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Pedagogia Artigo Original A CONTRIBUIÇÃO DO JOGO PEDAGÓGICO NO DESENVOLVIMENTO MOTOR DAS CRIANÇAS DO 1º PERÍODO DA EDUCAÇÃO INFANTIL THE CONTRIBUTION OF THE CHILDREN EDUCATION GAME ENGINE DEVELOPMENT 1st PERIOD OF EARLY CHILDHOOD EDUCATION Gerrana do Egypto marques 1 , Patrícia Tomaz Mattão Rodrigues 2 __________________________________________________________________ Resumo Este artigo tem por objetivo apresentar a contribuição do jogo pedagógico no desenvolvimento motor da criança. E durante esse processo não podemos deixar de citar o começo da Educação Infantil. As conquistas nas últimas décadas foram grandes e importantes para sociedade. No inicio antes da criação da pré-escola, a educação da criança era responsabilidade da família, após muita luta para ter um lugar apropriado para as mães deixarem seus filhos enquanto trabalhavam surgiram a creche e a pré-escola, que além de fornecer uma Educação apropriada fornecia as crianças um cuidado que elas teriam no âmbito familiar. A creche e a pré-escola não tinham apenas o intuito de cuidar da criança, mas sim forma cidadãos críticos capazes de conviver em sociedade, e para que isso pudesse acontecer novos métodos de ensino foram surgindo, e um desses métodos é através das práticas lúdicas. O lúdico se posiciona como aliado para motivar essas crianças dando-lhes oportunidade para aprender de forma mais prazerosa. Mas que essas práticas lúdicas seja eficazes e necessárias o uso diário e continuo. O jogo pedagógico alternativas interessantes o processo de ensinamento da criança.O jogo pedagógico como atividade lúdica, possui fundamental importância no que concerne ao desenvolvimento dos aspectos cognitivo, social e afetivo e das habilidades motoras do indivíduo. É excelente instrumento motivador da aprendizagem. Palavras-chave: Educação Infantil, Jogos Pedagógicos e desenvolvimento motor. Abstract This Article has the objective of presenting the contributions of pedagogical objectives for the motor development of children. During this process we cannot forget to mention the early stages of infant education. The contest in recent decades have been of great importance for society at the beginning, before the creation of preschools, the child‟s education was the responsibility of the family. After a long struggle. To have appropriate locations for mothers to leave their children‟s whilst they worked caused rise to daycare and pre-schools that beyond providing an appropriate education would also provide the infants with the level of care that they would receive in the family environment.The daycare and pre-school do not only have the initiative to look-after children, but to also create critical citizens capable living together within society, new methods of teaching are emerging on of these methods is through the ludic practice. The ludic positions it self as to motivate the children giving the opportunities to learn in the most pleasure some ways ., but for ludic practice to be efficient, the must be applied daily and continually. The pedagogical game has interesting alternatives in the teaching or education process of children. The pedagogical field in terms of the ludic practice has a fundamental importance in that it concerns the development of the cognitive aspects, social and emotional, and also the motor skills of the individual an excellent instrument for motivation and learning. Keywords: Early Childhood Education , Pedagogical Games, m vbvbyuotor development. Contatos:e-mail das autor 1 Graduanda do curso de Pedagogia. 2 Professora Especialista do Curso de Pedagogia Icesp Promove.

A CONTRIBUIÇÃO DO JOGO PEDAGÓGICO NO …nippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/arquivos_up/... · ter um lugar apropriado para as mães deixarem seus filhos enquanto trabalhavam

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Pedagogia Artigo Original A CONTRIBUIÇÃO DO JOGO PEDAGÓGICO NO DESENVOLVIMENTO MOTOR DAS CRIANÇAS DO 1º PERÍODO DA EDUCAÇÃO INFANTIL THE CONTRIBUTION OF THE CHILDREN EDUCATION GAME ENGINE DEVELOPMENT 1st PERIOD OF

EARLY CHILDHOOD EDUCATION

Gerrana do Egypto marques

1, Patrícia Tomaz Mattão Rodrigues

2

__________________________________________________________________

Resumo Este artigo tem por objetivo apresentar a contribuição do jogo pedagógico no desenvolvimento motor da criança. E durante esse

processo não podemos deixar de citar o começo da Educação Infantil. As conquistas nas últimas décadas foram grandes e importantes para sociedade. No inicio antes da criação da pré-escola, a educação da criança era responsabilidade da família, após muita luta para ter um lugar apropriado para as mães deixarem seus filhos enquanto trabalhavam surgiram a creche e a pré-escola, que além de fornecer uma Educação apropriada fornecia as crianças um cuidado que elas teriam no âmbito familiar.

A creche e a pré-escola não tinham apenas o intuito de cuidar da criança, mas sim forma cidadãos críticos capazes de conviver em sociedade, e para que isso pudesse acontecer novos métodos de ensino foram surgindo, e um desses métodos é através das práticas lúdicas. O lúdico se posiciona como aliado para motivar essas crianças dando-lhes oportunidade para aprender de forma mais

prazerosa. Mas que essas práticas lúdicas seja eficazes e necessárias o uso diário e continuo. O jogo pedagógico alternativas interessantes o processo de ensinamento da criança.O jogo pedagógico como atividade lúdica, possui fundamental importância no que concerne ao desenvolvimento dos aspectos cognitivo, social e afetivo e das habilidades motoras do indivíduo. É excelente inst rumento motivador da aprendizagem.

Palavras-chave: Educação Infantil, Jogos Pedagógicos e desenvolvimento motor.

Abstract This Article has the objective of presenting the contributions of pedagogical objectives for the motor development of children. During this

process we cannot forget to mention the early stages of infant education. The contest in recent decades have been of great importance for society at the beginning, before the creation of preschools, the child‟s education was the responsibility of the family. After a long struggle. To have appropriate locations for mothers to leave their children‟s whilst they worked caused rise to daycare and pre-schools

that beyond providing an appropriate education would also provide the infants with the level of care that they would receive in the family environment.The daycare and pre-school do not only have the initiative to look-after children, but to also create critical citizens capable living together within society, new methods of teaching are emerging on of these methods is through the ludic practice. The ludic positions it self as to motivate the children giving the opportunities to learn in the most pleasure some ways ., but for lud ic practice to be

efficient, the must be applied daily and continually. The pedagogical game has interesting alternatives in the teaching or education process of children. The pedagogical field in terms of the ludic practice has a fundamental importance in that it concerns the development of the cognitive aspects, social and emotional, and also the motor skills of the individual an excellent instrument for

motivation and learning.

