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AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA
CURSO: EDUCAÇÃO ESPECIAL, LIBRAS E SISTEMA BRAILLE
APROVADA:
NOTA: 8,5
A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA MATEMÁTICA PARA A APRENDIZAGEM DAS
CRIANÇAS INSERIDAS NA SALA DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL
ESPECIALIZADO (AEE) DA ESCOLA MUNICIPAL MANOEL BANDEIRA NO
MUNÍCIPIO DE CARLINDA-MT
IVANILDA CRISTINA KOCK MARTINS
ORIENTADOR: ILSO FERNANDES DO CARMO
ALTA FLORESTA /2014
AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA
CURSO: EDUCAÇÃO ESPECIAL, LIBRAS E SISTEMA BRAILLE
A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA MATEMÁTICA PARA A APRENDIZAGEM DAS
CRIANÇAS INSERIDAS NA SALA DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL
ESPECIALIZADO (AEE) DA ESCOLA MUNICIPAL MANOEL BANDEIRA NO
MUNÍCIPIO DE CARLINDA-MT
IVANILDA CRISTINA KOCK MARTINS
ORIENTADOR: ILSO FERNANDES DO CARMO
“Monografia apresentada como exigência parcial para a obtenção do título de Especialização em Educação Especial, Libras e Sistema Braille.”
ALTA FLORESTA/2014
AGRADECIMENTO
Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da inteligência que me foi
concedida e também pela saúde dada, na qual possibilitou a conclusão deste curso.
Também não poderia deixar de agradecer as crianças envolvidas nesse processo
que foram os sujeitos essenciais para a conclusão deste trabalho. Agradeço aos
meus familiares, amigos, professores, enfim, a todos que diretamente ou
indiretamente contribuíram para que o mesmo pudesse ser realizado.
DEDICATORIA
Dedico este trabalho ao meu esposo Antonio pelo apoio e compreensão nos
momentos em que estive ausente e pela paciência dedicada no decorrer deste
trabalho. Também dedico este trabalho em memória de meus pais, já falecidos:
Albina e Germano, porque se não fossem através da benção de Deus e da união
dos mesmos eu não teria vindo ao mundo e obtido esta oportunidade. Muito
obrigado Senhor!
“... a atividade lúdica é o berço
obrigatório das atividades intelectuais
da criança, sendo, por isso,
indispensável à prática educativa.”
(Jean Piaget)
RESUMO
Este trabalho foi realizado para enfocar a importância do lúdico na
aprendizagem das crianças inseridas na sala de atendimento educacional
especializado, escolhi a matemática, pois esta, não é muito apreciada pela maioria
das pessoas. Pensando assim, verifica-se a necessidade de tornar a matemática
atrativa, introduzindo o lúdico na sala de aula. A aprendizagem ocorre através das
brincadeiras, daí sua importância de desenvolvê-la com crianças, principalmente
com as especiais, pois apresentam maior dificuldade na aprendizagem. Para
concluir este trabalho foi necessário desenvolver pesquisa, caráter experimental,
com três crianças da sala de AEE, desenvolvi seis atividades lúdicas com objetivo
de analisar a importância da matemática lúdica na aprendizagem da criança
especial, com intuito de classificar materiais adequados para trabalhar com essas
crianças e verificar se a utilização desses materiais irá estimular criatividade,
raciocínio lógico e a coordenação motora, bem como identificar habilidades e
dificuldades que as crianças especiais apresentam.
Através desse trabalho, posso considerar que o lúdico é importantíssimo na
aprendizagem infantil, porque através das brincadeiras a criança mantém contato
com a realidade, ao observar o comportamento dessas crianças, percebi a
importância do lúdico na matemática, pois estas crianças demonstraram que é
possível aprender conceitos matemáticos brincando e a matemática pode ser mais
apreciada quando ocorre o lúdico no seu desenvolvimento, a ludicidade melhora a
qualidade do ensino matemático, através de brinquedos e brincadeiras, pois estes
auxiliam no despertar do interesse infantil. Foi possível verificar que os jogos
trouxeram melhor desenvolvimento da coordenação motora e que as brincadeiras
desenvolvidas por elas estimularam a criatividade e ao mesmo tempo em que
brincavam, construíam diversos conceitos matemáticos, facilitando a aprendizagem
cotidiana. Foi possível identificar habilidades e dificuldades que as crianças
demonstraram no decorrer das atividades, ambas mostraram que já apresentavam
conhecimentos prévios e essas atividades vieram fortalecer e melhorar sua
aprendizagem.
Palavras-chave: matemática. lúdico.aprendizagem.crianças especiais.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...........................................................................................................07
1. O LÚDICO NO AUXÍLIO DO ENSINO DA MATEMÁTICA.....................................09
1.1. RELAÇÃO ENTRE A MATEMÁTICA E O JOGO................................................10
1.2 O JOGO COMO RECURSO FACILITADOR DA APRENDIZAGEM....................11
1.3 A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR PARA A CRIANÇA..........................................14
1.4 A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM DA
MATEMÁTICA............................................................................................................16
1.5 MATEMÁTICA: JOGOS DIDÁTICOS...................................................................18
1.6 BREVE RELATO DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS E TAMBÉM
DAS CRIANÇAS COM NECESSSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS....................19
CAPÍTULO II: METODOLOGIA..................................................................................23
CAPÍTULO III: ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS............................................25
CONCLUSÃO.............................................................................................................44
REFERÊNCIAS..........................................................................................................46
ANEXOS.....................................................................................................................48
INTRODUÇÃO
O lúdico é uma característica fundamental do ser humano, então podemos
dizer que o desenvolvimento da criança está relacionado com a ação de jogar. O
trabalho com jogos no ambiente escolar possibilita a investigação, pelo aluno, sobre
o modo como se dá o seu próprio processo de construção de conceitos
matemáticos.
No âmbito da educação matemática, ao se propor um trabalho com jogos,
visa-se também, desmistificar a matemática enquanto uma disciplina maçante, difícil,
que envolve somente a memorização. O foco da preocupação tem sido a
matemática e o jogo apresentando-se como grande aliado na aprendizagem do
aluno.
Pensando dessa forma, houve-se a necessidade de desenvolver essa
pesquisa, envolvendo 03 crianças inseridas na educação especial para abordar o
seguinte tema: a importância do lúdico na matemática para a aprendizagem das
crianças inseridas na sala de atendimento educacional especializado (AEE) da
Escola Municipal Manoel Bandeira no município de Carlinda-MT.
O objetivo geral desse trabalho é para analisar a importância da matemática
lúdica na aprendizagem da criança especial.
Como objetivos específicos temos: classificar os materiais adequados para
serem trabalhados com essas crianças.
Verificar se a utilização desses materiais irá estimular a criatividade, o
raciocínio lógico e a coordenação motora.
Identificar as habilidades e as dificuldades que as crianças especiais
apresentam.
Sabemos que a matemática é uma disciplina não muito apreciada para a
maioria das pessoas. Então pensando nesta questão, verifica-se a necessidade de
tornar a matemática mais atrativa, trazendo o lúdico para a sala de aula.
É possível enfatizar que a aprendizagem também ocorre através das
brincadeiras, daí a sua importância de desenvolvê-la com as crianças,
principalmente com as especiais, pois estas apresentam maior dificuldade no
aprendizado de um modo geral.
Através do lúdico podemos melhorar a qualidade do ensino na matemática,
através de brinquedos e brincadeiras, com intuito de despertar o interesse, a
criatividade, e auto-estima da criança especial.
Abaixo apresento três hipóteses com relação aos jogos e brincadeiras.
Os jogos matemáticos proporcionarão melhor desenvolvimento da
coordenação motora do aluno.
As brincadeiras, principalmente jogos matemáticos estimulará a criatividade
das crianças.
As brincadeiras lúdicas na matemática farão com que o aluno aprenda
conceitos brincando.
O método utilizado foi de caráter experimental, onde algumas atividades
lúdicas foram desenvolvidas com três crianças inseridas na sala de AEE, onde
através de observação e registro puderam ser coletadas as informações necessárias
para a conclusão desse trabalho.
A pesquisa está estruturada da seguinte forma: na primeira parte, pesquisa
bibliográfica acerca do tema, incluindo estudo sobre o lúdico no auxílio do ensino da
matemática; relação entre a matemática e o jogo; o jogo como recurso facilitador da
aprendizagem; a importância do brincar para a criança; a importância do lúdico no
processo ensino-aprendizagem da matemática; matemática: jogos didáticos e um
breve relato dos direitos das crianças e também das crianças com necessidades
educativas especiais.
Na segunda parte da pesquisa, segue o relato como foi o desenvolvimento
das atividades, apresentando como as crianças foram ao desenvolvê-las e também
evidenciar as dificuldades e habilidades mostradas por elas.
E por último a conclusão da pesquisa, na qual evidencia os resultados
obtidos na pesquisa.
08
CAPÍTULO I
1 O LÚDICO NO AUXILIO DO ENSINO DA MATEMÁTICA
O lúdico é uma característica fundamental do ser humano, então podemos
dizer que o desenvolvimento da criança está relacionado com a ação de jogar. O
trabalho com jogos no ambiente escolar, segundo BERNARDES (2013), possibilita a
investigação, pelo aluno, sobre o modo como se dá o seu próprio processo de
construção de conceitos matemáticos.
No âmbito da educação matemática, ao se propor um trabalho com jogos,
visa-se também, segundo BERNARDES (2013), desmistificar a matemática
enquanto uma disciplina maçante, difícil, que envolve somente a memorização. O
foco da preocupação tem sido a matemática e o jogo apresentando-se como grande
aliado na aprendizagem do aluno.
O ensino da Matemática, segundo BERNARDES (2013), esteve por muito
tempo, vinculado a uma simples memorização de regras e fórmulas. Assim, seu
estudo, na maioria das vezes foi e continua sendo considerado desmotivador, desse
modo foi adquirindo uma forma pouco apreciada pelos estudantes.
No entanto, sabemos da importância da matemática para a vida dos seres
humanos, suas regras fazem parte do nosso cotidiano e quanto mais a conhecemos,
mais percebemos sua extrema relevância para as mais diversas funções exercidas
pela sociedade.
Por esse motivo, foi preciso buscar novas formas para que os educandos
tivessem a oportunidade de compreender a matemática como elemento
indispensável em suas vidas e vivenciá-la de modo prazeroso e significativo.
