7 dias

Paul McKenna, Ph.d.

Sumário

Introdução 5

Primeiro dia: Quem você é de verdade? 13

Segundo dia: Manual do usuário da sua mente 29

Terceiro dia: O poder de uma perspectiva positiva 55

Quarto dia: Definindo os seus sonhos 77

Quinto dia: Alicerces saudáveis 103

Sexto dia: Fazendo dinheiro 125

Sétimo dia: Felizes para sempre 151

Conclusão: Mudando a sua vida, uma semana de cada vez 170

introdução

Você tem nas mãos um livro com o poder de mudar a sua vida para

sempre.

Essa lhe parece uma afirmação absurda? Diversas pessoas a

quem orientei durante a busca pela realização de seus desejos co-

meçaram imaginando como isso seria possível e acabaram sur-

preendendo a si mesmas. Agora, é a sua vez. Não subestime o po-

der do método apresentado neste livro. Acredite: ele vai mudar a

sua vida!

O sucesso e a felicidade não são acidentes que simplesmente

“acontecem” a algumas pessoas, e não a outras. Eles são resultados

previsíveis, aos quais se chega por meio de maneiras conscientes

de pensar e de agir que vou compartilhar com você nas próximas

páginas.

Será que consigo mesmo mudar a minha vida em sete dias?

Nos meus seminários, as pessoas ficam sempre admiradas quando

curamos fobias de toda uma vida em poucos minutos, ou resolve-

mos questões profundamente arraigadas em apenas alguns dias.

Mas a maioria é capaz de se lem-

brar de um momento em que

tudo mudou de uma hora para

outra. Isso pode ter acontecido

uando elas ficaram sabendo de

uma novidade importante, ou

“Não importa se você pensa que

pode ou se acha que não pode; de

qualquer forma você está certo.”

HENRY FORD, fundador da

montadora que leva seu sobrenome

6

quando conheceram uma pessoa especial e se deram conta de que a

vida jamais voltaria a ser como antes.

Muitas vezes, as mudanças realmente significativas estão

relacionadas à nossa percepção, e não implicam modificações no mundo

à nossa volta. E a verdade é que nós podemos mudar a maneira

como percebemos o mundo num piscar de olhos.

De fato, o mito de que é preciso um tempo enorme para se alcan-

çar uma mudança está presente há mais de 100 anos, quando a análise

freudiana tornou-se a influência dominante no tratamento das doen-

ças psicossomáticas. O mais irônico sobre essa maneira de pensar é

que a psicanálise não tem como objetivo mudar as pessoas – seu pro-

pósito está relacionado a ajudá-las a alcançar um entendimento mais

profundo sobre o que as leva a ser como são.

Algumas vezes, mesmo uma mudança pequena pode fazer uma

enorme diferença. Imagine, por exemplo, que você esteja dirigin-

do por uma estrada estreita e que ao lado dela exista outra rodo-

via, onde um outro motorista também dirige um carro. As duas se

estendem lado a lado até onde a vista alcança. Agora, imagine que

uma dessas estradas se afaste, ainda que ligeiramente, da outra. No

início, a diferença pode parecer imperceptível. Mas, com o tempo,

essa pequena mudança de direção vai levá-lo a um destino total-

mente diferente daquele que aguarda o outro motorista.

Com as técnicas que apresento neste livro, a cada dia você fará

pequenas mudanças que, no início, podem parecer imperceptíveis.

Mas, à medida que seguir em frente, começará a notar quão longe

chegou e quanto mudou.

A verdade é que, se você fizer praticamente qualquer coisa com

seriedade e empenho durante sete dias, é certo que alcançará uma

mudança. Muitas das técnicas que você vai aprender durante a lei-

tura continuarão atuando sobre sua mente, ajudando-o muito tem-

po depois de você ter parado de aplicá-las. Nos próximos sete dias,

as atitudes que vai tomar darão início a uma onda de mudanças em

sua vida que surtirão efeito em vários outros aspectos, que, por sua

7

vez, afetarão outros. É como um navio,

que leva algum tempo para começar a

se movimentar, mas, depois que ganha

impulso, é difícil freá-lo.

Por muitos séculos, todos achavam que era impossível correr uma

milha (cerca de 1,6km) em quatro minutos. Então, no dia 6 de maio

de 1954, o inglês Roger Bannister fez o impossível e bateu o recorde.

Quando o conheci, conversamos sobre sua façanha e comenta-

mos que achávamos incrível o fato de 37 outras pessoas terem feito

o mesmo em outros lugares do mundo apenas um ano depois. No

ano seguinte, 300 corredores, um número impressionante, quebraram

aquela barreira até então insuperável.

As mentes mais brilhantes da época acreditavam que era impos-

sível correr uma milha em menos de quatro minutos, e suas crenças

por muito tempo assumiram o caráter de uma profecia. Por incrível

que pareça, alguns cientistas renomados chegaram a sugerir que o

corpo humano explodiria se fosse levado a esse extremo!

Foi preciso que um homem ousasse provar que aquele feito era viá-

vel para que outros descobrissem tal possibilidade dentro de si mesmos.

A mente humana usa a generalização como um princípio de

aprendizagem. Quando crianças, por exemplo, aprendemos o que

fazer para abrir e fechar uma porta. A sua mente generaliza esse

aprendizado para que ele seja aplicado a todas as portas, não impor-

ta onde se esteja.

Isso sempre funciona, seja o aprendizado algo útil ou doloroso. Nos

próximos sete dias, vamos pôr abaixo muitas das generalizações nega-

tivas que você fez sobre o mundo e construir generalizações positivas.

minha história

Comecei a me interessar por tudo o que se relacionava ao auto-

aprimoramento pessoal logo após concluir o ensino médio. Pouco

depois, eu tinha lido praticamente todos os livros de autoajuda pu-

blicados, havia colocado em prática todas as técnicas e aplicado à

minha própria vida tudo o que estava aprendendo. E foi assim que

“O que hoje é comprovado já

foi, um dia, impossível.”

