48
rui dias HOJE Packs Odisseias "Pack Experimenta Spa" e "Pack Experimenta Restaurantes" Sortido em Banca Por + 13,90€ cada Preço exclusivo Público Novo empréstimo de 1100 milhões garante voto da Madeira no OE Governo de Passos altera Lei das Finanças Regionais para garantir novo empréstimo à Madeira. Os 1100 milhões garantem o voto favorável no OE dos quatro deputados sociais-democratas eleitos pela região Portugal, 12 Pais culpam Segurança Social por quebra de 97 mil beneficiários. Suspensão pode ser temporária p9 Portas anunciou em Bruxelas que Portugal está preparado para votar a favor do estatuto de observador na ONU p25 Com as receitas fiscais abaixo do previsto, técnicos da AR temem nova derrapagem nas contas públicas p18 Más condições climatéricas vão atirar os níveis de produção para a primeira queda em cinco anos P21 Quase 100 mil perderam abono de família em Setembro Portugal vai votar a favor da Autoridade Palestiniana na ONU Metas do défice em risco com recessão mais profunda Olival com quebra de 25% na produção deste ano JULGAMENTO VALE E AZEVEDO FOI A TRIBUNAL, MAS NÃO AQUECEU BANCO DOS RÉUS Portugal, 8 DANIEL ROCHA Pinho Vargas estreia o seu Requiem nestes “tempos difíceis” p28/29 QUA 21 NOV 2012 EDIÇÃO LISBOA Ano XXIII | n.º 8262 | 1€ | Directora: Bárbara Reis | Directores adjuntos: Nuno Pacheco, Manuel Carvalho, Miguel Gaspar | Directora executiva Online: Simone Duarte | Directora de Arte: Sónia Matos CENSOS 2011 OS IMIGRANTES FIZERAM PORTUGAL CRESCER NO NÚMERO DE HABITANTES Destaque, 2/3 PUBLICIDADE *Previsão 3.700.000 * ESTA QUARTA-FEIRA JACKPOT

21 Nov - Público

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: 21 Nov - Público

rui dias

HOJE Packs Odisseias "Pack Experimenta Spa" e "Pack Experimenta Restaurantes"Sortido em Banca Por + 13,90€ cada Preço exclusivo Público

Novo empréstimo de 1100 milhões garante voto da Madeira no OEGoverno de Passos altera Lei das Finanças Regionais para garantir novo empréstimo à Madeira. Os 1100 milhões garantem o voto favorável no OE dos quatro deputados sociais-democratas eleitos pela região Portugal, 12

Pais culpam Segurança Social por quebra de 97 mil benefi ciários. Suspensão pode ser temporária p9

Portas anunciou em Bruxelas que Portugal está preparado para votar a favor do estatuto de observador na ONU p25

Com as receitas fi scais abaixo do previsto, técnicos da AR temem nova derrapagem nas contas públicas p18

Más condições climatéricas vão atirar os níveis de produção para a primeira queda em cinco anos P21

Quase 100 mil perderam abono de família em Setembro

Portugal vai votar a favor da Autoridade Palestiniana na ONU

Metas do défice em risco com recessão mais profunda

Olival com quebra de 25% na produção deste ano

JULGAMENTOVALE E AZEVEDO FOI A TRIBUNAL, MAS NÃO AQUECEU BANCO DOS RÉUS Portugal, 8

DANIEL ROCHA

Pinho Vargas estreia o seu Requiem nestes “tempos difíceis” p28/29QUA 21 NOV 2012EDIÇÃO LISBOA

Ano XXIII | n.º 8262 | 1€ | Directora: Bárbara Reis | Directores adjuntos: Nuno Pacheco, Manuel Carvalho, Miguel Gaspar | Directora executiva Online: Simone Duarte | Directora de Arte: Sónia Matos

CENSOS 2011SÓ OS IMIGRANTES FIZERAM PORTUGAL CRESCER NO NÚMERO DE HABITANTESDestaque, 2/3

PUBLICIDADE

*Previs

ão

€3.700.000*

ESTA QUARTA-FEIRA

JACKPOT

Page 2: 21 Nov - Público

2 | DESTAQUE | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012

Fonte: Censos 2011

Censos 2011 revelam que Portugal cresceu menos e, ainda assim, à custa de estrangeiros

Habitantes

Idademédia

Concelhos com maiores subidas e descidas (%)Santa CruzAlcoutim

Mourão

Montalegre

Idanha-a-Nova

Meda

Mafra

Alcochete

Sesimbra

Montijo

-22,6

-17,4

-17,6

-16,7

44,7

35,0

41,1

31,8

30,8-16,6

10.562.17810.562.17810.356.117

10.356.117

9.867.1479.833.014

8.663.2528.889.012

1960 1970 1981 1991 2001 2011

2001 2011

+ 2,0%+ 206.061 hab.

39 41,8

Saldo migratório91%

Saldo natural9%

Só imigrantes fizeram Portugal crescerBalanço da década estabelece uma média positiva que não espelha a perda populacional dos últimos anos, marcados por uma diminuição da entrada de imigrantes e pelo aumento da emigração

Entre 2001 e 2011, Portugal

ganhou 260.061 habitantes.

Cresceu 2% numa década

(menos do que os 5% da

década anterior) e quase

exclusivamente à custa dos

imigrantes, já que o saldo natural

(número de nascimentos versus nú-

mero de óbitos) contribuiu com ape-

nas 17.409 pessoas para este cres-

cimento. E mesmo aqui convém

notar que os estrangeiros têm sido

responsáveis por cerca de 10% dos

bebés nascidos a cada ano.

Não fosse este “factor imigração”,

os Censos mostrariam já um país

com crescimento zero ou mesmo

negativo, conforme lembra Jorge

Malheiros, do Instituto de Geogra-

fi a da Universidade de Lisboa, para

quem, se os Censos tivessem “apa-

nhado” apenas os últimos anos da

década, mostrariam não só um saldo

natural negativo, com mais mortes

do que nascimentos, como um saldo

migratório também negativo, devido

à redução do fl uxo de entradas e ao

aumento da saída de portugueses

que vão trabalhar no estrangeiro.

Considerada a média da última

década, a radiografi a do país que

se pode extrair dos resultados de-

finitivos dos Censos 2011, ontem

pelo que fugiam a dar informações

sobre tudo o que lhes parecesse

controlo burocrático”, acrescenta o

investigador, cortando de raiz a ten-

tação de se julgar que a população

estrangeira estaria a aumentar.

Ao contrário, a partir de meados

da década, as entradas de imigrantes

iniciou um declínio, e, nos anos mais

recentes, assistiu-se a um aumento

das saídas de portugueses. “O balan-

ço da década só é positivo porque as

entradas muito signifi cativas da pri-

meira metade compensam o efeito

conjugado da redução do fl uxo de

entradas e do aumento das saídas

que marcaram a segunda metade

da década”, insiste Malheiros.

CENSOS 2011

Natália Faria

divulgados, permite concluir que a

população estrangeira cresceu 70%:

de 226,7 mil em 2001 para 394,4 mil

em 2011. É um aumento de 1,6 pon-

tos percentuais em proporção com a

população portuguesa. Mas mesmo

esse crescimento é enganador. “É o

problema das médias”, contextualiza

Malheiros. “Se os Censos anteriores

tivessem sido feitos no fi nal de 2001,

provavelmente já contariam 350 mil

estrangeiros no território nacional,

porque situou-se aí o grande boom

da imigração. É que os Censos foram

feitos em Março e o INE só contabili-

zava quem vivesse cá há mais de um

ano. Por outro lado, muitos imigran-

tes ainda não estavam regularizados,

NUNO FERREIRA SANTOS

A maior comunidade continua a ser a brasileira (cerca de 28%)

O INE contabilizou a existência de apenas 696 pessoas sem-abrigo no universo total de

10.562.178 residentes. É um número muito, muito aquém da realidade e que resulta do facto de terem sido excluídas desta condição as pessoas que, por exemplo, residam em edifícios abandonados, fábricas, casas de abrigo ou a viverem em abrigos naturais, como grutas. Quando o questionário foi conhecido, o INE alegou ter seguido o conceito internacional de sem-abrigo e que inclui nesta condição apenas aqueles que dormem na rua. Os que pernoitam num albergue, por exemplo, também não contam. Apesar disso, lá surgem as 2103 famílias (num universo de quatro milhões de famílias) a morar em barracas. Àquelas somam-se 4162 famílias que residem em alojamentos improvisados, como garagens e celeiros. N.F.

INE “esconde” sem-abrigo

Este “retrato da década” do INE

permite, ainda assim, descortinar da-

dos importantes do retrato actual do

país. Relativamente aos estrangeiros,

a maior comunidade continua a ser

a brasileira (109.787 pessoas, cerca

de 28%), seguida da cabo-verdiana

(38.895, 10%). Mais de metade dos

estrangeiros residem na região de

Lisboa. Outro dado curioso é que

estes representam 12% da popula-

ção do Algarve.

A estrutura etária dos estrangeiros

contrasta com a da população nacio-

nal. No seu conjunto, 82% destes es-

trangeiros situam-se em idade activa

(59% na população nacional) e a ida-

de média era de 34,2 anos, face aos

42,1 anos da população portuguesa.

Não surpreende assim que os estran-

geiros sejam responsáveis por cerca

de 10% dos nascimentos em cada ano.

“Se não fosse este contributo, o saldo

natural que o INE aponta como nega-

tivo em 2011 já seria negativo há mais

tempo com mais pessoas a morrer do

que a nascer”, frisa Malheiros.

Se os Censos de 2011 não espelham

de forma mais evidente a ameaça de

estertor demográfi co do país, tam-

bém será por causa dos 1,5 milhões

de portugueses que viviam em Portu-

gal em 2011 depois de terem residido

no estrangeiro “por um período con-

tínuo de pelo menos um ano”. “Neste

conjunto, é possível identifi car por

Page 3: 21 Nov - Público

PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | DESTAQUE | 3

Madeira

Açores

Algarve

Alentejo

Lisboa

Centro

Norte

20112001

Roménia

Angola

Ucrânia

C. Verde

Brasil

Alojamentos

2001

2011

5.054.922

5.878.756

Edifícios

2001

2011

3.160.043

3.544.389

2001

20114.043.726

3.650.757

Famílias

2,6pessoaspor família

2,8pessoaspor família

População estrangeira napopulação residente (%)

+ 10,8% + 16,3% + 12,2%

1,4

2,4

7,2

3,1

11,6

1,4

2,1Peso napop. total

Principais nacionalidadesem Portugal

31.86938.895

33.14533.790

10.79326.954

37.01424.356

2661

109.787

3,7%

Algumas tendências registadas no inquérito do INE

50% vivem em 33 de 308 municípios A perda de população no interior e a concentração da população nos municípios do litoral é uma tendência com décadas, que os Censos ajudam agora a quantificar: cerca de 50% da população aglomerava-se em apenas 33 dos 308 municípios do país. Na última década, houve 198 concelhos a perder população, com Alcoutim, no Algarve, a somar uma perda recorde de 22,6% dos seus habitantes. Entre os dez municípios que ganharam população, Santa Cruz, na Madeira, lidera com um ganho de 44,7%. Segue-se Mafra, com mais 41,1% de habitantes. De resto, Lisboa, Sintra, Vila Nova de Gaia e Porto mantiveram-se como os quatro concelhos mais populosos do país, embora Lisboa e Porto (a par com Amadora) tenham perdido habitantes. É o “efeito donut” com a população a concentrar-se nas franjas das grandes metrópoles, é o país a afundar-se no litoral. N.F.

Duplicam famílias recompostas As pessoas casam-se menos, experimentam mais. Em 2011, as uniões de facto representavam 13% das uniões conjugais (eram 7% em 2001). Que a família tem vindo a mudar, e que os laços matrimoniais deixaram de ser indissolúveis, ilustra-o também o aumento para o dobro das famílias recompostas. Eram já 105.764 em 2011, contra as 46.786 de há dez anos. Dito de outro modo, as famílias recompostas por via de segundos casamentos e afins são já 7% do total dos núcleos familiares de casais com filhos. Os núcleos familiares monoparentais também aumentaram em cerca de 36%. Eram 480.443 em 2011, com clara preponderância dos núcleos constituídos por mãe com filhos: 416.343 contra as 64.100 famílias compostas por pais com filhos. Por outro lado, havia mais de 866 mil pessoas a residir sozinhas, contra as 631.762 em 2011. Na grande maioria dos casos, trata-se de idosos a viverem sós. N.F.

Lojistas e serviços com maior pesoQuase metade da população portuguesa (41%) estava empregada aquando do recenseamento dos Censos 2011. Desta fatia, 7,7% trabalhavam como vendedores em lojas, a profissão com maior número de empregados àquela data. Juntamente com os lojistas, os empregados de escritório, os trabalhadores de limpeza e da construção e os professores do ensino básico e secundário representavam um quarto da população empregada. Os Censos registaram ainda 4% de pessoas que se declararam domésticas, 98% das quais eram mulheres. Estas estavam, porém, em minoria no mercado de trabalho: 47,8%, contra 52,2% de homens. Os Censos revelaram ainda que o emprego na indústria recuou na última década, representando agora 18% da mão-de-obra empregada. O mesmo aconteceu na construção civil, que emprega 9% dos trabalhadores. Marisa Soares

Diversidade religiosa aumentaApesar de claramente maioritários, há menos portugueses a declararem-se católicos, ao mesmo tempo que duplicaram os que se assumem como “sem religião”. No total, são cerca de 81% os portugueses com 15 e mais anos a declararem-se católicos (7.281.887, num universo total de 8.989.849). Os Censos anteriores tinham apurado a existência de 84,5% de católicos. O porta-voz da Conferência Episcopal, Manuel Morujão, reconhece “o fenómeno da secularização” da sociedade. Curiosamente, as restantes religiões aumentaram. Na categoria “outra cristã” – que inclui a Igreja Evangélica – surgem 163.338 pessoas (eram 122.745 em 2001). Os protestantes também subiram de 48 mil para 75,5 mil. E os muçulmanos quase duplicaram, de 12.014 para 20.640. Sem religião estão 615.332 portugueses, quase o dobro dos 342.987 em 2001. N.F.

Distribuição da população

Fonte: Censos 2011

Açores Algarve

Alentejo

Lisboa Centro

Madeira

%

2,54,3

7,2

26,7 22,0

Norte34,9

2,3 Vendedores em lojas

Empregados de escritório

Trabalhadores de limpeza

Trab. qualificados da construção das estrut. básicas e similares

Emprego

Fonte: Censos 2011

7,7%

5,8%

5,0%

3,9%

Conjugalidade

Viúvos Solteiros

Casados Divorciados

7

4047

6

%

Fonte: Censos 2011

Religião

Fonte: Censos 2011

Católica

Outras

Sem religião

20112001

7.281.887

347.756216.158

615.332342.987

7.353.548

um lado alguns dos países de destino

tradicional da emigração portuguesa

e, por outro lado, o retorno decorren-

te do processo de descolonização”,

aponta o relatório do INE, segundo o

qual os países de proveniência desta

população são França, Angola, Mo-

çambique, Alemanha e Suíça, por

ordem de importância.

Dois milhões de idosos Quanto ao retrato do que somos,

confi rma-se o diagnóstico: cada vez

mais afunilados no litoral (ver texto

ao lado), cada vez mais envelhecidos.

Os idosos com 65 e mais anos aumen-

taram de 16,4% para 19%. Dá 128 ido-

sos por cada 100 jovens. Em termos

absolutos, o país tinha em 2011 mais

de dois milhões de idosos. Daqueles,

90.637 viviam em instituições sociais,

porque “o acolhimento dos mais ve-

lhos, na residência dos fi lhos ou dos

parentes, tem vindo progressivamen-

te a ser substituído pela institucio-

nalização do idoso”, observa o INE.

Numa frase que começa gastar-se de

tão usada, o relatório diz ainda: “O

envelhecimento da população é ho-

je um dos fenómenos demográfi cos

mais preocupantes nas sociedades

modernas.” E lembra que o proble-

ma deixou de estar circunscrito ao

interior. Apesar disso, em regiões

como o centro e o Alentejo o enve-

lhecimento acelerado é ainda mais

evidente: 163 e 178 idosos por cada

100 jovens, respectivamente.

A idade média da população au-

mentou três anos na última década,

fi xando-se nos referidos 42,1 anos.

Não surpreende também que o ín-

dice de rejuvenescimento da idade

activa tenha baixado para os 94, ou

seja, por cada 100 pessoas que saí-

ram do mercado de trabalho entra-

ram apenas 94. Há uma década, havia

143 pessoas a entrar no mercado de

trabalho por cada 100 que saíssem.

Page 4: 21 Nov - Público

4 | PORTUGAL | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012

Governo vai alterar fi nanciamento aos colégios e decidirá até 31 de Agosto

Fonte: Ministério da Educação e Ciência

O custo dos alunos para o Estado antese depois dos cortes na Educação

Custos médios, em euros, com base nos dados originaisfornecidos pelas escolas relativos a 2009/2010

Antes dos cortes

Depois dos cortes*

*Inclui cortes salariais, o corte de um subsídio e os efeitos dos novos programas curriculares

Custo médio por turma Por aluno

103.022

86.333 4011

4786

O secretário de Estado do Ensino e

da Administração Escolar, João Ca-

sanova de Almeida, confi rmou on-

tem, em conferência de imprensa,

que até ao fi nal de Agosto será rea-

valiado o “nível de fi nanciamento”

actualmente concedido aos colé-

gios particulares que têm contratos

de associação com o Estado. Estes

colégios recebem, por ano, 85.200

euros por turma para garantirem

ensino gratuito aos seus alunos.

Casanova de Almeida indicou que

“os dois elementos fundamentais”

para a revisão do fi nanciamento

aos 83 colégios com contratos de

associação serão os estudos sobre o

custo médio por aluno e por turma

elaborados pelo Tribunal de Contas

e por um grupo de trabalho nome-

ado pelo Ministério da Educação

e Ciência (MEC), que foi presidido

pelo ex-ministro da Cultura Pedro

Roseta. O relatório do TC foi divul-

gado em Outubro, o do grupo do

trabalho foi apresentado ontem.

Não existem outros.

Com os cortes nos salários, a su-

pressão de um dos subsídios e a no-

va estrutura curricular, o custo mé-

dio por turma e por aluno no ensino

público é hoje menor do que era em

2009/2010, o ano para que repor-

tam os dados dos dois estudos. Nos

seus cálculos, o TC ignorou estas

alterações, mas o estudo apresen-

tado ontem apresenta estimativas

com base nesta redução dos custos

da docência, que representam “cer-

ca de 85% do custo do ensino” na

escola pública. Resultado: o custo

médio por turma do ensino básico

passou de 79.331 euros para 70.256,

um valor signifi cativamente inferior

ao que o Estado paga aos colégios

com contratos de associação.

Grande parte das 1846 turmas

actualmente com contratos de as-

sociação é dos 2.º e 3.º ciclos do en-

sino básico. O estudo ontem divul-

gado indica que no ensino público

o custo médio por turma do ensino

secundário está nos 88.995 euros.

Antes das medidas de contenção or-

çamental chegava aos 101.811 euros.

Para o cálculo destes valores foram

tidos em conta não só o número de

turmas existentes como também o

tipo de oferta de educativa existen-

te no agrupamento e a sua localiza-

ção geográfi ca. Esta última variável

foi introduzida depois de os autores

do estudo terem constatado a exis-

tência de “diferenças signifi cativas

entre as várias regiões do continen-

te” no que respeita ao custo do en-

sino. Para os autores, como afi rmou

ontem Egídio dos Reis, professor

do Instituto Superior de Economia

e Gestão, de Lisboa, esta variação

constituiu uma surpresa.

E houve até um “certo espanto”

face ao “custo elevado do ensino na

região centro”, um dos factos que

são destacados no estudo. Com cus-

tos mais elevados na escola pública,

a região centro é também aquela

com uma maior concentração de

colégios com contratos de asso-

ciação: 49% dos estabelecimentos

nesta situação estão aí localizados.

Ontem, Casanova de Almeida indi-

cou que ambos os estudos irão tam-

oferta educativa ou a localização ge-

ográfi ca chega-se a um custo médio

geral por turma de 86.333 euros e a

um custo médio por aluno de 4011

euros. O custo médio apurado pelo

TC para os mesmos níveis de ensino

(2.º e 3.º ciclo do básico e secundá-

rio) foi de 4921 euros para o ano lec-

tivo de 2009/2010, antes dos cortes.

Incluindo o 1.º ciclo, que é o mais

barato, o valor calculado pelo TC

desce para 4415 euros. Mas a oferta

dos colégios com contratos de asso-

ciação não abrange este ciclo.

Particulares contestam Tanto o grupo de trabalho desig-

nado pelo MEC como o TC opta-

ram por excluir destes cálculos as

despesas de investimento, nome-

adamente as que respeitam às in-

tervenções da Parque Escolar. Os

autores do estudo encomendado

pelo ministério justifi cam esta op-

ção, afi rmando que a fi nalidade

do seu relatório era o de apurar

“o custo do aluno tendo em vista

os contratos de associação”. Uma

metodologia que voltou ontem a ser

criticada pela Associação de Esta-

belecimentos do Ensino Particular

e Cooperativo (AEEP).

A AEEP argumenta que os con-

tratos de associação fi cam sempre

mais baratos ao Estado porque

este não tem os chamados custos

de infra-estrutura. “O contrato

de associação é chave na mão. É

aquilo e mais nada”, afi rmou. “Há

aqui umas ausências que não po-

demos aceitar, que é a ausência

novamente de tudo o que é inves-

timento e equipamentos”, disse à

agência Lusa o director executivo

da AEEP, Rodrigo Queiroz e Melo.

“As escolas têm manutenção, equi-

pamentos, edifícios, e isso não se

pode simplesmente retirar quando

se quer saber quanto custa um alu-

no”, frisou. Os autores do estudo in-

dicaram ontem que foram também

tidos em conta também os custos

de manutenção.

O Orçamento de Estado para

2013 prevê uma redução de 4,7%

no fi nanciamento aos colégios com

contratos de associação, que passa-

rá de 197 milhões de euros para 188

milhões. Em resposta a questões do

PÚBLICO, o MEC esclareceu que es-

ta diminuição se deve à redução do

número de turmas abrangidas. São

menos 69 do que em 2012.

Custo médio por turma no ensino básico é hoje menor nas escolas públicas do que nos colégios com contrato de associação, conclui grupo de trabalho nomeado pelo Ministério da Educação e Ciência

EducaçãoClara Viana

PAULO PIMENTA

Colégios com contratos de associação com o Estado recebem por turma e por ano 85.200 euros

bém infl uenciar o reordenamento

da rede escolar.

O estudo ontem divulgado apre-

senta ainda valores com base num

cálculo simples, que tem só em con-

ta o número de turmas existentes

nos 841 agrupamentos e escolas

não agrupadas cujos dados foram

retidos. Inicialmente tinham sido

seleccionados 961. Sem ter conta a

Page 5: 21 Nov - Público
Page 6: 21 Nov - Público

6 | PORTUGAL | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012

ADRIANO MIRANDA

Quase metade das urgências podiam ser transferidas para centros de saúde

Portugal é dos países que investem menos nos cuidados continuados

Quando comparado com outros

países da OCDE, Portugal não tem

um consumo muito elevado de cui-

dados hospitalares, ao contrário do

que muitas vezes é dito. Mas seria

possível transferir quase metade

(45%) das urgências e um terço das

consultas dos hospitais para os cen-

tros de saúde — o que permitia, no

espaço de 20 anos, uma poupança

potencial máxima de 356 milhões

de euros. São contas feitas num es-

tudo realizado por Miguel Gouveia,

da Universidade Católica, e Margari-

da Borges, do Centro de Estudos de

Medicina Baseada na Evidência da

Faculdade de Medicina de Lisboa, e

que vai ser apresentado hoje em Lis-

boa num fórum que será encerrado

pelo secretário de Estado adjunto da

Saúde, Fernando Leal da Costa.

O estudo vem ao encontro do que

é defendido no programa deste Go-

verno e também do que já tinha si-

do recomendado num estudo sobre

reforma hospitalar, coordenado por

José Mendes Ribeiro. Sublinhando

que esta ideia tem sido muito dis-

cutida apenas “com base em opini-

ões”, o economista Miguel Gouveia

explicou ao PÚBLICO que o objec-

tivo foi o de tentar identifi car com

rigor as áreas onde poderá ser feita

a transferência dos cuidados pres-

tados em meio hospitalar para os

centros de saúde. As contas são fei-

tas a partir de diferentes cenários.

A curto prazo (cinco a seis anos), a

transferência de cuidados hospita-

lares para os centros de saúde sig-

nifi caria uma poupança de cerca de

148 milhões de euros. Porém, Miguel

Gouveia explica que no prazo de 20

anos as mesmas medidas poderiam

atingir um máximo de poupança de

356 milhões de euros, mas, para is-

so, teria de ser feito um “redimen-

sionamento” da rede hospitalar que

implicaria o fecho de alguns serviços.

“Deve ter-se em consideração que

as transferências estudadas implica-

riam um crescimento da capacidade

instalada dos cuidados de saúde pri-

mários e da rede de cuidados conti-

nuados”, alertam ainda os autores

do trabalho. Recorrendo a dados da

OCDE divulgados em 2012, o estudo

mostra que o número de interna-

mentos e camas hospitalares estava

em 2010 abaixo da média. Por ou-

tro lado, a percentagem da despesa

hospitalar no total dos gastos com a

saúde em Portugal é de 36,2%, ligei-

ramente acima da média (35,4%).

Ainda assim, defende o estudo, é

possível “aliviar os encargos do siste-

ma hospitalar”. Os autores estimam

que 3,6 milhões das consultas exter-

nas realizadas em 2011 (um terço do

total) seriam “transferíveis” para os

centros de saúde. “Os hospitais re-

solvem o problema agudo do doente

e depois a monitorização pode ser

feita pelo médico de família”, propõe

Miguel Gouveia. No que se refere às

estimativas de poupança com esta

transferência, sugere-se que esta po-

derá ir desde os 24 milhões de euros

(a curto prazo) até aos 150 milhões

em duas décadas.

Após uma análise dos dados ofi -

ciais sobre a percentagem de urgên-

cias classifi cadas como pouco ou não

urgentes e que apontam para quase

45% do total, os autores chegaram a

uma estimativa de 2,7 milhões de epi-

sódios “transferíveis” para os centros

de saúde. Uma transferência que se

traduziria numa poupança máxima

a longo prazo na ordem dos 206 mi-

lhões de euros. A curto prazo, a pou-

pança estimada é de 99 milhões.

O estudo destaca ainda o défi ce

que Portugal tem na oferta de cuida-

dos continuados apresentando o país

como “um caso extremo, com uma

importância relativa dos cuidados

continuados cinco vezes menor do

que na média da OCDE”. Em 2010,

Portugal gastou apenas 1,35% do or-

çamento da Saúde em cuidados con-

tinuados (oito vezes menos do que a

média da OCDE que é de 11,04%). “Os

doentes que são referenciados para a

Rede Nacional poderiam ter alta mas

fi cam estacionados à espera de va-

ga”, denuncia Miguel Gouveia. Con-

tactado pelo PÚBLICO, o gabinete

do ministro da Saúde não quis fazer

qualquer comentário sobre o estudo.

356milhões de euros poderiam ser poupados no prazo de 20 anos com a transferência de cuidados de saúde hospitalares para os centros de saúde

Um estudo calcula que o Estado poderá poupar a curto prazo 148 milhões de euros com a transferência de cuidados hospitalares para centros de saúde. A longo prazo, a poupança seria de 356 milhões

SaúdeAlexandra Campos e Andrea Cunha Freitas

Altas adiadas

Peso significativo dos casos sociais no SNS

Há uma ocupação “evitável” de camas nos hospitais do SNS que em parte se deve a “casos sociais”, mas

também à demora no processo de transferência de doentes para a rede de cuidados continuados integrados. No estudo que será apresentado hoje, os autores apontam para um valor nacional estimado de mais de 144 mil dias de internamento entre 2010 e 2011 devido a doentes que após a alta clínica ficam nos hospitais por razões sociais. No mesmo período, o número total de dias de espera de doentes internados em hospitais do SNS “por resposta tardia da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados” ultrapassou os 566 mil dias. Apesar das inúmeras queixas, mas sem dados estatísticos na maior parte dos hospitais, o trabalho de Miguel Gouveia e Margarida Borges apoiou-se na informação do Centro Hospitalar de Setúbal (CHS) para concluir que o número de casos sociais nos hospitais do SNS e a duração do seu internamento após a alta médica “podem ser significativos” a nível nacional. Os dados do CHS mostram que as altas proteladas passaram de 225 em 2009, para 173 em 2010 e 162 em 2011. Porém, o número de dias de protelamento de altas passou de 3024 em 2010 para 5753 em 2011. Sobre os cuidados continuados, sublinha-se um elevado tempo de espera em internamento até à integração na RNCCI. Segundo Miguel Gouveia, mais importante que o impacto financeiro da rápida transferência dos doentes para a rede — a curto prazo seriam poupados cerca de dois milhões de euros — seriam os “ganhos humanos e em qualidade de vida”.

Page 7: 21 Nov - Público

PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | PORTUGAL | 7

Breves

Segurança rodoviária

Perto de 20 mil viaturas circulam sem seguroO número de viaturas sem seguro aumentou 4,38%, de 2011 a 2012, chegando a perto de 20 mil, segundo dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária. A crise económica é a principal responsável pela falta de pagamento e as seguradoras acreditam que é possível arranjar “soluções mais económicas” e evitar ter veículos em incumprimento.Até Outubro, foram multados mais 800 condutores do que no ano passado por não terem o seguro em dia.

A Cruz Vermelha Portuguesa (CVP)

vai disponibilizar no seu hospital em

Lisboa consultas da especialidade a

25 euros e urgências a 30 euros, além

de cirurgias e exames a “preços es-

peciais” e “sem espera”. Esta cam-

panha, que foi anunciada ontem, é

justifi cada com “o actual momento

de crise” em que o país se encontra

e com as “responsabilidades huma-

nitárias” da instituição.

“São preços muito mais baratos do

que os praticados pelos hospitais pri-

vados”, destaca o presidente da CVP,

Luís Barbosa, lembrando que nas ci-

rurgias e exames são os mesmos que

a instituição cobra ao Estado.

Para ter acesso a estes serviços

low cost, os interessados terão de se

tornar associados da CVP, pagando

dois euros por mês (o “chefe de fa-

Hospital da Cruz Vermelha oferece consultas e urgências low cost

mília”) e um euro por cada elemento

do agregado, até ao máximo de seis.

Intitulado Membro CVP+Hospital, es-

te programa vai ser alargado a todos

os interessados a nível nacional, mas

os preços acima referidos já estavam

a ser praticados “há dois ou três me-

ses”, afi rma Luís Barbosa. Sublinhan-

do que está a ser estudada a possi-

bilidade de permitir o pagamento a

prestações aos doentes, o presidente

da CVP defende que este programa

só traz benefícios porque, além de

responder às necessidades da popu-

lação, vai “ajudar o Serviço Nacional

de Saúde”. Como? “Libertando o SNS

de um peso”, responde.

O Hospital da CVP é detido em 45%

pela Parpública e em 55% por esta

instituição. Na semana passada, foi

publicado em Diário da República o

novo acordo fi rmado entre o Estado

e a CVP, no valor de 7,6 milhões de

euros, que permite ao hospital voltar

a receber doentes do SNS.

Saúde Alexandra Campos

É um olhar reprovador o que sobres-

sai do relatório AidWatch 2012 — Uma

Leitura da Cooperação Portuguesa

desde 2003, ontem apresentado em

Lisboa. Portugal não cumpre as me-

tas em matéria de percentagem do

rendimento nacional bruto dedica-

da à ajuda ao desenvolvimento dos

países mais pobres. Faz “pouco” e o

“pouco” que faz está cada vez mais

associado ao seu próprio interesse

económico.

O país “está muito longe” de de-

dicar 0,7% do rendimento nacional

bruto à ajuda pública, como foi acor-

dado com a UE. A média anda pelos

0,28%, com pequenas oscilações

ao longo da última década — e um

pico em 2004 causado pelo perdão

da dívida de Angola. Em 2010/2011,

“manteve-se nos 0,29%”.

A chamada ajuda pública bilateral

concentra-se nos cinco países africa-

nos de língua ofi cial portuguesa e em

Timor-Leste. E tende a traduzir-se em

cooperação técnica, “principalmente

no sector da educação e capacitação

institucional”.

Não é só a quantidade. É também

a qualidade da cooperação que Ana

Filipa Oliveira põe em causa neste

estudo de 60 páginas, que é uma

iniciativa do grupo de trabalho Ai-

dWatch da Plataforma Portuguesa

das ONGD. Portugal, lembra, com-

prometeu-se a tentar sintonizar a

sua política de cooperação com “os

compromissos assinados a nível in-

ternacional, incluindo o esforço glo-

bal de contribuir para a erradicação

da pobreza e para a diminuição das

desigualdades”. Ora, cada vez mais

presta “ajuda ligada”, isto é, ajuda

feita, por exemplo, através de “em-

préstimos condicionados à aquisi-

ção de bens e serviços a empresas

portuguesas”.

A ligação entre cooperação e diplo-

macia económica nota-se, em par-

ticular, nos últimos três anos anali-

sados. Em 2011, o último ano para

o qual há dados, esta modalidade

representou 72,5% do total investi-

do. Esta lógica, salienta Ana Filipa

Oliveira, foge às prioridades de de-

senvolvimento dos países parceiros.

Amiúde, traduz-se “em custos mais

Portugal ajuda “pouco” os países mais pobres

elevados”. O ideal, defende, seria

comprar os bens e serviços de que

necessita cada projecto no país ou na

região para “estimular as economias

locais e regionais”. “Não há na Guiné-

Bissau, há no Senegal”, exemplifi ca,

numa curta conversa ao telefone.

Se o fi nanciamento público desti-

nado às organizações não governa-

mentais que se dedicam ao desen-

volvimento já era considerado “ma-

nifestamente reduzido”, o “corte

abrupto” de 2012 colocou-as “numa

situação de bloqueio quanto a novas

actividades, comprometendo seria-

mente algumas condições de esta-

bilidade ou mesmo de viabilidade

fi nanceira de várias”. E não contam

que 2013 seja melhor.

“As medidas recentemente adop-

tadas provocaram ondas de choque

nas ONGD portuguesas”, refere ain-

da o documento. “No último ano e

meio, mais precisamente desde Ju-

nho de 2011, quando tomou posse o

novo Governo, iniciou-se um período

de verdadeiro retrocesso nesse rela-

cionamento.”

A relação azedou logo em Julho de

2011, quando a Plataforma Portugue-

sa de ONGD pediu um encontro ao

secretário de Estado dos Negócios

Estrangeiros e da Cooperação, Luís

Brites Pereira, e não obteve resposta.

E piorou quando, em Março de 2012,

foi cancelado o subsídio anual com

que aquela estrutura contava desde

1994. E Luís Brites Pereira explicou

que o Estado deveria passar de fi nan-

ciador de projectos a facilitador de

novas formas de fi nanciamento. Fez

mesmo uma referência a sinergias

com o sector empresarial.

Não sabem como serão as contas

no próximo ano. No ano passado, o

Instituto Português de Apoio ao De-

senvolvimento tinha 40 milhões para

gastar. Com a fusão, que deu origem

ao Camões — Instituto da Coopera-

ção e da Desenvolvimento, há ainda

menos dinheiro para isso. O ministro

dos Negócios Estrangeiros, Paulo Por-

tas, já fez as contas: 24 milhões para

o ensino da língua, 21 milhões para

acções de cooperação, 5,5 milhões

para os centros culturais. A priori-

dade, explicou na audição sobre o

orçamento para 2013, é o ensino da

língua e da cultura portuguesa.

Cooperação Ana Cristina Pereira

Relatório AidWatch 2012 diz que a cooperação portuguesa está cada vez mais ligada à diplomacia económica

Portugal “está muito longe” de dedicar 0,7% do rendimento nacional bruto à ajuda pública

Page 8: 21 Nov - Público

8 | PORTUGAL | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012

Vale e Azevedo foi ontem a tribunal mas nem aqueceu o banco dos réus

Antigo presidente do Benfi ca regressou à sua cela da Carregueira sem prestar declarações aos juízes, por não querer abdicar dos benefícios do seu estatuto de extraditado. Deram-lhe dez dias para pensar

DANIEL ROCHA

Vale e Azevedo foi ontem ouvido pela primeira vez pelo tribunal desde que foi extraditado

Preso na Carregueira há cerca de

uma semana para acabar de cum-

prir o resto da pena a que foi con-

denado por burla e falsifi cação de

documentos em vários processos,

o antigo presidente do Benfi ca Vale

e Azevedo passou ontem pelo tribu-

nal para ser ouvido sobre outro caso

em que é acusado de ter fi cado com

mais de quatro milhões de euros do

clube de futebol. Mas durou menos

que um prolongamento de jogo a sua

primeira passagem pela sala de audi-

ências desde que foi extraditado do

Reino Unido: ao fi m de 15 minutos

decidiu ir-se embora, alegando que,

apesar de se querer defender dos no-

vos crimes que lhe imputa o Benfi ca,

precisa de refl ectir sobre se esta é a

altura certa para o fazer.

O juiz que preside aos trabalhos

chamou “paradoxo legal” ao dile-

ma do ex-dirigente desportivo, que

diz querer colaborar com a Justiça,

mas ao mesmo tempo teme que

isso o prejudique. Porquê? “Pode

ser-lhe decretada prisão preventiva

no âmbito deste processo”, expli-

cou a defensora de Vale e Azevedo,

que aconselhou o seu cliente a fi car

quieto. E se é verdade que preso já

ele está, também é certo que aguar-

da o resultado de várias diligências

para reaver a liberdade (ver caixa),

que poderiam assim ser postas em

causa. É que o também advogado

foi extraditado com a fi nalidade ex-

pressa de acabar de cumprir a pena

relativa aos processos em que já foi

condenado – e não para ser ouvido

num novo julgamento. Segundo a

lei, quem é objecto de um manda-

do de detenção europeu, como é o

caso, não pode ser sujeito a proce-

dimento penal, condenado ou priva-

do de liberdade por uma infracção

diferente daquela que motivou a sua

captura. Para prestar declarações em

tribunal, Vale e Azevedo necessita

de renunciar aos seus direitos neste

capítulo, ou seja, de se dispor a ser

preso se um juiz assim o entender.

“Sempre dei a cara. Nunca faltei

a nenhum julgamento. Mas gostaria

de estudar o assunto”, disse antes

de abandonar a sala de audiências,

quando o presidente do colectivo

de juízes lhe perguntou se preten-

dia participar no seu próprio julga-

mento – que até aqui decorreu sem

a sua presença. “Quero obviamen-

te defender-me, mas não quero re-

nunciar ao direito do princípio da

especialidade”, explicou, numa re-

ferência às prerrogativas associadas

à extradição. O juiz deu-lhe dez dias

para pensar no assunto e mandou en-

trar três testemunhas, todas ligadas

ao universo benfi quista, enquanto o

ex-dirigente desportivo voltava para

a cela da Carregueira. O objectivo era

saber que lucros teve Vale e Azevedo,

acusado neste processo de branque-

amento de capitais, peculato e uma

vez mais de falsifi cação de documen-

tos aquando da venda de dois futebo-

listas britânicos, um brasileiro e um

marroquino no fi nal dos anos 1990,

uma vez que existem suspeitas de

que parte signifi cativa das verbas en-

volvidas nestes negócios tenham ido

parar às suas contas bancárias pes-

soais. Todas as testemunhas descre-

veram a situação fi nanceira do clube

naqueles tempos como calamitosa,

embora admitindo que quando Vale

e Azevedo ali chegou já o panorama

era muito complicado. “Não tínha-

mos dinheiro nem para comprar pa-

pel higiénico”, contou um membro

da equipa de Manuel Vilarinho, que

lhe sucedeu na direcção do Benfi ca.

A promiscuidade entre as contas

bancárias do clube e as de Vale e Aze-

vedo é justifi cada pela defesa com o

congelamento de que as primeiras fo-

ram alvo na sequência dos problemas

fi nanceiros dos encarnados. Dizia-se

então no Benfi ca que o dirigente pu-

nha dinheiro do seu quando faltava.

Um operador turístico responsável

naquela época pelas modalidades

não futebolísticas do Benfi ca assegu-

ra que também chegou a emprestar

mais de 90 mil contos ao clube para

pagar contas em atraso. Parte do di-

nheiro nunca mais o viu. “Eu estava

completamente louco”, lamentou

em tribunal.

JustiçaAna Henriques

Supremo decide habeas corpus hoje

Tentativas de libertação prosseguem

O Supremo Tribunal de Justiça decide hoje mais um pedido de libertação imediata (habeas corpus)

de Vale e Azevedo, extraditado para Portugal. Trata-se da impugnação de uma anterior decisão do tribunal que rejeitou a libertação imediata do antigo dirigente do Benfica, que sustentava não ter jurisdição sobre o arguido, na altura ainda em Inglaterra, nem competência para reduzir o cúmulo jurídico fixado em 11 anos e meio. No habeas corpus rejeitado a advogada de Vale e Azevedo, Luísa Cruz, requereu

que fosse reduzida a pena em quatro anos e meio, período durante o qual o seu cliente esteve a residir em Londres, com passaporte confiscado e impedido de sair do Reino Unido.

A defensora de Vale e Azevedo referiu ainda que o pedido de liquidação da pena, outra diligência destinada a libertar o seu cliente, não foi ainda decidido, uma vez que o tribunal português pediu informação às autoridades britânicas sobre o tempo em que Vale e Azevedo esteve retido na capital inglesa. Lusa

Page 9: 21 Nov - Público

PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | PORTUGAL | 9

Breves

Acompanhamento educativo

Reinserção social segue mais de 800 jovens problemáticosOs serviços de reinserção social realizaram, no primeiro semestre do ano, 2315 medidas tutelares educativas, incluindo 816 acompanhamentos educativos de jovens problemáticos, mais 87 casos do que os registados em 2011, anunciou o Ministério da Justiça. O acompanhamento educativo é a medida “mais gravosa” das medidas não institucionais, prevista na Lei Tutelar Educativa, e é para jovens com comportamento anti-social problemático.

De Agosto para Setembro deste ano,

97 mil crianças e jovens deixaram de

receber abono de família, indicam da-

dos estatísticos disponibilizados pelo

Instituto da Segurança Social. Esta

quebra poderá estar relacionada com

a antecipação dos prazos para fazer

a prova escolar, que este ano lectivo

acabou a 31 de Julho e não no último

dia de Outubro, como era habitual,

denuncia a Confederação Nacional

das Associações de Pais (Confap).

Em crescendo desde o início do

ano, o número de titulares benefi ci-

Pais responsabilizam Segurança Social por quebra de 97 mil beneficiários do abono de família em Setembro

ários do abono de família baixou de

1.203.138, em Agosto, para 1.105.299,

em Setembro (o valor médio mensal

do abono era em Maio deste ano 40,4

euros, segundo a Pordata). O presi-

dente da Confap, Albino Almeida,

disse-se convicto de que esta que-

bra está relacionada com a suspen-

são temporária do pagamento do

subsídio, decorrente das alterações

promovidas pelo Instituto da Segu-

rança Social (ISS).