Portanto, segundo BERNARDES (2013), encontramos no jogo um excelente
recurso, que pode e deve ser utilizado como facilitador da aprendizagem, no âmbito
escolar.
Desde a infância, segundo BERNARDES (2013), o jogo é de suma
importância na vida da criança, pois, quando brinca, ela explora e manuseia tudo
aquilo que está ao seu redor, construindo, assim, a compreensão da realidade na
qual está inserida. O jogo, portanto, é reconhecido como meio de fornecer à criança
um ambiente agradável, motivador, planejado e enriquecido, que possibilita a
aprendizagem de várias habilidades.
Por serem considerados meios de compreender e intervir nos processos
cognitivos das crianças, segundo BERNARDES (2013), os jogos que apresentam
regras merecem um destaque especial. Eles possuem um conjunto de regras, um
objetivo a ser atingido e um resultado dependente das ações utilizadas durante o
jogo. O objetivo, porém constitui-se como um desafio ao pensamento do aluno,
fazendo com que ele busque ou construa meios para atingir um resultado favorável,
que ao ser alcançado, proporciona o desenvolvimento cognitivo.
A partir de uma prática pedagógica, vivenciada, planejada por meio da
utilização de jogos, segundo BERNARDES (2013), as crianças podem melhorar
seus desempenhos nas aulas de matemática, desenvolvendo também o raciocínio,
habilidades motoras, cognitivas e sócio-afetivas.
1.1 RELAÇÃO ENTRE A MATEMÁTICA E O JOGO
Atualmente, há uma preocupação por parte dos profissionais envolvidos em
Educação, no sentido de insistir na idéia de que a prática pedagógica precisa
valorizar as tarefas que promovam o desenvolvimento do pensamento matemático
dos alunos. Neste modo, também se pretende valorizar a prática onde as situações
de aprendizagem sejam significativas e com aulas diversificadas. Há uma crescente
necessidade de que a matemática seja trabalhada dentro do contexto de vida dos
alunos.
De acordo com BERNARDES (2013), podemos enfatizar o pensamento de
ANTUNES: Assim, nesse contexto é que o jogo ganha um espaço como a
ferramenta ideal da aprendizagem, na medida em que propõe estímulo ao interesse
do aluno, que como todo pequeno animal adora jogar e desenvolve níveis diferentes
da sua experiência pessoal e social.
Deste modo, o trabalho desenvolvido através dos jogos serve para estimular
a curiosidade dos alunos para saber a origem dos assuntos que estudam. Cria ainda
oportunidade de entrar em contato com idéias de outros colegas e de propor um
conflito cognitivo que os façam evoluir em suas hipóteses de aprendizagem.
10
Ao analisar a História da Matemática, segundo BERNARDES (2013), é
possível perceber que esta ciência foi constituída pelo homem através dos tempos e
que, sendo desenvolvida por meio de jogos, torna-se um poderoso instrumento
didático para possibilitar que os alunos raciocinem e desenvolvam operações
mentais criativas. Sendo assim, não faltam argumentos que reforcem as
potencialidades pedagógicas da utilização de jogos matemáticos como um excelente
recurso didático.
BERNARDES (2013), enfatiza em seu texto a idéia de Piaget com relação
ao jogo: Para PIAGET (1989, p.5), apud BERNARDES (2013 p.1).
Os jogos não são apenas uma forma de divertimento, mas são meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual. Para manter seu equilíbrio com o mundo, a criança necessita brincar, criar, jogar e inventar.
De início, é importante explicar que foi utilizada a palavra jogo para referir-se
ao “brincar”. Vocabulário predominante da Língua Portuguesa quando se trata de
atividade lúdica infantil. A palavra “jogo”, segundo BERNARDES (2013), se origina
do vocábulo latino ”ludus”, que significa diversão, brincadeira. O jogo é reconhecido
como meio de fornecer à criança um ambiente agradável, motivador, planejado e
enriquecido, que possibilita a aprendizagem de várias habilidades.
1.2 JOGO COMO RECURSO FACILITADOR DA APRENDIZAGEM
Aqui se pretende enfatizar a importância dos jogos na Educação Infantil e
Séries Iniciais, como forma de facilitar a aprendizagem da matemática,
desenvolvendo a originalidade, a criatividade dos alunos, enriquecendo seu
conhecimento.
O jogo pode ser concluído no processo escolar de forma atrativa e
estimulante, com intuito de resgatar o brincar e abrir espaço para a expressão livre e
envolvimento da criança num mundo cheio de fantasia.
Por meio dos jogos, segundo BERNARDES (2013), as crianças conseguem
desenvolver o seu raciocínio e construir seu conhecimento de forma descontraída.
Percebe-se que a atividade lúdica serve de contribuição e incentivo com significados
também para o processo da aprendizagem da matemática.
11
A criança ao entrar no processo de construção do conhecimento, começa a
despertar o faz-de-conta. A partir daí, segundo BERNARDES (2013), começa trocar
idéias e experiências, tornando-se um sujeito crítico e colocando-se em contato com
as diferentes linguagens.
O jogo serve também para proporcionar uma melhor integração e um
enriquecimento no vocabulário, adquirindo assim, segundo BERNARDES (2013), um
hábito de aprender construtivamente e com uma visão ampla do mundo em sua
volta.
Acredita-se que através do jogo, segundo BERNARDES (2013), a criança
constrói novos conhecimentos e facilita a sua socialização atingindo duas funções:
lúdica e educativa. A atividade lúdica proporcionada pelos jogos deve ser o
desencadeador de todo o processo de aprendizagem. O jogo na matemática
desenvolve a imaginação e exige a tomada de iniciativas, desafiando a sua
inteligência para encontrar soluções para os problemas.
BERNARDES (2013), enfoca que no seu processo de desenvolvimento, a
criança vai criando várias relações entre objetos e situações vivenciadas por ela e,
sentindo a necessidade de solucionar um problema, de fazer uma reflexão,
estabelece relações cada vez mais complexas que permitirão desenvolver noções
matemáticas mais e mais sofisticadas. SMOLE (2000), apud BERNARDES (2013
p.1).
Nos jogos, os alunos são desafiados constantemente por problemas que
lhes são estimulados a pensar rápido e a traçar inúmeras estratégias, para
conseguir atingir seus objetivos.
A troca de opiniões que o jogo favorece, segundo BERNARDES (2013), é de
suma importância para o desenvolvimento do pensamento mais lógico e coerente.
Os alunos testam a lógica dos conhecimentos e são obrigados a organizar falas
coerentes para se fazer entender pelos outros.
Como se sabe, o uso dos jogos e brincadeiras contribui no processo ensino-
aprendizagem, portanto, podem ser utilizados como recursos no cotidiano escolar
nas aulas de matemática, permitindo ao professor desenvolver aulas criativas e
permeadas de ricas experiências para o aluno. Possibilitando, desse modo, o
aprender brincando, com mais prazer, maior significado e melhor resultado.
12
Enfim, os jogos, para serem utilizados no processo educacional, segundo
BERNARDES (2013), devem propor diversos tipos de atividades que possam ser
praticadas em todas as matérias, de diversas maneiras, facilitando a aprendizagem,
desenvolvendo a originalidade, a criatividade dos alunos, enriquecendo e
vivenciando fatos.
Os jogos lúdicos, além de motivadores, segundo BERNARDES (2013),
contribuem para a criatividade, desinibição, coerente avaliação dos progressos da
criança pelo professor, revisão dos conhecimentos adquiridos e, principalmente,
favorecimento e fortalecimento da formação da personalidade do envolvido, na
medida em que o insere positivamente em um grupo de trabalho ou estudo.
BERNARDES (2013), enfatiza parte do texto do RCNEI:
[...] para que as crianças possam exercer suas capacidades de criar é imprescindível que haja riqueza e diversidade nas experiências que lhes são oferecidas nas instituições, sejam elas voltadas às brincadeiras ou à aprendizagem que ocorrem por meio de uma intervenção direta. (BRASIL, 1998, p.27, citado por BERNANDES, 2013, p.1).
Daí a importância da inserção no cotidiano escolar de momentos de
interação, diversão e apropriação de novos conhecimentos por meio dos jogos. Com
o planejamento e desenvolvimento dos jogos propostos é possível proporcionar a
criança desenvolvimento da capacidade de observação do meio à sua volta, através
de comparações de semelhanças e diferenças. Tudo isso permitindo a elaboração
de certas estruturas: classificação, ordenação, estruturação de tempo e espaço, os
primeiros elementos da lógica, através da resolução de problemas simples,
buscando estratégias para vencer o jogo.
Por outro lado é possível perceber que o professor que utiliza os jogos torna-
se mais seguro, confiante em suas decisões, desenvolvendo também a sua
criatividade, inovando suas aulas e criando outros jogos. Pois os jogos pedagógicos,
segundo BERNARDES (2013), são excelentes recursos de que o professor poderá
lançar mão no processo ensino-aprendizagem, porque contribuem e enriquecem o
desenvolvimento intelectual e social na criança.
Portanto, é função do professor o papel de mediador, orientando para que
cada aluno tenha iniciativa em propor novas respostas para as situações-problema
apresentadas.
13
De acordo com BERNARDES (2013), a autora enfatiza a idéia de ANTUNES
com relação ao jogo. Para ANTUNES (1998), apud BERNARDES (2013 p. 1), o jogo
ajuda o educando a construir suas descobertas, desenvolve e enriquece sua
personalidade e simboliza um instrumento pedagógico que leva ao professor a
condição de condutor, estimulador e avaliador da aprendizagem.
1.3 A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR PARA A CRIANÇA
Podemos considerar que a maneira como a criança brinca ou desenha
reflete sua forma de pensar e agir. Brincar, segundo JÚNIOR E PEDRALLI (2011),
uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e
autonomia. Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades
importantes tais como atenção, memória, imitação e imaginação.
Para que as crianças exerçam suas capacidades de criar, segundo
APARECIDA & MARTINI (2007), apud JÚNIOR e PEDRALLI (2011), é
imprescindível que no dia-dia haja riqueza e diversidade nas experiências que lhe
são oferecidas.