WILLIAM BLAKE, poeta inglês

8

consegui promover uma enorme mudança na minha vida. Na ver-

dade, desde que comecei a usar as técnicas que apresento neste livro,

passei a me sentir mais autoconfiante, e isso se refletiu em uma me-

lhora nos meus hábitos financeiros, na minha carreira e no modo

como as pessoas me tratavam. Consegui progredir financeiramente,

me tornei bastante conhecido no meu país e no exterior e minha

vida ficou infinitamente mais interessante do que antes – tudo em

um curto período de tempo.

Meu objetivo é ajudá-lo a alcançar maior controle de si mesmo

em todos os aspectos da sua vida. Em 1985 elaborei um sistema re-

volucionário de condicionamento ao sucesso que pode ser usado

por qualquer pessoa. Desde então ele foi aperfeiçoado, e você pode-

rá realizar mudanças profundas desde o primeiro dia.

O método é muito simples e não requer nenhuma experiência

anterior ou habilidade específica. Tudo o que você precisa fazer é

fechar os olhos, conversar consigo mesmo e relacionar-se bem com

os outros, e assim você será capaz de controlar seus pensamentos e

comportamentos e levar a vida com que sempre sonhou. Siga mi-

nhas instruções passo a passo, mesmo quando não tiver certeza de

que está fazendo certo. Juntos, nós vamos desenvolver uma progra-

mação positiva em sua mente!

o poder do agora

Vivemos num mundo em constante transformação, no qual po-

demos observar mudanças científicas e tecnológicas acontecerem

diariamente. Estamos nos conectando das mais diversas manei-

ras, diminuindo as distâncias, assistindo aos acontecimentos em

tempo real e explorando novas formas de comunicação. A questão

não é se a sua vida vai mudar – a questão é: o que vai mudar em

sua vida?

Estamos no limiar de um enorme salto evolutivo e acredito que

o próximo grande estágio de desenvolvimento humano será uma

mudança da era da informação para a era da psicotecnologia, um

novo tempo no qual as pessoas começarão a aprimorar suas capa-

9

cidades interiores, conhecendo melhor a própria mente e maximi-

zando seu potencial.

Ao longo da leitura deste livro, você terá a oportunidade de es-

colher um caminho diferente dos 98% das pessoas que, como afir-

mou o estadista britânico Winston Churchill, “tropeçam na verdade

de vez em quando, mas logo se levantam, sacodem a poeira e se-

guem em frente como se nada tivesse acontecido”.

Você vai descobrir as técnicas que têm ajudado muita gente a

ultrapassar os próprios limites e alcançar o seu verdadeiro poten-

cial. Juntos, vamos reprogramar a sua mente para fazer de você

uma pessoa mais feliz, mais confiante e mais poderosa.

o começo

Antes de iniciar a jornada para atingir seu verdadeiro potencial, gos-

taria que você fizesse a seguinte reflexão:

Como seria se um dia você acordasse e percebesse

que a sua vida tinha se transformado exatamente

naquilo que gostaria que ela fosse?

Agora imagine com clareza:

• Como você saberia que esse milagre aconteceu?

• O que você veria?

• O que ouviria?

• Como se sentiria?

• Que mudanças teriam ocorrido em sua carreira?

• Em seus relacionamentos?

• E em suas finanças?

• E em sua saúde?

À medida que for colocando em prática as ideias e

as técnicas apresentadas neste livro, você vai fazer

seus sonhos se tornarem realidade.

Simplesmente relaxe, leia e permita que os exercícios do li-

vro criem raízes. Assim como um jardineiro planta as sementes

10

e espera, pacientemente, pelo seu crescimento, cada vez que você

implementar estas ideias, estará semeando sugestões positivas em

sua mente. Elas crescerão, transformando-se em novas e poderosas

maneiras de operar a máquina mais avançada do mundo: o seu

cérebro!

Embora você possa alcan-

çar resultados surpreendentes

já na primeira semana, é im-

portante que retome a leitu-

ra várias vezes nos primeiros

meses. Para conseguir o que

deseja, é fundamental fazer os

exercícios de acordo com as

orientações. Nenhuma técnica

por si mesma é uma pílula mágica para o sucesso, mas quando você

a pratica muitas e muitas vezes, ela se torna um hábito e você passa

a adotá-la naturalmente.

O que quer que você alcance nos próximos anos será o resultado

do que fizer hoje – portanto, se continuar a fazer o que sempre fez,

terá apenas mais daquilo que já tem. Mas só você tem o poder de

fazer a diferença. E a oportunidade está bem aqui diante de você.

Que tal aproveitá-la agora mesmo?

A diferença que faz a diferença

Muitas pessoas começam a ler um livro de autoajuda ou que contém

programas de desenvolvimento pessoal, mas desistem no meio do

caminho. Acham que é muito difícil seguir a proposta do autor ou

julgam que não possuem as qualidades necessárias. Eis o problema

com essa abordagem:

Se você não assumir o controle de sua vida,

alguém fará isso por você.

Ora, sei que não é fácil você assumir responsabilidade pelos seus

atos ou pelo que deseja. As pessoas culpam umas às outras por seu

“As pessoas estão sempre culpando

as circunstâncias pelo que são.

Eu não acredito em circunstâncias.

Neste mundo só vence quem procura

pelas circunstâncias que deseja e,

se não as encontra, as cria.”

GEORGE BERNARD SHAW,

dramaturgo e romancista irlandês

11

café estar muito quente, seu desempenho no trabalho estar muito

abaixo do esperado ou seu cachorro ser desobediente.

