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ALGARVE INFORMATIVO #58 1 Futuros atores revelam-se em SENSAÇÕES DO VAZIO ALGARVE INFORMATIVO WWW.ALGARVEINFORMATIVO.BLOGSPOT.PT #58 PROTEÇÃO À RAPARIGA VIVEIROS MONTEROSA CARLOS CAMPANIÇO

ALGARVE INFORMATIVO #58

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Futuros atores revelam-se em

SENSAÇÕES DO VAZIO

ALGARVE INFORMATIVOWWW.ALGARVEINFORMATIVO.BLOGSPOT.PT

#58

PROTEÇÃO À RAPARIGAVIVEIROS MONTEROSACARLOS CAMPANIÇO

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OPINIÃO

Daniel Pina - 6

Clubites à partePaulo Cunha - 28

Autarquias investem na coesão socialJosé Graça - 30

I(n)cobertoMirian Tavares - 34

A importância do Ser e do Existirou O jogo dos ditados popularesAugusto Lima - 36

Conselho da Europa desafia tutelas a repensaro papel das Bibliotecas e dos MuseusDália Paulo - 32

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CONTEÚDOS

Proteção à Rapariga - 8

Atualidade - 58

Carlos Campaniço - 48

Azeite Monterosa - 18

Sensações do Vazio - 38

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Hoje acordei bem-disposto. Já me tinhadeitado de sorriso nos lábios apesar docansaço, depois de mais uma noite de

trabalho em Loulé, na apresentação do FestivalMED. Mas fui dormir de consciência tranquila. Eacordei com os índices de rabugice em valoresbem abaixo do normal, apesar de ter mais um diade trabalho pela frente.

É verdade que o Sporting não ganhou ocampeonato. É verdade que, na quinta-feira ànoite, no Casino de Vilamoura, fui eliminado nareta final de um torneio de poker porque o meupar de ases perdeu para um par de reis na últimacarta a ser virada na mesa.

Mas a vida familiar vai de vento em popa, maisde uma década de casamento feliz. A filhota maisvelha, seis anos, já vai entrar para a primária aseguir ao Verão, todos os dias põe-se aescrevinhar palavras novas, até já assinou onome no Cartão de Cidadão. A filhota mais nova,a caminho dos três, cada vez está mais reguila,desconfio que vai ser rabugenta como o pai, ecom cada conversa filosófica que me deixa àsvezes parvo.

A vida profissional, que é como quem diz, oAlgarve Informativo, também vai de vento empopa, muito graças aos leitores assíduos, aosanunciantes, aos cronistas, a todos aqueles quetêm ajudado esta minha «loucura» a tornar-seum projeto viável e sustentável. E já devem terreparado que é um projeto jornalístico diferentedos outros. Não publico notícias de teornegativo. Não estou com isso a criticar aimprensa que vive à conta dos acidentes, dasmortes, dos escândalos amorosos, dos casos decorrupção, das falcatruas. Admito que há jornaise canais televisivos excelentes na arte de deixar

as pessoas deprimidas, à beira de um estadode nervo, sem qualquer vontade de sair decasa.

Por isso, desde logo me foquei nas notíciasde carater positivo, que promovam o melhorque acontece no Algarve. Faço entrevistas ereportagens que tentam contribuir, de algummodo, para deixar as pessoas mais motivadaspara sair de casa, para produzir, sorrir e viver.Ou seja, não é o caminho mais rápido e fácilde um meio de comunicação social, neste casoum blogue noticioso e uma revista semanal,se tornar famoso, de atingir milhares devisualizações.

Mantive-me fiel ao caminho que escolhi e osresultados estão a aparecer. Já váriosnúmeros da Revista Algarve Informativo têmmais de 10 mil leituras, o que é tremendopara uma meio regional que não pertence anenhum grupo de media, que não fazpublicidade à sua marca, que apenas temhistórias positivas nas suas páginas. E o blogueregistou, nos últimos quatro, cinco meses,mais visualizações do que nos 18 mesesanteriores, tendo ultrapassado já as 100 milvisualizações por mês.

Uma simples notícia contribuiu emparticular para essas estatísticas, só ela estápróxima das 50 mil visualizações à hora queescrevo esta crónica, uma notícia publicada hámenos de 24 horas e que não fala deacidentes, mortes, falcatruas, corrupções. Eisso demonstra que as pessoas estão, defacto, interessadas em notícias positivas,motivantes, às vezes até preferiam não sabermetade das coisas más que acontecem, quelhes enfiam pelos ouvidos e olhos adentro

Inspira…expira…abranda…aproveita a vidaDaniel Pina

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todos os dias, desde que acordam até que sedeitam.

Por isso, deitei-me bem-disposto e acordeisorridente. Porque, quando uma pessoa passa osdias a divulgar notícias positivas, a contarhistórias de vida motivantes, a fazer reportagensde acontecimentos agradáveis, é natural que oespírito ande mais desanuviado, que estejamosmais alegres. Inspiramos e expiramos demaneira diferente, sem tanto stress na cabeça,com o ritmo cardíaco menos acelerado.Aproveitamos as belezas naturais do Algarve. Atal luz de que os artistas estão sempre a falar. Aqualidade de vida a que nem sempre damos omerecido valor.

Damo-nos ao luxo de esperarmos pela próximaentrevista ou reportagem, sentadostranquilamente à beira-mar, ou no meio daserra, a apreciar o sol no rosto, a ouvir os

pássaros na sua azáfama. Vamos buscar asfilhas mais cedo ao infantário, damos umasvoltas com elas no jardim, vemos as novasversões do Noddy, Heidi e Abelha Maia comelas. Vemos um filme com a mulher à noite,depois das miúdas estarem a dormir.

No dia seguinte, vamos todos à praia, até àPrimark que as mulheres tanto adoram, como pretexto de que é preciso comprar maisroupa para as gaiatas. Mas fazemos isso tudocom sorriso nos lábios, porque a vida é maisfeliz quando abrandamos o ritmo eaproveitamos o dia-a-dia ao máximo. Por isso,obrigado a todos os que colaboram e seguemo Algarve Informativo, sem vocês, nada distoseria possível. E desculpem-me lá estar a falardestas coisas sem grande interessejornalístico, mas hoje estou, de facto, com aminha rabugice em mínimos históricos .

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Quase uma década após a primeira visita realizada à Associação de Proteção àRapariga e à Família, regressamos a esta IPSS presidida por Filomena Rosa everificamos que muito mudou nestes anos, desde a introdução de novas valências,ao próprio perfil das jovens que ali são apoiadas. Uma temática sempre na ordemdo dia, porque os problemas sociais não acontecem apenas em tempos de criseeconómica e atingem de forma transversal toda a sociedade, o que obriga a umaconstante atenção aos sinais e comportamentos de risco.

Uma associação ao ladodas raparigas em situaçãode risco …e das suas famílias

Texto: Fotografia:

Cristina Viegas (Diretora Técnica do Centro de Acolhimento Temporário), Daniela Fonseca (Psicóloga)e Filomena Rosa, presidente da Direção da Associação de Proteção à Rapariga e à Família de Faro

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É num edifício de cinco andareslocalizado na zona da Penha,em Faro, que está sedeada aAssociação de Proteção àRapariga e à Família (AIPAR),

uma Instituição Particular deSolidariedade Social que tem comoprincipal valência o Centro deAcolhimento Temporário – Proteção àRapariga direcionado para jovens dos12 aos 18 anos. Um edifícioinaugurado em 2007, de semblanteperfeitamente idêntico aos seusvizinhos, onde nos esperava aPresidente de Direção Filomena Rosa,a Diretora do CAT (Centro deAcolhimento Temporário) CristinaViegas e a Psicóloga Daniela Fonseca.

Depois de uma visita pelasinstalações, ficamos a saber que aAIPAR foi fundada, em 1934, por um

grupo de senhoras da cidade deFaro, entre as quais Teresa RamalhoOrtigão, e tem prestado apoio sociala jovens de todo o Algarve desdeessa data. Na época, esta açãopassava pelo acolhimentotemporário, pela realização deenxovais para bebés e decasamento, procura de empregopara empregadas domésticas eprocura de resposta ao nível dasaúde. Posteriormente, evoluiu paraum Lar de Estudantes, para jovensde classe média alta e que tambémapoiava jovens carenciadas quetinham que se deslocar da sua áreade residência para prosseguirestudos

Em 1997, e após um período demenor atividade, a AIPAR inicia umanova fase na sua vida, retomando o

O quarto de duas das residentes, sendo que todos os quartos têm decorações diferentes

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dinamismo que a havia caracterizadoanteriormente, período de grandecrescimento que culmina, em abril de2007, com a inauguração dasinstalações do atual Centro deAcolhimento. “Somos umprolongamento da AssociaçãoInternacional ao Serviço da JuventudeFeminina, que tem sede na Suíça eque foi criando congéneresautónomas em vários países, estandopresente em quatro continentes. EmFaro, esta associação era conhecidasimplesmente por «Proteção»,porque a sua missão era protegersobretudo as raparigas”, contaFilomena Rosa, recordando que, nagénese da Associação Internacional aoServiço da Juventude Feminina, esteveo auxílio às jovens vítimas de tráfego

humano e exploração a todos osníveis.

No caso concreto da AIPAR, oCentro de Acolhimento Temporáriopara jovens entre os 12 e os 18 anosfoi a primeira valência a entrar emfuncionamento, com uma lotação de18 raparigas, mais duas unidades deemergência, consoante protocoloestabelecido com a SegurançaSocial. E engane-se quem pensa queo tráfego de seres humanos não éuma realidade no nosso país,esclarece Filomena Rosa. “O difícil édescobri-los, mas penso que, a essenível, as autoridades estão a fazerum excelente trabalho. A nossamissão principal já não incide tantonesse aspeto, mas sim na proteção

Espaço de terapia pela arte

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da infância e juventude, emestreita colaboração com osTribunais de Família e Menores eas Comissões de Proteção deCrianças e Jovens em Risco”,prossegue a presidente da Direção

Quanto aos perigos e riscos aque estão expostas estas crianças,aquando do acolhimento, é tudoaquilo que nós possamosimaginar, desde o absentismo eabandono escolar à negligência,maus-tratos físicos e psicológicos,incentivo a práticas ilegais,confirma a Diretora do CAT, CristinaViegas. “Inicialmente, as medidasaplicadas eram de seis meses etínhamos que delinear logo com asjovens um projeto de vida, que podiapassar pelo regresso à família, ou não.Não havendo possibilidade para isso,teríamos que arranjar um Lar de

Infância e Juventude, que previamum acolhimento mais prolongado”,explica. “Os CAT funcionavam comorespostas de primeira linha, para sepoder avaliar e trabalhar a menorpara perceber que rumo se dava aoseu projeto de vida. Recentemente,a lei mudou e estas IPSS passaram a

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ser todas designadas Casas deAcolhimento, pelo que as jovenspodem entrar aqui aos 12 anos epermanecer até aos 18, por indicaçãodos tribunais, ou até aos 21, se aspróprias raparigas pedirem paraserem acompanhadas mais algumtempo”, continua Filomena Rosa.

Percebe-se, então, que ageneralidade destas raparigas,algumas delas ainda crianças, queremser ajudadas, não olhando para estasIPSS quase como um «bicho-papão»que as retira às suas famílias, istoporque as comissões técnicas que asacompanham antes de sereminstitucionalizadas as vão preparandopara essa realidade. “Nos casos maisgraves em que não há acordo com ajovem e a família, é o tribunal quedecide e está decidido. Depois, hásituações em que as crianças sãoretiradas às suas famílias deemergência, o que torna o processomais doloroso”, indica Filomena Rosa,garantindo que a institucionalização ésempre o último recurso.“Infelizmente, chegam-nos muitasjovens numa situação de pobrezaextrema, que as levou a situaçõesgravíssimas de doença física e mental,mas também raparigas com rebeldialevada ao extremo, que nãoreconhecem autoridade a ninguém,de tal modo que as famílias ficamaflitas sem saber o que fazer. Osproblemas que originam ainstitucionalização mudaram um

bocadinho, o tráfego e exploraçãode menores tem diminuído”.

