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A PESQUISA NA
ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E
ARTES DA USP – 2012
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Apresentação
A Comissão de Pesquisa da Escola de Comunicações e Artes da USP publicou, em 2012, o
mapeamento das atividades de pesquisa de docentes e grupos de pesquisa da Unidade. Com verbas
da FAPESP, esse levantamento resultou da sistematização de dados provenientes dos diversos
sistemas existentes na ECA/USP e a criação de uma Base de Dados desenvolvida pelo Serviço
Técnico de Tecnologia da Informação - SVTI da Escola, a partir de informações fornecidas pelos
professores da Unidade.
Após a publicação, durante o ano que passou, atualizamos essas informações também
publicadas no site da ECA, em área destinada à Comissão de Pesquisa, e obtivemos o cenário que
ora publicamos em forma impressa para conhecimento e divulgação da pesquisa levada a efeito na
Escola. Às informações atualizadas da Base de Dados, acrescentamos informações sobre os grupos
de pesquisa recém registrados na Unidade e resumos das pesquisas de Iniciação Científica e Pós-
Doutoramento. A Pesquisa na Escola de Comunicações e Artes da USP – 2012, dá conta da
pluralidade existente na ECA e da existência de um conceito abrangente de pesquisa que envolve
análise teórica e documental, pesquisa artística, instrumental e de linguagem. Essa abrangência
permitiu dar visibilidade a uma produção ampla e plural nas áreas de comunicações e artes.
Além dessas informações sobre a pesquisa, acrescemos a esta edição as diversas palestras
proferidas ao longo dos últimos anos de gestão da Comissão de Pesquisa da ECA, apresentadas ao
publico nos seminários de divulgação, realizados de 2099 a 2012. Esperamos estar contribuindo
para dar visibilidade às atividades de investigação teórica, artística, linguística e instrumental que se
processa na Escola, estimulando professores e alunos a valorizarem, cada dia mais, a pesquisa.
Profa. Dra. Maria Cristina Castilho Costa
Presidente da Comissão de Pesquisa ECA/USP
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Sumário
Apresentação
Parte I – Depoimentos e artigos
1.1 Os espaços do processo de pesquisa e da produção de conhecimento
José Luiz Warren Jardim Gomes Braga
1.2 O contraponto crítico da pesquisa em Ciências Humanas
Paulo Hilário Nascimento Saldiva
1.3 A pesquisa nas Artes: dificuldades e dualidades
Fernando Henrique de Oliveira Iazzetta
1.4 Os Grupos de Pesquisa como entidades democráticas da estrutura acadêmica
Norval Baitello Jr.
1.5 Memórias do futuro de uma arte sem passado
Giselle Beiguelman
1.6 Exoendogenias
Tania Fraga
Parte II – Quem é quem
2.1 Pesquisas individuais
2.2 Grupos de pesquisa
3. Iniciação Centífica – Apresentações III Semana de Pesquisa da ECA
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PARTE I
DEPOIMENTOS
E ARTIGOS
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Os espaços do processo de pesquisa e da produção de conhecimento1
José Luiz Warren Jardim Gomes Braga
Professor e coordenador do programa de
Pós-Graduação em Ciência da Comunicação
da UNISINOS e representante da área no CNPq
Uma mestranda fez essa pesquisa, interessada em saber como é que as pessoas continuavam
a fazer pesquisa se as condições para fazer pesquisa no Brasil são tão complicadas: o salário não é
brilhante e o tempo efetivamente disponível para o envolvimento na pesquisa é sempre assolado por
tantas outras atividades. Ela entrevistou um grande número de professores de diversas áreas,
pesquisadores da própria USP, buscando saber as suas motivações para a pesquisa, o que compensa
todas esses dificuldades de tempo, do custo para a pesquisa. A pesquisadora encontrou um elemento
consensual, embora expresso de diversas maneiras diferentes. Mas é o que justifica tudo, todo o
esforço, todo o sofrimento, todas as dificuldades: é o momento da descoberta.
Os sofrimentos não são só práticos, imediatos, materiais. Na verdade é um sofrimento
inerente à pesquisa. Os mestrandos e doutorandos, e os estudantes em iniciação à pesquisa podem
ter um pouco a impressão que esse é um sofrimento particular de iniciantes. Devo desiludi-los. Esse
sofrimento continua a vida inteira. É aquele momento em que a pesquisa empaca. Mesmo que se
tenha estudado tudo o que precisava estudar, mesmo que tenha observado sistematicamente tudo o
que precisava ser observado, mesmo que se tenha montado protocolos de observação, construído
um problema de pesquisa bem torneado. A pesquisa empaca, e o sofrimento é realmente algo que se
manifesta constantemente a cada nova pesquisa que se faça. No entanto, há sempre esse momento, o
momento do “Eureka!”. É, na verdade, um momento continuado, que vai e volta, que se reitera cada
vez que se dá um pequeno passo a mais, que pode ser chamado de “momento da descoberta”.
Esse é, talvez, um dos elementos centrais de importância da pesquisa. Não é simplesmente
uma satisfação pessoal, não é uma satisfação da obra de arte, que talvez até seja mais compreensível
– a epifania do movimento estético –, não é a satisfação material do consumo das coisas, é uma
satisfação muito peculiar. O que significa esses momentos da descoberta? Eu diria que é a
percepção de que, de alguma maneira, estamos entrando numa relação com o mundo material, com
o mundo das coisas, o mundo da natureza, com o mundo da sociedade, com o mundo dos outros, no
qual percebemos, num pequeno ângulo que seja, num aspecto menor que seja, mas percebemos
1 Discurso de encerramento do 18º SIICUSP, realizado na ECA/USP, em 18 de novembro de 2010.
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como as coisas funcionam. Esse, finalmente, é o trabalho da pesquisa. É o trabalho da descoberta, e
ele traz satisfação, a grande satisfação que compensa todos os outros dissabores, também associados
ao trabalho de pesquisa que nos asseguram, ao lado da satisfação psicológica da descoberta, uma
epifania da descoberta. Não é só a epifania estética que existe na sociedade, mas que nos diz que de
alguma maneira estamos vinculados com o mundo, e me parece que é um tipo de vinculação
particularmente precioso, não só importante para nós pesquisadores, mas que, de alguma maneira e
na coletividade do nosso processo, é absolutamente fundamental.
Pesquisamos para produzir conhecimento. Isso é o evidente. A palavra pesquisa é
polissêmica, ela significa múltiplas coisas, inclusive fora do âmbito acadêmico. Produzir
conhecimento não diz tudo, há uma tendência de imaginar que conhecimento corresponde a olhar o
mundo numa perspectiva contemplativa, dizer as coisas como as elas são e isso seria necessário e
suficiente para a pesquisa. Necessário, certamente. Mas provavelmente não suficiente. Esse
conhecimento sobre o mundo envolve dizer que o mundo não se faz apenas para contemplar, mas
para, de alguma maneira, agir sobre ele. Essa é certamente uma visão pragmática. Não se trata
apenas de buscar correspondência entre as nossas proposições teóricas e as nossas proposições
descritivas, enfim as nossas proposições sobre o mundo; mas também de, através destas
proposições, nos inscrevermos na realidade. Isso não significa necessariamente, nem mesmo
principalmente, a idéia de relação da produção tecnológica que é umas das decorrências da
produção de conhecimento. Quando digo produzir a nossa inserção, isso significa que produzir
conhecimento implica em tomadas de posição do ser humano diante da sociedade, diante da
natureza, conforme a área de sua produção científica. Porque, de alguma maneira, o ambiente, o
mundo, a realidade, natural, social, humana, se coloca diante de nós como um desafio. Essa
realidade incomoda de alguma maneira, ela envolve riscos e precisamos trabalhar esses desafios.
Então, se trata de produzirmos inserção no mundo, muito mais quando se tratam das nossas
áreas de Ciências Humanas e Sociais, que envolve a inserção do homem no mundo do homem. Isso
é e será sempre um desafio, não se trata de contemplar o que é a realidade humana e social apenas.
Esse é um dos espaços de importância fundamental da pesquisa. Espaço, lugar, em função do qual
nós desenvolvemos aquilo que desenvolvemos. Por quê? Porque a realidade se coloca diante de nós
como objeto de curiosidade e não simplesmente de contemplação. Curiosidade que é movida por
nossas motivações humanas e sociais, e que devem, portanto, ser trazidas para o ambiente da
pesquisa.
Quando se trata do desenvolvimento das Ciências Humanas e Sociais, é preciso pensar o que
corresponde a desenvolvê-las. A nossa primeira ideia com relação a isso é trabalhar no
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conhecimento das ciências, o que envolve uma percepção epistemológica, que envolve trabalhar
com teorias e sobre teorias. Mas é preciso perceber também que uma boa parte das pesquisas não é
diretamente nesse espaço. Pois se faz pesquisas empíricas, pesquisas que não estão diretamente
interessadas no aprofundamento teórico, epistemiológico, portanto, no aprofundamento do
conhecimento das disciplinas.
Entretanto, em grande parte o próprio conhecimento teórico depende largamente da pesquisa
empírica. Ela tem uma importância que, ainda que indireta, está na base fundamental das grandes
teorias. Ainda que possamos desenvolver grandes teorias à base de golpes de reflexão
epistemológica, de especulação filosófica, de trabalho ensaístico reflexivo sobre o mundo, elas
dependem dos processos, por um lado, de verificação, que são feitos na pesquisa empírica. Pelo
outro lado do debate, a pesquisa empírica não cessa no momento em que produzimos os resultados,
defendemos a dissertação, a tese de doutorado, publicamos os artigos, fazemos as monografias. O
ponto importante a que se refere a este espaço específico de contribuição para o desenvolvimento
do conhecimento começa a partir daí. No momento em que os resultados dessa pesquisa, por mais
singular, por mais estudo de caso que tenha sido, a inserção dessa pesquisa para o desenvolvimento
do próprio conhecimento, esse é outro espaço absolutamente fundamental da pesquisa.
A pesquisa não se resolve no isolamento do trabalho de observação, de estudo, de
elaboração, de redação dos nossos materiais publicados. A grande importância aparece no próprio
debate. O momento da importância não é o momento da descoberta, é o momento da objeção, do
desafio, em suma, da processualidade agonística. Isso, em algumas áreas, de Humanas e Sociais, já
vem sendo trabalhado há mais tempo. Na Comunicação, até o final dos anos 1980, eram
pouquíssimos os pesquisadores que trabalhavam efetivamente em uma processualidade agonística.
Ou seja, de colocar o seu resultado ao debate para receber o desafio do contraditório. A partir daí
vejo a Comunicação se desenvolver como campo de conhecimento de um modo mais acelerado do
que nos anos anteriores.
Esse é outro espaço de importância da pesquisa, que é onde se desafia a pesquisa, em que os
resultados se contrapõem através de interpretações concorrentes de uma mesma realidade. E na
grande área de Humanas e Sociais, isso é particularmente mais importante do que nas Ciências da
Natureza, porque nelas a verificação é mais fácil, trabalha-se quantitativamente, trabalha-se com
lógica matemática.
Um terceiro lugar que vejo é “a pesquisa propriamente dita”, aquele espaço em que vamos
ao mundo descobrir coisas do mundo, sem que isso seja nenhum desmerecimento do trabalho,
diretamente no cerne da teoria do trabalho epistemológico, do trabalho reflexivo ensaístico e que
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produzem, inclusive, pistas interessantíssimas. Fazer pesquisa empírica não significa fazer pesquisa
empiricista, como se pudéssemos simplesmente olhar o mundo e descrevê-lo. O espaço em que isso
produziria algum conhecimento já não tem mais nenhum sentido, porque trabalhamos a partir de
desafios da teoria sobre o mundo. Mas nesse espaço, sentimos a necessidade de ir ao mundo para
descobrir e construir o problema da pesquisa e gerar as hipóteses, que é um espaço pré-científico,
quando não temos regras científicas, o rigor lógico dedutivo. Então, é um lugar de importância
peculiar, em que o que importa é a criatividade. Pois gerar hipóteses de pesquisa não é uma coisa
que se possa fazer por aplicação matemática de regras. Não posso introduzir no computador uma
série de insumos pré-determinados, pré-qualificados, e dele me sai um bom problema de pesquisa.
A expressão “situação ainda indeterminada” para significar isso é do John Dewey. É uma
expressão preciosa. Olhamos o mundo e o vemos como indeterminado, ou seja, como um mundo
que não tem respostas. É só diante de uma preocupação humana com esse mundo que podemos
gerar perguntas. Temos que perguntar ao mundo para produzir hipóteses. Esse momento é
interessante porque em seguida tenho que me perguntar o que faço com essas hipóteses. O ser
humano faz hipóteses a respeito do mundo e há uma tendência, talvez por influência das Ciências
da Natureza, que diante de uma hipótese se tem que verificar a sua validade ou não. Ela é
verdadeira ou falsa?
Uma questão interessante, no âmbito as Ciências Humanas, é que uma grande do que
pesquisamos não é da ordem verificacionista. Sempre que temos pesquisas qualitativas, a rigor é
muito difícil verificar se as hipóteses “sim” ou “não” são verdadeiras. E, por outro lado, as nossas
hipóteses são muito mais complexas, não se submetem muito facilmente a uma formatação em
termos de “sim” ou “não”, verdade ou falsidade. Uma questão interessante: o que fazemos com
nossas hipóteses? Costumo dizer aos meus alunos o seguinte: “Se chegamos ao final de uma
pesquisa qualitativa – não é o caso das pesquisas verificacionistas – com a mesma hipótese que
tínhamos no início e simplesmente confirmamos essa hipótese, isso não significa o sucesso da
pesquisa. A rigor, isso indica o fracasso da pesquisa.” Na verdade, chegar ao final da pesquisa
concluindo que a hipótese não era verdadeira, indica um melhor sucesso do que a confirmação da
hipótese, que seria o total fracasso.
Porque, a rigor, isso significa que já existiam condições de fazer proposições sobre a
realidade antes de fazer a pesquisa. Todo o meu esforço de pesquisa significou que aquilo que eu já
fazia era o suficiente, pois eu já tinha uma boa resposta. E, portanto, a pesquisa era desnecessária.
Se não quero nem confirmar nem infirmar a pesquisa, o que quero com a pesquisa, com a minha
hipótese, do ponto de vista qualitativo? Sem fazer suspense, queremos é encontrar uma hipótese um
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pouquinho melhor do que aquela da qual partimos. Não preciso encontrar nada além disso. Claro
que se encontrar mais que isso, tanto melhor.
Enfim, isso, só pra assinalar a importância desse momento que é gerar hipóteses. Fazer
pesquisa é fazer hipóteses sobre o mundo. Isso me parece um espaço de essencial importância no
trabalho de pesquisa.
Um quarto lugar de importância da pesquisa é o das relações entre a descoberta e a
proposição praxiológica. Na verdade, antes do problema da pesquisa, temos um problema humano-
social: “O que e como fazer as coisas no mundo da sociedade? Como é que enfrentamos tais coisas?
O que devemos fazer diante de situações indeterminadas?” O ser humano não esperou a
constituição do campo científico para tomar decisões. Simplesmente porque não tomar decisões em
determinadas circunstâncias significava perecer. Desde o momento em que o ser humano em
sociedade desenvolveu uma processualidade organizada de produzir conhecimento, inicialmente a
partir da filosofia, e depois com o desenvolvimento das ciências, há uma relação necessária entre o
fazer humano social e o conhecimento que pode dar sustentação a isso de alguma maneira.
Até muito recentemente era possível fazer uma distinção grande entre um conhecimento que
vem da prática e um conhecimento separado da realidade usado para falar sobre a realidade. O caso
emblemático disso é o de Platão não querer dar direito aos poetas de entrarem na República. Isso
porque os poetas não conhecem as bases dialógicas da sua própria prática. Nessa perspectiva
platônica, o filósofo é aquele que conhece como e porque as coisas são feitas, e o poeta seria
alguém que saberia fazer, mas não a partir da lógica. Isso hoje já não é verdade. As práticas já não
são mudas. Elas falam sem esperar um conhecimento científico ou filosófico. E isso em grande
parte por uma contribuição do conhecimento científico. No sentido de que a empresa científica, o
empreendimento do produzir conhecimento penetrou de tal modo na sociedade que o âmbito da
prática as pessoas passaram a falar sobre aquilo que fazem. Pois bem, as pessoas que exercitam na
prática esse saber da experiência, vêm se impregnando do empreendimento científico: “É preciso
refletir sobre isso que fazemos”. Então, há uma junção. Ao mesmo tempo em que o conhecimento
científico, que é essencialmente o trabalho do pesquisador – embora não só dele, do epistemólogo,
do filósofo etc., mas nuclearmente dele – que se volta, inclusive, para a práxis do seu conhecimento,
há um esforço na direção oposta que é o de falar da sua própria experiência. É por isso que talvez
hoje seja difícil colocar uma barreira e dizer: “Até onde vai a ciência, e aonde não vai mais a
ciência?”. Esse dois movimentos se encontram em algum lugar, inclusive coletiva e
agonísticamente nos espaços do debate.
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Esse é outro espaço, e ficou para o final porque é um espaço de grande abrangência social.
Ele nos permite dizer sobre uma aprendizagem do trabalho da pesquisa. Mesmo que o trabalho de
pesquisa não direcione para a profissão de pesquisador, o conhecimento de pesquisa é essencial,
hoje, para qualquer das profissões que se possa exercer. Isso porque as práticas hoje só se
qualificam quando refletem sobre si mesmas, e o aprendizado da pesquisa é um desses espaços em
que se aprende a fazer isso.
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O contraponto crítico da pesquisa em Ciências Humanas2
Paulo Hilário Nascimento Saldiva
Professor Titular da Faculdade de Medicina da USP e
membro da Pró-Reitoria de Pesquisa da USP
Quando vou discutir algum conceito no Conselho de Pesquisa, as melhores críticas e o
posicionamento mais crítico vêm sempre das Humanidades. Por quê? A que veio isso? Qual é a
finalidade? Qual é o formalismo dessa ideia? Você discute um projeto com alguém da Poli, ele diz:
“Ótimo, será mais dinheiro que vai vir, vamos montar um instituto”. Quando você conversa com
uma pessoa da FFLCH, ela irá falar: “Para que serve isso?” Esse contraponto é importante, pois a
ciência, geralmente desacoplada dessa crítica, passa a servir a outros fatores que não o
conhecimento. Vamos imaginar a ciência a serviço do Estado. Há desde as famosas experiências
totalitárias do nazismo, que não produziram ciência nenhuma, porque estavam subjugadas de
críticas, de métodos, de propósito; a ciência do Lysenko, que destruiu a agricultura russa, e que era
o geneticista mais alinhado ao Partido; até chegar a uma situação de holocausto. Há um filme de
que gosto muito, que é sucessor do expressionismo alemão, que é o Frankenstein, de James Whale.
Nele, o Dr. Frankenstein é o Colin Clive. Ele tem um momento de perplexidade, na hora em que
descobre que a criatura tinha se voltado contra ele. Ele perdeu, espanou o parafuso. Ele ia fazer o
bem e acabou fazendo o mal. Afinal, a estrada para o inferno é pavimentada de boas intenções.
A foto de Oppenheimer, tirada em Los Álamos logo depois do projeto Manhattan é
reveladora. Isso após o projeto ter destruído duas cidades, entre elas Nagasaki, que é o fruto de duas
aberrações: ela era um cortiço industrial japonês, onde as pessoas se acotovelavam em pardieiros
para produzir bens industriais para a família imperial, e foi destruída por outro poder, norte-
americano. Ou seja, eram duas excrecências. Pelo fato de subverter a ciência e usá-la na sua
plenitude, foi como se a ciência em si explicasse. Como se o mundo dominado por engenheiros
colocasse uma ordem nesse mundo para que todos pudessem desfrutar de uma benesse tecnológica.
Essa ideia foi muito combatida pelo Bertrand Russel, posteriormente, que apontou que não
havia progresso numa sociedade de abelhas. Embora todos fossem organizados, qualquer um podia
subverter a ordem sem quebrar a estrutura como um todo. Quem geralmente subverte a ordem são
duas categorias: artistas e cientistas. Está aí a primeira função: tanto o cientista natural, o físico, o
químico, eles subvertem a ordem, eles quebram o status quo e ao fazerem isso, ganham um prêmio,
2 Discurso realizado durante a I Semana de Pesquisa, em 3 de novembro de 2009, na ECA/USP.
12
pois são julgados por pares. E os artistas quando subvertem a ordem, em geral eles ganham o
descrédito no seu entorno, porque não são adequadamente reconhecidos, pois não são julgados por
pares, mas por críticos.
A organização do nosso pensamento deve muito aos antropólogos, como também aos
neurocientistas. A partir de um determinado nível, ambos se fundem, e quando estão num nível
muito alto, atingem um patamar de abstração muito elevado, alcançando a essência de certos fatores
que são absolutamente empíricos e intuitivos. É comum ver hoje neurofisiologistas escrevendo
sobre a alma, sobre coisas que são do poeta, ao mesmo tempo. Acho que, no fundo, o processo
criativo de uma pesquisa tem muito da intuição do artista, porque, no fundo, o que é subverter a
ordem? Não se cria nada de novo, simplesmente se integram coisas que são aparentemente não
relacionadas. Acho que um artista andando na rua vê coisas que a maior parte das pessoas não vê; a
mesma coisa acontece com o individuo que está olhando para o microscópio ou que está com o
telescópio virado para cima, ele está vendo a realidade e tentando juntar coisas que são
aparentemente dissociadas. Quando ele intui aquilo, depois ele vai provar.
Quantas vezes Skakespeare mudou o que escreveu? Isso é experimentação de texto, isso é
laboratório, isso é o método experimental do ponto de vista comportamental, porque ele visava
integrar, pegar coisas que não eram conjuntas.
Qual é o desafio da nossa Universidade? A Pró-Reitoria de Pesquisa tem o desafio de
compreender e avaliar pesquisas das chamadas Humanidades. Por exemplo, quem vai julgar a
qualidade de uma obra, de uma música, de uma composição? Como é que vamos qualificar essa
pesquisa? Seguramente a Pró-Reitoria de Pesquisa não saberá fazer por ela. A CAPES, por
exemplo. Não sei como ela julga um programa de pós-graduação. Qual é a régua que vamos, então,
usar para medir? Esse é o desafio. E as pesquisas terão de ser julgadas, ou seja, elas deverão atender
às regras que forem definidas e que valem para esse tipo de conhecimento humano. Agora, a
avaliação não quer dizer co-essência. Acho que a essência do pensamento criativo é igual em todas
as atividades que querem compreender melhor o homem, seja através da sua alma, seja através da
sua célula.
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A pesquisa nas Artes: dificuldades e dualidades
Fernando Henrique de Oliveira Iazzetta3
Professor do Departamento de Música da ECA-SP e
Pesquisador do Laboratório de Acústica Musical e Informática
Tive a sorte de estar sempre ligado à Pesquisa e aos Grupos de Pesquisa desde a minha
época de faculdade, e boa parte desse percurso foi justamente no Programa de Pós-Graduação em
Comunicação em Semiótica, na PUC, onde fiz a minha pós-graduação. Lá tive o prazer, a sorte, a
chance, de estar inserido em mais de um Grupo de Pesquisa, e isso foi decisivo na minha formação
profissional, intelectual e na determinação da trajetória que eu seguiria a partir daquele momento.
Foi a vivência com aqueles Grupos, aqueles professores, foi a percepção do engajamento e da
confiança que aqueles colegas tinham no Projeto da Pesquisa, que me deram estímulo. A daí tive
também a sorte de me tornar pesquisador daquele Programa e constituir meu próprio Grupo de
Pesquisa. Depois, ainda, me tornei professor do Programa por algum tempo, quando então vim para
a USP, para o Departamento de Música. Lá, num primeiro momento, tive uma certa estranheza, de
como me situar lá dentro, exatamente porque, toda aquela fundamentação, aquela vivência da
Pesquisa que eu havia tido, interiormente não conseguia localizar dentro do Departamento, dentro
da própria ECA.
Um reflexo disso, é que imediatamente fui sendo chamado a participar de algumas
iniciativas, logo que cheguei da Pós-Graduação, um pouco porque tinha uma experiência nessa área,
embora fora do campo artístico, mas que pude trazer para o Departamento de Música e acabar
contribuindo para formar um ambiente de Pesquisa um pouco mais consistente do que havia até
aquele momento. A primeira questão que apareceu foi justamente por onde começar. Porque a
grande questão que existia naquele momento e existe até hoje, talvez algumas coisas já estejam
encaminhadas, mas ainda estão por serem resolvidas, é como inserir a Arte dentro de uma
concepção de Pesquisa, de modo que outras áreas mais bem estabelecidas possam compreender e
dialogar. Pelo senso comum, a ideia de Arte não envolve a pesquisa formal, objetiva. A Arte trata
do sensível, do criativo, e a pesquisa seria algo que estaria no máximo por trás disso, mas nunca
como finalidade. Existe, portanto, uma espécie de dilema que permanece até hoje: “Qual é o nosso
lugar dentro da Universidade, dentro dos organismos de fomento à Pesquisa, dentro dos organismos
de financiamento, e como a Arte pode dialogar de uma maneira tranqüila com estas Instituições?”.
3 Discurso realizado durante o I Seminário de Pesquisa – ECA/USP, em 16 de junho de 2010.
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De certa forma, tudo o que diz respeito à Arte vale para a Comunicação, como valeria para
diversas outras áreas, que de fato não se encaixam, não se integram muito bem aos modelos mais
fechados do processo da pesquisa. Existem duas posições, nesse contexto. Uma diz respeito às
pessoas que criam, os artistas, aquelas pessoas que pintam quadros, compõem músicas, tocam
instrumentos, fazem peças de teatro. Essas pessoas estão dentro da Universidade. Isso é o modelo
que decidimos adotar, em muitos lugares não é assim. Por exemplo, na Alemanha, instrumento
musical não se aprende na Faculdade, nas Escolas Livres de Música. Acho que com a integração da
comunidade europeia está homogeneizando um pouco isso, mas fazer música, por exemplo, era algo
que não estava, pelo menos de maneira direta, inserido na Universidade. O que se fazia na
Universidade era Musicologia, ou seja, Ciência da Música.
Durante muito tempo existiu uma polarização entre aquele que faz Arte, que tem uma
atividade criativa, e aquele que fala sobre obras de Arte, que faz Ciência da Arte, historiografia da
Arte. No caso da Música existe esta palavra pomposa, de origem alemã, que é Musicologia e que
resgata uma tradição milenar, que passa pela Grécia Antiga onde havia uma tradição de se usar a
música como uma das disciplinas do conhecimento, não simplesmente uma prática, uma técnica. Já
que a palavra Arte vem dessa função, o artista é um técnico que tem uma habilidade e exerce essa
habilidade para criar um produto. Mas a música, especialmente, teve durante a sua história, essa
segunda vertente ligada à Filosofia, à Cosmologia, e à Ciência propriamente dita, em que se
estudava a música. Então a Arte tem essa polarização dentro do sistema acadêmico brasileiro e que
se pratica na ECA/USP. Existe uma divisão entre aquele que faz esta Ciência da Arte e aquele que
faz a Arte.
Os dois são muito bem vistos, geralmente nos lugares que vou, a encontros institucionais
sobre pesquisa, com engenheiros, físicos, astrônomos, comunicólogos, quando me apresento como
músico, a maioria acha maravilhoso. Quando falo que também faço pesquisa em música, aí as
pessoas têm uma grande dificuldade em entender como é possível pesquisar um objeto sobre o qual
se pode dizer poucas coisas objetivas e sobre o qual é muito difícil praticar uma Ciência Exata. Essa
polarização criou uma série de desigualdades dentro da área de Artes, que é muito mais recente em
termos de Academia, do que outras áreas bem estabelecidas, como Engenharia. Quando ela começa
a se formatar enquanto área acadêmica, nos anos 1970, são convidados justamente esses cientistas
da Arte, pois eram eles sabiam fazer e porque era uma maneira de se colocar à frente de outras áreas
bem estabelecidas, de modo que a produção artística em si sempre foi vista como um subproduto,
pelo menos dentro da Academia.
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Dentro da Universidade o papel da Arte ainda é complicado, pelo menos no âmbito da sua
produção. Existem exemplos muito simples. Ou temos grandes professores ou grandes professores
de instrumentos. Como é que insiro um professor de clarinete, por exemplo, dentro da estrutura
acadêmica, que tem uma progressão de carreira baseada em mestrado, doutorado, na publicação de
três artigos por ano em periódicos com comitê editorial, etc.? Como peço para um professor de
clarinete deixar de tocar e estudar para cumprir esses protocolos. Posso pedir, ele se esforça para
cumprir, mas sem acreditar que isso vá levar a alguma coisa além de cumprir uma burocracia.
Esse é um conflito para o qual não vou trazer nenhuma resposta. Mas ele existe e reflete a
nossa timidez de se afirmar enquanto campo de pesquisa, enquanto campo de produção de
conhecimento. Quando um professor de clarinete toca um concerto, existe pesquisa envolvida nisso.
Só que é uma pesquisa que não tem a mesma formulação, a mesma fundamentação de uma pesquisa
apresentada num congresso ou publicada num paper. O que não quer dizer que essas duas pesquisas
sejam equivalentes. Existe uma pesquisa que é de outra natureza. Caberia a nós artistas estabelecer
qual é essa natureza e coloca-la nos fóruns onde seja necessário.
O mais curioso é que quando comecei, na época da PUC, a me envolver com Pesquisa,
nomes como CAPES, CNPq, FAPESP eram verdadeiros fantasmas. Era só falar em CAPES e
parece que iria aparecer uma espécie de nave espacial, cheia de raios mortíferos que iam acabar
com a sua área, com a sua ideia, com o seu Grupo de Pesquisa, com o seu sonho. Daí havia as
associações, o COMPÓS, na música tem a ANPPOM, e eram aterrorizantes, pois ao mesmo tempo
em que era necessário participar daquele ambiente, era preciso se filiar a essas Instituições.
No caso das Artes, essas Instituições pouco sabiam o que fazer. Havia muita pressão sobre o
que fazíamos, mas o que eles queriam de fato era que disséssemos a que viemos, o que queríamos
fazer. Aos poucos a própria comunidade foi reconhecendo que as limitações do papel que a área
poderia exercer em termos de pesquisa tinham uma raiz que estava mais dentro da comunidade
artística envolvida com a Academia e com a Ciência do que das Instituições. Então houve uma
espécie de movimento para se repensar o papel da Arte dentro desses espaços, e qual seriam os
modelos que poderiam ser propostos para dialogar com essas áreas. Isso aconteceu em várias
instâncias. Primeiro com as associações de área, depois com as Instituições, como o CNPq, a
CAPES, e dentro da própria USP.
Recebemos a visita da CERT no departamento, acho que em todos os departamentos de
Artes, simplesmente porque eles não sabiam como nos avaliar e perceberam que nós também não
sabíamos como propor um modelo de avaliação. Então, a pesquisa existe, ela é forte, vigorosa, mas
depende ainda de uma consolidação, de uma coragem para delimitar os espaços. Aí entra o nosso
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papel enquanto Universidade de São Paulo, enquanto pesquisa dentro da ECA. Hoje todo mundo
sabe que a USP tem um percentual de produção científica muito maior do que o de qualquer outra
universidade brasileira. A FAPESP, por exemplo, que é quem tem a maior parcela de financiamento
no Estado de São Paulo, é responsável por 40% do investimento em pesquisa na USP. São R$ 200
milhões de investimentos na USP por ano. A segunda universidade em valores de pesquisa tem R$
70 milhões, é a UNICAMP. Depois vem a UNESP, com R$ 40 milhões. Esses números são
aproximados. A área de Artes como um todo deve ter por volta de 3% de toda a produção científica
do que a FAPESP chama de área de Humanidades, e dentro desses 3% a USP não mantém essa
proporção de produção em relação à média das outras áreas. Ou seja, o que produzimos em pesquisa
em Artes não é três vezes o que a UNICAMP produz, por exemplo. Isso não bate com a qualidade
do corpo docente que existe nos três Departamentos de Artes.
Podemos pensar a questão por dois lados. A área de Artes é nacionalmente reconhecida
dentro do âmbito acadêmico e tem uma produção artística da mais alta qualidade. Posso atestar,
pois fui avaliador da produção artística na CAPES, onde tive a oportunidade de qualificar a
produção artística de todos os Programas de Pós-Graduação no Brasil, que o da USP é um dos
melhores, com uma produção disparadamente maior e qualitativamente maior do que a maioria dos
outros programas brasileiros. Por outro lado, a pesquisa declarada por esses três programas nem
sempre é comparável com a pesquisa declarada por outros programas. A partir disso podemos
considerar duas coisas: ou não fazemos pesquisa – eu acho que fazemos –, ou a nossa produção
artística está se sobrepondo à pesquisa. Posso entender ainda que não estamos sabendo como
equilibrar ou dizer o que é produção dentro do campo da Arte.
Creio que há que se fortalecer o campo para que o próprio campo consiga dar a delimitação
do seu terreno e possa dizer o que é essa produção. Acho que há indícios, e não só uma crença por
estar na USP, que há indícios de que a USP pode e deveria ter um papel de liderança, ou seja, de
prescrever qual é o projeto da área, enquanto área de pesquisa, nos modelos que adotamos no
Brasil, talvez só complementando um pouco com dados mais concretos. A área tem um perfil
diferente do da Comunicação. Na Comunicação há um processo de profissionalização mais incisivo
e talvez mais eficiente. Ou seja, os alunos se formam e vão de fato para o mercado de trabalho. Na
área das Artes existe um problema, uma pseudo-profissionalização que acontece de maneira
precoce. O aluno da graduação já toca numa banda, ganha cachê, faz uma ponta num teatro. Quando
percebe, está vivendo bem, se sustenta, paga o curso e compra um carro, por exemplo. Quando ele
se forma, ele vê que a perspectiva de mercado muitas vezes é a mesma. Ele não vai encontrar
emprego fixo, ou não subirá na carreira, etc. Então ele busca uma bolsa de mestrado. Isso tem
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gerado uma distorção nos projetos de pesquisa, pois há uma quantidade grande de solicitações, e na
análise se que são projetos de entrada da pesquisa, ou seja, de iniciação científica e mestrado. As
categorias mais altas, que podem dar suporte de fato à pesquisa, quase não têm demanda.
Acho que na ECA/USP são dois projetos temáticos, categorias mais altas de financiamento
da FAPESP. A diretoria da ECA já detectou que não conseguimos justificar ou vincular a produção
artística como produção da Escola, pois ela acaba sendo muito mais conectada a eventos externos,
muitas vezes eventos de mídia. Invertendo um pouco, nós mesmos ainda não criamos o mecanismo
de vincular esta produção que, volto a insistir, é muito rica. Talvez falte que sejamos mais
agressivos nessa área, dizendo o que é pesquisa e como formular pesquisa dentro das Artes. E
também achar os canais dentro das Instituições, da própria Universidade, assim como na CAPES,
no CNPq e na FAPESP para criar outra delimitação que seja compatível não com os outros campos
de saber, mas com o nosso próprio campo de produção artística.
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Os Grupos de Pesquisa como entidades democráticas da estrutura acadêmica
Norval Baitello Jr.4
Professor Titular da Faculdade de Comunicação e Filosofia da PUC-SP e
Coordenador da Área de Comunicação e Ciência da Informação da FAPESP
Darei um depoimento como organizador de um grupo de pesquisa que vai fazer 18 anos
atuando dentro dessa área que muda a cada dia, que é a de Comunicação e Cultura. Quero contar a
experiência desse grupo de pesquisa e o que moveu e alimentou este grupo. Mas antes quero falar
um pouco da área em que estamos todos inseridos, uma área em grande expansão, e em grande
dificuldade de definição, de autodefinição e de inserção dentro de todas as demais áreas do
conhecimento. Estamos dentro da FAPESP, dentro de um comitê, que é o de Ciências Humanas e
Sociais. Artes está dentro de Ciências Humanas e Sociais, e Comunicação está como Ciência Social
Aplicada. Discordo profundamente disso, porque Comunicação não é apenas Ciência Social. Aliás,
também é Ciência Social, mas não existe uma rubrica maior. Na Europa já vêm acontecendo o
entendimento de uma rubrica maior que nos aproxima mais das Artes. Ou seja, é a inclusão das
Artes e das Comunicações em uma grande área chamada Ciências da Cultura. Afinal, a cultura é a
sociedade, ela se constitui no social, na sociabilidade.
A proposta de fundação da grande área das Ciências da Cultura não é recente. Já no começo
do século XX havia uma famosa biblioteca de Ciências da Cultura, particular, fundada por um
pesquisador que nunca se filiou a nenhuma universidade, e que foi esquecido, porque a sua
biblioteca se tornou mais importante do que ele. A biblioteca foi para Londres, onde está ainda hoje,
vinculada à Universidade de Londres, numa entidade chamada Warburg Institute, em homenagem
ao seu fundador, o judeu alemão Aby Warburg. Ele foi o propositor de uma teoria da imagem, pois
foi estudioso da imagem artística. Mas, sobretudo, estudou a imagem não artística, as ilustrações, os
sarcófagos, as imagens arcaicas, as imagens do selo postal, por exemplo, e o que hoje chamamos de
imagens midiáticas.
Ele propôs essa grande área chamada Ciências da Cultura, e construiu, ao longo de sua vida,
com os recursos muito bem negociados com sua família, essa biblioteca. A negociação desses
recursos constitui uma historia de vida muito interessante. Ele é o primogênito que herdaria o banco
do pai, uma instituição muito sólida na Alemanha do começo de 1900. Warburg nasceu em 1866 e,
quando adolescente chamou o segundo irmão e disse: “Você quer o banco para você? Eu te dou o
4 Discurso proferido em 16 de junho de 2010.
19
banco”. E o irmão aceitou a proposta e perguntou: “Qual é o preço?” Ele estipulou: “Você compra
todos os livros que eu quiser durante a minha vida inteira”. E saiu ganhando nessa historia porque
ao dar o banco ao irmão, ele não teve dor de cabeça, não teve crise, não teve que, enfim, administrar
o dinheiro. Ele teve só os bons frutos do dinheiro! Ia para a Itália todo ano e comprava navios,
vagões de livros dos antiquários, e constituiu uma biblioteca que hoje é referência, num instituto
que também é referência, que produziu Ernst Gombrich, e continua produzindo pesquisadores que
vão beber o conhecimento dessa biblioteca.
A proposta de uma Ciência da Cultura já é praticada a rigor na ECA desde o seu começo,
pois nela a Comunicação é vista aqui como uma Ciência da Cultura e é praticada como tal. Da
mesma forma, as Artes também são praticadas como Ciências da Cultura e dialogam com a
Comunicação. Essa aproximação fez com que os estreitos mecanismos de avaliação de que
dispomos no Brasil tivessem penalizado esta instituição, além de outras, como a ECO-UFRJ, a
PUC-SP. Isso por essa proximidade com as áreas mais criativas da Comunicação e que não têm
uma visão funcionalista.
O Centro Interdisciplinar de Pesquisa em Semiótica da Cultura e da Mídia, do qual
participo, foi fundado em 1992. Por que esse nome, se poderia se chamar simplesmente Teoria da
Cultura ou Teoria da Mídia? No começo éramos mais semióticos, depois fomos nos afastando das
semióticas estabelecidas e continuamos pensando semioticamente, fazendo Semiótica, mas sem
filiação a uma determinada escola.
O que os órgãos de fomento à pesquisa oferecem para os grupos de pesquisa no Brasil? A
rigor, nada. Não existimos como Instituição, e isso é uma desvantagem e uma vantagem ao mesmo
tempo. Não somos submetidos como um grupo de pesquisa a nenhum tipo de burocracia, podemos
pedir verbas. Assim que o CNPq chama, podemos nos cadastrar. Isso é interessante, pois o cadastro
no CNPq legitima a nossa existência, passamos a ter uma carteira de identidade. No caso da PUC
existe uma certificação interna, feita por meio de pareceristas. Assim, um parecerista do curso de
Teologia dá um parecer sobre o grupo de pesquisa do curso de Administração para analisar a
consistência do grupo, como ele existe, o que ele faz, se suas linhas de pesquisa, os seus produtos e
eventos justificam a sua existência. Uma vez certificados pela Instituição, ela cadastra o grupo no
CNPq, de modo que ele passa a fazer parte de uma base dos Grupos de Pesquisa. Isso seria a
primeira vantagem, pois somos livres, não temos ninguém avaliando se o nosso conceito de
Comunicação é aderente ou não aderente. Essa palavra, aliás, é horrível. Aderente lembra algo que
gruda. Ou seja, avaliando se estamos bem grudados à área de Comunicação, ou se somos mais de
Artes, ou de uma área limítrofe dentro da Comunicação. Aliás, existem muitas áreas limítrofes em
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termos lineares da Comunicação, como por exemplo, poderíamos dizer para escandalizar, que é um
fenômeno de Comunicação aquele acontecimento do near-death experience (experiência de quase-
morte), de pessoas que se aproximaram da morte e viram imagens. Há um fenômeno de
Comunicação nisso e poderíamos constituir um Grupo de Pesquisa sobre isso. Claro que
precisaríamos de um médico especialista em ressuscitação para estudar esses fenômenos limítrofes.
A CAPES jamais permitiria isso. Mas como não temos nada a ver com a CAPES, podemos fazer o
que quiser. Esta é a nossa grande vantagem.
Agora, a desvantagem é que não temos verba para o grupo. Existimos na PUC há 18 anos
com zero de verba. Fazíamos projetos e apresentávamos ao SESC, ao CNPq, pedindo uma câmera,
uma máquina fotográfica. Fazíamos projetos de eventos e apresentávamos à FAPESP, à Fundação
Japão, ao Instituto Guyton, sempre com um chapéu na mão, pedindo alguma coisa.
Um Centro de Pesquisa é, talvez, o mais democrático da estrutura da pesquisa universitária.
É quando um professor titular tem um aluno de graduação trabalhando junto num projeto, com o
professor muitas vezes aprendendo. Doutorandos em contato com alunos de graduação e de
mestrado, alunos de graduação ciceroneando professores internacionais. Tivemos uma situação em
que um evento organizado e realizado pelo Centro e financiado pelo SESC, chamado Imagem e
Violência, trouxe Jean Baudrillard e outros pesquisadores do primeiro time, que foram ciceroneados
por alunos de graduação do curso de Multimeios, da PUC. Um aluno que falava francês foi
ciceronear Baudrillard, o convidado russo foi por uma aluna do curso de Arte do Corpo. Esse
contato é maravilhosamente contagiante para a Pesquisa. As novas gerações da Pesquisa se formam,
a meu ver, não nos Projetos de Iniciação, mas justamente nos Centros de Pesquisa. Por isso acaba
acontecendo uma coisa curiosa: a maior parte das Instituições que conheço, onde um professor
acaba constituindo um Centro de Pesquisa, não precisa ser muito grande. Deve necessariamente ser
uma coisa pequena. Ele não precisa durar dezoito anos, como o nosso, que já formou vários
doutores, pode durar dois anos, sobre um determinado tema.
Bom, a ciência se alimenta da pesquisa, as nossas aulas se alimentam da pesquisa. Existe
uma coisa, de alguns anos para cá, um conceito que também foi encampado pelo CNPq durante uma
determinada época, depois eles recuaram um pouco, de que a Pesquisa não se faz individualmente,
toda Pesquisa precisa da interlocução, que não se dá apenas nos grandes Congressos. Aliás, ali é
onde há menos interlocução. Vamos lá e apresentamos, todo mundo vai para ler e falar do seu
trabalho, ninguém vai para ouvir. A interlocução se dá no dia-a-dia dos Grupos de Pesquisa. Então
talvez possamos qualificá-los como a primeira célula geradora do conhecimento novo. É claro que
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não é todo dia que descobrimos coisas novas, mas é todo dia que procuramos coisas novas, e esse
procurar se dá dentro dos Grupos de Pesquisa.
Acho que sou muito mais feliz do que os meus colegas que não têm Grupos de Pesquisas,
pois conseguimos constituir uma comunidade muito coesa. Os vínculos de solidariedade dentro dos
Grupos de Pesquisa se praticam com muito mais prazer e com muito mais efetividade. Com isso é
possível fazer uma Ciência um pouco mais feliz do que aquela Ciência de gabinete, só escrevendo
textos e publicando livros. O Grupo de Pesquisa é a alternativa para se produzir uma Ciência muito
mais envolvente e muito mais envolvida com as questões transversais do nosso tempo.
Esse é o resumo da atividade desse grupo que resolvemos criar em 1992. Um grupo de
orientandos, mestrandos, doutorandos, que decidiu estudar a Comunicação de uma forma que só
havia na Europa. Decidimos criar um ambiente propício para o diálogo com um bom resultado
prático. Pelo menos oito dos doutorandos que se formaram neste Grupo de Pesquisa estão hoje
atuando em diferentes programas de pós-graduação de Comunicação no Brasil todo.
Só tenho a dizer que a desvantagem que temos por não sermos uma Instituição é que o
Grupo de Pesquisa é uma entidade etérea: não tenho nem verba, nem sede, a nossa sede está nas
nuvens, isso é supermoderno. Então, a nossa desvantagem se transformou numa vantagem. O fato
de não termos reconhecimento significa que também não somos submetidos a uma avaliação rígida;
mas na hora da avaliação institucional, acabamos entrando na estatística de duas maneiras: pelo fato
de existirem Grupos de Pesquisa numa Instituição fortalece esta Instituição, e isso acaba
incentivando a produtividade desta Instituição – docente e discente –, que são dois tópicos avaliados
pela CAPES.
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Memórias do futuro de uma arte sem passado5
Giselle Beiguelman6
Quando me decidia pelo tema que abordaria, se um tema de uma obra minha mais recente,
ou se sobre algumas exposições que aconteceram na cidade de São Paulo nos últimos dois anos,
acabei me decidindo por trabalhar um tema mais abrangente que indiretamente fala não só da minha
produção, como de artistas que vêm trabalhando na área, e evitar a redundância de falar de
exposições que são muito recentes e que o público certamente visitou e experimentou de forma
mais interessante.
O que tem me chamado atenção cada vez com mais contundência nessa discussão sobre as
relações entre arte e mídia, é o quanto elas demandam um repertório que até um determinado
momento imaginávamos que teria que nascer somente no campo da crítica. Ou seja, numa crítica
capaz de dar conta de uma arte emergente no corpo das reflexões da arte contemporânea e que hoje
vem se tornando um problema maior, na medida em que não só continua demandando as mesmas
carências que tinha quanto a um repertório crítico especializado, mas também procedimentos que
permitam o arquivamento, a conservação e a circulação dessas obras que se esgotam num espaço de
tempo muito curto.
No conjunto dessa produção destacaria as obras feitas para o ambiente online, ou seja, a net
art como um todo, haja vista que ela sempre foi, desde o início, uma espécie de “prima pobre” das
mídias digitais ou da artemídia, dada a sua impossível objetualização, seu impossível
enquadramento nos cânones atuais do colecionismo, de posse, de valor de mercado. Ela que desde
sempre foi uma “prima pobre”, um problema para o espaço expositivo, uma vez que ela sempre
remete a um processo de artificialização, quando é retirada do ambiente em que as práticas de fato
se realizam, e que não são, no contexto museológico, no contexto das galerias propriamente ditas.
Esse problema vem se acirrando na medida em que ele se tornou um problema para o tempo.
Por quê? Ela sempre foi um problema para o espaço por não se encaixar nas tradições expositivas. E
5 Apresentação feita durante a III Semana de Pesquisa, em 8 de outubro de 2012.
6 Doutora em história da cultura pela USP (1991), é professora do Programa de Pós-graduação em Comunicação e
Semiótica da PUC/SP. Editora da seção Novo Mundo da revista Trópico (http://www.uol.com.br/tropico) e editora
contribuinte do NMEDIAC, The Journal of New Media & Culture.Trabalha com criação e desenvolvimento de
aplicações multimídia desde 1994, dedicando-se à Internet a partir de 1995. Foi bolsista Vitae, com projeto premiado na
área de Literatura e Novas Mídias (1999), membro do comitê científico do Isea 2000 (Paris) e fez parte das equipes de
implantação do UOL e do BOL. Integra o arquivo de web arte da Rhizome e tem participado de vários eventos e
exposições de web arte e cultura digital na Europa e nos Estados Unidos, como as pioneiras Net_Condition (ZKM,
1999) e (re)distributions (PDA, Information Apliance and Nomadic Art as Cultural Intervention) (voyd.com/ia). Desde
1998, Giselle Beiguelman tem um estúdio de criação digital, desvirtual.com, onde são desenvolvidos seus projetos
pessoais, como O Livro Depois do Livro (http://www.desvirtual.com/giselle), (http://www.desvirtual.com/nocache) e
wopart ( website http://www.desvirtual.com/wopart e wap site http://tagtag.com/wopart).
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se torna um problema no tempo a medida em que a rapidez com que os programas se esgotam, os
artefatos se transformam, a própria velocidade de conexão se altera, ela passa a ser comprometida
na possibilidade de uma volta a trabalhos que muitas vezes não tem nem dois anos de idade e já se
tornam obsoletos e complexos no sentido de serem reapresentados. Isso ocorre a cada atualização
de linguagem da internet.
Confundimos muito linguagem com protocolo. O protocolo, de fato, é o mesmo, nunca
mudou. É possível que se altere em algum momento, mas ainda não fugimos do “http”.Quando se
fala em web 2.0 não se trata de protocolo, mas de uma outra arquitetura de linguagem e organização
dos dados que permite uma série de outras elaborações. Inclusive o processo em emergência das
redes sociais, tais quais elas estão constituídas hoje. Mas implica em uma série de dificuldades de
acesso a parâmetros de construção que são anteriores. Isso para ficar na órbita mais básica do
problema e não ir aos extremos, talvez, políticos e ideológicos, talvez mais profundos, que é o fato
dessas obras estarem, via de regra, sempre abrigadas em serviços corporativos, ainda que se
identifiquem como sites pessoais. Mas esses sites pessoais não pairam numa suposta nuvem que não
existe. Eles estão dentro de máquinas específicas, e basta lembrar o caso recente do Geocities, onde
toda uma geração apostou como uma órbita, um espaço de corporação livre, de produção do
conhecimento e que foi abortado, e que deixou de ser um nicho de mercado interessante para o
Yahoo.
Fico me perguntando o que vai acontecer com todas essas memórias que estamos
depositando no Youtube, no Flickr, no Instagram, que, apesar de serem espaços de
compartilhamento e convivência, são os espaços privilegiados da memória contemporânea. E são
espaços privados e corporativos acima de qualquer outra coisa.
Criou-se uma confusão muito grande entre grátis e público nos últimos anos. O fato de
serem serviços grátis não quer dizer que sejam serviços públicos. Essa dinâmica no campo da
cultura cria novos problemas que se somam àqueles que nomeei “de base”, que são os que
comprometem individualmente a performance de cada trabalho; que são as incessantes trocas de
arquiteturas, a melhoria dos equipamentos, a diferença de monitores, e isso vem num crescente,
gerando uma situação paradoxal que é a que estamos vivendo de fato. Uma situação onde
supostamente habitamos um espaço construído de memória. Talvez esta seja uma das palavras mais
ditas e repetidas hoje em dia, porque ela é uma espécie de coisa pela qual medimos a capacidade do
equipamento e são essas memórias que desenham uma arquitetura do esquecimento.
Para se ter um pouco de dimensão, por que se pode dizer que vivemos num espaço
construído de memória? Para que essa afirmação não pareça meramente retórica, basta tomar como
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referência o que se passa em um dia normal na internet. Um dia que não aconteceu nenhuma
catástrofe que multiplique a quantidade de dados que circulam e que constroem essa “dadosfera”
feita de memórias. Um dia na web quer dizer 3000 fotos por minuto, sendo uploadadas no Flicker.
60 horas de vídeo que entram no Youtube. Isso em um minuto. Para que os números não ficassem
muito grandes decidi detalhar em minutos. Ao final de um dia 5 milhões de novas fotos já estão no
Instagram. Isso em média, num dia calmo, sem que ninguém mate o embaixador da Líbia, 250
milhões de tweets circulam pela Internet. É muito dado. É muita memória circulando nos dois
sentidos. A título de comparação, basta pensarmos no serviço da Library of Congress dos EUA, que
é a Wayback Machine, a webarquive. É um serviço que arquiva diariamente a Internet inteira. O que
já é um pouco questionável. Aprendemos, acho que com o [escritor argentino Jorge Luís] Borges,
que memorizar é pensar, e pensar demanda uma gama de esquecimento. Mas enfim, arquiva-se a
Internet inteira todos os dias. Esse serviço funciona desde 1999. Entre 1999 e 2010 o webarquive já
tem armazenado uma quantidade razoável estimada em 2 petabytes de sites. Só para se ter uma
noção, dois petabytes arquivados são mais ou menos meio milhão de DVDs entupidos de ponta a
ponta. Cada um deles com seus 4,5 gigas. É muita informação. Principalmente se pensarmos que a
maior biblioteca do mundo, que é justamente a Library of Congress, a biblioteca do congresso
americano, que começou a constituir seu acervo bibliográfico no início do século XIX, entre 1815,
desde que colocaram o primeiro livro na estante, até 2010, ela acumulou 33 milhões de livros, o que
não é nada desprezível. Mas se esses 33 milhões de livros, se fossem digitalizados, chegariam a
uma quantidade de 10 terabytes em seu total. Se compararmos ao que acontece no webarquive, que
cresce vinte terabytes por mês, vamos descobrir que a biblioteca demorou duzentos anos para
constituir um acervo que se reproduz ao dobro mensalmente na Internet.
