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1
VI Semana Acadmica de Enfermagem
UFSM/CAMPUS DE PALMEIRA DAS MISSES
I Encontro de Egressos de Enfermagem
UFSM/CAMPUS DE PALMEIRA DAS MISSES
Enfermagem, Educao e Servio na Rede de Ateno Sade
Realizado em Palmeira das Misses/RS, no perodo de 12 a 15 de maio de 2015.
2
VI Semana Acadmica de Enfermagem UFSM/Campus de Palmeira das Misses/RS
I Encontro de Egressos de Enfermagem UFSM/Campus de Palmeira das
Misses/RS
TEMA OFICIAL
Enfermagem, Educao e Servio na Rede de Ateno Sade
PROMOO
Universidade Federal de Santa Maria
Campus Palmeira das Misses/RS
Diretrio Acadmico de Enfermagem (DAEnf)
Programa de Educao Tutorial (PET) Enfermagem
Programa de Educao pelo Trabalho para a Sade (PET-Sade)
Coordenao do Curso de Enfermagem
Realizao
3
APOIADORES
Ncleo de Ensino, Pesquisa e Extenso em Sade Coletiva - NEPESC
Grupo de Ensino, Pesquisa e Extenso em Sade Mental - GEPESM
Diretrio Central dos Estudantes- DCE UFSM
Departamento de Cincias da Sade
LOCAL
Universidade Federal de Santa Maria
Campus de Palmeira das Misses/RS
Auditrio FINEP
12 a 15 de maio de 2015.
Palmeira das Misses/RS - Brasil
4
COMISSO ORGANIZADORA
COMISSO DE INSCRIO/EMISSO DE CERTIFICADOS E
CREDENCIAMENTO
Prof Adriane Marins dos Santos e Prof. Susane Cosentino
COMISSO DE LOGSTICA
Acadmica Damaris Stoffel, Prof. Darielli Resta Fontana e Grupo PET-Sade/Rede de
Ateno Pessoa com Deficincia
COMISSO DE DIVULGAO
Acadmica Meire Suzana Escher, Acadmico Geovani Rodrigo Pezente da Silva, Enfermeiro
Paulo Mayer Della Libera, Prof. Rafael Marcelo Soder e Grupo PET-Sade/Rede de Ateno
s Urgncias e Emergncias/SOS Emergncias
COMISSO DE PATROCNIO
Acadmica Indaiara Wisniewski, Prof. Ricardo Vianna Martins, Prof. Isabel Cristina dos
Santos Colom e Grupo PET-Sade/Rede de Ateno Psicossocial, priorizando o
enfrentamento do lcool, Crack e Outras Drogas
COMISSO CONTATO COM OS PALESTRANTES
Prof. Ethel Bastos e Prof. Rafael Marcelo Soder
COMISSO DE ORGANIZAO GERAL Prof. Ethel Bastos da Silva, Prof. Isabel Cristina dos Santos Colom, Prof. Leila Mariza
Hildebrandt, Prof. Alitia Santiago Dillio, Prof. Adriane Marins dos Santos, Prof.
Aline Cammarano, Isabel Cristina Pacheco Van der Sand e Acadmica Graciela Machado
de Arajo.
COMISSO CIENTFICA
PET Enfermagem UFSM/Campus Palmeira das Misses
Acadmica Nara Reisdorfer, Prof. Leila Mariza Hildebrandt e Prof. Marins Tmbara Leite
5
ANAIS
6
SUMRIO
MODALIDADE RESUMO EXPANDIDO
N Trabalho Ttulo Autores
01
ASSISTNCIA DE ENFERMAGEM AO
PACIENTE EM VENTILAO MECNICA:
RELATO DE EXPERINCIA
Nara Reisdorfer
Graciela Machado de Araujo
Adriane Marines dos Santos
Camila Zanatta Zuchi
02
A DETECO DO ATRASO DO CRESCIMENTO
E DESENVOLVIMENTO: RELATO DE
EXPERINCIA
Jssica Zanquetta Vargas
Isabel Cristina dos Santos Colom
Cristiane Thas Welter Basanella
Bruna Zanon
Damaris Stoffel
Las Joana Nardino
03 A INSERO DA FAMLIA NO CENTRO DE
ATENO PSICOSSOCIAL
Maili Frizon
Silvia Naiara Santos Correa
Ricardo Vianna Martins
Marines Adriane dos Santos
04 A INTERFACE ENTRE A SNDROME DE
BORNOUT E A ENFERMAGEM.
Vanessa Horst
Rafaela Polidrio Krauzer
Ricardo Vianna Martins
05
A VISITA DOMICILIAR COMO INSTRUMENTO
PARA CONSTRUO DE PROJETO
TERAPUTICO SINGULAR, UM RELATO DE
EXPERINCIA.
Damaris Stoffel
Darielli Gindri Resta
Las Joana Nardino
Rita Lucia Luza
06
APLICAO DE REIKI A USURIOS
HIPERTENSOS DO SISTEMA NICO DE SADE
NOTA PRVIA
Danieli Samara Federizzi
Vera Lucia Freitag
Sidnei Petroni
Viviane Marten Milbrath
07
ATIVIDADES PRTICAS
EXTRACURRICULARES DESENVOLVIDAS EM
UMA UNIDADE DE SADE DA FAMLIA:
RELATO DE EXPERINCIA
Bruna Bender Companhoni
Machado Marins Tambara Leite
Leila Mariza Hildebrandt
08
ATUAO DO ENFERMEIRO NA ESTRATGIA
SADE DA FAMLIA: EXPERINCIAS E
PERSPECTIVAS DE USURIOS
Danieli Samara Federizzi
Isabel Cristina dos Santos Colom
09
CENRIO DE SADE MENTAL:
DIFICULDADES ENCONTRADAS PELOS
PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM
Kassiely Klein
Ricardo Vianna Martins
Queila Campos da Silva
10
CONTRIBUIES DO PET- SADE NA
ATENO BSICA: RELATO DE
EXPERINCIA
Franciele Teixeira Rosa
Fabiana Aparecida Rocha
Ricardo Vianna Martins
11
CONTRIBUIES DO PET-SADE NA
CONSOLIDAO DOS SERVIOS DE SADE
MENTAL: A PERSPECTIVA DOS
ENFERMEIROS
Queila Campos da Silva
Kassiely Klein
Ricardo Vianna Martins
12 CUSTO AFETIVO NO TRABALHO DE Jonatan da Rosa Pereira da Silva,
7
AGENTES PENITENCIRIOS Cynthia Helena Ferreira Machado,
Francine Cassol Prestes,
Rosngela Marion da Silva,
Carmem Lcia Colom Beck
13
DESAFIOS QUE SE INTERPEM NAS
ESTRATGIAS EDUCATIVAS AOS USURIOS
DOS SERVIOS DE SADE
Letcia Petry
Luiz Anildo Anacleto da Silva
Rafael Marcelo Soder
Isabel Cristine Oliveira
Vera Regina De Marco
Sabrina Dias Senger
14 DOAO DE RGOS SOB A TICA DE
FAMILIARES: REVISO NARRATIVA
Andressa Dias Schroeder
Adriane Marines dos Santos
15
GRUPO DE PROMOO DE SADE EM
EMPRESA DE TRANSPORTE COLETIVO:
RELATO DE EXPERINCIA
Vera Regina De Marco
Sidnei Petroni
Fabili Vargas Muniz Schneider
Sabrina Dias Senger
Isabel Cristine Oliveira
Letcia Petry
16
MAPEAMENTO DE PESSOAS COM
DEFICINCIA NA ATENO BSICA DE UM
MUNICPIO GACHO: NOTA PRVIA
Sandi Felicete
Giziane Viana Silva
Betina Soares Lagomarsino
Isabel Cristina dos Santos Colom
17 O SERVIO DE URGNCIA E EMERGNCIA
NO BRASIL
Graciela Machado de Araujo
Jairo Soero
Daiane Borsatto
Rafael Marcelo Soder
18
PERDA AUDITIVA EM CRIANAS:
DETECO, IMPACTO FAMILIAR E
INTERVENES NO PROCESSO DO CUIDAR
Las Joana Nardino
Damaris Stoffel
Isabel Cristina dos Santos Colom
Nara Reisdorfer
Rita Lucia Luza
Bruna Zanon
19
PERFIL DOS ATENDIMENTOS EM UMA
ESTRATGIA DE SADE DA FAMLIA NUM
MUNICPIO DE PEQUENO PORTE DO
NOROESTE DO RIO GRANDE DO SUL
Alxia Cassol Zeni
Rafael Marcelo Soder
Frick Elieti Brizola
20
PET-SADE NAS ESCOLAS: AMPLIANDO A
REDE DE CUIDADO A PESSOA COM
DEFICINCIA
Giziane Viana da Silva
Sandi Felicete
Betina Soares Lagomarsino
Aline Kettenhuber Gieseler
Isabel Cristina dos Santos Colom
21
RESGATANDO A CLNICA: EXPERINCIAS
VIVENCIADAS POR ACADMICAS DE
ENFERMAGEM NO PARCE&S
Fabili Vargas Muniz Schneider
Luana Escobar dos Santos da Silva
Adriane Marines dos Santos
Luiz Anildo Anacleto da Silva
22 UM OLHAR SOBRE A ENFERMAGEM Aline Rugeri
8
AMPARADA POR UM PROTOCOLO JURDICO
MUNICIPAL: RELATO DE EXPERINCIA
Michele Silva Lachno
Edenilson Freitas Rodrigues
23
UNIVERSIDADE E SEU PAPEL NA EDUCAO
EM SADE DE ALUNOS DO ENSINO BSICO:
RELATANDO EXPERINCIAS
Fabili Vargas Muniz Schneider
Vera Lucia Freitag
Indiara Sartori Dalmolin
Sidnei Petroni
24
VISITA DE PACIENTES DE UM CENTRO DE
ATENO PSICOSSOCIAL I
UNIVERSIDADE: PERSPECTIVA DE VIDA
Yohana Pereira Vieira
Ricardo Vianna Martins
Carolina Lopes Hipp
Rubia Luana Baldissera
Alane Karen Echer
9
SUMRIO MODALIDADE RESUMO SIMPLES
N Trabalho Ttulo Autores
26
A ENFERMAGEM E A EDUCAO SEXUAL
EM ESCOLA PBLICA: ABORDAGEM PARA
ADOLESCENTES
Andressa Dias Schroeder
Diana Cristina Buz Mainardi
Marins Tambara Leite
Leila Mariza Hildebrandt
27
ELABORAO DE PROTOCOLOS CLNICOS
DE ATENDIMENTO PELO PET-REDES
URGNCIA E EMERGNCIA - RELATO DE
EXPERINCIA
Gessica de Lima Oliveira
Cristiane Moraes da Silva
Rafael Marcelo Soder
Andressa Magalhes Flores
Fabio Lucas Begnini
28
INCIDNCIA, LOCAL E CONSEQUNCIAS DE
QUEDAS EM IDOSOS NO
INSTITUCIONALIZADOS
Bruna Bender Companhoni Machado
Marins Tambara Leite
Leila Mariza Hildebrandt
29
O ACADMICO, A INICIAO CIENTIFICA E
O GRUPO DE PESQUISA: RELATO DE
EXPERINCIA
Jonatan da Rosa Pereira da Silva
Afonso Valau de Lima
Francine Cassol Prestes
Rosngela Marion da Silva
Carmem Lcia Colom Beck
30
PET-SADE E A INTERVENO
ACADMICA NO MBITO ESCOLAR:
RELATO DE EXPERINCIA
Luisa Rodrigues de Lima
Estfeni Sanini do Nascimento
Isabel Cristina dos Santos Colom
31
PROGRAMA DE EDUCAO PELO
TRABALHO PARA A SADE EM UM CENTRO
DE ATENO PSICOSSOCIAL I: GRUPO DE
CONVIVNCIA E DE MEDICAES
Rafaela Polidrio Krauzer
Jaqueline Sganzerla
Vanessa Horst
Queli Sartori Nogueira
Ricardo Vianna Martins
32
REFLEXO SOBRE SEGURANA DO
PACIENTE DURANTE A TERAPIA
