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5.1 Máximos e Mínimos
5.1A Se f (x) = x +4
x, encontre o número c que satisfaz a conclusão do TVM (Teorema do
Valor Médio) no intervalo [1; 8] :
5.1B Seja f (x) = jx� 1j : Mostre que não existe um número c satisfazendo 3f 0 (c) = f (3)�
f (0). Isso contradiz o TVM?
5.1C Considere f (x) = 1 � 3px2. Veri�que que f (�1) = f (1), mas não existe um número
c 2]� 1; 1[, satisfazendo f 0 (c) = 0. Isso contradiz o Teorema de Rolle? Por que?
5.1D Prove que a equação x3+x�1 = 0 tem exatamente uma raiz real. (sug.: você está diante
de um problema de existência e unicidade. A existência é comprovada pelo TVI e a unicidade
é obtida como conseqüência do Teorema de Rolle, utilizando-se, para tanto, um argumento de
contradição).
5.1E Prove que existe um único número real x talque ex + x = 0:
5.1F Seja f : [a; b] ! R uma função contínua. Se f é derivável em (a; b) e f 0 (x) = 0; 8x 2
(a; b), mostre que f é uma função constante. (sug.: considere x1 e x2 em [a; b] e aplique o TVM à
função f em [x1; x2]).
5.1G Mostre que arctg x + arccotg x = �=2: (sug.: mostre que a função f (x) = arctg x +
arccotg x é constante e, então, calcule f (1)).
5.1H Seja f : [a; b] ! R uma função contínua. Se f é diferenciável em (a; b) e f 0 (x) =
f (x) ; 8x 2 (a; b), mostre que existe uma constante C tal que f (x) = Cex; 8x 2 [a; b] : (sug.:
veri�que que a função ' (x) = f (x) e�x é constante).
5.1I Sejam f; g : [a; b]! R funções contínuas. Se ambas são diferenciáveis em (a; b) e f 0 (x) =
g0 (x), para todo x 2 (a; b), mostre que essas funções diferem por uma constante, isto é, f (x) =
g (x) + C:
30 DERIVADAS: aplicações COMPLEMENTOS 5
5.1J Considere g (x) = x4�4x+1. Encontre a função f que satisfaz f 0 (x) = g0 (x) e f (1) = 2:
5.1K Mostre que ex > x, para x > 0: Mostre, em seguida, que ex > 1 + x + x2=2, com a
mesma restrição x > 0. Use o processo indutivo para provar, em geral, que:
ex > 1 + x+x2
2!+x3
3!+ � � �+ x
n
n!; para x > 0: (5.1)
E se x � 0 a desigualdade (5.1) continua válida?
5.1L Mostre quex
1 + x< ln (1 + x) < x, seja qual for o x > 0:
5.1M Mostre que senx < x, seja qual for o x > 0:
5.1N Mostre que a equação x2 � x senx � cosx = 0 tem duas e somente duas raízes, uma
negativa e a outra positiva.
5.1O Mostre que � < tg �, para 0 < � < �=2 :
5.1P Considere a função f (x) = x3 � 3x2 + 3:
(a) Decida sobre a existência de máximos ou mínimos locais e absolutos de f ;
(b) Calcule os valores máximo e mínimo de f no intervalo [�2; 3] e determine os pontos nos
quais esses valores são assumidos.
5.1Q Considere a função ' (x) = 2x3 � 9x2 + 12x+ 3:
(a) Decida sobre a existência de máximos ou mínimos locais e absolutos de f ;
(b) Calcule os valores máximo e mínimo de f no intervalo [0; 3] e determine os pontos nos
quais esses valores são assumidos;
(c) Repita o ítem (b), considerando o intervalo [1=2; 3] ;
(d) Repita o ítem (b), considerando o intervalo [1=2; 5=2] ;
(e) Repita o ítem (b), considerando o intervalo [3=4; 9=4] :
5.1R Analise cada uma das funções de�nidas abaixo com relação à existência de máximos e
mínimos locais e absolutos.(a) f (x) = senx+ cosx; x 2 [0; 2�] (b) f (x) = xe�x; x 2 R
(c) f (x) = 3 cos (2x) ; x 2 [0; �] (d) f (x) =p1� x2; x 2 [�1; 1]
(e) f (x) = x2 +1
x; x 6= 0 (f) f (x) = x2
p1� x2; x 2 [�1; 1]
CÁLCULO DE UMA VARIÁVEL MARIVALDO P MATOS 31
5.1S A função f (x) = 2 � j1� xj, de�nida para 0 � x � 2; admite algum ponto de máximo
ou de mínimo?