A diferença da quantidade de produção de informação e de memória que se produz hoje é o
coeficiente para calibrarmos essa hipótese: estamos navegando num espaço de memória onde se
constrói uma arquitetura do esquecimento. O que nos põem numa encruzilhada para questionarmos
como pensar a memória e as políticas de memória da cultura, da arte, da nossa produção intelectual,
que transcenda o discurso de marketing da indústria da informática que vem transformando a
memória numa espécie de commoditie. E por que ela é uma commoditie? Porque ela é a medida de
tudo. Porque você diferencia o status social de uma pessoa pela quantidade de memória que ela
carrega. “Mas seu computador só tem isso de memória?” ou “Ele tem tudo isso de memória?”; “Sua
câmera, seu cartão de memória”... Essas memórias vão se acumulando, vão se perdendo em gavetas.
Essa coisificação da memória mede a extensão da nossa produção cultural.
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Passei rapidamente por esses dados, mas eles me parecem bastante convincentes com
relação à magnitude do problema e do encantamento daquilo que faz a cultura de rede ser tão
especial. A quantidade de informação que circula. Porém, essa informação que circula tem que ser
de alguma maneira mediada, balizada por circuitos de preservação, de arquivamento, com os quais
não nos preocupamos, dada a nossa captura de fato por essa voracidade do discurso de marketing.
Pelo nosso comodismo – e aí especialmente a questão incide no campo da arte – que tende a nos
fazer pensar os procedimentos expositivos, museológicos, arquivísticos, dentro de estratégias que
foram elaboradas ao longo do século XIX, não conseguimos sequer romper com uma visão
taxonômica do conhecimento. Qualquer endereço da internet é muito explícito com relação a isso.
Ele segue o padrão de classificação que vai do maior para o menor. Começa no protocolo, no
“http”. Aí você passa para a modalidade. Pode ser “www”, pode ser “ftp”. Enfim, é bom não
confundir não confundir “www” com a internet como um todo. É uma parte da internet, mas é uma
parte significativa, sem dúvida, para se pensar em que tipo de espaço esses dados estão colocados.
Se é um servidor comercial, se é a USP... Até chegar no limite micro mínimo comum que é em que
país que esse negócio está. O endereço termina em geral no país, ou numa modalidade mais
abrangente, como é o caso dos sites que tem a terminação educativa (.edu). Mas, genericamente
esse é o mapa. E é uma hierarquia bastante rígida, em que as coisas não podem sair do lugar.
Os nossos computadores são muito diferentes mesmo. Eles são todos organizados em
pastinhas. E é mais ou menos como o Livro da areia do Borges. Se você esquece, tudo bem,
existem as ferramentas de busca dos computadores que estão ficando melhores. Mas é uma
dificuldade para encontrar um documento do qual não se lembra o nome. Então se busca pela data,
não encontra, não reconhece. Nessa hora os computadores querem que tenhamos uma memória
muito melhor do que a deles. E você quer que ele fale por você, o que você quer encontrar.
Cada vez mais essas imagens ficam entre o cômico e o trágico. Do not found. Do site que
estava lá e você não encontra mais. Do seu arquivo que estava em algum serviço que um dia você
confiou. E quero deixar claro que isso não é uma questão só corporativa. Quantos de nós tiveram
projetos arquivados no TIDIA [Programa Tecnologia da Informação no Desenvolvimento da
Internet Avançada] da FAPESP e até hoje perguntam: “Onde está o meu material?”. Foi um dos
serviços mais interessantes que a FAPESP criou e encerrou sem muita explicação. Se isso acontece
nos servidores universitários, nos coorporativos com muito mais recorrência. E no âmbito da
produção artística voltada para Internet ainda com mais recorrência, por essa produção ter sido
sempre a irmã pobre do circuito da artemídia como um todo; ela sempre esteve acomodada nessa
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situação de homeless. Se pendurando em diversas estruturas, muitas das quais não existem mais. E
nem vou entrar no mérito do mercado da arte.
Essa situação do 404, do not found, do erro mais comum e mais difícil de lidar em termos da
experiência cultural, estamos lidando com ela dado o nosso atrelamento aos procedimentos de
memorização, que são cânones absolutamente oitocentistas. Essa memória que se tornou um dado
do cotidiano, uma medida e um indicador de status social, faz com que enfrentemos o desafio de
nos perguntarmos como lidar com essas memórias tão instáveis, e que vão se esgotar junto com a
duração dos equipamentos nos quais elas são produzidas e disponibilizadas.
Vamos passar a fazer um fake, um clone, de tudo aquilo que já fizemos? Este é um
procedimento que tem sido aventado. E que me parece bastante equivocado. Tudo indica que as
práticas de emulação são procedimentos muito mais coerentes com uma possibilidade de se pensar
outras formas de memorização do que a mera simulação que vem nos assombrando a todos. Essa
situação de onde as coisas estão, esse desespero frente à perda. É um estresse que não é só pessoal,
é um estresse cultural de fato. E que é acirrada pela privatização desses serviços, que podem ser
interpostos a qualquer momento sem que tenhamos sequer sido avisados em várias dessas situações.
Então, como não pensar que essa memória, essa memória cultural, essa memória artística, que
estamos produzindo, é hoje uma questão econômica e um serviço? Deveria demandar alguns
parâmetros éticos de discussão que não são colocados nunca em pauta. É tamanha a insistência
nessa discussão totalmente já esvaziada pela própria história da cultura digital, ou seja,
defesa/discussão em torno dos direitos autorais, que se esquece de se discutir questões de fato
emergentes do nosso tempo e que envolvem os parâmetros éticos para lidar com essas memórias.
Não basta dizer “vamos usar serviços alternativos ao Youtube, ao Flickr, ao Instagram, etc.”.
Quando esses serviços funcionam muito bem, já fazem parte de um imaginário de práticas sociais e
de um processo de construção.
São interessantes todas essas redes sociais. Porque são espaços tanto de contestação quanto
de dominação, simultaneamente. Então não basta dizer “vamos construir uma rede alternativa ao
Facebook; vamos construir um outro Instagram; vamos tirar todos os nossos vídeos do Youtube”,
quando esses recursos estão fomentando essa dadosfera que é cada vez mais rica.
Mas é curioso que achemos muito natural que os contratos dessas empresas (que não lemos,
damos um ok) pressupõem um acordo da parte do usuário e nenhum acordo da parte da empresa, do
serviço. São serviços dantescos. Em termos de história do capitalismo, é um retrocesso à primeira
fase da Revolução Industrial. Você perde tudo. Se você ler o contrato do Youtube, é um contrato
assustador. A priori eles têm direito de fazer qualquer coisa com as suas imagens.
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Essa história do extermínio do Geocities foi algo que me chamou muito a atenção. Hoje a
escala disso é muito maior. O compartilhamento de memórias em serviços. E quando tudo isso
acabar? E a hora que resolverem que o Youtube não é mais interessante? Vai migrar tudo de volta
para a televisão? Ou vai girar tudo em torno dos consoles de games e ninguém vai mais dar a
mínima para essa história de brodcasting yourself? O que vai acontecer com esses repertórios
todos?
É fundamental que comecemos a pensar que a memória de alguma maneira se tornou uma
questão econômica. Esses serviços são grátis porque os patrocinamos o tempo todo. Eu mesma já
falei umas dez vezes o nome de cada uma dessas plataformas comerciais. Elas estão embutidas nos
nossos endereços. Enfim, é um serviço prestado, e como o serviço público, deveria ter regras, assim
como as empresas de energia elétrica e outras empresas que prestam serviços ao Estado. Mas aí não
estamos falando de uma prestação de serviço de uso, estamos falando do patrimônio cultural que
está sendo engendrado no século XXI. E é esse patrimônio que está crescendo numa velocidade
exponencial por um lado e totalmente a mercê das vontades e demandas de mercado. Muitas vezes
penso que não é à toa que utilizamos em quase todas as línguas um vocabulário tão escatológico
para lidar com os computadores. Estamos sempre salvando os arquivos, não é mesmo? Salvando. E
esses arquivos não estão a salvo. Então talvez tenha sido muito recorrente essa discussão da new eye
stetics, da cultura que nasce já no contexto digital, numa coisa de uma episteme computacional.
Talvez seja a hora de enfrentar esse desafio, de começar repensando os termos e as arquiteturas que
utilizamos. Arquiteturas que por um lado são arquiteturas do esquecimento, são arquiteturas
retrógadas. Porque utilizam parâmetros de organização do conhecimento que são típicos do século
XIX. E são, quando contemporâneos, absolutamente desesperados.
Já vi programas em vários idiomas, como o Google Translator, e na grande maioria das
línguas os programas salvam arquivos. Usam uma iconografia ridícula, como aquele símbolo do
disquete para salvar. Os disquetes não existem mais, mas continuam sendo o ícone de salvar
arquivos. Então parece que se tem uma visão catastrófica, pensar que todo esse oceano de dados vai
desaparecer assim que a primeira corporação decidir, e que todas as obras de artes feitas para a
Internet estão, a priori, condenadas desde o seu nascimento pelo fato de lidarem com uma rede em
fluxo. E que é em fluxo não só porque esses dados estão em fluxo, mas porque ela mesma tem uma
autogeração e pela precariedade da sua arquitetura que ainda demanda uma série de ajustes e que
terão de ser feitos nos próximos anos.
Falamos muito de Internet porque ela ainda é muito ruim. Ninguém chega em casa
comentando a energia elétrica. A menos que tenha uns cem dias de apagão. Mas você não sente
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mais a energia elétrica no seu cotidiano. Você simplesmente usa de forma criativa sem lembrar que
ela esta lá. É o nível do interfaceless. É algo que não acontece com o computador, com o celular, e
muito menos com a Internet. Então, é um pouco a precariedade do sistema. A maneira interessante
como ele é conhecido, com a participação de todos, o que explica que ele vai mudar muito ainda. E
essa arte online vai sofrer com as diversas formas de reprogramação, e que nos desafiam a pensar
tecnologias de memorização que sejam tecnologias para as memórias do nosso presente. Não
tecnologias de memorização que serviram, e servem muito bem, a outro tipo de criação artística, a
outro tipo de produção cultural e que não respondem aos parâmetros da criação contemporânea com
mídias digitais e, no seu limite extremo, com aquilo que é feito para Internet. Caso contrário, vamos
passar a ser uma espécie de assombração, sempre em pânico diante daquilo que vamos encontrar,
no lugar que deveríamos encontrar. Prefiro pensar em alternativas que por um lado sejam mais
complexas, mas por outro, mais profundas, profícuas, interessantes, que seriam hipóteses menos
catastrofistas. Que deixássemos de pensar em salvar os arquivos e passássemos a nos preocupar
com a perspectiva de pensar tecnologias de memorização que respondam às memórias que estamos
lidando na nossa contemporaneidade.
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Exoendogenias7
Tania Fraga8
A verdade matemática não é um dogma terrivelmente complicado cuja validade está para além
da nossa compreensão. É, pelo contrário, algo que se constrói a partir de ingredientes tão simples
e óbvios que, quando os compreendemos, sua verdade transparece e se torna consensual.
(Penrose, 1997: 545)
Introdução
Este ensaio estabelece uma breve reflexão sobre o contexto da Arte Computacional do qual
emergiram as ideias que possibilitaram formular o conceito de exoendogenia ou interatividade
exoendogênica. Este tipo de interatividade possibilita à mente humana interferir em processos
autônomos maquínicos, modificando-os.
A Arte Computacional9 é uma arte focada na trilogia artista, dispositivos computacionais e o
público participante, o qual pode atuar como interator10
; conecta-se imanentemente aos
computadores enfatizando experiências conceituais, poéticas, sensoriais e estéticas; resulta do
agenciamento e da programação de aparatos e dispositivos computacionais capazes de processar e
responder às solicitações daqueles que com eles interagem; e necessita desses artefatos como seu
suporte.
Esse tipo de arte é característica da atual fase de organização da produção da sociedade
contemporânea. Venho, em muitos outros ensaios11
, procurando delimitar esse campo e não vou me
estender aqui caracterizando-o. Vou destacar apenas que, sob o aspecto semiótico, numérico e
cibernético, Max Bense anteviu, nos anos 1960, a necessidade de novas conceituações estéticas que
7 Artigo que serviu de base para a palestra da autora durante a III Semana de Pesquisa, em 8 de outubro de 2012.
8 Trabalha com Arte Computacional desde 1987, usando tecnologias de robótica e realidade virtual. É artista e arquiteta.
Doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP. É vice-presidente do Instituto de Matemática e Arte de São Paulo.
Foi professora do Instituto de Artes da UnB até 2003. Em 2010-2011, desenvolveu projeto de pós-doutorado, na ECA-
USP, com bolsa da FAPESP e em 1999 desenvolveu projeto de pós-doutorado, no Centro de Estudos Avançados em
Artes Interativas, Pesquisa em Ciência, Tecnologia e Arte – CAiiA-STAR, UK , com bolsa da CAPES. Tem publicado
e participado de eventos, nacional e internacionalmente, tem recebido inúmeros prêmios e realizado curadorias e
expografias. 9 Categorias da Arte Computacional estabelecidas no Congresso de Arte Computacional (Computer Art Congress),
CAC.3, 2012: Algorithmic art, ASCII art, Computer graphics, Computer music, Demoscene, Digital illustration,
Digital painting, Education, Evolutionary art, Fractal art, Games, Generative art, Generative music, Interactive art,
Media art, Motion graphics, Music visualization, Software art, Tradigital art, Videogame.
<http://postdigital.eu/participation>. Meu trabalho enquadra-se, nesse contexto, em, Arte Interativa, Computação
gráfica, Software Arte, Arte Algorítmica, Evolucionária ou Generativa. 10
O termo foi inventado por Arlindo Machado para caracterizar aquele que age sobre um sistema computacional para
receber desse sistema algum tipo de resposta. 11
Ver (Fraga,1995), (Fraga,1995a), (Fraga, 2003), (Fraga, 2004), (Fraga, 2005a), (Fraga, 2005b), (Fraga, 2005c),
(Fraga, 2006), (Fraga, 2007), (Fraga, 2010), (Fraga, 2012a), (Fraga, 2012b), (Fraga, 2012c), (Fraga & Fragoso, 1992) e
(Louro & Fraga, 2007).
30
abarcassem as possibilidades abertas pelas tecnologias computacionais que então despontavam. Ele
não buscava uma “estética do gosto” mas sim uma estética empírica e racional, “abstrata”, que
denominou como uma “estética da constatação” (Bense, 1975: 40-47). Essa estética tratava dos
“estados estéticos”, dos repertórios e das situações portadoras desses estados. Embora defasado,
esse modelo teórico tem um potencial latente que pode ser atualizado para estendê-lo ao universo da
Arte Computacional contemporânea, suas realidades virtuais, robóticas e mistas (Fraga, 2012c).
Na Arte Computacional acontecem relações sistêmicas de diversas ordens, como, por
exemplo, a caracterização dos repertórios, a análise e a identificação dos estados nos quais o
conteúdo, o conceito, e as qualidades estéticas, poéticas e funcionais estão em equilíbrio. Esse
equilíbrio é fundamental para que a obra se sustente como ARTE. É importante estabelecermos um
processo de reflexão relevante sobre esses assuntos pois, apesar dos “ludistas”12
contemporâneos, a
Arte Computacional ocupa, a cada dia, mais espaços nas universidades, ameaça sair do campo
experimental e provavelmente se estabelecerá como a arte do século XXI (Fraga & Fragoso, 2012).
Para melhor compreendermos esse tipo de arte é de fundamental importância destacarmos
que a Arte Computacional tem uma base matemática. A matemática contemporânea, por sua vez,
fundamenta-se no rigor da análise e da lógica, no método de tratamento das teorias, na rigorosa
formulação de critérios, demonstrações e provas de teoremas. Não considerar estes fatos, em minha
opinião, é agir como a avestruz que procura esconder-se enfiando apenas a cabeça na areia. No caso
da Arte Computacional essa atitude é encontrada naqueles que se satisfazem com reelaborar
templates (Fraga, 2012c), criando pseudo verdades e se escudando num discurso conceitual que às
vezes pretende ser crítico, sobre sensibilidades, poéticas e estéticas. Essa atitude é antitética em
relação aos princípios matemáticos fundantes da Arte Computacional. Com certeza as qualidades
inerentes a uma obra artística DEVEM se fazer sempre presentes pois sem elas não há arte. Mas,
ignorar a matemática que embasa tal arte é cair no lugar comum, no pueril, na pirotecnia, na falta de
estrutura, de força expressiva e de funcionalidade, criando nada mais do que engenhocas que nem
sempre funcionam. Essas aliás são as críticas que geralmente se fazem à Arte e Tecnologia. Esse é o
motivo pelo qual me interesso em definir um campo delimitado para a Arte Computacional (Fraga,
2012c) e apontar alguns assuntos para reflexão.
Entre as condições para que essa arte se desenvolva com qualidade venho, há muitos anos,
destacando ser necessário que o artista computacional articule os elementos conceituais, poéticos e
estéticos indispensáveis ao discurso artístico; e que esteja atento às peculiaridades características,
12
Os ludistas foram grupos ingleses que, no início da era industrial, contestavam o emprego das máquinas. Alegavam
que elas tiravam o trabalho dos operários. Eles se organizavam em grupos de protesto colocando fogo em tratores e
máquinas industriais
31
funcionais, das obras, e sua adequação às potencialidades e limitações das linguagens de
programação e dos algoritmos matemáticos. Em matemática a busca da verdade é fato imanente à
sua própria existência como ciência. Uma arte nela embasada, não pode negar essa busca. Não me
refiro aqui à matematização da Arte Computacional, mas, sim, à necessidade de explorar os
fundamentos matemáticos que constituem sua estrutura. Acredito que o único modo efetivo de criar
Arte Computacional é aprender suas leis de operação, isto é, seus códigos (Fraga, 2006), para
colocá-los a serviço da imaginação, da intuição e da sensibilidade.
Não vamos querer formar idólatras alienados de engenhocas pirotécnicas mas artistas,
designers e arquitetos voltados para a contestação de estereótipos, para o desenvolvimento de
projetos com conteúdos organizados de modo sustentável e com qualidade conceitual, estética,
poética e funcional. É necessário nunca esquecer o que nos dizia Norbert Wiener, que é preciso “dar
ao homem o que é do homem e ao computador o que é do computador” (Wiener, 1971: 76). Desse
modo é possível superar a visão dualista onde razão, conceituação e lógica, opõem-se à
sensibilidade, sensação, afeto, imaginação e intuição. Assim, as aventuras da razão de Waldemar
Cordeiro e das sensações de Lygia Clark deixariam de ser polares para se tornarem
complementares.
Tais assuntos precisam, com urgência, se fazer presentes nos discursos teóricos sobre Arte
Computacional, pois são imanentes a esse tipo de prática artística. Eles tem sido, também,
extremamente relevantes no meu percurso, e direcionam as pesquisas que embasam os projetos que
fomentaram as ideias que culminaram no conceito de exoendogenia. Além disto, satisfazer as
condições inerentes à realização das obras de Arte Computacional poderá possibilitar a mudança de
seu estatuto de arte experimental para possibilitar sua inclusão no mercado de arte. Quanto a este
tópico minhas dúvidas são enormes, pois, como Zielinski, acho mais interessante manter a
“liberdade de ação” e lutar para a proliferação dos “lugares de experimentos e experimentações”
(Zielinski, 2006: 279). Podemos sempre deixar a subsistência por conta de uma vida dupla como
professor/profissional e artista. Mas acredito que no futuro aqueles que tiverem uma formação
artística, matemática e computacional sólida poderão reduzir a duplicidade ao integrar a
experimentação e a criação de linguagens com suas aplicações.
Antecedentes históricos
13
13
Esses antecedentes são aprofundados em autores como Johnatan (Crary, 1991), Oliver Grau (Grau, 2005), Pierre
Berger e Alain Lioret (Berger & Lioret, 2012), Marvin Minsky (Minsky, 1986) , Mishio Kaku (Kaku, 2012) e Siegrified
Zielinski (Zielinski, 2005), (Zielinski, 2006), entre outros.
32
Tem sido longo o percurso na história humana durante o qual se desenrolou a busca do
entendimento de como as máquinas funcionam e do modo como melhor agenciá-las. Visava-se
fazer com que pudessem, ou realizar com eficiência, rapidez e segurança trabalhos cansativos ou
pesados, ou serem destinadas para a fruição, o lazer, a educação e o entretenimento. Mas, foi apenas
no século passado que cientistas de diversas áreas conseguiram demonstrar teoricamente a
possibilidade de conceber máquinas autônomas como células de um sistema, capazes de reagir a
incertezas, de agir autonomamente e de, até mesmo, se reproduzirem. De Alan Turin a John von
Neumann o campo de possíveis aberto pelas máquinas de calcular de Charles Babagge14
, no século
19, tem se expandido enormemente.
Na primeira metade do século XX, Norbert Wiener formulou o conceito de cibernética
definindo-o como “todo o campo da teoria do comando e da comunicação, tanto da máquina como
do animal” (Apud Coufignal, 66: 7). A obra de Wiener integrava algumas teorias, como, por
exemplo, a mecânica estatística, a teoria dos sistemas retroalimentados (feedback) e a teoria da
informação de Shannon. O conceito de cibernética foi introduzido no campo da arte15
, no final dos
anos 1950, pelo artista cinético húngaro Nicholas Shoeffer, juntamente com o músico Pierre
Shoeffer, que conceberam e construíram enormes torres cibernéticas lúmino-dinâmicas na periferia
de Paris. Infelizmente delas restam apenas fotos e textos documentais.
Falando de modo muito sumário, podemos dizer que o desenvolvimento dos computadores
— de gigantes máquinas de calcular mecânicas para máquinas movidas à eletricidade por meio de
válvulas — culminou na transformação dos mesmos em sistemas integráveis e integrados de chips e
microchips, que caracterizam os computadores que hoje conhecemos. Vale destacar as descobertas
arqueológicas que trouxeram à tona, entre as ilhas de Citara e Creta, um dispositivo antiquíssimo de
calcular órbitas de planetas e suas eclipses, o mecanismo de Anticítara16
, considerada como uma
síntese dos conhecimentos de Arquimedes, Heron de Alexandria, Filon de Bizâncio, entre outros.
14
Charles Babagge (1791-1871) foi um matemático, filósofo e inventor inglês. Ele inventou uma máquina de calcular
muito potente para a época que denominou como máquina diferencial. A máquina de Babbage operava com elementos
finitos, um método de cálculo bastante complexo que só foi totalmente desenvolvido após 1950. Os programas para a
máquina de Babbage foram criados por Ada Lovelace, a primeira pessoa a conceber e criar uma linguagem de
programação e “a primeira programadora de computador do mundo”. Ela “inventou o conceito de sub-rotina: uma
sequência de instruções que pode ser usada várias vezes em diferentes contextos. Ela descobriu o valor das repetições
— os laços (loops): deveria haver uma instrução que retornasse a leitora de cartões a um cartão específico, de modo que
a sequência pudesse ter sua execução repetida”. Ver: <http://www.somatematica.com.br/biograf/ada.php>, acessado
03/02/2013. 15
Muitos outros artistas trabalharam com Arte Computacional no período, como por exemplo: Bernard Caillaud,
Edmund Couchot (França), Waldemar Cordeiro (Brasil), John Whitney, Lilian Schwartz (USA), entre muitos outros. O
que diferencia Nicholas e Pierre Schoeffer era o foco dessas obras não serem a música ou a animação computacional
mas o fato de integrarem o visual, o musical e o maquínico através da cibernética. 16
Esse mecanismo foi estudado por meio de raios X e dele foi realizada uma réplica que funciona. Ver:
<http://blog.cienctec.com.br/imagens/o-mecanismo-de-anticitera/> , acessado 03/02/2013.
33
Ele tem sido considerado como o primeiro computador conhecido. Vemos, portanto, que os
princípios tão caros a nós já eram há muito conhecidos (Ver figuras 1, 2 e 3).
O desenvolvimento das máquinas de calcular propiciou — através do desenvolvimento das
linguagens computacionais e da realização de operações lógicas — adicionar-lhes dispositivos que
as capacitaram a se lembrar, ver, sentir e, atualmente, a se comunicar, reproduzir, detectar e, quem
sabe, até mesmo exprimir afeto (Fraga, 2012b).
Figura 1: Mecanismo de Anticítera
Continuando nossa breve história, por volta da década de 1950, investigações sobre as
possibilidades dos computadores imitarem certos processos de raciocínio similares aos dos
humanos e dos animais possibilitou a emergência da área que se convencionou chamar de
“inteligência artificial”. No final da década seguinte, no MIT (Massachusetts Institute of
Technology), Marvin Minsky e Seymour Papert desenvolveram uma série de pequenos programas
computacionais relacionando ações como “mover”, “ver e apanhar”. Desenvolveram, também,
34
estratégias que possibilitavam às máquinas lidar com as incertezas (Minsky, 1986: 29). Surgiram
então as interfaces físicas (os dispositivos de entrada e saída de dados) e as interfaces
representacionais ou semânticas, como por exemplo, o sistema de janelas e os ícones.
Dos anos 1970 a 1990 os dispositivos se complexificaram, protocolos de comunicação se
desenvolveram e vimos surgir o fenômeno da interatividade entre humanos e máquinas17
.
Finalmente, agora, neste início do século XXI, vemos esses dispositivos minimizarem-se,
baratearem-se, e proliferarem-se. Voltando à interatividade, esta aconteceu inicialmente como uma
resposta reflexiva a um estímulo. Por exemplo, um clique de mouse ou um toque num teclado. Aos
poucos os resultados desse processo — de ações humanas provocarem reações maquínicas — se
complexificou. O teórico e artista francês Edmund Couchot muito escreveu a respeito. Apenas
rememorando, ele definiu esse tipo de interação como interatividade exógena. No entanto, existem
outros processos interativos que podem acontecer no ambiente computacional sem a interferência
de humanos. São processos programados para criar agentes (virtuais ou físicos/robóticos)
autônomos18
que interagem entre si e o ambiente (virtual ou físico) ao seu redor. Couchot
denominou esse tipo de interatividade de endógena (Couchot, 2003: 237-238).
17
Segundo Minsky “dizemos que causas interagem se, quando combinadas, elas produzem efeitos que nenhuma delas
pode causar separadamente“ (Minsky, 1986: 149). Diz também que “não pode haver quaisquer 'causas' num mundo
onde tudo o que acontece depende mais ou menos igualmente de tudo o mais que acontece” (Minsky, 1986: 129). 18
Marvin Minsky define um agente como “qualquer parte ou processo mental que por si mesmo é simples o suficiente
para se compreender — mesmo quando as interfaces entre grupos de tais agentes podem produzir fenômenos que são
muito difíceis de entender”. Define agenciamento como “qualquer congregação de partes consideradas em termos do
que isso pode executar como unidade, sem levar em conta o que cada uma de suas partes faz por si mesma” (Minsky,
1986: 326).
35
Figura 2: Máquina de calcular de Leon Bollée, 1889
Figura 3: Chips primitivos ainda hoje usados em viagens espaciais pela resistência ao vento solar19
O que vem a ser exoendogenia ou interatividade exoendogênica?
Antes de definir o termo “exoendogenia” vou relatar sumariamente os resultados de meus
projetos recentes em Arte Computacional, pois eles estabeleceram as bases para a formulação desse
conceito. Há cerca de vinte anos venho pesquisando modos de criação de mundos virtuais
estereoscópicos e interativos. Iniciei trabalhando com linguagens de script como YODL e VRML20
e nos últimos dez anos me lancei ao desafio de trabalhar com a linguagem Java (API Java3D) para
realizar os projetos que concebo.
Vencida as etapas e dificuldades iniciais enveredei pelos estudos de alguns algoritmos de
vida e inteligência artificiais realizando implementações poéticas dos mesmos. Iniciei com o mais
19
A autoria de todas as fotos acima são da autora deste ensaio. 20
YODL é uma linguagem de script desenvolvida pela Silicon Graphics para escrever seus demos. Ela estabeleceu as
bases para a criação da linguagem VRML (Virtual Reality Modelling Language). VRML é uma linguagem de script
surgida em meados da década de 90 e que possibilitou a criação de realidades virtuais para serem veiculadas na Internet.
36
simples deles, o algoritmo denominado “Game of Life” desenvolvido pelo matemático John
Conway ((Davison, 2007: 15-81) e (Shift, sd)). Nas implementações desse algoritmo criei “células”,
ou agentes autônomos, que nascem, crescem, morrem e se movem em ambientes oníricos sem
interagirem entre si (ver figuras 4 e 5).
Figura 4: Células autônomas em Implementação poética do algoritmo “Game of Life”, projeto “Fluxions”
Figura 5: Células autônomas em Implementação poética do algoritmo “Game of Life”, projeto “Fragmentos”
O passo seguinte foi implementar algoritmos que possibilitavam a construção de paisagens
fractais (Davison, 2007: 145-177) e a detecção automática de colisões ((Brackeen, 2004: 613-652) e
(Davison, 2007: 121-144)) misturando-os com os algoritmos comportamentais denominados
37
“Flock” e “Prey and Predator”21
. Estes dois últimos algoritmos simulam os comportamentos de
bandos de agentes autônomos que se movem no ambiente computacional, tomando suas próprias
decisões, desviando-se de obstáculos e dos outros agentes existentes no ambiente22
. Nas
implementações poéticas desses algoritmos que realizei, no entanto, não há “predadores” nem
“presas”, mas “procuradores” e “escapadores”. O procurador procura os escapadores que fogem
dele. No entanto, quando o procurador “apanha” um escapador em sua rede de influência, ele não o
devora mas dança com ele até que um parâmetro randômico possibilita ao escapador sair do seu raio
de influência. Assim continua a dinâmica autônoma do mundo virtual. Acontece como que uma
coreografia abstrata na qual agentes totalmente autônomos tomam decisões independentemente de
qualquer interferência humana (ver figuras 6,7, 8 e 9).
Figura 6: Bandos autônomos em Implementação poética do algoritmo 'Flock', projeto 'Fluxions'
Outro algoritmo “fractal growth” que me tem fascinado é o que estabelece um
comportamento para o crescimento fractal de formas e imagens23
. Ele propicia um desenvolvimento
sequencial, variado, de imagens, possibilitando o aumento da complexidade da cena, de certo modo
similar ao que acontece no processo de crescimento de uma planta (ver figuras 10 e 11).
21
Esses dois algoritmos foram desenvolvidos a partir de exemplos de implementações dos mesmos por David
Brackeen, Andrew Davison, Craig Reinolds e Sirinart Sakarin. 22
Esses agentes ou boids agem como organismos artificiais mantendo sempre a coerência do bando.
23 Esse algoritmo foi desenvolvido a partir de exemplos de implementações por Andrew Davison.
38
Figura 7: Bandos autônomos, implementação poética do algoritmo “Flock” e “Paisagem fractal”, projeto “Fluxions”
Figura 8: Bandos autônomos, Implementação poética do algoritmo “Flock”, projeto “Fragmentos”
Nessas implementações poéticas acontecem os dois tipos de interatividade anteriormente
citadas: a exógena e a endógena; na exógena o interator pode percorrer o mundo virtual, ou
explorando diferentes pontos de vistas, ou provocando outras alterações no ambiente; na endógena
os agentes autônomos internos de cada mundo seguem sua “vida” artificial sem tomar
conhecimento dos interatores. São dois processos paralelos independentes que não se comunicam
entre si.
39
Figura 9: Bandos autônomos, Implementação poética do algoritmo “Flock”, projeto “Fluxions”
Figura 10: Processos de crescimento, Implementação poética do algoritmo “Fractal growth”, projeto “S.O.S_Σ”
Minhas inquietações, no entanto, me levaram a inquirir sobre possibilidades de tornar esses
processos interdependentes, intercambiando as interações, provocando alterações nos processos
internos dos agentes. Desde 201024
venho experimentando com as interfaces cérebro computador
24
“Caracolomobile” é um robô cuja construção se baseia no conceito de constructos computacionais, quase
arquitetônicos e metamorfoseáveis, capazes de reconhecer, responder e se expressar em resposta aos estados
emocionais, expressivos e afetivos do interator. Foi selecionado pelo Instituto Itaú Cultural para a bienal de arte e
tecnologia Emoção Art.ficial 5.0, em 2010. Esse organismo atua em simbiose com o interator usando uma interface e
um capacete neural (neural headset). Dezesseis sensores biométricos neurais captam as flutuações da mente do interator
e os transmitem ao organismo que responde com sons e movimentos. “Caracolomobile” é um robo diferente. É leve e se
expõe sobre um espelho d’água que, por sua vez, é circundado de espelhos, mostrando seus diversos lados. O robo abre-
se produzindo sons graves quando o interator está relaxado e fecha-se emitindo sons agudos quando ele está estressado.
40
(BCI – Brain Controller Interface) utilizando um capacete25
que capta atividades neurais
relacionadas a estados afetivos, expressivos e cognitivos de quem o usa (Pichiliani, Hirata & Fraga,
2012). Como artista interessam-me as possibilidades simbióticas, expressivas, decorrentes das
relações de afeto que acontecem nas interações dos humanos com as máquinas. Isso me levou a
experimentar algumas possibilidades, como por exemplo, o estado emocional do interator vir a
afetar os comportamentos dos agentes virtuais autônomos (Fraga, Louro & Pichiliani 2013).
Figura 11: Processos de crescimento, Implementação poética do algoritmo “Fractal growth”, projeto “S.O.S_Σ”
Haveria possibilidades expressivas nessa interlocução? Investigando o assunto escolhi
realizar um projeto — “VariacoesNumericas” —nele trabalhando com polaridades. Criei seis
cibermundos (mundos virtuais) organizados com características opostas. Os efeitos antagônicos
obtidos visam acentuar a expressividade dos resultados poéticos. Esse é um trabalho experimental
ainda em processo. Mas são bastante excitantes as situações preliminares dele emergentes (Fraga,
Louro & Pichiliani, 2013).
Nos dois primeiros cibermundos criados, “Branqueza” e “Negreza”, a emoção do interator,
captada pelo capacete neural, afeta a velocidade de esferas que quicam por um plano irregular no
Ver:<http://www.youtube.com/watch?v=ya4N2AcXyE8>, <http://www.emocaoartficial.org.br/en/artistas-e-
obras/emocao-5-0/>, e <http://vimeo.com/15751832>. 25
O capacete neural foi desenvolvido pela empresa Emotiv. Ele conta com 16 sensores que captam estados afetivos,
expressões faciais e pensamentos relacionados com movimento. Escolhi para este projeto a interface afetiva. Para o
capacete ver: <http://emotiv.com >.
41
espaço tridimensional. Em “Branqueza”, um cibermundo onde predominam tonalidades brancas, as
esferas ficam frenéticas quando o interator está excitado ou agitado. Em “Negreza”, um cibermundo
onde predominam tonalidades negras, ao contrário, as esferas movem-se lentamente, respondendo
ao mesmo tipo de emoção; nele as esferas aumentam sua velocidade somente a partir de estados
afetivos mais tranquilos. Metaforicamente é como se elas se paralisassem, com “medo” ou
“cautela” num ambiente estressado e voltassem às suas vidas normais num ambiente mais tranquilo
(ver figuras 12 e 13).
Figura 12: Exoendogenias: cibermundo “Branqueza”, projeto “VariacoesNumericas”, o comportamento dos agentes
(esferas rosas) é afetado pelo estado emocional do interator captado por interface neural
A seguir criei dois cibermundos, “Canibalização” e “Pacificação”, com agentes autônomos
procuradores e escapadores, como os descritos anteriormente. No primeiro deles, a emoção do
interator afeta os parâmetros dos agentes relacionados aos comportamentos de “procurar” e de
“fugir”, produzindo correrias pelo espaço virtual. Desse modo, os agentes podem, até mesmo, serem
transformados em predadores e presas como no algoritmo original. No segundo, o mesmo tipo de
emoção afeta de modo oposto os comportamentos de “procura” e “fuga”, dificultando o encontro
dos agentes, fazendo, em casos extremos, com que os dois bandos — procuradores e escapadores —
nunca interajam entre si. No entanto, se o inteator está tranquilo eles realizam sua coreografia
improvisada habitual (ver figuras 14 e 15).
42
Figura 13: Exoendogenias: cibermundo “Negreza”, projeto “VariacoesNumericas”, o comportamento dos agentes
(esferas laranjas) é afetado pelo estado emocional do interator captado por interface neural
Finalmente criei outros dois cibermundos, “Lento” e “Alegro”, com processos autônomos de
crescimento. No primeiro o estado emotivo do interator afeta o tempo de crescimento das formas
que compõem o cibermundo, apressando-o. No segundo, esse tempo se torna mais lento (ver figuras
16 e 17). Denominei EXOENDOGENIA26
ou interação exoendogênica a esses tipos de interação.
Nas interações exoendogênicas além das interações exógenas e endógenas habituais,
acontece também uma interação “mente a mente”: a mente humana afeta a “mente” maquínica, a
qual responde mudando seus comportamentos. Dessa forma foi possível integrar,
interdependentemente, processos humanos e maquínicos, de modo que o intercambio resultante
fizesse com que, através dessas interações, acontecesse uma simbiose, ainda bastante rudimentar
mas, já capaz de provocar as alterações desejadas nos processos internos, isto é, nos
comportamentos, dos agentes autônomos.
26
Um dia, em meu atelier, quando apresentava os resultados preliminares dessa pesquisa para a professora Prof. Dra.
Maria Crista Castilho Costa e a secretária da Comissão de Pesquisa, Edna Casemiro, ambas da ECA-USP, eu lhes dizia
que precisava de um novo nome para expressar a complexidade do processo sem ter que descrevê-lo em detalhes cada
vez que a ele me referisse. Num dado momento da conversa, chegamos as três, unanimemente, a esse termo. Como ele
sintetiza o fenômeno pesquisado resolvi adotá-lo.
43
Figura 14: Exoendogenias: cibermundo “Canibalização”, projeto “VariacoesNumericas”, os comportamentos dos
agentes (bumerangues azuis e magenta) são afetados pelo estado emocional do interator captado por interface neural
Figura 15: Exoendogenias: cibermundo “Pacificação”, projeto “VariacoesNumericas”, os comportamentos dos agentes
(bumerangues azuis e vermelhos) são afetados pelo estado emocional do interator captado por interface neural
44
Figura 16: Exoendogenias: cibermundo “Lento”, projeto “VariacoesNumericas”, os comportamentos dos agentes
(imagens esbranquecidas e cilindros) crescem lentamente quando o estado emocional do interator, captado pela
interface neural, está tranquilo
Figura 17: Exoendogenias: cibermundo “Alegro”, projeto “VariacoesNumericas”, os comportamentos dos agentes
(imagens de ovos estalados e cilindros) crescem rapidamente quando o estado emocional do interator, captado pela
interface neural, se apresenta mais estressado
45
O resultado poético e expressivo e a emergente simbiose abriram para mim um excitante
campo de possibilidades experimentais. Sabemos hoje que um computador digital não é análogo ao
cérebro (Kaku, 2012: 90). Um computador digital tem como modelo um processo concebido pelo
matemático Alan Turin o qual é chamado de “Máquina de Turin”. Essa máquina conceitual é
formada por uma entrada de dados, um processador e uma saída dos mesmos após sua
transformação. O que essa máquina pode fazer e que o cérebro, em geral, não pode é realizar uma
quantidade gigantesca de cálculos. O cérebro humano, por outro lado, renova constantemente seus
circuitos sendo um sistema distribuído de processos que se realizam em paralelo e que estão
distribuídos pelo corpo. Ele não precisa de processador central, sistema operacional, ou aplicativos.
Por outro lado, ele é capaz de estabelecer conexões e resolver, por um processo desconhecido,
inexplicável, que às vezes chamamos de intuição ou inspiração, problemas que não são
matematicamente computáveis por uma máquina de Turin (Penrose, 1977: 104). Metaforicamente
podemos estabelecer certas analogias entre esses processos. Mas, na realidade as metáforas e
analogias causam mais equívocos do que esclarecimentos.
Os cientistas começam hoje a compreender o modo como as emoções são fundamentais para
que a inteligência se manifeste ((Damásio, 2011) e (Nicholelis, 2012)). Constatam que, sem
emoções, sensações ou curiosidades a inteligência humana fenece ou embrutece (Picard, 2000).
Experimentar com emoções e sensações tem sido o foco das artes ao longo da história humana. Não
é de se admirar que as possibilidades de miscigenar o afeto humano e o comportamento maquínico,
mesmo que de modo ainda muito incipiente, apresentem para mim um grande fascínio.
Considerações finais
Concluo destacando que enfoco as obras de Arte Computacional como realidades virtuais,
robóticas ou mistas, as quais atualizam-se por meio de processos computacionais simulados ou
robóticos. As realidades virtuais são simulações de pequenos 'mundos', fechados em si mesmos, e
limitados pelo potencial da máquina que transcodifica seus programas em sensações. Uma realidade
virtual é uma simulação. Uma realidade virtual pode caracterizar-se como mundo fantasmagórico,
onírico, ou poético; pode possibilitar exercícios matemáticos ou lógicos; pode explorar estados da
mente; ou ainda, pode mimetizar realidades físicas criando situações para treinamento,
aprendizagem, terapia, jogos ou efeitos especiais para cinema, oferecendo flexibilidade e ampla
variedade de opções. Uma realidade virtual caracteriza-se como um micro universo, um modelo,
uma unidade totalizadora de todos os processos sígnicos que a constituem; é um argumento que
oferece um enunciado aberto à interação.
46
Para mim, se “uma imagem vale por mil palavras uma simulação interativa, uma realidade
virtual, vale por mil milhões delas” (Fraga, 2012c).
Em engenharia e ciências as simulações buscam mimetizar a realidade criando aparências
realistas para os universos virtuais. Essas simulações são ferramentas úteis para cientistas diversos,
médicos, dentistas, designers, arquitetos e engenheiros, entre outros. Apesar do aspecto sedutor da
imagem “realista”, de um ponto de vista relacionado à pesquisa em arte, em minha opinião, essa
característica pode embotar seu potencial agenciador de linguagens. Este potencial ainda não teve
tempo de ser extensivamente explorado no contexto da jovem Arte Computacional.
Pergunto: replicar a realidade física basta ao artista pesquisador? Não existe no humano um
fascínio intelectual na busca pelo desconhecido que pode excitar as mentes mais inquietas? Não são
essas mentes fascinadas pelos acontecimentos imprevistos, os universos abstratos de relações,
conexões, formas, sequências, sons, texturas, sensações, espaços e tempos, enfim, por
agenciamentos expressivos altamente significativos para a mente humana? Quais os tipos de
experimentos poéticos que só poderão ser explorados nesses universos? Estamos tão acostumados
com a nossa realidade física que, muitas vezes, não apreciamos a estranheza decorrente da
exploração das linguagens; das possibilidades de ultrapassar os limites físicos e experimentar com o
muito grande e o muito pequeno; de olhar para o futuro e de não ficar, ou nostalgicamente
lamentando um passado que já se foi, ou tentar recriá-lo desvalorizando aquilo que necessita ser
desenvolvido no presente.
Quanto às realidades robóticas ou mistas podemos dizer que os processos autônomos para
elas, hoje, programados podem produzir fenômenos emergentes que dariam a artistas de séculos
passados a inefável sensação de estarem recriando algo além de ilusões complexas ou sofisticados
autômatos. Um robô ou uma máquina autônoma é um sistema integrado por dispositivos físicos
compostos por microprocessadores, sistemas de sensores capazes de realizar sensoriamento do
ambiente onde atuam, de atuadores capazes de realizar movimentos e ações nesse ambiente e por
programas lógicos capazes de possibilitar as ações autônomas, independentes, para as quais os
dispositivos que o compõem são programados. Robôs, portanto, são artefatos formados por um
conjunto de dispositivos que realizam operações lógicas programadas capacitando-os para lidar com
as incertezas e para tomar decisões, indo muito além das capacidades de um autômato (Norvig &
Russell, 2003).
Gostaria de finalizar, repetindo o que tenho dito em outros artigos e ensaios, que a mim me
parece que viver, sendo animal ou planta, é lutar diuturnamente contra a entropia; ser humano é
47
fazê-lo conscientemente; fazê-lo em simbiose com as máquinas é estender essa luta ampliando o
campo de atuação humano.
O assunto é fecundo e as possibilidades incrivelmente instigadoras, e sob certo de ponto de
vista, assustadoras. Como em qualquer outra tecnologia, há um potencial libertador/autoritário nas
tecnologias computacionais que dependerá do quem define as metas de seus programas e do
como/porque são implementados. Gosto de imaginar as possibilidades mais otimistas e pró-ativas.
Nelas, o compartilhar ações com máquinas capazes de lidar com as incertezas do ambiente, de
reagir a essas incertezas, de avaliá-las por si mesmas, e de tomarem decisões pertinentes poderá ser,
talvez, uma forma de explorar nossos potenciais desconhecidos, conhecer melhor a nós mesmos e,
quem sabe, exponenciar nossas capacidades criativas nesse processo.
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1
2
PARTE II
QUEM É QUEM
3
2.1 Pesquisas individuais
Nome: Adilson Odair Citelli
Título: Linguagens da comunicação e desafios educacionais. Formação de jovens
professores e circunstâncias midiáticas (II)
Início: 2009
Término: 2011
Descrição: Voltado ao estudo das dinâmicas educomunicativas, toma como problema central a
formação dos jovens docentes – na faixa de 30 anos quando da aplicação dos questionários e da
realização das entrevistas – para o exercício do Magistério sob as circunstâncias particulares da
produção, circulação e recepção do conhecimento e da informação em uma sociedade
fortemente marcada pelos meios de comunicação.
Palavras-chaves: comunicação, educação, formação de professores
Nome: Adriana Lopes da Cunha Moreira
Título: Análise, percepção e interpretação musical de obras compostas durante os séculos
XX e XXI: subsídios para uma compreensão da obra de Almeida Prado
Início: 2011
Em andamento
Descrição: Abrangeu a análise musical e duas de suas interfaces mais diretas – percepção e
interpretação – de obras compostas durante os séculos XX e XXI, em particular do compositor
brasileiro Almeida Prado (1943-2010). Com isso, permitiu um aprofundamento sobre os
aspectos formadores das tendências composici333onais do período, consideradas associação de
técnicas de análise musical desenvolvidas contemporânea e internacionalmente. Alunos da
Graduação e da Pós-Graduação em Música participaram da pesquisa, que teve por objetivo
contribuir para a compreensão, produção e divulgação bibliográfica e sonora de material
analítico-musical vinculado à produção científico-musical internacional.
Palavras-chaves: análise musical, música dos séculos XX-XXI, piano, José Antonio Rezende
de Almeida Prado
Nome: Adriana Lopes da Cunha Moreira
Título: A Poética nos 16 Poesilúdios para piano de Almeida Prado: análise musical
Início: 2000
Término: 2002
Descrição: Entre 2000 e 2002, a pesquisadora desenvolveu, com apoio da FAPESP, pesquisa
que visou estudar, analisar e divulgar a música contemporânea brasileira. Explorou aspectos
4
relacionados ao tempo, à dinâmica, ao timbre, à textura e à estrutura, com ênfase no estudo do
material formado com base na organização de conjuntos. Teve como complemento a gravação
da obra em CD, interpretada pela pesquisadora. A conclusão da pesquisa identificou elementos
unificadores em cada peça e elaborou considerações acerca da estrutura da obra. Em 2005, a
pesquisa recebeu o I Prêmio José Maria Neves: Mestrado, concedido pela Associação Nacional
de Pesquisa e Pós-Graduação em Música (ANNPOM) à melhor Dissertação produzida em
universidades brasileiras no período.
Palavras-chaves: análise musical, música do século XX, piano, José Antonio Rezende de
Almeida Prado
Nome: Adriana Lopes da Cunha Moreira
Título: Análise musical de peças para piano compostas por Olivier Messiaen e Almeida
Prado na década de 1980: Inter-relação entre conjuntos, textura, rítmica e movimento
Início: 2008
Término: 2010
Descrição: A pesquisa teve o principal objetivode interrelacionar análises musicais de obras
para piano compostas na década de 1980 pelo francês Olivier Messiaen (1908-92) e pelo
brasileiro Almeida Prado (1943-2010) – uma vez que podem ser verificadas concomitantes
mudanças nos procedimentos composicionais de ambos nesta fase. Na conclusão, foram
definidos traços condutores que podem ter direcionado o uso das técnicas de composição
presentes nas peças analisadas.
Palavras-chaves: análise musical, música do século XX, piano, José Antonio Rezende de
Almeida Prado, Olivier Messiaen
Nome: Adriana Lopes da Cunha Moreira
Título: Olivier Messiaen: Inter-relação entre conjuntos, textura, rítmica e movimento em
peças para piano
Início: 2004
Término: 2008
Descrição: A pesquisa de doutoramento propôs associar técnicas de análise musical
desenvolvidas durante os séculos XX e XXI aos conceitos teóricos proferidos por Olivier
Messiaen no livro Technique de mon langage musical (Messiaen 1944a e 1944b), e nos três
primeiros volumes do Traité de Rythme, de Couleur, et d’Ornithologie (Messiaen 1994a, 1994b
e 1994c). Demonstrou a eficiência do procedimento, através da apresentação de cinco análises
de peças para piano compostas por Messiaen, contextualizadas tanto por dados biográficos do
compositor, como por artigos anteriormente escritos por pesquisadores teoricamente relevantes.
Palavras-chaves: análise musical, música do século XX, piano, Olivier Messiaen
Nome: Alexandre Fontainha Ficarelli
5
Título: A música brasileira de câmara para madeiras - de José Siqueira e Francisco
Mignone
Início: 2008
Em andamento
Descrição: O projeto contempla o resgate de obras em bibliotecas e acervos particulares,
propondo a catalogação e a edição de obras seletas. Os manuscritos, em sua maioria, apresentam
falhas e rasuras, algumas obras se apresentam em duplicidade e aconselha-se o uso de
determinado material com a finalidade de viabilizar ao intérprete ou estudioso um melhor
entendimento do texto. A existência de inúmeras obras de envergadura dentro da música de
câmara de José Siqueira e Francisco Mignone compõe um panorama muito mais abrangente das
técnicas composicionais destes compositores.
Palavras-chaves: música de câmara, Francisco Mignone, José Siqueira
Nome: Alice Kiyomi Yagyu
Título: HANA - A arte do ator Nô
Início: 2011
Em andamento
Descrição: Revisão bibliográfica da dissertação de mestrado para publicação. O mestrado foi
concluído em 1995, sob orientação do Prof. Dr. Jaco Guinsburg.
Palavras-chaves: Nô, ator, Zeami
Nome: Alice Kiyomi Yagyu
Título: ProCriA - Processos criativos do ator
Início: 2011
Em andamento
Descrição: Grupo de pesquisa que objetiva investigar práticas do trabalho do ator sobre si mesmo na formação e organização de repertórios técnico-poéticos para a cena em suas diversas linguagens. É um espaço de experimentação, com orientação para a concretização de projetos de pesquisa individuais e coletivos, nas áreas de criação, interpretação, treinamento e dramaturgia do ator. . Alunos envolvidos: Graduação: (9) .
6
Palavras-chaves: processos criativos, ator, dramaturgia
Nome: Alice Kiyomi Yagyu
Título: Do Kyogen ao Qioguem - um percurso Oriente-Ocidente na arte do ator
Início: 2011
Em andamento
Descrição: Revisão bibliográfica, para publicação da tese de doutorado defendida em 2009, na
ECA/USP, sob orientação do Prof. Dr. Jaco Guinsburg. Kyogen, o teatro clássico cômico
japonês do século XIV, é visto sob a ótica da arte do ator: tradição, formação e treinamento,
com o intuito de trazer contribuições para o trabalho do ator ocidental, brasileiro.
Palavras-chaves: Kyogen, ator, transmissão, tradição
Nome: Alice Kiyomi Yagyu
Título: A palavra no contexto da cena
Início: 2011
Em andamento
Descrição: Projeto que investiga a vocalidade da palavra no processo de criação do ator. O domínio da palavra na criação atoral implica um estágio superior da evolução artística do ator, em que este deve fazer a distinção entre a frase racionalizada e a frase liberada, que se dirige ao encontro do outro, impregnada de desejos, antecedentes e ações. Com base nos escritos de María Knébel, discípula de Stanislavsky, e Vassiliév, discípulo de Knebel, o projeto pretende analisar o trabalho com a palavra artística através de textos teóricos e dramatúrgicos." Participantes: Profa.Dra. Alice Kiyomi Yagyu e Prof. Dr. José Batista Dal Farra Martins . Integrantes: Alice Kiyomi Yagyu / José Batista Dal Farra Martins - Integrante.
Palavras-chaves: palavra, vocalidade, ação, criação
Nome: Alice Kiyomi Yagyu
Título: Dramaturgia do real
Início: 2012
Em andamento
7
Descrição: Investigação em torno da memória, da intimidade e da teatralidade que existe fora do teatro, em zonas instáveis como o espaço íntimo familiar. Identificação de princípios como UMF-Umbral Mínimo de Ficção, denominação concebida pela diretora argentina Vivi Tellas, para a identificação de elementos de teatralidade no real. Coordenação: Alice Kiyomi Yagyu
Palavras-chaves: teatros do real, biodrama
Nome: Alice Kiyomi Yagyu
Título: Travessias em Conflito - o lado B da imigração japonesa no Brasil Início: 2012 Em andamento Descrição: O centenário da imigração japonesa no Brasil, comemorado no ano de 2008, colocou em evidência a contribuição dos nikkeis na agricultura, na economia, nas artes, na política, na ciência e nas universidades no país. Estima-se que haja três milhões de nikkeis ao redor do mundo, sendo que metade deles reside no Brasil. Se por um lado é indiscutível o aumento da participação dos descendentes de japoneses na cena teatral paulista, por outro, raros são os trabalhos que trazem questões sobre a identidade e a experiência dos nikkeis em São Paulo. Este projeto propõe desenvolver uma investigação em torno da memória dos nikkeis na cidade de São Paulo, para a criação de uma obra dramatúrgica sobre e com nikkeis.. Integrantes: Alice Kiyomi Yagyu / Alexandre Kishimoto - Integrante.
