25
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ANÁLISES CLÍNICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANÁLISES CLÍNICAS NATHALIE KIRA TAMURA Aderência, invasão e formação de biofilme de uma amostra de Fusarium oxysporum isolada de úlcera de córnea MARINGÁ – PR 2008

Aderência, invasão e formação de biofilme de uma amostra de …livros01.livrosgratis.com.br/cp056368.pdf · 2016-01-24 · ambientes e seu eficiente mecanismo de dispersão

  • Upload
    ledat

  • View
    214

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ANÁLISES CLÍNICAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANÁLISES CLÍNICAS

NATHALIE KIRA TAMURA

Aderência, invasão e formação de biofilme de uma amostra de

Fusarium oxysporum isolada de úlcera de córnea

MARINGÁ – PR

2008

Livros Grátis

http://www.livrosgratis.com.br

Milhares de livros grátis para download.

NATHALIE KIRA TAMURA

Aderência, invasão e formação de biofilme de uma amostra de

Fusarium oxysporum isolada de úlcera de córnea

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Análises Clínicas da

Universidade Estadual de Maringá, como

requisito parcial para obtenção do título de

Mestre em Análises Clínicas.

Orientadora:

Profa. Dra. Terezinha Inez Estivalet Svidzinski

MARINGÁ – PR

2008

CAPÍTULO I

1. INTRODUÇÃO

1.1 Considerações gerais

Os fungos do gênero Fusarium são encontrados em várias partes do mundo,

ocorrendo predominantemente em regiões de clima tropical. Essa ampla distribuição

geográfica pode ser atribuída a sua capacidade de adaptação em diferentes

ambientes e seu eficiente mecanismo de dispersão. Saprófitas de solo e plantas

vêm assumindo importância como causa de doenças em humanos (DIGNANI e

ANAISSIE, 2004).

São fungos filamentosos hialinos, apresentam micélio abundante e

cotonoso, freqüentemente colorido em rosa, púrpuro ou amarelo. Possuem hifas

hialinas septadas, conidióforos variáveis e conídios em duas formas: macroconídios

septados, fusiformes e encurvados apresentando as extremidades afiladas e

microconídios unicelulares ovóides ou oblongos, sendo comum a presença de

clamidoconídios (NELSON et al, 1994; LACAZ et al, 1998).

O gênero Fusarium apresenta mais de 30 espécies descritas, sendo F.

oxysporum, F. solani, F. moliniforme, F. proliferatum e F. dimerum as de maior

importância médica (LACAZ et al, 1998).

Espécies do gênero Fusarium são patógenos para um grande número de

plantas, invadem sementes e outros tecidos vegetais provocando uma série de

alterações e sintomas que afetam a produção, além disso, esses fungos são

capazes de produzir toxinas durante o seu metabolismo que contaminam cereais

como o milho, amendoim, trigo, entre outros, ocasionando importantes problemas

em quase todas as fases da comercialização dos produtos, causando prejuízos

econômicos ao setor agrícola (BHAT e VASANTHI, 1999). As micotoxicoses são

ocasionadas pela ingestão de alimentos ou ração contaminados com micotoxinas,

pela inalação destas em forma de partículas suspensas ou ainda pelo contato com a

pele constituindo um risco para a saúde humana e animal (BENNET et al, 2003;

BANDO et al, 2007).

Um significativo número de fungos do solo e parasitas de plantas possui

potencial de virulência latente, podendo causar infecções oportunistas em humanos

que se manifestam quando esses microrganismos são introduzidos em hospedeiros

imunologicamente comprometidos (LACAZ et al, 2002; NUCCI et al, 2003) ou não

(NUCCI e ANAISSIE, 2002). Fusarium, patógeno emergente em humanos,

representa o segundo fungo mais freqüente em infecções invasivas em pacientes

imunocomprometidos (WALSH e GROLL, 1999). Em indivíduos imunocompetentes

causam infecções localizadas, sendo citadas ceratites (DIGNANI e ANAISSIE,

2004), lesões cutâneas (NUCCI e ANAISSIE, 2002) e onicomicoses

(GUILHERMETTI et al, 2007). F. oxysporum, junto a F. solani e F. verticillioides são

as espécies mais freqüentemente relatadas como patógenas em humanos.

(DIGNANI e ANAISSIE, 2004).

1.2 Ceratites

Ceratite é uma lesão que acomete a córnea, importante componente do

sistema refrativo do olho que confere proteção as demais estruturas oculares, e é

considerada importante causa de morbidade em todo o mundo (SHARMA, 2001). Os

sintomas são dor e hiperemia ocular, lacrimejamento, fotofobia, visão reduzida,

enturvação e ulceração da córnea. É necessária a instituição de tratamento rápido e

adequado, pois a ceratite ulcerativa pode levar a diminuição ou perda total da visão

(THOMAS, 1994).

De acordo com SHARMA (2001) as ceratites podem ser classificadas em

Não ulcerativas, podendo apresentar caráter superficial ou estromal e Ulcerativas

que podem ser de causa infecciosa ou não infecciosa. A ceratite ulcerativa

infecciosa pode ser causada por fungos, bactérias, vírus ou parasitas.