MEDICAMENTOSA E A RESPONSABILIDADE
DO ENFERMEIRO
Luciana Machado Martins
Luiz Anildo Anacleto da Silva
Fernanda Honnef
33
REVISO INTEGRATIVA ACERCA DAS
ESTRATGIAS DE AUTOCUIDADO DO
IDOSO
Caroline Thas Both
Juliane Elis Both
Margrid Beuter
Miriam da Silveira Perrando
Jamile Lais Bruinsma
Matheus Souza Silva
34
SISTEMATIZAO DA ASSISTNCIA DE
ENFERMAGEM NO CUIDADO A PACIENTE
COM DRENO DE TRAX
Vera Regina de Marco
Sabrina Dias Senger
Nara Reisdorfer
Juliana Jungbeck da Silva
Letcia Petry
Mnica Strapazzon
35 VISITAS DOMICILIARES A PESSOAS COM
NECESSIDADES ESPECIAIS: RELATO DE
Luana Escobar dos Santos Silva
Fabili Vargas Muniz Schneider
10
EXPERINCIA Aline Kettenhuber Gieseler
Alessandra Florencio de Lima
01 ASSISTNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE EM VENTILAO
MECNICA: UM RELATO DE EXPERINCIA
REISDORFER, NARA
Acadmica do Curso de Graduao em Enfermagem da UFSM/Campus Palmeira das
Misses-RS. Bolsista PET Enfermagem UFSM/Campus Palmeira das Misses. E-mail
ARAUJO, GRACIELA MACHADO DE
Acadmica de Graduao do Curso de Enfermagem da Universidade Federal de Santa
Maria/Campus Palmeira das Misses. Bolsista do PET-Sade/Rede de Ateno s Urgncias
e Emergncias/SOS Emergncias. E-mail: [email protected]
SANTOS, ADRIANE MARINES DOS
Enfermeira, Especialista em Terapia Intensiva. Professora substituta da Universidade Federal
de Santa Maria/Campus Palmeira das Misses. E-mail: [email protected]
ZUCHI, CAMILA ZANATTA
Acadmica de Graduao do Curso de Enfermagem da Universidade Federal de Santa
Maria/Campus Palmeira das Misses. E-mail: [email protected]
DESCRITORES: Unidades de Terapia Intensiva; Cuidados crticos; Enfermagem.
INTRODUO: A Unidade de Terapia Intensiva designada ao cuidado de pacientes
crticos, instveis e que necessitam de assistncia especializada, de intervenes complexas e
assistncia mdica e de enfermagem ininterruptas nas 24 horas do dia, sendo que estes
profissionais atuam com o limiar entre vida e a morte. O tratamento atribudo aos pacientes
pautado em monitoramento constante dos diversos sistemas do organismo, com intuito de
diagnosticar e intervir o mais rpido possvel sobre qualquer alterao que possam ocorrer em
alguns desses sistemas. Os recursos tecnolgicos do setor chamam ateno por sua grande
variedade e complexidade. Os sinais so constantemente avaliados atravs da monitorizao
por aparelhos conectados ao paciente, exames de imagens e laboratoriais, bem como por uma
adequada avaliao clnica. Os pacientes internados em uma unidade de terapia intensiva
demandam de uma ateno especial e uma equipe multiprofissional preparada e qualificada
(LOPES et al 2015). Segundo a RDC 50/02 a localizao deste setor no hospital tem que ser
em um local estratgico, estando prximo aos elevadores, ao centro cirrgico e a sala de
recuperao ps anestsica, com o intuito de facilitar o acesso a esses servios auxiliares.
Deve tambm, permitir a circulao de macas, aparelhos e mobilidade para os profissionais,
se mantendo distante de locais com circulao considervel de pessoas. A estrutura fsica
deve ser planejada e elaborada visando favorecer o atendimento, de forma que permita a
observao individual e conjunta de todos os leitos, geralmente com sistema de ilha, sendo
esta rea destinada para posto de enfermagem ou local de prescrio, com visualizao direta
dos pacientes. O ambiente deve ser silencioso e climatizado com temperatura adequada
proporcionando bem estar aos pacientes e evitar possvel hipotermia. Segundo o Ministrio da
Sade (2005) a unidade de terapia intensiva um local que apresenta grande especializao e
tecnologia, e por esse motivo um setor que deve ser atrelado a profissionais, mdicos e
11
enfermeiros, com profundo conhecimento tcnico cientifico, alm de habilidade e destreza
para prestar cuidados e realizar os procedimentos necessrios. Nesse sentido, levando em
conta essas recomendaes, subentende-se que os profissionais atuantes nesse setor precisam
de muito preparo e capacitao, pois esto constantemente em situaes cujas decises iro
definem entre a vida ou a morte do paciente (RAMOS, 2009). A insero do profissional
enfermeiro em tal cenrio ocupa um papel importante por envolver algumas especificidades e
articulaes. A assistncia aos pacientes de alta complexidade exige do profissional
conhecimento das tcnicas e empatia pelos pacientes e familiares, pois, este o executor do
cuidado. Salientando que para isso, estes necessitam obter embasamento cientfico e constante
aprimoramento deste conhecimento. Ter a sensibilidade de mesmo com a alta complexidade e
todo o aparato tecnolgico, sendo emptico e prestar uma assistncia humanizada, estendendo
esse cuidado aos familiares, que tambm padecem diante da internao. Alm das demandas
relativas gerncia da unidade, que compreende o planejamento, a execuo e a avaliao da
assistncia, passando pela distribuio de profissionais, superviso e orientao da equipe de
enfermagem (CHAVES, 2012). Para Martins (2011), o ambiente dessa unidade desafiador
para os profissionais enfermeiros, pois considerado insalubre e complexo, devido aos
obstculos relacionados a assistncia aos pacientes e as solicitaes constantes e exigentes de
familiares, mdicos e da instituio. Tambm aos riscos que este profissional est exposto,
tantos fsicos, biolgicos, qumicos e tecnolgicos. A unidade de terapia intensiva tambm
conhecida pela presena de tecnologias altamente especializadas e complexas, utilizadas com
intuito de garantir sobrevida aos pacientes crticos nas mais diversas situaes com alteraes
em qualquer sistema do corpo. Visando estabilizar o paciente o mais rpido possvel em um
curto perodo de internao, tento em vista os altos riscos de infeco da unidade. Em busca
da manuteno da vida se faz uso de suporte contnuo para poder manter as funes vitais de
pacientes crticos que precisam de acompanhamento, monitorizao e intervenes
recorrentes. Esses pacientes, a maioria quase que absoluta, so submetidos a procedimentos
invasivos, como exemplo a utilizao de tubo orotraqueal, traqueostomia e ventilao
mecnica. Em Unidades de Terapia Intensiva a ventilao artificial uma interveno
amplamente utilizada, pois os pacientes que internam muitas vezes esto com
descompensao da mecnica respiratria, impossibilitados de manter as trocas gasosas e
promover oxigenao aos tecidos. A ventilao mecnica caracteriza-se como um mtodo de
suporte para o tratamento de pacientes com insuficincia respiratria aguda ou crnica
agudizada, sua utilizao pode ser de forma invasiva e no invasiva. A utilizao de
ventilao mecnica tem a finalidade de permitir trocas gasosas compatveis com as
necessidades metablicas, prevenir a deteriorao da funo ventilatria, reduzir o trabalho
dos msculos ventilatrios revertendo ou evitando a fadiga dos mesmos, alm de permitir
aplicao de teraputicas especficas (CRUZ, 2015). Muitos cuidados devem ser adotados no
acompanhamento de pacientes em ventilao mecnica como a avaliao constante do
paciente: aspecto clnico, sinais de esforo, sinais vitais, agitao psicomotora. Outro ponto
muito importante a ser avaliado so os grficos dos respiradores que mostram a Presso,
PEEP, frequncia respiratria, volume corrente e outros parmetros que permitem aferir
resposta adaptativa do paciente a ventilao. Deve tambm ser analisada a presena de
secreo no tubo, presena de vazamento (escape de ar), Cuff quanto a seu posicionamento e
quantidade adequada de ar no mesmo, alm da fixao do cadaro que dever ser adequada,
para no comprimir vasos importantes, ou retirada acidental do dispositivo. Caso o paciente
apresente interao ou competio com o tubo orotraqueal deve-se reajustar parmetros, por
vezes aumentando a dose de sedativo se no for possvel iniciar desmame, caso as condies
do paciente permitam a extubao pode se iniciar o desmame (CRUZ, 2015). OBJETIVO:
12
Este trabalho tem por objetivo relatar a vivncia de acadmicos do curso de enfermagem
sobre a atuao da enfermagem junto ao paciente em ventilao mecnica.
