A Subida Do Monte Carmelo

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    A SUBIDA DO MONTE CARMELO

    A seguir, excertos feitos a partir da

    traduo de obras de Joo da Cruzrealizada pelas Carmelitas Descalasdo Convento de Santa Teresa do Rio deJaneiro, publicada pela Editora Vozes.Apresentao do Pe. M.T.L. PenidoA Subida do Monte Carmelo. A vidamstica, qual Joo da Cruz nosconvida a nos dispormos, ele aconcebe como unio de amor comDeus. A perfeio desta vida ser a

    unio transformante, na qual avontade da alma se achatransformada, pelo amor, na vontade

    de Deus: duas vontades num s e mesmo amor. Graa muito alta e rara. Mas osprimeiros graus da unio de amor so mais encontradios entre os espirituais.Embora eles tambm sejam dons gratuitos de Deus, podemos e devemos nosdispor a receb-los se for conforme ao divino beneplcito. Deus no pe sua graana alma seno na medida da vontade e do amor dela. Por conseguinte, desejando aalma que Deus se d todo a ela, deve entregar-se tda a ele. Sem dvida, Deus quevem a ns; todavia, devemos nos pr a caminho, procur-lo, remover osobstculos.

    A Subida ensina, de modo concreto, essa entrega e o carter total que deve revestir.A obra enfeixa, pois, os princpios ascticos de Joo da Cruz. Ascetismo implacvel.No admite complacncia ou meia-medida. Exige a renncia absoluta. No porcalnia foi Joo da Cruz alcunhado o Doutor do Nada, e ficou clebre, entre osespirituais, esta sua frase : "Nada, nada, nada, at deixar a prpria pele e o resto,por Cristo".(...)A preparao asctica - ou, como le diz, a "purificao ativa" - vida mstica, Jooda Cruz concebe-a como exerccio constante, puro, herico at, das 3 virtudesteologais. Se queremos, com efeito, nos unir a Deus, o nico meio de encontr-loser atravs da f, da esperana e da caridade. Mais intensas essas virtudes, maisestreita a unio. Donde a diviso da Subida em trs livros, para ensinar nos atrplice purificao. Despida a inteligncia, pela f, de pensamentos que no sopuramente Deus, poder, ser elevada s coisas divinas; esvaziada a memria, pelaesperana, de lembranas terrenas, poder ser enchida de divinas notcias;desprendida a vontade de qualquer apego, pela caridade, poder ser livrementemovida pelo divino amor.Joo da Cruz no aconselha apenas a depurao e pacificao das atividadesnaturais - sensaes, imagens, lembranas, reflexes, desejos, - mas ainda de toda aatividade religiosa menos perfeita. No se cansa de pedir a renncia religiogozadora: devoo sensvel, apegos s graas extraordinrias (vises etc.). S

    assim viver o discpulo em pura f, esperana e caridade. Na Subida o Santo

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    pormenoriza, com frrea lgica, os meios prticos a empregar pela alma no seuesforo de desnudamento.

    Modo para chegar ao TudoPara chegares ao que no sabes,

    Hs de ir por onde no sabes.Para chegares ao que no gozas,Hs de ir por onde no gozas.Para vires ao que no possuis,Hs de ir por onde no possuis.Para vires a ser o que no s,Hs de ir por onde no s.

    Modo de possuir tudoPara vires a saber tudo,No queiras saber coisa alguma.Para vires a gozar tudo,No queiras gozar coisa alguma.Para vires a possuir tudo,No queiras possuir coisa alguma.Para vires a ser tudo,No queiras ser coisa alguma.

    Modo para no impedir o tudoQuando reparas em alguma coisa,Deixas de arrojar-te ao tudo.

    Porque para vires de todo ao tudo,Hs de deixar de todo ao tudo.E quando vieres a tudo ter,Hs de t-lo sem nada querer.Porque se queres ter algo em tudo,No tens puro em Deus teu tesouro.

    Indcio de que se tem tudoNesta desnudez acha o esprito sua quietao e descanso, porque, nada cobiando,nada o impele para cima e nada o oprime para baixo, porque est no centro de suahumildade; pois quando cobia alguma coisa nisto mesmo se fatiga.rata este livro de como poder a alma dispor-se para chegar em breve divinaunio. D avisos e doutrina, tanto para os principiantes, como para os maisadiantados, muito proveitosa, para saberem desembaraar-se de tudo o que temporal e no serem prejudicados mesmo no que espiritual, ficando em sumadesnudes e liberdade de esprito, como se requer para a unio divina.ARGUMENTOEncerra-se nas canes seguintes toda a doutrina que desejo expor na Subida doMonte Carmelo, assim como o segredo de alcanar o mais alto cume destamontanha, que outra coisa no seno o estado de perfeio - estado sublime quechamamos aqui unio da alma com Deus. E como tudo que tenho a dizer se apia

    sobre estas canes, eu quis reuni-las aqui para apresentar ao leitor, em conjunto,a substncia do que devo escrever. Isso, porm, no impedir que seja depois cada

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    uma delas repetida separadamente, assim como os versos que as compem,segundo as exigncias da matria e a necessidade da exposio.

    CANES

    Em que canta a alma a ditosa ventura que teveem passar pela noite escura da f,

    na desnudes e purificao de si mesma,

    unio com o amado.

    1. Em uma noite escura,

    De amor em vivas nsias inflamada,

    Oh! Ditosa ventura!

    Sa sem ser notada,

    J minha casa estando sossegada.

    2. Na escurido, segura,

    Pela secreta escada disfarada,

    Oh! ditosa ventura!

    Na escurido, velada,

    J minha casa estando sossegada.

    3. Em noite to ditosa,

    num segredo em que ningum me via,

    Nem eu olhava coisa,

    Sem outra luz nem guia

    Alm da que no corao me ardia.

    4. Essa luz me guiava

    Com mais clareza que a do meio-dia,

    Aonde me esperava

    Quem eu bem conhecia,

    Em stio onde ningum aparecia.

    5. Oh! noite que me guiaste,

    Oh! noite mais amvel que a alvorada;

    Oh! noite que juntaste

    Amado com amada,

    Amada j no Amado transformada!

    6. Em meu peito florido

    Que inteiro s para Ele se guardava,

    Quedou-se adormecido...

    E eu, terna, O regalava,

    dos cedros o leque O refrescava.

    7. Da ameia a brisa amena,

    Quando eu os seus cabelos afagava,com sua mo serena

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    Em meu colo soprava,

    meus sentidos todos transportava.

    8. Esquecida, quedei-me,

    rosto reclinando sobre o Amado,Cessou tudo e deixei-me,

    Largando meu cuidado

    Por entre as aucenas olvidadas.

