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1 BANCO INTERAMERICANO DE DESENVOLVIMENTO BID RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL DO PROGRAMA Município de Jundiaí RELATÓRIO DE PLANEJAMENTO APOIO À PREPARAÇÃO DE ESTUDOS, PROJETOS E AVALIAÇÕES AO PROGRAMA INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO URBANO DO MUNICÍPIO DE JUNDIAÍ - SP (BR-L1183) PROGRAMA DE COOPERAÇÃO TÉCNICA “APOIO AO DESENVOLVIMENTO DE OPERAÇÕES PARA MUNICÍPIOS BRASILEIROS” (BR-T1059) PROJETO ATN/JC 11114-BR-PROCIDADES ASSISTÊNCIA TÉCNICA PARA PREPARAÇÃO DE PROJETOS DE MUNICÍPIOS BRASILEIROS CÓDIGO DO DOCUMENTO REVISÃO DATA DA EMISSÃO 5091-REL005 0 14/05/2010 RESPONSÁVEL PELA VERIFICAÇÃO E APROVAÇÃO EDGARD JORDÃO TONSO DATA: 14/05/2010

BANCO INTERAMERICANO DE DESENVOLVIMENTO BID RELATÓRIO DE ... · de Jundiaí, no âmbito do contrato de financiamento junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID, vinculado

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BANCO INTERAMERICANO DE DESENVOLVIMENTO

BID RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL DO PROGRAMA Município de Jundiaí RELATÓRIO DE PLANEJAMENTO APOIO À PREPARAÇÃO DE ESTUDOS, PROJETOS E AVALIAÇÕES AO

PROGRAMA INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO URBANO DO MUNICÍPIO

DE JUNDIAÍ - SP (BR-L1183)

PROGRAMA DE COOPERAÇÃO TÉCNICA “APOIO AO DESENVOLVIMENTO

DE OPERAÇÕES PARA MUNICÍPIOS BRASILEIROS” (BR-T1059)

PROJETO ATN/JC – 11114-BR-PROCIDADES

ASSISTÊNCIA TÉCNICA PARA PREPARAÇÃO DE PROJETOS DE MUNICÍPIOS

BRASILEIROS

CÓDIGO DO DOCUMENTO REVISÃO DATA DA EMISSÃO 5091-REL005 0 14/05/2010 RESPONSÁVEL PELA VERIFICAÇÃO E APROVAÇÃO

EDGARD JORDÃO TONSO

DATA: 14/05/2010

2

SUMÁRIO

RESUMO EXECUTIVO ................................................................................................ 7

APRESENTAÇÃO ...................................................................................................... 14

1 CONCEPÇÃO GERAL DO PROGRAMA ............................................................ 15

1.1. ESTRATÉGIA DO MUNICÍPIO E OBJETIVOS. ........................................... 15

2 CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL DO MUNICÍPIO ............................ 20

2.1. SITUAÇÃO GEOGRÁFICA E DIVISÃO POLÍTICA ...................................... 20 2.2. CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA ................................................. 21

2.2.1. Caracterização do Processo de Desenvolvimento Urbano de Jundiaí e Principais Problemas .......................................................................................... 21 2.2.2. População............................................................................................ 22 2.2.3. Educação ............................................................................................ 23 2.2.4. Infraestrutura Urbana ........................................................................... 24 2.2.5. Saúde .................................................................................................. 27 2.2.1. Economia ............................................................................................ 28 2.2.2. Indicador Social ................................................................................... 31

2.3. Caracterização Ambiental............................................................................ 32 2.3.1. Recursos Hídricos ............................................................................... 33

2.3.1.1. Gestão das Águas no PCJ ............................................................... 35 2.3.1.2. Áreas Inundáveis ............................................................................. 38

2.3.2. Clima ................................................................................................... 40 2.3.3. Uso do solo .......................................................................................... 41 2.3.4. Qualidade do Ar ................................................................................... 44 2.3.5. Relevo ................................................................................................. 45 2.3.6. Substrato Rochoso .............................................................................. 49

2.4. FAUNA, FLORA E ÁREAS PROTEGIDAS .................................................. 52 2.4.1. Áreas de Proteção Ambiental .............................................................. 53 2.4.2. Áreas de Preservação Permanente de Corpos Hídricos. ..................... 57

3 DETALHAMENTO DO PROGRAMA ................................................................... 59

3.1. COMPONENTE TRANSPORTE E MOBILIDADE ....................................... 59 3.1.1. Intervenção urbanística e duplicação da Avenida José do Patrocínio .. 59 3.1.2. Realinhamento, construção e desmobilização de tabuleiros de acesso sobre o rio Jundiaí, na Avenida Antônio Frederico Ozanan ................................. 60 3.1.3. Acesso ao Bairro Currupira .................................................................. 62 3.1.4. Duplicação da Avenida Antônio Pincinato ............................................ 63 3.1.5. Pavimentação das alças de acesso ao Trevo de Itu na Rodovia Anhanguera ........................................................................................................ 63

3.2. COMPONENTE MACRODRENAGEM ........................................................ 66 3.2.1. Rio Jundiaí – Ponte da Rodovia Anhanguera ...................................... 67 3.2.2. Rio Jundiaí – Trecho a montante da Ponte da rodovia Anhanguera até a ponte da rua Maria C. Pontes.............................................................................. 69 3.2.3. Rio Jundiaí – Trecho a montante da Ponte da rua Maria C. Pontes até jusante da ponte da rua Oswaldo Cruz – Trecho de canalização existente ......... 71 3.2.4. Rio Jundiaí – Trecho a Montante da Ponte da Oswaldo Cruz – Leito Natural 73

4 MARCO LEGAL E INSTITUCIONAL DO PROGRAMA. ...................................... 77

4.1. POLÍTICA AMBIENTAL DO BANCO INTERAMERICANO DE DESENVOLVIMENTO - BID ................................................................................... 77 4.2. LEGISLAÇÃO FEDERAL APLICADA .......................................................... 79

3

4.3. LEGISLAÇÃO ESTADUAL APLICADA........................................................ 81 4.4. LEGISLAÇÃO DO MUNICÍPIO DE JUNDIAÍ ............................................... 82 4.5. LICENCIAMENTO AMBIENTAL DAS INTERVENÇÕES PROPOSTAS NO ÂMBITO DO PROGRAMA ...................................................................................... 84

5 AVALIAÇÃO AMBIENTAL E SOCIAL DAS INTERVENÇÕES DO PROGRAMA 86

5.1. IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DO COMPONENTE MACRODRENAGEM... ........................................................................................... 87

5.1.1. Rio Jundiaí – Ponte da Rodovia Anhanguera ...................................... 88 5.1.2. Rio Jundiaí – Trecho a montante da Ponte da Rodovia Anhanguera até a ponte da rua Maria C. Pontes ........................................................................... 91 5.1.3. Rio Jundiaí – Trecho a montante da Ponte da Av. Maria do Carmo P. De Oliveira até jusante da ponte da rua Oswaldo Cruz – Trecho de canalização existente.............................................................................................................. 93 5.1.4. Rio Jundiaí – Trecho a montante da Ponte da Oswaldo Cruz – Leito Natural 95 5.1.5. Impactos na Drenagem Urbana da Área de Influência Indireta ............ 97

5.2. IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DO COMPONENTE TRANSPORTE E MOBILIDADE .......................................................................................................... 98

5.2.1. Intervenção Urbanística e Duplicação da Rua José do Patrocínio. ...... 99 5.2.2. Realinhamento, construção e desmobilização de tabuleiros de acesso sobre o rio Jundiaí, na Avenida Antônio Frederico Ozanan ............................... 100 5.2.3. Acesso ao Bairro Currupira ................................................................ 101

5.3. SÍNTESE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS E MEDIDAS MITIGADORAS DO PROGRAMA INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO URBANO DO MUNICÍPIO DE JUNDIAÍ. ............................................................................................................... 104

6 SINTESE DA QUALIDADE SÓCIOECONÔMICA E AMBIENTAL DO PROGRAMA ........ ......................................................................................................................... 111

7 PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL - PGAS ..................................... 112

7.1. PROJETOS DO PGAS .............................................................................. 113 7.1.1 Projeto de Gestão Ambiental do Programa. ....................................... 113 7.1.2 Projeto de Comunicação Social, Educação Ambiental e Promoção Sociocultural ..................................................................................................... 114

7.1.1.1. Subprojeto de Comunicação e Divulgação .................................... 118 7.1.1.2. Subprojeto de Comunicação para o Reassentamento ................... 119 7.1.1.3. Subprojeto de Educação Ambiental ............................................... 120 7.1.1.4. Subprojeto de Promoção Sociocultural .......................................... 120

7.1.3 Projeto de Controle Ambiental de Obras ............................................ 122 7.1.1.5. Subprojeto de Controle da Poluição do Ar e da Emissão de Ruídos 123 7.1.1.6. Subprojeto de Controle da Poluição do Solo e das Águas Superficiais e Subterrâneas .............................................................................................. 124 7.1.1.7. Subprojeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil ... 125 7.1.1.8. Subprojeto Gerenciamento de Resíduos de Supressão Vegetal .... 126 7.1.1.9. Subprojeto de Controle das Interferências no Tráfego e Segurança da População. .................................................................................................... 127 7.1.1.10. Subprojeto de Monitoramento Ambiental ....................................... 128

7.1.4 Projeto Compensação Ambiental ....................................................... 130 7.1.5 Projeto de Revisão do Plano Diretor de Drenagem, Operação, de Macrodrenagem e Procedimentos de Segurança de Controle de Inundações .. 132

7.1.1.11. Subprojeto de Revisão do Plano Diretor de Drenagem Urbana ..... 133 7.1.1.12. Subprojeto de Monitoramento e Controle Ambiental dos Canais de Drenagem do Rio Jundiaí .............................................................................. 134

4

7.1.1.13. Subprojeto de Controle Operacional e Segurança contra Inundações 136

7.1.6 Projeto de Operação de Macro-Drenagem e Procedimentos de Segurança de Controle de Inundações ............................................................. 137

7.1.1.14. Subprojeto de Monitoramento e Controle Ambiental dos Canais de Drenagem do Rio Jundiaí .............................................................................. 137 7.1.1.15. Subprojeto de Controle Operacional e Segurança contra Inundações 139

8 CONSULTA PÚBLICA/ PARTICIPAÇÃO POPULAR NO PROGRAMA ............ 141

8.1. PARTICIPAÇÃO POPULAR NO PROJETO OPERACIONAL DE REMOÇÕES E REASSENTAMENTOS. ............................................................... 143 8.2. DIVULGAÇÃO DO RAA E LOCAL DAS REUNIÕES ................................. 144

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 145

5

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Inserção Regional do Município de Jundiaí .................................................. 20

Figura 2: Distribuição do PIB segundo municípios da Região Administrativa de Campinas - 2007 ........................................................................................................ 30

Figura 3: Participação dos Vínculos Empregatícios .................................................... 31

Figura 4: Áreas Inundáveis do Município de Jundiaí ................................................... 40

Figura 5: Imagem Landsat 2008 de Jundiaí. ............................................................... 42

Figura 6: Mapeamento de Uso e Cobertura do Solo do Município de Jundiaí. ............ 43

Figura 7: Mapa Hipsométrico do Município de Jundiaí ................................................ 47

Figura 8: Mapa de Declividade do Município de Jundiaí ............................................. 48

Figura 9: Mapa Geológico do Município de Jundiaí. ................................................... 50

Figura 10: APAs do município de Jundiaí e entorno ................................................... 55

Figura 12: Sobreposição do projeto de intervenção urbanística e duplicação da Avenida José do Patrocínio sobre foto aérea. ............................................................. 60

Figura 13: Sobreposição do projeto de realinhamento, construção e desmobilização de tabuleiros de acesso sobre o rio Jundiaí sobre foto aérea. ......................................... 61

Figura 14: Sobreposição do projeto do novo acesso ao Bairro Currupira sobre foto aérea. ......................................................................................................................... 62

Figura 15: Indicação da área duplicada da Avenida Antônio Pincinato considerada no Programa. ................................................................................................................... 63

Figura 16: Indicação das alças de acesso pavimentadas consideradas para o Programa. ................................................................................................................... 64

Figura 17: Local de Intervenção .................................................................................. 67

Figura 18: Envoltória de Níveis d’Água Máximos:TR = 02, 05, 10, 25, 50 e 100 Anos / Seção de Emboque da Ponte da Rodovia Anhanguera – Alternativa 1 ....................... 68

Figura 19: Seção de Emboque da Ponte da Rodovia Anhanguera – Alternativa 2 ...... 69

Figura 20: Localização do trecho a ser remodelado .................................................... 70

Figura 21: Vista para jusante (Ponte da rua Maria C. Pontes – Notar restrição à seção hidráulica de escoamento ........................................................................................... 70

Figura 22: Vista para montante (Ponte da rua Caetano Gornati) – Notar diques de terra / entulho construídos ao longo das margens da calha do rio Jundiaí .......................... 70

Figura 23: Trecho do Rio Jundiaí que passível de readequação ................................. 72

Figura 24: Trecho proposto da calha para canalização e de projeto para implantação dos reservatórios de amortecimento de cheias. .......................................................... 75

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Crescimento populacional de Jundiaí entre 1991 e 2007 ............................ 23

Gráfico 2: Distribuição do tipo de atendimento médico hospitalar em Jundiaí, São Paulo e no Brasil. ........................................................................................................ 27

LISTA DE MAPAS

Mapa 1: Áreas de intervenção do Componente de Transporte e Mobilidade do Programa Integrado de Desenvolvimento Urbano do Município de Jundiaí. ............... 18

Mapa 2: Áreas de intervenção do Componente de Macrodrenagem do Programa Integrado de Desenvolvimento Urbano do Município de Jundiaí. ................................ 19

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Obras relacionadas à macrodrenagem e ao Transporte e Mobilidade no município de Jundiaí. .................................................................................................. 17

Tabela 2 Taxa de Mortalidade Infantil ......................................................................... 28

Tabela 3: Taxa de Mortalidade por Causas ................................................................ 28

Tabela 4: Posição Ocupada pelos 20 maiores Municípios do Estado de São Paulo em PIB a preços correntes. .............................................................................................. 29

Tabela 5: Posição Ocupada pelos 23 maiores Municípios do Brasil em PIB a preços correntes. .................................................................................................................... 30

Tabela 6: Composição do PIB e População de Jundiaí, Estado de São Paulo e Brasil........................................................................................................................... 31

Tabela 7: Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, em ordem decrescente, de 20 municípios brasileiros ............................................................................................ 32

Tabela 8: Os 10 municípios da Bacia do PCJ com maior quantidade de pontos de lançamentos de efluentes. .......................................................................................... 35

Tabela 9: Informações Climáticas do Município de Jundiaí. ........................................ 41

Tabela 10: Valor de área dos tipos de Uso e Ocupação do Solo no município de Jundiaí. ....................................................................................................................... 44

Tabela 11: Distribuição do índice diário de qualidade do ar no período de julho de 2006 a julho de 2007. .......................................................................................................... 44

Tabela 12: Síntese das principais litologias, e seus respectivos períodos de tempo geológico, das unidades geológicas do Município de Jundiaí. .................................... 51

Tabela 13: Intervenções do Componente Transporte e Mobilidade ............................ 65

Tabela 14: Intervenções do Componente Macrodrenagem ......................................... 76

Tabela 15: Impactos Negativos e Medidas Mitigadoras Associadas às Etapas de Implantação e Operação do Programa ..................................................................... 105

Tabela 16: Impactos Positivos e Beneficiários Associados às Etapas de Implantação e Operação do Programa. ........................................................................................... 108

7

RESUMO EXECUTIVO

Introdução

O Relatório de Avaliação Ambiental – RAA visa fornecer as informações relativas à

avaliação ambiental do Programa Integrado de Desenvolvimento Urbano do Município

de Jundiaí, no âmbito do contrato de financiamento junto ao Banco Interamericano de

Desenvolvimento – BID, vinculado ao Projeto ATN/JC – 11114-BR – PROCIDADES.

Nele estão reunidas informações concernentes aos aspectos sociais e ambientais da

região, além do conjunto de intervenções pretendidas no âmbito do Programa, com

enfoque sobre os efeitos socioambientais e o Plano e Projetos de Gestão Ambiental

destinados à atenuação, mitigação ou prevenção dos impactos verificados. O presente

RAA consiste em versão preliminar dos estudos e análises socioambientais realizadas,

ainda devendo ser submetido à consulta pública junto aos diversos agentes

intervenientes, beneficiários e stakeholders, vinculados às ações previstas no Programa

em referência.

A Prefeitura Municipal de Jundiaí diagnosticou duas fortes demandas para

readequação, e que são diretamente associadas às diretrizes de seu Plano Diretor (Lei

Complementar nº 415/2004, revisada e alterada pela Lei Complementar nº444/2007,

retificada pela Lei Complementar nº 448/2007), a saber, no sistema viário e na

macrodrenagem urbana. Neste contexto, os objetivos do Programa Integrado de

Desenvolvimento Urbano do Município de Jundiaí são:

A revisão de trechos do sistema viário relevantes para à população jundiaiense

com o intuito da integração e fluidez de locomoção entre os diferentes bairros do

município;

A correção do sistema de macrodrenagem de Jundiaí, minimizando a incidência

de alagamentos que causam prejuízos, propagação de vetores de contaminação

de doenças e barreiras ao desenvolvimento econômico na região.

O fortalecimento institucional da Prefeitura de Jundiaí mediante o

estabelecimento de medidas decisivas ao alcance de melhorias reais na

qualidade de vida da população.

Estes temas geraram a Carta Consulta, enviada ao BID, com o intuito da obtenção de

financiamento dos estudos e obras planejadas para solucionar estes reveses. Além

disso, permeia o Programa a valorização dos espaços públicos e a revitalização do

espaço central da cidade, patrimônio urbanístico e cultural de Jundiaí.

8

Justificativa

Jundiaí possui população estimada, em 2009, de 349.929 habitantes, o que totaliza

810 hab/Km², aproximadamente. O IDH-M do município, índice que considera renda,

educação e longevidade da população é 0,857, atribuindo a este o 14º lugar no

ranking dos municípios brasileiros. Apresenta contribuição econômica relevante em

escala estadual e nacional, haja visto situar-se, na Região Administrativa da qual faz

parte em segundo lugar quanto ao Produto Interno Bruto, ficando apenas atrás de

Campinas.

O Município de Jundiaí encontra-se em local estratégico no que concerne à logística

de transporte de produção por tratar-se de território perpassado por duas importantes

Rodovias do Estado de São Paulo, Anhanguera e Bandeirantes, as quais atendem

constantemente as fortes demandas de fluxo entre as Regiões Metropolitanas de São

Paulo e Campinas. Entende-se, portanto, que a adequação do sistema viário da

cidade é de suma importância em escala local, por influenciar diretamente o dia-a-dia

da população residente, e em escala regional, por conta de sua importância para o

transporte Estadual.

A área urbana do município foi consolidada predominantemente em área de planície

fluvial em virtude das facilidades para a construção civil geradas pelo relevo aplainado.

Com o aumento de densidade do núcleo urbano, sem o respaldo de estudos de

planejamento, principalmente os hidrológicos, que avaliam também a capacidade de

vazão dos corpos hídricos, foram instauradas áreas inundáveis no município, gerando

riscos à população. A grande problemática regional é a proximidade com o rio Jundiaí

e seus tributários, que em períodos de chuvas intensas têm suas várzeas extrapoladas

para áreas já edificadas, muitas vezes provocando danos aos sistemas públicos de

saneamento ambiental e sistema viário.

Importante ressaltar, ainda, que o Município está totalmente inserido em Área de

Proteção Ambiental – APA – formando um contínuo de áreas protegidas, junto com as

APAs – de Cabreúva e Cajamar. Com relação às Áreas de Preservação Permanente –

APPs de corpos hídricos do município, verificou-se que cerca de 46% estão cobertas

por vegetação, 33% estão ocupadas por campo antrópico e 21% estão

impermeabilizadas, inseridas em área urbana. Constata-se que, em virtude da

preservação angariada pelo estabelecimento de Área de Proteção Ambiental, as

várzeas inseridas na Serra do Japi já estão protegidas por ferramenta legal, devendo o

9

Estado e o Município de Jundiaí, efetuar a fiscalização do cumprimento das diretrizes

de uso e ocupação do solo.

Entende-se, no entanto, que as várzeas inseridas em área urbana, que foram

impermeabilizadas por canalização ou implantação de sistema viário, devem ser alvo

de adequações visando a manutenção da qualidade da água e da vazão dos corpos

hídricos aos eventos pluviométricos, possibilitando a contenção de riscos à população

pela diminuição de inundações e danos estruturais às vias lindeiras.

Intervenções do Programa

Em atenção às questões abordadas acima, foram definidas intervenções a serem

realizadas no âmbito dos dois Componentes do Programa Integrado de

Desenvolvimento Urbano de Jundiaí. (i) Transporte e Mobilidade; e (ii)

Macrodrenagem. O escopo destes Componentes encontra-se detalhado no Capitulo

4 do RAA.

O Componente Transporte e Mobilidade prevê a execução de adequações em 5

locais:

1. Intervenção urbanística e duplicação da Rua José do Patrocínio;

2. Realinhamento, construção e desmobilização de tabuleiros de acesso sobre o

rio Jundiaí, na Avenida Antônio Frederico Ozanan;

3. Acesso ao Bairro Currupira;

4. Duplicação da Avenida Antônio Pincinato; e,

5. Pavimentação das alças de acesso ao Trevo de Itu na Rodovia Anhanguera.

Estas intervenções consistirão na execução dos seguintes procedimentos, de forma

associada ou individual: (i) edificação em concreto armado, concreto protendido,

estrutura metálica; (ii) desapropriação de moradias; (iii) terraplenagem; (iv)

pavimentação; (v) paisagismo por meio do plantio de árvores e gramíneas; (vi)

adequação da estrutura Viária; e (vii) supressão de vegetação.

As diretrizes do Componente Macrodrenagem derivam do cenário apontado nos

Estudos Hidrológicos e Hidráulicos executados como embasamento à proposição das

medidas de adequação da rede de drenagem urbana de Jundiaí. Estão previstas as

seguintes intervenções no âmbito deste componente:

1. Na ponte da Rodovia Anhanguera – Leito Natural;

10

2. Trecho a montante da Ponte da rodovia Anhanguera até a ponte da Rua Maria

C. Pontes – Leito Natural;

3. Trecho a montante da Ponte da Rua Maria C. Pontes até jusante da ponte da

Rua Oswaldo Cruz – Trecho de canalização existente;

4. Trecho a montante da Ponte da Oswaldo Cruz – Leito Natural.

As propostas compreendem a execução das seguintes modalidades de obras,

associadas entre si ou de forma individualizada: (i) revestimento de calha do rio com

gabião e/ou concreto armado; (ii) canalização com seção trapezoidal em concreto

armado; (iii) ampliação de seção transversal; (iv) adequação estrutural de travessias;

(v) implantação de diques de concreto armado, e; (vi) construção de reservatórios de

acumulação.

Avaliação de Impactos Ambientais e Definição das Medidas Mitigadoras e

Compensatórias

A avaliação de Impactos Ambientais desenvolvida no Capitulo 6 do RAA contemplou

as informações pertinentes aos impactos positivos e negativos relacionados ao

conjunto de intervenções propostas no âmbito do Programa Integrado de

Desenvolvimento Urbano do Município de Jundiaí, destacando-se as intervenções

físicas de maior relevância do ponto de vista dos efeitos socioambientais, para as

quais serão propostas medidas de mitigação e compensação ambiental capazes de

reduzir, atenuar ou eliminar os impactos previstos.

Tais intervenções estruturais dos componentes Transporte e Mobilidade e

Macrodrenagem preveem a execução de obras civis, com movimentação de terra e

solo, tráfego pesado de máquinas e equipamentos, realização de edificações,

canteiros de obras, instalação de equipamentos e dispositivos de grande porte,

supressão de vegetação e intervenção em Áreas de Preservação Permanente, entre

outras ações.

A Avaliação de Impactos Ambientais – AIA foi estruturada por áreas de intervenção,

havendo o detalhamento dos impactos relacionados à execução de cada modalidade

de obra e, ainda, suas especificidades oriundas das características de cada local,

permitindo o levantamento dos impactos ambientais negativos e positivos nas fases de

Implantação e Operação das obras do Programa.

11

Após a identificação e avaliação dos impactos socioambientais, considerando os

aspectos ambientais relevantes das respectivas áreas de influência, foram

apresentadas as medidas preventivas, mitigadoras e as ações compensatórias dos

impactos negativos, assim como os beneficiários dos impactos positivos da execução

do Programa.

Por meio da definição das medidas preventivas, mitigadoras e compensatórias aos

impactos negativos inerentes às intervenções pretendidas e, em consonância as

diretrizes de gerenciamento de planos, programas e projetos, foi consolidado o Plano

de Gestão Ambiental e Social – PGAS, que é tratado no Capítulo 8 do RAA.

Plano de Gestão Ambiental e Social - PGAS

Em função dos impactos ambientais gerados pelas intervenções propostas pelo

Programa, foram constituídos, no âmbito do Plano de Gestão Ambiental e Social,

projetos e subprojetos específicos que estabelecem medidas mitigadoras, preventivas

e compensatórias aos impactos negativos levantados.

Vale salientar que as intervenções propostas foram debatidas e acordadas durante a

formulação do Plano Diretor Municipal de Jundiaí, na qual a sociedade civil participou

do processo e decidiu as melhorias urbanas prioritárias ao município. Ressalta-se,

ainda, que as medidas propostas no PGAS serão submetidas à população por meio de

Consulta Pública.

São diretrizes do PGAS os seguintes aspectos conceituais:

Controle e Prevenção: São as ações voltadas a prevenir a ocorrência daqueles

impactos ambientais classificados como negativos, mas que são passíveis de

serem evitados ou mantidos sob controle;

Correção de impactos: São as ações relacionadas a mitigar os impactos

negativos reversíveis ou irreversíveis, como, por exemplo: ações de

recuperação e recomposição das condições ambientais existentes antes das

intervenções;

Monitoramento: São as medidas que visam acompanhar a ocorrência e

intensidade dos impactos e avaliar a eficácia das demais medidas de

mitigação, de prevenção e controle;

Para alcançar as diretrizes supracitadas foram estabelecidos Projetos e Subprojetos.

Para cada um dos Projetos Ambientais detalhou-se: (i) justificativa de concepção; (ii)

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objetivos pretendidos; (iii) as diretrizes ou principais atividades a serem desenvolvidas;

(iv) produtos esperados; (v) cronograma de implantação; (vi) responsável institucional

pela implementação e orçamento. Os seguintes Projetos compõem o PGAS do

Programa Integrado de Desenvolvimento Urbano de Jundiaí:

Projeto de Gestão Ambiental;

Projeto de Comunicação Social, de Educação Ambiental e de Promoção

sociocultural;

Projeto de Controle Ambiental de Obras;

Projeto de Compensação Ambiental;

Projeto de Remoções e Reassentamentos, e;

Projeto de Operação de Macrodrenagem e Procedimentos de Segurança de

Controle de Inundações.

Os Projetos supracitados objetivam minimizar os impactos negativos das intervenções

aos recursos naturais e ao meio ambiente urbano, informar e dialogar com as

comunidades de entorno dos possíveis transtornos, fomentar a educação ambiental e

a cultura e mitigar os problemas advindos da necessidade de remoção e realocação

de famílias e empresas nas áreas diretamente afetadas por intervenções do

Componente Transporte e Mobilidade.

Participação Popular

O presente Programa se desenvolverá a luz do fundamento constitucional do direito à

informação, que decorre do princípio da participação da população nos Programas,

Projetos, Subprojetos ou Obras, conforme estabelecido pelo artigo 225 da Constituição

Federal em seu parágrafo IV.

Deverá estar em consonância, ainda, com a Política de salvaguarda B6 do BID relativa

à Consulta Pública, onde está previsto que empreendimentos das classes A e B (no

presente Programa enquadra-se na classe B) deverão passar por consulta pública,

onde as partes afetadas pelo Programa poderão manifestar-se. Determina-se, para

empreendimentos da classe B, a necessidade de uma consulta pública,

preferencialmente no momento de elaboração do Plano de Gestão Ambiental.

Devido ao grande impacto social que deriva das Remoções e dos Reassentamentos a

serem executados para a viabilização das adequações propostas pelo Programa,

serão implementadas ações de Consulta Pública que compreenderão, de forma

13

prioritária, uma gama de procedimentos com o intuito da prevenção e/ou mitigação

destes impactos, com a participação dos afetado, em todos os momentos da

operação.

Qualidade Ambiental do Programa

Entende-se que as intervenções associadas ao Programa Integrado de

Desenvolvimento Urbano do Município de Jundiaí proporcionarão, ao poder público,

fortalecimento institucional angariado pelo fomento à melhoria das condições de vida

da população, por meio da execução de obras de adequação de estruturas já

existentes, e da implantação de novas estruturas no município, mediante a prévia

determinação das reais demandas urbanas.

A população de Jundiaí, assim como cidadãos de Campinas, São Paulo e outros

municípios que transitem pelas Rodovias Anhanguera e Bandeirantes gozarão dos

impactos positivos gerados pela readequação do sistema viário da cidade, assim como

serão beneficiados diretamente pela diminuição da ocorrência e magnitude das

enchentes, se executadas as obras do Componente Macrodrenagem deste Programa.

Objetiva-se, desta forma, a transformação urbana e socioambiental de alcance local e

regional. Serão apresentados, a seguir, os benefícios diretos à população do município

e do entorno:

Retirada do lixo, entulho e demais resíduos acumulados nas margens e/ou no

fundo dos rios e valas;

Melhorias paisagísticas;

Maior fluidez ao tráfego de veículos automotores;

Valorização da área urbana e rural;

Geração de emprego e renda;

Diminuição de enchentes;

Recomposição urbanística da cidade;

Maior credibilidade do poder público;

Aumento de áreas permeáveis no município;

Diminuição de riscos à população advindos de estruturas danificadas do

sistema viário e de inundações.

14

APRESENTAÇÃO

O Relatório de Avaliação Ambiental – RAA visa fornecer as informações relativas à

avaliação ambiental do Programa Integrado de Desenvolvimento Urbano do Município

de Jundiaí, no âmbito do contrato de financiamento junto ao Banco Interamericano de

Desenvolvimento – BID, vinculado ao Projeto ATN/JC – 11114-BR – PROCIDADES.

Nele estão reunidas informações concernentes aos aspectos sociais e ambientais da

região, além do conjunto de intervenções pretendidas no âmbito do Programa, com

enfoque sobre os efeitos socioambientais e ao plano e projetos de gestão ambiental

destinados à atenuação, mitigação ou prevenção dos impactos verificados. O presente

RAA consiste em versão preliminar dos estudos e análises socioambientais realizadas,

devendo ser submetido à consulta pública junto aos diversos agentes intervenientes,

beneficiários e stakeholders, vinculados às ações previstas no Programa em

referência.

15

1 CONCEPÇÃO GERAL DO PROGRAMA

1.1. ESTRATÉGIA DO MUNICÍPIO E OBJETIVOS.

A Prefeitura Municipal de Jundiaí diagnosticou duas fortes demandas para

readequação, e que são diretamente associadas às diretrizes de seu Plano Diretor (Lei

Complementar nº 415/2004, revisada e alterada pela Lei Complementar nº444/2007,

retificada pela Lei Complementar nº 448/2007), a saber, no sistema viário e na

macrodrenagem urbana. Neste contexto, os objetivos do Programa Integrado de

Desenvolvimento Urbano do Município de Jundiaí são:

A revisão de trechos do sistema viário relevantes para à população jundiaiense

com o intuito da integração e fluidez de locomoção entre os diferentes bairros

do município;

A correção do sistema de macrodrenagem de Jundiaí, minimizando a

incidência de alagamentos que proporcionam prejuízos, propagação de vetores

de contaminação de doenças e barreiras ao desenvolvimento econômico na

região, que é perpassada por duas importantes rodovias do Estado, a saber,

Anhanguera e Bandeirantes;

O fortalecimento institucional da Prefeitura de Jundiaí mediante o

estabelecimento de medidas decisivas ao alcance de melhorias reais na

qualidade de vida da população.

