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AS EXPRESSÕES SOCIOCULTURAIS DOS SATERÉ-MAWÉ
Marcos Antonio Braga de Freitas1
Iraildes Caldas Torres2
RESUMO
As expressões socioculturais dos Sateré-Mawé como puxirum, escola indígena, ritual da
tucandeira, çapó, o guaraná, uso da língua indígena, confecção de artesanatos são os
elementos culturais que marcam a identidade étnica desses povos dos rios Marau, Andirá e
Urupadi. No caso aqui deste trabalho reflete apenas aspectos da organização social nas
comunidades indígenas do Simão e Umirituba, rio Andirá, Barreirinha, Amazonas; destacando
o papel social das mulheres indígenas no trabalho da roça e preparo do çapó. Outro aspecto
relevante é a luta por uma educação diferenciada quando buscam a formação de professores
indígenas em nível de magistério e ensino superior. Esperamos com essa breve etnografia
colaborar em estudos nos mais diversos campos de conhecimentos para que os Sateré-Mawé
garantam a recuperação de suas memórias coletivas; registrando-as por meio da escola e
valorização dos mais velhos da comunidade.
PALAVRAS-CHAVE: Cultura, Mulheres Sateré-Mawé; Educação Escolar Indígena.
1. INTRODUÇÃO
O objetivo deste texto é compreender a importância dos processos identitários dos
Sateré-Mawé nas comunidades indígenas Simão e Umirituba, destacando o papel das
mulheres indígenas no contexto organização social. Nesses processos identitários perceber o
lugar que as mulheres indígenas Sateré-Mawé das comunidades Simão e Umirituba, rio
Andirá, Terra Indígena Andirá-Marau, município de Barreirinha, Estado do Amazonas
ocupam nos espaços da comunidade, da escola, da roça, do local de moradia e cuidado com os
filhos; levando-se em consideração a relação de gênero e poder que permeia a organização
social nessas comunidades.
Este trabalho é resultado de uma pesquisa macro intitulada “Gênero, etnicidade,
práticas sociais e corporais das mulheres Sateré-Mawé em duas comunidades indígenas, no
Amazonas” sob a coordenação da professora doutora Iraildes Torres Caldas, com
1Doutorando do Programa de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia da Universidade
Federal do Amazonas (UFAM). Professor do Curso de Licenciatura Intercultural da Universidade
Federal de Roraima (UFRR). 2Doutora em Ciências Sociais/Antropologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Professora Associada da Universidade Federal do Amazonas (UFAM).
2
financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), no
período de 2013-2015.
Aqui esperamos apresentar resultados das atividades da pesquisa empírica do referido
projeto, com enfoque para o aspecto das expressões identitárias dos Sateré-Mawé, tendo como
vetor dessas questões o papel social das mulheres a partir das interlocuções de trabalho
realizado por essas mulheres e vida comunitária.
O aporte teórico-metodológico para a análise dos dados empíricos dar-se-á com o
arcabouço da ciência antropológica numa perspectiva da hermenêutica de Clifford Geertz, o
conceito de gênero em Elizabeth Zambrano e Maria Luiza Heilborn (2012) e noção de
interculturalidade de Celia Collet (2006).
2. MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADAS NO CAMPO EMPÍRICO
A abordagem qualitativa por meio do método etnográfico é a metodologia utilizada
pela pesquisa para compreender e averiguar as expressões identitárias dos Sateré-Mawé por
meio da escola e comunidade na recuperação de suas memórias históricas e expressões
culturais. As técnicas de pesquisa na busca dessa compreensão dar-se-ão através da
observação participante, realização de entrevistas e aplicação de questionários junto as
mulheres indígenas de forma aleatória numa amostragem de sessenta e quatro (64) pessoas
envolvendo as duas comunidades indígenas.
Ao falar de etnografias sobre populações tradicionais, povos indígenas ou grupos
sociais é importante destacar o que Clifford Geertz afirma a esse respeito: em etnografia, o
dever da teoria é fornecer um vocabulário no qual possa ser expresso o que o ato simbólico
tem a dizer sobre ele mesmo – isto é, sobre o papel da cultura na vida humana. (1989: 38).
Aqui é necessário enaltecer esse aspecto simbólico que permeia a educação como processo de
recuperação de memórias coletivas e valorização dos saberes indígenas no contexto da escola.
