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Ano II Número 299 Data 27 a 29.10.2012

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AnoII

Número299

Data27 a 29.10.2012

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Estado dE minas - dirEito E justiça - 29.10.12

O que diz a lei - direito do consumidor Stael Riani - Advogada especializada em direito do

consumidor, Ouvidora da Agência Nacional de Saúde suple-mentar (ANS)

Bancos Lei de espera em filas não é cumprida

Lei aprovada em Belo Horizonte determina que o tem-po máximo de espera em fila de banco é de 15 minutos. No entanto, ela não é cumprida pelas agências. Outro dia fiquei quase uma hora na fila de um banco. Essa lei não teria que ser cumprida? Há como obrigar os bancos a seguirem o tem-po determinado nela? O que nós, usuários dos bancos, pode-mos fazer a respeito? A quem cabe fiscalizar o cumprimento dessa lei?

• Arnaldo, por e-mailDigo sempre: é indiscutível a facilidade e comodidade

trazida pela automação nas operações bancárias, mas tam-bém inegável a sua rapidez, que a meu ver poderia ter uma melhor preparação do consumidor para o novo modelo.

Além disso, temos a cultura, sobretudo em Minas Ge-rais, em que prevalecem as relações de confiança, de olho no olho, cara a cara, a prosa com o gerente, a cultura do “contato”.

Então, é preciso entender o quanto foi difícil para as pessoas aceitarem de uma hora para outra ter que se rela-cionar com máquinas, e não com pessoas, já que elas foram substituídas ou reduzidas.

Mas esse processo avançou e temos uma melhora no uso dos equipamentos, nas possibilidades de realizar transa-ções por celular e internet.

Mas ainda hoje, é necessário um comprovante imediato da operação, fazendo com que os consumidores tenham que se submeter a uma longa fila de espera.

O serviço bancário é um dos serviços mais reclamados nos órgãos de defesa do consumidor.

A fim de melhor o atendimento ao cliente, o Banco Cen-tral, por meio de resolução, determinou a criação compulsó-ria de ouvidorias nas intuições financeiras, o que permitiu, sobretudo aos Procons, um diálogo com esse setor e a busca pelo aperfeiçoamento dos serviços.

E muitos produtos oferecidos foram modificados, ne-gociações de dívidas ficaram mais vantajosas, operações de

crédito adequadamente informadas.Mas, sem dúvida, a fila ainda é um desafio, seja para a

instituição, seja para os órgãos de fiscalização, que no caso de Belo Horizonte cabe ao Procon Municipal.

O que posso dizer é que enquanto estive na coordenado-ria do Procon, realizamos diversas fiscalizações, e inclusive aplicamos multas pecuniárias.

A resposta do setor, à época, foi positiva, pois consegui-mos identificar uma redução no tempo de espera, especial-mente em algumas agências consideradas críticas pelo seu grande movimento.

Contudo, a fiscalização deve ser permanente, e não ca-suística ou eventual.

Lembrando que o movimento em agências é muito de-limitado, ele ocorre, quase sempre, em determinados dias do mês ou meses do ano, o que permite uma certa previsi-bilidade por parte dos bancos. Por outro lado, manter uma estrutura permanente para atender somente nesses dias do mês talvez não se justifique.

O fato é que os bancos precisam encontrar alternativas para reduzir a espera, considerando, inclusive, o prévio co-nhecimento dos dias de maior movimento. Afinal, inovação tecnológica não é algo estranho ou complexo para esse setor.

Lembrando que, em se tratando de instituição financei-ra, o atendimento ao cliente é um diferencial competitivo, já que, muitas vezes, você muda de banco não pela tarifa bancária ou juros menores, mas pelo bom atendimento, seja aquele dado a você, cliente, ou a outros não clientes (ainda).

Enfim, a lei de 15 minutos de espera em filas bancárias está em vigor e sua fiscalização cabe ao Procon municipal de Belo Horizonte.

Ou, se preferir, e eu o aconselharia a fazê-lo, leve o ocorrido ao conhecimento da à ouvidoria do banco, que tem se mostrado eficiente na melhoria do processo de oferta e trabalho, bem como na correção de eventuais falhas cometi-das pelas instituições.

Portanto, o consumidor pode denunciar ao Procon BH ou à ouvidoria do banco, e se houver comprovado prejuízo pela longa espera, poderá ser proposta ação de indenização para reparação dos danos causados, no Juizado Especial de Relação de Consumo.

