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BISUS
BOLETIM DE INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE
O Objetivo deste Boletim é promover o interesse dos
alunos da PUCSP em colaborar com pesquisas sobre o
tema de Inovação e Sustentabilidade como uma forma
de contribuir com uma cultura de Desenvolvimento
Sustentável na Universidade.
BISUS 2s 2012 n2
A IMPORTÂNCIA DAS REDES SOCIAIS PARA O MERCADO Victor Porto Kalaf AS PERSPECTIVAS DO DESENVOLVIMENTO DO TURISMO NO BRASIL Natália Mazzaferro Soares AS TENDÊNCIAS ATUAIS DO MARKETING CONSCIENTE Andrea Koatz BRASIL 2014: COPA DO MUNDO E SEUS IMPACTOS SOCIOECONÔMICOS Raisa Passos Teixeira CURSOS DE MARKETING Pedro Rossi Rudge ECONOMIA CRIATIVA Beatriz Brito Santos ESTUDO SOBRE A PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL Mariana Fernandes Maio FRANCHISING – AREZZO Fernanda Pinheiro Siqueira GASTRONOMIA SUSTENTÁVEL Laura Quevedo Antonioli
IMPEACHEMENT Rodrigo Carone Martucci Lattari INVEJA NAS ORGANIZAÇÕES Isabela Guedes JOGOS OLÍMPICOS 2016: POSSÍVEIS IMPACTOS ESTRUTURAIS, ECONÔMICOS E SOCIAIS Rodrigo Santoro Zuanella
O BALLET CLÁSSICO Cybelle Godoy Veronezi O E-COMMERCE E SUA EVOLUÇÃO NO BRASIL E NO MUNDO Alexandre Franco Elia SUSTENTABILIDADE SOCIAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL Bruna Barbosa da Silva WALL STREET PAULISTA Ana Augusta Coan Philippi Possamai
1
PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE
SÃO PAULO
Faculdade de Economia, Administração,
Contabilidade e Atuariais.
A IMPORTÂNCIA DAS REDES SOCIAIS PARA O MERCADO
Aluno: Victor Porto Kalaf
Prof. Arnoldo José de Hoyos Guevara
2° Semestre 2012
2
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................... 3
CAPÍTULO I - O SURGIMENTO E EVOLUÇÃO DAS REDES
SOCIAIS............................................................................. 3
1.1 - A HISTÓRIA DAS REDES SOCIAIS .................................... 5
1.2 - A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NO MUNDO
CORPORATIVO ................................................................... 10
1.3 - CARACTERÍSTICAS DA ESTRUTURA INFORMATIVA
NOS SITES DE REDES SOCIAIS ....................................... 11
CAPÍTULO II - A INTERNET COMO VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO .. 13
2.1 - RELAÇÃO ANUNCIANTE X CLIENTE ................................ 15
2.2 - INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NO CONSUMO ........ 17
2.3 - A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO PARA O
MERCADO ............................................................................ 19
CAPÍTULO III - REDES SOCIAIS: ENCURTANDO DISTÂNCIAS ........ 23
3.1 - A EXPLORAÇÃO DAS REDES SOCIAIS PELO
MERCADO ............................................................................ 24
3.2 - MARKETING NAS REDES SOCIAIS ................................... 25
3.3 - A PERSPECTIVA DO USO DE REDES DIGITAIS
COMO SERVIÇOS NO BRASIL ............................................. 27
CONCLUSÃ O .......................................................................................... 29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................ 30
3
INTRODUÇÃO
Através deste trabalho, podemos compreender a importância das redes sociais
não só para o mercado de trabalho, mas também para criação e manutenção
dos canais de comunicação entre pessoas e empresas.
Quando as pessoas ouvem o termo "rede social", pensam automaticamente em
redes sociais online. Também conhecidas como sites de rede social, elas foram
uma explosão em termos de popularidade em todo o planeta. Sites
como MySpace,Facebook e Linkedln estão entre os sete dos 20 Websites mais
visitados no mundo, e o site de relacionamentos criado pelo Google, o Orkut,
acabou virando o predileto dos brasileiros. Para muitos usuários,
principalmente aqueles que ficam muito conectados e que fazem parte da
chamada Geração Internet, as redes sociais online não são apenas uma
maneira de manter contato, mas um modo de vida.
Grande parte das empresas se utilizam de redes sociais hoje, sendo para
fazerem networking entre outras pessoas ou empresas, prospectar novas
contratações ou para visualizar o perfil na internet de uma nova contratação.
Este hábito já está virando rotineiro entre as corporações. O perfil que um
candidato possui no Facebook, por exemplo, demonstra um pouco de seu perfil
pessoal e de seu comportamento, podendo ser decisivo para a tomada de uma
decisão.
As redes sociais já se utilizam de diversos canais de marketing em suas
páginas, promovendo campanhas, divulgando produtos e serviços, dentre
outras das diversas opções fornecidas por estes veículos. O E-commerce
(comércio eletrônico) se tornou mais frequente e rentável a cada ano, fazendo
com que inúmeras parcerias entre empresas fossem formadas nessa última
década, proporcionando um maior conforto aos clientes e promovendo uma
gama maior de produtos e serviços a serem adquiridos nas redes.
Capítulo 1 - O SURGIMENTO E EVOLUÇÃO DAS REDES SOCIAIS
4
A internet faz parte do dia-a-dia da grande maioria da população mundial, e
dentro desse ambiente uma nova forma de comunicação que ganhou bastante
destaque nos últimos anos, são elas as redes sociais na internet. Para
compreender como se deu a evolução das redes sociais na internet, é
necessário um breve relato histórico sobre o seu surgimento.
Ao contrário do que muitos pensam falar de redes sociais não necessariamente
significa falar de internet, o conceito das mídias sociais é algo bem mais antigo
que nossa famosa web. Redes sociais representa gente, interação social, troca
social. Falar do surgimento das mídias sociais nos leva ao início da civilização
onde o homem se reunia em torno de uma fogueira para compartilhar gostos e
interesses.
As Redes sociais surgem exatamente dessa necessidade do ser humano em
compartilhar com o outro, criar laços sociais que são norteados por afinidades
entre eles.
Dessa forma, entendemos redes sociais como qualquer grupo que compartilhe
de um interesse em comum, um ideal, preferencia, etc. Exemplos de redes
sociais: Clube de futebol, igreja, sala de aula, empresa. Quando essa interação
social parte para o ambiente online, nesse momento temos as chamadas redes
sociais digitais, estas tem passado constantemente por uma série de
evoluções.
Após o surgimento da internet, logo em seguida na década de 90 a web seria
idealizada por Tim Berners-Lee, que tinha como propósito inicial o
compartilhamento de arquivos com seus amigos. Com o advento da web, os e-
mails apareciam como a primeira forma de relacionamento nainternet. A troca
de mensagens por e-mail era a única forma de comunicação e troca de
arquivos disponíveis para os usuários.
Também conhecida como correio eletrônico (tradução da palavra e-mail para
português) essa forma de interação entre os usuários é mantida até os dias de
hoje.
5
Com o passar dos anos e o aumento considerável no número de internautas,
foi sentida a necessidade da criação de uma ferramenta de comunicação mais
abrangente e que permitisse uma ampliação nas redes de contatos. Haja vista
que as mensagens eram limitadas somente a usuários dos quais se tinha o
endereço eletrônico, por esse motivo as mensagens recebidas não poderiam
ser repassadas com facilidade.
1.1 –A História das Redes Sociais
As primeiras redes sócias chegam ao mundo em diferentes formas e layouts,
mas a proposta principal sempre está pautada em criar relacionamentos.
ClassMates.com (1995): Com o propósito de realizar um reencontro entre os
amigos de faculdade, escola, etc, o ClassMates surgiu em meados de 1995
onde figurava como a primeira rede social na internet, isto é, levou para o
online os laços sociais que haviam sido criadas no ambiente offline. Com um
enorme sucesso no Canadá e Estados unidos o site possuía um modelo de
serviço pago, ao contrário das redes que chegariam pouco tempo depois.
AOL Instant Messenger (1997): Um dos primeiros provedores de internet, a
América Online também foi uma das pioneiras na categoria bate-papo, com o
AOL Instant Messenger. As primeiras mensagens instantâneas começavam a
ser enviadas pela internet no ano de 1997, mesmo com o acesso limitado aos
assinantes do provedor, o AOL Messenger teve um papel importante na
popularização das mensagens instantâneas.
6
Sixdegress (1997): Também em 1997 surgiu a Sixdegress, primeira rede
social que permitiu a criação de um perfil virtual, bem como a publicação e
listagem de contatos. Segundo Nickson, Cristopher (2009) Esse novo modelo
de rede social passou a permitir a visualização de perfis de terceiros. O nome
Sixdegress faz referência aos seis graus de amizade, um conhecido conceito
que fala que a cada 6 pessoas que conhecemos, temos um amigo em comum.
Friendster (2002): Durante esse período entre 1997 e 2002 várias redes sociais
foram criadas, uma das redes sociais dessa época que mais se aproxima dos
formatos atuais é a rede chamada Friendster. Essa rede social conquistou
muitos internautas, pesquisas feitas na época revelaram que 1 em cada 126
usuários utilizavam essa rede social.
My Space 2003: Logo após o sucesso da Friendster surgia à rede social
conhecida como My Space, ela por sua vez era concebida como o “clone” da
Friendster, uma espécie de nova versão. Uma curiosidade a respeito
7
dessa rede social foi a sua primeira versão feita apressadamente, segundo
relatos à rede social foi codificada em apenas dez dias.
Com o seu aperfeiçoamento, o My Space se destacou por se mostrar uma rede
social totalmente interativa, com espaços para músicas, fotos e um blog que
poderia ser personalizado por cada usuário. O My Space se tornaria uma
das redes sociais mais populares do mundo, principalmente nos Estados
Unidos.
Linkedin (2003): O Linkedin aparecia com uma proposta totalmente diferente
das redes sociais daquela época. Ao contrário das demais, essa rede
social não tinha como foco a integração de grupos de amizades com interesses
em comum. O assunto era totalmente profissional. Conhecida como uma
recurso para os empresários que queiram se comunicar com os outros
profissionais o Linkedin trata a ligação entre os usuários com o termo conexões
e não contatos como nas demais redes.
Orkut (2004): O Orkut foi criado pelo engenheiro turco e funcionário do Google
chamado Orkut Büyükkokten, ele que levaria seu nome a rede social, criou o
Orkut com a proposta de possibilitar aos usuários a criação de novas
amizades. Em seu lançamento, o público alvo seria os internautas americanos.
8
No entanto, a rede social faria sucesso mundial, em dois países em especial o
Brasil e a Índia. O Orkut se tornou uma febre, inicialmente era necessário o
envio de um convite por parte de algum amigo que já estava participando da
rede. Isso gerou uma enorme interação por parte dos usuários que dessa
forma rapidamente difundiram o uso do Orkut.
Facebook (2004): No mesmo ano outra rede social era criada, no inicio
chamado de The Facebook, o Facebook seria fundado pelos ex-estudantes da
Universidade de Harvard Mark Zuckerber, Dustin Moskovitz,Eduardo
Saverin e Cris Hughes.
No seu inicio funcionaria de forma restrita somente para os estudantes de
Harvard. Com o passar do tempo foi expandindo para outros campos
estudantis e somente em 2006, qualquer usuário com mais de 13 anos poderia
criar o seu perfil no Facebook.
Atualmente o Facebook lidera o ranking de redes sociais no Brasil, onde em
julho de 2012, ele aparece com 54,99% da preferência nacional em visitas. O
Facebook tem utilizado diversas estratégias com o claro objetivo de manter os
usuários o maior tempo possível conectado a sua rede. Existem planos do
lançamento de um navegador próprio, sendo esse navegador resultado da
compra do navegador Opera, que atualmente possui cerca de 200 milhões de
usuários.
O Facebook tem crescido a medida que a rede social evolui como uma espécie
de habitat completo, onde os aplicativos, jogos e recursos tem proporcionado
aos usuários um leque cada vez maior de atividades possíveis dentro da rede
social.
9
Twitter (2006): No ano de 2006 criado pela ObviosCorp, seria lançada a rede
social Twitter, até então considerada a mais inovadora no que se refere à
velocidade da informação. O termo Twitter foi inspirado no som de um pássaro
que emite sons para comunicar os demais pássaros sua atual localização e
atividade.
Com características bem diferentes das demais redes sociais, e com apenas
140 caracteres para publicação de algum conteúdo o Twitter passou alguns
anos no anonimato. O Orkut até meados de 2008 era grande preferência da
maioria dos brasileiros, mas, a partir do ano de 2009 o Twitter foi conquistando
cada vez mais espaço se tornando hoje uma das principais redes sociais do
mundo.
O Twitter conseguiu se manter como uma das redes sociais mais acessadas do
mundo, e mesmo com o crescimento vertiginoso do Facebook, conseguiu
manter o seu público fiel. Outro destaque para a rede social do pássaro azul,
está relacionado aos ganhos da rede social com publicidade.
Dados recentes apontam que o Twitter pode gerar até U$$ 1 bilhão de vendas
até 2014, o que representa um crescimento duas vezes maior do que era
previsto pelos especialista da área. Esses números são levantados de acordo
com a demanda publicitária relacionada ao total de usuários da companhia.
Atualmente o Twitter possui cerca de 140 milhões de usuários.
10
1.2 –A Influência das Redes Sociais no Mundo Corporativo
Após o grande “Boom” das redes sociais em 2010/2011 entramos no ano de
2012 com um novo cenário onde as redes sociais deixaram de ser vistas como
algo passageiro, para desempenhar um papel fundamental como ferramenta de
comunicação em tempo real. Empresas, usuários, profissionais ou não eles
estão na internet e acessando as redes sociais.
Vez ou outra, os jornais online e offline estão falando sobre o poder das redes
sociais e como elas tem desenvolvido esse papel no novo cenário da
comunicação digital. Muitos sabem usar essas ferramentas ao seu favor,
porém, tantos outros tem se prejudicado bastante com o mal uso dessas
ferramentas.
Empresas que se prejudicam em seu mercado por não ter um planejamento
estratégico no momento da utilização dessa ferramenta, profissionais perdendo
os seus empregos pela falta de bom senso no momento de “tweetar” ou postar
no “face”. Dentro de uma rede social, sempre é importante se precaver do que
irá se tratar e tentar lembrar das pessoas que podem ler o que será postado na
internet, sendo um colega de trabalho, superiores, parentes, dentre outro; para
que não seja prejudicado no mundo real pelo que se é falado no mundo virtual.
É uma polêmica falar sobre o uso das redes sociais no trabalho. As empresas
se dividem entre liberar, proibir ou criar restrições sobre a utilização durante o
trabalho. Estabelecer limites na relação entre funcionários e redes sociais virou
um desafio no mundo corporativo.
As redes sociais, ao surgirem, tiveram um movimento quase geral entre as
corporações que resultou no boicote à utilização da ferramenta pelos gestores
da área de TI. Embora a internet seja importante ferramenta de comunicação
em alguns casos, acaba sendo ferramenta de exposição desnecessária e
distração. Por isso, o bom senso no uso é fundamental. Estabelecer horários e
os conteúdos a serem vistos pode ser uma saída.
11
Muita gente ainda tem dúvida sobre esse comportamento no trabalho.
Nos últimos anos milhares de empresas decidiram conhecer o fantástico
mundo das redes sociais. Seja por acreditar que elas podem resolver todos os
problemas de venda da empresa, ou simplesmente porque o concorrente já
criou um perfil. Trabalhar estrategicamente com marketing no ambiente digital,
é um missão não tão simples quanto muitos empresários pensam. Para
entender mais sobre o assunto, sugiro a leitura do artigo: Marketing nas redes
sociais e as empresas.
Para quem está procurando uma agência para fazer o gerenciamento de
mídias sociais, basta preencher esse formulário.
Podemos citar como exemplo, uma pesquisa publicada no portal UOL Notícias
do dia 18/04/2012, com o título: “Cerca de 37% das empresas checam redes
sociais de candidatos antes de contratá-los”. Na hora de tomar a decisão final
de contratar um novo empregado, empresas estão consultando os perfis
dessas pessoas em redes sociais: cerca de 37% dos empregadores nos
Estados Unidos já admitem terem esse hábito. Quando observam os perfis nas
redes sociais, cerca de 65% dos empregadores dizem fazer isso para ver como
os candidatos se apresentam profissionalmente na internet.
1.3 – Características da Estrutura Informativa nos Sites de Redes Sociais
Muitos dos recursos das redes sociais online são comuns para cada um dos
mais de 300 sites de rede social existentes atualmente. A capacidade de criar e
compartilhar um perfil pessoal é o recurso mais básico. Essa página de perfil
normalmente possui uma foto, algumas informações pessoais básicas (nome,
idade, sexo, local) e um espaço extra para que a pessoa informe suas bandas,
livros, programas de TV, filmes, hobbies e Websites preferidos.
A maioria das redes sociais na Internet permite postar fotos, vídeos e blogs
pessoais na sua página de perfil. Mas o recurso mais importante das redes
sociais online é encontrar e fazer amigos com membros de outro site. Na sua
12
página de perfil, esses amigos aparecem como links, assim os visitantes
podem navegar facilmente na sua rede de amigos online.
Cada rede social online possui regras e métodos diferentes de busca e contato
com amigos potenciais. A rede do MySpace é a mais aberta. No MySpace,
podemos buscar e entrar em contato com pessoas em toda a rede, sejam elas
membros afastados da sua rede social ou estranhos. Só terão acesso às
informações completas de seus perfis se elas concordarem em aceitar você
como amigo e fazer parte da sua rede.
A rede do Facebook, que começou como um aplicativo de rede social de uma
faculdade,é muito mais restrita e orientada a grupos. No Facebook, só é
possível encontrar pessoas que estão em uma das suas "redes" existentes.
Elas podem incluir a empresa onde trabalhamos, a faculdade onde estudamos
e até o colégio; mas também pode participar de várias das centenas de redes
menores "groups" criadas por usuários da Facebook, algumas baseadas em
organizações reais, outras que só existem na mente de seus fundadores.
A LinkedIn, que é a rede social online mais popular para profissionais de
negócios, permite que busquemos cada um dos membros do site, também
possui acesso aos perfis completos e informações de contato dos seus
contatos já existentes, ou seja, as pessoas que aceitaram o convite para
participar de nossa rede (ou que convidaram para participar da rede delas). No
entanto, os contatos podem apresentar a pessoas que estão distantes de sua
conexão duas ou três posições na rede maior da Linkedln. É possível pagar um
adicional para entrar em contato direto com qualquer usuário por meio de um
serviço chamado InMail.
O Orkut, rede social do Google, é a mais popular entre os brasileiros. Seu uso
é tão fácil que os brasileiros acabaram dominando a rede e são, hoje, 80% de
seus usuários. Para fazer parte do Orkut antes era preciso ser convidado por
algum membro. Mas o Google decidiu liberar o acesso e permitir a participação
de todos. E uma vez cadastrado na rede, o usuário tem uma página pessoal
onde pode adicionar, além de seus dados pessoais e profissionais, amigos,
amigos dos amigos, amigos dos amigos dos amigos, criar comunidades online
13
e participar das já existentes, enviar recados para sua rede de contatos e para
quem ainda não faz parte dela, criar álbuns de fotos e paquerar, flertar,
namorar. O mais importante para grande parte dos participantes, xeretar a vida
das pessoas através das páginas de recados.
Capítulo 2 - A INTERNET COMO VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO
A primeira grande revolução na comunicação aconteceu quando o homem
desenvolveu a linguagem, como tentativa de comunicar-se com seus
semelhantes e sucesso na luta pela sobrevivência. A linguagem permitiu que a
humanidade conseguisse transmitir o conhecimento adquirido, aperfeiçoando a
forma de apreender o mundo pelas primeiras comunidades. Alguns séculos
mais tarde, a linguagem teve seus sons codificados em símbolos, e
posteriormente em alfabetos.
Com a criação desta nova convenção, teve início a civilização como a
conhecemos hoje. A escrita permitiu que o conhecimento ultrapassasse a
barreira do tempo e que a mensagem pudesse existir independente de um
emissor, podendo ser recebida a qualquer momento por alguém que soubesse
decifrar o código. Permitiu também a organização linear do pensamento, base
da inteligência e cultura dos séculos seguintes.
Com a escrita desenvolveu-se também a ciência, criando várias raízes de
conhecimento científico e desenvolvendo a civilização. Com a ciência, o
espaço pôde ser reconfigurado, medido, transformado. A distância passou a
ser algo concreto, passível de ser medido. A escrita também esteve
intimamente ligada com a transmissão e desenvolvimento da cultura dos
povos. E a cultura com o desenvolvimento também da sociedade e da vida
social. O impacto da escrita na vida do homem foi tão forte que até hoje os
historiadores determinam o fim da Pré-história e o início da História, ou seja, da
civilização e do desenvolvimento pela provável data da invenção da escrita.
14
Tamanha reviravolta está sendo revivida neste final de século. Com o
surgimento de um novo meio de comunicação, o mais completo já concebido
pela tecnologia humana: a Internet. O primeiro meio a conjugar duas
características dos meios anteriores: a interatividade e a abrangência. O
primeiro meio a ser, ao mesmo tempo, com o alcance da televisão, mas com a
possibilidade de que todos sejam, ao mesmo tempo, emissores e receptores da
mensagem. É a aldeia global de McLuhan concretizada muito além do que ele
havia previsto, uma aldeia repletas de vias duplas de comunicação, onde todos
pode construir, dizer, escrever, falar e serem ouvidos, vistos, lidos.
Com o surgimento deste novo meio, diversos paradigmas começam a ser
modificados e nossa sociedade depara-se com uma nova revolução, tanto ou
mais importante do que a invenção da escrita. O paradigma do pensamento
linear está sendo superado por um novo paradigma: o pensamento
hipertextual, que se organiza sob a forma de associações complexas,
considerado muito mais apto e completo para descrever e explicar os
fenômenos do que o linear. Ao mesmo tempo, o advento do ciberespaço, um
espaço novo, não concreto, mas igualmente real sugere uma reconfiguração
dos espaços já conhecidos, das relações entre as pessoas e da própria
estrutura de poder. Como meio de comunicação, a Rede, como também é
conhecida, veio a preencher o coração da Sociedade da Informação,
imaginada e criticada por pensadores como CASTELLS (1999). A informação
passa a constituir a matéria-prima de nossa sociedade, fonte não apenas de
capital, mas também de poder, um espaço inteiramente constituído de
informação, como a Internet, passa a ter um papel central nessa nova
sociedade, tanto em termos de circulação de capital, como em termos de
reconfiguração do espaço e das relações sociais. Este espaço, denominado
por muitos como ciberespaço, ou espaço virtual é o cerne da revolução desta
virada de século. O ciberespaço é um não lugar, não concreto, não físico, mas
real.
Maior rede de computadores de todo o planeta, nasceu como plataforma de
uso exclusivo de organizações governamentais, instituições de pesquisa e
universidade. O sucesso estrondoso de sua parte multimídia despertou a
15
atenção e o interesse das organizações comerciais. A publicidade on-line
manifestou-se, em sua primeira forma, nos próprios sites de empresas que
marcavam sua apresentação na rede com o propósito de oferecer informações
úteis a respeito de seus produtos e serviços. Outros formatos muito comuns
são os pequenos anúncios eletrônicos conhecidos como banners e o patrocínio
de seções dos provedores de acesso e de conteúdo.
2.1 - Relação Anunciante X Cliente
Antes de a comercialização ser permitida na Internet, o serviço on-line norte-
americano Prodigy testou a publicidade como uma fonte de receitas apenas
entre os seus subscritores. Outros importantes serviços on-line, como
CompuServe e AmericaOnLine, mantiveram-se afastados da publicidade e
somente vieram a vender patrocínios a partir de 1995. Vale lembrar que todos
eles não fazem realmente parte da Internet, mas sim da Outernet, embora
estejam conectados à Internet via gateways.
A World Wide Web tornou-se acessível ao público em 1993. DaleDougherty
lançou a primeira publicação comercial na Web, chamada GNN, uma espécie
de revista eletrônica on-line. Em abril foi lançada a versão beta do primeiro
programa gráfico de navegação, o Mosaic, permitindo aos seus usuários ver os
textos e conteúdo gráfico da revista, bem como acessar outros sites pioneiros
de publicidade – Mercury Center, Hotwired e Internet Shopping Network – que
tiveram entre os seus primeiros anunciantes a Microsoft e o MCI.
A primeira tentativa de divulgação comercial massiva pela Internet ocorreu nos
Estados Unidos, em 1994, e ficou mundialmente conhecida pela violenta
reação que provocou entre os usuários e pela tremenda cobertura dada pela
imprensa ao episódio – a firma e o seu provedor de serviço receberam 30.000
flames em apenas 18 horas. Temendo eventuais reações adversas, a Hotwired
reduziu as dimensões pretendidas para o uso da publicidade e assim surgiu o
banner, considerado hoje como o outdoor da estrada da informação.
16
O primeiro contrato publicitário foi assinado com a AT&T, no dia 15 de abril de
1994, sendo o site lançado no dia 27 de outubro de 1994. Entre os anunciantes
pioneiros a veicularem seus banners no site Hot-Wired estavam ainda a IBM e
a Zima, nova marca de bebida alcoólica da Pepsi. A cobertura da imprensa do
lançamento do site foi extremamente favorável e beneficiou os seus
patrocinadores.
Ainda em 1994 surgem vários sites de diretórios e mecanismos de busca na
Web, entre eles o Yahoo. A atenção e o interesse das empresas foram
despertados para as novas oportunidades oferecidas pelo novo meio,
crescendo exponencialmente a presença dos sites comerciais na rede.
A expansão dos anunciantes nos sites da Web resultou em queda nos preços
praticados para a publicidade. No final de 1994, a Web passa a ser vista mais
generalizadamente sob uma nova perspectiva: os seus usuários começaram a
compreender que ela não era mais parte de uma rede exclusivamente
acadêmica e filantrópica e, assim, seus produtos e serviços precisavam ser
pagos.
POR volta de 19956, tornou-se cada vez mais aparente a necessidade da
presença na Web para que uma empresa pudesse ser considerada moderna.
Os anúncios eram feitos em banners – o tradicional media cerca de 7,5 cm x
2,5 cm e contendo uma mensagem curta e gráficos simples – não fornecia
informação suficiente, o que estimulou ainda mais as empresas a terem seu
próprio site. Por outro lado, provocou ainda o surgimento de novas formas e
tipos de anúncios, bem como de sites mais interativos.
A tecnologia interativa de multimídia chegou à Web em 1995 e permitiu que os
anúncios utilizassem animação, som e mesmo pequenos vídeos. As recentes
tecnologias desenvolvidas para a Web – como Java, Active X, Virtual Reality
ModelingLanguage – são altamente promissoras para que a publicidade
cumpra, de maneira cada vez mais eficiente, o seu papel na construção de
marcas.
17
2.2 - Influência das Redes Sociais no Consumo
A geração de consumidores que compram por meio, ou por influência, das
redes sociais assumirá um papel de destaque nos padrões de consumo, diz
estudo do banco Barclays, realizado no Reino Unido. Em 2021, o levantamento
prevê que 41% dos consumidores serão influenciados pelas redes sociais, ou
deverão usa-las para realizar compras.
As vendas realizadas pela internet duplicarão nos próximos cinco anos,
alcançando mais de 3,3 bilhões de libras, ou 11,3 bilhões de reais, estima o
banco. Na faixa etária dos 25 aos 34 anos o número de consumidores adeptos
do social comércio deverá subir, de acordo com um comunicado da instituição.
O estudo do Barclays prevê que esse indicador atinja os 73% em 2021. Perto
de 70% dos compradores online no Reino Unido, por exemplo, já são usuários
ativos de redes sociais. O número de pessoas que compram por meio de sites
como Facebook, Twitter e Pintesest crescerão, desempenhando um papel mais
forte enquanto agentes influenciadores e multiplicadores de inúmeros canais.
Os consumidores estão receptivos a novas ideias, sugestões e recomendações
nas redes sociais. Assim, o banco espera que nos próximos cinco anos as
vendas influenciadas pelas redes sociais dupliquem de 1,7 bilhão de euros
para 4,1 bilhões de euros. Em comparação, o estudo prevê que as vendas
diretas cresçam de 250 milhões de euros para perto de 374 milhões de euros.
Moda, calçado, música, filmes e produtos alimentares serão os segmentos que
se beneficiarão de um crescimento nas vendas devido à influencia das redes
sociais.
“Quando alguém conhecido, em quem confiamos, nos recomenda algum
produto, essa indicação ganha uma credibilidade enorme. E os consumidores
não têm medo de expressar a opinião nas redes sociais, o quanto gostam ou
não de um determinado produto ou serviço. Por sua vez, essa opinião cria uma
espiral de opiniões sobre um produto ou marca”, explica Richard Lowe, líder de
operações retalhistas no Barclays.
18
O executivo sugere que as empresas explorem novos meios de chegar às
comunidades das redes sociais, de forma a criar experiências de compras cada
vez mais personalizadas.
A internet e as mídias sociais apresentam inúmeras vantagens em relação aos
anúncios veiculados nos meios de comunicação tradicionais. O exame destes
veículos de comunicação permite identificar as diferenças entre eles e revelar a
natureza interativa e instantânea da Web.
a) Televisão – primeiro veículo em participação nas verbas de veiculação dos
anunciantes do País, a TV detém cerca de 60% do mercados de publicidade e
cobre 99,9% dos municípios brasileiros.
b) Rádio – veículo amplamente disseminado no Brasil, o rádio atinge 87,2%
dos lares, que possuem mais de 2 aparelhos por domicílio.
O rádio recebe cerca de 9% dos investimentos publicitários totais e apresenta
dificuldades para sua atuação como mídia nacional, sendo difícil obterem-se
grandes coberturas em curto prazo utilizando as redes de emissoras, ao
contrário do que acontece com a televisão.
c) Cinema – pouco utilizado como veículo de comunicação publicitária, o
cinema tem baixo alcance na população em geral, sendo seu público
constituído majoritariamente de jovens de ambos os sexos, das classes A e B,
com idade entre 15 e 29 anos. Restrições legais ainda limitam a apresentação
dos comerciais apenas no início de cada sessão.
d) Revista – as revistas absorvem cerca de 9% do total de investimentos
publicitários no Brasil. Sua principal característica é a extrema seletividade dos
leitores, provocada pelos muitos títulos voltados para os mais diversos
segmentos da população.
A penetração do meio chega a 91% entre a classe A e 72% entre a B.
e) Jornal – segunda mídia mais utilizada pelos anunciantes no Brasil, os jornais
ficam com cerca de 25% dos investimentos totais em publicidade.
19
Entre outras características, o jornal é uma mídia de caráter local e regional. A
cobertura nacional é bastante falha, pois o veículo concentra sua circulação na
região ou Estado onde são publicados.
f) World Wide Web – novo e emergente veículo de comunicação publicitária, a
Web pode ser considerada relativamente pouco dispendiosa e rápida,
transferindo a mensagem com som, cor e movimento, para qualquer parte do
mundo, a uma fração do custo de muitas outras mídias. Os investimentos dos
anunciantes brasileiros na publicidade on-line são ainda pouco expressivos –
estimados pelo setor em US$ 25 milhões nos últimos doze meses,
representando apenas 0,25% do montante do mercado de propaganda.
Nenhuma outra mídia proporciona a grande vantagem da Web: a interatividade.
Na Web, a interação com o consumidor potencial é instantânea. Permite que a
empresa tenha um feedback da efetividade de sua publicidade on-line; permite
saber imediatamente o que o visitante pensa sobre a mensagem e o produto e
serviço que estão sendo anunciados; permite iniciar uma transação e receber o
pedido do comprador diretamente no site.
2.3 – A Importância da Comunicação para o Mercado
A pluralidade mercadológica, a competitividade social, a busca acirrada pelo
desenvolvimento de produtos e marcas com qualidade e funcionalidade
respondendo as expectativas de consumo, necessita de profissionais
capacitados com um bom exercício da comunicação, sendo este profissional
capaz de oferecer informações reais que atendam as solicitações do
consumidor o deixando altamente seguro do produto que adquiriu.
Para tanto é preciso investir em atualização, pós-graduação, redefinir políticas,
estratégias e metas por parte da empresa, bem como recorrer a assessorias e
consultorias por profissionais capacitados a diagnosticar falhas, a gerenciar
conflitos e a propor soluções.
20
Por meio de estratégias comunicativas elaboradas conjuntamente por uma
equipe transdisciplinar de profissionais da comunicação, pode-se propiciar a
integração e motivação de todas as equipes; capacitar os participantes a
realizar boas apresentações, de forma a elaborar e organizar o discurso de
forma objetiva, com início, meio e fim; fazendo uso da palavra de forma lícita a
identidade da empresa. Afinal de contas, saber O QUE falar é tão importante
quanto saber COMO falar.
É importante conscientizar as empresas sobre a importância da comunicação
empática e natural, seja através das palavras, seja através do corpo;
demonstrar posturas, formas de apresentação e vestimentas adequadas a
cada contexto, desta forma, se obtém o equilíbrio entre pensamento, fisiologia
corporal e coerência ao contexto situacional. Afinal de contas, todos os
funcionários são a imagem de uma empresa, mesmo aquele que não realizam
o atendimento direto ao cliente.
A comunicação empresarial advém com múltiplas estratégias comunicativas,
com visão e ação transdisciplinar, a qual objetiva a maximização da
informação, sendo esta congruente com os valores, visão e missão da
empresa, bem como com as estratégias, planejamentos e ações daqueles que
compõe a corporação. Neste sentido há a eclosão da comunicação eficaz,
principal ferramenta inter-relacional entre funcionários, clientes, fornecedores e
parceiros no processo de negociação.
A comunicação no século XXI deve ser concebida de forma holística, sendo
uma ferramenta estratégica de suporte administrativo para quaisquer setores
da empresa. É esta comunicação a maior aliada à ausência de erros e conflitos
empresariais considerada em extinção. A responsabilidade por oferecer uma
boa informação e instrução de ação deve ser incorporada e homogênea, por
todos os funcionários de uma organização, instituição ou corporação. Afinal de
contas ficar horas ao telefone esperando por respostas medíocres e
insatisfatórias não é o que você deseja, não é mesmo?
Talvez um dos pontos mais importantes seja a reorganização dos hábitos de
socialização que a Internet proporciona. A análise da Internet como fator
21
modificador das relações sociais, também voltada ao mercado, é
principalmente enquadrada, em nosso ponto de vista, pelo estudo das
comunidades virtuais, como forma mais pura de consequência da interação
entre o homem e o ciberespaço.
A mudança de paradigmas que o surgimento da Rede trouxe para o mundo
acabou por trair os conceitos de comunidades tradicionais. Não há interação
física. Não há proximidade geográfica: Estas comunidades estruturam-se
fundamentalmente sobre um único aspecto: o interesse em comum de seus
membros, utilizando este tipo de veículo para fins comercias, meio na qual foi
explorado pelo mercado e vem apresentando resultados com o passar dos
anos.
A partir deste interesse, as pessoas conseguiriam criar entre si relações sociais
independentes do fator físico, e com o tempo essas relações tornar-se-iam de
tal forma poderosas que poderiam ser classificadas como laços comunitários e
comerciais. Estruturadas sobre um locus virtual, não físico e nem real, essas
comunidades surgiriam através da interação puramente comunicativa entre
seus membros.
A publicidade tem o propósito básico de disseminar informações para orientar o
comportamento de compra para um determinado produto, serviço ou marca. Na
Web, a publicidade diferencia-se fundamentalmente dos outros meios por
permitir que o consumidor possa interagir diretamente com o anúncio. Assim, a
presença dos anunciantes na Web envolve uma decisão de escolha entre três
opções de formato: sites de destinação, micro sites e realização de campanhas
de banners.
Os sites de destinação combinam informação, entretenimento e recursos
tecnológicos que agregam valor ao produto, serviço ou marca.
Os micro sites são de menor tamanho e podem ser hospedados em
provedores de conteúdo ou redes. Eles permitem comunicar os benefícios do
produto sem os custos dos sites de destinação. A Levi’s realizou investimentos
22
consideráveis para colocar micro sites em todos os principais sites dirigidos aos
jovens.
Os banners devem também ser interativos, permitindo aos usuários solicitar
amostras grátis, registrar-se para participar de um concurso ou concorrer a
prêmios e encomendar o produto.
Levando em conta a natureza e as características próprias da publicidade on-
line, veja cinco vantagens exclusivas:
a) Dirigibilidade – a Web propicia aos anunciantes ampla gama de
possibilidades para dirigir suas mensagens a alvos específicos. A publicidade
on-line pode trabalhar tendo como referência as eventuais preferências
demonstradas pelos usuários, o que nenhum outro veículo consegue fazer.
b) Rastreamento – os sites permitem rastrear o modo como os usuários
interagem com suas marcas e localizar o que é do interesse dos consumidores
e prospectos.
c) Acessibilidade – a publicidade on-line está disponível ao acesso dos
usuários 24 horas por dia.
d) Flexibilidade – a flexibilidade da publicidade on-line é total, pois uma
campanha pode ser lançada, atualizada ou cancelada imediatamente.
e) Interatividade – o objetivo da publicidade é engajar e envolver o prospect
com a marca ou produto. A Web permite alcançar o objetivo com maior
efetividade.
A Web é, portanto, um eficiente canal de publicidade cujas vantagens não são
exclusivas dos anunciantes. Os consumidores podem usufruir de vários
benefícios – sendo o primeiro – o acesso a uma grande quantidade de
informações oferecidas de maneira altamente dinâmica pela natureza interativa
do meio.
23
Segundo consiste na facilidade do levantamento, análise e controle de dados a
respeito de produtos e serviços, que permitem a compra por comparação e a
experimentação de produtos on-line.
Capítulo 3 - REDES SOCIAIS: ENCURTANDO DISTÂNCIAS
O mercado digital tem como uma de suas características principais a sua
extrema volatilidade. O que era novidade num mês, num outro pode se tornar
praticamente assunto de museu. E esta característica não poderia deixar de
ser aplicada às redes sociais, cuja rápida evolução já está provocando uma
mudança significativa nas relações entre usuários e marcas.
Se há alguns meses se comentava que o interessante era abrir um canal
próprio no YouTube, hoje em dia o cenário se apresenta com uma mudança
significativa e, claro, ela atende pelo nome de Facebook. A rede social que
permite inserir aplicações customizadas em sua plataforma já começa a
colecionar cases de empresas interessadas nesta facilidade, o que dá uma
nova dimensão ao marketing social.
Algumas tentativas anteriores não foram tão bem sucedidas. O Google testou o
uso de links patrocinados em páginas do Orkut, mas a experiência se revelou
um tanto quanto perigosa. Enquanto alguns anunciantes viram seus links
sendo relacionados a comunidades de “gosto duvidoso”, o oposto também
ocorreu: alguns links apareciam meio fora de contexto. Mas isso não significa
que este seja o fim da experiência – basta que os filtros contextuais se
aperfeiçoem e assim apareçam links realmente afins com o perfil de quem está
navegando.
Por outro lado, o MySpace parece não ter tido problemas com a inserção de
banners e anúncios em suas páginas, o mesmo acontecendo com o Facebook.
No entanto, o sistema parece estar longe de funcionar perfeitamente.
24
O marketing em redes sociais já é fato, e o que é necessário agora é checar
quais são as melhores práticas, métodos e processos para potencializar este
poder. A questão é que mensurar este tipo de interação é algo bastante
complexo, já que as dinâmicas das redes sociais são diversas e nem sempre
totalmente visíveis sob a fria ótica dos números.
É preciso pensar em novas maneiras para dinamizar e mensurar esta relação –
e isto não será algo fácil. A boa notícia é que essa revolução está apenas no
começo e certamente a prática levará a processos mais “seguros” conforme o
tempo for passando e as tecnologias de behavorialtargeting forem se
aprimorando.
3.1 – A Exploração das Redes Sociais pelo Mercado
Redes sociais como o Twitter, Orkut e Facebook valem ouro. São ferramentas
cada vez mais populares na internet e um fenômeno tão recorrente e forte que
não pode passar despercebido pelaspequenas e médias empresas.
Dados de uma pesquisa realizada pelo AltimerGroup e Wetpaint para a revista
Business Week com as 100 empresas mais valiosas ao redor do globo
mostraram que os empreendimentosque investem em mídias sociais,
apresentam melhores resultados ereceitas finais mais recheadas. Em média,
empresas que investiram em mídias sociais cresceram 18% em um ano,
enquanto aquelas que investiram pouco nas redes tiveram queda de 6%, em
média, em suas receitas no mesmo período.
Outra rede social muito utilizada pelas corporações é o Linkedin. O Linkedin é a
rede social mais conhecida e frequentada em questão de relacionamento
empresarial. Milhões de profissionais e empresas estão cadastrados neste
veiculo, viabilizando a criação de novos canais de comunicação.
O Linkedin é utilizado pelo mundo inteiro, principalmente por empresas de
Recrutamento e Seleção (consultorias de headhunters), onde o contato entre
possíveis candidatos é facilitado. Além deste fator, também é possível divulgar
25
vagas em grupos específicos, fazendo com que profissionais possam visualizar
estas novas oportunidades e entrar em contato diretamente com estas
empresas.
3.2 – Marketing nas Redes Sociais
Um dos setores que mais cresce no marketing digital é justamente o
de marketing nas redes sociais, uma tendência irreversível que vem mudando
o marketing online. O social media marketing é atualmente a forma mais
sofisticada e eficiente para a divulgação de marcas e conceitos na Web.
Quando falamos em marketing nas redes sociais estamos falando do uso das
principais redes sociais como ferramentas de promoção e divulgação de
produtos e serviços. Obviamente, em termos corporativos, existem diversas
outras aplicações para as mídias sociais, como por exemplo, criação de um
canal de relacionamento com clientes, mas no caso do social media marketing,
o objetivo principal é justamente o de promoção. Nas campanhas de marketing
em redes sociais, os profissionais de marketing digital fazem uso das
ferramentas oferecidas pelas principais redes como Facebook, Twitter e mais
recentemente o Google+, para a divulgação de suas mensagens.
O marketing de redes sociais se enquadra na categoria de marketing de
display, com um certo toque oculto de marketing de permissão, já que a bem
da verdade os componentes das redes podem aceitar ou não a mensagem
promocional. É esse mix de situações que torna o marketing nas mídias
sociais, tão apaixonante, e ao mesmo tempo complexo.
O marketing nas redes sociais vem ganhando a preferência das empresas por
ser uma ferramenta extremamente segmentada. A comunicação feita através
das mídias sociais nos proporciona a possibilidade de uma aproximação maior
com os usuários que tem interesses afins que interagem entre si,
compartilhando experiências e opiniões. É nesse ambiente de
26
compartilhamento, que as marcas encontram um verdadeiro paraíso para
o marketing nas redes sociais.
No Brasil a procura é tanta por esse novo canal que já está difícil encontrar
profissionais qualificados para atuar no segmento do marketing em redes
sociais. Mesmo com salários elevados que chegam facilmente a R$ 12 mil
reais, é cada vez mais difícil encontrar um analista de mídias sociais ou gerente
de mídias sociais. Por ser uma área que abrange várias matérias, a formação
de um analista de mídias sociais é demorada, mas o resultado é muito
recompensador.
As empresas devem ficar alertas para o crescimento do marketing nas redes
sociais, pois essa é certamente a tendência principal para o marketing na
Internet.
Nos últimos anos as pessoas começaram a contribuir ativamente com dados
seus – uma maneira de expressar o que talvez as interessem, e o elemento
social no marketing – o boca a boca, as perguntas para os amigos sobre o que
compraram – é um condutor muito importante. Experimentos e pesquisas
mostram que esse marketing social, ou de redes sociais, costuma ser de cinco
e dez vezes mais eficaz do que outras formas de marketing. Não é à toa que
34 das mais de 100 maiores empresas listadas na revista Fortune já usam o
Twitter.
O impacto das ações de marketing nas mídias sociais pode ser muito maior
que nas tradicionais, dependendo do contexto. Podem gerar resultados bem
positivos se forem usadas corretamente. Contudo, da mesma forma que abrem
portas para o sucesso, também estão sujeitas ocasionar um impacto negativo,
gerando problemas sérios para empresa.
27
Nas mídias sociais a voz é tanto da companhia quanto dos consumidores que
expressarem suas preferências e aversões sobre determinados produtos.
Sendo necessário checar quais são as melhores práticas, métodos e processos
para potencializar este poder. A questão é que mensurar este tipo de interação
é algo bastante complexo, já que as dinâmicas das redes sociais são diversas
e nem sempre totalmente visíveis em números.
Some-se a isso o fato de que o mercado digital tem como uma de suas
características principais a sua extrema volatilidade. O que era novidade num
mês, num outro pode se tornar praticamente assunto de museu. E esta
característica não poderia deixar de ser aplicada às redes sociais, cuja rápida
evolução já está provocando uma mudança significativa nas relações entre
usuários e marcas.
3.3 – A Perspectiva do Uso de Redes Digitais como Serviços no Brasil
As redes sociais promoveram mudanças no comportamento da sociedade.
Atualmente, todos estão conectados e buscando atualizações de conteúdo a
toda hora. Desde o momento em que acordamos, estamos com nossos
smartphones ligados olhando as últimas novidades de nossos amigos no
Facebook, verificando atualizações de notícias no Twitter, vendo fotos no
Instagram ou analisando as últimas recomendações de amigos sobre um
restaurante no Foursquare. Não temos mais que ir atrás das informações, as
informações vêm até nós por meio de diversas redes sociais.
Além do aspecto social, o profissional também está presente. Diversas pessoas
procuram empregos em grupos do Facebook ou em oportunidades no Twitter.
O campo vem crescendo e as empresas estão de olho nas redes sociais , tanto
quando vão contratar alguém (é comum as empresas checarem os perfis dos
candidatos nas redes sociais, durante processos seletivos), como em relação
aos seus clientes (hoje em dia, são poucas as empresas que não possuem
perfis ativos nas principais redes sociais).
28
No Brasil, mostram pesquisas, que 1 em cada 3 brasileiros estão conectados à
internet. Desses usuários da internet, 70 milhões utilizam a internet, ou seja,
muito mais da metade dos brasileiros estão em rede – ao contrário da visão
que alguns possam ter. No ano de 2008, em média, 12 milhões de
computadores foram vendidos em território brasileiro – ótima notícia para as
empresas deste seguimento -, o que corresponderia ao número de habitantes
da megalópole Tóquio. Ainda, esses 70 milhões de usuários gastam 23h12min
por mês do seu tempo utilizando computador – o que, intrigantemente,
corresponde ao tempo de viagem de avião de Tóquio a São Paulo.
79% dos brasileiros estão cadastrados em redes sociais e esses mesmos 79%
gastam 6h12min conectados nelas por mês, 12minutos a mais do que gastam
em baladas no mesmo período. Para se term uma ideia da grandiosidade
desse movimento, juntando todos os usuários do Orkut no Brasil daria uma
população maior do que a da Argentina. Imaginando, se 52% dos usuários de
internet interagem com as marcas que têm acesso na rede, pode-se dizer que
essa base virtual é um dos canais mais interessantes de marketing da
atualidade.
29
CONCLUSÃO
Através da análise e compreensão deste trabalho, pode-se concluir que as
redes sociais, no Brasil e no mundo, a cada dia vem se renovando e inovando,
sempre em prol da abrangência da comunicação.
Muitas empresas utilizam estas mídias sócias, como meio de marketing.
Ocorrem a divulgação de produtos, serviços, promoções, dentre outras coisas.
Estas redes viabilizam o contato entre empresas e clientes. A cada ano, o E-
commerce cresce no mundo e inclusive nacionalmente. Estes novos
seguimentos vem atraindo milhares de novos cliente online, os proporcionando
maior conforto de terem a opção de comprarem um produto de suas próprias
casas.
30
Em questão de contratações e propostas de trabalho, o Linkedin lidera esta
área, sendo a rede social mais utilizada pelo mercado corporativo. Muitas
empresas a utilizam para poderem divulgar vagas ou prospectar por um
possível candidato, já que, nesta rede, é possível deixar explícito um breve
resumo das qualificações profissionais.
Outro fator que se tornou bastante relevante, é a visualização do perfil das
pessoas através do Facebook. Analisando este veículo, é possível ter um breve
resumo da conduta de cada indivíduo, seja por fotos, vídeos ou “posts”, fugindo
um pouco do quesito corporativo que o Linkedin proporciona. Com isso, é
possível identificar os dois lados da moeda: o perfil profissional e o pessoal.
Referências Bibliografia
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comunicacao/
http://pontomidia.com.br/raquel/revolucao.htm
http://computerworld.uol.com.br/tecnologia/2012/05/25/aumenta-o-poder-de-
influencia-das-redes-sociais-no-consumo/
http://www.natanaeloliveira.com.br/a-historia-das-redes-sociais/
http://metropoleweb.wordpress.com/2012/03/26/redes-sociais-o-futuro-do-
mundo-corporativo/
http://tecnologia.uol.com.br/noticias/redacao/2012/04/18/cerca-de-37-das-
empresas-olham-redes-sociais-de-candidatos-antes-de-contrata-los.htm
http://informatica.hsw.uol.com.br/redes-sociais-online.htm
http://www.cursodeecommerce.com.br/blog/marketing-nas-redes-sociais/
http://imasters.com.br/artigo/9608/midia-e-marketing-digital/fazendo-marketing-
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http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/redes-sociais-novos-
desafios-de-marketing/44905/
http://www.agenciars.com.br/blog/as-redes-sociais-no-brasil/
31
http://www.5ti.com.br/blog/5652/o-crescimento-das-redes-sociais/
1
PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuariais.
AS PERSPECTIVAS DO DESENVOLVIMENTO DO TURISMO NO BRASIL
Aluna: Natalia Mazzaferro Poso Soares
Prof. Arnoldo José de Hoyos Guevara
2° Semestre 2012
2
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ......................................................................................... 3
CAPÍTULO I – VISÀO GERAL SOBRE O TURISMO ............................. 4
1.0. POR QUE TURISMO? ........................................................... 4
1.1. CATEGORIAS DO TURISMO ................................................ 6
1.2. A ESTRUTURA DO MERCADO TURISMO ........................... 7
1.2.1. OFERTA TURÍSTICA .......................................................... 7
1.2.2. A DEMANDA TURÍSTICA ................................................... 7
1.3. TURISMO INTERNACIONAL ................................................. 7
CAPÍTULO II – O TURISMO NO BRASIL ................................................ 10
2.0. DESENVOLVIMENTO DO TURISMO NO BRASIL ................ 10
2.0.1. ESTATÍSTICAS E INDICADORES ....................................... 11
2.0.2. OS PROBLEMAS DO TURISMO NACIONAL ..................... 13
2.0.3. OS DESTINOS MAIS VISITADOS NO BRASIL .................. 14
2.1. EVENTOS TURÍSTICOS ......................................................... 15
2.1.1. EXEMPLOS DE EVENTOS TURÍSTICOS ........................... 15
CAPÍTULO III – PANAMERICANO, COPA DO MUNDO E
OLIMPÍADAS .................................................................. 17
3.0. IMPACTOS DOS JOGOS PAN AMERICANO
NO BRASIL ..................................................................... 17
3.0.1. IMPACTOS NO TURISMO ................................................... 19
3.1. A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO PARA OS
GRANDES EVENTOS NO BRASIL ......................................... 19
3.2. PREPARAÇÃO DO BRASIL PARA A COPA DO
MUNDO E OS JOGOS OLÍMPICOS .............................. 21
3.2.1. INVESTIMENTO NA ÁREA DE TRANSPORTE PARA
COPA E JOGOS OLÍMPICOS: TREM BALA NO
BRASIL ................................................................................ 24
CONCLUSÃO ........................................................................................... 24
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................ 26
3
INTRODUÇÃO
Existem duas linhas de pensamentos na qual a história do turismo se divide. A primeira seria que o turismo se inicia no século XIX como deslocamento cuja finalidade principal é o ócio, descanso, cultura, saúde, negócios ou relações familiares. Estes deslocamentos se distinguem por sua finalidade dos outros tipos de viagens motivados por guerras, movimentos migratórios, conquistas, comércio, etc. Não obstante o turismo tem antecedentes históricos claros. Depois, se concretizaria com o então movimento da Revolução Industrial. A segunda linha de pensamento se baseia em que o Turismo realmente se iniciou com a Revolução Industrial, visto que os deslocamentos só a partir de então passou a ter o lazer como objetivo.
Este trabalho relata sobre o desenvolvimento da atividade turística em outros países e principalmente no Brasil.
Como o Brasil será o centro das atenções devido aos eventos esportivos que ocorrerão aqui é de extrema importância sabermos como está sendo realizadas as atividades de preparação para os eventos e para o recebimento de turistas do mundo inteiro.
CAPÍTULO 1: VISÃO GERAL SOBRE O TURISMO
1.0 – Porque turismo?
A turismologia é a ciência que estuda os elementos turísticos e relaciona-os ao contexto social e econômico.
O turismo é um conjunto de atividades que as pessoas realizam durante suas viagens e permanência em lugares distintos do que vivem, por um período inferior a um ano, com fins de lazer, negócios e outros motivos, e não por razões lucrativas.
O turismólogo é o profissional que observa, estuda e analisa os fenômenos turísticos em sua totalidade, esse profissional que fica responsável por elaborar as políticas de turismo e por planejar a organização do espaço a ser explorado, sempre levando em consideração todos os fatores culturais, físicos, socioeconômicos, para que esta exploração seja menos predatória possível. É o turismólogo quem planeja e coordena o tipo de turismo mais adequado a cada local, dependendo do público-alvo, das características da região e de outras informações coletadas através de pesquisas.
Em relação aos aspectos econômicos, o turismo é uma atividade que está em crescente desenvolvimento, tornando-se um dos setores de maior crescimento econômico no mundo. Sendo uma das principais atividades para o progresso socioeconômico.
Atualmente, o número que revela o desenvolvimento do turismo, é igual ou superior o número de exportações de petróleo, produtores alimentares e automóveis. O turismo tornou-se um dos principais fatores no comércio internacional, sendo uma das principais fontes de rendimento para países em desenvolvimento.
4
Essa disseminação do turismo em países desenvolvidos e subdesenvolvidos abre as portas para concorrência de destinos e traz benefícios em diversos fatores da economia. Como por exemplo: aumento nas vagas de diversas áreas no setor de emprego.
Com essa crescente importância do turismo na sociedade mundial, foi criada uma organização, Organização Mundial do Turismo (OMT ou UNWTO) especializada pela ONU (Organização das Nações Unidas), que é a principal organização internacional no campo de turismo, sendo referência em realizar fóruns, reuniões que divulgam a implementação do Código Mundial de Ética do Turismo, cujo, assegura que os países membros terão os benefícios positivos do impacto do turismo em sua economia, cultura e sociedade, minimizando os impactos negativos socioambientais. Uma vez que a organização visa o desenvolvimento sustentável universal e apóia principalmente países parcialmente desenvolvidos na prática do turismo.
A OMT é composta por 154 países (entre eles Brasil, Argentina, Costa Rica e França), sete territórios e mais de 400 membros filiados que representam o setor privado, instituições educacionais, associações de turismo e autoridades do turismo local.
Os três principais efeitos econômicos do turismo estabelecidos pela OMT são:
1. Efeitos sobre a estratégia do desenvolvimento turístico ou efeitos globais, baseados em:
i. Efeitos globais sobre a economia nacional, e
ii. Efeitos sobre a dependência exterior sobre a nova ordem econômica internacional.
2. Efeitos parciais sobre a economia nacional, como:
i. Efeitos sobre o emprego,
ii. Efeitos sobre a produção,
iii. Efeitos sobre a arrecadação monetária,
iv. Efeitos sobre a inflação, e
v. Efeitos sobre o meio rural.
3. Efeitos externos que, no terreno sociocultural, físicos e humanos, como:
i. Efeitos sobre o meio ambiente,
ii. Efeitos sobre a formação profissional,
iii. Efeitos sobre os hábitos de consumo, e
iv. Efeitos sobre as alterações sociais e culturais
Além de ter incidência principalmente na atividade econômica de um país, o turismo é uma atividade interdisciplinar envolvendo a política, relações internacionais, direito, psicologia, sociologia e antropologia, história e geografia, arquitetura e urbanismo, medicina e comunicação social.
Alguns dados importantes divulgados pela OMT:
5
De 1950 a 2005, as chegadas turísticas internacionais cresceram a uma taxa anual de 6,5%, crescendo de 25 a 806 milhões de viajantes,
A receita gerada por estas chegadas cresceu a uma taxa ainda maior chegando a 11,2% durante o mesmo período, superando a economia mundial, EUA, atingindo cerca de 680.000 milhões dólares americanos em 2005,
Enquanto em 1950 os 15 principais destinos absorveram 88% das chegadas internacionais, em 1970 a proporção era de 75% e diminuíram para 57% em 2005, refletindo a emergência de novos destinos, muitas delas em países em desenvolvimento,
Em 2009 as chegadas internacionais diminuíram 4%,aconteceram 880 milhões de chegadas de turistas internacionais.Já em 2008 foram 919 milhões de turistas. Esse dado revela os efeitos da crise econômica no setor de turismo,
Em 2009, o turismo internacional gerou 852.000.000,00 dólares,
A OMT previu que para o ano de 2010 as chegas internacionais aumentassem entre 3% a 4%, e
Para 2010 foi esperado que as chegadas internacionais superassem 1,5 bilhões de pessoas.
Símbolo da Organização Mundial do Turismo
Símbolo da profissão Turismo
1.1 Categorias do turismo
De acordo com o interessa da viagem do turista, pode ser analisada na forma de três categorias de turismo:
Turismo Receptivo: (oferta de turismo) quando não residentes são recebidos por um país de destino, visto da ótica do país de destino. O turismo receptivo é o conjunto de bens, serviços, infra-estrutura oferecidos ao turista, com o objetivo de satisfazer os consumidores desse ‘’pacote’’. O turismo receptivo, para se organizar de modo que seja bem estruturado, deve ter o apoio de três elementos essenciais para que esse planejamento seja executado com sucesso. São eles:
Harmonia entre a relação governo e turismo,
6
Apoio e investimento dos empresários, e
Envolvimento da comunidade local,
Turismo Emissivo: quando residentes viajam a outros países, sobre a ótica do país de origem. Com duração de mais de 24 horas por menos de 1 ano.
Turismo Doméstico: se constitui dentro do próprio país ou região de residência. No Brasil esse tipo de turismo é muito explorado, principalmente nas épocas de crises quando o dólar com valor alto, sendo mais caro viajar para o exterior.
1.2- A estrutura do mercado turístico
A estrutura do mercado turístico é a parte da economia que estuda e analisa a realidade econômica do turismo baseada em um mercado no qual existe a relação de produtos e serviços turisticos e a demanda que está interessada e motivada em consumir esses produtos e serviços turísticos.
1.2.1- A oferta turística:
A oferta turística se baseia em alguns recursos e infraestrutura para atrair e prestar serviços aos turistas.
Os recursos são os potenciais geográficos, histórico e culturias que possuem o núcleo turístico (povoado, cidade etc), o que causa uma atração e motivação sobre os turistas.
A infraestrutura pode ser caracterizada nos elementos físicos que compoem o mercado para poder atender as necessidades dos turistas exemplo hospedagem, transportes etc.
A oferta turística está basiada em alguns produtos ou serviços que estão sujeitos a uma qualidade e preço que devem competir no mercado frente a outros produtos e serviços, com o objetivo final de conseguir a demanda que permita obter rentabilidade e alguns benefícios.
1.2.2 – A demanda turística
A demanda turística é o conjunto de turistas que estão motivados por uma série de produtos e serviços turísticos com o objetivo de satisfazer suas necessidades de descanso, recreação, entretenimento e cultura em seu período livre.
Atualmente a demanda turística está muito segmentada devido suas motivações particulares e necessidades sociais, por exemplo, existe o turismo familiar, turismo para jovens, turismo para terceira idade.
1.3 – Turismo Internacional
7
Não podemos falar de turismo internacional, sem antes citar algumas informações dos países que abrigam os 7 maiores cartões postais do mundo moderno. Estamos falando sobre as 7 Maravilhas do Mundo Moderno, no ínicio deste tópico vamos explicar o turismo internacional nessas regiões.
Muralha da China: Ela é o espírito nacional; representa a grandeza da nação, estendendo-se por 5 mil kilômetros de leste ao oeste do norte da China. Turismo na China: Segundo os caçulos da Associação Nacional do Turismo (ANT), a China será a China será o maior destino do mundo em 2017 com 137 milhões de turistas, 3 anos antes do previsto pela OMT.
Em 2010, o turismo foi fonte de 25,7 mil milhões de dólares americanos (21,5 mil milhões de euros), o sétimo maior volume mundial, segundo números cedidos pela ANT. Nos primeiros oito meses de 2005, a China recebeu 30,89 milhões de turistas, o que representa um aumento de 15 por cento em comparação com o mesmo período de 2004.
Ruínas de Petra (cidade de Petra na Jordânia): Monumentos escavados nas rochas. Petra é um importante enclave arqueológico na Jordânia, situado na bacia entre as montanhas que formam o flanco leste de Wadi Araba, o grande vale que vai do Mar Morto ao Golfo de Aqaba.
Turismo na Jordânia: A Jordânia é um país marcado pela pobreza, desemprego, mas ao logo dos anos com algumas reformas econômicas o país vem desenvolvendo melhor sua economia. O turismo é uma atividade que está abrindo as portas para o desenvolvimento econômico não só de Petra, mas sim de toda a região.
Cristo Redentor: É um monumento de Jesus Cristo localizado no Rio de Janeiro. Turismo no Rio de Janeiro: Rio de Janeiro é internacionalmente conhecido por sua beleza natural, praias e morros. Segundo a Embratur é o destino mais procurado pelos turistas estrangeiros que estão em busca de lazer e é o segundo colocado do ponto de vista do turismo de negócios e eventos.
Machu Picchu (Peru): Foi construída em meados do século XV, aproximadamente a 2438 metros do nível do mar, encima da montanha que leva o mesmo nome. Esse tesouro arquitetônico está localizado na região de Cusco ao sul de Peru e pode-se chegar a Machu Picchu de trem ou através de uma caminhada de 4 dias pelo Caminho dos Incas.
Turismo no Peru: O número de turistas que procuram o Peru está crescendo, pois são turistas que estão à procura de paisagens naturais e exóticas. O incremento do turismo no Peru resultou na melhoria da infraestrutura turística do país.
Chichizén Itzá (México): É um sitio arqueológico localizado no México, o conjunto arquitetônico considerado uma das 7 maravilhas da atualidade é a pirâmide de degraus, com 91 degraus em cada um dos quatro lados.
Turismo no México: O turismo é uma atividade econômica importante no país, classificado no oitavo lugar no ranking de chegadas internacionais em 2006. Em 2005, as atividades econômicas contribuíram com 5,7% das receitas nacionais em relação à exportação de bens e serviços.
Coliseu (Roma – Itália): O mais importante monumento da cidade de Roma. Com mais de 50 metros de altura, construído a base de mármore, pedra travertina, ladrilho e tufo.
8
Turismo na Itália: A Itália é o quinto país que mais recebe turista do mundo e Roma é a terceira cidade mais visitada da União Européia.
Taj Mahal (Índia): É o principal tesouro artístico da cidade de Agra.Representa o símbolo de um amor imortal entre o Príncipe Shah Jahan e a Princesa Aryumand Banu Begam.
Turismo na Índia: A viagem pela Índia é marcada por muitos contrastes, no qual, a beleza e a pobreza convivem numa sociedade tão peculiar que é impossível a comparação com o mundo ocidental. Por isso a Índia é tão mágica e desperta tantos encantos e fascinação aos que escolhem este país como destino.
Com o passar dos anos, as cidades aonde são encontradas As sete maravilhas do mundo passam por alguns processos de modificação e adaptação para uma melhor recepção dos turistas esperados.
A tabela a seguir mostra os cinco destinos mais procurados entre o ano de 2007 e 2009, em milhões de pessoas:
Turistas
Posição País 2007 2008 2009
1 França 74,2 79,2 80,9
2 Estados Unidos 54,9 57,9 56,0
3 Espanha 52,2 57,2 58,7
4 China 50,9 53,0 54,7
5 Itália 43,2 42,7 43,7
As próximas tabelas mostram os cinco destinos com maiores às receitas e as despesas entre os anos de 2007 a 2009.
Receitas do turismo internacional por país receptor. Os dados estão em bilhões de dólares:
Receita
Posição País 2007 2008 2009
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1 Estados Unidos 97,10 110,00 93,90
2 Espanha 57,60 61,60 53,20
3 França 54,30 55,60 49,40
4 Itália 42,70 45,70 40,20
5 China 37,20 40,80 39,70
Despesas do turismo internacional por país receptor. Os dados estão em bilhões de dólar:
Despesa
Posição País 2007 2008 2009
1 Alemanha 83,10 91,00 81,20
2 Estados Unidos 76,40 79,70 73,20
3 Reino Unido 71,40 68,50 50,30
4 China 29,80 36,20 43,70
5 França 36,70 411,40 38,50
De acordo com as estimativas da Organização Mundial do Turismo (OMT), em 2008 as receitas geradas a nível mundial pelo turismo internacional atingiram 942 bilhões de dólares, mas devido à crise econômica de 2008 com reflexos em 2009 as receitas diminuíram para 852 bilhões de dólares.
CAPÍTULO 2- O TURISMO NO BRASIL
2.0- Desenvolvimento do Turismo no Brasil:
No Brasil o Ministério do Turismo é o órgão responsável em desenvolver o turismo como atividade econômica sustentável, como importante meio para o desenvolvimento do emprego, proporcionando a inclusão social.
Na estrutura organizacional do Ministério do Turismo, encontra-se a Secretária Nacional de Políticas do Turismo, que tem o objetivo de executar a política nacional para o setor e
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promover o desenvolvimento na infraestrutura e na qualidade nos serviços turísticos oferecidos no Brasil.
A EMBRATUR – Instituto Brasileiro de Turismo, criada em 1966, tinha o objetivo de viabilizar empregos através de atividades turísticas e desenvolver o país. Em 2003 com a criação do Ministério do Turismo, a EMBRATUR passou a atuar no marketing, comercialização do turismo brasileiro para o exterior.
Recentes dados divulgados pelo Ministério do Turismo revelam que os desembarques de passageiros de vôos nacionais e internacionais aumentaram, cada um, em mais de 20% no último mês. Foram 728 mil desembarques internacionais, crescimento de 22,52% em relação ao mesmo período de 2010. Os domésticos chegaram a 6,4 milhões, aumento de 21,5% em relação a março de 2010.
Se for mantido o ritmo, pela projeção do Ministério do Turismo, os desembarques internacionais de 2011 ficarão em torno de 9 milhões, superando em mais de um milhão os 7,8 milhões registrados de 2010. Já no cenário nacional, os desembarques devem girar em torno de 70 milhões, contra os 67,6 milhões registrados no ano passado.
O Ministério do Turismo divide as atividades turísticas em sete setores:
Agência de viagens,
Eventos,
Meios de hospedagem,
Operadoras,
Atrações turísticas,
Transporte Aéreo, e
Turismo Receptivo.
Outros números do turismo no Brasil:
Dez milhões de pessoas trabalham no setor,
São 570 faculdades de turismo e áreas relacionadas,
22 800 novos profissionais de nível superior são formados por ano, e
682 reais é a média salarial.
2.0.1 Estatísticas e Indicadores:
Análise do Boletim de Desempenho Econômico do Turismo (comparando os quatro trimestres do ano de 2006, 2007, 2008, 2009 e 2010).
Dados do Banco Central do Brasil mostram que o 4° trimestre de 2010 obteve a maior Receita Cambial Turística (gastos de turistas em visita ao Brasil) entre os 4°s trimestres, desde 2006. Após permanecer praticamente estável entre os 4°s trimestres de 2008 e 2009, voltou a subir no 4º trimestre de 2010, sendo 11,6% maior que o 4º trimestre de 2009. Com relação ao
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4º trimestre de 2006 o resultado da receita cambial turística para o 4º trimestre de 2010 evoluiu 44,6%.
Segundo dados divulgados pela Infraero, uma comparação apenas entre últimos trimestres desde 2006, mostram uma quebra no crescimento de desembarques nacionais para o 4º trimestre de 2008. Por outro lado, no 4º trimestre de 2010 esse número cresceu 57,4% chegando a um total de 18.416.803 desembarques.
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Tabela Comparativa entre os anos de 2008 e 2009
Dados em milhões 2008 2009
Chegada de turistas ao Brasil 5,1 4,8
Desembarques vôos nacionais 48,7 56,0
Desembarques internacionais 6,5 6,5
Receita cambial (US$) 5.785,0 5.304,6
Os gráficos abaixo são indicadores de 2009 a 2011 dos meses de janeiro a março:
O gráfico abaixo apresenta dados comparativos de desembarque de passageiros.
O gráfico vermelho representa a comparação no quesito desembarque doméstico.
O gráfico azul representa a evolução da receita cambial.
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Analisando os dados, podemos conclui que o turismo está num crescente desenvolvimento.
2.0.2 Os problemas do turismo Nacional
Para analisar a problemática brasileira, deve-se ter em vista três índices internacionais:
1. O primeiro índice constata que o Brasil é uma das dez ou 12 maiores economias do mundo (depende do índice adotado);
2. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) das Nações Unidas, coloca o Brasil em 70º lugar ( em 2007 – 2008) no ranking mundial de qualidade de vida, entre 177 países avaliados.
3. O índice Gini mede a concentração de riquezas e situa o Brasil entre os mais desiguais do mundo (em 2002 estava em quarto lugar atrás apenas de Serra Leoa, República Centro Africana, mas melhorou suas posições nos últimos anos).
De acordo com esses índices juntamente com os altos índices de violência que prejudicam a imagem do país no exterior e dos problemas de infra-estrutura, não é de se espantar que o fluxo de turistas estrangeiros seja pequeno, apesar do intenso trabalho de marketing realizado pela EMBRATUR e pelo Ministério do Turismo. O turismo doméstico tem apresentado índices mais promissores, devido a ampliação da infraestrutura e a estabilidade econômica dos anos de 2006 e até o primeiro semestre de 2008. Mas o modelo poderia ser mais produtivo.
Uma das causas para a falta de sucesso dessa atividade no Brasil é encarar o turismo apenas como uma atividade econômica, administrativa, esquecendo de sua interdisciplinaridade social, política e ambiental. Turismo é um fenômeno que não cria apenas empregos, impostos e desenvolvimento. Se mal planejado e implementado, é fator de poluição, aumento na prostituição e exploração sexual infantil e concentração de renda.
A responsabilidade por essas questões não é apenas dos governos, mas da sociedade como todo. Empresários, sindicatos, comunidades devem participar e se comprometer com os resultados decorrentes dos projetos turísticos. É preciso investir e planejar na comunicação entre empresas, governos e sociedades, para que os complexos turísticos não prejudiquem a comunidade onde está sendo instalado.
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2.0.3 – Os destinos mais visitados no Brasil:
Mesmo com os problemas citados acima, a atividade turística internacional no Brasil está se desenvolvendo e existem algumas cidades que são as mais procuradas pelos visitantes estrangeiros são elas:
Rio de Janeiro
São Paulo
Salvador
Manaus/ Pantanal
Florianópolis
Minas Gerais (Ouro Preto).
A tabela a seguir é referente aos cinco maiores países que emissores de turistas para o Brasil no ano de 2008:
Posição País de Origem Total de turista
1º Argentina 1.017.675
2º Estados Unidos 625.056
3º Itália 265.724
4º Alemanha 254.624
5º Chile 240.087
2.1 Eventos turísticos
Os eventos turísticos são de grande importância no desenvolvimento do turismo regional. Esses eventos acontecem em períodos de duração não muito extensos o que atrai a participação de milhares de brasileiro até chamando a atenção de turistas que vivem em países vizinhos ao nosso.
Aproximadamente 330 mil eventos de toda ordem (eventos reconhecidos pelo Ministério do Turismo e a EMBRATUR ou eventos regionais e culturais) são realizados por ano no Brasil, com a participação de 79,9 milhões de pessoas, desembolsando uma receita de e R$ 37 bilhões, equivalente a 3,1 por cento do PIB. Com uma arrecadação de A arrecadação de tributos de R$ 4,2 bilhões.
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O eventos geram aproximadamente 3 milhões de empregos de maneira direta (carteira assinada ou prestadores de serviço) ou indireta (vendedores ambulantes). Sobre os eventos turísticos de cada região, o interessado tem acesso às informações de maneira fácil pelo site da EMBRATUR ou do Ministério do Turismo. Nesses sites são encontrados calendários, no qual, são apresentados todos os eventos realizados durante ao ano.
Segundo a EMBRATUR, o Brasil no ano de 2010 se manteve pelo quarto ano consecutivo entre os 10 principais destinos para a realização de feiras e congressos internacionais, na nona posição com 275 eventos, de acordo com o ranking da ICCA (International Congress and Convention Association).
2.1.1 Exemplos de Eventos Turísticos
5º Edição do Salão do Turismo – 2010
O salão é, sobretudo, uma estratégia de mobilização, promoção e comercialização dos roteiros turísticos, segundo as diretrizes do Programa de Regionalização do Turismo. Promovido pelo Ministério do Turismo, o evento apresenta o turismo brasileiro para quem quer viajar ou fechar bons negócios.
Os visitantes também podem apreciar e comprar artesanato, produtos de agricultura familiar e gastronomia típica, assistir às manifestações artísticas regionais e, ainda, participar de debates e palestras, além de conhecer casos de sucesso, trabalhos científicos e novos projetos turísticos.
Alguns benefícios:
A quinta edição do Salão do Turismo – Roteiros do Brasil, realizada entre 26 e 30 de maio de 2010, recebeu 109.126 visitantes, reforçando a posição de destaque que a feira obteve como um dos grandes eventos da cidade de São Paulo, onde ocorre desde a primeira edição, realizada em 2005. O aumento no número de visitantes comprova que o Salão do Turismo consolidou-se como o maior evento do setor destinado ao consumidor final.
Neste ano, ocorrerá a 6º do evento, no qual os organizadores estimam aumentar em 25% a presença dos interessados.
Outro evento turístico que é muito importante para o desenvolvimento econômico do país é o Carnaval.
Carnaval: Apesar de se tratar de uma festa de expressão da cultura popular, com as modificações estruturais que sofreu ao longo do tempo, o carnaval passou a ser observado sob uma perspectiva profissional, passou a ser gerenciado, transformou- se em um grande negócio que hoje movimenta um número sem fim de pessoas e recursos para sua realização. Tem influencia direta em uma das atividades que mais cresce
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na atualidade, o Turismo, já que atrai pessoas de todas as partes do mundo para festejar e se divertir durante os dias de folia, é o maior evento do País e para os brasileiros o ano só começa depois dele.
A forma de comemorá-lo varia de acordo com cada região, existe o carnaval de rua (atrás de trios elétricos), desfiles em avenidas.
Segundo dados do Rio Tour, a cada ano o carnaval no Rio de Janeiro movimenta nada menos que R$ 1 bilhão. Na Bahia não é diferente, Salvador não movimenta menos que R$ 600 milhões.
No ano de 2011 o secretário do Turismo do Rio de Janeiro Antonio Pedro Mello confirmou dados históricos:
Foram 4.877.900 foliões de ruas, para o ano de 2012 o secretário imagina uma mudança nos planos para os foliões da Zona Sul, pois a região já está super lotada e não serão aceitos novos blocos de rua.
40% eram estrangeiros, o que gerou uma receita de US$ 740 milhões, o equivalente a R$ 1,23 bilhão.
De acordo com a Polícia Civil do RJ, houve uma queda de 18 no número de crimes.
Em 2010 ocorreram 72 homicídios dolosos e esse ano foram 40.
Os dados acima mostram uma mudança no comportamento da população em relação ao evento, o que resultará em aspectos positivos para a imagem do Brasil no exterior, aumentando o número de estrangeiros para os próximos eventos.
Em São Paulo os números não são tão grandiosos como os do Rio de Janeiro, foram computados 35 mil visitantes sendo que 24,6% eram estrangeiros, que deixaram R$ 51 milhões na cidade.
Por outro lado, há um dado preocupante, pois a prefeitura de São Paulo este ano investiu R$ 22,7 milhões nas escolas de samba e blocos. Mas será que esse dinheiro não deveria ser investido em outras áreas?
Vantagens Desvantagens
Empregos diretos e indiretos Crimes e acidentes
Desenvolvimento de diversas áreas ligadas ao Turismo
O País só começa a se desenvolver após o carnaval.
Injeção de dinheiro na economia Falta de cidadania (lixos nas ruas).
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CAPÍTULO 3- PANAMERICANO, COPA DO MUNDO E OLIMPÍADAS.
3.0- Impactos dos Jogos Pan Americano no Rio de Janeiro
Os jogos Pan Americano realizados entre os dias 13 a 29 de julho de 2007 na cidade do Rio de Janeiro, contou com a participação de 42 países, 5662 atletas, com a presença de aproximadamente de 100 mil turistas.
De acordo com o estudo “Impactos socioeconômicos dos Jogos Pan Americano Rio 2007”, feito pela Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (FIPE), a pedido do Ministério do Esporte, a movimentação econômica do evento esportivo superou R$ 10 bilhões. Um dos destaques foi à criação significativa de postos no mercado de trabalho – 178.955 pessoas contratadas direta ou indiretamente pelo equivalente ao período de um ano. Os números da pesquisa fortalecem e justificam o projeto de trazer os Jogos Olímpicos de 2016 para o Brasil.
O estudo observou a movimentação em 42 setores da economia e estimou os impactos socioeconômicos gerados pela operação do Pan em cada área, identificando oportunidades que não existiriam caso o Brasil não tivesse sido a cidade-sede do evento, como construção de instalações esportivas, melhoria de infraestrutura urbana, aquisição de equipamentos de segurança e todos os serviços necessários aos Jogos e os outros serviços a eles agregados. A pesquisa detalha ainda o valor do impacto por setor da economia de acordo com a autoria dos investimentos – União, governo estadual, prefeitura e Comitê Organizador dos Jogos (CO-Rio) – e também por finalidade – infraestrutura e custeio.
Os resultados demonstram que para cada R$ 1 milhão investido pela organização dos Jogos (União, Estado, Município e CO-Rio), a economia nacional movimentou R$ 1, 879 milhão. Provocando uma movimentação total de R$ 10,2 bilhões na economia brasileira. Entre os setores da economia observados na pesquisa, os que apontaram maior movimentação em virtude dos Jogos foram à construção civil (13,8%), administração pública (13,4%), comércio (6,6%), aluguel de imóveis (5,8%), agropecuária (5,5%) e refino de petróleo (5,1%).
Os impactos também foram visíveis em quatro áreas espaciais: município do Rio de Janeiro, sua região metropolitana, o estado do Rio e o restante do Brasil. Os efeitos positivos do Pan não se limitaram ao estado do Rio de Janeiro. Mais da metade da produção (55,9%) e dos empregos (60,38%) gerados pelo evento esportivo beneficiou pessoas que moram além do Rio de Janeiro.
O município do Rio recebeu o impacto de R$ 1.138,398 no setor da construção civil, correspondendo a 80% do total.
Os investimentos feitos no Pan geraram uma força de trabalho equivalente a 178.955 pessoas trabalhando por um ano nas cadeias produtivas envolvidas em sua organização. De acordo com a pesquisa, foram criadas 55.139 vagas na cidade do Rio, 9.535 na região metropolitana, 6.213 no interior do Estado do Rio e 108.068 no restante do país.
Tipos de impacto:
Os impactos diretos são observados em categorias econômicas afetadas diretamente pelas atividades resultantes do aumento de investimentos públicos e privados, como a construção civil, por exemplo. Esse tipo de impacto pode ser
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dividido em duas categorias: os gerados por investimentos na organização e preparação dos Jogos (infraestrutura e custeio) e os relacionados aos visitantes e participantes do evento (equipes, organizadores, profissionais, etc.).
Foram observados também nos Jogos impactos indiretos, gerados pelo encadeamento de compras e vendas entre os setores da economia necessárias para atender à demanda final dos gastos adicionais dos setores públicos e privado. Um exemplo desse tipo de impacto é o gerado por fornecedores de matéria-prima, como empresas contratadas para oferecer refeições que precisaram aumentar a produção para atender demandas do Pan, por exemplo.
3.0.1- Impactos no turismo
Outro estudo sobre os impactos econômicos dos Jogos Pan Americano é relacionado aos efeitos na cadeia de turismo. A pesquisa pedida pelos Ministérios do Esporte e do Turismo e realizada pela Fundação Getúlio Vargas, traça o perfil dos turistas que estiveram na cidade do Rio de Janeiro para a competição, detalhando as despesas e a avaliação sobre a infraestrutura, os equipamentos e os serviços turísticos demandados durante sua estada.
De acordo com a pesquisa, o Pan mostrou-se uma grande fonte do turismo. O movimento dos visitantes na cidade do Rio de Janeiro gerou aproximadamente R$ 118 milhões.
O estudo identificou que, para 77,3% dos visitantes, o Pan foi o principal motivo de viajar para o Rio de Janeiro. Desse número, 91,7% eram residentes no Brasil e 8,3% no exterior. Dos 22,7% de turistas que visitaram a cidade por outros motivos, 41,9% o fizeram por lazer.
A média de ocupação hoteleira no Rio durante o mês de julho de 2007 aumentou cerca de 10% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Foi de 66,07%, contra 56,66%
em 2006.
3.1- A importância do planejamento para os grandes eventos no Brasil
De acordo com Ricardo Viana Vargas que é engenheiro químico, diretor da consultoria Macrosolutions, mentor para a América Latina do PMI – Project Management Institute que participou do processo de planejamento dos Jogos Pan Americanos, no Rio de Janeiro em 2007, o Brasil tem a obrigação de planejar milimetricamente cada uma das ações (e investimentos)
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necessárias para a Copa de 2014 e para as Olimpíadas de 2016. Para Ricardo, o país está sujeito a gastar exageradamente o dinheiro público novamente, como gastou no Pan 2007.
Ricardo sente que os brasileiros têm o mal habito de não planejar com antecedência, não dando a devida importância à etapa de planejar. A falta de planejamento custa caro e é muito mais trabalhoso. Ele elencou cinco fatores determinantes na hora de realizar um projeto.
1. Lições do Pan X Copa:
‘’Há algumas diferenças entre os dois eventos que tornam a Copa do Mundo um projeto mais desafiador. No Pan, estava tudo centralizado na cidade do Rio de Janeiro. Já a Copa envolve um trabalho descentralizado. O Brasil terá cidades-sede de norte a sul do país. Haverá construção e reconstrução de estádios, obras de infra estrutura hoteleira, rodoviária, aeroportuária etc. E todas essas obras tomam muito tempo. Não são feitas da noite para o dia. ’’
2. Coordenação dos projetos
‘’Eu não tenho nenhuma dúvida de que nós estaremos prontos em 2014. O problema é quanto isso vai custar e qual esforço isso vai requerer da sociedade. O que eu espero é que seja montado um escritório de projetos e que seja feito um trabalho extremamente técnico de coordenação desses esforços. A falta de controle é um dos fatores que mais pesam para que se gaste mais e para que se atrase o cumprimento do cronograma. Grandes obras e empreendimentos têm por natureza a desordem, o caos. O escritório de projetos visa a dar controle, instrumentos para você não deixar que as coisas se desorganizem. Você atua de modo proativo, avaliando prazo, custo, escopo, o que está sendo feito e o que não está, riscos que estão sendo mitigados, oportunidades que estão aparecendo. Tudo para que se possa tirar do projeto o melhor resultado possível. A Copa é um verdadeiro presente que estamos recebendo, algo que pode mudar a maneira como o Brasil é percebido pelo mundo em termos do que somos capazes de fazer. ’’
3. Gastos: Pan, Copa e Olimpíadas
‘’ Quando aperta o desespero, sempre aparece alguém para fazer o trabalho. Se você admitir gastar R$ 5 bilhões em vez de R$ 1 bilhão, dá para construir um estádio em seis meses, não tem problema nenhum. Com dinheiro, você pode fazer qualquer coisa, fácil. O desafio é fazer de um modo racional, como fez a Alemanha, que realizou uma Copa exímia do ponto de vista do planejamento, inclusive usando parcerias público-privadas em empreendimentos como o estádio Allianz Arena, projeto altamente complexo e que foi construído dentro dos prazos, sem estresse. Outro exemplo de gestão foi a Olimpíada de Pequim. E os Jogos Olímpicos são, em minha opinião, bem mais complicados do que uma Copa do Mundo. Porque em uma Olimpíada estamos falando em 10 mil competidores. Na Copa, temos apenas 32 seleções. Incluindo jogadores e comissões técnicas, teremos um universo de mil pessoas competindo, todas distribuídas em 12 cidades, média de 100 pessoas por cidade. Para arrumar instalações, é muito simples. Agora, imagine 10 mil competidores em uma cidade. É preciso uma infra estrutura absurda. ‘’
4. Limitações ambientais
‘’Este é um ingrediente que complica. Mas a afeição do brasileiro pelo futebol é tamanha que qualquer contratempo para a realização da Copa do Mundo será politicamente catastrófico para quem está no comando – seja, por exemplo, o prefeito de Belo Horizonte, o governador de Minas ou o presidente da República.
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A maioria das obras envolve reformas em estádios já existentes e isso simplifica bastante o processo de licenciamento ambiental, pois não estamos falando de pegar um terreno e construir algo novo, do zero. O que vai ser crítico, em minha opinião, é o desafio da coordenação dos esforços. É a necessidade que as empresas terão de planejar, estruturar seu trabalho, de modo a conseguirem entregar tudo no prazo e com tempo para testes, para que não se chegue às vésperas da estréia com pessoas trabalhando dentro do estádio... ’’
5. Elefantes brancos
‘’O projeto não se esgota com a competição. Veja o caso do sambódromo do Rio. Ele foi construído com a finalidade de abrigar o carnaval carioca. No resto do ano, é uma escola pública. Todos esses investimentos que virão com a Copa do Mundo são bem-vindos, mas como aproveitaremos esta infra estrutura? Como tirar proveito da ampliação daquele aeroporto? “E isso faz parte do projeto. Embora seja óbvio que o Brasil tenha feito lobby em favor da escolha de algumas cidades, eu espero que a FIFA tenha tomado sua decisão de forma criteriosa e os investimentos considerem esta visão estratégica que é necessária para se produzir um projeto que não se esgote com a Copa. ’’
A entrevista acima com Ricardo Vargas foi realizada no ano de 2009, no qual, ele levanta importantes pontos que o comitê organizador da Copa deveria estar atento, para que assim não repetissem os mesmos erros cometidos nos jogos Pan Americanos de 2007.
3.2. – Preparação do Brasil para a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos
‘’Em 2014, para muitas pessoas será quase a quebra da imagem estereotipada e primária que se tem sobre o Brasil e, para outros, mais experientes, uma renovação desta imagem. Para que isso de fato aconteça é importante que, além dos aspectos técnicos (estádios, organização etc.), sejam também considerados os três aspectos que definem o marketing de um país: Identidade, Personalidade e Comunicação. ’’ segundo o Josph Chias doutor em Ciência da Gestão, responsável pelo planejamento de Marketing de Barcelona para cidade-sede nos jogos Olímpicos de 1992.
De acordo com a citação acima, identidade significa a soma da história e do presente que transmite informações e valores associados, possíveis de definir se o País já foi ou ainda é brasileiro’’ de viver a vida, quebrando estereótipos e fidelizando as relações com o país.
Personalidade pode ser explicada pela soma do que se faz e como se faz, identificando a realidade econômica, social, política entre outros, com intuito de que os turistas estrangeiros valorizem o ‘’jeito – de maio de 2011, a 36 meses do início da Copa de 2014, o Brasil só investiu 7,5% do necessário para preparar seus estádios. A Controladoria-Geral da União informa, que dos 23,7 bilhões de reais previstos para ser aplicados em obra de infra-estrutura, apenas 590 milhões de reais foram efetivamente investidos. Ou seja, só 2,5% das obras foram realizadas.
A expectativa é que em um mês 500 000 turistas – 10% do total que o país recebe em um ano inteiro – acorram às cidades onde acontecerão os jogos. A França, em 1998, recebeu 500.000 turistas; o Japão, em 2002, 400.000; e a Alemanha, por conta da sua localização geográfica, bem no centro da Europa, recebeu 2 milhões de turistas.
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Para ter o sucesso na Copa de 2014, o Brasil terá que ‘’correr’’ e muito. De acordo com a revista Veja, (edição 2218 25 de maio de 2011), o desafio para 2014 será mostrar uma nova identidade do Brasil, com objetivo de tornar-se referência mundial.
Os responsáveis pelos projetos afirmam que os trabalhos avançam em ritmo adequado, porém com a pesquisa da revista, o Brasil está atrasado e mais atrasado do que estava à África do Sul em 2007, 3 anos antes do evento no país.
A revista Veja ressalta as cinco razões para o atraso alem da falta de planejamento, que é a principal razão, mas não a única responsável pela lentidão nas obras da Copa de 2014.
1. Escolhas políticas das sedes: Para agraciar o maior número de ‘’colegas’’, o Comitê Organizador Local convenceu a FIFA a escolher doze cidades-sede para a Copa do Brasil, quando apenas oito seriam suficientes.
2. Não há quem cobre: Não existe um único órgão com poderes para gerenciar, fiscalizar e cobrar a execução dos projetos do evento esportivo, que estão a cargo de prefeituras, estados e clubes. Na África do Sul, o governo central chamou a se essa responsabilidade, arcando com 98% dos gastos e controlou todo o cronograma.
3. Projetos Malfeitos: Como a maior parte das obras que usam dinheiro público, as da Copa partiram de projetos malfeitos, que exigem emendas depois. Em Brasília, por exemplo, o estádio não previa itens básicos como gramado, traves e iluminação, tudo isso ainda terá de ser incluído, o que aumentará custos e atrasos.
4. O dinheiro não aparece: Apenas 2,5% dos 23,7 bilhões de reais previstos para ser investidos nas obras de infra estrutura da Copa foram gastos até agora. No caso dos estádios, o BNDES diz que segura o dinheiro porque os responsáveis pelas obras não vem cumprindo com as condições contratuais. Como não há um órgão que centralize o gerenciamento dessas obras, tudo gira em círculo e nada anda para frente.
5. Estão fazendo corpo mole: Muitos gestores de obras sabem que, como a Copa será prioridade em 2014, às vésperas do evento o governo despejará dinheiro nos projetos que ainda não estiverem terminados. E sabem também que investimentos ‘’emergenciais’’ saem bem mais caro para os cofres públicos. No Pan Americano de 2007, no Rio, o conjunto de obras, finalizadas em cima da hora, custou 4 bilhões de reais- dez vez a previsão inicial.
Além dos problemas relacionados aos estádios, o Brasil ainda enfrenta os aeroportos. Apenas seis dos treze terminais localizados nas regiões que receberão a Copa começaram a ser reformados. Para piorar, o ritmo das obras iniciadas é ainda mais lento do que verificado nos estádios.
O maior projeto de aeroporto é um dos mais atrasados, a construção do terceiro terminal do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. É uma obra crucial para o sucesso do evento, será por lá que a maior parte dos turistas chegará ao país.
O novo terminal e as obras complementares custarão 1,2 bilhão de reais, mas até agora só foram investidos 30 milhões de reais, ou 2,5% do valor previsto.
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No Galeão, no Rio de Janeiro, a reforma está orçada em 687 milhões de reais. Dessa quantia, foram liberados 64 milhões desde 2008, quando começaram as obras. Nesse ritmo de execução orçamentária, o terminal só ficará pronto vinte anos depois da final da Copa.
‘’Os aeroportos são uma de nossas maiores preocupações’’. Diz o francês Jérôme Valcke, secretário-geral da FIFA.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), órgão ligado à Presidência da República, diz que dez dos treze aeroportos não ficarão prontos para a Copa. Com uma agravante: mesmo que sejam entregues, dez deles já estariam operando em ‘’situação crítica’’, ou seja, acima de sua capacidade normal, em 2014.
Isso significa que os projetos não deram o devido valor ao crescimento da demanda nacional por passagens aéreas.
A tabela abaixo ilustra a situação de cada estádio no Brasil, em novembro de 2012, que estão sendo construídos ou reformados para a Copa do Mundo de 2014:
Estádio Cidade Custo (R$ mm)
Andamento da Obra
Previsão de entrega
Estádio Nacional Brasília-DF 812,2 81% Dezembro de
2012
Mineirão Belo Horizonte- MG 695,0 84% Dezembro de
2012
Castelão Fortaleza-CE 518,0 92% Dezembro de
2012
Arena Amazônia Manaus-AM 530,0 45% Dezembro de
2013
Arena Pantanal Cuiabá-MT 518,0 47% Julho de 2013
Arena Pernambuco São Lourenço da Mata-
PE 532,0 64%
Fevereiro de 2013
Beira-Rio Porto Alegre-RS 330,0 38% Dezembro de
2013
Fonte Nova Salvador-BA 591,0 65% Dezembro de
2012
Estádio do Corinthians
São Paulo-SP 820,0 51% Dezembro de
2013
Arena Baixada Curitiba-PR 234,0 45% Junho de 2013
Arena das Dunas Natal-RN 417,0 38% Dezembro de
23
2013
Maracanã Rio de Janeiro – RJ 859,0 70% Fevereiro de
2013
Fonte: Jornal Zero Hora – Ranking dos Estádios para a Copa
O real cenário do Brasil para copa é o seguinte: a menos de dois anos da Copa, o Brasil só tem um estádio em execução orçamentária adequada (Castelão – Fortaleza CE) para ficar pronto a tempo de ser usado na Copa de 2014. Em outros 8, é preciso acelerar os investimentos para evitar uma tragédia.
Em relação aos aeroportos, dos treze que estão para o projeto do evento, só seis começaram a ser reformados.
As obras de mobilidade urbana que foram prometidas, o caso é ainda pior. Das cinqüenta anunciadas, só quatro tiveram início.
Com isso é possível afirmar que hoje o Brasil está mais atrasado para a Copa do Mundo do que a África do Sul, no período equivalente.
Estar atrás da África do Sul, não significa nada para o Brasil. É preciso aumentar o ritmo dos investimentos para garantir a Copa de 2014.
O mesmo cenário pode ser recordado quando ocorreu os Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro. Todas as obras atrasadas. Diante disso, foi preciso abrir os cofres do governo federal para evitar um vexame internacional. O orçamento final do Pan ficou em quatro bilhões de reais.
3.2.1 Investimento na área de transporte para Copa e Jogos Olímpicos: Trem Bala no Brasil
O Trem de Alta Velocidade Rio-São Paulo (TAV RJ-SP) ou ainda TAV Brasil é um projeto do governo federal de trem de alta velocidade com a função de interligar as duas principais metrópoles brasileiras: São Paulo e Rio de Janeiro. Um projeto antigo do governo do estado de São Paulo já previa a instalação de um ramal de trem rápido entre Campinas e São Paulo, denominado trem Expresso Bandeirantes. Como alternativa, o novo estudo técnico de viabilidade incluiu ligar Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro numa só linha de 518 km de extensão.
Estima-se que o custo de construção do trem-bala brasileiro, que deverá ligar São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro, seja de R$ 35 bilhões. Desse total, R$ 20 bilhões deverão ser financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), contando com um subsídio de cerca de R$ 5 bilhões, referente à diferença entre os juros pagos pelo governo na captação de recursos no mercado financeiro e a taxa que será oferecida ao consórcio vencedor.
A intenção do governo é que “trem-bala” esteja pronto integralmente para a Olimpíada de 2016, que será sediada Rio de Janeiro. Porém, atrasos na preparação do edital de licitação apresentados em outubro de 2009 comprometeram o prazo de início das obras e dificilmente o projeto estará pronto em tempo de contemplar a Copa do Mundo.
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A data final para a entrega das propostas foi adiada para o dia 11 de julho de 2011. A sessão pública do leilão ficou para o dia 29 de julho de 2011.
Características:
Tempo de percurso Rio –São Paulo: 80 minutos (expresso) e 101 minutos (com paradas São José dos Campos, Resende e Galeão).
Tempo de percurso São Paulo-Campinas: 24 minutos (expresso) e 28 minutos (com parada em Viracopos)
Estimativa de demanda: 32 milhões de passageiros por ano
Tarifa estimada para percurso Rio-São Paulo: até R$ 200,00 na classe econômica no horário de pico
Extensão: 518 km.
CONCLUSÃO
Após a realização deste trabalho, foi possível perceber que a atividade turística está sendo desenvolvida e com ela algumas outras atividades estão melhorando, como é o caso da geração de empregos.
Em relação ao Brasil, nosso país está aos poucos se adaptando a essa invasão de turistas, principalmente na época do carnaval e durante o ano, o ministério do turismo oferece atividades para interagir todas as regiões atraindo turistas nacionais e internacionais.
Sobre os grandes eventos esportivos, concluímos que infelizmente, mesmo após os jogos Pan Americanos, o Brasil e as comissões organizadoras ainda não entenderam a importância do planejamento e se esse planejamento fosse bem feito diminuiria muitos gastos.
Mesmo que esses eventos tragam benefícios como diminuição da taxa de desemprego, quebra de paradigma em relação à visão que o estrangeiro tem sobre o país, a sensação é que ainda não estamos preparados para realizá-los.
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
[1]MONTEJANO,Jaime Montener, Estrutura do Mercado Turístico,Rocca 2001
http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/copa_do_mundo/index.shtml
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2011/03/quase-5-milhoes-de-folioes-curtiram-o-carnaval-de-rua-do-rio-diz-prefeitura.html http://economia.ig.com.br/como+o+carnaval+mexe+com+a+economia+brasileira/n1238123499019.html
http://www.copa2014.org.br/noticias/712/CINCO+PONTOS+SOBRE+O+PLANEJAMENTO+DE+2014.html
http://www.verdegaia.com.br/index.php/portal/descricao/geral/75/+Copa+2014:+vantagens+e+desvantagens.html
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http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/turismo-no-brasil/43320/print/ http://meguiabrasil.com/historiadoturismo.php http://www.eumed.net/ce/2005/jass-tur.htm http://www.tudoemfoco.com.br/sete-7-maravilhas-do-mundo-moderno.html
http://translate.googleusercontent.com/translate_c?hl=pt-BR&sl=en&u=http://www.unwto.org/ethics/principles/en/article_3.php&prev=/search%3Fq%3Domt%26hl%3Dpt-BR%26biw%3D1007%26bih%3D430%26prmd%3Divns&rurl=translate.google.com.br&usg=ALkJrhi-6lAi3gFchCDkfmItNd7vbtkXDg
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/industria/economia_turismo/comentarios.pdf http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=1475:turismo&catid=194:pesquisa-em-destaque&Itemid=134
http://www.turismo.gov.br/turismo/home.html
http://www.turismo.gov.br/turismo/convenios_contratos/selecao_projetos/
http://www.brasilnetwork.tur.br/brnetwork/opencms/bn/home/index.html?__locale=pt_BR
http://unwto.org/en/about/tourism
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PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
Faculdade de Economia, Administração,
Contabilidade e Atuariais.