Estes temas geraram a Carta Consulta, enviada ao BID, com o intuito da obtenção de

financiamento dos estudos e obras planejadas para solucionar estes reveses. Além

disso, permeia o projeto a valorização dos espaços públicos e a revitalização do

espaço central da cidade, patrimônio urbanístico e cultural de Jundiaí.

A grande meta municipal que norteia a execução das ações para a requalificação de

ambos os setores supracitados consta do Capitulo III do Plano Diretor – Política

Urbana Ambiental – que prevê a compatibilização do crescimento e adensamento da

cidade com as condições de uso do solo, infraestrutura básica, sistema viário e

transportes, considerando sua vocação natural, respeitando as restrições ambientais e

estimulando os aspectos sociais e econômicos (art. 37 inciso I).

A Política Municipal de Circulação e Transporte, diretriz maior das ações previstas

pelo Componente Transporte e Mobilidade, tem como objetivo facilitar os

deslocamentos de pessoas e bens no Município. As ações de requalificação do

16

sistema viário previstas pelo Componente auxiliarão no atendimento das seguintes

metas previstas pela Política (PMJ, 2010):

I - Melhorar a qualidade do tráfego e da mobilidade urbana na cidade, por meio de

planejamento, engenharia, educação, operação, fiscalização e policiamento;

II - Planejar, executar e manter o sistema viário segundo critérios de segurança e

conforto da população, respeitando o meio ambiente, obedecidas as diretrizes de uso

e ocupação do solo e do transporte de passageiros;

III - Promover a continuidade do sistema viário, por meio de diretrizes de arruamento a

serem implantadas e integradas ao traçado oficial, especialmente nas áreas de

urbanização incompleta;

IV - Promover tratamento urbanístico adequado nas calçadas, vias e corredores da

rede de transportes, de modo a proporcionar a segurança dos cidadãos e a

preservação do patrimônio histórico, ambiental, cultural, paisagístico, urbanístico e

arquitetônico da cidade;

V - Planejar e operar a rede viária municipal, priorizando o transporte público de

passageiros;

VI - Aperfeiçoar e ampliar o sistema de circulação de pedestres e de pessoas

portadoras de deficiência, propiciando conforto, segurança e facilidade nos

deslocamentos;

VII - Implantar estruturas para controle da frota circulante e do comportamento dos

usuários;

VIII - Consolidar e ampliar áreas de uso preferencial ou exclusivo de pedestres;

IX - Estruturar medidas específicas para os polos geradores de tráfego no Município;

X - Assegurar que projetos de edificações que abriguem atividades geradoras de

tráfego sejam previamente aprovados pela Secretaria Municipal de Transportes, para

que seja prevista a infraestrutura necessária, como acessos e estacionamentos.

São diretrizes da Política de Infraestrutura de Saneamento, Drenagem e Serviços

Públicos, dentre outras: (i) adequar a expansão das redes às diretrizes do

zoneamento; (ii) priorizar as obras de saneamento em áreas com maior concentração

17

de população de baixa renda; (iii) definir critérios para o dimensionamento e executar

obras de drenagem superficial das regiões a montante das sub-bacias, visando à

redução da concentração nos fundos de vales. As intervenções do Componente

Macrodrenagem, em prol do atendimento das diretrizes desta Política, têm como meta

principal a diminuição de enchentes, por meio do controle de processos erosivos nas

margens, evitando assim assoreamento, e pelo aumento na capacidade de vazão dos

corpos hídricos que efetuam a drenagem urbana.

Conforme mostra a Tabela 1 a seguir, no que concerne às demandas do Programa, a

Secretaria de Obras de Jundiaí vem executando as seguintes obras, em andamento

ou finalização:

Tabela 1: Obras relacionadas à macrodrenagem e ao Transporte e Mobilidade no município de Jundiaí.

Fonte: PMJ 2010

O Programa visa atender às demandas de melhoria Viária e de drenagem com as ações indicadas nos mapas 1 e 2 a seguir, referindo-se a:

Transporte e mobilidade:

1 - x

2 - x

3 - x

4 - x

5 - x

Macrodrenagem:

1 - x

2 - x

3 - x

4 - x

18

Mapa 1: Áreas de intervenção do Componente de Transporte e Mobilidade do Programa Integrado de Desenvolvimento Urbano do Município de Jundiaí.

19

Mapa 2: Áreas de intervenção do Componente de Macrodrenagem do Programa Integrado de Desenvolvimento Urbano do Município de Jundiaí.

20

2 CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL DO MUNICÍPIO

2.1. SITUAÇÃO GEOGRÁFICA E DIVISÃO POLÍTICA

O município de Jundiaí integra a Região Administrativa de Campinas e localiza-se

entre as coordenadas 23o 04’ 35” e 23o 19’ 34” de Latitude Sul e 46o 47’14” e 47o 01’

43” de Longitude Oeste. Limita-se ao Norte com os municípios de Vinhedo, Itatiba e

Louveira; ao Sul com Cajamar, Franco da Rocha e Pirapora do Bom Jesus; a Leste

com Campo Limpo Paulista, Jarinu e Várzea Paulista, e: a Oeste com Cabreúva e

Itupeva. Apresenta-se em situação privilegiada em relação a um dos principais eixos

de desenvolvimento do País: entre duas regiões metropolitanas em expansão - São

Paulo e Campinas. Dista 49 quilômetros de São Paulo pela Via Anhanguera e 37

quilômetros de Campinas, pela mesma rodovia. A Figura 1 abaixo mostra a inserção

regional do município de Jundiaí.

Figura 1: Inserção Regional do Município de Jundiaí

21

2.2. CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA

Conforme dados da Prefeitura Municipal de Jundiaí, o Município conta com 117

unidades de ensino (creche, pré-escola e ensino fundamental) e 1 Centro Municipal de

Educação de Jovens e Adultos. Com relação à cobertura dos serviços de

infraestrutura urbana, o município apresenta índices bastante elevados: 97,27% dos

domicílios têm abastecimento de água, 99,72% são atendidos pela coleta domiciliar de

lixo e 95,08% têm coleta de esgoto sanitário. 97% do esgoto coletado é tratado. O

município apresenta dificuldades quanto à destinação final do lixo, sendo que

atualmente o lixo residencial coletado é levado para Santana de Parnaíba, onde é

depositado num aterro sanitário.

O município se destaca entre os municípios paulistas quanto aos índices

socioeconômicos. Com relação ao PIB, ocupa a 9ª posição no ranking dos municípios

paulistas e o 2º lugar quanto ao PIB na Região Administrativa da qual faz parte,

ficando apenas depois de Campinas. Os setores que mais contribuem para o elevado

PIB jundiaiense são o de serviços e a indústria.

Quanto ao IDH-M, índice social que considera renda, educação e longevidade da

população, Jundiaí é o município em 14º lugar no ranking dos municípios brasileiros.

Serão detalhadas a seguir, as características do município de Jundiaí quanto à

população, educação, infraestrutura urbana, saúde e economia.

2.2.1. Caracterização do Processo de Desenvolvimento Urbano de Jundiaí e Principais Problemas

O povoamento do sertão de "Mato Grosso de Jundiahy", como era denominado o

território ao Norte da Vila de São Paulo, que atualmente compreende a região de

Jundiaí, Campinas e todo o Nordeste do Estado até a divisa com Minas Gerais no rio

Grande, iniciou-se próximo ao rio Jundiaí com a chegada da Rafael de Oliveira, sua

mulher Petronilha Rodrigues Antunes e filhos, em 1615, que deram ao povoado a

denominação de Nossa Senhora do Desterro de Jundiaí. O topônimo Jundiaí decorre

do tupi "Yundiá-y"que significa "rio dos Jundiás", um peixe de origem fluvial.

A antiga Freguesia de Nossa Senhora do Desterro prosperou, desde o início de sua

formação, em virtude de representar ponto de abastecimento para as expedições que

se dirigiam aos sertões. Sua economia passou por uma fase de estagnação após

1695, durante o apogeu do ciclo da mineração, reativando-se, contudo, depois de

22

1785, quando a atividade agrícola se fortaleceu na região com a cana de açúcar,

feijão, cereais, algodão e café.

Outro fator de desenvolvimento regional foi o fomento da fruticultura, praticada

principalmente pelos imigrantes europeus, a partir do fim do século XIX. Neste mesmo

período foi instaurada atividade industrial ligada à tecelagem, com a fundação, em

1874, da Cia. Jundiana de Tecidos, por incentivo do Barão de Jundiaí, Francisco de

Queiroz Telles.

No final do século XIX foram inauguradas as Estradas de Ferro (Cia. Paulista - Santos

a Jundiaí - a Ituana e a Bragantina). Em 1867, com a conclusão da Ferrovia Santos-

Jundiaí, a cidade tornou-se área estratégica de entroncamento ferroviário. Surgiram,

então, os primeiros grupos de imigrantes ingleses, espanhóis e italianos, que

substituíram a mão-de-obra escrava nas fazendas e, assim, já no final do século XIX,

Jundiaí tornou-se um grande centro produtor de café. No século seguinte, a cidade

atraiu muitas indústrias, consolidando-se como relevante parque industrial na América

Latina.

No que concerne à sua evolução político-administrativa, a freguesia Nossa Senhora do

Desterro de Jundiaí, elevou-se à condição de vila em dezembro de 1655, por provisão

do Capitão-Mor de São Vicente, Gonçalo Couraça de Mesquita. No entanto, o status

de cidade só lhe foi concedido em março de 1865.

Em 1911, o município de Jundiaí era composto de 2 distritos: Jundiaí (Jundiahy) e

Rocinha. Através da Lei Estadual no 233, de 24 de dezembro de 1948, houve o

desmembramento do distrito de Vinhedo (ex-Rocinha). Em 1953, o município

subdividia-se nos distritos de Jundiaí, Campo Limpo, Itupeva e Secundino Veiga,

comarca de Jundiaí. Por meio da Lei Estadual no 8092, de 28 de fevereiro de 1964,

foram desmembrados os distritos de Itupeva e Campo Limpo. A Lei Estadual no 3198,

de 23 de dezembro de 1981, desmembrou o Distrito de Várzea Paulista (Ex-Sucundino

Veiga) e, por fim, em divisão territorial datada de 1995, o município é constituído

apenas do Distrito Sede.

2.2.2. População

A população jundiaiense estimada, em 2009, é de 349.929 habitantes, o que totaliza

810 hab/Km², aproximadamente. Segundo o IBGE (2001), existem 92.332 domicílios

particulares permanentes, dos quais 90.297 apresentam rendimento domiciliar. O

número de indivíduos por domicílio é em torno de 4 habitantes. Uma análise das

23

condições de vida de seus habitantes mostra que os responsáveis pelos domicílios

auferiam, salário médio de R$1.230, sendo que 33,7% ganhavam no máximo três

salários mínimos. Esses responsáveis tinham, em média, 7,2 anos de estudo, 46,6%

deles completaram o ensino fundamental, e 5,6% eram analfabetos. Em relação aos

indicadores demográficos, a idade média dos chefes de domicílios era de 47 anos e

aqueles com menos de 30 anos representavam 12,3% do total. As mulheres

responsáveis pelo domicílio correspondiam a 21,6% e a parcela de crianças com

menos de cinco anos equivalia a 7,3% do total da população.

A taxa de natalidade no município é de 14,29 por mil habitantes e a de mortalidade

infantil é de 11,22 por mil nascidos vivos (SEADE, 2008).

O Gráfico 1 a seguir mostra a evolução Populacional no município de Jundiaí, do

Estado de São Paulo e do Brasil, de 1991 a 2007.

Gráfico 1: Crescimento populacional de Jundiaí entre 1991 e 2007

Fonte: População Residente (pessoas): Censo Demográfico 1991 (IBGE); Contagem Populacional

1996 (IBGE); Censo Demográfico 2000 (IBGE) e Contagem Populacional 2007 (IBGE).

2.2.3. Educação

Conforme dados consultados na Prefeitura Municipal de Jundiaí, o Município conta

com 117 unidades de ensino (creche, pré-escola e ensino fundamental) e 1 Centro

Municipal de Educação de Jovens e Adultos, que atendem mais de 36 mil estudantes.

24

São fornecidas 80 mil refeições/dia para todos os estudantes dos sistemas municipal e

estadual de ensino, Sesi e 52 instituições.

A Secretaria de Educação é responsável pelo Centro de Línguas, que beneficia 1.700

alunos com cursos gratuitos de cinco idiomas: inglês, italiano, alemão, espanhol e

francês. São desenvolvidos diversos projetos como o Circolando Escola, Família vai à

Escola, Vale Verde, Hora do Conto, entre outros.

Dados da Fundação SEADE mostram que a taxa de analfabetismo da população do

município com 15 anos ou mais é de 5,01%, sendo que no Estado essa taxa é de

6,64%. A população de 15 a 64 anos estudou, em média, 8,02 anos. Da população

com 25 anos ou mais, 52,70% tem menos do que 8 anos de estudo; 45,47% da

população de 18 a 24 anos completou o ensino médio (SEADE, 2000).

2.2.4. Infraestrutura Urbana

Com relação à cobertura dos serviços de infraestrutura urbana, o município apresenta

índices bastante elevados: 97,27% dos domicílios têm abastecimento de água,

99,72% são atendidos pela coleta domiciliar de lixo e 95,08% têm coleta de esgoto

sanitário. 97% do esgoto é tratado (PMJ, 2010).

O abastecimento de água e a coleta do esgoto são realizados pelo DAE

(Departamento de Água e Esgoto). O município possui uma Estação de Tratamento de

Esgoto (ETE) com capacidade de tratar, aproximadamente, 1,0 m³/s (Agência de Água

PCJ, 2008). A ETEJ, inaugurada em 1998, apresenta duas lagoas de aeração e quatro

de decantação. Foi a primeira no Brasil a utilizar ar difuso em lagoas com difusores

flutuantes de membrana e um sistema moderno e robusto que não emite aerossóis,

respeitando a população vizinha.

Apesar de Jundiaí ter 349.929 mil habitantes em 2009, conforme dados do IBGE, toda

essa estrutura de saneamento também atende o grande parque industrial, totalizando

uma carga equivalente a uma população de 1 milhão de habitantes em termos de

DBO5 (Demanda Bioquímica de Oxigênio de 5 dias), chegando a 60 toneladas de

DBO/dia (CSJ, 2010).

Com relação ao lixo coletado na cidade, observa-se cada vez mais a dificuldade no

tratamento e na disposição dos resíduos sólidos, o que motivou o município construir a

unidade do GERESOL (Gerenciamento de Resíduo Sólidos) onde se previu a

instalação de unidades de reciclagem de resíduos secos, de resíduos de construção

25

civil, dos resíduos produzidos pela poda e remoção de árvores, além da previsão para

instalação de unidade geradora de energia através dos efluentes do lixo urbano.

Existe um programa de coleta seletiva, realizado em parceria com a empresa 14 de

Dezembro, que se utiliza de uma usina de triagem de recicláveis no espaço Armazém

da Natureza, no GERESOL. Tal empresa é responsável por coletar e reciclar cerca de

300 m³ de lixo por mês.

Atualmente, o lixo residencial coletado em Jundiaí é levado para Santana de Parnaíba,

onde é depositado num aterro sanitário. Em média são coletadas cerca de 9 mil

toneladas por mês.

Diariamente, no ano de 2009, foram coletados e transportados cerca de 327 toneladas

de resíduos sólidos domiciliares. Quanto aos resíduos sólidos de serviços de saúde

são coletados 31,7 toneladas mensais.

Quanto aos resíduos da construção civil, atualmente, estes são depositados em

aterros. Porém, observa-se que existem resíduos que são depositados

clandestinamente em locais impróprios, como lixões e na margem de rios e terrenos

baldios.

No GERESOL ocorre a triagem de cerca de 350 m³ por dia de entulho proveniente de

empresas de caçambas devidamente registradas pela Prefeitura. Parte desse entulho

é encaminhado para reciclagem e parte é utilizado para aterro. Contudo, segundo o

site da Secretaria Municipal de Serviços Públicos, a meta é a instalação de uma usina

de moagem de entulhos, separando o material argiloso do material à base de cimento

para que tais materiais sejam utilizados como sub-base de pavimentação de estradas

vicinais.

A Secretaria de Serviços Públicos é quem administra toda a estrutura do sistema de

limpeza urbana, contudo, as operações são realizadas por empresas privadas,

conforme as seguintes distribuições de responsabilidades:

26

a) TEJOFRAN – SANEAMENTO E SERVIÇOS

Coleta de lixo domiciliar, transporte até o transbordo e transferência para veículos

transportadores;

Varrição manual, transporte até o transbordo e transferência para veículos

transportadores;

Coleta e transporte até o local do destino final dos resíduos de serviço de saúde;

Serviços especiais de limpeza, transporte até o transbordo e transferência para

veículos transportadores;

Limpeza de locais de feiras livres, transporte até o transbordo e transferência para

veículos transportadores;

Serviços de caráter intermitente ou sazonais, transporte até o transbordo e

transferência para veículos transportadores;

Limpeza, manutenção e conservação do local de transbordo.

b) SILCON AMBIENTAL LTDA.

Incineração ou outro tratamento dos resíduos de serviços de saúde.

c) TECIPAR ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE LTDA.

Transporte de resíduos coletados do local de transbordo até o destino final e

destinação final de resíduos sólidos em aterro sanitário.

d) GOMES LOURENÇO

Serviços de poda, remoção, plantio e replantio de árvores e transporte.

Preocupada com a questão do lixo na cidade, a Prefeitura de Jundiaí, juntamente com

a empresa Ziguia Engenharia Ltda., devidamente contratada em processo licitatório,

produzir os estudos para a elaboração do Plano de Limpeza Urbana e Manejo dos

Resíduos Sólidos para o município. Tal plano contempla, entre outras metas, a

reutilização do lixo para a produção de combustível e adubo orgânico, intensificação

27

da fiscalização, o diagnóstico das áreas degradadas, destinação adequada aos

resíduos gerados, implantar ações de educação ambiental, entre outras.

2.2.5. Saúde

Segundo dados do IBGE, o município conta com 107 estabelecimentos de saúde, dos

quais 44 são estabelecimentos públicos municipais e 63 privados, conforme mostra o

Gráfico 2 abaixo.

Gráfico 2: Distribuição do tipo de atendimento médico hospitalar em Jundiaí, São

Paulo e no Brasil.

Fonte: IBGE Cidades

Conforme dados da Prefeitura de Jundiaí, a cidade conta com três hospitais para o

atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS): São Vicente de Paula, Universitário e

Casa de Saúde Doutor Domingos Anastácio.

Além disso, policlínicas instaladas nos bairros dão suporte para o atendimento de

urgência e emergência. Para o atendimento básico, são 33 Unidades Básicas de

Saúde (UBS) instaladas em pontos estratégicos da cidade, que oferecem serviço nas

áreas de Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia, Clínica Médica e, em algumas delas,

Odontologia (PMJ, 2010).

Conforme dados do Ministério da Saúde, a taxa de mortalidade infantil do município

sofreu redução do ano de 2004 de 12,41 mortes para cada mil nascidos vivos para, no

28

ano de 2008, 11,2. Comparativamente aos municípios de Campinas e São Paulo,

Jundiaí apresenta taxa intermediária, conforme mostra a Tabela 2.

A principal causa de morte entre os anos de 1998 e 2004 foi o infarto agudo do

miocárdio, seguido de doenças cerebrovasculares. A Tabela 3 apresenta taxa de

mortalidade por causas no município de Jundiaí.

Tabela 2 Taxa de Mortalidade Infantil

Taxa de Mortalidade Infantil (< 1 ano) 2004 2005 2006 2007 2008 Média

Jundiaí 12,41 12.6 9,6 11,22 11,2 11.4

Campinas 11.2 12.3 10.7 10.2 8.6 10.6

São Paulo 14.0 12.9 12.9 12.5 12.0 12.9

Fonte: SEADE 2008

Tabela 3: Taxa de Mortalidade por Causas

Causas do Óbito 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Total

AIDS 8,5 11,1 10,8 10,7 10 9,9 9,2 70,2

Neoplasia maligna da mama (/100.000 mulheres)

23,4 18 17 17,4 13,7 21,2 18,6 129,3

Neoplasia maligna do colo do útero (/100.000 mulheres)

2 3,3 4,2 4,8 5,3 1,2 2,9 23,7

Infarto agudo do miocárdio 84,3 78,7 67,4 66,1 56 63,5 64,6 480,6

Doenças cerebrovasculares 71,1 79 58,8 62,7 53,5 55,7 59,6 440,4

Diabetes millitus 22,7 23,3 26 24,5 20,6 14,4 13 144,5

Acidentes de transporte 7,8 7,4 6,8 4,3 8,5 6,6 4,2 45,6

Fonte: DATASUS, 2010.

2.2.1. Economia

O município de Jundiaí ocupa posição de destaque na participação do PIB estadual: 9ª

posição no ranking dos municípios paulistas. Verifica-se que a soma do PIB dos 20

municípios mostrados na Tabela 4 abaixo corresponde a 66,2% do PIB do Estado de

São Paulo, e, ainda, 22,5% do PIB Brasileiro, indicando contribuição econômica

relevante do município, em escala estadual e nacional.

29

Tabela 4: Posição Ocupada pelos 20 maiores Municípios do Estado de São Paulo em PIB a preços correntes.

Municípios do Estado de

SãoPaulo

Posição Ocupada pelos

20 municípios mais ricos

do Estado de São Paulo

Produto Interno Bruto

a preços correntes

(1000 R$)

São Paulo 1º 319.994.633

Guarulhos 2º 27.446.503

Campinas 3º 27.160.084

São Bernardo do Campo 4º 25.533.808

Barueri 5º 25.478.564

Osasco 6º 24.688.012

Santos 7º 19.704.882

São José dos Campos 8º 17.964.667

Jundiaí 9º 13.960.746

Santo André 10º 13.387.244

Ribeirão Preto 11º 12.969.387

Sorocaba 12º 11.992.413

São Caetano do Sul 13º 9.047.607

Diadema 14º 8.652.723

Piracicaba 15º 7.794.667

Taubaté 16º 6.799.738

São José do Rio Preto 17º 6.528.792

Paulínia 18º 6.407.816

Louveira 19º 6.305.662

Cubatão 20º 6.250.274

Fonte: IBGE 2007

Ainda, situa-se em segundo lugar quanto ao Produto Interno Bruto na Região

Administrativa da qual faz parte, ficando apenas depois de Campinas, conforme

Figura 2 mostrada abaixo.

30

Figura 2: Distribuição do PIB segundo municípios da Região Administrativa de Campinas - 2007

Fonte: SEADE; IBGE 2007.

Em relação aos municípios brasileiros, Jundiaí ocupa o 23o lugar no ranking (Tabela

5).

Tabela 5: Posição Ocupada pelos 23 maiores Municípios do Brasil em PIB a preços correntes.

Relativa Acumulada

São Paulo/SP 1º 319.994.633 12,02 12,02

Rio de Janeiro/RJ 2º 139.559.354 5,24 17,27

Brasília/DF 3º 99.945.620 3,76 21,02

Belo Horizonte/MG 4º 38.209.473 1,44 22,46

Curitiba/PR 5º 37.791.140 1,42 23,88

Manaus/AM 6º 34.403.671 1,29 25,17

Porto Alegre/RS 7º 33.434.026 1,26 26,43

Duque de Caxias/RJ 8º 28.143.860 1,06 27,49

Guarulhos/SP 9º 27.446.503 1,03 28,52

Campinas/SP 10º 27.160.084 1,02 29,54

Salvador/BA 11º 26.727.132 1,00 30,54

São Bernardo do Campo/SP 12º 25.533.808 0,96 31,50

Barueri/SP 13º 25.478.564 0,96 32,46

Osasco/SP 14º 24.688.012 0,93 33,39

Fortaleza/CE 15º 24.474.012 0,92 34,31

Betim/MG 16º 21.536.564 0,81 35,11

Campos dos Goytacazes/RJ 17º 20.815.926 0,78 35,90

Recife/PE 18º 20.718.107 0,78 36,68

Santos/SP 19º 19.704.882 0,74 37,42

Vitória/ES 20º 19.028.385 0,71 38,13

São José dos Campos/SP 21º 17.964.667 0,68 38,81

Goiânia/GO 22º 17.867.338 0,67 39,48

Jundiaí/SP 23º 13.960.746 0,52 40,00

Participação percentual (%)Produto Interno Bruto

a preços correntes

(1 000 R$)

Posição ocupada pelos

23 maiores

municípios

Municípios e respectivas

Unidades da Federação

Fonte: IBGE, 2007.

O setor que mais contribuiu para o elevado PIB jundiaiense foi o setor de serviços,

com 55,2% do total do valor agregado do município, seguido pela indústria, 30%, e

agricultura, 0,3%. O PIB per capita de Jundiaí é quase o dobro do Estado de São

31

Paulo e mais de três vezes maior que o do Brasil. A Tabela 6 a seguir mostra a

composição do PIB e da população do Município de Jundiaí, do Estado de São Paulo

e do Brasil.

Tabela 6: Composição do PIB e População de Jundiaí, Estado de São Paulo e Brasil.

Municípios

VA

Agricultura

(%)

VA Indústria

(%)

VA

Comércio e

Serviços (%)

ImpostosPIB (xR$1000

em 2007)População

PIB per capita

(R$ em 2007)

Total Jundiaí 0,3% 30,0% 55,2% 14,5% 13.960.746 342.983 40.704

Total Estado SP 1,7% 24,9% 57,6% 15,8% 902.784.268 39.827.690 22.667

Total Brasil 4,8% 23,9% 57,3% 14,0% 2.661.344.525 188.028.000 14.465

Composição do PIB e População

Fonte: IBGE, 2007.

Conforme pode ser observado na Figura 3, a maior parte dos vínculos empregatícios

está no setor de serviços (41,41%) e na indústria (29,52%), que apresentam

rendimentos médios de R$ 1.352,10 e R$ 2.249,51, respectivamente.

Figura 3: Participação dos Vínculos Empregatícios

Fonte: Seade, 2008.

2.2.2. Indicador Social

O IDH-M de Jundiaí, índice que considera renda, educação e longevidade da

população, é 0,857, o que coloca o município em 14º lugar no ranking dos municípios

brasileiros. A Tabela 7 a seguir, apresenta os 20 municípios brasileiros com maior

IDH.

32

Tabela 7: Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, em ordem decrescente, de 20 municípios brasileiros

Posição

no

Ranking

Município IDHM,

2000

IDHM-

Renda,

2000

IDHM-

Longevidade,

2000

IDHM-

Educação,

2000

1º São Caetano do Sul (SP) 0,919 0,896 0,886 0,975

2º Águas de São Pedro (SP) 0,908 0,918 0,874 0,933

3º Niterói (RJ) 0,886 0,891 0,808 0,96

4º Florianópolis (SC) 0,875 0,867 0,797 0,96

5º Santos (SP) 0,871 0,873 0,788 0,952

6º Bento Gonçalves (RS) 0,87 0,799 0,873 0,938

7º Balneário Camboriú (SC) 0,867 0,859 0,803 0,94

8º Joaçaba (SC) 0,866 0,793 0,856 0,949

9º Porto Alegre (RS) 0,865 0,869 0,775 0,951

10º Fernando de Noronha (PE) 0,862 0,829 0,835 0,923

11º Carlos Barbosa (RS) 0,858 0,791 0,841 0,942

12º Caxias doSul (RS) 0,857 0,807 0,818 0,945

13º Joinville (SC) 0,857 0,776 0,859 0,936

14º Jundiaí (SP) 0,857 0,826 0,816 0,928

15º Vinhedo(SP) 0,857 0,848 0,831 0,893

16º Curitiba (PR) 0,856 0,846 0,776 0,946

17º Selbach (RS) 0,856 0,809 0,838 0,92

18º Vitória (ES) 0,856 0,858 0,762 0,948

19º Blumenau (SC) 0,855 0,797 0,824 0,945

20º Luzerna (SC) 0,855 0,742 0,879 0,943

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil.

2.3. Caracterização Ambiental

O Município de Jundiaí apresenta grande parte de seu território sobre relevo aguçado -

Serra do Japi e mares de morros na região norte - por conta do substrato rochoso

derivar-se predominantemente de migmatitos. No entanto, o núcleo urbano se

estabelece predominantemente na planície fluvial do Rio Jundiaí. O clima tropical de

altitude provoca altos índices pluviométricos no verão, ocasionando áreas de

inundação também pela impermeabilização das várzeas.

As chuvas concentradas no verão fomentam a ocorrência de processos erosivos dos

tipos laminares e lineares, assim como movimentos de massa em grande parte do

município (principalmente em área rural) em decorrência à característica pedológica -

33

associação de Argissolos Vermelho-Amarelo e Cambissolos Háplicos – altamente

suscetível a processos erosivos. As regiões mais vulneráveis a estes processos

localizam-se ao sul e ao norte da mancha urbana, pelo relevo de alta declividade e

ocupação em processo de adensamento.

Localizado na Bacia dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí – PCJ, o município de

Jundiaí apresenta fragilidade quanto aos recursos hídricos em virtude da utilização do

solo por atividades econômicas impactantes e pela própria impermeabilização,

devendo haver, desta forma, a proteção das várzeas e nascentes para a manutenção

da qualidade da água e a incidência de projetos eficazes de macrodrenagem urbana.

Ainda, o município esta localizado em área de grande relevância ambiental, pela

biodiversidade e importância do banco genético. Verifica-se, nos sopés das áreas de

relevo aguçado, vegetação ombrófila densa que se torna mais seca e de menor porte

em altitudes mais elevadas. A fauna da Serra do Japi é muito rica, com muitas

espécies endêmicas e presentes também em áreas da Mata Atlântica da Serra do Mar

e da Serra da Mantiqueira.

Por estas características, foram instauradas na região Áreas de Proteção Ambiental -

APAs com o intuito de promover a correta gestão dos recursos naturais. A Serra do

Japi foi tombada pelo CONDEPHAAT, o que lhe atribui caráter de Unidade de

Conservação de Proteção Integral. A relevância ecológica regional foi legitimada

também pela sua inclusão na área da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica.

2.3.1. Recursos Hídricos

O município de Jundiaí está inserido na Bacia dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí

(Bacia PCJ), cuja porção paulista corresponde à Unidade de Gerenciamento de

Recursos Hídricos 05 (UGRHI 5). Em termos hidrográficos há, no total, sete unidades

hidrográficas principais, pois a Bacia do rio Piracicaba encontra-se subdividida em

cinco sub-bacias, quais sejam: Piracicaba, Corumbataí, Jaguari, Atibaia e

Camanducaia, além do Capivari e Jundiaí. O município de Jundiaí está inserido na

Bacia do rio Jundiaí e os rios Jundiaí-Mirim, Guapeva e Jundiaí são os principais rios

que cortam pelo município.

O rio Jundiaí nasce na Serra da Pedra Vermelha, em Mairiporã, percorrendo seis

cidades: Campo Limpo Paulista, Várzea Paulista, Jundiaí, Itupeva, Indaiatuba e Salto.

No município de Salto, deságua na margem direita do Tietê. No trecho que vai de

Campo Limpo à Itupeva, apresenta pequena profundidade e grande velocidade, o que

34

promove uma aeração do rio bastante elevada e dificulta a sedimentação. Essa

condição é particularmente importante para qualidade da água no município, que

apresenta somente um trecho de anaerobiose, apesar de o teor de OD diminuir

sensivelmente à jusante da cidade de Jundiaí quando comparado com Campo Limpo

Paulista.

Com exceção do município de Campo Limpo Paulista, situado próximo à cabeceira do

rio Jundiaí, os demais não têm condições de se servirem desse curso d' água para o

abastecimento, em virtude da elevada carga poluidora. O trecho de pior qualidade da

água do rio Jundiaí localiza-se próximo à foz, no município de Salto. De maneira geral,

a qualidade da água piora de montante para jusante.