ROSA JÚNIOR e PEDRALLI (2011), enfatizam que o brincar é uma
necessidade básica assim como é a nutrição, a saúde, a habitação e a educação,
brincar ajuda a criança no seu desenvolvimento físico, afetivo, intelectual e social,
pois, através das atividades lúdicas, a criança forma conceitos, relaciona idéias,
estabelece relações lógicas, desenvolve a expressão oral e corporal, reforça
habilidades sociais, reduz a agressividade, integra-se na sociedade e constrói seu
próprio conhecimento. (FERREIRA ( 2007) apud ROSA JÚNIOR e PEDRALLI, 2011
p.1).
Acreditamos que o brincar é o primeiro experimentar do mundo que se
realiza na vida da criança. É uma linguagem de interação que possibilita
descobertas e conhecimentos sobre si mesma, sobre o outro, sobre o mundo que a
rodeia. Entretanto, com o acelerado processo de mudanças no mundo e uma
civilização cada vez mais técnica, a criança está perdendo sua capacidade de
brincar. A originalidade deste momento do brincar está cedendo lugar a um mundo
14
centrado nos caminhos mecanizados e cada vez mais informatizados que levam o
ser humano a se robotizar, no pensar e no agir.
ROJAS (2007), enfatiza a questão do brincar infantil:
O brincar infantil não pode ser considerado apenas uma brincadeira superficial, sem nenhum valor, pois no verdadeiro e profundo brincar,acordam,despertam e vivem forças de fantasias que, por sua vez, chegam a ter uma ação direta sobre a formação e sobre a estruturação do pensamento da criança. Esse processo natural e sadio de se processar a inteligência não é possível, quando as crianças não realizam ou não conseguem mais o verdadeiro brincar. (p.18).
O brincar intensifica a percepção infantil que, por sua vez, direciona seu
pensar de maneira cada vez mais equilibrada, favorecendo aprendizagens ao longo
do seu crescimento. O brincar infantil também é uma forma de transpor-se do real
para as fantasias.
Podemos afirmar, segundo ROJAS (2007), que o lúdico é a base de toda a
atividade da educação de infância. No mundo lúdico, a criança encontra equilíbrio
entre o real e o imaginário, alimenta sua vida interior, descobre o sentido de ser no
mundo. A ludicidade também possibilita uma abertura às emoções, que correm
soltas no encantamento do brincar.
Por meio do trabalho lúdico, segundo ROJAS (2007), a criança desenvolve
atitudes de alteridade e de respeito pelo outro, percebendo diferenças e
individualidades culturais e contextualizando situações pedagógicas que favorecem
o desenvolvimento da imaginação, da observação, da memória e dos
conhecimentos, associados a todo prazer que a ludicidade proporciona.
De acordo com KISHIMOTO (1999), apud ROJAS (2007, p.52), as práticas
lúdicas proporcionam subsídios para a compreensão da brincadeira com ação livre
da criança. São valiosos suportes da ação docente, que enriquecem o trabalho
pedagógico. Para ela as situações lúdicas, quando são intencionais pelo adulto com
intuito de estimular certos tipos de aprendizagens, surgem à dimensão educativa.
Segundo ROJAS (2007), o brincar faz parte da vida, quando oferecemos à
criança a possibilidade de brincar estamos oferecendo muito mais do que o ato em
si mesmo, estamos oferecendo a ela uma perspectiva de vida melhor e também a
possibilidade de se reconhecer como ser, de expressar e concretizar criativamente
seus desejos, necessidades e fantasias.
15
O desenvolvimento infantil está vinculado ao brincar e o brincar é
fundamental tanto para o desenvolvimento cognitivo e motor da criança quanto à sua
socialização.
De acordo com MOYLES (2002), apud ROJAS, (2007, p.58):
devemos oferecer uma variedade de situações e inovações dentro da sala de aula, que permitam diferentes oportunidades para diferentes crianças e, mais importante, temos de assegurar que cada criança tenha oportunidade de explorar adequadamente um novo meio ou situação-e isso significa tentar explorar as experiências com palavras, assim como por meio do brincar.
Através de atividades lúdicas o educando explora muito mais sua
criatividade e o indivíduo criativo é elemento importante para o funcionamento da
sociedade, pois é ele quem faz descobertas, inventa e promove mudanças.
Mesmo sem intenção de aprender, quem brinca aprende, pois se aprende
brincando.
Segundo ANDRADE (2007), a abordagem educacional do jogo busca
abordá-lo como estratégia para o ensino de conteúdos escolares e mesmo como
elemento facilitador do desenvolvimento humano, o brinquedo surge como auxiliar
da ação docente vinculado à aprendizagem de conceitos e noções ou ao
desenvolvimento de habilidades, portanto o brinquedo é considerado material
pedagógico. O jogo no contexto escolar é denominado de jogo educativo, quando
respeita a natureza do ato lúdico e é estruturado com intencionalidade pedagógica.
O jogo educativo focaliza a aprendizagem como produto e principal objetivo do
brincar.
1.4 A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM DA
MATEMÁTICA
As dificuldades que alunos e professores encontram no processo ensino-
aprendizagem da matemática, segundo O PROCESSO (2013), são muitas e
conhecidas. Por um lado, o aluno não consegue entender a matemática que a
escola lhe ensina, na maioria das vezes é reprovado nesta disciplina, ou então,
mesmo que aprovado, apresenta dificuldades em utilizar o conhecimento "adquirido",
em síntese, não consegue efetivamente ter acesso a esse saber de fundamental
importância.
16
Nos dias atuais, o que é importante principalmente no que refere ao ensino
básico não é o conteúdo, porque o conteúdo esquece, mas o essencial é
desenvolver as capacidades dos alunos. O processo de ensino e aprendizagem da
matemática, segundo O PROCESSO (2013), deve ser bem trabalhado nas escolas,
para que futuramente os alunos não apresentem dificuldades graves, quanto à
construção deficiente do pensamento lógico-abstrato.
Atualmente, segundo O PROCESSO (2013), o ensino da matemática se
apresenta descontextualizado, inflexível e imutável, sendo produto de mentes
privilegiadas. O aluno é, muitas vezes, um mero expectador e não um sujeito
partícipe, sendo a maior preocupação dos professores cumprirem o programa. Os
conteúdos e a metodologia não se articulam com os objetivos de um ensino que
sirva à inserção social das crianças, ao desenvolvimento do seu potencial, de sua
expressão e interação com o meio.
A utilização de técnicas lúdicas: jogos, brinquedos e brincadeiras
direcionadas pedagogicamente em sala de aula, segundo O PROCESSO (2013),
podem estimular os alunos a construção do pensamento lógico-matemático de forma
significativa e a convivência social, pois o aluno, ao atuar em equipe, supera, pelo
menos em parte, seu egocentrismo natural. Numa situação desafiante, as crianças
utilizam os conhecimentos que já têm para desenvolver raciocínios com significado
pessoal. Os jogos pedagógicos, por exemplo, podem ser utilizados como estratégia
didática antes da apresentação de um novo conteúdo matemático, com a finalidade
de despertar o interesse da criança, ou no final, para reforçar a aprendizagem.
FIORENTINI e MIORIM (1996), apud O PROCESSO (2013), afirmam que o
professor não pode subjugar sua metodologia de ensino a algum tipo de material
porque ele é atraente ou lúdico. Nenhum material é válido por si só. Os materiais e
seu emprego sempre devem estar em segundo plano. A simples introdução de jogos
ou atividades no ensino da matemática não garante uma melhor aprendizagem
desta disciplina (p.9).
De fato, é imperioso viver o processo de ensino-aprendizagem da
matemática em diálogo com os alunos e não para os alunos. O professor é alguém
que provoca diálogos, que os reforça e que harmoniza as propostas de solução,
tendo como pressuposto os saberes científicos. Ensinar não é somente transmitir,
transferir conhecimentos de uma cabeça para a outra. Ensinar é fazer pensar, é
17
estimular o aluno para a identificação e resolução de problemas, ajudando-o a
criarem novos hábitos de pensamento e ação. Deste modo, o professor deve
conduzir o aluno à problematização e ao raciocínio, e nunca à absorção passiva das
idéias e informações transmitidas.
O PROCESSO (2013), enfatiza que: "aprender a pensar" é a grande
finalidade do ensino. A aprendizagem deve ser ativa, motivadora e processar-se em
fases consecutivas. Assim, para este autor, devem ser proporcionadas situações de
aprendizagem que despertem o interesse dos alunos e em que eles sejam
desafiados a descobrir resultados e a estabelecer relações. Considera ainda que a
aprendizagem deve ter em conta o "princípio das fases consecutivas", em que uma
fase exploratória precede a formalização de conceitos, culminando com a integração
numa estrutura conceptual.
Cabe então descobrir novos jeitos de trabalhar com a matemática, de modo
que as pessoas percebam que pensamos matematicamente o tempo todo,
resolvemos problemas durante vários momentos do dia e somos convidados a
pensar de forma lógica cotidianamente. A matemática, portanto, faz parte da vida e
pode ser aprendida de uma maneira dinâmica, desafiante e divertida. Conscientes
do grande desafio que é preparar os nossos alunos para um futuro, que se nos
afigura já altamente tecnológico, e que exige de cada indivíduo um enorme potencial
criativo que lhe permita lidar com situações do dia-a-dia profissional, cada vez mais
diversificadas e complexas, não será difícil apoiar incondicionalmente esta última
perspectiva de matemática - a da "construção do próprio saber".
1.5 MATEMÁTICA: JOGOS DIDÁTICOS
Ensinar matemática, segundo O PROCESSO (2013), é desenvolver o
raciocínio lógico, estimular o pensamento, a criatividade e a capacidade de resolver
problemas. Por isso, devemos procurar alternativas para aumentar a motivação para
que aconteça o processo de ensino-aprendizagem.
Os jogos podem ser utilizados para introduzir e amadurecer conteúdos e
preparar o aluno para fixar os conteúdos já trabalhados. Os jogos didáticos e as
atividades recreativas, segundo Ensinar matemática, segundo o texto obtido através
do O PROCESSO (2013), podem contribuir para a formação dos alunos, seja porque
18
carregam uma motivação específica ou porque podem auxiliar a aquisição de
competências e habilidades em diferentes contextos.
Os jogos didáticos, segundo O PROCESSO (2013), são um recurso
pedagógico eficaz para a construção do conhecimento matemático, pois é capaz de
despertar nos alunos a curiosidade, a motivação, o interesse e também tornam as
aulas mais atrativas e interessantes. E no momento em que a educação atravessa,
com alunos desmotivados, com dificuldades de aprender, o jogo se torna uma
valiosa ferramenta didática. Mais vale ressaltar que eles devem ser utilizados
ocasionalmente para sanar as lacunas que se produzem na atividade escolar diária..
