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Análise de Mercado Transporte Aéreo Internacional BRICS SRI - Superintendência de Relações Internacionais GAMI – Gerência de Análise de Mercados Internacionais Última atualização: 31 de dezembro de 2013

Análise de Mercado Transporte Aéreo Internacional · da população mundial e 26% da área terrestre do planeta. A diversidade étnica, cultural e religiosa dos países é expressiva

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Análise de Mercado

Transporte Aéreo Internacional

BRICS

SRI - Superintendência de Relações Internacionais GAMI – Gerência de Análise de Mercados Internacionais

Última atualização: 31 de dezembro de 2013

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1. OBJETIVO

Esta Nota de Análise de Mercado tem por objetivo prover informações acerca do

relacionamento aerocomercial do Brasil com os demais países do BRICS.

O material, produzido pela Superintendência de Relações Internacionais da

ANAC, visa primordialmente promover subsídios às negociações de acordos de

serviços aéreos e analisar as dinâmicas do transporte aéreo internacional sob a

perspectiva brasileira.

Importante pontuar que quaisquer estudos que se proponham a analisar o

mercado de transporte aéreo internacional devem entendê-lo como demanda derivada de

outras atividades econômicas, sendo permanentemente influenciado pelo cenário

macroeconômico internacional no qual se insere. Por esse motivo, este Informativo

integra aos dados de transporte aéreo variáveis de turismo e comércio entre as partes

envolvidas, dentre outros fatores intervenientes.

A disponibilização pública desse documento integra um conjunto de iniciativas

implementadas pela ANAC no sentido de auxiliar as empresas aéreas e demais agentes

interessados na identificação de potenciais mercados aéreos a serem explorados,

visando ampliar a conectividade aérea efetiva do Brasil com os demais países do globo.

2. INFORMAÇÕES PRELIMINARES

2.1. Histórico do termo BRICS

O termo BRICS, inicialmente “BRIC”, foi criado em novembro de 2001 pelo

grupo de pesquisa econômica do banco de investimentos americano Goldman Sachs

através de um estudo denominado Building Better Global Economic BRICs1.

No referido estudo, o economista chefe Jim O’Neil e sua equipe afirmaram que

Brasil, Rússia, Índia e China são potências emergentes com potencial de crescimento

econômico acima da média dos países membros do G72.

1 Goldman Sachs Global Economics Paper No:66. Disponível em http://www.goldmansachs.com/our-

thinking/archive/archive-pdfs/build-better-brics.pdf 2 Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Canadá.

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Segundo as informações levantadas ao final do ano 2000, os quatro países

representavam 8% do PIB mundial corrente ou 23,3% em valores ajustados pela

paridade do poder de compra (PPC). As expectativas de crescimento dos países para os

próximos 10 anos resultariam em aumento para 14,2% do PIB mundial corrente e

27,0% ajustados pelos critérios PPC. Dada a importância econômica relativa

demonstrada, o estudo sugere a restruturação do G7 no intuito de incluir os quatro

países do BRIC.

Desde então, o acrônimo ganhou importância entre investidores, políticos e

acadêmicos. Relações bilaterais e multilaterais entre os países já existiam, no entanto,

nada comparável ao mecanismo político e diplomático estabelecido atualmente. Por

isso, o termo criado pelo Goldman Sachs atinge uma maior notoriedade em comparação

a outros acrônimos criados por instituições financeiras tais como N-11 (Next Eleven) 3,

VISTA (Vietnã, Indonésia, África do Sul, Turquia e Argentina), dentre outros.

Nesse contexto político-diplomático, é importante destacar a adesão formal da

África do Sul ao grupo político criado pelos quatro países, em dezembro de 2010, razão

pela qual se adicionou a letra “S” ao termo BRIC e o grupo passou a ser denominado

BRICS.

Dez anos após a publicação do estudo do Goldman Sachs, ao final de 2011,

constatou-se que os países do grupo representavam 18% do Produto Interno Bruto (PIB)

nominal mundial e 46,3% do crescimento econômico global de 2000 a 2008.

Sobressaem, ainda, diversas outras características dos membros do agrupamento,

como por exemplo, o fato de Brasil, Rússia, Índia e China serem os únicos países –

além dos EUA – que possuem ao mesmo tempo uma área territorial acima de dois

milhões de quilômetros quadrados, população acima de 100 milhões de pessoas e PIB

nominal acima de US$ 1 trilhão. A título de comparação, Austrália e Canadá

compartilham área territorial extensa e grande PIB, mas possuem população menor que

100 milhões de habitantes. Japão e México, por sua vez, possuem PIB acima de US$ 1

trilhão e mais de 100 milhões de habitantes, mas contam com territórios menores que

dois milhões de quilômetros quadrados.

3 Next Eleven: Bangladesh, Egito, Indonésia, Iran, México, Nigéria, Paquistão, Filipinas, Turquia, Coreia

do Sul e Vietnã.

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2.2. Informações político-econômicas

Além do grande impacto econômico, os cinco países apresentam aproximadamente 42%

da população mundial e 26% da área terrestre do planeta. A diversidade étnica, cultural

e religiosa dos países é expressiva. À exceção do governo socialista de partido único na

China, todos os demais países apresentam estruturas democráticas de governo, em

maior ou menor grau.

A Figura 1 e a Tabela 1 a seguir apresentam, respectivamente, o posicionamento

geográfico e principais indicadores político-econômicos de cada país.

Figura 1: Mapa Geográfico dos Países do BRICS4

Tabela 1: Indicadores político-econômicos, 20125

Fonte: World Bank Indicators

Com relação aos índices de transparência e competitividade, verifica-se uma

relação inversa entre a posição de competitividade global e a percepção da corrupção.

4 Fonte: http://dinamicaglobal.blogspot.com.br 5 Dados de 2012, exceção aos Investimentos Externos Diretos (IED) cujos dados são de 2011. A Índia e a

África do Sul apresentam outros idiomas oficiais além dos principais relacionados acima.

Países Governo IdiomaPIB

(US$ bilhões)

PIB per

capita (dólares)

Crescimento

PIB (%)

População(milhões)

IED(US$ bilhões)

Brasil República Presidencialista Português 2.253 11.340 0,9% 199 72

Rússia República Semipresidencialista Russo 2.015 14.037 3,4% 144 55

Índia República Parlamentar Hindi; Inglês 1.842 1.489 3,2% 1.237 32

China Estado Unipartidário Chinês 8.227 6.091 7,8% 1.351 280

África do Sul República Presidencialista Africâner; Inglês 384 7.508 2,5% 51 6

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De acordo com o índice de competitividade do Fórum Econômico Mundial, China e

Brasil são os países mais competitivos. Ambos os países apresentam menor percepção

da corrupção no setor público segundo dados da Transparência Internacional. Foram

avaliados 144 países para competitividade e 176 países para percepção da corrupção.

Quanto melhor a posição, menos corrupto e mais competitivo é a percepção do país. A

Tabela 2 abaixo apresenta um comparativo dos dois índices entre os cinco países do

BRICS.

Tabela 2: Índices de Competitividade e Percepção da Corrupção, 2012

Fonte: World Economic Forum, Transparency International

A notoriedade do crescimento econômico do BRICS na última década contrasta-

se com os desafios necessários à melhoria das condições de vida dos países. Apesar do

esforço e compromisso dos governos, os países estão longe de atingir os patamares das

economias desenvolvidas. Ainda são necessários vultosos investimentos em

infraestrutura e intensificação das políticas de redução da pobreza. A China lidera os

investimentos em infraestrutura, no entanto, concentra, junto com a Índia, grande parte

da pobreza mundial. A desigualdade social também está presente, principalmente na

África do Sul e Brasil.

Segundo dados compilados pelo World Bank, verifica-se em 2011 que a

proporção de Formação Bruta de Capital Fixo em relação ao PIB foi de 45,5% na

China, seguida por Índia (30,6%), Rússia (20,8%), Brasil (19,3%) e África do Sul

(19,0%). No mesmo ano, considerando somente os investimentos em infraestrutura,

temos a liderança da China com 13,4% do PIB, Índia (4,5%) e Brasil (2,5%).

As Figuras 2 e 3 a seguir apresentam um panorama geral das condições de

infraestrutura dos países. Os números informam a posição de cada país entre os 144

países analisados.

PaísesClassificação

Competitividade

Percepção da

Corrupção

Brasil 48º 69º

Rússia 67º 133º

Índia 59º 94º

China 29º 80º

África do Sul 52º 69º

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Figura 2: Panorama do Setor de Infraestrutura dos BRICS, 2012

Fonte: Adaptado de Credit Suisse Research; World Economic Forum.

Nota: A classificação dos países em cada setor de Infraestrutura é baseada na Pesquisa Anual de Opinião Executiva

(“Executive Opinion Survey”) do Fórum Econômico Mundial.

