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Professor Diego Amorim Português Aulão de Exercícios comentados do CESPE HTTP://WWW.ESTUDIOAULAS.COM.BR PROVA 01 - TCU AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO Na história das ideias, são raras as proposições gerais que não se desfazem em exceções. É necessário, no entanto, generalizar e comparar, e a generalização que nos servirá de ponto de partida está entre as mais robustas de que a história das ideias é capaz. Ei-la: o grande divisor de águas no tocante à evolução da noção de progresso civilizatório e do seu impacto sobre a felicidade humana foi o Iluminismo europeu do século XVIII a “era da razão”. A equação fundamental do Iluminismo pressupunha a existência de uma espécie de harmonia preestabelecida entre o progresso da civilização e o aumento da felicidade. A meteorologia usa o barômetro para medir a pressão da atmosfera e prever as mudanças do clima. Se a história das ideias possuísse um instrumento análogo, capaz de fazer leituras barométricas dos climas de opinião em determinados períodos e de registrar as variações de expectativa em relação ao futuro em diferentes épocas, então haveria pouca margem para dúvida de que o século XVIII deslocaria o ponteiro da confiança no progresso e no aumento da felicidade humana ao longo do tempo até o ponto mais extremo de que se tem notícia nos anais da história intelectual. Eduardo Giannetti. Felicidade: diálogos sobre o bem-estar na civilização. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. p. 19-22 (com adaptações). Com base no texto acima, julgue os seguintes itens. 1. Preservando-se a coerência e a correção gramatical do texto, seu primeiro período poderia ser assim reescrito: É raro, na história das ideias, que se encontre proposições de natureza geral que se mantenham firmes diante de exceções. 2. A relação entre progresso civilizatório e felicidade está associada a um momento histórico específico, o Iluminismo, embora o texto indique que a relação entre esses elementos possa ser observada em outras épocas e movimentos históricos. 3. O reconhecimento, pelo autor, de que seu argumento está fundamentado em base frágil, a generalização na história das ideias, e de que essa generalização é necessária funciona como forma de evitar, no nível discursivo, eventuais críticas ao seu posicionamento.

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PROVA 01 - TCU – AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO

Na história das ideias, são raras as proposições gerais que não se desfazem em exceções. É

necessário, no entanto, generalizar e comparar, e a generalização que nos servirá de ponto de partida está

entre as mais robustas de que a história das ideias é capaz. Ei-la: o grande divisor de águas no tocante à

evolução da noção de progresso civilizatório e do seu impacto sobre a felicidade humana foi o Iluminismo

europeu do século XVIII — a “era da razão”. A equação fundamental do Iluminismo pressupunha a

existência de uma espécie de harmonia preestabelecida entre o progresso da civilização e o aumento da

felicidade.

A meteorologia usa o barômetro para medir a pressão da atmosfera e prever as mudanças do clima. Se a história das ideias possuísse um instrumento análogo, capaz de fazer leituras barométricas dos climas de opinião em determinados períodos e de registrar as variações de expectativa em relação ao futuro em diferentes épocas, então haveria pouca margem para dúvida de que o século XVIII deslocaria o ponteiro da confiança no progresso e no aumento da felicidade humana ao longo do tempo até o ponto mais extremo de que se tem notícia nos anais da história intelectual.

Eduardo Giannetti. Felicidade: diálogos sobre o bem-estar na civilização.

São Paulo: Companhia das Letras, 2002. p. 19-22 (com adaptações).

Com base no texto acima, julgue os seguintes itens.

1. Preservando-se a coerência e a correção gramatical do texto, seu primeiro período poderia ser

assim reescrito: É raro, na história das ideias, que se encontre proposições de natureza geral que se

mantenham firmes diante de exceções.

2. A relação entre progresso civilizatório e felicidade está associada a um momento histórico

específico, o Iluminismo, embora o texto indique que a relação entre esses elementos possa ser

observada em outras épocas e movimentos históricos.

3. O reconhecimento, pelo autor, de que seu argumento está fundamentado em base frágil, a

generalização na história das ideias, e de que essa generalização é necessária funciona como forma

de evitar, no nível discursivo, eventuais críticas ao seu posicionamento.

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O mito da felicidade. In: Época. 27/5/2011. Internet:

<www.revistaepoca.globo.com> (com adaptações).