Entretanto, devem ser escolhidos e preparados com cuidado, é preciso que
o professor tenha planejado os objetivos a serem atingidos, além disso, o professor
deve direcionar o jogo, estabelecendo regras, para que os alunos possam
compreender e desenvolver o jogo. O trabalho com jogos matemáticos em sala de
aula traz vários benefícios, pois nós como educadores percebemos as dificuldades
reais dos alunos, também observamos que o aluno expressa o que pensa, elabora
perguntas e tira conclusões sem necessidade da interferência ou aprovação do
professor e o que é mais interessante, faz com que o aluno aprenda sem perceber.
1.6 BREVE RELATO DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS E TAMBÉM DAS
CRIANÇAS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS
De acordo com as Diretrizes Educacionais do Estado de Mato Grosso,
podemos mencionar que no artigo 4º a educação é enfatizada como direito de todos,
dever do Estado e da família e tem que ser promovida com a colaboração da
sociedade e inspirada nos princípios de liberdade e democracia e também nos ideais
de solidariedade humana, igualdade, bem estar social e no respeito à natureza,
também estabelece por fim:
I-o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania
e convivência social, seu engajamento nos movimentos da sociedade e sua
qualificação para o trabalho; e
II- a formação humanística cultural, ética, política, técnica, científica, artística e
democrática.
19
Já no artigo 5º, inciso II está escrito que: o dever do estado de Mato Grosso
é proporcionar um ensino especializado e gratuito aos educandos com necessidades
especiais, preferencialmente na rede de ensino.
De acordo com o artigo 101, entende-se por Educação Especial a
modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de
ensino para educandos portadores de necessidades especiais e também estabelece
em parágrafo único que os educandos portadores de necessidades educativas
especiais são caracterizados por apresentar:
a) altas habilidades/superdotação, talentosos;
b) deficiências mental, visual, auditiva, física/motora e múltiplas;
c) condutas típicas de síndromes/quadros psicológicos, neurológicos.
Do artigo 102 com relação à Educação Especial, vou enfatizar somente
alguns dos objetivos que é de:
I- promover o desenvolvimento global das potencialidades dos alunos;
II-promover incentivo à autonomia, cooperação, espírito crítico e criativo da pessoa
portadora de necessidades educativas especiais;
III- e por fim promover a preparação dos alunos para participarem ativamente no
mundo social, cultural, dos desportos, das artes e do trabalho.
De acordo com o texto citado acima, podemos perceber que atualmente há
uma preocupação relacionada à educação dos educandos com necessidades
educativas especiais e por isso que foram criadas algumas leis, decretos e
resoluções em prol dessas pessoas que antes eram percebidas como seres
incapazes, com intuito de melhorar a qualidade da educação, bem como o
reconhecimento dos direitos legais dos cidadãos brasileiros.
Ao abordar a Declaração de Salamanca sobre os princípios, a prática na
área das necessidades educativas especiais, relato que está Conferência mundial
ocorrida em Salamanca, Espanha entre 7 a 10 de junho de 1.994 os integrantes
participantes da mesma reafirmaram o compromisso enfatizando que a educação é
para todos, reconhecendo a necessidade da implantação de uma educação para as
crianças, jovem e adulta com necessidades educacionais especiais dentro do
sistema regular de ensino, nesta conferência foi proclamado que:
20
1-Toda criança tem direito fundamental à educação e deve ser dada a oportunidade
de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem;
2-Toda criança possui características, interesse, habilidades e necessidades de
aprendizagem que são únicas;
3-Sistemas educacionais deveriam ser designados e programas educacionais
deveriam ser implementados no sentido de se levar em conta a vasta diversidade de
tais características e necessidades;
4-Aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola
regular, que deveria acomodá-los dentro de uma pedagogia centrada na criança,
capaz de satisfazer as tais necessidades;
5-Escolas regulares que possuem tal orientação inclusiva constituem os meios mais
eficazes de combater atitudes discriminatórias criando-se comunidades acolhedoras,
construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação para todos, além
disso, tais escolas provêem uma educação efetiva à maioria das crianças e aprimora
a eficiência e em última instância, o custo da eficácia de todo sistema educacional.
No Estatuto da criança e do Adolescente lei nº 8069/90 em seu artigo 53º
relata o seguinte: que a criança e o adolescente têm direito a educação, visando ao
pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e
qualificação para o trabalho.
É óbvio que eu não poderia deixar de mencionar a Constituição Federal, ou
seja, a carta Magna. No Brasil houve sete Constituições Federais até a atualidade, a
primeira foi elaborada em 1.824 e a atual em 1.988, pode-se observar que são 164
anos de luta em prol da sociedade aonde esta carta vem passando por diversas
alterações.
Vou relatar especificamente parte da legislação atual, com ênfase o artigo
205, porque este afirma que:
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (Brasil Constituição Federal de 5 de outubro de 1988).
Quero evidenciar que a educação é um direito de todos, por isso não
podemos discriminar de espécie nenhuma qualquer indivíduo, perante a lei todos
21
são iguais. As famílias, o Estado e a sociedade são responsáveis para que este
direito se efetive.
No artigo 206 da referida lei o ensino será ministrado com base nos
seguintes princípios:
I-igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o
saber:
Já no artigo 208 afirma-se que: o dever do Estado com a Educação será
efetivado mediante a garantia de:
III-atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino;
IV-acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística,
segundo a capacidade de cada um;
Ao pesquisar e aprofundar meus conhecimentos com relação à educação
especial quero mencionar que não podemos discriminar a criança com necessidades
educativas especiais, rotulando-as como seres incapazes, pois sabemos que todas
as crianças possuem seu ritmo de aprendizagem próprio e que todos seres
humanos são únicos,algumas crianças precisam de mais estímulos que as outras
para desenvolverem suas potencialidades,nem por isso podemos julgar que não são
capazes de se desenvolverem devido as dificuldades e limitações apresentadas por
esses educandos.
22
CAPÍTULO II-METODOLOGIA
Esse projeto de pesquisa foi desenvolvido com caráter experimental com 03
crianças inseridas na sala de atendimento educacional especializado da Escola
Municipal Manoel Bandeira com intuito analisar a importância da matemática lúdica
na aprendizagem da criança especial. A princípio conversei com a professora
dessas alunas para verificar a possibilidade de eu estar desenvolvendo atividades
lúdicas na área da matemática, minha conversa também foi com intuito de conhecer
através da professora se as mesmas apresentam dificuldades nessa disciplina.
Desenvolvi meu projeto com as mesmas, na terça e quinta-feira só duas
vezes por semana, durante 03 semanas consecutivas, porque as mesmas
freqüentam somente dois dias da semana e no mesmo horário.
As atividades desenvolvidas com as crianças são de caráter lúdico, por isso
selecionei 06 atividades e as mesmas foram desenvolvidas da seguinte maneira.
Jogo 1- jogo da velha: em dupla, lembrando que a mesma que vencer,
jogará com a outra colega, assim sucessivamente. Tempo de desenvolvimento 10
minutos.
Jogo 2 - boliche: individual, passando a vez para a colega após ter jogado
uma vez. Nessa brincadeira, teremos 08 garrafas pet, numeradas do 0 ao 7 e
organizadas pelas crianças em uma única linha vertical onde a criança jogará uma
bolinha com intuito de derrubar as mesmas e em seguida a pedido da professora a
mesma deverá dizer quantas garrafas derrubou e quantas ficaram sem cair. Tempo
da atividade: 2 vezes cada aluna.
Jogo 3-dado: individual. Primeiro a criança joga o dado na mesa e o
número que ficar exposto para cima é o total de peças geométricas que a criança
deverá pegar a pedido da professora obedecendo à cor e nome de cada figura, ou
seja; círculo, quadrado, triângulo e retângulo. As peças geométricas serão
confeccionadas por mim e em e.v.a de diversas cores. Tempo de desenvolvimento:
2 vezes cada criança.
Jogo 4-dado: individual e com auxílio da professora. Intuito trabalhar as
operações de adição e subtração com as mesmas. Primeiro a criança lança o dado
sobre a mesa, duas vezes consecutivas e o número que ficar exposto para cima
será adicionado um ao outro e a mesma terá que apontar qual é o número sobre a
mesa que coincide com a resposta exata e dizer sua resposta, em seguida o mesmo
procedimento anterior só que agora a operação é de subtração. Nessa atividade os
números são de peças plásticas industrializadas. Se necessário for, usarei tampas
de garrafas pet para a criança realizar a adição e subtração das peças no momento
da atividade, para obtenção das respostas. Tempo da atividade: cada criança
brincará duas vezes, realizando uma vez de adição e outra de subtração. Nessa
atividade haverá a intervenção da professora na utilização das trocas de sinais:
adição e subtração.
Jogo5 - pega varetas: As crianças disputarão o par ou ímpar entre si, para
ver quem iniciará o jogo, as três participarão do mesmo. Será realizada uma única
vez por aula, tempo de desenvolvimento: até concluir o jogo.
Jogo 6 - notas de dinheirinho: nessa atividade utilizarei diversas e
diferentes figuras recortadas de livros didáticos para representar objetos de compra
e também cédulas de dinheirinho, nos valores de 1, 2, 5, 10, 20, 50 e 100 reais.
Cada criança poderá escolher sobre a mesa seu objeto preferido e manipular as
cédulas de dinheirinho para realizar a sua compra, eu indicarei o valor do objeto e
cada criança terá de pagar o valor sugerido. Tempo da atividade: três vezes cada
criança.
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CAPÍTULO III-ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
Neste capítulo, vou relatar como foi o desenvolvimento das atividades,
apresentando como as crianças foram ao desenvolvê-las e também evidenciar as
dificuldades e habilidades mostradas por elas.
Três crianças participaram do desenvolvimento da pesquisa, por isso
classifiquei-as como criança A, criança B e criança C.
A princípio conversei com as crianças sobre o porquê do desenvolvimento
das atividades e como seriam desenvolvidas cada uma delas e as mesmas
manifestaram gostar das atividades.
As mesmas foram desenvolvidas durante 06 encontros, nas terças-feiras e
também nas quintas-feiras, com duração entre 1 hora e 1 hora e 10 minutos por dia.