Em Julho, com o anunciado objec-

tivo de adequar “o pagamento das

prestações ao calendário escolar”,

a direcção do ISS antecipou em três

meses o fi m do prazo para que os ti-

tulares do abono a maiores de 16 anos

fi zessem prova de que estavam ma-

triculados num estabelecimento de

ensino. Quem não o fi zesse até ao fi m

do mês, avisou, veria o pagamento do

abono suspenso a partir de Setembro.

Nessa altura, Albino Almeida avisou

o Governo de que no momento da

divulgação da alteração do prazo já

muitas famílias estavam em férias e

ainda que a maior parte dos alunos

do 9.º ano só em Setembro saberiam

que escolas iam frequentar no secun-

dário, pelo que estavam impossibi-

litados de cumprir as novas regras.

O facto de o ISS salvaguardar que

as famílias recebem o abono retroac-

tivamente, se, entretanto, e até ao fi m

do ano civil, fi zerem a prova escolar,

não descansa Albino Almeida, que su-

blinha que o dinheiro “fez ainda mais

falta por a suspensão coincidir com o

momento da compra manuais e ou-

tros materiais escolares”. Reclama

que o limite do prazo avance para 31

de Outubro no próximo lectivo: “De-

ve ser o ISS a adaptar-se à realidade

da Educação e não a Educação e as

famílias a adaptarem-se às necessi-

dades do ISS.”

Em resposta enviada por email a

questões colocadas da mesma forma

pelo PÚBLICO, o ISS, através do ga-

Apoios sociaisGraça Barbosa Ribeiro

Subsídios poderão ter sido temporariamente suspensos, na sequência da antecipação do fim do prazo para fazer a prova escolar

binete de imprensa, escreve que “a

fl utuação mensal de 2012 apresenta

características diferentes dos anos an-

teriores”, na medida em que “o novo

prazo [para a prova de matrícula] veio

permitir a adequação do pagamento

das prestações ao calendário escolar,

evitando o incómodo de devoluções

ou de pagamentos retroactivos recor-

rentes no passado”. “Em Outubro

deste ano e comparativamente a Se-

tembro, o número quer de requeren-

tes, quer de titulares volta a subir”,

assegura. Numa nota enviada à Lusa,

em Agosto, o ISS informou que até 31

de Julho tinham feito a prova escolar

199.033 alunos. Ontem, o gabinete de

imprensa adiantou que até fi m de Se-

tembro o número subira para “mais

de 300 mil”. A diferença de cerca de

100 mil alunos coincide com a quebra

registada de Agosto para Setembro.

O ISS não adiantou quanto tempo de-

pois da prova feita os titulares voltam

a receber o subsídio.

Número Nacional/Chamada Local

Page 10: 21 Nov - Público

10 | PORTUGAL | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012

Bombeiros criam sátira de protesto com dois burros e seis coelhos

Cerca de mil bombeiros profi ssionais saíram ontem às ruas de Lisboa para exigir “direitos” da classe. “Manifestações há muitas, mas poucas são recordadas”, justifi caram assim o invulgar protesto

ENRIC VIVES-RUBIO

Bombeiros profissionais exigem abertura de concursos públicos para reforçar o efectivo

À primeira vista, dois burros,

seis coelhos e mil bombeiros

profi ssionais parecem não estar

relacionados. Mas se juntarmos

estes ingredientes numa

manifestação contra o Governo

português talvez passem a fazer

sentido. Isto porque os bombeiros

profi ssionais saíram à rua contra

a austeridade e decidiram

dar um “toque da sua graça”.

“Manifestações há muitas, mas

poucas são recordadas”, dizia um

bombeiro.

Neste sentido, os bombeiros

não foram para o protesto de

“mãos a abanar”. Quem passava

pelo Terreiro do Paço por volta

das 14 horas de ontem, viu dois

burros a passear num dos locais

mais visitados de Lisboa. Para os

bombeiros, os animais podem vir

a ser o “autotanque do Governo

para apagar os fogos”. Os turistas,

em particular os adeptos do

Celtic de Glasgow que estavam

a conhecer a capital portuguesa

antes do jogo de futebol contra o

Benfi ca, perguntavam “o que está

a acontecer?”.

As gargalhadas subiam de

tom quando as pessoas viam

uma gaiola com seis coelhos,

em que cada um envergava um

dorsal com uma fotografi a de um

ministro diferente. “No Governo

só há um Coelho, mas eles estão

todos escondidos na toca”,

afi rmava um bombeiro. Também

as típicas sirenes do quartel e

dos carros de bombeiros fi zeram

com que o protesto não passasse

despercebido aos ouvidos de

quem apenas passeava pela zona

ribeirinha da cidade.

Por volta das 15 horas, o cenário

estava montado para dar início

ao desfi le até à Assembleia da

República. Os burros seguiram

na frente, os coelhos foram

transportados mais atrás e lá para

o meio ainda se viram bonecos

com fotos dos ministros que,

para os manifestantes, poderiam

vir a ser “os novos bombeiros

profi ssionais.”

A boa disposição, os sorrisos

nos rostos e as gargalhadas

descansaram os cidadãos que

temiam que algo terrível estivesse

a acontecer. Os comerciantes

saíram das lojas e uma moradora

dizia: “Ouvi as sirenes e pensei

que havia uma emergência.”

Não estava a acontecer um

desastre, mas na rua cerca de

mil bombeiros fardados e com

apitos na boca queriam fazer-se

ouvir. Frases como “Arrisco a

vida por 550 euros”, “O tempo de

deixa arder já lá vai” e “Senhor

primeiro-ministro, respeite os

bombeiros profi ssionais”, liam-se

em alguns cartazes.

O presidente da Associação

Nacional de Bombeiros

Profi ssionais (ANBP), Fernando

Curto, garantiu ao PÚBLICO que

“foi ultrapassado o limite”. O líder

da ANBP assegurou que “cada

vez haverá menos motivação

para que os jovens se aliem a

corporações”. Contudo, Curto

admite que a “necessidade de

arranjar emprego” pode ser um

impulsionador para que muitos

desempregados decidam ser

bombeiros.

Raul Carvalho, secretário

coordenador da região Norte

dos Bombeiros Profi ssionais,

veio de propósito de Viana do

Castelo e sublinhou a urgência

em “acabar com as corporações

envelhecidas”. Uma queixa

partilhada por bombeiros de todo

o país. Centenas de bombeiros

partiram em autocarros de Braga,

Porto, Vila Nova de Gaia, Viseu,

Coimbra e Loulé para mostrar ao

Governo que “há uma falência no

socorro das populações”.

Para ter a certeza que o

alerta chega ao Executivo, a

ANBP entregou à presidente

da Assembleia da República,

Assunção Esteves, um

memorando onde consta a

exigência da defi nição de

horários de trabalho, mudanças

na progressão da carreira e a

abertura de concursos públicos

para permitir a entrada de

novos profi ssionais. Terminado

o protesto, os manifestantes

seguiram para Chelas, onde

participaram num jantar-convívio

entre bombeiros de todo o país.

Hoje o Parlamento recebe novo

protesto dos funcionários de

investigação criminal da Polícia

Judiciária.

ReportagemFabíola Maciel

Movimentos exigem inquérito sobre “carga policial injustificável”

Activistas repudiam “operação política e policial” da última quarta-feira

Dezassete movimentos cívicos, entre eles os Precários Inflexíveis, os Indignados, o Movimento

sem Emprego ou o SOS Racismo, juntaram-se para exigir a abertura de um inquérito sobre a “actuação das forças de segurança” e “os termos em que foram efectuadas as detenções” na passada quarta-feira frente à Assembleia da República. “Não temos medo e vamos continuar a sair à rua”, declaram aos jornalistas. Um aviso que surge após a “tentativa de pôr em causa o direito à manifestação” que, segundo os movimentos, o Governo “está a tentar fazer”.

David Santos, um dos rostos da conferência de imprensa, assegurou que “tem havido várias tentativas de criminalizar os movimentos”. Carlos Guedes, outro activista, nega que haja incentivos à violência dentro

dos movimentos e, em resposta às declarações do ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, contrapõe: “Não sei quem são os ‘profissionais da desordem’, mas os profissionais da política sei quem são e estão todos no Governo.”

O activista condenou “a violência gratuita e indiscriminada da polícia”, mas questionado sobre as pedras arremessadas à PSP por manifestantes disse que, “se há pessoas desesperadas, são da responsabilidade do próprio Governo”. Declarações feitas numa conferência de

imprensa que deveria ter ocorrido em frente ao Ministério da Administração Interna, por ser “o sítio ideal para dar outra versão dos factos”. Contudo, um polícia impediu a sua realização, invocando que “mais do que duas pessoas pode ser considerada uma manifestação”. O agente referia-se a um decreto-lei de 1974 sobre a liberdade de reunião e manifestação, que a partir de Novembro de 2011, depois da extinção dos governos civis, obriga a que qualquer reunião ou manifestação em espaço público seja comunicada previamente à Câmara Municipal. Ainda assim, a uma só voz, os movimentos apelaram a uma “grande mobilização” para a manifestação de 27 de Novembro, data da votação final do Orçamento do Estado para 2013. F.M.

Page 11: 21 Nov - Público

PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | 11

A menos de 24 horas do debate com

o primeiro-ministro sobre o Conse-

lho Europeu Extraordinário, os parti-

dos com assento parlamentar não se

entendiam sequer sobre o que estará

esta manhã em discussão e votação

no Parlamento.

Tanto o PS como a maioria PSD/

CDS apresentaram projectos de re-

solução com recomendações para o

processo negocial relativo ao quadro

fi nanceiro plurianual 2014-2020, on-

de se defi nem os fundos estruturais

e de coesão. Mas ontem não existia

consenso sequer entre os partidos

sobre se os projectos podiam ser dis-

cutidos em plenário nem quando po-

deriam ser votados. O PS criticava o

facto de a maioria ter apresentado o

seu texto fora de tempo. Ainda assim,

estava disposto a fechar os olhos.

“Podem chegar atrasados mas são

bem-vindos à votação”, dizia o líder

parlamentar Carlos Zorrinho.

Mas a crítica socialista era mais

severa a propósito da intenção da

maioria votar os projectos apenas

na sexta-feira, quando o Conselho

estiver já no seu último dia de traba-

lhos. Para o PS, isso era sinal de que

os restantes partidos não percebiam

a “importância que o conselho tem

para Portugal sair da crise”.

O social-democrata António Rodri-

gues criticara o PS momentos antes

por entender que este pretendia usar

o tema para “mostrar que é diferen-

Resoluções sobre Conselho Europeu votadas só no final

te”: “Se o PS está verdadeiramente

preocupado, então que aceite votar

o seu projecto naquilo que é conver-

gente”, dizia aquando da apresen-

tação do projecto de resolução da

maioria. Sobre a utilidade de fazer

aprovar a resolução já depois do Con-

selho ter arrancado, Rodrigues fazia

notar que a reunião europeia poderia

prolongar-se pelo fi m-de-semana.

Mas entre os restantes partidos

existia a convicção de que os pro-

jectos não podem ser sequer ser de-

batidos, quanto mais votados, já que

tal não fora decidido em conferên-

cia de líderes. A solução encontrada

pelo PS foi a de anunciar a intenção

de avançar hoje, em plenário, com

um requerimento para a discussão

e votação das iniciativas. O resulta-

do provável – tendo em conta que a

maioria apresentou um projecto – é

que o debate seja aceite, mas com

votação na sexta-feira.

Para lá das questões regimentais,

os dois projectos de resolução em

causa não parecem diferir muito.

Ainda que sem o assumir como um

dado adquirido, Carlos Zorrinho re-

conheceu ao PÚBLICO que, do que ti-

nha visto da proposta do PSD e CDS,

não lhe parecia “que a maioria tenha

razões para recusar o nosso [PS] e

nós o deles”.

Na apresentação do texto da maio-

ria, António Rodrigues destacara que

esta negociação tem “um signifi cado

tremendo para Portugal”, por esta-

rem em causa os fundos estruturais e

de coesão. O texto assumia os “prin-

cípios de salvaguardar os interesses

do Estado português de manutenção

das transferências de fundos comuni-

tários para Portugal, quer nos fundos

estruturais, quer dos de coesão”. O

que, no fundo, é precisamente o que

projecto do PS, entregue na passada

sexta-feira, também propõe.

MIGUEL MANSO

O Parlamento discute hoje o futuro dos fundos estruturais europeus

Parlamento Nuno Sá Lourenço

Recomendações nacionais sobre negociação do quadro plurianual vão a votos na AR quando o Conselho estiver a acabar

Page 12: 21 Nov - Público

12 | PORTUGAL | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012

NUNO FERREIRA SANTOS

Governo de Passos Coelho altera Lei das Finanças Regionais para garantir novo empréstimo à Madeira

O empréstimo de 1100 milhões de

euros ao Governo da Madeira ga-

rante o voto dos quatro deputados

sociais-democratas eleitos por esta

região a favor do Orçamento do Es-

tado para 2013.

A concessão da garantia de Lisboa

ao refi nanciamento da dívida madei-

rense será inscrita na segunda rec-

tifi cação do Orçamento do Estado

para 2012, através de uma proposta

de alteração à versão inicial do Go-

verno, apresentada pelos deputa-

dos do PSD-M na segunda-feira. De

acordo com a norma a introduzir no

artigo 107.º do Orçamento rectifi ca-

tivo, a aprovar pela Assembleia da

República, “excepcionalmente e no

âmbito da estratégia de regulariza-

ção da dívida comercial da Região

Autónoma da Madeira, fi ca o Gover-

no autorizado a conceder a garan-

tia do Estado ao refi nanciamento

daquela dívida, até ao montante de

1,1 mil milhões, ao abrigo do regime

jurídico da concessão de garantias

pessoais pelo Estado”.

Para viabilizar esta operação, o

PSD apresentou também uma pro-

Empréstimo de 1100 milhões garante votos do PSD-Madeira no Orçamento do Estado

posta de aditamento que altera o

artigo 28.º da Lei de Finanças Re-

gionais, dizendo que, “no âmbito de

programas de ajustamento económi-

co e fi nanceiro das regiões, pode ser

contraída dívida fundada para a con-

solidação de dívida e regularização

de pagamentos em atraso, desde que

autorizado pelo membro do Gover-

no responsável pela área das fi nan-

ças”. Aquela lei orgânica n.º 1/2007,

alterada pela 1/2010, determina que

“os empréstimos a emitir pelas Regi-

ões Autónomas não podem benefi -

ciar de garantia pessoal do Estado”

(art. 35.º) e que “o Estado não pode

assumir responsabilidade pelas obri-

gações das Regiões Autónomas nem

assumir os compromissos que decor-

ram dessas obrigações [art. 36.º]”.

O empréstimo de 1100 milhões a

contrair pela Madeira, com o aval do

Governo de Passos Coelho, foi acor-

dado directamente pelo secretário

regional das Finanças, Ventura Gar-

cês, com o ministro das Finanças,

Vítor Gaspar, nesta segunda-feira,

em Lisboa. E servirá para pagar

parte da dívida comercial às cons-

trutoras, conforme anunciou nessa

noite o governante madeirense, ao

apresentar no Funchal a proposta

de Orçamento regional para 2013.

Foram estas negociações que leva-

ram Alberto João Jardim a justifi car

que os quatro deputados do PSD-M

não acompanhariam o conterrâneo

Rui Barreto (CDS) no voto contra o

OE, na generalidade, fazendo de-

pender o voto fi nal do sucesso das

negociações (PÚBLICO 31/10). Estan-

do em curso um processo negocial,

“não podíamos entrar em choque

com o Governo da República”, “se-

ria uma loucura”, explicou.

Alheios ao empréstimo a ser ne-

gociado pelos dois governos, os

seis deputados eleitos pela Madeira

apresentaram em conjunto seis pro-

postas de alteração do OE, que, sem

a garantia de serem viabilizadas pela

maioria, não modifi carão o sentido

de voto favorável dos sociais-demo-

cratas Guilherme Silva, Correia de

Jesus, Hugo Velosa e Cláudia Aguiar,

nem o voto contra do socialista Ja-

cinto Serrão e do centrista Rui Bar-

reto. Reivindicam para a Madeira

parte da receita da privatização da

TAP, a receita da sobretaxa do IRS,

o fi m da retenção de verbas por vio-

lação do limite de endividamento, a

receita do imposto do vinho Madei-

ra, a regularização dos pagamentos

da lei de meios e novos benefícios

fi scais para a Zona Franca.

Com o empréstimo de 1500 mi-

lhões concedido pela República, no

âmbito do plano de resgate regio-

nal, e com novo empréstimo agora

avalizado pelo Estado, o Governo

madeirense fi ca a necessitar de

mais 1137 milhões para satisfazer

os encargos assumidos até ao fi nal

deste mandato. Segundo a Inspec-

ção-Geral das Finanças, as neces-

sidades de tesouraria/fi nanceiras,

até 2015, ascendem a 3737 milhões

de euros, quase metade da dívida

global da região.

OE 2013 Tolentino de Nóbrega

Para viabilizar empréstimo, o PSD propõe, através do Orçamento rectificativo de 2012, a alteração da Lei de Finanças Regionais

O Governo dos Açores vai reduzir em

50% o número de empresas públicas

e participadas da região em relação

ao existente nesse ano, tomando co-

mo referência 2010 (em que havia

53 empresas), e em 20% os lugares

de chefi a da administração pública

regional, anunciou ontem o vice-pre-

sidente do executivo, Sérgio Ávila, na

Assembleia Legislativa. Intervindo

no debate da proposta de Programa

do XI Governo regional, Ávila reve-

lou que, apesar de a racionalização

empreendida pelo executivo na ad-

ministração pública a ter colocado

como “exemplo para a generalidade

do país”, a intenção é a de introduzir

ainda mais reduções.

O programa prevê, entre outras

medidas, “a reestruturação do sec-

tor empresarial, libertando uni-

dades fora da esfera da produção

de bens públicos” e a “clarifi cação

do regime de exercício da função

accionista/proprietário da região,

aprofundando a introdução de ele-

mentos de controlo, efi cácia e sus-

tentabilidade”.

O sector público empresarial

(SPER) açoriano era composto em

2011 por 41 empresas, das quais a

região detinha uma participação

maioritária em 29 e participação

minoritária nas restantes 12. Des-

tas últimas, oito são participações

indirectas por via da Electricidade

dos Açores (EDA), três através dos

portos dos Açores e uma da SATA Air

Açores. Esta região desenvolveu em

2011 uma política de racionalização

de participações no SPER, sobretu-

do através de alienações, fusões e

extinções liquidações respeitantes

a 12 empresas. Para 2012 está pre-

vista a alienação de seis empresas

participadas indirectamente.

No memorando celebrado com o

Governo da República, que permi-

tiu um empréstimo de 135 milhões

para refi nanciamento da dívida re-

gional, o Governo dos Açores com-

prometeu-se “a alcançar e manter o

equilíbrio fi nanceiro do sector pú-

blico empresarial”, abstendo-se de

“adoptar ou autorizar medidas das

quais resulte o agravamento fi nan-

ceiro” das referidas empresas.

Açores cortam 50% das empresas públicas

AutonomiasTolentino de Nóbrega

No debate do programa do novo Governo regional, a maioria socialista promete continuar com a redução de despesa pública

O aviso é claro: o PS tem de “optar

entre ter aumento de impostos e re-

duzir a despesa pública”. Para o PSD,

o partido de António José Seguro tem

hoje três opções: ou aceita discutir a

redução de quatro mil milhões de eu-

ros na despesa e evita novos aumen-

tos de impostos; ou recusa reduzir

e então tem de assumir que admite

mais impostos; ou nenhuma destas

e então tem de explicar aos portu-

gueses como se cumprem as metas

orçamentais e o memorando a que

o próprio se comprometeu com a

troika.

A dramatização é do PSD, que on-

tem, pela voz do seu vice-presidente,

voltou (e não se cansará de o fazer,

prometeu), a apelar ao PS que parti-

cipe na discussão da redução da des-

pesa. E tem de decidir rapidamente,

porque o Governo comprometeu-se

a entregar a proposta antes da sétima

avaliação, marcada para Fevereiro.

Já o ex-vice do PSD e presidente

da Câmara de São João da Madeira,

Castro Almeida, deixou ontem uma

série de avisos ao Governo. O país

devia ter sido gerido como a sua au-

tarquia, cujo orçamento demonstra

uma “tendência continuada para

diminuir a despesa e aumentar o in-

vestimento”. Se fosse assim, o país

“não estaria hoje na situação em que

se encontra”.

Para o ex-vice de Ferreira Leite, “o

aumento dos impostos é a última das

soluções”. “Cortar a sério nas despe-

sas signifi ca rescisões amigáveis na

função pública”, defende o autarca.

“Por muito que custe, é lá que vamos

ter de acabar, e quanto mais tarde se

começar pior”, vaticina. Mas reco-

nhece que o ”Governo tem uma vida

muito difícil”. Argumentando que a

solução “não é cortar nos salários dos

funcionários públicos, mas sim na di-

minuição do seu número”, o autarca

desafi a o primeiro-ministro “a ter de-

terminação para avançar com a refor-

ma, não se deixando intimidar com

manifestações nem com declarações

políticas”. Se Passos não o fi zer, “sai

sem honra nem glória (...), nem ganha

as eleições nem deixa obra feita”.

PSD pressiona PS a discutir já a reforma do Estado

PartidosMargarida Gomes e Maria Lopes

Governo tem de entregar redução de 4000 milhões até à avaliação de Fevereiro. Ou se corta despesa ou há novo aumento de impostos

Page 13: 21 Nov - Público

PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | PORTUGAL | 13

CEMA esteve no Parlamento

Foi com um gráfi co que o almirante

Saldanha Lopes, chefe do Estado-

Maior da Armada (CEMA), explicou

ontem o impacto que o esforço de

contenção fi nanceira está a ter na

operacionalidade da Marinha e na

certifi cação (número de horas ne-

cessárias para garantir a capacidade

dos militares em executar as suas

missões).

À saída da audição na comissão

parlamentar de Defesa, Saldanha

Lopes foi mais diplomático. “Neste

momento [a segurança] existe, es-

tou descansado quanto a isso, mas é

feita debaixo de grandes restrições,

que é bom que não continuem por

muito tempo, porque, senão, po-

dem pôr em risco as pessoas e a

capacidade de desempenhar essas

missões.”

Mas perante os deputados pare-

ce ter sido mais assertivo. Ao que

o PÚBLICO apurou — a audição de-

correu à porta fechada —, apresen-

tou um gráfi co com o número de

horas dos navios da Armada. Em

2006 contabilizou 46 mil. Em 2011

já só chegavam às 36 mil. Em 2012,

fi cavam nas 30 mil, com o almirante

a assumir que em 2013 se irá manter

este número. Um valor que, segun-

do o responsável, está já no limiar

do que era aceitável em termos de

segurança de navegação.

Essa foi uma das formas que o

chefe do Estado-Maior da Armada

encontrou para fazer ver aos depu-

tados as suas “preocupações pró-

prias” relativamente às missões, aos

meios e à forma como a Marinha

tem de “trabalhar com condiciona-

lismos muito mais apertados” do

que no passado.

A outra foi a imposição de man-

ter operacionais meios já declara-

damente obsoletos, como as cor-

vetas e os patrulhas. Sobre as pri-

meiras criticou o protelamento do

programa de substituição, falando

num “prolongamento excessivo”

da vida das corvetas, já com mais

de 40 anos.

Saldanha Lopes lembrou que tal

forçava a Marinha a avançar com

reparações de grande porte que vão

custar ao erário público cerca de

Operacionalidade da Marinha caiu um terço em seis anos

três milhões de euros por unidade.

Actualmente, há duas corvetas em

reparação no Arsenal do Alfeite, em

Almada.

O almirante referiu, contudo, a

situação dos Estaleiros Navais de

Viana do Castelo como um dos pro-

cessos em que considerava necessá-

ria uma resolução célere. “Espero

que esse processo esteja resolvido

em breve e que haja depois uma so-

lução e uma continuidade na substi-

tuição das corvetas e dos patrulhas,

que são navios de facto com 40 e tal

anos e que têm de ser obviamente

substituídos”, afi rmou à saída da

reunião com os deputados.

Aguiar-Branco em MadridNo mesmo dia, os ministros da De-

fesa de Portugal e Espanha defi niam

o mar como matéria de cooperação

entre os dois países numa reunião

em Madrid.

Na declaração de intenções con-

junta fi cou expressa a intenção de

desenvolver “formas de cooperação

que refl ictam o compromisso mútuo

com a segurança e protecção das

vias de comunicação marítimas”,

bem como trabalharem no âmbito

da cooperação em matéria de ar-

mamento e indústrias de defesa na

área “naval, aeronáutica, comuni-

cações, tecnologias de informação e

desmilitarização”. Os dois ministros

assumiram ainda avançar com o

treino conjunto das duas Marinhas

e respectivos fuzileiros.

Ao nível do emprego de forças no

exterior o acordo aponta também

para a procura de sinergias na “pre-

paração e treino e sustentação logís-

tica”. De forma mais abrangente, ao

nível da política de defesa, assumi-

ram a “revisão do actual Protocolo

de Cooperação” para enfrentar “o

novo cenário político-estratégico de

segurança e defesa, desenvolvendo

novos projectos de cooperação”.

Defesa Nuno Sá Lourenço

Chefe do Estado-Maior da Armada alertou para redução do número de horas de operacionalidade dos seus meios

CGTP lança petição para “milhares” poderem defenderEstado social

em que apresentou propostas de al-

teração ao Orçamento, que a petição

pública pela manutenção do Estado

social não substitui a necessidade de

uma alternativa à política recessiva

do actual executivo.

Arménio Carlos reiterou que a

CGTP recusa qualquer menorização

dos acessos à educação, à saúde, à

Segurança Social e às prestações

sociais do Estado, pelo que isso sig-

nifi caria de “retrocesso económico

e social nunca antes visto” no país.

Do balanço das duas reuniões

com os partidos do Governo, o lí-

der sindical afi rmou que a visão da

CGTP não foi contestada. Pelo CDS,

o deputado Artur Rego disse que

o diálogo foi profícuo mas que há

“um olhar sobre o mundo necessa-

riamente diferente”. Já Pedro Adão

e Silva, deputado do PSD, frisou que

“o PSD foi um grande construtor do

Estado social desde o 25 de Abril” e

elogiou a iniciativa da CGTP.

Cidadania Rita Brandão Guerra

Arménio Carlos, secretário-geral da

CGTP, declarou ontem que vai avan-

çar até ao fi nal do mês com uma pe-

tição pública em defesa das funções

sociais do Estado. O líder da central

sindical acredita que o documento,

que posteriormente será entregue

na Assembleia da República, será

subscrito por “milhares” de cida-

dãos.

Uma semana antes da manifesta-

ção agendada pela central sindical

para o dia da votação fi nal do Or-

çamento do Estado para 2013, Ar-

ménio Carlos esteve no Parlamento

para duas reuniões com os grupos

parlamentares do PSD e do CDS. A

pedido da CGTP, o líder sindical foi

recebido por deputados dos parti-

dos que suportam o Governo e de-

fendeu, no fi nal dos dois encontros

Breves

Candidatura ao Porto

Comissão Política do PSD aprova Menezes por unanimidadeO nome do actual presidente da Câmara de Gaia, Luís Filipe Menezes, foi aprovado por unanimidade pela comissão política nacional do PSD como candidato à Câmara do Porto para as eleições autárquicas de 2013. Em comunicado, o presidente do PSD-Cidade do Porto, Ricardo Almeida, regista que, “depois da decisão e discussão alargada e intensa com os militantes desta concelhia (inédita no Porto), Luís Filipe Menezes é também a partir de hoje o candidato da Comissão Política Nacional”.

APOIO INSTITUCIONAL MECENAS PRINCIPAL CASA DA MÚSICAMECENAS CASA DA MÚSICA

PARCERIA PARCEIROS MEDIAMECENAS ANO FRANÇA

QUI 22 NOV · 21:30 SALA 2

EMIGRANTES E LUSO-DESCENDENTES NA FRANÇA CONTEMPORÂNEA

HERMANO SANCHES RUIVOADJUNTO DO MAIRE DE PARIS

INÊS DE MEDEIROSDEPUTADA E ACTRIZ

Moderador: JÚLIO MAGALHÃES DIRECTOR-GERAL DO PORTO CANAL

Os portugueses em França; a importância social e política dos luso-descendentes; a natalidade e a emigração; modos de integração e de combate ao preconceito, à discriminação e à inadaptação; políticas da língua e do ensino; tolerância e incentivos para práticas sadias, das culinárias às festivas ou identitárias…

ENTRADA LIVRE (SUJEITO A LEVANTAMENTO DE BILHETES ATÉ AO LIMITE DE 4 POR PESSOA)

Comissário ARNALDO SARAIVA

Page 14: 21 Nov - Público

14 | PORTUGAL | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012

Melo AntunesPara recuperar um construtor da democracia

Foi incontornável durante mais de uma década. Por ele passou a redacção dos principais documentos programáticos do 25 de Abril e do 25 de Novembro. Discreto, analítico, refl exivo, Melo Antunes, um homem para lá da sua época

“Estes homens

estão à minha

frente para não

retirarem qual-

quer proveito

do vedetismo

que o gigantis-

mo da televi-

são fatalmente

provoca. E, no

entanto, Melo Antunes, se o qui-

sesse, poderia ser um caso sério de

popularidade com a sua cultura, a

sua facilidade de expressão, a sua

telegenia.” (p. 185) Esta passagem

é de uma crítica televisiva de Mário

Castrim no Diário de Lisboa de 22 de

Agosto de 1974, ao comentar a entre-

vista que Ernesto Melo Antunes deu

com Vítor Crespo à RTP, e é recu-

perada por Maria Inácia Rezola na

obra Melo Antunes – Uma Biografi a

Política, editado pela Âncora, que

amanhã é lançada na Fundação

Gulbenkian, em Lisboa.

A afi rmação de Mário Castrim re-

produz o que é um dos traços que

mais se atribui ao militar de Abril:

a ideia de que era avesso à media-

tização e que tinha até “‘horror’ às

massas”, como o próprio disse nu-

ma entrevista em 1998 (p. 186). Mas

o desfazer desta ideia feita sobre

Melo Antunes é uma das várias con-

tribuições importantes que a inves-

tigação de Maria Inácia Rezola traz à

luz do dia. Da leitura da obra trans-

parece como Melo Antunes tinha um

perfeito domínio da mediatização da

sua imagem enquanto interventor

político. Sabendo ser discreto, não

se expondo, usando a comunicação

social para fazer passar a sua mensa-

gem. E, mesmo quando se via força-

do a fazer declarações para acalmar

a polémica que as suas entrevistas

provocavam, acabava por reafi rmar

as posições que aparentemente des-

mentia (p. 581).

“Percorrendo as páginas da im-

prensa, publicadas nestes dias, é

raro encontrar referências a Melo

Antunes ou a declarações ‘espontâ-

neas’ por ele proferidas. Procurando

manter-se afastado da cena mediáti-

ca, há algum tempo que optara por

intervir apenas no âmbito de debates

organizados ou, então, de entrevistas

de fundo, previamente estabeleci-

das” (p. 707), escreve a historiadora,

que demonstra também como Melo

Antunes era solicitado pela comuni-

cação social estrangeira e percebia

a importância desta. Ao PÚBLICO

a autora assume que “é especial a

relação dele com a imprensa”, reve-

lando: “Há um capítulo que guardei

e que publicarei como artigo. Muitas

fotografi as dele são com um microfo-

ne à frente. Ele só aparecia, quando

percebia que era útil e para falar.”

Prefaciado por António Lobo Antu-

nes, amigo de Melo Antunes, o livro

o autor do Documento dos Nove, teve

uma intervenção permanente mes-

mo depois do fi m do PREC – Período

Revolucionário em Curso (1974-75).

“A grande surpresa desta investi-

gação é, para mim, a relação com

Eanes”, salienta a historiadora ao

PÚBLICO. E explica: “Inicialmente,

Eanes tem uma relação distante com

ele no Conselho da Revolução, mas

depois começa a respeitá-lo. Depois

do fi m do primeiro Governo Consti-

tucional de Mário Soares [1977], não

faz nada sem o ouvir. Melo Antunes

faz documentos extensíssimos para

o Presidente, minuciosos, com todos

os cenários. Eanes era politicamente

mais à direita, mas respeitava muito

a sua opinião.”

A obra de quase 800 páginas sis-

tematiza a vida política de Melo An-

tunes, nascido em 1933 e falecido

de cancro no pulmão em 1999. E,

para além de ter também traços da

sua vida pessoal – dois casamentos,

três fi lhos –, a obra faz uma impor-

tante contextualização histórica do

Portugal dos anos 70 e 80, do sécu-

lo XX, enquadrando um percurso

que começa quando, em 1957, Me-

lo Antunes é colocado nos Açores

a fazer serviço militar, cumprindo

depois três comissões de serviço

na Guerra Colonial em Angola – pe-

lo caminho fez as Juntas de Acção

Patriótica dos Açores, em 1962,

e, em 1969, é candidato da CDE.

Mas é na preparação do 25 de

será apresentado por António Reis,

numa sessão que contará com depoi-

mentos de Vasco Vieira de Almeida,

Vasco Lourenço e Ramalho Eanes.

A obra aconteceu quase por acaso.

“Aceitei um convite que não é meu

hábito, fui convidada pelo irmão, o

engenheiro Fernando Melo Antunes,

a quem o meu nome foi sugerido pe-

lo Mário Mesquita”, conta a historia-

dora, explicando ainda que “o con-

vite surgiu depois do colóquio em

homenagem de Melo Antunes que

decorreu na Gulbenkian, em 2008”.

A historiadora, que se doutorou com

uma tese sobre o Conselho da Revo-

lução, confessa: “O engenheiro Melo

Antunes disponibilizou-me todos os

arquivos do irmão que estão na Torre

do Tombo. Quando aceitei, pensei

que seria um trabalho para seis me-

ses. Mas depois percebi que não sa-

bia nada sobre Melo Antunes e sobre

aquele período. Foi como se fi zesse

uma segunda parte da tese.”

Investigadora do Instituto de His-

tória Contemporânea da Faculda-

de de Ciências Sociais e Humanas

da Universidade Nova de Lisboa e

professora da Escola Superior de

Comunicação Social do Instituto

Politécnico de Lisboa, Maria Inácia

Rezola revela assim um Melo Antu-

nes desconhecido da grande maioria

da população portuguesa e que, para

além do militar de Abril, olhado logo

à época como o ideólogo da revolu-

ção dos capitães e conhecido como

São José Almeida

Em cima: Melo Antunes (à direita) na assinatura do acordo de independência de Cabo Verde; ao meio: com Frank Carlucci, embaixador americano em Lisboa durante o PREC, e Donald Rumsfeld, em 1976; à direita, no regresso de uma viagem quando era ministro dos Negócios Estrangeiros, com Jorge Sampaio, então secretário de Estado da Cooperação Externa, em Abril de 1975

Page 15: 21 Nov - Público

PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | PORTUGAL | 15

como acontece noutros domínios do

complexo processo revolucionário,

foi dos poucos a apresentar um pen-

samento estratégico em termos de

relações internacionais e sobre o po-

sicionamento de Portugal no mun-

do.” (p. 272). E ao PÚBLICO Maria

Inácia Rezola afi rma que Melo An-

tunes “defende que Portugal tem de

ser uma plataforma entre a Europa

e o Terceiro Mundo – vai repetindo

essa ideia até à morte”.

Da sua acção, o momento mais co-

nhecido é a autoria do Documento

dos Nove, que dita o início do fi m do

PREC e abre a porta ao 25 de Novem-

bro. “Reconhecendo tratar-se de um

texto escrito pelo seu punho – ‘Fui

eu que o redigi todo’ – e que, em últi-

ma análise, traduzia as suas posições

pessoais, Melo Antunes não deixa de

salientar que ele é o ‘resultado de um

processo que já vinha de alguns me-

ses’ e que lhe permitiu percepcionar

que muitas das suas ideias reuniam

algum consenso” (p. 313).

É então que acontece o momento

que fi ca para a história como a sua

imagem emblemática. No dia 26 de

Novembro de 1975, vai à RTP e decla-

ra: “Eu quero dizer, neste momento,

e considero isto muito importante,

que a participação do Partido Comu-

nista Português na construção do

socialismo é indispensável. Não me

parece que seja possível sem o PCP

construir o socialismo.” (p. 11) Foi o

salvar do PCP pelo ofi cial de quem

Álvaro Cunhal desconfi ava. Isto de-

pois do “encontro de Melo Antunes

e Álvaro Cunhal, em casa de Nuno

Brederode Santos, nas vésperas do

25 de Novembro. Um encontro que

Cunhal nunca confi rmou nem des-

mentiu, mas que Melo Antunes diz

ter sido de sua iniciativa. Nega, no

entanto, que dele ‘tenha resultado

algum pacto, algum negócio’, limi-

tando-se, como tinha acontecido em

ocasiões anteriores, a uma ‘troca de

ideias e até uma aferição da inter-

pretação dos acontecimentos’” (p.

450).

Mas não eram só os comunistas

a não gostarem de Melo Antunes.

Aquele que foi o “ideólogo e doutri-

nador”, o “intelectual fardado, au-

tor de alguns dos mais importantes

documentos políticos do complexo

processo revolucionário” (p. 13), foi

também, para Maria Inácia Rezola,

“provavelmente um dos mais in-

compreendidos homens de Abril”

(p. 12). É essa incompreensão que,

por exemplo, faz com que Frei-

tas do Amaral, quando chega ao

MNE em 1980 e sem sequer falar

com Eanes (p. 650), anular a sua

candidatura à nomeação para o

cargo de secretário-geral adjunto

da ONU para a Ciência e a Tecno-

logia, que tinha sido proposta do

Governo Pintasilgo. A isso se se-

guirá a decisão de Freitas de de-

mitir Pintasilgo, que representava

Portugal na UNESCO. Já depois do

fi m da Aliança Democrática, Eanes

pede a Pérez de Cuéllar que no-

meie Melo Antunes para a ONU.

Mas ele estava já em conversações

com o director -geral da UNESCO,

Amadou-Mahtar M’Bow, e será

consultor e subdirector-geral da

UNESCO (1984-88).

Além de incompreendido, Melo

Antunes era também em grande

parte desconhecido, já que o seu

perfi l analítico e refl exivo o leva a

ser responsável por uma série de

documentos que determinaram os

bastidores da evolução política. Fá-

lo no Conselho da Revolução a pro-

pósito, por exemplo, da revisão do

Pacto MFA-Partidos e da defesa da

criação de Tribunal Constitucio-

nal (p. 514). E também, entre 1976

e 1982, enquanto presidente da Co-

missão Constitucional, “órgão de

grande prestígio, por muitos con-

siderado um elemento essencial no

processo de consolidação da demo-

cracia” (p. 554). É o principal res-

ponsável pela posterior criação do

Tribunal Constitucional, segundo

Vasco Lourenço (p. 566).

Quer nestes cargos, quer de-

pois no Conselho de Estado – que

integrará também a convite do

Presidente Jorge Sampaio –, Melo

Antunes tem de facto uma impor-

tância imensa junto do Presidente

Ramalho Eanes. De tal forma que

estará envolvido na formação do

PRD, em 1985, tentando levar para

lá João Cravinho e Jorge Sampaio

(p. 742), escrevendo o programa e

sendo um dos responsáveis por es-

te partido não ter apoiando a can-

didatura de Pintasilgo, mas sim a

de Salgado Zenha à Presidência da

República.

Ele é, ao longo de anos, central

na produção de documentos de

análise que guiarão o Presidente

Eanes em todo o processo de in-

tervenção do FMI, em 1978, mas

também frente ao Governo PS-CDS

e na formação de governos de ini-

ciativa presidencial. E é-o ainda

depois perante os governos da

AD, além de ser enviado do Presi-

dente em visitas aos estrangeiro.

O próprio Eanes reconhece que a

ele recorria sempre (p. 593). E as

suas análises – a primeira chama-se

Notas sobre um projecto alternativo

para a actual situação política (p.

588) –, com as devidas distâncias

históricas de contexto de época,

são de uma imensa actualidade

sobre a situação de crise que hoje

Portugal atravessa.

FOTOS: DR

Abril que Melo Antunes começa a

destacar-se, sendo apontado como

o principal autor do Programa do

MFA. É a si que cabe apresentar o

documento O Movimento, as Forças

Armadas e a Nação, na reunião em

Cascais, com 197 ofi ciais (p. 115). De-

pois, “a 22 de Março, nas vésperas

do seu embarque [para os Açores

onde estava destacado], Ernesto

apresenta a primeira versão do pro-

grama a uma restrita plateia que se

reúne em casa de Vítor Alves” (p.

119).

Chegado a Lisboa a 2 de Maio de

1974, Melo Antunes integrava a Co-

missão Coordenadora do MFA e, a 31

de Maio, senta-se no Conselho de Es-

tado, que será substituído pelo Con-

selho da Revolução, a 14 de Março de

1975 e para onde Melo Antunes tran-

sita. Logo nestes primeiros tempos

torna-se incontornável. É ele o nome

que, em Julho de 1974, a Coordena-

dora do MFA propõe como primeiro-

ministro ao Presidente da República,

António de Spínola, quando Palma

Carlos se demite. Spínola rejeita e

escolhe Vasco Gonçalves. (p. 205).

Não será primeiro-ministro, mas

nesse II e no III governos provisó-

rios, Melo Antunes é ministro sem

pasta e com a gestão da descoloni-

zação. Para ele, essa era a priorida-

de do processo de transformação da

sociedade (p. 129) e é ele, por exem-

plo, o obreiro da Cimeira do Alvor (p.

178-184), que estabelece o acordo de

descolonização de Angola.

No III Governo passa a ter também

intervenção na área económica pa-

ra preparar o Programa de Políti-

ca Económica e Social. A comissão

que o elabora é por si presidida e

integra os ministros Rui Vilar, Silva

Lopes, Maria de Lourdes Pintasilgo

e Vítor Constâncio (p. 218). A pres-

são do sector gonçalvista para que

o plano inclua o controlo da econo-

mia é grande. Melo Antunes resiste

à ideia da nacionalização de toda a

banca privada. “O PPES faz azedar

as ‘relações do PCP com Melo Antu-

nes, que passou a ser visto e referi-

do na direcção, e especialmente por

Cunhal, com a reserva e suspeição

habitualmente usadas para com os

adversários’” (p. 233), diz a autora

citando Carlos Brito. O PPES tem já

muitas ideias que surgiram no Do-

cumento dos Nove (p. 247), mas será

ultrapassado pelo 11 de Março.