Keywords: Early Childhood Education , Pedagogical Games, m vbvbyuotor development.

Contatos:e-mail das autor

1 Graduanda do curso de Pedagogia. 2 Professora Especialista do Curso de Pedagogia Icesp Promove.

INTRODUÇÃO

Durante muito tempo, a educação da

criança era responsabilidade das famílias ou do

meio social ao qual ela pertencia. Através do

contato com adultos e com outras crianças, ela

aprendia a fazer parte de um grupo social, a

partir das tradições que a criança começava a

dominar alguns conhecimentos. Por um longo

período da história, não havia nenhuma

instituição responsável pela formação das

crianças.

Após muita luta, e conquistas as creches e

pré-escolas foram surgindo, e as crianças eram

cuidadas como se estivesse em seu próprio

ambiente familiar. E com isso elas deixavam de

ter apenas uma referência e passa ter várias.

Com tudo a creche e a pré-escola não

tinham apenas o intuito de cuidar da criança, mas

sim formar cidadão críticos, e para que isso

acontecesse novos métodos de educar foram

surgindo, e um desses métodos é através das

praticas lúdicas. O lúdico se posiciona como

aliado para motivar essas crianças dando-lhes

oportunidade para aprender brincando.

No entanto, procurar novos métodos para

ensinar precisa ser uma prática diária, pois os

alunos encontram muitos obstáculos para

compreender os conteúdos abordados e jogos

pedagógicos são alternativas interessantes para a

solução dos problemas da prática pedagógica.

O jogo pedagógico como atividade lúdica,

possui fundamental importância no que concerne

ao desenvolvimento dos aspectos cognitivo,

social e afetivo e das habilidades motoras do

indivíduo.É excelente instrumento motivador da

aprendizagem, pois possibilita maior

envolvimento, dedicação, desperta o interesse e

desejo em participar das atividades propostas. É

fundamental para a aprendizagem o fator lúdico

para a criança, considerando que as atividades

trabalhadas de maneira planejada são excelentes

instrumentos do ensino-aprendizagem.

Jogando a criança aprende a importância

da interação, do grupo, da colaboração e da

competição saudável. O jogo insere a criança no

grupo social, ela sai do seu egocentrismo,

compartilhando idéias e considerando outros

pontos de vista.

Porém, a utilização do jogo pedagógico

Educação Infantil exige do professor uma

mudança de atitude, abandonando o papel de

transmissor e assumindo o papel de facilitador,

observador, problematizando e incentivador,

auxiliando o aluno na construção do seu

conhecimento.

O objetivo geral consiste em analisar a

contribuição do jogo pedagógica no

desenvolvimento motor da criança da Educação

Infantil.

Para nortear o desenvolvimento do trabalho

em questão, descreve-se os seguintes objetivos

específicos: entender o processo histórico da

Educação Infantil; Trajetória do Jogo; Jogo

Pedagógico; Importância do Jogo,

Desenvolvimento Motor; Práticas Lúdica; A

contribuição dos jogos no desenvolvimento da

criança.

REFERENCIAL TEÓRICO

Nesta seção, será desenvolvido o

referencial teórico, que norteará a análise

bibliográfica.

1-TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Durante muito tempo, a educação da

criança era direcionada a família ou grupo social

que ela pertencia, com a influência de pessoas

mais velhas com quais as crianças conviviam, ou

seja, a educação da criança era responsabilidade

da família.

Com o tempo a sociedade foi mudando

suas concepções de infância percebendo a

necessidade de uma Educação voltada para a

criança, percebendo as mudanças ocorridas

durante as gerações.

Como destaca Kuhlmann Júnior (2001,

p.81):

“[...]a história das instituições pré-escolares

não é uma sucessão de fatos que se somam, mas a interação de tempos, influências e

3

temas, em que o período de elaboração da proposta educacional assistencialista se

integra aos outros tempos da história dos homens.” Kuhlmann Júnior (2001, p.81):

Com a necessidade de trabalhar fora as

famílias precisavam de um lugar acolhedor, que

recebessem seus filhos da mesma forma que eles

eram tratados em seu leito familiar. Com o

decorrer dos anos donas de casa recebiam as

crianças em suas próprias casas, com o intuito de

ajudar as mães que tinha que trabalhar, com

forme o aumento de crianças ouve-se a

necessidade de ampliar o local de acolhimento.

Então ouve o surgimento de creches e pré-

escola está associada com o trabalho materno

fora do lar, como isso, dentro do seu ambiente

familiar a criança deixa de ter uma referência e

passa ter várias, já que a estrutura familiar com o

passar do tempo se modificou.

“[...] o que se pode notar, do que foi dito até

aqui, é que as creches e pré-escolas surgiram a partir de mudanças econômicas, políticas e sociais que ocorreram na sociedade: pela

incorporação das mulheres à força de trabalho assalariado, na organização das famílias, num novo papel da mulher, numa nova relação

entre os sexos, para citar apenas as mais evidentes. Mas, também, por razões que se identificam com um conjunto de ideias novas

sobre a infância, sobre o papel da criança na sociedade e de como torná-la, através da educação, um indivíduo produtivo e ajustado às exigências desse conjunto social.” (Bujes, 2001, p.15)

O intuito das pré- escolas era traçar o

destino social dessas crianças, ou seja, o que

elas viam a se tornar com a educação oferecida

com a intervenção governamental para torna-lás

sujeitos úteis na sociedade.

Com a necessidade de se ausentar do seu

lar, as mulheres procuravam instituições que

pudessem acolher seus filhos, tais instituições

traziam como foco o cuidar, que tem como

significado os cuidados primários: higiene, sono e

alimentação. Essa atenção antes oferecida pela

família agora é de responsabilidade das creches

e pré-escolas.