AS TENDÊNCIAS ATUAIS DO MARKETING CONSCIENTE
Aluna: Andrea Koatz
Prof. Arnoldo José de Hoyos Guevara
2° Semestre 2012
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 3 CAPÍTULO I: A EVOLUÇÃO DO MARKETING ................................................... 3
1.1 - A HISTORIA DO MARKETING .......................................................... 6 1.2 - O PAPEL DO MARKETING NAS ORGANIZAÇÕES ........................ 8 1.3 - AS TENDÊNCIAS ATUAIS DO MARKETING NO BRASIL ............... 10
CAPÍTULO II: MASLOW E A SOCIEDADE DO CONSUMO ................................. 15
2.1 - O MARKETING E A SOCIEDADE DO CONSUMO ............................. 18 2.2 - A PIRÂMIDE DE MOTIVAÇÃO DE MASLOW E SUA INFLUENCIA NO MARKETING ........................................................... 20 2.3 - A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO NO MUNDO ATUAL ........... 23
CAPÍTULO III:AS TENDENCIAS DO MARKETING CONSCIENTE....................... 25
3.1- CONSUMO CONSCIENTE (AKATU) .................................................... 26 3.2 - AS PERSPECTIVAS NO MARKETING CONSCIENTE NO BRASIL . 30
CONCLUSÃO .......................................................................................................... 32 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 32
3
INTRODUÇÃO
Este capítulo que faz referencia a introdução, esta relacionada ao tema principal: As tendências atuais do marketing consciente. Estabelecendo objetivos e justificativas ligadas ao tema principal e os métodos usados ao longo da monografia. No primeiro capítulo vai ser apontado a evolução do marketing com relação a sua historia, o papel do marketing nas organizações e as atuais tendências do marketing no Brasil.
Já no segundo capitulo vamos ver a relação da pirâmide de Maslow (muito vista na área de recursos humanos) com a nossa sociedade atual, a sociedade do consumo. Como a pirâmide de motivação de Maslow pode influenciar o marketing tanto nas empresas quanto na sociedade em que vivemos. E qual a importância da comunicação entre as pessoas e os meios de comunicação, entre eles radio, TV, internet entre outros pode influenciar uma sociedade.
No capitulo três será visto um pouco das principais tendências do marketing consciente ligado ao Akatu, instituto que busca com que as empresas e sociedade deem valor à responsabilidade social e ao consumo consciente e quais são as futuras perspectivas do marketing consciente no Brasil.
Anexo ao trabalho teremos uma entrevista com o Eduardo Giannetti autor do livro: “A ilusão da Alma”.E um artigo muito interessante da Daniela Reis de como o Marketing e outros aspectos da necessidade do homem podem influenciar no nosso mundo atual.
Capítulo I: A EVOLUÇÃO DO MARKETING
O termo marketing, de acordo com Cobra (1988, p. 34) é “uma expressão anglo-saxônica derivada da palavra mercari, do latim, que significa comércio, ou ato de mercar, comercializar ou transacionar". A partir da década de 50, surgiram nos Estados Unidos algumas matérias que se referenciavam ao estudo do mercado, sendo chamadas depois de Mercadologia. Com o passar dos anos, os acadêmicos começaram a usar a expressão “Marketing”,
algo que dava mais significado ao mercado “Market”, pois achavam a palavra
Mercadologia algo muito limitante, colocando a palavra “Market” o sufixo “ing”
mostrando como o mercado se torna mais constante a cada dia.
Para que possamos ter uma visão macro do marketing é preciso conhecer sua
evolução ao longo de sua historia. O marketing é usado desde a época dos fenícios
em feiras para se trocar objetos entre pessoas, os mesmos serviam como moedas
de troca, mais conhecido como escambo.
Neste mesmo período, pós-guerra, o progresso das empresas se tornou cada
vez mais industrial e fazia com que a rivalidade entre estas crescesse cada vez
mais. O desenvolvimento e produção de um produto ou serviço com grande
qualidade e custos de acordo com o mercado não conseguiam mais ser alcançadas
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para que se chegasse a um lucro desejável. O consumidor começa a ficar cada vez
mais exigente, com um grande poder de escolha, isto é, escolhendo o que te
trouxesse maior beneficio com uma menor conveniência de custo afinal, quem
compra o produto/serviço final é o cliente.
Como citado anteriormente, alguns profissionais se juntaram na (AMA,1985)
American Marketing Association e definiram o marketing como: “o processo de
planejamento e execução do conceito, do preço, da comunicação e da distribuição de ideias, bens ou
serviços, de modo a criar trocas que satisfaçam objetivos individuais e organizacionais”.
Atualmente, seguindo Kotabe (2000, p. 30),marketing é conhecido como:
“[...] uma atividade corporativa criativa que envolve o planejamento e a execução da
concepção, determinação de preço, promoção e distribuição de ideias, produtos e serviços
em uma troca que não apenas satisfaz às necessidades atuais dos consumidores, mas
também antecipa e cria suas necessidades futuras com determinado lucro”.
Percebe-se que o autor acima quis deixar claro em sua definição a inclusão
de criação e inovação para se desenvolver novos produtos e serviços.
É compreensível que as empresas estudem e analisem o mercado para
conhecer melhor as tendências do comportamento do seu consumidor e assim,
conseguir trazer a ele inovações antes mesmo de seus concorrentes, trazendo para
esta empresa liderança neste seguimento de mercado que ela atua.
“Churchill (2003) reforça que no contexto organizacional o papel de oferecer produtos
que agreguem valor aos consumidores tem que ser visto como responsabilidade e prática
constante no processo mercadológico”.
Segundo Churchill,a instituição deve “agradar” seus clientes por meio de suas
necessidades e desejos.
“Kotabe (2000) destaca cinco estágios identificáveis na evolução de marketing fora
das fronteiras nacionais, tais como marketing doméstico, marketing de exportação,
marketing internacional, marketing multinacional e marketing global. Os estágios serão
descritos para que o posicionamento da marca seja identificado no contexto internacional”.
Marketing Doméstico:
O primeiro método é marketing usado pelas corporações que visão apenas o
seu país de origem. Os consumidores deste setor são os compradores domésticos,
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as tendências setoriais, as necessidades e desejos desta fatia do mercado, além do
ambiente econômico, político e tecnológico que cercam este ramo.
As empresas que trabalham neste setor, não focam muito no mercado global
que entre os aspectos esta: a concorrência emergente, os estilos de vida do seu
publico alvo, entre outros e sim, no local.·.
Marketing de Exportação:
O segundo método é o marketing de exportação.Empresas que querem atender as
necessidades de seus consumidores alvo por meio da transposição de
fronteiras,primeira modificação das empresas segundo o método anterior(marketing
domestico).As exportações de produtos e serviços apenas acontecem
ocasionalmente, isto é,não é algo frequente nesta etapa.Porém,este comportamento
pode tornar a empresa pró-ativa,ou seja,adaptá-la melhor ao mercado
global.Usando apenas meios internos( do país ou cidade) como na etapa anterior,
que pretende alcançar o seu publico em questão com o mesmo produto que é
praticado neste mercado ou mercados semelhantes a este, não visando tanto o
mercado externo,precisando necessariamente do aprimoramento desta matéria
prima e/ou embalagem do produto em questão.
Marketing Internacional:
Nesta etapa, o marketing de exportação já esta bem evidente e interligado nas
atividades de mercado da instituição, também conhecida como marketing
internacional, visando o crescimento da empresa. Para que a empresa tenha
sucesso e conquiste seu publico alvo a mesma deve buscar o desenvolvimento de
um plano de marketing para cada tipo de mercado que atua, com diferentes
estratégias para cada qual. Estes diferentes métodos para cada tipo de mercado é
supervisionado pela matriz da empresa que auxilia as visões internacionais que são
usadas, sempre tentando conquistar a maior fatia do mercado e isto não excluiria o
mercado global.
Marketing Multinacional:
Neste ciclo, quando a empresa vende seus produtos e /ou serviços a vários países
do mundo. A área administrativa da mesma vê vantagens econômicas com relação
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ao desenvolvimento de seus produtos, o seu marketing, a sua produção, fixando
algumas de suas funções em regiões e não somente em cidades ou países,
tentando conquistar também grupos de países vizinhos com ideias de consumo
parecidos. Os custos promocionais podem ser divididos tanto para a região em
questão, como também, para regiões vizinhas. A empresa pode inventar ou obter
marcas de determinada região consolidando suas funções. Cada região terá uma
estratégia distinta de acordo com o mercado e suas necessidades para que se
possa desenvolver um produto para determinada região de acordo com uma
pesquisa de marketing/mercado para se achar o produto certo para o consumidor
certo.
Marketing Global:
As instituições deste meio focam apenas um mercado global e único, buscando
consumidores globais que buscam o mesmo produto, sendo algo homogêneo com
relação às necessidades de seus clientes. Trazendo a empresa custos mais diluídos,
pois este produto será vendido para vários países.
1.1 - A HISTORIA DO MARKETING Pré-história:
Mesmo o estudo do marketing podendo ser visto pelo homem em suas essências, principalmente no comercial, apenas ficou conhecido há uns anos se comparado a outros estudos. A necessidade de se estudar o mercado se deu pelo fato das indústrias precisarem de novos métodos para a nova realidade, a revolução Industrial. Nesta época, o marketing era muito ligado à economia e administração clássica, pois este estudo era muito relacionado à logística, produtividade e o lucro. Neste momento, os consumidores não sabiam negociar como nos dias de hoje, e não existia concorrência, pois o publico não era tão exigente e assim, não havia tanta necessidade de muita produção, pois não tinha mercado para isto. Esta visão permanece ate meados da Segunda Guerra mundial, o mercado começa a ficar mais global e os mercadológicos da época começar a analisar os possíveis consumidores. Nasce então a cultura da venda a qualquer preço
Década de 1950: Em 1954, Peter Drucker lança seu livro: “A pratica da administração”. Sendo o
primeiro registro publico escrito que diz o poder do marketing para os administradores e marketeiros.
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Década de 1960: Nesta época, surge Theodore Levitt, conhecido mais tarde como “o pai do
marketing”. Lança um artigo chamado “Miopia do Marketing” que mostra alguns erros de percepções, o quão importante é o contentamento do consumidor mudando completamente o mundo dos negócios. O vender a qualquer custo com os anos deu lugar à satisfação do consumidor. Neste momento, marcas famosas como: Cola-Cola,Malboro entre outras,relançam suas marcas. O marketing começa a ter uma maior visão, com a escrita de artigos científicos, pesquisas fundamentadas e dados estatísticos lançados, separando o achismo do cientifico, onde podemos ver a necessidade de um estudo mais aprofundado do mercado. Em 1967, Philip Kotler faz o lançamento da primeira edição de seu livro de marketing. Década de 1970: Surge nas grandes instituições departamentos de marketing. Não sendo apenas uma boa ideia, mas sim algo fundamentado para permanecer em um mercado cada vez mais concorrido. Após o marketing ser usado nas empresas, começa também a ser visto no governo, em organizações civis, entidades religiosas entre outros que começar a praticar as estratégias do marketing tornando conveniente as necessidades e a realidade de cada mercado. Década de 1980: Em 1982, surgem os gurus do marketing com o livro “Em busca da excelência” de Tom Peters e Bob Waterman, o livro mais vendido do momento, pois visão muito o cliente como o foco principal do mercado. O mercado fez com que o marketing se tornasse algo muito importante e direta por todas as instituições que vendiam produtos/serviços desde micro a grandes empresas. Neste período, surgem outros grandes nomes como: Al Ries por definir o conceito de posicionamento, Jay Conrad Levinson por determinar o “marketing de guerrilha” e Masaaki Imai, pai do Kaizen, que ganharam notoriedade no mundo por suas ideias originais.
Década de 1990: A tecnologia influenciou muito o marketing da época. O comercio eletrônico trouxe novos nichos ao mercado que já estava bastante globalizado. O CRM(Custimer Relationship Management) e o serviço de atendimento ao consumidor,possibilitam uma maior aproximação do cliente para com o mercado e empresa.Alem da internet que revolucionou ainda mais o mercado com um novo meio de comunicação, a mídia social.O marketing social cresce muito no qual as instituições começam a se preocupar com o bem estar de seus clientes e sociedade.A opinião publica e a satisfação do consumidor começa a ser extremamente importante,como também o engajamento da empresa em causas sociais e a preocupação com o meio ambiente,trazendo a mesma uma vantagem no mercado. Década de 2000: Consolida-se a TV, celular e mais pessoas tendo acesso às mídias como a internet ao marketing que se fundamenta ainda mais no mercado.A World Wide Web esta bem fundamentada e nasce grandes pesquisas e publicações com relação a
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WebMarketing e o comercio eletrônico.O cliente começa a ter mais informações sobre os produtos e serviços e a concorrência cresce ainda mais.Surgindo o Marketing da Permissao,de Seth Godin, a conceituação do Marketing boca-a-boca (Buzzmarketing) por George Silverman entre outros. Ao longo da historia, as empresas produziam e se desenvolviam por cinco (5) modos: Produção: No começo da Revolução Industrial só era preciso produzir para se ter sucesso, não tendo nenhum tipo de concorrência, por exemplo. Apenas gerar rápido e na maior quantidade possível (quando a população começou a crescer). Produto: Com a concorrência aumentando, os consumidores tem o poder de escolher o melhor produto para si relacionado ao seu custo/beneficio.
Preço: Quando todas as empresas que concorrem por aquele mercado consegue produzir a mesma quantidade, busca-se o melhor custo/beneficio e diferentes formas de se estipular preços.
Venda:Com a concorrência cada vez maior era preciso uma preocupação maior com os métodos de distribuição do produto/serviço e suas promoções. Marketing: Determina os desejos e necessidades de cada mercado,seu publico alvo tentando sempre dar ao consumidor final algo mais eficiente do que seus concorrentes.Conseguindo gerar lucro pela satisfação de seus clientes.
1.2 – O PAPEL DO MARKETING NAS ORGANIZAÇÕES
A seguir, algumas frases famosas conhecidas no mercado sobre o papel do marketing nas organizações, entre elas:
“A Propaganda é a alma do negócio.” “Os recursos investidos precisam de um retorno.”
“As empresas precisam que suas marcas tenham anjos guardiões.” “É preciso justificar o
orçamento de Marketing”.
Figura 1: O Papel do Marketing nas Organizações
Fonte: <http://www.comunicacaoetendencias.com.br/o-papel-do-marketing-nas-organizacoes>. Acessado em 07 de setembro de 2012 às 15h44min.
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A figura acima representa a importância do marketing nas organizações, que a mesma não tem o seu devido valor se não for associado à questão de estratégias para conquistar ainda mais o mercado ao longo dos anos.
É importante sabermos usar a comunicação a favor das empresas e do mercado para que assim, conseguimos atrair mais consumidores a nossos produtos e serviços.
Alem de sabermos usar as técnicas certas para cada tipo de instituição,devemos saber mensurar corretamente o retorno investido para o uso de estratégias de marketing,conhecido como ROI(Retorno sobre o Investimento),pois,se não for feito corretamente, a empresa pode entrar em falência e nada do que foi investido trará o retorno correto.
Figura 2: O Papel do Marketing nas Organizações Fonte: Fonte: <http://www.comunicacaoetendencias.com.br/o-papel-do-marketing-nas-organizacoes>. Acessado em 07 de setembro de 2012 às 15h44min.
Alan Zorfas, cofundador da Motista, consultoria em Marketing e inteligência sobre o consumidor que oferece alguns insights sobre o tema:
“Um dos maiores ativos de uma organização que os marketers constroem é esta conexão “intangível” com os consumidores. Esta conexão protege os clientes dos competidores, atrai novos clientes, cria margem e pode transformar os clientes em “anjos guardiões das marcas”, afetando (positivamente) os resultados financeiros. Ainda sim, é muito mais fácil aumentar as vendas em 05(cinco) pontos percentuais e erodir esta conexão que estávamos discutindo acima. Todos os tipos de táticas estão sob o guarda-chuva do Marketing, mas podemos apenas construir e “justificar” esta conexão se ela puder ser reportada através da linguagem dos negócios de hoje em dia.”.
Atualmente, a grande preocupação dos gestores das empresas é coligar o plano de marketing, que hoje em dia é um dos maiores setores das empresas, com as outras áreas da instituição, desde a produção de produtos e serviços ate a pesquisa/analise do publico alvo para o desenvolvimento do mesmo.
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Um dos principais exercícios da área de Marketing nas empresas é o Planejamento
Estratégico, se antecipando perante o mercado (consumidores) e seus concorrentes
e entre eles estão: os objetivos, metas e estratégias.
O ponto principal deve ser sempre a satisfação do cliente, sempre estimulando o
mesmo a comprar seu produto/serviço novamente, fidelizando-o.
1.3- AS TENDÊNCIAS ATUAIS DO MARKETING NO BRASIL
Kotler dias que o marketing é tão importante que não deveria ficar apenas em um departamento de uma instituição. Seu valor é muito grande, e suas estratégias influenciam a empresa como um todo. O conceito de marketing é o foco principal da estratégia organizacional.
Alguns posicionamentos estratégicos são: a gestão de branding
(estudo da marca), a definição de um mercado-alvo e o processo decisório
tático, ficando clara a atuação conjunta de outros setores com relação à visão
mercadológica com relação ao empreendedorismo e a competitividade para
com outras empresas do ramo.
O cenário atual competitivo de sucesso é a gestão de marketing correta
relacionada à organização, destaque e diferenciação no mercado.
Assim, a influencia do marketing é importantíssimo para que as empresas
conquistem seus objetivos e metas estabelecidos em seus planejamentos
estratégicos.·.
O marketing possui ferramentas que podem compreender as necessidades e o
comportamento dos consumidores alvo, onde é possível avaliar e testar ações-chave
que podem servir de garantia para a conquista de bons resultados com relação à
concorrência.
O marketing exerce uma posição chave em estratégias para influenciar o cliente de
forma eficaz, porque para uma entidade continuar no mercado é necessário que esta
saiba administrar e gerenciar a satisfação de seus consumidores finais de forma
eficiente e diferenciada com relação a seus concorrentes.
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MARKETING ESTRATÉGICO
A principal sentença em marketing é ser diferente. Sendo algo único e exclusivo
sendo de difícil acesso de seus concorrentes.
Por meio do pensamento porteriano da Escola do Posicionamento: “como a
fundamentação teórica que constitui a essência do marketing estratégico. Ou seja, a idéia
de se deliberar um foco estreito (trade-off ), baseado em custo ou diferenciação, optar por
um público-alvo (amplo ou estreito), e construir uma cadeia de valores sintonizada com a
decisão estabelecida são as premissas básicas que formalizam o paradigma da essência
estratégica”.
Por meio do FOFA(FORÇAS E FRAQUEZAS X AMEAÇAS E OPORTUNIDADES) é
possível escolher a melhor alternativa para a marca,um posicionamento
amplo(custo,diferenciação e enfoque),um posicionamento especifico necessário para
dar uma direção estratégica a empresa.
A decisão de uma estratégia deve ser feita de forma orientada exclusiva e
excludente,devendo ser seguida e não modificada,se tornando foco.Como exemplo:
a empresa decide focar em custo,mas não pode querer também fixar em
diferenciação de uma de suas estratégias,apenas em uma coisa.
Outro ponto que pode ser discutido é da empresa querer se tornar a numero um em
um determinado segmento,ela tem que ter um grande foco naquilo e ser bastante
inovadora e criativa.
Segundo dados da Interbrand as marcas mais valiosas do mundo tem um ponto em
comum:a visão estratégica de marketing como fator que as diferencia as tornando
marcas superiores(brand equily-equidade da marca) as demais.
AS NOVAS TENDÊNCIAS E O MARKETING ESTRATÉGICO TOTAL
Nos dias de hoje, o marketing é a integração interdisciplinar das áreas de ciências
econômicas, sociais e humanas,para a compreensão da estrutura e aplicabilidade só
é possível por meio de um enfoque holístico entre consumidor e
demanda.Planejamento de impactos que “impressionariam” o consumidor.
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Figura 3: As novas tendências e o Marketing estratégico (As interfaces do Marketing)
Fonte:<http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos/Novas_tendencias_de_Marketing_e_o_seu_papel_nas_organizacoes.htm>. Acessado em 07 de setembro às 17h48min.
Os quatro (04) pontos da influencia do marketing são: a globalização, tecnologia,
meio ambiente, questões sociais.
Segundo Peter Drucker e Fritjof Capra:
“O marketing, nos últimos sessenta anos, evoluiu para um cenário global, tecnológico, social
e ambiental onde as economias, as culturas e os desejos se aproximaram, intensamente,
contribuindo para o fenômeno da sociedade da informação,uma sociedade em rede que
tece a globalização”.
Neste ritmo atual de grandes transformações e fusões,das tecnologias em rede,do
mundo dos negócios,do cenário social e ambiental,entre outros aspectos,
vivemos,hoje, mais do que nunca em um macroambiente onde tudo muda muito
rapidamente,e cada vez mais o pensamento de marketing entre neste campo da
gestão e negócios.
A ferramenta chave nesta nova “era” é a analise primordial dos consumidores cada
vez mais exigentes e buscando o produto/serviço personalizado e com maior
qualidade e menor preço.·.
MARKETING DIGITAL
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Nos dias atuais a informação esta cada vez mais próxima dos indivíduos tanto para
questão de consumismo quanto para questão de estudo e pesquisa de forma ágil e
global.
Com o avanço da tecnologia a conexão entre as pessoas vem mudando
significantemente. Estas alterações também ocorrem com os negócios por causa da
globalização.
Com estas mudanças, as empresas se sentiram obrigadas a começar a usar em
suas estratégias tecnologias digitais, desde para a comunicação institucional de
produtos ate a utilização da mesma em promoções, vendas on-line, entre outros
aspectos.
Estratégias de Marketing
“Estratégias de marketing em B2C ( business-to-consumer ), B2B (business-to-business ) ,
C2C ( consumer-to-consumer ) e A2C ( administration-to-consumer ), entre outras, fazem
parte do novo discurso tecno-mercadológico das redes virtuais do consumo, envolvendo
empresas e consumidores, onde as palavras-chave são interatividade, personalização,
globalização, integração, aproximação, convergência e democratização da informação.
Sendo que cada uma oferece uma nova dimensão à comunicação, às vendas e ao
relacionamento com o mercado”.
Atualmente é muito usado neste cenário a questão do conceito de
customização(produção e vendas sob medida), correlacionando com inovações
tecnológicas e inovação aberta para um mercado mais competitivo e personalizado.
Uma nova de fazer negócio é por meio da internet, comunidades virtuais, sistemas
de rede modificando totalmente os meios eletrônicos.
O marketing digital – webmarketing ou e-marketing – torna-se muito importante para
as organizações, pois com a facilidade de acesso no uso dessas tecnologias, por
parte da demanda, as empresas terão que se ajustar as novas tecnologias
conceituando mudanças radicais na forma de realizar negócios e administrar
relacionamentos.
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MARKETING VERDE
O que traz um grande desenvolvimento para a sociedade é a questão da cidadania,
consumo, trabalho entre outros aspectos que nos faz viver em sociedade.
Atividades como: econômica mundial, baseada na produção de massa e no
consumismo (mercado globalizado) acaba definindo e impondo estilos e
comportamentos que interferem diretamente na qualidade de vida da população.
“O marketing verde, produtos e serviços direcionados a um segmento específico que
valoriza e consome produtos ecologicamente corretos”. O marketing identifica as necessidades, carências, valores de um publico alvo de determinado mercado, olhando sua satisfação, qualidade, eficiência e preço baixo. Entre estas e outras vertentes estratégicas que são usadas para se conseguir continuar no mercado e para se conquistar e fidelizar mais clientes.
NICHO VERDE
Com relação ao marketing verde,se relaciona a um nicho(pequeno segmento da sociedade) do mercado.É determinado um nicho pois não tem grande volume de produção e consumo( algo novo no mercado) e deve ser bastante explorado nos próximos anos porque é uma necessidade urgente para melhorias na qualidade de vida.
A cultura de qualidade surgiu na fabricação de bens e serviços e é determinante no consumo.
NOVOS MERCADOS
O Nicho verde visa ações atuais e futuras, com novos hábitos de consumo das populações, novos mercados e produtos.
Nos próximos anos os estudiosos esperam que as decisões sejam tomadas mais precisamente por meio de escolhas mais responsáveis.
Hoje em dia o marketing verde já pode ser visto em nossos produtos, entre eles estão: produtos ecológicos, como alimentos orgânicos, produtos reciclados, carros que poluem menos, equipamentos eletrônicos com um menor consumo de energia, detergentes biodegradáveis, serviços de coleta seletiva entre outros.
O marketing verde traz mais primor às relações entre empresa e mercado, empresa e consumidor, empresa e comunidade, empresa e meio ambiente.
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CONSUMO RESPONSÁVEL
Fazemos parte de um grande ecossistema onde somos uma das espécies, porem grande parte de nos tem interferências positivas e/ou negativas perante nosso planeta. A partir de uma analise maior do consumidor/comprador na hora da compra pudemos perceber que as tecnologias limpas, produtos e serviços posicionados corretamente e responsáveis, permitindo manutenções de melhores índices de qualidade de vida, baseados na sustentabilidade e em sistemas naturais e mais econômicos.
Capítulo II: MASLOW E A SOCIEDADE DO CONSUMO
Maslow (1908-1970): iniciou a hierarquia das necessidades que mais tarde ficou conhecido como Pirâmide de Maslow-Hierarquia das necessidades de Maslow, isto é, o que é imprescindível para os seres humanos estabelecido das necessidades mais urgentes para as menos urgentes, tentando entender o comportamento humano.
Por meio desta frase: “As pessoas tentam satisfazer as necessidades mais importantes em primeiro lugar. Quando conseguem satisfazer uma necessidade importante, tentam satisfazer a próxima necessidade mais importante”. Vamos tentar analisar a sociedade do consumo. Isto é, para se passar para outra necessidade é preciso satisfazer a anterior, como podemos ver ser visto na pirâmide abaixo. Segundo Maslow:"Se todas as necessidades estão insatisfeitas e o organismo é
dominado pelas necessidades fisiológicas, quaisquer outras poderão tornar-se inexistentes
ou latentes".
É preciso saciar a necessidade fisiológica antes das etapas posteriores.
Por meio da reflexão do ser humano de acordo com as suas necessidades, surgiu à pirâmide de Maslow.
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Figura 04-A hierarquia das necessidades de Maslow- Pirâmide de Maslow Fonte: <http://www.artigonal.com/marketing-e-publicidade-artigos/consumismo-x-piramide-
de-maslow-uma-outra-visao-da-teoria-4520350.html>.Acessado em 03 de outubro de 2012 as
21:51.
As necessidades crescem de baixo (necessidades fisiológicas) para cima (auto realização).
Necessidades Fisiológicas: referencia à sobrevivência do ser humano ou de um grupo de pessoas. Alguns exemplos:
Respiração Reprodução Descansar Ter um abrigo Ter roupas
Necessidades de Segurança: referencia manutenção do que a pessoa já tem.
Alguns exemplos:
Saúde e bem estar Segurança financeira
Necessidade Social: Após as necessidades fisiológicas e de segurança atendidas vem à necessidade social. Entre ela esta os relacionamentos, baseado em sentimentos, pois o homem precisa se sentir aceito e parte da sociedade.
Alguns exemplos:
Amizade Fazer parte de organizações como clubes, torcidas,entre outros Família
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Com a falta destes e outros elementos ditos acima a pessoa se sente sozinha (solidão), com mais ansiedade que o normal e em casos mais expressivos ate mesmo em depressão.
Necessidades ligadas à autoestima: busca do autorrespeito e autoestima. O ser humano sempre busca a aceitação de grupos que convive e por si mesmo (reconhecimento pessoal). Quando essa necessidade não é alcançada a pessoa fica com alto estima baixa e ate mesmo podendo se sentir inferior ao grupo de pessoas.
Necessidade de autorrealização: Ultimo “estagio” da Pirâmide de Maslow, nesta etapa para que a pessoa esteja motivada é preciso que pessoas próximas se sintam satisfeitas. o individuo busca o que quer se tornar ser através de suas possibilidades.
Exemplo1: ”Um homem passando fome (necessidade 1) não quer saber como é visto pelos outros (necessidade 3 e 4) e tampouco se importa em realizar uma viagem internacional ou comprar uma obra de arte (necessidade 5)”. Como podemos analisar a teoria de Maslow que diz que para que possamos satisfazer uma necessidade é necessário saciar a anterior para passar para a próxima, porem nos dias atuais, é cada vez mais visto pessoas ostentando objetos materiais para obterem status e reconhecimento da sociedade, como carros importados caros (necessidade 4),porem moram em casas em condições difíceis(precárias) em um bairro afastado e que não tem nenhum tipo de proteção(deixando de lado a necessidade 2).Estas pessoas preferem ter um seguro caro para cuidar de seu carro do ano e muitas vezes podem ate nem ter plano de saúde,rompendo a teoria de Maslow que diz que é preciso reparar as necessidades como segurança,este que poderia salvar sua vida de um acidente ou velhice futura, para depois buscar um status.
Exemplo2: “Supomos uma família com baixo rendimento, seus hábitos de consumo se restringirão à compra de alimentos básicos como feijão e arroz e roupas para se abrigar do frio. Gastos com luxo estão praticamente descartados para esta camada da população”.
Em explicação ao exemplo acima, pessoas com baixo poder aquisitivo não tem a possibilidade de consumir o básico, isto é serem consumistas e poderem comprar coisas superfulas como roupas novas, sendo que não precisam.
Antigamente o consumismo não era tão evidente como nos dias de hoje, nossos avos apenas compravam 01 par de sapatos e usavam o mesmo em todas as ocasiões ate este sapato desgastar e eles terem que comprar outro, por necessidade, seguindo a pirâmide de Maslow. Nos dias atuais, a pirâmide não é seguida a risca, pois o consumismo esta cada vez mais presente na vida da população e como visto nos exemplos acima, as pessoas sempre querem mais e
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mais, mesmo que não estejam precisando para fazerem parte “do grupo” que desejam, pois todos do grupo têm um Iphone, por exemplo, satisfazendo desejos por meio do marketing.
As necessidades de Maslow são motivações humanas, diversas satisfações que o individuo busca para se sentir motivado para exercer suas funções do dia a dia e viver bem.
Para Maslow, a pessoa iria se sentir completamente motivada se seguisse os patamares da pirâmide, isto é primeiro satisfazer as necessidades fisiológicas, depois de segurança, necessidades sociais e assim por diante porem não é isto que ocorre na vida real, existem pessoas que não seguem isto e não cumprem as necessidades fisiológicas para realizar um sonho pessoal, por exemplo.
Os seres humanos vivem em sociedade e buscam ligar ao mesmo tempo diferentes necessidades para se satisfazer. Como, a família muitas vezes por muitos pode ser considerada uma motivação maior do que necessidades físicas, a ligação entre duas ou mais necessidades pode garantir a segurança da pessoa.·.
Portanto, depende dos princípios e intuito da pessoa com relação à vida, não necessariamente ela ira seguir passo a passo da pirâmide de Maslow.···.
2.1 – O MARKETING E A SOCIEDADE DO CONSUMO Nos últimos anos ocorreu um grande aumento do consumo no mundo todo, principalmente ligado ao crescimento das populações, com isto, as empresas acumulam capital para atender esta maior demanda de pessoas por meio de produtos e/ou serviços relacionado à propaganda, propondo o consumo a toda hora. Consumo: “o ato da sociedade de adquirir aquilo que é necessário a sua subsistência e também aquilo que não é indispensável, ao ato do consumo de produtos supérfluos, denominamos consumismo”. Para atender as sociedades do consumo o homem intervém no meio ambiente, porque tudo o que o individuo faz, sua matéria prima vem da natureza, transformando-a em material para fazer-se uso. Anteriormente, as indústrias apenas pensavam no modelo capitalista, isto é, aumento de lucro e de consumo não pensando no principal, a consideração com a natureza. Com o planeta mostrando sinais de grande degradação. Exemplo:escassez de petróleo-recurso que não se renova- seu uso refere-se a 40% da energia consumida no mundo,sendo muito importante para nos,estudos revelam que o petróleo só será suficiente para os próximos 70 anos.
“Os problemas ambientais diferem em relação aos países ricos e pobres, a prova disso é que 20% da população é responsável pela geração da maior parte da poluição e esse percentual é similar ao percentual da população que possui as riquezas do mundo.Enquanto essa população vive em altos níveis de consumo,outra grande maioria,certa de 2,4 bilhões de pessoas,não possui
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saneamento ,1 bilha não tem acesso a água potável,1,1 bilhão não tem habitação adequada e 1 bilhão de crianças estão subnutridas”.
Nos dias atuais, as populações começam a se preocupar com o consumo consciente, a menor degradação do meio ambiente, se preocupando com a responsabilidade social.
O consumo e o Consumismo
Figura 05-A sociedade do Consumo Fonte: <http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.canalkids.com.br/bankids/imagens/so
c_de_consumo.gif&imgrefurl=http://www.canalkids.com.br/bankids/sociedade.htm&h=250&
w=338&sz=20&tbnid=oHuWnLvIfjDyHM:&tbnh=84&tbnw=114&prev=/search%3Fq%3Dc
onsumo%26tbm%3Disch%26tbo%3Du&zoom=1&q=consumo&usg=__cOJGPDiCiYhDSNh
ylo7gef3QjpM=&docid=UYSNF0BCDpaTRM&hl=pt-BR&sa=X&ei=_tKCUJ-pAq6p0AG-
vYC4AQ&ved=0CDgQ9QEwBQ&dur=0>.Acessado em 20 de outubro de 2012 as 13:39.
A imagem acima faz referencia ao consumo, como a mídia pode influenciar o ser humano a comprar produtos e marcas que muitas vezes ele não precisa, isto é, não há necessidade de ter. Os produtos e marcas atuam em nossas vidas. Não é possível viver uma vida sem os produtos e marcas que ficam a nossa volta para satisfazerem nossas vontades e desejos de muitas formas, desde um carro novo como forma de status ate uma compra por impulso de uma blusa pois estava na promoção.Algumas pessoas exageram,compram por impulso,onde muitas vezes não precisam daquele produto ou serviço,é preciso separar o desperdício/consumismo do consumo consciente,isto é,produtos e serviços que o ser humano realmente precisa para sobreviver(produtos básicos).
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De acordo com Giglio (1995) “O modelo de influência social coloca que as pessoas seguem regras, incluindo sobre o que o consumir, para fazer parte de um grupo”.
Para alguns autores, como Baudrillard (1995), Fromm (1997) e Canclini (1995), “o consumismo é a posse de produtos e serviços que representam identidade e posição social”. O consumismo ultrapassa a razão e os recursos financeiros desta pessoa, acumulando produtos/serviços não necessários e degradação do meio ambiente por meio deste consumo desnecessário, porem não deve-se descartar o consumismo ele é necessário para o processo de comportamento social e é preciso ter consumo para que a economia seja desenvolvida(produção de produtos e serviços,roda a economia).
Philip Kotler definiu assim o seu papel na sociedade: “Marketing é um processo social por meio do qual pessoas ou grupos de pessoas obtêm aquilo que necessitam e que desejam com a criação,oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com outros”.
A sociedade busca o individualismo, isto é, não querem ter produtos iguais aos outros e sim, produtos personalizados e individualizados.
2.2 - A pirâmide de motivação de Maslow e sua influencia no Marketing
Tomando em consideração a Pirâmide de Maslow um bom líder consegue ver quais são as necessidades de cada um de sua equipe e poderá destinar os meios de motivação certos para cada pessoa. Exemplo: “Um profissional que está no auge de sua carreira e em alta evidência na organização não se entusiasmará muito com a ideia de uma pequena mudança em seu plano de saúde que envolva alguns benefícios adicionais”.
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Figura 06-Pirâmide de Maslow Fonte: < http://orientacaopsicologica.com/2008/03/27/maslow-mcgregor-e-herzberg-teorias-motivacao/ >.Acessado em 21 de outubro de 2012 as 15h06min.
Os nossos desejos
“Um músico deve compor,
um artista deve pintar,
um poeta deve escrever,
caso pretendam deixar seu coração em paz.
O que um homem pode ser, ele deve ser.
A essa necessidade podemos dar o nome de
auto-realização.”
Abraham Harold Maslow (1908 – 1970)
As necessidades e desejos de Marketing relacionados à Pirâmide de Maslow Maslow cria uma teria no qual as necessidades humanas podem ser vistas de forma hierarquizada, esta hierarquia também relata no que somos diferentes dos animais, como os animais não têm tantas “etapas” da hierarquia como nos, humanos.
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Segundo Maslow,as necessidades podem ser divididas em 5 etapas:Necessidades fisiológicas,necessidades de segurança,necessidades sociais, Necessidade de “status” ou de estima e necessidade de autorrealização.As 05 etapas estão melhores especificadas no item: Capitulo II:Maslow e a Sociedade do consumo e nas figuras 04 e 06(Pirâmide de Maslow).
Figura 07-Hierarquia das necessidades de Maslow Fonte:< http://orientacaopsicologica.com/2008/03/27/maslow-mcgregor-e-herzberg-teorias-motivacao/ >.Acessado em 21 de outubro de 2012 as 16h08min. Na Teoria de Malow,podemos ver que para uma necessidade ser atendida a anterior tem que ter sido feita,ou pelo menos parcialmente satisfeita para que seja possível sentir a necessidade do nível depois desta,isto é seu nível superior.Ou seja, se a pessoa não tem as necessidades de segurança realizadas,não sentirá as necessidades sociais.
Segundo Maslow: “… à medida que os aspectos básicos que formam a qualidade de
vida são preenchidos, podem deslocar seu desejo para aspirações cada vez mais
elevadas”.
A pirâmide de Maslow analisa, isto é, faz uma segmentação psicológica com relação
à hierarquia das necessidades e desejos dos seres humanos. Exemplo: Não se
pode querer vender canetas de luxo a pessoas que estão tentando satisfazer
necessidades como segurança, não se pode pular as etapas da pirâmide, como dito
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anteriormente, é preciso satisfazer a primeira etapa (base da pirâmide-necessidade
fisiológica para depois ir para a segunda etapa da pirâmide).
Maslow não conheceu a sociedade de consumo e isso faz toda a diferença Segundo analise de Paulo Vieira de Castro – Consultor de Empresas. Diretor do Centro de Estudos Aplicados em Marketing, Instituto Superior de Administração e Gestão (Porto – Portugal).
Quando Maslow pensou a sua teoria não lhe foi possível imaginar o cerceado crivo da sociedade de consumo. E isso poderá mudar tudo? Talvez o moderno comportamento de consumo obrigue a uma reflexão em torno da hipótese de uma nova hierarquia de necessidades humanas. Certo é que muitas das que são de ordem psicológica/emocional se assumem cada vez mais, na atualidade, como necessidades básicas para os mais consumistas. Na segunda metade dos anos 50, Maslow assumiu que as necessidades humanas estão organizadas numa hierarquia de importância, representada graficamente na forma duma pirâmide, cuja base é preenchida pelas necessidades fisiológicas e de sobrevivência e o topo por necessidades de status e auto-realização. Evidencia-se deste modo a crença segundo a qual se poderá reduzir o Homem a leis meramente racionais, quando pensamos no concretizar das suas próprias necessidades, defendendo ainda este importante autor que poucos ou nenhuns procurarão o reconhecimento pessoal, ou o status, se as suas necessidades básicas não estiverem satisfeitas. Mas, será que a tão famosa pirâmide das necessidades de Maslow continuará actual num futuro próximo?
Todos somos consumidores e não teria sido necessário aguardar a confirmação das
neurociências (neuromarketing) para imaginar um ser humano que, no que às decisões de
consumo diz respeito, usa na actualidade de um questionável nível de razoabilidade.
A cultura de consumo suportada por diligentes empresas de comunicação e meios, ainda de
PNL, de entre outras, contribui para o atingir a mente dos consumidores através de
programação dedicada ao subconsciente. É claro que qualquer necessidade continua a ser
traduzida por um processo primário, configurado em torno da tenção fisiológica e
psicológica, entre a satisfação e a frustração. O que poderá ser questionado actualmente é
a capacidade do Homem fantasiar em torno deste mesmo processo.
Mas o que é que mudou? Desde logo, o entronizar da ilusão do poder pelo consumo, ou seja o consumo transformou-se no mais importante ideal de afirmação social, económico, status, etc. A este propósito salientamos ainda o facto da identidade social do indivíduo, agora massificado, já não o remeter, como outrora, para a família de referência ou para a função (profissão) desempenhada, mas, cada vez mais, para o seu estilo de consumo.
Numa sociedade onde tudo parece ser acto de consumo, coloca-se a possibilidade de
assistimos a mudanças no ciclo motivacional, esbatendo-se o controlo sobre os impulsos
oniomaniacos, contribuindo largamente para isso a desenfreada oferta de crédito ao
consumo e a comunicação empresarial. Tal situação poderá representar a fragmentação da
teoria da motivação de Maslow, já que perante um mundo crescentemente reduzido às
relações de consumo e aos seus atributos de status, o Homem se vê agora submetido a
uma exaltada e inevitável influência psicológica / íntima, suportada por modernas técnicas
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de persuasão. Afinal, se tudo mudou, porque não se adaptaria o Homem a esse novo
mundo, quando pensamos na forma de lidar com as suas necessidades?
Ao aceitarmos que a motivação se encontra no intervalo entre o estado real e o desejado,
ou seja entre as forças e os conflitos, os estados psicológicos e os desejos apreendidos,
onde o ser humano titubeia face ao impulso biológico e à estimulação social, então como
entender a mudança de que falamos? Para além do poder pelo consumo, existem três
tópicos centrais a este respeito: por um lado a Neofilia, ou seja, o efeito encantatório
provocado pela novidade (inovação como pressão no mercado); por outro, a Oniomania,
palavra grega que significa a febre das compras e por fim a explosão do crédito ao
consumo.
Se a estes juntarmos o facto de estarmos constantemente expostos a uma comunicação empresarial (promoções, publicidade, telemarketing, directmail,etc.) cada vez mais agressiva, então poderemos entender a razão pela qual o ciclo motivacional de Maslow poderá vir a sofrer alterações profundas. Para tudo isto muito terá contribuído o ideal neoliberal ao assombrar-nos com a concepção que o mundo vai por si mesmo. O mercado torna-se, deste modo, uma entidade não controlável, afectando irremediavelmente o comportamento do Homem moderno, transformando-se a exaltação do consumo de tal modo presente no individuo que a Organização Mundial da Saúde se vê forçada a atribuir à Oniomania a referência IM-10 da classificação internacional das doenças, sendo-lhe, ainda, atribuída a menção DSM-IV na Statistical Manual of Mental Disorder.
Mas poderá esta mudança comportamental radicar-se, unicamente, no facto das
necessidades fisiológicas referidas por Maslow estarem agora naturalmente asseguradas na
sociedade da abundância e, talvez por isso, todos os indivíduos serem motivados pelas
necessidades anímicas? Quantos de nós poderão ter isso como certo? Talvez seja
demasiado cedo para darmos uma resposta cabal em relação a tudo isto. Contudo, exige-se
que se reflicta a propósito da influência da sociedade de consumo no que diz respeito à
provável desconstrução das teorias motivacionais clássicas.
Texto tirado na integra do autor Paulo Vieira de Castro do site: < http://orientacaopsicologica.com/2008/03/27/maslow-mcgregor-e-herzberg-teorias-motivacao/ >. Acessado em 21 de outubro de 2012 as 16h15min.
2.3 - A importância da comunicação no mundo atual Os meios de se comunicar são mais antigos que os seres humanos, estes meios e métodos vão se moldando conforme a evolução do homem e do ambiente. A necessidade de formas de comunicação chegam com forca as empresas na década de 80.Desde este período,as instituições ficam expostas a estes meios como TV,internet,radio,etc.E assim,tem que ter comportamentos e atitudes adequados para não “sujar” a imagem da empresa,fazendo com que as mesmas tenham um bom relacionamento entre organização,colaborador,sociedade,tendo objetivos comuns entre estes.Para que a empresa consiga ter este perfil é preciso ter orientações,analise de cenários, bons relacionamentos constroem a reputação da instituição,qualquer passo errado pode arruinar a imagem de uma empresa.A instituição também deve visar em sua missão,visão e valores para ter credibilidade ao atingir seu publico alvo, que nos dias de hoje esta cada vez mais exigente e consciente de seus atos.Um empresa “correta”,isto é que tem sua missão,visão,valores bem definidos e aberto para seu publico atrai cada vez mais
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adeptos a seus produtos/serviços.Portanto,é sempre bom ter uma boa comunicação com todos que irão produzir este produto/serviço,desde os produtores primários ate o consumidor final. As empresas não devem focar na persuasão apenas em busca dos resultados (lucros) para os donos da mesma, pois deixa a empresa visada apenas na obtenção de lucro e não no pensar humano. As empresas mais criativas, produtivas e que o publico mais gosta são aquelas que prezam pela qualidade de vida de seus funcionários, se preocupando de forma ética e que seja responsavelmente social com relação a sua forma de se comunicar interna (funcionários) e externamente (publico final e produtores primários). Devemos ter um limite com relação aos recursos que usamos para produzir produtos e ou serviços visando o futuro das próximas gerações, pois se consumirmos todos os recursos os jovens nos próximos anos não terão meios para se desenvolverem.
Desenvolvimento sustentável é aquele “capaz de permitir a satisfação das necessidades da geração presente sem comprometer a satisfação das necessidades e a sobrevivência das gerações futuras”. (BRUNDTLAND, 1987, p.27) Segundo John Elkington (1994) autor do conceito “Triple Bottom Line”, Segundo John Elkington (1994) deve se haver um equilíbrio entre o lucro, desenvolvimento da sociedade e cuidar do meio ambiente.
Figura 08: Tripé da Sustentabilidade Fonte: Dissertação da Renata Martins Correa sobre Os níveis de consciência organizacional, sob a perspectiva da responsabilidade social. Visto em 21 de outubro de 2012 as 20h29 min.
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O tripé da sustentabilidade mostra a relação entre o desenvolvimento ambiental, o desempenho social e econômico. Devemos pensar em estratégicas para pensar nos 3 simultaneamente. Após estas considerações sobre as necessidades de Maslow ligado ao Marketing podemos tratar sobre a questão da Sociedade do Consumo, pois agora já temos uma base para ligar com esta sociedade que será tratado no próximo capitulo.
Capítulo III:AS TENDENCIAS DO MARKETING CONSCIENTE
As empresas, muitas vezes deixam a par dos clientes e mercado a tomada de decisão sobre determinado produto ou serviço. As campanhas publicitárias mostram em suas propagandas os benefícios e características destes bens de consumo, normalmente mostrados de forma analítica, quantitativa e/ou verbal. As instituições deixam o mercado fazer a escolha, “os manipulando”, portanto as empresas tem que fazer o que o mercado quer, e não o que eles querem. O marketing tradicional é baseado em conceitos estratégicos, táticos, metodologias de percepção, analises, estatísticas, mapas, outros indicadores, todos relacionados ao cunho do produto/serviço e nos benefícios empregados ao mesmo. O universo vem mudando minuto a minuto de forma quase imperceptível por meio das inovações tecnológicas, assim, nossa percepção e visão sobre as coisas tem que seguir este ritmo se não seremos passados para trás.
Anteriormente, as tendências do marketing consciente eram tangíveis e mensuráveis, atualmente, as tendências do marketing atual são intangíveis e por meio de tendências que podem mudar muito rapidamente.
Pesquisas com relação ás habilidades futuras esperadas mostram que os produtos e serviços vão se ligar de forma simultânea, trazendo o maior numero de benefícios possíveis para os clientes e mercado.
Para cada tipo de produto/serviço diferente terá englobado questões sociológicas, geográficas, culturais, éticas e humanas. Haverá uma preocupação globalizada frente o uso consciente de produtos/serviços trazendo melhorias frente aos consumidores do mesmo. Como empresas engajadas em questões ecológicas, ambientais, sociais, reciclagem entre outros aspectos.Nos dias de hoje os produtos e serviços já precisam propiciar e comunicar aos seus consumidores as vantagens de seu uso frente o próprio consumo e a questão de responsabilidade social que é usada para a fabricação do mesmo.Aspectos como: origem autossustentável, poluir menos o meio ambiente, que não danifica a camada de ozônio,que não foram usados animais para teste,que foram fabricados dento dos princípios éticos do código de ética da empresa,entre outros.As fabricas também buscam o bem estar e novas ideias frente aquele produto/serviço,com o mercado cada dia mais concorrido e dinâmico a mesma tem que buscar meios para cativar os clientes com relação as suas necessidades e desejos.Clientes e funcionários vão ser coautores e coparticipantes, isto já ocorre nos dias atuais,o consumidor praticamente escolhe como quer que seja seu produto/serviço quer algo customizado e diferenciado,e não como antes que só existiam carros pretos de duas portas,hoje existe uma gama de variedades frente o mercado para um publico exigente e ligado nas novas tendências.As empresas cada vez mais vão ser mais holísticas pensando no bem
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estar de seus funcionários,produto,serviço,do mercado,cliente.O produto,hoje e futuramente tem que estar relacionado com bem estar tanto para a empresa quanto para o mercado,buscando a sustentabilidade e preservação do meio ambiente,se não o mesmo se torna fraco no mercado e obsoleto.As instituições tem que passar transparência e verdade frente seus produtos para que as pessoas possam confiar e acreditar e não apenas vender um sonho. Uma das funções do Marketing Estratégico é planejar o sonho, mas um “sonho” concreto que começa com o inicio de um projeto ate o desenvolvimento e execução, um sonho verídico.Buscando a máxima satisfação e felicidade para o mercado,envolvendo a todos nesta ideia inovadora e a tornando algo real e transparente a todos.Cada vez mais será pensando de forma global,focando principalmente no objetivo principal,a consumidor final.
Futuramente os consumidores vão buscar o que as empresas fazem para com o meio ambiente e produção de seus produtos, serviços, isto é, suas ações sociais buscando um futuro melhor para nosso mundo. Buscando não produzir de forma excessiva. Esta claro que nosso mundo esta mudando constantemente relacionado a produção,hábitos e instintos.As empresas vão começar a buscar ainda mais a produção de maneira sustentável tornando o mix de marketing ainda mais atrativo que os dias atuais e correto.
Segundo Kotler: “no marketing verde, os consumidores desejam encontrar a qualidade ambiental nos produtos e serviços que adquirem. Percebemos assim, que nenhum esforço por parte das empresas tem sentido, se os consumidores insistirem em continuar consumindo determinados bens que agridam a natureza - (KOTLER, 2002, p. 94)”. É importante o marketing das empresas aplicarem de forma consciente ações de eco marketing em suas empresas. Uma empresa com grande nome no mercado é a Natura que em seu negocio mostra claramente a preocupação com a sustentabilidade e responsabilidade social.
3.1- Consumo consciente (Akatu)
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Figura 09: Logo do Instituto Akatu. Fonte: <http://www.google.com.br/imgres?q=akatu&um=1&hl=pt-BR&sa=N&rlz=1R2TSNJ_enUS440&biw=943&bih=401&tbm=isch&tbnid=QNehkX5VnLoCqM:&imgrefurl=http://ww2.itau.com.br/itausocial2/Fundacao/akatu.html&docid=Wk_od0q4sFJJ0M&imgurl=http://ww2.itau.com.br/itausocial2/util/img/conteudo/Akatu_g.jpg&w=257&h=182&ei=XnmlUKGELs6pqQGsjoDoAQ&zoom=1&iact=rc&dur=400&sig=102623517597164308353&page=2&tbnh=129&tbnw=162&start=5&ndsp=12&ved=1t:429,r:16,s:0,i:144&tx=84&ty=85>.Acessado em 15 de novembro de 2012 ás 21h25 min.
O que é consumo consciente?É um consumo com consciência de seu impacto e voltado à sustentabilidade da vida no planeta.
Todo consumo causa impacto (positivo ou negativo) na economia, nas relações sociais, na natureza e em você mesmo. Ao ter consciência desses impactos na hora de decidir por que comprar e de escolher o que comprar, de quem comprar, como comprar e de definir a maneira de usar e como descartar o que não serve mais, o consumidor pode buscar maximizar os impactos positivos e minimizar os negativos, desta forma contribuindo com seu poder de consumo para construir um mundo melhor. Isso é Consumo Consciente.
Qual a importância do consumo consciente? A humanidade já consome 30% a mais de recursos naturais do que a capacidade de renovação da Terra. Se os padrões de consumo e produção não forem alterados, em menos de 50 anos serão necessários dois planetas Terra para atender as necessidades de água, energia e alimentos da humanidade. Alguns exemplos deixam claro que estamos ultrapassando esses limites, como o acesso irregular à água de boa qualidade em várias partes do mundo, a poluição dos centros urbanos e, de forma abrangente e profunda, o aquecimento global.
Essa situação pode dificultar a vida no planeta, inclusive da própria humanidade. A melhor maneira de mudar isso é a partir das escolhas de consumo, por meio das quais o consumidor pode buscar maximizar o impacto positivo dessas escolhas e minimizar o negativo, determinando assim melhores características para o mundo em que vivemos.
COMO SER UM CONSUMIDOR CONSCIENTE? O consumo consciente pode ser praticado no dia-a-dia, por meio de gestos simples que levem em conta os impactos da compra, uso ou descarte de produtos ou serviços, ou pela escolha das empresas das quais comprar, em função de seu compromisso com o desenvolvimento socioambiental.
Fonte: AUTOR DESCONHECIDO. Consumo consciente. Disponível em:< http://www.sacodeideias.com.br/consumo-consciente>. Acessado em 15 de novembro de 2012 ás 20h40min.
INSTITUTO AKATU- HISTORICO
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O Instituto Akatu pelo Consumo Consciente nasceu em 2000, dentro do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social quando começaram a perceber que as empresas só aprofundariam praticas de responsabilidade social ao longo prazo, apenas quando os consumidores começassem a valorizar as praticas sociais quando fossem comprar um produto/serviço.Foi ai que se percebeu que o consumidor é importantíssimo para instigar o mercado a usar praticas sociais na produção de produtos/serviços.
Fase 1: Acertando o foco
Naquela época, pesquisas feitas pelo Ethos refletiam que os consumidores tinha grande interesse que as empresas tivessem um olhar especial por responsabilidade social. Naquele momento, as decisões de compra não refletiam em praticas conscientes, isto é, as empresas não precisavam produzir com responsabilidade social, apenas ter um olhar especial para esta pratica.
Pesquisas feitas pelo Akatu mostram que antigamente os consumidores não relacionavam muito o produto comprado com a empresa que produzia então para eles, não era de tanta preocupação se a empresa produzisse de forma consciente ou não. Depois, para os consumidores era importante que a empresa tivesse focado na responsabilidade social, pois mostrava que a mesma era forte no mercado, tinha preocupação com o futuro. Então, o primeiro desafio era mostrar ao consumidor seu poder frente o comportamento das instituições, visto que os atos de consumo dos clientes podiam transformar a sociedade e mercado.
Para mostrar para o consumidor seu poder frente o mercado o Akatu decidiu deixar de lado a questão da responsabilidade social de lado por um momento, e focar em elementos conhecidos pela sociedade como água, energia e lixo.
Em 2002 nasce à cartilha “Sou + Nós”, um papel que exibe ao cliente o seu poder de transformar hábitos de consumo, principalmente com relação a elementos conhecidos como: água, lixo e energia.
Fase 2: Métricas e conteúdos
Em 2003 nasce o Teste do Consumidor Consciente (TCC), um questionário composto por aproximadamente 10 questões que concede identificar o grau de consciência do consumidor. Pois antes de colocar os valores em pratica é preciso classificar de uma melhor forma o grau de consciência dos consumidores.
O TCC em comunidades apenas trouxe vantagens. Além de classificar o grau de consciência dos consumidores como dito anteriormente, é usado também como meio de educar as pessoas,quando as pessoas respondem as perguntas,constatam meio de atuação que mostram o caminho da consciência no consumo.
Achavam que com a mobilização da aplicação do TCC em comunidades locais ligada ao cunho educacional do teste seria satisfatório para mudar o comportamento do consumidor, Mas não, era preciso mais recursos, entre eles fornecer conteúdo que mobilizasse as pessoas com relação ao consumo consciente.
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Fase 3: Envolvimento dos formadores de opinião
Necessidade de uma metodologia para passar o conteúdo. Dar apenas “dicas” de comportamento não era suficiente. O consumidor precisava compreender o quão importante era aquilo que ele estava lidando. Precisava entender o abalo frente suas escolhas de consumo tinham perante seus iguais, o mercado, a sociedade em que vivia e principalmente a si mesmo. Que suas escolhas tinha um peso significativo frente à sustentabilidade.
Surgem as pedagogias do Akatu para que se possam estruturar os conteúdos de forma clara e organizada, lógica entre outros aspectos, visando uma mensagem passada de forma clara e formatada para os consumidores e mercado.
Até este momento histórico, o Akatu já tinha pesquisas que mostravam o perfil dos diferentes tipos de consumidores; o TCC que avaliava o grau de consciência individual de cada consumidor frente sua comunidade; questões que sensibilizavam, impactavam e mobilizavam. Agora, era necessário estabelecer onde e como colocar todo este material colido (descrito anteriormente) e foi decidido que seria por meio dos formadores de opinião. Os mesmos expandirão este estudo por meio de sua influência da pratica do consumo consciente.
Em 2004, aumenta sua atuação com relação ao consumo consciente por meio da publicidade, meios de comunicação, capacitação para o consumo consciente voluntario, professores, lideres, formadores de opinião entre outros.
Fase 4: Busca de instrumentos de grande impacto social
O Akatu vem ampliando seus conteúdos por meio de jogos e dinâmicas as praticas de sucesso são vistas como avaliações com relação a processos, conteúdo, materiais e estratégias.
Pesquisa feita em 2006 disse que 13% da população conhecia o Akatu.Atividades para capacitar feitas em 2007 pelo próprio instituto mostraram que foram atingidos aproximadamente 50 mil pessoas diretamente, já indiretamente em media 500 mil.Atividades ligadas a comunicação tiveram grande impacto também em torno de 33 milhões de reais,cedido pelas empresas de comunicação.
Mesmo com todo este “lucro” o processo de conscientização se da de forma lenta, pois a sustentabilidade apenas esta sendo vista com maior preocupação nos dias de hoje, mas este problema vem a muito mais tempo, prejudicando cada vez mais o planeta com o não cuidado do meio ambiente e falta de responsabilidade social frente às empresas e consumidores. O Akatu busca projetos relacionados a eventos como: exposições e concursos que consigam alcançar muitos consumidores de forma rápida e eficaz.
A atual instigação do Akatu é trabalhar de forma evolutiva, buscando resultados mais efetivos. Financiando o conteúdo para ter melhores decisões, contratando consultores para os mesmo ajudarem a instituição em seus trabalhos, avaliar seus
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conteúdos, estratégias, resultados de forma imparcial sempre buscando o máximo de eficiência. Uma instituição que se transforma a cada dia para assim, conseguir mudar a sociedade para melhor.
3.2 - As perspectivas no marketing consciente no Brasil
Acredito que as perspectivas usadas para o marketing consciente no Brasil estarão vinculadas a Gestão de Relacionamento com os Clientes cujos princípios básicos sustentam a necessidade de saber identificar, diferenciar (por seu valor e necessidades) e interagir com o cliente para estabelecer uma relação de aprendizado contínuo e poder fazer um atendimento personalizado e que seja satisfatório tanto para o Cliente quanto para a companhia. O estágio mais avançado é o marketing individualizado. O objetivo é vender a um único cliente o maior número possível de produtos.
Esta filosofia que envolve pessoas, processos e tecnologia, e que visa a criação de uma sistemática para adquirir maior conhecimento sobre o cliente ao longo de toda a vida dele e não apenas no momento em que realiza uma transação comercial com a empresa. Refere-se ao desenvolvimento de uma estratégia de relacionamento e à implementação de processos operacionais baseados em infraestrutura por meio do computador e outros meios de comunicação,entre eles a TV,visando adquirir, servir e reter os Clientes. Trata-se basicamente de estabelecer e manter relacionamentos mutuamente vantajosos de longo prazo com os Clientes. É um processo contínuo que compreende uma estratégia de negócios, mudança de cultura dentro da organização e uso de tecnologia. Exemplos: no Brasil as Casas Bahia é reconhecida por ter desenvolvido um modelo vitorioso de concessão de crédito para a população de baixa renda atendo às expectativas de uma clientela humilde. É a terceira maior varejista do país, ficando atrás só do Pão de Açúcar e Carrefour. Guarda outro segredo que certamente está por trás de seu sucesso, pois sabe se comunicar com seus funcionários fazendo-os sentir-se bem, correspondendo aos que eles esperam, fazendo jus ao slogan: “dedicação total a você”. Abaixo mostramos o modelo de gestão de relacionamento da VCP -
Votorantim Celulose e Papéis com os seus Clientes, que se baseia na diferença entre ter foco no cliente e o cliente que cria o foco por meio de produtos diferenciados, que é o que o mesmo busca.
Marketing pós-moderno Estudos comprovam que o consumidor contemporâneo já aponta preferências por produtos ecologicamente e socialmente corretos. O dilema entre consumir muito e consumir de forma consciente tende a diminuir nas próximas décadas, o que abre novas perspectivas para o
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marketing. Se antes o bom era produzir e vender muito, agora a tendência é produzir cada vez melhor para se garantir uma relação cada vez mais duradoura entre produto e consumidor. É um novo olhar sobre o relacionamento com o cliente. Produzir de forma sustentável, produtos que proporcionem uma relação cada vez mais duradoura com o consumidor virou meta de qualquer empresa. Isso garante sustentabilidade, produtos de alta qualidade e satisfação do consumidor. Interessante reforçar que produzir de forma sustentável envolve também a logística! A partir da ideia da cadeia de produtos sustentáveis, podemos pensar em um processo logístico correto do ponto de vista ambiental, justo na ótica social e que seja rentável economicamente. Esse “tripé” garante uma cadeia de suprimentos sustentável e um perfeito alinhamento com a produção gerida de forma responsável. Certamente os processos logísticos passam a assumir outras atribuições importantes, extrapolando os limites da tradicional logística direta. Nesse caso, serviços como assistência técnica, atendimento ao cliente, reposição, troca precisam ser ágeis e alinhados com o atributo da qualidade que carregam esses produtos. Assim, a percepção do consumidor, construída a partir de uma relação tão duradoura, não correria riscos de serem comprometidos por possíveis falhas nesses·serviços. Dessa forma, os serviços estariam agregando mais valor à esses tangíveis. Com relacionamentos mais duradouros, a logística precisa se adaptar e esse novo modelo de consumo de longo prazo, com respostas rápidas, certeiras, dentro dos prazos. Assim, se forma um ciclo onde ganham o meio ambiente, o comércio e o consumidor. E o marketing poderá explorar no sentido mais positivo da palavra, a força de marcas e produtos.
CONCLUSÃO
Esta conclusão foi baseada na entrevista que peguei na internet do Eduardo Giannetti autor do livro “A Ilusão da Alma”,leitura parcial da Dissertação da Renata Martins Correa sobre Os níveis de consciência organizacional, sob a perspectiva da responsabilidade social.Artigo da Daniela Reis é gerente do Instituto EBX e criou o Instituto Beija-Flor para atuar na transição para um novo paradigma.Reflexão sobre o mundo atual e futuro frente o consumo e outros aspectos essenciais em nossas vidas.E outros artigos,sites que podem ser vistos em referencias bibliográficas no fim desta monografia. Através destes meios pude verificar que o marketing consciente é uma ferramenta muito importante tanto para o consumidor, sociedade e empresa. Com o mundo cada vez mais globalizado e diversificado e os consumidores buscando produtos/serviços diferenciados o consumo consciente passa a ser um diferencial positivo frente a isto. Hoje, as pessoas buscam empresas que se preocupem com o meio ambiente, com o consumo controlado e os mesmo querem saber como seus produtos/serviços estão sendo produzidos.Um instituto que cresce cada vez mais no Brasil é o AKATU, que se preocupa com a questão do meio ambiente e responsabilidade social frente a produção para o mercado,de cunho muito importante nos dias atuais e futuramente pois alem de fazer consultoria frente as
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empresas que produzem para o consumidor esta preocupada com a preservação do meio ambiente. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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DIEGO ANDREASI. Consumismo x Pirâmide de Maslow – Uma outra visão da
teoria.Disponível em:<http://www.artigonal.com/marketing-e-publicidade-
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artigos/consumismo-x-piramide-de-maslow-uma-outra-visao-da-teoria-
4520350.html>.Acessado em 03 de outubro de 2012 as 21h51min.
ADELICE LEITE DE GODOY. A Hierarquia das Necessidades de Maslow – Pirâmide de Maslow. Disponível em: <http://www.cedet.com.br/index.php?/Tutoriais/Gestao-da-Qualidade/a-hierarquia-das-necessidades-de-maslow-piramide-de-maslow.html>. Acessado em 03 de outubro de 2012 às 22h24min. EDUARDO GIANNETTI. Uma releitura da sociedade de consumo. Disponível em:<http://www.revistamarketing.com.br/materia.aspx?m=618>.Acessado em 07 de outubro de 2012 as 21h10min.
THIAGO RIBEIRO. O Capitalismo e a sociedade do consumo. Disponível em:< http://www.mundoeducacao.com.br/geografia/o-capitalismo-sociedade-consumo.htm >.Acessado em 07 de outubro de 2012 as 22h05min.
SERGIO CAMPOS GONÇALVES. Cultura e Sociedade de Consumo: um olhar em
retrospecto.Disponível em
:<http://www.academia.edu/461849/Cultura_e_Sociedade_de_Consumo_um_olhar_
em_retrospecto>.Acessado em 07 de outubro de 2012 as 23h15 min.
AUTOR DESCONHECIDO. O Consumo e o Consumismo. Disponível em:<
http://www.elciofernando.com.br/blog/2010/01/o-consumo-e-o-
consumismo/>.Acessado em 20 de outubro de 2012 as 14h07 min.
AUTOR DESCONHECIDO. Qual o papel do marketing na sociedade?Disponível em:< http://guiadomarketing.powerminas.com/qual-o-papel-do-marketing-na-sociedade/>.Acessado em 20 de outubro de 2012 as 15h03min.
AUTOR DESCONHECIDO. Maslow, McGregor e Herzberg –
Teorias Motivação.Disponível em:< http://orientacaopsicologica.com/2008/03/27/maslow-mcgregor-e-herzberg-teorias-motivacao/>.Acessado em 21 de outubro de 2012 as 15h02min. JOSELAINE COSTA. Importância da comunicação no mundo corporativo.Disponível em:< http://www.vincerecomunicacao.com.br/blog/comunicacao-corporativa-2/importancia-da-comunicacao-no-mundo-corporativo/>.Acessado em 21 de outubro de 2012 as 16h01min.
Dissertação da Renata Martins Correa sobre Os níveis de consciência organizacional, sob a perspectiva da responsabilidade social. Visto em 21 de outubro de 2012 as 20h17 min.
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ADAMS AUNI. Marketing Consciente. Disponível em: <http://www.folhadecontagem.com.br/portal/index.php/empreendedorismo-adams-auni/2769-marketing-consciente.html>.Acessado em 15 de novembro de 2012 ás 18h06min. CRISLAINE SILVA AMARAL para a disciplina de Marketing Social do Curso de MBA em Marketing – Módulo Avançado ministrado pelo Prof. Dr. Luiz Claudio Zenone (PUC-SP). Consciente Coletivo-Ecomarketing. Disponível em:<http://mktestudo.blogspot.com.br/2012/02/consciente-coletivo-ecomarketing-por.html>. Acessado em 15 de novembro de 2012 às 18h49min.
AUTOR DESCONHECIDO. Descobrindo o consumo consciente:Uma nova visão da
realidade brasileira. Disponível em:
<http://www.ethos.org.br/_Uniethos/Documents/Conclusoes_Akatu.pdf>.Acessado
em 15 de novembro de 2012 ás 19h31 min.
AUTOR DESCONHECIDO. Consumo consciente. Disponível em:< http://www.sacodeideias.com.br/consumo-consciente>. Acessado em 15 de novembro de 2012 ás 20h40min. AUTOR DESCONHECIDO. AKATU consumo consciente para um futuro responsável. Disponível em:< http://www.akatu.org.br/institucional/OAkatu>. Acessado em 15 de novembro de 2012 ás 20h55min. DANIELA REIS. Do colapso ao equilíbrio: pelo paradigma da sustentação da vida. Disponível em:< http://www.akatu.org.br/Temas/Consumo-Consciente/Posts/Do-colapso-ao-equilibrio-pelo-paradigma-da-sustentacao-da-vida>.Acessado em 15 de novembro de 2012 ás 21h15min.
HEITOR FERRARI MARBACK. Logística, Marketing e Consumo Consciente. Disponível em:<http://mercadoetico.terra.com.br/arquivo/logistica-marketing-e-consumo-consciente/>.Acessado em 15 de novembro de 2012 as 22h01min.
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ANEXO I
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Anexo 1 - Entrevista Entrevista com Eduardo Giannetti autor do livro “A Ilusão da Alma”
Nesta entrevista, este que é um dos economistas mais respeitados do mundo acadêmico fala sobre novos conceitos e estudos científicos que causam impacto direto na sociedade de consumo e tendem a mudar a forma como as empresas anunciam seus produtos e constroem suas marcas em todo o mundo. A Ilusão da Alma conta a história de um professor de literatura, especialista em Machado de Assis, que se recupera da retirada de um tumor no cérebro. A partir daí ele passa a seguir a teoria do Fisicalismo, que defende a tese de que o ser humano é inteiramente determinado por processos físicos e não mentais. Qual o impacto dessa teoria na vida real? Podemos estar tão radicalmente enganados sobre nós mesmos, quanto o homem pré-científico estava enganado sobre a natureza, o trovão, o relâmpago, o arco-íris, os espíritos e as vontades divinas em que acreditava. Hoje sabemos que o mundo natural é regido por leis físicas, que conseguimos em grande medida desvendar. Existe uma crença espontânea e intuitiva sobre o que pensamos e é o que determina o que fazemos. Agora, estamos começando a ter um pouco mais de conhecimento científico sobre o que em nós está produzindo nossos pensamentos e ações. Com base na filosofia e nos resultados experimentais da neurociência, tento mostrar no livro que esse censo comum da relação cérebro-mente pode estar equivocado. Isso significa que a consciência é um subproduto sem poder causal. Dessa forma, seríamos inteiramente determinados por processos físicos. É o que diz a teoria do Fisicalismo, na qual a mente está para o cérebro como o apitar de uma panela de pressão está para seu mecanismo de funcionamento. Acreditamos que o apito é o que faz a água ferver, quando na verdade é porque a água ferve que o apito toca. E o livro descreve o que acontece com as pessoas que passam a acreditar nisso. O homem com frequência pensa que está no controle quando ele está sendo controlado. No que você se inspirou para escrever essa obra?
A relação entre cérebro e mente vem sendo discutida por filósofos, teólogos e psicólogos há 2,5 mil anos. O que mudou foi que nas últimas décadas começamos a ter resultados empíricos e experimentais, baseados em ciência. Dessa forma, o personagem do livro faz um balanço do que vinha sendo discutido desde a época de Sócrates e Demócrito à luz do que a neurociência vai paulatinamente revelando. Estudo esse tema há 30 anos e posso afirmar que o autoconhecimento humano é precário. Em minha tese de doutorado tenho dois capítulos sobre fisicalismo. Com o desenvolvimento da neuroeconomia, que utiliza tecnologia para tentar entender a ação humana na vida prática à luz do que se passa no cérebro, resolvi retomar o assunto. A ideia não é discutir se o fisicalismo é verdadeiro ou falso, mas sim mostrar o que acontece com a vida de alguém que passa a levar essa teoria realmente a sério.
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Embora seja contrário à ideia de tentar buscar respostas religiosas na ciência e vice-versa, você acredita que uma maior espiritualidade poderia livrar as sociedades do peso do consumo e o planeta da ruptura. Por quê?
A sociedade atual é baseada no ter e não mais no ser. Com o avanço tecnológico, as pessoas não têm mais tempo para refletir sobre as questões simples da vida ou mesmo para ler um bom livro. Não tenho carro e me recuso a usar celular. Todos aqueles que desejam falar comigo conseguem me achar por meio do telefone fixo, não preciso de mais equipamentos para ser encontrado. Como disse o cineasta alemão Werner Herzog: “A solidão humana crescerá na proporção exata dos meios de comunicação”. A espiritualidade é trabalhada por meio de atividades ligadas à busca do conhecimento, apreciação do belo e cultivo das relações pessoais, que não são terrivelmente custosas em termos de emissão de dióxido de carbono e uso de recursos naturais não-renováveis. Se a humanidade encontrasse um modo de vida menos calcado na realização pelo consumo e mais voltado às relações humanas, ao conhecimento e à arte, avançaríamos muito na solução do problema do aquecimento global. O fato é que à luz do que sabemos hoje sobre o funcionamento da máquina humana, nossa existência se tornou ainda mais misteriosa do que no passado. Os pioneiros das revoluções científicas imaginavam que o progresso da ciência iria tornar o universo cada vez mais inteligível e compreensível. O que ocorreu foi exatamente o contrário, quanto mais a ciência avança, mais incompreensível se torna o mundo!
Em uma de suas entrevistas você afirmou: “As possibilidades de transformação da realidade humana por meio de manipulação científica e tecnológica vão se expandir no século XXI de maneira surpreendente – o que irá lançar novos dilemas no mercado”. De que maneira isso tende a mudar as relações atuais de consumo?
Uma delas é o próprio consumidor passando a desenhar suas preferências. Por exemplo: uma pessoa quer parar de fumar e não consegue. Não está longe o dia em que uma pontual intervenção neural irá apagar do cérebro dessa pessoa o desejo pelo fumo. E assim por qualquer outra preferência de consumo ou estilo de vida que ela possa vir a ter. A questão é até que ponto vou poder alterar minhas preferências, sem deixar de ser quem sou?
E o uso dessa tecnologia para manipular as pessoas?
É o que acontece na obra de ficção Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, em que a droga “Soma” é utilizada para manter toda a população em um estado constante de contentamento e resignação, como se todos vivessem no melhor dos mundos. No livro, tem uma pequena elite que manipula o uso dessa droga e mantém o sistema completamente submetido aos seus caprichos e ao seu poder. Um trabalho recente de neuroeconomia, baseado em imagens obtidas por ressonância magnética funcional, mostrou que diante de uma opção de compra duas áreas do cérebro medem forças e disputam o controle da ação. De um lado, o núcleo
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accumbens, com seus receptores de dopamina que reconhecem uma oportunidade de gratificação. Do outro, a ínsula – região do córtex associada a sensações de desconforto e desprazer, como as causadas por mau cheiro, insultos ou desembolso de dinheiro – tenta evitar o gasto. Ao analisar essas reações cerebrais, os cientistas já conseguem prever com segundos de antecedência se um potencial comprador vai ou não adquirir determinado bem. No futuro, por exemplo, as lojas poderão instalar aparelhos de ressonância magnética na entrada para saber qual é a real intenção de compra daquele consumidor que está olhando a vitrine.
Agências especializadas em neuromarketing começam a surgir no mercado nacional. Que tipo de contribuição essas novas ferramentas podem trazer para as empresas?
Estamos no início do caminho que vai nos levar muito longe. A possibilidade, por exemplo, de manipulação de estados mentais por meio de intervenções diretas na neurofisiologia vai se tornar cada vez mais presente. Essas interferências pontuais finas nos estados cerebrais vão gerar muitos dilemas e implicações éticas, já que será possível alterar preferências sexuais, formas de lidar com o dinheiro e até estados de ânimo de maneira mais eficiente do que com o uso de drogas. Está mais do que na hora da sociedade começar a pensar nos perigos e oportunidades que esse caminho trará. Hoje, muitas empresas já utilizam o conhecimento científico disponível para alterar determinados comportamentos de compra. É possível citar um exemplo?
Algumas marcas já fazem isso por meio dos estímulos sensoriais, usando cheiros, cores, sabores e sensações que incentivam ou não o consumo. Um estudo aponta que o detergente líquido na cozinha que vem em embalagem transparente deixa o consumidor irritado e sovina quando o produto vai chegando ao fim. Já quando o frasco é colorido, o consumidor não sabe quanto tem dentro do frasco e acaba gastando mais rápido o produto. Outro exemplo é o fato do cheiro de pão quente nos mercados ser capaz de aumentar o ticket médio dos consumidores. Ao sentir esse cheiro, a pessoa entra com um espírito diferente para realizar a compra e, na maioria das vezes, acaba comprando mais itens do que o necessário. Isso faz com que muitos supermercados mantenham a padaria interna, mesmo que ela não seja lucrativa. Pesquisas indicam que os consumidores estão mais conscientes em relação à utilização dos recursos naturais. Em suas análises você não nota essa mudança de comportamento?
Não. Essa teoria só é válida enquanto não toca no bolso do consumidor. Tem uma experiência muito gritante que ocorreu na Inglaterra, quando a Britsh Airways passou a oferecer como opção para seus passageiros a aquisição do crédito de carbono correspondente à extensão da viagem a ser rea-lizada para contrabalancear a
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emissão de CO2. A adesão foi de apenas 3%, mesmo todo mundo estando preocupado com o aquecimento global. Vale lembrar que em uma viagem transatlântica a bordo de um avião a jato, o cidadão emite mais CO2 do que um indiano vivendo no meio rural durante um ano.
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ANEXO II
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Anexo II- Artigo Artigo escrito integralmente por Daniela Reis é gerente do Instituto EBX e criou o Instituto Beija-Flor para atuar na transição para um novo paradigma. Reflexão sobre o mundo atual e futuro frente o consumo e outros aspectos essenciais em nossas vidas.
O
“Nós, humanos, não somos os donos do pedaço. Somos apenas um elo dessa corrente” .
Especulações sobre o fim do mundo se tornaram piada em qualquer mesa de bar. Parece que superamos o medo de uma destruição total e repentina e resolvemos levar na brincadeira, talvez para não termos que encarar a realidade nua e crua que está diante de nós: estamos, sim, no fim do mundo. O mundo como conhecemos até agora está ruindo. Vivemos uma crise global que se manifesta em diferentes campos, mas vou me concentrar em dois deles. Oitocentos e setenta milhões de pessoas passam fome, número que representa 12,5% da população mundial. Na outra ponta, 12% da população está obesa. Recente relatório da FAO, órgão das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, alerta para a iminência de uma crise mundial de alimentação por conta da alta nos preços dos alimentos. A crise econômica global tem também previsões sombrias. Segundo o megainvestidor Bill Gross, o “câncer do crédito pode estar em metástase” e para outro investidor há 100% de chance de recessão global em 2013. Raoul Pal, também do mercado financeiro, vai mais longe e alerta que viveremos o “maior choque econômico que o mundo já viveu”. Segundo a Revista Exame, “Pal prevê o colapso do sistema bancário mundial, com os governos das principais economias quebrando e o sistema financeiro passando por uma reorganização completa. O que assusta Pal, no entanto, é que “praticamente não há freios para evitar essa situação e quase ninguém percebe a seriedade da situação”. Quem está fazendo essas previsões são os que mais entendem do assunto, não são os Maias e nem mesmo os que anunciam uma Nova Era. Mas então, por que estamos de braços cruzados a esperar o fim? Porque estamos entorpecidos psiquicamente. E nesse estado individual e coletivo, escapamos da realidade e da nossa responsabilidade por diversas portas: o consumo desenfreado e irresponsável, a alienação diante da televisão, os vícios, a violência, a passividade política, a crença infantil de que seremos salvos por alguém ou por algum governo, a busca de culpados etc. Esse entorpecimento tem uma função: proteger-nos da dor que sentimos. Funciona como um anestésico. Mas, assim como precisamos do sintoma para reconhecer e tratar de uma doença física, precisamos reconhecer e encarar os sintomas da doença do mundo para agir em prol da sua cura.
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Fazer nascer um mundo novo é tarefa nossa. Não dá mais para jogarmos a responsabilidade na geração futura, ensinando nossos filhos a reciclar o lixo e aliviando a nossa dor na distribuição de cestas básicas quando acontece uma tragédia. A bomba estourou bem aqui, nas nossas mãos. O paradigma do crescimento industrial, da separação entre o homem e a natureza, da modernidade – ou qualquer outro nome que se dê à estrutura que gerou pensamentos, ciência, filosofias, artes e místicas, nos últimos séculos –, está desmoronando no nosso tempo. É sobre nós que os livros falarão no futuro. Seremos nós, se decidirmos, os que terão feito uma grande virada na história da civilização humana. E nesse momento eu gostaria de fazer uma pergunta: queremos estar entre os que farão a sociedade reagir ou preferiremos permanecer entorpecidos, paralisados pelo medo, chamando de felicidade pequenos prazeres da vida que custam a sobrevivência de milhões de pessoas? Vamos falar de um novo paradigma. Roberto Crema, reitor da Universidade da Paz, diz metaforicamente que esse paradigma nasce do barulho e dos escombros, como uma pequena planta, silenciosamente. Por isso, para percebê-lo e ajudá-lo a se instalar, é preciso mudar o olhar, a forma de ver o mundo. Como dizia Einstein, “o pensamento que criou o problema não pode ser o mesmo que o solucionará”. Esse novo olhar é o reconhecimento de que só há um caminho: entendermos que o homem, assim como todos os outros seres, pertence inseparavelmente à natureza, num grande e complexo sistema vivo. Diferentemente do que acreditamos e que justificam nossas ações e seus resultados, nós, humanos, não somos os donos do pedaço. Somos apenas um elo dessa corrente. O paradigma de sustentação da vida é a visão segundo a qual tudo é interdependente e está conectado. Isso inclui o que é físico, energético, econômico, social, psíquico, espiritual. Estamos todos ligados a uma teia invisível de relacionamento. O que fizermos a essa teia, estamos fazendo a nós mesmos. Mais uma vez, é importante salientar, essa não é apenas uma constatação das antigas tradições, mas é agora também uma constatação científica. Essa teia se auto-organiza e regula para responder aos desafios que lhe são impostos pelas mudanças de condição de seu ambiente, é viva, dinâmica, tende sempre a buscar o equilíbrio. Nem que para isso seja necessária uma desintegração, isto é, quando um arranjo desaparece para dar lugar a outro com mais possibilidades de interação. Esse é o momento que estamos vivendo. O desequilíbrio da teia da qual fazemos parte é visível para onde quer que olhemos. Mas o reequilíbrio virá com ou sem a nossa participação. E não sabemos quando. No entanto, nós temos a escolha de entender esse processo e participarmos ativamente para que ele seja o menos doloroso possível e para que seus impactos possam ser atenuados. A semente precisa morrer para que a árvore possa nascer. Diante dessa perspectiva, precisamos despertar do entorpecimento psíquico para
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continuar, como espécie, fazendo parte dessa rede da vida. O paradigma de sustentação da vida, também chamado de paradigma da transdisciplinaridade, paradigma do cuidado, ou ecologia profunda, nos convoca a repensar todas as nossas atitudes e valores. Sim, todas. Em qualquer área que você atue, em qualquer lugar que você viva, cada atitude faz diferença, porque afeta a rede da qual todos fazemos parte. Entender que estamos todos conectados e que ninguém se livrará sozinho dessa crise nos ajuda a refletir sobre o tipo de atitude que precisaremos desenvolver para uma grande virada. É preciso assumir a nossa responsabilidade. Existem inúmeras formas de começar a agir, mas é preciso que seja agora. Repensar os nossos atos de consumo pode ser um grande e importante instrumento de mudança. Se perguntar se uma compra é realmente necessária ou se informar sobre a forma como o produto é produzido são atitudes responsáveis e que repercutirão na teia da vida. Mudar os nossos hábitos de alimentação, reduzindo ou parando de comer carne, por exemplo, é outro grande passo. É importante lembrar: os cereais que deveriam estar chegando ao prato dos que passam fome, estão alimentando animais que ocupam áreas de floresta devastada e que serão tratados com crueldade e mortos para alimentar o ser humano. Percebe os pontos dessa rede? É claro que por algum tempo precisaremos conviver com dois paradigmas. Não podemos mudar absolutamente tudo o que gostaríamos de uma hora para outra, mas podemos e precisamos começar já. A teia está no seu limite. E o que acontecer a ela, acontecerá a nós mesmos.
1
PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade
e Atuariais.
BRASIL 2014: COPA DO MUNDO E SEUS IMPACTOS
SOCIOECONÔMICOS
Aluna: Raisa Passos Teixeira
Prof. Arnoldo José de Hoyos Guevara
2° Semestre 2012
2
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 3
CAPÍTULO I : IMPACTOS SOCIOECONÔMICOS ...................................................... 4
1.0 - ECONOMIA E SEUS ADICIONAIS .......................................................... 4
1.1 – OS VARIOS CORAÇÕES DA COPA ....................................................... 6
1.2 – FLUXO DE TURISTAS .............................................................................. 7
1.3 – IMPACTOS DIRETOS E INDIRETOS ........................................................ 8
1.4 – IMPACTOS DIRETOS EM NUMEROS ....................................................... 9
1.5 – ALGUMAS AÇÕES VITAIS PARA O CAMPEONATO ........................... 11
1.6 – O IMPACTO NAS PEQUENAS EMPRESAS .......................................... 11
CAPÍTULO II: BRASIL: O PAÍS DO FUTEBOL .......................................................... 12
2.0 – MUDANÇAS ENTRE 1950 E 2014 ........................................................... 12
2.1 – FOI DADA A LARGADA: OBSTACULOS E DESAFIOS ......................... 13
2.2 – O QUE PRECISAM AS CIDADES-SEDES ............................................... 14
2.3 – OS DESAFIOS DO TERCEIRO MOMENTO ............................................. 16
2.4 – CAPITAL HUMANO .................................................................................. 19
2.5 – O GANHO DA IMAGEM PODE SER O MAIOR BENEFICIO ................... 20
CAPÍTULO III: COPA SUSTENTÁVEL ........................................................................ 20
3.0 – RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL EM JOGO .......................... 20
3.1 – PEGADA DO CARBONO .......................................................................... 22
3.2- RESPONSABILIDADE AMBIENTAL E SOCIAL ....................................... 26
CONCLUSÃO ............................................................................................................... 27
3
INTRODUÇÃO O presente trabalho foi proposto pela discíplina de Pesquisa II do curso de
Administração, como um dos componentes da nota do semestre.
Diante da proposta em questão e baseado teórica e metodológicamente nas aulas e
aprendizados desta discíplina, entetendi que um dos primeiros passos antes de
executar a atividade propriamente dita, seria delimitar o meu objeto de estudo bem
como as formas, ou seja, a metodologia que utilizaria para conhece-lo e estudá-lo.
Ao refletir sobre possíveis temas de estudo tomei o cuidado e tive a intenção de
trabalhar com uma temática atual e que tivesse relação com o curso de Administração
direta ou indiretamente.
A partir desta perspectiva direcionei minha pesquisa para a área dos esportes, focando
no futebol e na Copa do Mundo de 2014 a ser realizada no Brasil.
Diante desta temática bastante extensa e abrangente senti a necessidade de direcionar
este trabalho para algumas especificidades da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, a fim
, de ater-me em apenas alguns componentes desta temática.
Como já havia acenado anteriormente o desejo de relacionar o estudo central desta
pesquisa direta ou indiretamente a questões do curso de Administração decidi delimitar
meu estudo aos impactos sócioeconomicos que a Copa do Mundo de 2014 trará ao
País.
Esta pesquisa foi realizada apenas com fontes teóricas dentre as quais gostaria de
destacar documentos, propostas e projetos elaborados pelo Brasil representado por
órgãos como Comitê Local da Copa do Mundo de 2014, Confederação Brasileira de
Futebol- CBF, Ministério dos Esportes e pela Federação Internacional de Futebol- FIFA.
A análise destes documentos será feita com o objetivo de apresentar suscintamente
algumas das princípais característica sociais, financeiras, econômicas e ambientais e
seus impactos positivos e negativos que a Copa do Mundo terá no Brasil no ano de
2014. 1
Estas características serão análisadas ao longo desta pesquisa em três períodos
classificados com grande importância merecendo, pois, grande destaque e relevância
dentro da temática proposta.
4
O primeiro momento será identificado ao longo deste trabalho como o período que
antecede a Copa do Mundo, ou seja, o momento atual de preparação do País para
cediar o evento; o segundo momento poderá ser identificado neste trabalho como
durante o evento, ou seja, entre junho e julho de 2014 época dos jogos propriamente
dito; o terceiro momento neste trabalho foi classificado como o posterior a realização
dos jogos no Brasil, ou seja, pós Copa do Mundo.
Esclareço que esta pesquisa teve como referência a realidade atual do País e das
cidades-sede que receberão os jogos em 2014 a fim de aproximarmo-nos do cenário
onde ocorrem e ocorreram impactos e mudanças advindas com a chegada do maior
evento mundial do futebol.
Algumas das informações apresentadas foram análisadas a partir de outros conceitos
apreendidos em outras discíplinas do curso de Administração e organizado e
conceituado metodológicamente a partir dos aprendizados obtidos na discíplina de
Pesquisa II.
CAPÍTULO I -Impactos Socioeconômicos
1.0- Econômia e seus Adicionais:
A Copa do Mundo de 2014 irá produzir um efeito cascata surpreendente nos
investimentos realizados no País. A competição deverá injetar R$ 112,79 bilhões na
economia brasileira, com a produção em cadeia de efeitos indiretos e induzidos.
O País movimentará em torno de R$ 142,39 bilhões adicionais no período de 2010-
2014, gerando 3,63 milhões de emprego-ano e R$ 63,48 bilhões de renda para a
população, o que vai impactar, inevitavelmente, o mercado de consumo interno.
5
3
O impacto direto da Copa no PIB( Produto Interno Bruto) brasileiro é estimado
em R$ 64,5 bilhões para o período de 2010-2014.
Como a Copa do Mundo é um evento pontual, parte de seus impactos sistemáticos não
será permanente, concluídos os investimentos e realizada a Copa, a continuidade dos
impactos positivos dependerá da capacidade dos stakeholders em aproveitar as
oportunidades e os legados do evento.
Os setores mais beneficiados pela Copa serão os de construção civil, alimento e
bebidas, serviços prestados às empresas, serviços de utilidade pública e serviços de
informação, todas essas áreas deverão ter sua produção aumentada em R$ 50,18
bilhões.
6
1.1- Os Varios Corações da Copa:
Há muitas espectativas em torno da preparação das cidades-sede para o evento,
delas dependerá o sucesso da Copa do Mundo de 2014 seu legado não só do ponto de
vista do evento mais também das condições turísticas da região. A Copa contará com
12 cidades-sede, que estão distribuidas em cinco macroregiões do País, diferem
significativamente entre sí, em termos de infraestrutura, capacidade e adequação de
seus estádios e características geográficas.
Os jogos com maior expectativa de público como o de abertura e os da segunda fase
deverão ser recebidos pelas cidades-sede com estádios de maior capacidade e
melhores condições em geral. Essas cidades serão alvo de iniciativas de infraestrutura
que no total somarão investimentos de R$ 14,54 bilhões.
Só em reurbanização e embelezamento, com foco nos lugares que o movimento de
turistas será maior, no entorno dos estádios os gastos são estimados em R$2,84
bilhões.
7
A estrutura necessária para a realização do evento é extensa, há ainda diversos
aspectos da infraestrutura local devem atender a certos padrões para que o evento seja
viavel.
1.2- Fluxo de Turistas:
Um dos fatores que mais motivam um País a sediar uma Copa do Mundo é o fluxo
turístico que o evento gera, não somente de forma direta com torcedores que se
deslocam para assistir aos jogos, como de forma indireta em função da expocisão na
mídia internacional. Tal oportunidade de crescimento do turismo deve ser aproveitada
por meio de diversos eixos de ação, dos quais no Brasil o mais relevante é a remoção
de gargalos.
8
Caso sejam feitas as ações para permitir ao País aproveitar as oportunidades geradas
pela Copa do Mundo, o evento poderá proporcionar um crescimento de até 79% no
fluxo de turistas internacionais para o Brasil em 2014, com impactos, possivelmente,
até superiores nos anos subsequentes. 6
O fluxo turístico induzido direta e indiretamente pela Copa do Mundo seria responsável
por receitas adicionais de até R$ 5,94 bilhões para as empresas brasileiras.
1.3- Impactos Diretos e Indiretos:
O cenário dos impactos provocados pela Copa não resulta de fatores isolados, mas
de um conjunto interligado de fatores, o efeito dominó das ações diretas é evidenciado
9
por uma série de desdobramentos econômicos, sociais e culturais se bem aproveitados,
poderão ser incorporados de forma duradoura à sociedade.
1.4- Impactos Diretos em Números:
O período de preparação para a Copa envolve uma série de investimentos em
projetos de infraestrutura, edificações e obras, fomação de capital humano, aquisição
de bens de capital e em mídia e publicidade, parte desses investimentos está sendo
custeado pelo governo, o restante fica por conta do setor privado e pelas instituições
associadas à Copa do Mundo. A seguir comentarei sobre algumas categorias de
investimento:
- construção e reforma dos estádios esportivos: diversas cidades-sedes não
tem estádios nas condições de sediar uma partida de competição internacional,
mesmo aqueles estádios que estão entre os mais adequados do Brasil não
cumprem todos os requisitos exigidos pela FIFA. Em Natal, Salvador e Recife
estão sendo construidos novos estádios. As demais cidades terão seus estádios
readequados atraves de reformas. As obras são longas e caso não sejam
realizadas de acordo com os requesitos da FIFA, podem custar às cidades-sede
a oportunidade de sediar certos jogos;
- Expansão do parque hoteleiro: Com o aumento na demanda dos
complexos hoteleiros das cidades-sedes, não apenas diretamente ligado ao
evento mais também ao incremento de fluxo turístico causado pela maior
exposição internacional do País como destino turístico. Somente Rio de Janeiro,
São Paulo e Curitiba estão melhores preparados para atender a essa demanda.
Nas demais cidades, o número de turistas esperado supera a capacidade atual
para hospedagens. Os investimentos já projetados, adicionarão 19.493 novas
unidades habitacionais ao pool hoteleiro das cidades-sedes;
8
10
- Investimentos em mídia e publicidade: A Copa de 2014 gerará uma
grande valorização do espaço de mídia, estima-se que serão realizados
investimentos em mídia da ordem de R$ 6,51 bilhões por conta do evento no
Brasil, efetuados principalmente pelos setor privado e concentrados
majoritariamente em 2014;
- Investimentos em transportes públicos: A grande distância entre as
cidades brasileiras e o esperado aumento no fluxo de visitantes obriga o setor
público investir mais na capacidade aeroportuária e em manutenções e
recuperações de rodovias, durante a Copa haverá um fluxo de 2,25 milhões de
passageiros nos aeroportos brasileiros;
- Reurbanização das cidades: Com a Copa o país terá a oportunidade de
revitalizar as áreas turísticas das cidades-sedes. Esses locais serão alvo de
algumas mudanças como iluminação pública, pavimentação de calçadas e vias,
readequação do espaço urbano para atender pessoas portadoras de
necessidades especiais e novas áreas de lazer;
- Segurança pública: Garantir a segurança é essencial, embora algumas
cidades apresentam desafios ligados a violência urbana, a experiência do País
em eventos internacionais como os Jogos Pan-Americanos Rio 2007 demonstra
que esse objetivo pode ser alcançado. A garantia da realização do campeonato
com um nível elevado de segurança vai custar R$ 1,70 bilhão em investimentos
em segurança, como treinamento, armamento e outros dispêndios essenciais.
11
1.5- Algumas ações vitais para o campeonato:
Para que o evento ocorra nos padrões exigidos pela FIFA , um comitê
organizador é constituído e responsabilizado pela fiscalização e cobrança do
cumprimento da agenda de conclusão de obras, as ações vitais desta operação são
divididas em três, são elas a Operação do Comitê Organizador Local (COL) que é
responsável por gerir e cobrar os custos operacionais da competição, gastos como
propagandas e outros, os recursos são de responsabilidade da FIFA.
Operações de Segurança, referindo aos custos de policias para realizar as operações
de segurança do evento nas cidades-sedes, e Operação de redundância elétrica, para
garantir a qualidade do evento, a FIFA faz inúmeras exigências em relação à
infraestrutura das cidades e instalações selecionadas para sediar os eventos da Copa,
à necessidade de redundância na transmissão de energias nas cidades.
1.6- O Impacto nas pequenas empresas:
12
Além do impacto sobre a macroeconomia há o efeito da Copa de 2014 sobre
uma legião de centenas de micro e pequenas empresas e serviços que certamente,
serão fortemente impulsionados. Há pelo menos outros 11 setores com um contingente
expressivo de pequenas, médias e grandes empresas que será diretamente atingido
pelo evento em 2014 .
CAPÍTULO II - Brasil: O País do Futebol
2.0- Mudanças entre 1950 e 2014:
O País passou por muitas mudanças desde que foi sede pela primeira vez no
ano de 1950, o porte do evento era o outro o País se preparou para receber 13
seleções que dispurariam 22 jogos em 6 estádios, com um público estimado em 1,04
milhão. A Copa de 2014 terá dimensões ainda maiores de público e telespectadores,
seguindo os moldes estruturais e de organização semelhantes à das Copas da
Alemanha(2006) e Africa do Sul (2010) , onde contou com 32 times disputando em 64
jogos em 12 estádios e atraiu em torno de 3,35 milhões de espectadores.
A Copa das Confederações é o primeiro grande evento a se realizar no Brasil antes da
Copa do Mundo e será a prova dos nove para testar toda a infraestrutura que vem
sendo preparada como os estádios,os varios centros de mídia e o centro de
transmissão dos jogos. Nesta ocasião será avaliado se está tudo conforme o
cronograma e as especificações da FIFA.
Com importância relevante, porem em escala reduzida, na Copa das Confederações
competem 8 seleções que disputam 16 jogos, com duração de 16 a 22 dias. O público
atraído é bem menor, assim como a divulgação e o peso histórico do evento.
A infraestrutura hoteleira e de transportes nesta época, deverá estar caminhando para a
fase de conclusão.
13
2.1- Foi dada a largada: obstáculos e desafios:
Entendo ser pertinente dentro da temática proposta para estudo e reflexão
abordar algumas questões de forma suscinta no sentido de pontuar alguns dos
princípais desafios que o Brasil ao sediar a Copa do Mundo de 2014 (evento este
considerado neste trabalho como um dos princípais eventos do esporte mundial)
enfrentará antes, durante e depois da passagem do maior evento do futebol mundial.
Antes de pontuar alguns destes principais desafios, é importante resaltar que o País
cede dos jogos de 2014 terá em três momentos grandes desafios: o primeiro é o
“agora” há dois anos da abertura oficial do evento em Junho de 2014, onde o País se
prepara com certa pressa para oferecer a estrutura necessária e exigida pela
Federação Internacional de Futebol- Fifa ao evento. O segundo momento será durante
a realização dos jogos própriamente dito, ou seja, entre junho e julho de 2014 momento
este de muita atenção e cuidado por parte do Comitê da Copa no Brasil e todas as
comissões formadas para atuarem na organização, já que, todo o planejamento fruto do
trabalho de anos deverá ser executado e operacionalizado de forma eficiente de modo
a garantir o atendimento as exigências, expectativas e investimentos realizados, este
momento também será propício para que o Brasil ganhe maior visibilidade internacional
tendo em vista que grande parte das atenções mundiais se voltarão para nosso País
durante pouco mais de um mês.
