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Analise Demonstrações contábeis
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FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG
BRUNO WELLINGTON MONTIBELLER
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DE UMA EMPRESA AGROINDUSTRIAL QUE ATUA NO SEGMENTO DE COMPRA E VEN DA DE
INSUMOS E CEREAIS
CASCAVEL
2012
FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG
BRUNO WELLINGTON MONTIBELLER
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DE UMA EMPRESA AGROINDUSTRIAL QUE ATUA NO SEGMENTO DE COMPRA E VEN DA DE
INSUMOS E CEREAIS
Monografia apresentada para obtenção do titulo de Bacharel em Ciências Contábeis, da Faculdade Assis Gurgacz.
Orientador: Prof. Gilnei Saurin
CASCAVEL
2012
FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG
BRUNO WELLINGTON MONTIBELLER
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DE UMA EMPRESA AGROINDUSTRIAL QUE ATUA NO SEGMENTO DE COMPRA E VEN DA DE
INSUMOS E CEREAIS
Trabalho apresentado no Curso de Ciências Contábeis, da Faculdade Assis
Gurgacz, como requisito parcial para obtenção do titulo de Bacharel Ciências
Contábeis, sob orientação do Professor Gilnei Saurin.
BANCA EXAMINADORA
Professor Orientador: Gilnei Saurin
Faculdade Assis Gurgacz - FAG
Professor: Edirson A. Maggi
Faculdade Assis Gurgacz - FAG
Professor: Marcia C. Kounrouzan
Faculdade Assis Gurgacz - FAG
Cascavel, 06 dezembro de 2012
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais, Nei e Carla que eu amo muito, me deram todo o apoio necessário para chegar até aqui, pelo exemplo de vida e por sempre acreditaram na minha capacidade.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Ciclo Operacional...........................................................................................36
Figura 2 – Os fornecedores financiando totalmente os estoques e uma parte das vendas.............................................................................................................................37
Figura 3 – Os fornecedores financiam apenas parte do estoque....................................37
Figura 4 – Ciclo Operacional e de caixa – 2009..............................................................65
Figura 5 – Ciclo Operacional e de caixa – 2010..............................................................66
Figura 6 – Ciclo Operacional e de caixa – 2011..............................................................67
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Balanço Patrimonial.......................................................................................16
Tabela 2 – Demonstração do Resultado do Exercício....................................................21
Tabela 3 – Orçamento.....................................................................................................48
Tabela 4 – Cronograma...................................................................................................49
Tabela 5 – Balanço Patrimonial de 2009 a 2011.............................................................50
Tabela 6 – Demonstração do Resultado do Exercício de 2009 a 2011..........................52
Tabela 7 – Participação de capitais de terceiros.............................................................53
Tabela 8 – Composição de Endividamento.....................................................................54
Tabela 9 – Imobilização do Patrimônio Líquido...............................................................55
Tabela 10 – Imobilização dos Recursos Não Correntes.................................................56
Tabela 11 – Liquidez Geral.............................................................................................57
Tabela 12 – Liquidez Corrente........................................................................................58
Tabela 13 – Liquidez Seca..............................................................................................58
Tabela 14 – Liquidez Imediata........................................................................................59
Tabela 15 – Giro do Ativo................................................................................................60
Tabela 16 – Margem Líquida...........................................................................................61
Tabela 17 – Rentabilidade do Ativo.................................................................................61
Tabela 18 – Rentabilidade do Patrimônio Líquido...........................................................62
Tabela 19 – Prazo Médio de Recebimentos de Vendas.................................................63
Tabela 20 – Prazo Médio de Renovação de Estoque.....................................................64
Tabela 21 – Prazo Médio de Pagamento de Compras...................................................64
Tabela 22 – Necessidade de Capital de Giro.................................................................68
Tabela 23 – Fator de Insolvência de Kanitz....................................................................69
RESUMO
O presente trabalho com o título “Análise das Demonstrações Contábeis de uma
Empresa Agroindustrial” que atua no segmento de compra e venda de insumos e
cereais, tem por objetivo mostrar aos sócios e administradores a situação econômico-
financeira da empresa nos anos de 2009 a 2011. A metodologia utilizada caracteriza o
trabalho como estudo de caso em relação aos objetivos, pesquisa bibliográfica e
documental quanto aos procedimentos e pesquisa quantitativa e qualitativa quanto à
abordagem do problema. Como instrumentos de pesquisa foram coletados dados dos
Balanços Patrimoniais e das Demonstrações dos Resultados dos Exercícios de 2009 a
2011 para fazer os cálculos dos indicadores financeiros. Após os cálculos foram feitas
as análises dos indicadores financeiros. Com a análise chegou-se à conclusão que a
rentabilidade da empresa não é satisfatória, porém ela tem capacidade de gerar
recursos suficientes para pagar suas dívidas, obtendo lucro líquido nos três períodos
analisados. Desta forma, a empresa encontra-se em boa situação econômico-financeira
e possui condições de manter-se no mercado, crescendo a cada período, investindo em
novas filiais e modernizando-se.
Palavras–Chaves: Demonstrações Contábeis. Análise Econômica. Análise financeira.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 10
1.1 TEMA E PROBLEMA ............................................................................................... 11
1.2 OBJETIVO GERAL .................................................................................................. 12
1.2.1 Objetivos Específicos ............................................................................................ 13
1.3 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................... 13
2 ORGANIZAÇÃO EM ESTUDO ................................................................................... 14
3 REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................................................... 16
3.1 BALANÇO PATRIMONIAL ....................................................................................... 16
3.1.1 Ativo ...................................................................................................................... 17
3.1.2 Passivo .................................................................................................................. 18
3.2 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO ........................................... 18
3.3 INDICADORES CONTÁBEIS ................................................................................... 22
3.3.1 Índices de Estrutura de Capital ............................................................................. 23
3.3.2 Índices de Liquidez ................................................................................................ 26
3.3.3 Índices de Rentabilidade ....................................................................................... 29
3.3.4 Índices de Prazos Médios ..................................................................................... 33
3.3.5 Ciclo Operacional .................................................................................................. 35
3.3.6 Necessidade de Capital de Giro (NCG)................................................................. 38
3.4 FATOR DE INSOLVÊNCIA (KANITZ) ...................................................................... 39
4 METODOLOGIA ......................................................................................................... 41
4.1 TIPOS DE PESQUISA ............................................................................................. 41
4.1.1 Estudo de Caso ..................................................................................................... 41
4.1.2 Pesquisa Exploratória............................................................................................ 42
4.1.3 Pesquisa Bibliográfica ........................................................................................... 42
4.1.4 Pesquisa Documental............................................................................................ 43
4.2 TIPOS DE PESQUISA QUANTO A ABORDAGEM DO PROBLEMA ...................... 44
4.2.1 Pesquisa Qualitativa .............................................................................................. 44
4.2.2 Pesquisa Quantitativa............................................................................................ 44
4.4 PROCEDIMENTOS DA COLETA DE DADOS ......................................................... 45
4.5 POPULAÇÃO E AMOSTRA ..................................................................................... 45
4.6 GRAU DE VULNERABILIDADE DOS SUJEITOS – BENEFÍCIOS, RISCOS, DESCONFORTOS E MEDIDAS PROTETORAS ........................................................... 46
4.7 CRITÉRIOS PARA INTERROMPER A PESQUISA ................................................. 46
4.8 SIGILO E CONFIDENCIALIDADE DAS INFORMAÇÕES........................................ 46
4.9 PROPRIEDADE, GUARDA E USO DAS INFORMAÇÕES ...................................... 47
4.10 ANÁLISE DOS DADOS .......................................................................................... 47
4.11 ORÇAMENTO DETALHADO E REMUNERAÇÃO DO PESQUISADOR ............... 47
4.12 CRONOGRAMA ..................................................................................................... 48
5 COLETA E ANÁLISE DE DADOS .............................................................................. 50
5.1 ANÁLISE ATRAVÉS DOS ÍNDICES ........................................................................ 52
5.1.1 Índices de Estrutura de Capital ............................................................................. 53
5.1.2 Índices de Liquidez ................................................................................................ 57
5.1.3 Índices de Rentabilidade ....................................................................................... 59
5.1.4 Índices de Prazos Médios ..................................................................................... 62
5.1.5 Ciclo Operacional .................................................................................................. 65
5.1.6 Necessidade de Capital de Giro (NCG)................................................................. 67
5.1.7 Fator de Insolvência Kanitz ................................................................................... 68
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 70
REFERÊNCIAS.............................................................................................................. 72
10
1 INTRODUÇÃO
Desde o seu surgimento a Contabilidade é utilizada para controlar o patrimônio
das empresas, que era vista apenas como um sistema de informações tributárias. Hoje
com as constantes mudanças no cenário econômico mundial, os gestores estão
utilizando a Contabilidade Gerencial no processo de gestão, planejamento, execução e
controle com o objetivo de obter melhores resultados, ajudando-os na tomada de
decisão e fornecimento de informações mais claras para os demais usuários
interessados.
Dessa forma, a Contabilidade Gerencial fornece as informações necessárias e
auxilia nos processos de concorrência, se tornando assim indispensável para o sucesso
das empresas. No entanto, grande parte das empresas ainda não utiliza a
Contabilidade e as informações contidas nas demonstrações contábeis, deixando de
tomar a melhor decisão a respeito de controle, custos, investimentos e planejamento.
O campo de atuação da Contabilidade abrange todas as entidades econômico-
administrativas, com fins lucrativos ou não, até órgãos públicos, como a União, os
Estados, os Municípios, as Autarquias etc. Não são apenas as grandes empresas que
devem usar ferramentas gerenciais, mais também as pequenas, pois a maioria delas
enceram por possuírem um processo de gestão ineficiente.
Dentre as principais ferramentas contábeis se destaca a análise das
demonstrações contábeis, que consiste em uma técnica que realiza a decomposição,
comparação e interpretação dos demonstrativos contábeis da empresa. O Balanço
Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício são as principais
demonstrações; o Balanço Patrimonial apresenta a situação patrimonial da empresa em
dado momento e a Demonstração do Resultado do Exercício mostra o resultado que a
empresa alcançou no exercício.
Silva (2010, p.4) descreve que,
11
a análise das demonstrações contábeis é uma técnica que consiste na coleta de dados constantes nas respectivas demonstrações, com vistas à apuração de indicadores que permitem avaliar a capacidade de solvência (situação financeira), conhecer a estrutura patrimonial (situação patrimonial) e descobrir a potencialidade da entidade em gerar bons resultados (situação econômica).
Nesse contexto, o presente trabalho fará a análise das demonstrações contábeis
de uma empresa agroindustrial que atua no mercado de compra e venda de insumos e
cereais. Serão coletados dados das demonstrações contábeis do período de 2009 a
2011, os quais serão utilizados para calcular os índices econômicos e financeiros. Com
o resultado dos cálculos será analisada a situação da empresa nos períodos descritos,
inferindo projeções futuras.
1.1 TEMA E PROBLEMA
Segundo Iudícibus (1998), a análise das demonstrações contábeis é tão antiga
quanto à Contabilidade. No inicio, como a Contabilidade, era feita de forma rudimentar.
No final do século XIX com o aparecimento dos banqueiros, houve necessidade de
informações mais claras e precisas para a concessão de empréstimos e
financiamentos.
A análise das demonstrações contábeis é importante para avaliar o desempenho
da gestão financeira, econômica e patrimonial da empresa. É possível ainda realizar
comparações com o segmento em que a empresa está inserida, possibilitando que os
gestores tomem decisões, como aumentar ou reduzir investimentos, aumentar o capital
ou emprestar recursos, expandir ou reduzir as operações e obter uma perspectiva para
o futuro.
Segundo Silva (2010), a análise não é uma ferramenta utilizada apenas pelos
usuários internos (sócios e administradores) mais também por usuários externos. As
instituições financeiras são um desses usuários externos que utilizam a análise para
conceder ou não empréstimos e estabelecer termos, como: taxas, volume, prazos e
garantias. Os clientes e fornecedores são outros usuários externos que usam a análise
12
para uma avaliação com vistas à concessão ou não de crédito, em que valor e a que
prazo. Os investidores utilizam para decidir se adquirem ou não ações. A Comissão de
valores mobiliários observa se as demonstrações contábeis de uma empresa de capital
aberto atende os requisitos do mercado de valores mobiliários. Já os empregados
utilizam para avaliar a capacidade que a empresa tem de prover sua remuneração,
aposentadoria e oportunidades de emprego.