Figura 3: Evolução do Setor de Infraestrutura dos BRICS, 2008-20126

Fonte: Adaptado de Credit Suisse Research; World Economic Forum; McKinsey Global Analysis; IHS Global Insight

Nota: A classificação dos países em cada setor de Infraestrutura é baseada na Pesquisa Anual de Opinião Executiva

(“Executive Opinion Survey”) do Fórum Econômico Mundial.

A redução da pobreza e da extrema pobreza ainda é um grande desafio para os

governos dos países, principalmente para a Índia e a China. Segundo estimativas do

Banco Mundial7, entre 1981 e 2010, mais de 700 milhões de pessoas deixaram a linha

da extrema pobreza definida como US$ 1,25 (PPC) por dia a preços de 2005. A China

reduziu o número em 714 milhões de pessoas enquanto a Índia reduziu em 29 milhões

ao longo do período. Porém, ainda estima-se que uma em cada três pessoas, em

6 As ordenadas da direita do infográfico (seção portos e ferrovias) se aplicam exclusivamente ao Brasil. 7 World Bank; “The State of the Poor: Where are the Poor and where are they Poorest?”

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condições de extrema pobreza no mundo, se encontra na Índia (33%), enquanto na

China o percentual foi reduzido para 13% da extrema pobreza global.

Segundo dados do Relatório de Desenvolvimento Humano de 2013, do

programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD, a Rússia (55º) e o

Brasil (85º) apresentam alto desenvolvimento. A China (101º), a África do Sul (121º) e

a Índia (136º) apresentam médio desenvolvimento. Foram analisados 186 países. A

Tabela 3 abaixo apresenta indicadores sociais de cada país.

Tabela 3: Indicadores Sociais8

Fonte: United Nations Development Program; World Bank Indicators.

Para efeito de análise nesta nota técnica, exceto quando especificado, os dados

provenientes da China incluem as Regiões Administrativas Especiais de Hong Kong e

Macau. Com relação a Taiwan (Formosa), os dados sempre serão analisados em

separado e quando especificado. A região é reconhecida como parte integrante da China

pelo governo brasileiro e pela maioria dos estados soberanos. No entanto, devido a sua

relativa autonomia administrativa, a região é considerada como território distinto por

certos organismos internacionais. A título de exemplo, a OMC denomina a região como

“Território Aduaneiro Distinto de Taiwan, Penghu, Kinmen e Matsu (Taipei Chinesa)”.

2.3. Relações Internacionais

A política externa dos países é pautada pela busca de fortalecimento da

cooperação bilateral e multilateral, com vistas à obtenção de maior representatividade

nos principais organismos internacionais. Os cinco países já expressaram publicamente

em conjunto a necessidade de uma reforma do Fundo Monetário Internacional. Outro

aspecto importante são as discussões do processo de reforma do Conselho de Segurança

das Nações Unidas. Dois países, Rússia e China, são membros permanentes do

8 IDH e GINI: dados de 2012 ; Demais dados: 2010 (Índia), 2009 (Demais países).

Países IDH GINI20% +

pobres

10% +

pobres

20% +

ricos

10% +

ricos

Pobreza Extrema

Pobreza

Brasil 0,730 0,50 2,9% 0,8% 58,6% 42,9% 10,8% 6,1%

Rússia 0,788 0,42 6,5% 2,8% 47,1% 31,7% 0,1% 0,0%

Índia 0,554 0,37 8,5% 3,7% 42,8% 28,8% 68,8% 32,7%

China 0,699 0,47 4,7% 1,7% 47,1% 30,0% 27,2% 11,8%

África do Sul 0,629 0,65 2,7% 1,2% 68,2% 51,7% 31,3% 13,8%

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Conselho. Os demais países do BRICS também desejam maior representatividade no

Conselho através do aumento do número de assentos permanentes. Reitera-se a

necessidade de uma reforma abrangente do Conselho de Segurança com vistas a torná-

lo mais representativo, eficaz e eficiente, de modo que se torne mais apto a responder

aos desafios globais. China e Rússia reforçam a necessidade de um papel mais

proeminente do Brasil, Índia e África do Sul na ONU, contudo, não apoiam

publicamente a candidatura desses países como membros permanentes no Conselho.

A participação do BRICS em organismos e fóruns internacionais,

governamentais e não governamentais, é ativa em diversas temáticas, dentre elas

destacam-se:

Grupo Banco Mundial e suas cinco instituições componentes;

OMC – Organização Mundial do Comércio;

Agências especializadas do sistema ONU (ex.: OMI, OACI, OMT, etc.).

No âmbito regional, destacam-se a participação dos países do BRICS nos

seguintes organismos:

Brasil – Mercado Comum do Sul (MERCOSUL); União Sul-Americana de

Nações (UNASUL);

Rússia – Cooperação Econômica da Ásia e Pacífico (APEC);

Índia – Associação Sul-Asiática para a Cooperação Regional (SAARC);

China – Cooperação Econômica da Ásia e Pacífico (APEC);

África do Sul – União Africana (UA); Comunidade para o Desenvolvimento da

África Austral (SADC).

Com relação ao histórico de relações multilaterais entre os países, verifica-se o

adensamento das relações desde a criação do acrônimo pelo Goldman Sachs. Todavia,

segundo o Itamaraty, o estabelecimento de parcerias estratégicas entre os Estados já era

importante na década de 1990, especialmente o relacionamento com Rússia, Índia e

China. Tal fato se justifica por se tratar de países com vastos territórios, grandes

populações, ricos em recursos naturais e que detinham certo grau de desenvolvimento

científico e tecnológico. A África do Sul passou a ser parceira estratégica do Brasil

posteriormente.

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Um primeiro mecanismo de relações multilaterais foi a criação do IBAS, uma

iniciativa de aprofundamento de cooperação em diversas áreas entre Brasil, Índia e

África do Sul. A Declaração de Brasília estabeleceu o IBAS em junho de 2003. O grupo

não possui sede e secretariado fixo. No entanto, várias iniciativas de cooperação foram

estabelecidas dentro do fórum trilateral. Dentre elas, destacam-se a criação do Fundo

IBAS para o Alívio da Fome e da Pobreza e o estabelecimento de grupos de trabalho em

16 áreas de atuação tais como Administração Pública, Ciência e Tecnologia, Comércio,

Defesa, Saúde, Transporte, Turismo, etc. Ademais, foi assinado um Acordo de Serviços

Aéreos (ASA) dentro do fórum trilateral em julho de 2005.

Desde sua fundação, foram realizadas cinco reuniões de cúpula de chefes de

estado no âmbito do IBAS. Na última reunião, em outubro de 2011, os chefes de estado

reafirmaram vários compromissos, dentre os quais a reforma do Conselho de Segurança

da ONU, o fortalecimento do G20 financeiro e a realização dos Objetivos de

Desenvolvimento do Milênio (ODM) 9.

O mais importante mecanismo de articulação multilateral se iniciou em 2006,

quando Brasil, Rússia, Índia e China se reuniram às vésperas da Assembleia Geral das

Nações Unidas daquele ano. Os quatro países discutiram os primeiros passos para o

estabelecimento de uma articulação conjunta. Em 2009, foi realizada a primeira reunião

de cúpula dos chefes de estado em Ecaterimburgo, na Rússia. A segunda reunião foi

realizada em Brasília, em 2010. Essa reunião foi realizada concomitantemente com a

reunião do IBAS, da qual também participou a África do Sul. A terceira reunião de

cúpula, em 2011, marcou o ingresso definitivo da África do Sul como membro e a

renomeação do grupo para BRICS. A quarta reunião foi realizada na Índia em 2012 e a

quinta reunião em 2013 na África do Sul. A próxima reunião de chefes de estado está

prevista para 2014 no Brasil.

Durante o período que antecede as reuniões de cúpula, diversos grupos de

trabalho e reuniões preparatórias são realizados, dentre os quais se destacam os

encontros com os Ministérios da Saúde, Agricultura, Comércio e Finanças dos países.

Os departamentos de estatísticas dos cinco países se uniram e publicaram um anuário

estatístico em conjunto.

9 Mais informações em http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/notas-a-imprensa/v-cupula-do-

forum-de-dialogo-india-brasil-e-africa-do-sul-ibas-2013-18-de-outubro-de-2011-declaracao-de-tshwane

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Dentre os compromissos firmados nas Declarações anuais, é importante destacar

o apoio ao multilateralismo, o adensamento das relações comerciais e o fortalecimento

do G20 financeiro. Os países pretendem criar um Banco de Desenvolvimento para

mobilizar recursos para projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos

países do grupo e em outros países emergentes. Os chefes de estado também reforçaram

a ideia de criação de um Arranjo Contingente de Reserva (ACR) no valor de US$ 100

bilhões, com vistas a proteger os países da volatilidade de suas moedas no mercado

mundial.