O terceiro momento (que em meu entendimento merecerá grande atenção) será
posterior ao evento, ou seja, pós Copa do Mundo, momento este em que o Brasil
deverá potencializar todo o investimento realizado durante anos em infraestrutura,
políticas públicas entre outros além do momento de agitação econômica devido ao
turismo, comércio e grandes investimentos financeiros. Durante este terceiro período o
País terá o grande desafio de potencializar a favor da nação todos os efeitos e impactos
socioeconomicos e ambientais positivos decorrentes da passagem deste evento.
13
Feita esta breve classificação dos três momentos de cuidado e planejamento que o
Brasil deverá atentar-se, passarei agora a pontuar algumas questões de caráter
14
socioecônomico e ambiental que o País enquanto sede da Copa do Mundo enfrentá e
enfrentará neste primeiro momento, ou seja, o que antecede o evento propriamente
dito.
2.2- De que Precisam as Cidades-Sedes?
Neste item, irei conduzir a discussão no campo das necessidades e providências que
todo o País deverá tomar em relação as necessidades estruturais e polícas que as
cidades- sedes demandam. Tendo em vista que estamos falando do primeiro momento
classificado e apresentado no item anterior, devemos aqui sempre nos remeter ao
conceito de planejamento e preparação, deve-se levar em conta no contexto desta
discussão que as diversas necessidades das cidades-sedes quando bem atendidas
contribuírão para que o evento seja bem sucedido.
Primeiramente é importante frisar que quando falamos de cidades- sedes estamos
falando de: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre,
Brasilia, Cuiabá, Manaus, Fortaleza, Natal, Recife e Salvador.
Todas estas cidades, que representam as cinco macrorregiões do País, estão sendo e
ainda devem ser alvo de investimentos público em âmbito estadual respectivamente e
nacional além do investimento privado.
No rol de necessidades básicas e demandas que devem ser atendidas com prioridade e
investimentos, inclusive como exigencia da Fifa, podemos resumi-lás nas seguintes
categorias: energia, transporte arterial (rodovias, aeroportos, etc), infraestrutura de
eventos (estádios e outras), sistema hoteleiro, segurança pública, planejamento urbano
(serviços de utilidade pública, operações urbanas, qualidade das vias urbanas,
transporte público, operações em condições adversas) e serviços auxiliares porém
indispensáveis para a realização do evento como alimentação, táxi, comunicações,
saúde e comércio.
O atendimento a estas demandas provávelmente dar-se-a através de investimentos
financeiros atrelados a políticas públicas. 14
O importante na análise destas categorias de necessidades é compreender que muitas
delas demostram grandes falhas estruturais que estas cidades- sedes e seus
15
respectivos estados já possuem há muito tempo e muito antes de se pensar em Brasil
como sede Copa do Mundo em 2014.
Tratam-se de “deficiências históricas”, ou seja, o sistema de transporte em todas as
suas modalidades, por exemplo, é ineficiente há um longo tempo, porém, com a
ascenção do evento no País evidência-se e torna-se alvo de possível investimento e
planejamento, já que, representa categoria de exigência básica para o bom
funcionamento do evento no Brasil.
Algo que merece destaque nesta discussão é o fato de que não é possível homogenizar
todas as cidades- sede, ou seja, não é possível pensá-las de forma plural em suas
necessidades estruturais e demandas políticas, sociais e geográficas. Se faz
necessário entender que cada cidade do País que irá sediar os jogos da Copa do
Mundo possuem realidades, dinâmicas, e necessidades distintas, logo, cada uma delas
deve ser pensada de forma singular para que suas necessidades sejam atendidas de
forma especifica.
Entendo que este tipo de abordagem garante que todas as demandas e exigências
sejam atendidas de forma eficiente, garantindo o atendimento de todas as
especifícidades regionais, além do controle de gastos excessivos e desnecessários.
É importante frisar que a falta de cuidado e não atenção destas demandas poderá
trazer ao País no segundo momento citado e classificado como durante a realização do
evento própriamente dito, ou seja, nos meses de junho e julho de 2014 e no terceiro
momento citado anteriormente e classificado como pós Copa do Mundo algumas
consequências, aqui classificadas como: deterioração na qualidade do atendimento aos
visitantes e à população, efeito gargalo (restrição no fluxo de visitantes, devido a
escaladas de preço ou esgotamento da capacidade), perdas econômicas e humanas
(causadas por acidentes, desordem, ou outros efeitos negativos do fluxo de visitantes)
e a apresentação de uma imagem negativa do Brasil na cobertura midíatica.
15
Apresentarei a seguir uma imagem com o objetivo de ilustrar um pouco do que foi dito
até o momento no item em questão proposto por este capítulo.
16
2.3- Os Desafios do Terceiro Momento:
Um dos princípais objetivos deste capítulo é apresentar de forma suscinta alguns
dos princípais desafios e oportunidades que o País enfrenta e enfrentará durante os
três períodos da Copa do Mundo a ser realizada no Brasil em 2014.
Conforme havia pontuado anteriormente, entendo que um dos momentos que mais
merecerá atenção durante todo este processo se dará no terceiro momento aqui neste
capítulo classificado como posterior a realização dos jogos, ou seja, no término da
Copa do Mundo.
17
Acredito que este momento merece destaque pois trata-se de reconhecer e
potencializar os legados positivos da passagem deste grandioso evento pelo Brasil.
Tarefa esta que é de responsabilidade primordial dos governantes que estiverem no
poder durante o período em questão, porém, entendo também que a população
organizada em sociedade deve cumprir com o seu papel de cidadãos portadores de
direitos e fiscalizar todos estes procedimentos a fim de que sejam garantidos a nação
brasileira o acesso aos serviços e estruturas construídos para o evento, tendo em vista
que muitos dos investimentos e obras realizadas foram subsidiadas com verba pública,
ou seja, de toda a população brasileira.
Neste momento apresentarei como exemplo alguns dos princípais legados advindos
por ocasião da passagem da Copa do Mundo no País.
Classificarei estes legados como “capital fixo” devido a longa permanência e
constância que estes apresentarão:
Capital físico: estádios, outras instalações esportivas e de lazer, melhorias e
investimentos na área de transportes, hoteleira, saúde e outros;
Capital humano: profissionais capacitados em áreas relacionadas à realização e
gestão de grandes eventos;
Capital tecnológico: equipamentos de segurança e telecomunicações;
Capital de marca: exposição internacional do Brasil como destino turístico (ampliando
o mercado nesta área e movimentando a econômia nacional).
17
Estes legados e muitos outros se bem planejados e sucedidos garantirão ao Brasil o
título de bom anfitrião da Copa do Mundo, além disso, poderão garantir a população
grandes benefícios a longo tempo muito depois da passagem dos Jogos.
A possibilidade de que estes legados sejam disponibilizados a população na forma de
serviços públicos e/ou políticas públicas esta certamente relacionada a uma série de
condicionantes dentre os quais gostaria de destacar os interesses e comprometimento
das gestões que à época estiverem no poder, a conservação, manutenção, e
atualização de todos estes investimentos “humanos” e “físicos”.
Gostaria de frisar ainda que iniciativas como estas devem ser garantidas a fim de que
se evitem depreciações diversas como: deteriorização dos espaços físicos, profissionais
18
especializados alternando o foco de sua atuação profissional, desvio de equipamentos
e recursos entre outras formas de má utilização.
É importante ilustrar e exemplificar a preucupação a cima tendo em vista o que vem
ocorrendo com os legados deixados por ocasião dos Jogos Pan-Americanos realizados
na cidade do Rio de Janeiro no ano de 2007. Percebe-se que pouco após o término dos
Jogos alguns dos princípais investimentos já deram indícios de que seriam mau
aproveitados como por exemplo a Vila Pan- Americana que apresentou problemas
estruturais além do Parque Aquático Maria Lenk e o velódromo da Barra que
apresentam subutilização.
Parece-me oportuno diante deste cenário e do exemplo dos Jogos Pan- Americanos
citado a cima refletir que o País ao desejar e aceitar sediar um evento como a Copa do
Mundo, mostra-se disposto a investir uma verba bastante significativa que certamente
poderia ter sido destinada a recursos de saúde, educação, quitação de deficit e outros.
Entendo que este paradigma pode ser entendido e análisado pela ótica da
oportunidade, ou seja, ao sediar e se dispor a realizar grandes investimentos em
eventos esportivos, por exemplo, o Brasil aposta na visibilidade em retornos
socioeconomicos, financeiros e estruturais futuros.
Trazendo está discussão para a realidade atual do País, ou seja, a Copa do Mundo de
2014 deve-se entender que grandes retornos socioeconomicos e 18 estruturais
estão atreladas intimamente as ações executadas atualmente, ou seja, as ações e
investimentos do momento que antecede o evento.
Os legados positivos da passagem da Copa do Mundo no Brasil deve-se primeiramente
as ações do presente que devem ser eficientes, com o menor custo possível (recurso e
tempo), realizadas dentro dos orçamentos e prazos necessários e reais garantindo
assim a qualidade, o atendimento das diversas expectativas e exigências bem como o
aproveitamento futuro e duradouro de todo trabalho e invetimento.
O aproveitamento significativo e positivo dos reflexos da Copa do Mundo no Brasil esta
atrelado ainda a identificação das oportunidades e desafios associados a ela, além
disso, estratégicamente estudos indicam que grandes “tópicos temáticos” compõem
este processo. São eles: governança e planejamento, monitoramento, controle,
19
transparência, gestão financeira, ambiente regulatório, infraestrutura, serviços, capital
humano, gestão de imagem, legado e sustentabilidade.
O País apesar de possuir grandes desafios possui também uma série de oportunidades
que se bem aproveitadas quem sabe contribua para a construção de uma imagem
internacional do Brasil além da que conhecidamente é transmitida por diversos canais
de comunicação internacionais: samba, futebol e carnaval.
2.4- Capital Humano:
É grande a demanda por recursos humanos, que vai gerar centenas de novas
oportunidades de trabalho, não só nos dias de competição mais antes mesmo, como
nos preparativos para o evento tanto de forma direta como indireta que é o caso dos
guias turísticos, voluntários, profissionais ligados a hotelaria, restaurantes, motoristas
de taxi, ônibus dentre outros serviços estes deverão estar preparados para receber
gente do mundo todo.
Contar com gente qualificada será um grande desafio da Copa de 2014, cabe a um
grande grupo capacitar essas pessoas, isso envolverá também setores de iniciativa
privada.
Para dar uma imagem possitiva do país assim será desenvolvido padrões de serviços
internacionais a começar pelo atendimento do publico.
O programa de voluntariado é um dos carros-chefe na área de RH, a maior parte de
voluntários são estudantes e um percentual grande de terceira idade, esses que darão
suporte ao público em especial aos turistas estrangeiros.
Os voluntários irão receber treinamentos, falarão diversos idiomas e serão identificados
por crachás, é possivel encontrar com um deles nos locais de grande movimento como
nos estádios, em torno dos estádios ou nas Fan Parks. Este programa tem grandes
qualidades, pois poderá ser associado a capacitação de mão de obra, como TI, outros
idiomas e a inclusão social.
20
2.5- O Ganho de Imagem pode ser o Maior Benefício:
O retorno financeiro gerado pela Copa para organizadores, governo e empresas de
diversos setores da economia será bem expressivo, porém o ganho em imagens
proporcionada por um evento bem sucedido pode ser ainda mais importante que
qualquer receita para o sucesso.
O sucesso da Copa do Mundo posicionará o Brasil em um degrau bem elevado em
termos de imagem internacional, afinal os olhos do mundo estarão voltados para o
País.
Dependendo do sucesso dos jogos e de como conseguir capitalizar essa imagem
positiva lá fora o País terá benefícios por muitos anos. Uma boa imagem pode render
em incremento na atividade turística, atração de investimentos estrangeiros e mais
viabilidade e credibilidade.
CAPÍTULO III - Copa Sustentável
3.0- Responsabilidade Socioambiental em Jogo:
Tão importante quanto apresentar e brevemente analisar os aspectos
sócioeconomicos da Copa do Mundo a ser realizada em 2014 no Brasil é realizar
também a breve apresentação de uma ánalise dos aspectos ambientais envolidos em
todo este processo de preparação do país para receber a maior competição do futebol
no Mundo.
O ponto central desta análise deve ser pensado a partir das relações que as pessoas
estabelecem entre si durante os processos de produção e reprodução humana, seja
pelo trabalho, sociedade e em outros espaços e grupos.
Nesta concepção é necessário compreender que as transformações do país para o
recebimento de um megaevento como a Copa do Mundo estão inseridas nestes
processos de produção e reprodução humana, logo, todas elas influenciam diretamente
o modo de vida e os espaços ocupados por nós brasileiros e habitantes deste país.
21
Pensar no cuidado com impactos ambientais e no desenvolvimento sustentável durante
o processo de expansão e mudanças no Brasil, é pensar no futuro e em possíveis
consequencias ambientais e sociais geradas por estes processos que se realizados de
forma não planejada seguramente irão prejudicar uma parcela da população antes,
durante e depois do evento mundial.
Dentro deste clima de competição proposto pela Copa do Mundo nossa sociedade deve
competir também pela garantia de direitos sociais e preservação ambiental visando
ações que proponham a redução de custos sociais e ambientais, de ações e propostas
ineficientes que geram desperdícios e gastos absurdos muitas vezes não previstos e
planejados além disso é necessário também incentivar e colaborar com práticas de
integração da sociedade com o desenvolvimento contínuo das pessoas, comunidades e
com o relacionamneto entre a sociedade e o meio ambiente.
21
De acordo com alguns apontamentos e critérios adotados pela United Nations
Envioronment Programme (UNEP) questões como as dimensões econômicas, sociais,
e ambientais devem sempre estar atreladas umas as outras para romper com
paradigmas e vencer desafios prioritariamente nas seguintes áreas: mudanças
climáticas, desastres e conflitos, manejo de ecossistema, governança do meio
ambiente, substâncias perigosas e eficiêcia no uso de recursos naturais.
Proposta esta interessante, tendo em vista o contexto socioambiental do país e a
cultura do povo brasileiro, ou seja, um evento com este porte e que tem como um de
seus pilares centrais a prestação de serviços eficiêntes não pode ser negligente e
irresponsável com questões como estas apresentadas a cima.
Dentro deste contexto acredito que a consciência de que um país e uma nação irá
continuar ocupando espaços físicos e institucionais após o evento da Copa do Mundo é
fundamental para que atitudes e projetos não sejam feitos de forma pontual visando
atender única e exclusivamente uma demanda passageira que é a competição, é
necessário que se pense, avalie como será o futuro dos brasileiros pós Copa do Mundo
no Brasil, como será o país após estes acontecimentos? Com quais situações iremos
nos deparar? Os investimentos e infraestrutura serão permanentes ou apenas
pontuais? A população terá acesso a eles? Sofreremos com impactos ambientais?
22
A dimensão socioambiental deve ser compreendida também dentro do rol de todas as
atividades desenvolvidas bem como nas relações humanas que surgem e se
estabelecem a partir delas.
Podemos ilustrar esta afirmação da seguinte forma: na composição de uma equipe de
trabalho de um grupo que previlegia o cuidado com as questões socioambientais, por
exemplo, certamente levar-se-ão em conta aspectos que visem garantir a saúde física,
laboral e psiquica do trabalhador, a sua segurança e os meios para mantê-la
(principalmente em ambientes e ações que configuram uma prática laboral com certos
riscos), as condições de trabalho a que são submetidas a sua equipe opondo-se a
condições de risco, insalubres, a jornadas
22
excecivas, má remuneração e redução do trabalhador a meramente mais um executor
de atividades, negando sua condição de sujeito de direitos e contribuindo para
processos de alienação.
Pensar em aspectos socioambientais por este viés é entender que é extremamente
necessário cuidar da qualidade de vida o trabalhador garantindo a ele qualidade de
vida, pagamento de direitos e benefícios e o fortalecimento de formações e
aprendizado.
Focando a discussão no âmbito da sociedade, ou seja, do público o pensamento por
este viés nos faz compreender que é necessário também garantir que a qualidade
urbana de acessibilidade, segurança pública, transportes, e toda infraestrutura e
intervenções planejadas sejam acessiveis a toda população pós evento, já que, todas
elas contaram com investimentos públicos portanto são garantidas a populção.
3.1- Pegada de Carbono:
“Pegada de Carbono” está relacionado a uma outra expressão “Pegada Ecológica”-
do inglês ecological footprint que representa a “quantidade de recursos naturais
necessários para sustentar uma determinada população”.
23
A partir desta definição a Federação Internacional de Futebol- Fifa desenvolve desde a
Copa da Alemanha um programa oficial com o principal objetivo de reduzir a emissão
de CO2 (dióxido de carbono), o “The Green Goal”.
Esta Programa é válido no sentido de reduzir práticas que levem a emissão de dióxido
de carbono como a queima de combustíveis fósseis.
O Programa que tem como foco quatro aspectos: água, resíduos, enrgia e transporte,
mede a quantidade de dióxido de carbono é produzida em atividades como transporte e
eletricidade de uma pessoa, empresa, evento.
“O aspecto socioambiental permeia todas as atividades da Copa,
dos estádios erguidos com critérios de “construção verde” ao impacto das viagens de avião no cálculo
da “pegada de carbono”
23
Ainda dentro da discussão de “Copa Sustentável” é importante destacar que existe um
padrão de responsabilidades socioambientais junto aos estados e municípios que irão
sediar os jogos da Copa do Mundo no Brasil no sentido de preservar e minorar os
possíveis impactos ambientais e sociais gerados com as mudanças que já estão
acontecendo. É importante destacar que este padrão é baseado de acordo com a
realidade local de cada estado e do Brasil e que é composto por indicadores que irão
definir as ações e priorodades.
Apresentarei a seguir estes indicadores bem como suas propostas sistematizados no
Projeto “Sete Passos Para a Copa Verde”.
24
24
25
26
3.2- Responsabilidade Ambiental e Social:
O contato com o conteúdo do Projeto “Sete Passos Para a Copa Verde” nos indica que
teoricamente existe uma preucupação e consciencia a cerca das responsabilidades
socioambientais que o Brasil deverá observar no processo de sediar a Copa do Mundo.
Atender e cumprir os critérios e indicadores abordados neste Projeto exige que aja uma
ação articulada entre estado e mercado privado, no sentido de investimentos financeiro
e apoio operacional, além disso, estas propostas devem estar atreladas a políticas
públicas.
O termo “Copa Verde” nos remete aos objetivos da responsabilidade socioambiental e
seus conceitos mais também literalmente caracteriza-se como a postura que pretende-
se adotar nos processos de construção de estádios, instalações, infraestrutura e hotéis.
27
A proposta é que estas construções de âmbito civil ocorram com estruturas que que
evitem a poluição, desperdício, agressão ao meio ambiente e a população. Pretende-se
utilizar estruturas que reduzam o consumo de água e energia elétrica valendo-se de
técnicas de iluminação, ventilação e consumo de água inteligentes e alternativas.
Estas medidas conhecidas como sustentáveis envolvem também o conceito da “gestão
de resíduos” de acordo com a prática dos 3Rs (reduzir, reutilizar e reciclar).
Este panorâma apresentado nos leva a entender que realmente existe a intenção e o
cuidado com estas questões de cunho socioambiental visto que muitos dos projetos e
apresentados a licitações e ou financiadores do estado ou não e da Fifa estão sendo
avaliados e aprovados de acordo com o cumprimento ou não destes princípios e
exigências. Cabe observar se a longo prazo estas medidas e propostas realmente se
efetivaram tal qual estão sendo projetadas e previstas em sua gênese.
Conclusão
Após percorrer durante este semestre um caminho de leituras, pesquisas e
estudos atrelado a orientações e aulas expositivas da discíplina de Pesquisa II tenho
considerações importantes e significativas a cerca deste processo de aprendizado,
descoberta e percepções.
Esclareço que muitas destas percepções e descobertas se devem ao processo de
elaboração deste trabalho, onde, através de uma postura crítica pude compreender de
forma simples aspectos importantes da temática escolhida para estudo: Os Impactos
Sócioeconômicos da Copa do Mundo de 2014 no Brasil”.
Primeiramente devo reconhecer que ter estudado o tema em questão relacionando-os a
conceitos do curso de Administração como econômia e gestão por exemplo, me
permitiram melhor compreensão do assunto ,além disso, o objeto de estudo escolhido
me permitiu melhor aproximação do tema devido a sua grande repercussão nacional e
internacional.
Outra consideração importante que deve ser feita refere-se a identificação e
compreensão de alguns dos principais impactos que a Copa do Mundo em 2014 trará
28
ao País a partir do cenário e tempo em que estes ocorrerão, ou seja, no cenário
nacional e em sua cidades-sede com suas especificidades econômicas, política, cultural
e geográfica e no espaço de tempo classificado neste trabalho em três importantes
momentos: o antes, durante e o depois da passagem dos jogos no Brasil em 2014.
A compreensão sob esta ótica é fundamental para que os objetivos deste trabalho
sejam concretizados e alcançados.
Outra consideração que merece destaque deve-se a classificação destes imapctos.
Não foi alvo de destaque neste trabalho a classificação dos impactos socioeconômicos
e ambientais que a Copa do Mundo de 2014 traz e trará ao País como positivos e
negativos, entendo que este juízo deve estar fundamentado em estudos e teorias mais
completas, porém, é fato que através de alguns impactos
caracterizados neste estudo, subintende-se ser positivo ou não seus efeitos para o
Brasil e a nação.
Outra consideração também relevante, relaciona-se ao terceiro período caracterizado
neste trabalho como pós Copa do Mundo no Brasil em 2014.
Acho interessante pontuar que todo o legado positivo para o País com a Copa do
Mundo deve fazer parte de uma gestão pública, privada e também da sociedade
organizada, para que esta possa exercer seu papel de controle social garantindo assim
que recursos e investimentos destinados ao evento possam ser revertidos na forma de
serviços e políticas a toda população brasileira.
Finalmente algo que merece destaque também refere-se a profunda relação que pude
estabelecer durante o processo de pesquisa e elaboração deste trabalho com a
discíplina de Pesquisa II, reconheço que os conceitos apreendidos durante o semestre
em questão foram fundamentais para o meu entendimento do que se refere a pesquisa
acadêmica própriamente e seus processos metodológicos. Conhecimentos esses que
me possibilitaram conceituar e fundamentar minha pesquisa.
1
PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE
SÃO PAULO
Faculdade de Economia, Administração,
Contabilidade e Atuariais.
CURSOS DE MARKETING
Aluno: Pedro Rossi Rudge
Prof. Arnoldo José de Hoyos Guevara
2° Semestre 2012
2
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 3
CAPÍTULO I – CURSOS ......................................................................................... 4
1.1. MASTER MARKETIN ............................................................................ 4
1.1.1. MBA CIÊNCIAS DO CONSUMO APLICADAS .................................. 5
1.1.2. MBA MARKETING ESPORTIVO ...................................................... 5
1.1.3. MBA EM GESTÃO DE NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS ......................... 6
1.1.4. MBA EM GESTÃO E MARKETING DIGITAL .................................... 6
1.1.5. MBA GESTÃO DE NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS ................................ 7
CAPÍTULO II – INDICAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
E TÉCNICOS .................................................................................. 8
2.1. QUESTIONÁRIO ................................................................................ 10
2.2. RESULTADOS DA PESQUISA ......................................................... 12
CAPÍTULO III – ANÁLISES DOS RESULTADOS DA PESQUISA .................... 23
CONCLUSÕES .................................................................................................... 30
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 31
3
INTRODUÇÃO
A relação dos alunos de graduação com os cursos de pós-graduação de
marketing, oferecidos por uma das melhores instituições de marketing de São Paulo.
Serão abrangidas questões como: Quais são os cursos de Marketing existentes?
Qual é a influência destes cursos e da escola superior no mercado? A força da
marca, o que os alunos de graduação presencial da cidade de São Paulo estão
buscando em relação a cursos de pós-graduação em marketing, entre outros
fatores.
No ramo de marketing, a ESPM é uma das faculdades mais conceituadas no
mercado. Pensando em cursos deste assunto disponíveis no mercado, decidimos
abordar os de pós-graduação (Lato Sensu) por ser um tema muito considerado e
falado por estudantes de graduação, como nós, que sabem que atualmente com a
competitividade do mercado, o conhecimento é algo que agrega muito no currículo e
na vida tanto pessoal quanto profissional de qualquer pessoa. Consideramos que
um estudante, desde o momento que ingressa na faculdade já pensa em sua pós-
graduação, principalmente para melhorar sua performance, com isso e com a
influência da ESPM no mercado de São Paulo, decidimos analisar os cursos de pós-
graduação oferecidos pela mesma, e o interesse das pessoas nestes cursos.
Buscando assim entender, o impacto da marca da ESPM, sua força no mercado,
seu valor no currículo e o que leva um candidato a uma pós-graduação a escolher
esta faculdade.
Com essa pesquisa estamos querendo entender melhor sobre os cursos de
pós-graduação oferecidos pela ESPM-SP, medindo a força de sua marca, o
tamanho do seu impacto no mercado, a qualidade dos cursos oferecidos, a
tendência de escolha deste consumidor, seu perfil e qual destes fatores é o principal
motivador na hora de escolher algum dos cursos disponíveis na ESPM hoje.
Escola Superior de Propaganda e Marketing
A ESPM (ESCOLA SUPERIOR DE PROPAGANDA E MARKETING), foi criada
em 1951 e reconhecida pelo MEC (Ministério de educação) 20 anos depois, em
1971.
4
E a partir de 1978, a faculdade implementou cursos para pós-graduação.
Desde então, a ESPM se preocupou muito na estrutura e no conteúdo de seus
cursos, e durante esse tempo 4 novos cursos de graduação entraram para
faculdade, sejam eles Administração, Design, Jornalismo e Relações internacionais.
Devido à preocupação com seus cursos, a ESPM investiu e investe largamente afim
de transmitir o melhor conteúdo teórico, com novas técnicas pedagógicas,
treinamento de professores e até em sua estrutura física. Por isso, a ESPM, hoje, é
reconhecida como a melhor escola de marketing e propaganda.
Hoje, a escola conta com 10.000 alunos de graduação e pós-graduação, e
mais de 600 professores. Além de ter um grande numero de ex-alunos, valorizados
e reconhecidos pelos empregadores.
CAPÍTULO I - CURSOS
A ESPM oferece sete cursos de pós-graduação voltado ao marketing, eles são:
Master em Marketing; MBA Ciências do consumo aplicadas; MBA Gestão de
mercados; MBA Marketing digital; MBA Marketing esportivo e MBA Negócios
imobiliários.
1.1. MASTER MARKETING
O curso de Master em Marketing é dividido em quatro semestres, as matérias
estudadas no curso são as seguintes:
1º Semestre: Ambiente de Negócios e Estratégias Empresariais; Marketing
Estratégico; Gestão de Equipes e Finanças Aplicadas ao Marketing.
2° Semestre: Marketing Digital; Comportamento do Consumidor; Estratégias de
Marketing de Serviços e Inteligência Competitiva.
3º Semestre: Trade Marketing; Branding; Ética e Legislação em Marketing e
Métricas de Marketing.
4º Semestre: Eletiva I; Eletiva II; Simulador de Negócios e Trabalho de
Conclusão.
O curso tem como objetivo capacitar profissionais para atuar na área de
marketing e estratégias, permitir pleno domínio das técnicas de marketing e sua
5
utilização, aprofundar os principais fundamentos de marketing dentro de uma visão
do mercado atual e Despertar uma visão critica sobre a gestão de marketing.
O público alvo do curso são executivos com mais de 03 anos de experiência
profissional e a profissionais das mais diversas áreas de formação, que se
preocupam com sua empregabilidade e sabem que o conhecimento é o único
caminho para garanti-la. O curso de Master em Marketing tem a carga horária de
540 horas/aula e o preço total é aproximadamente R$ 40.000,00.
A FGV, a PUC e a Universidade Anhembi Morumbi também fornecem o curso,
porém são estruturadas de uma maneira diferente.
1.1.1 MBA CIÊNCIAS DO CONSUMO APLICADAS
O programa é divido em três semestres:
1° Semestre: Fundamentos da Gestão Financeira; Fator Humano nas
Organizações; Marketing e Gestão de Operações.
2° Semestre: Psicologia e Consumo; Neurociências Aplicadas ao Consumo;
Cultura e Sociedade de Consumo e Neurociências Aplicadas ao Consumo.
3° Semestre: Economia do Consumo; Consumer Insights (Segmentação e
Investigação do Comportamento); Sentidos, Percepção e Design e Trabalho de
Conclusão – Ciências do Consumo Aplicada.
O curso MBA Ciências do Consumo Aplicadas tem como objetivo analisar como
a compra de produtos e serviços conseguem satisfazer as necessidades humanas
sejam elas biológicas, psicológicas ou socioeconômicas, do individuo em seu papel
como consumidor.
Este curso tem um público alvo muito abrangente, pois qualquer pessoa quer
buscar conhecimento sobre o comportamento do consumidor no mercado. Portanto
é um curso que pode levar uma empresa ao sucesso, principalmente nos dias de
hoje, em que o consumidor é mais ativo e tem maior oferta de bens e serviços.
O curso tem carga horária de 360horas/aula e o preço total é aproximadamente
R$ 33.000,00.
Este curso não existe em outras instituições.
6
1.1.2 MBA MARKETING ESPORTIVO
O curso de Marketing Esportivo é dividido em três semestres, que estão a seguir:
1º Semestre: Fundamentos da Gestão Financeira; Fator Humano nas
Organizações; Marketing e Gestão de Operações.
2º Semestre: Fundamentos do Direito Esportivo; Gestão da Comunicação no
Esporte; Práticas de Gestão do Esporte e Gestão de Eventos Esportivos.
3º Semestre: Novos Produtos e Negócios do Esporte; Gestão Esportiva I; Gestão
Esportiva II e Trabalho de Conclusão do curso.
O objetivo desse curso é desenvolver gestores para atuarem na indústria de
esportes, fornecendo-lhes o ferramental necessário para o planejamento, a
implementação e o controle de estratégias voltadas para os negócios do esporte.
O público-alvo do curso são pessoas graduadas nas mais diversas áreas de
conhecimento, que desejem se especializar na área de Gestão e Marketing do
Esporte, tornando-se capacitados a trabalhar como gestores em diferentes tipos de
organização.
O curso tem carga horária de 400horas/aula e o preço total é aproximadamente
R$ 34.000,00.
Outras faculdades que oferecem o curso: Universidade Gama Filho, Trevisan
(Escola de Negócios) e Unicic.
1.1.3 MBA EM GESTÃO DE MERCADOS
O curso de Gestão de Mercados é dividido em três semestres:
1º Semestre: Fundamentos da Gestão Financeira; Fator Humano nas
Organizações; Marketing e Gestão de Operações.
2º Semestre: Disciplina Eletiva.
3º Semestre: Disciplina Eletiva e Trabalho de Conclusão do curso.
O objetivo do MBA em Gestão de Mercados é capacitar gestores para atuarem
em organizações de diferentes portes e setores, privilegiando a visão estratégica de
mercados e o desenvolvimento de processos de gestão orientados para a geração
de resultados.
7
Este curso é direcionado a executivos e empreendedores que atuam – ou
pretendam atuar - na área de Gestão de Mercados, bem como a profissionais de
outras áreas, que tenham interesse em adquirir maior conhecimento sobre gestão de
mercados, como complementação de sua formação.
O curso tem carga horária de 400horas/aula e o preço total é aproximadamente
R$ 33.000,00.
O curso é oferecido também na Trevisan (Escola de Negócios).
1.1.4 MBA EM GESTÃO E MARKETING DIGITAL
O curso de Gestão de Mercados é dividido em três semestres:
1º Semestre: Fundamentos da Gestão Financeira; Fator Humano nas
Organizações; Marketing e Gestão de Operações.
2º Semestre: Tecnologia da Informação e Plataformas Digitais; Gestão da
Inovação; Comportamento do Consumidor Digital e Marketing de Relacionamento.
3º Semestre: Mobile Marketing; Search Marketing e Trabalho de Conclusão do
curso.
O objetivo do curso é desenvolver gestores para atuarem na era digital, com
visão estratégica e conhecimento técnico para planejar ações criativas e inovadoras
de marketing e negócios. O curso é desenvolvido dentro do ambiente e da
sociedade atual, e tem como proposta estudar a cadeia que envolve o mercado do
marketing digital, explorando o referencial conceitual necessário para a construção
de relações produtivas entre o mundo dos negócios e o das tecnologias digitais, ele
propõe soluções que empreguem ferramentas digitais.
O curso é voltado para executivos e profissionais de Marketing, Comunicação e
Tecnologia da Informação, que já atuam a algum tempo no Mercado, que desejam
aprofundar seus conhecimentos no universo do Marketing e da Comunicação Digital.
O curso tem carga horária de 400horas/aula e o preço total é aproximadamente
R$ 34.000,00.
Outra instituição que possui o curso de Gestão em Marketing Digital é a
Faculdade Getúlio Vargas, porém alguns de seus objetivos são diferentes.
8
1.1.5 MBA GESTÃO DE NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS:
O curso de MBA Gestão de Negócios Imobiliários é dividido em três semestres:
1º Semestre: Análise do Ambiente de Negócios; Marketing; Fator Humano nas
Organizações e Marketing Imobiliário.
2º Semestre: Desenvolvimento Urbano; Direito Imobiliário; Produtos Imobiliários;
Cases e Palestras; Arquitetura; Engenharia e Montagem de Empreendimentos.
3º Semestre: Direito Imobiliário II; Engenharia II; Cases e Palestras II;
Planejamentos e Vendas; Finanças Imobiliárias e Trabalho de Conclusão do curso.
O Curso possui novas características em relação aos outros e com foco voltado
para o Marketing, aliando a teoria com a prática do universo imobiliário. Seus
objetivos são: estimular a adoção dos conceitos atuais e inovadores de
desenvolvimento e gerenciamento de empreendimentos imobiliários; possibilitar a
aplicação prática dos fundamentos teóricos na vivência gerencial e favorecer o
desenvolvimento de atitudes e posturas empreendedoras e gerenciais adequadas
para a realização de empreendimentos ambientalmente rentáveis e sustentáveis.
O público-alvo que a ESPM procura para esse MBA são empreendedores
imobiliários, avaliadores, profissionais de incorporadoras e imobiliárias, profissionais
de crédito imobiliário e outros que tenham interesse em ingressar ou investir no
mercado imobiliário.
O curso tem carga horária de 400horas/aula e o preço total é aproximadamente
R$ 33.500,00.
Outras faculdades que fornecem o curso são a Faculdade Getúlio Vargas, UNISA
e FAAP.
CAPÍTULO II - INDICAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS E
TÉCNICOS
Para realizar nossa pesquisa decidimos que o procedimento a ser utilizado, e que
acreditamos ser o mais correto para esse tipo de estudo é o método de pesquisa
conclusiva descritiva, pois queremos medir uma tendência mercadológica, ou seja,
queremos analisar qual o motivo de escolha de um mesmo tipo de grupo acadêmico,
em relação a um mesmo assunto. Utilizaremos amostragem probabilística por
conglomerado, pois queremos concluir algumas premissas sobre um grupo da
9
população, grupo este que agrega somente os alunos em graduação de cursos
presenciais, localizados dentro da cidade de São Paulo. Este método é a melhor
opção (mais segura) para conseguir provar alguma hipótese estabelecida
previamente.
Como técnica de pesquisa de campo será utilizado o método de análise
quantitativa, pois queremos comprovar algumas teorias levantadas a respeito dos
cursos de pós-graduação oferecidos pela faculdade considerada a melhor de
marketing de São Paulo. A pesquisa quantitativa é a melhor escolha neste caso,
pois buscamos encontrar algumas características, como hábitos do consumidor,
perfil do usuário, entre outros, sobre esta situação.
Ao todo foram respondidos 251 questionários, um número satisfatório para
comprovar as hipóteses constituídas para essa pesquisa, foram pessoas de diversas
faculdades, semestres e com interesses bem distintos.
Esta pesquisa quantitativa foi feita através do site “Google Docs”, para facilitar e
aumentar a possibilidade de contato com estudantes de outras instituições de ensino
superior, as perguntas abordadas no questionário utilizado foram:
PERGUNTAS: O QUE QUEREMOS ANALISAR:
1- Qual é o seu curso?
–O curso que o estudante está fazendo
influencia de algum modo na sua
escolha.
2- Qual faculdade você faz? – A faculdade influencia de algum modo
na escolha.
3- Em qual semestre da graduação da
faculdade você está?
–O semestre do estudante impacta na
escolha do curso assim como a opção de
fazer ou não uma pós-graduação.
4- Considera a ESPM a melhor
faculdade de Marketing de São
Paulo - Capital?
– Para testar se os interessados em pós-
graduação na ESPM podem ter sido
influenciados por informações sobre a
faculdade como essa.
5- Você tem interesse em fazer pós-
graduação em marketing?
–O interesse em fazer uma pós-
graduação em marketing nos estudantes
de graduação.
10
6- Você tem interesse em fazer pós-
graduação em marketing na
ESPM?
– O candidato gostaria de fazer essa pós
na ESPM ou em alguma outra instituição.
7- Considera os cursos de pós-
graduação da ESPM muito
conceituados no mercado?
– A marca da ESPM é forte no mercado
de pós-graduação.
8- O que te levaria a fazer algum dos
cursos de pós-graduação de
Marketing da ESPM?
– Qual é o maior motivador da escolha
por algum curso da ESPM.
9- Qual desses cursos disponíveis
hoje na ESPM você faria? – O interesse nos cursos.
10- Acredita que ter um curso da
ESPM no currículo potencializa o
mesmo?
– Impacto que a marca tem no mercado.
11- Sabendo os cursos oferecidos hoje
pela ESPM, você teria interesse em
fazer algum deles em alguma
instituição que não seja a ESPM?
–O aluno tem interesse mais no curso
propriamente dito do que na faculdade.
12- Até quanto você estaria disposto a
pagar por algum desses cursos
(mensalmente)?
– O quanto a marca vale.
11
2.1. QUESTIONÁRIO
12
13
2.2. RESULTADOS DA PESQUISA
Indicação de data e
hora
Qual faculdade você faz?
Em qual semestre
da graduação
da faculdade você está?
Você tem interesse em fazer
pós graduação
em marketing?
Você tem interesse em fazer
pós graduação
em marketing na ESPM?
Considera a ESPM a melhor
faculdade de
Marketing de São Paulo -
Capital?
Considera os cursos de
pós-graduação da ESPM
muito conceituados no mercado?
O que te levaria a
fazer algum dos cursos
de pós-graduação
de Marketing da ESPM?
Qual desses cursos
disponíveis hoje na
ESPM você faria?
Qual é o seu curso?
Acredita que ter um
curso da ESPM no currículo
potencializa o mesmo?
Sabendo os cursos
oferecidos hoje pela
ESPM, você teria interesse em fazer
algum deles em alguma
instituição que não
seja a ESPM?
Até quanto você estaria disposto a
pagar por algum desses cursos
(mensalmente)?
10.17.2012 8:05:38
PUC 4º Semestre
Sim Sim Sim Sim Aumentar o currículo
10.17.2012 16:05:13
Belas Artes 1º Semestre
Não Não Sim Não Arquitetura e Urbanismo
Sim Sim Mais que R$1500,00
10.17.2012 16:07:24
PUC 4º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Marketing Esportivo
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 16:07:27
ANHEMBI MORUMBI
1º Semestre
Não Não Sim Não
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
Master em marketing
negócios da moda
Sim Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.23.2012 13:57:06
ANHEMBI MORUMBI
10º Semestre
Não Não Não Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Marketing Digital
Jornalismo Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 16:08:32
INSPER 3º Semestre
Não Não Sim Sim
Força da marca (impacto no currículo)
Master em marketing
Cursos relacionados a Administração
Sim Nao Mais que R$1500,00
10.17.2012 16:09:08
PUC 3º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Gestão de Mercados
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 16:09:22
PUC 4º Semestre
Não Sim Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Marketing Esportivo
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Mais que R$1500,00
10.17.2012 16:12:49
ESPM 2º Semestre
Sim Não Sim Sim
Força da marca (impacto no currículo)
Negócios Imobiliários (voltado para o marketing)
Cursos relacionados a Marketing
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 16:14:18
USP 2º Semestre
Sim Não Sim Sim Garantia de Retorno Investido
Master em marketing
Relações Internacionais
Sim Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 16:15:14
USP 2º Semestre
Não Não Sim Sim Relações Internacionais
Sim Nao Menos que R$1000,00
10.17.2012 16:16:16
ESPM 3º Semestre
Não Não Sim Sim
MBA Ciencias do Consumo Aplicadas
Cursos relacionados a Marketing
Sim Nao Mais que R$1500,00
10.17.2012 16:16:52
ANHEMBI MORUMBI
2º Semestre
Sim Não Sim Sim Status MBA Marketing Esportivo
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 16:17:02
PUC 4º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
Master em marketing
Cursos relacionados a Administração
Sim Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
14
10.17.2012 16:17:43
São Judas Tadeu
Outro Não Não Sim Sim Professores renomados
Negócios Imobiliários (voltado para o marketing)
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Menos que R$1000,00
10.17.2012 16:21:27
GV 6º Semestre
Sim Não Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Marketing Esportivo
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Menos que R$1000,00
10.17.2012 16:25:35
PUC 4º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
Master em marketing
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 16:26:37
PUC 4º Semestre
Não Não Sim Não
Força da marca (impacto no currículo)
MBA Ciencias do Consumo Aplicadas
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 16:28:33
PUC 6º Semestre
Não Não Sim Não Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Mais que R$1500,00
10.24.2012 15:06:13
FMABC 1º Semestre
Não Não Não Sim Medicina Nao Sim Menos que R$1000,00
10.17.2012 16:08:22
Unicid 2º Semestre
Não Não Não Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Gestão de Mercados
Medicina Sim Sim Mais que R$1500,00
10.17.2012 16:29:34
ESPM 4º Semestre
Não Não Sim Sim Um curso a mais no currículo
MBA Ciencias do Consumo Aplicadas
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Menos que R$1000,00
10.17.2012 16:29:50
PUC 2º Semestre
Não Não Sim Sim
Força da marca (impacto no currículo)
MBA Ciencias do Consumo Aplicadas
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 16:30:35
PUC 4º Semestre
Não Não Sim Sim Garantia de Retorno Investido
MBA Gestão de Mercados
Cursos relacionados a Administração
Sim Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 16:30:57
PUC 4º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Marketing Digital
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 16:29:06
ANHEMBI MORUMBI
2º Semestre
Não Não Não Não
Força da marca (impacto no currículo)
MBA Gestão de Mercados
moda Nao Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 16:32:56
PUC 4º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Força da marca (impacto no currículo)
Master em marketing
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Mais que R$1500,00
10.17.2012 16:34:07
ESPM 5º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Ciencias do Consumo Aplicadas
Cursos relacionados a Administração
Sim Nao Mais que R$1500,00
10.17.2012 16:35:51
ANHEMBI MORUMBI
2º Semestre
Não Não Não Não Localidade MBA Marketing Esportivo
Cursos relacionados a Marketing
Sim Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 16:35:18
ANHEMBI MORUMBI
5º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Força da marca (impacto no currículo)
MBA Marketing Digital
Cursos relacionados a Administração
Sim Nao Mais que R$1500,00
10.17.2012 16:40:07
GV 2º Semestre
Não Não Não Não Cursos relacionados a Administração
Nao Sim Menos que R$1000,00
10.17.2012 16:37:04
ESPM 6º Semestre
Sim Sim Sim Sim Status MBA Marketing Esportivo
Cursos relacionados a Marketing
Sim Nao Mais que R$1500,00
10.17.2012 16:39:19
ESPM 6º Semestre
Não Não Sim Sim Status MBA Marketing Digital
Cursos relacionados a Marketing
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 16:39:55
ESPM 4º Semestre
Sim Sim Sim Não Status MBA Marketing Digital
Cursos relacionados a Marketing
Nao Sim Menos que R$1000,00
15
10.17.2012 16:42:01
CASPER LÍBERO
2º Semestre
Não Não Não Sim Cursos relacionados a Marketing
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 16:40:20
FAAP 3º Semestre
Sim Não Sim Sim Status
MBA Ciencias do Consumo Aplicadas
Cursos relacionados a Marketing
Sim Sim Menos que R$1000,00
10.17.2012 16:40:39
PUC 4º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Força da marca (impacto no currículo)
MBA Marketing Esportivo
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Mais que R$1500,00
10.17.2012 17:00:53
FAAP 2º Semestre
Não Não Não Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Marketing Digital
Cursos relacionados a Marketing
Sim Sim Mais que R$1500,00
10.17.2012 16:42:57
PUC 4º Semestre
Não Não Sim Sim
Força da marca (impacto no currículo)
MBA Marketing Esportivo
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.22.2012 23:12:44
Usp, claro 10º Semestre
Sim Não Não Não Um curso a mais no currículo
Cursos relacionados a Administração
Nao Sim Menos que R$1000,00
10.24.2012 14:42:33
ANHEMBI MORUMBI
10º Semestre
Sim Sim Não Não
Força da marca (impacto no currículo)
MBA Marketing Digital
Cursos relacionados a Administração
Nao Nao Mais que R$1500,00
10.17.2012 17:33:43
ANHEMBI MORUMBI
1º Semestre
Sim Sim Não Sim Garantia de Retorno Investido
MBA Marketing Esportivo
Cursos relacionados a Marketing
Sim Nao Menos que R$1000,00
10.17.2012 16:46:51
UNESP 2º Semestre
Não Não Sim Sim engenharia de produção
Nao Sim Mais que R$1500,00
10.17.2012 16:48:12
SENAC 2º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Gestão de Mercados
Estilismo/ moda
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 16:48:21
MACKENZIE 2º Semestre
Não Não Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Gestão de Mercados
Direito Sim Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 16:48:56
PUC 4º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Gestão de Mercados
Cursos relacionados a Administração
Sim Nao Mais que R$1500,00
10.17.2012 16:51:29
FEI 4º Semestre
Não Não Sim Sim Engenharia Eletrica
Nao Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 16:53:16
ANHEMBI MORUMBI
4º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Gestão de Mercados
moda Nao Sim Menos que R$1000,00
10.17.2012 16:57:18
ESPM 2º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Força da marca (impacto no currículo)
MBA Marketing Digital
Cursos relacionados a Marketing
Sim Sim Menos que R$1000,00
10.17.2012 16:57:46
FAAP 7º Semestre
Não Não Sim Não
Força da marca (impacto no currículo)
MBA Gestão de Mercados
economia Sim Nao Menos que R$1000,00
10.17.2012 16:58:58
ESPM 4º Semestre
Não Não Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Gestão de Mercados
Cursos relacionados a Marketing
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 16:59:16
MACKENZIE 4º Semestre
Não Não Sim Não Status
MBA Ciencias do Consumo Aplicadas
eng civil Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.23.2012 13:15:22
UMC 1º Semestre
Sim Não Não Não Garantia de Retorno Investido
Cursos relacionados a Administração
Sim Nao Mais que R$1500,00
10.17.2012 17:00:11
PUC 3º Semestre
Sim Sim Sim Sim Garantia de Retorno Investido
MBA Gestão de Mercados
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
16
10.17.2012 17:34:05
unifran 2º Semestre
Não Não Não Não Um curso a mais no currículo
MBA Marketing Esportivo
medicina Nao Nao Menos que R$1000,00
10.17.2012 17:01:23
ESPM 2º Semestre
Não Não Sim Sim Garantia de Retorno Investido
MBA Gestão de Mercados
relacionado a marketing e administraçao
Sim Nao
10.17.2012 17:02:05
PUC Outro Não Não Sim Não Ciências Atuariais
Sim Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 17:02:30
MACKENZIE 1º Semestre
Não Não Sim Sim Direito Nao Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 17:02:53
ANHEMBI MORUMBI
2º Semestre
Sim Sim Sim Sim Garantia de Retorno Investido
MBA Marketing Esportivo
Cursos relacionados a Marketing
Sim Nao Menos que R$1000,00
10.17.2012 17:03:18
ESPM 4º Semestre
Não Não Sim Sim Jornalismo Sim Nao Mais que R$1500,00
10.22.2012 22:23:18
MACKENZIE 2º Semestre
Sim Sim Não Sim
Força da marca (impacto no currículo)
Master em marketing
Cursos relacionados a Marketing
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 17:05:31
FECAP 6º Semestre
Não Não Sim Não
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Ciencias do Consumo Aplicadas
Relações Internacionais
Sim Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 17:05:51
MACKENZIE 6º Semestre
Sim Sim Sim Não
Força da marca (impacto no currículo)
MBA Marketing Esportivo
Cursos relacionados a Marketing
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 17:09:17
ANHEMBI MORUMBI
8º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
Master em marketing
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Menos que R$1000,00
10.17.2012 17:09:52
MACKENZIE 6º Semestre
Não Não Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Gestão de Mercados
Engenharia Civil
Sim Sim Menos que R$1000,00
10.17.2012 17:10:00
ANHEMBI MORUMBI
2º Semestre
Não Sim Sim Sim
Força da marca (impacto no currículo)
Negócios Imobiliários (voltado para o marketing)
Engenharia de Produção
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.22.2012 22:37:47
USP 2º Semestre
Sim Não Não Não Um curso a mais no currículo
MBA Gestão de Mercados
Publicidade e Propaganda
Sim Sim Menos que R$1000,00
10.17.2012 17:11:28
PUC 4º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
Master em marketing
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Mais que R$1500,00
10.17.2012 17:12:42
PUC 6º Semestre
Não Não Sim Sim Letras-língua portuguesa
Sim Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.22.2012 23:14:55
INSPER 2º Semestre
Sim Não Não Não Cursos relacionados a Administração
Nao Sim Mais que R$1500,00
10.17.2012 17:20:27
INSPER 7º Semestre
Não Não Sim Não Garantia de Retorno Investido
MBA Gestão de Mercados
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Mais que R$1500,00
10.17.2012 17:20:30
PUC 4º Semestre
Sim Não Sim Não Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 17:21:57
INSPER 8º Semestre
Não Não Sim Não
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Gestão de Mercados
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 17:27:27
INSPER 8º Semestre
Não Não Sim Não Um curso a mais no currículo
MBA Marketing Esportivo
Cursos relacionados a Administração
Nao Sim Menos que R$1000,00
10.17.2012 17:28:19
INSPER 7º Semestre
Não Não Sim Não Cursos relacionados a Administração
Nao Sim Mais que R$1500,00
10.17.2012 17:28:48
PUC 4º Semestre
Não Não Sim Sim Professores renomados
MBA Gestão de Mercados
Cursos relacionados a Administração
Sim Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
17
10.17.2012 16:59:43
ANHEMBI MORUMBI
3º Semestre
Sim Sim Não Sim Um curso a mais no currículo
MBA Marketing Digital
Cursos relacionados a Marketing
Nao Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.19.2012 18:54:19
ANHEMBI MORUMBI
2º Semestre
Não Não Não Sim Garantia de Retorno Investido
MBA Gestão de Mercados
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Menos que R$1000,00
10.17.2012 17:30:49
FAAP 3º Semestre
Sim Sim Não Sim Um curso a mais no currículo
MBA Marketing Esportivo
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 17:34:00
PUC 4º Semestre
Não Não Sim Sim
Força da marca (impacto no currículo)
MBA Marketing Esportivo
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.22.2012 22:25:17
INSPER 2º Semestre
Não Não Não Sim Um curso a mais no currículo
MBA Marketing Esportivo
Cursos relacionados a Administração
Nao Sim Mais que R$1500,00
10.17.2012 17:37:01
PUC 8º Semestre
Não Não Sim Não Um curso a mais no currículo
MBA Marketing Esportivo
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 17:52:08
MACKENZIE 3º Semestre
Não Não Sim Não Cursos relacionados a Administração
Nao Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 17:54:06
MACKENZIE 3º Semestre
Não Não Sim Sim
Força da marca (impacto no currículo)
Jornalismo Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 17:56:43
PUC 4º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Marketing Esportivo
Cursos relacionados a Administração
Sim Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 17:57:29
GV 8º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
Negócios Imobiliários (voltado para o marketing)
Cursos relacionados a Administração
Nao Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 18:06:05
ESPM 3º Semestre
Sim Sim Sim Sim Garantia de Retorno Investido
MBA Gestão de Mercados
Cursos relacionados a Administração
Sim Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 18:06:07
ESPM 3º Semestre
Sim Sim Sim Sim Garantia de Retorno Investido
MBA Gestão de Mercados
Cursos relacionados a Administração
Sim Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 18:15:49
PUC 8º Semestre
Não Sim Sim Sim Garantia de Retorno Investido
Negócios Imobiliários (voltado para o marketing)
Cursos relacionados a Administração
Sim Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 23:52:58
MACKENZIE 3º Semestre
Sim Sim Não Sim Garantia de Retorno Investido
MBA Marketing Digital
Cursos relacionados a Marketing
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.22.2012 23:03:04
Anhanguera 2º Semestre
Não Não Não Sim Engenharia Mecânica
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 18:33:43
PUC 4º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Marketing Esportivo
Cursos relacionados a Administração
Sim Nao Mais que R$1500,00
10.17.2012 18:37:20
MACKENZIE 3º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Gestão de Mercados
Cursos relacionados a Marketing
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 18:39:17
FIAP 4º Semestre
Não Não Sim Sim
Força da marca (impacto no currículo)
Cursos relacionados a Administração
Sim Nao
10.17.2012 18:45:00
ESPM 2º Semestre
Não Não Sim Não
Força da marca (impacto no currículo)
MBA Marketing Digital
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 18:50:02
MACKENZIE 1º Semestre
Não Não Sim Sim Garantia de Retorno Investido
MBA Marketing Esportivo
Comunicação Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 18:55:31
PUC 4º Semestre
Não Não Sim Não
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Marketing Esportivo
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
18
10.22.2012 23:52:41
FEA-USP 2º Semestre
Não Não Não Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Gestão de Mercados
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 18:55:49
USP 2º Semestre
Não Não Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Ciencias do Consumo Aplicadas
engenharia de produção
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.23.2012 13:04:19
INSPER 3º Semestre
Sim Não Não Sim
Força da marca (impacto no currículo)
MBA Marketing Esportivo
Cursos relacionados a Marketing
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 18:59:11
PUC 2º Semestre
Não Não Sim Sim Garantia de Retorno Investido
MBA Gestão de Mercados
Economia Sim Sim Menos que R$1000,00
10.17.2012 19:18:18
PUC 2º Semestre
Não Não Sim Sim Cursos relacionados a Administração
Sim Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 19:22:00
ESPM 1º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Gestão de Mercados
Cursos relacionados a Marketing
Nao Sim Mais que R$1500,00
10.17.2012 19:23:58
PUC 4º Semestre
Não Não Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
Master em marketing
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 19:29:11
ESPM 1º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Gestão de Mercados
Jornalismo Sim Sim Mais que R$1500,00
10.17.2012 19:35:39
PUC 4º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Gestão de Mercados
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 19:50:39
MACKENZIE 4º Semestre
Sim Não Sim Não Professores renomados
Master em marketing
Cursos relacionados a área da saúde
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 20:22:49
PUC 4º Semestre
Não Não Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Ciencias do Consumo Aplicadas
Cursos relacionados a Administração
Sim Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.23.2012 9:27:33
USP 2º Semestre
Não Não Não Sim Relações Internacionais
Sim Sim Menos que R$1000,00
10.17.2012 16:34:21
PUC 3º Semestre
Não Não Não Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Gestão de Mercados
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 23:27:16
USP 2º Semestre
Não Não Sim Sim Engenharia Sim Sim Menos que R$1000,00
10.24.2012 14:42:19
INSPER 3º Semestre
Sim Sim Não Não
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Gestão de Mercados
Cursos relacionados a Marketing
Nao Sim Menos que R$1000,00
10.17.2012 18:28:45
MACKENZIE 3º Semestre
Não Não Não Não Status MBA Marketing Digital
Cursos relacionados a Marketing
Nao Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.18.2012 9:26:23
ANHEMBI MORUMBI
3º Semestre
Não Não Sim Sim Aviação civil Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.24.2012 14:52:03
FAAP 3º Semestre
Sim Sim Não Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
Master em marketing
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Mais que R$1500,00
10.18.2012 10:23:51
PUC 4º Semestre
Não Não Sim Sim Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
19
10.18.2012 10:25:30
MACKENZIE 3º Semestre
Não Não Sim Sim
Força da marca (impacto no currículo)
MBA Gestão de Mercados
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.18.2012 10:28:23
ANHEMBI MORUMBI
4º Semestre
Não Não Sim Sim Status MBA Gestão de Mercados
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.18.2012 10:50:32
PUC 4º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Marketing Esportivo
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Mais que R$1500,00
10.22.2012 22:39:57
GV 3º Semestre
Não Não Não Não Cursos relacionados a Administração
Nao Nao Menos que R$1000,00
10.18.2012 13:24:13
GV 7º Semestre
Não Não Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Gestão de Mercados
Cursos relacionados a Administração
Sim Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.22.2012 23:37:02
FAAP 3º Semestre
Não Não Não Sim
Força da marca (impacto no currículo)
Master em marketing
Cursos relacionados a Administração
Sim Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.18.2012 16:10:40
PUC 6º Semestre
Não Não Sim Não Um curso a mais no currículo
MBA Marketing Esportivo
Cursos relacionados a Administração
Nao Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.18.2012 16:38:52
unicamp 2º Semestre
Não Não Sim Sim MBA Gestão de Mercados
engenharia mecânica
Sim Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.18.2012 16:42:11
PUC 4º Semestre
Não Não Sim Sim Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.19.2012 0:00:33
MACKENZIE 2º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Força da marca (impacto no currículo)
Master em marketing
Cursos relacionados a Marketing
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.19.2012 1:07:34
PUC 4º Semestre
Não Não Sim Não
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
Master em marketing
Economia Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.19.2012 1:26:04
MACKENZIE 2º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Gestão de Mercados
psicologia Sim Sim Mais que R$1500,00
10.19.2012 1:27:40
MACKENZIE 3º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Força da marca (impacto no currículo)
MBA Marketing Digital
Cursos relacionados a Marketing
Sim Sim Mais que R$1500,00
10.19.2012 1:35:52
ANHEMBI MORUMBI
1º Semestre
Sim Não Sim Sim
Força da marca (impacto no currículo)
MBA Marketing Esportivo
Cursos relacionados a Marketing
Nao Nao Menos que R$1000,00
10.19.2012 1:37:55
FAAP 2º Semestre
Sim Não Sim Sim radio e tv Sim Sim Mais que R$1500,00
10.22.2012 23:44:44
ANHEMBI MORUMBI
3º Semestre
Não Não Não Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Gestão de Mercados
publicidade Nao Nao Menos que R$1000,00
10.21.2012 22:55:26
UFABC 3º Semestre
Não Não Sim Sim
Força da marca (impacto no currículo)
Engenharia Sim Nao Menos que R$1000,00
10.24.2012 14:55:44
FAAP 3º Semestre
Sim Sim Não Sim Status MBA Marketing Esportivo
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.22.2012 22:15:54
ESPM 1º Semestre
Não Não Sim Sim Cursos relacionados a Marketing
Sim Nao Mais que R$1500,00
10.22.2012 22:16:26
ESPM 3º Semestre
Não Não Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Marketing Digital
Cursos relacionados a Marketing
Sim Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.22.2012 22:16:44
PUC 4º Semestre
Não Não Sim Não Professores renomados
MBA Ciencias do
Psicologia Sim Sim Menos que R$1000,00
20
Consumo Aplicadas
10.22.2012 22:18:15
MACKENZIE 4º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Gestão de Mercados
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.22.2012 22:18:24
INSPER 3º Semestre
Não Não Sim Sim Cursos relacionados a Administração
Nao Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.22.2012 22:20:02
FEA USP 2º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Marketing Esportivo
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Menos que R$1000,00
10.22.2012 22:22:15
ESPM 3º Semestre
Não Não Sim Sim
Força da marca (impacto no currículo)
MBA Ciencias do Consumo Aplicadas
Jornalismo Sim Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 16:44:15
PUC 4º Semestre
Sim Sim Não Não
Força da marca (impacto no currículo)
MBA Gestão de Mercados
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.22.2012 22:23:26
MACKENZIE 1º Semestre
Não Não Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
Negócios Imobiliários (voltado para o marketing)
Direito Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.22.2012 22:23:53
PUC 5º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Marketing Esportivo
Cursos relacionados a Administração
Sim Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.23.2012 18:23:34
FAAP 3º Semestre
Não Não Não Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
Master em marketing
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.22.2012 22:26:26
ESPM 4º Semestre
Sim Sim Sim Não
Força da marca (impacto no currículo)
Master em marketing
Jornalismo Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.22.2012 22:27:08
ESPM 2º Semestre
Não Não Sim Sim Status MBA Marketing Esportivo
Comunicação Sim Nao Menos que R$1000,00
10.22.2012 22:27:52
USP 2º Semestre
Não Não Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Marketing Digital
Engenharia Nao Sim Mais que R$1500,00
10.22.2012 22:28:09
ESPM 1º Semestre
Sim Sim Sim Sim Um curso a mais no currículo
MBA Marketing Esportivo
Cursos relacionados a Marketing
Sim Nao Mais que R$1500,00
10.22.2012 22:29:27
ESPM 2º Semestre
Não Não Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Gestão de Mercados
Jornalismo Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.22.2012 22:30:38
ESPM 1º Semestre
Não Não Sim Sim jornalismo Sim Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.22.2012 22:30:40
ESPM 3º Semestre
Não Não Sim Sim Jornalismo Sim Nao Mais que R$1500,00
10.17.2012 16:28:36
PUC 4º Semestre
Não Não Não Não
Força da marca (impacto no currículo)
MBA Gestão de Mercados
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.22.2012 22:37:20
MACKENZIE 4º Semestre
Não Não Sim Não engenharia de produção
Sim Sim Menos que R$1000,00
10.17.2012 16:46:47
PUC 4º Semestre
Sim Não Não Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.22.2012 22:38:10
FAAP 4º Semestre
Não Não Sim Sim Direito Sim Sim Mais que R$1500,00
10.22.2012 22:38:16
USP 2º Semestre
Sim Não Sim Sim Engenharia Agronômica
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e
21
R$1500,00
10.22.2012 22:38:29
FAAP 2º Semestre
Sim Não Sim Sim
Força da marca (impacto no currículo)
MBA Gestão de Mercados
Cursos relacionados a Marketing
Nao Sim Mais que R$1500,00
10.22.2012 22:39:34
INSPER 1º Semestre
Não Não Sim Não
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
Master em marketing
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Mais que R$1500,00
10.17.2012 16:31:56
fmu 4º Semestre
Não Não Não Não Garantia de Retorno Investido
MBA Marketing Esportivo
direito Nao Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.22.2012 22:41:46
ESPM 1º Semestre
Sim Sim Sim Sim Garantia de Retorno Investido
MBA Gestão de Mercados
Cursos relacionados a Marketing
Nao Sim Mais que R$1500,00
10.22.2012 22:42:20
ESPM 2º Semestre
Não Não Sim Sim Cursos relacionados a Marketing
Sim Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.22.2012 22:42:44
PUC 2º Semestre
Não Não Sim Sim Status MBA Marketing Digital
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.22.2012 22:46:11
MACKENZIE 3º Semestre
Sim Não Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Marketing Esportivo
Cursos relacionados a Administração
Nao Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.22.2012 22:48:11
PUC 8º Semestre
Não Não Sim Sim Garantia de Retorno Investido
MBA Gestão de Mercados
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Menos que R$1000,00
10.22.2012 22:53:13
ESPM 2º Semestre
Não Não Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Gestão de Mercados
Rel Internacionais
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 18:55:41
PUC 4º Semestre
Não Não Não Não
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Gestão de Mercados
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 20:42:24
PUC 4º Semestre
Não Não Não Não Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Menos que R$1000,00
10.22.2012 23:08:22
MACKENZIE 1º Semestre
Não Não Sim Sim
Força da marca (impacto no currículo)
MBA Ciencias do Consumo Aplicadas
Arquitetura Sim Sim Mais que R$1500,00
10.22.2012 23:08:42
MACKENZIE 2º Semestre
Não Não Sim Sim
Força da marca (impacto no currículo)
MBA Gestão de Mercados
Arquitetura Sim Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 17:05:28
PUC 4º Semestre
Sim Não Não Não Status MBA Gestão de Mercados
Cursos relacionados a Administração
Nao Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.22.2012 23:13:15
ESPM 4º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Marketing Esportivo
Jornalismo Sim Nao Mais que R$1500,00
10.17.2012 17:16:06
PUC 4º Semestre
Sim Não Não Sim Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.22.2012 23:15:25
MACKENZIE 4º Semestre
Sim Sim Sim Sim Um curso a mais no currículo
MBA Marketing Digital
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 20:43:57
PUC 4º Semestre
Não Não Não Não ciencias economicas
Nao Sim Mais que R$1500,00
10.22.2012 23:20:25
MACKENZIE 1º Semestre
Não Não Sim Sim Master em marketing
Direito Sim Sim Mais que R$1500,00
10.18.2012 7:28:11
USP 4º Semestre
Não Não Não Não Um curso a mais no currículo
Engenharia Nao Nao Menos que R$1000,00
10.22.2012 23:33:13
ESPM 6º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Ciencias do Consumo Aplicadas
Cursos relacionados a Marketing
Sim Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
22
10.18.2012 11:26:47
PUC 4º Semestre
Não Não Não Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Marketing Digital
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.22.2012 23:38:06
SENAC 2º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Força da marca (impacto no currículo)
MBA Ciencias do Consumo Aplicadas
Cursos relacionados a Marketing
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.22.2012 23:39:18
Fmu 1º Semestre
Não Não Sim Sim Garantia de Retorno Investido
MBA Marketing Esportivo
Direito Sim Nao Menos que R$1000,00
10.22.2012 23:40:18
GV 3º Semestre
Não Não Sim Não
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
Cursos relacionados a Administração
Nao Nao
10.22.2012 23:41:30
ESPM 1º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Ciencias do Consumo Aplicadas
Cursos relacionados a Marketing
Sim Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.22.2012 22:35:56
PUC 4º Semestre
Não Não Não Não Garantia de Retorno Investido
MBA Marketing Esportivo
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.22.2012 23:47:45
PUC 6º Semestre
Não Não Sim Sim direito Sim Nao Menos que R$1000,00
10.22.2012 23:32:55
ECA- USP 4º Semestre
Não Não Não Sim Turismo Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.17.2012 18:16:59
MACKENZIE 4º Semestre
Sim Não Não Não
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Menos que R$1000,00
10.23.2012 0:06:17
ESPM 4º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Força da marca (impacto no currículo)
Master em marketing
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Menos que R$1000,00
10.23.2012 0:25:55
MACKENZIE 5º Semestre
Não Não Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
Cursos relacionados a Marketing
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.23.2012 0:47:01
MACKENZIE 3º Semestre
Não Não Sim Sim
Negócios Imobiliários (voltado para o marketing)
Direito Sim Sim Menos que R$1000,00
10.23.2012 5:46:35
Fei 3º Semestre
Não Não Sim Sim Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.23.2012 7:16:39
FAAP 4º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Marketing Esportivo
Cursos relacionados a Administração
Nao Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.23.2012 7:47:50
ESPM 1º Semestre
Não Não Sim Sim Jornalismo Sim Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.23.2012 8:24:51
GV 2º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Marketing Esportivo
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.23.2012 14:40:53
MACKENZIE 4º Semestre
Não Não Não Não Localidade MBA Marketing Digital
Cursos relacionados a Administração
Nao Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.23.2012 9:41:37
Belas Artes 4º Semestre
Não Não Sim Sim Cursos relacionados a Marketing
Sim Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.23.2012 9:52:44
FAAP 2º Semestre
Não Não Sim Sim Um curso a mais no currículo
MBA Gestão de Mercados
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.23.2012 10:48:01
PUC 2º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
Master em marketing
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
23
10.23.2012 10:58:44
MACKENZIE 1º Semestre
Sim Sim Sim Sim Garantia de Retorno Investido
Master em marketing
Cursos relacionados a Administração
Sim Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.23.2012 14:44:48
MACKENZIE 4º Semestre
Não Não Não Não Um curso a mais no currículo
Negócios Imobiliários (voltado para o marketing)
Cursos relacionados a Administração
Nao Nao Menos que R$1000,00
10.17.2012 18:56:02
PUC 4º Semestre
Sim Não Não Não Um curso a mais no currículo
MBA Ciencias do Consumo Aplicadas
Cursos relacionados a Administração
Nao Sim Menos que R$1000,00
10.23.2012 11:54:59
USP 2º Semestre
Não Não Sim Não Cursos relacionados a Administração
Nao Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.23.2012 12:23:05
USP 4º Semestre
Não Não Sim Não Economia Nao Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.23.2012 12:28:53
FAAP 8º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Marketing Digital
Arquitetura Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.23.2012 12:38:26
FAAP 10º Semestre
Não Não Sim Sim
Força da marca (impacto no currículo)
Negócios Imobiliários (voltado para o marketing)
arquitetura Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.23.2012 13:04:14
MACKENZIE 3º Semestre
Não Não Sim Sim Direito Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.18.2012 9:27:33
PUC 4º Semestre
Sim Não Não Não Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Mais que R$1500,00
10.23.2012 13:07:55
MACKENZIE 3º Semestre
Não Não Sim Sim Direito Sim Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.23.2012 13:12:22
MACKENZIE 5º Semestre
Não Sim Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Ciencias do Consumo Aplicadas
Direito Sim Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.22.2012 2:39:52
CASPER LÍBERO
4º Semestre
Sim Não Não Sim Garantia de Retorno Investido
MBA Marketing Digital
Cursos relacionados a Marketing
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.23.2012 13:22:17
PUC 4º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Marketing Digital
Cursos relacionados a Administração
Sim Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.23.2012 13:50:29
MACKENZIE 3º Semestre
Não Não Sim Sim Direito Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.23.2012 13:55:33
ESPM 4º Semestre
Não Não Sim Sim Jornalismo Sim Nao Mais que R$1500,00
10.23.2012 14:45:04
MACKENZIE 4º Semestre
Não Não Não Não Cursos relacionados a Administração
Nao Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.23.2012 14:22:16
ANHEMBI MORUMBI
5º Semestre
Não Não Sim Sim Cursos relacionados a Marketing
Sim Nao Menos que R$1000,00
10.23.2012 19:07:40
FAAP 4º Semestre
Não Não Não Sim Master em marketing
Publicidade e Propaganda
Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.24.2012 14:51:07
INSPER 5º Semestre
Não Não Não Não Cursos relacionados a Administração
Nao Sim Mais que R$1500,00
10.24.2012 14:51:12
INSPER 5º Semestre
Não Não Não Não Cursos relacionados a Administração
Nao Sim Mais que R$1500,00
10.23.2012 15:02:02
São Camilo 10º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Força da marca (impacto no currículo)
MBA Ciencias do Consumo Aplicadas
Farmácia Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.23.2012 17:13:18
USP 4º Semestre
Sim Não Sim Não Engenharia Nao Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
24
10.23.2012 17:36:12
MACKENZIE 4º Semestre
Não Não Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
Negócios Imobiliários (voltado para o marketing)
Direito Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.18.2012 14:29:42
MACKENZIE 6º Semestre
Não Não Não Sim Ciências Contábeis
Sim Nao Menos que R$1000,00
10.23.2012 18:31:28
FAAP 3º Semestre
Sim Sim Sim Sim Status Master em marketing
moda Sim Nao Mais que R$1500,00
10.22.2012 22:59:29
FAAP 6º Semestre
Não Não Não Não
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
artes plasticas Nao Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.23.2012 19:28:34
MACKENZIE 1º Semestre
Não Não Sim Sim
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
Engenharia de Produção
Sim Sim Mais que R$1500,00
10.23.2012 20:15:22
MACKENZIE 1º Semestre
Não Não Sim Sim direito Sim Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.23.2012 20:34:10
GV 1º Semestre
Não Não Sim Sim direito Nao Sim Mais que R$1500,00
10.23.2012 20:47:31
GV 1º Semestre
Não Não Sim Não
Curso (Qualidade do Contéudo Progmático)
MBA Gestão de Mercados
Direito Sim Sim Menos que R$1000,00
10.23.2012 21:22:36
FEI 4º Semestre
Não Não Sim Sim
Força da marca (impacto no currículo)
MBA Gestão de Mercados
Cursos relacionados a Administração
Sim Nao Menos que R$1000,00
10.23.2012 21:38:42
SENAC 2º Semestre
Não Não Sim Não hotelaria Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.23.2012 21:47:29
PUC 3º Semestre
Não Não Sim Sim
Força da marca (impacto no currículo)
MBA Ciencias do Consumo Aplicadas
Cursos relacionados a Administração
Sim Nao Menos que R$1000,00
10.23.2012 22:44:47
MACKENZIE 10º Semestre
Sim Sim Sim Sim
Força da marca (impacto no currículo)
MBA Marketing Digital
Cursos relacionados a Marketing
Sim Nao Menos que R$1000,00
10.23.2012 11:42:31
CASPER LÍBERO
4º Semestre
Sim Não Não Sim Um curso a mais no currículo
MBA Marketing Esportivo
Jornalismo Sim Sim Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.24.2012 14:40:27
ESPM 10º Semestre
Sim Sim Sim Sim Professores renomados
MBA Marketing Digital
Cursos relacionados a Administração
Sim Nao Mais que R$1500,00
10.24.2012 14:40:48
ESPM 8º Semestre
Sim Sim Sim Sim Um curso a mais no currículo
MBA Ciencias do Consumo Aplicadas
Cursos relacionados a Marketing
Sim Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
10.24.2012 14:41:34
CASPER LÍBERO
1º Semestre
Não Não Sim Sim
Negócios Imobiliários (voltado para o marketing)
Jornalismo Sim Nao Menos que R$1000,00
10.23.2012 0:02:09
MACKENZIE 5º Semestre
Sim Não Não Não Cursos relacionados a Marketing
Nao Nao Menos que R$1000,00
10.24.2012 14:59:08
MACKENZIE 5º Semestre
Sim Não Não Não Cursos relacionados a Marketing
Nao Sim Menos que R$1000,00
10.17.2012 16:44:40
FAAP 6º Semestre
Sim Não Não Sim Status MBA Marketing Esportivo
Cursos relacionados a Administração
Sim Nao Menos que R$1000,00
10.24.2012 14:42:53
PUC 6º Semestre
Sim Sim Sim Sim Status
MBA Ciencias do Consumo Aplicadas
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Menos que R$1000,00
10.24.2012 14:47:20
FAAP 7º Semestre
Sim Sim Sim Sim Garantia de Retorno Investido
Master em marketing
Cursos relacionados a Marketing
Sim Sim Mais que R$1500,00
10.22.2012 23:18:41
USP 6º Semestre
Não Não Não Não Psicologia Sim Nao Menos que R$1000,00
25
10.23.2012 11:10:09
ESPM 7º Semestre
Não Não Não Não Cursos relacionados a Marketing
Nao Nao Menos que R$1000,00
10.17.2012 17:10:47
PUC 6º Semestre
Sim Não Não Não Garantia de Retorno Investido
MBA Gestão de Mercados
Cursos relacionados a Administração
Nao Sim Menos que R$1000,00
10.24.2012 14:12:32
ANHEMBI MORUMBI
6º Semestre
Sim Não Não Não Cursos relacionados a Administração
Nao Sim Mais que R$1500,00
10.24.2012 14:53:09
CASPER LÍBERO
6º Semestre
Sim Sim Não Não Garantia de Retorno Investido
MBA Marketing Digital
Cursos relacionados a Administração
Sim Sim Mais que R$1500,00
10.24.2012 14:42:05
ANHEMBI MORUMBI
9º Semestre
Sim Não Não Não Cursos relacionados a Marketing
Nao Sim Mais que R$1500,00
10.24.2012 15:00:57
GV 3º Semestre
Não Não Sim Sim Cursos relacionados a Administração
Sim Nao Mais que R$1500,00
10.17.2012 17:31:58
MACKENZIE Outro Não Não Não Sim Localidade Ciencia da Computacao
Sim Nao Entre R$ 1000,00 e R$1500,00
CAPÍTULO III – ANÁLISES DOS RESULTGADOS DA PESQUISA
PERGUNTA 1:
ANÁLISE: A pesquisa, como já esperávamos, abrangeu mais alunos de cursos
relacionados à administração, devido ao contato mais próximo que temos com estes,
mas mesmo assim tivemos diversos alunos de outros cursos respondendo nosso
questionário. E pudemos analisar que 31 (12,4%) dos 45 (18%) que fazem cursos
relacionados a marketing querem sim fazer pós na mesma área, ou seja, o curso
que o aluno está fazendo influencia na sua escolha, neste momento. E desses 93
(37%) que responderam “outros” 59 (23%) não tem interesse em fazer pós-
graduação em marketing, provando mais uma vez que o curso influencia no
interesse em se fazer um curso de pós nessa área.
PERGUNTA 2:
26
ANÁLISE: Conseguimos respostas de diversas instituições de ensino dentro de
São Paulo, o que nos deu uma boa visão diversificada das respostas. Das 37 (15%)
pessoas que são da ESPM, 19 (7,7%) não tem interesse em fazer pós em marketing
e 18 (7,2%) tem interesse (e dessas, 17 (94,4%) gostariam de fazer na própria
ESPM).
PERGUNTA 3:
ANÁLISE: Com o passar dos semestres a tendência é de aumentar o interesse
por pós-graduação em marketing, como prevíamos, as pessoas tomam mais
27
consciência do seu futuro e do caminho a ser trilhado no final da faculdade. No
começo, nos primeiros semestres os alunos tendem a responder mais “não” nesta
pergunta do que “sim”.
PERGUNTA 4:
ANÁLISE: Dos 179 (71%) que responderam “sim” nesta questão, 74 (29,3%)
querem fazer pós-graduação na ESPM. E das 70 (28%) que responderam “não”, 30
(12%) querem fazer pós-graduação em qualquer lugar. Percebemos que é
impactante uma informação dessas, mas não tanto, pois existem pessoas que
fariam cursos de pós na ESPM mesmo sem considerar a melhor faculdade de
marketing e tem pessoas que consideram a ESPM a melhor mas não fariam pós-
graduação lá.
PERGUNTA 5:
ANÁLISE: A maior parte dos graduandos que responderam disseram “não”,
não podemos esquecer que o número de pessoas do 5º semestre para cima, que
responderam ao questionário, foi baixo, com certeza influenciando no resultado
28
dessa pergunta, pois a maior parte das pessoas que responderam “não” são do 5º
semestre para baixo.
PERGUNTA 6:
ANÁLISE: Percebe-se que o número de respostas “não” é grande (70%), o que
nos mostra que muitos dos alunos que responderam não têm interesse em fazer
pós-graduação em marketing e que o problema não é a ESPM, pois dos 102 (41%)
alunos que responderam “sim” na questão anterior, 74 (29%) gostariam de fazer na
ESPM, é um número grande.
PERGUNTA 7:
ANÁLISE: Grande parte da amostra selecionada (71%) considera os cursos da
ESPM muito conceituados no mercado, mostrando que a marca é forte e tem um
grande nome e reconhecimento no mercado de alunos de graduação.
29
PERGUNTA 8:
ANÁLISE: O maior direcionador na escolha desses cursos é a qualidade do
conteúdo programático, importante dado que mostra que os alunos de graduação
dão muito valor para a qualidade do ensino e o conteúdo a ser aprendido, e
principalmente, não se importam com a localidade da instituição. Outro direcionador
muito impactante é a força da marca, principalmente para agregar valor ao currículo
do aluno.
PERGUNTA 9:
ANÁLISE: O curso que se mostrou mais interessante do ponto de vista dos
entrevistados foi o de Gestão de Mercados e o de Marketing Esportivo, cursos
bastante conhecidos no mercado e importantes.
PERGUNTA 10:
30
ANÁLISE: Podemos perceber que com 78% de respostas “sim”, o impacto da
marca ESPM no mercado é grande, é uma faculdade muito reconhecida que
influencia bastante no mercado de cursos de pós-graduação de marketing. Os
graduandos que concordam com a pergunta deixam claro que a ESPM impacta no
mercado de graduação definitivamente.
PERGUNTA 11:
ANÁLISE: Podemos notar que o aluno tem interesse no curso em si e não
somente na faculdade e no valor agregado da mesma. Muitos responderam que
gostariam de fazer esses cursos em outras instituições além da ESPM, isso mostra
que por mais que a ESPM tenha grande impacto e força no mercado, os alunos
ainda assim buscam um conteúdo de grande qualidade e um ensino avançado.
PERGUNTA 12:
31
ANÁLISE: Essa foi uma pergunta com resultado muito dividido, podemos ver que
22% pagariam além de 1500,00 reais (são principalmente da ESPM – 5,2%) e outros
22% menos que 1000,00 reais, e a maioria pagaria entre 1000,00 e 1500,00, pode-
se analisar que o valor da marca varia muito mas o preço mais escolhido é o
intermediário.
32
CONCLUSÕES
Após analisarmos os dados obtidos, conseguimos verificar a veracidade das
hipóteses previamente estabelecidas. Escolhemos a Escola Superior de Propaganda
e Marketing, devido ao seu impacto no mercado de cursos de marketing, queríamos
entender como um aluno de graduação pensa sobre cursos de pós-graduação, e
principalmente sobre os disponíveis na ESPM (relacionados a marketing).
Buscamos analisar se o semestre em que o aluno estava influenciava em suas
escolhas devido ao momento em que se encontra da sua vida e se a faculdade e o
curso que estava cursando também trazia algum impacto.
A primeira hipótese que assumimos foi a de que o maior direcionador na escolha
por um curso de pós na ESPM seria o impacto no currículo, visto que a ESPM é uma
instituição renomada no ramo, percebemos que essa hipótese não pode ser
comprovada, o maior direcionador é a qualidade do curso, foi inclusive uma surpresa
para nós, que pensávamos que para os alunos de graduação que estão ingressando
no mercado, eles considerariam mais o impacto no currículo do que o curso
propriamente dito.
Na segunda hipótese, deduzimos que a ESPM tem um nome forte no mercado e
por isso acaba ofuscando outras faculdades em relação ao tema abrangido,
pudemos analisar que esta instituição tem sim um nome forte, 71% (179) das
pessoas que responderam ao questionário consideram a ESPM muito renomada no
mercado, porém vimos também que diversas pessoas 65% (163) fariam os cursos
oferecidos pela instituição em outros lugares, comprovando que a ESPM não ofusca
outras escolas por ser forte no mercado. Implicando diretamente na hipótese anterior
que afirma que o conteúdo do curso é mais importante que a marca do mesmo.
Como mostrado nas duas hipóteses anteriores, a terceira hipótese “” se prova, os
alunos interessados em pós-graduação buscam um perfil diferente dos alunos que
buscam a graduação, eles estão preocupados com o conteúdo do curso oferecido
para eles, e não só preocupados, eles são influenciados em suas decisões por esse
motivo, esse é o maior direcionador da escolha do candidato, o perfil dessa pessoal
é realmente diferente de um graduando que muitas vezes busca uma instituição pelo
valor que agrega ao currículo e não pelo curso em si oferecido.
33
Nossa quarta hipótese: “A demanda pelos cursos de pós-graduação da ESPM-
SP é alta” se provou errada. Esperávamos que a demanda por estes cursos fosse
muito maior, mas como é um universo relativamente pequeno e restrito o número de
pessoas que tem interesse é baixo, e não é a ESPM o problema e sim a pós-
graduação em marketing em geral, como mostramos na análise previamente, das
pessoas que gostariam de fazer pós em marketing a maioria faria na ESPM.
Na quinta e última hipótese “Os alunos de marketing não são os únicos
interessados em fazer um curso de pós-graduação voltado para marketing”
conseguimos uma resposta esperada, não são só os alunos que fazem marketing
que tem interesse em cursar pós-graduação voltada para marketing. Por mais que o
número não seja tão grande, há interesse por parte de pessoas de diversos cursos
em cursos de pós em marketing.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Cursos / Pós-Graduação da ESPM.
Disponível em < http://www2.espm.br/cursos/pos-graduacao>>. Acesso em
04.10.12 às 15h30.
Master em Marketing ESPM.
Disponível em http://www2.espm.br/cursos/master-em-marketing. Acesso em
04.10.12 às 15h30.
MBA Marketing Esportivo ESPM.
Disponível em <http://www2.espm.br/cursos/gestao-e-marketing-do-esporte.>
Acesso em 04.10.12 às 15h30.
MBA Ciências do Consumo Aplicadas ESPM.
Disponível em < http://www2.espm.br/cursos/ciencias-do-consumo-aplicadas-
0> Acesso em 04.10.12 às 15h30.
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Disponível em <http://www2.espm.br/cursos/gestao-estrategica-de-
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MBA Marketing Digital ESPM.
Disponível em < http://www2.espm.br/cursos/gestao-e-marketing-digital>.
Acesso em 04.10.12 às 15h35.
34
MBA Gestão de Mercados ESPM.
Disponível em <http://www2.espm.br/cursos/gestao-de-negocios-
imobiliarios>. Acesso em 04.10.12 às 15h35.
ZENONE, L. C. Capítulo 3: Sistema de Informação de Marketing. In: Luiz
Claudio Zenone (org) Gestão Estratégica de Marketing: conceito e técnicas. –
São Paulo: Atlas, 2011. P. 43 – 49. [Visto 03.10.12 às 11h30 e 15.10.12 às
9h10]
ZENONE, L. C. Capítulo 19: A ciência em Marketing: metodologia do trabalho
científico. In: Luiz Claudio Zenone (org) Gestão Estratégica de Marketing:
conceito e técnicas. – São Paulo: Atlas, 2011. P. 303 – 307. [Visto 03.10.12
às 11h35 e 15.10.12 às 9h20]
MBA em Marketing Digital FGV Management.
Disponível em <http://mgm-saopaulo.fgv.br/cursos-detalhes/mba-em-marketing-
digital>. Acesso em 05.10.12 às 16h00
MBA em Gestão de Negócios Imobiliários UNISA
Disponível em <http://www.unisa.br/pos/mba/169013apr.shtml>. Acesso em
09.10.12 às 15h00.
Trabalho de Pesquisa de Cursos de Pós-graduação de Marketing na ESPM.
Google Docs
Disponível em <https://docs.google.com/spreadsheet/viewform?formkey=
dHE2eng5V1FqQzMzaTBGYUxYVWxOTWc6MQ#gid=0>. Acesso diário entre
10.10.12 à 15.10.12
1
PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE
SÃO PAULO
Faculdade de Economia, Administração,
Contabilidade e Atuariais.
ECONOMIA CRIATIVA
Aluna: Beatriz Brito Santos
Prof. Arnoldo José de Hoyos Guevara
2° Semestre 2012
2
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................................... 3
CAPÍTULO I - ECONOMIA CRIATIVA ............................................................... 4
1.1. O QUE É ECONOMIA CRIATIVA ..................................................... 4
1.2. CARACTERÍSTICAS DA ECONOMIA CRIATIVA ........................... 9
1.3. DESAFIOS E OPORTUNIDADES DA ECONOMIA CRIATIVA ....... 10
CAPÍTULO II – MUDANÇAS OCASIONADAS PELA ECONOMIA
CRIATIVA ................................................................................... 15
2.1. A CLASSE CRIATIVA E SUA ASCENSÃO ...................................... 15
2.2. CULTURA DA INOVAÇÃO E AS CIDADES CRIATIVAS ................. 23
CAPÍTULO III – O CÉREBRO CRIATIVO ........................................................... 24
3.1. DESENVOLVENDO PROFISSIONAIS CRIATIVOS ......................... 24
3.2. PROJETO GURI ................................................................................ 27
3.2.1. APRESENTAÇÃO .......................................................................... 28
CONCLUSÁO ...................................................................................................... 34
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 36
3
INTRODUÇÃO
A criatividade é um assunto muito presente em nossas vidas, para onde quer que
olhamos podemos perceber o quanto esta habilidade é valorizada e cobrada dos profissionais,
nos dias de hoje. Isso acontece principalmente pelo fato de que estamos inseridos em uma
sociedade onde a preocupação com o meio ambiente e sustentabilidade aumenta a cada dia e o
nosso maior desafio dia após dia é encontrar novas formas de cuidar do Planeta e preservar o
que temos. Uma das formas de desenvolver novas formas de cuidar da saúde do nosso planeta
é através da economia criativa, que para ter resultado depende de cébrebros criativos e ideias
inovadoras.
No presente trabalho procuro encontrar respostas para perguntas como o que é a
economia criativa e quais são seus princípios norteadores, além disso procuro destacar quais
são as principais características dessa nova economia, para que o leitor tenha bem definido o
assunto que estamos tratando. Outro tópico muito atual que será abordado nesta pesquisa é a
definição dos desafios e oportunidades que surgem junto com o crescimento e
desenvolvimento da economia criativa.
A economia criativa trouxe com ela diversas mudanças tanto para os profissionais
quanto para as cidades, além disso fez surgir uma nova classe, a classe criativa. Neste trabalho
procuro também , definir o que é a classe criativa e quais são os profissionais que nela se
enquadram, além de enfatizar a importância de incentivar a cultura e a arte para os jovens, já
que esta é a maneira mais eficaz de desenvolver cérebros criativos, e consequentemente,
profissionais criativos.
CAPÍTULO I - ECONOMIA CRIATIVA
4
1.1 O que é economia criativa?
A expressão economia criativa não surgiu do “nada”, tal expressão é baseada no termo
“Indústrias Criativas”. Este termo apareceu no Reino Unido em 1997 depois que o primeiro
ministro convocou os vários setores da economia a analisar tendências de mercado e
vantagens competitivas para assim descobrir e definir quais eram os setores mais promissores
para o século XXI. O resultado dessa análise é um indicador que demonstra a importância da
criatividade para o desenvolvimento e a economia de um país, já que os 13 setores de maior
potencial identificados foram chamados de indústrias criativas: Propaganda; Arquitetura;
Mercados de arte e antiguidades; Artesanato; Design; Moda; Filme e vídeo; Software/jogos
eletrônicos de laze e entretenimento; Música; Serviços de computação; Rádio TV; Editorial;
Música; Artes Performáticas.
Apesar de o termo ter surgido em 1997, foi em 2002 no primeiro Fórum Internacional
das Indústrias Criativas, realizado na Russia, que tal termo recebeu uma definição. Indústrias
5
criativas foram definidas como indústrias que tem como origem alguma aptidão ou talento
individual que apresente potencial para criação de riqueza e empregos. Através dessa
definição podemos perceber que tais indústrias têm origem na criatividade, assim como o
próprio nome sugere.
É nesse contexto que surge a expressão economia criativa, criada por John Howkins
com a publicação do livro “The Creative Economy”, em 2001. A partir de então o tema
apresentou grande destaque, e assim como foi identificado em 1997 seus setores vem
crescendo e confirmando a tese de que são promissores. Em seu livro o autor John Howkins
define este tema como conjunto de atividades que tenham como resultado o exercício da
imaginação e a exploração de seu valor econômico. Trata-se, portanto de processos e
dinâmicas culturais, econômicas e sociais que envolvam um ciclo de criação, produção e
distribuição ou circulação de serviços e bens usando o conhecimento e criatividade.
Na economia criativa as atividades produtivas têm como foco principal o ato criativo,
e é através dele que o valor simbólico será gerado. Por essa razão o ato criativo é o elemento
central da formação do preço e é responsável pela produção de riqueza tanto econômica
quanto cultural. Os principais fatores de produção ou recursos produtivos da economia
criativa para John Howkins são a criatividade, a inovação e o capital intelectual. Este é um
setor estratégico e dinâmico e suas atividades geram trabalho, emprego, renda e inclusão
social.
Já existem em alguns lugares cursos de bacharelado em Indústrias criativas mas existe
quem defenda a visão de que Economia Criativa vai além das Indústrias criativas e deve
englobar qualquer atividade ou segmento que tenha como combustível ideias, criatividade,
inovação e imaginação para gerar bens e serviços. Além disso, por ser um tema atual e
promissor, existem pelo mundo muitos eventos relacionados a ele sendo realizados. Um
6
exemplo recente e próximo de nós por fazer parte da nossa realidade, é o fórum Rio +20 em
que a economia criativa terá destaque central em grande parte das discussões.
O fato de esses setores criativos terem se tornado tão promissores e terem crescido tão
rapidamente não quer dizer que os fatores de acompanhamentos que são essenciais para as
empresas tenham sumido. No sistema capitalista que sustenta seu processo de evolução,
fatores como o preço, a qualidade e a prestação de serviços continuam presentes, a diferença é
que agora outras variáveis se tornam determinantes para um bom resultado, como a
criatividade e a inovação.
Por se tratar de uma vertente relativamente nova da economia o seguimento
empresarial precisará atentar-se para entender, perceber e inserir em seu processo de
funcionamento novas políticas empresariais que envolvam a inovação. O problema é que para
que haja inovação se faz necessário o desenvolvimento de talentos, e a melhor maneira de
atingir esse objetivo é através do conhecimento pois este faz com que os indivíduos tenham a
capacidade inteletual de fazer diferente.
As artes têm como ponto de partida para sua existência a inovação e é por isso que a
economia criativa vai buscar na cultura, os seus princípios norteadores. Os princípios
norteadores da economia criativa brasileira são: Diversidade Cultural; Inovação; Inclusão
Social; Sustentabilidade. A educação, as atividades científicas e as pesquisas serão os fatores
que definirão os rumos de uma economia criativa, ou seja, se estes fatores forem bem
trabalhados a economia criativa terá a capacidade de gerar uma vida com muito mais
qualidade e a melhor distribuição de riqueza.
7
Um dos princípios norteadores da economia criativa é a diversidade cultural e neste
ponto o Brasil se destaca e apresenta grande potencial econômico. Por isso é possível pensar
em programas de desenvolvimento do país que acompanhem as potencialidades locais de cada
estado e município. Podemos dizer que a cultura abriu espaço para a diversidade destacando o
melhor de cada lugar, especialmente os territórios de quilombos e aldeias indígenas.
O potencial econômico dessa diversidade cultural fica ainda mais claro se analisarmos
o pensamento de Cláudia Leitão que defende que “Somos um país rico em diversidade
cultural, e isso não deve ser pensado apenas como identidade. É um potencial que precisa ser
trabalhado como ativo econômico”.
Existem aqueles que criticam o Brasil por ser uma nação multicultural, mas é
justamente essa diversidade que ajuda o país a caminhar economicamente para a direção
certa. Apesar de a diversidade ser um aspecto econômico positivo, existem desafios a serem
enfrentados como: a aquisição de informações atualizadas das comunidades, capacitação dos
grupos étnicos para o empreendedorismo, fomento tecnológico e social acessível aos grupos,
8
infra-estrutura para a produção, distribuição de bens para consumo local e para exportação,
além da criação de marcos legais, que embasem a nova economia.
Outro princípio norteador da economia criativa é a sustentabilidade o que é muito
vantajoso para as empresas, pois devido a concorrência e a semelhança de produtos e serviços
vem se tornando cada dia mais importante, e até uma questão de necessidade se mostrar
responsável socialmente, pois somente sobreviverão aquelas que forem respeitadas e
desejadas pelos consumidores.
Vale a pena registrar que devida a importância do tema e seu grande potencial
econômico, foi criada uma Secretaria de Economia Criativa, no ministério da cultura, que tem
o propósito de consolidar o modelo de atuação e possui um plano de trabalho com políticas,
diretrizes e ações para construir um Brasil mais criativo.
A vantagem da economia criativa é que as atividades que derivam da criatividade não
geram apenas emprego e riqueza, elas vão além, essas atividades incrementam o bem-estar da
população, pois fazem com que as pessoas participem da vida política trazendo assim um
sentimento de identidade e segurança social expandindo a percepção das pessoas.
9
A sociedade tem mudado a maneira como vêem as indústrias culturais, além disso,
estas também tem se comportado de maneira diferente. Tais indústrias, por compreenderem
seu potencial econômico estão centradas na capacidade produtiva e de inovação do
conhecimento e da informação.
Por essa razão reforçar a representatividade econômica das indústrias criativas no PIB
e na geração de empregos é uma boa estratégia de desenvolvimento para os dias de hoje.
Aumentar a representatividade das indústrias criativas não garante uma melhor distribuição de
renda, inclusão socioeconômica e a consideração de benefícios simbólicos fundamentais,
portanto essas indústrias devem fazer parte desse novo quadro, e não ser todo ele.
Umas das maiores preocupações não só dos paises em desenvolvimento é encontrar
um caminho adequado para o desenvolvimento da economia criativa de modo que a repartição
dos benefícios atinja todas as classes. O desafio, portanto, é encontrar um modelo de
economia criativa que alie o crescimento do país à recompensa aos produtores criativos na
mesma proporção.
1.2 Características da economia criativa
Intangibilidade
Pode-se dizer ao falar de criatividade que esta é um bem intangível. Esta intangibilidade
gera valor adicional quando se alia às características culturais, inimitáveis por excelência. O
turismo cultural envolve patrimônio e festas típicas ao audiovisual, e cria uma união entre o
estilo de vida e o ambiente no qual ele floresce. A noção de criatividade é também associada à
cultura pela sua capacidade de gerar produtos tangíveis com valores intangíveis. Por isso a
10
diversidade cultural é uma grande vantagem para a economia criativa, através dela surgem
diversas de ideias capazes de alavancar a criatividade.
Redes de valor
As organizações hierárquicas são características marcantes da economia industrial, dessa
mesma forma a economia criativa tem como característica o fato de ser estruturada em forma
de rede.
A principal diferença é que essa economia não segue o modelo tradicional de um para
muitos, a economia criativa desdobra-se em uma gama de muitos produtores para muitos
consumidores. Nessa nova estrutura cada um dos participantes é beneficiado com a entrada de
um novo colaborador, o que faz com que a produção, a distribuição e o acesso se tornem mais
democráticos.
As redes de valor passam a ser mais ricas à medida que a diversidade de colaboradores
aumenta, envolvendo empresas de variados portes, investidores e tomadores de crédito. É
nesse contexto de possibilidades que se estabelecem uma estrutura de negócios em rede, que
caracteriza o modelo de negócios na economia criativa.
Podemos dizer então, que a mudança para uma economia que tem como base o
conhecimento e a inovação, não é apenas uma mudança de tipo de bens e serviços, mas sim
uma mudança na forma como a produção é organizada.
Modelos de consumo
A economia criativa permite que os produtos e serviços sejam únicos e que estejam
diretamente ligados a uma identidade cultural, isso faz com que o consumidor crie uma
relação maior com a cultura à sua volta. Podemos dizer, portanto que a economia criativa esta
baseada na ampliação dos modelos de consumo já conhecidos.
11
A grande inovação que esses novos modelos trazem é que, não há mais a necessidade da
intermediação do mercado, para que consumidores tenham suas aspirações e desejos
atendidos por bens e serviços culturais. Para manter um balanço entre a força da oferta de
bens e serviços criativos globais e a identidade das manifestações locais houve a valorização
da diversidade cultural.
A aliança entre a cultura e a tecnologia possibilita que o conhecimento e a informação
circulem de maneira criativa diminuindo assim a divisão social que existia entre produtores e
consumidores culturais. Além disso, houve a formação de platéias locais que se beneficiaram
do cruzamento entre linguagens culturais, um exemplo disso é a promoção da leitura por meio
da televisão.