O rio Jundiaí-Mirim é afluente da margem direita do rio Jundiaí e possui dois

reservatórios utilizados para abastecimento público do município sob responsabilidade

do DAE (Departamento de Água e Esgoto). As primeiras instalações de captação de

água do rio Jundiaí-Mirim foram executadas no ano de 1950. A partir da década de 60,

com o crescimento da população e o início do processo de industrialização acentuada

no município, as vazões do rio Jundiaí-Mirim tornaram-se insuficientes, obrigando a

administração municipal a buscar outros mananciais. Desde então, as águas do rio

Atibaia, captadas no município de Itatiba, tem reforçado as vazões do rio Jundiaí-

Mirim, sobretudo nos períodos de estiagem.

O rio Guapeva também é um importante afluente do rio Jundiaí, que encontra-se

quase que inteiramente em área urbana, apresentando níveis elevados de poluição.

Os pontos de monitoramento de água da CETESB na Bacia do rio Jundiaí apresentam

IAP (Índice de qualidade de água bruta para fins de abastecimento público) e IVA

(Índice de qualidade de água para proteção da vida aquática) qualificados como ruim e

péssimo, respectivamente. Grande carga poluidora nessa bacia é de origem industrial

proveniente do município de Salto, responsável por 99% dos lançamentos.

A carga orgânica anual de efluentes sanitários do município de Jundiaí, em 2007, foi

de 450.045 Kg DBO, apresentando uma redução considerável em relação ao ano de

2005, que despejou 6.480.575 DBO/ano (CETESB, Relatório Situação Bacias PCJ

2004-2006 e Plano de Bacias PCJ 2004-2007).

O município apresenta a menor carga orgânica doméstica remanescente per capita,

com valores próximos a 4,8 g DBO/dia.habitante, resultado de 96% de coleta de

35

esgoto, tratamento de 100% dos esgotos coletados, com uma eficiência de 95% na

remoção de cargas orgânicas geradas (Plano de Bacias 2008-2011). Contudo, Jundiaí

apresenta uma das maiores quantidades de pontos de lançamento de efluentes na

Bacia, totalizando 110 pontos, ficando atrás apenas dos municípios de Campinas,

Americana, Atibaia e Bragança Paulista, conforme pode ser observado na Tabela 8

abaixo (Relatório de Situação 2007).

Tabela 8: Os 10 municípios da Bacia do PCJ com maior quantidade de pontos de lançamentos de efluentes.

Município Quantidade de pontos de lançamentos de efluentes (fev/2008)

Campinas 253

Americana 122

Atibaia 115

Bragança Paulista 112

Jundiaí 110

Piracicaba 106

Indaiatuba 105

Valinhos 99

Amparo 92

Limeira 87 Fonte: DAEE.

Com relação à carga orgânica proveniente de atividade industrial, segundo

informações sintetizadas no Plano de Bacias (2008-2011), o município de Jundiaí é

responsável por 4 Kg.DBO/dia de carga orgânica industrial remanescente para a sub-

bacia do rio Jundiaí – a menor dentre os municípios da região. O município de Salto, a

jusante de Jundiaí, é responsável por 29.520 Kg.DBO/dia, o que, conforme já citado,

representa 99% dos lançamentos. Ainda assim, deve-se destacar que a maior ameaça

à qualidade dos recursos hídricos a jusante do município de Jundiaí são as captações

industriais, que cada vez mais utilizam circuito fechado, o que faz com que a água

captada não retorne ao rio, diminuindo sua vazão.

2.3.1.1. Gestão das Águas no PCJ

Estrutura Organizacional

O Presente tópico abordará a estrutura organizacional para a gestão dos recursos

hídricos da bacia do PCJ, na qual se insere o município de Jundiaí, de forma a

apresentar as normas e ferramentas para o desenvolvimento desta atividade.

36

A Política Nacional de Recursos Hídricos foi instituída pela Lei no 9.433/97, que

também criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos

(SINGREH). O SINGREH é composto pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos;

pela Agência Nacional de Águas; pelos Conselhos de Recursos Hídricos dos Estados

e do Distrito Federal; pelos Comitês de Bacia Hidrográfica; pelos órgãos dos poderes

públicos federal, estaduais, do Distrito Federal e municipais cujas competências se

relacionem com a gestão de recursos hídricos; e pelas Agências de Água.

O CNRH é composto por representantes de Ministérios e Secretarias da Presidência

da República com atuação no gerenciamento ou no uso de recursos hídricos;

representantes indicados pelos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos;

representantes dos usuários dos recursos hídricos e representantes das organizações

civis de recursos hídricos. O número de representantes do poder executivo federal não

poderá exceder à metade mais um do total dos membros do CNRH.

A Agência Nacional de Águas (ANA), criada pela Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000,

é uma autarquia sob regime especial com autonomia administrativa e financeira,

vinculada ao Ministério do Meio Ambiente. É responsável pela implementação da

Política Nacional de Recursos Hídricos, além de responsável pela implementação da

Lei das Águas, de 1997, que disciplina o uso dos recursos hídricos no Brasil.

O Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CRH), de nível central, e os Comitês de

Bacias Hidrográficas, com atuação em unidades hidrográficas estabelecidas pelo

Plano Estadual de Recursos Hídricos, são órgãos colegiados, consultivos e

deliberativos, de nível estratégico.

O Comitê de Bacias PCJ foi criado em março de 2003, conforme exigência legal, após

aprovação junto ao CNRH no âmbito da União, envolvendo 60 municípios paulistas e

quatro mineiros, considerando apenas aqueles cuja sede pertence à mesma região

hidrográfica.

As competências da Agência de Água no PCJ foram delegadas ao Consórcio

Intermunicipal das Bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí pela ANA, no dia 06

de dezembro de 2005, por indicação dos Comitês PCJ. As principais competências da

Agência de Água, previstas na Lei das Águas, são:

Manter balanço hídrico da bacia atualizado;

37

Manter o cadastro de usuários e efetuar, mediante delegação do outorgante, a

cobrança pelo uso de recursos hídricos;

Analisar e emitir pareceres sobre os projetos e as obras a serem financiados

com recursos gerados pela cobrança pelo uso dos recursos hídricos e

encaminhá-los à instituição financeira responsável pela administração desses

recursos;

Acompanhar a administração financeira dos recursos arrecadados com a

cobrança pelo uso dos recursos hídricos em sua área de atuação;

Gerir o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos em sua área de

atuação;

Celebrar convênios e contratar financiamentos e serviços para a execução de

suas competências;

Promover os estudos necessários para a gestão de recursos hídricos em sua

área de atuação;

Elaborar o Plano de Recursos Hídricos para apreciação do respectivo Comitê

de Bacia Hidrográfica;

Propor ao respectivo Comitê de Bacia Hidrográfica o enquadramento dos

corpos de água nas classes de uso, os valores a serem cobrados pelo uso dos

recursos hídricos, o plano de aplicação de recursos e o rateio de custos das

obras de uso múltiplo.

Instrumentos de Gestão

Quanto aos instrumentos de gestão do PCJ, previstos na Lei no 9.433/97, existem:

Planos de Recursos Hídricos e Plano de Bacias;

Outorga do direito de uso dos recursos hídricos;

Enquadramento dos corpos d'água;

Cobrança pelo uso da água;

Sistema de Informações.

Atualmente a Bacia PCJ conta com o Plano Diretor de Recursos Hídricos das Bacias

PJ (Piracicaba - Jaguari) 2008 e 2009 e com o Plano de Bacias para o Quadriênio

2008-2011.

Quanto à outorga e cadastro de usuários, os órgãos com atribuição de outorgar o

direito de uso de recursos hídricos em águas de domínio dos estados que partilham o

território nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí são, respectivamente, o

38

Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), no Estado de São Paulo, e o

Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), em Minas Gerais.

O Plano de Bacias com horizonte de planejamento 2020 do PCJ encontra-se em

elaboração e conterá uma proposta para atualização do enquadramento dos corpos

d’água na região.

A cobrança pelo uso da água na Bacia do PCJ está implementada desde 2006. O

objetivo deste instrumento é estimular o uso racional da água e gerar recursos

financeiros para investimentos na recuperação e preservação dos mananciais da

região.

Os sistemas de Informações disponíveis para a área das bacias PCJ são Sistema de

Monitoramento em tempo real de dados de chuva e vazão (DAEE), Sistema de

Monitoramento do Sistema Cantareira (SABESP) e Sistema de Suporte à Decisão das

Bacias PCJ.

2.3.1.2. Áreas Inundáveis

A área urbana do município foi consolidada predominantemente em área de planície

fluvial em virtude das facilidades para a construção civil geradas pelo relevo aplainado.

Com o aumento de densidade do núcleo urbano sem o respaldo de estudos de

planejamento, principalmente os hidrológicos, que avaliam também a capacidade de

vazão dos corpos hídricos, foram instauradas áreas inundáveis no município, gerando

riscos à população.

A grande problemática regional é a proximidade com o rio Jundiaí e seus tributários,

que em períodos de chuvas intensas, tem suas várzeas extrapoladas para áreas já

edificadas, com acumulo de lixo, muitas vezes provocando danos aos sistemas

públicos de saneamento ambiental. Hoje, parte dos córregos do município encontram-

se canalizados, existindo demanda da execução de novas canalizações para que

possa ser reduzida a magnitude das enchentes no município. As obras de drenagem

pluvial somadas às ações de limpeza urbana e ao serviço de coleta adequada do lixo

domiciliar contribuirão sobremaneira para prevenir enchentes e reduzir os índices de

poluição hídrica.

O bairro do Pinheirinho, por onde perpassa o rio Jundiaí Mirim (tributário do rio

Jundiaí), apresenta a maior densidade de áreas inundáveis do município. É prevista

pelo Programa a execução de obras de canalização no rio Jundiaí no trecho em que

39

este recebe contribuição do rio Jundiaí Mirim (Bairro de Hortolândia, Distrito Industrial

etc..), com o intuito do aumento da vazão nesta área (jusante), e, desta forma,

amenização das enchentes no bairro do Pinheirinho (montante).

Verifica-se também outras áreas suscetíveis a inundações distribuídas pelo município,

estas, por sua vez, de menor tamanho, e localizadas em áreas de pouco adensamento

populacional.

A Figura 4 a seguir mostra mapa de localização das áreas inundáveis do Município de

Jundiaí.

40

Figura 4: Áreas Inundáveis do Município de Jundiaí

2.3.2. Clima

Regionalmente, o clima de Jundiaí, segundo a classificação climática de Koeppen, é

do tipo Cwa, tipo predominante no Estado, caracterizado pelo clima tropical de altitude,

com chuvas no verão e seca no inverno, com temperatura média do mês mais quente

superior a 22°C. A temperatura média anual é de 20,9°C e a precipitação média anual

é de 1.385,2 mm (1941 a 1995 – Estação Experimental Jundiaí/IAC). Verifica-se no

41

município umidade relativa do ar média de 70%, insolação média anual de 2.480 horas

e o predomínio de ventos de sudeste.

Localmente, as características climáticas da Região são bastante influenciadas pela

Serra do Japi, que representa uma barreira aos ventos que saem do mar rumo ao

planalto paulista, produzindo, assim, uma significativa diferença entre os índices de

precipitação em suas faces sul e nordeste. O índice de pluviosidade médio é 1.900

mm na face sul e 1.385,2 mm na face nordeste, contígua a ocupação urbana do

município.

Nas áreas de relevo serrano, com altitudes que variam entre 700 m e 1.300 m,

ocorrem temperaturas médias anuais entre 15,7°C e 19,2°C, respectivamente, nas

partes mais altas e mais baixas. O mês mais frio é julho, com médias entre 11,8°C e

15,3°C.

A Tabela 9 a seguir apresenta médias mensais e anuais de temperatura do ar e

pluviosidade no Município de Jundiaí.

Tabela 9: Informações Climáticas do Município de Jundiaí.

TEMPERATURA DO AR (C) CHUVA (mm)

Mês mínima média máxima média média

JAN 19.0 29.0 24.0 222.6

FEV 18.3 29.2 23.8 178.5

MAR 18.0 29.0 24.0 143.2

ABR 14.8 27.0 20.9 63.9

MAI 12.0 25.0 18.5 70.8

JUN 10.5 23.8 17.1 48.5

JUL 9.9 23.9 16.9 39.3

AGO 11.2 25.9 18.6 37.7

SET 13.2 26.9 20.0 67.2

OUT 14.9 27.5 21.2 123.2

NOV 15.9 28.2 22.1 142.1

DEZ 18.0 29.0 24.0 213.5

Ano 14.6 27.0 20.9 1350.5

Min 9.9 23.8 16.9 37.7

Max 19.0 29.2 24.0 222.6 Fonte: UNICAMP 2010

2.3.3. Uso do solo

Segundo a Prefeitura Municipal de Jundiaí, o município apresenta área total de 432

km², compreendendo 112 km² de área urbana e 320 km² de área rural, sendo a última

composta por 228,6 km² área de cultivo e 91,4 km² da área tombada da Serra do Japi.

42

A partir de imagem de satélite Landsat 5/TM de 18/08/2008 (órbita/ponto: 219/076)

elaborou-se mapeamento de uso do solo onde foram discriminadas as quatro grandes

classes existentes no município: Vegetação; Campo Antrópico; Área Construída e

Água. As Figuras 5 e 6 mostram, respectivamente, a imagem Landsat utilizada como

base e o Mapeamento Temático efetuado.

Figura 5: Imagem Landsat 2008 de Jundiaí.

43

Figura 6: Mapeamento de Uso e Cobertura do Solo do Município de Jundiaí.

A classe Vegetação, onde estão incluídas as áreas ocupadas por vegetação arbórea,

é predominante no município. Distribui-se no grande maciço referente a Serra do Japi

e em manchas isoladas por todo o território.

As áreas construídas abrangem grande parcela do eixo central do município,

ocorrendo de forma esparsa a nordeste e noroeste. É praticamente inexistente na

região sul, onde prevalecem as diretrizes de preservação ambiental.

A classe Campo Antrópico, que contempla a agricultura e a vegetação herbáceo-

arbustiva entre outras tipologias, distribui-se por todo o município. Verifica-se que

efetua pressão sobre os remanescentes florestais principalmente na região sudeste,

onde podem ser evidenciados vetores de supressão.

A Tabela 10, a seguir, apresenta os valores de áreas de cada tipologia supracitada,

adquiridos através da elaboração do mapa de uso do solo do município de Jundiaí.

44

Tabela 10: Valor de área dos tipos de Uso e Ocupação do Solo no município de Jundiaí.

Tipologia de Uso e Ocupação do Solo ha

Vegetação 18.639,54

Água 130,68

Campo Antrópico 15.699,33

Área Construída 8.841,60

2.3.4. Qualidade do Ar

Os dados de qualidade do ar aqui apresentados são baseados nos dados de uma

estação móvel de monitoramento da qualidade do ar da CETESB, que ficou instalada

e operando de julho de 2006 a julho de 2007 na Rua João Ferrara, 555, Jardim das

Pitangueiras II, que fica de 3 a 4 km na direção sul-sudeste em relação ao centro da

cidade e a cerca de 500 m do Hospital Pitangueiras. Neste monitoramento foram feitas

medidas dos seguintes poluentes: partículas inaláveis, monóxido de carbono, óxido de

nitrogênio, ozônio, além dos parâmetros meteorológicos: direção e velocidade de

ventos, temperatura e umidade, os quais exercem influência sobre a concentração dos

poluentes.

É importante destacar que os padrões de qualidade do ar estão definidos pelo Decreto

Estadual nº 8468/76 e da Resolução CONAMA nº 03, de 28/06/90. Para cada

contaminante, legalmente, um limite máximo para a concentração, de modo que seja

garantida a proteção da saúde e do bem-estar da população.

A Tabela 11 apresenta o número de dias monitorados para cada poluente e a

frequência dos índices de qualidade do ar observados no período.

Tabela 11: Distribuição do índice diário de qualidade do ar no período de julho de 2006 a julho de 2007.

Por meio da análise da Tabela 11 acima, observamos que os níveis de MP10, CO e

NO2 não ultrapassaram o limite no período analisado. O O3 ultrapassou o limite de

qualidade do ar horário em 11 dias, sendo que em três desses dias foi superado o

nível de atenção (200 µg/m3³). Nos dias em que a concentração de O3 ultrapassou os

limites estipulados, observa-se que sua concentração tende a aumentar

45

continuamente até as 17 horas, quando então diminui rapidamente num período de 3

horas. Na maioria dos dias de episódios, como o vento predominante foi proveniente

do quadrante E-S, a massa de ar com os precursores e até mesmo o ozônio formado

na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) podem ter sido transportados para

Jundiaí, fazendo com que as concentrações de O3 aumentassem.

2.3.5. Relevo

O município de Jundiaí encontra-se na unidade morfoescultural do Planalto Atlântico,

no Planalto de Jundiaí e Serranias de São Roque, caracterizadas predominantemente

por relevos de morros de morrotes.

Conforme dados do Mapa Geomorfológico do Estado de São Paulo (IPT, 1981),

verifica-se que nas áreas influenciadas por corpos hídricos de grande ordem ocorrem

as planícies aluviais formadas a partir do processo de deposição de sedimentos.

Nestas áreas, onde predominam baixas declividades, a formação do relevo está

associada ao processo de agradação. Distribuem-se ao longo das várzeas dos rios

Jundiaí, Capivari e outros corpos hídricos de menor ordem.

A região noroeste do município apresenta relevo de Morrotes Alongados e Espigões,

onde predominam declividades médias a altas, acima de 15%, e amplitudes locais

inferiores a 100m. Nesta área ocorrem interflúvios sem orientação preferencial, com

topos angulosos, vertentes ravinadas de perfis retilíneos e drenagem de média alta

densidade perpassando vales fechados.

Já a região Sul, onde se estabelece a Serra do Japi, apresenta relevo montanhoso de

serras alongadas, onde predominam declividades médias a altas, acima de 15%, e

amplitudes locais acima de 300 m. A drenagem nesta região é de alta densidade,

distribuída em padrão paralelo, entrecortando vales fechados. Verificam-se topos

angulosos e vertentes ravinadas de perfis retilíneos, por vezes, abruptas.

A região nordeste de Jundiaí apresenta relevo de Mar de Morros, onde a forma das

feições lembra a “meia laranja”. Nesta, podem ser vistos topos arredondados e

vertentes com perfis convexos a retilíneos. A drenagem apresenta-se em alta

densidade, entrecortando vales abertos a fechados, dando origem a planícies

aluvionares interiores. Predominam declividades médias a altas, acima de 15% e

amplitudes locais de 100 a 300 m.

46

O sudeste do município é caracterizado por relevo de morros com serras restritas,

onde ocorrem topos arredondados, vertentes com perfis retilíneos. A drenagem se

distribui em alta densidade por vales fechados, desenvolvendo planícies aluvionares

interiores restritas.

As Figuras 7 e 8 a seguir, com o intuito de complementar as informações acima

citadas, mostram os mapas Hipsométrico e de Declividade.

47

Figura 7: Mapa Hipsométrico do Município de Jundiaí

48

Figura 8: Mapa de Declividade do Município de Jundiaí

49

2.3.6. Substrato Rochoso

Conforme informações consultadas no Mapa Geológico do Estado de São Paulo (IPT,

1981), o município de Jundiaí se estabelece predominantemente sobre formação

cristalina referente a depósitos do Complexo Amparo, da era proterozóica inferior, com

composição litológica de biotita, gnaisses, gnaisses migmatizados e migmatitos de

estruturas diversas. Esta feição compreende a Unidade Paragnaissica Migmatitica

Superior Varginha-Guaxupé.

Ocorrem, subordinadamente, depósitos aluvionares recentes, associados às

dinâmicas fluviais, apresentando areias finas, grossas, sedimentos silto-argilosos, etc.

Também de formação quaternária, são verificadas coberturas cenozóicas

indiferenciadas, cuja composição litológica deriva de sedimentos pouco consolidados

incluindo argilas, siltes e arenitos finos argilosos com raros e pequenos níveis de

cascalhos.

A Figura 9 a seguir mostra as Unidades Geológicas do Município de Jundiaí. A Tabela

12 apresenta as principais litologias, e seus respectivos períodos de tempo.

50

Figura 9: Mapa Geológico do Município de Jundiaí.

Fonte: IPT 1981

51

Tabela 12: Síntese das principais litologias, e seus respectivos períodos de tempo geológico, das unidades geológicas do Município de Jundiaí.

EON ERA PERÍODO

GRUPO/COMPLEXO/ FORMAÇÃO

SIMB. LITOLOGIA

FA

NE

RO

ICO

CE

NO

ICO

QU

AT

ER

RIO

Depósitos Aluvionares recentes

Qa

Areias finas a grossas e sedimentos siltoargilosos encontrados nas planícies dos principais rios (coberturas oluvionares e aluvionares recentes de encostas e associados às calhas atuais).

Coberturas Cenozóicas Indiferenciadas Correlatas a Formação São Paulo

TQis

Sedimentos pouco consolidados incluindo argilas, siltes e arenitos finos argilosos com raros e pequenos níveis de cascalhos.

Pa

leozó

ica

Pe

rmia

no

/

Ca

rbo

níf

ero

Grupo Tubarão

Formação Itararé

Cpi

Arenitos de granulação variada, imaturos, passando a arcósios, conglomerados, diamictitos, tilitos, siltitos folhelhos ritmitos, raras camadas de carvão.

PR

OT

ER

OZ

ÓIC

O

PR

OT

ER

OZ

ÓIC

O I

NF

ER

IOR

Grupo São Roque PSsF

Filitos, quartzo filitos e filitos grafitosos em sucessões rítmicas

Complexo Amparo Plax PlaGM PlaQ

Biotita gnaisses, gnaisses migmatizados, migmatitos de estruturas diversas. Charnockitos e enderbitos em corpos individualizados Migmatitos bandados, granulitos diversos migmatizados Quartzitos feldspáticos, micáceos com intercalações de xistos

52

2.4. FAUNA, FLORA E ÁREAS PROTEGIDAS

Segundo dados consultados no Plano de bacias 2008-2011 das bacias PCJ, o relevo

montanhoso da Serra do Japi produz gradientes de altitude e de clima responsáveis

pela biodiversidade e importância do banco genético. Em locais baixos, no sopé da

serra, a formação é típica de floresta ombrófila densa, com fisionomia semelhante à

encontrada na Mata Atlântica da Serra do Mar, mas com deciduidade característica de

planalto, com árvores que atingem até 30 metros de altura. Nos locais mais elevados,

a floresta é mais baixa, com aspecto de seca, com árvores adensadas e altura média

de 7 metros. As samambaias são freqüentes.

Nas áreas associadas a solos rasos e pedregosos, ou, ainda, associadas à lageados

rochosos, ocorre vegetação com características xeromórficas, com cactos e bromélias

e eventual presença de arbustos e árvores de pequeno porte com troncos finos e

retorcidos. Os cursos d’água são acompanhados de matas ciliares.

A Fauna da Serra do Japi é muito rica, com muitas espécies endêmicas e presentes

também em áreas da Mata Atlântica da Serra do Mar e da Serra da Mantiqueira.

Foram cadastradas na região 800 espécies de borboletas, sendo nove ameaçadas de

extinção. Entre os anuros destacam-se a rãzinha-do-capim, o sapo, a rã-de-vidro e a

perereca verde. São 13 as espécies de serpentes como a cobra-cipó e a jararaca.

Também foram identificadas na Serra 5 espécies de lagartos e 1 de anfisbena (cobra-

cega). A avifauna é constituída por pelo menos 206 espécies, sobressaindo-se entre

elas a jacupemba, o jacuguaçu, a pomba-amargosa, o inhambu-guaçu, o

inhambuchitão, a mãe-da-lua, o corujão-mateiro e o gavião-macaco. Foram detectadas

31 espécies de mamíferos como o gambá, o tatu-galinha, o morcego-frugífero, o sagüi,

o bugio, o quati, o furão, a onça-parda, o cateto, o esquilo, o ouriço-cacheiro, a

capivara, a jaguatirica, o veado-campeiro e a cutia.

Essa fauna não é encontrada na zona urbana do município, isto é, na Zona de

influência direta do estudo. Contudo, a área do bairro Currupira possui cobertura

vegetal de tipo secundário com espécies pioneiras, secundárias iniciais e secundárias

tardias. O dossel fechado também é um bom indicador do estado avançado de

recuperação florestal da área.

Por outro lado, esse fragmento está isolado e não apresenta conectividade de

espécies de fauna. Não existem espécies sob risco ou ameaçadas de extinção na

área.

53

2.4.1. Áreas de Proteção Ambiental

São consideradas áreas protegidas as áreas dedicadas à proteção e manutenção da

biodiversidade e de seus recursos naturais e culturais, regidas por legislação

específica ou outros meios específicos. No município de Jundiaí existem diversas

categorias de áreas protegidas, instituídas por diversos instrumentos legais.

Os dispositivos legais listados abaixo estão relacionados às áreas legalmente

protegidas no município:

Resolução nº 11, de 08 de março de 1983: Tombamento de áreas da Serra do

Japi pelo CONDEPHAAT - Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico,

Artístico, Arquitetônico e Turístico;

Lei Estadual nº 4.095, de junho de 1984: cria a APA - Área de Proteção

Ambiental a região urbana e rural do Município de Jundiaí;

Lei Municipal nº 3.672/91: Institui a Reserva Biológica do Município;

Decreto Municipal nº 13.196/92: Regulamenta a área da Reserva Biológica do

Município, com 20,712 km², situada no interior das áreas tombadas;

Declaração da UNESCO, em 1994, instaurando a Reserva da Biosfera da Mata

Atlântica do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo;

Decreto Estadual nº 43.284/98, de 03 de julho de 1998: Regulamenta as leis nº

4.023, de 22 de maio de 1984 e nº 4.095, de 12 de junho de 1984, que

declaram áreas de proteção ambiental as regiões urbanas e rurais dos

municípios de Cabreúva e Jundiaí;

Instituição, em 2001, do Programa de Visitação Monitorada a Serra do Japi, Lei

Complementar nº 417, de 29 de dezembro de 2004: Cria o Sistema de Gestão

das Áreas da Serra do Japi e revoga dispositivos do Plano Diretor;

Código Florestal (Lei Federal nº. 4771/65), segundo o qual são consideradas

áreas de preservação permanente as faixas marginais aos cursos d’ água,

topos de morros e encostas com declividade superior a 45º;

Resolução CONAMA 303/2002, que dispõe sobre parâmetros, definições e

limites de Áreas de Preservação Permanente.

O Município está totalmente inserido em Área de Proteção Ambiental – APA -

formando um contínuo de áreas protegidas, junto com as APAs de Cabreúva e

Cajamar. A APA de Jundiaí foi instaurada com base na Lei Federal nº 6.902, de 27 de

abril de 1981, que estabelece em seu art. 8º: "Havendo relevante interesse público, os

poderes executivos Federal, Estadual ou Municipal poderão declarar determinadas

54

áreas dos seus territórios de interesse para a proteção ambiental, a fim de assegurar o

bem-estar das populações humanas, a proteção, a recuperação e a conservação dos

recursos naturais". A Lei Estadual nº 4.095/84, cujo decreto de regulamentação foi

aprovado em 1999, tornou, efetivamente, as áreas urbanas e rurais de Jundiaí em

APA (Figura 11).

As diretrizes de urbanização dos municípios brasileiros preveem a expansão de

loteamentos para as áreas rurais vizinhas das zonas urbanas municipais. Este padrão

implica na expansão da impermeabilização dos solos e consequente aumento das

vazões instantâneas em suas bacias hidrográficas. Os Planos Diretores Municipais

não contemplam diretrizes de priorização da verticalização e redução da aceleração

da impermeabilização dos solos.

Por outro lado, no que diz respeito ao aumento do controle de escoamento instantâneo

de águas pluviais no município, devem ser tomadas ações para aumentar a

quantidade de áreas permeáveis nos centros urbanos, permitindo o aumento da

percolação de água para uma consequente diminuição do escoamento superficial e

incidência de enchentes. Estas ações podem ser caracterizadas pelo aumento de

áreas verdes, como parques, jardins públicos e particulares, entre outros.

As Áreas de Preservação Permanente – APPs além de serem importantes para a

contenção dos processos erosivos, manutenção da diversidade florestal e da

permeabilidade dos solos são também relevantes para garantir a contenção mínima de

vazões excedentes dos corpos hídricos. As diretrizes de urbanização podem, no

futuro, considerar a recuperação das APPs atualmente ocupadas.

55

Figura 10: APAs do município de Jundiaí e entorno

De acordo com a Lei Federal nº 9.985, de 18 de julho de 2000, que instituiu o Sistema

Nacional de Unidades de Conservação, a APA é classificada na categoria de uso

sustentável dos recursos naturais, assim como as Florestas Nacionais, Reservas

Extrativistas e as Reservas de Fauna, onde são permitidas a ocupação e exploração

56

dos recursos naturais, conforme normas específicas que assegurem a proteção da

unidade.

A Resolução do CONDEPHAAT- Conselho de Defesa do Patrimônio - Histórico,

Artístico, Arquitetônico - nº 11, de 08 de março de 1983 instituiu o Tombamento de

áreas da Serra do Japi. A serra constitui um importante componente geográfico que

abriga fauna e flora diversa, além de exercer grande influência no clima da região.

Outra questão que destaca a importância da Serra do Japi está no fato de que ela

abriga centenas de nascentes. Na Serra do Japi predominam os principais

remanescentes da Mata Atlântica da Bacia, constituindo área de interface entre duas

fisionomias de vegetação distintas: a Mata Atlântica e as Florestas Estacionais

Semidecíduas de planalto.

Ainda, por meio do Programa "O Homem e a Biosfera" (The Man And the Biosphere -

MaB) criado na década de 70 pela UNESCO, Organização das Nações Unidas para

Educação, Ciência e Cultura, a Serra do Japi foi incluída em perímetro da Reserva da

Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo, dada sua relevância

ecossistêmica. A Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo,

parte integrante da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, foi criada pela UNESCO no

dia 9 de Junho de 1994.

As Reservas da Biosfera objetivam uma correta gestão de seus ambientes naturais e

modificados e a busca do desenvolvimento sustentável, através da pesquisa científica,

da conservação da biodiversidade, da promoção social e da integração dos diversos

agentes atuando em seu espaço. Compreendem áreas de ambientes marinhos ou

terrestres, representativos, reconhecidos internacionalmente pelo seu valor para a

conservação ambiental e para o provimento do conhecimento científico, da experiência

e dos valores humanos com vistas à promoção do desenvolvimento sustentável.

Segundo os preceitos do Programa – MaB, o zoneamento das Reservas da Biosfera

apresenta três categorias de zonas para o planejamento da ocupação e uso do solo e

recursos ambientais, a saber: Zona Núcleo, que representam áreas significativas com

ecossistemas de extrema relevância; Zona Tampão, área lindeira à primeira, que

apresenta forte relevância ambiental, e Zona de Transição, onde o uso do solo pode

ser mais intensivo, se associado à práticas voltadas para o desenvolvimento

sustentável.

57

A Área Tombada da Serra do Japi está inserida em Zona Tampão, onde todas as

atividades desenvolvidas, econômicas ou de qualquer outra natureza, devem se

adequar às características de cada Zona Núcleo de forma a garantir uma total

preservação dos ecossistemas envolvidos.

A Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo é atualmente

coordenada pelo Instituto Florestal (IF) da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de

São Paulo.

Dentre as diretrizes do Programa MaB da UNESCO para a Gestão de Reservas da

Biosfera, a nomeação de um Conselho de Gestão e a formulação de um Plano de

Gestão são recomendações prioritárias. Em conformidade com tais diretrizes, o IF

iniciou um processo de envolvimento dos diferentes atores do Governo e da

Sociedade Civil com vistas à construção de um processo de gestão integrada,

democrática e participativa. Esta proposta de Gestão encontra-se em fase de

avaliação pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente - SMA.

Salienta-se que as ações de planejamento e requalificação urbana inseridas no

perímetro das Reservas da Biosfera estão em consonância às diretrizes de uso e

ocupação do solo estipuladas por meio do zoneamento supracitado.

2.4.2. Áreas de Preservação Permanente de Corpos Hídricos.

