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A escrita autobiográfica na A escrita autobiográfica na formação docente formação docente Profa Dra Eliane Greice Davanço Nogueira Profa Dra Eliane Greice Davanço Nogueira [email protected] [email protected] 

A escrita de memoriais na formação docente 2

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8/7/2019 A escrita de memoriais na formação docente 2

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A escrita autobiográfica naA escrita autobiográfica na

formação docenteformação docente

Profa Dra Eliane Greice Davanço NogueiraProfa Dra Eliane Greice Davanço Nogueira

[email protected] [email protected] 

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''Acho que o quintal onde a gente brincou é maior do

que a cidade. A gente só descobre isso depois de

grande. A gente descobre que o tamanho das coisas háque ser medido pela intimidade que temos com as

coisas. Há de ser como acontece com o amor. Assim, as

pedrinhas do nosso quintal são sempre maiores do que

as outras pedras do mundo. Justo pelo motivo daintimidade. (...) Se a gente cavar um buraco ao pé da

goiabeira do quintal, lá estará um guri ensaiando subir 

na goiabeira. Se a gente cavar um buraco ao pé do

galinheiro, lá estará um guri tentando agarrar no rabo de

uma lagartixa. Sou hoje um caçador de achadouros dainfância. Vou meio dementado e enxada às costas cavar 

no meu quintal vestígios dos meninos que fomos´ 

Manoel de Barros

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� As histórias de vida, há cerca de 20 anos,

tornaram-se material de pesquisa nas ciênciashumanas.

� Os autores, no campo da psicologia e daeducação, que mais contribuíram para que ointeresse biográfico se aproximasse de umaabordagem de formação e de pesquisa, foram:

Carl Rogers, Paulo Freire, Morin, Josso eNóvoa, entre outros.

� O uso das histórias de vida giram em torno de 2 eixos, como projetos de conhecimento e aserviço de lógicas de projeto.

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As histórias de vida como projetos deAs histórias de vida como projetos de

conhecimentoconhecimento

� Parecem indicar alguns tipos de objetivos:

1- Apontam um processo de mudança do posicionamento

do pesquisador.

2- Demarcam, através dessa opção metodológica, umnovo território de reflexão abrangendo a formação.

Referem-se, portanto, a tomadas de posição frente aosprocessos- projetos de formação do nosso estar nomundo de forma singular/plural, por meio dacomplexidade biográfica.

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As histórias de vida a serviço deAs histórias de vida a serviço de

lógicas de projeto.lógicas de projeto.

� São, necessariamente, adaptadas à perspectiva definidapelo projeto e nesse sentido não abarcam a globalidadeda vida em todos os seus aspectos.

� São, geralmente, propostas a pessoas que buscam umareorientação, uma reinserção, ou mesmo que desejamter uma nova ferramenta de trabalho.

�Essa narrativa experiencial serve de base parainventários de capacidades, de categorias, quer sejanum contexto de formação ou de pesquisa.

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Experiências

� Pesquisa

Porto Alegre, professoras que atuavam na década de 50, numadeterminada escola,, atualmente entre 60 e 80 anos.

Critério, ter tido uma longa carreira no magistério e acolher aproposta com disponibilidade para a escrita.

� Estágio

Curso de Pedagogia, UFBA, 33 alunos.

Eixos da construção da narrativa, infância (processo dealfabetização, vivência escolar (primeiro contato escolar),lembranças dos professores, a escolha do magistério e docurso de pedagogia, o significado de ser professor.

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A construção da narrativaA construção da narrativa

JossoJosso

� I mplica deixar-se levar pelas associações livres para

evocar as recordações- referências e organizá-las numa

coerência narrativa, em torno do tema da formação.

� A recordação-referência pode ser qualificada de

experiência formadora e são aquelas que podemos

utilizar como ilustração numa história para descrever 

uma transformação, uma idéia,uma atividade ou um

encontro.