Tecnologia
Existem três formas das novas tecnologias participarem da economia criativa. A primeira
é como parte das indústrias criativas na forma de software, games, mídias digitais e
comunicações; A segunda é impactando na produção, distribuição e no consumo (novos
veículos são desenvolvidos para que novos bens e serviços apareçam, novos canais expandem
o acesso global e reduzem custos de transação e surge para o consumidor a possibilidade de
direcionar sua busca por produtos e serviços criativos); A terceira é transformando os
processos de negócio e a cultura de mercado, incluindo a formação de redes e os modelos
colaborativos já descritos.
Com a queda do potencial das manufaturas foram incorporadas as novas tecnologias um
caráter cultural e de entretenimento. Essas tecnologias ganharam então o papel de promover o
crescimento econômico e reduzir a pobreza respondendo assim por uma nova conjuntura
socioeconômica onde aqueles que investem seu dinheiro em setores da economia criativa
crescem mais rapidamente e geram mais lucros.
12
Diversidade Setorial
A economia criativa envolve grande parte da economia solidária e está ligada a tudo
aquilo que se refere à criatividade e inovação. Pode-se dizer que este tipo de economia esta
ligada ao artesanato e às novas mídias e tecnologias, cuja seleção segue os talentos e
vantagens competitivas de cada região em que então nova economia ganha força.
Apesar da combinação entre os conhecimentos tradicionais e as novas tecnologias ser um
fator positivo que torna a economia criativa diferenciada, este também é um fator delicado e
complexo, já que ao desenvolver as estratégias os responsáveis pelas políticas culturais devem
considerar os aspectos mais significativos sem negligenciar aspectos menores e dando a
devida atenção e peso aos inúmeros setores existentes dentro da economia criativa. Esta
combinação é considerada delicada, pois ainda que vários requisitos sejam comuns aos
diversos setores criativos, já que alicerçam a economia criativa como um todo, cada setor
apresenta especificidades e demandas próprias.
1.3 Desafios e oportunidades da economia criativa
Um dos maiores desafios que a economia criativa tem para crescer nos países em
desenvolvimento é fazer com que exista de forma efetiva um pacto social, econômico e
político entre os setores público, privado, a sociedade civil, e as organizações, pois para se
concretizar é fundamental para economia o envolvimento dos vários agentes.
Ao formar-se uma parceria público-privada, por exemplo, precisamos destacar que esta
parceria não está inserida em um projeto apenas, ela faz parte de algo maior chamado
programa de desenvolvimento onde o governo fica responsável por investir na infraestrutura,
nos mecanismos de financiamento e na capacitação, e as empresas privadas ficam
13
responsáveis pelos fornecedores e canais de distribuição, além de estar sempre à procura de
novas maneiras de atingir mercados já existentes e estabelecer parcerias com outras indústrias
criativas e outros setores econômicos.
O que acontece é que nos países em desenvolvimento as políticas públicas costumam
apresentar descontinuidade e a confusão entre Estado, governo e política é notória. Além
disso, os líderes da política cultural não costumam enchergar o potencial ecônomico desta, da
mesma maneira que a economia criativa encherga. Por conta desses dois fatores a maioria dos
ministros responsáveis pelas questões culturais não tem nem o mandato nem a capacidade
técnica para tratar de temas como produção, distribuição e consumo culturais como
fenômenos econômicos.
Outro desafio da economia criativa nesses países envolve a necessidade de alinhamento
das políticas públicas setoriais em uma mesma direção. Como já foi dito a economia criativa é
transversal e engloba não só às indústrias criativas como também os setores que envolvam
criatividade e inovação como educação, turismo e meio ambiente.
Ao focarmos no setor do meio ambiente não estamos nos refererindo apenas a fauna e a
flora, mas sim um complexo emaranhado de relações e processos de conhecimento e
produção, criando uma forte ligação entre diversidade cultural e biodiversidade. Esta ligação
traz com ela inúmeras oportunidades que vão desde a gastronomia até as biojóias.
No setor do meio ambiente os países em desenvolvimento apresentam grande vantagem já
que normalmente esses países concentram uma riqueza única de biodiversidade e diversidade
cultural que mantém uma relação de dependencia entre si.
A aliança entre a biodiversidade e a diversidade cultural desses países é considerada
geradora de uma fonte potencial de conhecimentos, bens e serviços criativos tão grande que
nem mesmo os próprios países imaginam.
14
Uma das características dos bens e serviços criativos é a intangibilidade. Apesar de esta
ser uma característica que faz com que os frutos da economia criativa se tornem tão valiosos,
a intangibilidade também faz com que os produtos e serviços criativos representem um ativo
de difícil valoração por parte dos investidores, fazendo com que o financiamento destes se
torne um desafio. Em última instância, os instrumentos econômicos atuais mostram-se
inadequados para desempenhar esse papel, revelando uma desconexão entre o valor intangível
e a capacidade de expressá-lo em valor contábil.
Além da ausência de um modelo que consiga avaliar adequadamente o valor do intangível
criativo destacam-se: dificuldades de realizar pré-testes de mercado com grande parte dos
bens e serviços criativos, falta de capacidade para estimar os direitos das propriedades
intelectuais e a carência de instrumentos capazes de avaliar o impacto das indústrias criativas
nos outros setores econômicos.
O resultado dessa ausência é que as empresas criativas acabam sempre associadas a um
alto risco fazendo com que as taxas de juros fiquem muito altas. O desafio se torna ainda
maior quando acrescentamos a tudo isso a dificuldade de diálogo entre o empreendedor
criativo e o representante da instituição financeira, por falta de algo que traduza a criatividade
em potencial econômico.
O fato de a criatividade ser de difícil valoração faz com que os bancos enfrentem grandes
dificuldades para lidar com a cultura. A ausência de dados concretos, indicadores, por
exemplo, torna muito difícil justificar os investimentos nos projetos. E, é claro, existem
dificuldades metodológicas no desenvolvimento de indicadores para a cultura.
O recurso primordial da economia criativa são as ideias, portanto os direitos de
propriedade intelectual têm grande importância quando falamos desse tipo de economia.
Quando falamos em propriedade intelectual o grande desafio esta em lidar com o conflito
15
entre os direitos individuais de remuneração financeira do criador e os direitos de acesso
público ao conhecimento gerado.
O debate acerca dos direitos de propriedade intelectual é ainda mais delicado quando
falamos saberes tão antigos que já se tornaram tradicionais, isso acontece devido a um
conjunto de fatores como: o desconhecimento do potencial econômico dos saberes
tradicionais e comunitários por parte de seus detentores, o desajustamento legal para lidar
com esses conhecimentos, os custos impeditivos de registro dos direitos de propriedade
intelectual e o último fator é a ausência de sociedades coletoras de direitos autorais em vários
países em desenvolvimento.
É isso que possibilita saberes muito antigos a se transformarem em empreendimentos
extremamente lucrativos sem que as comunidades de onde esses saberes se originaram se
beneficiem. Um exemplo claro disto é a ioga ter se transformado em um negócio global tendo
registro de patentes estranho às comunidades em que originaram esses conhecimentos há
milênios.
Grande parte dos rendimentos criativos origina-se de direitos autorais, licenças e
marketing e distribuição, o problema é que na maioria dos casos eles são coletados fora do
país, ao invés de reverter para o balanço de pagamentos do país natal do artista. Este ponto é
agravado quando nota-se que os países menos desenvolvidos não dão à devida atenção a aos
direitos de propriedade intelectual.
Ao focarmos na economia criativa brasileira podemos identificar como principais
desafios: o levantamento de informações e dados da Economia Criativa; a articulação e
estímulo ao fomento de empreendimentos criativos; a educação para competências criativas; a
infraestrutura de criação, produção, distribuição e consumo de bens e serviços criativos; e a
criação e adequação de Marcos Legais para os setores criativos.
16
CAPÍTULO II - MUDANÇAS OCASIONADAS PELA ECONOMIA
CRIATIVA
2.1 A Classe Criativa e sua ascensão
A criatividade como algo ligado à economia, fica evidente com a ascensão de uma
nova classe chamada classe criativa. O centro da classe criativa é formado por indivíduos das
ciências, das engenharias, da arquitetura, da educação, das artes plásticas, da música e do
entretenimento. Esses indivíduos desempenham o papel econômico de criar novas ideias,
novas tecnologias e novos conteúdos criativos.
A principal diferença entre a classe criativa e outras classes está relacionada ao que ela
é paga para fazer. Os membros da classe trabalhadora e da classe de serviços recebem para
executar de acordo com um plano. Já os da classe criativa ganham para criar e têm muito mais
autonomia e flexibilidade para isso do que as outras duas classes. Uma das características dos
membros dessa classe é a sua diversidade de formas, cores e estilos de vida, por essa razão, os
integrantes da classe criativa costumam estar em constante procura de experiências novas e
momentos de lazer.
17
É preciso entender o fenômeno da economia criativa como algo relacionado à classe e
não somente uma questão econômica, mas, sobretudo uma questão política e cultural. No
Brasil a classe criativa corresponde a 18% da população economicamente ativa, enquanto nos
EUA esse percentual chega a 38%.
A classe criativa tem uma característica principal que a distingui das outras classes,
seus membros envolvem-se em atividades cuja função primordial é “criar algo novo”. Essa
nova classe inclui cientistas e engenheiros, professores universitários, poetas e romancistas,
artistas, profissionais do entretenimento, atores, designers e arquitetos, escritores de não-
ficção, editores, figuras da área cultural, pesquisadores de centros de pesquisa, analistas e
outros formadores de opinião. Os membros desse novo grupo trazem com eles a capacidade
de produzir inovações de grande utilidade, como a criação de um produto que pode ser
fabricado, vendido e usado amplamente; a descoberta de uma estratégia que podem ser
18
aplicados a muitos casos; ou a composição de uma música que pode ser executada inúmeras
vezes.
A classe criativa também inclui “profissionais criativos” que trabalham em indústrias
de conhecimento intensivo, como setores de alta tecnologia, serviços financeiros, profissões
nas áreas jurídica e de assistência médica e administração de empresas.
São considerados profissionais criativos aqueles que buscam solucionar problemas
recorrentes em sua profissão de maneira criativa, ou seja, dedicam-se à solução criativa de
problemas. Essa não é uma tarefa fácil e não pode ser realizada por qualquer profissional,
exige um alto grau de educação formal e consequentemente um elevado nível de capital
humano. Pessoas que realizam esse tipo de trabalho podem, às vezes, descobrir métodos ou
produtos que se tornam extremamente úteis, mas isso não faz parte da descrição da sua
atividade básica. Normalmente o que lhes é pedido é que pensem por si mesmos, sem copiar o
que já existe, é a partir desse princípio que tais profissionais aplicam ou combinam aquilo que
é considerado comum de forma singular para resolver a situação.
Essa nova forma criativa de resolver problemas específicos vem se difundindo a cada
dia e exigindo cada vez mais dos novos profissionais. Isso, portanto, também se aplica ao
crescente número de técnicos e de outros profissionais que aplicam corpos complexos de
conhecimento para trabalhar com material físico, ou seja, a antiga distinção entre o trabalho
realizado por aqueles que tomam as decisões e o realizado por aqueles que apenas seguem
ordens está acabando, e cada profissional vem desenvolvendo uma forma singular de realizar
seu trabalho usando os conhecimentos adquiridos ao longo do tempo.
Um outro exemplo de profissional que apesar de não exercer uma atividade
considerada criativa, mas pode ser considerado membro dessa classe é a atividade de
secretária nos escritórios reduzidos de hoje. Em muitos casos essa pessoa não apenas assume
19
várias tarefas antes executadas por uma grande equipe, mas se transforma em uma verdadeira
gerente do escritório (canaliza o fluxo de informações, cria e estabelecendo novos sistemas e,
muitas vezes, toma decisões importantes). Graças à união dessas tarefas tais secretarias
acrescentam valor criativo à função que exercem.
Para onde quer que olhemos, a criatividade é cada vez mais valorizada, e isso
acontece, pois essa criatividade é o diferencial que pode fazer com que as empresas e
organizações produzam mais e os indivíduos a vejam como um caminho para a auto-
expressão e a satisfação no trabalho. Podemos concluir com isso que a classe criativa
apresenta grande potencial de crescimento, pois quanto mais se valoriza a criatividade
consequentemente mais se valoriza a classe criativa.
É uma prática comum das empresas fazerem “recrutamento” anual nos campi
universitários, especialmente nos campi das universidades mais conceituadas, enviando seus
20
funcionários para conhecer e tentar contratar alunos. De uns anos pra cá é possível perceber
que houve uma mudança no perfil de profissional que as empresas procuram, na maioria das
vezes, os estudantes mais procurados não se enquadram no estereotipo daqueles com as
melhores notas nem dos que comparecem às entrevistas mais bem vestidos, mas, em vez
disso, são aqueles que mostram mais criatividade.
Com isso, podemos perceber que uma grande mudança ocorreu em relação aos tempos
de faculdade de nossos pai ou avós. Há pouco mais de 20 anos os alunos se preocupavam não
só em vestir suas melhores roupas como se preocupavam também em esconder
cuidadosamente quaisquer tendências contracultura para mostrar que eram adequados à
empresa. Hoje em dia não é o estudante que tenta se adequar à empresa, o que vem se
tornando tendência é justamente o oposto, a empresa que tenta se adequar aos estudantes.
Apesar da ideia da empresa tentar se adequar ao estudante parecer estranha, ao
refletirmos sobre o assunto poderemos perceber que na verdade existe uma explicação muito
plausível para que isso aconteça. Como já foi dito anteriormente, profissionais criativos
costumam ser o diferencial das empresas, pois trazem com eles todo o valor que a criatividade
agrega além da inovação. O problema é que normalmente esses profissionais não se encaixam
no “padrão” das empresas e da sociedade, por essa razão as empresas passaram a se adequar a
esses estudantes.
Eles fazem parte da classe criativa, e são os profissionais que apresentam, portanto
crescimento rápido e excelente formação, normalmente possuem salários elevados já que as
empresas dependem deles cada vez mais para obtenção de lucros e crescimento econômico.
Executam grande variedade de trabalho em vasta diversidade de indústrias, da tecnologia ao
entretenimento, do jornalismo às finanças, da fabricação sofisticada às artes. Tais
21
profissionais têm em comum a característica de valorizar a criatividade, individualidade e
mérito.
Richard Florida é um dos teóricos americano do Urbanismo que dedicou alguns de
seus estudos para compreender e explicar a ascensão dessa Classe. É licenciado em ciências
Políticas pela Universidade Carnegie Melon, em pittsburgh, mas a sua principal atividade
acadêmica encontra-se associada à área de Economia Urbana.
Este Economista desenvolveu o Índice Global da Classe Criativa, que leva em conta o
que ele chama de 3 Ts do desenvolvimento econômico: talento, tecnologia e tolerância. Os
países que apresentam destaque na lista são: Suécia, Japão e Finlândia, e em quarto lugar, os
EUA. Esses países apresentam grande vantagem se comparados com os demais, pois têm a
capacidade de produzir tecnologia e pesquisa o que atrai e cultiva cidadãos criativos, além
disso, cria um ambiente propício para que idéias inovadoras sejam executadas e, desta forma,
a economia prospere.
22
Florida é pesquisador das cidades e apresenta suas descobertas brilhantemente no livro
“A ascensão da Classe Criativa”. Em seus estudos ele tenta entender porque as empresas estão
mudando de cidade em busca dos melhores talentos. Tal fato causa estranhamento, pois,
assim como foi exposto anteriormente isso caracteriza uma mudança em relação ao que
acontecia até muito pouco tempo atrás, quando as pessoas mudavam de lugar em busca de
empregos.
Para o autor, as empresas estão em busca de talentos, que só florescem em ambientes
criativos. Florida caracteriza as cidades providas dos 3 Ts, como aquelas mais propensas ao
florescimento da classe criativa, e por essa razão esses territórios são mais férteis para a
conquista de investimentos, empresas e empregos.
Para Florida os executivos brasileiros precisam perceber que as áreas culturais são
muito importantes, ou seja, precisam romper o conceito da economia industrial e entender que
23
a criatividade pode ser o grande diferencial de uma economia, sendo em alguns casos a
grande responsável por adicionar valor a esta. Quando se tem em mente o Brasil, a primeira
coisa a fazer é começar a analisar seus ativos criativos e isso é o que a maioria das pessoas
não quer fazer ou tem medo de fazer.
Richard destaca ainda que a maioria dos empresários que tenta desenvolver
estratégias para aproveitar as vantagens criativas que o Brasil apresenta, ainda está preso às
velhas categorias ou às estatísticas e padrões da velha era industrial. A solução seria, portanto
começar a pensar na economia brasileira de uma nova forma. Pensar nela de um jeito
holístico, como uma economia criativa. A partir daí começar a compreender suas forças e suas
fragilidades.
Além disso, ele defende que os governantes poderiam dar apoio não apenas às
indústrias, mas também ao indivíduo, podendo desta maneira ter a certeza que o país está
aberto para valorizar a expressão pessoal e o esforço e cada um. O problema é que,
principalmente nos países emergentes, em vez de incentivar novas idéias, novos segmentos e
de recompensar os esforços empreendedores, o governo protege indústrias decadentes o que é
um grande erro para a economia.
Nos últimos anos a classe que apresentou maior crescimento foi à classe criativa, isso
aconteceu devida a grande difusão do conceito de economia criativa que aconteceu no começo
da última década. Só pode-se dizer que a função social da criatividade é atingida quando
existe efetivamente o acesso a capital, infra-estrutura, regulação e mercados.
Mais importante do que tentar generalizar e definir de forma exata a classe
profissional criativa é reconhecer e entender que as características da economia criativa
exigem uma adaptação do periodo de capacitação das profissões tradicionais e originam novas
profissões.
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Embora a classe criativa ainda seja menor do que a classe de serviços, seu papel
econômico vital a torna mais influente. Podemos notar grande diferença nos princípios que
essa classe defende se comparada com as outras. Os princípios que se destacam são:
individualidade, liberdade de expressão e abertura à diferença em detrimento de
homogeneidade, conformismo e adequação, que definiram a era organizacional. A classe
criativa é dominante também em termos financeiros - em média, seus membros ganham duas
vezes mais do que os membros das duas outras classes.
Os sacrifícios a que os membros da classe criativa estão dispostos por dinheiro
também são muito diferentes dos realizados pelos homens organizacionais. Diferente do que
acontece com os homens organizacionais, os membros da classe criativa normalmente não
trabalham para a mesma grande empresa por toda a vida, além disso, eles costumam
relacionar a identidade a auto estima.
Esses profissionais levam em conta a questão financeira, mas não estão preocupados
apenas com essa questão, para eles a possibilidade de ser eles mesmos, de determinar seu
horário, de realizar trabalhos instigantes e de viver em comunidades que refletem seus valores
e prioridades também tem grande importância.
2.2 Cultura da inovação e as cidades criativas
Graças à globalização e as novas tecnologias grandes desafios apareceram em nossa
economia, já ques estas trouxeram com elas a mudança dos modelos produtivos. É aí que
entra a economia criativa, ela surge para suprir as necessecidades do novo cenário que o
mundo se encontra produzindo produtos e serviços mais dinâmicos e competitivos, além de
mudar a paisagem urbana.
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As cidades criativas surgem como resultado desse processo de globalização e podemos
perceber que projetos baseados em cultura podem transformar a realidade de determinado
lugar. Além disso, a revolução que aconteceu na tecnologia do mundo, fez com que esse
processo de globalização se tornasse mais forte do que já era provocando uma mudança tanto
geografia econômica mundial como na maneira de produzir.
Foi nesse contexto que começaram a surgir novas indústrias e novas formas de
diferenciação e de competitividade, fazendo com que os conceitos adotados com tanta certeza
no século 20 se tornassem quase de maneira instantânea, em ultrapassados. A intensidade e
velocidade desse processo foi muito grande, e isso foi de certa maneira assustador, já que
muitos países e cidades sofreram um processo perigoso onde podíamos ver o desemprego e
abandono de bairros inteiros pelas indústrias que fecharam ou se transferiram para outras
regiões e países.
Outra mudança visível a olhos nus foi o desaparecimento das fronteiras entre serviços
e manufatura. Estas fronteiras, antes consideradas convencionais acabaram se tornando irreais
e irrelevantes, já que a divisão entre ambos não se via mais necessária.
Passamos, a partir desse momento, por um processo de integração que fez com que a
competitividade aumentasse, pois o desempenho das empresas e organizações passou a ser
determinada pelos seus investimentos nos ativos baseados no conhecimento.
A mudança de estratégia nos investimentos das empresas trouxe com ela a necessidade
de articular um novo caminho para enfrentar os custos resultantes da ruptura do velho
paradigma produtivo. A partir daí alguns países promoveram novas estratégias de
desenvolvimento procurando refletir sobre novos modelos de políticas públicas.
A partir desse momento o conjunto de setores, denominados de “Economia Criativa”,
passou a ser considerado estratégico. Isso aconteceu graças à capacidade que esses setores
26
têm de dinamizar a economia, fazendo com que esta se apresente de maneira inovadora e
muito mais competitiva. Tais setores criam produtos e serviços que atingem e revigoram
inclusive os segmentos mais tradicionais, isso só é possível pois, os setores da economia
criativa englobam um complexo de atividades que se alimentam da criatividade e das novas
tecnologias.
As atividades consideradas criativas se destacam por apresentar grande capacidade de
geração de empregos de qualidade com rendas relativamente altas. Isso faz com que o
governo e as políticas públicas virem sua atenção para tais atividades, fazendo, portanto com
que essas passem a ser o novo foco de atenção das políticas públicas, já que estas buscam se
reinventar tendo como base as novas necessidades impostas pelas transformações do cenário
mundial.
Além de todos os empregos gerados, a Economia Criativa apresenta grande
importância pelo fato de seus setores interagirem ativamente com os outros setores da
economia tendo assim a capacidade de aprimorar a competitividade dos mais vairiados
setores. Um exemplo claro desse fenômeno é o design, que pode ser considerado o mínimo
denominador comum de todos os setores, pois este faz a diferença, agrega valor e gera
competitividade.
Na situação atual que nos encontramos é preciso destacar algo que se tornou muito
importante, as cidades. Chamadas de cidades criativas, elas se tornaram o local necessário
para que as conexões aconteçam efetivamente, e possam assim, se desenvolver. Algumas
delas se destacam pelo fato de apresentarem equipamentos culturais públicos, privados e
políticas que apoiam e incentivam diversos setores, inclusive os criativos, possibilitando
assim o acesso da população em geral a um universo mais aberto e novo, o que faz com que
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fosse possível a geração de emprego para muitas pessoas, além de melhorar a sensação de
bem-estar no geral.
CAPÍTULO III - O CERÉBRO CRIATIVO
3.1 Desenvolvendo profissionais criativos
Todos nós temos potencial para ter um cérebro criativo, já que este não é nada além do
que o cérebro desenvolvido ou trabalhado para funcionar de modo diferente do que é de
costume. Se trabalhado desde cedo o cérebro pode desenvolver a capacidade de gerar com
maior facilidade novas idéias, tendo assim maior facilidade para aprender e encontrar
soluções criativas e, portanto inéditas para os problemas que surgirem em seu caminho.
28
O grande desafio, portanto seria descobrir como trabalhar estes cérebros desde cedo
para que no futuro possamos ter uma quantidade relativamente grande de profissionais
criativos. Uma das maneiras de desenvolver estes cérebros seria fazer com que estes
mantenham contato constante com a cultura e as artes no geral, pois isso trabalharia o lado
criativo desta pessoa desde cedo, e condicionaria este cérebro para que este se tornasse um
cérebro criativo. Com isso podemos concluir que a melhor saída seria investir em projetos que
incentivem a cultura e as artes dos jovens de determinado lugar.
Existem aqueles que consideram tais investimentos a essas áreas como algo supérfluo
ou até como dinheiro “jogado fora”, mas ao chegar a essa conclusão essas pessoas estão
cometendo um grande erro. Já vimos que hoje em dia a capacidade de inovar é tão, ou até
mais importante, do que a formação acadêmica, sendo a responsável por grande parte do lucro
que a empresa gera. Podemos dizer, portanto que a criatividade se tornou um dos requisitos
mais valorizados hoje no mundo profissional. Se a criatividade é algo tão importante e
valorizado no mundo atual, não há como negar que os investimentos as áreas que
desenvolvem a criatividade sejam indispensáveis.
Como exemplo do que foi exposto acima podemos citar o fato de que um empregador
pode ter a seu serviço um parque tecnológico avançadíssimo, mas se não tiver funcionários
altamente criativos, sua empresa não será competitiva no mercado. Hoje em dia os
funcionários não são pagos para lidar com os velhos problemas de maneira óbvia, sua função
é encontrar soluções inovadoras para estes problemas.
Já que a criatividade é tão importante assim, uma pergunta que poderia surgir seria por
que as empresas não treinam seus funcionários para que esses se tornem profissionais
criativos. A verdade é que apesar de ser possível treinar um cérebro para que este se torne
criativo, se esta tarefa não for desenvolvida desde cedo, ou seja, da infância, ela se torna uma
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tarefa cada vez mais difícil. É por essa razão que a criatividade é uma habilidade muito rara e
difícil de se encontrar, principalmente nos ambientes organizacionais.
Existem duas características comuns àqueles que pensam de maneira criativa, a
primeira delas é o fato do cerebro criativo quase sempre recorre a conceitos novos, isso faz
com que seu leque de possibilidades seja cada vez maior além de lhe dar a possibilidade de
fazer inúmeras associações diferentes e inéditas; a segunda característica é o foco, esta é uma
característicamuito importante pois não adianta ter ideias inovadoras sem o foco necessário
para que essas novidades sejam colocadas em prática.
Por recorrer na maioria das vezes a conceitos novos, as ideias geradas pelos mais
criativos costumam não ser bem vistas por aqueles considerados mais “quadrados”, os
homens organizacionais. Isso acontece principalmente porque o cérebro criativo enxerga
similaridades onde os outros só veem diferença.
Uma boa saída para tais profissionais “quadrados” seria tentar se enquadrar nessas
mudanças, já que o mundo está abraçando cada vez mais intensamente o modo de pensar
criativo. A pergunta é a se fazer agora seria, será que isso é possível? Felizmente a resposta é
sim, é possível mudar o padrão de pensamento daqueles que não são considerados criativos.
Uma dica bastante eficaz para que a criatividade flua é deixar que a mente se perca em
pensamentos e procurar novas experiências.
Se para que a criatividade venha novas experiencias devem ser testadas é muito lógico
dizer que o potencial criativo de uma pessoa pode ser influenciado pelo ambiente que ela
vive. Se vivermos em um local agradável onde nos sentimos bem, seguros e principalmente,
onde nos identificamos com o lugar, é muito mais fácil deixar a mente viajar para qualquer
lugar que seja. A única regra seguida pela maioria dos criativos é não se censurar, ou seja, não
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é por que ninguém fez que não é possível, portanto a frase seria não é que ninguém fez,
ninguém fez, ainda.
Ser criativo muitas vezes quer dizer o mesmo que ser criticado, pois para criar você
tem que estar disposto a rejeição, ou seja, existe grande possibilidade de não gostarem do que
você produziu. A ideia é sair de sua zona de conforto. Ser criativo não significa que você vai
ser bem-sucedido. A razão pela qual o criativo é criticado é porque ele faz diferente, e essa é
também sua principal virtude.
3.2 Projeto Guri
A diversidade de setores da economia criativa exige dos profissionais a capacidade de
estabelecer conexões entre diferentes setores e de construir pontes entre os agentes público e
privado. Para que o potencial criativo aconteça e seja posto em prática, é preciso entender que
o modelo educacional em vigor faz toda a diferença e que sua adequação ou não ao estímulo
da criatividade pode ser o fator que fará esse potencial desabrochar.
Por essa razão podemos dizer que nos encontramos diante de oportunidades e desafios
quando falamos de economia criativa, pois se permanecermos com um modelo educacional
que espelha o passado e esteja baseado em necessidades e contextos ultrapassados, estaremos
transformando as oportunidades da economia criativa em uma barreira deixando de aproveitar
e desenvolver o grande potencial econômico dos diversos setores dessa economia.
Quanto mais os setores criativos forem incentivados, mais chances a economia em
questão terá de manter-se competitiva no mundo atual.Nos últimos anos, “criatividade” virou
palavra de ordem. Indústrias criativas, economia criativa, classe criativa, cidades criativas e
tantos outros termos afins.
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Pelo que foi exposto acima podemos perceber a importância que os projetos que
incentivam a cultura e as artes têm para a economia de uma cidade ou país. A cultura
caracteriza uma cidade criativa não apenas pelo fato de ser um conjunto de valores e códigos
compartilhados mas também pelo impacto econômico que esta causa, além disso a cultura faz
com que a cidade seja agradável e inspiradora, elementos fundamentais para desenvolver
profissionais criativos.
Hoje em dia é possível encontrar inúmeros projetos sociais que incentivam a cultura e
as artes, e que dessa forma estão fazendo sua parte para o desenvolvimento de inúmeros
cérebros criativos, que se tornarão os profissionais criativos num futuro próximo. Essa
pesquisa será focada em um desses projetos, o chamado Projeto Guri.
3.2.1Apresentação
Ensinar música, dança ou teatro deve estar tão presente nos curriculos quanto as
matérias tradicionais como português e matemática, pois a criatividade é tão importante
quanto a própria alfabetização. Isso é o que defende Ken Robinson, eminente especialista em
Educação, que afirma que não crescemos rumo à criatividade, mas sim para longe dela.
32
Segundo ele ensinamos as nossas crianças a abandonar a criatividade. O resultado de nada nos
servirá no futuro, pois a ausência de criatividade significa incapacidade de produzir ideias que
tragam valor acrescentado.
Por essa razão o projeto Guri é tão importante. No Projeto Guri cada novo integrante
escolhe um instrumento musical que desperte seu interesse para que comece seu aprendizado,
este tem a opção também de optar pelo canto coral, ou ambos os cursos. Essa é uma ótima
maneira de estimular a criatividade dos jovens, pois a música é uma forma de arte e um meio
de expressão de sentimentos. Apesar de apresentar-se de maneira diferente em cada cultura
ela está presente em todas elas, além disso, ela tem identidade própria, exercendo assim um
importante papel nas comunidades onde se manifesta.
Nas aulas é trabalhada uma grande variedade de gêneros musicais, desde canções
populares e músicas folclóricas a composições eruditas. Além do estudo da música ser
desafiador, construtivo e prazeroso, a variedade de repertório é importante, pois faz com que o
projeto não desenvolva apenas as artes mas também mantenha viva a raiz cultural da
comunidade.
Além de incentivar as artes e a cultura o projeto Guri trabalha também a socialização e
o trabalho em equipe, já que as atividades são sempre praticadas em grupo, estimulndo assim
a participação dos alunos. São todos parte de uma equipe, quase uma família, que passa pelos
mesmos desafios. Nas apresentações realizadas ao público, em pequenos, médios ou grandes
eventos, o resultado é produto da dedicação de cada um em favor do todo, e é isso que faz o
resultado ser tão positivo.
33
O Projeto Guri usa a música como ferramenta para uma de inclusão sociocultural dos
jovens, mas acaba fazendo muito mais do que isso. Ao participar desse projeto os jovens
unem o aprendizado a satisfação, além disso estão desenvolvendo seu potencial criativo, o
que pode fazer toda a diferença no seu futuro. Muitos desses jovens podem até não se
tornarem musicos renomados, mas com certeza, tudo o que é aprendido dentro desse projeto
fará diferença no profissional que esse jovem pode se tornar no futuro.
O projeto tem mais de 51 mil alunos distribuídos por todo o Estado de São Paulo e é
considerado o maior programa sociocultural brasileiro. Em ação desde 1995, oferece
continuamente cursos de iniciação e teoria musical, coral e instrumentos de cordas, madeiras,
sopro e percussão. A missão dele é “promover, com excelência, a educação musical e a
prática coletiva de música, tendo em vista o desenvolvimento humano de gerações em
formação”.
O Projeto Guri começou como uma iniciativa do Governo do Estado de São Paulo e é
administrado atualmente por duas organizações sociais ligadas à Secretaria de Estado da
Cultura. Existem 371 unidades distribuídas em municípios diferentes, tanto pelo interior
como pelo litoral do estado. A gestão compartilhada do Projeto Guri atende a uma resolução
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da Secretaria que regulamenta parcerias entre o governo e pessoas jurídicas de direito privado
para ações na área cultural.A Associação Amigos do Projeto Guri (AAPG), organização
social de cultura, compartilha com a Secretaria de Estado da Cultura a gestão do Projeto Guri
desde 2004.
Apesar de ser um projeto que começou como uma iniciativa do Governo do Estado,
ele conta também com o apoio de prefeituras, organizações sociais, empresas e pessoas
físicas. As empresas que queiram colaborar com a AAPG e contribuir para o desenvolvimento
integral de crianças, adolescentes e jovens podem usufruir de leis de incentivo fiscal como a
Lei Rouanet e o Fundo Municipal da Criança e do Adolescente (FUMCAD).
Por ser um projeto que já completou mais de 15 anos de trajetória, ao contar um pouco
de sua história vão ser destacados alguns dos principais acontecimentos de sua trajetória.
O projeto teve início em 1995, e foi nesse mesmo ano que a primeira apresentação dos
alunos do Projeto Guri foi realizada. Cerca de 180 crianças e adolescentes apresentaram
músicas dentro do repertório Bachianas Brasileiras, Bolero de Ravel e Beethoven e
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surpreenderam não só seus familiares como os próprios professores com sua desenvoltura, já
que a apenas alguns meses aqueles jovens haviam passado por seu primeiro contato com o
mundo da música. Isso só foi possível graças a dedicação e ao amor empregado pelos alunos
e professores do projeto.
No ano de 1996 o Projeto inicia o que pode se chamar de uma nova etapa de sua história é
nesse ano que acontece a com a implantação do primeiro Polo na Fundação CASA – Unidade
do Complexo Tatuapé. Da mesma forma que acontece nos Polos abertos ao público, as
atividades oferecidas aos jovens da Fundação propõem, igualmente, o desenvolvimento da
concentração, da disciplina, do trabalho em grupo, e a apuração da sensibilidade e da
criatividade.
É em 1997 que a administração do projeto sofre mudanças, este passa a partir desse
momento a ser administrado pela Sociedade Amigos do Projeto Guri (AAPG). Em
comemoração a tal acontecimento, os jovens de alguns polos do Projeto Guri se apresentam
com o cantor e compositor Toquinho.
Em 1998 o Projrto Guri chega ao Pontal do Paranapanema, levando cultura e arte a para
420 crianças e adolescentes de famílias que muito provavelmente não teriam oportunidade de
ter contato com esse novo mundo, não fosse através do projeto. Por isso podemos dizer que
projetos como esse podem mudar o futuro de toda uma geração. Em julho deste mesmo ano,
no 29º Festival de Inverno de Campos do Jordão, os jovens do Projeto Guri são aplaudidos
por mais de mil pessoas.
O Projeto Guri participa em 1999 da I Mostra Regional do Projeto Guri, realizada no
município de Osvaldo Cruz, interior de São Paulo. Em novembro deste ano, é lançado o
primeiro CD do Projeto Guri, em parceria com o jornalista Marcelo Duarte: o álbum
“Ouviram do Ipiranga”.
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Em 2000, em reconhecimento a todo trabalho realizado até então, o projeto recebe
o Prêmio Multicultural Estadão na categoria “Melhor Projeto de Fomento à Cultura”.. Ainda
nesse ano acontece o lançamento de seu segundo CD que leva o nome de “Herdeiros do
Futuro”, com a participação de Toquinho.
No ano de 2002, o projeto já é bastante conhecido, e o mais importante reconhecido, por
tudo que realizou e ainda realiza. Em maio de deste ano, o Projeto Guri é escolhido pelo
Ministério da Educação para representar o Brasil na ONU, com a presença de duas alunas
violonistas, durante a Sessão Especial da Assembléia Geral das Nações Unidas em Favor da
Infância, realizada em Nova York, EUA.
Em 2003 o Projeto Guri recebe mais um importante prêmio: a Ordem do Mérito Cultural,
oferecida pela Presidência da República por indicação do Ministério da Cultura.
Mas é no ano de 2006 que o projeto passa por uma grande, portanto significativa
expansão. Juntamente com prefeituras municipais, o Projeto Guri lança 154 novos Polos no
interior do Estado e na grande São Paulo. Ainda em dezembro de 2006, 260 alunos de
diversos Polos se apresentam na Sala São Paulo sob a regência do Maestro John Neschling,
diretor artístico da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo.
O Projeto Guri começa o ano de 2007 se apresentando ao lado de Roger Waters com um
coral de quinze alunos ao som de Another Brick in the Wall. Em maio deste mesmo ano,
numa recepção solene ao Papa Bento XVI, vinte jovens do Guri tem a honra de cantar a
música “Acolhida ao Papa Bento XVI”, no Campo de Marte.
Em 2008, o projeto sofre algumas mudanças estratégicas para melhorá-la da gestão e o
atendimento social e pedagógico oferecido aos seus alunos. Nesse ano acontece a construção
de um acervo cultural em todos os Polos, a criação das Aulas-Espetáculo, a organização de 13
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Regionais Administrativas, a serem implantadas até o ano seguinte além da divisão e
otimização o atendimento dos Polos por regiões do Estado de São Paulo.
Em 2009, a AAPG consolida as mudanças administrativas iniciadas no ano anterior,
ampliando ainda mais sua atuação pelo Estado. No final deste mesmo ano acontece o
lançamento do CD Projeto Guri Convida primeira produção musical própria reunindo 18
artistas de destaque da música popular, emcanções inéditas compostas especialmente para
serem tocadas junto com os guris.
No ano de 2010 o projeto completa 15 anos de história e vários eventos são realizados em
comemoração a esta data tão importante. O primeiro evento do ano é a Mostra 15 Anos, nele
o encontro tradicional de Polos do Projeto Guri que reúne alunos de todo o estado em um
intercâmbio musical e cultural se transformou em Mostra em comemoração ao aniversário do
projeto. É nesse ano que acontece também o lançamento do Livro Projeto Guri 15 Anos, livro
este que traz histórias de Guris de diferentes regiões do Estado de São Paulo e apresenta um
perfil cultural dos diversos lugares onde o Projeto Guri está. Ainda no ano de 2010 o projeto
realiza o Show dos 15 Anos na sala São Paulo com cerca de 80 alunos que subiram ao palco
para tocar e cantar músicas clássicas e sucessos do CD Projeto Guri Convida.
CONCLUSÃO
Podemos concluir que a expressão economia criativa não surge do nada, ela é
resultado de um processo que começou a anos atrás com as chamadas Indústrias Criativas. Por
se tratar de processos que envolvem um ciclo de criação, produção e distribuição ou
circulação de serviços e bens usando o conhecimento e a criatividade, ela tem como elemento
central o ato criativo.
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A criatividade esta intimamente ligada com a cultura e com as artes, por essa razão
não é de se estranhar que a economia criativa busque na cultura os seus princípios
norteadores. Os princípios norteadores da economia criativa brasileira são: Diversidade
Cultural; Inovação; Inclusão Social; Sustentabilidade.
Além disso, pudemos perceber que das muitas vantagens que a economia criativa traz
com ela, a vantagem que mais se destaca é o fato das atividades que derivam da criatividade
não gerarem apenas emprego e riqueza mas também incrementarem o bem-estar da população
que agora pode experimentar a sensação de pensar por elas mesmas, agora os profissionais
estão sendo pagos para liberar suas mentes, para deixar suas mentes viajarem atrás de ideias
inovadoras.
Conseguimos identificar também através deste trabalho as principais caracteristicas da
economia criativa que são: Intangibilidade, redes de valor, modelos de consumo, tecnologia e
a diversidade Setorial.
Apesar da cultura e das artes serem extremamente importantes tanto para o
desenvolvimento de cérebros criativos como para as chamadas cidades criativas, os líderes da
política cultural não costumam enchergar o potencial ecônomico desta, da mesma maneira
que a economia criativa encherga, e por isso não costumam investir em projetos que
incentivem a cultura por achar que desta forma estariam jogando dinheiro fora.
Um desafio importante da economia criativa que pode ser destacado é o fato da criavidade
ser um bem intangível, isso não só dificulta muito sua valoração fazendo com que os bancos
enfrentem grandes dificuldades como favorece o surgimento de conflito entre os direitos
individuais de remuneração financeira do criador e os direitos de acesso público ao
conhecimento gerado.
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A economia criativa trouxe com ela muitas mudanças, mas a principal delas foi o
aparececimento e a ascensão de uma nova classe, a classe criativa. Pudemos estender que esta
classe é formada por indivíduos que desempenham o papel econômico de criar novas ideias,
novas tecnologias e novos conteúdos criativos, ou seja, esses profissionais ganham para criar
e têm muito mais autonomia e flexibilidade.
Todas as crianças têm um tremendo talento e nós arrancamos isso delas quando
falamos no assunto educação. Normalmente a alfabetização e as matérias tradicionais são
supervalorizadas enquanto as artes são deixadas de lado, mas o que não percebemos é que ao
fazer isso estamos cometendo um grande erro, pois na atual conjuntura em que vivemos a
criatividade é tão importante quanto a alfabetização e por isso deveria ser tratado com a
mesma seriedade.
Uma característica que a maioria das crianças tem em comum é que as crianças
assumem riscos. Quando elas não sabem a resposta, elas simplesmente “chutam”. Sendo
assim podemos concluir que elas não têm medo de errar. Alguns podem até se perguntar qual
a importância de não ter esse medo. A realidade é que se você não estiver preparado para errar
você nunca vai fazer alguma coisa original. Crianças normalmente não têm esse medo, mas ao
se tornarem adultas perdem essa capacidade desenvolvendo um verdadeiro pavor de errar.
Esse pavor é desenvolvido principalmente pela maneira com que os homens organizacionais
tocam suas empresas, censurando os erros de tal maneira que censuram também a
criatividade. É por essa razão que a criatividade, apesar de muito valorizada, é uma habilidade
tão rara nos profissionais atualmente, isso é resultado de um sistema educacional que defende
a idéia de que erros são as piores coisas que se pode cometer.
Todo o sistema educacional do planeta tem a mesma hierarquia de disciplinas no topo
estão matemática e línguas depois vêm as ciencias humanas e por fim as artes, e mesmo se
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focarmos dentro das artes podemos perceber que no topo delas estão o desenho e a pintura,
mas por que não ensinar, por exemplo, a dança e a música? Não posso dizer que a matemática
não é importante, mas tão importante quanto ela são as artes já que estas desenvolveriam todo
um lado criativo desse ser humano e não apenas um lado de seu cérebro.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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COSTA, Fernando Nogueira da. Economia Criativa. Disponível em:
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de setembro de 2012
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1
PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade
e Atuariais.
ESTUDO SOBRE A PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL
Aluna: Mariana Fernandes Maio
Prof. Arnoldo José de Hoyos Guevara
2° Semestre 2012
2
SUMÁRIO INTRODUÇÃO .................................................................................................. 3
CAPÍTULO I - SITUAÇÃO DA PREVIDÊNCIA NO BRASIL ........................... 4
1.1 O QUE É A PREVIDÊNCIA SOCIAL .................................... 4
1.2 HISTÓRICO ......................................................................... 6
1.3 PRINCIPAIS PROBLEMAS ENVOLVENDO A PREVIDÊNCIA
NOS DIAS DE HOJE ............................................................ 9
CAPÍTULO II - COMO FUNCIONA A PREVIDÊNCIA NO BRAS ..................... 13
2.1 QUEM TEM DIREITO AOS BENEFÍCIOS ............................. 13
2.2. TIPOS DE ............................................................................ 15
CAPÍTULO III - DIFERENTES TIPOS DE PREVIDÊNCIA .................................. 23
3.1 APOSENTADORIA DOS SERVIDORES PÚBLICOS ............. 23
3.2 PREVIDÊNCIA PRIVADA COMPLEMENTAR ........................ 26
3.3 EXPECTATIVAS PARA O FUTURO ....................................... 29
CONCLUSÕES ...................................................................................................... 31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 32
3
INTRODUÇÃO
Com este trabalho busco compreender a situação previdenciária brasileira e
entender como esta funciona. O trabalho apresenta o modo como a Previdência se
consolidou, os tipos de aposentadoria, os beneficiados por este sistema e também
como se dá os planos privados de previdência.
A Previdência Social é uma instituição pública que tem como objetivo conceder
benefícios aos seus segurados. O beneficio recebido é utilizado para substituir a renda
do trabalhador contribuinte, quando ele perde a capacidade de trabalho, seja pela
doença, invalidez, idade avançada, morte e desemprego involuntário, ou mesmo a
maternidade e a reclusão.
Os brasileiros se preocupam cada vez mais com a sua aposentadoria e buscam
alternativas para garantir uma boa qualidade de vida ao cessarem a vida profissional. A
previdência é um assunto delicado por trazer muitos gastos públicos ao ofertar os
benefícios e ao mesmo tempo, aos beneficiados, que procuram cada vez mais um
aumento no valor recebido. A questão da reforma na previdência é um tema bem
discutido, onde os governos devem definir as políticas de forma a tentar sempre
alcançar o equilíbrio nas contas públicas em virtude da concessão dos benefícios.
CAPÍTULO I - SITUAÇÃO DA PREVIDÊNCIA NO BRASIL
1.1 O que é a Previdência Social
A Previdência Social é um seguro adquirido por meio de uma contribuição
mensal que o segurado recebe para repor a renda quando o indivíduo perde sua
capacidade de trabalho seja por motivo de doença, acidente de trabalho, velhice,
maternidade, morte ou reclusão.
A Previdência Social, conhecida como INSS (Instituto Nacional do Seguro
Social), é gerido pelo governo e é pelo INSS que você deve se inscrever, contribuir
mensalmente ou solicitar benefícios. Há um conjunto de leis predefinindo as coberturas
da Previdência e os benefícios são destinados aos segurados e aos seus dependentes.
4
Para ter direito aos benefícios, é preciso estar inscrito na Previdência e manter as
contribuições em dia. A inscrição do trabalhador acontece ao assinar o registro na
carteira de trabalho. Para o empregado doméstico, a inscrição é formalizada pelo
registro do contrato de trabalho na Carteira de Trabalho e Previdência Social ou na
carteira Profissional e pelo cadastramento na Previdência Social, feito pelo empregador.
O trabalhador avulso é inscrito pelo registro no sindicato de classe ou pelo órgão gestor
de mão-de-obra.
A contribuição é a parcela descontada do salário dos contribuintes e também
paga pelas empresas. O trabalhador autônomo ou contribui facultativamente ou faz o
recolhimento por conta própria.
O modelo de previdência no Brasil é caracterizado por um regime de repartição.
O recurso necessário para o pagamento das rendas aos beneficiários é composto das
contribuições feitas pelos trabalhadores e empresas. Não existe formação de
poupança, ou seja, aqueles que trabalham contribuem para aqueles que recebem. As
definições sobre os benefícios previstos na previdência social constam da Constituição
Federal e são comuns a todos os brasileiros.
A Seguridade é definida como "um conjunto integrado de ações de iniciativa dos
poderes públicos e da sociedade, destinada a assegurar os direitos relativos à saúde, à
previdência e a assistência social" conforme artigo 194 da Constituição Federal. Para a
Organização Internacional do Trabalho (OIT), conforme convenção em 1952, "a
Seguridade Social é a proteção que a sociedade proporciona a seus membros,
mediante a uma série de medidas públicas contra as privações econômicas e sociais
que de outra forma, derivam do desaparecimento ou em forte redução de sua
subsistência como conseqüência de enfermidade, maternidade, acidente de trabalho ou
enfermidade profissional, desemprego, invalidez, velhice e também a proteção em
forma de assistência médica e ajuda às famílias com filhos”.
O sistema de contribuição previdenciária brasileira está estruturado em três
pilares. O primeiro é formado pela previdência básica, coberta pelo Regime Geral de
Previdência Social (RGPS) e administrada pelo Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS). Este pilar atende obrigatoriamente aos empregados do setor privado (regidos
pela Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT), de empresas estatais, trabalhadores
5
rurais do Regime de Economia Familiar, assim como os que trabalham por conta
própria e os contribuintes avulsos. Outro pilar é o dos regimes de previdência para
servidores públicos civis e militares em níveis federal, estadual e municipal. Esse pilar é
de responsabilidade do Estado por meio de diversos Regimes Próprios de Previdência
Social. Por fim, o terceiro pilar é composto pela Previdência Complementar. Essa é
voluntária e tem por objetivo conceder benefícios opcionais complementares aos
segurados da previdência dos empregados do setor privado. O público-alvo é de uma
minoria da população que possui rendimentos elevados e querem complementar sua
aposentadoria, já que a maioria dos trabalhadores tem direito aos benefícios da
Previdência básica, cujo teto de remuneração situa-se ao redor de nove salários
mínimos. Cerca de 2,9% da PEA discutida na seção sobre a situação social da
Previdência Social contribuíam para algum plano de Previdência Complementar em
2005.
A Previdência Complementar divide-se em Previdência Complementar Privada
Fechada e Aberta. Na Previdência Complementar Aberta, qualquer cidadão pode
ingressar em um de seus planos, e na Fechada, apenas pessoas que integram
determinado grupo, geralmente vinculado a uma empresa ou um conglomerado.
6
1.2 Histórico
A assistência coletiva era comum na Idade Média nos conventos religiosos,
porém, mais como forma de caridade e não com o aspecto de seguridade social.
O alemão Otto Von Bismark instituiu o seguro-doença em 1883 e no ano
seguinte, foi criado o seguro-acidente para os trabalhadores. Em 1889, o seguro foi
estendido aos idosos e inválidos.
Com a revolução Francesa, a partir da Constituição de 1973, o Estado passou a
participar da assistência social como uma maneira de minimizar as diferenças
econômicas.
Em 1821, O Príncipe Regente Pedro de Alcântara sancionou um decreto,
considerado o primeiro texto legal sobre Previdência Social no Brasil. Em relação ao
surgimento da previdência privada destaca-se a criação do Montepio Geral de
Economia dos Servidores do Estado (MONGERAL). Esta instituição, fundada em 10 de
janeiro de 1835 era formada por um grupo de agentes econômicos que contribuía para
um fundo pensão.
A Seguridade Social no Brasil existe desde o fim do Império, com a criação de
organismos destinados à proteção de alguns trabalhadores. A Previdência Social no
Brasil possui mais de 100 anos de história. A primeira legislação referente ao tema é
datada de 1888, quando foi regulamentado o direito à aposentadoria para empregados
apenas dos Correios.
O fato considerado como ponto de partida da Previdência Social propriamente
dita no País, contudo, é a Lei Elói Chaves (Decreto n° 4.682) de 1923. Ela criou a Caixa
de Aposentadoria e Pensões (CAP) para empregados de empresas ferroviárias,
estabelecendo assistência médica, aposentadoria e pensões, válidos inclusive para
seus familiares. Em três anos, a lei foi estendida para trabalhadores de empresas
portuárias e marítimas.
Os 15 anos seguintes à publicação desta lei foram marcados pelo surgimento de
várias CAPs e, em 1937, já existiam 183 caixas de aposentadorias e pensões
instaladas no Brasil. O Estado tornou-se o principal órgão regulador do sistema
7
previdenciário brasileiro e criou-se o Instituto de Aposentadoria e Pensões (IAPs). As
receitas desses institutos eram em função dos salários dos empregados e, portanto, os
institutos que tinham profissionais com maior renda eram mais fortes que os associados
com rendas menores. Assim, a diferença financeira entre as instituições foi se tornando,
cada vez maior, gerando uma tentativa de união das caixas de aposentadorias e
pensões.
As CAPs funcionavam em regime de capitalização, mas ainda assim tinham
estruturas frágeis por ter um número reduzido de contribuintes e possuir muitas fraudes
na concessão de benefícios. Em 1930, Getúlio Vargas suspendeu as aposentadorias
das CAPs durante seis meses e promoveu uma reestruturação que acabou por
substituí-las por seis Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs).
Os IAPs eram autarquias de nível nacional centralizadas no governo federal, nas
quais a filiação se dava por categorias profissionais, se diferenciando das CAPs que
eram promovidas pelas empresas. Já sob regime de repartição, os IAPs ofereciam um
maior nível de proteção, como por exemplo, assistência médica para filiados e
dependentes. Porém, como no início contavam com poucos beneficiados, os saldos
foram utilizados para outros fins, além de concederem aposentadorias e pensões
generosas.
Na década de 30, através da promulgação de diversas normas, os benefícios
sociais foram sendo implementados para a maioria das categorias de trabalhadores,
tanto dos setores público como privado.
Em 1940 o governo de Vargas criou o Instituto de Serviços Sociais do Brasil com
o objetivo de integrar as instituições previdenciárias existentes. Foi em 1960 que o
Congresso Nacional aprovou a LOPS (Lei Orgânica da Previdência Social), unificando
os diversos institutos e, estendendo a cobertura previdenciária para os empregadores e
autônomos. A concretização desta unificação aconteceu em 1966 com a criação do
Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). Em 1963 foi criado o Fundo de
Assistência ao Trabalhador Rural (FUNRURAL), com o objetivo de estabelecer direitos
8
e deveres dos empregados e dos produtores rurais. Já na década de 70, a cobertura
previdenciária aos trabalhadores se estendeu aos trabalhadores rurais e as
empregadas domésticas. Além disso, adicionaram-se seguros aos acidentes de
trabalho.
Em 1960, com a Lei Orgânica da Previdência Social buscou-se solucionar estes
problemas uniformizando os planos de benefício e seu financiamento. Com isto, além
de garantir a equidade para conceder benefícios e receber contribuições, esta foi a
primeira iniciativa para a unificação do sistema. Em 1964, criou-se uma comissão para
reformulação do sistema culminando para a fusão de todos os IAPs no INPS (Instituto
Nacional da Previdência Social) em 1966. Aumentou tanto o número de categorias
cobertas como o número de benefícios.
Em 1966, com a alteração de dispositivos da Lei Orgânica da Previdência Social,
foram instituídos o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS, uma indenização
para o trabalhador demitido.
Em 1974 com a preocupação do envelhecimento da população criou-se o
Ministério de Previdência e Assistência Social e, com isto, o INPS foi dividido em três
órgãos: o INPS era responsável pelo pagamento dos benefícios previdenciários e
assistências; o Instituto de Administração da Previdência e Assistência Social (IAPAS)
administrando e recolhendo os recursos do INPS e o Instituto Nacional de Assistência
Médica da Previdência Social (INAMPS) responsável pelo sistema de saúde. Em 1990,
são feitas algumas reformas e fusões e o INSS passa a ser o órgão regulador da
Previdência Social.
A extensão dos benefícios da previdência a todos os trabalhadores se dá com a
Constituição de 1988, que passou a garantir renda mensal vitalícia a idosos e
portadores de deficiência, desde que comprovada a baixa renda e que sejam
segurados.
9
Com a Constituição de 1988, as mudanças foram a incorporação do seguro-
desemprego, o aumento do piso dos benefícios e eliminação das diferenças entre
trabalhadores rurais e urbanos.
A Previdência Social foi regida por um princípio bismarckiano, o qual define um
vínculo contributivo para se ter acesso aos benefícios previdenciários. No entanto, a
Constituição de 1988 introduziu o conceito de Seguridade Social que abrange as áreas
de Saúde, Assistência Social e Previdência Social reestruturando o sistema e trazendo
princípios para as políticas de proteção social, como a universalidade da cobertura e
atendimento, uniformidade e equivalência dos benefícios rurais e urbanos e
irredutibilidade no valor dos benefícios. O segurado especial é o trabalhador rural que
vive sob o regime de economia familiar, isto é, que produz fora do regime assalariado,
ou seja, os indivíduos não precisam obrigatoriamente contribuir financeiramente para
ter direito ao benefício. Para os rurais que vivem em regime de economia familiar,
basta que comprovem este tipo de regime de produção. Com a Constituição, criou-se
também o piso previdenciário no valor de um salário mínimo.
Em 1990, o INPS mudou de nome, passando a ser chamado de INSS - Instituto
Nacional de Seguridade Social.
Em dezembro de 1998, o governo mudou as regras da previdência passando a
exigir uma idade mínima para a aposentadoria, que, para as mulheres, é de 55 anos e
para homens, 60 anos. Anteriormente, a aposentadoria valia para quem contribuísse
por 25 a 30 anos, no caso das mulheres, e 30 a 35 anos, no caso dos homens, sem
limite mínimo de idade.
Os benefícios da previdência social na verdade são distribuídos de maneira
diferenciada entre os segurados, demonstrando as desigualdades de renda da
sociedade.
Em 2003 o presidente Luiz Inácio da Silva assinou a “Carta de Brasília”, que se
refere à aprovação de reformas sobre tributos e sobre regras previdenciárias
importantes, com o objetivo de fazer o Brasil voltar a crescer. Estas propostas de
10
reformas foram justificadas pelos benefícios pagos aos servidores públicos serem um
dos principais responsáveis pelo desequilíbrio das contas da União.
As reformas definiram uma idade mínima para que o servidor se aposentasse
com o valor integral do beneficio. A idade de aposentadoria do homem passou para 60
anos, enquanto a da mulher foi alterada para 55 anos. A cada ano antecipado, haverá
um desconto de 5% no valor.
1.3 Principais problemas envolvendo a Previdência nos dias de hoje
Um assunto polêmico é o rombo na conta da Previdência Social. Defendendo o
interesse dos aposentados, estes argumentam que se o dinheiro arrecadado fosse
aplicado para fins previdenciários apenas, não haveria este rombo. Além disso, a
Previdência também já foi alvo de corruptos que desviaram verba destinada ao
pagamento de benefícios aos segurados. Um do s casos mais famosos é da quadrilha
chefiada pela advogada Georgina de Freitas, presa em 1998. Somente este grupo teria
roubado dos cofres públicos cerca de R$ 800 milhões.
O pagamento de aposentadorias e benefícios corresponde a quase 13% do PIB
brasileiro. A taxa é superior à registrada em países como Japão e Alemanha, que têm
um percentual de idosos três vezes maior que o do Brasil.
Os gastos previdenciários aumentaram com a aprovação da Constituição de
1988, juntamente com o aumento dos direitos dos aposentados. Pode-se destacar
como os principais benefícios obtidos: equiparação do salário mínimo entre a população
urbana e rural; reduzir em cinco anos o direito de aposentadoria para os trabalhadores
e o estabelecimento do piso de um salário mínimo para os benefícios de prestação
continuada.
O aumento nos gastos do Governo acarretou uma crise no sistema de saúde na
década de 90. Tem ocorrido um envelhecimento da população e uma grande
transformação na estrutura etária, o que ocasionou um desequilíbrio atuarial da
previdência e tem contribuído para as crises. o percentual de idosos no total da
11
população, que era de 3,1% em 1970, passou para 4,8% em 1990 e deverá atingir
5,1% e 7,7% em 2000 e 2020, respectivamente. No entanto, as projeções para o ano
de 2000 não se consumaram, pois a população de idosos atingiu o percentual de 4,8%.
Na tabela a seguir, se encontra a relação entre o número de contribuintes para
número de beneficiários incluindo projeções para os próximos anos.
Ano Relação
1970 4,2
1980 3,2
1990 2,5
2000 1,9
2010 1,6
2020 1,2
Fonte: Ministério da Previdência Social, “Reforma da Previdência”,1995
Com a maior inserção das mulheres no mercado de trabalho, aumentou o
número de contribuintes, mas em contrapartida do aumento de receita, as mulheres por
se aposentar cinco anos antes dos homens e possuírem maior expectativa de vida
podem contribuir para o déficit das contas previdenciárias.
O déficit das contas da previdência acabou gerando a necessidade de um
aumento na alíquota contributiva. Este aumento na alíquota está fazendo com que
muitas empresas deixem de contribuir, resultando em uma menor receita para a
previdência. O aumento no grau de informalização do mercado de trabalho acaba por
reduzir a arrecadação de contribuições previdenciárias. Outro componente que pode
contribuir para o aumento dos gastos da previdência está relacionado à classe dos
professores, que eles se aposentam mais cedo do que outros trabalhadores. Existe um
questionamento sobre os benefícios concedidos ao professor, dado que existem outras
profissões mais insalubres do que a de educador.
12
O nível de renda também é um dos determinantes para a contribuição
previdenciária. Os indivíduos das classes média e alta geralmente começam a trabalhar
mais tarde e, portanto, contribuem por menos tempo. Ou seja, se aposentam mais cedo
do que os indivíduos de baixa renda, que em certos casos começam a trabalhar,
precocemente, para ajudar no sustento da família.
Desta forma, indivíduos mais pobres contribuem mais cedo para o sistema
previdenciário brasileiro e, portanto, este sistema contribui para um processo de
concentração de renda. Uma grande falha do sistema previdenciário brasileiro é o fato
de não respeitar o princípio da equidade, uma vez que os benefícios dos indivíduos não
estão ligados às suas contribuições. As alíquotas cobradas devem ser individuais para
assegurar um benefício que esteja justo para a remuneração do indivíduo, antes e
depois dele perder sua capacidade de trabalho.
Os privilégios oferecidos aos servidores públicos são um dos fatores que
contribuem para o déficit previdenciário. Dentre estes privilégios destacam-se: o
aumento da remuneração no momento da aposentadoria, apesar disso ter sido
extinguido o direito adquirido continua beneficiando aqueles que se aposentaram antes
da mudança; e em algumas categorias especificas existe a diferença entre o valor do
beneficio que é bem maior do que a contribuição.
A aposentadoria por anos contribuição e não por anos de serviço fez uma
ligação entre contribuições e benefícios e, portanto, o indivíduo só vai aposentar
quando ele comprovar o tempo mínimo de contribuição que a nova reforma estipulou.
As aposentadorias proporcionais por tempo de serviço foram extintas, com a
nova regra, o homem terá que trabalhar 35 anos e a mulher 30. Com a fixação destes
limites mínimos, reduz-se as pressões nas contas da previdência. Outra mudança
significativa é a alteração na regra de cálculo para beneficiar os trabalhadores com uma
vida laboral instável: os 80% maiores salários de contribuição passam a ser à base de
cálculo para o beneficio. As reformas definiram uma idade mínima para que o servidor
se aposentasse com o valor integral do beneficio. A idade de aposentadoria do homem
passou para 60 anos, enquanto a da mulher foi alterada para 55 anos. Vale ressaltar,
que se houver uma antecipação, haverá um desconto de 5% para cada ano antecipado.
13
Dessa forma, em 1995 entrou em pauta a realização de uma reforma no sistema
previdenciário brasileiro, como parte de um conjunto de reformas estruturais para
controlar os gastos públicos no país. Optou-se, então, por resolver a questão pelo lado
das despesas. Havia duas opções de reforma: uma mais radical, com a
institucionalização de um regime de capitalização, a exemplo do que foi feito em outros
países latino-americanos que passavam por problemas semelhantes; e outra, escolhida
pelo governo brasileiro, com mudanças de algumas regras do sistema existente.
A partir de 1991, tanto os benefícios tem como o piso o salário mínimo. Entre
1995 e 2002, o salário mínimo teve um aumento real acumulado superior a 40%, o que
causou um impacto negativo nas contas da previdência. Além disso, o baixo
crescimento da economia, fez com que o número de contribuintes não aumentasse na
mesma velocidade dos gastos com benefícios. Nos oito anos do governo Fernando
Henrique Cardoso a economia cresceu 2,3% a.a e os benefícios, 3,9% a.a.
Os benefícios dos servidores públicos são um dos fatores que contribuem para o
déficit previdenciário. Dentre estes, o aumento da remuneração no momento da
aposentadoria, apesar de não mais vigente, continua beneficiando aqueles que se
aposentaram antes da mudança.
As novas medidas também têm como objetivo aumentar a arrecadação nos
setores dos trabalhadores autônomos, avulsos e domésticos. A intenção é aumentar as
alíquotas para as empresas e diminuir estas alíquotas para o trabalhador.
O problema do regime de repartição é que ele não cria relação direta entre
benefícios e contribuições. Para um regime de repartição, é muito importante que haja
crescimento econômico, uma vez que isto implica em aumento no emprego e, portanto,
na arrecadação das contribuições. O baixo crescimento econômico faz a demanda por
emprego cair, assim como, a arrecadação das contribuições. Isto induz o governo a
aumentar a alíquota de contribuição, o que implica em uma elevação no número de
trabalhadores informais e na diminuição, ainda maior, na arrecadação destas
contribuições previdenciárias.
CAPÍTULO II - COMO FUNCIONA A PREVIDÊNCIA NO BRASIL
14
2.1 Quem tem direito aos benefícios
Os beneficiários dos planos são os segurados e os seus dependentes. O
segurado é aquele que exerce atividade remunerada e contribui para a Previdência ou
os que por opção também contribuem. Os dependentes preferenciais são o cônjuge,
companheiro(a) e o(a) filho(a) não emancipado(a), seja este menor de 21 anos ou
inválido. Na falta destes, se pais ou irmãos comprovarem a dependência econômica,
são considerados dependentes também. O companheiro homossexual do(a)
segurado(a) pode ter direito a pensão por morte e auxílio-reclusão.
Os patrões são responsáveis por recolher as contribuições dos empregados com
carteira assinada, trabalhadores avulsos, contribuintes individuais a seu serviço e
domésticos.
O salário de contribuição é o valor da remuneração, para segurados obrigatórios
e para os facultativos, o valor declarado. O salário de beneficio é utilizado para definir a
renda mensal dos benefícios.
Para receber os benefícios, não é preciso apenas atingir a idade de
aposentadoria, é necessário ter contribuído ao longo da vida ou carreira profissional.
Trabalhadores com carteira assinada são automaticamente filiados à Previdência
através de descontos no próprio holerite.
Os tipos de segurado são:
Empregado – trabalhadores que possuem carteira de trabalho assinada,
ministros e secretários públicos. Incluem-se os trabalhadores temporários, brasileiros e
estrangeiros que trabalham em empresas brasileiras instaladas em outros países e
pessoas que trabalham no Brasil em missões diplomáticas.
Empregado doméstico – empregados com carteira assinada que trabalham em
domicílios, como faxineiros, jardineiros, caseiros, entre outros.
Trabalhador avulso – empregados por sindicatos ou que prestem serviços em
outras empresas. Nesta categoria estão: o estivador, o carregador, o amarrador de
embarcações, o trabalhador na limpeza e conservação de embarcações e o vigia.
Existem também trabalhadores avulsos que atuam na indústria do sal e no
ensacamento de cacau e café.
15
Contribuinte individual – trabalhadores autônomos do mercado informal, aqueles
que exercem atividades por conta própria.
Segurado especial – trabalham por conta própria, rurais ou pescadores que
produzem individualmente ou em regime de economia familiar. Nessa categoria estão
incluídos ainda o pescador artesanal e o índio que trabalha no campo, bem como seus
grupos familiares.
Segurado facultativo – são maiores de 16 anos, não tem renda própria, mas
decidem contribuir para a Previdência Social.
A inscrição do trabalhador empregado no regime da Previdência Social acontece
no momento da assinatura do contrato de trabalho. O trabalhador avulso é inscrito pelo
registro no sindicato de classe ou pelo órgão gestor de mão-de-obra.
Para receber os benefícios da Previdência, é necessário realizar a solicitação em
alguma agência da Previdência. Alguns benefícios, como salário-maternidade, pensão
por morte e o auxílio-doença podem ser solicitados pela internet.
Ao deixar de pagar as contribuições mensais, o segurado pode perder o direito
de receber os benefícios. O segurado que tiver menos de 120 contribuições mensais,
pode ficar sem contribuir por até 12 meses, caso tenha pago mais do que 120
contribuições, este prazo pode ser prorrogado para até 24 meses. Os segurados que
estiverem recebendo os benefícios não precisam recolher contribuição. Para os
desempregados, estes devem comprovar sua condição junto ao Ministério do Trabalho
e Emprego para que seja conservado o direito de receber os benefícios.
Contribuição mensal de acordo com o site da Previdência Social:
1. Segurados empregados, inclusive domésticos e trabalhadores avulsos
TABELA VIGENTE Tabela de contribuição dos segurados empregado, empregado
doméstico e trabalhador avulso, para pagamento de remuneração a partir de 1º de Janeiro de 2012
Salário-de-contribuição (R$) Alíquota para fins de recolhimento
ao INSS (%)
até 1.174,86 8,00
de 1.174,87 até 1.958,10 9,00
de 1.958,11 até 3.916,20 11,00
16
2. Contribuinte individual e facultative
TABELA VIGENTE Tabela de contribuição dos segurados contribuintes individual e
facultativo
Salário-de-contribuição (R$) Alíquota para fins de recolhimento
ao INSS (%)
622,00 5,00
622,00 11,00
622,00 até 3.916,20 20,00
Tabela de contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso, para pagamento de remuneração
a partir de 1º de julho de 2011
Salário-de-contribuição (R$) Alíquota para fins de recolhimento
ao INSS (%)
até R$ 1.107,52 8,00
de 1.107,53 até 1.845,87 9,00
de 1.845,88 até 3.691,74 11,00
Limites de contribuição mensal:
Tipo de Salário de Contribuição Alíquota Limite (R$)
Empresários (contribuição sobre o pró-
labore) 11% R$ 430,78
Autônomos (recebimentos de pessoas físicas)
20% R$ 783,24
Autônomos (recebimentos de pessoas jurídicas)
11% R$ 430,78
Contribuintes Individuais e Facultativos 11% R$ 68,42
2.2 TIPOS DE BENEFÍCIOS
A aposentadoria é um pagamento mensal vitalício podendo ser por motivo de
idade, tempo de contribuição ou pelo exercício de atividade sujeita a agentes nocivos à
saúde. Há apenas uma modalidade de pensão, a pensão por morte que é concedida
aos dependentes do segurado falecido.
As modalidades de aposentadoria oferecidas ao governo são:
Aposentadoria por idade
17
É destinada aos trabalhadores urbanos contribuintes. A idade mínima para a
aposentadoria é de 65 anos para os homens, e 60, para as mulheres. Os trabalhadores
rurais tem a idade mínima 5 anos menor do que os urbanos. O benefício corresponde a
70% do salário de benefício mais 1% para cada grupo de 12 contribuições mensais, até
100%. Os benefícios não podem ser inferiores a um salário mínimo. O tempo mínimo de
contribuição é de 15 anos para os que se inscreveram a partir de 25/07/1991. Para os
que se afiliaram antes desta data, a carência é de 138 contribuições em 2004 e seis a
mais para cada ano, até completar 180 contribuições no ano de 2011. Caso haja um
período sem contribuições, é necessário comprovar ao menos 60 novas contribuições
para que sejam somadas às antigas e seja alcançado o mínimo exigido. Não é preciso
deixar o emprego para solicitar esta aposentadoria. Para o segurado especial
(trabalhador rural) que não contribui, o valor da aposentadoria é de um salário mínimo.
A aposentadoria por idade dá direito ao 13º salário, paga no mês de dezembro. A
aposentadoria por idade é irreversível e irrenunciável: depois que receber o primeiro
pagamento, ou sacar o PIS e/ou o Fundo de Garantia (o que ocorrer primeiro), o
segurado não poderá desistir do benefício.
Tabela progressiva de carência para segurados inscritos até 24 de julho de 1991:
Ano de implementação das
condições
Meses de
contribuição exigidos
1991 60 meses
1992 60 meses
1993 66 meses
1994 72 meses
1995 78 meses
1996 90 meses
1997 96 meses
1998 102 meses
1999 108 meses
18
2000 114 meses
2001 120 meses
2002 126 meses
2003 132 meses
2004 138 meses
2005 144 meses
2006 150 meses
2007 156 meses
2008 162 meses
2009 168 meses
2010 174 meses
2011 180 meses
Aposentadoria por tempo de contribuição
Para solicitar o benefício, é preciso comprovar ao menos 35 anos de contribuição
para os homens, e 30, para as mulheres. Também não é necessário deixar o emprego
para solicitar este benefício. O valor do benefício para a aposentadoria integral
corresponde a 100% do salário de benefício. Quando proporcional, será de 70% do
salário de benefício, mais 5% a cada ano completo de contribuição posterior ao tempo
mínimo exigido. Para requerer a aposentadoria proporcional, o trabalhador tem que
combinar dois requisitos: tempo de contribuição e idade mínima. Para ter direito à
aposentadoria integral ou proporcional, é necessário também o cumprimento do período
de carência. Os inscritos a partir de 25 de julho de 1991 devem ter pelo menos 180
contribuições.
Aposentadoria por invalidez
É destinado aos trabalhadores incapacitados que perdem a capacidade de
trabalho por motivo de acidente ou doença, que deve ser comprovada através de
perícia médica, revalidada a cada dois anos. Normalmente, o trabalhador recebe
primeiro o auxílio-doença e, caso não tenha condições de retornar ao trabalho, tem
19
direito à aposentadoria. O beneficio vale para os casos em que a doença for contraída
no decorrer do exercício da atividade profissional. A aposentadoria por invalidez
corresponde a 100% do salário de benefício. Caso seja provado que o segurado
precise de assistência permanente de outra pessoa, o benefício sofre um aumento de
25% a partir da solicitação. O salário de benefício dos trabalhadores inscritos até 28 de
novembro de 1999 corresponderá à média dos 80% maiores salários de contribuição,
corrigidos monetariamente, desde julho de 1994. O segurado especial (trabalhador
rural) terá direito a um salário mínimo, se não contribuiu facultativamente.
Para os inscritos a partir de 29 de novembro de 1999, o salário de benefício será
a média dos 80% maiores salários de contribuição de todo o período contributivo. Para
ter direito a essa aposentadoria, o segurado precisa ter contribuído para a Previdência
Social por, no mínimo, 12 meses, em caso de doença. Se a incapacidade for causada
por acidente, não há carência. Caos o segurado recupere a capacidade de trabalho, a
aposentadoria é suspensa.
Aposentadoria especial
Destinada aos profissionais que trabalharam em condições prejudiciais à saúde
ou integridade física. É necessário comprovar que o segurado trabalhou sob estas
condições pelo tempo mínimo exigido para a concessão deste beneficio, sendo estes
de 15, 20 ou 25 anos, dependendo do fator de risco envolvido. O salário de beneficio
para os trabalhadores inscritos até 28 de novembro de 1999, corresponde a media dos
80% maiores salários de contribuição desde julho de 1994. Para os inscritos a partir
desta data, o salário será a média dos 80% de todos os maiores salários. O benefício é
concedido apenas aos trabalhadores com carteira assinada (exceto os empregados
domésticos), trabalhadores avulsos e contribuintes individuais filiados a uma
cooperativa. A comprovação da exposição aos agentes nocivos químicos, físicos e
biológicos deve ser feita em formulário que é preenchido pela empresa e deve ser
elaborado por um médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho. A
aposentadoria especial requerida e concedida a partir de 29/4/95 será cancelada pelo
20
INSS, caso o beneficiário permaneça ou retorne à atividade que ensejou a concessão
desse benefício, na mesma ou em outra empresa.
2.3 Outros tipos de benefícios
Além do benefício das aposentadorias, a Previdência também oferece:
Auxílio-doença
Caso o segurado esteja impedido de exercer suas atividades por motivo de
doença ou acidente, por mais de 15 dias consecutivos, recebe este benefício. Os
trabalhadores que possuem carteira assinada recebem o benefício a partir do 16º dia de
impedimento e a empresa paga os 15 primeiros. Já os demais segurados, recebem da
Previdência a partir do primeiro dia. Para receber este benefício, o segurado deve
contribuir por pelo menos 12 meses, excluindo os casos mais graves, como cegueira e
comprometimento mental. Quando o segurado se recupera, o pagamento é cessado.
Para receber o beneficio, é necessário comprovar a incapacidade de exercer suas
atividades em exame realizado pela perícia médica da Previdência Social. Os que
recebem o auxílio-doença devem participar do programa de reabilitação profissional,
que é oferecido gratuitamente pela Previdência Social, sob pena de ter o benefício
suspenso. Aqueles que já possuem a doença ao se filiar ao regime previdenciário não
têm direito a este benefício, a não ser que a incapacidade resulte do agravamento da
enfermidade. As empresas privadas podem se conveniar a Previdência Social para
obter um seguro adicional de auxílio-doença para os seus funcionários.
Pensão por morte
Este benefício é pago aos dependentes de um segurado que contribui para a
Previdência quando este falece e corresponde a 100% do valor da sua aposentadoria
que o segurado recebia o que teria o direito de receber. Para os trabalhadores rurais, a
pensão é de um salário mínimo. Têm direito a esse benefício, nesta ordem, o marido, a
mulher ou o(a) companheiro(a); filho não emancipado e menor de 21 anos ou inválido
de qualquer idade; pai ou mãe; irmão menor de 21 anos ou incapaz para o trabalho de
qualquer idade. Para os cônjuges divorciados, os pais do segurado e os irmãos, é
21
necessário que se comprove a dependência econômica em relação ao segurado. Se o
dependente for inválido, esta situação deve ser comprovada pela perícia médica da
Previdência. Caso o trabalhador tiver mais de um dependente, a pensão é repartida em
partes iguais entre todos. Se o trabalhador tiver mais de um dependente, a pensão é
repartida em partes iguais entre todos. O benefício é suspenso quando o pensionista
morre, quando se emancipa ou completa 21 anos (no caso de filhos ou irmãos do
segurado) ou quando acaba a invalidez (no caso de pensionista inválido).
Auxílio acidente
É destinado aos segurados que tem sua capacidade de trabalho comprometida
por conta de acidentes. É de caráter indenizatório e só é concedido a quem recebe o
auxílio-doença. Este benefício é destinado ao segurado com carteira assinada, ao
trabalhador avulso e ao segurado especial, sendo que estes devem ter sofrido algum
acidente que provocam redução da sua capacidade de trabalho de forma definitiva.
Empregados domésticos, contribuintes individuais e facultativos não tem esse direito.
Esse benefício é concedido aos segurados que recebiam auxílio-doença e pode ser
acumulado com outros benefícios pagos pela Previdência Social, exceto a
aposentadoria. O valor do auxílio-acidente corresponde a 50% do salário de benefício.
Para receber este benefício não é necessário comprovar um tempo mínimo de
contribuição, mas o trabalhador deve ter qualidade de segurado e comprovar a
impossibilidade de continuar desempenhando suas atividades, por meio de exame da
perícia médica da Previdência Social. Ele não precisa apresentar documentos, uma vez
que isso já foi feito na concessão do auxílio-doença.
Auxílio-reclusão
É destinado aos segurados que forem presos, por qualquer motivo. Os
dependentes do segurado recebem o benefício durante o período de reclusão. Este só
é recebido caso o contribuinte não esteja recebendo salário, auxílio-doença,
aposentadoria ou abono de permanência em serviço, além de obrigatoriamente estar
em dia com as contribuições mensais. Não há um período de carência, bastando
apenas comprovar a qualidade de segurado. Após a concessão do benefício, os
22
dependentes devem apresentar à Previdência Social, de três em três meses,
documento atestando que o segurado continua detido. O benefício será suspenso em
caso de fuga, liberdade condicional, transferência para prisão-albergue, extinção da
pena ou com a morte do segurado, sendo neste, convertido em pensão por morte.
Salário-maternidade
Trabalhadoras que contribuem para a Previdência Social têm direito ao salário-
maternidade nos 180 dias em que podem ficar afastadas do emprego por causa do
parto. O benefício é estendido também para as mães adotivas. Em setembro de 2008, o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou uma nova lei que amplia a licença em
mais 60 dias, somando, então, seis meses. Não é exigido tempo mínimo de
contribuição mas contribuinte facultativa e individual devem comprovar no mínimo dez
meses de trabalho rural. O valor a ser pago para a segurada empregada é o valor
integral da remuneração mensal, no caso de salário fixo, ou a média salarial dos seis
meses anteriores, no caso de salário variável. A trabalhadora avulsa receberá o
equivalente ao último mês de trabalho.
Salário-família
Benefício pago aos segurados empregados, exceto os domésticos, e aos
trabalhadores avulsos com salário mensal de até R$ 915,05, para auxiliar no sustento
dos filhos de até 14 anos de idade ou inválidos de qualquer idade. De acordo com
a Portaria Interministerial nº 02, de 06 de janeiro de 2012, o valor do salário-família será
de R$ 31,22, por filho de até 14 anos incompletos ou inválido, para quem ganhar até
R$608,80.
Para o trabalhador que receber de R$ 608,81 até R$ 915,05, o valor do salário-família
por filho de até 14 anos de idade ou inválido de qualquer idade será de R$ 22,00.Este
benefício é exclusivo para trabalhadores empregados e os avulsos. Demais categorias
de trabalhadores (empregados domésticos, contribuintes individuais, segurados
especiais e facultativos) não têm direito ao salário-família. Enteados e tutelados que
não possuem bens suficientes para garantir o próprio sustento, são equiparados aos
23
filhos. Para continuar a receber o benefício, é preciso apresentar os atestados de
vacinação (crianças de até 07 anos) e o atestado de frequência escolar semestral
(crianças acima de 07 anos). Este benefício não exige tempo mínimo de contribuição.
Outros serviços oferecidos pela Previdência são:
Reabilitação Profissional
Tem como objetivo oferecer aqueles incapacitados para o trabalho (seja por
motivo de doença ou acidente) meios para reeducar ou readaptar profissionalmente
afim de permitir que eles voltem a fazer parte do mercado de trabalho. Os atendimentos
são realizados por equipes de médicos, assistentes sociais, psicólogos, sociólogos,
fisioterapeutas, dentre outros. A Previdência fornece recursos materiais necessários à
reabilitação, como próteses, inscrições em cursos profissionalizantes, auxílios de
transporte e alimentação. Caso o trabalhador seja vitima de acidente, terá prioridade de
atendimento no programa. Não há exigência mínima de contribuição para este serviço.
Amparo Assistencial ao Idoso e ao Deficiente
Concedido pelo INSS às pessoas que não tem condições de contribuir para a
Previdência Social. Tem direito os idosos acima de 65 anos que não exerçam nenhuma
atividade remunerada e também os deficientes incapacitados para o trabalho. O
interessado no benefício deve provar que a renda familiar por pessoa é inferior a um
quarto do salário mínimo, que não é filiado a nenhum regime de previdência e que não
recebe nenhum benefício público. Para o cálculo da renda familiar, é considerado o
número de pessoas que vivem na mesma casa: cônjuge,companheiro(a), pais, filhos
(inclusive enteados e tutelados menores de idade) e irmãos não emancipados,
menores de 21 anos ou inválidos. O amparo assistencial deixará de ser pago quando
houver recuperação da capacidade para o trabalho ou quando a pessoa morrer. O
benefício é intransferível e, portanto, não gera pensão para os dependentes.
CAPÍTULO III - DIFERENTES TIPOS DE PREVIDÊNCIA
3.1 Aposentadoria dos Servidores Públicos
24
Os servidores públicos titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios possuem direito a Regime Próprio de Previdência
Social conforme está previsto no art. 40 da Constituição Federal. Portanto, estão
excluídas as pessoas que trabalham na iniciativa privada, nas empresas públicas e
sociedade de economia mista, os ocupantes de cargos em comissão e eletivos e os
contratados por tempo determinado pela Administração Pública.
O Regime Próprio de Previdência dos Servidores Públicos (RPPS) é resultado
das reformas previdenciárias no Brasil. Caso o servidor público venha a exercer mais
de uma atividade, sendo uma como servidor e outra abrangida pelo Regime Geral da
Previdência Social, este terá os dois vínculos e cumprindo os requisitos previstos em
lei, poderá conseguir as duas aposentadorias. Os beneficiários do RPPS também são
os segurados e os seus respectivos dependentes. Apesar de os RPPS possuírem
legislações próprias e locais a cada ente federativo, devem observar a legislação
Federal e Constitucional.
Esta modalidade de aposentadoria passou por reformas desde a Constituição de
1988. Segundo o boletim Contato no 59 do Ministério do Planejamento:
“A primeira foi realizada em 1998 com a aprovação da Emenda Constitucional nº
20, seguida da Emenda 41 aprovada em 2003 e a Emenda 47, a chamada PEC
Paralela, aprovada em 2005.
A Emenda 20, entre outras regras, estabeleceu idade mínima para
aposentadoria e tempo de permanência no serviço público, coisa que não existia até
1998, possibilitando servidores se aposentarem com menos de 40 anos de idade.
A Emenda 41 aumentou os critérios para a aposentadoria e o tempo mínimo no
serviço público de 10 para 20 anos e a base de cálculo deixou de ser a remuneração do
cargo efetivo para ser os 80 maiores salários. A Emenda 47 restabeleceu a paridade
para quem entrou no serviço público até 31.12.2003.”
A previdência dos servidores públicos era custeada com recursos
exclusivamente advindos dos órgãos públicos, porém, a partir da emenda de 17 de
março de 1993, o servidor passa a ocupar também a posição de contribuinte.
25
Os benefícios previdenciários a serem concedidos por este regime estão
previstos no art. 40, da Constituição Federal, dos quais são: Aposentadoria por Idade,
por tempo de serviço, por invalidez e compulsória, além de pensão por morte.
Os demais benefícios, tais como auxílio reclusão, salário–maternidade e salário
família serão disciplinados na lei local.
A aposentadoria por idade se dá aos servidores públicos a partir da
proporcionalidade ao tempo de contribuição levando em consideração, de forma
cumulativa: a) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade,
se mulher; b) dez anos de efetivo exercício no serviço público; c) cinco anos no cargo
efetivo em que se dará a aposentadoria.
Tem direito à aposentadoria por tempo de contribuição, aqueles que
preencherem os requisitos, também cumulativamente: a) sessenta anos de idade, se
homem, e cinqüenta e cinco anos de idade, se mulher; b) trinta e cinco anos de
contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher; c) dez anos de efetivo
exercício no serviço público; d) cinco anos no cargo efetivo em que se dará a
aposentadoria. Para os professores, há a redução de cinco anos no tempo de
contribuição e idade, desde que comprovado que o tempo de serviço foi “exercido
exaustivamente”. Também é considerada a possibilidade desta aposentadoria para os
profissionais de educação, quando estiverem exercendo atividades de docência na
unidade escolar, seja de direção da escola, coordenação ou assessoramento
pedagógico.
No caso da aposentadoria por invalidez, o servidor depende de um laudo de um
perito médico do Estado, que ateste sua condição efetiva de inválido. A aposentadoria
dará direito ao benefício proporcional ao tempo de contribuição, exceto se a invalidez
for decorrente de acidentes de trabalho ou doença grave, contagiosa ou incurável.
Já a aposentadoria compulsória se dá quando o servidor atinge os 70 anos de
idade (tanto para homens quanto para mulheres). O benefício será proporcional ao
tempo de contribuição. A aposentadoria será automática em função da idade do
segurado.
26
A pensão por morte acontece quando o servidor falece e deixa o benefício para
os dependentes legalmente habilitados, ou seja, que comprovem a dependência em
relação ao mesmo ou parentesco.
Ao contrário do setor privado, onde a aposentadoria é limitada pelo teto do INSS,
a aposentadoria no setor público sempre foi obtida com os valores integrais da
contribuição. Com a sanção da Lei nº 12.618, foi criada a Fundação de
Previdência Complementar do Servidor Público (Funpresp). Segundo Fabio Portela,
“quem recebe salários correspondentes a, no máximo, o teto do INSS, pagará 11%
sobre sua remuneração e a União, 22%. Quem recebe salários superiores ao teto da
previdência oficial, terá a opção de contribuir para a Funpresp com o valor que entender
adequado. Nesse caso, contudo, há um bom incentivo: a União também contribuirá
para o fundo, na mesma proporção que o trabalhador, até o limite de 8,5% de sua
remuneração. Por exemplo, alguém que receba R$ 8.000,00, pagará 11% sobre R$
3.915,20 (R$ 430,67), mas, se quiser receber uma aposentadoria superior ao teto,
deverá pagar a mais. Digamos que ele deseje pagar 8,5% do que exceder, para
aproveitar o aporte extra da União. Nesse caso, ele pagaria 8,5% sobre a diferença
entre R$ 8.000,00 e R$ 3.915,20 – ou R$ 4.084,80 -, e contribuiria com mais R$ 347,20,
sendo que a contrapartida da União seria o mesmo valor.
Se ele quiser contribuir ainda mais, não haverá problema; mas nesse caso, não haverá
aporte extra por parte da União.”
Afora estas características, a Previdência Social dos servidores públicos segue
alguns pontos:
Contribuição
Servidores da União que recebem até R$ 1.440,00 e dos estados que ganham
até R$ 1.200,00 não precisam contribuir. Acima destes valores, a contribuição é
de 11%.
Cálculo dos benefícios
Antigamente o valor do benefício equivalia ao valor do último salário do
27
servidor. Contudo, essa regra foi alterada para a média das maiores
contribuições previdenciárias realizadas durante o período trabalhado.
Valor dos benefícios
Segundo a Agência Senado, “do novo servidor será descontado 11% até o
limite de R$3.916,20. Esse será o teto tanto para a contribuição quanto para a
aposentadoria e pensão – semelhante ao modelo já adotado para os
trabalhadores da iniciativa privada, abrigados no Regime Geral da Previdência
Social (RGPS). Quem ganha acima desse valor e quer aposentadoria ou
pensão correspondente à sua remuneração deverá contribuir para o fundo de
pensão do Poder para o qual trabalha.”
Superaposentadorias
A nova regra de Previdência social do servidor fixa o teto de aposentadorias e
remunerações no limite de R$3.916,20. A limitação já foi uma medida para
diminuir o que nos anos 80 ficou conhecido como salários de “marajás”. A
partir do novo regime para o servidor, o governo pretende diminuir ainda mais
essa mudança.
3.2 Previdência Privada Complementar
Esta é uma modalidade de aplicação financeira com o objetivo de garantir uma
renda mensal quando o segurado desejar se aposentar, depois de anos. Este é um
complemento extra ao beneficio pago pela Previdência.
Ela pode ser dividida em duas fases:
Fase de acúmulo: as quantias mensais são depositadas durante um longo
período de tempo.
Fase de renda: assim que termina a fase de acúmulo, inicia-se a fase em que o
contribuinte recebe o benefício.
Os planos de previdência privada podem ser feitos tanto por pessoas físicas
quanto jurídicas.
Este tipo de previdência pode ser:
28
Aberta – oferecida por seguradoras ou bancos. As Entidades Abertas de
Previdência Complementar (EAPC) são instituições com fins lucrativos que administram
planos de previdência individuais e coletivos. Podem ser contratados por qualquer
cidadão, mesmo que ele não tenha vínculo com alguma empresa.
Fechada – destinada aos profissionais ligados a empresas, sindicatos ou
entidades de classe. O trabalhador contribui com uma parte mensal e a empresa
contribui com o restante. As Entidades Fechadas de Previdência Complementar
(EFPC), conhecidas como fundos de pensão, são instituições sem fins lucrativos que
mantêm planos de previdência coletivos. São destinados a grupos de trabalhadores de
determinada empresa ou entidade de classe, responsáveis por administrá-los. As
Entidades Fechadas, são necessariamente sem fins lucrativos, funcionam sob a tutela
da PREVIC – ex-Secretaria da Previdência Complementar (do Ministério da Previdência
e Assistência Social).
Os tipos de planos disponíveis são:
PGBL – Plano Gerador de Benefício Livre – ideal para quem faz a declaração
completa do Imposto de Renda, pois pode deduzir em até 12% a base tributável do IR.
Há a incidência de risco, pois não há garantia de rentabilidade. O dinheiro é colocado
em um fundo de investimento fiscalizado pelo Banco Central. Essa renda pode ser
recebida como uma única parcela ou por quantias mensais. O valor acumulado pode
ser sacado a qualquer momento.
VGBL – Vida Gerador de Benefício Livre – ideal para os que fazem a declaração
simplificada de IR. Este não é dedutível do Imposto de Renda. Também não possui
garantia de rentabilidade mínima, e o primeiro resgate pode ser feito em um prazo de
dois meses a dois anos.
Independentemente do plano escolhido, é preciso definir o regime de tributação
que irá incidir sobre o investimento.
- tabela progressiva - tributação de até 15% na fonte.
- tabela regressiva - tributação diminui com o passar do tempo:
29
Ao realizar a contribuição, há uma taxa de carregamento que pode variar de 0 a
3%. Há também a taxa de administração, que incide sobre a rentabilidade total da
aplicação, variando de 1,5% a 3%. E também a taxa de saída a qual é cobrada no caso
do resgate antecipado da aplicação.
Há também a possibilidade de escolher o tipo de renda:
Renda temporária – pensão é recebida por um tempo determinado. Quando o
beneficiado falecer, o benefício é suspenso, ainda que haja saldo.
Renda vitalícia – o benefício é recebido enquanto o contribuinte está vivo,
cessando com o falecimento do mesmo.
Renda vitalícia reversível ao beneficiário – o beneficiado recebe a pensão até
falecer e quando isso ocorrer, um percentual deste dinheiro é revertido a um
beneficiário.
As garantias adicionais são:
Pecúlio por morte – com o falecimento do segurado, um beneficiário recebe o
montante integral acumulado.
Pensão por prazo certo – semelhante a anterior, diferenciando-se na forma do
pagamento ao beneficiário, que neste caso é como uma pensão, por pagamentos
mensais.
Pensão a filhos – os filhos que forem menores de idade recebem uma pensão
até atingirem a maioridade em caso de falecimento do segurado.
Pensão ao cônjuge – o cônjuge ou companheiro recebe uma pensão em caso de
falecimento do segurado.
Renda por invalidez – renda mensal para os casos em que os segurados se
tornem inválidos no período de acúmulo.
30
O sistema de Previdência Privada no Brasil:
Entidades Abertas Entidades Fechadas
Produtos/
Veículos
Planos Tradicionais,
PGBL´s, PAGP’s PRGP’s,
VGBL e derivados.
Fundos de Pensão
Administradores Seguradoras e EAPP´s
Fundos de Pensão
Próprios, Multipa trocinado ou
Instituído
Disponibilidade
dos Planos Coletivos e Individuais
Coletivos
(a contratação pode ser
individual nos Instituídos)
Subordinação
Executiva e Legal
Susep, Ministério
Fazenda e BC
PREVIC
(ex-Secretaria da Prev.
Complementar), MPAS e BC
3.3 Expectativas para o futuro
A Previdência Social no Brasil seguiu uma trajetória de aumento no leque de
benefícios, sem a contrapartida pelo lado das receitas. Juntamente com o aumento na
expectativa de vida dos brasileiros, sendo necessário então, medidas que compensem
estes déficits na conta da Previdência. Fica, portanto, difícil confiar nesta instituição
para prover renda suficiente para a manutenção do padrão de vida ao se aposentar,
para aqueles que tem uma renda mensal superior a 10 salários mínimos.
No regime de repartição os trabalhadores ativos pagam as aposentadorias dos
beneficiados. Na década de 50 o Brasil possuía 8 trabalhadores ativos para cada
aposentado, já na década de 70, 4,2 contribuintes para cada beneficiário e na década
de 80 e 90 a situação se agravou ainda mais.
Torna-se desnecessário dizer que quanto mais a população envelhece, maior
será o gasto com os benefícios da Previdência. Outro fator que prejudica as receitas da
31
previdência, é o aumento da economia informal, onde geralmente os trabalhadores não
contribuem para o sistema, mas que terão acesso ao benefício garantido a todo
cidadão. A terceirização também faz com que o empregado rompa relações trabalhistas
com a empresa, mesmo que continue trabalhando para ela.
Há três alternativas para equilibrar as contas do INSS:
- postergar a idade de aposentadoria, para diminuir a distância entre a
aposentadoria e a morte, exigindo menos recursos.
- aumentar a contribuição dos ativos e se possível, criar a contribuição daqueles
que já estão assistidos.
- reduzir o benefício máximo recebido ao se aposentar.
O brasileiro está preocupado com o futuro e investe em planos complementares
de aposentadoria. Onze milhões e meio de pessoas pagam previdência privada no
Brasil. A maioria (48,85%) tem entre 30 e 50 anos. E é na faixa perto dos 30 que o
brasileiro começa a pensar na velhice.
Para discutirmos sobre as reformas previdenciárias no Brasil deve-se compreender que
o assunto envolve muitas áreas como direito, política, economia, sociologia entre
outras.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tentou alterar o sistema
previdenciário nacional, mas, em oito anos de mandato, só conseguiu implementar
mudanças no setor privado referentes aos aposentados pelo Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS). As mudanças feitas no INSS foram consideradas satisfatórias e o
governo Lula concentrou o foco de sua reforma da Previdência no setor público. As
mudanças do governo FHC endureceu as condições de acesso aos benefícios e impôs
maiores sacrifícios aos trabalhadores ativos. Na reforma, estava a substituição do
tempo de serviço por tempo de contribuição, extinção das aposentadorias
proporcionais, exigência de idade mínima, além de introduzir um complicado fator
previdenciário para baixar os valores dos benefícios.
No governo Lula, os funcionários públicos já aposentados ou que contam com o
chamado direito adquirido (que reúnem condições para pedir aposentadoria, mas
preferem continuar trabalhando) têm a integralidade de seus benefícios. Os atuais
32
servidores que ainda não contam com direito adquirido podem chegar a ter a
integralidade de vencimentos, mas para isso precisam seguir cinco requisitos. Os
homens precisam ter 60 anos de idade, 35 anos de contribuição, 20 anos de serviço
público, 10 anos de carreira e 5 anos no último cargo.
As mulheres precisam ter 55 anos de idade e 30 anos de contribuição além dos
20 anos de serviço público, 10 anos de carreira e 5 anos no ultimo cargo. Se não
conseguirem preencher todos os requisitos, terão que se contentar com uma
aposentadoria calculada pela média dos salários recebidos durante toda a vida
profissional, o que resultará num benefício necessariamente inferior ao salário integral.
Os servidores que ingressarem no setor público após a promulgação da reforma
jamais terão aposentadoria integral. Para estes, a reforma prevê o teto de R$ 2,4 mil,
equivalente ao pago pelo INSS como valor máximo de aposentadoria. Quem quiser
ganhar mais, terá de contribuir com os fundos de previdência complementar.
Conclusões
A Previdência Social no Brasil começou a partir da Lei Eloy Chaves em 1923,
criando as Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAPs) para empregados de empresas
ferroviárias, estabelecendo assistência médica, aposentadoria e pensões, válidos
inclusive para seus familiares.
Getulio Vargas promoveu uma reestruturação e substituiu as CAPs pelas IAPs
(Institutos de Aposentadoria e Pensões), centralizadas no governo federal, e a filiação a
elas se dava pelas categorias profissionais. Em 64 criou-se uma comissão para
reformulação do sistema culminando para a fusão de todos os IAPs no INPS (Instituto
Nacional da Previdência Social) em 1966.
Em 64 criou-se uma comissão para reformulação do sistema culminando para a
fusão de todos os IAPs no INPS (Instituto Nacional da Previdência Social). É importante
dizer que aumentou-se tanto o número de categorias cobertas (trabalhadores rurais, por
exemplo) como o elenco de benefícios.