    PRLOGO1. Para explicar e fazer compreender a noite escura pela qual passa a alma antes dechegar divina luz da perfeita unio do amor de Deus, na medida do possvel nestemundo, seria necessria outra maior luz de experincia e de cincia do que aminha. As ditosas almas destinadas a chegar a este estado de perfeio devem, deordinrio, afrontar trevas to profundas, suportar sofrimentos fsicos e morais todolorosos, que a inteligncia humana incapaz de compreend-los e a palavra deexprimi-los. Somente aquele que por isso passa saber senti-lo, sem todavia poderdefini-lo.2. Para dizer, portanto, alguma coisa desta noite escura, no me fiarei deexperincia nem de cincia, porque uma e outra podem falhar e enganar; todaviaajudar-me-ei de ambas no que me puderem valer. Para tudo quanto com o favordivino hei de dizer, ao menos para as coisas de mais difcil compreenso apoiar-me-ei na Sagrada Escritura: tomando-a por guia, no h perigo de engano, poisnela fala o Esprito Santo. E, se em algum ponto errar, pelo fato de no entenderbem o que com a mesma Escritura ou sem ela disser, declaro no ser minha

    inteno apartar-me da s doutrina e sentido da Santa Madre Igreja Catlica.Submeto-me e resigno-me inteiramente, no s sua autoridade, mas de todos osque oferecerem melhores razes que as minhas.3. Se me decido a este trabalho, no por crer-me capaz de tratar de assunto torduo, mas confiando que o Senhor me ajudar a dizer alguma coisa, para proveitode grande nmero de almas muito necessitadas. Estas iniciam o caminhoda virtude e, no momento em que Nosso Senhor quer introduzi-las na noite escura,visando elev-las unio divina, detm-se, seja pelo receio de entrar e deixar-seintroduzir nessa via, seja por no se entenderem a si mesmas, ou por lhes faltarguia esclarecido e hbil que as conduza at o cume. Causa lstima ver muitas almass quais Deus d talento e graas para irem adiante e, - se quisessem ter nimo, -chegariam a esse alto estado de perfeio ; e ficam paradas, sem progredir, no seumodo de tratar com Deus, no querendo ou no sabendo, por falta de orientao,desapegar-se daqueles princpios. E mesmo se Nosso Senhor lhes concede enfim agrande merc de se adiantarem sem os meios adequados, chegam muito maistarde, com maior trabalho e menor merecimento, por no corresponderem a Deusnem se deixarem conduzir livremente por Ele no puro e certo caminho da unio.Porque, embora Deus que as leva possa certamente prescindir destas ajudas,contudo, com a resistncia que tais almas lhe opem, caminham menos e nomerecem tanto, pois no entregam a vontade ao Senhor e encontram deste modomaiores sofrimentos. Ao invs de se abandonarem a Deus e secund-lo em seus

    propsitos, O entravam por sua resistncia ou ao indiscreta. Assemelham-se scriancinhas que, teimando em caminhar por si mesmas, batem o p e choram

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    quando suas mes procuram lev-las nos braos, e assim ou no adiantam ou vo apassos de criana.4. Ensinaremos aqui a alma a deixar-se conduzir pelo Esprito de Deus, quando suadivina Majestade quiser faz-la chegar perfeio. Com a ajuda de sua graa,daremos aos que comeam, e aos que esto em via de progresso, doutrina e avisos

    para entender a ao divina ou, ao menos, deixar-se guiar por ela. Existemconfessores e diretores espirituais faltos de luz e experincia nestes caminhos :longe de ajudarem as almas, causam-lhes maior prejuzo. Assemelham-se aosobreiros da torre de Babel: em lugar de transportarem os materiais convenientes,levavam outros diferentes por causa da confuso de lnguas e assim no erapossvel construir coisa alguma. E' doloroso para a alma no se compreender e noachar quem a compreenda nestes tempos de provao. Pode acontecer que Deus aleve por altssimo caminho de contemplao obscura e rida, no qual lhe pareacorrer o risco de perder-se. Condenada dessa forma obscuridade, ao sofrimento,s tentaes e angstias de tda espcie, talvez encontre quem lhe fale nalinguagem dos pretensos consoladores de Job : vosso estado resultado damelancolia, da desolao ou do temperamento, ou ainda conseqncia de algumafalta secreta em punio da qual Deus vos abandonou. Desde logo essesconfessores se crem no direito de julgar aquela alma gravemente culpada, j quesofre tais castigos.5. Haver tambm quem lhe diga: est recuando no caminho da virtude, por nomais conhecer, como antes, gostos e consolo no servio de Deus. Duplicam, dessaforma, o martrio da pobre alma cujo maior sofrimento precisamente oconhecimento de sua prpria misria: v mais claro que a luz do dia, como estcheia de pecados e faltas. Deus assim lho revela nesta noite de contemplao, comomais tarde diremos. Se acha quem concorde com o seu modo de pensar, afirmando

    ser seu estado o castigo de seus pecados, a aflio e as angstias da alma crescemdesmedidamente e soem chegar a uma agonia pior que a morte. Nem basta a taisconfessores: como, a seu ver, estas aflies constituem a punio de culpascometidas, obrigam as almas a revolver a vida passada, no cessando de crucific-Ias novamente, fazendo-as repetir muitas confisses gerais. No compreendem jno ser mais tempo de agir assim, mas de deix-las no estado de purificao emque Deus as ps, consolando-as e animando-as a aceitar a provao enquanto Deusquiser. Porque at ento, por mais que elas faam e eles digam, no h remdio.6. Favorecendo Deus, trataremos desta questo mais adiante, indicando como aalma deve proceder e tambm o confessor, e por quais indcios poder reconhecerse a alma est, verdadeiramente, na via de purificao dos sentidosou do esprito (a que chamamos noite escura). Explicaremos ainda como distinguirse o estado procede de melancolia ou de qualquer outra imperfeio, sensvel ouespiritual. Realmente, certas almas ou seus confessores podem imaginar estarDeus levando-as pelo caminho da noite escura da purificao interior, quando, naverdade. apenas se trata de alguma das supraditas imperfeies. Sucede tambmque muitas almas pensam no ter orao e a tem muitssima; e outras, julgando termuita orao, quase nenhuma tm.7. Faz pena ver ainda outras almas trabalharem e se fatigarem intilmente comgrande esforo, e em vez de progredir, retrocedem, porque pensam achar proveitonaquilo que lhes estorvo. Outras fazem progressos rpidos com descanso e

    quietao. Muitas, com as mesmas mercs e regalos concedidos por Deus,embaraam-se e atrasam-se no caminho. Enfim, as almas no trilhar o caminho da

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    perfeio passam por diversas alternativas de alegria, de aflio, esperana e dor,nascendo umas de esprito perfeito e outras de esprito imperfeito. Tentaremos,com a graa de Deus, dizer alguma coisa sobre tudo isto, assim cada alma poderconhecer o caminho que segue e o que deve seguir, se pretende alcanar o cumedeste Monte.

    8. Sendo esta doutrina a da noite escura pela qual a alma h de ir a Deus, no sesurpreenda o leitor por lhe parecer algo obscura. Creio assim ser apenas no inciodesta leitura ; em se adiantando, compreender melhor ; nestes assuntos, umacoisa explica a outra. E depois, se vier a reler esta obra, achar mais luz e lheparecer mais segura esta doutrina. Se, no entanto, algumas pessoas no seacharem satisfeitas, seria necessrio culpar o meu pouco saber e a imperfeio domeu estilo, pois o assunto em si mesmo bom, e muito til. Parece-me, contudo,que por mais cabal e perfeitamente se escrevesse, a bem poucos seria de proveito;porque no se trata de matria muito moral e saborosa, nem de consolaessensveis, como gostam muitos espirituais. Pretendo ensinar doutrina substancial eslida para aqueles que esto determinados a passar pelo despojamento interioraqui exposto.9. No alis meu principal intento dirigir-me a todos, mas a algumas pessoas deNossa Santa Ordem dos Primitivos do Monte Carmelo, tanto frades como monjas,que me pediram empreendesse esta obra; estes, aos quais Deus concedeu a graade pr no caminho desse Monte, como j se acham desapegados das coisas domundo, compreendero melhor a doutrina da desnudes do esprito.

    CAPTULO I - Exposio da primeira cano. Trata das diferentes noites porque passam os espirituais, segundo as duas partes do homem, inferior esuperior, e declara a cano seguinte:

    Cano IEm uma noite escura,

    De amor em vivas nsias inflamada,

    Oh! ditosa ventura!

    Sa sem ser notada,

    J minha casa estando sossegada.

