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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO DE TRANSPORTE FERROVIÁRIO DE CARGA INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA ACADEMIA M.R.S. AVALIAÇÃO DOS INDICADORES DE DESEMPENHO DE OFICINAS DE LOCOMOTIVAS VICTOR DE MENEZES VIDAL RIO DE JANEIRO - RJ 2006

avaliação dos indicadores de desempenho de oficinas de locomotivas

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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO DE TRANSPORTE FERROVIÁRIO D E CARGA

INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA ACADEMIA M.R.S.

AVALIAÇÃO DOS INDICADORES DE DESEMPENHO DE OFICINAS DE LOCOMOTIVAS

VICTOR DE MENEZES VIDAL

RIO DE JANEIRO - RJ 2006

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AVALIAÇÃO DOS INDICADORES DE DESEMPENHO DE OFICINAS DE LOCOMOTIVAS

Monografia apresentada no Curso de Especialização de Transporte Ferroviário de Carga.

AUTOR: VICTOR DE MENEZES VIDAL ORIENTADOR: HOSTÍLIO XAVIER RATTON TUTOR: GUSTAVO MONTEIRO MONASTÉRIO

RIO DE JANEIRO 2006

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus e a todos que me ajudaram com o desenvolvimento desse

trabalho.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Estrutura de um mapa estratégico _______________________________________________ 35

Figura 2 – Mapa estratégico de 2006 da MRS Logística S.A.__________________________________ 37

Figura 3 - Gráfico de Disponibilidade. Fonte: Gerência de manutenção de Locomotivas (2005) ____ 42

Figura 4 - Gráfico do Plano de Manutenção de Locomotivas. Fonte: Gerência de Manutenção de __ 44

Figura 5 - Gráfico do MKBF Semestralizado. Fonte: Gerência de Manutenção de Locomotivas ____ 46

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LISTA DE TABELA

Tabela 1 - Níveis de intervenção da manutenção ____________________________________________ 26

Tabela 2 – Objetivos do mapa estratégico e seus indicadores para locomotivas _________________ 52

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SIMBOLOGIA

PCM - PLANEJAMENTO E CONTROLE DA MANUTENÇÃO

MKBF – MEAN KILOMETER BETWEEN FAILURES, QUILOMETRAGEM MÉDIA

ENTRE FALHAS

LI6 – REVISÃO SEMESTRAL DE LOCOMOTIVA

LR1 – REVISÃO ANUAL DE LOCOMOTIVA

LR2 – REVISÃO BIANUAL DE LOCOMOTIVA

LR4 – REVISÃO DE QUATRO ANOS DE LOCOMOTIVA

LRG – REVISÃO GERAL DE LOCOMOTIVA (OITO ANOS)

PML – PLANO DE MANUTENÇÃO DE LOCOMOTIVAS

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 10

1.1 OBJETIVOS 10

1.2 METODOLOGIA 10

1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO 11

2 CONCEITUAÇÃO SOBRE INDICADORES 12

2.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 12

2.2 TIPOS DE INDICADORES 14

2.3 PAPEL DOS INDICADORES 15

2.3.1 CRITÉRIOS PARA GERAÇÃO DE INDICADORES 16

2.4 ESPECIFICAÇÃO DE INDICADORES 17

3 MANUTENÇÃO 18

3.1 CONCEITUAÇÃO 18

3.1.1 MANUTENÇÃO CORRETIVA 19

3.1.2 MANUTENÇÃO PREVENTIVA 20

3.1.3 MANUTENÇÃO PREDITIVA 21

4 MANUTENÇÃO NUMA FERROVIA 22

4.1 GENERALIDADES 22

4.2 O VEÍCULO FERROVIÁRIO E SUA MANUTENÇÃO 23

4.2.1 O VEÍCULO FERROVIÁRIO 24

4.2.2 A MANUTENÇÃO DO VEÍCULO 25

4.2.3 MANUTENÇÃO PREVENTIVA 27

4.2.4 MANUTENÇÃO PREDITIVA 28

4.2.5 MANUTENÇÃO CORRETIVA 29

4.2.6 OS MEIOS NECESSÁRIOS PARA MANUTENÇÃO DO MATERIAL RODANTE 29

5 MODELO DE GESTÃO ESTRATÉGICA 34

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8

5.1 PROCESSO CLÁSSICO DE DEFINIÇÃO DOS INDICADORES DE DESEMPENHO

ESTRATÉGICO 38

6 OS INDICADORES DE DESEMPENHO 40

6.1 DISPONIBILIDADE DE LOCOMOTIVAS 41

6.2 THP (TREM HORA PARADO) POR LOCOMOTIVA 43

6.3 DISPONIBILIDADE DO PLANO DE MANUTENÇÃO DE LOCOMOTIVAS (PML) 43

6.4 KMED SECO 44

6.5 MKBF (MEAN KILOMETER BETWEEN FAILURES ) DOS REBOQUES 45

6.6 KMED COM GRAVIDADE 46

6.7 NÚMERO DE OCORRÊNCIAS 47

6.8 TAXA DE FALHAS POR LOCOMOTIVA 48

6.9 NÚMERO DE ACIDENTES COM PERDA DE TEMPO 48

6.10 TAXA DE GRAVIDADE 48

6.11 NÚMERO DE ACIDENTES SEM AFASTAMENTO 49

6.12 ÍNDICE DE UTILIZAÇÃO 49

6.13 ÍNDICE DE EFICIÊNCIA 49

6.14 ÍNDICE DE PRODUTIVIDADE 50

6.15 CUSTO UNITÁRIO DE MANUTENÇÃO 50

6.16 CUSTO POR QUILOMETRAGEM 51

6.17 CUSTO COM HORA EXTRA 51

6.18 HEADCOUNT 51

7 CONCLUSÕES 52

Page 9: avaliação dos indicadores de desempenho de oficinas de locomotivas

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RESUMO

Este trabalho visa conceituar, estudar e analisar indicadores de desempenho

das oficinas de locomotivas da MRS Logística S/A, com o objetivo de melhorar a

qualidade da manutenção através de indicadores que possam ajudar na tomada de

decisão gerencial da empresa.

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1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho irá abordar os indicadores de desempenho das oficinas

de manutenção mecânica de locomotivas da MRS Logística S.A., com intuito de

conceituar e avaliar a influencia dos indicadores da manutenção de locomotivas com

os objetivos estratégicos da MRS Logística S.A.

1.1 OBJETIVOS

Abaixo são listados os principais objetivos após o término do trabalho:

• Estudar os conceitos e a importância da aplicação de indicadores;

• Estudar os conceitos de manutenção;

• Mostrar como funciona a manutenção em uma ferrovia;

• Analisar e avaliar os atuais indicadores das oficinas de manutenção de

locomotivas da MRS Logística S/A em relação aos objetivos estratégicos da

empresa.

1.2 METODOLOGIA

Para se alcançar os objetivos propostos foram realizados pesquisas em

campo nas oficinas de manutenção mecânica de locomotivas da MRS coletando

informações sobre seus indicadores, que são de extrema importância para atingir as

metas das oficinas e consequentemente atingirem as metas da empresa para MRS

ser cada vez mais competitiva no mercado de transporte de cargas no Brasil. Além

do estudo de trabalhos científicos relacionados a conceitos de indicadores e

manutenção em ferrovia.