Um processo indissociável do cuidar é o

educar, entendemos por educar a implementação

de novos hábitos, costumes e valores que são

transferidos de geração à geração, ela vai se

formando através de situações presenciadas e

experiências vividas por cada indivíduo ao longo

da sua vida.

“A criança vive um momento fecundo, em que a interação com as pessoas e as coisas do

mundo vai levando-a a atribuir significados àquilo que a cerca. Este processo que faz com que a criança passe a participar de uma

experiência cultural que é própria de seu grupo social, é que chamamos de educação. No entanto, esta participação na experiência

cultural não ocorre isolada, fora de um ambiente de cuidados, de uma experiência de vida afetiva e de um contexto material que

lhes dá suporte.“ Carmem Craidy e Gládis E, Kaercher ( Educação infantil : Pra que te quero. Pag. 16)

De acordo com o filósofo teórico Hubert, a

educação é um conjunto de ações e influências

exercidas voluntariamente por um ser humano em

outro, normalmente de um adulto em um jovem.

Essas ações pretendem alcançar um determinado

propósito no indivíduo para que ele possa

desempenhar alguma função nos contextos

sociais, econômicos, culturais e políticos de uma

sociedade (René Hubert, 1996, Lexicoteca, Vol.

7, p.94)

Entende-se que a família e o educador ou

qualquer outra individuo têm em comum preparar

a criança para viver em uma sociedade como um

cidadão critico consciente dos seus direito e

deveres.

O direito á Educação Básica, tornou

conhecida pela Constituição Federal de 19883,

para garantir a cidadania de todos. Pela Lei nº

9.131/953 foi elaborado a Diretriz Curricular

Nacionais para a Educação Básica fazendo a

junção da Educação Infantil, mostrando os

direitos das crianças e familiares. Os educadores

e outros segmentos vêm lutando ao longo dos

anos para garantir melhor condições para as

crianças mais novas. Porém, ainda há

necessidade de mudanças, e reconhecimento

social e político, para que reconstrua

3 A Constituição Federal de 1988 assegurou diversas

garantias constitucionais, com o objetivo de dar maior efetividade aos direitos fundamentais.

4

gradativamente um processo de ensino-

aprendizagem de qualidade.

2-TRAJETÓRIA DO JOGO

Segundo Huizinga (2005),o lúdico é toda

tarefa que envolve bem estar, prazer. Afirma

ainda que o jogo é tão essencial quanto o

raciocínio e a fabricação e que sua existência

antecede a cultura, civilização humana, podendo

ser percebido entre os animais, nas suas

brincadeiras.

Nota-se sua presença desde os tempos

remotos, onde os homens por meio de jogos,

experimentavam, criavam e transformavam o

mundo.

Elkonin (1998), afirma que os jogos e a arte

são atividades que surgiram como resultado do

trabalho humano e manuseio de ferramentas,

tornando o lúdico essencial para desenvolver

habilidades e realizar diversas tarefas

necessárias à sobrevivência.

Ao longo da história o jogo ganha

diferentes significações, dependendo da época e

contexto em que está inserido.

Segundo Kishimoto (2002) em Roma os

jogos eram frequentes como atividade física para

a formação de soldados e cidadãos obedientes.

Na Grécia o objetivo do jogo era a formação

estética e espiritual.

Nos registros de Horácio (65-8 a.C.) e

Quintiliano (35-95 d.C.), nota-se o interesse pelo

jogo nas guloseimas em forma de letras,

confeccionadas em docerias de Roma, com

objetivo de facilitar o aprendizado das mesmas.

Na antiga Roma e Grécia (século VII a.C)

deu-se início a estudos e reflexões sobre o jogo,

notou-se a importância do mesmo como recurso

facilitador da aprendizagem.

Platão (428-347 a.C.) sugere a utilização

de jogos como meio para que a aprendizagem

aconteça ao invés da violência e repressão.

Aristóteles (384-322 a.C.) sugere que as crianças

utilizem jogos que imitem atividades realizadas

pelos adultos, como forma de preparo para o

futuro.

Porém, a utilização do jogo como recurso à

aprendizagem sofre alguns entraves. Durante a

era do Cristianismo (século II-XIV), as escolas

passaram a ter um caráter mais rigoroso devido

às ideologias cristãs e a educação disciplinadora.

Nesse contexto não há meio para expandir

o jogo que passa a ser visto como transgressor

da ordem e da disciplina, perdendo espaço na

educação. Aos professores cabe a tarefa de ditar

lições, corrigir cadernos, aos alunos, memorizar

conteúdos.

Essa ideia errônea do jogo foi sendo

desconstruída ao longo dos séculos. Durante o

Renascimento (séculos XV-XVI), surge uma nova

concepção de Educação que reconsidera e

resgata o jogo e a brincadeira como participantes

da formação educacional.

No século XIII, Rousseau (1712),

Comenius (1593) e Pestalozzi (1746) defendem a

ideia de uma educação voltada para as

particularidades da criança, esse novo olhar

valoriza a infância e ajuda essa categoria

conquistar seu espaço enquanto sujeito social.

No século (XX) com base nas ideias

concebidas anteriormente, Froebel (1782-1852),

Montessori (1870-1909) e Decroly (1871-

1932)realizaram pesquisas que contribuíram para

superar o ensino tradicional, uma nova

abordagem que respeitasse e compreendesse as

crianças como seres pensantes e ativos.

Froebel (1782), entende que o jogo deve

fazer parte da história da Educação Infantil.

Destaca a importância do jogo livre para o

desenvolvimento integral da criança e também

como auxílio à prática pedagógica, quando

utilizado como material educativo pelo professor.

No século XX intensificou-se o uso dos

jogos na educação, Decroly (1871) e Montessori

(1871) criaram jogos e brinquedos educativos

para o desenvolvimento infantil, com o objetivo de

facilitar a aprendizagem nas diversas áreas do

conhecimento, pelos alunos com dificuldades

mentais, auxiliando-os no desenvolvimento da

inteligência.