Com relação às Áreas de Preservação Permanente – APPs – de corpos hídricos

inseridos em área urbana do município, verificou-se que cerca de 46% estão cobertas

por vegetação, 33% estão ocupadas por campo antrópico e 21% estão

impermeabilizadas. Tal cálculo foi subsidiado por análise espacial em ambiente SIG,

onde as APPs foram distribuídas de acordo com as normas estabelecidas pela

Resolução CONAMA 303/2002, sendo posteriormente efetuado o cruzamento com as

informações vetoriais de uso e ocupação do solo do município.

Constata-se que as várzeas inseridas na Serra do Japi já estão protegidas por

ferramenta legal, devendo o Estado e o Município de Jundiaí efetuar a fiscalização do

cumprimento das diretrizes de uso e ocupação do solo.

Já nas várzeas cuja vegetação natural foi suprimida, na área rural, apresentando

atualmente cobertura de pastagem ou vegetação herbáceo-arbustiva (campo

antrópico), é necessário o desenvolvimento de ações de recomposição florestal e

proteção das nascentes, com o intuito da manutenção da qualidade das águas e da

58

contenção de processos erosivos. O Governo do Estado de São Paulo, por meio da

Secretaria do Meio Ambiente, estabeleceu a Resolução SMA 61/2010, que define as

diretrizes para a execução do Projeto Mina D’água - Projeto de Pagamento por

Serviços Ambientais, na modalidade proteção de nascentes, no âmbito do Programa

de Remanescentes Florestais. A preservação das nascentes ocupadas por campo

antrópico no município de Jundiaí pode ser fomentada por meio de pagamento por

serviços ambientais.

Já as APPs inseridas em área urbana devem ser alvo de projetos de recomposição

paisagística e florestal, com o intuito da manutenção de áreas permeáveis, criação de

áreas de convívio social e amenização do aquecimento gerado pela estrutura urbana.

59

3 DETALHAMENTO DO PROGRAMA

3.1. COMPONENTE TRANSPORTE E MOBILIDADE

O componente transporte e mobilidade é composto por 5 obras, sendo elas:

Intervenção urbanística e duplicação da Rua José do Patrocínio;

Realinhamento, construção e desmobilização de tabuleiros de acesso sobre o

rio Jundiaí, na Avenida Antônio Frederico Ozanan;

Acesso ao Bairro Currupira;

Duplicação da Avenida Antônio Pincinato; e,

Pavimentação das alças de acesso ao Trevo de Itu na Rodovia Anhanguera.

3.1.1. Intervenção urbanística e duplicação da Avenida José do Patrocínio

A intervenção incorpora a duplicação da Rua José do Patrocínio, intervenções

urbanísticas na Avenida Odil Campos Sales, remodelagem do tabuleiro e interseção

sobre o rio Guapeva entre a Avenida Odil Campos Sales, Rua José do Patrocínio, Rua

Senador Fonseca (Figura 12).

Essas alterações, associadas à edificação de anfiteatro e paisagismo propostos, serão

de grande importância para a fluidez do tráfego na região, principalmente para a

Avenida Vigário João José Rodrigues, Av. Paula Penteado, Avenida Odil Campos

Sales, Rua Senador Fonseca, podendo até causar alterações no tráfego da Rua

Messina mais a sudoeste.

Esta obra é complementada pela obra seguinte, conectando o fluxo de veículos do sul

da cidade com o lado norte e leste pelas Avenida Antônio Frederico Ozanan e Avenida

dos Imigrantes Italianos.

Está prevista a desapropriação das casas e parte de terrenos nos quarteirões da

Avenida José do Patrocínio a serem duplicados.

60

Figura 12: Sobreposição do projeto de intervenção urbanística e duplicação da Avenida José do Patrocínio sobre foto aérea.

3.1.2. Realinhamento, construção e desmobilização de tabuleiros de acesso sobre o rio Jundiaí, na Avenida Antônio Frederico Ozanan

A intervenção incorpora: (i) recuperação do viaduto Sperandio Pelliciari; (ii) o

remanejamento de uma das pontes de conexão do Viaduto Sperandio Pelliciari com a

região ao Norte do rio Jundiaí (afastamento da posição da segunda ponte dessa

61

mesma conexão); (iii) o realinhamento da segunda ponte existente nessa conexão; (iv)

a implantação de uma nova ponte entre as duas margens do rio Jundiaí (no

alinhamento da Avenida Américo Bruno, com continuação para a Rua Imigrantes

Italianos) (Figura 13).

Além da melhoria operacional na conexão do Viaduto Sperandio Pelliciari com a região

ao Norte do rio Jundiaí, dando fluidez ao tráfego proveniente da Avenida Odil Campos

Sales, promove o alívio do tráfego na Rua Joaquim Nabuco com o tráfego sendo

parcialmente remanejado para a Avenida Américo Bruno, com melhor capacidade para

a absorção dessa demanda.

Também o afastamento do tabuleiro de retorno para a direção sul permitirá o encaixe

de maior número de veículos e negociação entre o fluxo proveniente da Rua Osvaldo

da Cruz e do sentido norte da Avenida Antônio Frederico Ozanan.

Está prevista a desapropriação de alguns metros dos terrenos industriais na margem

esquerda do rio Jundiaí, sem causar a remoção de pessoas ou inviabilidade de

negócios, ocupando áreas apenas do estacionamento e remanejamento de uma

guarita.

Figura 13: Sobreposição do projeto de realinhamento, construção e desmobilização de tabuleiros de acesso sobre o rio Jundiaí sobre foto aérea.

62

3.1.3. Acesso ao Bairro Currupira

A intervenção se refere à implantação de um novo acesso ao Bairro Currupira, com a

transposição da linha férrea existente, permitindo a conexão com a transposição

existente na SP-332 (Figura 14). Atualmente veículos de carga e ônibus não têm

acesso ao bairro pela transposição da via férrea próxima ao bairro, sendo forçados a

longos trajetos de contorno para chegar ao bairro marginal à SP-332.

Além disso, a passagem subterrânea que transpõe a linha férrea hoje existente é

muito estreita comportando somente veículos pequenos e um veículo por vez. Essa

intervenção elimina, ainda, os movimentos de conversão na SP-322, para acesso ao

bairro, melhorando muito a questão de segurança no local.

Por outro lado, é a única intervenção na Zona Rural com impacto direto em um

ambiente em processo de regeneração. Além de campos antrópicos verifica-se a

existência de uma mata em regeneração que apresenta espécies típicas de estágio

secundário de regeneração. Contudo, este fragmento não está conectado com

nenhum outro trecho de vegetação. Não foi constatada fauna associada ao fragmento.

Figura 14: Sobreposição do projeto do novo acesso ao Bairro Currupira sobre foto aérea.

63

3.1.4. Duplicação da Avenida Antônio Pincinato

A intervenção organiza o tráfego no local, além de oferecer alternativa de percurso à

Rodovia Dom Gabriel Paulino B. Couto, notadamente aos que se dirigem ao Centro de

Jundiaí e ao Aeroporto local. Esta obra já foi realizada (Figura 15) e não será objeto

de análise deste RAA. Entende-se que uma obra já realizada não possui risco futuro

ao meio ambiente, passível de resultar em considerações desfavoráveis à sua

realização e capazes de representar impactos ambientais.

Por outro lado, podem existir passivos ambientais deixados pela realização de um

empreendimento em dissonância com determinações legais e preceitos do BID. Neste

caso, seria necessário realizar uma Auditoria sobre a obra que não faz parte do

escopo deste trabalho.

Considera-se, contudo, que a obra foi realizada dentro dos critérios ambientais legais

vigentes em sua época, visto que não existiram impedimentos à sua realização.

Figura 15: Indicação da área duplicada da Avenida Antônio Pincinato considerada no Programa.

3.1.5. Pavimentação das alças de acesso ao Trevo de Itu na Rodovia Anhanguera

Na época da reorganização dos acessos do Trevo de Itu na Rodovia Anhanguera a

prefeitura ficou responsável pela pavimentação das alças de acesso aos bairros e ruas

locais.

64

A intervenção incorpora especificamente a pavimentação dessas alças que já foram

executadas conforme pode ser verificado na Figura 16 a seguir. Novamente, esta obra

também não será objeto de análise deste RAA.

Entende-se que a obra foi realizada dentro dos critérios ambientais legais vigentes em

sua época, visto que não existiram impedimentos à sua realização.

Figura 16: Indicação das alças de acesso pavimentadas consideradas para o Programa.

A Tabela 13 a seguir apresenta de forma sistematizada as intervenções consideradas

para Avaliação Ambiental pretendidas no âmbito do Componente Transporte e

Mobilidade.

65

Tabela 13: Intervenções do Componente Transporte e Mobilidade

INTERVENÇÕES DO COMPONENTE TRANSPORTE E MOBILIDADE

ESPECIFICAÇÕES PROCEDIMENTOS

INTERVENÇÃO URBANÍSTICA E DUPLICAÇÃO DA RUA JOSÉ DO PATROCÍNIO

Construção de Anfiteatro Edificação em concreto armado/concreto protendido/estrutura metálica

Duplicação da Rua José do Patrocínio Desapropriação de Moradias, Terraplenagem, pavimentação

Intervenções urbanísticas na Avenida Odil Campos Sales

Paisagismo por meio do plantio de árvores e gramíneas, Adequação da Estrutura Viária, pavimentação

Readequação de travessia sobre o rio Guapeva entre a Avenida Odil Campos Sales, Rua José do Patrocínio, Rua Senador Fonseca

Reestruturação com concreto armado, pavimentação do sistema viário

REALINHAMENTO, CONSTRUÇÃO E DESMOBILIZAÇÃO DE TABULEIROS DE ACESSO SOBRE O RIO JUNDIAÍ, NA AVENIDA ANTÔNIO FREDERICO OZANAN

Recuperação do viaduto Sperandio Pelliciari Reestruturação, pavimentação do sistema viário

Remanejamento de uma das pontes de conexão do Viaduto Sperandio Pelliciari com a região ao Norte do rio Jundiaí

Reestruturação, pavimentação do sistema viário

Realinhamento da segunda ponte existente nessa conexão

Reestruturação, pavimentação do sistema viário

Implantação de uma nova ponte entre as duas margens do rio Jundiaí

Edificação em concreto armado/concreto protendido/estrutura metálica

ACESSO AO BAIRRO CURRUPIRA Implantação de um novo acesso ao Bairro Currupira, com a transposição da linha férrea existente

Supressão de vegetação, terraplenagem, pavimentação

66

3.2. COMPONENTE MACRODRENAGEM

As diretrizes e obras do Componente Macrodrenagem derivam do cenário apontado

nos Estudos Hidrológicos e Hidráulicos executados para embasamento da proposição

das medidas de adequação da rede de drenagem urbana de Jundiaí. As intervenções

estruturais pretendidas foram definidas a partir da análise dos seguintes elementos:

(i) tipo de uso do solo e índices pluviométricos (permitindo definição de

chuva excedente e escoamento superficial);

(ii) velocidade de escoamento;

(iii) efeitos de amortecimento nas vazões;

(iv) vazões máximas;

(v) detalhamento da geometria dos canais;

Permitindo:

(vi) projeção de condições de extremidade;

(vii) simulações hidráulicas para tempo de retorno - TR = 2, 5, 10, 25, 50 e

100 anos.

As ações de controle de cheias do rio Jundiaí, ao longo dos últimos anos,

preconizaram a canalização de um trecho da calha do rio Jundiaí junto ao trecho de

maior concentração urbana que, de certa maneira, solucionaram parte dos problemas

das inundações locais. No entanto, com a expansão e adensamento urbano,

responsável pela impermeabilização das áreas de contribuição, os demais trechos

mantidos em leito natural passaram a apresentar insuficiências para o escoamento

das vazões das cheias do rio Jundiaí.

O Estudo Hidrológico e Hidráulico aponta alternativas de adequação aos seguintes

trechos da calha do rio Jundiaí:

(i) Solo a ponte da Rodovia Anhanguera – Leito Natural;

(ii) Trecho a montante da ponte da Rodovia Anhanguera até a ponte da rua Maria

C. Pontes – Leito Natural;

(iii) Trecho a montante da ponte da rua Maria C. Pontes até jusante da ponte da

Rua Oswaldo Cruz – Trecho de canalização existente;

(iv) Trecho a montante da ponte da Oswaldo Cruz – Leito Natural.

67

As alternativas propostas compreendem a execução das seguintes modalidades de

obras, associadas entre si ou de forma individualizada:

(i) revestimento de calha do rio com gabião e/ou concreto armado;

(ii) canalização com seção trapezoidal em concreto armado;

(iii) ampliação de seção transversal;

(iv) adequação estrutural de travessias;

(v) implantação de diques de concreto armado;

(vi) construção de reservatórios de acumulação.

Os itens a seguir apresentam o detalhamento das intervenções propostas para cada

trecho.

3.2.1. Rio Jundiaí – Ponte da Rodovia Anhanguera

Na seção de emboque da ponte da Rodovia Anhanguera, a partir da elevação

691,50m, o nível d’água atinge a área de sua plataforma ou base dos blocos de

concreto de proteção dos pilares da ponte. Também, a partir da elevação 692,00m os

níveis d’água passam a influenciar (efeitos de remanso) o escoamento fluvial do trecho

de montante.

Para buscar a otimização das condições hidráulicas do escoamento no local, foram

propostas 2 (duas) alternativas de soluções estruturais para o trecho de canal sob a

ponte da via Anhanguera. A Figura 17 a seguir apresenta o local desta intervenção

pretendida:

Figura 17: Local de Intervenção

68

Proposta 1 – Revestimento das paredes laterais de gabião com argamassa de cimento e areia e revestimento do fundo com gabião tipo colchão revestido com argamassa.

Nesta proposta de intervenção acrescenta-se maior eficiência hidráulica para o

escoamento, com uma redução nas rugosidades, das paredes e fundo, com a

conseqüente redução das perdas de carga no trecho, portanto, reduzindo as alturas

dos níveis d’água durante as cheias.

Figura 18: Envoltória de Níveis d’Água Máximos:TR = 02, 05, 10, 25, 50 e 100 Anos / Seção de Emboque da Ponte da Rodovia Anhanguera – Alternativa 1

Para vazões inferiores a TR igual a 10 anos a intervenção proposta, aparentemente,

não exerce influências sobre os níveis d’água sob a seção da ponte da via

Anhanguera. Isto se deve aos efeitos de “represamento” causado pelo trecho de

jusante o qual foi mantido inalterado (trecho até a ponte da Rodovia dos

Bandeirantes).

A partir das vazões de cheia com TR igual a 25 anos, passa a ocorrer uma ligeira

redução dos níveis d’água na ponte da via Anhanguera, porém, ainda, propagando

influências de remanso para o trecho de montante. Para a cheia com TR igual a 100

anos, a redução do nível d’água máximo, em relação a situação atual, é da ordem de

1,00m.

Proposta 2 - Aumento de seção com diminuição da rugosidade

A alternativa preconiza a retirada de parte das estruturas de gabião existentes no

trecho sob a ponte da Via Anhanguera, implantação uma seção transversal retangular

com paredes e fundo em concreto armado, permitindo o aumento da seção de

escoamento de forma a minimizar os níveis d’água no trecho.

0 5 10 15 20 25 30 35686

688

690

692

694

696

698

Jundiai_Analise de Alternativ as Secao pte. Anhanguera 1 - Montante - Levantamento topografico

Station (m)

Ele

vati

on (

m)

Legend

WS Max WS - TR50 - Alt 3a

WS Max WS - TR100 Alt 4

WS Max WS - TR10 - Alt 3a

WS Max WS - TR25 - Alt 4

WS Max WS - TR5 - Alt 3a

WS Max WS - TR2 - Alt 3a

Ground

Bank Sta

.018

69

Em relação à anterior, nesta proposta os níveis d’água máximos sofrem uma pequena

redução, da ordem de 0,10m a 0,20m, para vazões com TR superiores a 50 anos.

Para vazões com TR inferiores a eficiência é praticamente igual em ambas as

propostas.

Para efeito da análise de impactos deste documento será considerada a alternativa 2

por possuir elementos de obra capazes de gerar maior impacto ambiental que a

alternativa 1.

Figura 19: Seção de Emboque da Ponte da Rodovia Anhanguera – Alternativa 2

3.2.2. Rio Jundiaí – Trecho a montante da Ponte da rodovia Anhanguera até a ponte da rua Maria C. Pontes

Para este trecho foi proposta a canalização em concreto armado com seção

trapezoidal. A base do novo canal terá largura igual a 25,00m, taludes com inclinação

1,0V:1,5H e altura variável, ajustada às cotas dos terrenos marginais.

Também foi proposta a remodelação da ponte da rua Maria C. Pontes com ampliação

da seção hidráulica sob a mesma e alteamento das vigas. A Figura 20 a seguir mostra

a localização deste trecho a ser readequado.

0 5 10 15 20 25 30 35686

688

690

692

694

696

Jundiai_Analise de Alternativas Secao pte. Anhanguera 1 - Montante - Levantamento topografico

Station (m)

Ele

vation

(m

)

Legend

Ground

Bank Sta

.018

70

Figura 20: Localização do trecho a ser remodelado

A canalização proposta terá capacidade de escoamento de vazões de cheias

estimadas para até TR 100 anos.

Por conta da existência de diques marginais oriundos do lançamento de terra e

entulho que confinam o escoamento, está prevista a substituição dos diques existentes

por estruturas ou muros de concreto armado, com alturas variando entre 0,50m e

1,50m.

Figura 21: Vista para jusante (Ponte da rua Maria C. Pontes – Notar restrição à seção

hidráulica de escoamento

Figura 22: Vista para montante (Ponte da rua Caetano Gornati) – Notar diques de terra / entulho construídos ao longo das

margens da calha do rio Jundiaí

71

3.2.3. Rio Jundiaí – Trecho a montante da Ponte da rua Maria C. Pontes até jusante da ponte da rua Oswaldo Cruz – Trecho de canalização existente

O Estudo Hidrológico e Hidráulico apontou a necessidade de readequação estrutural

da canalização existente em 5.300 metros rio Jundiaí, entre as pontes da Av. Maria do

Carmo P. de Oliveira e da rua Oswaldo Cruz, a ser realizada por meio de diferentes

intervenções, de acordo com as necessidades específicas dos subtrechos abaixo:

(i) subtrecho à jusante da ponte da Praça Conceição Aparecida, deve ser

considerada apenas a possibilidade futura de readequação desta ponte por

conta da verificação de galgamento da estrutura existente a partir de vazões

com TR de 50 anos. Não apresenta riscos nas condições atuais;

(ii) subtrecho situado entre as pontes das Ruas Tiradentes e Castro Alves,

deve ser considerada apenas a necessidade futura de ampliação das pontes

por apresentarem problemas a partir de cheias com TR superiores a 25 anos.

Não apresenta riscos nas condições atuais;

(iii) subtrecho entre as pontes Castro Alves e São João, ocorrem, na situação

atual, extrapolações do nível d’água para vazões da ordem de TR = 100 anos,

havendo a necessidade de implantação de diques laterais em concreto armado

apenas para atingir-se o nível de segurança;

(iv) subtrecho entre as pontes São João e Oswaldo Cruz, ocorrem, na situação

atual, onde as extrapolações do nível d’água também para vazões da ordem de

TR = 100 anos, havendo a necessidade de implantação de diques laterais em

concreto armado.

Ressalta-se, no entanto, que apenas os subtrechos (iii) e (iv) apresentam demanda de

adequação atual, as quais constarão no escopo do Programa de Desenvolvimento

Integrado de Jundiaí. A Figura 23 a seguir apresenta a localização de todo o trecho

referenciado.

Ainda para o subtrecho entre as pontes São João e Oswaldo Cruz, a capacidade

hidráulica é semelhante ao do trecho anterior, ou seja, as extrapolações da lâmina

líquida ocorrem para vazões da ordem de TR 100 anos. Considerou-se, portanto, a

proposta de implantação de diques laterais em concreto armado.

72

Figura 23: Trecho do Rio Jundiaí que passível de readequação

73

3.2.4. Rio Jundiaí – Trecho a Montante da Ponte da Oswaldo Cruz – Leito Natural

Para este trecho o Programa propõe três intervenções, a saber,

(i) a canalização em concreto armado com seção trapezoidal para o trecho do rio

Jundiaí, em uma extensão da ordem de 2,45 km, entre a ponte da rua Oswaldo

Cruz e a foz co córrego do Tanque Velho, como a nova base do canal de

largura igual a 12,40m, taludes com inclinação 1,0V:1,5H e altura variável,

ajustada às cotas dos terrenos marginais, havendo, ainda, a implantação de

diques (muros) em concreto armado, com alturas variando entre 0,50m e

1,50m;

(ii) a implantação de um conjunto de reservatórios de amortecimento de cheias,

posicionados lateralmente à calha do rio Jundiaí com a instalação de diques

laterais em concreto armado;

(iii) Adequação/ampliação da Ponte da Rua José do Patrocínio.

Com a canalização proposta, o trecho passará a ter capacidade para transitar vazões

de cheias estimadas para TR de até 100 anos. Para vazões inferiores a TR 50 anos, a

lâmina líquida ficará contida no canal devido à implantação dos diques laterais em

concreto armado.

Para o trecho em leito natural do rio Jundiaí, alternativamente à proposta de

canalização, há a alternativa de implantação de um conjunto de reservatórios de

amortecimento de cheias, posicionados lateralmente à calha do rio Jundiaí. Esta

alternativa apresenta um rendimento similar à canalização, com os mesmos

comportamentos junto ao emboque da ponte da Rua José do Patrocínio.

Para garantir a manutenção do escoamento no interior do canal, a alternativa requer

sua complementação com a instalação de diques laterais em concreto armado, no

subtrecho entre as pontes das ruas Angelo Corradini e José do Patrocínio.

Vale observar que, em termos de abatimento dos picos dos hidrogramas das vazões

de cheia, devido à acumulação temporária de volumes nos reservatórios de

amortecimento, a alternativa tem sua influência restrita a vazões inferiores a TR de 50

anos. O abatimento resultante é da ordem de 10% no pico das vazões.

74

O escoamento sob a ponte da Rua José do Patrocínio passa a apresentar problemas

para cheias com TR superiores a 10 anos. Entretanto, o galgamento das estruturas

existentes é previsto apenas para vazões com TR superiores a 50 anos.

A ampliação ou melhorias da ponte existente constitui uma alternativa de implantação

estrutural adicional para a hipótese de adoção de maiores níveis de proteção para as

intervenções na calha do rio Jundiaí.

A Figura 24 abaixo mostra o trecho da calha proposto à canalização e o polígono

onde foi projetada a implantação dos reservatórios de amortecimento de cheias.

75

Figura 24: Trecho proposto da calha para canalização e de projeto para implantação dos reservatórios de amortecimento de cheias.

76

Tabela 14: Intervenções do Componente Macrodrenagem

TRECHOS DE INTERVENÇÃO DO COMPONENTE MACRODRENAGEM NO

RIO JUNDIAÍ

SITUAÇÃO ATUAL

PROPOSTAS ESPECIFICAÇÃO

Ponte da rodovia Anhanguera Leito Natural Revestimento das paredes laterais e fundo

Revestimento com gabião tipo manta, sobreposto a gabião tipo saco instalado no fundo do canal. Revestimento das faces externas (fundo e laterais) em gabião com argamassa de cimento e areia

Ampliação da seção transversal

Retirada parcial das paredes laterais em gabião e implantação de seção retangular em concreto armado

Montante da Ponte da rodovia Anhanguera até a ponte da rua Maria C. Pontes

Leito Natural

Canalização Seção trapezoidal em concreto armado

Ampliação da Ponte da Av. Maria.C. Pontes Readequação estrutural da ponte

Diques Laterais Implantação de muros laterais (1,50m) em concreto armado

Canal lateral em concreto armado

Implantação de canal retangular de concreto armado, lateralmente ao canal do rio Jundiaí

Montante da Ponte da rua Maria C. Pontes até jusante da ponte da rua Oswaldo Cruz

Canalizado Implantação de diques Laterais

Implantação de muros laterais (1,50m) em concreto armado

Trecho a montante da Ponte da Oswaldo Cruz

Leito Natural

Ampliação/Adequação da Ponte José do Patrocínio Readequação estrutural da ponte

Canalização Seção trapezoidal em concreto armado

Diques Laterais Implantação de muros laterais (1,50m) em concreto armado

Implantação de Reservatórios de Amortecimento de Cheias

Implantação de três reservatórios de acumulação lateralmente ao canal do rio Jundiaí

4 MARCO LEGAL E INSTITUCIONAL DO PROGRAMA.

A presente avaliação dos aspectos legais do desenvolvimento, implantação e operação do

Programa Integrado de Desenvolvimento Urbano do Município de Jundiaí foi elaborada

considerando, simultaneamente, (i) o atendimento aos requisitos e exigências ambientais

constantes da política do Banco Interamericano de Desenvolvimento, como condição para a

assinatura do Acordo de Empréstimo, e (ii) a atenção aos preceitos legais federais, estaduais e

municipais, com especial referência às normas e procedimentos para o licenciamento

ambiental das ações previstas no Programa.

Serão abordados, a seguir, os aspectos legais do contexto de planejamento, implantação e

operação do Programa Integrado de Desenvolvimento Urbano do Município de Jundiaí.

4.1. POLÍTICA AMBIENTAL DO BANCO INTERAMERICANO DE DESENVOLVIMENTO - BID

Desde 1995 o Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID vem financiando diversos

Programas e Projetos, tanto em âmbito governamental quanto privado, em toda a América

Latina e no Caribe. Neste período, aprovou-se a quantia de US$ 168 bilhões para projetos de

escopos variados e diferentes abrangências territoriais, angariando-se US$ 375 bilhões em

investimentos.

O BID, por meio deste fundo, agrega valores ambientais específicos que são: (i) fomentar a

integração da questão ambiental às estratégias e programas governamentais; (ii) apoiar ações

de gestão ambiental, regionais e internacionais; (iii) mapear indicadores ambientais de

sustentabilidade, inclusive para avaliar o alcance das metas estipuladas pela política de

financiamento; (IV) avaliar oportunidades e riscos ambientais e (V) promover a

responsabilidade ambiental coorporativa.

Os aspectos ambientais prioritários para a aprovação de financiamento ao setor público variam

conforme as especificidades da região, incluindo elementos como o apoio à competitividade

global, redução da pobreza, modernização do Estado e integração regional, devendo o escopo

dos Programas harmonizarem às metas supracitadas.

O BID condiciona a disponibilização do recurso ao atendimento de Salvaguardas direcionadas

às etapas de planejamento, implantação e operação do Programa. Serão descritas, a seguir,

as salvaguardas acionadas pelo Programa. Tais normas foram consultadas em documento

oficial – Implementing Guidelines for the Environment And Safeguards Compliance Policy (BID

2006). Cabe ressaltar que estas diretrizes deverão ser atendidas pelo Programa Integrado de

Desenvolvimento Urbano do Município de Jundiaí.

78

Política Ambiental do Banco - OP 703:

Salvaguarda B2 - Atendimento às Leis e Regulamentos do País:

As etapas de planejamento, implantação e execução do empreendimento deverão estar

consonantes à legislação ambiental do País.

Salvaguarda B3 – Classificação do Empreendimento Quanto à Magnitude de seu

Impacto.

Por meio da salvaguarda B3 o BID estipula o enquadramento dos empreendimentos nas

classes A, B ou C, conforme seu potencial de impacto, pois a cada grupo são atribuídas

diretrizes específicas quanto aos estudos ambientais necessários à aprovação das ações.

O Programa Integrado de Desenvolvimento Urbano do Município de Jundiaí consiste em

empreendimento da Classe “B”, já que seus impactos negativos, conforme será analisado no

capítulo 6 deste relatório, são predominantemente locais e de magnitude fraca.

Salvaguarda B5 – Diretrizes para o Desenvolvimento dos Estudos Ambientais.

Para empreendimentos onde se faz necessário o desenvolvimento de estudos ambientais

simplificados, como é o caso dos enquadrados na Classe B, deverá haver análise ambiental

voltada à determinação dos potenciais impactos e riscos aos recursos naturais, à sociedade, à

saúde e à segurança, assim como a indicação das medidas para seu controle.

Empreendimentos da classe B requerem Análise Ambiental focada às principais questões

mapeadas no processo de classificação (Salvaguarda B3). Tal análise é apresentada neste

documento que ainda contempla a determinação de medidas de mitigação e compensação dos

impactos socioambientais, as quais constam no Plano de Gestão Ambiental e Social,

apresentado no Item 7.

Salvaguarda B6 – Consulta Pública

Empreendimentos das classes A e B deverão passar por consulta pública, onde as partes

afetadas pelo Programa poderão manifestar-se. Estipula-se, para empreendimentos da classe

B, a necessidade de uma consulta pública, preferencialmente na etapa de elaboração do Plano

de Gestão Ambiental e Social.

Política de Acesso às Informações- OP 102:

79

A OP 102, Política de Acesso a Informações, apresenta as diretrizes para a disponibilização

das informações do BID, criando regras para pedidos de documentos e dados. Objetiva-se, por

meio desta, que haja transparência nas ações do Banco, atribuindo eficácia às suas atividades.

O Programa Integrado de Desenvolvimento Urbano do Município de Jundiaí deverá prezar pela

transparência de suas ações, princípio este que será validado por meio de consulta pública a

ser realizada quando da elaboração do Plano de Gestão Ambiental e Social. O detalhamento

do processo de consulta pública encontra-se no Capítulo 8 do presente Relatório.

4.2. LEGISLAÇÃO FEDERAL APLICADA

Constituição Federal de 1988

A Constituição Federal, no capítulo em que trata da política urbana, determina, entre outras

diretrizes, que o Plano Diretor é obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes; é o

instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana. O Plano Diretor é

instrumento que deve englobar todo território do município. Incluindo a parte urbana, a parte

rural e as diversas zonas a serem delimitadas.

A Lei Federal 10.257/01 cria o Estatuto das Cidades e regulamenta os critérios mínimos para a

gestão urbana, que deve prever:

O direito ao saneamento ambiental;

O planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição espacial da população

e das atividades econômicas do município;

Ordenar e controlar o uso do solo, de forma a evitar a poluição e degradação ambiental

Adotar padrões de produção e consumo de bens e serviços com sustentabilidade

ambiental;

Proteger, preservar e recuperar o meio ambiente natural e construído, bem como o

patrimônio cultural.

O Programa Integrado de Desenvolvimento Urbano do Município de Jundiaí é fruto das

diretrizes do Plano Diretor Municipal, disposto pela Lei Complementar nº 415, de 29 de

dezembro de 2004. Seu desenvolvimento deverá ser pautado na observância dos parâmetros

de planejamento urbano constantes nesta ferramenta legal.

Lei Federal 6.938/81 – Política Nacional de Meio Ambiente

Estabelece o Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, constituído pelos órgãos e

entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e pelas Fundações

instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental e

80

o Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA, este último órgão deliberativo e consultivo

quanto às ações e diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente. Por meio desta

estruturação, estabelece diretrizes ambientais para o licenciamento de atividades impactantes.

Trata-se das principais diretrizes que nortearão o processo de licenciamento das ações

previstas pelo Programa. Haja vista que o município de Jundiaí ainda não consolidou-se no

SISNAMA, por não apresentar Secretaria de Municipal de Meio Ambiente com conselho

deliberativo e consultivo, o licenciamento das obras do Programa se dará predominantemente

em âmbito estadual, devendo ser observadas as normas desta esfera.

Lei Federal 9.433/1997 – Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos.

Os objetivos desta lei, definidos no artigo 2º, visam assegurar este bem ambiental às futuras

gerações, fomentar sua utilização racional, assim como prevení-la e defendê-la contra

degradações. Neste sentido, o Programa Integrado de Desenvolvimento Urbano do Município

de Jundiaí é consonante a estes preceitos já que objetiva-se, por meio das ações do

Componente Macrodrenagem, a contenção do assoreamento dos corpos hídricos, a

manutenção da qualidade e quantidade das águas, angariando qualidade de vida à população.