Nome: Amilcar Zani Netto
Título: Vida e arte na Coleção Clara e Edward Steuermann
Início: 2003
Em andamento
Descrição: A pesquisa tem por objetivo apresentar, analisar, publicar e disponibilizar, para
divulgação e estudo, o material contido na Coleção Clara e Edward Steuermann. Este material
se encontra atualmente na Divisão de Música da Biblioteca do Congresso de Washington, D.C.,
Estados Unidos. Personalidades determinantes na História da Música do século XX, Clara e
Edward Steuermann reuniram por décadas um material precioso que envolve uma vastíssima
correspondência familiar. A pesquisa disponibiliza no site www.projetosteuermann.usp.br
extensa documentação contendo cartas, documentos, partituras orignais, filmes e gravações.
Palavras-chaves: música, piano, composição, dodecafonismo, Segunda Escola de Viena,
didática
8
Nome: Amilcar Zani Netto
Título: Robert Schumann 200 Anos - A dobra schumaniana
Início: 2009
Em andamento
Descrição: Realização de atividades culturais relacionadas ao compositor Robert Schumann,
que pelo seu genio criativo e pela singularidade de procedimentos se conjuga a experimentos
artísticos originias atuais. O projeto envolve a criação, aprodução e a apresentações de um
Concerto-instalação, obra intermídia que alia performance pianística à criação videográfica em
tempo real, exposição de gravuras e registros documentais relacionados e organização de
Simpósio composto de palestras e debates. Além disso, inclui a produção de material gráfico
paradidático acerca do memorial descritivo de todas as fases do processo, com a produção de
um livro e um DVD. Projeto inscrito e aprovado na Lei Rouanet do Ministério da Cultura
(MINC).
Palavras-chaves: música, ates visuais, Romantismo Alemão, performance, intermídia
Nome: Anderson Vinicius Romanini
Título: Laboratório Transdisciplinar de Semiótica
Início: 2011
Em andamento
Descrição: O projeto pretende investigar a hipótese de que a comunicação, entendida como
semiose, é um elemento ontológico da realidade, o que sustentaria uma Teoria Realista da
Comunicação. Para tanto, prevê a criação do Laboratório Transdisciplinar de Semiótica (LTS),
estruturado na forma de uma rede de compartilhamento de idéias e informações entre
pesquisadores de variadas áreas do saber no Brasil e no exterior interessados em aplicar a
semiótica sobre diferentes fenômenos da realidade.
Palavras-chaves: Semiótica, transdisciplinaridade, sistema, Comunicação, Ontologia
Nome: André Chaves de Melo Silva
Título: Jornalismo e Ciência: conceitos, métodos e sua história na imprensa brasileira
Início: 2011
Em andamento
Descrição: O projeto tem como meta principal a análise da produção jornalística de alguns
veículos impressos brasileiros por meio da comparação entre suas diferentes narrativas, visando
o mapeamento de suas características e sua classificação entre divulgação ou comunicação
científica. A iniciativa também envolve o estudo das transformações pelas quais a produção de
9
cada veículo passou enquanto reflexos das mudanças editoriais nas mídias estudadas, e das
mudanças históricas da sociedade brasileira, as quais sempre se refletem nas representações e
valores de cada época.
Palavras-chaves: jornalismo científico, comunicação científica, divulgação científica, história
da imprensa
Nome: Antonio Carlos de Araujo Silva
Título: Práticas pedagógicas para o ensino de Direção Teatral
Início: 2011
Em andamento
Descrição: O projeto pretende mapear e analisar as práticas relativas ao ensino da direção
teatral, tanto em âmbito universitário, quanto em ateliês de formação ligados a teatros. O ponto
de partida é o primeiro curso formal da área, proposto por Meyerhold em 1918, para então
investigar os alcances e limitações de algumas perspectivas de aprendizagem: o autodidatismo;
o modelo mestre-aprendiz; a codificação técnica dos conservatórios e a formação universitária
com ênfase na pesquisa. Nesse último caso, pretende-se estudar as experiências desenvolvidas
por algumas universidades de ponta, entre elas a ECA-USP, além de aprofundar a discussão
sobre a aprendizagem da direção no âmbito da graduação ou da pós-graduação.
Palavras-chaves: encenação, pedagogia da direção teatral, ensino universitário de artes
Nome: Antonio Carlos Moraes Dias Carrasqueira
Título: Estudos criativos para o desenvolvimento harmônico do instrumentista melódico
Início: 2008
Em andamento
Descrição: A pesquisa gerou um livro, em fase de conclusão, que propõe o aprendizado com a
produção de conteúdo. Sua parte central consiste basicamente na composição de exercícios que,
tendo a improvisação como ferramenta essencial, estimulem a criatividade e o entendimento,
por parte do aluno, dos diferentes elementos da linguagem musical.
Palavras-chaves: performance, criatividade, improvisação, entendimento da linguagem musical
10
Nome: Arlindo Ornelas Figueira Neto
Título: CCO- Country of Origin Effect Uma pesquisa da imagem de Portugal enquanto
destino de intercâmbio de graduação
Início: 2013
Em andamento
Descrição: Os estudos de Country of Origin Effects têm sido amplamente divulgados nos meios
acadêmicos e visam basicamente detectar e mensurar os efeitos da origem dos produtos,
serviços e marcas na percepção, imagem, qualificação e compra dos mesmos. Evidências
empíricas mostram que o país de origem tem considerável influência nas decisões de compra
dos indivíduos, que por vezes sobrepujam a importância de variáveis intrínsecas aos produtos e
serviços nos processos decisórios de compra. Entendendo os intercâmbios como “produtos”,
que são escolhidos por fornecerem experiências de aprendizado, tanto acadêmicas, como de
vida, diferenciadas aos discentes, pudemos desenvolver hipóteses que o processo de decisão por
um intercâmbio no exterior é influenciado por variáveis ligadas à percepção do país receptor,
que por sua vez influencia a percepção das instituições de ensino receptoras de nossos alunos.
Em 2011 foram realizadas várias pesquisas qualitativas no âmbito da disciplina CRP-0285-
Pesquisa em Publicidade, que mostraram a existência de preconceitos e falta de informação
sobre o Portugal contemporâneo e que isso poderia afetar a escolha deste país como destinação
de intercâmbios acadêmicos. A quantificação do peso e da influência destas variáveis pode ser
mensurada através deste tipo de pesquisa e servir de base para a Comunicação Persuasiva das
Instituições Acadêmicas ampliarem suas intercâmbios.
Palavras-chaves:
Nome: Arlindo Ornelas Figueira Neto
Título: Subsídios para uma atualização da habilitação Publicidade e Propaganda – a
necessidade de sinergia entre as demandas da carreira e a potencialidade acadêmica
Início: 2013
Em andamento
Descrição: Ainda que a carreira de Publicidade e Propaganda da ECA/USP seja, de longa data,
uma das mais concorridas no vestibular da FUVEST e que seu projeto político-pedagógico
tenha sido atualizado constantemente e seja fonte de inspiração para as habilitações correlatas
de várias IES, em todo o Brasil, é inegável que as incontáveis mudanças ocorridas na atividade
publicitária, tanto tecnológicas como no mercado de trabalho, sinalizam claramente a
necessidade de uma reflexão mais profunda sobre a graduação na carreira. Considerando que os
conceitos tradicionais de Publicidade e Propaganda revelam-se anacrônicas diante da
miscigenação com outras ferramentas de comunicação mercadológica e ao mesmo tempo
considerando as transformações pelas quais passa o ensino de graduação nas universidades
europeias e norte-americanas, a pesquisa tem buscado ouvir os principais públicos envolvidos
nesta graduação, instituições de ensino, docentes da área, alunos, profissionais e empresários da
comunicação, para subsidiar sugestões de mudança no atual projeto político-pedagógico e
11
orientações para uma nova grade curricular. A finalidade última do estudo é portanto,
transformar-se na principal inspiração para uma grande evolução no ensino da comunicação
mercadológica.
Palavras-chaves:
Nome: Armênio de Souza Rangel
Título: Desenvolvimento de um modelo para a estimação dos impactos econômicos do
turismo doméstico e internacional no Brasil
Início: 2011
Em andamento
Descrição: Dada a importância econômica e social crescente das atividades de turismo no
Brasil, a pesquisa tem por objetivo principal analisar os impactos do turismo doméstico e
internacional com relação ao produto, renda e emprego. Ou seja, dado um determinado
montante de gasto turístico doméstico e internacional, irámensurar o impacto final na geração de
renda e de emprego.
Palavras-chaves: Leontief, impactos econômicos, turismo
Nome: Armênio de Souza Rangel
Título: Análise do ciclo de investimento da indústria de hospedagem
Início: 2011
Em andamento
Descrição: A indústria de hospedagem tem se deparado com o problema recorrente de ajustar a
capacidade de oferta de leitos à demanda. O objetivo da pesquisa é analisar os determinantes do
investimento em hospedagem caracterizado pelo longo período de maturação dos novos
investimentos o que tem conduzido a um desajuste recorrente entre oferta e demanda.
Palavras-chaves: hospedagem, investimento, excesso de capacidade
12
Nome: Artur Matuck
Título: Literaterra: proposição para escrita híbrida
Início: 2011
Em andamento
Descrição: Literaterra é um projeto de pesquisa envolvendo conceitos, teorias, projetos,
tecnologias e práticas escriturais relacionados à leitura e à escrita digitais. O projeto busca
investigar a utilização de métodos de escrita computacional na concepção, criação, enunciação,
leitura e interpretação de textos, enfatizando a atuação do computador como elemento
deflagrador, ao instaurar novos processos, metodologias e questões teóricas nas práticas da
escrita. Literaterra destina-se a projetar e instituir um instrumento tecno-linguístico para escrita
híbrida humano-computacional. Este aplicativo será por sua vez a ferramenta para a criação de
textos visando a atualização de um experimento escritural intitulado Eksperimento.
Palavras-chaves: linguística computacional, neologismo, interação humano-
computacional, escrita digital.
Nome: Artur Matuck
Título: Arte Telemática
Início: 2011
Em andamento
Descrição: O projeto se propõe a produzir uma reflexão teórica, cultural e histórica acerca da
Arte Telemática, investigando desde os primeiros trabalhos até os mais recentes deste gênero
artístico recentemente estabelecido. Além disso, dispõe-se a investigar práticas de criação
telemediática que conduzam a propostas e eventos de Telecomunicação, Telepresença ou
Webarte e a formas de autoria resultantes da utilização de teletecnologias e de programas
especializados para atuação na Web.
Palavras-chaves: telecomunicação interativa, telepresença, arte dialógica, meta-
autoria, teletecnologia, arte a distância, webarte.
Nome: Artur Matuck
Título: Teoria, História e prática da meta-escritura
Início: 2011
Em andamento
13
Descrição: O conceito de Meta-Escritura fundamenta-se numa perspectiva do processo de
autoria desenvolvido em muitas obras contemporâneas de arte e tecnologia. Este conceito
desdobra o processo de criação em estágios distintos e sucessivos: o primeiro, chamado meta-
texto, atua como gerador, determinador do segundo, o texto propriamente dito, que atualiza o
metatexto, realizando o projeto enunciado. Propõe-se, assim, uma metodologia de criação e
produção mediática. No primeiro nível, estabelece-se um metadiscurso, uma espécie de partitura
mediática, que determina, planeja e direciona as interfaces operacionais entre o criador, seus
processos escriturais, seus instrumentos, programas e eventuais colaboradores.
Palavras-chaves: meta-autoria, modelos de escrita, desenho de sistemas midiáticos, meta-texto,
expressão coletiva, pedagogia mediática.
Nome: Artur Matuck
Título: A Emergência do Eletroscrito: Ars Combinatoria e os processos computacionais de
criação textual
Início: 2011
Em andamento
Descrição: Uma investigação teórica acerca da utilização de procedimentos computacionais
para a criação literária ou textual implica necessariamente uma reflexão sobre a linguagem e o
pensamento, sobre a fundamentação combinatória da linguagem e consequentemente sobre os
processos matemático- computacionais de criação estética. Uma discussão sobre a escrita
combinatória implica ainda em uma reflexão sobre autoria e tecnologia. O eletroescrito
representaria a resultante de uma linha histórica da autoria extra-textual, não-linear, na qual o
planejamento anterior ao texto desempenha um papel preponderante. O autor surgiria nesse
processo como um meta-autor, estruturando a criação textual a partir de sistemas combinatórios.
A partir desta constatação, a recombinatória foi gradualmente percebida como uma possível
ferramenta para a construção, não apenas do texto, mas também do próprio conhecimento.
Palavras-chaves: Ars Combinatoria, processos combinatórios,recombinatória, meta-autoria
Nome: Artur Matuck
Título: O Eletroescrito e os Direitos autorais no contexto digital
Início: 2011
Em andamento
Descrição: A Eletroescritura constitui-se em uma disciplina emergente gerando teorias, práticas
e aplicativos para computadores que transformarão continuamente a escrita. Os textos,
tradicionalmente considerados como objeto fechados, tornaram-se matéria potencial para a re-
informação, matrizes para a inter-relação e a recombinação. A escrita, e por extensão o
pensamento serão cada vez mais entendidos como processos dialógicos conjugando habilidades
humanas e processos maquínicos. Os processos eletroescriturais farão uso tão intenso de
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estruturas de dados que tanto a criação quanto a invenção serão pensadas e atualizadas como
processos de re-informação. Deste modo, os eletroescritos utilizarão crescentemente material
proprietário, em sistemas de geração de informação, desafiando a base teórica da propriedade
intelectual e dos direitos de autor. Os textos, enquanto entidades informacionais, terão que se
tornar interconectáveis e legalmente livres para interagir, para que novas propostas possam ser
concebidas ou maquinicamente construídas.
Palavras-chaves: Eletroescritura; Re-Informação; Direito Autoral; Propriedade Intelectual;
Autoria Colaborativa; Geração Computacional de Textos
Nome: Artur Matuck
Título: Performance, Psique, Mediatectura
Início: 2011
Em andamento
Descrição: O projeto envolve experimentação da linguagem artística da performance, aliada a
investigações de caráter subjetivo, pessoal e introspectivo conduzidos através de processos de
mediatectura no qual sistemas mediáticos são reconceituados e redesenhados. O projeto busca
integrar o conhecimento teórico, histórico e contemporâneo da psicanálise às propostas de
investigação artísticas recentes que envolvem a presença do corpo em cena diante de e em
interação com tecnologias mediáticas e computacionais.
Palavras-chaves: performance e subjetividade, arte e psicanálise, mediatectura, arquitetura de
mídia, corpo mediático.
Nome: Asa Fujino
Título: Ensinar com pesquisa: um olhar sobre a ação didático-pedagógica em
Biblioteconomia e Ciência da Informação
Início: 2008
Em andamento
Descrição: O projeto propõe o estudo da articulação entre pesquisa e ensino no curso de
Biblioteconomia e Documentação da ECA-USP. Diversas experiências de articulação vêm
sendo desenvolvidas em disciplinas do curso. No entanto, elas necessitam ser acompanhadas e
avaliadas para possibilitar aperfeiçoamentos. Na fase I, desenvolvida no decorrer de 2008,
foram empreendidos três projetos para pesquisar o ensinar em Biblioteconomia e Ciência da
Informação, priorizando três facetas: o ensino da atividade de pesquisa; o acompanhamento
acadêmico do estágio curricular; e o ensino da Análise Documentária. Na fase II , o objetivo é
complementar os diagnósticos feitos na fase I sobre estratégias didático-pedagógicas a partir
entrevistas a docentes responsáveis pelas disciplinas analisadas e desenvolver novo projeto
sobre a inserção das TICs nas disciplinas do curso.
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Palavras-chaves: articulação, ensino e pesquisa, ensino de Biblioteconomia e Documentação,
ensino de Ciência da Informação, TICs no Ensino
Nome: Asa Fujino
Título: Interação produção científica e produção tecnológica: métodos e critérios de
avaliação
Início: 2008
Em andamento
Descrição: A pesquisa se insere no contexto da discussão sobre o distanciamento entre a
capacidade científica do país, medida por indicadores de produção científica, e a capacidade de
inovação autóctone, medida pelo número de patentes geradas no país. Parte-se do pressuposto
de que é necessário desenvolver metodologias e indicadores mais adequados para analisar a
relação entre produção científica e capacidade inovadora dos países. O objetivo é testar a
aplicabilidade de novas ferramentas que incluam mapas conceituais, análises de conteúdos e
estudos de citações para avaliar a participação efetiva da comunidade científica no
desenvolvimento de inovações tecnológicas do país.
Palavras-chaves: produção científica, produção tecnológica, patentes, critérios de avaliação,
indicadores, cientometria
Nome: Atílio Avancini
Título: A fotografia expandida em experimentos estéticos
Início: 2012
Em andamento – Término em 2015
Descrição: A pesquisa envolve um processo audiovisual de reflexão, criação e produção autoral,
reunindo um sistema diversificado de práticas: fotografia, música e literatura. A partir da
criação autoral de melodias (gêneros bossa nova, samba e jazz), de letras (em português e
francês) e de fotografias em cores, o estudo visa integrar expressões poético-estéticas com a
tecnologia digital. Gerado pela ideia de migração de dispositivos, a pesquisa criativa faz
envolver a fotografia de rua, a voz no ritmo, o violão imbuído das divisões sincopadas, a
interação entre canção e imagem, a simplicidade do encadeamento harmônico, os traços de
identidade audiovisual transportado para a letra, o campo da pós-fotografia. Há seis etapas no
processo de execução: concepção teórica (fundamentos); produção (realização); arranjos
musicais (possibilidades de cada canção e integração dos músicos); gravação de disco (diálogo
entre a poética musical e a técnica); edição (planos de captação e seleção); projeto gráfico (a
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linguagem visual em diálogo com a musical). A metodologia é fundamentada nos estudos de
Philippe Dubois a partir do conceito do dispositivo fotográfico alargado em variações formais
experimentais. A pesquisa se iniciou no pós-doutorado na Université Sorbonne Nouvelle Paris 3
(com bolsa Fapesp) no concerto musical “Ensemble CIUP”, apresentado em Paris na Fondation
Deutsch de la Meurthe em 15 de abril de 2012, evento selecionado e apoiado culturalmente pela
Cité Universitaire de Paris.
Palavras-chave: comunicação; arte; fotografia; música; literatura
Nome: Branca Coutinho de Oliveira
Título: Corpo trágico
Início: 2006
Em andamento
Descrição: O projeto de pesquisa que se estende sob as obras artísticas
autorais e traça um estudo da relação entre qualidade e matéria relativas à
imagem, na perspectiva das Poéticas Visuais. Tendo o corpo em devir como
objeto, procura-se estabelecer conexões entre os conceitos de intensidade e
extensão, virtual e atual. O trabalho se desenvolve com foco na investigação
preconizada pela pesquisa da sensação de caráter trágico, cujo sentido,
inaugurado por Nietzsche, diz respeito à afirmatividade de todo processo de
transmutação, que, segundo Deleuze, refere-se à noção de multiplicidade.
Trata-se, portanto, de uma poética da hibridação do atual e virtual que age no
conhecimento do real, na sua trama, estrutura e no seu homólogo simulado.
Como resultado esperado, pretende-se a criação de uma série de
experimentos estéticos, produzidos através de operações poéticas em
processos de composição dialógica entre imagens estáticas e dinâmicas nos
meios eletrônicos.
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Palavras-chaves: corpo, imagem, conceito de Trágico em Nietzsche, pesquisa
da sensação, multiplicidade, real, virtual, atual.
Nome: Branca Coutinho de Oliveira
Título: A dobra schumanniana
Início: 2010
Em andamento
Descrição: Realização de estudos, pesquisa artística e atividades culturais
relacionadas ao compositor Robert Schumann, que pelo seu gênio criativo e
singularidade de procedimentos se conjuga a experimentos poéticos originais
atuais. O projeto envolve a criação, produção e apresentações de um
Concerto-instalação, obra multimídia interativa que alia performance pianística
à criação videográfica em tempo real, exposição de gravuras e registros
documentais relacionados, e organização de Simpósio composto de palestras e
debates. Além disso, inclui a produção de material gráfico paradidático acerca
do memorial descritivo de todas as fases do processo, com a produção de um
livro e um DVD.
Palavras-chaves: Robert Schumann, Clara Schumann, Johannes Brahms,
multiplicidade, dobra schumanianna.
Nome: Brasilina Passarelli
Título: REDEFOR - Rede São Paulo de Capacitação de Professores
Início: 2010
Em andamento
Descrição: Engloba a utilização de Educação à Distância através de AVA - Ambiente Virtual
de Aprendizagem, dedicado a prover especialização aos professores de Ciências da rede pública
do Estado de São Paulo. O projeto inclui um Convênio entre a Secretaria do Estado da
Educação de São Paulo e a Universidade de São Paulo.
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Palavras-chaves: EAD, ensino público, ambiente virtual
Nome: Brasilina Passarelli
Título: Investigações ambientais na escola
Início: 2008
Em andamento
Descrição: Pesquisas alternativas para o ensino de Ciências através da incorporação de
metodologias de investigação de situações-problema e da utilização das novas tecnologias de
comunicação. Uma equipe de biólogos, químicos e pedagogos tem elaborado diversos projetos
investigativos de Ciências, que apresentam problemas verídicos situados em variados contextos
de suas áreas. Os alunos de escolas públicas de ensino fundamental e médio que utilizam estes
projetos investigativos pesquisam, postam seus dados e dúvidas, discutem e se comunicam com
outros alunos através do site <www.investigacoesambientais.futuro.usp.br>, constituindo uma
comunidade virtual de aprendizagem. A pesquisa envolve as mudanças que acontecem no
processo de ensino-aprendizagem, entre alunos e professores, pela implementação desta
metodologia e o uso da comunidade virtual nas escolas.
Palavras-chaves: novas tecnologias, Comunicação, ensino público, ensino-aprendizagem
Nome: Brasilina Passarelli
Título: Criando comunidades virtuais de aprendizagem e de prática na Pós-Graduação da
ECA/USP
Início: 2001
Em andamento
Descrição: O portal “Criando Comunidades Virtuais de Aprendizagem e de Prática” constitui
ambiente virtual integrado a um banco de dados relacional dedicado a ancorar a pesquisa , a
produção coletiva do conhecimento e a comunicação digital entre alunos do programa de pós-
graduação em CIências da Comunicação da ECA/USP. A pesquisa incluiu a concepção da
arquitetura da informação, a implementação do portal e sua manutenção em servidores da
Escola do Futuro/USP. A seção Conteúdo ancora os tópicos do programa da disciplina
explorando a convergência de mídias, incorporando textos, animações e vídeos, trabalhando
simultaneamente com a narrativa linear e a não-linear, hipertextual. Acessível em
<http://ccvap.futuro.usp.br>.
Palavras-chaves: ambiente virtual, comunicação digital, hipertexto
Nome: Brasilina Passarelli
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Título: Literacias Emergentes na WEB 2.0: pesquisas qualitativas e etnografia virtual no
mapeamento e caracterização das novas formas de aprender ; processar informação e
produzir conhecimento em rede
Início: 2007
Descrição: A trajetória do Núcleo de Pesquisa das Novas Tecnologias Aplicadas à Educação -
Escola do Futuro/USP (NAP EF/USP) fundamenta-se na articulação entre programas de
inserção das TIC´s e seus impactos nos contextos da educação formal e não-formal. Na última
década dedicou-se a projetos de pesquisa-ação sobre inclusão digital, como o Programa de
Inclusão Digital AcessaSP, bem como a pesquisas de caráter etnográfico destinadas a investigar
comportamentos dos “atores em rede” , iniciadas em 2006 e geradoras das fundações do
Observatório da Cultura Digital instituído em 2008. Enquanto a primeira onda da Internet
referia-se às ações direcionadas ao digital, a segunda onda (atual) resulta do fenômeno das redes
sociais, deslocando o foco das pesquisas e projetos do NAP EF/USP para a questão das
literacias emergentes nas redes sociais.
Palavras-chaves: TIC’s, Escola do Futuro, inclusão digital, Internet, cultura digital
Nome: Brasilina Passarelli
Título: Nexus - Da informação ao conhecimento. Portal dedicado a alunos da graduação
do CBD/ECA/USP
Início: 2001
Em andamento
Descrição: Constitui um portal web integrado a um banco de dados relacional que ancora os
conteúdos programáticos das disciplinas Recursos Informacionais I e II e Orientação
Bibliográfica, pertencentes à graduação do Departamento de Biblioteconomia e Documentação
da ECA/USP. O portal propicia aos alunos a publicação de trabalhos individuais e coletivos em
espaços dedicados, bem como em Blogs individuais criados pelos alunos. Dessa forma, estimula
a autoria e a alfabetização digital, através da utilização de recursos da Web.
Palavras-chaves: Internet, blog, alfabetização digital
Nome: Brasilina Passarelli
Projeto EntreMeios - Formação continuada com docentes em São Bernardo
Início: 2010
Em andamento
Descrição: Em parceria com a Prefeitura de São Bernardo do Campo, o projeto entre o NAP
Escola do Futuro/USP e a Secretaria da Educação promove a capacitação dos educadores da
rede pública, visando a utilização das TIC em sala de aula como recurso ao aprendizado e
aprimoramento na qualidade de ensino. O projeto também envolve a criação de uma
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Comunidade Virtual de Aprendizagem, constituindo-se como um organismo vivo para tornar
possível a troca de experiências e informações entre os envolvidos no processo, bem como a
participação em cursos online e a formação de uma rede cooperativa entre Institutos Municipais
de Ensino.
Palavras-chaves: São Bernardo do Campo, educadores, TICs, capacitação
Nome: Brasilina Passarelli
Título: Telecentros BR
Início: 2010
Em andamento
Descrição: Gestão dos telecentros administrados pelo Governo Federal no território nacional no
que tange à formação – presencial e à distância – dos seus monitores/mediadores. O projeto
contempla também a concepção e a implementação do portal , de conteúdos digitais interativos,
redes sociais e pesquisa com etnografia virtual realizada com a comunidade de usuários.
Palavras-chaves: redes sociais, telecentro, Governo Federal, conteúdos digitais
Nome: Brasilina Passarelli
Título: Programa de Inclusão Digital Acessa SP
Início: 2010
Em andamento
Descrição: O programa Acessa SP se destina a incentivar o protagonismo digital e a inclusão
social de comunidades carentes . Desenvolvido em parceria com o Governo do Estado de São
Paulo, tem como principais atividades o gerenciamento de 620 infocentros localizados no
Estado, com 50 milhões de usuários e 1200 monitres/mediadores. As atividades contemplam a
arquitetura do portal e a atualização das informações; a capacitação de monitores para os
infocentros; cursos online; plebiscitos e surveys sobre assuntos de interesse das comunidades.
Propicia ainda o desenvolvimento da cidadania e possibilita o acesso às informações nas áreas
de saúde, educação, negócios e serviços governamentais disponíveis na Internet. Detentor de
vários prêmios de melhor projeto de inclusão digital.
Palavras-chaves: inclusão digital, infocentros, Internet, capacitação
Nome: Brasilina Passarelli
Título: Observatório da Cultura Digital - Linha de Pesquisa no NAP Escola do
Futuro/USP
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Início: 2008
Em andamento
Descrição: A vida em rede trouxe inúmeras consequências para a produção cultural e para a
educação, caracterizadas por hábitos de interação e pelo uso das ferramentas comunicativas, o
que transformou as práticas educativas e os métodos e técnicas de pesquisa em comunicação e
educação. As pesquisas provenientes desses dois campos convergem para a compreensão do
processo pelo qual alunos e professores vivenciam ações mais autônomas e ao mesmo tempo
mais colaborativas por meio das redes sociais na internet. Tais mudanças exigem dos alunos a
capacidade de interpretar, avaliar e interagir com a informação de forma crítica. O NAP Escola
do Futuro/USP articula programas de inclusão digital e pesquisas de caráter etnográfico
destinadas a investigar comportamentos dos atores em rede. É, portanto, o lócus privilegiado
para as pesquisas do Observatório da Cultura Digital.
Palavras-chaves: Educação, Comunicação, Escola do Futuro, inclusão digital
Nome: Celia Maria de Moraes Dias
Título: Hospitalidade: da imagem ao simbólico
Início: 2008
Em andamento
Descrição: Pesquisa exploratória, documental e de campo, visa levantar elementos simbólicos
relacionados à hospitalidade, junto à amostra intencional de pessoas, escolhidas entre
profissionais, docentes e discentes da área de Turismo, Hotelaria e Hospitalidade. O trabalho
está baseado no exercício de aplicação de metodologia utilizada por Vasconcelos (2003), que
desenvolve o que denomina “Relatório de percepção para criação de marcas”. Pretende-se
avaliar a existência de elementos fundamentais que sirvam de referência à hospitalidade, em
particular uma hospitalidade brasileira ou “hospitalidades regionais”, de forma a poder subsidiar
análises e pesquisas para orientar a pequena hotelaria nacional, assim como a utilização de
material publicitário.
Palavras-chaves: hospitalidade, símbolos, cultura brasileira, hotelaria
Nome: Celso Frederico
Título: Trabalho e comunicação: a desmaterialização do real
Início: 2011
Em andamento
Descrição: A pesquisa procura entender como autores de diversas tendências relacionam
trabalho e comunicação. Em qual dos dois polos devemos pensar a emancipação humana? As
respostas quase sempre partiram de um determinismo tecnológico. Há aqueles que se situam no
interior de uma problemática comunicacional. A produção material seria substituída pelo
22
conhecimento, a democracia atingiria a sua perfeição na “ágora eletrônica”, e a “classe do
conhecimento” promoveria a transição de uma economia mercantil para uma “economia de
dádiva”. Uma segunda corrente parte das metamorfoses ocorridas na esfera da produção
material. No estágio pós-industrial ela perde o seu papel central ao ser substituída pela
“significação” e pela “imaterialidade”. As duas correntes convergem na desmaterialização do
real, na centralidade da comunicação e no otimismo com o desenvolvimento tecnológico.
Palavras-chaves: trabalho imaterial, teoria do valor-trabalho, comunicação, sociedade da
informação
Nome: Cibele Araújo Camargo Marques dos Santos
Título: Indicadores temáticos e de internacionalização da produção científica brasileira
em organização da informação e do conhecimento em bases de dados bibliográficas
Início: 2011
Em andamento
Descrição: Mapeamento da produção científica sobre a organização da informação e do
conhecimento em artigos indexados nas bases de dados bibliográficas internacionais para obter
indicadores temáticos e o grau de internacionalização dessa produção. Realizado a partir de
artigos de periódicos brasileiros e internacionais indexados nas bases de dados SciVerse Scopus,
Web of Science e LISA (Library and Information Science Abstract). Permitirá identificar
tendências de pesquisa e subsidiar políticas que contribuam para dar maior visibilidade à
produção científica brasileira na área.
Palavras-chaves: Produção científica, organização da informação, indicadores temáticos, bases
de dados bibliográficas
Nome: Cibele Araújo Camargo Marques dos Santos
Título: Ensinar com pesquisa - Aprimoramento de uso de AVA - Ambiente Virtual de
Aprendizagem em disciplinas da área de Organização da Informação.
Início: 2012
Em andamento
Descrição: As disciplinas de Organização da Informação e do Conhecimento voltadas para o
tratamento temático da informação, incluem processos de análise, síntese e representação de
conteúdos de documentos (impressos ou digitais) e envolvem aspectos cognitivos que requerem
o aporte de teorias e métodos da Lógica, da Linguística e da Terminologia. As teorias e
processos tornam o ensino destas disciplinas bastante complexo, visto que a teoria deve, ainda,
ser acompanhada de atividades práticas e exercícios. Estas disciplinas utilizaram o Moodle do
Stoa da USP como Ambiente Virtual de Aprendizagem para os alunos do curso de
Biblioteconomia. A ferramenta amplia as condições de ensino e aprendizagem em ambientes
socializados, permitindo que o conhecimento seja construído pelo grupo (alunos, tutores e
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docentes) através da colaboração e compartilhamento de ideias, conceitos e informação.
Consideramos que o Moodle, além de constituir-se em um repositório digital de informações
das disciplinas, pode ser aplicado com sucesso no ensino de teorias e metodologias que
envolvem aspectos complexos. Para isso, é necessário identificar recursos que possam
contribuir para aprimorar o ensino destas disciplinas e avaliar, através de questionários o
processo de aprendizagem e ensino, os recursos didáticos digitais, o desempenho e a
participação do grupo no uso destas ferramentas.
Palavras-chaves: Ambientes virtuais de aprendizagem, organização da informação, Moodle.
Nome: Ciro Juvenal Rodrigues Marcondes Filho
Título: O dilema da incomunicabilidade III
Início: 2008
Em andamento
Descrição: O projeto busca investigar o truncamento da comunicação no plano da relação entre
a subjetividade e o mundo circundante, no plano das trocas singulares entre gêneros, no plano
das irradiações impessoais "de massa" e no campo virtual. No campo das formas sociais amplas
da difusão em massa, a incomunicabilidade se dá, por hipótese, na produção e emissão de
notícias, quando as empresas de comunicação irradiam quantidades diárias de sinais, cuja
receptividade é incerta e cujos efeitos não podem ser plenamente verificados. Na formas
digitais, a incomunicabilidade ocorre por força do uso restrito das potencialidades linguísticas e
das restrições do meio. No plano intersubjetivo, a incomunicabilidade efetiva-se como diferença
inconciliável entre os sexos, desconhecendo o sexo masculino a particularidade comunicacional
lógica e existencial do feminino, tentando reduzi-la à sua fórmula e sexualidade.
Palavras-chaves: Comunicação, Incomunicabilidade, Metáporo, Teoria da Comunicação
Nome: Claudio Guimarães Cardoso
Título: Desenvolvimento de Modelo Gestão do Risco da Imagem Institucional
Início: 2012
Em andamento
Descrição: A pesquisa objetiva desenvolver um modelo de análise de risco da imagem
institucional. Para tanto, serão analisados e validados indicadores de qualidade da exposição da
imagem institucional na mídia e no mercado, visando a consolidar as correlações destes
indicadores com o modelo de análise de risco ora em desenvolvimento. Tal modelo deverá ser
capaz, ao final da pesquisa, de expressar um valor resultante da marca, tendo sido alimentado
por uma análise de conteúdos da imprensa – notícias em jornais, revistas, blogs, webnews, rádio
e TV, – e das redes sociais – twitter e facebook. O conjunto formado pelos indicadores de
exposição, seus pesos e ponderações, e pelos critérios de análise dos conteúdos, deverão resultar
em um sistema capaz de gerenciar ambientes e fatores de risco de exposição da imagem
institucional. Esta investigação integra, com alta aderência, a pesquisa já em andamento no
24
CEACOM que trata de desenvolver uma “metodologia de avaliação e mensuração do valor da
marca (tangível e intangível) a partir da contribuição da comunicação na formação dos
patrimônios financeiros, sociais e de mercado”. O nosso estudo pretende, especificamente,
lançar luz sobre o antigo desafio de estabelecer critérios consistentes de atribuição do valor de
marcas, e ainda criar uma metodologia de gestão de risco da imagem com ampla aceitação em
organizações brasileiras.
Palavras-chaves: Comunicação Organizacional, Gestão de Marcas, Gestão de Risco, Imagem
Institucional, Mensuração e Métricas, Relações Públicas e Propaganda
Nome: Clotilde Perez
Título: Tendências de Comportamento e Consumo: teorias e metodologias de investigação
Início: 2012
Em Andamento
Descrição: O projeto de pesquisa tem como objetivo estudar as tendências de comportamento e
consumo na sociedade contemporânea, a partir da fundamentação teórica da semiótica
peirceana, das demais teorias da comunicação e da antropologia. A metodologia empregada
integra o método semiótico de Peirce (1977), com o método etnográfico que privilegia a
imersão nos espaços vivenciais associado ainda à realização de entrevistas em profundidade,
observação e observação participante, fotoetnografias, filme, diários de campo, entre outros
recursos de registro e análise. Como parte da metodologia utiliza-se ainda o banco de imagens
publicitárias, um projeto de identificação, registro, análise e monitoramento de publicidade
impressa e digital que auxilia no entendimento das manifestações de consumo. O banco de
imagens publicitárias é desenvolvido junto ao GESC3 - Grupo de Estudos Semióticos em
Comunicação, Cultura e Consumo. A articulação entre teoria diversas e métodos
interdisciplinares visa identificar os caminhos possíveis para o entendimento dos fenômenos
comportamentais e suas expressões no corpo social: na publicidade, no design, na moda, da
arquitetura, na literatura, no consumo, nas manifestações de marca etc.. O projeto de pesquisa
intenciona ainda a proposição de metodologias e ferramentas passíveis de utilização em
diferentes contextos expressívos-midiáticos.
Palavras-chave: tendências - consumo - comunicação - metodologia - contemporaneidade -
comportamento
Nome: Cristian da Silva Borges
Título: Da passagem à cinemática: do fundamento da imagem cinematográfica a uma
ciência da fuga como forma de análise do movimento
Início: 2009
Em andamento
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Descrição: O projeto, em seu início, contou com bolsa de pós-doutorado da FAPESP e
supervisão do professor Ismail Xavier, e se propõe como prolongamento e aprofundamento de
algumas das questões apontadas na tese de doutorado do pesquisador, realizada na Universidade
de Paris III - Sorbonne Nouvelle, sob orientação do professor Philippe Dubois. Nela, os temas
centrais são a composição fílmica – a construção de um filme, desde as primeiras imagens na
cabeça do realizador até as últimas, surgidas na cabeça do espectador – e a identificação de um
certo “cinema em fuga” – ou de uma “fuga do cinema”, visível em alguns filmes. Daí, esboçam-
se dois pontos essenciais: a passagem como fundamento da imagem cinematográfica; e o estudo
dos “movimentos de fuga” no cinema, a Cinemática. Este projeto se realiza no LAICA,
laboratório do qual o pesquisador é vice-coordenador.
Palavras-chaves: imagem cinematográfica, passagem, cinemática, ciência da fuga
Nome: Cristian da Silva Borges
Título: Dos métodos gráficos a uma ciência da fuga como forma de análise do movimento
no cinema
Início: 2011
Em andamento
Fomento: FAPESP
Descrição: Descrição: A pesquisa propõe um estudo aprofundado do movimento no cinema –
sua função, seu sentido, sua frequência, suas recorrências e variações etc. –, a partir do estudo
dos métodos gráficos utilizados por Eadweard Muybridge e Étienne-Jules Marey, a fim de que
se possam estabelecer alguns parâmetros para o conceito de Cinemática ou Ciência da Fuga.
Pretende-se, assim, chegar a uma forma alternativa de abordagem do cinema: descartando-se a
narração de uma história como base de análise fílmica, em favor de uma narrativa outra,
executada pelos próprios corpos e formas em movimento. Esta pesquisa conta com Auxílio
FAPESP. Este projeto se realiza no LAICA, laboratório do qual o pesquisador é vice-
coordenador.
Palavras-chaves: movimento, métodos gráficos, cinemática, ciência da fuga
Nome: Débora Cordeiro Braga
Título: Análise Mercadológica de Agências de Viagens e Operadoras de Turismo
Início: 2007
Em andamanto
Descrição: Desenvolve trabalhos nas áreas de estudo de mercado, compreendendo a
caracterização das empresas que atuam no setor de agências de turismo, as relações com órgãos
públicos gestores da atividade turística e o público consumidor destes serviços. Estão em
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andamento três linhas de pesquisas, uma voltada para a caracterização do turista de negócios na
cidade de São Paulo para avaliar sua potencialidade como cliente de agências de receptivo local.
A outra trabalha a caracterização das agências de receptivo da cidade de São Paulo para analisar
seu posicionamento de mercado e suas áreas de atuação. E a terceira estuda o turismo na cidade
de São Paulo pelo foco da logística para compreender as relações de dependência entre os
diversos elementos envolvidos na atividade turística. Diversos artigos científicos, um livro e
trabalhos para congressos foram produzidos com os resultados deste grupo de pesquisa.
Palavras Chave: Agências de Turismo, Cidede de São Paulo, Demanda Turística
Nome: Dennis de Oliveira
Título: Racismo e dinâmicas de subalternização étnica
Início: 2008
Em andamento
Descrição: As discussões das relações raciais no Brasil se pautam pela particularidade de ter se
desenvolvido sob a égide do assimilacionismo, ao contrário de outras experiências como nos
Estados Unidos e na África do Sul, em que as assimetrias raciais se expressavam pela
guetificação e apartação dos grupos racialmente classificados como indesejáveis. O racismo
assimilacionista não apresenta mecanismos violentos de segregação mas cria uma falsa imagem
de que o racismo é mitigado, ou ainda que não existe. No período de celebração do tricentenário
de Zumbi dos Palmares, em 1995, o jornal Folha de S. Paulo disseminou o conceito
contraditório de "racismo cordial". Assim, gestou-se um racismo como um simulacro ou ainda
como um ente fantasmagórico, como um "mal" que ronda as nossas vidas, mas sem uma
referência material e concreta que permita uma atitude política de combate ao mesmo.
Palavras-chaves: relações raciais no Brasil, mídia e relações raciais, racismo e imaginário
coletivo, racismo e educação
Nome: Dennis de Oliveira
Título: Mídia alternativa, cultura popular e espaço público no Brasil, Argentina, Equadro
e Colômbia
Início: 2011
Em andamento
Descrição: O projeto pretende fazer um estudo do potencial de experiências de mídias
alternativas em países da América Latina – Brasil, Argentina, Colômbia e Equador – para a
promoção da diversidade cultural. Para isso, se fará uma análise das matérias veiculadas em
periódicos desses países para verificar as fontes utilizadas na construção dos textos na área da
cultura, as modalidades de expressão cultural mais citadas e de que forma as reflexões sobre
estas se aproximam dentro de uma perspectiva de construção de um diálogo intercultural nos
moldes apontados pelo relatório da diversidade cultural da Unesco.
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Palavras-chaves: mídia alternativa, jornalismo e cultura, jornalismo na América Latina
Nome: Dália Rosenthal
Título: Prática transdisciplinar na formação do professor de Arte
Início: 2010
Em andamento
Descrição: O projeto objetiva o estudo e a sistematização de contribuições da prática
transdisciplinar para formação do professor de arte. Pretende-se um estudo da
documentação existente sobre prática transdisciplinar em Arte no Brasil; descrever
experiências de trandisciplinaridade no ensino aprendizagem da Arte e realizar
atividades didáticas que envolvam experiências de prática transdisciplinar.
Palavras Chave: Prática Transdisciplinar, Transdisciplinaridade, Formação, Professor de Arte.
Nome: Dália Rosenthal
Título: Trans-Caminhos de Ação e Criação
Início: 2010
Em andamento
Descrição: Este projeto de pesquisa busca o estudo integrado entre prática
transdisciplinar, linguagens visuais, plástica social e práxis pedagógica criadora.
Busca-se também o desenvolvimento de trabalhos de pesquisa com produção artística
que promovam a reflexão entre poéticas visuais e práticas de mediação em artes
visuais com possibilidades de articulação e desdobramentos para colaboração na
formação em arte.
Palavras Chave: Plástica Social, Ação Pedagógica, Criação, Transdisciplinaridade.
Nome: Dália Rosenthal
Título: Conversas. CAP: Processos de criação, mediação e memória para narrativas de
formação em artes visuais.
Início: 2011
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Em andamento
Descrição: O projeto Conversas. CAP apresenta entrevistas realizadas pelos alunos
de graduação com artistas professores docentes do Departamento de Artes Plásticas
da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo e investiga o
espaço narrativo e o diálogo como caminhos formativos nos quais os alunos tem a
oportunidade de se aproximarem do universo de cada artista-professor encontrando
pontes, naturezas e estabelecendo vínculos entre o fazer artístico, as poéticas
perceptivas e processos de criação pedagógica em artes visuais. As entrevistas
resultantes mostram reflexões acerca da trajetória artística de cada professor, resgata
a memória do Departamento de Artes e aproxima docentes e discentes registrando
conceitos, pensamentos e referências que atuam cotidianamente na formação de cada
aluno promovendo possibilidades integradas entre a construção narrativa e a escuta
como caminhos de formação em artes visuais.
Palavras Chave: Entrevistas, CAP, Formação, Artes Visuais.
Nome: Dália Rosenthal
Título: Trans-Caminhos de Ação e Criação
Início: 2012
Em andamento
Descrição: Este projeto de pesquisa busca o estudo integrado entre prática transdisciplinar,
linguagens visuais, plástica social e práxis pedagógica criadora. Busca-se também o
desenvolvimento de trabalhos de pesquisa com produção artística que promovam a reflexão
entre poéticas visuais e práticas de mediação em artes visuais com possibilidades de articulação
e desdobramentos para colaboração na formação em arte.
Palavras Chave: Plástica Social, Ação Pedagógica, Criação, Transdisciplinaridade.
Nome: Eduardo Henrique Soares Monteiro
Título: Estudo da interpretação de obras do repertório pianístico
Início: 2011
Em andamento
29
Descrição: A pesquisa visa registrar as escolhas de ordem interpretativa, assim como suas
razões, motivações e conclusões durante o processo de aprendizado da Sonata em Si menor de
Liszt, por parte de seu autor. Essas conclusões e escolhas se relacionam tanto a aspectos físico-
motores, quanto a questões interpretativas em geral (articulação, dinâmica, agógica,
pedalização, argumentos e imagens poéticas). Pretende-se, assim, correlacionar as atuações
como intérprete e pesquisador do autor deste trabalho.
Palavras-chaves: Liszt, sonata, sonata em si menor, piano, interpretação
Nome: Eduardo Seincman
Título: O Spleen de Paris - Obras para canto, piano e quarteto de cordas
Início: 2010
Em andamento
Descrição: É um desenvolvimento e uma conseqüência de projetos anteriores na área da
composição musical. Sua ênfase está calcada na experiência estética das relações entre texto e
música, as quais foram especialmente abordadas, artística e teoricamente, nas seguintes
publicações (livros e Cds): 1. LIVROS - Estética da comunicação musical (Via Lettera, 2008),
Sonata do absoluto (Edusp/Imprensa Oficial, 2007), Do tempo musical (Via Lettera, 2001); 2.
CDs - Histórias Fantásticas (Petrobras, 2009), Em Movimento (CEPEUSP, 1996), A Dança dos
Duplos (ECA-MAC, 1995); além do site <www.historiasfantasticas.mus.br>, que oferece
download de partituras, músicas e a distribuição gratuita de CDs.
Palavras-chaves: composição musical, texto, música, estética
Nome: Eduardo Seincman
Título: Estética da comunicação musical
Início: 2012
Término: 2015
Descrição: Trata-se de uma pesquisa a respeito da comunicação musical sob o ponto de vista
estético, englobando a análise de obras, a discussão sobre o discurso e a linguagem musicais e a
contribuição dos demais campos humanísticos (artísticos, filosóficos etc.) para a reflexão do que
vem a ser a escuta, a recepção, a interpretação e a criação musical do ponto de vista
comunicacional. O projeto resultou no livro Estética da Comunicação Musical (Via Lettera,
2008).
Palavras-chaves: comunicação musical, estética, linguagem musical, criação musical, escuta
Nome: Eduardo Simões dos Santos Mendes
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Título: O que os teóricos brasileiros do cinema brasileiro pensam sobre a trilha sonora dos
filmes brasileiros?
Início: 2011
Em andamento
Descrição: É por muitos defendida a tese que, no universo audiovisual, imagem e som têm a
mesma importância estética/narrativa no desenvolvimento de uma obra. Porém será que esta
afirmativa se reflete nos escritos brasileiros sobre cinema brasileiro? Como nossos teóricos
analisam a relação entre a trilha sonora e a imagem ao estudar um filme ou um programa
televisivo. E se considerarmos que a maioria dos teóricos do cinema brasileiro está ligada a
instituições de ensino que formam as novas gerações de artistas e pensadores do audiovisual,
como esses estudantes aprendem a ler o uso narrativo das trilhas sonoras?
Ao se pesquisar a bibliografia mais utilizada pelos cursos de cinema e audiovisual, vemos que a
banda sonora é praticamente desconsiderada na maioria dos textos. Eventualmente a fala ou a
trilha musical são analisadas. Mesmo em coletâneas de ensino de teoria cinematográfica, os
estudos do som também são desprezada.
Se estivéssemos nos anos 60, ou mesmo no início dos 70, essa opção, mesmo que discutível por
princípio, seria mais natural pois não havia a gama de novos teóricos que surgiram após o Dolby
Stereo chamar a atenção de pesquisadores para a trilha sonora. Porém, hoje, depois de nomes
como Altman, Chion, Bordwell, Thompsom, Weis, Gorbman e muitos outros que há mais de 30
anos mantêm uma bibliografia sólida e crescente, creio que essa opção – de só analisar os filmes
a partir de seu universo imagético, não faz mais nenhum sentido. Até porque, como se sabe, a
percepção da imagem é alterada conforme o som que a acompanha. O contrato audiovisual de
Chion propõe que uma imagem, num meio audiovisual como o cinema, nunca seja considerada
sem o som que a integra. É o som que irá dizer qual percepção da imagem o criador do filme
deseja.
Esta pesquisa, então, se propõe a reler alguns dos mais importantes teóricos do cinema
brasileiro que ainda estão em atividade para mapear qual a relação desses autores com a trilha
sonora cinematográfica e, consequentemente, como a academia hoje ensina seus estudantes a
lerem obras audiovisuais.
Palavras-chaves: cinema brasileiro, som, estudos de som, teoria do cinema, crítica
Nome: Eduardo Tessari Coutinho
Título: O texto corporal do ator em cena
Início: 2010
Em andamento
Descrição: A pesquisa visa desenvolver uma dramaturgia corporal na cena teatral. Suas bases
teóricas e práticas provêm da linguagem da mímica, tomada como uma técnica de ator. O
objetivo é criar procedimentos que facilitem a compreensão de uma escrita cênica elaborada
pelo corpo do ator. A pesquisa acontece durante a criação e a apresentação de um espetáculo
teatral, baseado em um processo de trabalho coletivo, seja em um espetáculo solo ou com mais
atores. O jogo e a improvisação tornam-se aí os instrumentos básicos, pois a construção da cena
parte necessariamente da ação dos atores. Assumindo que o fazer teatral se dá na relação com a
sociedade como uma ação ética e política, o conhecimento pesquisado também é posto em
diálogo com outras áreas de investigação.
Palavras-chaves: mímica, atuação, mimo, ator, dramaturgia corporal
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Nome: Eduardo Vicente
Título: Rádio Novo: crítica social e experimentação estética no radiodrama paulistano
Início: 2011
Em andamento
Descrição: O objetivo é analisar a produção ficcional radiofônica desenvolvida na cidade de
São Paulo ao longo dos anos 1950, tentando identificar elementos que a aproximem da
efervescência política e cultural dos anos 1960, especialmente do cinema, da música e do teatro.
A pesquisa irá se concentrar nas produções de três autores: Dias Gomes, Túlio de Lemos e
Osvaldo Molles, a partir de três movimentos principais: 1) a apresentação da trajetória desses
autores em relação ao cenário político e cultural do período; 2) a contextualização da produção
radiofônica paulista dentro do cenário mais amplo do desenvolvimento da indústria cultural no
país; 3) a exemplificação da produção por meio da análise de produções dos autores, atividade
que servirá de base para uma proposta de atualização do referencial teórico e analítico utilizado
para a discussão da linguagem do rádio.
Palavras-chaves: radiodrama, história do rádio paulistano, rádio novo, linguagem radiofônica
Nome: Eduardo Vicente
Título: RADIOTECA: Implantação e gerenciamento de uma webradio acadêmica
Início: 2008
Em andamento
Descrição: O projeto objetiva a implantação de uma webradio no Departamento de Cinema,
Rádio e TV da ECA/USP, bem como a organização e a sustentação de sua grade de
programação. Essa rádio funcionará como uma emissora experimental, oferecendo aos alunos a
oportunidade de discutir os diferentes aspectos envolvidos nas áreas de produção e
gerenciamento de uma rádio. Ela viabilizará tanto o desenvolvimento de programas ao vivo e/ou
seriados – de produção pouco freqüente dentro da dinâmica de um curso de graduação – quanto
de atividades integradas entre alunos de diferentes departamentos. E ela oferece ainda
oportunidades tanto para a recuperação e a pesquisa acerca do acervo de produções radiofônicas
desenvolvidas ao longo da história do curso, quanto para a sistematização e a difusão dos
conhecimentos necessários para o desenvolvimento de uma webradio.
Palavras-chaves: webradio, produção radiofônica
Nome: Eduardo Vicente
Título: O outro lado do disco: a memória oral da indústria fonográfica brasileira
Início: 2007
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Término: 2009
Descrição: Consistiu na constituição de um acervo hemerográfico e na coleta e transcrição de
depoimentos de profissionais da indústria fonográfica, como engenheiros de gravação,
produtores musicais, divulgadores e executivos. O projeto tinha como objetivo principal
permitir a constituição de uma base de informação para diferentes projetos de pesquisa sobre a
indústria fonográfica no Brasil.