Percebe-se a importância do jogo na

história da educação, como instrumento que

atende as necessidades da criança em brincar,

interagir, raciocinar e facilitar a aprendizagem.

Os jogos e os Parâmetros Curriculares

Nacionais trazem um novo conceito que visa

orientar de maneira coerente, as políticas

educacionais em suas localidades, para melhorar

a qualidade da educação. Na proposta dos PCNs

está situada a participação construtiva da criança

com a intervenção do professor no espaço

escola, onde a informação em que a

aprendizagem de novos conteúdos e o

desenvolvimento de habilidades operatórias,

5

sendo assim favorecendo a inclusão da criança

na sociedade.

Os jogos também fazem com que a criança

construa o significado das atividades de sua

aprendizagem através de multidisciplinaridade

que os jogos oferecem.

Podemos observar, mais recentemente,

uma tentativa da pré-escola de utilizar materiais

didáticos, jogos pedagógicos e recursos lúdicos

de ensino. O RCNEI 4(BRASIL, 1998, p. 58)

destaca a importância de se valorizar atividades

lúdicas na Educação Infantil, visto que “as

crianças podem incorporar em suas brincadeiras

conhecimentos que foram construindo”.

Friedmann (1996) esclarece o conceito do

brincar, do jogar e do lúdico mostrando que:

“... brincadeira refere-se à ação de brincar, ao

comportamento espontâneo que resulta de uma atividade não estruturada: jogo é compreendido como uma brincadeira que envolve regras: brinquedo é utilizado para

designar o sentido de objeto de brincar: atividade lúdica abrange, de forma mais ampla, os conceitos anteriores.” FRIEDMANN (1996, p. 12).

Um dos recursos lúdicos utilizados dentro

de sala de aula são os jogos pedagógicos, que

tem como objeto de suporte a brincadeira que

auxilia no desenvolvimento motor da criança.

De acordo com TEZANI (2004) o jogo não

pode ser considerado apenas um “passatempo”,

servindo como distração para os alunos, sua

função de sala de aula corresponde a ação

natural da criança e ocupa lugar de extrema

importância educação escolar. Favorece o

crescimento e o desenvolvimento, a coordenação

muscular, as faculdades intelectuais, a iniciativa

individual, favorecendo ainda o advento e o

progresso da palavra. Instiga a observar e

conhecer as pessoas e as coisas do ambiente em

que se vive. Através do jogar o aluno pode brincar

naturalmente, testar hipóteses, explorar toda a

sua espontaneidade criativa. O jogo é de

4 O RCNEI surgiu com um compromisso de desenvolver a

educação infantil nos apontando direções plausíveis para que

possamos desenvolver um trabalho com maior desenvoltura e

eficácia, atender de fato a necessidade de cada criança.

fundamental importância para que a criança

manifeste sua criatividade, utilizando suas

potencialidades de maneira integral. Somente

sendo criativo que a criança descobre seu próprio

eu.

Tal concepção de jogo pode ser ampliada

com a ideia apresentada por MALUF (2003, p.

17), pois ela diz que brincar é:

“Comunicação e expressão, associando

pensamento e ação; um ato instintivo voluntário; uma atividade exploratória; ajuda

às crianças no seu desenvolvimento físico, mental, emocional e social; um meio de aprender a viver e não um mero passatempo.”

3-JOGOS PEDAGÓGICOS

Os jogos fazem parte da nossa vida desde

os tempos mais remotos, estando presentes

desde infância. O homem sempre busca

inovações, e a cada dia que passa isso contribui

para a evolução da humanidade.

Segundo Rizzo (1988), os jogos

desenvolvem a atenção, disciplina, autocontrole,

respeito a regras e habilidades perceptivas e

motoras relativas a cada tipo de jogo oferecido.

Podem ser jogados de forma individual ou

coletiva, sempre com a presença do educador

para mediar o processo, observar e avaliar o nível

de desenvolvimento dos alunos, diagnosticando

as dificuldades individuais.

Conforme Negrine (1994, p. 9), “jogo se

origina do vocábulo latino „iocus‟, quesignifica

diversão, brincadeira. Em alguns dicionários

aparece como sendo a „atividade lúdica com um

fim em si mesma, embora ocasionalmente possa

se realizar por motivo extrínseco”.

Os jogos podem ser ferramentas

instrucionais eficientes, pois eles divertem

enquanto motivam, facilitam o aprendizado e

aumentam a capacidade de retenção do que foi

ensinado, exercitando as funções mentais e

intelectuais do jogador, aluno.

Com jogos pedagógicos a criança aprende

a seguir regras, a brincadeira não é uma atividade

inata, mas sim uma atividade social e humana

6

que vem de um contexto social, a partir dos quais

a criança comanda uma nova realidade e

estabelece suas normas. Na maioria das vezes, o

ser humano conhece o “jogo” por incentivo de um

adulto, que passa sua experiência de forma

simples que a criança vai criando sua formação

social.

Segundo Vygotsky, no processo de desenvolvimento, a criança começa usando as mesmas formas de comportamento que

outras pessoas inicialmente usaram em relação a ela. Isto ocorre porque, desde os primeiros dias de vida, as atividades da criança adquirem um significado próprio num

sistema de comportamento social, refratadas através de seu ambiente humano, que a auxilia a atender seus objetivos. (OLIVEIRA,

1994 p. 43-46.).

Com esse contato com outras pessoas, o

cérebro da criança funciona como uma esponja,

absorvendo tudo o que a rodeia e favorecendo o

desenvolvimento de aptidões e competências por

meio da estimulação e da interação com pessoas

que as rodeiam.

O Jogo pedagógico faz com que a criança

participe do mundo da imaginação e do faz de

conta, fazendo com que ela enfrente incertezas e

desafios em busca de entretenimento com outras

crianças da sua idade. Contribui para novas

descobertas, desenvolve e enriquece sua

personalidade.

Para Piaget o jogo é de extrema

importância no processo de desenvolvimento:

“jogos não são apenas uma forma de

entretenimento para gastar a energia das crianças, mas meios que enriquecem o desenvolvimento intelectual.” Piaget j. (2005,

p.25)

Os jogos pedagógicos têm como

finalidades promover situações de ensino-

aprendizagem e aumentam a construção do

conhecimento, introduzindo atividades lúdicas e

prazerosas.