No tocante às questões diplomáticas entre o Brasil e os demais países do BRICS,

constata-se que o Brasil possui embaixadas em Pequim (China), Moscou (Rússia), Nova

Delhi (Índia) e Pretória (África do Sul). O país também possui representações

consulares nas cidades chinesas de Hong Kong, Xangai e Cantão; na cidade indiana de

Mumbai e na Cidade do Cabo na África do Sul. É importante destacar que o escritório

de representação do Brasil em Taipei (Taiwan) também está apto a realizar serviços

consulares.

Por sua vez, Rússia, Índia, China e África do Sul estão representados no Brasil

através de suas respectivas embaixadas em Brasília e consulados gerais em São Paulo.

Na cidade do Rio de Janeiro, verifica-se a existência de consulados gerais da Rússia e

China, enquanto Índia e África do Sul estão representadas através de consulados

honorários. Belo Horizonte também possui consulados honorários da Rússia e Índia,

enquanto Porto Alegre possui apenas um consulado honorário da Rússia. É importante

ressaltar que a região de Taiwan possui escritório de representação em Brasília e filial

em São Paulo, ambos habilitados para o fornecimento de serviços consulares.

São necessários vistos em qualquer circunstância para brasileiros detentores de

passaporte comum com destino à China e Índia. Brasileiros não necessitam de vistos

para Rússia e África do Sul em caso de turismo ou negócios pelo prazo máximo de 90

dias. Para visitar a região de Taiwan, é preciso solicitar visto ao respectivo escritório de

representação em Brasília ou São Paulo. É obrigatória a apresentação de prova de

imunização contra febre-amarela para a entrada na África do Sul, China e Índia.

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3. CORRENTES DE COMÉRCIO

3.1. Informações Gerais

Os países do agrupamento BRICS estão entre as maiores potências exportadoras

mundiais. Segundo dados da OMC10, em 2011, a China manteve a primeira posição

como principal economia exportadora de mercadorias entre seus 159 membros. Com

relação à importação de mercadorias, no mesmo ano, a China se encontrava na segunda

posição. Trata-se de uma corrente de comércio de bens e serviços de aproximadamente

US$ 4 trilhões. Os demais países também apresentam bons indicadores de comércio

internacional. A Rússia foi a nona economia em termos de exportações e a Índia,

décima segunda em termos de importações. Em suma, os países contabilizaram em

2011 aproximadamente 17% do valor total das exportações globais e demandaram cerca

de 16% das importações.

Os países estão densamente ligados pelo comércio de commodities, pois são

grandes produtores ou consumidores desses recursos11. Em 2012, os países produziram

em média 17,4 milhões de barris de petróleo por dia ou 21% da produção mundial de

óleo bruto. Os países respondem por mais de 30% da produção mundial de ouro e pela

maior parte da produção de platina (85%) e paládio (77%), sendo estes dois últimos

metais oriundos principalmente da Rússia e África do Sul. Com relação aos metais de

base, tem-se a China como grande consumidora de alumínio, cobre e ferro. Por outro

lado, Brasil e Índia estão entre os principais exportadores de minério de ferro. A Tabela

4 abaixo apresenta os principais indicadores de comércio internacional dos países.

10 Organização Mundial do Comércio - Disponível em http://stat.wto.org 11 Business Day – Disponível em http://www.bdlive.co.za/opinion/2013/03/25/five-brics-nations-are-

intricately-linked-through-commodities

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Tabela 4: Indicadores do Comércio Internacional - 201112

Fonte: BRICS Joint Statistics Publication; World Trade Organization; World Bank Indicators.

Os tópicos a seguir sumarizam as relações comerciais de cada país e por fim

analisa a relação comercial do Brasil com os demais membros do grupo.

3.2. Relações Comerciais: Rússia

A Rússia é considerada uma superpotência energética por ser o maior produtor

de petróleo do mundo e o segundo maior produtor de gás natural. O país recentemente

ultrapassou a Arábia Saudita e produz mais de 10 milhões de barris por dia. Ademais, o

país detém uma extensa rede de dutos de gás natural que abastece vários países

europeus. Invernos europeus mais rigorosos resultam, portanto, em aumento das

exportações do gás russo.

Além de óleo bruto e derivados, o país é um grande exportador de aço e

alumínio. O comércio do país depende sobremaneira dos preços globais das

commodities, ou seja, as variações da demanda provocadas pelos ciclos econômicos

afetam o resultado comercial russo. Nos últimos anos, o país apresentou grandes

superávits na balança comercial de bens, principalmente por pressões de demanda da

China e de outros países em desenvolvimento.

Sob a ótica da corrente de comércio, os principais parceiros da Rússia em 2012

foram: China (10,5%), Países Baixos (9,9%), Alemanha (9,2%), Itália (5,5%), Turquia

(4,1%) e Estados Unidos (3,4%). A China é a principal fonte importadora da Rússia. O

Brasil correspondeu a 1,3% da corrente de comércio russa daquele ano. Índia e África

do Sul representaram, respectivamente, 0,7% e 0,1% do total.

A Tabela 5 a seguir apresenta os principais itens da pauta de comércio do país.

12 Nota: Corrente de comércio expresso em US$ bilhões.

PaísCorrente de

Comércio

Classificação

Exportações

Classificação

Importações

Comércio

(% do PIB)

Exportações

mundiais (%)

Importações

mundiais (%)

Brasil 597 22º 21º 24,5% 1,40% 1,28%

Rússia 990 9º 17º 52,2% 2,85% 1,75%

Índia 794 19º 12º 54,2% 1,66% 2,51%

China 3.985 1º 2º 58,7% 10,38% 9,43%

África do Sul 238 40º 32º 59,2% 0,54% 0,66%

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Tabela 5: Rússia – Pauta de Produtos - 201213

Fonte: BRICS Joint Statistics Publication, Russia Federation Federal State Statistics Service.

Considerando apenas o intercâmbio comercial entre a Rússia e os demais países

do BRICS, verifica-se em 2012 que o país foi superavitário no comércio de mercadorias

apenas com a Índia. Os principais produtos importados pela Rússia foram equipamentos

de computação e suas partes provenientes da China (US$ 4,5 bilhões), aparelhos de

telecomunicações (US$ 3,5 bilhões), também da China, e alimentos frescos e

congelados oriundos do Brasil (US$ 1,7 bilhão). Por outro lado, o país exportou para

China commodities tais como óleo bruto (US$ 18,8 bilhões), produtos derivados de

petróleo (US$ 3,8 bilhões) e carvão mineral (US$ 2,1 bilhões).

3.3. Relações Comerciais: Índia

Segundo dados da OMC14, a Índia está entre os principais países em volume de

comércio de serviços. O país é conhecido pelo dinâmico setor de tecnologia de

informação e serviços globais de centrais de atendimento. Em 2011, a Índia apresentou

um superávit de US$ 13 bilhões em comércio internacional de serviços. O baixo custo

da mão-de-obra contribui para a competitividade nesse setor.

A pauta de exportações de mercadorias da Índia é basicamente composta de

petróleo e derivados, joias, pedras preciosas, máquinas e equipamentos elétricos. O país

também é um importante exportador de artigos têxteis e medicamentos. A Rússia é um

dos principais destinos das exportações de medicamentos indianos, tendo atingido o

resultado de US$ 774 milhões em 2011-201215. Grande parte da pauta de importações

do país é composta por combustíveis minerais, joias, metais preciosos, máquinas,

13 Dados de importação de 2011. 14 World Trade Organisation – Disponível em

http://stat.wto.org/CountryProfile/WSDBCountryPFView.aspx?Language=E&Country=IN 15 As estatísticas oficiais do comércio exterior indiano são divulgadas por ano fiscal, ou seja, com dados

referentes ao período de março de 2011 até abril de 2012.

Exportação Importação

Óleo bruto (34,5%)Máquinas, equipamentos e meios de

transporte. (48,0%)

Derivados de petróleo (19,7%) Produtos químicos, borracha (14,9%)

Gás Natural (12,0%)Alimentos frescos e congelados, produtos

da agricultura em geral (13,9%)

Pauta de Produtos

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equipamentos mecânicos e suas partes. A Tabela 6 abaixo apresenta os principais itens

da pauta de comércio do país.

Tabela 6: Índia – Pauta de Produtos – 2011-2012

Fonte: Ministry of Commerce, Government of India

Segundo o Departamento de Comércio da Índia16, entre os anos fiscais de 1996 e

2006, a corrente de comércio aumentou mais de quatro vezes, resultado do crescimento

da economia ao longo do período. A participação dos Emirados Árabes e da China no

comércio indiano aumentou significativamente. Atualmente, a China é a principal

origem das importações indianas. No ano fiscal de 2012-2013, os principais parceiros

comerciais da Índia em termos de corrente de comércio foram os Emirados Árabes

(9,4%), China (8,6%), Estados Unidos (7,6%), Arábia Saudita (5,5%) e Suíça (3,9%).

