AQUELA PARQUE VIROU

ÍMPAR

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Escrito porADRIANA GEHLEN

AQUELA PARQUE VIROU

ÍMPAR

Desenhado porGIANCARLO RIZZI

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~ AQUELA PAR QUE VIROU ÍMPAR

Há tanto mar nos olhos de alguns senhoritos que, de minuto em minuto, é preciso dominar com força - sem se deixar levar pelo que corre embaixo da roupa - o desvio do olhar.

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ADRIANA GEHLEN ~

Par

Me trouxe de volta para casa. Me fitei no vidro da porta e curti o que vi. De manhã e depois que passo uma noite boa com alguém, fico me sentindo musa não malhada, uma mulher de carne osso e saliências de verdade. Em casa tiro, de novo, toda minha roupa antes de entrar no banho e me olho no espelho com sorrisos de mulher satisfeita. Cheiro minha pele e sinto a tua. Divã, regata, calcinha, cueca boxer, um nu artístico, um cheiro de café, de nuca ou de cabelos. Tenho vontade nas estranhezas, no apego e num repertório vasto, sem fim.

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~ AQUELA PAR QUE VIROU ÍMPAR

Par

Completo para mim estar na tua cama, digitando com uma mão e com o dedo indicador no teu teclado todas as emoções que tento controlar, as lágrimas de alegria e os medos que te escondo, enquanto aproveito e descanso nos lençóis das nossas conseqüências de amor que faz provocar ao sentir tua mão pegando a minha. Te curto ao todo. Lambo. Beijo. Transo.

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~ AQUELA PAR QUE VIROU ÍMPAR

Par

Presencio um tipo diferente das tuas rotineiras voltas à mim. Tuas olheiras me trazem lembranças da primeira vez que te vi, cansado - e extremamente bonito - por trabalhar demais, viver mais. E agora estou eu, no teu modo workaholic de ser, my partner.

Agora te encontro pra ser o mais amado, pra te sentir no colo e ver ao vivo tuas tentativas de guardar no glóbulo ocular a cor dos meus olhos que recebem a tua luz pra me projetar. Sempre foste mais significado que qualquer um. Digo com cada parte do corpo que arrepia quando vens se aproveitar e invadir minha mente, com o vinho que estou tomando agora & o rubor das faces, nossa cama & as pernas entrelaçadas, a pele & os cheiros deslumbrantes, os gritos & gemidos, as seguranças & familiaridades, as fantasias & espontaneidades, que fomos feitos pra nos aproveitar. E no meu silêncio que é vida, lucrar.

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ADRIANA GEHLEN ~

Concebo o amor como a arma apontada pra cabeça. Adoro passar no pescoço como quem passa o tecido de seda no nu do teu famoso esboço. E me causo arrepios ao delinear francamente a mim mesma: Ou ama

ou morre ... pequena.SAMPLE

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