[...] os jogos podem ser empregados em uma variedade de propósitos dentro do

contexto de aprendizado. Um dos usos básicos e muito importantes é a possibilidade de construir-se a autoconfiança. Outro é o

incremento da motivação. [...] um método eficaz que possibilita uma prática significativa

daquilo que está sendo aprendido. Até mesmo o mais simplório dos jogos pode ser

empregado para proporcionar informações factuais e praticar habilidades, conferindo destreza e competência (Silveira, 1998, p.02).

Os jogos pedagógicos têm como objetivo

servir de apoio como elementos úteis no reforço e

aprimoramento dos conteúdos já apreendidos

anteriormente. Introduzindo atividades lúdicas e

prazerosas aumenta a capacidade de iniciação e

ação ativa e motivadora. É necessário que o

educador da Educação Infantil trabalhe de

maneira organizada e contextualizada a aplicação

dessas atividades, pois esses conhecimentos

terão significados concretos para a vida das

crianças.

“A exploração do aspecto lúdico, pode se tornar uma técnica facilitadora na elaboração de conceitos, no reforço de conteúdos, na

sociabilidade entre os alunos, na criatividade e no espírito de competição e cooperação, tornando esse processo transparente, ao

ponto que o domínio sobre os objetivos propostos na obra seja assegurado” (FIALHO, 2007, p. 16)

É de grande importância que o fato da

competição durante o jogo, porém é necessário

que haja uma relação com a aprendizagem, de

forma que seja marcado pela participação, tanto

do professor, quanto do aluno.

O jogo acontece em determinados

momentos do cotidiano infantil, o jogo é uma

necessidade que a criança tem desde o

nascimento. Na escola o jogo fica apenas

direcionado ao pátio destinado apenas a

preencher intervalos de tempo entre as aulas.

4–A IMPORTÂNCIA DO JOGO

7

O jogo é uma atividade natural que

desenvolve os processos psicológicos básicos5,

embora livre de imposição ou obrigação externa

necessita de norma, controle.

De acordo com os Parâmetros Curriculares

Nacionais 6desenvolve ainda o conhecimento de

si mesmo e o conhecimento dos outros. Por meio

dos jogos as crianças vivenciam situações que as

fazem entender o significado dos símbolos, o que

possibilita produzir linguagens, sujeitar as regras

e dar explicações. (Brasil, 1997).

Jogando a criança aprende a importância

da interação, do grupo, da colaboração e da

competição saudável. O jogo insere a criança no

grupo social, ela sai do seu egocentrismo,

compartilhando idéias e considerando outros

pontos de vista.

Na acepção de Oliveira (1998), o jogar

envolve atitude psicológica do sujeito, trabalha

estruturas do pensamento que o desequilibra,

levando o indivíduo a buscar estratégias de

resolução para participar do jogo.

O jogo possibilita a exploração de objetos,

o desenvolvimento do pensamento e expressão

dos desejos e sentimentos, discussão e análise

de regras e elaboração de estratégias que serão

essenciais para a resolução de situações-

problemas.

Segundo os Parâmetros Curriculares

Nacionais,

“A participação em jogos de grupo também representa uma conquista cognitiva, emocional e social para a criança, e um

estímulo para o desenvolvimento do seu

5 São caracterizadas na psicologia como Processos

Psicológicos Básicos, funções mentaisque trata-se de sensação, percepção, atenção, memória, pensamento, linguagem, motivação e aprendizagem.

6 Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN´s) são a

referência básica para a elaboração das matrizes de

refêrencia . Os PCN´s foram elaborados para difundir os princípios da reforma curricular e orientar os professores na busca de novas abordagens e metodologias.

raciocínio lógico”. (BRASIL, PCN, 2000, p. 49).

Na educação o jogo pode ser utilizado para

aprimorar ou introduzir novos conteúdos. Torna-

se fundamental que professores valorizem o jogo

como recurso de motivação para desenvolver os

alunos.

O jogo como atividade lúdica, possui

fundamental importância no que concerne ao

desenvolvimento dos aspectos cognitivo, social e

afetivo e das habilidades motoras do indivíduo. É

excelente instrumento motivador da

aprendizagem, pois possibilita maior

envolvimento, dedicação, desperta o interesse e

desejo em participar das atividades propostas.

Segundo Carvalho (1992), o jogo é

excelente recurso facilitador da aprendizagem.

Afirma que:

“[...] desde muito cedo o jogo na vida da criança é de fundamental importância, pois quando ela brinca, explora e manuseia tudo

aquilo que está a sua volta, através de esforços físicos e mentais e sem se sentir coagida pelo adulto, começa a ter sentimentos

de liberdade, portanto, real valor e atenção as atividades vivenciadas naquele instante.”

(CARVALHO,1992,p.14)

No entanto, para que o jogo provoque no

aluno interesse e prazer, aspectos relevantes no

processo de aprendizagem escolar, o professor

deve trabalhar pedagogicamente, definindo os

objetivos pretendidos, tornando o momento da

aprendizagem significante, de forma que o aluno

aprenda a se conhecer e conhecer o mundo que

o rodeia.

5-DESENVOLVIMENTO MOTOR

O desenvolvimento motor é considerado

um processo sequencial, contínuo e relacionado à

idade cronológica, pelo qual o ser humano

adquire uma enorme quantidade de habilidades

motoras, as quais progridem de movimentos

simples e desorganizados para a execução de

8

habilidades motoras altamente organizadas e

complexas. (HAYWOOD e GETCHELL, 2004).

Inicialmente, acreditava-se que as

mudanças no comportamento motor refletiam

diretamente as alterações maturacionais do

sistema nervoso central. Hoje, porém, sabe-se

que o processo de desenvolvimento ocorre de

maneira dinâmica e é propenso a ser moldado a

partir de inúmeros estímulos externos. A

interação entre aspectos relativos ao indivíduo,

como suas características físicas e estruturais, ao

ambiente em que está inserido e à tarefa a ser

aprendida é determinantes na aquisição e

refinamento diferentes habilidades motoras.

