Upload
phungcong
View
218
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
1
A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PARA TOMADAS DE
DECISÃO NAS EMPRESAS
Louise da Silva Borges*
RESUMO
O presente trabalho aborda a importância do planejamento estratégico como
alicerce para tomadas de decisão nas empresas. O objetivo da pesquisa foi analisar
as obras de autores referentes ao planejamento estratégico, tomadas de decisão,
estratégia e planejamento. O estudo exploratório de abordagem qualitativa baseou-
se em livros de autores renomados, entre eles, Henry Mintzberg, Michael Porter, Jay
Barney, Robert Kaplan e David Norton. O estudo demonstra como o planejamento
estratégico pode auxiliar na tomada de decisão dentro das empresas, preparando-as
para que tenham capacidade de tomar decisões eficazes, gerando vantagem
competitiva e promovendo seu crescimento.
Palavras-chave: Tomada de decisão. Estratégia. Planejamento. Planejamento
estratégico.
1 INTRODUÇÃO
As empresas são criadas em geral por um objetivo em comum: gerar
lucratividade para seus sócios. Não existe uma fórmula que garanta às empresas
bons resultados, porém, existem sistemas de gestão que aumentam esta
possibilidade e proporcionam aos gerentes um conhecimento melhor do negócio,
para que conduzam a empresa em direção aos seus objetivos de forma eficaz e com
maior assertividade nas tomadas de decisão, estas que na sua maioria são
complexas e possuem um alto nível de dificuldade e responsabilidade, pois são a
partir delas que as empresas dão seus passos e geram resultados positivos ou
negativos, portanto, é importante que a empresa siga na direção correta, mas para
* Discente do Curso de MBA em Gestão Financeira e Controladoria do Centro Universitário La Salle –
Unilasalle, matriculado na disciplina de Trabalho de Conclusão. E-mail: [email protected], sob a orientação do Prof. Me. Leonardo Fagundes Haussen. E-mail: [email protected]. Data de entrega: 25 jul. 2017.
2
isso precisa ter definido para onde deseja ir, saber qual caminho percorrer e as
dificuldades que irá enfrentar neste trajeto para estar preparada.
O planejamento estratégico é uma técnica que permite maior chance de
sucesso das empresas, diminuindo os riscos nas tomadas de decisão (HOJI; SILVA,
2010), pois visa atingir os resultados que a empresa almeja, indicando um norte,
traçando o caminho que a mesma deve percorrer proporcionando uma visão de todo
o negócio e projetando de forma realista o futuro da empresa, garantindo qualidade
no seu gerenciamento, tomadas de decisão mais eficazes e consequentemente
sucesso nos seus resultados.
Portanto, esta pesquisa tem como objetivo analisar o planejamento estratégico
e como o mesmo pode influenciar na assertividade das tomadas de decisão dentro
das empresas. A escolha deste tema surgiu para levantar informações que
fundamentam a importância do planejamento estratégico para tomadas de decisão
nas empresas, sendo assim, são analisadas bibliografias referentes a tomadas de
decisão, estratégia, planejamento e planejamento estratégico.
Por fim, este artigo busca responder a seguinte questão: como o planejamento
estratégico pode auxiliar na tomada de decisão dentro das empresas?
2 TOMADA DE DECISÃO
Algumas vezes tomar uma decisão é simples e não há necessidade nem se
quer de analisar muito para decidir, por ser óbvia. Mas na sua maioria as decisões
são complexas e envolvem toda a organização, a aceitação, apoio e execução de
pessoas que concordem com a decisão, inclusive com os riscos que envolvem este
tipo de decisão. Existem alguns métodos que auxiliam nas decisões, são eles:
tomada de decisão baseada em procedimentos, tomada de decisão baseada em
experiências e tomada de decisão baseada em análise ou analítica.