Estado dE minas - Economia - 29.10.12

ConsumidorSem recuperação para perda total Veículos envolvidos em acidentes e destruídos não podem mais ser

revendidos. Decisão obriga seguradoras a dar baixa imediata dos automóveis, sob risco de multa de R$ 100 mil

Paula TakahashiDecisão inédita da Justiça mineira pretende colocar fim

à prática ilegal das seguradoras de recuperar veículos decla-rados como perda total – o popular “PT” – e recolocá-los no mercado. O juiz Antônio Belasque Filho, da 5ª Vara Cível de Belo Horizonte, concedeu sentença favorável a ação ci-

vil coletiva proposta pelo Movimento das Donas de Casa de Minas Gerais (MDC), que determina a baixa imediata dos automóveis nessas condições nos órgãos de trânsito. Para cada registro de desobediência, as seguradoras estarão sujei-tas a multa de R$ 100 mil.

A obrigatoriedade já está determinada pelo artigo 126

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do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), mas há 14 anos – desde que a legislação entrou em vigor – vem sendo des-cumprida. Segundo o texto da lei, o “proprietário de veí-culo irrecuperável, ou definitivamente desmontado, deverá requerer a baixa do registro, no prazo e forma estabelecidos pelo Conselho Nacional de Trânsito(Contan), sendo vedada a remontagem do veículo sobre o mesmo chassi, de forma a manter o registro anterior.”

Em casos de perda total, o veículo segurado é transferi-do para propriedade da seguradora, que passa a ser respon-sável por sua retirada definitiva das ruas. Mas não foi o que aconteceu com o carro do pai da estudante Carolina Costa Carvalho. “Meu pai sofreu um acidente com o veículo que, inclusive, terminou com sua morte. O carro foi então entre-gue à seguradora na época e depois nunca mais soubemos o paradeiro”, conta ela. O caso tem pelo menos 10 anos, mas somente quando precisaram abrir inventário para divisão dos bens da avó de Carolina, o problema veio à tona.

“Quando ela faleceu, fomos à Secretaria de Estado da Fazenda solicitar as certidões negativas. Foi somente aí que descobrimos que havia débitos de R$ 4 mil em aberto refe-rente ao IPVA do carro”, conta a estudante. “Entramos em contato com a seguradora informando que eles não haviam dado baixa do registro e tentamos um acordo”, acrescenta. Agora a família aguarda decisão da Justiça.

A advogada do MDC especializada em direito do con-sumidor, Magna Borges Santos, lembra que a ação civil co-letiva data de 2003, quando foi concedida uma liminar ao Movimento das Donas de Casa. “Agora, conseguimos uma sentença, que é mais forte que a liminar. Com isso, o Poder Judiciário já reconheceu a obrigatoriedade de as segurado-ras realizarem o procedimento”, explica a advogada. Ainda cabe recurso, mas Magna não acredita que a sentença seja derrubada. “As seguradoras já foram até o Superior Tribu-nal de Justiça (STJ) na tentativa de derrubar a liminar e não conseguiram”, afirma.

AVANÇO A decisão da Justiça mineira não apenas esta-belece um valor de multa para a desobediência à legislação – o que não estava estipulado anteriormente – como tam-bém pontua uma série de outras obrigações que deverão ser cumpridas pelas seguradoras. A sentença determina que as

empresas comuniquem “a todos os proprietários de veículos que se encontram sob a situação descrita que aqueles au-tomóveis já se envolveram em sinistros que ocasionaram a perda total do bem, a fim de que cada proprietário adote as providências que julgar convenientes.”

A sentença manda ainda que as empresas preparem uma “relação completa de todos os veículos sinistrados nos últi-mos cinco anos com declaração de perda total”, também sob pena de multa de R$ 100 mil. Magna lembra que esse mon-tante será direcionado para o Fundo de Defesa do Consumi-dor. Cabe agora esclarecer para quem serão destinados os R$ 100 mil aplicados no caso de a empresa manter a prática ile-gal. “Ainda não está claro se será repassado para o dono do veículo fraudado ou se também vai para o fundo”, pondera.

