Anelizabete Teixeira

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UNIVERSIDADE DE BRASLIA - UNBFAU - FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO PPG/FAU - PROGRAMA DE PS-GRADUAO MESTRADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

PAINIS DE BAMBU PARA HABITAES ECONMICAS:Avaliao do Desempenho de Painis Revestidos com Argamassa

ANELIZABETE ALVES TEIXEIRA

ORIENTADOR:

PROF. DR. JAIME GONALVES DE ALMEIDA

DISSERTAO DE MESTRADO EM ARQUITETURA E URBANISMO, REA DE TECNOLOGIA

BRASLIA / DF: MARO DE 2006.

UNIVERSIDADE DE BRASLIA - UNBFAU - FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO PPG/FAU - PROGRAMA DE PS-GRADUAO MESTRADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

PAINIS DE BAMBU PARA HABITAES ECONMICAS:Avaliao do Desempenho de Painis Revestidos com Argamassa

ANELIZABETE ALVES TEIXEIRA

ORIENTADOR:

PROF. DR. JAIME GONALVES DE ALMEIDA

DISSERTAO DE MESTRADO EM ARQUITETURA E URBANISMO, REA DE TECNOLOGIA

BRASLIA / DF: MARO DE 2006.

PAINIS DE BAMBU PARA HABITAES ECONMICAS: Avaliao do Desempenho de Painis Revestidos com Argamassa

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UNIVERSIDADE DE BRASLIA - UNBFAU - FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO PPG/FAU - PROGRAMA DE PS-GRADUAO MESTRADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

PAINIS DE BAMBU PARA HABITAES ECONMICAS:Avaliao do Desempenho de Painis Revestidos com Argamassa

ANELIZABETE ALVES TEIXEIRA

Dissertao de Mestrado submetida ao Programa de Ps Graduao / Curso de Mestrado da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Braslia, como parte integrante dos requisitos necessrios para a obteno de Grau de Mestre em Arquitetura e Urbanismo, rea de concentrao em Tecnologia. Aprovado por:

_____________________________________________ Prof. Dr. Jaime Gonalves de Almeida Presidente da Banca (FAU / UnB) _____________________________________________ Prof. Dr. Francisco Carvalho de Arruda Coelho Membro Externo (EEC / UVA CE) _____________________________________________ Prof. Notrio Saber Jos Dafico Alves Membro Externo (EEC UEG/UCG)

Braslia DF, ____ de _____________de 2006.PAINIS DE BAMBU PARA HABITAES ECONMICAS: Avaliao do Desempenho de Painis Revestidos com Argamassa

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FICHA CATALOGRFICA

TEIXEIRA , ANELIZABETE A. Painis de Bambu para Habitaes Econmicas: Avaliao do Desempenho de Painis Revestidos com Argamassa, 179p. (PPG/FAU/UnB, Mestre, Tecnologia da Arquitetura e Urbanismo, 2006). Dissertao de Mestrado Universidade de Braslia. Curso de Mestrado da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. 1. Painis pr-fabricados; 3. Construo; 5. Argamassa; I. PPG/FAU/UnB 2. Arquitetura; 4. Projeto; 6. Sustentabilidade II. Ttulo(srie)

REFERNCIA BIBLIOGRFICATEIXEIRA, A. A. (2006). Painis de Bambu para Habitaes Econmicas: Avaliao do Desempenho de Painis Revestidos com Argamassa. Dissertao de Mestrado em Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Braslia, DF, 179p.

CESSO DE DIREITOSAUTORA: Anelizabete Alves Teixeira TTULO: Painis de Bambu para Habitaes Econmicas: Avaliao do Desempenho de Painis Revestidos com Argamassa. GRAU: Mestre ANO: 2006

concedida Universidade de Braslia permisso para reproduzir cpias desta Dissertao de Mestrado e emprestar ou vender tais cpias somente para propsitos acadmicos e cientficos. O autor reserva outros direitos de publicao e nenhuma parte desta Dissertao de Mestrado pode ser reproduzida sem a autorizao por escrito do autor.

_____________________________________ Anelizabete Alves TeixeiraRua 07, n 182, apto. 1902 Setor Oeste 74.110-090 - Goinia GO Brasile-mail: [email protected] / [email protected]

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A tradio um desafio para a inovao.lvaro Siza

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DEDICATRIA Ao meu pai, Ado Alves Teixeira e a minha me, Maria Elisa T. Teixeira. Ao meu esposo, Enio Pazini Figueiredo, ao meu filho, Pedro Teixeira Pazini e aos meus irmos, Marlia, Delenda e Paulo Iuri. Minha famlia meu alicerce, meu porto seguro. Sem vocs a vida no faz sentido.

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AGRADECIMENTOSAgradecer antes de mais nada reconhecer que nada fazemos sozinhos. reconhecer aqueles que nos apoiaram e depuseram confiana em nossa capacidade. Agradeo a meus pais, Ado e Maria Elisa, que sempre se esforaram para que tivssemos sade, conforto, educao e carinho, cumprindo mais do que brilhantemente com a misso de serem pais e amigos. Agradeo aos meus irmos, Paulo Iuri e Delenda, e em especial minha irm Marlia, companheira de estudos, desde o incio das nossas descobertas na arquitetura. A todos vocs, o meu muito obrigada. Agradeo imensamente a meu esposo Enio Pazini, grande companheiro e incentivador. Excelente docente e pesquisador iniciou-me na pesquisa como meu orientador no Curso de Especializao (UFG), quando ramos apenas namorados. Atravs de sua paixo pelo que faz, fez-me reconhecer e admirar a grandeza desta profisso. Agradeo-lhe tambm por ser um pai to dedicado, tendo sido pai e me do Pedrinho em momentos conturbados desta minha caminhada. Ao meu orientador e amigo Prof. Jaime, pelo incentivo, interesse, dedicao e disponibilidade. Pelas orientaes seguras e competentes que me fizeram crescer como profissional e, por mais incrvel que parea, conseguiu fazer com que eu gostasse ainda mais do nosso Bambu. Amizade no fruto apenas de simpatia recproca entre as pessoas. muito mais. uma palavra sincera na hora da dvida. um olhar de aprovao ao se encarar um desafio. o empurro para a frente, quando se julga j haver chegado ao fim da jornada. Agradeo ao amigo Roberto Magno, pela amizade, pelo carinho e pela fora ao longo de todos estes anos. Obrigada por ser o amigo que voc . Ao Professor Dafico, que com sua sabedoria e pacincia, muito contribuiu para a realizao deste trabalho, inclusive participando da Banca do Exame de Qualificao.PAINIS DE BAMBU PARA HABITAES ECONMICAS: Avaliao do Desempenho de Painis Revestidos com Argamassa

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Ana Maria Frana, grande amiga ao longo da vida e da arquitetura, que me apresentou o Bambu e me colocou neste caminho. A voc o meu muito obrigada. Agradeo ao amigo e ex-aluno Janderson Carlos de Oliveira, que muito contribuiu para o desenvolvimento deste trabalho, demostrando competncia e me ajudando nos momentos mais difceis. Aos meus colegas de mestrado, Renato Rocha, Maria Lusa, Luciano Caixeta, Valria Morais, Raquel Ervilha, Marcos Rafael, Leyla Alarcn, Sheila, Tatiana e tantos outros, que me acompanhavam nas viagens entre Braslia e Goinia e me incentivavam nos momentos de desnimo. Agradeo ao Prof. Jlio Esutquio (Ibama), por ter participado da Banca do Exame de Qualificao e pela boa vontade em contribuir com a realizao deste trabalho. Agradeo imensamente a minha Tia Teresa, pela acollhida carinhosa em sua casa na cidade de Braslia. Agradeo s pessoas que me ajudaram na coleta de dados, no deixando de citar os amigos Luis Fernando Botero, Iara Tolentino, Prof. Normando Perazzo entre outros. Agradeo Universidade Federal de Gois, pelo apoio e colaborao nos ensaios realizados, sem deixar de mencionar os amigos Deusair e Agnaldo. Agradeo Enbambu pelo apoio dado na fase executiva dos painis, cedendo seu espao fsico, ferramentas e a imprescindvel mo-deobra do carpinteiro Edinei Teixeira ( o Baiano). Agradeo ao Coordenador do Curso de Mestrado da FAU / UnB, Prof. Dr. Otto Ribas, pelo excelente trabalho realizado e pelo apoio dado a todos os alunos do Mestrado, sem distino ou preferncia. A todos os Professores do Curso de Mestrado da FAU/UnB, pela dedicao e ensinamentos.

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O presente trabalho foi realizado com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico CNPq - Brasil, instituio que colaborou financeiramente com os meus estudos, tornando possvel a concretizao deste sonho. Agradeo a todos que colaboraram, direta ou indiretamente com a produo deste trabalho, possibilitando a sua realizao. Agradeo finalmente a Deus, o grande arquiteto do universo, que nos d a vida, a sade e a coragem para seguir em frente. Em nome do Pai, do Filho e do Esprito Santo, Amm.

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PAINIS DE BAMBU PARA HABITAES ECONMICAS:Avaliao do Desempenho de Painis Revestidos com Argamassa

Curso de Mestrado em Arquitetura e Urbanismo, rea de Tecnologia Autora: Anelizabete Alves Teixeira Orientador: Prof. Dr. Jaime Gonalves de Almeida Braslia, fevereiro de 2006.

RESUMO O presente trabalho tem como objetivo propor, desenvolver e avaliar um painel de vedao para habitaes econmicas, feito de bambu. O trabalho visa contribuir, tecnicamente, com a consolidao do uso do bambu como alternativa vivel na arquitetura, alm de contribuir para a minimizao, ainda que parcial, do problema habitacional existente no Brasil. O trabalho foi dividido em trs etapas bsicas. Na primeira, foi desenvolvida uma reviso da literatura sobre o tema, abordando aspectos gerais sobre os painis pr-fabricados, sobre os bambus e os principais tipos de painis de bambu produzidos no mundo. Na segunda etapa, apresentam-se os procedimentos experimentais, que incluem proposta arquitetnica de uma habitao econmica, bem como de painel de bambu, alm das atividades de preparao do material e execuo dos corpos-de-prova. Na terceira, so apresentados os resultados e anlise do painel revestido com argamassa. Finalmente, so feitas as consideraes finais sobre os resultados obtidos. A proposta arquitetnica do painel de bambu e a aderncia da argamassa de reboco nos painis so os principais pontos de investigao e anlise da dissertao. argamassados econmicas. mostra-se Diante dos resultados obtidos e parmetros adequado para o emprego em habitaes analisados, na presente dissertao, conclui-se que o desempenho dos painis

PALAVRAS CHAVES: 1. Painis pr-fabricados; 2. Arquitetura; 3. Construo; 4. Projeto; 5. Argamassa; 6. Sustentabilidade.PAINIS DE BAMBU PARA HABITAES ECONMICAS: Avaliao do Desempenho de Painis Revestidos com Argamassa

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ABSTRACT

The present study development and available a wall for economic habitations in bamboo. Visa contributes technically with the consolidation of the use of bamboo like a practicable alternative in architecture and contribute for the minimization of the habitation trouble that there is in Brazil. The study was divided in tree basic parts. In the first part was made a literature revision about the theme, studding generals aspects of the prefabricated walls, bamboo and the main tips of bamboo walls made in the world. In the second part of study, is showed the experimental procedures that include architectonic propose for an economic habitation and the bamboo wall with it preparation activities and test walls confection. In the third part were showed the results and analyses from the wall with mortar. Finally were made the final considerations about the results obtained. The walls architectonic propose and the mortar adherences in the walls were the main points of the investigation and analyses from dissertation. In front of the results and parameters analyzed, in the study, conclude that the redemption of the mortared walls showed adequate for the utilization in economical habitation.