A análise engloba cálculos e interpretações financeiras de um determinado
período, na qual o resultado é situação econômico-financeira da empresa hoje,
possibilitando ver os pontos fortes e fracos para tomar medidas corretivas e
apresentarmos uma perspectiva para o futuro.
Segundo Assaf Neto (2002, p. 48), “a análise de balanços visa relatar, com base
nas informações contábeis fornecidas pelas empresas, a posição econômico-financeira
atual, as causas que determinaram a evolução apresentada e as tendências futuras”.
Conforme Silva (2010), o trabalho do analista inicia-se quando termina o trabalho
do profissional da Contabilidade, que faz a interpretação e registro dos fatos
econômicos (escrituração), seguidos da elaboração das demonstrações contábeis.
Através da análise dessas demonstrações o analista vai emitir um parecer sobre a
situação econômico-financeira da empresa.
Portanto, o tema deste trabalho é a análise das demonstrações contábeis de
uma empresa agroindustrial que atua no segmento de compra e venda de insumos e
cereais utilizando como base os anos de 2009 a 2011. Por meio do tema, questiona-se:
Qual é a situação econômico-financeira desta empresa que atua no segmento de
compra e venda de insumos e cereais?
1.2 OBJETIVO GERAL
Evidenciar a situação econômico-financeira de uma empresa agroindustrial que
atua no segmento de compra e venda de insumos e cereais, nos anos de 2009 a 2011
utilizando o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício.
13
1.2.1 Objetivos Específicos
a) Analisar as demonstrações contábeis do período de 2009 a 2011.
b) Apresentar um parecer da situação econômico-financeira apontando os
pontos fortes e pontos fracos da empresa.
1.3 JUSTIFICATIVA
O tema justifica-se para sócios e administradores verificarem as vantagens que a
empresa pode ter com a análise das demonstrações contábeis, como: aumentar ou
reduzir investimentos, aumentar o capital ou emprestar recursos, expandir ou reduzir
suas operações, comprar e vender a vista ou a prazo. A empresa obterá por meio da
análise sua situação econômico-financeira hoje e a evolução do seu patrimônio no
período analisado.
Com a realização desse trabalho poder-se-á conhecer melhor a situação
econômico-financeira da empresa, ou seja, se ela tem condições de prover
remuneração por um período duradouro e se há novas possibilidades de
empregabilidade na referida empresa, promoções e até mesmo aumento da
remuneração. Justifica-se também realizar este trabalho a obtenção do título de
Bacharel em Ciências Contábeis.
14
2 ORGANIZAÇÃO EM ESTUDO
A empresa em estudo foi fundada há sessenta anos no Oeste do Paraná, o que
lhe agrega o respeito e a confiança de seus clientes. Empresa pioneira no ramo, que
possui várias unidades de negócios que atuam na recepção e comercialização de grãos
e insumos agrícolas em mais de 30 municípios. De engenheiros, agrônomos a gerentes
de vendas, os profissionais atendem o produtor rural desde o plantio até a colheita do
produto, contando com uma capacidade de armazenagem que ultrapassa 5 milhões de
sacas. A empresa acredita estar desempenhando seu papel na agricultura com
investimentos nas áreas de pesquisas e tecnologia, capacitação técnica e logística, a
empresa tem se destacado pelo excelente padrão de qualidade em seus serviços,
suporte e produtividade.
O transporte de cereais via férrea e rodoviária até o Porto de Paranaguá,
permitindo assim maior rapidez e segurança em sua logística. Possui uma equipe
altamente especializada em exportação de grãos atuando no mercado internacional
através de sua trading, localizada em Curitiba, Paraná. A empresa é reconhecida pela
ética e pela sua dedicação em atender o homem do campo.
Pautada em investimentos na agricultura, sempre visando o incremento da
produtividade fazendo uso de recursos ambientalmente corretos, a empresa é detentora
de um marca de sementes, que tem como principal objetivo na produção de sementes,
melhorar a qualidade do produto exposto para seus clientes.
Toda a semente produzida, após seu beneficiamento é resfriada, sendo
armazenada à temperatura em torno de 20º C, mantendo e preservando suas
qualidades genéticas e melhorando seu vigor.
Todos estes processos atestam a qualidade das sementes, percebida no campo
no momento do plantio, hoje sendo fator crucial na hora da decisão da compra da
semente.
A empresa tem como missão buscar soluções ambientalmente corretas na
produção e comercialização de alimentos, com qualidade e responsabilidade social,
satisfazendo nossos clientes, sócios e colaboradores.
15
Para que todo esse processo ocorra à empresa é dividida em vários
departamentos, tais como: administrativo, auditoria, cereais, contabilidade, financeiro,
insumos, recursos humanos e tecnologia da informação. A pesquisa será realizada no
departamento contábil, e tem por objetivo fazer a análise das demonstrações contábeis
da empresa, utilizando se do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do
Exercício.
16
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 BALANÇO PATRIMONIAL
Segundo Matarazzo (2003), o Balanço Patrimonial tem por finalidade demonstrar
a situação da empresa no final de um determinado período. O Balanço Patrimonial é a
demonstração que apresenta todos os bens e direitos da empresa – ativo, e as
obrigações - passivo em determinada data. A diferença entre ativo e passivo é
chamada de patrimônio liquido e representa o capital investido pelos proprietários.
De acordo com a nova lei nº. 11941/09, a estrutura do Balanço Patrimonial deve
ser apresentado conforme tabela abaixo.
Tabela 1 - Balanço Patrimonial Ativo Passivo + Patrimônio Líquido
Ativo Circulante Ativo Não Circulante Realizável a Longo Prazo Permanente Investimento Imobilizado Intangível
Passivo Circulante Passivo Não Circulante Patrimônio Líquido Capital Social (-) Gastos com Emissão de Ações Reservas de Capital Opções Outorgadas Reconhecidas Reservas de Lucros Ajustes de Avaliação Patrimonial Ajustes Acumulados de Conversão Prejuízos Acumulados (-) Ações em tesouraria
Fonte: Silva, 2010.
Conforme Silva (2010), o Balanço Patrimonial está estruturado em dois grandes
grupos: o ativo e o passivo.
17
3.1.1 Ativo
Segundo Quintana (2009), o ativo pode ser classificado em dois grandes grupos
de contas, os quais são apresentados em ordem decrescente de grau de liquidez: ativo
circulante e ativo não circulante.
a) Ativo Circulante
Conforme Quintana (2009), o ativo circulante é composto pelos bens e direitos
conversíveis em recursos financeiros até o final do exercício subseqüente. Nesse
grupo, destacam-se o registro do caixa, bancos, clientes, estoque, despesas
antecipadas, entre outros.
b) Ativo Não Circulante
De acordo com Quintana (2009), o ativo não circulante é composto pelos itens da
estrutura do ativo, ou seja, o ativo realizável a longo prazo, os investimentos, o
imobilizado e o intangível.
• No ativo realizável a longo prazo, aparecem todos os bens e direitos que
serão realizados após o término do exercício seguinte.
• Nos investimentos, registram-se as participações permanentes em outras
sociedades e os direitos, que não são classificados em outros grupos e
que não sejam destinados à manutenção da atividade da empresa.
• No ativo imobilizado, são classificados os direitos que tenham por objeto
bens corpóreos destinados a manutenção das atividades da empresa.
• No ativo intangível, são classificados os recursos ou obrigações
contraídas com aquisição, desenvolvimento e manutenção de bens
incorpóreos ou intangíveis, tais como, marcas, registros e patentes.
18
3.1.2 Passivo
Para Silva (2010), passivo é uma obrigação existente na entidade, derivada de
eventos já ocorridos, cuja a liquidação se espera que resulte em saídas de recursos
capazes de gerar benefícios econômicos. O passivo se divide em três subgrupos:
passivo circulante, passivo não circulante e patrimônio líquido.
a) Passivo circulante e passivo não circulante
Segundo Braga (2009), serão classificados no passivo circulante as obrigações
assumidas pela empresa para a realização de suas operações, tais como, dívidas
contraídas junto a fornecedores, salários devidos a empregados, encargos sociais, os
impostos a pagar e as obrigações assumidas por financiamentos obtidos junto a
instituições financeiras. As obrigações cujo o vencimento é de longo prazo se
classificam no passivo não circulante.
b) Patrimônio Líquido
Conforme Silva (2010), na equação patrimonial, o Patrimônio Líquido se forma
pelo valor residual dos ativos depois de deduzidos todos os seus passivos.
Representados pelos valores aplicados na empresa pelos sócios quotistas ou
acionistas, pelas reservas, lucros ou prejuízos acumulados.
3.2 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
A Demonstração do Resultado do Exercício é composta pelas receitas e
despesas, dessa forma apresenta os resultados dos lucros ou prejuízos acumulados no
período.
19
Matarazzo (2003, p.45), afirma que,
a Demonstração do Resultado do Exercício é uma demonstração dos aumentos e reduções causados no Patrimônio líquido pelas operações da empresa. As receitas representam normalmente aumento do ativo, através de ingresso de novos elementos, como duplicatas a receber ou dinheiro proveniente das transações. Aumentado o Ativo, aumenta o Patrimônio Liquido. As despesas representam redução do Patrimônio Líquido, através de um entre dois caminhos possíveis: redução do Ativo ou aumento do Passivo Exigível.
Segundo a Lei nº 11.638/07, a Demonstração do Resultado do Exercício
discriminará os seguintes elementos:
Tabela 2 - Demonstração do Resultado do Exercício Receita Operacional Brut a Deduções da receita bruta Receita Operacional Líquida Custos dos produtos Vendidos Lucro Bruto Despesas operacionais Despesas com vendas Despesas Gerais e Administrativas Despesas financeiras Receitas financeiras Outras receitas operacionais Outras despesas operacionais Resultado Operacional Outras receitas e outras despesas Lucro Antes do Imposto de Renda e da Contribuição S ocial Imposto de Renda Contribuição Social Lucro antes das Participações e Contribuições Participações estatutárias Lucro Líquido do Exercício Lucro por Ação Fonte: Quintana, 2009.
20
a) Receita operacional bruta
Segundo Matarazzo (2003), a receita operacional bruta da empresa é constituída
pelo valor bruto faturado. O faturamento representa o ingresso bruto de recursos
externos provenientes das operações de venda de produtos, mercadorias ou serviços.
b) Deduções da receita bruta
Conforme Quintana (2009), as principais deduções da receita bruta são os
impostos incidentes sobre essa receita, os abatimentos e descontos concedidos, as
devoluções e as vendas canceladas.
c) Receita operacional líquida
De acordo com Quintana (2009), a receita líquida é apurada pela diferença entre
a receita bruta e suas deduções.
d) Custo dos produtos vendidos
Segundo Assaf Neto (2000), o custo dos produtos vendidos representam todos
os custos incorridos pela empresa em seu processo de fabricação ou prestação de
serviço.
• Custo dos produtos vendidos: são os custos da transformação de bens,
nas empresas industriais.
• Custo das mercadorias vendidas: são os custos da compra de mercadoria,
para serem revendidas nas empresas comerciais.
• Custos dos serviços prestados: o custo dos serviços prestados, no caso
das empresas prestadoras de serviços, corresponde aos custos incorridos
para a prestação dos serviços.
21
e) Lucro Bruto
No entender de Quintana (2009), é obtido pela diferença entre a receita líquida e
os custos dos produtos vendidos, das mercadorias vendidas ou dos serviços prestados.
f) Despesas Operacionais
Segundo Matarazzo (2003), as despesas operacionais compreendem as
despesas necessárias para a empresa funcionar, ou seja, vender, administrar e
financiar suas atividades.
g) Resultado Operacional
De acordo com Quintana (2009), o resultado operacional identifica o resultado
efetivo da parte operacional da empresa. É obtido pela diferença entre o resultado bruto
e as despesas operacionais, podendo gerar um lucro ou um prejuízo operacional.
h) Outras receitas e outras despesas
Conforme Quintana (2009) compreende o resultado gerado de despesas e
receitas não relacionadas com a atividade fim da empresa. Normalmente se refere a
ganhos e perdas na venda ou a baixa do ativo permanente.
i) Resultado antes do imposto de renda e da contribuição social
No entender de Quintana (2009), o resultado antes do imposto de renda e da
contribuição social deriva da diferença entre o resultado operacional e o não
operacional.