O desenvolvimento motor tem como

significado o movimento humano no processo de

desenvolvimento e aprendizado, do nascimento

até a morte, crescente em todos os aspectos:

físico, mental e social, “cada momento da vida é

uma continuação do momento anterior, embora

modificado” (VIEIRA, 2009, p. 23)

A natureza do movimento surge da

interação de 3 fatores: o indivíduo, a tarefa e o

ambiente. São eles que influenciam a produção

de movimento.

O indivíduo produz um movimento para

obedecer às demandas da tarefa, que está sendo

executada em um ambiente específico. A

habilidade do indivíduo cumpre as demandas da

tarefa por meio da interação com o ambiente, que

determina sua capacidade funcional. Entende-se

então que o desenvolvimento motor é um

conjunto de transformações no comportamento

motor, passando pelos processos de adaptação,

maturação, crescimento e aprendizagem. A

adaptação é resposta de um organismo para

determinada variação das condições exógenas. A

maturação é o resultado da manifestação de

características individuais, através de um

processo fisiológico e sob os efeitos do tempo. O

crescimento é a modificação quantitativa das

estruturas morfológicas e a aprendizagem pode

ser definida como “uma mudança interna no

individuo, deduzida de uma melhoria

relativamente permanente em seu desempenho,

como resultado da pratica.” (WOOLLACOTT,

M.H.; SHUMWAY-COOK, 2003).

Na pré-escola, a criança de 4 a 6 anos de

idade abrange a fase dos movimentos

fundamentais, com o surgimento de múltiplas

formas como correr, saltar, arremessar, receber,

chutar e suas combinações. Nesta fase, os

movimentos fundamentais vão servir de base

para as combinações em habilidades desportivas,

de modo que a aquisição dos movimentos

fundamentais (Gallahue & Ozmun, 2005).

Para Le Boulch (1984, p.024) afirma que:

A educação psicomotora deve ser considerada como uma educação de base na escola infantil. Ela condiciona todos os aprendizados pré-escolares; leva a criança a tomar consciência de seu corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço, a dominar seu tempo, a adquirir habilmente a coordenação de seus gestos e movimentos. A educação psicomotora deve ser praticada desde a mais tenra idade; conduzida com perseverança, permite prevenir inadaptações difíceis de corrigir quando já estruturadas [...].

Podemos observar que a educação

psicomotora7 na pré-escola tem o papel

preventivo na formação de base no

desenvolvimento motor, afetivo e psicológico,

podendo dar oportunidade por meio de jogos,

atividades lúdicas a conscientização sobre seu

corpo. Assim, a criança desenvolve um controle

mental de sua expressão motora, proporcionando

a aprendizagem das crianças em várias

atividades recreativas e na conservação da saúde

física, mental e no equilíbrio socio-afetiva.

Os projetos realizados para a Educação

Infantil levam o caráter lúdico, fazendo que as

atividades propostas sejam prazerosas

atendendo as necessidades. E esses projetos são

apoiados pela Secretaria e pelo Conselho de

Educação.

De acordo com DOHME uma das principais

características dos jogos é que:

“... eles têm um fim em si mesmo, os jogadores entram no mundo lúdico e praticam diversas ações com vontade, às vezes, com extremo vigor, mas

7 Para Le Boulch (1984, p. 24), a educação psicomotora

deve ser: Considerada como uma educação de base na escola infantil. Ela condiciona todos os aprendizados pré-

escolares; leva a criança a tomar consciência de seu corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço, a dominar seu tempo, a adquirir habilmente a coordenação de seus gestos e

movimentos.

9

sabem que têm a garantia de voltar ao mundo real quando o jogo termina”.

Com isso entendemos que é na

brincadeira, a criança experimenta inúmeras e

mais variadas sensações que poderão ser usadas

na sua vida cotidiana, além de desenvolver sua

auto imagem e a de pessoas que participam do

seu cotidiano.

FRIEDMANN (1996, p. 12) esclarece o

conceito do brincar, do jogar e do lúdico

mostrando que:

“... brincadeira refere-se à ação de brincar, ao comportamento espontâneo que resulta de uma atividade não estruturada: jogo é

compreendido como uma brincadeira que envolve regras: brinquedo é utilizado para designar o sentido de objeto de brincar:

atividade lúdica abrange, de forma mais ampla, os conceitos anteriores.”

Desde a infância o verbo brincar nos

acompanha diariamente, pois essa é uma

importante atividade espontânea e muito

prazerosa, acessível a todo o ser humano, uma

comunicação associando o pensamento e a ação,

ajudando no desenvolvimento emocional e social

do indivíduo. Segundo Oliveira (2010), ao brincar,

a criança passa a compreender as características

dos objetos, seu funcionamento, os elementos da

natureza e os acontecimentos sociais.

A ação de brincar, segundo ALMEIDA

(1994) é algo natural na criança e por não ser

uma atividade sistematizada e estruturada, acaba

sendo a própria expressão de vida da criança.

RIZZI e HAYDT convergem para a mesma

perspectiva quando afirmam:

“O brincar corresponde a um impulso da criança, e este sentido, satisfaz uma

necessidade interior, pois, o ser humano apresenta uma tendência lúdica” (RIZZI e HAYDT 1987 p. 14).

De acordo com BRASIL (1998), o brincar é

umas das atividades fundamentais para o

desenvolvimento da identidade e da autonomia

da criança. O fato de a criança, desde muito

cedo, poder se comunicar por meio de gestos,

sons, e mais tarde representar determinado papel

na brincadeira, faz com que ela desenvolva a

imaginação. A diferenciação de papéis se faz

presente, sobretudo no faz-de-conta, quando as

crianças brincam como se fossem o pai, a mãe, o

filhinho, o médico, o paciente, heróis e vilões etc.

imitando e recriando personagens observados ou

imaginados em suas vivências, isso faz com que

o seu processo de aprendizagem e

desenvolvimento seja continuo e prazeroso.

Para CUNHA, “quando a criança brinca e

compete ela cria experiência que irão ajudá-la a

amadurecer emocionalmente” (CUNHA, 2007, p.