Cada um dos itens a seguir apresenta uma afirmação referente aos dados da pesquisa a que se refere o

texto. Julgue-os quanto à correção gramatical e à conformidade com os dados apresentados.

4. Mais de 50% dos homens e mulheres entrevistados considera o dinheiro como uma fonte de

felicidade; grande parte desse grupo é formada por homens que respondem por 64% dos

indivíduos que pensam assim.

5. Nota-se um decréscimo no número de mulheres que se declararam felizes quando se compara os

dados colhidos em 2010 aqueles de 2005.

6. A pesquisa da FIESP levantou dados estatísticos acerca dos fatores que os brasileiros julgam estar

ligados à felicidade, como, por exemplo, a idade e o casamento.

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Considerando as ideias e aspectos gramaticais do texto anterior, julgue o item abaixo.

7. O trecho “Uma pesquisa (...) com a vida”, logo abaixo do título do texto, poderia ser reescrito,

mantendo-se sua correção gramatical e seu sentido original, da seguinte forma: O nível de

felicidade no Brasil e os fatores a que as pessoas atribuem sua satisfação com a vida foram

revelados em 2010 por uma pesquisa feita pela FIESP.

Para o filósofo Bentham, a felicidade era uma proposição matemática, e ele passou anos realizando

pequenos ajustes em seu “cálculo da felicidade”, um termo maravilhosamente atraente. Eu, por exemplo,

nunca associei cálculo à felicidade. No entanto, trata-se de matemática simples. Some os aspectos

prazerosos de sua vida, depois subtraia os desagradáveis. O resultado é a sua felicidade total. Os mesmos

cálculos, acreditava Bentham, podiam ser aplicados a uma nação inteira. Cada medida tomada por um

governo, cada lei aprovada, deveria ser vista sob o prisma da “maior felicidade possível”. Bentham

ponderou que dar dez dólares a um homem pobre contava mais do que dar dez dólares a um homem rico,

já que o pobre tirava mais prazer desse dinheiro.

Eric Weiner. Geografia da felicidade. Trad. Andréa Rocha. Rio de

Janeiro: Agir, 2009. p. 247-8 (com adaptações).

Com base no texto acima, julgue os itens subsequentes.

8. Infere-se do texto que, para Bentham, os pobres têm mais direito à felicidade, devido à sua

capacidade de tirar mais prazer de pequenas coisas.

9. A expressão “No entanto” (R.5) introduz, no texto, ideia de oposição ao fato de o autor nunca ter

associado cálculo à felicidade.

10. No último período do texto, o trecho “que dar (...) desse dinheiro” funciona como objeto que

complementa o sentido de “ponderou”, forma verbal da oração cujo sujeito é Bentham.

11. O autor constrói seu texto de forma a se aproximar do leitor, o que explica, por exemplo, o

emprego da primeira pessoa do singular no segundo período e o do imperativo no quarto.

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A mais ínfima felicidade, quando está sempre presente e nos torna felizes, é incomparavelmente superior à

maior de todas, que só se produz de maneira episódica, como uma espécie de capricho, como uma

inspiração insensata, em meio a uma vida que é dor, avidez e privação. Tanto na menor como na maior

felicidade, porém, há sempre algo que faz que a felicidade seja uma felicidade: a faculdade de esquecer, ou

melhor, em palavras mais eruditas, a faculdade de sentir as coisas, durante todo o tempo que dura a

felicidade, fora de qualquer perspectiva histórica. Aquele que não sabe instalar-se no limiar do instante,

esquecendo todo o passado, aquele que não sabe, como uma deusa da vitória, colocar-se de pé uma vez

sequer, sem medo e sem vertigem, este não saberá jamais o que é a felicidade, e o que é ainda pior: ele

jamais estará em condições de tornar os outros felizes. É possível viver, e mesmo viver feliz, quase sem

lembrança, como o demonstra o animal; mas é absolutamente impossível ser feliz sem esquecimento.

F. W. Nietzsche. II Consideração intempestiva sobre a utilidade

e os inconvenientes da história para a vida. In: Escritos sobre

história. São Paulo: Loyola, 2005. p. 72-3 (com adaptações).

Com base no texto acima, julgue os itens que se seguem.

12. O texto caracteriza-se como predominantemente dissertativo argumentativo, e o autor utiliza

recursos discursivos diversos para construir sua argumentação, como, por exemplo, linguagem

figurada e repetições.

