A Mineraçãoo - ÍMPAR

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  • 8/18/2019 A Mineraçãoo - ÍMPAR

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    PROFESSOR : EDSON LEITE

    Da mineração ao Período

    Pombalino

    A Mineração

    Desde a descoberta e, posteriormente, com a colonização, os portugueses sonhavam em encontrar metais preciosos no Brasil.Durante todo o século XVI, Portugal organizou entradas! para ointerior, a "im de desbravar os sert#es $ procura de ouro. %movimento bandeirante, desenvolvido em princ&pios do séculoXVII, realizou diversas e'pediç#es pelo sertão $ procura do ouro,até encontr()lo em *inas +erais.

    1.A Organização da Produção Mineira

    e'ploração do minério não e'igia grandes capitais nem se-uer técnicas avançadas, pois o ouro obtido nesta época "oi, basicamente,o ouro de aluvião!, isto é, o ouro -ue "ica na super"&cie dos leitosdos rios ou do solo. organização da produção "oi "eita através deunidades -ue se compunham de dois tipos

    / 0avras 1 unidades de grande porte, dispondo de aparelhos maisso"isticados e usando um grande n2mero de escravos3

    / 4ais-ueiras 1 unidades pe-uenas e m5veis, trabalhadas pelos pr5prios interessados, ou por escravos -ue pagavam aos seussenhores uma contribuição. 6ram as unidades mais "re-7entes.

    Dessa "orma, a produtividade era bastante oscilante e tempor(ria,

    obrigando a sua alta especialização e, por conseguinte, a uma grandedepend8ncia de outros setores em"unção de determinados bens e

    serviços. % abastecimento da regiãomineradora era "eito pela pecu(riasulista e nordestina, por meio das tropas demulas, pela agricultura paulista e pelasimportaç#es da metr5pole.

    ssim, a mineração atuou como centro dedistribuição de renda e dinamização domercado interno colonial, ao contr(rio daeconomia açucareira -ue, além de pagar todos os bens e serviços ao mercado

    e'terno, concentrou a renda em mãos deuma minoria representada pelossenhores de terras e engenho.

    1

    Para -ue os escravos não engolissem as pedrasencontradas, cada um era vigiado por um "eitor,numa espécie de linha de montagem.

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    2.A Regulamentação da Economia Mineira

    9om o crescimento da produção aur&"era, a metr5pole decidiu aumentar a "iscalização, ao mesmo tempo em-ue criou legislação e administração

    / :;

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    ". As #onse$u%ncias da Mineração

    s conse-u8ncias da economia mineira constitu&ram)seem elementos importantes na "ormação do Brasilindependente, criando, assim, as bases necess(rias parauma conscientização de ruptura em relação a Portugal

    /deslocamento do ei'o econmico do Hordeste para o

    Judeste3/desenvolvimento de um mercado interno, graças $ligação da economia mineira com outras regi#es dacolnia3

    /aumento da população colonial de =;=F3

    /en"ra-uecimento do e-uil&brio do sistema colonialdevido $ opressão "iscalista, provocando o rompimentoentre a classe dominante da colnia e a *etr5pole.

    Pros&eridade e 'ome

    %s mineiros desprezavam o cultivo da terra e a região so"reu epidemias de "ome em plena prosperidade, por volta de :>:=3 os milion(rios tiveram -ue comer gatos, cães, ratos, "ormigas, gavi#es. %s escravosesgotavam suas "orças e seus dias na lavagem de ouro. li trabalham 1 escrevia 0u&s +omes 4erreira 1, alicomem, e muitas vezes t8m -ue dormir ali3 e como -uando trabalham se banham em suor, com dois pés sobrea terra "ria, sobre pedras ou na (gua, -uando descansam ou comem, seus poros se "echam e se congelam de tal"orma -ue se tornam vulner(veis a muitas doenças perigosas, como as mui severas pleurisias, apople'ia,convuls#es, paralisia, pneumonia e muitas outras.! doença era uma b8nção do céu -ue apro'imava a morte.%s capitães)do)mato de *inas +erais cobravam recompensas em ouro em troca das cabeças cortadas dosescravos -ue se evadiam.+06H%, 6duardo. s veias abertas da mérica 0atina. pp. ;M)AF

    2. Os imantes e #hica da )il*a

     Ho mesmo ano em -ue a capital do 6stado do Brasil "oi trans"erida para o Cio de Kaneiro, :>;=, começava avigorar o contrato de e'tração de diamantes arrematado pelo desembargador Koão 4ernandes de %liveira, "ilhodo velho contratador do mesmo nome.

