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FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG BRUNO WELLINGTON MONTIBELLER ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DE UMA EMPRESA AGROINDUSTRIAL QUE ATUA NO SEGMENTO DE COMPRA E VENDA DE INSUMOS E CEREAIS CASCAVEL 2012

Analise Demonstrações Contabeis

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Analise Demonstrações contábeis

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Page 1: Analise Demonstrações Contabeis

FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG

BRUNO WELLINGTON MONTIBELLER

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DE UMA EMPRESA AGROINDUSTRIAL QUE ATUA NO SEGMENTO DE COMPRA E VEN DA DE

INSUMOS E CEREAIS

CASCAVEL

2012

Page 2: Analise Demonstrações Contabeis

FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG

BRUNO WELLINGTON MONTIBELLER

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DE UMA EMPRESA AGROINDUSTRIAL QUE ATUA NO SEGMENTO DE COMPRA E VEN DA DE

INSUMOS E CEREAIS

Monografia apresentada para obtenção do titulo de Bacharel em Ciências Contábeis, da Faculdade Assis Gurgacz.

Orientador: Prof. Gilnei Saurin

CASCAVEL

2012

Page 3: Analise Demonstrações Contabeis

FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG

BRUNO WELLINGTON MONTIBELLER

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DE UMA EMPRESA AGROINDUSTRIAL QUE ATUA NO SEGMENTO DE COMPRA E VEN DA DE

INSUMOS E CEREAIS

Trabalho apresentado no Curso de Ciências Contábeis, da Faculdade Assis

Gurgacz, como requisito parcial para obtenção do titulo de Bacharel Ciências

Contábeis, sob orientação do Professor Gilnei Saurin.

BANCA EXAMINADORA

Professor Orientador: Gilnei Saurin

Faculdade Assis Gurgacz - FAG

Professor: Edirson A. Maggi

Faculdade Assis Gurgacz - FAG

Professor: Marcia C. Kounrouzan

Faculdade Assis Gurgacz - FAG

Cascavel, 06 dezembro de 2012

Page 4: Analise Demonstrações Contabeis

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais, Nei e Carla que eu amo muito, me deram todo o apoio necessário para chegar até aqui, pelo exemplo de vida e por sempre acreditaram na minha capacidade.

Page 5: Analise Demonstrações Contabeis

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Ciclo Operacional...........................................................................................36

Figura 2 – Os fornecedores financiando totalmente os estoques e uma parte das vendas.............................................................................................................................37

Figura 3 – Os fornecedores financiam apenas parte do estoque....................................37

Figura 4 – Ciclo Operacional e de caixa – 2009..............................................................65

Figura 5 – Ciclo Operacional e de caixa – 2010..............................................................66

Figura 6 – Ciclo Operacional e de caixa – 2011..............................................................67

Page 6: Analise Demonstrações Contabeis

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Balanço Patrimonial.......................................................................................16

Tabela 2 – Demonstração do Resultado do Exercício....................................................21

Tabela 3 – Orçamento.....................................................................................................48

Tabela 4 – Cronograma...................................................................................................49

Tabela 5 – Balanço Patrimonial de 2009 a 2011.............................................................50

Tabela 6 – Demonstração do Resultado do Exercício de 2009 a 2011..........................52

Tabela 7 – Participação de capitais de terceiros.............................................................53

Tabela 8 – Composição de Endividamento.....................................................................54

Tabela 9 – Imobilização do Patrimônio Líquido...............................................................55

Tabela 10 – Imobilização dos Recursos Não Correntes.................................................56

Tabela 11 – Liquidez Geral.............................................................................................57

Tabela 12 – Liquidez Corrente........................................................................................58

Tabela 13 – Liquidez Seca..............................................................................................58

Tabela 14 – Liquidez Imediata........................................................................................59

Tabela 15 – Giro do Ativo................................................................................................60

Tabela 16 – Margem Líquida...........................................................................................61

Tabela 17 – Rentabilidade do Ativo.................................................................................61

Tabela 18 – Rentabilidade do Patrimônio Líquido...........................................................62

Tabela 19 – Prazo Médio de Recebimentos de Vendas.................................................63

Tabela 20 – Prazo Médio de Renovação de Estoque.....................................................64

Tabela 21 – Prazo Médio de Pagamento de Compras...................................................64

Tabela 22 – Necessidade de Capital de Giro.................................................................68

Tabela 23 – Fator de Insolvência de Kanitz....................................................................69

Page 7: Analise Demonstrações Contabeis

RESUMO

O presente trabalho com o título “Análise das Demonstrações Contábeis de uma

Empresa Agroindustrial” que atua no segmento de compra e venda de insumos e

cereais, tem por objetivo mostrar aos sócios e administradores a situação econômico-

financeira da empresa nos anos de 2009 a 2011. A metodologia utilizada caracteriza o

trabalho como estudo de caso em relação aos objetivos, pesquisa bibliográfica e

documental quanto aos procedimentos e pesquisa quantitativa e qualitativa quanto à

abordagem do problema. Como instrumentos de pesquisa foram coletados dados dos

Balanços Patrimoniais e das Demonstrações dos Resultados dos Exercícios de 2009 a

2011 para fazer os cálculos dos indicadores financeiros. Após os cálculos foram feitas

as análises dos indicadores financeiros. Com a análise chegou-se à conclusão que a

rentabilidade da empresa não é satisfatória, porém ela tem capacidade de gerar

recursos suficientes para pagar suas dívidas, obtendo lucro líquido nos três períodos

analisados. Desta forma, a empresa encontra-se em boa situação econômico-financeira

e possui condições de manter-se no mercado, crescendo a cada período, investindo em

novas filiais e modernizando-se.

Palavras–Chaves: Demonstrações Contábeis. Análise Econômica. Análise financeira.

Page 8: Analise Demonstrações Contabeis

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 10

1.1 TEMA E PROBLEMA ............................................................................................... 11

1.2 OBJETIVO GERAL .................................................................................................. 12

1.2.1 Objetivos Específicos ............................................................................................ 13

1.3 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................... 13

2 ORGANIZAÇÃO EM ESTUDO ................................................................................... 14

3 REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................................................... 16

3.1 BALANÇO PATRIMONIAL ....................................................................................... 16

3.1.1 Ativo ...................................................................................................................... 17

3.1.2 Passivo .................................................................................................................. 18

3.2 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO ........................................... 18

3.3 INDICADORES CONTÁBEIS ................................................................................... 22

3.3.1 Índices de Estrutura de Capital ............................................................................. 23

3.3.2 Índices de Liquidez ................................................................................................ 26

3.3.3 Índices de Rentabilidade ....................................................................................... 29

3.3.4 Índices de Prazos Médios ..................................................................................... 33

3.3.5 Ciclo Operacional .................................................................................................. 35

3.3.6 Necessidade de Capital de Giro (NCG)................................................................. 38

3.4 FATOR DE INSOLVÊNCIA (KANITZ) ...................................................................... 39

4 METODOLOGIA ......................................................................................................... 41

4.1 TIPOS DE PESQUISA ............................................................................................. 41

4.1.1 Estudo de Caso ..................................................................................................... 41

4.1.2 Pesquisa Exploratória............................................................................................ 42

4.1.3 Pesquisa Bibliográfica ........................................................................................... 42

Page 9: Analise Demonstrações Contabeis

4.1.4 Pesquisa Documental............................................................................................ 43

4.2 TIPOS DE PESQUISA QUANTO A ABORDAGEM DO PROBLEMA ...................... 44

4.2.1 Pesquisa Qualitativa .............................................................................................. 44

4.2.2 Pesquisa Quantitativa............................................................................................ 44

4.4 PROCEDIMENTOS DA COLETA DE DADOS ......................................................... 45

4.5 POPULAÇÃO E AMOSTRA ..................................................................................... 45

4.6 GRAU DE VULNERABILIDADE DOS SUJEITOS – BENEFÍCIOS, RISCOS, DESCONFORTOS E MEDIDAS PROTETORAS ........................................................... 46

4.7 CRITÉRIOS PARA INTERROMPER A PESQUISA ................................................. 46

4.8 SIGILO E CONFIDENCIALIDADE DAS INFORMAÇÕES........................................ 46

4.9 PROPRIEDADE, GUARDA E USO DAS INFORMAÇÕES ...................................... 47

4.10 ANÁLISE DOS DADOS .......................................................................................... 47

4.11 ORÇAMENTO DETALHADO E REMUNERAÇÃO DO PESQUISADOR ............... 47

4.12 CRONOGRAMA ..................................................................................................... 48

5 COLETA E ANÁLISE DE DADOS .............................................................................. 50

5.1 ANÁLISE ATRAVÉS DOS ÍNDICES ........................................................................ 52

5.1.1 Índices de Estrutura de Capital ............................................................................. 53

5.1.2 Índices de Liquidez ................................................................................................ 57

5.1.3 Índices de Rentabilidade ....................................................................................... 59

5.1.4 Índices de Prazos Médios ..................................................................................... 62

5.1.5 Ciclo Operacional .................................................................................................. 65

5.1.6 Necessidade de Capital de Giro (NCG)................................................................. 67

5.1.7 Fator de Insolvência Kanitz ................................................................................... 68

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 70

REFERÊNCIAS.............................................................................................................. 72

Page 10: Analise Demonstrações Contabeis

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1 INTRODUÇÃO

Desde o seu surgimento a Contabilidade é utilizada para controlar o patrimônio

das empresas, que era vista apenas como um sistema de informações tributárias. Hoje

com as constantes mudanças no cenário econômico mundial, os gestores estão

utilizando a Contabilidade Gerencial no processo de gestão, planejamento, execução e

controle com o objetivo de obter melhores resultados, ajudando-os na tomada de

decisão e fornecimento de informações mais claras para os demais usuários

interessados.

Dessa forma, a Contabilidade Gerencial fornece as informações necessárias e

auxilia nos processos de concorrência, se tornando assim indispensável para o sucesso

das empresas. No entanto, grande parte das empresas ainda não utiliza a

Contabilidade e as informações contidas nas demonstrações contábeis, deixando de

tomar a melhor decisão a respeito de controle, custos, investimentos e planejamento.

O campo de atuação da Contabilidade abrange todas as entidades econômico-

administrativas, com fins lucrativos ou não, até órgãos públicos, como a União, os

Estados, os Municípios, as Autarquias etc. Não são apenas as grandes empresas que

devem usar ferramentas gerenciais, mais também as pequenas, pois a maioria delas

enceram por possuírem um processo de gestão ineficiente.

Dentre as principais ferramentas contábeis se destaca a análise das

demonstrações contábeis, que consiste em uma técnica que realiza a decomposição,

comparação e interpretação dos demonstrativos contábeis da empresa. O Balanço

Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício são as principais

demonstrações; o Balanço Patrimonial apresenta a situação patrimonial da empresa em

dado momento e a Demonstração do Resultado do Exercício mostra o resultado que a

empresa alcançou no exercício.

Silva (2010, p.4) descreve que,

Page 11: Analise Demonstrações Contabeis

11

a análise das demonstrações contábeis é uma técnica que consiste na coleta de dados constantes nas respectivas demonstrações, com vistas à apuração de indicadores que permitem avaliar a capacidade de solvência (situação financeira), conhecer a estrutura patrimonial (situação patrimonial) e descobrir a potencialidade da entidade em gerar bons resultados (situação econômica).

Nesse contexto, o presente trabalho fará a análise das demonstrações contábeis

de uma empresa agroindustrial que atua no mercado de compra e venda de insumos e

cereais. Serão coletados dados das demonstrações contábeis do período de 2009 a

2011, os quais serão utilizados para calcular os índices econômicos e financeiros. Com

o resultado dos cálculos será analisada a situação da empresa nos períodos descritos,

inferindo projeções futuras.

1.1 TEMA E PROBLEMA

Segundo Iudícibus (1998), a análise das demonstrações contábeis é tão antiga

quanto à Contabilidade. No inicio, como a Contabilidade, era feita de forma rudimentar.

No final do século XIX com o aparecimento dos banqueiros, houve necessidade de

informações mais claras e precisas para a concessão de empréstimos e

financiamentos.

A análise das demonstrações contábeis é importante para avaliar o desempenho

da gestão financeira, econômica e patrimonial da empresa. É possível ainda realizar

comparações com o segmento em que a empresa está inserida, possibilitando que os

gestores tomem decisões, como aumentar ou reduzir investimentos, aumentar o capital

ou emprestar recursos, expandir ou reduzir as operações e obter uma perspectiva para

o futuro.