No IV e no VI governos provisó-

rios, Melo Antunes ocupa a pasta dos

Estrangeiros. “Uma das facetas mais

interessantes do percurso de Ernesto

Melo Antunes é provavelmente a sua

intervenção enquanto ministro dos

Negócios Estrangeiros. Assinale-se

que, mais uma vez, a história não lhe

fez justiça: apesar do seu importan-

tíssimo papel em termos diplomáti-

cos e de defi nição da política exter-

na portuguesa, é sobretudo a Mário

Soares que são atribuídos os méritos

de ter conseguido recolocar o país

na ordem internacional” (p. 271), diz

a investigadora. E acrescenta: “Tal

Em 1974, António de Spínola recusou o nome de Melo Antunes para primeiro-ministro e escolheu Vasco Gonçalves

Page 16: 21 Nov - Público

16 | LOCAL | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012

Seguros só cobrem uma parte dos prejuízos causados pelo tornado

Relatório sobre danos causados pela tempestade, no valor de “alguns milhões”, foi ontem entregue ao Governo pelos autarcas de Silves e Lagoa. Vento deixou polvos em terra e um caiaque numa varanda

MELANIE MAPS

Milhares de pessoas continuam a ajudar a reparar os estragos provocados pelo vento em Lagoa e Silves

Boa parte das marcas do tornado

que passou pelo Algarve no fi nal da

semana passada já se esbateu, com a

ajuda de grupos de voluntários que

se atiram a limpar ruas, remover ár-

vores e reconstruir habitações. Mas

há pessoas que não conseguem dor-

mir sem a ajuda de comprimidos,

e outras que só agora descobriram

que a apólice do seguro da casa não

cobre o recheio.

O ministro adjunto e dos Assuntos

Parlamentares, Miguel Relvas, e o

ministro da Administração Interna,

Miguel Macedo, receberam ontem,

das mãos dos autarcas de Silves e

Lagoa, o relatório preliminar dos

prejuízos, avaliados em milhões

de euros. Deste encontro, em que

participaram também o secretário

de Estado da Administração Local,

Paulo Júlio, o secretário de Esta-

do adjunto da Economia, Almeida

Henriques, e o Secretário de Esta-

do da Solidariedade, Marco Antó-

nio Costa, os autarcas saíram com

a promessa de que o Governo não

deixará de apoiar os respectivos mu-

nicípios e que o assunto será objecto

de uma resolução do Conselho de

Ministros.

A centenas de quilómetros da

sede do Conselho de Ministros, o

jardineiro desempregado Duarte

Ferreira sobe ao cimo do bloco de

apartamentos do empreendimen-

to LagoaSol, para substituir as te-

lhas que o vento levou. “Não sou

pedreiro, mas dou uma ajuda ao

meu irmão – temos de ser uns para

os outros, principalmente nestas

ocasiões.” Estes gestos de solida-

riedade repetem-se um pouco por

toda a área atingida pelo tornado.

Enquanto em Lagoa os prejuízos

incidiram mais nas habitações, em

Silves foram os equipamentos mu-

nicipais e espaços públicos os mais

atingidos.

Os peritos das companhias de se-

guros deixaram, à entrada dos blo-

cos de apartamentos, os números

de telefone de contacto, só que boa

parte dos prejuízos não estão cober-

tos pelas apólices. “A companhia de

seguros só me vai pagar as portas e

janelas, e eu tenho o apartamento

todo destruído”, diz o pescador Ru-

ben Silva. Pelas contas que fez, e os

to”. Os brinquedos da criança, conta

a mãe, “foram encontrados debaixo

de uma fi gueira, e alguns dos móveis

que desapareceram porta fora ainda

não apareceram”.

No posto da GNR, 90 pessoas rela-

taram prejuízos, mas também houve

quem tentasse aproveitar-se da des-

graça alheia. “Registaram-se tenta-

tivas de furto de perfi s de alumínio,

mas actuámos de imediato”, relata

um graduado da GNR, acrescentan-

do que foi “reforçada a vigilância nas

ruas, dia e noite”. Na avaliação da

câmara, os prejuízos de particulares

atingem 1, 127 milhões e a reparação

dos equipamentos públicos vai cus-

tar 350 mil euros.

Ao fundo da rua, no pára-brisas

partido de um carro, está um papel

com um anúncio de alguém que viu

no tornado uma oportunidade de

negócio: “Compro todo o tipo de car-

ros, com ou sem inspecção ou avaria-

dos.” A seguir ao número de telemó-

vel, em letras garrafais, uma informa-

ção complementar: “Pago na hora.”

Com passos lentos, aproxima-se

Albertina Raposo. “Não consigo dor-

mir sem a ajuda de comprimidos”,

desabafa. Desde sexta-feira, a ido-

sa, viúva, passa os dias a reviver a

tragédia. “Pensei que seria o fi m do

mundo”, confi dencia.

Em Silves, a cabeleireira Teresi-

nha está à porta do salão, no rés-

do-chão do complexo de piscinas

municipais que fi cou sem cobertura.

“Estamos abertos, mas não temos

clientes.”

A vida tende a regressar à norma-

lidade. O presidente da Câmara de

Silves, Rogério Pinto, exalta a solida-

riedade dos munícipes: “Formou-se

um cordão humano, telha a telha,

reconstruiu-se o telhado da câma-

ra.” Assim, o que julgava improvável

aconteceu. Os serviços camarários

reabriram, em pleno, na segunda-

feira. O valor dos prejuízos, não con-

cretiza, estão avaliados em “alguns

milhões”. Teresinha foi um dos cer-

ca de mil voluntários envolvidos na

limpeza da cidade. “Encontrei três

polvos, aqui no parque, que vieram

do mar com o vento”, relata, surpre-

endida. E acrescenta: “Tenho uma

cliente que fi cou com um caiaque

no terraço.” No mercado municipal

— um dos edifícios públicos sem co-

bertura — os vendedores temem que

a chuva, prevista para hoje, obrigue

ao encerramento do espaço.

AlgarveIdálio Revez

orçamentos que pediu, pensa que,

para recuperar a casa, vai precisar

dos 15 a 20 mil euros, que não tem.

“Foram-se dez anos de trabalho”,

desabafa.

A mulher, Sandra Grade, funcio-

nária administrativa, viveu sozinha

o momento da passagem do tornado

“Estava em casa, a dar de mamar ao

bebé de três meses.” O outro fi lho,

de quatro anos, estava na escola.

“Enrolei o bebé numa toalha e fugi

para a casa de banho.” As paredes

do apartamento, picadas pelos esti-

lhaços dos vidros, retratam a violên-

cia da tempestade. O apartamento

está ser pago, a prestações, ao ban-

co, “mas o recheio não estava cober-

Page 17: 21 Nov - Público

PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | LOCAL | 17

Breves

Portimão

Assaltou e feriu taxista com gargalo de garrafaA GNR de Portimão deteve ontem um homem que tinha roubado um taxista horas antes, sob ameaça de um gargalo de uma garrafa, ferindo-o numa mão. “O roubo ocorreu na Quinta Nova, em Portimão, cerca das 16h30, com o taxista a ser ameaçado com o gargalo da garrafa encostado ao pescoço. O suspeito foi detido perto das 18h, no terminal rodoviário do Largo do Dique, já na posse de um bilhete de autocarro”, informou o porta-voz do Comando de Faro da GNR.

Apesar da providência cautelar

acolhida pelo tribunal que visa

suspender a medida, a Câmara de

Vila Franca de Xira manteve, na

segunda-feira à noite, a decisão de

despejar as nove famílias residentes

no Lote 1 da Quinta de Santo Ama-

ro. Para a autarquia, outra decisão

“seria gravemente prejudicial para o

interesse público por estar em cau-

sa a segurança de pessoas e bens”,

uma vez que o Laboratório Nacional

de Engenharia Civil (LNEC) alerta

para o risco de desmoronamento

do vizinho Lote 2 e recomenda a

evacuação do Lote 1. Os moradores

disseram ontem à Lusa que rejeitam

ser realojados em bairros sociais e

pagar parte das obras necessárias,

dado que o LNEC atribui à câmara e

outras entidades a responsabilidade

pelos problemas da urbanização.

Câmara insiste na evacuaçãode prédio

Vila Franca de Xira

Um grupo de moradores do Bairro

de Santa Filomena, na Amadora,

cujas habitações foram demolidas

na segunda-feira, esteve ontem à tar-

de, durante cerca de seis horas, no

interior do Instituto da Habitação e

da Reabilitação Urbana (IHRU), em

Lisboa, de onde se recusou a sair

sem falar com o presidente.

Dezanove pessoas, das 22 que fi -

caram ontem sem casa, deslocaram-

se até ao instituto alegando ter con-

tactado o IHRU há seis meses sem

terem, até ontem, obtido qualquer

Moradores desalojados de bairro clandestino ocuparam sede do IHRU

resposta. Acabaram por sair por

volta das 19h30, altura em que ti-

veram acesso ao livro de reclama-

ções, relatou Rita Silva, membro do

Colectivo pelo Direito à Habitação

e à Cidade (Habita). “O presidente

recusou falar connosco e disse que

não era uma competência do IHRU.

No entanto, segundo o meu ponto

de vista, enquanto instituição públi-

ca e governamental, o IHRU tem o

dever de nos receber e acompanhar

o protocolo e toda esta situação”,

afi rmou.

“Quando os serviços fecharam

quiseram expulsar-nos, mas recu-

sámos sair sem assinar o livro de re-

clamações. Aquilo que nos respon-

deram era que não tinham nenhum

livro de reclamações. Acabámos por

fi car mais duas horas à espera que

chegasse um exemplar”, acrescen-

tou a activista.

Ao contrário do que afi rmaram

ao início da tarde, os moradores do

Santa Filomena não passaram a noi-

te em frente ao edifício, mas garan-

tem que continuarão a insistir.

“Daqui a algum tempo é preciso

começar a disponibilizar os átrios de

instituições públicas para dar abrigo

a estas pessoas, a quem são retira-

das as casas”, ironiza Rita Silva. Para

este membro do Habita, o facto de

“a Câmara da Amadora reconhecer

não ter capacidade para resolver os

problemas de toda a gente” é jus-

tamente o motivo pelo qual “deve

suspender os desalojamentos”.

Recusando-se a baixar os braços,

o Habita e os moradores do Bairro

de Santa Filomena prometem agora

tentar contactar o Alto Comissariado

para a Imigração e Diálogo Intercul-

tural e a Segurança Social. Amanhã,

os moradores e o Habita apresentam

uma “carta aberta pelo direito à ha-

bitação”, pelas 15 horas, junto a edi-

fícios devolutos da Avenida Fontes

Pereira de Melo, em Lisboa.

AlmadaLiliana Pascoal Borges

Moradores do Bairro de Santa Filomena foram a Lisboa, exigindo ser recebidos pelo presidente do IHRU

Page 18: 21 Nov - Público

18 | ECONOMIA | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012

Governo arrisca falhar recessão de 3% e meta do défi ce deste ano, avisa UTAO

Técnicos do Parlamento dizem que a execução orçamental não está assegurada e que as receitas fi scais podem ser ainda menores. Últimas estimativas sinalizam que a queda do PIB pode ser mais profunda

MIGUEL MANSO

Vítor Gaspar pode ter muitas surpresas com a execução orçamental até ao final do ano

A derrapagem orçamental deste ano

corre o risco de não fi car por aqui.

Para a Unidade Técnica de Apoio Or-

çamental (UTAO), será difícil atingir

os objectivos de arrecadação das re-

ceitas fi scais, o que compromete a

meta do défi ce de 5% acordada com

a troika. Com mais austeridade a ca-

minho, os técnicos do Parlamento

admitem que o consumo privado

possa afundar mais. Somando a

isso o abrandamento da procura

externa, é a própria previsão de re-

cessão de 3% para este ano que fi ca

em causa.

Os avisos constam do último re-

latório da UTAO sobre os números

da execução orçamental até Setem-

bro, a que o PÚBLICO teve acesso e

que foi distribuído aos deputados

da Assembleia da República. No do-

cumento, os técnicos do Parlamen-

to responsáveis por acompanhar as

contas públicas concluem que “não

se encontra assegurado o cumpri-

mento da nova meta nominal para

o défi ce de 2012”.

A principal ameaça vem, uma vez

mais, das receitas fi scais. Apesar de

o Governo ter revisto recentemente

em baixa as previsões para os im-

postos, a UTAO diz que as estima-

tivas actuais continuam a encerrar

“riscos não negligenciáveis”.

Até Setembro, a quebra da receita

fi scal da Administração Central e da

Segurança Social ascendeu a 1349

milhões de euros, em termos ajus-

tados. Ou seja, para que se cumpra

a nova estimativa, seria necessário

que o Estado aumentasse em 509

milhões a receita fi scal no último

trimestre.

A UTAO admite que poderá haver

alguma recuperação, na sequência

das medidas recentemente anun-

ciadas pelo ministro das Finanças,

Vítor Gaspar — o chamado “pacote

fi scal”, que inclui um aumento da

tributação sobre imóveis de ele-

vado valor e sobre os rendimen-

tos de capital. Contudo, dizem os

técnicos parlamentares, “não será

de excluir a possibilidade de que o

anúncio das linhas gerais do referido

pacote, bem como de medidas de

consolidação orçamental para o ano

de 2013, possa vir a gerar um efei-

to de maior retracção do consumo

Do mesmo modo, o Governo tem

afi rmado que a contracção do PIB

fi cará em linha com o previsto: 3%.

Para o executivo, a derrapagem or-

çamental não se deve a uma reces-

são maior do que o esperado mas

sim a uma diferente composição

da actividade económica: o con-

sumo privado (mais taxado) afun-

dou mais, enquanto as exportações

(menos taxadas) caíram menos, o

que teve impacto negativo nas re-

ceitas fi scais.

Contudo, agora é também a esti-

mativa económica do Governo para

este ano que está a ser posta em cau-

sa. A UTAO pega nos cálculos mais

recentes do Gabinete de Estudos e

Estratégia do Ministério da Econo-

mia e do Emprego, que aponta para

que, entre Janeiro e Setembro, o PIB

tenha recuado já 3%. Mas, segundo

os últimos dados do Instituto Nacio-

nal de Estatística (INE), no último

trimestre a economia caiu 3,4% em

termos homólogos. “A manter-se,

no último trimestre, o mesmo ritmo

de variação do terceiro trimestre, a

contracção do PIB em 2012 será li-

geiramente superior à estimada no

âmbito do Orçamento do Estado de

2013”, avisa a UTAO.

É que, além de a queda do con-

sumo privado poder vir a revelar-se

maior — com as famílias a retraírem

os gastos na expectativa de mais aus-

teridade em 2013 —, a procura ex-

terna dá sinais de estar a abrandar.

As últimas estatísticas do comércio

internacional do INE mostram um

recuo de 6,5% nas vendas ao exte-

rior em Setembro, naquela que é a

primeira queda homóloga dos úl-

timos três anos. A contribuir para

isso está a crise na zona euro, mas

também a greve nos portos nacio-

nais, que afecta o comércio extra-

comunitário.

Finanças públicasAna Rita Faria

por parte dos agentes económicos”.

E, a acontecer, tal “condicionará o

cumprimento da nova estimativa”,

conclui a UTAO.

A derrapagem nas receitas fi s-

cais e nas contas da Segurança

Social (devido ao aumento do de-

semprego) já provocou um desvio

orçamental este ano, obrigando o

Governo a rever as metas do défi ce

com a troika (de 4,5% para 5%) e a

tomar novamente medidas tempo-

rárias para cumprir os objectivos,

como a concessão da ANA — uma

operação que está ainda pendente

de luz verde do Eurostat.

Contudo, ainda esta terça-feira,

na apresentação das conclusões da

sexta avaliação da troika, Vítor Gas-

par voltou a garantir que o défi ce de

5% previsto para este ano será cum-

prido, não estando contempladas

quaisquer receitas e medidas adi-

cionais.

5%Governo garante que vai cumprir a meta do défice de 5% acordada com a troika para este ano. Mas a UTAO ainda vê riscos de desvio nas receitas fiscais

-6,5%Exportações nacionais recuaram 6,5% em Setembro, acentuando os receios de que o único motor da economia esteja a perder força

Page 19: 21 Nov - Público

PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | ECONOMIA | 19

“Chegou-se a esta dívida porque os portugueses andaram distraídos”João SalgueiroEconomista

O Governo bem tem lembrado aos

jovens portugueses as vantagens de

emigrar, mas, para o Fundo Mone-

tário Internacional (FMI), as vanta-

gens podem rapidamente conver-

ter-se num risco para o país. E que

será difícil de reverter. Sinalizando o

sucesso do programa de ajustamen-

to e a necessidade de Portugal não

abrandar nas reformas estruturais,

a instituição admite que a retoma

possa ser demasiado lenta para con-

seguir baixar o elevado nível de de-

semprego. E isto empurraria ainda

mais para fora do país uma geração

jovem e qualifi cada.

O FMI deixou ontem estes aler-

tas nas conclusões da sua avaliação

a Portugal feita ao abrigo do Arti-

go IV (um processo de consultas

periódicas aos Estados-membros).

“Um risco de médio prazo é que o

crescimento recupere demasiado

lentamente para ter um impacto

signifi cativo no elevado desempre-

go, desencadeando a emigração de

trabalhadores jovens e qualifi cados,

que poderá ser difícil reverter”, avi-

sa.

No seu último boletim económi-

co, o Banco de Portugal já tinha aler-

tado para este risco, dizendo que

a contracção da população activa,

sobretudo se afectar trabalhadores

com qualifi cações mais elevadas,

pode colocar em risco a capacidade

de crescimento da economia portu-

guesa no médio prazo.

A isto, o FMI junta ainda outro

aviso: no longo prazo, Portugal tem

de fazer mais para melhorar os seus

níveis de educação, que são baixos

quando comparados com os prin-

cipais parceiros comerciais e con-

correntes.

O essencial, defende a institui-

ção liderada por Christine Lagarde

e que integra a chamada troika, é

que Portugal não abrande o ritmo de

reformas e mantenha esse esforço

além do horizonte do programa de

ajuda externa. “Desta vez, Portugal

precisa de resistir à complacência

prematura para com as reformas,

que colocou a economia em apu-

ros”, recorda.

Nas conclusões sobre a economia

nacional, o FMI volta a louvar o “es-

forço de política impressionante”

FMI teme que retoma lenta conduza a fuga irreversível de jovens qualificados

que o Governo fez para “reverter os

desequilíbrios acumulados e travar

a crise” e insiste na necessidade de o

Governo não abandonar o caminho

do ajustamento.

Isto implica, do lado da despesa,

uma “racionalização adicional dos

salários e do emprego no sector

público”, bem como reformas nas

pensões e outras transferências so-

ciais, diz o FMI. O objectivo é fazer

Ana Rita Fariaa reforma das funções do Estado,

criando “serviços públicos mais efi -

cientes e uma redistribuição mais

equitativa”.

Já do lado da receita, a instituição

é taxativa: será difícil baixar impos-

tos em Portugal nos próximos anos.

Ainda assim, o FMI considera que

há margem para simplifi car o siste-

ma fi scal e torná-lo mais amigo do

investimento e do crescimento. Re-

centemente, o Governo anunciou

a intenção de reduzir a taxa de IRC

cobrada às empresas. O conselho

deixado ontem pelo FMI é que o

executivo compense esse corte no

imposto com uma nova revisão dos

benefícios fi scais, limitando-os nal-

gumas áreas e criando mais incen-

tivos dirigidos ao sector de bens

transaccionáveis (passíveis de ex-

portação).Christine Lagarde

Page 20: 21 Nov - Público

20 | ECONOMIA | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012

O fundo de socorro do euro (co-

nhecido pela sigla EFSF) anunciou

ontem o adiamento de uma emis-

são de dívida de longo prazo (três

anos) na sequência do corte do ra-

ting da dívida pública de França pela

Moody’s.

Anteontem à noite, a agência de

notação fi nanceira revelou ter reti-

rado à França o chamado triplo A,

a classifi cação máxima de Aaa. A

segunda maior economia da zona

euro foi, assim, relegada para uma

notação de Aa1, a segunda na esca-

lara da Moody’s.

A emissão do EFSF tinha uma no-

tação triplo A, porque os Estados que

garantem as suas operações (Alema-

nha, França, Luxemburgo, Finlân-

dia, Holanda e Áustria) tinham todos

a classifi cação mais elevada. Com o

corte da notação francesa, esta con-

dição técnica deixa de existir. A op-

ção é reduzir a notação da emissão,

o que se traduz no pagamento de

juros mais elevados, ou esperar que

a França recupera o triplo A.

A Moody’s foi a segunda agência

de notação a retirar a classifi cação

mais elevada à dívida francesa, de-

pois de a Standard & Poor’s ter re-

alizado idêntico corte. A Moody’s

mantém a perspectiva negativa

sobre a segunda maior economia

da zona euro, o que signifi ca que

deverá iniciar em breve um novo

processo para a revisão em baixa

da nota de risco.

O ministro das Finanças francês,

Pierre Moscovici, reagiu de imedia-

to, dizendo que a França “ainda es-

tá bem classifi cada”. “Esta decisão

respeita à situação deixada pelos

nossos predecessores: perda de

competitividade, crescimento fraco,

défi ce crescente”, disse à agência

France-Press.

A Moody’s justifi ca esta decisão

por considerar que a perspectiva

de crescimento de longo prazo da

economia francesa foi afectada ne-

gativamente por múltiplos desafi os

estruturais, incluindo uma “perda

sustentada de competitividade” e a

“rigidez dos mercados de trabalho,

bens e serviços”.

Corte no rating de França afecta o EFSF

DívidaJosé Manuel Rocha e Paulo Madeira

O fundo de socorro do euro foi obrigado a adiar emissão de dívida, após a Moody’s ter cortado a notação gaulesa

O braço-de-ferro entre a zona euro

e o Fundo Monetário Internacional

(FMI) sobre a forma de reduzir a dí-

vida pública da Grécia continuou

ontem a arrastar-se, pondo em dú-

vida a continuação do programa de

assistência fi nanceira externa e, em

última análise, a permanência do pa-

ís na moeda única europeia.

O tema voltou a dominar uma

reunião dos ministros das Finanças

do euro, a segunda dedicada a esta

questão no prazo de uma semana,

a que se juntou Christine Lagarde,

directora-geral do FMI, e Mario Dra-

ghi, presidente do Banco Central Eu-

ropeu (BCE).

O encontro, que se arrastou pela

noite fora, tinha como principal ob-

jectivo libertar uma parte do segundo

empréstimo da zona euro e do FMI

a Atenas, no valor total de 44 mil mi-

lhões de euros, para permitir ao país

evitar a falência nas próximas sema-

nas. Este montante destina-se a cobrir

a totalidade da ajuda necessária para

assegurar o fi nanciamento da Grécia

durante o segundo semestre deste

ano. O seu desembolso está suspenso

desde Junho devido à crise política in-

terna grega, entretanto ultrapassada,

a par da derrapagem do programa de

ajustamento associado à ajuda por

causa de uma recessão económica

mais severa do que o previsto.

À chegada à reunião, vários minis-

tros mostraram-se optimistas sobre

a possibilidade de conseguirem um

acordo tanto sobre o fi nanciamento

imediato do país como sobre a for-

ma de garantir a sustentabilidade da

sua dívida. “A Grécia tem feito mui-

tos esforços [em termos de reformas

económicas] e chegou o momento de

decidirmos como concretizar o nos-

so apoio”, afi rmou o ministro belga

das fi nanças, Steven Vanackere.

Outros, como a fi nlandesa Jutta Ur-

pilainen, mostraram-se em contra-

partida cépticos sobre a possibilida-

de de um acordo. “Não tenho de todo

a certeza de que o conseguiremos.

Precisamos de mais informações an-

tes de podermos tomar uma decisão,

por isso a situação ainda está muito

aberta.”

Zona euro e FMI chocam sobre redução da dívida da Grécia

As questões são suscitadas sobre-

tudo pelo FMI, que fi nancia um terço

da ajuda internacional à Grécia, mas

tem a continuação da sua participa-

ção em questão devido às dúvidas

que planam sobre a capacidade de

Atenas reduzir a dívida pública de

190% do PIB previstos em 2014 para

120% em 2020.

Este objectivo, considerado o va-

lor que garante a sustentabilidade

da dívida e, consequentemente, o

seu reembolso, fi cou acordado no

início do ano no quadro do segun-

do programa de ajuda ao país. Seis

meses depois, o seu cumprimento é

considerado totalmente irrealista por

causa da derrapagem do programa

de ajustamento. Um relatório da troi-

ka de credores internacionais (zona

euro, BCE e FMI), que constitui a ba-

se dos debates, coloca a dívida grega

em 2020, no cenário mais favorável,

acima dos 140% do PIB.

Esta constatação levou os minis-

tros das Finanças do euro a ponde-

rar, há uma semana, a possibilidade

de conceder ao país mais dois anos,

até 2022, para alcançar os 120%.

O FMI, cujas regras só permitem

fi nanciar países solventes e com dí-

vidas sustentáveis, insiste pelo con-

trário no cumprimento da data ini-

cialmente prevista.

Para permitir o cumprimento des-

te objectivo, a instituição defende

que os Governos do euro deverão

Crise da dívidaIsabel Arriaga e Cunha, BruxelasSegunda reunião dos ministros das Finanças da zona euro para libertar 44 mil milhões de euros arrastou-se pela noite fora

YVES HERMAN/REUTERS

O ministro grego das Finanças (segundo à direita na foto) à conversa com Rehn e Juncker

euros dos dois programas de ajuda

previstos desde Maio de 2010, os 17

do euro têm em estudo um vasto le-

que de medidas destinadas a redu-

zir os encargos de Atenas. As ideias

incluem a redução das taxas de juro

dos empréstimos bilaterais do pri-

meiro programa de ajuda, fi xadas

em 1,5 pontos percentuais acima

do preço de custo, a duplicação do

período de carência (antes do início

do reembolso dos empréstimos) de

10 para 20 anos (2032) e o prolonga-

mento do prazo de reembolso dos

mesmos.

Se se limitarem aos empréstimos

do primeiro programa de ajuda, de

carácter bilateral, estas concessões

não terão, à partida, de ser estendi-

das a Portugal e à Irlanda, os outros

dois países sob assistência fi nancei-

ra externa. Se, em contrapartida, as

concessões se aplicarem igualmente

aos empréstimos do segundo pro-

grama, que, como o português e ir-

landês, é fi nanciado pelo fundo de

socorro do euro (EFSF), as medidas

terão de ser estendidas a Lisboa e

Dublin.

Outras medidas em estudo pode-

rão incluir a concessão de emprésti-

mos do fundo do euro para Atenas

comprar uma parte da dívida pública

reestruturada detida pelos credores

privados, e que está a ser transac-

cionada a preços próximos dos

25% do valor facial dos títulos.

seguir os passos dos credores priva-

dos e perdoar uma parte da dívida

grega na sua posse de modo a reduzir

o respectivo serviço, o que estes, por

enquanto, recusam.

As dúvidas do FMI incluem igual-

mente o outro prazo de dois anos

adicionais que os Dezassete decidi-

ram conceder à Grécia, de 2014 pa-

ra 2016, para cumprir as metas de

redução do défi ce. A adição de dois

anos ao programa gera um buraco de

fi nanciamento do país calculado em

33 mil milhões de euros, que Atenas

não conseguirá obter no mercado.

Como não querem aumentar os

empréstimos de 240 mil milhões de

“O Governo grego já fez aquilo que tinha de fazer para que seja possível um acordo com os parceiros internacionais”Jean-Claude JunckerLíder do Eurogrupo

Page 21: 21 Nov - Público

PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | ECONOMIA | 21

Breves

Paralisação

Estivadores e operadores dos portos sem acordoTerminou sem acordo a reunião que ontem juntou estivadores e operadores portuários para definir os serviços mínimos a serem cumpridos nos portos em paralisação parcial até 5 de Dezembro, soube o PÚBLICO. Como aconteceu com a greve que vai até 28 de Novembro, o Governo deverá decretar, de forma unilateral, o quadro de tarefas que os trabalhadores dos portos estão obrigados a realizar. Muitas exportadoras têm-se queixado dos prejuízos gerados pela greve.

Depois de anos a crescer consecuti-

vamente, a produção no olival para

azeite deverá descer este ano para

1133 quilos por hectare, uma quebra

de 25% face à campanha de 2011.

As condições de seca meteoroló-

gica afectaram a produtividade dos

olivais em todas as principais regi-

ões produtoras e, de acordo com as

estimativas do INE, publicadas on-

tem, esta será a primeira vez desde

2007 que se inverte a tendência de

aumento da produção.

Na prática, a produtividade da

Produtividade do olival cai 25% e pela primeira vez nos últimos cinco anos

azeitona para azeite caiu de 1511 qui-

los por hectare em 2011 para 1133

em 2012. É o valor mais baixo des-

de 2009, ano em que a campanha

gerou 1232 quilos por hectare. Nas

azeitonas de mesa, a tendência de

quebra mantém-se: menos 25% este

ano em comparação com 2011.

De acordo com as previsões agrí-

colas do INE, nos olivais tradicionais

de sequeiro os “decréscimos foram

mais acentuados” devido à seca.

Além disso, as “elevadas amplitudes

térmicas e os ventos fortes que se

que se fi zeram sentir ao longo do ci-

clo produtivo condicionaram a fl ora-

ção e o vingamento das azeitonas”,

lê-se no relatório do instituto.

Nos olivais mais modernos, co-

mo os que nos últimos anos têm

sido plantados no Alentejo, os sis-

temas de rega conseguiram mitigar

as condições adversas e não se sen-

tiram os efeitos das ondas de calor

de Junho, Julho e Agosto. Assim, o

AgriculturaAna Rute Silva

Seca afectou produção de azeite em todas as regiões produtoras, sobretudo as de olival mais tradicional. Preços deverão subir

rendimento unitário da azeitona

deverá cair 25%.

Os dados ontem divulgados con-

trariam uma tendência de aumento

da produção de azeite, conseguida

graças ao investimento no olival que

tem sido feito nos últimos anos e que

está a ter efeitos práticos na balan-

ça comercial (pela primeira vez tem

saldo positivo). De acordo com a Ca-

sa do Azeite, Associação do Azeite

de Portugal, na última campanha

foram produzidas 76.203 toneladas,

o valor mais alto desde os anos 1967

e 1968. Entre Janeiro e Agosto deste

ano, as vendas internacionais dis-

pararam 40% em comparação com

o período homólogo de 2011. E já

valem mais de 161 milhões de euros.

Este foi também o melhor resultado

de sempre, 88% superior às vendas

para o estrangeiro atingidas, por

exemplo, em 2006.

Com o aumento da produção, o

preço do azeite desceu e, em con-

sequência, subiram as vendas deste

produto nas prateleiras dos super-

mercados.

Dados da Nielsen, citados pela Ca-

sa do Azeite, mostram que o volu-

me de vendas aumentou 3,4% entre

2010 e 2011. O ano passado consumi-

ram-se 82 mil toneladas de azeite e

espera-se que o valor aumente para

as 91 mil até 2020.

A associação já admitiu que com

as quebras de produção, agora esti-

madas também pelo INE, os preços

devem aumentar.

1133Produção de azeitona para azeite deve descer 25% este ano, para 1133 quilos por hectare, o valor mais baixo desde 2009, estima o INE

Page 22: 21 Nov - Público

22 | ECONOMIA | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012

A ideia anteontem apresentada pelo

ministro das Finanças, Vítor Gaspar

— de repensar o modelo de organiza-

ção e duração do tempo de trabalho

na função pública — é criticada pelos

sindicatos, que rejeitam um eventual

alargamento de horário de trabalho

para as 40 horas semanais. “A me-

dida não faz qualquer sentido face

ao desemprego existente no país”,

argumenta Bettencourt Picanço,

presidente do Sindicato dos Quadros

Técnicos do Estado (STE).

Ana Avoila, coordenadora da Fren-

te Comum, diz que não se surpre-

ende com esta proposta, mas realça

que ela “nada tem a ver com o com-

bate ao défi ce”. “O objectivo é retirar

direitos. Não aceitamos que queriam

alterar os horários de trabalho na

função pública”, desafi a.

Ana Avoila receia que, ao contrário

do que prevê o acordo assinado com

os médicos em Outubro, o aumento

do horário de trabalho na restante

função pública “não seja acompa-

nhado da remuneração correspon-

dente”.

Anteontem, na conferência de im-

prensa a propósito da sexta avaliação

do programa de ajustamento portu-

guês, o ministro das Finanças desta-

cou a necessidade de “continuar a

melhorar a gestão dos recursos pú-

blicos e reformar as políticas e instru-

mentos de gestão”, nomeadamente

Sindicatos da função pública rejeitam horário de trabalho de 40 horas

“a organização do tempo de trabalho

na Administração Pública”.

O secretário de Estado da Admi-

nistração Pública, Hélder Rosalino,

esclareceu depois que se trata de re-

pensar o “modelo de organização e

duração do tempo de trabalho em

linha com algumas experiências que

estão já a ser implementadas”. Deu

como exemplo o acordo celebrado

em Outubro com os médicos, que

prevê o alargamento do horário se-

manal das 35 para as 40 horas, com

a devida compensação salarial. Es-

ta medida, segundo o Governo, terá

implicações na redução da despesa

com horas extraordinárias destes

profi ssionais.

O tema esteve em cima da mesa

nas reuniões entre o Governo e os

técnicos da troika durante a prepa-

ração da quinta avaliação, tal como o

PÚBLICO noticiou na edição de 10 de

Outubro, com o objectivo de conter

as despesas com trabalho extraordi-

nário e aumentar a produtividade.

Contudo, a ideia gerou polémica

dentro do executivo e acabou por

ser posta de lado.

O Governo anunciou ainda altera-

ções na lei da mobilidade especial

(quadro de excedentários), nomea-

damente o alargamento a carreiras

que actualmente não estão abrangi-

das, como os professores, os médi-

cos, ou os trabalhadores dos EPE, e a

redução dos incentivos à permanên-

cia nesta situação. Sem esclarecer de

que forma pretende fazer isso, este

alargamento entra em contradição

com o que foi dito pelo secretário

de Estado da Administração Pública

durante a negociação de um pacote

de alterações à legislação laboral da

função pública, que se comprometeu

a reduzir substancialmente o quadro

de excedentários.

Estado Raquel Martins

A ideia do Governo é alvo de críticas. “São mudanças que nada têm a ver com o défice”, diz Ana Avoila, da Frente Comum

MARIO AUGUSTO CARNEIRO

Estado quer ainda mexer na mobilidade especial

RITA BALEIA

Proposta do ministro Mota Soares bem recebida na concertação

O Governo quer garantir que “já em

Janeiro” os trabalhadores do sector

privado vão receber pelo menos um

dos subsídios distribuído pelos 12 me-

ses, à semelhança do que acontecerá

com os funcionários públicos. Mas

para isso, terá que alterar a legisla-

ção laboral.

“Foi estabelecido o compromisso

do Governo com os parceiros sociais

de iniciarmos um diálogo que permi-

ta já em 2013 poder fazer a divisão do

subsídio de férias ou do subsídio de

Natal ao longo dos 12 meses, de for-

ma a garantir que já em Janeiro não

exista uma diminuição do salário lí-

quido das famílias em Portugal e para

garantir também que na tesouraria

das empresas não há picos de paga-

mentos”, anunciou ontem o minis-

tro da Segurança e da Solidariedade

Social. Pedro Mota Soares falava no

fi nal de uma reunião com os parcei-

ros sociais, mas não adiantou se isso

seria obrigatório ou facultativo.

O objectivo da medida seria redu-

zir o impacto do aumento da carga

fi scal no rendimento mensal das fa-

mílias, embora no fi nal do ano aca-

bem por sentir os efeitos do aumento

dos impostos previstos no Orçamen-

to do Estado para 2013, e benefi ciar

as empresas que pagam estes subsí-

dios de forma diluída.

Pedro Botelho Gomes, especialis-

ta em direito do trabalho da JPAB,

lembra que algumas convenções

colectivas e acordos de empresa já

estabelecem o pagamento dos sub-

sídios de férias em duodécimos. Mas

para que a regra se estenda à gene-

ralidade das empresas, defende, tem

que haver uma alteração ao Código

do Trabalho.O advogado considera

que esta solução faz sentido porque

“permite diluir o esforço de tesou-

raria das empresas ao longo do ano”

e, ao mesmo tempo, “o orçamento

mensal das famílias terá um pequeno

acréscimo”.

Também o advogado António Gar-

cia Pereira considera que “se quiser

estabelecer esse sistema o Governo

terá que apresentar um projecto de

diploma, que terá que ser colocado à

discussão pública”. Até porque Garcia

Pereira entende que o Código do Tra-

Pagamento dos subsídios ao longo do ano obrigará Governo a mudar lei do trabalho

nio Carlos, dirigente da Intersindi-

cal, considera que “o pagamento em

duodécimos põe em causa a actua-

lização anual dos salários”. “Vamos

ter mais um ano de recessão e esta

medida [ontem anunciada] é uma

forma de iludir a opinião pública”,

argumentou.

O secretário-geral da UGT, João

Proença, frisou que “nada está ain-

da defi nido”, mas entende tratar-se

de “uma medida correcta”. Proença

acrescentou uma outra hipótese que

poderia passar pela diluição de me-

tade do subsídio de férias e de me-

tade do subsídio de Natal ao longo

do ano.

Do lado das empresas, uma medi-

da desta natureza é bem recebida.

João Vieira Lopes, presidente da Con-

federação do Comércio e Serviços de

Portugal (CCP), frisa que a maioria

das empresas é favorável a esta medi-

da, principalmente numa altura em

que muitas atravessam problemas de

tesouraria e difi culdades de acesso

ao crédito.

balho em vigor não permite a reparti-

ção dos subsídios de férias e de Natal

pelos 12 meses do ano e tem dúvidas

de que as convenções colectivas que

assim estabelecem sejam legais.

“A lei prevê que se trata de uma

prestação anual paga numa determi-

nada época do ano, antes do período

de férias [no caso do subsídio de fé-

rias] e até 15 de Dezembro [no caso

do subsídio de Natal]”, defende.

De todas as formas, e caso o Gover-

no e os parceiros sociais cheguem a

acordo sobre o pagamento de um ou

parte dos subsídios em duodécimos,

a alteração à lei terá que passar por

várias fases que difi cultarão a sua

entrada em vigor logo no início do

ano. É que as alterações à legislação

laboral têm que passar por uma fa-

se de discussão pública antes de se-

rem aprovadas pela Assembleia da

República.

O anúncio feito pelo ministro no

fi nal de uma reunião da concertação

social tem o acordo genérico dos par-

ceiros à excepção da CGTP. Armé-

Trabalho Raquel Martins

Embora alguns contratos já permitam os duodécimos, a aplicação da regra terá que passar por uma alteração ao Código do Trabalho

Page 23: 21 Nov - Público

PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | ECONOMIA | 23

Bolsas

PSI-20 Última Sessão Performance (%)Nome da Empresa Var% Fecho Volume Abertura Máximo Mínimo 5 dias 2012

PSI 20 INDEX 0,48 5271,770 103578355 5236,120 5279,680 5202,480 -0,9 -4,05ALTRI SGPS SA -0,07 1,369 3037777 1,375 1,378 1,352 -2,56 14,08BANCO BPI SA -0,74 0,801 486675 0,792 0,809 0,790 -2,65 70,17BCP -1,43 0,069 75475463 0,069 0,071 0,068 -1,41 -21,66BES 0 0,750 16773961 0,747 0,750 0,723 -5,3 -7,87BANIF-SGPS -2,24 0,131 252977 0,132 0,132 0,130 -2,9 -61,47COFINA SGPS 1,5 0,405 33330 0,400 0,405 0,385 0 -46,71EDP 0 1,940 2496752 1,939 1,949 1,916 -1,67 -18,86EDP RENOVAVEIS 0,11 3,756 300699 3,759 3,777 3,705 -1,78 -20,56ES FINANCIAL 0,75 5,340 8828 5,337 5,340 5,291 -1,12 3,69GALP ENERGIA 1,59 12,445 1153010 12,250 12,475 12,195 1,91 9,36J MARTINS SGPS 1,55 14,075 418697 13,810 14,100 13,770 1,02 10,05MOTA ENGIL 0,66 1,364 109851 1,356 1,378 1,338 3,51 31,79PT -0,06 3,633 1230468 3,639 3,653 3,594 -3,79 -18,36PORTUCEL -0,52 2,090 117245 2,109 2,109 2,080 -0,33 13,65REN 0,2 1,995 68778 1,995 1,995 1,982 0,15 -5,45SEMAPA 0,86 5,179 13032 5,138 5,179 5,078 -3,26 -3,56SONAECOM SGPS -0,57 1,400 59732 1,391 1,407 1,389 0,36 15,23SONAE IND. -5,34 0,443 733954 0,470 0,470 0,440 -5,65 -30,24SONAE -0,17 0,581 661049 0,571 0,581 0,571 1,75 26,58ZON MULTIMEDIA 0,2 2,566 146077 2,546 2,575 2,511 1,31 10,51

O DIA NOS MERCADOS

AcçõesPSI20Euro Stoxx 50

Variação dos índices face à sessão anterior

Divisas Valor por euro

Diário de bolsa

Dinheiro, activos e dívida

Preço do barril de petróleo e da onça, em dólares

MercadoriasPetróleoOuro

ObrigaçõesOT 2 anosOT 10 anos

Taxas de juro Euribor 3 mesesEuribor 6 meses

Euribor 6 meses

Portugal PSI20

Últimos 3 meses

Últimos 3 meses

Obrigações 10 anos

Mais Transaccionadas Volume

Variação

Variação

Melhores

Piores

Últimos 3 meses

Últimos 3 meses

Europa Euro Stoxx 50

BCP 75.475.463BES 16.773.961ALTRI SGPS SA 3.037.777EDP 2.496.752PT 1.230.468

Galp Energia 1,59%J Martins Sgps 1,55%Cofina Sgps 1,5%

Sonae Indústria -5,34%Banif-sgps -2,24%BCP -1,43%

Euro/DólarEuro/LibraEuro/IeneEuro/RealEuro/Franco Suíço

7,00

7,75

8,50

9,25

10,00

1,27990,804

104,542,66181,2042

0,19%0,352%

110,091722,71

5,039%8,219%

0,48%0,58%

2350

2425

2500

2575

2650

4700

4900

5100

5300

5500

0,250

0,375

0,500

0,625

0,750

Mais de metade das empresas por-

tuguesas cotadas em bolsa não cum-

prem as melhores práticas, sobretu-

do porque mantêm uma disparidade

de salários entre administradores e

colaboradores, revelou ontem a De-

co, com base num estudo sobre go-

verno das sociedades. “Em Portugal,

continua-se a pagar aos dirigentes o

equivalente ao seu peso em ouro”,

refere a associação Deco na revista

Proteste, ontem publicada.

Segundo a mesma fonte, a Portu-

gal Telecom é “o caso extremo”, já

Mais de metade das cotadas mantêm disparidades salariais entre gestores e funcionários

refere que a avaliação das empresas

nestes trâmites “continuam modes-

tos”, situando-se, em média, nos cin-

co pontos de um total de dez.