    6le "oi o 2ltimo a bene"iciar)se do sistema de contratos, suprimido com a criação da Ceal 6'tração em :>>:.6sse per&odo é lembrado por dois motivos.

    % primeiro é -ue se deu, então, o auge da e'tração de diamantes. % segundo é -ue o Gi@uco "oi o cen(rio da

    gl5ria de 9hica da Jilva. Gratada durante muito tempo como um cap&tulo $ parte da List5ria do Brasil, a vidade 9hica da Jilva, na verdade, re"lete como nenhuma outra o tamanho do poder do contratante, a importnciadas ri-uezas brasileiras para a 9oroa e seu peso na "ormação de estruturas sociais.

    3

    ltar da igre@a de Hossa Jenhora do Pilar, em %uro Preto,totalmente "eito em ouro. 6n-uanto a Inglaterra aplicava o ouroobtido com o Gratado de *ethuen em ind2strias, Portugal e suacolnia o aplicavam em igre@as e conventos. Interessante, nãoN

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    Koão 4ernandes mobilizava um n2mero de escravos bem superior aos seiscentos permitidos por lei. *unido de plenos poderes, con"orme determinaç#es legais da época, não se preocupava se estava ou não invadindo terrasalheias e chegou a permitir -ue a venda das pedras reais "osse "eita $s claras, no Gi@uco. Ouem mandava neleera a mulata, e não a 9oroa.

    4rancisca da Jilva não era bonita, mas tinha um ineg(vel poder de sedução.

    lta, corpulenta, com a cabeça rapada e coberta por uma cabeleira de cachos, entrou no cen(rio pol&tico como

    escrava de Kosé da Jilva e %liveira, pai do padre Colim, um dos incon"identes. 4oi amante declarada eassumida de Ca"ael Pires Pardinho, primeiro intendente do Distrito Diamantino, com -uem teve dois "ilhos.

    Em deles, Jimão Pires Pardinho, estudou em universidades europeias e ocupou importantes cargos na 9orte.

    9om Koão 4ernandes a e')escrava teve treze "ilhos, todoslegitimados, um dos -uais, herdeiro do nome do pai, tornou)sehomem de imensa "ortuna.

    Durante a perman8ncia de Koão 4ernandes, a rigidez das pr(ticas daadministração "oi temperada pelo clientelismo -ue se armou em

    torno de 9hica da Jilva, cu@a vontade abria portas, o -ue em geralnão era "eito de graça. Hão havia dese@o da mulata -ue o contratador não satis"izesse.

    Por e'emplo, mandou construir para ela, -ue nunca havia visto omar, uma represa na -ual colocou a miniatura de um navio capaz detransportar de oito a dez pessoas.

    ch(cara em -ue vivia tinha a "orma de um castelo, ornamentado com (rvores europeias, e ostentava umteatro, o 2nico do Gi@uco. Jeu poder era respeitado também pela Igre@a, em cu@as capelas os lugares de honraestavam reservados a ela, seus "ilhos e suas mucamas.Brasil 1 A

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    :>?: cin-7enta d2zias de pratos de ouro aos cardeais Pereira e 9unha para, em Coma, representarem Portugalcom dignidade!.

    :>?; uma grande bai'ela de prata e ?? cavalos, destinados ao cardeal *ota.

    :>==? >? barras de ouro para o n2ncio Bichi, em Coma.

    :>== ?M barras de ouro para a@udar o enterro do n2ncio 9avalieri, realizado em Coma.

    :>=Q uma cai'a de brilhantes para o cardeal %ddi e oito barras de ouro para o sobrinho deste, -ue "oi o portador do presente.

    :>MM oito barras de ouro e, para completar, um anel de diamantes para o conde de Boil.