Segundo Silva (2010), a análise não é uma ferramenta utilizada apenas pelos

usuários internos (sócios e administradores) mais também por usuários externos. As

instituições financeiras são um desses usuários externos que utilizam a análise para

conceder ou não empréstimos e estabelecer termos, como: taxas, volume, prazos e

garantias. Os clientes e fornecedores são outros usuários externos que usam a análise

Page 12: Analise Demonstrações Contabeis

12

para uma avaliação com vistas à concessão ou não de crédito, em que valor e a que

prazo. Os investidores utilizam para decidir se adquirem ou não ações. A Comissão de

valores mobiliários observa se as demonstrações contábeis de uma empresa de capital

aberto atende os requisitos do mercado de valores mobiliários. Já os empregados

utilizam para avaliar a capacidade que a empresa tem de prover sua remuneração,

aposentadoria e oportunidades de emprego.

A análise engloba cálculos e interpretações financeiras de um determinado

período, na qual o resultado é situação econômico-financeira da empresa hoje,

possibilitando ver os pontos fortes e fracos para tomar medidas corretivas e

apresentarmos uma perspectiva para o futuro.

Segundo Assaf Neto (2002, p. 48), “a análise de balanços visa relatar, com base

nas informações contábeis fornecidas pelas empresas, a posição econômico-financeira

atual, as causas que determinaram a evolução apresentada e as tendências futuras”.

Conforme Silva (2010), o trabalho do analista inicia-se quando termina o trabalho

do profissional da Contabilidade, que faz a interpretação e registro dos fatos

econômicos (escrituração), seguidos da elaboração das demonstrações contábeis.

Através da análise dessas demonstrações o analista vai emitir um parecer sobre a

situação econômico-financeira da empresa.

Portanto, o tema deste trabalho é a análise das demonstrações contábeis de

uma empresa agroindustrial que atua no segmento de compra e venda de insumos e

cereais utilizando como base os anos de 2009 a 2011. Por meio do tema, questiona-se:

Qual é a situação econômico-financeira desta empresa que atua no segmento de

compra e venda de insumos e cereais?

1.2 OBJETIVO GERAL

Evidenciar a situação econômico-financeira de uma empresa agroindustrial que

atua no segmento de compra e venda de insumos e cereais, nos anos de 2009 a 2011

utilizando o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício.

Page 13: Analise Demonstrações Contabeis

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1.2.1 Objetivos Específicos

a) Analisar as demonstrações contábeis do período de 2009 a 2011.

b) Apresentar um parecer da situação econômico-financeira apontando os

pontos fortes e pontos fracos da empresa.

1.3 JUSTIFICATIVA

O tema justifica-se para sócios e administradores verificarem as vantagens que a

empresa pode ter com a análise das demonstrações contábeis, como: aumentar ou

reduzir investimentos, aumentar o capital ou emprestar recursos, expandir ou reduzir

suas operações, comprar e vender a vista ou a prazo. A empresa obterá por meio da

análise sua situação econômico-financeira hoje e a evolução do seu patrimônio no

período analisado.

Com a realização desse trabalho poder-se-á conhecer melhor a situação

econômico-financeira da empresa, ou seja, se ela tem condições de prover

remuneração por um período duradouro e se há novas possibilidades de

empregabilidade na referida empresa, promoções e até mesmo aumento da

remuneração. Justifica-se também realizar este trabalho a obtenção do título de

Bacharel em Ciências Contábeis.

Page 14: Analise Demonstrações Contabeis

14

2 ORGANIZAÇÃO EM ESTUDO

A empresa em estudo foi fundada há sessenta anos no Oeste do Paraná, o que

lhe agrega o respeito e a confiança de seus clientes. Empresa pioneira no ramo, que

possui várias unidades de negócios que atuam na recepção e comercialização de grãos

e insumos agrícolas em mais de 30 municípios. De engenheiros, agrônomos a gerentes

de vendas, os profissionais atendem o produtor rural desde o plantio até a colheita do

produto, contando com uma capacidade de armazenagem que ultrapassa 5 milhões de

sacas. A empresa acredita estar desempenhando seu papel na agricultura com

investimentos nas áreas de pesquisas e tecnologia, capacitação técnica e logística, a

empresa tem se destacado pelo excelente padrão de qualidade em seus serviços,

suporte e produtividade.

O transporte de cereais via férrea e rodoviária até o Porto de Paranaguá,

permitindo assim maior rapidez e segurança em sua logística. Possui uma equipe

altamente especializada em exportação de grãos atuando no mercado internacional

através de sua trading, localizada em Curitiba, Paraná. A empresa é reconhecida pela

ética e pela sua dedicação em atender o homem do campo.

Pautada em investimentos na agricultura, sempre visando o incremento da

produtividade fazendo uso de recursos ambientalmente corretos, a empresa é detentora

de um marca de sementes, que tem como principal objetivo na produção de sementes,

melhorar a qualidade do produto exposto para seus clientes.

Toda a semente produzida, após seu beneficiamento é resfriada, sendo

armazenada à temperatura em torno de 20º C, mantendo e preservando suas

qualidades genéticas e melhorando seu vigor.

Todos estes processos atestam a qualidade das sementes, percebida no campo

no momento do plantio, hoje sendo fator crucial na hora da decisão da compra da

semente.

A empresa tem como missão buscar soluções ambientalmente corretas na

produção e comercialização de alimentos, com qualidade e responsabilidade social,

satisfazendo nossos clientes, sócios e colaboradores.

Page 15: Analise Demonstrações Contabeis

15

Para que todo esse processo ocorra à empresa é dividida em vários

departamentos, tais como: administrativo, auditoria, cereais, contabilidade, financeiro,

insumos, recursos humanos e tecnologia da informação. A pesquisa será realizada no

departamento contábil, e tem por objetivo fazer a análise das demonstrações contábeis

da empresa, utilizando se do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do

Exercício.

Page 16: Analise Demonstrações Contabeis

16

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 BALANÇO PATRIMONIAL

Segundo Matarazzo (2003), o Balanço Patrimonial tem por finalidade demonstrar

a situação da empresa no final de um determinado período. O Balanço Patrimonial é a

demonstração que apresenta todos os bens e direitos da empresa – ativo, e as

obrigações - passivo em determinada data. A diferença entre ativo e passivo é

chamada de patrimônio liquido e representa o capital investido pelos proprietários.

De acordo com a nova lei nº. 11941/09, a estrutura do Balanço Patrimonial deve

ser apresentado conforme tabela abaixo.

Tabela 1 - Balanço Patrimonial Ativo Passivo + Patrimônio Líquido

Ativo Circulante Ativo Não Circulante Realizável a Longo Prazo Permanente Investimento Imobilizado Intangível

Passivo Circulante Passivo Não Circulante Patrimônio Líquido Capital Social (-) Gastos com Emissão de Ações Reservas de Capital Opções Outorgadas Reconhecidas Reservas de Lucros Ajustes de Avaliação Patrimonial Ajustes Acumulados de Conversão Prejuízos Acumulados (-) Ações em tesouraria

Fonte: Silva, 2010.

Conforme Silva (2010), o Balanço Patrimonial está estruturado em dois grandes

grupos: o ativo e o passivo.

Page 17: Analise Demonstrações Contabeis

17

3.1.1 Ativo

Segundo Quintana (2009), o ativo pode ser classificado em dois grandes grupos

de contas, os quais são apresentados em ordem decrescente de grau de liquidez: ativo

circulante e ativo não circulante.

a) Ativo Circulante

Conforme Quintana (2009), o ativo circulante é composto pelos bens e direitos

conversíveis em recursos financeiros até o final do exercício subseqüente. Nesse

grupo, destacam-se o registro do caixa, bancos, clientes, estoque, despesas

antecipadas, entre outros.

b) Ativo Não Circulante

De acordo com Quintana (2009), o ativo não circulante é composto pelos itens da

estrutura do ativo, ou seja, o ativo realizável a longo prazo, os investimentos, o

imobilizado e o intangível.

• No ativo realizável a longo prazo, aparecem todos os bens e direitos que

serão realizados após o término do exercício seguinte.

• Nos investimentos, registram-se as participações permanentes em outras

sociedades e os direitos, que não são classificados em outros grupos e

que não sejam destinados à manutenção da atividade da empresa.

• No ativo imobilizado, são classificados os direitos que tenham por objeto

bens corpóreos destinados a manutenção das atividades da empresa.

• No ativo intangível, são classificados os recursos ou obrigações

contraídas com aquisição, desenvolvimento e manutenção de bens

incorpóreos ou intangíveis, tais como, marcas, registros e patentes.

Page 18: Analise Demonstrações Contabeis

18

3.1.2 Passivo

Para Silva (2010), passivo é uma obrigação existente na entidade, derivada de

eventos já ocorridos, cuja a liquidação se espera que resulte em saídas de recursos

capazes de gerar benefícios econômicos. O passivo se divide em três subgrupos:

passivo circulante, passivo não circulante e patrimônio líquido.

a) Passivo circulante e passivo não circulante

Segundo Braga (2009), serão classificados no passivo circulante as obrigações

assumidas pela empresa para a realização de suas operações, tais como, dívidas

contraídas junto a fornecedores, salários devidos a empregados, encargos sociais, os

impostos a pagar e as obrigações assumidas por financiamentos obtidos junto a

instituições financeiras. As obrigações cujo o vencimento é de longo prazo se

classificam no passivo não circulante.

b) Patrimônio Líquido

Conforme Silva (2010), na equação patrimonial, o Patrimônio Líquido se forma

pelo valor residual dos ativos depois de deduzidos todos os seus passivos.

Representados pelos valores aplicados na empresa pelos sócios quotistas ou

acionistas, pelas reservas, lucros ou prejuízos acumulados.

3.2 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

A Demonstração do Resultado do Exercício é composta pelas receitas e

despesas, dessa forma apresenta os resultados dos lucros ou prejuízos acumulados no

período.

Page 19: Analise Demonstrações Contabeis

19

Matarazzo (2003, p.45), afirma que,

a Demonstração do Resultado do Exercício é uma demonstração dos aumentos e reduções causados no Patrimônio líquido pelas operações da empresa. As receitas representam normalmente aumento do ativo, através de ingresso de novos elementos, como duplicatas a receber ou dinheiro proveniente das transações. Aumentado o Ativo, aumenta o Patrimônio Liquido. As despesas representam redução do Patrimônio Líquido, através de um entre dois caminhos possíveis: redução do Ativo ou aumento do Passivo Exigível.

Segundo a Lei nº 11.638/07, a Demonstração do Resultado do Exercício

discriminará os seguintes elementos:

Tabela 2 - Demonstração do Resultado do Exercício Receita Operacional Brut a Deduções da receita bruta Receita Operacional Líquida Custos dos produtos Vendidos Lucro Bruto Despesas operacionais Despesas com vendas Despesas Gerais e Administrativas Despesas financeiras Receitas financeiras Outras receitas operacionais Outras despesas operacionais Resultado Operacional Outras receitas e outras despesas Lucro Antes do Imposto de Renda e da Contribuição S ocial Imposto de Renda Contribuição Social Lucro antes das Participações e Contribuições Participações estatutárias Lucro Líquido do Exercício Lucro por Ação Fonte: Quintana, 2009.

Page 20: Analise Demonstrações Contabeis

20

a) Receita operacional bruta

Segundo Matarazzo (2003), a receita operacional bruta da empresa é constituída

pelo valor bruto faturado. O faturamento representa o ingresso bruto de recursos

externos provenientes das operações de venda de produtos, mercadorias ou serviços.

b) Deduções da receita bruta

Conforme Quintana (2009), as principais deduções da receita bruta são os

impostos incidentes sobre essa receita, os abatimentos e descontos concedidos, as

devoluções e as vendas canceladas.

c) Receita operacional líquida

De acordo com Quintana (2009), a receita líquida é apurada pela diferença entre

a receita bruta e suas deduções.

d) Custo dos produtos vendidos

Segundo Assaf Neto (2000), o custo dos produtos vendidos representam todos

os custos incorridos pela empresa em seu processo de fabricação ou prestação de

serviço.

• Custo dos produtos vendidos: são os custos da transformação de bens,

nas empresas industriais.

• Custo das mercadorias vendidas: são os custos da compra de mercadoria,

para serem revendidas nas empresas comerciais.

• Custos dos serviços prestados: o custo dos serviços prestados, no caso

das empresas prestadoras de serviços, corresponde aos custos incorridos

para a prestação dos serviços.

