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194 Ecologia Os organismos da Terra não vivem isolados interagem uns com os outros e com o meio ambiente. Ao estudo dessas interações chamamos Ecologia. A palavra ecologia vem de duas palavras gregas : Oikós que quer dizer casa, e logos que significa estudo. Ecologia significa, literalmente a Ciência do Habitat . Alguns conceitos importantes ESPÉCIE- é o conjunto de indivíduos semelhantes (estruturalmente, funcionalmente e bioquimicamente) que se reproduzem naturalmente, originando descendentes férteis. Ex.: Homo sapiens POPULAÇÃO- é o conjunto de indivíduos de mesma espécie que vivem numa mesma área em um determinado período. Ex.: população de ratos em um bueiro, em um determinado dia; população de bactérias causando amigdalite por 10 dias, 10 mil pessoas vivendo numa cidade em 1996, etc. COMUNIDADE OU BIOCENOSE- é o conjunto de populações de diversas espécies que habitam uma mesma região num determinado período. Ex.: seres de uma floresta, de um rio, de um lago de um brejo, dos campos, dos oceanos, etc. ECOSSISTEMA OU SISTEMA ECOLÓGICO- é o conjunto formado pelo meio ambiente físico, ou seja, o BIÓTOPO (formado por fatores abióticos como: solo, água, ar) mais a comunidade (formada por componentes bióticos - seres vivos) que com o meio se relaciona. HABITAT- é o lugar específico onde uma espécie pode ser encontrada, isto é, o seu "ENDEREÇO" dentro do ecossistema. Exemplo: Uma planta pode ser o habitat de um inseto, o leão pode ser encontrado nas savanas africanas, etc. BIÓTOPO- Área física na qual determinada comunidade vive. Por exemplo, o habitat das piranhas é a água doce, como, por exemplo, a do rio Amazonas ou dos rios do complexo do Pantanal o biótopo rio Amazonas é o local onde vivem todas as populações de organismos vivos desse rio, dentre elas, a de piranhas. NICHO ECOLÓGICO- é o papel que o organismo desempenha, isto é, a "PROFISSÃO" do organismo no ecossistema. O nicho informa às custas de que se alimenta, a quem serve de alimento, como se reproduz, etc. Exemplo: a fêmea do Anopheles (transmite malária) é um inseto hematófago (se alimenta de sangue), o leão atua como predador devorando grandes herbívoros, como zebras e antílopes. ECÓTONO- é a região de transição entre duas comunidades ou entre dois ecossistemas. Na

Apostila Ecologia Pronta.194.239

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    Ecologia

    Os organismos da Terra no vivem isolados interagem uns com os outros e com o meio ambiente. Ao estudo dessas interaes chamamos Ecologia.

    A palavra ecologia vem de duas palavras gregas : Oiks que quer dizer casa, e logos que significa estudo. Ecologia significa, literalmente a Cincia do Habitat .

    Alguns conceitos importantes

    ESPCIE- o conjunto de indivduos semelhantes (estruturalmente, funcionalmente e bioquimicamente) que se reproduzem naturalmente, originando descendentes frteis. Ex.: Homo sapiens

    POPULAO- o conjunto de indivduos de mesma espcie que vivem numa mesma rea em um determinado perodo. Ex.: populao de ratos em um bueiro, em um determinado dia; populao de bactrias causando amigdalite por 10 dias, 10 mil pessoas vivendo numa cidade em 1996, etc.

    COMUNIDADE OU BIOCENOSE- o conjunto de populaes de diversas espcies que habitam uma mesma regio num determinado perodo. Ex.: seres de uma floresta, de um rio, de um lago de um brejo, dos campos, dos oceanos, etc.

    ECOSSISTEMA OU SISTEMA ECOLGICO- o conjunto formado pelo meio ambiente fsico, ou seja, o BITOPO (formado por fatores abiticos como: solo, gua, ar) mais a comunidade (formada por componentes biticos - seres vivos) que com o meio se relaciona.

    HABITAT- o lugar especfico onde uma espcie pode ser encontrada, isto , o seu "ENDEREO" dentro do ecossistema. Exemplo: Uma planta pode ser o habitat de um inseto, o leo pode ser encontrado nas savanas africanas, etc.

    BITOPO- rea fsica na qual determinada comunidade vive. Por exemplo, o habitat das piranhas a gua doce, como, por exemplo, a do rio Amazonas ou dos rios do complexo do Pantanal o bitopo rio Amazonas o local onde vivem todas as populaes de organismos vivos desse rio, dentre elas, a de piranhas.

    NICHO ECOLGICO- o papel que o organismo desempenha, isto , a "PROFISSO" do organismo no ecossistema. O nicho informa s custas de que se alimenta, a quem serve de alimento, como se reproduz, etc. Exemplo: a fmea do Anopheles (transmite malria) um inseto hematfago (se alimenta de sangue), o leo atua como predador devorando grandes herbvoros, como zebras e antlopes.

    ECTONO- a regio de transio entre duas comunidades ou entre dois ecossistemas. Na

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    rea de transio (ectono) vamos encontrar grande nmero de espcies e, por conseguinte, grande nmero de nichos ecolgicos.

    BIOSFERA- toda vida, seja ela animal ou vegetal, ocorre numa faixa denominada biosfera, que inclui a superfcie da Terra, os rios, os lagos, mares e oceanos e parte da atmosfera. E a vida s possvel nessa faixa porque a se encontram os gases necessrios para as espcies terrestre e aquticas: oxignio e nitrognio.

    Biosfera

    A biosfera refere-se a regio do planeta ocupada pelos seres vivos. possvel encontrar vida em todas as regies do planeta, por mais quente ou frio que elas sejam. O conceito de biosfera foi criado por analogia a outros conceitos empregados para designar parte de nosso planeta.

    De modo qual, podemos dizer que os limites da biosfera se estendem desde s altas montanhas at as profundezas das fossas abissais marinhas.

    Ecossistemas

    Conjunto formado por uma biocenose ou comunidade bitica e fatores abiticos que interagem, originando uma troca de matria entre as partes vivas e no vivas. Em termos funcionais, a unidade bsica da Ecologia, incluindo comunidades biticas e meio abitico influenciando-se mutuamente, de modo a atingir um equilbrio.

    Dimenso

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    muito varivel a dimenso de um ecossistema. Tanto um ecossistema uma floresta de conferas, como um tronco de rvore apodrecido em que sobrevivem diversas populaes de seres minsculos. Assim como possvel associar todos os ecossistemas existentes num s, muito maior, que a ecosfera, igualmente possvel delimitar em cada um, outros mais pequenos, por vezes ocupando reas to reduzidas que recebem o nome de microecossistemas.

    Constituintes e Funcionamento dos Ecossistemas

    De acordo com a sua situao geogrfica, os principais ecossistemas podem ser classificados em:terrestres ou aquticos. Em qualquer dos casos, so quatro os seus constituintes bsicos:

    Fatores abiticos - compostos no vivos do meio ambiente;

    Fatores biticos - formados pelos organismos vivos. Estes podem ser classificados em:

    Produtores - seres autotrficos, na maior parte dos casos plantas verdes, capazes de fabricar a seu prprio alimento a partir de substncias inorgnicas simples;

    Consumidos - organismos heterotrficos, quase sempre animais, que se alimentam de outros seres ou de partculas de matria orgnica;

    Decompositores - seres heterotrficos, na sua maioria bactrias e fungos que decompe as complexas substncias dos organismos, libertando substncias simples que, lanadas no ambiente podem ser assimiladas pelos produtores.

    Os fatores limitantes do ecossistema

    Fatores Abiticos

    O conjunto de todos os fatores fsicos que podem incidir sobre as comunidades de uma certa regio. Estes influenciam o crescimento, atividade e as caractersticas que os seres apresentam, assim como a sua distribuio por diferentes locais. Estes fatores variam de valor de local para local, determinando uma grande diversidade de ambientes.

    Os diferentes fatores abiticos podem agrupar-se em dois tipos principais - os fatores climticos, como a luz, a temperatura e a umidade, que caracterizam o clima de uma regio - e os fatores edficos, dos quais se destacam a composio qumica e a estrutura do solo.

    Luz

    A luz uma manifestao de energia, cuja principal fonte o Sol. indispensvel ao desenvolvimento das plantas. De fato, os vegetais produzem a matria de que o seu organismo formado atravs de um processo - a fotossntese - realizado a partir da captao da energia luminosa. Praticamente todos os animais necessitam de luz para sobreviver. So exceo algumas espcies que vivem em cavernas - espcies caverncolos - e as espcies que vivem no meio aqutico a grande profundidade - espcies abissais.

    Certos animais como, por exemplo, as borboletas necessitam de elevada intensidade luminosa, pelo que so designadas por espcies lucfilas. Por oposio, seres como o caracol e a minhoca no necessitam de muita luz, evitando-a, pelo que so denominadas

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    espcies lucfugas.

    A luz influencia o comportamento e a distribuio dos seres vivos e, tambm, as suas caractersticas morfolgicas.

    A Luz e os Comportamentos dos Seres Vivos

    Os animais apresentam fototatismo, ou seja, sensibilidade em relao luz, pelo que se orientam para ela ou se afastam dela. Tal como os animais, as plantas tambm se orientam em relao luz, ou seja, apresentam fototropismo. Os animais e as plantas apresentam fotoperiodismo, isto , capacidade de reagir durao da luminosidade diria a que esto submetidos - fotoperodo. Muitas plantas com flor reagem de diferentes modos ao fotoperodo, tendo, por isso, diferentes pocas de florao. Tambm os animais reagem de diversos modos ao fotoperodo, pelo que apresentam o seu perodo de atividade em diferentes momentos do dia.

    Temperatura

    Cada espcie s consegue sobreviver entre certos limites de temperatura, o que confere a este fator uma grande importncia. Cada ser sobrevive entre certos limites de temperatura - amplitude trmica - no existindo nem acima nem abaixo de um determinado valor. Cada espcie possui uma temperatura tima para a realizao das suas atividades vitais. Alguns seres tm grande amplitude trmica de existncia - seres euritrmicos - enquanto outros s sobrevivem entre limites estreitos de temperatura - seres estenotrmicos.

    A Temperatura e o Comportamento dos Animais

    Alguns animais, nas pocas do ano em que as temperaturas se afastam do valor timo para o desenvolvimento das suas atividades, adquirem comportamentos que lhes permitem sobreviver durante esse perodo:

    animais que no tm facilidade em realizar grandes deslocaes como, por exemplo, lagartixas, reduzem as suas atividades vitais para valores mnimos, ficando num estado de vida latente;

    animais que podem deslocar com facilidade como, por exemplo, as andorinhas, migram, ou seja, partem em determinada poca do ano para outras regies com temperaturas favorveis.

