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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL Química Metodologia e Prática II

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO,

CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSODEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL

Química Metodologia e Prática II

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Curso Superior de Licenciatura em Química

Cuiabá 2011

Química Metodologia e Prática II

Elaine de Arruda Oliveira Coringa

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GOVERNO FEDERAL

Dilma Rousseff Presidente do Brasil

Fernando HaddadMinistro da Educação

Jorge Almeida GuimarãesPresidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)

José Carlos Teatini ClimacoDiretor de Educação a Distância da Universidade Aberta do Brasil (UAB) na CAPES

IFMT - INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO

José Bispo BarbosaReitor

Willian Silva de PaulaPró Reitor de Ensino

Alexandre José SchumacherCoordenador Geral UAB/IFMT

Claudete Galvão de Alencar PedrosoCoordenadora Adjunta UAB/IFMT

Alexandro Uguccioni RomãoEditoração eletrônica Maria Antônia da SilvaRevisão de português

Coordenação da UAB/IFMTInstituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Mato Grosso (IFMT) - Campus Bela Vista - Avenida Juliano Costa Marques S/N, CEP: 78.050-560, Bela Vista, Cuiabá/MT - Brasil

A produção deste material didático obteve financiamento no âmbito do Programa Universidade Aberta do Brasil, CAPES/FNDE/MEC.Autoriza-se o uso e a reprodução da obra no âmbito do Sistema UAB e o IFMT desde que citada a fonte. É vedado o uso desta obra para fins de comercialização.

Ficha Catalográfica

Coringa, Elaine de Arruda Oliveira. Química Metodologia e Prática II. Elaine de Arruda Oliveira Coringa.Cuiabá: Publicação do IFMT, 2011.102p.; 21 x 29,7 cm.

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Material Didático – Química Metodologia e prática 2

Sumário

1. EMENTA DA DISCIPLINA

2. OBJETIVO GERAL

3. UNIDADES, TÓPICOS, OBJETIVOS ESPECÍFICOS E CONTEÚDO.

UNIDADE I – NORMAS DE SEGURANÇA NO LABORATÓRIO QUÍMICO

TÓPICO I – Introdução

TÓPICO II – Procedimentos para um trabalho organizado e de qualidade

2.1 Segurança no laboratório de química

2.2 Conduta no laboratório

2.3 Normas e procedimentos de segurança a serem adotados em

função dos tipos de emergência

SÍNTESE DA UNIDADE

AUTO-AVALIAÇÃO

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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Material Didático – Química Metodologia e prática 3

1. EMENTA DA DISCIPLINA

1. NORMAS DE SEGURANÇA NO LABORATÓRIO QUÍMICO

2. RECONHECIMENTO DE VIDRARIAS, MATERIAIS E REAGENTES

3. OPERAÇÕES BÁSICAS DE LABORATÓRIO

2. OBJETIVO GERAL

Ao final da disciplina o aluno será capaz de:

Entender o resultado da evolução da Química nos campos da medicina,

indústria, tecnologia e meio ambiente.

Compreender a importância da aplicação e do consumo de substancias

no cotidiano.

3. UNIDADES, TÓPICOS, OBJETIVOS ESPECÍFICOS E

CONTEÚDO

Ao final da UNIDADE I, o aluno será capaz de:

Conhecer as normas de segurança em laboratório de química;

Aplicar os conhecimentos na intervenção de algum acidente de laboratório;

Aplicar as normas de conduta no trabalho em laboratório.

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Material Didático – Química Metodologia e prática 4

UNIDADE I – NORMAS DE SEGURANÇA NO LABORATÓRIO

QUÍMICO

O BRASIL É UM DOS MAIORES RECORDISTAS MUNDIAIS EM ACIDENTES

DE TRABALHO!

Que frase chocante e, ao mesmo tempo, aterrorizadora, não acha?

O que poderia ser feito para evitar pelo menos dois terços desses acidentes?

Tenho certeza que você, neste exato momento, talvez estivesse elencando uma

série de medidas, como por exemplo, aprimorar os equipamentos, tornando-os mais

seguros; melhorar as estradas para que o transporte de produtos químicos seja feito

com maior segurança; promover fiscalizações rigorosas junto às empresas e aos

trabalhadores quanto ao uso dos E.P.Is (EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO

INDIVIDUAL ) e E.P.Cs (EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA); incentivar

a participação dos trabalhadores em palestras, seminários e cursos de capacitação,

tornando-os mais eficientes na execução de suas atividades profissionais, etc.

Chego a pensar que nossas opiniões se encontraram em muitos aspectos...

Porém, o que tudo isso nos revela?

É incontestável o prejuízo que decorre de cada acidente. Os acidentes, de

uma maneira geral, provocam grandes prejuízos à economia e, acima de tudo, deixa

marcas profundas nas pessoas e seus familiares. Nós e vocês – futuros

profissionais de laboratórios - enfrentamos diariamente sérios problemas de

exposição a riscos químicos, físicos e biológicos provenientes de diversificados

processos analíticos e demais rotinas dentro dos laboratórios.

Sabemos, contudo, que não é só no laboratório que ocorrem essas

exposições. Veja, por exemplo, a carga de contaminantes que recebemos por morar

nos grandes centros: contaminantes contidos no ar, na água, nos alimentos “in

natura” (inseticidas e herbicidas), nos alimentos industrializados (corantes e

conservantes), nos alimentos artificiais (refrigerantes e sucos), isso tudo sem contar

ainda nos medicamentos, cosméticos, produtos de higiene e limpeza.

Agora pense: e se considerarmos o tempo que permanecemos no interior de

um laboratório em nossa vida profissional, sujeitos à ação de agentes químicos,

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Material Didático – Química Metodologia e prática 5

físicos e biológicos nocivos e que se juntariam aos outros anteriormente

mencionados, resultariam em uma pesada carga de contaminantes que contribuiria

para um maior comprometimento da nossa integridade física.

Percebe como o assunto SEGURANÇA EM LABORATÓRIO deve ser

encarado com muita seriedade? Percebe também que em função de tudo isso,

torna-se imprescindível buscar as melhores condições de trabalho objetivando

diminuir os riscos de contaminação, a probabilidade de acidentes e, também

aumentar nossa expectativa de vida de forma longa e saudável?

Se você concordou comigo, vamos iniciar o nosso estudo?

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Material Didático – Química Metodologia e prática 6

1. INTRODUÇÃO

O laboratório é um dos principais locais de trabalho do profissional da química.

Existe certo risco associado ao trabalho em laboratório de um modo geral, pois a

exposição a situações perigosas e a materiais insalubres é mais freqüente. Por isso,

é dever de todo profissional da química reconhecer as situações de risco e zelar

pela manutenção da boa qualidade de vida das pessoas no seu ambiente de

trabalho.

Para tanto, o profissional químico deve conhecer as propriedades

toxicológicas das substâncias a fim de evitar intoxicações por inalação, ingestão ou

absorção dérmica. Deve ficar atento também aos principais acidentes em

laboratórios de química, tais como ferimentos causados por quebra de vidrarias ou

contato com substâncias cáusticas, incêndios com líquidos inflamáveis ou

explosões.

Em todos esses casos, o profissional deve reconhecer e saber proceder

adequadamente a fim de minimizar as conseqüências de cada acidente em

laboratório.

Mas, além do perigo a si próprio e às outras pessoas, o profissional da

química deve ficar atento também à possibilidade de contaminação em suas

próprias experiências, por substâncias que podem interferir nos seus resultados.

Para evitar isto, deve manter seu ambiente de trabalho rigorosamente limpo e

organizado.

Também é desejável que o químico escolha experimentos que minimizem a

geração de substâncias potencialmente perigosas ao ambiente, devendo, ao final

das experiências, proceder a destinação adequada dos resíduos gerados no

laboratório.

Neste contexto, regras de segurança e de conduta devem ser observadas

durante o trabalho em laboratório, a fim de preservar a saúde ocupacional e

ambiental, e reduzir os riscos de acidentes de trabalho tais como: cortes por

manuseio inadequado das vidrarias, ferimentos com substâncias causticas ou

corrosivas, inalação de gases ou vapores nocivos, absorção oral ou dérmica de

substancias perigosas, incêndios ou explosões. Essa é a nossa temática nesta

unidade.

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Material Didático – Química Metodologia e prática 7

2. PROCEDIMENTOS PARA UM TRABALHO ORGANIZADO E DE

QUALIDADE

Sabe-se que na luta do próprio homem pela sobrevivência, ele era exposto

de forma inevitável a uma série de fatores inseguros que remonta desde a pré-

história até os dias atuais. Logo, você poderia até desanimar, concluindo: - então,

não tem jeito, sempre o homem estará sujeito a acidentes!

De certa forma, sim! Porém, isso não significa que tenhamos que cruzar os

braços ou nos expor desnecessariamente a atitudes inseguras que poderiam

provocar acidentes.

Por isso, torna-se imprescindível a necessidade de uma postura crítica diante

das adversidades que possam comprometer a nossa integridade física,

principalmente quando se fala em atuação em laboratórios. Adquirir

comportamentos de segurança nas atividades desenvolvidas em laboratórios é

garantir eficiência nos resultados com qualidade de vida de todos os envolvidos no

processo.

Definir regras e organizar o ambiente de trabalho é primordial para a realização

de qualquer atividade em laboratório.

Considerando que um laboratório químico envolve manipulação de produtos

químicos perigosos, cilindros de gases comprimidos e diversificados equipamentos,

muitos até complexos é sumariamente importante um ambiente de trabalho

organizado dentro das mais rígidas normas de segurança. Algumas substâncias

químicas, se manipuladas indevidamente, podem explodir espontaneamente e, com

isso, causar acidentes graves e até incêndios.

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Material Didático – Química Metodologia e prática 8

2.1 Segurança no laboratório de química:

Para que se desenvolva uma atividade que

atenda os requisitos de segurança somados à

qualidade, são fundamentais a organização e a

ordem no ambiente de trabalho. Assim, discutiremos

alguns pontos relevantes para o desenvolvimento de

um trabalho organizado e seguro. Procure, ao longo

da leitura, anotar suas possíveis dúvidas e levar ao

conhecimento do seu tutor para discussão no fórum da unidade.

a. planejamento das atividades: é, sem dúvida, um dos pontos mais

importantes. Inclui-se aí, a bancada de trabalho. Para a realização de

qualquer atividade, torna-senecessário que a bancada esteja

desimpedida, livre de qualquer interferência que possa oferecer riscos às

operações ali desenvolvidas. É preciso que se torne um hábito trabalhar

com a bancada desimpedida.

b. disponibilidade de materiais: ter a certeza de que todos os materiais

necessários, bem como os reagentes químicos estejam disponíveis e em

quantidades suficientes antes de dar início a qualquer atividade.

c. condições das vidrarias: as vidrarias a serem utilizadas devem estar

rigorosamente limpas e em perfeitas condições de uso, isto é, não

contendo trincas e nem possíveis rachaduras. Quando da utilização de

vidrarias de grande dimensões como provetas, béqueres e garrafões, as

mesmas devem estar dispostas do lado direito posterior da bancada.

Agitadores magnéticos e tubos de ensaio, medidores de pH e demais

equipamentos devem ficar na parte direita e anterior da bancada, em

frente às grandes vidrarias.

d. proteção aos instrumentos: colocar sobre a bancada de trabalho um

quadrado de papel vegetal com cerca de 30 cm. de lado, imediatamente

à esquerda do conjunto de vidrarias e em direção ao fundo da bancada,

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Material Didático – Química Metodologia e prática 9

para oferecer suporte e proteção para receber materiais limpos, como:

barras magnéticas, espátulas, pinças, bastões de vidro vidro de relógio ou

qualquer outro material que possa fazer parte do trabalho.

e. Posicionamento dos materiais na bancada: estantes de tubos de

ensaio, erlenmeyers ou outras vidrarias que provavelmente estejam

ligadas ao trabalho, devem estar em frente ao papel vegetal. Manter ao

fundo da bancada recipientes contendo água e detergente para o depósito

de pipetas ou capilares sujos,bem como outras vidrarias. Tal

procedimento tem por finalidade ajudar na limpeza do material de vidro, a

fim de se evitar a agregação de materiais indesejáveis em suas paredes.

f. Locais apropriados para os reagentes: frascos de reagentes químicos

não devem estar presentes na área de trabalho e sim armazenados em

locais próprios. Se os reagentes forem necessários para a execução do

trabalho, deverão estar acondicionados em frascos apropriados e nas

quantidades necessárias para a utilização. Resíduos (sobras) de

reagentes químicos não devem ser retornados aos frascos originais e nem

serem descartados na pia diretamente sem antes serem tratados

convenientemente.

g. Materiais para anotações de laboratório: livros e cadernos – devem

permanecer longe das bancadas de trabalho. Cálculos e avaliações

devem ser feitos em local à parte (já foram relatados casos de derrame de

soluções sobre livros e manuais).

h. Proteção individual: todas as atividades comprovadamente perigosas

devem ser realizadas dentro das NORMAS DE SEGURANÇA.

Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e Equipamentos de Proteção

Coletiva (EPC) deverão estar disponíveis e em quantidades suficientes.

i. Término das atividades no laboratório: a área de trabalho deverá ser

desimpedida e submetida à limpeza. É dever do operador realizar todo o

processo de limpeza. Jamais qualquer pessoa que não faça parte da

equipe do laboratório deverá realizar procedimentos de limpeza de

bancadas, vidrarias e atividades similares. Isto nos passa a idéia de que

somente aquele que realiza a tarefa em um laboratório químico é quem

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Material Didático – Química Metodologia e prática 10

sabe dos procedimentos que ali foram efetuados e, consequentemente,

sabe também quais os procedimentos corretos de limpeza a serem

adotados para a eliminação de resíduos.

2.2 Conduta no laboratório:

Ficou muito claro que é

absolutamente necessário que as

atividades no interior de um laboratório

exigem do operador método, atenção e

calma. Procurando exercer as atividades

rotineiras de um laboratório com método,

atenção e calma estaremos minimizando

consideravelmente as condições de riscos

que um laboratório oferece.

Entretanto, outras considerações

merecem ser destacadas. Evitar

aglomerações desnecessárias na área útil

do laboratório (boa distribuição da equipe de trabalho) torna-se uma importante

regra a ser seguida; o conhecimento prévio das características dos reagentes

envolvidos no processo a ser executado, bem como conhecer as suas

características no meio reacional, evitam dissabores e acidentes; a disciplina deve

anteceder a espontaneidade – isto significa dizer que devemos sempre refletir sobre

as ações que queremos ou pretendemos executar, e não realizar outras ações a

não ser aquelas previstas e discutidas no roteiro da aula experimental.

É muito importante que se desenvolva junto aos estudantes um senso de

maturidade técnica, uma vez que no laboratório são comprovadas as teorias de

sala-de-aula; é no laboratório que somos oportunizados a consolidar todos os

conhecimentos da Química. E para isto se feito de forma prazerosa, é necessário

observar que a segurança na condução dos trabalhos em laboratório pode ser

descrita pela seguinte expressão:

SEGURANÇA = BOM SENSO + CUIDADOS ESPECÍFICOS

Fonte: http://www.hpl.umces.edu/safety/ GENERAL%20LAB%20SAFETY/GeneralIntro.htm

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Material Didático – Química Metodologia e prática 11

A seguir, listaremos alguns itens para que você tome conhecimento dos

princípios de segurança e de conduta em laboratório. Lembre-se: como futuro

professor de química, você também estará sujeito à condução de turmas em

laboratório para experimentações escolares. Toda a responsabilidade sobre os

nossos alunos advém da informação que fornecemos a eles e da observação

constante das atitudes em laboratório, de acordo com as normas a seguir.

a. O item primordial na conduta é a calma na realização do experimento.

b. Movimentar o mínimo possível no laboratório, exceto em casos especiais

ou de acidentes.

c. Trajar avental (jaleco) de preferência, comprido e de algodão (por ser o

tecido sintético inflamável). Em casos especiais, aconselha-se a utilização

de luvas, máscaras e óculos. Se tiver cabelos compridos, mantenha-os

presos atrás da cabeça.

d. Leia com atenção os roteiros das experiências antes de serem realizadas.

e. Não utilizar reagentes de identidade desconhecida ou duvidosa.

f. É de fundamental importância conhecer a posição de extintores, chuveiros

de segurança e manta de material não inflamável.

g. Trabalhos que envolvem a utilização ou formação de gases, vapores ou

poeiras devem ser realizados dentro de uma capela de exaustão.

h. É também de grande importância que caixa de material de primeiros

esteja em lugar acessível e todo o pessoal envolvido no trabalho de

laboratório deve ter noção de atendimento de emergência.

i. É terminantemente proibido comer ou beber no laboratório, pois há o risco

de ingestão de substâncias químicas.

j. Fumar em laboratório, jamais!

k. Nunca olhar diretamente para dentro de um tubo de ensaio ou outro

recipiente em que esteja ocorrendo uma reação, pois o conteúdo pode

espirrar nos olhos. Ao aquecer um tubo de ensaio, não voltar a boca deste

para si ou para outra pessoa próxima.