Page 21: Analise Demonstrações Contabeis

21

e) Lucro Bruto

No entender de Quintana (2009), é obtido pela diferença entre a receita líquida e

os custos dos produtos vendidos, das mercadorias vendidas ou dos serviços prestados.

f) Despesas Operacionais

Segundo Matarazzo (2003), as despesas operacionais compreendem as

despesas necessárias para a empresa funcionar, ou seja, vender, administrar e

financiar suas atividades.

g) Resultado Operacional

De acordo com Quintana (2009), o resultado operacional identifica o resultado

efetivo da parte operacional da empresa. É obtido pela diferença entre o resultado bruto

e as despesas operacionais, podendo gerar um lucro ou um prejuízo operacional.

h) Outras receitas e outras despesas

Conforme Quintana (2009) compreende o resultado gerado de despesas e

receitas não relacionadas com a atividade fim da empresa. Normalmente se refere a

ganhos e perdas na venda ou a baixa do ativo permanente.

i) Resultado antes do imposto de renda e da contribuição social

No entender de Quintana (2009), o resultado antes do imposto de renda e da

contribuição social deriva da diferença entre o resultado operacional e o não

operacional.

Page 22: Analise Demonstrações Contabeis

22

j) Resultado antes das participações

Conforme Quintana (2009), o resultado antes das participações é calculado pela

diferença entre o resultado antes do imposto de renda e contribuição e os valores

desses tributos.

k) Participações

Segundo Braga (2009), as participações são as parcelas do lucro destinados a

debenturistas, empregados e administradores, mesmo na forma de instrumentos

financeiros, e de instituições ou de fundos de assistência ou previdência de

empregados, que não se caracterizem como despesas.

l) Resultado líquido do exercício

Para Braga (2009), é o resultado final do exercício. Se positivo, lucro do

exercício, após deduzidas as participações. Na hipótese de resultado líquido negativo,

antes das participações, ocorrerá um prejuízo líquido do exercício.

m) Lucro por ação

De acordo com Quintana (2009), o lucro por ação representa o lucro gerado por

ação do capital. O lucro por ação é apurado pela divisão do lucro líquido do exercício

pelo número de ações em circulação da empresa.

3.3 INDICADORES CONTÁBEIS

Segundo Silva (2010), a apuração de indicadores fornece uma ampla visão da

situação econômica, financeira e patrimonial da empresa, e a sua análise deve ser

Page 23: Analise Demonstrações Contabeis

23

realizada através da construção da série histórica com os números encontrados, os

quais são apurados através da relação entre contas ou grupos de contas que integram

as demonstrações contábeis.

3.3.1 Índices de Estrutura de Capital

Segundo Silva (2010), estes índices estão relacionados à composição dos

capitais (próprios e de terceiro) e medem os níveis de imobilização de recursos, que

buscam identificar diversas relações na estrutura da dívida da empresa.

Ainda Silva, descreve que a análise de estrutura de capital deverá levar em conta

o custo dos recursos de terceiros, pois empresas com o mesmo perfil de indicadores de

terceiros podem ser avaliadas de forma diversa em razão de fatores como taxa de juros

e moeda em que os recursos foram captados, assim, os reflexos são visíveis na

demonstração do resultado do exercício e no estudo de alavancagem financeira. Nesse

contexto os índices de capitais de terceiros são: participação de capitais de terceiros,

composição do endividamento, imobilização do patrimônio líquido e imobilização dos

recursos não correntes.

a) Participação de capitais de terceiros

Segundo Matarazzo (2003), o índice de Participação de Capitais de Terceiros

relaciona, portanto, as duas grandes fontes de recursos da empresa, capitais próprios e

capitais de terceiros. É um indicador de risco ou de dependência a terceiros, por parte

da empresa.

Conforme Matarazzo (2003), esse índice mostra quanto à empresa tomou de

Capitais de Terceiros para cada $ 100 de capital próprio investido. Para calcular o

índice de participação de capitais de terceiros utilizar-se-á seguinte fórmula:

Page 24: Analise Demonstrações Contabeis

24

Capitais de TerceirosPatrimônio Líquido

Participação de Capitais de Terceiros= x100

De acordo com Silva (2010), os capitais de terceiros compreendem o somatório

do passivo circulante e exigível a longo prazo, representando o endividamento da

empresa. Nesse contexto Silva comenta que quanto menor o resultado melhor, por que

quanto maior o resulto for menor será a liberdade de decisões financeiras da empresa e

maior será a dependência de capital de terceiros.

Paralelamente Braga (2009), complementa que quando há maior intensidade na

utilização de capitais de terceiros, é importante verificar o grau de endividamento a

curto prazo, a fim de se examinar até que ponto a estrutura da empresa está

comprometida de imediato.

b) Composição do endividamento

Segundo Matarazzo (2003), após se conhecer o grau de participação de capitais

de terceiros, o passo seguinte é saber qual a composição dessas dividas. As dividas

podem ser de curto prazo, que precisam ser pagas com os recursos possuídos hoje,

mais aqueles gerados à curto prazo. As dividas se longo prazo, a empresa dispõe de

tempo para gerar recursos (normalmente lucro + depreciação). Esse índice indica qual

o percentual de obrigações de curto prazo em relação às obrigações totais. Para

calcular o índice de composição do endividamento utiliza-se a seguinte fórmula:

Passivo CirculanteCapitais de Terceiros

Composição do Endividamento= x100

Conforme Silva (2010), quanto menor o resultado melhor, pois, as dívidas a curto

prazo referem-se às que precisam ser pagas com recursos já disponíveis ou que

venham a ser gerados a curto prazo.

Page 25: Analise Demonstrações Contabeis

25

c) Imobilização do patrimônio líquido

Segundo Silva (2010), quanto mais à empresa investir no Ativo Permanente,

mais ela se torna dependente de capitais de terceiros para o seu capital de giro.

Havendo a real necessidade de investimentos no ativo permanente, a empresa deverá

buscar financiamentos a longo prazo, cuja as taxas de juros tendem a ser menores, em

razão dos bens financiados servirem como garantia.

Nesse contexto Matarazzo (2003), comenta que o índice de Imobilização do

Patrimônio Líquido indica quanto à empresa aplicou no Ativo Permanente para cada $

100 de Patrimônio Líquido. Para calcular o índice de Imobilização do Patrimônio Líquido

utiliza-se, a seguinte fórmula:

Ativo PermanentePatrimônio Líquido

Imobilização do Patrimônio Líquido= x100

Para Matarazzo (2003, p.158),

o ideal em termos financeiros é a empresa dispor de Patrimônio Líquido suficiente para cobrir o Ativo Permanente e ainda sobrar uma parcela – CCP = Capital Circulante Próprio – suficiente para financiar o Ativo Circulante. (Por suficiente entende-se que a empresa deve dispor da necessária liberdade de comprar e vender sem precisar sair o tempo todo correndo atrás de bancos.

Conclui Silva (2010), que quanto menor o resultado, melhor, pois mostra que a

empresa é menos depende de capitais de terceiros para o seu capital de giro.

d) Imobilização dos recursos não correntes

Segundo Silva (2010) este Indicador permite identificar qual o percentual de

Recursos não Correntes a empresa aplicou no Ativo Permanente, evidenciando o

quanto a empresa possui de Capital Circulante Próprio (CCP = Patrimônio Líquido –

Ativo Permanente).

Conforme Matarazzo (2003, p.160),

Page 26: Analise Demonstrações Contabeis

26

os elementos do Ativo Permanente têm vida útil que pode ser de 2, 5, 10 ou 50 anos. Assim, não é necessário financiar todo o imobilizado com recursos próprios. É perfeitamente possível utilizar recursos de longo prazo, desde que o prazo seja compatível com o de duração do imobilizado ou então que o prazo seja suficiente para a empresa gerar recursos capazes de resgatar as dívidas de longo prazo.

Para calcular o índice de Imobilização dos Recursos não Correntes utiliza-se, de

acordo com Matarazzo (2003), a seguinte fórmula:

Ativo PermanentePatrimônio Líquido + PNC

Imobilização dos Recursos não Correntes= x100

Conclui Silva (2010), que quanto menor esse índice, melhor, assim terá a

evidencia de que a empresa vem financiando seu capital de giro com recursos a longo

prazo.

3.3.2 Índices de Liquidez

Segundo Matarazzo (2003), os índices desse grupo mostram a base da situação

financeira da empresa. São índices que confrontam os Ativos Circulantes com as

Dividas, procurando medir quão sólida é a base financeira da empresa. Uma empresa

com bons índices de liquidez tem condições de ter boa capacidade de pagar suas

dividas, mas não estará, obrigatoriamente, pagando suas dividas em dia em função de

outras variáveis como prazo, renovação de dívidas.

Mediante Silva (2010), os índices se dividem em quatro índices de liquidez:

liquidez geral, liquidez corrente, liquidez seca e liquidez imediata.

a) Liquidez Geral

Segundo Silva (2010), esse índice possibilitará ver toda a capacidade de

pagamento da empresa a longo prazo, considerando tudo que ela pode converter em

Page 27: Analise Demonstrações Contabeis

27

dinheiro (a Curto e Longo Prazo), relacionando-se com tudo que a empresa já assumiu

de divida (a Curto e Longo Prazo).

Conforme Braga (2009, p.165),

[...] todavia, o crescimento demasiado dos quocientes de liquidez pode indicar sérias dificuldades em relação à estrutura dos negócios, tais como entesouramento ou encaixe excessivo (elevação da liquidez imediata, acima das necessidades operacionais); estoques elevados, em decorrência de itens invendáveis ou baixa capacidade de comercialização; grande volume de contas a receber, por dilatação de prazos concedidos a clientes etc. Daí a necessidade de examinar cada componente de per si dos ativos e passivos (circulante e não circulante). Tal exame será realizado quando se der a análise da rotação de valores.

De acordo do Matarazzo (2003), Esse índice indica quanto à empresa possui no

Ativo Circulante e Realizável a Longo Prazo para cada $ 1,00 de dívida total. Para

calcular este índice utiliza-se a seguinte fórmula:

Na visão de Matarazzo (2003), quanto maior esse índice melhor, pois mostra a

capacidade da empresa em quitar suas dividas a longo prazo.

b) Liquidez Corrente

Para Silva (2010), este índice mostra quanto a empresa possui em dinheiro, em

bens e em direitos realizáveis a curto prazo, comparando com suas dividas a serem

pagas no mesmo período.

Braga (2009, p.163) descreve,

[...] em outras palavras, destina-se a avaliar a capacidade da empresa para pagar suas obrigações a curto prazo. Por isso, sem a pretensão de estabelecer padrões, afirma-se que este quociente deverá ser, na medida das necessidades da empresa, maior que 1,00, a fim de manter adequada margem de segurança financeira e, ao mesmo tempo, atender a nível de “encaixe”.

Ativo Circulante + Realizável a longo Prazo

Passivo Circulante + Exigível a longo Prazo Liquidez Geral=

Page 28: Analise Demonstrações Contabeis

28

Conforme Matarazzo (2003), esse índice indica quanto à empresa possui no

Ativo Circulante para cada $ 1,00 de Passivo Circulante. Para calcular este índice

utilizar-se-á seguinte fórmula:

Ativo CirculantePassivo Circulante

Liquidez Corrente=

De acordo com Matarazzo (2003), quanto maior esse índice melhor, dessa forma

mostra que a empresa tem capacidade de pagar suas dividas a curto prazo.

c) Liquidez Seca

Segundo Silva (2010), através desse indicador é possível ver a capacidade de

pagamento da empresa nas situações em que a mesma tem uma rotação de estoque

muito baixa, o que pode ser reflexo de uma má gestão sobre o volume de compras de

material para revenda ou industrialização.

Braga (2009, p.164) descreve que,

[...] alguns analistas eliminam os estoques do ativo circulante, a fim de verificar as possibilidades da empresa no entendimento de suas dívidas a curto prazo, sem contar com seus estoques. É a verdadeira “prova do ácido”, como alguns costumam denominar, já que, para muitas empresas, não é de muita relevância, pela natureza de sua estrutura financeira (maior volume de vendas a vista, por exemplo). Portanto, este índice mede a capacidade da empresa para pagar suas obrigações sem ser forçadas a vender seus estoques, mas, como o quociente de liquidez imediata, ele deve ser interpretado com bastante prudência.

Conforme Matarazzo (2003), esse índice indica quanto à empresa possui de

Ativo Liquido para cada US$ 1,00 de Passivo Circulante. Para calcular esse índice

utiliza-se, a seguinte fórmula:

Ativo Circulante - EstoquePassivo Circulante

Liquidez Seca=

Page 29: Analise Demonstrações Contabeis

29

Na visão de Matarazzo (2003), quanto maior o resultado, melhor, por que

significa que a empresa tem capacidade de cumprir suas obrigações, mesmo quando

for baixa a rotação de estoque.

d) Liquidez Imediata

Segundo Silva (2010), esse índice tem maior acepção quando o analisamos de

forma conjunta com o fluxo mensal de caixa da empresa, ou quando, utilizamos a

média dos saldos mensais, evitando situações anormais que tenham ocorrido à véspera

do levantamento do balanço.

