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1
A EFETIVIDADE DA PSICOEDUCAÇÃO COMO MODALIDADE DE IN-
TERVENÇÃO
THE EFFECTIVENESS OF PSYCHOEDUCATION AS INTERVENTION
TYPE
Samuel Cabanha1, Aline Henriques Reis
2
RESUMO
A psicoeducação é definida como uma modalidade de intervenção terapêutica que tem
por objetivo facilitar o entendimento e a compreensão da patologia pelo paciente. Geralmente
é empregada para potencializar os aspectos positivos do paciente, vislumbrando a alteração da
atividade cognitiva ao longo do tratamento, possibilitando a “reestruturação cognitiva” e mo-
dificando o comportamento tido como “inadequado”. Dentre as abordagens psicossociais e
educativas, a terapia cognitivo-comportamental demonstra ser eficaz no tratamento de vários
transtornos, mas indispensável no tratamento do transtorno bipolar e transtornos de ansiedade.
A presente revisão da literatura aponta evidências que demonstram que a psicoeducação é boa
adjuvante na questão sintomática e funcional de pacientes com transtorno bipolar e transtor-
nos de ansiedade. A psicoeducação é uma ferramenta eficaz e essencial no âmbito de atuação
do psicólogo, pois potencializa a adesão do paciente ao tratamento psicoterapêutico. No pre-
sente estudo utilizou-se uma abordagem qualitativa e revisão não sistemática da literatura para
“seleção e análise” da informação encontrada.
Palavras-chave: Psicoeducação; Terapia cognitivo-comportamental; Tratamento.
1Psicólogo. Especialista em Educação – UTFPR e Especialista em Terapia Cognitiva pelo Instituto Paranaense
de Terapia Cognitiva – IPTC. e-mail: [email protected].
2 Orientadora de trabalho de conclusão de curso do Instituto Paranaense de Terapia Cognitiva. Doutora em Psi-
cologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
2
ABSTRACT
Psychoeducation is defined as a form of therapeutic intervention that aims to facilitate
the understanding and the understanding of the disease by the patient. It is usually employed
to enhance the positive aspects of the patient, seeing the change in cognitive activity during
treatment, enabling the "cognitive restructuring" and modifying the behavior seen as "inap-
propriate". Among the psychosocial and educational approaches, cognitive behavioral therapy
proves to be effective in treating various disorders, but indispensable in the treatment of bipo-
lar disorder and anxiety disorders. This review of the literature points to evidence showing
that psychoeducation is good adjuvant in the symptomatic and functional matter of patients
with bipolar disorder and anxiety disorders. Psychoeducation is an effective and essential tool
in the work of the psychologist part because enhances patient compliance to psychotherapeu-
tic treatment. In the present study used a qualitative approach and not systematic literature
review to "selection and analysis" of information found.
Keywords: Psychoeducation; Cognitive behavioral therapy; Treatment.
INTRODUÇÃO
A Psicoeducação pode ser definida como uma modalidade de intervenção terapêutica
que tem por objetivo facilitar o entendimento e a compreensão da patologia pelo paciente,
além de buscar potencializar os aspectos positivos do paciente, vislumbrando a alteração da
atividade cognitiva, minimizando distorções cognitivas e possibilitando uma melhor “reestru-
turação cognitiva”, modificando o comportamento tido como “inadequado” (Ângela, Luciano,
Dell´Áglio, Irani, 2009).
A Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) é uma terapia psicoeducativa, ou seja, a
psicoeducação faz parte de todo o processo de avaliação, sendo que já na fase inicial do tra-
tamento o paciente deve ser informado sobre como funciona a Terapia em abordagem cogni-
3
tivo-comportamental. Nesta fase do tratamento, o terapeuta deve ser enfático ao asseverar que
a meta no decorrer da terapia é que o “paciente se torne seu próprio terapeuta” (Silva & Serra,
2004).
Em se tratando das TCCs, pode-se dizer que três pressupostos basilares e fundamen-
tais estão identificados como estando no cerne de tais abordagens: primeiro, que a atividade
cognitiva influencia o comportamento; segundo, que a atividade cognitiva pode ser monitora-
da e alterada, e terceiro, que o comportamento desejado pode ser influenciado mediante mu-
dança cognitiva (Borba, 2005).