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Material Didático – Química Metodologia e prática 12

l. Nunca realizar reações químicas nem aquecer substâncias em recipiente

fechado.

m. Ter cuidado com a utilização de bicos de gás (bicos de Bunsen). Não

deixar aceso desnecessariamente. O perigo de incêndio é real! Evitar o

vazamento de gás fechando a torneira e o registro geral ao final do

trabalho.

n. Ter cuidado com equipamentos elétricos. Sempre verificar a voltagem

antes de conectá-los. Observar os mecanismos de controle de

temperatura de chapas, mantas de aquecimento, banhos-maria, fornos,

estufas, muflas.

o. As mãos e as faces devem ser mantidas limpas. Lavar com bastante água

e detergente antes de qualquer operação e ao seu término, principalmente

se algum produto químico entrar em contato com a pele. Sempre lavar

mãos, braços e face antes de deixar o laboratório.

p. Evitar qualquer contato direto com produtos químicos. É importante

sempre mantê-los em local apropriado. Muitas substâncias químicas

podem ser facilmente absorvidas pelo seu organismo através da pele ou

por inalação. Através das mãos muitos produtos químicos podem penetrar

no seu corpo levando-o até a boca ou até aos olhos.

q. Nunca se deve provar ou cheirar produtos químicos. Para cheirar produto

químico, existe uma técnica que é deslocar a massa de ar com as mãos,

próximas à boca do frasco de

reagente, em direção às

narinas, somente quando for

instruído para fazê-lo.

r. Qualquer um que ingerir

produto químico deve beber

bastante água enquanto a

caminho médico. Esteja certo

de poder identificar qual ou

Fonte: www.usoe.k12.ut.us/.../ phillips/safety.htm

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Material Didático – Química Metodologia e prática 13

quais as substâncias ingeridas.

s. Ao segurar um frasco de reagente químico, deverá fazê-lo com a etiqueta

voltada para a palma da mão, a fim de protegê-la, pois em caso de

derramar reagente pela parede externa do respectivo frasco, o rótulo não

será afetado. Isso tudo porque é muito importante que o rótulo esteja com

todas as suas informações bem legíveis para que não haja perigo de se

enganar na escolha do reagente na hora da execução do experimento.

t. Se uma tampa ou rolha estiver presa, muito cuidado ao abrir esse frasco!

u. Quanto à ADIÇÃO DE REAGENTE, sempre adicionar um reagente

lentamente, nunca entorná-lo de uma só vez. Observar primeiro quando

uma pequena quantidade inicial for adicionada, esperar um pouco antes

de continuar adicionando mais reagente. Se, mesmo assim, a reação

química não continuar, consultar novamente o roteiro do experimento

antes de se adicionar mais reagente.

v. Quando estiver diluindo soluções, sempre adicionar sob agitação, a

solução concentrada à água ou soluções menos concentradas. Este

procedimento é de fundamental importância, principalmente no preparo de

ácidos: é sempre o ácido sobre a água, nunca o contrário!

w. Nunca use a boca para pipetar! Use um aspirador de borracha (“pêra de

borracha”).

x. Muito cuidado com seus olhos, proteja-os usando óculos de segurança

sempre que for abrir frascos de reagente e preparar soluções!

2.3 Normas e procedimentos de segurança a serem adotados em função do

tipo de emergência:

As diversas atividades de laboratório estão associadas a manuseio de

produtos químicos corrosivos, explosivos, voláteis, etc., bem como de

equipamentos eletrônicos, vidrarias, encaixes de peças de vidro nas mais diversas

montagens de sistemas, como a exemplo de sistemas de destilação, de refluxos, de

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Material Didático – Química Metodologia e prática 14

coleta de gases, etc. Todas essas atividades, inevitavelmente, oferecem riscos

diversificados ao operador se não manuseadas de forma correta.

Dessa forma, que tal acreditar que tudo aquilo que está presente no interior

de um laboratório é fonte de riscos? Se pensarmos assim, sem dúvida, tomaremos

sempre cuidado ao realizar os procedimentos rotineiros do laboratório.

E, se mesmo assim, algum acidente acontecer, o que deverá ser feito?

Mediante uma situação de emergência, esclareceremos alguns pontos importantes

que podem sem dúvida colaborar nesse sentido.

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL NO LABORATÓRIO:

Antes de tratarmos os acidentes mais comuns em laboratório, é necessário que

você saiba os recursos que tem (ou deverá ter) à disposição para qualquer

ocorrência. São eles:

ÓCULOS DE PROTEÇÃO (Fonte: www.seton.com.br)

CHUVEIRO E LAVA-OLHOS DE

EMERGÊNCIA (Fonte: www.seton.com.br)

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Material Didático – Química Metodologia e prática 15

MÁSCARA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA

(Fonte: www.seton.com.br)

LUVA NITRÍLICA (Fonte: www.seton.com.br)

JALECO

(Fonte: https://www3.cardiol.br)

CAPELA DE EXAUSTÃO DE GASES

(Fonte: http://www.mogiglass.com.br)

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Material Didático – Química Metodologia e prática 16

ACIDENTES COMUNS EM LABORATÓRIO.

a. Nos olhos: - lavar com água em abundância. Caso seja necessário, separar

as pálpebras. Alguns laboratórios possuem chuveiros de emergência

denominados “lavadores de olhos” instalados junto às pias ou também

podem estar em uma sala à parte, próxima ao laboratório, juntamente com os

“chuveiros de emergência”.

b. Acidente provocado por ácidos: lavar com abundância por 10 a 15

minutos e aplicar solução a 1%° de bicarbonato de sódio.

c. Acidente provocado por álcalis (bases): proceder como indicado acima,

substituindo o bicarbonato de sódio por solução de ácido bórico a 1%.

d. Queimaduras causadas por chamas ou objetos aquecidos:

queimaduras leves: aplicar pomadas à base de picrato;

queimaduras graves: devem ser cobertas com gaze esterilizada umedecida

com solução aquosa de bicarbonato de sódio, a 5%.

e. Queimaduras causadas por ácidos e álcalis: em ambos os casos, lavar

com bastante água por cerca de 5 minutos. Obs.: se o produto químico

estiver concentrado, primeiramente deverá secá-lo com papel toalha no local

afetado antes de lavá-lo!

f. Queimaduras causadas por ácidos: lavar em seguida com solução

saturada de bicarbonato de sódio e, novamente com água. Secar e aplicar

merthiolate.

g. Queimaduras causadas por álcalis (bases): proceder como no indicado

anteriormente, substituindo a solução de bicarbonato por ácido acético a 1%.

h. Cortes: lavar com água quente e colocar compressas impregnadas de álcool.

Se houver corte de artéria, procurar conter a hemorragia: se a hemorragia é

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Material Didático – Química Metodologia e prática 17

pequena, o socorrista deve primeiramente lavar as mãos com água e sabão

e, após a desinfecção local com água quente e compressa com álcool,

estancá-la com uma solução de cloreto férrico a 3%. Se a perda de sangue

continuar intensa e o ferimento for em um dos membros, aplicar o laço

hemostático (um tubo de borracha látex ou tira de pano) abaixo do ferimento

quando a hemorragia for venosa (saída de sangue escuro);

no caso de hemorragia arterial (caracterizada pela saída de sangue vermelho

brilhante), aplicar o laço hemostático acima do ferimento ou em ambos os

lugares. ATENÇÃO: Não manter o laço hemostático por mais de 15 minutos.

Solicitar urgentemente assistência médica! Quando a localização do

ferimento for no corpo e não permitir a aplicação do laço hemostático,

pressionar o local com gaze estéril e algodão até assistência médica assumir

o caso.

i. Intoxicações agudas com gases ou vapores ácidos: remover o

acidentado do local do acidente para um local arejado, tomando todas as

precauções com os devidos equipamentos de proteção individual (EPI) para

entrar na área do acidente. Mantê-lo deitado e moderadamente aquecido.

Praticar a respiração artificial boca a boca, a não ser que se trate de

substâncias tipo gás cloro, anidrido sulfuroso, etc. inalados para os pulmões.

Solicitar assistência médica urgente!

j. Choques elétricos: interromper a corrente elétrica desligando a chave geral

da bancada ou rede de instrumentos. Se isto não for possível de imediato,

afastar a vítima do aparelho energizado usando mantas, cadeiras, madeira,

etc.

k. Atendimento para estado de choque: o estado de choque requer cuidados

especiais. Geralmente ele se estabelece em pessoas que sofreram

queimaduras profundas ou extensas, intoxicações agudas, fortes

hemorragias, graves contusões na cabeça ou tórax, etc. Sintomas: palidez,

suor frio, queda de temperatura da pele, olhar perdido, olhos embaçados,

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Material Didático – Química Metodologia e prática 18

pulsos e respiração freqüentes e superficiais. Este estado poderá agravar-se

podendo levar à óbito. Nestes casos, deve-se:

– tentar estancar a hemorragia;

– movimentar o mínimo possível o acidentado;

– deitar o acidentado mantendo sua cabeça baixa (salvo em casos de

lesões na cabeça e no peito);

– manter o acidentado aquecido com um cobertor: se queixar de frio

aplicar-lhe uma bolsa ou garrafa de água quente;

– se estiver consciente e em condições de engolir, fornecer-lhe uma

bebida não-alcoólica, como chá, café, ou água com açúcar. Solicitar com

urgência assistência médica.

l. Incêndios de pequeno porte: desligar o quadro de

energia e fechar os gases; evacuar o local; usar o

extintor (ver quadro A6), se souber exatamente

como; caso contrário chamar os bombeiros.

m. Incêndios de grande porte: Desligar o quadro de energia e fechar os gases;

evacuar o local, se houver fumaça movimente-se o mais próximo possível do

solo; chamar os bombeiros. Se a situação estiver fora de controlo abandone

imediatamente a área, acione o alarme contra incêndios e telefone aos

bombeiros “NÃO TENTE SER HERÓI!”.

Em qualquer situação de fogo mantenha a calma;

Quando o fogo irromper num balão de reação, basta tapar o frasco

com uma rolha, toalha ou vidro de relógio, de modo a impedir a

entrada de ar;

Quando o fogo atingir a roupa de uma pessoa algumas técnicas são

possíveis: Levá-la para baixo do chuveiro; As pessoas têm tendência

para correr aumentando a combustão, neste caso, devem ser

derrubadas e roladas no chão até o fogo ser extinto; O melhor, no

entanto, é embrulhar a pessoa rapidamente num cobertor para este

fim; Pode-se também usar o extintor de CO2, se este for o meio mais

rápido.

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Curso de Licenciatura em Química

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Material Didático – Química Metodologia e prática 19

Jamais use água para apagar o fogo num laboratório;

Comece o combate ao fogo imediatamente com os extintores de CO2

ou de pó químico;

Afaste os inflamáveis que estão próximo do incêndio;

Em situações de fogo envolvendo sódio, potássio ou lítio deve usar-se

o extintor de pó químico (não use o gás carbónico, CO2). Também se

pode usar os reagentes carbonato de sódio (Na2CO3) ou cloreto de

sódio (NaCl - sal de cozinha); Areia não funciona em incêndios que

envolvam Na, K e Li. Água reage violentamente com estes metais.

Caso o fogo fuja ao seu controle, evacue o local imediatamente;

Veja as principais características dos extintores empregados no combate a

incêndios:

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Material Didático – Química Metodologia e prática 20

n. Ingestão de produtos químicos: o vômito (ação emética) poderá ser

provocado somente se o indivíduo estiver consciente e se o produto ingerido

não for corrosivo (ácido ou base), caso contrário, só com orientações do

departamento médico. Veja as tabelas abaixo para melhor orientação.

Existem substâncias que, quando ingeridas, podem ser neutralizadas, pelo

menos em parte, com a ingestão de antídotos específicos. Mas, para isto, deve-se

conhecer com exatidão o tipo de substancia ingerida (ver no rótulo do reagente, no

manual de fabricação do produto ou em tabelas fornecidas pelos fabricantes de

produtos químicos). Veja os exemplos:

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Material Didático – Química Metodologia e prática 21

Algumas empresas fabricantes de produtos químicos recomendam o uso de

ANTÍDOTO UNIVERSAL.

COMPOSIÇÃO DO ANTÍDOTO UNIVERSAL: mistura de duas partes de carvão

animal em pó (obtido pela queima de substâncias animais, especialmente ossos) -

uma parte de óxido de magnésio e uma parte de ácido tânico. Ingerir uma colher de

chá em meio copo d’água, isso só quando houver a ingestão acidental de produtos

tóxicos e o rótulo do produto indicar o uso desse antídoto.

Bem, falamos tanto na prática da respiração artificial, não é mesmo? Vamos,

então, conhecê-la teoricamente?

PROCEDIMENTO:

PARADA CÁRDIO RESPIRATÓRIA - O que acontece:

Além de apresentar ausência de respiração e pulsação, a vítima também poderá

apresentar inconsciência, pele fria e pálida, lábio e unhas azulados.

O que não se deve fazer

• NÃO dê nada à vítima para comer, beber ou cheirar, na intenção de reanimá-la.

• Só aplique os procedimentos que se seguem se tiver certeza de que o coração

não está batendo.

Substância ingerida Antídoto

amônia Beber ácido acético a 1%.Ingerir pedaços de gelo

arsina bastante ar,sendo o efeito benéfico não imediato

ácido cianídrico e cianeto de potássio ingerir 50 mL de água contendo 0,5 g de nitrito de sódio e 2,o g de tiossulfato de sódio.Respiração artificial imediata,se possível com oxigênio.

Vapores de bromo e de ácido clorídrico cheirar amônia diluída,álcool ou éter.Inalação de água e,se possível inspirar solução diluída de bicarbonato de sódio pulverizado.

Ácido acético Ingerir leite de óxido de magnésio(magnésia calcinada dos farmacêuticos) e pequenos pedaços de gelo.

Òxido de carbono Como para o ácido cianídrico.

Gases nitrosos Inalação de vapor de água.Se possível,inspirar solução diluída de bicarbonato de sódio pulverizado.

mercúrio Provocar vômito mecanicamente.

Ácido clorídrico Como para ácido acético,nítricoe sulfúrico.

Gás sulfídrico Como para ácido cianídrico.

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Material Didático – Química Metodologia e prática 22

Procedimentos Preliminares

Se o ferido estiver de bruços e houver suspeita de fraturas, mova-o, rolando o corpo

todo de uma só vez, colocando-o de costas no chão. Faça isso com a ajuda de mais

duas ou três pessoas, para não virar ou dobrar as costas ou pescoço, evitando

assim lesionar a medula quando houver vértebras quebradas. Verifique então se há

alguma coisa no interior da boca que impeça a respiração. Se positivo, retire-a.

RESSUSCITAÇÃO CÁRDIO-PULMONAR

• Com a pessoa no chão, coloque uma mão sobre a outra e localize a extremidade

inferior do osso vertical que está no centro do peito.

• Ao mesmo tempo, uma outra pessoa deve aplicar a respiração boca-a-boca,

firmando a cabeça da pessoa e fechando as narinas com o indicador e o polegar,

mantendo o queixo levantado para esticar o pescoço.

• Enquanto o ajudante enche os pulmões, soprando adequadamente para insuflá-

los, pressione o peito a intervalos curtos de tempo, até que o coração volte a bater.

• Esta seqüência deve ser feita da seguinte forma: se você estiver sozinho, faça

dois sopros para cada dez pressões no coração; se houver alguém ajudando-o, faça

um sopro para cada cinco pressões.

É bom lembrar que a pessoa que executa os primeiros socorros está apenas

efetuando assistência precária, isto é, um procedimento de emergência enquanto o

médico não chega. No caso de ferimento, deve-se em primeiro lugar parar a

hemorragia e impedir o estado de choque, e em seguida tratar o ferimento. A

primeira regra a ser seguida em situações de emergência é manter-se calmo. Usar

bom senso é qualidade que sempre auxilia no atendimento do acidentado. É

importante ainda que alguém chame o médico imediatamente enquanto se

processam os primeiros socorros.

Não mais do que duas pessoas devem atender ao mesmo tempo o

acidentado, que deve ter espaço suficiente para respirar. Salvo no caso de fumaça,

vapor, fogo ou outras condições adversas, não se deve mover nunca uma pessoa

ferida; o movimento pode causar dano maior do que o próprio ferimento.

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Material Didático – Química Metodologia e prática 23

Pessoas sensíveis à presença de sangue ou que sejam facilmente

impressionáveis ou vagarosas em suas reações, não devem nunca atender um

acidentado.

Acabamos de tomar conhecimento sobre os procedimentos básicos de emergência

para os acidentes mais comuns em laboratórios.

Aconselhamos a você, estudante do Curso de Licenciatura em Química, manter-se

familiarizado com os mencionados procedimentos, pois dessa forma, as suas ações

no interior de um laboratório tornarão sempre mais seguras e, sem dúvida, suas

tarefas serão executadas de forma eficiente e organizada.

