Indústrias extrativas 28,1 1,1 -0,7 6,2

Indústrias de transformação 71,9 -3,9 0,8 -8,8

Deriv. petróleo e biocomb. 25,9 -3,0 8,4 -7,3

Metalurgia 10,4 -3,7 2,5 -7,1

Veículos, reb. e carrocerias 5,8 -9,0 -26,9 -28,0

Bebidas 3,9 -4,6 3,6 -7,1,

Fonte: IBGE

1/ Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE.

2/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

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Mai2012

Ago Nov Fev2013

Mai Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

Indústria geral Indústria extrativa

Indústria de transformação

Gráfico 4.15 – Produção industrial – Rio de JaneiroDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2012 = 100

Fonte: IBGE

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64 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

2014), de acordo com o MDIC. As exportações recuaram 28,5% e as importações, 22,4%, totalizando, ambas, US$12,7 bilhões. As vendas e as compras externas de óleos brutos de petróleo, que representaram 55,9% e 8,1% do total exportado e importado pelo estado no período, decresceram 27,9% e 63,0%, na ordem.

A evolução das exportações repercutiu redução de 40,5% nos preços, em parte devido ao declínio das cotações internacionais do petróleo, e acréscimo de 20,1% no quantum. Houve recuos nos embarques em todas as categorias de fator agregado: produtos básicos, 28,4% (óleos brutos de petróleo, -27,9%), semimanufaturados, 34,9% (semimanufaturados de ferro ou aço, -35,9%) e manufaturados, 26,9%, influenciado por menor volume de operações de sale and lease back de plataformas. As vendas externas direcionadas à China, EUA e Holanda representaram, em conjunto, 51,4% das exportações do estado nos nove primeiros meses do ano.

A diminuição das importações repercutiu reduções de 10,1% nos preços e de 13,6% no quantum. Houve recuos das aquisições em todas as categorias de uso, excetuado o aumento de 12,5% nas de bens de capital, impulsionado pelas compras de plataformas da China. Destacou-se a contração de 55,8% nas importações de combustíveis e lubrificantes, reflexo de recuos de 63,0% nas de óleos brutos de petróleo (principalmente da Arábia Saudita e Iraque) e de 64,1% nas de gás natural liquefeito, consequência do desligamento de parte das usinas termelétricas brasileiras. As importações provenientes dos EUA, China, Arábia Saudita e Alemanha representaram, em conjunto, 47,9% das compras do estado no período.

O IPCA-RMRJ variou 0,93% no terceiro trimestre de 2015 (1,82% no segundo), de acordo com o IBGE. Ocorreram desacelerações dos preços livres, de 1,54% para 0,69%, e dos monitorados, de 2,55% para 1,55% (plano de saúde, 3,80%; gás de botijão, 8,55%; taxa de água e esgoto, 9,98%; gás veicular, 11,24%). A trajetória dos preços livres repercutiu reduções nas variações dos preços dos itens comercializáveis, de 1,88% para 1,13% (carnes, 4,54%; brinquedo, 7,77%), e dos não comercializáveis, de 1,33% para 0,42% (alimentação fora do domicílio, 2,49%; empregado doméstico, 2,90%). Ressaltem-se, no trimestre, os aumentos de preços nos grupos saúde e cuidados pessoais, 2,43%, e habitação, 1,20%. O índice de difusão médio atingiu 53,8% no terceiro trimestre (57,4% no segundo e 53,0% em igual período de 2014).

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Abr2012

Jul Out Jan2013

Abr Jul Out Jan2014

Abr Jul Out Jan2015

Abr Jul

Geral Expectativas Condições atuais

Fonte: Firjan

Gráfico 4.16 – Índice de Confiança do Empresário Industrial – Rio de JaneiroPontos

Tabela 4.31 – Exportação por fator agregado – FOB

Janeiro-setembro

US$ milhões

Discriminação Rio de Janeiro Brasil

2014 2015 Var. % Var. %

Total 17 730 12 681 -28,5 -16,8

Básicos 9 963 7 132 -28,4 -22,3

Industrializados 7 767 5 549 -28,6 -11,2

Semimanufaturados 1 605 1 045 -34,9 -8,4

Manufaturados1/ 6 162 4 504 -26,9 -12,2

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

Tabela 4.32 – Importação por categoria de uso – FOB

Janeiro-setembro

US$ milhões

Discriminação Rio de Janeiro Brasil

2014 2015 Var. % Var. %

Total 16 374 12 704 -22,4 -23,0

Bens de capital 2 970 3 342 12,5 -17,5

Matérias-primas 5 708 5 134 -10,1 -19,1

Bens de consumo 2 232 1 814 -18,7 -16,0

Duráveis 1 151 827 -28,1 -21,6

Não duráveis 1 081 987 -8,7 -9,7

Combustíveis e lubrificantes 5 463 2 413 -55,8 -46,2

Fonte: MDIC/Secex

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 65

A inflação na RMRJ atingiu 9,83% no intervalo de doze meses encerrado em setembro (9,58% em junho). Os preços monitorados aumentaram 15,97% e os livres, 7,59% (comercializáveis, 6,13%; não comercializáveis, 8,51%). Destacaram-se, no período, as elevações de preços nos grupos habitação, 19,26% (energia elétrica, 55,60%) e alimentação e bebidas, 9,94%.

A evolução dos principais indicadores econômicos do estado evidencia a continuidade da contração da atividade, em ambiente de persistência de níveis de confiança em patamar reduzido, distensão no mercado de trabalho e condições de crédito mais restritivas. Esse cenário deve permanecer nos próximos trimestres, até que os efeitos da consolidação dos ajustes macroeconômicos em curso conduzam à redução significativa dos desequilíbrios e à formação de ambiente mais propício para a retomada gradual do nível de atividade.

Tabela 4.33 – IPCA – Rio de Janeiro

Variação % trimestral

Discriminação Pesos1/ 2014 2015

IV Tri I Tri II Tri III Tri

IPCA 100,0 2,46 4,31 1,82 0,93

Livres 71,7 2,41 2,76 1,54 0,69

Comercializáveis 27,4 1,67 1,31 1,88 1,13

Não comercializáveis 44,3 2,87 3,66 1,33 0,42

Monitorados 28,3 2,60 8,54 2,55 1,55

Principais itens

Alimentação 23,9 2,85 3,57 2,40 0,79

Habitação 17,8 4,40 9,44 3,14 1,20

Artigos de residência 3,6 0,27 0,44 0,51 0,28

Vestuário 4,7 2,47 -0,69 1,70 -0,08

Transportes 17,3 2,61 5,10 0,93 -0,03

Saúde 11,9 1,29 2,22 2,81 2,43

Despesas pessoais 11,3 2,48 4,08 0,62 1,78

Educação 5,0 0,40 7,53 0,43 0,77

Comunicação 4,6 0,13 -1,68 0,43 0,09

Fonte: IBGE

1/ Referente a setembro de 2015.

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66 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

São Paulo

O PIB de São Paulo recuou 2,6% no segundo trimestre de 2015, em relação ao primeiro, quando havia declinado 1,3%, no mesmo tipo de análise, considerada a série dessazonalizada da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). O agregado retraiu 4,0% no primeiro semestre de 2015, em relação a igual período do ano anterior. A análise de estatísticas mais recentes indica persistência na trajetória de retração da economia do estado, em ambiente de recuo acentuado da atividade industrial, menor dinamismo do mercado de crédito e deterioração das expectativas de empresários e consumidores. Nesse contexto, o IBCR-SP retraiu 0,8% no trimestre finalizado em agosto, em relação ao encerrado em maio, quando declinara 1,3%, na mesma base de comparação, dados dessazonalizados. Considerados períodos de doze meses, o indicador recuou 2,5% em agosto (-2,8% em maio).

As vendas do comércio ampliado decresceram 1,3% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando haviam contraído 3,3%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da PMC, do IBGE (equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, -9,7%; outros artigos de uso pessoal e doméstico, -6,7%; livros, jornais, revistas e papelaria, -6,5%; móveis e eletrodomésticos, -5,9%). As vendas do comércio restrito, excluídas as variações nas de veículos, motos, partes e peças (2,8%) e de material de construção (-1,8%), diminuíram 3,2% no período (recuo de 2,3% no trimestre encerrado em maio).

Considerados períodos de doze meses, o comércio ampliado retraiu 7,0% em agosto, ante 8,7% em maio (veículos, motos, partes e peças, -19,1%; móveis e eletrodomésticos, -10,5%; material de construção, -6,7%). O comércio varejista decresceu 2,1% no período (-1,4% em maio).

Os emplacamentos de automóveis e comerciais leves no estado diminuíram 6,3% no trimestre encerrado em setembro, em relação ao finalizado em junho, quando contraíram 7,5%, segundo dados dessazonalizados da Fenabrave. Os emplacamentos acumulados em doze meses reduziram 18,1% em setembro (-16,9% em junho).

O índice de volumes do setor de serviços de São Paulo diminuiu 2,5% no trimestre finalizado em agosto, em relação a igual período de 2014, de acordo com a PMS do IBGE (outros serviços, -10,7%; transportes, serviços

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Ago2012

Nov Fev2013

Mai Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

IBC-Br IBCR-SP

Gráfico 4.17 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e São PauloDados dessazonalizados 2002 = 100

Fonte: IBGE

Tabela 4.34 – Comércio varejista – São Paulo

Geral e setores selecionadosVariação % no período

Setores 2014 2015

Ano Mai1/ Ago1/ 12 meses

Comércio varejista 1,2 -2,3 -3,2 -2,1

Combustíveis e lubrificantes -2,3 -1,4 -2,5 -5,2

Hiper e supermercados 1,4 -1,2 -2,1 -2,0

Tecidos, vestuário e calçados -5,3 -6,8 -4,5 -6,2

Móveis e eletrodomésticos -2,6 -9,1 -5,9 -10,5

Comércio ampliado -6,2 -3,3 -1,3 -7,0

Automóveis e motocicletas -22,4 -3,5 2,8 -19,1

Material de construção -3,7 -6,1 -1,8 -6,7

Fonte: IBGE1/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

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Ago2012

Nov Fev2013

Mai Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

Fonte: IBGE

Comérico varejista Comércio ampliado

Gráfico 4.18 – Comércio varejista – São PauloDados dessazonalizados2011 = 100

Tabela 4.35 – Volume de serviços – São Paulo

Serv. empresariais não financeiros, exceto saúde e educação

Variação % no período

Segmentos 2014 2015

Ano Mai1/ Ago1/ 12 meses

Total 2,7 0,9 -2,5 0,0

Serviços prestados às famílias -1,9 -4,2 -1,8 -2,6

Serv. de informação e comunicação 5,1 4,9 0,7 3,2

Serv. profissionais e administrativos 1,9 4,7 2,4 2,9

Transportes e correio 2,6 -3,8 -8,1 -3,8

Outros serviços -4,1 -7,2 -10,7 -6,9

Fonte: IBGE1/ Variação relativa ao trimestre encerrado no mês assinalado e o mesmo período do ano anterior.

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 67

auxiliares aos transportes e correios, -8,1%). Considerados períodos de doze meses, o volume de serviços apresentou estabilidade em agosto, ante crescimento de 1,2% em maio (serviços de informação e comunicação, 3,2%; outros serviços, -6,9%; transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios, -3,8%).

O saldo das operações de crédito superiores a R$1 mil contratadas em São Paulo atingiu R$925,5 bilhões em agosto, com expansão de 1,3% no trimestre e de 7,6% em doze meses. As contratações com recursos direcionados totalizaram R$408 bilhões, aumentos respectivos de 1,3% e 13,1%, e as realizadas com recursos livres, R$517,5 bilhões, elevando-se 1,3% no trimestre e 3,7% em doze meses.

A carteira de pessoas físicas, impulsionada pela modalidade financiamento imobiliário, somou R$393,5 bilhões, com aumento de 1,5% no trimestre e de 8,4% em doze meses; e a de pessoas jurídicas totalizou R$532,1 bilhões, com crescimentos de 1,1% no trimestre, enfatizando-se os financiamentos a exportações, e de 7,1% em doze meses.

A inadimplência dessas operações de crédito atingiu 2,8% em agosto, mesmo patamar registrado em maio e em igual período de 2014. A evolução trimestral repercutiu estabilidade na taxa do segmento de pessoas físicas (3,7%) e o aumento de 0,1 p.p. na do segmento de pessoas jurídicas (2,1%).

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), divulgado pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio SP), atingiu 86,6 pontos em agosto (100,1 pontos em maio e 109,2 pontos em agosto de 2014). A evolução trimestral refletiu reduções de 28,3 pontos no componente que avalia as condições econômicas atuais e de 3,6 pontos no relativo às expectativas.

O arrefecimento na atividade econômica do estado foi evidenciado na eliminação de 107,4 mil postos de trabalho formais no trimestre encerrado em agosto (criação de 40,8 mil em igual período de 2014), de acordo com o Caged/MTE. Destacaram-se os cortes na indústria de transformação (73,7 mil) e no setor de serviços (29,6 mil), e a geração de 24,7 mil postos na agropecuária. Considerados dados dessazonalizados, o nível de emprego formal recuou 1,1% no trimestre finalizado em agosto, em relação ao encerrado em maio, quando havia declinado 0,8%, no mesmo tipo de comparação.

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Ago2012

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Mai Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

PF PJ Total

Gráfico 4.19 – Evolução do saldo das operações de crédito – São Paulo1/

Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Tabela 4.36 – Evolução do emprego formal – São Paulo

Novos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2014 2015

Ago Nov Fev Mai Ago

Total 40,8 -28,9 -192,9 -21,2 -107,4

Indústria de transformação -36,7 -41,2 -46,7 -33,6 -73,7

Comércio 20,6 35,7 -44,8 -15,5 -11,1

Serviços 38,9 20,4 -30,2 13,4 -29,6

Construção civil -8,4 -14,5 -23,6 -10,5 -14,7

Agropecuária 24,4 -28,9 -39,0 25,6 24,7

Serv. industr. de utilidade pública -0,3 -0,2 -0,8 -0,5 -1,9

Outros2/ 2,3 -0,1 -7,8 -0,0 -1,2

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.

2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outros.

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68 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

A taxa de desemprego da RMSP, mensurada pela PME do IBGE, atingiu 7,7% no trimestre encerrado em agosto (5,0% em igual período de 2014), resultado de retração de 0,8% na população ocupada e expansão de 2,1% na PEA. O rendimento real médio habitual e a massa salarial real recuaram 4,1% e 4,9%, respectivamente, no período considerado. Na margem, de acordo com a série dessazonalizada, a taxa média de desemprego atingiu 7,6% no trimestre encerrado em agosto (5,8% no finalizado em maio).

A taxa de desemprego, mensurada pela PNADC, do IBGE, atingiu 9,0% no estado, no trimestre encerrado em junho (7,0% em igual período de 2014), com queda de 0,3% da ocupação e elevação de 1,9% da força de trabalho. O rendimento real médio habitual aumentou 5,0% e a massa salarial, 4,7%, no período.

As horas trabalhadas na indústria paulista diminuíram 2,7% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando haviam declinado 3,5%, nesse tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). No período de doze meses até agosto, o indicador recuou 11,0%.

O superavit primário dos governos do estado, da capital e dos principais municípios de São Paulo somou R$10,3 bilhões no primeiro semestre de 2015. O aumento de 55,6% em relação a igual período de 2014 refletiu elevações de 67,3%, 54,1% e 42,4% nos resultados das respectivas esferas governamentais.

Os juros nominais, apropriados por competência, acumularam R$19,6 bilhões no primeiro semestre de 2015 (R$16,3 bilhões em igual período de 2014), resultado de expansões respectivas de 21,4%, 17,3% e 3,0% nas esferas mencionadas. O deficit nominal totalizou R$9,4 bilhões (R$9,7 bilhões no primeiro semestre de 2014).

O estoque da dívida líquida do estado, da capital e dos principais municípios atingiu R$312,9 bilhões em junho de 2015 (61,0% da dívida do Sudeste), elevando-se 5,1% em relação a dezembro de 2014.

A arrecadação de ICMS no estado totalizou R$82,1 bilhões nos oito primeiros meses de 2015, de acordo com a Secretaria da Fazenda de São Paulo, recuo real de 1,8% em relação a igual período de 2014 (deflacionado pelo IGP-DI). De acordo com a STN, as transferências da União para o

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Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2012 2013 2014 2015

Gráfico 4.20 – Taxa de desemprego aberto – São Paulo%

Fonte: IBGE

Tabela 4.37 – Necessidades de financiamento –

São Paulo1/

R$ milhões

UF

2014 2015 2014 2015

Jan-jun Jan-jun Jan-jun Jan-jun

Estado de São Paulo -6 589 -10 250 16 323 19 608

Governo estadual -1 871 -3 129 11 556 14 030

Capital -3 456 -5 324 4 659 5 467

Demais municípios -1 263 -1 797 107 111

1/ Inclui inform. do Estados e de seus principais municípios. Dados preliminares.

Resultado primário Juros nominais

Tabela 4.38 – Dívida líquida e necessidades de

financiamento – São Paulo1/

R$ milhões

UF Dívida Dívida2/

2014 Nominal Outros4/ 2015

Dez Primário Juros Total3/ Jun

Est. de São Paulo 297 864 -10 250 19 608 9 357 5 725 312 946

Governo estadual 218 107 -3 129 14 030 10 900 4 519 233 527

Capital 74 954 -5 324 5 467 144 709 75 806

Demais municípios 4 803 -1 797 111 -1 687 497 3 614

1/ Inclui inform. do Estado e de seus principais municípios. Dados preliminares.

2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos.3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário. 4/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhec. de dívidas e privatiz.

Fluxos acumulados no ano

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 69

estado somaram R$9,1 bilhões, recuando 0,4%, em termos reais, no período.

A produção paulista de grãos está estimada em 7,0 milhões de toneladas, para 2015, de acordo com o LSPA/IBGE de setembro. O aumento anual de 13,7% incorpora projeções de aumentos para as safras de soja (35,0%) e de milho (9,9%). As demais culturas relevantes para o estado – café, laranja e cana-de-açúcar – deverão crescer, na ordem, 9,3%, 14% e 4,2%, no ano.

Os abates de suínos, aves e bovinos, em estabelecimentos fiscalizados pelo SIF, variaram 5,8%, -0,3% e -12,5%, respectivamente, nos oito primeiros meses de 2015, em relação a igual período de 2014, de acordo com o Mapa. O crescimento da demanda internacional e doméstica impulsionou os abates de suínos, enquanto no segmento de carne bovina, a retração dos abates refletiu margens estreitas do setor atacadista, pressionado por custos em elevação, e o desaquecimento da demanda.

A produção da indústria paulista recuou 3,5% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando contraíra 2,4%, nesse tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da PIM-PF Regional do IBGE. Destacaram-se as reduções nas atividades equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (20,6%), veículos automotores, reboques e carrocerias (11,9%), produtos têxteis (9,4%) e produtos de borracha e de material plástico (8,0%), e a elevação de 3,4% na indústria de produtos farmoquímicos e farmacêuticos.

Considerados intervalos de doze meses, a produção industrial do estado recuou 9,0% em agosto, ante 7,8% em maio (veículos automotores, reboques e carrocerias, -18,2%; equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, -13,7%; artigos do vestuário e acessórios, -12,6%; produtos alimentícios, -12,5%; metalurgia, -11,7%; máquinas e equipamentos, -10,6%).

As vendas reais da indústria paulista diminuíram 3,0% no trimestre encerrado em agosto, em comparação ao encerrado em maio, quando declinaram 1,7%, nesse tipo de comparação, segundo dados dessazonalizados da Fiesp. O Nuci diminuiu 2,5 p.p. no trimestre, para 75,7%.

O Icei de São Paulo, calculado pela CNI, atingiu 30,2 pontos em setembro (32,8 pontos em junho e 39,9 pontos em setembro de 2014) – menor patamar da série, iniciada em janeiro de 2007 –, permanecendo na área de

Tabela 4.39 – Produção agrícola – São Paulo

Itens selecionadosEm mil toneladas

Discriminação Pesos1/ Produção2/ Var. %

2014 2015 2015/2014

Produção de grãos 6 132 6 973 13,7

Arroz (em casca) 0,1 43 48 12,1

Feijão 1,4 198 170 -14,3

Milho 4,6 3 601 3 957 9,9

Soja 4,5 1 627 2 197 35,0

Outras lavouras selecionadas

Café 3,2 200 218 9,3

Cana-de-açúcar 62,1 353 212 368 174 4,2

Laranja 7,7 10 194 11 623 14,0

Fonte: IBGE1/ Por valor da produção – PAM 2013.2/ Estimativa segundo o LSPA de setembro de 2015.

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Ago2012

Nov Fev2013

Mai Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

Bovinos Aves Suínos

Gráfico 4.21 – Abates de animais – São PauloMédia móvel trimestral2012 = 100

Fonte: Mapa

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110

Ago2012

Nov Fev2013

Mai Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

São Paulo BrasilFonte: IBGE

Gráfico 4.22 – Produção industrial – São Paulo Dados dessazonalizados – Média móvel trimestral2012 = 100

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70 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

pessimismo pelo vigésimo quarto mês. O desempenho no trimestre repercutiu reduções nos componentes que avaliam as condições atuais (0,9 ponto) e as expectativas (3,5 pontos).