33
A Previdência funciona como um regime de repartição. Não existe formação de
poupança, ou seja, aqueles que trabalham contribuem para aqueles que recebem. O
pagamento dos benefícios e das aposentadorias representa cerca de 13% do PIB
brasileiro. E esta parcela tende a aumentar na medida em que a população brasileira
segue uma tendência ao envelhecimento. Mesmo que com a inserção das mulheres no
mercado de trabalho há um aumento na receita das contribuições, estas se aposentam
mais cedo e tem maior longevidade, trazendo um aumento nos gastos da previdência.
Os servidores públicos também contribuem para o déficit a medida que possuem
privilégios no momento da aposentadoria.
A partir destes fatos, surge a necessidade de reformas previdenciárias, sejam
para uma nova estrutura, com a formação de poupança ou então com a reforma da
estrutura vigente.
Os trabalhadores que contribuírem para este regime terão a possibilidade de se
aposentarem e receberem os benefícios ou então caso se encaixem nos casos
especiais, receberão as pensões e os auxílios por parte do INSS.
Os servidores públicos se encontram em uma outra categoria de aposentadoria,
que sofreu mudanças no governo petista de Dilma Rousseff. No sistema vigente
anterior de previdência para o funcionalismo público, o servidor federal contribuía com
11% sobre o salário integral, e o governo com 22%. O trabalhador recebia
aposentadoria equivalente ao último salário na ativa, benefício esse só de direito dos
servidores públicos, ao qual não estão sujeitos os trabalhadores da iniciativa privada
nem das estatais. No novo modelo, o funcionário contribuirá com 11% até o teto do
INSS, atualmente em R$ 3.916,20. Para receber mais que o limite da Previdência
Social, o funcionário terá de aderir a um fundo de pensão privado ou optar pela
Funpresp, para o qual pagará, todo mês, 8,5% da diferença entre o teto da Previdência
Social e o salário total.
Resta então acompanharmos os processos de reformas na previdência social e
se quisermos uma garantia extra de renda ao final de nossas vidas, contribuir para
planos privados que oferecem rendimentos que podem ser utilizados como um
complemento ao beneficio da previdência. É necessário um pensamento de longo
34
prazo, para pensarmos em nossos futuros e realizar investimentos que tragam a
segurança para esta fase da vida.
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Revista Você S/A Especial Previdência, no 18. Editora Abril, 2012.
1
PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO
PAULO
Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade
e Atuariais.
FRANCHISING
Aluna: Fernanda Pinheiro Siqueira
Prof. Arnoldo José de Hoyos Guevara
2° Semestre 2012
2
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................... 3
CAPÍTULO I: FORMATO DAS EMPRESAS ............................................ 3
1.0 – ATIVIDADE EMPRESARIAL ................................................ 4
1.1 – FRANQUIA- CONCEITO ...................................................... 4
CAPÍTULO II: CONCEITOS DO FRANCHISING .................................... 6
2.0 – FRANCHISING ..................................................................... 6
2.1 – ESCOLHENDO UMA FRANQUIA ....................................... 9
2.2 – O PAPEL DO FRANQUEADO E DO FRANQUEADOR ..... 13
CAPÍTULO III: ESTUDO DE CASO ........................................................ 14
3.0 – ESTUDO DE CASO .............................................................. 14
3.1 – VALORES E CUSTOS PARA SER UM FRANQUEADO DA
AREZZO ................................................................................ 17
3.2 – POR QUE SER UM FRANQUEADOR DA AREZZO ........... 18
3.3 – TREINAMENTO E MANUAIS ............................................... 18
CONCLUSÃO ........................................................................................... 19
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 19
3
INTRODUÇÃO
Montar uma franquia pode ser uma boa alternativa para quem busca
entrar no mundo dos negócios. Uma franquia requerer um desembolso
econômico menor do que montar uma nova marca, uma vez que o
franqueador pode contar com um sistema de gestão com apoio
centralizado, um modelo de negócio já provado e uma marca já conhecida
e consolidada.
Para a realização do estudo de caso, fiz a escolha da empresa
AREZZO, pois a mesma está consolidada no mercado, o que proporciona
um abrangente repertório de informações. Em contrapartida, organizações
como estas apresentam também certos sigilos sobre o funcionamento da
empresa, o que se torna uma barreira para ter acesso as informações
necessárias para o trabalho , uma vez que a intenção do mesmo é ter o
maior e melhor acesso aos temas requeridos.
CAPÍTULO I: FORMATO DAS EMPRESAS
1.0 Atividade empresarial
A atividade empresarial existe, possivelmente há cerca de seis mil
anos, desde a época em que viveram os antigos sumérios na
Mesopotâmia. Começou certamente quando existiu a necessidade do
homem de trabalhar ou de ter a necessidade de ter os produtos de um
outro homem para atender suas necessidades. Eles mantiveram trocas
comerciais em grande quantidade e escala, praticamente com todos os
povos com quem chegaram a manter contato ou conhecimento.
As organizações empresariais são, portanto consideradas essenciais
para a existência da sociedade e para o desenvolvimento humano. Não
poderíamos imaginar uma sociedade complexa como nos é apresentada à
sociedade ocidental ou mesmo considerar a existência de uma cultura
ocidental sem a existência das organizações empresariais.
1.1 Franquia – Conceito
4
Existem algumas especulações de que esse sistema pode ter
surgido na Idade Média, quando a Igreja Católica – e, mais tarde, os
monarcas – passaram a conceder licenças ou Franquias a senhores de
terras e outras pessoas para que, em seu nome, coletassem impostos e
taxas. O Franchising, tal como o conhecemos hoje, surgiu nos Estados
Unidos por volta de 1851 ou 1852, quando a Singer Sewing Machine
Company, (fabricante de máquinas de costura de que o leitor já deve ter
ouvido falar), sediada na região da Nova Inglaterra, resolveu outorgar
várias licenças de uso de sua marca e de seus métodos de operação a
comerciantes interessados em revender seus produtos em lojas exclusivas
situadas em cidades e vilarejos de todos os tamanhos e localizadas nos
mais diversos estados da federação norte-americana.
Alguns anos mais tarde, em 1898, foi a vez da General Motors iniciar
a utilização do sistema para expandir a rede de pontos de venda dos
carros que produzia, criando o conceito de negócio que mais tarde veio a
ser chamado de Concessionária de Veículos. Até então, os carros e outros
veículos eram vendidos diretamente pelas empresas montadoras aos
consumidores.Em 1899, a Coca-Cola criou a primeira Franquia de
Produção.
A partir do início do século XX, o uso do Franchising se difundiu nos
Estados Unidos e foi tomando espaço nos outros países.
Na década de 80, o sistema de franquia alcançou dimensão mundial,
chegando aos países africanos e à América Latina, com exceção do Brasil,
onde sua presença era facilmente perceptível desde os anos 70, mas seu
conceito não era tão difundido como atualmente. No Brasil a franquia só
esteve presente de forma mais efetiva com o Mc Donald’s e nos carrinhos
da Kibon. Mas somente em 1987, com a criação da ABF – Associação
Brasileira de Franchising, que o mercado conheceu a expansão do
sistema de franquia em todo o território nacional.
O Brasil é o quarto maior país do mundo em quantidade de
franqueadoras, ficando atrás somente dos Estados Unidos, Canadá e
Coréa do Sul. Em quantidade de franquias, também somos o quarto maior
do mundo, só perdendo para os Estados Unidos, Japão e Corea do Sul.
Atualmente o franchising representa 16% do PIB brasileiro, com um
faturamento médio de R$ 250 bilhões nos últimos anos e mais de 91 mil
franquias em operação no território nacional.
5
Fonte: Portal
do
Franchising,
2011
1.2
Introdu
ção ao
tema
do
trabalh
o
Montar
uma
franquia pode ser uma boa alternativa para quem busca entrar no mundo
dos negócios. Uma franquia requerer um desembolso econômico menor
do que montar uma nova marca, uma vez que o franqueador pode contar
com um sistema de gestão com apoio centralizado, um modelo de negócio
já provado e uma marca já conhecida e consolidada.
Para a realização do estudo de caso, fiz a escolha da empresa
AREZZO, pois a mesma está consolidada no mercado, o que proporciona
um abrangente repertório de informações. Em contrapartida, organizações
como estas apresentam também certos sigilos sobre o funcionamento da
empresa, o que se torna uma barreira para ter acesso as informações
necessárias para o trabalho , uma vez que a intenção do mesmo é ter o
maior e melhor acesso aos temas requeridos.
CAPÍTULO II: CONCEITOS DO FRANCHISING
2.0 Franchising
Segundo a Lei de Franchising n° 8955/94, franchising é um sistema
pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso da marca
ou patente, associado ao direto de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva
6
de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de uso da
tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema
operacional desenvolvido ou detido pelo franqueador, mediante a
remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado
vínculo empregatício.
Em um sistema de franquias, a intenção é beneficiar tanto o
franqueador quantos os franqueados, que podem ser considerados sócios
da organização. Os principais benefícios são:
Para o franqueador:
7
O marketing local e a expansão do canal de vendas são realizados
com recursos de terceiros, os fraqueados, aumentando a capacidade
de investimento e potencial velocidade de expansão.
Os franqueados, escolhidos pelo franqueador, normalmente tem
grande familiaridade com os hábitos e a cultura de sua região de
atuação.
Os franqueados, sendo sócios do negócio tem um grande interesse
no sucesso das vendas, diferentemente dos funcionários.
Há a possibilidade legal de manter um rígido controle sobre os
produtos e serviços oferecidos pelas unidades franqueadas,
mantendo assim a uniformidade da qualidade e do atendimento aos
clientes finais.
O aproveitamento da experiência anterior dos franqueados, que
passam a sugerir novas práticas operacionais e gerenciais
aperfeiçoando os processos de negócio para a rede como um todo.
Para o franqueado:
8
A entrada em um negócio de menor risco, garantido por uma marca
comercial e já aceita pelo mercado, com um retorno sobre o
investimento mais previsível.
Possibilidade de comercialização de produtos e serviços já
conhecidos e aceitos pelo mercado
Acesso a modelos operacionais e gerenciais já testados e
comprovados pelo franqueador, utilizando os processos definidos e a
experiência do franqueador para a melhor utilização de recursos,
desde a franquia até o uso de insumos e serviços.
Garantia de suporte do franqueador para resolução de problemas
nos negócios.
Maior facilidade para obtenção de crédito junto aos agentes
financeiros.
Participação em conjunto de grandes ações de marketing
institucional promovidas pelo franqueador para a rede.
Acesso a insumos, mercadorias, bens e serviços a custos mais
baixos e em melhores condições de pagamento através de
negociações garantidas pelo poder de compra e barganha da rede,
exercida pelo franqueador em benefícios de seus franqueados.
A garantia da dedicação do franqueador na melhoria contínua dos
métodos, produtos e serviços oferecidos pela rede.
Acesso ao conhecimento acumulado do franqueador e de toda a
rede em quantidade e qualidade normalmente não acessíveis a um
pequeno empresário.
2.1 Escolhendo uma franquia
O primeiro passo para quem deseja adquirir uma franquia é analisar
cada oportunidade. Muitas pessoas não conseguem sair do sonho de ter
um negócio próprio, alguns por insegurança ou por dúvida na escolha do
negócio.
Para ter segurança e certeza que o negócio escolhido será o correto,
é necessário fazer uma pesquisa profunda das oportunidades oferecidas,
tanto das empresas, quanto dos empresários que estão por trás de cada
negócio franqueado.
Para escolher uma franquia o empreendedor deve seguir o seguinte
processo:
9
Conhecer o sistema de franquias:
Antes da decisão de adquirir uma franquia, o empreendedor deve
pesquisar sobre o funcionamento de uma franquia e procurar conhecer as
principais particularidades do sistema de franquias. Ele pode obter
informações através dos sites de franquias, como o da ABF – Associação
Brasileira de Franchising, e revistas especializadas, como o Guia de
Franquias da Editora Empreendedor localizado em bancas de jornal.
Nos sites, assim como nas revistas, o empreendedor pode encontrar
matérias os quais o irão ajudar muito, com duvidas e assim ficar mais claro
e fácil de fazer a sua decisão, entre as matérias as quais podem ser
encontradas nos sites/revistas estão, franquias de sucesso, problemas
entre as redes, além, da divulgação das oportunidades de negócios. O
importante dessa etapa do processo é começar a entender um pouco mais
sobre as vantagens e desvantagens de se ter uma franquia
Auto avaliação:
Após a análise de todas as vantagens e desvantagens do sistema de
franquias, o empreendedor precisa fazer uma auto avaliação, buscando
primeiramente definir se tem ou não o perfil para ser um franqueado e,
depois definir o melhor tipo de franquia para o seu investimento.
O empreendedor deve levar em consideração:
o Características pessoais
Qual o tipo de atividade ou negócio que melhor se encaixa em meu
perfil?
o Capacidade de investimento
Qual o montante financeiro que estou disposto a aplicar neste
negócio e terei uma reserva para manter esta operação nos
primeiros meses?
o Habilidades e conhecimentos
10
Quais habilidades ou conhecimentos possuo que podem ser
utilizados para agregar valor à operação do negócio?
o Objetivos de vida a curto, médio e longo prazo
Os contratos de franquia geralmente possuem duração de 5 anos,
por isso, é importante o empreendedor avaliar quais são seus
objetivos neste período, uma vez que a rescisão do contrato de
franquia exige o cumprimento de algumas regras estipuladas pelo
franqueador.
o Disponibilidade e vontade de aprender
O franqueado ideal às vistas do franqueador é aquele que quer
aprender sempre, e está disposto a seguir regras e recomendações
sobre a operação do negócio, por esse motivo, o empreendedor
deve avaliar até que ponto ele está disposto a aprender.
o Dedicação ao negócio e vontade de ganhar dinheiro
O fato de ser franqueado não quer dizer que o negócio vai andar
sozinho, ou que o franqueador vai resolver todos os problemas de
sua unidade, é preciso dedicação, garra e muito trabalho para obter
resultados. A vantagem, entretanto, é o fato de já entrar em um
negócio com marca e conceito consolidado no mercado, o que torna
as chances de sucesso bem maiores.
o Persistência, determinação e visão de médio e longo prazo
É preciso conhecer a fundo as projeções de resultado da franquia.
Nenhum negócio começa dando resultados positivos, a maioria leva
de seis meses a um ano para atingir o ponto de equilíbrio (receita =
despesa), e de um ano e meio a dois anos para gerar resultados. O
franqueado não pode desanimar se não ver um resultado rápido, o
ciclo normal é investir, e depois de um ou dois anos começar a
colher frutos do seu investimento.
o Capital para investir e resistir
O empreendedor deve avaliar se tem realmente capital para
sustentar a operação em funcionamento até atingir o ponto de equilíbrio e
começa a gerar resultados.
11
O empreendedor não deve tomar decisões no momento de emoção
ou de encantamento com o negócio. Ele deve pedir orientação a um
especialista para fazer todas as análises financeiras de forma racional e
assertiva, pois a compra de uma franquia não deve ser feita por impulso, e
sim um ato consciente, muito bem pensado, como qualquer outro negócio.
Avaliação do negócio:
Após fazer a análise pessoal, o empreendedor deverá definir o
negócio que mais se encaixa com o seu perfil, portanto ele deve:
o Identificar os negócios nos segmentos que mais de identificam com o
seu perfil;
o Definir em que região, cidade ou município pretender instalar o
negócio;
o Selecionar alguns dos negócios e iniciar a busca por informações,
conhecendo as empresas franqueadoras, a estrutura dessas
empresas, quantos anos de mercado, a imagem e o conceito da
marca e as franquias já instaladas;
o Pedir informações sobre investimentos necessários e detalhes do
sistema de franquia de cada franqueadora selecionada;
o Conhecer quais as taxas a serem pagas e os serviços oferecidos;
o Conhecer com profundidade os números do negócio. Pedir ajuda e
fazer as simulações de resultados (investimentos, prazo de retorno,
lucratividade média, capital de giro necessário, etc.);
o Conhecer alguns fornecedores e ex-franqueadores e obter
informações do mesmo negócio;
o Analisar com o apoio de um advogado especializado no sistema de
franquias a Circular de Oferta de Franquia – COF (documento
obrigatório pela lei de franquias 8.955 que contém todos os dados e
informações necessárias para o candidato a franqueado pode
analisar a oportunidade de investimento em determinada franquia) e
o contrato de Franquia;
o Envolver a família no processo de decisão.
Conhecer a empresa franqueadora:
12
Antes de tomar a decisão quanto a qual franquia escolher, o
empreendedor deve fazer uma séria de perguntas ao franqueador,
buscando obter o máximo de informações sobre a franquia, tais como:
o Quais os principais desafios do negócio?
o Quais e quantas são as unidades próprias em funcionamento?
o Quantas unidades foram fechadas? Por quê?
o Como é a estrutura da franqueadora?
o Existe uma estrutura para crescimento/ expansão? Se sim, como é?
o Qual o raio de atuação de uma franquia? (distância mínima para
colocar outra unidade próxima)
o Qual o perfil, a mobilidade e a exigência de dedicação do
franqueado?
o Qual o nível de autonomia permitida?
o Quais são as assistências e suportes oferecidos? (aprovação de
ponto, tempo de treinamento, manuais operacionais, conselho de
franqueados, etc.)
o Em quanto tempo a loja é instalada?
o Qual o suporte para inauguração?
2.2 O papel do franqueador e do franqueado
Como franqueador, a empresa tem o dever de definir e desenvolver
o conceito do negócio; estabelecer as Normas, Processos, Políticas e
Padrões a serem observados pelos franqueados, no que se refere à
implantação, operação e gestão das respectivas franquias; recrutar e
selecionar esses franqueados de acordo com critérios previamente
estabelecidos pela própria direção da empresa franqueadora; capacitar os
franqueados e os integrantes das respectivas equipes, por meio de
programas de Capacitação, Guiam de Processos ou Manuais e outros
materiais, de orientação, garantindo desse modo aos franqueados o
acesso aos conhecimentos de que necessitam para terem uma chance
razoável de sucesso; manter e capacitar uma equipe qualificada para
assessorar, orientar e inspirar, os franqueados no que diga respeito ao
cumprimento das Normas, Políticas e Padrões da empresa; apoiar e
orientar seus franqueados na elaboração e implementação de planos e
ações necessários à concretização do potencial de resultados de cada
13
franquia; supervisionar e monitorar constantemente a rede de franquias;
coletar, processar, analisar e difundir conhecimentos que possam fazer
uma diferença positiva nos negócios dos franqueados, inclusive – e
especialmente – aquilo que poderíamos definir como “as melhores
práticas” da rede, sem falar nos benchmarks identificados em outras
organizações, inclusive de outros ramos de negócios; e propiciar os meios
necessários, tais como Intranet, encontros e convenções, para que seus
franqueados se integrem e interajam de forma mais produtiva com a
própria organização e entre eles mesmos.
Ao franqueado cabe investir os recursos necessários para implantar
a unidade de e mantê-la funcionando de acordo com os padrões ditados
pela empresa;
Vender apenas os produtos definidos e/ou autorizados pela empresa;
pagar à franqueadora os valores relativos à aquisição e continuidade da
franquia, como taxas de franquia e de royalties; arcar com os custos e
despesas relacionados à operação e à gestão de seu negócio, incluindo a
aquisição de mercadorias e insumos e o pagamento de salários e
encargos, aluguéis, despesas com luz, água, condomínio, impostos,
manutenção de equipamentos e/ou softwares, e o que mais for necessário
ao funcionamento de sua franquia de acordo com os padrões definidos;
observar e obedecer os Padrões, Normas, Processos e Políticas da rede
em tudo o que se refere à implantação, operação e gestão de sua unidade
franqueada, mantendo a consistência de imagem, de produto e de
serviços que deve caracterizar a rede da qual faz parte; cooperar com o
franqueador e com os demais franqueados integrantes da rede na busca
de diferenciais competitivos e adotar apenas as ações de Marketing que
sejam compatíveis com a imagem e o posicionamento da marca que
identificam a rede e, de forma geral, apenas se, quando e da forma que
seja autorizada pelo empresa.
CAPÍTULO III: ESTUDO DE CASO
3.0 Estudo de Caso
A AREZZO foi fundada em 1972, na cidade de Belo Horizonte, pelos os
irmãos Anderson e Jefferson Birman, dois jovens com apenas 18 e 21
anos, com a fundação de uma fábrica de calçados. Nos anos 70, a Itália
exercia grande influência na moda mundial, por esse motivo, os irmãos
14
apontaram ao acaso para um lugar no mapa da Itália, a cidade de Arezzo
na região da Toscana, e decidiram dar esse nome a sua empresa.
Inicialmente a AREZZO era voltada à produção de sapatos
masculinos e vendia seus produtos às lojas multimarcas. Em seguida
direcionou-se ao mercado de sapatos femininos. Em 1974, a empresa
abriu sua primeira loja de sapatos femininos, focada em aspectos como
design e estilo. Seu primeiro sucesso foi a sandália anabela revestida de
juta, um lançamento de verão, que virou mania nacional em 1979. Na
década de 80, consolidou-se como uma fábrica de sapatos com
capacidade produtiva de dois milhões de pares por ano.
Em 1990 a AREZZO abriu sua primeira loja conceito na Rua Oscar
Freire, importante área comercial de marcas nacionais e internacionais na
cidade de São Paulo. Nesta época, os custos industriais de Belo Horizonte
tornaram-se altos demais e a empresa começou a desativar gradualmente
suas linhas de produção, colocando de pé o modelo de terceirização
industrial no Vale dos Sinos e, como ponto final, transferiram o cérebro
criativo da empresa para a cidade de Campo Bom, Rio Grande do Sul, no
centro do maior complexo calçadista do Brasil. A partir deste momento, a
AREZZO mudou seu foco de fabricante de sapatos para administradora de
uma grande rede de varejo de calçados concentrando-se no
desenvolvimento de conceitos de marca e moda e nos seus canais de
distribuição. Além disso, passou a investir cada vez mais em diversas
ações nos pontos de venda e as operações do canal de franquias foram
fortalecidas, o que permitiu levar seus produtos a todo o território nacional.
A AREZZO também investiu na abertura de lojas próprias em centros
estratégicos de consumo.
Nos anos seguintes a AREZZO seguiu inovando e oferecendo às
suas consumidoras produtos de qualidade, sempre em dia com a moda.
Em 2004, como mais um esforço de firmar de vez a AREZZO com uma
marca fashion, a empresa contratou como garota-propaganda a modelo
Eletra Rossellini. Outra ação foi o lançamento de uma coleção que
buscava expressar a tendência retro, com grande valorização das peças
“vintage” (coleções antigas com valor estético e cultural). Um dos seus
trunfos era o giro das mercadorias nas lojas, com o lançamento de quatro
novos modelos por dia. Em 2005, a AREZZO recebeu o título de melhor
franquia do Brasil, segundo pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas
(FGV).
15
Em 2007, Anderson comprou a participação do irmão na empresa e
arquitetou a união com a Schultz, empresa fundada por seu filho
Alexandre em 1995, originando o GRUPO AREZZO, e vendeu 25% da
nova empresa por R$ 76.3 milhões para a Tarpon, gestora de recursos. A
partir daí, o grupo passou a apostar na diversificação de marcas, criou
uma nova grife de luxo com o nome de Alexandre Birman. A idéia era
cobrir todos os segmentos: a AREZZO, sapatos que custam, em média,
R$ 160; a Schultz, calçados com um apelo mais fashion a um preço médio
de R$ 230; e a Alexandre Birman, uma marca cujo nicho de mercado é o
luxo e que ostenta modelos de produção mais artesanal, com preços que
variam de R$ 400 a R$ 800. Os novos passos do grupo se deram por meio
da extensão da grife AREZZO para as linhas Uomo, com sapatos
masculinos, e Bambini, com produtos para crianças.
Além disso, a AREZZO também apostou em um novo modelo de
negócios, uma linha de cosméticos que inclui autobronzeadores,
hidratantes e esfoliantes específicos para os cuidados com as pernas e os
pés; além do lançamento de uma linha de esmaltes composta por 8 cores
no ano de 2009. O sucesso dos esmaltes foi tanto que a marca lançou no
ano seguinte a AREZZO BEAUTY, uma linha de maquiagens composta
por gloss, batons, sombras em pó, kits de sombras e delineador.
A AREZZO possui como público alvo a mulher contemporânea,
conhecedora de moda e ciente da importância da imagem no mundo atual.
A marca expandiu sua rede de lojas através de franquias em 1989 e hoje
conta com lojas espalhadas nas cidades mais importantes do Brasil. Sua
principal meta é ter contato direto com seu consumidor, introduzindo o
conceito do que é a arte de fazer sapatos. Para isso a AREZZO tem
investido muito, milhões de reais, em comunicação.
A empresa apresenta como seus principais concorrentes a Corello, a
Santa Lola, a My Shoes e a Schutz.
Hoje a rede de franquias Arezzo possui 308 lojas distribuídas em
mais de 113 municípios e presentes em todos os estados brasileiros. O
Grupo acumulou R$ 624 milhões de receita líquida; e mais de oito milhões
de produtos vendidos – entre sapatos, bolsas e acessórios – e mais de 1
milhão de clientes cadastrados segundo dados dos últimos doze meses.
Além das franquias no Brasil a Arezzo possui atualmente 7 lojas (01
na Bolívia, 01 no Paraguai, 03 na Venezuela e 02 em Portugal), e atua
16
através de distribuidores em Portugal, Espanha, Grécia e Itália, e com
exportação para diversos países, como: Estados Unidos, Uruguai,
Equador, Chile, Colômbia, Aruba, Bulgária, França, Inglaterra, Israel,
Suécia, África do Sul, Angola, China e Emirados Árabes.
3.1 Valores e custos para ser um franqueado da Arezzo
Antes de ter acesso aos preços, o empreendedor que tem a intenção
de abrir uma franquia da Arezzo tem que acessar o site da marca, e
17
preencher um formulário com as intenções do franqueador, entre as
informações solicitadas, estão dados pessoais, profissionais e algumas
perguntas, as quais seguem em anexo no final do documento.
Assim que o franqueador é aprovado pela empresa, o mesmo recebe os
dados de investimentos.
Segundo Amanda Sousa, da área de Expansão e Formatação da Arezzo,
para se abrir uma franquia da empresa é necessário:
1. Investimento em:
Metragem recomendada para área de loja 80m²;
Investimento estimado de *R$ 600.000,00, sendo:
Taxa de franquia: R$50.000,00;
Obras e decoração: R$ 4.500,00 por m² de loja;
Primeiro estoque: R$ 130.000,00;
Capital de giro: R$100.000,00;
Royalties de aproximadamente 38% sobre as compras;
Fundo de Propaganda aproximadamente de 4,1% sobre as compras.
* (valor variável de acordo com potencial da loja).
2. Ser aprovado no processo seletivo composto por:
Preenchimento do formulário de intenção nacional
Avaliação do formulário pela equipe de expansão
Envio da ficha de pré-qualificação e documentação
Caso a cidade de interesse esteja no Plano de expansão da Arezzo,
será agendada uma reunião com equipe de expansão.
3.2 Por que ser um franqueador da Arezzo?
A Arezzo é uma empresa consolidada, com 39 anos de experiência
no varejo. Possui 308 lojas em todo Brasil, é uma empresa inovadora e
líder no segmento, além de possuir uma comunicação diária com o
franqueado e lançar 8 coleções ao longo do ano. A empresa realiza um
investimento anual de R$ 13 milhões em pesquisa e desenvolvimento de
produto, comunicação e marketing.
A empresa também presta suporte ao franqueado no que se diz
respeito à homologação do ponto comercial; acompanhamento da equipe
comercial de consultoras, que visitam e auxiliam na gestão de todas as
lojas; acompanhamento e supervisão dos projetos e obras pela equipe de
18
Arquitetura e Engenharia; equipe de profissionais de moda de estilo,
tendências e comportamento, marketing e visual merchandising, sempre
antenados com as últimas tendências; e treinamento e material de apoio a
cada nova coleção.
Além disso, a Arezzo é uma empresa premiada. Ela já foi escolhia a
Melhor Franquia do Brasil, em 2005, e Melhor franquia no segmento
vestuário, calçados e acessório, em 2006, pela Revista Pequenas
Empresas & Grandes Negócios; nos anos de 2004, 2005, 2006, 2007,
2008 e 2010, recebeu o Selo de Excelência da ABF – Associação
Brasileira de Franchising; além de receber o Prêmio Alshop Visa, de 2005
a 2008, e o Prêmio Hors Councours na Categoria Calçados Femininos,
concedido pelo voto do consumidor e de outros lojistas, nos anos de 2006,
2009 e 2010 pela Alshop.
3.3 Treinamento e manuais
A Arezzo oferece ao franqueado o acompanhamento de uma equipe
comercial de consultoras, que visitam e auxiliam na gestão da loja; o
acompanhamento e supervisão dos projetos e obras realizados pela
equipe de Arquitetura e Engenharia; uma equipe de profissionais de moda,
de estilo, tendências e comportamento, marketing e visual merchandising,
que sempre estão antenados com as últimas tendências; e a divulgação e
distribuição de treinamento e material de apoio a cada nova coleção.
CONCLUSÃO
Com este trabalho pude ter uma visão maior sobre o que é o
franchising e como ele vem crescendo mundialmente e principalmente no
nosso país. O sistema de franquias tem uma porcentagem bem alta no
nosso PIB, onde vimos que é um mercado de muita potência e retorno
positivo ao franqueador.
Existem várias razões favoráveis para se abrir uma franquia, é só
preciso tomar a decisão correta e no tempo correto, a franquia não é
garantia de sucesso, mas é uma maneira mais fácil e segura de entrar no
mercado.
19
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
http://www.globalfranchise.com.br/site/dados.asp
http://www.franquia.com.br
http://exame.abril.com.br/pme/dicas-de-especialista/noticias/como-funciona-a-
associacao-de-franqueados
http://franquiasmisterfestas.com.br
i
PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE
SÃO PAULO
Faculdade de Economia, Administração,
Contabilidade e Atuariais.
GASTRONOMIA SUSTENTÁVEL
Aluna: Laura Quevedo Antonioli
Prof. Arnoldo José de Hoyos Guevara
2° Semestre 2012
ii
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................ 3
CAPÍTULO I – GASTRONOMIA SUSTENTÁVEL ................................ 3
1.1. DEFINIÇÃO DE GASTRONOMIA ......................................... 3
1.2. GASTRONOMIA SUSTENTÁVEL ......................................... 4
1.3. ÓRGÃOS E LEGISLAÇÕES REGULADORAS ..................... 11
CAPÍTULO II – PRÓS, CONTRAS E INICIATIVAS ................................. 16
2.1. PRÓS ....................................................................................... 16
2.2. CONTRAS ................................................................................ 18
2.3. INICIATIVAS ............................................................................ 19
CAPÍTULO III – EXEMPLOS: MANI ......................................................... 25
3.1. HISTÓRIA DO RESTAURANTE ............................................. 25
3.2. ATITUDES SUSTENTÁVEIS .................................................. 27
CONCLUSÃO ........................................................................................... 28
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 29
iii
INTRODUÇÃO
Segundo todos os livros de história, o começo de toda a civilização humana se deu quando
os seres humanos, antes nômades, desvendaram os mistérios da agricultura e se fixaram num
determinado lugar, a maior abundância de alimento disponível e o estabelecimento das tribos
provocaram um grande aumento populacional, que deu origem as civilizações antigas. Porém,
quanto mais o homem se evoluiu e aprendeu a dominar a natureza, mais ele vem degradando a
mesma.
Por muito tempo a sociedade vem tratando o meio ambiente e os seus recursos como
se estes fossem infinitos, que ela poderia retirar recursos e aproveitá-los ilimitadamente. Porém,
a partir da última década, cientistas e ambientalistas tem tentado mudar tal concepção que a
sociedade tem, alertando-a que o meio ambiente e os seus recursos são finitos, que ele não tem
capacidade ilimitada para se regenerar e continuar provendo a mesma quantidade de recursos
para sempre. Com esta preocupação, muitas áreas da sociedade têm tentado se adaptar,
tornando-se sustentáveis.
Mas o homem chegou num impasse, como fornecer comida o suficiente para cerca de
7 bilhões de pessoas sem impactar ou exaurir o meio ambiente e os seus recursos? Assim como
em outras áreas, a gastronomia também arranjou um modo de se preocupar e cuidar do meio
ambiente, desenvolvendo as suas atividades com mais consciência das suas ações, o que os
especialistas estão chamando de Gastronomia Sustentável.
Esta é a principal questão e tema abordados por este trabalho, que busca responder a
questão acima feita e descrever como isto se dá no mundo atual, assim como as suas vantagens,
desvantagens e dificuldades de ser implantado e no último capítulo um exemplo de restaurante
que se preocupa em ser sustentável.
Capítulo 1: Gastronomia Sustentável
1.1. Definição de Gastronomia
Segundo todos os livros de história, o começo de toda a civilização humana se deu
quando os seres humanos, antes nômades, desvendaram os mistérios da agricultura e se fixaram
num determinado lugar, a maior abundância de alimento disponível e o estabelecimento das
tribos provocaram um grande aumento populacional, que deu origem as civilizações antigas.
Assim, a gastronomia esteve na origem de grandes transformações sociais e políticas, uma vez
iv
que muitas guerras da antiguidade se fizeram pela apropriação de recursos alimentares que de
uma forma geral eram escassos e determinavam o poder para quem dominava a gestão desses
recursos.
Do grego “gastronomía”, que significa “estudo das leis do estômago” a gastronomia é
um ramo que abrange a culinária (que abrange as receitas, a técnica e o experimento, não
podendo confundir o conceito de culinária com o de gastronomia), os materiais utilizados na
alimentação e todos os aspectos culturais a ela associados. Portanto, os chefs de cozinha e os
donos dos restaurantes e donas de casa têm de estar preocupados com todas as variáveis que
envolvem o processo do alimento, desde a sua retirada da natureza, escolhendo os seus
fornecedores, até servi-los em suas mesas.
Juntando a responsabilidade dos chefs, donos de restaurantes e cozinheiros
domiciliares com a responsabilidade destes também ajudarem a sociedade a cuidar do meio
ambiente, foi criado recentemente o termo e o método de Gastronomia Sustentável, que será
abordado e definido posteriormente.
1.2. Gastronomia Sustentável
Desenvolvimento sustentável é “Atender às necessidades da atual geração, sem
comprometer a capacidade das futuras gerações em prover suas próprias demandas.”, este termo
é aplicado para todas as áreas da sociedade, aplicando-se na área de Administração como
Desenvolvimento Sustentável de Empresas, adotando os princípios do Tripé da Sustentabilidade
para nortear as atitudes da empresa na busca de se tornar uma empresa sustentável.
Este Tripé tem o objetivo de orientar a empresa nos campos da economia, sociedade e
meio ambiente para que esta seja economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente
correto.
No segmento da gastronomia, este termo aparece como Gastronomia Sustentável,
propondo os mesmos valores e missões que o Tripé da
Sustentabilidade, agora voltados para outra área da
sociedade, a cozinha.
Segundo o chef Ricardo Sabbado, ex professor
do curso de Gastronomia na Universidade Católica de
v
Santos, Gastronomia Sustentável “É aquela que tem extremo cuidado com os recursos naturais e
preservação do meio-ambiente; é aquela que assume a responsabilidade pelos impactos futuros
gerados pelas ações que se tomam hoje e é a cozinha que tem por objetivo a inclusão social, a
disseminação de valores e ideais politicamente corretos e que visa o bem-estar de nossa
sociedade como um todo.”.
Em outubro de 2010, Chefs famosos e premiados pelo Guia Michelin, guia de hotéis e
restaurantes que verificam constantemente a qualidade e regularidade dos serviços prestados e
cotando-os, sendo muito valorizada uma boa cotação neste guia, como os chefs Alex Atala
(brasileiro), Shane Osborn (japonês) e Massimo Bottura (italiano), estiveram no congresso
internacional Semana Mesa São Paulo, evento que ocorre todo ano na cidade com o interesse de
divulgar para toda a sociedade os seguintes princípios referentes à Gastronomia Sustentável:
1. Conhecer o alimento que adquirimos, processamos e consumimos;
2. Conservar os meios e as condições que dão origem ao alimento;
3. Preservar, valorizar e promover as qualidades naturais do alimento, assim como o seu
uso saudável;
4. Utilizar todo o alimento que adquirimos;
5. Remunerar adequadamente os produtores do alimento, inclusive pelos serviços
ambientais providenciados para a sociedade;
6. Aplicar conhecimento e tecnologia inovadora para valorizar a diversidade e qualidade
do ingrediente, assim como de seus usos;
7. Honrar e respeitar diariamente o ato de comer e de preparar a comida.
Nestes princípios podemos observar a preocupação com as três bases do Tripé da
Sustentabilidade como no quarto principiam é proposta a utilização de todo o alimento que
adquirimos que tem o objetivo de diminuir o desperdício de alimento, ajudando a base do meio
ambiente, no quinto princípio que mostra a preocupação social com o produtor do alimento, que
também pode ser considerada uma preocupação com a economia, já que visa pagar o justo para
o produtor, e não o mínimo para que o restaurante ou administrador tenha mais lucro.
Outro evento que relaciona a gastronomia com a sustentabilidade na cidade é o
Festival Eco Prato, que tem a proposta de fazer boa gastronomia sem deixar de lado o respeito
ao meio ambiente. Nele, são apresentados pratos ecologicamente corretos, com ingredientes
cultivados em um processo de responsabilidade sócio-ambiental e saudáveis. Segundo o
vi
organizador do evento, Sergio Lerrer, “Para que a comida seja considerada sustentável, os chefs
devem adotar ingredientes orgânicos, rastreados ou provenientes de agricultura familiar”.
Este festival é promovido pela campanha Gastronomia Sustentável, que parte de um
ponto inicial de unir cem restaurantes de São Paulo em prol de valores ambientais de forma com
que adotem práticas cotidianas em sua gestão mais sustentável, embutindo valores ambientais
em seu perfil de apresentação, gestão de resíduos, gerenciamento de água, luz e gás, treinamento
de funcionários, criação e desenvolvimento de menú, aperfeiçoamento técnico e tecnológico em
direção a impactar menos no meio ambiente.
Não sendo necessário se adaptar a todas as práticas num primeiro momento, sendo que
num primeiro momento eles têm de estar obrigatoriamente comprometidos com:
1. Coleta de óleo de cozinha usado, feita com transparência e supervisão da campanha,
com destino exclusivo para reciclagem de biodiesel;
2. Cadastramento do restaurante em sistema de controle do uso de água fornecido pelo
Banco Cyan;
3. Cálculo de emissão de carbono por suas atividades e compensação ambiental de 50%
destas emissões por plantio de muda de árvores.
Algum dos restaurantes que participam desta campanha e apresentaram os seus pratos
no Festival Eco Prato são: Café e Restaurante Berlin, Casa da Fazenda do Morumbi, Chácara
Santa Cecília, D'olivino, Eco House, Fricco, Galeto´s, La Caballerizza, La Gloria Pizza Bar,
Leona Pizza Bar, Mamarama, Mangalô, Marakuthai, O Pote do Rei, Othelo Bar e Restaurante,
Quintal dos Orgânicos, Pomodori, Praça de São Lourenço, Ráscal, Rede 1900, Sagrado Bar,
Spadaccino, Vegetão e Vinheria Percussi.
Outra característica da Gastronomia Sustentável é privilegiar o uso de ingredientes
nativos, sazonais e orgânicos, aproveitando o que a natureza esta fornecendo, diminuindo a
necessidade de produzir ingredientes fora de época, pois quando produzidos fora de época são
utilizados mais agrotóxicos e adubos para que cresçam fora da sua época natural, portanto,
reforçando o uso de alimentos orgânicos.
O uso de alimentos orgânicos é encorajado pela Gastronomia Sustentável, pois estes
agridem e são menos agressivos ao meio ambiente, não utilizando agrotóxicos que podem
contaminar a terra agricultável ou algum lençol freático ou riacho que possa existir perto da
plantação, o que ajuda na preservação do meio ambiente.
vii
Com o objetivo de ajudar os restaurantes a se tornarem sustentáveis, as empresas que
fabricam o maquinário usado nas cozinhas estão criando máquinas que ajudam as empresas do
segmento alimentício a se tornarem mais sustentáveis. Já há a fabricação no Brasil de máquinas
e equipamentos capazes de tornar mais “verde” a infraestrutura utilizada em cozinhas.
Um exemplo destas máquinas são as produzidas pela fabricante Topema Cozinha
Profissionais, que possui cinco máquinas que tem esta característica:
1. Recicladora de Lixo Orgânico: esta máquina permite a empresa reciclar todo o lixo
orgânico produzido no restaurante, diminuindo em até 90% o volume do lixo e ao
mesmo tempo, durante o processo de reciclagem, separa a água embutida nestes lixos e
a higieniza, podendo ser utilizada para lavagem de pisos e irrigação de jardins, já no
final do processo é retirado um pó orgânico que pode ser utilizado para adubar alguma
horta que o restaurante ou bar possui.
2. Fritadeira com Filtro: esta fritadeira se diferencia das fritadeiras normais por possuir um
controle eletrônico da temperatura, que evita que o óleo se satura excessivamente, e
também um sistema interno de filtragem de óleo, através do uso de celulose e carvão
ativado, com a capacidade de filtrar 13 litros por minuto.
3. Sistema de Aquecimento de Água: pela grande necessidade de ter água aquecida nos
ambientes da cozinha, que vão desde lavagem de materiais até a sua conservação, esta
máquina ajuda a aquecer a água por meio da queima de lenha certificadas, toras e
pellets que são feitos de sobras de madeiras, assim, o restaurante economiza cerca de
90% no gasto de energia elétrica e gás, sistemas que não produzem calor de forma
totalmente limpa.
4. Fogão de Cozimento por Indução: com esta tecnologia a eficiência energética é de cerca
de 90%, com pouquíssimo desperdício, economizando cerca de 60% na economia de
gás e 40% na de energia elétrica. Por não esquentar o ambiente nem a panela em si,
apenas o seu conteúdo, o fogão elimina a necessidade de limpeza em dutos e coifas a
cada seis meses e diminui o desperdício de energia.
5. Big Dipper: como normalmente os utensílios de cozinha e a louça do restaurante não
são devidamente limpos antes de serem colocadas na pia para lavagem, o sistema de
canos e pias entram em contado com excessos de óleos e oleosidades existentes
resultando num ambiente não adequado para lavagem, podendo desenvolver mau
cheiro, contaminação do pessoal que tem contato com Ester materiais e maior uso de
produtos de limpeza. Para resolver estes problemas, a Topema Cozinhas Profissionais
viii
desenvolveu o separador de óleo da água Big Dipper, o qual captura o óleo e resíduos
do mesmo gênero que estejam na água, permitindo que a água utilizada pelo restaurante
possa ir direto para o esgoto, sem criar problemas para o ecossistema. Já o óleo que a
máquina retira da água, quando acumulado pode ser utilizado como matéria prima de
biodiesel e comercializado para usinas, ou mesmo transformado em sabão.
Estes são equipamentos que ajudam as cozinhas profissionais e industriais a se
manterem e ao mesmo tempo serem sustentáveis, mas não são apenas estes tipos de cozinhas
que podem contribuir para uma Gastronomia Saudável, as cozinhas domiciliares também tem
muito a contribuir para tal. Algumas dicas para que uma cozinha domiciliar seja sustentável são:
1. Criar uma Caixa de Prioridade: Caixa de Prioridade é um espaço em que a dona de casa
separa os alimentos que estão com a data de validade perto do vencimento, assim ela
consegue administrar melhor os alimentos que precisam ser preparados e consumidos
antes que estraguem, diminuindo assim a porcentagem de alimento que perdem o prazo
de validade e são jogados fora, ou seja, diminuindo o desperdício de alimento.
2. Compostagem: poucas donas de casa tem a oportunidade de organizar uma composteira
no seu domicílio, geralmente pela falta de espaço para se fazer uma e, se for feita fora
de um compartimento como caixas de plástico, a necessidade de ser refeita a cada ano.
Nela pode se reciclado todo o lixo orgânico produzido em uma casa, reduzindo em 50
ou 75% do volume do lixo orgânico e o composto final pode ser utilizado para adubar
hortas caseiras.
3. Eletrodomésticos e equipamentos com alta duração e eficiência energética: é necessário
fazer uma pesquisa de mercado na hora de adquirir algum tipo de eletrodoméstico para
a cozinha. Quando forem elétricos, é importante optar pelos que apresentarem maior
eficiência energética, informação que pode ser encontrada nas etiquetas da Inmetro nos
aparelhos, quanto aos outros itens, como potes e panelas, é importante optar por um
produto que podem ser usados por mais tempo e precisarão de menos manutenção
ou substituição. Também é importante escolher produtos que tenham sido fabricados de
modo sustentável ou que tenham sido produzidos por indústrias nacionais.
4. Investir em máquina de lavar louças: essa é uma dica, pois quando uma máquina de
lavar louças é usada corretamente, ou seja, com a sua capacidade máxima e retirando os
resíduos de alimento das louças, elas gastam menos louça e contaminam menos a água,
já que na pia não há como filtrar ou separar o óleo da água, na máquina, essa
contaminação é reduzida pelo fato de terem sido retirados os resíduos das louças antes
de lavá-la.
ix
Além destas mudanças, que podemos considerar como mudanças mais físicas do
ambiente da cozinha e na escolha dos seus equipamentos, há também as mudanças que podem
ser feitas no que se produz na cozinha, na comida. Assim como nos Festivais Eco Prato e no
Congresso Semana da Mesa de São Paulo, já comentados anteriormente, é incentivado que os
cozinheiros, tanto de restaurantes quando os domiciliares, mudem os seus hábitos também na
hora de prepararem um prato.
Este é o assunto do curso “A cozinha sustentável” da Chef Paula Labaki, que comanda
a cozinha do Lena Labaki Catering, uma empresa que presta serviços de Buffet e decoração.
Nele, a chef prega o desperdício zero de alimentos, utilizando os ingredientes como legumes
e vegetais, entre outros, em sua totalidade: raízes, caules, folhas, flores, sementes e todos os
seus componentes; e a variação de sabores, quebrando hábitos como o desperdício de partes
importantes e de alto paladar, porém até agora pouco utilizados. Este desperdício, segundo ela,
ocorre por puro desconhecimento e comodidade dos cozinheiros , de um lado está a ausência de
conhecimento de como preparar todas as partes de um ingrediente, pois para parte do
ingrediente existe uma técnica, um uso individual, de outro está a comodidade em respeitar
demais os hábitos que lhe foram ensinados e por isso os repete, há vários exemplos disso no
brasil, como a folha da beterraba ser um dos 10 alimentos mais nutritivos do mundo segundo
biólogos, mas que apesar disso, é jogada fora na maioria dos restaurantes brasileiros.
Outro movimento importante que tem o intuito de promover o uso consciente da água
e que ajuda na sustentabilidade das cozinhas é o Movimento Cyan, criado pela Ambev em
Março de 2010. O movimento é uma ação coletiva que ocorre por meio de divulgações e
realizações de ações de engajamento, grande parte feita pela Ambev, mas que também atinge os
seus fornecedores e a sociedade da qual a empresa participa e é aberto a participação de todos
aqueles que se preocupam com o uso consciente da água que se sustenta em três pilares: 1.
Alertar: despertar a atenção da sociedade para a importância e a urgência de falar sobre o tema;
2. Preservação e Recuperação: adotar medidas ecoeficientes que preservem esse recurso natural
e 3. Educação e Conscientização: ações que gerem informação e aprendizado, provendo a
criação e difusão de conteúdo e recursos que permitam a sociedade alcançar um patamar mais
elevado de consciência sobre o assunto.
As iniciativas que o movimento promove são:
1. Dia mundial da água: nele, especialistas e personalidades de diferentes área da
sociedade como o surfista Carlos Burle, o artista plástico Eduardo Srur, o velejador
Amir Klink e o editor da Trip São Paulo Lima, compartilham suas ideias sobre a água
num debate que desafia os participantes a pensar em como utilizar melhor o recurso,
x
como mediar os conflitos pela água, como afastar o medo da escassez e o limite para a
quantidade que o ser humano pode tirar da natureza para o uso próprio. O evento
ocorreu dia 22 de Março de 2012 na exposição Água na Oca, instalada no Parque do
Ibirapuera em São Paulo.
2. Produção Consciente: nesta iniciativa, a principal referencia é a Ambev, que é
referencia mundial no uso de recursos hídricos. Para transformar este compromisso em
realidade ela tem como compromissos permanentes: garantir o suprimento de requisitos
e regulamentações legais; buscar e aplicar tecnologias, processos e insumos que
diminuam o impacto ao meio ambiente; manter a equipe conscientizada e treinada para
manter a melhoria continua da sua performance ambiental; desenvolver, promover e
apoiar programas de difusão de consciência e educação ambiental junto aos clientes,
fornecedores e comunidade e monitorar de forma continua e avaliar periodicamente o
seu desempenho ambiental.
3. Projeto de Recuperação de Bacias: a missão deste projeto é promover melhorias nas
condições de recursos hídricos nas bacias hidrográficas que abastecem as 34 fábricas da
Ambev no Brasil. A primeira etapa do processo, que levará três anos para ser concluída,
envolve a recuperação das bacias hidrográficas dos rios Paranoá e Corumbá no Distrito
Federal, que servirão de piloto e laboratórios testes, devido à complexidade desta etapa,
não há prazo para extensão das atividades para outras bacias envolvidas no projeto.
4. Pegada Hidrológica: “pegada hidrológica” é um indicador que explicita consumos
diretos e indiretos de água de uma pessoa, comunidade ou organização. O projeto esta
organizado em duas fases, sendo a primeira o mapeamento e medição que irá identificar
todas as etapas que compõem a cadeia de produção da Ambev e de seus fornecedores e
medir o consumo de água em cada atividade, a segunda etapa é a elaboração de projetos
para efetivamente reduzir o consumo de água.
5. Banco Cyan: por meio do banco, as pessoas tem acesso à medida de consumo de água
de seu imóvel e, à medida que diminuam o consumo ou até mesmo o mantenham,
ganham pontos que podem ser usados como descontos em sites de compras na internet.
xi
No site da Ambev também é possível visualizar um contador ambiental, que
contabiliza o tempo que o usuário passa no site e a quantidade, naquele tempo de utilização, que
a empresa já tratou e devolveu água para a natureza e a quantidade de subprodutos e resíduos
reaproveitados, como se pode ver na imagem abaixo:
Portanto, podemos concluir com esta parte do capítulo que, atualmente, cada vez mais
restaurantes, indústrias e donas de casa tem se preocupado em utilizar melhor os alimentos que
adquirem e se equipar com produtos mais eficientes e que desperdiçam menos alimentos,
energia e água, ou seja, todas as variáveis encontradas num ambiente de cozinha cujo uso
possam ser aprimorados. Como prova disso foram apontados no decorrer do texto sobre
festivais, movimentos e congressos com o tema, assim como cursos, equipamentos e livros que
ajudam os interessados a ter uma cozinha ou uma produção de alimento mais sustentável.
1.3. Órgãos e Legislações Reguladoras
xii
Assim como qualquer área da sociedade, a área reservada à gastronomia também tem
as suas legislações e órgãos reguladores para se assegurar que nenhuma norma esta sendo
infringida ou que alguma injustiça aconteça nesse meio.
Uma legislação que a área tem de se adaptar é a Lei de Resíduos Sólidos, que foi
aprovada em julho de 2010 pelo Senado, depois de tramitar por duas décadas. A Política
Nacional de Resíduos Sólidos (ou PNRS) apresenta um novo conceito de responsabilidade à
destinação de resíduos, referente a produtores, importadores, distribuidores, comerciantes e
consumidores, todos são responsáveis a propiciar a melhor destinação aos resíduos.
Estima-se que as principais cidades do Brasil produzam cerca de 150 mil toneladas de
lixo por dia, das quais cerca de 59% são destinadas ao lixão, com esta informação, fica evidente
a importância da destinação correta dos resíduos propostas pela lei. A destinação compreende
desde a obtenção da matéria-prima, seleção de insumos, produção, consumo e descarte final. A
lei tem a proposta de enfatizar a redução, reutilização e reaproveitamento de cada material,
abrangendo também a participação de cooperativas de catadores numa gestão de resíduos e
oferta de financiamento para municípios que realizem coleta seletiva por meio do trabalho de
catadores.
Dias após a sua aprovação, a diretora e coordenadora da área de Meio Ambiente
Urbano do Instituto Pólis, Elizabeth Grimberg, analisou os pontos positivos e negativos da nova
lei. Segundo ela, os pontos positivos que a lei apresenta são o fato do texto ser enxuto, enfatizar
a redução, reuso e reaproveitamento, fazer referência a participação das cooperativas de
catadores no processo, proíbe a importação de resíduos perigosos e rejeitos cujas características
causem dano ao meio ambiente e a saúde, e elogiou as metas e prazos inclusos na elaboração da
lei. Porém, apontou como pontos negativos os artigos 9º e 33 da regulamentação, pois o
primeiro abriu a possibilidade para a incineração dos resíduos e o segundo que trata da logística
reversa, que não influencia os restaurantes ou bares, mas sim indústrias e produtores, nele o
texto deixa a cargo dos geradores de resíduos a escolha se praticará ou não do recolhimento de
produtos por meio da logística reversa.
Em relação ao consumo consciente de água, foi sancionada a Lei das Águas (Lei
9.433) em 1997, que estabeleceu a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) e criou o
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Singreh). Um de seus principais
objetivos é assegurar a disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados, bem como
prover uma utilização racional e integrada dos recursos hídricos.
A lei tem como fundamento a compreensão de que a água é um bem público, ou seja,
é um bem que não pode ser privatizado, sendo a sua gestão baseada em usos múltiplos e
xiii
descentralizada, com participação de usuários, da sociedade civil e do governo, sendo que o
Estado abre mão de uma parte de seus poderes e compartilha com os diversos segmentos da
sociedade uma participação ativa nas decisões.
Outro órgão que podemos destacar que regula e inspeciona imóveis residenciais,
comerciais e condomínios é o Banco Cyan, porém este banco apenas vistoria os imóveis que se
cadastram no seu sistema. O banco é uma iniciativa do Movimento Cyan da Ambev em parceria
com a Sabesp, a CONADU e a CEDAE, movimento que já foi mencionado no subcapítulo
anterior. O banco tem o objetivo de promover e incentivar o consumo consciente da água e,
como recompensa por tal, ganham descontos em produtos e serviços dos parceiros do banco.
Para participar do projeto e se beneficiar com as suas vantagens, o responsável pelo
imóvel tem de cadastrá-lo no programa abrindo a sua conta, o próximo passo é os responsáveis
pelo programa analisarem o histórico do consumo de água junto com a concessionária de água e
a sua média de consumo vira a sua meta. Por se cadastrar, o participante já ganha 100 pontos
que, quando acumulados com pontos dos meses seguintes valem descontos nos parceiros do
banco, como a loja virtual Submarino, nas Lojas Americanas, Blockbuster, Editora Abril, e
Shoptime, outra loja virtual.
Até o começo de outubro de 2012, o Banco Cyan chega à marca de 150 milhões de
litros de água economizados. Portanto, mostrando-se muito eficiente, apesar da pouca
divulgação que o projeto recebe.
Segundo um arquivo publicado no site oficial do projeto Gastronomia Sustentável,
uma área em que o Brasil está atrasado em comparação aos países europeus, como a Dinamarca
e a Bélgica, é na taxação de impostos sobre os alimentos.
Na Europa, a média de impostos sobre alimentos é de 5%, diferente do Brasil que
chega a ser uma média de 17% sobre o valor dos alimentos. Além desta grande diferença entre o
valor cobrado, países como a Dinamarca e a Bélgica modernizaram suas leis para que fossem
cobrados menos impostos sobre os alimentos saudáveis e mais impostos sobre alimentos mais
gordurosos e processados, a intenção destes países é taxar impostos com critérios qualificados
que ofereçam incentivos a população para comer mais e melhor. Diferente da taxação de
impostos no Brasil, que tem uma característica nacionalista e não de juízo de importância,
qualidade ou necessidade, pois tem taxas maiores para produtos internacionais e menores para
produtos nacionais, não incentivando o consumo de produtos saudáveis, apenas protegendo os
produtores e fabricantes nacionais da concorrência internacional.
xiv
Como consequência esperada pela diferenciação dos impostos sobre os alimentos, os
países europeus esperam que a sua conta de saúde diminua, pois quem come bem tem menos
probabilidade para adoecer e fica mais produtivo, diminuindo assim as despesas com hospitais
públicos e planos de saúde e aumentar a produtividade nacional e, por consequência, aumentar a
qualidade de vida da população, diferente do Brasil no qual as taxas tem o púnico intuito de
preservar a indústria nacional, não se preocupando com o que a população tem consumido e se
isso afeta a sua qualidade de vida, caracterizando esta área como uma área em que as leis
brasileiras precisam se aprimorar.
Já a eficiência energética dos equipamentos eletrônicos é uma variável que pode ser
controlada pela Inmetro. O Inmetro, Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia é
uma autarquia federal cuja missão institucional é fortalecer as empresas nacionais, aumentando
a sua produtividade por meio da adoção de mecanismos destinados à melhoria da qualidade de
produtos e serviços.
Em 1984, o Inmetro lançou o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), é um
programa de avaliação da conformidade com foco no desempenho, com a finalidade de
contribuir para a racionalização do uso de energia através da prestação de informações sobre a
eficiência energética dos equipamentos disponíveis no mercado nacional por meio do uso da
Etiqueta Nacional de Conservação de Energia. Seus objetivos são: prover informações úteis
que influenciem a decisão de compra dos consumidores e estimular a competitividade na
industria. Este programa também contribui para o efetivo cumprimento da Lei 10.295,
conhecida como a Lei de Eficiência Energética de Outubro de 2010, a qual diz que os
fabricantes e importadores de máquinas e aparelhos eletrônicos são obrigados a oferecer
produtos que obedeçam aos níveis máximos de consumo de energia e mínimos de eficiência
energética estipulados.
Abaixo podemos visualizar um exemplo da Etiqueta Nacional de Conservação de
Energia usada pelo Inmetro, sendo que cada linha de eletrodoméstico possui sua etiqueta
própria:
xv
Quando um restaurante ou bar tem as qualidades de um estabelecimento sustentável
ou pretende se tornar sustentável, ele pode adquirir um selo de “Restaurante Sustentável” da
Oficina Ambiental, uma empresa que elabora projetos e soluções sustentáveis para o mercado,
que é comercializado desde Junho de 2011.
O projeto da empresa baseia-se em pequenas ações sustentáveis que servem de pré-
requisito para a obtenção do selo, sendo que se a empresa já possui soluções sustentáveis, o selo
pode ser adquirido mediante uma avaliação. O selo tem duração de um ano e pode ser
renovado na avaliação final do restaurante.
Tal selo pode ajudar na divulgação do restaurante e das suas práticas, fazendo com
que este seja reconhecido pelas suas ações e responsabilidade, atraindo o público que também
compartilha das mesmas preocupações. Os restaurantes que possuem o selo de “Restaurante
Sustentável” atualmente são: Armanda, Brasil a Gosto, Dólivino Restaurante & Empório,
Insalata, Le Manjue Bistrô, Olea Muzzarella Bar, Tubaína, Zena Caffé, Delí Sanduiches e Maní,
restaurante que servirá de exemplo para o terceiro capítulo do trabalho.
xvi
Portanto, podemos observar com esta parte do capítulo que apesar de grande parte do
controle dos gastos de uma cozinha ou de uma indústria que prepara alimentos serem
controlados pelas pessoas que a administram, ainda há algumas variáveis que órgãos não
governamentais como o Banco Cyan podem controlar e outras que o governo pode regular por
meio de leis e institutos como o Inmetro, ajudando os seus administradores a serem o mais
sustentável possível.
Capítulo 2: Prós , Contras e Iniciativas
2.1. Prós
Cada vez mais motivos influenciam o segmento de restaurantes, bares e similares na
direção de uma administração mais sustentável. São várias as vantagens que aderir uma
administração sustentável traz para este segmento, sendo elas: economia e racionalidade no uso
de água e energia para reduzir custos, tornar mais eficiente à gestão de resíduos e tornar mais
saudável as opções do cardápio, utilizando alimentos orgânicos. Nesta parte do trabalho serão
discutidos os prós, ou seja, as vantagens de se aderir uma Gastronomia Sustentável.
Uma das primeiras vantagens que podemos notar com a adoção de uma Gastronomia
Sustentável é a atração de consumidores eco-conscientes e ganho de espaço no mercado sem
gastar muito dinheiro e em pouco tempo. Isso ocorre porque tanto o termo “sustentabilidade”
esta muito em voga atualmente, isso porque à preocupação com o meio ambiente cresceu muito
nos últimos tempos, fazendo com que grande parte da população se mobilize para ter um estilo
de vida mais sustentável.
Tal preocupação pode ser comprova pelo relatório feito por uma multinacional do
ramo da alimentação, que entrevistou 4000 pessoas que almoçavam fora de casa em oito países,
incluindo o Brasil, que mostrou que:
1. Cerca de 80% dos entrevistados se preocupam com a origem e desperdício dos
alimentos em cozinhas comerciais e industriais;
2. Quase 66% dos pesquisados mostram interesse em conhecer como se efetua a
manipulação dos alimentos, a origem dos mesmos e como se procede com o lixo e o
desperdício de alimentos;
xvii
3. E 70% dos entrevistados comentaram que pagariam mais para comer em restaurantes
onde se praticam ações sustentáveis, que visam a preservação do meio ambiente.
Portanto, com tal mobilização, o consumidor consciente começa a ser mais criterioso
quanto aos produtos que consome e quanto as suas práticas alimentares, fazendo com que estes
priorizem o consumo em restaurantes que tenham as mesmas preocupações que eles, fazendo
com que estes ganhem consumidores rapidamente sem a necessidade de muitos gastos com
propaganda e também em pouco tempo.
Segundo Alison Figueiredo, da GR Gestão de Restaurantes, “Para os restaurantes, o
resultado é observado tanto na redução direta dos custos, bem como no aumento do
faturamento. Para os clientes, ao dar preferência para consumir num estabelecimento com ações
sustentáveis, tem-se a certeza de também estar colaborando com a sustentabilidade do planeta”.
Portanto ser sustentável se caracteriza como um grande diferencial que o restaurante possui em
comparação com os outros.
Como comentado na citação acima, outra vantagem é a
diminuição dos gastos com energia e água, já que uma administração
sustentável apoia o uso consciente e sem desperdício de tais recursos,
usando aparelhos e lâmpadas que tenham alta eficiência energética e
controlem o consumo de água. Tal consumo consciente pode acarretar
num consumo de até 70% na conta de energia e cerca de 30% de
economia na conta de água.
Uma vantagem indireta de uma Gastronomia Sustentável é, por causa da priorização
de alimentos saudáveis e orgânicos, trabalhadores e famílias mais bem dispostas, o que por
consequência resulta num trabalhador mais
produtivo para as empresas e para o país,
melhorando assim a economia e
produtividade da empresa e do Brasil.
Outras vantagens que podemos
identificar com o uso dos produtos
orgânicos são a preservação da fertilidade
do solo, a qualidade da água, a vida
silvestre, assim como os demais recursos
naturais, os alimentos são mais nutritivos, o
manejo agrícola respeita os direitos de seus trabalhadores, assim como as leis da natureza e as
diferentes épocas de safra, fora que são mais saborosos que os produtos de procedência normal.
xviii
Por apresentar todas estas vantagens e pela preocupação com a sustentabilidade estar
cada vez maior, é de se esperar que o consumo de produtos orgânicos cresça 34% por ano.
Outra vantagem para a sociedade é a preocupação dos restaurantes e consumidores em
escolher fornecedores que causem menos impacto sobre o meio ambiente, produzindo os
alimentos de modo natural e orgânico, e que sejam, se o chef se preocupar com o
desenvolvimento social, de comunidades carentes, para que, quando o restaurante ou
consumidor compre deles, a sua comunidade seja ajudada, se preocupando assim com o
desenvolvimento social da sociedade como um todo, e não apenas no seu lucro pessoal.
Portanto, podemos ver que são varias os benefícios que aderir ao movimento da
Gastronomia Sustentável pode trazer tanto para a sociedade, quanto para os restaurantes e casas
brasileiras. Se preocupando com a qualidade de vida dos consumidores, da comida servida, da
sociedade e principalmente com o meio ambiente.
2.2. Contras
Como em todos os projetos que uma empresa pode escolher por implantar, a
Gastronomia Sustentável também tem contras, ou desvantagens que podem impedir a sua
implementação, seja num restaurante ou numa casa de família.
O principal fato contra, ou principal desvantagem que a Gastronomia Sustentável pode
apresentar é o seu alto custo financeiro inicial. Isso porque para adquirir equipamentos que
sejam mais eficientes ou que possuam uma tecnologia avançada para evitar desperdícios ou que
ajudem o estabelecimento a filtrar a água ou reciclar os resíduos sólidos, é necessário maior
investimento do que para adquirir um equipamento que tenham a mesma função, mas não tenha
tais qualidades extras.
Além do investimento financeiro inicial alto, outra desvantagem é que os produtos
orgânicos são em sua maioria mais caros que os produtos
normais, podendo chegar a 30% mais caros que o valor
dos produtos de origem convencional, assim como a falta
de fornecedores de produtos orgânicos, que ainda são
poucos na sociedade. Assim, tanto os pratos de
restaurantes sustentáveis quanto uma família gasta no
supermercado serão afetados negativamente se estes tem
como foco a economia de custos, já que o custo dos pratos
xix
e ingredientes usados irá aumentar. Este fato, segundo o chef de cozinha Willian Ribeiro do
restaurante O Pote do Rei, é um dos principais obstáculos a serem superados para que o
mercado de gastronomia sustentável se expanda ainda mais.
Todos os que aderem a tal movimento tem a preocupação em como lidar com o lixo
produzido no seu estabelecimento, tanto pela preocupação de estarem protegendo o ambiente
dando um fim correto os detritos, como para cumprir leis como a de descarte de resíduos
sólidos. E é com essa preocupação que a maioria dos estabelecimentos tem problemas, já que a
coleta seletiva só passa para recolher o lixo apenas uma vez por semana.
Pela coleta seletiva passar em um intervalo de tempo muito longo, os restaurantes e
residências tem duas opções para continuar dando um fim correto ao seu lixo reciclável, eles
tem a opção de ou criar espaço para armazenar o lixo reciclável enquanto a coleta seletiva não
os retira ou contatar cooperativas que possam retirar o lixo reciclável em intervalos de tempo
menores. Sendo que ambas as opções causam mais custos ao proprietário.
O que também ocorre com a coleta do óleo usado nas
cozinhas. As opções que os estabelecimentos dispõem são separação
adequada do óleo usado e posteriormente leva-lo para um posto de
coleta de óleo de cooperativas que dão um fim adequado ao mesmo,
porém, atualmente, são poucas as pessoas que tem a possibilidade e
tempo para ir até um ponto de coleta depositar o óleo utilizado.
Quando isso ocorre, ainda há a opção de cooperativas que vão aos
estabelecimentos recolher o óleo usado, porém, as cooperativas que
oferecem este serviço ainda são muito poucas e não conseguem suprir
o grande volume de estabelecimentos a visitar com o fim de recolher o óleo.
Portanto, apesar de cada vez mais a sociedade se preocupar com a sustentabilidade de
restaurantes e dentro de casa estes encontram diferentes problemas ou fatos contra, que
impeçam a aderência ao movimento da Gastronomia Sustentável. Porém, também podemos
perceber que aperar dos contras, ser sustentável é um investimento a longo prazo, ou seja, que
apesar de ser um investimento alto no inicio ele o recupera posteriormente, além do fato de
ajudar o meio ambiente para as gerações presentes e futuras.
2.3. Iniciativas
xx
Esta parte do trabalho será destinada a diferentes iniciativas que ajudam os
restaurantes, domicílios e sociedade a se manter sustentável na cozinha.
Uma iniciativa que já foi mencionada
anteriormente é o Movimento Cyan, criado pela Ambev
em 2010, o movimento é uma ação coletiva que ocorre
por meio de divulgações e realizações de ações de
engajamento, grande parte feita pela Ambev, mas que
também atinge os seus fornecedores e a sociedade da
qual a empresa participa e é aberto a participação de
todos aqueles que se preocupam com o uso consciente da água.
O movimento se baseia em três pilares: 1. Alertar: despertar a atenção da sociedade
para a importância e a urgência de falar sobre o tema; 2. Preservação e Recuperação: adotar
medidas ecoeficientes que preservem esse recurso natural e 3. Educação e Conscientização:
ações que gerem informação e aprendizado, provendo a criação e difusão de conteúdo e
recursos que permitam a sociedade alcançar um patamar mais elevado de consciência sobre o
assunto. E lançou os movimentos que também já foram descritos anteriormente como: Dia
mundial da água, Produção Consciente, Projeto de Recuperação de Bacias, Pegada Hidrológica
e o Banco Cyan.
Até o começo de outubro de 2012, o Banco Cyan chega à marca de 150 milhões de
litros de água economizados. Portanto, mostrando-se muito eficiente, apesar da pouca
divulgação que o projeto recebe.
Outra iniciativa é a ONG Banco de Alimentos, uma organização não governamental
criada em Abril de 1998 pela economista
Luciana Chinaglia Quintão. O objetivo da
economista era simples; retirar os
alimentos de onde sobram e entregar onde
faltam. A organização tem o objetivo de minimizar os efeitos da fome através do combate ao
desperdício de alimentos assim como promover educação e cidadania. Para que possa atingir os
seus objetivos a ONG trabalha de três maneiras diferentes e interligadas:
1. Fornece alimentos através do combate ao desperdício;
2. Promove ações educativas e profiláticas voltadas às comunidades atendidas;
3. Expande suas ações e conhecimentos para fora das áreas circunscritas onde existe o
problema concreto da fome para atingir à sociedade como um todo no sentido de
xxi
promover uma mudança de cultura permanente, incentivando à ação, através da
educação.
Ela recolhe sobras de comercialização, isto é, o que não foi vendido, está excelente
para o consumo e teria o lixo como destino e os seus fornecedores de alimentos são micro,
pequenos, médios e grandes empresários da área de alimentação. Os alimentos arrecadados vão
do local de doação direto para as instituições receptoras da ONG, lá faz-se a distribuição
conforme as características da instituição que irá receber os alimentos, levando-se em
consideração os seguinte ítens: número de pessoas atendidas, público atendido (se crianças,
adultos, idosos, deficientes físicos, mentais, se a população tem algum tipo de doença específica
e etc), capacidade de armazenamento e preparo de alimentos daquela instituição. Pode-se
colaborar com a organização com as seguintes ajudas:
1. 9 você pode. É a colaboraçã por meio da doação de R$9,00 por mês durante um ano
para a organização, com esta doação ela ajuda a alimentar uma pessoa com as três
refeições básicas diárias durante o ano inteiro.
2. Chef Solidário. Chefs ajudam na iniciativa e assim tem o
direito de exibir peças que atestem que o estabelecimento
realiza e integra a ação social solidária.
3. Lojinha. Comprando os produtos da ONG estão também
contribuindo com as ações sociais da organização.
4. Nota Fiscal Paulista. Pode-se contribuir com a organização
doando para a mesma a Nota Fiscal Paulista, que se
beneficiará com a devolução de 30% do ICMS.
Hoje o Banco de Alimentos transporta pelas ruas congestionadas da grande São Paulo
cerca de 44 mil toneladas de comida por mês, enchendo os pratos de 22 mil pessoas em
entidades assistenciais, a maioria para idosos e crianças. A ONG conta com onze funcionários
atualmente, sendo eles duas nutricionistas, uma funcionária de administração, uma
coordenadora na área de educação, um estagiário em administração pública, três motoristas, três
ajudantes, fora os 16 estagiários de nutrição que são contratados por ano.
Já dentro de casa, a economista criadora da ONG aconselha que “O desperdício em
casa pode ser evitado de várias maneiras, deixando menos luz acesa, gastando menos
água, aproveitando integralmente os alimentos, não comprando mais que o necessário,
etc...”
xxii
Outra instituição que ajuda comunidades carentes na sua nutrição é Pastoral da
Criança, que tem a ação Alimentação e Hortas Caseiras que tem como o objetivo de levar
informações e dicas sobre alimentação saudável e plantio de hortas caseiras a todos os lideres e
famílias acompanhadas. Assim, a sociedade aprende a lidar melhor com os alimentos e a ter
uma alimentação mais saudável, ambos os objetivos da Gastronomia Sustentável.
Ela pretende alcançar os seus objetivos Em três momentos principais, junto às mães e
familiares:
1. conversa sobre alimentação;
2. prática na cozinha para preparo e aproveitamento de alimentos;
3. conversa e prática do plantio e cultivo de hortas caseiras.
Foram capacitadas 15 pessoas para iniciarem a ação e multiplicar esses conhecimentos
nas comunidades que a Pastoral da Criança atua. A capacitação foi assessorada pela
capacitadora Goretti Faustino que foi capacitada pela Coordenação Nacional e o engenheiro
agrônomo João Bento.
Fundado por Carlo Petrini em 1986, o Slow Food se tornou uma associação
internacional sem fins lucrativos em 1989. Atualmente conta com mais de 100.000 membros e
tem escritórios na Itália, Alemanha, Suíça, Estados Unidos, França, Japão e Reino Unido, e
apoiadores em 150 países. O princípio
básico do movimento é o direito ao
prazer da alimentação, utilizando
produtos artesanais de qualidade
especial, produzidos de forma que
respeite tanto o meio ambiente quanto as pessoas responsáveis pela produção, os produtores.
A filosofia da Slow Food defende a necessidade de informação do consumidor,
protege identidades culturais ligadas a tradições alimentares e gastronômicas, protege produtos
alimentares e comidas, processos e técnicas de cultivo e processamento herdados por tradição, e
defende espécies vegetais e animais, domésticas e selvagens.
A associação tem o objetivo de:
1. Defesa da Biodiversidade: Segundo o Slow Food, o prazer de saborear boa comida e
bebida de qualidade deve ser combinado com o esforço para salvar os inúmeros grãos,
vegetais, frutas, raças de animais e produtos alimentícios que correm perigo de
desaparecer devido ao predomínio das refeições rápidas e do agronegócio industrial.
xxiii
2. Educação do Gosto: Slow Food ajuda na redescoberta do prazer de saborear um
alimento e na compreensão da importância de conhecer sua origem, quem o produz,
como é feito.
3. União de Produtores e Co-Produtores: organizando feiras, mercados e eventos locais e
internacionais para apresentar produtos de excelência e para oferecer aos consumidores
atentos à oportunidade de conhecer os produtores.
O movimento Slow Food já tem cerca de 100 mil seguidores no mundo todo, para ser
um seguidor do Slow Food, é preciso ter certeza sobre a procedência dos alimentos, comer de
forma saudável, sem pressa, e não desperdiçar.
Em São Paulo, a proposta aparece em alguns restaurantes, apesar de não receber o
rótulo oficial do movimento fundado por Petrini, como acontece em outros países. Restaurantes
como o Julia Gastronomia, de Anayde Lima, e o vegetariano Apfel, da chef chilena Mylenne
Signé, são comandados por participantes do Slow Food, que tentam levar às mesas produtos
regionais, orgânicos e de agricultores locais. “Trabalho com pequenos produtores, conheço a
procedência dos ingredientes. Não entra nada da indústria para meus cardápios”, conta Anayde
Lima.
1. Anayde Lima, adepta do movimento e dona do restaurante Julia Gastronomia, explica
que é possível seguir os preceitos da associação dentro de casa:
2. Avalie o alimento que está comprando. É importante pesquisar para saber se o produto
tem qualidade, se não recebeu agrotóxicos e se não prejudica o meio ambiente e as
pessoas envolvidas na cadeia produtiva.
3. Compre apenas aquilo de que você precisa. Isso pode ser feito comprando apenas o
necessário e reutilizando alimentos.
4. Informe-se. Ler sobre o assunto e pesquisar entidades como Slow Food e Green Peace
podem ajudar a saber a procedência do alimento, se ele respeita o meio ambiente, se os
trabalhadores são bem tratados e se os produtos são orgânicos.
5. Prepare a sua comida. Cozinhar, mesmo que pratos simples, é outra orientação de
Anayde. “Você pode fazer uma comida simples, de forma saudável. É melhor do que
consumir um produto congelado, padronizado, de sabor único”.
Outra instituição que visa estimular o consumo
consciente é o Instituto Akatu, o instituto é uma
xxiv
organização não governamental sem fins lucrativos que trabalha pela conscientização e
mobilização da sociedade para o consumo consciente. A sua missão é defender o ato de
consumo consciente como um instrumento fundamental de transformação do mundo, já que
qualquer consumidor pode contribuir para a sustentabilidade da vida no planeta por meio da
aquisição de produtos e serviços que sejam socialmente justos, economicamente viáveis e
ecologicamente limpos. Para que o consumo consciente seja possível, o Akatu mobiliza as
pessoas por meio da sensibilização educadora, mostrando que o consumidor tem no ato da
compra um instrumento de construção da sustentabilidade da vida no planeta.
A meta da instituição é ter 50% da população brasileira sensibilizada e mobilizada
para o consumo consciente até o final de 2015. Dentro desse foco, nossa estrutura de trabalho
gira em torno de uma base conceitual que consiste no desenvolvimento de conteúdos,
pedagogias, pesquisas, métricas, jogos, dinâmicas e metodologias. Todo o conteúdo resultante
fornece subsídios a todas as atividades do Instituto Akatu realizadas em seis áreas: Site,
empresas disseminadoras, publicidade, meios de comunicação (mídia); comunidades em geral; e
instituições educacionais.
O Instituto Bióleo de Desenvolvimento Sustentável, antes IPNBE, fundado em 1997,
promove ações sociais e culturais nos diversos campos da educação, com foco de atuação nas
áreas de educação, cidadania, desenvolvimento sustentável, empreendedorismo e combate à
corrupção.
O projeto tem como objetivo a reciclagem do óleo de cozinha residual (óleo de fritura
usado) para a produção de bioenergia, entre as quais o biodiesel. Quer dizer, a transformação de
resíduo poluente em insumo de valor.
A implantação e desenvolvimento do programa são feitos através da “logística reversa social”.
Esta metodologia consiste na mobilização de ONGs, associações comunitárias e de bairros, ou
qualquer outro tipo de entidade que já tenha um trabalho socioambiental efetivo, que passam a
atuar na rede de recepção e de coleta do óleo residual, obtendo, dessa maneira, renda para
financiar ou subsidiar seus projetos.
1. O Programa Bióleo desenvolve, implanta, organiza e gerencia toda a rede de logística:
2. Promovendo palestras voltadas para a educação ambiental do “habitat”, visando à
mudança de paradigmas;
3. Cadastrando todos os parceiros do Bióleo;
4. Oferecendo vasilhames de recepção e de coleta;
xxv
5. Oferecendo material de comunicação aos parceiros;
6. Acompanhando as instituições parcerias até que elas consigam administrar por conta
própria a renda auferida com a destinação adequada do óleo de cozinha usado;
7. Criando, implantando e gerenciando projetos-escola (Escolas Sustentáveis). O projeto é
adequado às necessidades de cada estabelecimento escolar em sua localidade, com
interação de matérias e participação efetiva de pais, alunos, professores e comunidade,
considerando sempre a educação ambiental voltada para o ambiente construído (meio
ambiente marrom).
Portanto, com esta parte do segundo capítulo podemos observar que mesmo tendo
pouca divulgação há projetos para que os alimentos, água e lixo sejam usados eficientemente e
tenham o seu destino adequado, ajudando os restaurantes e domicílios a se tornarem cada vez
mais sustentáveis, garantindo que não seja tão difícil adquirir ao movimento da Gastronomia
Sustentável.
Capítulo 3: Exemplo: Maní
3.1. História do Restaurante
Desde 2006 quando o
restaurante foi inaugurado, ele
tem se destacado cada vez mais
pela sua excelência, mas também
reflete o sonho de seus criadores e
chefs, Helena Rizzo e Daniel
Redondo, o de cozinhar pratos
criativos, preparados com
produtos frescos e orgânicos em
que tudo remete a cultura
brasileira num ambiente em que
dês dos chefs até os clientes
experimentem um trabalho conjunto.
xxvi
Localizado no Jardim Paulistano, os seus chefs propõe uma gastronomia
contemporânea que reúne bem-estar, sofisticação e originalidade, conquistando por duas vezes
consecutivas, em 2008 e 2009, o prêmio de Melhor Cozinha Contemporânea, dado pelo Guia
Comer & Beber da revista Veja São Paulo, no mesmo ano, uma das chefs do restaurante, Helena
Rizzo, ganhou o prêmio Prix du Chef de l´Avenir, da Academia Internacional de Gastronomia
de Paris e neste ano, 2012, foi considerado como o 51º Melhor Restaurante do Mundo.
A inspiração na cultura brasileira esta por toda a parte no restaurante, a começar pelo
nome escolhido, que é o mesmo do da jovem que na tradição indígena brasileira deu origem à
Mandioca, e depois pelos ingredientes usados na preparação dos pratos.
Como o restaurante destaca a cultura brasileira e os seus ingredientes, a chef Helena
Rizzo tem a preocupação de procurar estes ingredientes, que podem ser difíceis de encontrar,
com a qualidade adequada para o seu uso no restaurante, chegando a comprar de pequenos
produtores na Bahia, tendo que trabalhar com mais produtores que o normal e com uma
logística mais complexa. Tal preocupação em usar o que é natural de cada território veio do
aprendizado que a chef trouxe da sua experiência no exterior.
Em 24 de Outubro de 2011,
aproximadamente cinco anos depois de inaugurar, o
restaurante recebeu o Selo de Restaurante Sustentável
da Consultoria Oficina Ambiental. O restaurante que
desde o início já dava prioridade para o uso de
ingredientes orgânicos em sua cozinha, agora se compromete a outras ações sustentáveis que o
Selo de Restaurante Sustentável sugere, sendo as que o restaurante implantou foram:
1. Garantir que 50% da carne comprada pelo restaurante seja certificada;
2. Presença de pratos especiais para pessoas com restrições alimentares;
3. Porções menores por preços mais baixos;
4. Diminuição do desperdício;
5. Uso de equipamentos de cozinha que tenham nota “A” na etiqueta de consumo eficiente
do Inmetro;
6. Redução no descarte de lixo, para que no máximo 20% do seu lixo vá para os aterros;
7. Reciclar sempre que possível papel, alumínio e vidro;
xxvii
8. Separação do lixo orgânico para compostagem.
Portanto, podemos concluir que o Restaurante Maní, sempre teve preocupação com o
uso de ingredientes saudáveis, entre outras preocupações, que culminaram com o recebimento
do Selo de Restaurante Sustentável em 2011.
3.2. Atitudes Sustentáveis
Nesta parte do último serão destacadas as diversas ações que o Restaurante Maní tem
para se manter sustentável. Para um cliente que analisa apenas o cardápio do restaurante, estas
atitudes não passam da escolha de alimentos orgânicos e representativos da cultura brasileira,
porém, quando analisamos o restaurante como um todo, podemos ver que as atitudes
sustentáveis vão muito além da escolha dos ingredientes.
Podemos destacar também outras atitudes como:
1. Manter a organização da despensa e da geladeira. Isso ajuda os chefs a controlarem o
que precisa ser comprado, evitando que o restaurante compre além do que ele vai
consumir, assim como evita que os alimentos estraguem ou passem do prazo de
validade. O restaurante também possui uma chef responsável apenas pelo controle das
câmaras frias, que é a responsável pela organização das mesmas, evitando que os
alimentos estraguem e que se gaste muita energia.
2. Buscar o aproveitamento total dos alimentos. Assim os chefs evitam que algo útil já
para o lixo, um exemplo são as aparas de peixe que, se não fossem aproveitadas para
fazer caldo, seriam jogadas no lixo, é importante destacar que muitos ingredientes são
comprados semanalmente ou até diariamente, pois evita-se pedir em grandes
quantidades, para que realmente não haja sobras e conseqüentemente desperdício.
3. Preferência pelo uso de alimentos orgânicos, assim como a preferência pela utilização
de ingredientes sazonais e nativos. ;
4. Tentativa de neutralizar a quantidade de embalagens que o restaurante compra, optando
por comprar água de garrafa em vidro da Fonte Santa Luzia, que oferecem o serviço de
buscar as garrafas vazias e devolve-las cheias.
xxviii
5. Congelar alimento apenas como último recurso para conservar o alimento. É o que
ocorre com o pão do restaurante, que é congelado para não endurecer e ter de jogá-lo
fora.
6. Preocupação de se comprar os produtos sempre de fornecedores fidedignos, que
possuam um nome no mercado, mas que principalmente possuam estes mesmos valores
de cuidado e respeito ao meio ambiente e a natureza, porém, quando o ingrediente é de
difícil acesso, o restaurante procura comprar de pequenos produtores;
Além das ações destacadas no texto anterior para conquistar um Selo de Restaurante
Sustentável, que são:
7. Garantir que 50% da carne comprada pelo restaurante seja certificada;
8. Presença de pratos especiais para pessoas com restrições alimentares;
9. Porções menores por preços mais baixos;
10. Diminuição do desperdício;
11. Uso de equipamentos de cozinha que tenham nota “A” na etiqueta de consumo eficiente
do Inmetro;
12. Redução no descarte de lixo, para que no máximo 20% do seu lixo vá para os aterros;
13. Reciclar sempre que possível papel, alumínio e vidro;
14. Separação do lixo orgânico para compostagem e do óleo de cozinha usado.
Como em qualquer situação, o restaurante também encontra dificuldades para ser
sustentável, sendo que todas as dificuldades que poderiam ser encontradas são as dificuldades
que já foram anteriormente mencionadas no segundo capítulo.
Segundo a chef Helena Rizzo, a maior dificuldade que o restaurante encontra é a
dificuldade de descartar o lixo reciclável "A coleta seletiva só passa uma vez por semana e em
um restaurante é complicado, porque é preciso ter muito espaço para armazenamento. Além
disso, dói no coração ver lixo reciclável sendo recolhido pelo caminhão de lixo comum.",
admite a chef, assim como que este é um ponto em que o restaurante ainda precisa melhorar,
pois eles só conseguem separar garrafas e caixas.
Portanto, podemos ver que o restaurante desde a sua inauguração o restaurante vem se
preocupando com o que serve aos seus clientes e ao que acontece por trás das portas da cozinha,
xxix
caracterizando-se como um bom exemplo para o trabalho e também para outros restaurantes e
para donas de casa que querem se espelhar, tanto no manejo dos ingredientes quanto com os
outros fatores como a reciclagem.
CONCLUSÃO
Com a proposta do trabalho de responder a seguinte pergunta “Como fornecer comida
o suficiente para cerca de 7 bilhões de pessoas sem impactar ou exaurir o meio ambiente e os
seus recursos?”, foram analisadas diversas informações que tinham como objetivo explicar
como a área da gastronomia vem lidando com esta questão.
No primeiro capítulo foi descrito o que é Gastronomia, para posteriormente
conseguirmos definir o movimento da Gastronomia Sustentável, assim como os seus objetivos,
ações, festivais e agentes, assim como atitudes que ajudam os restaurantes e domicílios a se
tornarem sustentáveis, mostrando que atualmente vem crescendo a preocupação dos
consumidores, dos chefs e das donas de casa com a questão da sustentabilidade dentro da
cozinha.
No segundo capítulo foram analisados os prós e contras de aderir a uma Gastronomia
Sustentável, mostrando que apesar de ter um investimento inicial alto, ele se compensava ao
longo prazo, uma vez a adquirir tecnologias novas que possibilitam a eficiência energética entre
outras é mais caro, ao longo prazo a economia que a tecnologia gera reduz significativamente os
custos com energia ou água.
Como foram analisadas as atitudes para ser sustentável, assim como os prós e contras,
foi notada a necessidade de dar um exemplo de um restaurante de sucesso que conseguisse
equilibrar a necessidade de gerar lucro com a necessidade de agir de acordo com a preferência
de ser um restaurante sustentável, assim, no terceiro capítulo foi mostrado um restaurante
exemplo no que se trata de restaurantes sustentáveis, o Maní. Neste capitulo foi mostrada a
história do restaurante assim como as atitudes que fazem dele um detentor do Selo de
Restaurante Sustenável.
Portanto, pode-se concluir que o trabalho cumpriu a missão a qual foi proposto.
REFERÊNCIAS IBLIOGRAFICAS
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http://www.infoescola.com/ecologia/tripe-da-sustentabilidade/
http://viajeaqui.abril.com.br/materias/festival-promove-gastronomia-sustentavel
http://eaconversachegounacozinha.blogspot.com.br/2012/06/gastronomia-sustentavel.html
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http://www.gastronomiaverde.com.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=44
&Itemid=53
http://essetalmeioambiente.com/gastronomia-sustentavel/
http://www.gastronomiaverde.com.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=13
0:abordagem-ambiental-influi-na-gestao-de-restaurantes-e-menus&catid=35:news&Itemid=54
http://www.gastronomiaverde.com.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=16
6:novas-tecnologias-oferecem-carater-sustentavel-as-cozinhas&catid=35:news&Itemid=54
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http://atitudesustentavel.uol.com.br/blog/2012/09/11/dicas-para-deixar-a-cozinha-mais-
sustentavel/
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1
PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE
SÃO PAULO
Faculdade de Economia, Administração,
Contabilidade e Atuariais.
INVEJA NAS ORGANIZAÇÕES
Aluna: Isabela Guedes
Prof. Arnoldo José de Hoyos Guevara
2° Semestre 2012
2
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................................. 3
CAPÍTULO I – CONCEITOS DE INVEJA E ..................................................... 6
CAPÍTULO II – COMPORTAMENTO DE INVEJA NA ORGANIZAÇÃO .......... 9
2.1. A SUBJETIVIDADE E A ESTRUTURAÇÃO DO
AMBIENTE ORGANIZACIONAL ...................................................... 12
2.2. CONSIDERAÇÕES DE INVEJA NO AMBIENTE
ORGANIZACIONAL .......................................................................... 13
2.3. A INVEJA E AS TEORIAS DE COMPARAÇÃO SOCIAL:
EQUIDADE E ATRIBUIÇÃO ............................................................. 18
2.3.1. TEORIA DA EQUIDADE ................................................................ 19
2.3.2. TEORIA DA ATRIBUIÇÃO ............................................................. 20
CAPÍTULO III – GERÊNCIA DA INVEJA: NÍVEL ORGANIZACIONAL ........... 24
3.1. ESTRATÉGIAS PARA LIDAR COM A INVEJA
DENTRO DA ORGANIZAÇÃO .......................................................... 26
CONCLUSÃO ...................................................................................................... 27
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 28
3
INTRODUÇÃO
A cada dia que passa, o mundo se torna mais competitivo, muitos profissionais qualificados
ingressam no mercado de trabalho, agregando valores às instituições as quais fazem parte.
Diante das qualificações atribuídas a cada um, juntamente com o turbilhão de emoções que é
o ser humano, surgem sentimentos que podem estar presentes e fazer mal a qualquer
organização, entre eles, a inveja.
Hoje, fala-se Gestão de pessoas, as pessoas que antes eram apêndice de máquina, agora
alcançaram ou ganharam um novo status organizacional, como recursos vivos, inteligentes,
eficientes e eficazes, que com seus conhecimentos, habilidades mentais, competências e
criatividade, passam a ser a principal base da organização.
As organizações, atualmente, requerem rapidez, agilidade, flexibilidade, inovação e mudanças
necessárias para enfrentar as ameaças e oportunidades em um ambiente de intensas
modificações e turbulências, que geram as incertezas.
Considerando então, esse contexto de mudanças e aprendizagens rápidas, no qual se exige
muito das pessoas, como preparo e capacitação constantes, tomar decisões, cumprir metas e
alcançar resultados, é que surge a necessidade do investimento pessoal. Os indivíduos que
começam a se destacar no cenário organizacional são beneficiados por uma série de
qualidades que podem despertar sentimentos negativos em outros que se sentem
inferiorizados, incompletos e prejudicados por esses profissionais de sucesso, e então
experimentam um sentimento que poderiam não querer para si, a inveja. Tomei (1994, p. 67)
afirma que “Mesmo quando somos nós os invejados, sentimos um clima pesado, maléfico. A
inveja dos outros nos fere, envenena a nossa vida. Inveja é agressividade”.
A inveja é analisada de maneira geral como um sentimento que gera conflitos, manifestos ou
ocultos, porém, dependendo do gestor, pode também proporcionar condições para
transformação na gestão organizacional, como a inclusão de princípios éticos de
4
responsabilidade social e respeito humano. Apesar do temor que as pessoas podem
experimentar quando se refere a inveja, não há nada de novo na maneira como ela se
manifesta.
Encontramos dentro das organizações, colaboradores que dedicam todo seu tempo prestando
atenção e vivendo o que o outro faz ou deixa de fazer. Esse tipo de pessoa, está insatisfeita
com si mesma e quer ter para si o que os outros têm, quer ser o que elas são, usufruir do
sucesso e das vantagens que o próximo possa ter, são pessoas que fazem da inveja o seu
padrão de relacionamento humano, de comportamento, de trabalho nas organizações. Pode-se
citar a consideração de Kant, apud Vries (1996, p. 70), sobre o tema:
A pulsão da inveja é inerente à natureza humana. Sua manifestação torna-se
um vício abominável, uma paixão não somente condenável e dolorosa para a
pessoa que a experimenta, mas uma energia devotada inteiramente à
destruição da bondade dos outros, uma força oposta ao dever que o homem
deve assumir para consigo e com os outros.
Nesse contexto, pretende-se com esse estudo esclarecer conceitos, idéias e adquirir uma
percepção mais aprofundada sobre a inveja e como ela pode estar presente nas organizações,
pois sem dúvidas a inveja é um tema de bastante relevância para estudo, e é uma realidade do
comportamento humano no trabalho poucas vezes comentada ou discutida, mas o tipo
invejoso é uma presença ativa nas organizações. Embora, para o dirigente, seja difícil admitir,
o comportamento da inveja é um fenômeno real no relacionamento entre as pessoas nas
organizações.
CAPÍTULO I – CONCEITOS DE INVEJA E FORMAS DE SUA
APRESENTAÇÃO
A origem etimológica da palavra inveja, o substantivo latino invidia e o verbo
invidere, que significam olhar maliciosamente, ou olhar enviesado, de soslaio, dão
margem para notar-se que a inveja é algo que as pessoas não fazem abertamente,
5
pelo contrário, fazem malabarismos, com os mais variados artifícios, para escondê-
la. Todo ser humano, em maior ou menor intensidade, sente ou já sentiu inveja, esse
sentimento perturbador, sombrio, uma paixão tímida e vergonhosa que dificilmente
verbalizamos ou confessamos; um sentimento que procuramos esconder, pois ele
transparece na nossa atitude em relação a outrem, de forma mascarada em muitas
formas de verbalização.
O dicionário Houais (QUILILICI, 2003) define a inveja como: sentimento em que se
misturam o ódio e o desgosto, e é provocado pela felicidade, prosperidade de
outrem. Desejo irrefreável de possuir ou gozar, em caráter exclusivo, o que é
possuído ou gozado por outrem.
A definição do dicionário é coerente com a realidade da inveja como a podemos
observar atualmente. Para início de compreensão acerca do tema, pode-se começar
com a citação de Faus (2000, p.5) sobre o tema: “A inveja é a tristeza sentida diante
do bem alheio”. Faus explica que de modo geral as tristezas são causadas por um
mal qualquer, mas na inveja, a tristeza é causada por um bem alheio, que é
considerado como um mal, porque o invejoso não o tem.
Querendo provar que suas atitudes são melhores que as do próximo, a do invejado,
a pessoa passa a usar de comportamentos manifestos de intrigas, maledicências, de
fofocas, de críticas negativas e humilhação para fazer aflorar o seu sentimento de
inveja e, assim, desvalorizar ou de alguma forma desmerecer o sucesso do outro.
Immanuel Kunt (apud EPSTEIN, 2004, p.20) acredita que a inveja seja um impulso
natural:
A inveja é inerente à natureza do homem, e sua mera manifestação faz dela uma
perversão abominável, uma paixão não apenas penosa e atormentadora para o
portador, mas que visa à destruição da felicidade dos outros, e que se opõe ao
dever do homem para consigo e as outras pessoas.
6
Esse desejo de vingar-se é manifestado de forma agressiva, e muitas vezes
corrupta, através de comportamentos indiretos, onde a ação fica escondida. La
Rochefoucald (apud VRIES, 1996, p. 71) afirma:
A inveja é uma paixão tímida e vergonhosa, que nunca nos
atrevemos a confessar”. Pois, de fato, é altamente desconfortável e
embaraçoso para uma pessoa assumir abertamente tal sentimento
em si mesmo, é como admitir um sentimento de insuficiência,
incapacidade e inferioridade.
Ventura (1998, p.21) conta que ao começar escrever seu livro baseado no tema,
pouco sabia sobre a inveja, “só sabia o que todo mundo sabe: que se tratava de
uma velha dama indigna, de má reputação e péssimo caráter, sorrateira, capaz de,
com um simples olhar, murchar plantas e secar pimenteiras”.
O invejoso faz de tudo para fazer o papel de vítima, considerando que o sofrimento
se torna uma maneira inconsciente de provocar no outro um sentimento de culpa
pelo sucesso obtido.
1.1. DIFERENCIANDO INVEJA E CIÚME
Para deixar um pouco mais claro o conceito da inveja, é necessário diferenciar a
inveja do ciúme. De acordo com Klein (1991, p.212):
O ciúme é baseado na inveja, mas envolve uma relação com pelo menos duas
pessoas; diz respeito principalmente ao amor que o indivíduo sente como lhe sendo
devido e que lhe foi tirado, ou está em perigo de sê-lo, por seu rival. Na concepção
corriqueira de ciúme, um homem ou uma mulher se sente privado, por outrem, da
pessoa amada.
7
Ainda que a inveja e o ciúme muitas vezes sejam tomados um pelo outro, é
necessário não confundi-los. Para Crabb (apud KLEIN, 1991, p. 213): “O ciúme teme
perder o que possui, o invejoso sofre ao ver outro possuir o que ela quer para si”.
De maneira mais simples, é possível dizer que a pessoa invejosa tenta estragar ou
destruir o objeto desejado, enquanto que a pessoa ciumenta apresenta mais uma
reação de conservação, uma reação de proteção. Talvez, por isso, o ciumento seja
mais aceito socialmente que o tipo invejoso, pois enquanto um procura prejudicar as
pessoas que convivem com ele, o outro procura proteger os que estão próximos
dele.
Ventura (1998, p. 11) chama os interessados no tema de navegantes do mar da
inveja, afirmando que:
Que levem consigo, para o caso de se perderem, três definições
básicas: ciúme é querer manter o que se tem; cobiça é querer o que
não se tem; inveja é não querer o que o outro tenha. A inveja é um
vírus que se caracteriza pela ausência de sintomas aparentes. O ódio
espuma. A preguiça derrama. A gula engorda. A avareza acumula. A
luxúria se oferece. O orgulho brilha. Só a inveja se esconde.’