    9aldeira, K. List5ria do Brasil, 9ia. das 0etras, p. Q:F

    O Ouro- Portugal e a nglaterra

    o Brasil, o ouro permitiu "inanciar uma grande e'pansão demogr("ica, -ue trou'e alteraç#es "undamentais $estrutura de sua população, na -ual os escravos passaram a constituir minoria e o elemento de origem européiamaioria. Para a Inglaterra, o ciclo do ouro brasileiro trou'e um "orte est&mulo ao desenvolvimentomanu"atureiro, uma grande "le'ibilidade $ capacidade para importar, e permitiu uma concentração de reservas-ue "izeram do sistema banc(rio ingl8s o principal centro "inanceiro da 6uropa. Portugal, entretanto, aeconomia do ouro propiciou apenas uma apar8ncia de ri-ueza.4urtado, 9. 4ormação 6conmica do Brasil,6d. 4undo de 9ulturaF

    A Mineração e as Trans/ormaç0es )ociais

     Hão "oi apenas de Portugal -ue gente de toda condição a"luiu para *inas +erais. partir da chegada dos paulistas, acompanhados de seus escravos &ndios, houve migração de v(rias partes do Brasil. Hasceu assimuma sociedade di"erenciada, constitu&da não s5 de mineradores, como de negociantes, advogados, padres,"azendeiros, artesãos, burocratas, militares.

    *uitas dessas "iguras tinham seus interesses estreitamente vinculados $ 9olnia, e não por acaso ocorreu em*inas uma série de revoltas e conspiraç#es contra as autoridades coloniais. 6mbora os setores mais ricos da

     população "ossem $s vezes propriet(rios de "azendas e investissem na mineração em locais distantes, a vidasocial concentrou)se nas cidades, centro de resid8ncia, dos neg5cios, das "estas comemorativas. Helasocorreram mani"estaç#es culturais not(veis no campo das artes, das letras e da m2sica.

    proibição de ingresso das ordens religiosas em *inas incentivou o surgimento de associaç#es religiosasleigas 1 as Irmandades e %rdens Gerceiras. 6las patrocinaram a construção das igre@as barrocas mineiras, ondese destacou a "igura do mulato ntnio 4rancisco 0isboa 1 lei@adinho 1, "ilho ileg&timo de um construtor 

     portugu8s e de uma escrava.

     Ha base da sociedade estavam os escravos. % trabalho mais duro era o da mineração, especialmente -uando oouro do leito dos rios escasseou e teve de ser buscado nas galerias subterrneas. Doenças como a disenteria, amal(ria, as in"ecç#es pulmonares e as mortes por acidente "oram comuns. L( estimativas de -ue a vida 2til deum escravo minerador não passava de sete a doze anos.

    Jeguidas importaç#es atenderam $s necessidades da economia mineira, até mesmo para substituir mão)de)

    obra inutilizada. % n2mero de cativos e'portados para o Brasil cresceu entre :>?< e :>A>; mostram a esmagadora presença denegros e mulatos. Dos cerca de =?< mil habitantes, os negros representavam em torno de A?R, os mulatos?;R e os brancos ??R.

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    o longo dos anos, houve uma intensa mestiçagem de raças, cresceu a proporção de mulheres, -ue em :>>;era de cerca de =R do total, e ocorreu um "enmeno cu@a interpretação é controvertida o grande n2mero deal"orrias, ou se@a, de libertação de escravos. Para se ter uma idéia de sua e'tensão, en-uanto nos anos :>=A):>MQ os libertos representavam menos de :,MR da população de descend8ncia a"ricana, em torno de :>; eles

     passaram a constituir cerca de M:R dessa população e =MR do n2mero total de habitantes da capitania. hip5tese mais prov(vel para e'plicar a magnitude dessas proporç#es, -ue superam, por e'emplo, as da Bahia,é -ue, nas minas, a progressiva decad8ncia da mineração tornou secund(ria, ou economicamente invi(vel para

    muitos propriet(rios, a posse de escravos. sociedade das minas est( associada, pelo ouro, $ idéia de ri-ueza. Vista de perto, a ri-ueza merece muitasrestriç#es. Desde logo, devemos distinguir entre o per&odo inicial de corrida ao ouro e a "ase -ue se seguiu. Ho

     per&odo inicial, isto é, na 2ltima década do século XVII e no in&cio do século XVIII, a busca de metais preciosos, sem o suporte de outras atividades, gerou "alta de alimentos e uma in"lação -ue atingiu toda a9olnia. "ome chegou a limites e'tremos, e muitos acampamentos "oram abandonados. 9om o correr dotempo, o cultivo de roças e a diversi"icação das atividades econmicas mudaram este -uadro de privaç#es. sociedade mineira acabou por acumular ri-uezas cu@os vest&gios estão nas construç#es e nas obras de arte dasho@e cidades hist5ricas.