5.1T Determine, se existirem, os pontos de mínimo e de máximo da função y = 2xe2x: Analise,
ainda, o grá�co dessa função quanto à concavidade.
5.1U Esboce o grá�co de cada uma das funções de�nidas abaixo.
(a) f (x) = x3 � 3x (b) f (x) = x4 � 2x2 (c) f (x) = x4 � x3 (d) f (x) =x
1 + x2
(e) f (x) =x+ 1
x� 1 (f) f (x) =x2
1 + x2(g) f (x) =
1 + x2
x(h) f (x) =
x2 + 2
x� 3
(i) f (x) =4x
x2 � 9 (j) f (x) =x4 + 1
x2(k) f (x) =
x3
1 + x2(l) f (x) =
2x
x2 � 1
(m) f (x) = senx+ cosx (n) f (x) = x� senx (o) f (x) = xe�x (p) f (x) = e�x2
5.1V A �gura ao lado mostra o grá�co de uma função y =
f(x).
(a) Para quais valores de x, f é crescente? E decrescente?
(b) Essa função possui pontos de máximo e de mínimo?
(c) Essa função possui ponto de in�exão?
(d) O que representa, no grá�co, a reta y = 4?
5.1W Suponha que a �gura ao lado corresponda ao grá�co
da derivada f 0 de uma função y = f(x).
(a) Qual a inclinação da tangente ao grá�co de f em x = 1?
(b) Com relação ao crescimento e à concavidade, descreva
o grá�co de f no intervalo [1; 2].
(c) O grá�co de f possui alguma tangente horizontal?
(d) A função f possui algum ponto de máximo ou de mínimo
local?
5.1X Existe algum valor para m, de modo que a função f (x) = mx �m2 ln�1 + x2
�tenha
x = 2 como ponto de mínimo local?
32 DERIVADAS: aplicações COMPLEMENTOS 5
5.1Y Se a2 < 3b, deduza que a função f (x) = x3 + ax2 + bx + c não possui máximo nem
mínimo.
5.2 Problemas de Máximo e Mínimo
5.2A Determine dois números positivos x e y com produto p e cuja soma seja a menor possível.
5.2B Determine as dimensões de uma caixa retangular de base quadrada, sem tampa, de
forma que sua área total tenha um valor pre�xado A e seu volume V seja o maior possível.
5.2C Demonstre que o retângulo de área máxima inscrito em um círculo de raio r é um
quadrado.
5.2D De todos os triângulos isóceles de igual perímetro, o que tem maior área é o triângulo
eqüilátero.
5.2E Dois corretores, de larguras a e b, encontram-se num ângulo reto, como indica a �gura ao
lado. Seja l o comprimento máximo de uma viga que pode passar horizontalmente de um corredor
ao outro. Determine l em termos de a e b:
5.2F Encontre sobre a curva y2 � x2 = 1, o ponto mais próximo do ponto (�1; 0) :
5.2G Qual o número real positivo cuja diferença entre ele e seu quadrado resulta no maior
valor possível?
5.2H Qual ponto da parábola y = 1� x2 está mais próximo da origem? (sug.: esse problema
consiste em minimizar a função f (x) = x2 + y2 = x2 +�1� x2
�2, que representa o quadrado dadistância de um ponto da parábola à origem).
5.2I Qual ponto da parábola y = x2 está mais próximo da reta y = x� 2? (sug.: minimize o
quadrado da distância de um ponto a uma reta!).
5.2J Dentre todos os retângulos com o mesmo perímetro p, mostre que o quadrado é o de
maior área. (sug.: o problema consiste em maximizar a função área A (x) = xy, sendo 2x+2y = p):
CÁLCULO DE UMA VARIÁVEL MARIVALDO P MATOS 33
5.2K Ache a equação da reta que passa no ponto (3; 2) e,
no primeiro quadrante, forma com os eixos coordenados um
triângulo de área mínima (�gura 5.3). Proceda assim:
(a) Admita a reta na forma y = ax+b e note que 3a+b = 2;
(b) A função a ser minimizada é a função área: A =x0y02
(c) Determine x0 e y0 e, em seguida, a equação da reta.