Assim, comparando com o contexto das organizações percebe-se a dificuldade em
admitir a presença da inveja entre as pessoas que trabalham no mesmo local de
trabalho e, de certa forma, competem entre si, pois a organização torna-se um local
fértil para que o sentimento da inveja se estabeleça nas relações de trabalho. É
difícil admitir a inveja, por ser considerada pelos autores como um sentimento
vergonhoso, enquanto que o ciúme é um sentimento mais aceito pela sociedade,
basta comprovar os casos nos jornais, nos romances, nas canções. Já, em relação à
inveja, é difícil encontrar algum caso divulgado em jornais ou outros meios de
comunicação, evidenciando a dificuldade que as próprias ciências do
comportamento possuem em discutir tal sentimento e suas implicações nas relações
8
das pessoas de trabalho e no seu dia-a-dia. Entre ciúme e inveja, o primeiro
normalmente é sentindo normalmente de forma mais intensa, não só no caráter
sexual, como no sentido de cuidado, de zelo pela própria reputação, integridade e
honra. Já para inveja as justificativas nem sempre estão tão claras, ela é
depreciativa, sendo socialmente errado sentir inveja. Segundo Berke ( 1992, p.12) :
“Só vamos parar de destruir os outros quando pararmos de destruir a
nós mesmos e que temos de começar por admitir e até mesmo
aceitar nossa violência, em vez de nos destruirmos cegamente com
ela e daí compreender que tememos tão profundamente viver e amar
quanto morrer. É Difícil de aceitar, mas possível de conhecer o nosso
lado sombrio, que dá origem à malevolência. A inveja, a cobiça e o
ciúme são componentes fundamentais da malícia. Suas
contrapartidas são a gratidão, a generosidade e a compaixão. Um
elemento não existe isolado do outro. A interação entre essas forças
de amor e ódio cria a estrutura de nossas vidas, o que, em nível
pessoal, é denominado caráter, e em nível social, denominado
cultura. ‘’
Na comparação destas manifestações profundas da alma, é observa-se que,
enquanto rejeitamos, ou até mesmo repugnamos a inveja e a consideramos um
sentimento diminutivo da grandeza humana, aceitamos o ciúme, e que apesar de
não o considerarmos nobre, o manifestamos de forma mais explícita: temos ciúmes
de nosso carro, de nossos discos, de nossos livros, de nossos filhos e, às vezes, até
o propagamos, mesmo aqueles mais exacerbados. Para Berke (1922, p.14):
“Certamente a inveja é o pior pecado que existe, pois todos os outros pecados são
contra uma virtude, enquanto a inveja é contra toda a virtude e contra tudo que é
bom”.
9
Portanto, enquanto ciúme busca proteger uma relação valiosa, a inveja quer o fracasso de
outrem. No trabalho, o excesso de ciúme pode vetar oportunidades valiosas, tanto para as
pessoas como para a empresa.
CAPÍTULO II – COMPORTAMENTO DE INVEJA NA ORGANIZAÇÃO
Uma das formas de estabelecer um clima de inveja na organização é a valorização e
tratamento dos seus líderes como mitos ou heróis. Nesse sentido, Tomei (1994 p.
76) esclarece: “Se as organizações continuarem a incentivar seus membros a
visualizar os líderes como heróis e mitos, será instaurado o clima da inveja, com
todos os seus comportamentos destrutivos.”
Baseando-se nos estudos de Tomei (1994, p. 76), surge a percepção de negação e
bajulação, como a dificuldade de aceitar conscientemente o sentimento de inveja:
a) Desvalorização: é a depreciação das boas qualidades do objeto,o
que provocará menos admiração e dependência. Nessa forma de
comportamento, a pessoa é movida pelo desejo de vingança.
b) Negação e bajulação : A pessoa nega a inveja e, para camuflar
esse sentimento, passa a utilizar a bajulação como mecanismo de
justificativa para as suas atitudes, que podem ser traduzidas como
típicas de pessoas conhecidas na organização como puxa-saco.
c) Projeção: é o tipo de indivíduo que se percebe como uma pessoa
não invejosa, ou seja, somente as outras pessoas que o cercam são
pessoas que possuem o sentimento da inveja. Dessa forma, procura
colocar a inveja nas costas do seus colegas, pois se considera uma
pessoa isenta.
d) Idealização: o indivíduo procura colocar o objeto invejado fora do
seu alcance. A pessoa pode usar esse mecanismo para fazer frente à
inveja como uma das formas de idealizar pessoas, grupos ou
organizações. Essa forma de comportamento se encontra nos
10
administradores quando idealizam os seus superiores, criam os
chefes super-homens.
e) Retirada: Caracteriza o indivíduo que se sente incapaz de tolerar o
sentimento de inveja, que nem tenta entrar em competição, mas
procura desvalorizar-se. É conhecida como síndrome do medo de
sucesso para não causar inveja.
Entende-se que dentre os fatores que desencadeiam a inveja, está a presença de
lideranças que representem papéis de heróis ou até de mitos, considerando então,
que a existência dessa mitologia dentro de uma organização já induz um modelo de
gestão centralizado, o que contrapõe com uma liderança eficaz.
As estratégias utilizadas para lidar com a inveja, de acordo a Vries (1996, p. 76)
podem ser destrutivas os construtivas:
Sublinhemos que estas diferentes expressões não se excluem
mutuamente, e que elas não estão tampouco necessariamente
fixadas. Uma maneira particular de conter a inveja evoluirá muitas
vezes para uma forma segundo a intensidade do conflito
intrapsíquico.
A presença nas organizações de indivíduos que se encontram sempre em situações
infelizes (conflitos com superiores, tendências a deixar tudo pra mais tarde, trabalho
negligente ou práticas desonestas) e que se vêem forçados a partir, é um fenômeno
cotidiano.
Para combater tal clima de inveja, é necessário desenvolver lideranças eficazes,
programas administrativos que fortaleçam a formação de equipe de pessoas
capazes e não somente buscar a cultura do herói organizacional. Esse raciocínio é
sintetizado por Rudolf Hohn, presidente da IBM do Brasil (apud VERDIANI, p. 15):
“nossa organização não fabrica mitos ou heróis, fabrica líderes que são respeitados,
imitados e seguidos.”
11
Tomei (1994, p.76) refere que o sucesso pode provocar a inveja: “é fácil perceber o
medo dos efeitos da inveja pela necessidade que as pessoas têm de não mencionar
as conquistas pessoais.” Assim, pode-se entender o porquê de muitos empresários
ou comerciantes bem-sucedidos estarem quase sempre dizendo que as coisas e os
negócios não vão bem, ou se queixarem e falarem da crise como uma forma de
esconder o seu sucesso e mascarar o medo da inveja.
No cenário organizacional, a inveja é percebida quando as pessoas se destacam em
seus postos de trabalho, despertando, com isso, sentimentos negativos em outros
que se sentem inferiorizados. Os gerentes que têm suas ações traduzidas em brilho
profissional, respeito, sucesso, ou um maior status podem expor-se ao julgamento
de seus pares e, não raro, passam a receber pedradas de todos os lados.
De acordo a Tomei (1994, p.113), os indivíduos estão em processo contínuo de
ajustamento, e afirma que “um organismo relaciona seu comportamento interior com
as exigências do meio que o cerca”. Para Tomei (1994 p.115), o gerenciamento da
inveja é possível, mas para isso é necessário levar em conta o propósito de cada
organização: “as suas crenças, os seus valores, os seus comportamentos e o papel
da liderança na sua forma de agir”.
Beck (apud MACHADO, 1998, p.7) baseando-se sobre nas teorias de Tomei, diz que
é possível chegar à organização utópica proposta pela autora: “Percebe-se que a
organização possui uma gestão competente e que permeia as suas ações apoiadas
numa ética de responsabilidade é capaz de reduzir os fatores de indução da inveja”.
O autor apresenta estratégias para se atingir a empresa ideal, como mudança nos
modelos de gestão, diminuição dos níveis hierárquicos, programas de recursos
humanos que instrumentalizem práticas de valores éticos e de responsabilidade
social. Admite Beck (apud MACHADO, 1998, p. 18) que “esses fatores, colocados
12
em prática, podem facilitar um clima de excelência pessoal e organizacional, no qual
os comportamentos de inveja sejam controlados e gerenciados”.
O receio também aparece quando se comenta ou se ouve o comentário, de certa
maneira freqüente, “o fulano tem é sorte”. Nota-se que a expressão vem carregada
de inveja e também, por outro lado, serve de denúncia de uma força superior ou da
estrutura de poder da organização (formal e informal) que favorece a determinado
indivíduo. Quando o sucesso ocorre, de uma ou de outra forma, ele catalisa a inveja
nas organizações. Isso é mais marcante na organização que valoriza o
comportamento do exibicionismo como forma do marketing pessoal, de busca do
sucesso a qualquer preço ou da total retirada da competição, a incorporação da
ética do fracasso.
2.1. A SUBJETIVIDADE E A ESTRUTURAÇÃO DO AMBIENTE
ORGANIZACIONAL
Expressa em pensamentos, condutas e emoções, a subjetividade se liga ao
conhecimento, permitindo desvendar a pluralidade e heterogeneidade de
linguagens, espaços e práticas pelos quais nos conduzimos no nosso cotidiano. No
contexto das organizações empresariais, a subjetividade das pessoas é considerada
com o fim de tornar compreensível a experiência humana em toda sua complexidade
e profundidade. Para Vergara (2001, p. 42): “Tudo o que constitui a individualidade
humana e o conhecimento acumulado pelo homem está presente na subjetividade”.
Portanto, o sentimento da inveja, como parte da experiência interior de um indivíduo,
também se insere em sua subjetividade.
A inveja sentida por um indivíduo é gerada por um indivíduo é gerada e exercitada
em um contexto específico, manifestando-se em seus pensamentos e
exteriorizando-se em determinados comportamentos quando certas situações se
apresentam diante do indivíduo. Segundo Vergara (2001, p.44): “No caso das
13
organizações, os motivos, os processos decisórios, os valores e objetivos de cada
pessoa devem ser observados como um conjunto de idéias posicionais, relacionais,
subjetivas e temporárias”.
Considerar a subjetividade nas organizações consiste em aceitar que as pessoas
estão em ação e em permanente interação, que são dotadas de vida interior e
expressam sua subjetividade através do discurso e de comportamentos não verbais.
Assim, a subjetividade deve ser entendida como um fenômeno posicional, no qual o
indivíduo não se mantém igual ao longo do tempo, sendo vivenciada nas relações
imediatas que as pessoas estabelecem entre si.
Pelo fato da linguagem controlar e estruturar as possibilidades de ação das pessoas,
ela se torna um veículo privilegiado da subjetividade, e a vida psíquica, fruto da
história pessoal e social de um indivíduo, constituindo o fundamento dessa
subjetividade. Assim a gestão de pessoas, dentro da organização, deve ser mais
que um conjunto de políticas e práticas, e sim uma mentalidade constantemente
renovada de interação humana no ambiente de trabalho, reafirmando o papel da
pessoa e dando atenção a suas experiências. Para Vergara (2001 p. 50) “Os
objetivos da gestão de pessoas devem considerar assim, a criação de vantagens
tanto para a organização quanto para seus membros”.
2.2. CONSIDERAÇÕES DE INVEJA NO AMBIENTE ORGANIZACIONAL
Mesmo sendo um sentimento inerente ao homem, são poucas as pessoas que
chegam a tomar alguma atitude concreta ou agressiva em relação a inveja,
normalmente são apenas intenções. Mas não é possível evitar que as pessoas
invejem, devendo preocupar-se com aqueles indivíduos que não conseguem
controlar seus sentimentos, prejudicando os demais. Então Tomei (1954, p.57) em
um estudo diagnóstico sobre o ambiente organizacional brasileiro, descobriu que a
inveja está presente no ambiente organizacional, mas deixa de ser assumida pelas
14
pessoas, afirmando que “o povo brasileiro não demonstra sua inveja, talvez por
superstição ou por princípios éticos, e que as percepções referentes a existência da
inveja são ambíguas”.
Tomei (1994, pp.65-67) classifica a inveja em três categorias, para desenvolver
análises do ambiente organizacional:
Inveja sublimada – Nessa categoria, estão incluídos indivíduos que fazem da inveja
que sentem uma forma de crescimento, pois conseguem superar esse sentimento,
admitindo as qualidades daquele ou daquilo que invejam, e tentando então, a partir
disso, alcançar os seus próprios objetivos. Como exemplo dessa modalidade de
inveja, tem-se a o seguinte relado de Rodrigues in Você S.A (2000, p.33):
Vi-o entrar esta manhã. Parecia um herói de fotonovela. Queimado de
sol, bem-disposto, seus 34 anos pareciam Regressava de suas férias-
prêmio. Merecidas... Apesar da pouca idade (começara aos 20 anos
como contínuo), era o orgulho da gerência de vendas. Sua
criatividade lhe havia valido uma simpática soma em dinheiro mais
uma viagem para duas pessoas ao Caribe, primeira classe, tudo
pago.
Não sei por que, com todas essas virtudes, eu sinto inveja dele. A
empresa saiu do vermelho, tudo por um golpe de sua genialidade ou
sorte. Uma idéia absolutamente original, que abriu um novo nicho de
mercado. Não poderíamos deixar de reconhecê-lo, embora parecesse
uma loucura de alto risco. Mas sua ousadia lhe permitiu aproveitar a
oportunidade e montar no cavalo branco. O curioso é que todos aqui
sentimos por ele uma mescla de admiração e ódio. Por que não me
ocorreu essa idéia? Algo tão simples... Pensando bem, com 20 anos
de casa, jamais vi essa saída – e estava diante do meu nariz. Enfim,
devo reconhecer seus méritos, aproveitar seu talento e agradecer a
Deus por ele estar conosco. É um sujeito humilde, generoso e
brilhante. Não posso dizer o mesmo de mim. Infelizmente não sou eu
15
quem comanda os destinos humanos. Bem-vindo jovem brilhante! E
os mais antigos e acomodados como eu, que tenham humildade para
aceitar o potencial, o talento e o brilhantismo dos jovens e gênios.
Brindo a eles! Dentro de mim este pequeno sofrimento irá
cicatrizando. Como todos sabem, anos atrás fui fundamental nos
momentos críticos da empresa. Em algumas épocas o jovem genial
fui eu. Admito que nem tão jovem nem tão genial, mas ainda assim,
necessário e com vontade de crescer.
Inveja Neurótica – Estão incluídos nessa categoria indivíduos deprimidos,
amargos e ansiosos, que sentem inveja e sofrem com isso, mas não fazem nada
para mudar suas atitudes. Como exemplo dessa modalidade de inveja, segue o
relato abaixo de Rodrigues in você S.A ( 2000, p. 33):
Não consigo olhá-lo de frente: me dá raiva. Tem sorte demais.
Ganhou de todos e ainda por cima foi premiado com uma viagem de
primeira classe. Não gostaria de falar mais com ele, mas, como é da
minha equipe, vou suportá-lo do melhor modo possível. Para piorar as
coisas, estou sentindo de novo aquelas terríveis dores no estômago.
Minha velha úlcera abriu de novo...
Inveja Perversa – Os indivíduos dessa modalidade são um pouco mais difíceis de
se encontrar em organizações, eles são invejosos e buscam destruir o seu objeto de
inveja, querem depreciá-lo e acabam por destruir suas próprias relações de trabalho.
Como exemplo dessa modalidade de inveja, segue o depoimento abaixo por
Rodrigues in Você S.A (2000, p.33):
Preparei um dossiê para quando ele voltar de férias. Já falei ao
diretor-geral que, apesar de ele ter facilitado o aumento dos objetivos
de venda, tenho quase certeza de que pensa em sair da empresa
para trabalhar no concorrente. Percebo que ele é um sujeito capaz,
porém, traiçoeiro. Devemos desmascará-lo. É perigoso para nossa
16
organização e alertaria todos para que não se deixassem
impressionar por esse êxito circunstancial. Juro que me vingarei.
Todas as organizações estão extremamente vulneráveis à disseminação da inveja.
Não existem números a respeito, porém esse mal tende a proliferar nesse ambiente,
por inúmeros fatores, principalmente pela alta competitividade e por políticas
internas, como as de premiação, esses programas de reconhecimentos individuais
ou por equipe, a falta de transparência nas políticas de benefícios, são fatores, que
podem gerar frustrações, sentimentos de impotência e colaborar para disseminação
desse mal.
As empresas, costumam incentivar uma competição entre seus colaboradores,
acreditando ser algo saudável disfarçado entre “ melhor vendedor do mês” , “setor
equipe do ano em redução de custos” e outras categorias, como se essas vitórias
pudessem ser obtidas individualmente ou setorialmente sem a contribuição direta ou
indireta dos outros profissionais ou departamentos da organização. E muitas vezes,
o estrago pode ser grande, pois no momento que o indivíduo se ocupa sentindo
inveja, ele perde tempo ou até mesmo não trabalha ou não pensa no que é melhor
para si ou para a empresa.
Deixando de pensar no bem da equipe, por interesses pessoais, há quem arquive
um bom projeto só para impedir o reconhecimento de alguém, o que muitas vezes
gera a perda de profissionais talentosos que não duram muito em ambientes
contaminados pela inveja. Aquele que é invejado, então, acaba sendo vítima de
sabotagens e prejudicado, ou seja, invejar ou ser invejado é como uma pedra no
caminho. Como afirma o filósofo holandês Spinoza (apud TOMEI, 1994 p.123): “A
inveja é o ódio enquanto afeta o homem de tal forma que ele se entristeça pela
felicidade de outrem e, ao contrário, compraza-se com o mal de outrem”.
A competição interna, mesmo que muitas vezes camuflada, está evidentemente
presente nas organizações, mas esse processo só será de fato saudável se o gestor
17
tiver consciência das diferenças existentes na pirâmide organizacional, pois a base
do triângulo tem muito mais espaço que o topo, ou seja, nem todos da base
encontrarão espaço no topo, e aqueles que não conseguem alcançá-lo sentem-se
inferiorizados e estão mais sujeitos a esse rejeitado sentimento- a inveja.
É fundamental para qualquer organização o conhecimento de que, ao deixar de lado
a visão de grupo e alimentar uma política de competição, mérito promoção ou
reconhecimento individual, está sujeita a sentimentos de inveja entre seus
colaboradores e isso é uma perda não só apenas ao portador desse sentimento,
mas toda organização acaba perdendo junto, especialmente nos dias atuais,quando
nota-se a forte necessidade de vencer a qualquer preço, e de se preparar desde
muito cedo para obter o sucesso.
Quem sente inveja, pode-se tornar uma pessoa amarga não só no trabalho, como na
vida. Em relação a sua carreira, essa se torna segundo plano, sua produtividade cai,
as boas idéias desaparecem e a angústia e a ansiedade tomam conta do coração e
do pensamento. Portanto, invejar acaba sendo um indicativo importante de que algo
está incômodo, e que é necessário ao profissional reavaliar a sua carreira e
perceber que talvez esteja muito ocupado repudiando o brilho alheio e esquecendo-
se do que pode desenvolver dentro do seu ambiente de trabalho.
É intrigante pensar na razão pelo qual o sucesso alheio se torna razão para ter
inveja e não um incentivo para o indivíduo trabalhar mais e com mais eficiência e
eficácia, seria a conduta mais adequada. Portanto percebe-se que muitas vezes,
não é a vontade que determinado indivíduo tem de usufruir dos benefícios do seu
semelhante e de ter o mesmo status que gera a inveja, e sim as conseqüências
decorrentes dessa posição, como o bem estar físico e mental e a felicidade trazida
pela realização pessoal obtida. Segundo Klein (1991, p.83):
18
A inveja surge a partir do sentimento de impotência, que se insere na
direção da aspiração de um bem que o outro possui. É suficiente que
uma coisa seja possuída por outro, para que isso nos pareça uma
privação, gerando raiva.
2.3. A INVEJA E AS TEORIAS DE COMPARAÇÃO SOCIAL:
EQUIDADE E ATRIBUIÇÃO
É de grande importância abordar as teorias de comparação social, pois é uma
tentativa de mostrar que a inveja não pode continuar sendo uma dimensão
esquecida, pois é uma presença indelével nas organizações, que as pessoas
continuam fazendo que não vêem.
Diante dos casos de inveja, cita-se aquela decorrente de quando os funcionários
comparam seus esforços com os resultados de quem tomou como referencial, de
quando o indivíduo tem a percepção da desproporção, do desequilíbrio existente
nessa comparação, é o momento então onde as teorias motivacionais prevêem a
instalação do impulso motivacional. Segundo Verdiani (2006, p.48): “Esse momento
é o momento da mordida da inveja e para as teorias o momento do impulso
motivacional”.
Porém, são poucas as pessoas que sentirão esse impulso motivador. Para isso, a
pessoa tem que reconhecer que de fato o outro ficou à sua frente porque o seu
esforço (do invejoso) não foi suficiente durante aquele período em que se colocou
em comparação, ou até mesmo assumir e reconhecer que o outro é melhor naquele
âmbito em que foi comparado, o que exige muito auto-conhecimento e maturidade
emocional, sentimentos esses, que muitas vezes o ser humano não possui. Então
ele prefere vetar a diferença de valor que o afeta, precisando tirar de qualquer forma
o valor da pessoa que o desequilibrou e o deixou desvalorizado. Para Alberoni
(1996, p. 12):
19
A inveja é um mecanismo de defesa que colocamos em ação quando
nos sentimos diminuídos no confronto com alguém, com quanto
possui, com quanto conseguiu empreender. É uma tentativa inábil de
recuperar a confiança, a auto-estima, desvalorizando o outro.
2.3.1. TEORIA DA EQUIDADE
São grandes as exigências hoje no mercado de trabalho, as organizações buscam
colaboradores com quase uma obsessão pela eficácia, desempenho, produtividade
e rendimento em curto prazo, surgindo assim as competições internas, a ambição, a
ética individualista, a busca pelo sucesso a qualquer preço; fatores esses, que
despertam o surgimento da inveja, dimensão inúmeras vezes esquecida nos fatores
de motivação. Porém, apesar da inveja não ter sido contemplada durante muito
tempo nessas teorias, sua onipresença é constatada em algumas, como por
exemplo, as Teorias de comparação social: Teoria da Equidade e Teoria da
Atribuição. Segundo Robins (2002, p.166):
A Teoria da Eqüidade reconhece que os indivíduos se preocupam
não apenas com a quantidade absoluta de recompensas que
recebem pelos seus esforços, mas também com a relação entre essa
quantidade e o que os outros recebem. Eles fazem julgamentos
conforme a relação entre seus insumos e resultados e os insumos e
resultados de outros. Com base nos insumos de uma pessoa, como
esforço, experiência, educação e competência, essa pessoa compara
resultados como níveis de salário, aumentos, reconhecimento e
outros fatores. Quando as pessoas percebem um desequilíbrio em
sua proporção resultado-insumo relativo a outros, é criada a tensão.
Essa tensão fornece a base para a motivação conforme as pessoas
lutam pelo que elas percebem como eqüidade e justiça.
No momento que o indivíduo se vê de igual para igual com outrem, em condições
proporcionais a quem se comparou, há um estado de equidade, mas a partir do
20
momento em que a proporção se torna desigual, surge a inequidade ou a tensão de
equidade, onde essa diferença percebida em relação ao outro, seria um estado
motivador, o empregado tenta então restabelecer a igualdade. Para isso, segundo
Robins (2002, p. 165) ele fará seis possíveis escolhas, todas, maneiras ineficazes e
destrutivas de resolução:
1. Mudar seus insumos (por exemplo, não empregar tanto esforço).
2. Mudar seus resultados (por exemplo, indivíduos pagos produzindo
uma quantidade maior de unidades de qualidade mais baixa).
3. Distorcer percepções de si mesmo (por exemplo, “eu costumava
pensar que trabalhava num ritmo moderado, mas agora percebo que
trabalho muito mais do que qualquer pessoa”).
4. Distorcer percepções de outros (por exemplo, “o trabalho de Paulo
não é tão bom quanto eu pensava que fosse”).
5. Escolher uma referência diferente (por exemplo, “eu posso não
ganhar tão bem quanto o meu cunhado, mas estou me saindo muito
melhor do que meu pai quando ele tinha a minha idade”).
6. Abandonar a situação (por exemplo, largar o cargo).
Nota-se nessa teoria, que os empregados comparam seus esforços com as
recompensas que recebem e os esforços e recompensas alheios com aquilo que
receberam, tomando como parâmetro. O que indica que as pessoas toleram mais a
injustiça do superpagamento do que a injustiça do subpagamento, ou que são mais
capazes de racionalizá-las.
2.3.2. TEORIA DA ATRIBUIÇÃO
Nascida do trabalho de Fritz Heider, a Teoria da atribuição é uma contribuição
recente à bibliografia motivacional. Para o funcionamento dessa teoria, primeiro é
necessário observar um determinado comportamento, em seguida tentar determinar
se ele foi acidental ou intencional. Se for notório um comportamento intencional,
determina-se então os fatores situacionais e pessoais que levaram o indivíduo a tal
21
comportamento, e finalmente atribuindo um significado (causa) àquele
comportamento. Como explica Davis e Newstrom (1992, p.82):
Atribuição é o processo pelo qual as pessoas interpretam as causas
dos seus próprios comportamentos e os comportamentos dos outros.
Seu valor se liga à crença de que, se nós pudermos compreender
como as pessoas atribuem causas àquilo que elas vêem, será
possível então ter maior capacidade de prever e afetar o seu
comportamento futuro. Um fator importante é saber o quanto se está
avaliando o próprio comportamento ou interpretando o
comportamento do outro. No geral, as pessoas tendem a
superestimar a influência dos traços pessoais quando estão avaliando
o seu próprio sucesso e a atribuir às conquistas dos outros a sorte ou
facilidade das tarefas. O processo inverso no caso de falhas as
pessoas tendem a atribuir às causas situacionais a limitação de seu
próprio desempenho, mas que assumem que alguém mais falhou ao
tentar com mais vigor ou porque simplesmente faltou sobretudo
habilidade para ter sucesso.
Vive-se numa sociedade repleta de questionamentos e transição de valores, e no contexto das
organizações, acentua-se muitas vezes o individualismo e a competitividade, que contrapõem
a solidariedade e a responsabilidade social; essa sociedade elogia quem se direciona para o
alto, fazendo nascer a competição por sucesso, pelo prestígio e pelo poder. Segundo Tomei
(1994, p.54) “a transição social e o processo de mudança ambiental acelerado têm demandado
da sociedade rediscussões constantes do sistema de valores”.
CAPÍTULO III – GERÊNCIA DA INVEJA: NÍVEL ORGANIZACIONAL
Para abordar o aspecto da gerência da inveja, parte-se do pressuposto de que é possível gerenciar a inveja organizacional. Embora o tema apresente seu grau de
22
dificuldade e limitações, adota-se o quadro analítico proposto por Tomei (1994, p.117), para que se compreenda e trabalhe a inveja:
Fatores que podem induzir a inveja em nível organizacional.
Fatores que podem reduzir a indução inveja em nível organizacional.
O individualismo. As estruturas fechadas. Os modelos autoritários. Os privilégios e ostentações. A polarização. A politização. As mentiras e boatos. Programas de salário sem créditos.
Cooperação e trabalho em equipes. Gestão participativa. Flexibilidade e autonomia. Programas de salário redondos. Participação de lucros. Negociação de conflitos. Avaliação de mérito e potenciais. Sistemas de informação.
Fatores que podem induzir a inveja em nível individual (entre os empregados).
Fatores que podem reduzir a inveja em nível individual (entre os empregados).
A busca do sucesso a qualquer preço. As estratégias de desvalorização. As projeções. O busca da ostentação. As estratégias de negação. A estratégia de idealização.
A busca do autoconhecimento. A busca da autovalorização. A busca da excelência. A busca de lideranças. A busca do senso da responsabilidade. A busca da reciprocidade.
( TOMEI, 1994, p.117)
O quadro acima apresenta os principais fatores que podem induzir ou reduzir o
comportamento de inveja dos empregados no local de trabalho, bem como fazer parte dos
rituais de manifestação cultural da organização. Foram utilizados dois enfoques distintos
como metodologia para gerenciar a inveja: em nível de indivíduos e em nível organizacional.
Esses dois enfoques dão suporte para entender e procurar isolar o lado destrutivo da inveja nas
organizações, pois entende-se a necessidade de gerenciar o fenômeno da inveja como forma
de o indivíduo e a própria organização trabalharem os seus conflitos e buscarem os
respectivos ajustamentos individuais e organizacionais, conforme a visão de Tomei (1994, p.
118): “somente se conscientizando da inveja e do seu processo construtivo/destrutivo, é
possível a operacionalização, em nível de indivíduos, grupos e organizações, de estratégias
que gerenciem a inveja para a melhoria da qualidade, produtividade, e do desempenho das
empresas”.
23
Assim, é necessário que o sentimento da inveja seja gerenciado e não reprimido, tentando
ganhar tempo para ver se o conflito se resolve por si mesmo. E, para gerenciar a inveja em
nível individual e em nível organizacional, indicam-se algumas estratégias propostas por
Chanlat (1992, p. 47), Tomei e Belle (1997, p.52), as quais podem induzir ou reduzir
comportamentos de inveja. O Quadro sintetiza as idéias dos autores e que servem de suporte
para a possível identificação dos principais fatores que precisam ser gerenciados para que a
inveja não afete o desempenho individual e organizacional.
4.1 Gerência da inveja – nível individual
No nível individual, são utilizadas como indicadores de inveja as opiniões e percepções dos
indivíduos que representam o espírito da organização, isto é, o clima organizacional.
As pessoas que sentem um nível muito elevado de inveja no trabalho são normalmente
insatisfeitas com os resultados obtidos; ao não conseguirem realizar as suas ambições, podem
ser invadidas pelo sentimento do fracasso e, por isso, algumas usam o mecanismo de projetar
a culpa dos fracassos nos outros como forma de aliviar a sua angústia.
Para enfrentar esse quadro existencial, o primeiro passo é encarar os resultados pessoais não
contemplados e, a partir dessa análise particular, desenvolver um plano de ação que busque
reforçar os pontos de excelência. Isso é possível quando a pessoa consegue buscar o
autoconhecimento e, junto a esse processo, a revalorização de suas qualidades pessoais e
profissionais; igualmente, desenvolve a ética da responsabilidade e da sensibilidade para
consigo mesma como pessoa dotada de capacidade para ir além das preocupações puramente
egoístas. Para fazer isso, é necessário parar de desejar aquilo que é impossível obter,
admitindo, dessa maneira, que algumas realidades da vida não podem ser mudadas, mas
devem ser aceitas como tais. Essa limitação da vida real pode ser aliviada quando
acompanhada do desejo de procurar gratificações de substituição como alternativa para
minimizar os efeitos destrutivos da inveja.
24
Já, em relação ao gerenciamento de casos de inveja que ocorram em locais de trabalho,
Chanlat (1992, p. 43), Tomei e Belle (1997, p. 56) sugerem que a gerência não deva ignorar
os casos de ciúme e inveja, pois, quando não trabalhados, esses sentimentos podem provocar
problemas. Da mesma forma, recomendam a adoção de algumas medidas, tais como: evitar
situações de injustiça no tratamento aos subordinados; evitar favoritismos; tomar decisões que
aliviem os sintomas de inveja e ciúme; se o empregado manifestar em seu comportamento
ações de inveja em relação ao seu colega, é necessário resolver o mais rápido possível a
situação.
CAPÍTULO III – GERÊNCIA DA INVEJA: NÍVEL ORGANIZACIONAL
Nas organizações, são utilizados como indicadores a cultura organizacional através de suas
manifestações de ritos, mitos, histórias, gestos e artefatos.
No tocante à gerência da inveja em seu nível organizacional, percebe-se um grau maior de
dificuldade, pois as ações vão de encontro à cultura da organização. Mas, mesmo diante do
desafio, é importante que sejam implantadas algumas ações estratégicas para fazer frente ao
clima destrutivo da inveja. Para isso, o nível gerencial precisa estar alerta e, se possível,
detectar os impulsos organizacionais de inveja e, assim, desenvolver ações administrativas
capazes de aliviar as situações que possam provocar um clima de trabalho imbuído de inveja.
Ao se defrontar com os paradoxos e complexos culturais, não é impossível gerenciar fatores
que desenvolvam ações organizacionais já referidas no quadro resumo e, assim, apresentar
alguns princípios que fortalecem a integração do indivíduo ao seu local de trabalho e que
possam levar as organizações à busca da excelência. Nesse sentido, Chanlat (1992, p.45),
Tomei e Belle (1997, p. 56) propõem algumas ações organizacionais para combater climas
destrutivos da inveja como: desenvolver estratégias que evitem ostentações, mentiras, boatos
e indutores de inveja; evitar a polarização nas relações de trabalho, a qual transforma tudo em
25
extremos que criam clima nocivo, afetando o desempenho dos próprios colegas de trabalho e
da empresa como um todo; desenvolver estratégias que evitem a politização, pois se os
membros da organização percebem que as recompensas organizacionais são distribuídas de
acordo com critérios políticos em vez de produtivos, dedicarão os seus esforços na tentativa
de acumular poder; desenvolver ações que buscam a redução das distinções hierárquicas;
implementar a promoção do poder ou da gestão participativa, as pesquisas de clima e cultura
organizacionais, programas de mudança organizacional por meio da eliminação de
privilégios; conceber programas de participação nos lucros ou reduzir as diferenças extremas
nas escalas de salários e, se possível, eliminar a falta de critérios para estabelecer os diferentes
níveis salariais.
Essas estratégias são, sem dúvida, instrumentos legítimos para mudança do clima e uma das
formas de influenciar a cultura institucional da empresa, que podem conduzir a um contexto
no qual os comportamentos indutores da inveja sejam inibidos.
Dentro do nível organizacional, na gerência da inveja, é imprescindível destacar o papel que
as práticas de recursos humanos, na visão de Tomei e Belle (1997, p. 57), ocupam para a
definição de políticas organizacionais, que incluem, por exemplo: as definições de planos de
carreira e políticas salariais, nos quais se busca a substituição da noção de igualdade pela
noção de eqüidade por meio de salários, flexíveis, segundo mérito e carreiras
individualizadas; a implantação de programas de treinamento e desenvolvimento, não apenas
direcionados para o aumento de produção por ocupante de cargo, mas como instrumentos de
responsabilidade social da empresa na construção de valores de competência gerencial e
condutas norteadas pela ética da responsabilidade.
3.1. ESTRATÉGIAS PARA LIDAR COM A INVEJA DENTRO DA ORGANIZAÇÃO
Muitas mudanças ocorreram no contexto sócio-econômico mundial, a globalização, o avanço
tecnológico, a competitividade e outros fatores externos, que foram superados pelas
26
organizações atuais. Para isso, essas empresas também mudaram, inovaram e criaram não só
novos arranjos organizacionais como novos modelos de gestão, tendo as pessoas, como alvo
principal. Mas, mesmo com todas essas mudanças, ainda é perceptível a presença da inveja
dentro das organizações, e para poder lidar com tal sentimento, é necessário à gestão, recorrer
a estratégias para evitar e prevenir a formação de um clima que não seja saudável aos
trabalhadores e que prejudique seus desempenhos.
Dentre tantas mudanças, podem-se citar os modelos de gestão, a eliminação de privilégios, o
trabalho em equipe, a diminuição dos níveis hierárquicos, as reduções de diferenças extremas
na escala salarial e ostentações de consumo, uma gestão participativa. Mas para a implantação
de tais práticas, é necessário que as organizações tenham cuidados e não as confundam com
artifícios de premiação de escolhas individualizadas, que desprezem o esforço conjunto dos
demais colaboradores.
É importante ressaltar, que tais estratégias e práticas administrativas têm como objetivo
minimizar e prevenir os efeitos mais prejudiciais e lutuosos da inveja entre pessoas, pois
controlá-la ou erradicá-la completamente é uma missão impossível. Segundo Tomei (1994,
p.113), seis principais práticas administrativas podem ser utilizadas para amenizar os
comportamentos invejosos:
1. O reconhecimento imediato dos disfarces destrutivos da inveja e suas
conseqüências.
2. O reconhecimento da “face oculta” da competitividade e do confronto
construtivo.
3. Estratégias que promovam um auto-conhecimento e clareza dos
limites;aceitar as desigualdades e as diferentes realidades da vida, sem
idealizações, negações, desvalorizações.
4. Estratégias que evitem ostentações e boatos.
5. Estratégias que evitem a polarização organizacional; a polarização
transforma tudo em extremos, e como o mundo não é composto só de
extremos, a organização corre o risco de viver um mundo irreal onde é fértil o
terreno para idealização, negação, banalização.
27
6. Estratégias que evitem a politização: poder e recursos transformam-se em
molas mestras da inveja. Quando as pessoas percebem que as recompensas
são distribuídas de acordo com critérios políticos, em vez de produtivos, elas
desviarão seus esforços na tentativa de acumular poder.
A inveja tem inúmeras faces e os mais diferentes disfarces, sejam eles construtivos os
destrutivos, erradicá-la por total do nosso meio não é possível, porém medidas preventivas
como as citadas, podem canalizá-las como um recurso à reparação e à busca contínua da
excelência, com comportamentos que sejam mais promissores do que os apresentados sob o
disfarce da inveja. “Sabe-se que uma vida corroída pela inveja não conduz à felicidade”
(VRIES, in CHANLAT, 1996, P.82).
CONCLUSÃO
Ao finalizar a discussão sobre a inveja, percebe-se o quanto é complexo o tema, pois envolve
dois fatores de análise de extrema complexidade que são: primeiro, a pessoa humana na sua
dimensão enquanto pessoa que possui sentimentos de domínio público e sentimentos que
fazem parte de sua entranha pessoal, como coloca com sabedoria Helmuth Schoeck (apud
VRIES 1997, p.86) : “a inveja é uma força que se situa no coração do homem como ser
social”; segundo, a pessoa humana, na sua dimensão de homem organizacional, que envolve
toda uma realidade de cultura onde também se encontram artefatos visíveis e invisíveis, e
transforma, sendo influenciada pela organização na qual trabalha.
Apesar da pouca bibliografia disponível, encontrou-se em autores como Klein (1991), Chanlat
(1992), Tomei (1994), Tomei e Belle (1997), Marins Filho (1994), Vries (1996) , Alberroni
(1996) , Faus (2000) , Góes (2001) , entre outros, material suficiente para iniciar a discussão
sobre a inveja como um fenômeno de comportamento que é esquecido nas organizações.
Após a discussão das idéias sobre o tema da inveja, é possível perceber que o fenômeno é
uma realidade presente na pessoa humana e também presente na cultura das organizações.
28
Talvez por ser um sentimento vergonhoso e de tendência destrutiva, seja difícil admiti-lo, mas
não é impossível gerenciar o comportamento da inveja em nível individual e organizacional.
Também se percebe que muitas organizações utilizam-se de ações sutis de conteúdo invejoso
como uma forma de controle sobre os membros da organização, por exemplo: estruturas
organizacionais fechadas; uso de modelos autoritários; facilidade de privilégios para poucos;
politização na distribuição de recursos e, muitas vezes, o uso de mentiras e boatos. Nota-se,
em oposição, que a organização que possui uma gestão competente e que permeia as suas
ações apoiada numa ética de responsabilidade é capaz de reduzir os fatores de indução da
inveja através de estratégias como: mudança nos modelos de gestão, diminuição dos níveis
hierárquicos, programas de recursos humanos que instrumentalizem práticas de valores éticos,
de responsabilidade social. Esses fatores, colocados em prática, podem facilitar um clima de
excelência pessoal e organizacional, no qual os comportamentos de inveja sejam controlados
e gerenciados.
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1
PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade
e Atuariais.
JOGOS OLÍMPICOS 2016: POSSÍVEIS IMPACTOS ESTRUTURAIS, ECONÔMICOS E SOCIAIS
Aluna: Rodrigo Santoro Zuanella
Prof. Arnoldo José de Hoyos Guevara
2° Semestre 2012
2
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................................... 3
CAPÍTULO I – CENÁRIO ATUAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ........... 4
1.1. ECONOMIA DO ESTADO ................................................................ 4
1.2. SOCIEDADE: EMPREGO E ATUAÇÃO DO GOVERNO ................ 6
1.3. MUDANÇAS PARA 2016 E INSTALAÇÕES ATUAIS .................... 8
CAPÍTULO II – JOGOS OLÍMPICOS ................................................................ 14
2.1. HISTÓRIA DOS JOGOS .................................................................. 14
2.2. PROCESSO DE CANDIDATURA DA ÚLTIMA SEDE:
LONDRES 2012 ................................................................................ 17
2.3. PÓS JOGOS: CONSEQUÊNCIAS ................................................... 19
CAPÍTULO III – POSSÍVEIS IMPACTOS ESTRUTURAIS, ECONÔMICOS
E SOCIAIS ............................................................................... 24
3.1. IMPACTOS ESTRUTURAIS ............................................................ 24
3.2. IMPACTOS ECONÔMICOS ............................................................. 28
3.3. IMPACTOS SOCIAIS ....................................................................... 30
CONCLUSÃO ..................................................................................................... 34
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 35
3
INTRODUÇÃO
Como o Brasil está prestes a sediar dois megaeventos em menos de quatro
anos, é importante que se faça uma análise do ponto em que o país se encontra
atualmente no que tange a economia, a sociedade e suas instalações atuais. Como o
trabalho está focado unicamente nos Jogos Olímpicos de 2016 do Rio de Janeiro, foi
feito um levantamento do histórico dos Jogos, desde sua criação e idealização até as
últimas sedes e suas consequências, principalmente Londres, sede dos Jogos de 2012.
Por fim, foram listados investimentos projetos pelo COI, COB e o Governo do Estado do
Rio de Janeiro e toda a quantia monetária relacionada a eles, assim como os possíveis
impactos estruturais, econômicos – que afetarão não só o Estado do Rio, mas como a
economia brasileira – e sociais, onde a oferta por empregos aumentou, por exemplo.
A partir dos dados coletados pode-se notar um grande investimento do governo
estadual, federal e privado – empresas como EBX, do milionário Eike Batista –
ultrapassando os 20 bilhões de reais, estes que estão focados na infraestrutura carioca,
como no quesito transporte, instalações esportivas, limpeza de rios que serão utilizados
em esportes alguns aquáticos e na segurança do Estado, onde está incluído o
treinamento de policias e aumento do número de policiais militares e civis nas ruas,
assim como a construção de unidades médicas.
O objetivo deste projeto é expor parte dos planos para os Jogos Olímpicos de
2016, onde os investimentos não serão apenas para este fim, mas sim permanecerão
na sociedade. Jogos estes que farão história no país e mostrarão que o Brasil não é
feito apenas de lindas paisagens, mas um país que pode promover megaeventos
mundialmente conhecidos e respeitados.
4
Capítulo I – Cenário atual do Estado do Rio de Janeiro
1.1 – Economia do Estado
O estado do Rio de Janeiro é a segunda maior economia do Brasil, perdendo
apenas para São Paulo, e a quarta da América do Sul, tendo um Produto Interno
Bruto superior ao do Chile, com uma participação no produto interno bruto nacional de
15,8% (2005 – Fundação Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro e Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em seu Produto Interno Bruto (PIB), 62,1% representam a prestação
de serviços em áreas como telecomunicações, audiovisual, tecnologia da informação -
TI, turismo, turismo de negócios, ecoturismo, seguros e comércio. A cidade do Rio de
Janeiro é sede da maior parte das operadoras de telefonia do país, como TIM, Oi,
Telemar (Oi e Telemar são do mesmo grupo), Embratel, Vésper (a Embratel e Vésper
também são do mesmo grupo) e Intelig (recentemente adquirida pelo grupo TIM). O
estado também ocupa posição de destaque no setor de vendas a varejo, sendo sede de
grandes cadeias de lojas, como Lojas Americanas, Ponto Frio e Casa & Vídeo.
Em seguida, com 37,5% do produto interno bruto vem a indústria - metalúrgica,
siderúrgica, gás-química, petroquímica, naval, automobilística, audiovisual, cimenteira,
salineira, alimentícia, mecânica, editorial, têxtil, gráfica, de papel e celulose, de extração
mineral, extração e refino de petróleo. A indústria química e farmacêutica também
ocupa papel de destaque na economia fluminense. Segundo dados da Associação
Comercial do Rio de Janeiro, dos 250 laboratórios existentes no país, 80 operam no
estado, com destaque para Merck, Glaxo, Roche, Arrow, Barrenne, Casa Granado,
Darrow Laboratórios, Gross, Baxter, Schering-Plough, Musa, Daudt, Lundbeck, Mayne e
Mappel. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no bairro de Manguinhos, é o maior
laboratório público da América Latina e um dos maiores do mundo e ocupa posição de
destaque na pesquisa de remédios para diversas moléstias. A Ceras Johnson,
5
fabricante de inúmeros produtos de limpeza e desinfetantes também tem sede no Rio
de Janeiro. No sul do estado também se localiza um importante parque industrial, com
destaque para a Companhia Siderúrgica Nacional, (maior complexo siderúrgico da
América Latina) instalada em Volta Redonda, PSA Peugeot Citroën, Volkswagen
Caminhões e Ônibus (maior fábrica de caminhões do Brasil), Coca-Cola (Companhia
Fluminense de Refrigerantes), Guardian do Brasil, Galvasud, Indústrias Nucleares do
Brasil, Michelin, White Martins, a Indústria Nacional de Aços Laminados, Companhia
Estanífera Brasileira, Usinas Nucleares Angra 1, 2 e 3, entre outras. A Nissan também
irá construir uma nova fábrica no município de Resende no sul do estado.
No que diz respeito à indústria do sal, a Região dos Lagos é a segunda maior
região produtora do Brasil, perdendo apenas para a região do Pólo Costa Branca,
localizado no estado do Rio Grande do Norte. No município de Cabo Frio está sediada
a Refinaria Nacional de Sal, que é uma das principais indústrias salineiras do país.
No setor de petróleo, estão sediadas no Rio de Janeiro as maiores empresas do
país, incluindo a maior companhia brasileira, a Petrobras. Além dela,
Shell, Esso, Petróleo Ipiranga e El Paso Corporation mantêm suas sedes e centros de
pesquisa no estado. Juntas, todas estas empresas produzem mais de quatro quintos
dos combustíveis distribuídos nos postos de serviço do país. O governo do estado
monitora a produção de petróleo e gás através do Centro de Informações sobre o
Petróleo e Gás Natural do Estado do Rio de Janeiro.
Finalmente, respondendo por apenas 0,4% do produto interno bruto fluminense,
a agropecuária é apoiada quase integralmente na produção de hortaliças da Região
Serrana e do Norte Fluminense. No passado, cana-de-açúcar e depois, o café, já
tiveram considerável impacto na economia fluminense.
Sua capital é frequentemente associada à produção audiovisual. Segundo dados
do Ministério da Cultura, cerca de oitenta por cento das produtoras cinematográficas do
6
país têm sede no Rio de Janeiro e é da mesma proporção a produção de filmes do
estado em relação ao total nacional. O Rio é sede da Herbert Richers, maior empresa
de tradução e dublagem do Brasil e berço e quartel-general das Organizações Globo,
maior conglomerado de empresas de comunicações e produção cultural da América
Latina. Nominalmente, estão na cidade as sedes da Rede Globo de Televisão,
da Globosat, maior empresa de televisão geradora de conteúdo por assinatura do país,
da Rádio Globo e do jornal O Globo, primeira empresa da holding. Além da sede das
organizações Globo, no estado está presente o RecNov, complexo de estúdios e
dramaturgia da Rede Record. Também se sediou no Rio de Janeiro a Rede Manchete,
fundada em 1983 e extinta em 1999. O estado (e especificamente a cidade do Rio de
Janeiro), ultimamente tem se destacado como cenário para filmes estrangeiros,
principalmente Norte-Americanos.
Recentemente, por determinação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a
cidade do Rio foi escolhida como cabeça de rede da TV Brasil, emissora estatal
resultante da fusão da Radiobrás, de Brasília, com a Rede Brasil (TVE Brasil), já
sediada na capital fluminense.
1.2 – Sociedade: emprego e atuação do governo
Não faltam empregos com carteira assinada para os moradores do Estado do
Rio de Janeiro. É o que mostram os levantamentos da geração de novas vagas do
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho,
e a Pesquisa Mensal do Emprego (PME), do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). O Caged mostra que, em agosto, com uma alta de 0,26%, foram
abertos 9.628 postos de trabalho em agosto de 2012. E de acordo com o PME, vários
setores da economia estão em expansão.
7
Na Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, o crescimento foi de
0,32% com mais 8.903 novas oportunidades para os trabalhadores fluminenses. Em
agosto, o setor de Serviços foi o que contabilizou mais novos trabalhadores: 4.575. O
segundo lugar é da Construção Civil, que agora tem 3.101 operários a mais nos
canteiros de obras. Nos últimos 12 meses o desempenho se repete. O primeiro já
contabiliza mais de 89.900 oportunidades e o segundo 39.688. A terceira colocação é
do Comércio, com mais 28.383 em atividade.
O crescimento do Estado acompanha o bom momento brasileiro. De acordo com
os dados do Caged, foram gerados 3,6 milhões de empregos formais entre janeiro de
2011 e agosto de 2012. No mesmo mês, foram criadas 100.938 vagas, uma alta de
0,26% em relação a julho de 2012. No acumulado de 2012, o levantamento do
Ministério do Trabalho mostra que houve uma expansão de 3,64% no nível de
emprego. Isso representa mais de 1.378.803 novos postos para os trabalhadores. Nos
últimos 12 meses, o aumento foi de 1.457.412 vagas.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a Pesquisa
Mensal do Emprego (PME) que comprova: o momento é excelente para quem quer uma
oportunidade. A taxa de desemprego do país foi de 5,3% em agosto, a mais baixa para
o mês desde 2002. De janeiro a agosto, a taxa média é de 5,7%, a menor para os oito
primeiros meses desde o início da série histórica. Em 2011, a média foi de 6,3%,
enquanto em 2010, ficou em 7,2%.
O levantamento também mostra que o desempenho de todos os setores
pesquisados no Estado do Rio apresenta crescimento na geração de empregos. Em
relação a julho de 2012, a maior alta foi nos Serviços Domésticos, com 7,5%. Na
Indústria, o crescimento chegou a 3,6%. Na construção, comércio, serviços prestados a
empresas, e educação, saúde e administração pública, os números se mantiveram
estáveis.
8
O Estado do Rio foi responsável pela geração de 13.439 empregos celetistas no
mês de julho de 2012, segundo relatório do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. O resultado
corresponde a uma expansão de 0,37% em relação ao volume de assalariados com
carteira assinada do mês de junho.
Após a implantação do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e
Emprego (Pronatec) por determinação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a
Secretaria de Trabalho e Renda (Setrab), já realizou 1.909 pré-matrículas em todo o
Estado do Rio para os cursos de qualificação. O programa tem como objetivo principal
expandir e democratizar a oferta de cursos de Educação Profissional e Tecnológica
(EPT) para a população. Além de manter o seu benefício, o trabalhador terá direito a
gratuidade no curso, alimentação, transporte e material escolar. Após a conclusão, o
cidadão estará apto a uma nova inserção profissional.
De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do
Ministério do Trabalho e Emprego, o estado do Rio de Janeiro apresentou um dos
melhores resultados do País.
1.3 – Mudanças para 2016 e instalações atuais
Em 2016, o maior evento esportivo do planeta terá lugar na América do Sul pela
primeira vez na história. A cidade do Rio de Janeiro terá o orgulho de sediar os Jogos
Olímpicos e Paraolímpicos.
O acontecimento mexe com o dia-a-dia dos brasileiros desde a confirmação da
vitória, no inesquecível dia 2 de outubro de 2009. O anúncio feito pelo presidente do
COI, Jacques Rogge, foi a coroação maior de uma trajetória de conquistas, mas, acima
de tudo, o início de uma caminhada de grandes oportunidades e desafios.
9
A infraestrutura necessária para a realização dos Jogos impressiona em cada
detalhe. Serão mais de 100 mil pessoas envolvidas diretamente na organização,
incluindo 70 mil voluntários, e milhões impactados na cidade, no país e no continente.
São esperados mais de 10.500 atletas de cerca de 205 nações ao redor do mundo,
além de milhares de profissionais de imprensa, de apoio, apaixonados pelo esporte e
turistas de todos os cantos do globo. Para receber todos estes convidados, o Rio
passará por uma transformação, mas sem perder jamais o espírito carioca e a energia
brasileira, que contagiam a todos.
Mas atualmente a capital carioca não está tão perdida. Para todas as 28
modalidades olímpicas e 22 paralímpicas há espaços já construídos e outras em obras,
que ficarão prontas, no máximo, até o fim de 2015. Das 34 instalações programas para
receberem competições, 18 delas já estão em funcionamento, das quais 8 sofrerão
ajustes permanentes, 7 serão temporárias e 9 serão construídas como estruturas de
legado. Segundo dados disponíveis pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) apenas 26%
das instalações terão de ser construídas, apenas isso devido aos Jogos Pan-
Americanos de 2007, Jogos Mundiais Militares de 2011 e a Copa do Mundo FIFA de
2014.
A Vila Olímpica, local onde os atletas serão acomodados no período em que
estarão competindo, terá 750.000 m², isto é, o tamanho de cem campos de futebol
oficiais. O projeto é pensado na comodidade dos atletas: para chegar aos locais de
treinamento e competição, eles demorarão uma média de 25 minutos para percorrer o
trajeto. Elevadores serão instalados na Vila, onde sua espera não ocupará mais que 50
segundos do tempo dos competidores. Nos 48 prédios totalizando 9.460 quartos,
17.700 camas serão colocadas. O refeitório ocupará uma área de 24.000 m², onde
5.500 atletas poderão se alimentar simultaneamente e, para os funcionários terá um
refeitório independente, tendo capacidade para 1.500 empregados.
O plano de legado dos Jogos Rio 2016 está centrado em quatro prioridades-
chave, que são completamente integradas ao planejamento de longo prazo do Rio:
10
Transformação da cidade; Inserção social: habitação, treinamento e emprego;
Juventude e educação; e Esportes.
O primeiro consiste na melhoria da qualidade do ar, graças a controles mais
estritos das emissões das indústrias e dos transportes públicos, melhoria dos
transportes públicos graças à criação do Anel de Transporte de Alta Capacidade,
melhorias na segurança, incluindo novos sistemas e novas competências, preservação
da maior floresta urbana do mundo, incluindo o plantio de 24 milhões de árvores até
2016 e projetos importantes de renovação, incluindo a transformação da zona portuária
em um grande bairro residencial, de entretenimento e turismo, novos centros
residenciais e de entretenimento nas Zonas Maracanã e Deodoro, importante
renovação de infraestrutura na Barra, sobretudo nas instalações esportivas, de lazer e
de transporte, o parque radical de Deodoro, a zona com o maior percentual de jovens
da cidade, com uma ampla variedade de instalações esportivas e de lazer.
O segundo tem por objetivo as quatro vilas que ficarão como legado irão
disponibilizar novos apartamentos, fora da Vila Olímpica (mais de 24.000 quartos) nas
proximidades dos locais dos Jogos. E a questão de treinamento e empregos, serão
treinados 48.000 adultos e jovens seguirão um extenso programa de treinamento,
financiado pelo Comitê Organizador Rio 2016, visando formar profissionais e voluntários
em setores de importância estratégica para os Jogos. Este programa, apoiado pelo
Governo, por instituições de formação e pelas universidades, ajudará os participantes a
encontrar emprego após os Jogos. Empregos esse que serão cerca de 50.000
empregos temporários e 15.000 empregos permanentes criados nas áreas de grandes
eventos, gestão de esporte, turismo e operações das instalações, além de um número
considerável de empregos na construção civil.
Entre as iniciativas para a juventude e a educação podemos citar: o crescimento
do Programa Segundo Tempo (PST), um programa apoiado pelas Nações Unidas, que
dá acesso ao esporte nas escolas públicas, incluindo, atualmente, um milhão de
crianças. De 2009 até 2016, o PST crescerá até abranger 3 milhões de crianças
11
brasileiras, um investimento de mais de US$ 400 milhões entre 2009 e 2016 no Mais
Educação, um programa federal de financiamento de infraestruturas esportivas nas
escolas públicas. Os métodos de ensino de educação física e esportiva serão
melhorados, reforçando o objetivo global, que é popularizar as aulas de educação física
e esportiva em todos os estabelecimentos escolares. Além disso, os Jogos Escolares e
Universitários (uma iniciativa premiada pelo COI) serão ampliados. Dos atuais 2,5
milhões de jovens, o evento passará a atender 5 milhões de estudantes, o que
estimulará a participação nos esportes Olímpicos. Este programa está alinhado com os
conceitos dos Jogos Olímpicos da Juventude organizados pelo COI, que envolvem
esporte, cultura e educação.
A última prioridade, mas não menos importante: esporte. O primeiro legado é o
físico das instalações esportivas e dos voluntários treinados para os Jogos. Os
investimentos do setor privado através de programas de incentivo fiscal já estão em
vigor. O financiamento deve
passar de US$ 80 milhões à,
pelo menos, US$ 200 milhões
até 2016, e apoiará diversas
instalações esportivas e a
criação de programas ligados
ao esporte.
Dentre as instalações já
existentes no Rio de Janeiro
estão: o Centro Aquático Maria
Lenk que foi construído para
os Jogos Pan-americanos Rio 2007. A área de competição foi projetada de acordo com
os requisitos da FINA (Federação Internacional de Natação) para grandes competições
internacionais e precisará de modificações mínimas para os Jogos Rio 2016. O Maria
Lenk é de propriedade da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e atualmente é
administrado pelo Comitê Olímpico Brasileiro. A instalação será totalmente integrada ao
12
Centro Olímpico de Treinamento (COT), funcionando como um centro de excelência em
todos os desportos aquáticos, além de ser utilizado para competições regionais e
internacionais.
Outra instalação é o Estádio de Copacabana, é palco tradicional de grandes
competições de vôlei de praia, a Praia de Copacabana, um dos conhecidos cartões
postais da cidade, irá proporcionar uma atmosfera única para atletas e espectadores. O
Estádio será construído temporariamente para acomodar as competições de vôlei de
praia. Numa perspectiva mais ampla, existe uma oportunidade significativa de obter
participação popular através dessa instalação, reforçando o local como tradicional palco
de grandes eventos ao ar livre e promovendo a já conhecida vocação carioca para o
estilo de vida saudável.
A Marina da Glória fica localizada no Parque do Flamengo, no centro da cidade,
tendo como pano de fundo o Pão de Açúcar e o Corcovado. Uma das grandes
inovações será a construção de um píer temporário com capacidade para 10.000
espectadores na Praia do Flamengo, em frente ao local proposto para o percurso final
da disputa da medalha de ouro.
O Estádio João Havelange, conhecido por Engenhão devido ao bairro em que
está localizado, foi construído para os Jogos Pan-americanos Rio 2007 e terá sua
capacidade permanentemente ampliada de 45.000 para 60.000 espectadores para os
Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Além disso, o entorno do estádio receberá grandes
intervenções urbanas para
facilitar a sua operação. É
de propriedade da
Prefeitura do Rio de Janeiro
e continuará sendo o
principal palco do atletismo
brasileiro para grandes
competições. O atual
13
arrendatário do estádio é o Botafogo Futebol e Regatas, o que garante a manutenção e
utilização da instalação. Os projetos de reurbanização do entorno do estádio fazem
parte de uma iniciativa conjunta dos governos federal e municipal com o objetivo de
revitalizar a região do Engenho de Dentro.
Um ícone do esporte mundial, principalmente futebol, o Maracanã será palco das
Cerimônias de Abertura e Encerramento Olímpicas e Paralímpicas e sediará o torneio
olímpico de futebol. Originalmente construído em 1950 para a Copa do Mundo da FIFA,
o Maracanã e todo o seu entorno serão totalmente reformados para a Copa do Mundo
da FIFA de 2014, garantindo uma instalação excepcional para os Jogos Rio 2016. O
projeto de reforma prevê grandes áreas de circulação de público e melhorias
significativas na infraestrutura de transportes. A reforma do Maracanã e do seu entorno
é um projeto de grande importância para o Rio de Janeiro, qualificando uma das
principais instalações esportivas da cidade e acelerando o desenvolvimento urbano da
região, uma das prioridades do Rio.O Ginásio do Maracanãzinho, considerada a casa
do voleibol brasileiro, fica localizado dentro do Núcleo do Maracanã, que inclui também
o Estádio do Maracanã. Um grande projeto de reforma foi posto em prática para os
Jogos Pan-americanos Rio 2007, e agora o Núcleo do Maracanã será totalmente
reformado para a Copa do Mundo da FIFA de 2014. Continuará a ser o principal palco
do voleibol brasileiro após os Jogos Rio 2016. Terá ainda as suas quadras de
aquecimento reconstruídas, o que qualificará ainda mais a instalação, servindo como
importante local de treinamento para várias equipes e seleções.
Centro Nacional de Hipismo, localizado no Núcleo de Deodoro próximo ao
Centro Nacional de Tiro. Construído para os Jogos Pan-americanos Rio 2007, o centro
foi projetado de acordo com os padrões da Federação Equestre Internacional (FEI) para
competições internacionais. O complexo tem área aproximada de 1.000.000,00m².
Suas instalações serão restauradas e ampliadas para o Rio 2016. Será totalmente
integrada às facilidades do Centro Olímpico de Treinamento localizado em Deodoro,
transformando-se em um grande centro do hipismo no Brasil. Além disso, o centro
continuará sendo utilizado na realização de grandes competições.
14
Capítulo II – Jogos Olímpicos
2.1 – História dos Jogos
Os primeiros registros oficiais da existência dos
Jogos Olímpicos datam de 776 a.C. Os Jogos eram
realizados em um vilarejo chamado Olímpia, na Grécia.
Uma das finalidades dos Jogos Olímpicos era homenagear Zeus, maior divindade do
Olímpio, segundo a mitologia grega. Os Jogos eram realizados de quatro em quatro
anos e tinham o poder de interromper guerras, batalhas e combates. As disputas
reuniam atletas e espectadores de todas as cidades da Grécia.
Apenas os cidadãos livres e que estivessem inscritos para a competição podiam
participar dos Jogos. Os atletas treinavam em suas cidades de origem durante os
quatro anos que separavam os Jogos Olímpicos e a 60 dias dos Jogos, todos os atletas
se concentravam na cidade de Elis, onde se dedicavam integralmente à sua preparação
física. As mulheres eram proibidas de assistir às disputas e as que fossem casadas
corriam o risco de serem condenadas à pena de morte caso fossem flagradas nos
locais de competição.
Com o passar dos anos, o cristianismo, que cada vez mais se firmava no Império
Romano (os romanos dominavam a Grécia desde 144 a.C) passou a combater os
Jogos Olímpicos, pois não via com bons olhos o culto aos esportes “pagãos” e também
não tolerava a adoração do fogo sagrado, que, a cada 4 anos era aceso em Olímpia.
Naquela época os Jogos não eram “disputados” e sim, “celebrados”. De acordo
com os registros oficiais, a celebração dos Jogos Olímpicos durou até o ano de 394 d.
C. quando, por questões religiosas, a celebração foi banida pelo imperador romano,
Teodósio. Em função dessa decisão do imperador Teodósio, essa celebração não mais
aconteceu pelos próximos 1500 anos, voltando a ser realizada novamente apenas na
15
Era Moderna, graças ao esforço de um pedagogo e esportista francês, Barão Pierre de
Coubertin.
Apesar de ter estudado Ciência Política e seguido
carreira militar, o negócio de Pierre de Coubertin era mesmo
educacional. Disposto a reformar o sistema educacional da
França, ele viu no esporte e nos ideais olímpicos gregos, uma
fonte de inspiração para o aperfeiçoamento do ser humano.
No dia 23 de junho de 1894, durante um congresso de
educação e pedagogia, Coubertin defendeu a criação de um
órgão internacional que unificasse as diferentes disciplinas
esportivas e que promovesse a realização de uma competição
internacional entre atletas amadores, de quatro em quatro
anos. A intenção de Coubertin era ampliar para o mundo o que já havia acontecido na
Grécia Antiga.
A idéia foi prontamente aceita pelos 13 delegados de países presentes no
congresso e naquele mesmo dia foi criado o COI (Comitê Olímpico Internacional).
Também em 23 de junho de 1894 decidiu-se que os I Jogos Olímpicos da Era Moderna,
como passaram a ser chamados, aconteceriam dois anos depois, em 1896, na Grécia.
O lema dos Jogos Olímpicos da Era Moderna passou a ser: “O importante é
competir”. A primeira edição das Olimpíadas modernas foi marcada para a primavera de
1896, em Atenas, após o rei Jorge I ceder a cidade para a realização dos Jogos. A
Grécia, porém, passava por uma grave crise financeira e os Jogos Olímpicos daquele
ano só aconteceram graças a uma generosa contribuição do bilionário arquiteto egípcio
Georgios Averoff. No dia 6 de janeiro de 1896 recomeçavam os Jogos Olímpicos, com a
presença de 13 países e 311 atletas.
16
Como presidente do COI, o Barão escolheu Paris como sede para 1900, apesar
da intenção da Grécia em receber mais uma vez os jogos. Mas a competição foi quase
um fiasco, pois na mesma época Paris recebia a Feira Mundial, que tinha a Torre Eiffel
como símbolo. As instalações eram muito ruins e o desempenho dos participantes não
foi o melhor. Não houve cerimônia de abertura e quase todos os atletas não receberam
medalhas após a competição.
Em 1920 houve a primeira participação brasileira, onde a equipe ficou em 15º
lugar no quadro de medalhas, com uma de ouro, uma de prata e outra de bronze, todas
na modalidade de tiro. Substituindo a cidade de Berlin, a Bélgica foi a sede desses
Jogos, após a 1ª Guerra Mundial, que deixo a cidade alemã destruída. Os países
derrotados na Guerra não podiam participar deste evento, exigência do país sede.
Segue a relação de todas as sedes Olímpicas, até 2012:
1896 - Atenas - Grécia
1900 - Paris - França
1904 - Saint Louis - Estados Unidos
1906 - Atenas - Grécia
1908 - Londres - Reino Unido
1912 - Estocolmo - Suécia
1916 - Não realizada
1920 - Antuérpia - Bélgica
1924 - Paris - França
1928 - Amsterdã - Holanda
1932 - Los Angeles - Estados Unidos
1936 - Berlim - Alemanha
1940 - Não realizada
1944 - Não realizada
1948 - Londres - Reino Unido
1952 - Helsínque - Finlândia
17
1956 - Melbourne - Austrália
1960 - Roma - Itália
1964 - Tóquio - Japão
1968 - Cidade do México - México
1972 - Munique - Alemanha Ocidental
1976 - Montreal - Canadá
1980 - Moscou - União Soviética
1984 - Los Angeles - Estados Unidos
1988 - Seul - Coreia do Sul
1992 - Barcelona - Espanha
1996 - Atlanta - Estados Unidos
2000 - Sydney - Austrália
2004 - Atenas - Grécia
2008 - Pequim - China
2012 - Londres - Reino Unido
2.2 – Processo de candidatura da última sede: Londres 2012
As cidades candidatas tinham até 15
de julho de 2003 para apresentar suas
candidaturas. As cidades
eram Havana, Istambul, Leipzig, Madrid, Mos
cou, Nova Iorque, Paris, e Rio de Janeiro.
Em 18 de maio de 2004, o Comitê Olímpico
Internacional (COI), reduziu o número de
cidades postulantes para cinco que evoluíram
para candidatas: Londres, Madri, Moscou, Nova Iorque e Paris.
18
Em 19 de novembro de 2004, o COI recebeu os livros de candidatura das cinco
candidatas e enviou uma equipe de avaliação que visitou as cinco cidades candidatas
durante Fevereiro e Março de 2005. A candidatura de Paris levou duas advertências
durante a visita: uma série de greves e manifestações coincidindo com a visita e de que
havia uma investigação aberta sobre Guy Drut, um dos principais membros da equipe
parisiense e membro do COI, que estava sendo acusado de receber propina.
Em 6 de Junho de 2005, o COI divulgou o relatório final das cinco cidades
candidatas. Embora esses relatórios não contivessem qualquer pontuação ou
classificação, o relatório de Paris foi considerado o melhor, seguido pelo de Londres,
cuja nota tinha diminuído, em relação à primeira avaliação, em 2004. Outras duas
candidatas Nova Iorque e Madri obtiveram também uma avaliação muito positiva em
seus relatórios. As cinco cidades foram visitadas por delegados do COI, que avaliaram
itens como segurança, saúde, transporte, serviços de hotelaria e infraestrutura.
O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de
Londres (LOCOG) foi criado para supervisionar e organizar a realização dos Jogos
após o êxito da candidatura, e teve a sua primeira reunião em 7 de Outubro de 2005. A
comissão, presidida por Sebastian Coe, está encarregada da execução e realização
dos jogos, enquanto que a Autoridade de Desenvolvimento Olímpico da Grande
Londres (APD) tem a seu cargo a construção das salas e infraestruturas.
A Secretária Executiva Olímpica (GOE), uma unidade no centro do
Departamento de Cultura, Meios de Comunicação Social e Esportes, é o órgão que
coordena os Jogos Olímpicos de Londres 2012. A responsável pelo órgão é a ministra
permanente para a Organização do Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de
Londres, Tessa Jowell. A outra função do órgão é a supervisão legado que irá
beneficiar Londres e a Grã-Bretanha.
19
2.3 – Pós Jogos: consequências
Estrutura
Os Jogos Olímpicos e
Paraolímpicos de 2012 utilizaram uma
mistura de novos espaços, instalações
existentes e zonas/instalações
históricas (alguns delas são pontos
turísticos como o Hyde Park e a
Parada da Guarda) e com várias
instalações temporárias. Na sequência
dos problemas que afligiram o The O2,
os organizadores tiveram a intenção de
que não houvesse elefantes brancos após os Jogos, uma vez que a "Legado de 2012"
será entregue á cidade de Londres.
Algumas das novas instalações foram reutilizadas na sua forma olímpica,
enquanto que outras, incluindo os 80000 lugares do Estádio Olímpico foram reformados
e vários foram transferidos para outros lugares da Grã Bretanha. Estes projetos são
parte da regeneração do bairro de Stratford, no leste de Londres, que foi o local do
Parque Olímpico, e os bairros vizinhos do Lower Lea Valley.
Isso exigiu a desapropriação de algumas propriedades comerciais, que foram
demolidas para a construção das novas arenas e para a melhoria da infraestrutura já
existente. Todo esse processo foi polêmico, pois alguns dos proprietários afetados
alegaram que as indenizações propostas foram muito baixas e fora do valor real dos
terrenos. Além disso, existiam preocupações sobre os impactos diretos que o aumento
do turismo no Jardins Allotments, o que inspirou uma campanha da comunidade local,
além das demolições de casas na Clays Lane Estate, que foram contestadas por vários
inquilinos.
20
A maioria dos locais foi dividida em três zonas na Grande Londres: a Zona
Olímpica, a Zona do Rio e a Zona Central. Além desses locais, algumas subsedes
ficaram de fora da Grande Londres. A Acadêmia Nacional de Portland,
Buckinghamshire e o Castelo de Hadleigh e as subsedes do futebol: Manchester,
Coventry, Newcastle, Glasgow e Cardiff.
O Estádio Olímpico
de Londres, localizado no Parque
Olímpico tem sua estrutura
praticamente toda de aço. Tem
várias características, que são
percebidas logo de primeira
vista, como por exemplo, o
telhado, e a zona lateral, foram
pintadas imagens gigantescas de
atletas e das bandeiras dos
países participantes. A ideia do
design do Estádio foi criar uma estrutura que se assemelhasse aos músculos do corpo
humano. Está localizado num meandro do Rio Tamisa, junto com as outras instalações
do Parque Olímpico, cujo acesso é feito várias pontes. Em volta estão sendo feitas
várias decorações que foram retiradas após os Jogos. O projeto do estádio também
projeta a integração do meio ao estádio, como as suas cadeiras, os postes de luz e
seus acentos revestidos de couro.
Economia
A taxa de desemprego na Grã-Bretanha caiu a 8% no mês de junho depois de
alcançar 8,1% em maio graças ao efeito temporário sobre a economia dos Jogos
Olímpicos e apesar da recessão no país, indicou o Escritório Nacional de Estatísticas
(ONS).
21
O número de pessoas em busca de trabalho alcançou os 2,56 milhões. A redução
do desemprego foi concentrada em Londres em consequência do efeito positivo na
economia, como no mês anterior aos Jogos Olímpicos.
Por outro lado, as consequências da crise financeira global de 2008-09
possivelmente adicionaram duas novas dimensões ao debate sobre a economia dos
megaeventos. A primeira é que a deterioração das finanças públicas dos países ricos
pode aumentar a pressão para que os governos sejam responsabilizados pelos gastos
do dinheiro do contribuinte — uma tarefa que é especialmente difícil quando se trata de
provar que o investimento em megaeventos é o melhor uso do dinheiro público. O
pacote de financiamento do setor público para a Olimpíada de Londres 2012 inchou de
um orçamento original de 2,4 bilhões de libras (US$ 3,8 bilhões) para 9,3 bilhões de
libras (US$ 14,6 bilhões).
A segunda é que os países ricos desprovidos de dinheiro poderão estar menos
dispostos no futuro a apostar em megaeventos que se mostraram caros demais para
realizar. Isso poderá incentivar as economias mais saudáveis dos mercados
emergentes a sediá-los. A demonstração desse argumento é que Brasil, China e Rússia
em breve estarão hospedando ou hospedaram recentemente tais acontecimentos.
Enquanto os países em desenvolvimento podem não enfrentar restrições fiscais tão
severas quanto algumas economias avançadas em situação difícil, o argumento a favor
da análise crítica e objetiva do custo-benefício talvez seja ainda mais forte no caso
deles: os gastos na construção de projetos-troféus podem reduzir os investimentos em
infraestrutura básica.
Dentro desse contexto que afetou a
economia, neste caso a britânica, o primeiro
ministro David Cameron disse que os Jogos
aportariam cerca de 13 bilhões de libras à
economia, mas os próprios erros do governo
conspiraram contra este impacto. O prefeito
22
de Londres, Boris Jonson, lançou uma campanha pedindo que os ingleses evitassem o
centro durante os Jogos. O resultado foi que a zona central se converteu em uma
cidade fantasma. Restaurantes e teatros vazios, ruas sem muita gente, queda das
vendas do comércio. O número de visitantes na famosa Torre de Londres registrou uma
queda de 56% no número de visitantes. Segundo a Associação de Operadores
Turísticos Europeus, houve uma queda de aproximadamente 50% no número global de
turistas.
Social
Muitos trabalhadores ingleses foram expulsos de suas casas. Em um processo que
já estamos vendo no Brasil, as comunidades atravessadas pelas Olimpíadas, em sua
marcha pelo lucro, foram cruelmente retiradas de seus territórios. Seja com remoções
forçadas ou pelo mecanismo da venda compulsória, milhares de trabalhadores foram
expulsos para bairros mais distantes.
Toda a região Leste de Londres, onde estão instalados os principais equipamentos
esportivos, passou por um enorme processo de revitalização. No lugar das
comunidades, prédios de luxo rodeiam as arenas olímpicas. Em um processo
conhecido como “gentrificação”, a população pobre desses locais vai sendo expulsa,
também, por um mecanismo econômico – a valorização imobiliária eleva de conjunto o
custo de vida na região. É idêntico ao que já ocorre no Rio de Janeiro, por exemplo.
As medidas de higienização social também podem ser bem menos sutis. A
circulação durante os jogos será restrita em diversas áreas da cidade. Igualmente,
qualquer iniciativa de protesto contra as consequências sociais dos Jogos está sob a
ameaça de criminalização. Através da Lei dos Jogos Olímpicos, aprovada em 2006, a
polícia está autorizada a reprimir qualquer evento que possa supostamente colocar em
risco o bom andamento dos jogos.
23
Para garantir os lucros exorbitantes com que contam os patrocinadores, Londres
viverá duas semanas em meio a uma ostensiva militarização. O sistema de segurança
das Olimpíadas conta com mais de 23 mil homens, entre soldados do exército britânico
e funcionários da empresa privada G4S. É o equivalente a quase metade das tropas
reais estacionadas na guerra do Afeganistão e a maior presença militar em Londres,
desde a segunda guerra mundial.
Completando, foram instaladas pequenas bases de lançamento de mísseis
antiaéreos no topo de prédios, inclusive residenciais, sem nem ao menos haver
consulta aos moradores. Oficialmente, houve, ainda, 500 agentes do FBI que
ofereceram a colaboração norte-americana a esse aparato.
Tamanha a presença de um
ambiente militar nos Jogos, que a
bandeira olímpica com seus cinco
anéis, supostamente um símbolo de
paz, foi conduzida na Cerimônia de
Abertura por 16 militares condecorados
por feitos de guerra – incluindo a
recente intervenção na Líbia. A
patriotada grã-bretã é o esforço por
transparecer uma imagem de glória a um império decadente.
Contrariando a ideia transmitida pela grande mídia de que há um eufórico consenso
no Reino Unido em torno aos Jogos, os movimentos sociais vêm organizando uma
ampla rede de ativistas descontentes. No último dia 28 de julho, primeiro dia oficial de
competições, uma importante manifestação marchou pela Zona Leste de Londres.
Cerca de 1000 pessoas compareceram aos chamados “Jogos da Austeridade”.
Vencendo a ameaça de proibição, um protesto irreverente denunciou as injustiças e o
vale tudo pelo lucro por trás dos Jogos.
24
Capítulo III – Possíveis impactos estruturais, econômicos e sociais
3.1 – Impactos estruturais
Os gastos com infraestrutura e melhorias para a cidade com vistas
exclusivamente aos Jogos Olímpicos de 2016 devem consumir R$ 11,39 bilhões,
segundo estimativas divulgadas em 2009 pela Secretaria de Fazenda do Estado do Rio
de Janeiro. Deste total, a estimativa é de que o Estado seja responsável por menos de
R$ 1 bilhão, enquanto o restante deverá ser repartido pelos governos federal e
municipal e pela iniciativa privada. No total, a previsão é de que a cidade deverá
receber investimentos de R$ 23,23 bilhões em infraestrutura até 2016. Desse montante,
R$ 11,835 bilhões serão aplicados independentemente dos Jogos Olímpicos, como os
R$ 2,002 bilhões previstos para aplicação em portos e aeroportos na capital fluminense.
Do total que será investido em infraestrutura por causa dos Jogos Olímpicos, o
setor público responderá por R$ 7,379 bilhões, com destaque para os R$ 2,141 bilhões
em estradas e ferrovias, os R$ 890 milhões na gestão ambiental e os R$ 732 milhões
em segurança. Já o setor privado entrará com R$ 4,018 bilhões, divididos em R$ 1,624
bilhão da vila de mídia, R$ 1,540 bilhão da infraestrutura de energia elétrica e R$ 854
milhões da vila olímpica.
As despesas totais previstas atingem R$ 28,85 bilhões, valor que engloba os R$
11,835 bilhões que serão gastos em infraestrutura independentemente da Olimpíada e
os gastos exclusivos para operacionalização dos Jogos Olímpicos, que somam R$
5,627 bilhões. Os maiores gastos previstos na operacionalização são os R$ 975
milhões no setor de informações, telecomunicações e internet, os R$ 683 milhões com
mão de obra e os R$ 635 milhões nas instalações esportivas, que depois dos jogos
serão repassadas para as administrações federal, estadual ou municipal.
25
O secretário da Fazenda, Joaquim Levy, ressalta que as três esferas de governo
deram garantias totais de R$ 1,383 bilhão, repartidas igualmente entre União, Estado e
município para a fatia operacional da Olimpíada. O secretário destacou que é possível
que essas garantias não sejam utilizadas, caso as receitas com patrocínio e venda de
ingressos superem as expectativas, que são de R$ 1,117 bilhão e R$ 721 milhões,
respectivamente.
Comparando o Rio com outros destinos famosos tais como a cidade de Paris,
por exemplo, a quantidade de turistas que visita o Rio anualmente é 4, 5 vezes menor
que em Paris. Levando em conta que ambas são cidades muito bonitas e muito
famosas (o Rio por suas belezas naturais e Paris por suas construções históricas), não
era para o Rio atrair pelo menos a mesma quantidade de turistas? A resposta de toda
essa linha de raciocínio é simples: infraestrutura.
O Rio de Janeiro não tem a mesma infraestrutura e planejamento de Paris. Nos
transportes, por exemplo, enquanto o Rio tem 42 km de metrô e 38 estações, o metrô
de Paris tem 213 km e 300 estações. Esse vai ser justamente um dos grandes trunfos
das Olimpíadas do Rio 2016: foi planejado um grande investimento em infraestrutura.
Além das grandes obras que serão feitas para os eventos esportivos, tais como a
nova vila olímpica e diversas instalações esportivas aquáticas e terrestres, as
olimpíadas do Rio 2016 vão trazer um grande investimento em infraestrutura e
segurança. O orçamento planejado pela organização dos Jogos Olímpicos do Rio 2016
para os transportes foi de aproximadamente 2,1 bilhões de reais. Este dinheiro será
gasto principalmente expandindo o metrô do Rio, reformando avenidas e também
construindo corredores de ônibus rápidos pela cidade. Estas novas pistas de ônibus
exclusivas vão interligar as regiões de hotéis com as instalações esportivas, ligando
também a nova vila olímpica a estes prédios. A organização do Rio 2016 também
pretende construir uma nova ligação rápida entre o aeroporto e o centro. O
Rio de Janeiro sediará não somente as Olimpíadas de 2016, mas também a Copa do
26
Mundo de 2014. A magnitude e importância destes eventos mostraram a necessidade
de uma reestruturação no transporte coletivo municipal. As competições serão
realizadas em quatro regiões (Copacabana, Maracanã, Barra da Tijuca e Deodoro), e
as obras interligarão e facilitarão o deslocamento de atletas, turistas e moradores,
sendo as principais:
Transoeste: corredor expresso para ônibus que, com nove pontos de integração
a outros meios de transporte, deverá beneficiar até 220 mil passageiros por dia.
A via ligará a Barra da Tijuca a Santa Cruz e Campo Grande, terá 56 km de
extensão e 53 estações. Ao todo, a obra reformará 255 mil m² de asfalto,
implantará outros 522 mil m², e instalará 3.650 novos pontos de luz.
Transcarioca: é um corredor expresso que vai conectar a Barra da Tijuca ao
Aeroporto Internacional Tom Jobim. Serão 41 km de extensão, 46 estações e 13
bairros interligados. A obra tem previsão de entrega para 2014 e prevê uma
redução de até 60% no tempo do trajeto, beneficiando até 400 mil pessoas.
Transolímpica: considerada a maior obra do Rio de Janeiro nos últimos 30 anos,
esta via de 26 km encurtará o deslocamento dos atletas entre as instalações dos
Jogos, ligando o Recreio dos Bandeirantes a Deodoro. Também será utilizada
por carros e não terá cruzamentos ou sinais. Além de beneficiar o transporte de
400 mil pessoas, a via promoverá a urbanização em seu entorno. Pedestres
poderão contar com travessia prioritária, calçadas largas, ciclovias e bicicletários
nas estações. r
O setor hoteleiro do Rio vai muito bem, mas já faz alguns anos que não faz grandes
investimentos. Muitos projetos hoteleiros de novos prédios que estavam no papel, que
estavam parados por falta de estímulo, agora podem ser retomados por causa das
Olimpíadas do Rio 2016. O COI exige que uma cidade tenha pelo menos 40.000
quartos de hotel para poder sediar uma olimpíada, com a valorização do setor hoteleiro,
que deve crescer entre 15 e 20% a organização dos jogos olímpicos do Rio 2016
estima que até o ano de 2015 a cidade tenha mais de 50.000 quartos de hotel. As
olimpíadas do Rio 2016 trarão ótimas oportunidades em geral para o setor de hotelaria
27
e turismo. Para quem pretende seguir esta carreira, este é um momento bem favorável.
Um dos destaques do projeto olímpico carioca é a revitalização da zona portuária
do Rio. Além das Vilas de Mídia (destinadas à imprensa escrita e também às emissoras
detentoras dos direitos de transmissão), o local contará com outras instalações como o
Centro de Mídia Não Credenciada, Centro Principal de Operações (MOC), Centro
Operacional de Tecnologia (TOC), Centro de Distribuição de Uniformes (UAC) e Centro
Principal de Credenciamento (MAC). Dentro do projeto estão incluídas também a
criação de espaços de cultura, educação e entretenimento, além da demolição de parte
de um trecho da via elevada Perimetral, a construção de 4 km de túneis e viadutos, a
reurbanização de ruas e implementação de redes de serviços como água, esgoto e gás.
A cidade do Rio de Janeiro será dividida em quatro zonas que irão receber as
competições das 28 modalidades olímpicas: Barra da Tijuca, Maracanã, Copacabana e
Deodoro. Outras quatro cidades (Belo Horizonte, Brasília, Salvador e São Paulo)
servirão como apoio para a disputa do futebol olímpico. Ao todo são 34 instalações: 18
já estão prontas, nove ficarão de legado para os habitantes e as outras sete serão
temporárias, construídas, usadas e desmontadas após os Jogos. A Barra da Tijuca
receberá a maioria das instalações. É lá que fica o Parque Olímpico do Rio, o principal
local de disputas e casa de 20 esportes olímpicos. A Arena Olímpica, o Centro Aquático
Maria Lenk e o Velódromo Olímpico serão reaproveitados. O Riocentro, o principal
centro de exposições e convenções da cidade, terá alguns de seus pavilhões
adaptados para a disputa de esportes como boxe e tênis de mesa.
A segunda zona de disputa será o Maracanã. Nesta região serão utilizados
equipamentos já prontos e que passarão por reformas para se adequar aos Jogos.
Além do estádio do Maracanã, palco das cerimônias de abertura e encerramento, a
região contará com o estádio João Havelange, o Ginásio do Maracanãzinho, o
Sambódromo e o estádio de São Januário.
28
Os esportes de praia serão disputados em Copacabana. O vôlei de praia, por
exemplo, terá uma areia construída temporariamente no cartão postal da cidade para
sua disputa. A maratona aquática terá sua largada no Forte de Copacabana. Próximo à
região fica a Lagoa Rodrigo de Freitas, que receberá investimentos temporários e
permanentes (reformas e melhorias na lagoa) para ser a instalação do remo e
canoagem. Compõe esta zona de disputa a Marina da Glória e o Parque do Flamengo.
A região de Deodoro receberá sete esportes olímpicos. Assim como no Parque
Olímpico, as instalações erguidas ou reformadas da região. Como a Arena Deodoro, o
Centro Nacional de Hipismo e o Centro Nacional de Tiro e o Parque do Pentatlo
Moderno formarão o Centro Olímpico de Treinamento local. Além desses espaços,
Deodoro será local também do Parque Radical, o núcleo de esportes radicais olímpicos.
O fato de a região contar com uma grande quantidade de jovens foi decisivo para que o
bairro se tornasse sede do Centro Olímpico de BMX. Após os jogos essas instalações
ficarão para uso da população.
3.2 – Impactos econômicos
A realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 no Rio trarão benefícios
significativos não só para a economia da cidade sede, como também para o Estado e o
país, conforme apurado no estudo realizado pela Fundação Instituto de Administração
(FIA) da Universidade de São Paulo (USP), encomendado pelo Ministério do Esporte.
Os efeitos multiplicadores antes, durante e após a realização do evento, como
observado pelo estudo, incluem o aumento da produção, expansão dos serviços, maior
arrecadação de impostos e crescimento da oferta de empregos e de massa salarial. De
acordo com o resultado da pesquisa, a previsão é de que o impacto dos Jogos na
economia brasileira chegue a R$ 102 bilhões.
Pelos cálculos da pesquisa, para cada US$ 1 investido, outros US$ 3,26 adicionais
seriam gerados até 2027. Na cadeia de benefícios, o estudo também estima que até
29
2016 sejam criados 120 mil empregos por ano, passando para 130 mil a cada um dos
dez anos seguintes. Isso porque, 55 setores da economia destacaram-se entre os que
mais poderão se beneficiar com a realização do megaevento. Do ponto de vista
nacional são eles: construção (10,5%), serviços imobiliários e aluguel (6,3%), serviços
prestados às empresas (5,7%), petróleo e gás (5,1%), serviços de informação (5,0%), e
transporte, armazenagem e correio (4,8%).
O estudo da FIA conclui ainda que, com base nas previsões de investimento,
retorno em impostos, somados os valores da arrecadação adicional municipal, estadual
e federal, corresponderá a 40% dos gastos públicos, estimados em R$ 23 bilhões, para
a realização dos Jogos.
Para o presidente do Comitê de Candidatura Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, os
resultados do estudo da FIA só reforçam o poder de transformação da cidade sede e do
país com a realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Esta é a prova do quanto
um evento desta magnitude pode trazer de benefícios para toda a população. Estamos
certos de que o projeto Rio 2016, além de acrescentar diferencial ao Movimento
Olímpico marcará positivamente a trajetória socioeconômica do Brasil”, destacou
Nuzman.
*O projeto olímpico apresentado no Dossiê de Candidatura Rio 2016 está
passando, neste momento, por uma revisão por parte do COJO e dos governos federal,
estadual e municipal, conforme definição conjunta com o Comitê Olímpico Internacional
Área Investimento Público
(R$ milhões)
Investimento COJO *
(R$ milhões)
Total
(R$ milhões) %
Acomodações 2.590,49 0,00 2.590,49 20,69
Instalações Esportivas 953,29 565,07 1.518,36 12,13
Segurança 471,90 0,00 471,90 3,77
Tecnologia 405,86 71,63 477,49 3,81
Transportes 7.460,00 0,00 7.460,00 59,59
Total 11.881,54 636,70 12.518,24 100
% 94,91 5,09 100
30
(COI). Sempre que uma cidade ganha o direito de sediar os Jogos Olímpicos e
Paraolímpicos, o COI permite que o projeto apresentado na candidatura seja revisado.
A revisão pode implicar em consequente redefinição de responsabilidades,
cronogramas, financiamentos etc. (fonte:
http://www.portaltransparencia.gov.br/rio2016/matriz/)
3.3 – Impactos sociais
O Governo Federal do Brasil e os governos Estadual e Municipal do Rio de
Janeiro estão comprometidos em garantir a segurança de todos os participantes dos
Jogos Olímpicos e Paraolímpicos 2016, da população local e dos visitantes, antes,
durante e depois da realização dos Jogos. Os governos irão trabalhar de forma
integrada com o objetivo de garantir um ambiente seguro e agradável a todos. Os riscos
de desastres e de segurança durante os eventos serão controlados por meio da
implantação de uma extensa operação de segurança, discreta e amigável.
A responsabilidade final sobre a segurança dos Jogos é do Governo Federal, por
meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP), do Ministério da Justiça.
A SENASP irá coordenar o envolvimento das agências Federais, Estaduais e
Municipais na operação de segurança dos Jogos e irá trabalhar em constante
relacionamento com a Diretoria de Segurança do Comitê Organizador Rio 2016 para
garantir a eficácia dos resultados.
O planejamento da operação de segurança dos Jogos foi baseado em uma
análise completa de segurança e riscos relacionados, desenvolvida por especialistas
internacionais em gerenciamento de riscos e segurança, em cooperação com as
autoridades brasileiras competentes.
31
Segue uma tabela com o total do investimento no que tange a segurança e suas
vertentes, onde é distribuído todo dinheiro injetado. É possível notar que o maior
investimento do Governo é no aumento das tropas tanto da Polícia Civil quanto da
Polícia Militar, o que traduz a preocupação com o bem estar do andamento do mega
evento. Outro ponto que demanda um grande investimento é a centralização das
funções policiais especializadas, a Cidade da Polícia. Ela tem o objetivo de tornar a
força policial especializada mais eficiente, centralizando o comando num complexo
central de polícia. Isso irá melhorar o desenvolvimento dos conhecimentos, do
treinamento e da transferência de conhecimento entre as unidades de polícia
especializadas, trazendo maior eficiência às forças policiais. O treinamento intensivo da
Polícia Militar demanda quase 12 milhões de reais e visa a introdução de cursos
especializados como: reação tática, polícia comunitária e resolução de conflitos,
incorporando o cuidado com os grupos vulneráveis e o treinamento dos oficiais de
apoio comunitário e Cursos de inglês e espanhol.
A Gestão Operacional e Administrativa da Polícia Civil tem objetivo de melhorar a
eficiência da Polícia Civil, modernizando os sistemas administrativos e tecnológicos da
polícia e demanda 11,7 milhões de reais. Já o Aumento do treinamento e da
produtividade da Polícia Civil, que requer 10,75 milhões, prevê a melhoria do potencial
gerencial, operacional e administrativo da Polícia Civil para aumentar sua capacidade,
com o objetivo de aprimorar as exigências para os cargos de gestão, reforçar o
treinamento comportamental e melhorar a cultura da polícia. Isso inclui cursos
avançados de técnicas de investigação.
Outro fator importante a ser melhorado são os pontos médicos legais, onde
haverá a instalação dos postos médico-legais por região policial para melhorar a
capacidade de investigação dentro da Polícia Civil local, descentralizando as atividades
de investigação médico-legal. Uma ação seguinte é a melhoria da prevenção criminal e
da manutenção da ordem de forte visibilidade (Polícia Militar), que tem o objetivo de
garantir a prevenção da violência no Estado do Rio de Janeiro, criando um Grupo de
32
Polícia de Alta Visibilidade, reestruturando o Transporte Policial nos ônibus urbanos
existentes e aumentando o uso de furgões de polícia como meio de dissuasão visível.
Projeto
Investimento
Público
(R$ milhões)
Responsável
Investimento
Temporário
(R$ milhões)
Total
(R$
milhões)
%
Aumento das tropas da Polícia Civil (Projeto
Gênesis) 129,5
Governo
Federal/Governo
Estadual
0 129,5 27,44
Aumento das tropas da Polícia Militar 115,2
Governo
Federal/Governo
Estadual
0 115,2 24,41
Aumento do treinamento e da produtividade da
Polícia Civil 10,75
Governo
Federal/Governo
Estadual
0 10,75 2,28
C3 e capacidade de vigilância 6
Governo
Federal/Governo
Estadual
0 6 1,27
Centralização das funções policiais
especializadas (Projeto Cidade da Polícia) 100
Governo
Federal/Governo
Estadual
0 100 21,19
Gestão operacional e administrativa da Polícia
Civil 11,7
Governo
Federal/Governo
Estadual
0 11,7 2,48
Início do programa de melhoria psicológica e
física dos oficiais da Polícia Militar 9,6
Governo
Federal/Governo
Estadual
0 9,6 2,03
Instalação de Postos Médico-Legais 23,6
Governo
Federal/Governo
Estadual
0 23,6 5,00
Introdução das Bolsas PRONASCI 6,79
Governo
Federal/Governo
Estadual
0 6,79 1,44
Melhoria da prevenção criminal e da
manutenção da ordem de forte visibilidade
(Polícia Militar)
40
Governo
Federal/Governo
Estadual
0 40 8,48
Melhoria dos sistemas de treinamento da
Polícia 6,84
Governo Federal/Governo
Estadual
0 6,84 1,45
33
Segundo um relatório da Fundação Instituto de Administração (FIA), encomendado
pelo Ministério dos Esportes, até 2016 podem ser criados, em média, 120 mil empregos
por ano. A região metropolitana do rio concentraria 50% dessa demanda, no período de
implantação dos investimentos e realização das Olimpíadas.
Quatro anos antes, o maior evento esportivo mundial já cria empregos no Rio e
promete trabalho nas mais diferentes áreas. E não cria apenas em setores como
turismo, hotelaria, alimentação, ensino de idiomas e construção civil - os mais óbvios
quando o assunto é abertura de vagas em função das Olimpíadas de 2016. O Comitê
Organizador dos Jogos, por exemplo, conta com um time de cerca de 180 pessoas
atuando no planejamento e organização do evento, e está constantemente abrindo
novas vagas. O objetivo é formar uma equipe de quatro mil empregados, entre pessoal
temporário e permanente, além de 70 mil voluntários. Nesta fase inicial de recrutamento
estão sendo abertas posições dos níveis gerencial e sênior. As oportunidades que
estão disponíveis no comitê atualmente se concentram nas áreas jurídica, de tecnologia
da informação, recursos humanos, comercial, de marketing e gestão de projetos -
algumas bastante específicas, como analista de venda de patrocínios pleno e
especialista em serviços dos Jogos Olímpicos.
E, naturalmente, o leque de demandas só tende a crescer e a se diversificar
conforme as Olimpíadas forem se aproximando. Quem trabalha com desenvolvimento
de games, por exemplo, já pode ir se preparando para ser bastante requisitado pelo
mercado. Seja para atuar na criação dos jogos de videogame oficiais do evento de
2016, seja para desenvolver aplicativos para tablets e celulares, as perspectivas são de
que haja um forte aumento na procura por serviços desse tipo.
Treinamento intensivo da Polícia Militar 11,92
Governo
Federal/Governo
Estadual
0 11,92 2,53
Total 471,90
0 471,9 100
% 100,00
0,00 100
34
CONCLUSÃO
Com tudo que foi colocado nos capítulos do trabalho
pode-se dizer que o Brasil está se preparando de forma
excelente para daqui quatro anos. As obras estão evoluindo
constantemente sem paralisação, os investimentos feitos em
momentos chave para o desenvolvimento do planejamento
olímpico.
Os quase 25 bilhões de reais farão com que a cidade
cresça e apareça mais ainda no cenário mundial. Turistas investirão mais no Estado e
consequentemente no país, fazendo com que hotéis fiquem lotados nas datas mais
importantes do ano. P ode mostrar outro lado do Brasil, o nacionalismo popular ferverá
os ânimos estrangeiros. O Brasil provará que não apenas um rosto bonito, mas uma
economia muito potente, com a tendência de sair da sexta posição de forma
ascendente.
A segurança, uma das principais falhas cariocas, aumentará e agradará a todos,
tendo um investimento de mais de 10 milhões de reais. O aumento do número de
policias trará maior segurança e paz em qualquer parte do Rio de Janeiro. As
ocorrências vão cair. O projeto reúne diversas etapas necessárias para o megaevento,
onde além da segurança, os meios de transporte público terão mais vias, mais linhas de
metrô, trem e corredores de ônibus; os tempos de viagem podem cair até 60%.
É possível concluir que com um investimento de grande magnitude e um projeto
bem feito é cabível fazer sediar um evento do tamanho dos Jogos Olímpicos. Desde
sua criação, até as últimas edições, todas as sedes fizeram um trabalho notável e digno
de reconhecimento. O Brasil, por sua vez no Rio de Janeiro, não fará diferente. Que
venham os Jogos Olímpicos de 2016.