    Porém essas ri-uezas "icaram nas mãos de uns poucos um grupo dedicado não s5 $ e'tração incerta do ouromas aos v(rios neg5cios e oportunidades -ue se "ormaram em torno dela, inclusive o da contratação deserviços com a administração p2blica. bai'o desse grupo, a ampla camada de população livre "oi constitu&dade gente pobre ou de pe-uenos "uncion(rios, empreendedores ou comerciantes, com limitadas possibilidadeseconmicas. 9ertamente a sociedade mineira "oi mais aberta, mais comple'a do -ue a do aç2car. *as nem por isso dei'ou de ser, em seu con@unto, uma sociedade pobre.

    % per&odo de apogeu do ouro situou)se entre :>== e :>M,começando a partir da& o decl&nio. Ho in&cio do século XIX, a

     produção aur&"era @( não tinha maior peso no con@unto da economia

     brasileira. % retrocesso da região das minas "oi n&tido, bastandolembrar -ue cidades de vida intensa se trans"ormaram em cidadeshist5ricas, com o sentido também de estagnadas. %uro Preto, por e'emplo, tinha ?< mil habitantes em :>M< e apenas > mil em :

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    consolidação e urbanização da sociedade de *inas +erais é -ue "oi poss&vel o surgimento de tr8s condiç#es essenciais para se poder "alar em literatura propriamente dita autor, obra e p2blico.

    partir da&, "oram criados h(bitos até então ine'istentes na sociedadecolonial. %s saraus -ue a alta sociedade promovia inclu&am sess#esmusicais além de recitais de poesia. s missas passaram a ser cantadas,aumentando a produção de m2sicas sacras e destacando)se KoséKoa-uim 6mérico 0obo de *es-uita, -ue comps obras de grandevalor art&stico, como, por e'emplo, nt&"ona de Hossa Jenhora.

    % movimento iluminista -ue se desenvolvia na 6uropa, especialmentena 4rança, e'erceu "orte in"lu8ncia sobre a elite cultural das *inas+erais, apesar das proibiç#es da metr5pole -uanto $ entrada de obrasde pensadores iluministas, como Voltaire e Cousseau

    6m meados do século XVIII, apareceram as primeiras agremiaç#esliter(rias, como a rc(dia Eltramarina, na -ual se destacavam 9l(udio*anuel da 9osta, Gom(s ntnio +onzaga e lvarenga Pei'oto,conhecidos como a Pl8iade *ineira. *as não "oi apenas em *inas+erais -ue despontaram literatos, pois na Bahia "oram "undadas academia Bras&lica dos 6s-uecidos e a cademia dos Cenascidos3 noCio de Kaneiro, surgiu a cademia dos 4elizes.

    4oram os (rcades mineiros -ue introduziram o sentimento denacionalismo na literatura, poss&vel de se perceber nas obras de todosos componentes da Pl8iade *ineira. Has 9artas chilenas, por e'emplo,obra sat&rica atribu&da a Gom(s ntnio +onzaga, as idéias nacionais ede combate $ opressão aparecem claramente, con"orme escreve Koaci P.

    4urtado as 9artas 9hilenas são um poema sat&rico ...F -ue 9ritilo,escrevendo de Jantiago do 9hile, remete a Doroteu na 6spanha,

    criticando o governo de 4an"arrão *inésio ...F. Hão h( d2vida de -ue o poema est( repleto de re"er8ncias $administração de D. 0u&s da 9unha *eneses, governador da capitania de *inas +erais de :>= a :>.!9ritilo +onzagaF escreve, como se estivesse no 9hile, a seu amigo Doroteu 9l(udio *anuel da 9ostaF, -ueestava na 6spanha, criticando um "ict&cio governador chileno -ue, na realidade, era o governador das *inas.Godo esse cuidado em dis"arçar a cr&tica se @usti"icava pela viol8ncia com -ue a metr5pole portuguesacostumava tratar os colonos -ue -uestionavam a e'ploração colonial. %s intelectuais de Vila Cica, assim comoos artistas, pensavam e e'pressavam a cr&tica por meio de sua arte e a@udavam a criar a cultura brasileira,apesar de todo o controle e'ercido pela 9oroa. Galvez isso e'pli-ue a nossa mania de censurar os meios de