    Ao longo do ano, certas plantas sofrem alteraes no seu aspecto, provocados pelas variaes de temperatura. Os animais tambm apresentam caractersticas prprias de adaptao aos diferentes valores de temperatura. Por exemplo, os que vivem em regies muito frias apresentam, geralmente, pelagem longa e uma camada de gordura sob a pele.

    gua

    fator limitante de extrema importncia para a sobrevivncia de uma comunidade. Alm de seu envolvimento nas atividades celulares, no podemos nos esquecer da sua importncia na fisiologia vegetal (transpirao e conduo das seivas). dos solos que as razes retiram a gua necessria para a sobrevivncia dos vegetais.

    Disponibilidade de nutrientes

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    outro fator limitante que merece ser considerado, notadamente em ambientes marinhos.

    Fatores biticos

    Conjunto de todos seres vivos e que interagem uma certa regio e que podero ser chamados debiocenose, comunidade ou de biota. Como vimos, de acordo com o modo de obteno de alimento, a comunidade de um ecossistema, de maneira geral, constituda por trs tipos de seres:

    Produtores: os seres auttrofos quimiossintetizantes (bactrias) e fotossintetizantes (bactrias, algas e vegetais). Esses ltimos transformam a energia solar em energia qumica nos alimentos produzidos.

    Consumidores primrios: os seres herbvoros, isto , que se alimentam dos produtores (algas, plantas etc.) os carnvoros que se alimentam de consumidores primrios (os herbvoros).

    Poder ainda haver consumidores tercirios ou quaternrios, que se alimentam, respectivamente, de consumidores secundrios e tercirios.

    Decompositores: as bactrias e os fungos que se alimentam dos restos alimentares dos demais seres vivos. Esses organismos (muitos microscpicos) tm o importante papel de devolver ao ambiente nutrientes minerais que existiam nesses restos alimentares e que podero, assim, ser reutilizados pelos produtores.

    Cadeias alimentares

    Nos ecossistemas, existe um fluxo de energia e de nutrientes como elos interligados de uma cadeia, uma cadeia alimentar. Nela, os elos so chamados de nveis trficos e incluem os produtores, os consumidores (primrios, secundrios, tercirios etc.) e os decompositores.

    Em um ecossistema aqutico, como uma lagoa por exemplo, poderamos estabelecer a seguinte seqncia:

    Ecossistema aqutico:

    FLORA

    PRODUTORES

    Composto pelas plantas da margem e do fundo da lagoa e por algas microscpicas, as quais so as maiores responsveis pela oxigenao do ambiente aqutico e terrestre; esta categoria formada pelas algas microscpicas chamamos fitoplncton.

    FAUNA

    CONSUMIDORES PRIMRIOS

    Composto por pequenos animais flutuantes (chamados Zooplncton),caramujos e peixes herbvoros, todos se alimentado diretamente dos vegetais.

    CONSUMIDORES SECUNDRIOS

    So aqueles que alimentam-se do nvel anterior, ou seja, peixes carnvoros, insetos, cgados, etc.,

    CONSUMIDORES TERCIRIOS

    As aves aquticas so o principal componente desta categoria, alimentando-se dos consumidores secundrios.

    DECOMPOSITORES Esta categoria no pertence nem a fauna e nem a flora, alimentando-se no entanto dos restos destes, e sendo composta por fungos e bactrias.

    Visualize um exemplo de ecossistema aqutico:

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    Ecossistema terrestre:

    FLORA

    Produtores Formado por todos os componentes fotossintetizantes, os quais produzem seu prprio alimento (auttrofos) tais como gramneas, ervas rasteiras, liquens, arbustos, trepadeiras e rvores;

    FAUNA

    Consumidores primrios

    So todos os herbvoros, que no caso dos ecossistemas terrestres tratam-se de insetos, roedores, aves e ruminantes;

    Consumidores Secundrios

    Alimentam-se diretamente dos consumidores primrios (herbvoros). So formados principalmente por carnvoros de pequeno porte;

    Consumidores tercirios

    Tratam-se de consumidores de porte maior que alimentam-se dos consumidores secundrios;

    decompositores Aqui tambm como no caso dos ecossistemas aquticos, esta categoria no pertence nem a fauna e nem a flora e sendo composta por fungos e bactrias.

    Teias alimentares

    Podemos notar entretanto, que a cadeia alimentar no mostra o quo complexas so as relaes trficas em um ecossistema. Para isso utiliza-se o conceito de teia alimentar, o qual representa uma verdadeira situao encontrada em um ecossistema, ou seja, vrias cadeias interligadas ocorrendo simultaneamente.

    Os esquemas abaixo exemplificam melhor este conceito de teias alimentares:

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    Cadeia de detritvoros

    Nos ecossistemas, a especializao de alguns seres to grande, que a tendncia atual entre os ecologistas criar uma nova categoria de consumidores: os comedores de detritos, tambm conhecido como detritvoros. Nesse caso, so formadas cadeias alimentares separadas daquelas cadeias das quais participam os consumidores habituais.

    A minhoca, por exemplo, pode alimentar-se de detritos vegetais. Nesse caso, ela atua como detritvora consumidora primria. Uma galinha, ao se alimentar de minhocas, ser consumidora secundria. Uma pessoa que se alimenta da carne da galinha ocupar o nvel trfico dos consumidores tercirios.

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    Os restos liberados pelo tubo digestrio da minhoca, assim como os restos dos demais consumidores, serviro de alimento para decompositores, bactrias e fungos. Certos besouros comedores de estrume de vaca podem tambm ser considerados detritvoros consumidores primrios. Uma r, ao comer esses besouros, atuar no nvel dos consumidores secundrios. A jararaca, ao se alimentar da r, estar atuando no nvel dos consumidores tercirios, e a siriena, ao comer a cobra, ser consumidora de quarta ordem.

    Fluxo de energia nos ecossistemas

    A luz solar representa a fonte de energia externa sem a qual os ecossistemas no conseguem manter-se. A transformao (converso) da energia luminosa para energia qumica, que a nica modalidade de energia utilizvel pelas clulas de todos os componentes de um ecossistema, sejam eles produtores, consumidores ou decompositores, feita atravs de um processo denominado fotossntese. Portanto, a fotossntese - seja realizada por vegetais ou por microorganismos - o nico processo de entrada de energia em um ecossistema. Muitas vezes temos a impresso que a Terra recebe uma quantidade diria de luz, maior do que a que realmente precisa. De certa forma isto verdade, uma vez que por maior que seja a eficincia nos ecossistemas, os mesmos conseguem aproveitar apenas uma pequena parte da energia radiante. Existem estimativas de que cerca de 34% da luz solar seja refletida por nuvens e poeiras; 19% seria absorvida por nuvens, oznio e vapor de gua. Do restante, ou seja 47%, que chega a superfcie da terra boa parte ainda refletida ou absorvida e transformada em calor, que pode ser responsvel pela evaporao da gua, no aquecimento do solo, condicionando desta forma os processos atmosfricos. A fotossntese utiliza apenas uma pequena parcela (1 a 2%) da energia total que alcana a superfcie da Terra. importante salientar, que os valores citados acima so valores mdios e nos especficos de alguma localidade. Assim, as propores podem - embora no muito - variar de acordo com as diferentes regies do Pas ou mesmo do Planeta.

    Um aspecto importante para entendermos a transferncia de energia dentro de um ecossistema a compreenso da primeira lei fundamental da termodinmica que diz: A energia no pode ser criada nem destruda e sim transformada. Como exemplo ilustrativo desta condio, pode-se citar a luz solar, a qual como fonte de energia, pode ser transformada em trabalho, calor ou alimento em funo da atividade fotossinttica; porm de forma alguma pode ser destruda ou criada.

    Outro aspecto importante o fato de que a quantidade de energia disponvel diminui medida que transferida de um nvel trfico para outro. Assim, nos exemplos dados anteriormente de cadeias alimentares, o gafanhoto obtm, ao comer as folhas da rvore, energia qumica; porm, esta energia muito menor que a energia solar recebida pela planta. Esta perda nas transferncias ocorrem sucessivamente at se chegar aos decompositores.

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    E por que isso ocorre? A explicao para este decrscimo energtico de um nvel trfico para outro, o fato de cada organismo; necessitar grande parte da energia absorvida para a manuteno das suas atividades vitais, tais como diviso celular, movimento, reproduo, etc.

    O texto sobre pirmides, a seguir, mostrar as propores em biomassa, de um nvel trfico para outro. Podemos notar que a medida que se passa de um nvel trfico para o seguinte, diminuem o nmero de organismos e aumenta-se o tamanho de cada um (biomassa).

    Pirmides ecolgicas: Quantificando os Ecossistemas

    Pirmides ecolgicas representam, graficamente, o fluxo de energia e matria entre os nveis trficos no decorrer da cadeia alimentar. Para tal, cada retngulo representa, de forma proporcional, o parmetro a ser analisado. Esta representao grfica por ser:

    Pirmide de nmeros

    Representa a quantidade de indivduos em cada nvel trfico da cadeia alimentar proporcionalmente quantidade necessria para a dieta de cada um desses.

    Em alguns casos, quando o produtor uma planta de grande porte, o grfico de nmeros passa a ter uma conformao diferente da usual, sendo denominado pirmide invertida.

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    Outro exemplo de pirmide invertida dada quando a pirmide envolve parasitas, sendo assim os ltimos nveis trficos mais numerosos.

    Pirmide de biomassa

    Pode-se tambm pensar em pirmide de biomassa, em que computada a massa corprea (biomassa) e no o nmero de cada nvel trfico da cadeia alimentar. O resultado ser similar ao encontrado na pirmide de nmeros: os produtores tero a maior biomassa e constituem a base da pirmide, decrescendo a biomassa nos nveis superiores.

    Tal como no exemplo anterior, em alguns casos pode ser caracterizada como uma pirmide invertida, j que h a possibilidade de haver, por exemplo, a reduo da biomassa de algum nvel trfico, alterando tais propores.

    Pirmide de energia

    A energia solar captada pelos produtores vai-se dissipando ao longo das cadeias alimentares sob a forma de calor, uma energia que no utilizvel pelos seres vivos. medida que esta energia dissipada pelo ecossistema, ocorre uma permanente compensao com a utilizao de energia solar fixada pelos produtores, passando depois atravs de todos os outros elementos vivos do ecossistema.

    O nvel energtico mais elevado, nos ecossistemas terrestres, constitudo pelas plantas clorofiladas (produtores). O resto do ecossistema fica inteiramente dependente da energia captada por eles, depois de transferido e armazenada em compostos orgnicos. O nvel imediato constitudo pelos herbvoros. Um herbvoro obter, portanto, menos energia das plantas clorofiladas do que estas recebem do Sol. O nvel seguinte corresponde ao dos carnvoros. Apenas parte da energia contida nos herbvoros transitar para os carnvoros e assim sucessivamente.