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Material Didático – Química Metodologia e prática 24

SÍNTESE DA UNIDADE

Ao longo desta nossa discussão sobre a questão de segurança no

Laboratório, você, caro estudante, pode perceber que é fundamental que qualquer

atividade a ser executada no interior de um laboratório exige, por sua vez, regras

bem definidas e que suas ações sejam desenvolvidas em ambiente organizado.

Laboratórios são lugares de trabalho que necessariamente não são perigosos,

desde que sejam tomadas certas precauções. Todo aquele que trabalha em

laboratório deve ter responsabilidade no seu trabalho e evitar atitudes que possam

acarretar acidentes e possíveis danos para si e para os demais. Deve ainda prestar

atenção à sua volta e prevenir-se contra perigos que possam surgir do trabalho de

outros, assim como do seu próprio.

O usuário de laboratório deve adotar sempre uma atitude atenciosa, cuidadosa

e metódica no trabalho que executa. Deve, particularmente, concentrar-se no

trabalho que faz e não permitir qualquer distração enquanto trabalha. Da mesma

forma não deve distrair os demais usuários durante a execução dos trabalhos no

laboratório.

Os acidentes resultam normalmente de uma atitude indiferente dos utilizadores,

da ausência de senso comum, da falha no cumprimento das instruções a seguir ou

da pressa excessiva na obtenção de resultados. Os acidentes podem ser evitados,

ou pelo menos terem as conseqüências minimizadas, desde que sejam tomadas as

devidas precauções. Para isso é fundamental ter sempre presente que a segurança

no trabalho depende da ação de todos e não apenas das pessoas encarregadas

especificamente em promovê-la.

A ordem é importantíssima em qualquer atividade! Planejar as atividades e

certificar-se de que todos os materiais e reagentes estão disponíveis garante

eficiência e é sempre um sinal de bom começo.

O próximo item importante é o conhecimento prévio das características dos

produtos envolvidos no meio reacional e o conhecimento dos procedimentos de

emergência, pois caso haja necessidade de realizá-lo, saberá como proceder no

momento certo.

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Material Didático – Química Metodologia e prática 25

È imprescindível que se trabalhe com método, atenção e calma, e que todas

as atividades que envolvam produtos químicos perigosos sejam efetuadas dentro

das Normas de Segurança com uso dos Equipamentos de Proteção Individual e

Equipamentos de Proteção Coletiva .

Após o término das atividades no laboratório, a área de trabalho deverá ser

desimpedida e submetida ao processo de limpeza pelo próprio operador.

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Material Didático – Química Metodologia e prática 26

AUTO-AVALIAÇÃO:

1. Neste tópico que acabamos de discutir , o que mais lhe chamou a atenção

e por quê ?

2. Relacione cinco itens que você julga essenciais no desenvolvimento de

um trabalho no laboratório.

3. Tente descrever como deve ser o perfil de um profissional que atua junto

a um laboratório de pesquisa.

4. Comente esta frase: “Em um laboratório de ensino, a disciplina deve

sempre anteceder a espontaneidade” .

5. Você já teve a oportunidade de participar de alguma atividade em

laboratório? Detalhe-a.

6. Para você, o que é primordial na conduta de um profissional de

laboratório?

7. Qual é o procedimento correto a ser adotado nas seguintes situações:

ácido sulfúrico concentrado caído sobre o chão do laboratório;

ciclohexano derramado sobre as mãos.

8. Assinale a alternativa que contém o cuidado correto no socorro inicial às

vítimas no caso de acidentes de laboratório:

a) Remover tecidos aderidos à pele no caso de queimaduras por calor.

b) Induzir vômito no caso de ingestão de substâncias álcalis corrosivas.

c) Manter a parte do corpo afetada por hemorragia mais baixa que o resto do

corpo.

d) Remover imediatamente vestimentas contaminadas e lavar a pele com

água no caso de queimadura química.

e) Manter o acidentado por intoxicação por inalação de gases no local do

acidente até chegada de socorro médico.

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Material Didático – Química Metodologia e prática 27

9. Sobre a segurança de laboratório, assinale a alternativa correta.

a) Deve-se adicionar água aos ácidos, e não o contrário.

b) Os mapas de riscos indicam os riscos em cada local de trabalho.

c) Os EPIs mais usados para prevenção de acidentes são: óculos, batas e

capelas.

d) A utilização de lentes de contato isenta da obrigatoriedade do uso de

óculos de segurança.

e) O trabalho de uma pessoa sozinha no laboratório de química é permitido

desde que informado previamente

10. Observe a figura abaixo e indique (justificando sua resposta) quais as

irregularidades observadas e suas respectivas ações corretivas.

Fonte: http://www.heumann.org/u1/lab_safety.html

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Curso de Licenciatura em Química

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Material Didático – Química Metodologia e prática 28

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

CARVALHO, P. R. de. Boas Práticas Químicas em Biossegurança. Rio de

Janeiro: Interciência , 1999.

CIENFUEGOS, F. Segurança no Laboratório. Rio de Janeiro: Interciência, 2001.

FERRAZ, F. C.; FEITOZA, A. C. Técnicas de Segurança em Laboratórios:

Regras e Práticas. São Paulo: Hemus, 2004, 184p.

SILVA, R.R., BOCCHI, N. AND ROCHA FILHO, R.C., “Introdução à Química

Experimental”, Mcgraw-Hill, São Paulo, 1990.

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Material Didático – Química Metodologia e prática 1

CURSO:

LICENCIATURA EM QUÍMICA

MÓDULO: II

DISCIPLINA: Química Metodologia e prática

UNIDADE II

Elaboração:

Elaine de Arruda Oliveira Coringa

Junho / 2008

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Material Didático – Química Metodologia e prática 2

Sumário

1. EMENTA DA DISCIPLINA

2. OBJETIVO GERAL

3. UNIDADES, TÓPICOS, OBJETIVOS ESPECÍFICOS E CONTEÚDO.

UNIDADE II – RECONHECIMENTO DE VIDRARIAS, MATERIAIS E

REAGENTES

TÓPICO I – Composição dos materiais de laboratório

TÓPICO II – Principais vidrarias de laboratório e suas funções

TÓPICO III - Manuseio e estocagem de reagentes químicos

SÍNTESE DA UNIDADE

AUTO-AVALIAÇÃO

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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Material Didático – Química Metodologia e prática 3

1. EMENTA DA DISCIPLINA

1. NORMAS DE SEGURANÇA NO LABORATÓRIO QUÍMICO

2. RECONHECIMENTO DE VIDRARIAS, MATERIAIS E REAGENTES

3. OPERAÇÕES BÁSICAS DE LABORATÓRIO

2. OBJETIVO GERAL

Ao final da disciplina o aluno será capaz de:

Entender o resultado da evolução da Química nos campos da medicina,

indústria, tecnologia e meio ambiente.

Compreender a importância da aplicação e do consumo de substancias

no cotidiano.

3. UNIDADES, TÓPICOS, OBJETIVOS ESPECÍFICOS E

CONTEÚDO

Ao final da UNIDADE II, o aluno será capaz de:

Reconhecer materiais e reagentes de uso rotineiro em laboratório;

Identificar riscos de acidentes e doenças ocupacionais decorrentes do

manuseio de agentes tóxicos, corrosivos e inflamáveis.

Utilizar corretamente as vidrarias e os equipamentos de laboratório.

Conhecer as propriedades químicas e toxicológicas dos reagentes químicos;

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Material Didático – Química Metodologia e prática 4

UNIDADE II – RECONHECIMENTO DE VIDRARIAS, MATERIAIS E

REAGENTES

Todos nós temos uma idéia do que seja um laboratório, mesmo que nunca

tenhamos estado em um deles. Temos a imagem de um cientista em laboratório,

manuseando equipamentos sofisticados, vidrarias sensíveis e complicadas de

serem manuseadas, mas não é bem assim.

Para obter êxito na realização das práticas experimentais, é necessário que

tenhamos, além do conhecimento das normas de segurança e de conduta em

laboratório, a habilidade de reconhecer e manusear os materiais que fazem parte de

um laboratório químico, tais como as vidrarias, os equipamentos e os reagentes que

normalmente são utilizados nos experimentos.

Desta forma, saberemos empregar corretamente os recursos que temos à

nossa disposição nas experiências de laboratório, e assim obter resultados precisos

e confiáveis nos experimentos.

Portanto, nesta unidade você saberá reconhecer os principais materiais de

laboratório e sua utilização, e terá a oportunidade de poder reproduzir experiências

simples de manuseio e montagem de práticas de química geral.

Então, mãos à obra!

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Material Didático – Química Metodologia e prática 5

1. COMPOSIÇÃO DOS MATERIAIS DE LABORATÓRIO

Todas as práticas de laboratório geralmente envolvem o uso de vidrarias.

Portanto, sabendo disso, vamos iniciar este nosso assunto conhecendo a

composição dos materiais (vidro, plástico) usados no laboratório?

No Brasil, os artigos de laboratório são fabricados principalmente com os

seguintes materiais: plástico, vidro alcalino, vidro borossilicato, e vidro borossilicato

neutro.

No laboratório, além das vidrarias, podemos optar pelos materiais de

plásticos. Os produtos feitos com polietileno e polipropileno têm custos iniciais

elevados, contudo são mais duráveis, são flexíveis, resistentes aos impactos e

choques térmicos, tornando-se praticamente inquebráveis. Com tudo isso, ainda

apresenta algumas desvantagens, como por exemplo, não podem ser aquecidos na

chama, são opacos, permeáveis ao nitrogênio, oxigênio e dióxido de carbono e

facilmente atacados por ácidos oxidantes.

Os produtos feitos com poliestireno não apresentam a mesma flexibilidade

do polietileno, porém são mais resistentes a impactos do que o vidro. Apresentam

também excelentes qualidades óticas. Geralmente, os materiais feitos de

poliestireno têm vida curta ou são descartáveis em virtude de poder riscar e trincar

com facilidade. Artigos desse tipo não são levados à autoclave. A limpeza desses

materiais é feita com gás de óxido de etileno ou radiações gama.

Já o vidro, o seu emprego em laboratório vem acontecendo desde o século

XIV, e a propriedade que mais pesou no seu largo emprego foi a transparência.

Com o surgimento dos vidros borossilicatos, somaram-se mais duas qualidades

fundamentais: alta resistência térmica e virtual imunidade aos ataques de agentes

químicos. As qualidades mencionadas fizeram do vidro o material mais usado nas

operações laboratoriais.

Vamos conhecer algumas propriedades do vidro?

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Curso de Licenciatura em Química

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Material Didático – Química Metodologia e prática 6

Existem vários tipos de vidros com diferentes características:

Já ouviu falar em vidro alcalino?

O vidro alcalino é geralmente utilizado em lâmpadas e janelas. Trata-se de

um material de baixo custo, apresentando pouca resistência térmica e é facilmente

atacado por ácidos e álcalis. Apresenta vulnerabilidade a agentes ambientais,

perdendo, com o tempo a sua transparência original. Seu baixo custo o limita a

aplicações em produtos descartáveis, por exemplo, lâminas de microscópio

nacionais. Também podem ser empregados na fabricação de frascos reagentes de

baixo custo.

E o vidro borossilicato?

Este é o mais empregado no laboratório. Sua descoberta se deu há mais ou

menos sessenta anos pelos cientistas da Corning Glass Works (EUA). Este tipo de

vidro apresenta baixo conteúdo alcalino e não apresenta nenhum elemento do

grupo magnésio-cálcio-zinco, metais pesados, arsênio e antimônio. Ele é

especificamente fundido para o uso em vidraria de laboratório. É quimicamente

inerte e normalmente não reage com as substâncias que porventura entrem em

contato com o material (já outros tipos de vidro podem reagir com as substâncias,

afetando, dessa forma, os resultados de uma análise). Somente o ácido

hidrofluorídrico, o ácido fosfórico e álcalis fortes e quentes são capazes de reagir

com esse tipo de vidro.

É dotado de alta estabilidade química e em função disso, é resistente à

corrosão por ácidos ou álcalis. A estabilidade química vem contribuir para a

segurança da vidraria, bem como a sua preservação.

A grande resistência a choques térmicos é devido ao fato de possuir baixo

coeficiente de dilatação, permitindo sucessivos aquecimentos e resfriamentos sem

oferecer perigo de quebra. O ponto de fusão de um vidro borossilicato é muito alto

e isso o torna ideal para trabalhos a altas temperaturas.

No Brasil, alguns fabricantes de vidraria de laboratório usam como matéria

prima um vidro borossilicato neutro. Trata-se de um vidro borossilicato de soda e

bário cuja resistência química se assemelha à do vidro Pyrex 7740.

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Material Didático – Química Metodologia e prática 7

Bem, falamos tanto em vidro, você deve estar curioso para saber qual é

realmente a composição química do vidro, não é mesmo? Pois então, comecemos

pelo vidro comum:

Vidro Comum – constitui-se de uma mistura de cerca de 70% de sílica e

magnésio, ferro, etc., e os restantes são diversos tipos de óxidos de alumínio,

sódio, potássio, ferro, magnésio, etc. Esse tipo de vidro não é empregado em

atividades de laboratório por apresentarem pouca resistência química e térmica,

e é empregado apenas para armazenamento de reagentes e amostras, com

restrições.

Vidro borossilicato – é composto de uma mistura sintética de óxidos

semelhante aos do vidro comum, porém adicionada cerca de 12% de óxido de

boro (B2O3). Como você já sabe, esse pequeno detalhe melhorou

consideravelmente a propriedade do vidro comum, tornando-o mais resistente

térmica e mecanicamente.

Vidro Pyrex – também de grande aplicabilidade na preparação de frascos de

laboratório e utensílios culinários contém óxido de boro substituindo parcialmente

a sílica. Em função da larga utilização das marcas Pyrex e Pyrodios em

laboratório, o de borossilicato 7740 é o mais próximo do ideal para a maioria das

aplicações em laboratórios. Resiste a quase todas as temperaturas normalmente

usadas e é altamente resistente aos ataques químicos. Possui baixo coeficiente

de dilatação (expansão), o que permite a fabricação de peças de paredes

relativamente grossas, resultando uma boa resistência mecânica sem sacrificar a

resistência a choques térmicos. Trata-se de um vidro que pode ser formado a

quente mais facilmente que a maioria dos outros tipos, sendo, portanto, mais

econômico. É o melhor vidro para usos gerais em laboratório.

Vidro Borossilicato Neutro – trata-se de um vidro de borossilicato de soda e

bário de ótima resistência química semelhante à do Pyrex 7740, porém sem a

mesma resistência a choques térmicos. É usado principalmente em ampolas

farmacêuticas.

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Material Didático – Química Metodologia e prática 8

2. PRINCIPAIS VIDRARIAS DE LABORATÓRIO E SUAS

FUNÇÕES:

O Laboratório Químico é um lugar

especialmente desenhado para um trabalho

eficiente e satisfatório em Química. Você precisa

de espaço para trabalhar, mesa resistente ao

ataque de drogas químicas, boa iluminação,

fontes acessíveis de água, gás, eletricidade, área

especial para manipulação de gases venenosos,

etc. Você precisa, finalmente, dos recipientes e

equipamentos adequados. A Química, como toda

ciência, foi obrigada a desenvolver para seu uso, uma linguagem particular. Há

necessidade de certo esforço visando aprender o significado exato desses novos

termos.

Tendo em vista que agora você sabe reconhecer as principais diferenças

entre uma vidraria feita a partir de vidro comum e uma outra feita a partir de vidro

borossilicato, passemos então ao reconhecimento das principais vidrarias de

laboratório e suas funções. Veja as figuras abaixo e suas respectivas legendas

(destacamos com mais detalhes as vidrarias comuns de laboratório):

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Material Didático – Química Metodologia e prática 9

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Material Didático – Química Metodologia e prática 10

1 – Tubos de ensaio: Usado em reações químicas, principalmente em testes de

reação.

2 – Becker: usado para aquecimento de líquidos, reações de precipitação, etc.

Estão entre os recipientes mais usados em laboratório. A capacidade varia de

alguns mililitros até litros. Feitos de vidro Pyrex, resistem bem ao aquecimento,

ao resfriamento e ao ataque por drogas químicas. São recipientes de fácil

limpeza;

3 – Erlenmeyer: Usado em análises titulométricas e aquecimento de líquidos.

4– Balão de fundo chato: Usado para aquecimentos e armazenagem de líquidos.

5– Balão de fundo redondo: Usado para aquecimento de líquidos e reações com

desprendimento de gases.

6 – Balão de destilação: Usado em destilações. Possui saída lateral para a

condensação dos vapores.

7 – Proveta ou Cilindro graduado: Usado para medidas aproximadas de volumes

de líquidos. Comumente é graduada em mililitros (erro da leitura ± 0,5 mL). Não

deve ser aquecida em estufa e nem carregada com líquidos quentes, pois o

aparelhos de medida de volume são calibrados para uma determinada

temperatura, próxima à atmosférica, que vem gravada no aparelho;

8 – Pipeta volumétrica: Usada para medir precisamente volumes fixos de

líquidos.