    omunicação, nos dias atuais e, especialmente, nos per&odos ditatoriais, como no 6stado Hovo :Q=>):QMAF enos governos militares :Q;M):QAF. S bom lembrar também, -ue Portugal proibia a circulação de livros e a

     publicação de @ornais, como também não se preocupou em implantar o ensino superior na colnia, en-uantonas colnias espanholas e inglesas proli"eravam as "aculdades e universidades.

    1. As Artes Plsticas

    liada $ grande ri-ueza -ue durante o século XVIII circulou nas *inas +erais, a vida urbana -ue se criou emtorno da e'ploração mineral "oi campo "ecundo para o desenvolvimento das artes na 9olnia. % barroco,Refere-se ao estilo artístico ou literário caracterizado pelo excesso de ornamento, sobrecarregado e

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    Padre ntnio Vieira :;F é certamenteum dos maiores escritores da l&ngua portuguesa. Veio ao Brasil e, como @esu&ta,dedicou parte de sua vida $ colnia, "azendo pregaç#es na Bahia, em %linda e Jão 0u&s.%cupou v(rios cargos na corte e esteve emv(rios pa&ses em miss#es diplom(ticas.9onvicto de certas posiç#es, em :;;A "oi processado pela In-uisição por de"ender oscristãos)novos3 condenado por suas opini#esconsideradas heréticas, "oi, entretanto,anistiado logo depois. utor de v(rios serm#esimportantes, como o Jermão pelo bom sucesso

    das armas de Portugal contra as de Lolanda:;M

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    exuberante.)  a mais "orte e'pressão da arte mineira, revelava a prosperidade da região3 a produção "oi tão intensa -ue havia trabalho para um grande n2mero de art&"ices.

    s principais obras de ar-uitetura, pintura e escultura "oram religiosas.s igre@as imponentes eram decoradas com entalhes em madeira,

     pinturas nas paredes laterais e nos tetos, retratando cenas da vida de9risto, além dos muitos detalhes pintados com ouro em p5 misturado aum tipo de cola para dar ader8ncia.

    s pinturas mais importantes são de autoria de *anuel da 9osta ta&de,o melhor pintor brasileiro do per&odo colonial3 "oi ele -uem pintou o tetoda igre@a de Jão 4rancisco de ssis, em %uro Preto, onde retratou uma

     Hossa Jenhora mulata cercada por an@inhos também mulatos. 6ssaatitude do mestre ta&de revela um traço muito importante da artemineira o enga@amento social dos artistas3 muitos deles mestiços ou deorigem pobre aproveitavam)se da arte para "azer cr&tica social e pol&tica,coisa -ue não podiam "azer diretamente sob risco de serem presos e

    condenados por crime de lesa)[email protected]. O Aleiadinho

    ntonio 4rancisco 0isboa, chamado de lei@adinho por causa dasde"ormaç#es provocadas por uma doença, "oi o mais criativo dosartistas mineiros. beleza de suas esculturas é conhecida no mundotodo. Jua genial produção art&stica est( espalhada por v(rias cidadesda região das *inas, como %uro Preto, Jão Koão Del Cei, 9ongonhasdo 9ampo e Jabar(.

    Juas esculturas traduzem a e"ervesc8ncia cultural e social em -ueviveu. % mulato 4rancisco 0isboa vivia na pele as di"iculdades de se pertencer ao grupo dos dominados e discriminados na sociedadeescravista e preconceituosa do Brasil colonial, -ue opunha brancos enegros e destinava a estes, por mais talentosos -ue "ossem, acondição de in"erioridade social. lém desse traço pessoal, sua arte

    traduz a vida intelectual e pol&tica de Vila Cica. S poss&vel -ue o escultor tenha participado da Incon"id8ncia*ineira3 com certeza sabe)se -ue era amigo de 9l(udio *anuel da 9osta. %s seus trabalhos mais importantes"oram de car(ter religioso, nos -uais ele "ez cr&ticas aos