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A construção da narrativaA construção da narrativa

A narrativa de formação de cada sujeito conduz a

algumas reflexões que levam a questionamentos:

� ³Quem sou eu?´ 

� ³Quais são os eixos que orientam minha existência?´ 

� ³Quais são meus valores?´ 

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A construção da narrativaA construção da narrativa

� Os contos e as histórias da nossa infância são elementos quenos mostram que ser humano é criar as histórias quesimbolizam nossa compreensão das coisas da vida.

� As narrativas contam não o que a vida nos ensinou, mas oque se aprendeu nas circunstâncias da vida

� Atualmente estamos assistindo a morte das narrativas dianteda emergência do utilitarismo prático das nossas ações

sociais e humanas.� (conhecimento na forma de manual em detrimento a prática

reflexiva sobre si e seu fazer)

� Para que a narrativa seja considerada formadora, é neces-sário falarmos sob o ângulo da aprendizagem.

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A construção do memorial de formaçãoA construção do memorial de formação

Prado e SoligoPrado e Soligo

� A referência principal é sempre o lugar profissional queocupamos (professor, coordenador, diretor,formador etc).

� Lançamos mão, também, de memórias relacionadas aoutras experiências que foram relevantes para o processo

formativo.

� Basicamente, a questão que norteia esta escrita é: ³ pensar nos porquês das minhas atitudes diante das situações quevivo e nas capacidades que desenvolvo para certas coisase não para outras.´ 

� Escrever para tomar consciência do quanto sabemos e nemsabemos que sabemos. E do quanto ainda não sabemos,mas podemos aprender.

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Questões que orientam a escrita de umQuestões que orientam a escrita de um

memorial de formaçãomemorial de formação

JossoJosso� O que aconteceu para que eu viesse a ter as

idéias que hoje tenho?

(reconstituir rede de acontecimentos que marcaram a

existência do ser pensante e reflexivo)

� Como as experiências da minha vidacontribuem para os sentidos que dou àquilo que

vivi?(analisar algumas experiências que estruturaram umavisão de mundo)

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Experiência

� Pesquisa-formação

São Gabriel do Oeste

Professores do ensino básico, durante 9 meses, num grupocom encontros mensais, escrita do memorial.A motivação foi pensar e escrever: o que as constituiucomo professoras?

Os memoriais coincidiram em todos os pontos para estaconstiuição: as influências familiares, o primeiro contato

com a escola,a graduação, o primeiro trabalho e algumasformações continuadas.

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Escrita narrativa possibilita:Escrita narrativa possibilita:

� Escrever sobre nossas vivências docentes;

� Tematizar nossa prática;

� Refletir sobre nossos fracassos e sucessos;

� Documentar nossas reflexões;

� I nscreve-se como atividade formadora porque:

³ o aprendente questiona suas identidades a

partir de vários níveis de atividade de registro´ 

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Exemplo de escrita narrativaExemplo de escrita narrativa

³ Escrever minhas memórias é como escrever uma cartapara mim mesma:muito prazer em me conhecer´ 

³ Mexer, remexer no bau da vida é uma experiência que

sempre dói, machuca um pouco. Há sentimentos,atitudes, que preferíamos deixar lá, no tempo,guardados, intocáveis.´ 

³ Rever a escola que eu cursei, me fez perceber o quanto

ela me ficou devendo, pois apesar de ela não ter sidoperversa comigo, no sentido de punicões e castigos, abem da verdade me submeteu a aulas tipicamentetradicionais, tirando o prazer da experimentação, dadescoberta, da investigação e da pesquisa.Triste epobre escola, essa!´ 

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Escrita docente:Escrita docente:

� Permite compreender nossa atuação;

� Favorece a análise do trabalho docente;

� Ajuda no entendimento dos processos de

aprendizagens discentes;

� Possibilita o desenvolvimento da nossa

capacidade de produzir textos escritos;

� Sistematiza nossos saberes e conhecimentosdocentes;

� Possibilita desenvolvimento profissional;

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