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A freira e o assassino, Maria Isabel Barreno

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Ficha de leitura de Patrícia Quitéria, n.º 15, turma I, 1o.º ano - Escola Artística António Arroio - ano letivo de 2011-2012. Prof.ª Eli

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Page 1: A freira e o assassino, Maria Isabel Barreno

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Escola Artística António Arroio

“A Freira e o Assassino”

Português - Prof.ª Eli

Patrícia Quitéria - nº15 do 10º ano, turma I

Page 2: A freira e o assassino, Maria Isabel Barreno

Referência bibliográfica

O conto ”A freira e o assassino” está na obra Os sensos comuns,

escrita por Maria Isabel Barreno e publicada em 1993 na Editoria Caminho,

em Lisboa. Faz também parte da Antologia do Conto Português, organizado e

prefaciado por João de Melo, das Edições Dom Quixote.

Informações sobre a autora

Maria Isabel Barreno é uma escritora portuguesa que nasceu em

Lisboa, em 1939. Estudou na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa,

onde se licenciou em Ciências Histórico-Filosóficas. Foi com a publicação de

Novas Cartas Portuguesas em 1972, com Maria Velho da Costa e Maria Teresa

Horta, que a autora se tornou conhecida do grande público.

As principais obras são Contos Analógicos, de 1983, Os Sensos Comuns, de

1993, De Noite as Árvores São Negras, 1967, Os Outros Legítimos Superiores,

1970, Inventário de Ana, 1982, Célia e Celina, 1985, Crónica do Tempo 1990,

O Chão Sagrado, 1992, O Senhor das Ilhas”, 1994, e O Círculo Virtuoso, 1996.

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Obra lida:

É uma história acerca de um homicídio em autodefesa.

Sinopse da obra

A Freira Angélica sofria de insónias e, nessas ocasiões, tinha o

hábito de atravessar os corredores escuros do convento durante noite, o que

a consolava pois dirigia-se para a capela. Uma noite, entrou pela capela e

sentou-se no seu banco favorito. Enquanto orava percebeu que havia

alguém vagueando com uma luz e pensou que era outra freira, também com

insónia, procurando um sítio que lhe desse, tal como a ela, consolo e talvez

tivesse escolhido a sacristia.

Mas as freiras estavam proibidas de acender luz e, por isso, ficou

desconfiada pois podia tratar-se de uma freira desobediente, de algum

intruso maldoso ou, até mesmo, um fantasma desassossegado. Com estes

pensamentos, estava quase em pânico quando Freira Angélica viu um

homem a roubar os castiçais do altar e a tentar arrombar a porta do

sacrário. Sem se conseguir dominar, soltou um gemido como se alguém

tentasse arrancar o seu coração. O ladrão apercebeu-se que ali estava uma

freira pálida de raiva, que, depois, gritou e se aproximou do ladrão. Tal era

a sua enorme raiva que o ladrão não teve qualquer defesa quando a freira

Angélica lhe bateu com o castiçal de bronze. O ladrão que caiu morto.

Page 4: A freira e o assassino, Maria Isabel Barreno

Houve grande alvoroço que durou vários meses e a freira Angélica

ficou paralisada com a culpa. Não se conseguiu perdoar a si própria e foi

internada num hospital psiquiátrico embora toda a gente dissesse que ela

não era culpada porque havia agido em legítima defesa, pois ninguém

duvidava do facto de ela se ter defendido, evitando que o ladrão a

molestasse ou violasse. Angélica, porém, essa sabia bem que a história era

outra.

Estilo do autor

O estilo é muito dinâmico e é organizado em linguagem simples e

emotiva. A prosa é, no geral, acessível com muitas palavras belas que

identificam os sentimentos das personagens(a maioria das palavras belas

usadas identificam os sentimentos da Freira Angélica que são de pânico, de

medo, de raiva, de frustração, de arrependimento, de angústia, de mágoa.

A personagem é muito emotiva devido à “mistura dos sentimentos” e eu

apreciei bastante essa riqueza.

Page 5: A freira e o assassino, Maria Isabel Barreno

Também gostei da alternância do pretérito imperfeito, marcando

bem os momentos descritivos (p.e.: “Madre Angélica atravessava de noite

[…]”, “Dormia mal. Acordava invariavelmente […] Assim pensava Madre

Angélica […]), com o pretérito perfeito, na narração, propriamente dita

( “Um homem surgiu […]” “Foi pedir-lhes perdão e passou a visitá-los

assiduamente, com esmolas e conversas de consolo”.