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    Foi adaptado um processo de representao grfica desta transferncia de energia nos ecossistemas, denominado pirmide de energia, em que a rea representativa de cada nvel trfico proporcional quantidade de energia disponvel. Assim, o retngulo que representa a quantidade de energia que transita dos produtores para os consumidores de primeira ordem maior do que aquele que representa a energia que transita destes para os consumidores de segunda ordem e assim sucessivamente.

    As cadeias alimentares esto geralmente limitadas a 4 ou 5 nveis trficos, porque h perdas de energia muito significativas nas transferncias entre os diferentes nveis.Consequentemente, a quantidade de energia que chega aos nveis mais elevados j no suficiente para suportar ainda outro nvel trfico.

    Calculou-se que uma superfcie de 40000m

    2 pode produzir, em condies adequadas, arroz

    em quantidade suficiente para alimentar 24 pessoas durante um ano. Se esse arroz, em vez de servir de alimento ao Homem, fosse utilizado para a criao de gado, a carne produzida alimentaria apenas uma pessoa nesse mesmo perodo.

    Quanto mais curta for uma cadeia alimentar, maior ser, portanto, o aproveitamento da energia. Em pases com falta de alimentos, o Homem deve optar por obt-los atravs de cadeias curtas. Para clculo da eficincia nas transferncias de energia de um nvel para o outro, h necessidade de avaliar a quantidade de matria orgnica ou de energia existente em cada nvel trfico, ou seja, necessrio conhecer a produtividade ao longo de todo o ecossistema.

    A produtividade do Ecossistema

    A atividade de um ecossistema pode ser avaliada pela produtividade primria bruta (PPB), que corresponde ao total de matria orgnica produzida em gramas, durante certo tempo, em uma certa rea ambiental:

    PPB = massa de matria orgnica produzida/tempo/rea

    Descontando desse total a quantidade de matria orgnica consumida pela comunidade, durante esse perodo, na respirao (R), temos a produtividade primria lquida (PPL), que pode ser representada pela equao:

    PPL = PPB R

    A produtividade de um ecossistema depende de diversos fatores, dentre os quais os mais importantes so a luz, a gua, o gs carbnico e a disponibilidade de nutrientes.

    Em ecossistemas estveis, com freqncia a produo de (P) iguala o consumo de (R).

    Nesse caso, vale a relao P/R = 1.

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    Produtividade Primria Bruta (PPB) = Taxa fotossinttica total Produtividade Primria Lquida (PPL) = PPB - Respirao dos auttrofos

    Produtividade Lquida da comunidade (PLC) = PPL - Consumo por herbvoros

    Eficincia Ecolgica

    Eficincia ecolgica a porcentagem de energia transferida de um nvel trfico para o outro, em uma cadeia alimentar. De modo geral, essa eficincia , aproximadamente, de apenas 10%, ou seja, cerca de 90% da energia total disponvel em um determinado nvel trfico no so transferidos para a seguinte, sendo consumidos na atividade metablica dos organismos do prprio nvel ou perdidos como restos. Em certas comunidades, porm a eficincia pode chegar a 20%.

    A grande diversidade de ecossistemas

    Ecossistemas naturais - bosques, florestas, desertos, prados, rios, oceanos, etc. Ecossistemas artificiais - construdos pelo Homem: audes, aqurios, plantaes, etc.

    Atendendo ao meio fsico, h a considerar:

    Ecossistemas terrestres

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    Ecossistemas aquticos

    Quando, de qualquer ponto, observamos uma paisagem, percebemos a existncia de descontinuidades - margens do rio, limites do bosque, bordos dos campos, etc. que utilizamos frequentemente para delimitar vrios ecossistemas mais ou menos definidos pelos aspectos particulares da flora que a se desenvolve. No entanto, na passagem, por exemplo, de uma floresta para uma pradaria, as rvores no desaparecem bruscamente; h quase sempre uma zona de transio, onde as rvores vo sendo cada vez menos abundantes. Sendo assim, possvel, por falta de limites bem definidos e fronteiras intransponveis, considerar todos os ecossistemas do nosso planeta fazendo parte de um enorme ecossistema chamado ecosfera. Deste gigantesco ecossistema fazem parte todos os seres vivos que, no seu conjunto, constituem a biosfera e a zona superficial da Terra que eles habitam e que representa o seu bitopo. Ou seja:

    BIOSFERA + ZONA SUPERFICIAL DA TERRA = ECOSFERA

    Mas assim como possvel associar todos os ecossistemas num s de enormes dimenses - a ecosfera - tambm possvel delimitar, nas vrias zonas climticas, ecossistemas caractersticos conhecidos por biomas, caracterizados por meio do fator Latitude. Por sua vez, em cada bioma, possvel delimitar outros ecossistemas menores. Bioma conceituado no mapa como um conjunto de vida (vegetal e animal) constitudo pelo agrupamento de tipos de vegetao contguos e identificveis em escala regional, com condies geoclimticas similares e histria compartilhada de mudanas, o que resulta em uma diversidade biolgica prpria.

    Os principais biomas do ambiente terrestre

    Tundra

    Localiza-se no Crculo Polar rtico. Compreende Norte do Alasca e do Canad, Groelndia, Noruega, Sucia, Finlndia, Sibria. Recebe pouca energia solar e pouca precipitao, esta ocorre geralmente sob forma de neve e o solo permanece a maior parte do ano gelado. Durante a curta estao quente (2 meses) ocorre o degelo da parte superior, rica em matria orgnica, permitindo o crescimento dos vegetais. O subsolo fica permanentemente congelado (permafrost). A Tundra caracteriza-se por apresentar poucas espcies capazes de suportar as condies desfavorveis. Os produtores so responsveis por capim rasteiro e com extensas reas cobertas por camadas baixas de liquens e musgos. Existem raras plantas lenhosas como os salgueiros, mas so excessivamente baixas (rasteiras).

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    As plantas completam o ciclo de vida num espao de tempo muito curto: germinam as sementes, crescem, produzem grandes flores (comparadas com o tamanho das plantas), so fecundadas e frutificam, dispersando rapidamente as suas sementes. No vero a Tundra fica mais cheia de animais: aves marinhas, roedores, lobos, raposas, doninhas, renas, caribus, alm de enxames de moscas e mosquitos.

    Taiga

    Tambm chamada de floresta de conferas ou floresta boreal. Localiza-se no norte do Alasca, Canad, sul da Groelndia, parte da Noruega, Sucia, Finlndia e Sibria.

    Partindo-se da Tundra, medida que se desloca para o sul a estao favorvel orna-se mais longa e o clima mais ameno.Em conseqncia disso a vegetao mais rica, surgindo a Taiga.

    Na Taiga os abetos e os pinheiros formam uma densa cobertura, impedindo o solo de receber luz intensa. A vegetao rasteira pouco representada. O perodo de crescimento dura 3 meses e as chuvas so poucas. Os animais so representados por aves, alces, lobos, martas, linces, roedores etc.

    Floresta Caduciflia ou Floresta Decdua Temperada

    Predomina no hemisfrio norte, leste dos Estados Unidos, oeste da Europa, leste da sia, Coria, Japo e partes da China. A quantidade de energia radiante maior e a pluviosidade atinge de 750 a 1.000 mm, distribuda durante todo o ano. Ntidas estaes do ano. Neste Bioma, a maioria dos arbustos e rvores perde as suas folhas no outono e os animais migram, hibernam ou apresentam adaptaes especiais para suportar o frio intenso.

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    As plantas so representadas por rvores ditotiledneas como nogueiras, carvalhos, faias. Os animais so representados por esquilos, veados, muitos insetos, aves insetvoras, ursos, lobos etc.

    Floresta Tropical ou Floresta Pluvial ou Floresta Latifoliada

    A floresta tropical situa-se na regio intertropical. A maior rea a Amaznia, a segunda nas ndias Orientais e a menor na Bacia do Congo (frica). O suprimento de energia abundante e as chuvas so regulares e abundantes, podendo ultrapassar 3.000 mm anuais. A principal caracterstica da floresta tropical a sua estratificao. A parte superior formada por rvores que atingem 40 m de altura, formando um dossel espesso de ramos e folhas. No topo a temperatura alta e seca.

    Debaixo desta cobertura ocorre outra camada de rvores, que chegam a 20 m de altura, outras a 10 m e 5 m de altura. Este estrato mdio quente, mais escuro e mais mido, apresentando pequena vegetao. O estrato mdio caracteriza-se pela presena de cips e epfitas. A diversificao de espcies vegetais e animais muito grande.

    Campos

    um Bioma que se caracteriza por apresentar um nico estrato de vegetao. O nmero de espcies muito grande, mas representado por pequeno nmero de indivduos de cada espcie.

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    A localizao dos campos muito variada: centro-oeste dos Estados Unidos, centro-leste da Eursia, parte da Amrica do Sul (Brasil, Argentina) e Austrlia.

    Durante o dia a temperatura alta, porm a noite a temperatura muito baixa. Muita luz e vento, pouca umidade. Predominam as gramneas. Os animais, dependendo da regio, podem ser: antlopes americanos e bises, roedores, muitos insetos, gavies, corujas etc.

    Deserto

    Os desertos apresentam localizao muito variada e se caracterizam por apresentar vegetao muito esparsa. O solo muito rido e a pluviosidade baixa e irregular, abaixo de 250 mm de gua anuais. Durante o dia a temperatura alta, mas noite ocorre perda rpida de calor, que se irradia para a atmosfera e a temperatura torna-se excessivamente baixa. As plantas que se adaptam ao deserto geralmente apresentam um ciclo de vida curto. Durante o perodo favorvel (chuvoso) germinam as sementes, crescem, florescem, frutificam, dispersam as sementes e morrem.

    As plantas perenes como os cactos apresentam sistemas radiculares superficiais que cobrem grandes reas. Estas razes esto adaptadas para absorver as guas das chuvas passageiras. O armazenamento de gua muito grande (parnquimas aqferos). As folhas so transformadas em espinhos e o caule passa a realizar fotossntese.

    Os consumidores so predominantemente roedores, obtendo gua do prprio alimento que ingerem ou do orvalho. No hemisfrio norte muito comum encontrar-se, nos desertos, arbustos distribudos uniformemente, como se tivessem sido plantados em espaos regulares. Este fato explica-se como um caso de amensalismo, isto , os vegetais produzem substncias que eliminam outros indivduos que crescem ao seu redor.