A Tomada de decisão baseada em procedimentos é sugerida para problemas
recorrentes que possam ter um padrão de decisão determinado com base em
decisões e resultados anteriores. Já a tomada de decisão baseada em experiências
é para decisões complexas e que exigem rapidez, a qual é necessária uma boa
experiência com o problema para maior segurança. Porém, o gestor deve estar
atento, ser humilde e atualizado para reconhecer que tomar a mesma decisão de
anos atrás em um cenário diferente, possa não ser a melhor escolha. Há ainda o
3
fato de a intuição influenciar nestas decisões e ser ótima conselheira, assim como a
serendipidade, que é a capacidade de ter boas idéias e fazer descobertas
(CHIAVENATO; SAPIRO, 2009), pois apenas “dois segundos permite uma
capacidade de decisão por sagacidade e que pode ser essencial para uma
excelente tomada de decisão”. (GLADWELL apud CHIAVENATO, 2009, p. 179).
Por fim, a Tomada de decisão baseada em análise ou analítica é indicada para
problemas complexos que não exijam uma decisão rápida, pois para decidir é
necessário analisar profundamente as informações e indicadores disponíveis, e para
isso é importante que a empresa possua estas ferramentas. Há alguns pontos
negativos que podem atrapalhar este tipo de decisão, como faltar com a intuição,
deixar de lado a experiência e focar apenas em informações e aplicar este método
em uma decisão que exija capacidade ética. (CHIAVENATO; SAPIRO, 2009).
Segundo Kahneman, o cérebro humano possui dois sistemas, chamados
sistema um e sistema dois, o sistema um é quando uma informação é processada
imediatamente e há uma rápida interpretação, porém, nem sempre certa, pois esta
não possui uma visão racional. Já o sistema dois é utilizado para informações mais
complexas que exigem um raciocínio, esta sim proporciona resultados mais
positivos, pois analisa realmente o fato, no entanto, se seu sistema dois já estiver
preparado para determinada situação poderá influenciar o sistema um, como já ter
passado pela mesma situação uma vez e instintivamente o sistema um saberá como
agir. (KAHNEMAN, 2012).
No entanto, o ideal é usar o “feeling”, pensamentos, conhecimentos, intuições e
informações, para assim saber qual o melhor método a ser utilizado (CHIAVENATO;
SAPIRO, 2009) e para auxiliar os gestores neste caminho existem ferramentas
estratégicas que prestam apoio e direcionam para as melhores decisões
(CHIAVENATO; SAPIRO, 2009), pois “corporações com estratégias bem-sucedidas
tem processos de tomada de decisão rápida e de alta qualidade”. (BELMIRO, 2011,
p. 326).
4
3 ESTRATÉGIA
“A palavra estratégia procede da palavra grega strategos, formada por stratos,
que significa exército, e – ag, que significa dirigir” conforme Tzu (ANDRADE, 2012,
p. 4), que compartilhou há mais de 2.500 anos seu conhecimento de general no livro
“A Arte da Guerra”, um dos manuais estratégicos chineses mais antigos e
renomados na área empresarial, por isso há muitos conceitos de estratégia
relacionados com a área militar. Porém, apenas em 1960 as empresas começaram a
se interessar por este conteúdo e desde então, teve uma adesão intensa que
concedeu à estratégia ser o núcleo da literatura especializada em gestão.
(ANDRADE, 2012).
Há muitos conceitos sobre estratégia e estes se modificam ao longo dos anos,
apenas porque as pessoas querem que exista um conceito, porém, não há um
conceito único que possa explicar o que é estratégia (MITZNBERG, 2000), mas para
Mintzberg existem cinco conceitos distintos sobre estratégia, chamado Os 5 Ps da
Estratégia, são eles: o plano, que é o planejamento das ações com um propósito; a
pauta de ação, que são as ações desenvolvidas; o padrão, que é um modelo de
comportamento onde a partir das ações positivas se desenvolve um padrão de
comportamento adotado para alcançar tal resultado; a posição, que diz a posição
que a empresa está em um contexto externo, e; a perspectiva, que é o
desenvolvimento que a organização mais valoriza, analisando seu ambiente interno
e utilizando esta informação como a principal política da empresa. (MINTZBERG
apud ANDRADE, 2012, p. 4).
