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1 CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC ERICLES SAMUEL DOS SANTOS MENDES PEREIRA THIAGO BALBINO DOS SANTOS ANÁLISE DE ALTERNATIVAS PARA DISPOSIÇÃO FINAL DO ESGOTO DOMÉSTICO ORIUNDO DA RUA QUINZE DE AGOSTO NO MUNICÍPIO DE RIO LARGO- AL MACEIÓ - AL 2019/1

ANÁLISE DE ALTERNATIVAS PARA DISPOSIÇÃO FINAL DO … · Thiago Balbino dos Santos, Graduando do curso de Engenharia Civil. Me. Maryanne Monteiro Pereira de Lira Resumo O esgotamento

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC

ERICLES SAMUEL DOS SANTOS MENDES PEREIRA

THIAGO BALBINO DOS SANTOS

ANÁLISE DE ALTERNATIVAS PARA DISPOSIÇÃO FINAL

DO ESGOTO DOMÉSTICO ORIUNDO DA RUA QUINZE DE

AGOSTO NO MUNICÍPIO DE RIO LARGO- AL

MACEIÓ - AL

2019/1

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ERICLES SAMUEL DOS SANTOS MENDES PEREIRA

THIAGO BALBINO DOS SANTOS

ANÁLISE DE ALTERNATIVAS PARA DISPOSIÇÃO FINAL

DO ESGOTO DOMÉSTICO ORIUNDO DA RUA QUINZE DE

AGOSTO NO MUNICÍPIO DE RIO LARGO- AL

Trabalho de conclusão de curso apresentado

como requisito final, para conclusão do curso

de Engenharia Civil do Centro Universitário

Cesmac, sob a orientação da professora Me.

Marianny Monteiro Pereira de Lira.

MACEIÓ - AL

2019/1

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus que permitiu que tudo isso acontecesse em nossas vidas, e não somente

nestes anos como universitários. Que, com toda Sua sabedoria é o maior mestre que alguém

pode conhecer.

A esta universidade e seu corpo docente, pelo seu ambiente criativo e amigável que proporciona.

A nossa orientadora, Maryanne Monteiro Pereira de Lira, pelo empenho e dedicação na

elaboração deste trabalho.

Aos nossos pais, pelo apoio e amor concedido nesta etapa e a todos que diretamente ou

indiretamente influenciaram em nossas atitudes e decisões.

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ANÁLISE DE ALTERNATIVAS PARA DISPOSIÇÃO FINAL DO ESGOTO

DOMÉSTICO ORIUNDO DO MUNICÍPIO DE RIO LARGO- AL

ANALYSIS OF ALTERNATIVES FOR FINAL DISPOSAL OF DOMESTIC

SEWAGE FROM THE COUNTRY OF RIO LARGO - AL

Ericles Samuel dos Santos Mendes Pereira, Graduando no curso de Engenharia Civil.

Thiago Balbino dos Santos, Graduando do curso de Engenharia Civil.

Me. Maryanne Monteiro Pereira de Lira

Resumo O esgotamento sanitário é um serviço primordial para a saúde pública. Qualquer atividade que envolva saneamento tem como objetivo controlar e prevenir doenças, melhorando a qualidade de vida do meio e a produtividade do indivíduo, facilitando a atividade econômica. De acordo com Ventura (2017), 45% da população brasileira não possui um tratamento de esgoto adequado, causando real risco de poluição e, consequentemente, contaminação dos rios e lagos. Ao falar de saneamento básico, muitas vezes se esquece das diversas formas que se podem tratar os resíduos, tanto na forma coletiva ou até mesmo de forma individual. Como pode ser constatado no banco de dados históricos do Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento (SNIS) – 2018, a situação da falta de saneamento básico em Rio Largo deve ser fruto de avaliação e de intervenção, resultando no estudo desse trabalho.

Palavras-chave: Saneamento-básico; Rio Largo; Estação de Tratamento; Eutrofização

Abstract

Sanitary Exhaustion is a fundamental public health service. Any activities that involve sanitation have as an objective to control and prevent diseases, improving life quality and productivity, and facilitating economical activities. According to Ventura (2017), 45% of the Brazilian population doesn’t have adequate sewage treatment, which causes a real risk of pollution and, therefore, contamination of rivers and lakes. When speaking about basic sanitation, a lot of times, the many ways that debris can be treated are forgotten, not only on the collective form, but also on the individual form. As it could be determined on the historic database of the National Sanitation Information System (SNIS, in Portuguese) – 2018, the lack of basic sanitation situation in Rio Largo must be a topic of evaluation and intervention, which is done in this paper.