Foram três semanas de desenvolvimento e observação.
Quero relatar que em nenhum encontro consegui reunir as três crianças,
pois sempre alguma delas faltava.
Abaixo segue o cronograma de presença das crianças no desenvolvimento
das atividades.
Primeiro dia Criança A
Segundo dia Criança B
Terceiro dia Criança C
Quarto dia Crianças A e B
Quinto dia Criança B
Sexto dia Crianças A e B
Podemos verificar no cronograma acima, que as crianças mais freqüentes
no desenvolvimento das atividades foram as crianças A e B.
PRIMEIRO ENCONTRO- DIA: CRIANÇA A
Primeiro encontro a criança A mostrou possuir muitas habilidades e também
dificuldades em algum momento das atividades. Essa criança é portadora de
deficiência auditiva severa, portanto necessita usar aparelho auditivo.
JOGO 1: JOGO DA VELHA
Na primeira atividade que foi o jogo da velha, eu tive que fazer parte da
mesma, pois ela estava sozinha. Jogou muito bem demonstrou raciocínio lógico e
percepção visual para colocar as peças no lugar correto, com intuito para ganhar o
jogo.
JOGO 2: BOLICHE
Nessa atividade mostrou no primeiro dia, dificuldade para relacionar a
seqüência numérica e correspondência de objeto ao efetuar a contagem das
garrafas, pois as mesmas eram numeradas do zero ao sete, portanto eram oito
garrafas e a princípio quando perguntei quantas garrafas estavam ali ela me
respondeu sete. Foi então momento de intervir na atividade e explicar o porquê que
o zero estava ali, pois representa também um numeral. Foi então que pedi para ela
contar as garrafas uma a uma para ela perceber que estavam ali oito garrafas. A
partir da explicação ela nunca mais confundiu e todas as vezes que perguntava para
ela, a mesma respondia corretamente.
No desenvolvimento da atividade, ela organizou as garrafas enfileiradas uma
próxima da outra, de acordo com a seqüência numérica, do número menor para o
maior, mostrou habilidade na subtração das garrafas ao realizar a contagem das
mesmas após cada jogada da bola, pois o objetivo era ela falar quantas garrafas
estava sem cair e quantas caíram em cada jogada de bola.
O lúdico é uma característica fundamental do ser humano, então podemos
dizer que o desenvolvimento da criança está relacionado com a ação de jogar. O
trabalho com jogos no ambiente escolar, segundo BERNARDES (2013), possibilita a
investigação, pelo aluno, sobre o modo como se dá o seu próprio processo de
construção de conceitos matemáticos.
26
JOGO 3:JOGO DO DADO COM IDENTIFICAÇÃO DE FIGURAS GEOMÉTRICAS
Nessa atividade demonstrou conhecer as cores das figuras geométricas
muito bem, mas às vezes confundia as figuras do quadrado com o retângulo. Soube
relacionar os números do dado com o total de figuras a serem mostradas por ela nas
respectivas cores e quantidades, conforme eu pedia a ela para pegar.
No âmbito da educação matemática, ao se propor um trabalho com jogos,
visa-se também, segundo BERNARDES (2013), desmistificar a matemática
enquanto uma disciplina maçante, difícil, que envolve somente a memorização. O
foco da preocupação tem sido a matemática e o jogo apresentando-se como grande
aliado na aprendizagem do aluno.
O ensino da Matemática, segundo BERNARDES (2013), esteve por muito
tempo, vinculado a uma simples memorização de regras e fórmulas. Assim, seu
estudo, na maioria das vezes foi e continua sendo considerado desmotivador, desse
modo foi adquirindo uma forma pouco apreciada pelos estudantes.
Por esse motivo, foi preciso buscar novas formas para que os educandos
tivessem a oportunidade de compreender a matemática como elemento
indispensável em suas vidas e vivenciá-la de modo prazeroso e significativo.
Portanto, segundo BERNARDES (2013), encontramos no jogo um excelente
recurso, que pode e deve ser utilizado como facilitador da aprendizagem, no âmbito
escolar.
JOGO 4: JOGO DO DADO COM AS OPERAÇÕES DE ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO
Durante essa atividade demonstrou conhecimento dos numerais, soube
adicionar um ao outro corretamente, inclusive utilizar as tampinhas de garrafa pet
para somar e subtrair as peças para dar a resposta. Só que durante a subtração das
peças ela se confundia um pouco porque ela não conseguia formar um conjunto só e
depois desse conjunto subtrair as peças necessárias, ela fazia a soma de valores.
Exemplo: subtração de seis menos quatro, ela pegava seis tampinhas e depois mais
quatro. Nessa hora intervi explicando que desse jeito ela estava somando e não
subtraindo, ou seja, tirando as peças, expliquei que ela teria que pegar só seis
tampas e depois de reunidas num só conjunto é que ela tiraria as quatro tampas e
27
separaria o conjunto em dois, para obter a resposta. Desse modo ela conseguiu
realizar a atividade.
Desde a infância, segundo BERNARDES (2013), o jogo é de suma
importância na vida da criança, pois, quando brinca, ela explora e manuseia tudo
aquilo que está ao seu redor, construindo, assim, a compreensão da realidade na
qual está inserida. O jogo, portanto, é reconhecido como meio de fornecer à criança
um ambiente agradável, motivador, planejado e enriquecido, que possibilita a
aprendizagem de várias habilidades.
JOGO 5: PEGA VARETAS
Nessa atividade demonstrou possuir coordenação motora, ter percepção
visual reconheceu as cores dos palitinhos e soube separá-los de acordo com suas
cores para então podermos juntas realizar a contagem de pontos.
JOGO 6 : NOTAS DE DINHEIRINHO
Durante essa atividade, soube escolher as figuras que mais gostou para
então comprá-las, depois de escolhidas por ela, eu sugeria o valor de cada objeto,
simulando uma compra e venda, ela tinha que me pagar de acordo com o valor
pedido por mim, foi então que percebi que a mesma apresentou dificuldades,
confundiu a nota de cem reais com a de dez, mas em compensação soube assimilar
o valor de 52,00 reais, preço sugerido de um determinado objeto.
Ao perceber sua dificuldade, eu intervi mostrando a diferença de uma cédula
com a outra, explicando que os desenhos são diferentes um do outro.
Por serem considerados meios de compreender e intervir nos processos
cognitivos das crianças, segundo BERNARDES (2013), os jogos que apresentam
regras merecem um destaque especial. Eles possuem um conjunto de regras, um
objetivo a ser atingido e um resultado dependente das ações utilizadas durante o
jogo. O objetivo, porém constitui-se como um desafio ao pensamento do aluno,
fazendo com que ele busque ou construa meios para atingir um resultado favorável,
que ao ser alcançado, proporciona o desenvolvimento cognitivo.
28
A partir de uma prática pedagógica, vivenciada, planejada por meio da
utilização de jogos, segundo BERNARDES (2013), as crianças podem melhorar
seus desempenhos nas aulas de matemática, desenvolvendo também o raciocínio,
habilidades motoras, cognitivas e sócio-afetivas.
SEGUNDO ENCONTRO- DIA: CRIANÇA B
Primeiro encontro a criança B mostrou possuir muitas habilidades e também
dificuldades em algum momento das atividades. Essa criança apresenta dificuldades
de aprendizagem.
JOGO 1: JOGO DA VELHA
Na primeira atividade que foi o jogo da velha, eu tive que fazer parte da
mesma, pois ela estava sozinha, suas colegas não vieram. Ela jogou muito bem
demonstrou raciocínio lógico e percepção visual para colocar as peças no lugar
correto para vencer o jogo.
JOGO 2: BOLICHE
Nessa atividade mostrou no primeiro dia, dificuldade para relacionar a
seqüência numérica e correspondência de objeto ao efetuar a contagem das
garrafas, pois as mesmas eram numeradas do zero ao sete,portanto eram oito
garrafas e a princípio quando perguntei quantas garrafas estavam ali ela me
respondeu sete.Foi então momento de intervir na atividade e explicar o porque que o
zero estava ali pois representa também um numeral.Foi então que pedi para ela
contar as garrafas uma a uma para ela perceber que estavam ali oito garrafas.A
partir da explicação ela nunca mais confundiu e todas as vezes que perguntava para
ela,ela respondia corretamente.Nesse caso mostrou a dificuldade apresentada pela
criança A.
No desenvolvimento da atividade, ela organizou sozinha a seqüência
numérica do número menor para o maior, organizando as garrafas em uma fila,
mostrou habilidade na subtração das garrafas ao realizar a contagem das mesmas
29
após cada jogada da bola, pois o objetivo era ela falar quantas garrafas estava sem
cair e quantas caíram em cada jogada de bola.
Atualmente, há uma preocupação por parte dos profissionais envolvidos em
Educação, no sentido de insistir na idéia de que a prática pedagógica precisa
valorizar as tarefas que promovam o desenvolvimento do pensamento matemático
dos alunos. Neste modo, também se pretende valorizar a prática onde as situações
de aprendizagem sejam significativas e com aulas diversificadas. Há uma crescente
necessidade de que a matemática seja trabalhada dentro do contexto de vida dos
alunos.
De acordo com BERNARDES (2013), podemos enfatizar o pensamento de
ANTUNES: Assim, nesse contexto é que o jogo ganha um espaço como a
ferramenta ideal da aprendizagem, na medida em que propõe estímulo ao interesse
do aluno, que como todo pequeno animal adora jogar e desenvolve níveis diferentes
da sua experiência pessoal e social. (ANTUNES, apud BERNARDES (1998, p.36).
JOGO 3:JOGO DO DADO COM IDENTIFICAÇÃO DE FIGURAS GEOMÉTRICAS
Nessa atividade demonstrou conhecer as cores das figuras geométricas e
relacionar a quantidade de peças, mas confundia as figuras geométricas uma com
as outras, principalmente o quadrado com o retângulo. Soube relacionar os números
do dado com o total de figuras a serem mostradas por ela nas respectivas cores e
quantidades, conforme eu pedia a ela para pegar.
JOGO 4: JOGO DO DADO COM AS OPERAÇÕES DE ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO
Durante a atividade demonstrou possuir conhecimento dos numerais, soube
adicionar um ao outro adequadamente, inclusive utilizar as tampinhas de garrafa pet
para somar e subtrair as peças para dar a resposta, também utilizou os dedos como
recurso para contagem.