Mais de 70 espécies de fungos, representando 40 gêneros já foram

reportadas como causa de infecções da córnea (THOMAS, 1994). Uma vez

considerada uma doença rara, nas últimas décadas vêm crescendo em importância

e freqüência, a incidência mundial de ceratites fúngicas varia de 6 a 53% de todas

as ceratites ulcerativas de acordo com a região (THOMAS, 1994). Alguns fatores

podem estar associados com esse aumento tais como uso freqüente de antibióticos,

corticosteróides e imunossupressores; aumento do número de acidentes envolvendo

o globo ocular, doenças e cirurgias oculares; doenças imunossupressoras e avanços

nas técnicas de diagnóstico (BELFORT JÚNIOR e KARA-JOSÉ,1996).

A freqüência de determinada espécie de fungo é bastante variável e sofre

influência das condições climáticas da região. As ceratites causadas por fungos

filamentosos parecem ocorrer mais comumente em regiões tropicais, com clima

quente (GOPINATHAN et al, 2002) em contraste com regiões de clima temperado

onde os relatos são escassos (TANURE et al, 2000; DOCZI et al, 2004). A atividade

econômica da população também exerce importante papel, há relatos de maior

ocorrência da doença em homens jovens e saudáveis que executam atividades

agrícolas (XIE et al, 2001; GOPINATHAN et al, 2002), pois estes estariam mais

expostos a traumas causados por plantas ou material orgânico proveniente do solo,

podendo nesta situação ocorrer a introdução do fungo dentro da córnea e/ou tecidos

adjacentes resultando na úlcera.

Espécies do gênero Fusarium destacam-se como as mais frequentes causas

de ceratites fúngicas em humanos em várias partes do mundo (ROSA et al, 1994;

XIE et al, 2001; BHARATHI et al, 2002; GOPINATHAN et al, 2002). No Brasil, país

com grande extensão territorial e que tem na agricultura uma de suas maiores fontes

de riqueza, o número de casos de infecções oculares fúngicas vem crescendo,

embora não haja estatísticas disponíveis a respeito (LACAZ et al, 2002).

CARVALHO et al (2001) estudando a ceratite fúngica no Paraná-Brasil, analisaram

49 pacientes entre 1983 e 1997 e verificaram que os agentes mais freqüentes foram

Fusarium sp (32%), Aspergillus sp (16%), Penicillium sp (10%) e Candida sp (4%).

Estudos realizados em outras regiões do país encontraram resultados semelhantes

(SALERA et al, 2002; Höfling-Lima et al, 2005).

1.3 Patogênese

A infecção ocular fúngica ocorre pela interação entre a virulência do fungo, a

capacidade de reação do hospedeiro e outros fatores.

1.3.1 Fatores relacionados ao fungo

A patogenicidade ou virulência de um microrganismo está relacionada com a

sua capacidade de causar a doença, sendo esta mediada por um conjunto de

fatores que estimulam diferentes respostas do hospedeiro (VERONESI e

FOCACCIA, 2004). Apesar de certos aspectos da virulência serem determinados

geneticamente, em princípio são expressos pelos microrganismos em situação de

desafio ou quando expostos a condições favoráveis (teor nutricional, atmosfera de

O2 e temperatura).

Vários fatores estão envolvidos nesse sentido:

Aderência

A capacidade dos microrganismos em aderir a células, tecidos ou outras

superfícies é um pré-requisito para o inicio do processo de colonização e

subseqüente infecção, desta forma a adesão assume um papel fundamental no

início do processo de infecção (SEGAL et al, 1988; PANAGODA e

SAMARANAYAKE, 1998). Microrganismos não invasivos permanecem aderidos a

superfície celular do hospedeiro, enquanto outros utilizam esta adesão como a

primeira etapa para a invasão tecidual. A aderência representa o primeiro contato na

interação parasita-hospedeiro e compreende um conjunto de mecanismos

envolvendo vários componentes do microrganismo e as características da superfície

na qual ocorre a adesão (GHANNOUM e RADWAN, 1990).

Um microrganismo pode expressar um ou mais tipos de adesinas que são

responsáveis pelo reconhecimento e ligação aos receptores específicos localizados

na superfície das células do hospedeiro contribuindo no processo de adesão (SOTO

e HULTGREN, 1999). Outros fatores que estariam envolvidos na adesão são a

hidrofobicidade e interações eletrostáticas (DOYLE e ROSENBERG, 1990;

GHANNOUM e RADWAN, 1990).

Devido à importância da aderência, alguns estudos têm sido desenvolvidos

para quantificar e caracterizar a aderência de espécies de fungos a superfícies

celulares e inanimadas (SIONOV et al, 2001, JABRA-RIZKI et al, 2001; TAMURA et

al, 2003; TAMURA et al, 2007; CAMACHO et al, 2007). A habilidade de espécies de

Fusarium em aderir também tem sido estudada, MACNEELY et al (1981) foram os

primeiros a demonstrar, por microscopia eletrônica, que espécies de Fusarium

invadem a parede de cateteres de diálise peritoneal. Outros estudos em laboratório

têm confirmado a habilidade deste fungo em aderir, penetrar e proliferar no interior

de lentes de contato (SIMMONS et al, 1986; AHEARN et al, 2007).