5.2L Encontre os comprimentos dos lados do retângulo de
maior área que pode ser inscrito em um semicírculo de raio r,
estando a base do retângulo sobre o diâmetro do semicírculo.
(sug.: a função a ser maximizada é a área e esta vem dada por:
A = xy = xpr2 � x2:
5.2M Uma indústria de embalagens de metal onde você tra-
balha é escolhida para fornecer latinhas de cerveja de 500ml
para um fabricante multinacional. O gerente da fábrica desco-
bre que você é um funcionário que já estudou cálculo e, por essa
razão, lhe procura e pergunta: as dimensões da lata (altura e
raio) podem in�uir no custo da produção? (sug.: lembre-se das
fórmulas básicas da área total e volume do cilindro de raio x e
altura y: AT = 2�x2 + 2�xy e V = �x2y = 500).
5.2N Uma indústria produz determinado artigo e vende-o com um lucro mensal dadao pela
expressão L (q) = �q3 + 12q2 + 60q � 4, onde q representa a quantidade produzida mensalmente.
Qual a produção que maximiza o lucro? Qual é esse lucro máximo?
5.2O Duas torres têm, respectivamente, 50 e 30 metros de altura, estando separadas por uma
distância de 150 metros e um cabo guia deve ser estendido do ponto A até o topo de cada torre.
(veja �gura 5.6).
34 DERIVADAS: aplicações COMPLEMENTOS 5
(a) Localize exatamente o ponto A de modo que o comprimento total do cabo seja mínimo.
(b) Mostre que o comprimento do cabo usado é mínimo sempre que os ângulos em A são
iguais, independente da altura das torres.
5.2P Uma área retangular em uma fazenda será cercada por um rio e nos outros três lados
por uma cerca elétrica feita de um �o. Com 800m de �o à disposição, qual é a maior área que se
pode cercar e quais são suas dimensões?
5.2Q Uma folha com perímetro de 36m será enrolada para
formar um cilindro, como é mostrado na �gura ao lado. Que
valores de x e y fornecem o maior volume?
A mesma folha sofrerá uma revolução em torno de seu lado
y gerando um outro cilindro. Que valores de x e y fornecem,
agora, o maior volume?
5.2R Determine o raio r e a altura h do maior cilindro circular
reto que pode ser colocado dentro de uma esfera de raiop3,
como sugere a �gura 5.8 ao lado. (recorde-se que o volume da
esfera e do cilindro sã o dados, respectimaente por:
VE =4
3�R3 e VC = �r
2h):
CÁLCULO DE UMA VARIÁVEL MARIVALDO P MATOS 35
5.2S Se o perímetro do setor circular apresentado na �gura
5.9 ao lado for �xado em 100m, que valores de r e s darão ao
setor a maior área?
Assíntotas
Se a distância entre o grá�co de uma função e uma reta �xa se aproxima de zero à medida que a
curva se afasta da origem, dizemos que a curva se aproxima assintóticamente da reta ou que a reta
é uma assíntota do grá�co.
Assíntotas horizontais, verticais e oblíquas
� A reta y = b é uma assíntota horizontal do grá�co da função y = f (x) se:
limx!1
f (x) = b ou limx!�1
f (x) = b:
� A reta x = a é uma assíntota vertical do grá�co da função y = f (x) se:
limx!a+
f (x) = �1 ou limx!a�
f (x) = �1:
� A reta y = ax+ b é uma assíntota oblíqua do grá�co da função y = f (x) se:
limjxj!1
jf (x)� (ax+ b)j = 0:
Por exemplo, a função y = x + 1=x tem o eixo y como assíntota vertical e a reta y = x
como uma assíntota oblíqua. De fato: limjxj!1
jf (x)� xj = limjxj!1
j1=xj = 0 e limx!0+
f (x) = +1 e
limx!0�
f (x) = �1:
5.2T Veri�que que o grá�co de cada uma das funções y = f (x) de�nidas abaixo possui ao
menos um tipo de assíntota.