Paralelamente Braga (2009), complementa para que os recursos não fiquem

completamente ociosos (caixa e bancos), sem gerar qualquer remuneração e sujeitos à

corrosão inflacionária, as empresas costumam aplicar parte deles no mercado

financeiro.

Conforme Silva (2010), esse índice indica a capacidade da empresa quitar suas

dividas imediatamente, considerando apenas caixa, saldos bancários e aplicações

financeiras de liquidez imediata. Para calcular esse índice utiliza-se, a seguinte fórmula:

DisponibilidadesPassivo Circulante

Liquidez Imediata=

Conclui Silva (2010), que quanto maior o resultado, melhor, assim terá a

evidencia de que a empresa tem capacidade de saldar suas dividas imediatamente.

3.3.3 Índices de Rentabilidade

Segundo Silva (2010), com os índices de rentabilidade é possível avaliar o

desempenho global de uma empresa através do estudo das taxas de retorno. Está

Page 30: Analise Demonstrações Contabeis

30

análise busca conhecer o retorno sobre o investimento total, o retorno sobre as vendas

e o capital próprio, portanto, uma avaliação não apenas da produtividade, mas,

sobretudo, da lucratividade do negócio.

Conforme Matarazzo (2003), os índices de rentabilidade são: giro do ativo,

margem líquida, rentabilidade do ativo e rentabilidade do patrimônio líquido.

a) Giro do ativo

Para Silva (2010), este indicador mostra a relação entre as vendas do período e

os investimentos totais efetuados na empresa, evidenciando o nível de eficiência com

que são utilizados os recursos aplicados, ou seja, a produtividade dos investimentos

totais (ativo total).

Braga (2009, p.170) descreve que,

o principal instrumento para se medir a eficiência do investimento total seria com base em sua produtividade – número de rotações, para se avaliar a capacidade de recuperação desses investimentos totais – e em sua rentabilidade – taxa de remuneração do montante de recursos aplicados pela empresa.

Segundo Matarazzo (2003, p.176), “esse índice mede o volume de vendas da

empresa em relação ao capital total investido”. Para calcular esse índice utiliza-se a

seguinte fórmula:

Vendas LíquidasAtivo

Giro do Ativo=

De acordo com Silva (2010), esse índice indica quanto à empresa vendeu para

cada $ 1,00 de investimento total. Quanto maior o resultado desse índice, melhor, por

que significa que a empresa tem um alto volume de vendas em relação ao capital

investido.

Page 31: Analise Demonstrações Contabeis

31

b) Margem Líquida

Segundo Silva (2010), esse índice compara o Lucro Líquido em relação às

Vendas Líquidas do período, mostrando o percentual de lucratividade gerado. Alguns

fatores podem influenciar a rentabilidade sobre as vendas, dentre os quais o ramo de

atividade, a rotação dos estoques, mercados, custos de produção, produtividades,

dentre outros. A empresa que atua em um segmento que a margem de lucro é

pequena, não consegue aumentar o lucro através do aumento do preço de venda.

Nessa situação o aumento do faturamento deverá ocorrer através da conquista de

novos mercados.

Nesse contexto Silva (2010) complementa que o analista deverá estar atento aos

seguintes aspectos:

• Volume de despesas ou receitas não operacionais, os quais podem

distorcer o resultado.

• Os critérios de avaliação de estoques e de apropriação de custos podem

interferir no valor do CMV (ou CPV) e, portanto, no lucro.

Conforme Matarazzo (2003), esse índice indica quanto à empresa obtém de

lucro para cada $ 100 vendidos. Para calcular esse índice utiliza-se, a seguinte fórmula:

Lucro LíquidoVendas Líquidas

Margem Líquida= x100

Conclui Silva (2010), que quanto maior o resultado desse índice, melhor, por que

maior vai ser o lucro em relação às vendas.

c) Rentabilidade do ativo

Segundo Matarazzo (2003), este índice mostra quanto à empresa obteve de

Lucro Liquido em relação ao Ativo. É uma medida do potencial de geração de lucro da

parte da empresa.

Silva (2010, p.145) descreve que,

Page 32: Analise Demonstrações Contabeis

32

[...] este indicador tem por objetivo medir a EFICIÊNCIA global da alta direção da empresa na geração de lucros com seus investimentos totais. Não havendo variações significativas nos saldos do Ativo, o analista poderá optar por mediar a relação direta entre o Lucro Líquido do Exercício e o saldo do Ativo [...].

Conforme Matarazzo (2003), esse índice indica quanto à empresa obtém de

lucro para cada $ 100 de investimento total. Para calcular esse índice utiliza-se, a

seguinte fórmula:

Lucro LíquidoAtivo

Rentabilidade do Ativo= x100

Conclui Matarazzo (2003), que quanto maior o resultado desse índice melhor,

pois mostra quanto à empresa obteve de lucro líquido em relação ao ativo.

d) Rentabilidade do patrimônio líquido

Conforme Matarazzo (2003), o papel do índice de Rentabilidade do Patrimônio

Líquido é mostrar qual a taxa de rendimentos do Capital Próprio. Essa taxa pode ser

comparada com a de outros rendimentos do mercado, como a Caderneta de Poupança,

CDBs, Ações, Fundos de Investimentos, etc. Com isso se pode avaliar se a empresa

oferece rentabilidade superior ou inferior a essas opções.

Paralelamente Silva (2010, p.145) complementa que,

este indicador apresenta o retorno que os acionistas ou quotistas da empresa estão obtendo em relação aos seus investimentos na empresa, ficando patente o prêmio do investidor ou proprietário pelo risco de seu empreendimento quando o indicador (taxa) obtido é superior à taxa média de juros do mercado.

De acordo com Matarazzo (2003), esse índice indica quanto à empresa obteve

de lucro para cada $ 100 de Capital Próprio investido. Para calcular este índice utiliza-

se a seguinte fórmula:

Lucro LíquidoPatrimônio Líquido Médio

Rentabilidade do Patrimônio Líquido= x100

Page 33: Analise Demonstrações Contabeis

33

Segundo Silva (2010), quanto maior o resultado desse índice, melhor, maior vai

ser o lucro em relação ao capital próprio investido.

3.3.4 Índices de Prazos Médios

Segundo Matarazzo (2003), existe três índices de prazos médios que podem ser

encontrados a partir das demonstrações financeiras, sendo Prazo Médio de

Recebimento de Vendas, Prazo Médio de Renovação de Estoque e Prazo Médio de

Pagamentos de Compras. A conjugação dos três índices de prazos médios leva à

análise dos ciclos operacional e ciclo de caixa, elementos fundamentais para a

determinação de estratégias empresarias tanto comerciais quanto financeiras,

geralmente vitais para a determinação do fracasso ou sucesso de uma empresa.

a) Prazo médio de recebimentos de vendas - PMRV

Segundo Silva (2010), esse indicador mostra quantos dias ou meses, em média,

a empresa leva para receber suas vendas.

Para calcular esse índice utiliza-se, segundo Matarazzo (2003), a seguinte

fórmula:

Duplicatas a ReceberVendas

PMRV= x360

De acordo com Silva (2010), quanto maior o prazo médio de recebimento de

vendas pior será para a empresa, pois representa maior tempo de utilização de

financiamento, portanto, maior custo.

Page 34: Analise Demonstrações Contabeis

34

b) Prazo médio de renovação de estoques – PMRE

Conforme Silva (2010), esse indicador mostra em quantos dias ou meses, em

média, as mercadorias ficaram estocados na empresa antes de serem vendidas. O

ideal é que a empresa tenha um alto índice de rotação de estoques, desde que isso

seja o reflexo do alto grau de comercialização de seus produtos, em decorrência do

aumento da demanda.

Nesse contexto Braga (2009, p.167) descreve que,

os índices de rotação de estoque são suficientes (subinvestimento), desejáveis (normais) ou excessivos (superinvestimento) em relação ao volume de vendas da empresa (capacidade de comercialização) –, se existem itens de baixa rotação, itens obsoletos etc. É calculado mediante a divisão do custo do produto ou mercadoria vendida (ou matérias-primas consumidas etc.) pelo valor médio dos estoques – não sendo possível a obtenção deste valor médio, utiliza-se o estoque final.

Para calcular esse índice utiliza-se, conforme Matarazzo (2003), a seguinte

fórmula:

EstoquesCusto da Mercadoria Vendida

x360PMRE=

De acordo com Silva (2010), alguns pontos devem ser considerados na análise,

quando a um alto índice de rotação, também pode ser sinal de baixo investimento em

estoques, o que pode acarretar a perda de vendas e conseqüente redução nos lucros.

Quando a um baixo índice de rotação, pode estar sinalizando um investimento

excessivo nos estoques, aumentando os custos de manutenção (armazenagem e

seguros).

c) Prazo médio de pagamento de compras - PMPC

Segundo Silva (2010), este indicador mostra quantos dias ou meses, em média,

a empresa leva para pagar suas dividas junto aos seus fornecedores. No cálculo

devemos usar a média de fornecedores quando ocorrer discrepância significativa entre

Page 35: Analise Demonstrações Contabeis

35

os dois saldos. A média de fornecedores é obtida pela soma dos saldos de

fornecedores do ano anterior com o do ano em curso, dividido por dois.

Para calcular esse índice utiliza-se, segundo Matarazzo (2003), a seguinte

fórmula:

FornecedoresCompras

PMPC= x360

Conforme Silva (2010), a determinação do valor das compras em empresas

comerciais pode ser efetuada a partir da seguinte fórmula:

Compras = CMV + Estoque Final – Estoque Inicial

De acordo com Silva (2010), o prazo médio para pagamento das compras deverá

ser maior do que o prazo concedido aos clientes, de forma a permitir a manutenção de

um adequado nível de liquidez.

3.3.5 Ciclo Operacional

De acordo com Matarazzo (2003), a soma do prazo médio de renovação de

estoque e o prazo médio de recebimentos de vendas, representa o que se chama Ciclo

Operacional, ou seja, o tempo decorrido entre a compra e o recebimento da venda da

mercadoria, conforme a Figura 1:

Page 36: Analise Demonstrações Contabeis

36

Figura 1 – Ciclo operacional

Fonte: Matarazzo, 2003.

Nesse contexto, Matarazzo (2003, p.319) descreve,

o ciclo operacional mostra o prazo de investimento. Paralelamente ao Ciclo Operacional ocorre o financiamento concedido pelos fornecedores, a partir do momento da compra. Até o momento do pagamento aos fornecedores, a empresa não precisa preocupar-se com o financiamento, o qual é automático. Se o Prazo Médio de Pagamento de Compras – PMPC – for superior ao Prazo Médio de Renovação de Estoques – PMRE –, então os fornecedores financiarão também uma parte das vendas da empresa. O tempo decorrido entre o momento em que a empresa coloca o dinheiro (pagamento ao fornecedor) e o momento em que recebe as vendas (recebimento do cliente) é o período em que a empresa precisa arrumar financiamento. É o Ciclo de Caixa, também chamado de Ciclo Financeiro.

As figuras a seguir ilustram duas situações possíveis:

Conforme a Figura 2, desde o momento da compra da mercadoria até o

pagamento, a empresa não precisa se preocupar com financiamentos, pois neste caso

os fornecedores financiarão totalmente os estoques a uma parte das vendas.

PMRE PMRV

Ciclo Operacional

Venda Recebimento Compra

Page 37: Analise Demonstrações Contabeis

37

Figura 2 – Os fornecedores financiando totalmente os estoques a uma parte das vendas

Fonte: Matarazzo, 2003.

Conforme Matarazzo (2003), no caso da figura 2, a empresa deve obter

financiamentos para o tempo que a mercadoria permanece em estoque.

Na Figura 3, o prazo médio de pagamento das compras é menor que o prazo

que a mercadoria permanece em estoque, ou seja, nesse caso os fornecedores

financiarão apenas parte dos estoques.

Figura 3 – Os fornecedores financiando apenas parte do estoque

Fonte: Matarazzo, 2003.

Segundo Silva (2010), confrontando o espaço de tempo para realizar

monetariamente as vendas com o prazo que se tem para pagamento das compras de

Recebimento

PMPC

PMRV

Ciclo Operacional

Ciclo de Caixa

Compra

PMRE

Venda Pagamento

Recebimento

Ciclo Operacional

Ciclo de Caixa

PMRV

PMPC

Compra

PMRE

Pagamento Venda

Page 38: Analise Demonstrações Contabeis

38

matérias primas ou mercadorias a fornecedores, consegue-se detectar se a empresa

está operando com superávit ou déficit financeiro em seu ciclo operacional.