22
j) Resultado antes das participações
Conforme Quintana (2009), o resultado antes das participações é calculado pela
diferença entre o resultado antes do imposto de renda e contribuição e os valores
desses tributos.
k) Participações
Segundo Braga (2009), as participações são as parcelas do lucro destinados a
debenturistas, empregados e administradores, mesmo na forma de instrumentos
financeiros, e de instituições ou de fundos de assistência ou previdência de
empregados, que não se caracterizem como despesas.
l) Resultado líquido do exercício
Para Braga (2009), é o resultado final do exercício. Se positivo, lucro do
exercício, após deduzidas as participações. Na hipótese de resultado líquido negativo,
antes das participações, ocorrerá um prejuízo líquido do exercício.
m) Lucro por ação
De acordo com Quintana (2009), o lucro por ação representa o lucro gerado por
ação do capital. O lucro por ação é apurado pela divisão do lucro líquido do exercício
pelo número de ações em circulação da empresa.
3.3 INDICADORES CONTÁBEIS
Segundo Silva (2010), a apuração de indicadores fornece uma ampla visão da
situação econômica, financeira e patrimonial da empresa, e a sua análise deve ser
23
realizada através da construção da série histórica com os números encontrados, os
quais são apurados através da relação entre contas ou grupos de contas que integram
as demonstrações contábeis.
3.3.1 Índices de Estrutura de Capital
Segundo Silva (2010), estes índices estão relacionados à composição dos
capitais (próprios e de terceiro) e medem os níveis de imobilização de recursos, que
buscam identificar diversas relações na estrutura da dívida da empresa.
Ainda Silva, descreve que a análise de estrutura de capital deverá levar em conta
o custo dos recursos de terceiros, pois empresas com o mesmo perfil de indicadores de
terceiros podem ser avaliadas de forma diversa em razão de fatores como taxa de juros
e moeda em que os recursos foram captados, assim, os reflexos são visíveis na
demonstração do resultado do exercício e no estudo de alavancagem financeira. Nesse
contexto os índices de capitais de terceiros são: participação de capitais de terceiros,
composição do endividamento, imobilização do patrimônio líquido e imobilização dos
recursos não correntes.
a) Participação de capitais de terceiros
Segundo Matarazzo (2003), o índice de Participação de Capitais de Terceiros
relaciona, portanto, as duas grandes fontes de recursos da empresa, capitais próprios e
capitais de terceiros. É um indicador de risco ou de dependência a terceiros, por parte
da empresa.
Conforme Matarazzo (2003), esse índice mostra quanto à empresa tomou de
Capitais de Terceiros para cada $ 100 de capital próprio investido. Para calcular o
índice de participação de capitais de terceiros utilizar-se-á seguinte fórmula:
24
Capitais de TerceirosPatrimônio Líquido
Participação de Capitais de Terceiros= x100
De acordo com Silva (2010), os capitais de terceiros compreendem o somatório
do passivo circulante e exigível a longo prazo, representando o endividamento da
empresa. Nesse contexto Silva comenta que quanto menor o resultado melhor, por que
quanto maior o resulto for menor será a liberdade de decisões financeiras da empresa e
maior será a dependência de capital de terceiros.
Paralelamente Braga (2009), complementa que quando há maior intensidade na
utilização de capitais de terceiros, é importante verificar o grau de endividamento a
curto prazo, a fim de se examinar até que ponto a estrutura da empresa está
comprometida de imediato.
b) Composição do endividamento
Segundo Matarazzo (2003), após se conhecer o grau de participação de capitais
de terceiros, o passo seguinte é saber qual a composição dessas dividas. As dividas
podem ser de curto prazo, que precisam ser pagas com os recursos possuídos hoje,
mais aqueles gerados à curto prazo. As dividas se longo prazo, a empresa dispõe de
tempo para gerar recursos (normalmente lucro + depreciação). Esse índice indica qual
o percentual de obrigações de curto prazo em relação às obrigações totais. Para
calcular o índice de composição do endividamento utiliza-se a seguinte fórmula:
Passivo CirculanteCapitais de Terceiros
Composição do Endividamento= x100
Conforme Silva (2010), quanto menor o resultado melhor, pois, as dívidas a curto
prazo referem-se às que precisam ser pagas com recursos já disponíveis ou que
venham a ser gerados a curto prazo.
25
c) Imobilização do patrimônio líquido
Segundo Silva (2010), quanto mais à empresa investir no Ativo Permanente,
mais ela se torna dependente de capitais de terceiros para o seu capital de giro.
Havendo a real necessidade de investimentos no ativo permanente, a empresa deverá
buscar financiamentos a longo prazo, cuja as taxas de juros tendem a ser menores, em
razão dos bens financiados servirem como garantia.
Nesse contexto Matarazzo (2003), comenta que o índice de Imobilização do
Patrimônio Líquido indica quanto à empresa aplicou no Ativo Permanente para cada $
100 de Patrimônio Líquido. Para calcular o índice de Imobilização do Patrimônio Líquido
utiliza-se, a seguinte fórmula:
Ativo PermanentePatrimônio Líquido
Imobilização do Patrimônio Líquido= x100
Para Matarazzo (2003, p.158),
o ideal em termos financeiros é a empresa dispor de Patrimônio Líquido suficiente para cobrir o Ativo Permanente e ainda sobrar uma parcela – CCP = Capital Circulante Próprio – suficiente para financiar o Ativo Circulante. (Por suficiente entende-se que a empresa deve dispor da necessária liberdade de comprar e vender sem precisar sair o tempo todo correndo atrás de bancos.
Conclui Silva (2010), que quanto menor o resultado, melhor, pois mostra que a
empresa é menos depende de capitais de terceiros para o seu capital de giro.
d) Imobilização dos recursos não correntes
Segundo Silva (2010) este Indicador permite identificar qual o percentual de
Recursos não Correntes a empresa aplicou no Ativo Permanente, evidenciando o
quanto a empresa possui de Capital Circulante Próprio (CCP = Patrimônio Líquido –
Ativo Permanente).
Conforme Matarazzo (2003, p.160),
26
os elementos do Ativo Permanente têm vida útil que pode ser de 2, 5, 10 ou 50 anos. Assim, não é necessário financiar todo o imobilizado com recursos próprios. É perfeitamente possível utilizar recursos de longo prazo, desde que o prazo seja compatível com o de duração do imobilizado ou então que o prazo seja suficiente para a empresa gerar recursos capazes de resgatar as dívidas de longo prazo.
Para calcular o índice de Imobilização dos Recursos não Correntes utiliza-se, de
acordo com Matarazzo (2003), a seguinte fórmula:
Ativo PermanentePatrimônio Líquido + PNC
Imobilização dos Recursos não Correntes= x100
Conclui Silva (2010), que quanto menor esse índice, melhor, assim terá a
evidencia de que a empresa vem financiando seu capital de giro com recursos a longo
prazo.
3.3.2 Índices de Liquidez
Segundo Matarazzo (2003), os índices desse grupo mostram a base da situação
financeira da empresa. São índices que confrontam os Ativos Circulantes com as
Dividas, procurando medir quão sólida é a base financeira da empresa. Uma empresa
com bons índices de liquidez tem condições de ter boa capacidade de pagar suas
dividas, mas não estará, obrigatoriamente, pagando suas dividas em dia em função de
outras variáveis como prazo, renovação de dívidas.
Mediante Silva (2010), os índices se dividem em quatro índices de liquidez:
liquidez geral, liquidez corrente, liquidez seca e liquidez imediata.
a) Liquidez Geral
Segundo Silva (2010), esse índice possibilitará ver toda a capacidade de
pagamento da empresa a longo prazo, considerando tudo que ela pode converter em
27
dinheiro (a Curto e Longo Prazo), relacionando-se com tudo que a empresa já assumiu
de divida (a Curto e Longo Prazo).
Conforme Braga (2009, p.165),
[...] todavia, o crescimento demasiado dos quocientes de liquidez pode indicar sérias dificuldades em relação à estrutura dos negócios, tais como entesouramento ou encaixe excessivo (elevação da liquidez imediata, acima das necessidades operacionais); estoques elevados, em decorrência de itens invendáveis ou baixa capacidade de comercialização; grande volume de contas a receber, por dilatação de prazos concedidos a clientes etc. Daí a necessidade de examinar cada componente de per si dos ativos e passivos (circulante e não circulante). Tal exame será realizado quando se der a análise da rotação de valores.
De acordo do Matarazzo (2003), Esse índice indica quanto à empresa possui no
Ativo Circulante e Realizável a Longo Prazo para cada $ 1,00 de dívida total. Para
calcular este índice utiliza-se a seguinte fórmula:
Na visão de Matarazzo (2003), quanto maior esse índice melhor, pois mostra a
capacidade da empresa em quitar suas dividas a longo prazo.
b) Liquidez Corrente
Para Silva (2010), este índice mostra quanto a empresa possui em dinheiro, em
bens e em direitos realizáveis a curto prazo, comparando com suas dividas a serem
pagas no mesmo período.
Braga (2009, p.163) descreve,
[...] em outras palavras, destina-se a avaliar a capacidade da empresa para pagar suas obrigações a curto prazo. Por isso, sem a pretensão de estabelecer padrões, afirma-se que este quociente deverá ser, na medida das necessidades da empresa, maior que 1,00, a fim de manter adequada margem de segurança financeira e, ao mesmo tempo, atender a nível de “encaixe”.
Ativo Circulante + Realizável a longo Prazo
Passivo Circulante + Exigível a longo Prazo Liquidez Geral=
28
Conforme Matarazzo (2003), esse índice indica quanto à empresa possui no
Ativo Circulante para cada $ 1,00 de Passivo Circulante. Para calcular este índice
utilizar-se-á seguinte fórmula:
Ativo CirculantePassivo Circulante
Liquidez Corrente=
De acordo com Matarazzo (2003), quanto maior esse índice melhor, dessa forma
mostra que a empresa tem capacidade de pagar suas dividas a curto prazo.
c) Liquidez Seca
Segundo Silva (2010), através desse indicador é possível ver a capacidade de
pagamento da empresa nas situações em que a mesma tem uma rotação de estoque
muito baixa, o que pode ser reflexo de uma má gestão sobre o volume de compras de
material para revenda ou industrialização.
Braga (2009, p.164) descreve que,
[...] alguns analistas eliminam os estoques do ativo circulante, a fim de verificar as possibilidades da empresa no entendimento de suas dívidas a curto prazo, sem contar com seus estoques. É a verdadeira “prova do ácido”, como alguns costumam denominar, já que, para muitas empresas, não é de muita relevância, pela natureza de sua estrutura financeira (maior volume de vendas a vista, por exemplo). Portanto, este índice mede a capacidade da empresa para pagar suas obrigações sem ser forçadas a vender seus estoques, mas, como o quociente de liquidez imediata, ele deve ser interpretado com bastante prudência.
Conforme Matarazzo (2003), esse índice indica quanto à empresa possui de
Ativo Liquido para cada US$ 1,00 de Passivo Circulante. Para calcular esse índice
utiliza-se, a seguinte fórmula:
Ativo Circulante - EstoquePassivo Circulante
Liquidez Seca=
29
Na visão de Matarazzo (2003), quanto maior o resultado, melhor, por que
significa que a empresa tem capacidade de cumprir suas obrigações, mesmo quando
for baixa a rotação de estoque.
d) Liquidez Imediata
Segundo Silva (2010), esse índice tem maior acepção quando o analisamos de
forma conjunta com o fluxo mensal de caixa da empresa, ou quando, utilizamos a
média dos saldos mensais, evitando situações anormais que tenham ocorrido à véspera
do levantamento do balanço.