Esses aspectos simbólicos às vezes não são perceptíveis do ponto de vista do
pesquisador porque está implícito na luta pela terra, pela saúde, pela educação e atividades
corporais, lazer, atividades produtivas entre outras; pode-se exemplificar na mobilização dos
indígenas pela demarcação de suas terras de um povo que luta pela vida e ao mesmo tempo
mostra também a ideia de pertencimento, ou seja, a construção da etnicidade do grupo social
3
por meio da mobilização política em garantir a posse da terra; mostrando suas expressões
identitárias.
Esses aspectos simbólicos da cultura estão presentes na vida comunitária dos Sateré-
Mawé mesmo com a história de mais de trezentos anos de contato com a nossa sociedade
como falando a língua indígena, expressando o ritual da tucandeira, bebendo o sahpó no dia a
dia da comunidade; além das atividades produtivas por meio da roça como determinante na
vida social desses indígenas.
A pesquisa empírica tem o objetivo central de averiguar de que forma as
configurações de gênero aparecem entrelaçadas às práticas sociais das mulheres Sateré-Mawé,
dando especial relevo ao trabalho, à pintura corporal como expressão identitária à atividade de
parteira, ao ritual da moça nova e à organização política nas comunidades Simão e Umirituba,
no rio Andirá, Terra Indígena Andirá-Marau, Estado do Amazonas.
E continua Geertz (1989) “em etnografia, o dever da teoria é fornecer um vocabulário
no qual possa ser expresso o que o ato simbólico tem a dizer sobre ele mesmo – isto é, sobre o
papel da cultura na vida humana.” (p. 38). E esse ato simbólico na vida humana dos Sateré-
Mawé é o çapó porque as mulheres preparam e, depois todos bebem como uma das
expressões socioculturais marcantes na cultura desses povos.
Para objetivar essa averiguação foram delineados três eixos com o intuito de produzir
uma etnografia dessas comunidades destacando o papel social da relação de gênero
envolvendo mulheres e homens nos eixos: Etnicidade e Gênero; Práticas Sociais das Mulheres
Indígenas Sateré-Mawé (trabalho, artesanato e sociabilidade e organização social) e Práticas
Corporais (esporte, lazer e pinturas do corpo).
Cabe destacar que no processo das expressões socioculturais, a escola ocupa um lugar
importante nas questões culturais da contemporaneidade como a instituição que propicia a
revitalização cultural com destaque para o uso da língua indígena e, incentivo à produção da
arte indígena. Não podemos esquecer também o espaço da religião como determinante na
relação de poder que se estabelece nas comunidades, mas um assunto que será abordado
noutro estudo.
A educação escolar é uma realidade nas comunidades indígenas do Brasil a partir de
novos princípios como interculturalidade, especificidade, diferenciada e bilíngue/multicultural
que o Estado Brasileiro vem promovendo nos documentos oficiais do Ministério da Educação
4
(MEC) com as políticas educacionais indigenistas elaboradas a partir das políticas indígenas
advindas desses povos e comunidades.
Nesse sentido, outras fontes como documentais e bibliográficas são imprescindíveis
nesse processo teórico-metodológico para compreensão das expressões socioculturais dos
Sateré-Mawé e suas interfaces com a escola e comunidade na contemporaneidade.
Como diz Roy Wagner (2010)
Quando fui fazer trabalho de campo entre os Daribi da Nova Guiné pela primeira vez, eu tinha certas
expectativas quanto àquilo que esperava realizar, ainda que, naturalmente, tivesse poucas noções
preconcebidas sobre ‘como seriam” aquelas pessoas. Afinal de contas, o trabalho de campo é um tipo
de “trabalho: é uma experiência criativa, produtiva, muito embora suas “recompensas” não
necessariamente se materializem da mesma maneira eu aquelas obtidas em outras formas de trabalho.
O pesquisador de campo produz uma espécie de conhecimento como resultado de suas experiências,
um produto que pode ser mascateado no mercado acadêmico como “qualificação” ou inscrito em
livros. (WAGNER, 2010, p. 49).
Talvez essa seja uma das nossas preocupações iniciais ao dialogar com as mulheres indígenas
sobre suas prática sociais, trabalho e corporais e esclarecer os resultados e benefícios desse
trabalho para os Sateré-Mawé. Outra questão é o estranhamento porque somos “brancos”, não
indígenas como somos chamamos nos movimentos indígenas. Enfim, o importante é termos
clareza do trabalho de campo a ser feito e mostrar eticidade e objetividade como
pesquisadores.
3. BREVE HISTÓRICO DAS COMUNIDADES INDÍGENAS SIMAO E UMIRITUBA
Os Sateré-Mawé pertencem ao tronco linguístico Tupi e família linguística Tupi-
Guarani, falantes das línguas Sateré-Mawé e Português; é um povo bilíngue. Atualmente a
população está estimada em 10.761 pessoas (Funasa, 2010).