Palavras-chaves: indústria fonográfica, música popular, disco
Nome: Eduardo Victorio Morettin
Título: Exercícios de história cultural conectada: caminhos cruzados entre Brasil,
América Latina e França
Início: 2011
Em andamento
Descrição: O projeto USP/COFECUB coordenado pelo prof. dr. Marcos Napolitano
(FFLCH/USP) se concentrará em áreas menos pesquisadas da história cultural conectada entre
América Latina, Brasil e França: a) Eventos culturais, entre eles as exposições internacionais,
que marcaram o imaginário do século XIX no plano sócio-cultural; b) Produções culturais, com
o objetivo de mapear a circulação de filmes, obras pictóricas, obras musicais e impressos entre
França e América Latina; c) Agentes culturais, ou seja, personalidades (artistas, intelectuais,
produtores, gestores) que funcionam como verdadeiros mediadores ou passeurs entre as
formações culturais originárias, desenhando redes e mapas pelos quais as produções e os
eventos se conectam uns aos outros. O projeto complementa pesquisa financiada pelo CNPq
intitulada “O cinema e as comemorações do centenário da Independência do Brasil: história,
memória e monumento”. A perspectiva é a de traçar um histórico referente a esta participação
nas exposições universais entre 1893 (World’s Columbian Exposition, Chicago) e 1937
(Exposition Internationale des Arts et Techniques dans la vie moderne, Paris).
Palavras-chaves: cinema e história, história do cinema, história contemporânea
Nome: Eduardo Victorio Morettin
Título: O cinema e as comemorações do centenário da Independência do Brasil: história,
memória e monumento
Início: 2010
Em andamento
Descrição: Pretende-se examinar a produção documental brasileira do período silencioso
vinculada tematicamente à representação de eventos cívicos e espaços monumentais típicos de
uma metrópole no Brasil nas primeiras décadas do século XX. O objetivo principal é a presença
da cinematografia do país nas comemorações do centenário da Independência do Brasil,
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principalmente na Exposição Internacional do Centenário, ocorrida entre 1922 e 1923 na cidade
do Rio de Janeiro. Serão abordados os documentários produzidos para esse momento,
analisando a imagem construída do país por meio de filmes. Além desse aspecto, pretende-se
discutir o propósito desse tema nas relações entre Estado e cinema, pensando o lugar ocupado
pelo novo meio de comunicação dentro das ações idealizadas para construir uma imagem do
país diante da comunidade internacional. Pesquisa financiada pelo CNPq.
Palavras-chaves: cinema e história, história do cinema, história do Brasil
Nome: Eneus Trindade
Título:A produção de sentido na recepção da publicidade e nas práticas de consumo de alimentos na cidade de São Paulo. Início: 2009
Concluído: 2011
Descrição: Trata-se de uma pesquisa exploratória de natureza interdisciplinar no campo da comunicação, realizada no âmbito do Grupo de Estudos Semióticos em
Comunicação, Cultura e Consumo -GESC3 (registrado no CNPq e financiado pelo
edital CNPq de Ciências Humanas em 2009 (Processo CNPq 400138/2009-3), que buscou compreender os nexos de sentidos estabelecidos entre as práticas de recepção de mensagens publicitárias de alimentos em ambientes domésticos de três famílias e em lugares públicos (ruas, lanchonetes, restaurantes, shoppings, parques, praças), identificado os vínculos de sentidos ou pontos de contatos, que se estabelecem entre a recepção publicitária e as práticas de consumo de alimentos no contexto escolhido para estudo, a cidade de São Paulo. Tal proposta tem origens na perspectiva de identificação de duas tipologias dos vínculos de sentidos entre recepção publicitária e práticas de consumo, na alimentação, em ambientes privados e públicos, o que possibilitou a comparação dessas produções de sentidos, gerando várias publicações ao longo da realização deste projeto. Equipe: Coordenador: Prof. Dr.
Eneus Trindade; Pesquisadora: Profa. Dra. Maria Clotilde Perez Rodrigues Barion de Santanna; Bolsista de IC: Victor Farah Brahim (graduando em Publicidade; Bibiana Stholer Sabença de Almeida (mestranda)e NIcolás Llano Linares (mestrando).
Palavras-chaves: publicidade; marcas; alimentação; recepção; vínculos de sentidos; São
Paulo.
Nome: Eneus Trindade
Título: Cerveja, Publicidade, Regulação e Consumo: o olhar da comunicação sobre
as marcas de cervejas contemporâneas e suas implicações na vida social de
adolescentes. Início: 2011
Em andamento
Descrição: Trata-se de projeto integrado, realizado no âmbito do Grupo de Estudos
Semióticos em Comunicação, Cultura e Consumo -GESC3 (registrado no CNPq e
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financiado pelo edital edital 07/2011 processo 400617/2011-0 CNPq, referente à
influência da comunicação publicitária e das marcas de cerveja no consumo de
adolescentes da cidade de São Paulo. A perspectiva de trabalho conjuga aspectos da
regulação e regulamentação do consumo de bebidas alcoólicas, cerveja especificamente,
com o estudo de recepção, sobre os conteúdos e os efeitos de impacto de percepção dos
elementos das campanhas publicitárias, como também inclui o olhar sobre da circulação
de mensagens do setor entre os sujeitos investigados nas mídias sociais. O trabalho
busca ainda a análise e crítica da trajetória das marcas de cerveja em seus discursos
(conceitos e temas de campanhas). Tal abordagem visa conhecer os processos de
mediatização e presença das marcas de cerveja na vida dos adolescentes que vivem em
São Paulo, pelo olhar da pesquisa em Comunicação, tendo em vista que o assunto é
estudado pela área de Saúde Pública e do Direito, mas é pouco abordado, do modo
como se pretende aqui, no campo das Ciências da Comunicação. Esta pesquisa visa
gerar outros pontos de vista para o debate nacional sobre o
assunto. Equipe: Coordenador: Prof. Dr. Eneus Trindade Barreto Filho
(ECA/USP); Pesquisador: Profa. Dra. Maria Clotilde Perez Rodrigues Bairon
Sant’anna (ECA/USP e PUCSP), Pesquisador: Prof. Dr. Leandro Leonardo Batista
(ECA/USP), Pesquisador/colaborador: Prof. Dr. Pedro Antonio Hellín Ortuño
(Universidad de Murcia – Espanha), Bolsistas de IC: Cristiane Haruê Egi e Naira
Mattia, André Peruzzo e José Diniz (PIBIC/Publicidade e Propaganda da ECA/USP).
Palavras-chaves: publicidade; marcas; cerveja; regulação; consumo; mediatização.
Nome: Elizabeth Azevedo
Título: Laboratório de Informação e Memória do Departamento de Artes Cênicas da
ECA/USP - LIM CAC
Início: 2008
Em Andamento
Descrição: Organização do acervo do laboratório sobre o teatro paulista a partir da memória e
dos arquivos de professores e ex-professores do departamento de artes Cênicas da ECA/USP,
bem como de figuras de importância do teatro brasileiro. Criação de Base de Dados voltada
especificamente para a área teatral. Orientação de pesquisas sobre a história do teatro
paulista.
Nome: Elizabeth Azevedo
Título: Inventário da cena paulistana: antigos edifícios teatrais (de meados do século XIX
ao fim da Primeira República
Início: 2012
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Em andamento
Descrição: Pesquisa sobre a construção, funcionamento e desaparecimento dos diversos
edifícios teatrais surgidos no período 1850-1930. O projeto pretende fazer um inventário desses
espaços e da documentação existente sobre cada um deles nos diferentes aspectos de suas
atividades. Além disso, procurará estabelecer um vínculo com a história das transformações
sócio-culturais pelas quais passou a cidade de São Paulo nessa época.
Palavras-chave: teatro, história, são Paulo, edifícios, espaço teatral
Nome: Esther Imperio Hamburger
Título: Olhares poéticos sobre a desigualdade social brasileira
Início: 2011
Em andamento
Descrição: A partir do amplo mapeamento de interlocuções fílmicas sobre a temática da
violência e da pobreza, a pesquisa propõe um estudo de caso em profundidade sobre o filme
Fábula de Arne Sucksdorff, obra pouco vista e pouco estudada, que no entanto pode ser
compreendida como uma contribuição poética para as representações da desigualdade carioca
para além de estereótipos. A idéia é concluir o trabalho em torno das apropriações dos
mecanismos de construção da visualidade com uma intervenção que facilite o enfrentamento do
debate político e estético as vezes reprimido por questões de cobrança sobre o pertencimento
dos realizadores. A escolha do filme de Sucksdorff, um estrangeiro que revelou o Rio de Janeiro
a partir de ângulos originais sugere o espírito provocador desse estudo que através de um ensaio
e uma mostra acompanhada de debates pretende contribuir para a busca de expressões poéticas
que contribuam para desarticular estereótipos que reforçam discriminações de Gênero, classe e
cor. A pesquisa conta com financiamento FAPESP e CNPq e se desenvolve no LAICA.
Palavras-chaves: cinema, desigualdade social, transnacionalidade
Nome: Esther Imperio Hamburger
Título: Digitalização do acervo da extinta TV TUPI
Início: 2011
Em andamento
Descrição: Descrição: O projeto pretende digitalizar o material atualmente em bitola
Quadruplex pertencente ao acervo da extinta TV TUPI. Com exceção do material jornalístico,
que compõem um acervo em película e já foi digitado e disponibilizado online, o restante do
acervo da emissora pioneira da televisão brasileira se encontra no formato de vídeo quadruplex,
o que invibiliza a consulta. Esse projeto prevê a aquisição do equipamento necessário e o início
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da digitalização e disponibilização do acervo em vídeo, que inclui telenovelas e programas
diversos. A digitalização do acervo, a ser conduzida pela Cinemateca Brasileira, permitirá o
desenvolvimento da pesquisa de material inédito e relevante na história da teledramaturgia
brasileira. Pesquisa financiada pela FAPESP no edital de Digitalização de Acervos e se
desenvolve no LAICA.
Palavras-chaves: televisão, história, preservação
Nome: Eugênio Bucci
Título: Montagem de site sobre ensino e pesquisa em jornalismo
Início: 2011
Término: 2011
Descrição: Planejamento e desenvolvimento de um site sobre pesquisa e ensino em
jornalismo no Brasil e no mundo. O projeto, realizado em conjunto com os alunos do
curso de Jornalismo Online da ECA durante o primeiro e o segundo semestres de 2011,
divide-se em duas etapas: elaboração de plano editorial para a criação de um site para o
Departamento de Jornalismo e Editoração (já concluída); criação e manutenção de um
site baseado em uma parte do plano anterior, tratando da realidade e circunstâncias do
ensino do jornalismo no Brasil e no mundo (www.eca.usp.br/jornalismoemclasse). A
pesquisa incluiu o monitoramento de centros de pesquisa e ensino nas Américas e
Europa, para elaboração das matérias jornalísticas que integraram o trabalho. Pesquisa
concluída.
Palavras-chaves: ensino de jornalismo, pesquisa em jornalismo, regulamentação da
profissão de jornalismo, futuro do jornalismo
Nome: Eugênio Bucci
Título: Manual de ética jornalística
Início: 2011
Término: 2013
Descrição: Organização de um livro didático sobre ética jornalística, a partir das aulas
ministradas na disciplina de Ética, ministrada na ECA. O material está sendo escrito e
organizado juntamente com o aluno de graduação Silvio Nunes Augusto Junior, que
esteve presente em todas as aulas ministradas desde o segundo semestre de 2010. O
prazo para a finalização da pesquisa foi prorrogado para 2013.
Palavras-chaves: ética, filosofia moral, liberdade de imprensa, direito à informação
Nome: Eugênio Bucci
Título: Eleição Conectada – Como a Internet se comportou na corrida presidencial
de 2010
Início: 2010
Término: 2010
Descrição: Criação de um site com a cobertura jornalística em profundidade do modo
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como a Internet foi usada durante as eleições presidenciais de 2010. Projeto de pesquisa
em forma de grande reportagem realizado com os alunos da disciplina de Jornalismo
Online da ECA do segundo semestre de 2010. Os resultados do projeto – matérias
produzidas pelos alunos de graduação sob orientação do docente - permanecem
disponíveis para consulta na rede no site www.eca.usp.br/eleicaoconectada. Pesquisa
concluída.
Palavras-chaves: jornalismo online, eleições, internet, redes sociais
Nome: Eugênio Bucci
Título: A instância da imagem ao vivo, o telespaço público e a fabricação de valor
na indústria do imaginário
Início: 2009
Término: 2013
Descrição: Rever a bibliografia relativa à tese de doutorado defendida em 2002, na
ECA, sob o titulo de “Televisão Objeto - A Critica e suas questões de Método?”, bem
como a própria tese, e revisitar as 15 aulas em formato de conferência ministradas no
curso de pós-graduação oferecido pelo docente no primeiro semestre de 2009, na ECA,
baseadas na tese e em pesquisas posteriores, com o objetivo de redigir um livro em 14
capítulos. A revisão do texto da pesquisa foi concluída, embora o texto, em sua íntegra,
ainda não tenha sido proposto para uma editora, como era a ideia inicial. Em lugar
disso, a revisão deu origem a alguns ensaios ou artigos acadêmicos que, estes sim,
foram publicados. A palestra “A democracia espetáculo e a imagem da política”,
proferida no Fórum Senado Brasil, em 28 de junho de 2012, foi baseada nessa pesquisa.
Palavras-chaves: TV pública, democracia, hegemonia, meios de comunicação,
televisão, telespaço público
Nome: Eugênio Bucci
Título: Livro sobre Comunicação Pública
Início: 2012
Término: 2013
Descrição: O livro, dividido em três partes, trata primeiramente da razão de ser das
emissoras públicas nas sociedades democráticas. Uma segunda parte é dedicada ao
hábito ancestral da promoção da autoridade em nosso País, o que pode ser identificado
na permanência, em nossa legislação, do programa de rádio A Voz do Brasil. A terceira
parte detalha os meandros da propaganda de governo pelos diversos veículos comerciais
da nossa terra.
Palavras-chave: comunicação pública, propaganda oficial, narcisismo de
governantes.
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Nome: Fábio Cury
: A obra de Francisco Mignone para fagote
: 2002
: 2007
: Foi realizado um levantamento da obra de Mignone para fagote, que vai desde peças
solo, como as 16 Valsas, até o Concertino para fagote e orquestra, passando por duos, trios e
quartetos de fagotes, bem como por formações variadas na música de câmara. Os materiais
originais foram recolhidos, no Rio de Janeiro, onde também foi possível entrevistar o Prof. Noel
Devos, a quem a grande maioria dessas obras foi dedicada. O concertino foi interpretado pelo
autor com a OCAM, a Sinfônica de Santos, a Orquestra Nacional do Panamá e a Orchestra of
the Swan, na abertura de gala da conferência da International Double Reed Society, em
Birmingham, na Inglaterra, em 2009. Ainda no mesmo evento, o autor ministrou palestra
intitulada The interpretation of Brazilian music for bassoon with emphasis on Mignone’s works.
Em 2013, o autor lançará sua versão em CD, registrada em 2011, das 16 Valsas para fagote
solo, pelo selo SESC.
Palavras-chaves: fagote, música brasileira, valsas, Mignone, interpretação, nacionalismo.
Nome: Fábio Cury
a a a a a a a a a a a a
: 2007
: 2011
: A pesquisa motivou a elaboração de uma tese de Doutorado com o mesmo título.
Nela contrapõem-se analiticamente as peças intituladas choro por compositores do nacionalismo
brasileiro, em especial Villa-Lobos e Camargo Guarnieri, com o gênero popular. São também
ilustradas comparativamente as peculiaridades estilísticas e composicionais dos choros desses
dois compositores e suas consequências na construção de uma performance genuinamente
brasileira. Por fim, o autor colaborou com a revisão da obra de Guarnieri, realizada por seu
aluno, o Prof. Antonio Ribeiro, e, em sua tese, compara essa edição aos manuscritos e à versão
publicada sob curadoria da OSESP. A pesquisa resultou também na produção de um CD,
intitulado Velhas e novas cirandas: música brasileira para fagote e orquestra, que recebeu da
APCA o prêmio de melhor gravação de 2010. Em 2011, o autor publicou na revista alemã
Rohrblatt um artigo intitulado er Choro f r agott und ammerorchester von Camargo
Guarneri:
Gedanken zur Interpretation der brasilianischen Choros.
Palavras-chaves: fagote, música brasileira, choro, Guarnieri, Villa-lobos, Mignone,
interpretação, nacionalismo.
39
Nome: Fábio Cury
tulo: A obra de Villa-Lobos para instrumentos de sopro
: 2012
: em andamento
Descrição: tendo em vista sua riqueza e amplitude, essa pesquisa pretende resultar em uma tese
de Livre Docência. O estágio atual é o do levantamento bibliográfico, de estruturação e
organização do assunto. As pesquisas anteriores de própria autoria e de colegas, como o Prof.
Dr. Luís Carlos Justi e o Prof. Dr. Aloysio Fagerlande, são relevantes subsídios para o
desenvolvimento da temática. A atenção principal será direcionada à interpretação dessas obras,
mostrando como a influência dos gêneros populares na composição dessas obras pode também
caracterizar uma performance eminentemente nacional, especificando essas variantes na
agógica, na acentuação e no fraseio. Conceitos como o de Zeitgestalt, empregado já em
trabalhos anteriores de Margarida Fukuda, apresentam um prisma interessante através do qual
alternativas de interpretação consciente brotam das características estruturais das peças.
Palavras-chaves: fagote, instrumentos de sopro, música de câmara, Villa-Lobos, música
brasileira, interpretação, nacionalismo, choros, bachianas.
Nome: Fausto Roberto Poço Viana
Título: Dos cadernos de Sophia
Início: 2011
Em andamento
Descrição: Reunião e revisão crítica dos textos e desenhos sobre indumentária elaborados ao
longo de três décadas, entre 1940 e 1960, por Sophia Jobim, professora da Escola Nacional de
Belas Artes do Rio de Janeiro.
Palavras-chaves: teatro, moda, vestuário, indumentária
Nome: Felisberto Sabino da Costa
Título: Sob o Signo de Janus: Dramaturgia, Objeto e Corpo1. - A presença da máscara no
Bumba-meu-boi no Cavalo Marinho e outros aportes da contemporaneidade.
Descrição: O trabalho com a máscara requer, como fundamento, o jogo corporal. Ao subtrair o
sistema de expressão do rosto, a máscara desvela o corpo, que se torna a ferramenta da escrita
gestual no espaço. Dizer que o jogo com a máscara requer, como fundamento, o trabalho
corporal, traz, como na formulação anterior, a presença do corpo. É disso que se trata: a máscara
é um corpo em movimento, em que objeto e atuante se põem disponíveis um para com o outro,
constituindo um outrem cujas faces–presenças penetram-se.
40
O homem dançava para os deuses, e nessa dança, configurava uma narrativa ou ação presencial
por intermédio de gestos, de movimentos, de ritmos e de silêncios. Esse dançarino (ou ator-
mascarado) é o pai do dramaturgo, como já observara Gordon Craig (1963). Destarte, é possível
a análise de processos criativos dramatúrgicos mediante a conjunção objeto e corpo, uma vez
que a dramaturgia da máscara está ligada à imagem, ao movimento, à palavra-corpo e ao corpo-
fala. Nesse sentido, quando o mascareiro balinês Ida Bagus Anom entalha uma máscara, durante
o ato de esculpi-la, ele pensa no movimento, manifestando a estreita conexão entre música,
escultura e dança, relação que poderíamos dizer de outra forma: o ritmo instaurado entre o corpo
e o objeto.
Sob o Signo de Janus tece um diálogo em que tradição e modernidade são duas faces de uma
mesma moeda: a máscara. A pesquisa constitui uma experiência que congrega manifestações e
práticas artísticas mascaradas de cidades do Brasil, da França e da Indonésia visando ao estudo
que integra a dramaturgia, o corpo e o objeto, perfazendo um entretecido costurado pelo
Bumba-meu-boi (e suas variantes) e pelas matrizes oriundas de Jacques Lecoq.
Norteada pelo conceito de dramaturgia, e constituída pelos elementos que configuram a
cena, a pesquisa tem como objeto a investigação dos procedimentos que se referem ao corpo do
atuante e ao objeto na consecução dessa dramaturgia. A reflexão resultante desse processo trará
à luz as similitudes e diferenças dos distintos olhares. Não se pretende elaborar um quadro
exaustivo de cada prática isoladamente, mas buscar princípios que dialogam entre si.
1Na mitologia greco-romana, Janus é representado com duas faces, uma que olha para o passado, outra
para o futuro. É o deus dos portais e das transições, dos inícios e dos fins. A ele, também está associada a
mudança entre a vida primitiva e a civilização, o obscurantismo e a ciência, o campo e a cidade. Devido à
sua vida dedicada às transformações, foi-lhe atribuído o status de deus. As portas de seu templo eram
mantidas abertas e os soldados que saiam para campanhas eram conduzidos ao portal-santuário, por onde
deveriam passar.
Nome: Ferdinando Martins
Título: Corpo, gênero e sexualidade no teatro brasileiro: da repressão à cena
contemporânea
Início: 2011
Em andamento
Descrição: O projeto dá continuidade às investigações iniciadas com a pesquisa “Corpo e
Interdição: Análise histórico-sociológica sobre Arte e Comunicação no século XX a partir de
processos de censura prévia ao teatro em São Paulo”, pesquisando as relações de gênero e as
manifestações da sexualidade no teatro brasileiro nas décadas de 1970 a 2010. Visa à construção
de uma representação espacial do campo teatral brasileiro sob a ótica da sexualidade e da
moralidade, buscando uma compreensão ampla de suas condições estruturantes do campo teatral
brasileiro e suas relações sociais e estéticas.
Palavras-chaves: corpo, gênero, sexualidade, teatro brasileiro
Nome: Ferdinando Martins
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Título: Interdição e produção simbólica: a censura ao cinema e ao teatro na República
Islâmica do Irã
Início: 2011
Em andamento
Descrição: Muitos relatos chegam ao Ocidente sobre o cerceamento do direito à informação e à
manifestação artística no Irã. No entanto, a simples comparação entre a liberdade de expressão
encontrada nos países ocidentais e a prática de interdição à produção simbólica no Irã não dá
conta da complexidade do fenômeno censório nesse país. O objetivo do projeto é investigar as
interdições governamentais ao cinema e ao teatro de 1979 a 2010 no Irã a fim de discernir os
parâmetros político-culturais da prática censória. O projeto prevê pesquisa bibliográfica,
documental, iconográfica e audiovisual; viagem de campo; e entrevistas em profundidade.
Dessa forma, pretende-se construir uma representação espacial do campo artístico iraniano e a
relação de seus agentes com a censura e outras instâncias de interdição
Palavras-chaves: República Islâmica do Irã, censura, teatro, cinema, ta'zieh
Nome: Fernando Henrique de Oliveira Iazzetta
Título: Experimentação e Performance Musical com Mediação Tecnológica
Início: 2010
Em andamento ( a ser finalizada em fevereiro de 2014)
Descrição: O projeto busca investigar o aspecto da interatividade no âmbito de práticas
musicais de caráter mais experimental e que eventualmente criam uma certa tensão em relação a
modelos mais tradicionais de produção eletroacústica. Este projeto terá como foco as práticas
musicais de caráter experimental mediadas tecnologicamente. O repertório analisado irá
privilegiar a produção realizada a partir da década de 1990, quando aparentemente ocorre essa
mudança de perspectiva na pesquisa ligada à produção e aplicação de ambientes interativos em
música. Essa mudança está ligada, por um lado, a uma aproximação com estudos cognitivos em
que a mediação corporal assume um papel preponderante (ver, por exemplo, M. Leman
Embodied Music Cognition and Mediation Technology, 2007) e, por outro lado, à disseminação
de uma atitude mais informal na utilização de tecnologias, que passam a fazer uso de interfaces
readymade (ou mouse, controladores de vídeo game) ou low fi (circuit bending, resgate de
aparelhos analógico e mecânicos). A pesquisa é financiada pelo CNPq.
Palavras-chave: Música Experimental, Sonologia, Mediação Tecnológica
Nome: Gilberto dos Santos Prado
Título: Grupo Poéticas Digitais
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Início: 2002
Em andamento
Descrição: O Grupo Poéticas Digitais foi criado em 2002 no Departamento de Artes Plásticas
da ECA-USP, como um desdobramento do projeto “wAwRwT”, iniciado por Gilbertto Prado
em 1995. Trata-se de um núcleo multidisciplinar que promove o desenvolvimento de projetos
experimentais e a reflexão sobre o impacto das novas tecnologias no campo das artes. Trabalhos
experimentais desenvolvidos: videogame Cozinheiro das Almas (VI Prêmio Sergio Motta de
Arte e Tecnologia); a instalação interativa “Acaso30” de Gilbertto Prado (Itaú Cultural); o
videopoema “Incógnito”, de Gilbertto Prado e Silvia Laurentiz (Palavras sem fronteiras, na
Academia Brasileira de Letras); a instalação “pedralumen” (Museum of the City of Skopje,
Macedônia); “Desluz” (Galeria Luciana Brito, em São Paulo); o projeto “Amoreiras” (Itaú
Cultural); o projeto “Catavento” (Museu Nacional da República, Brasília).
Palavras-chaves: projetos experimentais, poética, arte digital
Nome: Gilson Schwartz Título: terceir@idade Início: 2011
Término: 2011
Descrição: O projeto terceir@idade integra uma rede de pesquisa e extensão no campo da
inclusão digital com financiamento do CNPq, com atendimento na Unidade de Inclusão Digital
Lar São Vicente de Paulo, em Piracaia, São Paulo. As ações voltadas para a terceira idade
também incluem o oferecimento de uma disciplina no programa USP Aberta à Terceira Idade,
assim como uma parceria com a Escola de Aplicação da USP, onde um bolsista de pré-iniciação
científica poderá participar dos trabalhos de campo, análises e intervenções tanto em Piracaia
quanto na USP.
Palavras-chaves: idoso, inclusão digital, terceira idade, emancipação digital, cidade do
conhecimento
Nome: Gilson Schwartz
Título: O Futuro da Indústria de Games no Brasil
Início:2013 Duração: 12 meses
Descrição: A pesquisa tem como objetivo estruturar um conjunto de políticas e ações para que a indústria Brasileira de Games venha a ter destaque nos mercados nacional e global e relevantes impactos econômicos (geração de emprego, renda e novos investimentos), sociais (redução da desigualdade, promoção da diversidade e exercício de liberdades civis), educacionais (como ferramenta e objeto de ensino-aprendizagem em todos os segmentos sociais, níveis escolares e setores econômicos), tecnológicos (como fonte e esteio de inovação e desenvolvimento) e ambientais (pelo impacto direto e indireto das atividades de produção e uso). A estrutura e a dinâmica da indústria de games são bastante complexas e imbricadas em outros tipos de indústria. Considerada parte da indústria criativa, a indústria de games exerce forte influência na dinâmica das TICs, tecnologias que envolvem Telecomunicações, Informática e Computação. Isso obriga a análise setorial assim como a elaboração de
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proposições e cenários a se valer de terminologia precisa, conceitos claros e referenciais analíticos interdisciplinares. No sentido estrito do termo, a indústria de games compreende um amplo conjunto de atividades relacionadas à produção, distribuição, uso, promoção e suporte técnico a jogos digitais e simuladores. Na prática, entretanto, é muito difícil isolar a indústria de games, pois ela exerce um papel de grande relevância e alta complexidade na evolução de outras indústrias, ou seja, ela se tornou uma indústria habilitadora de outras indústrias e setores econômicos, animando ciclos de “soft innovation” em vários segmentos da própria economia criativa.
Palavras-chave: cultura digital, economia do audiovisual internacional, entretenimento, espetáculo, iconomia
Nome: Gilson Schwartz
Título: WISH - World Innovation and Sustainability Helix Início:2013 Duração: 18 meses Descrição: Pesquisa desenvolvida junto ao Núcleo PGT (FEA-USP) com foco em tendências e novos modelos de desenvolvimento econômico, gestão da inovação e da sustentabilidade em escala global. A tríade “Tecnologia-Criatividade-Educação” resume o contexto em que se definem os contornos da indústria do futuro, em todos os setores. A convergência digital revela-se entre as dinâmicas de crescimento e inovação da economia criativa, das tecnologias de informação e comunicação (TICs) e da importância crescente de sistemas de ensino-aprendizagem formais e informais que resulta do avanço da “sociedade do conhecimento audiovisual em redes”, que denominamos "Iconomia". A infra-estrutura tecnológica e a superestrutura ideológica articulam-se em novas configurações que integram a reprodução da própria vida no Planeta à disseminação de práticas pedagógicas inovadoras (capacitação profissional com recurso a simuladores com inteligência artificial, realidade aumentada ou imersão em mundos virtuais, etc.) e à reconfiguração de práticas tradicionais (educação a distância, treinamentos online, sistemas especialistas, entretenimento cultural e educacional). Nessa confluência entre tecnologia, conteúdo e novas formas de socialização típicas dessa sociedade em rede as possibilidades de implementação em hardwares, softwares e sistemas de telecomunicações colocam desafios novos para a engenharia, a economia e os campos transdisciplinares das comunicações e das artes. Também nas áreas de segurança e militar as aproximações estratégicas entre o digital e as novas formas de conflito e opressão revelam o "lado B" de uma era com enorme potencial de aprendizagem por meios audiovisuais digitais. Palavras-chave: capitalismo, economia política, inovação, iconomia, políticas de desenvolvimento humano, futuro do emprego e da produção, sustentabilidade, globalização
Nome: Giselle Gubernikoff
Título: A Convergência Digital nas Artes Plásticas: A Multimídia Em Museus
Contemporâneos
Início: 2010
Em andamento
Descrição: Proposta interdisciplinar envolvendo conhecimentos das áreas de artes visuais,
comunicacionais e museológicos, a pesquisa investiga aspectos intrínsecos às obras de arte
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contemporâneas, aos meios de comunicação empregados no discurso museológico, e em sites de
museus. Os diversos meios analógicos e/ou digitais audiovisuais desempenham um papel
central na circulação do produto artístico na sociedade contemporânea. As artes audiovisuais,
historicamente, interagem com a cultura mediática e tem uma função preponderante hoje, no
domínio da convergência digital. Nomeou-se como objeto de estudo desta proposta de pesquisa
o trabalho que está sendo desenvolvido pelos museus em geral, e mais especificamente, pelos
museus de arte contemporânea, por serem eles quem integram as mais variadas formas de
aproveitamento das novas tecnologias digitais.
Palavras-chaves: artes visuais, audiovisual, museologia, mídias digiais, novas tecnologias de
comunicação.
Nome: Hugo Fernando Salinas Fortes Junior
Título: Interações entre natureza e ciência na arte contemporânea
Início: 2009
Término: 2010
Descrição: O projeto pretende investigar a produção artística contemporânea que trata da
mudança de paradigmas da relação do homem com a natureza em virtude do crescente
desenvolvimento tecnológico da atualidade. A interferência da ciência no mundo natural, bem
como as alterações da percepção da paisagem na contemporaneidade têm gerado a produção de
obras de arte que tematizam os problemas ecológicos, a biogenética, a manipulação econômica
da natureza e a crítica à atividade científica. A relação entre homem e natureza na atualidade
não se dá de forma ingênua e direta, mas sim mediada pela ciência e pela mídia. Artistas como
Olafur Eliasson, Mark Dion e Eduardo Kac, entre outros, têm tratado destas questões em
trabalhos realizados nas últimas décadas do século XX e devem ser melhor compreendidos a
partir deste estudo.
Palavras-chaves: arte, natureza, biodiversidade, paisagem, ciência
Nome: Hugo Fernando Salinas Fortes Junior
Título: Arte, paisagem e biodiversidade no Campus da Universidade de São Paulo
Início: 2011
Em andamento
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Descrição: O projeto propõe uma investigação teórico-prática das possibilidades atuais de
apreensão poética da natureza através da arte contemporânea. O objeto de pesquisa é a natureza
presente no próprio campus da cidade universitária Armando de Salles Oliveira, da USP,
estudada sob o ponto de vista da arte contemporânea. A partir de um embasamento teórico, a
pesquisa pretende desenvolver a criação de obras de arte utilizando fotografia, video e outros
meios que retratem o meio ambiente da cidade universitária. O projeto pretende atualizar a
noção do artista naturalista a partir da utilização de meios tecnológicos para a produção de obras
artísticas.
Palavras-chaves: arte, natureza, biodiversidade, paisagem
Nome: Hugo Fernando Salinas Fortes Júnior
Título: Relações entre Publicidade, Design e Arte
Início: 2008
Em andamento
Descrição: O projeto visa estabelecer um diálogo entre as áreas de Artes Visuais, Design e
Publicidade, identificando seus pontos de contato e diferenças. A arte contemporânea muitas
vezes incorpora procedimentos e imagens oriundas da comunicação de massa e do design, o que
também ocorre no sentido contrário. Seu principal objetivo é identificar estes pontos de contato
entre as áreas, utilizando para isso o levantamento histórico de profissionais que atuaram tanto
no campo do Design e da Publicidade, como no da Arte.
Palavras-chaves: design, publicidade, arte
Nome: Irene de Araújo Machado
Título: Performance dos diagramas argumentativos em textos comunicacionais (CNPq-PQ
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Início: 2010
Término: 2013
Descrição: O projeto propõe elaborar formulações teóricas sobre a construção da argumentação
em textos comunicacionais, a partir das análises realizadas em experimento anterior, quando se
observou a constituição da argumentação gráfica na comunicação da ciência. Parte-se da
hipótese de que o processo de transformação da informação em comunicação é, por natureza,
dinâmico; o que não significa que diferentes esferas de usos dos signos resultem em diferentes
procedimentos. Tanto as descobertas científicas quanto as enunciações de eventos cotidianos
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resultam de formulações dos sistemas de signos em circulação na cultura. Assim, as
necessidades comunicativas resultam das demandas geradas pela própria informação que, uma
vez constituídas, tornam-se instrumentos intelectuais de pensamento que não se reduzem a
recursos de uma determinada formação ideológica
Palavras-chave: argumentação, retórica, pragmatismo, diagramas, jogos estratégicos, razão
dialógica, semiose
Nome: Ismar de Oliveira Soares
Título: O "fenômeno educomunicativo" enquanto pensamento e prática social no contexto
da relação entre Universidade e Sociedade Civil
Início: 2006
Em andamento
Descrição: O presente projeto dá continuidade à pesquisa em andamento, intitulada
"Educomunicação como área de intervenção em espaços educativos", levando em conta que o
objeto de estudo – que perfaz uma estreita relação entre pesquisa, extensão universitária e
graduação – encontra-se, no momento, em franco desenvolvimento com a criação da
Licenciatura em Educomunicação pela ECA/USP. Esta pesquisa amplia os objetivos da
primeira ao assumir como meta a identificação das condições mediante as quais o conceito da
educomunicação foi semantizado entre o final dos anos de 1990 e os inícios dos anos 2000. A
investigação tomará como base os resultados das pesquisas que se propuseram observar o
campo epistemológico da educomunicação e suas práticas, resgatando a trajetória do NCE-USP
em seus programas de cultura e extensão, entre os anos de 2001 e 2010.
Palavras-chaves: Educomunicação, políticas públicas, formação do educomunicador
Nome: Ivan Cláudio Pereira Siqueira
Título: Information Literacy - Saberes do século XXI
Início: 2011
Em Andamento - Término: 2013
Descrição: A pesquisa tem por objetivo estudar a emergência da information literacy
no contexto da web e das tecnologias digitais, visando estabelecer pesquisas no CBD-
ECA/USP permeável às potencialidades educativas das TICs e ao desafio das
necessidades de aprender a aprender continuamente.
Palavras-chaves: Information Literacy, competência informacional, tecnologia
educacional Web Education.
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Nome: Ivete Pieruccini
Título: Ordem informacional dialógica: contribuições à definição de um conceito
Início: 2008
Em andamento
Descrição: A pesquisa visa desenvolver o conceito de ordem informacional dialógica, a partir
do exame de suas relações com práticas de mediação cultural em dispositivos de informação.
Nesse sentido, visa à sistematização de processos e procedimentos de mediação cultural
dialógica na Estação Memória, ambiente de informação e cultura de caráter intergeracional
criado na USP pelo Prof. Dr. Edmir Perrotti. Tendo como objetivo as trocas culturais
intergeracionais, a Estação, de modo sistemático e permanente, coleta, trata e organiza relatos
de experiência de vida de pessoas idosas, elaborando produtos informacionais e promovendo
encontros entre velhos, crianças e jovens. A investigação, realizada a partir do estudo de
práticas culturais desenvolvidas desde 1997, conta com a participação de mediadores culturais
profissionais e de participantes de diferentes idades.
Palavras-chaves: Estação Memória, infoeducação, ordem informacional dialógica, dispositivos
informacionais dialógicos, memória, trocas culturais
Nome: Ivete Pieruccini
Título: Aprender a informar-se: dispositivos informacionais dialógicos, pesquisa e
construção de conhecimento
Início: 2009
Em andamento
Descrição: O projeto faz parte das ações desenvolvidas pela equipe de pesquisadores do
Colaboratório de Infoeducação (COLABORI), da ECA/USP, que visam à construção de
referenciais teórico-metodológicos necessários ao desenvolvimento do campo da Infoeducação.
Ele tem por foco a pesquisa como processo indispensável à construção de conhecimento, em
diferentes contextos educativos. No quadro de explosão de informações que caracteriza o nosso
tempo, pesquisar traz inusitadas e sérias questões, sobretudo em se tratando de crianças e
jovens. O chamado dilúvio informacional é uma realidade que afeta a todos e cujo
enfrentamento exige tanto novas propostas educacionais, implicando saberes e fazeres
(informacionais), quanto novas abordagens para o tratamento dos ambientes informacionais em
geral, compreendidos como instâncias de mediação e apropriação cultural.
Palavras-chaves: infoeducação; pesquisa escolar; dispositivos informacionais dialógicos;
apropriação cultural
Nome: Johanna Wilhelmina Smit
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Título: O acesso à informação, os sistemas de recuperação da informação e a memória
social
Início: 2007
Em andamento
Descrição: O projeto se propõe a, dentro do contexto da interdisciplinaridade comumente
associada à Ciência da Informação, analisar o domínio desta através da análise de dois conceitos
centrais da área: a questão da organização da informação e seu corolário, ou seja, o acesso à
informação propiciado pelos sistemas de recuperação da informação. A reflexão dessas questões
tem por pano de fundo uma análise dos diferentes conceitos de memória, inserindo a discussão
no quadro geral dos mecanismos culturais de guarda e socialização da memória construída pelo
homem. Considera-se, neste projeto, que a organização da informação compõe o núcleo
específico da Ciência da Informação ao conferir a esta, a sua identidade, na medida em que os
procedimentos nela envolvidos são próprios da área e não são compartilhados com outras áreas
do conhecimento.
Palavras-chaves: organização da informação, representação da informação, memória social
Nome: José Batista Dal Farra Martins
Título: Linguagem, Experiência e Memória: Poéticas da Voz do Narrador e do Cantor
como Sujeitos do Ator.
Início: 2011.
Em andamento
Descrição: O projeto se propõe a contribuir para a pesquisa sobre a vocalidade da palavra, no
campo inter-polar definido pelas ações performativas da narração e da canção. Tal perspectiva
sugere o estudo do papel social e político, da dimensão pedagógica e dos procedimentos do
aedo e do rapsodo, cantores-narradores que floresceram na Grécia do período Arcaico, e de
manifestações associadas, como o cantor de gesta medieval e o cantor popular brasileiro.
Concertada à pedagogia do ator e à encenação, trata-se de uma investigação teórica do trinômio
linguagem, experiência e memória, em conexão com as dicções do narrador e do cantor,
atentando-se para as vocalidades inter-polares, que contêm o cantofalado e a falacantada, no
trânsito da palavra aos cantos. A pesquisa busca cotejar as abordagens teóricas de Walter
Benjamin e Jorge Larrosa Bondía, professor do Departamento de Teoria da Educação da
Universidade de Barcelona e supervisor do projeto de pós-doutorado, realizado em 2011 - na
análise das articulações entre linguagem, experiência e memória, e suas repercussões nas peças
de aprendizagem, de Bertolt Brecht.
Nome: José Batista Dal Farra Martins
Título: Poéticas da Voz e da Palavra na Formação do Ator segundo Myrian Muniz.
Descrição: Durante vinte anos, do outono de 1984 à primavera de 2004, estação de sua morte,
convivi, aprendi e trabalhei com Myrian Muniz. Neste período, representei os mais diversos
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papéis, no espectro das especificidades do fazer teatral: compositor, sonoplasta, professor,
assistente de direção, diretor, iluminador, dramaturgo, ator. Foram anos de aprendiz, em que se
acumularam apontamentos, roteiros, trilhas, gravações e vídeos. Myrian era pedagoga em tempo
integral, mestra de um teatro peripatético, ou, na sua expressão, voador. O teatro se configurava
como missão transformadora, sagrada e profana, em que se confrontam Anjos e Demônios do
Ser. No ritmo profano do cotidiano, o sagrado saía do palco e se instalava nos cômodos da casa:
em cada canto, um altar iluminado. Fotos, colagens de fotos, esculturas em madeira macia que
ela fizera numa época de entalhe. Flores, eucaliptos secos a recender cheiro e fumaça, livros,
discos. A relação do aprendiz com a mestra transbordava os limites do trabalho convencional no
teatro, espalhando-se criativamente em nossas vidas: o projeto visa a compor um inventário e
um itinerário deste processo de formação.
Nome: José Batista Dal Farra Martins
Título: Rapsódia Ausgang.
Início: 2012.
Em andamento.
Descrição: Acontecimento cênico e musical, realizado na casa dos artistas Claudia Pacheco e
Zebba Dal Farra. Trata-se de uma extensão da pesquisa “Linguagem, Experiência e Memória:
Poéticas da Voz do Narrador e do Cantor como Sujeitos do Ator”, na qual emerge a figura do
rapsodo. Sabe-se que rapsódia é uma composição de fragmentos de textos e canções, ditos pelo
rapsodo, aquele que cose os cantos. A encenação rapsódica compõe, justapõe, funde e
contamina textos, canções e aparições, sempre em busca de uma vocalidade poética, entendida
como a voz – e o corpo – em performance, em ação, em relação. Os rapsodos transitam e
tensionam atores e personagens: cantam, dançam, dizem, em perspectiva polifônica. A
transformação da casa em teatro exigiu um mergulho nas memórias que impregnam fotografias,
livros, sofás, refletores, cortinas, figurinos, discos, trilhas sonoras, vozes, lembranças, narrativas
e canções. Este intenso movimento de escuta espelha-se nas cenas e nas ações que impulsionam
o itinerário da Rapsódia Ausgang e propiciam o compartilhar da memória. Os cômodos da casa
se transformam em espaços cênicos, marcados por antigas experiências teatrais com o cenógrafo
Flávio Império, a atriz e professora Myrian Muniz.
Há uma crescente e notável desvalorização do espaço público, invadido pelo privado. Nestes
tempos de transferência do público para o privado, o oferecimento do privado para o público
anima esta proposta teatral. Rapsódia Ausgang é um ato que deseja contribuir para o debate de
valorização do espaço público. Mas talvez seja também seu réquiem, seu canto fúnebre.
Nome: José de Paula Ramos Jr.
Título: A fortuna crítica de Macunaíma: segunda e terceira ondas (1937-1954)
Início: 2008
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Em andamento
Descrição: o livro Leituras de Macunaíma: Primeira Onda (1928-1936), lançado em 2012 pela
EDUSP, com apoio da FAPESP, vem a ser o ponto de chegada do primeiro momento de um
projeto de pesquisa que se desdobra, agora, na proposta de dar continuidade à investigação e
à edição da fortuna crítica relativa às três primeiras edições da rapsódia de Mário de Andrade.
A pesquisa atual, então, se concentra no período compreendido entre 1937 e 1954, em que
vigoraram a segunda e a terceira edições da obra, únicas (ao lado da primeira) lançadas em
vida do autor. A recepção crítica a Macunaíma, correspondente ao mencionado período e
colhida em suas fontes primárias, sobretudo periódicos, será editada, anotada e preparada
para publicação segundo as orientações e as metodologias da ecdótica e da crítica textual. Esse
corpus constitui, por outro lado, o objeto a ser estudado na perspectiva interdisciplinar
sintetizada no conceito de paratexto, em que os estudos literários (teoria, história e crítica)
articulam-se aos estudos de comunicação social, quer no campo de investigação do jornalismo
cultural, quer na área dos estudos do livro, da leitura e da edição.
Palavras-chaves: Macunaíma, Mário de Andrade, crítica literária, modernismo, literatura
brasileira, jornalismo cultural, paratexto.
Nome: José Roberto Ferreira Cintra
Título: Construções narrativas em João Moreira Salles e Eduardo Coutinho
Início: 2010
Em andamento
Descrição: Dois diretores de documentários se consagraram como os mais importantes do
cinema documental do Brasil nas duas últimas décadas: João Moreira Salles e Eduardo
Coutinho. Os processos de criação de cada um deles se tornaram referência para as novas
gerações de documentaristas. Localizar pontos de semelhança e de oposição nas construções
narrativas de cada um deles, apontar aquilo que os distingue como cineastas originais; entender
os arcabouços técnicos utilizados e os contextos teóricos envolvidos; são recortes temáticos que
podem contribuir para a formação dos alunos que se preparam para realizar seus próprios
documentários nas disciplinas finais do curso de Jornalismo do CJE.
Palavras-chaves: documentário, Eduardo Coutinho, João Moreira Salles, construção narrativa
Nome: João Paulo Amaral Schlittler Silva
Título: Website do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da ECA/USP
Início: 2011
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Em andamento
Descrição: O projeto tem como objetivo a difusão na Internet da produção audiovisual,
atividades e informações do Departamento de Rádio, Cinema e Televisão da ECA/USP. A
atualização de notícias de eventos, projetos de pesquisa com ênfase em conteúdo audiovisual
digital, permite dar continuidade ao projeto AVTV do programa “Ensinar com Pesquisa”, que
possibilitou a criação do website do Curso Superior do Audiovisual. Com a transmissão de
programas através do Canal Online, os produtores-estudantes conseguirão analisar a repercussão
de seu trabalho através de fóruns e enquetes, onde poderão discutir e trocar opiniões com
espectadores. O site, atualmente programado em HTML, será convertido para WordPress, que
possui uma interface bastante acessível, facilitando a atualização dos dados.
Palavras-chaves: audiovisual, internet, website, design, extensão
Nome: Leandro Leonardo Batista
Título: O uso de medo em campanhas públicas de trânsito dirigidas aos motociclistas
Início: 2010
Em andamento
Descrição: O projeto envolve o estudo do uso da chamada “propaganda de choque/ medo”, cujo
objetivo é alarmar o receptor sobre algum perigo ligado a um comportamento e que faz uso de
conteúdos com forte apelo emocional que causam grande impacto no público-alvo. Não foi
possível identificar nenhum estudo (experimental ou não) sobre o tema no Brasil. Existem
dados publicados em outros países mas inconclusivos. Novos desenvolvimentos teóricos
aguçam a curiosidade científica, entre eles o uso de negative priming, uma forma de divergir a
atenção de estímulos ligados aos comportamentos indesejados. Dessa forma, o projeto buscará
dentro das mais avançadas técnicas de comunicação, principalmente do uso da chamada
“móbile comunicação” (Internet, celulares, etc.), desenvolver e testar peças publicitárias que
abordem as arestas mais salientes do problema.
Palavras-chaves: propaganda de choque, receptor, negative priming, móbile comunicação
Nome: Leandro Leonardo Batista
Título: Cerveja, propaganda e mídias sociais: Os valores identificados nas
propagandas de cerveja e sua presença nos conteúdos de interação entre
adolescentes nas mídias sociais.
Inicio: 2011
Em Andamento
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Descrição: Existe uma grande preocupação social em relação ao consumo de bebidas
alcoólicas por adolescentes. Ainda que isto seja contrário às leis vigentes no país que só
permitem o consumo deste tipo de bebidas por maiores de 18 anos, é notório o
desrespeito a esta lei por praticamente todas as camadas da população; desde pais que
estimulam seus filhos a bebericar em festas e confraternizações que envolvem adultos,
até festas de adolescentes patrocinadas por indústrias de cerveja (e outras bebidas).
O estudo descrito abaixo faz parte de pesquisa financiada pelo CNPq/ CAPES
(Nº 07/2011) que busca um aprofundamento no entendimento das relações sociais de
jovens adolescentes permeadas pelo consumo de cerveja e intermediadas pela
propaganda comercial destes produtos.
O objetivo deste estudo é identificar nas relações facilitadas por mídias sociais como os
jovens tratam do tema nas suas conversações e interações diretas com amigos e como
esta conversa pode ser “moderada” pelo conteúdo das propagandas de cerveja e/ou vice-
versa. Dada a importância deste meio, na comunicação deste segmento da população,
acreditamos ser esta etapa extremamente informativa e fornecedora de insumos para
análise consolidada do problema de consumo de cerveja por adolescentes.
Palavras-chave: propaganda de cerveja, adolescentes, consumo de álcool, mídias sociais
Nome: Lisbeth Ruth Rebollo Gonçalves
Título: Lugares e modos críticos da Arte Contemporânea nos Museus
Início: 2005
Término: 2009
Descrição: Considerando-se os princípios da Crítica de Arte legados pelo passado e suas
transformações presentes, a pesquisa visa discutir a situação da Crítica de Arte Contemporânea,
isto é, os lugares de manifestação e os modos de realização críticos, diante da ameaça de perda
de função e de legitimidade da Crítica. Serão observados, especialmente, as exposições e ações
nos Museus de Arte Contemporânea (MAC), da USP.
Palavras-chaves: crítica de arte, exposições, Museu de Arte Contemporânea
Nome: Lisbeth Ruth Rebollo Gonçalves
Título: Crítica e curadoria em museus e bienais
Início: 2011
Em andamento
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Descrição: Neste projeto temático, o enfoque privilegia a abordagem da Crítica de Arte e da
Curadoria, tomando como espaço de observação as mostras em museus e bienais, com a
participação de pesquisadores do campo da História (FFLCH/USP), Prof.Dr. Francisco
Alambert, e da Arquitetura (FAU/USP), Prof. Dr. Rodrigo Queiroz. O projeto vincula-se à área
de Teoria e Crítica de Arte do Programa Interunidades de Pós-Graduação em Estética e História
da Arte. Como fundamentos para o estudo das dimensões de articulação entre a Crítica e a
Curadoria, serão tomadas as perspectivas da História da Arte, Estética e Sociologia da Arte.
Está entre os objetivos da pesquisa, estabelecer comparações sobre a situação atual nos campos
da crítica e curadoria em artes visuais e arquitetura, observando as exposições destes campos.
Palavras-chaves: crítica de arte, curadoria, exposição, museus, Bienal
Nome: Luciana Sayure Shimabuco
Título: Correlações e articulações entre escritura e performance: uma investigação sobre
os Estudos para Piano de György Ligeti
Início: 2011
Em andamento
Descrição: O projeto pretende fundamentar a correlação entre escritura e performance,
enfatizando o fato de que ambas são instâncias musicais intimamente imbricadas, que possuem
relevâncias equivalentes e que se condicionam mutuamente. A partir disso, e acatando os
Estudos de Ligeti, reconhecerá aspectos que testemunham esse vínculo, por meio de duas
indagações: como fatores de performance sub-determinam a escritura; e como a escritura e a
notação sub-determinam a performance. A primeira indagação será abordada por meio do
estudo do pensamento composicional de Ligeti em busca de testemunhos da consideração de
fatores de performance em seu processo composicional. A segunda indagação observará as
partituras com vistas a suas implicações de performance enquanto promotoras não de resultados
unívocos e rigorosamente pré-determinados, mas sim de múltiplas soluções.
Palavras-chaves: György Ligeti, piano, escritura, performance
Nome: Luciana Sayure Shimabuco
Título: A obra para piano solo de Cyro Pereira: revisão musicológica, editoração e edição
crítica
Início: 2007
Término: 2010
Descrição: O projeto apresenta como resultado a primeira edição da obra integral para piano
solo do compositor Cyro Pereira, abarcando um total de 40 peças compostas entre 1948 e 2001
e organizadas em 16 peças avulsas e 24 peças reunidas em seis ciclos. A edição resultante
disponibiliza um texto musical fiel às intenções do compositor, acompanhado de aparato crítico
que, fundamentado tanto em procedimentos analíticos quanto em consultas presenciais ao
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compositor, justifica as intervenções editoriais que se fizeram necessárias. O projeto atingiu os
objetivos propostos: 1. Levantamento e catalogação das obras pianísticas; 2. Revisão das obras,
fundamentada em orientações do próprio compositor; 3. Editoração das partituras por meio do
software Finale; 4. Edição crítica sustentada no estudo e análise dos materias musicais
empregados pelo compositor.
Palavras-chaves: Cyro Pereira, piano, revisão musical, edição crítica
Nome: Lucilene Cury
Título: O conhecimento científico: da Universidade para a Sociedade
Início: 2009
Término: 2010
Descrição: O Projeto teve por objetivo fazer a divulgação da pesquisa científica realizada na
FMV da USP, envolvendo alimentos, e enfatizou sua importância para a sociedade. Os
bolsistas produziram material de divulgação, de tipo impresso, que foram apresentados durante
evento na USP, que coordenou as atividades de um Grupo Multidisciplinar que tratou de
verificar, entre outras coisas, a qualidade dos alimentos comercializados nos quiosques e
lanchonetes do campus.
Palavras-chaves: Comunicação, pesquisa, alimentação, Educação
Nome: Lucilene Cury
Título: Cibernética Pedagógica – Laboratório de Linguagens Digitais (LLD)
Início: 2008
Em andamento
Descrição: No âmbito das interfaces que se estabelecem entre a educação, a ciência, a cultura e
a comunicação, sob o signo da sociedade do conhecimento, que enfatiza uma maior
interdependência entre elas, o projeto iniciado em 2008, visa disponibilizar, de maneira aberta, o
conteúdo das disciplinas que compõem as habilitações do curso de Comunicação da ECA/USP.
