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A Percepção do Tempo no Homem e nos Animais
Armando Machado
Laboratório de Aprendizagem e Comportamento Animal
Universidade do MinhoEscola de Psicologia
As “Confissões” de um santo
Que é, pois, o tempo? Quem o poderá explicar facilmente e com brevidade? (...) Que realidade mais familiar e conhecida do que o tempo evocamos na nossa conversação?
O que é, pois, o tempo? Se ninguém mo pergunta, sei o que é; mas se quero explicá-lo a quem mo pergunta, não sei.Santo Agostinho, Confissões, Livro XI Botticelli. St. Augustine.
(1480)
O tempo, “realidade familiar e conhecida”O que fazemos com
o tempo?
Que atributos tem o tempo?
Como referimos o tempo?
Como classificamos o tempo?
Adaptado de Bowsma, O. K. , (1965). “The mystery of time (or, the man who did not know what time is)”, Philosophical Essays.
O tempo nos primórdios da Psicologia Experimental
Maskelyne
(1732-1811)
Bessel (1784–1846)
O tempo nos primórdios da Psicologia ExperimentalErnst Mach (1838-
1916)
Karl von Vierordt (1818-1884)◦ Der Zeitsinn (1868)
O laboratório de Wundt (1879)
O tempo nos primórdios da Psicologia Experimental
Adaptado de Kollert, 1882.
“O que esses homens no laboratório de Wundt tinham esperança de encontrar era uma unidade psicológica do tempo.” (Boring, 1942)
As diferentes escalas da regulação temporal
Buhusi & Meck (2005)
“Circadian Timing”
“Millisecond Timing”
“Interval Timing”
Caixa de SkinnerO “microscópio” do psicólogo da aprendizagem
Caixa de SkinnerO “microscópio” do psicólogo da aprendizagem
• Tempo concorrente
• Tempo retrospectivo
• Tempo prospectivo
Tempo concorrente
Machado & Monteiro, 2008, Behavioural Processes
Tempo no Intervalo (s)0 16 32 48
Res
post
as /
seg
0.0
1.0
2.0
3.0
16 s48 s
Tempo concorrente
Machado & Monteiro, 2008, Behavioural Processes
48 s
Tempo no Intervalo (s)0 16 32 48
Res
post
as /
seg
0.0
1.0
2.0
3.0
Tempo concorrente
Machado & Monteiro, 2008, Behavioural Processes
Tempo Relativo0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
Taxa
Rel
ativ
a
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0Intervalo
16 s48 s
O modelo “Learning-to-Time” (LeT)
Estados Comportamentais,
X(t,n)
Força da Resposta,
RR(t)
Sinal
ConexõesAssociativas
W(t,n)
Machado, 1997, Psychological ReviewMachado, Malheiro, & Erlhagen, 2009, Journal of the Experimental Analysis of Behavior
O modelo “Learning-to-Time” (LeT)
Machado, 1997, Psychological ReviewMachado, Malheiro, & Erlhagen, 2009, Journal of the Experimental Analysis of Behavior
Dews (1970)
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
Proportion in Interval
0.0
0.2
0.6
0.8
1.0
0.4
Res
po
nse
Rat
e / T
erm
inal
Rat
e
30 s
300 s
3,000 s
Time in Interval (s)0 100 200 300
0
10
20
30
40
50
0 10 20 300
20
40
60
80
0 25 50 75 1000
20
40
60
80
Res
pons
es p
er M
inut
e
Killeen et al. (1978)
FI-30 s
FI-100 s
FI-300 s
Killeen (1978)
Tempo Retrospectivo
1s ou 4 s
X X
Bissecção temporal: Treino
Bissecção temporal: Teste
Duração do sinal (s)0 1 2 3 4
Pro
b. (
"Cur
to")
0.0
0.5
1.0
1 s 4 s
Bissecção e o modelo LeT
1 s
X
Bissecção e o modelo LeT
4 s
X
O modelo e os dados
4-16
2-8
1-4
Church & Deluty (1977)
3-12
0 1 2 3 4 5
Relative Stimulus Duration
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
Pro
babi
lity
("Sh
ort"
)Fetterman &
Killeen (1991)
2 4 6 8 10 12 14
Stimulus Duration (s)
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
Pro
babi
lity
("Sh
ort"
)
Machado, 1997, Psychological Review
Catania (1970)
0 1 2 3 4 5
Stimulus Duration (s)
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
Pro
babi
lity
("Sh
ort"
)
Bisecção temporal em bebés
Bebés de 4 meses
Bisecção temporal em crianças
3 anos
5 anos
8 anos
Bissecção temporal em adultos
Allan & Gibbon (1991)
Bissecção temporal na clínica
Controlo
Auditivo
Visual
Meck (2003)
Parkinson
Cerebelo Alzheimer
Um efeito de contextoTESTES
De 1 s a 16 s
4 s 16 s
X X
4 s
X X
1 s
1 2 4 8 16Duration of test stimulus (s)
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
Pro
babi
lity
(G
reen
)
Um efeito de contextoTESTES
De 1 s a 16 s
4 s 16 s
X X
4 s
X X
1 s
1 2 4 8 16Duration of test stimulus (s)
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
Pro
babi
lity
(G
reen
) Machado & Keen (1999)
Contraste temporal?