São conhecidos como filhos do guaraná para Sonia da Silva Lorenz (1992); Nunes
Pereira (2003) quando em seus estudos destacam a importância do guaraná na organização
social desse povo.
Para Sonia da S. Lorenz (1992):
O guaraná e tudo que ele significa para os Sateré-Mawé tem grande importância para a organização
social e econômica deste grupo. É o produto por excelência de sua economia, não só porque seu
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cultivo e beneficiamento identificam os Sateré-Mawé enquanto tal, como pelo fato que é o guaraná
beneficiado, dentre os produtos que comercializam atualmente, o que alcança melhor preço no
mercado regional e nacional. (LORENZ, 1992, p. 39).
Outro aspecto ainda relevante nessa organização social é o trabalho da roça quando o
puxirum é uma atividade que envolve diversas famílias para colheita da mandioca. Os donos
compram sacas de farinha para o chibé e, também consumir com as caças e çapó – é uma
grande festa cultural na comunidade. Segundo Nunes Pereira (2003)
No plantio e na colheita, o regime é de putirum ou puxirum. Mas pode haver, também, pagamento, em
gêneros, em objetos de uso. Se um indivíduo encarrega outro de fazer um trabalho na roça no uma
viagem, sempre o faz diante de uma cuia de guaraná, que chamam “çapó”. E paga-o, a gêneros ou com
trabalho, num puxirum. Mulheres e crianças trabalham nas derrubadas e nas roças, ajudam nas
pescarias, também. (PEREIRA, 2003, p. 58).
3.1 Comunidade Indígena de Simão
A comunidade indígena Simão está situada à margem direita do rio Andirá.
Atualmente a comunidade Simão é composta por 470 pessoas, distribuída em 95 famílias. A
organização política é formada pelo Tuxaua, Capataz e Capitão; tendo como liderança o
senhor Donato Lopes da Paz.
A organização política do rio Andirá é formada pelo Conselho Geral da Tribo Sateré-
Mawé (CGTSM) constituído pelos tuxauas de aproximadamente 49 comunidades que estão
distribuídas ao longo desse rio. Segundo o senhor Donato o cargo de tuxaua é “transmitido”
pela família sem escolha pelos membros da comunidade, o cargo vem do seu avô Vitoriano da
Paz, depois para seu pai Aristides da Paz e hoje na pessoa dele.
Há uma participação integral dos comunitários durante os festejos religiosos de São
Pedro, padroeiro da comunidade nas danças, bingos (bingão – prêmios de grandes valores e
bingo popular com gêneros alimentícios), brincadeiras; inclusive com a venda de produtos
alimentícios feitos pela própria comunidade e outros oriundos do comércio de Barreirinha,
como refrigerantes, biscoitos e bombons.
No mastro com a bandeira de São Pedro ficam empendurados o que é produzido na
comunidade como sinal de agradecimento e fartura dos produtos como banana, mandioca,
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farinha entre outros. No Coral da Igreja há a participam de jovens, crianças e adolescentes,
independente do gênero; mostrando entrosamento e interatividade, ou seja, há um entusiasmo.
A comunidade ganhou dois bois da PMB para a festa, após a matança dos mesmos foi
dividido entre os comunitários, mostrando assim os laços de pertencimento cultural e
organização comunitária.
Durante as nossas idas ao campo encontramos na comunidade a presença do Padre
Enrique Ugé, um estudioso da cultura Sateré-Mawé com várias publicações. No domingo
(29/06/2014) foi a realizado a missa, tendo o sacramento do crisma para alguns jovens
preparados contando com a presença de Bispo Diocesano de Parintins.
Outro aspecto que presenciamos nas nossas idas ao campo foi o jogo do Brasil versus
Chile no dia 28/06/2014 pela Copa do Mundo onde assistimos no Centro Social Comunitário
com a participação maciça da comunidade o referido jogo. Um momento de empolgação pelo
futebol e lazer comunitário. O esporte é outro elemento importante na cultura dessa população
resultado da história de contato, tendo inclusive times femininos. Os times nacionais com
torcedores indígenas são Flamengo e Vasco, vimos isso nas casas com logomarcas desses
clubes nas paredes de madeira, ou seja, um painel.
A festa religiosa de São Pedro é um momento presente na organização social dos
Sateré-Mawé; porque os comunitários se preparam e se organizam para a realização dos
festejos durante meses para esse grande ritual intercultural; haja visto que entram em cena as
expressões socioculturais dos Sateré-Mawé e aspectos da história de contato com a nossa sociedade.