Resolução CONAMA 05/88 – Licenciamento Ambiental de Obras de Drenagem

Quanto às obras de canalização que serão efetuadas nos rios Jundiaí e Guapeva, a resolução

CONAMA 05/88 prevê que deverá haver o licenciamento ambiental de obras de sistemas de

abastecimento de água, sistemas de esgotos sanitários, sistemas de drenagem e sistemas de

limpeza urbana. Dentre as ações inseridas nas obras de sistemas de drenagem verificam-se

obras de canais, dragagem e retificação. Desta forma, torna-se imprescindível o atendimento

ao disposto nesta resolução quando do licenciamento dos empreendimentos previstos pelo

Programa.

Resolução CONAMA 307/2002 – Gestão de Resíduos da Construção Civil

O Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, ao considerar uma série de fatores,

principalmente a necessidade de implementar diretrizes para a efetiva redução dos impactos

ambientais gerados pelos resíduos oriundos da construção civil e que a disposição destes

resíduos em locais inadequados contribui para a degradação da qualidade ambiental, editou,

em 02 de janeiro de 2003, a RESOLUÇÃO 307/2002, que em seu artigo primeiro estabelece

diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil,

disciplinando as ações necessárias de forma a minimizar os impactos ambientais.

81

Tornou-se, desta forma, obrigatório às Construtoras e Incorporadoras apresentar um Projeto de

Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil para obtenção do Alvará de Construção,

trabalho este que deverá ser continuado através de relatórios mensais de destinação destes

resíduos, demonstrando que estes foram destinados a locais adequados.

Resolução CONAMA 303/02 e 369/06

A Resolução CONAMA 303/02 estabelece os parâmetros e definições das áreas de

Preservação Permanente. Já a Resolução CONAMA 369/06 é a ferramenta legal que dispõe

sobre casos excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental,

que possibilitam a intervenção ou supressão da vegetação em Área de Preservação

Permanente. Apresenta forte relevância para o processo licitatório das obras de ambos os

componentes, já que se constata interferência em corpos hídricos por meio de canalização e

readequação do sistema viário.

Esta resolução autoriza a intervenção em área de APP em decorrência à obras de interesse

social e utilidade pública. Em seu artigo 2º apresenta como obra de utilidade pública, entre

outras, as obras essenciais de infraestrutura destinadas aos serviços públicos de transporte,

saneamento e energia. As obras do Programa estão inseridas na modalidade citada acima.

4.3. LEGISLAÇÃO ESTADUAL APLICADA

Lei Estadual 7.663/1991 – Institui a Política Estadual de Recursos Hídricos.

São princípios norteadores da Lei Estadual 7.663/1991 os estabelecidos no artigo 3º descritos

a seguir, que estão relacionados diretamente com as ações do Componente Macrodrenagem:

Reconhecimento do recurso hídrico como um bem público, de valor econômico, cuja

utilização deve ser cobrada, sendo observados os aspectos de quantidade, qualidade e

as peculiaridades das bacias hidrográficas;

Rateio do custo das obras de aproveitamento múltiplo de interesse comum ou coletivo,

entre os beneficiados;

Combate e prevenção das causas e dos efeitos adversos da poluição, das inundações,

das estiagens, da erosão do solo e do assoreamento dos corpos d’água;

Compatibilização do gerenciamento dos recursos hídricos com o desenvolvimento

regional e com a proteção do meio ambiente.

Quanto às suas diretrizes:

(i) Utilização racional dos recursos hídricos, superficiais e subterrâneos, assegurado o uso

prioritário para o abastecimento das populações;

82

(ii) Proteção das águas contra ações que possam comprometer o seu uso atual e futuro;

(iii) Defesa contra eventos hidrológicos críticos, que ofereçam riscos à saúde e à segurança

públicas assim como prejuízos econômicos e sociais;

(iv) Desenvolvimento de programas permanentes de conservação e proteção das águas

subterrâneas contra poluição e superexplotação;

(v) Prevenção da erosão do solo nas áreas urbanas e rurais, com vistas à proteção contra

a poluição física e o assoreamento dos corpos d’água.

O Programa atende aos princípios e diretrizes da legislação estadual.

4.4. LEGISLAÇÃO DO MUNICÍPIO DE JUNDIAÍ

As diretrizes que nortearão o planejamento, implantação e operação do Programa Integrado de

Desenvolvimento Urbano do Município de Jundiaí constam do Plano Diretor Estratégico do

Município de Jundiaí - Lei Complementar Municipal nº 415/04 - capítulo III, Política Urbana

Ambiental. Prevê-se neste documento, a compatibilização do crescimento e adensamento da

cidade com as condições de uso do solo, infraestrutura básica, sistema viário e transportes,

considerando sua vocação natural, respeitando as restrições ambientais e estimulando os

aspectos sociais e econômicos (art. 37 inciso I).

Ainda, na Seção III deste capítulo, referente à Infraestrutura e Saneamento ambiental, verifica-

se o objetivo de compatibilizar a implantação e manutenção da infraestrutura dos serviços

públicos com as diretrizes do zoneamento do Município. O art. 63 cita como ação necessária, a

definição de critérios para o dimensionamento e a execução das obras de drenagem superficial

de regiões à montante das sub-bacias, visando à redução da concentração das vazões nos

fundos de vale.

Conforme no Capítulo II – Política de Desenvolvimento Urbano e Inserção Regional - em sua

seção III – Dos Instrumentos de Política Urbana - constam como instrumentos jurídicos e

políticos do Plano Diretor:

Desapropriação;

Parcelamento, edificação ou utilização compulsórios;

Operações Urbanas Consorciadas;

Outorga Onerosa do Direito de Construir.

As diretrizes para aplicação destas ferramentas devem ser seguidas quando da execução das

desapropriações necessárias às ações do componente Transporte e Mobilidade.

83

A Política Municipal de Circulação e Transporte, diretriz maior das ações previstas pelo

Componente Transporte e Mobilidade, tem como objetivo facilitar os deslocamentos de

pessoas e bens no Município por meio das seguintes atividades (PMJ 2010):

I - Melhorar a qualidade do tráfego e da mobilidade urbana na cidade, por meio de

planejamento, engenharia, educação, operação, fiscalização e policiamento;

II - Planejar, executar e manter o sistema viário segundo critérios de segurança e conforto da

população, respeitando o meio ambiente, obedecidas as diretrizes de uso e ocupação do solo e

do transporte de passageiros;

III - Promover a continuidade do sistema viário, por meio de diretrizes de arruamento a serem

implantadas e integradas ao traçado oficial, especialmente nas áreas de urbanização

incompleta;

IV - Promover tratamento urbanístico adequado nas calçadas, vias e corredores da rede de

transportes, de modo a proporcionar a segurança dos cidadãos e a preservação do patrimônio

histórico, ambiental, cultural, paisagístico, urbanístico e arquitetônico da cidade;

V - Planejar e operar a rede viária municipal, priorizando o transporte público de passageiros;

VI - Aperfeiçoar e ampliar o sistema de circulação de pedestres e de pessoas portadoras de

deficiência, propiciando conforto, segurança e facilidade nos deslocamentos;

VII - Implantar estruturas para controle da frota circulante e do comportamento dos usuários;

VIII - Consolidar e ampliar áreas de uso preferencial ou exclusivo de pedestres;

IX - Estruturar medidas específicas para os pólos geradores de tráfego no Município;

X - Assegurar que projetos de edificações que abriguem atividades geradoras de tráfego sejam

previamente aprovados pela Secretaria Municipal de Transportes, para que seja prevista a

infraestrutura necessária, como acessos e estacionamentos.

No Artigo 17 da Lei Complementar nº 416/04 estão especificadas as diretrizes para a abertura

de novas vias, que serão observadas quando do planejamento das obras do Componente

Transporte e Mobilidade do Programa. O artigo 72 indica os requisitos para a modificação de

quadras e, considera-se modificação de quadra a alteração nos parcelamentos de lotes que

impliquem na abertura de novas vias, desde que as vias a serem abertas atendam às normas

84

estabelecidas na lei. A observância de tais parâmetros também é imprescindível para a

implantação das ações previstas no Componente Transporte e Mobilidade.

Ainda, na execução das obras dos dois componentes, quanto aos serviços que compreendam

movimento de terra, deverão ser observadas as diretrizes descritas no Capítulo VII da Lei

416/04 – Da qualidade Urbanística da Cidade – artigo 79, a saber: (i) a supressão da

vegetação arbórea nativa deverá ser autorizada pelos órgãos estaduais e/ou federais

competentes; (ii) a erosão sempre será evitada por meio de drenagem adequada, implantação

de cobertura vegetal em taludes e bermas, e por demais recursos técnicos aplicáveis, de forma

a não provocar danos ambientais nas proximidades.

4.5. LICENCIAMENTO AMBIENTAL DAS INTERVENÇÕES PROPOSTAS NO ÂMBITO DO PROGRAMA

No âmbito do Programa de Descentralização do Licenciamento Ambiental do Estado de São

Paulo várias prefeituras firmaram convênio com a CETESB para licenciar ambientalmente as

atividades e intervenções. Jundiaí, no entanto, apesar de já estar adequando a sua estrutura

administrativa ao SISNAMA, ainda não é signatário deste convênio. Desta forma, o

licenciamento ambiental das intervenções previstas em ambos os Componentes do Programa

Integrado de Desenvolvimento Urbano de Jundiaí ficará a cargo da CETESB.

As intervenções do Componente Macrodrenagem enquadram-se no grupo de atividades para

as quais se deve executar avaliação de impacto ambiental junto ao órgão licenciador. O

licenciamento ambiental prévio de empreendimentos potencial ou efetivamente causadores de

degradação ambiental deve ser realizado com base em estudos ambientais (EIA, RAP ou

EAS), definidos pelas Resoluções CONAMA 01/86, 237/1997 e Resolução SMA 54/2004,

conforme diretrizes da CETESB. O Departamento de Avaliação de Impacto Ambiental da

Diretoria de Tecnologia, Desenvolvimento e Avaliação Ambiental, da CETESB, é responsável

pela análise desses estudos.

Ressalta-se que a obtenção de Autorização para execução de supressão de vegetação e

intervenção em APP será necessária a todas as modalidades de intervenção, e estas deverão

ser solicitadas junto a Agência Ambiental de Jundiaí. Tendo em vista que este procedimento

demandará especial atenção e horas de trabalho da equipe incumbida à Gestão Ambiental do

Programa, serão detalhados, a seguir, os aspectos relacionados à obtenção das Autorizações.

O processo de licenciamento de empreendimentos que causam alteração nos recursos hídricos

e intervenção em Áreas de Preservação Permanente – APPs é gerenciado,

85

concomitantemente, pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo –

DAEE e pelo órgão licenciador competente, no caso, a CETESB.

As águas superficiais e subterrâneas são bens públicos que toda pessoa física ou jurídica tem

direito ao acesso e utilização, cabendo, ao Poder Público, sua administração e controle.

Já as APPs, constituem locais de extrema relevância ecológica à manutenção da qualidade e

quantidade das águas. A Resolução SMA 369/2006 define os casos excepcionais em que o

órgão ambiental competente pode autorizar a intervenção ou supressão de vegetação em Área

de Preservação Permanente- APP para a implantação de obras, planos, atividades ou projetos

de utilidade pública ou interesse social, ou para a realização de ações consideradas eventuais

e de baixo impacto ambiental.

Para o uso das águas de um rio, lago ou mesmo de águas subterrâneas, deve-se solicitar a

Outorga ao DAEE. O uso mencionado refere-se, por exemplo, à captação de água para

processo industrial ou irrigação, ao lançamento de efluentes industriais ou urbanos, ou ainda à

construção de obras hidráulicas como barragens, canalizações de rios, execução de poços

profundos, etc.

A outorga de direito de uso ou interferência de recursos hídricos é um ato administrativo, de

autorização ou concessão, mediante o qual o Poder Público faculta ao outorgado fazer uso da

água por determinado tempo, finalidade e condição expressa no respectivo ato. Constitui-se

num instrumento da Política Estadual de Recursos Hídricos, essencial à compatibilização

harmônica entre os anseios da sociedade e as responsabilidades e deveres que devem ser

exercidas pelo poder concedente.

Quanto às exigências do DAEE para outorga de obras hidráulicas (canalizações, travessias e

barramentos) de acordo com o Memorando DPO Nº 023/2007 de 31/07/07, a partir de agosto

de 2007, novas ou já existentes, deverão ser observadas as instruções técnicas DPO de 1 a 4.

As Instruções Técnicas DPO são as seguintes:

nº 1: requerimentos, documentação técnica associada e seus instantes de apresentação ao

DAEE;

nº 2: critérios para elaboração de estudos hidrológicos e hidráulicos;

nº 3: conteúdo mínimo de estudos técnicos para implantação de obras hidráulicas (projetos);

nº 4: conteúdo mínimo de estudos técnicos para regularização de obras hidráulicas.

86

Já a emissão de Autorização pela Agência Ambiental de Jundiaí, da CETESB, é precedida pelo

firmamento de Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental – TCRA, no qual constam

detalhadas as medidas a serem executadas como compensação às intervenções em APP e/ou

supressão da vegetação. Como subsídio ao firmamento do TCRA, deverá ser apresentado a

este órgão o Plano de Compensação Ambiental – PCA, integrante do Plano de Gestão

Ambiental e Social do Programa.

É prevista, em âmbito municipal, a elaboração de Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV para

o licenciamento de ações, públicas ou privadas, que venham a exercer impactos sobre o meio

ambiente, sistema viário e à sociedade. As diretrizes para sua elaboração constam do Artigo 33

do Plano Diretor, valendo frisar que a elaboração do EIV não substitui a elaboração de Estudo

de Impacto Ambiental – EIA ou EAS, RAS, caso seja solicitado pelo órgão licenciador das

operações, no caso, CETESB.

No que tange às implicações legais municipais para a execução das obras de canalização, a

Lei 416/04, em seu artigo 85 cita, de forma categórica, que todo e qualquer curso de água

somente poderá ser canalizado, retificado ou desviado com a devida justificativa técnica, após

prévia autorização dos órgãos estaduais competentes e da Prefeitura do Município de Jundiaí,

mediante parecer de seu órgão competente. Ainda, o inciso 1º define que a autorização desta

modalidade de obra está condicionada à compensação de cinco vezes a área da Área de

Preservação Permanente descaracterizada, por meio de plantio de vegetação nativa ou doação

à Prefeitura Municipal de áreas comprovadamente cobertas por vegetação nativa, áreas de

mananciais ou áreas integrantes da Serra do Japi.

5 AVALIAÇÃO AMBIENTAL E SOCIAL DAS INTERVENÇÕES DO PROGRAMA A presente avaliação ambiental contempla as informações pertinentes aos impactos positivos e

negativos relacionados ao conjunto de intervenções propostas no âmbito do Programa

Integrado de Desenvolvimento Urbano do Município de Jundiaí, destacando-se as intervenções

físicas de maior relevância do ponto de vista dos efeitos socioambientais, para as quais serão

propostas medidas de mitigação e compensação ambiental capazes de reduzir, atenuar ou

eliminar os impactos previstos.

Tais intervenções estruturais, dos componentes Transporte e Mobilidade e Macrodrenagem,

preveem execução de obras civis, com movimentação de terra e solo, tráfego pesado de

máquinas e equipamentos, realização de edificações, canteiros de obras, entre outros, além da

instalação de equipamentos e dispositivos de grande porte.

87

5.1. IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DO COMPONENTE MACRODRENAGEM

A presente avaliação de impacto do Componente Macrodrenagem consiste na análise da

interação entre as características físicas e sociais dos ambientes afetados com as

especificidades de cada modalidade de intervenção.

Nos estudos hidrológicos e hidráulicos foram determinadas as demandas de adequação de

trechos do rio Jundiaí, havendo o detalhamento do tipo de intervenção proposta a cada caso

específico. As modalidades de intervenção a seguir serão executadas na calha do rio Jundiaí,

tanto de forma isolada, como associadas umas às outras nos casos de maior complexidade:

canalização de corpos hídricos;

revestimentos/readequação de estruturas já existentes;

ampliação de seções transversais;

readequação/ampliação de travessias;

implantação de diques laterais;

implantação de reservatórios de amortecimento de cheias.

De maneira geral, durante as fases de implantação e operação das obras do Componente

Macrodrenagem estão previstos impactos ambientais potenciais que deverão, principalmente

na fase de operação, resultar em efeitos positivos à sociedade em função das intervenções

urbanas e ambientais previstas. Os principais impactos negativos destas modalidades de

intervenção estão associados à etapa de implantação.

No que concerne aos impactos positivos, na fase de implantação das obras, o de maior

relevância é a movimentação econômica gerada pelo incremento na demanda de materiais de

construção e de mão de obra. Já na fase de operação, destaca-se a contenção dos processos

erosivos nas margens, a diminuição do assoreamento do leito do rio e, por consequência, a

maior capacidade de suporte da estrutura de drenagem urbana a eventos pluviométricos de

forte magnitude, evitando danos estruturais ao sistema viário e de acidentes e fatalidades,

perda de tempo com obstruções de via, danos físicos a bens privados e risos de doença de

veiculação hídrica.

No entanto, espera-se, principalmente na fase de implantação das obras, impactos comumente

associados aos canteiros de obras, transporte de máquinas pesadas, movimentação de terra,

entre outros, os quais podem traduzir-se em incômodo urbano, supressão de vegetação,

interferências socioambientais e em áreas de proteção, etc.

88

Na fase de operação, os impactos negativos de maior magnitude compreendem: a

impermeabilização das várzeas, com perda de área permeável passível de recomposição

vegetal; alterações na biota aquática e regime hídrico, em detrimento ao aumento da

velocidade de escoamento ocasionado pelo aprofundamento, retificação, e no período de

estiagem, a deposição de sedimentos e outras influências negativas na calha do rio, por conta

da ocorrência de vazões baixasÉ relevante frisar que as intervenções ocorrerão em corpo

hídrico já bastante alterado, localizado em área urbana consolidada, e que, desta forma, os

impactos positivos das obras do Componente Macrodrenagem, no que concerne à diminuição

das enchentes, associados às medidas de mitigação dos seus impactos negativos, tornam a

ação eficaz à obtenção de requalificação urbana com qualidade ambiental.

Por conta dos tipos de intervenções do Componente Macrodrenagem serem muitas vezes

semelhantes, atribui-se, na presente avaliação de impactos, grande peso à localização das

obras, já que é neste fator que se encontram as peculiaridades dos impactos ambientais a

serem analisados. Face ao exposto, esta avaliação prosseguirá subdividida por trechos de

intervenção, havendo o detalhamento dos tipos de uso e cobertura do solo e das adequações

estruturais pretendidas, possibilitando a identificação dos impactos socioambientais

decorrentes da interação entre estes dois fatores.

5.1.1. Rio Jundiaí – Ponte da Rodovia Anhanguera

Conforme apresentado no subitem 4.2 do Capitulo 4, referente ao detalhamento do Programa,

foram propostas 2 (duas) alternativas de soluções estruturais para o trecho de canal de 30.5

metros de extensão sob a ponte da via Anhanguera, a saber: (i) o revestimento das paredes

laterais de gabião com argamassa de cimento e areia, e; (ii) a retirada das paredes laterais de

gabião e implantação de seção retangular em concreto armado. Foi considerada para esta

análise, a alternativa nº 2 por ser a mais significante em termos de impactos ambientais.

Fase de Implantação – Impactos Positivos

Os impactos socioambientais positivos vinculados à fase de implantação desta obra são, entre

outros: a retirada de lixo, entulho e demais resíduos acumulados nas margens e/ou no

fundo do rio e valas, ocasionando melhoria das condições físicas destes elementos; a geração

de emprego e renda à população local, em virtude do incremento na demanda de mão-de-

obra; o aumento do comércio local, para provisão de materiais e equipamentos para as

construções e o incremento dos recursos públicos locais, mediante a arrecadação de

impostos e taxas oriundas do aumento de fluxo de mercadorias e serviços.

Fase de Implantação – Impactos Negativos

89

Já os impactos negativos na etapa de implantação da obra apresentam-se em maior número,

por esta fase compreender ações como supressão da vegetação, terraplenagem, abertura

de valetas, utilização de material de empréstimo e bota-fora; são principais elementos

considerados em obras de drenagem com o correto recorte de solo e posterior concretagem,

além de abertura de canteiro de obras; acesso de caminhões e pessoas ao local etc.. É usual a

ocorrência de poluição sonora e atmosférica (poeiras e particulados), em função da

movimentação de terra, caminhões, máquinas e equipamentos pesados, gerando piora da

qualidade urbana em virtude dos ruídos e materiais particulados na atmosfera. Salienta-se que

a Rodovia Anhanguera já apresenta elevado distúrbio de poluição sonora e atmosférica

inerentes a sua operação.

Por estar prevista a remodelação da Ponte da Rodovia Anhanguera, devendo haver sua

interdição para a execução da obra, são esperados impactos no trânsito de magnitude forte

inclusive nas áreas de influência indireta. Ainda que estes impactos sejam totalmente

reversíveis, durante a implantação da obra é necessário que sejam executadas as medidas

cabíveis para a mitigação destes impactos, incluindo a participação direta da concessionária

Auto Ban.

Em virtude do pouco adensamento urbano ao redor da área de interferência da obra analisada,

os impactos negativos associados à logística da obra - entrada e saída de caminhões com

materiais de construção, gerando alterações no trânsito, emissão de poluentes e, desta forma,

transtornos de acessibilidade, conforto e convívio social - não exercerão influência de forte

magnitude à população de Jundiaí.

Outro impacto negativo comum a este tipo de intervenção é o acúmulo de resíduos sólidos e

efluentes do canteiro de obras, com prejuízo à qualidade das águas e à paisagem, caso

não sejam adequadamente coletados. Pela farta disponibilidade de áreas livres para a

disposição destes materiais, e, ainda, por meio da execução de Plano de Gerenciamento da

Construção Civil – PGRCC pode-se prever a mitigação total deste impacto. Deverá haver, no

entanto, especial atenção quanto à manutenção da qualidade ambiental da Área de

Preservação Permanente do rio Jundiaí, de forma que não sejam necessárias medidas de

remediação para controle da poluição gerada com a deposição de resíduos.

A erosão do solo e assoreamento das porções à jusante, com o carreamento de sólidos

durante as obras, devido à movimentação de terra e solo, também compreende impacto de

forte magnitude, caso não sejam tomadas as medidas mitigadoras necessárias.

Fase de Operação – Impactos Positivos

90

Na fase de operação da obra serão verificados diversos impactos positivos. Os de caráter

social: maior credibilidade do poder público, em virtude das melhorias alcançadas;

valorização imobiliária em decorrência à requalificação urbana. Os associados às

dinâmicas estruturais e do meio físico-biótico: contenção de danos às travessias existentes

no trecho; contenção da erosão nas margens, com consequente diminuição de enchentes

e diminuição dos eventos de degradação das áreas marginais.

Fase de Operação – Impactos Negativos

Quanto aos impactos negativos na fase de operação associados às dinâmicas do meio físico-

biótico, prevê-se: o aumento da vazão a jusante e da amplitude das descargas locais no

corpo hídrico; resultado do aumento da velocidade de escoamento pelo aprofundamento e

alagamento do canal;

Aumento da capacidade de transporte de sedimentos, diminuindo a qualidade da água e a

alteração da biota aquática. Estes impactos, por serem irreversíveis, serão monitorados por

meio das ações previstas no PGAS, a ser detalhado no Capítulo 8 deste Relatório. Vale frisar

que o corpo hídrico a ser impactado apresenta níveis altos de alteração de suas características

físicas, químicas e biológicas.

O rio Jundiaí, a jusante da ponte da Anhanguera encontra-se em leito natural, porém cercado

por área industrial. Após a travessia sobre a Rodovia dos Bandeirantes, entra em zona

tipicamente rural com a formação de meandros e encaixado em bacia sedimentar, cercado por

campos antrópicos e área de produção agrícola, até entrar na zona urbana de Itupeva.

É necessária a realização de um estudo de impactos à jusante, com a finalidade de prever a

magnitude dos impactos e determinar as principais ações a serem tomadas, tendo em vista o

possível incremento na vazão de jusante do rio Jundiaí.

Caso sejam identificadas medidas necessárias para conter a força da água, evitando erosões e

para controle das vazões nas áreas rurais de Jundiaí, tais medidas devem ser incorporadas

aos programas descritos no PGAS como forma de mitigar os impactos de jusante.

Quanto aos impactos negativos na fase de operação da canalização, prevê-se o aumento de

área impermeável, impacto este que deve ser mitigado através de compensação ambiental,

proposta no âmbito do PGA, e aprovada e legitimada pelo órgão licenciador que emitirá as

autorizações para intervenção na Área de Preservação Permanente do rio Jundiaí.

Outro impacto social negativo relevante desta modalidade de intervenção urbana é o aumento

da expectativa da melhoria do sistema de drenagem e dos indicadores de saúde pública,

que acabam gerando pressão sobre o poder público e, muitas vezes, insatisfação por parte da

91

população caso os benefícios esperados não sejam considerados. Para a mitigação deste

impacto deverá ser desenvolvido, junto à comunidade local, Projeto de Comunicação Social.

5.1.2. Rio Jundiaí – Trecho a montante da Ponte da Rodovia Anhanguera até a ponte da rua

Maria C. Pontes

Trata-se da avaliação de impactos das intervenções em 2.200 metros do rio Jundiaí, a serem

realizadas em trecho de leito natural compreendido à montante da Ponte da rodovia

Anhanguera até a da ponte da Rua Maria do Carmo P. de Oliveira. Para este trecho propõe-se

a canalização em concreto armado, a remodelação da ponte da rua Maria C. Pontes com

ampliação da seção hidráulica sob a mesma e a implantação de diques e canais laterais ao rio

Jundiaí, conforme detalhado no Capitulo 4.

Verifica-se de montante à jusante, na margem direita deste trecho de intervenção:

adensamento urbano; propriedades de uso industrial e; posteriormente à ponte da Avenida

Armando Giasseti, um centro de logística de distribuição de alimentos; a Universidade Paulista

UNIP de Jundiaí e 5 loteamentos residenciais verticais que serão impactados diretamente pelo

empreendimento. Na margem esquerda ocorrem ocupações esparsas industriais, comerciais,

residenciais e subnormais, assim como área permeável de cobertura vegetal pioneira, com

espécies arbóreas isoladas, relevante à absorção de eventos pluviométricos.

Tendo em vista a intervenção pretendida e as características de cobertura do solo supracitadas

e, ainda, que os recursos naturais da localidade encontram-se fortemente alterados, entende-

se que tanto os impactos positivos, quanto os negativos, influenciarão em maior magnitude o

meio social.

Fase de Implantação – Impactos Positivos

Os impactos socioambientais positivos vinculados à fase de implantação desta obra são, entre

outros: a retirada de lixo, entulho e demais resíduos acumulados nas margens e/ou no

fundo do rio e valas, ocasionando melhoria das condições físicas do rio; a geração de

emprego e renda à população local, em virtude do incremento na demanda de mão-de-obra;

o aumento do comércio local, para provisão de materiais e equipamentos para as

construções e o incremento dos recursos públicos locais, mediante a arrecadação de

impostos e taxas oriundas do aumento de fluxo de mercadorias e serviços.

Fase de Implantação – Impactos Negativos

Os impactos negativos na etapa de implantação desta obra são em maior número por conta de

estar prevista intervenção em Área de Preservação Permanente, terraplenagem, abertura

de valetas, utilização de material de empréstimo e execução bota-fora em várzea;

92

abertura de canteiro de obras; acesso de caminhões e pessoas ao local etc.. É usual

neste tipo de empreendimento a ocorrência de poluição sonora e atmosférica (poeiras e

particulados), em função da movimentação de terra, caminhões, máquinas e equipamentos

pesados, gerando piora da qualidade urbana em virtude dos ruídos e materiais particulados

na atmosfera.

Vale frisar que, diferentemente da primeira intervenção analisada, este local apresenta número

representativo de moradias em sua área de influência. Em virtude do adensamento urbano, os

impactos negativos associados à logística da obra - entrada e saída de caminhões com

materiais de construção, gerando alterações no trânsito, emissão de poluentes e, desta

forma, transtornos de acessibilidade, conforto e convívio social - exercerão influência de

forte magnitude à população.

Por conta de estar prevista a remodelação da Ponte da Av. Maria do Carmo P. De Oliveira,

devendo haver sua interdição para a execução da Obra, são esperados transtornos no

trânsito à população da Vila Hortolândia. Ainda que estes impactos sejam totalmente

reversíveis, durante a implantação da obra é necessário que sejam executadas as medidas

cabíveis para a mitigação destes impactos.

Outro impacto negativo comum a este tipo de intervenção na fase de implantação é o acúmulo

de resíduos sólidos e efluentes do canteiro de obras, com prejuízo à qualidade das

águas e à paisagem, caso não sejam adequadamente coletados. Pela menor disponibilidade

de áreas livres adequadas à disposição destes materiais – verifica-se uso adensado do solo

em áreas lindeiras ao corpo hídrico, e várzeas vegetadas – torna-se imprescindível a execução

de Plano de Gerenciamento da Construção Civil – PGRCC, aliado a ações informativas junto à

população, por meio das quais será frisada a reversibilidade dos impactos da fase de

implantação da intervenção.

A erosão do solo e assoreamento das porções de jusante, com o carreamento de sólidos

durante as obras, devido à movimentação de terra e solo, também compreende impacto de

forte magnitude, caso não sejam tomadas as medidas mitigadoras necessárias. Tendo em vista

a execução da primeira intervenção pretendida, logo a jusante desta, na seção abaixo da Ponte

da Rodovia Anhanguera, vale enfatizar que serão imprescindíveis as medidas de controle do

aporte de sedimentos e resíduos no corpo d’água, assim como controle de erosão e

estabilização dos solos às margens do canal.

Fase de Operação – Impactos Positivos

Na fase de operação da obra serão verificados diversos impactos positivos. Os de caráter

social: maior credibilidade do poder público, em virtude das melhorias alcançadas;

93

valorização imobiliária em decorrência à requalificação urbana, diminuição de vetores de

doenças e outros. Os associados às dinâmicas do meio físico-biótico: contenção de danos

estruturais às travessias existentes no trecho; contenção da erosão nas margens, com

consequente diminuição de enchentes e da degradação das vias marginais.

Fase de Operação – Impactos Negativos

Quanto aos impactos negativos na fase de operação da canalização está previsto o aumento

de área impermeável, impacto que deve ser mitigado através de Plano de Compensação

Ambiental.

Outro impacto social relevante desta modalidade de intervenção urbana é o aumento da

expectativa da melhoria do sistema de drenagem e dos indicadores de saúde pública,

que acabam gerando pressão sobre o poder público e, muitas vezes, insatisfação por parte

da população, caso não se desenvolva, junto à comunidade local, Projeto de participação e

informação (mídia).

No que concerne aos impactos negativos na fase de operação associados às dinâmicas do

meio físico-biótico, estima-se a ocorrência dos seguintes processos, alguns positivos para a

mitigação das inundações na região, mais que representam fortes alterações na configuração

original do corpo hídrico: aumento da amplitude das descargas locais no corpo hídrico;

aumento da velocidade de escoamento pelo aprofundamento e alagamento do canal;

diminuindo a qualidade da água e a alteração da biota aquática.

Estes impactos, por serem irreversíveis, serão monitorados por meio das ações previstas no

Plano de Gestão Ambiental, a ser detalhado no capítulo 7 deste Relatório. É relevante ressaltar

que o corpo hídrico a ser impactado apresenta níveis altos de alteração de suas características

físicas, químicas e biológicas.

5.1.3. Rio Jundiaí – Trecho a montante da Ponte da Av. Maria do Carmo P. De Oliveira até

jusante da ponte da rua Oswaldo Cruz – Trecho de canalização existente

As intervenções estruturais pretendidas neste trecho do rio Jundiaí, conforme apresentado no

subitem 4.2.3, compreendem a implantação de diques laterais em dois subtrechos, a saber: (i)

entre as pontes Castro Alves e São João e (ii) entre as pontes São João e Oswaldo Cruz.