O deficit da balança comercial de São Paulo somou US$15,8 bilhões nos nove primeiros meses de 2015. A retração de 40,4% em relação a igual período de 2014 repercutiu recuos respectivos de 12,5% e 23,9% nas exportações e nas importações, que totalizaram, na ordem, US$33,7 bilhões e US$49,5 bilhões.

O comportamento das exportações, evidenciando variações de -12,6% nos preços e de 0,1% no quantum, refletiu recuos das vendas em todas as categorias de fator agregado: semimanufaturados, 18,8% (açúcar de cana em bruto, -30,1%), manufaturados, 12,0% (óleos combustíveis, -75,1%; máquinas e aparelhos de terraplanagem, perfuração, etc., -34,0%) e básicos, 9,9% (carnes de bovinos, -33,9%). As exportações para os EUA, Argentina, China, Holanda e México representaram, em conjunto, 46,2% das vendas do estado no período, com destaque para as reduções respectivas de 32,3% e 22,6% nas direcionadas à Holanda e ao México.

A redução das importações, resultante de recuos de 8,9% nos preços e de 16,4% no quantum, foi influenciada, em especial, pelos decréscimos de 65,2% nas compras de combustíveis e lubrificantes e de 19,1% nas de matérias-primas e produtos intermediários (partes e peças para veículos automóveis e tratores, -26,8%). As aquisições provenientes dos EUA, China, Alemanha, Coreia do Sul e Japão representaram, em conjunto, 52,3% do total importado pelo estado no período, com ênfase para as retrações das importações originárias da Alemanha (21,3%) e da Coreia do Sul (21,0%).

O IPCA da RMSP variou 1,75% no terceiro trimestre do ano (2,07% no segundo), resultado de desaceleração dos preços livres (de 1,93% para 1,22%) e aceleração dos monitorados (de 2,51% para 3,44%), destacando-se, nesse segmento, as elevações de preços dos itens tarifas de energia elétrica (13,03%), gás de botijão (11,83%), taxas de água e esgoto (5,55%) e planos de saúde (3,80%).

A trajetória dos preços livres refletiu desacelerações dos preços dos bens não comercializáveis, de 1,85% para 1,12% (tubérculos, de 20,79% para -21,16%), e dos bens comercializáveis, de 2,03% para 1,36% (leites e derivados, 4,00%; carnes, 1,61%; e vestuário, 0,98%). O índice de difusão médio atingiu 56,1% no terceiro trimestre do ano (61,0% no segundo).

Tabela 4.40 – Produção industrial – São Paulo

Geral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2015

Mai2/ Ago2/ 12 meses

Indústria geral 100,0 -2,4 -3,5 -9,0

Veículos, reboques e carrocerias 16,2 -6,1 -11,9 -18,2

Produtos alimentícios 14,8 10,1 1,7 -12,5

Deriv. petróleo e biocombustíveis 10,9 -3,6 -3,4 -0,5

Máquinas e equipamentos 7,9 -3,2 -2,7 -10,6

Outros produtos químicos 7,2 -0,6 -0,6 -8,0

Produtos de borracha e plástico 5,4 -4,0 -8,0 -5,7

Fonte: IBGE

1/ Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE.

2/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.

Tabela 4.41 – Exportação por fator agregado – FOB

Janeiro-setembroUS$ milhões

Discriminação São Paulo Brasil

2014 2015 Var. % Var. %

Total 38 505 33 689 -12,5 -16,8

Básicos 5 138 4 629 -9,9 -22,3

Industrializados 33 366 29 060 -12,9 -11,2

Semimanufaturados 4 661 3 785 -18,8 -8,4

Manufaturados1/ 28 705 25 275 -12,0 -12,2

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

Tabela 4.42 – Importação por categoria de uso – FOB

Janeiro-setembroUS$ milhões

Discriminação São Paulo Brasil

2014 2015 Var. % Var. %

Total 65 008 49 497 -23,9 -23,0

Bens de capital 14 890 12 111 -18,7 -17,5

Matérias-primas 31 508 25 475 -19,1 -19,1

Bens de consumo 9 862 8 869 -10,1 -16,0

Duráveis 3 668 3 252 -11,3 -21,6

Não duráveis 6 194 5 617 -9,3 -9,7

Combustíveis e lubrificantes 8 749 3 041 -65,2 -46,2

Fonte: MDIC/Secex

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 71

A variação do IPCA da RMSP atingiu 9,82% no período de doze meses encerrado em setembro, ante 9,02% no finalizado em junho, trajetória decorrente de acelerações dos preços monitorados, de 14,98% para 17,78%, e dos preços livres, de 7,27% para 7,49%.

A atividade econômica paulista voltou a registrar resultados negativos no trimestre encerrado em agosto, repercutindo, especialmente, a retração da indústria, em ambiente de desaceleração do mercado de crédito e deterioração do emprego e da renda. Deve ser considerado, no entanto, que o novo patamar da taxa de cambio favorece a competitividade externa da indústria do estado e poderá, nos próximos trimestres, atenuar os impactos da retração observada na demanda doméstica.

Tabela 4.43 – IPCA – São Paulo

Variação % no período

Discriminação Pesos1/ 2014 2015

Ano II Tri III Tri 12 meses

IPCA 100,0 6,10 2,07 1,75 9,82

Livres 75,8 7,11 1,93 1,22 7,49

Comercializáveis 33,3 6,28 2,03 1,36 6,12

Não comercializáveis 42,5 7,78 1,85 1,12 8,59

Monitorados 24,2 2,75 2,51 3,44 17,78

Principais itens

Alimentação 23,7 8,12 3,12 1,36 9,70

Habitação 15,3 6,51 2,56 5,03 21,07

Artigos de residência 3,8 4,98 1,95 0,60 3,49

Vestuário 5,5 3,91 2,73 0,99 4,48

Transportes 19,6 3,79 -0,24 0,29 7,81

Saúde 11,7 7,49 3,12 2,17 8,79

Despesas pessoais 11,4 8,86 3,27 1,67 9,46

Educação 5,1 8,05 0,56 1,69 9,79

Comunicação 3,9 -3,64 0,54 0,37 -0,03

Fonte: IBGE

1/ Referente a setembro de 2015.

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 73

Os principais indicadores da atividade do Sul evidenciam continuidade do processo de arrefecimento da economia da região. Nesse sentido, em ambiente de moderação no crédito e de deterioração do mercado de trabalho, destacou-se, no trimestre encerrado em agosto, o impacto dos desempenhos negativos do comércio e da indústria, mitigado pelas trajetórias da agricultura e da balança comercial. Nesse cenário, o IBCR-S recuou 2,8% em relação ao trimestre finalizado em maio, quando decrescera 0,1%, nesse tipo de comparação, dados dessazonalizados. Considerados intervalos de doze meses, o indicador recuou 0,2% em agosto (elevações de 0,1% em maio e de 1,6% em agosto de 2014).

As vendas do comércio ampliado da região retraíram 4,2% no trimestre finalizado em agosto, em relação ao terminado em maio, quando recuaram 4,2%, no mesmo tipo de comparação, dados dessazonalizados da PMC do IBGE (veículos, -5,1%; equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, -8,4%). O comércio varejista, excluídas as variações nas vendas de veículos e de material de construção (3,4%), recuou 2,7% no período, ante -1,6% no trimestre finalizado em maio.

Considerados intervalos de doze meses, as vendas do comércio ampliado decresceram 5,7% em agosto, ante 5,2% em maio (veículos, -13,8%; móveis, -8,6%). O comércio varejista, excluídas as variações nas vendas de veículos e de material de construção (-2,7%), retraiu 1,1% no período (aumento de 0,3% até maio).

As vendas de automóveis e comerciais leves novos totalizaram 346,7 mil unidades nos nove primeiros meses do ano, de acordo com a Fenabrave, recuando 28,2% em relação a igual período de 2014 (comerciais leves, -61,3%).

O volume do setor de serviços recuou 3,2% no trimestre finalizado em agosto, em relação a igual período de 2014, segundo a PMS do IBGE (transportes e correios,

5Região Sul

130

135

140

145

150

155

Ago2012

Nov Fev2013

Mai Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

IBC-Br IBCR-S

Gráfico 5.1 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Região Sul Dados dessazonalizados2002 = 100

95

100

105

110

115

120

125

Mai2012

Ago Nov Fev2013

Mai Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

Restrito AmpliadoFonte: IBGE

Gráfico 5.2 – Comércio varejista – SulDados dessazonalizados2011 = 100

Tabela 5.1 – Comércio varejista – SulGeral e setores selecionados

Variação % no período

Discriminação 2014 2015

Ano Mai1/ Ago1/ 12 meses

Comércio varejista 1,9 -1,6 -2,7 -1,1

Combustíveis e lubrificantes 4,7 1,1 -3,6 0,5

Hiper e supermercados 0,8 -1,8 -2,9 -0,9

Tecidos, vestuário e calçados 0,0 -3,2 -2,6 -5,2

Móveis e eletrodomésticos 0,9 -3,5 -5,0 -6,0

Comércio varejista ampliado -0,6 -4,2 -4,2 -5,7

Automóveis e motocicletas -5,3 -11,3 -5,1 -13,8

Material de construção 2,8 -3,3 -3,4 -2,7

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados

dessazonalizados.

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74 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

-6,6%; outros serviços, -9,6%). Considerados intervalos de doze meses, o indicador decresceu 1,7% em agosto (transportes e correios, -6,3%; outros serviços, -3,7%).

O saldo das operações de crédito superiores a R$1mil contratadas no Sul somou R$544,7 bilhões em agosto, aumentando 0,1% no trimestre e 6,5% em doze meses. As operações com recursos direcionados somaram R$292,1 bilhões (aumentos respectivos de 0,3% e 9,7%) e as efetuadas com recursos livres, R$252,7 bilhões, variando -0,2% no trimestre e 3,0% em doze meses.

A carteira de pessoas físicas totalizou R$290,6 bilhões, crescendo 1,3% no trimestre e 10,4% em doze meses, com destaque para as modalidades financiamentos imobiliários e crédito pessoal consignado. A carteira de pessoas jurídicas somou R$254,1 bilhões, com recuo de 1,3% no trimestre e elevação de 2,3% em doze meses, destacando-se a redução no saldo das operações contratadas pela indústria de transformação (principalmente de alimentos e bebidas, exceto açúcar em bruto e de máquinas e equipamentos) e pelo segmento serviços industriais e de utilidade pública (sobretudo na geração, transmissão e distribuição de eletricidade e gás).

A inadimplência das operações de crédito da região atingiu 2,8% em agosto, aumentando 0,2 p.p. no trimestre e 0,3 p.p. em doze meses. A evolução trimestral repercutiu elevação de 0,1 p.p. no segmento de pessoas físicas e de 0,3 p.p. no de pessoas jurídicas, que registraram taxas de 2,8%.

Os desembolsos do Sistema BNDES totalizaram R$19,3 bilhões nos oito primeiros meses de 2015 (R$23,8 bilhões em igual período de 2014), dos quais 45,6% destinados às micro, pequenas e médias empresas.

O indicador ICF, elaborado pela CNC, atingiu 86,1 pontos no terceiro trimestre de 2015 (100,8 pontos no segundo e 127,6 pontos em igual trimestre de 2014). O índice situou-se na zona que indica insatisfação dos consumidores (abaixo dos 100 pontos) pelo quarto mês em sequência, repercutindo piora nos sete componentes, em especial nos relativos ao acesso ao crédito e à perspectiva de consumo.

O Índice Confiança do Empresário do Comércio (Icec), calculado pela CNC, atingiu 81,4 pontos no terceiro trimestre de 2015 (81,8 pontos no segundo e 105,3 pontos em igual intervalo de 2014), patamar 1,5 ponto inferior ao do indicador nacional. O indicador encontra-se em área que aponta falta de confiança (abaixo de 100 pontos), refletindo,

Tabela 5.2 – Volume de serviços – SulServ. empresariais não financeiros, exceto saúde e educação

Var. %

Segmentos 2014 2015

Ano Mai1/ Ago1/ 12 meses

Total 3,1 -3,6 -3,2 -1,7

Serviços prestados às famílias -0,3 -8,4 -5,0 -3,4

Serviços de informação e comunicação 9,4 1,8 0,7 3,4

Serviços profissionais e administrativos -0,3 -3,9 -2,8 -1,4

Transportes e correios -0,5 -8,0 -6,6 -6,3

Outros serviços 3,3 -5,1 -9,6 -3,7

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa ao trimestre encerrado no mês assinalado e o mesmo período

do ano anterior.

0

5

10

15

20

25

Mai2013

Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

PF PJ Total

Gráfico 5.3 – Evolução do saldo das operações de crédito – Sul1/

Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$ 1 mil.

Tabela 5.3 – Evolução do emprego formal – Sul

Novos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2014 2015

Ago Nov Fev Mai Ago

Total -2,9 51,7 -68,9 -11,0 -103,6

Indústria de transformação -19,9 -13,8 -26,4 -8,0 -57,9

Comércio -1,6 38,6 -23,3 0,3 -21,7

Serviços 18,6 22,6 -6,5 9,9 -13,7

Construção civil -2,2 -4,2 -13,1 -3,2 -11,0

Agropecuária 1,4 8,0 2,1 -11,2 2,1

Serviços ind. de utilidade pública 0,3 0,2 0,5 -0,4 -0,3

Outros2/ 0,4 0,2 -2,2 1,5 -1,1

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.

2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outros.

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 75

sobretudo, a avaliação das condições atuais da economia brasileira.

A economia do Sul eliminou 103,6 mil empregos formais no trimestre encerrado em agosto (-2,9 mil em igual período de 2014), de acordo com o Caged/MTE, dos quais 57,9 mil na indústria de transformação (10,9 mil relativos a demissões sazonais na indústria da borracha, fumo e couro), 21,7 mil no comércio, 13,7 mil em serviços e 11 mil na construção civil. Considerados dados dessazonalizados, o nível de emprego formal recuou 1,0% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando retraiu 0,4%.

O superavit primário dos governos dos estados, das capitais e dos principais municípios do Sul totalizou R$4,6 bilhões no primeiro semestre (R$2,9 bilhões em igual período de 2014). Houve aumento de 102,5% no superavit dos governos estaduais; reversão, de deficit de R$134 milhões para superavit de R$75 milhões, no resultado das capitais; e redução de 56,4% no resultado superavitário dos demais municípios.

Os juros, apropriados por competência, somaram R$5,3 bilhões no semestre, ante R$4,5 bilhões em igual período de 2014, evolução associada à variação do IGP-DI, principal indexador da dívida renegociada junto à União, passivo que representa a maior parcela do endividamento regional. O resultado nominal totalizou deficit de R$720,0 milhões no período (R$1,6 bilhão no primeiro semestre de 2014).

Considerados dados consolidados, os governos dos três estados, das capitais e dos principais municípios do Sul acumularam superavit primário de R$2,2 bilhões no período de doze meses até agosto (R$1,6 bilhão em 2014). A apropriação de juros totalizou R$9,9 bilhões e o resultado nominal, deficit de R$7,7 bilhões (R$7,2 bilhões e deficit de R$5,6 bilhões, na ordem, em 2014).

A dívida líquida dos três segmentos considerados atingiu R$92,3 bilhões em agosto de 2015 (68,6% do Rio Grande do Sul), elevando-se 10,0% em relação a dezembro de 2014 e passando a representar 12,6% do endividamento de todas as regiões.

A receita de ICMS totalizou R$44,1 bilhões nos oito primeiros meses de 2015, segundo a Cotepe do Ministério da Fazenda, aumentando 3,8% em termos reais (considerado o IGP-DI como deflator), em relação a igual intervalo de

Tabela 5.4 – Necessidades de financiamento –

Sul1/

R$ milhões

Discriminação

2014 2015 2014 2015

Jan-jun Jan-jun Jan-jun Jan-jun

Total -2 925 -4 604 4 498 5 324

Governos estaduais -2 010 -4 071 4 413 5 272

Capitais 134 -75 26 38

Demais municípios -1 049 -457 59 13

1/ Inclui informações dos governos estaduais e de seus principais municípios.

Dados preliminares.

Resultado primário Juros nominais

Tabela 5.5 – Dívida líquida e necessidades de

financiamento – Sul1/

R$ milhões

Discriminação Dívida Dívida2/

2014 Nominal Outros4/ 2015

Dez Primário Juros Total3/ Jun

Total 83 907 -4 604 5 324 720 2 020 86 647

Governos estaduais 85 423 -4 071 5 272 1 200 1 981 88 604

Capitais 1 059 -75 38 -37 24 1 046

Demais municípios -2 575 -457 13 -444 15 -3 004

1/ Inclui inform. dos governos estaduais e de seus principais municípios. Dados

preliminares.

2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado

nominal e o resultado de outros fluxos.

3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário.

4/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhec. de dívidas e privatiz.

Fluxos acumulados no ano

Tabela 5.6 – Dívida líquida – Sul1/

R$ milhões

Discriminação 2013 2014 2015

Dez Dez Jun

Dívida bancária 6 660 9 919 10 222

Renegociação2/ 64 542 65 822 68 303

Dívida externa 7 599 10 197 11 924

Outras dívidas junto à União 3 776 3 768 3 884

Dívida reestruturada 298 213 248

Disponibilidades líquidas -5 742 -6 012 -7 934

Total (A) 77 135 83 907 86 647

Brasil3/ (B) 578 634 655 704 687 821

(A/B) (%) 13,3 12,8 12,6

1/ Inclui informações dos governos estaduais e de seus principais municípios.

Dados preliminares.

2/ Lei nº 8.727/1993, Lei nº 9.496/1997 e MP nº 2.185/2000.

3/ Refere-se à soma de todas as regiões.

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76 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

2014. A receita aumentou 5,3% no período de doze meses encerrado em agosto. As transferências da União, incluídos os recursos do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), somaram R$14,4 bilhões nos oito primeiros meses do ano e R$21,4 bilhões no intervalo de doze meses até agosto, conforme a STN, com reduções reais respectivas de 1,5% e 1,4%.

A safra de grãos do Sul para 2015 está estimada em 77,6 milhões de toneladas (36,9% da produção nacional), de acordo com o LSPA de setembro do IBGE. O aumento anual de 9,6% repercutiu projeções de elevações para as colheitas de trigo (10,3%), soja (17,9%), arroz (4,7%) e milho (1,7%), e recuo de 11,3% para a de feijão. Dentre as demais culturas, assinale-se a projeção de redução de 8,0% para a produção de maçã.

As cotações médias de milho, arroz, soja, feijão e trigo variaram 1,3%, 0,2%, -0,1%, -6,9%, e -13%, respectivamente, nos nove primeiros meses de 2015, em relação a igual intervalo do ano anterior, de acordo com a Emater/RS, Cepa/SC e Seab/PR4.

O VBP real5 das lavouras, calculado em setembro pelo Mapa, deverá crescer 3,0% em 2015, destacando-se as projeções de aumentos respectivos de 10,3% e 2,1% para os da soja e do trigo, e de reduções para os do milho (8,0%), feijão (3,8%) e arroz (1,7%).

Os abates de bovinos, aves e suínos, em estabelecimentos fiscalizados pelo SIF, variaram -13,8%, -0,1% e 5,4%, respectivamente, nos oito primeiros meses de 2015, em relação a igual intervalo de 2014, conforme o Mapa. No mesmo período, as cotações médias desses produtos variaram, na ordem, 22%, 3,4% e -1,8%, de acordo com a Emater/RS, a Cepa/SC, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA/USP) e a Seab/PR, e as respectivas exportações oscilaram -18,3%, 10% e 10,3%, segundo o MDIC.

O VBP real5 da pecuária deverá aumentar 0,1% em 2015, conforme estimativa do Mapa realizada em setembro, reflexo de variações nos relativos aos itens leite (-7,1%), frango (-0,6%), suínos (2,6%), ovos (6,4%) e bovinos (8,1%).

A produção industrial do Sul recuou 2,9% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em

4/ Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS); Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola de Santa Catarina (Cepa/SC); e Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Estado do Paraná (Seab/Pr).

5/ Corrigido pelo IGP-DI.

Tabela 5.7 – Dívida líquida e necessidades de

financiamento – Sul1/

R$ milhões

UF Dezembro de 2014 Agosto de 2015

Dívida Fluxos 12 meses Dívida2/ Fluxos 12 meses

Primário Nominal3/ Primário Nominal3/

PR 17 074 624 1 843 18 297 199 1 902

RS 58 075 -975 4 032 63 287 -1 632 5 201

SC 8 758 -1 248 -226 10 704 -784 584

Total (A) 83 907 -1 599 5 649 92 288 -2 216 7 687

Brasil4/ (B) 655 704 10 713 67 433 730 720 4 284 82 410

(A/B) (%) 12,8 -14,9 8,4 12,6 -51,7 9,3

1/ Por UF, totalizando gov. estadual, capital e principais municípios. Dados

preliminares.

2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado

nominal e o resultado de outros fluxos.

3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário.

4/ Refere-se à soma de todas as regiões.