3.2 Comunidade Indígena Umirituba
A comunidade indígena Umirituba foi criada a partir do deslocamento interno no rio
Andirá de cinco famílias da Comunidade de Simão por questões religiosas. Essa comunidade
se originou nos anos de 1970, sofrendo todo um domínio de igrejas protestantes e evangélicas
principalmente durante seus 44 anos de existência. A sua população e composta de 26 famílias
que totalizam aproximadamente 160 pessoas. A comunidade está localizada a margem
esquerda do rio Andirá.
Um processo de etnocídio que fez com que não se pratique na comunidade o ritual da
tucandeira, danças, futebol etc. Podemos presenciar em 2015 um retiro espiritual da Igreja
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Adventista do 7° Dia, de jovens paulistanos que vem trazer ensinamentos de louvores,
práticas de violão e música e atividades de desenhos e pinturas com inspiração religiosa.
Segundo o tuxaua José Miquiles Júnior há uma preocupação de se criar a própria religião
indígena.
As mulheres Sateré-Mawé da comunidade indígena Umirituba tem atuação na
organização social da comunidade por meio de atividades domésticas (buscar água no igarapé,
lavar roupas, cuidar dos filhos, roça e participação no puxirum). A liderança feminina de
destaque na comunidade é a senhora Andreza Miquiles que tem mostrado certo destaque
interno sobre as demais mulheres; além de articulação externa principalmente, inclusive
participando do encontro de mulheres em São Paulo no ano de 2010. A mesma é esposa do
tuxaua geral do Andirá o senhor Lúcio Miquiles.
A escola tem dois professores indígenas que trabalham à educação bilíngue. Os
mesmos são falantes da língua Sateré-Mawé, funcionando no turno diurno com 41 alunos, do
1º ao 5º ano do ensino fundamental no barracão e refeitório da comunidade em turmas
multisseriadas. Cabe destacar que a Escola Municipal Indígena Paraíso está sem condições de
infraestrutura para funcionamento; aguardando reforma por parte da Prefeitura Municipal de
Barreirinha aonde já foram feitas inúmeras reivindicações sem retorno nos últimos três anos.
A comunidade é sede do pólo-base do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) /
Parintins, tendo um agente indígena de saúde, uma agente indígena de saneamento, um piloto
de lancha e uma voadeira de 40 Hp para transporte de pacientes à sede do município de
Barreirinha ou Parintins. Além da equipe local de saúde formada por indígenas da própria
comunidade, o pólo-base tem uma equipe multidisciplinar de saúde do Programa Saúde da
Família Indígena, formada por médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, dentista e
patologia clínica.
É necessário uma intervenção no processo de empoderamento das mulheres indígenas
afim de superar a dominação religiosa com vistas à autonomia, geração de renda e melhoria
da própria comunidade.
4. A EDUCAÇAO ESCOLAR INDÍGENA E OS SATERÉ-MAWÉ
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A educação escolar indígena toma uma dimensão de valorização e respeito a partir da
Constituição Federal de 1988 quando garante aos povos e comunidades indígenas o uso de
suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagens. Essa conquista do ponto de
vista da garantia na lei é resultado dos movimentos indígenas do Brasil que se mobilizam e se
articulam nos anos de 1970/80 para reivindicar os direitos territoriais e culturais do Governo
Brasileiro.
Podemos exemplificar com os Sateré-Mawé que vão à Brasília ainda nos anos de 1970
segundo o tuxaua Donato Lopes da Paz da comunidade Simão falou ao ter participado do ato
político pela luta da terra indígena. E assim, o Decreto nº 93069, de 06/08/1986 homologa a
demarcação com uma extensão territorial de 788.528 ha, compreendendo os municípios de
Barreirinha, Maués e Parintins no Amazonas; Aveiro e Itaituba no Pará. No município de
Barreirinha a área compreende 143.044 ha, registrada no Cartório de Registro de Imóveis,
matrícula 266, Liv. 2-B, fl. 89 em 16/02/1987. (Povos Indígenas no Brasil, 1996-2000, 2000.
p. 46).
Com a terra indígena demarcada, a luta agora é por garantir o acesso aos serviços de
educação e saúde; além das atividades produtivas e formas tradicionais de sobrevivência para
a dieta alimentar como caça e plantio do cultivo da roça e algumas espécies de frutos e
domesticação de animais e aves. Outras formas de trabalho formal chegam às comunidades
indígenas por meio da escola e postos de saúde na contratação da mão de obra indígena para a
implementação desses serviços.