Os demais países do BRICS apresentaram as seguintes participações: África do Sul

(1,7%), Brasil (1,4%) e Rússia (0,8%).

3.4. Relações Comerciais: China

A China é a maior potência exportadora da atualidade considerando o valor total

de produtos exportados. No entanto, o país demanda um grande consumo de

commodities para sustentar seu crescimento. Grande parte desse consumo é proveniente

de importações de minério de ferro e outros produtos primários. Embora a China seja o

maior produtor de minério de ferro do mundo, o país ainda importa parte excedente da

produção de outros países para o desenvolvimento de sua indústria. Austrália, Brasil,

Rússia, Índia e África do Sul estão entre os principais fornecedores do minério para a

China.

16 India Department of Commerce – Disponível em:

http://commerce.nic.in/trade/international_tpp_cis_1.asp

Exportação Importação

Combustíveis minerais (18,7%) Combustíveis minerais. (35,3%)

Pérolas, pedras preciosas, joias (15,4%) Pérolas, pedras preciosas, joias (18,5%)

Máquinas e equipamentos elétricos e

suas partes (3,8%)

Máquinas e equipamentos mecânicos e

suas partes (7,7%)

Produtos químicos orgânicos (3,8%)Máquinas e equipamentos elétricos e

suas partes (6,7%)

Veículos, exceto ferroviário (3,6%) Produtos químicos orgânicos (2,9%)

Pauta de Produtos

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15

Por outro lado, o país é o maior exportador de aço do mundo. O país também

busca exportar equipamentos manufaturados buscando agregar valor a sua pauta de

comércio. Segundo dados do National Bureau Statistics of China17, em 2011, a

proporção de produtos manufaturados atingiu 94,7% do valor total exportado. Com

relação às importações, verifica-se no mesmo ano que 65,3% do valor total importado

são atribuídos a produtos manufaturados. A Tabela 7 apresenta os principais itens da

pauta de comércio do país.

Tabela 7: China – Pauta de Produtos – 2011

Fonte: China Statistics Yearbook 2012, National Bureau Statistics of China

Em 2011, os principais parceiros da China continental em termos de corrente de

comércio foram os Estados Unidos (12,3%), Japão (9,4%), Hong Kong (7,8%), Coreia

do Sul (6,7%) e Alemanha (4,6%). Os demais países do BRICS apresentaram os

seguintes percentuais: Brasil (2,3%), Rússia (2,2%), Índia (2,0%) e África do Sul

(1,2%). Segundo dados estatísticos consolidados dos países18, em 2012, verifica-se que

a China exporta para os demais países do BRICS principalmente máquinas e

equipamentos mecânicos e elétricos. Dentre os principais produtos importados,

destacam-se o óleo bruto proveniente da Rússia, produtos agrários oriundos da Índia e

minério de ferro de minas brasileiras e sul-africanas. A China também importa um

valor significativo de produtos agrários e alimentícios do Brasil (US$ 33 bilhões).

17 China Statistics Yearbook 2012. Disponível em http://www.stats.gov.cn/tjsj/ndsj/2012/indexeh.htm 18 BRICS Joint Statistics Publication 2013 Disponível em http://www.statssa.gov.za/news_archive

/Docs/FINAL_BRICS%20PUBLICATION_PRINT_23%20MARCH%202013_Reworked.pdf

Exportação Importação

Máquinas e equipamentos de transporte.

(47,5%)

Máquinas e equipamentos de transporte.

(36,2%)

Manufaturados de origem têxtil leve,

industrial, borracha, minerais e metalúrgicos

(16,8%)

Outros recursos naturais, exceto

combustíveis minerais e comestíveis.

(14,9%)

Produtos químicos e relacionados (6,0%)Combustíveis minerais, lubrificantes e

produtos relacionados. (13,9%)

Pauta de Produtos

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16

3.5. Relações Comerciais: África do Sul

A África do Sul é a principal economia do continente africano em termos de PIB

nominal. O país exerce importante papel dentro da União Aduaneira da África Austral

(SACU), da qual o país é membro junto com Botswana, Lesoto, Namíbia e Suazilândia.

Após as eleições democráticas de 1994, a África do Sul passou a adotar uma política

comercial mais liberal, buscando parcerias com outros países e regiões. O país concluiu

acordos de livre comércio com a União Europeia e com países da SADC19. Ademais, o

país também assinou no âmbito da SACU um acordo de comércio preferencial com o

MERCOSUL.

O país está entre os principais produtores globais de ouro e minério de ferro. As

exportações são relativamente concentradas em produtos como minério de ferro, carvão

mineral, metais não ferrosos, siderúrgicos, automóveis, dentre outros. Os principais

itens da pauta de importação variam de combustíveis minerais tais como petróleo e

derivados, a veículos de transporte, equipamentos de telecomunicações, dentre outros. A

Tabela 8 abaixo apresenta os principais itens da pauta de comércio do país.

Tabela 8: África do Sul – Pauta de Produtos – 2012

Fonte: Department: Trade and Industry, Republic of South Africa

Em 2012, os principais parceiros do país em termos de corrente de comércio

foram China (13,8%), Estados Unidos (8,6%), Alemanha (8,3%), Japão (6,0%) e Índia

(4,6%). Os demais países do BRICS apresentaram as seguintes participações: Brasil

(1,4%) e Rússia (0,4%). No mesmo ano, verifica-se que a África do Sul obteve saldo

comercial deficitário de mercadorias com todos os países do BRICS, à exceção da

Rússia.

19 Southern African Development Community. Países membros: África do Sul, Angola, Botswana,

República Democrática do Congo, Lesoto, Madagascar, Malawi, ilhas Maurício, Moçambique, Lesoto,

Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia, Zimbabwe.

Exportação Importação

Minério de ferro e outros produtos

minerais (29,2%)

Máquinas e equipamentos mecânicos,

elétricos e de telecomunicações. (23,9%)

Metais de base e produtos relacionados

(14,2%)

Petróleo, derivados e outros produtos

minerais (23,1%)

Veículos de transporte (10,3%) Veículos de transporte (10,6%)

Pauta de Produtos

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17

3.6. Relações Comerciais: Brasil com Demais Países

De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio

Exterior (MDIC) 20, em 2012, o total da corrente de comércio entre o Brasil e os demais

países do BRICS foi de US$ 94,6 bilhões, tendo apresentado redução de 1,5% em

relação ao ano anterior. No período de 2003 a 2012, o crescimento médio anual do

comércio entre os países foi de 27,4%, tendo o comércio aumentado mais de 9 vezes ao

longo do período analisado.

O comportamento observado se deve essencialmente ao aumento da participação

da China no comércio brasileiro. O país ultrapassou os Estados Unidos e desde 2009

mantém a posição de principal parceiro comercial do Brasil. O Gráfico 1 abaixo

apresenta a evolução da corrente de comércio entre o Brasil e os demais países.

Gráfico 1: BRICS – Evolução da Corrente de Comércio com o Brasil – 2007-2012

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Em termos absolutos, todos os países apresentaram aumento da corrente de

comércio com o Brasil ao longo do período 2007-2012. A Índia apresentou aumento do

comércio com o Brasil mesmo durante a crise de 2009. Naquele ano, observa-se uma

diminuição do comércio com a Rússia e África do Sul. O resultado com a China,

contudo, se manteve praticamente estável em 2009. Já em 2012, a leve queda do

20 Sistema de Análise das Informações de Comércio Exterior (AliceWeb).

Disponível em: http://www.aliceweb2.mdic.gov.br/

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18

comércio com a China pode ser atribuída pela desaceleração do crescimento do país,

levando, por conseguinte, a uma redução da demanda por commodities.

Analisando-se a participação relativa dos países na corrente de comércio

brasileira, observa-se um aumento da participação da China e Índia, como também uma

queda da participação da Rússia. A África do Sul ainda apresenta pouca participação

relativa no comércio brasileiro, sendo inferior a 1% durante todo o período analisado. O

Gráfico 2 a seguir apresenta a evolução da participação relativa dos países no comércio

exterior brasileiro entre 2007 e 2012.

Gráfico 2: BRICS – Participação na Corrente de Comércio Brasileira – 2007-2012

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

A intensificação do comércio entre os países do BRICS tem atingido uma

dimensão cada vez mais estratégica. Em 2002, o volume de comércio entre os cinco

países era de cerca de US$ 27 bilhões, tendo saltado para US$ 282 bilhões em 2012. A

participação do Brasil corresponde a aproximadamente um terço desse valor. Há

estimativas de que a corrente de comércio entre os países possa chegar a mais de US$

500 bilhões até 201521. Além disso, o Brasil tem obtido importantes superávits com os

países, principalmente com a China, seu principal parceiro.