Casas de Acolhimentonão são o bicho-papão

A par do trabalho desenvolvidopelas Comissões de Proteção deCrianças e Jovens em Risco e pelosTribunais de Família e Menores, asociedade está mais atenta ao que arodeia, ao que se passa na casa dosvizinhos, nas escolas, aos sinais deperigo. As próprias famílias estãomais conscientes de que, emdeterminado momento, não têmcondições para cuidar dos maisnovos, mas tal não significa quetudo seja ouro sobre azul e há casosem que, efetivamente, osagressores se encontram no seio dafamília e que o afastamento entre asduas partes tem que ser total.“Contudo, a maior parte dos casossão famílias que são trabalhadas nosentido de fazer o que é melhorpara os mais novos e, a partir domomento em que as crianças eraparigas entram na Casa deAcolhimento, começamos logo apreparar a sua saída. Isso implicaestabelecer laços com as famílias esensibilizá-las para uma educaçãoparental para a qual muitas vezesnão estavam despertas. Vivemosnum mundo louco em que aspessoas passam o dia a trabalharpara conseguir subsistir e chegam acasa sem tempo para os filhos e

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tentamos, ao máximo, que essaaproximação seja concretizada”,refere Filomena Rosa.

Uma aproximação que é realizadamesmo quando as raparigas estão naCasa de Acolhimento da AIPAR, umaforma das famílias compreenderem,também elas, que estas instituiçõesnão são o tal «bicho-papão» que lhestirou os filhos. “Desde que nãoexistam impedimentos, as jovenspodem contatar sempre com as suasfamílias, há visitas regulares, e tudoisso minimiza, de alguma forma, esteafastamento”, acrescenta CristinaViegas. “Não somos uma instituiçãofechada, nem elas estão aqui emisolamento, porque temos capacidadepara nos colocar do outro lado, paraperceber o que as outras partes estão

a sofrer com esta situação. E,quando se abrem as portas, osmuros quebram-se e as angústias esofrimentos diminuem”, reforçaFilomena Rosa.

Convém lembrar, entretanto, queestas IPSS não são simples depósitosde crianças, ou seja, existe umasérie de atividades para as ocuparao longo do dia, para as mentalizarque há regras para cumprir e quepodem retirar benefícios da suapassagem pela associação. “Umadas primeiras preocupações quetemos é a educação formal, porquea escolaridade é obrigatória até aos18 anos, de modo que faz-se logo atransferência das escolas quefrequentavam para o AgrupamentoPinheiro Rosa e começamos a

Gabinete de estética da associação

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trabalhar com elas para o sucessoeducativo. Existe uma estreita eexcelente relação entre a instituição ea escola e um dos professores quetemos aqui destacado pelo Ministérioda Educação faz precisamente essaponte”, sublinha a Presidente daDireção, um trabalho que depois éprosseguido dentro da Casa deAcolhimento, nomeadamente no quediz respeito à educação não formal:aprender a cozinhar, a gerir o dinheiro,a fazer compras, a vestir-se, a tratar dahigiene pessoal, a colaborar e partilharcom os outros.

O resultado deste esforço conjunto éque a maior parte destas raparigassaem da AIPAR perfeitamentecapacitadas para levar uma vida emsociedade, aliás, algumas até dizemque a passagem pela Proteção àRapariga foi o melhor período das suasvidas, revela Cristina Viegas. “Muitasvêm cá depois visitar-nos e darconselhos às raparigas que estãoatualmente na Casa de Acolhimento,para que aproveitem ao máximo oque estão a receber”, indica a Diretorado CAT. Uma postura que, segundoFilomena Rosa, exemplifica um poucoa forma como estas raparigas olhampara a associação, como lidam comela. “Numa primeira fase, sãorebeldes, rejeitam tudo. Depois,começam a aderir às coisas, aestabelecer cumplicidades, dizem quenão mas, por dentro, já concordam.Após saírem, algumas voltam paranos visitar, umas com problemas,

outras sem problemas, ereconhecem que deviam ter ficadomais um ano ou dois”.

Competências que sãotransmitidas para as «clientes» doCAT de forma ligeira, intuitiva,pouco formal, através de simpleslistas de tarefas, de papéis acumprir: quem é que põe a louça namáquina, quem é que monta amesa, quem é que varre o chão dorefeitório, quem é que trata da gata.“E realizamos workshops nosperíodos de férias letivas, sobrecozinha, costura, expressãoplástica, várias coisas que as vãocapacitando para o exterior”,lembra Daniela Fonseca.

Mais valências noterreno, outras em sonho

Conforme referido anteriormente,a inauguração das novas instalaçõestrouxe um novo dinamismo àAssociação de Proteção à Rapariga eà Família e isso materializou-se noaparecimento de outras respostassociais para além do Centro deAcolhimento Temporário, logo acomeçar pela Cantina Social, porsugestão da Segurança Socialaquando da implementação doPrograma de Emergência Alimentar.“Servimos 100 refeições diárias afamílias desta área de residência,com a triagem a ser efetuada pelosServiços de Ação Social da Câmara

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Municipal de Faro. Depois, criamosuma resposta que, na minha opinião,será o futuro desta intervenção social,um Centro de Apoio Familiar eAconselhamento Parental, orientadopara as famílias que têm enormesdificuldades para lidar com os filhos.Temos uma equipa de técnicos quevai a casa, que se abeira, se aproximadas pessoas, dá conselhos, faz olevantamento das necessidades”,descreve Filomena Rosa.

Uma resposta social que é a «meninados olhos de oiro» da direção da AIPARe que pode evitar uma posteriorinstitucionalização de algumascrianças, ao mesmo tempo queprepara o regresso às famíliasdaquelas jovens que já se encontram

em Casas de Acolhimento. Istoporque há famílias que, na hora daverdade, não sabem o que é seruma família, o que é ter filhos,reconhecem as entrevistadas.“Pormenores tão simples comoensinar a brincar e a conversar comas crianças para estimular alinguagem, ensinar a ter umaalimentação saudável, a gerir aeconomia doméstica. Nenhumacriança cresce de forma saudávelsem colo, mimos e regras”, frisaFilomena Rosa, antes de revelar amais recente resposta social: umApartamento de Autonomização,com capacidade para cinco jovens,até aos 21 anos, onde elas podemcomeçar a aprender a estar e a viversozinhas. “Há mais sonhos,

A sala de estar da Associação de Proteção à Rapariga e à Família

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acreditamos que vamos conseguiraumentar o número de valências, masé essencial termos um rigor financeiroabsoluto. Angariar mecenas ou apoiosé um desgaste tremendo para aequipa, obriga a fazer imensascandidaturas para se conseguir obteralguma ajuda. Mas estamosimensamente agradecidas mesmoàquelas pessoas que só nos podemdar uma laranja. Vamos somando opouco que nos vai chegando paratrabalharmos no dia-a-dia”, salientaFilomena Rosa.

Feitas as contas às diversas valências,a Associação de Proteção à Rapariga eà Família de Faro apoia mais de 200pessoas diariamente, resultado doempenho dos técnicos e doselementos da direção que, como énatural, estão aqui em regime devoluntariado, sem qualquer retornofinanceiro. Um empenho advindo da

consciência de que todas asrespostas sociais são importantespara acudir aos mais necessitados,sendo que há áreas maisproblemáticas do que outras,aponta Filomena Rosa, casos dadeficiência e da doença mental.“Qualquer pessoa deve ter umadose muito grande de inquietaçãopara sonhar e criar novas respostas.Nem tudo são sucessos, mas nóspreferimos focar-nos nos aspetospositivos, é neles que conseguimosarranjar resiliência para seguir emfrente. Ainda no que toca aosrecursos, o estatuto das IPSS foialterado recentemente e prevê queelas adquiram atividadesinstrumentais para angariar maisalgum dinheiro, de modo quecriamos um serviço de refeiçõespara eventos”, conclui FilomenaRosa .

Sala de apoio ao estudo

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É na freguesia de Moncarapacho, concelho de Olhão, que se produz um dosmelhores azeites do mundo, o azeite virgem extra Monterosa, que recentementeconquistou as medalhas de ouro e prata no «Olive Japan 2016», em Tóquio. Noconcurso participaram 600 azeites provenientes de 21 países, mas foram o«Frantoio», o «Cobrançosa», o «Maçanilha», o «Verdeal» e o «Picual» algarviosque brilharam mais forte e encheram de orgulho esta empresa que, até há bempoucos anos, era mais conhecida pelas suas plantas ornamentais.

Azeite Monterosabrilha nos quatro cantos do mundo

Texto: Fotografia:

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Durante décadas, osViveiros Monterosa,situados na freguesia deMoncarapacho, noconcelho de Olhão,

cimentaram a sua presença nomercado das plantas ornamentais,mas a marca tem andado na boca domundo, nos últimos anos, graças aoazeite virgem extra que produz e quetem arrebatado medalhas de ouro eprata nos principais concursosinternacionais. Curiosamente,recuando à génese desta empresa, em1969, a ideia era fazer hortaliçasdurante o Inverno para exportar paraos mercados do norte da Europa, àsemelhança do que acontecia naCalifórnia (EUA), Israel e África do Sul.“Andei à procura de um clima no sulda Europa onde pudesse arrancar

com o negócio, a minha esposa nãogostou nem da Itália, nem deEspanha, e finalmente descobrimoso Algarve”, recorda Detlev VonRosen.

O clima e os terrenos eramótimos, o sucesso foi imediato noque toca à produção, contudo, alogística não funcionou, isto porquePortugal vivia numa Ditadura,estava bastante fechado ao exteriore os camiões demoravam váriosdias até serem autorizados aatravessar a fronteira, o que levavaao apodrecimento de muitoscarregamentos. Por terra eracomplicado, tentou-se a via área,que resultava, mas implicava custosde transporte demasiado elevadospara a rentabilidade do negócio.

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“Em 1972, por sorte, encontramos umproduto que estava na moda naépoca, a planta ornamental em vaso.Antes da guerra, estas plantas nãoeram vendidas logo prontas, comvalor decorativo, com flores bonitas,ofereciam-se apenas as estacas paradepois crescerem”, recorda o sueco,adiantando que o clima do Algarvecolocava os Viveiros Monterosa emgrande vantagem face à concorrênciaexistente na Holanda, Dinamarca eSuécia. “Eles faziam a produção todaem estufa, nós tínhamos condiçõespara o fazer ao ar livre, o quediminuía consideravelmente oscustos”, justifica.

Entretanto, o Algarve «explodiu»para o turismo, mas Detlev Von Rosene os outros três sócios resistiram àtentação de largar a exploração

agrícola e vender os terrenos paraali se construir uma unidadehoteleira ou campo de golfe. “Aagricultura sempre foi a minhapaixão, nunca tive grande interesseem ser empresário de turismo”,justifica, ao mesmo tempo queconfessa que o premiado azeitevirgem extra do Monterosaapareceu por simples acaso. “Nofinal da década de 90 tivemos anosde grande seca e nós precisamosde muita água para as plantasornamentais. Fizemos um estudopara ver onde é que podíamospoupar água e verificamos que, nos60 hectares de plantas quetínhamos, a maior parte eraconsumida num laranjal queocupava apenas seis hectares e quejá cá estava quando compramos aquinta”, conta o entrevistado.

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“Regávamos cerca de mil copos deágua por cada copo de sumo delaranja que se produzia, portanto,arrancamos as árvores todas, mas oterreno ficava feio sem nada. ADireção Regional de Agricultura doAlgarve informou-nos que, sequeríamos gastar pouca água na rega,só havia quatro alternativas: figueira,amendoeira, alfarrobeira e oliveira.Escolhemos a oliveira por acaso,plantamos as árvores e só depois éque nos preocupamos com o que sepoderia fazer com o seu fruto, ouseja, com as azeitonas”.

À caça de informação, osempresários foram a Itália eEspanha falar com especialistas eaperceberam-se que tinhamentrado num mundo bastantecomplexo e apaixonante. “Oprimeiro livro que li sobre estamatéria foi escrito 20 anos A.C.,pelo senador romano Marco Catão,que explicava em pormenor comose plantar um olival. Vendíamos asazeitonas a uma empresa deTavira, mas tínhamos curiosidadeem saber se era possível produzirazeite de qualidade no Algarve, ao

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contrário do que toda a genteafirmava”, diz-nos Detlev Von Rosen,lembrando que, até 2000, o azeite eravisto de forma banal, como umasimples gordura mediterrânica quepoucos estrangeiros utilizavam no seudia-a-dia.