    Savanas

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    Savana nome dado a um tipo de cobertura vegetal constituda, em geral, por gramneas e rvores esparsas. A topografia geralmente plana com clima tropical, apresentando duas estaes bem definidas, sendo uma chuvosa e uma seca. As Savanas ocorrem, principalmente, na zona intertropical do planeta, por esse motivo recebe uma enorme quantidade de luz solar. A espcie de savana mais conhecida a africana, no entanto, h outras: savanas tropicais (africana), savanas subtropicais, savanas temperadas, savanas mediterrneas, savanas pantanosas e savanas montanhosas. As savanas do tipo tropical e subtropical so encontras em todos os continentes, apresentando duas estaes bem definidas (uma quente e outra chuvosa). Os solos dessas reas so relativamente frteis, neles se fixam gramneas, geralmente desprovidas de rvores. A frica possui savanas com esses aspectos, com destaque para as do Serengueti. Savanas temperadas so identificadas em mdias latitudes e em todos os continentes, so influenciadas pelo clima temperado, cujo vero relativamente mido e o inverno seco. A vegetao constituda por gramneas.

    Savanas mediterrneas so vegetaes que ocorrem em regies de clima mediterrneo. Nessas reas o solo pobre, germinando sobre a superfcie arbustos e rvores de pequeno porte, essa composio corre srio risco de extinguir diante da constante interveno humana, principalmente pela extrao de lenha, criao de animais, agricultura, urbanizao e etc. Savanas pantanosas so composies vegetativas que ocorrem tanto em regies de clima tropical como subtropical dos cinco continentes. Esse tipo de savana sofre inundaes peridicas. Savanas montanhosas um tipo de vegetao que ocorre fundamentalmente em zonas alpinas e subalpinas em distintos lugares do globo, em razo do isolamento geogrfico, abriga espcies endmicas.

    Os Biomas Brasileiros

    Em outras palavras, um bioma formado por todos os seres vivos de uma determinada regio, cuja vegetao tem bastante similaridade e continuidade, com um clima mais ou menos uniforme, tendo uma histria comum em sua formao. Por isso tudo sua diversidade biolgica tambm muito parecida.

    O Brasil possui enorme extenso territorial e apresenta climas e solos muito variados. Em funo dessas caractersticas, h uma evidente diversidade de biomas, definidos sobretudo pelo tipo de cobertura vegetal.

    Biomas Continentais Brasileiros

    rea Aproximada (km) rea / Total Brasil

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    Bioma AMAZNIA 4.196.943 49,29%

    Bioma CERRADO 2.036.448 23,92%

    Bioma MATA ATLNTICA 1.110.182 13,04%

    Bioma CAATINGA 844.453 9,92%

    Bioma PAMPA 176.496 2,07%

    Bioma PANTANAL 150.355 1,76%

    rea Total Brasil 8.514.877 100%

    Fonte: http://www.ibge.com.br/home/presidencia

    Caatinga

    H aproximadamente 260 milhes de anos, toda regio onde hoje est o semi-rido foi fundo de mar, mas o bioma caatinga muito recente. H apenas dez mil anos atrs era uma imensa floresta tropical, como a Amaznia. Para conhecer bem esse bioma do semi-rido brasileiro, basta fazer uma visita ao Stio Arqueolgico da Serra da Capivara, no sul do Piau. Ali esto os painis rupestres, com desenhos de preguias enormes, aves gigantescas, tigres-dente-de-sabre, cavalos selvagens e tantos outros. No Museu do Homem Americano esto muitos de seus fsseis. Com o fim da era glacial, h dez mil anos atrs, tambm acabou a floresta tropical. Ficou o que hoje a nossa Caatinga.

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    A Caatinga ocupa oficialmente 844.453 Km do territrio brasileiro. Hoje fala-se em mais de um milho de Km . Estende-se pela totalidade do estado do Cear (100%) e mais de metade da Bahia (54%), da Paraba (92%), de Pernambuco (83%), do Piau (63%) e do Rio Grande do Norte (95%), quase metade de Alagoas (48%) e Sergipe (49%), alm de pequenas pores de Minas Gerais (2%) e do Maranho (1%).

    A Caatinga muito rica em biodiversidade, tanto vegetal quanto animal, sobretudo de insetos. por isso que o sul do Piau, por exemplo, muito favorvel criao de abelhas.

    Nos perodos sem chuva, cerca de 8 meses por ano, ela adormece e suas folhas caem. Depois, com a primeira chuva, ela como que ressuscita. a essa lgica que seus habitantes tm que se adaptar. Portanto, aqueles que ainda acham essa regio invivel, ou a tm como um deserto, demonstram um profundo desconhecimento da realidade brasileira. Cerca de 28 milhes de brasileiros habitam esse bioma, sendo que aproximadamente 38% vivem no meio rural. Essa populao tem um dos piores IDHs de todo o planeta.

    Amaznia

    Pulmo do Mundo, Planeta gua, Inferno Verde, so alguns dos chaves mundialmente conhecidos a respeito da Amaznia. Est sempre em evidncia em qualquer ponto da aldeia globalizada.

    Interessa a todos. Uma das ltimas regies do planeta que ainda seduzem pela exuberncia de uma natureza primitiva, hoje absolutamente ameaada por sua devastao.

    A Amaznia guarda a maior diversidade biolgica do planeta regio mega-diversa - e escoa 20% de toda gua doce da face da Terra. Seu incio se deu h 12 milhes de anos atrs, quando os Andes se elevaram e fecharam a sada das guas para o Pacfico. Formou-se um fantstico Pantanal, quase um mar de gua doce, coberto s por guas. Depois, com tantos sedimentos, a crosta terrestre tornou emergir e, aos poucos, formou-se o que hoje a Amaznia.

    A Amaznia ocupa 4.196.943 km, cerca de 49,29% do territrio brasileiro. Ocupa a totalidade de cinco unidades da federao (Acre, Amap, Amazonas, Par e Roraima), grande parte de Rondnia (98,8%), mais da metade de Mato Grosso (54%), alm de parte de Maranho (34%) e Tocantins (9%). A rea desmatada da Amaznia j atinge 16,3% de sua totalidade.

    Hoje cerca de 17 milhes de brasileiros vivem no bioma Amaznia, sendo que cerca de 70% no meio urbano.

    Mata Atlntica

    J foi a grande floresta costeira brasileira. Ia do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. Em alguns lugares adentrava o continente, como no Paran, onde ocupava 98% do territrio Paranaense.

    Era tambm o mais rico bioma brasileiro em biodiversidade. Ainda em termos de Km. Hoje o mais devastado de nossos biomas. Restam aproximadamente 7% de sua cobertura vegetal. So manchas isoladas, muitas vezes sem comunicao entre si. H quem fale em apenas 5%.

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    A Mata Atlntica o exemplo mais contundente do modelo desenvolvimento predatrio desse pas. Foi ao longo dele que se saqueou o pau Brasil e depois se instalaram os canaviais, tantas outras monoculturas, alm do complexo industrial. Quem vive onde j foi esse bioma muitas vezes nem conhece seus vestgios, tamanha sua devastao.

    O Bioma Mata Atlntica ocupa 1.110.182 km, ou seja, 13,04% do territrio nacional. Cobre inteiramente trs estados - Esprito Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina - e 98% do Paran, alm de pores de outras 11 unidades da federao.

    Aproximadamente 70% da populao brasileira vivem na rea desse bioma, perto de 120 milhes de pessoas. Por mais precarizado que esteja, desse bioma que essa populao depende para beber gua e ter um clima ainda ameno.

    Cerrado

    O Cerrado o mais antigo bioma brasileiro. Fala-se que sua idade de aproximadamente 65 milhes de anos. to velho que 70% de sua biomassa est dentro da terra. Por isso, se diz que uma floresta de cabea pr baixo. Por isso, para alguns especialistas, o Cerrado no permite qualquer revitalizao. Uma vez devastado, devastado para sempre. Por isso, se diz que uma floresta de cabea pr baixo. Por isso, para alguns especialistas, o Cerrado no permite qualquer revitalizao.

    Uma vez devastado, devastado para sempre.

    O Cerrado ainda a grande caixa dgua brasileira. do Planalto Central que se alimentam bacias hidrogrficas que correm para o sul, para o norte, para o oeste e para o leste.

    O Cerrado guarda ainda uma fantstica biodiversidade, porm, 57% do Cerrado j foram totalmente devastados e a metade do que resta j est muito danificada. Sua devastao muito veloz, chegando a trs milhes de hectares por ano. Nesse ritmo, estima-se que em 30 anos j no existir.

    A partir da dcada de 70, sob o embalo do regime militar, essa foi a grande fronteira agrcola para criao de gado e depois para o plantio de soja. A devastao de sua cobertura vegetal est comprometendo suas nascentes, rios e riachos. Ao se eliminar a vegetao, tambm se est eliminando os mananciais. Um rio como o So Francisco tem 80% de suas guas com origem no Cerrado. Hoje se fala que necessrio uma moratria para se preservar o que resta do Cerrado.

    O Bioma Cerrado ocupa 2.036.448 Km, ou seja, 23,92% do territrio brasileiro. Ocupa a totalidade do Distrito Federal, mais da metade dos estados de Gois (97%), Maranho (65%), Mato Grosso do Sul (61%), Minas Gerais (57%) e Tocantins (91%), alm de pores de outros seis estados.

    Sua populao em 1991 era estimada em 12,1 milho de habitantes.

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    Pantanal

    O Pantanal sugere animais, rios, peixes, matas e qualquer coisa ainda parecida com o Paraso. um bioma geologicamente novo. O leito do rio Paraguai ainda est em formao. O Pantanal a maior plancie inundvel do mundo e apresenta uma das maiores concentraes de vida silvestre da Terra. Situado no corao da Amrica do Sul, o Pantanal se estende pelo Brasil, Bolvia e Paraguai com uma rea total de 210,000 km2. Aproximadamente 70% de sua extenso encontra-se em territrio brasileiro, nos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. (www.conservation.org.br/onde/pantanal/)

    No Brasil o Pantanal ocupa 150.355 Km, ou seja, 1,76% do nosso territrio. H opinio que 80% do Pantanal encontra-se bem conservado. Entretanto, as queimadas, a derrubada das rvores, o assoreamento dos rios ameaam sua existncia. As ltimas reportagens de TVs falam da intensa evaporao de suas guas e o risco de tornar-se um deserto. O que mais ameaa e agride esse bioma so as pastagens, queimadas e as entradas do agronegcio. Foi para impedir projeto de cana no Pantanal que Anselmo deu sua vida. A forma como a criao de gado teria se adaptado ao ambiente seria uma das responsveis. Entretanto, para outros, os problemas ambientais do Pantanal passa tambm pela criao de gado.

