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Análise de Projetos Análise de Projetos Unidade 2 Estrutura de um projeto

Análise de Projetos Unidade 2 Estrutura de um projeto

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Unidade 2

Estrutura de um projeto

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• De acordo com o Manual da ONU/CEPAL, as partes integrantes de um projeto podem sofrer algumas variações conforme a sua natureza.

• Não obstante, a estrutura básica é composta pelas seguintes partes ou etapas:

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• a) estudo de mercado; • b) determinação do tamanho e localização;• c) engenharia do projeto;• d) cálculo do investimento inicial;• e) estimativas de gastos (custos) e receitas (benefícios) anuais e organização dos mesmos para a avaliação do projeto;• f) financiamento;• g) organização e execução.

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• O Capítulo II do Manual da ONU/CEPAL é dedicado ao “Estudo de Mercado”.

• Estruturado em 7 seções, o capítulo será por nós analisado nesta aula.

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Estudo de Mercado

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• O objetivo do estudo de mercado em um projeto é estimar a quantidade de bens ou serviços, provenientes da nova unidade (de produção), que a comunidade estará disposta a adquirir a um determinado preço.

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• Essa quantidade representa a demanda do ponto de vista do projeto e é estimada para um determinado período de tempo.

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• Como a quantidade demandada variará com o nível de preços, a demanda deve ser estimada para diferentes preços que cubram os custos e garantam “lucro” para o empreendedor.

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• É preciso separar claramente entre o volume total de transações de determinados bens e serviços a um determinado preço (demanda total) e a demanda que existirá para a produção do projeto sob análise.

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• Conhecer a demanda total é essencial, porém o objetivo de um estudo de mercado é determinar as quantidades produzidas pela nova unidade produtiva que poderão ser absorvidas pelos potenciais consumidores.

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• Essa “demanda pela oferta de uma nova unidade produtiva” pode estar relacionada com:

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• a) uma demanda insatisfeita pelos atuais ofertantes;

• b) uma alteração de uma demanda satisfeita pelos atuais ofertantes.

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• Se há uma demanda insatisfeita, a produção correspondente ao projeto se adicionará à oferta existente e volume das transações deste mercado será incrementado.

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• Existem alguns “indicadores” de demanda insatisfeita: (i) o comportamento do preço do produto e (ii) alguma forma de intervenção no mercado.

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• Se há demanda insatisfeita por um produto e não há controle de preços, o nível de preço deve estar muito elevado em relação aos custos de produção, possibilitando margens de lucro elevadas para os produtores estabelecidos.

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• Tabelamento de preços, racionamento ou equivalentes são outro indicador de que há uma demanda insatisfeita.

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• Uma situação de demanda satisfeita também possibilita o estabelecimento de mais um produtor / ofertante desse produto.

• A nova unidade de produção pode ofertar um produto melhor e/ou a um preço menor.

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• Alguns ofertantes estabelecidos poderão ser deslocados do mercado.

• O mercado consumidor pode crescer como resultado dos preços menores.

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• Se os ofertantes deslocados forem importadores, o projeto estará “substituindo importação”.

• Projetos podem incrementar exportações, causando efeitos semelhantes a produtores estabelecidos no exterior.

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• Vocês devem ter percebido que eu procurei usar ofertante, evitando usar unidade produtiva.

• A razão é simples: “estudo de mercado” deve ser realizado também no caso de projetos de escolas, hospitais, parques, estradas, etc.

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• Muitos dos serviços fornecidos por esses “ofertantes” não têm preço de mercado.

• Isso não significa que esses serviços não tenham demanda.

• Em muitas regiões deste país há uma clara demanda insatisfeita por serviços educacionais.

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• Uma escola representa um custo social, pois os recursos que são destinados a construir e a manter a escola têm usos alternativos.

• Assim, até para “coisas boas” é necessária a realização de adequado estudo de mercado para que desperdícios sejam evitados.

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• O Manual da ONU/CEPAL sugere que um estudo de mercado deve ser iniciado com a compilação e a análise dos antecedentes.

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• Os principais antecedentes são:• séries estatísticas;• usos e especificações do bem que se deseja produzir;• preços e custos atuais;

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• tipo e características dos consumidores ou usuários;• fontes de abastecimento;• mecanismos de distribuição;• bens e serviços competitivos e complementares;• política econômica.

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• Vamos detalhar cada um desses componentes para o Projeto ....

• Elabore o detalhamento formando uma dupla.

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• Como já destacado o “estudo de mercado” do nosso projeto deve ser iniciado com a obtenção de séries estatísticas.

• Por que? Para que? Como?

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• Em geral essas séries são usadas para cálculo certos coeficientes da demanda, da elasticidade renda e preço da demanda.

• Normalmente buscamos dados produção, exportação, importação e consumo do bem ou serviço que se pretende ofertar.

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• Quando informações sobre consumo não estão disponíveis, usa-se informações sobre consumo aparente:

CA = Produção + (Importação – Exportação) + variação de estoque

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• ou na maioria da vezes:

CA = Produção + (Importação – Exportação)

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• Nesse último caso, a ausência de informações sobre estoque pode ser problemática para certos bens, como bens agrícolas não perecíveis e minérios.

• Essas séries de quantidade devem ser acompanhadas de séries de preços.

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• Idealmente, os preços devem ser obtidos em três níveis:

• nível do produtor;• nível do principal distribuidor;• nível do consumidor final.

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• Para os bens e serviços para o mercado interno, esses preços em nível de produtor serão FOB (free on board, livre a bordo, sem custos de transporte ou de seguro).

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• Para produtos negociados no mercado internacional, os seus preços podem ser apresentados FOB, CIF (custos de transporte e de seguro incluídos) ou FAS (no costado do navio, computado o seguro).