(a) y = x+ lnx (b) y =1
x2(c) y =
x2
x2 � 4 (d) y =x3
x2 + 1(e) y =
x2 � x+ 1x� 1
(f) y =x3px+ 1
(g) y =px2 + 1 (h) y =
x2 � 1x2 + 1
(i) y =x2px2 � 1
(j) y =4� x2x+ 1
36 DERIVADAS: aplicações COMPLEMENTOS 5
5.3 A Regra de l�Hôpital
John Bernoulli descobriu uma regra para o cálculo de limites de frações cujos numeradores e
denominadores tendem para zero. A regra é conhecida atualmente como Regra de l�Hôpital, em
homenagem ao marquês de St. Mesme, Guillaume François Antoine de l�Hôpital (1661-1704), um
nobre francês que escreveu o primeiro texto introdutório de cálculo diferencial, em que a regra foi
impressa pela primeira vez.
Forma Indeterminada 0=0
Se as funções contínuas f (x) e g (x) são zero em x = a, então
limx!a
f (x)
g (x)
não pode ser calculado com a substituição x = a: A substituição gera a expressão 0=0, sem signi�-
cado algum. Recorde-se dos argumentos que utilizamos em sala de aula para calcular limx!0 (senx) =x,
em que a substituição x = 0 produziu a forma indeterminada 0=0. Por outro lado, fomos bem suce-
didos com o limite
limx!a
f (x)� f (a)x� a
com o qual calculamos a derivada f 0 (a) e que sempre resulta na forma 0=0 com a substituição
x = a: A Regra de l�Hôpital nos permite usar derivadas para calcular llimites que, abordados de
outra forma, conduzem à formas indeterminadas.
Teorema (Regra de l�Hôpital) Suponha que f (a) = g (a) = 0, que f e g sejam deriváveis em
um intervalo aberto contendo a e que g0 (x) 6= 0 nesse intervalo exceto, possivelmente, em x = a:
Então:
limx!a
f (x)
g (x)= limx!a
f 0 (x)
g0 (x); (5.3)
desde que exista o limite do lado direito de (5.3).
Atenção
Ao aplicar a Regra de l�Hôpital não
caia na armadilha de usar a derivada
de f=g. O quociente a ser usado é
f 0=g0 e não (f=g)0.
Exemplo Aplicando a Regra de l�Hôpital
A expressão1� cosxx+ x2
com x = 0 produz a indetermi-
nação 0=0 e aplicando a regra (5.3), encontramos:
limx!0
1� cosxx+ x2
= limx!0
senx
1 + 2x=0
1= 0
CÁLCULO DE UMA VARIÁVEL MARIVALDO P MATOS 37
Formas indeterminadas 1=1; 1 � 0; 1�1
Uma versão da Regra de l�Hôpital também se aplica a quocientes que produzem as formas indeter-
minadas 1=1; 1 � 0; 1�1. Por exemplo, se f (x) e g (x) tendem ao in�nito quando x ! a,
então a fórmula (5.3) continua válida, desde que o limite do lado direito exista. Aqui, como também
na forma indeterminada 0=0, o ponto a onde investigamos o limite pode ser �nito ou �1.
Exemplo Calcule
(a) limx!�=2
secx
1 + tg x(b) lim
x!1lnx
2px
Solução
(a) Note que o numerador e o denominador são descontínuos em x = �=2, então investigaremos
os limites laterais nesse ponto. Temos:
limx!(�=2)�
secx
1 + tg x= 1
1 = (l�Hôpital) = limx!(�=2)�
secx tg x
sec2 x= limx!(�=2)�
senx = 1:
O limite lateral à direita também é 1, e a forma indeterminada nesse caso é�1�1 . Logo, o limite é
1.