Continuou em desenvolvimento em 2010 e propõe-se a prosseguir até 2012 para a elaboração de
um site/portal que apresente, de maneira científico acadêmica, os trabalhos do Grupo.
Palavras-chaves: comunicação, conhecimento, portal, sociedade, cognição
Nome: Lucilene Cury
Título: Atalhos para a inclusão digital – Nos caminhos do ciberespaço
Início: 2003
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Término: 2010
Descrição: O Projeto inicialmente desativado em 2006, uma vez que seu objetivo era o de
encontrar bases para o trabalho do Grupo Cibernética Pedagógica relacionado à inclusão digital,
foi reativado em 2008 com o titulo de “Pelos Caminhos do Ciberespaço”, que deu continuidade
aos estudos iniciais e finalizado em 2010. O Projeto desenvolveu um estudo comparativo entre
os Curso de Comunicação da ECA e cursos de Comunicação dos Estados Unidos e Europa.
Analisados os principais exemplos, disponibilizou-se o material em plataforma online. Os
resultados foram apresentados em Congressos de Comunicação (Intercom) e em Congressos de
Pesquisa em Publicidade e Propaganda (ECA).
Palavras-chaves: inclusão digital, inclusão social, jovens e adultos
Nome: Lucilene Cury
Título: O mundo digital e sua relação com os aspectos cognitivos do sujeito
Início: 2011
Em andamento
Descrição: O Grupo Cibernética Pedagógica – LLD – abriga projetos com resultados já
apresentados em congressos e, desde o início de 2011, vem tratando de estabelecer novos temas
para o desenvolvimento dos estudos, principalmente os relacionados à questão da cognição nos
seus vários aspectos, incluindo os cerebrais, num contexto interdisciplinar.
Palavras-chaves: aprendizagem, universo digital, comunicação, cognição, cérebro
Nome: Lucilene Cury
Título: Em criação por parte do Grupo do HC - Neuro
Início: 2011
Em andamento
Descrição: O Projeto, em discussão durante o 2º. Semestre de 2011, tem por objetivo tratar da
questão cerebral através de diversas áreas do conhecimento, incluindo a
Comunicação/Educação. O Grupo denominado Lesão Axional Difusa é de natureza
interdisciplinar e tem por objetivo principal fazer a diferença na vida dos pacientes (um grupo
experimental de 80). Congrega 39 pesquisadores de diversas Unidades e Institutos da USP que,
sob ângulos diferentes, tratam da questão cerebral em suas pesquisas.
Palavras-chaves: alterações cerebrais, biologia, psicologia, comunicação digital, níveis
cognitivos
Nome: Lucilene Cury
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Título: O impacto da ação humana sobre o meio ambiente: um estudo com base na Agenda 21
Início: 2011
Em andamento
Descrição: Tem o objetivo de desenvolver um estudo exploratório sobre as principais causas do
desiquilíbrio ambiental nos dias atuais e coletar informações sobre as ações dos governos e da
sociedade civil, a fim de buscar novos caminhos para o desenvolvimento sustentável do planeta.
O trabalho tem conexão com as ações em desenvolvimento para a Conferência da ONU
Rio+20, com o objetivo de apresentar os primeiros resultados encontrados e de comparar o
estudo com os dos demais países participantes.
Palavras-chaves: sustentabilidade, ações governamentais, ONGs, Educação, Comunicação
Nome: Lucilene Cury
Título: O curso de Comunicação da ECA / USP e os cursos de Comunicação de universidades
estrangeiras: um estudo comparativo
Início: 2012
Em andamento
Descrição: A análise comparativa de universidades de países diferentes, escolhidas por critérios
tais como: caráter público, número de alunos, vocação pra a Graduação, excelência no ensino e
na pesquisa, além de outros, tem por objetivo básico oferecer subsídios para o desenvolvimento
da área de Comunicação Social da USP e o fim último de colaborar para a qualificação
profissional dos estudantes da ECA. Atrela-se a esse projeto um outro, relacionado à
internacionalização da USP, que iniciou estudos para avaliar os benefícios trazidos pelos
estágios no Exterior e pelos convênios institucionais.
Palavras-chaves: Comunicação, Educação, internacionalização, competitividade profissional,
excelência no Ensino
Nome: Luiz Guilherme de Carvalho Antunes
Título: O futuro da escola: uso de ferramentas de comunidades online para ensino à
distância e inclusão digital
Início: 2007
Em andamento
Descrição: Boa parte da atividade didática hoje em dia consiste em repetir conceitos para novos
alunos. Mesmo que pesquise e inove, o professor não pode deixar de fundamentar o que diz.
Quando o aluno finalmente está pronto para a discussão, o curso acaba e o professor não tem a
oportunidade de compartilhar sua experiência. Em vez de tentar combater o uso da Internet e de
seus serviços, o professor deve agir como os profissionais experientes e permitir a seus alunos
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que tragam informações, enquanto se empenha em lhes transmitir critérios. Nesse cenário, a
abundância de conteúdo disponível na Internet pode se tornar um grande auxiliar. A pesquisa
busca a identificação e a divulgação de ferramentas de software livre e código aberto que
possam ser usadas para o desenvolvimento de projetos de inclusão digital e ensino à distância
com baixo custo, fácil aprendizado e grande abrangência.
Palavras-chaves: inovação educação, internet, EAD
Nome: Luís Fernando Angerami Ramos
Título: Fluxos criativos audiovisuais: interações entre texto, imagem e som no processo de
elaboração de uma obra audiovisual
Início: 2007
Em andamento
Descrição: O projeto tem como objetivo pesquisar diferentes caminhos de interação entre a
palavra, a imagem e o som na elaboração de uma obra audiovisual. Numa primeira linha de
investigação partiu-se do texto poético como motor da criação audiovisual. Essa etapa teve
início com uma experiência coletiva com a participação de 40 pessoas (artistas plásticos e
profissionais de várias áreas) que assumiram o desafio de praticar uma intervenção plástica
tendo como fonte de inspiração um poema previamente selecionado. Numa segunda linha de
investigação, que ora se inicia, caminha-se em uma direção oposta no processo de gênese da
obra audiovisual. Tendo como base um conjunto de imagens, busca-se, numa primeira etapa,
extrair uma organização visual e a partir dela estimular a criação verbal e sonora na elaboração
de uma obra audiovisual.
Palavras-chaves: audiovisual, palavra, imagem, som
Nome: Lúcia Maciel Barbosa de Oliveira
Título: Cultura e cidade: dinâmicas culturais contemporâneas
Início: 2008
Em andamento
Descrição: O projeto tem como principal objetivo o desenvolvimento de uma plataforma sobre
o tema proposto, a fim de promover debates e reflexões, fornecer dados e links, facilitar o
intercâmbio cultural e publicar textos, por meio dos recursos oferecidos pela Internet sobre a
interface cultura e cidade.
Palavras-chaves: cultura, cidade, políticas culturais, ação cultural, globalização
Nome: Marcelo dos Santos
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Título: Estudo e aplicação do ciclo informacional nos processos de organização e
recuperação de informações clínicas no contexto da radiologia médica
Início: 2011
Em andamento
Descrição: O projeto propõe elementos para a concepção e a gestão de serviços especializados
de informação em ambientes eletrônicos, especialmente aqueles serviços que atendem
profissionais de diversas especialidades e com diferentes perspectivas de uso da informação. A
proposta de investigação tem como ponto de partida a análise do ciclo de informações de um
Departamento de Radiologia para propor reflexões sobre os sistemas de recuperação de
informações clínicas, tendo como base os princípios de compartilhamento e uso de informações
que normalmente estão dispersas em subsistemas específicos. A partir da análise do ciclo
informacional, objetiva-se garantir a disponibilidade de uma infraestrutura necessária para que
equipes da área Médica possam dispor de informações, em tempo real, para análise integrada do
estado clínico do paciente.
Palavras-chaves: gestão, organização da informação em ambiente eletrônico, radiologia
médica, ciclo informacional, informações clínicas
Nome: Marcelo dos Santos
Título: Ambiente multicêntrico para avaliação de algoritmos de processamento de
imagens médicas
Início: 2008
Término: 2010
Descrição: Constantemente, uma variedade de novos métodos de processamento de imagens
(algoritmos) é apresentada à comunidade. Porém, poucos têm sido inseridos, com sucesso, na
rotina clínica. A análise e comparação de diferentes abordagens por meio de uma mesma
metodologia são essenciais para a qualificação do projeto de um algoritmo. Contudo, é difícil
comparar o desempenho e adequabilidade de diferentes algoritmos de uma mesma maneira. A
razão principal deve-se à dificuldade de avaliar exaustivamente um algoritmo, ou pelo menos,
testá-lo num conjunto abrangente e diversificado de casos clínicos. A proposta apresenta um
plano de ações completo para implantação de um ambiente multicêntrico de base de imagens
médicas de diferentes modalidades para uso em diferentes propósitos.
Palavras-chaves: radiologia médica, processamento de imagens médicas, avaliação
Nome: Marcelo dos Santos
Título: Estudos de gestão e organização de serviço de informação em ambientes
eletrônicos
Início: 2009
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Em andamento
Descrição: Visando contribuições para repensar o planejamento, a organização, o acesso e o
melhor uso das informações em ambientes eletrônicos, o projeto apresenta a proposta de criação
de um ambiente para o desenvolvimento de estudos de gestão de serviços de informação, com
suporte e mediação baseados em tecnologias de informação e comunicação. Especificamente,
pretende-se que este ambiente proporcione condições para reflexões e aplicação de teorias,
simultaneamente ao desenvolvimento de atividades práticas de organização, representação,
busca e recuperação de informações (ou documentos) em serviços de armazenamento e
disseminação de informação em diferentes áreas. Do ponto de vista prático, pretende-se aplicar
as teorias da Ciência da Informação e Documentação no projeto de um serviço de informação
destinado à área Médica (Serviço de Radiologia).
Palavras-chaves: ambientes eletrônicos, informação em saúde, imagem médica, radiologia
médica
Nome: Marco Francesco Buti
Título: ir, passar, ficar
Início: 1992
Em andamento
Descrição: O trabalho se iniciou em algum momento do 2º semestre de 1992. Em 1996 passou
a incorporar fotografias. Em 1997 surgiu o título. Não tem data prevista nem desejo de
conclusão. Não se seguem metodologias, não existe divisão entre fazer e pensar, nem entre
projeto e execução. O ritmo é irregular, intercalado com outros projetos artísticos. “ir” são
gravuras e fotografias a cores baseadas na reação do meu olhar à cidade onde me encontro;
“passar” são fotografias da paisagem urbana, gravadas em chapas de ferro livremente oxidadas;
“ficar”são gravuras e fotografias em preto e branco, geradas pela projeção da luz natural e
artificial nos espaços interiores de minha casa.
Palavras-chave: ir, passar, ficar (o trabalho é visual, não há palavras-chave representativas
além do título).
Nome: Marco Francesco Buti
Título: Atacamachaça (provisório)
Inicio: 2011
Em andamento
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Descrição: este projeto, como “ir, passar, ficar”, não pretende chegar a um final. É uma única
matriz de cobre, que vai sendo gravada, regravada, apagada, impressa e reimpressa. A gravação
inclui técnicas fotográficas, além das básicas da gravura em metal. A impressão é experimental,
produzindo variantes, e não uma repetição regular. Imagens e palavras vão se associando e
superpondo, podendo haver também intervenções com pintura e desenho na estampa impressa.
Todas as palavras conterão apenas a vogal “a”, além das consoantes.
Palavras-chave: Atacama, vaga, bacana, camaradas (gravadas, impressas e apagadas até o
momento. O trabalho é visual, não há palavras-chave representativas além das que surgem e
desaparecem).
Nome: Marcos Luiz Mucheroni
Título: Redes Sociais, ontologias e comunicação científica
Início: 2010
Em andamento
Descrição: As redes sociais são estruturas dinâmicas e complexas formadas por pessoas com
valores e objetivos em comum, interligadas de forma horizontal e predominantemente
descentralizada. A pesquisa tratará das redes temáticas em domínios científicos e suas
tecnologias emergentes (TIs, TICs), para construir modelos que incluam a publicação
científica, e as redes de pesquisadores em determinados domínios e ontologias subjacentes a
determinadas áreas. O objetivo inicial é desenvolver métodos e técnicas para fazer a análise das
relações entre atores sociais, o que compõe uma Análise de Redes Sociais (SNA, Social
Network Analisys). A utilização científica da perspectiva das redes para estudos em domínios se
encontra em andamento de organização destas áreas e deverão incluir ontologias.
Palavras-chaves: redes sociais, comunicação científica, descrição de documentos multimidia
Nome: Marcos Luiz Mucheroni
Título: Documentação e descrição de vídeos em ambientes digitais multimídias
Início: 2011
Término: 2012
Descrição: Os objetivos da pesquisa foram analisar os métodos de representação de metadados
para o compartilhamento de dados em especial de vídeos, com imagens e sons a partir das
necessidades de representação na Web Semântica.
Na recente história dos vídeos e filmes houve uma crescente transformação tanto do
formato quanto dos suportes utilizados para suas reproduções: CDs, DVDs e agora os Blu-rays,
também a representação de documentos nestes suportes.
Ao longo da história os rolos de filmes transformaram-se em filmes digitais, CDs, DVDs
e agora Blu-rays. Outra possibilidade nos dias atuais são os vídeos disponíveis na Web, os
61
serviços de locação digital de filmes que estão chegando aos lares. A mudança rápida de
formatos proporcionou a chamada obsolescência, e o problema de transformação dos formatos.
No aspecto da representação, ainda há poucos modelos que se propõe para estas novas
mídias, que são crescentes tanto em volume quando na importância de seu uso, destacam-se o
modelo SMILL (Synchronized Multimedia Integration Language) do W3C, o DC (Core
Metadata Element Set Dublin) r o RSS de Media
Analisando os aspectos imagéticos e os diversos formatos de metadados para estes
arquivos na Internet, em recente trabalho apresentou-se uma proposta usando os elementos
Dublin Core em alguns aspectos estruturais de vídeos (RIBEIRO; MUCHERONI, 2012), tais
como: sequências, cenas, frames e shots (disparos).
Também a construção de metadados em XML e uma ontologia foram propostas como
forma de tratar a complexidade dos dados (MUCHERONI, RIBEIRO e PAIVA).
Nome: Margarida Maria Krohling Kunsch
Título: As dimensões humana, instrumental e estratégica da comunicação organizacional:
um estudo teórico aplicado.
Início: 2007
Término: 2010
Descrição: Com a nova geopolítica fomentada pelos fenômenos da globalização e da revolução
tecnológica da informação e da comunicação, as organizações têm de enfrentar um novo cenário
mundial, dominado por uma economia marcada por uma competição sem precedentes.
Consequentemente, a sua comunicação deve assumir novas formas, deixando de ser uma função
meramente técnica para ser eminentemente estratégica. Com o projeto, pretende-se contribuir
para o avanço do campo científico e aplicado da comunicação organizacional no Brasil. O
propósito é pensá-la dentro de uma perspectiva mais holística, enfocando-a em três dimensões: a
humana, a instrumental e a estratégica. Com base na bibliografia nacional e internacional de
comunicação organizacional foi feita uma criteriosa revisão do material indexado.
Palavras-chaves: organizações, sociedade, Comunicação, sustentabilidade, comunicação
organizacional
Nome: Margarida Maria Krohling Kunsch
Título: Políticas e estratégias de comunicação na gestão da sustentabilidade nas
organizações públicas e privadas
Início: 2010
Em andamento
Descrição: O tema da sustentabilidade tem sido debatido exaustivamente ao redor do mundo e a
necessidade da cooperação por parte de todas as organizações da sociedade civil nas esferas
política, econômica e social é consenso nessas discussões. Diante da pressão social, as
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organizações têm incorporado a sustentabilidade ao seu discurso. São ações que impactam
diretamente na imagem da empresa e no seu negócio, mas que muitas vezes não chegam a fazer
parte dos objetivos estratégicos e nem do dia-a-dia da organização, configurando um quadro de
ações puramente mercadológicas. Se por um lado a comunicação é imprescindível para a
disseminação dos valores, princípios e práticas sustentáveis, também se faz necessário verificar
como seus gestores têm se preparado para essa prática e, como a própria organização enxerga a
comunicação para a sustentabilidade, para além do foco promocional e publicitário.
Palavras-chaves: Comunicação, sustentabilidade, organizações, sociedade
Nome: Maria Cristina Castilho Costa
Título: Memórias da Escola de Comunicações e Artes: 50 anos
Início: 2011
Término: 2013
Descrição: Esta pesquisa tem por objetivo mapear e recuperar as memórias da Escola da
Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP). Tendo em vista a importância
que esta instituição tem não apenas dentro da USP, como também na formação de
profissionais e acadêmicos das áreas de Comunicações e Artes, justifica-se a necessidade de
um estudo que privilegie suas memórias. Tal resgate será realizado através de uma pesquisa
abrangente que tratará de diversos tipos de fontes, tais como documentos oficiais, imagens
estáticas, imagens em movimento, gravação de videoentrevistas, periódicos e documentação
sonora. A base metodológica será a utilizada por Ecléa Bosi que cruza diferentes fontes tendo
como base a memória oral. Para que tais objetivos sejam atingidos um website servirá de
instrumento para a criação de uma base de dados que abrigará todo o material colhido pela
pesquisa, tornando-se um referencial para todos os interessados e para futuras pesquisas. O
site deverá ser a plataforma de interação, divulgação e captação de informações.
Atualmente o projeto já disponibiliza online algumas videoentrevistas realizadas através do
site http://www.eca50anos.com.br. Além disso, o projeto conta com o apoio financeiro da Pró-
Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da Universidade de São Paulo e da Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
Palavras-chave: memórias, comunicações, artes, ECA, USP, videoentrevistas
Nome: Maria Cristina Castilho Costa
Título: Projeto Temático Comunicação e Censura - estudo teórico e documental dos
processos censórios a partir do Arquivo Miroel Silveira
Início: 2009
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Em andamento
Descrição: O Núcleo de Pesquisa Observatório de Comunicação, Liberdade de Expressão e
Censura – OBCOM - USP reúne professores, pesquisadores e alunos que, com base nos
documentos do Arquivo Miroel Silveira – processos de censura prévia ao teatro, provenientes
do Departamento de Diversões Públicas do Estado de São Paulo – estudam a censura às artes e
às comunicações. Investigam também a repercussão da censura na sociedade e a participação da
opinião pública nas decisões censórias. O acesso aos documentos do Arquivo e às infomações
dos diferentes eixos do Projeto Temático é possível pelo endereço eletrônico
www.obcom.nap.usp.br
Palavras-chaves: censura, teatro, comunicação, São Paulo
Nome: Maria Cristina Palma Mungioli
Título: A produção de sentido por meio da linguagem televisual: gêneros, temas e
discursos na minissérie Capitu
Início: 2010
Término: 2012
Descrição: O estudo se configurou como a segunda etapa do projeto “A produção de
sentido por meio da linguagem televisual” cuja primeira fase foi realizada entre
2008 e 2010 com a análise da minissérie “Queridos Amigos” (Rede Globo, 2008). Na
segunda etapa, demos continuidade à análise da produção de sentidos na linguagem
televisual no gênero minissérie brasileira. A pesquisa levou-nos à adoção de dois
conceitos-chave de Bakhtin: cronotopo e carnavalização para o estudo da minissérie
“Capitu”. Ancorada nesses conceitos, a análise estabeleceu a relação que se
desenhava, segundo nosso entendimento, entre o estético e o ético como uma das
chaves de compreensão da produção de sentido ensejada pela minissérie. Dessa
forma, observou-se, no universo estético e discursivo da minissérie, os cronotopos
romanescos do século XIX - a religiosidade, a castidade, o casamento de interesses, a
degradação da mulher suspeita de adultério, a moral burguesa – frente aos cronotopos do
século XXI - entre os quais se destacam: a desordem, a ambiguidade e a fragilidade das
relações amorosas. Em relação à carnavalização, observou-se sua ocorrência não apenas por
meio da estética da linguagem fílmica, mas também pelo jogo repleto de ambiguidades
constituído pelo discurso narrativo que colocou em marcha produções de sentido ancoradas
no discurso polifônico do narrador. Ainda, sob o olhar da inter-relação entre o estético e o
ético, destaca-se a análise de entrevistas de Luiz Fernando Carvalho, diretor da
minissérie, sobre a adaptação do romance “Dom Casmurro” e a importância dela para
a cultura brasileira e para a televisão.
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Palavras-chaves: microssérie Capitu, linguagem televisual e produção de sentido, cronotopo,
narrador
Nome: Maria Cristina Palma Mungioli
Título: A produção de sentido por meio da linguagem televisual: gêneros, temas e discursos na minissérie O Brado Retumbante
Início: 2012
Em Andamento
Descrição: Na última etapa da pesquisa, busca-se, com base nos resultados obtidos
nas duas fases anteriores (2008-2010 e 2010-2012) do projeto “A produção de
sentido por meio da linguagem televisual”, dar continuidade à aproximação
transdisciplinar das questões concernentes ao estudo dos mecanismos de natureza
discursiva e temática da ficção televisual. No que diz respeito à constituição do gênero
ficção televisual, pretendemos considerar as inter-relações entre as dimensões
simbólicas e econômicas envolvidas no processo de produção e veiculação desse
gênero na primeira década do século XXI. Pretendemos ainda verificar a existência de
um modelo narrativo característico da produção brasileira de ficção televisual do
século XXI no gênero minissérie. Nossa hipótese se funda na compreensão de que
esse modelo é construído a partir das inter-relações entre as instâncias literárias,
televisuais e mercadológicas e é determinado, em última análise, não pela somatória
desses elementos, mas pela sua integração dentro da complexa tessitura que envolve
gêneros discursivos, literários, televisuais (ficcionais e não ficcionais) e temas. Como
objeto empírico, elegemos a minissérie “O Brado Retumbante” (Rede Globo, 2012)
que apresenta inovações discursivas e temáticas importantes que reverberam um
novo quadro simbólico no qual se inscreve a imagem de Brasil e de brasilidade na
atualidade. O referencial para análise e discussões será fornecido pela abordagem da
Comunicação calcada nos Estudos Culturais, pela Análise de Discurso (de origem
francesa) e pelos estudos de Bakhtin acerca da linguagem e dos gêneros do discurso.
Nome: Maria Dora Genis Mourão
Título: RIVERS – Estudos de novos processos de montagem e edição colaborativa e
captação de conteúdo audiovisual em mídia sólida
Início: 2006
Término: 2010
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Descrição: O projeto tem como objetivo o estudo integrado de aplicação de novos processos de
workflow de captação de imagens de alta definição em mídia sólida, e de montagem e edição
colaborativa. Um dos produtos resultantes da pesquisa será um documentário em alta definição
sobre o rio Amazonas. Tal iniciativa está vinculada ao Rivers Project: proposta de cooperação
entre diferentes escolas de cinema de diversos continentes, que conta com o apoio do CILECT
(Centre International de Liaison des Ecoles de Cinéma et Télévision). O conteúdo do filme
procurará examinar as relações entre práticas culturais e o manejo da água. Outro produto da
pesquisa será uma reflexão sobre como as novas propostas de edição e de captação de áudio e
vídeo repercutem nos workflows de pré-produção, produção e pós-produção e incidem na
estética e na linguagem do gênero documental.
Palavras-chaves: alta definição, montagem, cinema
Nome: Maria Dora Genis Mourão
Título: A montagem cinematográfica na contemporaneidade audiovisual
Início: 2010
Em andamento
Descrição: A pesquisa tem por objetivo refletir sobre o papel da montagem na produção
audiovisual contemporânea, especialmente nas obras que resultam dos cruzamentos de campos
estéticos. Para o teórico da montagem S. M. Eisenstein o cinema é uma arte da síntese orgânica
em sua própria essência. Partindo dessa premissa, e de que o cinema se constrói a partir das
relações com outras formas de arte constituindo-se em uma síntese qualitativa delas, Eisenstein
imprime à montagem um valor estético, além de ideológico, diante da capacidade que a
montagem tem de organizar esses códigos heterogêneos. O surgimento da tecnologia vídeo e as
novas formas de produção colocam a montagem novamente em pauta. É nesse panorama que se
pretende recuperar a importância da montagem como criadora de sentidos e como possível
lugar de intersecção das formas e gêneros de expressão artística.
Palavras-chaves: cinema, audiovisual, montagem
Nome: Maria Helena Franco de Araujo Bastos
Título: LADCOR - Laboratório de Dramaturgia do Corpo
Início: 2006
Em andamento
Descrição: O LADCOR – Laboratório de Dramaturgia do Corpo surge no segundo semestre de
2006. A partir daí vem organizando em ensaios, espetáculos, intervenções urbanas, pesquisas
contemporâneas sobre o fazer criativo com a ideia de uma prontidão cênica a partir da “escuta
do corpo”. O pensamento de uma escuta voltada para o corpo na relação com o espaço cênico é
um conceito aqui criado para atender as necessidades de uma prontidão do artista do corpo nos
processos que envolvem a criação e o fazer cênico. A dramaturgia do corpo não é uma
66
embalagem que nasce pronta, e sim emerge de uma ação. A geração de um estado corporal
depende de uma coerência estabelecida entre o momento de uma determinada ação, o modo
como esta ação no corpo é provocada e a percepção do espaço que está no entorno de toda esta
ação.
Palavras-chaves: corpo, criação, dança, dramaturgia, corpo urbano
Nome: Maria Immacolata Vassallo de Lopes
Título: Telenovela brasileira: transmidiação e internacionalização
Início: 2010
Em andamento
Descrição: O projeto pretende trabalhar com dois objetos. O primeiro é continuar
desenvolvendo o projeto Obitel Internacional e consolidar seu protocolo teórico e metodológico.
O segundo objeto é uma temática que resulta das investigações realizadas ao longo desta década
e que passa a focar os traços específicos da telenovela brasileira, implicando a revisão da
identidade nacional no cenário globalizado, na linha de Anderson, Appadurai, Bhabha, Bauman,
Barker, e outros. Dentre os aspectos que têm diferenciado o Brasil dentro do conjunto dos países
do Obitel, talvez o principal seja o fato de a telenovela brasileira, ao longo de seus quase 50
anos de encontro diário com o público, ter se tornado uma narrativa da nação. Essa perspectiva
de análise permite compreender a construção discursivo-cultural do país como “comunidade
imaginada” ensejada pela telenovela.
Palavras-chaves: OBITEL-Observatório Ibero-Americano da Ficção Televisiva, telenovela
Nome: Maria Laura Martinez
Título: Agência Universitária de Notícias Online
Início: 2001
Término: 2010
Descrição: A AUN Online é um ambiente na Internet que divulga a produção científica e
tecnológica da USP por meio do trabalho jornalístico da disciplina “Laboratório de Jornalismo
Impresso I”. Foi criada como estudo de caso da tese de doutorado da pesquisadora e tem
contribuído com a investigação científica, o desenvolvimento e o aperfeiçoamento de métodos
de usabilidade e design de interação. O seu banco de dados reúne matérias desde o ano 2000,
redigidas por alunos do curso de jornalismo sob a supervisão de professores jornalistas. As
narrativas são lineares e visam o meio impresso mas se utilizam do meio online para
divulgação. O projeto teve apoio do programa Bolsa Trabalho da Coordenadoria de Assistência
Social da Reitoria da USP, entre 2001 e 2008.
Palavras-chaves: agência de notícias, usabilidade, design centrado no usuário
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Nome: Maria Laura Martinez
Título: Padrões de busca e uso da informação científica na Internet: análise de perfil do
usuário acadêmico da UFPE
Início: 2009
Término: 2010
Descrição: Projeto desenvolvido por uma equipe de duas universidades através de parceria
entre o Centro de Estudos Design de Sistemas Virtuais Centrado no Usuário da ECA-USP
(CEDUS) e o Laboratório de Tecnologia da Informação da UFPE (LIBER), com apoio da
Capes. A pesquisa foi realizada entre os membros da comunidade acadêmica da UFPE sobre
padrões de busca e uso da informação científica na Internet. A investigação foca especialmente
o estudo do usuário e do uso do Portal CAPES por alunos e ex-alunos de pós-graduação. Por
meio de um questionário online, enviado a 4.251 alunos e ex-alunos dos programas de mestrado
e doutorado, 407 respondentes forneceram subsídios para o estudo de cinco variáveis:
características pessoais; vínculo atual com a UFPE; recursos e uso da internet; uso da
informação científica; e expectativa em relação aos sistemas de informação científica.
Palavras-chaves: usabilidade, informação científica, interfaces informativas
Nome: Maria Laura Martinez Título: Livro Digital.
Início: 2012
Em andamento.
Descrição: O design de interação aplicado à editoração é uma nova fronteira de pesquisa. A
simples transposição do conteúdo impresso para o meio digital não é sinônimo de qualidade. Os
livros necessitam não somente ser “empacotados”, mas precisam de meta-dados e de
funcionalidades digitais que lhes agreguem valor, explorando as características diferenciais do
suporte online. Por outro lado, o foco do desenvolvimento deve migrar da interface para o ser
humano que a utiliza e investigar os parâmetros que otimizam a experiência do usuário.
Este trabalho situa-se em campo transdisciplinar e visa a investigação e o desenvolvimento de
um ambiente digital para obras literárias raras, de valor cultural permanente, cujo conteúdo
passou previamente por um meticuloso trabalho de edição editorial gerando versões fidedignas e
de qualidade. A interface digital deverá proporcionar acessibilidade, divulgando a cultura
brasileira no mundo e, interatividade em ambientes colaborativos, proporcionando novas e ricas
experiências a seus leitores.
O projeto Livro Digital surgiu no seio do NAP NAWEB (Núcleo de Pesquisa em Ambientes
Colaborativos na Web) da Universidade de São Paulo, formado por três unidades USP, e conta
com as parcerias do projeto Reserva Literária do curso de Editoração da ECA-USP, sob a
coordenação do Prof. Dr. José de Paula Ramos Júnior e, do Groupware Workbench do
Departamento de Ciências da Computação do IME-USP, sob a coordenação do Prof. Dr. Marco
Gerosa.
Palavras‐chaves: livro
Nome: Maria Laura Martinez
Título: Arquigrafia - Ambiente colaborativo para o compartilhamento de imagens de
arquitetura.
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Início: 2009
Término: 2012
Descrição: O projeto Arquigrafia visa à criação de um ambiente interativo e colaborativo para a
visualização e compartilhamento de imagens digitais de arquitetura na Internet que pode ser
acessado também por dispositivos móveis como tablets e smartphones, utilizando aplicativos
Android/Google. Reúne uma equipe multidisciplinar de pesquisadores de três unidades USP e
de duas universidades. Tem o apoio do NAP NAWEB (Núcleo de Pesquisa em Ambientes
Colaborativos na Web) da Universidade de São Paulo. Em 2011 venceu o primeiro lugar da
Olimpíada USP de Inovação na categoria Ciências Sociais e Humanas Aplicadas. A professora
Martinez participou como coordenadora das áreas de Usabilidade e Metodologia de design
centrado no usuário.
Palavras‐chaves: design de interação, usabilidade, metodologia de design centrado no usuário, métodos ágeis.
Nome: Maria Lúcia de Souza Barros Pupo
Título: Processos contemporâneos de criação teatral e pedagogia
Início: 2010
Em andamento
Descrição: O projeto tem em vista examinar novas modalidades de ação cultural na área das
Artes Cênicas, que vêm abrindo perspectivas promissoras no campo da Pedagogia do Teatro na
cidade de São Paulo. O compromisso que vem sendo assumido por grupos e coletivos teatrais
no que diz respeito à formulação de discursos cênicos e à formação de espectadores em amplos
e diversificados segmentos da população, constitui um fenômeno recente, que estabelece novas
modalidades de relação entre a cidade e as artes da cena. A referência empírica da investigação
está localizada nas propostas de contrapartida social beneficiadas com apoio público através do
Programa de Fomento ao Teatro da Secretaria Municipal de Cultura.
Palavras-chaves: Programa de Fomento ao Teatro, ação cultural, pedagogia do teatro
Nome: Maria Teresa Alencar de Brito
Título: O JOGO DA IMPROVISAÇÃO: FERRAMENTA PARA
FAZER/PENSAR O ACONTECIMENTO MUSICAL NA INFÂNCIA
Início: 2009
Em andamento
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Descrição: Considerando a improvisação como projétil criador de tramas entre os
domínios que cercam e constituem a experiência musical, a pesquisa visa a ampliar o
conhecimento acerca da questão, aprofundando análises e reflexões, atualizando
referenciais teóricos e cartografando a emergência de acontecimentos em ambientes
educativos, com crianças de distintas idades. Cruzando ideias e propostas, o projeto
conecta preceitos e práticas de músicos e educadores dedicados à improvisação a
conceitos filosóficos de Gilles Deleuze e Félix Guattari.
Na etapa atual (2013) a pesquisa contará com a participação de alunos/professores que,
após a etapa de introdução aos fundamentos teóricos e de vivência prática com jogos de
improvisação, atuarão com crianças. Em lugar de padronizar procedimentos e condutas,
a pesquisa objetiva destacar a singularidade dos processos de realização musical nos
territórios da educação.
Palavras-chaves: educação musical, improvisação, formação de professores, filosofia.
Nome: Marilda Lopes Ginez de Lara
a a a a a a
do conhecimento
: 2010
Em andamento
: O objetivo principal da pesquisa é identificar como as principais tendências
dos estudos de Organização e Representação do Conhecimento (ORC) enfrentam as
questões da linguagem, considerando-se a producão bibliográfica brasileira e a
producão internacional (incluindo, se possível, a literatura latino-americana), no período
compreendido entre 1999 a 2009. A partir daí pretende-se identificar: 1. fundamentos,
princípios, pontos de partida, grau de vinculacão com a producão clássica da
Documentacão; 2. conceito de informacão subjacente; 3. conceito de linguagem e
tratamento da questão no interior do subcampo da Organização e Representação do
Conhecimento; 4. metodologias propostas; 5. tipologia de produtos concretos sugeridos,
desde que pertinentes; 6. Correlações entre as propostas, semelhanças, diferenças; 7.
bibliografia principal utilizada. O desenvolvimento da pesquisa em 2012 concentrou-se
na seleção das bases internacionais para a realização da pesquisa, na elaboração e teste
da equação de busca nas bases. Paralelamente, acompanhamos a publicação de textos
sobre ORC na literatura brasileira e estrangeira.
70
Palavras-chave: organização do conhecimento, organização da informacão,
referenciais de linguagem.
Nome: Marilda Lopes Ginez de Lara
Título: Vocabulários na Web semântica
Início/Término: março-agosto 2012
Descrição: A pesquisa foi realizada durante o Estágio Sênior realizado na Universidad Carlos
III de Madrid, sob a supervisão do Dr. José Antonio Moreiro González, entre março/agosto de
2012. Um dos objetivos foi o de entrevistar professores de Organização e Representação do
Conhecimento – ORC, para saber sobre conteúdos e bibliografia trabalhados com os alunos de
graduação e pós-graduação; outro, foi analisar, na literatura espanhola recente, os temas mais
frequentes enfocados nos últimos 5 anos. A metodologia utilizada para as entrevistas foi
qualitativa, com questionários semi-estruturados. Para a outra parte da pesquisa, realizamos
seleção direta de artigos nos sumários das revistas El Profesional de la Información e Revista de
Documentación Española e analisamos o material selecionado. As entrevistas permitiram
mostrar que os conteúdos enfocados são tradicionais e que grande parte dos docentes se ressente
dos efeitos do Convênio de Bolonha que privilegia, na graduação, um ensino mais técnico e
instrumental e menos conceitual e, na pós-graduação, a preocupação com a aplicação prática,
concentrando-se no tema Bibliotecas Digitais, onde o tema da ORC é tratado. No que tange à
literatura espanhola, verifica-se um alto investimento na discussão sobre o formato SKOS,
seguindo recomendações da W3Consortium, visando a promoção do reuso e a
interoperabilidade entre vocabulários na Web semântica. A partir da pesquisa foram publicados
vários trabalhos.
Palavras-chave: organização do conhecimento, organização da informacão,
interoperabilidade, vocabulários, ensino da ORC, Espanha
Nome: Marilia Pacheco Fiorillo
Título: Crença e preconceito: os vieses da mídia brasileira na cobertura de temas
religiosos
Início: 2008
Em andamento
Descrição: A pesquisa pretende contribuir para a crítica da imprensa brasileira. O intuito é
mapear como uma parcela da mídia brasileira, a mais influente, tem respondido à explosiva
relevância das religiões e da religiosidade nos cenários político, cultural e comportamental. Será
analisada em que medida a escolha dos temas e episódios (pauta), o seu enfoque (edição), e os
artifícios de linguagem nos textos podem refletir preconceitos e partidarismos, e os disseminar
71
para a opinião pública. Será realizado um levantamento minucioso (diário e semanal) de quatro
importantes veículos: os jornais O Globo, O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e a revista
Veja, por um período de sete meses, e em seguida a tabulação e análise comparativa dos dados.
Palavras-chaves: comunicação, religião, analise do discurso, mídia brasileira
Nome: Marilia Pacheco Fiorillo
Título: Questões de identidade, gênero e cultura na mídia brasileira
Início: 2009
Em andamento
Descrição: A globalização, tão vigorosa, invasiva e disseminada na cultura, na comunicação e
na economia, tem trazido um acirramento da dicotomia local x global, geral x particular,
universal x multicultural. Torna-se cada vez mais urgente a necessidade de equacionar
teoricamente certas questões colocadas por esta difusa ambivalência que conta, de um lado, com
a crescente e acelerada dissolução dos valores particulares (de gênero, raça, etnia, cabedal
cultural, religião), engolfados pela dissipação das fronteiras comunicativas, e por outro, pela
acentuação agressiva dos universos particularistas, pela recuperação de valores tradicionais e
tipificados, muitas vezes regressivos (de gênero, raça, religião, etc.). Uma sondagem irá mapear
o tratamento dado pela mídia brasileira (de forma difusa), de modo a gerar uma análise da
propagação destas ambivalências na cobertura jornalística.
Palavras-chaves: comunicação, globalização, identidade, alteridade, analise do discurso
Nome: Mario Celso Ramiro de Andrade
Título: A fotografia do invisível
Início: 2008
Em andamento
Descrição: A pesquisa é um desdobramento do mestrado defendido em 1997 na
Kunsthochschule für Medien Köln, na Alemanha, e do doutorado defendido em 2008 na Escola
de Comunicações e Artes da USP, a partir da prática fotográfica em que se investigou a
existência de irradiações, normalmente invisíveis ao olhar, registradas ao redor dos corpos e
esculturas quentes. O trabalhos se expandiu posteriormente para um levantamento de um gênero
fotográfico encontrado no Brasil, como em outros países, relacionado à crença na existência da
vida após a morte. Identificada como “A fotografia dos espíritos no Brasil” essa pesquisa vem
realizando um mapeamento da produção fotográfica existente no âmbito dos diversos sistemas
de crença existentes no país, tais como o espiritismo e o movimento mariano, a partir dos quais
resurgem freqüentemente novos registros de “manifestações espirituais” mediadas por
fotografias.
Palavras chave: A fotografia do invisível, a fotografia dos espíritos, fotografia e percepção.
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Nome: Mario Rodrigues Videira Junior
Título: Práticas interpretativas e métodos de ensino para piano (1750-1840): uma
abordagem histórica e estética (Fase 1 - Do Clavicórdio ao Pianoforte)
Início: 2010
Em andamento
Descrição: Partindo da análise de alguns tratados e métodos para o ensino do piano publicados
entre 1750-1840, sobretudo dos textos de autores como C. P. E. Bach, Marpurg, Türk e
Clementi e Czerny, o projeto tem por objetivo investigar as práticas interpretativas vigentes
nesse período, assim como o modo pelo qual a mesma se articula com o pensamento estético da
época. Por fim, pretende-se realizar uma tradução anotada e comentada de trechos escolhidos
dos tratados desses três últimos autores (ainda não disponíveis em língua portuguesa), de forma
a contribuir para os atuais debates em torno das chamadas interpretações historicamente
orientadas.
Palavras-chaves: pedagogia pianística, práticas interpretativas, piano, estética musical
Nome: Marisa Midore Deaecto
Título: A economia do livro: cartografia da produção editorial na cidade de São Paulo,
por suas instituições de leitura, tipografias e livrarias (Séculos XIX E XX)
Início: 2009
Em andamento
Descrição: O projeto de uma cartografia da atividade editorial paulista, noutros termos, do
desenvolvimento da economia do livro em São Paulo, visa à sistematização e análise de dados
atinentes à expansão das instituições de leitura e do mercado livreiro e seus pontos de contato
com as mudanças observadas no quadro cultural de nossa sociedade. Desde o início da era
republicana o problema do analfabetismo foi enfrentado com veemência pela classe política
paulista. Tratava-se, afinal, de uma herança maldita da monarquia, a qual se contrapunha aos
princípios democráticos e universalistas da República. O mapeamento se realizada, em primeira
instância, a partir de balizas cronológicas de nossa história republicana, tendo-se desdobrado,
nos últimos tempos, em função dos marcos culturais da história da cidade, p. ex., o
aparecimento da Universidade de São Paulo e de outras instituições do ensino superior.
Palavras-chaves: livro, produção editorial, tipografia, livraria, leitura
Nome: Marisa Midore Deaecto
Título: História das práticas editoriais e da leitura no Brasil (Séculos XIX-XXI)
Início: 2009
Em andamento
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Descrição: A linha de pesquisa se propõe a realizar estudos sistemáticos que visem identificar e
analisar, com um enfoque histórico, atuações de agentes produtores do impresso e correlações
de suas ações com os circuitos da leitura. O projeto contempla diversas ações junto à Pró-
Reitoria de Cultura e Extensão Universitária. No que toca à pesquisa, está em andamento a
investigação sobre edições oitocentistas brasileiras (traduções) que versam sobre a temática da
Revolução Francesa, a qual se insere no Projeto Temático (Fapesp) sob o título “A circulação
transatlântica dos impressos – a globalização da cultura no século XIX”, sob a coordenação de
Márcia Abreu (IEL-Unicamp) e Jean-Yves Mollier (UVSQ-França).
Palavras-chaves: livro, editora, leitura
Nome: Marisa Midore Deaecto
Título: Entre livros e revoluções: a recepção da literatura francesa no Brasil (1848-1889)
Início: 2011
Em andamento
Descrição: O projeto se propõe a investigar as obras traduzidas para o português sobre a
Revolução Francesa, em edições publicadas no espaço luso-brasileiro, no período de 1848 a
1889. Não se trata de discutir a temática da Revolução de 1789 em termos políticos ou mesmo
historiográficos, mas de analisar a dinâmica circulacional dessas edições na perspectiva das
transferências culturais entre a França, Portugal e o Brasil. Entendendo as traduções como
estratégia de difusão, senão, de vulgarização de um tema-chave para a compreensão do mundo
contemporâneo, objetiva-se, enfim, averiguar em que medida os ecos da Revolução aportaram
em solo brasileiro (também) via Portugal, em um contexto de afirmação do liberalismo e do
republicanismo.
Palavras-chaves: livro, Revolução Francesa, literatura brasileira, tradução
Nome: MARIVALDE MOACIR FRANCELIN - CDB/ECA
Título: Epistemologias e anti-epistemologias da ciência da informação
INÍCIO: 2011
Em andamento.
DESCRIÇÃO: O projeto propõe analisar e discutir, à luz das transformações e mutações
ocorridas nos saberes na sociedade contemporânea, o processo de construção e desconstrução
epistemológica nas disciplinas teórico-metodológicas da Ciência da Informação no contexto
brasileiro. Parte das seguintes indagações: a) muitos paradigmas e modelos teóricos e
metodológicos são desenvolvidos pela ciência, mas eles são apropriados e aplicados nas
atividades de ensino e pesquisa acadêmico-científicas no campo da Ciência da Informação? b) é
possível identificar influências de modelos e paradigmas disciplinares da Ciência da Informação
nas premissas que conduzem as atividades de ensino e pesquisa acadêmico-científicas? c) quais
modelos e paradigmas da Ciência da Informação predominam nas pesquisas acadêmico-
74
científicas da área? A partir das indagações levantadas, objetiva, especificamente: a) identificar
as acepções do termo “epistemologia” nos trabalhos dos pesquisadores brasileiros de Ciência da
Informação; b) identificar as correntes teóricas e metodológicas dominantes nesses trabalhos; c)
Analisar as orientações didático-pedagógicas presentes nas disciplinas de fundamentação teórica
e metodológica dos cursos brasileiros de graduação e pós-graduação em Ciência da Informação;
d) Identificar relações dos enfoques das análises epistemológicas, ou seja, dos saberes
constitutivos do campo da Ciência da Informação, e os princípios que norteiam a
institucionalização da pesquisa na área. Os resultados da pesquisa servirão para consolidar a
proposta de criação do Laboratório de Epistemologia e Metodologia da Ciência da Informação
(LEMCI).
Palavras-chave: Ciência da Informação; epistemologia; paradigmas da ciência; ensino e
pesquisa.
Nome: MARIVALDE MOACIR FRANCELIN
Título: Espaços de significação, teorias do conceito e legitimação de memórias:
perspectivas e relações críticas na organização do conhecimento
INÍCIO: 2010
Em andamento.
DESCRIÇÃO: Os conceitos, como são tradicionalmente entendidos, desenvolvem-se e
consolidam-se em campos de conhecimentos reconhecidos pela sua rigorosidade, metodologia e
confiabilidade teórico-científica. Eles (os conceitos), quando organizados, são os representantes
do que chamamos sistema nocional de uma área de conhecimento. Para a análise dos espaços de
significação não se pode, aparentemente, definir uma área de conhecimento válido como sendo
apenas aquela que tenha seus conceitos organizados e definidos dentro de um único sistema
classificatório e/ou científico. Os espaços de significação não são definidos por unidades e/ou
sistemas classificatórios fixos. São definidos por sua dinâmica cultural e riqueza de
conhecimentos localizados que não se encaixam na ideia tradicional de conhecimento, porém,
estão inseridos no que, há décadas, vêm sendo chamado de conhecimento do senso comum.
Nosso objetivo é discutir se estamos entendendo, de fato, o que se quer dizer quando nos
referimos a tais ambientes, quando falamos do conhecimento do senso comum e da organização
e representação de memórias e culturas populares (espaços de significação). Dois pressupostos
essenciais delimitam este trabalho: primeiro, os espaços de significação (ambientes
epistêmicos/gnosiológicos) precisam ser analisados no contexto das ações de informação;
segundo, as classificações universais do conhecimento, largamente utilizadas nas ações de
informação, por se edificarem em paradigmas dominantes em contextos legitimados, ignoram os
ambientes periféricos de significação. O projeto compõe pesquisa realizada na linha "Teorias do
Conceito" do Grupo de Pesquisa do CNPq "Organização e Representação do Conhecimento".
Palavras-chave: espaços de significação; teorias do conceito; memórias informacionais;
epistemologia da Organização da Informação e do Conhecimento.
Nome: Martin Grossmann
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Título: Fórum Permanente: Museus de Arte entre o público e o privado
Início: 2003
Em andamento
Descrição: Plataforma de práxis investigativa e de mediação cultural. Por meio de uma
pesquisa-ação, esta plataforma planeja, organiza, produz, mantêm, expõe e documenta os
principais acontecimentos em ação e mediação cultural, nacional e internacionalmente, que
conformam as relações entre a produção da arte visual contemporânea e os sistemas e
instituições culturais. Sua estrutura é baseada em uma rede de parcerias com diversos agentes
atuantes nos campos das artes e da cultura, instituições de arte (artistas, curadores, educadores,
público, etc) e agências culturais estrangeiras. Atuando como interface entre a cultura material e
a cultura na virtualidade, esta pesquisa não só atualiza constantemente a sua principal
plataforma, o site na internet <www.forumpermanente.org>, como também mantém uma
politica editorial dispondo de uma Coleção de Livros e de uma revista digital, o Periódico
Permanente.
Palavras-chaves: esfera pública; interfaces sócio-culturais; arte contemporânea;
institucionalidade; sistema da arte; crítica, ação e mediação cultural; equipamentos culturais.
Nome: Martin Grossmann
Título: Programa Institucional do Centro Cultural São Paulo (CCSP/ Prefeitura da
Cidade de São Paulo)
Início: 2006
Em andamento (término previsto para dezembro de 2013)
Descrição: Projeto de pesquisa visando a criação, o planejamento e a avaliação do programa
institucional do Centro Cultural São Paulo na gestão que teve como diretor geral Martin
Grossmann (2006 a 2010).
Palavras-chaves: esfera pública; interfaces sócio-culturais; política cultural; economia da
cultura; crítica, ação e mediação cultural; curadoria e metacuradoria; produção e recepção da
arte; inter e transdisciplinaridade; sistemas operacionais; equipamentos culturais; centro
cultural; memória institucional; tecnologia da informação e comunicação; políticas de acervo;
gestão cultural.
Nome: Martin Grossmann
Título: Programa Institucional do Instituto de Estudos Avançados (IEA-USP)
Início: 2012
Duração: 5 anos
Descrição: Projeto de pesquisa visando a criação, o planejamento e a avaliação do programa
institucional quinquenal (2012-2017) do Instituto de Estudos Avançados da USP, visando a
retomada do seu papel estratégico no processo de continuidade na liderança científica, cultural e
acadêmica que a USP mantém desde a sua criação, seja local, regional como globalmente.
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Palavras-chaves: estudos avançados; inter e transdisciplinaridade; interface das culturas
universitárias; sistemas operacionais; critica institucional; estratégia institucional; políticas de
estado; políticas públicas; esfera pública; memória institucional; internacionalização; pesquisa;
educação; comunicação e exposição; metacuradorias.
Palavras-chaves: estudos avançados; inter e transdisciplinaridade; interface das culturas
universitárias; sistemas operacionais; critica institucional; estratégia institucional; políticas de
estado; políticas públicas; esfera pública; memória institucional; internacionalização; pesquisa;
educação; comunicação e exposição; metacuradorias.
Nome: Massimo Di Felice
Título: Redes Digitais e Sustentabilidade
Ano de início: 2010
Em andamento
Descrição: A pesquisa pretende analisar as novas formas de interação entre o território e a
comunicação partindo da necessidade de repensar essa dinâmica no interior dos novos contextos
digitais. Nestes últimos, apresentam-se dois fenômenos, de um lado um processo de
informatização e de digitalização do território e da natureza, e, do outro, o incremento contínuo
da constituição de redes sociais colaborativas (social network) que atuam de diversas formas,
experimentando novas práticas e ações. Evidencia-se, assim, o surgimento de uma nova
geografia informatizada e de uma nova forma de interação entre sujeito e território mediada pela
técnica, capaz de não somente expandir o impacto das ações propostas das redes colaborativas,
mas de criar uma nova cultura ecológica que parece eliminar as tradicionais distinções entre
interno e externo , sujeito e território, homem e natureza. O projeto tem patrocínio Máster da
Petrobas S.A.
Palavras-chaves: comunicação digital, redes digitais, sustentabilidade, ecossistemas
informativos
Nome: Massimo Di Felice
Título: Netativismo: ações colaborativas em redes digitais
Ano de início: 2010
Em andamento
Descrição: O projeto, apoiado pela FAPESP, é parte de uma pesquisa internacional que
compreende um estudo comparativo cujos objetivos principais são: analisar as formas de
protagonismo e de cidadania que estão sendo desenvolvidas nas redes digitais e definir as
características dos significados sociais e políticos de tais ações desenvolvidas através das
interações com a tecnologia. Após definir o conceito proposto de netativismo, a pesquisa partirá
de um estudo exploratório desenvolvido nos contextos digitais brasileiros a fim de criar uma
tipologia que indique as formas, os aspectos e o impacto dessas novas práticas colaborativas de
participação desenvolvidas no ciberespaço. Os resultados alcançados serão comparados àqueles
77
obtidos por centros de pesquisa universitários de outras três capitais (Lisboa, Milão e Paris),
parceiros desta pesqui sa, para oferecer uma interpretação internacional do fenômeno.
Palavras-chaves: comunicação digital, netativismo, redes digitais, teoria da comunicação
Nome: Mauro Wilton de Sousa
Título: Recepção mediática e reconfiguração de práticas públicas de mediação social
Início: 2011
Em andamento
Descrição: O presente projeto tem como objetivo o estudo de práticas de recepção
mediática em comunicação e sua relação com o espaço público na contemporaneidade.
Indaga, em especial, se as apropriações crescentes, derivadas das possibilidades
interativas advindas das novas plataformas e dispositivos de comunicação por parte
do receptor emissor, vêm, de fato, no exercício do seu potencial eletivo e interativo, se
caracterizando por uma mediação hegemônica de enraizamento tão crescente quanto
diversificado, conduzindo a um processo de reconfiguração de práticas especialmente
sociais e culturais, de sorte a igualmente propiciar novas reconfigurações no espaço
público. Essas novas práticas seriam a sinalização mais destacada e visível de que hoje o
próprio processo da comunicação é que se encontra em mutação.
Palavras-chave: Publicização; espaço público; recepção mediática; receptor-emissor;
mediação cultural.