    1. A alma, nesta primeira cano, canta a ditosa sorte e ventura que teve em sairdas coisas criadas e livrar-se dos apetites e imperfeies existentes na partesensvel do homem em virtude do desregramento darazo.A exata compreensodesta doutrina, porm, exige que se saiba no ser possvel alma alcanar o estadode perfeio sem passar ordinariamente por duas espcies principais de noites,denominadas pelos mestres da vida espiritual vias purgativas ou purificaesdaalma.Aqui as chamamos noites, porque, numa e noutra, aalma caminha sescuras como de noite.2. A primeira noite oupurificao se realiza na regio sensitiva daalma:serexplicada nesta cano e na primeira parte deste livro. A segunda noite, que visa asfaculdades espirituais, ser tratada na segunda cano e na segunda e terceirapartes no que diz respeito atividade daalma.Quanto purificao passiva,trataremos dela na quarta parte.3. Esta primeira noite refere-se aos principiantes, quando Deus os comea a pr noestado decontemplao;dela tambm participa o esprito, como a seu tempo

    diremos. A segunda noite oupurificao refere-se aos j aproveitados, quando

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    Deus os quer pr no estado de unio com le; e esta mais obscura, tenebrosa eterrvelpurificao,conforme explicaremos mais adiante.EXPLICAO DA CANO4. Aalma revela sumariamente, nesta cano, que saiu, levada por Deus, s poramor dele e inflamada neste amor, para procur-lo em uma noite escura. Esta noite

    a privao e apurificao de todos os seusapetites sensitivos relativamente atodas as coisas exteriores deste mundo, aos prazeres dacarne como tambm aosgostos davontade.Este trabalho feito pelapurificao dos sentidos; e por isso dizter sado quando sua casa se achava sossegada, isto , tendo pacificada a partesensvel, e todos osapetites nela adormecidos; porque, em verdade, no pode sairdas penas e angstias dos crceres dosapetites sem estes estarem mortificados ouadormecidos. Ditosa ventura foi sair sem ser notada, isto , sem que qualquerapetite dacarne,ou outra qualquer coisa pudesse impedi-la, por ter sado denoite, isto , quando Deus a privava de todos osapetites.A esta privao,aalma chamava noite.5. Foi verdadeiramente ditosa ventura para ela o ter-se deixado levar por Deusnesta noite na qual lucrou tantos bens. Seria incapaz de nela entrar com osprprios esforos, pois bem difcil acertar algum a desprender-se por si mesmode todos os seusapetites,para chegar unio com Deus.6. Em resumo, tal a explicao da cano. Daremos, agora, a cada verso o seudesenvolvimento, declarando o que vem a nosso propsito. Do mesmo modofaremos com as demais canes, como ficou dito no prlogo, isto , primeiro cadacano e depois cada verso.CAPTULO II Explicao do que a noite escura pela qual passa a alma paraalcanar a unio divina.EM UMA NOITE ESCURA

    1. Apurificao que leva aalma unio com Deus pode receber a denominao denoite por trs razes. A primeira, quanto ao ponto de partida, pois, renunciando atudo o que possua, aalma priva-se do apetite de todas as coisas do mundo, pelanegao delas. Ora, isto, sem dvida, constitui uma noite para todos os sentidos etodos osapetites do homem. A segunda razo, quanto via a tomar para atingir oestado da unio. Esta via a f,noite verdadeiramente escura para oentendimento. Enfim, a terceira razo se refere ao termo ao qual aalma se destina,termo que Deus, (ser incompreensvel e infinitamente acima das nossasfaculdades NT: palavras tomadas da edio prncipe) e que, por isso mesmo,pode ser denominado uma noite escura para aalma nesta vida. Estas trs noitesho de passar pelaalma,ou melhor, por estas trs noites h de passar a alma a fimde chegar divina unio.2. No Livro de Tobias so elas figuradas pelas trs noites que, em obedincia aoAnjo, o jovem Tobias deixou passar antes de se unir esposa. O Anjo Rafaelordenou-lhe que queimasse, durante a primeira noite, ocorao do peixe, smbolode umcorao afeioado e preso s coisas criadas. A fim de comear a elevar-se aDeus deve-se, desde o incio, purificar ocorao no fogo do amo divino e a deixarconsumirem-se tudo o que criatura. Estapurificao pe em fuga odemnio quetem poder sobre aalma apegada s coisas temporais e corporais.3. Na segunda noite o Anjo disse a Tobias que seria admitido na companhia dossantos Patriarcas, que so os Pais daf.Aalma,do mesmo modo, aps passar a

    primeira noite figurada pela privao de todos os objetos sensveis, logo penetrana segunda noite. A repousa na solido daf que exclui, no acaridade,mas todas

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    as notcias do entendimento; pois, como adiante diremos, af no cai sob ossentidos.4. Afinal, durante a terceira noite, foi prometida a Tobias a bno. Esta bno oprprio Deus que, pela segunda noite a daf se comunica alma de forma tosecreta e ntima, que se torna uma outra noite para ela, E, como veremos depois,

    esta ltima comunicao se realiza numa obscuridade mais profunda que a dasoutras duas noites. Passada esta terceira noite, que quando se acaba de fazer acomunicao de Deus ao esprito, ordinariamente em grande treva para aalma,logo se segue a unio com a esposa, que a Sabedoria de Deus. O Anjo disse aTobias que aps a terceira noite se unisse com a esposa notemor do Senhor, parasignificar que quando otemor perfeito o amor divino tambm o , e atransformao daalma em Deus por amor logo se opera.5. Para compreenso, vamos explicar com clareza cada uma dessas noites;observamos, porm, que as trs so umas s noite divididas em trs partes. Aprimeira noite a dos sentidos pode ser comparada ao crepsculo: momentoem que j no mais se distinguem os objetos entre si. A segunda noite a daf assemelha-se meia-noite, quando a obscuridade total. A terceira, finalmente,comparada ao fim da noite, e que dissemos ser o prprio Deus, precedeimediatamente a luz do dia.CAPITULO III - Declara a primeira causa desta noite, que consiste na privaodo apetite em todas as coisas, e d a razo por que se denomina "noite".1. Damos aqui o nome de noite privao do gosto no apetite de todas as coisas.Com efeito, sendo a noite a privao da luz, e conseqentemente de todos osobjetos visveis, ficando a potncia visual s escuras e sem nada, assim podemoschamar noite para aalma mortificao dosapetites : pois a privao de todos elesa deixa na obscuridade e no vazio. A potncia visual por meio da luz se satisfaz e

    emprega nos objetos, que no mais se vem quando esta se extingue; de modoanlogo aalma por meio do apetite se deleita e satisfaz nas coisas saboreadas pelassuas potncias; uma vez apagado, ou por melhor dizer, mortificado o apetite,aalma deixa de satisfazer-se no gosto de todas as coisas e fica, segundo o mesmoapetite, s escuras e no vazio.2. Ponhamos exemplo em todas as potncias (NT: com sentido de sentidos).Quando aalma priva o seu apetite no gosto de tudo quanto pode deleitar o sentidoauditivo, permanece s escuras e no vazio quanto a esta potncia. Em renunciandoao gosto nas coisas que podem agradar ao sentido da vista, fica igualmente,segundo este, s escuras e no vazio. Em negando ao sentido do olfato toda asuavidade que lhe advm dos olores, do mesmo modo se pe na obscuridade e novazio relativamente a esta potncia: e se renunciar ao sabor de todos os manjaresque podem satisfazer ao paladar, tambm permanece, quanto a este sentido, sescuras e sem nada. Finalmente mortificando-se em todos os deleites econtentamentos que pode receber quanto ao sentido do tato, do mesmo modo ficaaalma,segundo esta potncia, na obscuridade e no vazio. Por conseguinte,aalma renunciando e afastando de si o gosto de todas as coisas, mortificando nelaso seu apetite, est s escuras como de noite, o que no outra coisa seno um vazioem relao a tudo.3. A razo disto, segundo os filsofos, o assemelhar-se aalma,no momento emque Deus a une aocorpo,a uma tbua rasa-, na qual nada se houvesse gravado;

    nenhum meio natural tem de adquirir qualquer conhecimento (gnosis -episteme),a no ser atravs dos sentidos. semelhante ao prisioneiro retido em um crcere