KEY-WORDS: 1. Prefabricated Walls; 2. Architecture; 3. Building; 4. Design; 5. Mortar; 6. Sustainable.

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SUMRIO

LISTA DE FIGURAS ........................................................................................... LISTA DE TABELAS .......................................................................................... LISTA DE SIGLAS .............................................................................................. INTRODUO ....................................................................................................

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11.1 -

REVISO DA LITERATURA .............................................................................. PAINIS PR-FABRICADOS PARA VEDAO ...............................................

10 10 10 13 14 22 22 26 31 32 34 40 43 48 52 55 57 69 75 80 80

1.1.1 - O processo de industrializao e surgimento dos painis pr-fabricados . 1.1.2 - A vedao vertical ............................................................................................. 1.1.3 - Conceituaes: paredes, divisrias e painis ............................................... 1.2 BAMBU: A ESPCIE VEGETAL .........................................................................

1.2.1- Aspectos Ambientais ........................................................................................ 1.2.2- Aspectos botnicos .......................................................................................... 1.2.3- Distribuio geogrfica do bambu .................................................................. 1.2.4- Referenciais histricos ..................................................................................... 1.2.5- Os Diversos usos do bambu ............................................................................ 1.2.6- O Cultivo do Bambu .......................................................................................... 1.2.7- Imunizao do bambu ...................................................................................... 1.3 O USO DO BAMBU COMO MATERIAL DE CONSTRUO ............................

1.3.1 - Propriedades fsicas, qumicas e mecnicas do bambu .............................. 1.3.2 - Propriedades construtivas do bambu ............................................................ 1.3.3 - Componentes construtivos de bambu ........................................................... 1.3.4 - Experincias em programas de habitaes econmicas ............................. 1.3.5 - A cultura construtiva nacional ......................................................................... 1.4 ESTADO DA ARTE DOS PAINIS DE BAMBU .................................................

1.4.1 - Painis de bambu pr-fabricados ....................................................................PAINIS DE BAMBU PARA HABITAES ECONMICAS: Avaliao do Desempenho de Painis Revestidos com Argamassa

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1.4.2 - Painis de bambu artesanais ........................................................................... 22.1 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS .............................................................. PROJETOS ARQUITETNICOS .......................................................................

88 101 101 101 107 117

2.1.1 - Projeto arquitetnico da habitao econmica ............................................. 2.1.2 - Projeto arquitetnico dos painis de bambu da habitao ......................... 2.1.3 - Projeto arquitetnico dos corpos de prova .................................................... 2.2 DESCRIO E PREPARAO DOS BAMBUS UTILIZADOS .........................

119119 122 123 124 125 126 126 131 132 138 142 145 147 149 149 150 152 154 155 156 156

2.2.1 - Descrio das espcies .................................................................................... 2.2.2 - Seleo dos bambus ........................................................................................ 2.2.3 - Corte dos bambus na touceira ........................................................................ 2.2.4 - Transporte e armazenamento .......................................................................... 2.2.5 - Secagem dos bambus ...................................................................................... 2.3 EXECUO DOS CORPOS-DE-PROVA ...........................................................

2.3.1 - Componentes construtivos .............................................................................. 2.3.2 - Ferramentas e equipamentos .......................................................................... 2.3.3 - Execuo da estrutura de bambu dos corpos- de- prova ............................. 2.3.4 - Mineralizao ..................................................................................................... 2.3.5 - Chapisco ............................................................................................................ 2.3.6 - Aplicao da argamassa de revestimento ...................................................... 2.4 33.1 3.2 3.3 3.4 3.5 3.6 3.7 AVALIAES E ENSAIOS REALIZADOS ......................................................... RESULTADOS E ANLISES DO PAINEL REVESTIDO COM ARGAMASSA QUANTO COR DO PAINEL E TEXTURA DO REVESTIMENTO ................... QUANTO PRESENA DE DEFEITOS SUPERFICIAIS E FISSURAS ........... QUANTO AO PESO ........................................................................................... QUANTO PULVERULNCIA .......................................................................... QUANTO DUREZA SUPERFICIAL ................................................................. QUANTO RESISTNCIA AO RISCO .............................................................. QUANTO RESISTNCIA DE ADERNCIA TRAO ................................

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CONSIDERAES FINAIS ................................................................................

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REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ...................................................................

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA .........................................................................

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LISTA DE FIGURASFigura 1 Figura 2 Figura 3 Figura 4 Figura 5 Figura 6 Figura 7 Figura 8 Figura 9 Figura 10 Figura 11 Figura 12 Figura 13 Figura 14 Figura 15 Figura 16 Figura 17 Figura 18 Fachada em ferro fundido do Teatro Jos de Alencar, em Fortaleza, Cear (VON KRUGER, 2000). Painel do tipo cortina, (PRECON, em: www.precon.r). da marca Precon 12 19 19 20 20 21 23 24 25 25 25 26 27 28 29 30 31 33

Exemplo de painel de concreto do tipo vedao, onde a estrutura fica aparente (PRECON, em: www.precon.r). Painel de acabamento com modulao de padres geomtricos (PRECON, em: www.precon.r). Painel de acabamento (PRECON, em: www.precon.r). Vista das paredes (PRECON, em: www.precon.r). Industrializao excessiva (BARBOSA, 2005, p.4). geomtrico, de causa gesso danos causando na Cidade de da Precon acartonado natureza catstrofes Gois, GO

Desequilbrios atmosfricos (BARBOSA, 2005, p.6). Construo de terra (BARBOSA, 2005, p.2). crua

Construo de bambu na Colmbia. Pavilho Zeri, Manizales, Colmbia. (Fonte: Foto da autora, dezembro de 2005). Deposio de entulhos (BARBOSA, 2005, p. 8). em locais inapropriados

Partes do bambu (NMBA, 2004, p.24). Diferentes tipos de rizomas (NMBA, 2004, p. 22). Corte transversal do colmo mostrando os feixes vasculares e clulas parnquimas (LIESE, 1998, p.42). Espcie de bambu comum no Brasil, Bambusa vulgaris vittata. Fonte: Foto de Roberto Magno. Guadua angustiflia, excelente ( IL31 Bamboo, 1992, p.132). para a construo civil

Distribuio natural do Bambu no mundo. Fonte: Foto da Autora, V Congresso Internacional de Bambu, Costa Rica, 1998. Vasilhas feitas de Bambu pela cultura pr-colombiana Jama Coaque. Equador (UBIDIA, 2001, p.4).

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Figura 19 Figura 20 Figura 21 -

Moldes encontrados em stios arqueolgicos e habitaes de primitivos indgenas (UBIDIA, 2001, p.7). Bambu sendo usado para "matar a sede do morto" (UBIDIA, 2001, p.12). Bicicleta feita com bambu. Este material utilizado para diferentes usos em vrias partes do mundo. (Fonte: CD-Rom cedido por Roberto Magno) Bambu utilizado como andaime (Fonte: CD-Rom cedido por Roberto Magno) na China.

33 34 35

Figura 22 Figura 23 -

35 36

(a) brotos de bambu enlatados, produto muito consumidos pelos orientais; (b) Cerveja feita de bambu. (Fonte: CD-Rom cedido por Roberto Magno) Detalhe paisagstico feito de bambu nos jardins japoneses. (HIBI, 1989, p.53). Ponte suspensa de bambu, (IL31 BAMBOO, 1992, p.64). projeto de de Jorg Stamm bambu

Figura 24 Figura 25 Figura 26 Figura 27 -

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Piso laminado feito (Fonte: CD-Rom cedido por Roberto Magno).

(a) e (b) O uso do bambu substituindo as armaduras de ao na produo do concreto. (Fonte: CD-Rom cedido por Roberto Magno). Cestas feitas com bambus. O artesanato de bambu bastante comum entre os indgenas brasileiros. (Fonte: CD-Rom cedido por Roberto Magno). Fabricao de papis (ITAPAG, em: www.itapage.com). feitos de bambu

Figura 28 -

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Figura 29 Figura 30 -

40 43

(a) Armazenamento correto das varas de bambu (IL31 BAMBOO, 1992, p.87); (b) Armazenamento incorreto das varas de bambu. (Fonte: Foto de Roberto Magno). Tratamento natural pelo mtodo de (Fonte: Foto de Ana Maria Frana, Goinia-GO, 2002). Cura pelo mtodo de (IL31 BAMBOO, 1992, p. 76). banho quente imerso. e frio.

Figura 31 Figura 32 Figura 33 -

44 45 46

Mtodo de tratamento por fumigao, desenvolvido por Antnio Giraldo, 1999, em Armnia, Quindo, Colmbia (VLEZ, 2000, p. 168). Aplicao do mtodo Boucherie em (Fonte: Foto da autora. Costa Rica, 1998). varas de bambu.