A partir dessa realidade surge o protagonismo indígena na implementação das políticas
públicas de educação e saúde com os professores indígenas, agentes indígenas de saúde,
agentes indígenas de saneamento, prático de lancha/voadeira, serviços gerais e pessoal de
apoio administrativo. Isso vai mostrando uma nova configuração social com os chamados
assalariados que criam novas estratificações na organização social da comunidade.
Retornando ao assunto da educação escolar indígena é reivindicado às Secretarias de
Educação Estadual e Municipal a qualificação dos professores indígenas a fim de melhorar a
formação e, consequentemente a prática docente em sala de aula com novos conhecimentos.
Na comunidade de Simão tem a Escola Municipal Indígena Marechal Cândido
Rondon com 151 alunos distribuído na educação infantil, ensino fundamental e na
modalidade de educação de jovens e adultos (final e inicial dos anos iniciais do ensino
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fundamental) e uma turma do Programa Mais Educação (3 e 4 anos do ensino fundamental)
do Ministério da Educação; a escola conta com seis professores e o ensino médio tecnológico
(ensino mediado à distância); enquanto em Umirituba, a Escola Municipal Indígena Paraíso
tem 42 alunos e dois professores, segundo o Censo Escolar de 2014.
A infraestrutura das escolas precisa de reformas e também obedecer aos padrões
arquitetônicos da cultura indígena, conforme determina a Portaria Interministerial 559/91 do
Ministério da Justiça e da Educação, as mesmas seguem aos modelos do contexto urbano haja
visto que os gestores municipais tem uma visão homogeneizadora de educação não levando
em conta a realidade sociocultural da população.
Segundo o professor indígena Santino Lopes de Oliveira que coordena o Setor de
Educação Indígena da Secretaria Municipal de Educação e Desporto (SEMED) de Barreirinha
a equipe técnica para fazer o acompanhamento pedagógico das escolas indígenas é de apenas
nove (09) pessoas, incluindo a coordenação e vice coordenação do referido setor. O mesmo
informou que 46 professores indígenas já se formaram no magistério e tem 78 em formação
pelo Projeto Pira-Yawara da Secretaria de Estado da Educação do Amazonas que realiza a
capacitação e titulação dos professores indígenas. Também destacou que 43 professores
indígenas tem o ensino superior em Pedagogia Intercultural Indígena pela Universidade do
Estado do Amazonas (UEA).
Ainda segundo o professor Santino apenas as comunidades indígenas Simão, São
Pedro e Ponta Alegre tem o ensino médio tecnológico (mediado à distância). Isso é uma
preocupação porque faz com quem a juventude Sateré-Mawé saia das suas comunidades para
dar continuidade aos estudos em nível de ensino médio em Barreirinha ou Parintins. Esses
jovens sofrem o preconceito e a discriminação étnico-racial por pertencerem a outra etnia ao
viver no contexto urbano na relação com o outro.
Em relação ao currículo obedece ao modelo da Secretaria de Estado da Educação com
as disciplinas tradicionais e apenas parte diversificada com a inserção de língua indígena,
artes e história dos povos indígenas. Não percebemos uma discussão com os processos
pedagógicos diferenciados e específicos à lua do que garante a legislação educacional em
atenção aos povos indígenas nos artigos 78 e 79 da Lei n° 9.394/96 Diretrizes e Bases da
Educação Nacional. Pelo número de professores qualificados em pedagogias indígenas e
interculturais é para se ter início de um embrião sobre uma educação escolar indígena.
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Percebemos uma total desarticulação da Organização dos Professores Indígenas
Sateré-Mawé (OPISM) que historicamente nos anos de 1990/2000 teve um papel histórico de
luta e reivindicação da educação escolar nos rios Marau, Andirá e Urupadi. Se houve um
aumento do capital intelectual indígena no ensino superior, por que essas questões não
refletiram nas escolas e comunidades na elaboração de novas propostas curriculares numa
perspectiva da interculturalidade ou educação intercultural?
Além de um razoável número de professores indígenas formados no ensino superior
pela UEA, há uma turma de cinquenta (50) alunos sendo qualificados pela Licenciatura
Políticas Educacionais e Desenvolvimento Sustentável pela Universidade Federal do
Amazonas (UFAM) envolvendo os municípios de Maués, Barreirinha e Parintins.
Apenas para elucidar essa preocupação com a noção de educação intercultural citamos
a análise que Celia Letícia Gouvêa Collet (2006) traz sobre esse assunto.