Nome: Mayra Rodrigues Gomes
Título: Ciências da linguagem: estudo das práticas midiáticas
Início: 1999
Em andamento
Descrição: A terminologia “Ciências da linguagem” tem sido empregada pelas mais diversas
linhas de pensamento e designa estudos que levam em conta as condições e implicações, para a
espécie humana, da assunção da linguagem. A realização de tais estudos encontra sua
possibilidade no cruzamento dos achados da Antropologia, das Ciências cognitivas, da
Filosofia, da Linguística, da Lógica, da Psicanálise, da Semiótica etc. Ocorre que, para o vasto
campo da comunicação e das mídias, e para o abrangente campo do jornalismo em particular, é
78
justamente este tipo de estudo que promove uma compreensão melhor do poder das palavras, de
seus efeitos e da responsabilidade de que se reveste quem assume a produção de discursos. As
pesquisas nessa direção estão vinculadas a atividades docentes, irradiando-se tanto pelo
exercício junto à graduação quanto por aquele vinculado à pós-graduação e se compõem como
grupo de pesquisa registrado no CNPq, Midiato - Grupo de Estudos de Linguagem: Práticas
Midiáticas, do qual a Profa. Dra. Mayra Rodrigues Gomes é líder.
Palavras-chaves: filosofia da linguagem, discursos, mídias
Nome: Mayra Rodrigues Gomes
Título: Estudos de linguagem e práticas midiáticas - A ferramenta Wiki e a produção
hipertextual
Início: 2005
Em andamento
Descrição: Pesquisa aplicada às aulas ministradas na graduação que consiste no oferecimento
de ambiente para a produção colaborativa e hipertextual. Compreende a criação de site Wiki,
para que os alunos desenvolvam seus trabalhos junto à disciplina “Ciências da linguagem:
fundamentos das práticas midiáticas I e II”. A ferramenta wiki, um software livre, impele à
composição em hiperlink e, assim, estimula a pesquisa dos conceitos teóricos, vistos em classe,
em espaços diversificados. Além disso, temos sido testemunhas do entusiasmo dos alunos com
a possibilidade de agregar imagem e texto, com a possibilidade de extravasar criatividade e de
compartilhar informação com os colegas envolvidos na mesma proposta wiki. Esta pesquisa
teve apoio do CNPq para aquisição de tecnologia ligada à atividade didática.
Palavras-chaves: wiki, conectividade, hipertexto
Nome: Mayra Rodrigues Gomes
Título: Liberdade de Expressão - Manifestações no Jornalismo
Início: 2009
Término: 2013
Descrição: Liberdade de Expressão - Manifestações no Jornalismo é eixo de pesquisa do
Projeto Temático “Comunicação e Censura – análise teórica e documental de processos
censórios a partir do Arquivo Miroel Silveira da Biblioteca da ECA/USP”, apoio Fapesp, e
coordenação da Profª. Drª. Maria Cristina Castilho Costa, vigência 01/09/2009 a 31/08/2013.
Investiga, a partir de levantamentos junto a acervos jornalísticos, as manifestações que possam
ter ocorrido em relação à censura, em geral, de modo que possamos ver as palavras censuradas,
suas peças e autores do Arquivo Miroel Silveira, como parte de um processo abrangente e, ao
mesmo tempo, imanente às articulações sociais.
Palavras-chaves: jornalismo, censura, opinião pública
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Nome: Mayra Rodrigues Gomes
Título: Dimensões Sócio-Discursivas da Censura – CNPq Bolsa Produtividade em
Pesquisa
Início: 2012
Em andamento
Descrição: Este projeto tem sua origem nas pesquisas aqui mencionadas, assim como na
pesquisa já desenvolvida em consonância à bolsa de Produtividade em Pesquisa concedida pelo
CNPq com vigência 2009/2011. Voltamo-nos para a investigação sobre a presença da censura
moral nos dias de hoje, porque anteriormente foi verificada sua primazia. Ao mesmo tempo, e
considerando que não mais temos censura prévia, procuramos averiguar junto aos órgãos
supervisores, como o do Ministério da Justiça, os mecanismos de controle: é o caso da
Classificação Indicativa, exercida sobre produtos culturais, que pode configurar efeitos de
censura. Paralelamente, interessa-nos um levantamento das bases sócio-discursivas, captáveis
através dos argumentos a que recorrem os cerceamentos impostos: como discursos circulantes,
essas bases fundam os modos de ver/ser e compõem o território em que tais efeitos devem ser
examinados.
Palavras chave: censura, discursos, imaginário.
Correlações: Desta perspectiva de pesquisa brota o eixo de pesquisa “Classificação Etária” que
compõe os estudos do Observatório de Comunicação, Liberdade de Expressão e Censura
(Obcom), consolidado pelo Núcleo de Apoio a Pesquisa (NAP), Pró-Reitoria de Pesquisa da
USP, sob coordenação da Profa. Dra. Maria Cristina Castilho Costa e vice coordenação da
Profa. Dra. Mayra Rodrigues Gomes.
Nome: Mitsuru Higuchi Yanaze
Título: Desenvolvimento de metodologia de avaliação e mensuração do valor da marca
(tangível e intangível) a partir da contribuição da comunicação na formação dos
patrimônios financeiros, sociais e de mercado
Início: 2010
Em andamento
Descrição: O patrimônio do investidor de uma empresa pode variar, em conseqüência direta dos
denominados Retornos Intangíveis, advindos das ações de marketing e de comunicação,
notadamente quando elas influem no posicionamento da empresa no mercado. A resultante do
conjunto de relacionamentos de uma instituição se traduz monetariamente pelo valor da marca e
contabilmente deve ser expresso no ativo intangível das organizações, compondo a diferença
entre o valor patrimonial das ações e o valor de mercado, ou seja, a diferença entre o valor
concreto e o valor percebido. A pesquisa tem como objetivo analisar, por meio de estudo de
casos, como ocorrem as variações do valor de mercado de empresas que operam na Bovespa em
80
decorrência da comunicação de fatos, positivos e negativos, relacionados às questões
financeiras, socioambientais e mercadológicas. Fazem parte da Pesquisa: Prof. Dr. Kleber
Carrilho, Prof. Dr. Cáudio Cardoso, Prof. Ms. João Wiziack, Prof. Ms. João Castanheira, Kleber
Markus, Leandro Key Yanaze, Profa. Márcia Garçon e de Prof. Dr. Antonio Belio Martinez.
Palavras-chaves: marca, mensuração, Comunicação, patrimônio financeiro
Nome: Monica Baptista Sampaio Tavares
Título: Arte-design: a produção de sentido
Início: 2007
Término: 2010
Descrição: O projeto busca compreender a maneira como o receptor é afetado no consumo dos
produtos culturais do contexto contemporâneo. A problemática em questão circunscreve o
entendimento daquilo que está implicado (implícita e explicitamente)no processo de produção
de sentido inerente ao ambiente das mídias digitais. O objeto de investigação empírica são os
trabalhos de arte e design produzidos a partir do uso das mídias digitais, privilegiando-se para
análise o caso específico dos desenvolvidos por dispositivos móveis. O objetivo final da
pesquisa é apreender como se desenvolvem e com base em que padrões e expectativas se
conformam as experiências subjacentes à produção de sentido, inerentes aos objetos de estudo
referidos.
Palavras-chaves: Arte-design, produção de sentido, receptor
Nome: Monica Baptista Sampaio Tavares
Título: Os modos de ver e a formação de identidades na era da estética digital: o caso dos
ambientes virtuais interativos
Início: 2010
Em andamento
Descrição: A pesquisa tem como objetivo investigar as representações visuais da estética digital
no intuito de identificar como as formações discursivas a elas inerentes podem vir a conformar o
comportamento dos indivíduos, possibilitando a construção de novas formas de identidade.
Projeto com Bolsa de Produtividade em Pesquisa do CNPQ (2010-2013). Projeto com apoio do
Edital MCT/CNPq/MEC/CAPES 02/2010.
Palavras-chaves: estética digital, comportamento, identidade
Nome: Monica Baptista Sampaio Tavares
Título: Arte-design: fluxos e refluxos
81
Início: 2006
Término: 2008
Descrição: A pesquisa tem por objetivo analisar como as mídias digitais aproximam ou
distendem a teia de relações entre arte e design, tendo em vista uma possível definição da arte
na contemporaneidade. Ela parte da suposição de que as produções da arte e do design
delimitam-se em função das finalidades e dos contextos inerentes tanto à produção quanto à
recepção envolvidas nos processos de inserção do criativo no social. O objeto de estudo são os
trabalhos de arte e design produzidos a partir do uso das mídias digitais, privilegiando-se para
análise o caso específico dos desenvolvidos por dispositivos móveis. O cerne da problemática a
investigar implica,portanto, em apreender como as transformações advindas com o digital
podem explicar as contaminações recíprocas entre arte e design. Projeto contemplado no Edital
061-2005 do CNPq (2006-2008).
Palavras-chaves: mídias digitais, arte, design, recepção
Nome: Monica Baptista Sampaio Tavares
Título: A leitura do objeto do design
Início: 2003
Término: 2007
Descrição: A pesquisa tem por objetivo analisar o objeto do design com base na dialética entre
sua produção e sua recepção – ou seja, a partir da relação entre as suas funções e os seus usos
possíveis –, de modo a apreender o que está implicado no processo de leitura que direciona o
usuário/intérprete a determinada ação e ao atendimento de suas necessidades. Foram
investigados, pelo pólo da produção, as normas vigentes (econômicas, sociais, ambientais,
culturais, etc.) que constituem e delimitam o objeto a ser consumido, e, pelo pólo da recepção,
foram apreendidas como as possibilidades de uso do objeto, que subentendem e remetem a
variadas funções, atualizam o usuário como agente determinante da leitura do objeto. Foram três
campos de atuação: design de produto, design gráfico e webdesign (cadeira, cartaz e sites de
arte). Projeto contemplado com Bolsa de Produtividade em Pesquisa do CNPQ (2003-2007).
Palavras-chaves: design, produção, recepção, design de produto, design gráfico, webdesign
Nome: Mônica Isabel Lucas
Título: Emulação de retóricas clássicas no "Der Vollkommene Capellmeister" de Johann
Mattheson (1739)
Início: 2011
Em andamento
Descrição: O presente trabalho propõe selecionar os assuntos específicos em que Mattheson
emula a retórica clássica, em especial as preceptivas da eloquência romana, evidenciando o
82
quanto o autor luterano deve a estas auctoritates. Estas semelhanças incluem aspectos como a
ideia do orador perfeito, o próprio estilo ciceroniano de escrita empregado por Mattheson, a
centralidade da noção de decoro, a asserção de que a música tenha como finalidade a edificação
moral, além da descrição da constituição do discurso segundo as etapas da inventio, dispositio e
elocutio. Com isto, o trabalho visa cobrir uma lacuna no que diz respeito à disponibilidade de
material de referência para o estudo da retórica musical setecentista em português.
Palavras-chaves: retórica, poética, música setecentista, Johann Mattheson
Nome: Nair Yumiko Kobashi
Título: Pesquisa brasileira em organização do conhecimento: indicadores temáticos, de
internacionalização e de redes de colaboração (2002-2012)
Início: 2010
Em andamento
Descrição: O projeto tem como objetivos principais: a) conhecer a pesquisa brasileira em
Organização da Informação em relação à sua institucionalização cognitiva e social (temas,
grupos de pesquisa, redes de colaboração); b) conhecer o grau de internacionalização da
produção brasileira sobre o tema. Seus objetivos específicos são: obter indicadores sobre os
eixos mais freqüentes da pesquisa em Organização da informação obter indicadores sobre o
grau de internacionalização da pesquisa brasileira sobre o tema abordar criticamente a cadeia de
análise dos elementos bibliográficos a serem considerados em estudos de produção científica.
testar formas de representação gráfica dos dados. A pesquisa se apóia em referenciais
sociológicos e antropológicos de estudos da atividade científica (Whitley, 1974 e 2006, Latour,
2000; Latour e Woolgar, 1997). Metodologia: são utilizados métodos quantitativos
(Cientométricos), aliados aos procedimentos de Análise documentária (padronização dos dados
temáticos, com base em vocabulário controlado). O corpus da pesquisa é constituído de
referências bibliográficas de artigos publicados em periódicos nacionais de Ciência da
Informação e de trabalhos apresentados em eventos da área, tais como ENANCIB, Conferências
ISKO e RITERM. Os dados coletados são padronizados e reformatados para processamento
automático por meio de softwares bibliométricos e estatísticos. Os resultados das análises
(unidimensional e multidimensional) são representados por meio de softwares de visualização
gráfica (ZHU, B.; CHEN, H, 2005).
Palavras-chave: Organização da informação; Organização do conhecimento: Indicadores de
produção científica;
Nome: Norma Tenenholz Grinberg
Título: Desenvolvimento de massas cerâmicas com características visuais diversas para
utilização em trabalhos artisticos
Início: 2006
Término: 2008
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Descrição: A pesquisa tem por objetivo desenvolver massas cerâmicas próprias para uso
artístico, que apresentam algumas características desejáveis no que se refere à aparência visual
eliminando a necessidade de posterior esmaltação. Tais massas apresentam uma identidade por
si só e podem também ser utilizadas em arquitetura e na construção civil. Existe uma carência
no campo das massas cerâmicas voltadas para uma utilização artística. Pela influência da
tradição vinda do Oriente e da Europa, a prática da cerâmica artística no Brasil é caracterizada
pela obsessão em aprimoramentos na tecnologia de cobrir a superfície com esmaltes vítreos,
com o propósito de colorir, decorar ou tornar próprio um utilitário para uso de mesa e/ou
revestimento. O Grupo Terra conta com cinco pesquisadores, além de um bolsista da graduação
da ECA/USP.
Palavras-chaves: massas cerâmica,artes visuais,texturas, cores,cargas minerais, cargas
orgânicas
Nome: Paulo Roberto Nassar de Oliveira
Título: Como a geração "Facebook" avalia a comunicação das empresas
Início: 2011
Término: 2011
Descrição: A pesquisa o objetivo de analisar como a geração "Facebook" avalia a comunicação
das empresas no Brasil. A população da pesquisa corresponde aos estudantes de graduação dos
cursos de Administração e Economia das escolas listadas no Índice Geral de Cursos da
Instituição (IGC), nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Foram
selecionadas duas universidades por cidade, com base no ranking, com a inclusão da Faculdade
de Economia e Administração da USP. Para a coleta de dados, foi utilizada a técnica de
pesquisa quantitativa, com a aplicação de 400 questionários numa amostra não probabilística
por cota, com a abordagem pessoal nas universidades selecionadas. O período de coleta de
dados foi de 10 de agosto a 1 de setembro de 2011.
Palavras-chaves: imagem empresarial, reputação empresarial, narrativa empresarial, estudantes
brasileiros, geração Facebook
Nome: Paulo de Tarso Camargo Cambraia Salles
Título: Os Quartetos de cordas de Heitor Villa-Lobos: aspectos analíticos, estéticos e
composicionais.
Início: 2009
Em Andamento
Descrição: O presente projeto visa dar continuidade à pesquisa iniciada em 2009 sobre o ciclo
de Quartetos de Cordas composto por Heitor Villa-Lobos (1887-1959). Com o apoio da
FAPESP, pude não só ensejar um plano de trabalho com relação a cada uma das peças como
também obtive suporte para participação em congressos, encontros e seminários dedicados à
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pesquisa em Música. Nesses eventos pude divulgar minhas pesquisas e obter apoio de outros
pesquisadores.
Destaca-se também o interesse do Museu Villa-Lobos (Rio de Janeiro) que me convidou para
uma palestra durante o 49º Festival Villa-Lobos no início de novembro de 2011, além do apoio
dado às pesquisas que preciso ocasionalmente realizar na biblioteca dessa instituição. Em
função disso, recebi dessa instituição o convite para coordenar o Núcleo Acadêmico do Festival
Villa-Lobos, a partir de 2012.
Assim, o projeto inicial (processo FAPESP nº 2009/07264-8) deu início à minha investigação.
Porém, devido à magnitude do ciclo de quartetos villalobianos com suas dezessete peças
distribuídas em setenta movimentos, não houve meios de concluir toda a investigação analítica
do ciclo, conforme já era esperado (o projeto inicial já previa essa possibilidade, indicando que
iria cobrir “pelo menos oito” das peças do ciclo).
O ponto de partida deste trabalho é o estudo pioneiro de Arnaldo Estrella (1970), dedicado a
esses quartetos de cordas, realiza uma abordagem de grande interesse musicológico, porém sem
avançar para aspectos relacionados com a estruturação das obras e processos composicionais de
Villa-Lobos. Esta será a intenção desta pesquisa, em continuidade a estudos realizados
recentemente (BOTTI, 2003; SEIXAS, 2001a; JARDIM, 2002; SALLES, 2009), onde foram
investigados os procedimentos que o compositor empregou em obras como a série dos Choros,
as Bachianas Brasileiras e outras, para diversas formações vocais e instrumentais.
Palavras-Chave: Musicologia
Nome: Renê Corrêa do Nascimento
Título: Turismo de saúde
Início: 2010
Em andamento
Descrição: Tendo por referência as características de Turismo de saúde e seus nichos de
mercado esta linha de pesquisa busca investigar o segmento, no sentido de compreender o
conjunto de atividades turísticas decorrentes do setor .A base conceitual para definição e
entendimento do segmento está atrelada à caracterização adotada pelo Instituto Brasileiro de
Turismo (Embratur), que estabelece inúmeras oportunidades nas interfaces do segmento, como
por exemplo o termalismo, as viagens com objetivos médico-estéticos e espaços para tratamento
com oferta de serviços e entretenimento aos usuários. A pesquisa, em razão das necessidades
instrumentais e metodológicas para organização dos dados coletados no decorrer deste período,
realiza, preliminarmente, por meio do Banco de Teses da CAPES, levantamento da produção
científica específica com o objetivo de localizar referencial teórico que trate do tema.
Palavras-chaves: Turismo, segmentação, turismo de saúde, mercado, tendências
Nome: Renê Corrêa do Nascimento
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Título: Turismo de negócios
Início: 2010
Em andamento
Descrição: Tendo por referência as características de Turismo de Negócios, esta linha de
pesquisa busca investigar o segmento, no sentido de compreender o conjunto de atividades
turísticas decorrentes dos encontros de interesse profissional, associativo, institucional, de
caráter comercial, promocional, técnico, científico e social, por meio da incidência de resultados
do setor na dinâmica do turismo nacional e internacional. A pesquisa, em razão das
necessidades instrumentais e metodológicas para organização dos dados coletados, realiza por
meio do Banco de Teses da CAPES, levantamento da produção científica específica com o
objetivo de localizar referencial teórico que trate do tema. Como referência preliminar, registra
análise e discussão sobre as instituições de ensino, as áreas de conhecimento, palavras-chave,
nomes dos cursos e o grau de formação das publicações relacionadas.
Palavras-chaves: Turismo, segmentação, turismo de negócios, mercado, tendências
Nome: Renê Corrêa do Nascimento
Título: Turismo e voluntariado: Incidências e resultados do turismo voluntário no
contexto das práticas alternativas na cidade de São Paulo
Início: 2010
Em andamento
Descrição: A pesquisa objetiva compreender a ocorrência do turismo voluntário na cidade de
São Paulo, como interstício emergente na integração entre diferentes motivações vigentes na
conformação de um novo paradigma das viagens turísticas. O voluntariado, entendido dentro
das práticas alternativas de se fazer turismo como uma tendência das viagens globais, hoje se
manifesta de maneira consistente em muitos destinos turísticos. O que se propõe é estudar este
cenário e identificar os sujeitos, turistas ou não, no sentido de criar uma ampla compreensão
dessa prática no dia-a-dia da cidade. Através de metodologia exploratória quanti-qualitativa será
conduzido o plano de pesquisa que sinalizará a realidade do binômio turismo e voluntariado
apontando incidências e resultados no contexto das práticas alternativas.
Palavras-chaves: Turismo, segmentação, voluntariado, autenticidade, tendências
Nome: Ricardo Alexino Ferreira
Título: Etnomidialogia: método do livro-reportagem-multimidiático-memória no resgate
de histórias biográficas de indivíduos pertencentes a grupos sócio-acêntricos
Início: 2011
Em andamento
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Descrição: A diversidade étnico-cultural é um tema relevante e fonte de conflitos na
contemporaneidade. Os grupos sócio-acêntricos, chamados em outros momentos históricos de
grupos minoritários ou minorizados, quase sempre apresentam visibilidade negativa ou neutra e
sem referências de produções significativas para os desenvolvimentos social, cultural,
econômico e científico, dentre outros. A pesquisa visa fazer o resgate biográfico de indivíduos
pertencentes aos segmentos sócio-acêntricos e as suas contribuições. Para isso, utilizará o
método do livro-reportagem-multimidiático-memória no resgate de histórias biográficas de
indivíduos sócio-acêntricos. Essas entrevistas biográficas constituirão uma enciclopédia que irá
reunir diferentes nomes de cientistas, artistas, esportistas, escritores, intelectuais, jornalistas,
dentre outros, pertencentes aos segmentos sócio-acêntricos. Pesquisa financiada pela FAPESP.
Palavras-chaves: etnomidialogia, midialogia científica, entrevista biográfica, jornalismo
Nome: Ricardo Alexino Ferreira
Título: Programa de apoio aos novos docentes da USP
Início: 2011
Em andamento
Descrição: Trata-se de Programa da Pró-Reitoria de Pesquisa da USP, voltado para os
pesquisadores (novos docentes) para garantir o fortalecimento da pesquisa na USP, tanto em
quantidade como em qualidade. A pesquisa que recebeu esse recurso tem como título/tema
"Etnomidialogia: método do livro-reportagem-multimidiático-memória no resgate de histórias
biográficas de indivíduos pertencentes a grupos sócio-acêntricos.", financiada pela Fapesp.
Palavras-chaves: etnomidialogia, entrevista biográfica, jornalismo
Nome: Ricardo Alexino Ferreira
Título: Midialogia científica e etnomidialogia como disciplinas constitutivas da
Educomunicação: uma proposta didático-pedagógica
Início: 2009
Em andamento
Descrição: Trata-se de pesquisa de ingresso no regime de trabalho da CERT/USP. A pesquisa
tem como proposta a construção do campo didático-pedagógico da Midialogia Científica e
Etnomidialogia na Educomunicação visando a educação científica pelos meios e a compreensão
dos fenômenos sociais a partir das diversidades das matrizes culturais em uma abordagem multi
e transmidiática para a formação dos educomunicadores.
Palavras-chaves: etnomidialogia, midialogia científica, entrevista biográfica, jornalismo
Nome: Roberto Franco Moreira
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Título: Os gêneros cinematográficos e o público brasileiro
Início: 2010
Término: 2011
Descrição: O objetivo da pesquisa é mapear o gosto do público brasileiro nos últimos dez anos.
Diversos estudos indicam como a filiação a um gênero é pré-condição para o espectador se
interessar por um título, no Brasil. Quais são os gêneros preferidos e como o nosso cinema
atende ou não a esta demanda? Relegado ao segundo plano na pesquisa acadêmica, os filmes de
sucesso têm grande impacto social. Compreender como se dá a recepção desse cinema ajuda
entender o consumo cultural do brasileiro e pode fornecer subsídios importantes para a
produção de novos filmes.
Palavras-chaves: dramaturgia, cinema, economia, televisão, gêneros
Nome: Rogério Luiz Moraes Costa
Título: A improvisação musical e suas conexões
Início: 2011
Em andamento
Descrição: O projeto atual (fapesp: processo 2011/07678-7) visa dar continuidade a uma
pesquisa anterior que também obteve financiamento da Fapesp, “Investigação sobre o ambiente
da livre improvisação musical”, que tratou das relações entre o pensamento composicional
contemporâneo e a improvisação, realizou um estudo sistemático do relacionamento dos
músicos entre si e com os aparatos eletrônicos e foi concluído com sucesso em 2009. O projeto
anterior consolidou a linha de pesquisa (improvisação) no Departamento de Música da USP
com a implantação de um núcleo de pesquisa. O projeto atual tem como objetivos sistematizar a
produção acadêmica, artística e bibliográfica do grupo de pesquisa citado, produzindo e
publicando artigos em português e inglês, possibilitar a participação em congressos no país e no
exterior, além de dar continuidade à investigação em suas conexões com outras áreas do
conhecimento.
Palavras-chaves: improvisação, composição, filosofia, tecnologia, educação musical
Nome: Ronaldo Coutinho de Miranda
Título: Texturas : composição e análise de um quarteto de cordas
Início: 2004
Término: 2010
Descrição: O objetivo deste trabalho foi a composição de um quarteto de cordas, gênero
fundamental na produção musical através da História. Considerando-se a criação musical como
a pesquisa em música por excelência, priorizou-se a composição do quarteto em questão, que
recebeu o título de Texturas e foi dividido em quatro movimentos : Prólogo, Scherzo, Entreato e
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Finale. A análise da peça constituiu-se na segunda etapa da pesquisa, procurando esclarecer
detalhadamente os procedimentos formais e as características da linguagem musical utilizada. O
trabalho inclui ainda uma contextualização do autor, em relação à evolução de sua técnica
composicional, bem como uma revisão crítica.
Palavras-chaves: composição, análise, quarteto de cordas, Ronaldo Miranda, criação musical
brasileira
Nome: Rosana de Lima Soares
Título: Linguagem e Práticas Midiáticas: narrativas digitais e textos colaborativos em
formato wiki
Início: 2005
Em andamento
Descrição: As novas tecnologias associadas à Internet trouxeram uma abertura de
possibilidades para as produções artísticas e do mundo empresarial em geral. Neste trabalho,
analisamos a adoção da ferramenta Wiki em sala de aula tendo em vista tal abertura em relação
à produção textual. O Wiki nos permite questionar os parâmetros da linearidade do texto ao
apresentar uma estrutura ramificada e, ainda, investigar a problemática da autoria, se supomos
que uma de suas principais características é a autoria coletiva, princípio que define sua função.
Assim, através da inovação apresentada na estrutura de edição textual, propomos uma
investigação sobre seus efeitos em sala de aula, concentrando-nos especificamente em
disciplinas da graduação em jornalismo. A cada semestre, são produzidos trabalhos de escrita
textual online em sites criados para cada uma das disciplinas envolvidas no projeto.
Palavras-chaves: Comunicação, linguagem, mídias, hipertexto, interatividade, internet
Nome: Rosana de Lima Soares
Título: Discursos midiáticos e cultura audiovisual
Início: 2009
Em andamento
Descrição: O projeto tem por objetivo realizar estudos relativos à cultura audiovisual e suas
manifestações nas mídias contemporâneas. Tomando como referência as teorias constituintes
dos estudos de linguagem, o tema abrange as narrativas audiovisuais em suas diversas formas
(televisivas, cinematográficas, digitais) a fim de analisar de que modo esses discursos controem
imaginários culturais. As tensões entre realidade e encenação da realidade, referencialidade e
ficcionalidade, verdade e fantasia são tomadas como eixos articuladores do projeto. Além
destes, os processos de convergências das mídias e hibridismos de gêneros, tomados em seu
aspecto intertextual, articulam as reflexões propostas. O projeto prevê três linhas de atuação:
discursos cinematográficos, tlevisivos e sincréticos.
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Palavras-chaves: Comunicação, linguagem, mídias, discurso, narrativa, audiovisual
Nome: Rosana de Lima Soares
Título: Mídias e estigmas sociais: sutileza e grosseria da exclusão
Início: 2003
Em andamento
Descrição: O tema da pesquisa articula dois campos aparentemente distantes: os discursos
midiáticos, em seus vários recobrimentos (mídias impressa, audiovisual e digital) e os estigmas
sociais, em suas interfaces com a Psicanálise, a Antropologia, a Sociologia, a Filosofia, as
Ciências da linguagem, a Comunicação. Trata-se, portanto, de uma pesquisa que tem como
objeto de estudo um aspecto específico presente nas mídias: a tematização dos estigmas sociais
em suas diversas manifestações e nas interfaces estabelecidas com outras formas de
representação e articulações discursivas. Interessa-nos neste projeto estudar os chamados
discursos midiáticos a partir de dois recortes principais: as narrativas jornalísticas (jornais
impressos e revistas); e as narrativas audiovisuais (telejornais e filmes de longa metragem
ficcionais ou documentais), integrando a análise de discursos verbais e imagéticos.
Palavras-chaves: Comunicação, linguagem, mídias, discurso, narrativa, estigmas sociais
Nome: Roseli Figaro
Título: O perfil do jornalista e os discursos sobre o jornalismo. Um
estudo das mudanças no mundo do trabalho do jornalista em São
Paulo
Início: 2009
Término: 2012
Descrição: Esta pesquisa realiza levantamento sobre o perfil dos jornalistas
profissionais no Estado de São Paulo, e o ponto de vista do profissional sobre o seu
trabalho. Os dados sobre o perfil e as falas dos jornalistas profissionais são
confrontados com os discursos, veiculados na mídia especializada, sobre o
jornalismo e o futuro da profissão. Esta pesquisa realiza o estudo proposto a partir do
binômio comunicação e trabalho, o qual mobiliza o ponto de vista da atividade
humana (ergológica) para entender as práticas profissionais no contexto da fusão de
mídias e de relações de trabalho cada vez mais precárias. O projeto aborda o objeto
empírico – amostras de jornalistas profissionais do Estado de São Paulo e da Capital
São Paulo – a partir de métodos quantitativos (para traçar o perfil socioeconômico e
de consumo cultural) e de métodos qualitativos (entrevista e grupos de discussão)
para colher os relatos sobre as práticas profissionais. Os dados objetivos foram
compilados e quantificados com gráficos e análises comparativas. Os discursos dos
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entrevistados e os diálogos dos grupos de discussão foram transcritos e analisados
por meio da Análise do Discurso. Obtém-se como resultado um mapa do perfil do
jornalista e o ponto de vista deste profissional sobre seu trabalho, sobretudo no que
diz repeito a sua identidade no trabalho, as rotinas produtivas, as condições de
trabalho e a compreensão dele da relevância do jornalismo para os cidadãos. Os
resultados possibilitam ainda entender qual o compromisso do jornalista com o
direito à informação, bem como poderá contribuir para o aperfeiçoamento da
formação universitária desse profissional.
Palavras-chave: comunicação, mundo do trabalho, jornalista, discurso
Nome: Roseli Figaro
Título: Censura, mídias e teatro amador: antropofagias e mestiçagens
Início: 2009
Em andamento
Descrição: Propõe-se a estudar a censura à produção teatral do circuito alternativo e
popular de cultura na cidade de São Paulo entre 1930 e 1970. O foco é a censura à
produção teatral de grupos amadores e o cerceamento das camadas populares ao
acesso aos bens culturais. O estudo tem como eixo norteador as relações de
sociabilidade, multiculturalismo e mestiçagens propiciadas pelas práticas culturais
desses grupos de amadores teatrais (muitos deles formados por imigrantes) em
diálogo com a indústria cultural e com as políticas culturais do Estado. É uma
proposta vinculada ao projeto Temático Comunicação e Censura (Fapesp, 2009-
2012) e dá continuidade às pesquisas anteriores do Projeto temático: “A cena
paulista: um estudo da produção cultural de São Paulo, a partir do Arquivo Miroel
Silveira (AMS)” da ECA USP.
Palavras-chaves: Comunicação, cultura, teatro, sociabilidade, censura
Nome: Samira Youssef Campedelli
Título: Originais Reprovados
Início: 2005
Em andamento
Descrição: Originais Reprovados é uma revista produzida por alunos do curso de Editoração da
ECA a partir de textos literários produzidos por alunos de diferentes unidades da USP. As
crônicas, contos, poemas e quadrinhos são submetidos por seus autores à seleção de uma
comissão editorial. O projeto visa a incentivar a produção literária na comunidade universitária,
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bem como divulgá-la dentro e fora da USP, além de promover a leitura e a redação como formas
de cultura e lazer.
Palavras-chaves: revista literária, crônicas, contos, poemas, quadrinhos
Nome: Samira Youssef Campedelli
Título: Literatura juvenil brasileira: boom editorial e mercado contemporâneo
Início: 2009
Em andamento
Descrição: Entre os muitos gêneros e subgêneros que alimentam o sistema literário brasileiro, a
literatura juvenil é um fenômeno recente, cuja produção é maciça desde os anos 1970 e na
primeira década do século XXI, com a publicação de inúmeros títulos escritos especialmente,
sob encomenda ou não, e a sua circulação marcante no contexto escolar, em meio aos diversos
produtos culturais que inundam o mercado e disputam avidamente a atenção dos jovens. A
partir do enfoque de determinados títulos publicados ao longo do último quartel do século XX e
durante os primeiros anos do presente milênio, a pesquisa objetiva investigar o cenário da
produção literária destinada ao público juvenil e sua estética norteadora, através do enfoque de
séries editoriais especialmente pensadas para uma faixa etária considerada grosso modo como
(pré-)adolescente, e títulos que se tornaram exemplares nesse universo.
Palavras-chaves: literatura juvenil contemporânea, leitura juvenil, mercado editorial
contemporâneo
Nome: Sayonara Pereira
Título: Janela Digital de Dança
Início: 2011
Em andamento
Descrição: O projeto se estabelece a partir da parceria entre a LAPETT-CAC-ECA/e o
Deutschetanzfilm Institut Bremen/Alemanha. Ele pretende inaugurar junto ao Departamento de
Artes Cênicas, na ECA/USP, uma cooperação para a instalação da primeira base de dados e
informações Multimeios no Brasil sobre Tanztheater e outras caligrafias de dança
contemporânea, base denominada de Janela Digital/Tanzfenster.
Palavras-chaves: Dança Teatral-Tanztheater, pesquisas
Nome: Sumaya Mattar
Título: A formação inicial do professor de arte como lócus de gestação da práxis docente
criadora: contribuições da epistemologia da prática.
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Início: 2008
Término: 2012
Descrição: As contribuições qua a aprendizagem pelo fazer oferece ao desenvolvimento de uma
práxis educativa criadora são o foco da presente pesquisa ação. Vinculada ao praticum do curso
de licenciatura em Artes Visuais do CAP/ECA, em especial, ao estágio supervisionado, a
investigação, com o apoio da Fapesp, extende suas ações à E.E. Profª Clorinda Danti, por meio
do Projeto de Estágio intitulado "Experiências com a arte no ensino fundamental: parceria entre
universidade e escola pública na formação de professores de arte", e ao Projeto de Extensão
"Vivências com a arte para jovens e adolescentes", que se realiza no CAP/ECA. Em ambos os
projetos coletivos de regência, os licenciados atuam colaborativamente desenvolvendo estudos,
planejamento e avaliação de ações educativas com crianças e jovens.
Palavras-chaves: estágio supervisionado, formação de professores, aprendizagem pelo fazer,
ensino e aprendizagem da arte
Nome: Sumaya Mattar
Título: Diálogos e aproximações entre os trabalhos do artista e do educador nas
práticas artísticas e nos processos de mediação contemporâneos.
Início: 2012
Em andamento
Descrição: O processo criador na arte é um tema que sempre despertou interesse de artistas
e teóricos e sobre o qual muito já se escreveu, o mesmo não ocorrendo com os processos
criadores na educação e aqueles em que ambas as áreas aparecem aproximadas. A isso esta
pesquisa se propõe, visando investigar os modos como se processa o trabalho de artistas e
educadores, cujas ações e produções estabeleçam, por meio do exercício criador, o diálogo entre
as práticas artística e educativa. Também é objetivo da pesquisa levantar e analisar
manifestações contemporâneas que fundem o artista e o educador num único papel, tais como
performances e intervenções artísticas em que a mediação é a própria obra, e processos
educativos com qualidades estéticas, pautados em dinâmicas criadoras.
Palavras-chaves: mediação, processos de criação, ensino e aprendizagem da arte,
arte contemporânea
Nome: Susana Cecilia Almeida Igayara de Souza
Título: Cadernos de repertório Coral Comunicantus
Início: 2009
Em andamento
Descrição: Editoração eletrônica de obras estreadas pelos coros do Comunicantus, Laboratório
Coral do CMU-ECA/USP. O projeto tem por objetivo normatizar a editoração principalmente
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da produção discente. Volta-se para novas obras corais e arranjos produzidos na atividade
laboratorial, que foram escritos e reescritos a partir da atividade prática, das discussões na
disciplina “Práticas Multidisciplinares em Canto Coral” e da supervisão dos professores
responsáveis pela mesma. Um dos objetivos do projeto de pesquisa é discutir as práticas de
leitura e escrita musicais e demonstrar a especificidade da escrita coral.
Palavras-chaves: repertório coral, edição musical, editoração, notação musical, história da
leitura, cultura escrita, música
Nome: Sérgio Bairon Blanco SanTanna
Título: Hipermídia e Antropologia da Comunicação visual: produção do conhecimento em
mídias digitais
Início: 2008
Em andamento
Descrição: O projeto objetiva investigar a relação entre a linguagem hipermidiática e a
Antropologia da Comunicação visual, explorando a possibilidade de uma renovação estratégico-
metodológica da produção de conhecimento científico na área de Comunicação. O escopo é
propor experimentações em linguagem hipermidiática, bem como destacar caminhos em comum
entre as áreas do conhecimento em questão. A pesquisa, portanto, detém uma característica
metalingüística, ou seja, a partir da construção de uma hipermídia, analisar-se-á a própria
linguagem hipermidiática como uma opção à produção do conhecimento na área de
comunicação. O diálogo com a Antropologia, sobreteudo, a Antropologia da Comunicação
Visual e a Antropologia Visual, deve-se ao fato destas regionalidades científicas terem
desenvolvido uma longa experiência com a produção audio-visual do conhecimento.
Palavras-chaves: hipermídia, antropologia visual, interatividade
Nome: Sérgio Bairon Blanco SanTanna
Título: Produção partilhada do conhecimento: Universidade e Comunidade
Início: 2008
Em andamento
Descrição: O Projeto é uma iniciativa interdisciplinar de investigadores e professores
universitários brasileiros e portugueses que pesquisam em parceria com a comunidade de
Jequitibá (MG) desde 2004, determinados em estreitar relações científicas, comunitárias,
culturais e educacionais no espaço da lusofonia. O projeto adotou como unidade temática a
(Inter)culturalidade Atlântica (<www.reticularidade.org>), focalizando a sua dimensão reticular
(em rede), transnacional, transcultural e interdisciplinar. A ênfase é dada à complexa rede
histórica, social, cultural e artística da cultura africana transatlântica. Além do Brasil (interior de
Minas), já foram iniciadas as pesquisas (filmagens) no Uruguai, Argentina, Cuba e Cabo Verde.
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Os elementos em comum encontrados indicam o ritual da Coroação de Reis Congo, fortemente
presente no Brasil, como um dos elos da (Inter)culturalidade Afro-atlântica.
Palavras-chaves: produção partilhada, conhecimento, inter-culturalidade
Nome: Terezinha Fátima Tagé Dias Fernandes
Título: Enunciações do cotidiano: narrativas lineares e não-lineares em textos da
comunicação e da cultura
Início: 2011
Em andamento
Descrição: O projeto se dedica a criar e organizar linguagens e diferentes sistemas de signos
integrados que se manifestam em múltiplas esferas das atividades sociais para expressar a
consciência da própria vida em movimento. Esses sistemas se desenvolvem do ponto de vista de
suas incorporações sígnicas nas mediações e diferentes meios tradicionais ou diferenciados,
muito além de seus conteúdos e da simples informação sobre seus suportes (segundo Martin-
Barbero). O objetivo principal é o de analisar, compreender e reconstituir em procedimentos de
leitura lineares e não-lineares as pluralidades de vozes ecoadas e enunciadas em múltiplas
linguagens para compreender situações e acontecimentos que se configuram em textos da
cultura (segundo Lotman). Serão recortadas as marcas nelas reiteradas nos discursos de
diferentes gêneros predominantes e exemplares em textos midiáticos contemporâneos.
Palavras-chaves: comunicação e linguagens, textos da cultura, vida cotidiana, memória textual
Nome: Valéria de Siqueira Castro Lopes
Título: Valoração de resultados em Relações Públicas
Início: 2009
Término: 2011
Descrição: As organizações têm se deparado com cenários desafiadores que exigem
flexibilidade, inovação e capacidade competitiva, composta não apenas por seu desempenho
econômico e técnico, mas também por uma conduta socialmente valorizada e aceita que garanta
sua legitimidade e sobrevivência no ambiente em que atua. Para tanto, observa-se a relevância
que a Comunicação Organizacional e, em particular, Relações Públicas assume por ser
considerada a área especializada na gestão de relacionamentos, o que reforça seu caráter
estratégico no contexto do negócio. O projeto está voltado à valoração dos resultados em
Relações Públicas e, para tanto, será realizada uma revisão da literatura dedicada ao estudo dos
ativos intangíveis e à proposição de metodologias que possibilitem a demonstração de sua
contribuição aos resultados organizacionais.
Palavras-chaves: Relações Públicas, valoração, ativos intangíveis
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Nome: Vânia Mara Alves Lima
Título: Mapa conceitual e terminológico da Ciência da Informação: instrumento
referencial para o ensino e a pesquisa: as estruturas curriculares
Início: 2011
Em Andamento
Descrição: Na primeira parte da pesquisa, desenvolvida entre 2009 e 2011, a partir do
levantamento das palavras-chave e dos termos propostos no processo de indexação automática,
de 487 artigos publicados nas revistas da área da Ciência da Informação, referenciadas no
Qualis, foi possível obter uma amostra dos conceitos que representam os assuntos mais
relevantes atualmente na área que abrange a Biblioteconomia e Documentação, a Arquivologia
e a Museologia.
Os resultados obtidos demonstraram que os temas das pesquisas concentram-se nos problemas
da organização e da gestão da informação, sendo que as questões sociais tem sido objeto de um
número menor de trabalhos, assim como as questões interdisciplinares que levem em
consideração não só as tradicionais unidades de informação como as bibliotecas, mas também
os museus e os arquivos.
Como o objetivo da pesquisa é delinear o mapa conceitual e terminológico da Ciência da
Informação de forma a referenciar o ensino e a pesquisa na área, considera-se essencial iniciar
um levantamento nas estruturas curriculares dos cursos de Biblioteconomia e Documentação,
Arquivologia e Museologia para se identificar quais conceitos que estão sendo trabalhados na
formação dos novos profissionais na área da Ciência da Informação. É imprescindível verificar
se os conceitos ministrados em sala de aula refletem também apenas essa visão pragmática e
organizacional da área.
O Quadro teórico
A crescente oferta de cursos de nível superior no país tem contemplado também a área da
Ciência da Informação. Inúmeros cursos de Arquivologia e Museologia têm sido criados nas
universidades federais a partir de 2008, e em sua maioria são incluídos nos departamentos ou
escolas de Ciência da Informação onde já existia o curso de Biblioteconomia (ARAÚJO, 2010).
Enfim, a Biblioteconomia e Documentação, a Arquivologia e a Museologia, devem explicitar o
tronco comum que as insere no campo da Ciência da Informação. Esse tronco comum deve se
refletir na estrutura curricular dos novos cursos de graduação, o que afeta sobremaneira a antiga
estrutura curricular dos cursos de Biblioteconomia e Documentação.
Como a produção teórica que reúne a Arquivologia e Museologia e a Biblioteconomia ainda é
muito pequena (ARAÚJO, 2010) é necessário avaliar as ementas, bibliografias e programas das
disciplinas para identificar se os conceitos que estão sendo ministrados permitem aos alunos não
só absorver os conteúdos, mas principalmente os capacita a produzir novos conhecimentos sob
o ponto de vista da interdisciplinaridade que define a Ciência da Informação.
A falta de precisão terminológica é um problema no tratamento das questões referentes à
integração entre as áreas da Biblioteconomia, Documentação, Arquivologia e Museologia.
Ortega (2007) considera a Documentação como área contributiva para a construção
epistemológica da Ciência da Informação, na qual participariam a Biblioteconomia,
Arquivologia e Museologia , pois todas essas áreas se ocupam da coleta, organização,
armazenamento, recuperação, interpretação e transmissão da informação.
Para Smit (1993) as diferenças entre elas: a Biblioteconomia, Documentação, Arquivologia e
Museologia fundamentam-se no paradigma do acervo, isto é, a biblioteca cuida de livros, o
arquivo da documentação administrativa e o museu de seus objetos; a Ciência da Informação,
diferentemente, das demais, fundamenta-se no paradigma da informação.
A Ciência da Informação necessita impor seus conceitos para estabelecer sua legitimidade.
Esses conceitos passam pela designação de seu signo fundamental que é a informação. Portanto,
uma das questões que se coloca é como o conceito de informação é definido nas várias
96
disciplinas que constituem os cursos de graduação em Biblioteconomia e Documentação,
Arquivologia e Museologia? Como, segundo a teoria do conceito de Dahlberg (1978), os
conceitos se relacionam uns com os outros a partir de suas características essenciais, e são essas
características que definem categorias, outra questão a ser respondida é quais são as categorias
que reúnem os conceitos ministrados nas disciplinas?
O mapa conceitual terminológico elaborado a partir dos princípios da terminologia, dos topic
maps e das ontologias cujo corpus reúna os conceitos estabelecidos pela produção científica da
área e pela produção didática nos parece o instrumento adequado para responder a essas
questões; determinar a estrutura conceitual da área da Ciência da Informação e
consequentemente representar o desenvolvimento da pesquisa e do ensino.
Método
Levantamento das estruturas dos cursos de graduação em Biblioteconomia, Arquivologia e
Museologia. Avaliação das ementas, programas e bibliografias. Categorização das disciplinas
para estabelecimento das relações entre os conceitos. Continuidade da revisão bibliográfica
referente: à interdisciplinaridade entre a Biblioteconomia, Arquivologia e Museologia na
constituição da Ciência da Informação; a teoria da terminologia; a estruturação do campo
semântico de um domínio e dos instrumentos para representação e recuperação da informação
na área como glossários, dicionários especializados e linguagens documentárias.
Resultados esperados
Obter um mapa conceitual e terminológico da Ciência da Informação que possibilite não só a
apropriação dos conceitos, através do ensino, mas também a construção de novos
conhecimentos pela pesquisa. Contribuir para a reformulação do ensino de graduação de forma
atender as demandas da sociedade.
Nome: Victor Aquino Gomes Correa
Título: Câmbios estéticos na perspectiva da metrópole
Início: 2010
Em andamento
Descrição: Analisa os impactos na paisagem urbana da retirada da mídia ao ar livre após a Lei
Cidade Limpa, na cidade de São Paulo. Após a entrada em vigor da Lei 14.223, houve
substancial alteração no uso dos espaços externos para divulgação comercial. Em um resumo
objetivo, pode-se dizer que a exploração dos espaços públicos passou a ser alvo do efetivo
controle municipal. Nem por isto, no entanto, houve o imediato aprimoramento da chamada
“paisagem urbana”. Se de um lado há o aspecto legal de controle das exposições de anúncios e
tabuletas de negócios, por outro o persistente uso desses espaços continua a ser uma evidência
real. A pesquisa em andamento procura, então, acompanhar não apenas a burla da Lei, como
principalmente verificar de que modo o poder público municipal vem se empenhando para
controlar, definitivamente, essa questão.
Palavras-chaves: Estetica, publicidade, espaço público, outdoor, paisagem, cidade
Nome: Wagner Souza e Silva
Título: Fotografia na cultura informacional
97
Início: 2011
Em andamento
Descrição: A paisagem prática da fotografia contemporânea está regida pelas inovações
tecnológicas introduzidas pelo universo digital. A cultura da informação, com seus dispositivos
híbridos, softwares diversos e redes sociais abrangentes estabelece uma dinâmica de circulação
de imagens que passa a ter efetiva participação na definição do numérico como nova condição
epistemológica para a construção do conhecimento. Nesse sentido, a ideia de documento,
bastante alinhada com a prática fotográfica convencional, encontra-se em reconfiguração, o que
afetará os papéis sociais que sempre foram atribuídos à fotografia, visto que esta sempre foi
praticada como técnica de representação fiel da realidade. Por meio de análise crítica de
bibliografia e mapeamento de tecnologias e produções fotográficas contemporâneas, o projeto
observará a inserção da fotografia na cultura informacional.
Palavras-chaves: fotografia, comunicação, informação, tecnologias
98
2.2 Grupos de pesquisa
ATOPOS 27
Coordenador: Massimo Di Felice
Descrição: O ATOPOS é uma rede internacional de pesquisa formada por pesquisadores de
diversas áreas que, em diversos países, investigam o impacto das tecnologias digitais nos
distintos âmbitos da sociedade atual.
Nascido na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP),
em 2005, tem como objetivo a produção de conhecimento transdisciplinar e inovador,
assumindo os compromissos de formar pesquisadores, de produzir publicações e de estender e
compartilhar os resultados das investigações através de um diálogo com os mais variados
setores da sociedade.
O ATOPOS conta com pesquisadores em nível de graduação e pós-graduação
procedentes das áreas de Ciências Sociais, Comunicação, História, Arquitetura, Biologia,
Filosofia, Física e Educação.
No Brasil, o ATOPOS articula 4 linhas de pesquisa: Netativismo; Redes Digitais e
Sustentabilidade; Redes Digitais e Processos de Aprendizagem; Redes Digitias e Comunicaçao
Empresaria
Site: <http://www.atopos.usp.br/>
CEDUS – E “ S a V a a á
Coordenadora: Sueli Mara Soares Pinto
Descrição: O Centro de Estudos “Design de sistemas virtuais centrado no usuário
(CEDUS), sediado na Escola de Comunicações e Artes da USP, vinculado ao
Departamento de Biblioteconomia e Documentação, é um organismo de natureza
acadêmica, com caráter interdisciplinar e natureza inter-departamental e inter-
institucional, aberto a saberes plurais. A dimensão de sua atuação estende-se a
instituições públicas e privadas de ensino e pesquisa em âmbitos local, nacional e
internacional que integram sua programação.
O CEDUS é a nova designação do NP-DCU “Núcleo de Pesquisa Design de Sistemas
Virtuais Centrado no Usuário” que existe desde 2002, devidamente cadastrado no
CNPq. A mudança de nome se deve a necessidade de ajustar seu funcionamento às
diretrizes da ECA, onde está sediado, e da USP.
27
lugar atípico, paradoxal, estranho, anormal, fora do lugar
99
Centro de Estudos de Avaliação e Mensuração em Comunicação e Marketing –
CEACOM
Coordenadores: Mitsuru Yanaze e Otávio Freire
Descrição: É um núcleo de estudo e pesquisa articulado à linha de pesquisa Políticas e
Estratégias de Comunicação do Programa de Pós-Graduação em Ciências da
Comunicação, com a finalidade de desenvolver pesquisa aplicada em comunicação
administrativa, mercadológica e institucional perspectivada nos princípios da ética,
orientada para as dinâmicas dos processos organizacionais, buscando fornecer aportes
teórico-práticos às políticas e às ações de comunicação de organizações das esferas
pública e privada.
O CEACOM é dividido em quatro linhas de pesquisa: Análise e retorno de
investimentos em Comunicação; Análise e planejamento da Comunicação Integrada;
Ética e eficácia em Comunicação; e Análise e avaliação das mídias contemporâneas e
da tecnologia em Comunicação.
Site: <www.eca.usp.br/ceacom>
Centro de Estudos de Telenovela - CETVN
Coordenadoras: Maria Immacolata Vassallo de Lopes e Maria Cristina Palma
Mungioli
Descrição: Desde a sua fundação, em 1992, tem se destacado nacional e
internacionalmente como um centro de referência nos estudos de ficção televisiva. É o
primeiro centro de referência no Brasil destinado exclusivamente à pesquisa e
documentação sobre telenovela e ficção televisiva. Entre seus objetivos estão promover
pesquisas, cursos, seminários para estudo da ficção televisiva;criar um acervo
documental sobre telenovela e outros formatos; criar uma base de dados de Teses e
Dissertações sobre o tema. Desde 2005 coordena o Observatório Ibero-americano da
Ficção Televisiva (OBITEL), rede internacional de pesquisa. Atualmente desenvolve o
projeto Telenovela brasileira: transmidiação e internacionalização.
Site: <http://www.eca.usp.br/cetvn/> e <http://obitel.net/>.
Centro de Estudos de Turismo e Desenvolvimento Social - CETES
Coordenador: Debora Cordeiro Braga e Reinaldo M. de Sá Teles
100
Descrição: O grupo se concentra em cinco linhas de atuação: 1. Programa Paulista de
Consolidação da Oferta Turística, que tem o objetivo de tornar o Estado de São Paulo
referência na oferta de produtos e serviços turísticos de qualidade a partir da atuação nos
645 municípios de São Paulo; 2. Grupo Gestor do Destino Indutor São Paulo, que inclui
a proposição de ações para o desenvolvimento e o aprimoramento da atividade turística
na Cidade de São Paulo; 3. A realização do I Seminário Internacional de Turismo e
Desenvolvimento, que irá discutir tendências sobre desenvolvimento do turismo em
espaços urbanos; 4. Publicação do livro Técnicas de Qualificação do Turismo
Receptivo, que discute metodologias e técnicas para desenvolver o inventário da oferta
turística e a avaliação da qualidade de prestação de serviços turísticos; 5. Curso de
Especialização em Gestão e Operação do Turismo Receptivo, que tem o objetivo de
estudar questões econômicas, sociais, culturais, políticas e de saúde ligadas ao turismo
receptivo visando ao aprimoramento da atividade turística para que essa gere benefícios
às comunidades receptoras e aos turistas.
Centro de Pesquisas em Arte Brasileira
Coordenadora: Sônia Salzstein Goldberg
Descrição: O grupo, ligado ao Departamento de Artes Plásticas da ECA-USP, visa
produzir estudos e formulações teóricas que possam contribuir para o deslindamento de
um quadro histórico-crítico da arte brasileira do século XX, e, a partir dele, para a
reflexão sobre as perspectivas da arte brasileira na situação contemporânea. Com tal
objetivo, busca, desde meados de 2005, reexaminar o legado do modernismo na cultura
contemporânea, com ênfase em análises comparativas da arte europeia, brasileira, norte-
america e latino-americana, e por isso mesmo elegeu desde o princípio os anos 1980
como momento exemplar na história da arte nacional, uma vez que estes constituem o
desfecho de nossa experiência moderna e momento de ingresso definitivo de nossa
produção artística no universo dos problemas contemporâneos.