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1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho está estruturado em 7 capítulos:

• Capítulo 1 – Introdução: Início do trabalho falando dos objetivos,

metodologia aplicada no trabalho e estrutura do trabalho;

• Capítulo 2 – Conceituação de indicadores: Abordo conceitos de

indicadores, tipos de indicadores, papéis dos mesmos e sua

importância em tê-los e aplicá-los corretamente.

• Capítulo 3 – Manutenção: Conceitos de manutenção e sua

importância da manutenção bem feita nas organizações.

• Capítulo 4 – Manutenção numa ferrovia: Explica as particularidades

de uma manutenção numa ferrovia, com objetivo do leitor adquirir

conhecimento da estrutura de manutenção na área ferroviária.

• Capítulo 5 – Modelo de gestão estratégica: Resumo do modelo de

gestão estratégica usado na empresa para criar os indicadores da

mesma.

• Capítulo 6 – Indicadores nas oficinas de locomotivas: Listar e

conceituar os atuais indicadores usados nas oficinas de locomotivas.

• Capítulo 7 – Conclusões.

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2 CONCEITUAÇÃO SOBRE INDICADORES

2.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

No ambiente competitivo que se inserem as empresas no mercado global, a

aderência às técnicas, filosofias e ferramentas da qualidade deixou de ser

diferencial, mas sim um pré-requisito de sobrevivência, ou seja, um alicerce de

competitividade empresarial.

No que tange aos resultados, ressalte-se a definição dos objetivos

estratégicos de uma empresa atrelada a indicadores de desempenho, mensuráveis

e abrangentes, dando suporte à tomada de decisões e a implementação de

melhorias contínuas na empresa, sua marca, seus produtos / serviços, bem como

reforçando sua imagem positiva junto a seu público-alvo.

Para dar sustentação a esse sistema de indicadores faz-se necessária a

existência de pessoas talentosas, treinadas, motivadas e comprometidas – de modo

a garantir a freqüência de medição, a precisão das informações, ordenamento e

tratamento dos dados, bem como a adequada comunicação às pessoas e áreas

envolvidas no processo de gestão da organização.

Existem diferentes definições para o significado de um indicador. Desde as

mais simples, que o consideram como um parâmetro que fornece as informações

sobre um dado fenômeno, até as que atribuem significados ampliados e

representatividades específicas de um fenômeno. De qualquer modo ele é um

instrumento que deve permitir a percepção de um dado fenômeno ou de uma

condição de modo simplificado, compreensível e comparável. A sua importância

também pode ser encarada como um sinal antecipado de algum tipo de ocorrência,

ressaltando seu caráter preventivo. Pode-se, assim, constatar algumas

características dos indicadores que são essenciais na percepção do potencial que

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13

podem oferecer. Dentre elas, transparece a sua origem de dados estatísticos, o seu

caráter de síntese de informações complexas, a sua função particular de detectar

fenômenos antecipadamente e a sua característica de ser facilmente compreensível

por seus usuários.

DIÓGENES (2002) diz que a utilização de indicadores é um dos

instrumentos para a avaliação dos serviços de transportes. Os indicadores de

desempenho são derivados do conhecimento das metas e objetivos do sistema,

sendo os meios pelos quais os critérios de desempenho são medidos.

CASTELLO BRANCO (1998), diz que os “indicadores desempenham papel

fundamental na correta avaliação dos resultados do negócio ferroviário,

especialmente no novo cenário de privatizações brasileiro, no qual os resultados

citados despertam interesses múltiplos, seja nos dirigentes e acionistas das novas

empresas, seja nos órgãos reguladores do Poder Concedente”.

MIRIAN OLIVEIRA (1995, apud DIÓGENES 2002) et al. afirmam que os

indicadores permitem que cada empresa compare seu desempenho com outras

empresas do setor e avalie seu nível de competitividade, estabelecendo suas metas

para melhoria contínua. A definição de um conceito de qualidade, de acordo com o

que a empresa tem como objetivo e a determinação de estratégias visando o

aperfeiçoamento da qualidade são, segundo os autores, de extrema importância

para a geração de indicadores.

A MRS Logística tem uma preocupação crescente com seu desempenho no

setor de transportes, fato este que está ligado ao controle da qualidade. A análise de

desempenho serve para comparar o produzido com o que se pretende produzir.

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2.2 TIPOS DE INDICADORES

Segundo KARDEC (2002, apud SANTOS 2004), os indicadores podem ser

divididos em índices, coeficientes, taxas, parâmetros e porcentagem.

Índice : tudo aquilo que indica ou detona alguma qualidade ou característica

especial. Exemplo segue abaixo:

- Índices de manutenção segundo SANTOS (2004) são relações entre duas ou mais

grandezas provenientes de dados levantados sobre diversas variáveis das equipes

de manutenção, das maquinas, dos valores envolvidos, dos materiais e de

sobressalentes, entre outros. Servem para medir o desempenho das maquinas e

capacitação técnica dos elementos humanos, bem como as conseqüências

financeiras, administrativas e organizacionais sobre os processos produtivos

Coeficiente: Propriedade que tem algum corpo ou fenômeno de poder ser

avaliado numericamente. Exemplo:

- Coeficiente de aproveitamento

- Coeficiente de atrito, etc.

Taxa: é a relação entre duas grandezas. Exemplo:

- Taxa de falhas de locomotivas

- Taxa de eficiência da manutenção, etc.

Parâmetro: Variável ou constante à qual, numa relação determinada ou uma

questão especifica, atribui-se um papel particular e distinto das duas variáveis ou

constantes. Todo elemento cuja variação de valor modifica a solução de um

problema sem lhe modificar a natureza. Exemplo:

- Parâmetros das distribuições de falha e de tempo para reparo de equipamento.

Page 15: avaliação dos indicadores de desempenho de oficinas de locomotivas

15

A apresentação de indicadores pode ser expressa por dados relativos, dados

absolutos, gráficos e tabelas.

2.3 PAPEL DOS INDICADORES

SANTOS (1994, apud SANTOS 2004) propõe que para os indicadores se

tornem viáveis e práticos, esses devem ter algumas características especiais, entre

elas:

- Adaptabilidade: capacidade de resposta às mudanças de comportamento e

exigência dos clientes, porque os indicadores podem tornar-se desnecessários ao

longo do tempo e podem ser imediatamente eliminados ou substituídos por outros

de maior utilidade.

- Representatividade: capacidade de captar as etapas mais importantes e criticas

dos processos, para que seja suficientemente representativo e abrangente.

Os indicadores são sinais vitais da organização. Eles informam às pessoas o

que estão fazendo, como estão se saindo e se estão agindo como parte de um todo.

Eles comunicam o que é importante para toda organização, SANTOS (2004).

Os indicadores desempenham papel fundamental contribuindo e influenciando os

seguintes aspectos (FPNQ, 1997 e 1995, apud SANTOS 2004):

• Estão intimamente ligados ao conceito de Qualidade centrada no cliente;

• Devem ser gerados a partir das necessidades e expectativas do cliente;

• Dão suporte à analise critica dos resultados e à tomada de decisões;

• Viabilizam e encorajam a busca da melhoria contínua;

• Identificar as áreas de excelência e os setores onde são necessárias

melhorias para que se possa alcançar o nível de melhores práticas;

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• Desenvolver relações de causa e efeito e averiguar o que pode ter influência

no gerenciamento da empresa ou da área;

• Permear a cultura do indicadores-chave de desempenho em toda a estrutura

da organização, para formar e transformar a sua própria cultura.