Figura 34 Figura 35 -

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Tratamento das varas pelo mtodo de imerso em produtos

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qumicos (IL31 BAMBOO, 1992, p.46). Figura 36 Figura 37 Figura 38 Taj Mahal, ndia. As cpulas do monumento hindu foram feitas de bambu (ENVOCARE, em: www.envocare.co.uk ). O uso do bambu na China em quiosques de estilo oriental Fonte: CD-Rom de Roberto Magno). Vista noturna da Catedral de Bambu, Nuestra Seora de la Pobreza. Projeto do Arq. Simn Vlez, Colmbia (Fonte: CD-Rom cedido por Luis Fernando Botero). Ponte de bambu na Colmbia, projeto do Arq. Simn Vlez. (Fonte: Foto de Luis Fernando Botero, 2005). Empresa Guadua y Bambu Eje Cafeteiro, de beneficiamento de bambu guadua, em Pereira, Colmbia. (Fonte: Foto de Luis Fernando Botero, 2005). Edifcio sede da CARDER, Corporacin Autonoma de Risalda, com 6.524 m2 construdos de guadua. Obra do Arq. Simon Vlez. (Fonte: Foto da autora, Colmbia, dezembro de 2005). Memorial do ndio, feito de bambu, Campo Grande - MS (CARDOSO JUNIOR, 2000, p. 79). Casa de bambu e tijolo aparente: composio de materiais distintos (SOCIEDAD COLOMBIANA DEL BAMBU, 2001). Pilares de bambu apoiados em bases (Fonte: Foto da autora, Costa Rica, 1998). de concreto 49 49 50

Figura 39 Figura 40 -

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Figura 41 -

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Figura 42 Figura 43 Figura 44 Figura 45 -

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Pilares de bambu com base de concreto. Coreto Jayme Kerbel Golubov, Praa da Colina, rea residencial do Campus UnB. (Fonte: Arquivo Cantoar-FAU/UnB, 2000). Pilares de bambu. Centro de Desarrollo Artesanal de Risalda, Colmbia (Fonte: Foto da autora, Colmbia, dezembro de 2005). Laje feita de bambu em edificao de dois pavimentos (Fonte: CR-Rom cedido por Roberto Magno) (a) e (b) Trelia plana (viga), construda na Terra Indgena dos Krah,TO (Fonte: Arquivo Cantoar - FAU/UnB). Painis de bambu para vedao vertical das (Fonte: CD-Rom cedido por Luis Fernando Botero) habitaes

Figura 46 Figura 47 Figura 48 Figura 49 Figura 50 Figura 51 Figura 52 -

59 60 60 61 62 62 62

Estrutura de telhado, tendo o bambu como principal material de construo (VELEZ, 2000). Estrutura de bambu criada pelo arquiteto Simon Vlez, na Colmbia (VLEZ, 2000, p.66). Telha de bambu (VLEZ, 2000, p.136).

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Figura 53 -

Escada de bambu construda de maneira no recomendada, permitindo o contato do bambu com o solo. (Fonte: IL31 BAMBOO, 1992, p.34). Escada de bambu, projeto da Arq. Ana Maria Frana, feita sobre base de concreto, evitando o contato direto dos colmos com o solo. (Fonte: Foto de Ana Maria Frana, Goinia, 1997). Conexes das peas de bambu atravs do parafusamento (VELEZ, 2000). Conexes das peas de bambu (VLEZ, 2000). Unio de peas de bambu com peas do prprio bambu (Fonte: Foto da autora, Colmbia, dezembro de 2005). Detalhe de amarrao da conexo de bambu, com fibras naturais (Fonte: Foto da autora, Colmbia, dezembro de 2005). Tcnica construtiva de ligao do bambu com bases de concreto, atravs de peas metlicas (VLEZ, 2002). Detalhe da ligao dos bambus (VLEZ, 2002). Guarda corpo de (Fonte: Foto da autora, Colmbia, dezembro de 2005). bambu.

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Figura 54 -

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Figura 55 Figura 56 Figura 57 Figura 58 Figura 59 Figura 60 Figura 61 Figura 62 Figura 63 Figura 64 Figura 65 Figura 66 Figura 67 -

64 64 65 65 66 66 67 67 67 68 68

Fechamento feito com bambus, formando desenhos geomtricos (Fonte: Fonte: Foto da autora, Colmbia, dezembro de 2005). Marquise de bambu suspensa, compondo (Fonte: CD-Rom cedido por Roberto Magno) fachadas.

Marquise de bambu, criada por Simon Vlez. Pouso do Frade Resort, Rio de Janeiro, Brasil (VLEZ, 2002). Bambu utilizado como porto. (TIMSTREET, 2000). Esquadria do tipo pivotante, feita de (Fonte: Foto da autora, Colmbia, dezembro de 2005). bambu

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Figura Z Lavatrio feito de bambu, apresentado na Mostra Casa Cor Gois 97, projeto da Arq. Ana Maria Frana (Fonte: Foto de Ana Maria Frana). Vista das habitaes em terreno ngreme no Projeto Malabar, Manizales, Colmbia (IL31 BAMBOO, 1992, p. 76). Corte esquemtico das residncias de bambu (IL31 BAMBOO, 1992). Paredes cobertas com esteiras de bambu antes do reboco (IL31 BAMBOO, 1992). Plantio de mudas de bambu. San Jos, Costa Rica, 1998xviii

Figura 68 Figura 69 Figura 70 Figura 71 -

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PAINIS DE BAMBU PARA HABITAES ECONMICAS: Avaliao do Desempenho de Painis Revestidos com Argamassa

(Fonte: Foto da Autora no V Congresso Internacional de Bambu, San Jos, Costa Rica, 1998). Figura 72 Figura 73 Figura 74 Figura 75 Casa de bambu do Programa Nacional de Bambu, Costa Rica, 1998 (Fonte: Foto da autora, Costa Rica, 1998). (a) e (b) Escola Agro-ambiental Comunitria Catxkwyj Terra Indgena Krah TO. (Fonte: Arquivo Cantoar FAU/UnB). Equipe do Projeto Taboca (Fonte: Arquivo Cantoar, FAU/UnB). / CNPT/ IBAMA 73 73 74 75

Casa popular de bambu desenvolvida pelo Projeto Inbambu, Macei, Alagoas, Brasil (INSTITUTO DO BAMBU, em: www.institutodobambu.org.br). Modelo de habitao popular feita de bambu. Macei, Alagoas. Projeto Inbambu (INSTITUTO DO BAMBU, em: www.institutodobambu.org.br). Painel com varas estacadas verticalmente (VLEZ, 2000, p. 90). Painel feito de bambus estacados nos dois sentidos, uma das tcnicas mais simples ( VLEZ, 2000). Casa feita de Bambu pelos antepassados na Costa do Equador (VLEZ, 2000, p.93). Casa feita de Bambu com o uso das esteiras, tradio deixada pelos antepassados nas construes atuais (LPEZ, 2003, p.238). Painis de bambu feitos com esteiras, cujas tramas formam desenhos geomtricos (LPEZ, 2003, p. 243 ). Painis de bambu formando detalhes vazados e variados (LPEZ, 2003, p. 243). (a) Pavilho do Menino Pescador, Centro Cultural O Menino e o Mar, Ubatuba SP, Arq Ruy Otake ; (b) Detalhe do painel de bambu tranado, utilizado como vedao. (Fonte: ARCOWEB, em: www.arcoweb.com.br). Detalhes construtivos dos painis preenchidos com barro (LPEZ, 2003, p. 239). A estrutura feita de bambu toma forma de parede, sendo posteriormente preenchida com uma mistura de barro e palha (LPEZ, 200, p. 239). Detalhes construtivos dos painis do tipo bahareque (LPEZ, 2003, p.240). Esta edificao de quatro pavimentos foi construda por volta de 1930, na Colmbia, e somente nos anos setenta as esteiras de bambu foram substitudas e rebocadas (LPEZ, 2003, p.240).

Figura 76 -

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Figura 77 Figura 78 Figura 79 Figura 80 Figura 81 Figura 82 Figura 83 -

81 81 82 82 83 83 84

Figura 84 Figura 85 -

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Figura 86 Figura 87 -

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Figura 88 -

Escola no municpio de Barcelona, Quindo - Colombia. Uso de bahareque argamassado como soluo econmica. Arq. Simn Vlez (VLEZ, 2002). Telas de tecido grosso so aplicados nas estruturas de bambu, facilitando. A aplicao da argamassa de revestimento dos painis (LPEZ, 2003, p.242). Logomarca da fundao FUNBAMBU. Fonte: Foto da autora. Sede da Funbambu, San Jos, Costa Rica, 1998. Fbrica de painis de bambu pr-fabricados na Costa Rica (Fonte: Foto da Autora no V Congresso Internacional de Bambu, San Jos, Costa Rica, 1998). (a) Projeto arquitetnico dos Painis; (b) Estrutura de painis de bambu retangular e trapezoidal. (Fonte: Foto e desenho da Arq. Ana Maria Frana, 1998). (a) Gabarito para a produo do painel; (b) Montagem do painel. (Fonte: Foto da autora, San Jos, Costa Rica, 1998). O uso de grampeador para a fixao das varas de bambu. (Fonte: Foto da autora, San Jos, Costa Rica, 1998). Transporte dos painis pr-fabricados. (Fonte: Foto da autora, no V Congresso Internacional de Bambu, San Jos, Costa Rica, 1998). (a) Abertura do bambu; (b) Remoo dos ns internos do bambu, sentido longitudinal. (LPEZ, 2003, p. 157). Esteiras de bambu como painis de vedao (Fonte: JUNTA DEL ACUERDO DE CARTAGENA, 1987). Esteiras de bambu empilhadas, prontas para a fabricao de painis. (Fonte: Foto de Ana Maria Frana. Hogar de Cristo, Equador, 2001). Produo dos quadros de madeira, a estrutura do painel. (Fonte: Foto de Ana Maria Frana. Hogar de Cristo, Equador, 2001). Aparam-se as arestas das esteiras. (Fonte: Foto de Ana Maria Frana. Hogar de Cristo, Equador, 2001). Painel finalizado, feito com esteiras de bambu. (Fonte: Foto de Ana Maria Frana. Hogar de Cristo, Equador, 2001). Kit casa pronta sendo armazenado no interior da fbrica. (Fonte: Foto de Ana Maria Frana. Hogar de Cristo, Equador, 2001).xx

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Casa de bambu do programa Viviendas Hogar de Cristo, Equador. (INBAR, 2001). (a) Preparao da fundao com previso dos pontos hidrulicos; (b) Fixao dos painis na fundao. (Fonte: Foto de Luis Fernando Botero, Equador, 2005). (a) A casa sendo vedada pelos painis. (b) Painis sendo rebocados. (Fonte: Foto de Luis Fernando Botero, 2005). (a) Casa totalmente rebocado; (b) Casa finalizada, com pintura e acabamentos. (Fonte: Foto de Luis Fernando Botero, 2005). Planta da casa do caseiro da Embambu. da casa = 55,60 m; rea da varanda (Fonte: Desenho de Janderson de Oliveira) = 59,65 rea m.

