AGUIAR e DUARTE 2005 - Educação Inclusiva - Um Estudo Na Área Da Educação Física

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    Educao inclusiva e educao f sica Relato de Pesquisa

    EDUCAOINCLUSIVA: UMESTUDONAREADAEDUCAOFSICA

    INCLUSIVEEDUCATION: ASTUDYINTHEPHYSICALEDUCATIONFIELD

    Joo Serapio de AGUIAR1

    dison DUARTE2

    RESUMO:o presente estudo teve por objetivo investigar os significados da incluso de pessoas com necessidadesespeciais nas aulas de educao fsica no sistema regular de ensino. A amostra foi constituda de 67 participantes,assistentes tcnicos pedaggicos de Educao Fsica de Diretorias de Ensino do Estado de So Paulo. Trintainformantes eram do sexo masculino, 57 cursaram faculdades privadas e 10 pblicas, 29 possuam curso deespecializao, 57 tinham mais de 10 anos de experincia na rea da Educao Fsica Escolar, 5 tinham entre 5e 10 anos de experincia e 5 entre 1 e 5 anos, a idade entre eles variou de 27 a 58 anos. Para coleta de dados foiutilizado como instrumento um questionrio do tipo semi-estruturado, composto por 10 questes fechadas e 4abertas. Os resultados apontaram que cerca de 97% dos participantes no possuam conhecimentos suficientespara incluir alunos portadores de necessidades especiais nas aulas de Educao Fsica e que tambm, por voltade 97%, acreditavam que a participao do aluno portador de deficincia em aulas de Educao Fsica podeauxiliar na sua incluso na comunidade escolar. Os resultados tambm indicaram que para realizar a inclusoos professores necessitam de: a) apoio do governo, no que se refere a oferecimento de cursos de reciclagem; b)auxlio tcnico pedaggico especializado; c) estrutura adaptada do espao fsico; e d) material didtico adequado.

    PALAVRAS-CHAVE: educao inclusiva; educao fsica; formao do professor de educao fsica; pessoascom necessidades especiais; ensino regular.

    ABSTRACT: the present study aimed to investigate the meaning of the inclusion of people with special needsin the Physical Education classes of the regular teaching system. The sample had 67 participants, technicalpedagogical assistants of Physical Education of the Education Board Districts of the State of So Paulo. Thirtyparticipants were male, 57 studied in private colleges and 10 in public colleges, 29 had specialization course,57 had more than 10 years of experience in the area of physical education, 5 had between 5 and 10 years ofexperience and 5 between 1 to 5 years, ages varying from 27 to 58. A semi-structured questionnaire, composedof 10 closed questions and 4 open questions, was used for data collecting. The results pointed out that about97% of the participants did not have enough knowledge to include bearers of special needs in the PhysicalEducation classes and that about 97% believed that the participation of a student with deficiency in the PhysicalEducation classes would help the inclusion of that pupil in the school community. The results also indicated

    that to carry out inclusion, teachers would need: a) government support to offer trainingcourses; b) specializedtechnical pedagogical support; c) structure adapted to the physical space; and d) adequate didactical material.

    KEYWORDS: inclusive education, physical education; preparation of the physical education teacher; peoplewith special needs; regular teaching.

    INTRODUO

    EDUCAOINCLUSIVA, ASPECTOSDAFORMAODOPROFISSIONALDEEDUCAOFSICAEEXPECTATIVASATUAISDAPRTICAPEDAGGICADESSEDOCENTENAEDUCAOBSICA.

    Para Sassaki (1997), a incluso social vem acontecendo e se efetivandoem pases desenvolvidos desde a dcada de 80. De acordo com Aguiar (2002;

    2004), no Brasil foi s a partir da Constituio da Repblica Federativa de 1988 queaumentou o nmero de estudos voltados para essa rea. Ainda segundo Aguiar,no campo da educao formal eles comearam a ocorrer, de forma mais sistemtica,aps a Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional, de 20 de dezembro de 1996.

    1 Prof. das Faculdades de Educao Fsica e Psicologia da PUC-Campinas - [email protected]. da Faculdade de Educao Fsica da Unicamp.

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    De acordo com Carvalho (1998) e Oliveira e Poker (2002), o paradigmada escola inclusiva pressupe, conceitualmente, uma educao apropriada e dequalidade dada conjuntamente para todos os alunos considerados dentro dos

    padres da normalidade com os com necessidades educacionais especiais nasclasses do ensino comum, da escola regular, onde deve ser desenvolvido umtrabalho pedaggico que sirva a todos os alunos, indiscriminadamente. Sendoassim, o ensino inclusivo a prtica da incluso de todos, independente de seutalento, deficincia (sensorial, fsica ou cognitiva), origem scio-econmica, tnicaou cultural.

    Para Cardoso (2003) a incluso de alunos com necessidades especiaisna escola regular, constitui uma perspectiva e um desafio para o sculo XXI, cadavez mais firme, nos diferentes sistemas e nveis educativos.

    No que se refere, especificamente, s pessoas com necessidadesespeciais e aos cursos de Educao Fsica, assunto ligado a este estudo, Cidade e

    Freitas (2002) afirmam que:No que concerne rea da Educao Fsica, a Educao Fsica Adaptada surgiuoficialmente nos cursos de graduao, por meio da Resoluo nmero 03/87,do Conselho Federal de Educao, que prev a atuao do professor deEducao Fsica com o portador de deficincia e outras necessidades especiais.A nosso ver, esta uma das razes pelas quais muitos professores de EducaoFsica, hoje atuando nas escolas, no receberam em sua formao contedose/ou assuntos pertinentes Educao Fsica Adaptada ou incluso (p. 27).

    Duarte (2003), diz que, somente a partir da ltima dcada, os cursos deEducao Fsica colocaram em seus programas curriculares, contedos relativoss pessoas com necessidades especiais e que o material didtico que trata das formasde trabalho com essa populao, escrito em nossa lngua, escasso.