13. No segundo período do texto, o trecho introduzido pelos dois pontos apresenta uma explicação do

que o autor entende por “maior felicidade” (R.6).

14. O autor estabelece em seu texto uma oposição entre história e felicidade.

Mem. 123/2011- SEGECEX

Aos Srs. Chefes das Unidades Técnicas da SEGECEX

Assunto: Prazo para envio de relatório semestral

1. Solicito a Vossa(s) Senhoria(s) verificar o novo prazo para envio do relatório semestral das Unidades

Técnicas da SEGECEX.

2. Considerando as determinações contidas no Memorando n.º 10/2011, reafirmo que não serão aceitos

os relatórios que não cumprirem o novo prazo.

Ademais, solicito que observem com rigor a digitalização dos documentos para envio pelo PROTAD, com o

propósito de racionalizar o processo.

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3. Devo mencionar, por fim, que os relatórios serão recebidos diretamente pelo Serviço de Gestão

Documental (SEGED), em Brasília.

Respeitosamente,

Secretário-Geral de Controle Externo

Considerando que o documento acima, adaptado, seja uma comunicação oficial do Tribunal de Contas

da União (TCU) a ser encaminhada ao destinatário, julgue os itens subsequentes, no que se refere à sua

adequação às normas da redação oficial.

15. Na identificação do signatário, a apresentação do nome da autoridade que expediu o memorando

torna-se opcional, dados o caráter impessoal da redação oficial e a especificação do cargo da

autoridade após o fecho do documento.

16. O documento em questão não está adequado às normas de redação oficial; documentos oficiais em

forma de memorando devem apresentar obrigatoriamente o local e a data em que são assinados,

na parte superior, com alinhamento à direita.

17. Assim como o aviso e o ofício, o memorando deve conter uma parte em que se apresentam o tipo e

o número do documento, além do órgão que o expede, conforme o exemplo “Mem. 123/2011-

SEGECEX”.

18. No memorando apresentado, infringe-se a estrutura do expediente oficial, uma vez que a

numeração de parágrafos deve-se restringir aos textos de documentos oficiais que se subdividam

em títulos e subtítulos.

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PROVA 02 – CFOPM – CURSO DE OFICIAIS DA PMDF

A análise da história brasileira demonstra uma sociedade caracterizada pela reprodução de modelos e

conceitos provenientes de culturas em destaque mundial. Com isso, devido à falta de correspondência ao

momento vivenciado pela realidade nacional, muitas determinações legislativas e comportamentais

disciplinadas não foram efetivamente incorporadas. Na abertura política promovida pela Constituição

Federal de 1988, houve a legitimação de garantias sequer questionadas na época, tornando imprescindível

o planejamento de sua implementação. A lacuna gerada pela ausência dessa etapa resultou na atuação incoerente

dos órgãos atingidos por essa mácula.

A segurança, como dever e garantia da cidadania, tornou-se um dos mais relevantes instrumentos da

democracia. Entretanto, mobilizada segundo orientações arcaicas, promoveu o retrocesso aos valores

totalitários. Ainda predomina na população a compreensão da segurança como função exclusiva da polícia,

bem como de que a redução da violência e da criminalidade se obtém com o aumento do contingente policial,

de sua manifestação invasiva e rigorosa.

Ocorre que o fenômeno da criminalidade, por ser demasiadamente complexo, envolve questionamentos

que superam as meras exigências provenientes da crescente demanda por serviços de proteção. A

violência propriamente dita é considerada uma reação a algo, uma resposta ao fracasso, às frustrações, ao

desrespeito e à prepotência. Enfim, pode assumir significados que extravasam as relações interpessoais,

abrangendo o processo de vitimização, a violência estrutural propagada pela desigualdade da distribuição de renda

e pela dominação de classes. Portanto, a violência e a criminalidade podem ser consideradas sintomas sociais que

exigem o diagnóstico de sua causa, para o tratamento específico.

A atenção ao diagnóstico, à avaliação e ao planejamento de ações em segurança pública pelo Estado

adquiriu relativa estabilidade somente a partir de 2000, com o Plano Nacional de Segurança Pública, e em

2003, com a consolidação da Secretaria Nacional de Segurança Pública, órgão responsável pela

implantação e execução da política nacional de segurança. Atualmente, a noção de Segurança Cidadã

constitui referência central na luta pela exclusão definitiva do modelo repressivo e pela construção de um

novo paradigma.