As melhores cotadas nesta análise

foram o BES e a Martifer, embora a

revista sublinhe que “nenhuma sa-

tisfaz completamente”, enquanto a

PT, a REN e o Banco BPI fi caram no

fundo da tabela por, “entre outras ra-

zões, limitarem o direito de voto dos

accionistas”. Galp Energia, Sonae e

BES conseguiram melhorar as suas

classifi cações face aos resultados do

ano passado, adianta a Deco.

A Deco avança com um conjunto

de propostas para proteger os inves-

tidores, defendendo, por exemplo,

que os conselhos de administração

devem ser compostos por uma maio-

ria de membros independentes e que

as remunerações e prémios devem

ser sempre aprovados em assembleia

geral de accionistas.

que, no ano passado, “o salário do

presidente executivo [Zeinal Bava]

superava em 128 vezes o rendimento

médio dos colaboradores”.

O estudo, realizado este mês pela

revista, avalia o governo das socieda-

des com base em três pilares: a trans-

parência das empresas (que inclui a

remuneração dos administradores),

os direitos dos accionistas e o funcio-

namento da administração.

A conclusão da análise aponta

ainda a Jerónimo Martins, dona do

Pingo Doce, e a Sonae, que detém o

Continente e o PÚBLICO, como ou-

tras das empresas cuja disparidade

de remunerações contribuiu para o

chumbo na avaliação. No caso da Je-

rónimo Martins, os salários dos admi-

nistradores representam 104 vezes os

dos colaboradores, enquanto o rácio

na Sonae é de 72 vezes.

O estudo — que avaliou 374 empre-

sas, 30 das quais cotadas em bolsa —

Bolsa

Estudo da Deco mostra que há casos em que o salário do presidente é mais de cem vezes superior ao de um trabalhador

Nova Loja PúblicoA partir do dia 26 de Novembro, terá um novo espaço ao seu dispor, na seguinte morada:

Edifício Diogo Cão - Doca de Alcântara Norte,1350-352 Lisboa (Junto ao Blues Café e Museu do Oriente)

Informamos ainda, que a loja Público Viriato se encontra encerrada.Até dia 26, caso queira adquirir algum produto, poderá dirigir-se à Loja Público Colombo.

Page 24: 21 Nov - Público

24 | MUNDO | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012

Milhares de reservistas israelitas continuavam ontem junto às principais entradas do território da Faixa de Ga

Destruição em Gaza num dia que foi de guerra e de intensas negociações

Hamas anunciou trégua mas Israel disse que “ainda não chegámos lá”

O Presidente do Egipto, Moha-

med Morsi, tinha prometido uma

trégua na terça-feira para “acabar

com a farsa da agressão israelita na

Faixa de Gaza”, e ao fi nal da tarde

de ontem era anunciado no Cairo

um “acordo de princípio” para um

cessar-fogo entre Israel e o Hamas,

que estava ainda a ser ultimado para

poder entrar em vigor à meia-noite

(hora local, 22h em Portugal).

“O acordo está feito”, garantiu

um dos mediadores, ao convocar os

jornalistas para uma conferência de

imprensa conjunta dos negociado-

res egípcios e dos representantes do

Hamas e da Jihad Islâmica. “A tré-

gua será declarada às nove da noite

e entrará em vigor à meia-noite”,

confi rmou à Reuters o porta-voz do

Hamas no Cairo, Ayman Taha.

Em declarações à BBC, o porta-

voz do Governo de Israel mostrava-

se surpreendido. “Estamos a traba-

lhar com o entendimento de conse-

guir um cessar-fogo. Mas ainda não

chegámos lá. A bola ainda está em

movimento”, disse Mark Regev. Pou-

co depois, dirigentes de topo citados

sob anonimato pelo jornal Haaretz

desmentiam a existência de um

compromisso: “Israel não aceitou

nenhuns pontos de nenhum rascu-

nho de cessar-fogo”, reportou.

Aparentemente, os termos do

acordo entre as duas partes ain-

da não estavam fechados quando

o princípio de compromisso foi

anunciado no Cairo. Segundo a Al-

Jazira, o rascunho estabelecia o fi m

do lançamento de rockets de Gaza

para Israel e da campanha de assas-

sínios selectivos de alvos palestinia-

nos pelas forças hebraicas. Um dos

pontos por acertar teria a ver com a

abertura das fronteiras de Gaza, que

vive sob bloqueio desde a chegada

do Hamas ao poder em 2007.

Durante o dia, enquanto se inten-

sifi cavam as negociações diplomá-

ticas na capital egípcia, a realidade

militar no terreno contradizia a

hipótese de uma resolução breve

para o confl ito. As forças israelitas

prosseguiam os bombardeamentos

Os bombardeamentos contra Gaza e os ataques com rockets a Israel prosseguiram ontem, enquanto se negociava um cessar-fogo no Cairo

sobre Gaza e os militantes do Ha-

mas mantinham os ataques de ro-

ckets e morteiros para o outro lado

da fronteira: um edifício residencial

em Rishon Lezion, a sul de Telavive,

foi atingido por um míssil palesti-

niano minutos depois de ter sido

anunciado o acordo para a trégua.

Ao longo do dia, terão sido dispara-

dos 147 rockets — 94 explodiram em

Israel e 51 foram interceptados pelo

escudo antimíssil de Israel. Um sol-

dado e um civil morreram no fogo

de morteiros que atingiu Eshkol.

Na resposta, as forças hebraicas

bombardearam 100 alvos na Fai-

xa de Gaza, entre os quais a sede

do banco criado pelo Hamas para

tornear as difi culdades de fi nan-

ciamento da economia local. Os

números avançados pelo Ministé-

rio da Saúde de Gaza apontavam

18 mortos durante o dia, incluindo

três crianças e dois jornalistas da

al-Aqsa TV, dirigida pelo Hamas, e

cujo veículo foi atingido por uma

bomba. Numa semana de confl ito,

morreram 126 palestinianos e mais

de mil fi caram feridos.

ÊxodoO pânico instalou-se na Faixa de Ga-

za mal começaram a circular panfl e-

tos das forças israelitas avisando as

populações de uma dezena de loca-

lidades no Norte que deviam “aban-

donar as suas casas imediatamente”

e buscar refúgio no centro de Gaza.

“Para a vossa segurança, mante-

nham-se longe de edifícios do Ha-

mas e de outras organizações ter-

roristas que possam pôr as vossas

vidas em risco. Este confronto é

temporário e quando terminar to-

dos poderão regressar a casa”, lia-se

nos panfl etos.

Segundo os especialistas, os aler-

tas para a evacuação distribuídos

pelo Exército de Israel sugeriam um

de dois cenários prováveis (e possi-

velmente iminentes): um bombar-

deamento pesado das áreas assi-

naladas, ou uma incursão terrestre

limitada a essas mesmas zonas.

O Governo do Hamas em Gaza

desvalorizou os avisos de Israel co-

mo “pura propaganda” destinada a

“aterrorizar” a população. “As pes-

soas devem manter-se onde estão”,

ConflitoRita Siza

ouvia-se a partir dos altifalantes nos

minaretes das mesquitas. As cadeias

internacionais diziam que milhares

de pessoas estavam a ignorar os ape-

los à calma e a deixar as suas casas

— umas para se refugiar em escolas,

outras dirigindo-se para a cidade de

Gaza.

No Cairo para as negociações de

cessar-fogo, o secretário-geral das

Nações Unidas, Ban Ki-moon, clas-

sifi cou a possibilidade de uma ofen-

siva terrestre em Gaza como uma

“perigosa escalada que só resultará

em maior tragédia”. “Ambos os lados

têm de cessar fogo imediatamente.

O confl ito tem de acabar, ou toda a

região fi cará em risco”, repetiu.

A secretária de Estado norte-ame-

ricana, Hillary Clinton, desviada pa-

ra o Cairo numa “missão de emer-

gência”, deveria manter contactos

com a liderança palestiniana em Ra-

mallah, na Cisjordânia, e com o Go-

verno israelita em Jerusalém. Aliás,

o Haaretz escrevia que o primeiro-

ministro Benjamin Netanyahu iria

esperar pelo encontro com Clinton

para fi nalizar o acordo de cessar-

fogo com o Hamas.

Page 25: 21 Nov - Público

PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | MUNDO | 25

aza

AFP PHOTO / JACK GUEZ

MARCO LONGARI/AFP

“Uma escalada no confl ito militar

não interessa a ninguém”. A frase

é de Benjamin Rhodes, vice-conse-

lheiro para a Segurança Nacional do

Presidente norte-americano, mas po-

deria ser de qualquer analista para

explicar as razões para o cessar-fogo

acordado ontem.

A ameaça de uma invasão foi feita

pelo primeiro-ministro israelita, Ben-

jamin Netanyahu, no fi m-de-semana,

em resposta aos rockets que continu-

am a cair em Israel mesmo depois

de o Estado-Maior ter anunciado

a destruição de 90% do arsenal de

maior alcance do Hamas. Mas depois

disso, todas os sinais enviados pelo

Governo hebraico apontavam em

sentido contrário. “Antes de decidir

uma ofensiva terrestre, o primeiro-

ministro quer esgotar todas opções

diplomáticas”, disse, pela manhã, à

Reuters um dirigente israelita.

Responsáveis militares israelitas

Invasão provocaria guerra que ninguém queria disputar

insistiram que nenhum cálculo blo-

quearia a invasão se de Gaza conti-

nuarem a ser disparados rockets. E

junto à fronteira havia reservistas

e tanques sufi cientes para lançar

uma ofensiva. Mas Israel sabia que

a repetição da operação de 2008 lhe

custará o afastamento de países oci-

dentais que até agora defenderam o

seu direito à autodefesa.

Alguns analistas israelitas afi rmam

que a invasão não teria quaisquer

proveitos: além dos riscos milita-

res (ontem o chefe da ala militar do

Hamas aludiu a possíveis raptos de

soldados para serem trocados por

presos palestinianos) seria muito difí-

cil ao Exército infl igir danos maiores

às facções palestinianas sem pôr em

risco a vida de centenas de civis.

Num editorial publicado ontem

no jornal Ha’aretz Ari Shavit desa-

fi ava Netanyahu a “acabar a guerra

enquanto ainda está a ganhar”, su-

blinhando que os principais objecti-

vos da operação – a decapitação da

ala militar do Hamas, a destruição

Ana Fonseca Pereira

126Número de palestinianos mortos durante uma semana de conflito. Ontem, durante o dia, morreram 18 pessoas, segundo o Ministério da Saúde de Gaza

147Número de rockets disparados ontem pelo Hamas a partir de Gaza — 94 explodiram em Israel e 51 foram interceptados pelo escudo antimíssil de Israel

de parte dos seus arsenais e a con-

fi rmação do efi cácia do sistema de

defesa antimíssil – foram atingidos

nos três primeiros dias da ofensiva.

“Mas, como em 2008, Israel não pa-

rou a tempo”, escreveu Shavit, lem-

brando que desde o fi m-de-semana

o Hamas conseguiu provar que “não

foi ferido de morte” e o número de ci-

vis mortos em Gaza disparou. “Israel

tem de decidir qual das duas más op-

ções é melhor: um cessar-fogo difícil

ou uma má guerra terrestre”, previa

o editorialista.

Mas também o Hamas pouco ti-

nha a ganhar em prolongar o confl i-

to, apesar de na última semana ter

obtido a confi rmação de que pode

contar com um apoio mais muscula-

do do Egipto, agora governado pela

Irmandade Muçulmana, e provado

que é capaz de atacar as duas maio-

res cidades israelitas – um feito que

nem o Hezbollah, o bem-equipado

movimento xiita libanês, se atreveu

a tentar. Só que o movimento sabia

que o seu poder em Gaza sairia fra-

gilizado de uma invasão, a que se so-

mariam pesadas baixas civis.

E aos cálculos das partes, juntou-

se o desejo internacional de evitar

um confl ito de desfecho imprevisí-

vel numa região instável e que ainda

tenta encontrar uma resposta coesa à

fratricida guerra civil na Síria. “Uma

escalada da situação põe a região in-

teira em risco”, avisou o secretário-

geral da ONU, Ban Ki-moon, no Cairo.

Um risco tão grande que obrigou o

Presidente norte-americano, Bara-

ck Obama, a desviar para a região as

atenções que queria focadas na Ásia,

destino da sua primeira viagem após

a reeleição.

Acordado o cessar-fogo, escreveu

a analista Roula Khalaf no Financial

Times, as duas partes vão proclamar

vitória – “Israel dirá que o seu poder

de dissuasão foi restabelecido; o Ha-

mas congratular-se-á por ter sobre-

vivido a mais um ataque de Israel”.

Mas apesar do acordo, conclui, “uma

solução duradoura para o confl ito

está tão distante como sempre”.

Portugal adiantou-se à maioria dos

seus parceiros europeus ao anunciar,

pela voz do seu chefe da Diploma-

cia, que está preparado para votar

favoravelmente o reconhecimento

do estatuto de observador à Autori-

dade Palestiniana (AP) na Assembleia

Geral das Nações Unidas. A votação

está marcada para o próximo dia

29. Paulo Portas tornou pública essa

posição no fi nal de uma reunião dos

ministros dos Negócios Estrangeiros

europeus na segunda-feira, em Bru-

xelas, onde foi debatida a situação

no Médio Oriente e os seus últimos

desenvolvimentos. O ministro argu-

menta que um voto contrário ou até

uma abstenção dos países europeus

não seria coerente com a defesa de

uma via política e de rejeição da

violência para a resolução do con-

fl ito, que a AP tem tentado prosse-

guir. Lembra que o teor da proposta

apresentada pela AP é perfeitamen-

Reconhecimento do estatuto de observador da Autoridade Palestiniana na ONU é “passo em frente” de Portugal

te razoável. “É um passo em frente

para não deixar morrer o processo

de paz”, disse ao PÚBLICO, conside-

rando que é também uma forma de

“premiar os moderados”, num mo-

mento em que o radicalismo volta

a tomar conta do confl ito, como se

está a ver em Gaza. “O que se está a

passar é a prova de que, se não hou-

ver negociações directas e de boa-fé

entre Israel e a Palestina para se che-

gar a uma solução de dois Estados, a

região não terá paz e fi ca capturada

pela violência.” Portas critica tam-

bém duramente a política de criação

de novos colonatos seguida pelas au-

toridades israelitas, seguindo aliás a

generalidade dos países europeus e

a própria Administração americana.

“Se aceitamos a solução de dois Esta-

dos, temos de garantir as condições

para um Estado palestiniano viável”,

disse ao PÚBLICO.

Há um ano, a AP quis apresentar

ao Conselho de Segurança um pedi-

do para o seu reconhecimento como

Estado-membro da ONU. Nessa al-

tura, lembra também o ministro, os

europeus dissuadiram-na de seguir

uma via que levaria directamente

ao veto americano, “acenando com

clareza para a possibilidade de outro

caminho” que é aquele que agora es-

tá em causa. “A posição de Portugal

representa uma aposta nítida na mo-

deração para solucionar o confl ito

com Israel”, disse.

A posição de Paulo Portas repre-

senta também uma mudança muito

signifi cativa da tradicional orienta-

ção da diplomacia portuguesa em

relação ao confl ito do Médio Orien-

te, normalmente mais alinhada

com os países com posições mais

moderadas e mais próximas dos

EUA e de Israel. O seu antecessor,

Luís Amado, já tinha começado a

imprimir uma orientação mais au-

tónoma em relação a Washington e

mais próxima dos países europeus

considerados como mais favoráveis

ao mundo árabe, como a França ou

a Espanha. Portas prossegue o mes-

mo caminho, embora seja o líder de

Teresa de Sousaum partido que cultiva relações pre-

ferenciais com Israel. O ministro diz

que não se trata de infl exão mas de

coerência, que a ausência de enten-

dimento para uma posição comum

da UE veio justifi car. Há seis meses,

quando se tratou de votar o reco-

nhecimento da AP como membro da

UNESCO, a Alta Representante para

a política externa europeia, Catheri-

ne Ashton, empenhou-se em conse-

guir uma posição europeia única de

abstenção. Portugal e mais 10 países

seguiram-na, mas 17 votaram contra

ou a favor. O precedente, segundo o

ministro, liberta Portugal para votar

em conformidade com aquilo que

considera acertado. Portas tomou

a sua decisão em articulação com

o Presidente da República e com o

primeiro-ministro, e depois de con-

sultar o Partido Socialista. Note-se

ainda que Portugal benefi ciou de

um apoio árabe alargado quando

se candidatou a um lugar não per-

manente para o Conselho de Segu-

rança há dois anos.

Page 26: 21 Nov - Público

26 | MUNDO | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012

Direita francesa elege chefe, entraem crise e corre o risco de ruptura

Mais um sistema político europeu entra em ebulição. A ameaça de ruptura do partido da direita francesa, a UMP, não abala apenas o quadro partidário. Tende a agravar a polarização política e social da França

CHARLES PLATIAU/REUTERS

Copé, secretário-geral da UMP, fez campanha à direita, como “herdeiro político” de Nicolas Sarkozy

Jean-François Copé é o novo presi-

dente da União para um Movimento

Popular (UMP), o partido da direi-

ta francesa, derrotando tangencial-

mente François Fillon, por 98 vo-

tos (em cerca de 170 mil). Não foi

só o suspense da recontagem dos

votos que marcou as primárias de

domingo. Houve dois candidatos a

reivindicar a vitória, a trocar acusa-

ções políticas e suspeitas de fraude.

A guerra entre os dois campos está

instalada.

“Foi o pior espectáculo que um

partido podia oferecer aos eleito-

res”, escreveu o conservador Le Fi-

garo. Para o comunista L’Humanité,

“a esquerda não tem razões para

rir”, pois a crise da UMP só bene-

fi cia a extrema-direita. Para vários

politólogos, a explosão da UMP

tornou-se um cenário provável, o

que implicaria um realinhamento

do quadro político francês.

Copé, secretário-geral da UMP,

fez campanha à direita, como “her-

deiro político” de Nicolas Sarkozy.

Fillon, antigo primeiro-ministro de

Sarkozy e mais próximo do centro,

demarcou-se de algumas opções es-

tratégicas do ex-Presidente, designa-

damente a recuperação de temas da

extrema-direita. Copé manteve-se

fi el à ideia de “direita descomple-

xada” e à estratégia de colagem aos

temas da insegurança e da imigra-

ção, inspirada por Patrick Buisson, o

“conselheiro especial” de Sarkozy.

A elevada tensão destas primárias

deve-se sobretudo ao facto de o no-

vo presidente do partido passar a

ser o “candidato natural” da direita

às presidenciais de 2017.

O que é a UMP?Para lá dos ressentimentos pessoais,

fi cam abalados os pilares em que a

UMP assenta. A direita francesa é

composta por três famílias políticas

– centristas, liberais e gaullistas. A

UMP é a síntese destas três corren-

tes. Foi criada em 2002, sob inspi-

ração de Jacques Chirac para asse-

gurar a sua vitória nas presidenciais

desse ano. Após a demissão do pri-

meiro presidente do partido, Alain

Juppé, a liderança foi assumida por

Sarkozy, o que lhe abriu as portas do

Eliseu em 2007.

Marine Le Pen, cujo objectivo estra-

tégico é dividir a UMP e hegemoni-

zar uma “grande direita nacional”,

polarizando a política francesa em

torno da “etnicização” dos temas so-

ciais e da questão europeia – contra

o euro e os diktats de Bruxelas.

Os riscos da rupturaFillon não tenciona abandonar a

UMP nem cessar o combate. Co-

pé, que ontem o convidou em vão

para vice-presidente, tentará apa-

ziguar as hostes. Entretanto, um

novo partido centrista, a União de

Democratas e Independentes (UDI),

de Jean-Louis Borloo (ex-ministro

de Sarkozy), procura reconquistar

um espaço próprio, denunciando

“a ilusão do partido único”.

O risco de ruptura tem essencial-

mente a ver com a identidade da

UMP. Quer ser uma direita modera-

da, liberal e europeísta, ou opta por

uma viragem populista? Esta opção

é tão mais relevante quanto o Parti-

do Socialista, no governo, dá sinais

de hesitar entre a sua aliança à es-

querda e uma aliança centrista para

sustentar a sua política económica.

Recorde-se que os Verdes recusaram

o apoio a Hollande na ratifi cação do

pacto de estabilidade.

O politólogo Gérard Grunberg te-

me não só a ruptura da UMP como a

“ruptura do sistema político” fran-

cês, pela erosão dos dois grandes

partidos. No editorial de ontem, o

Monde prevenia contra os riscos da

crise da UMP para o país: “Aprofun-

dar ainda mais as suas fracturas po-

líticas e sociais, agudizar as tensões

provocadas pela situação económi-

ca, alimentar o populismo e servir a

extrema-direita. (...) A democracia

francesa precisa de uma oposição

sólida e moderada. Não precisa de

um campo de ruínas na direita.”

PrimáriasJorge Almeida Fernandes

Nesse ano, Sarkozy fez uma cam-

panha “em todos os azimutes”, satis-

fazendo os liberais, piscando o olho

à “esquerda caviar” e penetrando no

eleitorado da Frente Nacional (FN),

de Jean-Marie Le Pen. Mas, a par-

tir do fi m de 2008, perante a crise

mundial e em recuo no eleitorado

da extrema-direita, confi rmou a “li-

nha Buisson”: para vencer, a direita

tem de contar sempre com os votos

da extrema-direita e, por isso, radi-

calizou o discurso. Em vão: a UMP

perdeu todas as eleições desde 2007

e ele perdeu as presidenciais.

Sarkozy deixou uma UMP fractu-

rada: de um lado gaullistas e centris-

tas, do outro a dita “direita nacio-

nal”. Durante a campanha presiden-

cial, Fillon e Juppé demarcaram-se

do “direitismo” da estratégia de Sa-

rkozy. A “direita nacional” partilha

muitos dos temas da FN e coloca a

UMP na posição de refém da FN, de

“Foi o pior espectáculo que um partido podia dar aos seus eleitores” Le Figaro

“A democracia francesa não precisa de um campo de ruínas na direita”Le Monde

Page 27: 21 Nov - Público

PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | MUNDO | 27

Um pequeno Unmanned Ground Vehicle norte-americano

A cidade de Goma, na zona este da

República Democrática do Congo e

na fronteira com o Ruanda, foi in-

vadida pelo grupo de rebeldes M23,

depois de alguns dias de confronto

com as tropas ofi ciais do Governo da

República Democrática do Congo

(RDC). O exército congolês desistiu

de combater os rebeldes e abando-

nou a cidade de Goma. Segundo apu-

rou a Reuters junto de fonte da ONU,

após esta desistência, os capacetes

azuis, integrados na missão de manu-

tenção da paz das Nações Unidas na

RDC, também pararam de ripostar

contra a ofensiva do M23.

O general dos rebeldes, Sultani

Makenga, teve a oportunidade para

passear ontem nas ruas de Goma jun-

tamente com a sua entourage, sem

que fosse avistado qualquer soldado

do exército congolês.

Dezenas de milhares de pessoas

já terão saído de Goma, onde vive

um total de um milhão de pessoas.

A associação Médicos Sem Fronteiras

fez saber à AFP que as condições dos

campos de refugiados são más, entre

malnutrição e falta de água potável.

Este confl ito terá agravado ainda

mais estas condições.

O Governo da RDC e a ONU já

apontaram o dedo ao Ruanda, que

acusa de estar na sombra desta ofen-

siva do M23. A Reuters teve acesso a

Rebeldes do M23 conquistam Goma, na República Democrática do Congo

um relatório confi dencial da ONU,

em que é dito que os líderes dos re-

beldes “recebem directamente or-

dens” das mais altas patentes milita-

res do Ruanda, inclusive o ministro

da Defesa, o general James Kabarebe.

Nesse relatório é também dito que o

Governo ruandês forneceu armas de

grande porte e tropas ao M23.

O Governo ruandês tem rejeitado

frequentemente estas acusações. On-

tem, a ministra dos Negócios Estran-

geiros ruandesa comunicou que “o

que se passou em Goma demonstra

claramente que a opção militar pa-

ra chegar a uma solução desta crise

fracassou, e que o diálogo político é a

única maneira de resolver o confl ito

em curso”.

Os rebeldes vão buscar o nome

ao dia 23 de Março de 2009 (data

em que foi conseguido um acordo

de paz entre o Governo congolês e o

Congresso Nacional pela Defesa do

Povo), mas foi em Abril deste ano

que foi formado. Desde essa altura

o M23 tem estado em confrontos na

província do Kivu do Norte, que faz

fronteira com o Ruanda e cuja capi-

tal é Goma.

O grupo é encabeçado por Bosco

Ntaganda, um ruandês da etnia tutsi

que é procurado pelo Tribunal In-

ternacional de Justiça por recorrer

a crianças-soldado no seu exército.

As tensões entre os dois países per-

duram desde o fi m do genocídio da

tribo tutsi por parte da tribo hutu no

Ruanda.

É habitual começar um texto sobre

robôs militares autónomos com re-

ferências a fi lmes de fi cção científi -

ca, mas a realidade já dispensa in-

troduções mais ou menos aliciantes

para os leitores. O cenário é tão real

que a Human Rights Watch e a Fa-

culdade de Direito da Universidade

de Harvard, nos EUA, redigiram um

relatório de 50 páginas que apela à

“proibição preventiva” de qualquer

tipo de armamento que não depen-

da de intervenção humana — as má-

quinas conhecidas na gíria militar

como “robôs assassinos”.

Os responsáveis pelo documen-

to, intitulado Perdendo a Humani-

dade: o argumento contra os robôs

assassinos, deixam claro que ainda

não estamos na era das máquinas

com forma humana que tomam de-

cisões sozinhas, mas o caso poderá

ser diferente “nos próximos 20 a

30 anos”. “Hoje em dia, os respon-

sáveis militares dizem que os seres

humanos vão sempre manter algum

tipo de supervisão nas decisões para

o uso de força letal, mas as suas de-

clarações deixam muitas vezes em

aberto a possibilidade de os robôs

terem um dia a capacidade de fazer

as suas próprias escolhas”, lê-se no

relatório da Human Rights Watch.

Este receio é partilhado por Philip

Aston, professor de Direito na Uni-

HRW quer proibir robôs de guerra autónomos

versidade de Nova Iorque e antigo

relator especial das Nações Unidas

para execuções extrajudiciais, su-

márias e arbitrárias: “O rápido de-

senvolvimento destas tecnologias,

especialmente as tecnologias dota-

das de capacidade letal e com um

diminuto nível de controlo huma-

no, levanta graves preocupações e

tem passado sem um escrutínio dos

defensores e activistas dos direitos

humanos.”

O relatório da organização não-

governamental centra-se numa ro-

bótica que ainda não existe no ter-

reno, mas que começa a ter os seus

primeiros exemplos em equipamen-

tos militares como os drones (aviões

não-tripulados), que são cada vez

mais usados pelas forças armadas

dos EUA e pela CIA (a agência de

espionagem norte-americana), mas

também por países como o Reino

Unido, a China, Israel ou a Turquia

— os militares italianos, franceses e

alemães também têm drones, mas

por enquanto servem apenas para

operações de vigilância.

A grande preocupação da Human

Rights Watch e da Universidade de

Harvard é o que ainda está para vir,

mas que já está em preparação: as

armas que não precisam de qual-

quer intervenção humana, nem se-

quer de uma pessoa sentada numa

sala de comando a milhares de qui-

lómetros de distância, como acon-

tece no caso dos drones.

“Dar às máquinas o poder de de-

cidir quem vive e quem morre num

campo de batalha seria levar a tec-

nologia longe de mais”, alerta Steve

Goose, director para as questões de

armamento da Human Rights Wa-

tch. “O controlo de robôs de guerra

por seres humanos é essencial para

minimizar as mortes e os ferimen-

tos de civis”, afi rma o mesmo res-

ponsável. Por isso, as duas entida-

des defendem a aprovação de um

tratado internacional que proíba o

desenvolvimento, a produção e o

uso de armamento completamen-

te autónomo e lançam o mesmo

apelo a cada um dos países, para

que impeçam desde já um futuro

que caminha a passos largos para a

inevitabilidade — no Plano para os

sistemas terrestres não-tripulados,

divulgado em Julho de 2011 pelo De-

partamento de Sistemas Robóticos

do Exército norte-americano, lê-se

que “está em curso um esforço para

aumentar a autonomia dos UGV [Un-

manned Ground Vehicles], com uma

“autonomia supervisionada” a curto

prazo, mas tendo como fi nalidade a

autonomia total”.

Guerra Alexandre Martins

ÁfricaJoão Dias

Relatório da Human Rights Watch e da Universidade de Harvard prevê guerras com robôs sem intervenção humana em “20 a 30 anos”

Breves

Paquistão

Síria

Retirada queixa de blasfémia contra menina

UE reconhece legitimidade da coligação anti-Assad

Três meses depois de ter sido acusada de blasfémia no Paquistão, por alegadamente ter destruído páginas do Corão, Rimsha Masih, de 14 anos, deixou ontem de estar acusada do crime. O alto tribunal de Islamabad decidiu que fossem retiradas as queixas contra Rimsha, a menina cristã que no Verão esteve no centro de uma polémica interna no seu país e que se estendeu à comunidade internacional. A menina, que esteve detida durante três semanas numa prisão para adultos até ser libertada sob caução, em Setembro, era acusada de blasfémia depois de vizinhos terem pedido que fosse castigada por ter queimado o Corão, um crime que pode levar a uma condenação a prisão perpétua ou mesmo à morte.

A União Europeia considera que a coligação de oposição ao regime de Bashar al-Assad, criada no dia 11, é um “representante legítimo” do povo sírio. Reunidos em Bruxelas, na segunda-feira, os ministros europeus dos Negócios Estrangeiros reconheceram a coligação mas não seguiram a França e a Itália que, no mesmo dia, a declararam como “única representante legítima” do povo sírio. Os estados membros optaram por não destacar o carácter “único” da coligação, explicou Catherine Ashton, representante da união para os Negócios Estrangeiros. Os europeus desejam que a coligação continue o seu trabalho, “com a participação de todos os grupos da oposição e da sociedade civil síria”.

ANTÓNIO MORAESE CUNHA RODRIGUES

DA SILVA1928 - 2012

A família participa o seu falecimento e informa que o funeral realiza-se dia 21 Novembro com saída da Igreja de Santo Condestável.

Page 28: 21 Nov - Público

28 | CULTURA | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012

MIGUEL MANSO

Um Requiem é uma pergunta,a pergunta essencial da Humanidade

O Requiem de Pinho Vargas é uma encomenda da Gulbenkian

Há uns dias, o maestro Paulo Lou-

renço discutia com António Pinho

Vargas a última nota da obra que este

estreará esta noite. Um Mi maior com

nota lá, ou seja, “fora da perfeição

do acorde”, explica o compositor.

Disse-lhe Paulo Lourenço: “Aquele

lá existe para colocar o ponto de

interrogação fundamental. Porque

depois, não sabemos”. Não sabemos

o que existe depois do fi m. Essa é a

questão fundamental. É por ela que

o Requiem atravessou tempos e es-

téticas, éticas e religiões. Tornou-se

património cultural (principalmente)

ocidental e matéria determinante na

história da música.

Às 19h, no Grande Auditório da

Gulbenkian (repete amanhã às 21h),

num programa que inclui o Adágio

para Cordas de Samuel Barber e a Sin-

fonia dos Salmos de Igor Stravinski, o

Coro e a Orquestra Gulbenkian, diri-

gidos pela maestrina Joana Carneiro,

interpretarão também um Requiem.

O de António Pinho Vargas, uma en-

comenda da Fundação Gulbenkian,

que se reunirá às centenas que atra-

vessam a história da música. Que se

reunirá ao mítico de Mozart (“a obra

máxima do compositor máximo”, de-

fi nirá o maestro e compositor Pedro

Amaral), ao alemão de Brahms, ao

épico de Berlioz, ao Canticles de Stra-

vinski. E ao do oitocentista Domingos

Bomtempo, dedicado a Camões, e

ao de Fernando Lopes-Graça, ateu,

como Pinho Vargas, que trabalhou o

texto da liturgia como homenagem às

vítimas portuguesas do fascismo.

Um peso histórico imponente, que

não atemoriza Pinho Vargas. Este é

o seu Requiem, sem dedicatória (“o

Requiem é para o ser humano, para

aquilo que lhe é absolutamente es-

sencial”). Estreia em 2012 num país

a viver “um momento terrível de ex-

trema turbulência, insegurança, de

incerteza”: “São na realidade tempos

fi nais, o fi m de qualquer coisa, pelo

menos”. Pragmaticamente, aponta

que a escolha de um Requiem sur-

ge como sequência da sua oratória

Esta noite, Pinho Vargas apresenta na Gulbenkian o seu Requiem. É uma peça de peso simbólico imenso: “Para o ser humano, para o que lhe é fundamental”. O que existe depois do fi m?

MúsicaMário Lopes

Judas, estreada em 2002. Mas é por

vezes impossível impedir a realida-

de de contaminar a obra. “Sendo ex-

tremamente subjectivo, julgo que é

impossível escapar ao momento tão

duro que Portugal e o mundo estão a

atravessar. Mas como é que eu hei-de

saber o que está naquela peça que

mostre o estado do mundo?” Só vê

sinais: “Quando a terminei não viví-

amos no ambiente actual de catás-

trofe iminente, mas tem momentos

de uma dureza sobre outros de uma

fragilidade intensas”, que reconhece,

hoje, no país que habita. E algo terá

transbordado para o seu Requiem.

Dois dias antes da estreia, encon-

trámos Pinho Vargas dobrado sobre a

partitura do seu Requiem, lançando-

lhe um último olhar antes do ensaio

que se seguiria à entrevista. “Tenho

sempre ansiedade antes das estreias,

quer seja a de um quarteto de cordas,

um oratório ou um Requiem”. Mas...

Tem que haver um mas.

O Requiem é uma peça central na

história da música. A missa que pede

a Deus que acolha no seu seio aqueles

que morreram. Desligado da liturgia

católica apostólica romana, tornou-

se ao longo dos séculos também um

espaço de resposta íntima ao misté-

rio da existência. A sua permanên-

cia no universo musical, do Renasci-

mento ao Barroco, do Romantismo

ao Modernismo, explica-se, segundo

o compositor João Madureira, pela

crença, inscrita no Requiem, “que a

música pode resgatar os sentimen-

tos mais fortes, aquilo que é íntimo e

inexplicável”. António Pinho Vargas:

“Caminhamos para a morte e essa

consciência é que faz com que nos

tentemos elevar. Lançamo-nos num

ciclópico esforço de construção pa-

ra nos tentarmos realizar no reduzi-

do âmbito temporal que temos”. É

por isso que àquele “a ansiedade é

igual a qualquer outra estreia” que

nos dissera em início de conversa,

se segue o “mas”. Como explica o

maestro e compositor Pedro Amaral,

a dimensão que atingiu o Requiem

nasce da “legitimação histórica” que

surge com o de Mozart e, ao mes-

mo tempo, da universalidade da sua

questão central: “todo o homem se

Page 29: 21 Nov - Público

PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | CULTURA | 29

confronta com a morte e a arte em

particular é uma forma de fugir à

morte”. Acrescente-se, no caso es-

pecífi co português, “a tradição his-

tórica desta missa”.

Para os mestres polifonistas por-

tugueses da passagem do século XVI

para o XVII, como Duarte Lobo ou

Frei Manuel Cardoso, “os Requiem

eram as obras máximas que se po-

diam atingir”. Para Lopes-Graça, o

de Bomtempo era a “obra máxima da

música portuguesa”. Sentencia Pe-

dro Amaral: “É impossível um com-

positor português escrever um Re-

quiem sem se lembrar que as obras

máximas dos seus antecessores são

Requiem”.

António Pinho Vargas, músico de

percurso pouco comum na música

erudita — movimentou-se durante

muito tempo entre ela e o jazz —, tem

essa consciência. Não só do contex-

to português: “Não faria de conta

que não existe nenhum. Tenho na

memória o de Mozart, que adoro há

40 anos”. E, na composição do seu,

pegou, por exemplo, na pauta do de

Brahms. Mas feito esse estudo, este

compositor que “não tem uma fi lo-

sofi a de criação e nenhum sistema de

composição”, que se autodefi ne pela

“liberdade do acto criativo”, deixou

que as palavras o guiassem. Aconte-

ceu então, por exemplo, que o Dies

Irae lhe fugiu da tradição. Não ouvi-

remos as “habituais secções ritmica-

mente poderosas”, as vozes “fortes

e atemorizadoras”: antes “notas lon-

gas, como que uma coisa a aparecer

do nada”.

João Madureira, que foi aluno de

Pinho Vargas nos anos 1990, está

curioso com aquilo que será o seu

Requiem. Há algo basilar a esta pe-

ça que sempre identifi cou no an-

tigo professor. “Não é uma pessoa

religiosa, mas há um lado onírico e

intimista, uma refl exão sobre a con-

dição humana que está sempre pre-

sente na sua criação. Parece-me um

compositor que facilmente entra no

universo de música que é vista como

religiosa.”

Em 1993, Pinho Vargas criou Mono-

dia – Quasi un Requiem, uma refl exão

sobre a morte para quarteto de cor-

das. O Requiem real poderia não ter

chegado. Porque não olha com par-

ticular esperança para a música con-

temporânea: “Vivemos um museu

imaginário da arte do passado.” E,

por isso, acredita que quase nenhu-

ma da música criada após 1950 so-

breviva no futuro. “Quando terminei

a minha tese de doutoramento sobre

a ausência da música portuguesa no

contexto europeu, a violência foi de

tal ordem que pensei em largar tu-

do.” Depois, de repente e sem aviso,

regressou “o desejo criativo”.

Esta noite estreia o seu Requiem.

PUBLICIDADE

“Sendo extremamente subjectivo, julgo que é impossível escapar ao momento tão duro que Portugal e o mundo estão a atravessar”António Pinho VargasCompositor

O presidente da Câmara Municipal

de Gaia, Luís Filipe Menezes, anun-

ciou ontem a criação de dois pré-

mios internacionais de arquitectura

e engenharia para o Porto. Menezes,

candidato à autarquia do Porto, quer

que sejam atribuídos em 2014 e ga-

rantiu que os prémios Porto de Ar-

quitectura e Porto de Engenharia “já

estão fi nanciados” por instituições

privadas.

Segundo a Lusa, o valor de cada

um está ainda a ser negociado, mas

Menezes diz que será “suculento e

substantivo”: “[Os valores] serão in-

feriores ao Nobel mas superiores ao

Pritzker.”

O Pritzker tem o valor de 70 mil

euros e é considerado o prémio de

arquitectura mais importante do

Menezes quer dois prémios no Porto: um para a arquitectura, outro para a engenharia

mundo. O Nobel ronda os 850 mil.

Para o arquitecto Alexandre Alves

Costa, trata-se de “uma boa ideia”,

mas por enquanto apenas “hipóte-

se”, já que Menezes “fala como se

fosse presidente da câmara do Por-

to, sem ser presidente da câmara do

Porto”.

“É um projecto ambicioso e de

grande valor simbólico”, disse ao

PÚBLICO Alves Costa, 73 anos, pro-

fessor jubilado da Faculdade de Ar-

quitectura do Porto. “Convém ser

ambicioso, de vez em quando”, so-

bretudo se for para criar dois pré-

mios que reconheçam a importân-

cia das escolas de arquitectura e de

engenharia do Porto.

Lembra que são da cidade os dois

Pritzker portugueses — Álvaro Siza

(1992) e Eduardo Souto de Moura

(2011) — e que o Porto está repleto

de história da arquitectura portu-

guesa.

Arquitectura Lucinda Canelas

Page 30: 21 Nov - Público

30 | CULTURA | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012

Monte Hellman continua estrada fora

Two-Lane Blacktop e The Shooting: dois dos motivos de culto a Hellman

Descrevamos da seguinte maneira o

lugar de Monte Hellman na história

do cinema: poucas pessoas, mesmo

as mais cinéfi las, conseguirão dizer

mais do que dois títulos da sua fi lmo-

grafi a (iniciada nos anos 50). Mas ain-

da assim as suas obras são uma das

principais fontes de inspiração das

últimas cinco décadas — até para os

dias de hoje, e pensamos em Gus Van

Sant ou Quentin Tarantino. Depois

de uma retrospectiva na Cinemate-

ca em 2009, as obras de Hellman

foram mostradas no Lisbon & Esto-

ril Film Festival. Desta vez, o norte-

americano, 80 anos, esteve presente

para discutir com o público fi lmes

que atravessam os mais conhecidos

géneros de Hollywood: o western,

o road-movie, o terror, as histórias

de amor. Todos eles banhados por

uma mesma adoração: o gesto de

criar cinema.

“Adoro actores”Como muitos da sua geração, en-

trou no cinema através de Roger

Corman, realizador da série

B que procurava colabora-

ções com jovens aspiran-

tes. Ao contrário de al-

guns destes, como Coppola

ou Scorsese, nunca construiu

carreira solidifi cada. “Tenho

dado aulas de Cinema nos

últimos anos e vejo que os

alunos pensam muito na

carreira”, disse na sua

masterclass. “Não tínha-

mos nenhum concei-

to sobre o que era ou

não uma carreira. Eu

só pensava em poder

conseguir fazer um

fi lme, quanto mais ter

uma para mim.”

Não surpreende

que o seu primeiro fi l-

me seja feito sob infl u-

ência de Corman: Beast

from the Haunted Cave

(1959). “Quando comecei

a fi lmar, não tinha confi ança

em mim próprio. Ficava acor-

dado noites inteiras a desenhar

cada plano, sem perceber que

os desenhos não são imagens em

movimento.” Nos fi lmes seguin-

tes, a realização já transmite o

entre a paixão pela mulher da sua

vida e o vício em apostas.

“Tive a sorte de trabalhar com ope-

radores de fotografi a maravilhosos,

como Gregory Sandor, em Ride in

the Whirlwind e Two-Lane Blacktop,

mas também com Nestor Almendros

[operador de Terrence Malick, Roh-

mer, Truff aut] e Giuseppe Rotunno”.

Este último trabalhou com Hellman

em China 9, Liberty 37 (1978), wes-

tern que carrega um sentimento

presente em todo o seu cinema: a

inevitabilidade da paixão ou ainda

o sacrifício de um amor proibido.

As paixões das personagens de Hell-

man revelam os medos escondidos.

É esse o motivo de Iguana (1988),

produção acidentada que recria o

mito da bela e do monstro, tal como

Silent Night, Deadly Night III (1989),

em que um tenebroso assassino mata

por amor. “Não queria fazer um ou-

tro fi lme de terror, mas aceitei-o na

condição de esquecer o guião que

estava escrito e construir um outro

numa semana. Foi uma das melho-

res experiências de fi lmagem até à

altura, sentia que era o melhor fi lme

que já tinha feito. Na verdade, sinto

que melhoro à medida que avanço

no tempo.”

Os paralelos entre este estranho

fi lme de terror (ou estranha história

de amor) com o cinema David Lynch

são gritantes. Pensamos em Um Cora-

ção Selvagem, de 1990, e Mulholland

Drive, de 2001. O mesmo se disse do

recente Sem Destino-Road to Nowhere

(2010), estreado em Portugal, talvez o

seu fi lme mais livre e apaixonado.