    Para ilustrar a posio de Duarte, pode-se citar, como exemplo, aFaculdade de Educao Fsica da PUC-Campinas, que, para atender ResoluoFederal n 3/87, reformulou o seu currculo, implantando-o no ano de 1990. Essecurrculo oferecia o curso em 4 anos e na sua grade a disciplina Educao FsicaAdaptada aparecia na ltima srie. Portanto, nessa Faculdade, esse componentecurricular s foi oferecido em 1993.

    Ainda que de maneira ampla, Incluso, Parmetros CurricularesNacionais e Educao Fsica tm suas discusses colocadas na ordem do dia nocontexto educacional atual.

    O autor deste projeto de pesquisa acredita que a Educao Fsica, como

    um dos componentes curriculares da educao bsica, no pode ficar indiferenteou neutra face ao movimento da educao inclusiva. Como faz parte integrante docurrculo oferecido pela escola, essa disciplina deve-se constituir num dosadjuvantes do processo da incluso escolar e social. Para tanto, h necessidadeque os cursos de educao superior, que formam o licenciado em Educao Fsica,desenvolvam competncias para esse fim.

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    Culturalmente, a formao pedaggica do professor de Educao Fsicavem sendo colocada em plano secundrio, prevalecendo os contedos dasdisciplinas de cunho tcnico- desportivo, corporal e biolgico, em detrimento das

    disciplinas pedaggicas (SILVA, 1993). Sendo assim, a formao vem privilegiandoo desenvolvimento de capacidades e habilidades fsicas, que tem por prioridade odesempenho fsico, tcnico e o corpo enquanto objeto de consumo.

    Com base nessa viso, a cultura desportiva e competitiva,historicamente dominante nas propostas curriculares da Educao Fsica, podecriar resistncias incluso de pessoas que so encaradas como menos capazespara um bom desempenho numa competio. Muitas das proposies de atividadesfeitas em Educao Fsica, realizadas na base da cultura competitiva, podem serobservadas nas escolas. A prtica desportiva, quando usada sem os princpios daincluso, uma atividade que no favorece a cooperao, que no valoriza adiversidade e que pode gerar sentimentos de satisfao e de frustrao. Essa cultura

    competitiva constitui uma fonte de excluso e pode se consistir numa barreira educao inclusiva. bom salientar que, na rede de ensino, a Educao Fsica anica disciplina que tem legislao especfica para que certos alunos sejamdispensados de suas aulas, sendo que, determinados perfis biolgicos dedesempenhos motores podem ser uma das normas dessa dispensa. Como exemplode legislao especfica dessa rea pode-se citar a Resoluo n 11, de 18 de janeirode 1980, da Secretaria de Estado da Educao, do Estado de So Paulo, ainda emvigor, que dispe sobre aulas de Educao Fsica nos estabelecimentos da redeestadual de ensino.

    Com princpios educacionais contrrios formao histrica supra-citada, os Parmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental (BRASIL,

    Ministrio da Educao e do Desporto, 1998), espera que, na prtica pedaggica,os professores tenham uma ao diferente dessa formao. Recomendam que aspolticas educacionais devem ser suficientemente diversificadas e concebidas, demodo a que a educao no seja um fator suplementar da excluso social (p. 17).

    Esses Parmetros (p. 55) indicam, em seus objetivos, que os alunos doensino fundamental devem ser capazes de:

    .compreender a cidadania como participao social e poltica, assim comoexerccio de direitos e deveres polticos, civis e sociais, adotando no dia-a-dia,atitudes de solidariedade, cooperao e repdio s injustias, respeitando ooutro e exigindo para si o mesmo respeito;

    .conhecer e valorizar a pluralidade do patrimnio sociocultural brasileiro,bem como aspectos socioculturais de outros povos e naes, posicionando-se

    contra qualquer discriminao baseada em diferenas culturais, de classe social,de crenas, de sexo, de etnia ou outras caractersticas individuais e sociais.

    Com base nos mesmos princpios tericos educacionais, os ParmetrosCurriculares Nacionais de Educao Fsica para o Ensino Fundamental (BRASIL,Ministrio da Educao e do Desporto, 1997) expressam, em seus objetivos gerais,a expectativa que os alunos sejam capazes de:

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    . participar de atividades corporais, estabelecendo relaes equilibradas econstrutivas com os outros, reconhecendo e respeitando caractersticas fsicase de desempenho de si prprio e dos outros, sem discriminar por caractersticaspessoais, fsicas, sexuais ou sociais(p. 43);

    . participar de diferentes atividades corporais, procurando adotar uma atitudecooperativa e solidria, sem discriminar os colegas pelo desempenho ou porrazes sociais, fsicas, sexuais ou culturais(p. 63);

    .participar de atividades corporais, reconhecendo e respeitando algumas desuas caractersticas fsicas e de desempenho motor, bem como as de seuscolegas, sem discriminar por caractersticas pessoais, fsicas, sexuais ou sociais(p. 71);

    . conhecer, valorizar, apreciar e desfrutar de algumas das diferentesmanifestaes de cultura corprea, adotando uma postura no-preconceituosaou discriminatria por razes sociais, sexuais ou culturais(p. 72).

    Na mesma direo, os Parmetros Curriculares Nacionais para o Ensino

    Mdio (BRASIL, Ministrio da Educao e do Desporto, 1999) no que se refere aosconhecimentos de Educao Fsica, apontam que o esporte de cunho educativodeve ser trabalhado na escola e que a prtica do mesmo deve atender a todos osalunos, respeitando suas diferenas e estimulando-os ao maior conhecimento desi e de suas potencialidades. Esses Parmetros realam que o significado do trabalhoem grupo est em valorizar a interao aluno-aluno e professor-aluno como fontede desenvolvimento social, pessoal e intelectual; e frisam que situaes de grupoexigem dos alunos a considerao das diferenas individuais e de respeito aosoutros, num exerccio de tica e cidadania.