Biofilme

A aderência de um microrganismo pode ser avaliada pelo estudo da sua

capacidade de formar biofilme. Segundo DONLAN e COSTERTON (2002), biofilme

pode ser definido como uma comunidade microbiana organizada, caracterizada por

células que formam microcolônias que estão irreversivelmente aderidas entre si e a

um substrato e embebidas em uma matriz de substâncias extracelulares.

Estudos sugerem que nos biofilmes ocorre uma comunicação dos

microrganismos entre si e com as células dos hospedeiros através da liberação de

moléculas sinalizadoras conhecidas como “quorum-sensing”, as quais são

essenciais para sua formação e manutenção (RAMAGE et al, 2002).

Os microrganismos organizados em biofilme expressam propriedades

distintas daqueles na forma planctônica (MAH e O’TOOLE, 2001). A natureza

estrutural do biofilme e as características fisiológicas das células que o constituem

conferem uma maior resistência aos agentes antimicrobianos (DONLAN e

COSTERTON, 2002). Os mecanismos responsáveis pela resistência aos

antimicrobianos podem estar relacionados à limitação da difusão do agente pela

matriz extracelular, alteração na taxa de crescimento do microrganismo e alterações

genéticas (MAH e O’TOOLE, 2001; DONLAN e COSTERTON, 2002; DUNNE, 2002).

A formação de biofilme sobre os dispositivos médicos invasivos tem sido

motivo de preocupação, pois uma vez estabelecido o biofilme há o aumento do risco

de desenvolvimento de infecções, já que ele funciona como um reservatório de

microrganismos e está associado a altos níveis de resistência aos agentes

antimicrobianos (DUNNE, 2002).

Capacidade de invasão

A habilidade do fungo em invadir tecidos humanos é um fator determinante

na sua virulência. Essa capacidade é auxiliada por certas propriedades tais como

aderência, produção de enzimas, sobrevivência em ambientes com elevada

temperatura e baixa tensão de oxigênio e evasão dos mecanismos de defesa do

hospedeiro (THOMAS, 1994). VEMUGANTI et al (2002) realizaram um estudo

histológico de botões corneanos obtidos de pacientes com ceratite fúngica

submetidos a transplante. Os resultados demonstraram marcada invasão tecidual

por hifas fúngicas com reduzida reação inflamatória nas fases iniciais da doença

sendo que, os principais agentes envolvidos eram Fusarium spp. e Aspergillus spp.

Espécies de Fusarium têm sido associadas com a ocorrência de complicações nos

casos de ceratites, enfatizando a virulência deste fungo sobre a córnea. O fungo

pode invadir a câmara anterior e crescer de forma a interferir na drenagem do humor

aquoso resultando no aumento da pressão intraocular (KURIAKOSE e THOMAS,

1991).

1.3.2 Fatores predisponentes do hospedeiro

O resultado da relação entre o parasita e o hospedeiro depende do balanço

entre a virulência do microrganismo e as defesas do hospedeiro. Defeitos pré-

existentes nos mecanismos de defesa, de natureza local ou sistêmica podem ser

considerados fatores predisponentes ao desenvolvimento de ceratites fúngicas. O

epitélio corneano intacto constitui uma eficiente barreira para a maioria das

infecções oculares fúngicas, porém algumas situações tais como, síndrome dos

olhos secos, ulcerações crônicas, cirurgias oculares entre outros, levam a alterações

da superfície ocular permitindo o acesso do fungo aos tecidos corneanos (THOMAS,

1994; KLOTZ et al, 2000; GOPINATHAN et al, 2002; THOMAS, 2003) principalmente

por leveduras e fungos filamentosos de baixa virulência (THOMAS, 1994).

Doenças sistêmicas como Diabetes mellitus, hanseníase e outras condições

que levam a imunossupressão também são consideradas fatores de risco (ROSA et

al, 1994; GOPINATHAN et al, 2002). Em um estudo na Tanzania foi demonstrado

que de 32 pacientes apresentando ceratite fúngica, 26 (81,25%) eram HIV positivo

comparado a 33% no grupo de pacientes com ceratite não-fúngica (MSELLE, 1999).

1.3.3 Outros fatores

O trauma ocular tem sido relatado como o mais comum fator predisponente

para ceratite fúngica, principalmente aquelas envolvendo fungos filamentosos

(ROSA et al, 1994; XIE et al, 2001; GOPINATHAN et al, 2002). A injúria pode ser

causada por vários agentes traumatizantes incluindo materiais provenientes de

vegetais, animais ou solo, vidro, objetos metálicos, pedras, entre outros (DOCZI et

al, 2004).

O uso de corticosteróides e antibacterianos vem contribuindo para o

aumento das ceratites fúngicas nas últimas décadas. Os corticosteróides e

imunossupressores diminuem os mecanismos imunológicos de defesa e a reação

inflamatória podendo mascarar a gravidade da doença (THOMAS, 1994;

WEISSMAN e MONDINO, 2002).