METODOLOGIA: Este relato de experincia fruto das vivencias acadmicas obtidas
atravs das atividades prticas da disciplina de Enfermagem Em Terapia Intensiva, presente
no sexto semestre da grade curricular do Curso de Graduao em Enfermagem da
Universidade Federal de Santa Maria, Centro de Educao Superior Norte do Rio Grande do
Sul, Campus de Palmeira das Misses. Tais prticas ocorreram no perodo de 04 a 07 de
novembro de 2014 totalizando 20 horas acompanhadas por professores supervisores da
disciplina. A Unidade de Terapia Intensiva do Hospital onde se desenvolveu as atividades
prticas est localizada em um municpio de pequeno porte no noroeste do estado do Rio
Grande do Sul. O setor conta com 10 leitos adulto, equipados para atender demandas
complexas tanto da comunidade local, regional e estadual, j que a unidade esta cadastrada na
central de leitos do estado, e principalmente por se tratar de uma das nicas unidades da
regio. Por vezes acaba fazendo atendimentos espordicos a pacientes peditricos, at o
momento que haja leito especializado disponvel para sua transferncia. Durante as atividades
prticas os alunos foram, inicialmente, divididos em duplas e incumbidos das demandas de
determinado paciente, alm de todos os cuidados relacionados a esse, alm de acompanhar o
trabalho dos profissionais enfermeiros no setor. Tendo a oportunidade de desenvolver
atividades como verificao dos sinais vitais de duas em duas horas incluindo avaliao de
ventilao mecnica, nveis correntes, presso inspiratria, frequncia e PaO2, administrao
me medicamentos, controle de balano hdrico, aferio de PVC avaliao do estado geral do
paciente, a realizao diagnsticos de enfermagem, a elaborao das prescries de
enfermagem, com o intuito de proporcionar a continuidade do cuidado de enfermagem, bem
como dar suporte aos pacientes nas questes de alimentao e higiene, alm da aplicao de
escalas coma de Glasgow e da dor, que faziam parte do roteiro das atividades prticas e
tambm rotina na instituio. RESULTADOS E DISCUSSES: O cuidado de
Enfermagem, especialmente em Unidades de Terapia Intensiva, complexo e desafiador.
Esses profissionais esto expostos frequentemente a situaes clnicas complicadas e que
requerem ateno constante, intervenes rpidas e controle de seu prprio emocional, ao
mesmo tempo, a velocidade de inovaes tecnolgicas exigem capacitaes e treinamentos
constantes destes para manuseio de forma consistente, correta e segura desses aparatos. A
cada equipamento e tecnologia adicionado ao cuidado, aumenta a complexidade do trabalho
da enfermagem, embora na maioria das vezes, essa incluso de novas tecnologias potencializa
a reduo da carga de trabalho, melhorando a qualidade do cuidado (ZUZELO, 2008). No
perodo de estagio a unidade encontrava-se com todos os leitos ocupados e muitos destes
pacientes estavam submetidos ventilao artificial, atravs de mscara, culos nasal ou tubo
orotraqueal. Cada um dos mtodos utilizados com suas indicaes especficas, dentre elas o
volume em litros de O2 que o paciente necessitava e os nveis de conscincia apresentados..
As patologias que houve indicao de ventilao artificial foram a Sndrome da Angustia
Respiratria em Adultos (SARA), doena pulmonar obstrutiva crnica (DPOC),
broncoaspirao entre outros. A unidade possui respiradores de ltima gerao, de fcil
instalao e monitoramento, permitindo a programao dos nveis indicados ao paciente de
presso de O2 e CO2, PEEP, frequncia respiratria, volume corrente, definindo tambm a
relao de tempo entre inspirao e espirao de acordo com as necessidades do sujeito.
Permitindo assim um controle absoluto sobre as funes respiratrias do mesmo. medida
que a assistncia norteada por um referencial terico, notou-se que a equipe de enfermagem
tem autonomia mostrando-se sujeitos ativos no processo de acompanhamento, avaliao, e
manuteno adequada da terapia ventilatria, relacionando conhecimentos anatmicos e
13
fisiolgicos a clnicos tecnolgicos estabelecendo relaes de trabalho coerentes e produtivas
no sentido de oferecer um cuidado integral e qualificado. CONCLUSO: As atividades
prticas supervisionadas possibilitam ampliar o contato com a realidade profissional futura e,
tambm, se constitui como parte essencial da integrao da teoria com a prtica aprendida,
culminando em aprendizagem para os acadmicos. Permite, ainda, a troca de conhecimento
com os profissionais atuantes na rea a fim de obter e aprimorar saberes de ambas as partes.
Alm de uma maior troca com os docentes supervisores, que tornam o campo pratico em um
campo de grande troca de conhecimento. O primeiro contato com a unidade de terapia
intensiva, pacientes crticos e todo o aparato tecnolgico existente nesse setor gera diversos
sentimentos em cada acadmico, como insegurana e medo, por outro lado muitos sentiram-se
mais seguros e confiantes tendo em vista a superviso e apoio de docentes e da equipe de
enfermagem extremamente qualificados, e tambm, pelo fato de estar tudo em mos,
equipamentos, medicamentos e demais itens necessrios ao cuidado, que se encontravam na
cabeceira do paciente ou prximo a este. A ventilao mecnica um fato que colaborou para
o surgimento desses sentimentos, por um lado ver o paciente sedado, entubado e com um
grande aparato de tubos e conexes ligados ao respirador e ao paciente, pode causar espanto,
por outro lado saber que se pode controlar tudo referente a respirao desse sujeito at mesmo
o tempo de inspirao e expirao e o volume que esse paciente ir receber, e do fato desse
respirador possuir bateria de emergncia coso tenha queda de energia, de certa forma
tranquilizou os acadmicos por estes sentirem-se no controle da situao, capazes de
identificar intercorrncias e de agir sobre estas. Destaca-se ainda o apoio recebido da equipe
de enfermagem que se constituiu como um dos pontos positivos e um fator que corroborou
para uma melhor assistncia desprendida aos pacientes e de forma mais segura, alm de
incentivar e encorajar a busca pelo aprimoramento da teoria e da tcnica.
REFERNCIAS
BRASIL. Agencia Nacional de Vigilncia Sanitria- ANVISA. RDC 50 de 21 de fevereiro de
2002- Dispe sobre o Regulamento Tcnico para planejamento, programao, elaborao e
avaliao de projetos fsicos de estabelecimentos assistenciais de sade. Dirio oficial da
unio 20 de maro de 2002
BRASIL. Ministrio da Sade. Poltica Nacional de Ateno ao Paciente Crtico. Braslia
2005
CHAVES, L.D.P.; LAUS, A.M.; CAMELO, S.H. Aes gerenciais e assistenciais do
enfermeiro em unidade de terapia intensiva. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. V.14, n.3, p:671-8,
2012. Disponvel em: http://www.fen.ufg.br/revista/v14/n3/v14n3a25.htm. Acesso em: 10 de
maro de 2015.
CRUZ, M.R.; ZAMOR, V.E.C. Guia de Consulta Rpida em Ventilao Mecnica Bsica
e Resolues de Problemas Comuns do Ventilador Mecnico. Hospital Universitrio Pedro
Ernesto. Rio de Janeiro, 2015.
http://www.fen.ufg.br/revista/v14/n3/v14n3a25.htm
14
LOPES, N.P. et al. Conhecendo as UTIs de Curitiba: UTI geral. Revista do Curso de
Enfermagem UFSC: IV Jornada Cientfica de Enfermagem. v. 4, p:1-2, 2015. Disponvel
em file:///C:/Users/hp/Downloads/1036-977-1-PB%20(1).pdf. Acesso em: 12 de maro de
2015.
MARTINS, A.C. Sintomas osteomusculares relacionados ao trabalho de enfermagem em
unidade de terapia intensiva. Dissertao (mestrado). Escola de Enfermagem da
Universidade de So Paulo. So Paulo, 2011.
RAMOS, E.L. A qualidade de vida do trabalho: dimenses e repercusses na sade do
trabalhador de enfermagem de terapia intensiva. Dissertao (mestrado). Universidade do
Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de Enfermagem. Rio de Janeiro, 2009.