O principal objetivo da TCC é que o paciente aprenda novas habilidades e estratégias,
de modo que o mesmo venha a incorporar essas habilidades e estratégias aprendidas de ma-
neira autônoma (Silva & Serra, 2004). Uma das ferramentas ou modalidade de intervenção
que pode propiciar tal “aprendizado” é a psicoeducação, a partir da qual o terapeuta pode “en-
sinar” o paciente e as pessoas próximas a ele (sistema familiar) como usar soluções apropria-
das para resolução de problemas que o(s) acomete(m).
Pode-se dizer que a TCC é um tratamento limitado no tempo, orientado a uma ou vá-
rias metas, e que utiliza sessões estruturadas, assumindo assim, uma postura diretiva e ativa ao
mesmo tempo, a saber, a TCC pode ser considerada uma “terapia – ação”, ou seja, é uma te-
rapia ativa que envolve interação constante entre terapeuta e paciente (Silva & Serra, 2004).
Acerca da efetividade da psicoeducação, um estudo realizado na Espanha revelou que
familiares de pacientes diagnosticados com Transtorno Afetivo Bipolar, que foram submeti-
dos a doze sessões de um modelo de intervenção psicoeducacional apresentaram maior com-
preensão da patologia bem como apresentaram menores índices de stress subjetivo em relação
aos familiares que não foram submetidos ao modelo psicoeducativo (Ângela, Luciano,
Dell´Áglio, Irani, 2009).
4
A Psicoeducação pode ser indicada para uma série de transtornos, pois se trata de uma
modalidade de intervenção terapêutica de fácil aplicabilidade à maioria dos pacientes e fami-
liares, principalmente porque facilita o processo de compreensão do paciente, proporcionando
melhor adesão ao tratamento medicamentoso, quando necessário (Bernhard et al., 2006).
Na produção do presente trabalho, buscou-se investigar através de uma revisão não
sistemática da literatura científica e em relatos de estudos de casos clínicos, como a psicoedu-
cação pode atuar como um modelo de método/técnica eficaz tanto para adesão do paciente à
psicoterapia, bem como para o tratamento psicológico não de maneira geral. A produção do
presente artigo buscou explorar evidências na literatura cientifica que comprovam a eficácia
da psicoeducação como modalidade de intervenção no que tange ao transtorno bipolar e aos
transtornos de ansiedade.
MÉTODO
Utilizou-se uma abordagem qualitativa a partir de uma revisão não sistemática da lite-
ratura na seleção e análise da informação encontrada. Na revisão bibliográfica definiu-se co-
mo objeto de estudo a psicoeducação como modalidade de intervenção no que tange ao trans-
torno bipolar e transtornos de ansiedade, e como sua efetividade nas primeiras sessões de te-
rapia, chamadas de sessões de psicoeducação, podem produzir um bom resultado ao longo do
processo terapêutico.
O delineamento da presente pesquisa deu-se através da busca por artigos científicos
(revisão bibliográfica) que resultaram na elaboração do presente artigo, e não se limitou ape-
nas a artigos publicados no idioma português.
O presente artigo buscou analisar a psicoeducação como modalidade de intervenção da
TCC, contudo, salienta-se a necessidade de combinação de psicoeducação a outros pas-
sos/métodos, a saber, a elaboração da tríade cognitiva de “funcionamento” do paciente, a ela-
boração do diagrama de conceitualização cognitiva, a reestruturação cognitiva (trabalhando
5
principalmente com o Registro de Pensamentos Disfuncionais - RPD) e Elaboração do Plano
Terapêutico.
PSICOEDUCAÇÃO
Para otimizar esta pesquisa, optou-se em separar a junção das palavras psico + educa-
ção quando necessário, buscando elucidar e ater-se mais ao conceito de educação, visto que se
presume certo conhecimento prévio por parte do profissional psicólogo sobre os processos
mentais e os fenômenos psicológicos. A palavra “educação” será empregada enquanto intera-
ção clínica psicólogo - paciente, ou seja, a educação enquanto processo psicológico estrito, se
tornando psicoeducação.
Nesta pesquisa bibliográfica, verificou-se que a Educação já era uma ferramenta utili-
zada no século XII, conforme achados de Maurice Capul, co-autor juntamente com Michel
Lemay, do volume intitulado “De L'education Specialisée”, cujo livro demonstra que naquela
época já eram utilizadas práticas e atitudes educativas (Lebon, 1997).