Paralelamente Braga (2009), complementa para que os recursos não fiquem
completamente ociosos (caixa e bancos), sem gerar qualquer remuneração e sujeitos à
corrosão inflacionária, as empresas costumam aplicar parte deles no mercado
financeiro.
Conforme Silva (2010), esse índice indica a capacidade da empresa quitar suas
dividas imediatamente, considerando apenas caixa, saldos bancários e aplicações
financeiras de liquidez imediata. Para calcular esse índice utiliza-se, a seguinte fórmula:
DisponibilidadesPassivo Circulante
Liquidez Imediata=
Conclui Silva (2010), que quanto maior o resultado, melhor, assim terá a
evidencia de que a empresa tem capacidade de saldar suas dividas imediatamente.
3.3.3 Índices de Rentabilidade
Segundo Silva (2010), com os índices de rentabilidade é possível avaliar o
desempenho global de uma empresa através do estudo das taxas de retorno. Está
30
análise busca conhecer o retorno sobre o investimento total, o retorno sobre as vendas
e o capital próprio, portanto, uma avaliação não apenas da produtividade, mas,
sobretudo, da lucratividade do negócio.
Conforme Matarazzo (2003), os índices de rentabilidade são: giro do ativo,
margem líquida, rentabilidade do ativo e rentabilidade do patrimônio líquido.
a) Giro do ativo
Para Silva (2010), este indicador mostra a relação entre as vendas do período e
os investimentos totais efetuados na empresa, evidenciando o nível de eficiência com
que são utilizados os recursos aplicados, ou seja, a produtividade dos investimentos
totais (ativo total).
Braga (2009, p.170) descreve que,
o principal instrumento para se medir a eficiência do investimento total seria com base em sua produtividade – número de rotações, para se avaliar a capacidade de recuperação desses investimentos totais – e em sua rentabilidade – taxa de remuneração do montante de recursos aplicados pela empresa.
Segundo Matarazzo (2003, p.176), “esse índice mede o volume de vendas da
empresa em relação ao capital total investido”. Para calcular esse índice utiliza-se a
seguinte fórmula:
Vendas LíquidasAtivo
Giro do Ativo=
De acordo com Silva (2010), esse índice indica quanto à empresa vendeu para
cada $ 1,00 de investimento total. Quanto maior o resultado desse índice, melhor, por
que significa que a empresa tem um alto volume de vendas em relação ao capital
investido.
31
b) Margem Líquida
Segundo Silva (2010), esse índice compara o Lucro Líquido em relação às
Vendas Líquidas do período, mostrando o percentual de lucratividade gerado. Alguns
fatores podem influenciar a rentabilidade sobre as vendas, dentre os quais o ramo de
atividade, a rotação dos estoques, mercados, custos de produção, produtividades,
dentre outros. A empresa que atua em um segmento que a margem de lucro é
pequena, não consegue aumentar o lucro através do aumento do preço de venda.
Nessa situação o aumento do faturamento deverá ocorrer através da conquista de
novos mercados.
Nesse contexto Silva (2010) complementa que o analista deverá estar atento aos
seguintes aspectos:
• Volume de despesas ou receitas não operacionais, os quais podem
distorcer o resultado.
• Os critérios de avaliação de estoques e de apropriação de custos podem
interferir no valor do CMV (ou CPV) e, portanto, no lucro.
Conforme Matarazzo (2003), esse índice indica quanto à empresa obtém de
lucro para cada $ 100 vendidos. Para calcular esse índice utiliza-se, a seguinte fórmula:
Lucro LíquidoVendas Líquidas
Margem Líquida= x100
Conclui Silva (2010), que quanto maior o resultado desse índice, melhor, por que
maior vai ser o lucro em relação às vendas.
c) Rentabilidade do ativo
Segundo Matarazzo (2003), este índice mostra quanto à empresa obteve de
Lucro Liquido em relação ao Ativo. É uma medida do potencial de geração de lucro da
parte da empresa.
Silva (2010, p.145) descreve que,
32
[...] este indicador tem por objetivo medir a EFICIÊNCIA global da alta direção da empresa na geração de lucros com seus investimentos totais. Não havendo variações significativas nos saldos do Ativo, o analista poderá optar por mediar a relação direta entre o Lucro Líquido do Exercício e o saldo do Ativo [...].
Conforme Matarazzo (2003), esse índice indica quanto à empresa obtém de
lucro para cada $ 100 de investimento total. Para calcular esse índice utiliza-se, a
seguinte fórmula:
Lucro LíquidoAtivo
Rentabilidade do Ativo= x100
Conclui Matarazzo (2003), que quanto maior o resultado desse índice melhor,
pois mostra quanto à empresa obteve de lucro líquido em relação ao ativo.
d) Rentabilidade do patrimônio líquido
Conforme Matarazzo (2003), o papel do índice de Rentabilidade do Patrimônio
Líquido é mostrar qual a taxa de rendimentos do Capital Próprio. Essa taxa pode ser
comparada com a de outros rendimentos do mercado, como a Caderneta de Poupança,
CDBs, Ações, Fundos de Investimentos, etc. Com isso se pode avaliar se a empresa
oferece rentabilidade superior ou inferior a essas opções.
Paralelamente Silva (2010, p.145) complementa que,
este indicador apresenta o retorno que os acionistas ou quotistas da empresa estão obtendo em relação aos seus investimentos na empresa, ficando patente o prêmio do investidor ou proprietário pelo risco de seu empreendimento quando o indicador (taxa) obtido é superior à taxa média de juros do mercado.
De acordo com Matarazzo (2003), esse índice indica quanto à empresa obteve
de lucro para cada $ 100 de Capital Próprio investido. Para calcular este índice utiliza-
se a seguinte fórmula:
Lucro LíquidoPatrimônio Líquido Médio
Rentabilidade do Patrimônio Líquido= x100
33
Segundo Silva (2010), quanto maior o resultado desse índice, melhor, maior vai
ser o lucro em relação ao capital próprio investido.
3.3.4 Índices de Prazos Médios
Segundo Matarazzo (2003), existe três índices de prazos médios que podem ser
encontrados a partir das demonstrações financeiras, sendo Prazo Médio de
Recebimento de Vendas, Prazo Médio de Renovação de Estoque e Prazo Médio de
Pagamentos de Compras. A conjugação dos três índices de prazos médios leva à
análise dos ciclos operacional e ciclo de caixa, elementos fundamentais para a
determinação de estratégias empresarias tanto comerciais quanto financeiras,
geralmente vitais para a determinação do fracasso ou sucesso de uma empresa.
a) Prazo médio de recebimentos de vendas - PMRV
Segundo Silva (2010), esse indicador mostra quantos dias ou meses, em média,
a empresa leva para receber suas vendas.
Para calcular esse índice utiliza-se, segundo Matarazzo (2003), a seguinte
fórmula:
Duplicatas a ReceberVendas
PMRV= x360
De acordo com Silva (2010), quanto maior o prazo médio de recebimento de
vendas pior será para a empresa, pois representa maior tempo de utilização de
financiamento, portanto, maior custo.
34
b) Prazo médio de renovação de estoques – PMRE
Conforme Silva (2010), esse indicador mostra em quantos dias ou meses, em
média, as mercadorias ficaram estocados na empresa antes de serem vendidas. O
ideal é que a empresa tenha um alto índice de rotação de estoques, desde que isso
seja o reflexo do alto grau de comercialização de seus produtos, em decorrência do
aumento da demanda.
Nesse contexto Braga (2009, p.167) descreve que,
os índices de rotação de estoque são suficientes (subinvestimento), desejáveis (normais) ou excessivos (superinvestimento) em relação ao volume de vendas da empresa (capacidade de comercialização) –, se existem itens de baixa rotação, itens obsoletos etc. É calculado mediante a divisão do custo do produto ou mercadoria vendida (ou matérias-primas consumidas etc.) pelo valor médio dos estoques – não sendo possível a obtenção deste valor médio, utiliza-se o estoque final.
Para calcular esse índice utiliza-se, conforme Matarazzo (2003), a seguinte
fórmula:
EstoquesCusto da Mercadoria Vendida
x360PMRE=
De acordo com Silva (2010), alguns pontos devem ser considerados na análise,
quando a um alto índice de rotação, também pode ser sinal de baixo investimento em
estoques, o que pode acarretar a perda de vendas e conseqüente redução nos lucros.
Quando a um baixo índice de rotação, pode estar sinalizando um investimento
excessivo nos estoques, aumentando os custos de manutenção (armazenagem e
seguros).
c) Prazo médio de pagamento de compras - PMPC
Segundo Silva (2010), este indicador mostra quantos dias ou meses, em média,
a empresa leva para pagar suas dividas junto aos seus fornecedores. No cálculo
devemos usar a média de fornecedores quando ocorrer discrepância significativa entre
35
os dois saldos. A média de fornecedores é obtida pela soma dos saldos de
fornecedores do ano anterior com o do ano em curso, dividido por dois.
Para calcular esse índice utiliza-se, segundo Matarazzo (2003), a seguinte
fórmula:
FornecedoresCompras
PMPC= x360
Conforme Silva (2010), a determinação do valor das compras em empresas
comerciais pode ser efetuada a partir da seguinte fórmula:
Compras = CMV + Estoque Final – Estoque Inicial
De acordo com Silva (2010), o prazo médio para pagamento das compras deverá
ser maior do que o prazo concedido aos clientes, de forma a permitir a manutenção de
um adequado nível de liquidez.
3.3.5 Ciclo Operacional
De acordo com Matarazzo (2003), a soma do prazo médio de renovação de
estoque e o prazo médio de recebimentos de vendas, representa o que se chama Ciclo
Operacional, ou seja, o tempo decorrido entre a compra e o recebimento da venda da
mercadoria, conforme a Figura 1:
36
Figura 1 – Ciclo operacional
Fonte: Matarazzo, 2003.
Nesse contexto, Matarazzo (2003, p.319) descreve,
o ciclo operacional mostra o prazo de investimento. Paralelamente ao Ciclo Operacional ocorre o financiamento concedido pelos fornecedores, a partir do momento da compra. Até o momento do pagamento aos fornecedores, a empresa não precisa preocupar-se com o financiamento, o qual é automático. Se o Prazo Médio de Pagamento de Compras – PMPC – for superior ao Prazo Médio de Renovação de Estoques – PMRE –, então os fornecedores financiarão também uma parte das vendas da empresa. O tempo decorrido entre o momento em que a empresa coloca o dinheiro (pagamento ao fornecedor) e o momento em que recebe as vendas (recebimento do cliente) é o período em que a empresa precisa arrumar financiamento. É o Ciclo de Caixa, também chamado de Ciclo Financeiro.
As figuras a seguir ilustram duas situações possíveis:
Conforme a Figura 2, desde o momento da compra da mercadoria até o
pagamento, a empresa não precisa se preocupar com financiamentos, pois neste caso
os fornecedores financiarão totalmente os estoques a uma parte das vendas.
PMRE PMRV
Ciclo Operacional
Venda Recebimento Compra
37
Figura 2 – Os fornecedores financiando totalmente os estoques a uma parte das vendas
Fonte: Matarazzo, 2003.
Conforme Matarazzo (2003), no caso da figura 2, a empresa deve obter
financiamentos para o tempo que a mercadoria permanece em estoque.
Na Figura 3, o prazo médio de pagamento das compras é menor que o prazo
que a mercadoria permanece em estoque, ou seja, nesse caso os fornecedores
financiarão apenas parte dos estoques.
Figura 3 – Os fornecedores financiando apenas parte do estoque
Fonte: Matarazzo, 2003.
Segundo Silva (2010), confrontando o espaço de tempo para realizar
monetariamente as vendas com o prazo que se tem para pagamento das compras de
Recebimento
PMPC
PMRV
Ciclo Operacional
Ciclo de Caixa
Compra
PMRE
Venda Pagamento
Recebimento
Ciclo Operacional
Ciclo de Caixa
PMRV
PMPC
Compra
PMRE
Pagamento Venda
38
matérias primas ou mercadorias a fornecedores, consegue-se detectar se a empresa
está operando com superávit ou déficit financeiro em seu ciclo operacional.
De acordo com Matarazzo (2003), no caso da figura 3, a empresa deve obter
recursos financeiros para financiar suas vendas e para um determinado período de
tempo em que a mercadoria permanece em estoque. Para empresa, quanto menor o
ciclo financeiro melhor, pois representa menor tempo de utilização de financiamento,
portanto, menor custo.