ZUZELO, P.R; GETTIS, C.; HANSELL, A.W.; THOMAS, L. Describing the influence of
technologies on registered nurses' work. Clin Nurse Spec, v.22, n.3, p:132-140, 2008.
Disponvel em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18438162. Acesso em 15 de maro de
2015.
../../Downloads/1036-977-1-PB%20(1).pdfhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18438162
15
02 A DETECO DO ATRASO DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO:
UM RELATO DE EXPERINCIA
VARGAS, JSSICA ZANQUETTA Acadmica do Curso de Graduao em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria
Campus Palmeira das Misses. Bolsista do PET-Sade/Rede de Ateno Pessoa com
Deficincia.
COLOM, ISABEL CRISTINA DOS SANTOS
Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora Adjunta do Curso de Graduao em
Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria - Campus Palmeira das Misses.
Tutora do PET-Sade/Rede de ateno Pessoa com Deficincia.
BASANELLA, CRISTIANE THAS WELTER
Enfermeira da Estratgia de Sade da Famlia V Dr Josino Assis, bairro Mutiro. Preceptora
do PET-Sade/Rede de Ateno Pessoa com Deficincia.
ZANON, BRUNA
Acadmica do Curso de Graduao em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria
Campus Palmeira das Misses. Bolsista do PET-Sade/Rede de Ateno Pessoa com
Deficincia
STOFFEL, DAMARIS
Acadmica do Curso de Graduao em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria
Campus Palmeira das Misses. Bolsista do PET-Sade/Rede de Ateno Pessoa com
Deficincia.
NARDINO, LAS JOANA
Acadmica do Curso de Graduao em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria
Campus Palmeira das Misses. Bolsista do PET-Sade/Rede de Ateno Pessoa com
Deficincia.
.
DESCRITORES: Cuidado da criana; Ateno primria a sade; Enfermagem; Pessoas com
deficincia.
INTRODUO: O Programa de Educao pelo Trabalho para sade/Redes de Ateno a
Pessoas com Deficincia (PET-Sade), visa formao do aluno por meio do trabalho,
oferecendo oportunidades de troca de conhecimento e experincias entre alunos de graduao
da rea da sade e profissionais atuantes no Sistema nico de Sade (SUS). A Rede de
Ateno a Pessoas com Deficincia, busca assegurar um atendimento qualificado e adequado
a este pblico alvo, garantindo acessibilidade e insero social destes indivduos. Segundo a
OMS (2003), deficincias so problemas nas funes ou nas estruturas podendo ser
temporrias ou permanentes, progressivas ou estveis, intermitentes ou contnuas. Ao
relacionar o trabalho desenvolvido pelos integrantes deste programa, com o sentido de rede,
entende-se que esta fundamental para caracterizar a ligao entre o indivduo e o ser na
16
sociedade na perspectiva do servio. Rede se configura por um conjunto de ns intercalados,
o que determina a intensidade e frequncia dos mesmos, so as ligaes inter-relacionadas
entre eles (RIGHI, 2003) ou ento, como conjuntos de servios de sade vinculados por uma
misso nica com objetivos em comum, de oferecer uma ateno contnua e integral a certa
populao (MENDES, 2011). Das relaes entre as redes, podem surgir ligaes que sejam
favorveis, tornando a rede em questo fortalecida. A ligao da Rede de Ateno a Pessoas
com Deficincia relacionado a enfermagem, tem por finalidade possibilitar novos olhares
acerca da temtica, fazendo com que os futuros profissionais sintam-se preparados para esta
realidade e saibam a tomada correta de decises, tambm tendo em vista a ligao dos
usurios com sua referncia, na obteno de recursos. E sabendo que a puericultura uma
ferramenta facilitadora para a deteco de crianas com possveis deficincias, alm de ela
oferecer metodologias sistemticas necessrias para empregar e assegurar o perfeito
desenvolvimento fsico e mental da criana, e tendo como objetivos bsicos a promoo da
sade, preveno das doenas e a educao da criana e seus familiares, por meio de
orientaes e medidas preventivas de agravos a sade das mesmas (SANTOS, 2010). Est
previsto pelo Estatuto da Criana e Adolescente (ECA) de 1990, os direitos ao crescimento e
desenvolvimento pleno, assegurado por lei e por outros meios, as oportunidades e facilidades
de adquirir o desenvolvimento fsico, mental, moral, espiritual e social, em condies de
liberdade e de dignidade. Sendo dever da famlia, comunidade, sociedade e poder pblico de
garantir esse direito (BRASIL 1990). Em consonncia a esse direito evidente que o cenrio
da Estratgia de Sade da Famlia (ESF) um grande facilitador para a promoo do bem
estar e sade das crianas, pois pode articular o trabalho em rede com os autores que detm
esse dever. A mudana de modelo por meio da Estratgia Sade da Famlia oriunda da
Poltica Nacional da Ateno Bsica (2012), a qual preconiza a criao de Estratgias de
Sade da Famlia (ESF) que envolvem aes em sade, na comunidade ou individual, para
realizao de promoo e proteo da sade, preveno de agravos, recuperao da sade e
reduo de danos, sendo a porta de entrada do sistema de sade, que objetiva, a ateno
integral aos usurios. Dentre as aes da ESF no cuidado da sade da criana est a
Puericultura, sendo ela tambm uma ao do enfermeiro no servio de sade e para que o
enfermeiro possa ver a criana na sua totalidade, necessrio usar a longitudinalidade na
ateno, pois h o estreitamento de vnculo entre os profissionais da sade, famlias e
comunidade, facilitando a adeso e a continuidade da assistncia, e quando h ausncia da
longitudinalidade, no poder haver a construo de novas formas de produzir o cuidado, e
funcionar como uma barreira para a integralidade (FURTADO et al, 2013; ARAJO et al,
2014). Na integralidade no h alienao, portanto reconhecer que a integralidade no
cuidado tem sentido de dar valor a vida e a dignidade humana. A integralidade do cuidado
um modo de estar em relao com o outro na sua totalidade, estendendo-se a dimenses
subjetivas e sociais no apenas se firmando na dimenso biolgica em que a criana apresenta
(SOUSA, ERDMANN; 2012). OBJETIVO: Relatar a experincia de bolsistas do PET-Sade
redes de cuidado a pessoas com deficincia, frente ao acompanhamento de consultas de
puericultura, tendo como foco a deteco do atraso no crescimento e desenvolvimento de
crianas. METODOLOGIA: Refere-se a um relato de experincia, por acadmicas de
enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria/campus Palmeira das Misses, a partir
do desenvolvimento de suas atividades como bolsista PET-Sade, na unidade de Estratgia
de Sade da Famlia (ESF), localizado em uma comunidade carente na regio noroeste do
estado do Rio Grande do Sul. RESULTADOS: No decorrer das atividades realizadas pelas
acadmicas do Curso de Graduao em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria
Campus Palmeira das Misses e a insero como bolsistas do Programa de Educao pelo
17
trabalho (PET-SADE) do Ministrio da Sade (MS) em conjunto com a universidade, tendo
como campo de atuao das atividades prticas a ateno primria a sade. As vivncias nesse
cenrio auxiliaram-nos e fortaleceram-nos na aprendizagem como futuras profissionais da
rea da sade. Nessa direo destacamos uma experincia que teve grande significado em
nossa trajetria, durante as consultas de puericultura junto a enfermeira e a mdica da
Estratgia de Sade da Famlia. Na consulta de puericultura uma me levou seu filho para
consultar, a criana tinha um histrico de prematuridade de sete meses, sem o
desenvolvimento completo do intestino com isso precisou usar bolsa de colostomia, passou
por vrias cirurgias de colocao da bolsa e retirada da mesma, alm de constantes
internaes no hospital da cidade. No dia da consulta a criana estava com 13 meses de idade,
mas aparentava ter 5 meses, ela no sentava e pesava quase 6 quilos. Era evidente que aquela
criana estava com atraso no seu crescimento e desenvolvimento. Aps a consulta essa
criana foi encaminhada para o Centro de Atendimento Especializado a criana (CAE) que se
localizava junto a Associao e Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) do municpio.
Porm a me encontrou-se relutante a esse encaminhamento por achar que seu filho no
necessitava de atendimento especializado, a mesma relatava que seu filho no era uma criana
deficiente. E como a me afirmou e podemos constatar, ele no era uma criana deficiente,
mas naquele momento necessitava de uma avaliao e acompanhamento especializado. Pois
aquele atraso de desenvolvimento poderia interferir no futuro daquela criana, pois haveria
sofrimento a ela e tambm aos familiares. Com muito esforo e dialogo foi possvel explicar
que a criana precisava de atendimento de uma equipe multiprofissional especializada para
melhorar o crescimento e desenvolvimento dela. O acompanhamento desta criana junto a
ESF continuou com a consulta de puericultura e visitas domiciliares, alm do trabalho em
conjunto com a CAE atravs de referncia e contra referncia, e foi possvel observar que no
decorrer do tempo aquela criana comeou desenvolver-se de maneira saudvel, respondendo
as necessidades e caractersticas da etapa do desenvolvimento. Alm de haver um
fortalecimento de vnculo entre os familiares e a estratgia de sade da famlia.
CONCLUSO: Por meio do ensino que o PET-Sade disponibiliza, permite a aproximao
das acadmicas ao contexto social da populao, visando assim possveis fragilidades que
possam ser corrigidas no futuro profissional. A partir desta experincia compreendemos a
importncia das consultas de puericultura na deteco de problemas relacionados ao
crescimento e desenvolvimento das crianas e de possveis agravos e deficincias. Tambm
destacamos a importncia da integralidade do cuidado, usando como ferramenta a escuta e o
dilogo entre o profissional de sade e os usurios do servio, firmando assim um vnculo
fortalecido. Com o vnculo estabelecido possvel promover a fala desses usurios, onde eles
possam demonstrar os seus anseios. Compreendendo os usurios possvel promover uma
assistncia sade qualificada.