9 – Pipeta graduada: Usada para medir volumes variáveis de líquidos. São

aparelhos de medidas precisas. O líquido é introduzido por sucção, aplicada na

parte superior, até acima do menisco. Deixa-se escoar lentamente o líquido para

o acerto do menisco e posterior transferência do volume medido. É muito

importante o tempo de escoamento, pois dele depende o teor em líquido que fica

aderente às paredes internas. Ex. para pipeta de 10 mL, o tempo mínimo de

escoamento é de 20 segundos;

10 – Funil de vidro: Usado em transferência de líquidos e em filtrações simples

de laboratório. O funil com haste longa é chamado de funil analítico. Apresenta

duas aplicações importantes: na transferêencia de líquidos para frascos de boca

estreita ou em filtração, para suportar o papel poroso (papel de filtro) destinado a

reter as partículas grosseiras, em suspensão na mistura sólido-líquida a ser

separada.

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Material Didático – Química Metodologia e prática 11

11 – Frasco de reagente: Usado para o armazenamento de soluções.

12 – Bico de Bunsen: Usado em aquecimentos de laboratório. Usado para

aquecimento em laboratório, pela queima de gás. Produz chama cônica em que

a zona mais quente pode chegar a 1.500ºC. De acordo com a relação entre as

velocidades de entrada de gás combustível e ar, teremos chama azulada

(quando a mistura combustível for pobre, ou seja, com excesso de ar) ou chama

fuliginosa (para mistura combustível rica, com excesso de combustível e

deficiência de ar).

13 – Tripé de ferro: Usado para sustentar a tela de amianto, em operações de

aquecimento.

14 – Tela de amianto: Usado para distribuir uniformemente o calor em

procedimentos de aquecimento.

15 – Cadinho de porcelana: Usado para aquecimento à seco (calcinações) no

bico de Bunsen e mufla. Resistem bem à elevação de temperatura; podem ser

aquecidos diretamente sobre chama até o rubro; daí seu uso na calcinação de

pequenas quantidades de substâncias ou materiais. Podem ser feitos de níquel,

ferro, platina, porcelana, etc., conforme o uso a que se destina;

16 – Triângulo de porcelana: Usado para sustentar cadinhos de porcelana em

aquecimentos diretos no bico de Bunsen.

17 – Estante para tubos de ensaio: Suporte para tubos de ensaio.

18 – Funis de decantação: Usados para separação de líquidos imiscíveis.

19 – Idem 18.

20 – Pinça de madeira: Usada para segurar os tubos de ensaio durante

aquecimentos diretos no bico de bunsen.

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Material Didático – Química Metodologia e prática 12

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Material Didático – Química Metodologia e prática 13

21 – Almofariz e pistilo: Usado para triturar e pulverizar sólidos.

22 – Cuba de vidro: usada para banhos de gelo e fins diversos.

23 – Vidro de relógio: Usado para cobrir béqueres em evaporações, pesagens e

fins diversos.

24 – Cápsula de porcelana: Usada para evaporar líquidos em soluções.

25 – Placa de Petri: usada para análises microbiológicas.

26 – Dessecador: Usado para resfriar substâncias em ausência de umidade.

Muito usado em laboratório. É um recipiente grande provido de tampa bem

ajustada, destinado a manter atmosfera anidra. Para tal, o compartimento inferior

é carregado com agente dessecante, como CaCl2 anidro, H2SO4 concentrado, ou

sílica-gel. Usado para secagem e proteção contra umidade de materiais

higroscópicos; cadinhos são resfriados em seu interior, para posterior pesagem,

etc.;

27 – Pesa-filtros: Usado para pesagens de sólidos.

28 – Lima triangular: usadas para cortes de tubos de vidros.

29 – Bureta: Usadas para medidas precisas de líquidos e em análises

volumétricas. É também aparelho de medida de volume com precisão (ex: bureta

de 50 mL permite leitura com erro absoluto de ± 0,05 mL). A graduação é, em

geral, até décimos de mililitros. É provida de torneira que permite interromper o

escoamento exatamente no instante desejado, sendo por isso especialmente

indicada para uso nas titulações. Aqui também o tempo de escoamento é um

fator de importância básica;

30 – Frasco lavador: Usado para lavagens, remoção de precipitados e outros

fins.

31 – Pisseta: Usada para os mesmos fins do frasco lavador.

32 – Balão volumétrico: Usado para preparar e diluir soluções.

33 – Picnômetro: Usado para determinar a densidade de líquidos.

34 – Suporte Universal:

35 – Anel para funil:

36 – Mufa

37 – Garra metálica: Todos usados em filtrações, sustentação de peças, tais

como condensador, funil de decantação e outros fins.

38 – Kitassato e funil de Buchner: Usados em conjunto para filtração à vácuo.

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Material Didático – Química Metodologia e prática 14

39 – Idem 38.

40 – Trompa de vácuo: Usada em conjunto com o kitassato e o funil de Buchner

em filtrações à vácuo.

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Material Didático – Química Metodologia e prática 16

41 – Termômetro: Usado para medidas de temperatura.

42 – Vareta de vidro: Usada para montagens de aparelhos, interligações e outros

fins.

43 – Bastão de vidro: Usada para agitar soluções, transporte de líquidos na

filtração e outros fins.

44 – Furador de rolha

45 – Aparelho de Kipp – Usado para produção de gases, tais como H2S, CO2,

etc.

46 – Tubo em U: Usado em eletrólise.

47 – Pinça metálica Casteloy ou tenaz: Usada para transporte de cadinhos e

outros fins.

48 – Escovas de limpeza: Usada na limpeza de tubos de ensaio e outros

materiais.

49 e 50 – Pinça de Mohr e pinça de Hoffman: usadas para impedir ou diminuir

fluxos gasosos.

51 – Garra para condensador: Usada para sustentar condensadores na

destilação.

52, 53 e 54 – Condensadores: Usado para condensar os vapores e gases da

destilação. Usados para condensar os gases ou vapores na destilação de

líquidos. (52)- Condensador de Liebig ou reto - usado em destilações; (53) -

Condensador de Allihn ou de bolasusado para refluxo de líquidos; (54) -

Condensador de serpentina – usado em destilações ou refluxos;

55 e 56 – Espátulas: Usadas para transferência de substâncias sólidas.

57 – Estufa: Usada para secagem de materiais (até 300ºC).

58 – Mufla: Usada para calcinações (até 1.500ºC).

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Material Didático – Química Metodologia e prática 17

Uso do Bico de Bunsen:

Muitas operações de laboratório necessitam de uma fonte de calor de

construção e manejo simples; tais fontes são os bicos de gás cujos tipos mais

comuns são os seguintes: a) Bunsen b) Tirril c) Meker Tais bicos são apresentados

pelas figuras abaixo:

Do ponto de vista operacional, os três tipos básicos de bicos de gás são

fundamentalmente semelhantes; em todos eles o gás é injetado logo acima da base

e se mistura no tubo com o ar que é aspirado por ele, através dos orifícios cuja

abertura pode ser modificada com o auxilio de um anel corrediço também perfurado.

No bico de Bunsen, a quantidade de gás que nele é queimada é regulada

pelo registro de gás da bancada do laboratório, ao passo que no Tirril e no Meker, a

regulagem é feita por um registro de agulha localizada na base do bico. Nos bicos

de Bunsen e Tirril o tubo é cilíndrico enquanto que no de Meker ele apresenta um

estrangulamento que provoca uma mistura mais intima do gás e do ar, que propicia

uma combustão mais rápida e uniforme; além disso, na boca do Meker há uma

grade metálica que melhora as condições de combustão.

A maneira correta de acender um bico de gás consiste em fechar

completamente a entrada de ar, abrir o registro do gás e chegar a chama de um

fósforo ou isqueiro à boca do bico (lateralmente). Operando dessa maneira, obtém-

se uma chama amarela e fuliginosa, luminosa, porque a combustão é incompleta;

abre-se então, gradualmente a entrada de ar até que a chama se torne azul, sinal

de que o gás está sendo queimado completamente. O aspecto normal da chama de

um bico de gás é o da figura abaixo:

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Material Didático – Química Metodologia e prática 18

A zona A é a região mais fria da chama; nela a temperatura é de somente

300°C e aí o gás praticamente não queima. O cone interno (zona B), luminoso, que

contém ainda combustível não queimado, é denominado chama redutora ou zona

redutora da chama; o cone externo (zona C), quase incolor, tem o nome de chama

oxidante ou zona oxidante da chama, porque nele a combustão é completa e há

excesso de oxigênio. Esta zona é a região mais quente da chama e nela, no bico de

Bunsen, a temperatura alcança valores da ordem de 1.560ºC no ponto localizado a

2/3 da altura da chama medida a partir da sua base.

Quando se acende o bico de Bunsen com o registro de ar aberto a chama

retorna e o gás queima dentro do tubo, quando isto acontecer, você deverá apagar

o bico e deixá-lo esfriar completamente para depois acendê-lo corretamente.

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Material Didático – Química Metodologia e prática 19

Balanças de laboratório:

Uma das mais comuns e importantes operações de laboratório é a

determinação de massa ou “pesagem”. O termo pesagem se refere à medida de

massa de um corpo que é feita por comparação com massas conhecidas, com a

utilização de balanças. Há uma grande variedade de balanças de laboratório, desde

as mais grosseiras até as de mais alta sensibilidade. É comum se encontrar, por

exemplo, balanças de escala tripla, para determinação de massas até centenas de

gramas, com precisão de ± 0,1 g ou ± 0,01 g, e balanças analíticas, para carga

máxima de 160 g, com precisão de ± 0,0001 g e até com 5 casas decimais.

Balanças de plataforma: Utilizadas para pesagem de 0,1g a centenas de gramas.

Balança de escala tripla: Empregada para pesagem entre 100 e 0,01g.

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Material Didático – Química Metodologia e prática 20

Balanças Elétricas/Eletrônicas: A cada dia, as balanças estão se modernizando,

tornando-se mais exatas e de manejo mais simplificado. Atualmente, as balanças

eletrônicas têm escala digital, fornecendo o peso instantaneamente, sem

necessidade de manipular botões.

Cuidados gerais com balanças de laboratório:

O manejo de qualquer balança requer cuidados especiais por ser um

instrumento de alto custo e de grande sensibilidade.

a) Não remova os pratos, nem os troque com os de outra balança. Mantenha a

balança no seu lugar;

b) Não coloque na balança nenhuma substância que não esteja à temperatura

ambiente;

c) Mantenha a balança em local onde a vibração, mudanças bruscas de temperatura

ou de umidade e movimento do ar sejam mínimos;

d) Conserve a balança sempre limpa, retirando qualquer respingo, partículas ou

poeira de seus pratos com uma escova especial;

e) Nunca coloque qualquer objeto diretamente sobre a balança. Líquidos e sólidos,

em pó ou granulado, devem ser mantidos em algum recipiente seco, previamente

pesado (tarado) e à temperatura ambiente. Se, durante a pesagem, o material for

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Material Didático – Química Metodologia e prática 21

passível de interagir com a atmosfera (evaporação, oxidação, absorção de

umidade), o frasco deve ser fechado.

Para sólidos que não requerem proteção da atmosfera e que sejam inertes, a

pesagem é feita colocando-se sobre os pratos, uma folha de papel adequado;

f) Toda transferência de substância e/ou de pesos, deve ser feita somente quando

os pratos estivem travados;

g) Execute todas as operações com movimentos suaves e cuidadosos;

h) Use pinças e espátulas; nunca use os dedos para manusear os objetos e

substâncias que estão sendo pesadas;

i) Ao terminar seu trabalho, remova todos os pesos e objetos da balança. Mantenha-

a coberta ou fechada. No caso de balanças elétricas, tenha a certeza de que ela

esteja desligada.

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Material Didático – Química Metodologia e prática 22

3. MANUSEIO E ESTOCAGEM DE REAGENTES QUÍMICOS:

Além do manuseio incorreto dos materiais (vidrarias

e equipamentos) de laboratório, outra fonte de

acidentes em laboratório está ligada ao trabalho com

os produtos químicos (soluções e reagentes). Vamos

relembrar algumas regrinhas de segurança durante o

seu manuseio:

Não pegar produtos químicos com as mãos;

Não provar o sabor de nenhum produto

químico, em hipótese nenhuma;

Utilizar uma espátula limpa para retirar

produtos químicos sólidos dos frascos, lavar a espátula com água em

abundância e depois guardá-la imediatamente após o uso;

Retirar dos frascos a quantidade mais próxima possível de reagente que for

utilizar, para que haja a mínima contaminação possível;

Não trabalhar com substâncias inflamáveis próximo ao bico de gás aceso;

Nunca pipetar líquidos com a boca, utilizando sempre para sucção dos

líquidos os pipetadores;

Nunca pipetar diretamente dos frascos e sim transferir para um recipiente

certa quantidade e desse recipiente retirar o líquido necessário;

Não devolver o restante para o frasco, descartando ou mandando para

purificação;

Fechar os frascos após o uso e cuidar para que não haja troca das rolhas;

3.1 Riscos de explosões e combustão:

A possibilidade de ocorrerem explosões, fogo e incêndio generalizado no

laboratório não pode ser afastada, mas pode ser minorada se algumas regrinhas de

estocagem e manuseio de produtos químicos, principalmente, forem seguidas.

Todo e qualquer acidente em laboratório pode ser atribuído a:

a) falha no material

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Material Didático – Química Metodologia e prática 23

b) desconhecimento, por parte do operador, das características do processo

executado;

c) imperícia, negligência ou desatenção.

Nos três casos, as falhas podem ser de origem humana ou técnica; no

primeiro caso, a falha seria evitada se, antes do inicio dos trabalhos, o material

fosse vistoriado. No segundo caso, o operador deveria tomar conhecimento das

características reacionais da mistura a ser trabalhada. Portanto, quando há perigo, é

aconselhável:

Substituir uma substância perigosa por outra mais segura; caso seja impossível,

utilizar menor quantidade, cercando a reação de todos os aparatos de segurança

disponíveis;

Evitar choques e/ou modificação brusca de temperatura, bem como o contato

com substancias combustíveis;

Desenvolver a reação em pequena escala até conhecer os limites de segurança

a serem demarcados em escala macro.

Caso haja grande risco para escala macro, repetir o experimento em pequena

escala até obter quantidades desejáveis do produto;

Não utilizar, em reações exotérmicas de compostos perigosos, banhos de

resfriamento acentuado, pois a queda de temperatura pode provocar um

acúmulo de reagentes, os quais reagirão assim que houver aumento de

temperatura. Se o composto é adicionado lentamente, gota a gota, pode-se até

aquecer esse tipo de reação para saber qual reação ocorreu, consumindo cada

gota do composto adicionado.

Vejamos alguns produtos químicos que podem explodir espontaneamente,

por ação do calor e do impacto, bem como algumas misturas explosivas de uso

comum:

- Trialogenetos de nitrogênio

- Peróxido em soluções concentradas

- Acetiletos metálicos ou halogenados, poliacetiletos e o gás acetileno

- Nitratos em geral, especialmente o de amônio

- Óxidos de manganês (VII)

- Misturas de metais finamente divididos, compostos orgânicos oxidáveis

(celulose, pano, etc.), enxofre e fósforo com oxidantes energéticos, tais como:

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Material Didático – Química Metodologia e prática 24

permanganatos, peróxidos concentrados, percloratos, cloratos e seus ácidos,

água-régia, compostos de crômio (III) e (IV).

Outras misturas explosivas:

- Peróxidos em éteres;

- Metais em solventes clorados (Na, K, Li em solventes halogenados,

principalmente);

- Acido perclórico com materiais orgânicos (rolhas, panos, papel, madeira);

- Hidretos redutores (alumínio hidreto de lítio e seus congêneres)

3.2 Riscos de toxicidade e/ou reatividade:

Muitos reagentes representam um perigo potencial à saúde pela sua

toxicidade e/ou reatividade. A intoxicação pode se dar por absorção, contato ou

ingestão de líquidos no laboratório. Os reagentes que podem ser inalados na forma

de vapor ou poeira devem ser manipulados com cuidado em capelas, para que não

se tornem uma fonte de contaminação e intoxicação.

Vejamos os compostos tóxicos perigosos mais comuns e os principais efeitos

que causam no organismo:

COMPOSTOS ALTAMENTE TÓXICOS:

São aqueles que podem provocar, rapidamente, sérios distúrbios ou morte.