Nesse sentido, o azeite eraproduzido de forma insipiente, semgrandes preocupações com aqualidade, até que, em 2000, nosEstados Unidos da América, a Foodand Drug Administration apresentouos resultados de um estudo levado acabo durante 60 anos sobre os efeitos

positivos da Dieta Mediterrânica nasaúde humana. “De um momentopara o outro, a postura sobre oazeite alterou-se por completo e aUniversidade Davis, na Califórnia,começou a pesquisar a melhorforma de produzir azeite de grandequalidade, um estudo aberto quepodia ser consultado por todos osinteressados”, sublinha Detlev VonRosen, que aplicou essesensinamentos na propriedade deMoncarapacho. “Diziam que o idealera serem produções pequenas,com um lagar dedicado apenas aoazeite e localizado dentro do olival,

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para diminuir o tempo que decorreentre a colheita e a moagem daazeitona. Curiosamente, existia naquinta a ruína de um lagar dostempos romanos, mas nunca látínhamos entrado”.

Um longo caminhoaté à perfeição

A primeira produção de azeiteMonterosa dá-se em 2005, umapequena quantidade, até porque nãohavia pessoal especializado nesta áreano Algarve. Assim, a aprendizagem foifeita no terreno, seguindo osensinamentos de José Gouveia, doInstituto Superior de Agronomia deLisboa, e Paul Folsom, da UniversidadeDavis, da Califórnia. “Fizemos o cursode provadores, que nos abriu ohorizonte para o azeite, explicou-noso que é um bom azeite. Depois,compramos uma máquina italiana deúltima geração e a pessoaresponsável pelas obras derequalificação do lagar acabou por seapaixonar também por isto e ficouconnosco, é o nosso lagareiro”, revelaDetlev Von Rosen.

Os prémios internacionais, claro, nãoapareceram logo, foi um longoprocesso, percorrido devagar, porquea pressa é inimiga da perfeição e, nocaso do azeite, a quantidade é inimigada qualidade. “Não convém ter maisde 20 hectares e o melhor é estaremtodos juntos na mesma unidade, oque não conseguimos fazer, mas

estão a uma curta distância uns dosoutros”, aponta, continuando com ahistória de sucesso do azeiteMonterosa. “Há um painel emLisboa, liderado pelo José Gouveia,que diz se estamos perante umazeite virgem extra ou não, que é acategoria mais alta. Nós ficamoslogo nessa categoria, o que nossurpreendeu, mas estávamos nopatamar inferior do azeite virgemextra, portanto, não eraaconselhável enviar o nosso azeitepara concursos, para não prejudicara marca «Portugal». O conselhoque o José Gouveia nos deu foiapanhar a azeitona um pouco maiscedo, mas não especificou quantosdias ou semanas”.

A busca pela qualidade superiordesenrolou-se, então, à conta demuitas tentativas, todos os anosapanhavam a azeitona mais cedo,produziam o azeite e submetiam-noà consideração dos especialistas,que diziam que estava melhor, masque ainda não era o top decategoria. “Em 2013, começamos acolheita a 28 de agosto, repetimoso processo e o Professor Gouveiafez questão de vir a Moncarapacho.Gostou da plantação, foi ao lagar,guiou-nos numa prova aos nossosazeites, o que ele sentia na boca eno nariz, um ritual bastanteinteressante. No fim, disse-nos queestávamos no top do azeite virgemextra e que podíamos enviar paraconcursos”, indica o empresáriosueco.

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Dito e feito, o Azeite Monterosaparticipou num concurso em NovaIorque, conquistou a medalha de ouroem todas as variedades e desde entãonunca mais pararam de ser premiadospelos especialistas dos quatro cantosdo mundo, os mais recentes no Japão.“Só o virgem extra é que interessa aomercado de alta qualidade mas ficacaro, porque é tudo feito à mão, empequenas quantidades, ou seja, tudoaquilo que não gera economias deescala. Os custos de produção são 10vezes mais elevados do que numaprodução toda mecanizada, mas opreço também é 10 vezes superior, naordem dos 40 euros por litro”, explicaDetlev Von Rosen.

Um valor que afasta, de facto, aesmagadora maioria dosconsumidores de azeite, mas osueco avisa também que nem todasas pessoas sabem reconhecer, ouonde encontrar, um azeite dequalidade superior. A soluçãoencontrada foi aproveitar o espaçodo lagar para realizardemonstrações a clientesselecionados, que também sãoconvidados a passear pelo olival,para que fiquem a conhecer todo oprocesso produtivo. “Sobretudoturistas estrangeiros que nãoquerem apenas nadar no oceanoou jogar golfe, que procuramoutras experiências. Fazemos umaprova idêntica à realizada pelos

Detlev Von Rosen numa visita ao olival com um grupo de clientes

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provadores profissionais e toda agente, sem exceção, fica rendida aonosso azeite e surpreendida comaquilo que aprendeu na visita aoLagar de Moncarapacho”, garante.

Como se adivinha, ninguém sai dolagar sem comprar algumas garrafaspara levar para os seus países deorigem e depois fazem nova aquisiçãona loja online do Azeite Monterosa.Assim sendo, não será muito fácilencontrar este produto emsupermercados e hipermercados,onde os clientes normalmenteadquirem o azeite em função dopreço. Para mais, conforme referido, aprodução é limitada na quantidade,cerca de 10 mil litros por ano, com oobjetivo de chegar aos 20 mil, paraatingir a proporção ideal de mil litros

por hectare. “Fala-seconstantemente que o azeite dealta qualidade é bastante benéficopara a saúde. O Algarve também émuito conhecido pela suagastronomia e a qualidade doazeite contribui para isso, mas nemtodas as pessoas podem comprar otopo do azeite virgem extra”,admite Detlev Von Rosen.

Apesar disso, o sueco acredita queo Algarve se pode tornar numaregião produtora de azeite de topoa nível mundial, desde que maislagares entrem em atividade, e queisso pode constituir mais um nichode mercado para explorar emtermos turísticos, como acontece naToscana. Quanto aos prémiosconquistados internacionalmente, o

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entrevistado sorri quando revela que,em Moncarapacho, o AzeiteMonterosa é pouco apreciado.“Querem uma coisa mais forte. Hápessoas que gostam de azeite umpouco mais rançoso, mas isso é umdefeito, é um sinal de deterioração doazeite. Ganhamos prémios em NovaIorque, Los Angeles, Tóquio eCórdoba mas, todos os anos a Casa doPovo de Moncarapacho organiza umpequeno concurso, não profissional, enós ficamos sempre em último, atrásde dois azeites de Santa Catarina eoutro dos Vilarinhos. Falta-nos aquelebocadinho de ranço”, explica, comuma risada.

Sem planos para construir outrolagar ou adquirir mais terrenos, a ideiade Detlev Von Rosen e seus sócios éaumentar a produção para os 20 mil

litros anuais, volume que já tornaráo negócio rentável. “Nestes 16 anosde produção, ainda não ganhamosum tostão com o azeite, porqueestamos a metade da capacidadeprodutiva. E nunca vamos descuraro negócio das plantas ornamentais,é esse cash-flow que nos permiteinvestir nesta pequena loucura. Oscustos são muito superiores ao quetínhamos projetado no início,demorou bastante mais tempo achegar à perfeição, foi tudo maisdifícil. Se olhássemos só para olucro, já tínhamos cortado asoliveiras, mas estamos convictosde que esta nossa «loucura» se vaitornar um negócio sustentável” .

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Sempre que termina um Campeonato Nacionalde Futebol tenho alunos a perguntarem-mequal é a minha equipa de futebol, ao que

respondo ser a equipa da terra onde resido.Invariavelmente retorquem, questionando qual -dos grandes - é afinal o meu clube!? Percebo quemuito do que lhes digo cairá, por certo, em sacoroto, pois não é fácil mostrar a jovens que vivem emplena integração e consonância com os hábitosmediáticos e consumistas proporcionados pelasgrandes Sociedades Anónimas Desportivas (SAD)deste país, o que é o espírito desportivo de umclube que vive do, e para o amadorismo dos atletasda terra.

Penso que a grandiosidade de um clube não semede apenas pela quantidade de títulosconquistados, pelos jogos ganhos, pelapercentagem de jogadores “vendáveis”, nem pelovalor de transferência dos seus jogadores. Deveráestar ligado ao número de praticantes, à quantidadede modalidades desportivas, à igualdade detratamento para os vários desportos praticados, aoinvestimento igualitário nas disciplinas desportivasoferecidas e na qualidade e quantidade deassociados das respetivas agremiações desportivas.São esses os verdadeiros pressupostos que tornamum Clube grande aos olhos de quem vê o desportopara além da apropriação mercantilista de empresasque nele apenas veem uma apetecível e inesgotávelfonte de receita.

Penso que não poderia haver melhor analogia doque a que hoje é usualmente praticada: os reis docapital transformaram o futebol no proclamadodesporto-rei. É um facto, vivemos numa monarquiadesportiva onde grande parte dos portugueses sãosúbitos-dependentes de um só desporto: o futebol.O futebol de competição (puro e duro) que aos

poucos substituiu o futebol da arte e do prazer…aquele de que que sou fã, independentemente doclube ou da nacionalidade.

Aproveitando-se da necessidade básica quequalquer ser humano tem em obter momentos deprazer, êxtase, euforia e gratificação, a indústria dofutebol criou redes de habituação e viciação quetransformaram um simples desporto numacomplexa máquina onde à sua volta giram múltiplose intricados interesses. Em torno de uma marca,que outrora começou como o nome de um clubedesportivo, gerem-se negócios que estão para alémdo conhecimento e do entendimento da maioriados adeptos. E como tal, assim deverá continuar aser para que o desporto de massas continue a geraras devidas e esperadas “massas”, época após época!

Que interessa o que gastam, quando o que seganha supera o esperado? Por isso a necessidade deter como clube do coração, um dos habituais clubesganhadores! Independentemente de terem poucosjogadores portugueses, os “Clubes Grandes”garantem sempre retorno em forma de emoçõesfortes justificadas por fortes investimentos.

“Pode ser verdade o que escreves, mas quero lásaber! Nasci neste clube e com ele hei-de morrer.Não vale a pena chateares-me com tanta «prosápiaintelectualóide», pois este é um dos prazeres davida, do qual não abdico!”, dir-me-ão. Ao qual eupergunto: “Imaginem que dedicavam aos problemasdo vosso país a metade da atenção que dedicam aos“problemas” do vosso clube de futebol. O queaconteceria?...”. Provavelmente todos os políticosque povoam o mundo do futebol sabem a resposta.Pois é… Karl Marx não disse que o futebol é o ópiodo povo, mas bem podia ter dito! .

Clubites à partePaulo Cunha

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Durante o corrente ano, os dezasseis municípiosdo Algarve preveem gastar perto de cento esessenta milhões de euros com os seus

trabalhadores, segundo os respetivos orçamentos, masesse valor pode estar subestimado…

Recentemente divulgado por uma plataforma decomunicação regional, este valor foi obtido através dasoma das rubricas «Despesas com o Pessoal» inscritaspelas autarquias nos seus orçamentos para 2016, ondesão colocadas todos os gastos previstos com osfuncionários, os quais incluem não só os ordenadoscomo as contribuições sociais e outras.

A maior dotação financeira para despesas de pessoalé a de Loulé, com 26,9 milhões de euros, seguindo-seAlbufeira (22,4), Portimão (16,2), Faro (13,3) e Lagos(12,4). No patamar inferior da tabela, encontram-seCastro Marim (2,8), Alcoutim (3), Aljezur (3,2),Monchique (3,5), S. Brás de Alportel (3,9) e Vila doBispo (4).

No total, e de acordo com os mapas de pessoaldisponibilizados nos respetivos sítios eletrónicos, osdezasseis municípios contam com 8.563 funcionários,significando que cada trabalhador custa aos cofresmunicipais cerca de 17977,24 euros anuais, verba quedividida por 12, dá um dispêndio mensal de 1498,10euros. Mais uma vez se frisa que se trata de todos osencargos relacionados com os funcionários, queenvolvem salários e todos os outros descontos,seguros e subsídios. Será mesmo assim?!