Fernanda da Rosa Cristino. Segurança pública e democracia: um

novo paradigma. In: Revista Jus Vigilantibus. 8/10/2008.

Internet: <http:// jusvi .com> (com adaptações).

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No que concerne às ideias do texto, julgue os itens subsecutivos.

1. O texto defende a ideia de que o planejamento é uma etapa fundamental para que as leis tornem-

se exequíveis.

2. Depreende-se do texto que, no Brasil, o número de policiais é inversamente proporcional ao índice

de criminalidade.

3. Na metáfora utilizada no texto, a desigualdade na distribuição de renda é apontada como uma das

faces de um mal que aflige a sociedade, do qual a violência e a criminalidade são sintomas.

4. Segundo o texto, a repressão por parte da polícia é considerada apenas parte do tratamento do

problema da violência e da criminalidade na sociedade brasileira; em vista disso, a concepção de

Segurança Cidadã tem-se fortalecido.

5. A autora do texto demonstra imparcialidade ao tratar do tema segurança pública.

6. Infere-se do texto que a sociedade brasileira sempre teve papel decisivo na definição das leis que

vigoram no país.

Com referência aos aspectos gramaticais do texto, julgue os itens subsequentes.

7. O trecho “pela exclusão definitiva do modelo repressivo e pela construção de um novo paradigma”

(R.40-42) completa, no texto, o sentido de “luta” (R.40).

8. A substituição do termo “repressivo” (R.41) por repressor manteria a coerência das ideias do texto.

9. No período iniciado na linha 7, a oração reduzida de gerúndio introduz uma consequência advinda

de decisão tomada à época da redemocratização ocorrida no Brasil na década de 80 do século

passado.

10. Na linha 13, a expressão “como dever e garantia da cidadania” restringe o sentido do termo “a

segurança”, que o antecede.

11. A colocação de vírgula logo após o termo “constitui” (R.40) manteria a correção gramatical e o

sentido do texto.

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Questão de princípio

A justiça do Rio concedeu liminar que suspende o sistema de cotas nas universidades do estado. Os

desembargadores concluíram que o sistema fere o princípio de igualdade para todos, previsto na

Constituição. Não é a primeira vez que a justiça derruba as cotas — e certamente não será a última. Elas já

foram suspensas, já voltaram, já caíram e ressurgiram.

O Rio tem um intrincado sistema que mistura cotas raciais, preferência para alunos de escolas públicas e cotas para deficientes. Como fica o caso de um filho de um pedreiro branco? Está fora das cotas e tem boas chances de ser obrigado a pagar faculdade. OK, cotas raciais não são boas. Vamos fazer, então, cotas sociais. Pobres terão direito às vagas; ricos, não. E como definir quem é rico? E os filhos da classe média, que investiu na formação e agora é punida por ter conseguido um pouco mais na vida? Como fazer um sistema de cotas sem abrir mão da meritocracia?

Nelito Fernandes. In: Época, 1.º/6/2009. Ed. Globo (com adaptações).

Acerca das ideias expressas no texto, julgue os seguintes itens.

12. Desde que surgiram, as cotas nas universidades têm-se mostrado tema polêmico e motivo de

divergências entre as autoridades judiciais.

13. Segundo o texto, o sistema de cotas no estado do Rio de Janeiro segue o mesmo padrão do

adotado nas demais unidades federativas brasileiras.

14. Depreende-se do texto que o sistema de cotas no Rio de Janeiro, tal como apresentado,

desfavorece determinados segmentos da sociedade.

15. De acordo com os desembargadores do estado do Rio de Janeiro, a suspensão do sistema de cotas

é ação contrária a princípios contidos na Carta Magna.

A respeito da estrutura linguística do texto, julgue os itens a seguir.

16. Uma estrutura sob a forma interrogativa indireta equivalente a “Como fica o caso de um filho de

um pedreiro branco?”(R.10-11) e que respeita as normas gramaticais vigentes é Pergunta-se como

fica o caso de um filho de um pedreiro branco?

17. De acordo com a organização das idéias no texto, é correto afirmar que as formas verbais “Está” e

“tem”, ambas na linha 11, podem se referir tanto a “filho” (R.10) quanto a “pedreiro branco” (R.10-

11).

18. O sinal indicativo de crase em “às” (R.13) é facultativo.

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19. As três últimas formas verbais do texto apresentam complemento.

20. O vocábulo “meritocracia” (R.17) diz respeito ao sistema de recompensa fundamentado no mérito

pessoal.