Na verdade, responsabilidade tem a ver com controle. Você quer

controlar a sua vida, ou prefere entregar esse controle a outras pes-

soas – sua família, os meios de comunicação ou mesmo a sociedade

em geral? Você quer ser o senhor do seu destino ou prefere ser uma

vítima das circunstâncias?

Assumir a responsabilidade é deter o controle das partes de sua

vida que podem ser monitoradas e parar de tentar regular as que

não podem.

É fácil culpar seus pais, chefes ou o governo por seus proble-

mas, mas enquanto você não resolver enxergar a si mesmo como

responsável por sua própria situação, não terá nenhum poder para

mudá-la. Todos os grandes empreendedores sabem que assumir a

responsabilidade é o primeiro passo para se alcançar uma vida de

sucesso e realizações.

“Quando você segura uma das extremidades de um bastão, tam-

bém segura a outra. Portanto, quando decide assumir a responsabili-

dade por suas próprias circunstâncias, você adquire, automaticamen-

te, o poder de mudá-las”, disse o escritor americano Stephen R. Covey.

Quando exponho essas ideias em meus seminários, de vez em

quando algum participante comenta: “Isso quer dizer que, se estou

atravessando uma rua e sou atropelado, a culpa é minha?”

A resposta é simples: assumir a responsabilidade não é o mesmo

que assumir a culpa. Você não é responsável pelas cartas que recebe

do baralho da vida, mas só cabe a você decidir como jogá-las.

Pare por um instante e imagine como seria assumir a respon-

sabilidade por sua própria vida – ter o poder de fazer escolhas e

mudanças em qualquer área. Ter o controle de suas finanças, de seus

relacionamentos e de sua sensação de bem-estar. Estar em paz com

tudo aquilo que não pode controlar e ter em mãos o controle de tudo

o que pode ser controlado.

Se essa ideia lhe agrada, decida agora mesmo assumir a respon-

sabilidade por sua vida em um nível totalmente novo. Quanto mais

12

eu trabalho com as pessoas que alcançam resultados extraordiná-

rios, mais inspirado eu me sinto pelas palavras de W. H. Murray:

“Enquanto um indivíduo não se compromete, há sempre hesitação,

a chance de voltar atrás, a ineficácia constante. No que diz respeito

a todos os atos de iniciativa (e criatividade), há uma verdade ele-

mentar que, quando ignorada, elimina incontáveis ideias e planos

magníficos: a de que, no instante em que um ser humano realmente

se compromete com algo, a providência também age. Uma cadeia

completa de acontecimentos é gerada por essa decisão, trazendo,

em favor da vida desse indivíduo, incidentes, encontros e assistência

material que ninguém sonharia serem possíveis de acontecer.” Você

está comprometido? Está pronto para retomar o seu poder? Está dis-

posto a dar a este livro importância suficiente e seguir as instruções

simples que mudarão a sua vida? Mesmo que, no início, você não

esteja convencido, é importante perceber que pode alcançar o tão

almejado sucesso.

Como utilizar este livro

Apresento sete lições básicas que irão guiá-lo de onde quer que você

esteja rumo aos seus valores mais profundos e aos seus sonhos mais

acalentados. O CD que acompanha o livro contém uma poderosa

técnica de reprogramação mental, com várias sugestões positivas

que irão preparar a sua mente para assimilar as valiosas informa-

ções que você está prestes a receber.

Você pode ouvir o CD durante o dia ou antes de dormir. Re-

comendo que não o ouça enquanto estiver dirigindo ou operando

máquinas. O melhor é ouvi-lo quando puder relaxar em segurança.

Em apenas sete dias, você vai fazer parte do grupo de pessoas

que estão tão bem programadas para o sucesso que o experimentam

em tudo o que fazem. Você será capaz de lidar com qualquer desafio

que a vida lhe trouxer, com tranquilidade e confiança. Sua jornada

terá início no próximo capítulo, quando começar a descobrir em

quem está se transformando e desvendar o seu verdadeiro potencial

para se tornar quem você realmente deseja ser.

PrimEiro diA:

QuEm voCê é dE vErdAdE?

Descubra o seu verdadeiro potencial e torne-se a pessoa que realmente deseja ser

14

Imagine que um dia você acorde em uma terra habitada quase intei-

ramente por gigantes. No início, você fica apavorado, pois o barulho

ensurdecedor e a desconfortável sensação de estar afundando e cain-

do o acompanham aonde quer que vá. Depois de algum tempo, no

entanto, você percebe que muitos dos gigantes lhe parecem amigá-

veis e que um deles, em particular, demonstra um interesse especial

por sua segurança e seu bem-estar.

Agora imagine que certo dia, sem nenhum motivo aparente, o gi-

gante em quem você aprendeu a confiar berrasse com você, o ameaças-

se, até mesmo batesse em você. Como seria possível voltar a se sentir se-

guro num lugar como esse? Deve haver alguma lei nessa terra, algumas

regras que você possa aprender para ajudá-lo a sobreviver.

Numa outra ocasião, você conhece mais pessoas pequeninas como

você. Elas demonstram gostar de você e, na companhia delas, logo se

sente mais seguro. Juntando tudo o que aprendeu observando os gigan-

tes e ouvindo o que eles lhe ensinaram, você começa a perceber como

agir para permanecer em segurança.

Faça o que lhe mandam. É mais fácil se dar bem quando você segue

o que os outros falam. Não chore. Não lute. Estude bastante. Arran-

je um emprego. Case-se. Tenha filhos para sustentá-lo na sua velhice.

Faça o que lhe mandam.

À medida que o tempo vai passando e você vai crescendo, a lista de

coisas a fazer e de ordens que devem ser obedecidas vai aumentando, e

você acaba percebendo que os gigantes desapareceram.