177). Ela ressalta que as diferentes habilidades

psicomotoras das crianças, podem ser integradas

através de jogos e brincadeiras, isto estimulará o

processo de desenvolvimento e tornará mais

adequado o seu aprendizado. Desse modo, o

lúdico proporciona à criança um melhor

desempenho e um melhor desenvolvimento no

ensino-aprendizado.

A ludicidade é tudo quanto diverte e

entretém o ser humano. Qualquer atividade

pode tornar-se lúdica, uma vez que a atitude de

quem a exerce esteja caracterizada pelo prazer,

espontaneidade e liberdade. Quando se estuda

em forma de jogos, é muito mais proveitoso.

A ludicidade atua tanto em torno do grupo

como das necessidades individuais; brincar é

educar, pois permite criar e satisfazer o espírito

do ser humano e oferece grandes possibilidades

culturais. Orientar através do lúdico é promover

prazer por atividades recreativas através das

quais o ser humano pode desenvolver-se em

seu máximo; lidar com crianças, adolescentes

ou adultos, estimulando-os a um contínuo

aperfeiçoamento. Com isto, busca-se a

verdadeira finalidade da educação, que é de

desenvolver e fortificar o corpo sob o ponto de

vista estático e dinâmico, contribuir para o

aperfeiçoamento total da criança começando

pelo ensino infantil.

5.1 ESQUEMAS CORPORAIS

O corpo é uma forma que temos de

expressar a individualidade. A criança percebe

as coisas que a cercam em função do seu

próprio corpo, assim conseguindo diferenciar os

objetos do seu meio tendo assim uma maior

habilidade de reconhecimento.

10

O desenvolvimento da criança é o

resultado da interação do seu corpo com o seu

meio, o contato com quem convive no dia-a-dia

onde estabelece ligações afetivas e emocionais.

O corpo é a maneira das maneiras mais

utilizadas pelas crianças para se expressar.

Qual quer pessoa constrói o seu mundo

através de experiências corporais. Morizt, diz

que:

“Toda relação corporal implica uma relação psicológica, pois o movimento não é um

processo isolado e está em estreita relação com a conduta e personalidade.”

Todas as experiências adquiridas ao longo

da vida da criança (prazer, a dor o fracasso e o

sucesso) são vividas corporalmente.

O jogo proporciona toda essa

experiência que a criança precisa para ter um

corpo “organizado” E a organização do próprio

corpo e o ponto de partida para que descubra

possibilidades de ações motoras.

Existem basicamente três fases de

atividades lúdicas para se trabalhar com acriança,

que caracterizam a evolução do jogo na criança,

são elas:

Jogo de exercício sensório-motor

É a fase que a crianças de 0 a 3 anos de

idade começa a descobrir a sua força utilizando

procedimentos simples que fazem parte do seu

cotidiano, como: subir, descer, segurar, soltar,

colocar, abaixar e levantar, usando como apoio

barras, e objetos de psicomotricidade.

Segundo Piaget, nessa fase do

desenvolvimento, o campo da inteligência da

criança aplica-se a situações e ações concretas.

Trata-se do período em que há o

desenvolvimento inicial das coordenações e

relações de ordem entre ações. É também o

período da diferenciação entre os objetos e o

próprio corpo.

● Jogo simbólico

É o jogo do “faz de conta”, imaginação, e

de imitação, é a forma lúdica que predomina nas

crianças de 2 a 5 anos de idade. Os jogos

simbólicos desenvolvem a partir dos esquemas

sensório-motor na medida em que é captados,

dando origem a imitação depois de representar a

atividades lúdicas. Esse período é o mais

importante para a criança, pois é nele que são

feitas as aquisições de conhecimento e

aprendizagem que são fundamentais no seu

desenvolvimento. É nesta fase que o cérebro da

criança funciona como uma esponja absorvendo

tudo aquilo que a rodeia.

A criança deste estágio:

É egocêntrica, 8centrada em si mesma, e

não consegue se colocar, abstratamente, no lugar

do outro.

Não aceita a ideia do acaso e tudo deve

ter uma explicação (é fase dos "por quês").

Já pode agir por simulação, "como se".

Possui percepção global sem discriminar

detalhes.

Deixa se levar pela aparência sem

relacionar fatos.

Jogos de regras:

Faz com que a criança tenha uma relação

interpessoal com outras crianças, os jogos

proporcionam para criança uma concepção de

viver em sociedade, onde cada local tem suas

regras e restrições e que devem ser seguidas e

respeitadas.

“O jogo de regras é a atividade de ser socializado e começa a ser praticado em torno dos setes anos,

quando a criança abandona o jogo egocêntrico das

8 Individuo que acredita que tudo deve caminhar a seu favor,por achar que o único merecedor, sem se preocupar com seus semelhantes.

11

crianças menores, em proveito de uma aplicação efetivo de regras e do espírito de cooperação entre os jogadores” (Piaget, 1971, p. 180).

O papel do jogo contribui na formação da

criança como sujeito, dando um espaço

importante ao meio que convive.

6- PRÁTICAS LÚDICAS

O ser humano, em todas as fases da sua

vida, está sempre fazendo novas descobertas e

aprendendo coisas novas, por meio do contato

com outras pessoas e pelo meio que vive.

O ser humano nasceu para aprender, para

descobrir e apropriar de todos os conhecimentos,

desde o mais simples ao mais complexo, isso

garante a sobrevivência e a integração na

sociedade com ser participativo, critico e criativo.

A prática lúdica está bem longe da

concepção ingênua de passatempo brincadeira

superficial. Ela é uma forma transacional em

direção a algum conhecimento.

A prática lúdica na Educação Infantil tende-

se ser positivas, pois o ambiente escolar é

aconchegante, rico em oportunidades e

experiência para o desenvolvimento da criança.