Então, estratégia são as metas, objetivos e planos que definem o tipo de
negócio que a empresa é ou quer ser, ou onde está ou deseja estar (ANDREWS
apud ANDRADE, 2012, p. 4), são as ações que levarão a empresa até o objetivo
desejado (STEINER apud ANDRADE, 2012, p. 4) e a utilização dos recursos
necessários para atingir estes resultados. (CHANDLER apud ANDRADE, 2012, p.
4).
No entanto, os planos são determinantes, pois o planejamento permite que a
empresa saiba qual o caminho deve percorrer para alcançar seus objetivos.
(SOUZA; BORINELLI, 2012).
5
4 PLANEJAMENTO
Planejar significa definir primeiro os objetivos da empresa, as ações que serão
executadas para atingir os objetivos, quais serão os recursos financeiros
necessários para realizar as ações, definir os prazos e quem serão os responsáveis.
(BRAGA, 2010).
O planejamento possui muitas definições, complexas e até mesmo
controversas, portanto, não é apenas um conjunto de tomadas de decisão, nem
apenas uma estratégia ou a administração em si, o planejamento é o esforço de
formalizar parte de todas estas – “por meio da decomposição, articulação e
racionalização” (MINTZBERG; AHLSTRAND; LAMPEL, 2004, p. 28). Ele possibilita
alcançar objetivos específicos no futuro, pois permite tomada de decisão no
presente sistemática e continuamente (HOJI; SILVA, 2010), nele são definidas as
atividades que a empresa irá desempenhar em um determinado período para atingir
os objetivos. Os objetivos devem ser definidos de forma quantitativa, pois assim
poderá saber quais os recursos necessários para que seja viável a execução das
tarefas e a conquista dos mesmos (SANVICENTE, 2011). Planejamento é como
escolher o que vestir para ir trabalhar, considerando o clima do tempo. No qual o
objetivo é ir para o trabalho com uma roupa adequada, o diagnóstico é espiar como
está o tempo, a decisão é escolher a roupa, a ação é vestir a roupa e ir para o
trabalho e a avaliação é analisar se a roupa escolhida foi ou não uma boa escolha.
Desta forma simples é possível compreender o processo do planejamento e a
presença das partes: tomada de decisão, estratégia e administração, que tem como
resultado a melhor escolha para atingir seu objetivo. (ANDRADE, 2012).
Existem três tipos de planejamento, inicia-se com o desenvolvimento do mais
amplo e finaliza com o mais específico: planejamento estratégico, tático e
operacional. Para que o planejamento seja adequado é necessário que siga esta
ordem, pois cada tipo de planejamento depende do anterior, contudo, o
planejamento estratégico é o mais importante, pois é a partir dele que os demais são
desenvolvidos. (HOJI; SILVA, 2010).
6
5 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
“A soma da visão, dos objetivos e da estratégia de uma empresa constitui um
plano estratégico”. Este plano precisa ser gerido por gestores que possuem forte
liderança e sejam bem informados, que cobrem resultados de suas equipes e façam
com que o plano seja executado corretamente, ajustando as ações sempre que
necessário (GAMBLE; THOMPSON, 2012, p. 33), ele pode ser executado por outras
pessoas além das que elaboraram, pois, os altos executivos que definem as metas e
as estratégias do planejamento, não costumam formular ou implantar pessoalmente
todo o plano (BATEMAN; SNELL, 2011). Entretanto, é preciso ter flexibilidade, pois
assim como não ter plano nenhum, plano demais também pode ser prejudicial.
(MINTZBERG; AHLSTRAND; LAMPEL, 2004).