E então, um dia, você acorda e há uma criatura bem pequenina

olhando fixamente para você. Ela acordou em uma terra de gigantes.

E como você a ama, começa a lhe ensinar tudo o que aprendeu sobre

como sobreviver nesse ambiente.

E assim o ciclo continua...

o poder da lavagem cerebral

Durante a Guerra da Coreia, no final dos anos 1950, os chineses con-

seguiram converter uma quantidade enorme de prisioneiros ameri-

canos ao comunismo. Eles não realizaram essa façanha por meio de

15

ameaças, tortura ou recompensas.

O que eles fizeram foi mudar a

autoimagem daqueles soldados.

Os chineses entenderam que

o comportamento é um resulta-

do direto da pessoa que acredi-

tamos ser – a nossa autoimagem.

Estamos constantemente confir-

mando a nós mesmos que somos

quem achamos que somos, mas

o sistema que usamos para inter-

pretar nosso comportamento e nossa autocrítica é a nossa própria

autoimagem. Ou seja, é uma armadilha.

O que os chineses fizeram foi interromper esse círculo vicio-

so. Talvez você pense que reprogramar homens altamente treinados

para revelar apenas seu nome e posto na hierarquia fosse uma tarefa

praticamente impossível, mas eles fizeram isso aos poucos, um pe-

queno passo de cada vez.

Durante um interrogatório, os prisioneiros eram convencidos a

fazer uma ou duas afirmações ligeiramente antiamericanas ou pró-

-comunistas. (Por exemplo: “Os Estados Unidos não são perfeitos”, ou

“Em um país comunista, há menos desemprego e menos criminali-

dade”.) Depois que essas afirmações aparentemente irrelevantes eram

arrancadas, o prisioneiro era obrigado a definir em que sentido os Es-

tados Unidos não eram um país perfeito. Quando o indivíduo chega-

va a um estado de exaustão e completo esgotamento, ele era coagido a

assinar a lista de razões que ele mesmo havia levantado.

Mais tarde, o prisioneiro era forçado a ler sua lista diante de outros

prisioneiros. Em seguida, os chineses liam o nome do prisioneiro e sua

lista de razões durante um programa de rádio antiamericano não apenas

para o campo onde ele vivia, mas para todos os campos de prisioneiros

na Coreia do Norte e também para as forças americanas na Coreia do Sul.

E assim o indivíduo se via rotulado como um colaborador, al-

guém cujo comportamento ajudava o inimigo. Quando outros pri-

você já ouviu a sessão de

programação matinal do Cd?

Se quiser realmente mudar a sua vida

nos próximos sete dias, saiba que é

possível – e você não precisa passar

horas ou gastar um dinheirão para

isso. Ouça o CD duas vezes por dia,

faça os exercícios descritos neste livro

e você já estará no caminho de uma

experiência de vida inteiramente nova!

16

sioneiros lhe perguntavam por que havia agido daquela maneira,

ele não tinha como alegar que fora torturado. Afinal, ele havia feito

aquelas afirmações e assinado a tal lista.

Pesquisas no campo da psicologia têm demonstrado que os se-

res humanos só conseguem tolerar até certo nível de discrepância

entre seus pensamentos e seu comportamento. Como qualquer um

que não tenha consciência do poder da autoimagem, o prisioneiro

de guerra na Coreia sentia a necessidade de justificar suas atitudes

para manter uma consistência com seu senso de identidade. Ele afir-

mava que aquelas palavras eram verdadeiras. Naquele instante, sua

autoimagem mudava, ele passava a acreditar que era pró-comunista

e seus companheiros de prisão reforçavam a sua nova identidade

tratando-o de maneira diferente. O círculo estava completo.

Em pouco tempo, o seu desejo de agir de acordo com sua nova

autoimagem levava-o a colaborar mais com os chineses, o que re-

forçava ainda mais a sua nova autoimagem, até que ele deixasse de

questionar se era mesmo verdade.

o que é autoimagem?

A autoimagem é a maneira pela qual você vê a si mesmo em sua

imaginação. Sua autoimagem é muito poderosa justamente por-

que seu comportamento quase nunca se desvia dessa programação

mental. Ele age como um tipo de profecia autorrealizável, dizendo a

você como se comportar e agir de maneira consistente com o tipo de

pessoa que você pensa que é. Entretanto, muitos nem percebem que

possuem uma imagem de si mesmos, até o dia em que a procuram.

Todos nós já conhecemos pessoas que são bonitas e atraentes, mas

que se acham feias, ou gordas demais, magras demais, velhas demais,

jovens demais – a lista de defeitos é interminável. Se você realmente

acredita que não tem atrativos, acaba sabotando, de forma incons-

ciente, quaisquer tentativas de se fazer atraente. Como não representa

a si mesmo em sua melhor forma e aparência, os outros acabam con-

cordando que você não é atraente e a profecia se autorrealiza.

Estudos demonstraram que um número impressionante de

17

pessoas que ganham grandes quantias de dinheiro em prêmios de

loteria ou em uma herança inesperada tende a perdê-lo quase na

mesma velocidade. Até o trabalhador comum que luta para ganhar

o próprio sustento tende a desperdiçar seu salário se estiver rece-

bendo mais do que acredita que merece. Esses indivíduos se sentem

pouco à vontade com o dinheiro extra e o gastam, o emprestam ou

encontram outra maneira de esbanjá-lo.

Pessoas que ficam famosas depressa demais também podem cair

na real pelo efeito gravitacional de uma autoimagem limitada.

A maneira como você pensa em si mesmo também afeta o

que os outros sentem a seu respeito. Como mais de 90% daquilo que

comunicamos é inconsciente, aqueles com quem interagimos estão

sempre reagindo à nossa linguagem corporal, ao nosso tom de voz

e aos sinais emocionais que transmitimos. Mesmo que usemos pa-

lavras que soam positivas, podemos enviar uma mensagem verbal

e outra completamente diferente por meio da linguagem corporal.