Key-words: Basic sanitation; Rio Largo; Treatment station; Eutrophication

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................................7

Considerações Iniciais.............................................................................................................7

OBJETIVOS...............................................................................................................................8

Objetivo Geral.............................................................................................................................8

Objetivos Específicos..................................................................................................................8

REFERENCIAL TEÓRICO.........................................................................................................9

Sistemas de esgotamento sanitário........................................................................................9

Definições e etapas de um sistema de esgotamento sanitário.................................9

Disposição Final do esgoto doméstico....................................................................10

Aspectos Legais.......................................................................................................11

Impactos do lançamento inadequado do esgoto doméstico...............................................12

Impactos Ambientais...................................................................................................................12

Impactos Sociais......................................................................................................13

Impactos Econômicos..............................................................................................13

Análise e seleção do processo de tratamento de esgoto.....................................................13

Principais processos de tratamento.........................................................................14

2.4 Critérios para Análise da escolha.....................................................................................16

METODOLOGIA.........................................................................................................................17

Caracterização da área de estudo...........................................................................................17

Verificação atual da disposição final.......................................................................................17

Quantificação da vazão de esgoto...........................................................................................18

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Propor alternativas viáveis para sua disposição final de esgoto

doméstico...................................................................................................................................18

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................................20

Caracterização da área de estudo.............................................................................................20

Verificação da disposição final de esgoto................................................................................21

Quantificação da vazão de esgoto lançada .............................................................................24

Proposta da alternativa viável para disposição final de esgoto

doméstico.....................................................................................................................................25

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................................26

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Considerações Iniciais

De acordo com a Lei Nº 11.445, 5 de janeiro de 2007, com ênfase no Art. 2º

voltado ao item b, a definição de saneamento básico é o conjunto de serviços,

infraestrutura e instalações operacionais de esgotamento sanitário, constituído pelas

atividades, disponibilização, manutenção, infraestrutura e pelas instalações

necessárias ao abastecimento público (Brasil, 2007).

O esgotamento sanitário é um serviço público primordial para a saúde pública,

prestado diretamente pelo poder público ou por terceiros mediantes processo

licitatório permitido legalmente por lei.

A Organização Mundial de Saúde (OMS, 2011) define que, saneamento

básico é o controle de todos os fatores do meio físico que exercem contribuição no

que se refere a efeitos nocivos do bem-estar físico, mental e até social. Sendo assim,

podemos definir que saneamento básico é o conjunto de ações e medidas que visam

preservar ou modificar beneficamente as condições do meio ambiente com a

finalidade de prevenir doenças e promover a disposição correta dos rejeitos gerados

pela sociedade tais como esgotos, resíduos sólidos e resíduos industriais.

Normalmente, qualquer atividade que envolva saneamento tem como objetivo

controlar e prevenir doenças, melhorando a qualidade de vida do meio, e a

produtividade do indivíduo facilitando a atividade econômica. O saneamento se

reflete de forma totalmente clara no aspecto socioeconômico do bairro, cidade e em

alguns casos estados, como é o fato da região Nordeste onde apenas 45,1% da

população tem rede geral de esgoto ou fossa ligada à rede geral.

De acordo com Ventura (2017) 45% da população brasileira não possuem um

tratamento de esgoto adequado, ocorrendo riscos de poluição e consequentemente

contaminações dos rios e lagos. Aproximadamente cerca de 5,5 mil toneladas de

esgoto não tratado são despejadas de forma incoerente, fazendo-o com que

cheguem aos rios e também corram para reservatórios de água, mananciais e lagos.

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Rio Largo é um Município que fica localizado no Estado de Alagoas. Sua

densidade demográfica é de 223,7 habitantes por km² em seu território. Vizinhos dos

municípios de Satuba, Messias e Pilar, Rio Largo estar situado a 25 km ao

Norte oeste de Maceió. Coordenadas geográficas com latitude 9° 25’ 49’’ sul,

longitude 35° 51’ 29’’oeste.

De acordo com os dados do IBGE, de 2017, estima-se cerca de 76.019

pessoas no município de Rio Largo. Através das coletas de dados, em 2010 foi

conferido que apenas 34,1% da população riolarguense tem acesso a um sistema

de esgotamento sanitário básico. Contudo, de acordo com o previsto na lei deve-se

apresentar um plano de saneamento básico.

Ao falar de saneamento, muitas vezes se esquece das diversas formas que

se podem tratar os resíduos, tanto na forma coletiva ou até mesmo de forma

individual. Alguns estudos vêm trazendo cada vez mais o avanço das novas

tecnologias de dispositivos sustentáveis como a reutilização da água, sistema de

jardim filtrante e valas de infiltração.

Como pode ser constatada no banco de dados históricos do Sistema Nacional

de Informações Sobre Saneamento (SNIS), 2018, a situação da falta de saneamento

básico em Rio Largo deve ser fruto de avaliação e de intervenções. Diante disto, este

trabalho tem como principal objetivo avaliar o impacto da aplicação de sistemas de

tratamento individuais ou coletivos na área de estudo.