     portugueses. Ho con@unto de esculturas -ue "ormam %s

    Passos de 9risto antes da 9ruci"icação, na cidade de9ongonhas do 9ampo, o genial mulato esculpiu os soldadosromanos com e'pressão animalesca, numa clara associação entrea-ueles -ue eram a repressão no tempo de 9risto e os

     portugueses -ue eram a repressão na sociedade em -ue ele vivia. L(ainda o "ato de -ue a imagem de 9risto morto tem a marca deuma corda no pescoço, o -ue muitos estudiosos entendem -ue setrata de uma representação de Giradentes, morto na "orca.

    8

     Ho detalhe da pintura no teto da nave da igre@aJão 4rancisco de ssis, em %uro Preto, airrever8ncia de *anuel da 9osta ta&de, -uesubstituiu os -uerubins loiros por an@inhosmulatos e "ez Hossa Jenhora com traços de sua

     

    Cristo a Caminho para o Calvário é uma

    das realizações máximas de Antônio

     Francisco Lisboa depois de ter sido

    acometido pela doença que lhe rendeu o

    a elido de Alei adinho

    % @ovem Daniel, talhadonum s5 bloco de pedra)sabão, uma das doze"iguras dos Pro"etas,em9ongonhas do 9ampo,*+, é uma das obras)

     primas do lei@adinho.

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    6mbora seu enga@amento pol&tico e social tenha dado $ sua obra umvalor especial, o -ue mais impressiona é realmente a beleza de seutrabalho, considerado pela %HE %rganização das Haç#es EnidasF,

    com outras rel&-uias do tempo da mineração, patrimnio da humanidade.

    O Per!odo Po"#alino

    A Administração Pom3alina

    administração do mar-u8s Termo originado durante aadministração do imperador Caros !agno "768#814$ %uedesigna o go&ernador da marca "região 'ronteiriça$ e

    %ue( mais tarde( passou a ser um t)tuo no*ii+r%uico .FdePombal :>A< ) :>>>F, ministro do rei Dom Kosé I, marcou de certa"orma o apogeu do processo de colonização do Brasil. 4oi o momentoem -ue o Pacto 9olonial se apro"undou no sentido de ampliar e garantir os interesses metropolitanos na colnia. través de re"ormas inspiradasno Iluminismo, Pombal aplicou métodos racionalistas ao seu governo,

     principalmente no est&mulo ao desenvolvimento cultural e educacional,como também na pol&tica econmica -ue, no entanto, teve re"orçadosalguns de seus aspectos mercantilistas.  Política econômica quecaracterizou o absolutismo político, na qual predomina o capital

    comercial (o lucro está na circula!o das mercadorias)

    o mesmo tempo, Pombal dese@ava retirar Portugal do atrasoeconmico e da depend8ncia em relação $ Inglaterra. Para isso, pro@etouuma grande intervenção do 6stado na economia, abolindo privilégios eisenç#es de impostos, chocando)se com interesses da nobreza e do

    clero.Porém, a primeira medida -ue Pombal adotou ao assumir o ministério "oi a de trans"ormar o pagamento dacapitação, imposto pago pelos mineradores e -ue era odiado, em pagamento anual de :AA. % ouro do Brasil"inanciou praticamente toda essa

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    Gr8s anos depois, o -uinto arrecadado no Brasil chegava a MA:, complementado, em :>;?, pela organização do 6r(rio Cégio.

    /*onop5lio régio sobre a e'ploração de diamantes, com a criação do Distrito Diamantino.

    /4undação de companhias de comércio como a 9ia. do +rão)Par( e *aranhão, em :>AA, e a 9ia. dePernambuco e Para&ba, em :>AQ. 4oram criadas para re"orçar o poder do 6stado por meio do monop5liomercantilista.

    /9onstrução de v(rios "ortes em (reas de lit&gio com a 6spanha, a "im de consolidar o dom&nio e a posse portuguesa.

    /Grans"er8ncia da capital da colnia de Jalvador para o Cio deKaneiro, em :>;=.

    /Ceconstrução de 0isboa ap5s o terremoto de :>AA. Hesse

    momento, o poder do mar-u8s de Pombal alcançou um grauelevado, "azendo com -ue ele o concentrasse todo em suasmãos.