REFERNCIAS
ARAUJO, J.P; VIEIRA, C.S; TOSO, B.R; COLLET, N; NASSAR, P.O. Avaliao dos
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19
03 A INSERO DA FAMLIA NO CENTRO DE ATENO PSICOSSOCIAL
FRIZON, MAILI
Acadmica do Curso de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria/Campus de
Palmeira das Misses/RS. Bolsista do PET-Sade/Rede de Ateno Psicossocial, priorizando
o enfrentamento do lcool, Crack e Outras Drogas. E-mail: [email protected]
CORRA, SILVIA NAIARA SANTOS
Acadmica do Curso de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria/Campus de
Palmeira das Misses/RS.
MARTINS, RICARDO VIANNA
Psiclogo. Doutor em Psicologia pela PUCRS. Docente do Curso de Enfermagem da
Universidade Federal de Santa Maria/Campus de Palmeira das Misses/RS. Tutor do PET-
Sade/Rede de Ateno Psicossocial, priorizando o enfrentamento do lcool, Crack e Outras
Drogas.
SANTOS, MARINES ADRIANE DOS
Enfermeira, Especialista em terapia intensiva. Professora substituta da Universidade Federal
de Santa Maria/Campus Palmeira das Misses/RS
Descritores: Servios de sade mental; Assistncia Psiquitrica; Famlia;
Desinstitucionalizao; Sade mental.
INTRODUO: Este Trabalho tem como foco principal a poltica da reforma psiquitrica,
que vem com a proposta da insero da famlia dentro dos projetos teraputicos no CAPS
(Centro de Ateno Psicossocial), as oficinas e grupos. Sendo de fundamental importncia o
papel do CAPS, inserindo o portador de sofrimento psquico na sociedade e na famlia assim
melhorando sua qualidade de vida. A insero da famlia no CAPS tem sido assunto de muitas
discusses, alm de um grande desafio, j que a famlia era considerada um problema para o
portador de sofrimento psquico, sendo afastada do processo. Este portador passou a sofrer
uma intensa ao dos profissionais dos servios de sade mental, e a famlia por sua vez foi
deixada em segundo plano. Antigamente, erroneamente acreditava-se que o transtorno mental
tinha cura, a famlia esperava passivamente por resultados positivos das intervenes feitas
pelos profissionais, e melhoras deste. Era considerado que o cuidado era exclusivo dos
servios e da equipe. A partir de muita discusso e o novo modelo assistencial, percebeu-se
que afastar o portador de transtorno mental da famlia e da sociedade, o isolando do mundo
no a melhor maneira para o tratamento, uma vez que isto causara mais problemas, com o
distanciamento da famlia ele perder o vinculo e ao voltar para sua casa, ir sentir-se
estranho naquele ambiente. Na atualidade, a famlia considera um alicerce entre o portador
de transtorno mental e a equipe. Hoje vem sendo usado tambm como meio de insero, as
terapias familiares que se tornaram um grande alicerce para o enfrentamento destes problemas
mentais, tendo auxiliado e buscado a orientao sobre o diagnstico, alta hospitalar e a
continuidade do tratamento, dando maior autonomia para o portado de sofrimento psquico. A
famlia na fase inicial do tratamento tem papel fundamental na nova trajetria deste paciente
restabelecendo seu equilbrio emocional. OBJETIVOS: Este trabalho tem por objetivo
descrever as aes desenvolvidas pelo CAPS, para a insero da famlia nos projetos
mailto:[email protected]
20
teraputicos, ajudando no cuidado do portador de sofrimento psquico e criando um vinculo e
maior entre estes. Como tambm mostrar a importncia das oficinas teraputicas realizadas
pela equipe sendo um meio onde o portador de sofrimento psquico desenvolvera suas
habilidades e capacidades mostram-se til e aprendendo a viver com as diversidades e com a
sociedade. METODOLOGIA: Este trabalho tem por objetivo, relatar experincias
vivenciadas por acadmica atuante no CAPS (centro de ateno psicossocial) com familiares
e doentes em sade mental, mostrando a importncia da insero familiar nesse contexto.
RESULTADOS E DISCUSSES: A Reforma Psiquitrica foi um marco para o surgimento
do CAPS, ela surgiu nos anos 70, veio com a proposta de substituir o modelo
hospitalocntrico pelo modelo assistencial, substituindo os manicmios pelos servios
humanizados como os centros de ateno psicossocial, visando um cuidado mais humano,
tratando o portador de sofrimento psquico sem indiferena, preconceito, e tambm a
equidade na prestao de servios. Este novo modelo de atendimento faz com que o sujeito
portador de sofrimento psquico seja inserido na sociedade, fique ciente de seu tratamento e
tenha autonomia sobre sua vida. A famlia era considerada como uma alienao para esse
portador, onde esta iria influenciar negativamente no seu tratamento, sendo tratada como um
agente patognico para este, ento esta era afastada e deixada de lado tendo como papel
esperar passivamente pela melhora de seu familiar e visit-los quando chamada pela equipe.
Tinha-se que o papel de cuidado era exclusivo dos profissionais de sade mental. Tambm, a
famlia do portador de sofrimento se mantinha afastada deste durante seu tratamento, sendo
apenas observadora do que acontecia, mas com a desinstitucionalizao, esta foi aproximada
deste e acolhida pela equipe e mantida perto de seu familiar dando suporte e ajudando a
equipe, sendo responsvel em manter o contato entre o doente e o servio de sade. A famlia
acabava sofrendo e adoecendo junto com o doente, o convvio familiar mudava, encontram-se
presentes sentimentos como medo, ansiedade, revolta e preocupao. No s o doente mental
precisar de acompanhamento, mas a famlia tambm, na fase de tratamento a famlia poder
sentir vergonha pelo grande preconceito da sociedade de rotular o doente mental como louco
e incapaz, e poder se sentir desestimulada e ate desistir de acompanhar seu familiar, sendo de
responsabilidade da equipe do CAPS ficar atento a isso mostrando a esse familiar que o
portador de sofrimento psquico pode ter uma melhora estabelecendo seu quadro, e que este
tem sim capacidades e potencialidades de trabalhar e conviver normalmente com a sociedade.
Os grupos e oficinas so realizados como forma de terapia, os grupos so um meio deste
portador de sofrimento psquico poder conversar com outras pessoas que tambm possuem
problemas parecidos, criando um vinculo e podendo visualizar que no s ele que tem
problemas, compartilhando com os outros membros, seus medos e angustias, falando de seu
tratamento, seus medicamentos, e esclarecendo duvidas sobre os possveis efeitos colaterais,
sendo esse acompanhado sempre por uma enfermeira ou outro profissional na area da sade
mental capacitado. Nas oficinas estes podem usar suas habilidades e capacidades, aprendendo
a fazer artesanato, a criar hortas e produzir alimentos, aprendem tambm musica, e outras
coisas que no s o ajudam no seu desenvolvimento, mas tambm a mostrar para eles
mesmos, para a famlia e a sociedade que so capazes de produzir e conviver com as
diversidades, as oficinas so acompanhadas por uma TO (terapeuta ocupacional). Os servios
de sade se organizam de maneira a dar suporte e orientao para a famlia, sendo um
trabalho coletivo realizado por diversos profissionais da sade mental como enfermeiro,
tcnico de enfermagem, mdico, psiclogo, assistente social e terapeuta ocupacional. O CAPS
tenta trabalhar com o mnimo de internaes possveis, onde a internao usada s em casos
especiais. Tenta-se trabalhar com oficinas, medicaes e se necessrio realizado consultas
semanais, ou em casos mais complicados consultas dirias, isso articulado conforme a
21
necessidade do paciente criando-se um PTS (projeto teraputico singular), junto com a famlia
e o portador de sofrimento psquico. A equipe procura criar vnculos e fazer visitas
frequentemente, conhecendo o ambiente e as necessidades destes para prestar todo apoio
necessrio. O familiar considerado o principal cuidador, pois este que presta assistncia ao
portador de sofrimento psquico, mesmo sabendo que cada famlia nica e tem as suas
particularidades necessrio que, dentro do possvel, que se crie um ambiente tranquilo de
harmonia, a fim de tornar a sua casa um lugar aconchegante, acolhedor onde o portador possa
se sentir bem. Os profissionais do CAPS so os que do o acolhimento inicial, criam vnculos
com estes pacientes, elaboram com o usurio o PTS (projeto teraputico singular) individual e
trabalham com a famlia. Estes profissionais realizam oficinas, grupos de convivncia, fazem
visitas domiciliares prestando todo apoio a este portador. Alm dos profissionais tem tambm
os acadmicos de enfermagem que em seus estgios, ou projetos dentro do CAPS contribuem
de alguma forma com o trabalho da equipe sendo na escuta dos pacientes, na troca de
informaes e nos grupos, estes acadmicos acabam aprendendo muito com a equipe e os
usurios o que lhes ajuda na sua formao crtica, sendo de fundamental importncia na
bagagem curricular o trabalho no CAPS como uma experincia nica e muito importante. O
CAPS preconiza com base no modelo psicossocial como uma de suas principais metas a
desinstitucionalizao mudando o modelo tradicional de ateno psiquitrica, possibilitando a
construo de uma nova viso sobre a doena mental, no s com base no diagnostico, mas na
complexidade que envolve o indivduo na sua dimenso psquica e no meio em que vive, a
famlia tem sido considerada no processo de reinsero do portador de sofrimento psquico no
meio familiar e na sociedade como base fundamental. Quando se fala em restruturao da
assistncia em sade mental famlia indispensvel para o novo modelo assistencial. A
reabilitao social e melhora do portador de sofrimento psquico no se da apenas no
tratamento medicamentoso, mas nas aes que visam a reinsero familiar e social, abrindo
porta de trabalho para este ajudando na melhora de sua qualidade de vida e de sua famlia.