Deste modo, o trabalho desenvolvido através dos jogos serve para estimular
a curiosidade dos alunos para saber a origem dos assuntos que estudam. Cria ainda
30
oportunidade de entrar em contato com idéias de outros colegas e de propor um
conflito cognitivo que os façam evoluir em suas hipóteses de aprendizagem.
Ao analisar a História da Matemática, segundo BERNARDES (2013), é
possível perceber que esta ciência foi constituída pelo homem através dos tempos e
que, sendo desenvolvida por meio de jogos, torna-se um poderoso instrumento
didático para possibilitar que os alunos raciocinem e desenvolvam operações
mentais criativas. Sendo assim, não faltam argumentos que reforcem as
potencialidades pedagógicas da utilização de jogos matemáticos como um excelente
recurso didático.
JOGO 5: PEGA VARETAS
Nessa atividade demonstrou possuir coordenação motora, ter percepção
visual conheceu as cores dos palitinhos e soube separá-los de acordo com suas
cores para então podermos juntas realizar a contagem de pontos.
JOGO 6 : NOTAS DE DINHEIRINHO
Durante essa atividade, soube escolher as figuras que mais gostou para
então comprá-las, depois de escolhidas por ela, eu sugeria o valor de cada objeto
simulando uma compra e venda, ela tinha que me pagar de acordo com o valor
pedido por mim, foi então que percebi que a mesma apresentou dificuldades,
principalmente em valores mais altos quando teria que somar uma cédula com a
outra, portanto optou em escolher objetos mais baratos, com preço mais acessível
para facilitar o desenvolvimento da compra, optou em escolher produtos nos
seguintes valores: R$ 2,00; 5,00; 10,00. Ao perceber sua dificuldade, eu procurei
ajudá-la, afirmando que a mesma teria que obter conhecimento dos valores das
cédulas, ai eu pedia para ela somar um valor com outro, mas dificilmente ela
acertava o valor.
BERNARDES (2013), enfatiza em seu texto a idéia de Piaget com relação
ao jogo: Para PIAGET (1989, p.5), apud BERNARDES (2013 p.1).
31
Os jogos não são apenas uma forma de divertimento, mas são meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual. Para manter seu equilíbrio com o mundo, a criança necessita brincar, criar, jogar e inventar.
De início, é importante explicar que foi utilizada a palavra jogo para referir-se
ao “brincar”. Vocabulário predominante da Língua Portuguesa quando se trata de
atividade lúdica infantil. A palavra “jogo”, segundo BERNARDES (2013), se origina
do vocábulo latino ”ludus”, que significa diversão, brincadeira. O jogo é reconhecido
como meio de fornecer à criança um ambiente agradável, motivador, planejado e
enriquecido, que possibilita a aprendizagem de várias habilidades.
TERCEIRO ENCONTRO- DIA: CRIANÇA C
Primeiro e único encontro com a criança C, porém a mesma mostrou possuir
muitas habilidades e também dificuldades em algum momento das atividades. Essa
criança é portadora de deficiência auditiva leve, portanto, não necessita o uso de
aparelho auditivo. A referida criança participou somente nesse dia das atividades,
porque faltou nos demais encontros. Em um dos encontros faltou porque sua avó
havia falecido, nos demais não apresentou justificativas.
JOGO 1: JOGO DA VELHA
Na primeira atividade que foi o jogo da velha, eu tive que fazer parte da
mesma, pois ela estava sozinha. Jogou muito bem demonstrou raciocínio lógico e
percepção visual para colocar as peças no lugar correto, para ganhar o jogo.
JOGO 2: BOLICHE
Nessa atividade mostrou dificuldade para relacionar a seqüência numérica e
correspondência de objeto ao efetuar a contagem das garrafas, pois as mesmas
eram numeradas do zero ao sete,portanto eram oito garrafas e a princípio quando
perguntei quantas garrafas estavam ali ela me respondeu sete.Foi então momento
de intervir na atividade e explicar o porque que o zero estava ali pois representa
também um numeral.Foi então que pedi para ela contar as garrafas uma a uma para
34
32
ela perceber que estavam ali oito garrafas.A partir da explicação ela compreendeu e
quando eu perguntava para ela,ela respondia corretamente.
No desenvolvimento da atividade, ela organizou sozinha a seqüência
numérica do número menor para o maior, deixando as garrafas em fila uma próxima
da outra, mostrou habilidade na subtração das garrafas ao realizar a contagem das
mesmas após cada jogada da bola, pois o objetivo era ela falar quantas garrafas
estava sem cair e quantas caíram em cada jogada de bola.
Aqui se pretende enfatizar a importância dos jogos na Educação Infantil e
Séries Iniciais, como forma de facilitar a aprendizagem da matemática,
desenvolvendo a originalidade, a criatividade dos alunos, enriquecendo seu
conhecimento.
O jogo pode ser concluído no processo escolar de forma atrativa e
estimulante, com intuito de resgatar o brincar e abrir espaço para a expressão livre e
envolvimento da criança num mundo cheio de fantasia.
Por meio dos jogos, segundo BERNARDES (2013), as crianças conseguem
desenvolver o seu raciocínio e construir seu conhecimento de forma descontraída.
Percebe-se que a atividade lúdica serve de contribuição e incentivo com significados
também para o processo da aprendizagem da matemática.
JOGO 3:JOGO DO DADO COM IDENTIFICAÇÃO DE FIGURAS GEOMÉTRICAS
Nessa atividade demonstrou conhecer as cores das figuras geométricas
muito bem, mas às vezes confundia as figuras do triângulo com o retângulo. Soube
relacionar os números do dado com o total de figuras a serem mostradas por ela nas
respectivas cores e quantidades, conforme eu pedia a ela para pegar.
JOGO 4: JOGO DO DADO COM AS OPERAÇÕES DE ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO
Durante essa atividade demonstrou conhecimento dos numerais, soube
adicionar um ao outro corretamente, não precisou utilizar as tampinhas de garrafa
pet para somar e subtrair as peças para dar a resposta, no entanto utilizou os dedos
como recurso para realizar a contagem.
33
Acredita-se que através do jogo, segundo BERNARDES (2013), a criança
constrói novos conhecimentos e facilita a sua socialização atingindo duas funções:
lúdica e educativa. A atividade lúdica proporcionada pelos jogos deve ser o
desencadeador de todo o processo de aprendizagem. O jogo na matemática
desenvolve a imaginação e exige a tomada de iniciativas, desafiando a sua
inteligência para encontrar soluções para os problemas.
JOGO 5: PEGA VARETAS
Nessa atividade demonstrou possuir coordenação motora, ter percepção
visual conheceu as cores dos palitinhos e soube separá-los de acordo com suas
cores para então podermos juntas realizar a contagem de pontos.
O que observei e achei interessante foi ela abaixar a cabeça e observar os
palitos sobre a mesa, para analisar a possibilidade de retirá-los, sem que eles
pudessem ser mexidos, ela fez isso para perceber se uns estavam afastados dos
outros e se havia possibilidade de movê-los.
BERNARDES (2013), enfoca que no seu processo de desenvolvimento, a
criança vai criando várias relações entre objetos e situações vivenciadas por ela e,
sentindo a necessidade de solucionar um problema, de fazer uma reflexão,
estabelece relações cada vez mais complexas que permitirão desenvolver noções
matemáticas mais e mais sofisticadas. SMOLE (2000), apud BERNARDES (2013
p.1).
JOGO 6 : NOTAS DE DINHEIRINHO
Durante essa atividade, soube escolher as figuras que mais gostou para
então comprá-las, depois de escolhidas por ela, eu sugeria o valor de cada objeto
simulando uma compra e venda, ela tinha que me pagar de acordo com o valor
pedido por mim, demonstrou ter conhecimento com relação ao conhecimento das
cédulas de dinheiro.
Enfim, os jogos, para serem utilizados no processo educacional, segundo
BERNARDES (2013), devem propor diversos tipos de atividades que possam ser
34
praticadas em todas as matérias, de diversas maneiras, facilitando a aprendizagem,
desenvolvendo a originalidade, a criatividade dos alunos, enriquecendo e
vivenciando fatos.
QUARTO ENCONTRO- DIA: CRIANÇAS A E B
Nesse encontro as crianças A e B jogaram em dupla, eu só fiquei a observá-
las e a coordenar o desenvolvimento das atividades.
JOGO 1: JOGO DA VELHA
No desenvolvimento dessa atividade, ambas as crianças jogaram super
bem, pois demonstraram ter raciocínio lógico e percepção visual para poderem
jogar. Uma queria vencer a outra, foi super legal observá-las.
Os jogos lúdicos, além de motivadores, segundo BERNARDES (2013),
contribuem para a criatividade, desinibição, coerente avaliação dos progressos da
criança pelo professor, revisão dos conhecimentos adquiridos e, principalmente,
favorecimento e fortalecimento da formação da personalidade do envolvido, na
medida em que o insere positivamente em um grupo de trabalho ou estudo.
Daí a importância da inserção no cotidiano escolar de momentos de
interação, diversão e apropriação de novos conhecimentos por meio dos jogos. Com
o planejamento e desenvolvimento dos jogos propostos é possível proporcionar a
criança desenvolvimento da capacidade de observação do meio à sua volta, através
de comparações de semelhanças e diferenças. Tudo isso permitindo a elaboração
de certas estruturas: classificação, ordenação, estruturação de tempo e espaço, os
primeiros elementos da lógica, através da resolução de problemas simples,
buscando estratégias para vencer o jogo.
JOGO 2: BOLICHE
No desenvolvimento dessa atividade, tanto a criança A e B, não
apresentaram mais a dificuldade de contarem as garrafas, como nos encontros
35
anteriores, jogaram muito bem, souberam seqüenciar as garrafas corretamente e
dizer as respostas exatas de acordo com total das garrafas em pé ou caídas.
De acordo com BERNARDES (2013), a autora enfatiza a idéia de ANTUNES
com relação ao jogo. Para ANTUNES (1998), apud BERNARDES (2013 p. 1), o jogo
ajuda o educando a construir suas descobertas, desenvolve e enriquece sua
personalidade e simboliza um instrumento pedagógico que leva ao professor a
condição de condutor, estimulador e avaliador da aprendizagem.
JOGO 3:JOGO DO DADO COM IDENTIFICAÇÃO DE FIGURAS GEOMÉTRICAS
Nessa atividade a criança A não mostrou dificuldade no reconhecimento das
cores, quantidades e formas geométricas.