Não só na América, mas em grande parte do mundo, a noção de interculturalidade passou a ocupar um
lugar central nos debates sobre educação, a partir da década de 70, quando a diversidade étnica e
cultural se tornou foco de maior preocupação nos países desenvolvidos. A escola passou a ser vista
como uma instituição fundamental nas políticas voltadas para as minorias. Assim os governos estão
recorrendo à proposta de educação intercultural como parte de suas políticas com relação aos grupos
étnicos e nacionais que se fazem presentes nos diversos países. No Brasil houve o crescimento, na
última década, nos meios oficiais, da educação intercultural, principalmente no que se refere às
populações indígenas; o RCNEI é um exemplo dessa política. (COLLET, 2006, p. 120-121).
Nesse sentido, na agenda dos movimentos indígenas de professores surgem a
preocupação de escolas diferenciadas e, também na formação específica. Como reflexo desse
diálogo dos povos indígenas, agências indigenistas, universidades e ONGs surgem as
licenciaturas interculturais em nível superior a exemplo da UNEMAT, UFRR, UFAM, UFMG,
UEA entre outras instituições de ensino superior no Brasil que criam esses cursos para
habilitarem os professores indígenas para atuarem na educação básica de suas escolas e
comunidades.
E continua Collet (2006)
A escola, vista como uma instituição formadora de ideologia, teve, portanto, um papel fundamental a
desempenhar nas novas políticas relativas às minorias. A educação intercultural passou a ganhar cada
vez mais espaço nos discursos e nas políticas públicas, principalmente a parte da década de 70. Nessa
época, na Europa, surgiram os primeiros projetos baseados nessa proposta e, nos EUA, com o
Relatório Kennedy, de 1969, houve uma volta ao projeto intercultural iniciado na década de 30. Nos
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países da América latina, como o Brasil, houve o crescimento dos projetos de educação bilíngue e
intercultural, voltados para as populações indígenas, primeiro ligados ao SIL e, depois, através de
ONGs e do próprio Estado. (COLLET, 2006, p. 127).
São muitos os desafios que os Sateré-Mawé tem a enfrentar na elaboração e
formulação de políticas educacionais indígenas para suas escolas e comunidades numa
chamada pedagogia indígena ou educação intercultural. É uma decisão política das
comunidades como querem e de que forma querem a Escola Indígena. Portanto, a escola
indígena deve mostrar as suas expressões socioculturais em todos os aspectos da vida social e
comunitária dos Sateré-Mawé.
5. O TRABALHO DAS MULHERES INDÍGENAS – MARCAS DE SUAS EXPRESSÕES
SOCIOCULTURAIS NAS COMUNIDADES
O importante destacar nesse processo de luta dos povos e comunidades indígenas do
Brasil é que o direito às diferenças se torna uma temática relevante para o pensamento social
com vista a uma abordagem interpretativa e científica à luz das ciências humanas e sociais
dentro da sociologia, direito, antropologia, ciência política e educação – uma perspectiva
interdisciplinaridade.
Na cultura Sateré-Mawé, o puxirum é o exemplo maior do trabalho comunitário em
que as famílias participam da roça, envolvendo homens, mulheres, crianças e jovens. Além do
puxirum, o trabalho na roça é executado num primeiro momentos pelos homens com a
derrubada, queimada e preparação do local para a plantação de roças; num segundo momento
as mulheres e crianças participam com o plantio da maniva e por último vem a retirada da
mandioca, o descasque e torrefação da farinha onde é um trabalho que envolve principalmente
as mulheres, mas durante essa última fase as crianças e jovens se envolvem também.
Além do guaraná, roça e çapó que marcam esse povo indígena; também é importante
na organização social dessa população a bebida tarubá3 que com o passar dos anos foi sendo
3 Bebida extraída da mandioca com fermentação natural servida nas solenidades culturais e
religiosas da comunidade; o tarubá só as mulheres podem mexer, é parte da cultura delas. Se o
homem fizer pode trazer coisa ruim para a comunidade. Faz parte do trabalho feminino na
organização social dos índios Sateré-Mawé.
12
abandonada como prática exclusiva feita pelas mulheres por conta do contato com a nossa
sociedade; portanto, essa prática tradicional tem sido pouco vivenciado atualmente na vida
social desses indígenas; entretanto está na memória coletiva de homens e mulheres.