Conhecer e entender a famlia o primeiro passo que a equipe deve dar para se tornar possvel
o tratamento, j que a famlia torna-se provedora do cuidado. de fundamental importncia a
troca de informaes entre estes e a equipe, e ao identificarem problemas como piora no
quadro clinico, juntos poderem buscarem solues. CONCLUSO: Podemos concluir que
os profissionais devem estar qualificados e ter um suporte social para prestar o servio
adequado, e a famlia deve ser orientada sobre tudo que diz respeito a seu familiar com
doena mental. Uma vez que esta deve apoiar e dar suporte ao portador de sofrimento
psquico participando dos projetos familiares e se inserindo junto com este no CAPS. Os
profissionais devem juntos com a famlia criar propostas, mtodos que visam ajudar este
paciente. importante lembrar que o trabalho em equipe com os diversos profissionais e com
a famlia ajudar muito no vinculo com o portador de transtorno mental e na sua melhora.
REFERNCIAS
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04 A INTERFACE ENTRE A SNDROME DE BORNOUT E A ENFERMAGEM
HORST, VANESSA
Acadmica do Curso de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria/Campus
Palmeira das Misses/RS. Endereo eletrnico: [email protected]
KRAUZER, RAFAELA POLIDRIO
Graduanda do Curso de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria campus
Palmeira das Misses/RS. Bolsista PET-Sade/Rede de Ateno Psicossocial, priorizando o
enfrentamento do lcool, Crack e Outras Drogas
MARTINS, RICARDO VIANNA
Psiclogo. Doutor em Psicologia pela PUCRS. Docente da Universidade Federal de Santa
Maria/Campus Palmeira das Misses/RS. Tutor do PET-Sade/Rede de Ateno Psicossocial,
priorizando o enfrentamento do lcool, Crack e Outras Drogas.
DESCRITORES: Sade do trabalhador; Sade mental; Qualidade de vida; Esgotamento
profissional; Enfermagem.
INTRODUO: O estresse est presente diariamente em nossas vidas, desde a execuo de
tarefas simples do cotidiano, at aquelas mais complexas, as quais exigem uma maior
demanda fsica e emocional, podendo nos expor ao risco de doenas graves (MARTINS;
BRONZATTI; VIEIRA et al, 2000). Segundo Murofuse, Abranches e Napoleo (2005) o
trabalho consiste na capacidade do homem produzir o meio em que vive, e neste processo de
interao com a natureza, ao mesmo tempo em que o homem modifica a natureza, tambm
modificado por ela. Dentre as inmeras modificaes, encontram-se aquelas que tm
consequncias no aparelho psquico. Uma delas o burnout, que se trata de uma sndrome
especfica s atividades laborais, desencadeada em resposta ao estresse ocupacional crnico,
acarretando em consequncias negativas tanto no nvel individual, como profissional, familiar
e social. O burnout, tambm conhecido como sndrome do esgotamento profissional, uma
sndrome que se identifica como um conjunto de manifestaes fsicas e emocionais,
caracterstica de profissionais que se dedicam s necessidades de outras pessoas, sendo que o
indivduo acometido acaba por sentir-se incapaz de atender s demandas daqueles que
necessitam de seu trabalho (CUNHA, SOUZA, MELLO, 2012 apud CIMIOTTI, AIKEN,
2011, TAMAYO, 2008). Nesse contexto, os profissionais de enfermagem por permanecerem
junto ao paciente e seus familiares por maior tempo, convivem com diversas situaes de
estresse durante essa relao de proximidade, porm nem sempre esto capacitados
psicologicamente para lidar com tais situaes, o que pode transformar o trabalho em algo
penoso (CAMPOS, 2005). OBJETIVO: O presente trabalho tem por objetivo a busca por
produes cientficas que abordem a temtica burnout relacionada com os profissionais de
enfermagem. Espera-se que este trabalho propicie aprofundamento do conhecimento acerca
deste tema para que como profissionais sejamos capazes de identificar esta sndrome, visto
que ela pode estar presente no cotidiano do trabalho da enfermagem. METODOLOGIA: O
presente estudo trata-se de uma reviso da literatura produzida acerca da sndrome de burnout
relacionada profisso da enfermagem, sistematizada a partir de consulta Biblioteca Virtual
em Sade (BVS/BIREME), nas bases de dados da Literatura Latino-Americana em Cincias
da Sade (LILACS) e Base de Dados em Enfermagem (BEDENF). RESULTADOS E
24
DISCUSSO: O trabalho constitui-se em atividade essencial para a sobrevivncia do homem
e gerador de expectativas, frustraes e conquistas, assim como tambm desperta e define
interesse e contribui na formao da identidade pessoal. As alternncias de situaes ou
emoes no ambiente de trabalho podem levar o indivduo a um desgaste emocional,
contribuindo para o estresse, comprometendo a qualidade de vida do trabalhador e a qualidade
de seu trabalho (CAMPOS, 2005). Contudo, a palavra estresse no pode ser confundida
com burnout, j que o estresse se desenvolve a partir de reaes do organismo a agresses de
origens diversas, que atuam perturbando o equilbrio interno do ser humano, em contrapartida
o burnout, reconhecido pelo Ministrio da Sade (2001) como sndrome do esgotamento
profissional, ocorre em razo de uma resposta ao estresse laboral crnico que envolve
atitudes e alteraes comportamentais negativas relacionadas especificamente ao contexto do
trabalho. (CARVALHO, MAGALHES, 2011). A sndrome de burnout pode atingir
indivduos inseridos em diferentes categorias profissionais e em qualquer faixa etria, mas as
profisses que exigem um contato interpessoal mais intenso so as que apresentam os maiores
ndices de trabalhadores acometidos com a sndrome, destacando-se entre elas, as profisses
que possuem carter assistencial, como a enfermagem (TRINDADE, LAUTERT, 2009 apud
COSTA, LIMA, ALMEIDA, 2003). Conforme Magnago, Lisboa, Griep (2009), a
enfermagem caracteriza-se como uma profisso estressante devido a grande carga
psicoemocional decorrente da relao enfermeiro-paciente, das exigncias fsicas, do dficit
de trabalhadores, da carga horria prolongada, das condies inadequadas de trabalho, do
limitado poder de deciso, entre outros. Todos esses fatores contribuem para um maior
nmero de experincias de estresse no trabalho e para o surgimento de doenas. A sndrome
de burnout resulta de um processo sequencial e cumulativo que envolve trs dimenses: (a)
exausto emocional: desgaste ou perda dos recursos emocionais que leva falta de
entusiasmo, frustrao e tenso; (b) despersonalizao: desenvolvimento de sentimentos e
atitudes negativas em relao ao trabalho; (c) diminuio da realizao pessoal no
trabalho: tendncia autoavaliao profissional negativa, tornando-se infeliz e insatisfeito, o
que origina no indivduo sentimentos de inadequao e fracasso (GALINDO, 2012 apud GIL-
MONTE, PEIR, 1999). A sndrome geralmente leva a uma deteriorao tanto do bem-estar
fsico como emocional, consequentemente o profissional afetado manifesta sinais e sintomas,
podendo sentir-se exausto, adoecendo com maior frequncia, sofrendo com insnia, lcera,
cefaleias, problemas relacionados presso sangunea, tenso muscular e fadiga crnica
(CARVALHO, MAGALHES, 2011 apud CARLOTTO, 2010). Segundo Cunha, Souza,
Mello (2012), os fatores que influenciam no desenvolvimento da sndrome esto associados
sobrecarga de trabalho, s condies de trabalho inadequadas, s relaes interpessoais
conflituosas nos ambientes de trabalho, falta de expectativa de crescimento profissional,
pouca autonomia para tomada de decises, ambiguidade de funes e insatisfao
salarial. A partir da identificao de tais fatores, podem se estruturar condies que
minimizem e dificultem o aparecimento dos sinais e sintomas precursores da sndrome de
burnout, entre elas destacam-se as possibilidades de diversificar as rotinas de trabalho,
diminuir a carga horria, melhorar a relao interpessoal, melhorar as condies de trabalho,
investir em capacitaes para aperfeioamento dos profissionais e delimitar as funes de
acordo com a atribuio de cada profissional. Por se tratar de uma sndrome causada por
alteraes no que se refere ao estado biopsicolgico dos profissionais, o surgimento dos sinais
e sintomas de burnout tambm possui relao com certos elementos correspondentes
composio da personalidade do indivduo, como crenas, valores e desejos, e esses so
parcialmente responsveis pela origem dos problemas, no que diz respeito forma como o
profissional enfrenta os desafios e as emoes presentes em suas atividades laborais
25
(OLIVEIRA, COSTA, SANTOS, 2013) Assim como ocorre frequentemente com outras
doenas, a sndrome de burnout tem incio e se desenvolve progressivamente atravs de fases,
as quais por muitas vezes passam despercebidas, ou ento so confundidas com estresse e
abordadas como consequncias de problemas de ordem pessoal. Desta forma, as
manifestaes da sndrome acabam sendo negligenciadas e at mascaradas, atribuindo-se sua
ocorrncia como reflexo de fatores inerentes vida privada dessas pessoas, logo, dissociando-
se os fatores laborais como possveis causas, os sinais e sintomas do burnout no so
diagnosticados e tampouco tratados corretamente. (HOLMES et al., 2014) A realizao do
diagnstico e avaliao da sndrome de burnout em profissionais de enfermagem de grande
importncia para a identificao de quando, onde e em quem deve se realizar algum tipo de
interveno, buscando minimizar as consequncias para o indivduo, a equipe, pacientes e
organizao (EZAIAS et al., 2010 apud GIL-MONTE, MARUCCO, 2008). Nesse sentido,
Moreira et al. (2009) trazem que o burnout pode gerar inmeras implicaes para a rea da
sade, principalmente no que diz respeito efetividade da ateno prestada aos pacientes. Os
expressivos ndices de faltas ao trabalho, pedidos de licena, abandono do emprego e
deteriorao da qualidade dos servios evidenciam os relevantes impactos negativos que a
sndrome representa nos processos de trabalho. Em seu estudo, Trindade, Lautert (2009),
evidenciam a relevncia em detectar precocemente os problemas associados ao trabalho que
possam gerar a sndrome de burnout em certos indivduos, bem como a importncia de
instaurar aes preventivas e interventivas, visando amenizar o desgaste sofrido pelo
trabalhador. Para tanto, apontam que preciso investir na elaborao de estratgias a nvel
organizacional para a promoo da sade entre os prprios trabalhadores, dando suporte e
fortalecendo sua capacidade para o enfrentamento de situaes estressantes. Para Neves et al.