Indicadores são usados para controlar a melhoria, a qualidade e o desempenho

dos produtos (bens / serviços) e processos. A apuração dos resultados por meio dos

indicadores permite avaliar o desempenho em relação à meta e a outros

referenciais, possibilitando o controle e a tomada de decisão gerencial. Outra

importante função é a de induzir atitudes nas pessoas, cujo desempenho está sendo

medido, uma vez que as pessoas tendem a agirem influenciadas pela maneira como

são avaliadas.

2.3.1 CRITÉRIOS PARA GERAÇÃO DE INDICADORES

O estabelecimento de critérios para a formação de indicadores é importante

para atingir os objetivos a que se propõem. A seguir, são destacados os principais

critérios para a geração de indicadores, que são: simplicidade e clareza,

acessibilidade, pontualidade, baixo custo, abrangência e seletividade, BARRETO

1999 (apud SANTOS 2004).

Simplicidade e clareza: O indicador deve ser de fácil obtenção e compreensão,

possibilitando a transmissão da mensagem de modo sincero e claro;

Acessibilidade: A facilidade de acesso é importante para a manutenção adequada

e na pesquisa dos fatores que afetam o indicador. O fácil acesso pode ser gerado

com base em procedimentos padronizados;

Pontualidade: para cumprir os objetivos de controlar e apoiar às decisões é

fundamental que o indicador seja disponibilizado no momento certo;

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17

Baixo custo: o indicador deve ser gerado a baixo custo, devendo sua obtenção ser

economicamente justificada;

Abrangência e seletividade: o indicador deve ser suficientemente representativo,

devendo captar características-chave do processo ou produto. Informações em

excesso acabam virando arquivo, além de elevar o custa da obtenção.

2.4 ESPECIFICAÇÃO DE INDICADORES

Os indicadores devem ser devidamente especificados, de modo a

proporcionar resultados confiáveis, assegurar sua análise e seu uso. Segundo

SANTOS (2004) sem indicadores é impossível avaliar o desempenho de uma

organização e identificar seus pontos fracos.

O tipo e a eficiência dos indicadores são influenciados pela necessidade da

empresa e pelo conhecimento disponível dentro da mesma quando o

desenvolvimento e análise destes, de tal modo que possam ser aplicados com

sucesso.

Page 18: avaliação dos indicadores de desempenho de oficinas de locomotivas

18

3 MANUTENÇÃO

3.1 CONCEITUAÇÃO

Qualquer sistema a ser considerado possui, juntamente com os subsistemas

que o compõem, uma vida útil e durante esta vida útil, um desempenho que se

modifica ao passar do tempo.

Um conceito que se poderia adotar de que manutenção é toda e qualquer

intervenção efetuada em um determinado sistema, ao longo de sua vida útil, com o

objetivo de recompor as suas condições normais de atuação de forma tal a atingir os

mais altos índices de desempenho, com alta confiabilidade e disponibilidade e com

bons índices de manutenibilidade e segurança.

Este conceito é muito amplo, podendo-se fazer um trabalho específico sobre

manutenção.

Como sistemas e subsistemas são constituídos de equipamentos, conjuntos,

subconjuntos e peças, que apresentam características bem distintas, a começar pela

vida útil e pelos diferentes índices de desgastes no tempo, verificando-se que as

intervenções a serem efetuadas em cada programa de manutenção, devem ter

algum tipo de classificação e uma determinada periodicidade. Estas intervenções

são originalmente ditadas pelos fabricantes mas, com a experiência obtida na

operação dos sistemas, são ajustadas e modificadas a partir do desempenho

observado para cada item de cada programa, TEÓFILO 1989.

Há um consenso que a manutenção é divida em três principais grupos de

atividades que são:

• Manutenção Corretiva;

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19

• Manutenção Preventiva ou Programada;

• Manutenção Preditiva.

3.1.1 MANUTENÇÃO CORRETIVA

A manutenção corretiva é aquela intervenção não programada mas

necessária em razão da ocorrência, de forma aleatória, de falhas ou quebras de

peças ou componentes de um componente maior ou também, do mau

funcionamento deste conjunto por causa de ser pesquisada.

Ela pode ter suas atividades distribuídas em distintas fases:

Fase de detecção – reconhecimento de uma falha;

Fase de diagnóstico – correspondendo à localização da falha e seu isolamento;

Fase de correção – representada pelo reparo ou pela troca;

Fase de verificação – correspondendo aos testes para recolocação em serviço.

As falhas que são passíveis de ocorrer em qualquer sistema, devem ser

analisadas em função de sua gravidade em termos de funcionamento do sistema em

questão.

A classificação das falhas, conforme exemplificado permite ao operador do

sistema alguma flexibilidade para, após analisar um pedido de intervenção,

programá-la de tal forma a minimizar os prejuízos para a atividade que se destina a

operação do sistema afetado, TEÓFILO 1989.

Page 20: avaliação dos indicadores de desempenho de oficinas de locomotivas

20

3.1.2 MANUTENÇÃO PREVENTIVA

A manutenção preventiva existe para, de forma programada, recompor as

condições de equilíbrio de um sistema ou equipamento a fim de permitir que ele

opere em condições normais, de acordo com seu desempenho esperado.

A aplicação de um programa adequado de manutenção preventiva traz

inúmeros benefícios, além daqueles comumente enfatizados.

A seguir, será mostrado uma relação desses benefícios, que justificam a

utilização de programas de manutenção preventiva:

• Redução do capital imobilizado tendo em vista a menor necessidade de itens

de conjuntos ou subconjuntos em estoque;

• Redução dos números de reparos repetitivos;

• Redução dos tempos de indisponibilidade;

• Redução do pagamento de horas extras pagas aos funcionários;

• Redução dos custos de reparação;

• Melhoria do controle de peças sobressalentes;

• Redução dos custos unitários de manutenção e outros.

Um programa adequado de manutenção preventiva deve levar em

consideração, primeiramente a relação entre os custos das atividades a serem

executadas na intervenção e os custos de paralisação do sistema, equipamento ou

mesmo de uma linha de produção de uma fábrica.

A manutenção preventiva para novos sistemas ou equipamentos em novos

projetos, tem seu programa estabelecido a partir de indicações dos projetistas e/ou

fabricantes, TEÓFILO 1989.

Page 21: avaliação dos indicadores de desempenho de oficinas de locomotivas

21

3.1.3 MANUTENÇÃO PREDITIVA

A manutenção preditiva usa os dados obtidos na experiência adquirida com

os sistemas ou equipamentos mantidos para, por intermédio de modelos

probabilísticos ou estocásticos, predizerem o tempo, a quilometragem ou o número

de ciclos correto para se fazer uma intervenção de manutenção. Essa intervenção

tem o objetivo de impedir a imobilização do sistema ou equipamento por quebra ou

falha de itens e peças que os compõem e, normalmente, é feita com a troca desses

itens e peças.

Page 22: avaliação dos indicadores de desempenho de oficinas de locomotivas

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4 MANUTENÇÃO NUMA FERROVIA

4.1 GENERALIDADES

No Capítulo anterior abordou-se o tema manutenção de uma forma genérica.

Ao se vincular, no entanto, o referido tema ao setor ferroviário e mais precisamente,

a um veículo ferroviário, há de se considerar os aspectos específicos desse tipo de

manutenção.

Em uma ferrovia, a via, as instalações, as obras de engenharia civil e o

material rodante, requerem um conjunto de atenções, a fim de que possam prestar

um serviço de transporte nas condições de segurança, garantia e qualidade

especificadas. A interação existente no contato roda-trilho, que fundamenta a

relação estática e dinâmica do veículo com a via; a utilização dos equipamentos de

sinalização, comunicações, motores, freios, caixas truques e demais componentes,

produzem seu progressivo desgaste, o que requer um grande trabalho de

conservação.