A partir dai, conclui-se que educação não é uma prática ou atitude totalmente nova,
mas é partir dos achados feitos através de estudos sobre a evolução dos conhecimentos e de
tomadas de consciência, engendrados por Gilles Gendreau e Jeannine Guindon, no inicio dos
anos 50, os quais levaram estes mesmos conhecimentos a serem utilizados em uma nova ver-
tente, a saber, que o termo psicoeducação passasse a ser usado com pujança pela academia,
originando um modelo psicoeducativo de intervenção (Lebon, 1997).
A psicoeducação é considerada uma técnica de intervenção que objetiva propiciar me-
lhores condições de entendimento e compreensão da(s) patologia(as), ao mesmo tempo que
como primeiro passo do tratamento, possibilita uma resignificação cognitiva, além do que
visa evidenciar e potencializar os aspectos positivos do paciente, sendo que nesse sentido é
fundamental que o paciente seja informado quanto ao modelo de tratamento ao qual será
submetido (Caminha, Wainer, Oliveira, & Piccoloto, 2003).
6
Reconhecidamente, a psicoeducação consiste em uma modalidade de intervenção não
somente psicoterapêutica, buscando uma melhora significativa dos sintomas comportamentais
e clínicos dos pacientes atenuando suas cognições disfuncionais, mas é também, uma modali-
dade de intervenção psicossocial (Ângela, Luciano, Dell´Áglio, Irani, 2009).
A psicoeducação tem se mostrado uma modalidade efetiva e totalmente integrada ao
tratamento de pacientes, e de vários transtornos mentais. Hodiernamente, não pode ser disso-
ciada de nenhum tratamento psicológico que tenha como foco a TCC, sendo de fácil aplicabi-
lidade a grande maioria de pacientes, bem como pode e deve ser estendida a todo o sistema
familiar (Roso, Moreno, Costa, 2005)
Embora a psicoeducação não substitua o tratamento medicamentoso, na maioria dos
casos se mostra eficaz na potencialização significativa dos tratamentos farmacológicos e de
seus respectivos resultados, além de demonstrar características profiláticas na higidez mental
dos pacientes e do sistema familiar, sendo que como modalidade/técnica de intervenção da
TCC, a psicoeducação tem como objetivo abrir caminho para modificação de crenças e es-
quemas disfuncionais que perpetuam os transtornos (Peres, 2008).
Sua efetividade como modalidade de intervenção é comprovada devido a sua própria
finalidade, “psico-educar”, pois seu principal objetivo é tornar o paciente um colaborador
ativo/proativo no processo terapêutico, e, consequentemente, tornar o procedimento terapêuti-
co mais efetivo (Ângela, Luciano, Dell´Áglio, Irani, 2009).
Observada por esse ângulo, a psicoeducação não é mera conjectura, mas serve para
exemplificar que toda operação mental é uma organização, a saber, toda estrutura cognitiva do
sujeito se vê implicada em ordenar os elementos do conhecimento, ou seja, através desses
processos organizacionais do indivíduo, o sistema cognitivo ou processo cognitivo se man-
tém. Na interação clínica psicólogo – paciente, a psicoeducação quer atuar diretamente sobre
a rigidez do paciente, flexibilizando suas crenças disfuncionais, agindo sobre o pensamento e
7
a interpretação e/ou situação dos fatos, buscando “investigar” o funcionamento dos esquemas
do paciente, pois os esquemas desempenham um importante papel na determinação do que
recordamos das histórias (Duarte, Nunes, Kristensen, 2008).
Para tanto, baseado na experiência clínica, propõe-se o modelo abaixo (o qual não po-
de ser entendido isoladamente do contexto em que ocorre) para melhor exemplificar como
pode se dar o funcionamento praxeológico3 do paciente e o que pode ser observado pelo tera-
peuta;
Fi-
gura 1 – Fluxo do pensamento automático.
É importante ressaltar que o bom emprego da psicoeducação e sua assimilação pode
tornar o paciente um colaborador ativo no processo terapêutico, ganhando sua adesão ao tra-
3 A palavra praxeologia vem do grego praxis (ação, prática) é uma metodologia que tenta explicar a estrutura
lógica da ação humana. Comumente se relaciona com a obra do economista austríaco Ludwig von Mises e seus
seguidores da Escola Austríaca. Para Ludwig von Mises, praxeologia é o estudo dos fatores que leva as pessoas a
atingir seus propósitos.