21 Agência Brasil de Notícias. Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-03-25/brics-

deve-criar-instituicao-bancaria-para-desenvolvimento-de-paises-emergentes

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19

Dentre os principais produtos exportados pelo Brasil aos demais países, em

2012, têm-se minérios, soja, petróleo e combustíveis. O principal destino é a China.

Esses produtos também estão entre os principais recursos exportados na pauta global de

exportação brasileira. A Rússia, por ser um país mais intensivo em recursos minerais,

importa pouco mais da metade do valor da pauta em produtos comestíveis, como carnes

e miudezas. A Índia, por sua vez, importa principalmente combustíveis minerais. Por

fim, a África do Sul, ao contrário dos demais países, tem como principal item da pauta

de importações do Brasil produtos manufaturados como veículos automotores, tratores,

dentre outros. A Tabela 9 a seguir apresenta os principais itens da pauta de comércio do

Brasil com cada país.

Tabela 9: Brasil - BRICS – Mix de Produtos – 2012

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Atendo-se à análise relativa ao comércio Brasil-BRICS via modal aéreo,

verifica-se que, em 2012, foram transportadas US$ 7,7 bilhões em mercadorias por esse

modal. O valor corresponde a 8,2% da corrente de comércio daquele ano. Em 2012, o

comércio aéreo de Rússia, Índia, China e África do Sul com o Brasil correspondeu a

15,4% do comércio aéreo total brasileiro. A China é o segundo parceiro comercial

brasileiro no modal aéreo, atrás apenas dos Estados Unidos. As trocas com a China

corresponderam a 87% do comércio aéreo do Brasil com os BRICS ou 13,4% do

comércio aéreo global brasileiro.

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20

A Tabela 10 e o Gráfico 3 a seguir sumarizam os dados do comércio via modal

aéreo do Brasil com os demais países.

Tabela 10: Brasil - BRICS – Modal Aéreo – 2012

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Gráfico 3: BRICS – Evolução da Corrente de Comércio com o Brasil

Modal Aéreo – 2007-2012

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Com relação à pauta de comércio via aérea entre o Brasil e os demais países,

observa-se a prevalência de produtos de alto valor agregado tais como pérolas, metais

preciosos, produtos químicos, instrumentos de óptica e fotografia, máquinas e

equipamentos mecânicos e elétricos, dentre outros. A Tabela 11 a seguir apresenta os

principais itens da pauta de comércio por meio do modal aéreo do Brasil com cada país.

US$/Kg US$ Milhões Toneladas US$/Kg US$ Milhões Toneladas

Rússia 46,2 11,4 247,9 2.230,0 185,8 83,3

Índia 45,6 66,7 1.462,3 79,9 480,5 6.011,1

China 54,9 212,8 3.876,1 98,4 6.509,0 66.148,0

África do Sul 114,2 174,1 1.523,7 127,0 77,0 606,0

Rússia 1,4 3.140,8 2.182.058,0 3,7 34.250,8 9.380.293,2

Índia 0,7 5.576,9 7.519.145,7 1,6 5.042,7 3.134.981,6

China 0,2 41.227,5 209.068.651,4 0,4 2.790,7 6.271.773,5

África do Sul 1,0 1.765,4 1.732.292,8 0,6 848,6 1.448.216,3

Importações

Aéreo

Modal

Total

PaísesExportações

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21

Tabela 11: Brasil - BRICS – Mix de Produtos – Modal Aéreo - 2012

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

4. TURISMO

4.1. Dimensionamento do Turismo para os BRICS

Segundo informações da Organização Mundial do Turismo (UNWTO, em

inglês)22, a chegada de turistas internacional alcançou 1,035 bilhão de turistas em 2012,

um incremento de 4,0% em relação a 2011. Entre os países do BRICS, o quantitativo foi

de 142,3 milhões de turistas no último ano, um crescimento de 5,0% no comparativo ao

ano anterior. No Gráfico 4, é possível observar que houve acréscimo em todos os países

do agrupamento: Brasil, de 4,5%; Rússia, de 13,4%; Índia, de 5,4%; China, de 2,4%; e

África do Sul, de 10,2%.

Gráfico 4: Países do BRICS - Chegada de Turistas Internacionais - Taxa de

Crescimento - 2011 x 2012

Fonte: UNWTO Tourism Highlights 2012 Edition. *2012: Dados Preliminares.

22 UNWTO Tourism Highlights. Edição 2013. United Nations.

Exportação Importação Exportação Importação

Instrumentos de óptica e fotografia

e outros (29,7%)

Pérolas e pedras naturais (50,6%) Reatores, caldeiras, máquinas e

suas partes (24,76%)

Produtos químicos orgânicos

(55,55%)

Calçados, polainas; etc. (23,74%) Aeronaves e suas partes (46,33%) Máquinas e material elétrico

(15,45%)

Produtos farmacêuticos (20,26%)

Máquinas e material elétrico

(10,58%)

Instrumentos de óptica e fotografia

e outros (0,9%)

Instrumentos de óptica e fotografia

e outros (14,46%)

Reatores, caldeiras, máquinas e

suas partes (5,59%)

Reatores, caldeiras, máquinas e

suas partes (5,81%)

Produtos químicos inorgânicos

(0,62%)

Pérolas e pedras naturais (8,47%) Máquinas e material elétrico

(4,83%)

Produtos farmacêuticos (5,4%) Máquinas e material elétrico

(0,49%)

Produtos químicos orgânicos

(6,99%)Vestuário e seus acessórios,

exceto de malha (2,88%)

Exportação Importação Exportação Importação

Reatores, caldeiras, máquinas e

suas partes (32,53%)

Máquinas e material elétrico

(58,01%)

Pérolas e pedras naturais

(73,93%)

Pérolas e pedras naturais

(71,68%)

Máquinas e material elétrico

(29,92%)

Reatores, caldeiras, máquinas e

suas partes (28%)

Reatores, caldeiras, máquinas e

suas partes (9,8%)

Produtos farmacêuticos (5,33%)

Instrumentos de óptica e fotografia

e outros (9,12%)

Instrumentos de óptica e fotografia

e outros (5,24%)

Veículos automóveis, tratores e

outros (3,3%)

Produtos químicos inorgânicos

(3,8%)

Peles e couros(4,44%) Produtos químicos orgânicos

(2,27%)

Máquinas e material elétrico

(2,18%)

Sementes e frutos oleaginosos;

soja; etc (3,1%)

Produtos farmacêuticos (4,24%) Aparelhos de relojoaria e suas

partes (0,81%)

Instrumentos de óptica e fotografia

e outros (1,96%)

Pólvoras e explosivos; Matérias

inflamáveis; etc (2,73%)

Rússia Índia

China África do Sul

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22

Do total de turistas internacionais no mundo, 13,8% são provenientes dos países

do BRICS: 0,5% do Brasil; 2,5% da Rússia; 0,6% da Índia; 9,2% da China (5,6% da

China Continental; 2,3% de Hong Kong; 1,3% de Macau); e 0,9% da África do Sul. A

China Continental se encontra na primeira posição dos países com maior volume de

turistas internacionais no mundo, com cerca de 57,7 milhões de turistas em 2012.

Estima-se que as receitas de turismo internacional totalizaram cerca de US$

1,075 trilhão em 2012 (dados preliminares). Em relação ao BRICS, a receita foi de US$

171,6 bilhões, ou 16% das receitas geradas no turismo internacional mundial. Destacou-

se novamente a China (considerando apenas China Continental) que se posicionou em

quarto lugar na classificação das maiores receitas com turismo (US$ 50 bilhões).

Também se destacaram Macau, na quinta posição, com US$ 43,7 bilhões e Hong Kong,

na nona posição, com US$ 32,1 bilhões.

No Gráfico 5, apresentam-se as receitas de turismo internacional de 2011 e de

2012 para os países do BRICS. Em relação ao ano de 2011, houve crescimento

expressivo na China (10%) passando de US$ 114,6 para US$ 125,8 bilhões. A única

queda foi na Rússia, de 1%.

Gráfico 5: BRICS - Receita de Turismo Internacional (US$) - Taxa de

Crescimento - 2011 x 2012

*2012: Dados Preliminares Fonte: UNWTO Tourism Highlights 2012 Edition.

Analisando-se os gastos com turismo internacional, dois países do BRICS23

tiveram participação na lista dos dez principais em 2012. A China, considerando apenas

23 O relatório da UNWTO não apresenta dados de gastos com turistas internacionais da África do Sul,

Brasil e Índia.

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23

a parte continental, figurou na primeira posição com US$ 102 bilhões. Em quinto lugar

posicionou-se a Rússia com US$ 42,8 bilhões.