De acordo com Matarazzo (2003), no caso da figura 3, a empresa deve obter

recursos financeiros para financiar suas vendas e para um determinado período de

tempo em que a mercadoria permanece em estoque. Para empresa, quanto menor o

ciclo financeiro melhor, pois representa menor tempo de utilização de financiamento,

portanto, menor custo.

3.3.6 Necessidade de Capital de Giro (NCG)

Segundo Matarazzo (2003), a necessidade de capital de giro não é só um

conceito fundamental para a análise da empresa do ponto de vista financeiro, ou seja,

analise de caixa, mais também de estratégias de financiamento, crescimento e

lucratividade.

Silva (2010, p.164) descreve que,

a Necessidade de Capital de Giro (NCG) é a principal determinante da situação financeira de uma empresa, expressando o nível de recursos necessários para a manutenção do giro dos negócios, pois as contas utilizadas no cálculo da determinação da NCG expressam operações de curto prazo e de efeitos rápidos. Sendo assim, quaisquer modificações nas políticas de estocagem, de crédito e de compras, produzirão efeitos imediatos sobre o fluxo de caixa da empresa.

Conforme Silva (2010), o Ativo Circulante Operacional (ACO) é o investimento

que decorre automaticamente das atividades de compra, produção, estocagem e

venda, enquanto o Passivo Circulante Operacional (PCO) é o financiamento, também

automático, que decorre dessas atividades. Para apurar a NCG utiliza-se a seguinte

fórmula:

NCG = ACO - PCO

Page 39: Analise Demonstrações Contabeis

39

De acordo com Matarazzo (2010), as situações básicas que ocorrem numa

empresa, com relação ao ACO e PCO podem ser assim interpretadas:

Se o ACO > PCO é a situação normal na maioria das empresas. Há uma NCG

para a qual a empresa deve encontrar fontes adequadas de financiamento.

Se o ACO = PCO nesse caso a NCG é igual a zero e, portanto a empresa não

tem necessidade de financiamento para o giro.

Porém, se ACO < PCO a empresa tem mais financiamentos operacionais do que

investimentos operacionais. Sobram recursos das atividades operacionais, os quais

poderão ser usados para aplicação no mercado financeiro ou para expansão da planta

fixa da empresa.

3.4 FATOR DE INSOLVÊNCIA (KANITZ)

Conforme Kanitz apud Silva (2010) considera que a capacidade de prever

falências possui também a vantagem imediata e óbvia de reduzir os prejuízos

decorrentes de financiamentos que não poderão ser liquidados. Kanitz construiu um

modelo de regressão linear múltipla, obtendo os seguintes coeficientes padronizados,

que são utilizados em sua fórmula de determinação do fator de insolvência.

Fator de Insolvência = (0,05 x X1) + (1,65 x X2) + (3,55 x X3) – (1,06 x X4) – (0,33 x X5)

Onde:

X1 = (Lucro Líquido/Patrimônio Líquido)

X2 = (Ativo Circulante + Ativo Não Circulante) / Exigível Total

X3 = (Ativo Circulante – Estoques) / Passivo Circulante

X4 = Ativo Circulante / Passivo Circulante

X5 = Exigível Total / Patrimônio Líquido

Page 40: Analise Demonstrações Contabeis

40

Partindo dos Fatores apurados, Kanitz apud Silva (2010) determinou faixas de

solvência que vão de 0 a -7, o chamado termômetro de insolvência.

Fator de Insolvência entre 0 e 7= Faixa de solvência

Fator de Insolvência entre 0 a –3= Região de Penumbra

Fator de Insolvência entre –4 a –7= Faixa de Insolvência.

Kanitz apud Silva (2010) apresenta três benefícios para o uso de uma

metodologia que permita avaliação da capacidade de insolvência de uma empresa:

a) Descobrir empresas em estado de pré-insolvência;

b) Hierarquizar as empresas numa escala de solvência/insolvência, a fim de

selecionar clientes prioritários;

c) Determinar previsões para a conta “devedores duvidosos”, segundo a

probabilidade de insolvência de cada cliente.

Page 41: Analise Demonstrações Contabeis

41

4 METODOLOGIA

Nesse trabalho, através da metodologia cientifica, cada procedimento será

planejado em função dos objetivos específicos.

De acordo com Cervo e Bervian (2002, p.23),

o método é a ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários para atingir um certo fim ou um resultado desejado. Nas ciências, entende-se por método o conjunto de processos empregados na investigação e na

demonstração da verdade.

Será apresentada a metodologia utilizada para atingir os objetivos propostos

nesse trabalho e os passos usados para coleta de dados.

4.1 TIPOS DE PESQUISA

Para Lakatos e Marconi (2001), define-se pesquisa como uma atividade voltada

à solução de problemas para questões propostas, através da utilização de métodos

científicos. Existem vários tipos de pesquisa, as principais são o estudo de caso, a

pesquisa bibliográfica, a pesquisa documental e a pesquisa experimental.

Para desenvolver essa pesquisa, utilizar-se-á os seguintes tipos de pesquisa:

estudo de caso, pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental.

4.1.1 Estudo de Caso

Conforme Gil (2008), o estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e

exaustivo dos objetivos, permitindo o seu amplo e detalhado conhecimento.

Para Martins e Lintz (2000, p.36),

Page 42: Analise Demonstrações Contabeis

42

trata-se de uma técnica de pesquisa cujo objetivo é o estudo de uma unidade que se analisa profunda e intensamente. Considera a unidade social estudada em sua totalidade, seja um individuo uma família, uma instituição, uma empresa, ou uma comunidade, com o objetivo de compreendê-los em seus próprios termos.

Este trabalho é um estudo de caso, pois, será feito o estudo aprofundado de um

único caso, ou seja, uma empresa agroindustrial que atua no segmento de compra e

venda de insumos e cereais, procurando compreender, explorar e analisar o objeto de

estudo.

4.1.2 Pesquisa Exploratória

Para Cervo e Bervian (2002), a pesquisa exploratória realiza descrições precisas

da situação e quer descobrir as relações existentes entre os elementos componentes

da mesma.

Segundo Gil (2008), a pesquisa exploratória proporciona maior familiaridade com

a problemática, objetivando torná-la mais explicita ou a construir hipóteses.

Nesse contexto utilizar-se-á pesquisa exploratória para conhecer com

profundidade o assunto, buscar informações de modo a torná-lo mais claro e orientar a

formulação de hipóteses.

4.1.3 Pesquisa Bibliográfica

Segundo Cervo e Bervian (2002), a pesquisa bibliográfica procura explicar um

problema a partir de referências teóricas publicadas em documentos, busca conhecer e

analisar as contribuições culturais ou cientificas do passado existente sobre um

determinado assunto, tema ou problema.

Page 43: Analise Demonstrações Contabeis

43

Para Martins e Lintz (2000), a pesquisa bibliográfica procura explicar e discutir

um tema ou problema com base em referências teóricas publicadas em livros, revistas,

periódicos etc. Busca conhecer e analisar contribuições cientifica sobre determinado

tema.

O trabalho caracteriza-se como pesquisa bibliográfica uma vez que utilizará

referenciais teóricos de livros, revistas e artigos de autores e profissionais

especializados na área, buscando através da contribuição desses autores, conhecer,

explicar e discutir o tema para atingir os objetivos do trabalho.

4.1.4 Pesquisa Documental

Segundo Oliveira (2007, p.69) a pesquisa documental, caracteriza-se pela busca

de informações em documentos que não receberam nenhum tratamento científico

como, relatórios, reportagens de jornais, revistas, cartas, filmes, gravações, fotografias,

entre outras matérias de divulgação.

Essa pesquisa utilizar-se-á de dados e informações retirados das demonstrações

contábeis, que são relatórios que não receberam nenhum tratamento cientifico e não

foram analisados, gerados pelo próprio departamento contábil de uma empresa

agroindustrial que atua no segmento de compra e venda de insumos e cereais,

caracterizando assim, como uma pesquisa documental.

Page 44: Analise Demonstrações Contabeis

44

4.2 TIPOS DE PESQUISA QUANTO A ABORDAGEM DO PROBLEMA

4.2.1 Pesquisa Qualitativa

De acordo com Beuren (2006), a pesquisa qualitativa possibilita a análises mais

profundas em relação ao fenômeno que esta sendo estudado. Na contabilidade é

comum o uso da abordagem qualitativa como tipologia de pesquisa. Apesar de a

contabilidade lidar com números, ela é uma ciência social, e não uma ciência exata, o

que justifica a relevância do uso da abordagem qualitativa.

4.2.2 Pesquisa Quantitativa

Segundo Beuren (2006), a pesquisa quantitativa caracteriza-se pelo emprego de

instrumentos estatísticos, tanto na coleta quanto no tratamento dos dados. A pesquisa

quantitativa e freqüentemente aplicada nos estudos descritivos, que procuram descobrir

e classificar a relação entre variáveis e a relação de casualidade entre fenômenos.

Richardson apud Beuren (2006, p.92), afirma que a abordagem quantitativa,

caracteriza-se pelo emprego de quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas, desde as mais simples como percentual, média, desvio-padrão, às mais

complexas, como coeficiente de correlação, analise de regressão etc.

Conforme Beuren (2006), a pesquisa quantitativa destaca sua importância ao ter

a intenção de garantir a precisão dos resultados, evitar distorções de análise e

interpretação, possibilitando uma margem de segurança quanto às interferências feitas.

Page 45: Analise Demonstrações Contabeis

45

4.3 LOCAL DE REALIZAÇÃO DA PESQUISA

A coleta de dados será feito em uma empresa agroindustrial que atua no

segmento de compra e venda de insumos e cereais localizado em Cascavel – PR.

4.4 PROCEDIMENTOS DA COLETA DE DADOS

Como instrumento de pesquisa será utilizado dados das demonstrações

contábeis dos períodos de 2009 a 2011, fornecidas pelo próprio departamento de

Contabilidade da empresa. A coleta dos mesmos dar-se-á após a assinatura do Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido. Após a autorização, os dados serão coletados,

possibilitando fazer os cálculos dos índices financeiros. Os dados resultantes dos

cálculos serão utilizados para análise por meio de descrições, de acordo com o

conhecimento exposto na pesquisa bibliográfica.

4.5 POPULAÇÃO E AMOSTRA

Conforme embasamento teórico, o trabalho é uma pesquisa documental, assim

excluindo-se o item população e amostra.

Page 46: Analise Demonstrações Contabeis

46

4.6 GRAU DE VULNERABILIDADE DOS SUJEITOS – BENEFÍCIOS, RISCOS,

DESCONFORTOS E MEDIDAS PROTETORAS

A pesquisa não irá gerar nenhum risco. Para evitar qualquer constrangimento, os

pesquisadores estarão à disposição da empresa para qualquer esclarecimento.

A pesquisa servirá como uma avaliação da situação econômico-financeira, o que

trará benefícios para a empresa, que possibilitará tomar decisões com mais

confiabilidade; para os funcionários, que poderão fazer uma análise gerencial,

colaborando com o crescimento da empresa; e para os pesquisadores, que poderão

aplicar, na prática, os conhecimentos adquiridos na faculdade.

4.7 CRITÉRIOS PARA INTERROMPER A PESQUISA

A pesquisa poderá ser interrompida a qualquer momento, seja por parte da

empresa, seja por parte dos pesquisadores, sem causar qualquer prejuízo às partes

envolvidas.

4.8 SIGILO E CONFIDENCIALIDADE DAS INFORMAÇÕES

Toda e qualquer informação da empresa será mantida em sigilo, garantindo a

confidencialidade da pesquisa e a proteção das identidades e das informações

pessoais dos participantes da pesquisa.

Page 47: Analise Demonstrações Contabeis

47

4.9 PROPRIEDADE, GUARDA E USO DAS INFORMAÇÕES

Todas as informações obtidas neste estudo serão de propriedade dos

pesquisadores e ficarão armazenadas pelo prazo de 5 (cinco) anos. Os dados após

tabulados e analisados serão utilizados para desenvolvimento do Trabalho de

Conclusão de Curso, podendo, ainda, aproveitar os resultados para construção de

artigos para publicação em revistas científicas ou apresentação em eventos científicos.

4.10 ANÁLISE DOS DADOS

Os dados obtidos serão tabulados, apresentados em gráficos e tabelas, com

posterior análise descritiva, baseando-se, para isso, na bibliografia utilizada no

desenvolvimento do estudo.

4.11 ORÇAMENTO DETALHADO E REMUNERAÇÃO DO PESQUISADOR

A tabela 3 apresenta o orçamento referente aos gastos para realização do

presente trabalho.