A maneira como você trata a si mesmo mostra

às outras pessoas como devem tratá-lo.

Em seu livro O domínio do amor, Don Miguel Ruiz faz uma analo-

gia sobre viver em um restaurante onde há muita comida. Se alguém

batesse à sua porta e lhe oferecesse uma pizza, mas com a condição

de que esse indivíduo pudesse abusar de você pelo resto da vida, você

certamente não concordaria. Por outro lado, se você fosse um mora-

dor de rua e estivesse sem comer nada há dias e uma pessoa lhe fizes-

se essa mesma oferta, você cogitaria aceitá-la. Na vida, costumamos

aceitar aquilo do qual nos julgamos dignos – ou seja, nunca permiti-

mos que ninguém abuse de nós mais do que nós mesmos o fazemos.

Sucesso e autoimagem

Infelizmente, enquanto cada fracasso reforça a profecia autorrea-

lizável da autoimagem negativa, é muito raro o sucesso externo

mudar a autoimagem para melhor. Não importa quantos bens você

possua nem quão confortável seja a sua situação financeira, simples-

18

mente nada disso irá lhe trazer satisfação se você não se sentir bem

consigo mesmo.

Durante todos esses anos, tive a oportunidade de conviver e traba-

lhar com um grande número de pessoas bem-sucedidas. Fico sempre

surpreso ao perceber quantas delas criam uma couraça exterior para

esconder seus sentimentos pessoais de imperfeição. Por exemplo, elas

adotam diferentes posturas para compensar a falta de valor próprio in-

terior exibindo sua riqueza, seu status, suas façanhas intelectuais, sua

força física, suas conexões sociais ou sua “superioridade” moral, na ten-

tativa de provar que não são tão indignas quanto se sentem por dentro.

Algumas vezes, tudo começa com uma pequena mentira ou si-

mulação, mas, com o passar dos anos, a farsa vai ganhando uma

dimensão ainda maior, dando origem a um personagem que é o

oposto de como a pessoa se sente. Verdadeiras fraudes, elas temem

que, a qualquer momento, sejam desmascaradas e que tudo o que

inventaram caia por terra. Na verdade, é bastante comum que mui-

tas pessoas que dão a impressão de que possuem tudo odeiem a si

mesmas. Ou seja, quanto melhor a joia, pior a autoimagem.

Entretanto, isso não acontece apenas com os ricos e famosos.

Cheguei à conclusão de que quase todo mundo, em alguma medida,

esconde ou compensa uma parte de si mesmo da qual não gosta.

Durante muito tempo, achei que só me sentiria bem comigo

mesmo se fosse rico, famoso e namorasse um monte de mulheres

bonitas. Na infância fui um garoto nerd, então achei que o melhor

era assumir uma aparência de sucesso para que ninguém – nem eu

mesmo – percebesse quanto eu me sentia inadequado.

Por um período relativamente curto, trabalhei com muito afin-

co para alcançar o sucesso e me saí muito bem. Fiquei famoso, ga-

nhei dinheiro e minha vida se encheu de glamour. Meus programas

de TV faziam um estrondoso sucesso, minhas finanças tinham atin-

gido um novo patamar e eu namorava uma linda modelo. Estre-

las do rock e do cinema e até membros da realeza queriam que eu

trabalhasse com eles. Contudo, eu sempre pensava comigo mesmo:

tenho tudo o que sempre quis, por que então ainda me sinto vazio?

19

Como a sua autoimagem é formada?

Algumas das primeiras mensagens que você recebeu de seus pais fo-

ram, sem dúvida, positivas, porém nem todas. Se você foi chamado

de “burro”, “ingrato” ou “desajeitado”, é provável que tenha absorvido

todas as sugestões negativas junto com os reforços positivos. Um

estudo recente revelou que, para cada elogio feito aos filhos, os pais

americanos os criticam, em média, oito vezes.

Então você entra para a escola, conhece crianças de diferentes

faixas etárias e que parecem saber mais do que você. É um mun-

do cheio de novidades e de problemas. Na tentativa de moldá-lo,

os professores algumas vezes o fazem sentir-se incapaz. E assim, na

corrida para transformá-lo em um adulto, você deixa de ser espon-

tâneo como era na infância.

Quando você começa a pegar o jeito da coisa, chega a puberda-

de. Pelos crescem, partes do corpo mudam de tamanho e o simples

fato de estar vivo já passa a ser constrangedor. Então, é claro, existem

aquelas pessoas ao seu redor que sofrem de baixa autoestima e que,

de maneira dissimulada, procuram enfraquecê-lo para se sentirem

melhor consigo mesmas.

Pesquisas demonstraram que, mais ou menos aos 14 anos,

98% dos adolescentes possuem uma autoimagem negativa. E isso

só piora com o tempo. “Se existe uma palavra para descrever bem

o que se passa na adolescência, essa palavra é confusão. E a confu-

são é sentida com tamanha força que pode, facilmente, interferir

em sua autoimagem fundamental. É um quadro triste: o jovem se

sente insignificante, desamparado, impotente, socialmente inacei-

tável, inferior – e, em alguns casos particularmente ruins, despre-

zado e indesejado. Por mais triste que pareça, a imagem era bem

precisa quando foi construída, não por você mesmo, mas pelas

atitudes e opiniões dos outros. E nesse estágio a natureza fez a

mais indigna das brincadeiras: você cresceu, mas a sua autoima-

gem, não. É por isso que há tantas pessoas que não alcançam tudo

o que gostariam em suas vidas”, descreveu o escritor irlandês J. H.

Brennan.