21 - A forma verbal “concedeu” (R.1) pode ser substituída, sem prejuízo para o sentido original do texto,

por aprovou.

22 - O termo “que” tem como antecedente, na linha 1, o vocábulo “liminar” e, na linha 3, o vocábulo

“desembargadores”.

PROVA 03 – (QPMO-0)

No Brasil, o número de pessoas com algum tipo de deficiência varia de um mínimo de 16 milhões, nos

cálculos de especialistas, a 24,6 milhões, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Do total, cerca de 9 milhões estão em idade de trabalhar, mas apenas 1 milhão tem emprego fixo, 11% do

total, enquanto nas nações mais avançadas a parcela ultrapassa 30%. Da mesma forma, a participação de

afro-descendentes e pardos no Brasil ainda é modesta em diferentes áreas de atividade, as mulheres

ocupam um número reduzido de postos-chave e profissionais de orientação sexual diferenciada costumam ser

segregados e até mesmo hostilizados. A mudança desse quadro não pode ser feita de um momento para outro, mas

exige políticas bem definidas para que os ganhos se mostrem mais próximos das necessidades.

A garantia de maior diversidade nas empresas depende de uma mudança cultural, que no Brasil vem sendo

estimulada por crescentes imposições legais.

Estado de Minas, “Editorial”, 3/1/2009 (com adaptações).

Em relação ao texto acima, julgue os itens a seguir.

1. O substantivo composto “postos-chave” (R.10) forma o plural com flexão da primeira palavra

somente, porque a segunda limita a significação da primeira.

2. A palavra “segregados” (R.11) está sendo empregada com o sentido de marginalizados, isolados.

3. Depreende-se das informações do texto que o número de pessoas com deficiência é invariável

segundo o cálculo dos especialistas e os dados do IBGE.

4. Os afro-descendentes e pardos constituem o único segmento que tem pequena participação no

mercado de trabalho.

5. Estaria gramaticalmente correta a substituição de “enquanto” (R.6) por ao passo que.

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Na área do emprego, a legislação, em âmbito federal, estadual e municipal, tende a estimular a inserção de

diferentes maneiras, como a colocação competitiva e seletiva e o trabalho por contra própria, que

deveriam ser mais levadas em conta. O importante é que, cada vez mais, outras áreas de atuação da

sociedade vêm incorporando expressões como “ações afirmativas” e “busca de quadros que assegurem

diversidade”. A tendência favorece parcela expressiva da sociedade que, até recentemente, era ignorada e

tratada como invisível.

Os resultados já podem ser percebidos nos números, que precisam ser multiplicados cada vez mais pela

vontade da sociedade e não apenas por imposição legal. Mas a principal correção seria o fortalecimento do

emprego formal, pois, dos 98 milhões de brasileiros em fase produtiva, apenas 30 milhões têm carteira

assinada. Aí reside a maior mazela que o país carrega hoje.

Com base no texto acima, julgue os itens de 6 a 10.

6. O termo “levadas” (R.5) está no feminino plural porque concorda com “diferentes maneiras” (R.3).

7. O conector “pois” (R.14) pode ser corretamente substituído por qualquer um dos seguintes: já que,

visto que, bem como, contanto que.

8. A palavra “mazela” (R.16) está sendo empregada com o sentido de aborrecimento, doença,

problema.

9. A forma verbal “vêm” (R.6) está no singular porque concorda com o termo “atuação” (R.6).

10. A expressão “parcela expressiva” (R.8-9) tem o mesmo sentido de parcela significativa.

A legislação penal brasileira é sabidamente anacrônica, inadequada aos tempos que correm. Elaborado na

década de 40, o código penal é de um Brasil e um mundo que não mais existem. Neles, ainda não havia um

tráfico de drogas montado em escala industrial, nem facilidades de comunicação e transporte, que tanto

ajudam as sociedades como as atividades ilícitas.

À inadequação do código à necessidade de punição severa por crimes graves cometidos por quem não

demonstra possibilidade alguma de reabilitação e de volta ao convívio social é somada outra distorção

grave: a da aplicação incompetente das regras de progressão de pena previstas na lei de execução penal. A

habilitação de assassinos para que possam cumprir o resto da pena em regime semiaberto — passar o dia

fora da cadeia em um suposto emprego formal — é prova irrefutável de que a legislação penal está longe

de atemorizar o crime. Ao contrário, por ser débil, funciona como incentivo à cultura da impunidade, um

dos mais graves problemas da sociedade brasileira.