Porém, no estudo apresentado, falta somar asentidades participadas que desempenham tarefasincluídas nas atribuições municipais e as despesas compessoal incluídas nos contratos de delegação decompetências com as juntas de freguesia, bem comooutras despesas relacionadas com pessoal, incluídasem rúbricas relacionadas com prestações de serviços.Com a implementação das filosofias de outsourcingnos serviços públicos, muitas câmaras e serviçospúblicos reduziram os seus quadros de pessoal erecorrem a prestações de serviços externas… paralimpar e manter equipamentos públicos ou até atendera sua chamada telefónica!!!

Por outro lado, para contornar as limitações decontratação de pessoal impostas pelas normas

orçamentais dos últimos anos e garantir a ocupaçãoútil de subsidiados, muitas instituições recorreram àsmedidas de apoio do IEFP para desempregados,nomeadamente os contratos Emprego-Inserção (CEI) eEmprego-Inserção+ (CEI+). Estas medidas consistem narealização de trabalho socialmente necessário porparte dos desempregados beneficiários de subsídio dedesemprego, subsídio social de desemprego ourendimento social de inserção.

O trabalho é efetuado em serviços públicos (quedesenvolvam atividades relevantes para a satisfação denecessidades sociais ou coletivas), autarquias locais ouentidades de solidariedade social e tem a duraçãomáxima de 12 meses, sendo o contrato renovável.Nestes casos, as despesas referentes àscomparticipações são acolhidas nas rubricasorçamentais destinadas à ação e intervenção social,especialmente reforçadas no final do mandato anteriore ao longo do presente mandato autárquico!

Será censurável a utilização de fundos públicosmunicipais para pagar aos seus funcionários ougarantir o funcionamento dos serviços e garantir asatisfação mínima de necessidades sociais oucoletivas?! Parece-lhe reprovável garantir a aberturade uma escola em regime de permanência e impedirque pessoas estranhas ao seu funcionamento tenhamacesso irregular ao recreio das crianças e zonas deserviço, por exemplo?! Ou que tal prestação de serviçoseja aproveitada para assegurar a limpeza dos jardinspúblicos ou dos espaços florestais?!

Perante a gravidade do estado social da região,particular agravado pela sazonalidade do emprego nosetor turístico, os municípios do Algarve deram umimportante sinal político, alterando políticas deinvestimento, consolidando as suas contas e afetandoverbas às pessoas, estabilizando as famílias eminimizando o impacto social do desemprego. Fosseassim em toda a parte!!! .

NOTA – Poderá consultar os artigos anteriores sobreestas e outras matérias no meu blogue(www.terradosol.blogspot.com) ou na páginawww.facebook.com/josegraca1966

Autarquias investem na coesão socialJosé Graça

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Conselho da Europa desafia tutelas a repensar o papeldas Bibliotecas e dos Museus

Dália Paulo

O Conselho da Europa adotou por unanimidadeuma resolução sobre Bibliotecas e Museus naEuropa em tempos de mudança (Doc. 13984), de

15 de fevereiro de 2016, que se foca nas “instituições depequena dimensão que desempenham um papel essencialno desenvolvimento da comunidade e que estão naatualidade sobre pressão para reduzir o serviço público oumesmo fechar.” É muito interessante este centrar naimportância dos pequenos museus e bibliotecas quedesempenham um papel fundamental para a construçãode uma cidadania participada e colaborativa e de umaidentidade coletiva, assim como no elevar da autoestimacoletiva.Nos últimos anos temos vindo a assistir à subvalorizaçãodestes equipamentos, com redução de equipas,aposentações (um dos grandes desafios do novoMinistério da Cultura é conseguir que se faça a passagemde conhecimento e que se substituam as pessoas que seaposentam), de horários, de investigação, definanciamento, de constituição de fundos (nas bibliotecastem sido gritante a não atualização dos fundosdocumentais). Por outro lado, assistimos à resiliência dasequipas (a resolução fala em museus resilientes esustentáveis), ao aumento do número de visitantes emmuseus. Parece paradoxal.Esta situação será certamente insustentável amédio/longo prazo. A resolução reforça a ideia de quenum tempo em que a economia do conhecimento ganhacada vez mais importância na Europa, os museus ebibliotecas são recursos fundamentais para odesenvolvimento humano e a aprendizagem ao longo davida; reiterando, uma reivindicação antiga dosprofissionais, que estes são lugares seguros e dinâmicospara a comunidade questionar e pensar sobre a vida. Eainda se pratica tão pouco!Num tempo que se quer de cidades inteligentes, aresolução impele os museus e as bibliotecas a serresilientes e a “rever a criatividade e a estratégia pararesponder às necessidades emergentes” numa Europaque se tem de repensar nos valores, nas atitudes e naIdentidade. Instituições que se devem implicar na

mudança e que, ainda segundo o texto da resolução, paraisso necessitam de liderança e visão fortes que lhespermita repensar-se no contexto mundial, criar redes edesenvolver parcerias. Apela, também, à formação, a umamaior autonomia e a tornarem-se centros para umaeducação digital e para a inovação. Estamos perante umtexto importante que pretende colocar em valor museus ebibliotecas, na sua relação com a inovação e acriatividade, e alertar as tutelas para que repensem estasinstituições como lugares centrais numa política depensamento das cidades e dos territórios.Uma das áreas referidas na resolução é a Educação,considerando que bibliotecas e museus se tornaram“centros de aprendizagem ao longo da vida para váriospúblicos”. Indo de encontro a estes pressupostos, napróxima segunda-feira o Museu Municipal de Louléorganiza um seminário sobre Mediação Cultural: umaferramenta para a cidadania? Como questões de partidatemos: de que modos as instituições culturais podemcontribuir para questionar a sociedade em que vivemos? Epara lhe dar resposta? Qual o papel da mediação? Comoutilizar os seus recursos para a construção de umacidadania ativa e colaborativa?Será certamente um dia de debate intenso e quecontribuirá para partilhar boas práticas (outra intenção daresolução) e que junta profissionais de diferentes sectoresda área cultural (também o que a resolução defende).Experiências nacionais e internacionais servirão de mote àdiscussão: Ana Rita Canavarro, especialista em educaçãofará a comunicação de abertura; Catarina Oliveira traz-nosa sua experiência de Cacela (Algarve); Beccky Moran,Historic Royal Palaces (Reino Unido) falará de um públicoespecífico as famílias; Catarina Moura, Museu Nacional deArte Contemporânea – Chiado, trará a questão do museucomo organização educativa; Susana Menezes, TeatroMaria Matos, dará um contributo sobre a ligação entre aarte e as pessoas e, Denise Polloni, Museu de Serralves,falará de mediação cultural. Queremos que seja um diaque contribua para inquietar e construir relações, afetos,redes e, acima de tudo, que resulte em novos projetos aoserviço das pessoas e da sua felicidade .

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I(n)cobertoMirian Tavares

I(n)coberto - Exposição de Bertílio Martins(Galeria Trem, Faro. Patente até ao dia 4 de

Julho)

O artista pensa enquanto atua e produz.Mas pode também pensar, de uma formamais convencional, ao refletir sobre a sua

produção, ao relatar o seu percurso e ao tentarencontrar entre seus pares, aqueles que fizerame fazem parte do seu imaginário; do seu caminhono universo das artes; das suas escolhas etambém das suas recusas em compactuar comdeterminados modos de ver e de refletir omundo. Bertílio Martins foi instado a realizar esteprocesso de reflexão através do Mestrado quecursou, em Comunicação, Cultura e Artes, e cujoresultado é-nos revelado na exposiçãoI(n)coberto.

O artista confessa a sua dificuldade em falarsobre algo que já fala por si mesmo, a sua obra,mas fez um esforço no sentido de, através doprocesso de investigação prática e teórica querealizou, encontrar (se) algumas respostas amuitas das questões que fez desde sempre: paraque serve a arte? Para que me serve a arte? Oque quero fazer com ela?

Encontrou, ao longo desse percurso, algunsartistas que o inspiraram ou que o fizerampensar sobre a criação artística. Um deles, o quemais destaca, é Antoni Tàpies, o artista catalão

que deu continuidade a luta das vanguardas,após a II Grande Guerra, ao não cessar aexperimentação e ao continuar a acreditar nopoder da arte de revelar, e mudar, o mundo.Como disse Tàpies, “encara no he pintat l'obraque estic buscant" (ainda não pintei a obra queestou procurando). A obra nunca se completa,porque o desejo do artista é a falta e a busca pelaobra que o defina ou que defina aquilo que elepensa da arte, e da vida.

Bertílio afirma que com a sua exposição nãoprocura “contar uma história, mas produzir umavibração, um tom harmónico, massimultaneamente, inaudível, um grito exauridode baixa frequência, uma contemplação possívelde mim aos outros, um momento especial degrande empatia, enfim, um momento que só ofator artístico pode proporciona.” A sua obra éprofundamente matérica, ele trabalha com osmateriais e com a sua concretude sem deixar, noentanto, de transformar a sua subjetividade numquadro ou num desenho, partilhável com opúblico, mas não tão explícito que possamos veras suas vísceras, aquilo que ele realmentegostaria de expor. Por isso a sua obra é intensa,mas permanece (in) coberta como um convite aoseu permanente desvelamento .

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A importância do Ser e do Existirou O jogo dos ditados populares

Augusto Lima

O Ser, traduzido pelos OrganismosAssociativos que visam valorizar os seusmembros.

O Existir significando Estar e Durar, exprime avontade de querer e a persistência em oconseguir. Para isso será essencial o sonho e otalho para com ousadia se impor a verdade e anecessidade numa área que caracteriza oTurismo Nacional e Algarvio, a Restauração. Sócom a união dos diversos parceiros associativosunidos numa Federação poderemos criar atritosuficiente para marcar posições.

Conforme existe, por necessidade, o PDM –Plano Diretor Municipal ou a Planta deOrdenamento do Município, assim deveriaexistir também um conjunto de regras quegerisse o ordenamento dos serviços deRestauração, em número, género e grau. “Muitagente junta não se safa”.

Existe desde data imemorável umaquestiúncula entre Empregadores eEmpregados, daquelas que faz lembrar o velhoditado que diz – “Em casa onde não há pão,todos ralham mas ninguém tem razão”.

Se puséssemos a questão numa balança elaficaria equilibrada se em ambos os ladosencontrássemos Honestidade, Compreensão eProfissionalismo. O patrão precisa de umempregado qualificado e este precisa que opatrão saiba valorizar o seu trabalho. Nãoesqueçamos que “As boas contas fazem os bonsamigos”. Eu espero que o “Eu quero, eu posso,eu mando”, tenha os dias contados. O bom

(profissional) Chefe (patrão, gerente, diretor,etc. …) é aquele que se rodeia dos melhores,ainda que qualquer um deles possa ser superiora si próprio.

“O barato sai caro”! Verdade. ”Não adiantatapar o sol com a peneira”, pois quandoolharmos para trás apenas encontraremos oserros que fizemos. A melhor técnica é sempre”Junta-te aos bons e serás como eles”.

Um dos grandes problemas que afeta osdiversos intervenientes na área das comidas ebebidas é sempre ter que resolver o problemada sazonalidade. Será que não é por a maioriatomar os três meses de Verão pelo todo, doAno? Ou seja, debruçam-se só e apenas nesseespaço de tempo, esquecendo que o ano temmais nove meses e são esses que carecem decuidados. Claro que aqui não estou a englobar osconcessionários de Praias, esses sim comcaracterísticas próprias.

“Cada qual é para o que nasce”, aplica-se àmaioria dos pretensos restauradores. Umaassociação deve ser livre de pensamentosdemagogos e discriminatórios, mas deve, sim,ser albergue de ideias comuns; programas dehorizontes vastos e coordenador de conceitosmodernos, evolutivos e pragmáticos. Felizmente“O hábito não faz o monge” e “Vender gato porlebre” tem que ter, por necessidade, os diascontados. ”Cada um come do que gosta”.Naturalmente que não, em se tratando dumaequipa! Nela deve vigorar ”Um por todos etodos por um” .