20

Quando relacionei as palavras de Brennan à minha própria vida

consegui reconhecer que o meu problema fundamental era uma

sensação de impotência – no fundo, eu ainda me via como um nerd

desamparado. O pouco senso de poder que eu tinha não vinha do

meu eu autêntico, mas fora retirado da posição e do prestígio ge-

rados por minha carreira bem-sucedida, minha linda namorada e

minha confortável situação financeira.

Como eu havia trabalhado com muitas pessoas famosas e de su-

cesso, já percebera quanto suas realizações procuravam compensar

seus sentimentos de inadequação, porém jamais havia imaginado

que me incluía nesse grupo.

Assim que percebi o conteúdo negativo de minha autoimagem,

soube que estava na hora de fazer mudanças fundamentais. Eu já

havia tomado a decisão de assumir a responsabilidade por minha

própria vida, portanto, precisei dar apenas um pequeno passo para

me responsabilizar pela escolha de como enxergar a mim mesmo.

Naquele momento decidi começar a perseguir um novo sonho: de-

senvolver uma abordagem para entender e criar a excelência huma-

na com o coração – não apenas sucesso, mas felicidade e realizações.

o melhor conselho do mundo

Nos anos 1980, John Opel, então presidente da IBM, fez uma pales-

tra para alunos de MBA em Stanford. Respondendo a um dos parti-

cipantes, que pediu um conselho sobre como deveriam começar sua

carreira, ele disse que revelaria um de seus segredos para o verda-

deiro sucesso. Quando todas aquelas mentes ansiosas inclinaram-se

para ouvi-lo falar, Opel sussurrou: “Não finjam.”

Ele fez uma pausa e interpretou a linguagem corporal da plateia.

Então, disse com enorme paixão: “De verdade. Estou falando sério.”

Todos caíram na gargalhada. Ele prosseguiu dizendo que todo

mundo é esperto e calmo o suficiente para fingir e enganar por

algum tempo, mas, no fim, a fé em si mesmo acaba sendo enfra-

quecida e, com ela, a autoconfiança, o respeito por si próprio e a

autoestima.

21

Lição de hoje: Você ainda não está levando a vida com a qual sempre

sonhou porque está desperdiçando muito de seu tempo e energia

escondendo do mundo a sua autoimagem negativa.

Quando toda a sua energia é empregada para manter a ilusão do

eu que você projeta e esconder do mundo a imagem de seu eu te-

mido, a voz baixa e mansa do eu verdadeiro – quem você realmente

é – mal pode ser ouvida.

Mas, à medida que for praticando os exercícios da lição de hoje,

você vai começar a se ver sob uma nova luz. Vai aprender a aumen-

tar o volume daquela voz interior, a confiar em seus instintos e a

começar a seguir as sugestões de seu próprio coração. E, quando

fizer isso, sua vida vai mudar para sempre!

os três eus

Em nossa essência, está o nosso eu verdadeiro: a realidade de quem

e do que de fato somos.

Mas, sobreposta ao nosso eu verdadeiro – com todas as nossas es-

quisitices, fraquezas e sentimentos –, está aquela camada de vergonha,

medo e culpa, a pessoa que tememos ser, nossa autoimagem negativa.

Assim, para termos certeza de que as pessoas ainda gostam de nós,

nos aprovem e nos deem amor e dinheiro, acrescentamos mais uma

camada sobre o nosso eu temido: a pessoa que fingimos ser.

Se formos exímios fingidores, essa camada mais externa será a

única que os outros conseguirão enxergar. Na verdade, nós nos em-

penhamos tanto para que ninguém note nossas deficiências que es-

quecemos totalmente (muitas vezes, por um longo tempo) que existe

um outro eu, real, sob ela.

Quando falei pela primeira vez sobre esse modelo com uma ami-

ga, ela fez a seguinte analogia: “Ah, entendi! Nosso verdadeiro eu é

como um diamante e, quando crescemos, ele fica coberto de estrume.

Nós então aplicamos uma camada de esmalte sobre o estrume para

tentar parecer mais atraentes para o mundo. Mas, se passássemos um

22

tempinho limpando o estrume, as pessoas veriam que somos dia-

mantes de verdade e não precisaríamos mais de nenhum esmalte!”

Provavelmente, eu teria elaborado esse conceito de maneira

um pouco diferente: “Quando começa a escavar para revelar seu eu

verdadeiro, que está escondido sob a pessoa que você teme ser e a

que finge ser, você assume o leme da própria vida. E quando seu eu

verdadeiro está pilotando o barco, você age com mais naturalidade,

mais alegria e autenticidade.”

Conhecendo os seus eus

Vamos examinar mais de perto as características dos três eus e como

eles se relacionam com a sua vida. Vou compartilhar com você algumas

das minhas perguntas favoritas para desmascarar o eu dissimulado, re-

velar a autoimagem negativa, ou o eu temido, e liberar o eu verdadeiro.

Não há respostas “certas” – o objetivo de

cada pergunta é apenas incrementar a sua

consciência sobre o que o impede de viver

fundamentado em seu eu verdadeiro.

a. O eu dissimulado: Quem você finge ser

O eu dissimulado é a imagem que você projeta para o mundo. Com

frequência, ela é baseada menos em quem você realmente é e mais

encobrir quem você tem medo de ser. Pergunte a si mesmo e res-

ponda às seguintes questões:

• Como você gosta de ser visto?

• Que aspectos da sua personalidade você espera que as pes-

soas percebam em primeiro lugar?

• O que é mais importante que todos saibam a seu respeito?

• Se a sua vida estivesse tentando provar algo sobre você, o

que seria?

b. A autoimagem negativa: Quem você tem medo de ser

Se alguém o ofender usando uma expressão com a qual você não

se identifica, raramente haverá uma carga emocional vinculada. Se

“A vida não analisada não

vale a pena ser vivida.”