O Globo, “Editorial”, 4/1/2009.

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A partir do texto acima, julgue os itens a seguir.

11. A substituição dos travessões (R.14 e 16) por parênteses prejudica a correção gramatical do

período.

12. O segmento “um dos mais graves problemas da sociedade brasileira” (R.18 e 19) está antecedido

por vírgula porque se trata de um vocativo.

13. A palavra “anacrônica” (R.2) está sendo empregada com o sentido de atrasada em relação ao

tempo.

14. O termo “Neles” (R.4) retoma os antecedentes “legislação penal brasileira” (R.1) e “código penal”

(R.3).

15. O emprego de sinal indicativo de crase em “À inadequação” (R.8) justifica-se pela regência de

“somada” (R.11), que exige preposição “a”, e pela presença de artigo definido feminino.

Ninguém duvida de que arma de fogo ilegal é um convite ao crime. O acesso a revólver, pistola ou

espingarda tornou-se objeto de desejo de criminosos ou candidatos a assassinos. Não raro, assaltos a

residências visam, mais do que joias, dinheiro ou eletrodomésticos, às armas mantidas em casa para

defesa da família em caso de situação de perigo. O contrário, porém, ocorre com indesejável frequência.

Os moradores da casa tornam-se as primeiras vítimas de tiros.

Em suma: arma em mãos despreparadas funciona como bomba-relógio. É sinônimo de risco para a

sociedade.

Correio Braziliense, “Editorial”, 8/1/2009 (com adaptações).

Em relação ao texto acima, julgue os próximos itens.

16. O emprego de sinal indicativo de crase em “às armas” (R.5) justifica-se pela regência de “visam”

(R.4) e pela presença de artigo definido feminino plural.

17. A substituição de “porém” (R.7) por todavia mantém a correção gramatical do período e as

informações originais.

18. Em “acesso a” (R.2), “a” funciona como artigo feminino singular.

19. O emprego de vírgula após “revólver” (R.2) justifica-se para separar elementos de mesma função

gramatical componentes de uma enumeração.

20. Em “tornou-se” (R.3), o “-se” indica sujeito indeterminado.

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Julgue se os itens de 21 a 25, adaptados de A Gazeta (ES), “Editorial”, 4/1/2009, estão gramaticalmente

corretos.

21. O único mal que a lei seca pode causar à segurança no trânsito é deixar de ser cumprida.

Infelismente, isso vêm ocorrendo constantemente.

22. Essa legislação parece estar sendo paulatinamente “esquecida”, e o número de acidentes volta a

subir.

23. As análises sobre a violência no trânsito baseiam-se em duas estatísticas. Uma refere-se

especificamente ao número de óbitos; a outra contabiliza o total de acidentes.

24. Esses quadros não deixam dúvida de que a má condução de veículos tornou-se os logradouros

públicos, nos perímetros urbanos e nas estradas, muito perigosos.

25. Em nível nacional, o dado mais recente (de junho aos primeiros dias de dezembro) aponta que

número de mortos caiu 5,5% neste ano. Nesse período, a polícia rodoviária federal registrou 3,27

mil mortes nas rodovias. É Assustador. Assemelha-se a noticiário sobre guerra. Inadmicível.

Com pouco mais de cinco meses de vigência, a legislação que reprime a mistura de álcool com direção tem

contribuído para melhorar a segurança no trânsito. Mas não há dúvida de que os resultados podem e

devem ser melhorados. No país, o número de acidentes (sem morte) aumentou 8,7%, passando de 61,4 mil

para 66,74 mil de 7 junho ao início de dezembro, comparado ao mesmo período de 2007. O fato tem

gerado pressão de demanda nos hospitais. Em consequência, ampliação de despesas decorrentes de

atendimento médico e de internação. Os acidentes de trânsito causam prejuízo anual de cerca de R$ 28

bilhões ao país — além das perdas irreparáveis de vidas.

A Gazeta (ES), “Editorial”, 4/1/2009 (com adaptações).

Em relação ao texto acima, julgue os próximos itens.

26. Subentende-se a omissão dos termos “tem gerado” antes de “ampliação” (R.9).

27. A substituição da expressão “de cerca de” (R.11) por de em acerca de mantém a correção

gramatical do período.