Centro de Pesquisa em Experimentação Cênica do Ator - CEPECA
Coordenador: Armando Sérgio da Silva
Descrição: O CEPECA é um nicho para aqueles que procuram o aperfeiçoamento de
suas técnicas num fazer pensado, autônomo, rico em soluções para a cena e o que surge
101
de cada processo criativo. Seu embrião foi a disciplina “Exercícios Específicos Para o
Ator I”, do programa de pós-graduação em Artes Cênicas no 1º sem/2006 e prosseguiu
na disciplina “Exercícios Específicos Para o Ator II – O Espetáculo” (2006). No início
de 2007, vários participantes dessas disciplinas dar continuidade aos trabalhos que
vinham desenvolvendo, mantendo o formato previamente testado: os participantes se
revezavam a cada semana apresentando, através de uma aula-experimentação, a prática
de sua pesquisa.
Site: < www.eca.usp.br/cepeca/>
Centro de Pesquisa e Tecnologia em Produção Científica – CPT
Coordenadores: Marcos Luiz Mucheroni e Rosane Taruhn
Descrição: Constituído em 1992 no Departamento de Biblioteconomia e
Documentação, atualmente incorpora discussões de Redes Sociais e uso de Tecnologia
para maior visibilidade e acesso a produtos de informação e comunicação. Ao longo de
20 anos de existência caracterizou-se por estudar o desenvolvimento, a produção e a
avaliação da pesquisa em diversas áreas do conhecimento; sendo a sua divulgação, em
especial em revistas, um dos aspectos mais analisados, em diversas áreas do
conhecimento. O surgimento das revistas eletrônicas, outras que se tornaram híbridas,
mantendo a forma impressa mas disponível também no formato digital, enquanto outras
agora existem somente no formato digital e on-line, além do movimento de Acesso
Aberto, causou uma ampliação do processo de circulação e acesso à produção científica.
O CPT se caracteriza pela necessidade de analisar os avanços atuais decorrentes
das transformações que os meios eletrônicos trouxeram e deram nova visibilidade,
influenciando aspectos da comunicação e da circulação da produção científica, agora
não apenas nos meios acadêmicos, mas disponíveis na Web, para toda a sociedade,
transpondo barreiras e criando novas formas de comunicação.
Site: < www.eca.usp.br/cpt/>
Cibernética pedagógica – Laboratório de Linguagens Digitais – LLD
Coordenação: Lucilene Cury
Descrição: Criado pelo Prof. Dr. Osvaldo Sangiorgi na década de 1970 no
Departamento de Comunicações e Artes, vem atuando nas interfaces da
comunicação/educação e atualmente é constituído por cerca de 30 componentes
(pesquisadores, estudantes e técnicos). Atua com três linhas de pesquisa: Interfaces
102
Sociais da Comunicação: Educomunicação; Língua Transnacional e Línguas Nacionais;
e Mundo Virtual x Mundo Real. Visando desenvolver ações eficazes para a inclusão
social, os projetos estão sempre voltados para a extensão universitária.
O projeto Atalhos para Inclusão de Crianças, Jovens e Adultos à Alfabetização
Digital, realizado inicialmente entre dezembro de 2005 a maio de 2006, executou um
projeto piloto, que consistiu de aulas de alfabetização digital, com o objetivo de elaborar
e testar a metodologia a ser aplicada na próxima etapa do projeto. Após análise dos
resultados da primeira etapa reformulou-se a metodologia para dar continuidade às aulas
de alfabetização digital como forma de estudo para o projeto. Esse projeto trabalha em
paralelo com o projeto O Mundo Virtual é para Todos?
Site: < www3.eca.usp.br/grupos/cpedagogica/>
COLABOR: Centro Multidisciplinar de Pesquisas em Criações Colaborativas e
Linguagens Digitais
Coordenador: Artur Matuck
Descrição: O núcleo vincula-se ao Programa Interunidades de Pós-Graduação em
Estética e História da Arte da Universidade de São Paulo (PGEHA/USP) e estabelece
uma instituição acadêmica situada na área multidisciplinar de Ciências Humanas,
Comunicações, Artes, Estética, Computação, Educação, História e Literatura voltada
para o desenvolvimento de estudos e pesquisas teóricas, a produção avançada de
crítica conceitual acerca das linguagens digitais, e a realização de eventos telemáticos,
instalações e performances artísticas.
O COLABOR busca estender o conceito de 'colaboratório', desenvolvido
originariamente no campo das ciências, para a criação e co-criação contemporâneas,
assim como aprofundar e contribuir para a reflexão teórica acerca destes processos
colaborativos, que se tornam possíveis com as tecnologias de comunicação em rede.
COLABORi - Colaboratório de Infoeducação
Coordenadores: Ivete Pieruccini e Edmir Perrotti
Descrição: Resulta de um processo sistemático de estudos, iniciado em 1989, no
Departamento de Biblioteconomia e Documentação, tendo como objeto os processos de
apropriação social da informação e da cultura, em especial, da cultura escrita e seus
dispositivos. Em 1993 surge o PROESI - Programa Serviços de Informação em
Educação, reunindo diversos professores/pesquisadores, e que, em 2000 passou a
103
denominar-se Núcleo de Pesquisa em Infoeducação. Entre 1993 e 2000 foram realizados
vários projetos, com a colaboração de parceiros da USP e de fora da USP: Oficina de
Informação, com a COSEAS-USP, visando ao desenvolvimento de um ambiente
informacional para crianças de 0 a 6 anos; Biblioteca Interativa, parceria com uma
escola municipal, em São Paulo, visando um novo conceito de biblioteca escolar;
Estação Memória, com a Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, para a
implantação de um ambiente de informação e cultura intergeracional; REBI-Rede
Escolar de Bibliotecas Interativas, com a Secretaria de Educação de São Bernardo do
Campo, para a criação de uma rede de bibliotecas escolares.
Site: <www.colabori.blogspot.com.br>
Coletivo Estudos de Estética - CEDE
Coordenadores: Victor Aquino e Emerson Cesar Nascimento
Descrição: Constituído em 2003, reúne interessados no estudo da estética, campo
complexo que atraiu inicialmente alguns alunos do programa interunidades de pós-
graduação, que passaram a realizar seminários com propósito de discutir a precisão
conceitual do termo na contemporaneidade.
O CEDE já organizou vinte e nove seminários, realizou quatro workshops
gratuitos, que resultaram na produção de nove DVDs com os conteúdos de pequenos
cursos, e produziu outros quatorze DVDs (um para cada aula) da disciplina
“Formulação Estética no Processo de Criação em Publicidade, Moda e Arquitetura”.
Site: < www.usp.br/estetica/>
Desformas – Centro de Estudos Desmanche e Formação de Sistemas Simbólicos
Coordenador: Luiz Renato Martins
Descrição: O Centro de estudos Desmanche e Formação de Sistemas Simbólicos,
vinculado aos departamentos de Artes Plásticas e de Cinema, Rádio e TV da ECA-USP,
constitui um foro de debates e reflexões multidisciplinares, de corte histórico e
materialista, congregando, em torno de questões estéticas, simbólicas e do estudo da
história em geral, pesquisadores de diferentes especialidades. Não obstante a
heterogeneidade inerente à variedade das especialidades de seus membros, o Centro
nasce, em síntese, a partir da preocupação comum dos integrantes, com a crítica
104
transformadora da contemporaneidade, mediada por uma perspectiva histórica voltada
para a superação do capitalismo.
Gestcom – Gestão da Comunicação
Coordenador: Maria Cristina Castilho Costa
Descrição: Dedicado a pensar a comunicação como um processo transversal aplicado a
companhias sejam dos setores público, privado ou terceiro setor, elaborou a grade de
conteúdos pedagógicos do curso de especialização Gestão de Processos
Comunicacionais, a partir de 1994, que depois foi alterado para Gestão da
Comunicação. Atualmente, o curso aprimorou seu foco e se dedica à Educomunicação,
mantendo o viés da comunicação como processo passível de aplicação em diversas
áreas do mercado assim como nos processos educacionais formais e não-formais.
Site: < http://www.cca.eca.usp.br/especializacao/1222>
Grupo de Pesquisa Palavra & Imagem (Sujeito a aprovação na reunião 18/01/2013)
Coordenador: Geraldo Souza Dias
Descrição: O grupo PALAVRA & IMAGEM aborda um tema muito comum na arte
contemporânea, entretanto, pouco pesquisado. A Palavra e a Imagem são as duas principais
formas do discurso, onde encontramos o dialogo e o silêncio.
O grupo de pesquisa propõe-se ao estudo, análise, questionamento e reflexão sobre a produção
de obras de arte que articulam a palavra e a imagem através de atividades que promovam o
debate entre os artistas e estimulem a produção de obras de artes visuais.
O grupo de pesquisa é um espaço de interlocução, estudo e produção de conhecimento em arte
contemporânea. Coordenado por pesquisadores com notória atuação no tema, o grupo conta
com participação de profesores e artistas visuais que realizam pesquisas em artes visuais,
literatura (poesía visual), livro de artista e instalacoes, abrindo caminhos para a produção de
obras teóricas e práticas.
Grupo de Estudos Arte&Fotografia
Coordenador: Domingos Tadeu Chiarelli
Descrição: Criado em 2005, tem por objetivo de congregar artistas-professores e
professores da área teórica do Departamento de Artes Plásticas com o intuito de criar
grupos de estudos e pesquisa na área da fotografia, aprofundando questões teóricas e
105
práticas da arte, sempre levando em conta as imbricações entre arte e fotografia. Gerou
o Curso de Extensão Universitária: “Reflexões sobre a fotografia no Brasil a partir do
pós-guerra” (2006), e quatro seminários , além do Boletim do Grupo de Estudos
Arte&Fotografia, hoje em seu terceiro número. Atualmente o Grupo tende a dirigir seus
estudos para a análise da questão da busca da identidade da arte no Brasil.
Site: < grupodeestudosartefotografia.blogspot.com.br/>
Grupo de Estudos da Imagem na Comunicação - GEIC
Coordenador: Sandra Maria Ribeiro de Souza
Descrição: Criado em 2006, vincula-se ao Departamento de Relações Públicas,
Propaganda e Turismo e reúne como membros docentes e discentes e tem como objetos
de investigação as imagens funcionais, isto é, imagens gráficas concebidas para cumprir
a missão de comunicar, de modo rápido e visual, informações, instruções, explicações
bem como mensagens de natureza persuasiva, em complemento ou, até mesmo, em
substituição à palavra escrita. Nas imagens funcionais, a dimensão pragmática se
sobrepõe aos interesses estéticos e determina, em certa medida, as características
sintático-semânticas do design. O grupo atua em duas linhas: a imagem na comunicação
impressa, que tem por objetivo estudar as possibilidades e usos da imagem na
comunicação esquemática, sinalética e em materiais editoriais e comerciais; e
comunicação científica, cujo foco é o estudo das revistas de divulgação científica, tanto
em seu conteúdo visual quanto em suas características editoriais.
Grupo de Estudos de Novas Narrativas – GENN
Coordenador: Paulo Nassar
Descrição: O grupo está vinculado ao Departamento de Relações Públicas, Propaganda e
Turismo e tem por objetivos estabelecer um espaço institucional permanente e oficial para
agrupar, organizar e difundir conhecimento e reflexão sobre narrativas na contemporaneidade,
com ênfase nos campos da Comunicação Organizacional, Relações Públicas, Publicidade e
Propaganda, Jornalismo, Cinema, Turismo, História, Ciências Sociais e Ciências da Informação,
além de evidenciar o tema das narrativas como transdisciplinar e rizomático no fomento a
interfaces com História, Psicologia, Antropologia, Sociologia, Jornalismo, Administração, Artes
e Literaturas. O grupo integra sete linhas de pesquisa: 1. Comunicação Organizacional,
Relações Públicas, Publicidade e Propaganda, Jornalismo, Cinema, Turismo, História e
106
Ciências da Informação na construção da Responsabilidade Histórica e da Memória
Institucional; 2. Recursos narrativos de legitimação, pertencimento e gestão do conhecimento
em organizações; 3. Economia da atenção e ofertas narrativas contemporâneas; 4. Memória
Institucional, modelos administrativos e redes de valor; 5. Produções comunicacionais
impressas e audiovisuais de conteúdos históricos; 6. Gestão digital da memória institucional; e
7. Centros de Documentação e Memória e acervos como recursos comunicacionais
Grupo de Estudos Sobre a Gráfica
Coordenador: Luiz Claudio Mubarac
Descrição: O grupo é de natureza teórico-prática e prevê para os próximos dois anos
trabalhos de oficina e uma agenda de leituras e traduções sistemáticas sobre o desenho,
onde textos clássicos, manuais e tratados relacionados à sua teoria e suas praxis serão
cotejados com exemplos da produção contemporânea, com vistas à construção de um
blog que deverá hospedar os trabalhos desenvolvidos. A ideia é usar essa plataforma
como um work in progress, que ao final se constituirá numa espécie de manual, sempre
aberto a novas interlocuções. O blog deverá conter: o material bibliográfico estudado,
assim como indicações de leituras complementares; os textos fundamentais sobre o
desenho no Brasil, quando a legislação assim o permitir ou indicações de fontes para
consulta e pesquisas particulares dos membros do grupo.
Grupo de Pesquisa Arquivo Miroel Silveira
Coordenador: Maria Cristina Castilho Costa
Descrição: Estuda os documentos relativos à censura prévia de peças teatrais no Estado de São
Paulo, do período entre 1930 e 1970 presentes no Arquivo Miroel Silveira. São cerca de 6200
processos, que abrangem desde a ditadura Vargas até o início do regime militar. Estes processos
pertenceram ao Departamento de Diversões Públicas (DDP) do Estado de São Paulo e foram
trazidos para a ECA/USP pelo Professor Doutor Miroel Silveira. O acervo é objeto das
pesquisas realizadas pelo Projeto Temático Comunicação e Censura, iniciado em 2009 com
financiamento da FAPESP. Também no mesmo ano, foi institucionalizado o Núcleo de
Pesquisa em Comunicação e Censura (NPCC), em reconhecimento ao trabalho desenvolvido
pelos pesquisadores que já vinham estudando o Arquivo Miroel Silveira, estendendo a pesquisa
107
a outros campos em que a censura vem atuando presentemente.
Site: < www.obcom.nap.usp.br
Grupo de Pesquisa em Arte, Design e Mídias Digitais (GP ADMD)
Coordenador: Monica Baptista Sampaio Tavares
Descrição: Criado junto ao Departamento de Artes Plásticas da ECA/USP em fevereiro
de 2006, o grupo está subdividido em duas linhas de pesquisa: a primeira, denominada
Arte e Design, visa realizar estudos que objetivem investigar as relações entre arte e
design, considerando as especificidades históricas, teóricas e processuais inerentes a
estas áreas de estudo; a segunda, chamada Mídias Digitais, pretende desenvolver
pesquisas que objetivem investigar como as mídias digitais influenciam e condicionam
os modos de criação e recepção de mensagens.
Site: < http://www.cap.eca.usp.br/gp_admd>
Grupo : Transcrições para violão: história e poética
Coordenador: Prof. Dr. Edelton Gloeden
Descrição: Reunir a pesquisa em transcrição de violonistas ligados às instituições
universitárias, docentes e discentes e propor um espaço de reflexão sobre os procedimentos,
finalidades, efetividades poéticas, historiografia e diálogo com a estética foram as motivações
deste grupo, iniciado em 2010. A pertinência do objeto definido como "transcrição" nas
vertentes de constituição de repertório e pesquisa de poéticas alheias à própria história musical
específica de cada instrumento foi percebida ao considerarmos o contexto da transcrição em
outros instrumentos, grupos de câmara e orquestral, e em toda a prática musical anterior à
Revolução Francesa. Percebemos que no ato da transcrição há um projeto hermenêutico que
reúne toda a materialização poética de seu autor: suas referencias musicais, sua compreensão da
obra transcrita, suas expectativas de arte, sua filiação estética e a ligação entre a herança
histórica, trajetória de formação e filosofia de trabalho. Assim pretendemos, através deste grupo,
reunir a pesquisa informal dispersa atualmente entre os professores e intérpretes violonistas. Os
elementos fundamentais de uma poética estão presentes no ato da transcrição e podem ser
localizados e discutidos através de uma análise que focalize o caráter de interpretação das
mesmas. Sistematizar as escolhas de adaptações necessárias, analisar as mudanças efetuadas e
discutir o porquê das escolhas, que são sempre particularizações dentre uma multiplicidade de
108
possibilidades, nos pareceram meios efetivos de discutir o próprio fundamento da atividade na
qual os membros do grupo estão ligados, o das Práticas Interpretativas".
Centro de Pesquisa em Comunicação e Trabalho - CPCT
Coordenadora: Roseli Figaro
Vice-coordenadora: Maria Aparecida Baccega
Descrição: O Centro de Pesquisa em Comunicação e Trabalho (CPCT) investiga como
a comunicação organiza, constrói e transforma redes de sentido no mundo do trabalho.
O CPCT tem entre seus objetivos refletir sobre a relevância da comunicação nos
processos de organização do trabalho e compreender como esses novos processos
incidem na mudança cultural e no perfil dos profissionais. Adota o binômio
comunicação–trabalho como opção teórico-metodológica para as suas pesquisas. O
Centro de Pesquisa promove fóruns de discussão, seminários, ciclos de estudos e tem
laços de intercâmbio solidário e produtivo com outros grupos de pesquisa e
pesquisadores. Existe desde 2003 e é resultado de pesquisas desenvolvidas desde 1997.
Credenciado pelo CNPq, conta com a participação de professores, doutorandos,
mestrandos e bolsistas de iniciação científica. Divulga os resultados das pesquisas em
artigos de periódicos, livros e no site www.eca.usp.br/comunicacaoetrabalho
Grupo de Pesquisas Cromáticas
Coordenador: Marco Giannotti
Descrição: Formado por alunos e professores do Departamento de Artes Plásticas e das
universidades do Rio de Janeiro e de Porto Alegre, o grupo busca fazer uma análise
ampla do fenômeno cromático a partir do estudo de artistas, filósofos, antropólogos, e
cientistas. O grupo parte do entendimento de que a cor constitui uma linguagem, e como
tal, requer aprendizado e reflexão. Contudo, percebe-se que, mesmo no interior do
campo das Artes, são relativamente poucos os estudos que têm a cor como objeto. A
proposta de abertura de um espaço de debate – cujo cerne das discussões gira em torno
de diferentes percepções e concepções da cor –, situado em um espaço de grande
circulação da comunidade acadêmica, favorece o fluxo de ideias entre pessoas oriundas
de diversos campos de conhecimento, resultando na possibilidade promissora de troca e
intercâmbio de informações. Importa, neste sentido, ressaltar a pertinência do tema
deste projeto como uma ferramenta de extensão do conhecimento construído no campo
das artes plásticas para setores mais amplos da sociedade. Assim, entende-se que a cor
109
configura um universo de pesquisa que, sob determinado ponto-de-vista, é capaz de
interligar diferentes áreas do conhecimento.
Grupo de Pesquisa em Impressões Fotográficas
Coordenador: João Luiz Musa
Descrição: Pensando em atender à crescente demanda por parte dos alunos de graduação e
pós-graduação interessados nos estudos práticos e teóricos sobre fotografia, o Grupo de
Pesquisa em Impressões Fotográficas - GPIF - foi criado. O Departamento de Artes Plásticas
considerando a infra-estrutura básica que vem sendo implementada desde 2010, para atender
essas demandas percebeu a necessidade de formalizar um grupo capaz de colaborar na gestão e
no aprimoramento do novo ateliê em desenvolvimento. Surge a partir daí o principal objetivo do
GPIF: criar um espaço de produção e discussão sobre as práticas de tratamento, impressão e
publicação de imagens fotográficas, a fim de instrumentalizar tanto os alunos interessados em
fazer uso desses processos como em prestar assistência à comunidade acadêmica e à sociedade
em geral.
Grupo de Pesquisa em Jornalismo Popular e Alternativo - ALTERJOR
Coordenador: Luciano Victor Barros Maluly
Descrição: Sediado no Departamento de Jornalismo e Editoração, o grupo define como
jornalismo popular as práticas jornalísticas realizadas em organizações do movimento
social e popular, incluindo o chamado Terceiro Setor, que tenham, como objetivos
centrais, o fortalecimento institucional de tais organizações e a socialização de temáticas
que envolvam a defesa da cidadania e que defendam o protagonismo de segmentos
sociais não hegemônicos. Já o jornalismo alternativo se conduz pelas experiências de
jornalismo nas diversas mídias que tenham, como objetivo central, fomentar o debate
público sobre as mesmas temáticas delimitadas na definição de jornalismo popular. O
Grupo é responsável pela Revista Alterjor, publicação eletrônica destinada aos
interessados em jornalismo popular e alternativo.
Site: <www.usp.br/alterjor/>
Grupo de Pesquisa Laboratório de Investigação e Crítica Audiovisual LAICA
Coordenadora: Esther Imperio Hamburguer
110
Descrição: Criado em 2009 e cadastrado junto ao CNPq, o LAICA oferece infraestrutura de
ponta para pesquisa, criação, edição e exibição de diversos projetos e experiências realizadas
nos cursos de graduação e pós-graduação da ECA ou de instituições parceiras em teoria, história
e crítica do audiovisual, acolhendo: grupos de estudo e projetos de pesquisa de caráter histórico
e teórico nas áreas de ficção e documentário em cinema, rádio, televisão ou novas mídias;
palestras, oficinas e cursos de curta duração ministrados por acadêmicos e cineastas de renome
no cenário nacional e internacional; publicações eletrônicas. Abrigando plataformas digitais de
crítica na forma de uma revista experimental online (www.revistalaika.org) e uma moderna ilha
de edição que serve para a digitalização do acervo da extinta TV Tupi, o LAICA oferece ainda
uma sala de exibição em alta definição, pioneira no âmbito das universidades brasileiras,
contando com um projetor DCP de última geração (4k), financiado pela FAPESP através do
projeto de Equipamentos Multiusuários que envolve, além da ECA, a FFLCH, o Centro de
Computação Eletrônica da USP e a Cinemateca Brasileira.
Site: <www.eca.usp.br/laica>
Poética da multiplicidade
Coordenação: Branca Coutinho de Oliveira e Amilcar Zani
Início: 2004
Em andamento
CAP/ ECA/ USP
Descrição: A produção audiovisual congrega múltiplos tensores, advindos dos
três paradigmas de produção do conhecimento singular: arte, filosofia e ciência.
Essa interação tríplice virtualiza o contexto da pesquisa poética audiovisual,
abrindo campo para atualização continua das ferramentas de trabalho artístico.
Assim, o mundo sobre o qual grande parte dos artistas contemporâneos é
convocada a intervir já não é o das realidades naturais nem tampouco
artificiais, mas o das realidades virtuais. Para o artista almejar o múltiplo,
significa propor um método capaz de fazê-lo. Ao colocarmos a tecnologia na
perspectiva de um paradigma estético-processual, busca-se intercessores para
a heterogênese do humano, o devir outro das formas de subjetivação e
semiotização. Tais formas podem oferecer alternativas aos valores e
representações hegemônicos e deterministas vigentes nas várias esferas da
realidade.
111
Palavras-chaves: audiovisual, arte, ciência, filosofia, tecnologia
Grupo de pesquisa Realidades
Coordenador: Silvia Regina Ferreira de Laurentiz
Descrição: Há uma relação entre arte e ciência que vem se apresentando cada vez mais
em trabalhos artísticos, e que não conta ainda com produção interpretativa sistemática,
principalmente por não possuir uma tradição na arte capaz de arcar com este viés. Em
uma época caracterizada pela crescente complexidade, o questionamento está em como
lidar coerentemente com sistemas que dão acesso ao “semioticamente real” ou
“realidade”. Consequentemente, há uma carência de iniciativas institucionais firmadas
sob critérios acadêmicos, que venham a ser capaz de analisar esta produção
contemporânea dos últimos anos, e que este grupo tenciona arcar. Além disso, apesar de
seu caráter teórico, o grupo acredita na relação entre teoria e prática também como
forma de exercício estético e crítico, e, portanto, estará entre seus esforços de pesquisa a
produção de trabalhos experimentais nesta área.
Site: < www.eca.usp.br/realidades>
Grupo de Pesquisa Semiótica da Comunicação
Coordenadores: Irene Machado e Vinícius Romanini
Descrição: O grupo se constituiu para desenvolver investigações, bem como orientar
projetos de pesquisas avançadas em comunicação, tendo em seu escopo o
desenvolvimento do campo científico fundamentado pelas teorias semióticas. Com isso,
o grupo encontra-se aberto à investigação dos temas e problemas comunicacionais que
emergem nas diferentes esferas de transformação da informação, de constituição dos
signos em sistemas e nos consequentes processos de significação em que a semiose
define o mecanismo processual do sistema. Tem entre suas finalidades definir objetos
de pesquisa para os quais o pensamento semiótico presta inequívoca contribuição de
análise e formulação teórica; problematizar as abordagens dos temas e objetos
comunicacionais de modo a contribuir para a evolução dos paradigmas teóricos da
112
comunicação na contemporaneidade; e compreender a abrangência, coerência e
pertinência dos estudos semióticos no contexto dos “sistemas” emergentes na cultura
planetária, propiciado pelas redes de comunicação. Atua com três linhas de pesquisa:
Fundamentos sistêmicos da semiótica da comunicação; Design da comunicação; e
Linguagens da comunicação.
Grupo de pesquisa Terra
Coordenadora: Norma Tenenholz Grinberg
Descrição: Criado em 2006, tem por objetivos promover encontros de estudos sobre
cerâmica artística, priorizando a participação de alunos de graduação e de pós-
graduação da Universidade de São Paulo; pesquisar um conjunto significativo de
materiais nacionais, técnicas, processos e obras do universo da cerâmica artística sendo
que o resultado destas pesquisas será detalhadamente documentado por meios eletrônico
e impresso e disponibilizados à comunidade; produzir fontes primárias de pesquisa
(entrevistas e tomada de depoimentos de artistas e agentes ligados ao meio artístico e
cultural, cuja trajetória se demonstre relevante no estudo da tridimensionalidade ligada à
produção cerâmica, registros fotográficos e em áudio e vídeo de materiais diversos
pertinentes ao escopo das pesquisas empreendidas por este Grupo); catalogar e
sistematizar tais materiais, de maneira a constituí-los na forma de um conjunto
articulado de fontes de pesquisa e reflexão sobre cerâmica artística, de livre acesso à
comunidade acadêmica; entre outros.
Grupo Multidisciplinar de Estudo e Pesquisa em Arte e Educação
Coordenadores: Sumaya Mattar e Alberto Roiphe
Descrição: Criado em 2010 e vinculado ao Departamento de Artes Plásticas, tem por
objetivo principal conduzir pesquisas teóricas e experimentais sobre os conteúdos, as
metodologias e os princípios que fundamentam o ensino das Artes na instituição
escolar, no ensino superior e nas demais instituições como museus, ONGs e centros
culturais, em uma perspectiva inter e multidisciplinar, bem como desenvolver pesquisas
sobre os processos conceptivos e construtivos da obra de arte, tendo como objetivo
fornecer instrumentos para a reflexão sobre as práticas artística e educativa dos
professores da Educação Básica e estimular a reflexão acerca da aprendizagem artística
e dos processos por meio dos quais o conhecimento da arte é construído por crianças,
adolescentes e adultos.
113
Em seu primeiro ano de funcionamento, o Grupo desenvolveu intensa atividade
de elaboração de artigos, frutos das pesquisas de seus componentes, e de participação
em eventos científicos em vários estados. Realizou também o I Seminário
Multidisciplinar de Estudo e Pesquisa em Arte e Educação: processos de criação na
educação e nas artes.
Site: <www.eca.usp.br/cap/arteducacao.swf>
Grupo Poéticas Digitais
Coordenador: Gilbertto Prado
Descrição: O grupo foi criado em 2002 no Departamento de Artes Plásticas como um
desdobramento do projeto wAwRwT, iniciado em 1995. A intenção é gerar um núcleo
multidisciplinar, promovendo o desenvolvimento de projetos experimentais e a reflexão
sobre o impacto das novas tecnologias no campo das Artes. Em 2010 o grupo exibiu o
projeto Amoreiras, selecionado para a mostra Emoção Art.ficial 5.0 – Bienal de Arte e
Tecnologia do Itaú Cultural.
Site: <http://poeticasdigitais.wordpress.com/ > e
<http://www.cap.eca.usp.br/poeticasdigitais>
Laboratório de Informação e Memória – LIM CAC
Coordenadores: Elizabeth R. Azevedo, Sílvia Fernandes Telesi e Fausto Viana
Descrição: Teve como ponto de partida o arquivo pessoal do Prof. Dr. Clóvis Garcia doado ao
Departamento de Artes Cênicas em 1997. A partir de 2005, ampliou seus objetivos e instituiu
uma pesquisa mais abrangente sobre o teatro paulista, ampliando o acervo existente e
implementando a reflexão científica. A meta da coordenação é firmá-lo em um centro de
documentação e estudos teatrais amplo e dinâmico, envolvendo todos os aspectos que compõem
a área teatral. Hoje, conta com vários bolsistas e pesquisadores, abrigando projetos financiados
pela FAPESP e pela USP, todos voltados para a preservação e divulgação da memória teatral.
Site: < www.eca.usp.br/nucleos/limcac/>
Laboratório De Pesquisa E Estudos Em Tanztheater - LAPETT - ECA/USP
Coordenador: Sayonara Pereira
114
Descrição: O LAPETT grupo de Pesquisa coordenado por Sayonara Pereira começou sua
atuação prática em março 2011 no CAC- ECA/USP, e é credenciado pelo CNPq e pela ECA
desde o 2º semestre de 2012. O LAPETT tem como intuito dialogar com o ensino e as
pesquisas acadêmicas, tanto na graduação (CAC) como na pós-graduação (PPGAC) da Escola
de Comunicações e Artes /Departamento de Artes Cênicas da USP, através de aulas expositivas,
seminários, oficinas de técnicas de danças - cênicas com o objetivo de aperfeiçoar os alunos e
pesquisadores dentro dos paradigmas do Tanztheater de Kurt Jooss, em diálogo com o teatro, a
música, as artes visuais e o cinema. O processo artístico do grupo tem sido construído entre a
teoria e a prática, onde ambas ferramentas, conectam-se , tramam informações, delineiam outros
procedimentos, e procuram possibilidades para desenvolver uma metodologia própria. Com a
consolidação deste núcleo espera-se que sejam cada vez mais elaboradas e desenvolvidas
monografias, teses, artigos, peças coreográficas, DVDs e filmes, dentro dos paradigmas e
filosofia do Tanztheater que pretende: lapidar as possibilidades que o intérprete traz no seu
corpo, trabalhando as diferentes técnicas de dança, conhecendo diferentes formas de arte e, a
partir deste material adquirido, ampliar as possibilidades para que o intérprete trabalhe com
ótima precisão, sinceridade e humanidade. Além disso, o LAPETT pretende oferecer cursos de
extensão e outras formas de produções artísticas complementares que contribuam no
aprimoramento dos seus integrantes, e que levem os pesquisadores, a praticarem um diálogo
com outras comunidades externas a Universidade. Podem tomar parte das reuniões do LAPETT
estudantes de graduação, pós- graduação e profissionais das artes da cena. As reuniões do
LAPETT acontecem duas vezes por semana, com o grupo todo, e sempre que necessário, são
realizadas reuniões individuais dirigidas a um determinado pesquisador, nas salas-laboratórios
do CAC/ECA-USP. O LAPETT recebeu o premio NASCENTE/ Pró-Reitoria de Cultura e
Extensão Universitária - PRECEU/USP 2012 como melhor interpretação de grupo/artes
cênicas.
Textos da Cultura em Mídias Diferenciadas - TCULT
Coordenadores: Terezinha Fátima Tagé Dias Fernandes e Atílio Avancini
Descrição: Com caráter multidisciplinar, seu objetivo é articular a prática do conceito
de dialogismo, segundo Mikháil Bakhtin, reunindo em círculo de estudos pesquisadores,
professores, alunos, profissionais de notório saber e experiência comprovada e outros
interessados em compartilhar suas pesquisas e projetos individuais. O tema geral é
voltado para os estudos da Comunicação, das diferentes e múltiplas linguagens de
diferentes textos da cultura presentes nas mídias tradicionais e diferenciadas
(jornalismo, literatura, dramaturgia, cinema, televisão, fotografia, pintura, música,
meios digitais e outros) que interagem com seus textos e discursos verbais e não -
verbais o cotidiano da vida urbana na atualidade e em diferentes épocas.
115
A Comunicação, desse modo, cumpre seus objetivos de gerar, transmitir,
descobrir e compreender os sentidos das mensagens, considerando todos os seus
elementos constitutivos em suas interações sociais, culturais e políticas do ponto de
vista de suas instâncias sígnicas, nas mediações e nos meios, muito além de seus
conteúdos e da simples informação sobre seus suportes.
Site: <www.entretextos.jor.br/>
LabEducom
Coordenação: Maria Cristina Castilho Costa
Vice-coordenação: Ismar de Oliveira Soares
Descrição: O Laboratório de Educomunicação - EducomLab foi criado no Departamento de
Comunicações e Artes em 2012, num contexto marcado pelo início de uma Licenciatura em
Educomunicação (primeira turma em 2011) e de um curso de Especialização Lato Sensu na mesma
área (primeira turma em 2012), vinculados ao Departamento. Seus principais objetivos são:
desenvolver projetos e pesquisas no campo da Comunicação e Educação, editar a Revista
Comunicação & Educação e publicar livros voltados à temática. O EducomLab tem também como
objetivo institucionalizar as relações entre professores do CCA – ECA/USP e a sociedade como um
todo, representada por suas instituições públicas e privadas, organizações não-governamentais e
empresas comerciais, atuando como uma instância aglutinadora de todas as atividades vinculadas ao
desenvolvimento da Educomunicação enquanto área de conhecimento, o que implica preocupações
com a pesquisa científica, bem como dinâmicas administrativas e pedagógicas.
Título: Estudos Interdisciplinares do Som
Coordenador: Fernando Henrique de Oliveira Iazzetta
Início: 2012
Em andamento
Descrição: Este projeto visa viabilizar a formação do NapSom - Núcleo de Apoio à Pesquisa
em Sonologia na Universidade de São Paulo para dar apoio a pesquisas avançadas no campo
da Sonologia em suas interfaces com a música e outras artes, bem como com a ciência e a
tecnologia de modo geral. O projeto está fundamentado em 5 linhas de pesquisa: 1)
Sonologia: pesquisa reflexiva a respeito dos processos de criação e recepção ligados às artes do
som; 2) Desenvolvimento de Sistemas Interativos: trata-se do estudo, projeto e construção
de sistemas de criação e performance artísticas baseadas em processos interativos; 3) Produção
Artística: refere-se aos processos de criação propriamente ditos, realizados por
artistas envolvidos com o Núcleo. Serão explorados processos de caráter experimental com
ênfase em trabalhos que promovam a interação entre linguagens e o uso de ferramentas
116
e espaços alternativos para a criação artística; 4) Interfaces interdisciplinares: busca integrar as
disciplinas mais específicas da área da sonologia a outras áreas de investigação acadêmica e
artística com aporte de disciplinas que possibilitem a exploração de aspectos socioculturais,
cognitivos, históricos e tecnológicos da criação artística; 5) Acústica Musical, Psicoacústica e
Auralização: abordagem do som enquanto fenômeno físico e perceptivo, bem como em suas
relações com os espaços e situações de escuta; Estas 5 linhas de pesquisa estão articuladas
transversalmente na formação de um campo coerente de investigação em que as formas de
produção artística baseadas no som ocupam um papel central. A abordagem é interdisciplinar e
envolve: a) o campo reflexivo (linhas 1 e 4); b) o campo de investigação aplicada (linhas 2 e 5);
e c) o campo voltado para o suporte de criação artística (linha 3).
MOBILE: Processos Musicais Interativos
Coordenador: Fernando Henrique de Oliveira Iazzetta
Descrição: Este projeto tem como tema central a utilização e desenvolvimento de processos
interativos no âmbito da produção musical mediada tecnologicamente. São abordados aspectos
teóricos e conceituais dos processos interativos, bem como a produção de sistemas interativos
de composição, performance e auralização. Os trabalhos estão agrupados em quatro linhas de
pesquisa que funcionam de maneira integrada: 1) Sonologia; 2) Desenvolvimento de sistemas
interativos; 3) Produção artística com sistemas interativos; 4) Acústica musical, psicoacústica e
auralização. O objetivo do projeto é constituir um corpo de pesquisa e criação musical apoiados
em processos interativos. Esses processos envolvem questões como mobilidade, espacialidade,
criação de sistemas e interfaces, mapeamento de gestos, análise de repertório e produção
artística interativa. Embora o foco esteja na produção musical, quatro áreas principais irão atuar
de maneira integrada: a música, as artes visuais, a ciência da computação e a engenharia. A
pesquisa é financiada pela Fapesp. Mais informações em:www.eca.usp.br/mobile
Palavras-chave: Processos Interativos, Sonologia, Música e Tecnologia, Música e Ciência
Núcleo de Apoio à Pesquisa - Observatório de Comunicação, Liberdade de
Expressão e Censura – OBCOM – USP
Coordenador: Maria Cristina Castilho Costa
Início: 2012
Em andamento
Descrição: Em 2000 iniciamos os estudos sobre censura, a partir do Arquivo Miroel
Silveira (AMS), da Biblioteca da ECA/USP. Trata-se de um grande acervo constituído
por mais de seis mil processos de censura prévia ao teatro em São Paulo, de 1930 a
1970, oriundos do serviço de censura da Divisão de Diversões Públicas (DDP) da
117
Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, resgatados, na década de
1980, pelo professor Miroel Silveira. Desde então, vimos nos dedicando ao estudo da
censura às comunicações e às artes por meio de projetos individuais e temáticos,
dissertações e teses de doutorado, além de inúmeras pesquisas em diferentes níveis
acadêmicos, da Iniciação Científica ao Pós-Doutoramento. O resultado desse trabalho
está em publicações, seminários e na plataforma colaborativa acessível no endereço
eletrônico www.obcom.nap.usp.br.
Na Modernidade, a censura se caracterizou como ação política do Estado, parte
integrante de seu aparelho administrativo, cuja função era controlar a produção
artística e as comunicações. Ao final do século XX, esse recurso administrativo de
caráter autoritário foi sendo extinto em quase todos os países ocidentais sendo
substituído por mecanismos mais indiretos, plurais e não rotineiros, de interdição que
não deixam registros nem documentos semelhantes aos do Arquivo Miroel Silveira.
Assim, pretendemos gerar novos arquivos, de natureza científica, registrando e
resgatando, para o porvir, a memória dos atos e da prática da censura na atualidade,
quando somos, ao mesmo tempo, estudiosos e testemunhas.
118
3. Iniciação Centífica – Apresentações III Semana de Pesquisa da ECA
Nome: Agnello Augusto de Assis Vieira
Título: A formação inicial do professor de arte como lócus de gestação da práxis docente
criadora: contribuições da epistemologia da prática
Orientadora: Sumaya Mattar
Modalidade: Institucional
Vigência: 2011-2012
Descrição: A prática pedagógica é o lócus onde o futuro professor de arte assume o
papel de protagonista no processo de construção de conhecimentos e confirma
sua humanidade, encorajando-se e preparando-se para a docência.
É importante que antes mesmo de se tornar professor, o estudante de
licenciatura tenha oportunidades de agir de maneira transformadora sobre a
realidade escolar, partindo das próprias limitações que esta se lhe apresenta.
A saída do mundo privado e o acesso à objetividade representada pela
natureza, limites e desafios da instituição escolar, além de favorecer a tomada de
consciência do papel social da arte e da educação, contribui para a deflagração
da práxis criadora no exercício docente.
A presente pesquisa, em andamento desde o ano de 2008, tem a escola
pública como principal campo de estudo, investigação e atuação. Sua hipótese
principal é de que o futuro professor de arte pode tornar-se paulatinamente capaz
de lidar com os problemas que emergem da práxis docente, tais como a
imprevisibilidade e a indeterminação do processo educativo e de seus resultados,
quando se lhe é oferecida a oportunidade de planejar e de desenvolver, ainda
durante a graduação, propostas educativas que promovam a vivência da
experiência criadora em arte.
Durante o se desenvolvimento inicial, a presente pesquisa focalizou de forma
abrangente o processo de ensino-aprendizagem da arte nas primeiras séries do
ensino fundamental, tendo como base as características e necessidades dos
alunos matriculados na Escola Estadual Profª Clorinda Danti, onde os estudantes
do curso de licenciatura em artes visuais realizam estágio de observação e
regência, sob nossa supervisão, cuja clientela é composta, em sua grande
maioria, de crianças residentes no Jardim São Remo, comunidade vizinha à USP.
A análise parcial dos dados coletados até o momento confirmou aquela
hipótese inicial e revelou uma série de desdobramentos que não haviam sido
considerados, mas que merecem ser investigados. Um destes desdobramentos
refere-se ao potencial da linguagem fotográfica no contexto escolar.
Até então utilizada por nós apenas como registro do processo educativo
desenvolvido na escola pelo grupo de licenciandos, a fotografia despertou
especial interesse nas crianças, que fazem tanto questão de ser fotografadas
como de fotografar, passando a ocupar um lugar especial no projeto de estágio. 3
Este dado nos fez considerar a hipótese de que a fotografia como linguagem
pode ter um importante papel na construção das identidades daqueles que se
encontram nos bancos escolares e levantou a necessidade de investigarmos as
possibilidades de sua abordagem nas propostas educativas em arte, o que será
feito com a contribuição do aluno bolsista, cujos estudos e projetos artísticos e
119
pedagógicos tem cada vez mais se voltado à fotografia.
Objetivos :
O objetivo da pesquisa é produzir conhecimentos teóricos e práticos que
contribuam para a constituição de professores inventivos, reflexivos e
investigativos, o que pressupõe a possibilidade de o aluno do curso de
licenciatura articular seu projeto pedagógico ao seu projeto poético, ambos em
construção.
No enfoque dado a esta etapa da pesquisa, este objetivo volta-se para a
investigação teórica e experimental das possibilidades de utilização da fotografia
no processo de ensino-aprendizagem da arte no espaço escolar e suas
contribuições ao processo de construção das identidades dos estudantes e ao
desencadeamento da práxis criadora do futuro professor de arte.
Nome: Alice Arida Moraes
Título: Ateliê Nossa Casa: uma experiência transdisciplinar
Orientadora: Dália Rosenthal
Modalidade: CNPq - PIBIC
Vigência: 2011 – 2012
Descrição: A iniciação científica de tema “prática Transdisciplinar na formação do professor de
Arte” deu-se a partir da minha participação, na qualidade de estudante de licenciatura de Artes
Plásticas em um ateliê de arte para crianças de 7 a 12 anos. Situado no departamento de Artes
Plásticas da ECA-USP, o ateliê, chamado Ateliê Nossa Casa, desenvolveu-se dentro da
disciplina “Metodologias do Ensino das Artes Visuais IV” ministrada pela professora Dália
Rosenthal.
Essa mesma disciplina destinada aos alunos que seguem formação em licenciatura em diferentes
áreas, é também ensinada por outros professores do departamento de Artes Plásticas, os quais
coordenam outros ateliês, cada um com uma metodologia própria. O Ateliê Nossa Casa,
distingue-s pela metodologia transdisciplinar.
A metodologia transdisciplinar não havia sido estudada em nenhuma outra disciplina acadêmica
durante a minha graduação em Licenciatura em Artes Plásticas. Tantos nas matérias obrigatórias
do departamento de Artes Plásticas quanto nas matérias obrigatórias na faculdade de educação,
discutiram-se os aspectos históricos da educação escolar e seu cenário atual, a partir de
diferentes visões intelectuais, sociólogos, pedagogos, historiadores e psicólogos. No entanto, em
nenhuma delas foi apresentada a visão científica de um autor transdisciplinar.
A pesquisa aqui apresentada é fruto de um vivência individual e coletiva em um ambiente cujo
pensamento fluiu simultaneamente entre as disciplinas, através das disciplinas e além de
qualquer disciplina – parafraseando Basarab Nicolescu, autor que diz: “A
transdisiciplinaridade, como o prefixo “trans” indica, diz respeito àquilo que está ao mesmo
tempo entre as disciplinas, através das diferentes disciplinas e além de qualquer discplina. Seu
120
objetivo é a compreensão do mundo presente, para o qual um dos imperativos é a unidade di
conhecimento”.
Nome: André Luís Castilho Pitol
Título: Alair Gomes – Fotografias 1960/1970
Orientadora: Sonia Salzstein Goldberg
Modalidade: Sem Bolsa
Vigência:
O trabalho versa sobre a produção fotográfica do carioca Alair Gomes (1921-1992), realizada
entre meados da década de 1960 até sua morte, sobre o corpo masculino em diversas situações:
exercitando-se na praia de Ipanema ou nas ruas próximas da orla.
A fim de compreender o contexto urbano do Rio de Janeiro, fez-se leituras sobre a cidade,
utilizando para isso estudos de Maurício de Abreu (1987), Nestor Garcia Reis Filho (2002), da
revista O Cruzeiro e O Jornal do Brasil. Buscando examinar elementos de homoerotismo
codificado na produção de Gomes, realizou-se leituras ligadas à vida boêmia, por meio de Ruy
Castro (1999) e do semanário O Pasquim. Complementou-se a pesquisa com estudo sobre a
arquitetura moderna carioca, levando-se em conta que a fotografia do artista sugere várias
relações com a arquitetura, não por registrar objetos arquitetônicos, mas em razão do
posicionamento distanciado que o autor adotava ao fotografar os jovens na praia, pela janela dos
apartamentos que morou em Ipanema.
A análise final baseou-se nas séries fotográficas: Sonatinas, Four Feet (1966-1986), The Course
of the Sun (c.1977-1980), A Window in Rio (c.1977-1980) e The no-story of a driver (c. 1977).
Ao fazer um breve comentário sobre cada série, percebemos que alguns dos elementos
importantes na produção de Gomes são: a relação de aproximação ou distanciamento entre o
fotógrafo e o objeto fotografado; a percepção de que sua obra propõe a redução de todo um
repertório da natureza em alguns índices de luzes e sombras projetadas no chão e no registro
oblíquo de resquícios da vegetação urbana, na forma de pequenas intromissões nas bordas de
algumas imagens.
Palavras-chave: Alair Gomes; Arte; Fotografia; Rio de Janeiro; anos 1970.
121
Nome: Angelina Moreira de Souza
Título: Pesquisa, mapeamento e análise da recepção para o projeto Telenovela
brasileira: transmidiação e internacionalização.
Orientadora: Prof.ª Drª Maria Immacolata Vassallo de Lopes
Agência de fomento: PIBIC-CNPq
Descrição: O projeto realizou o mapeamento e análise das ficções televisivas nacionais de
estreia, a partir de notícias e matérias (clippings) de sites, redes sociais e outros veículos de
comunicação, para observar e estudar como se dão a recepção e interação do público com a
narrativa televisiva além do meio tradicional televisivo. Possuiu também como finalidade,
continuar e consolidar um protocolo teórico-metodológico sobre o qual se apoiam as
pesquisas internacionais sobre ficção televisiva em 11 países que integram o Obitel
(Observatório Ibero-Americano da Ficção Televisiva) e, apoiar os estudos do Obitel – Brasil,
relacionado à identidade nacional no cenário da globalização.
Sua metodologia consistiu na gravação diária das telenovelas nacionais inéditas, no
monitoramento de planilhas das ficções e no levantamento de informações sobre a
comercialização e internacionalização das ficções brasileiras dos canais abertos. Tais dados
nos permitiram observar a posição de destaque que a telenovela ocupa no país, bem como os
mecanismos transmidiáticos que envolvem a ficção brasileira. Revelaram-nos também
informações sobre os perfis ficcionais do Brasil, permitiram análises que possibilitou elucidar
como as ficções influenciam e movem o mercado televisivo, analisar o perfil do telespectador
brasileiro e a sua interação com os diversos meios transmidiáticos, os quais possibilitam a
recepção ampliada e diferenciada desse gênero. Essas informações analíticas são utilizadas na
produção de publicações dos Anuários Obitel. No ano de 2012 foi publicado o anuário
Transnacionalização da ficção televisiva nos países Ibero-americanos em formato impresso e
digital, em três idiomas, português, espanhol, inglês.28.
28
A publicação pode ser encontrada no site: http://obitel.net/
122
Nome: Bárbara Vieira Neto
Título: REVISTA CINE-OLHO: História e Crítica no Brasil (1976 – 1979)
Orientador: Prof. Dr. Eduardo Victorio Morettin
Agência de Fomento: CNPq/PIBIC
Inicio: 2011
Término: 2012
Descrição: O objetivo geral do projeto é investigar a crítica de cinema no Brasil a partir da
revista Cine-Olho, que circulou entre 1976 e 1979. Editada primeiro pelo Centro de Artes
Cinematográficas da PUC-RJ, e depois pela USP, a publicação participou dos debates de sua
época. Predominou em sua ‘fase’ carioca a discussão sobre os rumos do cinema brasileiro
(relação com o mercado e o Estado, por exemplo), com destaque para as análises feitas por
Jean-Claude Bernardet. Já em seu momento ‘uspiano’, o enfoque mudou: traduções de textos
teóricos até então inéditos, como os de Anette Michelson, artigos sobre Eisenstein, de autoria de
Arlindo Machado, e uma série de artigos de então jovens estudantes que depois terão lugar de
destaque no mercado cinematográfico, como foi o caso de Fernando Meirelles e Roberto
Moreira, ou na universidade, como o próprio Moreira, Arlindo e Rubens Machado. Ismail
Xavier, que então acabara de publicar seu primeiro livro, participa também dessa produção.
Tendo como base de estudo as críticas e artigos publicados na Cine-Olho, centramos a pesquisa
em dois aspectos fundantes da revista: o da crítica e o do cineclubismo. Dessa forma,
procuramos demonstrar a relevância da Cine-Olho enquanto publicação essencialmente
independente e estudantil, analisando de que maneira a revista contribuiu com a formação dos
sujeitos envolvidos na sua realização.
Para a realização desse estudo, fizemos uma análise de todos os números da Cine-Olho
publicados – um total de nove –, além de pesquisa bibliográfica para delineamento do contexto
histórico-social e exposição dos debates políticos presentes na revista. A partir dessa coleta de
dados bibliográficos e documentais, realizamos entrevistas padronizadas com os realizadores.
De todos os contatados, dez foram entrevistados.
Palavras-chave: Cine-Olho, Revista, Critica, Cinema, Historia.
Nome: Bruna Sanjar Mazzilli
Titulo S a a A Ca mara Clara: uma
produc a á a a .
123
a . . a (n° USP: 2810672)
Início: 2012
Termino: janeiro de 2013
Bolsa FAPESP
Descrição: Em meio ao universo cada vez maior de imagens que nos cerca atualmente,
é de extrema importância desenvolver uma consciência visual crítica que seja capaz de
questionar e dar (criar) sentido a tudo isso que vemos. Pensando nessas questões, esta
pesquisa propõe-se a investigar em que medida a fotografia digital pode produzir
sentidos mais aprofundados no contexto contempora neo. Mais especificamente, de que
forma as reflexões do crítico e semiólogo france s Roland Barthes em sua obra A
Ca mara Clara (1980) podem contribuir para pensar e analisar a fotografia no momento
atual. Para tanto, foram selecionados seis princípios presentes na obra citada (“isto-foi”,
studium, punctum, fotografia unária, “ar” de um rosto e êxtase fotográfico) que são
revisitados nas condições e termos contemporâneos tanto a partir de um estudo teórico
(reflexivo e analítico) quanto prático (fotográfico). As análises conceituais partem
principalmente das fotografias produzidas ao longo da pesquisa e contam, além de
Barthes, com contribuições de outros autores, tais como Joan Fontcuberta, Susan Sontag
e Arlindo Machado. A etapa prática é guiada sob a perspectiva do cotidiano da cidade
de São Paulo e tem como recorte a Avenida Paulista. Também é objetivo do trabalho
realizar um projeto editorial eletrônico da pesquisa que integre as linguagens verbal e
visual, conferindo diálogo ao conjunto teórico-prático.
Palavras-chave: Roland Barthes, A Ca mara Clara, fotografia digital, projeto editorial,
cotidiano de São Paulo.
Nome: Bruno de Souza Seto
Título: Paradigma Estético Processual: Estratégias de compartilhamento e formação de
redes do conhecimento no campo da arte
Orientadora: Prof. Dra. Branca Coutinho de Oliveira
124
Agência de Fomento: PIBIC - CNPq
Início: 2011
Término: 2012
Descrição: O objetivo deste estudo foi o de realizar uma investigação empírica das tecnologias
digitais aplicadas às operações colaborativas e às redes comunitárias, sob o viés da produção
artística atual. Com isso, pretendeu-se também detectar e analisar o desenvolvimento de
possíveis novos métodos e processos de acumulação e compartilhamento de conhecimento
artístico, além da produção artística em si.
A arte, como manifestação da natureza humana, existe desde os tempos mais antigos, quando o
ser humano alcançou certo grau de desenvolvimento de suas forças produtivas. Como esse
desenvolvimento é dinâmico e constitui a própria história da humanidade, não se pode ignorar o
fato de que o modo de produção, logo também o de manifestação, da arte muda com o decorrer
do tempo.