Compostos de mercúrio Ácido oxálico e seus sais

Compostos arsênicos Cianetos inorgânicos

Monóxido de carbono Cloro

Flúor Pentóxido de vanádio

Selênio e seus compostos

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Material Didático – Química Metodologia e prática 25

LÍQUIDOS TÓXICOS E IRRITANTES AOS OLHOS E SISTEMA RESPIRATÓRIO:

Sulfato de dietila Ácido fluorobórico

Bromometano Alquil e arilnitrilas

Dissulfeto de carbono Benzeno

Sulfato de metila Brometo e cloreto de benzila

Bromo Cloreto de acetila

Acroleína Cloridrina etilênica

COMPOSTOS POTENCIALMENTE NOCIVOS POR EXPOSIÇÃO PROLONGADA:

a) Brometos e cloretos de alquila: Bromoetano, bromofórmio, tetracloreto de

carbono, diclorometano, 1,2-dibromoetano, 1,2-dicloroetano, iodometano.

b) Aminas alifáticas e aromáticas: Anilinas substituídas ou não, dimetilamina,

trietilamina, diisopropilamina.

c) Fenóis e compostos aromáticos nitrados: Fenóis substituídos ou não, cresóis,

catecol, resorcinol, nitrobenzeno, nitrotolueno, nitrofenóis, naftóis.

SUBSTÂNCIAS CARCINOGÊNICAS:

Muitos compostos orgânicos causam tumores cancerosos no homem. Deve-

se ter todo o cuidado no manuseio de compostos suspeitos de causarem câncer,

evitando-se a todo custo a inalação de vapores e a contaminação da pele. Devem

ser manipulados exclusivamente em capelas e com uso de luvas protetoras. Entre

os grupos de compostos comuns em laboratório se incluem:

a) Aminas aromáticas e seus derivados: Anilinas N-substituídas ou não,

naftilaminas, benzidinas, 2-naftilamina e azoderivados.

b) Compostos N-nitroso: Nitrosoaminas (R'-N(NO)-R) e nitrosamidas.

c) Agentes alquilantes: Diazometano, sulfato de dimetila, iodeto de metila,

propiolactona, óxido de etileno.

d) Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos: Benzopireno, dibenzoantraceno, etc.

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Material Didático – Química Metodologia e prática 26

e) Compostos que contém enxofre: Tioacetamida, tiouréia.

f) Benzeno: Um composto carcinogênico, cuja concentração mínima tolerável é

inferior aquela normalmente percebida pelo olfato humano. Se você sente cheiro de

benzeno‚ é porque a sua concentração no ambiente é superior ao mínimo tolerável.

Evite usá-lo como solvente e sempre que possível substitua-o por outro solvente

semelhante e menos tóxico (por exemplo, tolueno).

g) Amianto: A inalação por via respiratória de amianto pode conduzir a uma doença

de pulmão, a asbestose, uma moléstia dos pulmões que aleija e eventualmente

mata. Em estágios mais adiantados geralmente se transforma em câncer dos

pulmões.

As substâncias tóxicas podem entrar no corpo por inalação, ingestão,

absorção através da pele ou pela combinação desses caminhos. Alguns compostos

químicos se decompõem gerando material tóxico quando submetidos ao calor, à

umidade ou presença de outros produtos químicos.

As informações concernentes à toxidez ou risco potencial de toxidez podem

ser obtidas do fornecedor do produto, da literatura ou por testes laboratoriais com

cobaias. Tais informações são importantes para que se determine o tipo de EPI

(equipamento de proteção individual) contra a exposição e o tratamento médico

adequado adotado no caso de exposição.

A quantidade de produtos tóxicos estocada deve ser mantida no mínimo

necessário. Se possível, grandes quantidades de material tóxico devem ser

estocadas fora dos prédios onde circulem pessoas.

Quando a estocagem for feita, por extrema necessidade e curto intervalo de

tempo, no próprio local de trabalho, a área deve ser ventilada e o local de estoque

deve ser sinalizado, de forma que todas as pessoas que por ali circulem, sejam

instruídas sobre o risco potencial de tais materiais. Em tais locais, é proibida a

ingestão de alimentos sólidos ou líquidos e somente pessoas autorizadas devem ter

acesso a tais materiais. Estas pessoas devem ter recebido treinamento no uso de

EPI`s adequados e devem conhecer os sintomas de uma exposição aos tóxicos,

além de poderem aplicar os primeiros socorros.

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Material Didático – Química Metodologia e prática 27

3.3 Armazenamento e incompatibilidade de produtos químicos:

Em todo laboratório químico,

muitos riscos potenciais são

associados com a estocagem e

manuseio de reagentes, e os

acidentes decorrentes da falta de

observação às normas de estocagem

podem ser eliminados por maior

conhecimento das propriedades dos

materiais estocados e manuseados:

planejando procedimentos de segurança para estocagem e segurança e informando

todas as pessoas que entrarão em contato com estes materiais dos riscos

envolvidos e as medidas de segurança que devem ser tomadas.

A diversidade de produtos químicos que devem ser estocados é um dos

fatores que favorecem o risco, aliada à estocagem descuidada e a falta de

planejamento e controle. Por outro lado, uma área de estocagem cuidadosamente

planejada e supervisionada pode prevenir muitos acidentes.

Os produtos químicos que necessitam estocagem podem ser sólidos, líquidos

e gasosos, podem estar contidos em embalagens de papel, plástico, vidro ou metal

que podem ser caixas, garrafas, cilindros ou tambores; sua natureza pode ser

considerada individualmente ou em relação a outros produtos estocados na mesma

área.

Desta forma, os produtos químicos podem ser agrupados nas seguintes

categorias gerais: Inflamáveis; Tóxicos; Explosivos; Agentes Oxidantes; Corrosivos;

Gases Comprimidos; Produtos sensíveis à água; Produtos incompatíveis. Então,

vamos tratar de cada caso, individualmente a seguir:

Substâncias explosivas:

Alguns produtos químicos são sensíveis a choque, impactos ou calor. Os

explosivos estão nesta categoria. Estes materiais expostos a choques impactos,

calor, podem liberar instantaneamente energia sob a forma de calor ou uma

explosão. É necessário um sério controle de estocagem destes reagentes e severas

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Material Didático – Química Metodologia e prática 28

medidas de segurança. A área de explosivos deve ser bem identificada e isolada

das outras áreas. O tipo de área de estocagem requerida dependerá do tipo de

produto e da quantidade estocada. É freqüente o uso de blindagem na estocagem

de explosivos. A melhor fonte de informação para seleção e projeto da área de

estocagem de explosivos é o próprio fornecedor do produto. Existem tabelas

contendo as distâncias necessárias para a estocagem dos produtos classificados

como altamente explosivos. Veja abaixo a lista de algumas substâncias explosivas:

- Peróxido de benzoíla

- Dissulfeto de carbono (o ponto de fulgor do dissulfeto de carbono (-30ºC) é

bem abaixo da temperatura ambiente e pequenas quantidades de vapor no ar

podem ser explosivas).

- Éter di-isipropílico e éter etílico (estas substâncias tornam-se perigosas pelo

envelhecimento durante o armazenamento. Os éteres e o potássio metálico

podem formar peróxidos explosivos, sob exposição ao ar. Recipientes

abertos e antigos de éter devem ser tratados com muito cuidado, assim como

os de potássio metálico, quando o metal não está imerso em querosene.

- Ácido pícrico (o ácido pícrico deve conter 10-20% de água e os frascos

devem ser rejeitados depois de dois anos. O ácido pícrico seco é explosivo)

- Ácido perclórico (embora a mistura de 70% ácido/ água não seja explosiva, o

uso do ácido perclórico leva freqüentemente á formação de percloratos, que

são altamente explosivos).

- Potássio metálico (podem formar peróxidos explosivos, sob exposição ao ar).

Substâncias oxidantes:

São exemplos de agentes oxidantes os peróxidos, nitratos, bromatos,

cromatos, cloratos, dicromatos, percloratos e permanganatos. Como os agentes

oxidantes não devem ser estocados na mesma área que combustíveis, tais como

inflamáveis, substâncias orgânicas, agentes desidratantes ou agentes redutores.

Qualquer vazamento de material deve ser imediatamente removido pois a limpeza

da área é essencial para a segurança. A área para estocagem de agentes oxidantes

deve ser resistente ao fogo (blindada inclusive), fresca, bem ventilada e

preferencialmente longe das áreas de trabalho. O piso da sala de estocagem deve

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Material Didático – Química Metodologia e prática 29

ser resistente ao fogo, impermeável e sem rachaduras que possam reter algum

material. Veja as classes de Produtos Químicos Oxidantes mais perigosos:

- Bromatos

- Bromo

- Cloratos

- Percloratos

- Cromatos

- Bicromatos

- Iodados

- Nitratos

- Perbromatos

- Periodatos

- Permanganatos

- Peróxidos

Substâncias corrosivas:

Muitos ácidos e bases corroem materiais de embalagem ou outros materiais

em estoque na área bem como a pele do corpo humano. Os ácidos reagem com

muitos metais formando hidrogênio. Os álcalis podem formar hidrogênio quando em

contato com alumínio. Como o hidrogênio forma uma mistura explosiva com o ar, a

acumulação de hidrogênio nas áreas de estocagem de materiais corrosivos deve

ser prevenida. Os líquidos corrosivos devem ser estocados em uma área fresca,

porém, mantidos em temperatura superior ao de seu ponto de congelamento. Esta

área deve ser seca e bem ventilada com ralos que possibilitem a remoção de

qualquer vazamento. Com alguns líquidos corrosivos, como o ácido sulfúrico, é

necessário que os tambores sejam periodicamente aliviados da pressão causada

pelo hidrogênio gerado pela ação do corrosivo com o tambor metálico. Os chuveiros

de emergência e lava olhos devem ser operados periodicamente para avaliar o

equipamento e habituar as pessoas da área com seu uso.

Gases comprimidos:

Os gases comprimidos podem ser classificados como gases liqüefeitos,

gases não liqüefeitos e gases em solução. Todos apresentam um risco potencial no

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Material Didático – Química Metodologia e prática 30

laboratório, devido à pressão dentro dos cilindros e ainda sua flamabilidade e

toxicidez. Os gases comprimidos são fornecidos aos laboratórios em cilindros de

diversas capacidades. Os cilindros devem ser manipulados com cuidado para

prevenir que sejam derrubados ou atinjam outros objetos. Todos os cilindros que

não estejam em uso devem estar com a cápsula protetora da válvula. Quando os

cilindros de baixa pressão são fornecidos sem cápsula protetora da válvula, devem

ser providenciados outros suportes ou garras que evitem a queda do cilindro pondo

em risco a integridade da válvula. Sendo a válvula do cilindro arrancada ou o cilindro

rompido de alguma forma, pode o gás impelir o cilindro com muita força e causar

sérios acidentes. Os cilindros devem ser identificados e estocados em áreas bem

ventiladas e livres de materiais inflamáveis. Os cilindros estocados ao ar livre devem

ser protegidos contra variações excessivas na temperatura ambiente e de contato

direto cm o chão. Possíveis corrosões externas no cilindro causadas por líquidos ou

vapores corrosivos devem ser evitadas. Os cilindros de gases comprimidos devem

ser estocados na posição vertical e garantidos contra eventuais quedas. Os cilindros

cheios devem ficar separados dos cilindros vazios. Se os espaços para estocagem

exigir que os cilindros contendo gases de diferentes tipos sejam estocados juntos,

deve-se ao menos agrupá-los por tipo de gás. Os gases inflamáveis devem ser

separados dos gases oxidantes usando os cilindros dos gases não combustíveis.

Sendo possível, os cilindros de gases inflamáveis e oxigênio devem ser mantidos

fora dos prédios e distribuídos por sistemas de tubulação até os locais de uso. É da

maior importância que algumas das propriedades dos gases comprimidos, que

representam perigos (como inflamabilidade, toxidez, atividade química e efeitos

corrosivos) sejam bem conhecidos pelos usuários do gás. Na capela de um

laboratório, em presença de chama aberta, a inflamabilidade do Monóxido de

Carbono pode ser o maior risco, ao passo que uma fábrica-piloto usando Monóxido

de Carbono como reagente, um vazamento e em conseqüência, a toxidez possa

representar o maior risco. É interessante notar, na tabela abaixo, que pequenas

concentrações de gases liqüefeitos de petróleo como o butano e o propano são

suficientes para a criação de misturas inflamáveis. As faixas de inflamabilidade do

Acetileno, Monóxido de Carbono, Hidrogênio e Sulfeto de Hidrogênio são

extremamente grandes, indicando que eles podem formar misturas explosivas com

o ar sob uma extensa faixa de concentração.

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Material Didático – Química Metodologia e prática 31

Produtos sensíveis à água:

Alguns produtos químicos reagem com a água com evolução de calor e de

gases inflamáveis ou explosivos. O potássio e o sódio metálico e hidretos metálicos

reagem em contato com a água produzindo hidrogênio com calor suficiente para

uma ignição com explosiva violência. Áreas de estocagem para produtos químicos

sensíveis à água devem ser projetadas para evitar qualquer contato com água, e

isto é feito da melhor forma mantendo todas as possíveis fontes de água fora da

área.

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Material Didático – Química Metodologia e prática 32

Produtos incompatíveis:

Áreas separadas de estocagem devem ser providenciadas para produtos

químicos incompatíveis (produtos podem reagir e criar uma condição de perigo

devido a esta reação). Alguns exemplos destes produtos químicos incompatíveis

são listados a seguir:

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Material Didático – Química Metodologia e prática 35

Uma outra forma de representar a imcompatibilidade dos produtos químicos é esta:

Fonte: Adaptado de: Manufacturing Chemists' Association, Guide for Safety in the Chemical pp.215-217.

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Material Didático – Química Metodologia e prática 36

Sinalização de segurança (ABNT 7500):

Sistema padrão para identificação de inflamabilidade de materiais:

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Material Didático – Química Metodologia e prática 37

3.4 Descarte de Resíduos de Laboratório:

Até há pouco tempo, os laboratórios descartavam seus rejeitos (resíduos)

sem os cuidados necessários; solventes voláteis eram evaporados (lançados para a

atmosfera), sólidos eram descarregados em lixo comum e, líquidos e soluções,

eram descartados na pia.

Essas práticas não são recomendadas e, atualmente, existe uma

preocupação maior no descarte de rejeitos químicos. Existem regras estabelecidas

para o descarte de rejeitos, especialmente os perigosos; no entanto, muitas vezes

são difíceis e de custo elevado para serem implementadas.

Assim, na prática, procura-se, sempre que possível, minimizar a quantidade

de resíduos perigosos gerados nos laboratórios de ensino. Alguns procedimentos

são adotados nesse sentido, como por exemplo:

a) Redução da escala (quantidade de sustância) de produtos químicos usados nos

experimentos;

b) Substituição de reagentes perigosos por outros menos perigosos;

c) Conversão dos resíduos para uma forma menos perigosa através de reação

química, antes do descarte;

d) Redução dos volumes a serem descartados (concentrando as soluções ou

separando os componentes perigosos por precipitação);

e) Recuperação dos reagentes para novamente serem utilizados. Instruções para

descarte dos resíduos são fornecidas junto com as experiências. Quando os

resíduos gerados na experiência não forem perigosos, poderão ser descartados na

pia de acordo com as seguintes instruções:

1) Soluções que podem ser jogadas na pia devem ser antes diluídas com água, ou

jogar a solução vagarosamente acompanhada de água corrente;

2) Sais solúveis podem ser descartados como descrito em 1.

3) Pequenas quantidades de solventes orgânicos solúveis em água (ex: metanol ou

acetona) podem ser diluídos antes de serem jogados na pia.

Grandes quantidades desses solventes, ou outros que sejam voláteis, não devem

ser descartados dessa maneira. No caso, tentar recuperá-los.

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Material Didático – Química Metodologia e prática 38

4) Soluções ácidas e básicas devem ter seu pH ajustado na faixa de 2 a 11 antes de

serem descartadas. Em caso de pequenos volumes dessas soluções (por exemplo,

10 mL ou pouco mais), essas podem ser diluídas e descartadas.

5) Em caso de dúvida, perguntar ao professor como proceder ao descarte.

Algumas orientações básicas:

RESÍDUO INSOLÚVEL NÃO PERIGOSO: Papel, cortiça, areia, podem ser,

descartados em um cesto de lixo comum do laboratório. Alumina, sílica gel,

sulfato de sódio, sulfato de magnésio e outros, devem ser embalados para

evitar a dispersão do pó e descartados em lixo comum. Se esses materiais

estiverem contaminados com resíduos perigosos, deverão ser manuseados

de outra forma.

RESÍDUOS SÓLIDOS SOLÚVEIS NÃO PERIGOSOS: Alguns compostos

orgânicos (exemplo o ácido benzóico) podem ser dissolvidos com bastante

água e descarregados no esgoto. Podem, também, ser descartados junto

com resíduos insolúveis não perigosos. Caso estejam contaminados com

materiais mais perigosos deverão ser manuseados de outra forma.

RESÍDUOS LÍQUIDOS ORGÂNICOS NÃO PERIGOSOS: Substâncias

solúveis em água podem ser descartadas no esgoto. Por exemplo, etanol

pode ser descartado na pia do laboratório; 1-butanol, éter etílico e a maioria

dos solventes e compostos que não são miscíveis em água, não podem ser

descartados dessa maneira. Líquidos não miscíveis com a água deverão ser

colocados em recipientes apropriados para líquidos orgânicos, para posterior

tratamento.