A fabricação de artesanatos ainda é presente na vida social dos Sateré-Mawé com a
confecção de paneiros, jamaxis, remos, canoas, bancos de molongó, colares e pulseiras de
sementes e fibras de palmeiras; sendo comercializados principalmente nos meses de junho no
Festival Folclórico de Boi-Bumbá de Parintins e em agosto na festa religiosa do Bom Socorro
e Festival de Bois (touros Branco e Preto), em Barreirinha.
As mulheres indígenas em tempos pretéritos se organizaram política e socialmente
com a criação da Associação das Mulheres Indígenas Sateré-Mawé (AMISM), tendo à frente
a liderança feminina Zenilda (in memorian). Atuando nas assembleias do CGTSM, na OPISM
e nos movimentos de mulheres em nível regional e nacional ou até mesmo internacional com
a participação de representantes; além de buscar alternativas econômicas.
Segundo Ângela Sacchi (2005),
O fenômeno migratório das décadas de 1970 e 1980 foi o fator responsável pela constituição de duas
organizações de mulheres indígenas situadas em Manaus, a AMARN e a Associação das Mulheres Indígenas
Sateré-Mawé (AMISM), embora haja diferenças visíveis ente as duas. (SACCHI, 2005, p. 143).
Percebe-se que o processo de contato com a nossa sociedade também foi determinante
na criação dessas organizações em virtude dos diálogos interculturais que propiciaram
aprendizagens às mulheres indígenas para fortalecerem suas identidades étnicas e buscarem
alternativas econômicas para as suas comunidades indígenas; porque o vínculo identitário não
foi perdido com a migração. Pelo contrário se organizaram também no contexto urbano e
criaram novas formas de sociabilidades no espaço da cidade para reprodução física e cultural
de suas origens de pertencimento indígena.
Sacchi destaca ainda que:
Ao contrário das mulheres da AMARN, que migraram solteiras para Manaus, a migração Sateré-Mawé ocorreu
sobretudo por intermédio de redes de parentesco. As mulheres se empregaram como domésticas, mas também
buscaram outras alternativas para a sobrevivência no espaço urbano, processo que se refletiu na própria
constituição da AMISM, hoje uma organização voltada para o trabalho com o artesanato e para a auto-
sustentação. As indígenas, depois de diversos projetos fracassados por desentendimentos internos – de corte e
costura e lavagem de roupa, por exemplo -, organizam-se formalmente em 1992. Em 1995, ocorreu a primeira
13
assembleia e a criação de seu estatuto. (SACCHI, 2005, p. 144).
Na época de criação, a AMISM exerceu uma função social aos Sateré-Mawé de
Manaus, mas também aos que vivem na TI Andirá-Marau com projetos de reflorestamento em
virtude da extração de matéria-prima utilizada na confecção de artesanatos; a coletiva seletiva
de lixo por conta da inserção de novos hábitos alimentares na comunidade advindas das
relações interculturais com a nossa sociedade; além de guiar as atividades de subsistência das
famílias indígenas que vivem no espaço urbano e nos municípios de Barreirinha e Maués.
Hoje está acontecendo uma certa desarticulação e desmobilização dessa organização.
Podemos nos perguntar, o que tem levado a essa situação? Não é a nossa pretensão responder
nesse texto, ficando apenas como inquietação a estudos futuros.
Cabe destacar que na organização social da comunidade Simão a presença da mulher
indígena é muito forte em todos os momentos. É perceptível a relação de controle e poder que
elas exercem na vida comunitária com suas práticas tradicionais na vida cultural dos Sateré-
Mawé. Um poder que é micro, está nos diversos processos e ações/atitudes, aqui lembramos
de Michel Foucault em “Microfísica do poder” que traz uma análise desse poder que é
processual e micro nas relações sociais. Podemos também compreender nas relações sociais
dessas mulheres indígenas da comunidade Simão.
No ritual da tucandeira, momento de educação e saúde dos meninos ao optarem por
colocarem a mão na luva com as formigas tucandiras. Esse ritual determina a alteridade do
jovem Sateré-Mawé frente a sua própria família e as suas escolhas na comunidade como
caçador, pescador, constituir família, pajé e proteção espiritual. Nesse ritual, as mulheres tem
papel importante com o preparo do çapó e comidas a serem oferecidas aos convidados; além
de entrarem na roda de danças e cantarem juntamente com os homens.
A questão identitária das mulheres indígenas é marcante em todos as expressões
culturais dos Sateré-Mawé, sendo visto e percebido em todos os momentos da vida social e
comunitária. Aqui podemos reforçar o papel identitário que elas exercem na manutenção e
reprodução da cultura dessa população.