    /6'pulsão dos @esu&tas de Portugal e do Brasil 1 s re"ormas "eitas por Pombal, -ue inclu&am e'tinção de privilégios, pre@udicaram a nobreza e o clero. % descontentamento chegou a ponto de nobres e clérigosatentarem contra a vida do rei D. Kosé I, na noite de = de setembro de :>A, a "im de colocarem a princesa D.*aria no trono. % soberano escapou e a resposta $ tentativa de regic&dio veio "ulminante os envolvidos "oram

     presos, torturados e alguns, e'ecutados. Ouanto aos @esu&tas, o *ar-u8s de Pombal aproveitou para e'puls()los de Portugal e do Brasil, pois eram um entrave ao processo de modernização do ensino. Pombal dese@avaum ensino técnico, necess(rio aos seus anseios industriais e não o "alar discursivo da orat5ria religiosa. Para

    controlar a In-uisição, colocou no cargo de in-uisidor)geral, seu irmão, Paulo de 9arvalho. Para remediar os problemas educacionais com a e'pulsão dos @esu&tas, Pombal criou um imposto 1 o subs&dio liter(rio 1 parasustentar o ensino p2blico  Dessa "orma a administração pombalina é colocada como um e'emplo dedespotismo esclarecido. Isto é, utiliza pr(ticas do liberalismo num conte'to de absolutismo e mercantilismo.%u, como alguns historiadores de"inem a re"orma do 6stado, pelo pr5prio 6stado, sem a participação popular.

    A iradeira

    grande controvérsia entre os historiadores portugueses a "avor econtra Pombal levou $ visão de um corte pro"undo entre a época

     pombalina e a -ue a ela se seguiu, o reinado de D. *aria I. pr5priae'pressão a viradeira!, empregada para de"inir o per&odo posterior $morte de D. Kosé I, em :>>>, e a -ueda de Pombal, é um ind&cio dessavisão. *uita coisa mudou as companhias de comércio "oram e'tintase a 9olnia "oi proibida de manter "(bricas ou manu"aturas detecidos, e'ceto as de pano grosso de algodão para uso dos escravos.

    4EJG%, B 1 List5ria do Brasil, 6dusp, p.::?F

    nobreza voltou a compartilhar o poder, e o clero voltou a ter "orçanas decis#es pol&ticas, mas a 9ia. de Kesus continuou a"astada e aIn-uisição manteve)se subordinada ao 6stado. 9om isso, os interessesingleses voltaram a predominar na economia portuguesa e,conse-uentemente, no Brasil.

    1-

    Cu&nas se Jé de 0isboa, ap5s o terremoto de :>AA

    D. *aria I, rainha de Portugal,promoveu aol&tica da viradeira!.

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    +eitura #om&lementar

    :. tentado contra D. Kosé

     Ho dia = de setembro de :>A, por volta das onzeda noite, o rei D. Kosé retornava ao Pal(cio da@uda, em 0isboa, -uando um tiro de bacamarteatingiu)lhe o braço e o peito. %s "erimentos oobrigaram a convalescer por v(rios meses, "icandoo governo nas mãos da rainha, D. *ariana Vit5ria.% mar-u8s de Pombal aproveitou)se do susto dosoberano para convenc8)lo da e'ist8ncia de umagrande conspiração no Ceino, -ue precisava ser debelada.

    6n-uanto apavorava o rei recluso, montou emsegredo um in-uérito tendencioso, no -ual nobres e

     @esu&tas eram acusados de organizar um grandecompl para matar o rei.

    6m dezembro de :>A, começaram as pris#es. 6mmenos de um m8s, mais de mil pessoas, sobretudonobres, estavam nos c(rceres 1 e suas "am&lias emmosteiros. o mesmo tempo, todos os conventosdos @esu&tas em Portugal "oram cercados por tropas.

    %s presos "oram torturados, e interrogadossumariamente por um @urado especial, -ue tratoude reunir as provas! -ue con"irmavam todas asalegaç#es de Pombal ao soberano padres @esu&tasteriam convencido membros da nobreza a plane@ar o atentado.