Em nota, a Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg) informou que, “com o objetivo de esclarecer al-guns pontos da sentença proferida pelo juiz da 5ª Vara Cí-vil de Belo Horizonte, que não ficaram totalmente claros, e poder cumprir o determinado, as seguradoras entraram com um embargo de declaração em 15 de outubro e aguardam a decisão.” A expectativa é de que o entendimento da Justiça mineira seja aplicado também em outros estados.

memória

Tudo registradoEm 15 de outubro de 2010, o Conselho Nacional de

Trânsito (CNT) publicou a Resolução 362, que determina que todos os veículos envolvidos em acidentes a partir de 2011 tenham o sinistro registrado no órgão de trânsito. O agente de trânsito é obrigado a preencher um formulário classificando o dano sofrido pelo automóvel e anexar ao bo-letim de ocorrência de acidente de trânsito (BOAT) as foto-grafias do veículo acidentado, constando imagens das late-rais direita e esquerda, frente e traseira do veículo. Se o dano for considerado de média monta (classificação estabelecida pelo CNT), a transferência do veículo será impedida até que o responsável o conserte e apresente as notas fiscais e o pró-prio carro para inspeção do Detran. Já os veículos classifica-dos com danos de grande monta só poderão ser transferidos para as seguradoras.

continuação - Estado dE minas - Economia - 29.10.12

José Aparecido Ribeiro – Belo Horizonte O consumidor José Aparecido Ribeiro reclama dos ser-

viços e atendimento do Verdemar. Na noite do dia 21, ele foi ao supermercado localizado no Diamond Mall. No local, pa-gou por um crepe e um refrigerante no caixa dentro da pró-pria pizzaria do estabelecimento. “Paguei antecipadamente e sentei em uma das mesas para comê-lo. Qual não foi a minha surpresa quando uma atendente serviu o refrigerante e me informou que eu não poderia usar os talheres da pizza-ria para comer o crepe”, conta. O consumidor afirma que

insistiu para que a atendente disponibilizasse os talheres, já que havia comprado o produto no espaço e não teria como comê-lo sem um garfo e uma faca. “Sem acreditar no que es-tava acontecendo, e com toda educação, pedi para falar com o superior e ela não titubeou: ‘A autoridade aqui sou eu e o senhor não tem outra alternativa’”. Como última tentativa, o cliente pediu então que a atendente devolvesse o dinheiro, na expectativa de que ela mudasse de opinião. “Pasmem, sem mudar uma linha de expressão, ela aceitou a proposta de devolução do dinheiro, recolheu o crepe e o refrigerante

segunda via

PRATO VAZIO Compra crepe, mas não pode comê-lo

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continuação - Estado dE minas - Economia - 29.10.12e jogou ambos no lixo”, lembra. Insatisfeito com o posicio-namento da funcionária do Verdemar que preferiu jogar o produto no lixo e perder o cliente do que a emprestar os talheres, o consumidor reclama do constrangimento e sen-sação de impotência diante de um fato aparentemente sem importância. “Se como consumidor e cidadão tenho algum direito de reparação por essa grosseria, gostaria que a dire-ção do Verdemar tomasse providências para que episódios como esse não ocorram novamente”, reclama.RESPOSTA DO VERDEMAR

Procurado pela reportagem, o Verdemar afirmou que não iria se pronunciar sobre o assunto.COMENTÁRIO DO LEITOR

O consumidor informou que o supermercado entrou em contato, prestou os devidos esclarecimentos e prometeu providências. “A maioria das pessoas não reclama e acaba não voltando. A atendente agiu por conta própria, em uma demonstração de despreparo”, diz José Aparecido.

sEm tEto

Demora para entregar imóvelKátia Rocha e Rodrigo Pereira - Nova Lima – MGOs consumidores Kátia Rocha e Rodrigo Pereira recla-

mam da conduta da construtora e incorporadora Even, que não tem cumprido os prazos de entrega de um imóvel adqui-rido no empreendimento Cinecittà, no Bairro Vila da Serra, em Nova Lima, na Grande BH. O primeiro prazo, acordado para o início de dezembro do ano passado, não foi cumpri-do, assim como os outros dados pela empresa. “O prazo já foi postergado duas vezes, sendo a primeira para junho e na segunda nem foi informada data”, diz Kátia. O casal conta ainda que recebeu em abril um comunicado agendando o evento “Sua casa na medida” e as vistorias para este mês. Mas, em novo contato com a empresa, não foi dada uma previsão de quando seria feita a entrega do imóvel. “Liga-mos para a central de atendimento para entender como ficam ao menos os pagamentos dos nossos aluguéis e, para minha surpresa, fui informado que a Even não está disposta nem a negociar”, reforça Kátia. Insatisfeitos com a falta de respos-tas, os consumidores revelam ainda que vão procurar a Jus-tiça para brigar pelos seus direitos. “Estamos falando de um imóvel no patamar de R$ 1 milhão e nos desaponta muito uma empresa do tamanho da Even, que diz vender sonhos, ter uma conduta como essa sem nenhuma transparência com seus clientes, além de se negar a dar uma previsão de quando as obras serão concluídas”, afirma Kátia.RESPOSTA DA EVEN