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Sistema Construtivo. 1 passo, Fundao, a base da construo (Fonte: Maquete eletrnica de Janderson de Oliveira) Sistema Construtivo. 2 passo: Colocao dos pilares e previso das instalaes (Fonte: Maquete eletrnica de Janderson de Oliveira) Sistema Construtivo. 3 passo : Instalao dos paineis de bambu (Fonte: Maquete eletrnica de Janderson de Oliveira) Sistema Construtivo. 4 passo : Preenchimento dos paineis com argamassa (Fonte: Maquete eletrnica de Janderson de Oliveira) Sistema Construtivo. 5 passo : Instalao das esquadrias e preparao da estrutura de telhado (Fonte: Maquete eletrnica de Janderson de Oliveira) Sistema Construtivo. 6 passo : Cobertura e acabamentos finais (Fonte: Maquete eletrnica de Janderson de Oliveira) Detalhe da fundao e fixao do (Fonte: Desenho de Janderson de Oliveira). Detalhe da fixao do painel com (Fonte: Desenho de Janderson de Oliveira). pilar a de bambu baldrame

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Detalhe do parafusamento do painel, depois de introduzido no chumbador (Fonte: Foto da autora. V Congresso Internacional de Bambu, Costa Rica, 1998). (a) Tarugo de madeira inserido interior do painel de bambu; (b) Detalhe do encaixe no painel pilar - painel com o uso do tarugo de madeira. (Fonte: Foto da autora. V Congresso Internacional de Bambu, Costa Rica, 1998). Detalhe da unio do painel ao pilar de bambu, atravs dos tarugos, vistos em dois sentidos. (Fonte: Desenho de Janderson de Oliveira)xxi

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Detalhe do painel de bambu revestido com argamassa de reboco. (Fonte: Desenho de Janderson de Oliveira) Vista 1, mostra os Painis Externos 1, 2, e 3 (ver planta baixa),que possuem aberturas. Entre cada painel existe um pilar de bambu para fixao dos painis. (Fonte: Desenho de Janderson de Oliveira). Vista 2, mostra os Painis Externos 4, 5, 6 e 7 (ver planta baixa), modulados, com aberturas. (Fonte: Desenho de Janderson de Oliveira) Vista 3, mostra os Painis Externos 8 e 9 (ver planta baixa), que possuem maiores dimenses, aberturas de porta e janelas. (Fonte: Desenho de Janderson de Oliveira). Painel interno 18, o de menor tamanho, situado na entrada dos quartos. E Painel interno 19, que faz a diviso dos quartos. (Fonte: Desenho de Janderson de Oliveira). Estrutura de bambu do corpo-de-prova, apresentado da seguinte forma: (a) Vista Frontal; (b) Vista lateral; (c) Vista superior; (d) Detalhe do encontro dos painis com o pilar de bambu. (Fonte: Desenho de Janderson de Oliveira). Vista Frontal do Painel interno 18, o de menor tamanho, situado na entrada dos quartos, e do Painel Interno 19, que faz a diviso dos quartos. (Fonte: Desenho de Janderson de Oliveira). Vista Frontal dos Painis Internos 16 e 17, que separam o banheiro dos quartos, e Painel Interno 20, que faz a diviso da sala com os quartos. (Fonte: Desenho de Janderson de Oliveira). Estrutura de bambu do corpo-de-prova, apresentado da seguinte forma: (a) Vista frontal; (b) Corte longitudinal; (c) Corte transversal; (d) Detalhe do encontro dos painis com o pilar de bambu, em corte. (Fonte: Desenho de Janderson de Oliveira) Espcie Bambusa tuldoides. (Fonte: Foto da autora, 2005). Touceira de bambu da espcie Phyllostachys bambusoides. (Fonte: Foto da autora, 2005). Espcie de bambu (Fonte: Foto da autora, 2005). Dendrocalamus giganteus.

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Bambu maduro na touceira (Fonte: Foto da autora, 2005). Bambus sendo colhidos (Fonte: Foto da autora, 2005). e manejados

Abre-se manualmente o bambu para a produo das molduras (Fonte: Foto da autora, 2005). Bambu para moldura cortado em meia-cana (Fonte: Foto da

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autora, tirada durante a etapa de execuo, 2005). Figura 135 Utiliza-se uma retfica eltrica para aplainar as paredes internas do bambu (Fonte: Foto da autora, tirada durante a etapa de execuo, 2005). Processo de pinagem para a unio das molduras (Fonte: Foto da autora, tirada durante a etapa de execuo, 2005). O uso de arame galvanizado auxilia na unio das molduras (Fonte: Foto da autora, tirada durante a etapa de execuo, 2005). Moldura aplicada no corpo-de-prova (Fonte: Foto da autora, tirada durante a etapa de execuo, 2005). Varas de bambu para preenchimento do painel (Fonte: Foto da autora, tirada durante a etapa de execuo, 2005). (a) O colmo do bambu aberto manualmente (b) e se tornam tiras, utilizadas nos painis como travessas de fixao (Fonte: Foto da autora, tirada durante a etapa de execuo, 2005). (a) Fura-se a travessa e o primeiro bambu de preenchimento; (b) faz-se a unio com o uso de parafuso e porca (Fonte: Foto da autora, tirada durante a etapa de execuo, 2005). Travessas de bambu de estabilizao da estrutura do corpo-deprova (Fonte: Foto da autora, tirada durante a etapa de execuo, 2005). (a) Ferramentas simples utilizadas na execuo dos painis; (b) Serra circular, equipamento apropriado para o corte dos bambus (Fonte: Foto da autora, tirada durante a etapa de execuo, 2005). Primeira estrutura de bambu desenvolvida, em carter experimental (Fonte: Foto da autora, tirada durante a etapa de execuo, 2005). Organizao das varas de preenchimento no solo (Fonte: Foto da autora, tirada durante a etapa de execuo, 2005). (a) As travessas de bambu so colocadas por cima e por baixo das varas de preenchimento; (b) Posteriormente, so parafusadas nas varas (Fonte: Foto da autora, tirada durante a etapa de execuo, 2005). Fixao das varas de preenchimento com o auxlio das travessas de bambu (Fonte: Foto da autora, tirada durante a etapa de execuo, 2005). Esquema de montagem das molduras na estrutura de bambu (Fonte: Desenho de Janderson de Oliveira). Esquema de montagem das molduras na estrutura de bambu. (Fonte: Desenho de Janderson de Oliveira). 128

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Figura 150 Figura 151 Figura 152 Figura 153 Figura 154 -

Estrutura do corpo-de-prova finalizada (Fonte: Foto da autora, tirada durante a etapa de execuo, 2005). Calda de cimento sendo preparada no tanque (Fonte: Foto da autora, tirada durante a etapa de execuo, 2005). Lixamento da superfcie da estrutura de bambu (Fonte: Foto da autora, tirada durante a etapa de execuo, 2005). Estruturas de bambu imersas na calda de cimento (Fonte: Foto da autora, tirada durante a etapa de execuo, 2005). (a) Dinoderus minutus, caruncho do bambu; (b) Corte transversal das clulas dos parnquimas dos colmos, com gros de amido (LIESE, 1998, p.25). (a) Pasta de cimento aderida ao bambu, aps a mineralizao; (b) As cascas despregam-se facilmente e caem ao cho (Fonte: Foto da autora, 2005). Estrutura de bambu sendo pesada antes da aplicao de chapisco e argamassa, registrando o peso de 12,78 kg (Fonte: Foto da autora, 2005). Galo de adesivo de base acrlica, utilizado na preparao da argamassa de chapisco; (b) Produto sendo misturado na gua (Fonte: Foto da autora, 2005). Preparao da argamassa de chapisco, com o auxlio de betoneira (Fonte: Foto da autora, 2005). (a) Estrutura de bambu aps a aplicao da argamassa de chapisco; (b) Detalhe da argamassa de reboco aderida aos bambus (Fonte: Foto da autora, 2005). (a) Preparao da argamassa de revestimento na betoneira; (b) Argamassa pronta para ser projetada s estruturas de bambu (Fonte: Foto da autora, 2005). (a) Argamassa sendo aplicada nas estruturas de bambu; (b) Apenas a moldura de bambu deve ficar aparente (Fonte: Foto da autora, 2005). (a) Estruturas de bambu recobertas pela argamassa de revestimento; (b) Argamassa de revestimento aplainada com rgua de madeira (Fonte: Foto da autora, 2005). (a) Corpo-de-prova finalizado, aps a secagem da argamassa de revestimento; (b) Detalhe do corpo-de-prova aps a secagem da argamassa (Fonte: Foto da autora, 2005). Aspecto geral do painel revestido com argamassa (Fonte: Foto da autora, 2005). Detalhe do encontro da argamassa de revestimento com axxiv

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moldura de bambu (Fonte: Foto da autora, 2005). Figura 166 Figura 167 Remoo de resduos dos parafusos e ns (Fonte: Foto da autora, 2005). (a) Parafuso aparente na superfcie revestida com argamassa; (b) travessa aparente na superfcie revestida com argamassa. (Fonte: Foto da autora, 2005) Uso do fissurmetro para medir a abertura superficial das fissuras. (Fonte: Foto da autora, 2005) Pesagem de um painel. (Fonte: Foto da autora, 2005) (a) Pedra abrasiva de carburundum; (b) Movimentos circulares feitos sobre a superfcie dos painis argamassados. (Fonte: Foto da autora, 2005) Avaliao da dureza superficial do painel. (Fonte: Foto da autora, 2005) Avaliao da resistncia ao risco. (Fonte: Foto da autora, 2005) Esquema do ensaio de determinao da resistncia de aderncia trao. ( ABNT/NBR 13528, 1995). Formas de ruptura no ensaio de determinao da resistncia de aderncia trao de revestimento de acordo com a ABNT/NBR 13528, 1995. ( ABNT/NBR 13528, 1995). Equipamento empregado para aplicar a tenso de trao. ( Fonte: Foto da autora, 2005) Furadeira com a broca serra -copo. ( Fonte: Foto da autora, 2005) (a) Pastilhas metlicas aderidas ao corpo-de-prova para realizao do ensaio de aderncia; (b) detalhe da pastilha metlica. (Fonte: Foto da autora, 2005) (a) e (b) Realizao do ensaio de trao da aderncia, com uso de equipamento apropriado. (Fonte: Foto da autora, 2005) (a) e (b) Arrancamento da pastilha metlica utilizada no ensaio. Verifica-se no ensaio de nmero 9 que o arrancamento atingiu o substrato, e que no ensaio de nmero 10 , a aderncia foi rompida na argamassa. (Fonte: Foto da autora, 2005) 150 151

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LISTA DE TABELASTabela 1 Tabela 2 Tabela 3 Tabela 4 Tabela 5 Tabela 6 Tabela 7 Dimenses e massa de colmos de diversas espcies. 29 32 56 56 120 151 153(Fonte: SALGADO et al, 1994).

Distribuio das espcies de bambus nos principais biomas brasileiros. (Fonte: FILGUEIRAS ;GONALVES. 2004). Relao entre a energia de produo por unidade de tenso. (Fonte: GHAVAMI, 1992, p. 24) Relao entre a resistncia trao e o peso especfico. (Fonte: GHAVAMI, 1992, p. 24) Anlise da espcie Bambusa tuldoides. (Fonte: ALVES et al, 2004) Avaliao da presena de fissuras nos painis. Comparao do peso mdio do painel de bambu com Painel e Alvenarias. Peso e densidade finais dos painis avaliados. Resultados obtidos no ensaio de resistncia de aderncia trao.