RESÍDUOS PERIGOSOS GENÉRICOS: Neste grupo estão incluídas

substâncias como hexano, tolueno, aminas (anilina, trietilamina), amidas,

ésteres, ácido clorídrico e outros. Deve-se ter especial atenção para as

incompatibilidades, ou seja, algumas substâncias não podem ser colocadas

juntas no mesmo recipiente devido à reação entre elas. Por exemplo, cloreto

de acetila e dietilamina reagem vigorosamente; ambos são reagentes

perigosos e seus rejeitos devem ser mantidos em recipientes separados.

Compostos halogenados como 1-bromobutano, cloreto de t-butila e outros,

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Curso de Licenciatura em Química

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Material Didático – Química Metodologia e prática 39

também devem ser guardados em recipientes separados dos demais

compostos.

ÁCIDOS E BASES INORGÂNICAS FORTES: Devem ser neutralizados,

diluídos e então descartados.

AGENTES OXIDANTES E REDUTORES: Oxidar os redutores e reduzir os

oxidantes antes do descarte. O professor dará informações de como

proceder.

Esses são alguns exemplos de procedimentos de descarte de rejeitos

produzidos no Laboratório Químico. É prática comum, antes de iniciar em

experimento, buscar na literatura especializada informações sobre os efeitos tóxicos

das substâncias que serão utilizadas e os cuidados necessários para manuseio e

descarte das mesmas.

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Curso de Licenciatura em Química

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Material Didático – Química Metodologia e prática 40

SÍNTESE DA UNIDADE

O laboratório deve ser visto como um local especial de trabalho, pois o

mesmo pode se tornar perigoso, caso não seja utilizado adequadamente. Devido ao

tipo de trabalho desenvolvido nos laboratórios os riscos de acidentes a que estão

sujeitos os laboratoristas são os mais variados possíveis.

O laboratório não deve ser um local improvisado, mas apresentar condições

ideais para se desenvolver um trabalho dentro de padrões de segurança

adequados. Além disso, deve conter os materiais necessários para a execução

correta do trabalho, como as vidrarias e reagentes.

Quanto aos reagentes, é de fundamental importância conhecer a natureza

química dos mesmos, a fim de prever seu potencial de toxicidade e sua

incompatibilidade com outros produtos.

Os diversos agentes químicos podem entrar em contato com o organismo

humano por inalação, absorção cutânea e ingestão, sendo a inalação a principal via

de intoxicação. A agressão ao organismo por produtos químicos pode ser

minimizada com o uso correto dos equipamentos de segurança que são

instrumentos que tem por finalidade evitar ou amenizar riscos de acidentes.

Os produtos químicos podem ser voláteis, tóxicos, corrosivos, inflamáveis,

explosivos e oxidantes, requerendo cuidados especiais ao serem manipulados e

armazenados. O estudo do local destinado ao almoxarifado é de especial

importância. Quando são negligenciadas as propriedades físicas e químicas dos

produtos químicos armazenados podem ser ocasionados incêndios, explosões,

emissão de gases tóxicos, vapores, pós e radiações ou combinações variadas

destes efeitos.

Os locais de armazenamento devem ser amplos, dotados de boa ventilação,

protegidos dos raios solares, com duas saídas, com instalação elétrica a prova de

explosões e prateleiras largas e seguras. Os produtos químicos não devem ser

armazenados junto com as vidrarias utilizadas no laboratório.

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Curso de Licenciatura em Química

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Material Didático – Química Metodologia e prática 41

Os produtos corrosivos , ácidos e bases, devem ficar em armários e prateleiras

próximo ao chão, se possível com exaustão; os inflamáveis e explosivos devem ser

armazenados a grande distância de produtos oxidantes e os líquidos voláteis

necessitam de armazenagem a baixas temperaturas em refrigeradores a prova de

explosão.

A tabela de classes de incompatibilidade das substâncias deve ser consultada

a fim de se evitar o armazenamento, lado a lado, de reagentes incompatíveis. Os

rótulos dos frascos devem ser protegidos e consultados, pois contém as

informações necessárias para a perfeita caracterização dos reagentes, bem como

indicações de riscos, medidas de prevenção para o manuseio e instruções para o

caso de eventuais acidentes.

A utilização de gases a alta pressão também é comum em laboratórios

químicos. Os gases sob pressão podem ser classificados como inertes, inflamáveis,

corrosivos, asfixiantes, irritantes e anestésicos. Os cilindros de gás pressurizado

devem ser manuseados e armazenados com cuidado e critério. O código de cores

usado em tubulações, válvula (volantes) e no próprio cilindro serve para caracterizar

os tipos de fluidos, seu estado de temperatura e sua inflamabilidade.

Atenção também deve ser dada ao descarte dos produtos químicos produzidos

e estocados em laboratório. Existem regras estabelecidas para o descarte de

rejeitos, especialmente os perigosos; no entanto, muitas vezes são difíceis e de

custo elevado para serem implementadas.

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Curso de Licenciatura em Química

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Material Didático – Química Metodologia e prática 42

AUTO-AVALIAÇÃO:

1. Assinale a alternativa que associa corretamente os pictogramas apresentados

abaixo com o seu significado.

1 2 3 4 5

A) Oxidante Explosivo Corrosivo Inflamável Irritante/nocivo

B) Inflamável Explosivo Irritante/nocivo Oxidante Corrosivo

C) Oxidante Inflamável Corrosivo Irritante/nocivo Explosivo

D) Explosivo Inflamável Irritante/nocivo Corrosivo Oxidante

E) Oxidante Inflamável Corrosivo Explosivo Irritante/nocivo

2. Indique o equipamento apropriado para realizar uma calcinação.

A) Mufla.

B) Estufa.

C) Banho maria.

D) Chapa aquecedora.

E) Manta aquecedora.

3. Assinale a alternativa que apresenta a afirmação correta no que concerne ao

uso das vidrarias abaixo.

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Curso de Licenciatura em Química

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Material Didático – Química Metodologia e prática 43

I II III IV V VI

A) I é vidraria volumétrica.

B) II é empregada na padronização de soluções.

C) V é utilizada para armazenamento de soluções.

D) IV é usada na filtração à pressão reduzida.

E) III e VI são utilizadas na montagem de sistema de destilação simples.

4. Assinale a alternativa que contém a seqüência mais adequada a ser utilizada na

limpeza e secagem de uma pipeta volumétrica.

A) Passar água de torneira para remover sujeiras grosseiras, usar solução de

limpeza apropriada, lavar com água de torneira e secar na bancada na posição

horizontal.

B) Passar água de torneira para remover sujeiras grosseiras, usar solução de

limpeza apropriada, lavar com água destilada e secar na bancada em posição

vertical.

C) Passar água destilada para remover sujeiras grosseiras, usar detergente

comercial, lavar com água de torneira e secar na bancada na posição vertical.

D) Passar água de torneira para remover sujeiras grosseiras, usar solução de

limpeza apropriada, lavar com água destilada e secar na estufa.

E) Passar água de torneira para remover sujeiras grosseiras, usar solução alcoólica,

lavar com água destilada e secar na estufa.

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Curso de Licenciatura em Química

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Material Didático – Química Metodologia e prática 44

5. Assinale a alternativa que contém o tratamento adequado para um resíduo

químico contendo mercúrio.

A) Reagir com solução diluída de amônia para neutralização.

B) Despejar o material em um aterro apropriado.

C) Submeter a um processo de incineração.

D) Acondicionar em recipiente sob selo d’água e encaminhar para recuperação.

E) Lançar na rede coletora de esgoto, obedecendo às diretrizes estabelecidas pelos

órgãos governamentais.

6. Assinale a alternativa que contém o par a ser evitado, considerando-se a

incompatibilidade química.

A) Bromo e compostos saturados.

B) Ácido sulfúrico e nitrobenzeno.

C) Amônia líquida e soda cáustica.

D) Ácido clorídrico e ácido sulfúrico.

E) Hipoclorito de sódio e hidróxido de potássio.

7. Com relação ao tratamento de resíduos químicos, assinale a alternativa que

apresenta o procedimento correto a ser seguido.

A) Soluções diluídas de hidróxidos metálicos devem ser descartadas diretamente na

pia.

B) Resíduos de chumbo devem ser jogados no lixo, desde que na forma de sais

insolúveis.

C) Frascos vazios que continham hexano ou acetona, mesmo após lavagem com

etanol e água, não podem ser reutilizados.

D) Soluções diluídas de permanganato devem ser neutralizadas com sulfito de sódio

e depois ter o pH ajustado para valores ligeiramente básicos.

E) Soluções diluídas de hidrazina devem ser neutralizadas com peróxido de

hidrogênio a 30% e depois ter o pH ajustado para valores ligeiramente ácidos.

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Curso de Licenciatura em Química

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Material Didático – Química Metodologia e prática 45

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

CARVALHO, P. R. de. Boas Práticas Químicas em Biossegurança. Rio de

Janeiro: Interciência , 1999.

CIENFUEGOS, F. Segurança no Laboratório. Rio de Janeiro: Interciência,

2001.

SOMERA, N. M. M.; BEATRIZ, A. Química F – apostila de experimentos.

Campo Grande: UFMS, 2004 (material didático).

PIPITONE, D.A. Safe Storage on Laboratory Chemicals – John Wiley and

sons. New York, 1984.

USP – UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Manual de segurança para

proteção química, microbiológica e radiológica. IQUSP - INSTITUTO DE

QUIMICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, 2004.

SAVOY, V. L. T. Noções básicas de organização e segurança em

laboratórios químicos. Biológico, São Paulo, v.65, n.1/2, p.47-49, jan./dez.,

2003.

Manufacturing Chemists' Association. Guide for Safety in the Chemical.

p.215-217.

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Curso de Licenciatura em Química

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Material Didático – Química Metodologia e prática 1

CURSO:

LICENCIATURA EM QUÍMICA

MÓDULO: II

DISCIPLINA: Química Metodologia e prática

UNIDADE III

Elaboração:

Elaine de Arruda Oliveira Coringa

Julho / 2008

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Curso de Licenciatura em Química

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Material Didático – Química Metodologia e prática 2

Sumário

1. EMENTA DA DISCIPLINA

2. OBJETIVO GERAL

3. UNIDADES, TÓPICOS, OBJETIVOS ESPECÍFICOS E CONTEÚDO.

UNIDADE III – OPERAÇÕES BÁSICAS DE LABORATÓRIO

1 - AQUECIMENTO

2 - PESAGEM;

3 - FILTRAÇÃO;

4 - SECAGEM;

5- MEDIDAS DE VOLUME;

6 - TRANSFERÊNCIA DE LÍQUIDOS.

7- TRANSFERÊNCIA DE SÓLIDOS

8 - BANHOS DE RESFRIAMENTO.

9 – LAVAGEM E DESINFECÇÃO DE VIDRARIAS

10 – PURIFICAÇÃO DA ÁGUA (DESTILAÇÃO E DEIONIZAÇÃO);

SÍNTESE DA UNIDADE

AUTO-AVALIAÇÃO

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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Curso de Licenciatura em Química

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Material Didático – Química Metodologia e prática 3

1. EMENTA DA DISCIPLINA

1. NORMAS DE SEGURANÇA NO LABORATÓRIO QUÍMICO

2. RECONHECIMENTO DE VIDRARIAS, MATERIAIS E REAGENTES

3. OPERAÇÕES BÁSICAS DE LABORATÓRIO

2. OBJETIVO GERAL

Ao final da disciplina o aluno será capaz de:

Entender o resultado da evolução da Química nos campos da medicina,

indústria, tecnologia e meio ambiente.

Compreender a importância da aplicação e do consumo de substancias

no cotidiano.

3. UNIDADES, TÓPICOS, OBJETIVOS ESPECÍFICOS E

CONTEÚDO

Ao final da UNIDADE III, o aluno será capaz de:

Conhecer as operações básicas em laboratório químico;

Realizar a preparação do ambiente de trabalho em laboratório

Conhecer as técnicas de medição de massa, volume, aquecimento e

transferência de amostras líquidas e sólidas.

Identificar as fontes de erros em medições analíticas.

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Curso de Licenciatura em Química

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Material Didático – Química Metodologia e prática 4

UNIDADE III – OPERAÇÕES BÁSICAS DE LABORATÓRIO

O presente tópico conduzirá você, estudante do Curso de Licenciatura em

Química, a uma etapa de fundamental importância que é a de realizar operações

em laboratório.

É muito importante que ao se iniciar um trabalho químico, conheçam-se, no

primeiro momento, os procedimentos seguros que venham a permitir uma atuação

com um mínimo de riscos possíveis.

Tenha sempre em mente que você não atua sozinho, e da sua atuação

responsável depende toda uma equipe de trabalho, e consequentemente, a

empresa em que trabalha. A segurança no trabalho é um compromisso de todos!

Procure planejar tudo antes de executar qualquer procedimento experimental,

verifique sempre as condições da aparelhagem a ser utilizada e procure conhecer

as características dos produtos envolvidos na operação a ser executada.

Dito isto, vamos dar início às operações básicas de laboratório nas quais

serão introduzidas boas práticas de trabalho visando segurança, eficiência e

qualidade em suas tarefas.

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Curso de Licenciatura em Química

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Material Didático – Química Metodologia e prática 5

1. TÉCNICAS DE AQUECIMENTO DE SUBSTÂNCIAS

Nesta operação podem ser utilizados os seguintes aparelhos: bico de

Bunsen, chapa aquecedora e manta aquecedora. Cada aparelho tem seu modo de

operação e cuidados básicos de manipulação.

Entretanto, alguns cuidados gerais devem ser observados quando da

realização de aquecimento de substâncias, veja:

- Não utilize uma chama para aquecer substâncias inflamáveis;

- Não aqueça substâncias em frascos volumétricos;

- Não aqueça substâncias em recipientes totalmente fechados;

- Iniciar sempre o aquecimento de forma branda, intensificando-o depois de alguns

segundos;

- Terminado o uso do gás, verifique se todos os registros estão devidamente

fechados, evitando assim o perigo de escape.

1.1. Aquecimento de líquidos em tubos de ensaio e chama

do Bico de Bunsen

Para realizar o aquecimento em bico de Bunsen devemos saber como este

aparelho fundamental em laboratório funciona. De uma maneira geral, o gás entra

no queimador pela sua base e seu fluxo é regulado por uma torneira externa na

parte inferior do bico. À medida que o gás sobe pelo tubo do queimador, o ar é

injetado através de orifícios situados um pouco acima da base. A quantidade de ar

pode ser controlada girando-se o anel que fica sobre os orifícios.

Dito isto, é importante verificarmos as seguintes observações de segurança:

- Ao aquecer líquidos em tubos de ensaio, não aqueça o fundo do tubo. Posicione

a chama na altura do nível do líquido. Use uma pinça de madeira para segurar o

tubo.

- Não volte a boca do tubo de ensaio em sua direção ou na

direção de seus companheiros;

- Para aquecer líquidos em bico de Bunsen e recipientes de

vidro, usar a tela de amianto, sempre que possível.

Tripé e tela de amianto

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Curso de Licenciatura em Química

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Material Didático – Química Metodologia e prática 6

- Temos também os cadinhos e cápsulas de porcelana, porém estes necessitam

da utilização do tripé de ferro e do triângulo de porcelana para serem aquecidos

diretamente.

-

-

- No caso de aquecimento direto, isto é, sem a

utilização da tela de amianto, só pode acontecer se

a vidraria utilizada for tubo de ensaio. Os tubos de

ensaio são os únicos que podem sofrer

aquecimento direto de uma chama.

- Nestes casos, não permitir que durante o

aquecimento a chama aqueça o vidro acima do nível do líquido. Tome também

muito cuidado para não ocorrer espirros de líquidos quentes e ás vezes

corrosivos no operador ou nos colegas.

- Deve-se, nesta operação, usar óculos de proteção, jaleco, luvas e pegador de

madeira para tubos de ensaio. Convém que se faça um aquecimento brando

com a boca do tubo em direção oposta ao operador fazendo com que a chama

Aquecimento com cadinho de porcelana

Fonte: www.ufpa.br

Fonte: www.maristas.org.br

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Curso de Licenciatura em Química

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Material Didático – Química Metodologia e prática 7

mantenha contato com o vidro apenas onde contém líquido, pois caso a chama

aqueça o vidro “seco” a uma temperatura muito alta e o líquido entrar em contato

com a parte quente do vidro, haverá ebulição violenta e projeção de líquidos e

vapores para fora do tubo de ensaio, ou mesmo o tubo poderá vir a quebrar por

choque térmico.

1.2. Aquecimento de líquidos em chapas elétricas e banho-

maria

Os líquidos também podem ser aquecidos

utilizando-se chapas de aquecimento elétrico ou em

banho-maria. O aquecimento em banho – maria é um

aquecimento brando, trata-se de uma operação mais

tranqüila. Porém, você tem alguma idéia de como

devemos fazer nos casos em que o aquecimento não

requer presença de água? Pois bem, nos casos em que não quer a presença de

água, recorre-se a um banho seco de areia ou chapas

elétricas.