3. Emoção/Sentimento (motivada pelos esquemas)
2. Interpretação/Crenças (segundo esquemas internaliza-
dos)
1. Fato/Situação (ativação dos esque-
mas)
4. Comportamento (baseado na interpretação
automática dos esquemas)
5. Funcionamento Pra-
xeológico (Manutenção do “Status Quo”)
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tamento, possibilitando ao psicólogo a correta seleção das crenças centrais e nucleares a se-
rem trabalhadas em terapia, o que per se, visa promover uma maior funcionalidade do pacien-
te. Vale dizer que a psicoeducação é a principal modalidade de intervenção no início do a-
companhamento terapêutico, além do que a mesma objetiva um melhor manejo de situações
de crise pelo próprio paciente, permitindo reduzir ou remitir os sintomas comportamentais e
clínicos. Sua aplicação é que propiciará melhor insight e compreensão da patologia do pacien-
te, potencializando aspectos positivos do paciente, sendo uma modalidade de intervenção efe-
tiva e de fácil agregação a vários tipos de transtornos (Ângela, Luciano, Dell´Áglio, Irani,
2009).
A partir da experiência clínica do 1º autor, sugere-se como modelo para compreensão
do processo psicoeducativo, proposto na figura abaixo, um modelo que demonstra como pode
se dá o passo-a-passo durante o processo de intervenção psicoeducacional, o qual facilita a
compreensão do processo, podendo ser aplicado para pacientes tanto como para o sistema
familiar.
Figura 2 – Psicoeducaçao: Fluxo de informações de Terapeuta para paciente e vice-
versa.
Assimilação da Psicoeducação
= Ampliação dos Esquemas
Acomodação da Psicoeducação
= Resignificação Cognitiva
Manutenção da Psicoeducação
= Mudança no “Funcionamento”
Cognitivo Manu
Adaptação Cognitiva
PSICOEDUCAÇÃO
9
O modelo proposto busca fazer uma analogia com o sistema proposto por Piaget4, im-
prescindível para a compreensão da figura, onde podemos definir que a assimilação é o pro-
cesso pelo qual o indivíduo cognitivamente capta o ambiente e o organiza, possibilitando as-
sim, a ampliação de seus esquemas. A acomodação pode ser definida como a modificação de
um esquema ou de uma estrutura em função das particularidades da assimilação já alcançada,
quando o sujeito cria um novo esquema ou modifica um já existente de modo que o estímu-
lo/assimilação possa ser incluído. Dessa forma, a psicoeducação quer promover a adaptação, a
qual ocorrerá através da organização dos novos estímulos (processo psicoeducacional) com os
quais o paciente teve contato e os organizará nalguma forma de estrutura (esquema).
É exatamente neste momento que a psicoeducação age, ou seja, quebra a rigidez das
crenças centrais, tornando as mais flexíveis, e através disso, as mudanças emocionais e com-
portamentais serão mais duradouras se resultarem da modificação das crenças disfuncionais
básicas dos clientes (Neufeld & Cavenage, 2010).
Acredita-se que o modelo proposto pode tornar fácil a compreensão e a interação clí-
nica entre terapeuta e paciente, ou terapeuta e sistema familiar, fato que certamente auxiliará
na adesão e planejamento da terapia, o que é crucial para à psicoterapia e para maior adesão
ao cumprimento de tarefas da TCC.
No modelo proposto acima, é importante que se tenha em mente que a psicoeducação
não é somente uma relação educativa no sentido estrito da palavra, mas é também uma rela-
ção afetiva, onde o terapeuta deve observar dois pontos chaves, a saber, autenticidade e enga-
jamento.
4 Jean William Fritz Piaget (Neuchâtel, 09/08/1896 - Genebra, 16/09/1980). Epistemólogo suíço, especializou-se
em psicologia evolutiva, e defendeu uma abordagem interdisciplinar para a investigação. Fundou
a Epistemologia Genética, teoria do conhecimento com base no estudo da gênese psicológica do pensamento
humano.
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A PSICOEDUCAÇÃO NO TRATAMENTO DO TRANSTORNO AFETIVO
BIPOLAR E NOS TRANSTORNOS DE ANSIEDADE
O Transtorno Afetivo Bipolar (TAB) é uma doença mental, caracterizada por episó-
dios de mania ou hipomania, alternados com períodos de depressão e/ou eutimia. Atualmen-
te, estima-se que o TAB pode afetar em torno de 1% da população geral (Menezes & Souza,
2012).