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivos Gerais

Analisar alternativas viáveis para uma adequada disposição final do esgoto

doméstico produzido em uma área do município de Rio Largo-AL

1.2.2 Objetivos Específicos

Caracterizar a área de estudo.

Verificar a disposição final atual do efluente doméstico na área de

estudo.

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Quantificar a vazão de esgoto lançada.

Propor alternativas viáveis para sua disposição final de esgoto

doméstico.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Sistema de Esgoto Sanitário

De acordo com a NBR 9648 (ABNT, 1986), esgoto sanitário é o “despejo

liquido constituído de esgoto doméstico e industrial, água de infiltração e a

contribuição pluvial parasitária”. Sendo assim, sistema de esgoto sanitário é um

conjunto de obras e instalações designada a proporcionar transporte e afastamento;

tratamento; e a disposição final das águas, de maneira adequada.

Na implantação de um sistema de esgoto sanitário traz alguns benefícios que

dentre eles estão à conservação dos recursos naturais; eliminação de focos de

poluição e contaminação; redução das doenças causadas pelas águas contaminadas

por dejetos.

Estima-se que 80% da água que abastecem uma residência retornarão dos

imóveis em forma de esgoto. Essa água utilizada para tomar banho, lavar louças e

roupas, dar descargas, dentre outros. Contudo, através desses processos ela perdeu

suas características iniciais, sendo de grande importância que o esgoto passe por

um processo de tratamento.

2.1.1 Definições e etapas de um sistema de esgotamento sanitário

O sistema de esgotamento sanitário pode ser feito através de soluções uni

domiciliares, ou por soluções coletivas como, por exemplo, rede mista ou do tipo

separador absoluto. No último caso, o sistema é formado basicamente por rede

coletora, interceptores e estação de tratamento. Ao se adotar o sistema de separador

absoluto requer a verificação com cautela para que não aja lançamentos de esgoto

industrial ou até mesmo residencial na rede de drenagem.

O planejamento é o primeiro passo para se iniciar a implantação de um

sistema de esgoto sanitário, onde toda a orientação é obtida através da norma

brasileira NBR 9648 (ABNT, 1986).

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A rede coletora, é a primeira parte de um sistema, onde ele consiste em um

conjunto de ligações. Dentro dessa rede coletora encontra-se ligações prediais,

coletor de esgoto, coletor principal, coletor tronco, coletor predial e órgão acessórios.

Logo após a rede vem os interceptores e emissários. Os interceptores têm a

função de transportar o esgoto sanitário coletado, entretanto, não é sua única função.

Também devem ser considerados como canalizadores para receber os efluentes em

determinado ponto, feito nos poços de visita evitando ao longo do seu trecho. O

emissário pode ser definido como tubulações que recebe as contribuições do esgoto

na extremidade do montante.

Os sifões invertido e passagens forçadas, são os trechos de escoamento sob

pressão, que tem como objetivo transportar alguns empecilhos, cavidade do terreno

ou cursos de água rebaixada (sifões) ou em casos sem rebaixamento (passagem

forçada).

FIGURA 1 ILUSTRAÇÃO DE UM SISTEMA DE TRATAMENTO DE ESGOTO DOMÉSTICO (CESAN, 2010).

2.1.2 Disposição Final do esgoto doméstico

O despejo de esgoto de maneira inadequada nos rios, lagoas e mares, afeta

diretamente a qualidade das águas brasileiras e tem se tornado um problema

ambiental, social e de saúde públicas. No Brasil, de todo o esgoto produzido, apenas

38% recebem algum tipo de tratamento (Instituto Trata Brasil, 2013). De acordo com

Édison Carlos, presidente do Instituto Trata Brasil, desde os anos de 1970 a

prioridade do governo foi levar água de qualidade para as pessoas, mas houve um

descaso generalizado com o esgoto. Algumas regiões como o Sudeste se

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desenvolveram mais rapidamente e estão avançando cada vez mais, entretanto, as

regiões como o Norte e Nordeste são as que mais sofrem com este descaso histórico.

O ex-presidente da Companhia de Saneamento de Alagoas (CASAL), Álvaro

José Menezes da Costa, comentou durante uma entrevista à Revista TAE que as

águas superficiais estão sendo agredidas de forma muito acentuada, ao longo dos

anos as cidades vêm crescendo de forma descontrolada, desse modo o sistema de

coleta e tratamento de esgoto e drenagem urbana fornecida pelo governo não

acompanham esse crescimento, fazendo assim com que rios, lagoas e mares sofram

com o despejo inadequados de esgoto.