    Os Parmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental(BRASIL, Ministrio da Educao e do Desporto, 1998, p. 62), no que se refere acontribuio das diferentes reas de conhecimento, apontam em relao EducaoFsica:

    [...] a rea do conhecimento que introduz e integra os alunos na culturacorporal do movimento, com finalidades de lazer, de expresso de sentimentos,afetos e emoes, de manuteno e melhoria da sade.

    Para tanto, deve romper com o tratamento tradicional dos contedos quefavorece os alunos que j tm aptides, adotando como eixo estrutural da aopedaggica o princpio da incluso, apontando para uma perspectivametodolgica de ensino e aprendizagem que busca o desenvolvimento daautonomia, da cooperao, da participao social e da afirmao de valores eprincpios democrticos. Nesse sentido, deve buscar garantir a todos apossibilidade de usufruir de jogos, esportes, danas, lutas e ginstica embenefcio do exerccio crtico da cidadania.

    Souza (2003), num estudo que realizou com 5 participantes (professoresde educao fsica) sobre o tema incluso do educando com deficincia no ensino regularda escola pblica, diz que a incluso implica em gesto democrtica na escola e que,numa sociedade que gera e administra uma legio de excludos, com prioridadessociais competitivas, discutir incluso torna-se tarefa bastante embaraosa e difcil.

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    A presena do deficiente na escola pressupe uma mudana radical nointerior da mesma, seja nos procedimentos de ensino, na avaliao, no currculo,enfim, em todas as reas do sistema escolar.

    Pode-se mesmo dizer, que h mltiplos aspectos a serem consideradospara a implementao de uma escola inclusiva. Dentre esses esto o oferecimento decursos de reciclagem para capacitao de docentes; a importncia da existncia deum corpo tcnico especializado (composto por psiclogo, fonoaudilogo epsicopedagogo); o apoio da famlia do aluno com necessidades especiais; o nmerode alunos na classe; a eliminao de barreiras arquitetnicas; a reviso pela sociedadecivil da concepo sobre a pessoa com necessidades especiais; o apoio da sociedadepoltica; a destinao de verbas; a adequao de currculos, metodologias de ensino,recursos didticos e materiais e sistemas de avaliao (ARANHA, 2000; BERALDO,1999; BUENO; RESA, 1995, CARDOSO, 1992; DAMIO, 2000; JANNUZZI, 1993;LSCHER, 1999; MACHADO, SOUSA, SAYO, 1997; MANTOAN 1989, 1997, 1998,

    2003; MARTINS, 1996; MAZZOTA, 1993, 1994; MENDES, 1999, 2000; MRECH, 1999;SANTOS, 1992; SASSAKI, 1999; STAINBACK; STAINBACK , 1999).

    Na rea de procedimentos de ensino, Aguiar (2002) elaborou um estudoque teve por objetivos averiguar a influncia do jogo sobre a aprendizagem deconceitos bsicos leitura e escrita em deficientes mentais alfabetizveis e verificara sua generalizao para situaes do contexto escolar. A amostra foi constitudade 15 participantes, onze meninos e quatro meninas, de oito a treze anos de idade,de famlias de renda baixa. O ensino de conceitos foi baseado em uma concepoque tem por base o princpio da interligao entre a ao e o desenvolvimentocognitivo, e o jogo com forma de ensino, mediado pela linguagem oral, por objetose figuras. Utilizou-se, tambm, estratgias para a ocorrncia do aprendizado

    cooperativo, com criaes de situaes desafiadoras visando acionar os esquemascognitivos dos participantes. Os resultados apontaram efeitos positivos dosprocedimentos utilizados, com implicaes para a educao inclusiva.

    Na rea da avaliao, Fvero, Pantoja e Mantoan (2004), no manualque apresentam sobre educao inclusiva, indicam como adequada a avaliao dotipo processual. Essa avaliao proposta pressupe diagnstico e acompanhamentoindividual do percurso de cada estudante, do ponto de vista da sua evoluo, desuas competncias, habilidades, conhecimentos e atitudes. de carter noclassificatrio, dinmica e contnua, e deve mapear o processo de aprendizagemde cada aluno, respeitando os avanos, retrocessos, dificuldades e progressosindividuais. Sendo dessa forma, o sucesso da aprendizagem est em explorartalentos, atualizar possibilidades e desenvolver predisposies naturais de cadaaluno. As dificuldades, deficincias e limitaes de cada discente devem serreconhecidas, porm, no devem conduzir ou restringir o processo de ensino. Estedeve se desenvolver com base numa pedagogia ativa, dialgica e interativa. Nesseprocesso, as estratgias de ensino devem envolver ao cooperativa, desafioscognitivos e auto-avaliao. Fvero, Pantoja e Mantoan (2004) propem no manualum sistema de aprovao estruturada por ciclos de formao e desenvolvimento.

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    Com o princpio da Incluso, a Educao Fsica escolar deve ter comoeixo fundamental o aluno e, sendo assim, deve desenvolver as competncias detodos os discentes e dar aos mesmos condies para que tenham acesso aos

    contedos que prope, comparticipao plena, adotando para tanto estratgiasadequadas, evitando a excluso ou alienao.

    Assim, a concepo de cultura corporal do movimento, esposada pelosParmetros Curriculares Nacionais, amplia a contribuio da Educao Fsicaescolar para o pleno exerccio da cidadania, modificando, dessa forma, a histriadesse componente curricular que, pela formao acadmica do professor dessadisciplina, vem apontando para um processo de ensino e aprendizagem centradono desenvolvimento de capacidades e habilidades fsicas, que objetiva e privilegiao desempenho fsico e tcnico, o qual, quase sempre, resulta numa constante seleoentre pessoas aptas e inaptas para a prtica da cultura corporal do movimento.