Tabela 5.8 – Produção agrícola – Sul

Itens selecionadosEm mil toneladas

Discriminação Pesos1/ Produção2/ Variação %

2014 2015 2015/2014

Grãos 72,0 70 738 77 561 9,6

Soja 40,2 29 533 34 813 17,9

Milho 14,0 24 266 24 684 1,7

Arroz (em casca) 8,6 9 477 9 926 4,7

Trigo 5,3 5 652 6 233 10,3

Feijão 3,3 1 086 964 -11,3

Outras lavouras

Fumo 8,1 842 856 1,7

Cana-de-açúcar 4,0 50 131 52 094 3,9

Mandioca 3,8 5 440 5 802 6,7

Maçã 1,5 1 372 1 263 -8,0

Uva 1,3 961 1 026 6,7

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2013.

2/ Estimativa segundo o LSPA de setembro de 2015.

Tabela 5.9 – Preços médios pagos ao produtor – Sul

Variação % no período

Produtos 2015

Mês1/ Trimestre2/ Acumulado

(Set) (Jul-Set) no ano3/

Soja 5,9 12,3 -0,1

Arroz (em casca) 4,2 -2,4 0,2

Feijão 4,1 -8,7 -6,9

Milho 7,1 6,3 1,3

Trigo 2,2 -0,5 -13,0

Fontes: Emater/RS, Cepa/SC e Seab/PR

1/ Em relação ao mês anterior.

2/ Em relação ao trimestre anterior.

3/ Até setembro, em relação ao mesmo período do ano anterior.

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 77

maio, quando decrescera 1,4% nessa base de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da PIM-PF Regional do IBGE (máquinas e equipamentos, -9,6%; veículos, -5,7%; máquinas, aparelhos e materiais elétricos, -13,1%; celulose, papel e produtos de papel, 19,0%).

A análise em doze meses mostra que a produção industrial do Sul contraiu 6,6% em agosto (-7,1% até maio), repercutindo recuos em catorze das dezoito atividades pesquisadas (veículos, -20,3%; metalurgia, -19,6%; máquinas e equipamentos, -14,7%; e máquinas, aparelhos e materiais elétricos, -10,7%).

O Icei do Sul, elaborado pela CNI, atingiu 35,5 pontos no terceiro trimestre de 2015 (38,2 pontos no segundo e 43,6 pontos em igual período de 2014). O indicador manteve-se em zona que aponta reduzida confiança dos empresários (abaixo de 50 pontos) pelo sexto trimestre consecutivo.

Os estoques de produtos finais da indústria de transformação do Sul permaneceram acima do planejado no trimestre finalizado em agosto (56,6 pontos), e em patamar semelhante aos observados nos trimestres encerrados em maio de 2015 e em agosto de 2014, segundo indicador da Sondagem Industrial da CNI. Valores acima de 50 pontos refletem percepção de estoques em excesso.

O nível de utilização da capacidade instalada da indústria do Sul6 atingiu 76,5% no trimestre finalizado em agosto (77,5% no encerrado em maio), dados dessazonalizados.

As vendas de ônibus e caminhões totalizaram 15,1 mil unidades nos nove primeiros meses de 2015, segundo a Fenabrave, recuando 44,9% em relação a igual período de 2014.

A balança comercial do Sul foi superavitária em US$3,4 bilhões nos nove primeiros meses de 2015 (deficit de US$1,9 bilhão em igual período de 2014), de acordo com o MDIC. As exportações totalizaram US$31,1 bilhões e as importações, US$27,7 bilhões, reduzindo-se 10,1% e 24,3%, respectivamente, no período.

A retração das exportações repercutiu variações de 6,9% no quantum e de -15,9% nos preços. Os embarques de produtos básicos (52,3% do total) recuaram 12,1% (soja,

6/ Calculado a partir de ponderação dos indicadores de cada estado, divulgados pela Fiergs, Fiesc e Fiep, pela participação das indústrias dos estados respectivos na produção do Sul, considerada a Pesquisa Industrial Anual (PIA) do IBGE para 2010.

Tabela 5.10 – Indicadores da pecuária – Sul

Agosto de 2015Variação % no ano

Discriminação Abates Exportações Preços

(nº de animais) (kg) (R$)

Bovinos -13,8 -18,3 22,0

Suínos 5,4 10,3 -1,8

Aves -0,1 10,0 3,4

Fonte: Mapa, Emater/RS, Cepea/USP, Seab/PR, Cepa/SC e MDIC

60

80

100

120

140

Ago2012

Dez Abr2013

Ago Dez Abr2014

Ago Dez Abr2015

Ago

Bovinos Aves Suínos

Gráfico 5.4 – Abates de animais – SulMédia móvel trimestral2010 = 100

Fonte: Mapa

Tabela 5.11 – Produção industrial – Sul

Geral e setores selecionadosVariação % no período

Discriminação Pesos1/ 2015

Mai2/ Ago2/ 12 meses

Indústria geral 100,0 -1,4 -2,9 -6,6

Produtos alimentícios 19,7 0,8 0,7 -0,9

Veículos, reboques e carrocerias 13,6 -13,3 -5,7 -20,3

Máquinas e equipamentos 8,8 -2,4 -9,6 -14,7

Derivados petróleo e biocombustíveis 8,3 3,9 -3,6 -2,0

Outros produtos químicos 5,7 2,6 -3,8 1,5

Produtos de metal 5,7 -3,3 -4,5 -8,5

Artigos de vestuário e acessórios 3,9 4,4 14,1 -2,3

Máquinas, aparelhos e mat. elétricos 4,0 -4,4 -13,1 -10,7

Fonte: IBGE

1 /Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE.

2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados

dessazonalizados.

85

90

95

100

105

110

Mai2012

Ago Nov Fev2013

Mai Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

Brasil SulFonte: IBGE

Gráfico 5.5 – Produção industrial Dados dessazonalizados – Média móvel trimestral2012 = 100

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78 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

-16,6%; carne de frango, -3,7%; fumo, -11,6%; carne de suíno, -10,3%); os de manufaturados, 7,7% (motores para veículos, -14,4%; motores, geradores e transformadores elétricos, -24%); e os de semimanufaturados, 8,4% (açúcar de cana, -15,0%; couros e peles, -22,6%). China, EUA e Argentina adquiriram, em conjunto, 38,8% das vendas externas da região nos nove primeiros meses do ano, com variações respectivas de -6,6%, -8,3% e -5,7%, em relação ao mesmo período de 2014.

O desempenho das importações refletiu decréscimos de 14,1% na quantidade e de 11,8% nos preços. Houve reduções nas compras em todas as categorias de uso: matérias-primas e de produtos intermediários (53,6% do total), 22,5% (naftas, -43,9%; partes e peças para veículos, -24,6%; adubos e fertilizantes, -23,5%); bens de capital, 18,7% (veículos de carga, -28,4%); bens de consumo, 21,9% (automóveis, -43,3%); combustíveis, 46,6%. As aquisições provenientes da China, Argentina e EUA responderam, em conjunto, por 42,6% das compras da região nos nove primeiros meses do ano, com variações respectivas de -10,4%, -29,7% e -8,8% em relação a igual intervalo de 2014.

A variação do IPCA no Sul7 atingiu 1,78% no terceiro trimestre de 2015, ante 2,73% no segundo. Houve desacelerações nos preços livres, de 2,44% para 1,56%, e nos monitorados, de 3,69% para 2,49% (produtos farmacêuticos, -1,63%).

O comportamento dos preços livres repercutiu desacelerações dos preços dos bens comercializáveis, de 2,79% para 1,92% (vestuário, -0,06%; leites e derivados, de 9,49% para 0,48%) e dos não comercializáveis, de 2,12% para 1,22% (tubérculos, -15,72%; automóvel usado, -1,53%; passagens aéreas, -3,69%).

O índice de difusão atingiu 62,5% no trimestre encerrado em setembro (66,8% no finalizado em junho e 53,6% em igual período de 2014).

Considerados intervalos de doze meses, o IPCA da região variou 10,80% em setembro (9,77% em junho). Os preços monitorados aceleraram de 18,26% para 18,49% e os livres, de 7,37% para 8,59%, reflexo de aumentos nas variações dos preços dos bens comercializáveis, de 6,78% para 8,35%, e dos não comercializáveis, de 7,94% para 8,82%.

7/ Calculado com base nos pesos e variações dos subitens que compõem o IPCA das regiões metropolitanas de Porto Alegre e de Curitiba, ponderados pelos pesos destas regiões na composição do IPCA nacional.

Tabela 5.12 – Exportação por fator agregado – FOB

Janeiro-setembro

US$ milhões

Discriminação Sul Brasil

2014 2015 Var. % Var. %

Total 34 593 31 098 -10,1 -16,8

Básicos 18 508 16 268 -12,1 -22,3

Industrializados 16 084 14 830 -7,8 -11,2

Semimanufaturados 2 568 2 352 -8,4 -8,4

Manufaturados1/ 13 516 12 478 -7,7 -12,2

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

Tabela 5.13 – Importação por categoria de uso – FOB

Janeiro-setembro

US$ milhões

Discriminação Sul Brasil

2014 2015 Var. % Var. %

Total 36 531 27 671 -24,3 -23,0

Bens de capital 6 860 5 577 -18,7 -17,5

Matérias-primas 19 122 14 827 -22,5 -19,1

Bens de consumo 6 613 5 166 -21,9 -16,0

Duráveis 3 531 2 500 -29,2 -21,6

Não duráveis 3 082 2 666 -13,5 -9,7

Combustíveis e lubrificantes 3 935 2 101 -46,6 -46,2

Fonte: MDIC/Secex

60

80

100

120

140

30

40

50

60

70

Jun2013

Set Dez Mar2014

Jun Set Dez Mar2015

Jun Set

Índice de Confiança do Empresário IndustrialÍndice de Confiança do Empresário do Comércio (eixo da dir.)

Fontes: CNI e CNC

Gráfico 5.6 – Confiança do empresariado – SulEm pontos

Linha de confiança

50

55

60

65

70

Set2013

Dez Mar2013

Jun Set Dez Mar2014

Jun Set Dez Mar2015

Jun Set

Gráfico 5.7 – IPCA – Índice de difusão – SulMédia móvel trimestral%

Fonte: IBGE

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 79

O nível de atividade do Sul seguiu repercutindo os efeitos da retração do emprego, da moderação do crédito e do excesso de estoques sobre as atividades industrial e comercial, em ambiente de deterioração da confiança dos empresários. Contudo, os bons resultados da produção agrícola e do setor externo, estimulado pela depreciação cambial, tendem a contribuir positivamente para a atividade econômica da região. Os resultados da implementação das medidas macroeconômicas propostas pelo governo central e o encaminhamento de solução para as dificuldades enfrentadas pelos governos regionais concorrem para a reversão das expectativas e gradual retomada da atividade no médio prazo.

Tabela 5.14 – IPCA – Sul

Variação % trimestral

Discriminação Pesos1/ 2014 2015

IV Tri I Tri II Tri III Tri

IPCA 100,0 1,76 4,13 2,73 1,78

Livres 76,3 1,71 2,62 2,44 1,56

Comercializáveis 37,1 0,98 2,43 2,79 1,92

Não comercializáveis 39,2 2,40 2,80 2,12 1,22

Monitorados 23,7 1,93 9,39 3,69 2,49

Principais itens

Alimentação 25,0 2,27 3,97 3,02 1,99

Habitação 16,1 2,29 10,74 3,16 4,11

Artigos de residência 4,6 0,27 1,15 2,94 2,43

Vestuário 6,7 1,84 -0,09 3,04 -0,06

Transportes 18,6 2,21 4,51 1,22 0,93

Saúde 11,2 0,96 1,68 4,57 1,29

Despesas pessoais 10,3 1,62 2,54 3,62 1,28

Educação 3,9 0,37 6,27 0,24 1,47

Comunicação 3,6 0,13 -1,32 0,85 0,37

Fonte: IBGE

1/ Referentes a setembro de 2015.

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80 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

Paraná

As atividades varejista e industrial apresentaram retração no Paraná, no trimestre encerrado em agosto, com desdobramentos negativos sobre o mercado de trabalho. Esse impacto foi mitigado, em parte, pelo maior dinamismo da agricultura e da balança comercial. Nesse contexto, o IBCR-PR recuou 1,5% em relação ao trimestre finalizado em maio, quando havia decrescido 0,7%. Considerados períodos de doze meses, o indicador aumentou 0,7% em agosto (0,5% em maio).

As vendas do comércio ampliado recuaram 1,8% no trimestre finalizado em agosto, em relação ao terminado em maio, quando diminuíram 5,3%, no mesmo tipo de comparação, dados dessazonalizados da PMC, do IBGE. Houve reduções nos dez segmentos pesquisados (equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, -14,3%; livros, jornais, revistas e papelaria, -11,0%). O comércio varejista, excluídas as variações nas vendas de veículos (-0,6%) e de material de construção (-2,6%), recuou 2,3% no período (-2,7% no trimestre até maio).

Considerados intervalos de doze meses, as vendas do comércio ampliado contraíram 5,3% em agosto de 2015 (-5,8% em maio), mantendo-se na trajetória de desaceleração iniciada em setembro de 2014 (livros, jornais, revistas e papelaria, -14,7%; veículos, motos, partes e peças, -13,2%). Excluídas as reduções nas vendas de veículos (13,2%) e de material de construção (6,7%), o comércio varejista registrou estabilidade em agosto (0,6% em maio).

As vendas de automóveis e veículos comerciais decresceram 8,4% no trimestre encerrado em setembro de 2015, em relação ao finalizado em junho, de acordo com dados dessazonalizados da Fenabrave e do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos no Estado do Paraná (Sincodiv PR).

O volume do setor de serviços do Paraná reduziu 4,1% no trimestre finalizado em agosto de 2015, em relação a igual período de 2014, de acordo com a PMS, do IBGE (outros serviços, -11,7%; transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, -5,8%). Considerados períodos de doze meses, o indicador recuou 3,3% em agosto de 2015 (-1,9% em maio), com destaque para a retração de 8,3% no segmento outros serviços.

O saldo das operações de crédito superiores a R$1 mil, realizadas no Paraná, totalizou R$207,5 bilhões

125

130

135

140

145

150

155

160

165

Mai2012

Ago Nov Fev2013

Mai Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

IBC-Br IBCR-PR

Gráfico 5.8 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e ParanáDados dessazonalizados2002 = 100

90

100

110

120

130

Mai2012

Ago Nov Fev2013

Mai Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

Restrito Ampliado

Gráfico 5.9 – Comércio varejista – ParanáDados dessazonalizados2011 = 100

Fonte: IBGE

Tabela 5.15 – Índice de vendas no varejo – ParanáGeral e setores selecionados

Variação % no período

Setores 2014 2015

Ano Mai1/ Ago1/ 12 meses

Comércio varejista 2,3 -2,7 -2,3 0,0

Combustíveis e lubrificantes 5,2 -0,7 -1,7 1,7

Hiper e supermercados 3,2 -2,9 -1,5 1,4

Tecidos, vestuário e calçados 0,1 -3,5 -1,4 -6,1

Móveis e eletrodomésticos -3,1 -7,6 -4,5 -7,0

Comércio ampliado -3,0 -5,3 -1,8 -5,3

Automóveis e motocicletas -10,5 -11,4 -0,6 -13,2

Material de construção -3,3 0,3 -2,6 -6,7

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados

dessazonalizados.

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 81

em agosto, elevando-se 0,6% no trimestre e 6,9% em doze meses. Os empréstimos com recursos direcionados somaram R$113,6 bilhões, elevando-se, na ordem, 1,3% e 10,3%, e os realizados com recursos livres, R$93,9 bilhões, variando -0,3% no mês e 3,1% em doze meses.

A carteira de pessoas físicas totalizou R$110,7 bilhões, aumentando 1,6% no trimestre e 11,0% em doze meses, com destaque para as modalidades financiamentos imobiliários e crédito pessoal consignado. A carteira de pessoas jurídicas atingiu R$96,8 bilhões, variando -0,6% e 2,7%, nas mesmas bases de comparação, com ênfase para as contratações nas modalidades financiamentos rurais e financiamentos à exportação.

A taxa de inadimplência dessas operações situou-se em 2,79% em agosto, aumentando 0,24 p.p. no trimestre e 0,34 p.p. em doze meses. A trajetória trimestral refletiu elevações de 0,11 p.p. no segmento de pessoas físicas, para 2,91%, e de 0,15 p.p. no de pessoas jurídicas, para 2,67%.

A economia paranaense eliminou 29,4 mil postos de trabalho formais no trimestre encerrado em agosto (criação de 5,1 mil em igual período de 2014), dos quais 17,2 mil na indústria de transformação, 7,2 mil no comércio e 4,1 mil na construção civil, de acordo com o Caged/MTE. Na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), houve redução de 16,3 mil empregos formais no trimestre, dos quais 6,3 mil na indústria de transformação, 4,3 mil no setor de serviços e 3,2 mil no comércio.

O superavit primário dos governos do estado, da capital e dos principais municípios do Paraná totalizou R$1,8 bilhão no primeiro semestre de 2015. O aumento de 213,2% em relação ao mesmo período do ano anterior repercutiu, em especial, o aumento, de R$114 milhões para R$1,3 bilhão, no superavit do governo estadual. Houve recuo de 51,9% no resultado positivo dos demais municípios e reversão, de deficit de R$84 milhões para superavit de R$252 milhões, no resultado da capital.

A arrecadação de ICMS no Paraná totalizou, segundo a Cotepe, R$15,9 bilhões nos oito primeiros meses de 2015, aumento real de 9,4% em relação a igual período de 2014, considerado o IGP-DI como deflator.

Os juros nominais, apropriados por competência, somaram R$926 milhões, no período (R$750 milhões no primeiro semestre de 2014), e o resultado nominal foi

Tabela 5.16 – Volume de serviços – ParanáServ. empresariais não financeiros, exceto saúde e educação

Variação % no período

Segmentos 2014 2015

Ano Mai1/ Ago1/ 12 meses

Total -0,2 -4,4 -4,1 -3,3

Serviços prestados às famílias -7,2 -5,7 -4,4 -5,2

Serviços de informação e comunicação 2,9 -2,1 -2,3 -0,1

Serviços profissionais e administrativos 1,4 -1,5 -1,1 0,2

Transportes e correio -1,7 -6,9 -5,8 -6,3

Outros serviços -7,9 -5,0 -11,7 -8,3

Fonte: IBGE1/ Variação relativa ao trimestre encerrado no mês em referência e o mesmo período do ano anterior.

Jan 2012Fev2012Mar

Abr 2012Mai2012Jun

Jul

Ago

Set

Out

Nov

95

100

105

110

115

120

Mai2012

Ago Nov Fev2013

Mai Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

Brasil ParanáFonte: IBGE

Gráfico 5.10 – Volume de serviços Dados observados – Média móvel trimestral2011 = 100

1900ral

1900ral

1900ral

1900ral

1900ral

1900ral

Mai2013

Ago Nov Fev Mai2014

Ago Nov Fev Mai2015

Ago

PF PJ Total

Gráfico 5.11 – Evolução do saldo das operações de crédito – Paraná1/

Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Tabela 5.17 – Evolução do emprego formal – Paraná

Novos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2014 2015

Ago Nov Fev Mai Ago

Total 5,1 16,0 -33,9 6,8 -29,4

Indústria de transformação -4,6 -0,9 -12,6 -2,4 -17,2

Comércio 0,4 12,3 -9,3 2,6 -7,2

Serviços 7,7 7,1 -4,3 4,2 -2,2

Construção civil -0,3 -2,3 -4,9 -0,7 -4,1

Agropecuária 1,5 -0,3 -2,9 2,8 1,6

Serviços ind. de utilidade pública 0,0 0,0 0,0 -0,1 -0,2

Outros2/ 0,3 0,1 0,2 0,3 -0,2

Fonte: MTE1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.2/ Inclui extrativa mineral e administração pública.

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82 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

8/ O Índice de Confiança da Indústria de Transformação – Paraná (ICIT-PR), e o Índice de Confiança do Empresário da Construção – Paraná (Icec-PR), elaborados pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), são compostos pelo Índice de Condições Atuais (peso 1) e pelo Índice de Expectativas (peso 2). Os dois indicadores variam no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 pontos indicam empresários confiantes, melhores condições ou expectativas positivas. A metodologia pondera as respostas pelo tamanho da empresa, dado pelo número de empregados.

superavitário em R$841 milhões (deficit de R$186 milhões em igual período de 2014).

A dívida líquida atingiu R$16,4 bilhões em junho de 2015, recuo de 3,9% em relação a dezembro de 2014.

A safra de grãos do Paraná deverá totalizar 38,0 milhões de toneladas em 2015 (18,1% da produção do país) de acordo com o LSPA de setembro do IBGE. O aumento anual de 6,7% reflete elevações nas produções de soja (15,8%) e de milho (1,6%), impulsionadas por elevações respectivas de 11,6% e 5,7% na produtividade; e retrações nas colheitas de feijão (12,2%), impactada por recuos respectivos de 19,4% e 23,7% nas áreas cultivadas na primeira e na segunda safras, e de trigo (3,1%), afetada por recuos de 1,8% na área cultivada e de 1,2% na produtividade.

O primeiro levantamento da intenção de plantio, divulgado pela Conab em outubro, estima expansão entre 0,2% a 1,5% para a produção de grãos do Paraná em 2016, decorrente de variações entre 4,8% a 6,9% para a colheita de soja; de -4,8% a -3,9% para a de milho; e de 0,0% a 2,0% para a de feijão.