SÓCRATES

23

algo nos aborrece, em geral é porque, em algum nível, nós acredita-

mos que possa ser verdade. Quando faço essas perguntas em meus

treinamentos, as pessoas costumam reagir negando de todas as for-

mas que os traços negativos identificados tenham algo a ver com

elas. Quando têm uma chance de refletir sobre o assunto, elas costu-

mam deparar com um surpreendente reconhecimento de que isso é,

de fato, exatamente o que sempre temeram ser verdade.

Um fato vai facilitar sua autoanálise com mais honestidade:

Quaisquer traços “negativos” que você identificar

não são realmente seus – eles pertencem à sua autoimagem

negativa e foram programados na sua mente quando você

era criança. Ao identificá-los de maneira honesta,

você estará pronto para se libertar deles!

Não é fácil encarar os próprios medos sobre quem e o que so-

mos – afinal, é provável que tenhamos passado grande parte da vida

evitando fazer exatamente isso. Por esse motivo, a maioria das per-

guntas a seguir é dirigida para aqueles pontos que revelam a auto-

-imagem negativa e não para a autoimagem negativa em si mesma.

• Qual é o oposto de cada um dos traços do seu eu dissimulado?

• Quais dos seus segredos serão descobertos somente depois

de sua morte?

• Quem é a pessoa de que você menos gosta e por quê?

(A maior parte da percepção baseia-se na projeção – ou seja,

o que mais desaprovamos nos outros é o que tememos poder

encontrar em nós mesmos.)

c. O eu verdadeiro: Quem você realmente é

Ao identificar os traços e as características de seus três eus, você liberta

a si mesmo para viver cada vez mais a partir de quem você realmente

é – o seu eu poderoso, amoroso, irreprimível e autêntico.

Eis aqui uma diretriz para saber se você consegue identificar um

traço ou uma característica do seu eu verdadeiro, ou se está preso na

armadilha da autoimagem negativa:

24

• Quem você realmente é desperta sempre a sensação de vol-

tar para casa?

• Quem você é quando ninguém está olhando?

• Se você se sentisse totalmente seguro, o que faria de maneira

diferente?

• Quem você seria se vivesse sem nenhum medo?

reprogramando a sua autoimagem

Minha experiência me mostrou que o pensamento positivo tradi-

cional não é muito eficiente. Colocar-se diante do espelho e dizer

“Estou melhorando dia após dia” não funciona muito, a não ser que

você consiga criar, ao mesmo tempo, a sensação de estar melhor.

Por exemplo, se você parasse de ler por um instante e mandasse

o seu coração acelerar, é provável que não conseguisse. Mas se você

imaginar que está andando por uma estrada escura, tarde da noite,

ouvindo passos atrás de você, cada vez mais próximos, é quase certo

que seu coração vai bater mais depressa. Isso acontece porque:

As programações-chave do comportamento humano são

o hábito e a imaginação e eles são muito mais poderosos

do que a lógica e a determinação jamais poderiam ser.

O fato é que nosso corpo responde com maior presteza ao uso

vívido da imaginação do que a um simples comando. É por isso

que a maneira como nos enxergamos em nossa imaginação é fun-

damental para a maneira como levamos a vida.

No início dos anos 1970, um cirurgião plástico americano chamado

Maxwell Maltz observou que alterar a aparência física de seus pacientes

causava, com grande frequência, um notável aumento na confiança e,

algumas vezes, uma completa mudança de personalidade. Entretanto,

alguns de seus pacientes não experimentaram nenhum benefício psi-

cológico, por mais espetaculares que tivessem sido as mudanças físicas.

Maltz concluiu que a correção da aparência externa de um pa-

ciente não funciona quando a sua autoimagem externa é ruim ou,

como ele mesmo afirmou, quando existem “cicatrizes internas”.

25

Ele então ensinou a esses pacientes uma técnica de visualização

que causou uma extraordinária mudança na autoimagem. Para sua

alegria e surpresa, para essas pessoas o efeito foi igual – ou maior –

do que a própria cirurgia.

Quando ensinou aos pacientes que tinham uma autoimagem

negativa a imaginar a si mesmos, repetidamente, com a aparência

que consideravam ideal, Maltz observou que, em poucos dias, eles

se tornaram indivíduos mais felizes e mais em paz consigo mesmos.

Pequenas mudanças, grandes resultados

Um dos exemplos mais intensos de como uma pequena mudança

pode reprogramar a sua autoimagem com rapidez e facilidade foi

demonstrado em um estudo realizado pelo psicólogo social Steven

J. Sherman. Ele se propôs a descobrir se seria capaz de aumentar o

número de voluntários, em determinada área, para angariar contribui-

ções para a Sociedade Americana do Câncer.

Ele entrou em contato, por telefone, com vários residentes daquela

área, explicando que estava fazendo uma pesquisa e perguntou a eles

o que diriam se lhes fosse solicitado que batessem de porta em porta,

durante três horas, pedindo dinheiro para uma causa tão nobre. Como

ninguém queria ver a si mesmo como um indivíduo que não contribuía

para projetos de caridade, quase todos disseram que aceitariam ser vo-

luntários.

Alguns dias depois, um representante da Sociedade Americana

do Câncer telefonou para essas mesmas pessoas. Sabe qual foi a con-

sequência dos compromissos assumidos durante a pesquisa? Um au-

mento fenomenal de 700% de voluntários!

Dizem que quando perguntaram a Michelangelo como ele con-

seguia esculpir anjos tão belos, ele respondeu: “Eu enxergo o anjo na

pedra e vou removendo tudo o que está ao seu redor.”

Reprogramar a sua autoimagem é muito semelhante a isso – é

menos uma tentativa de ser como você gostaria de ser e mais uma

questão de reconhecer a magnificência de quem você realmente é.