Essa conservação deve ser feita nos seus diferentes níveis de profundidade,

indo desde uma simples inspeção visual ou até mesmo limpeza, até uma reparação

com desmontagem e substituição de equipamentos.

A boa qualidade desse conjunto de operações, ou seja, da manutenção dos

sistemas, propiciará a sua utilização plena e, consequentemente, uma ótima

operação.

A via permanente, os equipamentos fixos e instalações e as obras de

engenharia civil, não necessitam para sua manutenção, de certos trabalhos

complexos.

Page 23: avaliação dos indicadores de desempenho de oficinas de locomotivas

23

Quanto ao material rodante ou veículo ferroviário, no entanto, o mesmo não

pode ser dito, uma vez que ele requer centros especializados onde sejam

desenvolvidas as atividades de sua manutenção.

A manutenção do material rodante, a locomotiva por exemplo, é feita a partir

de planos, cuja elaboração requer o tratamento de certos conceitos tais como

estabelecimento de ciclos de intervenção, determinação do tempo de paralisação,

etc.

Importante se faz também, a definição do tipo ou classe de veículo a ser

mantido pois há grande diferença por exemplo, entre um vagão de minério e um

carro de passageiros ou entre locomotiva e um vagão ou carro de passageiros e

mesmo entre carros de passageiros motorizados ou reboque.

Em função da classe do veículo ferroviário, este necessita, para sua

manutenção, de grandes áreas para estacionamento, vias de lavagem, galpões de

oficinas de apoio, galpões de via de fosso, galpões de oficinas especializadas, além

de vias de testes, para os ensaios dinâmicos e dos feixes e vias de acesso e ligação

com as vias principais.

Logo, o conjunto de exigências para se efetuar a manutenção de um veiculo

ferroviário é compatível com a complexidade desta manutenção, TEÓFILO 1989.

4.2 O VEÍCULO FERROVIÁRIO E SUA MANUTENÇÃO

Como já exposto à manutenção de um veículo ferroviário requer todo o

planejamento prévio, objetivando a determinação da periodicidade das intervenções,

o grau de profundidade dessas intervenções e assim por diante. Esse fato aumenta

sua importância na medida em que, ao se analisar como se compõe um veículo

Page 24: avaliação dos indicadores de desempenho de oficinas de locomotivas

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ferroviário, verifica-se que é o mesmo constituído por uma grande diversidade de

sistemas e equipamentos que requerem tratamentos bem diferenciados em função

de suas características peculiares.

Assim, sistemas mecânicos que possuem partes móveis, sujeitas portanto a

desgaste apresentam diferentes requisitos para manutenção preventiva se

comparados com os sistemas eletrônicos, por exemplo.

Ao se considerar um veículo ferroviário do tipo, por exemplo, de um vagão de

minério ou de combustível, estes não apresentam grande complexidade em termos

de manutenção tendo em vista os subsistemas que os compõem.

Entretanto, ao se tratar com veículos ferroviários de passageiros ou

locomotivas, a complexidade dos subsistemas envolvidos cresce, tornando pois o

veículo ferroviário um sistema complexo que requer cuidados especiais em seu

projeto e na sua manutenção, TEÓFILO 1989.

4.2.1 O VEÍCULO FERROVIÁRIO

Neste subitem, com intuito de dar maior abrangência ao estudo, será

adotado como veículo ferroviário, aquele do tipo locomotiva, devido ao fato de ser

composto por um maior número de subsistemas, sendo estes subsistemas de maior

complexidade tornando, portanto, o “veículo ferroviário” um sistema complexo “por

possuir componentes complexos na sua constituição”.

Page 25: avaliação dos indicadores de desempenho de oficinas de locomotivas

25

4.2.2 A MANUTENÇÃO DO VEÍCULO

A manutenção de locomotivas contempla o conjunto de ações que visam

manter ou restabelecer as suas condições para que possa operar dentro de altos

padrões de desempenho e segurança.

Para caracterizar esta manutenção, diferentes aspectos devem ser

considerados como a seguir mostrado:

1. O tipo da intervenção de manutenção

• Manutenção Preventiva

• Manutenção Corretiva

• Manutenção Preditiva

2. A natureza dessas intervenções

• Diagnóstico

• Controle

• Regulagem

• Troca

• Reparo

• Limpeza

3. A importância das intervenções

• Tempo necessário

• Meios a utilizar, etc

4. Local onde são realizadas as intervenções

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• Poços ou valas de inspeção

• Oficinas

5. Tecnologia envolvida

• Eletrônica

• Pneumática

• Mecânica

• Hidráulica, etc.

A partir da conjugação dos resultados esperados, e da natureza e

importância das intervenções, diferentes níveis de atuação da manutenção podem

ser definidos conforme mostrado na Tabela 1.

Níveis de Intervenção da Manutenção

Nível de intervenção Resultado Natureza da

intervenção Importância da intervenção

1º Nível

Manter ou restabelecer a

disponibilidade do Material Rodante.

Controle, diagnóstico,

regulagem, troca de conjunto, limpeza.

Intervenção de curta duração de meios básicos,

ferramentas individuais, instrumentos de testes.

2º Nível

Manter ou restabelecer a

disponibilidade de conjuntos ou

equipamentos

Controle, diagnóstico,

regulagem, troca de subconjunto,

limpeza.

Intervenção cuja duração pode ser importante, além de

necessitar de meios industriais importantes.

3º Nível

Manter ou restabelecer a

disponibilidade de subconjuntos

Controle, diagnóstico,

regulagem, troca de peças, reparação e

limpeza.

Requer meios industriais especializados.

Tabela 1 - Níveis de intervenção da manutenção

Page 27: avaliação dos indicadores de desempenho de oficinas de locomotivas

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4.2.3 MANUTENÇÃO PREVENTIVA

Conforme já exposto no Capítulo 3, a manutenção preventiva do material

rodante é um conjunto de ações efetuadas a partir de um programa predeterminado

em função do tempo decorrido, da quilometragem percorrida ou também do estado

do material, tendo por finalidade reduzir a probabilidade de ocorrência de falhas no

mesmo. Atualmente na MRS Logística a manutenção preventiva de locomotivas

utiliza o tempo decorrido ou o estado da locomotiva. Dentro da manutenção

preventiva podem ser definidos dois tipos de intervenção, segundo TEÓFILO (1989):

• Sistemáticas

• Condicionais

4.2.3.1 INTERVENÇÕES SISTEMÁTICAS

São caracterizadas pela periodicidade com que ocorrem.

Podem ser então divididas em:

• Intervenções freqüentes de manutenção que são as seguintes:

• Intervenção para limpeza (função do tempo)

• Intervenção para inspeção (função do tempo)

• Intervenção técnica ou pequenas revisões que ocorrem de acordo

com o tempo decorrido que são por exemplo: I6 – 6 meses, R1 – 1

ano e R2 – 2 anos.

• Intervenções técnicas para grande revisão

São intervenções de maior peso, efetuadas em locomotivas e que

contemplam a desmontagem geral dos subsistemas e componentes; a

verificação de todo os sistemas elétricos; a avaliação da estrutura com a

Page 28: avaliação dos indicadores de desempenho de oficinas de locomotivas

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verificação e eventuais fissuras. Ocorrem em geral com tempo de 4 anos,

chamada R4, e de 8 anos, a revisão geral ou RG. Demandam tempo de

paralisação na ordem de 3 meses para execução dos serviços.