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Futuros atores revelam-se em

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A Turma PAE 2A da Escola Secundária Tomás Cabreira, de Faro, subiu ao palco doPequeno Auditório do Teatro das Figuras, no dia 11 de maio, para interpretar«Sensações do Vazio», encenada pela atriz Tânia Silva. A peça integra um curso deformação profissional de Interpretação e, pelo que se viu nas duas apresentaçõesao público, há muita matéria-prima de qualidade para quem quiser seguir acarreira de ator profissional.

Texto: | Fotografia:

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O dia 11 de maio foiespecial para os alunosda turma PAE 2A daEscola SecundáriaTomás Cabreira, 16

jovens que se mostraram ao público,em dose dupla (11h e 21h30), noPequeno Auditório do Teatro dasFiguras, ao interpretarem «Sensaçõesdo Vazio». Um género de estágio finalde ano letivo deste curso profissionalde interpretação, produzido peloEspaço Cénico Pesquisa Teatral eencenado por Tânia Silva, e quecontou com as participações dosalunos do 11.º ano AleksandraWasilewska, Alexandra Gravanita,André Alfarrobinha, Carlota Tavares,Catarina Bento, Francisco Luiz, InêsGonçalves, Inês Santos, Joana Santos,Patrícia Carvalho, Rafael Góis, RafaelSousa, Rita Castro, Rodrigo Gonçalves,Susete Ris e Teodora Krusharova.

Para «guiar» estes 16 jovens compretensões de seguir a carreira derepresentação foi convidada a atrizfarense Tânia Silva, num trabalhocriativo que consumiu cerca de 200horas e que arrancou a 30 deoutubro. No início, a preparaçãotomava quatro horas semanais,havia também períodos em que nãoera possível conciliar a agenda detodos os intervenientes, uma vezque os encontros aconteciamnormalmente aos sábados, noauditório do Instituto Português doDesporto e Juventude ou na escola,intensificando-se depois os ensaiosà medida que a data do espetáculose ia aproximando. “A estreia ficoulogo planeada para o final de abril,início de maio, tambémdependendo da agenda do Teatrodas Figuras. Primeiro, tivemos que

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passar por uma fase de conhecimento,já que eles próprios tinham poucasaulas em conjunto. Foi um processo deautoconhecimento importante parafalarmos todos a mesma linguagem epara que eles se ambientassem ao meumétodo de trabalho”, explica TâniaSilva, no final da primeira apresentaçãodo dia.

Tratando-se do segundo ano destecurso profissional de interpretação,Tânia Silva encontrou jovens já comalguns conhecimentos desta arte e comas bases necessárias para estar em palcoe preparar um projeto de raiz, mas nãodeixavam de ser adolescentes, semexperiência profissional no teatro,alheios a muitos pormenores que se vãodominando à medida que os anos vãodecorrendo. “Por isso, o meu papel

passou igualmente por lhes chamar aatenção para tudo o que estava aacontecer neste processo criativo,porque o teatro, para além de seruma arte e uma forma de linguagem,de expressão, é também uma ciência.É como estar num laboratório,estamos a experimentar, a explorar,a construir e, se não estivermosconscientes de todos esses aspetos,depois as coisas não saem comodevem sair, ou no momento em quetêm que sair”, entende aentrevistada.

Reflexões que eram feitasoralmente, em conjunto, mastambém por escrito, para que osalunos ficassem com estas bases parao futuro, que guardassem um registofísico de tudo o que ia decorrendo ao

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longo dos ensaios. “O que assistomuitas vezes é que as pessoas vãoacumulando experiências, mas nãorefletem sobre aquilo que estão afazer e esse conhecimento tem queser consolidado. Os atores recorremfrequentemente a todas essas

aprendizagens que vão fazendo aolongo da sua vida, porque não háum manual propriamente dito paranos explicar como ser ator. É anossa experiência que nos ajuda aperceber como fazer as coisas”,justifica Tânia Silva, entusiasmada,

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um entusiasmo que era partilhado porestes 16 jovens que sonham ser atores.“Foi um grupo empenhado desde oinício, estavam ali por sua vontade,porque é este o sonho que os une. Nogeral, o processo de trabalho foibastante tranquilo, decorreu de formafluída. Eu lançava os convites, osdesafios, e todo o texto foi de criaçãocoletiva, exceção feita ao Hino daCriação Védica e ao Enûma Elis, umconto da criação babilónica”.

E se trabalhar com jovens aspirantes aatores pode ter a desvantagem de seremainda pouco experientes em cima dopalco, tem, por outro lado, a vantagemde ainda não possuírem alguns vícios outiques que se vão adquirindo à medidaque os anos vão passando, reconhece a

encenadora. “Esses víciosnormalmente são fruto deinseguranças das pessoas, sãodefesas, «bengalas», comocostumamos dizer. São reaçõesinstintivas que ainda não se notamnestes alunos, porque são umproduto ainda em estado bruto, mashá que chamar logo a atençãoquando se começam a manifestar”,considera Tânia Silva.

A criação e o fimdo mundo

A temática geral de «Sensações doVazio» girou em torno da criação e fimdo mundo, socorrendo-se, para alémdas palavras, de uma enormedinâmica de movimento, expressões,

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gestos, pequenos sons, intercaladoscom momentos de silêncio, de totalausência de movimento, e o resultadofoi, de facto, bastante cativante. E aopção de Tânia Silva foi, desde oprimeiro momento, não seguir um textoclássico, de autor, até porqueestávamos perante um elenco de 16personagens. “Quisemos montar umapeça que resultasse do trabalhocoletivo, dos textos que surgissem dogrupo, e o meu ponto de partida foipegar nos mitos da criação do mundo.Eu faço teatro para perceber osmistérios da vida, o teatro ensina-me aviver, e eles aceitarem com entusiasmoeste tema”, indica a atriz/encenadora.“Em simultâneo, quisemos descobrir,por nós próprios, como é que teriasurgido o mundo. Eles foram trazendotextos, o espetáculo foi-se construindo,com a criação dos deuses e do ser A encenadora Tânia Silva

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humano, com a vida em sociedade, atéchegarmos aos mitos para o fim domundo. Os mitos são uma forma que ospovos encontraram para tentar percebero momento primordial da criação, osrituais são uma maneira de voltar a essemesmo momento, e foi isso que nosmoveu ao longo de todo o processo”.

Uma viagem desde a criação até ao fimdo mundo feita através das palavras, mastambém, como referido, através dosgestos, do silêncio, dos sons, dasexpressões faciais, dos movimentos doscorpos. Um cocktail que concedeu aoespetáculo um grande impacto visual equase nos esquecemos que estávamosperante adolescentes, jovens sem tarimbaprofissional, jovens que, se calhar,pensavam que ser ator era só decorartextos e reproduzi-los perante umpúblico. “Mas acho que nunca tivemosuma conversa formal, consciente, sobre

essas considerações, apesar de cadapessoa ter uma ideia diferente do queé ser ator. Uma vez fiz uma peça emque não havia uma única palavra. Oteatro é transmitir emoções, ideias,intensões e isso pode ser feito devárias maneiras”, reforça a farense.

Tânia Silva que se estreava a encenarum elenco desta dimensão, ao mesmotempo que tinha em cena a peça «AsCartas Ridículas» de Fernando Pessoa,ao lado de Bruno Martins. “Estaexperiência abriu-me o apetite paravoltar a encenar e penso que o convitesurgiu na altura certa. Como atriz, opróximo projeto será «Catarina», umespetáculo da ACTA com encenaçãodo Luís Vicente, que vai estrear depoisdo Verão”, adianta, antes de regressaraos preparativos da segunda ida apalco de «Sensações do Vazio», noTeatro das Figuras, em Faro .

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Foi lançado, no dia 10 de maio, o novo romance de Carlos Campaniço, de seunome «As Viúvas de Dom Rufia», um digno sucessor de «Mal Nascer», livrofinalista do Prémio Leya, em 2013. Nesta obra, o escritor regressa ao Alentejoonde nasceu e cresceu, mas numa geografia alternativa, para nos contar maisuma história repleta de personagens fascinantes e peripécias inesquecíveis. Umlivro que assinala o fim de um ciclo, seguindo-se a edição de uma obra paracrianças, antes de embarcar para outras aventuras, numa nova época histórica,mas isso fica para contar mais tarde…

Texto: Fotografia:

Carlos Campaniçoregressa ao seu Alentejo com«AS VIÚVAS DE DOM RUFIA»

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Alentejano de nascença,Carlos Campaniço veiopara o Algarve hásensivelmente duasdécadas para tirar uma

licenciatura em Línguas e LiteraturasModernas, variante de EstudosPortugueses, e um Mestrado em CulturaÁrabe, Islâmica e o Mediterrâneo, e deFaro nunca mais saiu. Antes disso, aos16 anos, já escrevia poesia e compunhaletras para uma banda de punk/rock daqual era vocalista, os «Réus daSociedade», um projeto algo inusitadono meio rural onde vivia, no distrito deBeja. “Era música de intervenção econtestação, com alguma ironiatambém”, recorda, com um sorriso,acrescentando que lia bastante poesia,“o mais sublime dos génerosliterários”, durante a sua adolescência.

Da leitura à escrita costuma ser,nestes casos de paixão espontânea, umpequeno passo, mas textos para ficar nagaveta, ou mostrar aos amigos maischegados, coisas incipientes, reconhece,quando olha para esse passadodistante. “Primeiro, há a grande paixão,lemos e consumimos. Depois, algunsdão o passo seguinte, tentam escrever,não se contêm apenas com a leitura, efoi isso que sucedeu comigo. Enveredeipor um curso de línguas e literaturas,mas achava sempre que nunca estavapreparado para publicar, para escreverum livro a sério”, conta, daí que, só achegar aos 30 anos, tenha lançado oprimeiro romance, «Molinos», queabordava a penosa vida rural doAlentejo da década de 40. “Era umasociedade estratificada, ainda de

classes, onde a terra pertencia amuito poucos e o resto das pessoastrabalhava de sol-a-sol”, lembra oentrevistado.

A ligação ao Alentejo onde viveu aprimeira parte da sua vida manteve-se ao longo das obras seguintes, umciclo que concluiu, agora, com «As

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Viúvas de Dom Rufia» e que incluiuainda «Os Demónios de Álvaro Cobra» e«Mal Nascer». “São romances de épocaque retratam a vida de uma sociedade,em determinado período,concretamente as comunidades ruraisdo Alentejo, as suas condições difíceisde vida, a sua condição agrária, a suaimaginação enquanto povo coletivo.

Inventei uma espécie de geografiaalternativa, já que, em cadaromance, vão nascendo novos povose aldeias, que depois interagementre si”, descreve Carlos Campaniço.

Pelo meio, o Diretor deProgramação do Auditório Municipalde Olhão escreveu ainda um ensaio

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histórico sobre o Algarve, de nome «DaSerra de Tavira ao Rif Marroquino - Analogias e Mitos» e o livro «A Ilha dasDuas Primaveras», que se passa alguresno Mediterrâneo. Sobre o cenárioescolhido para os romances, explica tersido uma escolha afetiva e consciente.“Teria mais dificuldade em escrever umromance sobre os pescadores de Olhãoe as suas fainas, por exemplo, porquenão conheço os ciclos, o nome dosartefactos, mil e uma coisas. É mais fácilescrever sobre um imaginário coletivono qual cresci a ouvir histórias ehistorietas, mas um autor não serestringe a isso, pelo que este ciclotermina agora. Foram nove anos quederam origem a quatro romances, quenão são sequenciais. «Os Demónios deÁlvaro Cobra» tem muito de fantástico,explora bastante o imaginário dos povosrurais, os medos e fantasias, o bruxo e osanto. O «Mal Nascer» é um livro muitocru que conta a história de sofrimentode uma mãe que fica viúva, e de umfilho que fica órfão, depois o padrasto éuma besta, apanha também um períododas Guerras Liberais. Já o «As Viúvas deDom Rufia» é repleto de ironia”,descreve.

