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Pós-Graduação em Economia - Universidade Federal Fluminense ORGANIZAÇÃO INDUSTRIAL 2o Semestre 2004 AULA 2 TEORIA DA FIRMA – VISÃO GERAL

Aula 2- Teoria da Firma - Visão Geral

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Pós-Graduação em Economia - Universidade Federal Fluminense

ORGANIZAÇÃO INDUSTRIAL

2o Semestre 2004

AULA 2

TEORIA DA FIRMA – VISÃO GERAL

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Teoria da Firma - Questões Fundamentais

1. O que é uma firma?

2. Razões para o surgimento da firma

3. Limites da firma

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1- O que é uma firma ?

• Firma como unidade de alocação de recursos : definição de preços e quantidades de equilíbrio => visão da microeconomia tradicional

• Firma como entidade legal => estabelecimento de múltiplos contratos => enfoque contratual-institucional (Coase e Williamson)

• Firma como processadora de informações => capacidade de identificar, processar e utilizar informações relevantes no processo de tomada de decisões (Achian e Demsetz)

• Firma como processo de produção conjunta => presença de relacionamentos do tipo agente-principal e sistema de incentivos (Jensen e Mackling)

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O que é uma firma ? (cont)• Firma como entidade administrativa-gerencial =>

estabelecimento de divisão social de trabalho, separação propriedade-gerência e montagem de estrutura organizacional(Simon, Chandler)

• Firma como “pool” de lucros => ênfase no processo de acumulação interna, reinvestimento de lucros e crescimento (Marris, Steindel, Kalecki, Wood)

• Firma como conjunto de recursos gerenciais ativos e potenciais => ênfase nas alternativas de mobilização de recursos face a oportunidades alternativas (Penrose)

• Firma como unidade de geração de “quase rendas diferencias” => ênfase nos ganhos resultantes da mobilização de recursos em alternativas distintas das tradicionais (Schumpeter)

• Firma como “pool” de competências => ênfase em processos cumulativos de aprendizado (Teece, Dosi, Nelson e Winter)

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Teoria da Firma – tendências gerais

• Abertura de “black box” da micro tradicional• Firma como unidade decisória sujeita a

estímulos ambientais (sistema de incentivos)• Presença de regularidades comportamentais

(racionalidade)• Caráter “path-dependent” da diversidade inter-

empresarial• Relevância de análise histórica• Caracterização condicionada pelo marco teórico

de referência

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2- Razões para Surgimento da Firma

Visão Neoclássica• Produção conjunta (ou em equipe) requer algum tipo de

monitoramento , devido ao problema recorrente de oportunismo• Direito de propriedade vinculado ao direito de decisão sobre fluxo

de rendas residuais (residual claimants) decorrentes da produção conjunta

• Elaboração de contratos compreensivos é complicada, pois a especificação das contingências não é possível. Divisão de direitos residuais via barganha representa risco para as partes envolvidas (dificuldade para recuperar investimentos realizados).

• Solução: montagem de estrutura de autoridade (ou governança) na qual os direitos residuais estão vinculados à propriedade de ativos.

• Origem da firma como processo de “intervenção seletiva” decorrente da alocação de direitos residuais de decisão via estrutura de propriedade

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2- Razões para Surgimento da FirmaVisão Heterodoxa• Relevância de abordagem história• Relação entre condições objetivas do processo de concorrência e

a natureza específica da firma.• Duplo efeito do progresso técnico:1. Geração de economias de escala e escopo potencias, cuja

exploração demanda realização de investimentos e crescimento2. Criação de turbulência e relevância do acesso a informações e

do aprendizado• Criação de competências associada a processo “não contratável”• Racionalidade Limitada: gaps de informação e de competências• Possibilidade de múltiplos objetivos.• Firma associada a capacidade empresarial idiossincrática que

articula recursos, mobilizando com fins distintos dos tradicionais, visando geração de “quase rendas”

• Firma não substitui o mercado, pois mercado ainda não existe em condições gerais do processo de articulação de recursos

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3- Os Limites da Firma Visão Tradicional (Neo-institucionalista)• Questão fundamental: nível de integração-diversificação => dilema

“make or buy”.• Elemento crítico: avaliação dos custos de transação (“economizing”)• Presença de dois condicionantes básicos associados ao processo de

integração vertical e crescimento:1. Natureza específica dos ativos e investimentos2. Limitações inerentes ao processo de contratação• Contratação envolve barganha entre agentes com informações

assimétricas • Estrutura organizacional influencia performance ao modificar acesso

a informações relevantes e aos definir sistema de incentivos.• Condicionantes básicos de sistemas de incentivo: separação

propriedade-gerência; estrutura de capital; sistemas de informação; formato organizacional.

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3- Os Limites da Firma Visão Alternativa• Duas dimensões condicionam processo de verticalização:1. Custos de Transação tradicionais => problema: separabilidade de

atividades (via interface tecnológica) é limitada 2. Natureza específica das atividades realizadas => elementos

críticos: economias de escala-escopo; indivisibilidades técnicas; resultados super-aditivos; recursos (serviços) gerenciais excedentes ou ociosos; sinergias idiossincráticas; fenômenos de aprendizado.

• Importância da orientação geral das estratégias de crescimento das firmas.

• Diferenciação entre núcleo (core) de competências relacionado à natureza específica das atividades realizadas e atividades “não core” cuja expansão atende aos preceitos da teoria dos custos de transação.

• Acesso a competências requeridas no processo de produção e crescimento muitas vezes não é contratável via mercado => dilema “make or buy” não se manifesta na prática.