O planejamento estratégico é um processo gerencial que desenvolve, mantém
e atualiza um ajuste entre o objetivo da empresa, os recursos que a mesma possui e
o mercado (KOTLER, 1998, apud MULLER, 2013, p. 12), é um rumo que a empresa
traça, buscando uma otimização entre a empresa e o seu ambiente (OLIVEIRA,
1999, apud MULLER, 2013, p. 12) e provoca um impacto em todas as áreas da
empresa, pois “destina-se a preparar a empresa para condições conjunturais
previstas em um horizonte mais dilatado” (BRAGA, 2010, p. 228). Assim como na
guerra, é a arte gerencial de posicionar os recursos da empresa para melhores
ações táticas em uma guerra comercial. (CAMPOS, 1993, apud MULLER, 2013 p.
12).
O planejamento estratégico não é uma previsão do futuro, é um conjunto de
ações em pró de um objetivo viável que permite evitar problemas futuros, e promove
um caminho mais seguro por proporcionar o conhecimento de como agir em
situações adversas (MULLER, 2013), ou seja, é um planejamento a longo prazo, que
tem como base previsões do que irá ocorrer, para assim definir os objetivos mais
amplos e que podem ser suportados pela empresa com os recursos financeiros que
a mesma possui (SANVICENTE, 2011), “é um processo onde a empresa constrói o
futuro a partir do cenário atual e futuro, com atitudes proativas, visando o sucesso”.
(PAGNOCELLI; VASCONCELOS FILHO, 1992, apud MULLER, 2013 p. 12).
O “Planejamento estratégico corresponde ao processo de formulação e
implantação da estratégia para aproveitar as oportunidades e neutralizar as
ameaças ambientais” (MARQUES, 2013, p. 235), portanto, não é um plano e sim
7
uma programação que auxilia na formação da estratégia, a qual é definida como
Programação Estratégica. Conforme apresentado por Mintzberg, Ahlstrand e
Lampel, há 10 escolas de pensamento sobre a formulação da estratégia, são elas: A
Escola do Design – formulação de estratégia como um processo de concepção; A
Escola do planejamento – formulação de estratégia como um processo formal; A
Escola do Posicionamento – formulação da estratégia como um processo analítico;
A Escola Empreendedora – formulação de estratégia como um processo visionário;
A Escola Cognitiva - formulação de estratégia como um processo mental; A Escola
de Aprendizado - formulação de estratégia como um processo emergente; A Escola
do Poder - formulação de estratégia como um processo de negociação; A Escola
Cultural - formulação de estratégia como um processo coletivo; A Escola Ambiental -
formulação de estratégia como um processo reativo, e; A Escola de Configuração -
formulação de estratégia como um processo de transformação. Cada escola possui
sua importância, para que sejam compreendidas em todos os aspectos, como as
estratégias devem ser formuladas, seus aspectos específicos e suas mudanças,
uma complementando a outra, mas para que a programação estratégica seja de fato
compreendida é necessário ter uma visão conjunta de todas estas escolas.
(MINTZBERG; AHLSTRAND; LAMPEL, 2004).
Portanto, para garantir bons resultados é necessário que a empresa
desenvolva uma boa estratégia. Através do processo de administração estratégica é
possível que essa escolha seja bem definida, pois possui um conjunto de análises e
escolhas que possibilitam a empresa definir uma estratégia que gere vantagem
competitiva, na figura 1 são demonstradas as etapas deste processo.
Figura 1 – Processo de administração estratégica
Fonte: Barney; Hesterly, 2011.
8
A primeira etapa é definir a missão da empresa, ou seja, o que a empresa
deseja ser a longo prazo e, se optar por incluir, também o que ela não deseja ser.