    O desafio manter suas caractersticas e tambm manter sua populao em condies dignas de vida. O caminho do turismo uma possibilidade real e tambm um perigo. A pesca esportiva predatria um exemplo.Pelo seu estado de conservao, sua rica biodiversidade e as particularidades de seu ecossistema, o Pantanal considerado uma das 37 ltimas Grandes Regies Naturais da Terra. (Idem)

    O Baixo Pantanal tem uma populao de 130 mil pessoas.

    Pampa

    O Pampa gacho bastante diferente dos demais biomas brasileiros. Dominado por gramneas, com poucas rvores, sempre foi considerado mais apropriado para a criao do gado. Entretanto, em 2004 foi reconhecido pelo Ministrio do Meio Ambiente como um bioma. Na verdade, sua biodiversidade havia sido ignorada por quase trezentos anos. Foi a porta de entrada para o gado atravs da regio sul. A outra foi pelo vale do So Francisco, atravs dos currais de gado.

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    O nico estado brasileiro com esse bioma o Rio Grande do Sul. Ocupa 63% do territrio do Rio Grande. Ele tambm se estende pelo Uruguai e Argentina. Agora o Pampa sofre uma ameaa muito mais grave: a introduo do monocultivo e Pinus e Eucaliptos. Mais uma vez portanto, se prope um tipo de desenvolvimento econmico inadequado s caractersticas de um bioma.

    Dinmica das populaes

    As populaes possuem diversas caractersticas prprias, mensurveis. Cada membro de uma populao pode nascer, crescer e morrer, mas somente uma populao como um todo possui taxas de natalidade e de crescimento especficas, alm de possuir um padro de disperso no tempo e no espao.

    O tamanho de uma populao pode ser avaliada pela sua densidade

    A densidade populacional pode sofrer alteraes. Mantendo-se fixa a rea de distribuio, a populao pode aumentar devido a nascimentos e imigraes. A diminuio da densidade pode ocorrer como consequncia de mortes ou de emigraes.

    Curvas de crescimento

    A curva S a de crescimento populacional padro, a esperada para a maioria das populaes existentes na natureza. Ela caracterizada por uma fase inicial de crescimento lento, em que ocorre o ajuste dos organismos ao meio de vida. A seguir, ocorre um rpido crescimento, do tipo exponencial, que culmina com uma fase de estabilizao, na qual a populao no mais apresenta crescimento. Pequenas oscilaes em torno de um valor numrico mximo acontecem, e a populao, ento permanece em estado de equilbrio.

    Observe o grfico abaixo para ententer melhor:

    Fase A: crescimento lento, fase de adaptao da populao ao ambiente, tambm chamada de fase lag. Fase B: crescimento acelerado ou exponencial, tambm chamada de fase log. Fase C: a populao est sujeita aos limites impostos pelo ambiente, a resistncia ambiental maior sobre a populao. Fase D: estabilizao do tamanho populacional, onde ocorre oscilaes do tamanho populacional em torno de uma mdia. Fase E: a curva terica de crescimento populacional sem a interferncia dos fatores de resistncia ambiental.

    A curva J tpica de populaes de algas, por exemplo, na qual h um crescimento explosivo,

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    geomtrico, em funo do aumento das disponibilidades de nutrientes do meio. Esse crescimento explosivo seguido de queda brusca do nmero de indivduos, pois, em decorrncia do esgotamento dos recursos do meio, a taxa de mortalidade alta, podendo, inclusive, acarretar a extino da populao do local.

    Fatores que regulam o crescimento populacional

    A fase geomtrica do crescimento tende a ser ilimitada em funo do potencial bitico da espcie, ou seja, da capacidade que possuem os indivduos de se reproduzir e gerar descendentes em quantidade ilimitada. H porm, barreiras naturais a esse crescimento sem fim. A disponibilidade de espao e alimentos, o clima e a existncia de predatismo e parasitismo e competio so fatores de resistncia ambiental (ou, do meio que regulam o crescimento populacional. O tamanho populacional acaba atingindo um valor numrico mximo permitido pelo ambiente, a chamada capacidade limite, tambm denominada capacidade de carga.

    A curva (a) representa o potencial bitico da espcie; a curva (b) representa o crescimento populacional padro; (c) a capacidade limite do meio. A rea entre (a) e (b) representa a resistncia ambiental.

    Fatores dependentes da densidade

    Os chamados fatores dependentes da densidade so aqueles que impedem o crescimento

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    populacional excessivo, devido ao grande nmero de indivduos existentes em uma dada populao: as disputas por espao, alimento, parceiro sexual, acabam levando diminuio da taxa reprodutiva e ao aumento da taxa de mortalidade. O predatismo e o parasitismo so dois outros fatores dependentes da densidade, na medida em que os predadores e parasitas encontram mais facilidade de se espalhar entre os indivduos de uma populao numerosa.

    A espcie humana e a capacidade limite

    O humano deixou de ser caador-coletor h cerca de 10.000 anos, abandonou o nomadismo e passou a s fixar em locais definidos da Terra, constituindo grupos envolvidos na criao de plantas e animais de interessa alimentar. A taxa de natalidade aumentou e, executando pocas de guerra e pestes , o crescimento populacional humano passou a ser uma realidade. Pouco a pouco, no entanto, esto sendo avaliados os riscos do crescimento populacional excessivo. Poluio crescente, aquecimento global, destruio da camada de oznio, chuva cida e outros problemas so evidncias do desgaste que o planeta vm sofrendo. Na conferncia do Cairo sobre Populaes e Desenvolvimento, realizada em setembro de 1994, mais de 180 pases ligados a ONU tentaram chegar a um consenso acerca de uma poltica que evite a exploso da populao humana. Divergncias quanto aos mtodos de controle da natalidade impedem, at o momento, a adoo de solues globalizantes, embora em alguns pases medidas srias j estejam em curso, no sentido de controlar o crescimento populacional excessivo da nossa espcie.

    O crescimento populacional da espcie humana ocorreu de maneira explosiva nos ltimos sculos. Cerca de 500 milhes de pessoas habitavam a Terra em 1650. No intervalo de dois sculos, o nmero de habitantes chegou a 1 bilho. Entre 1850 e 1930, j era de 2 bilhes e, em 1975, 4 bilhes de pessoas viviam no nosso planeta. O tempo de duplicao diminuiu e, hoje ultrapassamos 6 bilhes de pessoas. A cada ano, 93 milhes de pessoas so acrescentados. Se as atuais taxas de crescimento persistirem, estima-se que a populao humana atingir o tamanho de 8 bilhes de pessoas em 2017.

    Esse incremento do tamanho populacional humano tem muito a ver com a evoluo cultural da nossa espcie e com os nossos hbitos de sobrevivncia.

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    Curvas Representativas de Epidemia e Endemia

    Epidemia a situao em que ocorre aumento exagerado no nmero de casos de uma doena, em uma certa populao, em uma determinada poca. De modo geral, causada por vrus ou bactrias, que provocam surtos da doena em uma determinada regio. Gripe, dengue e clera so doenas que costumam ter carter epidmico. Endemia a situao em que uma doena acomete um nmero constante de indivduos de uma populao ao longo do tempo. caracterstica de doenas provocadas por vermes (esquistossomose, tenase, ascaridase) e protozorios (doenas de Chagas, malria etc.). Dependendo da doena, da populao afetada e da rea considerada, uma epidemia para determinado pas pode ter um carter epidmico para, por exemplo, um determinado municpio desse pas. Pandemia uma situao em que uma epidemia ocorre simultaneamente em vrios locais do planeta. o caso da AIDS, por exemplo.

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    Dinmica das comunidades

    Em um ecossistema, h muitos tipos de interaes entre os componentes das diversas espcies. Podemos classificar as relaes entre seres vivos inicialmente em dois grupos: as intra-especficas, que ocorrem entre seres da mesma espcie, e as interespecficas, entre seres de espcies distintas. comum diferenciar-se as relaes em harmnicas ou positivas e desarmnicas ou negativas. Nas harmnicas no h prejuzo para nenhuma das partes associadas, e nas desarmnicas h.

    Antes de tratarmos de cada tipo de relao entre os seres vivos, iremos esclarecer o significado de dois termos: habitat e nicho ecolgico.

    Noes sobre habitat e nicho ecolgico

    clssica a analogia que compara o habitat ao endereo de uma espcie, e o nicho ecolgico sua profisso. Se voc quer encontrar indivduos de uma certa espcie no ambiente natural, deve procur-los em seu habitat. As observaes que voc fizer sobre a "maneira como ele vivem", sero indicaes do nicho ecolgico. O pescador experiente sabe onde encontrar um certo tipo de peixe, que isca deve usar, se deve afund-la mais ou menos, em que poca do ano e em qual perodo do dia ou da noite ele ter maior chance de sucesso. Ele deve saber muito, portanto, do habitat e nicho ecolgico dos peixes que mais aprecia.

    RELAES INTRA-ESPECFICAS HARMNICAS

    Relaes que ocorrem em indivduos da mesma espcie, no existindo desvantagem nem benefcio para nenhuma das espcies consideradas. Compreendem as colnias e as sociedades.

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    Colnias

    Agrupamento de indivduos da mesma espcie que revelam profundo grau de interdependncia e se mostram ligados uns aos outros, sendo-lhes impossvel a vida quando isolados do conjuntos, podendo ou no ocorrer diviso do trabalho. As cracas, os corais e as esponjas vivem sempre em colnias. H colnias com diviso de trabalho. o que podemos observar com colnias de medusas de cnidrios (caravelas) e com colnias de Volvox globator (protista): h alguns indivduos especializados na reproduo e outros no deslocamento da colnia (que esfrica) na gua.

    Sociedades

    As sociedades so agrupamentos de indivduos da mesma espcie que tm plena capacidade de vida isolada mas preferem viver na coletividade. Os indivduos de uma sociedade tm independncia fsica uns dos outros. Pode ocorre, entretanto, um certo grau de diferenciao de formas entre eles e de diviso de trabalho, como sucede com as formigas, as abelhas e os trmitas ou cupins.

    Nos diversos insetos sociais a comunicao entre os diferentes indivduos feita atravs dos ferormnios - substncias qumicas que servem para a comunicao. Os ferormnios so usados na demarcao de territrios, atrao sexual, transmisso de alarme, localizao de alimento e organizao social.

    COMPETIO INTRA-ESPECFICAS

    a relao intra-especfica desarmnica, entre os indivduos da mesma espcie, quando concorrem pelos mesmos fatores ambientais, principalmente espao e alimento. Essa relao determina a densidade das populaes envolvidas.

    Canibalismo

    Canibal o indivduo que mata e come outro da mesma espcie. Ocorre com escorpies, aranhas, peixes, planrias, roedores, etc. Na espcie humana, quando existe, recebe o nome de antropofagia (do grego anthropos, homem; phagein, comer).