“Os actores fazem mudanças míni-

mas numa rodagem que podem mu-

dar o percurso de um fi lme. Tento

garantir um ambiente em que as pes-

soas se sintam livres para criar. Peço

a todos que desliguem o seu cérebro

e trabalhem apenas a partir do instin-

to. Sem Destino foi a primeira vez em

que trabalhei assim.” E promete não

parar — o que interessa é percorrer

a estrada, não tanto saber onde se

vai chegar.

“O cinema é viciante. Cada reali-

zador é obcecado em manter o con-

trolo, tal como os actores. Mas algo

acontece quando ambos desistem de

o fazer. Gosto desses acidentes que

acontecem nas fi lmagens. E quando

começamos a trabalhar dessa forma,

é impossível voltar atrás.” Mr. Hell-

man, já estamos apaixonados. Faça

de nós o que quiser.

A sua fi lmografi a é um trajecto de emoções: o desejo de viver e de amar uma ilusão: o cinema. O cineasta norte-americano esteve no Lisbon & Estoril Film Festival. Tem 80 anos, diz que não vai parar

CinemaFrancisco Valente

fi lmar os rostos humanos. “Adoro o

processo de fi lmar e adoro actores.

Sinto prazer em dirigi-los. Quando

faço um fi lme, rio-me muito, choro

muito, e isso passa também para a

representação e aquilo que os acto-

res fazem passar.” Por isso, pertence

à rara espécie de realizadores que

transmite uma tremenda sensuali-

dade nos fi lmes.

A colaboração com Nicholson es-

tender-se-ia para dois westerns: Ride

in the Whirlwind (1965) e The Shooting

(1966), dois fi lmes maiores que es-

tão na origem do culto ao realizador

(tal como as etiquetas de “existen-

cialista” e “beckettiano”). Aí, Hell-

man explorou a tragédia de homens

sem destino na paisagem deserta do

mundo quebrando o formato da nar-

rativa hollywoodiana, mas para isso

alimentou-se da história que o pre-

cedia. “A minha paixão pelos wes-

terns começou com a personagem

do Lone Ranger [justiceiro solitário

e fi ctício do Oeste]. Quando comecei

a fi lmar, regressava aos westerns que

me inspiravam: The Virginian (1929,

Victor Fleming), Cavalgada Heróica

(1939, John Ford), O Aventureiro Ro-

mântico (1950, Henry King), A Paixão

dos Fortes (1946, John Ford) ou Shane

(George Stevens, 1953).”

Amor como morteOutro encontro viria a impulsionar

o seu percurso: Warren Oates, que

se tornou recorrente no seu cine-

ma. Assim foi em A Estrada Não

Tem Fim (Two-Lane Blacktop, 1971),

road-movie sobre uma corrida en-

tre três homens pela estrada norte-

americana e que, como nos seus

westerns, espelha personagens em

confl ito com as suas próprias emo-

ções. Mais tarde, Oates fi caria com

o papel principal em Cockfi ghter

(1974), personagem muda dividida

— até para os

s em Gus Van

ntino. Depois

na Cinemate-

de Hellman

sbon & Esto-

vez, o norte-

teve presente

úblico fi lmes

s conhecidos

d: o western,

r, as histórias

anhados por

o: o gesto de

ração, en-

de Roger

a série

ora-

an-

al-

ppola

struiu

Tenho

a nos

e os

na

ua

a-

-

-

st

ave

mecei

fififififififififififififififififififififififififififififififififififififififififififififififififififififififififififi a ança

va acor-

desenhar

ceber que

magens em

es seguin-

nsnsmimitete o o

sentimento ardente de quem vive

para o cinema, algo impulsionado

pelo encontro com Jack Nicholson.

Juntos fazem Flight to Fury (1964) e

Back Door to Hell (1964).

Este último, fi lme de guerra de

pouco mais de uma hora, é um exem-

plo extraordinário das emoções e dú-

vidas de um grupo de homens numa

situação extrema. Algo que não terá

escapado ao olhar de Kubrick nem

ao Tarantino de Sacanas sem Lei

(2009). Também porque Hellman,

como esses autores, ganha vida ao

Page 31: 21 Nov - Público

PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | 31

Primeiro, foi apenas uma vontade

abstracta de Gisela João, habituada

a ver o também fadista Hélder Mou-

tinho programar encontros inespe-

rados em cima do palco. Quis par-

ticipar em algo semelhante, cantar

o que não lhe é habitual, colaborar

com outros músicos. Depois, tendo

sido convidada no concerto de JP

Simões, em Junho, no Centro Cul-

tural de Belém, em Lisboa, Hélder

propôs-lhes juntarem-se os três e

inventarem qualquer coisa de raiz.

Canções Urbanas, hoje no palco do

lisboeta Teatro S. Luiz, é algo de tão

elaborado quanto isto: “Um encon-

tro de amigos”, diz Moutinho.

Quando acompanhamos um dos

poucos ensaios, a menos de uma se-

mana da actuação, experimentam-

se ainda tons, Hélder Moutinho es-

tuda ainda as letras e vai aplican-

do o seu vibrato — “muito fundo e

elegante”, chama-lhe JP Simões — a

Tom Traubert’s Blues, essa canção de

Tom Waits que o imaginário popu-

lar recorda como Waltzing Mathil-

da. A ideia é, precisamente, que o

JP Simões, Hélder Moutinho e Gisela João cantam esta noite à mesa no São Luiz

espectáculo não funcione como um

concerto tripartido em que cada um

traz apenas o seu universo de par-

tida. “Para isso a malta vai ver os

concertos individuais de cada um”,

argumenta Gisela João. “Mostramos

aquilo que fazemos, mas depois pas-

seamos por músicas de que gosta-

mos e que nos infl uenciam.” No

seu caso, isso signifi ca paragens na

música brasileira, em Nat King Cole

ou Ella Fitzgerald; enquanto JP in-

terpretará Kurt Weill, David Bowie,

Carlos do Carmo e Glenn Miller; e

Hélder juntará a Tom Waits Paulino

Vieira e Trovante.

“Isto é quase como se estivésse-

mos juntos os três, à volta de uma

mesa, depois do jantar, a beber uns

copos, ora agora canto eu, ora agora

cantas tu”, resume Moutinho. E é

esse ambiente que Gisela diz ter sido

mesmo o cenário para o desenho do

espectáculo — sentados à mesa da

Bela (bar de Alfama) a puxar de can-

ções que fi zessem sentido. “No fun-

do, é mostrarmos também em palco

aquilo que às vezes acontece entre

nós nos bastidores e a que o público

não tem acesso” — “não queremos

que as pessoas sintam que vão ver

um espectáculo muito elaborado,

queremos que sintam que estão três

pessoas a curtir e que se envolvam

connosco nisso”, complementam-se

os fadistas.

Foi também à mesa que nasceu

um dos duetos que aquecerá a noi-

te — afi nal, o subtítulo da função,

MúsicaGonçalo Frota

Esta noite, as vozes dos três cantores juntam-se no espectáculo Canções Urbanas, no S. Luiz, em tom de tertúlia despreocupada

extraído por Simões ao poema Pen-

samento Sem Linguagem de Francis

Picabia, diz que “o céu é frio debai-

xo da fogueira pública” —, com Gi-

sela e JP a ensaiarem vários temas

de Chico Buarque até pararem em

Bem Querer, exemplar “mais antigo

e complicado” da discografi a do he-

rói pessoal de JP. Os dois cantores

vão igualmente dedicar uma canção

a Gisela, em jeito de “disputa para

ver quem a conquista primeiro” e

que, aí sim, obrigará o ex-Belle Cha-

se Hotel a navegar até terras do fado.

Ele que, fazendo o auto-elogio da

sua “capacidade mimética”, afi rma

que só se sentiria fora de pé com

música ambiental ou rap, e aprovei-

tará o espectáculo para estrear uma

peça para guitarra reminiscente de

Carlos Paredes.

Todas as argumentações são vá-

lidas para a inclusão de temas num

conjunto que é pouco picuinhas.

Se Hélder Moutinho escolheu uma

morna de Paulino Vieira pela parti-

lha das músicas de cidades portu-

árias e das trocas operadas pelas

rotas marítimas, JP foi guiado por

“motivos mais afectivos” ao escolher

Moonlight Serenade, de Glenn Miller,

depois de “um ataque de saudades”

de um avô profundo admirador do

mago das big bands.

Idealmente, fi naliza JP, Canções

Urbanas deve ter o alcance de “uma

estação de rádio decente”, capaz de

albergar todos estes autores e “aque-

cer o coração das cidades”.

DANIEL ROCHA

Hélder Moutinho (à esquerda), Gisela João e JP Simões vão passear por músicas de que gostam

Page 32: 21 Nov - Público

32 PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012CLASSIFICADOS Tel. 21 011 10 10/20 Fax 21 011 10 30De seg a sex das 09H às 19H

Edif. Diogo Cão, Doca de Alcântara Norte,1350-352 Lisboa

[email protected]

MensagensCENTRO DEMASSAGEM -Para cavs. de nível.Massg. relax e sensual.Gab. clim.Telfs: 21 240 17 28 96 380 73 77

MASSAGISTAPROFISSIONAL 40A -Simpática e sensual.Telm.: 92 433 74 83

SENSITIVECENTRO MASSAG.P/cavalheiro bom gosto.Amb. clim. Novidades.Tel.: 92 442 50 94 21 354 52 49

OPERADORAS DE TELEMARKTINGPART-TIME (M/F)

• Não são vendas;• Excelente ambiente;• Atividade de âmbito social;• Bons dividendos.

Comparecer ou enviar “curriculum” para:RUA COMANDANTE RODOLFO ARAÚJO, 104

(Ao Campo 24 de Agosto) 4000-414 Porto

Processo: 7124/09.7TBSTBSetúbal - Tribunal Judicial - Vara de Competência MistaExecução ComumRef. Interna: PE/581/2009Exequente: Banco Espírito Santo, S.A.Executado(s): Mário Márcio Chaves e outrosAgente de Execução, Alexandra Gomes CPN 4009, com endereço profi ssio-nal em Rua D. Sancho I, N.º 17 A/B, AlmadaNos termos do disposto no artigo 890.º do Código de Processo Civil, anuncia-se a venda dos bens adiante designados:Bens em VendaTIPO DE BEM: ImóvelVERBA 1 - ARTIGO MATRICIAL: 9483 urbano - Serviço de Finanças - 2232 de Setúbal - 1.DESCRIÇÃO: Fracção Autónoma de-signada pela letra “D”, correspondente ao rés do chão frente do prédio urbano, em regime de propriedade horizontal, sito em Travessa João de Santarém, n.º 1, lote 7, C.P., n.º 2910-547 Setúbal, descrita na 2.ª Conservatória do Regis-to Predial de Setúbal sob o n.º 5995, da freguesia de Setúbal (S. Sebastião), ins-crita na matriz predial sob o artigo 9483 da freguesia de Setúbal (S. Sebastião) no mesmo concelho e distrito.PENHORADO EM: 18/03/2010

INTERVENIENTES ASSOCIADOS AO BEM:EXECUTADOS: Mário Márcio Chaves, solteiro, maior, titular do passaporte número YA144926, NIF: 229.563.821, residente em Travessa João Santarém, n.º 1, R/C frente, em Fonte do Lavra à Estrada de Santas, 2910-547, Setúbal.MODALIDADE DA VENDA: Venda me-diante propostas em carta fechada, a serem entregues na Secretaria do supra-mencionado Tribunal, pelos in-teressados na compra, fi cando como data para abertura das propostas o dia 4 de Dezembro de 2012, pelas 9:45 Horas.VALOR-BASE DA VENDA: 70.000,00€Serão aceites propostas iguais ou supe-riores a 49.000,00€ (que corresponde a 70% do valor do valor-base).A sentença que se executa está pen-dente de recurso ordinário: NãoEstá pendente oposição à execução: NãoEstá pendente oposição à penhora: NãoEstá pendente reclamações de crédi-tos: Não

A Agente de ExecuçãoAlexandra Gomes

Rua D. Sancho I, n.º 17 A/B2800-712 AlmadaE-mail: [email protected].: 210833058 - Fax: 212743259Público, 21/11/2012 - 1.ª Pub.

ANÚNCIO DE VENDAAlexandra Gomes

Agente de ExecuçãoCPN 4009

Maria do Rosário Lopes, Agente de Execução, com escritório na Av. Dr. Álvaro de Vasconcelos, 8, 3.º C, em Sintra, faz saber que nos autos acima indicados, encontra-se designado o dia 31 de Janeiro de 2013, pelas 09.30 horas, na Comarca da Grande Lisboa - Noroeste - Sintra - Juiz 2, para abertura de propostas, que sejam entregues até às 14 horas do dia útil anterior ao designado para a venda.BEM A VENDER: Fracção autónoma designada pela letra “A”, a que corresponde a primeira cave direita, destinada a habitação do prédio urbano em regime de Pro-priedade Horizontal, sito na Rua Professor Agostinho da Silva, n.º 6, 6-A e 6-B e Rua António Correia de Oliveira, n.º 9, Tapada das Mercês, freguesia de Algueirão - Mem Martins, concelho de Sintra, descrito na Conservatória do Registo Predial de Sintra sob o n.º 3666, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 8470.Valor-base: 89.100,00 eurosSerá aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 62.370,00 euros, que corresponde a 70% do valor-base, não podendo ser consideradas propostas de valor inferior.Nos termos do artigo 897.º n.º 1 do C.P.C., os proponentes devem juntar à sua pro-posta, como caução, cheque visado à ordem do Agente de Execução, no montante correspondente a 20% do valor-base do bem, ou garantia bancária no mesmo valor.O bem pertence ao executado Simão José Barros Miguel, com residência na Rua Professor Agostinho da Silva, n.º 6 - 1.ª Cave, Tapada das Mercês, fi el depositário do imóvel que o deve mostrar a pedido de qualquer interessado.

A Agente de Execução - Maria do Rosário LopesAv.ª Dr. Álvaro de Vasconcelos, n.º 8 - 3.º C - 2710-420 Sintra

Telf. 219233364 - Fax. 219105158 - E.mail: [email protected]ário de atendimento: Dias úteis das 15.00 às 17.00 horas

Público, 21/11/2012 - 1.ª Pub.

Maria do Rosário LopesAgente de Execução

Cédula n.º 2210

COMARCA DA GRANDE LISBOA - NOROESTE - SINTRA - JUÍZO DE EXECUÇÃO - JUIZ 2

ANÚNCIOVenda judicial de Bem Imóvel mediante propostas em Carta Fechada

(Art.º 890.º do C.P.C.)N.º do Processo: 238/05.4TCSNT

Exequente(s): BANCO ESPÍRITO SANTO, S.A., e outrosExecutado(s): ANA CRISTINA DE JESUS CARDOSO BARROS e outros

Valor: 65.914,54 €Referência Interna: PE/201/2008

MANUEL LEITE Agente de Execução Cédula 3475

EDITAL / ANÚNCIO DE VENDAEM PROCESSO EXECUTIVO

Manuel Leite, Agente de Execução, com a cédula 3475 e domicílio profi ssional na Rua da Igreja, 18 - 1.º esc. 1, Santa Ma-ria de Avioso, Maia, agente de execução no âmbito da execução comum adiante identifi cada, informa os eventuais interes-sados que são aceites propostas de aqui-sição do(s) bem(s) penhorado(s) adiante identifi cado(s):LOCAL E DATA-LIMITE PARA APRESEN-

TAÇÃO DAS PROPOSTASAs propostas são apresentadas em carta fechada até às 14:00 horas (catorze horas) do dia 11/12/2012 (onze de Dezembro de dois mil e doze), na secretaria do Tribunal Judicial de Valongo - 1.º Juízo, sito na Av.ª Emídio Navarro, 291, Valongo, devendo os proponentes, nos termos do n.º 1 do arti-go 897.º do Código Processo Civil, juntar à sua proposta, como caução, um cheque visado, à ordem do agente de execução no montante correspondente a 20% do valor-base dos bens, ou garantia bancária no mesmo valor.As propostas serão abertas no dia e hora indicado, não sendo obrigatória a presen-ça dos proponentes.

N.º DO PROCESSO1146/09.5TBVLG, 1.º Juízo DO TRIBUNAL JUDICIAL DE VALONGO

EXEQUENTEBANCO DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO, S.A., NIPC: 502924047 com sede na Rua do Ouro, 130, Lisboa.

EXECUTADO(S)CARLOS ALBERTO RIBEIRO AFONSO,

NIF: 163080445, residente na Estrada Pon-te de Oliveira, Edifício Tropical, Bl. D, 3 AG, Caniço - Santa Cruz.ANA PAULA PEREIRA LOPES SILVA AFONSO, NIF: 161401368, residente na Estrada Ponte de Oliveira, Edifício Tropi-cal, Bl. D, 3 AG, Caniço - Santa Cruz.

VALOR MÍNIMO DAS PROPOSTASVERBA ÚNICA: 70% do valor-base

FIEL DEPOSITÁRIOEXECUTADO: Carlos Alberto Ribeiro Afon-so, residente na Estrada Ponte de Oliveira, Edifício Tropical, Bl. D, 3 AG, Caniço - Santa Cruz.

BEM A VENDERVerba UM: Fração autónoma designada pela letra “J”, correspondente a uma ha-bitação tipo T3 no terceiro e quarto pisos e logradouro na frente, com entrada pelo n.º 186 da Rua Jaime Cortesão, freguesia e concelho de Valongo. Faz parte integrante do prédio afeto ao regime de propriedade horizontal sito na Rua José Afonso, n.ºs 75, 81, 83, 89 e 91 e na Rua Jaime Cor-tesão, n.ºs 186, 190, 198, 202, 210 e Lote C3C. Encontra-se descrito na Conservató-ria do Registo Predial de Valongo sob o n.º 859 e inscrito na matriz predial urbana da freguesia de Valongo sob o n.º 3134.VALOR-BASE: 85.714,29 Euros (Oitenta e cinco mil setecentos e catorze euros e vinte e nove cêntimos).

O Agente de Execução - Manuel LeiteRua da Igreja, 18 - 1.º Esc. 1, 4475-641 Maia

Tel. 229827523 - Fax 229863261

Público, 21/11/2012 - 1.ª Pub.

Maria do Rosário Lopes, Agente de Execução, com escritório na Av. Dr. Álvaro de Vasconcelos, 8, 3.º C, em Sintra, faz saber que nos autos acima indicados, encon-tra-se designado o dia 31 de Janeiro de 2013, pelas 09.30 horas, na Comarca da Grande Lisboa - Noroeste - Sintra - Juiz 2, para abertura de propostas, que sejam entregues até às 14 horas do dia útil anterior ao designado para a venda.BEM A VENDER: Fracção autónoma designada pela letra “J”, a que corresponde o quarto andar E, destinado a habitação com arrecadação no sótão, do prédio urbano em regime de Propriedade Horizontal, sito na Rua Sofi a de Melo Breyner, n.º 5, fre-guesia de Algueirão - Mem Martins, descrito na 1.ª Conservatória do Registo Predial de Sintra sob o n.º 1773, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 6487.Valor-base: 61.155,93 eurosSerá aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 42.808,60 euros, que correspondente a 70% do valor-base, não podendo ser consideradas propostas de valor inferior.Nos termos do artigo 897.º n.º 1 do C.P.C., os proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, cheque visado à ordem do Agente de Execução, no montante correspondente a 20% do valor-base do bem, ou garantia bancária no mesmo valor.O bem pertence ao executado Fernando José Botelho, com residência na Estrada Marquês de Pombal, n.º 55, 5.ºA Rinchoa, fi el depositário do imóvel, que o deve mostrar a pedido de qualquer interessado

A Agente de Execução - Maria do Rosário LopesAv.ª Dr. Álvaro de Vasconcelos, n.º 8 - 3.º C - 2710-420 Sintra

Telf. 219233364 - Fax. 219105158 - E.mail: [email protected]ário de atendimento: Dias úteis das 15.00 às 17.00 horas

Público, 21/11/2012 - 1.ª Pub.

Maria do Rosário LopesAgente de Execução

Cédula n.º 2210

COMARCA DA GRANDE LISBOA - NOROESTE - SINTRA - JUÍZO DE EXECUÇÃO - JUIZ 2

ANÚNCIOVenda judicial de Bem Imóvel mediante propostas em Carta Fechada

(Art.º 890.º do C.P.C.)N.º do Processo: 1953/06.0TCSNT

Exequente: Banco Espírito Santo, S.A.Executado(s): ANA PAULA SILVA COSTA BOTELHO e outros

Valor: 71.347,65 €Referência Interna: PE/358/2006

Adelaide Maria Baúto, Agente de Execução, com escritório na Av. Dr. Álvaro de Vasconce-los, 8, 3.º C, em Sintra, faz saber que nos autos acima indicados, encontra-se designado o dia 5 de Dezembro de 2012, pelas 15.30 horas, no Tribunal de Família e Menores e de Comarca de Cascais 1.º Juízo Cível, para abertura de propostas.BEM A VENDER: Fracção autónoma designada pela letra “H”, correspondente ao Bloco Seis rés-do-chão, destinada a habitação do prédio urbano em regime de Propriedade Hori-zontal, sito na Rua 23 de Abril, n.º 44 em Caparide, lugar e freguesia de São Domingos de Rana, descrito na 1.ª Conservatória do Registo Predial de Cascais sob o n.º 5974 e inscrito na respectiva matriz sob o artigo 15516. Penhora de 1/2 a favor de Carla Cristina Gonçalves Silvestre e de outra 1/2 em comum e sem determinação de parte ou direito a favor de José Francisco Ribeiro dos Santos e Maria de Lurdes Sarmento Ribeiro dos Santos.Valor-base: 119.815,66 eurosSerá aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 83.870,96 euros, que correspon-de a 70% do valor-base, não podendo ser consideradas propostas de valor inferior.Nos termos do artigo 897.º n.º 1 do C.P.C., os proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, cheque visado à ordem do Agente de Execução, no montante correspon-dente a 20% do valor-base do bem, ou garantia bancária no mesmo valor.O bem pertence aos executados Carla Cristina Gonçalves Silvestre com residência na Rua 23 de Abril, n.º 32, 6.º A em São Domingos de Rana, Maria de Lurdes Sarmento Ribeiro dos Santos com residência na Rua António Gedeão, n.º 26, 2.ºA, Colinas da Arrábida, Quinta do Anjo e José Francisco Ribeiro dos Santos com residência na Rua Angra do Heroísmo, 1 r/c Dto., em Lisboa, fi éis depositários do imóvel, que o devem mostrar a pe-dido de qualquer interessado.

A Agente de Execução - Adelaide Maria BaútoAv.ª Dr. Álvaro de Vasconcelos, n.º 8 - 3.º C - 2710-420 Sintra

Telf. 219233364 - Fax. 219105158 - E.mail: [email protected]ário de atendimento: Dias úteis das 15.00 às 17.00 horas

Público, 21/11/2012 - 1.ª Pub.

Adelaide Maria BaútoAgente de Execução

Cédula n.º 1563

CASCAIS - TRIB. FAMÍLIA MENORESE COMARCA - 1.º JUÍZO CÍVEL

ANÚNCIOVenda judicial de Bem Imóvel mediante propostas em Carta Fechada

(Art.º 890.º do C.P.C.)N.º do Processo: 6471/07.7TBCSC

Exequente: Banco Espírito Santo, S.A.Executado(s): José Luís Sarmento R. Santos e outrosValor: 139.784,94 € - Referência Interna: PE/317/2007

Adelaide Maria Baúto, Agente de Execução, com escritório na Av. Dr. Álvaro de Vasconce-los, 8, 3.º C, em Sintra, faz saber que nos autos acima indicados, encontra-se designado o dia 19 de Fevereiro de 2013, pelas 09.30 horas, no Juízo de Execução, da Comarca da Grande Lisboa - Noroeste - Sintra - Juiz 1, para abertura de propostas.BEM A VENDER: Fracção autónoma designada pelas letras “AH”, correspondente ao segundo andar frente com arrecadação no 1.º andar, destinada a habitação do prédio urbano em regime de Propriedade Horizontal, sito na Estrada das Águas Livres, n.ºs 21, 21-A, 21-B, 21-C e 21-D, Pendão, lugar e freguesia de Queluz, descrito na Conserva-tória do Registo Predial de Queluz sob o n.º 1865 e inscrito na respectiva matriz sob o artigo 5331.Valor-base: 102.000,00 eurosSerá aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 71.400,00 euros, que corres-ponde a 70% do valor-base, não podendo ser consideradas propostas de valor inferior.Nos termos do artigo 897.º n.º 1 do C.P.C., os proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, cheque visado à ordem do Agente de Execução, no montante correspon-dente a 20% do valor-base do bem, ou garantia bancária no mesmo valor.O bem pertence aos executados Rui Pedro Machado Almeida Carvalho e Susana Ra-mos Viegas de Almeida Carvalho com residência na Avenida Almirante Reis, n.º 260, 4.º Esq.º em Lisboa, fi éis depositários do imóvel, que o devem mostrar a pedido de qualquer interessado.

A Agente de Execução - Adelaide Maria BaútoAv.ª Dr. Álvaro de Vasconcelos, n.º 8 - 3.º C - 2710-420 Sintra

Telf. 219233364 - Fax. 219105158 - E.mail: [email protected]ário de atendimento: Dias úteis das 15.00 às 17.00 horas

Público, 21/11/2012 - 1.ª Pub.

Adelaide Maria BaútoAgente de Execução

Cédula n.º 1563

COMARCA DA GRANDE LISBOA - NOROESTE - SINTRA - JUÍZO DE EXECUÇÃO - JUIZ 1

ANÚNCIOVenda judicial de Bem Imóvel mediante propostas em Carta Fechada

(Art.º 890.º do C.P.C.)N.º do Processo: 973/08.5TCSNT

Exequente: BANCO BPI, S.A.Executado(s) :SUSANA RAMOS VIEGAS DE ALMEIDA CARVALHO e outros

Valor: 123.613,88 €Referência Interna: PE/419/2008

TRIBUNAL DECOMARCA E DE

FAMÍLIA E MENORES DE ALMADA

4.º Juízo Competência CívelProcesso: 6283/12.6TBALM

ANÚNCIOInterdição/InabilitaçãoRequerente: Ministério PúblicoRequerida: Maria Alves HortettFaz-se saber que foi distribu-ída neste tribunal, a ação de Interdição em que é requeri-da Maria Alves Hortett, com residência na Rua Quinta das Amoreiras, n.º 15, 2825 Monte de Caparica, para efeito de ser decretada a sua interdição por Anomalia Psíquica.

N/ Referência: 10656015

Almada, 07-11-2012.

A Juíza de DireitoDr.ª Ana Beatriz PintoA Ofi cial de Justiça

Cláudia M. A. Barreiros Guerreiro

Público, 21/11/2012

TRIBUNAL JUDICIAL DE ELVAS

2.º JuízoProcesso: 1078/12.0TBELV

ANÚNCIOInterdição/InabilitaçãoRequerente: Ministério Pú-blicoRequerida: Maria Joana Botelho FigueiraFaz-se saber que foi distri-buída neste tribunal a ação de Interdição / Inabilitação em que é requerida Maria Joana Botelho Figueira, com residência em domicí-lio: Av. Piedade, N.º 27, R/ch Esq.º, 7350-094 Elvas, para efeito de ser decre-tada a sua interdição por Anomalia Psíquica.

N/ Referência: 1972211

Elvas, 09-11-2012.

A Juíza de DireitoDr.ª Magda Silva Teixeira

A Ofi cial de JustiçaMaria do Céu Silva

Público, 21/11/2012

TRIBUNAL DE FAMÍLIA E MENORES E DE

COMARCA DO SEIXAL1.º Juízo Cível

Processo: 6308/12.5TBSXL

ANÚNCIOInterdição/InabilitaçãoRequerente: Ministério Pú-blicoRequerida: Vitória Gomes Santos Rafael PereiraFaz-se saber que foi distri-buída neste tribunal, a ação de Interdição/Inabilitação em que é requerida Vitória Go-mes Santos Rafael Pereira, com residência em domicí-lio: Quinta das Laranjeiras, Lote 1014, Fernão Ferro, 2865-673 Fernão Ferro, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.

N/ Referência: 9675733

Seixal, 13-11-2012.

A Juíza de DireitoDr.ª Francisca Martins Preto

A Ofi cial de JustiçaAna Paula Carreiro

Público, 21/11/2012

COMARCA DA GRANDE LISBOA - NOROESTESintra - Juízo Grande Inst. Cível - 1.ª Secção - Juiz 2

Processo: 22170/12.5T2SNT

ANÚNCIOInterdição/InabilitaçãoRequerente: Ministério PúblicoRequerido: Mário Rui Moreira BrandãoFaz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdi-ção/Inabilitação em que é reque-rido Mário Rui Moreira Brandão, estado civil: solteiro, nascido em 05.08.1970, fi lho de Valdemar Go-mes Brandão e de Elvira Folgado Pinheiro Moreira Brandão, natural da Freguesia de Carnaxide, Con-celho de Oeiras, com domicílio: Rua António Aleixo, n.º 16 - R/C Dt.º, 2735-388 Mira Sintra, para efeito de ser decretada a sua in-terdição por anomalia psíquica.

N/ Referência: 19198109

Sintra, 12-11-2012.

A Juíza de DireitoDr.ª Ana Isabel Mascarenhas

PessoaO Ofi cial de Justiça

J. Bauhofer

Público, 21/11/2012

Tribunal Comarca da Grande Lisboa Noroeste-Sintra, Juízo de Execução - Juiz 2, Execução Comum, processo n.º 1027/04.9TCSNT; Valor: 26.764,15,08 €; nos autos acima identifi cados, em que é Exequente a Caixa Geral de Depósitos, SA, e executados JOSÉ MANUEL CONCEIÇÃO PEREIRA, encontra-se designado o dia 29-11-2012, pelas 09:30 horas, no Tribunal da Comarca da Grande Lisboa Noroeste - Sin-tra, Juízo de Execução, Juiz 2, para a aber-tura de propostas, que sejam entregues até às 14:00 horas de véspera, na secretaria do referido Tribunal, pelos interessados na compra do seguinte bem: verba única - Prédio urbano, designado pela fracção “D”, sito em Cacém, Rua João de Deus, n.º 3 - R/C Dt.º, freguesia de Cacém, concelho de Sintra, inscrito na matriz sob o artigo 995, descrito na Conservatória Registo Predial de Agualva-Cacém sob o n.º 159/Cacém.VALOR-BASE DA VENDA: 40.000,00€.Serão aceites propostas de melhor pre-ço igual ou acima de 70% do valor-base anunciado.É fi el depositário o executado JOSÉ MA-NUEL CONCEIÇÃO PEREIRA, que é obri-gado a mostrar o bem a quem pretende examiná-lo.Não se encontra pendente qualquer oposi-ção à execução.Entrega de propostas: As propostas devem ser entregues na Secretaria do Tribunal Co-marca Grande Lisboa Noroeste-Sintra, Juí-zo de Execução-Juiz 2, até às 14.00 horas do dia 28 de Novembro de 2012 em envelo-pe fechado, com a indicação do número do

processo executivo, nome exequente e exe-cutados, devendo juntar-lhe fotocópias do bilhete identidade e cartão de contribuinte, excepto se o proponente estiver presente na abertura de propostas.Caução e depósito do preço: No acto da venda deve ser depositado à ordem do Agente de Execução 5% do valor anunciado para a venda ou garantia bancária no mes-mo valor, e a totalidade ou parte do preço em falta no prazo de quinze dias após a venda, nos termos do artigo 897.º do CPC.Os pagamentos poderão ser efectua-dos por entrega de cheque visado à ordem da Agente de Execução, ou por depósito na conta cliente da mesma, aberta no Millennium BCP, com NIBn.º 003300004524819906405, indicando como referência o número do processo em epígrafe.Ao valor da venda acrescerão os impostos devidos, nomeadamente IMT e Imposto Selo.Este edital encontra-se afi xado na porta do imóvel, na respectiva Junta de Freguesia e no Tribunal e ainda publicado em duas edi-ções do jornal “Público”.

A Agente de ExecuçãoMaria Leonor Cosme

Rua José Bento Costa n.º 9, R/C Dt.ºPortela de Sintra - 2710-428 SintraTelef. 219106820 - Fax 219106829e.mail: [email protected]ário de atendimento: todos os dias úteis das 15.00h às 17.00h.

Público, 16/11/2012 - 1.ª Pub.

MARIA LEONOR COSMEAgente de Execução

CPN 1389ANÚNCIO DE VENDA IMÓVEL

Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, E.P.E.

Concurso para assistente hospitalar neurorradiologiaExtrato do Aviso de Abertura

Pode ser consultado no portal dos HUC em http://www.huc.min-saude.pt o aviso de abertura do concurso para assistente hospitalar em CIT, para a especialidade de neurorradiologia, publicado no D.R. n.º 224, 2.ª Série parte G em 20/11. O prazo de candidaturas encerra no dia 04/12/2012, podendo os interessados entregar as suas candidaturas, utilizando o formulário igualmente disponibili-zado pela mesma via, em papel no SGRH do CHUC ou remetê-las por correio registado com aviso de receção, acompanhado dos documentos exigidos no aviso de abertura e cinco exemplares de curriculum vitae.Qualquer esclarecimento poderá ser solicitado para o endereço eletró[email protected], ou pelo tel. 239400563.

FREGUESIA DE GAVIÃOAVISO

Abertura de procedimento concursal comum para preenchimento de um posto de trabalho do mapa de pessoal da Junta de Freguesia de Gavião - Carreira e categoria de Assistente Técnico - REF. CIT-1/12 - JG (1).Aviso publicado no Diário da República n.º 224, II Série, de 20/11/2012.

Gavião, 21 de Novembro de 2012

O Presidente da Junta de FreguesiaAntónio José Ribeiro

Dr. MANUEL PAESDE VASCONCELLOS

FALECEU

Sua Família participa o seu falecimento, realizando-se o seu funeral hoje dia 21 às 14.30 horas, saindo da Basílica da Estrela para o Cemitério do Alto de São João. Às 14.00 horas será celebrada Missa de Corpo Presente.

Loja Campo de OuriqueServilusa - Número Verde Grátis 800 204 222

Serviço Funerário Permanente 24 Horas

A ALZHEIMER PORTUGAL é uma Instituição Particular de Solidariedade Social, sendo a única organização em Portugal constituída para promover a qualidade de vida das pessoas com demência e dos seus familiares e cuidadores.A ALZHEIMER PORTUGAL apoia as Pessoas com Demência e as suas Famílias através de uma equipa multidisciplinar de profi ssionais, com experiência na doença de Alzheimer. Os serviços prestados pela ALZHEIMER PORTUGAL incluem Informação sobre a doença, Formação para cuidadores formais e informais, Apoio Domiciliário, Centros de Dia, Apoio Social e Psicológico e Consultas Médicas de Especialidade. www.alzheimerportugal.org

Contactos: Sede: Av. de Ceuta Norte, Lote 15, Piso 3 Quinta do Loureiro, 1300-125 Lisboa - Tel.: 21 361 04 60/8 - Fax: 21 361 04 69 - E-mail: [email protected] • Delegação do Norte: Centro de Dia “Memória de Mim” - Rua do Farol Nascente, N.º 47A - R/C, 4455-301 Lavra -Tel.: 229 260 912 / 226 066 863 - E-mail: [email protected] • Delegação Centro: Rua Marechal António Spínola, Loja 26 (Galerias do Intermarché) - Pombal, 3100-389 Pombal - Tel.: 236 219 469 - E-mail: [email protected] • Delegação da Região Autó-noma da Madeira: Avenida do Colégio Militar, Complexo Habitacional da Nazaré, Cave do Bloco 21 - Sala E, 9000-135 FUNCHAL - Tel. e Fax: 291 772 021 - E-mail: [email protected] • Núcleo do Ribatejo: R. Dom Gonçalo da Silveira N.º 31 -A, 2080-114 AlmeirimTel.: 24 300 00 87 - E-mail: [email protected] • Núcleo de Aveiro: Santa Casa da Misericórdia de Aveiro - Complexo Social da Quinta da Moita - Oliveirinha, 3810 Aveiro - Tel.: 23 494 04 80 - E-mail: [email protected]

Page 33: 21 Nov - Público

33PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 CLASSIFICADOS

CARLOS MANUEL LAVRADOR DE JESUS CARREIRAS, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE CASCAIS, torna público que esta Câmara Municipal, ao abrigo da alínea e) do n.º 1 do Artigo 64.º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, republicada e alterada pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro, na reunião ordinária do passado dia 8 de outubro de 2012, aprovou alienar em hasta pública, os veículos que se encontrem em depósito no Parque Municipal de Materiais e Viaturas de Trajouce, durante o prazo máximo de três anos ou até ao limite de 3000 veículos.Mais se torna público que o processo se encontra patente para consulta na Direção Municipal das Áreas de Suporte (DMAS) – Divisão de Contratação Pública (DCOP), sita no Edifício Cascais Center, Rua Manuel Joaquim Avelar, número 118, Piso 1, 2750-421 Cascais, no horário das 9.30h-13.00h e das 14.00h-16.30h, desde a data da publicação do respetivo anúncio até ao dia e hora da abertura do ato público da Hasta Pública; todos os interessados poderão obter as peças dos procedimentos desde que solicitadas para o endereço [email protected], até 2 (dois) dias antes do termo do prazo fi xado para a entrega das propostas, sem prejuízo das referidas peças se encontrarem disponíveis no sítio do Município de Cascais em www.cm-cascais.pt.Cascais, Paços do Concelho 24 de outubro de 2012

Carlos Carreiras

(Presidente da Câmara Municipal de Cascais)

EDITAL N.º 366/2012| Hasta pública de veículos no depósito no Parque Municipalde Materiais e Viaturas de Trajouce

CARLOS MANUEL LAVRADOR DE JESUS CARREIRAS, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE CASCAIS, torna público que esta Câmara Municipal, ao abrigo da alínea e) do n.º 1 do Artigo 64.º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, republicada e alterada pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro, na reunião ordinária do passado dia 23 de outubro de 2012, aprovou alienar em hasta pública, a sucata ferrosa e não ferrosa que se encontra em depósito no Parque Municipal de Materiais e Viaturas de Trajouce, durante o prazo máximo de três anos ou até ao limite de 100.000 quilogramas de material ferroso e de 6.000 quilogramas de material não ferroso.Mais se torna público que o processo se encontra patente para consulta na Direção Municipal das Áreas de Suporte (DMAS) - Divisão de Contratação Pública (DCOP), sita no Edifício Cascais Center, Rua Manuel Joaquim Avelar, número 118, Piso 1, 2750-421 Cascais, no horário das 9.30h-13.00h e das 14.00h-16.30h, desde a data da publicação do respetivo anúncio até ao dia e hora da abertura do ato público da Hasta Pública; todos os interessados poderão obter as peças dos procedimentos desde que solicitadas para o endereço [email protected], até 2 (dois) dias antes do termo do prazo fi xado para a entrega das propostas, sem prejuízo das referidas peças se encontrarem disponíveis no sítio do Município de Cascais em www.cm-cascais.pt.Cascais, Paços do Concelho 24 de outubro de 2012

Carlos Carreiras

(Presidente da Câmara Municipal de Cascais)

EDITAL N.° 367/2012 | Hasta pública de sucata ferrosa e não ferrosa em depósito no Parque Municipal de Materiais e Viaturas de Trajouce

Público, 21/11/2012

CARTA FECHADAINSOLVÊNCIA DE BRUNO ALEXANDRE MARQUES

ANTUNES E SÍLVIA CARINA ARAÚJO MESTRE ANTUNESTribunal de Família e Menores e de Comarca do Seixal

- 2.º Juízo Cível - Proc. 2708/12.9TBSXL

Por determinação do Exmo. Sr. Dr. Administrador da Insolvência e com o acordo do credor hipotecário, vamos proceder à venda extrajudicial com apresentação de propostas em carta fechada, dos bens a seguir identifi cados:

BEM IMÓVELVerba 1: Fração autónoma designada pela letra “O” do prédio urbano sito em Rua Cidade de Quelimane, n.º 2, Quinta de São Nicolau, lote 74, freguesia de Corroios, concelho de Seixal, correspondente ao 4.º andar frente para habitação, inscrito na matriz 4903-O e descrito na CRP de Amora sob o n.º 879-O. Valor mínimo 38.200,00€.

VEÍCULOVeículo automóvel Volkswagen, Passat, matrícula 25-94-AJ Valor mínimo 1.000,00€.

REGULAMENTO1. Os interessados deverão remeter sob pena de anulação as propostas em carta

fechada até ao dia 30.11.2012 e dirigidas à Leiloeira do Lena.2. As propostas terão de conter: Identifi cação do proponente (nome ou denominação

social, morada, n.º contribuinte, telefone e fax); valor oferecido por extenso e o envelope no exterior deve identifi car o nome e processo.

3. A proposta tem de vir acompanhada de cheque no valor da proposta, para o bem móvel, assim como o valor da nossa comissão e respectivo IVA. Sobre o imóvel, o cheque é só de 20% de sinal.

4. A adjudicação será feita à proposta de maior valor e após parecer favorável do Administrador da Insolvência.

5. As propostas serão abertas na presença do Administrador da Insolvência e demais interessados, no dia 05.12.2012 às 17h30m na sede da Leiloeira do Lena, Urb. Planalto, Lote 36, r/c Dt.º, Leiria e desde que exista mais do que um proponente, com propostas válidas de igual valor, os mesmos estão convidados a comparecer pessoalmente ou representados no dia da abertura das propostas acima indicado para licitarem entre si.

6. Os bens são vendidos no estado físico em que se encontram.7. Sobre o imóvel será pago como sinal 20% no acto da adjudicação e os restantes

80% no dia da escritura. Sobre o bem móvel será pago com a adjudicação.8. Ao valor da venda é acrescido a comissão de 5% para o imóvel e 10% para o bem

móvel e respectivo IVA referente aos serviços prestados pela Leiloeira do Lena, pagos com a adjudicação.

INFORMAÇÕES: tel: 244 822 230 / fax: 244 822 170 Rua do Vale Sepal Lote 36, r/c Dtº

Urb. Planalto 2415-395 LEIRIAObs. Para obter mais informações consulte o nosso site

E-mail: [email protected] Site: www.leiloeiradolena.com

FAZ-SE SABER que nos autos acima identifi cados encontra-se designado o dia 06 de Dezembro de 2012 às 09h20, neste Tribunal, para a abertura de propostas em carta fechada, que sejam entregues até esse momento na Se-cretaria do Tribunal pelos interessados na compra do seguinte bem imóvel:Fracção autónoma, designada pela letra “AE”, do prédio urbano sito na Rua Júlio Augusto Henriques, n.º 51, 1.ª cave A, freguesia de Arrentela, concelho do Seixal, descrito na CRP do Seixal sob o n.º 1760 e inscrito na matriz predial sob o artigo matricial 3375.VALOR-BASE: €67.857,14 (Sessenta e sete mil, oitocentos e cinquenta e sete euros e catorze cêntimos). O bem imóvel penhorado aos executados, será adjudicado a quem melhor preço oferecer acima de 70% do valor-base do bem a vender, ou seja, €47.500,00.Não se aceitam propostas que não se façam acompanhar de cheque visado à ordem do Agente de Execução no montante correspondente a 20% do valor-base, ou garantia bancária no mesmo valor - art.º 897.º, n.º 1 do CPC.Mais se informa que não houve oposição à execução e foram reclamados créditos.São fi éis depositários, que devem mostrar o bem imóvel a pedido, os exe-cutados.