Neste projeto, foi investigada apenas uma parte desse processo: as tecnologias digitais e as redes
com as quais os artistas do mundo de hoje compartilham materiais para suas produções e
pesquisas, obras de arte em si, ideias, projetos e conhecimento artístico. Como a tecnologia e o
desenvolvimento tecnológico não estão atrelados necessariamente à produção de arte, tal
investigação pretende se tornar um ponto de ligação entre eles, um nexo que permita perceber
uma perspectiva singular da arte visual contemporânea. Do ponto de vista social, a arte é uma
expressão da realidade concreta do ser humano, e o desafio de investigar um processo de
produção artística contemporânea tem, acima de tudo, caráter prático que alia reflexões teóricas
a experiências sensíveis.
Metodologia utilizada, em ordem cronológica: pesquisa e leitura de material teórico,
levantamento de orçamento, produção do material em vídeo do concerto instalação, produção de
folder contendo o projeto, início da produção do website contendo o processo de produção do
projeto, realização do concerto instalação, finalização do website com a nova documentação
coletada no concerto instalação, produção de folder com a nova documentação e produção de
dvd, contendo uma gravação do concerto instalação e uma versão digital do folder final.
Palavras-chave: paradigma estético processual; redes do conhecimento; estratégias de
compartilhamento, arte contemporânea, poética da multiplicidade, internet.
Nome: Carina Kotani Shimizu
Título do projeto: Comunicação – Educação: Tecnologias digitais em ambientes educativos
Orientador: Massimo di Felice
Iniciação Científica sem bolsa
Inicio: 2011
Término: 2012
125
Descrição: A pesquisa em questão buscou abranger a questão das tecnologias digitais em
ambientes educativos, com a finalidade de entender as formas de relacionamento entre
professores, alunos, tecnologias, aprendizado, conhecimento, informações, sociedade. O debate
esteve embasado no potencial das tecnologias digitais de atuar, organizar e tencionar os
ambientes educativos independentemente do incentivo da escola e de seus interesses. Nesse
sentido, a visão instrumental que prevalece na esfera escolar sobre as tecnologias seria uma das
barreiras que as distancia dos espaços formais da educação, dificultando a interação e o diálogo
nessas esferas e, consequentemente, diminuindo as oportunidades de participação, interação e
diálogo. A metodologia utilizada foi composta por um levantamento bibliográfico em
torno dos campos da Educação, Educomunicação e, principalmente, da Comunicação
Digital, com o intuito de compreender as tecnologias digitais na educação segundo
óticas distintas. Posteriormente, foi realizada uma experiência de imersão em uma
escola de ensino médio da cidade de São Paulo, esta dividida em duas etapas:
observação do ambiente e suas interações quanto à relação tecnologias - professores -
alunos em diferentes instâncias do colégio (sala de aula, momentos de tempo livre em
intervalos, aulas no laboratório de informática e um evento temático proposto pela
escola) e entrevistas qualitativas realizadas com 2 coordenadoras pedagógicas, 2
professores, 2 profissionais envolvidos com a área de informática e 1 envolvido com a
área administrativa do colégio, com o objetivo de identificar e analisar as percepções
desses agentes em relação ao assunto. As entrevistas foram guiadas por um roteiro
contendo perguntas abertas.
Nome: Carolina de Castro Linhares
Título: a a a a á a a a ‘
meio da linguagem televisual: gêneros discursivos na minissérie Capitu
Orientadora: Maria Cristina Palma Mungioli
Agência de Fomento: CNPq - PIBIT
Descrição: A pesquisa de iniciação científica “Coleta, classificação e análise de dados para o projeto ‘A
produção de sentido por meio da linguagem televisual: gêneros discursivos na minissérie Capitu’” foi
desenvolvida de agosto de 2011 a julho de 2012. O projeto foi financiado pelo Programa Institucional de
126
Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) e orientado pela Profª. Drª Maria Cristina Palma Mungioli. Foram realizadas
pesquisas bibliográfica, videográfica e midiática para coleta e análise de dados veiculados nos diversos
meios de comunicação referentes à minissérie Capitu, exibida pela Rede Globo, de 09 a 13.12.2008. Foram
analisadas publicações, notícias, reportagens, entrevistas e resenhas nas quais a Minissérie Capitu fosse
citada ou aparecesse como tema principal. A partir da sistematização dos dados, a pesquisa discutiu a
produção de sentidos da linguagem televisual. Em Capitu, o diretor Luis Fernando Carvalho inovou
buscando evocar os gêneros do discurso que significam, mas também são ressignificados no contexto da
obra pelos espectadores, em um processo de construção discursiva do qual o interlocutor participa, segundo
a perspectiva de Bakhtin sobre a linguagem e os gêneros do discurso. Segundo a intenção do diretor, fica
evidenciada na Minissérie a relação indissolúvel entre ética e estética conforme propõe Bakhtin, de forma
que a obra de Carvalho se caracteriza como um ato responsável por vincular a atividade artística, a
responsabilidade e a responsividade.
Palavras-chave: Minissérie Capitu, Linguagem Audiovisual, Gêneros do Discurso, Mídia.
Nome: Cristiane Harue Egi
Título: Os rituais da cerveja: análise das práticas de consumo sugeridas nas propagandas
televisivas e de revistas no período de 2008-2011.
Orientador: Eneus Trindade Barreto Filho
Modalidade: CNPq - PIBIC
Vigência: 2011-2012
Descrição: Este projeto de iniciação científica é coordenado pelo professor orientador Eneus
Trindade Barreto Filho. Os rituais da cerveja: análise das práticas de consumo sugeridas nas
propagandas televisivas e de revistas no período de 2008-2011 busca compreender as raízes
históricas das práticas alimentares em torno da cerveja como uma prática social e não apenas
como foco nos seus efeitos junto ao corpo e à saúde. O estudo tem como objetivo realizar a
análise de discurso crítica das campanhas de cerveja entre 2008 e 2011, com vista à crítica ao
processo de midiatização gerado por este setor na vida social. Este projeto estra no contexto do
Grupo de Estudos Semióticos em Comunicação e Cultura e Consumo CNPq/ECA/USP e na
linha de pesquisa do Consumo e usos midiáticos nas práticas sociais.
Palavras-chave: alimentação; comunicação; publicidade; práticas de consumo; mídias; bebidas
alcoólicas.
Nome: Davilson Antonio
127
Título: O Grupo Temma entre 2001 a 2011
Orientadora: Marilda Lopes Ginez de Lara
Agência de Fomento:
Descrição:
Objetivos:
2.1 Objetivo geral:
Inventariar a produção científica dos integrantes do Grupo Temma no período compreendido
entre 2001 a 2011; identificar as pesquisas por eles desenvolvidas, bem como os trabalhos de
TCC, Mestrado e Doutorado no âmbito da Organização e Representação do Conhecimento.
2.2 Objetivos específicos:
Montar um banco de dados com a produção do Grupo Temma. Categorizar os trabalhos após
seleção de parâmetro de categorização. Organizar os resultados para posterior construção de site
na Internet.
4. Metodologia
O corpus da pesquisa será constituído a partir de levantamento dos currículos Lattes dos
integrantes do Grupo Temma, no período de 2001 a 2011. Receberão destaque os trabalhos de
sistematização já existentes sobre o Grupo Temma. Os trabalhos alimentarão um banco de
dados que reunirá os elementos mais significativos para o desenvolvimento da pesquisa (autor,
título, ano de publicação, palavras-chave etc., categorização). A definição dos parâmetros de
categorização será feita a partir da análise das propostas já existentes, entre elas, as
desenvolvidas pela ISKO para a classificação da bibliografia sobre o tema; a desenvolvida por
Fujita (2008); a proposta por Guimarães (2008); a elaborada por Cardoso (2010).
5. Resultados esperados:
Como resultado da pesquisa, espera-se reunir elementos para propor um quadro da produção
dos integrantes do Grupo Temma no período mencionado, categorizando os trabalhos por temas
específicos. Pretende-se, também, organizar o material para a elaboração de um site específico.
Palavras-chave:
Nome: Felipe Augusto de Santo
Título: EMU Aquisição de Equipamento de Edição e Exibição para o Laboratório de
Investigação e Crítica Audiovisual – LAICA
Orientador: Esther Imperio Hamburger
Modalidade: CNPQ - PIBIT
128
Vigência: 2011 - 2012
Descrição: O laboratório atualmente em fase de estruturação contará com infra-estrutura de
rede em conexão com a Cinemateca Brasileira, para transmissões online de seminários e
trabalhos fílmicos através da IPTV da USP, para projeções digitais em alta definição e para
edições simples e digitalização de acervos fílmicos e televisivos atualmente armazenados em
suporte VHS. O bolsista de Iniciação Científica em desenvolvimento tecnológico terá a função
de articular os diversos componentes desse projeto interdisciplinar, a saber professors e alunos
da Escola Politécnica, da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras e da Escola de Comunicações
e Artes, em torno das atividades do LAICA. Caberá a ele auxiliar na produção e divulgação de
seminários mensais do Laica, atividade que será gravada e transmitida online. Caberá a ele
também gerenciar a digitalização de material fílmico e televisivo, bem como edições simples de
material a ser utilizado para apresentações. O bolsista participará das atividades do laboratório,
incluindo seminários, produção de material didático e publicações. O aluno terá a chance de
acompanhar as primeiras experiências no campus com projeção em alta definição, o que
contribuirá para a sua formação em audiovisual. O aluno terá também a oportunidade de se
familiarizar com equipamentos e transmissões online o que contribuirá para sua formação em
programação em tecnologia digital. O aluno terá também a oportunidade de entrar em contato
com a primeira fase de digitalização do acervo quadruplex da Rede Tupi de São Paulo, a ser
efetuada em projeto em associação com a Cinemateca Brasileira. Dessa maneira o aluno terá a
chance de entrar em contato com profissionais e materiais ligados à preservação e acervo
audioviosual, o que ampliará sua experiência acadêmica em area que a universidade ainda
ensaia seus primeiros passos. Nesse projeto o aluno terá também a oportunidade de entrar em
contato com a problemática de arquivos digitais de imagens, tema caro aos documentários
contemporaneos, bem como à reflexão crítica no Brasil e no mundo.
Nome: Fernanda Mercedes Morales Diaz
Título do projeto: Produção científica em Organização da informação publicada em anais de
eventos (2000-2010)
Orientador: Profa. Dra. Nair Yumiko Kobashi
Agência de Fomento: Com bolsa - CNPq
Descrição: O objetivo desta pesquisa, de natureza descritiva, foi identificar e sistematizar a
produção científica brasileira em Organização da Informação, presente nos anais da ISKO,
RITERM e ENANCIB, publicados de 2000 a 2010. No desenvolvimento da parte empírica
foram utilizados procedimentos quantitativos e qualitativos propostos pela Informetria,
Cientometria e Análise Documentária. . O corpus foi constituído de referências bibliográficas de
trabalhos publicados nos anais da ISKO, RITERM e ENANCIB registrados na base de dados
ABCDM e os dados publicados pelos pesquisadores doutores nos Currículo Lattes. Tais dados,
após coletados foram padronizados e processados com softwares bibliométricos e estatísticos:
129
INFOTRANS, DATAVIEW, UCINET e SCRIPTLATTES. Os métodos qualitativos são
utilizados na interpretação da massa de dados coletada e processada. Na próxima etapa do
projeto, serão estudadas as redes de colaboração para a elaboração de indicadores, como o
Collaboration Rank (CR), valor numérico que indica o impacto de um pesquisador em uma rede
colaboração.
Palavras-chave: Estudo de produção científica; Organização da informação: Organização do
conhecimento; Indicadores de produção científica.
Nome: Gabriella Garcia Sanches Feola
Título: A busca pelo conteúdo das fichas de apresentação no Arquivo Miroel Silveira
Orientadora: Mayra Rodrigues Gomes
Inicio: 2012
Em Andameno
CNPq /PIBIC
Descrição: O projeto Investigações sobre a Classificação Indicativa, Censura Moral e Casos
Polêmicos em foco foi desenvolvido pelo aluno João Paulo Freire e pela aluna Gabriella Garcia
Sanches Feola. Ambos foram orientados pela professora Mayra Rodrigues Gomes e receberam
bolsa pela CNPQ.
A pesquisa busca estudar o método brasileiro de classificação indicativa e analisar como e
quando este pode apresentar traços de censura. Muitas vezes associam-se estes traços aos
resquícios das ditaduras institucionalizadas, mas observou-se que a censura na sociedade não se
restringe a esses períodos. Na maioria dos casos, ela se dá por razões morais e essa ocorrência
está presente em períodos anteriores e posteriores à repressão.
Para tal estudo e comparação, foram analisados casos polêmicos recentes foram catalogados os
filmes lançados no período de validade da bolsa. Como parte do núcleo de estudos desenvolvido
ao redor do arquivo Miroel Silveira, essa pesquisa comparou pareceres da censura delegados a
determinadas peças teatrais com os veredictos dados pelo Ministério da Justiça na Classificação
dos filmes. O catálogo teve como objetivo comparar as classificações indicativas dadas pelo
órgão governamental com a classificação pretendida pelos produtores. Percebemos em mais de
50% dos casos houve discordância a respeito da idade para qual o filme seria apropriado. Na
130
maioria das vezes, a portaria responsável pela Classificação Indicativa elevou a faixa etária de
adequação.
Palavras-chaves: Classificação Indicativa; Classificação Etária; Censura; Moral; Filmes;
Nome: Hadriel Geovani da Silva Theodoro
Título: Complexidade cultural e processos comunicativos: a estruturação e
desenvolvimento da comunicação em ambientes de pluralidade cultural.
Orientador: Anderson Vinicuis Romanini
Sem Bolsa
Início 2011 – Termino 2012
Descrição: O presente projeto teve como objetivo principal o estudo da complexidade cultural e
dos processos de comunicação no ciberespaço. O corpus escolhido para o estudo empírico foi a
comunidade virtual de caráter LGBT no Facebook chamada Seven-USP, utilizada
principalmente por alunos da Universidade de São Paulo. Nesta, o intuito foi o de estudar como
se dão as relações entre os indivíduos e analisar seus fluxos de comunicação, narrativas,
relações, conflitos, etc., numa exemplificação das complexidades sociais transpostas ao
ambiente virtual. Por meio de pesquisas quantitativas e qualitativas, buscou-se compreender
como a identidade sexual, a pluralidade cultural e a complexidade estão sendo representadas na
sociedade contemporânea, assim como a interface que possuem com o campo epistemológico da
comunicação.
A metodologia utilizada propôs, além dos questionários, o uso de técnicas específicas
como a análise das redes sociais, etnografia virtual e a observação participante, todas visando
analisar a cultura, as relações, fluxos comunicacionais e padrões de comportamentos entre os
indivíduos integrantes da Seven-USP. Ao fim, os dados levantados foram contrapostos com o
desenvolvimento das reflexões teóricas realizadas na primeira etapa do trabalho.
Palavras-Chave: Complexidade e comunicação, pluralidade cultural, ciberespaço, comunidades
virtuais.
131
Nome: Helena Rodrigo Kuller
Título: A Paisagem do litoral do Estado de São Paulo:Uma proposta de integração entre
Arte e Ciência
Orientador: Geraldo de Souza Dias Filho
Modalidade: Institucional
Vigência: 2011-2012
Descrição: O presente projeto de pesquisa propõe uma investigação teórico-prática das
possibilidades atuais de apreensão poética da paisagem do litoral paulista através da pintura,
sem excluir outras linguagens da arte contemporânea. Neste sentido, a atuação do pesquisador
Prof. Dr. Hugo Fernando Salinas Fortes Jr., que teve como tema de seu Doutorado a presença da
água na arte contemporânea, muito contribuirá para esta ampliação de perspectiva de trabalho.
O objeto de pesquisa é a natureza da paisagem marítima fundamentando-se na experiência
direta de exercícios a serem realizados nas Bases de Pesquisa do Instituto Oceanográfico da
Universidade de São Paulo em Ubatuba, no litoral norte e em Cananéia, no litoral sul do estado
de São Paulo, as quais são intensamente utilizadas por alunos, professores pesquisadores
nacionais e internacionais e também, abertas à comunidade para a prática de atividades de
cultura e extensão programadas em parcerias diversas com a comunidade. A diferenciação na
formação geográfica desses dois trechos de litoral – um estuário (Cananéia) e uma enseada
(Saco da Ribeira, Ubatuba), voltada ao mar aberto, fornecem uma diferenciação também ao
nível da paisagem e de diversos outros elementos, tanto sócio-culturais como naturais. Desta
forma, a partir de um embasamento teórico, a pesquisa pretende promover a criação de obras de
arte, principalmente pinturas, num primeiro momento, mas também fotografia e outras
linguagens artísticas que possam retratar e recriar poeticamente o meio ambiente marítimo,
numa atualização da noção do artista naturalista que não está distante do papel de preservação e
manejo do ambiente litorâneo contribuindo à sensibilização ecológica das comunidades locais e
externas.
O litoral paulista contempla um ambiente natural diferenciado, no contexto geográfico nacional,
congrega inúmeras espécies de animais e vegetais e compõe diferentes ecossistemas. Embora
existam trabalhos de gestão ambiental desenvolvidos pela Secretaria de Meio Ambiente, bem
como projetos de investigação científica ligados às biociências e principalmente oceanográficos,
estes projetos muitas vezes ficam restritos às suas áreas de conhecimento, sendo pouco
conhecidos pelo público do entorno das Bases da Universidade de São Paulo. Suas abordagens
científicas e técnicas, apesar de necessárias para o desenvolvimento dos projetos de
sustentabilidade e investigação ambiental, dificultam o acesso do público leigo à compreensão
de seus resultados. Assim, pretende-se através da arte buscar uma nova forma de aproximação
da natureza, dando visibilidade a eventuais projetos científicos já existentes na Universidade de
São Paulo, bem como estabelecendo uma relação sensível e direta com a paisagem natural e a
biodiversidade do litoral e de seus cenários científico-culturais. Através das obras de arte que
serão produzidas no decorrer do projeto de pesquisa, a comunidade freqüentadora dessas bases
da USP será levada a refletir sobre seu entorno, observando e valorizando o meio ambiente com
o qual convive. Por meio deste projeto pretendemos também desenvolver a consciência
ecológica, tratando da sustentabilidade como parte integrante de nossa vida, e não como estudo
inacessível. O ponto de partida para o desenvolvimento do projeto é a noção de artista
naturalista, comum no
século XVIII, quando as fronteiras entre a observação racional científica e a apreensão do
mundo natural através da ilustração artística ainda não estavam totalmente separadas. Este
período é marcado pela busca do conhecimento racional, incentivado pelo iluminismo e lança as
sementes para o desenvolvimento de diversas das ciências naturais modernas. Artistas e
biólogos trabalhavam em conjunto, documentando a flora e a fauna através de procedimentos
baseados numa suposta racionalidade. Ao mesmo tempo em que alguns pintores naturalistas
132
dispunham de conhecimentos científicos, alguns biólogos eram também capazes de desenhar o
que viam, gerando imagens com alta qualidade artística. As ilustrações naturalistas constituem
um capítulo importante da história da arte e são freqüentes nos trabalhos científicos de
pesquisadores como Alexander Von Humboldt, Carl Linnaeus, Karl Friedrich Philip von
Martius, Charles Darwin, Ernst Haeckel, entre outros. No que se refere ao desenvolvimento da
linguagem artística, o projeto pretende contribuir à atualização dos procedimentos utilizados
pelos artistas naturalistas, sob um enfoque conceitual
contemporâneo. A partir de procedimentos artísticos tradicionais utilizados na confecção das
ilustrações naturalistas, pretende-se atualizar a linguagem poética e discutir suas possibilidades
expressivas. Hoje em dia, nossa relação com a natureza encontra-se esquadrinhada pela ciência
e torna-se cada vez mais cultural. A produção da imagem da paisagem contemporânea, além de
ser informada pela produção artística histórica, incorpora concepções e modelos advindos da
biologia, da arquitetura e da engenharia, da física, da meteorologia e das mais variadas ciências.
O artista contemporâneo tem acesso a essas imagens e sua visão de mundo contamina-se por
elas. São imagens fotográficas e midiáticas, gráficos científicos que descrevem o mundo a partir
de um ponto de vista muitas vezes diverso daquele da atividade artística tradicional. Assim, a
relação atual do artista com a natureza não é mais tão direta, mas está sujeita à interferência de
camadas de sentido oriundas da ciência e da comunicação social. Este projeto de pesquisa
pretende retomar, em certo modo, os processos de observação artística através do contato direto
com a natureza, não de modo ingênuo, mas inserido numa ótica contemporânea. A natureza de
que iremos tratar não é mais aquela exótica de um país ainda intocado como no século XVIII,
mas aquela que se problematiza em nosso dia-a-dia, com a prevista exploração de petróleo ou a
construção de equipamentos turísticos. A escolha do litoral paulista como corpus para o
desenvolvimento da pesquisa reflete esta preocupação. Serão discutidos conceitos relativos às
questões da artificialidade da paisagem, da visão racionalizada das ciências naturais, da
hibridização de processos e metodologias oriundos da ciência e da arte na relação do homem
com o mundo natural.
Nome: Jaqueline Bragatti de Oliveira
Título: Economia Colaborativa: A influência das novas formas de comunicação nas
empresas
Orientador: Massimo di Felice
Modalidade: Institucional
Vigência: 2011 – 2012
Descrição: o projeto apresenta o conceito da economia colaborativa com foco nas relações
comunicacionais e o possível impacto desta numa empresa. Num primeiro momento será
realizado um aprofundamento teórico a respeito do assunto e os possíveis significados
atribuídos a essas ações sociais. Num segundo momento, espera-se elucidar as teorias
exemplificando através de um estudo de caso de uma empresa brasiliera, de modo que se possa
atribuir possíveis significados a essas ações sociais comunicativas e ao papel das interfaces
tecnológicas.
Palavras-chave: Economia colaborativa; colaboração; nova era; Cauda Longa.
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Nome: João Roque da Silva Junior
Título: Mídias Alternativas e a Integração Latino-americana: Jornal página12 da
Argentina
Orientador: Dennis de Oliveira
Início: 2011
Término: 2012
Sem bolsa
Descrição: A pesquisa realizada teve como objetivo analisar a temática da integração
latino-americana a partir do monitoramento do caderno El mundo, do periódico
página12, da Argentina. A hipótese inicial é que certos temas, como a questão da
integração regional, recebem um tratamento distinto na mídia alternativa em relação aos
meios de comunicação hegemônicos. Com esse intuito, por tanto, foi realizado o
monitoramento do caderno em questão durante seis meses, no qual buscou-se analisar
matérias que tratassem das diversas siglas ou pactos em vigor, como, por exemplo,
UNASUL, CALC, CELAC, MERCOSUL e ALADI, UNILA e Mercosul cultural. Além
disso, buscou-se problematizar a questão da formação da identidade regional, levando-
se em consideração a “novidade” da empresa colonial e suas consequências bem como a
possibilidade de formação de outro campo de saber, ou como Boaventura Sousa Santos
propõe: “uma epistemologia del Sur”. Essa perspectiva adotada entende que a questão
de integração regional deve ser pensada, principalmente, a partir da cultura.
Palavras- Chave: Integração latino-americana, página12, mídia alternativa, cultura
Nome: Leandro Carabet
Título: a “V a a” - A questão dos estigmas sociais na novela em que a
deficiência é protagonista
Início: 2012
Em andamento
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Descrição: A partir de um olhar panorâmico das abordagens midiáticas sobre as pessoas com
deficiência e os estigmas que envolvem suas narrativas e linguagens, é possível observar que ao
mesmo tempo há discursos que operam na construção e reforço desses estigmas, e há outros que
se propõem a desvendar essas relações que envolvem a pessoa com deficiência e a sociedade
que a cerca.
Sabe-se que as telenovelas têm grande alcance na sociedade brasileira e exercem um papel
considerável na construção da identidade, do imaginário e da opinião. Levando-se em conta o
impacto informativo e o papel social que essas produções têm, a telenovela é o objeto de
pesquisa de nossos estudos.
Em 2009, a Rede Globo exibiu a telenovela “Viver a Vida”, de Manoel Carlos. O que mais
chama a atenção nesta produção é o fato de a deficiência ter alcançado certo protagonista na
trama.
A abordagem da deficiência em “Viver a vida” não se resumiu a uma ação de merchandising
social, pois não foi colocada como algo exterior à narrativa. A inovação veio por conta de a
deficiência ser retratada com o destaque e não receber a carga de condenação. Dois elementos
ainda não conjugados em uma mesma telenovela.
Nesta pesquisa, procuramos observar os aspectos de linguagem utilizados para construir as
cenas da novela, levando-se em conta os elementos do discurso audiovisual. Com isso,
procuramos identificar de que discursos a trama se valeu para revelar as diversas matizes de
estigmas sociais e preconceitos, que se refletem nas atitudes da sociedade diante da pessoa com
deficiência.
Palavras-chave: telenovela, deficiência, estigmas sociais, Análise de Discurso, Viver a vida.
Nome: Loren Paneto Bergantini
Título: Corporificação e Descorporificação em Ambientes Digitais Imersivos
Orientação: Mônica Baptista Tavares
CNPq/PIBIT
Descrição: A pesquisa intitulada “Corporificação e Descorporificação em Ambientes Digitais
Imersivos”, realizada pela graduanda Loren Paneto Bergantini, entre agosto de 2011 a julho de
2012, teve como principais objetivos: A) analisar representações visuais da estética digital (mais
especificamente, os ambientes virtuais interativos), no intuito de distinguir como suas
configurações formais, seus contextos e suas retóricas podem influenciar na construção de
identidades contemporâneas e B) Criar trabalho(s) de arte gerado(s) a partir do uso de inovações
tecnológicas, mais especificamente por meio da computação gráfica. Para tanto, foram
realizadas duas frentes de trabalho: teórica e prática. Esta realizada por meio de: confecção de
projeto para o trabalho prático e pesquisa de laboratório (prática de modelagem tridimensional,
e animação no software 3dsmax; pesquisa sobre mapeamento, sobreposição e montagem de
imagens; e busca por plataformas multimídias para desenvolvimento de trabalhos gráficos em
tempo real ). Aquela : através de pesquisa bibliográfica (leitura e fichamento de textos), análise
de representações visuais da estética digital, realização de seminários, participação no Grupo de
Pesquisas em Arte, Design e Mídias Digitais (GP – ADMD).
No âmbito teórico, focou-se a relação homem-tecnologia no que tange as sensações corporais
em ambientes virtuais imersivos, os principais questionamentos residiram na presença corporal
e a relação entre corpo e mente nessas experiências. A pesquisa prática resultou em dois vídeos,
de aproximadamente um minuto, constituídos a partir de modelagens tridimensionais que
representam corpos dos gêneros feminino e masculino separadamente. A finalização do trabalho
prático ocorreu através da plataforma do Processing, linguagem de programação de código livre,
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desenvolvida no MIT, que permitiu a programação de mapeamento facial e interação com os
vídeos.
Palavras-chave: Palavras chaves: Artes Visuais, Novas tecnologias, Corpo-Mente, Processing, Modelagem 3D.
Nome: Maíra Carvalho de Moraes
Título: Mídias Alternativas e Diversidade Cultural: Estudo de Caso da Revista
Punto de Divergencia
Orientador: Dennis Oliveira
Modalidade: Sem bolsa
Vigência: 2011 – 2012
Descrição: O presente relatório pretende apresentar um estudo sobre o potencial de
experiências em mídias alternativas, tendo como base, a análise das matérias
da revista colombiana “Punto de Divergencia”.
Essa pesquisa é parte do projeto do CNPq “Mídias Alternativas e Diversidade
Cultural”, sob coordenação do Prof.Dr. Dennis de Oliveira. Esse projeto
realizou o monitoramento de jornais e revistas de alguns países da América
Latina, como o “Le Monde Diplomatique Brasil”, “Brasil de Fato”, “ALAI”,
“Página 12” (Argentina) e “Punto de Divergencia” (Colômbia). Os resultados
desses estudos irão compor um observatório de mídias alternativas na América
Latina, sediado no núcleo de apoio à pesquisa CELACC.
O monitoramento da revista “Punto de Divergência” foi realizado entre os
meses de agosto de 2011 e agosto de 2012, acompanhado de outras
atividades como seminários, análise bibliográfica e discussão sobre
instrumentais de pesquisa.
Após a organização do observatório de mídias alternativas no NAP CELACC,
os dados serão socializados na internet, disponibilizando essas informações
para outros pesquisadores.
Nome: Marcelo Rezendo Ricci
Título: Projeto de inovação tecnológica para o gerenciamento de informações produzidas
a paertir do Arquivo Miroel Silveira da ECA-USP
Orientadora: Maria Cristina Castilho Costa
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Agência de Fomento: PIBIT/ CNPq
Início: 2011
Término: 2012
Descrição: O Projeto de Inovação Tecnológica para o Gerenciamento de Informações
Produzidas a partir do Núcleo de Pesquisa em Comunicação e Censura da ECA/USP é
financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ). As
atividades desta bolsa estavam focadas na continuidade de desenvolvimento do sítio do NPCC,
manutenção, atualização e inserção de novos conteúdos, bem como sua divulgação em redes de
relacionamento, fóruns de discussões e outras mídias. Além da migração da base de dados da
plataforma WinISIS para a MySQL, o foco, se voltou também para a divulgação massiva desta
nova plataforma de pesquisa disponibilizada no endereço eletrônico http://www.usp.br/npcc.
Propusemos a dinamização do relacionamento com o público e o NPCC a partir da interação em
redes sociais como Facebook, LinkedIn, Twitter e também em fóruns de discussão que possuam
pontos de contato com as atividades e pesquisas desenvolvidas no núcleo. O NPCC, coordenado
pela Profª. Drª. Maria Cristina Castilho Costa, inaugurou o mais uma ferramenta de pesquisa
online do projeto Observatório da Censura, que analisa e discute a censura na atualidade: a
Hemeroteca Digital. Constitui-se de materiais publicados na mídia sobre o tema censura, bem
como opiniões dos leitores e organizados pelo Núcleo a partir sub-temas para uma melhor
visualização.
Palavras-chave: Censura; Tecnologia; website; comunicação; gerenciamento
Nome: Mariana Fujisawa
Título: Desenhos da Opinião Pública sobre Censura no Brasil Contemporâneo
Orientadora: Maria Cristina Castilho Costa
Início: 2012
Em Andamento
Agência de fomento: FAPESP
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Descrição: Parte do projeto temático COMUNICAÇÃO E CENSURA: análise teórica e
documental de processos censórios a partir do Arquivo Miroel Silveira da Biblioteca da
ECA/USP, aprovado em agosto de 2009 sob a supervisão da Profa. Dra. Maria Cristina
Castilho Costa. O trabalho é desenvolvido no Núcleo de Pesquisa em Comunicação e Censura
(NPCC) da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP),
visando investigar as formas de censura na atualidade, bem como delimitar, a partir da pesquisa
de opinião pública, suas bases e consequências. Na atual restrição à livre comunicação,
destaca-se o surgimento de novas discussões, que vêm substituir o uso do termo censura – tanto
para amenizá-lo, já que o conceito, no senso comum, remete diretamente à questão ditatorial
brasileira, quanto para revelar mudanças ocorridas na comunicação das últimas décadas -, tais
como as que remetem à liberdade de expressão nas mídias, à privacidade, à moralidade velada
de determinada cultura, à transparência política e à classificação indicativa de conteúdo
televisionado. Tais discussões são plenamente incentivadas pela nova perspectiva da
digitalização das discussões e da divulgação de informações. Por meio da publicação de
material jornalístico e opinativo, o diálogo na rede se faz frequente, dinâmico e interessante
para o fim da pesquisa sobre a censura atual. A pesquisa, a partir disso, fundou a Hemeroteca
Digital Miroel Silveira, cujo acervo temático gira em torno destas novas considerações sobre
censura, principalmente nas mídias digitais. Procura-se, sobretudo, apreender formas de análise
do corpus conseguido, sabendo ser a criação metodológica também significativa para a
pesquisa sobre opinião pública atual.
Palavras-chave: censura; opinião pública; liberdade de expressão; internet; novas mídias
Nome: Mariani Yumi Ohno
Título do projeto: Um olhar poético sobre a desigualdade brasileira: Fábula ou Mitt hem
är Copacabana
Orientadora: Esther Imperio Hamburguer
Início: 2011
Término: 2012
Agência de fomento: CNPq - PIBIC
Descrição: O mapeamento de interlocuções fílmicas em torno da desigualdade social no
audiovisual brasileiro conduziu a pesquisa a um estudo em profundidade do filme Fábula ou
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Mitt hem ar Copacabana, do cineasta sueco Arne Sucksdorff. Obra que se destaca por expressar
paisagens e perspectivas originais sobre a desigualdade social no Rio de Janeiro, Fábula
distingue-se principalmente pelo tom poético com que retrata a realidade, as tensões e os
conflitos que marcam a paisagem urbana carioca. Parte da metodologia empregada girou em
torno de pesquisas de artigos sobre filmes que apresentam interlocuções com as temáticas
retratadas em Fábula, além de pesquisas históricas de arquivos sobre Arne Sucksdorff e sua
filmografia. O material coletado foi arquivado, organizado e sistematizado no programa
gerenciador de bibliografias EndNote. Já a análise fílmica em profundidade só foi possível após
a cópia em 16mm de Fábula ser trazida da Cinemateca do MAM, no Rio de Janeiro, para duas
projeções no auditório Paulo Emílio da Escola de Comunicações e Artes da USP. Uma das
sessões contou com a presença de Eduardo Escorel, ex-aluno de Sucksdorff, que conversou com
os espectadores presentes após a sessão, aumentando o conhecimento sobre a obra e o
realizador. Assim como o filme, a pesquisa traz à tona o debate sobre o direito de representação
da miséria alheia e o potencial do olhar estrangeiro, evidenciando que os pontos de vistas e as
opções estéticas mudam, mas o efeito se mantém, retirando a desigualdade social da
invisibilidade a que ela havia sido relegada, num movimento de desarticulação de estereótipos,
perspectiva raramente repetida por filmes estrangeiros que tentam retratar a realidade brasileira.
Palavras-chave: Sucksdorff, Fábula, cinema, desigualdade, estrangeiro
Nome: Martin Fernando de Araújo Gonçalves
Título: Cartografia das livrarias no Centro de São Paulo (1930-1970)
Orientadora: Profa. Dra. Marisa Midori Deaecto
Agência de fomento: CNPq/PIBIC
Início: 2012
Em Adamento
Descrição: A partir do levantamento das livrarias no centro da cidade de São Paulo entre as
décadas de 1930 e 1970, foi possível contextualizar a localização desses estabelecimentos com a
configuração urbana do período, além de analisar as lojas segundo o público consumidor e o
tipo de obra comercializada. Foram utilizados depoimentos e entrevistas de antigos
frequentadores e livreiros, pesquisando-se também em catálogos telefônicos e guias turísticos da
época.
Nota-se que da década de 1930 à de 1940 há o aumento no número de livrarias,
passando de doze para dezessete. O número de estabelecimentos dá um salto nos anos 1950,
totalizando 77 livrarias. Relacionando o número de livrarias no centro de São Paulo com o
contexto histórico da cidade, percebe-se que os dados demonstram a importância das
instituições de ensino superior nos anos de 1930 e 1940. A dominação cultural americana no
pós-guerra, por sua vez, ao trazer os best-sellers, fez muitas livrarias adotarem métodos do
marketing, atraindo um público cada vez maior.
Mas no final da década de 1960 e 1970 o centro histórico perdeu terreno para o novo
centro cultural e econômico da cidade, a avenida Paulista, onde se instalaram as mais
139
importantes livrarias. A decorrente redução no número de estabelecimentos também indica a
crise nacional por que passava esse tipo de comércio, resultado da concorrência com outras
formas de venda (bancas e clubes do livro, por exemplo), além das políticas públicas de leitura
que privilegiavam a compra diretamente dos editores em detrimento dos intermediários.
Palavras-chave: São Paulo, Centro, Comércio, Livrarias, Editoras.
Nome: Mateus Marcel Netzel
Título: Investigações sobre Classificação Indicativa: a produção televisiva
Orientadora: Mayra Rodrigues Gomes
Início: 2012
Em Andamento
Descrição: Com o fim da censura oficial e a necessidade de criar dispositivos de
proteção à criança em relação a conteúdos considerados prejudiciais à formação pessoal,
é criada a classificação indicativa, que, mesmo distanciada das concepções de censura
conhecidas durante o período ditatorial, constitui interessante forma de veiculação de
discursos de interdição. Essa pesquisa de Iniciação Científica estuda a classificação
indicativa de obras audiovisuais, levando em consideração sua regulamentação, seu
histórico, seus critérios e sua repercussão na opinião pública e no jornalismo. Ela
pretende avaliar de que forma a classificação indicativa se relaciona com as diferentes
concepções e diferentes discursos sobre censura encontrados na sociedade brasileira e,
em especial, quando ela pode ser considerada um instrumento de interdição moral.
O enfoque adotado na pesquisa foi a investigação de obras exibidas em TV aberta,
considerando as emissoras com maior audiência e os programas veiculados em horários
delimitados pelos critérios legais de vinculação das faixas etárias. Os dados de
classificação dos filmes transmitidos nesses horários são coletados para avaliação dos
critérios mais recorrentes. Além disso, grande atenção foi dada às manifestações na
mídia que buscam relacionar a classificação indicativa no Brasil com alguma espécie de
censura, investigando suas justificativas e contrapontos, bem como os relacionando a
aspectos econômicos, políticos e morais e sua repercussão na opinião pública.
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Palavras-chave: classificação indicativa; censura; televisão; jornalismo; discurso.
Nome: Natacha S. de Araujo
Título: Políticas e estratégias de comunicação na gestão da sustentabilidade nas
organizações públicas e privadas
Orientadora: Margarida K. Kunsch
Agência de Fomento: CNPq
Descrição: A sustentabilidade, definida como a perfeita integração do crescimento econômico,
da promoção social e da proteção ambiental, é um dos temas mais abordados da
contemporaneidade. Uma sociedade sustentável apenas poderá existir se houver um
acordo social, “baseado em princípios éticos, de solidariedade humana, intra
e intergerações, incluindo-se aqui o planejamento cuidadoso para o bemestar
da humanidade, em longo prazo, para os próximos séculos” (Cordani
1995). Tornar a comunicação presente para contribuir para uma sociedade
sustentável é dever de todos e as instituições e organizações tem um
importante papel neste contexto.
Portanto, este trabalho estudou como estão os países e as empresas
no cenário internacional, para que fosse possível analisar o real andamento
das atitudes sustentáveis e quão verdadeiras elas são. Se estão realmente
tentando mudar hábitos e costumes, ou apenas estão seguindo o fluxo do
mercado e se dizendo sustentáveis, apenas para não perder a cadeia de
consumidores e investidores.
Para isso, foi realizado um levantamento das empresas que já estão
realizando ações sustentáveis, levantados cases de sucesso e fracasso,
através de livros, artigos publicados, reportagens on line e posts em blogs.
Foram coletados como exemplos interessantes para o estudo, ações de
empresas como Danone, VolksWagen, Pepsico, Attitude e StonyfieldFarm.
Em paralelo, foi realizado um ensaio sobre GreenWashing, para que
seja estudada e analisada a entrada das empresas no cenário de
sustentabilidade em países como Canadá e Estados Unidos.
Em conjunto, foi estudado um dos relatórios feito por um grupo de
pesquisa de Yale (EUA), o Climate Change Communication. O relatório
utilizado mostrava a percepção e entendimento dos americanos em geral
sobre mudanças climáticas e aquecimento global.
Palavras-chave: Sustentabilidade, Comunicação, Inovação, Relacionamento e
Responsabilidade.
Nome: Nara Lya Simões Caetamo Cabral
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Título do projeto: “Liberdade de Expressão: Manifestações no Jornalismo”
Orientadora: Profª. Drª. Mayra Rodrigues Gomes
Agência de Fomento: Fapesp
Vigência da bolsa: março/2010 a fevereiro/2011 e maio/2011 a abril/2012
Descrição: Desenvolvida junto ao Projeto Temático “Comunicação e Censura – análise teórica
e documental de processos censórios a partir do Arquivo Miroel Silveira da Biblioteca da
ECA/USP”, a pesquisa aqui apresentada dedicou-se ao estudo, a partir de levantamentos em
acervos jornalísticos, de manifestações em relação à censura e à liberdade de expressão.
Buscamos, desse modo, compreender os processos censórios, as palavras censuradas, as peças
e autores do Arquivo Miroel Silveira como parte de um processo abrangente e, ao mesmo
tempo, imanente às articulações sociais. Focalizando parte do período coberto pelo Arquivo,
debruçamo-nos sobre as décadas de 1940 a 1960. Ao longo de todo o trajeto da pesquisa, uma
questão fundamental colocou-se em nosso horizonte: como o jornalismo, diante dos episódios
de censura, posicionou-se em relação à liberdade de expressão, seu grande pressuposto de
ação? Em uma perspectiva mais atual, investigamos também como o jornalismo se posiciona
diante de episódios de censura e da liberdade de expressão hoje. Com base em proposições de
Michel Foucault sobre o método de análise arqueológica, analisamos matérias jornalísticas
veiculadas entre 2007 e 2011 por veículos brasileiros representativos de diferentes vieses
editoriais. Em relação aos dados obtidos anteriormente, uma rearticulação dos saberes sobre a
censura aparece como norteadora da forma como os jornais abordam a censura atualmente. Pois,
se durante o período coberto pelo Arquivo Miroel Silveira predominava quase unânime o
silêncio da imprensa diante da censura, tida como atribuição natural do Estado, os veículos
jornalísticos hoje falam – e falam muito – sobre a prática censória. Assim, ao mesmo tempo em
que reivindica a sua própria livre atuação, a imprensa alimenta discursos circulantes pró-
liberdade de expressão. A censura sai dos bastidores e é posta em questão na própria
encenação do debate público.
Palavras-chave: Censura - Liberdade de Expressão - Jornalismo - Debate Público -
Arquivo Miroel Silveira
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Nome: Natacha Scarpari de Araujo
Título: Políticas e estratégias de comunicação na gestão da sustentabilidade nas
organizações públicas e privadas.
Orientadora: Margarida Maria Krohling Kunsch
Modalidade: CNPq - PIBIC
Vigência: 2011 – 2012
Descrição: É cada vez mais recorrente o tema da sustentabilidade ao redor do mundo,
mostrando a necessidade da cooperação e da consciência, não só por parte das organizações,
como também de toda a sociedade civil, no âmbito político, econômico e mundial.
Diante da pressão social as organizações tem incorporado a questão da sustentabilidade ao seu
discurso. Apesar de agregar valor à marca e à organização, as ações de sustentabilidade ainda
não fazem parte do planejamento estratégico de muitas empresas, sendo somente um quadro de
ações mercadológicas.
É nesse momento que a comunicação torna-se fundamental para a disseminação dos valores,
princípios e práticas de sustentabilidade, assim, faz-se necessário analisar como as organizações
e seus gestores aplicam estes conceitos, além do próprio papel da comunicação, desviando-se
apenas de ser promocional e publicitária.
Por fim, o projeto visa fazer o levantamento e a indexação da produção bibliográfica, cuja
temática seja a da comunicação organizacional, e das relações públicas e, principalmente, a da
gestão da sustentabilidade presente nas organizações, evidenciando as contribuições
significativas do objeto de estudo abordado e, no futuro, uma possível publicação da pesquisa e
dos resultados atingidos.
Nome: Rafael Rodrigues Ferreira
Título: O corpo do ator numa perspectiva de teatro ritualístico
Agência de Fomento: CNPq
Orientador: Felisberto Sabino da Costa
Início: 2011
Término: 2012
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Descrição: A presente pesquisa é prático-teórica e tem por objetivo a investigação do
campo do teatro ritual, considerando o corpo do ator como um dos principais elementos do
universo ritualístico. Assim, buscamos a criação de um corpo que seja a metáfora do teatro-
ritual.
A ideia de corpo que norteia a pesquisa não se restringe ao físico, que poderia nos
encaminhar para algo muito técnico, o que poderia resultar num certo “manual prático do ator”.
Ao contrário, partimos de uma ideia que tem base, também, na Fenomenologia, que, de forma
geral, seria o estudo do que se mostra, do sujeito e de tudo o que por meio deste pode ser
analisado, fazendo-nos percorrer um caminho que parte do próprio sujeito em direção ao que ele
vê, ao que ele acredita, e não ditando verdades, mas questionando-as e criando as nossas
próprias.
Focalizar o corpo do ator no contexto do teatro ritual é pensar o corpo de modo
ampliado, buscando uma nova concepção de corpo que se materializa na ação do ator, que por
meio da construção de si mesmo provoca mudanças também na percepção do espectador.
O ritual é o lugar de superação desta separação que nos impede de alcançar a
completude, que outrora existia na origem do teatro, lá onde o teatro não era teatro, mas um ato,
um acontecimento. O universo ritual aponta para um lugar fora do cotidiano, um lugar que
instiga a todos os participantes a exercitar outros modos de percepção, o exercício de todos os
nossos sentidos, e não à ditadura racionalista da sociedade atual. Um lugar muito próximo do
que a arte deveria ocupar, e que outrora era o mesmo dos rituais, já que o teatro, ocidentalmente
estudado, que tem a Grécia como início, era o ritual de comemoração da colheita.
E neste sentido o projeto representa certa volta às origens, ao ritual, dialogando com
algumas teorias teatrais contemporâneas que buscam uma inovação na arte por meio,
principalmente, da linguagem. Desse modo o universo ritual aparece como um campo propício
para a criação de uma nova linguagem, já que este abriga em si uma multiplicidade de
linguagens.
Configurando-se como prática-teórica a presente pesquisa teve no primeiro semestre um
enfoque teórico, com leitura de textos acerca do tema em questão, caminhando pela filosofia,
antropologia e as artes cênicas (performance, teatro), e a criação textos a partir das referências
bibliográficas. No segundo semestre, fomos para a sala de ensaio e criamos a encenação “À
margem” a fim de investigar cenicamente a linguagem que emerge do tema em questão.
Palavras-chave: teatro-ritual; corpo; atuação; performance
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Nome: Rafaela Pedreira Martins
Título: Nietzsche e a música: uma análise de "O nascimento da tragédia"
Orientador: Mario Rodrigues Videira Junior
Modalidade: CNPq – PIBIC
Vigência: 2011 – 2012
Descrição: A presente pesquisa tem como objetivo investigar o papel da música no pensamento
de F. Nietzsche, por meio da análise do texto “O nascimento da tragédia”. Num primeiro
momento, parece-nos importante determinar qual é a relação entre a filosofia de Nietzsche e o
pensamento estético clássico alemão, e de que maneira o filósofo se opõe às teorias estéticas de
dois importantes predecessores, a saber, Winckelmann e Schiller. Assim, seria possível nos
perguntarmos: como a filosofia de Nietzsche se relaciona aos conceitos estéticos de sua época?
Que linhas de pensamento ele combate? Quais são seus aliados?
Para tentar responder a tais questões, iremos analisar de maneira mais pormenorizada os
conceitos de dionisíaco e de apolíneo. Especial ênfase será dada ao estudo do dionisíaco, bem
como ao papel do coro e da música na tragédia antiga. Aliás, a importância da arte dos sons para
a concepção nietzscheana do trágico é indicada desde o subtítulo do livro, quando o autor afirma
que o nascimento do tragédia se dá justamente a partir do espírito da música”. Nesse sentido é
preciso notar que tanto o “Prefácio” (1871) como a “Tentativa de autocrítica” (1886), que abrem
o livro O nascimento da tragédia (1872), de Nietzsche, apontam para uma influência e um
diálogo do autor com o pensamento e as ideias estéticas do compositor Richard Wagner.
Todo o processo de pesquisa culminaria na relação entre o pensamento de Nietzsche (o conceito
de trágico) e a arte revolucionária de Wagner: quais conceitos ele adere à sua produção musical
através da influência de Nietzsche, e, a partir dessa influência, como se dá o diálogo entre o
filósofo e o compositor.
Nome: Solange Alves Santana
Título: Produção científica em Organização da informação em periódicos brasileiros de
Ciência da Informação (2006-2010)
Orientadora: Nair Yumiko Kobashi
Sem Bolsa
Descrição: O objetivo desta pesquisa, de natureza descritiva, foi identificar e sistematizar a
produção científica brasileira sobre o tema “Organização da Informação”, a fim de obter
indicadores sobre os eixos mais frequentes dessa produção. A pesquisa se fundamentou
teoricamente nos Estudos Sociais da Ciência. No desenvolvimento da parte empírica foram
utilizados procedimentos quantitativos e qualitativos propostos pela Informetria, Cientometria e
Análise documentária. O corpus foi constituído por referências de artigos publicados no
período 2006-2010, em periódicos nacionais de Ciência da Informação, coletadas na base de
dados ABCDM (base referencial desenvolvida em 2001 no Departamento de Ciência da
Informação e Documentação da Universidade de Brasília). Os dados coletados foram
padronizados e processados com softwares bibliométricos e estatísticos, por meio das seguintes
etapas: 1) Pesquisa na base de dados ABCDM; 2) Padronização dos dados; 3) Tratamento
145
bibliométrico; 4) Representação gráfica dos dados e; 5) Análise dos resultados. No conjunto
analisado (60 artigos), destacaram-se os seguintes temas: Indexação; Organização da
informação; Ontologia e Organização e Representação do conhecimento. Na próxima etapa do
projeto, serão estudadas as redes de colaboração para a elaboração de indicadores, como o
Collaboration Rank (CR), valor numérico que indica o impacto de um pesquisador em uma rede
colaboração.
Palavras-chave: Estudo de produção científica; Organização da informação: Organização do
conhecimento; Indicadores de produção científica.
Nome: Thamilin Aso
Título do Projeto: A computação gráfica no contexto da experimentação artística: o caso da criação
de ambientes virtuais interativos
Orientador: Mônica Baptista Sampaio Tavares
Agência de Fomento: CNPq (PIBITI)
Início: 2011
Término: 2012
Descrição: Este trabalho buscou investigar a linguagem do videogame, principalmente a partir de seu
potencial artístico e narrativo, prevendo o desenvolvimento de um trabalho prático. O desenvolvimento da
pesquisa se deu a partir dos seguintes procedimentos metodológicos: pesquisa bibliográfica –
investigação teórica a partir da leitura de textos que focam principalmente as relações entre videogame e
narrativa; pesquisa experimental – criação de repertório tecnológico e poético acerca da produção atual
dos jogos de videogame; pesquisa de laboratório – desenvolvimento da atividade prática; e por fim,
reuniões de discussão do andamento do projeto. Considerando a complexidade técnica envolvida no
processo desenvolvimento de um jogo, a intenção não foi buscar a execução prática de um jogo completo,
mas partir da ideia de um projeto maior e executar efetivamente apenas uma pequena experimentação
prática. A experimentação compreende basicamente um ambiente de navegação 3D em que se pode
verificar o controle de uma personagem por um determinado espaço. O conceito principal que permeia o
projeto é a noção de “inferno” como um espaço sobrenatural que não segue as lógicas da vida real,
funcionando como um labirinto com vida própria, que confunde o jogador. Grande parte da pesquisa
correspondeu à busca das resoluções técnicas necessárias para a realização da experimentação prática. Os
principais softwares utilizados foram o 3D Studio Max e o Unity, e as principais etapas pesquisadas
foram: modelagem 3D; texturização; rigging (processo que permite a construção de uma espécie de
esqueleto funcional que facilita a animação de personagens); skinning (incorporação do objeto modelado
ao esqueleto); animação; e programação.
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Palavras-chave: "videogame", "computação gráfica", "narrativa interativa", "animação",
"programação".
Nome: Yugo Hattori
Título: Título do projeto: Gêneros e produção radiofônica de transmissão online
Orientador: Eduardo Vicente
Agência de fomento: PIBIC CNPq
Início: 2011
Término: 2012
Descrição: O áudio binaural é uma técnica de captação e reprodução sonora capaz de criar uma noção de
espacialidade em três dimensões através, apenas, de uma fonte estereofônica. No entanto, essa
fonte precisa estar bem próxima sendo necessário o uso de fones de ouvido ou semelhantes.
Esse foi um dos maiores entraves para o uso corrente e sua exploração em um circuito mais
comercial desde sua criação em 1881. A pesquisa teve como intuito explorar e entender essa
técnica de captação, as produções já feitas, sua viabilidade atual de execução e distribuição,
graças aos reprodutores portáteis (como mp3, celulares, ipods, etc.), e o potencial uso como
linguagem e forma em narrativas.
Foram realizados testes com um Dummyhead, microfone especial para captação, de rotação nos
eixos X, Y e Z com variações de intensidade e distância em ambientes de reverberações
diferentes (estúdio, corredor, sala grande e ambiente aberto). Com isso, identifiquei limitações
como sons frontais ou muito distantes que perdem a perspectiva de direção e situações em que a
noção espacial é maior como sons que se movem, próximos e/ou traseiros. Um interessante
efeito faz referência à definição conhecida como ASMR - uma sensação física agradável
causada por sons emitidos próximos à nuca.
Diante das limitações, percebe-se que o uso do binaural narrativamente é interessante pela
criação fiel de um ponto de vista, principalmente em primeira pessoa, pois ele responde melhor
a sons próximos. Assim como o 3D do cinema, pode não só criar, a um primeiro momento, um
aspecto exótico e de espetáculo como também ajuda na experiência e na fluidez das sensações.
Palavras-chave: binaural, captação, holofonia, audiodrama e dummyhead.