O estudo “Esgotamento Sanitário Inadequado e Impactos na Saúde da

População”, realizado pelo Trata Brasil, explicou que em 2011, quase 400 mil

pessoas foram internadas por decorrência da diarreia no Brasil, números esses que

só constatam uma parcela do tanto que se gasta com saúde pública no país. O

estudo também mostra que as cidades que investiram em saneamento básico ao

longo dos anos, hoje chegam a gastar 40 vezes menos em saúde pública do que as

cidades que não investiram nada ou perto disto e assim convivem com as doenças

decorrentes das águas superficiais não tratadas.

2.1.3 Aspectos Legais

Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA): Órgão que foi instituído em

1982 vigente a Lei n 6938 81, que constitui a política Nacional do Meio Ambiente. O

CONAMA tem como principal objetivo assessorar, estudar propor ao Governo, quais

direções que devem ser tomadas as políticas governamentais para a prevenção do

meio ambiente.

• Capítulo 2: Da Classificação dos corpos de água. Art. 3° Art.3o As

águas doces, salobras e salinas do Território Nacional são

classificadas, segundo a qualidade requerida para os seus usos

preponderantes, em treze classes de qualidade.

• Capítulo 3: Das Condições de qualidade.

O Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) é uma ferramenta de

planejamento e gestão de qualidade mútua que determina as diretrizes para o

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fornecimento de serviços públicos de saneamento, devendo atender aos princípios

estabelecidos nas Diretrizes Nacionais para Saneamento Básico. O PMSB constrói

um caminho trazendo melhoria das condições da saúde, qualidade de vida e no

desenvolvimento local. O plano deve conter os quatro componentes do Saneamento

Básico:

• Abastecimento de água.

• Esgotamento Sanitário.

• Drenagem e Manejo das Águas Pluviais.

• Limpeza Urbana e Gestão de Resíduos Sólidos.

2.2 Aspecto do lançamento inadequado do esgoto doméstico

Impacto sobre o lançamento inadequado de esgoto e efluente pode ser

definido como qualquer tipo de alteração do meio ambiental tratando de propriedades

biológicas, químicas e físicas, que sejam sob os resultados de ações humanas e

afetem diretamente e indiretamente a saúde dos indivíduos que estão no meio, além

do bem-estar e segurança de toda população. (CONAMA, 1986). Sendo assim,

qualquer avaliação que seja constatado a modificação do processo natural ou social

provocada por ação humana é um Impacto Ambiental, (CONAMA, 1986)

2.2.1 Im pactos Ambientais

O despejo de resíduos e esgoto sem tratamento nos rios, lagos e mares afeta de

forma alarmante a qualidade das águas brasileiras e vem se tornando um problema

social, ambiental e sobretudo um agravante nos problemas voltados à saúde pública.

Como cerca de 100 milhões de brasileiros não possuem acesso aos serviços de

saneamento básico (Instituto Trata Brasil, 2013) o impacto causado por esse grande

volume da população é inimaginável.

O lançamento de líquidos e dejetos que não foram tratados sob o meio

ambiente, rios, córregos e etc. decorrentes dos esgotos industriais e domésticos,

causa um dano sério relacionado ao equilíbrio no ecossistema aquático da região em

destaque. Uma vez que, o esgoto doméstico, por exemplo, em seu processo de

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decomposição consome uma taxa de oxigênio altíssima para a sua estabilização, e

desse modo acaba por eliminar os peixes por sufocamento, já que remove o oxigênio

dissolvido da água.

Ainda sobre a decomposição desse material descartado de maneira indevida, há a

liberação de nutrientes que causam a proliferação excessiva de algas, como o

Fósforo e Nitrogênio, que desequilibra o ecossistema local.

A ocupação desenfreada pela população em busca de moradia em determinadas

áreas sem o devido planejamento social também interfere no quesito impacto

ambiental, pois é a partir desse ponto que o esgoto doméstico começa a ser lançado

sem a mínima atenção ao bem-estar da natureza. Esgoto ao céu aberto, lixos e

entulhos em rios aliados a falta de saneamento básico, causam uma degradação

ambiental inimaginável.

2.2.2 Impactos Sociais

O Crescimento desordenado da população urbana, ocupando áreas sem a

necessária infraestrutura de saneamento básico agrava a cada dia mais o problema,

tornando o curso do rio poluído e sendo foco de transmissão de doenças que causam

um imenso impacto negativo na saúde ambiental e social desse meio. O saneamento

ambiental inadequado reflete um Brasil atual que exclui totalmente no quesito social

as pessoas que não possuem meios básicos de sobrevivência, combinando assim

com novos problemas de saúde.

Se tratando dos rios brasileiros, 11% de todos os rios mapeados foram

considerados com água de boa/ótima qualidade, 49% dos rios são considerados em

estado regular. Porem, 35% desses rios estão em um estado ruim/péssimo e 5% já

estão em estado crítico (ONG SOS Mata Atlântica, 2013).