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    escuro, onde nada distingue, com exceo do que pode ser entrevisto pelas janelasda priso; se no olhar por elas, nada ver. Deste modo, se aalma nada percebessepelos sentidos que so as janelas da priso nada poderia perceber por outromeio.4. Renunciar s noes que vm dos sentidos e rejeit-las , evidentemente,

    colocar-se na obscuridade e no vazio, pois, repetimos, segundo as leis da natureza,a luz no lhe pode chegar por outro meio. Porque, embora aalma no possa deixarde ouvir, ver, cheirar, gostar e sentir, todavia, se recusa usar destes meios, e no seembaraa com eles, para ela a mesma coisa do que se no visse, no ouvisse, etc.Assim quem fecha os olhos fica to s escuras como o cego privado da vista. David,a este respeito, diz: Sou pobre e vivo em trabalhos desde a minha mocidade (Sl87, 15). No entanto, est claro que era rico; mas dizia-se pobre porquesuavontade estava livre das riquezas, e to absoluto era o seu desprendimentocomo se fosse, de fato, pobre. Ao contrrio, se o fosse realmente sem o serpelavontade,no seria verdadeiramente pobre, pois aalma estaria rica e cheia noapetite. Com razo, pois, dizemos ser esta desnudes noite para aalma.Ora, nopretendemos falar aqui da pobreza material que no despoja ocorao vido dosbens deste mundo; mas nos ocupamos da desnudes do gosto e apetite, que deixaaalma livre e vazia de tudo, mesmo possuindo muitas riquezas. Efetivamente, noso as coisas deste mundo que ocupam aalma nem a prejudicam, pois lhe soexteriores, mas somente avontade e o apetite que nela esto e a inclinam paraestes mesmos bens.5. Esta primeira espcie de noite, como depois diremos, relaciona-se com a partesensvel do homem, e uma das duas de que falamos, pela qual h de passaraalma para chegar unio.6. Vamos explicar agora como convm alma sair de sua morada, na noite escura

    dos sentidos, a fim de alcanar a unio divina.CAPTULO IV - Trata de quo necessrio seja passar deveras a alma pelanoite escura dos sentidos, que a mortificao dos apetites, para chegar unio divina.1. Para atingir este estado sublime de unio com Deus, indispensvelalma atravessar a noite escura da mortificao dosapetites,e da renncia a todosos prazeres deste mundo. As afeies s criaturas so diante de Deus comoprofundas trevas, de tal modo que aalma,quando a fica mergulhada, torna-seincapaz de ser iluminada e revestida da pura e singela claridade divina. A luz incompatvel com as trevas, como no-lo afirma S. Joo ao dizer que as trevas nopuderam compreender a luz ( Jo 1, 5 ).2. A razo est em que dois contrrios, segundo o ensinamento da filosofia, nopodem subsistir ao mesmo tempo num s sujeito. Ora, as trevas, que consistem noapego s criaturas, e a luz, que Deus, so opostas e dessemelhantes. opensamento de So Paulo escrevendo aos Corntios: Que pode haver de comumentre a luz e as trevas? ( 2 Cor 6, 14 ). Portanto, se aalma no rejeita todas asafeies s criaturas, no est apta a receber a luz da unio divina.3. Para dar mais evidncia a esta doutrina, observemos que o afeto e o apegodaalma criatura a torna semelhante a esta mesma criatura. Quanto maior aafeio, maior a identidade e semelhana, porque prprio do amor fazer o queama semelhante ao amado. David, falando dos que colocavam o amor nos dolos,

    disse: Sejam semelhantes a eles os que os fazem; e todos os que confiam neles (Sl 113, 8 ). Assim, o que ama a criatura desce ao mesmo nvel que ela, e desce, de

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    algum modo, ainda mais baixo, porque o amor no somente iguala, mas aindasubmete o amante ao objeto do seu amor. Deste modo, quando aalma ama algumacoisa fora de Deus, torna-se incapaz de se transformar nele e de se unir a Ele. Abaixeza da criatura infinitamente mais afastada da soberania do Criador do queas trevas o so da luz. Todas as coisas da terra e do cu, comparadas com Deus,

    nada so, como disse Jeremias: Olhei para a terra, e eis que estava vazia, e eranada; e para os cus, e no havia neles luz ( Jer 4, 23 ). Dizendo ter visto a terravazia, d a entender todas as criaturas e a prpria terra serem nada.Acrescentando: Contemplei o cu e no vi luz quer significar que todos os astrosdo cu comparados com Deus so puras trevas. Da se conclui que todas ascriaturas nada so, e as inclinaes que nos fazem pender para elas, menos quenada, pois so um entrave para aalma e a privam da merc da transformao emDeus; assim como as trevas, igualmente, por serem a privao da luz, so nada emenos que nada. Quem est nas trevas no compreende a luz; da mesma forma,aalma colocando sua afeio na criatura no compreender as coisas divinas;porque at que se purifique completamente no poder possuir Deus neste mundopela pura transformao do amor, nem no outro pela clara viso. Para esclarecerainda mais esta doutrina, vejamos algumas particularidades.4. Todo o ser das criaturas comparadas ao Ser infinito de Deus nada . Resulta daque aalma,dirigindo suas afeies para o criado, nada para Deus, e at menosque nada, pois, conforme j dissemos, o amor a assemelha e torna igual ao objetoamado e a faz descer ainda mais baixo. Estaalma to apegada s criaturas nopoder de forma alguma unir-se ao Ser infinito de Deus, porque no pode existirconvenincia entre o que e o que no . Descendo a alguns exemplos particulares,vemos que toda a beleza das criaturas comparada infinita beleza de Deus nopassa de suma fealdade, segundo diz Salomo nos Provrbios: A graa

    enganadora e v a formosura ( Prov 31, 30 ). Aalma,presa pelos encantos dequalquer criatura, sumamente feia diante de Deus, e no pode de forma algumatransformar-se na verdadeira beleza, que Deus, pois a fealdade de todoincompatvel com a beleza. Todas as graas e todos os encantos das criaturas,comparados s perfeies de Deus, so disformes e inspidos. Aalma,subjugadapor seus encantos e agrados, torna-se, por si mesma, desgraciosa e desagradvelaos olhos de Deus, sendo, deste modo, incapaz de unir-se sua infinita graa ebeleza. Porque o feio est separado do infinitamente belo, por imensa distncia. Etoda a bondade das criaturas posta em paralelo com a bondade infinita de Deusmais parece malcia. Ningum bom, seno s Deus ( Lc 18, 19 ). Aalma,prendendo seucorao aos bens deste mundo, torna-se viciosa aos olhos de Deus;e assim como a malcia no pode entrar em comunho com a bondade, tambmestaalma no se poder unir perfeitamente ao Senhor, que a' bondade poressncia. Toda a sabedoria do mundo, toda a habilidade humana comparadas sabedoria infinita de Deus so pura e suprema ignorncia. So Paulo o ensina aosCorntios: A sabedoria deste mundo estultcia diante de Deus ( 1 Cor 3, 19 ). 5.Aalma,apoiando-se em seu saber e habilidade para alcanar a unio com asabedoria divina, jamais a alcanar, permanecendo muito afastada, pois aignorncia no sabe o que seja a sabedoria, ensinandoS. Paulo que tal sabedoriaparece a Deus estultcia. Aos olhos de Deus, os que crem algo saber so os maisignorantes. O Apstolo, falando desses homens, teve razo em dizer aos romanos:

    Porque se atribuindo o nome de sbios se tornaram estultos ( Rom 1, 22 ). Schegam a adquirir a sabedoria divina aqueles que, assemelhando-se aos

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    CAPTULO V - Continuao do mesmo assunto. Provas extradas deautoridades e figuras da Sagrada Escritura para demonstrar quanto necessrio alma ir a Deus por esta noite escura da mortificao do apetiteem todas as coisas.1. Pelo que ficou dito at agora, podemos conhecer de algum modo, qual o abismo

    separando as criaturas do Criador, e como as almas, que em alguma destas pemsua afeio, se acham a essa mesma distncia de Deus; pois, como dissemos, oamor produz igualdade e semelhana. Santo Agostinho compreendeu esta verdadequando disse ao Senhor em seus solilquios: Miservel que sou! Em que a minhapequenez e minha imperfeio podero se comparar com a vossa retido? Soisverdadeiramente bom, e eu mau; sois piedoso, e eu mpio; sois santo, e eumiservel; sois justo, e eu injusto; sois luz, e eu cego; sois vida, e eu morte; soisremdio, e eu enfermo; sois suprema verdade, e eu to somentevaidade.' Tudoisto diz o Santo.2. , portanto, grande ignorncia daalma ousar aspirar a esse estado to sublimeda unio com Deus, antes de haver despojado avontade do apetite de todas ascoisas naturais e sobrenaturais que lhe podem servir de impedimento, como emseguida veremos; pois incomensurvel a distncia existente entre elas e o domrecebido no estado da pura transformao em Deus. Nosso Senhor Jesus Cristo,ensinando-nos este caminho, diz por S. Lucas: Quem no renuncia a tudo quepossui, pelavontade,no pode ser meu discpulo ( Lc 14, 33 ). E' verdadeevidente: pois a doutrina ensinada pelo Filho de Deus ao mundo consiste nestedesprezo de todas as coisas, a fim de nos tornar capazes de receber a recompensado esprito de Deus. E enquanto aalma no se despojar de tudo, no tercapacidade para receber esse esprito de Deus em pura transformao.3. Encontramos uma figura dessa verdade no livro do xodo, onde se l que Deus

    enviou o man do Cu aos filhos de Israel s quando lhes faltou a farinha trazida doEgito. Quis assim dar-nos a entender a necessidade de primeiramente renunciar atodas as coisas, pois este manjar dos Anjos no convm ao paladar que toma saborno alimento dos homens. E no somente se torna incapaz do esprito divinoaalma detida e apascentada por gostos estranhos, mas ainda causam grandeenfado Majestade de Deus os que, buscando o manjar do esprito, no secontentam puramente com o Senhor e querem conservar ao mesmo tempo oapetite e afeio de outras coisas. A Sagrada Escritura ainda nos narra, no mesmolivro do xodo, que os Israelitas, pouco satisfeitos com aquele manjar to leve,apeteceram e pediramcarne.E Nosso Senhor ficou gravemente irado, por ver quequeriam misturar comida to baixa e grosseira com manjar to alto e simples queencerrava em si o sabor e substncia de todos os alimentos. Tambm Davi nos dizque aquelas carnes estavam ainda em sua boca, quando aclera de Deus rebentousobre eles e o fogo do Cu consumiu muitos milhares ( Sl 77, 31 ), mostrando assimo Senhor julgar coisa abominvel o terem eles apetite de outro alimento, quandolhes era dado manjar do Cu.4. Oh! se soubessem as almas interiores a abundncia de graas e de bensespirituais de que se privam, recusando desapegar-se inteiramente do desejo dasninharias deste mundo! Como achariam, nesta simples alimentao do esprito, ogosto de todas as melhores coisas! Mas, por causa desta persistncia em noquerer contentar-se, no podem apreciar a delicadeza do man celeste, assim como

    os israelitas no descobriram os variados sabores do man, porque noconcentravam somente nele o seu apetite. No entanto, se ali no acharam gosto,

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    conforme os seus desejos, no era por no o possuir o man: o verdadeiro motivofoi buscarem eles outra coisa. Aalma cujo amor se reparte entre a criatura e oCriador testemunha sua pouca estima por este, ousando colocar na mesma balanaDeus e um objeto que dele est infinitamente distante.5. Sabe-se bem, por experincia, que avontade,quando afeioada a um objeto,

    prefere-o a qualquer outro que seria melhor em si, porm satisfaria menos o seugosto. Se quiser gozar de um e de outro ao mesmo tempo, injuriarnecessariamente ao que superior e isto porque estabelece igualdade entre eles.Ora, como no h na terra coisa que se possa igualar a Deus, aalma lhe faz muitoagravo quando juntamente com Ele ama outra coisa e a ela se prende. Queacontecer, ento, se vier a am-la mais que ao prprio Deus?6. Vemos, no livro do xodo, um exemplo confirmando este ponto. Quando Deusordenou a Moiss que subisse ao Monte Sinai para conversar com Ele, no somenteordenou fosse sozinho, deixando em baixo os filhos de Israel, como ainda proibiuapascentassem os rebanhos nas encostas da montanha. Quis Ele dar-nos aentender que aalma desejosa de subir a montanha da perfeio para entrar emcomunho com Deus, no s h de renunciar a todas as coisas, mas tambmaosapetites,figurados nos animais; no lhes deve permitir que venhamapascentar-se nas encostas da montanha, isto , naquilo que no exclusivamenteDeus, em quem todos osapetites cessam; o que acontece no estado de perfeio.Durante a ascenso desta montanha, necessrio reprimir e mortificar, comcuidado incessante, todos osapetites.E tanto mais depressa chegar a seu fim,quanto mais rapidamente isto fizer. Se assim no for, jamais subir ao cume, pormaisvirtudes que pratique, pois no as exercita com a perfeio que consiste emter aalma vazia, nua e purificada de todo apetite. Outra viva figura do queafirmamos nos d o Gnesis: querendo o Patriarca Jacob subir ao monte Betei, para

    a edificar um altar a Deus e lhe oferecer sacrifcios, ordenou primeiro trs coisass pessoas de sua casa. A primeira, que arrojassem de si todos os deuses estranhos;a segunda, que se purificassem; a terceira, que mudassem suas vestes ( Gn 35, 2 ).7. Estas trs coisas nos indicam as disposies daalma que pretende subir amontanha da perfeio e fazer de si mesma altar para oferecer a Deus o trplicesacrifcio de puro amor, louvor e adorao pura. Antes de chegar com segurana aocume desta montanha, deve ter cumprido perfeitamente os trs avisos citados:primeiro, rejeitar todos os deuses estranhos, isto , os apegos e afeiesdocorao;a seguir, purificar-se na noite escura do sentido, dos ressaibosdeixados por essesapetites,negando-os e arrependendo-se deles ordenadamentee, por ltimo, trocar as vestes que, em conseqncia das duas primeiras condies,mudar Deus de velhas em novas, pondo naalma novo conhecimento (gnosis -episteme)de Deus em Deus, e novo amor de Deus em Deus, despojadaavontade de todos os velhos quereres e gostos humanos; e nova notcia e deleiteabismai ser-lhe- comunicado, rejeitadas todas as suas antigas concepes. Postode lado tudo o que havia no velho homem as aptides naturais e substitudopor sobrenatural aptido em todas as suas potncias, ser seu modo de agirtransformado de humano em divino. Tal o resultado deste estado de unio noqual aalma se torna altar onde somente Deus reside e recebe o sacrifcio deadorao, louvor e amor. Determinou o Senhor que o altar onde devia estar a arcado Testamento fosse oco por dentro % a fim de nos dar a entender quanto

    nossaalma deve estar despida de tudo, para que seja altar digno de servir demorada divina Majestade. Sobre esse altar, cujo fogo prprio jamais deveria

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    extinguir-se, no era permitido que houvesse fogo estranho. E porque Nadab eAbiud, filhos do Sumo Sacerdote Aaro, transgrediram esta ordem, o Senhor,irritado, lhes deu a morte diante do mesmo altar ( Lv 10, 1 ). Mostra-nos esta figuracomo, para ser aalma digno altar de Deus, jamais h de carecer de amor divino,nem tampouco h de mescl-lo com qualquer outro amor.