35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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http://esporte.uol.com.br/rio-2016
http://esportes.terra.com.br/jogos-olimpicos/londres-2012/noticias/0,,OI6068924-
EI19410,00-
Rio+quer+seguir+Londres+e+investir+em+arenas+simples+e+temporarias.html
http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/rio-2016-e-uma-oportunidade-de-investir-no-
desenvolvimento
http://olimpiadasrio2016brasil.blogspot.com.br/
http://topicos.estadao.com.br/rio-2016
http://www.brasil.gov.br/
http://www.brasilescola.com/brasil/a-economia-rio-janeiro.htm
http://www.cidadeolimpica.com/
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=210
http://www.infoescola.com/rio-de-janeiro/economia-do-rio-de-janeiro/
http://www.kincaid.com.br/clipping/1670/Rio-2016-Jogos-
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36
http://www.lancenet.com.br/rio2016/Ministerio-projeto-bilhoes-Rio-
2016_0_743925639.html
http://www.quadrodemedalhas.com/olimpiadas/historia-dos-jogos-olimpicos.htm
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http://www.rio2016.org/
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http://www.viagemdeferias.com/rio-de-janeiro/estado/historia.php
http://www1.folha.uol.com.br/folha/especial/2009/rio2016/
https://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:9rYZfQL-
2OgJ:www.fea.usp.br/feaecon/econoteen/BGF%2520-
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iCufT9O3N5npSKqhigEkwt-
w7sVZ6rpG_srgD7d3cfBUlLx8eyvaS8ME0iewE8aS4bD_AQmpWEBYFNR4ofzZwGRQ
oVe95Ass1zO5ik1V_qQF26eanZflU8&sig=AHIEtbRb9vScL9znpBlx6sJAKWZEMeWAxA
1
PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO
PAULO
Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade
e Atuariais.
O BALLET CLÁSSICO
Aluna: Cybelle Godoy Veronezi
Prof. Arnoldo José de Hoyos Guevara
2° Semestre 2012
2
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 3
CAPÍTULO I - O BALLET .................................................................................. 4
1.0 – BALLET CLÁSSICO ................................................................................. 4
1.1 – HISTÓRIA .................................................................................................. 5
1.2 – IMPORTÂNCIA DO BALLET .................................................................... 8
CAPÍTULO II - O BALLET NA EUROPA ........................................................... 8
2.1 – EVOLUÇÃO E TENDÊNCIAS DO BALLET NA EUROPA ....................... 10
2.2 – BOLSHOI NA RÚSSIA .............................................................................. 15
CAPÍTULO III - O BALLET NO BRASIL ............................................................ 18
3.0 – BALLET NO BRASIL ................................................................................. 18
3.1 – BALLET NA PERIFERIA ........................................................................... 20
3.2 – BOLSHOI NO BRASIL ............................................................................... 20
CONCLUSÃO ...................................................................................................... 22
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 23
3
INTRODUÇÃO
A palavra balé vem do inglês "ballet" que por sua vez foi pega emprestada do
francês por volta de 1630. A palavra francesa tem sua origem na palavra italiana
"balleto", diminutiva de ballo (dança), que vem do latim "ballare", que significa dançar, e
que por sua vez vem do grego "βαλλίζω" (ballizo), que significa "dançar, saltar sobre".
O ballet é a arquitetura sob forma de dança, é também o produto da fusão de
outras artes (música, pintura, poesia) com a dança. O ballet é a única forma de dança
que não se limita as dimensões da terra, pois seus movimentos e figuras no ar são
muitos e constantemente nobres, elegantes e graciosos.
No Ballet, a maior parte dos termos técnicos é mencionada em francês. Por isso,
para os alunos e alunas, as primeiras aulas teóricas ou práticas podem se tornar
complicados por desconhecimento da língua francesa. Os professores em qualquer
parte do mundo usam os mesmos termos em francês. Isto é, o francês é a língua
internacional do ballet.
As diferentes técnicas de ballet, entre elas mímica e atuação, são coreografadas
e realizadas por artistas formados e também acompanhadas por arranjos musicais
(geralmente de orquestra mas, ocasionalmente, vocal). É um estilo equilibrado de
dança que incorpora as técnicas fundamentais para muitas outras formas de dança.
A sua forma mais conhecida é o ballet romântico ou "Ballet Blanc", que valoriza
a bailarina em detrimento de qualquer outro elemento, focando no trabalho de pontas,
fluidez e movimentos acrobáticos precisos. Esta forma utiliza como figurino o
convencional tutu francês de cor branca.
Atualmente existem várias outras modalidades de ballet, entre eles balé
expressionista, neoclássico e modalidades que incorporam elementos da dança
moderna.
Os princípios básicos do ballet são: postura ereta; uso do en dehors (rotação
externa dos membros inferiores), movimentos circulares dos membros superiores,
verticalidade corporal, disciplina, leveza, harmonia e simetria.
CAPÍTULO I - O BALLET
1.0 - O Ballet Clássico
4
O balé clássico é o mais metódico dentre todos os estilos de balé e também é o
que mais adere às técnicas de balé tradicionais. Existem algumas variações em
relação à área de origem deste gênero, entre elas, o balé russo, francês, italiano e
dinamarquês. Entretanto, nos últimos dois séculos, a maioria dos fundamentos do balé
é baseada nos ensinamentos de Blasis.
Os estilos mais conhecidos de balé são o método russo, o método italiano, o
método dinamarquês, o método Balanchine ou método New York City Ballet e os
métodos Royal Academy of Dance e Royal Ballet School, derivados do método
Cecchetti.
As primeiras sapatilhas de balé tinham as pontas terrivelmente pesadas para
permitir que a bailarina ficasse na ponta dos pés facilmente e aparentasse leveza. Mais
tarde ela foi convertida na atual constituição, onde uma “caixa” abriga a ponta dos pés
da bailarina e lhe dá suporte para manter o equilíbrio.
Além disso, as aulas de balé sempre seguem uma linha de aprendizagem e é
dividida em três momentos:
Barra
É na barra (segurando-a com uma das duas mãos) que o bailarino aprende os
primeiros exercícios e passos. É como treinar a caligrafia em um caderno especial. Os
exercícios de barra seguem um ritmo certo: primeiro são feitos os movimentos mais
lentos, para aquecer os músculos e as articulações, depois os mais rápidos, para dar
força e agilidade ao corpo.
Centro e Diagonal
O Centro (o meio da sala) é a principal parte da aula, pois o bailarino dança
livremente. O centro exige postura, coordenação, força, agilidade, que são
desenvolvidas na barra. No centro também há exercícios lentos e rápidos. Primeiro,
com os pés no chão, até chegar aos saltos. É tão natural como o desenvolvimento de
um bebê, do engatinhar ao subir as escadas.
1.1 - História
A dança surgiu na Época Paleolítica, antes mesmo de o homem aprender a
cultivar a terra quando ainda migravam buscando um lugar para caçar.
5
Nessa época, na França e na Itália a arte renasceu: um movimento cultural,
denominado de Renascimento na França e de Quatrocentos na Itália foi o responsável
pelo desligamento da arte com a Igreja e pelo desenvolvimento de uma sociedade que
valorizava e arcava com os custos da arte. A burguesia, uma classe de comerciantes
que enriquecia facilmente, crescia aos poucos, mostrando-se uma classe liberal e
revolucionária. A Nobreza, por sua vez, cultuava o comportamento refinado, buscando
a "arte de viver com elegância".
Nesse terreno extremamente fértil para o desenvolvimento e os estudos das
artes, o intercâmbio entre os dois países foi intenso, o que favoreceu ainda mais e
diversificou esses movimentos. A dança de corte assinalava uma nova etapa: aquela
dança metrificada que havia se separado das danças populares se tornou uma dança
erudita, onde os participantes tinham que saber, além da métrica, os passos. Com isso,
surgem os profissionais e mestres, que estudavam as possibilidades de expressão do
corpo e conseqüentemente elevavam o nível técnico das danças.
É importante lembrar também que eram pessoas que dedicavam muito mais de
seu tempo para a dança do que aqueles que apenas dançavam por diversão. Os
professores eram pessoas altamente valorizadas nas cortes, sendo convidados
especiais em todas as festas e respeitados pelas famílias. Eles chegavam a assumir o
papel de pais e chefes de família nas apresentações das noivas a suas futuras famílias,
pois esses eventos eram feitos sob a forma de um ballet mudo.
Ainda nessa época, foram escritos os primeiros livros sobre a dança. O primeiro
deles teria sido "Il perfetto Ballerino", de Rinaldo Rigoni, imprimido em Milão em 1468.
Infelizmente, essa obra não existe mais. O mais antigo livro sobre dança que temos
atualmente é "L'art et Instruction de bien danser...", editado por Michel Toulouse em
Paris, de 1496 a 1501.
Das escrituras antigas, a que melhor nos retrata a dança do Quatrocentos é um
manuscrito de Domenico da Piacenza, que está atualmente na Biblioteca nacional de
Paris. Ele retrata uma gramática do Movimento, baseada em cinco elementos
constituintes da dança: métrica, comportamento, memória, percurso, aparência. É
importante lembrar que esses termos não têm o mesmo significado exato de hoje. Uma
segunda parte desse manuscrito enumera os passos fundamentais, dentre os quais
temos os passos simples e duplos, a volta e a meia-volta (que não eram em meia-
ponta), os saltos, os battements de pés e as mudanças de pés.
6
No cinquecento (séc. XVI), como poderíamos esperar, a evolução rumo a uma
técnica mais apurada prosseguiu. Dois autores foram responsáveis por esse
desenvolvimento: Cesare Negri e Marco Fabrizio Caroso. O primeiro escreveu um
tratado com cinqüenta e cinco regras técnicas, descrições coreográficas e novos
passos, como o trango (meia-ponta) e o salto da fiocco, uma espécie de jeté que
girava. Sua mais importante contribuição foi a introdução do piedi in fuore, o início do
en dehors. O segundo apresenta em seu tratado a pirueta e passos que deram origem
ao pas de bourré e ao coupé (fioro e groppo, respectivamente). As obras que se
seguiram apresentam 68 tipos de passos com relevés.
A evolução da técnica da dança clássica foi de responsabilidade de um homem:
Charles-Louis- Pierre de Beauchamps. O mestre de Beauchamps foi uma espécie de
principal coreógrafo da França. Quase todas as grandes produções tiveram um toque
seu, principalmente as da corte.
Ele colocou em prática um "sistema de dança", que, de acordo com os ideais de
Luís XIV, tendia à beleza das formas, à rigidez, ao virtuosismo, que valorizava a
estética do corpo, demonstrando o quanto que a estética do movimento, naquela
época, era mais importante que a emoção que o gerou.
Assim, houve uma intensa profissionalização dos bailarinos e de outros
profissionais ligados à dança.
A técnica era quase tudo. Beauchamps se apropriou dos passos do Ballet de
Corte transformando-os, lapidando-os até chegar em produtos que são conhecidos
atualmente: os entrechats (entrechatquatre, entrechatcinq, etc.), o grand-jeté, o pas de
bourré. Além disso, ele também estabeleceu as 5 posições básicas, como formas de se
aproximar ou afastar os pés numa distância proporcional e medida. Sua intenção era
descobrir uma maneira certa para que o corpo do bailarino encontrasse sempre o seu
eixo e o equilíbrio, estando ele dançando ou parado. Dessa forma, o mestre criou uma
forma de se "escrever" o ballet, a partir da nomenclatura que deu aos passos formais
de sua autoria.
Outro grande contribuidor da dança clássica foi Moliére. Primeiramente um
produtor de espetáculos de teatro, Moliére adotou a dança em suas montagens e logo
passou a criar suas conhecidas comédias-ballet, que eram, em sua essência, um Ballet
de Corte com algumas novidades, mas que ainda usava récita de versos em sua trama.
Uma das diferenças era o tema, pois Moliére rompeu com o tédio causado pela
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utilização da mitologia grega. Suas histórias eram uma pintura dos costumes, como as
comédias que conhecemos atualmente.
Na realidade, a maior inovação das comédias-ballet está na integração total da
dança com a ação dramática. Se antes, nos Ballets de Corte, a dança servia para
"enfeitar" o enredo, com Moliére a dança tem um porquê de estar no meio da ação.
Em quase todas as obras, Jean Baptiste de Lully foi seu parceiro, e quando se
separaram mais tarde, Lully produziu espetáculos que não passavam de remontagens
de peças de Moliére e do Mestre de Beauchamps. Lully acabou realizando um
movimento contrário ao da época, pois suas remontagens diminuíam a importância da
dança em relação aos outros elementos do espetáculo. Assim, ele contribuiu com a
longa sobrevivência do Ballet de Corte, onde a dança não era o principal elemento.
Nessa mesma época, em meados do século XVII, surgiu uma outra figura
importantíssima para a dança: a senhorita Lafontaine, conhecida como a primeira
bailarina a dançar sozinha.
1.2 – Importância do Ballet
O Ballet Clássico dá ao estudante uma educação global e pode ser feito por
qualquer criança que queira experimentar o prazer do movimento. Consiste de três
elementos interelacionados: Técnica, Música e Atuação. Os estudantes ganham
disciplina da mente e do espírito, assim como do corpo. Permite que eles se expressem
como indivíduos, artísticamente, o que pode ser passado para os outros aspectos de
suas vidas.
Além disso, o Ballet permite ao aluno que ele desenvolva a sociabilidade, tenha
controle e conhecimento do seu corpo, adquira um senso de confiança física e mental,
entenda a relação entre música, ritmo e movimento controlado e claro uma boa postura
e habilidade corporal.
CAPÍTULO II - O BALLET NA EUROPA
2.0 - O Ballet na Europa
O romantismo marca também a queda da dança francesa. Nessa época, os
grandes nomes, sejam coreógrafos ou bailarinos, circulavam por toda a Europa, e
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principalmente por São Petersburgo e Viena. Na Ópera de Paris nada de esplendoroso
aconteceu, a não ser da criação de Le Corsaire, de Mazilier, em 1856, e Coppélia, de
Arthur Sait-Leon, em 1870.
As bailarinas italianas espalhavam uma nova "moda": a dança mais acrobática,
mais voluptuosa, como a de Fanny Esler. Na Rússia, a monarquia dos Czares
incentivava e investia na dança, como forma de mostrar seu poder e grandiosidade. Tal
situação atraiu talentos de toda a Europa, que fugiam do mercantilismo e da
conseqüente falta de investimento na dança. Dentre eles, estava Marius Petipa, o
homem que ergueu e tornou conhecida e respeitada a escola russa.
Primeiramente, ele treinou os alunos russos para substituírem as estrelas
estrangeiras contratadas para os papéis principais das obras apresentadas. Logo,
trabalhou em uma técnica especialmente russa, criando uma escola e bailarinos
reconhecidos por sua técnica clássica em quase todo o mundo.
Além disso, Petipa foi o criador da maior parte dos Ballets de Repertório
preservados até hoje. São eles: Dom Quixote, de 1869; La Bayadère, de 1877; A Bela
Adormecida, de 1890; O Lago dos Cisnes, de 1895; e Raymonda, de 1898.
Além desses, Petipa remontou grandes ballets já reconhecidos na época, como
Giselle, em uma versão especialmente russa. Era sua característica montar obras que
fugiam um pouco do espírito do romantismo - que a esta altura já estava em
decadência - pois recheava seus atos com números virtuosísticos que não tinham
muito a ver com a história que estava sendo contada. Esses números não se
desviavam suficientemente da obra para enfraquecê-la, mas tornavam os ballets de
Petipa ricos superespetáculos.
Um bom exemplo dessas "interferências" dentro do enredo do ballet é o Pas-de-
deux do Pássaro Azul no último ato de A Bela Adormecida. Além disso, seus ballets
sempre agradavam ao público.
Petipa trabalhou com diversos compositores como Drigo, Glazunov (Raymonda)
e Minkus (La Bayadère), mas a parceria mais brilhante foi com Tchaikóvsky, em A Bela
Adormecida. Dois anos após a morte do compositor, remontou O Lago dos Cisnes (que
já havia estreado anteriormente com outro coreógrafo, mas fracassou) em parceria com
seu assistente Lev Ivanov, não menos talentoso que o mestre e seu sucessor. O Lago
talvez seja a mais conhecida e mais admirada obra clássica representada atualmente.
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A Partir de 1887, Petipa integrou a seu estilo as novidades vindas da Itália, sob
pena de sair de moda. Após essa data, seus ballets expressam a virtuosidade formal
italiana, e tramas um pouco mais simples. Por isso, foi criticado por escolher os temas
de suas obras não pelo valor, mas pelas possibilidades cênicas que ofereciam.
É verdade que o coreógrafo valorizava a técnica e as formas, mas o abandono
da poesia e da sensibilidade, como aconteceu no início do século XVII, foi tão leve que
se tornou insuficiente para tirar o brliho dos grandes ballets que criou.
Tão imenso é esse brilho, que esses ballets encantam as platéias e influenciam
bailarinos e coreógrafos até hoje, século XXI.
2.1 - Evolução e tendências do Ballet na Europa
O ballet clássico tem sua forma definida na escola da Itália e na escola da
França. A vontade de imobilizar o movimento em regras, a fim de fornecer-lhes um
rótulo oficial de beleza formal e profissional, acontece efetivamente com o rei Luís XIV
na França. Porém, o ballet teve suas primeiras execuções na Itália. Nos primeiros
tempos do ballet, não existia o profissionalismo desenvolvido pelo rei, pois antes, os
coreógrafos e executantes eram todos cortesãos.
Ballet de Corte foi o nome dado aos espetáculos apresentados nos séculos XVI
e XVII nas cortes italianas em um primeiro momento, e nas cortes francesas depois.
Nesses ballets, os espectadores apreciavam a dança de cima de balcões, devido ao
constante recurso das figuras geométricas, em que os conjuntos se moviam em passos
cadenciados e contados. Conhecem-se apenas fragmentos de cerca de duzentos e
quinze ballets compostos antes dos ballets de corte. Os assuntos e temas desses
ballets eram inspirados na Antiguidade e interpretados com alusões à atualidade, à
política e à diplomacia.
O século XVII foi o grande século do ballet. O seu treinamento formal começou
em 1661, quando o rei Luís XIV formou a Royal Academia de Dança, sob a direção de
Pierre Beauchamps. Assim, a profissionalização do ballet clássico nasceu apadrinhada
pela monarquia absoluta. O vocabulário oficial e as terminologias do ballet são em
francês, a língua internacional dessa arte. Até os dias de hoje, grande parte dos passos
e posições originais, são os mesmos. Naquela época, todos os bailarinos eram homens
e dançavam os papeis femininos com máscaras.
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Luís XIV nomeou em 1672 Pierre Beauchamps o primeiro maître de ballet. Ele
foi o responsável pela definição das cinco posições básicas dos pés e pela invenção de
um complexo sistema de notação em dança, porém não chegou a publicá-lo. Raoul-
Auger Feuillet, um aluno de Beauchamps, publicou Coreografia ou Arte de Anotar a
Dança, em que escreveu a totalidade dos passos codificados pelo seu professor.
O maître de ballet nomeado pelo monarca Luís XIV formou os quatro primeiros
bailarinos profissionais: Mlles Roland, Lepeintre, Fernon e Lafontaine. Além de ter
codificado as cinco posições básicas dos pés, criou alguns passos como o glissé,
coupé, jeté, assemblé, etc. Dois anos antes da morte do maître, o rei fundou a Escola
de Dança francesa, que sobrevive de 1713 até os dias de hoje, conhecida como a
Escola de Dança da Opéra de Paris, a mais antiga e mais prestigiada instituição de
ballet no mundo.
A Ópera de Paris é o berço do ballet clássico. Possibilitou a expansão e a
evolução do ballet pela Europa desde o século XVIII. Os coreógrafos e bailarinos
franceses eram convidados para diversos lugares para difundir a escola francesa.
Assim, o ballet foi à Alemanha, Londres e Viena com Jean-Georges Noverre, à
Dinamarca com August Bournonville, à Itália por intermédio das famílias Vigano e
Taglioni e à Rússia com Charles-Louis Didelot, Jules Perrot, Arthur Saint-Léon e Marius
Petipa.
Até o ano de 1611, apenas o libreto do Ballet Comique de La Reine (Ballet
Cômico da Rainha) de Balthasar de Beaujoieux havia sido publicado na França pela
rainha Catarina de Medicis. O ballet cômico da rainha data de 1581 e se transformou
no marco oficial dos ballets de corte, fixando esse gênero na época. A música, a
poesia, a coreografia, a decoração, a iluminação e os artifícios de encenação
mesclavam-se em um espetáculo confuso e cômico ao mesmo tempo. Reconheciam-
se nele simultaneamente elementos tradicionais das antigas festas, empréstimos aos
espetáculos vindo da Itália. O ballet era uma obra coletiva com um tema dramático que
apresentava forte relação com o teatro.
A rainha Catarina de Medicis viabilizou a execução do Ballet Cômico da Rainha
convidando artistas e cortesãos da Itália especializados na preparação dos luxuosos
espetáculos. Os ballets eram uma combinação de dança, canto e textos falados, com
objetivo social e político. Marcou o início da dança teatral, que adveio de uma nobreza
vazia e fútil, que encontrava nos espetáculos uma maneira de preencher o vazio de sua
existência. A utilização do espaço em quatro direções, as perpendiculares dos cantos
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da sala, foi regra até o século XVII. Atualmente oito direções são utilizadas, contando
as perpendiculares e as diagonais.
Entre 1400-1600, época da Renascença, nascem na França e na Itália, duas
formas modernas da arte lírica; a ópera e o ballet. A partir de 1600, a moda do ballet de
corte francês foi imitada por todas as cortes da Europa e o gênero foi aperfeiçoado em
sua forma, ficando mais refinado e rebuscado. Entretanto, pelo fato de não ter mudado
em sua estrutura, sem apresentar elementos inovadores, acabou não evoluindo em
profundidade, se apagando no decorrer dos tempos. Acredita-se que o interesse da
corte nos ballets declinou no final do século XVII pela constante repetição no ballet.
Desse modo, o ballet de la reine se desestruturou no reinado de Luís XIV, sendo
substituído por novas formas como o Comédia Ballet e o Ópera Ballet.
O Comédia Ballet resulta da união de trabalhos de Jean-Baptiste Poquelin e
Jean-Baptiste Lully. Em 1681, Lully compôs ballets ainda dançados pelas principais
personalidades da corte e com a participação de bailarinos da academia fundada em
1661 por Luís XIV. Exigia bailarinos profissionais já acostumados com o
desenvolvimento que a dança acadêmica alcançara ao longo dos vinte anos desde a
fundação da Royal Academia de Dança. O ballet Le Triomphe de L’Amour foi levado a
cena no Teatro do Palais Royale com a participação de Lafontaine, lembrada como a
primeira bailarina profissional no principal papel feminino. Era a primeira vez que uma
mulher pisava no palco de um teatro público. Por isso, a data marca tanto a
profissionalização definitiva dos bailarinos, como o começo da ascensão do elemento
feminino no ballet. Depois de Lully, Campra (1660-1714), autor de vinte e cinco óperas
e ballets, desenvolveu a Ópera Ballet, quebrando o elo com as obras de seu
antecessor que ligava a dança à ação dramática.
Como toda a arte da época de Luís XIV, o sistema de Beauchamps tende à
beleza das formas, à conformidade, à rigidez, e isso implica em dois fatores. Por um
lado a virtuosidade é uma conseqüência natural da primazia da forma sobre o
conteúdo. Por outro, a regularidade, o compromisso, a constante dedicação, a
repetição e a beleza formal, são o preço da conquista da técnica estabelecida pelo
mestre de ballet. Desse modo, são duas fronteiras estreitas que podem ser vistas como
uma ameaça de endurecimento, uma vez que a repetição mata a inspiração, salvo se
for revitalizada por uma mudança de finalidade. É o que tentará Noverre um século
mais tarde, com ideias e visões revolucionárias de seu tempo.
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No começo do século XVIII, a dança apresentava esplendor e autonomia,
executada nos palcos dos teatros por profissionais de ambos os sexos. Na segunda
metade do mesmo século, a técnica clássica foi fortemente questionada por alguns
teóricos que acreditavam que a dança precisava de uma reformulação. Nesse
momento, se destaca o grande revolucionário Jean Jacques Noverre, um sonhador e
pai dessa arte. Ele defendia a necessidade da técnica como meio e não como fim.
Noverre produziu o seu primeiro ballet em 1754 e em 1760 publicou o livro Cartas
sobre a Dança, em que deixava claras as suas ideias revolucionárias em relação à
dança. Apresentou suas teorias e métodos de ensino, enfatizando a necessidade dos
reais e sinceros sentimentos humanos como meios a serem expressos na ação
dançada. Suas idéias não tiveram bom acolhimento inicialmente, e por isso, foi buscar
apoio fora da França, a fim de completar a revolução nessa arte, que na visão dele,
não era apenas uma sucessão de entradas dançantes e narrações cantadas.
A dança do século XVIII deve grande parte de seu desenvolvimento e sucesso
dos seus executantes. Por isso, alguns grandes bailarinos desse século foram: Marie
Allard, primeira bailarina da comédia francesa; Gasparo Anglioni; Jean-Pierre Aumer,
anuncia o pré-romantismo; Barbara Companini, dita la Barbarina; Marie-Anne de Cupis
de Camargo, a primeira que dançou como um homem; Dauberval; Charles-Louis
Didelot; David Dumoulin; Louis Duport, rival de Auguste Vestris; Louis Dupré; Gardel;
Marie-Madeleine Guimard; Anne Heinel, a rainha da dança; Jean-Baptiste Lany,
professor de Dauberval e Gardel; Charles Le Picq, compositor dos ballets de corte até
1799; Françoise Prévost, se apresentou a partir de 1699 em Atys; Maria Sallé, se
preocupava mais com a expressão do que com a técnica; Vestris, deu aulas a Jules
Perrot, formou Bournonville e Marius Petipa; e Salvatore Vigano .
Em 1781, Jean Dauberval sucedeu Noverre como maître de ballet. Bailarino e
coreógrafo talentoso, influenciado pelas teorias de seu antecessor, deixa a Opéra de
Paris em 1785 e vai para Bordeaux, onde cria em 1789 o ballet La Fille Mal Gardée, o
primeiro ballet que vai a cena sem a presença de deuses ou de herois da Antiguidade.
Essa criação humorística e ao mesmo tempo sentimental do criador é o ballet francês
mais antigo e ainda presente no repertório de grandes companhias internacionais.
As dançarinas, que agora se igualavam aos grandes bailarinos, também
passavam a contribuir para a renovação do ballet. Dentre elas se destaca a figura de
Maria Sallé, extraordinária personalidade feminina. Inconformada com o tipo de
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vestuário da época, Maria Sallé dançou vestida com um traje de passeio sem máscara.
Mais tarde, revolucionou totalmente o vestuário com uma simples túnica de musselina
drapeada, abandonando a clássica saia cheia e os ornamentos de cabeça. Ela visava a
libertação muscular da bailarina, que tinha sua técnica prejudicada pelo vestuário, e por
isso, afirma-se que a técnica da dança clássica está intimamente ligada à história do
vestuário.
A Revolução Francesa (1789) não chegou a atingir diretamente a estrutura do
ballet, mas contribuiu indiretamente para a sua mudança. Possibilitou o
desenvolvimento do Romantismo, e por volta de 1830, começou a época do ballet
romântico, com as criações magníficas e inesquecíveis pela singularidade de Marie
Taglioni (A Sílfide) e Carlota Grisi (Giselle). Teve seu marco inicial com a família
Taglioni, quando em 1832, Marie Taglioni apresentou-se em La Sylphide, chamando
atenção do público por conta do belo trabalho de ponta e pelo tutu, que fora introduzido
nesse período. A decadência do ballet romântico advém da perda de entusiasmo do
público no decorrer dos anos. O último ballet romântico foi Coppelia, de Saint-Léon de
1870. No final da era romântica, o centro mundial do ballet passou de Paris para São
Petersburgo, na Rússia.
O ballet se tornaria a expressão de sentimentos pessoais sob uma forma
diferente dos gestos codificados um século e meio antes. Ao mesmo tempo em que os
artistas mudavam suas fontes de inspiração tradicionais, procuravam novas emoções,
diferentes das da Antiguidade grega e romana desde a Renascença. Os românticos
tinham a sensação de uma libertação, conquistada pelos princípios de liberdade e
igualdade de 1789. Cada artista tinha o direito de se exprimir sem restrições.
O romantismo consagrou a supremacia da bailarina. Elevada nas pontas dos
pés, glorificada, leve e vaporosa, a figura feminina irradiou beleza de 1830 a 1850. As
cinco bailarinas que regeram esse período foram: Marie Taglione, Fanny Elssler,
Carlotta Grisi, Lucile Grahn e Fanny Cerrito. Os bailarinos homens, patners das
bailarinas: Joseph Mazilier, Lucien Petipa, Jules Perrot e Arthur Saint-Léon. Dentre os
ballets românticos: La Sylphide, Giselle, Pas de Quatre, Le Conservatoire, Sylvia e
Coppélia. Os coreógrafos da época: Philippe Taglioni e Jean Coralli.
Não é possível falar da evolução histórica do ballet sem ressaltar a importância
do ballet romântico. O romantismo atingiu seu auge por volta de 1832, quando a
italiana Marie Taglioni (1804-1884) emocionou a plateia da Ópera de Paris. A bailarina
era caracterizada pela sua mensagem de beleza espiritual com movimentos e
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expressões etéreos. A intérprete de La Sylphide teve como sua rival a austríaca Fanny
Elssler (1810-1884), que se destacou por ser o oposto da primeira, isto é, mais viva,
mais humana e mais sensual. Ficou famosa pelas danças folclóricas que levou ao
ballet, como a tarantela e a cachucha. Uma terceira bailarina, Carlota Grisi (1819-
1899), se destacou na fase romântica. Ela reunia as qualidades etéreas de Taglioni e
as vivas e sensuais de Elssler. Théophille Gautier, poeta francês que havia definido
claramente o ballet romântico por seus princípios estéticos, escreveu para ela o libreto
de Giselle, e transformou o ballet no elemento clássico da época. No mesmo ano em
que morreu o poeta Gautier, nasceu Serge Diaghilev (1872), o primeiro nome do ballet
do século XX. Trouxe para o mundo da dança as obras de Marius Petipa e Michael
Fokine e a beleza dos movimentos de Anna Pavlova e Nijinsky.
Montar um ballet é muito complicado e trabalhoso. Poucas pessoas estão
cientes da preparação que existe por trás nos bastidores. No começo do
desenvolvimento do ballet, por volta dos séculos XVII e XVIII, o coreógrafo trabalhava
em conjunto com outras pessoas, que eram reconhecidos artistas, como compositores
ou pintores. Quando o ballet se tornou não só um lazer da corte, e com o advento dos
ballets românticos, o cenário passou a ser menos importante. O interesse pelo
desenvolvimento da técnica das bailarinas passou a ser essencial. Qualidades da
bailarina passaram a ser princípios básicos para uma coreografia ser profundamente
contemplada e visualmente agradável: a beleza da face, as proporções do corpo, a
musicalidade, as qualidades intelectuais, a graça, a força como consequência da
dinâmica e os gestos claros e sensíveis. Esses elementos devem estar tecnicamente
avançados em conjunto, o suficiente para que a bailarina possa dançar qualquer papel,
uma vez que estará, desse modo, preparada para o que quer que tenha que encenar
em forma de dança.
2.2 - Bolshoi na Rússia
Em 28 de Março (17 de acordo com o estilo antigo) de 1776, Catherine II
concedeu o promotor, o príncipe Piotr Urusov, o "privilégio" de "manutenção"
espectáculos de teatro de todos os tipos, incluindo máscaras, bolas e outras formas de
entretenimento, por um período de dez anos. E é a partir desta data que Bolshoi de
Moscou Teatro traça a sua história.
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O edifício Bolshoi, que há muitos anos tem sido considerada como um dos
principais pontos turísticos de Moscou, foi inaugurado em 20 de outubro de 1856, no
dia czar Alexandre II da coroação.
Em 29 de outubro de 2002 o Bolshoi foi dada uma nova etapa e foi aqui que
apresentou suas performances durante os anos no palco principal foi em reconstrução
maciça e reforma.
O projecto de reconstrução durou de l de Julho de 2005 28 de outubro de 2011.
Como resultado dessa reconstrução, muitas características perdidas do edifício
histórico foram restabelecidas e, ao mesmo tempo, ela juntou-se às fileiras da maioria
dos edifícios teatrais tecnicamente equipados do mundo.
O Teatro Bolshoi é um símbolo da Rússia para sempre. Foi premiado com esta
honra devido à grande contribuição que fez para a história das artes russas do
espectáculo. Esta história está em curso e artistas de hoje Teatro Bolshoi continuar a
contribuir para que muitas páginas brilhantes.
Missão
O Teatro Bolshoi da Rússia sempre foi, e continuará sendo, um dos principais
símbolos do nosso estado e sua cultura. É principal da Rússia teatro nacional, portador
das tradições da cultura da música russa e um centro de cultura musical mundial, a
ponta de lança do desenvolvimento das artes cênicas do país.
Chef-d'œuvres de teatro, música russa 19o ao 20o século ocupar um lugar de
liderança em seu repertório. Os princípios que regem a formação deste repertório pode
ser dividida provisoriamente em três categorias. O Bolshoi apresenta ao seu público os
clássicos russos, do século 20, incluiu clássicos ocidentais, igualmente inclusivas de
reconhecidas obras-primas do século 20 e obras especialmente encomendadas. Na
história Bolshoi recente, há vários exemplos deste último: a saber, ópera Leonid
Desyatnikov São as crianças de Rosenthal, os balés - Misericordes produzidos por
Christopher Wheeldon, ilusões perdidas Leonid Desyatnikov é produzido por Alexander
Ratmansky, peça Laurent Garnier, dança e, em seguida, de mil anos da Paz produzido
por Angelin Preljocaj, com a participação da Companhia no último.
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O Teatro tenta assegurar a continuidade entre as gerações, promovendo o
desenvolvimento artístico de jovens com talento (assim o Programa Opera Juventude
foi criada para promover e aperfeiçoar as habilidades de estrelas da ópera do futuro). A
fim de ser capaz de produzir produções para os mais altos padrões de apresentação
em casa e na ópera líder mundial e locais de balé, a Companhia Bolshoi sempre se
mantém na guarnição criativo bom. Outra direção importante do trabalho do Teatro é
introduzir o público russo para as realizações de grande ópera do mundo e teatros de
balé, bem como de convidar artistas convidados a participar de seus próprios esforços
criativos.
O Teatro Bolshoi declara as suas performances para ser acessível a todos os
cidadãos da Rússia - 20% dos ingressos são vendidos a preços reduzidos (50 rublos
por bilhete para a nova etapa, 100 rublos - para o Palco Principal). Além de que o
Bolshoi - Programa de Estudantes está em operação: estudantes dias em instituições
de ensino superior pode comprar um bilhete de entrada 100 rublo ao palco principal, e
um bilhete de 50 rublo para a nova etapa. Para cada apresentação no palco principal,
há 60 bilhetes postas de lado para os alunos, e para cada performance no New Stage -
30 bilhetes.
O Teatro é um organismo vivo, desenvolvendo em conjunto com toda a
sociedade e em busca constante de novas idéias criativas. No atual estágio de
desenvolvimento da sociedade, que promove a formação de novas prioridades
estéticas nas artes de ópera e balé, em particular no domínio do repertório russo.
Além de satisfazer a demanda da sociedade por obras clássicas, o Teatro
também faz o gosto do público pela introdução de espectadores para as melhores
realizações do teatro música do mundo. Para conhecer seu público com essas
conquistas é uma das principais tarefas do Teatro Bolshoi, e é desta forma que o
Estado exerce a sua missão social na esfera da cultura.
Um teatro, moderna e competitiva deve estar à frente dos gostos da sociedade,
e apresentar seus públicos de casa para o mundo do teatro musical.
17
Para os espectadores estrangeiros que vêm para Moscou especialmente para
atender performances do Teatro e que vêem seus desempenhos quando está em turnê
no exterior, o Bolshoi oferece um amplo espectro do legado russo clássica e fãs
estrangeiros do Bolshoi vêm longe dessas performances imbuídos de novo impressões
sobre o desenvolvimento das artes do espectáculo na Rússia.
O Teatro realiza uma função educativa através da realização de obras raramente
encontrada nos repertórios dos teatros russos e pela cooperação convidativo solistas
pendentes, diretores e coreógrafos. Até à data, os diretores após ter trabalhado no
Bolshoi: - Francesca Zambello, Eiumantas Necrosius, Declan Donnellan, Robert
Sturua, Peter Konwitschny, Temur Chkheidze, Robert Wilson, Graham Vick, Alexander
Sokurov; - e os coreógrafos Roland Petit, John Neumeier , Christopher Wheeldon,
Angelin Preljocaj, Wayne McGregor.
Uma parte inerente de atividades do Teatro é a apresentação de concertos da
sinfônica e de câmara, e de óperas em concerto, assim, familiarizar o público com
obras de todos os gêneros musicais.
Agora que o Teatro Bolshoi tem duas fases à sua disposição, um deles o Palco
histórico lendário principal que é a última volta em ação novamente, ele espera cumprir
a sua missão com um grau ainda maior de sucesso, vindo a alargar a sua esfera de
influência em casa e em todo o mundo.
CAPÍTULO III - O BALLET NO BRASIL
3.0 - O Ballet no Brasil
Pode-se dizer que a história do balé no Brasil começa em 1927, com a vinda da
bailarina russa Maria Oleneva para o Rio de Janeiro. Já naquele ano ela fundou a
Escola de Danças Clássicas do Teatro Municipal, que se tornou o principal centro de
formação de bailarinos no país.
Depois de Oleneva, vieram outros europeus, como o tcheco Vaslav Veltchek,
que a partir de 1939 deu novo impulso ao balé no Brasil, como coreógrafo do Teatro
Municipal do Rio de Janeiro e organizador da escola de bailados da prefeitura
paulistana. Mais tarde participou da fundação do Ballet do IV Centenário de São Paulo
18
e no Rio de Janeiro fundou o Conjunto Coreográfico Brasileiro. Veltchek elaborou
várias coreografias baseadas no folclore brasileiro, como Uirapuru, de Villa-Lobos, e
Festa da roça, com música de José Siqueira. Outro nome importante é o de Tatiana
Leskova, que a partir de 1945 atuou no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, primeiro
como bailarina e depois como mestre de balé e coreógrafa. Juntamente com Igor
Schwezoff, participou em 1946 da formação do Balé da Juventude.
As inovações do balé moderno foram trazidas ao Brasil em 1949 pelos Ballets
des Champs-Elysées. Aqui ficou como mestre um de seus integrantes, Pierre Klimov.
Eugênia Feodorova chegou ao Brasil em 1955, atuando como mestre de balé e
coreógrafa do corpo de baile do Teatro Municipal. E em 1962 foi chamado para
trabalhar no Rio de Janeiro o coreógrafo e maître-de-ballet William Dollar. O balé
contemporâneo desenvolveu-se com Nina Verchinina, ex-integrante do Ballet Russe du
Colonel de Basil, que deu uma das mais decisivas contribuições à dança brasileira,
com sua companhia particular. Outros nomes que sobressaíram foram os de Berta
Rosanova, Sandra Diecken, David Dupré, Dennis Gray, Artur Ferreira e vários outros,
como bailarinos ou como coreógrafos e divulgadores. Bailarinas brasileiras que se
destacaram no exterior foram Márcia Haydée, Beatriz Consuelo, Ivonne Weyer e
Eleonora Oliosi.
O Teatro Municipal de São Paulo possui uma grande escola, fundada em 1940 e
oficializada em 1947. A Universidade Federal da Bahia, em Salvador, tem um curso de
dança, agregado a sua Escola de Teatro. E são milhares os cursos independentes em
todo o Brasil, sobretudo em São Paulo e no Rio Grande do Sul.
A técnica acadêmica do balé, como concebida hoje, é russa e resultou da fusão
dos estilos italiano e francês. O estilo italiano desenvolveu-se acrobaticamente,
caracterizando-se pelo allegro, movimentos vivos, angulosos, com certa rigidez. Os
braços estendidos vigorosamente, a velocidade, a técnica, o virtuosismo são suas
marcas. No estilo francês destacam-se a graça, a leveza, os movimentos
arredondados, braços leves, o adagio.
Dessas duas escolas resultou uma fusão ideal no estilo russo do século XIX: a
graça de uma e o virtuosismo da outra, aliados ao temperamento emotivo do povo
russo. Os bailarinos russos fizeram uma síntese, tirando de cada uma o que tinha de
melhor.
3.1 - Ballet na Periferia
19
Os rostos nas coxias exibem fisionomias repletas de expectativa. Em instantes,
começa mais um espetáculo da Associação Passo a Passo. A platéia do Teatro Clara
Nunes, em Diadema, está cheia. Quando a cortina abre, os corpos dançam a
coreografia que ensaiaram durante cerca de quatro meses. "Para mim é a realização
de um sonho", diz Williana Samoel, 12 anos, aluna há cinco.
Desde 2003, a Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público)
oferece aulas de dança a meninas e meninos da periferia de Diadema. Cerca de 200
alunos aprendem balé clássico de duas a três vezes por semana. Além disso,
conhecem outras técnicas, como dança moderna e contemporânea.
"O projeto nasceu para dar continuidade ao curso do Centro Cultural Nogueira,
com o intuito de dar formação e não apenas informação", explica Luiza Gentile,
presidente e idealizadora do projeto. A dificuldade em conseguir patrocínio fez com que
a Passo a Passo quase encerrasse o trabalho. "A gente teve altos e baixos em termos
de grana. Perdemos grandes profissionais, mas o importante é que mantivemos a
qualidade."
A professora e bailarina Marília Costa e Silva precisou se ausentar do projeto por
um ano, mas não aguentou a saudade e retornou. "Sei que lá tem um objetivo, não é
simplesmente ensinar balé."
Segundo a vice-presidente do projeto, Zandra Maria Teixeira, muitas crianças e
adolescentes aproveitam para esquecer os problemas. "Elas não vêm para a Passo a
Passo apenas para fazer aula, querem aconchego também."
Com cinco anos de existência, a Passo a Passo colhe frutos. Vanessa Nunes,
22, e Beatriz Correa, 18, são duas alunas que se transformaram em professoras do
projeto. "Tudo o que sei, aprendi lá - cultura, crescimento pessoal, ser mais crítica em
relação à música e à arte em geral", diz Vanessa. "A Passo a Passo me mostrou o que
eu queria ser o resto da minha vida", afirma Beatriz.
Amanda Gonçalo, 14, começou a dançar na associação aos 11 anos. "Quando
era menor, assistia balé na televisão e me apaixonei." Hoje, a garota é um dos grandes
talentos da escola. "É uma coisa que eu não quero nunca parar. Quero ser bailarina."
20
Neste ano, a Associação Passo a Passo ganhará sede própria, graças a
parceria com a Prefeitura de Diadema. Também terá duas salas no Shopping Praça da
Moça, que está sendo construído na cidade.
3.2 - Bolshoi no Brasil
Missão
"Formar artistas cidadãos, promovendo e difundindo a arte - educação".
A Escola do Teatro Bolshoi no Brasil é a única Escola do Bolshoi fora da Rússia.
Seu ideal é o mesmo da Escola Coreográfica de Moscou, criada em 1773: proporcionar
formação e cultura por meio do ensino da dança, para que seus alunos tornem-se
protagonistas da sociedade.
Joinville foi a cidade escolhida para sediar este projeto de inclusão social para
crianças e jovens. Localizada no norte do Estado de Santa Catarina, a inauguração
ocorreu em 15 de março de 2000, com o diretor do Teatro Bolshoi Vladimir Vasiliev, o
prefeito de Joinville Luiz Henrique da Silveira, além de autoridades, artistas e
comunidade. Vladimir Vasiliev e Luiz Henrique da Silveira tornaram-se os patronos
fundadores da instituição.
Tudo começou quando em 1995, para que outras nações tivessem oportunidade
de conhecer a metodologia aplicada na Rússia, o diretor artístico do Teatro Bolshoi,
Alexander Bogatyrev, desenvolveu um projeto que reproduzia as mesmas
características da Escola Coreográfica de Moscou.
Em 1996, a Cia. do Teatro Bolshoi realizou uma turnê no Brasil e Joinville foi
incluída no programa. O espetáculo ocorreu no 14º Festival de Dança de Joinville. Os
russos ficaram impressionados com a receptividade do público e a reverência da
cidade diante da arte. Depois disso, o russo Bogatyrev esboça propostas para montar
uma unidade da Escola no país, contemplando questões como a aplicação da
metodologia, seleção de professores e alunos, estrutura física necessária.
Dois anos depois, o idealizador Bogatyrev faleceu. Mas seu legado era
consistente: o esboço do projeto estava concluído e foi apresentado para prefeitos e
diretores de instituições de ensino do Brasil. O prefeito de Joinville na época, Luiz
21
Henrique da Silveira, comprometeu-se no desenvolvimento da proposta. No dia 20 de
julho de 1999, na abertura do 17º Festival de Dança de Joinville, Alla Mikhalchenko,
primeira bailarina do Teatro Bolshoi, assinou o protocolo de intenções com o prefeito.
Entre os fatores decisivos para a escolha de Joinville estava a profunda ligação
da cidade com a dança, em função de seu tradicional festival anual. Além disso, o
então prefeito empenhou-se pessoalmente nos processos institucionais entre o Brasil e
a Rússia e disponibilizou uma área de aproximadamente 6 mil metros quadrados no
Centreventos Cau Hansen, para instalação da sede.
Desde o ano 2000 a Escola do Teatro Bolshoi no Brasil é um projeto cultural em
pleno desenvolvimento, cuja grandeza se verifica pela extensão social, dimensão
cultural e pela abrangência educacional que alcança com seus propósitos e atividades.
Uma verdadeira ponte cultural entre o Brasil e a Rússia. Sempre buscando a melhor
formação, a Escola garante aos seus alunos o acesso ao mundo da cultura, ampliando
seus horizontes e oportunizando um futuro digno através da arte.
Com o crescimento da Escola Bolshoi ao longo dos anos, foi possível formar
uma Companhia Jovem e criar a oportunidade do primeiro emprego para os talentos
formados na instituição. Um resultado gratificante não só para esses jovens que se
dedicam por muitos anos à dança, mas também para todos que trabalham pela
prosperidade e missão da única Escola do Teatro Bolshoi no mundo.
O Bolshoi Brasil é uma instituição consolidada tendo a sua importância
ressaltada no Plano de Ação Brasil Rússia em 2010 e 2011. Neste documento o vice-
presidente do Brasil, Michel Temer, que participou da V Reunião da Comissão Russo-
Brasileira de Alto Nível de Cooperação – Moscou, junto com o Presidente da
Federação da Rússia, Vladimir Putin, salientaram que o fortalecimento da Parceria
Estratégica Bilateral constitui uma das prioridades de suas políticas externas.
Os líderes também assinaram uma Declaração Conjunta que manifestava a
disposição de prestar todo o apoio a iniciativas de cooperação cultural e ressaltaram a
importância da atividade da Escola do Teatro Bolshoi em Joinville.
CONCLUSÃO
22
Ultrapassar os limites da aprendizagem das habilidades pontuais ou do simples
exercício de ensinar a mecânica dos passos, combinando maior variedade de
estratégias no sentido de contribuir para o desenvolvimento das capacidades motoras,
intelectuais e socioafetivas, é um desafio para a arte de aprimorar as qualidades
interpretativas, expressivas, criativas e estéticas, possibilidades inerentes à dança.
A técnica é importante para a prevenção de lesões, qualidade da execução e
estética dos movimentos, mas, vale ressaltar que o corpo que dança envolve emoções,
sentimentos, desejos, fantasias, experiências, entre outros; que também são
importantes ao perfil de um bom bailarino. Além disso, formar indivíduos mais criativos
e expressivos significa contribuir com a educação de pessoas mais independentes,
autoconfiantes, mais sensíveis, capazes de refletir sobre as condições de
implementação de sua própria qualidade existencial.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://www.royalacademyofdance.com.br/site/sobre.php
http://coisasdeballet2.blogspot.com.br/p/introducao.html
http://www.emdiv.com.br/arte/enciclopediadaarte/486-o-bale-no-brasil.html
http://apostilasdeballet.blogspot.com.br/2009/02/apostila-de-ballet-prof.html
http://www.flaviarodrigues.com.br/historia/75-ballet.html
23
http://www.dgabc.com.br/News/5106955/oscip-oferece-aula-de-bale-a-
periferia.aspx?ref=history
http://www.bolshoi.ru/en/about/
1
PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO
PAULO
Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade
e Atuariais.
O E-COMMERCE E SUA EVOLUÇÃO NO BRASIL E NO
MUNDO
Aluno: Alexandre Franco Elia
Prof. Arnoldo José de Hoyos Guevara
2° Semestre 2012
2
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 3
CAPÍTULO I - DADOS SOBRE O CRESCIMENTO E A EVOLUÇÃO DO
E-COMMERCE ........................................................................... 4
CAPÍTULO II - A IMPORTÂNCIA DO E-COMMERCE PARA CLIENTES E
EMPRESAS NO ATUAL MERCADO COMPETITIVO .............. 8
CAPÍTULO III - AMEAÇAS QUE ENVOLVEM O E-COMMERCE
COMPRAS COLETIVAS E APLICATIVOS AJUDANDO NO
COMÉRCIO ON-LINE ................................................................ 12
3.1. COMPRAS COLETIVAS E APLICATIVOS ....................................... 18
3.2. O MARKETING DE RELACIONAMENTO ........................................ 19
CONCLUSÕES .................................................................................................... 21
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 21
3
INTRODUÇÃO
Neste trabalho de pesquisa , tenho como objetivo mostrar a grande evolução que e o E-
commerce apresenta , não apenas em países desenvolvidos mas também entre os chamados Brics
(Brasil , Rússia , Índia , China e Africa do Sul) e diversos outros em situações econômicamente
diferentes , quebrando cada vez mais barreiras sociais e econômicas , agindo como um grande
aliado as empresas , não apenas as com o perfil inovativo , mas também todas que desejam ser
competitivas e lucrativas.
Num cenário de incertezas econômicas e grande concorrência , as vendas online já se tornaram
uma realidade e uma grande arma para a redução de custos e na conquista de fiéis clientes , na
qual os avanços tecnológicos atuais possibilitam o acesso 24 horas a internet por smartphones e
outros aparelhos portáteis.
Mostrando a importância desse tipo de venda , mas também alguns pontos negativos e valores
que se perdem com o E-commerce.
Capítulo I : Dados sobre o crescimento e a
evolução do e-Commerce
Como já foi mostrado nas tabelas e em gráficos , o E-commerce está crescendo
exponencialmente no mundo todo , atigindo grande parte da população , aqui , vou mostrar
alguns dados sobre o perfil desses clientes que são de extrema importância para esse mercado e
que está alavancando as vendas de tantas empresas no Brasil e no mundo.
Perfil do Consumidor - eBit
4
Renda Familiar - Quantidade de Transações ( R$ / mês )
Faixa Etária - Quantidade de Transações
Escolaridade - Quantidade de Transações
O E-commerce é um tipo de transação feita pela internet. O E-commerce é o que nós chamamos
de comércio eletrônico ou comércio virtual. As empresas estão absorvendo cada vez mais o E-
commerce, pois ele é um eficiente meio de comunicação de negócios.
5
O E-commerce surgiu logo depois do surgimento da web, aproximadamente nos anos 90. Hoje o
E-commerce é muito mais que apenas uma ferramenta de vendas on-line, o E-commerce é agora
também um meio de comercialização complementar ao mix marketing das empresas.
O E-commerce está se desenvolvendo a cada dia que passa, pois com o aumento de internautas,
devido a facilidade de acesso a internet, cresceu também o número de vendas on-line, ou seja,
vendas pelo E-commerce. E a previsão é que o E-commerce cresça cada vez mais e atinja um
número maior ainda de internautas.
O E-commerce é favorecido por vários fatores e uma deles é o a facilidade de acesso à internet.
Hoje o número de pessoas que têm acesso a internet, independente de classe social, é muito
maior que antigamente. Isso favoreceu muito o E-commerce. Outro fator que também cooperou
demais para o crescimento do E-commerce foi o preço dos produtos que estão cada vez mais
acessíveis pela internet.
Através do E-commerce você pode pesquisar facilmente o produto que você deseja sem precisar
se locomover, e isso também foi um ponto que ajudou bastante a disseminação do E-commerce.
No E-commerce você não precisa se preocupar com horário, enquanto os funcionários e dono da
empresa dormem durante a noite você pode tranquilamente efetuar sua compra, visto que, o E-
commerce funciona 24 horas.
Pelas pesquisas de perfis do consumidor que alavanca esse ascendente mercado , podemos ver
que alguns paradigmas são quebrados . Não é a geração ‘’Y ‘’ e a nova geração ‘’ Z ‘’ que são
denominadas de ; a geração da tecnologia e inovação ,que movem esse mercado , mas sim os
consumidores de idades entre 35 e 49 anos, do qual detém de 38% dessa fatia das vendas.
As tendências de crescimento desse mercado são as melhores , cada vez mais os antigos ( porém
existentes) preconceitos relacionados com a exposição de informações, como as do cartão de
crédito a Hackers e a falta de credibilidade na entrega, estão diminuindo gradativamente ,
tornando o E-commerce uma valiosa arma no atual cenário competitivo.
No Brasil , temos diversas empresas já trabalhando com esse tipo de venda , e as empresas que
mais se destacam nesse cenário são:
Ranking entre lojas
brasileiras
Americanas 1º
Submarino 2º
Saraiva 3º
Netshoes 4º
MagazineLuiza 5º
Shoptime 6º
6
PontoFrio 7º
Extra 8º
CasasBahia 9º
Comprafácil 10º
Walmart 11º
FastShop 12º
Sacks 13º
Fnac 14º
Kalunga 15º
RicardoEletro 16º
Colombo 17º
Polishop 18º
Marisa 19º
TokStok 20º
A lista acima mostra muito bem o cenário do negócio online no Brasil, já deixando claro que o
universo na internet não é tão diferente do universo offline. Na lista acima temos somente lojas
que já são muito grandes fisicamente e por já serem conhecidas pela população consumidora
ficam entre as principais lojas do mercado.
Porém não são apenas essas grandes lojas que estão desfrutando das maravilhas do E-
commerce... as micro e pequenas empresas também estão aproveitando essa oportunidade. Segue
a pesquisa realizada pelo portal de notícias do” R7’’
‘’As pequenas empresas também estão usando a internet para aumentar as vendas em seus
negócios no "mundo real". Sem precisar fazer grandes investimentos, o dono de uma cafeteria
em Curitiba, por exemplo, aceita pedidos por meio de ferramentas como MSN, Twitter e Skype.
Pesquisas apontam que, em 2010, as vendas dos pequenos negócios que apostaram nesse serviço
cresceram 24%. Mas especialistas dizem que os donos dessas empresas devem ficar atentos ao
planejamento para sempre terem meios de cumprir os prazos de entrega dos produtos e
serviços.’’
Contudo , dentre essas empresas , apenas 11% usam esse serviço . No entanto esse cenário vem
mudando e estes empresários estão começando a ver a eficiência desse serviço , barato , ágil e
lucrativo.
Hoje já se tornou mais do que habitual usar a internet para realizar compras, contratar serviços,
viabilizar transações financeiras e estabelecer outros vínculos comerciais. Todas essas atividades
fazem parte da evolução do comércio eletrônico no Brasil, a qual teve início pouco depois da
instalação dos primeiros portais de internet. A trajetória de muitas lojas virtuais brasileiras que
ainda estão em atividade teve início nesse momento.
7
Atualmente o e-commerce responde por uma parcela considerável no faturamento das grandes
empresas do varejo brasileiro. Trata-se de uma das atividades que mais atrai investimentos no
mercado digital nacional. Entre os players com maior participação no mercado estão Mercado
Livre, B2W com as gigantes Submarino e Americanas.com, Magazine Luiza, Casas Bahia,
Netshoes, Dafiti, entre outros.
Além das lojas virtuais, se enquadram nesse setor comparadores de preço, sites de compras
coletivas, bancos, operadoras de cartões de crédito, empresas especializadas em segurança
digital, entre outros serviços.
Indicadores
No Brasil, cada vez mais consumidores e empresas se rendem à comodidade de fazer suas
compras via internet. E apesar de ainda existirem preocupações relacionadas à segurança das
transações online, muitos usuários afirmam utilizar as lojas virtuais como recurso para fazer
pesquisas de preço.
Os indicadores mais atualizados confirmam que o país está em um momento de expansão no
setor. Dados de navegação confirmam que quanto mais pessoas têm acesso à internet, maior
também é o número dos chamados e-consumidores. Isso ocorre da mesma forma quando se
relaciona a velocidade de acesso. Exatamente o que acontece no Brasil. Quando se analisa o
faturamento é possível verificar que o setor cresce dois dígitos a cada ano e que no primeiro
semestre de 2012 faturou R$ 10,2 bilhões.
De acordo com o levantamento realizado pela Câmara E-net (Câmara Brasileira de Comércio
Eletrônico), o segmento com maior participação nas vendas é o dos eletrodomésticos, seguido
pelos produtos de saúde, beleza e medicamentos. Na terceira posição vem o segmento de moda,
vestuário e acessório. O segmento literário composto por revistas, livros e assinaturas de jornais
segue na quarta posição. Há cerca de dez anos a categoria que ocupava o ponto mais alto do
ranking era o segmento dos CDs e DVDs, com cerca de 40% das vendas, hoje , tudo mudou.
De acordo com o levantamento, as categorias de Produtos mais vendidas em 2010 (em volume
de pedidos) foram as seguintes
Eletrônicos: 39%
Saúde e Beleza e Moda: 25%
Livros : 19%
Informática: 17%
Fonte: Shoppers
Capítulo II: A importância do E-commerce
8
No atual mundo competitivo onde a tecnologia da informação cada vez mais invade a sociedade
com uma proporção muito grande de informações a mesma sociedade tende a buscar
conhecimento a fim de dominar a nova tecnologia disponível.
As empresas de hoje buscam uma forma nova de atrair novos clientes e fidelizar. A tecnologia da
informação tem contribuído de uma forma significativa para que as empresas alcancem uma
maior fatia de mercado.
Nos meios de comunicação isso já é uma realidade tendo em vista a grande demanda através
dessa tecnologia. E o que mostra força é a internet com seus inúmeros recursos e pelo baixo
custo oferecido. Hoje através da internet um consumidor no Brasil consegue efetuar uma compra
com um fornecedor da China apenas com o clique do mouse e o produto chega a seu endereço.
A internet facilita o comércio de forma geral, pois é possível anunciar vários produtos de uma
vez a um custo baixíssimo, se formos comparar aos custos de manter uma loja física. Os usuários
desse comércio buscam comodidade para efetuarem suas comprar que podem ser feitas de suas
casas, escritórios sem ter que se deslocarem até a loja em busca de determinado produto.
Com o uso da internet o comércio que antes era praticado apenas nas lojas locais, hoje se tornou
um comércio eletrônico, o que foi permitido através do avanço das tecnologias o que levou a
globalização a se expandir de forma muito rápida atingindo diversas pessoas em diversos países.
O acesso a internet tem sido cada vez mais crescente em todo o mundo e a conseqüência dessa
gama de pessoas que a cada dia se tornam novos usuários é a busca por informações que lhe são
úteis para o seu dia-dia.
Diante disso, o comércio de forma geral, não pode ficar para trás nessa globalização onde os
produtos se aproximaram cada vez mais do consumidor. Tecnologias estão permitindo que o
comércio não se limite somente à uma loja física, mas a um comércio virtual onde demandes e
ofertantes a todo o momento concretizam um negócio.
O surpreendente avanço do comércio virtual não era previsto alguns anos atrás mais hoje está
entre um dos mais importantes fatores da evolução da era da informação.
Fazer comércio eletrônico é algo de extrema importância, pois o consumidor se tornou exigente e
não é mais o fornecedor que diz como será uma venda e sim o comprador.
O tema comércio eletrônico, é relevante porque para ser competitivo nesse mundo globalizado é
necessário aparecer no mercado, não só local, e sim mundial, algo que é permitido através desse
recurso disponível na rede mundial de computadores, assim você como empreendedor consegue
tornar seu produto visível para um número muito maior de possíveis clientes.
Numa análise sob o ponto de vista do consumidor individual, as principais razões que levam as
empresas a aderir o e-commerce são as seguintes:
9
1. Aumento das alternativas de escolha, com mais produtos, procura global e
larga escolha de preços;
2. Procura de informação, como seja informação detalhada sobre os produtos, a disponibilidade e
o ponto de situação de encomenda;
3. Disponibilidade de serviço a clientes online;
4. Evitar as deslocações e as dificuldades de estacionamento;
5. Redução dos constrangimentos relacionados com o factor tempo, como sejam as horas de
abertura.
Em relação às empresas, as razões são as seguintes:
1. Pouco valor acrescentado das encomendas, sobretudo para os casos de
valores reduzidos ou repetição de encomendas;
2. Maior leque de escolha;
3. Ciclo de compra mais reduzido;
4. Maior facilidade de fornecimento de informação, como seja disponibilidade e
ponto de situação da encomenda;
5. Menores custos que no caso do EDI;
6. Melhor facilidade de comunicação entre os diferentes fornecedores, que no
caso do EDI.
7. Aumento exponencial da visibilidade de seu produto no mercado.
Todavia , ainda há muitos preconceitos de pequenos empreededores com relação a essa assuntos
, muitos não se julgam capazes de competir com gigantes já instalados no mercado. Existem
duas preocupações equivocadas entre futuros, ou quase futuros candidatos ao sucesso no e-
commerce. A primeira é que o momento de ganhar dinheiro na Internet já passou, e que somente
as empresas que se instalaram no início da internet é que tem chance de ainda ganhar esse jogo.
Não é verdade, ainda existem nichos de mercado muito interessantes para quem quer ganhar
dinheiro com e-commerce e que estão lá, prontos para serem explorados.
A outra preocupação dos pequenos empreendedores na Internet é a concorrência. A grande
concorrência. Muitos apostam que no futuro só poderão ganhar dinheiro na Internet duas ou três
livrarias gigantes, duas ou três lojas de CDs imensas, e assim por diante. O sucesso e a
velocidade de crescimento de uma Amazon.com, por exemplo, tem levado muitos a desistir da
corrida. Mas será que o pequeno e médio empreendedor também não poderá ganhar dinheiro
nesse novo mercado chamado Internet?
10
Por que as pessoas ainda compram frios em mercearias, frutas e verduras em quitandas ou bebem
cerveja no bar da esquina? Em muitos casos comprar no bar da esquina pode ser mais caro do
que fazer compras em grandes supermercados. Mas os pequenos sobrevivem porque podem
oferecer algo que os grandes não podem. Você pode dizer que é o tratamento personalizado,
produtos mais frescos, bebida gelada, ou seja lá o que for, mas a verdade é que cada pequeno
bem sucedido encontrou algo que o gigante não podia oferecer e aí passou a competir com
chances. Isso, com certeza, também é válido para a Internet.
Muitos acreditam que será difícil para um livreiro concorrer com empresas como a Amazon.com,
mas se ele for especialista em um certo nicho, vender livros de um determinado assunto, e
oferecer informações e suporte que o gigante não consiga oferecer, certamente conquistará seu
lugar na Internet e poderá, também ganhar dinheiro.
Pense naquele feirante que consegue atrair toda a freguesia do bairro, enquanto seu colega do
lado, mesmo vendendo a mesma coisa, não faz o mesmo sucesso: um consegue ganhar dinheiro,
o outro não. É a pessoa, o tratamento, a conversa e as características, impossíveis de serem
transferidas, que fazem um comércio ser diferente de outro. Assim como acontece na feira,
acontece na Internet: as mesmas regras valem para se fazer notar entre milhões de "barracas"
virtuais. Não basta vender o produto na Internet, é preciso que o vendedor "se venda".
É a imagem do negócio que fará a diferença. E na hora de se fazer conhecido, o E-commerce dá
recursos para que o pequeno criativo consiga se promover na Internet, fazendo muito barulho
com pouco recurso.
11
Como podemos ver no gráfico , temos uma alta gama de consumidores on-line no Brasil , basta a
empresa estar sempre atualizando e renovando seus produtos ou talvez até buscando um target
bem específico , mesmo que seja uma empresa de pequeno porte , ela terá clientes , como
exemplo o caso do feirante que atrai a vizinhança inteira para sua ‘’ barraca’’ , o mesmo ocorre
no comércio eletrônico.
Assim como o e-commerce, a logística tem evoluído em proporções semelhantes, e neste caso
destacamos a logística de e-commerce, constituída e especializada nesse comércio dinâmico e
flexível.
O E-commerce necessita de uma cadeia logística que atenda a necessidade de entregas em um
país continental com uma velocidade extremamente restrita, em vista que uma das principais
questões valorizadas por clientes de e-commerce é justamente o tempo de espera entre a compra
e a chegada do produto. Atualmente esse tempo depende de algumas variáveis logísticas, tais
como: aquisição de estoques, recebimento, conferência, separação (picking), expedição,
transporte de mercadorias e atendimento ao consumidor.
Há alguns anos, comprar no E-commerce representava esperar de 15 a 30 dias para receber um
produto, hoje esse tempo varia de 3 horas após a compra a até cinco dias no maximo e esses
prazos estendem-se para quase todo o Brasil e não só as regiões metropolitanas e grandes
capitais, como antigamente.
Portanto a logística de E-commerce evoluiu e ajudou o crescimento do E-commerce,
constituindo-se em uma importante vantagem competitiva deste seguimento, já que possibilita
uma melhor gestão de compras e estoques, agilidade nas entregas, abrangência de entregas
(capitais, interior, etc), disponibilidade de espaço e horários, além de ter um baixo custo, quando
bem gerenciada. Hoje o uso de operadores logísticos para gerenciar os estoques, movimentação e
distribuição dos produtos tem sido amplamente utilizado por empresas de E-commerce total ou
parcialmente, pelos inúmeros benefícios oferecidos através da logística especializada.
Capítulo III : As ameaças que envolvem o
E-commerce
Até então só estava mostrando pontos positivos e incentivadores sobre o E-commerce , porém
este é uma área que demanda muito conhecimento sobre o mercado, o segmento, as tendências,
as expectativas, os eventos, as ferramentas, etc, é fundamental para que sua loja online se
desenvolva no e-commerce e conquiste mais consumidores, mais espaço e mais sucesso.
A constante atualização é de extrema importância , pois na internet , o usuário , busca sempre
algo diferente , portanto , é necessário um bom plano de negócios.
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A logística também é fundamental , tudo deve ser pensado antes , a política de estocagem ,
pagamentos , entregas , etc...
Existem grandes dificultadores para o sucesso do E-commerce , muitas empresas aprenderam
isso da pior maneira , inclusive grandes como Carrefour.Segue abaixo o caso Carrefour e a falha
de seu comércio eletrônico:
Análise dos fatores que levaram o Carrefour a fechar sua operação de e-commerce
O Carrefour, uma das maiores redes de varejo do mundo, anunciou no dia 07 de dezembro que
decidiu encerrar sua operação de comércio eletrônico no Brasil. Por trás deste anúncio, que
aparentemente pegou muitos de surpresa, está uma série de erros estratégicos e táticos comuns
em empresas físicas que iniciam sua operação virtual. Desde sua concepção, o negócio foi
atrelado à estrutura física e ao longo de seus poucos anos de vida o Carrefour Online não soube
lidar com o e-commerce como um canal independente, que requer planejamento, agilidade e foco
no mercado on-line.
Do ponto de vista estratégico, podemos citar alguns fatores que levaram aos problemas do
Carrefour.com.br, a começar com a lentidão para sua decisão de entrada, isso fez com que seus
concorrentes, cujo início da operação de vendas online aconteceu até 10 anos antes, como é o
caso do Extra.com, ganhassem a experiência necessária no mercado para entender suas
peculiaridades.
Outro fator que prejudicou o negócio foi que a empresa aparentemente não tratou a operação
online como algo separado da operação física, e as decisões, que precisam ser rápidas e
desburocratizadas no caso das vendas on-line, tinham que seguir os mesmo fluxos e processos
das lojas físicas. Isso fez com que ações simples, como contratações de fornecedores
especializados para o mundo on-line, chegassem a durar meses, pela falta de entendimento do
negócio. Além disso, claramente a loja virtual não representa a loja física do ponto de vista da
usabilidade, comunicação e seleção de produtos. O Carrefour das lojas físicas é lembrado
principalmente por suas vendas de produtos para o dia-a-dia, e a loja virtual procurou um
posicionamento para brigar em um mercado extremamente competitivo no mundo on-line: o de
eletroeletrônicos.
Já do ponto de vista tático, vemos que a gestão da empresa não soube lidar com o negócio, e a
inaptidão fica clara em todos os níveis, primeiro pela troca de gestores, ocorrida no início do ano
de 2012, e em segundo lugar pela incapacidade da gerência do E-commerce em entender os
caminhos da organização para mostrar que o negócio virtual é diferente do físico e que exige que
suas particularidades sejam atendidas para competir com eficiência no ambiente virtual.
Outro ponto negativo foi que o Carrefour não soube explorar o potencial do canal – a loja virtual
não possuía diferenciais em relação à concorrência e nenhum tipo de integração multicanal.
Vamos tomar como exemplo o Ponto Frio, um dos principais concorrentes do Carrefour.com.br:
nos últimos anos eles remodelaram o site e incluíram, entre outras funcionalidades, uma
ferramenta de busca inteligente que facilita a pesquisa dos consumidores para encontrarem o que
querem. Também podemos citar a Americanas.com que, apesar dos problemas operacionais
enfrentados, possui totens nas lojas físicas, que tornam possível comprar na loja on-line, estando
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em uma loja física, e receber a compra em casa, fazendo com que suas prateleiras fiquem
“infinitas”, no jargão do setor.
Finalmente, a empresa não apresentava uma política comercial coerente, seu mix de produto
estava longe de ser amplo e tanto sua política de preços, quanto de ofertas, destoava da loja
física, causando conflitos na cabeça dos consumidores e público de interesse, e não deixava claro
se estava brigando com os varejistas on-line ou se praticando políticas de preços compatíveis
com suas lojas físicas.
Além desses fatores citados, também podemos mencionar como agravante os eventuais
problemas que a rede varejista está enfrentando com a crise europeia, que podem ter afetado a
capacidade de investimento na operação virtual do Carrefour que enfrenta problemas, e por ser
um e-commerce novo havia a necessidade de investimento, principalmente devido ao
descasamento do fluxo de caixa, e necessidade maior de aporte devido as características do
canal, por conta do maior prazo de parcelamento médio das compras online de ticket de maior
valor.
Com tudo isso, o Carrefour mostra a falta de planejamento com olhar para e-commerce, tão
necessário para o desenvolvimento de uma operação online. A falta de um norte leva a
consequências desastrosas, como decisões erradas, que muitas vezes não têm tempo de serem
corrigidas e consequentemente levam ao fracasso.
O crescimento das vendas virtuais nos últimos anos mostra que o e-commerce é irreversível e
que os varejistas que não atuarem com competência neste canal irão perder o jogo no longo
prazo, pois é a demanda natural dos consumidores. O fechamento da operação de e-commerce do
Carrefour é um alerta para as redes de varejo que pretendem entrar ou mesmo que já entraram e
estão passando por dificuldades em sua loja virtual. O universo do comércio eletrônico possui
suas particularidades, e é necessário um planejamento especial para este modelo de negócio,
feito por pessoas capacitadas e com experiência comprovada na atuação através deste modelo de
negócio tão revolucionário quanto complexo.
Algumas outras ameaças e riscos ainda vagam sobre esse assunto , tais como:
•Riscos de Proteção da Informação: possibilidade de divulgação dos dados
pessoais do comprador – preocupação com privacidade e segurança. Com a
evolução da tecnologia e a maior preocupação com segurança por parte das
empresas, cabe avaliar em que grau esta questão se coloca atualmente como
obstáculo ao desenvolvimento do e-commerce..
• Riscos Físicos: risco das mercadorias serem transportadas de forma inadequada, sofrerem
algum dano no transporte, serem mal acondicionadas nas embalagens. Nas compras através da
rede, o produto é recebido após um tempo, normalmente pelo correio. O não-recebimento
imediato da mercadoria no momento da compra pode gerar questionamentos em relação à
entrega, seja em relação às condições do produto, seja em relação à possibilidade de ela não
ocorrer.
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• Riscos de Satisfação: que as expectativas sejam frustradas ao receber o produto/serviço, não
ficar satisfeito com a compra, não gostar do produto/serviço comprado. Esse risco é decorrente
do fato que não se poder tocar ou experimentar o produto em compras efetuadas via e-
commerce. Inclui-se ainda neste risco a possibilidade de o produto falhar ou não oferecer o
benefício desejado
• Riscos de Futura Oportunidade Perdida: risco de encontrar posteriormente um produto
melhor fora da rede, encontrar depois o mesmo produto com preço inferior fora da rede ou ainda
de constatar que o número de opções é maior fora da rede.
• Riscos Funcionais: considerar muito complicado o processo de compra; não
saber utilizar corretamente as ferramentas de execução da compra; que a empresa não efetue
com eficiência todas as etapas do processo. O longo tempo de downloads, falhas no design dos
sites, falta de links e problemas relacionados à velocidade de conexão e/ou à familiaridade e
maturidade do usuário em relação à Internet podem levar à percepção deste risco.
• Riscos de Perda da Socialização: Perder a oportunidade de estabelecer contatos interpessoais;
abdicar da associação entre compras e lazer (sair de casa, passear).
Este último risco , é muito interessante comentar , pois nós como futuros administradores ,
precisamos estabelecer uma grande rede de contatos ( network) e com o E-commerce , o contato
acaba ficando muito impessoal , dificultando a troca de informações , experiências e outros
contatos .
Outro problema que assola o comércio On-line são os acessos diários que um site obtém , muitas
vezes esses numeros quadriplicam em questão de dias , o que estimula falsamente o
empreendedor , pois dentre esses acessos , você precisa considerar a chamada : Taxa de curiosos
, na qual esse público não tem interesse nenhum na compra de qualquer produto , porém o site o
computa como um acesso a mais , o que gera investimentos não necessários , para uma demanda
que tecnicamente não existe.
Podemos afirmar que o E-commerce é cheio de incertezas, portanto , devemos sempre trabalhar
com uma margem de erro , e ter cautela em todas as transações, pois um investimento extra em
estoques ou novos sistemas de sotfwares , podem ter um custo muito alto e um retorno muito
baixo , inviabilizando este tipo de comércio.
A globalização se encontra no seu momento aureo , podemos dividir informações sobre qualquer
assunto muito rapidamente e abrangendo um alto número de vizualizações . Com relação ao E-
commerce , isso pode ser um problema... Não é de hoje que se diz que um cliente satisfeito conta
para 3 pessoas, mas um insatisfeito conta para 12 pessoas sobre a sua experiência de compra.
Tendo em vista a utilização da internet, este número pode se elevar, uma vez que o cliente pode
divulgar a sua experiência de compra em sites como o Reclame Aqui, e até mesmo publicar em
redes sociais como o Facebook, Twitter e o YouTube.
Uma boa campanha de marketing pode perder sua efetividade quando se tem um serviço ruim de
pós venda, e no comércio virtual isto não é diferente. No e-commerce o processo de compra é
impessoal, o que ressalta a importância de ter processos bem fundamentados e, principalmente,
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um pós venda atuante. Mas é a partir dai que uma equipe de atendimento pode fazer a diferença.
Na hora da compra o cliente pode ter dúvidas, e ter um telefone ou um chat para obter ajuda
pode ser algo fundamental para prestar esclarecimento e converter a venda, criando ainda uma
oportunidade de up sell. Seja qual for a dúvida do cliente, a equipe de atendimento deve ter uma
resposta.
O bom desempenho da equipe de atendimento ao cliente irá aumentar a confiança dos
consumidores, fazendo com que voltem a comprar e indiquem para amigos. Porém temos que
lembrar que a confiança não vem só de como o cliente é tratado no pós venda, por que para a
venda acontecer é preciso que o cliente se sinta atraído por outros fatores, como a marca, preço,
qualidade dos produtos, etc. e para o relacionamento ser bom para as duas partes a loja tem que
cumprir com o que prometeu, no caso entregar o produto certo em boas condições e no prazo
estipulado.
O atendimento ao cliente pode ser também responsável por reverter vendas que seriam perdidas,
isto é, fazer com que um cliente que queira comprar algo, mas não consiga, tenha a oportunidade
de comprar este produto de uma outra forma. Isto é frequente no e-commerce, o cliente tenta
comprar o produto mas o seu cartão é rejeitado, ou então a pessoa compra por boleto mas não
consegue imprimí-lo, nestes casos o atendimento ao cliente deve entrar em contato para reverter
a perda, auxiliando o cliente a realizar a compra ou oferecendo um outro meio de pagamento.
Outra parte importante que faz parte do serviço de pós vendas são as trocas e devoluções. As
empresas tentam evitar ao máximo os erros, mas ainda assim eles acontecem, e de vez em
quando o produto é enviado trocado, com defeito, ou com demora, e ai a empresa tem que estar
preparada para lidar com o cliente e fazer esquecer que isto foi um problema, transformando este
inconveniente em reforço da marca na atenção ao cliente, fazendo o possível para ofertar a
melhor solução ao cliente. Nesses casos a empresa tem que aproveitar a situação para se
aproximar mais do cliente e mostrar seus valores. Isso deve ser feito da forma mais rápida
possível, para que o cliente não perca a confiança, e fique surpreendido com a resolução do
problema. Todos já devem ter passado por situações em que se quer cancelar ou alterar algo e
não consegue, e isso só faz com que o cliente fique insatisfeito, levando-o a comentar a situação
com amigos, criando uma imagem negativa da empresa.
É com um bom serviço de atendimento que a empresa consegue construir seus valores e mostrar
ao cliente que ele é o fator mais importante para a empresa. O melhor marketing é o cliente
satisfeito e a empresa com uma boa reputação , sem esses valores consolidados pelos clientes ,
qualquer site de venda tende ao fechamento , um bom exemplo seria o do Carrefour , que
mesmo com toda a estrutura , forte nome e ótima reputação , perdeu a mesma em seu ‘’.com.br’’
muito rapidamente
3.1. Compras Coletivas e Aplicativos
Compra Coletiva é uma modalidade de e-commerce que tem como objetivo vender produtos e
serviços para um número mínimo pré-estabelecido de consumidores por oferta.
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Por meio deste comércio os compradores geralmente usufruem da mercadoria após um
determinado número de interessados aderirem à oferta, para compensar os descontos oferecidos
que em média vão até 90% de seu preço habitual. Por padrão deste mercado os consumidores
dispõem de um tempo limite para adquirir a oferta, que varia entre 24 horas e 48 horas após seu
lançamento. Caso não atinja o número mínimo de pedidos dentro deste intervalo a oferta é
cancelada.
Este modelo de negócio foi criado nos Estados Unidos por Andrew Mason, quando lançou o
primeiro site do gênero em novembro de 2008, o Groupon. Aqui no Brasil o pioneiro foi o Peixe
Urbano, iniciando suas atividades em março de 2010.
Desde então, a Compra Coletiva se consolidou entre os brasileiros, beneficiando tanto as
empresas que podem vender suas mercadorias em maior volume por conta de seu baixo preço,
assim como os consumidores, que poderão adquirir bens com generosos descontos por estarem
realizando uma Compra Coletiva.
O Buzz Marketing é uma ferramenta vital para este setor, que conta com a ajuda dos próprios
consumidores para propagarem as ofertas destas empresas, com o intuito de obter ao menos o
número mínimo necessário de pedidos para que a oferta seja validada. Para isso, utilizam
principalmente as redes sociais como canal de divulgação.
O atual dinamismo do mercado de Compra Coletiva incentiva a constante inovação entre as
empresas participantes, principalmente quando o assunto é promoção. Uma tática interessante, e
muito utilizada neste sentido, é a disponibilização gratuita de uma determinada quantia em
dinheiro aos usuários cadastrados no site. Com isso, promove o consumo de seus produtos e
serviços e mantém sua base de consumidores sempre ativa. Também são oferecidas bonificações
para aqueles usuários já cadastrados que indicarem o engajamento de outros que ainda não
possuem vínculo com a companhia.
Atualmente o segmento de Compra Coletiva é composto de fornecedores de pequeno e médio
porte, comercializando em sua maior parte bens de consumo não duráveis, como serviços de
estética, fotografia, academia, hospedagem, pet shop, refeições, além de tantos outros que até
pouco tempo não possuíam presença expressiva no e-commerce.
No entanto, analistas preveem que o mercado de Compra Coletiva, por meio de sua evolução,
também incorporará bens de consumo duráveis com a entrada de grandes fornecedores, apesar
dos exorbitantes descontos que marcam este setor se tornarem impossíveis de serem aplicados,
pois estes produtos já são comercializados com uma margem mínima de lucro.
A tendência para os próximos três anos (2011, 2012, 2013) é que o e-commerce de Compra
Coletiva brasileiro passe por uma série de fusões, transformando muitas destas pequenas
empresas que surgem a cada dia em gigantes do comércio eletrônico. Para os demais países do
mundo é esperado uma evolução semelhante, principalmente em mercados onde a Compra
Coletiva vem evoluindo rapidamente, como nos Estados Unidos e China
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Depois das compras coletivas pela internet, uma nova moda conquista os consumidores que não
dispensam a oportunidade de comprar um produto ou serviço com desconto, ainda mais se não
tiver que pagar nada antes e não ter nenhum risco de prejuízo. Trata-se dos cupons de descontos
pelo celular.
O maior aplicativo do tipo no Brasil é o Mobo, que hoje tem mais de 110 mil usuários entre as
cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. “O usuário baixa o aplicativo para iPhone
ou Android, gera o código do cupom gratuitamente na tela de seu celular e apresenta no
momento da compra no estabelecimento que está anunciando a oferta”, explica Gabriel Xavier,
diretor executivo da empresa.
Ao todo, mais de 400 empresas já usaram o sistema e a previsão é que até 2013 mais de mil
empresas testem esta nova ferramenta. “Cada vez mais, as empresas tem procurado o Mobo para
aumento da frequência de seus clientes, incremento de vendas e ações de fidelização. Isto é
interessante, pois o mercado começa a assimilar o conceitode mobile coupons”, afirma Xavier.
Usuários
Um lvantamento do Mobo revela que o perfil de seus usuários corresponde a jovens e 18 a 35
anos, das classes AB, sendo mais de 85% portadores de iPhone. A praticidade da ferramenta é
apontada como o seu principal atrativo. “O Mobo é legal porque eu posso ver os descontos que
estão próximos de mim no celular e usar na hora, sem precisar imprimir nada”, afirma Tatiene
John, de 23 anos, estudante de arquitetura.
“Depois que eu comecei aacessar o Mobo, ficou muito mais fácil escolher onde eu vou
almoçar, jantar e fazer festa. O Mobo me dá a possibilidade de ganhar descontos na hora que eu
realmente quero usar”, diz Flávio Chaves, 29 anos, empresário.
Tendência Mundial
Segundo a Associação Nacional de Marketing dos Estados Unidos, as lojas do país oferecem
cerca de três bilhões de cupons por ano. O consumidor dedica 20 minutos por semana na busca
de cupons pode obter uma economia de até US$ 1 mil por ano. De acordo com uma pesquisa
divulgada em agosto, 95% dos adultos americanos já usaram cupons para ganhar descontos.
História
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O primeiro cupom de desconto foi emitido nos EUA em 1888 pela Coca-Cola. A ideia era
popularizar a bebida, então quem tivesse um dos cupons podia pegar um refrigerante de graça.
Foi um enorme sucesso e esse tipo de promoção acabou sendo adotado também por outras
empresas.
A onda no Brasil
Em setembro, o Mobo teve um aumento de 100% no número de cupons baixados: foram 32 mil
nas capitais de SP, RJ e RS. A estimativa é que 25% destes tenham sidos resgatados no local. A
previsão para outubro é que mais de 50 mil cupons sejam baixados, visto que já houve um
incremento de 30% no número de ofertas já na primeira semana do mês. O número de usuários
também tem crescido exponencialmente e a empresa projeta fechar 2012 com 160 mil usuários.
(Fonte: Larissa Bocalon/ Luxcom Comunicação Estratégica)
Marketing de relacionamento era, antigamente, visto como algo que a empresa fazia
com seus clientes, era manter-se em contato. Era a aplicação simples e direta da
máxima:
Este marketing de relacionamento é (era?) praticado visando estabelecer, de forma
permanente, contato entre a empresa e os seus clientes, com o objetivo de facilitar
novos relacionamentos comerciais (compras repetidas por parte do cliente).
Hoje, o marketing de relacionamento é visto como algo mais amplo. O objetivo
continua o mesmo, mas a forma de atuação ampliou-se pela simples compreensão de
como as relações se estabelecem na sociedade, e, portanto, no mercado.
A sociedade em que vivemos (e onde as empresas atuam) é constituída de uma rede
de relacionamentos.
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O ser humano é gregário por excelência, vive em comunidade, estabelece - cada um -
sua rede de relacionamentos, não é mesmo?
Se retirarmos os relacionamentos da nossa sociedade viraremos um bando de
eremitas, cada um solitário em seu canto. Perderemos a força das especializações, dos
talentos individuais, pois todos, e cada um, terão que produzir tudo para o seu
sustento e saúde!
A especialização leva ao aumento de produtividade.
Com as empresas não é nem um pouco diferente.
O marketing de relacionamento é ainda algo feito com os clientes, muito embora essa
seja só uma parte dele. O marketing de relacionamento foi acrescido das múltiplas
redes de contatos, suas interações e influência, com e através de todos aqueles que se
relacionam com a empresa.
Quem são as pessoas que se relacionam com a empresa e que meios podem fazer
parte de uma rede de interações e influência:
CLIENTES
1º - os clientes diretos da empresa. Estes podem ser subdivididos em clientes já
existentes e clientes novos, pois exigem abordagens diferentes.
2º - Há ainda outra possibilidade, o marketing de relacionamento com os clientes dos
nossos clientes, no caso de B2B, necessário para que ajudemos os nossos clientes a
criar valor aos seus clientes.
3º - O marketing feito nas recuperações de clientes insatisfeitos.
4º - A criação de Ouvidoria e Conselho de Clientes.
EMPREGADOS
5º - Os empregados devem ser os primeiros a fazer comentários favoráveis em sua
rede de influência.
Este trabalho difere do "endomarketing", pois enquanto este visa fazer o empregado
encantado para que ele posso produzir melhor, aquele visa torná-lo uma fonte de
referências positivas para a empresa e para o que ela produz.
Podemos separar também os empregados em dois tipos: aqueles que podem
trabalham o tempo todo com marketing de relacionamento dentro e fora da empresa
(pessoal de contato com o público e pessoal da área de marketing) e aqueles que
exercem esse papel somente fora da empresa, em sua rede de relacionamentos, na sua
vida particular.
FORNECEDORES
6º - todos os fornecedores da empresa são outra poderosa fonte de referência e
influência dentro do mercado.
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RECRUTAMENTO
7º - O mercado de recrutamento - tanto aqueles que são admitidos, como aqueles que
não foram admitidos - são outra forte fonte de influência dentro do mercado,
incluindo a atuação de recrutamento desenvolvida dentro de escolas e universidades.
O cuidado com os não admitidos, em tempos de crise, é ainda mais crucial para um
marketing de relacionamento efetivo.
INTERMEDIÁRIOS
8º - Os intermediários que ajudam sua empresa a ser o que é, facilitadores tanto da
linha de frente do que você produz ao mercado (distribuidores), como obtenção de
redes de pessoas não diretamente ligadas à empresa, mas que possuem algum
vínculo, temporário ou não.
INFLUÊNCIA
9º - Pessoas ou entidades que tenham atuação destacada ou importante na sua área de
atuação, ou nas vizinhanças das suas instalações, podendo ser desde associação de
bairros e igrejas, como grandes redes de comunicação.
POLÍTICO
10º - Governo, legisladores e juízes e entidades reguladoras (os Três Poderes).
FINANCEIRO
11º - As entidades financeiras e os acionistas.
Conclusão
Nos últimos tempos nos deparamos com uma grande revolução na internet, a web deixou de ser
uma grande enciclopédia para se tornar um lugar onde pessoas se conectam, trocam experiências,
buscam opiniões sobre assuntos e produtos variados, podendo inclusive, comprá-los.
O comércio eletrônico mudou a forma das pessoas comprarem e acabou mudando diversos
negócios. O comprador não precisa mais sair de casa para adquirir o que deseja, o vendedor não
precisa estar em uma loja física, não é necessário manusear papel moeda, nem possuir a
mercadoria em estoque na hora da transação.
Uma loja virtual bem elaborada faz uma grande diferença para a empresa. O e-commerce
possibilita que qualquer um visualize produtos disponíveis em qualquer lugar do mundo, fazendo
com que as mercadorias sejam conhecidas em diversos lugares, antes inimaginados, criando
novas possibilidades de público e assim, como consequência, a geração de uma maior receita.
Tomando os necessários cuidados e com um bom planejamento de negócios , o e-commerce se
torna uma arma poderosa para o enfrentamento de crises e a forte concorrência.
21
Novos tempos, novos rumos...
Bibliografia
www.e-commerce.org.br
www.gestordeconteudos.com
www.sitesecia.com.br/criacao/.../importancia-da-loja.ht
ww.e-commerce.org.br/.../planodenegocios-planejam
www.slideshare.net/Ecommerce
www.cic.unb.br/~jhcf/...ppt.../ComercioEletronico.htm
ecommercenews.com.br › Artigos
www.uiliamcruz.com/blog/?tag=e-commerce
http://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/fique-atento-ao-atendimento/
-Troca de informações com parentes e amigos que estão dentro desse mercado em grandes lojas
virtuais como : Submarino e Dafiti
22
1
PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO
PAULO
Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e
Atuariais.
SUSTENTABILIDADE SOCIAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Aluna: Bruna Barbosa da Silva
Prof. Arnoldo José de Hoyos Guevara
2° Semestre 2012
2
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 3
CAPÍTULO I – A IMPORTÂNCIA DA SUSTENTABILIDADE ........................... 4
CAPÍTULO II – AVANÇOS NA SUSTENTABILIDADE NA
CONSTRUÇÃO CIVIL ................................................................. 7
CAPÍTULO III – AS PERSPECTIVAS NO BRASIL ............................................ 10
CONCLUSÃO ...................................................................................................... 27
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 28
3
INTRODUÇÃO
É importante observar e identificar mudanças diante de oportunidades e ameaças, e é esse con-
testo que hoje o mercado da Construção Civil vive, um setor que vem apresentando altos índices de
crescimento deve prestar muita atenção nas mudanças continuar crescendo.
E um grande desafio para a permanência desse setor é a sustentabilidade, pois é essa simples
palavra que no ultimo século, foi transmitida pelas redes de comunicação tão rápido quanto a banda
larga 3G (que muitos até hoje não sabem que existem), mas de sustentabilidade já provavelmente já
ouviram falar, talvez o que justifique a grande proliferação dessa palavra em meio a essas pessoas
seja simplesmente o seu significado que é, interpretado de várias maneiras:
“ um conceito sistêmico, relacionado com a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da
sociedade humana”.
http://www.sustentabilidade.org.br/
“ é a habilidade de sustentar ou suportar uma ou mais condições, exibida por algo ou alguém. É uma característica ou
condição de um processo ou de um sistema que permite a sua permanência, em certo nível, por um determinado prazo.
Ultimamente este conceito, tornou-se um princípio, segundo o qual o uso dos recursos naturais para a satisfação de ne-
cessidades presentes não pode comprometer a satisfação das necessidades das gerações futuras,e que precisou da vincu-
lação da sustentabilidade no longo prazo, um "longo prazo" de termo indefinido, em princípio”.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sustentabilidade
E para continuar a desenvolver esse sistema, e garantir a sua permanência é necessário mudar
os paradigmas e reformular os planos de ação. Ser considerado uma empresa sustentável hoje em dia
pode ser tão ou até mais burocrático até do que atender as exigências de um processo de abertura de
empresas, por exemplo. Ser sustentável não está somente em ter uma serie de papeis recicláveis e
ajudar a uma ONG, ser sustentável é além de cumprir com as obrigações de uma empresa, manter-se
bem visto com a sociedade.
Capitulo I
A IMPORTÂNCIA DA SUSTENTABILIDADE
4
Ser sustentável ou não ser, eis a questão!?
Sustentabilidade. Está palavra esta na boca de empresas e consumidores de todo o mundo.
Mas afinal, qual é a sua real importância na vida das pessoas?
Nas últimas duas décadas, vimos desenrolar uma ampla mobilização entre os países pela busca
de soluções que viessem melhorar a relação do ser humano com o meio ambiente. Houve, por
exemplo, a reunião de Copenhague, em 2009, a Assembléia do Milênio com a participação dos
membros das Nações Unidas, em 2000, a assinatura de protocolo de Kioto, em 1997, e a Eco 92, na
cidade do Rio de Janeiro. Alguns desses encontros, inclusive, obtiveram resultados frustrantes, mas
mobilizaram o mundo a pensar sobre como será o futuro ambiental do planeta.
No mundo corporativo, o tema também começou a fazer parte da agenda de muitas empresas.
Diversas organizações começaram a pensar sobre a sustentabilidade e associar a sua imagem e mar-
ca com ações voltadas para a responsabilidade sócio-ambiental. Bancos, empresas automobilísticas,
indústrias, estatais e companhia de diferentes portes e segmentos aderiram a essa prática. Como re-
sultado, o tema tornou-se papo presente para empresas e consumidores, configurando-se num posi-
cionamento de ética e transparência para quem a adota.
Mas, será que a responsabilidade ambiental utilizada pelas empresas agrega valor a imagem
diante a sociedade? Isso torna o empreendimento mais competitivo no mercado?
Mudaram os paradigmas
Se antes o intuito era apenas transmitir a imagem de “politicamente correto”, hoje, as questões
de responsabilidade sócio/ambiental devem ser genuinamente verdadeiras. E os motivos são os mais
variados: pensamento no futuro, consciência ambiental, expectativa de desenvolvimento econômico,
busca na diminuição de gastos, exigência dos consumidores, entre muitos outros.
5
John Elkington – que estuda o movimento de sustentabilidade corporativa há mais de três dé-
cadas e é o criador do famoso conceito Triple Bottom Line, que inspirou empresas adotarem relató-
rios anuais sócio-ambientais – relata que essa mudança de paradigma já iniciou, mas deve ser inten-
sificada. “Teremos nove bilhões de pessoas em 2050 e os recursos naturais não estão garantidos para
esse período. É preciso agir agora para que as futuras gerações possam usufruir normalmente”. Para
isso, Elkington destaca que é preciso trabalhar em conjunto. “Empresas precisam montar planos de
ação e trabalhar também com outras empresas, com o setor público e com a sociedade civil”, desta-
cou em sua palestra na última edição da Expomanagement, para mais de dois mil executivos brasi-
leiros.
Porém, o aumento de valores de uma organização nessa nova era da sustentabilidade não de-
pende apenas da estratégia e de sua performance, mas também de seu comportamento. Aliais, alguns
dos diferenciais oferecidos por marcas que adotam essa postura englobam desde ações voltadas para
o consumidor, passam pela valorização e capacitação dos colaboradores e chegam ao engajamento
em ações de responsabilidade social.
Consumidores conscientes
A máxima do marketing sempre indicou que basta colocar produtos com uma boa qualidade e
preços baixos para conquistar bons resultados em um negócio. Mas essa é uma realidade que está
mudando e, em breve, não será suficiente. Hoje, nota-se que o consumidor tem adquirido uma nova
postura na hora da escolha de onde e como comprar. Por isso, as empresas devem estar antenadas
em oferecer melhores produtos e um atendimento eficiente.
De acordo com Philip Kotler, uma das maiores autoridades mundiais em marketing, cada vez
mais os consumidores estão em busca de soluções para satisfazer seu anseio de transformar o mundo
globalizado num mundo melhor. “As pessoas buscam empresas que atendam suas mais profundas
necessidades sociais e ambientais em missão, visão e valores”, revelou Kotler em recente palestra
realizada no Brasil. De acordo com o pensador, “o marketing passou de ser apenas um processo de
vendas e publicidade para ser um conjunto de processos em criar, comunicar, transmitir e entregar
valor”.
Esse conceito é facilmente percebido nas manifestações dos consumidores pelas redes sociais
como Facebook e Twitter. Casos como as denúncias à marca Zara sobre a utilização de mão de obra
escrava e as acusações da marca Arezzo na utilização de peles de animais em uma de suas coleções,
criaram uma verdadeira reação de repúdio por parte dos internautas.
“A sociedade está cada vez mais consciente e atenta ao conceito de desenvolvimento sustentá-
vel e social. Aquele capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacida-
de de atender as necessidades das futuras gerações e sem esgotar os recursos para o futuro. Acredito
que as empresas que desenvolvem uma gestão realmente comprometida com esta visão tem vanta-
gens competitivas que podem, muitas vezes, aumentar a rentabilidade do negócio”, destaca Lúcia
Hahn, diretora administrativa da Quintessência, empresa farmacêutica que desenvolve projetos de
conscientização ambiental com seus funcionários.
Novos profissionais
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Com esse novo pensamento adotado pelas empresas, o mercado de trabalho também tem se
transformado em busca de funcionários mais conscientes. Segundo o último levantamento realizado
pelo Conselho Brasileiro de Voluntariado Empresarial – entidade que reúne empresas como a Petro-
bras e Vale – 59,4% das companhias observam, durante o processo seletivo, se no currículo do can-
didato consta a experiência de serviço voluntário. Na pesquisa anterior, divulgada em 2007, esse
percentual era de apenas 18%.
“Participar de atividades de cunho social é muito desejável, seja em programas de voluntaria-
do ou outros tipos, mas que tenha impacto na comunidade e ajude as pessoas”, destaca Rodrigo Pac-
ca, gerente de recrutamento e seleção da Ambev, ao comentar sobre as atividades extracurriculares
que podem influenciar na escolha de um candidato.
A opinião também é compartilhada pela Izabel Azevedo, gerente de recursos humanos da Nes-
tlé Brasil. “Na Nestlé, tão importante quanto atingir os resultados é a forma como eles são alcança-
dos. Valorizamos o trabalho em equipe, a iniciativa e a integridade dos colaboradores. É um dife-
rencial a preocupação com a sustentabilidade e a responsabilidade social”, revela Izabel.
Dentro do mundo empresarial, é inquestionável relatar que algumas ações e estratégias possu-
em mais resultados do que outras. Porém, “ser sustentável” está, aos poucos, quebrando a barreira de
ser apenas uma estratégia, para estar presente na cultura e modelo de gestão das empresas. O resul-
tado dessa transformação, com certeza, será comemorado pelas futuras gerações.”
Valores da Sustentabilidade
Vida - em todas as suas formas de manifestação
Respeitamos e valorizamos a vida. Entendemos que as comunidades devem ser nutridas para
melhoria da qualidade de vida.
Ser Humano Integral – corpo mente e espírito
Consideramos o Ser Humano Integral – corpo, mente e espírito – na idealização e realização
de nossas ações.
Diversidade
A Diversidade significa para nós a possibilidade de uma criação mais abundante, vigorosa e
resiliente. Através da parceria e da atuação em rede temos a possibilidade de crescer com a comple-
mentaridade e a sinergia.
Sensibilidade – com afetividade e empatia
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A sensibilidade para nós compreende a afetividade com empatia nos relacionamentos com as
pessoas, com as outras espécies e com a vida. A responsabilidade social e o reconhecimento são
entendidos por nós como complementos da sensibilidade.
Aprendizado
O aprendizado para nós significa a certeza de que estamos todos ainda a caminho e vemos no
diálogo a possibilidade de promover trocas de percepções quanto ao nosso entendimento da vida e
nossa ação no mundo.
Verdade
A verdade para nós inclui a ética e a transparência como base para a criação de elos de confi-
ança.