Ressalta-se que, em decorrência a intervenção percorrer área densamente ocupada, de

recursos naturais extremamente alterados, tanto os impactos positivos, quanto os negativos,

influenciarão em maior magnitude o meio social.

Este trecho do rio Jundiaí apresenta suas margens impermeabilizadas pela Av. Antônio

Frederico Ozanan. Desta forma, o estabelecimento de diques decorre da necessidade de

94

controle das inundações para manutenção da fluidez no tráfego local e contenção de danos às

vias, já que estas estruturas danificadas podem causar acidentes.

Fase de Implantação – Impactos Positivos

Os impactos socioambientais positivos vinculados à fase de implantação desta obra são

semelhantes aos já apresentados neste capítulo, compreendendo: a retirada de lixo, entulho

e demais resíduos acumulados nas várzeas, ocasionando melhoria das condições físicas

destas; a geração de emprego e renda à população local, em virtude do incremento na

demanda de mão-de-obra; o aumento do comércio local, para provisão de materiais e

equipamentos para as construções e o incremento dos recursos públicos locais, mediante a

arrecadação de impostos e taxas oriundas do aumento de fluxo de mercadorias e serviços.

Fase de Implantação – Impactos Negativos

Os impactos negativos na etapa de implantação desta obra são os de magnitude mais

relevante. As ações compreenderão intervenção em APP; terraplenagem; abertura de

valetas, utilização de material de empréstimo e bota-fora; abertura de canteiro de obras;

acesso de caminhões e pessoas ao local etc.. Ocorrerá poluição sonora e atmosférica

(poeiras e particulados), em função da movimentação de terra, caminhões, máquinas e

equipamentos pesados, gerando piora da qualidade urbana em virtude dos ruídos e materiais

particulados na atmosfera.

Vale frisar que o local que se desenvolverá esta intervenção apresenta número representativo

de residências, em condomínios verticais e horizontais. Em decorrência a esta característica de

uso e ocupação do solo, os impactos negativos associados à logística da obra - entrada e

saída de caminhões com materiais de construção, gerando alterações no trânsito, emissão

de poluentes e, desta forma, transtornos de acessibilidade, conforto e convívio social -

exercerão influência de forte magnitude à população. Vale frisar que são impactos totalmente

reversíveis e, durante a implantação da obra, é imprescindível que sejam executadas as

medidas cabíveis para a mitigação destes impactos.

Outro impacto negativo comum a este tipo de intervenção é o acúmulo de resíduos sólidos e

efluentes do canteiro de obras, com prejuízo à qualidade das águas e à paisagem, caso

não sejam adequadamente coletados. Pela pouca disponibilidade de áreas livres para a

disposição destes materiais – verifica-se uso adensado do solo em áreas lindeiras ao corpo

hídrico – torna-se imprescindível a execução de Plano de Gerenciamento da Construção civil –

PGRCC, aliado a ações informativas junto à população, por meio das quais será frisada a

reversibilidade dos impactos da fase de implantação da intervenção.

Fase de Operação – Impactos Positivos

95

Na fase de operação da obra serão verificados diversos impactos positivos. Os de caráter

social: maior credibilidade do poder público, em virtude das melhorias alcançadas;

valorização imobiliária em decorrência à requalificação urbana (este último de grande

relevância por tratar-se de área densamente ocupada). Os associados às dinâmicas do meio

físico-biótico: contenção das vazões excedentes do rio Jundiaí no local, com diminuição

da degradação das vias marginais e contenção de riscos à população.

Ainda que não se preveja o aumento de área impermeável, por tratar-se de área muito

alterada, haverá a previsão de compensação ambiental por meio de Plano de Compensação

Ambiental, já que será executada intervenção em Área de Preservação Permanente – APP.

Fase de Operação – Impactos Negativos

Os impactos negativos da etapa de operação desta obra apresentam magnitude irrelevante, se

comparadas às intervenções que compreendem modificações estruturais nas seções do rio.

Ressalta-se que este trecho apresenta níveis altos de alteração de suas características físicas,

químicas e biológicas, e, desta forma, os impactos acima citados apresentarão magnitude

pouco representativa.

5.1.4. Rio Jundiaí – Trecho a montante da Ponte da Oswaldo Cruz – Leito Natural

Para este trecho há três propostas de intervenção, a saber, (i) a canalização em concreto

armado com seção trapezoidal para o trecho do rio Jundiaí, em uma extensão da ordem de

2,45 km, entre a ponte da rua Oswaldo Cruz e a foz do córrego do Tanque Velho, como a nova

base do canal de largura igual a 12,40m, taludes com inclinação 1,0V:1,5H e altura variável,

ajustada às cotas dos terrenos marginais, havendo, ainda, a implantação de diques (muros) em

concreto armado, com alturas variando entre 0,50m e 1,50m; (ii) implantação de um conjunto

de reservatórios de amortecimento de cheias, posicionados lateralmente à calha do rio Jundiaí

e (iii) Adequação/Ampliação da Ponte da Rua José do Patrocínio.

Ocorrerá, para a execução desta obra, intervenção em Área de Preservação Permanente ainda

resguardada quanto às suas funções ecológicas, apresentando cobertura vegetal composta por

gramíneas e espécies arbustivas em estágio pioneiro de regeneração.

Fase de Implantação – Impactos Positivos

Os impactos socioambientais positivos da execução de canalização de forma associada à

construção de diques laterais são: a retirada de lixo, entulho e demais resíduos

acumulados nas margens e/ou no fundo do rio e valas, ocasionando melhoria das

condições físicas destes elementos; a geração de emprego e renda à população local, em

virtude do incremento na demanda de mão-de-obra; o aumento do comércio local, para

96

provisão de materiais e equipamentos para as construções e o incremento dos recursos

públicos locais, mediante a arrecadação de impostos e taxas oriundas do aumento de fluxo

de mercadorias e serviços.

A implantação dos reservatórios apresentará impactos sociais positivos relacionados à

movimentação econômica, gerada pela demanda de materiais de construção, e à geração

de emprego e renda, por conta da demanda por mão de obra.

Fase de Implantação – Impactos Negativos

Os impactos negativos na etapa de implantação destas modalidades de obra apresentam-se

em maior número, por estas compreenderem ações como supressão da vegetação,

terraplenagem; abertura de valetas, utilização de material de empréstimo e bota-fora;

abertura de canteiro de obras; acesso de caminhões e pessoas em área de Preservação

Permanente localizada de forma lindeira a maciços florestais.

Ainda que esta obra não se compare as outras quanto aos impactos negativos no trânsito e na

qualidade de vida das pessoas por localizar-se em área urbana menos adensada, caso seja

escolhida a implantação de reservatórios, haverá grande demanda por materiais de construção

e grande área de intervenção em APP.

É usual neste tipo de empreendimento a ocorrência de poluição sonora e atmosférica

(poeiras e particulados), em função da movimentação de terra, caminhões, máquinas e

equipamentos pesados, gerando piora da qualidade urbana em virtude dos ruídos e materiais

particulados na atmosfera.

Verificar-se-á, ainda, o acúmulo de resíduos sólidos e efluentes do canteiro de obras, com

prejuízo à qualidade das águas e à paisagem, caso não sejam adequadamente coletados,

sendo imprescindível a execução de Plano de Gerenciamento da Construção civil – PGRCC,

aliado a ações informativas junto à população, por meio das quais será frisada a reversibilidade

dos impactos da fase de implantação da obra.

Fase Operação – Impactos Positivos

Na fase de operação desta obra serão verificados diversos impactos positivos. Os de caráter

social: maior credibilidade do poder público, em virtude das melhorias alcançadas;

valorização imobiliária em decorrência à requalificação urbana. Os associados às dinâmicas

do meio físico-biótico: facilitação para a requalificação urbana do entorno; contenção de

danos estruturais das travessias às edificações marginais; contenção da erosão nas

margens, aumento no amortecimento de cheias, com consequente diminuição de

enchentes.

97

Fase Operação – Impactos Negativos

No que concerne aos impactos negativos na fase de operação associados às dinâmicas do

meio físico-biótico, estima-se a ocorrência dos seguintes processos, alguns positivos para a

mitigação das inundações na região, mais que representam fortes alterações na configuração

original do corpo hídrico: aumento da amplitude das descargas locais no corpo hídrico;

aumento da velocidade de escoamento pelo aprofundamento e alagamento do canal;

diminuição da qualidade da água e a alteração da biota aquática. Estes impactos, por

serem irreversíveis, serão monitorados por meio das ações previstas no Plano de Gestão

Ambiental, a ser detalhado no Capítulo 6 deste Relatório. É relevante ressaltar que o corpo

hídrico a ser impactado apresenta níveis altos de alteração de suas características físicas,

químicas e biológicas, e, desta forma, os impactos acima citados apresentarão magnitude

pouco representativa.

5.1.5. Impactos na Drenagem Urbana da Área de Influência Indireta

As intervenções previstas no Componente Macrodrenagem compreenderão impactos locais e

impactos que extrapolarão os limites municipais, tendo em vista que se pretende intervir em

recurso natural transfronteiriço.

Estima-se, portanto, a ocorrência de impactos nas ocupações urbanas localizadas à jusante de

Jundiaí e, desta forma, principalmente a cidade de Itupeva, estabelecida de forma lindeira,

poderá apresentar alterações em sua rede de drenagem urbana. O maior aporte de sedimentos

e a ocorrência de vazões baixas - na etapa de implantação - e o aumento significativo de

vazão, a potencialização de processos erosivos nas margens e a ocorrência de inundações -

na etapa de operação das obras - consistem nos impactos negativos que poderão ocorrer.

Em que pese o Município de Itupeva possuir Plano Diretor de Drenagem adequado à situação

atual, devendo o incremento de vazão, pelo presente, não ultrapassar os níveis de segurança

previstos para este Município, deverá haver especial atenção aos impactos erosivos neste

município nas etapas de implantação e operação da obra.

Entende-se como pertinente, no âmbito da revisão do Plano Diretor de Drenagem de Itupeva, a

incorporação da situação gerada pelas adequações à montante na bacia hidrográfica, levando

em consideração também o processo de expansão urbana de Jundiaí que proporcionará

aumento na impermeabilização do solo e, por consequência, aumento crescente na vazão que

o município de Itupeva deverá atender.

Verificar de é Plano Diretor de Drenagem ou Plano de Saneamento Básico.

98

5.2. IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DO COMPONENTE TRANSPORTE E MOBILIDADE

A presente avaliação de impacto consistirá na análise da interação entre as características

físicas e sociais dos ambientes afetados com as especificidades de cada modalidade de

intervenção.

Nas fases de implantação, operação e manutenção das obras previstas pelo Componente

Transporte e Mobilidade serão desenvolvidas ações geradoras de efeitos adversos e

benéficos, temporários ou residuais, sobre as condições préexistentes. Considerando o

Programa como um todo, deve-se destacar a preponderância dos efeitos positivos

permanentes e a transitoriedade dos efeitos adversos, os quais deverão ser mitigados ou

compensados com as ações recomendadas no presente estudo.

Os impactos socioambientais positivos vinculados à fase de implantação da obra

compreendem principalmente: a geração de emprego e renda à população local, em virtude do

incremento na demanda de mão-de-obra; o aumento do comércio local para provisão de

materiais e equipamentos para as construções e; o incremento dos recursos públicos locais

mediante a arrecadação de impostos e taxas oriundas do aumento de fluxo de mercadorias e

serviços.

Os impactos negativos associados à fase de implantação das obras apresentam-se, em maior

número: poluição sonora por ruídos e vibrações, incômodo à circulação de pessoas e veículos

(alteração dos corredores de acesso, etc.), possibilidade de ocorrência de acidentes,

modificações da paisagem urbana, supressão de vegetação, dentre outros. Ainda nesta fase,

com relação à qualidade do ar, prevê-se a ocorrência de material particulado desprendido em

função da movimentação de terra e tráfego de veículos, assim como o aumento no volume de

poluentes em detrimento à descarga dos equipamentos utilizados na obra.

Poluição sonora por ruídos e vibrações ocorrerão devido à movimentação de máquinas e

equipamentos, tanto no local da obra quanto em logradouros adjacentes. Vale frisar que estes

impactos são temporários, e ocorrerão apenas na fase de implantação do empreendimento.

Os incômodos aos transeuntes e ao tráfego local de veículos estão associados às mudanças

nos corredores de acesso em função das obras. Além disso, a presença de veículos,

equipamentos, máquinas, trabalhadores das obras e transeuntes faz com que haja o risco de

acidentes envolvendo estes agentes.

99

Outro impacto negativo comum a este tipo de intervenção é o acúmulo de resíduos sólidos no

canteiro de obras, com possibilidade de prejuízo à qualidade das águas - nos casos das obras

em vias marginais a rios - e à paisagem, caso não sejam adequadamente coletados e

destinados.

A necessidade de se efetuar desapropriações para implantação de algumas das obras

previstas pelo componente Transporte e Mobilidade vai gerar impactos negativos relacionados

ao modo de vida da população afetada - hábitos, laços, relações familiares e de convívio social

- além da alteração na microeconomia local.

Na fase de operação e de manutenção das intervenções, os impactos estarão fortemente

vinculados aos benefícios das obras, como, por exemplo, maior fluidez ao tráfego de veículos

automotores, valorização social e ambiental da área urbana jundiaiense, maior credibilidade do

poder público em virtude das melhorias alcançadas e valorização imobiliária em decorrência da

requalificação urbana.

5.2.1. Intervenção Urbanística e Duplicação da Rua José do Patrocínio.

Fase de Implantação – Impactos Positivos

Como impacto positivo da fase de implantação da obra prevê-se a geração de emprego e

renda à população local, em virtude do incremento na demanda de mão-de-obra; o aumento

do comércio local para provisão de materiais e equipamentos para as construções, e o

incremento dos recursos públicos locais mediante a arrecadação de impostos e taxas

oriundas do aumento de fluxo de mercadorias e serviços.

Fase de Implantação – Impactos Negativos

Tendo em vista que esta intervenção ocorrerá em área de grande adensamento populacional,

durante a fase de implantação das obras estima-se a ocorrência de impactos negativos

associados à logística da obra – com a entrada e saída de caminhões e equipamentos -

gerando alterações no trânsito e emissão de poluentes e, consequente, incômodos à

circulação de veículos e pessoas. Vale frisar que estes impactos são temporários e se

extinguirão com a conclusão das obras.

As obras desta ação poderão gerar alterações na qualidade das águas do rio Guapeva à

jusante, devido ao carreamento de sólidos e efluentes do canteiro de obras, caso estes não

sejam adequadamente manejados e coletados.

100

Ainda na fase de implantação, deve ser dada atenção especial às desapropriações previstas

para realização das obras, pois estas compreenderão remoções muitas vezes involuntárias,

gerando impacto negativo irreversível. As desapropriações de imóveis residenciais implicam

em modificação de hábitos, laços, relações familiares e de convívio social dos expropriados. Já

as desapropriações de imóveis comerciais implicam na alteração da microeconomia local.

Fase de Operação – Impactos Positivos

Na fase de operação e de manutenção das intervenções, os impactos estarão fortemente

vinculados aos benefícios das obras, como, por exemplo, maior fluidez ao tráfego de

veículos automotores, requalificação urbana, valorização da área urbana juniaiense e

maior credibilidade do poder público em virtude das melhorias alcançadas

Prevê-se, por meio da execução desta obra, melhora relevante no acesso entre os bairros

Vianelo, Vila Arens e Centro, gerando, consequentemente, maior fluidez ao tráfego na

região. As intervenções também facilitarão o acesso às Avenidas Vigário João José Rodrigues,

Paula Penteado, Odil Campo Saes e Rua Senador Fonseca. É possível que os efeitos positivos

sejam sentidos também na Rua Messina, sentido sudoeste.

A construção de auditório/sala de apresentações gerará impactos positivos associados às

novas demandas para o setor de serviços - impacto este que vai ao encontro de um dos

objetivos elencados no Plano Diretor do município que é o “incentivo à instalação e ao

desenvolvimento de novas atividades econômicas, estimulando a geração de empregos e

renda” (Lei Complementar nº 416, de 29 de dezembro de 2004) – e à possibilidade do

desenvolvimento de atividades culturais.

Por conta da requalificação paisagística da localidade, havendo o plantio de árvores e

manutenção de áreas permeáveis, atribui-se a esta intervenção a melhoria da qualidade de

vida da população e ganho ambiental relevante.

5.2.2. Realinhamento, construção e desmobilização de tabuleiros de acesso sobre o rio

Jundiaí, na Avenida Antônio Frederico Ozanan

Fase de Implantação – Impactos Positivos

Como impacto positivo da fase de implantação desta obra prevê-se a geração de emprego e

renda à população local, em virtude do incremento na demanda de mão-de-obra; o aumento

do comércio local para provisão de materiais e equipamentos para as construções, e o

101

incremento dos recursos públicos locais mediante a arrecadação de impostos e taxas

oriundas do aumento de fluxo de mercadorias e serviços.

Fase de Implantação – Impactos Negativos

Em virtude do pouco adensamento urbano ao redor desta intervenção, os impactos negativos

associados à logística da obra - entrada e saída de caminhões com materiais de construção,

gerando alterações no trânsito, emissão de poluentes e, desta forma, transtornos de

acessibilidade, conforto e convívio social - não exercerão influência de forte magnitude à

população. No entanto, no que se refere à implantação da obra, deve-se atentar ao acúmulo

de resíduos sólidos e efluentes do canteiro de obras, pois caso estes não sejam

adequadamente coletados, implicarão em impactos negativos aos recursos naturais e à

paisagem.

As intervenções sobre o rio Jundiaí apresentam o potencial impacto de prejuízo à qualidade

água do rio e assoreamento à jusante, por meio do carreamento de sólidos e erosão das

margens durante a implantação das obras, caso estes não sejam adequadamente manejados e

coletados. Deverão ser articuladas medidas de contenção deste impacto de forma consonante

às ações previstas pelo Componente Macrodrenagem.

As desapropriações de parte dos terrenos industriais na margem esquerda do rio Jundiaí

poderão provocar impactos negativos aos proprietários. Contudo, essas desapropriações não

acarretarão na remoção de pessoas ou inviabilização de negócios, o que facilita o processo de

negociação com os proprietários dos terrenos.

Fase de Operação – Impactos Positivos

Na fase de operação e de manutenção das intervenções, os impactos estarão fortemente

vinculados aos benefícios das obras, como, por exemplo, maior fluidez ao tráfego de

veículos automotores, valorização da área urbana e maior credibilidade do poder público

em virtude das melhorias alcançadas.

As obras previstas nesta intervenção proporcionarão maior fluidez ao tráfego na conexão do

Viaduto Sperandio Pelliciari com a região ao Norte do rio Jundiaí, na Avenida Dr. Odil Campos

Saes, e Rua Joaquim Nabuco, por meio do remanejamento parcial do tráfego para a Avenida

Américo Bruno, atualmente com melhor capacidade para absorção das demandas.

5.2.3. Acesso ao Bairro Currupira

Fase de Implantação – Impactos Positivos

102

Como impacto positivo da fase de implantação desta obra, podemos citar a geração de

emprego e renda à população local, em virtude do incremento na demanda de mão-de-obra; o

aumento do comércio local para provisão de materiais e equipamentos para as construções

e o incremento dos recursos públicos locais mediante a arrecadação de impostos e taxas

oriundas do aumento de fluxo de mercadorias e serviços.

Fase de Implantação – Impactos Negativos

No que concerne aos impactos negativos da etapa de implantação desta intervenção, prevê-se

a necessidade de supressão da vegetação de parcela de fragmento florestal em processo

de regeneração. Contudo, haverá a manutenção de boa parte da área permeável,

representada pela parcela a ser preservada do remanescente arbóreo-arbustivo e pela ampla

área ocupada por gramínea ao redor deste empreendimento. Desta forma, a compensação

ambiental pela supressão da vegetação necessária à construção do acesso ao bairro poderá

ocorrer nas próprias imediações da obra, visto que há disponibilidade de área para tal ação.

Vale frisar que, por meio das ações de manejo florestal, tal compensação poderá acelerar o

processo de regeneração já em curso na região.

O acúmulo de resíduos sólidos e efluentes do canteiro de obras pode gerar impactos

negativos, caso estas substâncias não sejam adequadamente coletadas. As ações para

contenção destes possíveis impactos estarão contempladas no PGA, em medidas específicas

para a gestão de resíduos da construção civil.

Em virtude do escasso adensamento urbano ao redor da área de interferência da obra

analisada, os impactos negativos associados à logística da obra - entrada e saída de

caminhões com materiais de construção, gerando alterações no trânsito, emissão de

poluentes e, desta forma, transtornos de acessibilidade, conforto e convívio social - não

exercerão influência de forte magnitude à população.

Fase de Operação – Impactos Positivos

Na fase de operação e de manutenção das intervenções, os impactos estarão fortemente

vinculados aos benefícios das obras, como, por exemplo, maior fluidez ao tráfego de

veículos automotores e maior credibilidade do poder público em virtude das melhorias

alcançadas.

A implantação do novo acesso ao Bairro Currupira permitirá que veículos de carga e ônibus

tenham acesso facilitado ao bairro. Além disso, veículos de passeio também serão

beneficiados, uma vez que terão outra opção de acesso ao bairro, além da passagem

103

subterrânea sob a linha férrea, que permite a passagem de somente um veículo por vez, tanto

para ir quanto para sair do bairro. Essa facilidade de acesso também resultará em efeitos

positivos na qualidade do ar, pois evita os longos trajetos de contorno para chegar ao bairro,

resultando em menor volume de emissões atmosféricas por veículos durante o percurso.

O acesso facilitado ao bairro também melhorará a segurança do local, pois atualmente os

motoristas ficam muito vulneráveis ao atravessarem a passagem existente.

Fase de Operação – Impactos Negativos

Contudo, deve-se destacar que, dado que a obra encontra-se no limite entre a área urbana e a

área rural, prevê-se como impacto a indução ao aceleramento do processo de expansão

urbana para essa área do município. Segundo o Plano Diretor do Município de Jundiaí, a maior

parte dessa região enquadra-se em uma Zona de Conservação Ambiental (ZC) que, em função

de sua localização e do interesse de proteção de seus atributos naturais, necessitam de

critérios especiais de uso e ocupação do solo.

5.3. SÍNTESE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS E MEDIDAS MITIGADORAS DO PROGRAMA INTEGRADO DE DESENVOLVIMENTO URBANO DO MUNICÍPIO DE JUNDIAÍ.

Após a identificação e avaliação dos principais impactos ambientais relacionados às

intervenções dos Componentes Macrodrenagem e Transporte e Mobilidade, considerando os

aspectos ambientais relevantes das respectivas áreas de influência, serão apresentadas, neste

tópico, tabelas contendo: (i) a sistematização dos impactos ambientais negativos, havendo a

tipificação dos Projetos Ambientais que serão desenvolvidos em atenção à

mitigação/compensação de cada um destes impactos, e; (ii) a sistematização dos impactos

positivos, havendo o detalhamento de seus beneficiários.

Assim, as Tabelas 15 e 16, a seguir, apresentam os impactos negativos e positivos associados

às etapas de implantação e operação do Programa Integrado de Desenvolvimento Urbano do

Município de Jundiaí.

Tabela 15: Impactos Negativos e Medidas Mitigadoras Associadas às Etapas de Implantação e Operação do Programa

FASE DE IMPLANTAÇÃO - Impactos Negativos

Impacto Ambiental e Social

Ocorrência do Impacto Medidas Mitigadoras e Compensatórias Propostas –

Projetos do PGAS

Caráter da

Medida

Responsável pela execução

Poluição sonora e atmosférica / emissão de poluentes

Devido à movimentação de máquinas e equipamentos no local e logradouros adjacentes às obras de ambos os componentes

Projeto de Controle Ambiental das Obras M Executores das obras/UGP

Piora da qualidade urbana

Em virtude dos ruídos e materiais particulados na atmosfera

Projeto de Controle Ambiental das Obras M Executores das obras/UGP

Impactos/alterações no trânsito: Incômodos aos transeuntes e ao tráfego local de veículos

Associados às mudanças nos corredores de acesso em função das obras. Ocorrerá tanto no local, em logradouros adjacentes às obras de ambos os componentes, quanto em área de influência indireta, por conta de afetar o fluxo na Rod. Anhanguera

Projeto de Controle Ambiental das Obras M Executores das obras/UGP

Transtornos de acessibilidade, conforto e convívio social

Associados às mudanças nos corredores de acesso em função das obras e ao aumento de material particulado na atmosfera.

Projeto de Comunicação Social, Educação Ambiental e Promoção Sociocultural

M UGP

Contaminação do solo e prejuízo a qualidade das águas e à paisagem

Acúmulo de resíduos sólidos no canteiro de obras das intervenções de ambos os componentes.

Projeto de Controle Ambiental das Obras M Executores das obras/UGP

Alteração na qualidade das águas (acúmulo de

resíduos sólidos)

Acúmulo de resíduos sólidos no canteiro de obras do componente macrodrenagem

Projeto de Controle Ambiental das Obras M Executores das obras/UGP

106

Erosão do solo Em áreas de empréstimo e canteiro das obras de ambos os componentes

Projeto de Controle Ambiental das Obras M Executores das obras/ UGP

Terraplenagem, abertura de valetas, utilização de material de empréstimo e bota-fora

Em áreas de empréstimo e canteiro das obras, na etapa de implantação

Projeto de Controle Ambiental das Obras M Executores das obras/ UGP

Assoreamento dos Corpos Hídricos

(acúmulo de resíduos sólidos e afluentes)

Em áreas a jusante das obras de canalização e das obras de adequação do sistema viário lindeiras a corpos hídricos

Projeto de Controle Ambiental das Obras M Executores das obras/ UGP

Desapropriações Rua José do Patrocínio e terrenos industriais na margem esquerda do rio Jundiaí

Projeto de Comunicação Social, Educação Ambiental e Promoção Sociocultural e Projeto de Remoções e Reassentamentos

M Prefeitura/UGP

Intervenção em APP Nas várzeas a sofrerem intervenção Projeto de Controle Ambiental da Obra e Projeto de Compensação Ambiental

M/C Executor da Obra/UGP

Supressão de vegetação Nas áreas de vegetação nativa e exótica a sofrerem intervenção

Projeto de Controle Ambiental da Obra e Projeto de Compensação Ambiental

M/C Executor da obra/UGP

FASE DE OPERAÇÃO - Impactos Negativos

Impacto Ambiental e Social

Ocorrência do Impacto Medidas Mitigadoras e Compensatórias Propostas Caráter da Medida

Responsável pela execução

Impermeabilização - Perda de área permeável.

Associado à impermeabilização das várzeas por meio das canalizações

Projeto de Compensação Ambiental C UGP

Aumento da expectativa da melhoria do sistema de drenagem e dos indicadores de saúde pública;

Associado a previsão de melhorias no sistema de drenagem urbana

Projeto de Comunicação Social, Educação Ambiental e Promoção Sociocultural

M UGP

107

Insatisfação por parte da população

Caso não se desenvolva, junto à comunidade local, Projeto de participação e informação

Projeto de Comunicação Social, Educação Ambiental e Promoção Sociocultural

M/C UGP

Aumento da amplitude das descargas locais no corpo hídrico

No rio Jundiaí Projeto de Operação de Macro-Drenagem e Procedimentos de Segurança de Controle de Inundações

M UGP

Aumento da velocidade de escoamento

No rio Jundiaí Projeto de Operação de Macro-Drenagem e Procedimentos de Segurança de Controle de Inundações

M UGP

Aumento da vazão a jusante

No rio Jundiaí Projeto de Operação de Macro-Drenagem e Procedimentos de Segurança de Controle de Inundações

M UGP

Aumento da capacidade de transporte de sedimentos

No rio Jundiaí Projeto de Operação de Macro-Drenagem e Procedimentos de Segurança de Controle de Inundações

M UGP

Perturbação ou alteração da biota aquática.

No rio Jundiaí Monitoramento hidrológico M UGP

Indução ao aceleramento do processo de expansão

No limite entre a área urbana e a área rural; Projeto de Comunicação Social, Educação Ambiental e Promoção Sociocultural

M UGP

108

Tabela 16: Impactos Positivos e Beneficiários Associados às Etapas de Implantação e Operação do Programa.

FASE DE IMPLANTAÇÃO - Impactos Positivos

Impacto Ambiental e Social Ocorrência do Impacto Beneficiários

Geração de emprego e renda

No município de Jundiaí e na Região metropolitana de Campinas – RMC, devido a maior demanda no setor de serviços

População Regional

Melhoria das condições físicas do rio

Nos corpos hídricos canalizados População Local

Retirada do lixo, entulho e demais resíduos

Nos corpos hídricos canalizados População Local

Aumento do comércio local No município de Jundiaí e na Região metropolitana de Campinas – RMC devido à maior demanda por equipamentos e materiais de construção.

Comércio jundiaiense/RMC População Local

Incremento dos recursos públicos locais

Mediante a arrecadação de impostos e taxas oriundas do aumento de fluxo de mercadorias e serviços Prefeitura

Movimentação econômica Gerada pela demanda de materiais de construção Comércio jundiaiense População Local

FASE DE OPERAÇÃO - Impactos Positivos

Impacto Ambiental e Social Ocorrência do Impacto Beneficiários

Geração de emprego e renda

No município de Jundiaí e na Região metropolitana de Campinas – RMC, devido a maior demanda no setor de serviços

População Regional

Maior fluidez ao tráfego de veículos automotores

Devido à execução das obras do componente Transporte e Mobilidade, principalmente nas regiões lindeiras às intervenções, podendo ser observados impactos positivos na mobilidade regional (RMC)

População Local Setor de serviços, indústria etc..

109

Valorização imobiliária Devido à execução das obras do componente Transporte e Mobilidade e Macrodrenagem População Local Setor de serviços, indústria etc..

Valorização da área urbana jundiaense

Devido à execução das obras do componente Transporte e Mobilidade e Macrodrenagem População Local Setor de serviços, indústria etc..

Diminuição de enchentes Devido à execução das obras do componente Macrodrenagem, nas áreas de intervenção. População Comércio Mercado Imobiliário

Aumento no amortecimento de cheias

Devido à implantação de reservatórios posicionados lateralmente à calha do rio Jundiaí População Comércio Mercado Imobiliário

Contenção de danos às travessias existentes no trecho

Devido à execução das medidas de readequações de trechos da calha do rio Jundiaí. População Local Setor de serviços, indústria etc..

Contenção da erosão Devido à implantação de diques e canais laterais População Local

Requalificação urbana Devido à execução das obras dos componentes Transporte e Mobilidade e Macrodrenagem nas regiões de intervenção.

População Local Comércio Mercado Imobiliário

Maior credibilidade do poder público

Devido à execução das obras dos componentes Transporte e Mobilidade e Macrodrenagem, no município de Jundiaí, RMC e Estado de São Paulo.

Prefeitura

Diminuição de vetores de doenças

Devido à execução das obras do componente Macrodrenagem, nas áreas de intervenção, mediante a diminuição do contato da população com as águas contaminadas oriundas das enchentes.

População Local

Contenções das vazões excedentes / diminuição da degradação das vias marginais / contenção de riscos à população.

Devido à readequação no sistema viário, implantação de diques e canais laterais População Comércio Mercado Imobiliário

Melhora relevante no acesso entre os bairros Vianelo, Vila Arens e Centro

Devido à execução das obras dos componentes Transporte e Mobilidade e Macrodrenagem nas regiões de intervenção.

População Comércio

Desenvolvimento de atividades culturais

Devido à construção de auditório / sala de apresentações População

Melhoria da qualidade de vida da populção

Devido à requalificação paisagística da localidade População Comércio Mercado Imobiliário

110

Ganho ambiental relevante Devido à requalificação paisagística da localidade População

Menor volume de emissões atmosféricas

Através de eliminação da necessidade de fazer longos trajetos de contorno para chegar ao bairro População

Segurança do local Devido à eliminação da necessidade dos motoristas terem que atravessar a passagem existente População

6 SINTESE DA QUALIDADE SÓCIOECONÔMICA E AMBIENTAL DO PROGRAMA

As intervenções associadas ao Programa Integrado de Desenvolvimento Urbano do Município

de Jundiaí proporcionarão, ao poder público, fortalecimento institucional angariado pelo

fomento à melhoria das condições de vida da população, por meio da execução de obras de

adequação de estruturas já existentes, e da implantação de novas estruturas no município,

mediante a prévia determinação das reais demandas urbanas.