Essa definição pode gerar impacto positivo, negativo ou nenhum no desempenho
das empresas, portanto deve ser bem estruturada. Após definida a missão, são
criados os objetivos que a empresa deseja alcançar, devem ser específicos e
mensuráveis, podem ser de alta ou baixa qualidade, alta quando está relacionado
com a missão e baixa quando não está relacionado com a missão ou nem ao menos
existe. Portanto, objetivos devem ser de alta qualidade, que permitem mensurar o
que a empresa está realizando de sua missão já que estão conectados, para
garantir uma boa estratégia. (BARNEY; HESTERLY, 2011).
Os objetivos mais amplos envolvem toda a empresa e são definidos pela alta
administração, pois implica nas tomadas de decisão mais complexas e dificilmente
poderão ser revertidas, devido à grande quantidade de recursos utilizados e o alto
nível de risco (HOJI; SILVA, 2010), estes objetivos são definidos como Visão, ou
seja, a definição de onde a empresa deseja chegar, “é o motivo central que
impulsiona e projeta as atividades empresariais, além de suas expectativas e
aspirações com relação ao futuro”. (MARQUES, 2015).
Para que as estratégias das empresas gerem o resultado que desejam é muito
importante que a empresa desenvolva uma cultura ética, com valores éticos e que
seja disseminado dentro da mesma, para que altos executivos e funcionários
executem suas atividades e tomadas de decisão de forma ética. Pois quando a
empresa não possui uma cultura ética explícita, possibilita que seus executivos
tomem decisões antiéticas, que lhes traga apenas benefício próprio, mesmo
prejudicando a empresa. Porém, um estudo revela que executivos dificilmente teriam
uma atitude antiética se isso implicasse nas suas metas, pois algumas atitudes
antiéticas são justificadas justamente para atingir metas. Portanto, quando a
empresa interligada as metas com a ética, desenvolve práticas e comportamentos
éticos, implantam valores éticos e criam um ambiente ético para todos os envolvidos,
dificilmente terão problemas com fraudes e a execução de sua estratégia será mais
eficaz. (IRELAND; HOSKISSON; HITT, 2015).
A Análise SWOT permite obter um maior conhecimento sobre a empresa,
composta pela análise externa, que investiga quais são as oportunidades e ameaças
mais significativas no seu ambiente competitivo, e a análise interna, que identifica
dentro da organização suas forças e fraquezas. Nesta etapa a empresa já está apta
9
para escolher suas estratégias, que podem ser estratégias de negócios, focadas em
custos e produtos, ou estratégias corporativas, relacionadas com integração vertical,
alianças estratégicas, diversificação, fusões e aquisições.
A implementação da estratégia é uma parte essencial, pois se não for colocada
em prática de nada valeu o esforço para ser criada, por isso precisam ser
elaboradas políticas e práticas organizacionais relacionadas com as estratégias, três
delas são fundamentais: a estrutura organizacional formal da empresa, seus
sistemas formais e informais de controle gerencial e sua política de remuneração de
funcionários. Por fim, a estratégia deve gerar vantagem competitiva, ou seja, obter
maior valor econômico em relação aos seus concorrentes seja através do benefício
percebido pelo consumidor ou pelo custo que possui. Porém, medir a vantagem
competitiva não é algo fácil, existem duas formas de serem medidas: medidas
contábeis - são calculadas a partir das informações publicadas no demonstrativo de
lucros e perdas e no balanço da empresa, mas é necessário que estas publicações
estejam nos padrões e princípios contábeis, caso não estejam só será possível
medir a vantagem competitiva através da média dos indicadores, apresentados na
da figura 2, das empresas do setor em que a empresa atua e; medidas econômicas -
são calculadas através do nível de retorno de uma empresa com seu custo do
capital, onde as fontes de capitais são a dívida (bancos e detentores de dívidas -
bandholders) e a participação acionária (taxa de retorno dos acionistas). O custo
médio ponderado de capital “é a porcentagem do seu capital que provém de dívida
multiplicado pelo custo da dívida, mais a porcentagem total de seu capital que
provém de ações multiplicado pelo custo das ações”. (BARNEY; HESTERLY, 2011,
p. 15).