3.3.6 Necessidade de Capital de Giro (NCG)
Segundo Matarazzo (2003), a necessidade de capital de giro não é só um
conceito fundamental para a análise da empresa do ponto de vista financeiro, ou seja,
analise de caixa, mais também de estratégias de financiamento, crescimento e
lucratividade.
Silva (2010, p.164) descreve que,
a Necessidade de Capital de Giro (NCG) é a principal determinante da situação financeira de uma empresa, expressando o nível de recursos necessários para a manutenção do giro dos negócios, pois as contas utilizadas no cálculo da determinação da NCG expressam operações de curto prazo e de efeitos rápidos. Sendo assim, quaisquer modificações nas políticas de estocagem, de crédito e de compras, produzirão efeitos imediatos sobre o fluxo de caixa da empresa.
Conforme Silva (2010), o Ativo Circulante Operacional (ACO) é o investimento
que decorre automaticamente das atividades de compra, produção, estocagem e
venda, enquanto o Passivo Circulante Operacional (PCO) é o financiamento, também
automático, que decorre dessas atividades. Para apurar a NCG utiliza-se a seguinte
fórmula:
NCG = ACO - PCO
39
De acordo com Matarazzo (2010), as situações básicas que ocorrem numa
empresa, com relação ao ACO e PCO podem ser assim interpretadas:
Se o ACO > PCO é a situação normal na maioria das empresas. Há uma NCG
para a qual a empresa deve encontrar fontes adequadas de financiamento.
Se o ACO = PCO nesse caso a NCG é igual a zero e, portanto a empresa não
tem necessidade de financiamento para o giro.
Porém, se ACO < PCO a empresa tem mais financiamentos operacionais do que
investimentos operacionais. Sobram recursos das atividades operacionais, os quais
poderão ser usados para aplicação no mercado financeiro ou para expansão da planta
fixa da empresa.
3.4 FATOR DE INSOLVÊNCIA (KANITZ)
Conforme Kanitz apud Silva (2010) considera que a capacidade de prever
falências possui também a vantagem imediata e óbvia de reduzir os prejuízos
decorrentes de financiamentos que não poderão ser liquidados. Kanitz construiu um
modelo de regressão linear múltipla, obtendo os seguintes coeficientes padronizados,
que são utilizados em sua fórmula de determinação do fator de insolvência.
Fator de Insolvência = (0,05 x X1) + (1,65 x X2) + (3,55 x X3) – (1,06 x X4) – (0,33 x X5)
Onde:
X1 = (Lucro Líquido/Patrimônio Líquido)
X2 = (Ativo Circulante + Ativo Não Circulante) / Exigível Total
X3 = (Ativo Circulante – Estoques) / Passivo Circulante
X4 = Ativo Circulante / Passivo Circulante
X5 = Exigível Total / Patrimônio Líquido
40
Partindo dos Fatores apurados, Kanitz apud Silva (2010) determinou faixas de
solvência que vão de 0 a -7, o chamado termômetro de insolvência.
Fator de Insolvência entre 0 e 7= Faixa de solvência
Fator de Insolvência entre 0 a –3= Região de Penumbra
Fator de Insolvência entre –4 a –7= Faixa de Insolvência.
Kanitz apud Silva (2010) apresenta três benefícios para o uso de uma
metodologia que permita avaliação da capacidade de insolvência de uma empresa:
a) Descobrir empresas em estado de pré-insolvência;
b) Hierarquizar as empresas numa escala de solvência/insolvência, a fim de
selecionar clientes prioritários;
c) Determinar previsões para a conta “devedores duvidosos”, segundo a
probabilidade de insolvência de cada cliente.
41
4 METODOLOGIA
Nesse trabalho, através da metodologia cientifica, cada procedimento será
planejado em função dos objetivos específicos.
De acordo com Cervo e Bervian (2002, p.23),
o método é a ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários para atingir um certo fim ou um resultado desejado. Nas ciências, entende-se por método o conjunto de processos empregados na investigação e na
demonstração da verdade.
Será apresentada a metodologia utilizada para atingir os objetivos propostos
nesse trabalho e os passos usados para coleta de dados.
4.1 TIPOS DE PESQUISA
Para Lakatos e Marconi (2001), define-se pesquisa como uma atividade voltada
à solução de problemas para questões propostas, através da utilização de métodos
científicos. Existem vários tipos de pesquisa, as principais são o estudo de caso, a
pesquisa bibliográfica, a pesquisa documental e a pesquisa experimental.
Para desenvolver essa pesquisa, utilizar-se-á os seguintes tipos de pesquisa:
estudo de caso, pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental.
4.1.1 Estudo de Caso
Conforme Gil (2008), o estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e
exaustivo dos objetivos, permitindo o seu amplo e detalhado conhecimento.
Para Martins e Lintz (2000, p.36),
42
trata-se de uma técnica de pesquisa cujo objetivo é o estudo de uma unidade que se analisa profunda e intensamente. Considera a unidade social estudada em sua totalidade, seja um individuo uma família, uma instituição, uma empresa, ou uma comunidade, com o objetivo de compreendê-los em seus próprios termos.
Este trabalho é um estudo de caso, pois, será feito o estudo aprofundado de um
único caso, ou seja, uma empresa agroindustrial que atua no segmento de compra e
venda de insumos e cereais, procurando compreender, explorar e analisar o objeto de
estudo.
4.1.2 Pesquisa Exploratória
Para Cervo e Bervian (2002), a pesquisa exploratória realiza descrições precisas
da situação e quer descobrir as relações existentes entre os elementos componentes
da mesma.
Segundo Gil (2008), a pesquisa exploratória proporciona maior familiaridade com
a problemática, objetivando torná-la mais explicita ou a construir hipóteses.
Nesse contexto utilizar-se-á pesquisa exploratória para conhecer com
profundidade o assunto, buscar informações de modo a torná-lo mais claro e orientar a
formulação de hipóteses.
4.1.3 Pesquisa Bibliográfica
Segundo Cervo e Bervian (2002), a pesquisa bibliográfica procura explicar um
problema a partir de referências teóricas publicadas em documentos, busca conhecer e
analisar as contribuições culturais ou cientificas do passado existente sobre um
determinado assunto, tema ou problema.
43
Para Martins e Lintz (2000), a pesquisa bibliográfica procura explicar e discutir
um tema ou problema com base em referências teóricas publicadas em livros, revistas,
periódicos etc. Busca conhecer e analisar contribuições cientifica sobre determinado
tema.
O trabalho caracteriza-se como pesquisa bibliográfica uma vez que utilizará
referenciais teóricos de livros, revistas e artigos de autores e profissionais
especializados na área, buscando através da contribuição desses autores, conhecer,
explicar e discutir o tema para atingir os objetivos do trabalho.
4.1.4 Pesquisa Documental
Segundo Oliveira (2007, p.69) a pesquisa documental, caracteriza-se pela busca
de informações em documentos que não receberam nenhum tratamento científico
como, relatórios, reportagens de jornais, revistas, cartas, filmes, gravações, fotografias,
entre outras matérias de divulgação.
Essa pesquisa utilizar-se-á de dados e informações retirados das demonstrações
contábeis, que são relatórios que não receberam nenhum tratamento cientifico e não
foram analisados, gerados pelo próprio departamento contábil de uma empresa
agroindustrial que atua no segmento de compra e venda de insumos e cereais,
caracterizando assim, como uma pesquisa documental.
44
4.2 TIPOS DE PESQUISA QUANTO A ABORDAGEM DO PROBLEMA
4.2.1 Pesquisa Qualitativa
De acordo com Beuren (2006), a pesquisa qualitativa possibilita a análises mais
profundas em relação ao fenômeno que esta sendo estudado. Na contabilidade é
comum o uso da abordagem qualitativa como tipologia de pesquisa. Apesar de a
contabilidade lidar com números, ela é uma ciência social, e não uma ciência exata, o
que justifica a relevância do uso da abordagem qualitativa.
4.2.2 Pesquisa Quantitativa
Segundo Beuren (2006), a pesquisa quantitativa caracteriza-se pelo emprego de
instrumentos estatísticos, tanto na coleta quanto no tratamento dos dados. A pesquisa
quantitativa e freqüentemente aplicada nos estudos descritivos, que procuram descobrir
e classificar a relação entre variáveis e a relação de casualidade entre fenômenos.
Richardson apud Beuren (2006, p.92), afirma que a abordagem quantitativa,
caracteriza-se pelo emprego de quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas, desde as mais simples como percentual, média, desvio-padrão, às mais
complexas, como coeficiente de correlação, analise de regressão etc.
Conforme Beuren (2006), a pesquisa quantitativa destaca sua importância ao ter
a intenção de garantir a precisão dos resultados, evitar distorções de análise e
interpretação, possibilitando uma margem de segurança quanto às interferências feitas.
45
4.3 LOCAL DE REALIZAÇÃO DA PESQUISA
A coleta de dados será feito em uma empresa agroindustrial que atua no
segmento de compra e venda de insumos e cereais localizado em Cascavel – PR.
4.4 PROCEDIMENTOS DA COLETA DE DADOS
Como instrumento de pesquisa será utilizado dados das demonstrações
contábeis dos períodos de 2009 a 2011, fornecidas pelo próprio departamento de
Contabilidade da empresa. A coleta dos mesmos dar-se-á após a assinatura do Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido. Após a autorização, os dados serão coletados,
possibilitando fazer os cálculos dos índices financeiros. Os dados resultantes dos
cálculos serão utilizados para análise por meio de descrições, de acordo com o
conhecimento exposto na pesquisa bibliográfica.
4.5 POPULAÇÃO E AMOSTRA
Conforme embasamento teórico, o trabalho é uma pesquisa documental, assim
excluindo-se o item população e amostra.
46
4.6 GRAU DE VULNERABILIDADE DOS SUJEITOS – BENEFÍCIOS, RISCOS,
DESCONFORTOS E MEDIDAS PROTETORAS
A pesquisa não irá gerar nenhum risco. Para evitar qualquer constrangimento, os
pesquisadores estarão à disposição da empresa para qualquer esclarecimento.
A pesquisa servirá como uma avaliação da situação econômico-financeira, o que
trará benefícios para a empresa, que possibilitará tomar decisões com mais
confiabilidade; para os funcionários, que poderão fazer uma análise gerencial,
colaborando com o crescimento da empresa; e para os pesquisadores, que poderão
aplicar, na prática, os conhecimentos adquiridos na faculdade.
4.7 CRITÉRIOS PARA INTERROMPER A PESQUISA
A pesquisa poderá ser interrompida a qualquer momento, seja por parte da
empresa, seja por parte dos pesquisadores, sem causar qualquer prejuízo às partes
envolvidas.
4.8 SIGILO E CONFIDENCIALIDADE DAS INFORMAÇÕES
Toda e qualquer informação da empresa será mantida em sigilo, garantindo a
confidencialidade da pesquisa e a proteção das identidades e das informações
pessoais dos participantes da pesquisa.
47
4.9 PROPRIEDADE, GUARDA E USO DAS INFORMAÇÕES
Todas as informações obtidas neste estudo serão de propriedade dos
pesquisadores e ficarão armazenadas pelo prazo de 5 (cinco) anos. Os dados após
tabulados e analisados serão utilizados para desenvolvimento do Trabalho de
Conclusão de Curso, podendo, ainda, aproveitar os resultados para construção de
artigos para publicação em revistas científicas ou apresentação em eventos científicos.
4.10 ANÁLISE DOS DADOS
Os dados obtidos serão tabulados, apresentados em gráficos e tabelas, com
posterior análise descritiva, baseando-se, para isso, na bibliografia utilizada no
desenvolvimento do estudo.
4.11 ORÇAMENTO DETALHADO E REMUNERAÇÃO DO PESQUISADOR
A tabela 3 apresenta o orçamento referente aos gastos para realização do
presente trabalho.