4.2.3.2 INTERVENÇÕES CONDICIONAIS

São realizadas de acordo com o estado apresentado da locomotiva por

ocasião das inspeções.

O estado das locomotivas pode ser verificado em inspeções visuais, mas

também pela utilização de dispositivos especiais que indiquem desgaste, níveis,

vibração e etc.

4.2.4 MANUTENÇÃO PREDITIVA

Utiliza-se de dados e informações armazenadas, predizendo por intermédio

de modelos probabilísticos o tempo antes do qual deve ser feita uma intervenção

visando, normalmente, a troca de itens ou peças monitorados, impedindo a sua falha

ou quebra, com prejuízos para o sistema.

Neste caso as ações da manutenção são decididas em função da

importância e da atuação do componente analisado na operação do veiculo, tendo

destaque especial, aqueles que envolvem, de alguma forma, aspectos vinculados à

segurança.

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29

4.2.5 MANUTENÇÃO CORRETIVA

É o conjunto de ações de manutenção efetuadas objetivando recolocar os

materiais ou equipamentos em condições de funcionamento após a ocorrência de

uma falha ou acidente que tenha prejudicado ou mesmo impedido o seu bom

desempenho.

A execução simplesmente das atividades de manutenção corretiva pode

levar a uma maior indisponibilidade da locomotiva, além do aumento do custo

unitário da manutenção. Assim faz-se indispensável uma análise das falhas

ocorridas a fim de bem determinar as suas naturezas.

4.2.6 OS MEIOS NECESSÁRIOS PARA MANUTENÇÃO DO MATERIAL RODANTE

A execução das atividades de manutenção, tendo em vista sua

complexidade, somente poderá ser feita se tiver à disposição os meios necessários

ao desenvolvimento de cada uma das tarefas envolvidas.

Segundo TEÓFILO (1989) esses meios podem ser agrupados conforme

apresentado a seguir:

• Infra-estrutura

• Equipamentos e ferramentas

• Pessoal

• Peças de reposição

Page 30: avaliação dos indicadores de desempenho de oficinas de locomotivas

30

4.2.6.1 INFRA-ESTRUTURA

Já foi exposta no início deste capítulo, a necessidade de grandes áreas

demandada pelos serviços de manutenção de locomotivas. Isso se deve ao fato de

que, a situação das instalações de manutenção no terreno deve contemplar a

ligação entre as vias férreas principais e as de acesso ao local ou centro de

manutenção, passando pelos feixes de vias que permitem a distribuição das

locomotivas entre os diferentes locais técnicos, tais como, oficinas de inspeção e

pequenas revisões, local de lavagem, mesas giradoras (rotundas), torno de

usinagem de rodeiros, oficinas de grande revisão, oficinas de apoio, etc, acarretando

sempre a necessidade de grandes áreas em função das dimensões do material

rodante.

Há ainda a necessidade de vias de estacionamento e testes dinâmicos além

de locais para oficinas de veículos auxiliares como locotratores, autos de linha,

pranchas, maquinas de esmerilhamento de trilhos, locomotivas auxiliares, etc.

4.2.6.2 EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS

A manutenção do material rodante, em decorrência da diversidade de

subsistemas, conjuntos e subconjuntos envolvidos, requer a existência de diferentes

recursos para a sua realização. Assim a título de ilustração, será apresentado a

seguir um conjunto de facilidades indispensáveis às atividades de manutenção a

realizar.

• Recursos para manuseio de equipamentos

o Fossos de via

o Mesas ou caminhos para deslocamentos de conjuntos

o Mesas giratórias

o Pontes rolantes

Page 31: avaliação dos indicadores de desempenho de oficinas de locomotivas

31

• Recursos para elevação do material rodante

o Macacos fixos ou moveis

o Pontes rolantes

o Macacos de fosso

• Recursos especiais

o Torno para usinagem de rodas

o Prensa para eixar e deseixar rodeiros

o Bancadas de testes

o Valas falsas

o Cabines acústicas para teste de carga em locomotivas, etc

4.2.6.3 PESSOAL

Pela diversidade de subsistemas que compõem o material rodante e a

grande gama de tecnologia envolvida, principalmente nas locomotivas, a

manutenção requer também uma equipe de pessoal com variáveis níveis de

aperfeiçoamento e de especialização.

Assim, uma equipe de manutenção deve cobrir as áreas dos subsistemas

que compõem o material rodante, abrangendo as respectivas tecnologias e indo

desde auxiliar até o especialista, que contém engloba técnicos de nível médio a nível

superior, seja na parte de gerenciamento e controle.

4.2.6.4 PEÇAS DE REPOSIÇÃO

A existência de um adequado suprimento de peças de reposição é condição

indispensável para que se tenha não apenas uma boa manutenção, como também

Page 32: avaliação dos indicadores de desempenho de oficinas de locomotivas

32

uma manutenção mais econômica, evitando os custos de paralisação do material

rodante ou mesmo a sua volta freqüente às oficinas pelo uso indevido de peças em

estado degradado.

Existem diferentes formas de caracterizar essas peças:

• Preço;

• Tempo de ressuprimento: há peças que são de prateleiras, outras

não, pois necessitam de fabricação especial ou sob encomenda;

• Importância no contexto do funcionamento do veiculo;

• Vida útil – algumas peças têm sua vida útil estimada enquanto outras

como aquelas da estrutura, cujas falhas são aleatórias;

• Reparabilidade – algumas peças podem ser recuperadas nas

próprias oficinas.

A partir da analise das características apontadas, que cabe esclarecer, não

são as únicas, pode-se classificar as peças de reposição em dois grupos:

1- Peças de consumo

São em geral descartáveis e o seu desgaste decorre do uso normal ao longo

do tempo ou com a quilometragem rodada.

2- Peças de parque

São peças ou subconjuntos que possuem um tempo longo de fabricação e

são de custo elevado e de fabricação especial.

O gerenciamento, portanto, das peças de reposição é fator fundamental para

a obtenção de resultados favoráveis nos serviços de manutenção.

Page 33: avaliação dos indicadores de desempenho de oficinas de locomotivas

33

Da mesma forma, vale a pena comentar a importância que possui o

gerenciamento do próprio serviço de manutenção devido ao grande numero de

atividades envolvidas para tratar e manter equipamentos de diferentes tecnologias e

com grande número de “interfaces” existentes internamente ao organismo de

manutenção e, externamente, com a área operacional e também com as áreas de

apoio financeira, materiais e recursos humanos.

Page 34: avaliação dos indicadores de desempenho de oficinas de locomotivas

34

5 MODELO DE GESTÃO ESTRATÉGICA

Antes de entrar nos indicadores de desempenho é importante comentar de

onde vem e como são criados os indicadores. Existem modelos de gestão

estratégica que auxiliam a mensuração do processo das organizações ruma às suas

metas de longo prazo, a partir da tradução da visão em objetivos, indicadores, metas

e projetos estratégicos. Será descrito resumidamente neste capítulo sobre o

Balanced Scorecard (BSC) que é um modelo de gestão estratégica amplamente

usado nas grandes organizações.

Pelo BSC, os cinco princípios de uma Organização Orientada para

Estratégia são:

1. Mobilizar a organização para a implementação da estratégia. Ex: Liderança,

Mudança e Senso de Propriedade.

2. Traduzir a estratégia para que todos possam compreendê-la. Ex: Visão,

Mapa Estratégico, Indicadores, Metas, Projetos.