    8. No consente Deus que outra coisa more juntamente com Ele no mesmo altar.L-se no primeiro livro dos Reis que os filisteus colocaram a Arca do Testamentono templo com seu dolo: cada dia, o dolo era jogado por terra, feito em pedaos. Onico desejo que o Senhor admite consigo numaalma o de guardar a lei divina elevar a cruz de Cristo. E assim no Antigo Testamento no consentia Deus que seconservasse na Arca, onde estava o man, objeto algum alm do livro da lei ( Dt 31,26 ) e da vara de Moiss, imagem da cruz. Porque aalma,cuja nica pretenso cumprir perfeitamente a lei do Senhor e carregar a cruz de Cristo, tornar-se- arcaviva, que encerrar o verdadeiro man, o prprio Deus, quando chegar a ter em siesta lei e esta vara perfeitamente, sem mistura de outra coisa.CAPITULO VI - Dos dois principais danos causados alma pelos apetites: umprivativo e outro positivo.1. Ser bom, para maior esclarecimento do que foi dito, explicarmos aqui o duploprejuzo causado alma por seusapetites.Primeiro, privam-na do esprito deDeus. Segundo, fatigam, atormentam, obscurecem, mancham e enfraquecemaalma em que vivem, segundo a palavra de Jeremias: Dois males fez o meu povo:deixaram-me a mim, fonte degua viva, e cavaram para si cisternas, cisternasrotas, que no podem reter as guas ( Jer 2, 13 ). Estes dois males privativo epositivo so causados por qualquer ato desordenado do apetite. Quanto aoprimeiro, evidente que, afeioando-se aalma criatura, quanto mais tal apetiteocupar aalma,tanto menos capacidade ter ela para possuir a Deus. Explicamos no

    captulo IV que dois contrrios no podem existir num mesmo sujeito ao mesmotempo. Ora, a afeio a Deus e criatura so dois contrrios: no podem, dessemodo, existir em uma svontade.Que relao existe entre a criatura e o Criador,entre o material e o espiritual, entre o visvel e o invisvel, entre o temporal e oeterno, entre o alimento celeste, puro e espiritual e o alimento grosseiro dossentidos, entre a desnudes de Cristo e o apego a alguma coisa? 2. Assim como naordem natural, uma forma no pode ser introduzida num recipiente sem serprimeiramente expelida do mesmo a forma contrria, e, enquanto umapermanecer, se tornar obstculo outra devido incompatibilidade existente, domesmo modo aalma cativa do esprito sensvel jamais poder receber o espritopuramente espiritual. Nosso Senhor diz em So Mateus: No bom tomar o podos filhos e lan-lo aos ces ( Mt 15, 26 ) ; e, num outro trecho: No deis aosces o que santo ( Mt 7, 6 ). Nestas palavras, Nosso Senhor compara aos filhos deDeus aqueles que, renunciando a todos osapetites de criaturas, se dispem areceber puramente o esprito de Deus; e compara aos ces os que procuramencontrar nas mesmas criaturas alimento para seusapetites.Porque cabe aosfilhos comerem mesa de seu pai e dos manjares que lhes so servidos, isto ,nutrirem-se de seu esprito, enquanto os ces se regalam com as migalhas cadasda mesa.3. Ora, todas as criaturas so na realidade migalhas cadas da mesa de Deus;portanto os que procuram alimentar-se das coisas criadas so justamente

    chamados ces. E' razovel que se lhes tire o po dos filhos, pois no se queremelevar acima das migalhas das criaturas at mesa do esprito incriado de seu Pai.

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    Caminham sempre famintos, como ces, e as migalhas que conseguem juntarservem antes para excitar o apetite que saciar a fome. Falando deles David diz:Padecero fome como ces e rodearo a cidade; e, se no se fartarem, aindamurmuraro ( SI 58, 15, 16 ). Tal o estado de quem se abandona aosseusapetites:vive sempre inquieto e descontente como um faminto. Que

    comparao se pode estabelecer entre a fome causada por todas as criaturas e afartura que proporciona o divino esprito? Aalma no receber a fartura incriadade Deus enquanto no houver perdido aquela fome criada de seusapetites;pois,como dissemos, no cabem num s sujeito dois contrrios que neste caso so afome e a fartura.4. Podemos entender pelo que foi dito, como Deus realiza maior obra purificandoaalma de suas imperfeies do que criando-a do nada. O desregramentodosapetites e das afeies ope mais obstculos ao divina que o nada, pois onada no resiste a Deus como o faz avontade da criatura. E isto baste para declararo primeiro dano causado alma por seusapetites imortificados: a resistncia aoesprito de Deus, pois j falamos suficientemente a tal respeito.5. Tratemos agora do segundo dano chamado positivo, que produz cinco principaisefeitos: porque osapetites cansam, atormentam, obscurecem, mancham eenfraquecem aalma.Expliquemos cada um desses efeitos em particular.6. manifesto que osapetites fatigam e cansam aalma;assemelham-se scriancinhas inquietas e descontentes que sempre esto pedindo sua me, orauma coisa, ora outra, e jamais se satisfazem. Como os que procuram tesouros secansam e se fatigam pelas contnuas escavaes que so obrigados a fazer, igualcansao experimenta aalma quando procura o objeto de seusapetites.E ainda queafinal o consiga, sempre se cansa, porque nunca se contenta. E' como cavarcisternas rotas, incapazes de conter agua que poderia saciar-lhe a sede. E assim,

    como diz Isaas, Fatigado, ainda tem sede, e suaalma est vazia (Is 29, 8 ).Aalma presa aosapetites efetivamente se cansa: como um doente febril, cujasede aumenta a cada instante, e que no se sentir bem enquanto a febre nohouver passado. Lemos no livro de Job: Depois que se fartar, padecer nsias, e seabrasar; e toda a sorte de dores vir sobre Ele ( Job 20, 22 ). Cansa-se e fatiga-seaalma com seusapetites porque ferida e perturbada por eles, comoagua agitada pelos ventos que a revolvem sem deix-la sossegar: em lugarnenhum, nem em coisa alguma pode achar repouso. Delas diz Isaas: Ocorao dompio como um mar agitado ( Is 57, 20 ). Ora, mpio todo aquele que no sabevencer os seusapetites.E' como homem faminto que abre a boca para se alimentarde vento. Bem longe de satisfazer a fome, definha, porque o ar no o seualimento. Abrasada no seu apetite chamou a si o vento do que ama ( Jer 2, 24 )diz Jeremias. E, para explicar a secura a que se expe estaalma,o Profeta, adiante,acrescenta: Guarda o teu p, isto , o teupensamento,da nudez, e a tua gargantada sede ( Jer 2, 25 ), isto , afasta tuavontade da satisfao do teu apetite queproduz maior secura. O homem apaixonado se cansa e exaure com as prpriasesperanas frustradas; assim, aalma que busca saciar osapetites nada mais fazseno aumentar a fome e os desejos. Porque, como se diz vulgarmente, o apetite semelhante ao fogo: lanai-lhe a lenha, Ele crescer em proporo dela, e diminuirna medida em que a for consumindo.7. E ainda osapetites esto, neste caso, em condies mais deplorveis: porque o

    fogo, em faltando a lenha, se amortece, mas o apetite no diminui quando se acabaaquilo que o satisfaz; e longe de se extinguir como o fogo sem combustvel, cansa-

