2
Os preços do cacau em 2015 refleram as expectavas do mercado sobre a produ- ção, de janeiro a dezembro de 2015, hou- ve acréscimo de R$ 39,00 por arroba, em média, no preço pago ao produtor baiano. Este valor representa aumento de 35,51% nos preços, como observado no Gráfico 1. No primeiro mês do ano passado, os ca- cauicultores de Gandu (BA) e de Itajuípe (BA) receberam o equivalente R$ 110,00 pela arroba do cacau. Em Eunápolis (BA), o preço médio foi de R$ 105,00 por ar- roba. Já no mês de dezembro de 2015, os preços nos dois primeiros municípios foram 36,36% e 33,64% mais altos, res- pecvamente. Em Eunápolis foi observa- do um aumento de 42,86% nos preços. Em 2016, a expectava é de redução na oferta de cacau, em função de possíveis problemas meteorológicos no Oeste afri- cano, onde se concentram os maiores produtores, podendo influenciar a pre- cificação ao longo do ano. Além disso, a qualidade da amêndoa provocou redução na comercialização do produto na Costa O reajuste salarial de 2016 impactou o Custo Operacional Efevo (COE) do me- lão em 1,70%, em média. O salário míni- mo, que era de R$ 788,00 em 2015, foi reajustado para R$ 880,00 a parr do dia primeiro de janeiro, uma variação de 11,68%. Em Limoeiro do Norte, no Ceará, o au- mento no COE em função do novo salário foi de 1,38%. Isso representa acréscimo de R$ 11,76 por tonelada, como observa- do no Gráfico 2. Em média, os custos com pessoal na condução das lavouras repre- do Marfim, que já vê uma queda no volu- me processado no mercado interno, além de impactos em suas exportações, com alguns agentes limitando suas operações. sentava 1,61% do COE, e passou a ser de 1,77%. Colheita e pós-colheita, que par- cipava em 34,42%, passou a representar 34,70%. Já em Mossoró, no Rio Grande do Norte, o aumento no COE foi de 1,96%, acrés- cimo de R$ 15,04 por tonelada no custo de produção no mês de janeiro deste ano . Pessoal contratado para trabalhar nas lavouras, que representavam 3,53% do COE, passou a 3,86%. E a colheita e pós-colheita, que parcipava em 34,17%, teve a parcipação elevada para 34,37%. Gráfico 1: Preço médio pago ao cacauicultor e variação média entre janeiro/15 e dezembro/15. Fonte: Projeto Campo Futuro – CNA-CIM/UFLA Elaboração: CIM/UFLA Nesta condição, com a possibilidade de re- duções na oferta deste país especialmen- te, as cotações nos demais países produ- tores podem sofrer influência direta. Devido às incertezas sobre a taxa de câmbio e aos preços dos combusveis, novos aumentos no COE poderão ser ob- servados ao longo de 2016. Além disso, o retorno das chuvas na região Nordeste pode influenciar a qualidade dos frutos e provocar impactos nos custos, devido às mudanças no manejo. Com as previsões de influência do La niña sobre o regime pluviométrico do Nordeste, no decorrer do segundo semestre de 2016, há possi- bilidade deste cenário se concrezar. Expectativas de redução na oferta de cacau africano podem beneficiar produtores do Brasil Reajuste salarial em 2016 impactou COE do melão em 1,70% Ano 3 - Edição 7 - Setembro de 2016 twitter.com/SistemaCNA facebook.com/canaldoprodutor instagram.com/cna_brasil www.cnabrasil.org.br www.canaldoprodutor.tv.br 91,41 104,17 109,51 106,85 109,69 108,21 109,11 127,39 122,98 130,65 135,51 0,00 40,00 80,00 120,00 160,00 0,00 100,00 jan/15 fev/15 mar/15 abr/15 mai/15 jun/15 jul/15 ago/15 set/15 out/15 nov/15 dez/15 R$/@ Variação (Base 100)

Ano 3 - Edição 7 - Setembro de 2016 Expectativas de

  • Upload
    others

  • View
    2

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Ano 3 - Edição 7 - Setembro de 2016 Expectativas de

Os preços do cacau em 2015 refl eti ram as expectati vas do mercado sobre a produ-ção, de janeiro a dezembro de 2015, hou-ve acréscimo de R$ 39,00 por arroba, em média, no preço pago ao produtor baiano. Este valor representa aumento de 35,51% nos preços, como observado no Gráfi co 1.

No primeiro mês do ano passado, os ca-cauicultores de Gandu (BA) e de Itajuípe (BA) receberam o equivalente R$ 110,00 pela arroba do cacau. Em Eunápolis (BA), o preço médio foi de R$ 105,00 por ar-roba. Já no mês de dezembro de 2015, os preços nos dois primeiros municípios foram 36,36% e 33,64% mais altos, res-pecti vamente. Em Eunápolis foi observa-do um aumento de 42,86% nos preços.

Em 2016, a expectati va é de redução na oferta de cacau, em função de possíveis problemas meteorológicos no Oeste afri-cano, onde se concentram os maiores produtores, podendo infl uenciar a pre-cifi cação ao longo do ano. Além disso, a qualidade da amêndoa provocou redução na comercialização do produto na Costa

O reajuste salarial de 2016 impactou o Custo Operacional Efeti vo (COE) do me-lão em 1,70%, em média. O salário míni-mo, que era de R$ 788,00 em 2015, foi reajustado para R$ 880,00 a parti r do dia primeiro de janeiro, uma variação de 11,68%.