O Agente de Execução - César Neto BelchiorAv. Brasil, 192 B, Escritório 1 - 1700-078 Lisboa - Tel.: 213 161 380 - Fax: 213 158 586

Público, 21/11/2012 - 1.ª Pub.

ANÚNCIOTribunal Família, Menores e Comarca do Seixal

3.º CívelProcesso n.º 6418/08.3TBSXL

Execução para pagamento de quantia certaValor: €81.204,96 (Oitenta e um mil, duzentos e

quatro euros e noventa e seis cêntimos) Exequente: Banco Espírito Santo, SAExecutado: Justiniano Lopes e outro

César BelchiorAgente de Execução

Céd. P. 2822

FAZ-SE SABER que nos autos acima identifi cados encontra-se designado o dia 05 de Dezembro de 2012 às 09h30, neste Tribunal, para a abertura de propostas em carta fechada, que sejam entregues até esse momento na Se-cretaria do Tribunal pelos interessados na compra do seguinte bem imóvel:Fracção autónoma, designada pela letra “D”, do prédio urbano sito na Rua Afonso Ventura, lote 1, R/C, freguesia de São Sebastião, concelho de Setú-bal, descrito na Conservatória do Registo Predial de Setúbal sob o n.º 1417 e inscrito na matriz predial sob o artigo matricial 13516.VALOR-BASE: € 75.000,00 (Setenta e cinco mil euros). O bem imóvel penhorado aos executados, será adjudicado a quem melhor preço oferecer acima de 70% do valor-base do bem a vender, ou seja, € 52.500,00.Não se aceitam propostas que não se façam acompanhar de cheque visado à ordem do Agente de Execução no montante correspondente a 20% do va-lor-base, ou garantia bancária no mesmo valor – art.º 897.º, n.º 1 do CPC.Mais se informa que não houve oposição à execução e foram reclamados créditos.É fi el depositário, que deve facultar o acesso ao bem imóvel a pedido, o executado José Fernando Caseiro Pereira.

O Agente de Execução - César Neto BelchiorAv. Brasil, 192 B, Escritório 1 - 1700-078 Lisboa - Tel.: 213 161 380 - Fax: 213 158 586

Público, 21/11/2012 - 1.ª Pub.

ANÚNCIOComarca da Grande Lisboa-NoroesteJuízo de Execução de Sintra – Juiz 1

Processo n.º 441/09.8TCSNTExecução para pagamento de quantia certa

Valor: € 39.808,01 (Trinta e nove mil, oitocentos e oito euros e um cêntimo)

Exequente: Banco Espírito Santo, SAExecutados: José Fernando Caseiro Pereira e outro

César BelchiorAgente de Execução

Céd. P. 2822

FAZ-SE SABER que nos autos acima identifi cados encontra-se designado o dia 03 de De-zembro de 2012 às 09h30, neste Tribunal, para a abertura de propostas em carta fechada, que sejam entregues até esse momento na Secretaria do Tribunal pelos interessados na compra dos seguintes bens imóveis:Verba Um: prédio rústico, denominado Quinta de Vale Verde / Quinta do Barreiro, fre-guesia de Triana, concelho de Alenquer, descrito na Conservatória do Registo Predial de Alenquer sob o n.º 2068 e inscrito na matriz predial sob o artigo matricial 33, secção L;Verba Dois: prédio rústico, denominado Quinta da Nogueira ou Arroteia, freguesia de Santo Estêvão, concelho de Alenquer, descrito na Conservatória do Registo Predial de Alenquer sob o n.º 2261 e inscrito na matriz predial sob o artigo matricial 31, secção C;Verba Três: prédio rústico, sito em Terra do Joguinho, Limite da Pedra D’Ouro, freguesia de Santo Estêvão, concelho de Alenquer, descrito na Conservatória do Registo Predial de Alenquer sob o n.º 3559 e inscrito na matriz predial sob o artigo matricial 15, secção I.VALOR-BASE DA VERBA UM: €192.857,14 (Cento e noventa e dois mil, oitocentos e cin-quenta e sete euros e catorze cêntimos); VALOR-BASE DA VERBA DOIS: €39.285,71 (Trin-ta e nove mil, duzentos e oitenta e cinco euros e setenta e um cêntimos); VALOR-BASE DA VERBA TRÊS: €10.714,29 (Dez mil, setecentos e catorze euros e vinte e nove cêntimos).Os bens imóveis penhorados aos executados serão adjudicados a quem melhor preço oferecer acima de 70% do valor-base do bem a vender, ou seja, €135.00,00 (Verba Um), €27.500,00 (Verba Dois) e €7.500,00 (Verba Três).Não se aceitam propostas que não se façam acompanhar de cheque visado à ordem do Agente de Execução no montante correspondente a 5% do valor-base, ou garantia bancária no mesmo valor - art.º 897º, n.º 1 do CPC.Mais se informa que não houve oposição à execução e foram reclamados créditos.É fi el depositário, que deve mostrar os bens imóveis a pedido, o executado Alenquer Parque, Lda.

O Agente de Execução - César Neto Belchior

Av. Brasil, 192 B, Escritório 1 - 1700-078 Lisboa - Tel.: 213 161 380 - Fax: 213 158 586Público, 21/11/2012 - 1.ª Pub.

ANÚNCIOTribunal Judicial de Torres Vedras

3.º JuízoProcesso n.º 1652/10.9TBTVD

Execução para pagamento de quantia certaValor: €20.718,66 (Vinte mil, setecentos e dezoito euros e

sessenta e seis cêntimos) Exequente: Banco Espírito Santo, SA

Executado: Alenquer Parque, Lda. e outro

César BelchiorAgente de Execução

Céd. P. 2822

FAZ-SE SABER que nos autos acima identifi cados em que foi pela exequente apresentada proposta de aquisição da Fracção autónoma B, correspondente ao r/c Esq.º com arrecadação na cave, do imóvel sito na Av.ª Brasil, 82/82 A, freguesia da Falagueira, concelho da Ama-dora, descrito na 1.ª Conservatória do Registo Predial da Amadora sob o n.º 374 e inscrito na respectiva matriz predial sob o artigo 2946, encontra-se designado o dia 05 de Dezembro de 2012 às 09h30, neste Tribunal, para a abertura de propostas em carta fechada, que sejam entregues até esse momento na Secretaria do Tribunal pelos interes-sados na sua compra e cujo valor seja superior ao oferecido.VALOR oferecido pelo Exequente: 43.700,00 €Não se aceitam propostas que não se façam acompanhar de cheque visado à ordem do Agente de Execução no montante correspondente a 20% do valor-base, ou garantia bancária no mesmo valor - art. 897.º, n.º 1 do CPC.Mais se informa que não houve oposição à execução e foram reclama-dos créditos, os quais se encontram graduados. É fi el depositária, que deve mostrar o bem imóvel a pedido, a exe-cutada.

O Agente de Execução - César Neto BelchiorAv. Brasil, 192 B, Escritório 1 - 1700-078 Lisboa - Tel.: 213 161 380 - Fax: 213 158 586

Público, 21/11/2012 - 1.ª Pub.

ANÚNCIOComarca da Grande Lisboa-Noroeste Juízo de Execução de Sintra – Juiz 2

Processo n.º 5689/07.7TBAMDExecução para pagamento de quantia certa

Valor: € 38.624,80 (trinta e oito mil seiscentos e vinte e quatro euros e oitenta cêntimos)

Exequente: Banco Espírito Santo, SAExecutada: Maria Celeste Mendes Rodrigues

César BelchiorAgente de Execução

Céd. P. 2822

FAZ-SE SABER que nos autos acima identifi cados encontra-se designado o dia 5 de Dezembro de 2012 às 14 horas, neste Tribunal, para a abertura de propostas em carta fechada, que sejam entregues até esse dia na Secreta-ria do Tribunal, pelos interessados na compra do seguinte bem imóvel:Fracção autónoma designada pela letra G, correspondente ao 3.º andar Esq.º do prédio sito na Av.ª de Olivença, 8 , freguesia e Concelho do Mon-tijo, descrito na Conservatória do Registo Predial do Montijo sob o n.º 1473 e inscrito na matriz predial sob o art.º 4956.Valor-Base: € 65.000,00O bem imóvel penhorado ao executado, será adjudicado a quem melhor preço oferecer acima de 70% do valor-base dos bens a vender, ou seja, €45.500,00.Não se aceitam propostas que não se façam acompanhar de cheque vi-sado à ordem do Solicitador de Execução no montante correspondente a 20% do valor-base, ou garantia bancária no mesmo valor - art.º 897.º, n.º 1 do CPC.Mais se informa que não houve oposição à execução e não foram recla-mados créditos.É fi el depositário, que deve mostrar o bem imóvel a pedido, o executado.

O Agente de Execução - César Neto BelchiorAv. Brasil, 192 B, Escritório 1 - 1700-078 Lisboa - Tel.: 213 161 380 - Fax: 213 158 586

Público, 21/11/2012 - 1.ª Pub.

ANÚNCIOTribunal Judicial do Montijo

2.º Juízo Processo n.º 52/08.5TBMTJ

Execução para pagamento de quantia certaValor: € 55.415,41

Exequente: Banco Espírito Santo, SAExecutado: Segismundo Hernani Barreto Gomes

César BelchiorAgente de Execução

Céd. P. 2822

FAZ-SE SABER que nos autos acima identifi cados encontra-se designado o dia 13 de Dezembro de 2012 às 12h00, neste Tribunal, para a abertura de propostas em carta fechada, que sejam entregues até esse momento na Se-cretaria do Tribunal pelos interessados na compra do seguinte bem imóvel:Prédio urbano sito na Rua Serrão Martins, n.º 11, 12 e 13, freguesia de Corte do Pinto, concelho de Mértola, descrito na Conservatória do Registo Predial de Mértola sob o n.º 1422 e inscrito na respectiva matriz predial sob o artigo matricial 2880.VALOR-BASE: € 35.000,00 (Trinta e cinco mil euros). O bem imóvel penhorado aos executados, será adjudicado a quem melhor preço oferecer acima de 70% do valor-base do bem a vender, ou seja, € 24.500,00.Não se aceitam propostas que não se façam acompanhar de cheque visado à ordem do Agente de Execução no montante correspondente a 5% do va-lor-base, ou garantia bancária no mesmo valor - art.º 897.º, n.º 1 do CPC.Mais se informa que não houve oposição à execução e foram reclamados créditos.É fi el depositário, que deve mostrar o bem imóvel a pedido, o executado.

O Agente de ExecuçãoCésar Neto Belchior

Av. Brasil, 192 B, Escritório 1 - 1700-078 Lisboa - Tel.: 213 161 380 - Fax: 213 158 586

Público, 21/11/2012 - 1.ª Pub.

ANÚNCIOTribunal Judicial de Mértola

Secção ÚnicaProcesso n.º 27/12.0TBMTL

Execução para pagamento de quantia certaValor: € 27.097,75 (Vinte sete mil, noventa e sete

euros e setenta e cinco cêntimos) Exequente: Banco Espírito Santo, SA

Executados: David Alexandre Marcelino Bento

César BelchiorAgente de Execução

Céd. P. 2822

ConvocatóriaEm conformidade com os Estatutos e Re-gulamentos em vigor, convoco os Membros da Ordem dos Biólogos para uma reunião da Assembleia Geral Ordinária, a ter lugar no dia 20 de Dezembro de 2012, com iní-cio pelas 16:30 horas, na sede da Ordem dos Biólogos na Rua Cidade de Rabat, N.º 38 - r/c, 1500-164 Lisboa, com a seguinte Ordem de Trabalhos:

1. Informações.

2. Apresentação e deliberação sobre o Relatório de Actividades, Orçamento e Relatório de Contas.

3. Outros assuntos.

Não se encontrando o número legal de Membros presentes à hora indicada, reu-nirá a Assembleia Geral, meia hora mais tarde, com qualquer número de Membros presentes.

Lisboa, 20 de Novembro de 2012

A Presidente da Mesa da Assembleia GeralMaria Anunciação Ventura

TRIBUNAL JUDICIAL DE VILA VIÇOSA

Secção ÚnicaProcesso: 227/12.2TBVVC

ANÚNCIODivórcio Sem Consentimento do Outro CônjugeAutor: António Manuel Simões MarquesRé: Maria Luísa dos Santos Barata MarquesNos autos acima identifi cados, cor-rem éditos de 30 dias, contados da data da segunda e última publica-ção do anúncio, citando a Ré Maria Luísa dos Santos Barata Marques, natural de Pampilhosa da Serra, fi lha de Francisco Barata e de Fe-lisbela dos Santos, com última re-sidência conhecida em domicílio: Av.ª Salgueiro Maia, Rua F, Lote 11 - 3.º Dt.º, Belas, para no prazo de 30 dias, decorrido que seja o dos éditos, contestar, querendo, a presente acção, com a indicação de que a falta de contestação não importa a confi ssão dos factos ar-ticulados pelo(s) autor(es) e que em substância o pedido consiste em que seja decretado o Divórcio entre autor e ré, tudo como melhor consta do duplicado da petição ini-cial que se encontra nesta Secreta-ria, à disposição do citando.Fica advertido de que é obrigató-ria a constituição de mandatário judicial.N/ Referência: 796527Vila Viçosa, 14-11-2012.

A Juíza de DireitoDr.ª Rita Justo

A Ofi cial de JustiçaMaria Helena Clímaco

Público, 21/11/2012 - 1.ª Pub.

Cascais - Tabacaria Papelaria Cidadela, Lda.Av. 25 de Abril, 528 - 2750-511 - Tel. 214 844 415

Aqui encontra produtos exclusivos Público e Classifi cados

Page 34: 21 Nov - Público

Jogos e Consolas

Outras Categorias

Jogos e Consolas Informática Telefones e Acessórios Áudio, TV e Fotografia Motores Música Outras Categorias

Informática

Telefones e Acessórios

Não perca as

oportunidades de hoje

Veja mais em

www.miau.pt

BOLSA TRANSPORTE PS VITAID: 13628373 até 04/12/2012

€3,99

MONITOR HP LED 20''ID: 13584608 até 28/11/2012

KINGSTON HYPER X DDR2 2GB KHX8500D2/2GID: 13617055 até 03/12/2012

€15

€6

PLACA SOM ÁUDIO EXTERNA 7.16 CANAISID: 13502248até28/11/2012

NOKIA E6 NOVO OPORTUNIDADEID: 13621578até24/11/2012

SUPORTE IPADID: 13601208até30/11/2012

BLACKBERRY TOUR 9630 BLACKID: 13617721até03/12/2012

BLUETOOTH SUPERTOOTH IIID: 13622051 até 04/12/2012

€285

MARIO KART 7 NOVO 3DSID: 13628944até04/12/2012

€38,9

LG K800-CHOCOLATEID: 13620594 até 03/12/2012

€30

GOD OF WAR COLLECTION PS3ID: 13631149 até 05/12/2012

€17

MÁQUINA FOTOGRÁFICA DIGITAL CASIOID: 13630074 até 04/12/2012

€19

BICICLETA CORRIDA ANTIGAID: 13627347 até 04/12/2012

€199

€55

€15

€23,9 €39,1

XBOX 360GEARS OF WAR 3ID: 13619783até03/12/2012

RARO PVC ABELHA MAIA - FILIPE OGAFANHOTOID: 13414116até28/11/2012

ROLLING STONESHYDE PARK - DVDID: 13617186até03/12/2012

€21,99

€70

€65

Page 35: 21 Nov - Público

PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | 35

PESSOAS

Cameron Diaz, assim não tens muitas amigas!Presença habitual nesta página nos últimos tempos (já disse que é fã de sexo, que a sua boa forma é um misto de dança e sexo), a actriz Cameron Diaz fez agora uma declaração que é capaz de não lhe granjear grandes amigas. Vamos a factos: pois então não é que Cameron, que recentemente chegou aos 40 anos e está cada vez mais bonita, foi polémica numa entrevista que deu ao britânico Sunday Times? Diz ela, numa frase capaz de pôr os cabelos de qualquer mulher em pé, que “qualquer mulher gosta de ser tratada como um objecto”. “Há uma pequena parte de ti que espera ser tratada como um objecto e penso que isso é saudável”, disse a actriz. Como diz o site Huffingtonpost, é melhor que Cameron Diaz, pense duas vezes antes de falar para as mulheres. Afirmações destas são capazes de não ser bem recebidas.

HOJE FAZEM ANOS

Paulinho Santos, ex-futebolista, 42; Joaquim Gomes, ex-ciclista, 47; Björk, cantora, 47; Alex James, baixista dos Blur, 44; Emma Cohen, actriz, 66; Goldie Hawn, actriz, 67; Harold Ramis, realizador de cinema, 68

LEON NEAL/AFP

Novelas nacionais não ganharam Emmy

Taylor Swift ameaçada de morte

O ditado popular não há duas

sem três não se aplicou às novelas

portuguesas, que não conseguiram

um terceiro triunfo consecutivo

nos Emmy (prémios para

televisão) na categoria de Melhor

Telenovela. Depois de ter ganho

em 2010 com Meu Amor (TVI) e no

ano seguinte com Laços de Sangue

(SIC), as televisões portuguesas

concorriam com Remédio Santo

(TVI) e Rosa Fogo (SIC), mas desta

vez o prémio foi atribuído à novela

brasileira O Astro (da Globo).

A julgar pelo nível das novelas

nacionais, adivinham-se mais

prémios no futuro.

A popularidade dos One

Direction e o entusiasmo das

adolescentes à volta da banda são

tantos que o tema “namoradas”

provoca logo um reboliço

juvenil. Por isso, não foram bem

recebidas as notícias que dão

conta da reaproximação entre

a cantora country Taylor Swift

e o One Direction Harry Styles.

Ao que parece ambos decidiram

reatar a breve relação que

mantiveram há alguns meses.

Swift recebeu já mensagens

do tipo “quero matar-te com

punhaladas”.

Life&StyleVer mais emlifestyle.publico.pt/pessoas

Page 36: 21 Nov - Público

36 | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012

SAIR

CINEMALisboa Castello Lopes - LondresAv. Roma, 7A. T. 760789789007 Skyfall M12. Sala 1 - 13h15, 16h, 18h45, 21h45; Argo M12. Sala 2 - 14h, 16h30, 19h, 21h30 CinemaCity Campo PequenoC. Lazer do Campo Pequeno. T. 217981420O Substituto M12. Sala 1 - 13h35, 15h30, 17h25, 19h20, 21h30, 23h45; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. VIP 2 - 13h30, 15h50, 18h10, 21h20, 23h50; Actividade Paranormal 4 M16. Sala 3 - 13h30, 21h55, 00h15; Força Ralph M6. Sala 3 - 15h20, 17h45 (V.Port.); 007 Skyfall M12. Sala 4 - 13h35, 16h15, 21h45, 00h25; Aristides de Sousa Mendes, O Cônsul de Bordéus M16. Sala 5 - 13h40, 15h40, 17h40, 19h40, 21h40, 23h55; Terapia a Dois M12. Sala 6 - 18h45; Manteiga M12. Sala 6 - 24h; Argo M12. Sala 7 - 13h40, 16h, 18h30, 21h35, 00h05; As Palavras M12. Sala 8 - 20h05; A Advogada M12. Sala 8 - 13h45, 15h45, 18h05, 22h05, 00h10 CinemaCity Classic AlvaladeAvª de Roma, nº 100, Lisboa . T. 218413045007 Skyfall M12. Sala 1 - 13h30, 16h10, 18h50, 21h30; A Advogada M12. Sala 2 - 13h20, 15h25, 17h45; O Substituto M12. Sala 3 - 13h35, 15h40, 17h35, 19h50, 21h45;Argo M12. Sala 4 - 13h40, 16h, 18h30, 21h35 Cinemateca PortuguesaR. Barata Salgueiro, 39 . T. 213596200Adeus Ilusões Sala Félix Ribeiro - 15h30;Guest Sala Félix Ribeiro - 21h30; Mercado de Futuros Sala Félix Ribeiro - 19h;República da Traição Sala Luís de Pina - 22h; Caveira, My Friend Sala Luís de Pina - 19h30 Medeia Fonte NovaEst. Benfica, 503. T. 217145088As Palavras M12. Sala 1 - 14h30; 007 SkyfallM12. Sala 1 - 18h30, 21h45; Argo M12. Sala 3 - 14h15, 17h, 19h30, 22h Medeia KingAv. Frei Miguel Contreiras, 52A. T. 218480808Bellamy M12. Sala 1 - 14h30, 16h45, 19h30, 22h; César Deve Morrer M12. Sala 2 - 13h30, 15h30, 17h30, 19h50, 21h45; O Gebo e a Sombra M12. Sala 3 - 17h; Linhas de Wellington M12. Sala 3 - 14h, 18h45, 21h30 Medeia MonumentalAv. Praia da Vitória, 72. T. 213142223Argo M12. Sala 4 - Cine Teatro - 14h30, 17h, 19h30, 22h, 00h15; 007 Skyfall M12. Sala 1 - 13h30, 16h15, 19h, 21h45, 00h30; O Substituto M12. Sala 2 - 13h15, 15h15, 17h15, 19h15, 21h30, 24h; As Palavras M12. Sala 3 - 14h, 16h30, 21h30; Dos Homens Sem Lei M12. Sala 3 - 19h, 24h UCI Cinemas - El Corte InglésAv. Ant. Aug. Aguiar, 31. T. 707232221Manteiga M12. Sala 1 - 14h; César Deve Morrer M12. Sala 1 - 16h10, 18h30, 21h30, 23h30; A Advogada M12. Sala 2 - 14h15, 16h40, 19h05, 21h40, 00h10; Actividade Paranormal 4 M16. Sala 3 - 00h20; Força Ralph M6. Sala 3 - 14h05, 19h15 (V.Port./2D), 16h40 (V.Port./3D); Arbitrage - A Fraude M12. Sala 4 - 16h15, 21h25; Frankenweenie M12. Sala 4 - 14h10, 18h50, 23h55 (3D); 007 Skyfall M12. Sala 5 - 14h, 17h; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 6 - 14h20 (V.Port.); 007 Skyfall M12. Sala 6 - 18h, 213h0, 00h30; Para Roma com Amor M12. Sala 7 - 14h10, 16h40, 21h45; Dos Homens Sem Lei M12. Sala 7 - 19h10, 00h25; Linhas de Wellington M12. Sala 8 - 18h50; As

Palavras M12. Sala 8 - 14h10, 16h30, 21h55, 00h15; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 9 - 14h, 16h35, 19h10, 21h50, 00h30; O Substituto M12. Sala 10 - 14h15, 16h35, 19h05, 21h35, 23h55; Aristides de Sousa Mendes, O Cônsul de Bordéus M16. Sala 11 - 14h15, 16h45, 19h15, 21h40, 00h10; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 12 - 14h15, 16h45, 19h20, 22h, 00h30; Argo M12. Sala 13 - 14h05, 16h40, 19h15, 21h50, 00h25; Deste Lado da Ressurreição M12. Sala 14 - 14h, 16h35, 19h10, 21h45, 00h25 ZON Lusomundo AlvaláxiaEstádio José Alvalade. T. 16996007 Skyfall M12. 16h40, 21h; Aristides de Sousa Mendes, O Cônsul de Bordéus M16. 17h, 21h10; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 16h10, 18h45, 21h20; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 15h30, 18h10, 21h45; Realizar o Impossível M12. 16h15, 18h55, 21h40; Sinister - Entidade do Mal M16. 15h40, 18h20; Força Ralph M6. 16h05, 18h45, 21h25 (V.Port.); Argo M12. 16h, 18h40, 21h30; Looper - Reflexo Assassino M16. 18h50, 21h20; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. 16h20 (V.Port./3D); Actividade Paranormal 4 M16. 15h50, 18h, 21h40; Dos Homens Sem Lei M12. 16h30, 19h, 21h45; Arbitrage - A Fraude M12. 17h10 ZON Lusomundo AmoreirasAv. Eng. Duarte Pacheco. T. 16996A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 13h, 15h50, 18h40, 21h20, 24h; Aristides de Sousa Mendes, O Cônsul de Bordéus M16. 13h20, 16h20, 19h, 21h40, 00h25; 007 Skyfall M12. 14h, 17h20, 21h, 00h15; Está no Ar! M12. 13h, 15h10, 17h30,19h40, 21h50, 00h15,; Para Roma com Amor M12. 18h50, 21h30, 00h20; Força Ralph M6. 13h30, 16h (V.Port./3D); Argo M12. 12h50, 15h30, 18h10, 20h50, 23h50; O Substituto M12. 13h50, 16h20, 18h30, 21h10, 23h30 ZON Lusomundo ColomboAv. Lusíada. T. 16996Força Ralph M6. 13h15, 15h50, 18h30 (V.Port./3D), 23h50 (V.Port.); Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. 13h, 15h35, 18h20; Actividade Paranormal 4 M16. 23h30, 23h55; Sinister - Entidade do Mal M16. 13h05, 15h40, 18h15, 21h20, 23h55 ; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 12h50, 15h30, 18h10, 21h, 23h40; 007 Skyfall M12. 13h25, 16h35, 21h10, 00h20; Argo M12. 12h55, 15h45, 18h35, 21h30, 00h15; À Lei da Bala M16. 13h10, 15h55, 18h25, 21h25, 24h ; Aristides de Sousa Mendes, O Cônsul de Bordéus M16. 13h30, 16h10, 18h50, 21h45, 00h30; Realizar o Impossível M12. 12h45, 15h25, 18h05, 20h55, 00h05; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 13h20, 16h, 18h40, 21h40, 00h25 ZON Lusomundo Vasco da GamaParque das Nações. T. 16996007 Skyfall M12. 13h20, 17h, 21h, 24h; Argo M12. 12h40, 15h30, 18h20, 21h50, 00h30; Dos Homens Sem Lei M12. 13h, 15h50, 18h40, 00h20; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 12h50, 15h20, 18h10, 21h10, 23h50; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 13h10, 15h40, 18h30, 21h30, 00h10; Actividade Paranormal 4 M16. 21h20, 23h40; Força Ralph M6. 13h30, 16h10, 18h50 (V.Port./3D)

Almada ZON Lusomundo Almada FórumEstr. Caminho Municipal. T. 16996Força Ralph M6. 13h15, 16h, 18h45 (V.Port./3D), 21h30, 00h15 (V.Port.); A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 12h40,

À Lei da Bala De Tony Krantz. Com Antonio Banderas, Thomas Kretschmann, William Fichtner. EUA. 2010. 101m. Thriller. M16. O detective Ned Cruz é

contratado para descobrir o

rasto de uma mulher. Para

isso começa a seguir várias

pistas que o acabam por levar

ao deserto do Novo México.

Agora, para encontrar a

solução para o mistério, Cruz

vai ter de defrontar estranhas

personagens, entre eles um ex-

lutador de boxe, três polícias

de Los Angeles e um bilionário

que procura deslindar a teoria

do Big Bang. E depressa ele

perceberá que o caso é muito

mais complexo do que o simples

desaparecimento...

Almada Fórum, Colombo

A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2De Bill Condon. Com Robert Pattinson, Taylor Lautner, Kristen Stewart, Michael Sheen, Ashley Greene, Maggie Grace. EUA. 2012. 115m. Drama, Fantasia. M12. Depois de todas as adversidades, Bella e Edward casam-se e consumam o seu amor. Algumas semanas depois, Bella descobre estar grávida de um bebé híbrido. Depois de alguns percalços que todos acabam por superar, os três vivem serenamente em família, felizes como nunca antes imaginaram possível. Bella encontra fi nalmente o seu lugar no mundo na sua pele de vampira. Porém, algo inesperado ameaça ruir o que conquistaram até aqui: o grupo dos Volturi, convencido de que a criança é uma perigosa imortal, decide que tem de ser destruída.

Deste Lado da RessurreiçãoDe Joaquim Sapinho. Com Pedro Sousa, Joana Barata, Pedro Carmo, Sofia Grillo, Guilherme Garcia, Luís Castro.

POR. 2011. 118m. Drama, Aventura. M12. Rafael é um jovem surfi sta

perdido no mundo,

desenquadrado de tudo e

de todos. Com uma grande

violência interior, que se refl ecte

no seu corpo e na maneira como

surfa, busca um sentido para a

sua vida. E será ali, entre a praia

do Guincho, o Convento dos

Capuchos e a serra de Sintra, que

vai fi nalmente encontrar o seu

lugar...

El Corte Inglés

Está no Ar!De Pierre Pinaud. Com Karin Viard, Nicolas Duvauchelle, Nadia Barentin. FRA. 2012. 89m. Drama. M12. Animadora de rádio, Melina está

habituada a resolver, com humor

e sem tabus, os mais diversos

problemas amorosos, sexuais

ou familiares dos seus ouvintes.

Todos sentem tê-la como amiga e

na sua voz confortante encontram

a autoconfi ança de alguém que

tem uma vida resolvida e feliz.

Porém, ao contrário do que todos

julgam, ela é uma mulher solitária

e com um passado traumático

que sempre lhe difi cultou as

relações interpessoais.

Amoreiras

O SubstitutoDe Tony Kaye. Com Adrien Brody, Christina Hendricks, Marcia Gay, Lucy Liu. EUA. 2011. 97m. Drama. M12. Henry Barthes é professor e

possui um talento nato para

criar empatia com jovens.

Porém, decidido a não criar

vínculos com nenhum, optou

por uma carreira de substituição,

orientando, por curtos períodos,

turmas que por um motivo ou

outro fi caram sem docente. Até

ao dia em que é colocado numa

problemática escola pública,

onde o corpo de professores

se debate com adolescentes

desmotivados e violentos.

Em [email protected]

15h25, 18h10, 21h, 23h50; 007 Skyfall M12. 12h30, 15h40, 18h50, 22h; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 13h, 15h50, 18h40, 21h30, 00h15; Aristides de Sousa Mendes, O Cônsul de Bordéus M16. 12h55, 15h30, 18h10, 21h15, 23h55; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. 13h10, 15h40 (V.Port.), 18h30, 21h20, 24h (V.Orig.); À Lei da Bala M16. 13h05, 15h30, 18h, 21h20, 00h10; A Advogada M12. 13h20, 15h55, 18h40, 21h15, 23h50; Argo M12. 12h55, 15h45, 18h35, 21h25, 0h20; 007 Skyfall M12. 12h50, 16h10, 21h, 00h10; Taken - A Vingança M16. 12h45, 15h20, 17h45, 21h40, 24h; Sinister - Entidade do Mal M16. 13h10, 15h50, 18h45, 21h35, 00h15; Realizar o Impossível M12. 12h45, 15h35, 18h25, 21h10, 00h05; Actividade Paranormal 4 M16. 13h, 15h15, 17h30, 21h45, 00h20

Amadora CinemaCity Alegro AlfragideC.C. Alegro Alfragide. T. 214221030Força Ralph M6. VIP Light - 13h25, 15h55 (V.Port.); A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. VIP Light - 19h, 21h45, 00h10; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. VIP 1 - 13h30, 15h50, 18h10, 21h20, 23h50; Aristides de Sousa Mendes, O Cônsul de Bordéus M16. Sala 3 - 13h35, 15h35, 17h35, 19h35, 21h35, 23h40; As Palavras M12. Sala 4 - 13h35, 15h40, 17h45, 20h05; Actividade Paranormal 4 M16. Sala 4 - 22h05, 23h55; A Casa do Fim da Rua M16. Sala 5 - 13h35; Sinister - Entidade do Mal M16. Sala 5 - 17h25, 21h55, 00h15; Actividade Paranormal 4 M16. Sala 5 - 15h35, 19h35; A Possuída M16. Sala 6 - 00h25; Para Roma com Amor M12. Sala 6 - 18h50; Força Ralph M6. Sala 6 - 13h50, 16h15, 21h30 (V.Port./3D); Dos Homens Sem Lei M12. Sala 7 - 21h35, 00h30; Força Ralph M6. Sala 7 - 18h35 (V.Port.); A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 7 - 14h, 16h20; 007 Skyfall M12. Sala 8 - 13h20, 16h05, 18h50, 21h30, 00h20; Argo M12. Sala 9 - 13h45, 16h10, 18h30, 21h40, 24h; Taken - A Vingança M16. Sala 10 - 00h05; A Advogada M12. Sala 10 - 13h30, 15h35, 17h40, 19h45, 21h50 UCI Dolce Vita TejoC.C. da Amadora, EN 249/1. T. 707232221Arbitrage - A Fraude M12. Sala 1 - 21h45; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 1 - 14h05, 16h35, 18h15 (V.Port.); A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 2 - 14h, 16h35, 19h10, 21h50; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 3 - 13h50, 16h20, 19h, 21h30; 007 Skyfall M12. Sala 4 - 15h, 18h30, 21h30; Looper - Reflexo Assassino M16. Sala 5 - 13h50, 16h20, 19h, 21h30; Dos Homens Sem Lei M12. Sala 6 - 14h20, 16h40, 19h10, 21h50; Argo M12. Sala 7 - 14h10, 16h50, 19h20, 21h55; Actividade Paranormal 4 M16. Sala 8 - 13h50, 16h20, 18h50, 21h20; Força Ralph M6. Sala 9 - 14h, 18h50 (V.Port./2D), 16h20, 21h25 (V.Port./3D); 007 Skyfall M12. Sala 10 - 14h, 17h, 21h10; Taken - A Vingança M16. Sala 11 - 13h55, 16h30, 19h05, 21h40

Barreiro Castello Lopes - Fórum BarreiroFórum Barreiro, Campo das Cordoarias. T. 760789789Força Ralph M6. Sala 1 - 15h20, 18h20, 21h20 (V.Port./3D); Encomenda Armadilhada M12. Sala 2 - 15h40, 18h40, 21h40; 007 Skyfall M12. Sala 3 - 15h30, 18h10, 21h10; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 4 - 15h50, 18h30, 21h30

Page 37: 21 Nov - Público

PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | 37

Cascais

Castello Lopes - Cascais VillaAvenida Marginal. T. 760789789Argo M12. Sala 1 - 15h40, 18h40, 21h40; Para Roma com Amor M12. Sala 2 - 15h20, 18h10, 21h10; 007 Skyfall M12. Sala 3 - 15h30, 18h15, 21h15; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 4 - 15h50, 18h30, 21h30; Força Ralph M6. Sala 5 - 16h (V.Port./2D), 18h20, 21h20 (V.Port./3D) ZON Lusomundo CascaiShoppingEN 9, Alcabideche. T. 16996Argo M12. 12h50, 15h40, 18h30, 21h20, 00h15; Realizar o Impossível M12. 12h35, 15h10, 17h45, 21h, 23h35; 007 Skyfall M12. 13h15, 16h20, 20h55, 00h10; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 13h, 15h50, 18h40, 21h30, 00h20; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 12h40, 15h30, 18h20, 21h10, 24h; Actividade Paranormal 4 M16. 21h40, 23h45; Força Ralph M6. 13h30, 16h10, 18h50 (V.Port./3D); Sinister - Entidade do Mal M16. 13h05, 15h30, 18h10, 21h05, 23h30

Caldas da Rainha Vivacine - Caldas da RainhaC.C. Vivaci. T. 262840197007 Skyfall M12. Sala 1 - 15h15, 18h15, 21h20; Actividade Paranormal 4 M16. Sala 2 - 15h45, 18h, 21h30; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 3 - 15h45, 18h30, 21h20; Força Ralph M6. Sala 4 - 15h50, 18h20, 21h15 (V.Port.); Arbitrage - A Fraude M12. Sala 5 - 15h55, 18h25, 21h30

Carcavelos Atlântida-CineCentro Comercial Carcavelos. T. 214565653O Substituto M12. Sala 1 - 15h30, 21h30;Argo M12. Sala 2 - 15h45, 21h45

Sintra CinemaCity Beloura ShoppingEst. Nac. nº 9 - Quinta Beloura. T. 219247643A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Cinemax - 15h50, 18h10, 21h20, 23h50; O Substituto M12. Sala 1 - 15h55, 17h50, 19h45, 21h40, 23h55; 007 Skyfall M12. Sala 2 - 21h30, 00h20; Força Ralph M6. Sala 2 - 15h30, 17h55 (V.Port.); Looper - Reflexo Assassino M16. Sala 3 - 00h05; Arbitrage- A Fraude M12. Sala 3 - 21h35; 007 SkyfallM12. Sala 3 - 16h, 18h55; Taken - A VingançaM16. Sala 4 - 00h15; As Palavras M12. Sala 4 - 18h40, 21h50; Força Ralph M6. Sala 4 - 16h10 (V.Port./3D); Argo M12. Sala 5 - 16h05, 18h30, 21h45, 00h10; Arbitrage - A Fraude M12. Sala 6 - 17h45; A AdvogadaM12. Sala 6 - 15h40, 19h50, 21h55, 24h;Para Roma com Amor M12. Sala 7 - 15h45,18h; Astérix e Obélix: Ao Serviço de SuaMajestade M6. Sala 7 - 00h25 (V.Orig./3D);Manteiga M12. Sala 7 - 20h10; Força Ralph M6. Sala 7 - 22h (V.Port./3D) Castello Lopes - Fórum SintraC. C. Forum Sintra, Loja 2.21. T. 760789789Taken - A Vingança M16. Sala 1 - 21h10; Força Ralph M6. Sala 1 - 16h, 18h40 (V.Port./3D); 007 Skyfall M12. Sala 2 - 15h30, 18h20, 21h20; Aristides de Sousa Mendes, O Cônsul de Bordéus M16. Sala 3 - 15h20, 18h10, 21h; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 4 - 15h50, 18h30, 21h30; Realizar o Impossível M12. Sala 5 - 16h20, 18h50, 21h40; Actividade Paranormal 4 M16. Sala 6 - 16h15, 19h, 21h45; Argo M12. Sala 7 - 15h40, 18h40, 21h50

Leiria

Castello Lopes - Leiria ShoppingCC Leiria Shopping, IC2. T. 760789789A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 1 - 12h50, 15h40, 18h20, 21h20; Força Ralph M6. Sala 2 - 13h30, 16h10, 19h, 21h10 (V.Port.); 007 Skyfall M12. Sala 3 - 13h, 15h50, 18h50; Actividade Paranormal 4 M16. Sala 3 - 21h50; Taken - A Vingança M16. Sala 4 - 21h; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 4 - 13h10, 15h20, 18h10 (V.Port.); Aristides de Sousa Mendes, O Cônsul de Bordéus M16. Sala 5 - 13h15, 15h10, 18h15, 21h30; 007 Skyfall M12. Sala 6 - 12h40, 15h30, 18h30, 21h115; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 7 - 13h20, 16h, 18h40, 21h40 CinemaCity LeiriaR. Dr. Virgílio Vieira da Cunha. T. 244845071Actividade Paranormal 4 M16. Sala 1 - 18h45; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 1 - 12h50, 15h40, 18h20, 21h20; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 1 - 16h20, 21h55; Força Ralph M6. Sala 2 - 13h30, 16h10, 19h, 21h10; Força Ralph M6. Sala 2 - 16h15, 21h30 (V.Port./3D); Taken - A Vingança M16. Sala 3 - 19h55; 007 Skyfall M12. Sala 3 - 13h, 15h50, 18h50; Actividade Paranormal 4 M16. Sala 3 - 21h50; A Advogada M12. Sala 3 - 15h45, 17h50, 21h55; Taken - A Vingança M16. Sala 4 - 21h; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 4 - 13h10, 15h20, 18h10; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 4 - 15h50, 18h10, 21h20; Aristides de Sousa Mendes, O Cônsul de Bordéus M16. Sala 5 - 13h15, 15h10, 18h15, 21h30; Dos Homens Sem Lei M12. Sala 5 - 16h10, 18h35, 21h40; 007 Skyfall M12. Sala 6 - 12h40, 15h30, 18h30, 21h15; Argo M12. Sala 6 - 16h05, 18h50, 21h35; 007 Skyfall M12. Sala 7 - 15h40, 19h, 21h50; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 7 - 13h20, 16h, 18h40, 21h40

Loures Castello Lopes - Loures ShoppingQuinta do Infantado. T. 760789789Força Ralph M6. Sala 1 - 13h15, 15h50, 18h30, 21h10 (V.Port./3D); 007 Skyfall M12. Sala 2 - 13h10, 16h10, 19h; Actividade Paranormal 4 M16. Sala 2 - 21h50; Argo M12. Sala 3 - 13h30, 16h20, 18h50, 21h30; 007 Skyfall M12. Sala 4 - 15h, 18h, 21h15; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 5 - 13h, 15h40, 18h20, 21h20; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 6 - 13h20, 16h, 18h40, 21h40; Taken - A Vingança M16. Sala 7 - 21h; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 7 - 13h05, 15h30, 18h10

Montijo ZON Lusomundo Fórum MontijoC. C. Fórum Montijo. T. 16996A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 15h40, 18h20, 21h10; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 15h55, 18h30, 21h20; Aristides de Sousa Mendes, O Cônsul de Bordéus M16. 15h30, 18h, 20h50; Actividade Paranormal 4 M16. 21h30; Força Ralph M6. 15h50, 18h25 (V.Port.); 007 Skyfall M12. 16h30, 20h40; Argo M12. 15h35, 18h10, 21h

Odivelas ZON Lusomundo Odivelas ParqueC. C. Odivelasparque. T. 16996007 Skyfall M12. 15h, 18h, 21h10; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 15h30,

18h20, 21h; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 17h, 20h; Força Ralph M6. 15h50,18h30, 21h15 (V.Port.); Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. 16h, 18h10; Actividade Paranormal 4 M16. 21h30

Oeiras ZON Lusomundo Oeiras ParqueC. C. Oeirashopping. T. 16996Arbitrage - A Fraude M12. 18h40, 21h50, 00h20; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. 13h15, 16h (V.Port.); A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 13h, 15h40, 18h20, 21h15, 24h; 007 Skyfall M12. 14h, 17h15, 21h, 00h10; Força Ralph M6. 12h50, 15h30, 18h15 (V.Port./3D), 21h10, 23h50 (V.Port.); A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 13h10, 15h50, 18h35, 21h30, 00h15; Aristides de Sousa Mendes, O Cônsul de Bordéus M16. 13h05, 15h45, 18h25, 21h20, 00h05; Argo M12. 13h, 15h55, 18h30, 21h40, 00h25

Miraflores ZON Lusomundo Dolce Vita MirafloresAv. das Túlipas. T. 707 CINEMAA Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 15h30, 18h30, 21h30; Argo M12. 15h20, 18h20, 21h; 007 Skyfall M12. 15h, 18h, 21h; Força Ralph M6. 15h10, 18h10, 21h10