    Beraldo (1999) realizou um estudo a respeito das percepes dos

    professores da escola pblica sobre a insero do aluno tido como deficiente mentalem classes regulares de ensino. Essa pesquisa teve por objetivos: 1. verificar aspercepes que professores da rede oficial do ensino estadual tm sobre a inclusode alunos tidos como deficientes mentais em suas salas de aula no ensino regular;2. identificar, a partir da prpria vivncia do docente, sugestes para enfrentar asdificuldades surgidas no processo de incluso; e 3. descrever as aes concretasque o professor j vem executando para favorecer a incluso. Participaram do estudo10 professoras do ensino regular que tinham em sua sala de aula alunos tidoscomo deficientes mentais. Essas docentes pertenciam a seis escolas da rede oficialdo ensino estadual, localizadas em cinco municpios do interior do estado de SoPaulo. A pesquisa foi exploratria e os dados foram coletados atravs de entrevistas

    semi-estruturadas. A anlise, de cunho qualitativo, foi feita base das falas dasprofessoras. Na perspectiva das professoras, o professor necessita de: a-) apoio dogoverno, no que se refere a oferecimento de cursos de reciclagem (tiveram umaformao voltada para a prtica pedaggica apenas para pessoas tidas comonormais); b-) de um corpo tcnico especializado (composto por psiclogo,fonoaudilogo e psicopedagogo); e c-) apoio da famlia do aluno tido comodeficiente mental. Diz tambm a referida autora que o processo de incluso necessitade intervenes estruturais essenciais, profundas e urgentes, que vo desde aadequada capacitao dos docentes, at questes estruturais administrativas, comonmero de alunos em classe, eliminao de barreiras arquitetnicas, recursosmateriais adequados para o ensino e adaptaes pedaggicas para o deficiente.

    As perspectivas das professoras apresentadas na pesquisa de Beraldo(1999) para implantao da educao inclusiva, no que se refere a mudanas radicaisno interior da escola, no tocante ao currculo, sistema de avaliao e presena deum corpo tcnico especializado (composto por psiclogo, fonoaudilogo epsicopedagogo), foram coincidentes as apresentadas em depoimentos dosparticipantes do estudo de Souza (2003).

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    Num questionamento sobre a educao inclusiva, Mendes (1999) dizque a mesma hoje um grande desafio para o pas e que a anlise, na perspectivaemprica, permite constatar que:

    ...aincluso total(se entendida como a insero de todas as crianas e jovens,independente do tipo e grau de limitao, na classe regular, por tempo integrale sem qualquer outro tipo de apoio) uma resposta muito simplista eequivocada a um tema demasiadamente complexo, e que, se caracteriza nomomento por uma confiana excessiva na retrica e pela falta de evidnciascientficas. muito mais uma questo de crena, ou religio do que de cincia(p.18).

    Carmo (2002), ao escrever um texto sobre incluso escolar e a EducaoFsica, diz que seu objetivo em escrev-lo foi muito mais de conclamar ospesquisadores da rea para solucionar o desafio da incluso, do que para apresentarpropostas e solues. Termina sua redao dizendo que atualmente possui muitomais dvidas do que respostas e que espera que as dvidas sejam o motor propulsor

    de reflexes busca de alternativas superadoras.Pelas vrias colocaes feitas, pode-se perceber que mltiplos aspectos

    tm sido levantados e estudados no campo da implementao efetiva da educaoinclusiva, este estudorealizado na rea da Educao Fsica teve por objetivos:

    1. Geral- Investigar os significados da incluso de pessoas com necessidades especiais

    nas aulas de educao fsica no ensino regular.

    2. Especficos- identificar conhecimentos dos professores de educao fsica sobre educao

    inclusiva e educao especial e/ou educao fsica adaptada.

    - investigar o conhecimento dos professores de educao fsica, sobre inclusoda pessoa com deficincia nas aulas de educao fsica da rede de ensino regular.

    - averiguar aspectos facilitadores e entraves para a atuao do professor deeducao fsica que tenha em suas aulas alunos com deficincias.

    - verificar, na opinio dos professores de educao fsica, se a incluso da pessoacom deficincia em aulas de educao fsica pode auxiliar no processo da inclusoescolar.

    MTODOINFORMANTES

    Participaram deste estudo, compondo a amostra, 67 assistentes tcnicospedaggicos de Educao Fsica de Diretorias de Ensino do Estado de So Paulo.Trinta eram do sexo masculino, 57 cursaram faculdades privadas e 10 pblicas, 29possuam curso de especializao, 57 tinham mais de 10 anos de experincia narea da Educao Fsica Escolar, 5 tinham entre 5 e 10 anos de experincia e 5 entre1 e 5 anos, a idade entre eles variou de 27 a 58 anos.

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    Os assistentes tcnicos pedaggicos de Diretorias de Ensino soprofessores de uma determinada disciplina, que tm como uma de suas principaisfunes divulgar para os seus pares assuntos pertinentes aos componentes

    curriculares a que pertencem, inclusive, como docentes multiplicadores, montandoe oferecendo cursos especficos da rea. bom frisar que as Diretorias de Ensinotm um assistente tcnico pedaggico por disciplina, que se responsabiliza poraes junto a professores de escolas que esto sob a jurisdio da Diretoria a quepertencem.

    MATERIAL

    Para coleta de dados foi utilizado, como instrumento, um questionriodo tipo semi-estruturado, composto por 10 questes fechadas e 4 abertas. Essequestionrio foi o seguinte:

    QUESTIONRIO

    Este questionrio faz parte de uma pesquisa que est sendo realizadacom professores de Educao Fsica, para discutir algumas idias relevantes paraa rea. No h necessidade de identificar-se. A sua participao de grandeimportncia.