    Em m8s depois, em :? de @aneiro de :>AQ, o@ulgamento! "oi conclu&do com a condenação $morte de onze nobres. Para -ue não houvessetempo de reação, a sentença "oi e'ecutada no dia

    seguinte. 6 os mais de mil indiciados no processo permaneceram presos sem @ulgamento. Ho mesmodia da e'ecução, teve in&cio a perseguição aos

     @esu&tas. cusados de serem s5cios e "autores! doatentado, receberam o mesmo tratamento dosnobres prisão e torturas. % resultado "oisemelhante em pouco tempo, o ministro tinha asprovas! de -ue necessitava para a"astar do Ceinoos @esu&tas.

    Gambém obteve o reconhecimento do soberanorecebeu o t&tulo de conde de %eiras pelos serviços prestados, e poderes -ue o tornaram na pr(tica overdadeiro governante do pa&s até a morte do rei.

    9aldeira K. 1 List5ria do Brasil, 9ia das 0etras, pp. :

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    não integrados nas ordens religiosas. *uitos doscolégios da 9ompanhia se trans"ormaram em

     pal(cios de governadores ou hospitais militares. Hotodo, houve um grande desperd&cio, em especial de

     bens culturais, como as bibliotecas, -ue "oramconsideradas coisas de pouco valor.

    e'pulsão da ordem abriu um vazio no @( pobreensino da 9olnia. 9oroa portuguesa, aocontr(rio da espanhola, temeu a "ormação na

     pr5pria 9olnia de uma elite letrada. K( no séculoXVI, a 6spanha criou na mérica v(riasuniversidades a de Jão Domingos, em :A=, a deJão *arcos, em 0ima, e a da 9idade do*é'ico,em :AA:. Hada disso ocorreu na mérica lusadurante todo o per&odo colonial. mesma coisaaconteceu com a imprensa, -ue surgiu nas maiorescidades da mérica espanhola também no séculoXVI. 6n-uanto isso, ressalvando)se uma o"icinagr("ica aberta em :>M> no Cio de Kaneiro e logodepois "echada por ordem real, a imprensa noBrasil s5 nasceria no século XIX, com a vinda deDom Koão VI.4austo B. 1 List5ria 9oncisa doBrasil, 6DEJP, pp. ;AA amanheceu

    sossegado em 0isboa. 9éu azul, ventos moderados,temperatura de catorze graus. Dia ideal para um"eriado, o de Godos os Jantos. Us nove e meia damanhã, porém, depois de leves tremores, começouum terremoto -ue iria durar sete minutos. 6n-uantoru&am milhares de casas e edi"&cios, o mar invadia acidade em grandes ondas, arrastando tudo. destruição "oi generalizada.

    ssustados, os sobreviventes corriam de um lado para o outro -uando, $s onze da manhã, umsegundo tremor 

    varreu a cidade. De novo houve um maremoto,mais casas desmoronaram. 6 mal parou omovimento da terra, surgiram in2meros "ocos deinc8ndio em meio aos escombros. Ouando caiu anoite, toda a cidade ardia3 sacudida por outrostremores de terra, agora @( mais "racos.

     Hesse cen(rio de terror, grassou o desespero.6n-uanto alguns procuravam comida e parentesdesaparecidos, outros vagavam em meio $s chamas

     para pilhar o -ue pudessem. Ha loucura geral,registraram)se centenas de casos de estupros eassassinatos. Pelo menos :A mil pessoas morreram.

    s primeiras tentativas para restaurar a ordem s5começaram no dia seguinte, comandadas pelomar-u8s de Pombal. lém de con"iscar o esto-uede trigo da cidade e convocar padeiros para "azer 

     pão, ele ordenou o alistamento de todos os homens para -ue se enterrassem os mortos. "im dedebelar os inc8ndios, trans"ormou os padres emche"es de um improvisado corpo de bombeiros.Para abrigar os "eridos, re-uisitou as grandes casasda cidade, convertendo)as em hospitais.

    9omo os roubos ainda continuavam, Pombalatacou em duas "rentes mandou vir alimentos detodo o pa&s e convocou o 6'ército para patrulhar asruas. os poucos, retomou o controle da cidade,apesar de ainda continuarem os tremores, @( mais

     brandos. % 2ltimo deles ocorreu em :Q denovembro, -uando os problemas mais graveshaviam sido solucionados.9aldeira, I. List5ria doBrasil, 9ia. das 0etras, pp. :