(b)
limx!1
lnx
2px= 1
1 = (l�Hôpital) = limx!1
1=x
1=px= limx!1
1px= 0:
Exemplo Trabalhando com as Formas Indeterminadas 1 � 0 e 1�1
Calcule
(a) limx!1
�x sen
1
x
�(b) lim
x!0
�1
senx� 1
x
�Solução
(a)
limx!1
�x sen
1
x
�= 1 � 0 = (fazer t = 1=x) = lim
t!0+
�1
tsen t
�= 1:
(b) Se x ! 0+, então senx ! 0+ e, portanto,1
senx� 1
x! 1 �1. De maneira similar,
se x ! 0�; então1
senx� 1
x! �1 +1: Nenhuma das duas formas revela o que acontece com o
limite. A saída é combinarmos as frações:
1
senx� 1
x=x� senxx senx
38 DERIVADAS: aplicações COMPLEMENTOS 5
e, então, aplicamos a Regra de l�Hôpital ao resultado:
limx!0
�1
senx� 1
x
�= lim
x!0
x� senxx senx
= 00 = (l�Hôpital) = lim
x!0
1� cosxsenx+ x cosx
= 00 = (l�Hôpital) =
= limx!0
senx
2 cosx� x senx =0
2= 0:
Formas Indeterminadas 11; 00 e 10
Os limites que produzem essas formas indeterminadas podem, às vezes, ser tratados utilizando-se
logarítmos. De fato, da relação f (x) = exp [ln f (x)] deduzimos que:
limx!a
ln [f (x)] = L =) limx!a
exp [ln f (x)] = exphlimx!a
ln f (x)i= eL: (5.4)
Em (5.4) o ponto a pode ser �nito ou �1:
Exemplo Calcule
(a) limx!1
�1 +
1
x
�x(b) lim
x!0+xx (c) lim
x!1x1=x
Solução
(a) Trata-se de uma indeterminação do tipo 11, a qual será convertida em 0=0 por aplicação
do logarítimo. Considerando f (x) = (1 + 1=x)x ; temos:
ln f (x) = ln
�1 +
1
x
�x= x ln
�1 +
1
x
�=ln (1 + 1=x)
1=x=) f (x) = exp
�ln (1 + 1=x)
1=x
�e, portanto:
limx!1
f (x) = limx!1
exp [ln f (x)] = exp
�limx!1
ln (1 + 1=x)
1=x
�= exp( 0
0 ) = (l�Hôpital) =
= exp
�limx!1
1
1 + 1=x
�= e1 = e:
(b) Trata-se de uma indeterminação do tipo 00 e procederemos como no ítem (a). Temos:
limx!0+
xx = 00 = limx!0+
exp [lnxx] = exp
�limx!0+
x lnx
�= exp
�limx!0+
lnx
1=x
�= exp( �1
1 ) =
= (l�Hôpital) = exp�limx!0+
1=x
�1=x2
�= exp
�limx!0+
(�x)�= e0 = 1:
CÁLCULO DE UMA VARIÁVEL MARIVALDO P MATOS 39
(c) Temos agora uma indeterminação do tipo 10 e procederemos como no ítem (a). Temos:
limx!1
x1=x = 10 = limx!1
exphlnx1=x
i= exp
�limx!1
lnx
x
�= exp( 1
1 ) =
= (l�Hôpital) = exp�limx!1
1=x
1
�= exp
�limx!1
1
x
�= e0 = 1:
Escrevendo para aprender Demonstrando a Regra de l�Hôpital
Vamos demonstrar a Regra de l�Hôpital (5.3), no caso em que o limite é �nito, isto é, quando
a for um número real. A demonstração é na verdade uma aplicação do Teorema do Valor Médio
de Cauchy, que é uma versão um pouquinho mais geral do Teorema do Valor Médio apresentado
em sala de aula.
Teorema do Valor Médio de Cauchy
Suponha que as funções f e g sejam contínuas no intervalo fechado [a; b] e deriváveis no
intervalo aberto (a; b) e suponha, ainda, que g0 (x) 6= 0 em qualquer x do intervalo (a; b) : Então
existe um número c em (a; b) tal que:
f (b)� f (a)g (b)� g (a) =
f 0 (c)
g0 (c): (5.5)
Prova do TVM de Cauchy
Daremos o roteiro e deixaremos os detalhes da demonstração para você preencher. Não deixe
de fazê-lo.
(i) Aplique o Teorema de Rolle para a função g em [a; b] e deduza que g (b) 6= g (a) ; essa
condição é necessária em (5.5).
(ii) Aplique o Teorema de Rolle à função
F (x) = f (x)� f (a)� f (b)� f (a)g (b)� g (a) [g (x)� g (a)]
para deduzir que existe c em (a; b) tal que F 0 (c) = 0 e a partir dessa igualdade obtenha (5.5) �
Prova da Regra de l�Hôpital
Comece revendo as condições exigidas na regra. Suponha que x esteja à direita de a e aplique
o TVM de Cauchy ao intervalo [a; x] : Existe c entre a e x tal que:
f 0 (c)
g0 (c)=f (x)� f (a)g (x)� g (a) =
f (x)
g (x)(lembre-se que f (a) = g (a) = 0).