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    RELAES INTERESPECFICAS HARMNICAS

    Ocorrem entre organismos de espcies diferentes. Compreendem a protocooperao, o mutualismo, o comensalismo e inquilinismo.

    Comensalismo

    uma associao em que uma das espcies a comensal beneficiada, sem causar benefcio ou prejuzo ao outro. O termo comensal tem interpretao mais literal: "comensal aquele que come mesa de outro".

    A rmora um peixe dotado de ventosa com a qual se prende ao ventre dos tubares. Juntamente com o peixe-piloto, que nada em cardumes ao redor do tubaro, ela aproveita os restos alimentares que caem na boca do seu grande "anfitrio".

    A Entamoeba coli um protozorio comensal que vive no intestino humano, onde se nutre dos restos da digesto.

    Inquilinismo

    a associao em que apenas uma espcie (inquilino) se beneficia, procurando abrigo ou suporte no corpo de outra espcie (hospedeiro), sem prejudic-lo. Trata-se de uma associao semelhante ao comensalismo, no envolvendo alimento. Exemplos:

    Peixe-agulha e holotria - O peixe-agulha apresenta um corpo fino e alongado e se protege contra a ao de predadores abrigando-se no interior das holotrias (pepinos-do-mar), sem prejudic-los.

    Epifitismo - Epfias (epi, em cima) so plantas que crescem sobre os troncos maiores sem parasit-las. So epfitas as orqudeas e as bromlias que, vivendo sobre rvores, obtm maior suprimento de luz solar.

    Mutualismo

    Associao na qual duas espcies envolvidas so beneficiadas, porm, cada espcie s consegue viver na presena da outra. Entre exemplos destacaremos.

    Liquens - Os liquens constituem associaes entre algas unicelulares e ceros fungos. As algas sintetizam matria orgnica e fornecem aos fungos parte do alimento produzido. Esses, por sua vez, retiram gua e sais minerais do substrato, fornecendo-

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    os s algas. Alm disso, os fungos envolvem com suas hifas o grupo de algas, protegendo-as contra desidratao.

    Cupins e protozorios - Ao comerem madeira, os cupins obtm grandes quantidades de celulose, mas no conseguem produzir a celulase, enzima capaz de digerir a celulose. Em seu intestino existem protozorios flagelados capazes de realizar essa digesto.Assim, os protozorios se valem em parte do alimento do inseto e este, por sua vez, se beneficia da ao dos protozorios. Nenhum deles, todavia, poderia viver isoladamente.

    Ruminates e microorganismos - Na pana ou rmen dos ruminantes tambm se encontram bactrias que promovem a digesto da celulose ingerida com a folhagem. um caso idntico ao anterior.

    Bactrias e razes de leguminosas - No ciclo do nitrognio, bactrias do gnero Rhizobium produzem compostos nitrogenados que so assimilados pelas leguminosas, por sua vez, fornecem a essas bactrias a matria orgnica necessria ao desempenho de suas funes vitais.

    Micorrizas - So associaes entre fungos e razes de certas plantas, como orqudeas, morangueiros, tomateiros, pinheiros, etc. O fungo, que um decompositor, fornece ao vegetal nitrognio e outros nutrientes minerais; em troca, recebe matria orgnica fotossintetizada.

    Protocooperao

    Trata-se de uma associao bilateral, entre espcies diferentes, na qual ambas se beneficiam; contudo, tal associao no obrigatria, podendo cada espcie viver isoladamente.

    A atuao dos pssaros que promovem a disperso das plantas comendo-lhes os frutos e evacuando as suas sementes em local distante, bem como a ao de insetos que procuram o nctar das flores e contribuem involuntariamente para a polinizao das plantas so consideradas exemplos de protocooperao.

    Como exemplo citaremos:

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    Caramujo paguro e actnias - Tambm conhecido como bernardo-eremita, trata-se de um crustceo marinho que apresenta o abdmen longo e mole, desprotegido de exoesqueleto. A fim de proteger o abdmen, o bernardo vive no interior de conchas vazias de caramujos. Sobre a concha aparecem actnias ou anmonas-do-mar (celenterados), animais portadores de tentculos urticantes. Ao paguro, a actnia no causa qualquer dano, pois se beneficia, sendo levada por ele aos locais onde h alimento. Ele, por sua vez, tambm se beneficia com a eficiente "proteo" que ela lhe d.

    Pssaro-palito e crocodilo - O pssaro-palito penetra na boca dos crocodilos, nas margens do Nilo, alimentando-se de restos alimentares e de vermes existentes na boca do rptil. A vantagem mtua, porque, em troca do alimento, o pssaro livra os crocodilos dos parasitas. Obs.: A associao ecolgica verificada entre o pssaro-palito e o crocodilo africano um exemplo de mutualismo, quando se considera que o pssaro retira parasitas da boca do rptil. Mas pode ser tambm descrita como exemplo de comensalismo; nesse caso o pssaro atua reirando apenas restos alimentares que ficam situados entre os dentes do crocodilo.

    Anu e gado - O anu uma ave que se alimenta de carrapatos existentes na pele do gado, capturando-os diretamente. Em troca, o gado livra-se dos indesejveis parasitas.

    Esclavaismo ou sinfilia

    uma associao em que uma das espcies se beneficia com as atividades de outra espcie. Lineu descreveu essa associao com certa graa, afirmando: Aphis formicarum vacca (o pulgo, do gnero Aphis, a "vaca" das formigas).

    Por um lado, o esclavagismo tem caractersticas de hostilidade, j que os pulges so mantidos cativos dentro do formigueiro. No obstante, pode-se considerar uma relao harmnica, pois os pulges tambm so beneficiados pela facilidade de encontrar alimentos e at mesmo pelos bons tratos a eles dispensados pelas formigas (transporte, proteo, etc). Essa associao considerada harmnica e um caso especial de protocooperao por muitos autores, pois a unio no obrigatria sobrevivncia.

    COMPETIO INTERESPECFICAS

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    Relaes interespecficas desarmnicas entre espcies diferentes, em uma mesma comunidade, apresentam nichos ecolgicos iguais ou muito semelhantes, desencadeando um mecanismo de disputa pelo mesmo recurso do meio, quando este no suficiente para as duas populaes.

    Esse mecanismo pode determinar controle da densidade das duas populaes que esto interagindo, extino de uma delas ou, ainda, especializao do nicho ecolgico.

    Amensalismo ou Antibiose

    Relao no qual uma espcie bloqueia o crescimento ou a reproduo de outra espcie, denominadaamensal, atravs da liberao de substncias txicas. Exemplos:

    Os fungos Penicillium notatum eliminam a penicilina, antibitico que impede que as bactrias se reproduzam.

    As substncias secretadas por dinoflagelados Gonyaulax, responsveis pelo fenmeno "mar vermelha", podem determinar a morte da fauna marinha.

    A secreo e eliminao de substncias txicas pelas razes de certas plantas impede o crescimento de outras espcies no local.

    Parasitismo

    O parasitismo uma forma de relao desarmnica mais comum do que a antibiose. Ele caracteriza a espcie que se instala no corpo de outra, dela retirando matria para a sua nutrio e causando-lhe, em conseqncia, danos cuja gravidade pode ser muito varivel, desde pequenos distrbios at a prpria morte do indivduo parasitado. D-se o nome de hospedeiro ao organismo que abriga o parasita. De um modo geral, a morte do hospedeiro no conveniente ao parasita. Mas, a despeito disso, muitas vezes ela ocorre.

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    Predatismo

    Predador o indivduo que caa e devora outro, chamado presa, pertencente a espcie diferente. Os predadores so geralmente maiores e menos numerosos que suas presas, sendo exemplificadas pelos animais carnvoros. As duas populaes - de predadores e presas - geralmente no se extinguem e nem entram em superpopulao, permanecendo em equilbrio no ecossistema. Para a espcie humana, o predatismo, como fator limitante do crescimento populacional, tem efeito praticamente nulo.

    Formas especiais de adaptaes ao Predatismo

    Mimetismo - Mimetismo uma forma de adaptao revelada por muitas espcies que se assemelham bastante a outras, disso obtendo algumas vantagens. A cobra falsa-coral confundida com a coral-verdadeira, muito temida, e, graas a isso, no importunada pela maioria das outras espcies. H mariposas que se assemelham a vespas, e mariposas cujo colorido lembra a feio de uma coruja com olhos grandes e brilhantes.

    Camuflagem - Camuflagem uma forma de adaptao morfolgica pela qual uma espcie procura confundir suas vtimas ou seus agressores revelando cor(es) e/ou forma(s) semelhante(s) a coisas do ambiente. O padro de cor dos gatos silvestres, como o gato maracaj e a ona, harmnico com seu ambiente, com manchas camuflando o sombreado do fundo da floresta. O mesmo se passa com lagartos (por exemplo, camaleo), que varia da cor verde das folhas cor marrom do substrato onde ficam. Os animais polares costumam ser brancos, confundindo-se com o gelo. O louva-a-deus, que um poderoso predador, se assemelha a folhas ou galhos.

    Aposematismo - Aposematismo o mesmo que colorao de advertncia. Trata-se de uma forma de adaptao pela qual uma espcie revela cores vivas e marcantes para advertir seus possveis predadores, que j a reconhecem pelo gosto desagradvel ou pelos venenos que possui. Muitas borboletas exibem os chamados anis mimticos, com cores de alerta, que desestimulam o ataque dos predadores. Uma espcie de colorao de advertncia bem conspcua Dendrobates Ieucomelas, da Amaznia, um pequeno sapo colorido com listras pretas e amarelas e venenoso.

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    TABELA DE REPRESENTAO DAS RELAES INTERESPECFICAS

    TIPOS DE RELAES

    Espcies reunidas

    Espcies separadas

    A B A B

    Inquilinismo + 0 0 0

    Comensalismo

    o Inquilinismo o Epifitismo

    + 0 0 0

    Mutualismo + +

    Protocooperao + + 0 0

    Amensalismo

    o Antibiose 0 0 0

    Predatismo

    o Herbivorismo + 0

    Competio 0 0

    Parasitismo

    o Esclavagismo + 0

    0: espcies cujo desenvolvimento no afetado +: espcie beneficiada cujo desenvolvimento torna-se possvel ou melhorado : espcie prejudicada que tem seu desenvolvimento reduzido.

    Sucesso Ecolgica

    Processo ordenado da instalao e desenvolvimento de uma comunidade. Ocorre com o tempo e termina quando se estabelece na rea uma comunidade estvel.