Projeção da Seab/PR e do Departamento de Economia Rural do Estado do Paraná (Deral), divulgada em setembro, indica estabilidade na área cultivada e aumento de 1,0% na produção da safra de verão 2015/2016. Destacam-se as projeções de variações para as safras de soja (6,0%), feijão primeira safra (4,0%) e milho primeira safra (-18,0%).

Os abates de aves, suínos e bovinos, em estabelecimentos fiscalizados pelo SIF, variaram 0,8%, 13,2% e -14,8%, respectivamente, nos oito primeiros meses de 2015, em relação a igual intervalo de 2014, representando, na ordem, 31,4%, 24,4% e 3,6% dos abates realizados no país. De acordo com a Seab/PR, os preços médios recebidos pelos produtores no estado variaram, respectivamente, 1,4%, -2,0% e 21,5% nos nove primeiros meses de 2015, em relação ao mesmo período em 2014.

O Índice de Confiança da Indústria de Transformação8 (ICIT-PR) atingiu 30,7 pontos em agosto (35,1 pontos em maio), permanecendo na área de pessimismo pelo vigésimo mês consecutivo. O Índice de Condições Atuais (ICA) e o Índice de Expectativas (IE) recuaram 5,3 pontos e 4,0 pontos, respectivamente, para 24,1 pontos e 34,0 pontos.

Tabela 5.18 – Necessidades de financiamento –

Paraná1/

R$ milhões

UF

2014 2015 2014 2015

Jan-jun Jan-jun Jan-jun Jan-jun

Estado do Paraná -564 -1766 750 926

Governo estadual -114 -1257 697 892

Capital 84 -252 8 15

Demais municípios -534 -257 44 18

1/ Inclui informações do estado e de seus principais municípios. Dados preliminares.

Resultado primário Juros nominais

Tabela 5.19 – Dívida líquida e necessidades de

financiamento – Paraná1/

R$ milhões

UF Dívida Dívida2/

2014 Nominal Outros3/ 2015

Dez Primário Juros Total4/ Jun

Estado do Paraná 17 074 -1766 926 -841 171 16 403

Governo estadual 17 767 -1257 892 -365 162 17 565

Capital 507 -252 15 -237 45 315

Demais municípios -1 201 -257 18 -239 -37 -1 477

1/ Inclui inform. do estado e de seus principais municípios. Dados preliminares.

2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado

nominal e o resultado de outros fluxos.

3/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhec. de dívidas e privatiz.

4/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário.

Fluxos acumulados no ano

Tabela 5.20 – Produção agrícola – Paraná

Itens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Peso1/ Produção2/ Variação %

2014 2015 2015/2014

Grãos3/ 74,8 35 610 37 992 6,7

Soja 45,7 14 806 17 145 15,8

Milho 18,2 15 726 15 974 1,6

Feijão 5,3 830 729 -12,2

Trigo 4,5 3 721 3 607 -3,1

Outras lavouras

Cana-de-açúcar 7,9 49 087 51 255 4,4

Mandioca 4,6 3 815 4 227 10,8

Fumo 3,0 172 185 7,6

Fonte: IBGE1/ Por valor da produção – PAM 20132/ Estimativa segundo o LSPA de setembro de 2015.3/ Cereais, leguminosas e oleaginosas.

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 83

O Índice de Confiança do Empresário da Construção (Icec-PR) situou-se em 38,3 pontos em agosto (40,9 pontos em maio), permanecendo na área de pessimismo pelo décimo sétimo mês consecutivo. O ICA e o IE diminuíram 5,4 pontos e 1,2 ponto, respectivamente, para 29,9 pontos e 42,5 pontos.

A produção da indústria paranaense recuou 3,2% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao terminado em maio, quando diminuiu 2,1%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados PIM-PF Regional do IBGE. Houve redução em dez das treze atividades pesquisadas (móveis, 15,6%; máquinas e equipamentos, 10,6%; máquinas, aparelhos e materiais elétricos, 10,3%). Em sentido oposto, assinalem-se as expansões em celulose, papel e produtos de papel, 5,5%; bebidas, 0,5%.

Considerados intervalos de doze meses, a produção industrial do estado recuou 6,7% em agosto (-7,8% em maio), ressaltando-se os decréscimos nas atividades veículos automotores, reboques e carrocerias (26,8%), produtos de minerais não metálicos (15,6%) e máquinas e equipamentos (9,8%).

As vendas reais da indústria paranaense apresentaram estabilidade no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando diminuíram 3,4%, nesse tipo de comparação, segundo dados dessazonalizados da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). Dentre os segmentos com maior representatividade na composição do indicador, destacaram-se o aumento de 7,3% nas vendas do setor de fabricação e montagem de veículos automotores e os decréscimos nas de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (6,0%) e celulose, papel e produtos de papel (4,7%). O número de horas trabalhadas e o de pessoas empregadas na indústria recuaram 1,0% e 2,0%, respectivamente, no trimestre. O Nuci atingiu média de 70,6% (72,3% no trimestre finalizado em maio).

A análise em doze meses indica que as vendas reais diminuíram 5,6% em agosto, em relação a igual período de 2014, ante retração de 7,6% em maio (veículos automotores, -15,7%; máquinas e equipamentos, -10,2%; artigos de borracha e plásticos, -6,8%). O nível de estoques de insumos da indústria paranaense – diferença entre a variação acumulada nos últimos doze meses nas vendas totais da indústria e nas compras de insumos industriais – aumentou 5,7 p.p. no período (3,2 p.p no intervalo de doze meses até maio).

75

85

95

105

115

125

Mai2012

Ago Nov Fev2013

Mai Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

2012 = 100

Bovinos Aves Suínos

Gráfico 5.12 – Abates de animais – ParanáMédia móvel trimestral

Fonte: Mapa

30

35

40

45

50

55

60

65

Mai2012

Ago Nov Fev2013

Mai Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

Índice de Confiança da Indústria de TransformaçãoÍndice de Confiança do Empresário da Construção

Fonte: Fiep

Linha de confiança

Gráfico 5.13 – Confiança do empresariado – ParanáEm pontos

85

90

95

100

105

110

Mai2012

Ago Nov Fev2013

Mai Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

Brasil Paraná

Gráfico 5.14 – Produção industrial – ParanáDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2012 = 100

Fonte: IBGE

Tabela 5.21 – Produção industrial – Paraná

Geral e setores selecionados

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2015

Mai2/ Ago2/ 12 meses

Indústria geral 100,0 -2,1 -3,2 -6,7

Produtos alimentícios 22,7 1,6 0,4 -2,3

Deriv. petróleo e biocomb. 19,1 6,0 -4,8 -2,6

Veículos, reb. e carrocerias 18,4 -20,8 -1,2 -26,8

Máquinas e equipamentos 6,7 9,9 -10,6 -9,8

Celulose e prod. papel 5,5 -1,9 5,5 9,5

Outros produtos químicos 4,7 -0,3 -4,8 -0,2

Fonte: IBGE1/ Ponderação de atividades no VTI conforme a PIA 2010/IBGE.2/ Variação relativa aos trimestres. encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados.

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84 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

As vendas de caminhões e ônibus no Paraná diminuíram 3,7% no trimestre encerrado em setembro de 2015, em relação ao finalizado em junho, e 50,6% em relação a igual período de 2014, de acordo com a Fenabrave-PR e o Sincodiv-PR.

No âmbito da indústria da construção civil, a Prefeitura Municipal de Curitiba emitiu 9,1mil certificados de conclusão de unidades imobiliárias, residenciais e não residenciais, no terceiro trimestre de 2015 (recuos respectivos de 30,3% e de 42,0% em relação ao trimestre anterior e a igual período de 2014); e concedeu 7,4 mil alvarás de construção imobiliária (variações respectivas de 6,5% e -14,3%, nas mesmas bases de comparação). Os preços dos imóveis em Curitiba aumentaram 0,5% em relação ao primeiro mês do ano passado, de acordo com o IFZ, refletindo o processo de acomodação do mercado imobiliário

A balança comercial do Paraná registrou superavit de US$1.734 milhões nos nove primeiros meses de 2015 (deficit de US$380 milhões em 2014), reflexo de reduções de 10,0% nas exportações e de 25,7% nas importações, que somaram US$11,6 bilhões e US$9,9 bilhões, respectivamente.

O desempenho das exportações, decorrente de variações de 6,6% no quantum e -15,6% nos preços, refletiu recuos nas vendas em todas as categorias de fator agregado: produtos básicos, 11,9% (soja mesmo triturada, -17,3%); manufaturados, 5,9% (papel e cartão, para escrita, impressão ou fins gráficos, -9,2%); semimanufaturados, 13,6% (açúcar em bruto, -15,0%). As exportações para China, Argentina e EUA representaram, em conjunto, 36,5% dos embarques do estado em 2015, destacando-se a redução de 8,8% nas vendas de soja para a China e a elevação de 7,6% nas de automóveis para a Argentina.

A trajetória das importações repercutiu reduções de 11,1% nos preços e de 16,4% no quantum. Ocorreram recuos nas aquisições em todas as categorias de uso, com destaque para os de 21,9% nas de bens de capital (veículos de carga, -36,9%) e de 24,6% nas de matérias-primas (partes e peças para veículos, -31,8%). As importações provenientes da China, Argentina e EUA representaram, em conjunto, 37,2% das compras externas do estado no período, destacando-se as reduções nas aquisições de adubos ou fertilizantes da China (39,8%), de veículos de carga da Argentina (36,8%) e de automóveis de passageiros da Alemanha (88,7%).

Tabela 5.22 – Exportação por fator agregado – FOB

Janeiro-setembro

US$ milhões

Discriminação Paraná Brasil

2014 2015 Var. % Var. %

Total 12 884 11 591 -10,0 -16,8

Básicos 7 003 6 167 -11,9 -22,3

Industrializados 5 881 5 424 -7,8 -11,2

Semimanufaturados 1 429 1 235 -13,6 -8,4

Manufaturados1/ 4 452 4 189 -5,9 -12,2

Fonte: MDIC/Secex 1/ Inclui operações especiais.

Tabela 5.23 – Importação por categoria de uso – FOB

Janeiro-setembro

US$ milhões

Discriminação Paraná Brasil

2014 2015 Var. % Var. %

Total 13 264 9 857 -25,7 -23,0

Bens de capital 2 673 2 087 -21,9 -17,5

Matérias-primas 7 445 5 614 -24,6 -19,1

Bens de consumo 1 951 1 399 -28,3 -16,0

Duráveis 1 316 915 -30,4 -21,6

Não duráveis 635 484 -23,8 -9,7

Combustíveis e lubrificantes 1 195 757 -36,7 -46,2

Fonte: MDIC/Secex

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

0

10

20

30

40

50

60

Set2013

Dez Mar2014

Jun Set Dez Mar2015

Jun Set

CVCO Alvarás Preços

Gráfico 5.15 – Evolução do mercado imobiliário em CuritibaCVCO e alvarás – Mil – Acum. 12m Preços – % 12m

Fonte: PMC e Fipe.

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 85

O IPCA da RMC variou 1,91% no terceiro trimestre de 2015 (3,16% no segundo), refletindo desaceleração dos preços livres, de 2,77% para 1,42%, e dos monitorados, de 4,48% para 3,56%. Destaque para os impactos das variações de preços nos grupos habitação (0,99 p.p.), alimentação (0,36 p.p.) e transportes (0,16 p.p.).

A trajetória dos preços l ivres repercutiu desacelerações dos preços dos bens comercializáveis, de 2,74% para 2,12% (alcatra, 9,15%; refrigerante e água mineral, 4,73%; automóvel novo, 1,08%), e dos não comercializáveis, de 2,80% para 0,78% (tomate, -31,81%; cebola, -29,12%; alface, -8,98%). A variação dos preços monitorados refletiu, em especial, as elevações nos itens gás de botijão (12,82%), energia elétrica residencial (11,21%), taxa de água e esgoto (7,70%), plano de saúde (3,80%) e gasolina (1,95%), com impacto conjunto de 0,93 p.p. para o IPCA trimestral. O índice de difusão atingiu média de 58,1% no trimestre encerrado em setembro (64,0% no finalizado em junho).

O IPCA da RMC variou 9,42% nos nove primeiros meses do ano, resultado de expansões de 6,69% nos preços livres e de 19,37% nos monitorados. Considerados períodos de doze meses, o IPCA da RMC aumentou 11,12% em setembro (10,20% em junho), reflexo de variações de 8,49% nos preços livres e de 20,66% nos monitorados.

As perspectivas para a atividade econômica paranaense nos próximos trimestres seguem dependentes do desempenho da agricultura e de seus desdobramentos sobre segmentos importantes da cadeia produtiva e sobre as exportações, essas influenciadas, adicionalmente, pela trajetória da taxa de câmbio. Em sentido oposto, as restrições ao maior dinamismo da demanda interna – em especial condições mais restritivas no mercado de crédito, decréscimo na renda real das famílias, e reduzido patamar das expectativas dos agentes econômicos – tendem a prevalecer nos próximos trimestres.

Tabela 5.24 – IPCA – RMC

Variação %

Discriminação Pesos1/ 2014 2015

IV Tri I Tri II Tri III Tri

IPCA 100,0 1,56 4,07 3,16 1,91

Livres 76,7 1,69 2,36 2,77 1,42

Comercializáveis 36,8 0,67 2,54 2,74 2,12

Não comercializáveis 39,9 2,63 2,20 2,80 0,78

Monitorados 23,3 1,08 10,32 4,48 3,56

Principais itens

Alimentação 23,9 2,15 4,07 3,58 1,51

Habitação 17,6 1,29 10,13 4,59 5,65

Artigos de residência 4,4 0,07 0,88 3,27 2,00

Vestuário 7,0 1,23 0,94 2,76 1,06

Transportes 19,1 2,26 4,15 0,42 0,86

Saúde 11,3 1,16 1,52 5,91 0,52

Despesas pessoais 9,9 1,63 1,72 4,14 1,23

Educação 3,3 0,33 6,85 0,40 1,32

Comunicação 3,5 -0,10 -0,57 1,12 0,56

Fonte: IBGE1/ Referentes a setembro de 2015.

45

50

55

60

65

70

Jun2012

Set Dez Mar2013

Jun Set Dez Mar2014

Jun Set Dez Mar2015

Jun Set

Índice mensal Média móvel trimestral

Gráfico 5.16 – Índice de difusão IPCA – RMC %

Fonte: IBGE

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86 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

Rio Grande do Sul

O PIB do Rio Grande do Sul cresceu 0,2% no segundo trimestre de 2015, em relação ao primeiro, de acordo com dados dessazonalizados da Fundação de Economia e Estatística Siegfried Emanuel Heuser (FEE), destacando-se o desempenho favorável da agropecuária, que repercutiu a concentração da colheita da soja, no período. O Valor Adicionado Bruto (VAB) do setor aumentou 5,8% no trimestre, contrastando com os recuos nos do setor de serviços (1,0%) e da indústria (3,1%). Estatísticas recentes registram recuos relevantes nas vendas do comércio e na atividade industrial do estado, e restrições para investimento por parte do governo. Nesse contexto, o IBCR-RS retraiu 2,9% no trimestre finalizado em agosto, em relação ao encerrado em maio, quando recuara 1,9%, nesse tipo de análise, segundo dados dessazonalizados. Considerados períodos de doze meses, o indicador recuou 1,0% em agosto (-0,3% em maio).

As vendas do comércio ampliado recuaram 5,3% no trimestre finalizado em agosto, em relação ao findo em maio, quando decresceram 4,2%, neste tipo de comparação, segundo dados dessazonalizados da PMC, do IBGE. Houve reduções nas vendas em nove das dez atividades pesquisadas (veículos, motos, partes e peças, -11,3%; tecidos, vestuário e calçados, -9,4%). O comércio varejista, excluídas as variações nas vendas de veículos e de material de construção (-3,8%), decresceu 3,2% no período (-0,8% no trimestre encerrado em maio).

Considerados intervalos de doze meses, as vendas do comércio ampliado recuaram 7,2% em agosto (-5,8% em maio), oitavo resultado negativo em sequência nessa base de comparação (veículos, -16,1%; móveis e eletrodomésticos, -8,5%). As vendas do comércio varejista diminuíram 3,0% e 1,0%, respectivamente, nos períodos mencionados.

A comercialização de automóveis e veículos comerciais leves no estado totalizou 112,7 mil unidades nos nove primeiros meses de 2015, segundo a Fenabrave, recuando 28,8% em relação a igual período de 2014 (-19,2% no país).

O volume do setor de serviços diminuiu 3,0% no trimestre finalizado em agosto, em relação a igual período de 2014 (transportes e correios, -7,6%; outros serviços, -9,3%), segundo a PMS do IBGE. Considerados intervalos de doze meses, o indicador decresceu 1,7% em agosto e 1,0% em maio (transportes e correios; -8,1%; serviços prestados às famílias, -4,6%).

120

130

140

150

160

Ago2012

Nov Fev2013

Mai Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

IBC-Br IBCR-RS

Gráfico 5.17– Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Rio Grande do SulDados dessazonalizados2002 = 100

Tabela 5.25 – PIB e VAB – Rio Grande do SulJunho de 2015

Var. %

Discriminação II trim. 2015 / I trim. 20151/ Acum. 4 trim.

PIB 0,2 -0,9

Impostos -2,1 -3,1

VAB 0,2 -0,6

Agropecuária 5,8 8,3

Indústria -3,1 -5,9

Serviços -1,0 0,0

Fonte: FEE

1/ Dados dessazonalizados.

90

100

110

120

130

Mai2012

Ago Nov Fev2013

Mai Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

Restrito Ampliado

Gráfico 5.18 – Comércio varejista – Rio Grande do SulDados dessazonalizados2011 = 100

Fonte: IBGE

Tabela 5.26 – Comércio varejista – Rio Grande do SulGeral e setores selecionados

Variação % no período

Discriminação 2014 2015

Ano Mai1/ Ago1/ 12 meses

Comércio varejista 2,3 -0,8 -3,2 -3,0

Combustíveis e lubrificantes 5,5 3,3 -7,0 -2,7

Hiper e supermercados 1,5 -1,3 -2,0 -2,6

Tecidos, vestuário e calçados -3,0 -1,1 -9,4 -8,7

Móveis e eletrodomésticos 1,1 -3,3 -6,2 -8,5

Comércio varejista ampliado 0,3 -4,2 -5,3 -7,2

Automóveis e motocicletas -4,6 -12,8 -11,3 -16,1

Material de construção 4,2 -3,4 -3,8 -2,9

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados

dessazonalizados.

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 87

O saldo das operações de crédito superiores a R$1mil contratadas no estado totalizaram R$196 bilhões em agosto, variando -0,5% no trimestre e 5,9% em doze meses. As operações com recursos direcionados somaram R$104,7 bilhões, variando -0,5% e 9,7%, respectivamente, e as realizadas com recursos livres atingiram R$91,3 bilhões, com recuo de 0,5% no trimestre e aumento de 1,7% em doze meses.

A carteira de pessoas físicas somou R$113,4 bilhões, aumentando 0,9% no trimestre e 10,0% em doze meses, com destaque para as modalidades financiamentos imobiliários e crédito pessoal consignado. A carteira de pessoas jurídicas somou R$82,6 bilhões, com variações respectivas de -2,4% e 0,6%, nas mesmas bases de comparação, sobressaindo a redução nas operações com o setor de geração, transmissão e distribuição de eletricidade e gás e com a indústria de transformação (máquinas e equipamentos).

A taxa de inadimplência dessas operações de crédito atingiu 3,0% em agosto, aumentando 0,1 p.p. no trimestre e 0,5 p.p. em doze meses. A variação trimestral refletiu estabilidade na taxa do segmento de pessoas físicas (2,7%) e elevação de 0,1 p.p., para 3,5%, na do segmento de pessoas jurídicas.

O Icec, divulgado pela Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS), situou-se em 81,4 pontos no terceiro trimestre de 2015 (81,8 pontos no segundo e 110 pontos em igual período de 2014). Dentre os nove componentes do indicador, os relativos às expectativas para a empresa e para o setor nos próximos seis meses permaneceram na zona que indica confiança (acima de 100 pontos).

O índice ICF, elaborado pela CNC e divulgado pela Fecomercio-RS, atingiu 75,9 pontos no trimestre encerrado em setembro (92,6 pontos no segundo trimestre de 2015 e 118,1 pontos no terceiro trimestre de 2014). O indicador mostra perspectiva pessimista para o consumo, sobretudo quanto à compra de bens duráveis.

O percentual de famílias endividadas9 atingiu, em média, 62,3% no trimestre encerrado em agosto (57,9% em igual período de 2014), segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborada pela Fecomércio-RS para Porto Alegre, com base em dados da CNC. O percentual de famílias com faturas em

9/ São consideradas na pesquisa as dívidas contraídas por meio de cheques pré-datados, cartões de crédito, carnês de loja, empréstimo pessoal, compra de imóvel, prestações de carro e de seguros.