“ A criança, um ser em criação. Cada ato é para ela uma ocasião de explorar e de tornar

posse de si mesma ; ou, para melhor dizer, a cada extensão a ampliação de si mesma. E está operação, executa-a com veemência,

com fé: um jogo continuo. A importância decorre de conquista em conquista, uma vibração incessante.” ( Montessori,2011 p.15)

O educador deve proporcionar a criança à

curiosidade, incentivando o desenvolvimento da

criatividade. Fazendo das praticas lúdicas

excelente instrumento facilitador de ensino-

aprendizagem. Com a vontade dos educadores

de proporcionar em suas aulas as praticam

lúdicas garantindo o bem estar e entretenimento

das crianças, certamente irá contribuir para o

maior alcance do objetivo em seu plano

educativo.

O trabalho realizado na escola além de

pretender analisar as contribuições do lúdico no

processo ensino-aprendizagem na Educação

Infantil, busca também promover um ensino

natural e prazeroso, promover por meio da

atividade lúdica.

O uso de da prática lúdica que permita o

desenvolvimento da autoconsciência da criança,

a interação social, além de outros como o

cognitivo e afetivo.

7- A CONTRIBUIÇÃO DOS JOGOS NO

DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

Segundo Grossi (s.d., p. 86), “O jogo é uma

atividade rica e de grande efeito que responde às

necessidades lúdicas, intelectuais e afetivas,

estimulando a vida social e representando, assim,

importante contribuição na aprendizagem”.

Santos Santos (1998) afirma que as atividades

lúdicas podem contribuir significativamente para o

processo de construção do conhecimento da

criança e que o jogo é uma fonte de prazer e

descoberta.

Vygotsky afirma que a influência do jogo no

desenvolvimento da criança é enorme. Através do

jogo a criança aprende a agir numa esfera

cognitivista, sendo livre para determinar suas

próprias ações. O jogo desenvolve a curiosidade,

a iniciativa e a autoconfiança, proporcionando o

desenvolvimento da linguagem, do pensamento e

da concentração.

PERCURSOS METODOLÓGICOS

A pesquisa bibliográfica está embasada

nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs),

nas idéias teóricas de pesquisadores e

educadores, que muito puderam contribuir com a

compreensão do assunto em questão buscando

refletir sobre a contribuição do jogo pedagógico

no desenvolvimento motor da criança No

presente artigo foi abordada a pesquisa

bibliográfica que segundo Fonseca (2002) é

construída a partir do levantamento de estudos e

pesquisas teóricas realizadas e publicadas

anteriormente, objetivando recolher dados ou

conhecimentos existentes sobre a contribuição. É

feita por meio de livros, artigos de periódicos,

teses e sites.

O método escolhido para realização desta

pesquisa foi a abordagem qualitativa, que para

Minayo (1995), trabalha com o conjunto de

significados, valores, motivos, crenças e

12

aspirações a fim de compreender os atos

humanos e qual significado é atribuído a esses

atos, que não podem ser quantificados,

descartando o uso de métodos e técnicas

estatísticas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este artigo foi desenvolvido por meio da

pesquisa bibliográfica. Esse estudo apresenta

uma analise qualitativa dos dados por meio da

leitura de diferentes autores, objetivando

averiguar a contribuição do jogo pedagógico no

desenvolvimento motor no processo de ensino-

aprendizagem da criança.

Analisando a trajetória lúdica notou-se a

grande contribuição da mesma para a educação,

sendo um meio eficiente para a construção de um

ensino inovador.

O que pode se afirmar é que os jogos

pedagógicos são um recurso útil para uma

aprendizagem diferenciada e significativa no

ambiente de ensino, traz efeito de felicidade e

facilitando a interação da criança com o outro,

sabendo respeitar regras e limites. Auxilia como

recurso nas atividades escolares, facilitando o

entendimento.

O aprender utilizando o jogo como um

recurso pedagógico motiva a criança a aprender,

a interessar pelas atividades escolares, a

exercitar as suas capacidades motoras e

cognitivas, a fazer novas descobertas e também

se inicia o processo de alfabetização, por meio de

utilização do jogo.

Podemos concluir que jogo pedagógico vai

além daquilo que ouvimos, quando inserido nas

atividades lúdicas das crianças, os jogos e as

brincadeiras contribuem para o desenvolvimento

motor além de lhe estabelecer uma sensação de

bem estar e felicidade.

Podemos observar que a educação

psicomotora na pré-escola tem o papel preventivo

na formação de base no desenvolvimento motor,

afetivo e psicológico, podendo dar oportunidade

por meio de jogos, atividades lúdicas a

conscientização sobre seu corpo. Assim, a

criança desenvolve um controle mental de sua

expressão motora, proporcionando a

aprendizagem das crianças em várias atividades

recreativas e na conservação da saúde física,

mental e no equilíbrio socio-afetiva.

A criança evoluir a cada pratica lúdico,

sendo independente dos estímulos físicos

estabelecidos pelo ambiente concreto que a ela

vive.

Conforme Vygotsky (1998, p. 126), “é no jogo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva, ao invés de uma esfera visual externa, dependendo das motivações e

tendências internas, e não pelo dos incentivos fornecidos pelos objetos externos”.

A convivência da criança com as outras

pessoas do ambiente social são de fundamental

importância para o desenvolvimento da mesma.

E nesse convívio com outras pessoas e que as

crianças começam a ser mais independentes

das suas ações e movimentos.

A criança precisa ser estimulada e com os

jogos pedagógicos são fundamentais em seu

desenvolvimento, no sentido da aquisição de

habilidades motoras, mentais e sociais básicas,

como correr, andar, reconhecer cores, sons e

símbolos entre outras.

Com isso a criança busca experiências em

seu próprio corpo, formando conceitos e

organizando o esquema corporal. Com a

abordagem da do jogo pedagógico irá permitir a

compreensão da forma como a criança toma

consciência do seu corpo e das possibilidades

de se expressar por meio desse corpo,

localizando-se no tempo e no espaço.

E através das práticas lúdicas são

fornecidas atividades de caráter recreativo, que

favorecem a consolidação de hábitos, o

desenvolvimento corporal e mental, a melhoria

da aptidão física, a socialização, a criatividade;

tudo isso visando à formação da sua

personalidade.

13

REFERÊNCIAS

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técnicas e jogos pedagógicos”. 5ª ed.São

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