    Observ.: caso o espao seja insuficiente utilize o verso.

    1) Faculdade de origem

    ( ) pblica( ) privada

    8) Possui algum aluno Portador de

    Deficincia na sua escola?( ) sim

    ( ) no

    2) Sexo( ) masculino

    ( ) feminino

    Idade: _______ anos

    9) Em caso afirmativo que tipo dedeficincia?

    ( ) fsica

    ( ) mental( ) auditiva

    ( ) visual( ) outras

    3) Qual sua formao acadmica?

    ( ) graduao( ) especializao

    ( ) mestrado

    ( ) doutorado

    10) Voc acredita ter conhecimentos

    suficientes para incluir um alunodeficiente em suas aulas?

    ( ) sim

    ( ) no)

    4) H quanto tempo atua na rea de Educao Fsica Escolar?

    ( ) menos de 1 ano( ) entre 1 e 5 anos

    ( ) entre 5 e 10 anos( ) mais de 10 anos

    11) Em caso afirmativo, o que voc

    prioriza em suas aulas para incluir essealuno?

    5) Possui conhecimentos sobre Educao Especial e/ou

    Educao Fsica Adaptada?( ) sim

    ( ) no

    12) Em sua opinio, quais so os

    requisitos necessrios para um professorde Educao Fsica poder incluir um

    aluno Portador de Deficincia em suasaulas?

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    PROCEDIMENTOS

    A aplicao do instrumento ocorreu em 2004, por ocasio da realizaode um curso de capacitao em Educao Fsica Adaptada para Assistentes TcnicosPedaggicos, professores de Educao Fsica. Esse curso foi organizado pelo Centrode Apoio Pedaggico Especializado da Secretria de Estado da Educao de SoPaulo.

    O primeiro passo para a aplicao do questionrio foi o de solicitarautorizao aos organizadores do curso, explicando aos mesmos os objetivos dapesquisa e a tica que envolve estudos desse tipo . Com a anuncia dos organizadoresdeu-se a aplicao do questionrio. Foi entregue um para cada assistente tcnicopedaggico responder, na prpria sala onde ocorriam as palestras do curso, sendo

    que foi solicitado a todos os informantes que quiseram participar do estudo, apsterem tido esclarecimentos sobre o mesmo, que assinassem um Termo deConsentimento para Participao em Pesquisa (em anexo), segundo a orientao daResoluo n 196/96 do Ministrio da Sade, a respeito de pesquisas envolvendoseres humanos. Antes de se aplicar o instrumento foi feito o pr-teste do mesmo,para verificar sua fidedignidade, validade e operatividade. Aferiu-se o questionrioaplicando-o em nove professores de Educao Fsica que, na ocasio, realizavamcurso de ps-graduao, em uma Universidade do interior do estado de So Paulo.

    RESULTADOSEDISCUSSO

    O estudo estatstico feito foi descritivo e qualitativo (no-paramtrico),

    tendo em vista que na pesquisa no houve nenhuma manipulao para a seleoda amostra de informantes e, tambm, no houve grupo de controle.

    A anlise das respostas foi realizada visando-se a consecuo dosobjetivos do estudo, sendo feita uma anlise quantitativa e qualitativa das respostasobtidas. A anlise das respostas s questes fechadas consistiu na interpretaodas estatsticas descritivas, de forma que se pudesse obter uma viso de como os

    1) Caso possua, onde obteve essas informaes?

    ( ) curso de graduao

    ( ) cursos de extenso

    ( ) palestras

    ( ) curso de especializao( ) mestrado

    ( ) doutorado

    ( ) leituras independentes( ) outros

    13) Na sua opinio, a participao do aluno

    portador de deficincia em aulas de Educao

    Fsica auxilia a incluso do aluno na

    comunidade escolar?

    ( ) sim( ) no

    O que voc entende por incluso de Pessoas

    Portadoras de Deficincia no ensino regular?

    14) Em caso afirmativo, por qu e de que

    forma?

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    dados estavam distribudos e como se diferenciavam por questes. Para a anlisedas respostas s questes abertas, passveis de quantificao percentual, foielaborada essa quantificao. Para analisar as respostas discursivas s questes

    abertas, no passveis de quantificao, foram destacados perodos, marcasdiscursivas relevantes aos objetivos do estudo.

    Na Tabela 1 pode-se ver que cerca de 85,1% dos informantes formaram-se em faculdades privadas e, aproximadamente, 14,9% em pblicas. Na Tabela 2pode-se observar que por volta de 56,7% dos participantes tinham apenas curso degraduao em Educao Fsica e que cerca de 43,3% tinham curso de graduao eespecializao na rea.

    Tabela 1 - Faculdade de Origem.

    Tabela 2 - Formao Acadmica.

    Observando a Tabela 3, v-se que 57 dos participantes, cerca de 85,0%,tinham mais de 10 anos de tempo de atuao na rea da Educao Fsica Escolar, 5dos informantes, que corresponde aproximadamente a 7,5%, tinham entre 1 a 5anos de tempo de atuao e outros 5, entre 5 a 10 anos.

    Tabela 3 - Tempo de atuao na rea de Educao Fsica Escolar.