Esses números relatam de maneira muito sucinta a realidade das doenças causadas

em torno de rios com seu estado de qualidade de água irregular. Doenças como:

Cólera, Disenteria, Amebíase, Meningite, Hepatite A e B, são comuns nessas

determinadas áreas. A demonstração de que o tratamento de rios e etc. em prol do

meio ambiente e social, que visem a preservação conjunta do governo, indústria e

sociedade é evidente.

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Para algumas doenças, como a diarreia, é estimado que a falta de saneamento

básico do esgoto seja responsável por 94% dos casos da doença, através do

abrangente acesso a água de baixa qualidade (PRÜSS-ÜSTÜN e CORVALÁN,

2006).

2.2.3 Impactos Econômicos

A falta de saneamento básico nas cidades afeta diretamente a economia local, além

de afetar indiretamente a economia nacional, pois ela reduz a produtividade do

trabalhador por questões de saúde física e mental. Outro problema é o impacto no

aprendizado de crianças e jovens e afastar o interesse turístico de determinadas

áreas da cidade que sofrem com um descaso no que se diz respeito a despejo de

esgoto inadequado.

2.3 Análise e seleção do processo de tratamento de esgoto

Uma vez que a poluição das águas é uma forma de poluição do meio ambiente mais

preocupante, já que é uma enorme dependência em relação à água para

sobrevivência da espécie humana e desenvolvimento da sociedade como um todo,

é imprescindível a tomada de ações para conter e diminuir a poluição dos rios, lagoas

e mares. Visto isso, dentre as mais variadas soluções do agravante do problema,

bem como do problema em si, temos o tratamento do efluente, que é o conjunto de

resíduos líquidos lançados para o meio ambiente, como o esgoto doméstico e o da

agricultura, que são os dois tipos de efluentes mais nocivos ao meio ambiente, por

conter metais pesados, óleos e outros tipos de substâncias.

2.3.1 Principais processos de tratamento

O tratamento ideal para cada tipo de efluente é selecionado de acordo com a

presença de substâncias nocivas. Existem vários tipos de tecnologias alternativas

para o tratamento de esgoto a ser lançado nos rios, mas os principais são: Lagoas

Anaeróbias, Jardim Filtrante, Lagoa Facultativa, Lagoa Aerada Facultativa,

Lagoa de Maturação, Fossa Séptica e Rede de Tratamento de Esgoto.

As lagoas anaeróbias são lagoas que possuem uma profundidade alta, devem ter

entre 3 a 5 metros de profundidade e a taxa de aplicação orgânica deve ser

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volumétrica, uma vez que esse tipo de lagoa funciona como um sistema digestor. O

tempo de detenção fica por volta de 2 a 5 dias, com redução de DBO entre 50 a 60%

(JORDÃO; PESSÔA, 2005). Essa profundidade alta faz com que o consumo de

oxigênio seja maior que a produção por meio da fotossíntese, tornando assim o

ambiente anaeróbio. A estabilização da matéria orgânica se dá por meio das

bactérias anaeróbias. Quando mal projetada e operada, a lagoa poderá causar mal

odores, uma vez que há geração de gases como o sulfídrico. Porém, se bem

projetada e operada, a espuma formada no processo impedirá a saída dos gases e

também impedirá o desenvolvimento de algas.

O jardim filtrante é uma alternativa para dar o devido destino ao esgoto que

seria lançado diretamente no rio ou a céu aberto, esgoto esse que é proveniente de

pias, tanques, chuveiros, ricos em sabões, detergentes, restos de alimentos e

gorduras, o que é chamado de “água cinza”. É um pequeno lago constituído de

pedras, areia e plantas aquáticas onde o esgoto é tratado. A manutenção do jardim

é de modo fácil e muito simples, contribui com a sustentabilidade ambiental e como

consequência traz uma harmonia paisagística e uma estética ambiental. É uma

tecnologia complementar da Fossa Séptica.

FIGURA 2 JARDIM FILTRANTE.

Na lagoa facultativa, o efluente estará entrando por uma extremidade,

permanecendo por um determinado tempo de detenção na lagoa e saindo pela outra

extremidade. No período que o esgoto passa na lagoa, a matéria que estiver em

suspensão tende a sedimentar, constituindo o lodo de fundo que assim será

estabilizado pelas bactérias anaeróbias, já na parte superior a matéria orgânica será

decomposta por processo aeróbios. Em relação a lagoa anaeróbia, esse tipo de

lagoa é bem mais raso, estando com profundidade entre 1,2 e 2 metros, porem o

tempo de detenção é superior, ficando por volta de 20 dias. Sua redução de DBO

fica entre 80 e 90% (JORDÃO; PESSÔA, 2005, VON SPERLING, 2005).