3. Alinhar toda organização à estratégia, entendendo o papel de cada unidade.

Ex: Áreas de Negócio, Área de Apoio, Operação.

4. Comunicar a estratégia, identificando a contribuição das equipes e dos

processos. Ex: Comunicação, scorecard individual, remuneração variável.

5. Gerenciar a estratégia transformando-a em um processo contínuo. Ex:

Modelo de Gestão, reuniões de gestão estratégica, automação do processo.

O Mapa estratégico é a representação gráfica da estratégia da organização,

de uma das áreas de negócio, de uma área de apoio, ou de qualquer outra estrutura

ou forma de se organizar.

Normalmente, organizações com fins lucrativos, estruturam as relações de

causa-efeito entre as perspectivas, partindo da visão, seguindo pela perspectiva

Page 35: avaliação dos indicadores de desempenho de oficinas de locomotivas

35

financeira, passando pelas perspectivas de clientes, processos internos, finalizando

o mapa, com a perspectiva de aprendizado e crescimento.

Figura 1 – Estrutura de um mapa estratégico

Aprendizado e

Crescimento

Cultura, pessoas

capazes, clima para mudança,

tecnologias entre outros fatores,

são base para...

Processos Internos

...a organização

executar bem os processos

críticos que entregam valor, e

assim...

Clientes e Mercado

...satisfazer e

conquistar os clientes...

Financeira

...obtendo os

resultados desejados e

cobrados pelos acionistas.

VISÃO DE FUTURO

Page 36: avaliação dos indicadores de desempenho de oficinas de locomotivas

36

Os objetivos estratégicos são os grandes desafios que a empresa deverá

suplantar para conseguir implementar a sua estratégia. O conjunto de objetivos

estratégicos, distribuídos pelas perspectivas do mapa estratégico, impactando um ao

outro, por meio de relações de causa-efeito, forma a transcrição da estratégia da

organização. Ao construir o mapa com esses objetivos, entende-se que os desafios

ali presentes, se alcançados, serão suficientes para a concretização da visão de

futuro.

Page 37: avaliação dos indicadores de desempenho de oficinas de locomotivas

37

Figura 2 – Mapa estratégico de 2006 da MRS Logística S.A.

Os indicadores de desempenho estratégico são os instrumentos de

mensuração do alcance do desafio estratégico expresso pelo objetivo.

Um bom indicador de desempenho estratégico tem as seguintes

características:

• Faz parte da relação causa e efeito no mapa estratégico;

Page 38: avaliação dos indicadores de desempenho de oficinas de locomotivas

38

• É mensurável;

• Tem o aspecto motivacional e conduz ao comportamento desejado;

• Foca prioridades;

• Tem alinhamento;

• É um teste permanente da estratégia.

No Balanced Scorecard, os indicadores de desempenho estratégico estão

associados aos objetivos estratégicos. Portanto, devem estar presentes em todas as

perspectivas.

5.1 PROCESSO CLÁSSICO DE DEFINIÇÃO DOS INDICADORES DE

DESEMPENHO ESTRATÉGICO

Para o efetivo monitoramento do alcance dos objetivos do mapa estratégico

é imprescindível a utilização de indicadores. Os passos para a definição dos

indicadores de desempenho estratégico relacionados a cada um dos objetivos são:

1. Levantar os indicadores existentes na organização;

2. Aprofundar entendimento do escopo de cada objetivo;

3. Relacionar os indicadores aos objetivos estratégicos;

4. Definir e detalhar indicadores para cada objetivo;

5. Pré-validar lista de indicadores com liderança executiva;

6. Validar versão final dos indicadores no Workshop.

Analisando os objetivos das perspectivas do processo interno do mapa

estratégico de 2006 da MRS Logística em relação a oficina de locomotivas, temos:

1. Maximizar a Produtividade dos Recursos .

2. Aumentar a Confiabilidade das Locomotivas .

3. Aumentar o Kmédio dos trens .

Page 39: avaliação dos indicadores de desempenho de oficinas de locomotivas

39

4. Reduzir Índice de Acidentes .

5. Reduzir Consumo Específico de Combustível .

6. Aumentar a Eficiência dos Fluxos HH .

7. Aumentar Aproveitamento do Retorno de Vagões Vazios

A partir dos objetivos do mapa estratégico serão levantados no Capítulo 5 os

indicadores existentes nas oficinas de locomotivas da MRS.

Page 40: avaliação dos indicadores de desempenho de oficinas de locomotivas

40

6 OS INDICADORES DE DESEMPENHO

Nesse capítulo serão mostrados e conceituados os indicadores de

desempenho das oficinas de locomotivas da MRS Logística S/A, com intuito de

relacioná-los com os objetivos das perspectivas de processo interno do mapa

estratégico da empresa. Os indicadores da MRS estão divididos em:

• Atendimento;

• Qualidade;

• Segurança;

• Moral;

• Custo.

Os indicadores de Atendimento são:

• Disponibilidade de locomotivas;

• Trem Hora Parado (THP);

• Disponibilidade do Plano Manutenção de Locomotivas (PML);

Os indicadores de Qualidade são:

• KMED seco das ocorrências;

• MKBF dos reboques;

• KMED com gravidade;

• Número de Ocorrências;

• Taxa de falhas por locomotiva.

Os indicadores de segurança são:

• Número de acidentes com afastamento;

Page 41: avaliação dos indicadores de desempenho de oficinas de locomotivas

41

• Taxa de gravidade;

• Número de acidentes sem afastamento.

Os indicadores de Moral são:

• Índice de produtividade;

• Índice de utilização;

• Índice de eficiência;

Os indicadores de Custo são:

• Custo unitário de manutenção;

• Custo por km;

• Custo com hora extra;

• Headcount.

Antes de iniciar com os indicadores, é importante descrever conceitos que

serão abordados no decorrer das descrições de alguns indicadores, que são os

conceitos de reboque e defeito.

Segundo o PO-CLM-0001 da MRS Logística, reboque é uma falha em

sistema(s) de locomotiva, que anula a capacidade operacional do equipamento

impactando na circulação dos trens (Falha na missão). Já o defeito é uma falha em

sistema(s) de locomotiva, que restringe ou não a capacidade operacional do

equipamento, impactando ou não na circulação dos trens.

6.1 DISPONIBILIDADE DE LOCOMOTIVAS

O indicador de Disponibilidade de locomotivas indica a relação entre o total de

horas em que a locomotiva esteve à disposição do tráfego, sendo utilizada ou não.

Page 42: avaliação dos indicadores de desempenho de oficinas de locomotivas

42

Quanto maior a disponibilidade melhor, ou seja, mais locomotivas estão disponíveis

para o transporte de carga. Segue abaixo a fórmula para obter a Disponibilidade:

100.

.(%) x

AtivaFrota

DisponívelFrotaidadeDisponibil =

A área de Planejamento e Controle da Manutenção (PCM), exemplo da MRS

Logística estipula a quantidade de locomotivas que têm que estar disponíveis para o

tráfego em um determinado período. A partir destes valores mede-se a

disponibilidade, em porcentagem (%), do realizado x planejado. Logo, este indicador

atende ao objetivo estratégico de Maximizar a Produtividade dos Recursos.

Figura 3 - Gráfico de Disponibilidade. Fonte: Gerência de manutenção de Locomotivas (2005)

Page 43: avaliação dos indicadores de desempenho de oficinas de locomotivas

43

6.2 THP (Trem Hora Parado) por locomotiva

Indicador que mede a quantidade de horas que um trem ficou parado por

causa de locomotiva. Quanto menor o valor do THP por locomotiva mais confiáveis

são as locomotivas, atendendo assim ao objetivo estratégico de Aumentar a

Confiabilidade das locomotivas e Aumentar o Kmédio por gravidade dos trens, pois o

Kmédio com gravidade está diretamente atrelado ao tempo, assim como será

descrito no item 6.6.