Tabela 8 Tabela 9 -

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LISTA DE SIGLASABNT AGECOM ASTM BAMBUSETUM BS 6100 BSHF CANTOAR CNPq CO2 CP II-F EEC EMBAMBU FAU FUNBAMBU ICT INBAMBU INBAR IPT ISO 9000 LMC MEC MPa MSc NASA NBR NMBA UFAL Associao Brasileira de Normas Tcnicas Agncia de Comunicao da UFSC American Society for Testing and Materials National Mission on Bamboo Application British Standards Glossary of Building Terms Building and Social Housing Foundation Canteiro, Oficina de Arquitetura e Fibras Naturais Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico Dixido de carbono Cimento Portland Composto com Filler Escola de Engenharia Civil - UFG Empresa de Artefatos de Bambu Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Fundao Nacional do Bambu Costa Rica Instituto de Crdito Territorial - Colmbia Instituto do Bambu International Network of Bambu e Rattan Instituto de Pesquisas Tecnolgicas International Organization for Standardization Gesto de Qualidade Laboratrio de Materiais de Construo Ministrio da Educao e Sade Mega Pascal Master of Science (Mestre em Cincia) National Aeronautics and Space Administration Normas Brasileiras National Mission on Bamboo Application Universidade Federal de Alagoas

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INTRODUO

Nos ltimos anos, o homem tem tomado conscincia dos efeitos malficos que seu modo de vida pode causar ao meio ambiente e biodiversidade do planeta. So inmeros os impactos ambientais negativos causados natureza em todo o planeta e estes so evidenciados atravs do aumento da temperatura, do degelo das calotas polares, da poluio dos meios aquticos e atmosfricos, da degradao dos solos, da diminuio das reas florestais, da explorao de espcies animais e vegetais, da extino de espcies e da reduo das reservas de guas potveis no planeta. Essa realidade se deve, principalmente, ao nosso modo de vida, o qual se baseia na capitalizao infindvel de bens, que, por sua vez, dependem na sua maioria dos recursos naturais de fauna e flora, gerando a degradao ambiental. Segundo Strong (1992), a jornada ambiental no mundo teve seu incio em junho de 1972, durante a primeira Conferncia Internacional das Naes Unidas sobre o Ambiente Humano, que aconteceu na pera de Estocolmo, na Sucia, reunindo delegados de 113 pases e vrias organizaes mundiais. Era a primeira vez que o tema meio ambiente fora discutido e levado a srio, em to alto nvel de discusso. A partir de ento, diversas reunies e conferncias foram realizadas em todo o mundo acerca do problema ambiental, somando-se a elas problemas sociais como a fome e a misria. Nos dias atuais, observa-se uma notvel busca pelo uso de materiais e tecnologias que no agridam o meio ambiente. Nota-se grande interesse pela utilizao de tecnologias e recursos alternativos com este propsito, onde novos materiais tem sido amplamente divulgados. Busca-se, assim, uma nova postura diante da problemtica ambiental inserida no ambiente urbano e construdo, levando em considerao a tecnologia e a qualidade das produes arquitetnicas voltadas para o habitar, bem como diante da sustentabilidade dessas produes e suas ligaes com o tempoespao social, cultural e poltico.

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Em nosso pas, tornou-se crtica nas ltimas dcadas a questo das necessidades habitacionais. De acordo com a Fundao Joo Pinheiro (Centro de Estatsticas e Informaes, 2001), o termo dficit habitacional est ligado diretamente s deficincias do estoque de moradias, seja em funo da necessidade de construo de novas moradias ou em funo da reposio de domiclios sem condies de habitabilidade. Em trabalho encomendado pelo Governo Federal Fundao Joo Pinheiro, chegou-se a concluso de que o dficit habitacional estimado de novas residncias, em meados da dcada passada, era de cinco milhes e meio, sendo necessria a interveno pblica em outras esferas do habitat, especialmente em relao ao saneamento, urbanizao e legalizao de favelas e bairros populares. Atualmente, de acordo com a Agecom - Agncia de Comunicao da Universidade Federal de Santa Catarina (2006), o dficit habitacional brasileiro est estimado em mais de 12 milhes de moradias, o que comprova que o problema persiste e se agrava com o passar dos anos. Isto se d, principalmente, porque grande parte da populao brasileira constituda por famlias que ganham menos de dois salrios mnimos, caracterizando um contexto de grandes desigualdades sociais e de precariedades. O tema escolhido para esta Dissertao parte da necessidade de se inserir, na indstria da construo civil, o emprego de materiais alternativos, sustentveis e de baixo custo para a produo de casas econmicas, que possam substituir ou complementar os materiais ou sistemas construtivos tradicionais, sem comprometer a durabilidade, o conforto e a qualidade das construes, principalmente das habitaes econmicas. Observa-se que as tecnologias nacionais empregadas nos ltimos anos em Programas de Habitaes Econmicas, normalmente esto baseadas em sistemas e materiais convencionais. Alguns experimentos e prottipos com materiais alternativos surgem, esporadicamente, de maneira dispersa, sem estarem inseridos em uma poltica tecnolgica e industrial. Com base nos trabalhos desenvolvidos por Lopez (2003); Ghavami (1992); Ghavami e Barbosa (2005), dentre outros, sobre sistemas e materiaisPAINIS DE BAMBU PARA HABITAES ECONMICAS: Avaliao do Desempenho de Painis Revestidos com Argamassa

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alternativos empregados na construo civil em pases em desenvolvimento, aponta-se o bambu como uma matria-prima de grande potencial construtivo, dadas as suas caractersticas fsicas, mecnicas e construtivas. De acordo com Salgado et al. (1994), o bambu uma espcie vegetal pertencente famlia das Gramineaes, com aproximadamente 45 gneros e mais de mil espcies catalogadas e espalhadas pelo mundo. Matria - prima de baixo custo e de fcil apropriao, o bambu pode ser encontrado com facilidade em todo o territrio brasileiro. Dentre os vrios pases latino-americanos onde o bambu se desenvolve, o Brasil rene o maior nmero de espcies desta planta, algumas nativas e outras exticas (GRACA, 1988). De acordo com Ghavami (1992), pesquisas cientficas visando a aplicao do bambu na engenharia civil datam desde 1914 na China e Estados Unidos, e posteriormente na Alemanha, Japo, ndia, Filipinas e em outros pases. No Brasil, Ghavami (1992) comenta que, desde 1979, no Departamento Civil da PUC-Rio, sob a orientao do mesmo, vrios programas de investigao sobre o uso do Bambu e outros materiais de baixo custo empregados na construo civil, vem sendo desenvolvidos. Entretanto, tira-se pouco proveito do bambu em nosso pas, onde seu uso restringe-se praticamente a confeco de peas artesanais e detalhes paisagsticos, ao contrrio de alguns pases da sia, como a China e a ndia, e pases da Amrica Latina, como o Equador e a Colmbia, onde a cultura do bambu na construo civil largamente difundida. comprovada cientificamente a eficcia do bambu, porm faz-se necessrio que as espcies sejam plantadas em abundncia, que sejam feitos tratamentos adequados para prolongar a vida til da planta, que se forme mode-obra especializada e, principalmente, que sejam implantadas polticas pblicas e industriais de incentivo ao uso do bambu na construo civil, para que ele possa ser utilizado em grande escala e por qualquer segmento da populao.

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O primeiro passo para o xito do uso do bambu em nosso pas incentivar, por meio de polticas pblicas, representantes municipais e estaduais, fazendeiros e proprietrios de terra a plantar o bambu, constituindose assim a matria prima para o desenvolvimento de projetos de qualquer natureza com o uso desta planta. Outras aes como o desenvolvimento de pesquisas sobre o bambu, o incremento da tecnologia utilizada e a formao de profissionais qualificados, so importantes para aumentar o emprego do bambu na construo civil. O processo de industrializao utilizado na produo de materiais de construo como o cimento e o ao, por exemplo, afeta o meio ambiente e a vida das pessoas, tanto na zona rural como nos grandes centros urbanos. Como consequncia desse processo, houve o esquecimento de tcnicas e materiais antes utilizados nas construes, como o uso da terra crua, do bambu e das fibras naturais, materiais encontrados em abundncia no Brasil. Torna-se fundamental e oportuno o estudo de tcnicas construtivas que visam a sustentabilidade ambiental para a formao profissional do arquiteto. vlido ressaltar que, ao contrrio do que se imagina, o emprego dos materiais alternativos no ambiente construdo e na realidade brasileira das habitaes econmicas no to fcil como parece. Muitos so os entraves e empecilhos que dificultam a utilizao e aceitao destes materiais nessas construes. Quanto problemtica do tema e seu contexto, observa-se que o bambu, apesar de apresentar timas vantagens construtivas, no possui mercado garantido e to pouco comercializao considervel no Brasil, principalmente pelo desconhecimento de suas aplicaes, dificultando assim a assimilao e aceitao da planta como material de construo. Contudo, no se tem mercado promissor no Brasil, por no se investir em tecnologia apropriada ao aproveitamento do bambu. Para a comercializao da planta, por exemplo, necessria boa localizao da plantao, eliminando custo com transporte para no haver encarecimento com o custo do produto no local do seu processamento.

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Com base no exposto, pode-se enumerar uma srie de fatores como justificativa da importncia desta pesquisa, como contribuio bibliogrfica e cientfica, no que diz respeito ao uso do bambu como material de construo alternativo, os quais so: A. Preocupao com a questo do dficit habitacional no Brasil Diante da grave situao vivida pela populao brasileira, em relao ao problema da falta de moradias, observa-se o aumento considervel de profissionais do segmento da construo civil, preocupados em desenvolver e implementar projetos que promovam a melhoria das habitaes econmicas. Com o emprego de materiais de baixo custo e baixo consumo de energia para sua fabricao, pode-se buscar solues alternativas, capazes de minimizar o problema habitacional do pas, buscando ao mesmo tempo, atender s exigncias das construes sustentveis.

B. Promover o desenvolvimento sustentvel Pensando na construo de milhares de novas habitaes que se fazem necessrias em nosso pas, deve-se promover a construo sustentvel. Os materiais industrializados, comumente denominados de convencionais, mobilizam vultosos recursos financeiros, consomem muita energia e requerem processos centralizados. Com o uso de matrias-primas facilmente renovveis pela natureza, como o bambu, obtm-se material de baixo custo e com consumo mnimo de energia gasto na sua produo. sabido que, para a fabricao de materiais como o cimento, a cal e outros, degradam-se os solos, poluem-se os rios e lanam-se grande quantidade de gs carbnico na atmosfera. Durante a extrao da sua matria-prima ou no processo de fabricao destes materiais, aumenta-se consideravelmente o impacto negativo causado ao meio ambiente.