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    se em desejos, pela fome aumentada e o alimento diminudo. Isaas, a este respeito,diz: E vir direita e ter fome: e comer esquerda, e no se fartar ( Is 9, 20 ).Aqueles que no mortificam seusapetites justamente so torturados pela fome,quando se desviam do caminho de Deus que est direita, pois no merecem afartura do esprito de suavidade. E quando, esquerda, vo procurar alimento, isto

    , quando satisfazem seusapetites na criatura, justo ento que no sejamsaciados, porque, rejeitando o que lhes podia satisfazer, nutrem-se do que lhesaumenta a fome. Claro est, pois, que osapetites cansam e fatigam aalma.CAPITULO VII - Como os apetites atormentam a alma. Prova-se tambm porcomparaes e textos da Sagrada Escritura.1. Osapetites causam naalma o segundo efeito do dano positivo, que consiste ematorment-la e afligi-la, tornando-a semelhante a uma pessoa carregada degrilhes, privada de qualquer repouso at a completa libertao. Destes tais dizDavid: Laos depecados,isto , deapetites desregrados, me tingiram por todas aspartes ( Sl 118, 61 ). Do mesmo modo que se atormenta e aflige quem, despojadodas vestes, se deita sobre espinhos e aguilhes, assim aalma sente os mesmostormentos quando sobre os seusapetites se recosta; porque estes, como osespinhos, ferem, magoam e deixamdor.A esse propsito, disse tambm David:Cercaram-me como abelhas; e se incendiaram como fogo em espinhos ( SI 117,12 ). Efetivamente, o fogo da angstia e dador se aviva em meio dos espinhosdosapetites.Como o lavrador, desejoso da colheita, excita e atormenta o boi queest sob o jugo, assim a concupiscncia (pleonexia,epithymia)aflige aalma que sesujeita ao jugo dos seusapetites para obter o que aspira. O desejo que tinha Dalilade conhecer o segredo da fora de Sanso prova esta verdade. A Escritura diz que,preocupada e atormentada, desfaleceu quase at morrer: Suaalma caiu nummortal desfalecimento ( Jdt 16, 16 ).

    2. Quanto mais intenso o apetite tanto maior tormento traz alma,de sorte queela tanto mais tormento tem, quanto mais osapetites a possuem. V-se, ento,desde esta vida, cumprir-se nela a sentena do Apocalipse: Quanto se temglorificado e tem vivido em deleites, tanto lhe dai de tormento e pranto ( Apoc 18,7 ). Aalma presa dos seusapetites sofredor e suplcio comparveis aos da pessoaque cai em mos deinimigos.O forte Sanso disso nos oferece exemplo: era Juiz deIsrael, clebre por seu valor, gozava de grande liberdade. Tendo cado em poder deseusinimigos,privaram-no de sua fora, vazaram-lhe os olhos, obrigaram-no arodar a m do moinho e lhe infligiram as mais cruis torturas. Tal a condiodaalma na qual os seusapetites vivem e vencem. Causam-lhe um primeiro mal que o de enfraquec-la e ceg-la, como explicaremos mais adiante. Atormentam-na eafligem-na depois, atando-a m da concupiscncia (pleonexia,epithymia). E oslaos com que est presa so seus prpriosapetites.3. Deus, tocado decompaixo para com as almas que to penosamente procuramsatisfazer nas criaturas a fome e a sede de seusapetites,disse-lhes por Isaas:Todos vs os que tendes sede, vinde s guas: e os que no tendes prata, isto,vontade prpria, apressai-vos, comprai, e comei; vinde, comprai sem prata, esem comutao alguma, como sois obrigados a fazer para vossosapetites:compraivinho e leite, ou seja a paz e adoura espirituais. Por que motivo empregais odinheiro no em pes, isto , em coisas que no so o esprito divino, e o vossotrabalho no em fartura? Ouvi-me comateno,comei do bom alimento, e a

    vossaalma se deleitar com o suco nutritivo dele ( Is 55, 1, 2 ).4. Para chegar a esta fartura, preciso livrar-se do gosto de todas as coisas criadas,

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    pois a criatura atormenta e o esprito de Deus gera alegria. O Senhor nos convidanesta passagem de S. Mateus: Vinde a mim, todos os que andais em trabalho, e vosachais carregados, e eu vos aliviarei ( Mt 11, 28, 29 ). Como se dissesse: Todos vsque andais atormentados, aflitos e carregados com o fardo de vossos cuidados eapetites, vinde a mim, e achareis o repouso que os mesmosapetites tiram s vossas

    almas, pois so pesada carga. Como carga pesada se agravaram sobre mim ( SI37, 5 ), neste sentido diz David.CAPITULO VIII - Como os apetites obscurecem e cegam a alma. Testemunhose comparaes da Sagrada Escritura em apoio desta doutrina.1. O terceiro dano que causam naalma osapetites obscuridade e cegueira. Assimcomo os vapores obscurecem o ar e interceptam os raios solares, ou como oespelho embaciado no pode refletir com nitidez a imagem que lhe apresentada;assim como agua turva no pode reproduzir distintamente os traos do rosto quenela se mira; do mesmo modo aalma,cujo entendimento cativo dosapetites,seacha obscurecida e no permite ao sol darazo natural, nem ao sol sobrenatural,que a Sabedoria de Deus, a liberdade de penetr-la e ilumin-la com os seusesplendores. Sobre isso diz David: Senhorearam-me as minhas iniqidades, e euno pude ver ( Sl 39, 13 ).2. Quando o entendimento sepultado nas trevas, avontade desfalece e a memriafica embotada. Ora, como estas duas potncias dependem, em suas operaes, daprimeira, cegando-se o entendimento as outras caem necessariamente naperturbao e na desordem. E assim diz David: E a minhaalma se turbou emextremo ( Sl 6, 4 ). Em outros termos: as suas potncias esto desordenadas.Neste estado o entendimento, como j dissemos, no est mais apto a receber a luzda Sabedoria divina do que o ar carregado de pesados vapores para receber a luzdo sol. Avontade fica impotente para abraar em si a Deus com amor puro, assim

    como o espelho embaciado no pode refletir claramente a imagem que lhe oferecida. Menos habilidade tem ainda a memria, obscurecida pelas trevas doapetite: torna-se incapaz de se deixar penetrar tranqilamente pela imagem deDeus, como acontece com agua turva que no reproduz com nitidez o rosto dequem nela se mira.3. O apetite cega e ainda obscurece aalma porque, enquanto apetite, cego enecessita darazo como guia. Disto se depreende que, todas as vezes queaalma cede s tendncias do apetite, assemelha-se ao que, tendo boa vista, sedeixa guiar por quem no enxerga. Ento, so dois cegos. E a palavra de NossoSenhor, segundo S. Mateus, encontra aqui a exata aplicao: E se um cego guia aoutro cego ambos vm a cair no barranco ( Mt 15, 14 ). Para que servem os olhos mariposa, quando, ofuscada pela formosura da luz, precipita-se dentro da mesmachama? Assim podemos comparar quem se entrega aos seusapetites ao peixefascinado pelo archote cuja luz antes lhe serve de trevas, impedindo-o de ver asredes armadas pelo pescador. Explica-o muito bem o Profeta em um dos seusSalmos, quando diz: Caiu fogo de cima e no viram o sol ( Sl 57, 9 ). O apetite verdadeiramente um fogo cujo calor aquece e cuja luz fascina; isto , acende aconcupiscncia (pleonexia,epithymia)e deslumbra o entendimento de modo aesconder a luz que lhe prpria. O deslumbramento o resultado de uma luzestranha colocada diante dos olhos. A vista recebe ento a luz interposta e no vmais a outra. Assim, o apetite cinge to de perto aalma e se interpe a seus olhos

    to fortemente, que ela se detm nesta primeira luz, contentando-se com ela, nomais percebendo a verdadeira luz do entendimento. S poder v-la novamente