Nas relações homem versus mulher ou mulher versus homem na sua condição de
identidade de gênero, vejamos como Elizabeth Zambrano e Maria Luiza Heilborn (2012)
tratam dessa temática:
14
Gênero é conceito corrente utilizado para designar os modos de classificar as pessoas como pertencentes a
mundos sociais, a princípio, organizados pelas diferenças de sexo. A expressão identidade de gênero alude à
forma como um indivíduo se percebe e é percebido pelos outros como masculino ou feminino, de acordo com os
significados que esses termos têm na cultura a que pertence. (ZAMBRANO; HEILBORN, 2012, p. 412).
No aspecto que estamos abordando a mulher indígena Sateré-Mawé se percebe como
sujeito importante na organização social da comunidade tanto nos afazeres domésticos como
também na economia de subsistência para as famílias, por exemplo, no plantio da roça.
Ao tratar dessa separação do trabalho masculino e feminino, Jucelém Guimarães
Belchior Ramos (2009) destaca:
Por sua característica basicamente relacional, o conceito de gênero procura destacar que os perfis de
comportamento feminino e masculino definem-se um em função do outro. São sociais, educacionais, cultural e
historicamente construídos num tempo e espaço determinados. (RAMOS, 2009, p. 197).
Podemos exemplificar no ritual da tucandeira essa dicotomia social e cultural
construída historicamente na cultura dos Sateré-Mawé, momento de educação e saúde dos
meninos ao optarem por colocarem a mão na luva com as formigas tucandiras. Esse ritual
determina a alteridade do jovem Sateré-Mawé frente a sua própria família e as suas escolhas
na comunidade como caçador, pescador, constituir família, pajé e proteção espiritual. Nesse
ritual, as mulheres tem papel importante com o preparo do çapó e comidas a serem oferecidas
aos convidados; além de entrarem na roda de danças e cantarem juntamente com os homens.
E assim a mulher indígena Sateré-Mawé delimita a sua atuação nas solenidades
culturais da comunidade, tornando-se sujeito político e social imprescindível a manutenção
dessas manifestações culturais. Talvez a mesma não se veja dessa forma, mas suas ações e
atitudes são definidoras nos rituais e festividades comunitárias.
6. CONCLUSÃO
As mulheres Sateré-Mawé das comunidades indígenas Simão e Umirituba tem
demarcado atuação nos diversos campos da organização social dos Sateré-Mawé trabalhando
na preparação da bebida çapó (guaraná de bastão ralado na pedra) dentro de uma cuia com um
pouco de água. Depois é consumido nas atividades culturais e comunitárias; na roça desde a
colheita da mandioca até a torrefação da farinha.
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Em relação as atividades esportivas com a formação de dois times femininos, atuação
como professoras na Escola Municipal Indígena Marechal Cândido Rondon e Escola
Municipal Indígena Paraíso; nos trabalhos da Igreja de São Pedro em Simão; no Clube de
Mães com a produção e confecção de roupas para a própria comunidade. Esse último trabalho
com apoio da Diocese de Parintins.
A roça é determinante na vida das mulheres indígenas Sateré-Mawé; além do cuidado
com os filhos e atividades domésticas no preparo da alimentação e busca de água no rio já
tem auxílio dos filhos e maridos. Elas carregam o paneiro com mandiocas, descascam e fazem
a farinha.
Outro aspecto importante que tem interferido na organização social da comunidade é o
consumo de bebidas alcoólicas e inserção de drogas por parte dos jovens, causando a
violência doméstica e “abandono” das formas tradicionais dos Sateré-Mawé por parte dessa
juventude; em virtude do acesso ao mercado comercial com o município de Barreirinha.
A participação no movimento de mulheres da AMISM já foi em tempos pretéritos
mais atuante, inclusive encontramos uma senhora que acompanhou as assembleias/reuniões;
entretanto com o falecimento da líder Zenilda houve uma certa desarticulação e
desmobilização do referido movimento na região e área indígena Andirá.
Percebemos que tanto os aspectos tradicionais da cultura Sateré-Mawé como os novos
“empréstimos” culturais por conta do contato com a nossa sociedade estão na memória
coletiva dessas mulheres e homens – marcando as expressões socioculturais ao longo desse
mais de trezentos anos de contato; tendo a escola hoje um papel social e desafiador de
revitalizar e fortalecer os vínculos societários e valorização dos etnoconhecimentos ainda
presentes na fala dos mais velhos e no protagonismo das mulheres indígenas.
7. REFERÊNCIAS
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trabalho de mulheres indígenas em Manaus/AM. pp. 219-237. In: TORRES, Iraildes Caldas;
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