1.4 Lentes de contato (CL)

CL de vidro foram descritas em 1888 por Adolf Eugen Fick, físico de Zurich,

que foi o primeiro a usar CL para corrigir astigmatismo irregular (VAUGHAN e

ASBURY, 1990). Desde esta época avanços tecnológicos têm produzido diferentes

variedades de lentes de contato, as quais são basicamente divididas em dois tipos:

lentes rígidas e lentes hidrofílicas.

Estas lentes podem apresentar esquemas de uso diário, descartáveis ou

não-descartáveis, uso prolongado e uso contínuo (WILLCOX e HOLDEN, 2001).

As CL hidrofílicas são consideravelmente mais confortáveis, mais caras e de

manutenção mais difícil que as rígidas. A permeabilidade ao oxigênio e os valores

de hidratação e ionicidade variam entre os diferentes tipos de polímeros que as

constituem. As complicações também são mais comuns e incluem ceratite ulcerativa,

reações imunológicas corneanas a depósitos na CL, conjuntivite papilar, reações as

soluções de assepsia, edema e vascularização da córnea (VAUGHAN et al, 2003). É

de importância que todos os usuários sejam informados a respeito dos riscos

associados ao uso de CL, principalmente aqueles que optam por tipos considerados

de alto risco, como as de uso prolongado ou descartáveis para correção da visão

apenas por razões estéticas.

1.5 Ceratites em usuários de lentes de contato

O número de usuários de CL terapêuticas ou cosméticas vem aumentando

nas últimas décadas. Em 1995 a estimativa era de 22 a 28 milhões de usuários

somente nos Estados Unidos (BARR, 1996) com um aumento para

aproximadamente 32 milhões em 2002 (BARR, 2003). Este fato gera preocupação

considerando que o uso de CL tem sido identificado como um fator de risco para o

desenvolvimento de infecções na córnea (KLOTZ et al, 2000; WILLCOX e HOLDEN,

2001; WEISSMAN e MONDINO, 2002, THOMAS, 2003). Em um estudo (MAH-

SADORRA et al, 2005) realizado no Cornea Service of Wills Eye Hospital, das 376

úlceras de córnea diagnosticadas entre os anos de 1999 e 2002, 113 (30%) estavam

relacionadas ao uso de CL.

Alterações no epitélio corneano induzidas pelas CL são eventos importantes

que antecedem o estabelecimento da infecção. A ceratite pode ocorrer como

resultado do uso prolongado da CL, microtraumas, hipóxia e situações que levam a

imunossupressão local ou sistêmica. Procedimentos deficientes de limpeza e

desinfecção das CL e dos estojos para armazenamento ou a contaminação das

soluções higienização também são considerados fatores de riscos (WEISSMAN e

MONDINO, 2002).

Em geral as ceratites associadas ao uso de CL são causadas por bactérias.

As fúngicas são consideradas pouco comuns (WILLCOX e HOLDEN, 2001; MAH-

SADORRA et al, 2005), entretanto são graves e a maioria dos antifúngicos

disponíveis apresenta várias limitações como espectro de ação limitado,

instabilidade e penetração insatisfatória na córnea, além de toxicidade ocular e

sistêmica (BELFORT JÚNIOR e KARA-JOSÉ, 1996) o que dificulta o controle da

doença.

A ceratite causada por Fusarium é, em geral, resultado de trauma da córnea

com material vegetal ou com objetos contaminados com produtos provenientes do

solo (KLOTZ et al, 2000; CARVALHO et al, 2001; GOPINATHAN et al, 2002;

THOMAS, 2003). Porém, um estudo realizado entre os anos de 2004 e 2006 no

Bascom Palmer Eye Institut em Miami identificou 34 pacientes usuários de CL

cosméticas apresentando úlcera de córnea causada por espécies do gênero

Fusarium (ALFONSO et al, 2006).

A CL pode atuar como um vetor, transferindo o fungo dos estojos de

armazenamento ou soluções de limpeza contaminados diretamente para a superfície

ocular (WEISSMAN e MONDINO, 2002). Outra forma do fungo atingir a CL é durante

o seu uso, com conídios veiculados pelo vento (NELSON et al, 1994, DIGNANI e

ANAISSIE, 2004). Aderido à superfície da CL, o fungo pode invadir a matriz,

atravessá-la até a face posterior e atingir o epitélio corneano, resultando na infecção

(SIMMONS et al, 1986).

2. JUSTIFICATIVA

A ceratite fúngica é um problema oftalmológico importante em várias partes

do mundo e até hoje representa um desafio para os oftalmologistas. É uma infecção

que não oferece riscos a vida do paciente, porém se não for instituído o tratamento

rápido e adequado pode levar a marcada redução na visão ou a perda total em

casos mais severos, caracterizando a gravidade da doença. Atualmente observa-se

um aumento crescente do número de usuários de CL e, apesar dos benefícios

oferecidos pelo seu uso, as CL já foram identificadas como fator de risco para o

desenvolvimento de ceratites.