Torres Novas Castello Lopes - TorreShoppingBairro Nicho - Ponte Nova. T. 707220220Argo M12. Sala 1 - 21h20; Força Ralph M6. Sala 1 - 12h50, 15h40 (V.Port.), 18h40 (V.Port./3D); 007 Skyfall M12. Sala 2 - 12h40, 15h30, 18h20, 21h10; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 3 - 13h10, 15h50, 18h30, 21h30

Torres Vedras ZON Lusomundo Torres VedrasC.C. Arena Shopping. T. 16996A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 16h, 18h45, 21h30; 007 Skyfall M12. 15h, 18h05, 21h15; Argo M12. 16h25, 19h, 21h45; Linhas de Wellington M12. 21h10; Força Ralph M6. 16h15, 18h40 (V.Port.); A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 15h30, 18h15, 21h

Torre da Marinha

Castello Lopes - Rio Sul ShoppingQta. Nova do Rio Judeu. T. 760789789A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 1 - 15h40, 18h20, 21h20; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 2 - 16h, 18h40, 21h40; 007 Skyfall M12. Sala 3 - 15h20, 18h10, 21h10; Força Ralph M6. Sala 4 - 15h30, 18h30, 21h30 (V.Port./3D); 007 Skyfall M12. Sala 5 - 15h50, 18h50; Actividade Paranormal 4 M16. Sala 5 - 21h50; Argo M12. Sala 6 - 15h10, 18h, 21h; Taken - A Vingança M16. Sala 7 - 21h25; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 7 - 16h10, 19h

Santarém Castello Lopes - SantarémLargo Cândido dos Reis. T. 760789789Post Mortem M12. Sala 1 - 18h50; Arbitrage - A Fraude M12. Sala 1 - 21h; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 1 - 16h10 (V.Port.); Taken - A Vingança M16. Sala 2 - 21h40; Força Ralph M6. Sala 2 - 16h, 19h (V.Port.); Argo M12. Sala 3 - 15h40, 18h40, 21h20; Encomenda Armadilhada M12. Sala 4 - 16h20, 19h10, 21h50; 007 Skyfall M12. Sala 5 - 15h30, 18h20, 21h10; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 6 - 13h10, 15h50, 18h30, 21h30

Setúbal Auditório CharlotAv. Dr. António Manuel Gamito, 11. T. 265522446Linhas de Wellington M12. Sala 1 - 21h30 Castello Lopes - SetúbalC. Comercial Jumbo, Loja 50. T. 707220220Arbitrage - A Fraude M12. Sala 1 - 21h40; Força Ralph M6. Sala 1 - 16h, 18h40 (V.Port.); A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 2 - 15h50, 18h30, 21h30; Terapia a Dois M12. Sala 3 - 15h30, 18h20, 21h10; 007 Skyfall M12. Sala 4 - 15h40, 18h20, 21h20

Faro SBC-International CinemasC. C. Fórum Algarve. T. 289887212Força Ralph M6. Sala 1 - 13h10, 16h35, 19h, 21h20 (V.Port.); Argo M12. Sala 2 - 13h15, 15h50, 18h25, 21h; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 3 - 13h,

15h40, 18h20, 21h; 007 Skyfall M12. Sala 4 - 16h10; Realizar o Impossível M12. Sala 4 - 13h40, 19h10, 21h40; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 5 - 13h30, 16h10, 18h50, 21h30; Aristides de Sousa Mendes, O Cônsul de Bordéus M16. Sala 6 - 13h30, 15h35, 17h40, 19h45, 21h50; 007 Skyfall M12. Sala 7 - 15h, 18h, 21h; Encomenda Armadilhada M12. Sala 8 - 13h20, 15h25, 17h30, 19h35; Looper - Reflexo Assassino M16. Sala 8 - 21h40; Braveheart - O Desafio do Guerreiro Sala 9 - 13h25 (V.Port.); 007 Skyfall M12. Sala 9 - 15h40, 18h40, 21h40

Albufeira Castello Lopes - Algarve ShoppingEN 125 - Vale Verde. T. 760789789007 Skyfall M12. Sala 1 - 12h40, 15h25, 18h15, 21h05; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 2 - 13h, 15h40, 18h20, 21h20; Taken - A Vingança M16. Sala 3 - 12h50, 15h30, 18h05, 21h10; Looper - Reflexo Assassino M16. Sala 4 - 21h; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 4 - 12h45, 15h20, 18h (V.Port.); As Palavras M12. Sala 5 - 13h15, 15h35, 18h10, 21h35; Actividade Paranormal 4 M16. Sala 6 - 21h15; Força Ralph M6. Sala 6 - 13h10, 15h55, 18h35 (V.Port.); 007 Skyfall M12. Sala 7 - 12h55, 15h45, 18h35, 21h25; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 8 - 13h20, 16h, 18h40, 21h40; Argo M12. Sala 9 - 13h05, 15h50, 18h30, 21h30

Olhão Algarcine - Cinemas de OlhãoC.C. Ria Shopping. T. 289703332A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 1 - 15h30, 18h30, 21h30; 007 Skyfall M12. Sala 2 - 15h15, 18h15, 21h15; Mentes Poderosas M12. Sala 3 - 15h20, 18h20, 21h20

Portimão Algarcine - Cinemas de PortimãoAv. Miguel Bombarda. T. 282411888A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 1 - 15h30, 18h, 21h30; Actividade Paranormal 4 M16. Sala 2 - 21h45; Força Ralph M6. Sala 2 - 14h, 15h45, 18h15 (V.Port.) Castello Lopes - PortimãoQuinta da Malata, Lote 1 - Centro Comercial Continente. T. 760789789Frankenweenie M12. Sala 1 - 13h, 15h30, 18h20, 21h50; 007 Skyfall M12. Sala 2 - 12h50, 15h40, 18h30, 21h20; Uma Casa Para o Natal M12. Sala 3 - 13h40; Taken - A Vingança M16. Sala 3 - 16h20, 19h, 22h; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 4 - 21h10; Força Ralph M6. Sala 4 - 13h20, 15h55, 18h25 (V.Port.); A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 5 - 13h10, 15h50, 18h40, 21h30; Argo M12. Sala 6 - 13h30, 16h10, 18h50, 21h40

Tavira Zon Lusomundo TaviraC.C. Gran-Plaza, R. Almirante Cândido dos Reis. T. 16996A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. 15h40, 18h20, 21h30; 007 Skyfall M12. 15h, 18h, 21h; Aristides de Sousa Mendes, O Cônsul de Bordéus M16. 21h40; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. 15h50, 18h30; Força Ralph M6. 13h, 15h30 (V.Port./3D), 18h10, 21h20 (V.Port.); Arbitrage - A Fraude M12. 15h40, 18h10, 21h10

AS ESTRELAS DO PÚBLICO

JorgeMourinha

Luís M. Oliveira

Vasco Câmara

a Mau mmmmm Medíocre mmmmm Razoável mmmmm Bom mmmmm Muito Bom mmmmm Excelente

Argo mmmmm mmmmm mmmmm

Bellamy mmmmm mmmmm mmmmm

César Deve Morrer mmmmm mmmmm –O Cônsul de Bordéus mmmmm – –Deste Lado da Ressurreição mmmmm mmmmm mmmmm

Dos Homens sem Lei mmmmm mmmmm mmmmm

Frankenweenie mmmmm mmmmm –Realizar o Impossível mmmmm – –O Substituto mmmmm – –007 Skyfall mmmmm mmmmm mmmmm

É um dos mais representativos instrumentistas portugueses. E também uma referência absoluta da composição erudita contemporânea e do jazz. Hoje, às 21h30, no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, o pianista visita Twins’ Peak, Dinky Toys e outras histórias dos dois tomos de Solo. A entrada é livre, sujeita à lotação da sala.

António Pinho Vargas na Gulbenkian

Page 38: 21 Nov - Público

38 | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012

SAIR

TEATROLisboaGaleria Zé dos BoisRua da Barroca, 59. T. 213430205 A Room Full of Dirt Enc. Carlota Lagido, Miguel Bonneville. De 21/11 a 25/11. 4ª a Dom às 21h30 (Festival Temps dImages 2012). Teatro AbertoPraça de Espanha. T. 213880089 Pelo Prazer de a Voltar a Ver Enc. Marta Dias. De 14/11 a 23/12. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h (na Sala Vermelha). M/12. Teatro da ComunaPraça de Espanha. T. 217221770 Agonia Irreversível Com João Tempera, Carlos Paulo, Hugo Franco. De 1/11 a 16/12. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. Teatro da Cornucópia - Bairro AltoRua Tenente Raúl Cascais, 1A. T. 213961515 Os Desastres do Amor Enc. Luis Miguel Cintra. Até 25/11. 3ª a Sáb às 21h. Dom às 16hTeatro da PolitécnicaRua da Escola Politécnica, 56. T. 961960281 A Farsa da Rua W Artistas Unidos. Até 14/1. 4ª às 19h. 5ª e 6ª às 21h. Sáb às 16h e 21h.Teatro do BairroRua Luz Soriano, 63. T. 213473358 A Bela Adormecida e Outras Histórias Enc. António Pires. De 15/11 a 30/12. 4ª a Sáb às 21h. Dom às 17h. M/12. Duração: 100m. Teatro Nacional D. Maria IIPraça D. Pedro IV. T. 800213250 O Filho Eterno Com Charles Fricks. De 21/11 a 22/11. 4ª e 5ª às 21h (na Sala Garrett, Mostra de Teatro do Brasil). Teatro TabordaRua da Costa do Castelo, 75. T. 218854190 Mediatron Teatro da Garagem. Enc. Carlos J. Pessoa. De 15/11 a 2/12. 4ª a Dom às 21h30. Teatro Tivoli BBVAAvenida da Liberdade, 182. T. 213572025 Os Reis da Comédia Enc. Adriano Luz. Dia 21/11 às 21h30 (Ensaio). De 22/11 a 17/2. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 17h. M/12. Teatro TurimEstrada de Benfica, 723A. T. 217606666 As Lágrimas Amargas de Petra von Kant

Turner, Friedrich, Monet, De Chirico, Amadeo de Souza-Cardoso, Vieira da Silva, Sousa Lopes, Noronha da Costa, António Carneiro, João Vaz, entre outros. De 25/10 a 27/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Pintura. Um Chá para Alice De Lisbeth Zwerger, Dusan Kallay, Anthony Browne, Chiara Carrer, Anne Herbauts, Nicole Claveloux, Teresa Lima, entre outros. De 31/10 a 10/2. 3ª a Dom das 10h às 18h. Desenho, Ilustração, Pintura. Um vaso grego no Museu Calouste Gulbenkian De Maria Helena Rocha-Pereira. De 29/3 a 30/12. 3ª a Dom das 10h às 18h. Galeria das SalgadeirasRua das Salgadeiras, 24. T. 213460881 Vénus De Cláudio Garrudo. De 17/11 a 5/1. 4ª, 5ª e 6ª das 17h às 21h. Sáb das 16h às 21h. Galeria de Pintura do Rei D. Luís IPalácio Nacional da Ajuda. T. 213633917 Viacrucis - A Paixão de Cristo De Fernando Botero. De 14/11 a 27/1. 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª e Dom das 11h às 18h (última admissão às 17h15). Sáb das 11h às 20h (última admissão às 19h15). Pintura. Galeria Zé dos BoisRua da Barroca, 59. T. 213430205 Tem calma o teu país está a desaparecer De Gabriel Abrantes, Tiago Baptista, Mattia Denisse, Alexandre Estrela, João Maria Gusmão + Pedro Paiva, Eduardo Guerra + Miguel Ferrão, Filipe Felizardo, Carlos Gaspar, Gonçalo Pena, Sílvia Prudêncio, Alexandre Rendeiro, Rigo 23. De 19/10 a 26/1. 4ª, 5ª e 6ª das 18h às 23h. Sáb das 15h às 23h. Fotografia, Outros. MNAC - Museu do ChiadoRua Serpa Pinto, 4. T. 213432148 O Modernismo Feliz - Art Déco em Portugal De Abel Manta, Adelaide de Lima Cruz, Amadeo de Souza-Cardoso, Armando Bastos, Lino António, Joseph Bernard, Mário Eloy, Sarah Afonso, Stuart Carvalhais, entre outros. Até 25/11. 3ª a Dom das 10h às 18h.Museu Colecção BerardoPraça do Império - CCB. T. 213612878 Exposição Permanente do Museu Colecção Berardo (1960-2010) De Vito Acconci, Carl Andre, Alan Charlton, Louise Bourgeois, José Pedro Croft, Antony Gormley, Jeff Koons, Allan McCollum, Gerhard Richter, Cindy Sherman, William

Wegman, entre outros. A partir de 9/11. Todos os dias das 10h às 19h (última admissão às 18h30). Pintura, Outros. Hélio Oiticica - O Museu é o Mundo De 21/9 a 6/1. 3ª a Dom das 10h às 19h (última admissão às 18h30). Fotografia, Documental. O Museu em Montagem De Rodrigo Bettencourt da Câmara. De 31/10 a 24/2. Todos os dias das 10h às 19h (última admissão às 18h30). Museu Rafael Bordalo PinheiroCampo Grande, 382. T. 218170667 A Viagem. Caricaturas de António para a estação Aeroporto do Metropolitano De 26/7 a 29/12. 3ª a Sáb das 10h às 18h.Pente 10 - Fotografia ContemporâneaTrav. da Fábrica dos Pentes, 10. T. 213869569 Blue Mud Swamp De Filipe Casaca. De 2/10 a 22/12. 3ª a Sáb das 15h às 19h. Fotografia.

MÚSICALisboaFundação e Museu Calouste GulbenkianAvenida de Berna, 45A. T. 217823000 Coro e Orquestra Gulbenkian Maestro Joana Carneiro. De 21/11 a 22/11. 4ª às 19h. 5ª às 21h (no Grande Auditório). MusicBoxRua Nova do Carvalho, 24. T. 213430107 ExperimentBox Hoje às 01h. Offbeatz Hoje às 23h (com Adryanna Gold). Ritz Clube Rua da Glória, 57. T. 937900346 :Papercutz Hoje às 22h.Teatro Municipal de S. LuizR. António Maria Cardoso, 38. T. 213257650 Canções Urbanas: Gisela João + Hélder Moutinho + JP Simões Hoje às 21h.

DANÇALisboaPraça Luís de CamõesDanças Tradicionais Europeias na Rua Hoje às 19h.

FARMÁCIASLisboaServiço PermanenteAliança (Chile) - Av. Almirante Reis, 145 B - C - Tel. 213570487 Almeida Vaz (Chelas - Zona nº. 2) - R. Luís C Silva, Lt 248-Lj 92 - Tel. 218595673 Central do Lumiar (Lumiar) - Al. das Linhas de Torres, 254 - B - Tel. 217588063 Costa Ferreira (Bairro América) - Rua Fernão de Magalhães, 33 - Tel. 218149448 Líbia (Alvalade) - Avenida da Igreja, 4 B - C - Tel. 218491681 Lisboa (Benfica - Igreja - Cemitério) - R. Claúdio Nunes, 73 - A - Tel. 217163393 Lobel (Campo de Ourique) - R. Infantaria 16, 98 - B - Campo Pequeno - Tel. 213888807 Marques (Benfica - Igreja) - Estrada de Benfica, 648 - Tel. 217600096 Santa Luzia (Sé) - R. da Saudade, 2 - B - Tel. 218869831 Teles (Alto de Santo Amaro) - R. João de Barros, 2 Fte - Tel. 213638176 Nova - R. de Campolide, 297-C - Tel. 213887475 Até às 22hAzevedo Irmão e Veiga (Bairro Alto) - Rua da Misericórdia, 24 - Tel. 213423540

Outras LocalidadesServiço PermanenteAbrantes - Santos (Rossio ao Sul do Tejo) Alandroal - Alandroalense Albufeira -

Piedade Alcácer do Sal - Misericórdia Alcanena - Ramalho Alcobaça - Belo Marques , Alves (Benedita) Alcochete - Nunes Alcoutim - Caimoto Alenquer - Varela Aljezur - Furtado , Odeceixense (Odeceixe) Aljustrel - Dias Almada - Vale de Figueira , Castro Rodrigues, Louro (Cova da Piedade), Palmeirim (Sobreda da Caparica) Almeirim - Correia de Oliveira Almodôvar - Aurea Alpiarça - Aguiar Alter do Chão - Alter Alvaiázere - Ferreira da Gama Alvito - Nobre Sobrinho Amadora - Borel , Carmele, Alto da Brandoa (Brandoa) Amareleja - Duarte Arraiolos - Vieira Arronches - Esperança (Esperança/Arronches) Arruda dos Vinhos - Da Misericórdia , Reforço - Gonçalves Carrasco (Arranhó) Avis - Nova de Aviz Azambuja - Central , Reforço - Miranda Barrancos - Barraquense Barreiro - Roldão , Mascarenhas Neto, Marques Cavaco (Stº Antº da Charneca) Batalha - Moreira Padrão Beja - Central Belmonte - Costa Benavente - Central (Samora Correia) Bombarral - Hipodermia Borba - Central Cadaval - Misericórdia Caldas da Rainha - Caldense Câmara de Lobos - Moderna Campo Maior - Central Cartaxo - Correia dos Santos Cascais - Godinho Silveira ,

Marginal, Macau (Parede) Castanheira de Pera - Dinis Carvalho (Castanheira) Castelo de Vide - Freixedas Castro Marim - Moderna Castro Verde - Alentejana Chamusca - Santa Catarina (Carregueira) Constância - Baptista Coruche - Higiene Covilhã - Mendes , Moderna Crato - Saramago Pais Cuba - Da Misericórdia Elvas - Moutta Entroncamento - António Lucas Estremoz - Carapeta e Irmão Évora - Horta das Figueiras Faro - Pereira Gago Ferreira do Alentejo - Singa Ferreira do Zêzere - Soeiro Figueiró dos Vinhos - Serra Fronteira - Vaz (Cabeço de Vide) Fundão - Diamantino Gavião - Pimentel Golegã - Moderna (Azinhaga) , Oliveira Freire Grândola - Costa Idanha-a-Nova - Andrade (Idanha A Nova) Lagoa - Sousa Pires Lagos - A Lacobrigense Leiria - Higiene , Caixa Prev. da E.C.L. (Maceira) Loulé - Nobre Passos (Almancil) , Pinheiro, Maria Paula (Quarteira) Loures - Saraiva , Batalha (Camarate), Paula de Campos (Portela), Ribeiro Soares (Urb. Quinta do Castelo), Até às 23h - Do Prior Velho, Até às 22h - Alto da Eira, Santo António dos Cavaleiros, Tojal Lourinhã - Quintans (Foz do Sousa) Mação - Saldanha Mafra - Popular (Encarnação) , Rolim (S. Cosme) Marinha Grande - Central

Marvão - Roque Pinto Mértola - Maktub , Nova de Mértola Moita - Cardoso (Baixa da Banheira) , Silva Rocha Monchique - Moderna Monforte - Jardim Montemor-o-Novo - Misericórdia Montijo - Moderna Mora - Canelas Pais (Cabeção) Moura - Ferreira da Costa Mourão - Mourão Nazaré - Sousa Nisa - Seabra Óbidos - Oliveira Odemira - Confiança Odivelas - Do Altinho , Do Casal Novo, Flora, Reforço - Cipriano, Até às 22h - Santa Rita Oeiras - Central , Santarita, Véritas, Silva Branco (Dafundo), Mourão Vaz, Sacoor, Reforço - Varela Baião, Até às 22h - De Lavadeiras, Nova de Queijas Oleiros - Martins Gonçalves (Estreito - Oleiros) Olhão - Brito Ourém - Beato Nuno , Iriense, Moderna Ourique - Ouriquense Palmela - Tavares de Matos (Pinhal Novo) Pedrógão Grande - Baeta Rebelo Penamacor - Cunha Gil Peniche - Higiénica Pombal - Albergariense (Albergaria dos Doze) , Paiva Ponte de Sor - Varela Dias Portalegre - Elvas Portel - Misericordia Portimão - Moderna Porto de Mós - Central (MIRA DE AIRE) , Lopes Unipessoal Proença-a-Nova - Daniel de Matos (Sobreira Formosa) Redondo - Xavier de Cunha Reguengos de Monsaraz - Paulitos Rio Maior - Ferraria Paulino

Salvaterra de Magos - Carvalho Santarém - Flama Vitae , Santos Real Santiago do Cacém - Jerónimo , Mendes (Santo André) São Brás de Alportel - São Brás Sardoal - Passarinho Seixal - Dos Foros de Amora , Novais, Sousa Marques Serpa - Central Sertã - Patricio Sesimbra - Cotovia , Nurei, Quinta do Conde, Lopes Setúbal - Santiago , Cunha Pinheiro Silves - Cruz de Portugal , Sequeira Correia, Sousa Coelho Sines - Atlântico , Monteiro Telhada (Porto Covo) Sintra - Pinto Leal , Araújo e Sá (Cacém de Cima), André (Queluz), Dumas Brousse (Rinchoa), Marrazes, Até às 22h - Idanha (Idanha) Sobral Monte Agraço - Moderna Sousel - Mendes Dorbio (Cano) Tavira - Maria Aboim Tomar - Nova Torres Novas - Pereira Martins (Pedrogão) Torres Vedras - Quintela Vendas Novas - Ribeiro Viana do Alentejo - Viana Vidigueira - Luís A. da Costa Vila de Rei - Silva Domingos Vila do Bispo - Sagres (Sagres) , Vila do Bispo Vila Franca de Xira - Botto e Sousa , Mercado (Alverca), Higiénica (Póvoa de Santa Iria), Roldão, Reforço - Azevedo, Até às 21h - Sequeira (Sobralinho) Vila Nova da Barquinha - Tente (Atalaia) Vila Real de Santo António - Carmo Vila Velha de Rodão - Pinto Vila Viçosa - Monte

SAIRForever Mesmo Teatro. Enc. Manuela Passarinho. Até 28/11. 2ª, 3ª e 4ª às 21h30. Teatro-Estúdio Mário ViegasLargo do Picadeiro. T. 213257641 Eu sei que tu sabes que eu sei Com João Blümel. Até 19/12. 4ª às 22h.

AlmadaTeatro Municipal de AlmadaAvenida Professor Egas Moniz. T. 212739360 Tuning Comp. de Teatro de Almada. Enc. Joaquim Benite. De 17/11 a 2/12. 5ª a Sáb às 21h30. 4ª e Dom às 16h (na Sala de Ensaios).

AmadoraEspaço Cultural Recreios da AmadoraAvenida Santos Mattos, 2. T. 214369055 A 20 de Novembro Grupo: Teatro dos Aloés. Enc. Jorge Silva. De 21/11 a 25/11. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. M/16.

EXPOSIÇÕESLisboa3 + 1 Arte ContemporâneaRua António Maria Cardoso, 31. T. 210170765 Histórias que cabem na palma da mão De Rosana Ricalde. De 24/10 a 30/11. 3ª a Sáb das 14h às 20h. Desenho, Escultura, Instalação. Baginski Galeria/ProjectosR. Capitão Leitão, 51/53. T. 213970719 Say what you have to say, put it on the table and walk away... and see what it does De Lúcia Prancha, Sara Nunes Fernandes, Sérgio Carronha. De 21/11 a 30/1. 3ª a Sáb das 14h às 19h. Inaugura às 22h.Superficial Exercises De José Carlos Martinat. De 21/11 a 12/1. 3ª a Sáb das 14h às 19h. Instalação. Inaugura 21/11 às 22h. BES Arte & FinançaPraça Marquês de Pombal, 3-B. T. 213508975 Usura De Paulo Nozolino. De 20/9 a 4/1. 2ª a 6ª das 09h às 19h. Fotografia.

Bloco103 Contemporary ArtR. Rodrigues da Fonseca, 103 - B. T. 213823131 Pedro Chorão De 15/11 a 29/12. 3ª a 6ª das 13h às 19h30. Sáb das 15h às 19h. Pintura. Carlos Carvalho - Arte ContemporâneaR.Joly Braga Santos, Lote F - r/c. T. 217261831 Mais Marginálias e “Book of Ours” De Ana Luísa Ribeiro. De 21/11 a 31/12. 2ª a 6ª das 10h às 19h30. Sáb das 12h às 19h30. Edição, Outros. Inaugura 21/11 às 21h30. Reisen (Viagens) De Frau Baader. De 21/11 a 31/12. 2ª a 6ª das 10h às 19h30. Sáb das 12h às 19h30. Pintura. Inaugura 21/11 ás 21h30. Caroline Pagès GalleryRua Tenente Ferreira Durão, 12 - 1º Dto. T. 213873376 Desculpa, grilo, roubei a tua casinha De Armanda Duarte. De 29/9 a 24/11. 2ª a Sáb das 15h às 20h. Instalação, Outros. Centro Cultural de BelémPraça do Império. T. 707303000 Júlio Pomar: Estudos para O Romance de Camilo de Aquilino Ribeiro De 22/10 a 19/1. Todos os dias das 14h30 às 18h30. Centro de Arte Moderna - José de Azeredo PerdigãoR. Dr. Nicolau Bettencourt. T. 217823474 Carlos Nogueira: O lugar das coisas De Carlos Nogueira. De 21/9 a 6/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Gerard Byrne: Imagens ou Sombras De 21/9 a 6/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Instalação, Vídeo. Temps d’Images. CulturgestRua Arco do Cego - CGD. T. 217905155 Flagrante Deleite - Rosemarie Trockel Até 6/1. 2ª, 4ª, 5ª e 6ª das 11h às 19h (última admissão às 18h30). Sáb, Dom e feriados das 14h às 20h (última admissão às 19h30).Fundação Arpad Szenes - Vieira da SilvaPraça das Amoreiras, 56. T. 213880044 100 Obras, 10 Anos: Uma Selecção da Colecção da Fundação PLMJ De Ângela Ferreira, Fernanda Fragateiro, Joana Vasconcelos, João Louro, José Pedro Croft, Julião Sarmento, Miguel Palma, Pedro Cabrita Reis, Pedro Calapez, Rui Chafes. Até 27/1. 4ª a Dom das 10h às 18h. Fundação e Museu Calouste GulbenkianAvenida de Berna, 45A. T. 217823000 As Idades do Mar De Francesco Guardi,

O Filho Eterno noTeatro D. Maria II

Page 39: 21 Nov - Público

PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | 39

RTP106.30 Bom Dia Portugal 10.00 Praça da Alegria 13.00 Jornal da Tarde 14.15 Vidas em Jogo 15.16 Portugal no Coração 18.00 Portugal em Directo 19.07 O Preço Certo 19.54 Direito de Antena 20.00 Telejornal 21.00 De Caras - Vítor Gonçalves entrevista Joana Carneiro 21.30 Decisão Final 22.38 A Guerra 23.52 5 Para a Meia-Noite 01.02 Filme: Assalto ao Santa Maria 02.57 Ribeirão do Tempo

RTP207.00 Zig Zag 10.00 Assembleia da República: Reunião Plenária - Debate com Primeiro Ministro 12.00 Zig Zag 14.00 Sociedade Civil 15.31 Diário Câmara Clara 15.40 Olhar o Mundo 16.11 National Geographic: Em Busca do Felídio das Sombras 17.01 Zig Zag 18.00 A Fé dos Homens 18.34 Duas Miúdas nas Lonas - Último 18.55 Universidade Aberta 19.25 Com Ciência 19.54 Zig Zag 21.09 National Geographic: Caçadores do Mar: Peixes Velozes 22.00 Hoje 22.37 Diário Câmara Clara 22.50 Super Diva - Ópera para Todos 23.22 Janela Indiscreta com Mário Augusto 23.54 ESEC-TV 00.24 Universidade Aberta 00.54 Com Ciência 01.27 Bairro Alto 02.14 Euronews

SIC06.00 Jornal de Síntese 07.00 Edição da Manhã 08.05 Tween Box: As Surfistas do Outro Mundo 09.05 Cartas da Maya - O Dilema 10.15 Querida Júlia 13.00 Primeiro Jornal 14.25 Toca a Mexer - Diário 14.50 Podia Acabar o Mundo 15.55 Boa Tarde 18.30 Fina Estampa 20.00 Jornal da Noite 21.40 Dancin´ Days 22.35 Sorteio do Totoloto 22.40 Gabriela 23.30 Avenida Brasil 00.20 Toca a Mexer - Diário 00.45 C.S.I. Nova Iorque - 3.ª série 01.35 European Poker Tour 02.25 De Corpo e Alma

TVI 06.30 Diário da Manhã 10.12 Você na TV! - Directo 13.00 Jornal da Uma 14.45 Tempo de Viver 16.00 A Tarde é Sua 18.15 Casa dos Segredos 3 - Diário da Tarde 18.30 Doida Por Ti 20.00 Jornal das 8 21.40 Casa dos Segredos 3 - Diário 22.40 Louco Amor 23.55 Doce Tentação 00.20 Futebol: Liga dos Campeões - Resumos 01.00 Casa dos Segredos 3 - Extra 02.00 Guest List 02.33 Lei e Ordem 03.15 Mistura Fina 05.00 Tv Shop

TVC1 11.30 Românticos Anónimos 12.45 Saga Twilight: Amanhecer - Parte 1 14.40 Greta 16.10 Românticos Anónimos 17.25 Vida em Tempo de Guerra 19.00 Pequenas Mentiras Entre Amigos 21.30 A Minha Semana Com Marilyn 23.10 Uma Vida Melhor 0.45 Saga Twilight: Amanhecer - Parte 1 2.40 Vida em Tempo de Guerra

FOX MOVIES12.15 Infiltrado 14.20 Ensaio Sobre a Cegueira 16.18 Frost/Nixon 18.17 A Mulher da Casa 20.00 Missão Impossível II 22.00 Capitão Corelli 0.05 O Amor Não Tira Férias 2.17 The Brown Bunny

HOLLYWOOD11.40 O Último dos Moicanos 13.35 O Pai da Noiva 15.20 Films & Stars 15.45 A Firma 18.15 Um Perfeito Estranho 20.00 Super Nacho - O Herói do Wrestling 21.30 Em Queda Livre 23.20 Jackie Brown 1.55 Jackass: o Filme

AXN14.39 Investigação Criminal 19.40 C.S.I. Nova Iorque 20.36 C.S.I. 21.30 Missing 22.26 Investigação Criminal 23.20 Investigação Criminal 0.15 Investigação Criminal 1.10 Investigação Criminal

AXN BLACK14.47 Filme: Wild Wild West 16.32 Sobrenatural 17.17 Mentes Criminosas: Conduta Suspeita 18.01 Inadaptados 18.53 Tempos Primitivos 19.44 Encontro com o Crime 20.39 A Mesquita da Pradaria 21.05 Ninguém é Perfeito 21.35 Boardwalk Empire 22.32 Filme: O Caminho para Casa 0.04 Boardwalk Empire 1.01 Inadaptados

AXN WHITE17.05 Regras do Jogo 17.31 Medium 18.20 A Vida Secreta de uma Teenager Americana 19.08 Regras do Jogo 20.04 Cougar Town 21.00 Hawthorne 1.05 Lotação Esgotada

FOX 14.37 Os Simpson 15.00 Apanha-me se puderes 15.48 Ossos 16.35 Agente Dupla 17.24 Casos Arquivados 18.13 Apanha-me se puderes 19.04 Family Guy 19.52 American Dad 20.16 Os Simpson 21.05 Foi Assim Que

Aconteceu 21.30 Casos Arquivados 22.22 The Walking Dead 23.15 Os Reis da Fuga 0.10 Terra Nova 1.03 The Walking Dead 1.55 Os Reis da Fuga

FOX LIFE 14.15 As Leis de Kate 15.00 Body of Proof 15.45 Donas de Casa Desesperadas 16.30 Hope & Faith 16.52 Raising Hope 17.14 Uma Família Muito Moderna 17.36 Glee 18.21 As Leis de Kate 19.04 Clínica privada 19.48 The Voice 20.38 Medium 21.25 Nurse Jackie 21.55 Nurse Jackie 22.24 Uma Família Muito Moderna 22.47 Raising Hope 23.10 The Voice 0.01 As Leis de Kate 0.48 Medium 1.35 Rizzoli & Isles 2.22 Donas de Casa Desesperadas

DISNEY15.35 Casper – O Fantasminha 16.05 Rekkit Rabbit 16.30 Recreio 17.00 Phineas e Ferb 18.00 Shake It Up 19.00 A.N.T. Farm - Escola de Talentos 19.30 Boa Sorte, Charlie! 20.00 Austin & Ally 20.30 Jessie 21.00 Hannah Montana 21.25 Os Feiticeiros de Waverly Place

DISCOVERY18.20 Pesca Radical: Homem ao Mar 19.10 O Segredo das Coisas 19.35 O Segredo das Coisas 20.05 Trabalho Sujo: Produtor de Xarope de Ácer 21.00 One Car too Far: Floresta Tropical 22.00 Volta ao Mundo em 80 Maneiras 22.55 Reis do Turbo: Ep.5 23.45 Veículos Radicais 0.35 Top Gear

HISTÓRIA 16.00 Os Cadernos Secretos de Nuremberga 17.00 Rem Koolhaas e a Arquitectura Moderna: Ep.1 e 2 19.00 O Legado de Pitágoras: Ep.2 20.00 Grandes descobertas: Armas Letais da Antiguidade 21.00 Maravilhas Modernas: A Noite 22.00 Top Shot: A Grande Final 23.00 Edifícios Inspiradores na Grã-Bretanha: Castelos e Mosteiros

ODISSEIA17.00 Galãs do Reino Animal: Elas 18.00 Nómadas Ouro dos Himalaias 19.00 Sport Science II Ep.8 20.00 As Águas Obscuras do Crime III Ep.2 21.00 Museu da Vida Todas as Criaturas, Grandes e Pequenas 22.00 Guia para Negócios Sustentáveis Índia 22.30 Guia para Negócios Sustentáveis Japão 23.00 Rotas Míticas IV A Rota de Livingstone

[email protected]

FICAR

CINEMAA Minha Semana com Marilyn [My Week with Marilyn]TVC1HD, 21h30Durante o Verão de 1956, Sir

Laurence Olivier (Kenneth

Branagh) começou, em Londres,

a rodagem do fi lme O Príncipe e

a Corista, com Marilyn Monroe

(Michelle Williams). O jovem Colin

Clark (Eddie Redmayne), na altura

assistente de produção do fi lme,

acaba por passar uma semana

na companhia da actriz. Assim,

enquanto ele lhe mostra todos os

recantos da cidade e o estilo de

vida britânico, ela mostra-se na

sua intimidade. De Simon Curtis.

O Caminho para Casa [Wo De Fu Qin Mu Qin]AXN BLACK, 22h32Luo Yusheng regressa à sua terra

natal, no Norte da China, para

o funeral do pai, um professor.

A intransigência da mãe em

que sejam respeitadas antigas

tradições fúnebres, leva Luo a

recordar histórias sobre o amor

dos pais, que, apesar dos fortes

obstáculos à sua união e de uma

separação de dois anos, acabaram

por se casar e manter uma sólida

relação durante décadas. Luo

organiza então um funeral, que

servirá para unir os habitantes da

aldeia. Entre os vários galardões

recebidos pelo realizador Yimou

Zhang, destaque para o Urso de

Prata em Berlim.

Assalto ao Santa Maria[Assalto ao Santa Maria]RTP1, 01h02Zé é um português emigrado

na Venezuela a atravessar um

momento difícil. Quando conhece

o capitão Henrique Galvão, um

idealista de vontade férrea que

se opõe ao regime de Salazar,

fi ca fascinado com as suas ideias

de liberdade. E é assim que

se envolve na maior acção de

protesto contra o regime: o assalto

e ocupação do paquete Santa

Maria. Mas, ao mesmo tempo

que tentam passar uma ideia de

liberdade, têm de gerir as tensões

internas. E Zé tem ainda outro

desafi o pela frente: naqueles

11 dias de total idealismo, ele

vai viver um grande amor com

Ilda, uma passageira portuguesa

que, tal como ele, tem muito a

perder... De Francisco Manso, a

partir de factos verídicos.

DESPORTOLiga dos CampeõesSPTV1, 19h45Em directo, FC Porto x Dínamo

de Zagreb em jogo da quinta e

penúltima jornada da fase de

grupos da Liga dos Campeões.

“Dragões” seguem na liderança

do grupo A, mas com apenas

mais um ponto que o Paris Saint-

Germain. Já o Dínamo tem as suas

hipóteses de apuramento goradas:

em quatro jogos, quatro derrotas.

O outro jogo do grupo A, Dínamo

de Kiev x PSG, pode ser seguido à

mesma hora no SPTV4.

ENTREVISTA

De CarasRTP1, 21h00Directo. Vítor Gonçalves

entrevista a maestrina Joana

Carneiro. Como se chega ao lugar

da frente de uma orquestra?

E como pode ser a música

inspiradora em tempos de crise?

DOCUMENTÁRIOS

Museu da Vida: Todas as Criaturas, Grandes e PequenasOdisseia, 21h00Uma viagem pelo acervo do

Museu de História Natural de

Londres. Neste episódio, trata-se

de analisar comparativamente

informações também para

a reconstrução mais precisa

de espécies extintas. Um

documentário com o selo da BBC.

O Segredo das CoisasDiscovery, 19h10Como são feitos inúmeros

objectos que invadem o nosso

quotidiano: acessórios de

cozinha, cilindros hidráulicos,

jarros de barro, gourmet de aves

ou os motores que correm no

NASCAR.

ENTRETENIMENTO

5 para a Meia-NoiteRTP1, 23h52Directo. A dias de levar o seu

Desfado a Portimão, Faro e Torres

Vedras, Ana Moura é convidada

de Nuno Markl para mostrar por

que conquistou os Rolling Stones.

O leque de convidados completa-

se com Ana Zanatti.

FOX Life, 18.21/0.01 As Leis de Kate

Os mais vistos da TVSegunda-feira, 19

FONTE: CAEM

TVISICSICSICSIC

16,516,015,314,513,7

Aud.% Share

31,330,435,629,826,6

RTP1

2:

SICTVI

Cabo

14,9%%

2,7

23,6

24,9

23,5

Secret Story 3 - DiárioDancin' DaysGabrielaJornal da NoiteMomentos de Mudança

FOX18.2As L

Page 40: 21 Nov - Público

40 | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012

JOGOSCRUZADAS 8262

BRIDGE SUDOKU

TEMPO PARA HOJE

A M A N H Ã

Açores

Madeira

Lua

NascentePoente

Marés

Preia-mar

Leixões Cascais Faro

Baixa-mar

Fonte: www.AccuWeather.com

PontaDelgada

Funchal

Sol

18º

Viana do Castelo

Braga8º 16º

Porto10º 15º

Vila Real7º 11º

8º 15º

Bragança6º 11º

Guarda5º 8º

Penhas Douradas3º 6º

Viseu7º 10º

Aveiro11º 15º

Coimbra10º 14º

Leiria9º 15º

Santarém11º 15º

Portalegre9º 12º

Lisboa12º 15º

Setúbal11º 16º Évora

9º 14º

Beja9º 15º

Castelo Branco8º 12º

Sines12º 15º

Sagres13º 16º

Faro12º 17º

Corvo

Graciosa

FaialPico

S. Jorge

S. Miguel

Porto Santo

Sta Maria

13º 17º

13º

Flores

Terceira13º 18º

15º 20º

17º 20º

14º 18º

18º

19º

07h26

Cheia

17h19

14h4528 Nov.

1-1.5m

5m

18º

4m

21º1-1,5m

20º3-4m

07h49 3,021h43 2,6

02h13 1,415h12 1,3

08h29 2,921h16 2,7

02h19 1,715h18 1,6

08h12 2,720h59 2,5

02h18 1,615h17 1,5

3-4m

3-3,5m

6m

16º

17º

17º

Horizontais 1. Atendido. Igualmente. 2. Velo. O bolo, em jogos de vaza. Interjeição que designa dúvida ou me-nosprezo. 3. Aprovou ou elegeu por meio de voto. Relativo ou pertencen-te a base. 4. Elas. Espécie de bigor-na de cuteleiro. 5. Cloreto de sódio. Ambicionam. 6. Ratou. Boldrié. 7. Los Angeles (abrev.). Ferir (um pião) com o ferrão de outro. Sódio (s.q.). 8. Enfeitar. Unidade monetária da Moldávia e da Roménia. 9. Próprio de um grande ta-lento. Monarcas. 10. Lança pequena. Seguir até. 11. Ratar. Incriminar.

Verticais: 1. Brancos. Tanque onde se espremem ou pisam certos frutos. 2. Espaço desocupado. Rio algarvio de maior caudal, depois do Guadiana. 3. Caule. No qual lugar. 4. Patrões. Meter o linho na água do rio para se curtir. 5. Entregou. Ganhar no loto, preenchendo com marcas uma série de cinco núme-ros. 6. Eles. A tua pessoa. Sumo fervido de alguns frutos para conserva. 7. Imitar no fabrico a baeta. Partícula afirmativa do dialecto provençal. 8. Encolerizar. 9. A parte superior em que se prendem os cortinados de uma cama. Regras. 10. Época. Terreno abundante em mi-nério. 11. Bolsa usada pelas senhoras. Malvados. Depois do problema resolvido encon-tre o provérbio nele inscrito (7 pala-vras).

Solução do problema anterior:Horizontais: 1. Maluca. Ogre. 2. Aro. Orate. 3. De. PR. Lance. 4. Aparei. Ira. 5. ALUCINANTE. 6. Xodó. Oito. 7. Ara. Aca. Vil. 8. Se. Outono. 9. Mascate. Or. 10. Marca. Ocas. 11. Areola. Apor.Verticais: 1. Mad. Abas. Ma. 2. Areal. Remar. 3. Lo. Puxa. Are. 4. Paco. Isco. 5. CORRIDA. Cal. 6. Ar. Enócoa. 7. Alia. Auto. 8. OTA. No. Teca. 9. Genitivo. AP. 10. Cretinoso. 11. Enea. Olor.Nome do Filme:Corrida Alucinante.