Na fase depressiva, é comum que o paciente apresente alterações no humor, na psico-
motricidade, na cognição e nas funções vegetativas, sendo o quadro clínico caracterizado
também por outros sintomas, tais como, humor depressivo, incapacidade de sentir alegria ou
prazer, lentificação ou agitação psicomotora, dificuldades de concentração e pensamentos de
cunho negativo.
Na fase conhecida como mania, o humor é expansivo ou eufórico, podendo ser irritá-
vel e desinibido. Ademais, é comum a diminuição da necessidade de sono, inquietação, agita-
ção psicomotora, aumento de energia e de libido.
Apesar do TAB ser caracterizado por fortes indicadores biológicos e o tratamento me-
dicamentoso ser imprescindível, é crucial para o tratamento uma atenção psicossocial, consi-
derando que no tratamento estritamente biológico/medicamentoso são altos os índices de não-
adesão e recaídas, pois existem evidências na literatura que o curso do TAB pode ser modifi-
cado por meio de abordagens psicoterapêuticas (Knapp & Isolan, 2005).
Intervenções psicoeducacionais com o paciente com TAB e com o seu sistema familiar
tem demonstrado que o uso da psicoeducação melhora a compreensão de ambos sobre o trans-
torno e as consequências causadas pelo mesmo (Ângela, Luciano, Dell´Áglio, Irani, 2009).
A respeito dos transtornos de ansiedade, pode-se dizer que os mesmos tem sua
expressão em quatro dimensões bem definidas, a saber: emoções, comportamento,
pensamentos e o corpo. Para tanto, ao psicoeducarmos o paciente a intervenção deve
11
focar nas dimensões fisiológica, comportamental, cognitiva, emocional e social. No
que tange ao tratamento, o mesmo deve envolver práticas, recompensas, tarefas para
casa, observação do processamento da informação, nomeação de sentimentos e parti-
cipação ambiente familiar no processo terapêutico (Petersen, 2011).
Consoante aos transtornos de ansiedade pode-se dizer que os maiores avanços da
TCC relativa aos transtornos de ansiedade se deram a partir do ano de 1994, com o
primeiro ensaio clínico randomizado que avaliou o programa de intervenção Coping
Cat. Neste estudo, 47 crianças entre 08 e 13 anos de idade portadoras de transtorno
de ansiedade social, ansiedade generalizada, e com evitações foram investigadas (Iso-
lan, Pheula, Manfro, 2007).
Cabe dizer também que em relação aos transtornos de ansiedade a literatura
cientifica nos orienta que a mesma tem em sua etiologia a combinação de variáveis
biológicas e ambientais. Vale ressaltar que o modelo diátese estresse de psicopatolo-
gia evidencia que a história da aprendizagem tem um papel fundamental , o que se
soma a fatores de riscos tais como, estilos de apego inseguro, presença de transtorno
de ansiedade na família, estilos parentais, tais como superproteção e comportamentos
de evitação (Petersen, 2011).
A etiologia cognitiva baseia-se no papel de percepções não realísticas e inter-
pretações ameaçadoras dos fatos. Em geral, o erro de processamento de informação
clássico do paciente é a catastrofização, sendo essencial no diagnóstico de transtorno
de ansiedade a interpretação do evento ou estímulo como ameaçador, sendo que o
paciente com ansiedade percebe mais sinais de perigo e pode erroneamente interpre-
tar o aumento de ameaças iminentes, aumentando a preocupação e reforçando ainda
mais a interpretação superdimensionada (Petersen, 2011).
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A terapia baseada na abordagem cognitivo-comportamental direcionada para
os transtornos de ansiedade deve envolver diferentes técnicas comportamentais e
cognitivas, levando se em conta a etiologia biológica e cognitiva do transtorno.
Para facilitar o trabalho terapêutico relativo ao transtorno bipolar ou transtor-
nos de ansiedade, o profissional deve iniciar com uma “educação” afetiva a fim de
que o paciente possa compreender o transtorno e se familiarizar com o processo tera-
pêutico, sendo crucial neste momento que a psicoeducação enfoque duas etapas: es-
tratégias facilitadoras para casos de pacientes com transtorno bipolar e estratégias
facilitadoras e exposição às situações temidas para os casos de transtorno de ansieda-
de (Petersen, 2011).