«Mal Nascer» que foi, recorde-se, umdos finalistas do conceituado PrémioLeya, em 2013, mas «Os Demónios deÁlvaro Cobra» já tinha vencido o PrémioLiterário Cidade de Almada, pelo queCarlos Campaniço tem tido um percursode méritos reconhecidos pela crítica epelos leitores. E o autor reconhece aimportância de editar os seus livros pela«Casa das Letras», do Grupo Leya, e detrabalhar diretamente com Maria do

Rosário Pedreira. “No Prémio Leya, fuium dos sete finalistas de entre quase500 escritores do mundo de línguaportuguesa, é um prémio de 100 mileuros, o maior a nível monetáriotambém, e isso é gratificante”,aponta, sem negar que éextremamente difícil sobreviver emPortugal apenas da escrita. “Não se lêmuito em Portugal e ainda há poucotempo editavam-se 16 livros por dia.Depois, para além dos autoresconsagrados, há uma nova geração degrande qualidade, portanto, écomplicado alguém sobressair-se”,analisa.

Um cenário que tem vantagens edesvantagens, considera CarlosCampaniço. “Viver da escrita significaconcentração absoluta nessaatividade, podemos investir na leiturae no processo criativo. É diferente detrabalhar sete horas na câmaramunicipal, chegar a casa e só começara escrever a partir das 21h/22h. Poroutro lado, quando estamosdependentes financeiramente daescrita, temos que lançar um livropraticamente todos os anos e asideias, às vezes, não estãodevidamente cimentadas e sãorepetitivas”, comenta o alentejano,garantindo que mudar da poesia parao romance não aconteceu a pensar namaior facilidade com que se vendemlivros deste género literário. “Oromance tem, aliás, uma dificuldadeacrescida, porque o texto requer umacoerência do princípio ao fim, umaconcentração em dados e fatos, temque ser tudo muito bem cozinhado.

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Na poesia, podemos escrever poemassoltos e depois reuni-los num livro”.

Um percurso sérioe fiel a mim mesmo

Não sendo um profissional da escrita,Carlos Campaniço sublinha que nãoescreve por inspiração, mas sim porinquietação, pelo que está semprepronto para o fazer. Mas também hámomentos em que emperra, em quefalta o tema, em que é precisosolucionar um problema. “Ao princípio,levava ¾ do tempo a reler e ¼ dotempo a escrever. Hoje, isso deveráandar na ordem dos 50/50, mas éfundamental reler, ver se aquelapalavra é a melhor, não fazercacofonias. São pormenores quevamos aprendendo com os editores edepois tentamos melhorar

automaticamente o queproduzimos”, indica o entrevistado.“O reler o que está para trástambém nos permite apanhar oritmo, a respiração, a métrica,apanhar um bocadinho de balanço”,reforça.

E por falar em editoras, como andao relacionamento entre as duaspartes nos tempos modernos,quisemos saber junto do escritor.“Há editoras que são quasemercenárias, são gráficas com nomede editoras que se aproveitam daavidez do indivíduo que quer editare que cobram por essa edição.Nessas situações, os autores têmque tratar de tudo, da revisão, dacapa, de todos os pormenores queenvolvem a produção de um livro”,afirma, sem papas na língua.“Depois, há editoras mais sérias. Na

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«Casa das Letras», do Grupo Leya, tudoé feito de forma altamente profissional,o livro é revisto por duas pessoas, asrevisões são-me colocadas àconsideração, há um trabalho deparceria. Não tenho dúvidas nenhumasque os livros, depois de saírem dessarevisão/discussão, estão muitomelhores que os originais”.

O que mudou também foi a própriaestratégia de promoção dos livros, comos autores a serem muito maisinterventivos nessa matéria, sucedendo-se as sessões de apresentação emlivrarias, escolas, bibliotecas, auditórios,ao invés de colocarem apenas os livros àvenda nas livrarias. “Mas, quem gosta deliteratura, fala tão pouco de literaturano seu dia-a-dia que esses encontrosliterários são sempre momentosdeliciosos. No meu caso concreto, háapresentações que eu vou fazendo àmedida da minha disponibilidade,outras são combinadas com a editora.Eu estou bastante contente com o sítioonde edito, porque há um trabalhoconjunto de apoio ao nível do marketinge da edição, não me sinto sozinho”,destaca Carlos Campaniço, embora saibaque nem todos os seus colegas têm amesma sorte.

E porque o entrevistado revelou que«As Viúvas de Dom Rufia» é o encerrarde um ciclo, que surpresas se podemesperar para a próxima obra de CarlosCampaniço? “Como não dependofinanceiramente da escrita, não mesinto tentado a ir para géneros quedepois me posso arrepender mais tarde,sou fiel a mim próprio. Quando o fado

ficou na moda, houve grupos de rockque mudaram de estilo, mas isso nãocola, o trajeto perde consistência”,responde o alentejano. “O serhumano é muito diversificado e háescritores que querem fazer projetossérios, outros preferem ir aoencontro do sentimentalismo daspessoas e vendem muito. Eu nãoquero ter nenhum dos adjetivos quenormalmente se atribuem a essesindivíduos”, acrescenta.

Assim, o novo livro de CarlosCampaniço não terá nada a ver com oAlentejo, vai-se passar noutra áreageográfica e numa data mais próximada atualidade, um livro maisquotidiano, mas com algumamemória, e mais não adianta. “Achoque já se disse tanto sobredeterminadas épocas que um autor,ou arrisca com um prisma novo, ouentão torna-se repetitivo, escrevemais do mesmo. Eu quero dar umaperspetiva nova sobre uma épocaque foi importante para o país, masconvulsa, mas vou incidir mais sobreas consequências e os efeitos desseperíodo”, preconiza, anunciando,entretanto, que o próximo livroeditado será infantil. “Já está escrito,há acordo com a editora epossivelmente sairá ainda este ano.Estou quase tão entusiasmado com asaída desse livro do que quandoeditei o «Molinos». De resto, é deixar«As Viúvas de Dom Rufia» fazer o seupercurso natural antes de embarcarno novo ciclo” .

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ANIMAÇÃO

São uma das duplas de DJ’s do momento,Eliseu Correia e Justino Santos, ou DJ EC eMC Frog, ou Bubba Brothers. Conhecidos

pelas suas atuações eletrizantes, sem truqueseletrónicos, nem cartas escondidas nas mangas,passam os êxitos do pop/rock dos anos 60 até àatualidade, mas também são exímios nassonoridades mais recentes do chill-out e house eserá nesse figurino que se vão apresentar ao vivono Libertos Club, um dos mais conceituadosespaços de animação noturna do sul do país, nodia 28 de maio.

“Vai ser uma noite inesquecível ou, comodizem os estrangeiros, «a night toremember» na escaldante Albufeira”,promete Eliseu Correia, um sentimentopartilhado por Alberto Macedo, Diretor deMarketing e Relações Públicas do GrupoLiberto Mealha, que possui, para além doLibertos Club, a discoteca KISS, o bar Wild &Company e o restaurante Wild & CompanySteakhouse, todos eles situados na capital doturismo algarvio. “O Libertos recebe clientesde todo o Algarve, para além dos

BUBBA BROTHERS LEVAMA SUA MAGIA AO LIBERTOS CLUBTexto: Daniel Pina

Eliseu Correia e Alberto Macedo

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estrangeiros quevisitam a região, queestão habituados aeventos de qualidadee, por isso, decidimostrazer uma das duplasmais carismáticas deDJ’s do Algarve. Vão-nos fazer recuar notempo com os temasclássicos da músicainternacional e vai ser,certamente, umanoite de sucesso”,prevê Alberto Macedo.

Libertos Club que éfamoso pela suaesplendorosaesplanada, ideal paraas temperaturaselevadas que já sefazem sentir nas noitesalgarvias, sendo nesseespaço que os BubbaBrothers vão atuar.Depois, a festaprolonga-se até aoencerrar de portas nalindíssima pista dedança no interior, numbar que funcionatodos os dias dasemana desde aPáscoa até final desetembro, outubro. “Aanimação arranca logoa partir das 21h30com música ao vivo,depois da meia-noite, temos a atuação de DJ’sconvidados”, indica Alberto Macedo, já aantever um verão de excelência neste bar quecomemora 31 anos de atividade no dia 13 deagosto. “A nossa clientela mudou nos últimosanos, pelo que as tradicionais noites com oscraques da bola ou os desfiles de biquíni fazemparte do passado. Aperfeiçoamos a nossa ofertacom festas mais sofisticadas, dj’s convidados,animação constante, tudo para incentivar a

participação dos notívagos. Os indicadoresindicam que o Algarve vai ter um Verãobastante positivo e o Libertos Club estará,com toda a certeza, recheado de carasbonitas, porque é um espaço de eleição ecom imenso glamour” .

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DESPORTO

Há sensivelmente um ano, Pedro Martins,praticante de badminton pelas cores doChe Lagoense, afirmou ao Algarve

Informativo que queria estar nos Jogos Olímpicosde 2016, que se vão disputar no Rio de Janeirodurante este Verão. Volvido um ano, e depois deter participado em cerca de 25 torneios umpouco por todo o mundo, o portimonense viuesse objetivo concretizado, uma tarefa que,garante, foi bem mais complicada do que tinhaimaginado. “Os primeiros torneios correram-mebastante bem, depois, cheguei a um patamaronde tudo se tornou muito mais difícil. Comeceia qualificação perto da posição 400 do ranking

mundial mas, assim que atingi o top-100,apanhei sempre os cabeças de série nasprimeiras rondas”, conta Pedro Martins, já deregresso a Lagoa para recuperar do cansaçoacumulado nos últimos meses.

Um cansaço físico a que se somou odesgaste psicológico e algum desânimo por ossorteios lhe colocarem pelo caminho osadversários mais problemáticos, mas PedroMartins suplantou as adversidades graças aoapoio da família, dos amigos e do corpotécnico que o acompanhou ao longo daépoca. Posto isso, o algarvio será um dos 38

PEDRO MARTINS QUER BRILHAR NOSJOGOS OLÍMPICOS DO RIO DE JANEIROTexto: Daniel Pina | Fotografia: Vítor Rocha

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jogadores de badminton à conquista do ouro noRio de Janeiro, e o único de Portugal, a que sejunta Telma Santos na vertente feminina, masnada teria sido possível sem o apoio da CâmaraMunicipal de Lagoa, assume. “Sinceramente,sem essa ajuda, não teria conseguido ir a todosos torneios que fui. Recebemos algum apoio dafederação, mas abaixo do que é necessário,portanto, a minha qualificação deve-sebastante ao Município de Lagoa”, destaca.

De olhos postos nos Jogos Olímpicos, PedroMartins está consciente que a sua caminhadanão será fácil, até porque, muitoprovavelmente, lhe vão sair em sorteio oscabeças de série. “Se a qualificação se tivesseprolongado por mais tempo, penso que estarianum ranking mais alto e isso iria depois

refletir-se nos sorteios. Mas já estoubastante feliz por este feito e seguem-se mais dois torneios de preparação,no Canadá e nos Estados Unidos. Agoraé tempo de recuperar das lesõesantigas, porque tive torneiospraticamente todos os fins-de-semana,era chegar de um e ir direto paraoutro”, revela o portimonense, que éacompanhado pela JS Medicine napreparação física.

Contudo, e apesar dos apoios quePedro Martins vai conseguindo emresultado da sua performancedesportiva, continua a notar-se umadiferença abismal em relação aosatletas de badminton de outras nações.“Viajamos normalmente sozinhos, semtreinador ou fisioterapeuta, o queinfluencia na recuperação entre osjogos e na própria disposição mental. Oproblema não é apenas não termosalguém ao nosso lado em campo, sãotodos os pormenores do dia-a-dia, ir areuniões antes dos jogos começarem,tratar das inscrições, do alojamento,dos transportes, da alimentação. Tudoisso contribui para um desgastepsicológico que depois se nota em

campo”, lamenta o entrevistado. “Temosatletas com enorme capacidade para iremlonge em termos desportivos, mas pecamosnestes aspetos que são cruciais entre oganhar e o não ganhar”.

Apesar destas preocupações, PedroMartins vai motivado para os JogosOlímpicos e assegura que não quer apenasmarcar presença. “Eu não me contento compouco, não me satisfaço com o nível médio.Logicamente que vai tudo depender dosorteio, mas luto sempre pelo primeiro lugare vou dar o meu máximo para ganhar.Acredito que vou alcançar um bomresultado”, finaliza o portimonense, antes deseguir para mais uma sessão de treino efisioterapia .