Até o presente momento, são escassos os estudos que avaliam os aspectos

da virulência de F. oxysporum utilizando CL. Essa espécie, classicamente

reconhecida como fitopatógena e geofílica, tem sido freqüentemente identificada

como agente causal de infecções fúngicas em humanos na região de Maringá

(GUILHERMETTI et al, 2007). Embora não haja estatísticas disponíveis que relatam

dados relacionados às ceratites nessa região, o clima quente e as características da

economia baseada na atividade agrícola somado aos freqüentes relatos de

infecções por Fusarium nos leva a acreditar no potencial deste fungo como agente

etiológico dessas micoses oculares.

Com essas considerações, a proposta do estudo foi avaliar o perfil de

virulência de uma amostra de F. oxysporum isolado de úlcera de córnea, analisando

a capacidade de aderência sobre superfícies e invasão em lentes de contato,

associando-o aos riscos de desenvolvimento de ceratites.

3. OBJETIVOS

3.1 Objetivos gerais

O presente estudo teve como objetivo avaliar a capacidade de aderência,

invasão e formação de biofilme de uma amostra de F. oxysporum recém- isolada de

úlcera da córnea humana.

3.2 Objetivos específicos

1. Avaliar a capacidade de aderência de F. oxysporum através da formação de

biofilme sobre a superfície de microplacas de poliestireno.

2. Demonstrar a cinética da formação de biofilme por F. oxysporum sobre

superfície de microplacas de poliestireno através da técnica de redução de

sais de tetrazolium.

3. Demonstrar a viabilidade e atividade metabólica das células fúngicas

envolvidas na adesão e formação de biofilme em superfície de vidro pela

coloração LIVE/DEAD e visualização em microscopia de fluorescência.

4. Avaliar a capacidade de aderência de F. oxysporum em lentes de contato

hidrofílicas em 1 hora de incubação, pelo método de contagem de colônias

em placas.

5. Avaliar a capacidade de invasão de F. oxysporum em lentes de contato

hidrofílicas através da visualização em microscopia eletrônica de varredura.

4. REFERÊNCIAS 1. AHEARN, D.G.; SIMMONS, R.B.; ZHANG, S.; STULTING, R.D.; CROW, S.A.;

SCHWAN, B.L.; PIERCE, G.E. Attachment to and penetration of conventional and silicone hydrogel contact lenses by Fusarium solani and Ulocladium sp. in vitro. Cornea . v. 26, p. 831-839, 2007.

2. ALFONSO, E.C.; CANTU-DIBILDOX, J.; MUNIR, W.M.; MILLER, D.; O’BRIEN, T.P.; KARP, C.L.; YOO, S.H.; FOSTER, R.K.; CULBERTSON, W.W.; DONALDSON, K.; RODILA, J.; LEE, Y. Insurgence of Fusarium keratitis associated with contact lens wear. Arch ophthalmol ., v.124, p. 941-947, 2006.

3. BANDO, E.; GONÇALES, L.N.; TAMURA, N.K.; MACHINSKI JÚNIOR, M. Biomarcadores para avaliação da exposição humana às micotoxinas. J Bras Patol Med Lab . v. 43, p. 175-180, 2007.

4. BARR, J.T. Contact lens 2002: Annual report. Contact Lens Spectrum [serial online]. 2003. Disponível em www.elspectrum.com, acesso em fev. 2008.

5. BARR, J.T. Entering a new age of contact lenses: The contact lens spectrum decade report. Contact Lens Spectrum [serial online]. 1996. Disponível em www.elspectrum.com, acesso em fev. 2008.

6. BELFORT JÚNIOR, R.; KARA-JOSÉ, N. Córnea clínica-cirurgica. São Paulo: Roca , 1996.

7. BENNETT, J.W.; KLICH, M. Mycotoxins. Clin Microbiol Rev. v. 16, p. 497-516, 2003.

8. BHARATHI, M.J.; RAMAKRISHNAN, R.; VASU, S.; MEENAKSHI; PALANIAPPAN, R. Aetiological diagnosis of microbial keratitis in South India – A study of 1618 cases. Indian J Med Microbiol [serial online]. 2002. Disponível em http://www.ijmm.org/text.asp?2002/20/1/19/8333, acesso em set. 2006.

9. BHAT, R.V.; VASANTHI, S. Contaminación por micotoxinas de alimentos y pensos. In: TERCERA CONFERENCIA INTERNACIONAL FAO/OMS/PMA SOBRE MICOTOXINAS, Túnez, 3-6 de marzo de 1999, (MYC-CONF/99/4a). Disponível em www.cepis.ops-oms.org/bvstox/e/fulltext/micotox1/micotox1.pdf

10. CAMACHO, D.P.; CONSOLARO, M.E.L.; PATUSSI, E.V.; DONATTI, L.; GASPARETTO, A.; SVIDZINSKI, T.I.E. Vaginal yeast adherence to the combined contraceptive vaginal ring (CCVR). Contraception. v. 76, p. 439-443, 2007.