De acordo com dados do BRICS – Joint Statistical Publication24, na Rússia, em

2012, constatou-se um grande número de turistas estrangeiros da Alemanha (15%),

China (13%), Estados Unidos (7%), Reino Unido (5%), Finlândia (5%) e Itália (5%). É

importante ressaltar o crescimento do número de turistas chineses, um aumento de 47%

em relação a 2011.

Na Índia, em 2011, os turistas estrangeiros foram provenientes principalmente

dos Estados Unidos (16%), Reino Unido (13%), Bangladesh (7%), Sri Lanka (5%),

Canadá (4%), França (4%) e Alemanha (4%). Em 2012, a China recebeu principalmente

turistas da Coréia do Sul (15%), Japão (13%), Rússia (9%), Estados Unidos (8%),

Malásia (5%) e Vietnã (4%). Dentre os países emissores de turistas para a Índia, o que

apresentou maior crescimento na emissão foi o Vietnã, de 13% em relação ao ano

anterior.

Na África do Sul, nota-se que os turistas estrangeiros são essencialmente de

países vizinhos e próximos. De acordo com dados de 2011, destacaram-se: Zimbabué

(19%); Lesoto (18%), Moçambique (13%) e Suazilândia (8%). Fora do continente

africano, destacam-se os turistas do Reino Unido (5%), Estados Unidos (3%) e

Alemanha (3%). Em 2012, a presença de turistas oriundos da Europa cresceu 9,5% em

relação ao ano anterior. Reino Unido se mantém como a principal origem de turistas

estrangeiros fora do continente africano, seguido por Estados Unidos, Alemanha, China

e França. O maior crescimento, no entanto, veio de países da Ásia e da América do Sul.

A China contribuiu com 132 mil turistas, um crescimento de 55,9%. O Brasil, por sua

vez, registrou crescimento de 44,7% no número de turistas na África do Sul. O país

recebeu 78.376 turistas brasileiros em 2012. Durante o período 2009-2012, o número de

turistas brasileiros mais que dobrou25.

Por fim, pontua-se que o fluxo de turistas entre os países do BRICS ainda é

pouco expressivo.

24 BRICS – Joint Statistical Publication, 2013. National Statistics Offices of the BRICS Group. 25 Republic of South Africa. South Africa Yearbook 2012/2013.

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24

O Turismo receptivo brasileiro será explorado na seção a seguir.

4.2. Do Turismo receptivo do Brasil

Considerando o turismo receptivo brasileiro26, 5,7 milhões de turistas

internacionais ingressaram no país em 2012. Desse total, 2,4% foram provenientes dos

países do BRICS: China com 65,9 mil turistas (1,16% de participação); Rússia com

25,1 mil (0,44%); África do Sul com 23 mil (0,41%); e Índia com 22,1 mil (0,39%).

Como mostrado no Gráfico 6 a seguir, todos os países do agrupamento tiveram

acréscimo no turismo com o Brasil em 2012, com destaque para a China e Rússia com,

respectivamente, 18% e 12% de crescimento em relação a 2011. Esses turistas

utilizaramm principalmente o modal aéreo como meio de transporte para o Brasil,

devido à longa distância percorrida: China (97% dos turistas ingressaram no país

utilizando o avião); Índia (96%); África do Sul (93%); e Rússia (84%).

Gráfico 6: Brasil - Turismo receptivo e participação relativa dos outros países do

BRICS - 2011 x 2012

Fonte: Mtur - Anuário Estatístico do Turismo 2013, vol. 40 – Ano Base 2012.

26 Fonte: Ministério do Turismo – Anuário Estatístico do Turismo 2013, vol. 40 – Ano Base 2012.

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25

5. TRANSPORTE AÉREO

5.1. Panorama Geral

Segundo dados do WATR27, o número de passageiros transportados28 em voos

domésticos e internacionais no mundo em 2012 foi de 5,72 bilhões. Os BRICS

representaram 22% desse montante, com 1,21 bilhão de passageiros. Como pode ser

observado no Gráfico 7, a participação da China29 é predominante (63% do total do

grupo) . O Brasil30 está na segunda posição no transporte aéreo de passageiros, com

16% da fatia de participação do agrupamento, seguido da Índia com 11%.

Gráfico 7: Participação de Passageiros por País do BRICS - 2012

Fonte: World Airport Traffic Report, 2012. ACI. Compilação e Interpolação GAMI/SRI.

No ranking dos 20 países com maior quantidade de passageiros transportados

pelo modal aéreo em 2012, os países do BRICS tiveram destaque: China Continental

em 2º lugar, com 773,5 milhões de passageiros; Brasil em 5º lugar, com 198,9 milhões;

Índia em 10º lugar, com 133,3 milhões; Rússia em 15º lugar, com 91,1 milhões. Não

estava no ranking a África do Sul, porém o total transportado pelo país também é

representativo no cenário mundial, tendo registrado 35,4 milhões de passageiros no

último ano.

27 World Airport Traffic Report, 2012. ACI – Airports Council International. Compilação e Interpolação

GAMI/SRI. No WATR, foram analisados dados de 1598 aeroportos em 159 países. 28 No WATR 2012, a variável passageiros transportados é definida como o total de passageiros pagos e

não pagos, embarcados e desembarcados em voos comerciais, por aeronave e helicópteros, em voos

regulares e não-regulares. 29 A China engloba a China continental, Hong Kong e Macau; não inclui ndoTaiwan. 30 Nos dados do Brasil, foram somados domésticos, internacionais e em trânsito por aeroporto na Seção

“Data Section: Individual Airport Traffic Data” do WATR 2012.

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26

Segundo informações fornecidas pelo WATR 2012 e apresentadas no Gráfico 8,

a evolução do número de passageiros do agrupamento BRICS foi consideravelmente

maior do que nos demais países entre 2000 e 2012. Tomando-se como ano-base 2000, o

BRICS apresentou uma taxa de crescimento anual composta de quase 10% no tráfego

de passageiros enquanto os demais países apresentaram ganhos de 2,2%.

Gráfico 8: Evolução de Passageiros: BRICS vs. Demais Países 2000-2012

Fonte: World Airport Traffic Report, 2012. ACI. Compilação e Interpolação GAMI/SRI.

Analisando-se apenas 2011-2012, a taxa de crescimento foi consideravelmente

maior entre os países do BRICS, da ordem de 7,3% (a média mundial foi de 5,3%).

Observando a evolução do número de passageiros por país, conforme o WATR 2012,

Índia e África do Sul tiveram queda de respectivamente 1,4% e 1,5%. Já Rússia, China

e Brasil tiveram acréscimo de 13,2%, 9,2% e 5,6%, respectivamente.

Ainda de acordo com os dados do WATR, nota-se que a participação dos BRICS

em 2012 é maior no mercado doméstico. Os BRICS corresponderam a 30% do total

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27

mundial de passageiros domésticos e 11% do global de passageiros internacionais.

Tomando-se os cinco países em separado, observa-se a predominância do mercado

doméstico no Brasil com 88%31, na China com 79%32, na Índia com 70% e na África do

Sul, também com 70%. Apenas na Rússia foi apresentada uma pequena predominância

do transporte aéreo internacional, de 54%.

No Gráfico 9, é possível observar essa divisão de mercado para cada país do

agrupamento. A China é claramente o maior mercado, tal como representado pelo

tamanho da bolha do país em relação aos demais.

Gráfico 9: Quantidade de Passageiros Domésticos e Internacionais - 2012

* Para o tamanho da bolha de cada país foi utilizado o volume total de passageiros.

Fonte: World Airport Traffic Report, 2012. ACI. Compilação e Interpolação GAMI/SRI.

No Gráfico 10, é possível visualizar a participação por mercado em relação ao

total mundial de passageiros. No mercado doméstico, destacaram-se a China e o Brasil,

com 19,6% e 5,6% de participação global, respectivamente. No mercado internacional,

a China também teve alta representatividade, com 6,2%. Também é possível observar

no gráfico o market share pelo total de passageiros (considerando o mercado doméstico

e internacional e trânsito direto). A China representou 13,5% do volume global, seguida

do Brasil (3,5%), Índia (2,3%), Rússia (1,6%) e África do Sul (0,6%).

31 No WATR 2012, alguns aeroportos brasileiros não tiveram dados de trânsito disponíveis. 32 Valor estimado. Na China, dados de diversos aeroportos não foram separados por mercado doméstico e

internacional. Portanto, foi necessário fazer uma interpolação para separar o volume de passageiros.

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28

Gráfico 10: Participação dos Países do BRICS por Passageiros em Relação ao

Total Mundial - 2012

Fonte: World Airport Traffic Report, 2012. ACI. Compilação e Interpolação GAMI/SRI.