Mas, no entanto, a criança B ainda apresentou dificuldade em reconhecer as
figuras do quadrado e retângulo, soube assimilar bem as cores e quantidades
corretamente.
JOGO 4: JOGO DO DADO COM AS OPERAÇÕES DE ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO
Nessa atividade a criança A, foi muito bem não apresentou dificuldades.
A criança B confundiu subtração com adição, quis somar três mais três,
nesse momento ela pegou três tampinhas e iria juntar mais três, foi então que
expliquei que se ela fizesse isso não estaria subtraindo e sim somando as peças,
portanto ela teria que pegar três tampinhas e subtraí-las uma a uma até chegar ao
resultado esperado que é zero.
Portanto, é função do professor o papel de mediador, orientando para que
cada aluno tenha iniciativa em propor novas respostas para as situações-problema
apresentadas.
JOGO 5: PEGA VARETAS
Nessa atividade as crianças foram muito bem, souberam demonstrar a
alegria de participar do jogo, ambas apresentaram ter raciocínio lógico na hora de
36
retirar os palitos, souberam separar os palitos de acordo com suas respectivas
cores, para iniciarmos a contagem dos pontos.
Para que as crianças exerçam suas capacidades de criar, segundo
APARECIDA & MARTINI, (2007) apud JÚNIOR E PEDRALLI (2011), é
imprescindível que no dia-dia haja riqueza e diversidade nas experiências que lhe
são oferecidas.
JOGO 6 : NOTAS DE DINHEIRINHO
Ao desenvolverem esta atividade, as crianças demonstraram alegria, prazer
em escolher o objeto que mais lhe agradasse. A criança A conseguiu reconhecer as
notas de dinheiro, bem como somar uma com a outra, desde que sejam valores
pequenos, portanto apresentou dificuldades em assimilar valores altos. A criança B
apresentou dificuldades em juntar valores altos, deu preferência aos valores baixos,
por isso escolhe sempre os objetos mais baratos, sabe identificar as notas de 1,2,5
reais,sabendo somar os valores pequenos como por exemplo 1+2=3 e 2+5=7.
QUINTO ENCONTRO- DIA: CRIANÇA B
Nesse dia somente a criança B participou das atividades. A criança A foi ao
médico realizar uma consulta. Por esse motivo tive que jogar com a criança durante
as atividades.
JOGO 1: JOGO DA VELHA
Nessa atividade a referida criança, soube jogar muito bem, tem visão
estratégica ao jogar, pois sempre trancava o lugar onde eu poderia colocar a peça e
ganhar o jogo.
Podemos afirmar, segundo ROJAS (2007), que o lúdico é a base de toda a
atividade da educação de infância. No mundo lúdico, a criança encontra equilíbrio
entre o real e o imaginário, alimenta sua vida interior, descobre o sentido de ser no
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mundo. A ludicidade também possibilita uma abertura às emoções, que correm
soltas no encantamento do brincar.
JOGO 2: BOLICHE
Ao desenvolver a atividade, mostrou-se animada ao realizá-la, pois disse
que essa atividade foi uma de suas preferidas. Ela seqüenciou as garrafas todas em
fila corretamente, contando-as e disse que ali estavam oito garrafas. Jogou super
bem e derrubou todas as garrafas de uma só vez.
Por meio do trabalho lúdico, segundo ROJAS (2007), a criança desenvolve
atitudes de alteridade e de respeito pelo outro, percebendo diferenças e
individualidades culturais e contextualizando situações pedagógicas que favorecem
o desenvolvimento da imaginação, da observação, da memória e dos
conhecimentos, associados a todo prazer que a ludicidade proporciona.
Segundo ROJAS (2007), o brincar faz parte da vida, quando oferecemos à
criança a possibilidade de brincar estamos oferecendo muito mais do que o ato em
si mesmo, estamos oferecendo a ela uma perspectiva de vida melhor e também a
possibilidade de se reconhecer como ser, de expressar e concretizar criativamente
seus desejos, necessidades e fantasias.
O desenvolvimento infantil está vinculado ao brincar e o brincar é
fundamental tanto para o desenvolvimento cognitivo e motor da criança quanto à sua
socialização.
JOGO 3:JOGO DO DADO COM IDENTIFICAÇÃO DE FIGURAS GEOMÉTRICAS
Nesse jogo ela demonstrou que diminuiu a dificuldade em reconhecer as
figuras, mas ao mesmo tempo ela ainda se confundiu na hora de diferenciar o
quadrado do retângulo, ora diz ser depois o outro. Então expliquei que a diferença
de um para o outro é que o quadrado possui os quatros lados iguais, ou seja, do
mesmo tamanho, enquanto que o retângulo possui dois lados iguais do mesmo
tamanho e os outros dois maiores. Reconheceu todas as cores e soube assimilar a
quantidade de peças exigida.
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De acordo com MOYLES (2002), apud ROJAS, (2007, p.58):
devemos oferecer uma variedade de situações e inovações dentro da sala de aula, que permitam diferentes oportunidades para diferentes crianças e, mais importante, temos de assegurar que cada criança tenha oportunidade de explorar adequadamente um novo meio ou situação-e isso significa tentar explorar as experiências com palavras, assim como por meio do brincar.
Através de atividades lúdicas o educando explora muito mais sua
criatividade e o indivíduo criativo é elemento importante para o funcionamento da
sociedade, pois é ele quem faz descobertas, inventa e promove mudanças.
Mesmo sem intenção de aprender, quem brinca aprende, pois se aprende
brincando.
Segundo ANDRADE (2007), a abordagem educacional do jogo busca
abordá-lo como estratégia para o ensino de conteúdos escolares e mesmo como
elemento facilitador do desenvolvimento humano, o brinquedo surge como auxiliar
da ação docente vinculado à aprendizagem de conceitos e noções ou ao
desenvolvimento de habilidades, portanto o brinquedo é considerado material
pedagógico. O jogo no contexto escolar é denominado de jogo educativo, quando
respeita a natureza do ato lúdico e é estruturado com intencionalidade pedagógica.
O jogo educativo focaliza a aprendizagem como produto e principal objetivo do
brincar.
JOGO 4: JOGO DO DADO COM AS OPERAÇÕES DE ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO
Durante essa atividade ela soube diferenciar tanto a adição como a
subtração das peças, ela mesma colocava sobre a mesa os numerais e os sinais de
mais e menos de acordo com a proposta da atividade, foi muito bem, não errou ao
dizer os resultados de cada conta.
JOGO 5: PEGA VARETAS
Foi muito bem nessa atividade, mais uma de suas preferidas como ela
mesma disse, tanto é que jogamos duas vezes a pedido dela. Ela possui ótima
coordenação motora, tem raciocínio ao manipular os palitos e sabe separar os
mesmos de acordo com as suas cores para contar os pontos, ela sabe contar
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quantos palitos amarelos, azuis, verdes, vermelhos conseguiu juntar, mas não sabe
contar o total de pontos no final do jogo. Eu que contava realizando a soma dos
mesmos vagarosamente, para ela ter noção da adição dos valores.
A troca de opiniões que o jogo favorece, segundo BERNARDES (2013), é de
suma importância para o desenvolvimento do pensamento mais lógico e coerente.
Os alunos testam a lógica dos conhecimentos e são obrigados a organizar falas
coerentes para se fazer entender pelos outros.
JOGO 6 : NOTAS DE DINHEIRINHO
Ao participar dessa atividade a mesma ainda apresenta as dificuldades
citadas anteriormente por isso prefere escolher objetos baratos para facilitar a
contagem do dinheiro. O sensacional dessa atividade é que primeiro ela escolhia a
figura que lhe agradava e ia perguntando o preço se fosse caro, ela buscava outra
figura com valor mais barato. Então verifiquei que apesar da dificuldade dela, ela
consegue assimilar o que é mais caro e mais barato, por isso escolhia o objeto de
menor valor, com intuito de facilitar sua compra.
O jogo serve também para proporcionar uma melhor integração e um
enriquecimento no vocabulário, adquirindo assim, segundo BERNARDES (2013), um
hábito de aprender construtivamente e com uma visão ampla do mundo em sua
volta.
SEXTO E ÚLTIMO ENCONTRO- DIA: CRIANÇAS A E B
Nesse dia somente as crianças A e B participaram, ambas estavam alegres
e entusiasmadas com as atividades.
A criança ao entrar no processo de construção do conhecimento, começa a
despertar o faz-de-conta. A partir daí, segundo BERNARDES (2013), começa trocar
idéias e experiências, tornando-se um sujeito crítico e colocando-se em contato com
as diferentes linguagens.
Nos jogos, os alunos são desafiados constantemente por problemas que
lhes são estimulados a pensar rápido e a traçar inúmeras estratégias, para
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conseguir atingir seus objetivos.
Como se sabe, o uso dos jogos e brincadeiras contribui no processo ensino-
aprendizagem, portanto, podem ser utilizados como recursos no cotidiano escolar
nas aulas de matemática, permitindo ao professor desenvolver aulas criativas e
permeadas de ricas experiências para o aluno. Possibilitando, desse modo, o
aprender brincando, com mais prazer, maior significado e melhor resultado.
JOGO 1: JOGO DA VELHA
Tanto a criança A e criança B, jogaram muito bem, elas demonstraram ter
conhecimento cognitivo para vencerem o jogo.
Podemos considerar que a maneira como a criança brinca ou desenha
reflete sua forma de pensar e agir. Brincar, segundo JÚNIOR e PEDRALLI (2011),
uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e
autonomia. Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades
importantes tais como atenção, memória, imitação e imaginação.
JOGO 2: BOLICHE
Nesse jogo as duas crianças demonstraram gostar muito da atividade e não
apresentaram dificuldades em realizá-la.
ROSA JÚNIOR e PEDRALLI (2011), enfatizam que o brincar é uma
necessidade básica assim como é a nutrição, a saúde, a habitação e a educação,
brincar ajuda a criança no seu desenvolvimento físico, afetivo, intelectual e social,
pois, através das atividades lúdicas, a criança forma conceitos, relaciona idéias,
estabelece relações lógicas, desenvolve a expressão oral e corporal, reforça
habilidades sociais, reduz a agressividade, integra-se na sociedade e constrói seu
próprio conhecimento. (FERREIRA 2007, apud ROSA JÚNIOR e PEDRALLI, 2011
p.1).