6.3 DISPONIBILIDADE DO PLANO DE MANUTENÇÃO DE LOCOMOTIVAS (PML)

A área de Planejamento e Controle da Manutenção (PCM) da MRS

juntamente com as oficinas de locomotivas planeja periodicamente a quantidade de

intervenções preventivas que têm que ser feitas nas frotas de locomotivas da MRS

dentro das oficinas. Este indicador mede a eficiência do realizado x planejado, em

porcentagem, atendendo ao objetivo estratégico de Maximizar a Produtividade dos

Recursos.

DISPONIBILIDADE PML = Frota Disponível / PML

Page 44: avaliação dos indicadores de desempenho de oficinas de locomotivas

44

Figura 4 - Gráfico do Plano de Manutenção de Locomotivas. Fonte: Gerência de Manutenção de

Locomotivas (2005)

6.4 KMED seco

Assim como o MKBF mede as falhas, o KMED seco mede a quilometragem

média entre ocorrências, sendo que a considera o somatório de reboques e defeitos

em um período, fórmula mostrada a seguir:

∑∑

∑+

=Defeitosboques

períodonototalgemQuilometraSecoKMED

Re

....

Este indicador mede confiabilidade do material rodante, neste caso a

locomotiva, não apenas considerando os reboques, mas também considera todos os

defeitos de locomotiva em um determinado período de tempo, atendendo ao objetivo

estratégico da MRS de Aumentar a Confiabilidade das Locomotivas.

Page 45: avaliação dos indicadores de desempenho de oficinas de locomotivas

45

6.5 MKBF (Mean Kilometer Between Failures) dos reboques

Quilometragem Média Entre Falhas. No ambiente ferroviário é um indicador

aceito internacionalmente. Indica a quilometragem média de uma frota, até o

surgimento de um reboque de locomotiva. Segue abaixo a fórmula para obtenção do

MKBF:

∑∑=

períodonoboques

períodonototalgemQuilometraMKBF

..Re

...

Quanto maior o valor este indicador, mais confiável é o equipamento / frota.

Este indicador tem a finalidade de acompanhar o aproveitamento da locomotiva no

transporte de carga, ou seja, o MKBF mostra se os atrasos no transporte de carga

são causados por falhas em locomotivas, pois um reboque gera um tempo grande

de espera para o transporte visto que a locomotiva não poderá continuar tracionando

o trem, e a mesma terá que voltar para a oficina para correção. Ele atende ao

objetivo estratégico de Aumentar a Confiabilidade das Locomotivas, embora não

seja um indicador que meça apenas o desempenho de reboques.

Nota-se que a frota de locomotiva esta sendo utilizada por um período de

tempo, quilometragem maior sem apresentar falhas que incorrem em perdas ao

sistema. A Figura 1 abaixo mostra a evolução deste indicador.

Page 46: avaliação dos indicadores de desempenho de oficinas de locomotivas

46

MKBF Semestralizado

20465

24515

3069533041

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

JUL 04 DEZ 04 JUL 05 DEZ 05

Figura 5 - Gráfico do MKBF Semestralizado. Fonte: Gerência de Manutenção de Locomotivas

6.6 KMED com gravidade

O cálculo para obtenção deste indicador segue a mesma linha do KMED

seco, que é a quilometragem percorrida dividida pelo número de ocorrências. Mas

neste caso este indicador como o próprio nome diz trata a ocorrência com mais

gravidade. Para cada 15 minutos de locomotiva parada por alguma falha é contada

uma ocorrência. Com isso é valorizado muito mais o tempo de atendimento de uma

locomotiva, que influi muito na operação, do que apenas o número de vezes que a

mesma falhou. Este é um indicador atende a dois objetivos estratégicos da

companhia, Aumentar a Confiabilidade das Locomotivas e Aumentar o Kmédio dos

trens. O Kmédio com gravidade é um indicador que pode substituir o MKBF e o

KMED seco, como será mostrado adiante.

Page 47: avaliação dos indicadores de desempenho de oficinas de locomotivas

47

Um exemplo interessante para mostrar a importância do KMED com

gravidade perante o KMED seco é a seguinte:

Uma frota de locomotivas de uma gerência X falhou quatro vezes e para

cada falha o atendimento foi em média de 15 minutos dando um total de 60 minutos.

Uma frota de locomotivas da gerência Y falhou duas vezes, sendo que a média de

cada atendimento foi de 3 horas.

Analisando os dois fatos e considerando que a quilometragem percorrida de

ambas as frotas foi a mesma, para nível de exemplo, pelo KMED seco a frota Y seria

melhor que a frota X, pois apenas considerou o número de ocorrências. Já fazendo

a comparação com o KMED com gravidade a frota X teve um desempenho melhor,

pois apensar de falhar o dobro, quatro vezes, o tempo de indisponibilidade foi

menor, 60 minutos da frota X contra 3 horas da frota Y.

6.7 NÚMERO DE OCORRÊNCIAS

O Índice de ocorrências de locomotivas é a somatória de todos os defeitos e

reboques em um determinado período de tempo.

Este índice é base de dados para gerar outros indicadores. Este indicador

mostra como está a confiabilidade da frota de locomotivas de uma determinada

oficina. Quanto menor o índice melhor se encontra a confiabilidade da frota e a

qualidade da manutenção (intervenções) feita nas oficinas de locomotivas, logo ele

atende ao objetivo estratégico de Aumentar a Confiabilidade das Locomotivas.

Page 48: avaliação dos indicadores de desempenho de oficinas de locomotivas

48

6.8 TAXA DE FALHAS POR LOCOMOTIVA

Indicador que mede o desempenho de uma determinada frota de

locomotivas. Este indicador atende ao objetivo estratégico de Aumentar a

Confiabilidade de Locomotivas. Segue a fórmula abaixo:

AtivaFrota

boquesDefeitosFALHASDETAXA

.

Re..

+=

6.9 NÚMERO DE ACIDENTES COM PERDA DE TEMPO

Um acidente com perda de tempo é um acontecimento que impede o

acidentado de voltar ao trabalho no dia imediato ao acidente ou que resulte em

incapacidade permanente parcial, incapacidade permanente total ou perda de vida.

Este indicador atende ao objetivo estratégico de Reduzir o Índice de Acidentes.

6.10 TAXA DE GRAVIDADE

Representa a perda de tempo (dias perdidos mais dias debitados) que

ocorre em conseqüência de um acidente em cada milhão de homens-horas

trabalhadas, ele atende ao objetivo estratégico de Reduzir o Índice de Acidentes. A

formula é a seguinte:

strabalhadahorasHomens

DebitadosDiasPerdidosDiasGRAVIDADECOMACIDENTESTAXA

..

.....

+=

- Dias perdidos : são os dias em que o empregado ficou afastado do

trabalho, para recuperação da lesão sofrida em conseqüência de acidente. Não são

contados o dia do acidente e o dia da alta. Faz-se contagem de dias corridos,

incluindo domingos, feriados e outros dias que, por qualquer motivo, não houve

expediente no estabelecimento.

Page 49: avaliação dos indicadores de desempenho de oficinas de locomotivas

49

- Dias debitados : são números de dias que somam aos dias perdidos, nos

casos de morte ou de qualquer incapacidade permanente, total ou parcial, adquirida

por algum acidentado, de acordo com a tabela específica para tal fim.