C. Materiais alternativos pouco empregados

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Inmeras pesquisas e experimentos so desenvolvidos nos grandes centros de pesquisa do pas sobre os materiais alternativos, como os projetos de habitaes econmicas desenvolvidos pelo Instituto do Bambu (PB - Brasil), que podem ser empregados na construo civil, a fim de comprovar cientificamente a eficcia e segurana destes materiais. Porm, dificilmente so inseridos em uma poltica tecnolgica, cultural e industrial, ficando relegados a uma produo em pequena escala e com pouca ou quase nenhuma divulgao. De acordo com Barbosa (2005), todos os cursos de arquitetura e engenharia tm em sua grade curricular as disciplinas de Materiais de Construo, nas quais, quase que unicamente, so apresentados os produtos industrializados como o concreto, o ao, o alumnio e as cermicas, isto desde o sculo dezenove. Pouqussimas fazem referncias ao bambu, por exemplo, ou mesmo terra crua como material construtivo. Torna-se cada vez mais necessrio e urgente a experimentao e proposio de solues arquitetnicas e tecnolgicas com o uso do bambu, por exemplo, na tentativa de minimizar o problema habitacional de nosso pas, haja vista a comprovao cientfica e prtica da sua viabilidade construtiva e econmica. D. Promover o conhecimento de novas opes tecnolgicas Segundo BARBOSA (2005), as tecnologias apropriadas so aquelas que fazem uso de ferramentas e equipamentos simples e podem ser transferidas mesmo para as populaes de pouca ou nula instruo. Observase que grande parte dos materiais no convencionais adequada para esses tipos de atividades. O conhecimento de novas opes tecnolgicas, como a tecnologia apropriada, estimula a investigao, a experimentao, a criao de equipes de estudos e o desenvolvimento de projetos de arquitetura, entretanto, antes de se eleger a tecnologia adotada, devem ser considerados os fatores condicionantes de cada pas ou regio, tais como o clima, condies

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geogrficas, fenmenos fsicos, materiais disponveis, fatores culturais entre outros. A partir de experincias bem sucedidas em pases como a Costa Rica, onde 75% das habitaes econmicas so construdas com o emprego do bambu (FUNBAMBU, 1998), entende-se que h grande possibilidade de aproveitamento do bambu como alternativa tecnolgica na construo de habitaes econmicas em nosso pas. Quanto aos objetivos da presente dissertao, pode-se descrever os seguintes: Objetivos Gerais a) Contribuir, por meio de pesquisa, com o desenvolvimento tecnolgico de componente construtivo e de habitao econmica, empregando na sua confeco o bambu, objetivando a construo de moradias econmicas, e com isto, minimizar, ainda que parcialmente, o problema habitacional existente no Brasil; b) Considerar o impacto negativo que o uso de materiais convencionais causam ao meio ambiente e propor a utilizao de materiais facilmente renovveis pela natureza; c) Considerar painis de bambu mais utilizados na construo civil, abordando aspectos arquitetnicos, tcnicos e construtivos;

Objetivos Especficos a) Propor, desenvolver e avaliar um modelo de painel de bambu para habitaes econmicas; b) Verificar as facilidades e dificuldades construtivas da produo do painel de bambu proposto, atravs do exerccio prtico da execuo de prottipos;

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c) Avaliar o desempenho do painel de bambu revestido com argamassa;

Para atingir aos objetivos propostos na presente dissertao, adotou-se a seguinte metodologia: a) Reviso da bibliografia sobre o tema dos painis de vedao vertical, dos bambus e estado da arte dos painis de bambu; b) Desenvolvimento de projeto arquitetnico de habitao

econmica, bem como dos painis de bambu utilizados na referida habitao; c) Exerccio da experimentao, por meio da construo de um prottipo de painel de bambu, o qual serviu de base para o desenvolvimento dos corpos-de-prova utilizados nas avaliaes de desempenho; d) Construo dos corpos-de-prova empregados na avaliao experimental; e) Realizao de ensaios de avaliao de desempenho dos painis de bambu argamassados, bem como analise dos resultados obtidos. Para tanto, adotou-se como parmetros de anlise o desempenho, normalizados ou no, de painis tradicionais de alvenaria e de gesso acartonado. Quanto estrutura da Dissertao, para melhor entendimento do tema, esta foi dividido em trs captulos distintos, organizados da forma descrita a seguir. No Captulo 1 apresenta-se uma reviso da literatura que abrange consideraes sobre a pr-fabricao e o componente construtivo denominado painel, sobre o bambu como material de construo e suas principais caractersticas, sobre os principais tipos de painis de bambu produzidos no mundo, bem como as implicaes tecnolgicas da produo dos painis de bambu. Trata-se de uma reviso bibliogrfica abrangente que visa elucidar diversos aspectos inerentes ao tema especfico.

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No Captulo 2 apresenta-se a parte experimental da pesquisa, descrevendo-se os procedimentos experimentais, ou seja, a metodologia adotada e as etapas executivas das atividades desenvolvidas. Os procedimentos experimentais da dissertao foram divididos em quatro etapas, as quais so: Projeto arquitetnico dos painis inseridos em um modelo de habitao econmica feita de bambu, desenvolvida para este trabalho; Descrio e preparao dos bambus utilizados; Execuo dos corpos-de-prova e a descrio das avaliaes e ensaios realizados nos corpos-de-prova. O Captulo 3 apresenta as anlises e os resultados obtidos nos ensaios de caracterizao da argamassa de revestimento e de aderncia do revestimento, feitos nos corpos-de-prova, por meio das seguintes avaliaes: Avaliao quanto a cor do painel e textura do revestimento; Quanto a presena de defeitos superficiais e fissuras; Quanto ao peso dos painis; Quanto a pulverulncia; Quanto a dureza superficial; Quanto a resistncia ao risco; Quanto a resistncia de aderncia a trao. Finalmente, no item Consideraes Finais, so apresentadas as concluses do trabalho e as sugestes para trabalhos futuros, visando a melhoria do sistema construtivo dos painis de bambu.

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1 - REVISO DA LITERATURACom base nas pesquisas desenvolvidas foi possvel rever e atualizar conceitos sobre Painis de Bambu para Habitaes Econmicas. importante compreender os caminhos da industrializao e da pr-fabricao no Brasil, as inmeras possibilidades que o bambu pode oferecer na construo civil, estudar os diversos tipos de painis de bambu produzidos artesanal e industrialmente para, a partir do conhecimento, seguir para a proposio arquitetnica, para a experimentao construtiva e realizao de ensaios, que correspondem parte prtica da Dissertao. Portanto, o presente captulo deve ser considerado como a base desta pesquisa, pois sem ela, seria difcil compreender o que se prope, o que se pretende fazer. 1.1 - PAINIS PR-FABRICADOS PARA VEDAO 1.1.1 - O processo de industrializao e surgimento dos painis prfabricados Segundo Bruna (1976, p.19), o processo de industrializao na arquitetura teve incio com a necessidade de se resolver problemas tcnicos e sociais, relacionados com a construo. A partir de vrios estudos e experincias envolvendo problemas estruturais e metodolgicos da construo, cada pas desenvolveu tcnicas construtivas de acordo com suas caractersticas. Entretanto, a constante busca por solues para os problemas da construo fez com que as pesquisas e discusses voltadas para essa questo, se limitassem em discutir principalmente problemas tcnicos, de detalhes construtivos e propostas envolvendo a industrializao da construo. A partir destas discusses, Bruna (1976, p. 30) afirma ser preciso definir melhor os conceitos e as diferenas entre a pr-fabricao e a industrializao da construo. Segundo o autor, os pr - fabricados constituem uma das fases da industrializao da arquitetura. Os pr-fabricados so elementos destinados a solucionar os problemas relacionados a uma determinada obra, enquanto que a industrializao da arquitetura um conjunto de solues e propostas para solucionar problemas que abrangem

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toda a construo civil, seguindo as caractersticas de um sistema industrial, como a forma de organizao e a produo em srie (BRUNA,1976, p. 31). Bruna (1976, p.35) sugere ainda que a histria da industrializao se identifica com a histria da mecanizao, do surgimento de mquinas e equipamentos criados para a produo de bens. De acordo com Von Kruguer (2000), pode-se dizer que o surgimento dos elementos pr-fabricados teve sua origem na Europa, onde as pesquisas e as experincias com novas tcnicas construtivas eram bastante favorveis. Porm, no s a Europa, mas tambm os Estados Unidos, atravs da infraestrutura que possuam, contriburam para o desenvolvimento da construo civil industrializada, para o crescimento do uso de painis pr-fabricados e para a criao destes painis com outros tipos de materiais. Von Kruguer (2000) ressalta que, apesar da Europa ter sido o bero desta nova tcnica construtiva (painis pr-fabricados), somente a partir do trmino da 2 Guerra Mundial que este continente, com uma grande deficincia habitacional e a necessidade de construes mais rpidas, possibilitou o desenvolvimento de tcnicas de painis com mais veemncia, surgindo vedaes em gesso acartonado, concreto celular e poliestireno expandido, entre outros. Segundo Von Kruguer (2000), os Estados Unidos e Europa utilizam essas tcnicas pr-fabricadas desde o fim do sculo XIX e incio do sculo XX. Neste mesmo perodo, o Brasil servia como mercado consumidor de produtos europeus e as caractersticas construtivas remontavam do perodo da corrida do ouro brasileiro, ocorrido no sculo XVII, onde as tcnicas construtivas existentes na poca eram desenvolvidas para durar vrios anos, visto que o pas servia como entreposto para envio de ouro para Portugal. Essa viso de que a construo deveria ser perene, feita de alvenaria e cantaria, sem padronizao ou construo industrializada, ganhou mais fora com a descoberta do concreto e com a sua vasta utilizao pela construo civil brasileira e pelos arquitetos modernistas.

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No incio do sculo xx pde - se verificar algumas cidades brasileiras que utilizaram painis de ferro, mas estas edificaes esto restritas a locais como Belm, Manaus e Fortaleza (Figura 1), em perodos onde se desenvolveu um determinado tipo de economia momentnea como, por exemplo, o ciclo da borracha, que favoreceu a compra de vrios produtos importados da Europa e tambm de novas tecnologias e tcnicas construtivas. De acordo com Von Kruguer (2000), aps a sada da Corte Portuguesa, o gosto esttico no Brasil foi substitudo pelo neoclassicismo europeu, fazendo com que as famlias mais abastadas e as administraes pblicas passassem a importar os materiais e tcnicas construtivas vigentes na Europa naquele perodo.

Figura 1 - Fachada em ferro fundido do Teatro Jos de Alencar, em Fortaleza, Cear (VON KRUGER, 2000, p.46).