O uso do gerúndio, por exemplo, serve para acentuar a ideia de

continuidade, de duração ( “[…]pedindo a Deus[..]”).

Neste conto, o narrador conta a história apresentando a situação e as

personagens na terceira pessoa. É narrador omnisciente pois conhece tudo

sobre as personagens e sabe o que passa no seu íntimo das personagens,

conhece as suas emoções e pensamentos e revela as suas vozes interiores.

Aspectos mais e menos interessantes

É uma narrativa curta e fechada, gira em torno de um só conflito num

espaço físico que é a capela, com poucas personagens, a freira Angélica que

é a personagem directamente principal e redonha e o ladrão que é

personagem secundária e plana, a mulher e o filho dele são figurantes, a

amiga da freira e Madre Superiora também são figurantes.

O narrador não participante, objectivo e omnisciente que conhece tudo

sobre as personagens e sabe o que passa no seu íntimo, por exemplo, o facto

de saber que a freira Angélica tinha o hábito de vaguear nos corredores

Page 6: A freira e o assassino, Maria Isabel Barreno

escuros por causa da insónia que a impedia de dormir e de conhecer as seus

emoções e sentimentos.

Destaco os seguintes momentos:

“Madre Angélica estremecia, […] caminhada sabia-lhe bem

aquela solitária intimidade com Deus, toda a capela só para si.”, nos

primeiros dois parágrafos, considero esta parte menos interessante

porque tem muita descrição, o que sendo bom para a compreensão,

conduz a algum desinteresse por ser tão minuciosa.

“Não, não podia Madre Angélica argumentar consigo […]

teimosias anacrónicas e irracionais.”, nesta parte há muitas palavras

que eu desconhecia, tendo-se tornado um pouco mais complicada a

apreensão global do sentido dado que tive de interromper muitas vezes

para consultar o dicionário.

Posição crítica do leitor

Este conto é muito diferente dos que já tinha lido, tendo, por isso

mesmo, prendido a minha atenção. Excetuando aos dificuldades com

algum léxico, a que já fiz referência, foi-me fácil de ler, é muito

impressionante e muito interessante porque me fez compreender mais e

melhor o comportamento das pessoas e da sociedade. A freira Angélica

impressionou-me imenso pela sua solidão e sofrimento e o facto de não se

ter conseguido perdoar a si própria impressionou-me imenso.

Page 7: A freira e o assassino, Maria Isabel Barreno

E para finalizar, penso que o conto é tão envolvente e perturbador que

nos esquecemos que ele foi ladrão mas acabou por não fazer nada à freira

só arrombou o sacrário, muito especial para a freira Angélica, que sentiu

como se lhe arrancassem o seu coração e, por isso, as coisas aconteceram.

Citações de momentos marcantes

“Mas naquela noite, mal Madre Angélica […] em todo o convento.”, no

terceiro parágrafo.

“Era por isso redobrado o seu sobressalto naquela noite. Freira

desobediente, intruso maldoso ou, hipótese remota, fantasma

desassossegado, todas as hipóteses tinham uma ameaçadora qualidade

sulfurosa. Enquanto Madre Angélica hesitava […] atravessou a perturbada

mente de Madre Angélica, um súbito e forte ímpeto surgiu.”, no quinto

parágrafo.

“Foi como a acalmia, densa e de origem desconhecida, […]

Compreendeu que o ladrão estava morto, e gritou.”, no sétimo e oitavo

parágrafos.

“Soube a freira que o morto tinha mulher e filhos. Foi pedir-lhes perdão

[…] Madre Angélica não sentia qualquer alívio.”, no nono parágrafo.

“Guardava em si, terrível, […] ela julgava conhecer tão bem.”, no

décimo primeiro parágrafo.

Page 8: A freira e o assassino, Maria Isabel Barreno

“Apercebera também seu disfarce, […] achando-a uma mulherzinha

vulgar e ridícula.” ,no décimo terceiro parágrafo.

“Quando Madre Angélica visualizara criancinhas aterradamente

mortas, imaginara ingenuamente que se tratava de compaixão e remorso, de

consciência dos perigos e misérias que ameaçavam essas indefesas crianças.

Constatava agora que se tratava duma tranquila memória do assassino.” E

“Passado algum tempo, Madre Angélica foi internada num asilo psiquiátrico

[…] com partilha de segredos e memórias”.

Escolhi estes momentos como os mais marcantes porque são sobre o

acontecimento e a origem da mágoa e referem sentimentos,

arrependimentos, tudo escrito de uma forma que me emocionou.