Em Limoeiro do Norte, no Ceará, o au-mento no COE em função do novo salário foi de 1,38%. Isso representa acréscimo de R$ 11,76 por tonelada, como observa-do no Gráfi co 2. Em média, os custos com pessoal na condução das lavouras repre-

do Marfi m, que já vê uma queda no volu-me processado no mercado interno, além de impactos em suas exportações, com alguns agentes limitando suas operações.

sentava 1,61% do COE, e passou a ser de 1,77%. Colheita e pós-colheita, que parti -cipava em 34,42%, passou a representar 34,70%.

Já em Mossoró, no Rio Grande do Norte, o aumento no COE foi de 1,96%, acrés-cimo de R$ 15,04 por tonelada no custo de produção no mês de janeiro deste ano . Pessoal contratado para trabalhar nas lavouras, que representavam 3,53% do COE, passou a 3,86%. E a colheita e pós-colheita, que parti cipava em 34,17%, teve a parti cipação elevada para 34,37%.

Gráfi co 1: Preço médio pago ao cacauicultor e variação média entre janeiro/15 e dezembro/15.Fonte: Projeto Campo Futuro – CNA-CIM/UFLA Elaboração: CIM/UFLA

Nesta condição, com a possibilidade de re-duções na oferta deste país especialmen-te, as cotações nos demais países produ-tores podem sofrer infl uência direta.

Devido às incertezas sobre a taxa de câmbio e aos preços dos combustí veis, novos aumentos no COE poderão ser ob-servados ao longo de 2016. Além disso, o retorno das chuvas na região Nordeste pode infl uenciar a qualidade dos frutos e provocar impactos nos custos, devido às mudanças no manejo. Com as previsões de infl uência do La niña sobre o regime pluviométrico do Nordeste, no decorrer do segundo semestre de 2016, há possi-bilidade deste cenário se concreti zar.

Expectativas de redução na oferta de cacau africano podem benefi ciar produtores do Brasil

Reajuste salarial em 2016 impactou COEdo melão em 1,70%

Ano 3 - Edição 7 - Setembro de 2016

twitter.com/SistemaCNAfacebook.com/canaldoprodutor

instagram.com/cna_brasil

www.cnabrasil.org.brwww.canaldoprodutor.tv.br

91,41

104,17109,51 106,85

109,69 108,21 109,11

127,39122,98

130,65135,51

0,00

40,00

80,00

120,00

160,00

0,00

100,00

jan/15 fev/15 mar/15 abr/15 mai/15 jun/15 jul/15 ago/15 set/15 out/15 nov/15 dez/15

R$/@ Variação (Base 100)

Page 2: Ano 3 - Edição 7 - Setembro de 2016 Expectativas de

2Ano 3 - Edição 7 - Setembro de 2016

O aumento no Custo Operacional Efeti vo (COE) da produção de manga Palmer em Minas Gerais e da manga Tommy Atkins em Pernambuco, devido aos gastos com pessoal, ao longo de 2016, foi de 5,10%, em média.

Em Mati as Cardoso (MG), o aumento foi de 6,56%. Os custos com pessoal, na con-dução dos pomares e na colheita e pós--colheita, alcançaram 52% do COE. Se considerada apenas a variação nos cus-tos com pessoal durante a colheita e pós--colheita, o impacto no COE desse muni-cípio foi de 1,94% (Gráfi co 3). Este grupo de custos, que representava R$ 166,64

por tonelada, passou para R$ 179,32 por tonelada.

Em Petrolina (PE), a variação no COE cau-sada pelo reajuste salarial foi de 4,20%. Os custos com pessoal na condução dos pomares e na colheita e pós-colheita parti cipam em 34% do COE, aproxima-damente. Nesse município não há custos com “safristas”.

Isso porque, de acordo com os parti ci-pantes do painel de levantamento de custos de produção, os compradores da produção são responsáveis por essa eta-pa do processo produti vo, realizando a

colheita e reti rando a produção no pró-prio pomar. Desta forma, a variação no COE causada pelo reajuste de salários de pessoas apenas na colheita e pós-colhei-ta, que se referem apenas ao trabalho de fi scalização, foi de 0,03%.

Este aumento no custo operacional pode ser absorvido pela elevação nos preços de venda, no curto prazo. Até que haja a intensifi cação da colheita na maioria das áreas produtoras do Brasil a parti r de maio de 2016, acredita-se que a oferta no mer-cado interno será restrita, o que poderá aumentar a competi ção entre os compra-dores da fruta e infl uenciar os preços.

Colheita e pós-colheita é responsável pelo aumento de 1,94% no COE da manga em Minas Gerais

Gráfi co 2: Infl uência do reajuste salarial sobre o COT de janeiro/2016.Fonte: Projeto Campo Futuro – CNA-CIM/UFLA Elaboração: CIM/UFLA

+ 11,76

+ 15,04

700,00

770,00

840,00

910,00

REA

IS P

OR

TO

NEL

AD

A

jan/16 Aumento causado pelo reajute salarial

1,38% 1,96%

Limoeiro do Norte - CE Mossoró - RN

Custo Operacional Total (COE)

Boletim Ativos da Fruticultura é um boletim trimestral elaborado pela Superintendência Técnica da Confederaçãoda Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)e Centro de Inteligência em Mercados (CIM/UFLA)

SGAN - Quadra 601 - Módulo KCEP: 70.830-021 Brasília/DF

(61) 2109-1419 [email protected]

CONFEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO BRASIL (CNA)

Reprodução permitida desde que citada a fonte