A população de Jundiaí, assim como cidadãos de campinas, São Paulo e outros municípios

que transitem pelas Rodovias Anhanguera e Bandeirantes gozarão dos impactos positivos

gerados pela readequação do sistema viário da cidade, assim como serão beneficiados

diretamente pela diminuição da ocorrência e magnitude das enchentes, se executadas as

obras do Componente Macrodrenagem deste Programa.

Vale ressaltar que o meio físico- biótico ao qual se pretende intervir diretamente, em detrimento

a intervenções preconizadas pela expansão e pelo adensamento urbano, encontra-se, pelo

presente, extremamente alterado. Tendo em vista que este RAA apresentará, no Plano de

Gestão Ambiental e Social, Plano de Compensação Ambiental compreendendo, entre outros

elementos, o aumento de áreas permeáveis por meio da execução de plantios de espécies

nativas, entende-se que haverá incremento na cobertura florestal do município.

O Programa será apresentado à população de Jundiaí, amplamente debatido, com o intuito da

obtenção de manifestações e contribuições voltadas à requalificação urbana e ambiental,

assegurando o envolvimento das comunidades em todas as fases do empreendimento

proposto e, desta forma, a sustentabilidade das medidas de prevenção, mitigação e

recuperação ambiental.

Entende-se que as remoções e reassentamentos a serem realizados para a implantação e

operação de parte das obras do Programa, atribuem, a este, especial fragilidade social. No

entanto, estas ações receberão destaque no Plano de Gestão Ambiental e Social, sendo

viabilizadas por meio das diretrizes previstas no Projeto de Remoção e Reassentamento, que

contará amplamente com a participação pública para sua definição.

O Programa Integrado de Desenvolvimento Urbano do Município de Jundiaí objetiva

transformação urbana e socioambiental de alcance local e regional. Serão apresentados, a

seguir, os benefícios diretos à população do município e do entorno:

Retirada do lixo, entulho e demais resíduos acumulados nas margens e/ou no fundo dos

rios e valas;

Melhorias Paisagísticas;

112

Maior fluidez ao tráfego de veículos automotores;

Valorização da área urbana e rural;

Geração de emprego e renda;

Diminuição de enchentes;

Recomposição urbanística da cidade;

Maior credibilidade do poder público;

Aumento de áreas permeáveis no município por meio de ações previstas em Projeto de

Compensação Ambiental;

Aumento do comércio local e da movimentação econômica;

Incremento dos recursos públicos locais;

Contenção da erosão;

Diminuição de degradação das vias marginais.

Vale ressaltar, no entanto, que as intervenções pretendidas apenas mitigam parte do problema

atual no rio Jundiaí, e não atuam de forma a dar uma solução de conjunto para o presente e

para o futuro. É imperativo que haja a efetividade das medidas de controle do uso e ocupação

do solo, e que a variável expansão urbana seja incorporada nas diretrizes do Plano Diretor de

Drenagem.

7 PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL - PGAS

Em função dos impactos ambientais gerados pelas intervenções propostas no Programa,

identificados e analisados no Capítulo 6, foi consolidado o Plano de Gestão Ambiental e Social

compreendendo diversas ações, as quais foram definidas à luz das seguintes diretrizes:

Controle e Prevenção: São as ações voltadas a prevenir a ocorrência daqueles

impactos ambientais classificados como negativos, mas que são passíveis de serem

evitados ou mantidos sob controle;

Correção de impactos: São as ações relacionadas a mitigar os impactos negativos que

foram considerados reversíveis, como, por exemplo: ações de recuperação e

recomposição das condições ambientais existentes antes das intervenções;

Monitoramento: São as medidas que visam acompanhar a ocorrência e intensidade dos

impactos e avaliar a eficácia das demais medidas de mitigação e de prevenção e

controle; e,

Potencialização dos impactos positivos: São as medidas que visam garantir e amplificar

os impactos benéficos causados pelo projeto.

113

7.1. PROJETOS DO PGAS

O presente Plano de Gestão Ambiental e Social foi estruturado de modo a atender todas as

demandas de mitigação, compensação e prevenção dos impactos ambientais negativos

diagnosticados na AIA. Os seguintes Projetos farão parte deste Plano:

Projeto de Gestão Ambiental;

Projeto de Comunicação Social, de Educação Ambiental e de Promoção Sociocultural;

Projeto de Controle Ambiental de Obras;

Projeto de Compensação Ambiental;

Projeto de Remoções e Reassentamentos; e

Projeto de Operação de Macrodrenagem e Procedimentos de Segurança de Controle

de Inundações.

Os Projetos supracitados objetivam minimizar os impactos negativos das intervenções aos

recursos naturais e ao meio ambiente urbano, informar e dialogar com as comunidades de

entorno dos possíveis transtornos, fomentar a educação ambiental e a cultura e mitigar os

problemas advindos da remoção e reassentamento das pessoas inseridas nas áreas de

intervenção das obras. Os itens abaixo referem-se ao detalhamento dos Projetos que

comporão este PGAS.

7.1.1 Projeto de Gestão Ambiental do Programa.

a) Justificativas

O Projeto de Gestão Ambiental do Programa visa proporcionar ferramentas de supervisão e

controle das atividades específicas a serem realizadas pelo PGAS proposto.

Tem como intuito monitorar e acompanhar os passos de execução, associados aos avanços

obtidos, custos realizados e previstos, compatibilizar as diretrizes e requisitos definidos pelo

BID para o financiamento e oferecer uma relatório concreto, com indicadores, sobre o

desempenho das atividades.

b) Atividades Propostas

É prevista a realização do acompanhamento de todas as atividades inseridas no escopo dos

diferentes Projetos a serem executados no âmbito do PGAS, com especial atenção às metas a

serem alcançadas, prazos, custos previstos e executados, fatores de monitoramento,

indicadores específicos, compatibilidade com as diretrizes definidas pelo BID e outros itens

específicos diagnosticados pela Unidade de Gerenciamento do Programa.

114

Este acompanhamento deverá ser consolidado na forma de Fichas Técnicas contendo as

informações de objetivos gerais e específicos, descrição das atividades, produtos esperados,

custos previstos, cronograma físico-financeiro, órgão responsável, equipe de execução

contratada, meios de comunicação estabelecidos, elementos de acompanhamento e

monitoramento, metas e indicadores e atribuições do gestor e do financiador.

A equipe de Gestão deverá ser treinada para utilização de ferramentas de gerenciamento de

dados e documentos, possibilitando a busca de dados e montagem dos Relatórios de

Acompanhamento Previstos.

c) Produtos

Deverá ser elaborado manual de diretrizes e operações Gestão Ambiental do Programa e

ministrado respectivo curso para operação e aplicação das diretrizes postas no manual. No

âmbito do Projeto de Gestão Ambiental deverá ser consolidado, ainda, Relatório de

Acompanhamento Semestral, a partir da sistematização dos relatórios de cada Projeto do

PGAS.

d) Cronograma

A Gestão Ambiental deverá desenvolver-se em todas as etapas das obras previstas no

Programa e nos períodos de execução de todos os Projetos, inclusive quando da realização de

campanhas de monitoramento previstas em alguns Projetos.

O prazo para sua concepção e treinamento da equipe envolvida será de (6) meses.

e) Responsabilidades

A Gestão Ambiental do Programa deverá ser contratada pela Unidade de Gerenciamento do

Programa em comum acordo entre a Prefeitura e o Banco Interamericano de Desenvolvimento.

f) Orçamento

Encontra-se detalhado na planilha de Valoração do PGAS.

7.1.2 Projeto de Comunicação Social, Educação Ambiental e Promoção

Sociocultural

a) Justificativas

115

O surgimento de expectativas e a mobilização das organizações políticas e sociais de uma

determinada comunidade ocorrem de modo sistemático quando da divulgação da implantação

de empreendimentos do porte e das características dos que serão implantados em Jundiaí,

notadamente com relação aos moradores situados na área de intervenção ou em suas

proximidades.

O Projeto de Comunicação Social, Educação Ambiental e Promoção Sociocultural tem por

objetivo maior a promoção do diálogo social e institucional, objetivando a eficácia das medidas

de adequações propostas em âmbito do Programa, assim como a redução dos impactos

socioambientais inerentes à esta modalidade de intervenção. Sua meta é consolidar

comunicação e relacionamento permanente entre a Unidade de Gerenciamento do Programa e

as diversas partes interessadas, proporcionando o pleno conhecimento do empreendimento e

suas implicações socioambientais. Busca-se com o desenvolvimento deste Projeto, a

promoção de ações socioculturais e de valorização do patrimônio histórico local, a

disseminação do conhecimento das questões ambientais e práticas voltadas à sustentabilidade

do empreendimento proposto e, também, da própria cidade. O Projeto deverá apresentar

interfaces institucionais (governo e sociedade civil) com os seguintes órgãos:

Prefeitura Municipal

Secretarias Municipais

Empresas contratadas

Conselhos municipais e regionais (quando couber)

Órgãos do governo federal

Instituições do Terceiro Setor

O Projeto de Comunicação Social, Educação Ambiental e Promoção Sociocultural têm os

seguintes objetivos específicos:

Permitir o alinhamento de informações e a divulgação de dados sobre o Programa,

entre estes os resultados obtidos, contribuindo para a formação de conhecimento da

sociedade civil, havendo especial direcionamento à população diretamente impactada;

Facilitar a sinergia entre os responsáveis pelo Programa e as demais partes

interessadas, servindo como instrumento de interação entre o Poder Público, a

população, e as representações da sociedade civil organizada;

Permitir a participação organizada da sociedade civil, institucionalizada ou não, de

modo que haja envolvimento efetivo nas ações socioculturais e de valorização do

patrimônio histórico local, de conscientização ambiental e das práticas voltadas à

sustentabilidade do empreendimento;

116

Articular-se com a população afetada sobre as formas de uso e benefícios oferecidos

pelos novos serviços, a fim de se evitar conflitos;

Fortalecer ações de educação e conscientização ambiental, especialmente vinculadas

ao novo anfiteatro e ao espaço público revitalizado;

Divulgar e manter diálogo com as comunidades afetadas sobre os transtornos que

serão causados pelas obras, tendo em vista motivar a colaboração dos envolvidos e

incentivá-los para a busca de soluções paliativas.

O Projeto deverá abranger não só os aspectos de interesse e educação dos beneficiários, mas

também da imprensa, organismos locais e regionais que tenham interesse no empreendimento,

além dos Conselhos e Organizações Não Governamentais relacionadas à área de interesse.

b) Atividades Propostas

Está prevista a definição de uma estrutura organizacional para o Projeto direcionada à sua

incorporação e priorização na estrutura dos órgãos envolvidos com a definição das respectivas

responsabilidades.

Nesse quesito, é essencial o aproveitamento das estruturas existentes na Prefeitura Municipal

de Jundiaí que já atuam no processo de comunicação, educação ambiental e promoção

sociocultural, tais como a Assessoria de Imprensa, a Secretaria de Meio Ambiente, Cultura e

Urbanismo e as demais divisões relacionadas à preservação e valorização do patrimônio

histórico.

Deverão ser executadas palestras, debates, oficinas e outras atividades que permitam o

contato entre as partes envolvidas.

Identificação e Caracterização do Público

O público é constituído basicamente pela população habitante do município, suas organizações

representativas, Conselhos, imprensa, organismos que tenham interesse no empreendimento e

as Organizações Não Governamentais relacionadas à área de interesse do empreendimento.

Estruturação do Projeto

Deverão ser desenvolvidos instrumentos apropriados que permitam disponibilizar as

informações sobre o empreendimento, e notadamente, os cuidados e práticas socioambientais

e culturais adotadas. Os subprojetos a seguir demonstram e comentam as atividades e

estratégias propostas na estruturação do Projeto ora mencionadas.

117

Subprojetos

Devido à interdisciplinaridade das ações do presente Projeto, para maior entendimento e

detalhamento procurou-se subdividi-lo em subprojetos com competências e ações específicas,

sistematizados a seguir:

118

7.1.1.1. Subprojeto de Comunicação e Divulgação

Este subprojeto objetiva a apresentação de informações referentes à concepção, implantação,

operação e resultados do Programa como um todo, assim como detalhes do PGAS a ser

realizado em atenção às medidas de mitigação, compensação e prevenção dos impactos

socioambientais gerados pelo Programa.

Na fase de pré-implantação das obras o objetivo será fornecer à população informações a

respeito das características do empreendimento e etapas de implantação, por meio de um

conjunto de ações destinadas à difusão ampla dirigida aos públicos específicos. Nesta fase

pré-construtiva, as informações divulgadas estarão focadas nas características da obra,

cronograma, áreas diretamente afetadas, critérios e procedimentos a serem adotados nos

processos, tipos de projetos a serem promovidos e critérios de elegibilidade, previsão de

ocupação de mão-de-obra, entre outros. Será também objeto de divulgação a estratégia de

controle ambiental das obras e de compensação ambiental do empreendimento.

As ações de comunicação durante as obras – fase de implantação – deverão ser específicas,

concebidas a partir de Relatórios de Acompanhamento elaborados pelas empreiteiras, a fim de

orientar a população quanto aos transtornos provocados pelas intervenções, com ações

preventivas de segurança, palestras, atendimentos expeditos (através de canais de

comunicação estabelecidos), orientações gerais, encaminhamentos, etc.

Concomitantemente ao início das obras, a UGP e a Prefeitura de Jundiaí deverão

operacionalizar o sistema de atendimento específico dirigido a consultas e reclamações

decorrentes das intervenções.

Serão amplamente divulgados os endereços para envio de correspondência, número de

telefone para atendimento imediato, ouvidoria e endereço eletrônico para recebimento de

demandas, consultas, reclamações e sugestões.

Todas as consultas e reclamações serão respondidas e o registro das mesmas será mantido

em base de dados permanentemente atualizada, gerenciada em âmbito do Projeto de Gestão

Ambiental, que inserirá em seus Relatórios de Acompanhamento informações referentes à

reclamações e outras demandas provenientes da população.

Da mesma forma, na fase pós-obra, deverão ser definidos recursos de comunicação que

estejam preparados para efetuar o acompanhamento das condições pós-obra, comunicando os

novos traçados viários, as novas rotas e linhas de trânsito, as vias não mais inundáveis em

eventos pluviométricos intensos, entre outros. Consistirão em importante escopo desta etapa

119

as ações de educação ambiental e promoção cultural que passarão a ser

disponibilizadas/viabilizadas a partir das melhorias trazidas pelo Programa.

Público: todos os indivíduos diretamente afetados.

Conteúdo: informações detalhadas sobre o Programa, impactos socioambientais previstos e

formas de mitigação, cronograma, etc.

Meio(s): reuniões (institucional, Conselhos, ONG’s, população, entre outras) e visitas técnicas

nas áreas previstas para a implantação do Projeto; mecanismos de divulgação (mídia, folhetos,

cartazes, palestras, rádios; etc.); mecanismos de ouvidoria (reclamações da população

afetada), utilizando os meios e recursos existentes (já operacionalizados pela Prefeitura de

Jundiaí).

7.1.1.2. Subprojeto de Comunicação para o Reassentamento

Este importante subprojeto objetiva a divulgação do empreendimento e medidas previstas no

PGAS à população diretamente afetada por intervenções que compreenderão remoção de

moradias. É previsto o atendimento a dúvidas e a realização de consultas por parte da

população e das organizações sociais com o intuito da prevenção de situações agravadas pela

falta de informação. Deverá ser operacionalizado um sistema de comunicação para esses

casos, de forma a explicar para os interessados o Plano de Reassentamento proposto,

havendo a incorporação de sugestões e o estabelecimento de metas de atendimento à

população diretamente impactada.

As medidas que comporão este subprojeto deverão garantir que toda a população e

empreendimentos a serem afetados e/ou realocados tenham conhecimento antecipado do fato

e entendam claramente quais são as medidas compensatórias e de apoio previstas. A equipe

responsável por estas ações, a ser definida pela UGP, deverá contar com psicólogos,

assistentes sociais etc..

Público: moradores da área a ser remanejada e todos os públicos diretamente impactados.

Conteúdo: informações detalhadas sobre o Plano de Reassentamento, impactos

socioambientais previstos e formas de mitigação.

Meios: reuniões, questionários, censos e consultas com moradores durante negociação, e

visitas técnicas aos locais das remoções e reassentamentos.

120

7.1.1.3. Subprojeto de Educação Ambiental

Este subprojeto objetiva que durante a implantação e operação das obras previstas seja

mantido forte vínculo entre a Prefeitura de Jundiaí e os representantes de comunidades

afetadas e demais agentes intervenientes locais, de forma que sejam promovidas campanhas

de educação sobre temas de relevante interesse para a gestão ambiental e urbana.

Dentre os temas que poderão ser abordados nessas campanhas, incluir-se-ão pelo menos os

seguintes:

Recuperação e/ou proteção das APPs;

Relevâncias das APAs que influenciam o Município e o Estado;

Importância da manutenção da qualidade e quantidade dos recursos hídricos;

Controle de doenças propagadas pela água;

Requalificação e regularização do uso e ocupação do solo;

Melhoria da acessibilidade urbana;

Desenvolvimento econômico e social da região;

Resgate dos valores históricos, culturais e patrimoniais;

Valorização dos espaços públicos;

Promoção da Cidadania.

Na promoção de campanhas de educação ambiental, a UGP atuará preferencialmente em

parceria com Conselhos, outros órgãos locais com interesses comuns, inclusive com órgãos e

ONGs ambientais atuantes no município e em toda a região.

7.1.1.4. Subprojeto de Promoção Sociocultural

Este subprojeto objetiva angariar melhorias na qualidade de vida da população por meio da

promoção de atividades socioculturais e de valorização do patrimônio urbano que será

revitalizado. Deverão ser previstas ações de estímulo local destinadas a ampliar o acesso da

população à cultura, qualificando o uso dos bens públicos de forma a assegurar a conservação

das instalações existentes e a manutenção das melhorias implementadas, entre estas, o novo

anfiteatro municipal.

As seguintes atividades serão desenvolvidas no âmbito deste subprojeto:

Identificação do público-alvo do município;

Estruturação de programas e ações socioculturais com a finalidade de disseminar os

aspectos culturais e resgatar a história do município de Jundiaí e da região da Serra do

Japi;

121

Promoção de eventos e atividades com públicos específicos, vinculados ao calendário

histórico-cultural da cidade;

Organização das rotinas administrativas e de gestão dos prédios históricos e demais

instalações do Centro Histórico e Cultural de Jundiaí;

Avaliação periódica da participação.

Essas atividades serão empreendidas pela Prefeitura e pela UGP através de instâncias locais e

de convênios com outras entidades inter-atuantes.

c) Produtos

A consolidação de relações institucionalizadas com a sociedade civil, executando

conjuntamente ações de educação ambiental, promoção sociocultural e mitigação e prevenção

de situações complexas decorrentes às remoções de moradia.

Deverão ser apresentados Relatórios Semestrais de acompanhamento das atividades

executadas no Projeto, como subsídio à consolidação do Relatório de Acompanhamento a ser

elaborado em âmbito da Gestão Ambiental do Programa.

d) Cronograma

Os Subprojetos de Comunicação Social, Educação Ambiental e Promoção Sociocultural

deverão ser implementados a partir da fase de planejamento, com marco inicial na Consulta

Pública deste RAA. O seu desenvolvimento deverá perdurar por todo o período de

desenvolvimento do Programa e, desejavelmente, prosseguir após a implantação das

melhorias (por exemplo, subprojeto de promoção sociocultural).

e) Responsabilidade

A responsabilidade por este Projeto e seus subprojetos, em razão do seu caráter abrangente,

será da UGP, que deverá envolver na execução deste as áreas de comunicação social e obras

da Prefeitura Municipal de Jundiaí, bem como profissionais especializados da área social e

ambiental.

f) Orçamento

Encontra-se detalhado na planilha de Valoração do PGAS.

122

7.1.3 Projeto de Controle Ambiental de Obras

a) Justificativa

Este Projeto é de suma importância à prevenção e mitigação de impactos negativos oriundos

da execução das obras de construção civil já que estabelecerá normas sustentáveis para o

desenvolvimento das atividades. O Projeto de Controle Ambiental será implantado para garantir

condições ambientais adequadas nos canteiros de serviços e nas áreas de entorno das obras,

bem como o controle da poluição das máquinas e equipamentos a serem utilizados na

execução das obras de implantação.

Os principais objetivos deste Projeto são:

Garantir que o desenvolvimento das intervenções previstas ocorra sem a geração

de dano ambiental significativo;

Garantir que os resíduos da construção civil, gerados e excedentes, sejam

corretamente dispostos, evitando contaminação do solo e do lençol freático;

Levar à adoção de práticas operacionais ambientalmente adequadas;

especialmente no que tange às áreas de supressão de vegetação e intervenção em

APP;

Desenvolver ações de monitoramento, durante a implantação da obra, necessárias

para a avaliação da eficácia das ações de controle ambiental adotadas;

Assegurar o bem estar da mão de obra envolvida.

b) Atividades Propostas

O Projeto de Controle Ambiental das Obras compreende a execução das seguintes ações:

Prevenção e controle dos processos de erosão;

Controle da poluição do ar e emissão de ruídos;

Controle da poluição do solo e das águas superficiais e subterrâneas;

Gerenciamento de resíduos sólidos;

Medidas de controle das interferências com tráfego e com a segurança da população;

Orientação ambiental e de segurança no trabalho para o pessoal de implantação;

Transplante da vegetação arbórea a ser removida;

Monitoramento: das obras de terraplanagem, das águas superficiais; do solo; das

águas subterrâneas; dos processos de revegetação e paisagismo.

123

Durante a implantação das obras os processos de erosão deverão ser controlados, de modo a:

Garantir a integridade dos trabalhos de terraplanagem efetuados; e,

Garantir o não comprometimento da qualidade e quantidade dos recursos hídricos

superficiais por conta da contenção de assoreamento.

Para consecução destes objetivos serão previstas as seguintes ações gerais:

Elaboração de cronograma de obras considerando, entre outros aspectos, o regime

pluviométrico, para que os principais movimentos de terra sejam efetuados em períodos

de estiagem evitando-se as operações de escavação em períodos de chuva;

Planejamento adequado da terraplanagem para que se minimize a geração de material

excedente a ser disposto em Depósitos de Material Excedente - ME´s, bem como a

necessidades de áreas ou jazidas de empréstimo de material;

Restringir as intervenções apenas às áreas realmente necessárias ao desenvolvimento

dos trabalhos. Assim sendo, no local da obra, a supressão da proteção vegetal deverá

ser a mínima necessária para execução dos serviços, e totalmente nula fora da área de

intervenção;

Execução de obras de drenagem (canaletas superficiais, bermas de desvio,

revegetação, bacias de decantação, etc.) ainda que temporárias em torno de áreas de

intervenção mais sensíveis a processos erosivos;

Concatenação entre as ações de abertura e fechamento de valas de modo a minimizar

a necessidade de solos importados de jazidas e o acúmulo de solos em bota-foras.

Abaixo encontram-se descritas as ações específicas imprescindíveis para a manutenção da

qualidade ambiental das obras do Programa Integrado de Desenvolvimento Urbano do

Município de Jundiaí:

7.1.1.5. Subprojeto de Controle da Poluição do Ar e da Emissão de Ruídos

As intervenções podem causar, ainda que de forma temporária, emissões de poluentes

atmosféricos, na forma de material particulado (poeiras) e gases de combustão devido à

exposição do solo, à movimentação de terra e à utilização de veículos e equipamentos.

São apontadas as seguintes medidas para controle da poluição atmosférica:

O material proveniente das demolições, desaterramento ou cortes do terreno deverá ser

mantido umedecido, enquanto permanecer estocado, de forma que não ocorra emissão

exagerada de partículas;

124

As áreas de estocagem de materiais, bem como as vias de circulação internas devem

ser constantemente umedecidas no período seco, por meio de carros-pipa;

O fluxo de veículos nas áreas das obras e vias internas de circulação deve ser

controlado e orientado, para evitar a formação desnecessária de poeira;

Os equipamentos, máquinas e os veículos devem ser submetidos à manutenção regular

e periódica;

Os caminhões empregados nas obras deverão ser periodicamente vistoriados para

verificar seu atendimento à legislação que trata da emissão de fumaça reta;

A queima de materiais combustíveis, de lixo e de matéria orgânica será proibida;

Os veículos que demandarem à área de operações deverão ter os pneus lavados

quando a deixarem para evitar o carreamento de material terroso para outras vias e sua

ressuspensão pela ação dos ventos.

Quanto à geração de ruídos deverão ser consideradas as seguintes medidas:

As atividades das obras deverão se restringir ao horário diurno para atenuar os

incômodos à população residente nas vizinhanças;

As máquinas e equipamentos deverão passar por serviços de manutenção e regulagem

periódicos, assim como deverá se proceder à fiscalização dos veículos para verificação

do nível de ruídos e manutenção das características originais do sistema de

escapamento, em atendimento à Resolução CONAMA de 08/92 referente a este tema.

7.1.1.6. Subprojeto de Controle da Poluição do Solo e das Águas Superficiais e Subterrâneas

Durante a fase de implantação podem ocorrer situações que ocasionem a poluição do solo e

das águas superficiais e subterrâneas. Assim estão sendo preconizadas as seguintes medidas

de controle:

Controle dos Efluentes Domésticos

O canteiro de obras disporá obrigatoriamente de fossas sépticas, padrão NBR e de banheiros

químicos (banheiros móveis) para as obras lineares.

Controle dos Efluentes Industriais do Canteiro de Obras

Nas áreas de manutenção e lavagem de veículos máquinas deverá ser realizado o controle dos

efluentes industriais. Assim deverão ser implantados sistemas de coleta dos efluentes gerados,

para encaminhá-los a um tanque separador água/óleo, destinado à contenção de sólidos, óleos

e graxas antes de seu lançamento nos cursos d’água, visando evitar o carreamento dessas

125

substâncias poluidoras. Os óleos e graxas retidos deverão ser armazenados para sua posterior

remoção e descarte ambientalmente adequado ou reciclagem.

Máquinas e veículos deverão ser vistoriados periodicamente para verificar se apresentam

vazamentos de óleo. O abastecimento de combustível e a lubrificação dos equipamentos, por

serem atividades de risco, quando executados no campo, deverão ser executados por pessoal

e veículos apropriados, de forma a evitar o derramamento de produtos no solo e os impactos

ambientais que poderão advir dessa operação.

7.1.1.7. Subprojeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil

Dada a magnitude das intervenções pretendidas, atribui-se a este Subprojeto grande

relevância à manutenção da qualidade dos recursos hídricos e do solo das áreas a serem

diretamente afetadas.

Gerenciamento de Resíduos Sólidos

A implantação das melhorias no município gerará resíduos sólidos provenientes da remoção da

capa asfáltica das vias para requalificação urbanística e duplicação da Rua José do Patrocínio;

supressão de vegetação na margem do rio Jundiaí; recuperação dos passivos existentes;

manutenção de máquinas e equipamentos; canteiros de obras, etc..

Os procedimentos ambientais para adequada remoção e destinação dos resíduos decorrentes

de supressão vegetal, demolições e canteiro de obras deverá seguir as seguintes etapas: (i)

reconhecimento preliminar da região da área de intervenção; (ii) definição e classificação

preliminar das áreas de amostragem – identificação preliminar dos locais com maior

probabilidade de ocorrência de resíduos perigosos; (iii) caracterização e classificação dos

resíduos, e; (iv) destinação dos resíduos.

Gerenciamento do Entulho Resultante das Demolições

De forma geral, deverá ser observada a Resolução CONAMA 307/2002.

A opção de destinação dos resíduos mencionados, preferencialmente em locais próximos da

área em que foram gerados, conforme a sua classificação, adequação da destinação, havendo

a aprovação junto aos órgãos ambientais, poderão ser as seguintes: (i) reuso em obras civis do

próprio; (ii) Aterro Sanitário do município para cobertura de resíduo sólido orgânico; (iii) uso em

áreas de transbordos da região – terrenos vazios que poderão receber materiais inertes para

triagem, e; (iv) Usinas de Reciclagem de Resíduos de Construção Civil.

126

A definição exata das soluções a serem adotadas depende do avanço dos estudos de

caracterização quantitativa e qualitativa do material a ser escavado.

Gerenciamento de Resíduos dos Canteiros de Obras

Nos canteiros de obras podem ser gerados resíduos de natureza doméstica e industrial, e

resíduos sépticos.

Os resíduos de natureza doméstica são aqueles oriundos de refeitórios, sanitários e escritórios.

Os de natureza industrial são aqueles provenientes da manutenção de máquinas e veículos.

Os resíduos sépticos são provenientes de enfermarias onde podem ser realizados pequenos

curativos ou prestação de primeiros socorros. Todos estes resíduos deverão ser classificados,

segregados e ter destinação adequada.

7.1.1.8. Subprojeto Gerenciamento de Resíduos de Supressão Vegetal

O objetivo do presente subprojeto é aproveitar ao máximo os recursos naturais reutilizando

quando possível e destinando corretamente os resíduos derivados.

Quando for necessária a supressão vegetal ou a remoção de camada superficial de solo que

contenha matéria orgânica, esse material pode ser compostado e aplicado para a recuperação

de flora de outras áreas.

Principalmente durante a remoção do horizonte orgânico do solo da área do rio Jundiaí, esse

solo deverá ser estocado adequadamente em locais protegidos de erosão e de poluição,

evitando-se locais próximos a canais de drenagem e áreas alagadas, para seu posterior

aproveitamento em áreas de revegetação e/ou paisagismo.

O entorno dos locais de armazenamento do solo deverá contar com sistema de drenagem

superficial provisório para evitar o desenvolvimento de erosão e de sistema de anteparo e

coleta do escoamento superficial, para evitar o transporte de sedimentos e de partículas do

solo estocado para as áreas mais baixas, drenagens e cursos d’água próximos.

Transplante da Vegetação Arbórea a ser Removida

A vegetação arbórea que precisar ser removida deve ser transplantada, evitando assim a

derrubada desnecessária da flora e a sobrevida em local adequado das árvores.

Com o mapeamento preciso do traçado e localização das obras é possível determinar quantas

árvores deverão ser removidas. É necessário localizar uma área para receber os transplantes

127

que, de preferência, demande arborização e possibilite benefício para a sociedade, para o rio

Jundiaí e região da Área de Proteção Ambiental da Serra do Japi.

As ações elencadas abaixo deverão ser seguidas com o intuito da eficácia dos transplantes a

serem realizados:

As árvores devem ser plantadas em covas de no mínimo 1,5 metros de raio, inclusive

de profundidade;

Os torrões devem ser amarrados para evitar o desmonte e as árvores poderão sofrer

desbaste estritamente em caso de necessidade para o transporte;

O transporte do indivíduo deverá ser realizado por caminhão com braço munk

adequado ao porte da árvore;

As covas devem ser preparadas e adubadas previamente para a maturação do solo;

O acompanhamento deve ser realizado por um ano ou até garantida a sobrevida dos

espécimes. Em caso de morte o responsável fica sujeito às ações administrativas da lei

e reposição.

Essa ação não exime o executor de repor a vegetação urbana quando da conclusão das obras.

No entanto, as medidas relacionadas aos plantios compensatórios serão detalhadas no Projeto

específico de Compensação Ambiental deste PGAS.

7.1.1.9. Subprojeto de Controle das Interferências no Tráfego e Segurança da População.

Objetiva-se, por meio da implantação das ações deste subprojeto, estabelecer diretrizes que

nortearão a implementação de medidas de ordenação do fluxo de veículos e de segurança dos

transeuntes e trabalhadores nas vias de circulação que serão afetadas pelas obras do

Programa.

A circulação de veículos e máquinas nas vias deverá ser sinalizada, pelo menos nos trechos

mais críticos, evitando a ocorrência de acidentes com outros veículos e com transeuntes.