Tabela 5.27 – Volume de serviços –

Rio Grande do SulServ. empresariais não financeiros, exceto saúde e educação

Var. %

Segmentos 2014 2015

Ano Mai1/ Ago1/ 12 meses

Total 1,7 -3,8 -3,0 -1,7

Serviços prestados às famílias 0,6 -11,0 -7,2 -4,6

Serviços de informação e comunicação 10,2 4,4 1,9 5,2

Serviços profissionais e administrativos -7,0 -4,6 -2,6 -3,1

Transportes e correios -2,2 -11,0 -7,6 -8,1

Outros serviços 4,4 -3,7 -9,3 -0,1

Fonte: IBGE

1/ Variação relativa ao trimestre encerrado no mês assinalado e o mesmo período

do ano anterior.

0

5

10

15

20

25

Mai2013

Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

PF PJ Total

Gráfico 5.19 – Evolução do saldo das operações de crédito – Rio Grande do Sul1/

Variação em 12 meses – %

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

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88 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

atraso que não deverão ser pagas nos próximos trinta dias aumentou de 5,6% para 11,8%, no período.

O mercado de trabalho do Rio Grande do Sul contabilizou, de acordo com o Caged/MTE, corte de 44,6 mil empregos formais no trimestre encerrado em agosto (-12,6 mil em igual período de 2014), dos quais 24,1 mil na indústria de transformação, 9,1 mil no comércio e 6,9 mil no setor de serviços. Considerados dados dessazonalizados, o nível de emprego formal recuou 1,0% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando diminuíra 0,8%, na mesma base de comparação, com retrações em sete dos oito setores pesquisados, excetuando-se na agropecuária.

A taxa de desemprego da Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) atingiu 5,9% no trimestre encerrado em agosto (4,3% em igual período de 2014), de acordo com a PME do IBGE, repercutindo recuo de 1,1% na população ocupada e elevação de 0,6% na PEA. Considerados dados dessazonalizados, a taxa de desemprego atingiu 5,5%, o rendimento médio real habitual cresceu 1,1% e a massa salarial real recuou 1,4%, no período.

O superavit primário dos governos do estado, da capital e dos principais municípios do Rio Grande do Sul atingiu R$2,4 bilhões no primeiro semestre de 2015 (R$1,4 bilhão em igual período de 2014), com destaque para o aumento de R$580 milhões no superavit dos demais municípios. Os juros nominais, apropriados por competência, somaram R$3,7 bilhões e o resultado nominal foi deficitário em R$1,2 bilhão (R$3,1 bilhões e deficit de R$1,7 bilhão, respectivamente, no primeiro semestre de 2014).

A arrecadação de ICMS totalizou R$17,5 bilhões nos oito primeiros meses de 2015, segundo a Cotepe, com crescimento de 1,3% comparativamente ao mesmo período de 2014. A arrecadação real, considerado o IGP-DI como deflator, aumentou 2,8% no período de doze meses encerrado em agosto.

As transferências da União para o estado somaram R$5,5 bilhões nos oito primeiros meses de 2015 e R$8,3 bilhões no intervalo de doze meses até agosto, de acordo com a STN. Os recuos reais de 1,5% e 1,2% registrado nessas bases de comparação, considerado o IGP-DI como deflator, refletiu, em parte, a interrupção das transferências decorrente do atraso no pagamento da parcela da dívida do estado com a União em julho e agosto.

Tabela 5.28 – Evolução do emprego formal –

Rio Grande do Sul

Novos postos de trabalho

Acumulado no trimestre (em mil)1/

Discriminação 2014 2015

Ago Nov Fev Mai Ago

Total -12,6 15,2 -25,0 -10,9 -44,6

Indústria de transformação -12,4 -11,2 -9,3 -2,6 -24,1

Comércio -2,6 14,5 -7,9 -0,8 -9,1

Serviços 6,0 7,5 -3,7 1,9 -6,9

Construção civil -3,4 -0,4 -5,9 -2,5 -4,6

Agropecuária 0,0 5,0 2,2 -7,1 0,4

Serviços ind. de utilidade pública -0,1 0,0 0,2 -0,2 -0,1

Outros2/ -0,1 -0,1 -0,7 0,5 -0,1

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.

2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outros.

2

3

4

5

6

7

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2012 2013 2014 2015

%

Fonte: IBGE

Gráfico 5.20 – Taxa de desocupação – Porto Alegre

1 200

1 300

1 400

1 500

1 600

1 700

1 400

1 600

1 800

2 000

2 200

2 400

Mai2013

Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

Total Com carteiraConta própria Sem carteira - eixo direita

R$

Fonte: IBGE1/ Média móvel trimestral, a preços de agosto de 2015, corrigidos pelo INPC.

Gráfico 5.21 – Rendimento médio real habitual1/ –Porto Alegre

R$

Tabela 5.29 – Necessidades de financiamento –

Rio Grande do Sul1/

R$ milhões

UF

2014 2015 2014 2015

Jan-jun Jan-jun Jan-jun Jan-jun

RS -1 390 -2 431 3 124 3 666

Governo estadual -1 265 -1 714 3 107 3 663

Capital 60 46 18 23

Demais municípios -184 -764 -1 -20

1/ Inclui informações do estado e de seus principais municípios.

Dados preliminares.

Resultado primário Juros nominais

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 89

A dívida líquida do estado atingiu R$60,8 bilhões em junho, aumentando 4,6% em relação a dezembro de 2014, destacando-se o impacto do ajuste decorrente da variação cambial.

A safra gaúcha de grãos do estado deverá atingir o recorde de 33,1 milhões de toneladas em 2015 (15,7% da produção nacional), de acordo com o LSPA de setembro do IBGE. A previsão de aumento anual de 14,8% reflete, em especial, estimativas de aumentos para as colheitas de trigo (43,4%), reflexo, em parte, da base de comparação deprimida face a ocorrência de condições meteorológicas adversas em 2014; soja (20,4%); milho (4,5%), com destaque para o aumento de 11,9% na produtividade; e arroz (5,3%). Em oposição, ressalte-se a estimativa de retração de 13,8% para a safra de feijão, como consequência da volatilidade dos preços do produto e do preço mais atrativo da soja. Dentre as demais culturas, destaque para as variações projetadas para as colheitas de maçã (-13,3%) e uva (7,8%).

As cotações médias de soja, milho, trigo, arroz e feijão variaram, na ordem, 12,1%, 2,8%, 2,7%, -2,5% e -10,9% no trimestre encerrado em setembro, em relação ao finalizado em junho, segundo a Emater/RS. Essas cotações variaram 0,4%, -0,9%, -11,4%, 0,2% e 1,4%, respectivamente, nos nove primeiros meses do ano, em relação a igual período de 2014.

O VBP real dos principais produtos agrícolas do estado, considerado o IGP-DI como deflator, deverá aumentar 5,4% em 2015, de acordo com estimativa realizada pelo Mapa em setembro. Estão previstas elevações nos VBP real do trigo (22,5%), soja (12,9%) e milho (1,5%), e recuos nos do arroz (1,2%) e feijão (11,4%).

Os abates de bovinos, suínos e aves, realizados em estabelecimentos fiscalizados pelo SIF, variaram -14,0%, -4,9% e 0,1%, respectivamente, nos oito primeiros meses de 2015, em relação a igual período de 2014, representando, na ordem, 2,4%, 20,6% e 13,9% dos abates no país, de acordo com o Mapa.

Na mesma base de comparação, os respectivos preços médios aumentaram, na ordem, 20,9%, 7,4% e 4,3%, conforme a Emater/RS e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP). As quantidades exportadas de carnes bovina, suína e de aves variaram -6,1%, 40,3% (resultado impactado pelo aumento de 770% na quantidade vendida

Tabela 5.30 – Dívida líquida e necessidades de

financiamento – Rio Grande do Sul1/

R$ milhões

UF Dívida Dívida2/

2014 Nominal Outros4/ 2015

Dez Primário Juros Total3/ Jun

RS 58 075 -2 431 3 666 1 236 1 458 60 769

Governo estadual 57 994 -1 714 3 663 1 950 1 396 61 340

Capital 398 46 23 69 27 494

Demais municípios -317 -764 -20 -783 35 -1 065

1/ Inclui inform. do estado e de seus principais municípios. Dados preliminares.

2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos.3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário. 4/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhec. de dívidas e privatiz.

Fluxos acumulados no ano

Tabela 5.31 – Produção agrícola – Rio Grande do SulItens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Pesos1/ Produção2/ Variação %

2014 2015 2015/2014

Grãos 74,8 28 799 33 061 14,8

Soja 40,2 13 041 15 700 20,4

Arroz 17,7 8 241 8 679 5,3

Milho 8,2 5 390 5 634 4,5

Trigo 7,0 1 671 2 395 43,4

Feijão 0,7 111 96 -13,8

Outras lavouras

Fumo 10,0 413 415 0,5

Mandioca 3,5 1 181 1 152 -2,5

Uva 2,1 813 876 7,8

Maçã 1,6 690 599 -13,3

Fonte: IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2013.

2/ Estimativa segundo o LSPA de setembro de 2015.

55

85

115

145

10

30

50

70

90

Set2012

Jan2013

Mai Set Jan2014

Mai Set Jan2015

Mai Set

Arroz Soja TrigoMilho Feijão

Arroz, soja, trigo e milho Feijão

Gráfico 5.22 – Preços médios mensais pagos ao produtor – Rio Grande do Sul (R$/saca)

Fonte: Emater

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90 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

para a Rússia10) e -2,6%, respectivamente, de acordo com o MDIC, no período.

A produção gaúcha de leite (14,0%, em média, do total nacional), aumentou 1,9% no primeiro semestre de 2015, em relação a igual período de 2014, de acordo com o IBGE. O preço do produto recuou 6,7% nos nove primeiros meses do ano, segundo a Emater/RS.

O VBP real da pecuária, considerado o IGP-DI como deflator, deverá recuar 0,7% em 2015, de acordo com estimativa realizada pelo Mapa em setembro. Estão projetados aumentos nos VBPs de bovinos (8,5%) e ovos (2,7%), e reduções respectivas de 5,6%, 3,3% e 0,5% nos do leite, frango e suínos.

A produção da indústria gaúcha recuou 3,0% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando contraíra 1,6%, nesse tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados da PIM-PF Regional do IBGE (veículos automotores, -16,1%; máquinas e equipamentos, -8,8%). Ressalte-se o aumento de 78,6% na produção de celulose, papel e produtos de papel, favorecido pela ampliação da fábrica Celulose Riograndense.

Considerados períodos de doze meses, a produção da indústria recuou 7,4% em agosto, ante 7,9% em maio. Houve retrações em dez das quatorze atividades pesquisadas, mais intensas no setor metal-mecânico (máquinas e equipamentos, -20,2%; metalurgia, -17%; e veículos automotores, -16%). A produção de celulose, papel e produtos de papel cresceu 12,3%, no período.

O Índice de Desempenho Industrial (IDI) recuou 3,1% no trimestre encerrado em agosto, em relação ao finalizado em maio, quando decrescera 1,3%, no mesmo tipo de comparação, conforme dados dessazonalizados da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). A retração do IDI refletiu decréscimos em todos os componentes, em especial no faturamento real (5,6%). O índice recuou 7,0% no intervalo de doze meses até agosto.

O Icei atingiu média de 37,1 pontos no terceiro trimestre de 2015, segundo a Fiergs (39 pontos no segundo e 43 pontos em igual trimestre de 2014), indicando pessimismo dos empresários gaúchos pelo sexto trimestre em sequência. O Icei da indústria da construção atingiu 35,4 pontos no período, recuando 2,3 pontos no trimestre e 7,6 pontos em

Tabela 5.32 – Indicadores da pecuária – Rio Grande do SulAgosto de 2015

Variação % no ano

Discriminação Produção Exportações Preços

(kg) (R$)

Abates1/

Bovinos -14,0 -6,1 20,9

Suínos -4,9 40,3 7,4

Aves2/ 0,1 -2,6 4,3

Leite3/ 1,9 - -6,7

Fonte: Emater/RS, IBGE, Iepe, Mapa e MDIC

1/ Número de animais.

2/ Os preços correspondem aos praticados no varejo.

3/ Litros. Produção até junho/2015. Preços até setembro/2015.

40

60

80

100

120

140

Ago2012

Dez Abr2013

Ago Dez Abr2014

Ago Dez Abr2015

Ago

Bovinos Aves Suínos

Gráfico 5.23 – Abates de animais – Rio Grande do SulMédia móvel trimestral

Fonte: Mapa

2010 = 100

87

92

97

102

107

112

Mai2012

Ago Nov Fev2013

Mai Ago Nov Fev2014

Mai Ago Nov Fev2015

Mai Ago

Brasil RS

Gráfico 5.24 – Produção industrial – Rio Grande do SulDados dessazonalizados – Média móvel trimestral 2012 = 100

Fonte: IBGE

Tabela 5.33 – Produção industrial – Rio Grande do Sul

Geral e atividades selecionadas

Variação % no período

Setores Pesos1/ 2015

Mai2/ Ago2/ 12 meses

Indústria geral 100,0 -1,6 -3,0 -7,4

Produtos alimentícios 16,4 0,7 1,7 -0,3

Veículos automotores 13,8 7,5 -16,1 -16,0

Máquinas e equipamentos 12,0 -3,7 -8,8 -20,2

Outros produtos químicos 10,3 0,9 -2,0 2,3

Artef. couro e calçados 8,9 -2,1 -1,1 -1,5

Produtos de metal 8,5 -3,3 -3,3 -10,7

Prod. borracha e plástico 5,0 -1,4 -1,9 -7,1

Fonte: IBGE

1/ Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE.

2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados

dessazonalizados.

10/ Em maio, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) concedeu o certificado de zona livre da peste suína clássica para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 91

doze meses. A retração na margem repercutiu decréscimos respectivos de 2,7 pontos e de 1,6 ponto nos componentes que avaliam as expectativas e as condições atuais.

A taxa de velocidade das vendas de imóveis novos em Porto Alegre, razão entre as vendas e a oferta, atingiu 11,0% no trimestre encerrado em julho, ante 6,1% em igual período de 2014, segundo a Pesquisa do Mercado Imobiliário de Porto Alegre (Sinduscon-RS). O aumento decorreu de variações de 34,1% na comercialização de imóveis novos e de -29,6% na oferta.

As vendas de ônibus e caminhões totalizaram cinco mil unidades nos nove primeiros meses de 2015, segundo a Fenabrave. A redução de 38,4% em relação a igual período de 2014 repercutiu, em especial, a retração de 41,5% nas vendas de caminhões.

A balança comercial do Rio Grande do Sul foi superavitária em US$5,8 bilhões nos nove primeiros meses de 2015 (US$3,4 bilhões em igual período de 2014), de acordo com o MDIC. As exportações totalizaram US$13,6 bilhões e as importações, US$7,7 bilhões, contraindo 8,1% e 31,9%, na ordem, no período.

A evolução das exportações refletiu variações de -17,5% nos preços e de 11,4% no quantum. Os embarques de produtos básicos, que representaram 54,7% do total, recuaram 9,1% (milho, -76,4%; fumo, -15,4%; soja, -9,8%); os de produtos manufaturados, 7,6% (óleos combustíveis, -96,9%; máquinas agrícolas, -30,2%); e os de semimanufaturados, 3,6% (couros e peles, -17,1%).

As exportações direcionadas à China, Argentina e EUA representaram, em conjunto, 44,3% das vendas externas do estado no período, com variações respectivas de 1,0%, -8,6% e -14,4%, em relação a igual intervalo de 2014.

A trajetória das importações refletiu recuos de 16,0% no quantum e de 18,9% nos preços. As aquisições de matérias-primas e produtos intermediários (47,3% do total) decresceram 26,9% (naftas, -39,7%; partes e peças para veículos; -21,2%; adubos e fertilizantes, -16,8%); as de bens de capital, 21,2% (veículos de carga, -24,6%); as de combustíveis, 51,0%; e as de bens de consumo, 29,7% (automóveis, -50,3%).

As importações provenientes da Argentina, China e EUA representaram, em conjunto, 40,2% das compras do estado nos nove primeiros meses do ano, com variações

Tabela 5.34 – Indicadores da produção industrial –

Rio Grande do Sul

Variação %

Discriminação 2015

Mai2/ Ago2/ 12 meses

IDI -1,3 -3,1 -7,0

Compras industriais 1,0 -2,5 -14,5

Faturamento -2,2 -5,6 -7,3

Emprego industrial -1,6 -2,7 -5,2

Horas trabalhadas -2,6 -1,5 -6,6

Massa salarial -3,1 -3,1 -4,5

Nuci1/ 79,5 78,9 79,5

Fonte: Fiergs

1/ Percentual médio de utilização.2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados dessazonalizados pelo BCB.

Tabela 5.35 – Exportação por fator agregado – FOB

Janeiro-setembro

US$ milhões

Discriminação Rio Grande do Sul Brasil

2014 2015 Var. % Var. %

Total 14 770 13 567 -8,1 -16,8

Básicos 8 164 7 425 -9,1 -22,3

Industrializados 6 605 6 143 -7,0 -11,2

Semimanufaturados 954 920 -3,6 -8,4

Manufaturados1/ 5 651 5 223 -7,6 -12,2

Fonte: MDIC/Secex

1/ Inclui operações especiais.

60

80

100

120

30

40

50

60

Jun2013

Set Dez Mar2014

Jun Set Dez Mar2015

Jun Set

Índice de Confiança do Empresário Industrial

Índice de Confiança do Empresário do Comércio (eixo da dir.)

Fontes: Fiergs e Fecomércio

Linha de confiança

Gráfico 5.25 – Confiança do empresariado –Rio Grande do SulEm pontos

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92 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

respectivas de -32,0%, -3,1% e -16,6%, em relação ao mesmo período de 2014.

A variação do IPCA da RMPA atingiu 1,66% no terceiro trimestre de 2015 (2,34% no segundo). Houve desaceleração dos preços livres, de 2,13% para 1,70%, e dos monitorados, de 2,99% para 1,54% (energia elétrica residencial, -0,40%; gasolina, -0,38%).

A variação dos preços livres repercutiu desaceleração dos preços dos bens comercializáveis, de 2,83% para 1,74% (vestuário, -1,19%; leites e derivados, -0,36%; carnes, 4,37%), e aceleração dos preços dos bens não comercializáveis, de 1,46% para 1,65% (frutas, 16,12%; alimentação fora do domicílio, 1,53%; tubérculos, 11,79%).

O índice de difusão registrou média de 61% no terceiro trimestre de 2015 (61,8% no segundo e 53,6% em igual período de 2014).

Considerados intervalos de doze meses, o IPCA da RMPA variou 10,49% em setembro, reflexo de aumentos de 16,58% nos preços monitorados e de 8,69% nos livres (9,36%, 15,91% e 7,42%, respectivamente, em junho).

As perspectivas para a economia do estado, no curto prazo, incorporam o cenário de menor dinamismo do mercado de crédito, distensão no mercado de trabalho e reduzido patamar de expectativas de consumidores e empresários, sobre as decisões de consumo e investimento. Ressalte-se que esse ambiente deverá ser atenuado, nos próximos trimestres, pelo impacto da depreciação cambial sobre as exportações e sobre segmentos correlacionados da cadeia produtiva, e, de maneira mais ampla, pelos efeitos das medidas de ajuste macroeconômico em curso no país.

Tabela 5.36 – Exportações por principais setores

do Rio Grande do Sul: Janeiro-setembro

Discriminação Valor (US$milhões)

2014 2015 Var. %

Agricultura e pecuária 4 275 3 938 -7,9

Indústria de transformação1/ 10 475 9 613 -8,2

Alimentos e bebidas 3 135 2 908 -7,2

Produtos químicos 1 508 1 406 -6,8

Fumo 1 387 1 171 -15,6

Calçados e couros 839 722 -13,9

Veículos 689 673 -2,3

Máquinas e equipamentos 787 637 -19,1

Outros equipamentos de transporte 21 409 1847,6

Produtos de metal 289 292 1,0

Borracha e plástico 270 240 -11,1

Coque, refino de petróleo,

combustíveis nucleares e álcool 597 231 -61,3

Fonte: MDIC/Secex

1/ Itens selecionados.

Tabela 5.37 – Importação por categoria de uso – FOB

Janeiro-setembro

US$ milhões

Discriminação Rio Grande do Sul Brasil

2014 2015 Var. % Var. %

Total 11 329 7 719 -31,9 -23,0

Bens de capital 2 304 1 816 -21,2 -17,5

Matérias-primas 4 992 3 647 -26,9 -19,1

Bens de consumo 1 311 922 -29,7 -16,0

Duráveis 964 599 -37,9 -21,6

Não duráveis 347 323 -6,9 -9,7

Combustíveis e lubrificantes 2 722 1 334 -51,0 -46,2

Fonte: MDIC/Secex

Tabela 5.38 – IPCA – RMPA

Variação % trimestral

Discriminação Pesos1/ 2014 2015

IV Tri I Tri II Tri III Tri

IPCA 100,0 1,94 4,19 2,34 1,66

Livres 75,9 1,73 2,87 2,13 1,70

Comercializáveis 37,4 1,25 2,32 2,83 1,74

Não comercializáveis 38,5 2,19 3,40 1,46 1,65

Monitorados 24,1 2,67 8,58 2,99 1,54

Principais itens

Alimentação 26,1 2,38 3,88 2,54 2,40

Habitação 14,6 3,39 11,40 1,64 2,44

Artigos de residência 4,8 0,46 1,39 2,65 2,80

Vestuário 6,3 2,45 -1,13 3,33 -1,19

Transportes 18,2 2,16 4,87 2,01 1,01

Saúde 11,1 0,77 1,83 3,31 2,02

Despesas pessoais 10,7 1,61 3,25 3,17 1,31

Educação 4,4 0,40 5,87 0,12 1,58

Comunicação 3,7 0,33 -1,97 0,62 0,21

Fonte: IBGE

1/ Referentes a setembro de 2015.