(2010), abordar as temticas qualidade de vida e sade do trabalhador de forma associada
pode representar um avano em relao a forma de prestar servios, j que muitas vezes os
profissionais da rea da sade trabalham pelo bem-estar de seus clientes e acabam
negligenciando o prprio cuidado com sua sade. CONCLUSES: Aps a reviso de
literatura ficou explcita a necessidade de se desenvolver e aprimorar os conhecimentos acerca
da sndrome de burnout por parte dos prprios profissionais de enfermagem, sendo que para
isso, parece essencial que a abordagem deste tema, ainda pouco discutido, ocorra durante o
processo de formao destes. Assim, supe-se que, munidos de maior entendimento e
compreenso em relao sndrome, esses profissionais possam atuar de forma mais efetiva
no que diz respeito ao seu autoconhecimento, desenvolvendo ento, formas para sua prpria
proteo em relao aos fatores desencadeantes do burnout, bem como na identificao de
possveis casos, no planejamento de intervenes adequadas, no desenvolvimento de
estratgias com o intuito de qualificar as condies de trabalho e, consequentemente, reduzir
sua ocorrncia. Nesse sentido, Carvalho, Magalhes (2011), trazem tambm que devem
realizados constantes debates sobre o assunto, onde lderes de trabalhadores, profissionais de
recursos humanos, sindicatos, organizaes, advogados, juzes, psiclogos, mdicos e
ministrio pblico possam se reunir a fim de buscar diferentes alternativas com o objetivo de
anular ou diminuir os riscos para o desenvolvimento da sndrome de burnout. Tambm se
mostra necessrio que tais informaes sejam difundidas na sociedade, a fim de que possa
haver maior conscientizao no sentido de se reconhecer que tais profissionais tambm so
suscetveis a apresentarem-se frgeis e vulnerveis diante de determinadas situaes.
26
REFERNCIAS
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28
05 A VISITA DOMICILIAR COMO INSTRUMENTO PARA CONSTRUO DE
PROJETO TERAPUTICO SINGULAR, UM RELATO DE EXPERINCIA
STOFFEL, DAMARIS
Acadmica do Curso de Graduao em Enfermagem da Universidade Federal de Santa
Maria/Campus de Palmeira das Misses/RS. Bolsista PET-Sade/Rede de Ateno Pessoa
com Deficincia. E-mail: [email protected].
RESTA, DARIELLI GINDRI
Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Docente do Curso de Graduao em Enfermagem da
Universidade Federal de Santa Maria/Campus de Palmeira das Misses/RS. Tutora do PET-
Sade/Rede de Ateno Pessoa com Deficincia.
NARDINO, LAS JOANA
Acadmica do Curso de Graduao em Enfermagem da Universidade Federal de Santa
Maria/Campus de Palmeira das Misses, Bolsista PET-Sade/Rede de Ateno Pessoa com
Deficincia.
LUZA, RITA LUCIA
Enfermeira, Especialista em Sade Publica, coordenadora Tcnica ESF I - Vista Alegre,
Preceptora do PET-Sade/Rede de Ateno Pessoa com Deficincia.
DESCRITORES: Visita Domiciliar; Pessoas com Deficincia; Enfermagem.
INTRODUO: O Programa de Educao pelo Trabalho para a Sade PET-Sade/Rede
de Ateno pessoa com deficincia, do Ministrio da Sade, trs como proposta de trabalho
a integrao entre os pontos de servio e acadmicos do curso de Enfermagem e Nutrio, de
uma universidade no Norte do estado. Uma das propostas a insero de alunos no servio,
reconhecendo a dinmica de trabalho e criando estratgias que venham a contribuir com a
melhoria nos processo de atendimento de pessoas com deficincia. Como bolsistas em uma
das Estratgias de Sade da Famlia (ESF) percebe-se a existncia de uma significativa
demanda de usurios e famlias que vivem com alguma situao de deficincia. Uma das
atividades realizadas na ESF so as visitas domiciliares, acompanhadas, pela enfermeira da
unidade e pelo Agente Comunitrio de Sade (ACS) da micro-rea de atuao. Nas visitas o
objetivo dialogar com os familiares e, quando possvel, com os prprios deficientes,
interagindo na perspectiva de saber como eles veem o servio de sade e quais a principais
dificuldades enfrentadas por eles, auxiliando-nos na construo de uma proposta de trabalho
diferenciado a esse grupo populacional. Marin et al (2011) comenta em seu estudo que a
prtica da Visita Domiciliar (VD), vem a de encontro com a proposta do Sistema nico de
Sade (SUS), uma vez que ela um meio de aproximar usurio e o servio, elencando-a como
uma prtica histrica em sade, com registros desde a Grcia antiga. Traz ainda que ela deve
ser inserida desde a formao do profissional, dando vez a prticas voltada universalidade,
integralidade e equidade. Alm dessas contribuies voltadas aos princpios do SUS a visita
domiciliar corrobora para a amplitude que tange a ateno da comunidade e das famlias
adscritas, como instrumento responsvel por intervir no processo de adoecimento dos
indivduos, sendo influenciada diretamente no contexto em que estes esto inseridos. O
29
conhecimento e o reconhecimento deste contexto auxiliam na conduta dos profissionais,
permitindo planejar aes, romper conceitos pr-estabelecidos, e consequentemente adaptar o
planejamento integral conforme os recursos disponveis nessas famlias (ALBUQUERQUE,
2009). A visita domiciliar como instrumento de abordagem em sade um dispositivo que
colabora para a construo do PTS, sendo este um conjunto de propostas de condutas
teraputicas articuladas, para um sujeito individual ou coletivo, resultado da discusso
coletiva de uma equipe interdisciplinar, com apoio matricial, se necessrio. Geralmente,
dedicado a situaes mais complexas. Em verdade, uma variao da discusso de caso
clnico (BRASIL, 2007). OBJETIVO: O presente relato tem como proposta abordar uma
visita domiciliar efetuada uma famlia adscrita ESF em uma cidade do noroeste do Estado
do Rio Grande do Sul, a mesma foi realizada a um paciente que apresenta deficincia, das
quais compreende o autismo, retinopatia da prematuridade e crises epilpticas; tendo como
perspectiva o traar de metas voltadas a construo de um Projeto Teraputico Singular
(PTS). METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experincia sobre a visita domiciliar no
processo de construo do PTS com uma pessoa deficiente. O embasamento terico do relato
aconteceu por meio de pesquisa em bibliotecas online, por meio de leitura de artigos
referentes temtica visita domiciliar e cartilha do Ministrio da Sade. As visitas
aconteceram em dois momentos, no primeiro buscou-se conhecer o paciente em questo e seu
lar, acompanhadas pela ACS, onde fomos recepcionadas pela me do mesmo que se tornou
nosso ponto de encontro para a construo do projeto. Em seguida marcamos um encontro na
prpria residncia para podemos ouvir sobre a histria dele, ou seja, a entrevista.
RESULTADOS E DISCUSSO: As prticas realizadas pelas acadmicas no ESF buscam
implantar tcnicas de trabalho que visam melhorar o atendimento das pessoas com
deficincia, desta forma surge a possibilidade de construo de PTS com um paciente da
unidade. Vale ressaltar que no momento o PTS encontra-se, ainda, em processo de
construo, por esse motivo o ponto chave deste relato est direcionado a visita realizada a
famlia, tanto quanto o conhecimento da realidade do deficiente. A formulao do PTS a um
paciente com deficincia vem a contribuir para a articulao de estratgias que podem auxili-
lo em suas tarefas corriqueiras, colaborando, inclusive para o conhecimento de suas maiores
necessidades, pois por vezes esta um pblico que se encontra desassistido e necessita de um
olhar mais sensvel e aes vinculadas a reduo de danos. Estas estratgias podem atuar em
questes que compreendem a preveno e promoo da sade, fortalecimento dos vnculos da
famlia quanto com a relao com o profissional, j que um momento que auxilia ao
acolhimento e a integralidade destes indivduos. Trabalha tambm fatores como as barreiras
arquitetnica, acessibilidade, disponibilidade de medicaes, encaminhamentos, solicitao de
exames. Assim como o planejamento na oferta e aquisio de instrumentos necessrios do
dia-a-dia deste usurio (rteses, prteses) e seus familiares, bem como a oferta do servio, e a
sua utilizao diante de suas necessidades. Kebian e Aciole (2014) alertam que a VD tornou-
se um artificio para fortalecer o vnculo entre a Unidade de Sade e a populao, onde se pode
conhecer a rea e reconhecer suas dificuldades criando um plano de trabalho fidedigno s
condies de vida da localidade em questo ou do prprio individuo. Para a iniciarmos o
trabalho de construo do PTS, realizamos incialmente uma visita famlia principalmente
para conhecermos nosso objetivo em sua residncia e iniciar o processo de aproximao.