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ATUALIDADE

Foi celebrado, no dia 20 de maio, em Faro,um protocolo inédito entre a DireçãoRegional de Cultura do Algarve e a Guarda

Nacional Republicana com o intuito de proteger oPatrimónio Cultural Imóvel do Algarve,nomeadamente aquele situado em meio rural epossuidor de valor arqueológico, paleontológico,histórico, artístico, arquitetónico e etnográfico,que refletem os valores de antiguidade,autenticidade, originalidade, raridade,singularidade ou exemplaridade. “O Algarvedispõe de aproximadamente 3500 registos demonumentos, conjuntos e sítios emblemáticos eidentitários do seu Património Cultural, embora

apenas 180 se encontram já classificados”,salientou Alexandra Gonçalves, lembrando queuma das áreas principais de intervenção daDireção Regional da Cultura do Algarve éprecisamente a salvaguarda e gestão dopatrimónio cultural.

Entre estes encontram-se, por exemplo, oCastelo de Paderne (Albufeira); o Castelo Velhoe a barragem romana do Álamo (Alcoutim); oCastelo da Vila e o ribat da Arrifana (Aljezur); oCastelo de Castro Marim (Castro Marim); asRuínas Romanas de Milreu, a Igreja de NossaSenhora da Conceição e o Conjunto dos

DIREÇÃO REGIONAL DE CULTURADO ALGARVE E GNR UNEM-SE PARAPROTEGER PATRIMÓNIO CULTURALTexto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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Hangares (Faro); a Capela de Nossa Senhora daRocha e as grutas de Ibn Ammar (Lagoa); a IgrejaMatriz de Odiáxere e a Estação ArqueológicaRomana da Praia da Luz (Lagos); a Ponte de Tôr eo Castelo de Salir (Loulé); o Cerro do Castelo deAlferce (Monchique); as Torres de Atalaia, a Torrede Marim e a aldeia de Moncarapacho (Olhão); aVilla Romana da Abicada, a Igreja Matriz de Alvore os Monumentos Megalíticos de Alcalar(Portimão); a Calçadinha Romana (São Brás deAlportel); a Ermida de Nossa Senhora do Pilar, osMenires e a Necrópole Visigótica do Falacho(Silves); a Igreja de Nossa Senhora da Luz, aCidade Romana da Basla e o Forte do Rato(Tavira); os Menires e a Ermida de Nossa Senhorade Guadalupe (Vila do Bispo); e a Aldeia de CacelaVelha e a Villa Romana de Manta Rota (Vila Realde Santo António). “Ora, entre os riscos de açãohumana, intencional ou não, sobre o PatrimónioCultural integram-se as obras, as escavações, oseventos desportivos e o uso de detetores demetais não autorizados, os furtos de bensculturais, as ações de vandalismo, os fogos e anegligência”, indicou Alexandra Gonçalves.

A Diretora Regional de Cultura do Algarveinformou ainda que os imóveis classificadosnão podem ser alterados sem o parecervinculativo da entidade da tutela e que oslicenciamentos de obras e comunicaçõesprévias estão sujeitos a restrições nasrespetivas zonas de proteção. “O Algarve foi aprimeira região a disponibilizar na internetesta informação georreferenciada sobre atotalidade dos seus bens culturaisclassificados ou em vias de classificação. E oAlgarve é a única região do país que possui umplano de intervenções prioritárias no nossopatrimónio, inclusive, nalguns casos, comprojeções de qual o investimento necessário”,apontou Alexandra Gonçalves.

O Protocolo de Colaboração para a proteçãodo Património Cultural Imóvel do Algarve emMeio Rural agora assinado pretende geraralguma repercussão nas instituições e nasociedade, no sentido de melhorar a proteçãoativa dos bens culturais, otimizar os recursos, oesforço e a colaboração das instituições, a

Professor João Martins Claro, Alexandra Gonçalves (Diretora Regional da Cultura do Algarve), Tenente-Coronel CarlosSilva Gomes (Comandante Unidade Territorial de Faro da GNR) e Teresa Correia (Vereadora da Câmara de Faro)

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ATUALIDADEcoordenação de ações, a formação, ao cesso ainformação especializada, a difusão e aconsciencialização do público. Recorde-se, aliás,que, na Resolução de Vantaa, adotada pelaUNESCO em 2000, «Para uma Estratégia Europeiasobre a Conservação Preventiva» faz-se mençãoexpressa à necessidade de planificaçãoinstitucional, implantar medidas de conservaçãopreventiva a médio prazo, incluindo a criação deplanos e equipas para fazer frente a situações deemergência, vandalismo e outros agentesdestruidores que causam estragos no patrimóniocultural.

Deste modo, a estratégia de conservação doPatrimónio Cultural integra um método detrabalho sistemático de cooperação entre osdiversos organismos públicos, que inclui oinventário exaustivo dos bens culturais,planeamento de recursos e medidas necessárias àsua proteção e a inspeção e prevenção, paraimpedir a sua danificação e degradação. Assim, aassinatura deste protocolo pressupõe odesenvolvimento de um plano de formaçãodirigido às equipas do SEPNA/GNR do ComandoTerritorial de Faro e técnicos da administraçãolocal e central; a colaboração com os váriosmunicípios algarvios na identificação de riscos evulnerabilidade do património cultural; arealização de um plano de atuação anual comações de vigilância e sensibilização daspopulações.

No uso da palavra, Carlos Silva Gomes confirmouque o SEPNA, no âmbito da sua missão deproteção da natureza e do ambiente, vai receberformação adequada para detetar situaçõesrelacionadas com o património cultural, paradepois transmitirem esses conhecimentos a todoo dispositivo da Guarda Nacional Republicana. “Asquestões culturais são transversais a todos nós,são uma questão de cidadania, e não podemoscontinuar a estar alheios, a encolher os ombros enão fazer nada. O objetivo é que, nopatrulhamento normal, nas nossas missões nodia-a-dia, estejamos suficientemente informados,sensibilizados e esclarecidos para perceber o quesão atentados ao património e situações

suscetíveis de ser crimes ou contraordenaçõesambientais”, explicou o Comandante Territorialde Faro da GNR.

Carlos Silva Gomes lembra, porém, que todasas instituições estão a funcionar no limite dassuas capacidades, num regime de contenção demeios e com a exigência de fazerem mais commenos. “A Direção Regional de Cultura temum quadro limitado de técnicos e muitas vezessão-lhes denunciadas situações que, noimediato, não conseguem avaliar se hápatrimónio em risco ou não, se a intervenção éurgente ou não, se estamos perante um crimeou não. Existindo esta articulação e parceria,será mais fácil tentar perceber rapidamente seessas situações realmente se verificam, qual oseu grau de gravidade e possibilitar umapriorização das intervenções a efetuar”,destaca o responsável, embora esclareça quetambém os serviços da GNR estãosobrecarregados de tarefas administrativas,algumas delas que nem sequer são da suacompetência. “Por isso, a intervenção daGuarda nos aspetos administrativos seráresidual e para questões extremamenteimportantes, ou seja, em situações de crimesou contraordenações de maior gravidade”.

A representar a Câmara Municipal de Faro, aVereadora Teresa Correia destacou aimportância de, a partir deste momento, aDireção Regional de Cultura do Algarve e aGuarda Nacional Republicana estarem emcondições de agilizar a instauração deprocessos de vigilância, fiscalização econtraordenação, sempre que tal sejanecessário para se manter em bom estado edar um uso adequado ao património cultural.“O estado do património imobiliário é um dosnossos principais cartões-de-visita e oPatrimónio e a Natureza são eixos centraispara a afirmação de Faro no mercado turístico.Por outro lado, a conservação do patrimónioedificado do concelho induz na própriacomunidade um maior sentimento depertença e autoestima”, sublinhou a autarca.

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ATUALIDADE

Apesar da Época Balnear ter arrancado emAlbufeira no dia 15 de maio, foi na manhã do diaseguinte que a Câmara Municipal assinalou adata, que marca um dos períodos maisimportantes para o concelho. A cerimónia juntouna praia dos Pescadores representantes dasvárias entidades envolvidas, entre a AutoridadeMarítima, GNR, ANSA, Agência Portuguesa doAmbiente - Região Hidrográfica do Algarve,Bombeiros Voluntários de Albufeira, APAL-Agência de Promoção de Albufeira, presidentesdas Juntas de Freguesia do concelho e osconcessionários de praia. Na assistência,destaque para a presença dos alunos da EB 1 dosBrejos e EB1 de Olhos de Água.

Carlos Silva e Sousa agradeceu publicamenteaos intervenientes, referindo que “todos temosque remar para o mesmo lado, oferecerexcelência nos serviços e zelar pela segurançados utentes para que quem nos venha visitar

leve daqui uma boaimagem e torne-se clientede Albufeira”. O presidenteda Câmara Municipalassegurou ainda que todasas praias têm os meiospreparados para que asegurança dos banhistasseja uma realidade e estaseja uma excelente épocabalnear.

Do programa constouuma simulação deAfogamento e Salvamentoa Banhistas, em que foramrealizados vários tipos desalvamento com recurso

aos meios da Autoridade Marítima, ANSA,Instituto de Socorros a Náufragos e PolíciaMarítima, entre os quais uma lancha de altavelocidade, uma embarcação salva-vidas euma mota de salvamento. Já no arealestiveram em exposição diversos veículosutilizados pelo Município na limpeza daspraias através da recolha de resíduos.Recorde-se que a responsabilidade da limpezadas praias cabe à Autarquia com exceção dazona concessionada que é daresponsabilidade do concessionário, sendoesse lixo posteriormente recolhido pelosserviços municipais.

Albufeira tem assegurado, desde 2009, oalargamento do período de funcionamento daépoca balnear, contado com a colaboração detodas as entidades para garantir a segurançados veraneantes e certificar a qualidade daágua balnear durante muito mais tempo. A

ALBUFEIRA OFICIALIZOUABERTURA DA ÉPOCA BALNEAR

Paulo Freitas, Ana Vidigal e Carlos Silva e Sousa

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vereadora do Ambiente da Câmara de Albufeira,Ana Vidigal, fez questão de agradecer “a todas asentidades presentes e serviços responsáveis porfazerem com que as nossas praias sejam bemutilizadas e levem o nome e imagem da nossaterra ao mundo inteiro”.

A autarca elogiou o trabalho dosconcessionários, sem os quais não seria possívelfazer a abertura da época balnearantecipadamente e também de todos osparceiros que contribuem “para o bomacolhimento de quem nos visita, turistasnacionais e internacionais, que levam oMunicípio a ter a projeção que tem em termosde qualidade”. Ana Vidigal dirigiu uma palavraespecial às crianças, explicando-lhes aimportância “do trabalho realizado por todas asentidades ali presentes, que contribuem para aboa manutenção da praia”, evidenciando assimo importante papel da Educação Ambiental nasescolas.

Durante a cerimónia foram anunciadas aspraias acessíveis que este ano serão equipadascom cadeiras/ andarilhos e tiralôs, que vêm

facilitar o acesso à praia e à água a pessoascom mobilidade reduzida. As cadeiras serãoentregues nas praias da Galé Oeste, Oura eSanta Eulália, enquanto o tiralô irá servir aspraias dos Salgados, Pescadores, Inatel, MariaLuísa e Rocha Baixinha. Saliente-se que otiralô já existe nas praias de Galé Oeste,Salgados, Manuel Lourenço, Evaristo, Peneco,Pescadores, Oura, Santa Eulália, Maria Luísa,Olhos de Água, Barranco das Belharucas,Rocha Baixinha Poente e Rocha BaixinhaNascente.

À entrada da praia dos Pescadores estápatente uma exposição fotográfica das praiasdo concelho, que contém imagens captadaspelos participantes do concurso «Descobre eFotografa o Património Ambiental deAlbufeira», promovido pela Autarquia.Albufeira é por mais um ano consecutivorecordista em Bandeiras Azuis, tendoconquistado este ano 26 galardões, mais umdo que no ano passado e o máximo desde queesta distinção é atribuída pela AssociaçãoBandeira Azul da Europa (ABAE) .

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ATUALIDADE

Foi um público jovem einteressado aqueleque acolheu, no dia 18

de maio, a apresentação donovo livro de Ana AmorimDias, na Casa do Sal, emCastro Marim. «O quenunca um adulto te disse»,pretende promover oencontro entre pais e filhos,num diálogo aberto,descomplexado e honesto,onde são abordados temascomo o amor, a escola etodos os relacionamentoshumanos, mas tambémsobre como manter asegurança nas redes sociais,nas festas e em tudo o que a vida tem de bom.