26

Lembre-se: nossas possibilidades, em qualquer momento da vida,

são racionalizadas não através de como gostamos de pensar em nós mes-

mos, mas através de quem realmente acreditamos ser. Portanto, quanto

mais você alinhar a sua autoimagem à realidade de seu verdadeiro eu,

mais satisfatória e compensadora a sua vida será. Esse não é um conceito

novo e está contido em todos os sistemas espirituais de ensino no planeta.

Você verá a seguir uma variação da visualização original do Dr.

Maltz, atualizada com o intuito de incorporar as mais recentes des-

cobertas da neurociência e da psicologia da autoimagem. Quando

guio meus pacientes e os participantes de meus treinamentos atra-

vés dessa visualização, eles costumam relatar descobertas repentinas

que transformam suas vidas e se veem incapazes de enxergar a si

mesmos ou o mundo da mesma maneira.

A repetição desse simples exercício pelo menos uma vez por dia,

todos os dias, durante uma semana, fará com que a sua autoimagem

se integre com facilidade ao seu eu verdadeiro.

reProgramando a sua autoImagem Para o suCesso

1. Relaxe por alguns minutos e respire profundamente. Quando seus

músculos se relaxam fica cada vez mais fácil soltar a sua imaginação.

2. Agora imagine o seu eu verdadeiro e esplêndido.

3. Reserve um momento para sentir-se totalmente feliz com o seu

eu verdadeiro. Observe como ele se apresenta, respira, sorri, ca-

minha e fala. Observe como ele conversa com os outros, lida com

os problemas e corre atrás de seus objetivos.

4. Agora assuma a identidade de seu eu verdadeiro e se integre a

ele. Veja através dos olhos dele, ouça através dos ouvidos dele e

sinta como é bom viver a vida como o seu eu verdadeiro.

5. Termine a sua sessão de programação dedicando um minuto a

sonhar acordado sobre como sua vida vai mudar à medida que

você viver, cada vez mais, através de seu eu verdadeiro. Você pode

imaginar a si mesmo vivendo verdadeiramente em qualquer situa-

ção de seu passado, presente ou futuro.

27

Algumas reflexões finais

Quando você começa a viver como seu eu verdadeiro, torna-se cada

vez mais fácil agir de maneira consistente com a verdade que ele

apresenta. Esse efeito é o que nos permitirá fazer mudanças signifi-

cativas em apenas sete dias.

Quando nos comprometemos, o resto de nós se alinha com

essa postura. Em vez de afixar mais uma imagem ou personalidade

limitadas à sua definição de “eu”, o trabalho de hoje vai permitir

que você conquiste mais possibilidades e potenciais. Pessoalmente,

acredito que, se existe um motivo ou objetivo nesta vida, esse pode

muito bem ser uma parte essencial dele.

“Nosso maior medo não é o de sermos incapazes.

Nosso maior medo é descobrir que somos muito mais poderosos do que

imaginamos.

O que mais nos assusta é a nossa luz, e não as nossas trevas.

Perguntamos a nós mesmos: quem sou eu para ser tão brilhante,

sedutor, talentoso, fabuloso?

Na verdade, quem sou eu para não sê-lo?

Você é um filho do universo.

Apequenar-se não ajuda o mundo.

Não há nenhum mérito em diminuir a si mesmo para que os outros não

se sintam inseguros ao seu redor.

Nascemos para manifestar a glória do mundo que está dentro de nós.

Não apenas em alguns de nós: ela está em todos os seres.

E, quando permitimos que a nossa luz brilhe, damos ao outro,

inconscientemente, permissão para fazer o mesmo.

E, enquanto nos libertamos de nossos medos, nossa presença libera

todos aqueles que nos cercam.”MARIANNE WILLIAMSON

Todas as pessoas realmente bem-sucedidas aceitam o próprio

brilho – elas não se sentem constrangidas pelo fato de possuí-lo.

Embora alinhar a sua autoimagem à realidade do seu eu verdadeiro

não seja a resposta para todos os problemas da vida, essa estratégia

28

vai ajudá-lo a agir com mais sabedoria. À medida que a pessoa que

você pensa que é e a que você de fato é ficam mais alinhadas, você

começa a se sentir realmente bem consigo mesmo, antes até de sua

vida mudar.

E, como descobri por experiência própria, quanto melhor você

se sente consigo mesmo, melhor se torna a sua vida.

Quero que saiba que é um indivíduo único – não existe nin-

guém neste mundo que possa fazer as coisas exatamente da maneira

como você faz. Você possui a dádiva especial de sua singularidade

para trazer a este mundo. Nos próximos seis dias, vamos identificar

essa dádiva e começar a trabalhar maneiras através das quais você

pode compartilhar suas qualidades com o mundo!

Até amanhã!

P.S.: No próximo capítulo, vou revelar os segredos de como dominar

suas emoções e controlar sua própria mente, e você vai aprender como

o seu estado de espírito e suas emoções afetam tudo em sua vida.

INFORMAÇÕES SOBRE OS PRÓXIMOS LANÇAMENTOS

Para saber mais sobre os títulos e autoresda EDITORA SEXTANTE,

visite o site www.sextante.com.br, curta a página facebook.com/esextante

e siga @sextante no Twitter. Além de informações sobre os próximos lançamentos,

você terá acesso a conteúdos exclusivos e poderá participar de promoções e sorteios.

Se quiser receber informações por e-mail, basta cadastrar-se diretamente no nosso site

ou enviar uma mensagem para atendimento@esextante.com.br

www.sextante.com.br

facebook.com/esextante

twitter: @sextante

Editora Sextante Rua Voluntários da Pátria, 45 / 1.404 – Botafogo

Rio de Janeiro – RJ – 22270-000 – Brasil Telefone: (21) 2538-4100 – Fax: (21) 2286-9244

E-mail: atendimento@esextante.com.br