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• Se a análise histórica for importante, séries temporais são necessárias.

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• Muitas vezes informações sobre população (e seu comportamento ao longo do tempo) e de renda nacional (também com seu comportamento temporal) são essenciais para que projeções possam ser realizadas.

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• Claro está que o tipo e o volume de informações dependem das especificações do bem ou do serviço que se deseja ofertar.

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• Especificações das características que individualizam o bem ou o serviço e conhecimento preciso dos fins a que se destina – eis algumas das preocupações iniciais na elaboração de qualquer projeto.

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• Pense um pouco em nosso Projeto. Ele deseja ofertar serviços bastante específicos.

• Quais as características particulares desses serviços que os fazem vantajosos no mercado atual?

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• Além disso, é fundamental verificar quem demandará esses serviços?

• Mais uma vez, qual o consumidor potencial? Por que ele/ela irá demandar esse serviço e não de unidades existentes?

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• O serviço de nosso Projeto atenderá a um mercado local ou, no máximo, regional.

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• Qualquer produto ou serviço deve atender a normas ou padrões de qualidade e/ou de segurança.

• Isso é particularmente verdadeiro se o mercado a ser atendido é o externo, onde exigências legais ou de mercado são abundantes.

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• A que preço bem e serviço similar ao seu está sendo vendido neste momento?

• Será que os custos de produção dos atuais produtores são muito superiores ou inferiores aos seus?

• E os dos produtos substitutos?

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• O bem ou serviço a ser ofertado depende da existência de certos fatores de produção e certos insumos.

• Como estão atualmente as fontes fornecedoras desses insumos e fatores? Será que elas estão interessadas ou capacitadas a atender a mais um produtor?

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• Como estão os preços e os custos dos concorrentes?

• Será que conseguiremos ofertar nossos serviços a preços competitivos? Por que?

• Será que o nosso serviço não pode ser oferecido pelos ofertantes atuais?

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• Como o bem ou o serviço será distribuído?

• Que atividades precisam ser realizadas para fazer o bem/o serviço chegar até o consumidor?

• Como estão os canais de comercialização?

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• Como a conjuntura econômica influencia a demanda pelo bem ou serviço ofertado?

• É essa demanda muito sensível a mudanças macroeconômicas? Como?

• Com essas respostas, concluímos os antecedentes do nosso projeto.

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• Agora você e seus (suas) companheiros (as) devem demonstrar que, pelos menos, qualitativamente vocês são capazes de detalhar os antecedentes do estudo de mercado de nosso Projeto.

• Escreva os pontos principais nos próximos dez minutos.

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• Com esses antecedentes, já podemos estimar elasticidades preço e renda da demanda e desenvolver a Análise da Demanda Atual.

• Um primeiro alerta: a análise da demanda será diferente se você estiver analisando a demanda por um bem de consumo, intermediário ou de capital.

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• Por que?

• A quantidade demandada de bens de consumo estará diretamente relacionada com a renda e com os preços, podendo ser analisada à luz das elasticidades correspondentes.

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• Já a quantidade demanda de bens intermediários e de capital, além das influências da renda e dos preços, estará influenciada por mudanças estruturais da economia.

• Vamos analisar cada um deles, destacando a importância das elasticidades em estudos de mercado.

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• Elasticidade preço da demanda:

• magnitude do coeficiente;• medição do coeficiente;• sua importância em estudos de mercado.

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• Elasticidade renda da demanda: • magnitude do coeficiente;• medição do coeficiente;• sua importância em estudos de mercado.

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• Como considerar simultaneamente os efeitos de mudanças de preços e de renda sobre a demanda?

• Veja a equação da página 29:

log Q = log K + e log P + E log Y

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• Quais as particularidades de uma análise de demanda atual por um produto intermediário?

• Por ser destinado à produção de outros bens e serviços, sua demanda será influenciada pelas variações da renda influenciando a demanda pelos bens de cuja produção ele participa e pela proporção desta participação.

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• Quando um bem intermediário tem diversas aplicações, essa análise torna-se muito complexa.

• Com relação à influência dos preços, a análise é similar a dos bens finais, exceto pelo fato de que a possibilidade de substituição é muito menor entre bens intermediários.

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• Quais as particularidades de uma análise de demanda atual por um bem de capital?

• Elas são similares àquelas discutidas para bens intermediários.

• Há, entretanto, um complicador.

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• O uso de bens de capital implica na substituição entre fatores produtivos (pelo preços relativos desses fatores) e depende da política de crédito e de diversos estímulos.

• Um outro fator importante é o ritmo de reposição dos bens de capital já desgastados.

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• Para concluir essa etapa de nossa pesquisa de mercado, o nosso Manual da CEPAL/ONU nos faz algumas advertências:

• não se deve confundir “estimativa de demanda insatisfeita” com a comparação entre consumo efetivo e algum padrão ideal;

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• demanda insatisfeita pode co-existir com capacidade instalada ociosa;

• se a nova unidade ofertante vai ser instalada para competir com as fornecedoras atuais, a decisão de implantar ou não o projeto depende de preços, da qualidade e da comercialização.

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• Tudo isto feito, devemos passar para a etapa de “projetar a demanda futura”.

• Se um projeto é implantado sem que a demanda seja projetada, há um hipótese implícita de que durante certo número de anos se poderá produzir e vender uma quantidade

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• tal de bens ou serviços, a determinados custos e preços, permitindo que o investimento seja recuperado e um lucro líquido seja obtido.

• São previsões implícitas bastante fortes; melhor, então, que elas sejam explicitadas, mesmo com todas as dificuldades de se estimar comportamentos futuros.

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• Antes de discutirmos essas dificuldades, vamos imaginar que desejamos estimar a demanda futura pelos serviços de nosso Projeto.

• Como proceder?