Os países do BRICS contam com aeroportos de grande importância mundial. O

principal exemplo é o aeroporto de Pequim, que ficou classificado no WATR 2012 o

segundo maior aeroporto do mundo em passageiros processados, atrás apenas de

Atlanta, nos Estados Unidos. Essa posição foi alcançada rapidamente, uma vez que o

quantitativo de passageiros cresceu mais de cinco vezes de 1995 até 2012. Comparando-

se com o mesmo ranking de 2000, esse aeroporto estava apenas na 42ª posição.

Além de Pequim, mais cinco aeroportos estavam no ranking dos quarenta

principais aeroportos em relação a passageiros: Hong Kong na 12ª posição; Guangzhou

na 18ª; Xangai (Aeroporto Internacional de Pudong) na 21ª; Nova Deli, na Índia, na 37ª;

e Xangai (Aeroporto Internacional de Xangai Hongqiao) na 39ª. Ressalta-se que

Guangzhou e Pudong subiram na lista rapidamente, já que as posições desses aeroportos

eram respectivamente de 75ª e de 148ª em 2000. O aeroporto de Guarulhos, o principal

aeroporto brasileiro em número de passageiros, se encontra na 43ª posição.

No ranking dos 10 principais aeroportos da África em fluxo de passageiros, dois

estão localizados na África do Sul: Johannesburg em 1º lugar, com 18,7 milhões de

passageiros processados; e Cidade do Cabo em 3º lugar, com 8,5 milhões. A empresa

pública Airports Company South Africa (ACSA) é a operadora desses aeroportos. A

empresa também opera dois aeroportos em outros países do BRICS: o Aeroporto

Internacional de Mumbai (BOM), segundo mais movimentado da Índia; e o Aeroporto

Internacional de Guarulhos (GRU), principal aeroporto do Brasil.

Na Rússia, o Aeroporto Internacional Domodedovo e o Aeroporto Internacional

Sheremetievo, ambos em Moscou, foram os que mais processaram passageiros em

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2012, com 28,3 milhões e 26,2 milhões, respectivamente. No ranking mundial, esses

aeroportos apareceram na 53ª posição e 56ª posição, respectivamente. Ademais, esses

aeroportos se destacaram pelo alto crescimento em relação a 2011: 9,5% para

Domodedovo; e 16,1% para Sheremetievo.

Além desses dois aeroportos, mais oito aeroportos localizados em países do

BRICS (sete na China e um no Brasil) foram contemplados na lista dos 25 aeroportos

com crescimento mais rápido em número de passageiros. A Tabela 12 apresenta essa

lista considerando apenas os aeroportos cujo fluxo de passageiros ultrapassa 15 milhões.

Tabela 12: Aeroportos acima de 15 Milhões de Passageiros

Classificados por Taxa de Crescimento – 2012

Fonte: World Airport Traffic Report, 2012. ACI.

Segundo dados do WATR, o volume de carga global transportada foi de 92,5

milhões de toneladas em 2012. O resultado para os BRICS foi de 21,3 milhões de

toneladas ou 23% de todo o volume mundial. Como pode ser observado no Gráfico 11,

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a China tem predominância entre os países do BRICS. O país detêm 78% desse

mercado, tendo processado 16,6 milhões de toneladas, percentual superior ao mercado

de passageiros (63%). Em seguida, destacam-se a Índia com 10% e o Brasil com 7% da

totalidade.

É importante ressaltar que a China respondeu por 14,4% do mercado mundial de

carga aérea internacional em 2012. Os demais países tiveram participação mais

reduzida: Índia com 2,5%; Brasil com 1,2%; Rússia com 0,6%; e África do Sul com

0,6%. No ranking dos vinte países com maior volume, destacaram-se China Continental

na 2ª posição, Hong Kong na 5ª, Índia na 10ª e Brasil na 14ª posição, segundo

informações do WATR 2012.

Gráfico 11: Volume de Carga (em Toneladas) com a Respectiva Participação (%)

de Cada País do BRICS – 2012

Fonte: World Airport Traffic Report, 2012. ACI. Compilação e Interpolação GAMI/SRI.

Os países do BRICS representaram 24% de todo o volume mundial no mercado

doméstico e de 19% no mercado internacional. Conforme pode ser visualizado no

Gráfico 12, o volume de carga aérea internacional foi expressivo em todos os países do

BRICS em 2012: África do Sul com 80,4% do total da carga transportada do país; Índia

com 64,7%; Rússia com 54,6%; China com 57,2%; e Brasil com 48,1%. O volume de

correio teve relevância no Brasil, com 12,3%, e na Rússia, com 10,6%.

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Gráfico 12: Participação (%) por Tipo de Carga de Cada País do BRICS - 2012

Fonte: World Airport Traffic Report, 2012. ACI. Compilação e Interpolação GAMI/SRI.

No Gráfico 13, observa-se que a evolução do volume de carga transportada do

agrupamento BRICS teve comportamento semelhante à série de passageiros, exibida no

Gráfico 8 acima. Entretanto, o transporte de carga foi menos afetado pela epidemia

SARS (2003) e mais afetado pela crise internacional (2008-2009). Considerando 2000

como ano-base, o BRICS rendeu uma taxa de crescimento média anual de quase 8% no

tráfego de carga, enquanto os demais países tiveram ganhos médios anuais de 0,6%.

Gráfico 13: Evolução de Carga: BRICS vs. Demais Países 2000-2012

Fonte: World Airport Traffic Report, 2012. ACI. Compilação e Interpolação GAMI/SRI.

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No ranking dos 40 aeroportos com maior volume de carga, sete aeroportos do

BRICS (cinco da China e dois da Índia) foram contemplados: Hong Kong na 1ª posição,

com 4,1 milhões de toneladas; Xangai (Pudong) na 3ª, com 2,9 milhões; Pequim na 13ª,

com 1,8 milhão; Guangzhou na 21ª, com 1,2 milhão; Shenzhen (China) na 24ª, com 855

mil; Mumbai (Índia) na 31ª, com 654 mil; e Nova Deli (Índia) na 40ª posição, com 561

mil toneladas processadas. O aeroporto brasileiro de Guarulhos se encontra na 44ª

posição e o de Viracopos na 78ª.

Considerando o transporte de passageiros e de carga, avaliados pelo WATR, os

aeroportos do BRICS somam 311, o que representa cerca de 19,5% do total de 1.598

aeroportos do mundo analisados pela Airports Council International. Como é possível

visualizar no Gráfico 14, a China contribui com mais da metade dos aeroportos do

agrupamento, com 182 (58,5%), em seguida está o Brasil, com 88 aeroportos (28,3%).

Gráfico 15: Quantidade de Aeroportos Avaliados pelo WATR - BRICS - 2012

Fonte: World Airport Traffic Report, 2012. ACI.

5.2. Conectividade aérea entre Brasil e os Demais Países do BRICS.

A conectividade aérea entre o Brasil e os demais países do BRICS ocorre em

voos sem conexão, com exceção da África do Sul e da China. O país africano tem um

histórico de voos mais antigo com o Brasil, sendo operados initerruptamente nos

últimos quatorze anos pela South African Airways na rota Guarulhos-Johannesburg.

Como pode ser visto na Tabela 13 a seguir, a empresa apenas alternou o número de

frequências semanais ao longo do período e opera atualmente 11 frequências. A Varig

operou a rota Brasil-África do Sul por um curto período: de maio a outubro de 2004.

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Tabela 13 - Frequências Operadas Brasil-África do Sul - HOTRAN 2000-2013

Fonte: ANAC

Na Tabela 14, verifica-se que a empresa Air China começou a operar

recentemente a rota Guarulhos-Madrid-Pequim. Primeiramente, operou essa rota entre

janeiro de 2007 e setembro de 2008. Após esse período houve uma interrupção devido

aos altos custos de combustível, segundo notícias do jornal Panrotas33. A empresa

retornou as operações em abril de 2010 e mantêm as duas frequências até hoje.

Tabela 14- Frequências Operadas Brasil-China - HOTRAN 2000-2013

* A Air China suspendeu sua operação direta entre São Paulo e Madri em 14 de setembro de 2008.

Fonte: ANAC

O tráfego aéreo anual de passageiros entre Brasil e África do Sul, e Brasil e

China, nos últimos dez anos, é apresentado no Gráfico 15, considerando voos regulares

e não regulares. Em 2012, a participação no mercado brasileiro internacional foi de

1,1% para África do Sul e 0,1% para China, tendo sido transportados 190 mil e 21 mil

passageiros entre as partes, respectivamente.

33 PANROTAS: http://www.panrotas.com.br/canais/redacao/plantao/portal_reader_noticia.asp?cod_not=39476&rss=1

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Gráfico 15: Tráfego Aéreo de Passageiros com Ligação Brasil-BRICS

Fonte: ANAC

As empresas mistas transportaram praticamente toda carga aérea entre Brasil e

África do Sul, e entre Brasil e China, nos últimos dez anos, considerando voos regulares

e não regulares. A participação no mercado brasileiro internacional foi de 0,57% para a

África do Sul e 0,06% para a China, em 2012. No Gráfico 16, observa-se o volume de

carga transportado entre as partes durante o período 2003-2012.