10
Figura 2 – Índices comuns para medir o desempenho financeiro de uma empresa
Fonte: Barney; Hesterly, 2011.
Para auxiliar nesta etapa, existe um sistema de gestão chamado Balance
Scorecard, que permite medir e comunicar para toda a empresa a missão e a
estratégia definidas, considerando a perspectiva financeira, do cliente, dos
11
processos internos e do aprendizado e crescimento. Possibilitando assim a
compreensão de todos os executivos e um consenso em relação à meta, pois se os
colaboradores não entendem a estratégia da empresa não executarão suas
atividades como deveriam, e sem execução de nada adianta todo este esforço
(KAPLAN; NORTON, 1997). Na figura 3 é demonstrado como funciona este sistema.
Figura 3 – O Balance Scorecard como Estrutura para Ação Estratégica
Fonte: Kaplan; Norton, 1997.
Portanto, o Balance Scorecard permite transmitir a toda empresa de forma
transparente a formulação da sua estratégia, ou seja, o planejamento estratégico
(KAPLAN; NORTON, 1997), proporcionando o conhecimento necessário para que
todos os colaboradores, desde o nível operacional até o estratégico, tenham
capacidade de tomar decisões assertivas, guiando a empresa rumo ao sucesso.
A Avaliação de Ativos Intangíveis também é uma forma de medir o
desempenho da empresa, porém, considera não apenas resultados financeiros e
sim o valor que a empresa tem no mercado.
Tem como base revisar as demonstrações contábeis dos últimos cinco anos, crescimento da empresa, vendas, lucro e capital base, taxa de retorno
12
do capital investido, analisar a saúde da empresa e desenvolver uma perspectiva histórica da integrada. (FERNANDES; BERTON, 2005).
Uma etapa importante no processo é a definição de premissas que pode ser
desenvolvida após análise dos indicadores, considerando as informações da
economia, política, mercado e outros fatores que podem influenciar no desempenho
da empresa. Uma possibilidade nesta etapa é a utilização de três tipos de cenários:
otimista, pessimista e intermediário, conforme demonstrado na figura 4. Desta forma
a empresa terá maior segurança nas tomadas de decisão para cada cenário que
venha a acontecer. (CHIAVENATO; SAPIRO, 2009).
Figura 4 – Três tipos de cenários ambientais.
Fonte: Chiavenato; Sapiro, 2009.
6 CONCLUSÃO
As tomadas de decisão são fatores determinantes para as empresas, pois são
os passos que a empresa dá em direção ao sucesso ou ao fracasso, portanto, tomar
uma decisão não é algo fácil devido às conseqüências que resultam da mesma.
Lembrando que não apenas gestores tomam decisões, diariamente decisões são
tomadas por diversos funcionários e por menores que pareçam ser estas escolhas
tem influência no futuro da empresa. Porém, a tomada de decisão é apenas o final
do processo e em muitos casos um “tiro no escuro”, pois como se pode ter noção de
qual a melhor escolha se não é possível prever as conseqüências, enxergar a
13
empresa num todo, conhecer seus objetivos e sua estratégia, se as mesmas nem se
quer existir ou não forem de conhecimento de todos. Por este motivo é fundamental
a existência de um planejamento estratégico, ou seja, desenvolver o processo desde
o início, para que no final tenham pessoas preparadas para que os passos sejam
dados na direção correta.
Portanto, o planejamento estratégico propõe que a empresa defina um norte,
trace um caminho para percorrer e promove um conhecimento profundo da
empresa, permitindo uma visão ampla das conseqüências que enfrentará ao longo
deste caminho e a previsão do resultado das suas escolhas, direcionando-as para
as melhores tomadas de decisão. A elaboração do planejamento estratégico é
essencial para o sucesso da empresa, porém, é preciso que o mesmo seja
compartilhado entre todos os colaboradores e de fato executado por todos. Além
disso, o mesmo deve ser controlado e medido para saber se está gerando os
resultados propostos, sendo realizados ajustes sempre que necessário, pois as
mudanças são constantes no mundo dos negócios e é preciso acompanhá-las, para
que o planejamento estratégico seja eficaz e traga o retorno desejado.