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 93

6Inferências nacionais a partir dos indicadores regionais

O IBC-BR recuou 1,4% no trimestre encerrado em agosto (Tabela 6.1), em relação ao terminado em maio, segundo dados dessazonalizados. A atividade econômica mostrou retração em todas as regiões, ressaltando-se as reduções do IBCR nas regiões Sul (2,8%) e Norte (1,5%), influenciadas, principalmente, pelo desempenho negativo das vendas do comércio e da produção industrial. No Centro-Oeste, a contração foi menos intensa (0,6%), em parte, pelo crescimento da produção industrial.

As vendas do comércio ampliado diminuíram 2,7% no trimestre até agosto, em relação ao encerrado em maio, quando haviam recuado 3,9%, de acordo com dados dessazonalizados (Tabela 6.2). Houve redução da atividade varejista em todas as regiões, com destaque para as observadas no Sul (4,2%), Norte (3,8%) e Nordeste (3,7%). O resultado no Sul refletiu, em especial, os recuos nas vendas de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (8,4%) e de veículos (5,1%).

O comércio varejista, que exclui a comercialização de veículos e de material para a construção civil, recuou 2,8% no país (-2,3% no trimestre finalizado em maio), com reduções generalizadas nas regiões (Tabela 6.2). Ressaltam-se, no Nordeste, as menores vendas de móveis e eletrodomésticos e de tecidos, vestuário e calçados.

O volume de serviços recuou 3,3% no trimestre encerrado em agosto, relativamente ao mesmo período do ano anterior, com retração em todas as regiões (Tabela 6.3). Destaque para o desempenho negativo no Nordeste, onde a redução de 5,9% foi impactada, especialmente, pelos segmentos serviços profissionais, administrativos e complementares, serviços de informação e comunicação e serviços prestados às famílias. A menor retração ocorrida no Centro-Oeste decorreu, em parte, do crescimento do volume de serviços relativos ao Distrito Federal, com destaque para transportes e correio e atividades turísticas.

Tabela 6.2 – Índice de volume de vendas

Brasil e regiões1/

Variação percentual

Discriminação 2014 2015

Ago Nov Fev Mai Ago

Comércio varejista

Brasil -0,9 2,1 -1,5 -2,3 -2,8

Norte 0,1 4,5 -4,6 -1,2 -3,6

Nordeste -1,1 2,4 -3,4 -2,3 -3,7

Centro-Oeste -2,5 2,5 -4,5 -2,6 -1,3

Sudeste -0,6 1,6 -0,9 -2,5 -2,0

Sul 0,3 1,6 -1,4 -1,6 -2,7

Comércio ampliado

Brasil -2,9 2,3 -3,0 -3,9 -2,7

Norte -0,2 4,1 -6,2 -2,7 -3,8

Nordeste -1,7 3,0 -4,8 -3,3 -3,7

Centro-Oeste -3,3 1,9 -5,7 -4,3 -2,2

Sudeste -3,0 1,6 -2,5 -3,5 -1,5

Sul -2,4 4,6 -5,1 -4,2 -4,2

Fonte: IBGE e BCB

1/ Variação do trimestre em relação ao anterior; séries com ajuste sazonal.

Tabela 6.1 – Índice de Atividade Banco Central – IBC

Brasil e regiões1/

%

Discriminação 2014 2015

Ago Nov Fev Mai Ago

Brasil -0,7 0,6 -1,2 -1,8 -1,4

Norte -1,6 0,8 -0,3 -1,5 -1,5

Nordeste -1,6 0,6 -1,6 -0,2 -0,9

Centro-Oeste -0,7 0,5 0,2 -0,7 -0,6

Sudeste -0,7 0,2 -0,2 -1,3 -0,8

Sul -1,0 2,1 -1,2 -0,1 -2,8

1/ Variação do trimestre em relação ao anterior; séries com ajuste sazonal.

O resultado nacional não representa necessariamente a média dos resultados

regionais.

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94 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

O saldo das operações de crédito acima de R$1 mil totalizou R$3.060 bilhões em agosto, destacando-se que o aumento trimestral de 1,6% repercutiu, em especial, as elevações respectivas de 2,0% e 2,1% registradas no Centro-Oeste e Sudeste (Tabela 6.4). Houve crescimento mais expressivo na carteira de pessoas físicas, com ênfase no Nordeste, impulsionado pelas modalidades crédito consignado e financiamento de veículos; e no Centro-Oeste, pelas modalidades crédito rural, financiamento imobiliário e crédito consignado. No segmento de pessoas jurídicas, ressalta-se o crescimento no Sudeste – influenciado pelos financiamentos a exportações e pelas operações do BNDES – e a contração no Sul, decorrente, sobretudo, de recuos nas contratações da indústria de transformação e do segmento serviços industriais e de utilidade pública. Considerando período de doze meses, a expansão do estoque de crédito atingiu 9,7%, em agosto.

A inadimplência das operações de crédito no Sistema Financeiro Nacional atingiu 3,0% em agosto (Tabela 6.5). O aumento de 0,1 p.p. no trimestre decorreu de incrementos de 0,2 p.p. no segmento de pessoas jurídicas (1,4 p.p. no Norte e estabilidade no Sudeste) e de 0,1 p.p. no de pessoas físicas (0,2 p.p. no Centro-Oeste e estabilidade no Norte). As taxas de inadimplência, em agosto, das operações a pessoas físicas e às empresas atingiram 3,7% e 2,4%, respectivamente.

O mercado de trabalho segue apresentando distensão, em linha com o processo de ajuste macroeconômico em curso no país. Nesse contexto, houve eliminação de 355,6 mil postos de trabalho no trimestre finalizado em agosto (criação de 138,6 mil no mesmo período do ano anterior), com reduções em todas as regiões do país (Tabela 6.6). Esse movimento foi mais intenso no Sudeste e no Sul, especialmente na indústria de transformação e na construção. O Centro-Oeste registrou o menor corte de empregos formais (5,3 mil) no trimestre, resultado favorecido pela criação de vagas na agropecuária.

A taxa de desemprego atingiu 7,3% no trimestre finalizado em agosto, ante 4,9% em igual período de 2014, segundo a PME do IBGE (Tabela 6.7), reflexo de redução de 1,4% da População Ocupada (PO) e expansão de 1,6% da PEA. O desemprego, no período, aumentou em todas as regiões pesquisadas: Nordeste (2,8 p.p.); Sudeste (2,4 p.p.) e Sul (1,7 p.p.).

O superavit primário dos governos dos estados, das capitais e dos principais municípios atingiu R$29,3 bilhões no primeiro semestre, ante R$21,3 bilhões em igual

Tabela 6.4 – Operações de crédito do SFN1/

Agosto de 2015

R$ bilhões

Discriminação Saldo Variação percentual (%)

PJ PF Total Trimestre 12 meses

PJ PF Total PJ PF Total

Brasil 1 609 1 451 3 060 1,5 1,7 1,6 9,0 10,4 9,7

Norte 46 70 116 0,1 2,3 1,4 1,0 12,2 7,5

Nordeste 170 227 397 -0,1 2,5 1,3 4,8 12,8 9,3

Centro-Oeste 140 182 322 1,8 2,5 2,2 13,3 13,3 13,3

Sudeste 998 682 1 680 2,5 1,4 2,1 11,5 8,6 10,3

Sul 254 291 545 -1,3 1,3 0,1 2,3 10,4 6,5

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

Tabela 6.5 – Inadimplência do crédito do SFN1/

Agosto de 2015

Discriminação Inadimplência Variação em p.p.

PJ PF Total Trimestre 12 meses

PJ PF Total PJ PF Total

Brasil 2,4 3,7 3,0 0,2 0,1 0,1 0,4 -0,1 0,2

Norte 4,7 4,4 4,5 1,4 -0,0 0,5 1,8 -0,3 0,6

Nordeste 3,3 4,4 3,9 0,1 0,1 0,1 0,8 -0,3 0,2

Centro-Oeste 2,6 3,2 2,9 0,3 0,2 0,3 0,3 0,1 0,2

Sudeste 2,0 3,9 2,8 0,0 0,1 0,0 0,2 -0,1 0,0

Sul 2,8 2,8 2,8 0,3 0,1 0,2 0,7 -0,0 0,3

1/ Operações com saldo superior a R$1 mil com pelo menos uma parcela em

atraso superior a 90 dias.

Tabela 6.6– Geração de postos de trabalho1/

Mil

Discriminação 2014 2015

Ago Nov Fev Mai Ago

Brasil 138,6 101,9 -639,7 -194,1 -355,6

Norte 24,0 -3,4 -46,9 -22,5 -12,4

Nordeste 47,5 82,8 -110,6 -98,4 -42,9

Centro-Oeste 21,9 -18,0 -57,8 3,9 -5,3

Sudeste 48,0 -11,2 -355,6 -66,1 -191,4

Sul -2,9 51,7 -68,9 -11,0 -103,6

Fonte: MTE

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês indicado.

Tabela 6.3 –Volume de serviços

Brasil e regiões1/

%

Discriminação 2014 2015

Ago Nov Fev Mai Ago

Brasil 1,7 2,0 -2,0 -1,2 -3,3

Norte -1,1 1,5 -3,7 -2,8 -2,8

Nordeste 0,3 3,4 -0,9 -2,5 -5,9

Centro-Oeste 5,4 3,0 -3,6 -4,3 -1,2

Sudeste 1,7 1,7 -1,9 -0,3 -3,2

Sul 1,7 2,3 -2,4 -3,6 -3,2

Fonte: IBGE e BCB

1/ Variação do trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 95

período de 2014 (Tabela 6.8). Houve melhora do resultado primário em todas as regiões, destacando-se os observados no Nordeste (R$3,1 bilhões) e Sudeste (R$2,7 bilhões).

A produção nacional de grãos deverá atingir 210 milhões de toneladas em 2015, de acordo com o LSPA do IBGE divulgado em outubro (Tabela 6.9). O crescimento anual de 8,8% repercute aumentos nas safras em todas as regiões, com destaque para o registrado para o Norte (21,5%), impactado favoravelmente por aumentos nas colheitas de milho, arroz e soja. O desempenho no Centro-Oeste, com participação de 37,4% no valor da produção, reflete, em especial, os aumentos projetados para as safras de soja, milho e feijão. No Sul, com 40,4% do valor da produção, o crescimento deve ser sustentado pelo desempenho de soja e trigo.

A produção industrial recuou 2,3% no trimestre encerrado em agosto, relativamente ao finalizado em maio, terceira retração consecutiva nessa base de comparação, de acordo com dados dessazonalizados (Tabela 6,10). A redução da produção abrange todas as regiões, exceto o Centro-Oeste, onde o aumento da atividade fabril foi favorecido pelo desempenho da indústria alimentícia, que representa cerca de 50% da produção industrial local.

A retração da produção da indústria no Sul se intensificou no período analisado, destacando-se os decréscimos nas atividades de materiais elétricos, máquinas e equipamentos, e veículos automotores. No Sudeste, principal região industrial do país, a contração de 2,4% na produção refletiu, principalmente, os recuos nas indústrias de equipamentos de informática, produtos elétricos e ópticos (20,6%) e de veículos automotores (10,6%).

A balança comercial registrou superavit de US$10,2 bilhões nos nove primeiros meses do ano (deficit de US$0,7 bilhão em igual período de 2014), resultado de reduções de 16,8% nas exportações e de 20,3% nas importações (Tabela 6.11). Entre as regiões, o desempenho do comércio exterior do Sul contribuiu de forma mais significativa para a recuperação da balança comercial do país, destacando-se o impacto do recuo das importações de combustíveis e lubrificantes. No Sudeste e no Nordeste houve redução dos deficit, em cenário de reduções nas aquisições externas – em especial de combustíveis e lubrificantes – em maior intensidade do que a retração das exportações. Assinale-se, ainda, que a redução do superavit no Norte e no Centro-Oeste repercutiu, principalmente, o impacto da redução nos preços de importantes commodities das respectivas pautas.

Tabela 6.7 – Taxa de desemprego

%

Discriminação1/ 2014 2015

Ago Nov Fev Mai Ago

Brasil 4,9 4,8 5,2 6,4 7,3

Nordeste 8,0 8,2 8,1 10,0 10,8

Sudeste 4,3 4,1 4,7 5,8 6,8

Sul 4,2 4,6 4,0 5,2 5,9

Fonte: IBGE

1/ Média do trimestre encerrado no mês.

Tabela 6.8 – Necessidades de financiamento

de estados e municípios1/

R$ milhões

Região

2014 2015

Jan-jun Jan-jun

Norte -1 186 -1 341

Nordeste -2 793 -5 933

Centro-Oeste -1 998 -2 324

Sudeste -12 481 -15 158

Sul -2 925 -4 604

Total -21 383 -29 360

1/ Inclui informações dos estados e de seus principais municípios.

(-) superavit (+) deficit

Resultado primário

Tabela 6.9 – Estimativa da produção anual de grãos1/

Brasil e regiões

Em milhões de toneladas

Discriminação Peso2/ Variação %

2014 2015 2015/2014

Brasil 100,0 193,3 210,3 8,8

Norte 3,2 5,9 7,2 21,5

Nordeste 8,8 15,7 17,3 9,6

Centro-Oeste 37,4 83,0 89,6 8,0

Sudeste 10,3 17,9 18,8 4,7

Sul 40,4 70,7 77,6 9,6

Fonte: IBGE

1/ Cereais, leguminosas e oleaginosas.

2/ Participação no valor da produção nacional de cereais, leguminosas e

oleaginosas – PAM 2013.

3/ Estimativa segundo o LSPA de setembro de 2015.

Produção3/

Tabela 6.10 – Produção física da indústria

Brasil e regiões1/

%

Discriminação Peso2/ 2014 2015

Ago Nov Fev Mai Ago

Brasil 100,0 -1,6 0,0 -3,7 -1,9 -2,3

Norte 5,9 -4,2 0,6 0,4 -2,7 -2,7

Nordeste 9,5 -3,6 1,4 -4,6 2,7 -0,9

Centro-Oeste 3,5 1,8 0,7 -4,3 -0,6 1,5

Sudeste 62,7 -0,7 -1,9 -3,2 -2,0 -2,4

Sul 18,5 -2,1 2,6 -6,3 -1,4 -2,9

Fontes: IBGE e BCB1/ Variação do trimestre em relação ao anterior; séries com ajuste sazonal.2/ Participação no Valor da Transformação Industrial (VTI), segundo a PIA 2010.

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96 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

A inflação, medida pelo IPCA do IBGE, atingiu 1,39% no terceiro trimestre do ano (2,26% no segundo trimestre), conforme Tabela 6.12. A desaceleração refletiu menor inflação em todas as regiões, com taxas variando de 0,38%, no Norte, a 1,78%, no Sul. Houve desacelerações dos preços livres e dos preços monitorados.

Considerados períodos de doze meses, o IPCA variou 9,49% em setembro, repercutindo variações de 7,48% nos preços livres e de 16,34% nos monitorados. Em termos regionais, a variação acumulada do IPCA situou-se no intervalo de 8,13%, no Norte, a 10,8%, no Sul.

Em resumo, a atividade econômica seguiu em trajetória declinante no país no início do segundo semestre, refletindo, sobretudo, os desempenhos negativos da indústria, das vendas do comércio e do setor de serviços, com impactos relevantes sobre o mercado de trabalho. As perspectivas de recuperação da atividade econômica dependem fundamentalmente da reversão da confiança de consumidores e empresários nos próximos trimestres, que tende a ser favorecida pelos efeitos das medidas de ajuste macroeconômico encaminhadas. Adicionalmente, a mudança de patamar da taxa de câmbio deverá seguir favorecendo as regiões onde há maior representatividade das exportações na economia, em especial Centro-Oeste e Sul, com desdobramentos positivos sobre os respectivos mercados de trabalho.

Tabela 6.12 – IPCA

Variação trimestral1/

%

Discriminação Peso 2014 2015

Set Dez Mar Jun Set

IPCA

Brasil 100,0 0,83 1,72 3,83 2,26 1,39

Norte 4,2 1,43 2,06 2,69 2,80 0,38

Nordeste 14,8 0,61 1,33 3,26 2,75 1,03

Centro-Oeste 7,1 0,82 2,57 3,53 1,73 1,42

Sudeste 57,6 0,86 1,68 4,06 2,01 1,44

Sul 16,3 0,83 1,76 4,13 2,73 1,78

Livres

Brasil 0,69 1,77 2,47 1,98 1,06

Norte 0,42 2,53 1,93 2,33 0,08

Nordeste 0,45 1,41 2,68 2,23 0,99

Centro-Oeste 0,80 2,55 1,91 1,93 0,75

Sudeste 0,87 1,74 2,50 1,75 1,04

Sul 0,42 1,71 2,62 2,44 1,57

Monitorados

Brasil 1,31 1,54 8,45 3,15 2,43

Norte 5,41 0,34 5,59 4,50 1,45

Nordeste 1,20 1,02 5,44 4,68 1,17

Centro-Oeste 0,90 2,62 8,98 1,09 3,53

Sudeste 0,81 1,49 9,11 2,81 2,65

Sul 2,29 1,93 9,39 3,68 2,49

Fonte: IBGE e BCB

1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês indicado.

Tabela 6.11 – Balança comercial regional – FOB

Janeiro-Setembro

US$ bilhões

Região

2014 2015 2014 2015 2014 2015

Total 173,6 144,5 174,4 134,3 -0,7 10,2

Norte 13,6 10,1 11,7 8,9 2,0 1,3

Nordeste 12,1 10,8 21,4 17,2 -9,4 -6,4

Centro-Oeste 22,3 18,1 9,8 7,3 12,5 10,7

Sudeste 88,1 71,0 94,8 73,0 -6,7 -2,1

Sul 34,6 31,1 36,5 27,7 -1,9 3,4

Outros1/ 3,0 3,4 0,1 0,1 2,8 3,3

Fonte: MDIC/Secex1/ Referem-se a operações não classificadas regionalmente.

Exportações Importações Saldo

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 97

O objetivo deste boxe é analisar a evolução da economia de Goiás no período de 2004 a 2014, identificar as principais especificidades de sua cadeia produtiva e comparar sua trajetória com a da economia brasileira.

O Produto Interno Bruto (PIB) de Goiás cresceu, em média, 4,8% a.a. de 2005 a 2014, ante aumento médio de 3,4% a.a. do indicador nacional (Gráfico 1). Nesse contexto, a participação do PIB goiano no PIB do Brasil passou de 2,5%, em 2004, para 2,8% em 20121, último dado divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e sua representatividade no PIB do Centro-Oeste aumentou de 27,2% para 28,8%, situando-se em patamar inferior à do Distrito Federal (39,8%) e superior às de Mato Grosso (18,8%) e do Mato Grosso do Sul (12,7%). Ressalte-se que o desempenho econômico do estado foi sustentado, em especial, pelas trajetórias do comércio, da indústria de transformação – com destaque para as indústrias de biocombustíveis, alimentos e vestuário – e do setor de outros serviços, impulsionado pelos segmentos transportes e prestadoras de serviços a empresas. O PIB de Goiás cresceu 0,5% no período de doze meses encerrado em junho de 2015, contrastando com a retração de 1,2% registrada no indicador nacional.

O maior dinamismo da atividade econômica em Goiás, em relação à média do país, também é evidenciado pelas trajetórias do Índice de Atividade Econômica Regional (IBCR-GO) e do Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil (IBC-Br)2. Nesse sentido, repercutindo, em grande parte, o

Estrutura Produtiva e Desempenho Recente da Economia de Goiás

1/ O IBGE divulgou as contas regionais até 2012. Estatísticas posteriores para Goiás foram estimadas pelo Instituto Mauro Borges, do Governo do Estado de Goiás e incluem apenas taxas de crescimento real. A ausência de valores nominais impede o cálculo de comparações entre os agregados do estado e do país.

2/ Calculados pelo Banco Central.

-2

0

2

4

6

8

10

2003 2005 2007 2009 2011 2013 2015*Brasil Goiás

Gráfico 1 – Produto Interno Bruto – PIB%

* Acumulado em doze meses até junho.Fonte: IBGE, Instituto Mauro Borges - Segplan/GO.

-4

-2

0

2

4

6

8

10

Dez2004

Dez2005

Dez2006

Dez2007

Dez2008

Dez2009

Dez2010

Dez2011

Dez2012

Dez2013

Dez2014

IBC-Br IBCR-GO

Gráfico 2 – Índice de Atividade Econômica do Banco CentralVariação % acumulada em 12 meses

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crescimento mais intenso do comércio e da indústria associada à cadeia de valor da agropecuária, o IBCR-GO variou, em média, 3,6% a.a. de 2004 a agosto de 2015, comparativamente a aumento médio de 2,8% a.a. registrado pelo IBC-Br (Gráfico 2). Ressalte-se que o indicador de Goiás mostra menor volatilidade do que o nacional, trajetória compatível com a maior representatividade da agropecuária na economia local. Nesse contexto, após registrarem valores máximos respectivos de 7,4% em setembro de 2008 e de 8,8% em novembro de 2010, as variações em doze meses do IBCR-GO e do IBC-Br atingiram, na ordem, -0,7% e -2,2%, em agosto de 2015.