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O princípio da lagoa aerada facultativa é o mesmo da lagoa facultativa, porem o

oxigênio é obtido através de aeradores, sendo o fornecimento de oxigênio 24 horas

por dia, e assim difere da lagoa facultativa pois nela o fornecimento de oxigênio

depende da energia solar. A profundidade pode ser reduzida em até 5 vezes,

comparada com a lagoa facultativa, o tempo de detenção também é menor. A grande

desvantagem é o consumo de energia (JORDÃO; PESSÔA, 2005).

As lagoas de maturação são utilizadas ao final de um sistema de lagoas de

estabilização, ou qualquer outro sistema alternativo de tratamento do esgoto lançado

inadequadamente em lugares públicos, e possibilitam o polimento desse esgoto. O

objetivo das lagoas de maturação é remover organismos patogênicos, sendo eles os

coliformes fecais. Sua profundidade é menor que 1 metro e são projetadas em

sequência de três ou quatro lagoas em série. A eficiência na remoção é de

praticamente 100% (JORDÃO; PESSÔA, 2005)

A fossa séptica é utilizada para reter a parte sólida do esgoto e iniciar o processo de

purificação da parte líquida, onde é concluída através da filtração no solo. Se trata

de um tanque situado abaixo do solo (BRASIL, 2001).

A Estação de Tratamento de Esgoto é uma medida de saneamento básico que visa

acelerar o processo de purificação da água antes de devolve-la ao meio ambiente

ou reutiliza-la. Existem várias etapas para que o efluente fique livre de contaminantes

e possa voltar à natureza, dentre eles se encontra o Gradeamento, Desarenação,

Decantador, Peneira, Adensamento e Condicionador. Após os devidos processos, o

efluente se encontra reutilizável.

2.4 Critérios para Análise da escolha

Ao logo do tempo foram desenvolvidas várias formas de se tratar as águas

residuais, indo do princípio da autodepuração, aplicando a ação de microrganismo

para retirar a matéria orgânica encontrada no esgoto. Esses tratamentos são

chamados de tratamento biológicos.

Para análise de qual tipo de saneamento se adéqua ao local efetuado o

estudo, se dará através da área disponível no local, pelo fator econômico que será

discutido se um sistema de rede coletora será mais viável nessa situação, assim,

caracterizado toda a área para poder encontrar a maneira ideal nessa situação

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3 METODOLOGIA

3.1 Caracterização da área de estudo

Na caracterização da área de estudo, foi feito o levantamento bibliográfico

referente ao assunto abordado em artigos, revistas, teses, além do levantamento de

dados através de órgãos responsáveis que atuam na área.

Simultaneamente, realizou-se o levantamento de documentos, relatório

técnicos, e foi marcado as visitas em campo, entrevistas abertas, coletas de dados

sobre a água nas estações de tratamento residencial, Instituto do Meio Ambiente de

Alagoas (IMA), e dado sobre a água, Companhia de Saneamento de Alagoas

(Casal).

As visitas em campo foram realizadas no dia 18 de novembro com o intuito de

identificar os pontos de despejos ilegais, fazendo registros fotográficos e entendendo

até que ponto os moradores dessa região entendem o quão importante é se ter um

sistema de saneamento básico e até que os mesmos entendem sobre os ricos

causado por essa falta.

Destaca-se que a coleta de dados através das fontes bibliográficas e

documentos foi um mecanismo utilizado de forma abundante nas etapas da

elaboração da tese, não apenas no planejamento da pesquisa, mas também

fundamentado as análises e discussões. O Google Earth foi uma ferramenta para se

fazer o levantamento geográfico, buscando aproximar uma estimativa de números

de casas do local a ser efetuado o estudo, para assim quantificar a vazão de esgoto.

3.2 Verificação atual da disposição final

Para se ter o conhecimento de como estar sendo a disposição final do esgoto

doméstico, foram feitas visitas em campos durante os meses de novembro até

fevereiro para se ter registros fotográficos, com o intuito de localizar os pontos nos

quais os despejos estão sendo feito de maneira incoerente. Entrevistas de forma

objetiva foram feitas com os moradores para buscar entender até que ponto os

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mesmos estavam cientes sobre o saneamento básico, e se conheciam algum outro

tipo de tratamento. Sendo assim, buscando o maior número de informações do local.

3.3 Quantificação da vazão de esgoto

A quantificação da vazão se dará através da estimativa de quantidades de

casas e pessoas na região na qual será feito o estudo, através da equação do cálculo

da vazão de esgoto, onde:

Equação 1 – Quantificação da Vazão

P é o número de população que será dimensionada com a área de estudo delimitada,

K1 e K2 são os coeficientes de contribuição máxima da vazão, C coeficiente de

retorno e q o consumo de água efetivo per capta.