    As etapas da sucesso

    Vamos tomar como exemplo uma regio completamente desabitada, como uma rocha nua. O conjunto de condies para que plantas e animais sobrevivam ou se instalem nesse ambiente so muito desfavorveis:

    o Iluminao direta causa altas temperaturas; o A ausncia de solo dificulta a fixao de vegetais; o A gua das chuvas no se fixa e rapidamente evapora.

    Seres vivos capazes de se instalar em tal ambiente devem ser bem adaptados e pouco exigentes. Estes so os liquens (associao de cianobactrias com fungos), que conseguem sobreviver apenas com gua, luz e pouca quantidade de sais minerais. Isso caracteriza a

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    formao de uma comunidade pioneira ouecese. Os liquens por serem os primeiros seres a se instalarem so chamado de "organismos pioneiros". A atividade metablica dos liquens vai lentamente modificando as condies iniciais da regio. Os liquens produzem cidos orgnicos que corroem gradativamente a rocha, formando atravs da eroso as primeiras camadas de solo.

    Camada sobre camada de lquen, vo formando um tapete orgnico, que enriquece o solo, deixando o mesmo mido e rico em sais minerais. A partir de ento as condies, j no to desfavorveis, permitem o aparecimento de plantas de pequeno porte, como brifitas (musgos), que necessitam de pequena quantidade de nutrientes para se desenvolverem e atingirem o estgio de reproduo. Novas e constantes modificaes se sucedem permitindo o aparecimento de plantas de maior porte como samambaias e arbustos. Tambm comeam a aparecer os pequenos animais como insetos e moluscos.

    Dessa forma etapa aps etapa a comunidade pioneira evolui, at que a velocidade do processo comea a diminuir gradativamente, chegando a um ponto de equilbrio, no qual a sucesso ecolgica atinge seu desenvolvimento mximo compatvel com as condies fsicas do local (solo, clima, etc.). Essa comunidade a etapa final do processo de sucesso, conhecida como comunidade clmax . Cada etapa intermediria entre a comunidade pioneira e o clmax e chamada de sere.

    Fogo e a Sucesso Ecolgica

    Assim como em todas as savanas tropicais, o fogo tem sido um importante fator ambiental nos cerrados brasileiros desde h muitos milnios e tem, portanto, atuado na evoluo dos seres vivos desses ecossistemas, selecionando plantas e animais com caractersticas que os protejam das rpidas queimadas que l ocorrem. Nas plantas, uma dessas caractersticas que talvez mais nos chame a ateno a cortia grossa das rvores e arbustos (lenhosas), que age como isolante trmico durante a passagem do fogo. Entretanto, um observador mais atento ir notar diversas outras respostas da vegetao ao fogo, como a florao intensa do estrato herbceo e a rpida rebrota das plantas, dias aps a queima, a abertura sincronizada de frutos e intensa disperso de suas sementes, a germinao das sementes de espcies que so estimuladas pelo fogo. Ainda, o fogo promove todo um processo dereciclagem da matria orgnica que, ao ser queimada, transforma-se em cinzas, que se depositam sobre o solo e, com as chuvas, tm seus elementos qumicos solubilizados e disponibilizados como nutrientes s razes das plantas.

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    Sendo assim, ao contrrio do que muitos pensam, o fogo de intensidade baixa ou moderada no mata a grande maioria das plantas do Cerrado, que so adaptadas a esse fator ecolgico. Pelo contrrio, para muitas espcies, principalmente as herbceas, o fogo benfico e estimula ou facilita diversas etapas de seu ciclo de vida, como mencionamos acima. Tambm os animais do Cerrado esto adaptados para enfrentar as queimadas: dentre os vertebrados, muitos se refugiam em tocas ou buracos e ficam protegidos das altas temperaturas, pois, a poucos centmetros de profundidade, o solo nem chega a esquentar, devido rapidez com que o fogo percorre os cerrados.

    Mas por que as savanas e dentre elas, tambm os cerrados pegam fogo?

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    A distribuio esparsa das rvores e dos elementos lenhosos, que caracteriza as savanas, permite a chegada de insolao no nvel do solo e promove o desenvolvimento de farto estrato herbceo, formando um tapete

    graminoso.

    Devido ao seu ciclo de vida, essas gramneas tm suas folhas e partes florais dessecadas na poca seca que, na regio dos cerrados, geralmente vai de maio a setembro. Esse material fino e seco passa a constituir um combustvel altamente inflamvel. Raios e tambm chamas e fascas provenientes de aes do homem (queima de restos agrcolas, fogueiras, etc) podem iniciar a combusto da vegetao e, a partir de ento, o fogo se propaga rapidamente.

    As queimadas causadas por raios, ditas naturais, geralmente ocorrem em setembro, sendo esse o ms que marca o incio da estao chuvosa na regio dos cerrados. quando ocorrem chuvas fortes, com muitos raios, e tambm quando a biomassa herbcea est no auge do dessecamento, tendo suas folhas e ramos se transformado em material facilmente inflamvel.

    As queimadas causadas pelo homem (antropognicas) geralmente so acidentais, mas tambm podem ser intencionais. Em comparao com as queimadas naturais, as antropognicas costumam ser antecipadas para julho ou agosto, pois quando a maior parte dos agricultores queima os restos da colheita e prepara suas terras para novos plantios, causando o escape do fogo, ou quando os pecuaristas deliberadamente queimam o pasto nativo para promover o rebrotamento das gramneas dessecadas e, assim, fornecer folhas frescas ao gado nessa poca de escassez.

    Os Ciclos Biogeoqumicos

    O trajeto das substncias do ambiente abitico para o mundo dos seres vivos e o seu retorno ao mundo abitico completam o que chamamos de ciclo biogeoqumico. O termo derivado do fato de que h um movimento cclico de elementos que formam os organismos vivos (bio) e o ambiente geolgico (geo), onde intervm mudanas qumicas. Em qualquer ecossistema existem tais ciclos.

    Em qualquer ciclo biogeoqumico existe a retirada do elemento ou substncia de sua fonte, sua utilizao por seres vivos e posterior devoluo para a sua fonte.

    Ciclo da gua

    A gua apresenta dois ciclos: Ciclo curto ou pequeno: aquele que ocorre pela lenta evaporao da gua dos mares, rios, lagos e lagos, formando nuvens. Estas se condensam, voltando a superfcie na forma de chuva ou neve;

    Ciclo longo: aquele em que a gua passa pelo corpo dos seres vivos antes de voltar ao ambiente. A gua retirada do solo atravs das razes das plantas sendo utilizada para a fotossntese ou passada para outros animais atravs da cadeia alimentar. A gua volta a atmosfera atravs da respirao, transpirao, fezes e urina.

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    Ciclo do Oxignio

    O ciclo do oxignio se encontra intimamente ligado com o ciclo do carbono, uma vez que o fluxo de ambos est associado aos mesmos fenmenos: fotossntese e respirao. Os processos de fotossntese liberam oxignio para a atmosfera, enquanto os processos de respirao e combusto o consomem. Parte do O2 da estratosfera transformado pela ao de raios ultravioletas em oznio (O3). Este forma uma camada que funciona como um filtro, evitando a penetrao de 80% dos raios ultravioletas. A liberao constante de clorofluorcarbonos (CFC) leva a destruio da camada de oznio.

    Ciclo do Fsforo

    Alm da gua, do carbono, do nitrognio e do oxignio, o fsforo tambm importante para os seres vivos. Esse elemento faz parte, por exemplo, do material hereditrio e das molculas energticas de ATP. Em certos aspectos, o ciclo do fsforo mais simples do que os ciclos do carbono e do nitrognio, pois no existem muitos compostos gasosos de fsforo e, portanto, no h

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    passagem pela atmosfera. Outra razo para a simplicidade do ciclo do fsforo a existncia de apenas um composto de fsforo realmente importante para os seres vivos: o on fosfato. As plantas obtm fsforo do ambiente absorvendo os fosfatos dissolvidos na gua e no solo. Os animais obtm fosfatos na gua e no alimento.

    A decomposio devolve o fsforo que fazia parte da matria orgnica ao solo ou gua. Da, parte dele arrastada pelas chuvas para os lagos e mares, onde acaba se incorporando s rochas. Nesse caso, o fsforo s retornar aos ecossistemas bem mais tarde, quando essas rochas se elevarem em conseqncia de processos geolgicos e, na superfcie, forem decompostas e transformadas em solo. Assim, existem dois ciclos do fsforo que acontecem em escalas de tempo bem diferentes. Uma parte do elemento recicla-se localmente entre o solo, as plantas, consumidores e decompositores, em uma escala de tempo relativamente curta, que podemos chamar ciclo de tempo ecolgico. Outra parte do fsforo ambiental sedimenta-se e incorporada s rochas; seu ciclo envolve uma escala de tempo muito mais longa, que pode ser chamada ciclo de tempo geolgico.

    Ciclo do Clcio

    O clcio um elemento que participa de diversas estruturas dos seres vivos, ossos, conchas, paredes celulares das clulas vegetais, cascas calcrias de ovos, alm de atuar em alguns processos fisiolgicos, como a concentrao muscular e a coagulao do sangue nos vertebrados. As principais fontes desse elemento so as rochas calcrias, que, desgastando-se com o tempo, liberam-no para o meio. No solo, absorvido pelos vegetais e, por meio das cadeias alimentares, passa para os animais. Toneladas de calcria so utilizadas com frequncia para a correo da acidez do solo, notadamente nos cerrados brasileiros, procedimento que, ao mesmo tempo, libera o clcio para o uso pela vegetao e pelos animais.

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    Nos oceanos o clcio obtido pelos animais pode servir para a construo de suas coberturas calcrias. Com a morte desses seres, ocorre a decomposio das estruturas contendo calcrio conchas de moluscos, revestimentos de foraminferos no fundo dos oceanos, processo que contribui para a formao dos terrenos e rochas contendo calcrio. Movimentos da crosta terrestre favorecem o afloramento desses terrenos, tornando o clcio novamente disponvel para o uso pelos seres vivos.

    Ciclo do Enxofre

    Enxofre uma substncia amarela encontrada no solo, que queima com facilidade. Ele entra na produo de cido sulfrico, uma substncia muito utilizada para fertilizantes, corantes e explosivos (plvora, palitos de fsforo, etc). O enxofre encontrado nas rochas sedimentares, (formadas por depsitos que se acumularam pela ao da natureza) nas rochas vulcnicas, no carvo , no gs natural etc.

    O enxofre essencial para a vida, faz parte da molculas de protena, vitais para o nosso corpo. Cerca de 140g de enxofre esto presentes no ser humano. A natureza recicla enxofre sempre que um animal ou planta morre. Quando apodrecem, as substncias chamadas de sulfatos, combinados com a gua so absorvidos pelas razes das plantas. Os animais o obtm comendo vegetais ou comendo outros animais.