Nesta tica a visita domiciliar utilizada como parte do processo para o estabelecimento de
vnculos, uma vez que os dados levantados desta, necessitam ser o mais fidedignos possveis,
para auxiliar na construo do planejamento de aes, sua operacionalizao e
posteriormente obteno de resultados. Foi realizada a visita inicial, na qual conhecemos o
paciente em questo e acordamos uma data posterior para coletar os dados. O local onde a
30
famlia vive nos entornos da cidade, sendo que para chegar at a residncia, passamos por
estradas de cho batido, uma das dificuldades enfrentadas, uma vez que quando chove, torna-
se intransitvel. O local tem muita aparncia de casa de stio, rodeado do sossego
campestre, onde se ouve o canto dos pssaros o dia todo, outro ponto interessante foi a
viso de um cavalo correndo por um cercado, mais tarde foi revelado ser este o animal que
nosso protagonista do PTS montava, j que no sente-se mais atrado por essa atividade. No
encontro com a familiar, foi aplicado um roteiro, o qual possua pontos que levantariam as
informaes que seriam necessrias para a construo do histrico e dados relevantes ao PTS,
entretanto a espontaneidade da familiar foi tamanha que ele tornou-se obsoleto, levantando a
questo do vnculo com a unidade que presenteou as acadmicas com muita voluntariedade,
tornando o ato de visita ao agradvel e de troca de experincia. Toda conversa foi marcada
por escuta das acadmicas ao relato da familiar, uma vez que esta relatou toda a histria desde
o nascimento at os dias atuais do paciente. Todas as dificuldades enfrentadas, as mudanas
ocorridas desde o seu nascimento, o impacto que isso gerou na famlia, nos revelando que o
motivo de eles morarem naquele rancho, como ela denominou sua casa, era que a famlia
precisava de um local para manter o cavalo comprado para a prtica de equitao, que foi
realizada pela prpria famlia, sem o apoio de nenhum profissional fisioterapeuta. Segundo o
relato da me esta experincia iniciou-se quando a mesma tomou conhecimento dos
benefcios da equitao, conhecida como equoterapia, sendo que esta poderia auxiliar no
desenvolvimento motor, postural e de flexibilidade ao indivduo praticante. As prticas
voltadas ateno sade dispem-se na reestruturao da execuo de atividades
direcionadas sade, a fins de reorganizar o modelo tradicional, tornando a famlia e seu
contexto alvos de investigao e trabalho, sendo este um instrumento facilitador para a
aproximao do servio ao usurio (GIACOMOZZIL e LACERDA 2006). Aproximao essa
que permite manter a unidade informada sobre as condies de sade da populao adscrita
da ESF, colaborando para o conhecimento da realidade da situao de sade, assim como no
planejamento de planos de aes voltados diretamente para os problemas particulares daquela
rea. Na visita tem-se a vantagem de conhecer o contexto scio ambiental e cultural do
usurio, em muitos casos sendo facilitador na construo de intervenes e no relacionamento
profissional-usurio. CONCLUSES: A incluso dos alunos em campo vem auxiliar na
formao destes e motivar os profissionais a manter-se atualizados frente as novas propostas
de trabalho. O PET tem possibilitado aos acadmicos colocarem em prticas seu
conhecimento terico de acordo com a realidade dos servios e proporcionando aos
profissionais o reencontro com a academia, incentivando a educao continuada. Este relato
como experincia acadmica proporcionou um maior conhecimento e conciliao da teoria
vinculada prtica. Durante a visita domiciliar pode-se perceber a importncia que existe
nesta troca de saberes que fundamentam e enriquecem a experincia, pois est acontece
quando no se passa sozinha e sim quando agrega valores e fatos que proporcionam a
reflexo. O fortalecimento das relaes desenvolve-se com o exerccio da comunicao,
instigando a procura para entender o outro, trabalhar com as diferenas conciliado com o que
pode ser feito e adequado diante da demanda, desenvolvendo, assim, mtodos de trabalho
convenientes, j que aquilo que referido pelo usurio normalmente a necessidade em
questo, consolidada pela viso integral.
REFERNCIAS
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32
06 APLICAO DE REIKI A USURIOS HIPERTENSOS DO SISTEMA NICO DE SADE
UMA NOTA PRVIA
FEDERIZZI, DANIELI SAMARA
Acadmica do stimo semestre do Curso de Graduao em Enfermagem da Universidade
Federal de Santa Maria/Campus Palmeira das Misses/RS. E-mail:
FREITAG, VERA LUCIA
Enfermeira. Mestranda do Programa de Ps Graduao em Enfermagem (PPGEnf) da
Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Bolsista pela Coordenao de Aperfeioamento de
Pessoal de Nvel Superior (CAPES) 2014. Ps Graduanda em Gesto Pblica em Sade
Universidade Federal de Santa Maria/Campus Palmeira das Misses. Orientadora do trabalho.
PETRONI, SIDNEI
Bilogo. Doutor em Cincias Biolgicas (Anatomia Humana) pela Universidade Estadual
Paulista Jlio de Mesquita Filho. Docente Adjunto III da Universidade Federal de Santa
Maria/Campus Palmeira das Misses/RS, Brasil.
MILBRATH, VIVIANE MARTEN.
Enfermeira. Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(FFRGS). Professora da Graduao/Ps-graduao em Enfermagem/FEn/PPGEnf,
Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Pelotas (RS), Brasil.
DESCRITORES: Reiki; Sistema nico de Sade; Estratgia Sade da Famlia; Hipertenso;
Enfermagem.
INTRODUO: No Brasil, o Ministrio da Sade aprovou em 2006, a Poltica Nacional de
Prticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no mbito do Sistema nico de Sade
(SUS), permitindo a realizao de procedimentos, alm da necessidade de se conhecer e
apoiar prticas que j esto ocorrendo em alguns hospitais e unidades bsicas de sade (UBS),
em vrios estados e municpios (BRASIL, 2006). Em 2013, foi aprovada a Resoluo n
695/13 CIB / Rio Grande do Sul (RS), da Secretaria de Sade do estado do RS que aprova a
Poltica Estadual de Prticas integrativas e Complementares (PEPIC/RS), onde o reiki
citado na Diretriz 13, que recomenda: a insero do reiki e teraputicas de imposio de mos,
sem vnculos religiosos; promover cursos de reiki, em conjunto com organizaes de
especialistas dirigida a profissionais j contratados e em atuao nas redes de ateno sade,
com prioridade para a Ateno Bsica (Resoluo n 695/13 CIB/RS). O reiki um mtodo
de cura simples que implica no posicionamento das mos do praticante reiki em forma de
concha direcionando a energia de cura para o corpo do receptor. (HONERVOGT, 2005).
Durante uma sesso de reiki, o doador transmitir esta fora, esta energia e a luz que existe no
reiki, fornecendo ao receptor uma quantidade adequada de energia necessria para o equilbrio
da mente, do corpo e das emoes (SALOM, 2009). No tratamento com reiki, a posio das
mos, correspondem ao sistema de glndulas endcrino do corpo e aos sete chakras principais
ou centros de energia. Pe em equilbrio harmonioso todos os aspectos do ser do receptor, de
mailto:[email protected]
33
acordo com suas necessidades e desejos pessoais; equilibra os rgos e glndulas e suas
funes corporais; libera bloqueios e emoes reprimidas; promove a cura natural do ser;
adapta-se as necessidades naturais do receptor; equilibra as energias do corpo; amplia a
conscincia pessoal e facilita os estados meditativos; relaxa e reduz o stress; estimula a
criatividade; potencializa a energia vital, agua a intuio; trata os sintomas e as causas das
doenas; cura holisticamente; fortalece o sistema imunolgico; alivia a dor; libera toxinas.
Etmologicamente a palavra japonesa rei-ki compe-se de duas slabas: rei, que descreve o
aspecto csmico, universal, nossa energia, e ki, que significa a fora vital fundamental que
flui e pulsa em todos os seres vivos. Essa energia vital nos dada no nascimento
(HONERVOGT, 2005). Embora todos possuam a capacidade inata de impor as mos, no
sistema reiki, o desbloqueio dos chakras ocorre com o ritual de iniciao, momento em que
canais de energia so abertos permitindo ao iniciado entrar em sintonia com a Energia
Universal e assim, transformar-se em um agente de cura (TEIXEIRA, 2009). Assim, as
Terapias Alternativas Complementares, (TACs) recomendadas pelo Ministrio da Sade, e
incentivadas pelo SUS, servem de base para esta pesquisa com nfase na prtica do reiki junto
Estratgia de Sade da Famlia (ESF), pois esta tcnica empregada para o tratamento de
diversas doenas cuja forma a imposio das mos. Atualmente observa-se que mais
pessoas so acometidas de doenas agudas e crnicas, assim como uma srie de problemas
pessoais que dentre os mais graves tem-se os relacionados geralmente a sua sade. Dentre as
doenas crnicas est a hipertenso arterial sistmica (HAS), que uma condio clnica
multifatorial caracterizada por nveis pressricos elevados. Esta, associada a alteraes
funcionais e/ou estruturais dos rgos-alvo (corao, encfalo, rins e vasos sanguneos) e a
alteraes metablicas, provocam um consequente aumento do risco de eventos
cardiovasculares fatais e no fatais. A HAS considerada um dos principais fatores de riscos
modificveis e um dos mais importantes problemas de sade pblic