Page 48: Analise Demonstrações Contabeis

48

Tabela 3 - Orçamento ITENS QUANTIDADE VALOR UNITÁRIO TOTAL

Impressões 1000 0,15 150,00

Encadernação 07 3,00 21,00

Caneta 05 2,00 10,00

MATERIAL PERMANENTE

Pen Drive 01 - 25,00

RECURSOS HUMANOS

Orientador 01 - -

TOTAL R$ 206,00

A pesquisa será custeada pelos pesquisadores colaboradores. Os valores

relacionados ao pesquisador orientador serão custeados pela Faculdade.

4.12 CRONOGRAMA

A tabela 4 apresenta o cronograma das atividades a serem desenvolvidas no corrente ano.

Page 49: Analise Demonstrações Contabeis

49

Tabela 4 – Cronograma ATIVIDADES Fev.

2012 Mar. 2012

Abr. 2012

Maio. 2012

Jul. 2012

Ago. 2012

Set. 2012

Out. 2012

Nov. 2012

Dez. 2012

Introdução X

X

X

Metodologia X

X

X

Referencial teórico

X

X

X

X

Coleta de dados

X

Análise dos dados

X

X

X

X

Resultados e discussão

X

X

X

X

Considerações finais

X

X

X

X

Entrega do trabalho

X

Defesa em banca

X

Page 50: Analise Demonstrações Contabeis

50

5 COLETA E ANÁLISE DE DADOS

As tabelas 5 e 6 mostram o Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício da empresa, do período de 2009 a 2011, que foram utilizados para calcular os índices econômico-financeiros.

Tabela 5 – Balanço Patrimonial 2009 a 2011 ATIVO 31/12/2009 31/12/2010 31/12/2011

CIRCULANTE

Caixa e equivalentes de caixa

11,798,000.00

17,567,000.00

26,030,000.00

Contas a receber

43,368,000.00

41,687,000.00

51,995,000.00

Estoques

49,953,000.00

69,305,000.00

59,480,000.00

Impostos a recuperar

3,744,000.00

3,290,000.00

4,867,000.00

Contratos de cereais

687,000.00

6,474,000.00

Marcação a mercado de derivativos

948,000.00

Outros créditos

1,798,000.00

3,462,000.00

2,194,000.00

Total do ativo circulante

111,348,000.00

136,259,000.00

151,040,000.00

NÃO CIRCULANTE Realizável a longo prazo

Empréstimos com partes relacionadas

16,321,000.00

11,756,000.00

6,325,000.00

Depósito Judicial

178,000.00

41,000.00 Imposto de renda e contribuição social

diferidos

912,000.00

911,000.00

911,000.00

Outros

89,000.00

217,000.00

219,000.00

Investimentos

5,743,000.00

174,000.00

193,000.00

Imobilizado

22,516,000.00

29,193,000.00

41,874,000.00

Intangível

309,000.00

3,854,000.00

3,860,000.00

Total do ativo não circulante

45,890,000.00

46,283,000.00

53,423,000.00

TOTAL DO ATIVO

157,238,000.00

182,542,000.00

204,463,000.00

Page 51: Analise Demonstrações Contabeis

51

PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO 31/12/2009 31/12/2010

31/12/2011

CIRCULANTE

Fornecedores

47,248,000.00

61,668,000.00

76,774,000.00

Empréstimos e financiamentos

46,876,000.00

43,755,000.00

50,599,000.00

Obrigações sociais e provisões trabalhistas

796,000.00

813,000.00

873,000.00

Obrigações tributárias

454,000.00

435,000.00

176,000.00

Adiantamentos de clientes

6,478,000.00

8,973,000.00

3,122,000.00

Contratos de cereais

2,346,000.00

Marcação a mercado de derivativos

424,000.00

1,143,000.00

Total do passivo circulante

102,276,000.00

117,990,000.00

132,687,000.00

NÃO CIRCULANTE

Empréstimos com partes relacionadas

1,429,000.00

977,000.00

Empréstimos e financiamentos

12,137,000.00

29,498,000.00

37,384,000.00

Provisão para contingências

2,503,000.00

2,681,000.00

2,681,000.00

Imposto de renda e contribuição social diferidos

4,062,000.00

3,094,000.00

2,954,000.00

Outros débitos

333,000.00 -

-

Total do passivo não circulante

20,464,000.00

36,250,000.00

43,019,000.00

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Capital social

16,000,000.00

16,000,000.00

16,000,000.00

Reserva de reavaliação

8,080,000.00

6,797,000.00

6,519,000.00

Adiantamento para futuro aumento de capital

Ajuste de avaliação patrimonial

Lucros acumulados

10,418,000.00

5,505,000.00

6,238,000.00

Total do patrimônio líquido

34,498,000.00

28,302,000.00

28,757,000.00 TOTAL DO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO

157,238,000.00

182,542,000.00

204,463,000.00

Page 52: Analise Demonstrações Contabeis

52

Tabela 6 – Demonstração do Resultado do Exercício 2009 a 2011

31/12/2009 31/12/2010 31/12/2011

RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS e SERVIÇOS

323,660,000.00

279,393,000.00

378,100,000.00

CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS

(285,652,000.00)

(243,532,000.00)

(327,822,000.00) LUCRO BRUTO

38,008,000.00

35,861,000.00

50,278,000.00

(DESPESAS) RECEITAS OPERACIONAIS

Despesas Gerais e com Vendas (21,527,000.00)

(20,164,000.00)

(29,399,000.00)

Despesas Administrativas (11,966,000.00)

(10,521,000.00)

(12,051,000.00)

Resultado de equivalência patrimonial (202,000.00)

Outras receitas (despesas) operacionais, líquidas 2,780,000.00

3,208,000.00

1,064,000.00

LUCRO OPERACIONAL ANTES DO RESULTADO FINANCEIRO

7,093,000.00

8,384,000.00

9,892,000.00

RESULTADO FINANCEIRO

Receitas financeiras 8,889,000.00

11,000,000.00

6,081,000.00

Despesas financeiras (12,578,000.00)

(12,942,000.00)

(14,541,000.00)

Variação Cambial, Líquida (105,000.00)

(2,133,000.00)

(618,000.00)

LUCRO OPERACIONAL ANTES DO IRPJ E CSLL 3,299,000.00

4,309,000.00

814,000.00

Imposto de renda e contribuição social correntes (2,277,000.00)

(1,099,000.00)

(495,000.00)

Imposto de renda e contribuição social diferidos 912,000.00

LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 1,934,000.00

3,210,000.00

319,000.00

5.1 ANÁLISE ATRAVÉS DOS ÍNDICES

É cada vez maior a frequência de utilização dos índices contábeis nas empresas

para subsidiar a tomada de decisão. A análise desses índices permite avaliar o

desempenho da gestão financeira, econômica e patrimonial da empresa, possibilitando

o administrador a tomar decisões em tempo hábil, no sentido de até mesmo evitar

falências. Nesse contexto será realizado o cálculo e a análise dos índices de estrutura

Page 53: Analise Demonstrações Contabeis

53

de capital, índices de liquidez, índices de rentabilidade e índices de prazos médios. A

partir da análise terá uma visão da situação econômico-financeira da empresa, que é o

objetivo desse trabalho.

5.1.1 Índices de Estrutura de Capital

Os índices de estrutura de capital mostram as decisões financeiras tomadas pela

empresa para obter recursos. Quanto menos a empresa precisar de capital de terceiros,

melhor, assim menor será o custo do seu capital de giro. Os índices de estrutura de

capital são: Participação de Capitais de Terceiros, a Composição do Endividamento, a

Imobilização do Patrimônio Líquido e a Imobilização dos Recursos não Correntes.

a) Participação de capitais de terceiros

Esse índice mostra quanto à empresa tomou de capital de terceiros em relação

ao capital próprio investido. Conforme tabela 7, a participação de capital de terceiros é

a seguinte:

Tabela 7 – Participação de capitais de terceiros

Fórmula Ano Cálculo Resultado

2009 122.740.000,00

x100 355.79% 34.498.000,00

PCT= CT

X100 2010 154.240.000,00

x100 544.98% PL 28.302.000,00

2011 175.706.000,00

x100 611.00% 28.757.000,00 Fonte: Dados da pesquisa.

Por meio do cálculo verifica-se elevado índice de utilização de capitais de

terceiros, de 355,79% em 2009 aumentou para 544,98% em 2010 e para 611,00% em

2011. Isso significa que para cada $ 100,00 de capital próprio a empresa tomou $

611,00 de capitais de terceiros. Nesse sentido a utilização de capitais de terceiros é

Page 54: Analise Demonstrações Contabeis

54

vantajoso para empresa se o retorno da aplicação no negócio for maior do que a

remuneração paga a esses capitais de terceiros. A rentabilidade do ativo em 2009 foi

de 1,23%, em 2010 foi de 1,76% e 0,16% em 2011. A taxa de juros menor do mercado

segundo o Banco Central do Brasil gira em torno de 10,16% ao ano, muito acima da

rentabilidade da empresa. Isso indica que a empresa está imobilizando, proposta está

de retorno posterior.

b) Composição do endividamento

Esse índice mostra a composição do endividamento da empresa, ou seja, o

percentual de dividas de curto prazo, que precisam ser pagas com recursos gerados de

forma imediata.

De acordo com a tabela 8, a composição do endividamento da empresa é a

seguinte:

Tabela 8 – Composição do Endividamento

Fórmula Ano Cálculo Resultado

2009 102.276.000,00

x100 83.33% 122.740.000,00

CE= PC

X100 2010 117.990.000,00

x100 76.50% CT 154.240.000,00

2011

132.687.000,00 x100 75.52%

175.706.000,00 Fonte: Dados da pesquisa.

A composição do endividamento indica que nos três períodos a empresa está

com mais de 3/4 de suas dívidas vencíveis a curto prazo, situação que é preocupante,

pois quanto mais dívidas para pagar a curto prazo, maior terá que ser a capacidade de

gerar recursos no período. Nesse caso, o índice de liquidez corrente mostrou que para

cada $ 1,00 de dívida a curto prazo em 2011, a empresa tem capacidade de gerar $

1,14 para saldar, ou seja, consegue pagar toda sua dívidas a curto prazo e ainda tem

uma folga de 14%.

Page 55: Analise Demonstrações Contabeis

55

c) Imobilização do patrimônio líquido

Esse índice mostra quanto à empresa investiu no ativo permanente em relação

ao capital próprio investido. Nesse contexto Matarazzo (2003), complementa que

quanto menor o índice, melhor, pois quanto mais à empresa investir no ativo

permanente, mais é dependente de capitais de terceiros. Conforme a tabela 9, o cálculo

do índice de imobilização do patrimônio líquido apresentou os seguintes resultados:

Tabela 9 – Imobilização do Patrimônio Líquido

Fórmula Ano Cálculo Resultado

2009 28.568.000,00

x100 82.81% 34.498.000,00

IPL= AP

X100 2010 33.221.000,00

x100 117.38% PL 28.302.000,00

2011

45.927.000,00 x100 159.71%

28.757.000,00 Fonte: Dados da pesquisa.

A imobilização do patrimônio líquido mostra que a empresa investiu em 2009

82,81% do patrimônio líquido em ativo permanente, aumentou em 2010 para 117,38% e

em 2011 para 159,71%. O ideal em termos financeiros é a empresa dispor de

Patrimônio Líquido suficiente para cobrir o ativo permanente e ainda sobrar um saldo

suficiente para financiar o ativo circulante. Nesse caso a empresa em 2010 imobilizou

todo o seu patrimônio líquido, isso significa que o ativo circulante está totalmente

dependente de capital de terceiros. O alto índice de imobilização e baixa rentabilidade

do patrimônio líquido mostram que a empresa está investindo em novas filiais ou em

modernização. Quando houver a necessidade de investir no ativo permanente, a

empresa deve buscar financiamentos a longo prazo onde as taxas de juros

normalmente são menores. Nesse caso, o índice de composição de endividamento

mostrou que a maior parte das dívidas da empresa está concentrada no curto prazo.

Page 56: Analise Demonstrações Contabeis

56

d) Imobilização dos recursos não correntes

O índice de imobilização dos recursos não correntes permite verificar quanto à

empresa aplicou dos recursos não correntes no ativo permanente e evidenciar o quanto

a empresa possui de Capital Circulante Líquido (CCL= Capital Circulante Próprio –

Exigível a Longo Prazo). De acordo com Matarazzo (2003), o Capital Circulante Liquido

é a folga financeira a curto prazo, ou seja, financiamentos que a empresa dispõe para o

seu giro mas não serão cobrados a curto prazo.