28. A flexão de “dúvida” (R.4) para dúvidas prejudica a correção gramatical do período.

29. A substituição de “ser” (R.4) por serem prejudica a correção gramatical do período.

30. O termo “comparado” (R.7) está no masculino singular porque concorda com “número” (R.5).

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PROVA 04 – MPE/PI Nossa espécie passou os últimos 150 mil anos melhorando o cérebro. Mas uma pesquisa recém-publicada

por uma equipe da Universidade de Cambridge reforçou uma tese recorrente na neurociência: a de que

nossa inteligência chegou a seu limite. Os estudos ainda devem prosseguir para confirmá-la, mas esse

trabalho, somado aos que vinham sendo realizados nos últimos anos, não deixa margem para muitas

dúvidas.

Se evoluísse ainda mais, nosso sistema nervoso passaria a consumir energia e oxigênio a tal ponto que

atrapalharia o funcionamento do resto do organismo — e isso nunca vai acontecer porque nos

inviabilizaria como espécie. Depois de uma longa evolução, nos últimos duzentos anos chegamos ao limite

da inteligência.

Existe no nosso corpo uma espécie de balança comercial de energia. O custo mínimo não nos deixa muito

inteligentes, enquanto o investimento máximo custa caro demais para o organismo. Em nossa história

evolutiva, caminhamos para melhorar nossas conexões cerebrais, mas há um momento em que o custo

para manter o sistema nervoso causaria uma pane nos outros órgãos, ou seja: chegamos a um ponto em que ser

ainda mais esperto significa ter um organismo que vai funcionar mal.

Ed Bullmore. Nosso cérebro chegou ao limite. In: Galileu.

Internet: <http://revistagalileu.globo.com> (com adaptações).

Acerca dos aspectos linguísticos e dos sentidos do texto acima, julgue os itens a seguir.

1. No trecho “somado aos que vinham sendo realizados nos últimos anos” (R.6-7), o elemento “aos”

poderia ser corretamente substituído por àqueles.

2. De acordo com a ortografia oficial vigente, o vocábulo “órgãos” (R.20) segue a mesma regra de

acentuação que o vocábulo “últimos” (R.12).

3. Preserva-se a correção gramatical do texto ao se substituírem os dois-pontos, após a expressão “ou

seja” (R.20), por vírgula.

4. Segundo o texto, estudos mostram que, após duzentos anos de evolução, o cérebro do ser humano

e, consequentemente, sua inteligência pararam de se desenvolver.

5. O vocábulo “espécie” está sendo empregado, em ambas as ocorrências, nas linhas 1 e 11, na

acepção de variedade, tipo.

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Na era das redes sociais, algumas formas de comunicação arcaicas ainda dão resultado. O canadense

Harold Hackett que o diga. Morador da Ilha Príncipe Eduardo, uma das dez províncias do Canadá, ele

enviou mais de 4.800 mensagens em uma garrafa e recebeu 3.100 respostas de pessoas de várias partes

do mundo. De acordo com a BBC, o canadense envia as mensagens desde 1996.

O seu método é simples. Harold utiliza garrafas de suco de laranja e se certifica de que as mensagens estão

com data. Antes de enviá-las, checa o sentido dos ventos — que devem rumar de preferência para oeste

ou sudoeste. Algumas cartas demoraram 13 anos para voltar para ele.

As respostas vieram de regiões como África, Rússia, Holanda, Reino Unido, França, Irlanda e Estados

Unidos da América. Ele acabou fazendo amigos com as mensagens, criando “vínculos” — recebeu até

presentes e cartões de Natal.

O canadense diz que continua adorando se comunicar dessa maneira e afirma que o método chega a ser,

muitas vezes, mais “eficaz” do que a comunicação por Facebook e Twitter.

Intencionalmente, nunca coloca o número de telefone nas mensagens, para recebê-las de volta da mesma

maneira.

Amanda Camasmie. Canadense prova que comunicação em alto mar é eficaz. In:

Época Negócios. Internet: <http://colunas.epocanegocios.globo.com> (com adaptações).

Com referência ao texto acima, julgue os próximos itens.

6. Depreende-se do texto que enviar mensagens por meio de garrafas pode ser mais eficaz do que as

enviar pelas redes sociais, porque remete a tempos antigos, trazendo à tona sentimentos mais

primitivos de pertencimento.