A falta de domnio da tecnologia da pr-fabricao aliada a alguns fatores culturais, serviram como obstculos para o desenvolvimento e uma maior utilizao de painis pr-fabricados, j que era necessrio para a sua utilizao um treinamento de mo-de-obra, compatibilizar os diversos projetosPAINIS DE BAMBU PARA HABITAES ECONMICAS: Avaliao do Desempenho de Painis Revestidos com Argamassa

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existentes em uma construo e um planejamento bem feito de todas as etapas do processo construtivo da edificao, para que esta no sofresse nenhuma alterao durante o andamento da obra. O interesse por outras alternativas de vedao mostrou-se pequeno at o grande impulso decorrente da introduo de procedimentos para a certificao de qualidade de valor indiscutvel. Com a srie de normas ISO 9000 (International for Standardization), a busca pela reduo de perdas e do ciclo de construo reacenderam o interesse pela racionalizao de todos os subsistemas da edificao . No Brasil, o Arquiteto Joo Filgueiras Lima (Lel), h mais de trs dcadas estuda e desenvolve sistemas construtivos industrializados, mantendo uma linha de pesquisa, de desenvolvimento de projeto e aplicao de mtodos experimentais, que valoriza o potencial da pr-fabricao como meio privilegiado para viabilizar a modernizao e combater o enorme dficit de equipamentos e construes no territrio nacional. O Arquiteto Lel, em entrevista dada a Revista Projeto Design (2003), comenta que, na busca por novas solues construtivas de custo vivel e mais leves para o transporte, acabou desenvolvendo projetos com o uso de estruturas de ao combinadas a fechamentos de argamassa armada. Suas experincias com argamassa armada evoluram ao longo dos anos, e sua principal meta tirar proveito da tecnologia para amparar as necessidades da populao e adequ-la realidade brasileira. Segundo Lel, num pas que tem a demanda que temos, no possvel prosseguir desconsiderando a industrializao da construo, a multiplicao, a racionalizao e a economia que isto proporciona (REVISTA PROJETO DESIGN, 2003, p.24). 1.1.2 A Vedao Vertical Segundo Patton (1978), os edifcios elevados so compostos dos elementos estruturais e de vedao. A parte estrutural consta basicamente de colunas, vigas de eixo, vigamentos secundrios e lajes. A estrutura de pilares e o vigamento tm a funo de suportar as cargas provenientes do peso da

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construo e cargas acidentais. J os elementos de vedao, sem funo estrutural, so paredes externas e divisrias internas. A vedao vertical externa tem a funo de separar o ambiente externo do interno e de conferir boa aparncia edificao. O tradicional levantamento da alvenaria tem sido a nica forma de racionalizao das vedaes utilizada de modo fundamentado no Brasil, de acordo com Sabbatini (1998). Contudo, construes que primam pela rapidez e diminuio de desperdcios precisam investir na racionalizao da produo das vedaes verticais. Neste sentido, o subsistema vedao vertical, segundo construtores, apontado como um dos pontos crticos para a implantao de medidas de racionalizao da produo de edifcios, por ser um dos principais subsistemas do edifcio. As vedaes, alm de servirem de suporte e proteo s instalaes prediais e aos equipamentos de utilizao do edifcio, criam tambm condies de habitabilidade e segurana. Na produo de edifcios, as vedaes verticais tambm tm papel importante, por influenciarem e serem responsveis por algumas caractersticas. Sabbatini (1998) cita as seguintes: a) Determinao de diretrizes para o planejamento e programao da execuo da edificao; b) Determinao do potencial de racionalizao da produo, pois possui interfaces com outros subsistemas (instalaes prediais, esquadrias, revestimentos e estrutura); c) Participao como elemento estrutural (alvenaria estrutural), ou servir de travamento da estrutura, ou ainda servir apenas de fechamento da edificao; d) Profunda relao com a ocorrncia de problemas patolgicos, como infiltraes, problemas estruturais, dentre outros; 1.1.3 Conceituaes: Paredes, Divisrias e Painis

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Holanda (1988) define parede como obra de alvenaria ou de outro tipo, que forma as vedaes externas e as divises internas dos edifcios, sendo portanto uma definio pouco esclarecedora. Assim, na norma inglesa BS 6100 (BSI, 1992) que se consegue captar o conceito de parede. Segundo a referida norma, parede uma construo vertical, geralmente em alvenaria ou concreto, que limita ou subdivide um espao, suportando ou no cargas alm de seu prprio peso. De acordo com Nascimento (2003), as paredes so elementos construtivos verticais que sustentam e apoiam outros elementos da construo, como as coberturas. Patton (1978) comenta que a tcnica tradicional de paredes de alvenaria, de grande espessura, com fins estruturais e de vedao, est sendo abandonada nos edifcios modernos, de esqueleto metlico, por exemplo, sendo que os painis se adaptam a qualquer tipo de construo, como casas residenciais, edifcios de escritrios e habitacionais, hospitais, hotis, escolas. Podem ser executados em combinao com outros materiais, como o vidro, alumnio, ao inoxidvel e outros. Contudo, os painis pr-fabricados geralmente se apresentam sob a forma de elementos prontos para a montagem. A) Classificao das paredes Segundo Baud (1990), as paredes podem ser classificadas, de acordo com a funo que exercem, em dois grupos: a) Paredes auto-portantes: So aquelas que absorvem as cargas e sobrecargas das lajes, no podem ter espessura menor que 14 cm e sua resistncia mnima compresso de fck 4,5 MPa. b) Parede de vedao: um elemento fabricado a partir de diversos materiais, destinado a vedar e separar os ambientes, sem absorver nenhuma carga. Pode-se classificar as paredes ainda de acordo com trs itens: c) Classificao das paredes quanto espessura:PAINIS DE BAMBU PARA HABITAES ECONMICAS: Avaliao do Desempenho de Painis Revestidos com Argamassa

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Paredes de 0,10m; Paredes de 0,15m; Paredes de 0,20m. d) Classificao das paredes quanto ao tipo de exposio: Parede Interna com aplicao de revestimento; Parede Interna e aparente; Parede Externa com aplicao de revestimento; Parede Externa e aparente; Paredes Especiais. f) Classificao das paredes quanto ao tipo de elemento de vedao: Alvenaria (sistema em que os componentes so unidos na obra); Painis; Chapas metlicas; Divisrias. Nascimento (2003) afirma que, de acordo com a funo, as paredes podem ainda ser classificadas em: Paredes auto-portante (com funo estrutural); Paredes de vedao (sem funo estrutural); Paredes divisrias de borda livre (muros, platibandas etc.); Paredes especiais (acstica, trmica etc.). As paredes tm outras funes, alm de absorver cargas ou vedar ambientes, como oferecer conforto termo-acstico, habitabilidade e segurana, bem como proteger os usurios das intempries do exterior da edificao. Guerra (1999) complementa dizendo que as paredes podem ser opacas, translcidas ou transparentes, de acordo com a passagem de luz, que penetra do ambiente externo para o interno da edificao. B) Propriedades das Paredes Segundo Nascimento (2003), as paredes em geral possuem as seguintes propriedades:PAINIS DE BAMBU PARA HABITAES ECONMICAS: Avaliao do Desempenho de Painis Revestidos com Argamassa

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a) Resistncia umidade e aos movimentos trmicos; b) Resistncia presso do vento; c) Isolamento trmico e acstico; d) Resistncia a infiltraes de gua pluvial; e)Controle da migrao de vapor de gua e regulagem da condensao; f) Base ou substrato para revestimentos em geral; g) Segurana para usurios e ocupantes; h) Adequao e diviso de ambientes. De acordo com suas caractersticas, as paredes so definidas para a utilizao de acordo com seus materiais predominantes e com a funo que exercem. Com isso, pode-se descrever as principais propriedades das paredes: a) Resistncia compresso: a resistncia compresso diretamente proporcional densidade do material utilizado. Quanto maior a densidade do material, maior ser a resistncia compresso. Os materiais mais resistentes so a pedra natural e o concreto. Os considerados menos resistentes, porm mais utilizados, so os tijolos macios e os blocos cermicos perfurados; b) Isolamento acstico: as paredes devem proteger os ambientes dos rudos externos ou no deixar que os rudos de certo ambientes cheguem nos demais ambientes da edificao. Para isso, utilizam-se materiais pesados que resistem s vibraes sonoras. So utilizadas placas vibratrias, que podem ser de madeira compensada, para absorver os rudos. Essas placas so colocadas na superfcie das paredes de modo a deixar um colcho de ar, onde sero colocados materiais porosos. Os rudos de baixa freqncia so absorvidos pela placa vibratria e os rudos de alta freqncia so absorvidos pelos materiais porosos, que podem ser de l de vidro, l de pedra, l mineral, etc; c) Isolamento trmico: obtido com materiais leves e porosos, juntamente com o ar aprisionado entre as paredes, quando faltaPAINIS DE BAMBU PARA HABITAES ECONMICAS: Avaliao do Desempenho de Painis Revestidos com Argamassa

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ventilao. As divisrias finas e leves no tm isolamento trmico to eficiente quanto s paredes, que so feitas de materiais densos, a no ser as revestidas com materiais acsticos. A parede, ou alvenaria tradicional, o elemento de vedao interna e externa mais usado no Brasil. Apesar da evoluo do uso do concreto, da estrutura metlica, dos materiais no convencionais e outros, a alvenaria tradicional ainda a mais utilizada e vista como um elemento construtivo simples. Porm, a introduo de novas estruturas e novas tecnologias na construo civil fez surgir a necessidade do desenvolvimento de novas solues, de novos materiais e, porque no, outras formas de vedao. As divisrias so classificadas, de acordo com a ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas, como leves, internas e moduladas, e caracterizam-se como elementos construtivos que separam os espaos internos de uma edificao, compartimento que define ambientes, estendendose do piso ao forro ou teto, sendo constitudos por painis modulares e seus componentes, com massa no superior a 60 kg/m (ABNT / NBR 11685, 1990). As divisrias destinam-se a delimitar os ambientes e no tm funo estrutural. So feitas de materiais leves, porm devem garantir isolamento trmico e acstico. Para isso, no entanto, necessrio fazer alguns tratamentos ou aplicar materiais isolantes. Segundo Nascimento (2003), os painis verticais de vedao so elementos construtivos utilizados para substituir a alvenaria convencional, buscando racionalizao e agilidade no processo construtivo, com a finalidade de vedar ou delimitar os ambientes das edificaes. Podem ser auto-portantes, isolantes trmico e acstico, alm de atuarem como suporte e proteo para diversas instalaes prediais. Os materiais mais utilizados como painis de vedao das edificaes so os painis de concreto, de gesso acartonado, de argamassa armada, de bambu, entre outros, podendo ser utilizados de acordo com a necessidade de cada projeto e compatibilidade com a estrutura da edificao.PAINIS DE BAMBU PARA HABITAES ECONMICAS: Avaliao do Desempenho de Painis Revestidos com Argamassa

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Dentre os painis de concreto, a Figura 2 mostra um exemplo de uso de um painel do tipo cortina, utilizado para revestir externamente a estrutura da edificao. De acordo com Von Kruguer (2000), as cargas de vento e o peso prprio do elemento vedante so transferidos para a estrutura da edificao, visto que esses painis no tm funo estrutural .

Figura 2 - Painel do tipo cortina, da marca Precon (PRECON, em www.precon.br).

Os painis de concreto do tipo vedao so painis fixados estrutura da edificao, a fim de vedar os vos existentes entre as estruturas, mas que no tm funo estrutural. A diferena em relao aos outros painis que a estrutura fica aparente, como mostra a Figura 3.