Nestes dois casos explicitados sumariamente, pacientes com transtorno bipolar e/ou
transtornos de ansiedade, é fundamental que o terapeuta busque convergir ou associar ao tra-
tamento uma perspectiva “bio-psico-social”, além de envolver os familiares no processo tera-
pêutico.
Vale destacar que a psicoterapia ou a técnica psicoterápica não substitui o tratamento
medicamentoso em hipótese alguma, porém, cabe dizer que é a TCC que merece destaque
entre as abordagens “não-medicamentosas”, sendo a “psicoeducação” uma importante moda-
lidade de intervenção que funciona como técnica adicional ao psicofármaco no início de qual-
quer tratamento, a qual tem o objetivo de ganhar a adesão do paciente e mantê-lo inserido na
comunidade (Knapp & Isolan, 2005).
Como modalidade de intervenção, a Psicoeducação é hoje em dia considerada uma
das principais estratégias para modificar aspectos negativos vivenciados pelos portadores de
transtorno bipolar e transtornos de ansiedade, pois além de promover um maior entendimento
e compreensão, ela fornece informações aos pacientes e familiares sobre a natureza e o trata-
mento da psicopatologia da doença, provendo ensinamentos teóricos e práticos através de
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filmes, leituras específicas, tarefas de casa etc., para que os pacientes assim como o ambiente
familiar possam compreender e lidar melhor com o transtorno (Menezes & Souza, 2012).
O objetivo fundamental da psicoeducação é tornar o paciente apto a lidar com as difi-
culdades advindas do transtorno que o acomete, além de que tal técnica psicoeducacional me-
lhora o insight sobre a doença, ensina melhor lidar com a estigmatização, melhora a adesão do
paciente ao tratamento, promove uma vivência mais saudável, e inclusive, pode ajudar o paci-
ente a evitar o abuso de substâncias.
Vale destacar que na interação clínica psicólogo/paciente-grupo, a psicoeducação é
uma técnica de fácil manejo, podendo ser desenvolvida de forma individual ou em grupo, por
psicólogos ou psiquiatras, haja vista que deve haver certo arcabouço teórico por parte do pro-
fissional com o conhecimento cientifico relacionado ao transtorno apresentado pelo paciente.
Esse ponto é fundamental, pois embora a psicoeducação não seja considerada uma
modalidade de psicoterapia, ela aborda aspectos afetivos e emocionais, que exigem certa fa-
miliaridade com a farmacologia atinente a cada caso, além de compreensão dos fenômenos
psicológicos e comportamentais relacionados à patologia, fato que pressupõe certa habilitação
por parte do profissional.
Durante o processo psicoeducacional inicial, o terapeuta deve atuar como um estrate-
gista, pois ele deve elencar o que será importante discutir nas primeiras sessões, psicoeducan-
do o paciente acerca do transtorno a fim de minimizar aspectos negativos comportamentais e
psicológicos, o que o torna quase um “professor”, pois trata-se de um papel “educativo”, pro-
cesso crucial para que o paciente perceba a relação de sua patologia e consequente complica-
ções que ligam a patologia com os problemas vividos por ele (Ângela, Luciano, Dell´Áglio,
Irani, 2009).
A psicoeducação deve ser uma abordagem prática-teórica, sendo que para a mesma ser
levada a cabo podemos utilizar vários recursos, tais como, meios audiovisuais, filmes, suges-
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tão de leituras de fácil compreensão para o paciente, técnicas de Roll play, entre outras. Existe
uma grande variedade de alternativas que podem auxiliar o terapeuta a “conduzir” o paciente
durante o processo psicoeducacional, fazendo que o mesmo passe a compreender melhor o
seu quadro (patologia).
Dentre os diversos transtornos mentais beneficiados pelo uso da psicoeducação, po-
demos citar os seguintes; Transtorno bipolar, transtornos de ansiedade, transtornos depressi-
vos, transtornos obsessivo-compulsivo, esquizofrenia, além de outros. De forma geral, as in-
tervenções psicossociais aliadas ao tratamento medicamentoso, são eficazes para redução da
sintomatologia, e o processo psicoeducacional é que ensinará o paciente a reconhecer a fun-
cionalidade ou não das suas reações comportamentais (Oliveira, 2011).