    A Tabela 4 mostra que cerca de 82,1% dos assistentes tcnicos

    pedaggicos (55 professores), que participaram da pesquisa, responderam terconhecimentos sobre educao especial e/ou educao fsica adaptada e queaproximadamente 17,9% (12 docentes) informaram que no tinham conhecimentosobre o assunto.

    or igem n %

    pb lic a 10 14 ,9 %

    p riv ad a 57 85 ,1 %tota l 67 100,0%

    F o r m a o a c a d m i c a N %

    A p e n a s G r a d u a o 3 8 5 6 , 7 %

    G r a d u a o e E s p e c i a l iz a o 2 9 4 3 , 3 %t o t al 6 7 1 0 0 , 0 %

    T e m p o d e A t u a o n %

    M e n o s q u e 0 1 a n o 0 0 , 0 %

    E n t r e 1 e 5 a n o s 5 7 , 5 %

    E n t r e 5 e 1 0 a n o s 5 7 , 5 %

    M a is d e 1 0 a n o s 5 7 8 5 , 0 %

    t o t al 6 7 1 0 0 , 0 %

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    Educao inclusiva e educao f sica Relato de Pesquisa

    Tabela 4 - Conhecimentos sobre Educao Especial e/ou Educao Fsica Adaptada.

    A Tabela 5 aponta que os participantes que disseram ter conhecimentossobre Educao Especial e/ou Educao Fsica Adaptada, os adquiriram nasseguintes fontes: 42 professores (cerca de 62,7%) em palestras, 32 docentes(aproximadamente 47,8%) em leituras independentes; 26 professores (por voltade 38,8%) em outras fontes, 20 docentes (aproximadamente 29,9%) em cursos deextenso, 9 professores (cerca de 13,4%) no curso de graduao e 5 docentes (porvolta de 7,5%) em curso de especializao. bom salientar que, nessa questo, osinformantes puderam assinalar como resposta mais de uma alternativa.

    Tabela 5 - Fontes de obteno dos conhecimentos sobre Educao Especial.

    Em relao questo aberta 7-O que voc entende por Incluso dePessoas Portadoras de Deficincia no ensino regular, 11 professores, cerca de 16,4%,

    no responderam questo e 36 participantes, por volta de 53,7%, responderamsem apresentar nenhum dos princpios bsicos que caracterizam o paradigmaconceitual da Incluso. Fato que nos leva dizer que 47 dos informantes, cerca de70,1%, no tinham domnios da concepo da Incluso, talvez pelo motivo desseassunto ser novo no Brasil e estar s aps a resoluo do Conselho Nacional deEducao/Cmara de Educao Bsica n 2, de 11 de setembro de 2001, sendodiscutida de forma mais sistemtica. Como j foi dito, a implantao da Inclusode pessoas portadoras de necessidades especiais no ensino regular est se dandode forma lenta e gradual no pas.

    Nessa mesma questo, 20 professores, por volta de 29,1%, responderamapresentando alguns conhecimentos bsicos de Incluso Escolar. Chamou-nos

    ateno as respostas discursivas emitidas por trs participantes, so elas: 1 ... aadaptao do espao escolar para receber essa pessoa. Respeito aos limites ediferenas por parte de todos. Apoio de um corpo tcnico especializado, 2 ...alunos com deficincia freqentando a classe com os alunos que no tm deficincia,no em classes especficas para portadores de necessidades especiais. Mtodospedaggicos adaptados para atender a todos; 3 ... a incluso no s por mais

    C o n h e c i m e n t o n %

    T i n h a m C o n h e c i m e n t o 5 5 8 2 , 1 %N o t i n h a m C o n h e c i m e n t o 1 2 1 7 , 9 %

    t o t a l 6 7 1 0 0 , 0 %

    Fontes n %

    Graduao 9 13,4%Extenso 20 29,9%

    Especializao 5 7,5%Palestras 42 62,7%

    Leituras 32 47,8%

    Outras Fontes 26 38,8%

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    um na sala de aula, e sim dar condies para que ele se sinta como membro daclasse fazendo parte ativamente, em termos de relacionamento e conhecimentocom os demais que so considerados normais.

    As colocaes desses trs informantes apontam alguns aspectoscaractersticos e significativos da Incluso Escolar, j levantados e analisados porvrios autores, como por Cardoso (1992), Januzzi (1993), Mazzotta (1993), Martins(1996), Luscher (1999), Carvalho (1998), Oliveira e Poker (2002), Aguiar (2002),Mantoan (2004) e Fvero, Pandoja e Mantoan (2004).

    Como se pode verificar na Tabela 6, cerca de 71,6% dos professoresinformantes, 48 docentes disseram ter em suas escolas de origem alunos comnecessidades especiais e aproximadamente 28,4%, 19 participantes, disseram no ter.

    Tabela 6 - Existncia de aluno portador de deficincia em sua escola de origem.

    Na Tabela 7 pode-se observar que os 48 docentes que disseram ter emsuas escolas de origem alunos com necessidades especiais informaram, por nmerode discentes, que os mesmos tinham deficincias dos seguintes tipos: 34 de ordemfsica, 28 auditiva, 25 visual, 19 mental e 1 outros tipos de deficincia. bom dizerque, nessa questo, o participante pode assinalar mais de uma das alternativas.

    Tabela 7 - Tipos de deficincias dos alunos das escolas de origem dos professores.

    Como se pode ver, na Tabela 8, a maioria dos participantes, 42 deles,cerca de 62,7%, responderam que no tinham conhecimentos suficientes para incluirum aluno deficiente em suas aulas de Educao Fsica; 25, por volta de 37,3%,disseram ter.