O trajeto dos veículos utilizados no transporte de materiais e equipamentos nos canteiros, bota-

foras, alojamentos e outros espaços das obras, deverá ser cuidadosamente planejado com

vistas a evitar que o trânsito de veículos pesados interfira ainda mais com o trafego urbano.

Nas obras lineares, como as do tipo majoritário de intervenção prevista no Componente

Macrodrenagem, devem ser sinalizadas rotas alternativas ou estudadas modificações de

trânsito junto com as autoridades competentes com sinalização informativa prévia à execução

da obra. Deve ser informado o período de restrição de circulação. Todas as entradas e saídas

128

de veículos e pedestres em garagens e acessos devem ser facilitadas. Caso seja impossível a

utilização de algum acesso ou garagem, o proprietário ou beneficiário deve ser informado com

antecedência, possibilitando a definição de alternativa em comum acordo.

A sinalização de segurança para o tráfego deverá obedecer às recomendações do Código

Nacional de Trânsito quanto às dimensões, formatos e dizeres. Qualquer sinalização

complementar de obras nas vias públicas deverá seguir a Resolução n° 561/80 do CONTRAN

(Conselho Nacional de Trânsito) a qual prevê o seguinte:

Nos acessos aos locais das obras deverá ser colocada uma placa contendo as

informações gerais do empreendimento, constando claramente o nome e telefone para

contato dos responsáveis pelas relações com a comunidade;

Nos canteiros e locais das obras devem estar sinalizadas as diversas áreas e frentes de

serviços, de modo a orientar o trânsito de trabalhadores e veículos, evitando a

permanência se pessoas e veículos onde não for desejável/permitido;

O empreendedor deverá reforçar a sinalização dos locais ou trechos onde há riscos

para pessoas e animais, e orientar os operadores de máquinas e equipamentos para

seguir rigorosamente as indicações da sinalização;

A sinalização nas proximidades das obras deverá ser luminosa ou fosforescente para

facilitar a visualização no período noturno, devendo ser colocada a uma distância

adequada informando obstruções e desvios de tráfego. Essa sinalização deverá ser

utilizada e conservada durante todo o período das obras. Especial atenção deve ser

dada junto ao acesso aos empreendimentos;

Qualquer placa de sinalização, que seja danificada ou retirada, deverá ser recuperada,

para assegurar a segurança da via;

Orientação Ambiental e de Segurança do Trabalho para o Pessoal de Implantação.

Todos os operários e técnicos contratados para atuar nas obras passarão por um treinamento

visando prepará-los e conscientizá-los para reconhecer e atuar em situações de risco para o

meio ambiente, como por exemplo: vazamentos de óleo e combustíveis, lavagem de pneus dos

veículos que deixarem o canteiro de obras, uso de sanitários, identificação de objetos de

possível interesse arqueológico, disposição adequada de resíduos, controle de incêndios.

7.1.1.10. Subprojeto de Monitoramento Ambiental

Este subprojeto prevê a adoção de uma série de medidas durante a implantação das obras

visando à confirmação de que os trabalhos de implantação transcorrerão sem causar

significativos danos ao ambiente, haja visto o atendimento às outras diretrizes postas no

Projeto de Controle Ambiental de Obras. As seguintes ações deverão ser realizadas:

129

Monitoramento: das operações de terraplanagem; da disposição dos resíduos da

construção civil; da qualidade e quantidade das águas superficiais e águas

subterrâneas; dos processos erosivos; da supressão de vegetação e da realização dos

plantios de revegetação para contenção de processos erosivos;

Coordenação do atendimento a todas as exigências definidas no licenciamento

ambiental para a etapa de implantação;

Fornecimento de subsídios à consolidação de todos os relatórios de acompanhamento

da implantação das obras a partir dos dados prestados pelas empreiteiras executoras e

obtidos através de amostragens de água, solo, poluição do ar, dentre outros

parâmetros.

c) Produtos

O Projeto de Controle Ambiental das Obras deverá apresentar

Relatórios Semestrais de acompanhamento das atividades executadas no Projeto,

como subsídio à consolidação do Relatório de Acompanhamento a ser elaborado em

âmbito da Gestão Ambiental do Programa.

Dados provenientes das amostragens, realizadas no âmbito dos monitoramentos, de

forma sistematizada.

d) Cronograma

O Projeto de Controle Ambiental de Obras deverá ser elaborado e implementado antes da

implantação das obras, com duração até a completa desmobilização da obra e continuidade

das atividades de monitoramento até um ano após a conclusão das obras.

e) Responsabilidade

O Projeto deverá ser desenvolvido pela UGP com total apoio das empreiteiras executoras das

obras, havendo o envolvimento, ainda, das secretarias da prefeitura responsáveis pela

supervisão e fiscalização das obras e meio ambiente.

f) Orçamento

Encontra-se detalhado na planilha de valoração do PGAS.

130

7.1.4 Projeto Compensação Ambiental

a) Justificativas

Entende-se que no futuro não haverá mais espaço para a contínua ampliação da capacidade

do canal do rio Jundiaí. Desta forma, é imperativa a implantação de medidas não estruturais e

preventivas, a custos geralmente de 6 a 10 vezes inferiores que as medidas estruturais e

corretivas, notadamente com relação ao estabelecimento de áreas permeáveis, de

recuperação florestal e manutenção da qualidade e quantidade dos Recursos Hídricos. O

Projeto de Compensação Ambiental objetiva, além de compensar os impactos aos recursos

naturais advindos do empreendimento, estabelecer estas medidas não estruturais necessárias

à sustentabilidade urbana e à boa prática do saneamento ambiental.

Como já informado no capítulo relativo à Caracterização do Empreendimento e no de

Identificação e Avaliação de Impactos, para implantação das obras do Programa serão

necessárias intervenções que resultarão na remoção de vegetação inclusive em APPs.

Para a supressão de vegetação nativa do Estado de São Paulo e para a perda da cobertura da

fisionomia vegetal das APPs não há medidas mitigadoras, e sim, compensatórias. Desta forma

deverá ser elaborada Proposta de Compensação, a ser submetida ao órgão licenciador,

visando à arborização urbana, recomposição vegetal e criação de corredores ecológicos, de

forma consonante às diretrizes de compensação ambiental, notadamente as previstas na Lei

Federal n° 11.428/2006 – Lei da Mata Atlântica, Resolução SMA 31/2009, Dispõe sobre os

procedimentos para análise dos pedidos de supressão de vegetação nativa para qualquer

edificação em área urbana.

O Projeto, que objetiva a recomposição paisagística das áreas, englobará: recomposição de

Áreas de Preservação Permanente, proteção contra erosão, recuperação de áreas

degradadas, paisagismo, aumento de áreas permeáveis e adensamento de áreas vegetadas.

As áreas de plantios compensatórios, vinculadas às áreas de intervenção, serão calculadas

quando da elaboração dos projetos executivos das obras. O procedimento metodológico

adotados na execução dos plantios deverá estar em consonância ao previsto na Resolução

SMA 08/2008, que apresenta orientações para o reflorestamento heterogêneo de áreas

degradadas.

Este projeto deverá considerar os seguintes aspectos:

Características geoecológicas de cada local;

Condições topográficas e edáficas;

131

Características da vegetação nativa e pré-existente, para escolha de espécies mais

adequadas aos propósitos de proteção e controle de erosão, recomposição paisagística

e da auto-sustentação do novo ecossistema da flora e fauna;

Formação e o suprimento de mudas;

Procedimentos, métodos e equipamentos mais adequados, período da semeadura; e

Manejo da área plantada.

O Projeto de Compensação Ambiental deverá contemplar os seguintes objetivos específicos:

Melhorar o aspecto paisagístico das áreas;

Aumentar / incorporar áreas preservadas vizinhas, criando conectividade entre as áreas

preservadas ou destinadas à preservação;

Conservar e melhorar a qualidade do Meio Ambiente formado;

Favorecer a conservação da fauna, atraindo e abrigando as aves da região;

Melhorar a qualidade de vida da população.

Dentro do Projeto, será dada ênfase especial à recuperação das Áreas de Preservação

Permanente – APP, haja vista a necessidade de:

Atender a uma obrigação legal;

Proteger os corpos d’água que são afetados diretamente pelo empreendimento, mais

que compõem um todo a ser preservado;

Propiciar a criação de um banco de sementes para a região; e

Possibilitar espaço de convivência e bem estar para os munícipes de Jundiaí.

b) Atividades Propostas

Deverão ser realizadas as atividades indicadas a seguir:

Elaboração de protejo arquitetônico e de uso das áreas de APP considerando tanto os

fatores de preservação ambiental quanto o uso pela população;

Demarcação das áreas que deverão receber plantio;

Controle de formigas e outras pragas no local e entorno direto;

Formação (matrizes) ou compra de mudas relativas à fauna;

Coveamento e adubação (orgânica e mineral);

Rega complementar enquanto necessária;

Manutenção dos plantios e eventual replantio;

Sistematização das informações dos plantios, espécies utilizadas, resultados e outros;

132

Aproximação da população com as novas áreas verdes disponibilizadas para o uso

público.

Nessa revegetação deverão ser incluídas espécies vegetais nativas que atraem a fauna

silvestre da região do Japi por ofereceram alimento (néctar, frutos, outras estruturas) ou por

constituírem locais de nidificação ou abrigo potencializando a aproximação e proteção da fauna

existente, considerando também o previsto na Resolução SMA 08/2008.

c) Produto

O presente projeto deverá apresentar Proposta de Compensação Ambiental contendo:

Estudo de áreas prioritárias para recomposição florestal;

Procedimentos metodológicos para a execução dos plantios;

Quadro de áreas apresentado quantificação da supressão de vegetação por fisionomia

e estágio sucessional, intervenções em APP;

Cálculo de mudas a serem plantadas;

Planta de Compensação Ambiental.

d) Cronograma

O Projeto de Composição Ambiental deverá ser implantado concomitantemente com o início

das obras, concluindo-se após o término das mesmas.

e) Responsabilidade

O Projeto deverá ser contratado pela UGP

f) Orçamento

Encontra-se detalhado na planilha de valoração do PGAS

7.1.5 Projeto de Revisão do Plano Diretor de Drenagem, Operação, de

Macrodrenagem e Procedimentos de Segurança de Controle de Inundações

a) Justificativa

A cidade de Jundiaí, assim como diversos municípios do Estado de São Paulo e do Brasil,

apresentou expansão urbana pouco condicionada ao planejamento urbano-ambiental. Tal

processo atribui ao município fragilidade quanto à drenagem urbana. Em atenção a esta

situação, foi consolidado Plano Diretor de Drenagem pela Prefeitura Municipal.

133

Entende-se a revisão desta ferramenta como primordial para que haja a contemplação das

seguintes variáveis: (i) novo cenário obtido a partir das intervenções previstas no Programa e

(ii) efeitos da expansão urbana, impermeabilização, gerando aumento gradativo do aporte de

água nos canais de drenagem do município.

Ainda, o monitoramento contínuo dos resultados obtidos é de suma importância para subsidiar

ações de planejamento e garantir a eficácia das intervenções.

Desta forma, o presente Projeto tem como intuito: (i) a revisão do Plano Diretor de Drenagem

Urbana, e; (ii) o monitoramento da qualidade ambiental da bacia do rio Jundiaí e da operação

do sistema de drenagem implantado, verificando os diferentes níveis de alteração dos padrões

de qualidade de água, poluição e contaminação, de forma contínua e sistemática,

proporcionando os subsídios para a definição das ações de controle necessárias.

b) Atividades Propostas

As atividades que farão parte do Projeto serão subdivididas nos três subprojetos elencados a

seguir:

Subprojeto de Revisão do Plano Diretor de Drenagem de Jundiaí;

Subprojeto de Monitoramento e Controle Ambiental dos Canais de Drenagem do rio

Jundiaí;

Subprojeto de Controle Operacional e Segurança contra Inundações;

7.1.1.11. Subprojeto de Revisão do Plano Diretor de Drenagem Urbana

O presente subprojeto objetiva rever o estabelecido no Plano Diretor de Drenagem Urbana de

Jundiaí levando em consideração a fase de operação das adequações realizadas pelo

Programa e as diretrizes de expansão urbana postas no Plano Diretor Municipal.

Jundiaí encontra-se em expansão urbana contínua, devendo este processo implicar no

aumento de áreas impermeabilizadas e, por conseqüência, a menor capacidade de absorção

do solo aos eventos pluviométricos e o maior aporte de água à rede de drenagem urbana.

O Plano Diretor do Município de Jundiaí estabelece como diretrizes para o uso e ocupação do

solo, em seu Art. 45:

(i) restringir a expansão urbana a sudoeste e sul do município, (áreas de proteção

ambiental e de interesse de preservação);

134

(ii) limitar a expansão urbana a norte e nordeste do município, por conta de tratar-se de

área rural e da bacia do rio Jundiaí-Mirim;

(iii) Direcionar a expansão urbana para noroeste e oeste, consideradas vetores de

crescimento da cidade.

(iv) Possibilitar o aumento da densidade no município, haja vista a baixa densidade

residencial

Nota-se que a área voltada à expansão urbana (tópico iii) localiza-se à jusante do núcleo

urbano adensado, devendo a impermeabilização das várzeas causar impactos nas vazões dos

corpos hídricos de outros municípios localizados à jusante. As regiões sul e sudeste

encontram-se, de certa forma, protegidas por ferramentas legais de proteção ambiental. No

entanto, deverá haver especial atenção à expansão urbana para norte e nordeste, a qual

poderá ocasionar aumento crescente no aporte de água à calha do rio Jundiaí afetando

diretamente a núcleo urbano consolidado.

Em face ao exposto, este subprojeto objetiva a execução das seguintes atividades:

Formação de equipe multidisciplinar para a execução da revisão;

Consolidação dos dados que subsidiarão a revisão, havendo a utilização de relatórios

de monitoramento da operação das obras, dados dos órgãos estaduais, municipais,

relatórios e teses acadêmicas;

Discussão ampla com a sociedade civil das propostas de alteração;

Elaboração de novo Plano Diretor de Drenagem Urbana.

7.1.1.12. Subprojeto de Monitoramento e Controle Ambiental dos Canais de Drenagem do Rio Jundiaí

Objetiva-se, por meio da implantação deste subprojeto, acompanhar os diferentes níveis de

alteração dos padrões de qualidade de água, poluição e contaminação, de forma contínua e

sistemática para a avaliação e controle da qualidade ambiental do rio Jundiaí.

Apresentar-se-á uma série de atividades a serem desenvolvidas no transcorrer do Projeto com

o intuito de monitorar a qualidade ambiental da bacia a sofrer intervenção no Programa, de

modo a melhorar a capacidade de gestão do sistema de drenagem urbana readequado.

São previstas as seguintes atividades:

135

Monitoramento Limnológico:

A implementação do monitoramento limnológico baseia-se na avaliação das características

limnológicas do rio em seus canais naturais e antrópicos. A avaliação da qualidade da água

procurará seguir os critérios estabelecidos na Resolução nº 357/2005 do Conselho Nacional do

Meio Ambiente - CONAMA.

Tal monitoramento visa ainda, o conhecimento da composição físico-química e biológica da

água, a fim de avaliar a evolução e o desempenho das melhorias sanitárias nos canais,

contribuindo, também, para a otimização dos processos de aproveitamento, proteção e

recuperação dos sistemas hídricos locais.

Registros de Coleta:

O registro de todas as informações monitoradas em campo deverá ser mantido através do

preenchimento de formulários e/ou bancos de dados específicos.

Pontos de Coleta, Frequência e Parâmetros:

Os pontos de coleta do rio Jundiaí serão definidos posteriormente levando em consideração

locais vulneráveis a contaminação por resíduos provenientes das obras, bem como pontos

localizados à montante e à jusante do empreendimento a fim de verificar a interferência do

mesmo na qualidade das águas do rio.

Os parâmetros inicialmente propostos, a serem analisados, incluem: cor, transparência,

temperatura, condutividade, pH, coliformes totais, coliformes fecais, demanda bioquímica de

oxigênio, oxigênio dissolvido, fósforo total, carbono total, nitrogênio total, nitrito, nitrato, amônia,

óleos e graxas, resíduo sedimentável, ferro, cobre, mercúrio, zinco e magnésio.

A frequência de coleta consiste de duas etapas:

Duas coletas mensais, realizadas no mesmo dia.

A cada seis meses serão realizadas amostragens num período de 24 horas, com

coletas a cada 2 horas, representando 2 ciclos.

Resultados:

Os resultados de qualidade de água gerados, após análise crítica, são reunidos e

armazenados em bancos de dados, que conterão informações atuais e históricas, permitindo

avaliar a qualidade ambiental.

136

7.1.1.13. Subprojeto de Controle Operacional e Segurança contra Inundações

Este subprojeto tem como principal intuito assegurar o bom funcionamento e operação do

sistema de drenagem implantado, de modo a permitir o alcance dos resultados esperados para

o controle de inundações na região afetada. São previstas atividades tais como:

Acompanhamento da operação do sistema de comportas e elevatórias de drenagem,

por meio da verificação dos métodos e procedimentos de operação e manutenção do

sistema, práticas operativas, atendimento aos manuais e regras estabelecidas,

seqüenciamento de abertura / fechamento de comportas; acionamento de bombas das

estações elevatórias;

Acompanhamento da operação frente às diferentes condições meteorológicas e de

oscilações dos níveis do fluxo, verificando as respostas às anomalias atmosféricas e

indicando as ações emergenciais a serem adotadas;

Monitoramento e avaliação dos sistemas de fornecimento alternativo e/ou redundante

de energia elétrica para a alimentação de comportas e estações elevatórias;

Acompanhamento da freqüência e das ações de conservação e manutenção de

equipamentos e obras hidráulicas, abordando sistemáticas operacionais, instruções

para reparações estruturais, listagem e descritivos de materiais e equipamentos

necessários para compra, estoque e reposição, incluindo ainda a proposição de espaço

necessário para a manutenção e estoque dos equipamentos e materiais de operação

necessários à eficiência do sistema de macrodrenagem.

c) Produtos

O Projeto de Remoções e Reassentamentos deverá apresentar:

Relatórios Semestrais de acompanhamento das atividades executadas no Projeto,

como subsídio à consolidação do Relatório de Acompanhamento a ser elaborado em

âmbito da Gestão Ambiental do Programa.

Dados provenientes dos estudos socioeconômicos que derivaram as medidas

estabelecidas no Projeto.

d) Cronograma

Deverá ser elaborado e implementado antes da implantação das obras, com duração até a

completa desmobilização da obra e continuidade das atividades de monitoramento até um ano

após a conclusão das obras.

137

e) Responsabilidade

O Projeto deverá ser desenvolvido pela UGP com total apoio das empreiteiras executoras das

obras, havendo o envolvimento, ainda, das secretarias da prefeitura responsáveis pela

supervisão e fiscalização das obras e meio ambiente.

f) Orçamento

Encontra-se detalhado na planilha de valoração do PGAS.

7.1.6 Projeto de Operação de Macro-Drenagem e Procedimentos de Segurança

de Controle de Inundações

a) Justificativa

O presente Projeto tem como intuito o monitoramento da qualidade ambiental da bacia do rio

Jundiaí e da operação do sistema de drenagem implantado, verificando os diferentes níveis de

alteração dos padrões de qualidade de água, poluição e contaminação, de forma contínua e

sistemática, proporcionando os subsídios para a definição das ações de controle necessárias.

b) Atividades Propostas

As atividades que farão parte do Projeto serão subdivididas nos dois subprojetos elencados a

seguir:

Subprojeto de Monitoramento e Controle Ambiental dos Canais de Drenagem do rio

Jundiaí;

Subprojeto de Controle Operacional e Segurança contra Inundações.

7.1.1.14. Subprojeto de Monitoramento e Controle Ambiental dos Canais de Drenagem do Rio Jundiaí

Objetiva-se, por meio da implantação deste subprojeto, acompanhar os diferentes níveis de

alteração dos padrões de qualidade de água, poluição e contaminação, de forma contínua e

sistemática para a avaliação e controle da qualidade ambiental do rio Jundiaí.

Apresentar-se-á uma série de atividades a serem desenvolvidas no transcorrer do Projeto com

o intuito de monitorar a qualidade ambiental da bacia a sofrer intervenção no Programa, de

modo a melhorar a capacidade de gestão do sistema de drenagem urbana readequado.

São previstas as seguintes atividades:

138

Monitoramento Limnológico:

A implementação do monitoramento limnológico baseia-se na avaliação das características

limnológicas do rio em seus canais naturais e antrópicos. A avaliação da qualidade da água

procurará seguir os critérios estabelecidos na Resolução nº 357/2005 do Conselho Nacional do

Meio Ambiente - CONAMA.

Tal monitoramento visa ainda, o conhecimento da composição físico-química e biológica da

água, a fim de avaliar a evolução e o desempenho das melhorias sanitárias nos canais,

contribuindo também para a otimização dos processos de aproveitamento, proteção e

recuperação dos sistemas hídricos locais.

Registros de Coleta:

O registro de todas as informações monitoradas em campo deverá ser mantido através do

preenchimento de formulários e/ou bancos de dados específicos.

Pontos de Coleta, Frequência e Parâmetros:

Os pontos de coleta do rio Jundiaí serão definidos posteriormente levando em consideração

locais vulneráveis a contaminação por resíduos provenientes das obras, bem como pontos

localizados à montante e à jusante do empreendimento a fim de verificar a interferência do

mesmo na qualidade das águas do rio.

Os parâmetros inicialmente propostos, a serem analisados, incluem: cor, transparência,

temperatura, condutividade, pH, coliformes totais, coliformes fecais, demanda bioquímica de

oxigênio, oxigênio dissolvido, fósforo total, carbono total, nitrogênio total, nitrito, nitrato, amônia,

óleos e graxas, resíduo sedimentável, ferro, cobre, mercúrio, zinco e magnésio.

A frequência de coleta consiste de duas etapas:

Duas coletas mensais, realizadas no mesmo dia.

A cada seis meses serão realizadas amostragens num período de 24 horas, com

coletas a cada 2 horas, representando 2 ciclos.

Resultados:

Os resultados de qualidade de água gerados, após análise crítica, são reunidos e

armazenados em bancos de dados, que conterão informações atuais e históricas, permitindo

avaliar a qualidade ambiental.

139

7.1.1.15. Subprojeto de Controle Operacional e Segurança contra Inundações

Este subprojeto tem como principal intuito assegurar o bom funcionamento e operação do

sistema de drenagem implantado, de modo a permitir o alcance dos resultados esperados para

o controle de inundações na região afetada. São previstas atividades tais como:

Acompanhamento da operação do sistema de comportas e elevatórias de drenagem,

por meio da verificação dos métodos e procedimentos de operação e manutenção do

sistema, práticas operativas, atendimento aos manuais e regras estabelecidas,

sequenciamento de abertura / fechamento de comportas; acionamento de bombas das

estações elevatórias;

Acompanhamento da operação frente às diferentes condições meteorológicas e de

oscilações dos níveis do fluxo, verificando as respostas às anomalias atmosféricas e

indicando as ações emergenciais a serem adotadas;

Monitoramento e avaliação dos sistemas de fornecimento alternativo e/ou redundante

de energia elétrica para a alimentação de comportas e estações elevatórias;

Acompanhamento da frequência e das ações de conservação e manutenção de

equipamentos e obras hidráulicas, abordando sistemáticas operacionais, instruções

para reparações estruturais, listagem e descritivos de materiais e equipamentos

necessários para compra, estoque e reposição, incluindo ainda a proposição de espaço

necessário para a manutenção e estoque dos equipamentos e materiais de operação

necessários à eficiência do sistema de macrodrenagem.

c) Produtos

Os resultados de qualidade de água gerados, após análise crítica, serão reunidos e

armazenados em base de dados, que conterão informações atuais e históricas, permitindo

avaliar os resultados na qualidade ambiental do rio Jundiaí, com o desenvolvimento das ações

do Programa.

d) Cronograma

O presente projeto será executado em um período de 2 a 4 anos após a fase de operação

conforme demanda apresentada.

e) Responsabilidades

A responsabilidade da execução deste Projeto ficará a cargo do UGP.

f) Orçamento

140

Encontra-se detalhado na planilha de valoração do PGAS.

141

8 CONSULTA PÚBLICA/ PARTICIPAÇÃO POPULAR NO PROGRAMA O presente Programa se desenvolverá à luz do fundamento constitucional do direito à

informação, que decorre do princípio da participação da população nos programas, projetos ou

obras que resultem em significativo impacto ao meio ambiente, conforme estabelecido pelo

artigo 225 da Constituição Federal em seu parágrafo IV, seja a intervenção pretendida no Meio

Ambiente Natural ou no Meio Ambiente Artificial (Fiorillo, 2011).

Tal Programa deverá ainda seguir a Política de salvaguarda B6 do BID relativo à Consulta

Pública, na qual empreendimentos das classes A e B (no presente Programa enquadra-se na

classe B) deverão passar por consulta pública, em que as partes afetadas pelo Programa

poderão manifestar-se. Determina-se, para empreendimentos da classe B, a necessidade de

uma consulta pública, preferencialmente no momento de elaboração do Plano de Gestão

Ambiental.

Para tanto serão estabelecidas 4 Etapas objetivando a participação popular na concepção do

Programa. A 1ª Etapa consiste em dar publicidade ao Programa na escala municipal. A 2ª

Etapa consiste em estabelecer articulações com os atores sociais e Conselhos Municipais/

Regionais Interessados. A 3ª Etapa será a realização de Reuniões Públicas articuladas com os

Conselhos para exposições das intervenções do Programa e Consulta às considerações da

sociedade civil. E por fim, a Etapa 4ª, compreenderá Audiência Pública havendo a participação

de Conselhos interessados, conforme os aspectos procedimentais regidos pelas Resoluções

do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) n° 1 de 86 e n ° 9 de 87.

Etapa 1

A execução do Programa será precedida por sua divulgação, através de publicidade, aos

atores sociais tais como: ONGs locais, Associação de Bairro, movimentos sociais locais e

Conselhos competentes do município de Jundiaí e região (COMUMA- Conselho Municipal de

Meio Ambiente e Urbanismo e Conselho da Área de Proteção Ambiental Jundiaí) no qual a

sociedade possui representação institucionalizada (Cardoso,1994).

Etapa 2

Para a mobilização das lideranças sociais a respeito do Programa, serão utilizados os meios de

comunicação locais, como Boletins (jornal local), envio de e-mails e convites direto aos

conselhos municipais e regionais, além dos potenciais interessados, possibilitando, desta

forma, articulação com a sociedade local.

142

Etapa 3

Concluída a publicidade nos meios de comunicações locais e a mobilização/articulação dos

stakeholders, será iniciado o agendamento das Reuniões Públicas com intuito de: apresentar a

estes indivíduos o Programa e seus impactos positivos e negativos mais detalhadamente e, ao

final, consultar formalmente à sociedade quanto a possíveis considerações.

As Reuniões Públicas serão formatadas conforme os costumes e características locais

sugeridos pelos Conselhos, ancorados nas intervenções previstas no Plano Diretor de Jundiá,

que foi amplamente discutido em processos participativos próprios.

Etapa 4

Após o crivo da sociedade civil, havendo a inclusão das considerações pertinentes no decorrer

do processo, será agendada Audiência Pública, conforme os procedimentos estabelecidos

pelas Resoluções do CONAMA nos 1/86 e 9/87 a fim de legitimar a participação da sociedade

civil no processo, e também em consonância aos princípios do Sistema Nacional de Meio

Ambiente – SISNAMA, Lei nº 6.938/81, que estabelece a Política Nacional de Meio Ambiente e

a institucionalização da participação popular através dos múltiplos conselhos nas esferas

estatais.

Importante frisar que a execução do presente Programa deriva das demandas acordadas

durante a formulação do Plano Diretor do Município de Jundiaí, no qual o poder público local,

em parceria com a sociedade civil, buscou promover o adequado ordenamento territorial, bem

como o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e a garantia de bem estar de

seus habitantes, de acordo com o planejamento e controle do uso, do parcelamento e da

ocupação do solo urbano (Fiorillo, 2011).

143

8.1. PARTICIPAÇÃO POPULAR NO PROJETO OPERACIONAL DE REMOÇÕES E REASSENTAMENTOS.

Devido ao grande impacto social que deriva das Remoções e dos Reassentamento que serão

executados para a viabilização das adequações propostas pelo Programa, as ações de

Consulta Pública compreenderão, de forma prioritária, uma gama de procedimentos com o

intuito da prevenção e/ou mitigação destes impactos. Faz-se necessário, portanto, estabelecer

alguns princípios norteadores, ancorados na Política do BID, que deverão ser implementados

pela Prefeitura Municipal de Jundiaí para os indivíduos diretamente afetados.

Desta forma, os seguintes princípios, revestidos de força de norma, deverão fazer parte do

Projeto de Remoções e Reassentamentos, considerando, portanto, as políticas do BID, em

especial a OP-710, que dispõe quanto aos casos de Reassentamentos Involuntários de

Famílias e a OP 102, que versa sobre a Divulgação de Informações:

Princípios:

1. Assegurar a participação das comunidades durante o processo de consulta, pelo fato de

que, quando os interesses e expectativas das comunidades são incorporados nas

concepções do projeto, sua execução e sustentabilidade são facilitadas. As comunidades

terão à disposição mecanismos para serem ouvidas (consultadas) e entendidas como parte

integrante do processo de intervenção.

2. Levar em conta a população receptora quando da execução das ações de comunicação,

permitindo sua participação, já que o reassentamento de pessoas conduzido

inapropriadamente poderá gerar conflitos, dificultando o processo de adaptação para

ambos os atores (Santos,2006). Tendo em vista que os reassentamentos serão realizados

de preferência em áreas próximas às atuais residências, esse problema deverá ser

minimizado.

3. Obtenção de informações mais precisas possíveis, na formulação do plano de intervenção

social, contando com uma linha de base socioeconômica confiável e suficientemente ampla

para estabelecer as necessidades e requerimentos das comunidades a serem deslocadas.

4. Dar publicidade às comunidades das informações contidas no plano de intervenção social

de forma continuada com analises qualitativas e quantitativas da recepção das

informações.

5. Criar ouvidorias para atender as reclamações e sugestões das comunidades durante o

processo.

144

8.2. DIVULGAÇÃO DO RAA E LOCAL DAS REUNIÕES

Para a mobilização das lideranças sociais a respeito das ações previstas no Programa, serão

utilizados os meios de comunicações locais, como Boletins (jornal local), envio de e-mails e

convites direto aos conselhos municipais e regionais construindo, desta forma, articulação com

a sociedade local.

Ficou acordado entre o BID e a Prefeitura Municipal de Jundiaí que, uma vez concluído e

revisado pelo BID, o RAA deverá ser discutido em Reuniões Públicas e, posteriormente,

disponibilizado para a sociedade. Ao final será realizada Audiência Pública, constituindo-se o

momento final para a consulta e inclusão de considerações da sociedade civil institucionalizada

ou não. É importante que o RAA constitua elemento essencial de notificação e esclarecimento

à comunidade dos impactos ambientais, sociais e econômicos, bem como das ações

institucionais visando à sustentabilidade socioambiental do Programa, já que não é possível

analisar separadamente estas dimensões que se interpolam.

As Reuniões Públicas e as Audiências Públicas devem envolver diferentes segmentos dos

grupos afetados, da sociedade civil (ONGs) e dos organismos públicos, de modo a promover o

debate do Programa e da Avaliação Ambiental realizada, possibilitando a análise e

incorporação das considerações e recomendações.

A contratada deverá fornecer o material necessário para a realização das Reuniões Públicas

no mínimo 10 (dez) dias úteis antes das datas da realização e quanto a Audiência Pública no

mínimo 20 (vinte) dias úteis anteriores a realização.

Importante que o Local definido para as Reuniões Públicas e para Audiência Pública deve ser

revestido do propósito de facilitar a participação da sociedade, portanto em local pré-

determinado e acessível a todas as pessoas.

145

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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146

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Paulo: Editora Saraiva: 2011.

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Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2004.