11. CARVALHO, A.C.A.; RUTHES, H.I.; MAIA, M.; YANA, D.; SATO, M.T.; MOREIRA, H.; FERNANDES-BORDIGNON, G.; QUEIROZ-TELLES, F. Ceratite fúngica no estado do Paraná-Brasil: Aspectos epidemiológicos, etiológicos e diagnósticos. Rev Iberoam Micol. v. 18, p. 76-78, 2001.

12. DIGNANI, M.C.; ANAISSIE, E. Human fusariosis. Clin Microbiol Infect . v. 10, p. 67-75, 2004.

13. DÓCZI, I.; GYETVAI, T.; KREDICS, L.; NAGY, E. Involvement of Fusarium spp. in fungal keratitis. Clin Microbiol Infect. v. 10, p. 773-776, 2004.

14. DONLAN, R.M.; COSTERTON, W. Biofilms: survival mechanisms of clinically relevant microorganisms. Clin Microbiol Rev . v. 15, p.167-193, 2002.

15. DOYLE, R.J.; ROSENBERG, M. Microbial cell surface hydrophobicity. Washington: American Society for Microbiology , 1990.

16. DUNNE, W.M. Bacterial adhesion: Seen any good biofilms lately? Clin Microbiol Rev. v. 15, p. 155-166, 2002.

17. GHANNOUM, M.A.; RADWAN, S.S. Candida adherence to epithelial cells. Boca Raton : CRC Press, Inc.1990.

18. GOPINATHAN, U.; GARG, P.; FERNANDES, M.; SHARMA, S.; ATHMANATHAN, S.; RAO, G.N. The epidemiological features and laboratory results of fungal keratitis: A 10-year review at a referral eye care center in South India. Cornea v. 21, p. 555-559, 2002.

19. GUILHERMETTI, E.; TAKAHACHI, G.; SHINOBU, C.S.; SVIDZINSKI, T.I.E. Fusarium spp. as agents of onychomycosis in immunocompetent hosts. Int J Dermatol . v. 46, p. 822-826, 2007.

20. HÖFLING-LIMA, A.L.; FORSETO, A.; DUPRAT, J.P.; ANDRADE, A.; SOUZA, L.B.; GODOY, P.; FREITAS, D. Estudo laboratorial das micoses oculares e fatores associados às ceratites. Arq. Bras. Oftalmol . v. 68, p. 21-27, 2005.

21. JABRA-RIZK, M.A.; FALKLER, W.A.; MERZ, W.G.; BAQUI, A.A.M.A.; KELLEY, J.I.; MEILLER, T.F. Cell surface hydrophobicity – associated adherence of Candida dublinienis to human buccal epithelial cells. Rev Iberoam Micol. v. 18, p. 17-22, 2001.

22. KLOTZ, S.A.; PENN, C.C.; NEGVESKY, G.J.; BRUTUS, S.I. Fungal and parasitic infections of the eye. Clin Microbiol Rev . v. 13, p. 662-685, 2000.

23. KURIAKOSE, T.; THOMAS, P.A. Keratomycotic malignante glaucoma. Indian J Ophthalmol . v. 39, p. 118-121, 1991.

24. LACAZ, C.S.; PORTO, E.; HEINS-VACCARI, E.M.; MELO, N.T. Guia para identificação: Fungos, actinomicetos, algas de interesse médico. São Paulo: Sarvier , 1998.

25. LACAZ, C.S.; PORTO, E.; MARTINS, J.E.C.; HEINS-VACCARI, E.M.; MELO, N.T. Tratado de micologia médica Lacaz. São Paulo: Sarvier, 2002.

26. MAH, T.F.C.; O’TOOLE, G.A. Mechanisms of biofilm resistance to antimicrobial

agents. Trends Microbiol . v. 9, p. 34-39, 2001.

27. MAH-SADORRA, J.H.; YAVUZ, S.G.A.; NAJJAR, D.M.; LAIBSON, P.R.; RAPUANO, C.J.; COHEN, E.J. Trends in contact lens-related corneal ulcers. Cornea . v. 24, p. 51-58, 2005.

28. McNEELY, D.J.; VAS, S.I.; DOMBROS, N.; OREOPOULOS, D.G. Fusarium peritonitis: An uncommon complication of continuous ambulatory peritoneal dialysis. Peritoneal Dial Bull . v. 1, p. 94-96, 1981.

29. MSELLE, J. Fungal keratitis as an indicator of HIV infection in Africa. Trop Doct . v. 29, p. 133-135, 1999.

30. NELSON, P.E.; DIGNANI, M.C.; ANAISSIE, E.J. Taxonomy, biology and clinical aspects of Fusarium species. Clin Microbiol Rev . v. 7, p. 479-504, 1994.

31. NUCCI, M.; ANAISSIE, E. Cutaneous infection by fusarium species in healthy and immunocompromised hosts: Implications for diagnosis and management. Clin Infect Dis . v.35, p. 909-920, 2002.