    Tabela 8 - Conhecimentos suficientes para incluir um aluno deficiente em suas aulas.

    n %

    Escolas com alunos com deficincia 48 71,6%Escolas com alunos sem deficincia 19 28,4%

    Total 67 100,0%

    Tipos de deficincias n

    Fsica 34Mental 19

    Auditiva 28

    Visual 25

    outras deficincias 1

    conhecimento n %

    Tinham Conhecimentos 25 37,3%No t inham conhecimentos 42 62,7%total 67 100,0%

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    Na pergunta aberta 11- Em caso afirmativo, o que voc prioriza em suasaulas para incluir esse aluno - , que deveria ser respondida apenas pelos informantesque responderam simna pergunta fechada 10- que tinham conhecimentos suficientes

    para incluir um aluno deficiente em suas aulas -; dos 25 informantes que responderamsim, 23 emitiram na questo 11 respostas vagas, do tipo: ... conscientizao de todosos alunos; ... preparo, estudo e naturalidade. Desses 25, apenas 2 apresentaram naquesto 11 respostas mais fundamentadas, do tipo: ... em primeiro lugar no se deverotular o aluno deficiente, voltar mais ateno a ele do que aos outros, deve-se trat-lo demaneira natural e estimul-lo, mostrando que ele capaz de realizar as atividade; ... terconhecimento das deficincias dos alunos que esto freqentando as aulas, adequarmetodologia de ensino que envolva todos os alunos e trabalho em equipe.

    As respostas dadas pelos participantes s questes 10 e 11, leva-nos aconstatar que, na realidade, 65 dos informantes, por volta de 97%, no possuamconhecimentos suficientes para incluir um aluno deficiente em suas aulas, em que

    pese que cerca de 37,3% responderam que tinham conhecimentos.Em relao questo aberta 12- Em sua opinio, quais so os requisitos

    necessrios para uma professor de Educao Fsica poder incluir um aluno Portador deDeficincia em suas aulas? - , 59 professores, cerca 88,1% dos participantes,responderam a questo e 8, por volta de 19,1%, no responderam. Nas respostasemitidas pelos informantes houve vrias colocaes, dentre elas, pode-se destacaras seguintes: necessidade de se ter cursos de capacitao para aquisio de conhecimentossobre os vrios tipos de deficincia e cursos de reciclagem sobre incluso escolar (colocaesde 55 docentes); estrutura adaptada do espao fsico (colocao de 52 professores);material didtico adequado (colocao de 51 participantes); mtodo adequado deensino (colocao de 50 professores); e apoio tcnico pedaggico especializado

    (colocao de 49 informantes). Esses aspectos colocados pelos participantes estodentro dos j levantados por vrios autores, como por Martins (1996), Beraldo (1999),Luscher (1999) e Aguiar (2004).

    Como se pode perceber, os participantes - ao responderem a questo12 - apontam algumas das expectativas que so fundamentais para a implantaoda educao inclusiva no ensino regular. Entre elas est a necessidade de cursos dereciclagem sobre educao inclusiva aos docentes, que na viso deste pesquisador devemser ministrados no apenas por professores que tenham meramente domnio tericosobre o assunto, no que se negue a importncia do estudo e da reflexo dos tericos,mas principalmente por aqueles que tm tido experincia de prtica pedaggicacom educao inclusiva, em mbito escolar.

    Na Tabela 9 v-se que 65 dos professores que participaram da pesquisa,cerca de 97,0% dos assistentes tcnicos pedaggicos, acreditavam que a participaodo aluno portador de deficincia em aulas de educao fsica auxiliaria a inclusodo aluno na comunidade escolar.

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    Tabela 9 - Acreditam que a participao do aluno portador de deficincia em aulasde educao fsica auxilia a incluso do aluno na comunidade escolar.

    No que se refere questo aberta 14- Em caso afirmativo, por qu e de queforma? -, que deveria ser respondida apenas pelos informantes que responderamsim na pergunta fechada 13 - Na sua opinio, a participao do aluno portador dedeficincia em aulas de Educao Fsica auxilia a Incluso do aluno na comunidade escolar?- , 55 informantes responderam a questo, por volta de 82,0% dos participantes, e12 no responderam. Desses 55 professores, 53 emitiram respostas sem fundament-las e apenas 2 as fundamentaram. As respostas emitidas por esses 2 docentes foramas seguintes: ... porque no trabalho que executei com a participao ativa de alunosportadores de deficincias em minhas aulas, constatei que houve melhoria da socializao,diminuio de rejeio s diferenas, melhorou tambm a cooperao entre os alunos e nosintervalos das aulas percebi que os deficientes j no formavam grupos apenas entre eles,mas interagiam com os demais alunos da escola; ... porque a Educao Fsica umagente educacional bom para realizar o processo de socializao e nesse sentido pode auxiliarna formao da cidadania, da solidariedade humana, pode melhorar a auto-estima e auxiliarna quebra de preconceitos, desenvolvendo o respeito as diversidades.

    Os dizeres desses dois professores apontam que a participao dealunos com necessidades especiais em aulas de Educao Fsica, pode propiciaraos demais alunos o desenvolvimento de atitudes constantes do paradigma da

    Educao Inclusiva. Essas atitudes dizem respeito manifestao de solidariedade,companheirismo, responsabilidade, cooperao e respeito ao outro, semdiscriminao de caractersticas pessoais, fsicas, sexuais ou sociais. Essescomportamentos atitudinais, indicadores de cidadania, esto expressos em objetivosdos Parmetros Curriculares Nacionais de Educao Fsica para o EnsinoFundamental (BRASIL, Ministrio da Educao e do Desporto, 1997), dosParmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental (BRASIL, Ministrioda Educao e do Desporto, 1998) e dos Parmetros Curriculares Nacionais para oEnsino Mdio (BRASIL, Ministrio da Educao e do Desporto, 1999).

    CONSIDERAESFINAIS

    A Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDB) 9394/96, aoreconhecer a Educao Especial como modalidade de ensino que permeia todos osnveis escolares, deixa claro que no h, nos sistemas de ensino, tipos separadosde educao. Sendo assim, a Educao Especial no um subsistema e as unidadesescolares devem ter um conjunto de recursos que devem ser organizados e

    crena n %Acreditam 65 97,0%

    No responderam 02 3,0%

    total 67 100,0%

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    Educao inclusiva e educao f sica Relato de Pesquisa

    disponibilizados para que todos os alunos possam desenvolver suas competnciascom respeito e dignidade, entre eles os que necessitam de apoios diferenciados. Aescola precisa estar aberta para atender a todos e o governo deve oferecer reais

    condies para a implantao da escola inclusiva no pas, fornecendo verbas,criando cursos de reciclagem para os docentes e atendendo as demais necessidadesestruturais necessrias para tal ocorrncia, como por exemplo, proporcionandoapoio educacional especializado adequado para todos os alunos.