No caso de aquecimentos em chapas elétricas

devem-se ter os seguintes cuidados:

- Não ultrapassar a temperatura recomendada e ter

cuidado para que o recipiente de vidro a ser aquecido

tenha sempre uma superfície menor que a da chapa

de aquecimento.

- As operações de evaporação devem ser realizadas em capela tomando-se o

cuidado de não ultrapassar o tempo destinado à operação, caso o contrário,

poderá haver perda de material por crepitação e se perder a análise ou mesmo

trincar o recipiente.

- A manta aquecedora é um equipamento

usado juntamente com um balão de fundo

redondo; é uma fonte de calor que pode ser

regulada quanto à temperatura.

Banho-maria

Chapa elétrica aquecedora

Manta de aquecimento

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Curso de Licenciatura em Química

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Material Didático – Química Metodologia e prática 8

2. PESAGEM DE SUBSTÂNCIAS

No laboratório podemos ter acesso a dois tipos de balanças, para pesagem

de substâncias: a balança de precisão e a balança analítica. Veja abaixo a diferença

entre os dois equipamentos:

BALANÇAS DE USO GERAL – eletrônica e

semi-analítica:

São as de uso mais comum no laboratório,

usualmente apresentam o prato para colocação

de amostras exposto, mas é recomendável este

ser protegido por uma simples caixa, pois leves

correntes de ar podem levar instabilidade ao

valor lido, ou até induzir a um erro de leitura.

BALANÇAS ANALÍTICAS:

São as de uso mais restrito, especialmente na

determinação de massas em análises químicas

de determinação da quantidade absoluta ou

relativa de um ou mais constituintes de uma

amostra, usualmente apresentam o prato para

colocação de amostras protegido por portinholas

de vidro corrediças, pois leves ou até

imperceptíveis correntes de ar podem levar

instabilidade ao valor lido, ou até induzir a um

grande erro de leitura. Devido a necessidade de

extrema precisão das medidas efetuadas, estas devem ter salas específicas

para sua manipulação, com condições ambientais controladas (temperatura,

umidade,...), bem como observadas as condições da rede elétrica de fornecer

voltagem dentro dos limites de tolerância especificados no manual de cada

modelo.

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Curso de Licenciatura em Química

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Material Didático – Química Metodologia e prática 9

A balança analítica é uma balança de altíssima precisão e a fim de que ela

mantenha suas funcionalidades é importante manuseá-la com cuidado, de acordo

com as instruções do fabricante. Então, vejamos:

- O prato da balança jamais deverá ser utilizado para medir massas das amostras

diretamente. Deve-se sempre usar um suporte adequado cuja massa deve ser

medida previamente

- Some a massa do suporte utilizado com a massa da amostra desejada e vá

cuidadosamente acrescentando a massa da amostra sobre o suporte até que a

balança acuse o valor total estipulado ( massa do suporte previamente medida +

massa desejada da amostra ).

- Para substâncias corrosivas pode-se utilizar papel de filtro como suporte.

Exemplo: HIDRÓXIDO DE SÓDIO

- Para substâncias ou misturas líquidas: utilizar béquer ou erlenmeyer como

suporte. Exemplo: solução diluída de ÁCIDO SULFÚRICO.

- A balança tem que estar sempre limpa – deve-se remover imediatamente

qualquer composto que venha a ter contato com o aparelho.

- Antes de se iniciar a pesagem, o aparelho deve ser nivelado e zerado.

- Os recipientes usados como suporte, tais como, cadinhos, pesa-filtro, béquer,

etc. devem estar secos e limpos.

- A temperatura do objeto a ser pesado deve ser igual á temperatura ambiente.

- Em geral, não se deve tocar com as mãos os objetos a serem pesados e estes

devem ser pesados com as janelas laterais fechadas.

- Verificar sempre o nivelamento da balança.

- Deixar sempre a balança conectada à tomada e ligada para manter o equilíbrio

térmico dos circuitos eletrônicos.

- Colocar o frasco de pesagem sempre no centro do prato de pesagem.

- Verificar se o mostrador indica exatamente zero ao iniciar a operação. Tare a

balança, se for preciso.

- Calibrar a balança regularmente, principalmente se ela estiver sendo operada

pela primeira vez, se tiver sido mudada de local, após qualquer nivelamento e

após grandes variações de temperatura ou de pressão atmosférica.

- Manter sempre a câmara de pesagem e o prato de pesagem limpos.

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Curso de Licenciatura em Química

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Material Didático – Química Metodologia e prática 10

3. TÉCNICAS DE FILTRAÇÃO

Os processos mais usuais de filtração compreendem: filtração comum, a

vácuo a frio e a quente e ultrafiltração.

A filtração é um processo de separação de misturas de um líquido com um

sólido não dissolvido sendo que o tamanho das partículas do sólido é relativamente

grande. Sendo assim, pode-se utilizar um papel de filtro (em forma de cone),ou até

mesmo algodão, tecido, placas de porcelana porosa, vidro sintetizado, fibras de

vidro e amianto. Porém, o mais utilizado em laboratório é o papel de filtro,

encontrado no comércio com diversas porosidades (cuja escolha depende do

tamanho da partícula a ser filtrada).

A maneira de como é feita filtração vai depender do tratamento que o

precipitado (sólido) vai ser submetido na etapa seguinte (secagem ou calcinação).

3.1. Filtração comum:

A filtração com o auxílio do papel de filtro é feita por

gravidade sem sucção. O papel de filtro circular é dobrado e

inserido num funil de vidro, tomando-se o cuidado de

umedecê-lo após a sua inserção no funil, de modo a se obter

uma boa aderência.

O diâmetro do papel de filtro utilizado deve ser tal que

este fique entre 1 a 2 cm abaixo da borda do funil de vidro.

Faz-se a filtração por decantação transferindo-se primeiro o

líquido sobrenadante e em seguida o precipitado.

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Curso de Licenciatura em Química

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Material Didático – Química Metodologia e prática 11

A transferência é feita com o auxílio de um bastão de vidro, recolhendo-se o

filtrado em um béquer. A extremidade inferior do funil, ou seja, a haste do funil deve

ser encostada na parede interna do béquer usado no recolhimento do filtrado.

Técnica de filtração comum; dobramento do papel de filtro (Fonte: www.vestibular1.com.br)

Não se deve deixar o precipitado secar no filtro durante a filtração pois podem se

formar canaletas na massa do precipitado, que posteriormente provocará uma

lavagem deficiente do mesmo. Durante todo o processo de filtração deverá ser

mantido um nível de solução a ¾ da altura do papel de filtro no funil.

3.2. Filtração à vácuo:

Quando o tamanho das partículas do sólido não é

muito grande e formar uma pasta entupindo as porosidades

do papel de filtro deve-se recorrer a uma filtração a vácuo,

que pode ser utilizada simplesmente com o objetivo de se

acelerar a filtração.

Neste processo de filtração, o kitassato é ligado a

uma trompa de vácuo por onde circula água corrente. A

água corrente arrasta o ar do interior do kitassato

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Curso de Licenciatura em Química

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Material Didático – Química Metodologia e prática 12

provocando um vácuo parcial. Como a pressão do ar (pressão atmosférica) fora do

kitassato passa a ser maior que a pressão no interior desse recipiente, o ar

atmosférico entra pelos poros do papel de filtro arrastando o líquido, tornando mais

rápida a filtração. Exemplo: água e carbonato de cálcio.

4. SECAGEM DE SUBSTÂNCIAS

A secagem de gases, líquidos e sólidos – a remoção de água – é uma das

técnicas básicas e mais freqüentemente utilizadas em laboratórios químicos, em

unidades piloto e em produção. No laboratório, é desejável que ao utilizar o

reagente sólido para análise, este esteja isento de umidade, ou, por exemplo, sua

amostra sólida deverá estar isenta de umidade antes da reação química. Enfim, são

vários os motivos para se efetuar esta técnica laboratorial, e para facilitar o seu

estudo, vamos dividi-la de acordo com o seu objetivo.

4.1. Secagem de sólidos:

Na secagem de sólidos, coloca-se a substância a ser secada em cápsula de

porcelana, vidro relógio etc. e se executa um dos processos abaixo:

- SECAGEM À TEMPERATURA AMBIENTE: Expor a substância ao ar até que

não seja detectada nenhuma variação de

peso.

- SECAGEM POR SUBSTÂNCIA

DESIDRATANTE (DISSECANTE) EM

DESSECADORES À TEMPERATURA

AMBIENTE: Coloca-se a substância em um

dessecador contendo composto desidratante

no qual se faz o vácuo após estar fechado.

Após longo tempo é que se obtém uma

dessecação ideal. Os agentes desidratantes

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Material Didático – Química Metodologia e prática 13

compreendem: cloreto de cálcio, cal, ácido sulfúrico concentrado, potassa,

percloreto de magnésio e pentóxido de fósforo.

- SECAGEM POR DESIDRATANTE EM DESSECADORES A VÁCUO E A

QUENTE: Utiliza-se ,neste caso, um

dessecador especial que deve ser

aquecido por linha de vapor.

- SECAGEM EM ESTUFA COM

TEMPERATURA CONTROLADA:

utiliza-se um equipamento para controle

da temperatura e velocidade de

circulação do ar no ambiente de

secagem, otimizando o processo.

4.2. Desidratação de líquidos:

Talvez você possa pensar que se aquecendo uma mistura aquosa acima do

ponto de ebulição da água acarretará uma desidratação total. Mas, na realidade isso

não acontece.

Quando a quantidade de água for pequena, podemos deixar por um longo

tempo a mistura nos dessecadores ou agitá-la durante muito tempo com

desidratantes e, em seguida, separá-los por filtração. Os seguintes desidratantes

podem ser usados:

- CLORETO DE CÁLCIO – pode ser fundido ou granulado e é um bom

desidratante.

- CARBETO DE CÁLCIO: é um enérgico desidratante, porém possui a séria

restrição de não ser encontrado puro.

- SULFATO DE SÓDIO: secado por aquecimento (com cuidado para não

decompô-lo) é capaz de reter até aproximadamente um terço de seu peso

em água.

- SULFATO DE COBRE: incolor , desidratado a 200/250°C.

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Curso de Licenciatura em Química

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Material Didático – Química Metodologia e prática 14

- HIDRÓXIDO OU CARBONATO DE POTÁSSIO: bons desidratantes,

porém não devem ser usados em ácidos, aldeídos e acetona.

- PENTÓXIDO DE FÓSFORO: usado na secagem de ácidos.

- SÓDIO E POTÁSSIO: encontrados na forma de plaquetas.Não devem

ser usados com clorofórmio, tetracloreto, etc. pois formam compostos

explosivos..

4.3. Secagem de gases:

O método mais comum consiste em borbulhar o gás em ácido

sulfúrico concentrado em torres dessecadoras (frascos de Wolf). São

empregados também géis do ácido silícico.

5. MEDIDAS DE VOLUME DE LÍQUIDOS

Neste tópico, você aprenderá como medir líquidos em recipientes

volumétricos, para posterior utilização em reações químicas.

A técnica de medição de volumes de líquidos pode ser realizada em qualquer

aparelhagem de vidro. A escolha do aparelho vai depender da precisão com a qual

se queira realizar o devido procedimento. Utilizam-se os béqueres e erlenmeyers

quando, na leitura dos valores, se aceita alguma margem de erro:

porém, se desejar uma medida precisa de volumes recomenda-se o

uso de pipetas, buretas ou cilindros graduados. Veja as

especificações abaixo:

- As medidas de volume aproximadas são efetuadas

rotineiramente em provetas graduadas e de um modo mais

grosseiro, em béqueres.

- As medidas volumétricas de precisão, são realizadas

utilizando aparelhos volumétricos precisos (balão

volumétrico, pipetas volumétricas e graduadas e buretas).

Desta forma, os aparelhos para realizar medições de volume

de líquidos podem ser divididos em dois tipos:

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Material Didático – Química Metodologia e prática 15

- Tipo 1: aparelhos calibrados para dar escoamento a determinados volumes.

Por exemplo: pipetas e buretas. As pipetas são de dois tipos: Volumétricas ou

de transferência (tubo de vidro com um bulbo na parte central com um traço

de aferição na parte superior) e pipetas graduadas (tubo de vidro com

graduação de acordo com o volume que pode medir, geralmente de menor

precisão que as pipetas volumétricas). Já as buretas servem para medir

volumes varáveis de líquidos, e são constituídas de um tubo de vidro

calibrado e graduado, com uma torneira para permitir o controle do

escoamento.

- Tipo 2: são aparelhos calibrados para conter determinados volumes, a

exemplo dos balões volumétricos (blões de vidro de fundo chato e

gargalo longo, providos e rolhas de vidro esmerilhadas); o traço de

referencia marcando o volume pelo qual o balão foi calibrado é

gravado sobre o gargalo. Assim quando for fazer a medida a parte

inferior do menisco tem que coincidir com o plano do circulo de

referência. Os balões volumétricos são usados principalmente na

preparação de soluções de concentração conhecida.

A operação desses aparelhos durante a medição de volumes, é descrita abaixo:

Para encher uma pipeta: coloca-se a ponta da pipeta no líquido que se

quer medir e faz-se a sucção com uma pêra de borracha, mantendo

sempre a ponta abaixo do nível do líquido, caso contrário ao se fazer a

sucção o líquido alcança a pêra. A sucção deve trazer o líquido um pouco

acima do traço de aferição e escoa-lo lentamente até o menisco (zero).

Para escoar o líquido, deve-se colocar a pipeta na posição vertical com a

ponta encostada na parede do recipiente, deixa-se escorrer o líquido e

espera-se de 15 a 20 segundos e então se retira a gota aderida a ponta

da pipeta. Não se deve soprar uma pipeta.

Para usar uma bureta: fixar a bureta limpa, seca e vazia em um suporte

universal, lavá-la duas vezes com 5 ml do reagente que será medido. Este

é adicionado na bureta por meio de um funil (se a bureta já tiver um funil

próprio não é necessário usar um externo) e cada porção deve ser

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Material Didático – Química Metodologia e prática 16

escoada totalmente antes de uma nova adição. Enche-se a bureta até um

pouco acima do zero da escala, abre-se a torneira para encher a ponta e

expulsar o ar. Deixa-se escoar o líquido até ajustar o menisco na escala.

Bom, agora que você já sabe como são feitas as medições de volume, temos

que observar a precisão dessa medição, através da leitura correta do valor em

mililitros. A leitura do valor do volume nos instrumentos volumétricos acima descritos

deve seguir os critérios abaixo:

LEITURA DO NÍVEL DE UM LÍQUIDO – menisco: Para ler corretamente o nível de

um líquido contido num tubo estreito como muma bureta ou uma proveta,é

importante olhar pela linha tangente ao menisco,que é côncavo ( I ) – no caso de

líquidos que se aderem ao vidro , como a água e convexo ( II ) –no caso de

líquidos que não aderem ao vidro,como o mercúrio.

Menisco – (I): côncavo; (II) convexo

(Fonte: www.notapositiva.com)

Alguns erros são comuns na leitura de volumes de líquidos, vejamos:

- leitura de graduação volumétrica obtida pela parte superior do menisco (leia

sempre pela parte inferior do menisco).

- medição de volumes de soluções quentes

- uso de instrumentos inadequados para medir volume.

- uso de instrumento molhado ou sujo

- formação de bolhas nos recipientes

- controle indevido de velocidade de escoamento.

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Material Didático – Química Metodologia e prática 17

6. TRANSFERÊNCIA DE LÍQUIDOS

Uma vez que você já aprendeu como retirar um reagente líquido ou uma

solução de um frasco, provavelmente vai transferi-lo para outro recipiente. Nesta

operação, tão corriqueira em laboratório, se os cuidados durante a transferência não

forem tomados, você pode estar sujeito tanto a erros de procedimento e,

consequentemente, de resultados, quanto pode estar exposto a riscos de

contaminação durante o procedimento. Vamos ver, então, quais as orientações, em

cada caso:

- Para transferir o líquido de um frasco para um recipiente qualquer, convém

que o rótulo do frasco fique voltado para a palma de sua mão a fim de

protegê-lo contra eventuais manchas que podem ser ocasionadas pela

substância que está sendo transferida, caso derrame.

- Transferência em tubos de ensaio: neste caso é comum fazer uso de um

conta-gotas ou pipetas de Pasteur.

- Recipientes de boca larga: neste caso recorre-se

à ajuda de uma bagueta (bastão de vidro)

posicionando-a de forma que fique inclinada e

encostada na parede interna do recipiente, como

por exemplo, um béquer, fazendo-se o líquido

escorrer pela bagueta em direção ao fundo do

recipiente.

- Recipientes de boca estreita: utiliza-se um funil

de vidro apoiado a uma argola sustentada por um suporte universal. A haste

do funil deve ser mantida encostada na parede interna do recipiente, como

um erlenmeyer, para evitar que o líquido respingue para fora.