Conforme a tabela 10, o índice de imobilização dos recursos não correntes

apresentaram os seguintes resultados:

Tabela 10 – Imobilização dos Recursos Não Correntes

Fórmula Ano Cálculo Resultado

2009 28.568.000,00

x100 51.98% 54.962.000,00

IRNC= AP

X100 2010 33.221.000,00

x100 51.46% PL+ELP 64.552.000,00

2011

45.927.000,00 x100 63.99%

71.776.000,00 Fonte: Dados da pesquisa.

O índice mostra que a empresa financiou 51,98% do seu capital de giro com

recursos de longo prazo em 2009, 51,46% em 2010 e 63,99% em 2011. Logo, 48,02%

em 2009, 48,54% em 2010 e 36,01% em 2011, dos recursos não correntes foi para o

Ativo Circulante, porcentagem denominada Capital Circulante Líquido. Isso significa que

a empresa destinou 63,99% em 2011 dos recursos não correntes para o ativo

permanente. Os elementos do Ativo Permanente têm vida útil que pode ser de 2, 5, ou

10 anos. Nesse sentido, não é necessário financiar todo o imobilizado com recursos

próprios. É possível utilizar recursos de Longo Prazo, na qual a empresa vai dispor

maior tempo para gerar recursos para saldar essas dívidas.

Page 57: Analise Demonstrações Contabeis

57

5.1.2 Índices de Liquidez

A análise desses índices permite verificar a capacidade da empresa de saldar

suas dívidas através do confronto do ativo com as dívidas. Este índice quanto maior é,

melhor, representando assim maior capacidade de cumprir com os seus compromissos.

Nesse contexto foram calculados os índices de liquidez geral, liquidez corrente, liquidez

seca e liquidez imediata.

a) Liquidez Geral

Esse índice permite verificar se empresa tem capacidade de pagar suas dividas

de curto e longo prazo. Conforme tabela 11, a liquidez geral da empresa é a seguinte:

Tabela 11 – Liquidez Geral

Fórmula Ano Cálculo Resultado

2009 111.348.000,00 + 45.890.000,00

1,28 102.276.000,00 + 20.464.000,00

LG= AC+RLP

2010 136.259.000,00 + 46.283.000,00

1,18 PC+ELP 117.990.000,00 + 36.250.000,00

2011 151.040.000,00 + 53.423.000,00

1,16 132.687.000,00 + 43.019.000,00 Fonte: Dados da pesquisa.

O índice mostra que houve uma queda na capacidade de pagamento de 2009

para 2011, mas a empresa dispõe em 2011 de $ 1,16 de investimentos realizáveis a

curto e longo prazo para cada $ 1,00 de dívida. Isso significa que a empresa consegue

pagar suas dívidas e ainda ter uma folga de $ 0,16.

b) Liquidez Corrente

O índice de liquidez corrente mostra a capacidade da empresa pagar suas

dívidas de curto prazo com os recursos realizável a curto prazo. Conforme a tabela 12,

a liquidez corrente é a seguinte:

Page 58: Analise Demonstrações Contabeis

58

Tabela 12 – Liquidez Corrente

Fórmula Ano Cálculo Resultado

2009 111.348.000,00

1,09 102.276.000,00

LC= AC

2010 136.259.000,00

1,15 PC 117.990.000,00

2011 151.040.000,00

1,14 132.687.000,00 Fonte: Dados da pesquisa.

O índice de liquidez corrente mostra que empresa tem investimentos suficientes

no ativo circulante para cumprir seus compromissos a curto prazo e ainda teve uma

folga na capacidade de pagamento de 9% em 2009, 15% em 2010 e 14% em 2011.

Isso significa que a empresa tem capacidade de pagar suas dívidas a curto prazo com

recursos gerados a curto prazo, ou seja, a empresa encontra-se com um bom nível de

liquidez.

c) Liquidez Seca

Calculando o índice de liquidez seca, verifica-se a capacidade de pagamento da

empresa sem considerar os estoques. Conforme a tabela 13, a liquidez corrente é a

seguinte:

Tabela 13 – Liquidez Seca

Fórmula Ano Cálculo Resultado

2009 111.348.000,00 - 49.953.000,00

0,60 102.276.000,00

LS= AC-E

2010 136.259.000,00 - 69.305.000,00

0,57 PC 117.990.000,00

2011 151.040.000,00 - 59.480.000,00

0,69 132.687.000,00 Fonte: Dados da pesquisa.

Com o índice de liquidez seca, constatou-se que a empresa teve capacidade de

pagar 60% de suas dívidas em 2009 sem considerar os estoques, caiu para 57% em

2010 e aumentou para 69% em 2011. Isso significa que a empresa não tem capacidade

Page 59: Analise Demonstrações Contabeis

59

de pagar totalmente suas dividas a curto prazo sem os estoques, consequência do

elevado saldo em estoque que em 2011 era de $ 59.480.000,00 e devido ao prazo de

renovação de estoque que é de 65 dias, ou seja, o estoque ficou parado 65 dias antes

de ser vendido.

d) Liquidez Imediata

O índice de liquidez imediata mostra a capacidade de a empresa quitar suas

dividas imediatamente com o disponível. De acordo com a tabela 14, a liquidez imediata

é a seguinte:

Tabela 14 – Liquidez Imediata

Fórmula Ano Cálculo Resultado

2009 11.798.000,00

0,12 102.276.000,00

LI= D

2010 17.567.000,00

0,15 PC 117.990.000,00

2011 26.030.000,00

0,20 132.687.000,00 Fonte: Dados da pesquisa.

O índice de liquidez imediata mostra que a empresa tem capacidade de pagar

12% de suas dívidas imediatamente com o disponível em 2009, 15% em 2010 e 20%

em 2011. A empresa nos três períodos não dispõe de disponível suficiente para saldar

suas dívidas, mesmo assim, o ideal é que o índice seja próximo a zero, indicando que

todos os recursos correntes e de liquidez imediata não ficaram parados na empresa.

5.1.3 Índices de Rentabilidade

A análise desses índices permite verificar a rentabilidade do investimento total e

quanto maior este índice, melhor para a empresa. Nesse sentido, foram calculados o

Page 60: Analise Demonstrações Contabeis

60

giro do ativo, a margem líquida, a rentabilidade do ativo e a rentabilidade do patrimônio

líquido.

a) Giro do ativo

Este indicador mostra a rentabilidade das vendas em relação ao investimento

total (ativo total). De acordo com a tabela 15, o giro do ativo é o seguinte:

Tabela 15 – Giro do Ativo

Fórmula Ano Cálculo Resultado

2009 323.660.000,00

2,06 157.238.000,00

GA= VL 2010

279.393.000,00 1.53

AT 182.542.000,00

2011

378.100.000,00 1.85

204.463.000,00 Fonte: Dados da pesquisa.

O cálculo do giro do ativo mostrou que a empresa vendeu em 2009 $ 2,06 para

cada $ 1,00 investido, ou seja, o volume de vendas foi o dobro do volume de

investimentos. Em 2010 o índice caiu para $ 1,53, consequência da queda nas vendas

e aumento de investimentos no ativo permanente. Conforme mostrou o índice de

imobilização do patrimônio líquido, a empresa imobilizou 117,38% em 2010. Já em

2011 com o crescimento de suas vendas, o índice subiu para $ 1,85.

b) Margem Líquida

Esse índice mostra a lucratividade da empresa confrontando o lucro líquido com

as vendas líquidas do período. Conforme a tabela 16, a margem líquida é a seguinte:

Page 61: Analise Demonstrações Contabeis

61

Tabela 16 – Margem Líquida

Fórmula Ano Cálculo Resultado

2009 1.934.000,00

x100 0,60% 323.660.000,00

ML= LL

x100 2010 3.210.000,00

x100 1,15% VL 279.393.000,00

2011

319.000,00 x100 0,08%

378.100.000,00 Fonte: Dados da pesquisa.

De acordo com a margem líquida de 2009, para cada $ 100,00 vendidos a

empresa obteve $ 0,60 de lucro. Em 2010 essa margem aumentou para $ 1,15 e no

ano de 2011 baixou para $ 0,08. Sendo que em 2010 foi o ano que a empresa mais

obteve retorno. A rentabilidade ideal para a empresa seria a média do mercado.

Conforme a pesquisa realizada pela Serasa Experian a rentabilidade média das

empresas do setor industrial no ano de 2010 foi de 10,3%, ou seja, a empresa está com

índice abaixo do indicado pelo mercado, não permitindo realizar investimentos

operacionais na empresa, a qual fica dependente do capital de terceiros.

c) Rentabilidade do ativo

A rentabilidade do ativo mostra a lucratividade em relação ao investimento total

da empresa. De acordo com a tabela 17, a rentabilidade do ativo é a seguinte:

Tabela 17 – Rentabilidade do Ativo

Fórmula Ano Cálculo Resultado

2009 1.934.000,00

x100 1,23% 157.238.000,00

RA= LL

x100 2010 3.210.000,00

x100 1,76% AT 182.542.000,00

2011

319.000,00 x100 0,16%

204.463.000,00 Fonte: Dados da pesquisa.

A rentabilidade do ativo mostrou que em 2009 para cada $ 100,00 investido, a

empresa obteve $ 1,23 de retorno, em 2010 $ 1,76 e em 2011 $ 0,16. Uma das

Page 62: Analise Demonstrações Contabeis

62

consequências dessa baixa da rentabilidade do ativo em 2011 é o aumento das

despesas financeiras, ou seja, juros pagos sobre empréstimos e financiamentos,

descontos concedidos e variação cambial, de $ 4.075.000,00 em 2010 para $

9.078.000,00 em 2011.

d) Rentabilidade do patrimônio líquido

A rentabilidade do patrimônio líquido mostra a lucratividade em relação ao capital

próprio investido. A tabela 18 apresenta que a rentabilidade do patrimônio líquido é a

seguinte:

Tabela 18 – Rentabilidade do Patrimônio Líquido

Fórmula Ano Cálculo Resultado

2009 1.934.000,00

x100 5,63% 34.330.261,60

RPL= LL

x100 2010 3.210.000,00

x100 10,22% PLM 31.400.000,00

2011

319.000,00 x100 1,12%

28.529.500,00 Fonte: Dados da pesquisa.

A rentabilidade do patrimônio líquido mostra que em 2009 para cada $ 100,00 de

capital próprio investido a empresa obteve $ 5,63 de lucro, aumentou para $ 10,22 em

2010 e baixou para $ 1,12 em 2011. A rentabilidade acumulada da renda fixa no ano de

2011 foi de 11,59%, comparando com a rentabilidade de 1,12%, a empresa está com a

rentabilidade aquém da oferecida pelo mercado. Mesmo com a rentabilidade do

patrimônio líquido baixa, a empresa obteve êxito econômico, pois o capital próprio nela

investido proporcionou lucro líquido.

5.1.4 Índices de Prazos Médios

A análise desses índices permite verificar quantos dias em média, a empresa

tem que esperar para receber suas duplicatas, renovar os estoques e pagar os

Page 63: Analise Demonstrações Contabeis

63

fornecedores. Nesse contexto foram calculados os índices de prazo médio de

recebimento de vendas, prazo médio de renovação de estoques e prazo médio de

pagamentos de compras.

a) Prazo Médio de Recebimentos de Vendas - PMRV

O prazo médio de recebimentos de vendas mostra quantos dias ou meses, a

empresa leva para receber de seus clientes. Conforme a tabela 19, o prazo médio de

recebimento das vendas é o seguinte:

Tabela 19 – Prazo Médio de Recebimentos de Vendas

Fórmula Ano Cálculo Resultado

2009 43.368.000,00

x360 48 dias 323.660.000,00

PMRV= DR

x360 2010 41.687.000,00

x360 54 dias V 279.393.000,00

2011 51.995.000,00

x360 50 dias 378.100.000,00 Fonte: Dados da pesquisa.

O índice de prazo médio de recebimentos de venda mostra que em 2009 o prazo

médio de recebimentos das vendas da empresa era 48 dias, aumentou em 2010 para

54 dias e reduziu em 2011 para 50 dias. Este prazo decorre do período entre o

pagamento dos fornecedores até o recebimento das vendas, ou seja, corresponde aos

dias que a empresa precisa obter recursos por meio de capital próprio ou de terceiros,

pois, quanto menor o prazo de recebimento das vendas, menor será seu custo.

b) Prazo Médio de Renovação de Estoques – PMRE

O prazo médio de renovação de estoques mostra quantos dias ou meses em

média a empresa fica com o estoque parado antes de ser vendido. De acordo com a

tabela 20, o prazo médio de renovação de estoque é o seguinte:

Page 64: Analise Demonstrações Contabeis

64

Tabela 20 – Prazo Médio de Renovação de Estoque

Fórmula Ano Cálculo Resultado

2009 49.953.000,00

x360 63 dias 285.652.000,00

PMRE= E

x360 2010 69.305.000,00

x360 102 dias CMV 243.532.000,00

2011 59.480.000,00

x360 65 dias 327.822.000,00 Fonte: Dados da pesquisa.