    Como diz Mazzotta (1993), a implantao da educao inclusiva noensino regular depende no s da boa vontade da sociedade civil, mas tambm dapoltica de nossos governantes. E, na esfera poltica, tem-se visto, por vrias vezes,que projetos so interrompidos, sem uma reflexo crtica sobre os mesmos, emdecorrncia das mudanas no governo. No se pode esquecer que melhorar o nvelde ensino um esforo que, s vezes, demora dcadas, requer treinamento contnuode professores e o envolvimento das famlias e da comunidade, alm da

    implementao das mudanas curriculares que devem ser feitas de formaprocessual, responsvel e devem estar sempre muito bem fundamentadas.

    Uma boa escola pblica depende essencialmente de diretores eprofessores preparados, de um currculo conectado ao cotidiano, de instalaesfsicas razoveis (como biblioteca, laboratrios e salas de aula que no estejamsuperlotadas), da vivncia cultural dos estudantes e da participao da comunidade.Porm, tudo isso no se faz meramente com a boa vontade do povo, h necessidadede aes efetivas do governo, como destinao de verbas e melhor valorizao doprofessor. O sucesso da incluso de pessoas com necessidades especiais no ensinoregular e de uma sociedade inclusiva depende da ao conjunta de toda populao.

    Fala-se muito em trabalhar a diversidade, mas, na prtica, a comunidade

    e a escola ainda no dominam de modo eficaz o como realizar esse trabalho. Comoj foi dito, a incluso social e a incluso de pessoas com necessidades especiais noensino regular um aprendizado e ocorrer de forma lenta e gradual em nossopas. No mbito escolar, os alunos ditos normais e seus pais tm apontado falhasna qualidade de ensino de nossas escolas de educao bsica. No raro ouvir-sefalar o quanto nossa educao ruim e que no est preparada para ningum. Esse um dos desafios, espera-se que no futuro a escola inclusiva possa oferecer umaboa qualidade de ensino para todos e que no acabe sendo uma utopia.

    No que se refere especificamente Educao Fsica, fundamentada naviso da cultura desportiva e competitiva, historicamente dominante nas propostascurriculares dessa rea, apostar na educao que estimula a competitividade

    deixar os alunos submetidos a um nico estilo de viver. O mundo est competitivo?Certamente que sim! Entretanto isso no significa que todos devam viver de modocompetitivo - tampouco que seja necessrio encaminhar a educao dos alunos demodo a ensinar a competitividade. Se o mundo est assim, ele por si s j ensinaisso aos mais novos. Cabe, ento, s escolas, que tm como um de seus principaispapis o carter formativo, apresentar aos alunos justamente o que o meio social

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    atual no apresenta: a vida em cooperao e a possibilidade rica, por sinal deconvivncia com a diversidade. Os professores de Educao Fsica nas escolaspodem contribuir para isso, mesmo na prtica dos desportos escolares, onde essa

    ocorrncia parece ser bem mais difcil, porm, possvel. Basta, por exemplo, quetodos os alunos participem de jogos e campeonatos. E quando digo todos, incluoos que no demonstram talento para nenhuma modalidade esportiva, os que tmdificuldades no controle do prprio corpo e mesmo os que, por caractersticaspessoais fsicas, no seriam considerados aptos a praticar competitivamente esseou aquele tipo de jogo. uma questo de se adequar estratgias metodolgicas.

    As escolas tero de escolher o caminho a seguir, mas bom lembrarque apostar na educao que ensina e estimula a competitividade investir napermanncia de uma caracterstica de nosso mundo atual e deixar as pessoas semoutra opo, submetidos a estilo segregado de viver.

    Costa e Bittar (2004) conceituam atividade fsica e/ou esportiva inclusiva como

    toda e qualquer atividade que, ao levar em considerao as potencialidades e aslimitaes fsico-motoras, sensoriais e mentais dos seus praticantes, propicia aosmesmos efetiva participao nas diversas atividades fsicas (como nas esportivas,recreativas, danas e ginsticas) e, conseqentemente, possibilita odesenvolvimento de suas competncias.

    De Marco (1995) coloca: Mais do que formar atletas, a educao fsicapode contribuir com o desenvolvimento pleno da pessoa, com a formao de umaconscincia crtica, com o conceito de cidadania e com o prprio desenvolvimentoda conscincia corporal (p. 33).

    Refletindo sobre a formao do profissional em Educao Fsica, queculturalmente vem privilegiando o desenvolvimento de capacidades e habilidadesfsicas, que tem priorizado o desempenho fsico, tcnico e o corpo enquanto objetode consumo, pode-se dizer que o papel do professor dessa rea acompanhar aevoluo com uma postura tica diante das novas formas de consumo e com sensocrtico, baseado no referencial cientfico e terico-metodolgico, no secomprometendo com a lgica do mercado. Isso significa dizer, que esse profissionaldeve vivenciara cultura vigente com o discernimento de que na sociedade deconsumo, classista e competitiva o terultrapassa o sercom valor tico; e deve teridentidade de educador e de agente transformador da sociedade. O modelo docorpo-instrumento, voltado para a produtividade, reflete-se na forma da sociedadecapitalista tratar pessoas menos capazes, tidas como tais por supostamente nopoderem participar de forma efetiva do processo de produo.

    REFERNCIAS

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    Recebido em 25/04/2005

    Reformulado em 06/07/2005

    Aprovado em 30/08/2005