- Para se transferir volume preciso de líquidos, usa-se a pipeta volumétrica.

- Em nenhuma circunstância coloque bastões de vidro, pipetas ou quaisquer

outros materiais dentro de frascos de reagentes. Para pipetar, transfira uma

porção do líquido para um frasco limpo e seco, e a partir deste efetue a

operação;

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Material Didático – Química Metodologia e prática 18

- Não retorne líquido não utilizado ao frasco de reagente. Retire o mínimo

necessário e o excesso coloque em um frasco separado para futuros usos ou

para ser recuperado;

- Não coloque líquidos aquecidos dentro de frascos volumétricos, pois o

processo de expansão/contração, devido ao aquecimento seguido de

resfriamento, altera a calibração desses frascos.

7. TRANSFERÊNCIA DE SÓLIDOS

Muitas vezes, precisamos preparar uma solução a partir de um reagente

sólido. Mas, como fazer a coleta da massa que necessitamos do reagente de dentro

do recipiente que o contém? Selecionamos para você algumas orientações, veja:

- Quando a quantidade de substância que precisa ser transferida é pequena,

utiliza-se uma espátula limpa e seca para realizar a transferência, tomando-

se o cuidado de não derramar a substância na bancada.

- Quando trocar de substância, deve-se também trocar a espátula usada para

transferir, pois dessa forma os reagentes não serão contaminados, não

invalidando os resultados do experimento.

- Quando a quantidade de substância a ser transferida for grande, convém que

se deixe cair diretamente do frasco no béquer, porém tendo o cuidado de

girar o frasco nos dois sentidos durante a operação, evitando que se derrame

a substância. Pode-se também, utilizar um funil improvisado de papel de

filtro, a fim de garantir uma transferência mais segura.

8. BANHOS DE RESFRIAMENTO

Em algumas operações de laboratório, muitas vezes necessitamos diminuir a

temperatura bem abaixo da temperatura ambiente. Isso se consegue com banhos

de resfriamento, que através de alguns artifícios, conseguem oferecer a temperatura

desejada para aquela operação.

Esse resfriamento pode ser feito por:

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Material Didático – Química Metodologia e prática 19

- GELO PICADO E ÁGUA LÍQUIDA: é ideal para que seja mantida uma

temperatura entre 0°C e 5°C. A água serve para manter o contato do banho

com o recipiente a ser resfriado e deve ser mantida sob agitação freqüente.

- GELO PICADO E SAL DE COZINHA: esta mistura consiste teoricamente de

uma parte de sal comum e três de gelo picado, produzindo uma temperatura

da ordem de -20°C, porém, na prática, a temperatura a que se chega fica

entre -5°C e -18°C.

- GELO PICADO E CRISTAIS DE CLORETO DE CÁLCIO: consiste em uma

mistura de cinco partes de cloreto de cálcio e quatro partes de gelo picado,

podendo alcançar temperaturas entre -40°C até -50°C.

9. LAVAGEM E DESINFECÇÃO DE VIDRARIAS

Agora que você já conheceu como utilizar as vidrarias volumétricas para

transferência de amostras ou medição de volumes e massas, é necessário

tratarmos agora do método de limpeza dessas vidrarias, de forma a evitar

contaminações futuras, que induzem os erros de resultados analíticos.

Para isso, vamos dividir este tópico em limpeza e desinfecção, de vidrarias

volumétricas e de uso comum em laboratório. Acompanhe:

- LIMPEZA: inicialmente, para verificar o estado de limpeza de um aparelho

volumétrico, é necessário enchê-lo com água e observar o seu escoamento:

se estiverem presentes gotículas ou formar uma película não uniforme de

água, aderentes às paredes internas do equipamento, então a vidraria

necessita de uma limpeza prévia, utilizando as seguintes soluções de

limpeza:

o SOLUÇÕES DE LIMPEZA: vários detergentes são encontrados no

mercado para este fim e devem ser usados conforme as instruções de

uso dos fabricantes. As causas mais comuns de imperfeições na

limpeza, são restos de detergentes e gorduras. Utiliza-se como

solução de limpeza a solução de detergente a 1-2%, a solução

sulfocrômica (remoção de gorduras) ou solução de etanolato de sódio

ou potássio. Para recipientes de vidro, estes instrumentos não são

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Material Didático – Química Metodologia e prática 20

atacados por ácidos (exceto HF) ou soluções diluídas de detergente.

Na maioria dos casos, somente a limpeza com detergente é suficiente,

mas dependendo do estado em que se encontra o material

volumétrico, é necessário o emprego (cuidadoso) da solução

sulfocrômica (dicromato de sódio ou potássio dissolvido em ácido

sulfúrico concentrado), por um tempo de contato não muito longo. O

etanolato de sódio ou de potássio (hidróxido de sódio ou de potássio

dissolvido em etanol) deve ser usado somente em casos extremos

porque ataca rapidamente o material volumétrico, e por isso, o tempo

de contato desta solução com o material de vidro não deve ultrapassar

60 segundos. Este material deve ser enxaguado algumas vezes com

água, depois com solução diluída de HCl para neutralizar qualquer

traço da substância alcalina e, em seguida, lavado novamente com

água. Deve-se evitar ao máximo o uso repetitivo de alcoolato na

limpeza de qualquer material volumétrico. O material volumétrico é

dado como limpo ao se verificar que a água destilada escorre

uniformemente pelas suas paredes internas.

Veja como se prepara a solução sulfocrômica para limpeza da vidraria:

Dissolver 35g de dicromato de potássio comercial (ou 70g de dicromato de

sódio) em 100mL de água destilada. Juntar lentamente, com agitação e em

banho de água corrente ou gelo, 1 litro de ácido sulfúrico concentrado. Esta

solução deve ser manipulada com cuidado, como toda solução ácida!

Como limpar (técnica de limpeza):

Com detergente: agitar o detergente dentro do frasco, podendo utilizar

uma escova de cerdas macias (própria para lavagem de vidraria) para

auxiliar o processo.

Com solução sulfocrômica: no caso deste procedimento não ser

suficiente, costuma-se deixar o frasco imerso em sulfocrômica (cerca

de uma hora), antes de ser novamente lavado e testado.

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Material Didático – Química Metodologia e prática 21

Para limpar pipetas: deixar imersa em recipiente de volume apropriado

contendo a solução sulfocrômica, em repouso por aproximadamente

15min. Idem para buretas.

Após uso da solução de limpeza deve-se enxaguar muito bem todo e

qualquer material volumétrico, geralmente por sete vezes com água da

torneira e três vezes com água destilada.

A vidraria a ser utilizada na determinação de ferro, cálcio, magnésio,

cobre e outros, deve ser deixada de molho em solução de ácido

clorídrico (HCl) a 50% ou em ácido nítrico (HNO3) a 30%.

Posteriormente esta vidraria deverá ser enxaguada inúmeras vezes

em água corrente e água deionizada.

Os processos de desinfecção e esterilização são mais utilizados em

laboratórios de microbiologia, análises clínicas e bioquímicas, e é interessante que

você tome conhecimento dos processos de eliminação de microorganismos. Veja a

diferença entre esses processos químicos e físicos:

- DESINFECÇÃO QUÍMICA: a desinfecção é um processo que destrói

microorganismos presentes em objetos inanimados, mas não

necessariamente os esporos bacterianos. A desinfecção química é obtida

através da utilização de germicidas ou desinfetantes, que são agentes

químicos capazes de destruir bactérias, fungos e vírus. Não existe um

desinfetante que atenda a todas as situações e necessidades encontradas,

sendo preciso conhecer as características de cada um a fim de oferecer

subsídios suficientes que permitam a escolha correta do produto. As soluções

desinfetantes mais comumente utilizadas são compostos à base de fenol 5%,

hipocloritos (água sanitária a 2%) e glutaraldeído 2%, álcoois (etanol e

isopropanol) e formaldeído (solução alcoólica 8% e solução aquosa 10%).

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Material Didático – Química Metodologia e prática 22

- ESTERILIZAÇÃO: é um processo

que promove a ausência de todas as

formas de vida microbiana, isto é, de

esporos, bactérias, fungos e vírus. É

obtida com o uso do calor, na forma

de calor seco (estufas) ou vapor sob

pressão (autoclaves). O vapor sob

pressão oferece mais segurança, por

utilizar temperaturas entre 121ºC e

132ºC, e o vapor sob pressão destrói

as formas de vida atualmente

conhecidas. Já o calor seco,

realizado à temperatura de 140º a

180ºC, em estufas elétricas, é menos penetrante do que o úmido, de forma

que o processo requer temperaturas mais elevadas e tempo de exposição

mais prolongado. Este processo é utilizado para esterilizar vidrarias e

instrumentos de corte.

Depois do processo de limpeza, é necessário secar a vidraria lavada, e

algumas recomendações são importantes:

- As vidrarias e instrumentais não poderão ser colocados em estufas com

temperaturas superiores a 125ºC. As altas temperaturas diminuem a

resistência do vidro, podendo provocar rachaduras ou mesmo podendo

quebrar quando estão sendo utilizados, e queimam instrumentais cromados.

- Outros materiais, que normalmente são complementos para equipamentos de

vidro, devem ser secos ao ar livre, para evitar o ressecamento, não formar

fissuras, podendo assim ser utilizados com segurança.

Autoclave

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Material Didático – Química Metodologia e prática 23

10. PURIFICAÇÃO DA ÁGUA (DESTILAÇÃO E

DEIONIZAÇÃO):

A água corrente não é apropriada para a preparação de reagentes, pois pode

conter impurezas como íons metálicos, turbidez, etc. que podem interferir nos

resultados analíticos. Para a purificação da água utilizada em laboratório, dois

processos são empregados: destilação e deionização. Vamos saber a diferença

entre eles nos tópicos a seguir.

- DESTILAÇÃO: é um processo antigo de purificação

onde a água é aquecida até ferver e evaporar. Este

vapor é então condensado e coletado. Por ser um

processo lento, a água precisa ser armazenada para

ser usada posteriormente. Por isso, deve-se ter o

cuidado com o reservatório de armazenamento, pois se

este não for inerte, íons ou plastificantes

recontaminarão a água, e bactérias crescerão

livremente na água parada.

- DEIONIZAÇÃO: é um processo usado em laboratórios para

prover água purificada conforme a necessidade. Trata-se de um

processo contínuo com a utilização de uma resina trocadora

iônica, onde trocam-se os íons hidrogênio por contaminantes

catiônicos e os íons hidroxilas por contaminantes aniônicos da

água de alimentação. Os íons hidrogênio e hidroxila combinam

para formar a molécula da água. O leito da resina trocadora de

íons é feito de pequeníssimas partículas esféricas através das

quais a água de alimentação passa. Após um certo tempo todos os sítios ativos

de hidrogênios e hidroxilas serão trocados por cátions e ânions e os cartuchos

deionizadores precisarão ser trocados ou regenerados.

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Material Didático – Química Metodologia e prática 24

Troca ionica na resina de um deionizador de água (Fonte: www.elementosqf.wordpresss.com)

A utilização de água destilada geralmente é mais corriqueira em laboratório

químico, para o preparo de soluções.

Entretanto, certas operações necessitam de água isenta de qualquer íon

dissolvido, como preparo de padrões analíticos para equipamentos automatizados

(cromatógrafos, espectrofotômetros), produção de solução para análise bioquímica,

microbiológica ou clínica, produção de cosméticos e detergentes, etc.

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Material Didático – Química Metodologia e prática 25

SÍNTESE DA UNIDADE

O objetivo desta unidade foi a familiarização com operações e técnicas de

manipulação mais freqüentes nos processos químicos laboratoriais, presentes nas

atividades experimentais de Química, tendo em vista a importância do trabalho

experimental com metodologias analíticas apropriadas.

No decorrer dos tópicos estudados, vimos a importância da pesagem correta

de substancias sólidas em balanças de precisão, e o seu manuseio correto.

O aquecimento de substâncias, operação tão corriqueira em laboratório, deve

ser conduzido com critérios, de acordo com os equipamentos disponíveis, seja em

bico de Bunsen, chapa elétrica ou manta aquecedora.

A transferência de substâncias líquidas e sólidas também requer atenção

especial do analista, tendo em vista que o manuseio determina a exatidão do

volume/massa a ser transferido/a.

Desta forma, o comportamento no laboratório é um fator determinante na sua

segurança e no desenvolvimento eficiente dos experimentos. Para desenvolver as

atividades laboratoriais de forma organizada, deve-se estudar o roteiro da

experiência cuidadosamente, preparar uma estratégia de trabalho onde deverão ser

incluídos, por exemplo, os cálculos para o preparo de soluções, a previsão dos

equipamentos a serem utilizados, a exatidão requerida dos volumes e massas a

serem medidos, etc.

Depois de realizada a experiência, deve-se aprender a limpar o seu próprio

material, tendo sempre em mente as normas de segurança do laboratório, as

substâncias permitidas para este fim e o uso correto dos equipamentos de

esterilização e secagem de vidrarias.

Vimos também que a água a ser utilizada como reagente ou solvente no

preparo de soluções deve ter grau de pureza analítico, o que se consegue através

dos processos de destilação e troca iônica. Para isso, temos equipamentos

destiladores e deionizadores, apropriados para uso laboratorial.

Tendo em mente as precauções e normas a serem seguidas durante o

manuseio das substâncias químicas, tudo fica mais fácil!

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Material Didático – Química Metodologia e prática 26

AUTO-AVALIAÇÃO:

1. Das vidrarias envolvidas nas operações de laboratório,qual é a única vidraria

que pode sofrer aquecimento direto em uma chama de bico de Bunsen ?

a) tubo de ensaio

b) béquer

c) cadinho de porcelana

d) balão volumétrico

e) erlenmeyer

2. Qual desses equipamentos é adequado para a esterilização de material de

laboratório:

a) estufa

b) mufla

c) autoclave

d) centrífuga

e) chapa elétrica aquecedora

3. O método clássico para limpeza de vidraria muito suja ou engordurada

consiste em colocá-las numa solução sulfocrômica, cujo preparo e manuseio

requer cuidados. Assinale a opção que apresenta a sua composição:

a) hidróxido de sódio, água destilada e etanol

b) dicromato de potássio, água destilada e ácido sulfúrico

c) dicromato de potássio, cloreto de sódio e água destilada

d) etanol, ácido acético e água destilada

e) acetona, ácido acético e água destilada.

4. Considerando as técnicas de laboratório aprendidas nesta unidade, assinale

o(s) procedimento(s) correto(s):

a) substâncias líquidas podem ser pipetadas com a boca

b) ao se pipetar uma soluçao deve-se deixar a pipeta em posição vertical, e o

menisco deve tangenciar a linha graduada.

c) A mesma pipeta pode ser utilizada para diferentes soluções

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Material Didático – Química Metodologia e prática 27

d) A pesagem de uma substância pode ser realizada quando a vidraria ainda

está quente.

e) A balança semi-analítica possui maior precisão que a balança analítica

5. Assinale as vidrarias que apresentam precisão de volume:

a) béquer, erlenmeyer e pipeta

b) pipeta, proveta e balão volumétrico

c) balão volumétrico, erlermeyer e pipeta

d) bureta, balão volumétrico e pipeta

e) bureta, béquer e proveta

6. Mencione os erros que podem ocorrer na leitura do volume de substâncias

líquidas.

7. O se entende por agentes desidratantes? Cite dois exemplos.

8. Considerando aspectos gerais da limpeza e desinfecção de vidrarias de

laboratório, assinale a opção correta:

a) vidrarias que tenham sido utilizadas com ácidos fracos não precisam ser

lavadas com detergente, só com água comum e, em seguida, com água

destilada.

b) Não se recomenda o uso de solução sulfocrômica na limpeza de vidrarias,

porque o cromo (estadode oxidação +6) presente nesta solução é

comprovadamente cancerígeno, e o ácido sulfúrico pode corroer a vidraria.

c) Desinfecção é um termo absoluto, que implica na eliminação total de todos os

microorganismos presentes em vidrarias ou utensílios.

d) No processo de autoclavação, a esterilização é obtida pelo emprego do calor

seco sob pressão.

e) Nenhuma das alternativas anteriores

9. Explique a diferença entre água destilada e água deionizada. Dê exemplos

de aplicação, para ambos os casos.

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Material Didático – Química Metodologia e prática 28

Respostas da auto-avaliação (questões objetivas)

1. a

2. c

3. b

4. b

5. d

8. e

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Material Didático – Química Metodologia e prática 29

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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Analítica Quantitativa Elementar. São Paulo: Edgard Blucher Ltda, 2003.

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CIENFUEGOS, F. Segurança no Laboratório. Rio de Janeiro: Interciência,

2001.

CHRISPINO, Álvaro. Manual de Química Experimental. São Paulo: Editora

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FEITOZA, Antonio Carlos e Flávio César Ferraz. Técnicas de Segurança em

laboratório: regras e práticas. Editora Hemus, 2004.

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REIS, Martha. Completamente Química. Química Geral. Editora FTD, 2001.