Duration of test stimulus (s)0 4 8 12 16
P (G
| G
vs.
B)
0.0
0.5
1.0
M & K (1999)M & P (2005)
A & M (2008)O & M (2008)
A (2008)
Arantes (2008) Machado & Oliveira (2009)Arantes & Machado (2011) Machado & Pata (2005)Arantes & Machado (2008) Oliveira & Machado (2008)Machado & Arantes (2006) Oliveira & Machado (2009)Machado & Keen (1999) Vieira de Castro & Machado (2012)
Fria
Morna
Quente
O tempo que corre
1º 2º1 s 1 ou 3 sR
PS
E
Anchor Durations (ms)
Parado
Correr
88, 200
130, 200 800, 640
800, 520
FILOSOFIA: O tempo é o pai da verdade.
POLÍTICA: Não há segredos que o tempo não revele.
ECONOMIA: A mais lamentável de todas as perdas é a perda de tempo.
PSICOLOGIA: O tempo que passa não passa depressa. O que passa depressa é o tempo que passou.
FENOMENOLOGIA: Quanto tempo é um minuto, depende de que lado estás da porta da casa de banho.
Universidade do MinhoEscola de Psicologia
Obrigado
O tempo que corre
1º 2º1 s 1 ou 3 sR
Pro
babi
lity
(2nd
>1st
)
Relative Difference (1st – 2nd)
200 ms 400 ms 600 ms 800 ms
PS
E
Anchor Durations (ms)
Parado
Correr
Tempo prospectivoTreino
Tempo (s)0 15 30 45 60
Comida
Tempo (s)0 15 30 45 60
Comida
Machado & Vasconcelos, 2006, Behavioural ProcessesVieira de Castro & Machado, 2010, Behavioural Processes
Tempo prospectivoTreino
Tempo (s)0 15 30 45 60
Tempo (s)0 15 30 45 60
Machado & Vasconcelos, 2006, Behavioural Processes
Quanto tempo falta?Teste
Tempo (s)
0 15 30 45 60
Decisão: O que fará o pombo? Fica na tecla Verde ou muda para a Vermelha?
A representação do tempo
Tempo (s)
0 15 30 45 60
0 15 30 45 60
Mean
su
bjectiv
e tim
e
0 15 30 45 60
Time since trial began0 15 30 45 60
Tempo (s)
Tem
po s
ubje
ctiv
o
0 15 30 45 60
Mean
su
bjectiv
e tim
e
0 15 30 45 60
Time since trial began0 15 30 45 60
Tempo (s)
Tem
po s
ubje
ctiv
o
Linear Logarítmica
Time since trial began0 15 30 45 60
Pre
fere
nce
for
60-s
lev
er
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
Time since trial began0 15 30 45 60
Pre
fere
nce
for
60-s
key
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
O tempo que faltaMachado & Vasconcelos (2006)
Gibbon & Church (1981)
Recorda: O Tempo é sempre um jogador atentoQue ganha, sem furtar, cada jogada! É a lei.O dia vai, a noite vem; recordar-te-ei!Esgota-se a clepsidra; o abismo está sedento.
Charles Baudelaire, “O relógio”
A fenomenologia do tempo
Quando um homem se senta ao lado de uma rapariga bonita, uma hora parece um minuto. Mas se ele se sentar num fogão quente, um minuto parecerá mais do que qualquer hora. Isso é relatividade.
Albert Einstein
(citado por Steve Mirsky, 2002, Scientific American, 287, 3, p. 102)
O efeito de drogas no sentido do tempo
A fenomenologia do tempo
Bissecção temporal: Teste
2, 2.5, 3
Duração do sinal (s)0 1 2 3 4
Pro
b. (
"Cur
to")
0.0
0.5
1.0
1 s4 s
1s ou 4 s
X X