“A Even informa que contatou a senhora Kátia e o se-nhor Rodrigo, prestando os esclarecimentos em relação à mensagem recebida. A empresa esclarece também que a pre-visão é de que a convocação para o evento de medições da unidade e vistoria seja feita nas próximas semanas.”COMENTÁRIO DA LEITORA

A consumidora Kátia Rocha confirmou o contato, mas

o questionamento de quando o apartamento será entregue, segundo ela, ainda não foi respondido pela empresa.

LinHa traVada

Cancelar conta vira calvárioOtoni Caribé da Cunha - Montes Claros – MGOtoni Caribé da Cunha conta problemas vividos com

a Claro durante tentativa de migrar para outra operadora. Segundo ele, ao procurar uma loja da empresa para cancelar suas linhas, foi informado de que não poderia seguir com o cancelamento por ter um contrato de fidelidade que se-ria encerrado apenas em novembro. “Essa é a armadilha da Claro: obter fidelidade na marra”, reclama. Na data em que ocorreria o fim do contrato de fidelidade, o consumidor vol-tou à loja, mas foi informado que deveria pagar a fatura do mês antes de cancelar as linhas. “Aguardei o lançamento do débito automático e retornei para cancelar, mas não conse-guiu efetuar o pedido”, diz. Em outras tentativas de contato com a operadora, o consumidor não conseguiu resolver o problema. “Pediam-me o protocolo, e como não tinha, nada era feito”, afirma. Ainda de acordo com o consumidor, mes-mo diante de seu esforço para cancelar a linha, ele não con-seguiu resolver o problema e avalia a postura da empresa como desrespeitosa. “Quero cancelar minhas contas o mais rápido possível sem ter de receber mais telefonemas dos funcionários da Claro”, afirma. “Creio que a Claro esteja procrastinando com objetivo de que eu desista de fazer o cancelamento e continue pagando por um mau atendimento de um serviço que não uso”, finaliza.RESPOSTA DA CLARO

“A Claro informa que entrou em contato o senhor Otoni Caribé da Cunha e cancelou os terminais mencionados. En-contram-se ativos somente os terminais móveis vinculados ao Plano Sob Medida e Plano Internet Ilimitado 2GB.”COMENTÁRIO DO LEITOR

O consumidor Otoni Caribé foi procurado, mas não foi encontrado para comentar o desdobramento do caso.

nunca cHEGa

Vende micro-ondas fora de estoqueJúnio Ferreira Costa - Belo HorizonteDepois de comprar diretamente no site da Electrolux

um forno de micro-ondas que seria entregue no prazo de 10 dias úteis a contar da data de aprovação de seu pedido, o consumidor Júnio Ferreira Costa começou a enfrentar uma série de problemas. “Aguardei os 10 dias combinados para entrega, o que não ocorreu. Entrei em contato via telefone com a empresa, mas fui informado de que eles não tinham o produto em estoque desde a data da compra”, conta. Jú-nio Costa revela que, depois de muitas tentativas de contato, nenhuma solução aceitável foi proposta. “Fui informado de que havia uma possibilidade de entrega do produto somente no fim do mês ou inicio de novembro, mas não era certeza. Pediram meu telefone para buscarem uma solução e depois

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continuação - Estado dE minas - Economia - 29.10.12entrariam em contato, o que até este momento não ocorreu”, relata. A principal reclamação do cliente é com relação à venda de um produto que não estava disponível em estoque. “Isso pode ser considerado dano, o que pode acarretar pro-cesso. Um mês antes dessa compra já tinha tido um proble-ma parecido com a mesma empresa: comprei um exaustor e, depois de muitos telefonemas, enrolação, desrespeito, infor-mações erradas, recebi o produto”, afirma. À espera de uma solução para o problema, Júnio pede um posicionamento da empresa, que ainda não entregou o produto comprado.RESPOSTA DA ELECTROLUX