40 DERIVADAS: aplicações COMPLEMENTOS 5
Logo,f 0 (c)
g0 (c)=f (x)
g (x):
Conforme x tende para a, o número c também se aproxima de a, porque está entre x e a. Conse-
qüentemente, tomando o limite na última igualdade, com x! a+; obtemos:
limx!a+
f (x)
g (x)= limx!a+
f 0 (c)
g0 (c)= limx!a+
f 0 (x)
g0 (x); (5.6)
que estabelece a Regra de l�Hôpital. O caso em que x está à esquerda de a o TVM de Cauchy é
aplicado ao intervalo [x; a] e o limite obtido é o limite lateral à esquerda. �
5.3A Calcule os limites indicados.
(a) limx!1
lnx
x� 1 (b) limx!0+
px lnx (c) lim
x!+1x1=x (d) lim
x!0(1 + x)1=x
(e) limx!+1
�x
1 + x
�x(f) lim
x!0+xsenx (g) lim
x!1�ln (1� x)x2 � 1 (h) lim
x!0(1� cosx) cotg x
(i) limy!�=2
��2� y
�tg y (j) lim
t!1
ln (1 + t)
log2 t(k) lim
x!0(x+ ex)1=x (l) lim
x!1x (�=2� arctg x)
5.3B A Regra de l�Hôpital não ajuda a encontrar os limites apresentados abaixo. Tente; você
voltará sempre ao mesmo ponto. Calclule os limites de outra maneira.
(a) limx!1
p9x+ 1px+ 1
(b) limx!(�=2)�
secx
tg x(c) lim
x!0+
pxp
senx(d) lim
x!0+cotg x
cosecx
5.3C. Qual está correto e qual está errado? Justi�que suas respostas.
(a) limx!3
x� 3x2 � 3 = lim
x!3
1
2x=1
6(b) lim
x!3
x� 3x2 � 3 =
0
6= 0
5.3D Dê exemplo de duas funções deriváveis f e g com limx!1
f (x) = limx!1
g (x) = 1 que
satisfaçam as condições a seguir.
(a) limx!1
f (x)
g (x)= 3 (b) lim
x!1f (x)
g (x)=1 (c) lim
x!1f (x)
g (x)= 0
5.3E Considere as funções
f (x) =
8<: x+ 2; se x 6= 0
0, se x = 0e g (x) =
8<: x+ 1; se x 6= 0
0, se x = 0:
(a) Mostre que limx!0
f 0 (x)
g0 (x)= 1 mas lim
x!0
f (x)
g (x)= 2:
CÁLCULO DE UMA VARIÁVEL MARIVALDO P MATOS 41
(b) Explique porque isso não contradiz a Regra de l�Hôpital.
Curiosidade Por que 01 e 0�1 não são formas indeterminadas.
Presuma que uma função f (x) não é negativa em um intervalo aberto contendo c e que limx!c
f (x) = 0:
(a) Se limx!c
g (x) =1, então limx!c
f (x)g(x) = 0 e (b) Se limx!c
g (x) = �1, então limx!c
f (x)g(x) =1:
De fato: primeiro, recorde-se que exp (+1) = +1 e exp (�1) = 0 e, depois, que limx!c
f (x)g(x) =
exphlimx!c
g (x) ln f (x)i= exp [(�1) � (�1)] = exp (�1).
42 DERIVADAS: aplicações COMPLEMENTOS 5
Respostas e Sugestões
5.1A c = 2p2 5.1B Não há contradição porque f não é derivável em ]0; 3[ 5.1C Não
há contradição porque f não é derivável em ] � 1; 1[ 5.1J f (x) = x4 � 4x + 5 5.1K
(a) x1 = 1 e x2 = 2 são, respectivamente, pontos de máximo e de mínimo locais. A função não
tem extremos absolutos porque limx!�1
f (x) = �1 (b) x1 = 0 e x2 = 3 são pontos de máximos
absolutos, nos quais f atinge o valor 3; x3 = 2 é ponto de mínimo local com f (2) = �1; x4 = �2
é ponto de mínimo absoluto com f (�2) = �17:
Dica: Uma maneira e�ciente de comprovar que uma dada função f (x) não tem máximo e/ou
mínimo absoluto é mostrar que lim f (x) = +1 e/ou. lim f (x) = �1.