7. A forma pronominal “las”, em “enviá-las” (R.10), pode fazer referência tanto ao termo “garrafas”

(R.8) quanto ao termo “mensagens” (R.9).

8. O texto apresenta características narrativas e dissertativas.

9. Na expressão “que o diga” (R.3), o termo “o” refere-se à ideia expressa no período anterior.

10. As aspas foram empregadas no vocábulo “vínculos” (R.16) para indicar que esse vocábulo foi

utilizado no texto de forma irônica.

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A lentidão e os congestionamentos são parte da realidade dos centros urbanos. Fazer o trânsito fluir,

porém, é um quebra-cabeça complexo. No Brasil, o desafio envolve muitas variáveis, desde o número

crescente da frota de veículos e a precariedade dos transportes públicos até o comportamento dos

motoristas ao volante. Enquanto os especialistas analisam o assunto na tentativa de apontar soluções para

o problema, o Psicólogos do Trânsito, um grupo de jovens paulistanos, decidiu levar bom humor à rua,

mostrando que um simples gesto pode melhorar o caos do trânsito.

Com a encenação de curtos espetáculos lúdicos, o grupo transforma uma das esquinas mais movimentadas

de São Paulo em palco de diversão e alegria. Sobretudo nas noites de segunda e sexta-feira, quando invade

a pista e consegue o milagre de fazer o motorista rir mesmo encontrando-se preso em mais um dos

gigantescos engarrafamentos da cidade.

Vestidos de palhaço, eles aproveitam o tempo dos carros parados no semáforo para cumprir essa missão.

Com cartazes educativos, ocupam a faixa de pedestres, fazem performances e brincam com os motoristas. Muita

gente fecha o vidro do carro. No fim da apresentação de apenas um minuto, os jovens erguem uma faixa com a frase

“Um dia sem sorrir é um dia desperdiçado”, de Charlie Chaplin. Em geral, nessa hora, o comportamento dos

estressados muda: abrem o vidro, buzinam, acenam e seguem pelo trajeto descontraídos.

Fabíola Musarra. Psicólogos da rua. In: Planeta,

nov./2011, p. 70-73 (com adaptações).

Com relação aos sentidos e a aspectos linguísticos do texto acima, julgue os itens consecutivos.

11. Sem prejuízo semântico para o texto, as formas verbais “fazem” (R.19) e “brincam” (R.20) poderiam

ser substituídas pelas formas fazendo e brincando, respectivamente.

12. O texto mostra que pequenas atitudes praticadas por cidadãos comuns podem colaborar para a

melhoria do trânsito — hoje considerado um problema difícil de ser solucionado.

13. Infere-se do texto que motoristas estressados no trânsito conseguem se descontrair com as

brincadeiras dos palhaços do grupo Psicólogos do Trânsito. Assim, a missão do grupo é atingida:

distribuir bom humor.

14. No quarto período do primeiro parágrafo, a conjunção “Enquanto” (R.6) introduz oração de valor

consecutivo.

15. No trecho “o Psicólogos do Trânsito, um grupo de jovens paulistanos, decidiu levar bom humor à

rua” (R.8-9), a forma verbal “decidiu” está no singular para concordar com seu sujeito: “um grupo

de jovens paulistanos”.

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Julgue os itens que se seguem, a respeito das diferenças e das semelhanças entre as seguintes

modalidades de redação oficial: ofício, aviso e memorando.

16. No memorando, no aviso e no ofício, a presença do vocativo é imprescindível e, neste último, o

destinatário é mencionado pelo cargo que ocupa.

17. O ofício é um documento produzido para comunicação entre autoridades da administração pública

de diferentes hierarquias e com particulares; o aviso é expedido apenas por ministros de Estado

para autoridades de mesma hierarquia; e o memorando, documento oficial interno de um órgão,

pode ser emitido para comunicação entre autoridades de diferentes hierarquias.

18. O ofício, o aviso e o memorando seguem, com relação à forma, o que se denomina padrão ofício;

uma característica que os diferencia é a finalidade.

19. No que se refere às características das comunicações oficiais, previstas pelas normas de redação

oficial, julgue os itens 19 e 20.

20. Nas comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras, o emprego do vocativo segue rito e

tradições próprios, disciplinados em manual do Ministério das Relações Exteriores.

21. Recomenda-se não deixar em página isolada a assinatura de quem expede um documento oficial,

devendo-se, nesse caso, transferir para essa página a última frase anterior ao fecho.