JOGO 3:JOGO DO DADO COM IDENTIFICAÇÃO DE FIGURAS GEOMÉTRICAS
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Tanto a criança A, quanto a criança B, jogaram super bem, não
demonstraram dificuldades na realização da mesma e reconheceram as figuras
geométricas corretamente.
JOGO 4: JOGO DO DADO COM AS OPERAÇÕES DE ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO
No desenvolvimento dessa atividade as crianças participaram muito bem,
não erraram nem na adição e nem na subtração das peças.
JOGO 5: PEGA VARETAS
Neste jogo também jogaram muitíssimo bem, tanto a criança A como a
criança B, possuem coordenação motora e agilidade no desenvolvimento do mesmo,
demonstraram que já conhecem as cores e quantidades, pois conseguem contar o
total dos palitos de acordo com suas respectivas cores.
De acordo com KISHIMOTO (1999), apud ROJAS (2007, p.52)
as práticas lúdicas proporcionam subsídios para a compreensão da brincadeira com ação livre da criança. São valiosos suportes da ação docente, que enriquecem o trabalho pedagógico. Para ela as situações lúdicas, quando são intencionais pelo adulto com intuito de estimular certos tipos de aprendizagens, surgem à dimensão educativa
JOGO 6 : NOTAS DE DINHEIRINHO
Ambas as crianças jogaram super bem nessa atividade, no entanto a criança
B continuou demonstrando ter dificuldades em relacionar valores altos. A criança A
consegue identificar melhor as cédulas e seus respectivos valores.
BERNARDES (2013), enfatiza parte do texto do RCNEI:
[...] para que as crianças possam exercer suas capacidades de criar é imprescindível que haja riqueza e diversidade nas experiências que lhes são oferecidas nas instituições, sejam elas voltadas às brincadeiras ou à aprendizagem que ocorrem por meio de uma intervenção direta. (BRASIL, 1998, p.27, citado por BERNANDES, 2013, p.1).
Por outro lado é possível perceber que o professor que utiliza os jogos
torna-se mais seguro, confiante em suas decisões, desenvolvendo também a sua
criatividade, inovando suas aulas e criando outros jogos. Pois os jogos pedagógicos,
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segundo BERNARDES (2013), são excelentes recursos de que o professor poderá
lançar mão no processo ensino-aprendizagem, porque contribuem e enriquecem o
desenvolvimento intelectual e social na criança.
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CONCLUSÃO
Ao realizar esta pesquisa e observar a reação e o comportamento das
crianças envolvidas no processo de ensino aprendizagem, foi possível perceber a
importância das atividades lúdicas na área da matemática, pois estas crianças
demonstraram que é possível aprender conceitos matemáticos brincando e que a
matemática pode ser mais bem apreciada quando ocorre o lúdico no seu
desenvolvimento.
Foi possível compreender e constatar que através do lúdico podemos
melhorar a qualidade do ensino na matemática, através de brinquedos e
brincadeiras, pois os mesmos auxiliam no despertar do interesse da criança diante
de uma atividade ou situação nova, na qual a mesma seja capaz de estimular a
criatividade, raciocínio e auto-estima da criança, principalmente da criança especial.
Foi possível também verificar que os jogos no ato lúdico da atividade
trouxeram melhor desenvolvimento da coordenação motora dessas crianças e que
as brincadeiras desenvolvidas por elas serviram para estimular a criatividade das
mesmas e que ao mesmo tempo em que elas brincavam, também estavam
construindo diversos conceitos matemáticos, que facilitará a aprendizagem no seu
dia-a-dia.
Sabemos que a matemática é essencial em nossas vidas, porque
dependemos dela para conviver na sociedade. Daí a importância de praticá-la com
as crianças, principalmente com as crianças especiais, já que estas apresentam
maior dificuldade na aprendizagem. Então para estimular a criatividade e raciocínio
lógico nestas crianças é possível introduzir na sala de aula o lúdico na matemática,
pois este influenciará na construção de novos conceitos e fará que a criança consiga
apreciar a matemática como outra disciplina qualquer, construindo novos
conhecimentos.
No desenvolvimento dos jogos e brincadeiras com essas crianças, foi
possível verificar que os materiais utilizados pelas crianças, foram apropriados na
ocasião, pois através dos mesmos, as crianças tiveram oportunidade de manter
contato com figuras geométricas diferentes, visualizar desenhos, cores, formas e
tamanhos de objetos diferentes e o principal manipularem cada material, já que em
cada atividade um se diferenciava do outro com suas formas e tamanhos, isso tudo
facilita no ensino aprendizagem em sala de aula e isso favorece a construção de
novos conceitos. Esses materiais serviram de suporte nas brincadeiras e ao mesmo
tempo, na estimulação da criatividade e do raciocínio nas crianças proporcionando
melhor desenvolvimento da coordenação motora.
Foi possível também verificar e identificar as habilidades e as dificuldades
que as crianças demonstraram no decorrer do desenvolvimento das atividades,
ambas as crianças mostrou que já apresentavam conhecimentos prévios e que
essas atividades vieram para fortalecer e melhorar sua aprendizagem, fazendo que
as dificuldades pudessem ser solucionadas.
Todas as três crianças puderam demonstrar seu interesse e apreciação por
determinada atividade, bem como suas habilidades e também dificuldades. Isso
serviu para melhorar o desempenho de cada uma com relação à aprendizagem.
Ambas as crianças se empenharam, deram o melhor de si no desenvolvimento das
atividades.
Sabemos que cada ser humano é único e que cada um tem seu ritmo
próprio de desenvolvimento, jamais podemos forçar esse desenvolvimento, mas
podemos influenciar o mesmo para que aconteça na vida escolar dessas crianças,
proporcionando a elas carinho, afeto, atenção, respeito mútuo entre professor e
aluno e colega entre colega, respeitando as diferenças existentes em cada um. É
essencial proporcionar momentos de estímulos para que elas consigam aprender
brincando conhecimentos que será à base de sua vida.
Podemos verificar que no desenvolvimento das atividades, as três crianças
demonstraram suas habilidades e dificuldades, mas nem por isso devemos
discriminá-las, por seus erros e acertos, ambas estão construindo seus
conhecimentos de modo próprio, de acordo com as suas capacidades e isso que
devemos considerar, já que cada ser é único, tantos nas características físicas bem
como no processo de aprendizagem.
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REFERÊNCIAS
ABBRI - Associação brasileira de brinquedotecas: frases e pensamentos: Disponível em:< http://brinquedoteca.net.br/?page_id=63>. Acesso em 27 abr.2013. ANDRADE, Daniela Barros da Silva Freire. Jogos, brinquedos e brincadeiras: o lúdico e o processo de desenvolvimento infantil. Cuiabá:Edufmt, 2007. v 2. BERNARDES, Daniela Maria: O lúdico no auxílio do ensino da matemática: uma proposta possível. Disponível em: <http://www.pedagogiaaopedaletra.com.br/posts/o-ludico-no-auxílio-do-ensino-da matemática-uma-proposta-possível>. Acesso em 28 abr. 2013. CARMO, Ilso Fernandes do. Metodologia de pesquisa científica Disponível em: <http://www.pos.ajes.edu.br/boletim/alunos/index.php>.Acesso em: 22 nov. 2011. ESTATUTO da Criança e do Adolescente-lei 8069/90-Fundação Promoção Social-PROSOL. Cuiabá-MT, nov. 2000. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL:1988 – texto constitucional de 5 de outubro de 1988 com as alterações adotadas pelas Emendas Constitucionais de nº 1. de 1992 a 40 de 2003 e pelas Emendas Constitucionais de Revisão de nº 1 a 6 de 1994 – 21ª ed – Brasília Câmara dos Deputados Coordenação de Publicações 2003. DECLARAÇÃO DE SALAMANCA: sobre princípios, políticas e práticas na área das necessidades educativas especiais: Disponível em portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/Salamanca.pdf acesso em 28 mar.2013. FIORENTINI & MIORIM. Uma reflexão sobre o uso dos materiais concretos e jogos no ensino da matemática. In: Boletim SBEM-SP, 4(7): 5-10, 1996. MATEMÁTICA - jogos didáticos: Disponível em: <http://www.portaltrezedemaio.com/v1/colunistas/detalhes/56> acesso em 28 mar.2013. MATO GROSSO. Diretrizes educacionais: Estado de Mato Grosso. Cuiabá, Secretaria de Estado de Educação, 1998. O PROCESSO ensino-aprendizagem da matemática: a importância do lúdico no processo ensino-aprendizagem da matemática. Disponível em: <http://www.portaltrezedemaio.com/v1/colunistas/detalhes/47>. Acesso em 28 mar. 2013. ROJAS, Jucimara: Jogos, brinquedos e brincadeiras: o lúdico e o processo de desenvolvimento infantil. Cuiabá: EdUFMT,2007. v.1 ROSA JÚNIOR, Severino Natálicio; PEDRALLI, Marinei Lopes: Contribuições das atividades lúdicas para alunos com necessidades educacionais especiais.
2001. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd156/atividades-ludicas-para-alunos-com-necessidades-especiais.htm>. Acesso em 28 mar. 2013.
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ANEXOS
Criança B: realizando o jogo do dado com as operações de adição e subtração
Foto tirada dia 07/05/2013: acervo próprio
Criança C: realizando o jogo da velha
Foto tirada dia 09/05/2013: acervo próprio
Criança c: realizando o jogo pega varetas
Foto tirada dia 09/05/2013, acervo próprio
Crianças A e B realizando a seqüência numérica das garrafas
Foto tirada dia 14/05/2013, acervo próprio
Criança A realizando o jogo do dado com identificação de figuras geométricas
Foto tirada dia 14/05/2013, acervo próprio
Criança A realizando o jogo do dado com identificação de figuras geométricas
Foto tirada dia 14/05/2013, acervo próprio
Crianças A e B realizando o jogo das notas de dinheirinho
Foto tirada dia 14/05/2013, acervo próprio
Criança B:realizando o jogo do dado com identificação de figuras geométricas
Foto tirada dia 16/05/2013, acervo próprio
Criança C:realizando o jogo do dado com as operações de adição e subtração
Foto tirada dia 09/05/2013, acervo próprio
Materiais utilizados pelas crianças para desenvolvimento da pesquisa
Foto tirada dia 14/05/2013, acervo próprio