5.1L xM e xm representam, respectivamente, os pontos de máximos absolutos e mínimos absolutos:
Max Loc Max Abs Min Loc Min Abs ' (xM ) e ' (xm)
(a) x1 = 1 não há x2 = 2 não há limx!�1
' (x) = �1
(b) x1 = 1 xM = 3 x2 = 2 xm = 0 ' (xM ) = 12; ' (xm) = 3
(c) x1 = 1 xM = 3 não há xm = 1=2 e xm = 2 ' (xM ) = 12; ' (xm) = 7
(d) não há xM = 1 e xM = 5=2 não há xm = 1=2 e xm = 2 ' (xM ) = 8; ' (xm) = 7
(e) x1 = 9=4 xM = 1 x2 = 3=4 xm = 2 ' (xM ) = 8; ' (xm) = 7
5.1M Max Loc Max Abs Min Loc Min Abs f (xM ) e f (xm)
(a) 2� �=4 0 5�=4 f (xM ) =p2; f (xm) = �
p2
(b) 1 1 não há não há f (xM ) = 1=e; limx!�1
f = �1
(c) não há 0 e � não há �=2 f (xM ) = 3; f (xm) = �3
(d) não há 0 não há �1 f (xM ) = 18; f (xm) = 0
(e) não há não há 1= 3p2 não há
(f) não há �p2=3 não há �1; 0 e 1
5.1S Mín. Abs. xm = 1 e xm = 2; Máx. Abs. xM = 1 5.1T x = �1=2 é ponto de
mínimo local; a concavidade f é voltada para baixo no intervalo (�1;�1) e voltada para cima em
(�1;+1) 5.1U Antes de esboçar o grá�co não esqueça de determinar os pontos extremos ,
as regiões de crescimento ou decrescimento e as in�exões da função.
44 DERIVADAS: aplicações COMPLEMENTOS 5
5.1V (a) f decresce em 1 � x � 2:6 e cresce em x > 2:6; (b) Min. Abs. em xm = 2:6 e Max.
Abs. em xM = 1; (c) x = 3:2 é um ponto de in�exão; (d) y = 4 é uma assíntota horizontal.
5.1W (a) 2; (b) Em [1; 2] ; f 0 positiva e decrescente. Logo, f é crescente e seu grá�co tem
concavidade para baixo; (c) Sim, em x = 3; (d) x = 3 é máximo local, pois f 0 < 0, para x > 3;
e f 0 > 0, para x < 3:
5.1X m = 0 ou m = 5=4 5.2App;pp 5.2B b =
pA=3 e h = b=2
5.2E l = [�a2b�1=3
+ b]
q1 + (a=b)2=3 5.3F (�1=2;�
p5=2) 5.2G 1=2
5.2H (�p2=2; 1=2) 5.34I (1=2; 1=4) 5.2K 2x+3y = 12 5.2L r
p2 e r
p22 5.2M
x = 3
q250� e y = 2r
5.2N q = 10 e Lmax = L (10) 5.2O x = 93:75 e y = 56:25 5.2P x = 200 e y = 400
5.2Q x = 12 e y = 6 52R h = 25 e r =p2 5.2S r = 25 e s = 50
5.2T
(a) �x = 0 (b) x = 0; y = 0 (c) x = �2; y = 1 (d) y = x (e) y = x e x = 1
(f) x = �1 (g) y = �x (h) y = 1 (i) x = �1; y = �x (j) y = 1� x e x = �1
5.3A (a)1 (b) 0 (c) 1 (d) e (e) 1=e (f) 1 g) +1 (h) 0 (i) 1 (j) ln 2 (k) e2 (l) �1
5.3B (a)3 (b) 1 (c) 1 (d) 1
5.3C O ítem (a) está incorreto, porque a Regra de l�Hôpital não se aplica. O ítem (b) está correto;
o limite é calculado com a substituição x = 3:
CÁLCULO DE UMA VARIÁVEL MARIVALDO P MATOS 45
5.3D (a) f (x) = 3x2 e g (x) = x2 (b) f (x) = 3x2 e g (x) = x (c) f (x) = 3x e g (x) = x2
5.3E (a) Para x 6= 0; temos que
f 0 (x)
g0 (x)= 1 e
f (x)
g (x)=x+ 2
x+ 1;
e portanto:
limx!0
f 0 (x)
g0 (x)= 1 e lim
x!0
f (x)
g (x)= limx!0
x+ 2
x+ 1= 2:
(b) Esse exemplo não contradiz a Regra de l�Hõpital porque as funções envolvidas não são
deriváveis em x = 0 e, portanto, a regra não se aplica.