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    quando o deslumbramento do apetite desaparecer.4. A ignorncia de certas pessoas sobre este ponto digna de muitas lgrimas:sobrecarregam-se de penitncias excessivas e outras muitasprticas extraordinrias, de todo arbitrrias, e imaginam que somente isto bastapara chegar unio com a Sabedoria divina, sem a mortificao dos

    seusapetites desordenados. O erro manifesto e, a no ser que faam esforosconstantes para triunfar das prprias inclinaes, jamais atingiro o seu fim. Sequisessem esforar-se por empregar, nessa renncia dosapetites,sequer a metadedo trabalho que tm nos seus muitos exerccios, em um ms lucrariam muito maisdo que nestes em muitos anos. Pois que, assim como indispensvel lavrar a terrapara faz-la frutificar, e sem ser lavrada s produzir ervas daninhas, tambmalma se faz necessria a mortificao dosapetites,se quiser progredir navirtude.Tudo o que empreender fora disso para conquistar o conhecimento (gnosis -episteme)de Deus e de si mesma, ouso dizer, ser perdido, assim como a sementelanada em terra sem cultura no pode germinar. Por conseguinte,aalma permanecer nas trevas e na incapacidade at se apagarem osapetites.Estes so como a catarata ou os argueiros nos olhos: impedem a vista at seremeliminados.5. David considerando, de um lado, qual a cegueira dessas almas cujosapetites nomortificados as privam de ver a luz da verdade, e, de outro lado, quanto Deus seirrita contra elas, lhes dirige estas palavras: Antes que vossos espinhos, que soos vossosapetites,entendam como vivos, assim Ele na sua ira os devorar ( Sl 57,10 ). Deus destruir assim em suaclera osapetites conservados vivos e que soobstculo para o conhecimento (gnosis -episteme)de Deus. Ele os destruir, sejanesta vida ou na outra, com castigo e correo, isto , com apurificao.Diz que osabsorver em sua ira, porque o sofrimento que se padece na mortificao

    dosapetites o castigo do estrago causado por eles alma.6. Oh! se os homens soubessem de quantos bens de luz divina os priva estacegueira causada pelos seus apegos e afeies desregradas, e em quantos males edanos os fazem cair cada dia por no se quererem mortificar! Porque no h quefiar de bom entendimento, nem de dons recebidos de Deus, para julgar que deixaraalma de ficar cega e obscura, e de ir caindo de mal a pior, se tiver alguma afeioou apetite. Poderia algum acreditar que um varo to perfeito, sbio e dotado dosfavores do cu, como foi Salomo, havia de cair na velhice em tal desvario eendurecimento davontade,a ponto de levantar altares a tantos dolos e osadorasse? ( 3Rs 11, 4 ). Para isto foi suficiente aquela afeio que tinha smulheres, e a negligncia em reprimir osapetites e deleites de seucorao.Falando de si mesmo, no Eclesiastes, Salomo reconhece que assim fez, dizendoque no negou ao seucorao quanto lhe pediu ( Ecle 2, 10 ). E se, na verdade, aprincpio Ele se conduziu com prudncia (sophrosyne -phronesis), mais tarde, porno ter renunciado aosapetites e a eles se ter entregue semmoderao,tornou-sepouco a pouco cego e obscurecido no entendimento a ponto de vir extinguir-se agrande luz da sabedoria com que Deus o favorecera, e, assim, na velhice,abandonou o Senhor.7. Se aspaixes no mortificadas tiveram tal domnio sobre quem era to versadona cincia do bem e do mal, que sero para nossa ignorncia osapetites nomortificados? Neste ponto, podemos ser comparados aos ninivitas, dos quais dizia

    o Senhor ao Profeta Jonas: No sabem distinguir entre a mo direita e a esquerda( Jon 4, 11 ). Porque tomamos a cada passo o mal por bem e o bem por mal: isto o

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    fruto da nossa prpria colheita. Que ser, ento, se o apetite se juntar s trevas denossa natural ignorncia? Seremos como aqueles de quem se queixa Isaas aodirigir-se aos homens que se divertiam em satisfazer os prpriosapetites:Andamos como cegos apalpando as paredes, e, como se no tivssemos olhos,fomos pelo tato, e nossa cegueira chegou ao ponto de tropearmos ao pino do

    meio-dia como em trevas ( Is 59, 10 ). Tal , com efeito, o estado de quem sedeixou cegar pelosapetites:colocado em face da verdade e do dever, nada percebe,como se estivera mergulhado na mais profunda obscuridade.

    CAPTULO IX - Diz como os apetites mancham a alma e prova comtestemunhos e comparaes da Sagrada Escritura.1. O quarto dano que fazem os apetites alma que a sujam e mancham, segundo oensinamento do Eclesistico: Quem tocar o piche ficar manchado dele ( Ecli 13,1 ). Ora, tocar o piche satisfazer com qualquer criatura o apetite de suavontade.Nessa passagem da Sagrada Escritura compara o Sbio as criaturas com o piche;porque entre a excelncia daalma e o que h de mais perfeito nas outras criaturas maior a diferena que entre o flgido diamante ou fino ouro e o piche. E assimcomo o ouro ou diamante se casse, aquecido, no piche ficaria disforme ebesuntado, porquanto o calor derrete e torna mais aderente o piche, assim aalma,dirigindo o ardor de seus apetites para qualquer criatura, dela recebe, pelo calordo mesmo apetite, mculas e impureza. Existe ainda entre aalma e as criaturascorpreas diferena maior do que h entre o licor mais lmpido e agua maislodosa; esse licor, sem dvida, se turvaria se fosse misturado com a lama; destemodo se mancha e suja aalmaque se apega criatura, pois nisto se faz semelhante mesma criatura. Assim como ficaria desfigurado o rosto mais formoso, commanchas de tisne, aalma,igualmente, que em si muito perfeita e acabada imagem

    de Deus, fica desfigurada pelos apetites desregrados que conserva.2. Jeremias, deplorando o estrago que os afetos desordenados produzem naalma,descreve primeiro a sua formosura, para em seguida declarar-lhe a fealdade: Osseus cabelos, dizia, eram mais alvos que a neve, mais ntidos que o leite, maisvermelhos que o marfim antigo, mais formosos que a safira. Denegrida est a facedeles mais do que os carves, e no so conhecidos nas praas ( Lam 4, 7-8 ). Porcabelos entendemos as afeies e ospensamentos daalma que so mais alvos quea neve, mais ntidos que o leito, mais vermelhos que o marfim antigo e maisformosos que a safira, quando esto de acordo com avontade divina. Estas quatroqualidades representam a beleza e a excelncia de todas as criaturas corporais;mas aalma e as suas aes lhes so muito superiores e eis por que e comparadaaqui aos cabelos que so o ornamento da cabea. Quando as suas aes sodesregradas e dirigidas a fins contrrios lei de Deus, isto , quando aalma sedeixa absorver pelas criaturas, Jeremias assegura que o seu rosto se torna maisnegro que o carvo.8. Todos estes danos, e outros ainda maiores, causam na beleza interior daalma osapetites desordenados de coisas do sculo. Chegam a tal ponto, que se tivssemosde tratar expressamente da abominvel e suja figura que nela deixam, noacharamos coisa, por mais manchada e imunda, ou lugar to cheio de teias dearanha e repteis repelentes, nem podrido decorpo morto, a que pudssemoscompar-la. Porque, embora aalma desordenada permanea, quanto sua

    substncia e natureza, to perfeita quanto no momento em que Deus a tirou donada, todavia, na parte racional do seu ser, torna-se feia, obscura, manchada e

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