Gráfico 17: Tráfego Aéreo de Carga (em Toneladas) com Ligação Brasil-BRICS

Fonte: ANAC

Para a Índia, a conectividade é feita por meio de conexão em outros países. Uma

das principais opções é a África do Sul. A empresa South African Airways (SAA) opera

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voos diários para São Paulo e Mumbai, ambos a partir de Johannesburgo e com

aeronaves Airbus A330-20034. O tempo de viagem é de aproximadamente 21 horas e 35

minutos para a ida e 22 horas e 25 minutos para a volta.

A importância do BRICS para a South African é evidenciada na declaração do

gerente comercial da companhia, Theunis Potgieter: "O aumento nas frequências reflete

o nosso compromisso com o mercado indiano e com os passageiros da companhia, que

agora podem voar diretamente de Johannesburgo a Mumbai em voos diários. Esse

anúncio vem também como uma resposta da SAA à crescente demanda entre a África

do Sul e a Índia. Além disso, a entrada da África do Sul na aliança BRICS também tem

desempenhado um papel importante no aumento considerável das atividades

econômicas entre a Índia e a África do Sul"35.

Além disso, a estratégia de conectividade entre os três países é evidenciada na

declaração do diretor-geral da South African para a América do Sul, Nelson de Oliveira:

“O mercado brasileiro e o mercado da América do Sul continuam entre os mais

estratégicos para a SAA, uma vez que, com a crescente expansão de voos da SAA,

Johannesburg reforça a sua vocação de ser um hub extremamente competitivo para o

tráfego de passageiros entre a América do Sul e a África, a Ásia e a Austrália”.36

Por fim, as opções de menor tempo de voo e conexão entre Brasil e Rússia

incluem conexões em aeroportos europeus. As principais empresas com apenas uma

conexão são Air France, com conexão em Paris, Iberia, com conexão em Madri,

Lufthansa, com conexão em Frankfurt, e Swiss, com conexão em Zurique.37

A Tabela 15 a seguir sumariza informações sobre possíveis rotas disponíveis

entre o Brasil e os demais países do agrupamento.

34 http://www.flysaa.com/br/pt/Documents/flightschedules/Timetable_22122010.pdf 35 http://www.indiabrazilchamber.org/?p=4162 (27/07/2012) 36 http://www.indiabrazilchamber.org/?p=4162 (27/07/2012) 37 Air France: http://www.airfrance.com.br/BR/pt/common/home/voos/bilhete-aviao.do ; Iberia:

http://www.iberia.com/br/; Lufthansa: http://www.lufthansa.com/online/portal/lh/br

/homepage?l=pt&cid=1000197; SWISS: http://www.swiss.com/web/PT/Pages/index.aspx?Country=BR

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36

Tabela 15: Detalhes dos Voos Brasil-BRICS38

Fonte: Sítio eletrônico das empresas

5.3. Acordos Bilaterais

Os Acordos de Serviços Aéreos (ASA) entre o Brasil e os demais países do

BRICS estão apresentados na Tabela 16 a seguir. De acordo com a metodologia da

GAMI/SRI para avaliação do grau de liberalidade dos Acordos (Nota Técnica Nº

68/2013/SRI), os ASA com África do Sul, China e Rússia estão classificados como

restritivos e carentes de renegociação, especialmente no tocante às cláusulas relativas à

capacidade e ao quadro de rotas.

Tabela 16 – Acordos Aéreos entre o Brasil e os Demais Países do BRICS

Fonte: ANAC

38 Observação: A pesquisa de preços foi realizada com o mínimo de 30 dias de antecedência. Data da

pesquisa: 04/09/2013. Voos marcados de ida para 10/10/2013 e volta para 17/10/2013, exceção ao voo da

TAAG cujas datas são: ida para 12/10/2013 e volta para 18/10/2013. Taxa de câmbio 1 US$ = R$ 2,39.

Sítio eletrônico das empresas: Air China (www.airchina.com.br), Lufthansa (www.lufthansa.com), South

Africa (www.flysaa.com), TAAG (www.taag.com), Air France (www.airfrance.com); Emirates

(www.emirates.com);.

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Como visto na Tabela acima, o ASA do Brasil com a África do Sul prevê 28

frequências semanais para serviços mistos e 7 frequências semanais para serviços

exclusivamente cargueiros, ambos com qualquer tipo de aeronave. Referente aos

direitos de tráfego, as empresas aéreas designadas dos dois países podem operar os

seguintes direitos de tráfego de 5ª liberdade para serviços mistos: pelo Brasil até 4

pontos além, exceto no continente africano; pela África do Sul até 4 pontos além, exceto

na América do Sul. Cabe ressaltar que quaisquer pontos além dos continentes africano

(rotas brasileiras) e sul-americano (rotas sul-africanas) poderão ser servidos sem direitos

de 5ª liberdade através de acordos de código compartilhado com empresas africanas e

sul-americanas, respectivamente. Já para serviços cargueiros, as empresas aéreas

designadas dos dois países podem operar direitos de tráfego de até 6ª liberdade em

pontos constantes do Quadro de Rotas.

Já o ASA com a Índia abarca capacidade cargueira livre e 21 serviços mistos por

semana com qualquer aeronave até B-747/400, sendo permitidas operações nos pontos

constantes do Quadro de Rotas, exceto em pontos no Golfo/Oriente Médio.

No caso da China, o ASA prevê 28 serviços semanais combinados ou

exclusivamente cargueiros com qualquer tipo de aeronave. As rotas brasileiras devem

seguir via Alemanha e dois outros países (excluindo pontos na Ásia) a serem

determinados pelas autoridades aeronáuticas brasileiras. E as rotas chinesas devem

seguir via Alemanha e dois outros países (excluindo pontos na costa leste dos Estados

Unidos) a serem determinados pelas autoridades aeronáuticas chinesas; um desses

pontos já foi determinado em 2006, Madri, na Espanha, e está sendo utilizado

atualmente pela Air China.

No ASA com a Rússia estão permitidas 7 frequências semanais mistas e 7

frequências semanais exclusivamente cargueiras. Porém, o exercício de direitos de

tráfego acessório é sujeito a entendimentos entre as partes. Nas rotas brasileiras, estão

previstos Moscou e três pontos adicionais a serem nomeados pelo Brasil. E nas rotas

russas, as operações podem ser para o Rio de Janeiro e três pontos adicionais a serem

determinados pela Rússia. Na rede de rotas Transiberianas do espaço aéreo da

Federação Russa, os direitos para operar não podem ser concedidos enquanto não for

estabelecido um acordo comercial entre as empresas aéreas designadas do Brasil e da

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Rússia. Adicionalmente, informa-se que as Partes estão em processo de renegociação do

ASA em vigor desde 2011, tendo sido trocadas diversas correspondências. No

momento, o Brasil aguarda o posicionamento russo acerca das últimas observações

brasileiras. Os pontos contenciosos referem-se às cláusulas de capacidade, tarifas,

designação e solução de controvérsias.

Por fim, cumpre destacar o Memorando de Entendimento Trilateral entre Brasil,

África do Sul e Índia, firmado em Julho de 2005 no âmbito do fórum de diálogo do

IBAS. Cada Parte poderá operar até 14 frequências semanais para serviços mistos e

mais 7 frequências para serviços exclusivamente cargueiros. As rotas deverão incluir os

três países e permitem direitos de até 5ª liberdade.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme apresentado ao longo da presente Nota Informativa, observa-se nos

países que compõem o BRICS um grande potencial econômico desde seu primeiro

estudo pelo Goldman Sachs. Destaca-se que 18% do Produto Interno Bruto (PIB)

nominal mundial em 2011 foram provenientes desses países. Além disso, os países

estão densamente ligados pelo comércio de commodities.

Em relação à corrente comercial entre o Brasil e os demais países do BRICS, a

mesma aumentou mais de nove vezes nos últimos dez anos, com destaque para as

transações com a China, que se tornou o principal parceiro comercial do Brasil.

No transporte aéreo, 22% do tráfego global de passageiros são processados pelos

aeroportos dos países dos BRICS, destacando-se a China na segunda posição e o Brasil

em quinto lugar entre os principais mercados no mundo.

O Brasil possui Acordos de Serviços Aéreos com todos os demais países dos

BRICS e a conectividade aérea entre as partes ocorre atualmente em voos sem conexão

apenas para África do Sul e para China, por meio das empresas South African e Air

China, respectivamente. Isso demonstra a necessidade de uma maior interação aérea

entre os países participantes do agrupamento.

É a Nota Informativa.

31 de dezembro de 2013

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