O índice de prazo médio de renovação de estoque mostra que em 2009 o prazo

médio de renovação de estoque era 63 dias, em 2010 aumentou para 102 dias e

reduziu em 2011 para 65 dias. Este prazo decorre do período da compra da mercadoria

até o momento da venda, ou seja, quanto menor o prazo de renovação de estoque,

menor será o custo da mercadoria parada aguardando realização.

c) Prazo médio de pagamento de compras - PMPC

O prazo médio de pagamento de compras mostra quantos dias ou meses, em

média, a empresa leva para pagar seus fornecedores. Conforme a tabela 21, o prazo

médio de pagamentos de compras é o seguinte:

Tabela 21 – Prazo Médio de Pagamento de Compras

Fórmula Ano Cálculo Resultado

2009 47.248.000,00

x360 60 dias 283.642.980.48

PMPC= F

x360 2010 61.668.000,00

x360 84 dias C 262.884.000,00

2011 76.774.000,00

x360 87 dias 317.997.000,00

Fonte: Dados da pesquisa.

O índice mostra que em 2009 o prazo médio para pagamento de seus

fornecedores era 60 dias, aumentou para 84 dias em 2010 e para 87 dias em 2011. Em

2009 e 2010 a empresa está com prazo médio de renovação de estoque maior do que

Page 65: Analise Demonstrações Contabeis

65

o prazo médio de pagamento das compras, ou seja, os fornecedores estão financiando

apenas uma parte do estoque. Isso significa que maior será o período dependente de

recursos de terceiros para financiar seus estoques, resultando no aumento do custo

operacional. Em 2011 o prazo médio de pagamento das compras aumentou para 87

dias, ou seja, os fornecedores estão financiando os estoques e uma parte das vendas.

5.1.5 Ciclo Operacional

O ciclo operacional mostra o tempo decorrido entre a compra e o recebimento

das vendas, representado pela soma do prazo médio de renovação de estoque e o

prazo médio recebimento de vendas, ou seja, o prazo de investimento. A partir do

momento da compra da mercadoria até o pagamento, a empresa não precisa

preocupar-se com financiamentos, pois o mesmo é concedido pelos fornecedores. O

prazo decorrido entre o pagamento dos fornecedores até o recebimento das vendas, a

empresa precisa obter financiamento, ou seja, é o ciclo de caixa. De acordo com a

figura 4, 5 e 6 o ciclo operacional e de caixa de 2009 a 2011 é o seguinte:

Figura 4 – Ciclo Operacional e de caixa – 2009

Fonte: Dados da pesquisa.

Recebimento

Ciclo Operacional= 111 Dias

Ciclo de Caixa= 51

PMRV= 48 dias

PMPC= 60 dias

Compra

PMRE 63 dias

Pagamento Venda

Page 66: Analise Demonstrações Contabeis

66

O ciclo operacional da empresa em 2009 é de 111 dias, sendo que o prazo

médio de renovação de estoque é de 63 dias, o prazo médio de recebimento das

vendas é de 48 dias e o prazo médio de pagamento das compras é de 60 dias. Isso

significa que os fornecedores financiam apenas uma parte dos estoques, ou seja, o

ciclo de caixa é de 51 dias, tempo que a empresa precisa obter recursos para financiar

parte de seus estoques e suas vendas, resultando em maior custo operacional, sendo

que o ideal seria que os fornecedores financiassem todo o ciclo operacional da

empresa, da compra até o recebimento pelas vendas efetuadas.

Figura 5 – Ciclo Operacional e de caixa – 2010

Fonte: Dados da pesquisa.

Em 2010, o ciclo operacional da empresa aumentou para 156 dias, devido o

aumento do prazo médio de renovação de estoque. O prazo médio de pagamento das

compras também aumentou para 84 dias, isso significa que os fornecedores

financiaram apenas uma parte dos estoques, ou seja, o ciclo de caixa aumentou para

72 dias. A política adotada pela empresa em aumentar o PMRE, impactou no aumento

do ciclo de caixa, pois o PMPC não aumentou proporcionalmente ao PMRE, ou seja,

aumentou ainda mais o custo operacional da empresa.

Recebimento

Ciclo Operacional= 156 Dias

Ciclo de Caixa= 72 dias

PMRV= 54 dias

PMPC= 84 dias

Compra

PMRE 102 dias

Pagamento Venda

Page 67: Analise Demonstrações Contabeis

67

Figura 6 – Ciclo Operacional e de caixa – 2011

Fonte: Dados da pesquisa.

Em 2011 o ciclo operacional diminuiu para 115 dias, devido à diminuição do

prazo médio de renovação de estoque. O prazo médio de pagamento das compras

aumentou para 87 dias. Isso significa que os fornecedores estão financiando os

estoques e uma parte das vendas, diminuindo o ciclo de caixa para 28 dias, que é bom

para empresa, pois quanto menor o ciclo de caixa, menor é o custo da obtenção de

recursos operacionais.

5.1.6 Necessidade de Capital de Giro (NCG)

A necessidade de capital de giro mostra a quantidade de recursos que a

empresa precisa, para financiar o seu giro operacional. Conforme a tabela 22, a

necessidade de capital de giro da empresa para os anos de 2009, 2010 e 2011 foi o

seguinte:

Recebimento

PMPC= 87 dias

PMRV= 50 dias

Ciclo Operacional= 115 Dias

Ciclo de Caixa= 28 dias

Compra

PMRE 65 dias

Venda Pagamento

Page 68: Analise Demonstrações Contabeis

68

Tabela 22 – Necessidade de Capital de Giro Ativo Circulante Operacional - ACO 2009 2010 2011Contas a Receber 43.368.000,00 41.687.000,00 51.995.000,00Estoques 49.953.000,00 69.305.000,00 59.480.000,00Total 93.321.000,00 110.992.000,00 111.475.000,00

Passivo Circulante Operacional - PCO 2009 2010 2011Fornecedores 47.248.000,00 61.668.000,00 76.774.000,00Empréstimos e Financiamentos 46.876.000,00 43.755.000,00 50.599.000,00Total 94.124.000,00 105.423.000,00 127.373.000,00

NCG = ACO - PCO -803.000,00 5.569.000,00 -15.898.000,00 Fonte: Dados da pesquisa.

De acordo com a tabela 22, apenas no ano de 2010 a empresa teve uma

necessidade de capital de giro de $ 5.569.000,00. Necessidade obtida em 2010 devido

ao aumento do prazo médio de recebimento das vendas e de renovação de estoque

para 54 dias e 102 dias, pois, quanto maior esses prazos, maior é a necessidade de

recursos. No ano de 2009 e 2011, a empresa obteve sobras de recursos das atividades

operacionais, $ 803.000,00 e $ 15.898.000,00 respectivamente, os quais o alto índice

de imobilização mostra que a empresa utilizou para investimentos em novas filiais ou

em modernização.

5.1.7 Fator de Insolvência Kanitz

A análise do fator de insolvência permite verificar se a empresa corre ou não o

risco de falir. Kanitz apud Silva (2010) determinou faixas de solvência que vão de 0 a -

7, o chamado termômetro de insolvência. Fator de Insolvência entre 0 e 7 é a faixa de

solvência, entre 0 a –3 é a região de penumbra e entre –4 a –7 é a faixa de Insolvência.

Conforme a tabela 23, o fator de insolvência é o seguinte:

Page 69: Analise Demonstrações Contabeis

69

Tabela 23 – Fator de Insolvência de Kanitz

Ano Resultado2009 13,452010 8,712011 8,58

Fórmula

X1 = (Lucro Líquido/Patrimônio Líquido)X2 = (Ativo Circulante + Ativo Não Circulante) / Exigível TotalX3 = (Ativo Circulante – Estoques) / Passivo CirculanteX4 = Ativo Circulante / Passivo CirculanteX5 = Exigível Total / Patrimônio Líquido

FI= (0,05 x 0,06) + (1,65 x 7,68) + (3,55 x 0,60) – (1,06 x 1,09) – (0,33 x 0,59)FI= (0,05 x 0,11) + (1,65 x 5,04) + (3,55 x 0,57) – (1,06 x 1,15) – (0,33 x 1,28)FI= (0,05 x 0,01) + (1,65 x 4,75) + (3,55 x 0,69) – (1,06 x 1,14) – (0,33 x 1,50)

Cálculo

FI= (0,05 x X1) + (1,65 x X2) + (3,55 x X3) – (1,06 x X4) – (0,33 x X5)

Fonte: Dados da pesquisa.

O fator de insolvência mostrou que de 13,45 em 2009, diminuiu para 8,58 em

2011, mas nos três períodos analisados a empresa está solvente, ou seja, não

apresenta risco de falência.

Page 70: Analise Demonstrações Contabeis

70

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A empresa é uma agroindústria que atua no segmento de compra e venda de

insumos e cereais. Mercado que vem crescendo e ficando cada vez mais competitivo,

havendo a necessidade dos sócios tomarem decisões em tempo hábil, tornando a

empresa competitiva e sólida no mercado. Por meio da análise dos índices de estrutura

de capital, rentabilidade, liquidez e índices de prazos médios do ano de 2009 a 2011,

conclui-se que o objetivo geral do trabalho que é mostrar a situação econômico-

financeira da empresa, foi alcançado.

Quanto ao objetivo especifico “a” que é fazer análise das demonstrações

contábeis do período de 2009 a 2011, este foi atingido no capítulo 5, quando se

concluiu os cálculos e fez-se as análises. Através da análise, pode-se verificar que a

empresa está com alto índice de utilização de capital de terceiros, pois, o mesmo é do

tipo oneroso e 75,52% em 2011 está concentrado no curto prazo, aumentando as

despesas financeiras e com curto período de tempo para gerar recursos para saldar

suas dívidas. Nesse caso é um dos pontos fracos, pois, a empresa fez o investimento e

obteve pouco retorno, conforme os índices de rentabilidade.

A partir da análise dos índices de rentabilidade, conclui-se que a empresa está

com baixa rentabilidade comparada ao mercado, onde em 2011 ficou acumulado em

11,59%, sendo que a rentabilidade da empresa foi de 1,12%, sendo esse um dos

pontos fracos da empresa. Mesmo com a rentabilidade baixa, a empresa obteve êxito

econômico, pois o capital próprio nela investido proporcionou lucro líquido.

Constatou-se através da análise, que a empresa está com bom nível de liquidez,

ou seja, a empresa tem capacidade de gerar recursos para saldar suas dívidas, sendo

esse um dos pontos fortes da empresa.

De acordo com os índices de prazos médios, a empresa está com prazo médio

de renovação de estoque de 65 dias, prazo médio de recebimento das vendas de 50

dias e prazo médio de pagamentos das compras de 87 dias. Nesse contexto, o ciclo de

caixa é de 28 dias, ou seja, os fornecedores estão financiando todo o estoque e parte

das vendas. O ideal seria que os fornecedores financiassem todo o ciclo operacional.

Page 71: Analise Demonstrações Contabeis

71

Nesse período de 28 dias a empresa teve que buscar recursos de terceiros para seu

giro operacional.

Conforme a análise de necessidade de capital de giro, apenas no ano de 2010 a

empresa teve uma necessidade de $ 5.569.000,00. Necessidade obtida devido ao

aumento do ciclo de caixa para 72 dias. Como esse capital não foi injetado pelos

sócios, a empresa buscou recursos de terceiros, sendo nesse caso um dos pontos

fracos da empresa, uma vez que o retorno deste capital foi relativamente baixo.

De acordo com análise do fator de insolvência de Kanitz, nos três períodos

analisados a empresa está solvente, ou seja, não apresenta risco de falência.

Observa-se que apesar da baixa rentabilidade da empresa, ela tem capacidade

de gerar recursos suficientes para pagar suas dívidas e obteve lucro líquido nos três

períodos analisados. Nesse contexto, conclui-se que a situação econômico-financeira

da empresa é boa, está em condições de manter-se no mercado, além, de proporcionar

crescimento a cada período.

Page 72: Analise Demonstrações Contabeis

72

REFERÊNCIAS

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SERASA EXPERIAN, Estudos Econômicos. Rentabilidade das empresas brasileiras em 2010 foi à maior desde 2007 , 2011. Disponível em <http://www.serasaexperian.com.br/release/noticias/2011/noticia_00426.htm> Acesso em: 03 out. 2012.