Por isso, a psicoeducação deve ir além da educação frente ao esclarecimento das dúvi-
das, mas deve ter como objetivo promover a compreensão do paciente a respeito do seu papel
no processo terapêutico, a saber, como colaborador ativo em seu tratamento. Este comporta-
mento ativo do paciente auxiliará o profissional durante o processo terapêutico, tornando as-
sim a terapia mais efetiva (Ângela, Luciano, Dell´Áglio, Irani, 2009).
TÉCNICAS PSICOEDUCATIVAS
É importante frisar que as técnicas psicoeducativas devem privilegiar o paciente em
vez do transtorno que o acomete, porém sem desconectá-lo do paciente, sendo crucial que o
terapeuta motive o paciente a realizar as tarefas de casa e os exercícios de exposição. Segundo
Pellegrinelli (2010), o objetivo do tratamento deve ir além da recuperação sintomática, mas
deve também incluir a recuperação funcional do paciente, foco das abordagens psicossociais.
Resumidamente, pode-se dizer que técnicas psicoeducativas são aquelas que promo-
vem compreensão através da disponibilização acertada da informação teórica e prática, a qual
irá proporcionar ao paciente uma melhor compreensão da doença, a saber, da etiologia, do
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diagnóstico, do prognóstico e do tratamento, a fim de facilitar o desenvolvimento de compe-
tências para que o próprio paciente esteja apto a gerir os sintomas e dificuldades associadas ao
transtorno (Abreu & Roso, 2012).
É primordial que já nas sessões iniciais o terapeuta “ensine” o paciente sobre o trans-
torno (etiologia – diagnóstico – prognóstico – tratamento psicoterápico e tratamento medica-
mentoso), ao mesmo tempo em que avalia o grau de conhecimento do paciente acerca do
transtorno que o acomete.
Dentre as técnicas psicoeducativas mais utilizadas, podemos destacar o “ensino” de
detecção precoce dos sintomas pelo paciente (leitura corporal e mental), abordagem do trans-
torno bipolar ou dos transtornos de ansiedade junto ao paciente através de tirinhas/quadrinhos
ou slides (Pellegrinelli, 2010).
Em se tratando de transtorno bipolar, pode-se construir junto com o paciente o gráfico
do humor, fazendo-se as devidas explicações, proporcionando ao paciente que o mesmo a-
prenda a interpretar e representar graficamente o humor. O intuito desta atividade é melhorar
a consciência do paciente a respeito da doença, seus gatilhos e consequências e ajudar na pre-
venção de recaídas (Pellegrinelli, 2010).
Também pode ser feita a sugestão de filmes, mas apenas com a intenção de identificar
juntamente com o paciente, determinados padrões comportamentais e quadros clínicos de
transtornos do humor em personagens caricatos de filmes que se tornaram conhecidos.
Para exemplificar, podemos citar o personagem que sofre de transtorno obsessivo-
compulsivo, representado por Jack Nicholson no filme “Melhor é impossível”, ou o persona-
gem com transtorno bipolar, representado por Richard Gere em “Mr. Jones”, ou ainda, o filme
Habemus Papam, filme que retrata a história de um novo papa eleito (Michel Piccoli) sofre
um ataque de pânico no momento em que deveria aparecer na varanda da Praça de São Pedro
para saudar os fiéis, que esperaram pacientemente o veredicto do conclave. No caso da indi-
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cação de filmes, a pré-seleção deve ser cuidadosamente elaborada pelo terapeuta, de modo
que a indicação possa facilitar a compreensão e surtir os efeitos e esperados.
Uma das finalidades das técnicas psicoeducativas é ofertar o máximo de informação
ao paciente, que funcionarão como um termômetro para medir a clareza e compreensão do
paciente acerca do transtorno que o acomete, consequentemente, facilitando a correta escolha
dos exercícios a serem realizados no setting terapêutico, arguições e analogia com o transtor-
no associado, porém, sem perder a conexão com o mundo real.
Outra forma de orientar o trabalho é fazer a indicação de leituras, leitura orientada du-
rante a sessão, discussão de lição de casa com base em cartões previamente preparados e elu-
cidar ao paciente possíveis gatilhos (pensamentos - sentimentos – comportamentos) que fun-
cionam como agravantes do transtorno, facilitar que o paciente faça uma observação do en-
torno (casa – trabalho – escola), exercício mental acerca da vida diária do paciente (cotidia-
no), motivar que o paciente faça uma auto-avaliação por escrito nas primeiras sessões para um
futuro “balanço” durante o processo terapêutico.