“A Electrolux informa que, no dia 20, contatou o se-nhor Júnio e prestou os devidos esclarecimentos sobre o seu atendimento, o qual acompanhará até que a situação seja resolvida. A empresa deixa seus contatos à disposição do consumidor.”COMENTÁRIO DO LEITOR

O consumidor confirmou o contato da empresa , mas informou que, depois da ligação, três novas datas de entrega do produto foram prometidas e nenhuma cumprida. “Conti-nuo em contato com a empresa, mas sem resposta”, afirma.

na EmBaLaGEm

Fogão de R$ 499 chega amassadoJesser Mansur - Belo HorizonteJesser Mansur relata a compra de um fogão no valor de

R$ 499, feita na Ricardo Eletro, em agosto, que foi entregue com defeito. Segundo ele, o mesmo fogão era encontrado em outras redes por R$ 630, o que, segundo o leitor, pode justificar a entrega do produto danificado. “No momento da entrega, estava em casa somente minha esposa, de 68 anos, e os funcionários da transportadora se negaram a abrir a em-balagem”, conta. Ainda de acordo com o consumidor, eles alegaram que a função deles seria somente entregar o pro-duto e que não poderiam fazer a conferência no ato da entre-ga. “Ao chegar em casa, abri a embalagem e verifiquei um amassado de 30 graus feito talvez por uma lamina de aço que fatalmente teria rasgado o papelão. Imediatamente entrei em contato com a empresa”, acrescenta. Depois de ele procurar a empresa, a atendente solicitou a documentação do cliente e de sua esposa. Enviados os documentos, Jesser recebeu um e-mail da Ricardo Eletro alegando que a conferência do produto deveria ter sido feita no ato da entrega. “De posse dessas informações, liguei três vezes para a empresa. Acre-dito que a fábrica ou a Ricardo Eletro embalaram o fogão danificado e, por isso, o preço ficou abaixo do mercado para o consumidor”, afirma.RESPOSTA DA RICARDO ELETRO

“Informamos que a ouvidoria contatou o consumidor no dia 23, via telefone, e foi firmado acordo no qual o cliente solicitou a troca do produto. Ele está ciente de que a merca-

doria será recolhida e devolvida para a Ricardo Eletro. De-pois desse processo, será encaminhado um novo produto. Pedimos desculpas pelo eventuais transtornos e assegura-mos ser de total interesse da Ricardo Eletro.com manter a qualidade dos serviços oferecidos e a satisfação dos nossos clientes.”COMENTÁRIO DO LEITOR

Jesser Mansur confirmou o contato feito pela empresa, mas informou que ainda aguarda a troca do produto.

no Escuro

Luz em sítio fica só na promessaÂngela Costa - Mirantão – MGA consumidora Ângela Costa, proprietária de um sítio

na Região de Bocaina de Minas, conta que em 2005 deu entrada no pedido de instalação de luz elétrica no programa gratuito Luz para Todos. “Além da documentação, todos os requisitos para a gratuidade foram preenchidos. Nos últimos anos, diversos vizinhos foram contemplados, mas minha propriedade não”, reclama. A consumidora conta que em janeiro de 2011, mais uma vez, foi procurada pela Cemig. “Novos documentos foram preenchidos e fui inscrita em um novo projeto de luz gratuita, dessa vez chamado Universali-zação”, lembra. Uma nova vistoria foi feita na propriedade e os requisitos necessários preenchidos. Em 14 de maio deste ano, a consumidora recebeu uma carta da gerência de supor-te e relacionamento comercial com clientes de distribuição da Cemig dando prazo de 180 dias para a instalação gratuita de luz. Passados quase seis meses, ela conta que nem mes-mo um fio de luz foi colocado pela companhia energética. “Recentemente telefonei para a Cemig e me informaram que não há data para meu atendimento”, lamenta. A consumido-ra pede um esclarecimento urgente para o seu problema, que se arrasta desde 2005.RESPOSTA DA CEMIG

“A Companhia Energética de Minas Gerais – Cemig es-clarece que a cliente Ângela Costa será atendida pela com-panhia sem nenhum ônus, exceto do padrão. No entanto, a Cemig ressalta que não há previsão para a realização do ser-viço, uma vez que o projeto depende da contratação de uma empresa responsável pela obra.”COMENTÁRIO DO LEITOR

A consumidora contesta a resposta da empresa e diz que ela não é esclarecedora. “Ao mesmo tempo que prometem o serviço, eles se negam a concluí-lo. Estamos falando de um serviço básico”, diz. Ainda de acordo com Ângela, outros vizinhos já foram atendidos, o que poderia facilitar a insta-lação em seu sítio, mas como a empresa não realiza a insta-lação, ela pensa em acionar a Cemig nos órgãos de defesa do consumidor.