Desta forma, a empresa terá gerentes mais seguros e funcionários mais
preparados, possibilitando mais assertividade nas tomadas de decisão, o que irá
gerar consequentemente o crescimento da empresa, aumento da sua lucratividade,
maior vantagem competitiva, reconhecimento dos stakeholders e o sucesso que
almeja.
THE IMPORTANCE OF STRATEGIC PLANNING FOR DECISION-MAKING IN
BUSINESS
ABSTRACT
This paper discusses the importance of strategic planning as a foundation for
decision making in the companies. The objective of the research was to analyze the
work of authors related to strategic planning, decision making, strategy and planning.
The exploratory qualitative approach was based on books by renowned authors,
including Henry Mintzberg, Michael Porter, Jay Barney, Robert Kaplan, and David
Norton. The study demonstrates how strategic planning can assist in decision making
14
within companies, preparing to be able to make effective decisions, generating
competitive advantage and promoting its growth.
Keywords: Decision making. Strategy. Planning. Strategic planning.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Arnaldo Rosa de. Planejamento estratégico: formulação, implementação e controle. São Paulo: Atlas, 2012. BARNEY, Jay B.; HESTERLY, William S. Administração estratégica e vantagem competitiva. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. BATEMAN, Thomas S.; SNELL, Scott A. Administração. 2. ed. São Paulo: AMGH, 2011. BELMIRO, João. Estratégias emergentes. In: CAVALCANTI, Marly (Org.) Gestão estratégica de negócios: evolução, cenários, diagnóstico e ação. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2011. BRAGA, Roberto. Fundamentos e técnicas de administração financeira. São Paulo: Atlas, 2010. CHIAVENATO, Idalberto; SAPIRO, Arão. Planejamento estratégico. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. FERNANDES, Bruno Henrique Rocha; BERTON, Luiz Hamilton. Administração estratégica: da competência empreendedora à avaliação de desempenho. São Paulo: Saraiva, 2005. GAMBLE, John E.; THOMPSON, Artur A. Jr. Fundamentos da administração estratégica: a busca pela vantagem competitiva. 2. ed. São Paulo: AMGH, 2012. HOJI, Masakazu; SILVA, Hélio Alves da Silva. Planejamento e controle financeiro: fundamentos e casos práticos de orçamento empresarial. São Paulo: Atlas, 2010. KAHNEMAN, Daniel. Rápido e devagar: duas formas de pensar. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. IRELAND, R. Duane; HOSKISSON, Robert E.; HITT, Michael A. Administração estratégica. 3. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2015. KAPLAN, Robert S.; NORTON, David P. A estratégia em ação: balance scorecard. 23. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 1997. MARQUES, José Roberto. Definição e exemplos de visão de uma empresa. 2015. Portal IBC. Disponível em: <http://www.ibccoaching.com.br/portal/rh-gestao-
15
pessoas/definicao-e-exemplos-de-visao-de-uma-empresa/>. Acesso em: 04 jun. 2017. MARQUES, Wagner Luis. Administração geral e profissional: sucesso de vida. 2. ed. Cianorte: Gráfica Vera Cruz, 2013. MINTZBERG, Henry. Ascensão e queda do planejamento estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2000. MINTZBERG, Henry; AHLSTRAND, Bruce; LAMPEL, Joseph. Safári de estratégia. Porto Alegre: Bookman, 2004. MULLER, Claudio Jose. Planejamento estratégico, indicadores e processos: uma integração necessária. São Paulo: Atlas, 2013. SANVICENTE, Antonio Zorato. Administração financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2011. SOUZA, Bruno Carlos; BORINELLI Márcio Luiz. Controladoria. Curitiba: IESDE Brasil, 2012.