48
Tabela 3 - Orçamento ITENS QUANTIDADE VALOR UNITÁRIO TOTAL
Impressões 1000 0,15 150,00
Encadernação 07 3,00 21,00
Caneta 05 2,00 10,00
MATERIAL PERMANENTE
Pen Drive 01 - 25,00
RECURSOS HUMANOS
Orientador 01 - -
TOTAL R$ 206,00
A pesquisa será custeada pelos pesquisadores colaboradores. Os valores
relacionados ao pesquisador orientador serão custeados pela Faculdade.
4.12 CRONOGRAMA
A tabela 4 apresenta o cronograma das atividades a serem desenvolvidas no corrente ano.
49
Tabela 4 – Cronograma ATIVIDADES Fev.
2012 Mar. 2012
Abr. 2012
Maio. 2012
Jul. 2012
Ago. 2012
Set. 2012
Out. 2012
Nov. 2012
Dez. 2012
Introdução X
X
X
Metodologia X
X
X
Referencial teórico
X
X
X
X
Coleta de dados
X
Análise dos dados
X
X
X
X
Resultados e discussão
X
X
X
X
Considerações finais
X
X
X
X
Entrega do trabalho
X
Defesa em banca
X
50
5 COLETA E ANÁLISE DE DADOS
As tabelas 5 e 6 mostram o Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício da empresa, do período de 2009 a 2011, que foram utilizados para calcular os índices econômico-financeiros.
Tabela 5 – Balanço Patrimonial 2009 a 2011 ATIVO 31/12/2009 31/12/2010 31/12/2011
CIRCULANTE
Caixa e equivalentes de caixa
11,798,000.00
17,567,000.00
26,030,000.00
Contas a receber
43,368,000.00
41,687,000.00
51,995,000.00
Estoques
49,953,000.00
69,305,000.00
59,480,000.00
Impostos a recuperar
3,744,000.00
3,290,000.00
4,867,000.00
Contratos de cereais
687,000.00
6,474,000.00
Marcação a mercado de derivativos
948,000.00
Outros créditos
1,798,000.00
3,462,000.00
2,194,000.00
Total do ativo circulante
111,348,000.00
136,259,000.00
151,040,000.00
NÃO CIRCULANTE Realizável a longo prazo
Empréstimos com partes relacionadas
16,321,000.00
11,756,000.00
6,325,000.00
Depósito Judicial
178,000.00
41,000.00 Imposto de renda e contribuição social
diferidos
912,000.00
911,000.00
911,000.00
Outros
89,000.00
217,000.00
219,000.00
Investimentos
5,743,000.00
174,000.00
193,000.00
Imobilizado
22,516,000.00
29,193,000.00
41,874,000.00
Intangível
309,000.00
3,854,000.00
3,860,000.00
Total do ativo não circulante
45,890,000.00
46,283,000.00
53,423,000.00
TOTAL DO ATIVO
157,238,000.00
182,542,000.00
204,463,000.00
51
PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO 31/12/2009 31/12/2010
31/12/2011
CIRCULANTE
Fornecedores
47,248,000.00
61,668,000.00
76,774,000.00
Empréstimos e financiamentos
46,876,000.00
43,755,000.00
50,599,000.00
Obrigações sociais e provisões trabalhistas
796,000.00
813,000.00
873,000.00
Obrigações tributárias
454,000.00
435,000.00
176,000.00
Adiantamentos de clientes
6,478,000.00
8,973,000.00
3,122,000.00
Contratos de cereais
2,346,000.00
Marcação a mercado de derivativos
424,000.00
1,143,000.00
Total do passivo circulante
102,276,000.00
117,990,000.00
132,687,000.00
NÃO CIRCULANTE
Empréstimos com partes relacionadas
1,429,000.00
977,000.00
Empréstimos e financiamentos
12,137,000.00
29,498,000.00
37,384,000.00
Provisão para contingências
2,503,000.00
2,681,000.00
2,681,000.00
Imposto de renda e contribuição social diferidos
4,062,000.00
3,094,000.00
2,954,000.00
Outros débitos
333,000.00 -
-
Total do passivo não circulante
20,464,000.00
36,250,000.00
43,019,000.00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital social
16,000,000.00
16,000,000.00
16,000,000.00
Reserva de reavaliação
8,080,000.00
6,797,000.00
6,519,000.00
Adiantamento para futuro aumento de capital
Ajuste de avaliação patrimonial
Lucros acumulados
10,418,000.00
5,505,000.00
6,238,000.00
Total do patrimônio líquido
34,498,000.00
28,302,000.00
28,757,000.00 TOTAL DO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
157,238,000.00
182,542,000.00
204,463,000.00
52
Tabela 6 – Demonstração do Resultado do Exercício 2009 a 2011
31/12/2009 31/12/2010 31/12/2011
RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS e SERVIÇOS
323,660,000.00
279,393,000.00
378,100,000.00
CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS
(285,652,000.00)
(243,532,000.00)
(327,822,000.00) LUCRO BRUTO
38,008,000.00
35,861,000.00
50,278,000.00
(DESPESAS) RECEITAS OPERACIONAIS
Despesas Gerais e com Vendas (21,527,000.00)
(20,164,000.00)
(29,399,000.00)
Despesas Administrativas (11,966,000.00)
(10,521,000.00)
(12,051,000.00)
Resultado de equivalência patrimonial (202,000.00)
Outras receitas (despesas) operacionais, líquidas 2,780,000.00
3,208,000.00
1,064,000.00
LUCRO OPERACIONAL ANTES DO RESULTADO FINANCEIRO
7,093,000.00
8,384,000.00
9,892,000.00
RESULTADO FINANCEIRO
Receitas financeiras 8,889,000.00
11,000,000.00
6,081,000.00
Despesas financeiras (12,578,000.00)
(12,942,000.00)
(14,541,000.00)
Variação Cambial, Líquida (105,000.00)
(2,133,000.00)
(618,000.00)
LUCRO OPERACIONAL ANTES DO IRPJ E CSLL 3,299,000.00
4,309,000.00
814,000.00
Imposto de renda e contribuição social correntes (2,277,000.00)
(1,099,000.00)
(495,000.00)
Imposto de renda e contribuição social diferidos 912,000.00
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 1,934,000.00
3,210,000.00
319,000.00
5.1 ANÁLISE ATRAVÉS DOS ÍNDICES
É cada vez maior a frequência de utilização dos índices contábeis nas empresas
para subsidiar a tomada de decisão. A análise desses índices permite avaliar o
desempenho da gestão financeira, econômica e patrimonial da empresa, possibilitando
o administrador a tomar decisões em tempo hábil, no sentido de até mesmo evitar
falências. Nesse contexto será realizado o cálculo e a análise dos índices de estrutura
53
de capital, índices de liquidez, índices de rentabilidade e índices de prazos médios. A
partir da análise terá uma visão da situação econômico-financeira da empresa, que é o
objetivo desse trabalho.
5.1.1 Índices de Estrutura de Capital
Os índices de estrutura de capital mostram as decisões financeiras tomadas pela
empresa para obter recursos. Quanto menos a empresa precisar de capital de terceiros,
melhor, assim menor será o custo do seu capital de giro. Os índices de estrutura de
capital são: Participação de Capitais de Terceiros, a Composição do Endividamento, a
Imobilização do Patrimônio Líquido e a Imobilização dos Recursos não Correntes.
a) Participação de capitais de terceiros
Esse índice mostra quanto à empresa tomou de capital de terceiros em relação
ao capital próprio investido. Conforme tabela 7, a participação de capital de terceiros é
a seguinte:
Tabela 7 – Participação de capitais de terceiros
Fórmula Ano Cálculo Resultado
2009 122.740.000,00
x100 355.79% 34.498.000,00
PCT= CT
X100 2010 154.240.000,00
x100 544.98% PL 28.302.000,00
2011 175.706.000,00
x100 611.00% 28.757.000,00 Fonte: Dados da pesquisa.
Por meio do cálculo verifica-se elevado índice de utilização de capitais de
terceiros, de 355,79% em 2009 aumentou para 544,98% em 2010 e para 611,00% em
2011. Isso significa que para cada $ 100,00 de capital próprio a empresa tomou $
611,00 de capitais de terceiros. Nesse sentido a utilização de capitais de terceiros é
54
vantajoso para empresa se o retorno da aplicação no negócio for maior do que a
remuneração paga a esses capitais de terceiros. A rentabilidade do ativo em 2009 foi
de 1,23%, em 2010 foi de 1,76% e 0,16% em 2011. A taxa de juros menor do mercado
segundo o Banco Central do Brasil gira em torno de 10,16% ao ano, muito acima da
rentabilidade da empresa. Isso indica que a empresa está imobilizando, proposta está
de retorno posterior.
b) Composição do endividamento
Esse índice mostra a composição do endividamento da empresa, ou seja, o
percentual de dividas de curto prazo, que precisam ser pagas com recursos gerados de
forma imediata.
De acordo com a tabela 8, a composição do endividamento da empresa é a
seguinte:
Tabela 8 – Composição do Endividamento
Fórmula Ano Cálculo Resultado
2009 102.276.000,00
x100 83.33% 122.740.000,00
CE= PC
X100 2010 117.990.000,00
x100 76.50% CT 154.240.000,00
2011
132.687.000,00 x100 75.52%
175.706.000,00 Fonte: Dados da pesquisa.
A composição do endividamento indica que nos três períodos a empresa está
com mais de 3/4 de suas dívidas vencíveis a curto prazo, situação que é preocupante,
pois quanto mais dívidas para pagar a curto prazo, maior terá que ser a capacidade de
gerar recursos no período. Nesse caso, o índice de liquidez corrente mostrou que para
cada $ 1,00 de dívida a curto prazo em 2011, a empresa tem capacidade de gerar $
1,14 para saldar, ou seja, consegue pagar toda sua dívidas a curto prazo e ainda tem
uma folga de 14%.
55
c) Imobilização do patrimônio líquido
Esse índice mostra quanto à empresa investiu no ativo permanente em relação
ao capital próprio investido. Nesse contexto Matarazzo (2003), complementa que
quanto menor o índice, melhor, pois quanto mais à empresa investir no ativo
permanente, mais é dependente de capitais de terceiros. Conforme a tabela 9, o cálculo
do índice de imobilização do patrimônio líquido apresentou os seguintes resultados:
Tabela 9 – Imobilização do Patrimônio Líquido
Fórmula Ano Cálculo Resultado
2009 28.568.000,00
x100 82.81% 34.498.000,00
IPL= AP
X100 2010 33.221.000,00
x100 117.38% PL 28.302.000,00
2011
45.927.000,00 x100 159.71%
28.757.000,00 Fonte: Dados da pesquisa.
A imobilização do patrimônio líquido mostra que a empresa investiu em 2009
82,81% do patrimônio líquido em ativo permanente, aumentou em 2010 para 117,38% e
em 2011 para 159,71%. O ideal em termos financeiros é a empresa dispor de
Patrimônio Líquido suficiente para cobrir o ativo permanente e ainda sobrar um saldo
suficiente para financiar o ativo circulante. Nesse caso a empresa em 2010 imobilizou
todo o seu patrimônio líquido, isso significa que o ativo circulante está totalmente
dependente de capital de terceiros. O alto índice de imobilização e baixa rentabilidade
do patrimônio líquido mostram que a empresa está investindo em novas filiais ou em
modernização. Quando houver a necessidade de investir no ativo permanente, a
empresa deve buscar financiamentos a longo prazo onde as taxas de juros
normalmente são menores. Nesse caso, o índice de composição de endividamento
mostrou que a maior parte das dívidas da empresa está concentrada no curto prazo.
56
d) Imobilização dos recursos não correntes
O índice de imobilização dos recursos não correntes permite verificar quanto à
empresa aplicou dos recursos não correntes no ativo permanente e evidenciar o quanto
a empresa possui de Capital Circulante Líquido (CCL= Capital Circulante Próprio –
Exigível a Longo Prazo). De acordo com Matarazzo (2003), o Capital Circulante Liquido
é a folga financeira a curto prazo, ou seja, financiamentos que a empresa dispõe para o
seu giro mas não serão cobrados a curto prazo.