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Impedimento ao fazer o seguro Estado dE minas - Economia - 29.10.12

Sem qualquer conhecimento, o comerciante Antônio Marcos de Almeida recebeu um veículo Nissan, num acerto de dívida, que já havia sofrido perda total. Só quando rea-lizou a venda, três meses depois, ele descobriu o problema. “A pessoa que pegou o carro foi fazer o seguro, mas não conseguiu”, conta. Foi aí que ficou constatada a recuperação do veículo. “Ela devolveu o carro e eu tive que arcar com os prejuízos de laudo no Inmetro, que me custou R$ 200”, conta.

Somente com o documento em mãos, Antônio de Al-meida conseguiu efetuar o seguro do carro, que ainda lhe custou mais R$ 1,8 mil. “Só pagando o seguro consegui con-cretizar a venda. Em troca, recebi um Ford Ka e fiquei com um prejuízo de R$ 5 mil”, lamenta. Somente há dois meses ele conseguiu se ver livre da dor de cabeça. O advogado do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) Chris-tian Printes lembra que o Código de Defesa do Consumidor só é aplicado quando a compra do veículo é realizada em concessionária ou revenda de carro usado. “Entre particu-lares, não há relação de consumo”,explica. Em casos como o de Antônio, só se consegue questionar os problemas na negociação se entrar com ação na Justiça comum.

A orientação para quem pretende comprar um carro usa-

do é de cautela. “Recorra a um mecânico especializado, que consiga verificar o veículo já foi recuperado e sofreu perda total”, explica Antônio de Almeida. No caso de o dano ser constatado depois de concluída a compra – principalmente na hora de se buscar o seguro –, cabe negociação amigável com a concessionária. “Pode ser pleiteada a restituição dos valores pagos. Caso a empresa negue a devolução, é preciso recorrer aos órgãos de defesa do consumidor. (PT) O que diz o código?

Art. 6º – É direito básicos do consumidor:III – A informação adequada e clara sobre os diferentes

produtos e serviços, com especificação correta de quanti-dade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem.

Art. 18º – Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impró-prios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respei-tadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.

Estado dE minas - p. 8 - conomia - 29.10.12

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HojE Em dia - Economia - p. 11 - 28.10.12

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mEtro - Economia - p. 6 - 29.10.12

o tEmpo - Economia - 29.10.12FaLHa

Implantes dentários deixam cliente sem motivo para sorrirClínica não faz ressarcimento de valor pago e quer multa de morto

JULIANA GONTIJOO pedido de ressarcimento pelo pagamento feito por

um serviço não realizado virou uma verdadeira novela para a pedagoga Jaqueline de Fátima Padula, que não consegue resolver o problema com a Você Implantes. A empresa tem várias unidades no país, uma delas no bairro Santa Efigênia, em Belo Horizonte. "Já fiz mais de 20 ligações interurbanas para a sede da empresa, em São Paulo, mas até agora nada", reclama.

Ela conta que o impasse foi herdado do pai, Nilton Pa-dula, que morreu no dia 3 de agosto deste ano, sem ter ini-ciado o tratamento. "A consulta estava marcada para o dia 17 de agosto, mas meu pai morreu antes", diz.

Jaqueline afirma que, no dia 9 de agosto, foi à clínica cancelar o tratamento e solicitar a devolução dos R$ 1.500 pagos antes do início do serviço, que acabou não sendo re-alizado. "Naquele momento, a empresa já não foi correta, pois inventou que o meu pai tinha feito alguns procedimen-tos. O que ele fez foi um raio-x pago à parte, que custou R$ 45. Meu pai era muito organizado e tinha o recibo de tudo", relata.

De acordo com ela, o contrato e o atestado de óbito fo-ram enviados pela unidade de Belo Horizonte para São Pau-lo. Ela então foi informada que o ressarcimento seria feito num prazo de 15 a 30 dias - o que ainda não ocorreu. "Passei a fazer contatos com Você Implantes em São Paulo. A em-presa pediu número da conta do banco para fazer o depósito, que não foi realizado".