    Quando o ciclo alterado, animais e plantas sofrem, isso vem acontecendo atravs da constante queima de carvo, petrleo e gs. Esses combustveis so chamados de fsseis, pois se formaram h milhes de anos, a partir da morte de imensas florestas tropicais ou da morte de microscpicas criaturas denominadas plnctons.

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    Chuva cida

    Ao queimar combustveis fsseis para acionar as usinas, fbricas e veculos, lanado enxofre no ar. Esse enxofre sobe para a atmosfera na forma de gs chamado dixido de enxofre, um grande poluente do ar. Quando o dixido de enxofre se junta umidade da atmosfera, forma o cido sulfrico, um dos principais componentes das chuvas cidas.

    O dixido de enxofre produzido tambm nos pntanos e vulces, mas em quantidades que o meio ambiente consegue assimilar. Atualmente existem enormes quantidades de fontes poluidoras, tornando as chuvas mais carregadas de cido, dificultando ao meio ambiente anular seus efeitos. A chuva causa danos s folhas de espcies vegetais comprometendo a produo agrcola. Torna-se mais grave prxima s grandes concentraes industriais, atinge as florestas, os peixes e corroe edificaes de pedra e concreto, inclusive metais expostos ao tempo que enferrujam mais rpido, como as pontes e edificaes de ao.

    Ciclo do Carbono

    As plantas realizam fotossntese retirando o carbono do CO2 do ambiente para formatao de matria orgnica. Esta ltima oxidada pelo processo de respirao celular, que resulta em liberao de CO2 para o ambiente. A decomposio e queima de combustveis fsseis (carvo e petrleo) tambm libera CO2 no ambiente. Alm disso, o aumento no teor de CO2 atmosfrico causa o agravamento do "efeito estufa" que pode acarretar o descongelamento de geleiras e das calotas polares com conseqente aumento do nvel do mar e inundao das cidades litorneas.

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    Ciclo do Nitrognio

    O nitrognio se mostra como um dos elementos de carter fundamental na composio dos sistemas vivos. Ele est envolvido com a coordenao e controle das atividades metablicas. Entretanto, apesar de 78% da atmosfera ser constituda de nitrognio, a grande maioria dos organismos incapaz de utiliz-Io, pois este se encontra na forma gasosa (N2) que muito estvel possuindo pouca tendncia a reagir com outros elementos.

    Os consumidores conseguem o nitrognio de forma direta ou indireta atravs dos produtores. Eles aproveitam o nitrognio que se encontra na forma de aminocidos. Produtores introduzem nitrognio na cadeia alimentar, atravs do aproveitamento de formas inorgnicas encontradas no meio, principalmente nitratos (NO3) e amnia (NH3

    +). O ciclo do nitrognio pode ser dividido

    em algumas etapas: Fixao: Consiste na transformao do nitrognio gasoso em substncias aproveitveis pelos seres vivos (amnia e nitrato). Os organismos responsveis pela fixao so bactrias, retiram o nitrognio do ar fazendo com que este reaja com o hidrognio para formar amnia. Amonificao: Parte da amnia presente no solo, originada pelo processo de fixao. A outra proveniente do processo de decomposio das protenas e outros resduos nitrogenados, contidos na matria orgnica morta e nas excretas. Decomposio ou amonificao realizada por bactrias e fungos. Nitrificao: o nome dado ao processo de converso da amnia em nitratos. Desnitrificao: As bactrias desnitrificantes (como, por exemplo, a Pseudomonas denitrificans), so capazes de converter os nitratos em nitrognios molecular, que volta a atmosfera fechando o ciclo.

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    Exerccios 1) Numere de 1 a 5, em ordem crescente de sua produtividade primria bruta (Kcal/m/ano), os seguintes tipos de ecossistemas. ( ) tundra ( ) floresta tropical ( ) taiga ( ) floresta temperada decdua ( ) campo A seqncia correta de preenchimento dos parnteses, de cima para baixo, a) 2 - 4 - 3 - 1 - 5. b) 3 - 1 - 4 - 5 - 2. c) 2 - 3 - 5 - 1 - 4. d) 3 - 2 - 1 - 5 - 4. e) 1 - 5 - 3 - 4 - 2. 2-) Que quantidade de energia est disponivel para os consumidores primrios de uma comuniddade? a)Toda energia incorporada na fotossintese durante avida do vegetal. b)Toda energia luminosa que absorvida pelas plantas. c)A poro de energia incorporada nas substncias qumicas existentes na planta. d)A pora de energia transformada em calor durante as reaes qumicas das clulas. e)A poro de energia utilizada pela respirao celular do vegetal. 3) Qual o tipo de relao entre, as bactrias do gnero Rhizobium e as plantas leguminosas. Esse tipo de relao interespecfica conhecido como: A)Predatismo B)Comensalismo C)Parasitismo D)Amensalismo E)Mutualismo

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    4) Considere as seguintes frases: I. O uacari-vermelho, 'Cacajao calvus', um macaco da Amaznia ameaado de extino, assim como o uacari-preto, 'Cacajao melanocephalus'. II. Os guars da espcie 'Chrysocyon brachyurus' vivem nos campos brasileiros encontrando-se representantes da mesma espcie tambm em campos argentinos. III. Dentre os botos marinhos, os mais conhecidos so os da baa do Rio de Janeiro pertencentes espcie 'Sotalia brasiliensis' e com habitat restrito a essa rea. Meno a uma nica populao feita na frase a) I, apenas b) II, apenas c) III, apenas d) I e na II e) II e na III 5) Um pesquisador, estudando a multiplicao de bactrias em alimentos utilizados pelo homem, obteve, em alguns casos, o seguinte

    grfico: Para obter curvas desse tipo, ele deve ter mantido, durante a experincia, os alimentos em a) temperatura de 0C. b) temperatura de 40C. c) temperatura de 90C. d) salmoura concentrada. e) calda espessa de acar. 6) Alguns moluscos tm importncia sanitria. Um exemplo comprovado o do planorbdeo Biomphalaria glabrata, que est relacionado ao ciclo de uma doena que atinge os humanos. Por outro lado, ainda no foi comprovado se Acathina fulica est relacionada com a incidncia de meningoencefalite. Este gastrpode foi introduzido no Brasil, sem estudos prvios, visando substituir com vantagens o escargot (molusco utilizado como alimento). a) A qual doena os caramujos Biomphalaria esto relacionados? Qual o papel dos caramujos no ciclo desta doena? Em que ambiente ocorre a contaminao dos humanos? b) Acathina fulica est aumentando rapidamente e est destruindo a vegetao de algumas regies. D uma explicao possvel, do ponto de vista ecolgico, para esta proliferao. 7) :A agricultura moderna converte reas ocupadas por comunidades vegetais complexas em reas ocupadas por uma nica espcie de planta destinada ao consumo humano. Esse processo est associado a um(a): a) maior equilbrio ecolgico, devido introduo da espcie agrcola. b) diminuio das populaes de insetos que se alimentam da espcie agrcola. c) menor incidncia de doenas causadas por fungos, bactrias ou vrus que atingem a espcie agrcola.

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    d) seleo de variedades da espcie agrcola resistentes a pragas e doenas. e) aumento da estabilidade no ecossistema, devido grande produtividade obtida com o cultivo da espcie agrcola. 8) Dados obtidos em expedies cientficas que fizeram um levantamento da fauna e flora ocenicas - desde o litoral at as regies abissais - permitiram estimar a densidade da populao de vrios seres marinhos, em funo de profundidade mdia em que foram coletados. Alguns dos grficos seguintes foram elaborados a partir de informaes obtidas nessas expedies.

    Dentre esses grficos, identifique o mais compatvel, respectivamente, com a distribuio populacional de: a) peixes em geral; b) fitoplncton. Justifique sua resposta. 9) O bilogo russo G. F. Gause realizou uma srie de experimentos em laboratrio com duas espcies de protozorios, P. caudatum e P. bursaria. Esses protozorios podem alimentar-se de bactrias e leveduras, mas um no come o outro. No primeiro experimento, as duas espcies de protozorios foram postas num meio lquido e apenas bactrias foram oferecidas como alimento. Os resultados desse experimento esto apresentados no grfico A.

    No segundo experimento receberam como alimento bactrias e leveduras. Os resultados so mostrados no grfico B. a) Que conceito ecolgico pode ser deduzido do primeiro experimento? b) Como podem ser interpretados os resultados do segundo experimento?

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    10) Em qual nvel ecolgico um fazendeiro que pretenda determinar a taxa anual de aumento no nmero de cabeas de gado de sua criao, a fim de explor-la de maneira sustentvel, ir abordar esta questo? a) Ecossistema. b) Comunidade. c) Populao. d) Indivduo. e) Clula. 11) Publicaes recentes, como o artigo "O Brasil de cabelos brancos", de Bernardo Esteves, apresentam dados estatsticos que indicam uma tendncia ao aumento das classes etrias mais velhas e ao declnio na taxa de fecundidade mdia da populao brasileira. ("Cincia Hoje", n. 137, abril, 1998). Atravs destas informaes pode-se supor que vem ocorrendo a) um declnio na densidade populacional. b) uma estabilizao na taxa de crescimento populacional. c) um aumento no potencial bitico da populao. d) um declnio da capacidade de suporte do ambiente. e) uma modificao na dinmica migratria da populao. Gabarito 1-E 2-C 3-E 4-C 5-A 6-a) O caramujo Biomphalaria glabrata est relacionado com a esquistossomose (ou barriga d'gua). Ele o hospedeiro intermedirio do verme Schistossoma mansoni, causador da doena. A contaminao ocorre em guas continentais lnticas. b) A proliferao rpida pode ser causada, por exemplo, pela ausncia de predadores ou competidores naturais. 7)D 8) a) Grfico 3. Os peixes, em geral, distribuem-se em maior nmero no ambiente marinho com at 200 m de profundidade. Essa maior densidade populacional deve-se maior riqueza em plncton, ncton e bentos, que servem de alimento para muitas espcies de peixes. No entanto, peixes so encontrados em outras regies mais profundas, at mesmo nas zonas abissais. b) Grfico 1 - O fitoplncton encontrado em zonas de at 200 m de profundidade. Em zonas de maior profundidade, ocorre escassez de luz, o que impede a fotossntese e a proliferao desses organismos. 9) a) O experimento demonstra o conceito de excluso competitiva. As duas espcies de protozorios competem por uma nica fonte de alimento, as bactrias. Nessas condies 'P. caudatum' competitivamente superior e eliminou 'P. bursaria'. b) No segundo experimento h duas fontes de alimento; provavelmente, cada espcie explora com mais eficincia uma das fontes de alimento, e as duas espcies podem viver juntas, pois no exploram o mesmo nicho. 10) C 11)) B

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    Bibliografia

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