- Homens-horas trabalhadas : é o tempo real em que os empregados

permanecem expostos aos riscos do trabalho, a serviço do empregador.

6.11 NÚMERO DE ACIDENTES SEM AFASTAMENTO

Um acidente sem afastamento é um acontecimento que não impede o

acidentado de voltar ao trabalho no dia imediato ao do acidente, atende ao objetivo

estratégico de Reduzir o Índice de Acidentes.

6.12 ÍNDICE DE UTILIZAÇÃO

Demonstra o que efetivamente foi trabalhado do total das horas disponíveis,

ele atende ao objetivo estratégico de Maximizar a Produtividade dos Recursos.

SDISPONIVEIHs

STRABALHADAHsU

.

.=

6.13 ÍNDICE DE EFICIÊNCIA

Demonstra o desempenho durante o tempo trabalho, logo atende ao objetivo

estratégico de Maximizar a Produtividade dos Recursos

Page 50: avaliação dos indicadores de desempenho de oficinas de locomotivas

50

STRABALHADAHs

PRODUTIVASHsE

.

.=

Hs.PRODUTIVAS = Num. TAREFAS x TEMPO PADRÃO

6.14 ÍNDICE DE PRODUTIVIDADE

Demonstra a relação entre volume produzido e os recursos gastos,

atendendo ao objetivo estratégico de Maximizar a Produtividade dos Recursos

P= U x E

STRABALHADAHs

PRODUTIVASHsx

SDISPONIVEIHs

STRABALHADAHsP

.

.

.

.=

SDISPONIVEIHs

PRODUTIVASHsP

.

.=

6.15 CUSTO UNITÁRIO DE MANUTENÇÃO

O custo unitário de manutenção mede o quanto foi gasto com manutenção

em um determinado período, através deste indicador tem-se o controle de como está

a qualidade da manutenção de uma oficina. Pois mensalmente as oficinas de

locomotivas, a exemplo da MRS, tem planos de manutenção a cumprir. Caso ocorra

re-trabalho na manutenção durante o mês este indicador irá aumentar, sendo que o

ideal é se manter em um valor fixo ou até mais baixo. Este atende ao objetivo

estratégico de Maximizar a Produtividade dos Recursos.

Page 51: avaliação dos indicadores de desempenho de oficinas de locomotivas

51

6.16 CUSTO POR QUILOMETRAGEM

Indicador que mede o custo da manutenção pela quilometragem percorrida

da frota de locomotivas. O objetivo é reduzir o custo e aumentar a quilometragem

percorrida, com este indicador mede-se esta relação, atendendo ao objetivo

estratégico de Maximizar a Produtividade dos Recursos.

PERCORRIDAGEMQUILOMETRA

MANUTENÇÃOCUSTOkmPorCusto

.

... =

6.17 CUSTO COM HORA EXTRA

Indicador que mede quanto de hora extra com empregado foi pago em um

determinado período, ele atende ao objetivo estratégico de Maximizar a

Produtividade dos Recursos.

6.18 HEADCOUNT

Indicador que mostra o número efetivo de colaboradores em uma

determinada área da organização. Ele atende ao objetivo estratégico de Maximizar a

Produtividade dos Recursos, pois o headcount mostra se a área está com número

efetivo de funcionários ideal.

Page 52: avaliação dos indicadores de desempenho de oficinas de locomotivas

52

7 CONCLUSÕES

A partir do conhecimento do processo de manutenção em uma oficina de

locomotivas descritas no Capítulo 4, o conceito e a importância de indicadores em

uma organização (Capítulo 2), foram listados e conceituados no Capítulo 6 os

indicadores de 2006 das oficinas de locomotivas da MRS Logística. Todos os

indicadores estão relacionados a algum objetivo do mapa estratégico de 2006 da

empresa. A tabela 2 mostra os objetivos relacionados com a área de locomotivas e

os seguintes indicadores relacionados com os objetivos.

N OBJETIVO REFERÊNCIA COM ÁREA DE LOCOMOTIVAS

INDICADORES RELACIONADOS

1 Maximizar a Produtividade dos Recursos

Envolve o Tempo disponível para operação, a capacidade disponível, utilização da disponibilidade, custo com manutenção, produtividade.

Disponibilidade, Disponibilidade ao PML, Custo Unitário, Custo por km, Custo com hora extra, Headcount, Indice de Produtividade.

2 Aumentar a Confiabilidade das Locomotivas

Envolve Falhas de Locomotivas e quilometragem percorrida

MKBF, KMED, Número de Ocorrências, Taxa de Falhas e THP.

3 Aumentar o Kmédio dos trens

Envolve falhas com gravidade e tempo de locomotiva parada

KMED com gravidade, THP.

4 Reduzir Índice de Acidentes

Envolve acidentes de trabalho e acidentes nos trens

Número de acidentes com afastamento, taxa de gravidade, número de acidentes sem afastamento.

5 Reduzir Consumo Específico de Combustível

Envolve eficiência energética de locomotivas por parte da operação.

-

6 Aumentar a Eficiência dos Fluxos HH

- -

7

Aumentar Aproveitamento do Retorno de Vagões Vazios

- -

Tabela 2 – Objetivos do mapa estratégico e seus indicadores para locomotivas

Page 53: avaliação dos indicadores de desempenho de oficinas de locomotivas

53

Existem objetivos do mapa estratégico descritos na Tabela 2 que não tem

indicadores diretamente relacionados com os atuais indicadores das oficinas de

locomotivas da MRS, por não fazerem parte do processo de manutenção de

locomotivas.

Todos os anos a organização revisa seus planos estratégicos,

consequentemente modificando seu mapa estratégico, objetivos e indicadores.

Conclui-se que existem muitos indicadores relacionados com os mesmos

objetivos, pois apenas um indicador não consegue medir como um todo um objetivo

estratégico da empresa. Mesmo assim, é importante reduzir os indicadores e ao

mesmo tempo aumentar a representatividade em relação aos objetivos estratégicos

dos indicadores que ficam. Fica então uma proposta de trabalho para reduzir os

indicadores sem perder a representatividade dos mesmos em medir os objetivos

estratégicos da organização.

Page 54: avaliação dos indicadores de desempenho de oficinas de locomotivas

54

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CASTELLO BRANCO, J. E. S., 1998, Indicadores da Qualidade e Desempenho

de Ferrovias (Carga e Passageiros) , 1 ed., Rio de Janeiro, RJ, Associação

Nacional dos Transportadores Ferroviários – ANTF.

SANTOS, J. F. S., 2004, Seleção de indicadores da qualidade do transporte

público urbano de passageiros , Rio de Janeiro, RJ, Tese de Mestrado em

Engenharia de Transportes.

DIÓGENES, Germano S., 2002, Uma contribuição ao estudo dos indicadores de desempenho operacional de ferrovias de carga: o cas o da companhia ferroviária do nordeste – CFN , Rio de Janeiro, RJ, COPPE/UFRJ, M. Sc.,Engenharia de Transportes.

TEÓFILO, Luis Carlos,1989, Um modelo de avaliação da manutenção de um

veículo ferroviário , Rio de Janeiro, RJ, Tese M. Sc., Instituto Militar de Engenharia.

PO-CLM-0001,2005, Procedimento Operacional da MRS Logística, Padrão para

classificar defeito / reboque e imobilizar , Juiz de Fora, MG, Gerência PCM

Mecânica.