A pedagoga ressalta que fez uma reclamação no Procon no dia 9 de outubro, e no site Reclame Aqui. "Não é questão de dinheiro. A empresa foi desonesta. Eu só quero o que é certo, nada mais", frisa.

Jaqueline não é a única com problemas com a Você Im-plantes. O inspetor de qualidade Adelson Oliveira afirma que o serviço oferecido pela empresa deixa a desejar. "Terminei

o tratamento depois de quase um ano. Eu me deslocava de Betim para Belo Horizonte com tudo agendado e perdia a viagem. Eles não me atendiam", conta. "Foram três vezes. Eles pediam desculpa e prometiam que não iria acontecer de novo, só que a situação se repetia", recorda.

Ele ressalta que outro problema enfrentado foi a demora de até três meses para marcar as consultas. "Ainda tenho dois implantes para fazer, mas nunca mais eu procuro essa empresa. A gente deixa de fazer muitas coisas para fazer o tratamento, abre mão, e ainda se decepciona", diz.

Oliveira afirma que foi iludido pelas propagandas vei-culadas durante um programa de televisão. "Eu confiei. Achei que o apresentador não iria colocar o nome dele numa empresa que não fosse boa. Agora eu aprendi", ressalta.

Ele afirma que após enfrentar esses problemas, procura se informar antes de con-tratar qualquer serviço. "As pessoas devem pro-curar informações nos si-tes e também referências de outros consumidores", aconselha. Irregularida-des. Não são apenas os consumidores mineiros prejudicados pela empre-sa. Em agosto deste ano, o Procon do Distrito Federal interditou a clínica, locali-zada no Setor Comercial Sul, em razão de vários problemas, como dificul-dade para remarcação de consultas e reutilização de material descartável.

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continuação - o tEmpo - Economia - 29.10.12dEFEsa

Empresa contesta reclamaçõesA Você Implantes, unidade Belo Horizonte, informou por meio de sua gerente de produção, Juliana Pimenta, que o índice de insatisfação entre os clientes é muito baixo. "O nosso volume de atendimento mensal é alto. As reclamações são raras. O que acontece são casos isolados. Embora nos esforcemos para resolver qualquer problema, é impossível uma empresa agradar a 100% dos clientes", observa.

Juliana contesta a versão de Jaqueline de Fátima Padu-la, que pediu o ressarcimento dos R$ 1.500 pagos pelo seu pai, Nilton Padula, que morreu antes de iniciar o tratamen-to. "Ele deu início aos procedimentos. Fez a moldagem, a anamnese e o planejamento cirúrgico. Tenho tudo anotado e assinado por ele", ressalta a gerente. De acordo com a ela, a empresa tem que cobrar pelo que foi feito, já que precisa pagar os profissionais que fizeram os procedimentos. "Tam-bém é importante lembrar que há uma cláusula no contrato que estipula uma multa de 20% sobre o valor do tratamento se o cliente desiste do mesmo", observa.

Em relação à demora na marcação das consultas, ale-gada por Adelson Oliveira, Juliana explica que se deve ao prazo para cicatrização dos implantes. "Quando é superior, a

média é de seis meses", diz (JG)

antErior

Imbra lesou mais de 30 mil clientes

Há muitas empresas de odontologia no mercado que vi-sam apenas o lucro, que hoje varia de 20% a 40%, deixando a qualidade de lado[NORMAL_A]. A afirmação é do diretor de convênios e credenciamentos do Sindicato dos Odonto-logistas de Minas Gerais (Somge), Eduardo Carlos Gomide.

"A Imbra, por exemplo, lesou em torno de 30 mil usu-ários em todo o país. Ela prejudicou não só clientes, mas também dentistas que ficaram sem receber", lembra.

Foi em outubro de 2010 que a Imbra, então uma das maiores cadeias de clínicas dentárias do país, decretou fa-lência por causa de uma dívida de mais de R$ 221 milhões. A rede atendia em 11 Estados.

Para Gomide, a Imbra "fez escola". "Falta papel mais atuante dos órgãos de fiscalização. As empresas fecham as portas, levam o dinheiro e nada acontece", reclama. Ele ob-serva que muitos gerentes hoje na Arcata foram funcionários da Imbra. (JG)