Capitulo II:
AVANÇOS NA SUSTENTABILIDADE NA
CONSTRUÇÃO CIVIL
Com o passar dos anos e o rápido desenvolvimento das cidades, diversos problemas ao meio
ambiente foram acarretados, como a poluição do ar, o desmatamento de grandes áreas verdes, a con-
taminação de rios e mares e um grande acúmulo de lixo.
8
Com a expansão do conceito de sustentabilidade , diversas áreas e setores da economia passa-
ram a buscar práticas alternativas que revertam, reduzam ou, mesmo que não crie novos fatores pre-
judiciais ao meio ambiente.
Uma área que tem obtido muitos avanços relacionados à ecologia é a arquitetura, criando, as-
sim, o conceito de arquitetura sustentável. Esse termo baseia-se na ideia de que as construções não
são obras de artes e, sim, parte de o habitat do ser humano, ligado à sociedade e a todos os outros
componentes do meio.
O foco da arquitetura sustentável está em realizar construções confortáveis e belas, porém sem
comprometer o meio ambiente e oferecendo ganhos à sociedade. Ela não tem como visão apenas o
hoje, mas também o futuro da construção, ou seja, todo o ciclo de vida do edifício, contando com
seu uso, manutenção, demolição ou, até mesmo, reciclagem. Suas práticas têm como objetivo aper-
feiçoar os processos construtivos, reduzir os resíduos da construção e diminuir o consumo energéti-
co do prédio.
Esse movimento surgiu na década de 1970, e sua principal intenção é criar tecnologias e ino-
vações para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Durante o processo de construção de um edi-
fício sustentável, deve-se fazer o uso consciente da água, como a reutilização da água da chuva.
Utilizar materiais ecológicos, com menor impacto ao meio ambiente, como blocos de terra
comprimida, tintas sem componentes tóxicos e madeira com certificação, também faz parte das prá-
ticas comuns a uma edificação sustentável.
Assim, a arquitetura sustentável busca formas de construir edifícios mais eficientes energeti-
camente, como prédios ou casas com aquecimento solar do ambiente e da água e também com maior
captação da luz do sol e do vento.
Portanto, podemos concluir que a arquitetura sustentável representa o futuro da construção ci-
vil de todo o mundo.
Avanços Sustentáveis na Construção Civil
A Sotecnisol acabou de lançar no mercado português o Solcrafte Style, um sistema que permi-
te a redução de até 80% dos custos na produção de águas quentes a partir da energia solar. Segundo
a empresa, este sistema tem um investimento inicial inferior à maioria dos sistemas de termossifão
convencionais do mercado, assim como “Uma rentabilidade recorde, que reduz até 80% os custos
associados à energia gasta na produção de águas quentes sanitárias”.
Paralelamente, o Solcrafte Style é “uma alternativa sustentável para as famílias que ainda
usam gás ou eletricidade para aquecer as águas”.
9
O sistema tem também um “design exclusivo”, constituído por um painel e depósito de água,
sendo que este último está integrado e não é visível, ao contrário do que acontece normalmente.
“[Este sistema foi] desenvolvido para se adaptar a telhados planos ou inclinados, jardins ou terraços
e integra-se totalmente ao estilo do local”, continua a empresa.
“Numa altura em que os preços dos combustíveis fosseis estão de novo a bater recordes, a ga-
ma Solcrafte Style volta a tornar a tecnologia solar térmica acessível à maioria das famílias portu-
guesas”, explica Gonçalo Pita Soares.
Construções sustentáveis: oportunidades no mercado verde
O setor da construção civil começou a pensar no potencial das edificações sustentáveis e já
vem dando alguns passos nessa agenda. A importância dessa iniciativa se deve ao fato de que cerca
de 40% das emissões de CO2 no mundo são causadas por edifícios. No Brasil, as construções con-
somem 44% da energia gasta no país, sendo que 22% acontecem em uso residencial, 14% em co-
mercial e 8% em prédios públicos.
Além de contribuir para a redução das emissões de gases estufa, o emprego da sustentabilida-
de na construção gera economia tanto para o bolso das construtoras como do consumidor. De acordo
com o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) a sustentabilidade nas construções,
pode render uma economia de 40% de água e 30% de eletricidade. Para esse resultado, basta investir
de 3 a 5% do valor do imóvel em tecnologias ambientalmente saudáveis.Já as iniciativas por parte
do Governo Federal para estimular o setor ainda são muito tímidas, quase inexistentes se não fosse o
lançamento, em abril de 2009, do programa Minha Casa, Minha Vida. Um total de R$ 34 bilhões
serão destinados para a construção de um milhão de residências. Segundo a CBCS, o Brasil pode ter
muito mais resultados, pois boa parte da tecnologia necessária para que o setor da construção civil
no país adapte e mitigue as mudanças climáticas já existe. O que falta é disseminação de conheci-
mento e informação, tanto para o publico consumidor, quanto para as incorporadoras, construtoras e
administradoras prediais.
Existem avanços por parte de alguns governos locais a exemplo de São Paulo e em Minas Ge-
rais, que já possuem legislações específicas. Em outubro de 2008, foi assinado, em São Paulo, o
Protocolo da Construção Civil Sustentável. A iniciativa é uma cooperação entre o estado, a Federa-
ção das Indústrias de SP e alguns sindicatos e associações, com o objetivo de incentivar a sustentabi-
lidade do setor. Por meio do acordo, as partes que aderirem ao protocolo se comprometem a orientar
os empreendedores a cumprirem a legislação ambiental e a introduzirem critérios socioambientais
em suas atividades.
10
CAPÍTULO III - AS PERSPECTIVAS NO BRASIL
O REGISTRO PÚBLICO DE EMISSÕES DE GEE
O Registro Público de Emissões é uma plataforma online desenvolvida pelo Programa Brasi-
leiro GHG Protocol para elaboração e divulgação dos inventários corporativos de emissões de gases
de efeito estufa (GEE) das empresas participantes do Programa de forma transparente, rápida e sim-
ples, sendo o primeiro deste tipo no país. O Registro é composto de duas interfaces: área restrita e
área pública.
11
A área restrita foi lançada em 22 de junho de 2010 e representou um grande avanço na elabo-
ração dos inventários corporativos de GEE. As empresas participantes do Programa passaram a rela-
tar suas emissões em um sistema online automatizado, tornando o processo de elaboração dos inven-
tários mais rápido e simplificado.
Em 10 de agosto de 2011 foi apresentada pela primeira vez a área pública do Registro. O obje-
tivo da área pública é permitir o acesso aos dados dos inventários publicados no âmbito do Progra-
ma Brasileiro GHG Protocol a todo tipo de público de forma didática, agregando transparência ao
processo. A partir destewebsite, é possível ter acesso a gráficos interativos e ao download dos inven-
tários corporativos, além do registro histórico das emissões de todas as empresas participantes. As-
sista ao lado o vídeo explicativo.
Os principais objetivos do Registro são:
Promover o reconhecimento das organizações participantes pela iniciativa voluntária de trans-
parência, frente a stakeholders cada vez mais atentos à responsabilidade socioambiental corporativa;
Auxiliar os agentes privados e públicos na definição de estratégias para mitigação de GEE;
Preparar as organizações brasileiras para futuros marcos regulatórios sobre mitigação e adap-
tação às mudanças climáticas;
Integrar os esforços do Programa Brasileiro GHG Protocol e da Plataforma Empresas Pelo
Clima com as ações da Política Nacional de Clima, das políticas estaduais e do cumprimento da
meta anunciada em Copenhagen;
Criar vasto banco de dados que facilite o estabelecimento de benchmarks setoriais e que sirva
de base para a elaboração de políticas públicas coerentes.
O Programa Brasileiro GHG Protocol
O Programa Brasileiro GHG Protocol (também denominado apenas como Programa Brasilei-
ro) foi lançado em 2008 visando promover a gestão voluntária de gases de efeito estufa (GEE), atra-
vés de capacitação técnica e institucional para a contabilização de GEE e a preparação de inventá-
rios no nível organizacional. Trata-se de uma parceria da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e do
World Resources Institute (WRI), apoiada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), pelo Conse-
lho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e o Conselho Empresarial
Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD).
12
O objetivo do Programa Brasileiro é promover uma cultura permanente de elaboração de in-
ventários corporativos de GEE e a divulgação de informações sobre emissões de GEE no Brasil.
Também tem por objetivo capacitar organizações brasileiras, fornecer uma plataforma para a publi-
cação de inventários de GEE (o Registro Público de Emissões) e criar um fórum para a troca de in-
formações e para debates envolvendo o público interessado. Tendo em vista tais objetivos, o Pro-
grama Brasileiro promove a contabilização, o cálculo e a elaboração de relatórios de informações
sobre emissões de GEE com base nos princípios de relevância, integralidade, consistência, transpa-
rência e exatidão.
A seguir podemos ver o inventario de 2 grandes corporações do mercado de construção civil
do Brasil:
http://www.odebrecht-ec.com/
Setor: Construção
Sub Setor:Obras de infra-estrutura
Como uma empresa integrada de Engenharia e Construção, a Construtora Norberto Odebrecht
(CNO) alcança diversos segmentos de atuação. Para garantir a especialização das equipes e o bom
desempenho dos negócios, sua estrutura empresarial é dividida por mercados delegados setoriais e
geográficos. No Brasil está organizada segundo três áreas de atuação - Energia, Infraestrutura e En-
genharia Industrial, e no exterior em três divisões geográficas - América Latina e Angola, Internaci-
onal e Venezuela. A CNO está presente em mais de 15 países de quatro continentes, com cerca de
90 mil integrantes, de mais de 60 nacionalidades, orientados por uma filosofia própria, pautada em
valores humanísticos e consolidada na Tecnologia Empresarial Odebrecht. O Relatório Anual está
disponível em: http://www.odebrecht.com/publicacoes/relatorios-anuais
Ano Emissões (tCO2e) Categoria do Inventário
Escopo 1 Escopo 2 Escopo 3 (opcional)
2010 257.305,67 4.694,69 563.508,17 Prata
13
2011 339.022,709 2.426,974 874.132,306 Prata
Ano Emissões(tCO2e)
Escopo 1 Escopo 2 Escopo 3 Biomassa
2010 257.306 4.695 563.508 16.697
2011 339.023 2.427 874.132 6.833
www.agsa.com.br
Setor: Construção
Sub Setor:Obras de infra-estrutura
A Construtora Andrade Gutierrez S/A (AG) é uma sociedade anônima de capital fechado, in-
tegrante do Grupo Andrade Gutierrez S/A (AGSA), holding que, além do negócio construção pesa-
da, mantém outros negócios variados na área de infraestrutura do Brasil e do mundo. A AG foi fun-
dada em 1948 na cidade de Belo Horizonte, onde começou realizando serviços de urbanização. Sua
primeira grande obra foi a BR3 (hoje BR040), na década de 50, ligando a então Capital Federal Rio
de Janeiro a Belo Horizonte. A década de 60 marca a chegada da AG no estado de São Paulo, com a
construção da Rodovia Castelo Branco, e a superação de grandes desafios na construção da BR319
(Manaus - Porto Velho). Na década de 70, mais dois grandes marcos: a entrada no mercado de hi-
drelétricas no qual participou, entre outras, da construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu (maior
hidrelétrica do mundo em geração de energia) e do início da construção do metrô de São Paulo (ao
todo a AG construiu 20% da malha metroviária da capital paulista). A década de 80 é marcada pela
internacionalização dos negócios para diversos países, inclusive da América Latina. Em 2002 a Em-
presa iniciou a execução do seu primeiro contrato de montagem industrial com a Petrobras e a partir
daí evoluiu rapidamente nesse mercado.
Ano Emissões (tCO2e) Categoria do Inventário
14
Escopo 1 Escopo 2 Escopo 3 (opcional) 2010 70.351,04 340,37 328.179,09 Ouro 2011 21.624,473 178,444 2.649.705,436 Ouro
Ano Emissões (tCO2e)
Escopo 1 Escopo 2 Escopo 3 Biomassa 2010 70.351 340 328.179 6.613 2011 21.624 178 2.649.705 3.721
"Vemos muitas casas repletas de materiais tóxicos e com o ar-condicionado ligado todo o tem-
po. Não estou satisfeito com isso. Procuramos antes de tudo pela saúde", disse Peter van Lengen na
abertura do primeiro Encontro de BioArquitetura, o EBA 2012. O evento ocorreu em Nova Friburgo
durante os dias 8,9 e 10 de novembro e pretende disseminar os princípios do movimento que quer
mudar conceitos e técnicas de construção convencional. A organização foi do Instituto Serrano de
Economia Criativa (ISEC) e do Centro de Tecnologia Intuitiva e Bioarquitetura, o Tibá. Lengen,
curador do encontro, é filho de Johan Van Lengen, o precursor holandês da bioarquitetura e autor do
livro "O Manual do Arquiteto Descalço".
Fechando o ciclo
Um dos palestrantes foi Marcelo Bueno, idealizador do Instituto de Permacultura da Mata
Atlântica (IPEMA). Ele contou como o período que passou ao lado de aborígenes australianos e
sherpas no Nepal o estimularam a viver dos recursos contidos em sua propriedade, localizada em
Ubatuba (SP). "Os ciclos fechados dentro de uma casa imitam a natureza e embasam o design em
sustentabilidade. Por exemplo, na cozinha você pode lavar seu prato sujo de comida, e essa água vai
para um filtro, que vai gerar água biofertilizada para irrigar sua horta. Quer dizer, essa água incorpo-
rada nas plantas volta para a cozinha na forma de comida, e os restos orgânicos da refeição são envi-
ados para um biodigestor, transformando-se, novamente, em adubo para a terra da horta".
O esforço para criar um miniecossistema dentro de casa serve ao bem comum reduzindo o uso
de recursos naturais. "Recentemente, para que todos pudessem assistir ao último capítulo da novela,
o Brasil teve decomprar energia fora do país e muita gente não se dá conta disso. Quando há abun-
dância, as pessoas têm dificuldades de enxergar os limites", disse Bueno.
Lixo é uma perspectiva
Outro destaque do evento foi o americano Michael Reynolds. "Nós inventamos o conceito de lixo,
mas ele pode se tornar nosso novo recurso natural", disse ele que é protagonista do filme "The Gar-
bage Warrior" (em português, “O guerreiro do lixo"). Ele surpreendeu ao expor como é possível
construir casas autossustentáveis a base de pneus, latas de cerveja e garrafas de vidro - materiais que
ocorrem em qualquer parte do planeta.
Reynolds teve sua licença de arquiteto cassada há uma década. Hoje, convenceu as associações
de arquitetura de que ele é um bioarquiteto. Ele executa uma média de 6 casas por ano com preços
que variam de 4 à 400 mil dólares. "Temos clientes normais querendo uma casa diferen-
te, empresas pedindo condomínios e hospitais que querem cortar custos. No Haiti, há pessoas em
crise, que necessitam de água, energia e abrigo de forma otimizada e eficiente. Fazemos projetos
15
para pessoas ricas ou pobres, mas buscamos igualdade entre todos através do acesso aos recursos
básicos da vida", afirmou.
No projeto Earthship (algo como Nave Terra) placas de metal extraídas de velhas geladeiras e
fogões, podem se tornar componentes de turbinas eólicas verticais, que irão facilitar autonomia
energética. Usando técnicas de biofertilização, água da chuva e várias camadas para produzir isola-
mento térmico, Reynolds e sua equipe construíram um pomar indoor em meio à aridez do estado do
Novo México. A “Earthship” chamada Phoenix é capaz de produzir 50 tipos de vegetais, frutas e
legumes e mantém um pequeno lago para a criação de peixes. Para cidades já existentes, ele sugere
adaptar as novas tecnologias orgânicas. "Olhe os passarinhos, eles fazem seus ninhos em cima dos
prédios", disse.
Terra, bambu e gosto pessoal
Gernot Minke, alemão e professor de construção experimental da Universidade de Kassel, deu
uma aula sobre limites de compressão e resistência de materiais como o adobe e o tijolo cru. Ele
mostrou fotos da cidade de Shibam, no Iemen, cujos prédios de 5 a 11 andares foram feitos de terra
há aproximadamente 1.400 anos. Shibam é um exemplo de resiliência ao tempo e uso zero de ci-
mento, o que evita a extração do calcário, que degrada montanhas inteiras e pode contaminar os len-
çóis freáticos.
Minke é referência mundial em bioconstrução desde a década de 1980. Já publicou manuais
sobre o uso de terra, bambu, fardos de palha, telhados verdes e jardins verticais, traduzidos em 10
idiomas.Uma das caracteristicas seus projetos são os tetos em forma de domo, que podem chegar a 7
metros de altura e são necessariamente cobertos por vegetação: "Não faço o projeto se o cliente não
quiser um teto-verde. Seus benefícios para o interior da casa são incontáveis", afirmou. Quanto ao
motivo de desenhar tetos em forma semicircular, ele explicou: "Para isso não há método científico
que responda. Se trata apenas da boa sensação que sinto lá dentro".
Durante os três dias do encontro, 200 participantes lotaram o auditório do Hotel Bucsky, em
Nova Friburgo. Eles receberam uma ecobag de fibras naturais, um crachá em papel-semente e um
copo de plástico reciclado, para uso nos “coffee-breaks”. O evento foi patrocinado pela Apex Brasil,
Energisa e Sebrae.
Sustentabilidade na Construção Civil
A sustentabilidade, com suas múltiplas implicações, deve ser buscada em todas as esferas das
ações correlatas ao sistema da construção civil. A abordagem que se fará a seguir busca aproximar o
conceito amplo da sustentabilidade na construção civil.
Pré-condições de empreendimentos sustentáveis
O primeiro passo para a sustentabilidade na construção é o compromisso das empresas da ca-
deia produtiva a criarem as bases para o desenvolvimento de projetos efetivamente sustentáveis.
Apresentamos aqui três pré-condições fundamentais para a construção dessa base:
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Pré-condição 1 – Um projeto de sustentabilidade tem que ter qualidade
A qualidade garante que níveis de excelência sejam atingidos, mantidos e disseminados nos
processos das empresas. A gestão da qualidade, especialmente a busca por melhoria contínua, é um
pré-requisito para a sustentabilidade porque estimula a melhoria constante dos processos empresari-
ais, que estão ligados ao consumo de recursos naturais, produtividade, desperdício, durabilidade,
entre outros.
Pré-condição 2 – Sustentabilidade não combina com informalidade
É fundamental selecionar fornecedores, tanto de materiais e serviços, assim como a equipe da
mão-de-obra. As empresas que trabalham com fornecedores informais também se tornam informais,
alimentando este ciclo nocivo. É preciso garantir a legalidade de toda a empresa e de todos os seus
processos. Além de garantir a legitimidade da empresa, a seleção de fornecedores formais estimula o
aumento da profissionalização na cadeia produtiva e conseqüente eliminação de empresas com baixa
produtividade que só se mantêm no mercado por economias advindas de atividades ilícitas.
Pré-condição 3 – Busca constante pela inovação
Utilizar novas tecnologias, quando possível é adequado. Caso inviável, buscar soluções criati-
vas respeitando o contexto. É importante que as empresas tenham relações estreitas com agentes
promotores de inovação na cadeia produtiva, - 30 - tanto na oferta de novos materiais e equipamen-
tos, quanto na capacitação da mão-de-obra.
A base para a sustentabilidade na construção é alinhar ganhos ambientais e sociais com os
econômicos, daí a necessidade e importância de inovações.
Política urbana sustentável
O trecho abaixo retirado do capítulo “Reformulando a Governança Global” da publicação O
Estado do Mundo 2002, elaborado pela ONG World Watch Institute, explica o que vem a ser a “boa
governança urbana”:
“À medida que a população mundial se torna mais urbana e governos nacionais deslocam
algumas responsabilidades para cidades e vilas, asautoridades municipais estão se tornando cada
vez mais importantes”.
Em 1999 a Habitat, a agência das Nações Unidas responsável por assentamentos humanos,
lançou uma campanha global que objetiva ajudar as pessoas a ter voz nos governos locais. Ela está
desenvolvendo um consenso em sete princípios da boa governança urbana:
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• sustentabilidade: equilibrar as necessidades sociais, econômicas e ambientais de gerações atuais e
futuras, por exemplo, elaborando um plano de ação de uma Agenda 21 local para o meio ambiente e
o desenvolvimento;
• subsidiariedade: descentralizar responsabilidades e recursos ao nível inferior mais adequado;
• igualdade: assegurar que todos os cidadãos tenham acesso à tomada de decisão;
• eficiência: administrar a receita municipal de forma economicamente viável;
A Reutilização de Materiais na Construção Civil
O entulho da construção civil, uma montanha diária de resíduos formada por argamassa, areia,
cerâmicas, concretos, madeira, metais, papéis, plásticos, pedras, tijolos, tintas, etc. tornou-se um
sério problema nas grandes cidades brasileiras. A partir de julho de 2004, de acordo com a resolução
307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), as prefeituras estarão proibidas de receber
os resíduos de construção e demolição no aterro sanitário. Cada município deverá ter um plano inte-
grado de gerenciamento de resíduos da construção civil.
“Há muitos anos as políticas públicas estão voltadas ao lixo domiciliar e ao esgoto. Ignora-se o
problema do resíduo da construção”, avalia o professor Vanderley John, do Departamento de Enge-
nharia de Construção Civil da Escola Politécnica da USP. Envolvido com o estudo de resíduos da
construção desde 1997, o professor é coordenador de um projeto de pesquisa, o qual visa desenvol-
ver normas técnicas para facilitar a reciclagem, além de metodologias de controle de qualidade dos
produtos gerados. Outra meta é investigar outros usos: os de resíduos da construção civil. De acordo
com o Vanderley John, resultados de pesquisas anteriores demonstram que as características dos
resíduos de construção são muito variáveis. As tecnologias existentes não conseguem medir as ca-
racterísticas dos resíduos em tempo real, de forma que mesmo agregados reciclados de excelente
qualidade são empregados em funções menos exigentes, desvalorizando o produto. Assim, uma das
metas mais ambiciosas da pesquisa é desenvolver um - 37 - conjunto de tecnologias de caracteriza-
ção dos resíduos que torne possível a identificação rápida e segura das oportunidades de reuso e
reciclagem mais adequadas para cada lote. O objetivo é ampliar o mercado para os produtos recicla-
dos e valorizar a fração de boa qualidade.
Outra importante conseqüência dessa pesquisa é mostrar que a transformação de um resíduo
em produto comercial efetivamente utilizado pela sociedade oferece grandes oportunidades para
aumentar a sustentabilidade social e ambiental. Por outro lado oferece também significativos riscos
ambientais e para a saúde dos trabalhadores que não estejam cientes de como deve ser realizado um
processo profissional de reaproveitamento.
O Tratamento do Entulho no Brasil Atualmente
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Praticamente todas as atividades desenvolvidas no setor da construção civil são geradoras de
entulho. No processo construtivo, o alto índice de perdas do setor é a sua principal causa. Já nas
obras de reformas, a falta de uma cultura de redução, reutilização e reciclagem são as principais
causas do entulho gerado pelas demolições durante o processo. Em todo o mundo, esta quantidade
corresponde, em média, a 50% do material desperdiçado. No Brasil produz-se 850.000 t/mês de en-
tulho, no Reino Unido 53.000 t/mês e no Japão 6.000 t/mês. Como pode ser concluído, em alguns
países europeus, Japão e nos EUA, o reaproveitamento de entulho para reciclagem já faz parte do
processo construtivo, atestando totalmente a sua viabilidade tanto técnica como econômica. No Bra-
sil, entretanto, o seu reaproveitamento é restrito praticamente à sua utilização como material para
aterro e, em muito menor escala, à conservação de estradas de terra. A prefeitura de São Paulo, em
1991, implantou uma usina de reciclagem com capacidade para 100 t/hora, produzindo material uti-
lizado como sub-base para pavimentação de vias secundárias, numa experiência pioneira no Hemis-
fério Sul. - 38 - Em Belo Horizonte - MG, a prefeitura implantou um programa para correção ambi-
ental de áreas degradadas pela deposição clandestina de entulho, com a criação de uma rede de áreas
para sua captação. O programa é completado pela instalação de usinas de reciclagem que produzem
materiais para uso em obras e serviços públicos.
Resultados do Reaproveitamento
Ambientais
Os principais resultados produzidos pela reciclagem do entulho são os benefícios ambientais.
A equação da qualidade de vida e da utilização não predatória dos recursos naturais é mais impor-
tante que a equação econômica. Os benefícios são conseguidos não só por se diminuir a deposição
em locais impróprios como também por minimizar a necessidade de extração de matéria-prima em
jazidas, o que nem sempre é adequadamente fiscalizado. Reduz-se, ainda, a necessidade de destina-
ção de áreas públicas para a deposição dos resíduos.
Econômicos
Experiências indicam que é vantajoso também economicamente substituir a deposição irregu-
lar do entulho pela sua reciclagem. O custo para a administração municipal é aproximadamente US$
10 por metro cúbico de entulho clandestinamente depositado, incluindo a correção da deposição e o
controle de doenças. Estima-se que o custo de reciclagem, por exemplo, fique perto de 25% desses
custos, ou seja, aproximadamente US$ 2,50. /m3.
A produção de agregados com base no entulho pode gerar economias de mais de 80% em rela-
ção aos preços dos agregados convencionais. A partir deste material é possível fabricar componentes
com uma economia de até 70% em relação a - 39 - similares com matéria-prima não reciclada. Na
19
grande maioria dos casos, a reciclagem de entulho possibilita o barateamento das atividades de cons-
trução.
Sociais
O emprego de material reciclado em programas de habitação popular, por exemplo, traz bons
resultados. Os custos de produção da infra-estrutura das unidades podem ser reduzidos. Porém, co-
mo o princípio econômico que viabiliza a produção de componentes originários do entulho é o em-
prego de maquinaria e não o emprego de mão-de-obra intensiva, nem sempre se pode afirmar que a
sua reciclagem seja geradora de empregos.
Metodologia
Definitivamente a minimização de resíduos é uma das principais maneiras de se reduzir o im-
pacto ambiental. Envolve processos durante todo o ciclo de vida de uma construção, desde a racio-
nalização do processo construtivo, componentes reusados e/ou renováveis, até o fim do seu ciclo de
vida.
O desenvolvimento desse processo objetiva ampliar os benefícios ambientais
conseguidos com cada um dos critérios a seguir: Essa seqüência foi elaborada para que haja reco-
nhecimento de prioridades na hora de decidir o que deve ser feito com o entulho. O reuso (reutilizar)
foi - 40 - colocado como segunda opção porque apresenta benefícios como menor gasto de energia,
menores taxas de emissão de poluentes (gases) e menor uso de água que a reciclagem.
Reduzir
Quando não é possível recusar um produto ou material, há a possibilidade de reduzir o consu-
mo do mesmo. A melhor forma de resolver um problema constante, como é o caso dos resíduos, é a
de evitar o seu aparecimento.
Reduzindo sua quantidade, reduz também o lixo gerado por ele, seja pelas embalagens ou pelo
descarte em si. Na construção civil pode-se, por exemplo, reduzir a quebra de tijolos solicitando ao
fornecedor de blocos cerâmicos o envio de blocos previamente cortados (meio bloco).
Reutilizar
Consiste no aproveitamento de produtos sem que estes sofram quaisquer tipos de alterações ou
processamento complexos. Antes de um produto ser jogado fora, ele ainda tem muitos usos sem ter
que passar por um processo de restauração ou reciclagem. Muitas vezes é preciso ser criativo, ino-
vador, usar um produto de várias maneiras.
O reuso dos materiais na construção civil é normalmente muito simples, trata-se da execução
de um desmonte. Para isso seria necessário um programa para organizar a demolição seletiva ou
desconstrução para que os materiais não sejam danificados e que não sejam misturados a ponto de
não poderem ser separados.
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Os elementos estruturais, caixilhos, porta, piso, painéis, etc., podem ser reutilizados simples-
mente retirando-os e recolocando-os. Se o material estiver em bom estado, basta removê-lo com
cuidado para não danificá-lo e reinstalá-lo em seu novo lugar de uso. Os caixilhos de madeira ou
PVC são bons exemplos disso, pois é possível retirá-los por inteiro, junto com o vidro.
21
Capitulo III:
AS PERSPECTIVAS NO BRASIL
No Brasil a sustentabilidade vem tomando tamanha importância, que vários eventos dentre
eles, palestras, seminários e até cursos estão sendo oferecidos, um desses eventos e o realizado pela
FIES São Paulo, realizará esse ano a 10º edição do ConstruBussines com o seguinte tema: 2012 –
Sustentabilidade Sustentável .
O Construbusiness é realizado principalmente para fomentar a Indústria da Construção. Como
o mais importante congresso do setor, é instrumento fundamental que propõe uma política de cres-
cimento sustentável a médio e longo prazo para todo o setor da construção, sendo elaborado com a
participação das principais entidades da cadeia produtiva do setor da construção e autoridades dos
governos federal, estadual e municipal.
O ConstruBusiness tem como objetivo apresentar propostas que contribuam com soluções para os prin-
cipais gargalos da Indústria da Construção e que venham a ser adotadas como política de Estado. O Constru-
Business 2012 tratará de um tema essencial para o desenvolvimento do Brasil: a "Competitividade Sustentá-
vel". A Indústria da Construção tem todas as credenciais para sugerir os caminhos de sustentabilidade e com-
petitividade, pois representa uma das mais importantes ferramentas que o país possui para estimular a eco-
nomia, auxiliando diretamente no crescimento econômico, gerando empregos e estimulando o consumo.
Essa edição do ConstruBusiness realiza uma análise da competitividade da economia brasileira, basea-
da em conceitos de sustentabilidade, de forma a eleger ações que compõem o Programa Compete Brasil,
inaugurando uma agenda positiva para a superação de gargalos rumo ao crescimento sustentável da cadeia da
construção brasileira.
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O Programa Compete Brasil destaca seis temas para a construção de uma agenda estratégica apoiada no
tripé da sustentabilidade (prosperidade econômica, equilíbrio social e qualidade ambiental).
Planejamento e Gestão : redução do risco de paralisação de empreendimentos
Aspectos Institucionais: segurança para ampliar investimentos
Funding: diversidade de recursos para o crescimento continuado em habitação e infraestrutura
Mão de Obra: atrair, qualificar e reter
Impactos tributários e custos produtivos: eficiência produtiva e mais recursos para produção
Sustentabilidade: respeito aos princípios da qualidade técnica e busca de eficiência produtiva
O planejamento adequado dos empreendimentos permite aprimoramentos desde a contratação,
reduzindo o risco de paralisação de obras e, consequentemente, o custo dos investimentos.
A construção de um ambiente de negócios mais seguro para investimentos amplia recursos,
atrai investidores e também reduz custos ao reduzir a morosidade e a percepção de riscos. A diversi-
dade de fontes de recursos amplia as possibilidade de haver crescimento continuado, sem interrup-
ção do necessário fluxo de financiamento para o custeio dos empreendimentos necessários para a
superação de gargalos e ampliação da competitividade da economia brasileira.
Qualificação de mão de obra, com a correspondente valorização do trabalhador, cumpre o pa-
pel de aumentar a produtividade e manter capital humano em quantidade e qualidade necessárias
para os negócios da indústria da cadeia da construção, nas suas diversas aplicações.
A solução de distorções tributárias, a redução de tributos em setores vitais para o desenvol-
vimento socioeconômico ampliam o alcance do equilíbrio social no Brasil, incentivando práticas
ambientalmente adequadas.
Esse alcance ampliado confere ao Programa Compete Brasil os preceitos da sustentabilidade,
em consonância com as melhores práticas internacionais, permitindo que o Brasil se fixe no cenário
externo como potência econômica com equilíbrio social e respeito ao meio ambiente: Competitivi-
dade Sustentável.
Perspectivas para o setor
O cenário é positivo e traz boas perspectivas, mas é necessário combater alguns entraves para
o crescimento do setor. Falta de mão de obra qualificada, burocracia e a elevada carga tributária são
grandes empecilhos para a construção mineira e também nacional. Só para citar como exemplo, um
estudo1 realizado pelo Sinduscon-MG mostra que em Minas Gerais os encargos sociais da mão de
obra no setor são de 197,44%. Em um setor onde aproximadamente 40% dos custos são com mão de
obra, conviver com quase 200% de encargos sociais não é uma tarefa fácil.
O aumento nas atividades do setor da construção civil nos últimos anos chamou a atenção do
governo federal, que passou a ver a construção como um setor estratégico na condução da economia
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nacional, principalmente no período da crise financeira mundial. O bom desempenho do setor está
associado ao crescimento da renda da população juntamente com as políticas governamentais de
incentivo e a maior oferta de crédito. O mercado imobiliário vem
Perspectivas para o setor, de acordo com a demográfico do pais.
As perspectivas acerca do aumento da população brasileira são de que o crescimento seja em
torno de 1,20% ao ano até 2016 segundo a ABRAMAT. De acordo com a instituição, em 2016 a
população brasileira será de aproximadamente 209,3 milhões de habitantes. Ainda segundo a
ABRAMAT, o número de pessoas por moradias deve apresentar uma variação negativa anual de
1,40%. Isso significa que em 2016 esta estatística será de aproximadamente 2,93 pessoas por mora-
dias. A tabela a seguir, retirada do estudo da ABRAMAT mostra as perspectivas em relação ao
segmento demográfico no Brasil.
Perspectivas para o setor, de acordo com a economia do pais.
As duas principais fontes de financiamento imobiliário utilizadas no Brasil hoje são o
SBPE e o FGTS. Porém, com o aumento na demanda por moradias já começa-se a discutir a respeito
de novas fontes de recursos para financiamento de habitações. Estima-se que a demanda de opera-
ções de financiamento de moradias através do SBPE deve ultrapassar o volume de recursos em al-
24
guns anos. A seguir, a tabela 18 faz uma projeção de crescimento do saldo da caderneta de poupança
e também dos financiamentos com recursos do SBPE.
Para fazer esta projeção este estudou utilizou a média geométrica de crescimento das
duas variáveis no período de 2004 até 2009. Para o saldo da caderneta de poupança a taxa de cres-
cimento médio encontrada foi de 14,05%. Já para os financiamentos imobiliários com recursos do
SBPE esta taxa foi de 57,64%. Pode parecer um pouco irreal que o volume de financiamentos conti-
nue apresentando esta taxa de crescimento nos próximos anos, mas esta foi uma maneira de ilustrar
esta discrepância de crescimento das duas variáveis. Uma premissa dos recursos do SBPE é de que
compulsoriamente, 65% do volume de recursos tem que ser direcionados para financiamentos habi-
tacionais. Como pode ser observado na tabela o esgotamento dos recursos do SBPE é algo que pode
começar a ser discutido, e assim, o setor precisará buscar novas alternativas de financiamento imobi-
liário.
O Brasil tem enfrentado as taxas de juros mais baixas da história, o que incentiva muito o cré-
dito de longo prazo. Apesar de uma perspectiva de alta na taxa básica de juros no curto prazo, por
causa do avanço da inflação, a demanda por crédito imobiliário deve continuar crescendo nos pró-
ximos anos. Ainda, o nível atual de taxas de juros possibilita a entrada de recursos adicionais no
sistema por mecanismos alternativos de captação como a LCI (Letra de Crédito Imobiliário), trazen-
do um fôlego extra para a Poupança, que já anuncia seu esgotamento para os próximos anos.
Desta forma, as taxas básicas de juros tendem a ser, num futuro próximo, o principal determi-
nante do custo de funding1 para o setor da construção civil. E o crescimento do setor dependerá,
principalmente, da manutenção das taxas básicas de juros em patamares
aceitáveis, possibilitando o ingresso de recursos no sistema e a continuidade do modelo
atualmente praticado.
Mercado da Construção Civil: Ainda há espaço para crescimento
O setor segue o aumento dos últimos anos e promete alavancar o PIB brasileiro em 2012
“Tendência de alta. Muitos dos empreendimentos que não saíram ano passado, por algum tipo
de complicador, serão lançados neste ano. Além disso, temos o PAC 2, a Copa do Mundo, as Olim-
píadas e as obras da segunda fase do Minha Casa, Minha Vida. Tanto que, o PIB do setor está pre-
visto para crescer 5,2% mais que o PIB nacional. O Sul e o Sudeste devem ficar nesta média de
crescimento, porém, Centro-Oeste, Nordeste e Norte devem crescer acima disso, podendo chegar
aos 10% de ampliação do mercado”. É com essas palavras que o diretor de marketing da Trend Bro-
kers, Márcio Souza, analisa o futuro do mercado da Construção Civil.
A declaração do executivo está alinhada com as expectativas do setor. De acordo com a Câma-
ra Brasileira da Indústria de Construção (CBIC), em 2011 o setor da Construção Civil no Brasil re-
gistrou um crescimento de 4,8%, em relação a 2010 e acredita-se que esse setor será o grande desta-
que de 2012. A continuação da boa fase, em grande parte, se deve à medida adotada pelo Governo
que beneficia a vinda de investimentos estrangeiros, reduzindo de 6% para 0% a alíquota de Imposto
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sobre Operações Financeiras (IOF), para as aplicações de estrangeiros em títulos privados de longo
prazo, com vencimento superior a quatro anos.
Além desta medida, o bom momento da economia brasileira, associado a abertura de crédito,
só reforçam as expectativas positivas do segmento. Para 2012, o crédito imobiliário está orçado em
R$ 103,9 bilhões, um aumento de 30% quando comparado os valores de 2012, R$ 79,9 bilhões.
Porém, por conta do grande otimismo direcionado ao mercado da construção civil, há quem re-
lembre a crise imobiliária americana e faça comparativos com o momento atual do comércio brasi-
leiro. Porém, para Souza, não se pode fazer comparativos entre as economias.
Temos que parar de querer comparar nosso mercado com o americano ou o europeu. O PIB
imobiliário do Brasil, hoje, está em torno de 4,5%, devendo chegar em 2014 a 11%, enquanto nos
Estados Unidos está em torno de 90% e na Europa a média é de 60%. Nosso endividamento imobili-
ário é pífio e com um espaço de crescimento exorbitante”, enfatiza. O coordenador do MBA de Ges-
tão de Negócios Imobiliários e da Construção Civil do ISAE/FGV, Pedro Seixas, também é cético
quanto a uma crise no setor. “Não há por que temer alguma crise no nosso sistema de crédito imobi-
liário. Em 2011, batemos novo recode histórico. Há ainda muito espaço para crescimento do nosso
mercado de crédito e este é um dos fatores que tem impulsionado o crescimento do setor”, comple-
menta.
Otimismo com ressalvas
Apesar das expectativas, para o diretor da Incorporadora Monarca, Seme Raad Filho, o cres-
cimento do segmento é moderado. “Acredito que a tendência do mercado imobiliário ainda é de
crescimento, embora de maneira menos acelerada do que vivemos nos últimos três anos. Um aque-
cimento exagerado é ruim também para nós incorporadores, pois sofremos uma pressão de custos
muito forte e uma concorrência muito grande para compra de terrenos.”, explica.
Para Pedro Seixas, a única possível estabilidade é com relação ao preço dos imóveis. “É difícil
afirmar se os preços dos imóveis irão cair, se manter ou continuar em alta. Já se nota uma certa esta-
bilização em alguns mercados, para determinados produtos, porém, ainda não se pode falar em que-
da”.
Perfil do investidor imobiliário brasileiro
Nesse bom momento do setor, dois perfis de investidores se destacam. O primeiro, como
exemplifica Seme Raad, são as famílias. “O maior público e mais promissor é, sem dúvida, famílias
em busca da sua primeira moradia, ou até a troca da sua residência em função do aumento da ren-
da”. Marcio Souza acha que o segundo perfil está relacionado aos imóveis comerciais. “É o público
que mais tem participação, variando desde grandes, que negociam lajes inteiras e lojas, a pequenos,
que compram uma única sala para ter uma renda de locação no futuro ou, até mesmo, para venda
através da valorização futura. Estamos falando de empresários, executivos e profissionais liberais na
maioria das vezes”, enumera.
Dicas para os investidores
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“Para quem pensa em vender seu imóvel, eu não apontaria nenhum cuidado específico para es-
te momento. Na realidade, como o mercado continua ‘comprador’, é um momento favorável para a
venda. Com a demanda em alta, o poder está ainda do lado de quem vende”, explica o professor do
ISAE/FGV. Para quem quer comprar, também existe vantagens. “A ampliação do acesso ao crédito
imobiliário, com taxas de juros mais baixas e prazos maiores, o que proporciona parcelas mensais
menores”, ressalta.
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CONCLUSÃO
O conceito de sustentabilidade tem sido amplamente discutido ao longo das últimas quatro dé-
cadas; isto pode ser percebido pela grande quantidade de documentos de compromissos produzidos
por diversas instituições governamentais, ONG’s e congressos espalhados pelo Brasil e no mundo.
No entanto não é possível ainda perceber com clareza a aplicabilidade de tais ações pactuadas, na
busca pelo desenvolvimento de uma construção civil sustentável.
Ainda hoje é possível encontrar no meio urbano, situações notadamente não sustentáveis como: edi-
ficações sem conforto térmico/acústico necessitando de elevado consumo de energia elétrica, a de-
gradação de grandes áreas ambientais, como os lixões, o lançamento de esgotos domésticos e indus-
triais em cursos d’água que atravessam a cidade, para citar apenas alguns destes problemas.
Existem obviamente esforços por meio de certos setores produtivos propondo ações que bus-
cam criar alternativas sustentáveis para solucionar os problemas urbanos, como por exemplo, os
programas de reciclagem de resíduos de demolição. Estes programas seriam mais eficientes se o
material a ser reciclado primasse pela qualidade; e isto implica em uma prévia separação dos resí-
duos no canteiro de obras, o que normalmente não acontece. A eficiência de todo o processo foi
comprometida por uma falha na base do sistema. A falha é
essencialmente um problema cultural, o agente (no canteiro de obras) que não visualiza todo o pro-
cesso de reciclagem, nem imagina que pode contaminar uma caçamba inteira ao despejar nela lixo
orgânico.
Percebe-se, portanto que os processos de engenharia de obras para se alcançara sustentabilida-
de não devem ser isolados. Os processos devem envolver vários setores da sociedade, promovendo
ações de educação ambiental, permitindo que todos os envolvidos tenham conhecimento da impor-
tância e abrangência de suas ações na busca pela sustentabilidade como um todo.Por outro lado de-
vemos sempre nos atentar para o fato de que a tecnologia, tanto de materiais como de conhecimento,
estão se alterando em uma velocidade vertiginosa e para tanto devemos nos convencer de que a tec-
nologia hoje bastante sustentável pode ser amanhã mesmo obsoleta ou não atender os quesitos de
uma construção civil sustentável.
Desta maneira, uma forma para buscar a sustentabilidade seria se identificar como Relatório Brun-
dtland em sua definição geral: "suprir as necessidades da geração presente sem afetar a habilidade
das gerações futuras de suprir as suas".Com esse olhar, o objetivo é o de seobter edificações cada
vez mais sustentáveis de acordo com as questões ambientais locasse temporais, analisando questões
simples como a trilogia dos 3 R’s (Reuso, Reutilizar, Reciclar). E, por outro lado,buscar sempre o
desenvolvimento tecnológico no intuito de se alcançar uma edificação sustentável que venha a aten-
der as necessidades primordiais dos seres humanos visando a preservação dos recursos naturais re-
nováveis e debaixo custo: construtivo e de manutenção pós ocupação.
E assim todas as questões que afetam a cidade, sejam de meio ambiente e/ou edificações pouco
ou não sustentáveis, teriam gradativamente corrigido suas distorções, para se alcançar o equilíbrio
ecológico e sustentável.
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Fonte: Portal da Administração, 31 de agosto de 2011.
“A Importância da real sustentabilidade”, por Fabio Bandeira de Mello
http://www.capitalhumano-fgv.com.br/a-importancia-real-da-sustentabilidade/
Rede da Sustentabilidade
http://www.sustentabilidade.org.br/conteudos_sust.asp?codCont=130&scateg=s
Arquitetando o Futuro – Construção Civil e Meio Ambiente, Autor: Carlos Abreu
http://www.atitudessustentaveis.com.br/atitudes-sustentaveis/arquitetando-o-futuro-construcao-
civil-e-meio-ambiente/
http://ssustentabilidade.blogspot.com.br/2012/09/avancos-sustentaveis-na-construcao-civil.html
http://www.mudancasclimaticas.andi.org.br/node/1042
http://www.youtube.com/watch?v=LYdDyrZCL0Q
29
http://www.ghgprotocolbrasil.com.br/index.php?r=site/CapaSecao&id=2
http://www.cecc.eng.ufmg.br/trabalhos/pg1/Sustentabilidade%20na%20Constru%E7%E3o%20Civil
L.pdf
http://www.indicadores.srv.br/centro/files/30.pdf
10ºConstrubussines
http://www.fiesp.com.br/agenda/10o-construbusiness-
2012/?utm_source=google%2B&utm_medium=cpc&utm_campaign=construbusiness2012&gclid=C
NWl7ODo3bMCFQ4EnQodFGIAtw
http://www.isaebrasil.com.br/revista/edicao14/
PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade
e Atuariais.
WALL STREET PAULISTA
Aluna: Ana Augussta Coan Philippi Possamai
Prof. Arnoldo José de Hoyos Guevara
2° Semestre 2012
2
SUMÁRIO INTRODUÇÃO 2 CAPÍTULO I - IMPLANTAÇÃO DA BOLSA DE VALORES NO BRASIL ............ 3
1.1 O CENÁRIO POLÍTICO - ECONÔMICO BRASILEIRO EM 1890 ....... 4
1.2 HISTÓRICO E ORIGEM DA BOLSA DE VALORES DE
SÃO PAULO .......................................................................................... 8
CAPÍTULO II - A CRISE DE 1929 .......................................................................... 14 2.1 A QUEBRA DE WALL STREET E A CRISE DE 1929 ......................... 14 2.2 OS EFEITOS DA CRISE DE 1929 NO BRASIL ................................... 20 CAPÍTULO III - SUSTENTABILIDADE NO MERCADO DE CAPTAIS ................. 23 3.1 ISE, ÍNDICE DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL .................... 23 3.2 PROCESSO DE ENTRADA NO ISE 27 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 31 REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA ........................................................................... 32
3
INTRODUÇÃO No mundo globalizado em que vivemos é impossível não pensar no Bolsa de Valores
como um dos maiores símbolos desse período. Essa instituição surgiu muito anteriormente à
invenção da internet, e de outros meio de comunicação rápidos, mas ainda sim, vêem ligando
economias por todo o mundo.
Neste trabalho será apresentado um estudo sobre essa instituição, com enfoque na Bolsa
de Valores de São Paulo. Assim, passando por um panorama socioeconômico brasileiro na época
em que ela foi fundada, podemos entender melhor a história da sua criação e origem e os fatos
mais marcante de sua historia.
Será abordado também, um caso em que a quebra de uma Bolsa de Valores internacional
causou uma crise na economia de seu respectivo país e as conseqüências que esse fato trouxe
para a economia brasileira. Demonstrado assim, a importância desse instituição para a economia
de seu país e a interligação existente entre elas.
Por ultimo, será trabalhado o aspecto da sustentabilidade inserido nesse cenário.
Deixando claro o interesse cada vez mais presente entre as empresas em adotar práticas
sustentáveis.
CAPÍTULO I - IMPLANTAÇÃO DA BOLSA DE VALORES
NO BRASIL
1.1 O Cenário político-econômico brasileiro em 1890
No final dos anos de 1890, a
economia brasileira passavam por
grandes momentos, sendo o principal a
recente proclamação da república que
ocorreu no ano anterior (em 15 de
Novembro de 1889) que instaurou a
forma republicana federativa
presidencialista de governo no Brasil,
4
derrubando a monarquia constitucional
parlamentarista do Império do Brasil e,
por conseguinte, pondo fim à soberania
do Imperador Dom Pedro II. Marechal
Deodoro da Fonseca liderou o
movimento, destituiu o imperador e
assumiu o poder no país.
Marechal Deodoro da Fonseca.
Fonte: http://www.oab.org.br
Conseqüentemente as mudanças políticas, o país passava pela recente a
libertação dos escravos e a instituição do trabalho assalariado para todos os
trabalhadores. Tais fatos mudaram drasticamente a economia brasileira, já que as
instituições monetárias existentes não estavam preparadas para atender às novas
necessidades da sociedade. Quanto às novas condições, pode-se incluir, além da
transformação no regime de trabalho, o crescimento no nível de atividade e o estado
favorável do balanço de pagamentos. Em contra partida, o sistema bancário era pouco
desenvolvido e não estava preparado diante dessas novas mudanças. Suas possibilidades
de captação de depósitos e expansão de crédito eram bastante reduzidas, uma expansão
monetária era elemento condicionante da transformação. O crédito foi muito
importante, pois possibilitou a realocação de recursos para os setores dinâmicos dentro
da agricultura, permitindo também uma grande acumulação de capital industrial,
financiada pelo processo de criação do poder de compra.
Escravos trabalhando nas lavouras de café. Fonte: historiandonanet07.wordpress.com
5
O período que corre entre 1888 e 1890, foi bastante determinante para a evolução
das instituições monetárias brasileiras. Foram verificadas, nesse período, duas principais
tendências no Brasil: o aumento do grau de controle sobre a oferta de moeda doméstica
e, simultaneamente, a tendência de tornar a moeda inconversível.
“(...) durante todo o período de 1815–1913 verificaram-se
importantes transformações na própria natureza da moeda, inclusive no
Brasil. Essa transformação da moeda, ou seja, o crescimento da moeda
fiduciária teve profundas implicações. Este período foi marcado por medo
e desastres financeiros em diversos países e também no Brasil. Muitas
crises tiveram a origem em verdadeiros ciclos econômicos, e outras
originaram na própria esfera monetária. O mundo da moeda fiduciária e
dos sistemas financeiros era instável e necessitava de controles. A
evolução das instituições monetárias se deu de forma brusca em que nem
sempre se percebem as implicações dessas mudanças.” FRANCO, G. H.
B. (1999, p.298).
No final de 1890, é possível uma evolução da moeda fiduciária, ou seja,
inconversível, acompanhada da implantação de medidas, por parte do governo, que
tinham como finalidade aumentar o controle sobre o sistema monetário.
A decisão de incentivar a moeda inconversível acarretou na diminuição do ritmo
do crescimento econômico de longo prazo, além afetar o ritmo da oferta de ouro
negativamente. Tais fatos forem cruciais para a economia brasileira, pois
simultaneamente a essas mudanças, a oferta mundial de ouro diminuía drasticamente
em função da diminuição da oferta de ouro vindo especialmente da Califórnia, Estados
Unidos, principal fornecedor dessa commodity na época.
Para o Brasil, a adoção da moeda fiduciária significou desvincular as medidas
relacionadas ao crescimento econômico do balanço de pagamentos. A moeda
inconversível permitia livrar as condições domésticas das oscilações dos movimentos de
capital e das relações de troca, entretanto, impunha ao país a instabilidade cambial, já
que a taxa de câmbio necessitaria de ajustes em caso de choques e crises de qualquer
natureza. Assim, a taxa de câmbio influenciava a economia brasileira a custo de uma
crescente instabilidade. Era necessário que a meta da estabilidade cambial fosse
6
compatibilizada com a meta da expansão do crédito.
Havia, no país, grande resistência política à modificação do padrão monetário.
Para alguns críticos á atitude do governo, a conciliação da estabilidade cambial e a
expansão monetária só poderia acontecer através do retorno da circulação de moeda
conversível. Em 1889, a conciliação se fez sem qualquer resistência, devido ao aspecto
favorável do Balanço de Pagamento.
O compromisso foi desfeito logo nos primeiros meses da administração
republicana. A administração de Rui Barbosa, Ministro da Fazenda, preocupou-se
unicamente com a meta da expansão monetária e do crescimento do nível de atividade.
Contudo, uma queda da taxa de câmbio, em abril de 1890, induziu Rui Barbosa a
realizar uma política cambial com a tendência de estabilizar o câmbio.
A estratégia do Ministro era
baseada no sistema bancário norte-
americano. Rui Barbosa estabeleceu
uma política monetária focada na livre
emissão de créditos monetários. Desta
forma, os bancos passariam a liberar
empréstimos livremente às pessoas, sem
mesmo saber de suas reais condições de
pagamento, a fim de estimular a
industrialização e o desenvolvimento de
novos negócios.
Rui Barbosa. Fonte: http://www.oab.org.br
Esta política ficou conhecida como “encilhamento”, tendo como principal
medida as grandes injeções de dinheiro no sistema econômico realizadas pelo governo,
a fim de financiar o alto volume de empréstimos. Para realizar essa injeção de capital na
7
economia, o governo optou por colocar em circulação grande quantidade de dinheiro,
papel-moeda, na mercado, para que assim fosse possível ampliar os mercados
consumidores, que cresciam aceleradamente em virtude da introdução do trabalho
assalariado, e suprir as necessidades dos empréstimos realizados.Entretanto, tal
medida acabou por resultar em altíssimos níveis de inflação.
Além do mais, em decorrência da falta de fiscalização ao conceder os
empréstimos, o dinheiro concedido na maioria das vezes não era utilizado de forma
eficiente. A “fácil” oferta de crédito acabou por atrair pessoas não seguem a moral ou as
leis. Um prova disso era o pouco tempo de vida de inúmeros estabelecimentos
comerciais e industriais.
Os especuladores conceberam planos grandiosos demais para se concretizarem,
assim, mesmo com o encerramento das atividades de muitas empresas, as ações das
mesmas continuavam à venda na Bolsa de Valores, inclusive com preços ascendentes.
Tudo isso gerou uma enorme especulação financeira, surgimento de empresas-
fantasmas, etc. A elevada inflação, conjuntamente com o encilhamento, criou uma
desabalada aquisição de mercadorias, com o objetivo de as revender mais tarde com o
lucro resultante da variação do seu preço na Bolsa de Valores.
A Bolsa de Valores havia sido fundada no ano anterior, 1889, mas em
decorrência dos fatores econômicos vigentes na época, e da especulação fora de
controle, a mesma foi obrigada a fechar suas portas.
Rui Barbosa permaneceu no cargo de Ministro da Fazenda até 20 de janeiro de
1891. Os problemas econômicos causados em razão da política do encilhamento foram
parcialmente resolvidos no governo Campo Sales, por meio do controle da emissão de
moeda e do estímulo ao crescimento industrial do país.
1.2 Histórico e Origem da Bolsa de Valores de São Paulo
Apesar da fundação da Bolsa Livre, protótipo da Bolsa de Valores de São Paulo,
ter ocorrido somente em 1890, muito antes desta data já era possível observar operações
de um Mercado de Capitais não regulamentado.
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Para alguns autores, o Mercado de Capitais teve inicio em 1808, juntamente com
a chegada da família real portuguesa ao Brasil. Neste mesmo ano foi criado o primeiro
banco comercial nacional, o Banco do Brasil, e a primeira seguradora em solo
brasileiro.
Apesar de não regulamentado formalmente, já neste período o conceito de
sociedade por ação era conhecido. Muitos portugueses receberam “ações”, cotas de
instituições brasileiras como recompensa por sua vinda ao Brasil. A constituição do
Banco do Brasil, datada de 12 de outubro de 1808, já retratava esta realidade, conforme
Beluzzo (2007).
(...) O alvará previa que o banco teria como pressupostos “promover a
indústria nacional e combinar capitais isolados, estimular o
desenvolvimento a partir da interiorização do crédito”. Seu capital
deveria ser constituído por 1.200 ações de um conto de réis cada uma, a
serem subscritas em lançamento público por grandes negociantes ou
pessoas abastadas.
Em 1843 começam a ser regulamentadas as atividades das Bolsas de Valores e
das Sociedades Corretoras. Alguns anos mais tarde, com a promulgação da República, e
já em 1850, com a edição do Código Comercial, a situação começou a mudar. Este
Código Comercial possuía dois artigos voltados às questões bancárias e, o que denota o
início de uma regulação do mercado financeiro, pois, com um Período economicamente
mais favorável ao pais, determinadas instituições já começaram a se fazer necessárias
para disciplina o mercado financeiro à época.
Já em 1888, o Brasil passa por uma crise de excesso de liquidez conhecida como
“encilhamento”. Naquela época, foram definidas algumas regras segundos as quais
diversas instituições financeiras poderiam emitir títulos, o que gerou excessiva
especulação, e em seguida, uma crise.
O governo respondeu àquela situação, em um primeiro momento,
acabando com a faculdade de emissão dos bancos e recolhendo a moeda
em circulação. Muitos autores identificam aí, os primeiros sintomas da
generalizada desconfiança em relação à emissão de títulos financeiros e a
movimentos especulativos, uma constante na história brasileira.
(YASBEK, 2007, P.257).
Como resposta a esta crise, o governo começa a estruturar instrumentos para
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intervir no Mercado Financeiro e são criadas algumas instituições com esta função.
Em 23 de agosto de 1890 é criada a Bolsa Livre por Emilio Pestana, o embrião
do que conhecemos hoje como Bolsa de Valores de São Paulo, que mais tarde será o
ponto base da unificação das Bolsas de Valores do pais, tornando-se o maior centro
financeiro da America Latina. Em decorrência as conseqüências da política do
“encilhamento” e ao cenário político-econômico da época, a Bolsa Livre fecha suas
portas um ano apos sua inauguração.
Quatro anos depois, em 1895, foi aberta a Bolsa de Fundos Públicos de São
Paulo, que deu continuidade à evolução do mercado de capitais brasileiro. Nesta época,
as negociações de títulos públicos e de ações eram registradas em enormes quadros-
negros de pedra.
Bolsa de Fundos de São Paulo, 1895. Fonte: http://economia.uol.com.br/
No período entre guerras, nasce no país uma cultura de nacionalização, o que
criará as bases para a estrutura do Sistema Financeiro Nacional em 1964.
Em 1934 a Bolsa de Fundos passa a operar no pátio do Colégio em São Paulo, e
passa a ser denominada Bolsa Oficial de Valores de São Paulo. Neste local as
negociações eram realizadas por corretores que ficavam reunidos em um grande balcão
central. O responsável por organizar as negociações, o Diretor do pregão, chamava
cada empresa e definia o tempo no qual as negociações poderiam ocorrer.
10
Bolsa Oficial de Valores de São Paulo, 1934. Fonte: http://economia.uol.com.br/
Até meados da década de 1960, a Bolsa Oficial de Valores de São Paulo e as
demais bolsas brasileiras eram entidades oficiais corporativas, vinculadas às secretarias
de finanças (atuais Secretarias da fazenda estaduais). Eram 27 bolsas de valores em todo
o Brasil, dos governos estaduais e compostas por corretores nomeados pelo poder
público.
Em 20 de outubro de 1966, através da resolução n˚39, o Conselho Monetário
Nacional, CMN, define o regulamento que disciplina o funcionamento das Bolsas de
Valores no Brasil, e, é neste momento que são definidas as características principais das
Bolsas de Valores, estas deveriam ser associações civis, sem finalidades lucrativas,
devendo zelar por um ambiente organizado para as negociações de valores mobiliários,
prezando a liquidez e a transparência da informação.
A partir da referida resolução, os proprietários das Bolsas de valores passaram a
ser as sociedades corretoras que possuíam títulos patrimoniais desta Associação sem
fins lucrativos, o que representou uma grande mudança na estrutura das bolsas.
Até 1964, as Bolsas de valores eram constituídas sob forma de Câmara
Sindical, que agregava os Corretores Oficiais de Fundos Públicos
(pessoas físicas que detinham exclusividade em caráter vitalício para
intermediar as operações realizadas em Bolsas e operações de câmbio e
metais preciosos). (ANDREZZO, 2007, P.74)
Com as reformas do sistema financeiro nacional e do mercado de capitais
implementadas, as bolsas assumiram uma característica institucional,
11
transformando-se em associações civis sem fins lucrativos, com autonomia
administrativa, financeira e patrimonial.
A antiga figura individual do corretor de fundos públicos, que eram os corretores
autônomos de confiança de cada investidor, foi substituída pela da sociedade corretora
ou as atuais corretoras de valores, empresas constituídas sob a forma de sociedade por
ações nominativas ou por cotas de responsabilidade limitada.
A partir deste arcabouço legal o sistema financeiro pôde desenvolver-se e, se em
especial, o Mercado de Capitais, que neste momento tinha um papel crucial, o de
financiar as empresas nacionais para que estas pudessem investir em sua produção e
tornarem se competitivas frente ao mercado internacional.
No ano de 1967, a Bolsa Oficial de Valores de São Paulo passa a ser
denominada Bolsa de Valores de São Paulo. Esta instituição assume uma independência
administrativa, financeira e patrimonial em função da nova regulamentação do Mercado
de Capitais.
Operadores da Bolsa, década de 70. Fonte: http://economia.uol.com.br
Conforme comente BOVESTA 2000, neste Período, como a economia brasileira
encontrava-se relativamente fechada, e por isso as empresas nacionais não necessitavam
de muitos investimentos, de forma que conseguiram financiarem-se com lucros retidos
ou, com fontes de crédito tais como o BNDES, e, portanto, apesar de já haver uma
estrutura de mercado estabelecida, num primeiro momento este mercado não se
desenvolveu.
12
Com a promulgação da Lei n˚4.728/1965, conhecida como a “lei de
modernização do Mercado de Capitais” surge uma separação entre o Mercado Bancário
do Mercado de Capitais e, desta maneira, tenta-se desvincular o financiamento das
empresas nacionais das fontes de crédito bancário e incentivar a buscar das empresas
nacionais por recursos através do Mercado de Capitais. Esta lei visava à definição de
padrões segundo os quais o mercado e seus participantes pudessem operar, com mais
segurança, organização e credibilidade. Para tanto, foram criadas algumas instituições
que se mostravam necessária, e, reestruturadas e fortalecidas, aquelas que já atuavam
antes da referida Lei.
Yasbek (2007) comenta a resposta às medidas tomadas pelo governo neste
sentido.
Os esforços do governo para o estímulo do Mercado de Capitais foram
além, com a criação de incentivos fiscais à abertura de capital das
empresas e o início do processo de elaboração de um novo regime para a
macro empresa nacional, ou seja, para as sociedade por ações que
optassem por captar recursos pertencentes ao grande público, abrindo seu
capital.
Os estímulos concedidos pelo governo às empresas nacionais foram eficazes e
trouxeram um crescimento vertiginoso para o Mercado de Capitais, até então tímido,
quando os volumes negociados vinham crescendo consistentemente do final da década
de 1960 ao início da década de 1970.
Somente em 1972, a Bolsa de Valores de São Paulo dá um passo a frente e
informatiza o seu pregão, conhecido como pregão automatizado. Por meio deste sistema
as informações são disponibilizadas em tempo real às sociedades corretoras através de
terminais de computador interligados.
13
Pessoas observam o pregão automatizado na Bovespa, janeiro 1978. Fonte: http://economia.uol.com.br
Em 1997, ocorre a implantação do “Mega Bolsa da Bovespa”, plataforma
tecnológica altamente avançada de processamento de informações. Simultaneamente é
negociado e fechado o acordo com a BM&F, Bolsa de Mercadorias e Futuro e a Bolsa
Brasileira de Futuros (BBF), com o objetivo de consolidar-se como o principal centro
de negociação de derivativos do Mercosul.
Com o lançamento do Home Broker, em 1999, a Bovespa cria a possibilidade
do investidor transmitir suas ordens diretamente ao Mega Bolsa da Bovespa através do
seu computador. É criado também o After Market, sessão noturna de negociação
eletrônica.
Desde o início dos Mercado de capitais no Brasil, durante a fase final do período
colonial, a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro foi o grande mercado de ações do país.
No entanto, a partir da década de 1970, em decorrência dos efeitos do Crash de 1971, a
mesma começou a perder espaço gradativamente para a Bovespa. Em 2000, as duas
bolsas comandaram a assinatura de um acordo de integração das nove bolsas de valores
brasileiras. O documento estabelecia que as ações de companhias abertas e os títulos
privados em geral seriam negociados na Bovespa, enquanto a BVRJ, Bolsa de Valores
do Rio de Janeiro, se encarregaria do mercado eletrônico de títulos da dívida pública,
lançado em agosto daquele ano.
No ano 2000, as bolsas de valores de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Minas-
Espírito Santos-Brasília, do Extremo Sul, de Santos, da Bahia-Sergipe-Alagoas, de
Pernambuco, da Paraíba, do Paraná e a Bolsa Regional foram integradas. Desde então a
Bovespa passou a concentrar toda a negociação de ações do Brasil, e as bolsas regionais
mantiveram as atividades de desenvolvimento do mercado e de prestação de serviços às
suas praças locais.
14
Criação do Índice de Sustentabilidade Empresarial, ISE, em 2005, que tem a
intenção de criar um ambiente de investimento compatível com as demandas de
desenvolvimento sustentável da sociedade contemporânea e estimular a
responsabilidade ética das corporações.
Em 2007, ocorre a desmutualização da Bovespa e da BM&F, que passa a ser
chamada Bovespa Holding, e BM&F S.A. respectivamente. A Bovespa Holding S.A e a
BM&F S.A. obtêm o registro de companhia aberta e realizam oferta pública de ações no
Novo Mercado em 26 de outubro de 2007 e em 30 de novembro, respectivamente.
Um ano depois da separação e criação dos Holdings, ocorre a integração da
Bovespa Holding S.A. com a BM&F S.A., criando assim, a Bolsa de Valores,
Mercadorias e Futuros – BM&FBOVESPA S.A..
CAPÍTULO II – A CRISE DE 1929
2.1 A quebra de Wall Street e a crise de 1929
O fim da Primeira Guerra Mundial, 1914 a 1918, colocou os Estados Unidos em
um novo panorama econômico. De maior devedora, a economia norte-americana se
transformou na principal credora da economia mundial, além de suprir o continente
europeu de manufaturas e alimentos, já que o mesmo estava devastado. Com a
oportunidade de fornecer seus produtos aos países afetados pela guerra, expandiu o seu
parque industrial ao ponto de reter em suas mãos praticamente um terço de todos os
produtos industrializados que percorriam o mundo. Mediante tanta prosperidade,
imigrantes de todo o mundo deixavam seus países natais para viver o “american way of
life” divulgado mundialmente.
15
Cartaz promovendo o “american way of life”. Fonte: mucanason-line9.blogspot.com
O governo facilitava a economia liberal, sem interferências, reduzindo impostos,
e em junção ao momento de expansão, a euforia da população acabou se refletindo no
comportamento do mercado de ações do país. Cidadãos das mais variadas classes
sociais sonhavam em ascender socialmente investindo grande parte de suas economias
no setor de ações. Esperando que a economia sustentasse patamares de crescimento
constantes, a população norte-americana parecia realmente viver um sonho, acreditando
na ilusão de que seu país não mais reconhecia limites.
Contando com a veracidade dos princípios do liberalismo clássico, os
governantes norte-americanos não enxergavam a necessidade de interferir nessa
incessante onda especulativa. Com o passar do tempo, a Europa, já recuperada, voltou a
competir por clientela. Simultaneamente a esse fato, a capacidade de consumo dos
norte-americanos passou a ser superada pela enorme quantidade de mercadorias
produzidas pelas indústrias. No entanto, a despeito dessa tendência, as bolsas de valores
insuflavam a especulação financeira sobre empresas que só ampliavam suas vendas e
mercados.
Contudo, já em 1928, o estouro dessa bolha financeira começou a se manifestar
quando o preço das mercadorias acumuladas começou a cair e as empresas se viram
forçadas a reduzir seu quadro de funcionários.
O governo procurava manter a ilusão de que tudo ia bem para, assim,
criar novas oportunidades de negócios fáceis. Membros do governo,
políticos e outras pessoas influentes, através dos jornais e rádio,
mantinham a imagem de prosperidade. As manifestações dos
desempregados e as greves por melhores salários eram reprimidas com
violência. (BRENER, 1996)
No ano seguinte, muitos investidores se desesperavam tentado realizar a venda
de suas ações para outros possíveis investidores. Em setembro, o índice Dow Jones, de
avaliação do mercado, registrou seu pico máximo no ano e o mercado começou a sentir
16
que uma queda se aproximava. No dia 24 de outubro daquele ano, uma avalanche de
ofertas e a ausência de compradores sentenciaram a quebra da Bolsa de Nova York.
Do dia para a noite, investidores milionários perderam tudo o que tinham em
ações sem o menor poder de compra. A situação caótica levou muitos deles a subir no
alto dos prédios e dar fim às suas próprias vidas. Milhares de trabalhadores perderam os
seus empregos e nações que dependiam do investimento norte-americano viram a sua
própria ruína. Na projeção de um incrível efeito dominó, diversas economias do mundo
se viram gravemente prejudicadas.
Americano vende carro por US$100, 1929. Fonte: http://www.brasilescola.com
Os preços das ações continuaram em crescente decaida até a “terça-feira negra”,
dia 29, quando o desespero tomou a Bolsa. A crise, em si, acabou em novembro do
mesmo ano. Atingiu cerca de 1,2 milhão de pessoas nos Estados Unidos, menos de 1%
da população da época.
17
Fila de famílias esperando por assistência financeira. Fonte: http://pt.wikipedia.org/
A população foi realmente afetada quando as instituições foram obrigadas a
fecharem suas portas. Somente contabilizando instituições bancárias fechadas durante a
década de 1920 e de 1930 foram mais de 14 mil. As taxas de desemprego subiram de
9% em 1930 para 16% em 1931, e 25% em 1933. Durante a década de 1930, a taxa de
desemprego nos Estados Unidos não retornaria mais às taxas de 9% de 1930, se
mantendo em perto da casa dos 20%. Filas se espalharam por todo o país. Filas por um
prato de sopa rala, filas por um pedaço de pão, filas de homens em busca de emprego.
No campo, o sinal de pobreza era claro, favelas com cabanas feitas de papelão e lata
proliferavam, agricultores vagavam pelas estradas à procura de serviços temporários.
Enquanto nas fazendas abandonadas maçãs apodreciam e urubus comiam a carne de
carneiros sacrificados em cânions, atirados pelos proprietários que não queriam gastar
dinheiro com o abate, na cidade as pessoas morriam de fome. Como não havia ninguém
que possuísse dinheiro para consumir, ninguém estava disposto a vender.
18
Família de agricultores levada a miséria. Fonte: http://pt.wikipedia.org/
Em 1932, uma comissão foi organizada pelo governo para apurar as
irregularidades em Wall Street. Constatou um alto número de remunerações excessivas
e manipulações. A Bolsa foi definida como um “cassino”, afetando negativamente sua
imagem e deixando a população ainda mais insatisfeita.
Os efeitos da Grande Depressão foram sentidos no mundo inteiro. Estes efeitos,
bem como sua intensidade, variaram de país a país. Outros países, além dos Estados
Unidos, que foram duramente atingidos pela Grande Depressão foram a Alemanha,
Países Baixos, Austrália, França, Itália, o Reino Unido e, especialmente, o Canadá.
Porém, em certos países pouco industrializados naquela época, como a Argentina e o
Brasil (que não conseguiu vender o café que tinha para outros países), a Grande
Depressão acelerou o processo de industrialização. Praticamente não houve nenhum
abalo na União Soviética, que tratando-se de uma economia socialista, estava
econômica e politicamente fechada para o mundo capitalista.
O ano de 1930 começou com novas promessas de emprego, e com uma nova
proposta econômica. Visando uma solução para o problema, o eleitorado norte-
americano promoveu a vitória do democrata Franklin Delano Roosevelt para a
presidência.
Roosevelt acreditava que o governo americano era o ponto responsável pela luta
contra os efeitos da Grande Depressão. Juntamente com o congresso americano, o novo
presidente criou e aprovou uma série de leis nomeadas de New Deal, "Novo Acordo".
Estas leis forneceriam ajuda social às famílias e pessoas que necessitassem, forneceriam
empregos através de parcerias entre o governo, empresas e os consumidores, e reformou
o sistema econômico e governamental americano, de modo a evitar que uma recessão
deste gênero ocorresse futuramente.
Diversas agências governamentais foram criadas para administrar os programas
de ajuda social. A mais importante delas foi a Federal Agency Relief Administration,
criada em 1933, que seria responsável pelo fornecimento de fundos aos governos
estatais, para que estes empregassem tais fundos em programas de ajuda social. Outros
órgãos governamentais similares foram criados com o intuito de fundear, administrar
e/ou empregar trabalhadores na área de construção de aeroportos, escolas, hospitais,
19
pontes e represas. Estes projetos federais forneceram milhões de empregos aos
necessitados, embora as taxas de desemprego continuassem altas durante toda a década
de 1930.
O New Deal ajudou a minimizar os efeitos da Grande Depressão nos Estados
Unidos da América. A economia americana gradualmente, mas lentamente, passou a
recuperar-se, desde 1933. O governo americano também diminuiu as tarifas
alfandegárias em certos produtos estrangeiros, assim estimulando o comércio
doméstico. Ao longo da década de 1930, os Estados Unidos gradualmente abandonaram
o uso do padrão-ouro, decidindo ao invés disso, fortalecer a moeda nacional, o dólar, o
que também ajudou na recuperação da economia americana.
Porém, apesar dos programas governamentais criados com o intuito de reduzir o
desemprego, cerca de 15% da força de trabalho americana continuava desempregada em
1940. Foi necessária a entrada do país na Segunda Guerra Mundial para que as taxas de
desemprego caíssem aos níveis de 1930, de 9%. A entrada do país na guerra acabou
com os efeitos negativos da Grande Depressão, e a produção industrial americana
cresceu drasticamente, e as taxas de desemprego caíram. No final da guerra, apenas 1%
da força de trabalho americana estava desempregada.
20
2.2 Os efeitos da crise de 1929 no Brasil
A Crise de 1929 atingiu em cheio a economia do Brasil, que na época muito
dependia das exportações de um único produto, o café. Mas, mais do que gerar
dificuldades econômicas, o crash provocou uma mudança no foco de poder no país,
acabando com um pacto político interno que já durava mais de trinta anos.
Entre os anos de 1894 e 1930, o presidente da República foi eleito pelos
paulistas barões do café num mandato, e no outro pelos pecuaristas mineiros. Era a
chamada política do café com leite, viabilizada pela hegemonia da oligarquia cafeeira
paulista na época e que garantiu a formação de uma economia agrícola praticamente
mono exportadora no país.
Em 1929, a quebra nos mercados acionários do mundo provocou uma forte
queda nos preços internacionais das commodities. "O Brasil era fortemente dependente
das exportações de café, e tinha uma enorme dívida externa, que precisava ser
financiada com essas vendas", afirma Renato Colistete.
Além da queda nos preços, a crise provocou uma diminuição na renda e no
consumo no mundo todo, prejudicando ainda mais as vendas de café. As exportações do
produto, que chegaram a US$ 445 milhões em 1929, caíram para US$ 180 milhões em
1930. A cotação da saca no mercado internacional, caiu quase 90% em um ano.
Na tentativa de conter a queda, o governo federal comprou grande parte dos
estoques dos produtores, e queimou 80 milhões de sacas do produto. A medida
pretendia queimar o café excedente para diminuir a oferta e aumentar o preço
internacional, já que o Brasil era o maior país exportador do produto.
21
Queima de sacas de café em Santos, São Paulo, 1931. Fonte: http://www.revistacafeicultura.com.br
Para Skidmore, 1975, mesmo com os esforços do governo e a adoção de uma
política de “socialização dos prejuízos” dos cafeicultores, era impossível deter o
declínio das receitas cambiais brasileiras.
Todos os elos envolvidos na cadeia de produção do café brasileiro, tanto
fazendeiros, quanto comerciantes, banqueiros e trabalhadores rurais foram atingidos
pela crise. Muitos produtores foram levamos à falência devido a falta de demanda.
"A crise arruinou a oligarquia cafeeira, que já sofria pressões e
contestações dos diferentes grupos urbanos e das oligarquias dissidentes
de outros Estados, que almejavam o controle político do Brasil"
(PEREIRA, 2001)
O desemprego no campo se multiplicou, estimulando um movimento migratório
para as cidades, em especial para São Paulo. Tal processo seria prolongado até o fim
dos anos 30, às vésperas da Segunda Guerra Mundial. Essas transformações econômica
e sociais marcaram para sempre a economia nacional e internacional. Das
conseqüências trazidas pela economia do café, um novo modelo econômico surgiu.
Naquela época, o Brasil passou por um grave problema cambial. A queda nas
exportações, provocada pela crise, gerou um desequilíbrio na balança comercial
brasileira. Sem uma indústria sólida, o Brasil exportava apenas café e outros produtos
agrícolas, como algodão, cacau e borracha. Como tais produtos não eram essenciais
para o consumidor, dizia-se que o país tinha uma “economia de sobremesa”.
A moeda forte obtida com essas exportações servia para pagar as importações de
boa parte dos produtos industrializados consumidos pelos brasileiros. O
aprofundamento da crise, porém, provocou a redução da demanda externa e a queda dos
preços internacionais do café. Com isso, o déficit comercial do país cresceu
rapidamente.
Simultaneamente,a crise também causou a interrupção do fluxo regular de
capital estrangeiro para o Brasil. O dinheiro externo alimentava a economia brasileira
desde os tempos do Império, e seu ingresso se intensificara entre a Proclamação da
República, em 1889, e a posse de Vargas, em 1930. A falta do dinheiro externo agravou
22
ainda mais o déficit cambial brasileiro, fazendo com que a moeda nacional se
desvaloriza-se rapidamente. O valor da libra esterlina, então a moeda mais usada no
mundo, passou de 40 mil-réis, em 1929, para quase 60 mil-réis, em 1934. Com as
exportações em queda e sem financiamento externo, o governo aumentou de forma
brutal a emissão de papel-moeda, acarretando em uma alta da inflação.
A economia cafeeira já perdia forças antes do surgimento da crise. Com a
ampliação da área de plantio e a superprodução constante, os preços do café caiam a
cada ano. A estratégia do governo de tentar manter o nível das vendas através da
compra dos excedentes não seria suficiente para evitar a crise desse setor.
Somada à estratégia falha do governo, crescia a concorrência internacional, em
particular da Colômbia, ao café brasileiro. Os principais países consumidores, como
Estados Unidos, Franca, Itália, Holanda e Alemanha, que representavam cerca de 80%
da compra de produção brasileira, passaram a diversificar seus fornecedores.
Havia a percepção de que, no Brasil, misturavam-se ao café todos os tipos de
impurezas, como pedras, terra e gravetos, para aumentar o peso das sacas. Os
produtores nacionais também foram acusados de incluir café de baixa qualidade nas
sacas para aumentar o lucro. Quando a crise internacional chegou ao Brasil, ela
representou apenas o golpe final para que o sistema econômico da República Velha,
centrado na monocultura do café, entrasse em colapso.
A estratégia do governo Vargas para enfrentar a crise baseou-se principalmente
na substituição das importações, focada no desenvolvimento da indústria local, e na
intervenção do Estado na economia. De acordo com o economista Celso Furtado, ex-
ministro do Planejamento no governo João Goulart (1962-1964), a economia cafeeira,
embora em decadência, gerou os recursos necessários para impulsionar a
industrialização e favoreceu o desenvolvimento de um mercado interno, formado pela
mão de obra assalariada dos imigrantes e pelos produtores rurais e suas famílias.
Inicialmente, a demanda era atendida pelas importações. Depois, passou a ser
suprida pela produção local. Sem acesso aos importados, os consumidores
representavam um mercado cativo para as empresas nacionais. Assim, apesar da crise
externa, a produção industrial brasileira pôde crescer rapidamente. Acentuou-se o
processo de nacionalização da economia. A desvalorização da moeda, em decorrência
da crise, encarecia as mercadorias estrangeiras e representava um estímulo para a
23
incipiente industria local.
CAPÍTULO III - SUSTENTABILIDADE NO MERCADO DE
CAPITAIS
3.1 ISE, Índice de Sustentabilidade Empresarial
Os conceitos de responsabilidade social e de sustentabilidade têm como
fun- damento a premissa de que entidades, públicas ou privadas, assim
como in- divíduos, possuem compromissos com a sociedade. Tais
princípios vêm sendo progressivamente consolidados no mercado de
capitais. As bolsas assumiram uma atitude de protagonismo
desenvolvendo ações para o aprimoramento das boas práticas de
governança corporativa das empresas, de suporte a mercados de
desenvolvimento sustentável – como o dos créditos de carbono – e de
iniciativas sociais de apoio à educação. (PINTO, 2010)
O Índice de Sustentabilidade Empresarial, ISE, é um indicador que reúne 32
empresas, cujas ações estão entre as 150 mais negociadas na Bovespa, que se destacam
pela sua atuação na área de responsabilidade social e ambiental, medidas por meio de
questionário e avaliação realizada pela Bovespa de acordo com os critérios:
economicamente viável, socialmente justa e ambientalmente sustentável.
O Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) foi o quarto índice desta natureza
a ser lançado no mundo, em 2005, em uma iniciativa pioneira na América Latina. Ele
reúne as empresas brasileiras listadas na BM&FBOVESPA com as melhores práticas
em gestão empresarial e com maior alinhamento estratégico com a sustentabilidade,
representando um incentivo para que as empresas busquem o desenvolvimento
econômico com inclusão social e respeito ao meio ambiente, e ao mesmo tempo, serve
como um indutor do mercado de Investimento Sustentável e Responsável no Brasil. Sua
missão é induzir as empresas a adotarem as melhores práticas de sustentabilidade
empresarial e apoiar os investidores na tomada de decisão de investimentos sustentáveis
e responsáveis.
Assim, o ISE busca diferenciar as empresas sob os aspectos da sustentabilidade,
criando um ambiente de investimento compatível com as demandas da sociedade
24
contemporânea, incentivando a criação de fundos de investimento responsáveis,
tornando-se seu principal benchmark, além de ser uma referência para a avaliação do
desempenho das empresas. De acordo com Biderman, Brito & Monzoni (2006), o ISE
busca “detectar a capacidade de geração de valor das empresas e o nível de risco
associado ao seu desempenho em diferentes dimensões da sustentabilidade (...). Espera-
se que o ISE sirva de insrumento para despertar a consciência das empresas e dos
investidores”.
A importância das ações de responsabilidade social e de sustentabilidade
ambiental adotadas pelas empresas vem se disseminando e despertando a atenção de
empresas e investidores, o que levou também os mercados financeiros a buscar índices
capazes de refletir o desempenho das empresas nessa área de atuação. Ainda assim, a
mensuração dos retornos auferidos em virtude dessas ações ainda não é muito clara,
pois ao mesmo tempo, que investimentos em ações de responsabilidade social e
ambiental acarretam em custos adicionais, possibilitam a melhoria no desempenho
financeiro, por meio dos ganhos para a imagem da empresa e da redução de eventuais
passivos trabalhistas ambientais.
O Índice de Sustentabilidade Empresarial – ISE, foi lançado pela Bolsa de Valores
de São Paulo (Bovespa) em parceria com as instituições Associação Brasileira das
Entidades Fechadas de Previdência Complementar (ABRAPP), Associação Nacional
dos Bancos de Investimento (ANBID), Associação dos Analistas e Profissionais de
Investimentos do Mercado de Capitais (APIMEC), Instituto Brasileiro de Governança
Corporativa (IBGC), International Finance Corporation (IFC), Instituto ETHOS e
Ministério do Meio Ambiente, para atender uma demanda de mercado por um indicador
que agrupasse empresas com desempenho financeiro relevante atrelado a ações de
sustentabilidade social e ambiental, servindo de sinalizador para o mercado financeiro e
especificamente, para os investidores que procuram empresas com este perfil para
realizar suas aplicações, a exemplo dos instrumentos já existentes no mercado
internacional, onde os “investimentos socialmente responsáveis” – SRI, atraem um
volume crescente de investimentos.
Para Barbosa, a criação de índices de sustentabilidade nos mercados de capitais
serviram de estímulo para a adoção de práticas sustentáveis pelas empresas,
especialmente o FTSE4GooD (Reino Unido), DJSI (Estados Unidos) e, no Brasil, o
ISE-Bovespa, criado em 2005. O primeiro índice criado para avaliar o desempenho
25
financeiro das organizações segundo critérios relacionados a sustentabilidade, foi o Dow
Jones Sustainability (DSJI – Índice de Sustentabilidade Dow Jones), em 1999.
O ISE é o primeiro indicador financeiro de sustentabilidade criado no Brasil,
levando em consideração os conceitos internacionais de Triple Bottom Line, que integra
a avaliação das dimensões econômico-financeiras, sociais e ambientais das
organizações. Segundo informações divulgadas no site da Bovespa, o ISE tem por
objetivo refletir o retorno de uma carteira composta por ações de empresas com
reconhecido comprometimento com a responsabilidade social e a sustentabilidade
empresarial, e também atuar como promotor das boas práticas no meio empresarial
brasileiro.
Os idealizadores do ISE tinha a intenção de criar mais que um indicador de
retorno financeiro de uma carteira de ações. O projeto deveria proporcionar alguns
“efeitos colaterais” importantes, tais como se tornar um indutor de sustentabilidade
entre as empresas, constituir-se numa ferramenta de gestão, estabelecer-se como um
benchmark, uma referência confiável, um painel de tendências de gestão sustentável,
entre outros. Para isso, precisaria ser capaz de oferecer credibilidade internacional,
fornecer informações de qualidade e fazer avaliações baseadas em metodologias
avançadas.
Para Aron Belink, atual coordenador das dimensões Geral e natureza do Produto
do ISE, ele deveria “traduzir as questões de sustentabilidade para uma linguagem
apropriável pela sociedade como um todo, que é o grande desafio que está na raiz de
todos os indicadores, porque a humanidade já percebeu que estamos em um rumo que
nos levará para um desastre”.
Nos primeiros cinco anos de existência do ISE, sua evolução foi marcada pela
participação intensa dos seus stakeholders. Para o futuro, os planos eram de continuar
nessa trilha. Em 2010, durante o período de consulta pública para a definição da sexta
carteira, o Índice continuou provocando debates acirrados e incorporou avanços.
O documento ISE – Metodologia Completa (2007) aponta os critérios
estabelecidos para escolha das empresas a comporem o índice, que devem ser atendidos
cumulativamente: estar entre as 150 ações mais negociadas nos últimos 12 meses que
precedem a avaliação; suas ações devem ter sido negociadas pelo menos em 50% dos
26
pregões realizados no mesmo período; e atender aos critérios de sustentabilidade
estabelecidos pelo Conselho do indicador.
O ISE e os demais fundos ISR fazem parte de uma tendência global, identificada
pelos estudos do Sustainable Investment Forum (SIF) para a Europa e Estados Unidos,
pelo Massachussets Institute of Tech- nology (MIT ) na pesquisa “Sustainability Nears
a Tipping Point” e pelos relatórios do Principles for Respon- sible Investment (PRI).
Os últimos 30 anos da evolução do capitalismo testemunharam o desenvolvimento
de mercados de capitais mais éticos, em grande parte, como ressalta a economista Hazel
Henderson, como “conseqüência da democratização, da maior transparência na
circulação de informações e do surgimento de organizações de utilidade pública na
economia mundial”2, mudanças que certamente surpreenderiam Adam Smith, o pai do
capitalismo, autor do livro The Wealth of Nations, publicado em Londres, em 1776.
Hoje em dia, acionistas protagonistas usam a sua posição de proprietários parciais das
empresas para pressionar a administração e as diretorias das corporações a assumir
maior responsabilidade social e ambiental.
O desenvolvimento de indicadores de responsabilidade social no século 20
evoluiu a partir da percepção de grupos sociais e acionistas de que deveria haver
princípios e limites éticos para a atividade empresarial.
Esses estudos apontam para o crescimento do mercado de ISR nos Estados Unidos
de 22%, entre 2009 e 2012, ou de 486%, desde a primeira mensuração, em 1995.
Atualmente o ISR representa 11,3% do total de ativos sob gestão no mercado
americano. Investidores institucionais, como fundos de pensão, têm demandado cada
vez mais informações de desempenho em sustentabilidade, aumentando a necessidade
de se prover métricas acuradas. Dentre os principais benefícios do investimento em
sustentabilidade, destaca-se sua ligação com a inovação, segundo a pesquisa do MIT.
Em todo o mundo, o movimento pelos socially responsible investments
(investimentos socialmente responsáveis) cresce rapidamente, provocando o surgimento
dos mais diversos tipos de fundos e índices, especialmente nos Estados unidos e em
alguns países da Europa.
Em 1999, quando o Dow Jones Sustainability Indexes (DJSI) foi criado,
calculava-se que US$ 1 em cada US$ 8 era investido em fundos éticos nos Estados
27
unidos – uma prática já antiga naquele país, onde um número considerável de
instituições e pessoas físicas define suas carteiras de investimentos baseado em
princípios religiosos, culturais ou morais.
No final da década de 1990, era possível notar-se que esses investimentos haviam
ganho uma curva de crescimento acentuada a partir dos anos 1960, impulsionados pelo
ativismo dos movimentos sociais, como o dos direitos civis nos Estados unidos, dos
pacifistas contra empresas envolvidas com a Guerra do Vietnã, dos críticos ao regime
do apartheid na África do Sul, entre outros.
Influenciados por todos esses acontecimentos, os investidores, especialmente os
institucionais, começaram a preferir carteiras que filtrassem empresas com risco de
envolvimento em problemas sociais ou ambientais. O crescimento desses ativos entre
2001 e 2002, nos Estados unidos, foi de 7%, enquanto as outras formas de investimento
caíram 4% no mesmo período, segundo o relatório de tendências do Fórum de
Investimento Social dos Estados unidos (Report on Socially Responsible Investing
Trends in the United States, 2003).
Atualmente, há mais de 70 gestores de investimentos em 16 países licenciados
para utilizar o DJSI na administração de uma variedade de produtos financeiros,
incluindo fundos ativos e passivos, certificados e clubes de investimentos, que
representam um volume de recursos de US$ 8 bilhões.
A presidente da CVM, Maria Helena Santana, prevê um crescimento da
responsabilidade empresarial em diversos campos, em decorrência da concentração
econômica, do aumento da influência, do poder e da capacidade de intervenção das
companhias. As empresas terão de levar mais em conta os efeitos dos seus impactos e
de suas externalidades nas várias dimensões em que interferem. É necessário integrar ao
planejamento e à gestão da empresa o que os economistas chamariam de internalização
de custos, ou seja, a incorporação, nos preços, dos eventuais custos gerados à sociedade
e ao meio ambiente.
Isso vale igualmente para o setor financeiro, cujas instituições, em momentos de
crise, demandam resgate do Estado, já que suas quebras trariam um custo muito maior
para a sociedade. As grandes instituições financeiras precisam internalizar, de alguma
forma, o custo desse salvamento. Maria Helena Santana sugere que guardem um
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volume de capital maior para tocar o negócio, que administrem colchões de liquidez
para enfrentar situações extremas, ou que sejam taxadas pelo Estado, como alguns
países estão propondo. “É um movimento natural, que não acontece só em relação a
questões sociais e ambientais. Fazer uma gestão mais sustentável dos negócios também
implica aumentar as exigências dos reguladores do setor financeiro, pós-crise”, afirma.
Para a maioria dos especialistas, o ISE terá pela frente muitos desafios como
instrumento destinado a medir um movimento cultural empresarial que tende a criar
sempre novas exigências. Há ainda os que apontam para um aperfeiçoamento nas
avaliações setoriais, levando o questionário a ajustar o foco em segmentos com
impactos específicos em suas cadeias de valor, tais como a agroindústria, que no Brasil
ainda apresenta um grande atraso em relação às políticas mais avançadas de
sustentabilidade corporativa.
No campo da responsabilidade social, para o ex-presidente do conselho da
BOVESPA, Raymundo Magliano, a grande questão que se coloca para o futuro é a do
aprofundamento dos direitos humanos e da democracia. Magliano acredita que a
preocupação, em sintonia com as demandas de sociedades cada vez mais informadas e
articuladas, será o próximo passo para as grandes empresas. “Se quisermos realmente
paz, precisamos de democracia e de respeito aos direitos humanos, senão esqueça. As
empresas, no longo prazo, vão cada vez mais assumir funções nas áreas dos direitos
humanos e da democracia, cobrindo lacunas do Estado”, assegura ele.
3.2 Processo de entrada no ISE
A metodologia aplicada ao ISE permite avaliar comparativamente o desempenho
das empresas sob os diferentes aspectos, baseando-se na eficiência econômica,
equilíbrio ambiental, justiça social e governança corporativa. Além de importante
métrica, o questionário e o processo de seleção tem contribuído com o aprimoramento
da gestão da sustentabilidade nas empresas participantes.
Para participar do Índice é necessário estar entre as 200 empresas mais líquidas
da bolsa. Estas empresas recebem anualmente o convite para participar do processo de
seleção do ISE. As instituições que desejam demonstrar interesse em se inscrevem
devem fazê-lo por meio eletrônico. Assim, passam a ter acesso ao sistema online onde
deverão responder um questionário.
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Esse questionário é a base do processo de seleção das empresas que compõem a
carteira do ISE. Desenvolvido pela equipe do GVces, Centro de Estudos em
Sustentabilidade, uma iniciativa da Escola de Administração de Empresas de São Paulo
da Fundação Getulio Vargas (FGV-EAESP) dedicado a disseminar o conceito de
desenvolvimento sustentável em suas várias dimensões. o questionário é composto por
sete dimensões, que avaliam diferentes aspectos da sustentabilidade:
1) Dimensão Geral: compromissos com o desenvolvimento sustentável,
alinhamento às boas práticas de sustentabilidade, transparência das
informações corporativas e práticas de combate à corrupção.
2) Dimensão Natureza do Produto: impactos pessoais e difusos dos
produtos e serviços oferecidos pelas empresas, adoção do princípio da
precaução e disponibilização de informações ao consumidor.
3) Dimensão Governança Corporativa: relacionamento entre sócios,
estrutura e gestão do Conselho de Administração, processos de
auditoria e fiscalização, práticas relacionadas à conduta e conflito de
interesses.
4) Dimensões Econômico-Financeira, Ambiental e Social: políticas
corporativas, gestão, desempenho e cumprimento legal.
5) Dimensão Mudanças Climáticas: política corporativa, gestão,
desempenho e nível de abertura das informações sobre o tema.
Na metodologia adotada, é atribuído o mesmo peso (100) a cada uma das sete
dimensões do questionário. Cada dimensão é subdivida em critérios, que contemplam
os temas acima. Os pesos desses critérios são definidos pela relevância do tema no
contexto atual da gestão empresarial e das demandas da sociedade. São privilegiadas as
práticas de gestão e o desempenho.
O processo de revisão do questionário é anual e conta com diversas etapas
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participativas abertas à sociedade em geral e, mais especificamente, empresas e
especialistas de diversos temas relacionados à sustentabilidade. O ISE é o único índice
de sustentabilidade no mundo que mantém um processo de elaboração coletiva de sua
metodologia de avaliação das empresas.
Os formulários para resposta ao questionário do ISE ficam disponíveis por cerca
de um mês, no primeiro trimestre de cada ano. As empresas têm a sua disposição
um tutorial na página inicial do sistema, que apresenta orientações detalhadas do
procedimento a ser seguido.
Finalizada essa etapa, os questionários são submetidos à equipe técnica do
GVces que analisa as respostas das empresas e faz uma avaliação amostral de
documentos enviados para comprovação das respostas.
A decisão sobre a composição da carteira do ISE cabe ao Conselho do ISE e o
resultado é anunciado ao final de cada ano. A nova carteira entra em vigor no início de
janeiro do ano seguinte.
Dentre as empresas selecionadas e aprovadas em 2012, a carteira de 2012/2013,
oitava carteira do ISE, que entre em vigor de 07 de janeiro de 2013 a 03 de dezembro de
2014, reúne 51 ações de 37 companhias. Elas representam 16 setores e somam pouco
mais de R$1 trilhão em valor de mercado, o equivalente a 44,81% do total do valor das
companhias com ações negociadas na BM&FBOVESPA (em 29/11/2012). Das 38
empresas da carteira anterior, 35 foram selecionadas também para a nova. E duas
companhias ingressaram: Telefonica e WEG, trazendo para o ISE o setor de máquinas,
equipamentos e motores. O foco na transparência foi intensificado este ano. Além do
aumento de 8 para 14 empresas divulgando suas respostas para o questionário base do
ISE, o processo de seleção para a carteira 2013 foi auditado pela KPMG.
Compõem a carteira 2013: AES Tiete, Banco do Brasil, Bicbanco, Bradesco,
Braskem, BRF Brasil Foods, CCR, Cemig, Cesp, Copel, Coelce, Copasa, CPFL
Energia, Duratex, Energias do Brasil, Ecorodovias, Eletrobras, Eletropaulo, Even,
Fibria, Gerdau, Gerdau Met, Itausa, Itau Unibanco, Light S/A, Natura, Sabesp,
Santander, Sulamérica, Suzano Papel, Telefonica, Telemar, Tim Part
S/A, Tractebel, Ultrapar, Vale e WEG.
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CONCLUSÃO
Esta pesquisa teve como objetivo analisar o desenvolvimento da Bolsa de
Valores de São Paulo través da história do nosso pais. Podemos apontar que a prática do
Mercado de Capitais vêem participado da economia brasileira muito antes da sua
regulamentação oficial como Bolsa de Valores. Tal fato comprova a importância desta
prática para o desenvolvimento de um país.
Entretanto, como demonstrado no segundo capítulo, tais instituições podem
acabar por levar uma economia inteira à crise quando não administradas de maneira
correta, afetando não somente seu respectivo pais, mas a economia global de um modo
geral, já que neste Mercado percebemos uma forte interligação entre diversas
economias.
Podemos comprovar também a tendência pela qual todas as empresas vem
passando, de adotar práticas sustentáveis e ganhar visibilidade através disso, já que o
consumidor, e também investidores, vêem cada vez mais olhando para tais indicadores
na hora de tomar suas decisões. Isto demonstra também a capacidade da Bolsa em se
adequar ao cenário atual em que a sociedade esta passando, não deixando por se tornar
obsoleta.
Observando essa tendência de sustentabilidade, podemos citar também o Green
Transitions Scoredboard, uma ferramenta criada por Hazel Henderson em parceria com
o Mecado Ético, que tem como objetivo o rastreio de investimentos privados mundiais
envolvidos em mercados verdes. O placar serve como um serviço público para fornecer
dados e medias do mercado global, levando muitos países a realizar uma transição para
economias mais verdes. Atualmente, a ferramenta acompanha cinco setores com
investimento substancial de capital em tecnologias verdes: a energia renovável,
eficiência e construção verde, “ensino limpo”, smart grid e I&D empresarial em
tecnologias de transição verdes.
Quantificando a importância de iniciativas sustentáveis, o mais recente relatório
do Green Transitions Scoreboard mostra que, de 2007 até o primeiro trimestre de 2011,
os investimentos privados verdes totalizaram mais de 2 trilhões de dólares em todo o
mundo. Com investimentos superiores a US$ 2 trilhões em últimos anos, pesquisas e
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estatísticas apontam que os investimentos globais deverão atingir a meta de 10 trilhões
dólares em investimento em 2020, comprovando a tendência que afirma que
investidores estão de fato mudando seus ativos em uma direção.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁGICA
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Retrospectiva do Século XX, 1996.
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globalização e moeda. São Paulo: Editora 34, 1999. v. 1. 349p .
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