A comparação entre o Valor Adicionado Bruto (VAB) da economia de Goiás e do Brasil evidencia a importância da agropecuária no estado, que detém participação de 13,2% no VAB, ante 5,3% em âmbito nacional (Gráfico 3).

Note-se que, além da agropecuária, as atividades indústria de transformação, construção civil, Serviços Industriais de Utilidade Pública (SIUP) e comércio registraram, em 20123, participações mais elevadas na estrutura produtiva do estado em relação à do país. A comparação intertemporal mostra que, de 2004 a 2012, ocorreram, no estado, aumentos relevantes nas participações das atividades outros serviços (2,2 p.p.), indústria de transformação (1,9 p.p.) e comércio (1,6 p.p.), e recuos acentuados nas associadas à agropecuária (4,0 p.p.), SIUP (2,4 p.p.) e aluguéis (2,2 p.p.).

A participação da produção agrícola de Goiás no total nacional atingiu 7,7% em 2013, considerado

3/ Último dado divulgado pelo IBGE.

5,34,3

13,0

5,7

3,1

12,7

5,4

2,9

7,28,2

16,6 15,7

13,2

1,7

14,2

6,7

3,7

15,0

4,21,7

5,27,3

13,8 13,4

02468

1012141618

Agr

opec

uária

Indú

stria

extr

ativ

a

Indú

stria

tran

sfor

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ão

Con

stru

ção

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serv

iços

Brasil Goiás

Gráfico 3 - Valor Adicionado Bruto - VAB - 2012Distribuição %

Fonte: IBGE.

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 99

o valor da produção divulgado pela Produção Agrícola Municipal (PAM), do IBGE (Tabela 1). A participação média do estado no valor da produção agrícola nacional aumentou no período recente e registrou média de 6,5%, de 2004 a 2013 (média de 4,9% no decênio anterior). As lavouras temporárias predominam no estado e representaram 97,8% do valor da produção agrícola em 2013, destacando-se soja (40,5%); cana-de-açúcar, cultura que mais cresceu nos últimos dez anos, impulsionada pelo aumento da demanda por etanol (24,0%); milho (14,3%), tomate (5,9%), feijão (4,1%) e algodão (2,4%). Essas culturas foram responsáveis, em conjunto, por 91,5% do valor da produção agrícola do estado em 2013 e detiveram participações significativas nas safras do país, principalmente tomate (20,1%), feijão (10,6%), soja (10,5%) e cana-de-açúcar (10,1%).

A safra de grãos de Goiás deverá recuar 1,8% em 2015, situando-se em 19,4 milhões de toneladas (9,2% do total do país), de acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de setembro, do IBGE (Tabela 2). O resultado negativo, contrastando com a expansão projetada para o país, repercute, em especial, a estimativa de retração de 2,7% para a produção de soja, impactada pela estiagem na época da safra de verão. A colheita de milho deverá crescer 1,9%, impulsionada pelo aumento na área destinada ao plantio da safra de inverno e pela ocorrência de condições meteorológicas adequadas de fevereiro a abril. Em relação às demais culturas, destaque para as projeções de recuos para as de cana-de-açúcar (0,2%) e de tomate (8,7%).

O Valor Bruto da Produção4 (VBP) agropecuária de Goiás deverá recuar 3,6% em 2015, em relação ao ano anterior, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). As reduções mais significativas devem ocorrer nos VBP de soja, cana-de-açúcar e algodão, e os aumentos mais acentuados, nos VBP de bovinos, batata-inglesa e cebola.

Os rebanhos de bovinos, aves e de suínos de Goiás totalizaram, na ordem, 21,5 milhões, 69,6 milhões e 2,0 milhões de cabeças em 2014, segundo a Pesquisa Pecuária Municipal, do IBGE, com participações respectivas de 10,1%, 5,2% e 5,3% no

Tabela 2 – Produção agrícola – GoiásItens selecionados

Em mil toneladas

Discriminação Pesos1/ Produção Variação %

2014 2015 GO Brasil

Grãos 63,2 19 716 19 361 -1,8 8,8

Soja 40,5 8 873 8 631 -2,7 12,2

Milho 14,3 9 123 9 293 1,9 7,3

Feijão 4,1 313 318 1,4 -6,0

Algodão 2,4 161 102 -36,3 -3,8

Cana-de-açúcar 24,2 69 117 68 997 -0,2 2,9

Tomate 5,9 1 026 937 -8,7 1,1

Batata-inglesa 1,4 174 277 58,8 -2,2

Fonte: LSPA de setembro de 2015, do IBGE

1/ Por valor da produção – PAM 2013.

4/ O VBP foi estimado a partir do LSPA de agosto e dos preços médios recebidos pelos produtores em 2014 e 2015, corrigidos pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI).

Tabela 1 – Produção agrícola – Goiás

Participação das principais culturas1/

%

Descrição Na produção de GO Na produção do Brasil

2003 2013 2003 2013

Agricultura 100,0 100,0 6,0 7,7

Soja 51,4 40,5 10,8 10,5

Cana-de-açúcar 6,1 24,2 3,0 10,1

Milho 16,2 14,3 7,2 9,6

Tomate 2,9 5,9 11,8 20,1

Feijão 6,6 4,1 10,0 10,6

Algodão 6,2 2,4 13,9 6,3

Fonte: PAM 2013, do IBGE

1/ Por valor da produção.

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100 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

total nacional. Ressalte-se que essas participações registraram estabilidade e aumentos de 1,1 p.p. e de 0,8 p.p., respectivamente, nos últimos dez anos. Os abates de bovinos em estabelecimentos fiscalizados pelo SIF, após aumentarem em 2013 e 2014, impulsionados pela elevação das exportações para a Rússia, Hong Kong e Egito, recuaram 12,7% no período de doze meses encerrado em agosto de 2015, impactados, em especial, por restrições de oferta. Os abates de suínos e de aves aumentaram 1,3% e 10,5%, respectivamente, no período (Gráfico 4).

A indústria de Goiás cresceu acima da média nacional nos últimos dez anos. Nesse sentido, a produção industrial do estado aumentou 43,7% no período de doze meses encerrado em agosto de 2015, em relação a 2004 (crescimento de 9,3% em âmbito nacional), de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), do IBGE. A Pesquisa Industrial Anual-Empresa, do IBGE, indica que, considerando as indústrias de transformação, a participação goiana no Valor da Transformação Industrial (VTI) do país passou de 1,9%, em 2007, para 2,7% em 2013 (Tabela 3).

Essa evolução foi sustentada, em grande parte, pelo crescimento da indústria alimentícia – com destaque para a ampliação das instalações industriais de abates de aves e suínos e da indústria sucroalcooleira – cuja participação na indústria goiana aumentou de 40,4%, em 2007, para 47,3%, em 2013. No mesmo período, destacaram-se as elevações nas participações das indústrias de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis, de 3,0% para 6,9%; e de artigos de vestuário e acessórios, de 2,3% para 4,5%. Em sentido contrário, a participação da indústria extrativa goiana no VTI do estado recuou de 11,1% para 5,8%, no período.

As vendas do comércio mostraram, no período recente, maior dinamismo em Goiás do que em âmbito nacional, elevando-se 116,0% no intervalo de doze meses encerrado em agosto de 2015, em relação a 2004 (84,0% no país) de acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do IBGE (Gráfico 5 e Tabela 4). Destacaram-se os aumentos nas atividades veículos e motos, partes e peças (146,9%) e material de construção (68,9%), contrastando com o menor dinamismo das

Tabela 3 – Valor da Transformação Industrial (VTI)

Principais produtos conforme VTI – 2013

%

Seções e atividades Distrib. Represent.

da ind. na indústria

em GO nacional

Indústria extrativa 5,8 1,1

Extração de minerais não-metálicos 3,2 9,3

Indústria de transformação 94,2 2,7

Produtos alimentícios 47,3 8,0

Coque, derivados de petróleo e biocombustíveis 6,9 1,7

Produtos químicos 4,7 1,8

Artigos do vestuário e acessórios 4,5 5,1

Veículos automotores 4,3 1,2

Produtos de minerais não-metálicos 3,8 2,7

Produtos farmoquímicos e farmacêuticos 3,5 4,4

Máquinas e equipamentos 3,3 1,7

Metalurgia 3,2 1,7

Bebidas 3,0 2,5

Outros 9,7 0,9

Fonte: IBGE – Pesquisa Industrial Anual – Empresa

50

60

70

80

90

100

110

120

130

140

Jan2007

Jan2008

Jan2009

Jan2010

Jan2011

Jan2012

Jan2013

Jan2014

Jan2015

Bovinos Aves Suínos

Gráfico 4 – Abates de animais – GoiásMédia móvel 12 meses2012 = 100

Fonte: Mapa

80

100

120

140

160

180

200

220

240

260

Ago2004

Ago2005

Ago2006

Ago2007

Ago2008

Ago2009

Ago2010

Ago2011

Ago2012

Ago2013

Ago2014

Ago2015

Brasil Goiás

Gráfico 5 – Comércio ampliado1/

Índice de vendas – Média móvel trimestral2004 = 100

1/ Dados dessazonalizados

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 101

vendas de hiper e supermercados, relativamente à média nacional.

Ressalte-se que após apresentarem maior dinamismo até 2013, as vendas passaram a repercutir o cenário de piora nas condições de crédito e desaceleração do crescimento da massa de rendimento real.

A economia do estado registrava, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), 1.243 mil postos de trabalho formais em agosto de 2015, representando 3,1% do total de vagas do país, ante 3,0% ao final de 2004 (Tabela 5). Destacaram-se, no período, os aumentos nas participações dos contingentes de trabalhadores da indústria de transformação (0,8 p.p.) e do setor de serviços (2,6 p.p.), e o recuo de 1,2 p.p. no alocado na agropecuária. A economia goiana eliminou 27,5 mil postos de trabalho no intervalo de doze meses encerrado em agosto, 2,5% dos cortes registrados em âmbito nacional, dos quais 17 mil na construção civil e 10,6 mil na indústria de transformação (principalmente nas indústrias de biocombustíveis e frigoríficos).

O rendimento médio no estado era o décimo primeiro mais elevado entre as unidades da federação em 2003, situando-se em patamar 2,8% inferior à média do país, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE. Repercutindo o maior dinamismo da economia goiana, em relação à do país, observado no decênio posterior, o rendimento médio no estado tornou-se o oitavo maior em 2013, superando o do país em 4,1%.

Tabela 4 – Índice de vendas no varejo – Goiás

Evolução entre 2004 e 20151/

Variação %

Setores Goiás Brasil

Comércio ampliado 116,0 84,0

Veículos e motos, partes e peças 146,9 78,4

Material de construção 68,9 54,0

Combustíveis e lubrificantes 20,0 21,3

Hiper, supermercados 53,6 68,6

Tecidos, vestuário e calçados 64,4 41,8

Móveis e eletrodomésticos 169,6 161,0

Outros artig. de uso pessoal e dom. 246,8 209,9

Comércio varejista 97,6 89,1

Fonte: IBGE

1/ Doze meses encerrados em agosto de 2015

Tabela 5 – Quantidade de trabalhadores no regime CLT1/

Em milhares

Setores GO Brasil

2004 % Total 2015 % Total 2015/04 2004 % Total 2015 % Total 2015/04

Total 867,6 100,0 1 242,9 100,0 43,3 29 201,8 100,0 40 571,5 100,0 38,9

Ind. de transformação 172,8 19,9 257,5 20,7 49,0 6 611,6 22,6 7 936,9 19,6 20,0

Comércio 206,2 23,8 290,9 23,4 41,1 6 114,1 20,9 9 177,8 22,6 50,1

Serviços 299,5 34,5 460,9 37,1 53,9 11 666,2 40,0 17 393,8 42,9 49,1

Construção civil 67,8 7,8 88,1 7,1 29,9 1 978,7 6,8 2 887,4 7,1 45,9

Agropecuária 77,8 9,0 96,8 7,8 24,5 1 578,3 5,4 1 642,7 4,0 4,1

Outros2/ 43,4 5,0 48,7 3,9 12,1 1 252,9 4,3 1 532,9 3,8 22,4

Fonte: MTE/Caged

1/ Dados de 2004 se referem a dezembro, e os de 2015, a agosto.

2/ Inclui indústria extrativa mineral, serviços industriais de utilidade pública, administração pública e outros.

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Estatísticas mais recentes, divulgadas pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), ratificam a deterioração do mercado de trabalho evidenciada pelos dados do Caged (Tabela 6). Nesse sentido, a taxa de desocupação aumentou de 5,4%, no segundo trimestre de 2014, para 7,3%, no segundo trimestre de 2015 (6,8% para 8,3% no país); o rendimento médio real habitualmente recebido recuou 2,9%, no mesmo período, principalmente no segmento de serviços de alojamento e alimentação (aumento de 1,5% no Brasil); e a massa salarial decresceu 2,3%, com retrações acentuadas na construção civil e nos serviços de alojamento e alimentação (expansão de 1,6% no país).

A balança comercial de Goiás registrou superavit de US$2,6 bilhões em 2014, ante US$787 milhões em 2004, evolução decorrente de aumentos de 393,9% nas exportações e de 606,3% nas importações, que totalizaram US$7,0 bilhões e US$4,4 bilhões, respectivamente.

A participação das exportações do estado no total das vendas externas do Brasil aumentou de 1,5% para 3,1%, no período (Gráfico 6), evolução impulsionada, em grande parte, pela trajetória dos preços das commodities, que detém participação expressiva na pauta. Nesse sentido, as exportações de produtos básicos representaram 74,3% dos embarques de Goiás em 2014 (83,2% em 2004), concentrados em soja (24,3% do total do estado), em especial para a China; carne de bovinos (13,9%), principalmente para Rússia, Hong Kong, Egito e Irã; farelo de soja (8,7%), sobretudo para Holanda; e milho (7,9%), em grande parte para Vietnã, Coreia do Sul, Irã e Formosa. As exportações de produtos semimanufaturados representaram 21,4% das vendas externas de Goiás

Tabela 6 – Mercado de trabalhoSegundo trimestre

Discriminação Brasil Goiás

2014 2015 Var. % 2014 2015 Var. %

População ocupada – mil 92 052 92 211 0,2 3 170 3 197 0,9

População desocupada – mil 6 767 8 354 23,5 180 253 40,6

Força de trabalho – mil 98 819 100 565 1,8 3 350 3 450 3,0

Taxa de desocupação – % 6,8 8,3 1,5 5,4 7,3 2,0

Rendimento médio real – R$ 1 855 1 882 1,5 1 824 1 771 -2,9

Massa salarial real – R$ milhões 165 229 167 905 1,6 5 706 5 577 -2,3

Fonte: PNAD Contínua, do IBGE

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015*Exportações Importações

Gráfico 6 – Comércio exteriorParticipação % de Goiás

* Acumulado no ano até setembro.

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em 2014 (11,9% em 2004), impulsionadas pelas de ferro-ligas (8,6% do total do estado), açúcar de cana em bruto (6,1%) e couros e peles (3,4%), todas direcionadas em especial para a China. As exportações de manufaturados representaram 4,3% da pauta em 2014 (4,9% em 2004), concentrando-se em açúcar refinado, preparações e conservas de carne de peru, e gelatinas e colas para uso industrial.

A participação das importações de Goiás no total das compras externas do Brasil aumentou de 1,0%, em 2004, para 1,9%, em 2014 (Gráfico 6). Destaque para as aquisições de matérias-primas e produtos intermediários (45,5% do total do estado, ante 66,6% em 2004), em especial de acessórios de equipamento de transportes procedentes da Coreia do Sul, Japão e Tailândia; de produtos químicos e farmacêuticos, da China, Suíça, Estados Unidos da América (EUA) e Índia; e de matérias primas para agricultura, originárias do Canadá e Rússia. As importações de bens de consumo não-duráveis representaram 27,0% do total (5,1% em 2004), concentradas em produtos farmacêuticos, em especial da Alemanha, EUA, e Suíça; e as de bens de consumo duráveis, 15,1% (11,7% em 2004), destacando-se as de automóveis coreanos e japoneses.

A balança comercial de Goiás apresentou superavit de US$1,7 bilhão nos nove primeiros meses de 2015 (US$2,1 bilhões em igual período de 2014). As exportações atingiram US$4,4 bilhões e as importações, US$2,6 bilhões, recuando 20,6% e 21,3%, respectivamente, no período. O desempenho das exportações repercutiu recuos de 17,3% nos preços e de 3,9% no quantum, e o das importações, retrações respectivas de 9,9% e 12,6%.

As operações de crédito superiores a R$1 mil realizadas em Goiás somaram R$108,5 bilhões em agosto de 2015 (3,5% do total no país, ante 2,9% em dezembro de 2004), registrando aumento médio anual de 23,3% a.a., desde janeiro de 2004 (20,0% a.a. no país). O crescimento do saldo dessas operações de crédito vem desacelerando nos anos recentes, passando de 26,0% a.a., em 2011, para 14,6% a.a. em agosto de 2015 (Gráfico 8).

A carteira de pessoas físicas atingiu R$64,6 bilhões em agosto de 2015, representando 60,0% do

0

5

10

15

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25

30

35

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015*

Brasil Goiás

Gráfico 7 – Operações de crédito1/

Variação % no ano

* Variação acumulada em doze meses até agosto.1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.

33,1

13,6

18,3

11,8

7,3

32,2

27,8

12,410,0

5,8

0

5

10

15

20

25

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35

Imobiliário Rural Consignado Veículos Sem consig.

Brasil Goiás

Gráfico 8 – Crédito a PF por modalidadeParticipação no saldo – Agosto de 2015%

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total dos empréstimos, ante 47,0% em âmbito nacional (Gráfico 8). Essa diferença repercute, em especial, o elevado volume de crédito rural contratado, consistente com a participação acentuada da agropecuária na estrutura econômica do estado – essas operações representaram 27,8% do crédito concedido às pessoas físicas no estado, em agosto de 2015 (13,6% no país). Destaque, adicionalmente, para as operações de financiamento imobiliário, principal modalidade de crédito no estado, com participação de 32,2% na carteira de pessoas físicas (média nacional, 33,1%); e de crédito consignado e financiamento de veículos (12,4% e 10,0% da carteira, respectivamente, ante 18,3% e 11,8%, na ordem, no país). A participação da carteira de pessoas físicas de Goiás na correspondente do país passou de 4,6%, em janeiro de 2004, para 4,5%, em agosto de 2015.

A carteira de crédito a pessoas jurídicas somou R$43,9 bilhões em agosto de 2015, com participação de 40,0% no total do crédito contratado no estado5, ante 53,0% no país (Gráfico 9). Destacaram-se os financiamentos aos segmentos comércio, indústria de transformação6 e administração pública, com participações respectivas de 24,3%, 23,6% e 16,6% na carteira do segmento. Ressalte-se a maior participação no estado, em relação à observada em âmbito nacional, dos empréstimos ao comercio e à administração pública, contrastando com a menor representatividade das contratações da indústria de transformação e dos setores outros serviços e transportes. A carteira de crédito das empresas com sede em Goiás representou 2,7% do total da carteira de pessoas jurídicas no país em agosto de 2015 (1,6%, em janeiro de 2004).

A inadimplência nas operações de crédito superiores a R$1 mil realizadas em Goiás atingiu 3,27% em agosto de 2015 (3,01% no país). O indicador situou-se em 3,49% no segmento de pessoas físicas e em 2,93% no de pessoas jurídicas (3,67% e 2,42%, respectivamente, em âmbito nacional). A taxa aumentou 0,17 p.p. nos últimos doze meses, reflexo de acréscimos de 0,36 p.p. no segmento de pessoas jurídicas e de 0,03 p.p. no de pessoas físicas (variações respectivas de 0,15 p.p.; 0,39 p.p. e -0,12 p.p. no país).

5/ Se considerarmos o crédito destinado ao financiamento da atividade produtiva, ou seja, se incluirmos o crédito rural contratado pelas pessoas físicas, a proporção desse crédito será de 57% em Goiás, e 59% no Brasil.

6/ Os empréstimos para as indústrias de alimentos e bebidas, biocombustíveis, sucroalcooleiras, fabricação de veículos, e farmacêuticas respondem, em conjunto, por 75% do crédito contratado pelo segmento.

18,3

28,4

7,1

15,8

9,3

7,010,2

1,5

2,4

24,323,6

16,6

9,4 9,1 8,1

5,9 2,2

0,8

0

6

12

18

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30

Com

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Brasil Goiás

Gráfico 9 – Crédito a PJ por atividadeParticipação no saldo – Agosto de 2015%

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 105

Em linhas gerais, o desempenho da economia goiana na última década – superior ao da economia brasileira – foi impulsionado, em especial, pelo dinamismo do comércio, da indústria de transformação e do setor de outros serviços. É importante ressaltar que a indústria do estado está concentrada em segmentos da cadeia produtiva do setor agropecuário, que mesmo apresentando redução na participação da atividade econômica do estado no período analisado, detém representatividade no VBA estadual cerca de 160% maior do que em âmbito nacional. Essa característica favoreceu a economia local nos últimos anos, dado o dinamismo do setor agropecuário e a sua menor aderência às oscilações do ciclo econômico, particularmente em momentos de retração da atividade econômica.