3.4 Propor alternativas viáveis para sua disposição final

Os critérios analisados para a escolha da disposição final foram levados em

considerações os seguintes parâmetros:

- Cumprir integralmente a norma do CONAMA 430/2011;

- Economia de Espaço;

- Baixo custo;

- Ausência de Odor;

- Eficiência do resultado final;

- Facilidade em manutenção;

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- Facilidade na Instalação.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Caracterização da área de estudo

Rio Largo foi criado pelo decreto de 10 de dezembro de 1830, foi desenvolvida

pelo polo industrial a partir de 1915. Devido ao crescimento da cidade e da população

as pessoas começaram a ocupar as margens dos rios, causando assim um

desordenamento territorial.

O trecho delimitado se encontra na Rua Quinze de Agosto onde tem uma

extensão de 493 metros onde fica localizado nas coordenadas X inicial com latitude

9°29’6.86”S e longitude 35°51’27.21”O e no ponto Y final com latitude 9°29’14.89”S

e longitude 35°51’15.79”O. A extensão tem a cota mais alta de 45 m e a mais baixa

de 42 m com inclinação média de 0,8%, conforme figura 3 mostrada abaixo.

FIGURA 3- COTA DO TRECHO DE ANÁLISE (GOOGLE EARTH, 2018)

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Ao caracterizar a área de estudo delimitada, foi feito o levantamento de 63

residências, estimando 5 pessoas por casa totalizando cerca de 310 pessoas. Sendo

feito os levantamentos dos dados foi notado que em todas as residências possuíam

instalação de predial, entretanto foi constatado que em nenhuma delas possuíam

fossa ou outro tipo de disposição final além do Rio Mundaú sem qualquer tipo de

tratamento. Certificando-se que as mesmas residências possuíam rede de

abastecimento feita pela Companhia de Saneamento de Alagoas (CASAL), sem

nenhum poço para atender as mesmas.

FIGURA 4 ÁREA DE ESTUDO (RIO LARGO – AL). FONTE: GOOGLE EARTH, 2018.

4.2 Verificação da disposição final de esgoto

Na presente análise, foi verificado o lançamento inadequado de esgoto e

resíduos sólidos das residências localizadas em Rio Largo, região no qual se dirige

o estudo.

A falta de tratamento do esgoto no município ocasiona ameaça à saúde

pública que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2011) causa o

aumento em doenças como leptospirose, disenteria bacteriana, esquistossomose,

febre tifoide, cólera, parasitoides, além da proliferação de epidemias tal como a

dengue.

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A falta de saneamento básico e o descarte inadequado de lixos são fatores

que cooperam para a poluição dos recursos hídricos e da poluição urbana, uma vez

que o seu despejo é efetuado diretamente no rio sem nenhum tipo de tratamento.

FIGURA 5 LANÇAMENTO ATUAL DO ESGOTO NO RIO MUNDAÚ. FONTE: AUTOR, 2019.

FIGURA 6 LANÇAMENTO ATUAL DO ESGOTO NO RIO. FONTE: AUTOR, 2019.

Conforme observado na figura 7 e 8 o rio apresenta uma grande quantidade

de plantas aquáticas dando a entender que possui um grau de eutrofização, que se

compõe no aumento significativo de nutrientes na água, podendo ser ocasionado por

drenagem de fertilizantes agrícolas, águas pluviais de cidades, detergentes,

drenagem de dejetos humanos dentre outros.

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O aumento de matéria vegetal, que ao se decompor, ocasiona danos tais

como a diminuição do oxigênio dissolvido no rio, de elevada importância nas vidas

aquáticas, perda da transparência da água que em alguns casos podendo a ver

mudança na sua pigmentação natural onde ela fica com uma coloração esverdeada

ou azulada. A eutrofização é um dos maiores problemas que atualmente ocorrem

nos rios, tendo em vista como uma das matrizes mais visíveis da alteração do homem

á biosfera.

Uma das principais plantas aquáticas identificadas no Rio Mundaú, região

centralizada do estudo, foi a Baronesa (Eichornia crassipes) que são plantas que se

proliferam ao menor sinal de poluição proveniente do despejo de esgoto nos rios.

Apesar de aparecerem com a poluição, servindo como filtro que se alimenta

dos dejetos, a Baronesa se reproduz de maneira rápida e é um dos fatores mais

agravantes que com a falta de cuidado a mesma pode se intensificar nos rios de

maneira na qual pode colocar em risco as vidas aquáticas.

FIGURA 7 GRANDE QUANTIDADE DE PLANTAS AQUÁTICAS. FONTE: AUTOR, 2019

FIGURA 8 GRANDE QUANTIDADE DE PLANTAS AQUÁTICAS. FONTE: AUTOR, 2019.