Figura 3 - Exemplo de painel de concreto do tipo vedao, onde a estrutura fica aparente (PRECON, em www.precon.br).PAINIS DE BAMBU PARA HABITAES ECONMICAS: Avaliao do Desempenho de Painis Revestidos com Argamassa

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Alguns painis pr-fabricados de concreto so produzidos com o revestimento incorporado. Esses painis permitem uma grande variedade de acabamentos, os quais podem ser observados nas Figuras 4 e 5.

Figura 4 - Painel de acabamento com modulao de padres geomtricos (PRECON, em www.precon.br).

Figura 5 - Painel de acabamento geomtrico, da Precon (PRECON, em www.precon.com.br).

Outro tipo de painel comumente utilizado nas edificaes so os painis de chapas de gesso acartonado. Segundo Dias (2002), estes formam um sistema de vedao interna, composto por chapas leves, em gesso montado sobre carto (acartonado), estruturadas por perfis metlicos ou de madeira, fixas ou desmontveis e geralmente monolticas (Figura 6).

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Figura 6 - Vista das paredes de gesso acartonado (PRECON, em www.precon.com.br).

A placa de gesso acartonado foi inventada no final do sculo XIX por Augustine Sackett, e utilizada em larga escala a partir de 1920, quando difundiu-se mundialmente. Segundo Ciocchi (2003), uma placa produzida industrialmente com rigoroso controle de qualidade, seco, sendo composta de um miolo de gesso e aditivos envoltos por carto especial e fabricada a partir da gipsita natural. O volume de painis de gesso acartonado instalado no Brasil de cerca de 40 milhes de m. pouco se comparado aos 2,5 bilhes de m2 instalados por ano nos Estados Unidos, onde esta tecnologia est totalmente consolidada (CIOCCHI, 2003). Estes painis so fixados utilizando-se de guias e montantes, de madeira (pouco usado) ou de ao, com tratamento superficial em alumnio ou zinco (mais utilizado). Os painis devem ser montados somente aps a elaborao e compatibilizao de todos os projetos, arquitetnicos e tambm os complementares. Todas as instalaes, hidrulicas, eltricas e outras devem ser previstas para que sejam feitas as aberturas para a passagem de dutos. Tambm devem ser previstos reforos para a fixao de estantes, tanques, pias e bancadas, j especificados no projeto.

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1.2 - BAMBU: A ESPCIE VEGETAL 1.2.1 - Aspectos ambientais De acordo com Bueno (1986, p.1.090), sustentvel aquilo que se pode manter; conservar, resistir; amparar; impedir a runa; proteger. Em outras palavras, o que permanece e continua, o que no se esgota pelos processos de renovao. Biologicamente, a sustentabilidade ocorre na medida em que os elementos qumicos que formam o ar, a gua, o solo, as rochas, a fauna e a flora so consumidos e retornam natureza para serem reutilizados continuamente, como uma reciclagem natural. Este processo que a natureza promove, ocorre naturalmente, porm, a influncia humana sobre o meio natural vem ocasionando diversos impactos ambientais, que somados aos problemas sociais, ameaam a continuidade da existncia humana, assim como toda a biodiversidade mundial. No exagerado dizer que, se um extraterrestre nos visitasse, provavelmente nos veria como um vrus que ataca o planeta (EDWARDS; HYETT, 2004, p.14). O modelo econmico que hoje vigora na maior parte do mundo gera um grande desequilbrio ambiental. O consumo exagerado tornou-se rotineiro e desejvel pela maioria da populao, a qual desconsidera os danos ambientais causados pela produo industrial desenfreada. Diante desta constatao, surgiu a idia do desenvolvimento sustentvel, que de acordo com a Comisso Mundial sobre Meio Ambiente e Desevolvimento (1991), ... aquele que atende s necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das geraes futuras atenderem suas prprias necessidades. Nos dias atuais, observa-se uma preocupao mundial com questes relevantes ao meio ambiente, bem como a reduo do uso de materiais e tecnologias que agridam a natureza. Os materiais de construo industrializados possuem em suas composies insumos no renovveis e geram volumosos resduos ao meio ambiente. Segundo Barbosa (2005), o processo de fabricao desses materiais (Figura 7), consome oxignio, libera gs carbnico e muitos outros poluentes,

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responsveis por chuvas cidas, que danificam severamente a natureza, e pelo chamado efeito estufa, que lentamente parece estar aquecendo a Terra.

Figura 7 - Industrializao excessiva causa danos natureza (BARBOSA, 2005, p.4).

O bambu, em contrapartida, segundo Barros; Souza (2004), uma gramnea contemplada como agente de alta capacidade na reduo de dixido de carbono na atmosfera, sendo o maior consumidor de gs carbnico do reino vegetal. Atravs da fotossntese, o bambu retira o gs carbnico, incorporandoo aos seus compostos, e libera oxignio para a atmosfera, contribuindo para o seqestro do dixido de carbono. O aquecimento da atmosfera parece ter provocado o aumento dos desequilbrios climticos, cujas conseqncias so cada vez mais danosas (Figura 8). Fenmenos naturais como chuvas fortes, inundaes, ventos intensos e variaes de temperatura, tm aumentado de freqncia e de intensidade. De acordo com Barbosa (2005), no Brasil, fenmenos nunca antes observados tm ocorrido, ocasionando destruio e indignao. Em Fortaleza, no ano de 2004, ocorreu uma chuva (com mais de 200 mm em um dia) cujo tempo de recorrncia seria de 250 anos, e um ciclone que atingiu a costa de Santa Catarina, tambm em 2004, destruindo casas e desabrigando centenas de pessoas.

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Figura 8 - Desequilbrios atmosfricos causam catstrofes (BARBOSA, 2005, p.6).

De acordo com Barros; Souza (2004), os materiais industrializados consomem uma grande quantidade de energia e o consumo energtico gasto na produo de materiais industrializados pode implicar em gastos vultosos. Com a crise energtica ocorrida no Brasil em 2001, esse problema vem ganhando notoriedade, pois interfere diretamente nos nveis de energia de praticamente todas as regies do Brasil. Barbosa (2005) cita uma srie de dados sobre o consumo de energia para a produo destes materiais, como por exemplo, o ao, material que para ser produzido utiliza-se de temperaturas que podem alcanar a mdia de 1.800C. Calcula-se que para a energia envolvida na produo de um simples vergalho de 12,5 mm seja da ordem de 80 kWh, consumo de uma famlia de baixa renda. J o alumnio exige cerca de 20 vezes mais energia que o ao para sua produo. A alta temperatura dos fornos, para produo de um saco de cimento de 50 kg, chega a 1.450C, e envolve aproximadamente 55 kWh de energia. Com base no exposto, possvel observar que a fabricao dos materiais industrializados provoca um consumo desenfreado de energia eltrica. Segundo Barbosa (2005), se compararmos os nveis de energia citados com os exigidos para a produo de tijolos de barro cru, sem cozimento, utilizados no perodo do Brasil colonial (Figura 9), ou com colmos de bambu, utilizados em construes grandiosas e resistentes (Figura 10), o resultado espantoso. O tijolo de barro e o bambu praticamente no consomem energia para a sua produo, pois so encontrados na natureza prontos para serem utilizados, o que os tornam ecologicamente viveis, alm de serem adequados do ponto de vista construtivo.

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Figura 9 - Construo de terra crua na Cidade de Gois (BARBOSA, 2005, p.2).

Figura 10 -

Construo de bambu na Colmbia. Pavilho Zeri, Manizales, Colmbia. (Fonte: Foto da autora, dezembro de 2005).

Os mtodos construtivos com materiais industrializados produzem ainda enormes quantidades de entulhos (restos de construo), que so difceis de serem reincorporados na natureza. Na maioria das vezes, os entulhos so depositados irregularmente em terrenos baldios, como mostra a Figura 11, em aterros clandestinos, ao longo de vias e praas pblicas ou at mesmo em margens de rios urbanos.

Figura 11 - Deposio de entulhos em locais inapropriados (BARBOSA, 2005, p. 8).

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Dentro deste contexto, o bambu surge como uma importante alternativa construtiva, haja vista que se trata de um material facilmente renovvel pela natureza, de crescimento rpido e de baixo custo, alm de possuir reduzido consumo energtico para sua produo e despontar como o maior consumidor de gs carbnico do reino vegetal.

1.2.2 - Aspectos botnicos A espcie vegetal conhecida como bambu, conhecida h milhares de anos por vrios povos e pertencente famlia das gramneas (Poaceae) e subfamlia bambusoideae (LPEZ, 2003, p. 2). De acordo com Graa (1988), o bambu uma supergramnea que possui caractersticas marcantes. Sua superfcie naturalmente lisa, dura e limpa, e sua cor considerada muito atrativa. Segundo Silva (2005), embora seja uma gramnea, os bambus possuem hbito arborescente, e da mesma forma que as rvores, apresentam uma parte area constituda pelo colmo, folhas e ramificaes e outra subterrnea composta pelo rizoma e raiz, como mostra a Figura 12.

Figura 12 - Partes do bambu (NMBA, 2004, p.24).

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Quanto ao rizoma, trata-se de um caule subterrneo dotado de ns e entrens, com folhas reduzidas a escamas, e que se desenvolve paralelamente a superfcie do solo. No deve ser confundido com a raiz, que uma parte distinta da planta e com funes completamente diferentes (SILVA, 2005, p.2). Existem basicamente dois grupos distintos de bambus quanto ao tipo de rizoma: os que formam touceiras (simpodiais) e os alastrantes (monopodiais). Muitos autores propem o semi-entouceirante (anfipodial) como um terceiro tipo, que dispe de ambas as caractersticas, como apresentado na Figura 13.

Figura 13 - Diferentes tipos de rizomas (NMBA, 2004, p. 22).

As folhas dos bambus respondem pela funo de elaborar as substncias necessrias ao rpido crescimento desta planta atravs do processo da fotossntese. Caractersticas como dimenso, formato da lmina e presena de pelos nas folhas, so informaes taxonmicas de grande valia para a identificao das espcies. De acordo com Filgueiras (1988), em muitas espcies de bambus o florescimento um fenmeno raro, podendo acontecer em intervalos de at 120 anos. Vrias espcies de bambus morrem ao florescer devido a energia desprendida pela planta para a formao de um grande nmero de sementes. Entretanto, nem todos os bambus morrem ao florescer, sendo que os bambus herbceos fogem a esta regra, uma vez que florescem freqentemente e no morrem. Apresentam floraes do tipo espordicas, que

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ocorrem apenas em algumas plantas de uma populao, e do tipo sincrnicas, que ocorrem simultaneamente em todas as plantas de uma populao. Quanto aos colmos, originam-se de uma gema ativa do rizoma e compem a parte area dos bambus, alm de dar sust