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106 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

Evolução da Produção Regional dos Principais Grãos (2010-2015)

A produção brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas cresceu, em média, 7,0% a.a. de 2010 a 2014, de acordo com estatísticas da Produção Agrícola Municipal (PAM)1 e do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), ambos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ressalte-se que as safras de soja, milho, arroz e trigo – cuja evolução no período encontra-se no Gráfico 1 – representaram, em conjunto, 92,1% da quantidade produzida e 87,3% do valor da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2014. Este boxe analisa a evolução da produção desses grãos no período 2010-2014 e as respectivas projeções para 20152.

As produções de soja e milho3 representaram, em média, 48,3% e 33,6%, respectivamente, da produção total de grãos do país, no período 2010-2014, quando registraram aumentos médios anuais de 5,9% e 9,4% (Tabela 1). Destacam-se, no período,

1/ De acordo com a PAM, são considerados cereais, leguminosas e oleaginosas: algodão herbáceo, amendoim, arroz, aveia, centeio, cevada, feijão, girassol, mamona, milho, soja, sorgo, trigo e triticale.

2/ Foram utilizadas estatísticas da PAM 2013 e do LSPA.3/ O milho primeira safra é o principal concorrente da soja, apesar de estar perdendo área para essa cultura. Ambos os grãos são plantados nas

mesmas regiões.

11

55

69

613

84

97

7

0

20

40

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100

Arroz (em casca) Milho (em grão) Soja (em grão) Trigo (em grão)

2010 2011 2012 2013 2014 2015*

Fonte: LSPA e PAM do IBGE* Conforme LSPA de agosto de 2015

Gráfico 1 – Evolução da produção de grãos(Em milhões de toneladas)

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 107

as variações anuais médias de 4,3% na produtividade do milho e de -0,8% na da soja, esta atribuída ao impacto de condições meteorológicas adversas nos principais estados produtores. Ressaltem-se, ainda, no mesmo período, o aumento médio de 5,8% a.a. na produtividade da cultura de arroz, favorecida pela produção irrigada e pela melhoria nas técnicas de plantio e de tratos culturais; e a redução de 6,1% a.a. na produção de trigo.

Soja

A produção mundial de soja concentra-se nos Estados Unidos da América (EUA), Brasil e Argentina, responsáveis, em conjunto, por 81,4% da safra de 2014. As principais regiões produtoras no Brasil são o Centro-Oeste e o Sul, com médias respectivas de 47,8% e 35,1% na safra do país, de 2010-2014, ressaltando-se que essas colheitas representaram 65,6% e 55,9%, respectivamente, do valor da produção de grãos das regiões mencionadas, em 2013 (Tabela 2).

A produtividade da cultura recuou no período, em média, 0,8% no Brasil, oscilando de 3.028 kg/ha no Centro-Oeste, a 2.750 kg/ha, no Nordeste. Nesse cenário, a produção da primeira região cresceu 7,3% a.a. no período, desempenho inferior apenas ao do Norte, impactado, principalmente, pela inclusão de novas áreas.

Milho

As safras de milho do Brasil – terceiro maior produtor do grão –, EUA e China representaram, em conjunto, 66,5% da produção global em 2014. Destaca-se a importância das colheitas do Centro-Oeste e Sul, com médias respectivas de 40,1% e 34,5% no total produzido no país, de 2010-2014, resultado influenciado, em parte, pelos aumentos médios de 6,0% e 1,9% nas respectivas produtividades (Tabela 3).

É importante ressaltar que embora a produção média do Sudeste tenha aumentado apenas 1,1% a.a. no período – repercutindo migração do cultivo para a soja, movimento observado com menor intensidade no Sul4 –, a representatividade da cultura no valor da

4/ A causa principal da migração para áreas de soja é o fator preço, seguido do maior custo de produção. Considerando os dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/ESALQ/USP), de 2007 a 2014 a variação nos preços da soja foi de 53%, enquanto para o milho foi de -2,8%. No Sul, considerando os dados da Emater/RS, Cepa/SC e Seab/PR, estas variações foram de 93,6% e 16,5%, na ordem.

Tabela 1 – Principais grãos: soja, milho, arroz e trigo

Média 2010-2014

Produto Peso1/ Rendimento % Produção % Área colhida %

(Kg/ha) anual (t mil) anual (ha mil ) anual

Soja 56,3 2 898 -0,8 75 513 5,9 26 083 6,7

Milho 21,8 4 800 4,3 68 308 9,4 14 143 4,9

Arroz 6,2 4 798 5,8 12 041 2,0 2 517 -3,6

Trigo 3,1 2 550 -6,1 5 637 0,0 2 224 6,4

Fonte: IBGE

1/ Calculado de acordo com o valor da produção (PAM 2013), considerando o

total de cereais, leguminosas e oleaginosas.

Tabela 2 – Soja

Média 2010-2014

Produto Peso1/ Rendimento % Produção % Área %

na (Kg/ha) anual (t mil) anual colhida anual

região (ha mil )

Norte 58,2 2 991 1,0 2 374 21,0 794 19,8

Nordeste 41,0 2 750 -2,9 5 895 5,5 2 164 8,6

Sudeste 36,6 2 828 -2,7 4 672 3,6 1 658 6,4

Sul 55,9 2 772 -1,0 26 478 3,3 9 532 4,3

Centro-Oeste 65,6 3 028 -0,2 36 093 7,3 11 934 7,5

Brasil 56,3 2 898 -0,8 75 513 5,9 26 083 6,7

Fonte: IBGE

1/ Calculado de acordo com a participação do item no total do valor da produção

(PAM 2013) de cereais, leguminosas e oleaginosas em cada região.

Tabela 3 – Milho

Média 2010-2014

Produto Peso1/ Rendimento % Produção % Área %

na (Kg/ha) anual (t mil) anual colhida anual

região (ha mil )

Norte 18,8 2 861 4,5 1 456 2,1 509 -2,3

Nordeste 20,5 2 166 12,1 4 912 12,8 2 288 0,6

Sudeste 38,4 5 376 0,1 10 993 1,1 2 043 1,0

Sul 19,4 5 626 1,9 23 537 1,5 4 194 0,4

Centro-Oeste 20,5 5 240 6,0 27 410 21,0 5 111 14,1

Brasil 21,8 4 800 4,3 68 308 9,4 14 143 4,9

Fonte: IBGE

1/ Calculado de acordo com a participação do item no total do valor da produção

(PAM 2013) de cereais, leguminosas e oleaginosas em cada região.

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108 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

produção de grãos da região atingiu 38,4% em 2013. A produção de milho no Nordeste aumentou, em média, 12,8% a.a. no período, destacando-se o impacto do aumento de 12,1% a.a. na produtividade.

Arroz

A safra brasileira de arroz correspondeu a 1,7% da produção mundial em 2014, concentrada na China e Índia. Ressalte-se que a produção no Brasil aumentou 69,0%, de 1975 a 2005, impulsionada pela expansão de 128,1% na produtividade, de acordo com o Mapa. Nesse contexto, o país tornou-se autossuficiente em arroz a partir da safra de 2004.

A produção de arroz recuou em todas as regiões no período 2010-2014, exceto no Sul, onde a expansão média anual de 4,1% repercutiu a evolução da produtividade, favorecida pelo sistema de cultivo irrigado5 (Tabela 4). Em 2014, a região foi responsável por 76,4% da colheita nacional, concentrada no Rio Grande do Sul. Destacou-se, ainda, a evolução do cultivo do arroz no Norte, especificamente em Tocantins, salientando-se que a produção média da região foi a segunda mais importante no país, no período.

Trigo

A produção de trigo apresentou estabilidade no período 2010-2014, contribuindo para o aumento da dependência da importação do grão para atender a demanda interna6. Ressalte-se, no período mencionado, o recuo médio de 0,7% a.a. na produção do Sul, impactada por retração média de 6,7% na produtividade, repercutindo adversidades climáticas no período (Tabela 5).

O cultivo de trigo ocorre no Centro-Oeste, Sudeste e, principalmente, no Sul, responsável por 93,7% da safra brasileira em 2014, na qual sobressaiu o desempenho da produção paranaense, expresso em aumentos respectivos de 98,4%, 37,9% e 43,8% na produção, área cultivada e rendimento. Ressalte-se que esse resultado repercutiu, em parte, a base de

5/ O Rio Grande do Sul, maior produtor brasileiro, tem utilizado o sistema de cultivo irrigado, que vem contribuindo, em média, com 53% da produção nacional, conforme a Embrapa.

6/ Conforme dados da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) e USDA, a relação entre a produção interna e o consumo de trigo recuou de 57,4%, em 2010, para 47,9%, em 2014.

Tabela 4 – Arroz

Média 2010-2014

Produto Peso1/ Rendimento % Produção % Área %

na (Kg/ha) anual (t mil) anual colhida anual

região (ha mil )

Norte 16,3 3 055 7,6 960 -1,7 318 -8,7

Nordeste 4,7 1 428 4,6 861 -1,2 601 -5,5

Sudeste 0,6 2 909 -1,8 159 -20,1 54 -18,6

Sul 11,9 7 177 3,3 9 187 4,1 1 279 0,7

Centro-Oeste 1,0 3 327 3,9 873 -6,1 265 -9,7

Brasil 6,2 4 798 5,8 12 041 2,0 2 517 -3,6

Fonte: IBGE

1/ Calculado de acordo com a participação do item no total do valor da produção(PAM 2013) de cereais, leguminosas e oleaginosas em cada região.

Tabela 5 – Trigo

Média 2010-2014

Produto Peso1/ Rendimento % Produção % Área %

na (Kg/ha) anual (t mil) anual colhida anual

região (ha mil )

Norte - - - - - - -

Nordeste - - - - - - -

Sudeste 1,3 2 874 3,7 243 20,6 84 16,4

Sul 7,3 2 533 -6,7 5 304 -0,7 2 108 6,5

Centro-Oeste 0,1 2 800 4,4 89 -17,2 32 -20,7

Brasil 3,1 2 550 -6,1 5 637 0,0 2 224 6,4

Fonte: IBGE

1/ Calculado de acordo com a participação do item no total do valor da produção(PAM 2013) de cereais, leguminosas e oleaginosas em cada região.

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 109

comparação deprimida, tendo em vista os efeitos negativos de geadas sobre a safra de 2013.

Perspectivas para 2015

A safra de soja deverá apresentar aumento anual de 12,0% em 2015, de acordo com o LSPA de agosto, atingindo o recorde de 96,7 milhões de toneladas. Destacam-se as projeções de crescimentos respectivos de 17,9% e 4,7% nas colheitas do Sul e do Centro-Oeste, com participações, na ordem, de 36,0% e de 45,3% na produção brasileira (Gráfico 2 e Tabela 6). As exportações de soja – item mais representativo da pauta brasileira – representaram 17,0% das vendas externas do país nos oito primeiros meses de 2015, elevando-se 9,3% em relação a igual intervalo de 2014.

O LSPA de agosto, divulgado pelo IBGE, projeta elevação anual de 6,5% para a produção de milho em 2015, destacando-se as estimativas de aumentos de 11,5% no Centro-Oeste e de 1,6% no Sul, repercutindo, em parte, variações respectivas de 3,7% na área plantada do Centro-Oeste e de 22,3% no rendimento do Sul. As participações das safras dessas duas regiões no total produzido no país deverão atingir, na ordem, 47,8% e 29,2% em 2015 (Gráfico 2 e Tabela 6).

A safra de arroz deverá aumentar 3,7% em 2015, em relação ao ano anterior, segundo o IBGE. Essa projeção incorpora perspectivas de recuo de 4,7% na área plantada e de aumento de 8,7% na produtividade. Destaque para as estimativas de aumentos para as safras do Sul (4,7%) e do Norte (22,2%), responsáveis, na ordem, por 78,8% e 9,1% da produção nacional em 2015 (Gráfico 2 e Tabela 6).

Considerado o LSPA do IBGE, o aumento anual da produção brasileira de trigo deverá atingir 17,1% em 2015, com destaque para as expansões no Centro-Oeste (27,1%) e no Sul (18,2%). Note-se que a projeção para o Sul ocorre em cenário de redução de 12,6% na área plantada, o que ratifica o impacto das geadas ocorridas em 2013 sobre a produção do estado naquele ano. Ressalte-se, ainda, a concentração da cultura nessa região, em especial no Paraná e no Rio Grande do Sul (Gráfico 2 e Tabela 6).

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110 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

Tabela 6 – LSPA - Safra 2015

Var. %

Brasil Centro-Oeste Sul Sudeste Norte Nordeste

Produto Área Produção Área Produção Área Produção Área Produção Área Produção Área Produção

Soja 5,8 12,0 4,9 4,7 4,8 17,9 5,2 14,8 15,9 15,0 11,0 27,4

Milho 0,7 6,5 3,7 11,5 -5,3 1,6 -2,1 2,2 12,6 33,9 -2,1 -1,6

Arroz -4,7 3,7 -1,8 0,6 0,8 4,7 -24,2 -12,5 5,1 22,2 -19,7 -24,5

Trigo -11,5 17,1 24,3 27,1 -12,6 18,2 2,1 1,6 - - - -

Fonte: IBGE (LSPA de Ago/2015). Comparativo com a Safra/2014

CO45,3%

SUL36,0%

Demais; 18,7%

PR: 17,7%RS: 16,2%

Soja

Gráfico 2 – Soja, Milho, Arroz e Trigo: Principais regiões e estados produtores (2015)

MT: 28,7%GO: 8,9%

CO 47,8%

SUL29,2%

SE 12,9%

Demais10,1%

MT: 25,3%GO: 10,8%MS: 11%

PR: 18,8%RS: 6,7%

MG: 8,2%SP: 4,7%

Milho

Sul 78,8%

CO; 7%

N 9%

Demais6%

RS: 65,4%SC: 8,6%

Fonte: IBGE

Arroz

Sul 92,5%

SE 6%Demais

1%

PR: 54,9%RS: 34,5%

Trigo

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 111

Banco Central do Brasil

Representações Regionais do Departamento Econômico do Banco Central do Brasil

Apêndice

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 113

Banco Central do Brasil

PresidenteAlexandre Antonio Tombini

Diretor de Política EconômicaLuiz Awazu Pereira da Silva

Chefe do Departamento EconômicoTulio José Lenti Maciel

Representações Regionais do Departamento Econômico

Gerência Técnica de Estudos Econômicos em Belém

Gerência Técnica de Estudos Econômicos em Belo Horizonte

Gerência Técnica de Estudos Econômicos em Curitiba

Gerência Técnica de Estudos Econômicos em Fortaleza

Gerência Técnica de Estudos Econômicos em Porto Alegre

Gerência Técnica de Estudos Econômicos no Recife

Gerência Técnica de Estudos Econômicos no Rio de Janeiro

Gerência Técnica de Estudos Econômicos em Salvador

Gerência Técnica de Estudos Econômicos em São Paulo

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114 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

Representações Regionais do Departamento Econômico do Banco Central do Brasil

Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em Belém Boulevard Castilhos França, 708 – CentroChefe de Equipe: Priscila Furtado dos Santos Caixa Postal 651 66010-020 – Belém (PA) E-mail: [email protected]

Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em Belo Horizonte Av. Álvares Cabral, 1.605 – Santo AgostinhoChefe de Equipe: Rodrigo Lage de Araújo Caixa Postal 887 30170-001 – Belo Horizonte (MG) E-mail: [email protected]

Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em Curitiba Av. Cândido de Abreu, 344 – Centro CívicoChefe de Equipe: Vanderléia Centenaro Caixa Postal 1.408 80530-914 – Curitiba (PR) E-mail: [email protected]

Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em Fortaleza Av. Heráclito Graça, 273 – CentroChefe de Equipe: Afonso Eduardo de Oliveira Jucá Caixa Postal 891 60140-061 – Fortaleza (CE) E-mail: [email protected]

Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em Porto Alegre Rua 7 de setembro, 586 – CentroChefe de Equipe: Maria Juliana Zeilmann Fabris Caixa Postal 919 90010-190 – Porto Alegre (RS) E-mail: [email protected]

Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em Recife Rua da Aurora, 1259 – Santo AmaroChefe de Equipe: Fernando de Aquino Fonseca Neto Caixa Postal 1.445 50040-090 – Recife (PE) E-mail: [email protected]

Gerência-Técnica de Estudos Econômicos no Rio de Janeiro Av. Presidente Vargas, 730 – CentroChefe: Lilian Carla dos Reis Arquete Caixa Postal 495 20071-900 – Rio de Janeiro (RJ) E-mail: [email protected]

Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em Salvador Av. Anita Garibaldi, 1.211 – OndinaChefe de Equipe: Itamar Marins da Silva Caixa Postal 44 40210-901 – Salvador (BA) E-mail: [email protected]

Gerência-Técnica de Estudos Econômicos em São Paulo Av. Paulista, 1804 – Bela VistaChefe: Mauricio Barreto Campos Caixa Postal 8.984 01310-922 – São Paulo (SP) E-mail: [email protected]

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Outubro 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 115

a.a. Ao anoBNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e SocialCaged Cadastro Geral de Empregados e DesempregadosCepa/SC Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola de Santa CatarinaCepea Centro de Estudos Avançados em Economia AplicadaCNC Confederação Nacional do ComércioCNI Confederação Nacional da IndústriaConab Companhia Nacional de AbastecimentoCondepe/Fidem Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de PernambucoCotepe Comissão Técnica Permanente do ICMSDepec Departamento EconômicoDeral Departamento de Economia RuralEmater/RS Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão RuralEUA Estados Unidos da AméricaFecomercio SP Federação do Comércio do Estado de São PauloFecomércio-RS Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do SulFEE Fundação de Economia e Estatística Siegfried Emanuel HeuserFenabrave Federação Nacional da Distribuição de Veículos AutomotoresFieam Federação das Indústrias do Estado do AmazonasFiec Federação das Indústrias do Estado do CearáFieg Federação das Indústrias do Estado de GoiásFiemg Federação das Indústrias do Estado de Minas GeraisFIEMT Federação das Indústrias do Estado de Mato GrossoFiep Federação das Indústrias do Estado do ParanáFiepe Federação das Indústrias do Estado de PernambucoFiergs Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do SulFirjan Federação das Indústrias do Estado do Rio de JaneiroFundeb Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da

EducaçãoIBC-Br Índice de Atividade Econômica do Banco Central – BrasilIBCR Índice de Atividade Econômica RegionalIBGE Instituto Brasileiro de Geografia e EstatísticaICA Índice de Condições AtuaisICC Índice de Confiança do ConsumidorIceb Indicador de Confiança do Empresariado BaianoIcec Índice de Confiança do Empresário do ComércioIcec Índice de Confiança do Empresário da ConstruçãoIcei Índice de Confiança do Empresário IndustrialICF Intenção de Consumo das Famílias

Siglas

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116 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Outubro 2015

ICIT Índice de Confiança da Indústria de TransformaçãoICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e ServiçosIDI Índice de Desempenho IndustrialIE Índice de ExpectativasIFZ Índice FipeZap de Preços de Imóveis AnunciadosIGP-DI Índice Geral de Preços – Disponibilidade InternaIndi Instituto de Desenvolvimento Industrial do CearáIPCA Índice Nacional de Preços ao Consumidor AmploIpece Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Cearákg/ha Quilograma por hectareLSPA Levantamento Sistemático da Produção AgrícolaMapa Ministério da Agricultura, Pecuária e AbastecimentoMDIC Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio ExteriorMTE Ministério do Trabalho e EmpregoNuci Nível de Utilização da Capacidade InstaladaOIE Organização Mundial de Saúde Animalp.p. Pontos percentuaisPEA População Economicamente AtivaPEIC Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do ConsumidorPIB Produto Interno BrutoPIM Pesquisa Industrial MensalPIM-PF Pesquisa Industrial Mensal – Produção FísicaPMC Pesquisa Mensal do ComércioPME Pesquisa Mensal de EmpregoPMS Pesquisa Mensal de ServiçosPNAD Pesquisa Nacional por Amostra de DomicíliosPNADC Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios ContínuaPO População OcupadaRMB Região Metropolitana de BelémRMBH Região Metropolitana de Belo HorizonteRMC Região Metropolitana de CuritibaRMF Região Metropolitana de FortalezaRMPA Região Metropolitana de Porto AlegreRMR Região Metropolitana do RecifeRMRJ Região Metropolitana do Rio de JaneiroRMS Região Metropolitana de SalvadorRMSP Região Metropolitana de São PauloRMV Região Metropolitana de VitóriaSeab Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Estado do ParanáSEF Secretaria de Estado de FazendaSEI Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da BahiaSEPLAN-CTI Secretaria de Estado de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e InovaçãoSIF Serviço de Inspeção FederalSincodiv PR Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos no Estado do ParanáSinduscon-RS Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Rio Grande do SulSIUP Serviços Industriais de Utilidade PúblicaSTN Secretaria do Tesouro NacionalUSP Universidade de São PauloVAB Valor Adicionado BrutoVBP Valor bruto da produçãoVTI Valor da Transformação Industrial