Conforme a tabela 10, o índice de imobilização dos recursos não correntes
apresentaram os seguintes resultados:
Tabela 10 – Imobilização dos Recursos Não Correntes
Fórmula Ano Cálculo Resultado
2009 28.568.000,00
x100 51.98% 54.962.000,00
IRNC= AP
X100 2010 33.221.000,00
x100 51.46% PL+ELP 64.552.000,00
2011
45.927.000,00 x100 63.99%
71.776.000,00 Fonte: Dados da pesquisa.
O índice mostra que a empresa financiou 51,98% do seu capital de giro com
recursos de longo prazo em 2009, 51,46% em 2010 e 63,99% em 2011. Logo, 48,02%
em 2009, 48,54% em 2010 e 36,01% em 2011, dos recursos não correntes foi para o
Ativo Circulante, porcentagem denominada Capital Circulante Líquido. Isso significa que
a empresa destinou 63,99% em 2011 dos recursos não correntes para o ativo
permanente. Os elementos do Ativo Permanente têm vida útil que pode ser de 2, 5, ou
10 anos. Nesse sentido, não é necessário financiar todo o imobilizado com recursos
próprios. É possível utilizar recursos de Longo Prazo, na qual a empresa vai dispor
maior tempo para gerar recursos para saldar essas dívidas.
57
5.1.2 Índices de Liquidez
A análise desses índices permite verificar a capacidade da empresa de saldar
suas dívidas através do confronto do ativo com as dívidas. Este índice quanto maior é,
melhor, representando assim maior capacidade de cumprir com os seus compromissos.
Nesse contexto foram calculados os índices de liquidez geral, liquidez corrente, liquidez
seca e liquidez imediata.
a) Liquidez Geral
Esse índice permite verificar se empresa tem capacidade de pagar suas dividas
de curto e longo prazo. Conforme tabela 11, a liquidez geral da empresa é a seguinte:
Tabela 11 – Liquidez Geral
Fórmula Ano Cálculo Resultado
2009 111.348.000,00 + 45.890.000,00
1,28 102.276.000,00 + 20.464.000,00
LG= AC+RLP
2010 136.259.000,00 + 46.283.000,00
1,18 PC+ELP 117.990.000,00 + 36.250.000,00
2011 151.040.000,00 + 53.423.000,00
1,16 132.687.000,00 + 43.019.000,00 Fonte: Dados da pesquisa.
O índice mostra que houve uma queda na capacidade de pagamento de 2009
para 2011, mas a empresa dispõe em 2011 de $ 1,16 de investimentos realizáveis a
curto e longo prazo para cada $ 1,00 de dívida. Isso significa que a empresa consegue
pagar suas dívidas e ainda ter uma folga de $ 0,16.
b) Liquidez Corrente
O índice de liquidez corrente mostra a capacidade da empresa pagar suas
dívidas de curto prazo com os recursos realizável a curto prazo. Conforme a tabela 12,
a liquidez corrente é a seguinte:
58
Tabela 12 – Liquidez Corrente
Fórmula Ano Cálculo Resultado
2009 111.348.000,00
1,09 102.276.000,00
LC= AC
2010 136.259.000,00
1,15 PC 117.990.000,00
2011 151.040.000,00
1,14 132.687.000,00 Fonte: Dados da pesquisa.
O índice de liquidez corrente mostra que empresa tem investimentos suficientes
no ativo circulante para cumprir seus compromissos a curto prazo e ainda teve uma
folga na capacidade de pagamento de 9% em 2009, 15% em 2010 e 14% em 2011.
Isso significa que a empresa tem capacidade de pagar suas dívidas a curto prazo com
recursos gerados a curto prazo, ou seja, a empresa encontra-se com um bom nível de
liquidez.
c) Liquidez Seca
Calculando o índice de liquidez seca, verifica-se a capacidade de pagamento da
empresa sem considerar os estoques. Conforme a tabela 13, a liquidez corrente é a
seguinte:
Tabela 13 – Liquidez Seca
Fórmula Ano Cálculo Resultado
2009 111.348.000,00 - 49.953.000,00
0,60 102.276.000,00
LS= AC-E
2010 136.259.000,00 - 69.305.000,00
0,57 PC 117.990.000,00
2011 151.040.000,00 - 59.480.000,00
0,69 132.687.000,00 Fonte: Dados da pesquisa.
Com o índice de liquidez seca, constatou-se que a empresa teve capacidade de
pagar 60% de suas dívidas em 2009 sem considerar os estoques, caiu para 57% em
2010 e aumentou para 69% em 2011. Isso significa que a empresa não tem capacidade
59
de pagar totalmente suas dividas a curto prazo sem os estoques, consequência do
elevado saldo em estoque que em 2011 era de $ 59.480.000,00 e devido ao prazo de
renovação de estoque que é de 65 dias, ou seja, o estoque ficou parado 65 dias antes
de ser vendido.
d) Liquidez Imediata
O índice de liquidez imediata mostra a capacidade de a empresa quitar suas
dividas imediatamente com o disponível. De acordo com a tabela 14, a liquidez imediata
é a seguinte:
Tabela 14 – Liquidez Imediata
Fórmula Ano Cálculo Resultado
2009 11.798.000,00
0,12 102.276.000,00
LI= D
2010 17.567.000,00
0,15 PC 117.990.000,00
2011 26.030.000,00
0,20 132.687.000,00 Fonte: Dados da pesquisa.
O índice de liquidez imediata mostra que a empresa tem capacidade de pagar
12% de suas dívidas imediatamente com o disponível em 2009, 15% em 2010 e 20%
em 2011. A empresa nos três períodos não dispõe de disponível suficiente para saldar
suas dívidas, mesmo assim, o ideal é que o índice seja próximo a zero, indicando que
todos os recursos correntes e de liquidez imediata não ficaram parados na empresa.
5.1.3 Índices de Rentabilidade
A análise desses índices permite verificar a rentabilidade do investimento total e
quanto maior este índice, melhor para a empresa. Nesse sentido, foram calculados o
60
giro do ativo, a margem líquida, a rentabilidade do ativo e a rentabilidade do patrimônio
líquido.
a) Giro do ativo
Este indicador mostra a rentabilidade das vendas em relação ao investimento
total (ativo total). De acordo com a tabela 15, o giro do ativo é o seguinte:
Tabela 15 – Giro do Ativo
Fórmula Ano Cálculo Resultado
2009 323.660.000,00
2,06 157.238.000,00
GA= VL 2010
279.393.000,00 1.53
AT 182.542.000,00
2011
378.100.000,00 1.85
204.463.000,00 Fonte: Dados da pesquisa.
O cálculo do giro do ativo mostrou que a empresa vendeu em 2009 $ 2,06 para
cada $ 1,00 investido, ou seja, o volume de vendas foi o dobro do volume de
investimentos. Em 2010 o índice caiu para $ 1,53, consequência da queda nas vendas
e aumento de investimentos no ativo permanente. Conforme mostrou o índice de
imobilização do patrimônio líquido, a empresa imobilizou 117,38% em 2010. Já em
2011 com o crescimento de suas vendas, o índice subiu para $ 1,85.
b) Margem Líquida
Esse índice mostra a lucratividade da empresa confrontando o lucro líquido com
as vendas líquidas do período. Conforme a tabela 16, a margem líquida é a seguinte:
61
Tabela 16 – Margem Líquida
Fórmula Ano Cálculo Resultado
2009 1.934.000,00
x100 0,60% 323.660.000,00
ML= LL
x100 2010 3.210.000,00
x100 1,15% VL 279.393.000,00
2011
319.000,00 x100 0,08%
378.100.000,00 Fonte: Dados da pesquisa.
De acordo com a margem líquida de 2009, para cada $ 100,00 vendidos a
empresa obteve $ 0,60 de lucro. Em 2010 essa margem aumentou para $ 1,15 e no
ano de 2011 baixou para $ 0,08. Sendo que em 2010 foi o ano que a empresa mais
obteve retorno. A rentabilidade ideal para a empresa seria a média do mercado.
Conforme a pesquisa realizada pela Serasa Experian a rentabilidade média das
empresas do setor industrial no ano de 2010 foi de 10,3%, ou seja, a empresa está com
índice abaixo do indicado pelo mercado, não permitindo realizar investimentos
operacionais na empresa, a qual fica dependente do capital de terceiros.
c) Rentabilidade do ativo
A rentabilidade do ativo mostra a lucratividade em relação ao investimento total
da empresa. De acordo com a tabela 17, a rentabilidade do ativo é a seguinte:
Tabela 17 – Rentabilidade do Ativo
Fórmula Ano Cálculo Resultado
2009 1.934.000,00
x100 1,23% 157.238.000,00
RA= LL
x100 2010 3.210.000,00
x100 1,76% AT 182.542.000,00
2011
319.000,00 x100 0,16%
204.463.000,00 Fonte: Dados da pesquisa.
A rentabilidade do ativo mostrou que em 2009 para cada $ 100,00 investido, a
empresa obteve $ 1,23 de retorno, em 2010 $ 1,76 e em 2011 $ 0,16. Uma das
62
consequências dessa baixa da rentabilidade do ativo em 2011 é o aumento das
despesas financeiras, ou seja, juros pagos sobre empréstimos e financiamentos,
descontos concedidos e variação cambial, de $ 4.075.000,00 em 2010 para $
9.078.000,00 em 2011.
d) Rentabilidade do patrimônio líquido
A rentabilidade do patrimônio líquido mostra a lucratividade em relação ao capital
próprio investido. A tabela 18 apresenta que a rentabilidade do patrimônio líquido é a
seguinte:
Tabela 18 – Rentabilidade do Patrimônio Líquido
Fórmula Ano Cálculo Resultado
2009 1.934.000,00
x100 5,63% 34.330.261,60
RPL= LL
x100 2010 3.210.000,00
x100 10,22% PLM 31.400.000,00
2011
319.000,00 x100 1,12%
28.529.500,00 Fonte: Dados da pesquisa.
A rentabilidade do patrimônio líquido mostra que em 2009 para cada $ 100,00 de
capital próprio investido a empresa obteve $ 5,63 de lucro, aumentou para $ 10,22 em
2010 e baixou para $ 1,12 em 2011. A rentabilidade acumulada da renda fixa no ano de
2011 foi de 11,59%, comparando com a rentabilidade de 1,12%, a empresa está com a
rentabilidade aquém da oferecida pelo mercado. Mesmo com a rentabilidade do
patrimônio líquido baixa, a empresa obteve êxito econômico, pois o capital próprio nela
investido proporcionou lucro líquido.
5.1.4 Índices de Prazos Médios
A análise desses índices permite verificar quantos dias em média, a empresa
tem que esperar para receber suas duplicatas, renovar os estoques e pagar os
63
fornecedores. Nesse contexto foram calculados os índices de prazo médio de
recebimento de vendas, prazo médio de renovação de estoques e prazo médio de
pagamentos de compras.
a) Prazo Médio de Recebimentos de Vendas - PMRV
O prazo médio de recebimentos de vendas mostra quantos dias ou meses, a
empresa leva para receber de seus clientes. Conforme a tabela 19, o prazo médio de
recebimento das vendas é o seguinte:
Tabela 19 – Prazo Médio de Recebimentos de Vendas
Fórmula Ano Cálculo Resultado
2009 43.368.000,00
x360 48 dias 323.660.000,00
PMRV= DR
x360 2010 41.687.000,00
x360 54 dias V 279.393.000,00
2011 51.995.000,00
x360 50 dias 378.100.000,00 Fonte: Dados da pesquisa.
O índice de prazo médio de recebimentos de venda mostra que em 2009 o prazo
médio de recebimentos das vendas da empresa era 48 dias, aumentou em 2010 para
54 dias e reduziu em 2011 para 50 dias. Este prazo decorre do período entre o
pagamento dos fornecedores até o recebimento das vendas, ou seja, corresponde aos
dias que a empresa precisa obter recursos por meio de capital próprio ou de terceiros,
pois, quanto menor o prazo de recebimento das vendas, menor será seu custo.
b) Prazo Médio de Renovação de Estoques – PMRE
O prazo médio de renovação de estoques mostra quantos dias ou meses em
média a empresa fica com o estoque parado antes de ser vendido. De acordo com a
tabela 20, o prazo médio de renovação de estoque é o seguinte:
64
Tabela 20 – Prazo Médio de Renovação de Estoque
Fórmula Ano Cálculo Resultado
2009 49.953.000,00
x360 63 dias 285.652.000,00
PMRE= E
x360 2010 69.305.000,00
x360 102 dias CMV 243.532.000,00
2011 59.480.000,00
x360 65 dias 327.822.000,00 Fonte: Dados da pesquisa.