Na apresentação, marcada pela «doçura» quese sente em todas as idades, numa dinâmicapromovida por Ana Amorim Dias, para que oentendimento se facilite entre a vida de miúdose graúdos, estiveram presentes o presidente e avice-presidente da Câmara Municipal de CastroMarim, Francisco Amaral e Filomena Sintra, a«jovem irrequieta» que fascinou a autora einspirou a obra, Sara Carreiras, e o editor ManuelFonseca, da «Guerra e Paz Editores».

Ana Amorim Dias, escritora, advogada eempresária, é autora de vários livros, entre eles«Histórias do «(A)Mar» e «Zoia», e de mais deum milhar de crónicas publicadas em diversosjornais, revistas e publicações digitais. Mãe dedois rapazes e rendida ao fascínio que os maisnovos revelam pela sua personalidade maisimprevisível e irreverente, agarrou o desafio defalar não só aos mais novos, mas também aos

seus pais, avós, educadores, procurando umencontro entre as gerações, que promovamais comunicação, entendimento e amor eque traga mais clarividência nas escolhas, tãoimportantes na adolescência. “Não acho queseja apenas mais um livro”, realçou na suaintervenção o presidente da CâmaraMunicipal de Castro Marim, Francisco Amaral,“é uma obra que deve ser base de discussãoe de diálogo em casa e na escola, por ensinara comunicar honestamente, a educar e sereducado, a sociabilizar”. “Tudo pode ser dito,depende de como for dito”, realçou AnaAmorim Dias no mesmo âmbito. “Na escolative disciplinas que não me fizeram falta nema mínima diferença e hoje isso aindaacontece. Devia haver uma disciplina quepreparasse os nossos jovens a gerir emoções,que trabalhasse a sua inteligênciaemocional”, concluiu o autarcacastromarinense .

ANA AMORIM DIAS APRESENTOUNOVO LIVRO NA CASA DO SAL

Ana Amorim Dias e Francisco Amaral

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A Câmara Municipal de Faro deliberou porunanimidade, na sua reunião ordinária de16 de maio, aprovar o Plano de

Transportes Escolares para o ano letivo2016/2017, com libertação de uma verba novalor de 538 mil e 587,85 euros para encargoscom carreiras públicas terrestres, carreiraspúblicas fluviais, circuito especial fluvial eviaturas municipais, assegurando o transportedos alunos que residem a mais de três ou quatroquilómetros dos estabelecimentos de ensino,respetivamente sem e com refeitório.

São abrangidos por este Plano de TransportesEscolares os vários estabelecimentos de ensinobásico, secundário e profissional,nomeadamente os Agrupamentos de Escolas:Tomás Cabreira, de Pinheiro e Rosa, D. Afonso III,de João de Deus, de Montenegro, José Belchior

Viegas (São Brás de Alportel), João da Rosa(Olhão) e Escolas Secundárias de Loulé e Dr.Francisco Fernandes Lopes-Olhão. Acomparticipação é de 100 por cento, paraalunos do 1.º ciclo ao 9.º ano, e para alunosdo ensino secundário, a autarquia assume opagamento de 50 por cento do passe.

O Executivo considerou que esteinvestimento, verdadeiramente reprodutivo, éde particular importância para a melhoria dascondições do processo educativo no territóriomunicipal. A autarquia cumpre assim aoperacionalização de uma estratégia degestão local capaz de responder àsnecessidades da comunidade escolar,considerando a importância que a Educaçãotem na formação do indivíduo e na suaintegração na sociedade .

FARO LIBERTA MEIO MILHÃO DE EUROSPARA TRANSPORTE ESCOLAR

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ATUALIDADE

Lagos continua a apostar noaprofundamento das relações de amizadeque mantém com os municípios

geminados. Foi neste âmbito que decorreu, nosdias 14 e 15 de maio, a deslocação ao municípiode uma comitiva de Torres Vedras para umavisita de cortesia e trabalho.

A geminação de Lagos com o município deTorres Vedras, desde julho de 2009, assentasobretudo na existência de uma memóriahistórica e patrimonial comum, ligada à figura deSão Gonçalo, padroeiro das duas cidades. Entreos dois municípios têm vindo a aprofundarem-selaços de amizade, de cooperação e desolidariedade e, dando nota dos mesmos, em2010 a uma artéria da cidade de Lagos foiatribuído o topónimo «Rua Cidade de TorresVedras» e, em novembro de 2015, o Municípiode Lagos, no âmbito das Comemorações do Diado Município de Torres Vedras, participou nainauguração da «Rotunda Cidade de Lagos», naqual se destaca a Estátua de São Gonçalo.

Nos dias 14 e 15 de maio,formulando o estreitamentodos laços que unem os doismunicípios, Lagos recebeuuma comitiva integrada porvários autarcas de TorresVedras, nomeadamente oPresidente da Câmara,Doutor Carlos Bernardes,vereadores, membros daAssembleia Municipal,presidentes de junta defreguesia, professores erepresentantes deassociações culturaisdaquele município. A visita

integrou várias iniciativas que passaram porvisitas ao Centro Histórico de Lagos e a algunsdos monumentos mais emblemáticos dacidade como o nicho e a Estátua de SãoGonçalo, tendo culminado num passeio àsgrutas da Costa D´Oiro.

A par disso, realizou-se uma reunião detrabalho na qual foram definidas estratégiasde promoção / intercâmbio entre os doismunicípios, valorizando-se numa primeirafase o património cultural e etnográfico dosmesmos. Num futuro próximo prevêem-senovas reuniões, de caráter mais restrito, comvista à discussão das candidaturas a fundoscomunitários, assuntos de administraçãoautárquica, orla costeira e a divulgação dosvinhos e vitivinicultores de ambos osmunicípios .

LAGOS APOSTA NOS LAÇOS DE AMIZADEE COOPERAÇÃO COM TORRES VEDRAS

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A Ribeira do Cadouço ou Cadoiço, como éconhecida localmente, embora atravessetransversalmente toda a cidade de Loulé,

é desconhecida e ignorada pela maioria dapopulação. Neste sentido, a Câmara Municipalde Loulé, em parceria com a AssociaçãoAlmargem, convida a população à sua(re)descoberta, dedicando-lhe dois dias com aorganização de um evento, neste espaço, paradebate e reflexão e a realização de atividades denatureza, que decorrerão nos dias 4 e 5 dejunho.

Assim, no dia 4 de junho irá realizar-se, naBiblioteca Municipal de Loulé, uma apresentaçãoseguida de debate que irá abordar o passado, opresente e os futuros projetos na Ribeira doCadoiço, contando com a apresentação doProjeto do Parque Agrícola de Loulé. À noitedecorrerá a primeira saída de campo para

observação de animaisnoctívagos.

Por sua vez, o dia 5 deJunho, que coincide como Dia Mundial doAmbiente, será repletode atividades denatureza, na zona sul daRibeira do Cadoiço,nomeadamente passeiopara observação eidentificação de aves,passeio de identificaçãoda flora, o percursogeológico «Cadoiço,muito mais do que umaRibeira», um percursopedestre ambiental,monitorização da

qualidade ecológica da água, anilhagem deaves, atividades para crianças e atividadespara pais e filhos.

Na última década, o Município de Loulé temvindo a realizar obras de requalificação nestazona, contudo ainda há trabalho a fazer edivulgar. Neste contexto, criou-se o evento«Cadoiço em Festa» com o objetivo deinformar e sensibilizar a população, da cidadede Loulé, sobre a importância desta ribeira edebater, em conjunto, o seu futuro,aproximando a população para a que poderávir a ser novamente uma área de lazer erecreação a ser usufruída por todos. O eventoconta com a parceria de várias entidades:Agência Portuguesa do Ambiente, Águas doAlgarve, Centro Ambiental de Loulé e da Pena,Geo Walks & Talks e a Faculdade de Ciências eTecnologia da Universidade do Algarve .

RIBEIRA DO CADOIÇOVAI ESTAR EM FESTA

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Prosseguindo os objetivos lançados em2015 com o projeto «Cidade Europeia doDesporto», e na senda do «Compromisso

com o Desporto», a Câmara Municipal de Louléinaugurou os Campos de Jogos de Petanca«Escola de Loulé», mais um equipamento quevem complementar a oferta em termos deinfraestruturas desportivas no Concelho deLoulé. Localizado junto ao Estádio Municipal deLoulé, este espaço é composto poroito campos de jogos, com váriostipos de piso e marcações emmadeira dentro das medidasoficiais, permitindo a realização detorneios e campeonatos regionais,nacionais e internacionais.

Neste local foi reforçada ailuminação, com a implantação dedois postes com holofotes, o que irápermitir a prática durante a noite ea organização de torneios em várioshorários, podendo a organizaçãoevitar alturas de calor elevado e

estimulando o convívio. Em termos dearranjos, foram plantadas árvores emredor dos campos com regaautomática, o que irá criar zonas desombra e um ambiente mais acolhedorpara os praticantes e público. No quetoca ao mobiliário, foram colocadosbancos nos corredores dos campospara comodidade dos espetadoresdurantes os jogos. Foram aindarealizados melhoramentos noescoamento de água de toda a área etrabalhos de pintura na fachada.Futuramente pretende-se construir umalpendre para que os jogos possamrealizar-se em dias de chuva.

Com esta infraestrutura, o Clube de Petancada Escola de Loulé fica com excelentescondições para a prática desta modalidade,podendo desenvolver dinâmicas no sentido deaumentar o número de praticantes, sendoalguns deles pessoas reformadas e queencontram nesta prática uma  ocupação dosseus tempos livres .

LOULÉ INAUGURA NOVOS CAMPOSDE JOGOS DE PETANCA

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O Algarve viu três filmes de promoçãoturística premiados na 5ª edição dofestival internacional de cinema Finisterra

Arrábida Film Art & Tourism, entre os 232 filmesoriundos de 64 países. A cerimónia de entrega doprémio decorreu no dia 13 de maio, em Sesimbra,numa cerimónia que contou com a presença daRegião de Turismo do Algarve (RTA),representantes de destinos turísticos com filmesem concurso e diretores de outros festivaisinternacionais.

«Algarve – Partilha o segredo», filmepromocional da RTA concebido pela MargemProduções, conquistou o terceiro prémio nacategoria Beach & Sea Tourism. A perspetiva dovisitante e as suas experiências nos váriossegmentos turísticos e cenários da região dão omote a este filme de três minutos que transmitetambém um convite à partilha do Algarve, naperspetiva de que visitar um destino é muito mais

do que conhecê-lo ou descobri-lo, é tambémexperienciá-lo e partilhá-lo. “O filmepromocional de um destino turístico assumehoje nova importância no processo de escolhado lugar ideal para férias e deve estarorientado para as novas tendências e perfis doturista, indo ao encontro do que ele procurade uma forma mais humanizada e emotiva”,destacou o Presidente da RTA, DesidérioSilva. “Um bom vídeo promocional associadoàs novas tecnologias e ao acesso facilitado eimediato à informação que a internet permitepode levar o Algarve a milhares de pessoas, aqualquer parte do mundo e a qualquermomento”, acrescenta.

Nesta 5ª edição do festival foram aindagalardoados mais dois filmes algarvios. «Lendasde Santa Maria de Faro e São Tomás deAquino», um projeto da RTA e da CâmaraMunicipal de Faro, conquistou o segundo lugarna categoria Religious Tourism. O filme,concebido no âmbito do projeto do CentroInterpretativo do Arco da Vila, apresenta aslendas da Cidade Velha, com especial enfoquenas lendas de Santa Maria e de São Tomás deAquino, e pode ser visualizado no Posto deTurismo de Faro. O filme «Columbus Cocktail &Wine Bar» do bar Columbus, em Faro, venceu oprimeiro prémio na categoria Wine Tourism.

O Finisterra Arrábida Film Art & TourismFestival é organizado pela Arrábida FilmComission com o objetivo de divulgar a regiãoda Arrábida no mundo do cinema e premeiafilmes e produções audiovisuais que promovamboas práticas no setor do turismo.

ALGARVE PREMIADONO FESTIVAL FINISTERRAARRÁBIDA FILM ART & TOURISM

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