32. NUCCI, M.; ANAISSIE, E.J.; QUEIROZ-TELLES, F.; MARTINS, C.A.; TRABASSO, P.; SOLZA, C.; MANGINI, C.; SIMÕES, B.P.; COLOMBO, A.L.; VAZ, J.; LEVY, C.E.; COSTA, S.; MOREIRA, V.A.; OLIVEIRA, J.S.; PARAGUAY, N.; DUBOC, G.; VOLTARELLI, J.C.; MAIOLINO, A.; PASQUINI, R.; SOUZA, C.A. Outcome predictors of 84 patients with hematologic malignancies and Fusarium infection. Cancer . v. 98, p. 315-319, 2003.

33. PANAGODA, G.J.; SAMARANAYAKE, L.P. The relationship between the cell length, adhesion to acrylic and relative cell surface hydrophobicity of Candida parapsilosis. Med Mycol . v. 36, p. 373-378, 1998.

34. RAMAGE, G.; SAVILLE, S.P.; WICKES, B.L.; LÓPEZ-RIBOT, J.L. Inhibition of Candida albicans biofilm formation by farnesol, a quorum-sensing molecule. Appl Environ Microbiol . v. 68, p. 5459-5463, 2002.

35. ROSA, R.H.; MILLER, D.; ALFONSO, E.C. The changing spectrum of fungal keratitis in south Florida. Ophthalmology . v.101, p. 1005-1013, 1994.

36. SALERA, C.M.; TANURE, M.A.G.; LIMA, W.T.M.; CAMPOS, C.M.; TRINDADE, F.C.; MOREIRA, J.A. Perfil das ceratites fúngicas no Hospital São Geraldo Belo Horizonte-MG. Arq. Bras. Oftalmol . v. 65, p. 9-13, 2002.

37. SEGAL, E.; LEHRMAN, O.; DAYAN, D. Adherence in vitro of various Candida species to acrylic surfaces. Oral Surg Oral Med Oral Pathol . v. 66, p. 670-673, 1988.

38. SHARMA, S. Keratitis. Biosci Rep . v. 21, p. 419-444, 2001.

39. SIMMONS, R.B.; BUFFINGTON, J.R.; WARD, M.; WILSON, L.A.; AHEARN, D.G. Morphology and ultrastructure of fungi in extended-wear soft contact lenses. J Clin Microbiol . v. 24, p. 21-25, 1986.

40. SIONOV, E.; SANDOVSKY-LOSICA, H.; GOV, Y.; SEGAL, E. Adherence of Aspergillus species to soft contact lenses and attempts to inhibit the adherence. Mycoses . v. 44, p. 464-471, 2001.

41. SOTO, G.E.; HULTGREN, S.J. Bacterial Adhesins: Common Themes and Variations in Architecture and Assembly. J Bacteriol . v. 181, p. 1059-1071, 1999.

42. TAMURA, N.K.; GASPARETTO, A.; SVIDZINSKI, T.I.E. Evaluation of the adherence of Candida species to urinary catheters. Mycopathologia . v. 156, p. 269-272, 2003.

43. TAMURA, N.K.; NEGRI, M.F.N.; BONASSOLI, L.A.; SVIDZINSKI,T.I.E. Fatores de virulência de Candida spp isoladas de cateteres venosos e mãos de servidores hospitalares. Rev Soc Bras Med Trop . v. 40, p. 91-93, 2007.

44. TANURE, M.A.G.; COHEN, E.J.; SUDESH, S.; RAPUANO, C.J.; LAIBSON, P.R. Spectrum of fungal keratitis at Wills Eye Hospital, Philadelphia, Pennsylvania. Cornea . v. 19, p. 307-312, 2000.

45. THOMAS, P.A. Current perspectives on ophthalmic mycoses. Clin Microbiol Rev. v. 16, p. 730-797, 2003.

46. THOMAS, P.A. Mycotic keratitis – an underestimated mycosis. J Med Vet Mycol . v. 32, p. 235-256, 1994.

47. VAUGHAN, D.; ASBURY, T. Oftalmologia Geral. São Paulo: Editora Atheneu , 1990.

48. VAUGHAN, D.; ASBURY, T.; RIORDAN-EVA, P. Oftalmologia Geral. São Paulo: Editora Atheneu , 2003.

49. VEMUGANTI, G.K.; GARG, P.; GOPINATHAN, U.; NADUVILATH, T.J.; JOHN, R.K.; BUDDI, R.; RAO, G.N. Evaluation of agent and host factors in progression of mycotic keratitis: A histologic and microbiologic study of 167 corneal buttons. Ophthalmology . V. 109, p. 1538-1546, 2002.

50. VERONESI, R.; FOCACCIA, R. Tratado de Infectologia. São Paulo: Editora Atheneu , 2004.

51. WALSH, T.J.; GROLL, A.H. Emerging fungal pathogens: Evolving challenges to immunocompromised patients for the twenty-first century. Transpl Infec Dis . v. 1, p. 247-261, 1999.

52. WEISSMAN, B.A.; MONDINO, B.J. Risk factors for contact lens associated microbial keratitis. Cont Lens Anterior Eye . v. 25, p. 3-9, 2002.