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Conforme apresentado abaixo o trecho no qual fora delimitado apresentouse

a falta de Áreas de Preservação Permanentes Urbana – APP, na qual foram

constituídos pelo código florestal (Lei de Nº 12.651, de 25 de maio de 2012) que

equivale a territórios legalmente protegidos, podendo ser privados ou públicos. Entre

os serviços prestados pela APP em meio urbano, a falta do mesmo em corpos

d’águas consiste em enchentes, poluição das águas e assoreamentos dos rios.

Percebe-se que ao longo do trecho no qual se dirige o estudo notou-se que o

mesmo não possui nenhum tipo de saneamento básico e que todo a disposição de

esgoto doméstico e oriundo estão sendo lançado sem nenhum tipo de tratamento

nos rios. Como a figura apresentada abaixo observa-se que a área de estudo não

possui espaço para a utilização de fossas, jardim filtrante, lagoas anaeróbicas,

lagoas facultativas, lagoas aeradas facultativa e lagoas de maturação.

4.3 Quantificação da vazão de esgoto Lançada

Para quantificar a vazão foi utilizado a equação de cálculo de vazão, utilizando

os seguintes dados: 0,8 para o coeficiente de retorno, que se dá pela relação média

entre o volume de esgoto produzido e de água efetivamente consumida, quando não

se tem dados locais comprovados, segundo a NBR 9.649 2015, 220 L/hab*dia

F IGURA 9 F ONTE : G OOGLE E ARTH , 2012 .

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estimado para uma cidade média para climas mais quentes e secos que influenciam

em um maior consumo, 1,2 e 1,5 para k1 e k2 respectivamente e foi adotado 310

pessoas.

P= 310 pessoas k1= 1,2 C= 0,80 q=

200 l/hab*dia k2= 1,5 L= 493 m

A vazão calculada foi igual a 1,03 L/s.

4.4 Proposta da alternativa viável para disposição final de esgoto doméstico

Tabela 1: Características para a escolha do tipo de dispositivo

Jardim Filtrante Rede Coletora

(ETE)

Fossa Lagoas

Anaeróbias

Lagoa

Facultativa

Escolha do

local

O X O O

O

Material O X X O O

Aceitação da

População

O X X O O

X= De Fácil Acesso

O= De Difícil Acesso

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao verificar as características topográficas do local de estudo, foi notado que

o trecho nomeado como X inicial e Y final possui uma declividade de 0,8%, sendo

assim de grande vantagem quando se tratado de rede coletora de esgoto. Além da

declividade um dos fatores importante é um espaço para a implementação do Jardim

𝑄 = 𝑃 ∗ 𝑞 ∗ 𝑐 ∗ 𝐾 1 ∗ 𝐾 2

86400 𝑄 =

310 ∗ 200 ∗ 0 , 80 ∗ 1 , 2 ∗ 1 , 5

86400

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Filtrante, Lagoas Anaeróbias, Lago Facultativa, Lagoa Aerada Facultativa, Lagoa de

Maturação, Fossa ou outro tipo de disposição no qual no local delimitado em Rio

Largo foi observado não possuir.

Uma das vantagens da utilização do Jardim Filtrante, Lagoas Anaeróbias,

Lago Facultativa, Lagoa Aerada Facultativa, Lagoa de Maturação ou até mesmo a

fossa séptica seria que cada residência poderia ter seu próprio destino na coleta do

esgoto doméstico, entretanto o local não tem espaço suficiente.

Após a aplicação do estudo em campo, verificou-se que a população não

recebeu de forma amistosa a tentativa da entrevista, de forma que não cooperaram

com o fornecimento das informações necessárias para preenchimento do formulário.

O apoio da comunidade local seria de extrema necessidade para buscar uma

alternativa mais adequada para a disposição final do esgoto doméstico.

Posteriormente aos levantamentos dos dados necessários para escolha da

alternativa final do esgoto doméstico, chegou-se à conclusão de que a melhor

maneira de se tratar o esgoto, tanto de forma individual ou coletiva, seria pela

Estação de Tratamento de Esgoto Compacta (ETE), pois para qualquer outro tipo de

alternativa seria necessário um determinado espaço para acomodação dos

dispositivos no qual a área delimitada de estudo não possui.

Tabela 2: Características que a estação de tratamento deve atender.

Características Técnicas para a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE)

1° Cumprir inteiramente a norma CONAMA 430

2° Remover as cargas orgânicas até 95%

3° Sistema Compacto

4° Baixo consumo de energia

5° Baixo custo em consumo de produtos químicos

6° Processo atomizado

7° Fácil operação

8° Ausência de Odor

9° Economia de espaço

10° Baixa produção de lodo

11° Equipamento em PRFV

12° Plataforma de apoio

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