O índice de prazo médio de renovação de estoque mostra que em 2009 o prazo
médio de renovação de estoque era 63 dias, em 2010 aumentou para 102 dias e
reduziu em 2011 para 65 dias. Este prazo decorre do período da compra da mercadoria
até o momento da venda, ou seja, quanto menor o prazo de renovação de estoque,
menor será o custo da mercadoria parada aguardando realização.
c) Prazo médio de pagamento de compras - PMPC
O prazo médio de pagamento de compras mostra quantos dias ou meses, em
média, a empresa leva para pagar seus fornecedores. Conforme a tabela 21, o prazo
médio de pagamentos de compras é o seguinte:
Tabela 21 – Prazo Médio de Pagamento de Compras
Fórmula Ano Cálculo Resultado
2009 47.248.000,00
x360 60 dias 283.642.980.48
PMPC= F
x360 2010 61.668.000,00
x360 84 dias C 262.884.000,00
2011 76.774.000,00
x360 87 dias 317.997.000,00
Fonte: Dados da pesquisa.
O índice mostra que em 2009 o prazo médio para pagamento de seus
fornecedores era 60 dias, aumentou para 84 dias em 2010 e para 87 dias em 2011. Em
2009 e 2010 a empresa está com prazo médio de renovação de estoque maior do que
65
o prazo médio de pagamento das compras, ou seja, os fornecedores estão financiando
apenas uma parte do estoque. Isso significa que maior será o período dependente de
recursos de terceiros para financiar seus estoques, resultando no aumento do custo
operacional. Em 2011 o prazo médio de pagamento das compras aumentou para 87
dias, ou seja, os fornecedores estão financiando os estoques e uma parte das vendas.
5.1.5 Ciclo Operacional
O ciclo operacional mostra o tempo decorrido entre a compra e o recebimento
das vendas, representado pela soma do prazo médio de renovação de estoque e o
prazo médio recebimento de vendas, ou seja, o prazo de investimento. A partir do
momento da compra da mercadoria até o pagamento, a empresa não precisa
preocupar-se com financiamentos, pois o mesmo é concedido pelos fornecedores. O
prazo decorrido entre o pagamento dos fornecedores até o recebimento das vendas, a
empresa precisa obter financiamento, ou seja, é o ciclo de caixa. De acordo com a
figura 4, 5 e 6 o ciclo operacional e de caixa de 2009 a 2011 é o seguinte:
Figura 4 – Ciclo Operacional e de caixa – 2009
Fonte: Dados da pesquisa.
Recebimento
Ciclo Operacional= 111 Dias
Ciclo de Caixa= 51
PMRV= 48 dias
PMPC= 60 dias
Compra
PMRE 63 dias
Pagamento Venda
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O ciclo operacional da empresa em 2009 é de 111 dias, sendo que o prazo
médio de renovação de estoque é de 63 dias, o prazo médio de recebimento das
vendas é de 48 dias e o prazo médio de pagamento das compras é de 60 dias. Isso
significa que os fornecedores financiam apenas uma parte dos estoques, ou seja, o
ciclo de caixa é de 51 dias, tempo que a empresa precisa obter recursos para financiar
parte de seus estoques e suas vendas, resultando em maior custo operacional, sendo
que o ideal seria que os fornecedores financiassem todo o ciclo operacional da
empresa, da compra até o recebimento pelas vendas efetuadas.
Figura 5 – Ciclo Operacional e de caixa – 2010
Fonte: Dados da pesquisa.
Em 2010, o ciclo operacional da empresa aumentou para 156 dias, devido o
aumento do prazo médio de renovação de estoque. O prazo médio de pagamento das
compras também aumentou para 84 dias, isso significa que os fornecedores
financiaram apenas uma parte dos estoques, ou seja, o ciclo de caixa aumentou para
72 dias. A política adotada pela empresa em aumentar o PMRE, impactou no aumento
do ciclo de caixa, pois o PMPC não aumentou proporcionalmente ao PMRE, ou seja,
aumentou ainda mais o custo operacional da empresa.
Recebimento
Ciclo Operacional= 156 Dias
Ciclo de Caixa= 72 dias
PMRV= 54 dias
PMPC= 84 dias
Compra
PMRE 102 dias
Pagamento Venda
67
Figura 6 – Ciclo Operacional e de caixa – 2011
Fonte: Dados da pesquisa.
Em 2011 o ciclo operacional diminuiu para 115 dias, devido à diminuição do
prazo médio de renovação de estoque. O prazo médio de pagamento das compras
aumentou para 87 dias. Isso significa que os fornecedores estão financiando os
estoques e uma parte das vendas, diminuindo o ciclo de caixa para 28 dias, que é bom
para empresa, pois quanto menor o ciclo de caixa, menor é o custo da obtenção de
recursos operacionais.
5.1.6 Necessidade de Capital de Giro (NCG)
A necessidade de capital de giro mostra a quantidade de recursos que a
empresa precisa, para financiar o seu giro operacional. Conforme a tabela 22, a
necessidade de capital de giro da empresa para os anos de 2009, 2010 e 2011 foi o
seguinte:
Recebimento
PMPC= 87 dias
PMRV= 50 dias
Ciclo Operacional= 115 Dias
Ciclo de Caixa= 28 dias
Compra
PMRE 65 dias
Venda Pagamento
68
Tabela 22 – Necessidade de Capital de Giro Ativo Circulante Operacional - ACO 2009 2010 2011Contas a Receber 43.368.000,00 41.687.000,00 51.995.000,00Estoques 49.953.000,00 69.305.000,00 59.480.000,00Total 93.321.000,00 110.992.000,00 111.475.000,00
Passivo Circulante Operacional - PCO 2009 2010 2011Fornecedores 47.248.000,00 61.668.000,00 76.774.000,00Empréstimos e Financiamentos 46.876.000,00 43.755.000,00 50.599.000,00Total 94.124.000,00 105.423.000,00 127.373.000,00
NCG = ACO - PCO -803.000,00 5.569.000,00 -15.898.000,00 Fonte: Dados da pesquisa.
De acordo com a tabela 22, apenas no ano de 2010 a empresa teve uma
necessidade de capital de giro de $ 5.569.000,00. Necessidade obtida em 2010 devido
ao aumento do prazo médio de recebimento das vendas e de renovação de estoque
para 54 dias e 102 dias, pois, quanto maior esses prazos, maior é a necessidade de
recursos. No ano de 2009 e 2011, a empresa obteve sobras de recursos das atividades
operacionais, $ 803.000,00 e $ 15.898.000,00 respectivamente, os quais o alto índice
de imobilização mostra que a empresa utilizou para investimentos em novas filiais ou
em modernização.
5.1.7 Fator de Insolvência Kanitz
A análise do fator de insolvência permite verificar se a empresa corre ou não o
risco de falir. Kanitz apud Silva (2010) determinou faixas de solvência que vão de 0 a -
7, o chamado termômetro de insolvência. Fator de Insolvência entre 0 e 7 é a faixa de
solvência, entre 0 a –3 é a região de penumbra e entre –4 a –7 é a faixa de Insolvência.
Conforme a tabela 23, o fator de insolvência é o seguinte:
69
Tabela 23 – Fator de Insolvência de Kanitz
Ano Resultado2009 13,452010 8,712011 8,58
Fórmula
X1 = (Lucro Líquido/Patrimônio Líquido)X2 = (Ativo Circulante + Ativo Não Circulante) / Exigível TotalX3 = (Ativo Circulante – Estoques) / Passivo CirculanteX4 = Ativo Circulante / Passivo CirculanteX5 = Exigível Total / Patrimônio Líquido
FI= (0,05 x 0,06) + (1,65 x 7,68) + (3,55 x 0,60) – (1,06 x 1,09) – (0,33 x 0,59)FI= (0,05 x 0,11) + (1,65 x 5,04) + (3,55 x 0,57) – (1,06 x 1,15) – (0,33 x 1,28)FI= (0,05 x 0,01) + (1,65 x 4,75) + (3,55 x 0,69) – (1,06 x 1,14) – (0,33 x 1,50)
Cálculo
FI= (0,05 x X1) + (1,65 x X2) + (3,55 x X3) – (1,06 x X4) – (0,33 x X5)
Fonte: Dados da pesquisa.
O fator de insolvência mostrou que de 13,45 em 2009, diminuiu para 8,58 em
2011, mas nos três períodos analisados a empresa está solvente, ou seja, não
apresenta risco de falência.
70
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A empresa é uma agroindústria que atua no segmento de compra e venda de
insumos e cereais. Mercado que vem crescendo e ficando cada vez mais competitivo,
havendo a necessidade dos sócios tomarem decisões em tempo hábil, tornando a
empresa competitiva e sólida no mercado. Por meio da análise dos índices de estrutura
de capital, rentabilidade, liquidez e índices de prazos médios do ano de 2009 a 2011,
conclui-se que o objetivo geral do trabalho que é mostrar a situação econômico-
financeira da empresa, foi alcançado.
Quanto ao objetivo especifico “a” que é fazer análise das demonstrações
contábeis do período de 2009 a 2011, este foi atingido no capítulo 5, quando se
concluiu os cálculos e fez-se as análises. Através da análise, pode-se verificar que a
empresa está com alto índice de utilização de capital de terceiros, pois, o mesmo é do
tipo oneroso e 75,52% em 2011 está concentrado no curto prazo, aumentando as
despesas financeiras e com curto período de tempo para gerar recursos para saldar
suas dívidas. Nesse caso é um dos pontos fracos, pois, a empresa fez o investimento e
obteve pouco retorno, conforme os índices de rentabilidade.
A partir da análise dos índices de rentabilidade, conclui-se que a empresa está
com baixa rentabilidade comparada ao mercado, onde em 2011 ficou acumulado em
11,59%, sendo que a rentabilidade da empresa foi de 1,12%, sendo esse um dos
pontos fracos da empresa. Mesmo com a rentabilidade baixa, a empresa obteve êxito
econômico, pois o capital próprio nela investido proporcionou lucro líquido.
Constatou-se através da análise, que a empresa está com bom nível de liquidez,
ou seja, a empresa tem capacidade de gerar recursos para saldar suas dívidas, sendo
esse um dos pontos fortes da empresa.
De acordo com os índices de prazos médios, a empresa está com prazo médio
de renovação de estoque de 65 dias, prazo médio de recebimento das vendas de 50
dias e prazo médio de pagamentos das compras de 87 dias. Nesse contexto, o ciclo de
caixa é de 28 dias, ou seja, os fornecedores estão financiando todo o estoque e parte
das vendas. O ideal seria que os fornecedores financiassem todo o ciclo operacional.
71
Nesse período de 28 dias a empresa teve que buscar recursos de terceiros para seu
giro operacional.
Conforme a análise de necessidade de capital de giro, apenas no ano de 2010 a
empresa teve uma necessidade de $ 5.569.000,00. Necessidade obtida devido ao
aumento do ciclo de caixa para 72 dias. Como esse capital não foi injetado pelos
sócios, a empresa buscou recursos de terceiros, sendo nesse caso um dos pontos
fracos da empresa, uma vez que o retorno deste capital foi relativamente baixo.
De acordo com análise do fator de insolvência de Kanitz, nos três períodos
analisados a empresa está solvente, ou seja, não apresenta risco de falência.
Observa-se que apesar da baixa rentabilidade da empresa, ela tem capacidade
de gerar recursos suficientes para pagar suas dívidas e obteve lucro líquido nos três
períodos analisados. Nesse contexto, conclui-se que a situação econômico-financeira
da empresa é boa, está em condições de manter-se no mercado, além, de proporcionar
crescimento a cada período.
72
REFERÊNCIAS
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73
SERASA EXPERIAN, Estudos Econômicos. Rentabilidade das empresas brasileiras em 2010 foi à maior desde 2007 , 2011. Disponível em <http://www.serasaexperian.com.br/release/noticias/2011/noticia_00426.htm> Acesso em: 03 out. 2012.