53. WILLCOX, M.D.P.; HOLDEN, B.A. Contact lens related corneal infections. Biosci Rep . v. 21, p. 445-461, 2001.

54. XIE, L.; DONG, X.; SHI, W. Treatment of fungal keratitis by penetrating keratoplasty. Br J Ophthalmol . v. 85, p. 1070-1074, 2001.

CAPÍTULO II

Artigo “ADERÊNCIA, INVASÃO E FORMAÇÃO DE BIOFILME DE UMA

AMOSTRA DE Fusarium oxysporum ISOLADA DE ÚLCERA DE CÓRNEA, pág.

20 – 40, submetido para publicação, aguardando resultado.

Address correspondence:

Dra Terezinha Inez Estivalet Svidzinski Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Análises Clínicas Av. Colombo, 5790; Maringá – PR – Brasil; 87020-900

Telefone (+55 44) 3261-4809 / FAX: (+55 44) 3261-4860

E-mail: [email protected]

CAPÍTULO III

CONCLUSÕES

1. A amostra de F. oxysporum isolada de úlcera de córnea estudada demonstrou

importante capacidade de aderência comprovada pela formação de biofilme

em superfície de poliestireno.

2. Com o conhecimento da cinética da formação do biofilme, obtida pela técnica

da redução de sais de tetrazolium, foi possível sugerir que a fase de

estabilização do biofilme produzido por F. oxysporum aconteça em tempo

superior a 48 horas.

3. Através da coloração fluorescente LIVE/DEAD foi demonstrado que, depois

de aderido, o fungo mantém a viabilidade e atividade metabólica e, portanto

encontra-se em condições de causar infecções.

4. A capacidade de aderência de F. oxysporum foi demonstrada também sobre

lentes de contato hidrofílicas, tanto pela técnica de contagem de colônias

como pela microscopia eletrônica de varredura. Ainda foi possível observar a

capacidade do fungo em invadir e atravessar a matriz da lente de contato,

confirmando o alto potencial de virulência e a importância dessa espécie na

patogênese da infecção da córnea.

5. A aderência, invasão e formação de biofilme por F. oxysporum sobre as

lentes de contato confirmam a importância deste dispositivo como fator de

risco para o desenvolvimento de ceratites entre os usuários.

6. F. oxysporum aderiu sobre as diferentes superfícies estudadas inferindo uma

alta capacidade de aderência.

7. A MEV evidenciou também um biofilme bem organizado e fortemente aderido

o que sugere que, após a invasão da matriz da CL, não seja mais possível a

completa remoção do fungo.

8. Este estudo contribui para a conscientização dos usuários de CL quanto à

importância das boas práticas de higiene e da troca regular das CL que

reduzem o risco de contaminação.

9. Este trabalho abre caminho para novos estudos que contribuam para

compreensão dos mecanismos de ação e virulência de Fusarium spp como

agentes causadores de ceratites.

PERSPECTIVAS FUTURAS

1. Determinar a capacidade de aderência e formação de biofilme das demais

amostras fúngicas isoladas no estudo e estabelecer análises comparativas

entre as espécies.

2. Realizar estudos para avaliar a influência que o uso de soluções oftálmicas

(corticosteróides, antibacterianos e lubrificantes) exerce sobre a aderência e

formação de biofilme por fungos isolados de úlcera de córnea.

3. Verificar a capacidade de produção de micotoxinas de espécies do gênero

Fusarium isoladas de úlcera de córnea.

Livros Grátis( http://www.livrosgratis.com.br )

Milhares de Livros para Download: Baixar livros de AdministraçãoBaixar livros de AgronomiaBaixar livros de ArquiteturaBaixar livros de ArtesBaixar livros de AstronomiaBaixar livros de Biologia GeralBaixar livros de Ciência da ComputaçãoBaixar livros de Ciência da InformaçãoBaixar livros de Ciência PolíticaBaixar livros de Ciências da SaúdeBaixar livros de ComunicaçãoBaixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNEBaixar livros de Defesa civilBaixar livros de DireitoBaixar livros de Direitos humanosBaixar livros de EconomiaBaixar livros de Economia DomésticaBaixar livros de EducaçãoBaixar livros de Educação - TrânsitoBaixar livros de Educação FísicaBaixar livros de Engenharia AeroespacialBaixar livros de FarmáciaBaixar livros de FilosofiaBaixar livros de FísicaBaixar livros de GeociênciasBaixar livros de GeografiaBaixar livros de HistóriaBaixar livros de Línguas

Baixar livros de LiteraturaBaixar livros de Literatura de CordelBaixar livros de Literatura InfantilBaixar livros de MatemáticaBaixar livros de MedicinaBaixar livros de Medicina VeterináriaBaixar livros de Meio AmbienteBaixar livros de MeteorologiaBaixar Monografias e TCCBaixar livros MultidisciplinarBaixar livros de MúsicaBaixar livros de PsicologiaBaixar livros de QuímicaBaixar livros de Saúde ColetivaBaixar livros de Serviço SocialBaixar livros de SociologiaBaixar livros de TeologiaBaixar livros de TrabalhoBaixar livros de Turismo