Uma técnica psicoeducativa é “ensinar” o paciente o que fazer quando uma crise sur-
gir, ensinando e auxiliando o mesmo a criar estratégias de resolução de problemas, elaborando
junto com o paciente um cartão de enfrentamento/emergência. Os cartões de enfrentamento
são utilizados pelos pacientes em situações de desequilíbrio da emoção/humor, o que facilita a
interpretação ponderada dos fatos e o não retorno dos sintomas, sendo que o paciente é orien-
tado a lê-los regularmente (Kunzler, 2011).
As técnicas psicoeducacionais também são aquelas relacionadas ao automonitoramen-
to (diários), reestruturação cognitiva, técnicas de enfrentamento (iniciar ou realizar alguma
atividade), treino de habilidades sociais e resolução de problemas. Essas estratégias psicoedu-
cativas têm por objetivo ensinar o indivíduo a identificar sentimentos e pensamentos automá-
ticos disfuncionais que estão relacionados ao transtorno bipolar ou ao transtorno de ansiedade.
17
È importante salientar que um exercício promissor é fazer com que o paciente registre o grau
de emoção para cada tarefa realizada, o que pode proporcionar um autoconhecimento sobre
seus sentimentos, valores e crenças. Assim, por meio da variabilidade comportamental ofere-
cida através das técnicas psicoeducativas, o paciente tende a desenvolver novas estratégias de
resolução do problema (Cardoso, 2011).
Basicamente, pode-se dizer que o maior objetivo das técnicas psicoeducativas é forne-
cer material educativo sobre a doença, orientando sobre os sintomas dos episódios afetivos, as
sequelas que a doença pode causar, em nível de trabalho, escola, e relacionamentos sociais, e
ensinando sinais de recaída dos episódios afetivos. A psicoeducação também visa auxiliar o
sistema familiar a reconhecer os comportamentos disfuncionais do paciente, podendo deste
modo prevenir crises (Ângela, Luciano, Dell´Áglio, Irani, 2009).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo do presente trabalho foi o de facilitar este material a fim de promo-
ver o uso regular de intervenções psicoeducativas por clínicos, pois sabe-se que a
terapia cognitivo-comportamental sendo bem direcionada para o tratamento de paci-
entes com transtorno bipolar e transtornos de ansiedade é considerada um tratamento
bem estabelecido, pois além de apresentar uma sequência organizada de interven-
ções, aceita certa margem de flexibilidade a fim de permitir o “enquadre” da técnica
às características particulares de cada paciente e sistema familiar.
As evidências encontradas na literatura durante a execução deste trabalho demonstram
que a psicoeducação é uma ferramenta efetiva na redução de sintomatologia, a qual, aliada a
outras técnicas de intervenções, pode potencializar a compreensão e adesão do paciente a psi-
coterapia como ao tratamento medicamentoso.
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A psicoeducação é a estratégia que busca convergir o fazer de psicólogos e psiquiatras,
contudo, é necessário frisar que a psicoeducação não substitui o tratamento medicamentoso,
ela apenas busca convergir um “fazer interdisciplinar” de tais profissionais em suas práxis,
pois o modelo psicoeducacional é uma modalidade de intervenção bastante útil no Setting
Terapêutico, haja vista sua efetividade e fácil aplicabilidade.
Está claro que deixamos de enunciar uma grande variedade de estratégias cognitivas e
psicossociais que não foram mencionadas a fundo no presente artigo e que merecem uma a-
tenção especial por terapeutas cognitivos, porém acreditamos que a psicoeducação é o marco
zero em todo início de processo terapêutico em TCC, cujo potencial contribui para a compre-
ensão do paciente sobre o evento que o perturba.
Através dos resultados demonstrados neste trabalho, buscou-se contribuir para um me-
lhor esclarecimento acerca da utilização sistemática do método psicoeducacional por psicólo-
gos e psiquiatras, disponibilizando alguns elementos que podem auxiliar os profissionais du-
rante o transcurso do tratamento, salientando que a psicoeducação pode ser estendida e utili-
zada como uma ferramenta profilática adicional ao sistema de saúde mental.
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