Oeste Norte Este Sul 3♠ 4♣

4♠ 6♣ Todos passam

Leilão: Qualquer forma de Bridge. Carteio: Saída: Q♠. Depois de fazer o Ás de espadas, o carteador jogou um pau para o Ás e Este baldou uma espada. Como continuaria?Solução: Um dos jogos mais comenta-dos durante o último festival de Bridge da Madeira. Se encaixarmos também o Rei e a Dama de paus, ficamos sem en-tradas diretas no morto para fazer uso do naipe de copas, caso a defesa recue o Ás de copas duas vezes. No bar do Hotel, já depois de ter terminado a última ses-são das equipas (e também a última de todas), o meu amigo Lluis Malla, catalão que viera de propósito na sexta-feira para participar na prova de equipas, na equi-pa “Barcelona”, confessava-me o que lhe tinha acontecido neste jogo. À terceira vaza do jogo, Malla decidiu jogar o 8 de paus da sua mão, com o objetivo de fazer uma passagem sorrateira ao Valete da senhora idosa que se encontrava à sua esquerda, o que lhe resolveria o proble-ma de bloqueio do naipe de trunfo. Mas à sua esquerda estava Mimi, a tal senhora da duplicata do clube com uns óculos de lentes bifocais, que troca sempre os Reis

Dador: EsteVul: Todos

Problema 4514 Dificuldade: fácil

Problema 4515 Dificuldade: médio

Solução do problema 4512

Solução do problema 4513

NORTE♠ A3♥ KQ754♦ 92♣ K542

SUL♠ 4♥ J103♦ AJ10♣ AQ10986

OESTE♠ Q108♥ A98♦ K853♣ J73

ESTE♠ KJ97652♥ 62♦ Q764♣ -

© Alastair Chisholm 2008 and www.indigopuzzles.com

com os Valetes. Ora, Mimi não perdeu tempo a jogar o seu Valete, pensando que se tratava do Rei. Agora Malla teve de gastar o Rei do morto. Antes que Malla tivesse tempo para partir para a vaza se-guinte, a senhora à sua esquerda, Mimi, colocou uma espada na mesa pensando ser a sua vez de jogar, depois de ter feito o seu “Rei” de paus. “Director!”, Gritou a parceira de Mimi ao ver que Mimi tinha jo-gado uma carta fora de tempo. O Árbitro chegou à mesa e explicou a Mimi que não era a sua vez de jogar e que a carta que ti-nha jogado estava penalizada. Mimi ficou de tal forma incomodada que assim que foram jogadas as copas “esqueceu-se” de jogar o Ás nas duas primeiras voltas do naipe e só na terceira volta de copas é que fez efetivamente a vaza, mas isso, infelizmente para Malla, obrigou o carte-ador a ceder ainda mais um ouro, a vaza do cabide…Parabéns à organização do festival da Madeira, este ano conseguiu atingir um novo recorde: 142 pares e 62 equipas. É o maior festival de Bridge em Portugal e consta já como sendo um dos melhores do mundo! Bravo!

Considere o seguinte leilão:Oeste Norte Este Sul 1♣ 2♠*?*- Fraco, seis cartas e 5 a 10 pontos

O que marca com a seguinte mão?♠KJ92 ♥732 ♦A852 ♣Q5

Resposta: O ideal é jogar 2 espadas do-bradas. Mas, não podemos dobrar por-que isso iria obrigar o nosso parceiro a falar. Estas são as circunstâncias perfei-tas para passar! O parceiro, se tiver um máximo de duas cartas a espadas deve aplicar o dobre de proteção. Nessa al-tura sim, transformamos esse dobre em punitivo. A boa voz: passe.

João Fanha/Luís A.Teixeira ([email protected])

MeteorologiaVer mais emwww.publico.pt

Page 41: 21 Nov - Público

PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | DESPORTO | 41

Benfi ca ainda respira na Champions embora tenha missão complicada

Os golos de Ola John e Garay deram a

vitória ao Benfi ca sobre o Celtic (2-1)

e os “encarnados” continuam a aspi-

rar aos oitavos-de-fi nal da Liga dos

Campeões. A equipa de Jorge Jesus

igualou os escoceses com sete pon-

tos no Grupo G, mas, graças à vanta-

gem no confronto directo, subiu ao

segundo lugar da tabela. O acesso à

fase seguinte da Champions joga-se

na última ronda.

Perder frente ao Celtic era proibi-

do para o Benfi ca, sob pena de dizer

adeus à Liga dos Campeões. A equi-

pa de Jorge Jesus entrou em campo

a saber que o Spartak Moscovo tinha

sido batido em casa pelo Barcelona

(0-3). Um resultado que convinha

aos “encarnados”, que trataram de

procurar rapidamente um golo que

lhes desse tranquilidade.

Nesse febril ímpeto inicial, a efi -

cácia esteve do lado do Benfi ca. No

primeiro remate enquadrado com a

baliza, logo aos sete minutos (antes

Cardozo tinha atirado por cima), os

“encarnados” chegaram à vantagem.

Arrancada de Salvio, Cardozo, a

MIGUEL RIOPA/AFP

Ola John inaugurou o marcador, no primeiro remate que fez à baliza

Tudo em aberto na última jornada do Grupo G. Entre Benfi ca e Celtic, só uma das equipas pode seguir para os oitavos-de-fi nal. “Encarnados” vão precisar de somar pontos na visita ao Barcelona

Liga dos Campeões Tiago Pimentel

meias com um defesa, atrasou a bola

para Ola John, que rematou rasteiro.

O 1-0 galvanizou a equipa e os adep-

tos, numa primeira parte de chuva

torrencial. Jorge Jesus dava ordens à

equipa para não recuar no terreno e

procurar ampliar o marcador. Cardo-

zo, isolado por um grande passe de

Salvio, teve o segundo golo nos pés

mas disparou ao lado (30’).

O castigo por essa oportunidade

desperdiçada não se fez esperar. Na

primeira ocasião em que visou a ba-

liza de Artur, o Celtic mostrou que

também sabe ser efi caz. Tal como

Jorge Jesus tinha previsto na véspe-

ra, fê-lo através de um lance de bola

parada. Num canto, Samaras fugiu

a André Almeida e cabeceou sem

oposição. Artur falhou a intercep-

ção, tendo-se queixado de obstrução

de um adversário, mas Viktor Kassai

nada assinalou.

O golo dos escoceses deixou o

Benfi ca atordoado. E durante largos

minutos os “encarnados” não con-

seguiram esboçar uma reacção. Só

já no fi nal da primeira parte é que

a equipa de Jorge Jesus voltou a dar

sinal de vida, mas o remate de Ola

John foi defendido por Forster.

Ao intervalo as estatísticas da

UEFA mostravam superioridade do

Benfi ca (59%-41% em posse de bola

e 9-1 em remates enquadrados com

a baliza), mas os “encarnados” não

eram capazes de traduzi-la em van-

tagem no marcador.

As difi culdades persistiram no

segundo tempo, apesar de um bom

regresso do Benfi ca. O Celtic esta-

va confortável com o empate (que

valia a qualifi cação para os oitavos-

de-fi nal da Liga dos Campeões) e

mostrava-se coeso na defesa, sem

que os “encarnados” conseguissem

quebrar a sua resistência.

Os esforços da equipa de Jorge Je-

sus embatiam na defesa escocesa e

só já na recta fi nal da partida volta-

ram a ameaçar. Primeiro foi Salvio

que, à boca da baliza, falhou por mi-

límetros o desvio a um cruzamento

de Lima (70’). O 2-1 chegou no minu-

to seguinte, num lance em que a bola

passou pelos dois centrais: Luisão

deu de cabeça para Garay, que re-

matou de primeira, sem hipóteses

para Forster.

Artur ainda se revelou importante

a segurar a vantagem (defendeu os

remates de Wanyama e Commons,

aos 73’), enquanto na baliza oposta

Salvio acertou na trave (74’). Cardozo

viu Forster negar-lhe o golo em du-

as ocasiões: num livre directo (80’)

e depois, isolado, quando rematou

forte (89’).

Mas a vitória não fugiu aos “encar-

nados”, que mantêm vivas as aspira-

ções de chegar aos oitavos-de-fi nal

da Liga dos Campeões. Na última

ronda da fase de grupos, dentro de

duas semanas, o Benfi ca vai a Bar-

celona numa jornada de nervos: o

empate basta, desde que no outro

encontro (Celtic-Spartak Moscovo)

também haja empate. Se não, a

única alternativa é ganhar a Messi

e companhia em Camp Nou. Uma

missão (quase) impossível.

CLASSIFICAÇÃO

GRUPO G5.ª JornadaBENFICA-Celtic 2-1Spartak Moscovo-Barcelona 0-3

J V E D G PBarcelona 5 4 0 1 11-5 12BENFICA 5 2 1 2 5-5 7Celtic 5 2 1 2 7-7 7Spartak Moscovo 5 1 0 4 6-12 3Próxima jornada Barcelona-BENFICA, Celtic-Spartak Moscovo

REACÇÕES

“Vencemos uma equipa que anda com sorte na Champions. Com esta vitória alcançámos a Liga Europa. Vamos a Barcelona com muita confiança”

“Fizemos um grande trabalho e foi uma vitória merecida. Vamos a Camp Nou procurar fazer um bom resultado para seguir em frente na competição”

Jorge JesusBenfica

SalvioBenfica

Benfica 2Ola John 7’, Garay 71’

Celtic 1Samaras 32’

Positivo/Negativo

Jogo no Estádio da Luz, em Lisboa.Assistência 47.065 espectadores

Benfica Artur, André Almeida a90+1’, Luisão, Garay, Melgarejo a77’, Matic (Maxi Pereira, 78’), Salvio (Jardel, 90+1), Enzo Pérez, Ola John, Lima (Gaitán, 76’) e Cardozo. Treinador Jorge Jesus.

Celtic Forster, Lustig, Wilson, Ambrose, Matthews, Wanyama a85’, Ledley a49’ (Watt, 80’), Brown (Commons, 64’), Mulgrew (Kayal, 46’), Samaras a38’ e Hooper. Treinador Neil Lennon.

Árbitro Viktor Kassai (Hungria)

Luisão e GarayVoltaram a formar dupla no centro da defesa, com o regresso (após castigo) do internacional brasileiro. Deram segurança defensiva e ainda foram ao ataque construir o golo da vitória: Luisão deu de cabeça para Garay, que rematou de primeira para o 2-1.

SalvioIncansável pela direita, o argentino deu muito trabalho a Matthews. Foi um perigo constante, servindo os companheiros que nem sempre deram o melhor destino aos lances. Nos instantes finais, ainda acertou na trave.

Falta de eficáciaO Benfica até fez golo no primeiro remate enquadrado com a baliza, mas depois disso deu um festival de oportunidades desperdiçadas. No final da partida, as estatísticas da UEFA davam aos “encarnados” 18 remates à baliza e dois golos. Não foi só mérito de Forster.

Page 42: 21 Nov - Público

42 | DESPORTO | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012

DANIEL MIHAILESCU/AFP PHOTO

Rui Pedro foi a grande figura do jogo, na Roménia

Dos 13 portugueses que jogaram on-

tem no Estádio Dr. Constantin Radu-

lescu, em Cluj-Napoca, na Roménia,

houve um que se destacou dos de-

mais. Infelizmente para o Sporting

de Braga, pertence ao campeão

da Roménia. Rui Pedro marcou os

três golos com que o Cluj derrotou

a equipa portuguesa. O desaire (3-1)

eliminou o Braga da Liga dos Cam-

peões, mas o saldo foi ainda pior:

devido ao triunfo do Galatasaray

sobre o Manchester United, a Liga

Europa também já não é uma pos-

sibilidade.

Foi uma noite de desilusão para o

Braga e de glória para Rui Pedro, um

jogador que começou no Leverense

e foi formado no FC Porto, clube pe-

lo qual fez apenas um jogo na Taça

da Liga em 2007-08 e que depois o

emprestou sucessivamente a Estrela

da Amadora, Portimonense, Gil Vi-

cente e Leixões. O médio ofensivo/

avançado de 24 anos marcou oito

golos por cada uma destas duas úl-

timas equipas na II Liga, mas é pelos

golos obtidos ontem que a partir de

agora mais será recordado.

Depois de Cristiano Ronaldo ter

marcado três vezes no mesmo jo-

go ao Ajax já esta época, Rui Pedro

tornou-se apenas no segundo portu-

guês a conseguir um hat-trick na fase

de grupos da Liga dos Campeões. O

n.º 30 do Cluj, que até ontem soma-

Um hat-trick de um português afastou o Sp. Braga da Liga dos Campeões e da Liga Europa

va só três jogos e nenhum golo nas

competições europeias, precisou

apenas de 26 minutos — mais rápi-

do do que o hat-trick de Ronaldo —

para bater Beto, seu colega na época

anterior na formação romena.

Os golos da equipa orientada por

outro português (Paulo Sérgio), ob-

tidos aos 7’, 15’ e 33’, traduzem a en-

trada desajeitada do Braga no jogo.

As movimentações de Rui Pedro e

de Rafael Bastos e Sougou, outros

dois homens com passado no fute-

bol português, baralharam a defesa

e meio-campo dos bracarenses, que

fi zeram o seu pior jogo como visitan-

tes esta temporada na competição.

Rafael Bastos, brasileiro que já per-

tenceu ao Braga e que tinha bisado

na vitória do Cluj em Braga, fez a

assistência para o primeiro golo e

o senegalês Sougou, que continua

rápido, fez o passe para o terceiro.

O Braga reduziu momentanea-

mente para 2-1 aos 20’, mas o quinto

golo na prova de Alan, que marcou

pela quarto jogo seguido na Liga dos

Campeões, só serviu para o brasileiro

chegar ao topo da lista de melhores

marcadores, que divide com Messi,

Ronaldo e o turco Burak Yilmaz.

As possibilidades de recuperação

da formação de José Peseiro fi caram

muito reduzidas quando Douglão,

pouco depois de Custódio ter tido

uma boa oportunidade, foi expulso

no fi nal da primeira parte. Com me-

nos um na segunda metade, o Bra-

ga teve mais posse de bola, mas não

conseguiu criar grande perigo e teve

de expor-se aos contra-ataques do

adversário, sendo salvo em duas oca-

siões pelo poste, ambas após remates

de outro português, Camora.

O Braga ainda tem mais um jogo,

com o Galatasaray, mas já não pode

sair do último lugar do Grupo H.

Liga dos CampeõesManuel Assunção

Rui Pedro marcou os três golos da vitória do Cluj sobre a equipa bracarense, que assim foi afastada das competições europeias

Cluj 3Rui Pedro 7’, 15’ e 33’

Sporting de Braga 1Alan 17’

Positivo/Negativo

Estádio Dr. Constantin Radulescu, em Cluj-Napoca

Cluj Mário Felgueiras, Ivo Pinto, Cadú a84’, Picollo, Rada, Luís Alberto, Muresan, Sougou a71’ (Aguirregaray, 74’), Camora, Rafael Bastos (Godeméche, 83’), Rui Pedro a70’ (Kapetanos, 81’).Treinador Paulo Sérgio

Sp. Braga Beto, Leandro Salino (Hélder Barbosa, 33’), Douglão a45+1’, Nuno André Coelho, Ismaily, Custódio, Hugo Viana (Mossoró, 68’ a71’), Ruben Micael, Ruben Amorim, Alan, Éder (Zé Luís, 57’).Treinador José Peseiro

Árbitro Sergei Karasev (Rússia)

Rui PedroO primeiro hat-trick de um jogador de uma equipa romena na Liga dos Campeões foi conseguido por um português.

Rafael Bastos Depois de ter marcado duas vezes em Braga, realizou em Cluj uma assistência brilhante no primeiro golo e um grande passe na jogada do segundo. Mas a qualidade da sua exibição não se limitou a esses dois momentos.

DouglãoJá estava a ter uma noite desastrada antes de a sua expulsão, em cima do intervalo, ter acabado praticamente com quaisquer hipóteses de recuperação do Sporting de Braga.

Sp. BragaPerder duas vezes com o campeão romeno não estava certamente nos planos do Sporting de Braga quando foi conhecido o sorteio. Com muitos problemas atrás, não conseguiu salvar o primeiro match point.

CLASSIFICAÇÕES

GRUPO E

GRUPO F

5.ª JornadaJuventus-Chelsea 3-0Nordsjælland-Shakhtar Donetsk 2-5

5.ª JornadaBATE Borisov-Lille 0-2Valência-Bayern Munique 1-1

J V E D G P

J V E D G P

Shakhtar Donetsk 5 3 1 1 12-7 10Juventus 5 2 3 0 11-4 9Chelsea 5 2 1 2 10-9 7Nordsjælland 5 0 1 4 3-16 1

Próxima jornada Chelsea-Nordsjaelland, Shakhtar Donetsk-Juventus

Bayern Munique 5 3 1 1 11-6 10Valência 5 3 1 1 11-5 10BATE Borisov 5 2 0 3 8-11 6Lille 5 1 0 4 4-12 3

Próxima jornada Bayern Munique-BATE Borisov, Lille-Valência

GRUPO H5.ª JornadaCluj-SP. BRAGA 3-1Galatasaray-Manchester United 1-0

J V E D G PManchester United 5 4 0 1 9-5 12Galatasaray 5 2 1 2 5-5 7 Cluj 5 2 1 2 8-7 7SP. BRAGA 5 1 0 4 6-11 3Próxima jornada Manchester United-Cluj, SP. BRAGA-Galatasaray

GRUPO A

GRUPO B

GRUPO C

5.ª JornadaFC PORTO-Dínamo Zagreb 19h45, SP-TV1Dínamo Kiev-PSG 19h45, SP-TV4

5.ª JornadaArsenal-Montpellier 19h45Schalke 04-Olympiakos 19h45

5.ª JornadaZenit-Málaga 17h00, SP-TV2Anderlecht-AC Milan 19h45

J V E D G P

J V E D G P

J V E D G P

FC PORTO 4 3 1 0 6-2 10PSG 4 3 0 1 10-2 9Dínamo Kiev 4 1 1 2 5-7 4Dínamo Zagreb 4 0 0 4 0-10 0

Próxima jornada PSG-FC PORTO, Dínamo Zagreb-Dínamo Kiev

Schalke 04 4 2 2 0 8-5 8Arsenal 4 2 1 1 7-6 7Olympiakos 4 2 0 2 7-7 6Montpellier 4 0 1 3 5-9 1

Próxima jornada Montpellier-Schalke 04, Olympiakos-Arsenal

Málaga 4 3 1 0 8-1 10AC Milan 4 1 2 1 4-4 5Anderlecht 4 1 1 2 1-4 4 Zenit 4 1 0 3 3-7 3

Próxima jornada Málaga-Anderlecht, AC Milan-Zenit

GRUPO D5.ª JornadaAjax-Borussia Dortmund 19h45, SP-TV3Manchester City-Real Madrid 19h45, SP-TV2

J V E D G PBorussia Dortmund 4 2 2 0 6-4 8Real Madrid 4 2 1 1 10-7 7Ajax 4 1 1 2 6-8 4Manchester City 4 0 2 2 6-9 2

Próxima jornada Borussia Dortmund-Manchester City, Real Madrid-Ajax

Shakhtar, Bayern Munique, Valên-

cia e Barcelona garantiram ontem o

apuramento para os oitavos-de-fi nal

da Liga dos Campeões. O Chelsea,

actual detentor do título, perdeu em

Turim frente à Juventus, por 3-0, e

fi cou numa posição muito delicada

para conseguir a qualifi cação.

O jogo com mais golos garantiu o

apuramento ao Shakhtar e deixou

Juventus e Chelsea a lutarem pela va-

ga nos “oitavos” que sobra no Grupo

E. Na Dinamarca, os campeões da

Ucrânia defrontaram o Nordsjaelland

e conseguiram uma robusta vitória

por 5-2. Os dinamarqueses estive-

ram duas vezes na frente — golos de

Nordstrand (24’) e Lorentzen (29’) —,

mas não resistiram ao samba ucra-

niano: os cinco golos do Shakhtar

foram apontados pelos brasileiros

Luiz Adriano (26’, 53’ e 81’) e Willian

(44’ e 50’). No outro jogo do grupo,

o Chelsea fi cou com pé e meio na Li-

ga Europa após perder em Turim,

por 3-0. Os golos da Juventus foram

apontados por Quagliarella (38’), Vi-

dal (61’) e Giovinco (90’). Com esta

derrota, o Chelsea precisa de vencer,

na última jornada, o Nordsjaelland

e esperar que a Juventus seja derro-

tada em Donetsk. Qualquer outra

conjugação de resultados coloca os

ingleses fora da prova.

No Grupo F, Valência e Bayern

aproveitaram a derrota do BATE

para garantirem a qualifi cação. Os

bielorrussos foram derrotados em

casa pelo Lille (2-0), resultado que

garantia o apuramento a espanhóis

e alemães em caso de empate entre

as duas equipas no Mestalla. E foi is-

so que aconteceu: Feghouli marcou

primeiro para o Valência (77’), Müller

restabeleceu a igualdade (82’).

Após a derrota em Glasgow, o Bar-

celona não facilitou em Moscovo. Os

catalães arrumaram o Spartak ainda

na primeira parte, com golos de Da-

niel Alves e Messi, e vão receber o

Benfi ca com o primeiro lugar garanti-

do no grupo G. O Manchester United

não ajudou o Sp. Braga. Já apurados,

os ingleses deixaram as estrelas em

casa e perderam em Istambul por 1-0.

Yilmaz marcou o golo que afasta os

bracarenses das provas europeias.

Chelsea em maus lençóis, Messi apura Barcelona

Liga dos CampeõesDavid Andrade

Para além dos catalães, também o Shakhtar, o Bayern e o Valência garantiram a qualificação para a fase seguinte

Page 43: 21 Nov - Público

PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | DESPORTO | 43

Breves

Futebol

Dívida

México

Tribunal de Braga condena adeptos do Benfica por desacatos

FIFA manda retirar seis pontos ao Boavista, clube contesta

Pedro Caixinhaé o novo treinadordo Santos Laguna

O Tribunal de Braga condenou três adeptos do Benfica a multas entre os 750 e os 1680 euros e proibiu-os de entrarem em recintos desportivos durante 16 meses, pelos desacatos provocados no Estádio Axa, em Maio de 2011. Os três arguidos, membros da claque “No Name Boys”, foram responsabilizados por “uma desordem de grandes proporções” e pela quebra e arremesso de cadeiras contra stewards e agentes da PSP.

A FIFA notificou a Federação Portuguesa de Futebol para retirar seis pontos ao Boavista, na sequência da dívida do clube ao antigo jogador Guy Essame, entre 2005 e 2007. Os “axadrezados” revelaram mais tarde que transferiram “uma verba” para o atleta, que o valor em falta é agora inferior a 20% do total e que tencionam “pagar até ao fim do ano” o montante restante. A sanção da FIFA deixará o Boavista no 14.º lugar da II divisão.

Pedro Caixinha, ex-treinador do Nacional, foi ontem apresentado como técnico principal do Santos Laguna, campeão mexicano. O clube, que está já fora da discussão do título esta temporada, vai contar também com os portugueses Hélder Baptista (adjunto) e Óscar Tojo (preparador físico). Caixinha prepara-se, assim, para a sua terceira aventura profissional enquanto treinador principal.

Mais de oito anos depois, o Sp. Braga

e o FC Porto voltam a defrontar-se

na Taça de Portugal. O sorteio dos

oitavos-de-fi nal da prova agendou

para o Minho o jogo grande da eli-

minatória, numa espécie de remake

da 10.ª jornada da Liga.

Já no próximo domingo, haverá lu-

gar ao primeiro take do Sp. Braga-FC

Porto, para o campeonato. Dias mais

tarde, a história repete-se, então para

decidir a primeira vaga nos quartos-

de-fi nal da Taça. “Quando vi que nos

saiu o Sp. Braga, a primeira coisa que

me veio à ideia foi que as bolinhas

são amestradas”, ironizou, entre sor-

risos, o técnico dos “dragões”. “Elas

sabem que gostamos de desafi os

difíceis e vêm todas ter connosco.

Primeiro foi o Nacional, agora o Sp.

Braga”, concluiu Vítor Pereira.

Em Março de 2004, na última vez

em que os dois clubes se encontra-

ram na competição, os “dragões” le-

varam a melhor, com um hat-trick de

Jankauskas (1-3). Quim, na baliza do

Sp. Braga, é o único jogador dos dois

plantéis que ainda compete numa

das equipas.

Para além deste embate de titãs, o

sorteio deixou um ponto de interro-

gação sobre o calendário do Benfi ca.

Aos “encarnados” fi cou reservado o

vencedor do imbróglio que envolve

o Operário, por alegada utilização ir-

regular de um jogador frente ao Cal-

das. O processo de averiguações ain-

da decorre, o que deixa em stand-by

o próximo adversário das “águias”,

que sairá da equação Desp. Aves-

Coimbrões/Operário/Caldas.

Rui Costa, representante do Ben-

fi ca no sorteio, alerta para as difi cul-

dades de agenda que esta indefi nição

pode criar. “Saímos sem saber qual

será o adversário, o que pode ser um

problema. Temos o calendário bas-

tante preenchido e poderá ser com-

plicado encaixar a eliminatória”.

Ao actual detentor da Taça, a Aca-

démica, o sorteio impôs a recepção

ao Tourizense, emblema da II Divi-

são. O Marítimo vai defrontar o V.

Guimarães, o Lourinhanense recebe

o Paços de Ferreira, o Fabril visita o

Belenenses, a Oliveirense desloca-se

ao terreno do Gil Vicente e o Arouca

enfrenta o Beira-Mar.

FC Porto joga em Braga duas vezes em seis dias

FutebolNuno Sousa

O Benfica vai ter de esperar para conhecer o adversário nos oitavos-de-final da Taça de Portugal

FC Porto 4-3-3

D. Zagreb 3-5-2

MangalaAbdoulayeOtamendiDanilo

Helton

Kelava

Kovacic

Halilovié Sammir

PuljicSimunicVida

VrsalikoPivaric

Defour

James

Lucho

Estádio do DragãoPorto

Árbitro: Paolo Tagliavento Itália

19h45SportTV1

Jackson MartínezAtsu

J. Moutinho

Ademi Brozovic

Vítor Pereira: “Sinto-me igual ao treinador que era há um ano”

O apuramento para os oitavos-de-

fi nal fi cou garantido há três sema-

nas, mas Vítor Pereira vai apostar na

melhor equipa para defrontar esta

noite, no Estádio do Dragão (19h45,

SportTV1), o Dínamo Zagreb. O trei-

nador considera o confronto frente

aos croatas “determinante” para os

objectivos do FC Porto, que “pas-

sam por fi car no primeiro lugar”

do Grupo A da Liga dos Campeões.

Alex Sandro e Fernando estão recu-

perados e foram convocados, mas o

técnico não confi rmou a titularida-

de da dupla brasileira e deixou uma

pergunta aos jornalistas: “Quem é

que disse que vou tirar o Mangala e

o Defour da equipa?”

O adversário perdeu os últimos 10

jogos que disputou na fase de grupos

da “Champions”, quatro deles na

presente época, mas Vítor Pereira

considera que o “favoritismo é uma

falsa questão”. O treinador do FC

Porto diz estar consciente das “difi -

culdades” que os “azuis e brancos”

vão sentir frente ao Dínamo Zabreg

e qualifi ca o jogo contra os hepta-

campeões croatas como “determi-

nante” para atingir o objectivo de

“fi car no primeiro lugar” do grupo.

Por isso, Vítor Pereira garante que

vai “escolher a melhor equipa”, que

“não vão existir facilitismos” e que

os portistas vão entrar “com a guar-

da bem alta”.

Ao contrário do rival, os “dragões”

atravessam um bom momento na

prova e já têm a qualifi cação para a

fase seguinte assegurada, mas Vítor

Pereira não quis assumir o protago-

nismo pelo feito alcançado e não se

sente “o treinador do momento”.

“Sinto-me como um treinador que

trabalha todos os dias para evoluir

e sinto-me igual ao treinador que

era há um ano”, referiu o técnico,

que tem “noção” que é necessário

“trabalhar muito para dar resposta

a estes desafi os”.

Em relação ao jogo da Taça de

Portugal frente ao Nacional, dispu-

tado no passado sábado, Vítor Pe-

reira deixou de fora da convocatória

Rolando e Iturbe, chamando para os

seus lugares Alex Sandro e Fernan-

do, que recuperam dos problemas

“Não vão existir facilitismos, vamos entrar com a guarda bem alta”, garante Vítor Pereira

físicos que os afastaram da equipa

nas últimas partidas. Apesar de já

contar com a dupla brasileira, o trei-

nador não confi rmou a entrada dos

dois jogadores no “onze”, reconhe-

ceu que terá uma “decisão difícil”

para tomar. E passou ao ataque na

conferência de imprensa: “Quem é

que disse que vou tirar o Mangala e

o Defour da equipa? Vocês sabem o

que eu vou fazer? Nunca disse que

os ia tirar.”

Quem deve permanecer na equipa

titular é Christian Atsu. O jovem ex-

tremo foi a fi gura do jogo no Nacio-

nal-FC Porto e Vítor Pereira deverá

recompensar o ganês com um lugar

no “onze”, para o qual vão regressar

os colombianos James Rodriguez e

Jackson Martínez.

Liga dos CampeõesDavid Andrade

O treinador do FC Porto diz que o jogo frente ao Dínamo Zagreb “é determinante” para os objectivos do clube

Q uatro jogos e quatro derrotas, zero golos marcados e 10 sofridos. Os números do Dínamo

Zagreb esta época, na Liga dos Campeões, não orgulham os croatas, mas não são uma novidade para o adversário do FC Porto.

Dominador absoluto do futebol na Croácia (tem praticamente garantido o oitavo título consecutivo), o Dínamo estabeleceu na temporada passada um novo recorde, ao sofrer 22 golos nas seis jornadas da fase de grupos, e esta época pode acrescentar mais alguns indesejáveis registos ao currículo. Quinze equipas disputaram uma fase de grupos da “Champions” sem conseguirem somar qualquer ponto, mas o Dínamo pode ser a primeira a somar por derrotas os jogos disputados em duas edições consecutivas.

Outra marca negativa ainda ao alcance do clube de Zagreb diz respeito ao número de golos marcados. O Dínamo continua a zero esta época e, se não marcar contra o FC Porto e o Dínamo Kiev, iguala o registo de Deportivo da Corunha (2004-05) e Maccabi Haifa (2009-10), equipas que terminaram a fase de grupos sem qualquer golo marcado.

Os maus recordes do Dínamo Zagreb

FERNANDO VELUDO/AFP

Page 44: 21 Nov - Público

44 | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012

ESPAÇOPÚBLICO

EDITORIAL

Negociar uma trégua e ignorar a paz

Quer cheguem ou não a bom termo,

as negociações para obter um

cessar-fogo na Faixa de Gaza vão

deixar intacta a questão de fundo

do confl ito israelo-palestiniano. E

pode ser mesmo que a pressão diplomática

conduza a uma interrupção do confl ito no

ponto em que ele interessa politicamente

aos dois antagonistas. O primeiro-ministro

de Israel, Benjamin Netanyahu, tirará os

benefícios políticos que procura obter

deste confronto, particularmente em

termos eleitorais, desde que não seja

obrigado a uma perigosa incursão terrestre

na Faixa de Gaza. O Hamas, que conseguiu

pela primeira vez atingir Jerusalém e

Telavive com os seus rockets, reforçou

a sua imagem perante os palestinianos

e o mundo árabe, ofuscando quase por

Israel e o Hamas saem ambos a ganhar de um conflito cuja raiz permanece intacta

completo a rival Autoridade Palestiniana,

quando esta se mobiliza para defender

que a Palestina tenha o estatuto de país

observador nas Nações Unidas, intenção

que é apoiada por Portugal.

Tudo isto signifi ca que um eventual

abrandar da tensão em Gaza não nos

deixará mais perto da paz. O Governo

israelita entende que demonstrou aos

seus cidadãos que, apesar da Primavera

Árabe, pode continuar a recorrer à força

sem perder o apoio ocidental. E continua

a benefi ciar do silêncio da comunidade

internacional para continuar a construir

mais colonatos na Cisjordânia. As questões

centrais, em particular a criação de um

Estado palestiniano, das quais depende

efectivamente a paz, permanecerão

adiadas. A via negocial, para a qual

a Autoridade Palestiniana é o único

interlocutor válido, tem sido regularmente

torpedeada por Israel e pelo Hamas.

O Estado judaico terá certamente que

se defender dos rockets, embora tenha

voltado a não mostrar contenção nessa

resposta. Muito mais grave é Israel, tal

como o Hamas, não estar interessado em

ser parte da solução política.

Retrato de um país que envelhece

Não há novidades de monta na versão

defi nitiva dos Censos 2011, em

relação aos primeiros traços que já

haviam sido apresentados há alguns

meses atrás. Portugal é um país que

cresce cada vez menos, e o que cresce

deve-o aos imigrantes estrangeiros que o

escolheram como destino (cresceram 70%,

de 2001 para 2011); que vê a emigração

aumentar por exaustão de recursos e

falta de trabalho; que vê a sua população

envelhecer continuamente (haverá 128

idosos por cada 100 jovens, segundo o

inquérito); que se “entorna” cada vez mais

sobre o litoral, desertifi cando o interior

(metade da população portuguesa vive em

apenas 33 dos 308 municípios do país); e

que continua a deixar a indústria em troca

dos serviços, com um peso acrescido na

área dos lojistas. Não espanta, assim, que o

grau de dependência de Portugal aumente,

tal como aumenta o grau de dependência

dos seus cidadãos. A crise não poderia ter

escolhido “melhor” cenário.

Os artigos publicados nesta secção respeitam a norma ortográfica escolhida pelos autores

CARTAS À DIRECTORA

Há outra solução para a crise...O actual Governo de Passos

Coelho pretendia que o Partido

Socialista (PS) fosse conivente

com o seu Orçamento para o

ano de 2013. A aspiração não

podia ser mais disparatada. No

que concerne ao Orçamento de

2012, o PS foi leal e responsável.

Optou pela abstenção de modo

a proporcionar um quadro de

credibilidade externa que era

necessário favorecer.

Contudo, passado um ano, as

metas do défi ce, da dívida pública

e da diminuição do desemprego

falharam. Concomitantemente, o

PS foi construindo um programa,

políticas e medidas alternativas

e que foram sistematicamente

recusadas pelo Governo.

Governo que se afastou do PS

e que efectivou cinco revisões

do programa da troika sem

As cartas destinadas a esta secção

devem indicar o nome e a morada

do autor, bem como um número

telefónico de contacto. O PÚBLICO

reserva-se o direito de seleccionar

e eventualmente reduzir os textos

não solicitados e não prestará

informação postal sobre eles.

Email: [email protected]

Contactos do provedor do Leitor

Email: [email protected]

Telefone: 210 111 000

estabelecer qualquer relação com

este.

Agora, com o Orçamento

de 2013, o Governo mantém

as mesmas políticas de 2012 e

que fracassaram. Apresenta

um Orçamento de difícil

exequibilidade e que teima em

seguir políticas de austeridade

que, na zona euro, são um

insucesso. Estamos face a um

Governo que parece não saber

como se pode sair da crise. E

que demonstra incompetência

política e técnica.

O PS não podia continuar

a dar o seu consentimento

a estas políticas, pois a sua

matriz ideológica não está em

sintonia com o modelo que está

subjacente à construção deste

Orçamento. Um modelo que

pretende revitalizar a economia

e o investimento à custa do

empobrecimento das pessoas,

retirando-lhes dinheiro. Ora,

existem outras soluções mais

mitigadas, que podem conciliar

os sacrifícios com a defesa de

políticas sociais que dignifi quem

o homem. Portugal deve cumprir

com os seus contratos, porém,

para o efeito, necessita de mais

tempo para o pagamento da

dívida, de uma redução das

taxas de juro e da criação de

uma agenda para o emprego e o

investimento. Parafraseando o

bispo do Porto, é caso para dizer:

“Deixem-nos respirar”.

Manuel António Rebelo Ferreira,

Lamego

Três perguntas ingénuas

Perguntas como estas já não se

deviam fazer mas, entre a raiva e a

tristeza, não resisto a formulá-las.

A primeira é: por que

razão o CDS/PP sugere, na

feitura do Orçamento, que o

fi nanciamento do Estado para

a campanha autárquica seja

reduzido para metade e, quase

simultaneamente, vote contra

uma proposta, em tudo similar,

feita pelo Bloco de Esquerda?

A segunda é: por que será

que, apesar da fuga, o valor

(permitido...) dos depósitos dos

portugueses nas ilhas Caimão

ainda é de 6,9 mil milhões de

euros?

Para terminar, a terceira:

por que fez aquela “careta de

indignação” o ministro Miguel

Macedo aquando da pergunta

de uma repórter sobre se

havia polícias infi ltrados na

manifestação em S. Bento (vi e,

mais uma vez ingenuamente,

também achei a pergunta

“provocatória”), para, depois, o

facto ser confi rmado pela PSP?

Ingenuidades de um cidadão

“ que gastou de mais e tem uma

reforma milionária”!...

Fernando Cardoso Rodrigues, Porto

Page 45: 21 Nov - Público

PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | 45

Não martelem os dados

Santana Castilho

Escrevo este artigo na manhã de

terça-feira 20 de Novembro. À

tarde haverá uma conferência

de imprensa para divulgar

os resultados a que chegou o

grupo de trabalho, constituído

no fi m de 2011, ao qual foi

pedido que apurasse o custo

do ensino público por aluno

e por ano de escolaridade.

Tenho o documento à minha frente e,

embora o artigo que ora escrevo só saia

amanhã, respeito o compromisso que

assumi de nada referir antes da respectiva

apresentação pública. Posso, todavia,

relembrar factos para a tinta que vai correr.

A Assembleia da República, que aprova

o Orçamento do Estado, por natureza o

documento onde são detalhadas todas as

despesas da administração pública, e tem

comissões especializadas permanentes,

entre elas uma de Orçamento, Finanças

e Administração Pública e outra de

Educação, Ciência e Cultura, pediu ao

Tribunal de Contas (Resolução 95/2011,

de 6 de Abril) que apurasse o custo médio

por aluno do sistema de ensino. Precisava

de o ter feito? Desconhecia os dados?

Não! Visava um efeito político. Recorde-

se que a iniciativa pertenceu ao PSD, após

o corte ao fi nanciamento dos colégios

privados com contratos de associação,

decidido pelo anterior executivo

socialista. Com efeito, a Portaria nº 1324-

A/2010, de 29 de Dezembro, fi xou o valor

do fi nanciamento em 80.080 euros por

turma, quando antes andava por volta

dos 114.000, porque, afi rmou a ministra

Isabel Alçada no Parlamento, o custo

médio por aluno do ensino público se

cifrava nos 3735 euros. Logo após a posse

do actual Governo, Nuno Crato, generoso

e à revelia rara da receita da troika,

aumentou o fi nanciamento para 85.288

euros por turma. E, embora pendesse o

trabalho encomendado ao Tribunal de

Contas, foi incumbido um novo grupo

de “efectuar os estudos necessários

para o apuramento do custo real dos

alunos do ensino público por ano de

escolaridade, tendo em vista a alteração

do modelo de fi nanciamento público aos

estabelecimentos de ensino particular

e cooperativo em regime de contrato de

associação” (sublinhado meu). Mais claro,

só amanhã! Mas a conversa promete.

Várias fontes já a iniciaram, incensando

os cálculos do Tribunal de Contas

que, preto no branco, diz o próprio

tribunal, não têm validade, por datados

(os sucessivos pacotes de austeridade

derrogaram-nos, sem apelo nem agravo).

Corrijo. Há quem apele e com agravo.

José Manuel Fernandes, citando o estudo

e mais tribunício que o próprio tribunal,

disse que a recomendável privatização

da Educação é agora imperiosa. Falou de

monopólio por parte do Estado, ignorando

que Portugal ocupa os lugares cimeiros

das tabelas que medem a presença do

ensino privado nos sistemas nacionais de

ensino. Cita a Holanda como exemplo,

mas não esclarece os indígenas que no

modelo holandês o Estado não permite

que as escolas geridas por privados

tenham lucro. Perguntava e respondia em

artigo deste jornal, de 9 deste mês: “Por

onde é que se começam a cortar quatro

mil milhões? Talvez por onde o Estado é

inefi ciente, como no quase monopólio da

Educação.” Criticando Marcelo Rebelo de

Sousa, que usou o vocábulo “vazio” para

adjectivar a proposta de Passos Coelho

sobre a redefi nição das funções do Estado,

convidava-nos a trocar “umas ideias mais

sérias e menos vazias sobre o assunto”. Mas

cingiu-se, afi nal, a insinuar a necessidade de

privatizar a Educação, usando argumentos

fi nanceiros e estatísticos imprecisos ou

datados. Com efeito, disse que entre 2009

e 2011 o sistema público de ensino perdeu

100 mil alunos no ensino básico, outros

100 mil no secundário regular e ganhou

8500 no superior. Tudo para afi rmar

que o custo por aluno aumentou. Mas as

estatísticas ofi ciais (GEPE/ME e GPEARI/

MCTES, citados por PORDATA) mostram

que se perderam 52.884 alunos no básico

e não 100 mil, 34.640 no secundário e não

100 mil e se ganharam 25.540 no superior

e não 8500. O número total de alunos do

sistema público de ensino, considerando

a educação pré-escolar e os cursos de

especialização tecnológica, que José Manuel

Fernandes ignora, era 1.902.774 em 2009 e

1.844.317 em 2011. O

que dá uma perda

de 58.457 alunos

e não os 191.500

sugeridos.

Repensar as

funções do Estado

sob a “chantagem”

de reduzir 4 mil

milhões de euros

é a pior forma

de o fazer. Mas,

acima de tudo,

não martelem

os dados. Trocar

umas ideias sérias

sobre o assunto é

uma boa proposta.

Adianto algumas:

nos termos da

Constituição, o

serviço público

de ensino é

obrigação do

Estado; nos termos

da Constituição, os portugueses têm a

liberdade privada de criar escolas privadas;

dinheiros públicos não devem pagar

serviços privados de Educação senão

quando o Estado não estiver em condições

de os prover, termos em que urge garantir

que não se fi nanciam escolas privadas

sempre que existam escolas públicas para

acolher os alunos. Como recomendaram a

troika e o Tribunal de Contas.

Professor do ensino superior. Escreve quinzenalmente à [email protected]

Repensar as funções do Estado sob a “chantagem” de reduzir 4 mil milhões de euros é a pior forma de o fazer

A excelência é geral

No sábado aplaudi aqui os 84%

de hospitais que a Entidade

Reguladora da Saúde (ERS)

avaliou como clinicamente

excelentes, fi cando de fora só

quatro hospitais. No PÚBLICO

de ontem uma breve esclarecia

que esses hospitais só não

receberam a estrela porque

ainda não foram avaliados.

Ainda bem que ainda existe a possibilidade

de 100% dos hospitais portugueses terem

excelência clínica. O problema, do ponto

de vista retórico, é que foram os 16% de

hospitais que não receberam a estrela que

tornavam a notícia convincente.

Vamos supor que, se quatro hospitais

representam 16%, cada hospital

representa 4%. Assim, tínhamos 21

hospitais clinicamente excelentes e

quatro que não eram. Era verosímil.

Infelizmente, foi à custa dos quatro

hospitais que afi nal não chumbaram

que fi cámos impressionados com a

excelência da grande maioria. O critério

de excelência, aqui, não é de exceder

os outros em qualidade. Se fôssemos

literais com a excelência, teria de ser uma

minoria que era excelente em relação à

maioria que não era. Logo, até a primeira

notícia seria inacreditável. O critério da

ERC é “cumprir todos os parâmetros

exigidos em matéria de excelência

clínica”. Assim, todos os hospitais

portugueses podem ser excelentes,

porque os parâmetros não seriam

atingidos pela maioria dos hospitais do

mundo inteiro. A excelência é sempre

relativa: podem estar todos os nossos

hospitais de parabéns.

Miguel Esteves CardosoAinda ontem

BARTOON LUÍS AFONSO

Page 46: 21 Nov - Público

46 | PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012

JIM BOURG/REUTERS

Naquele momento, ainda que breve [o discurso de Obama], o “poder brando” da América derrotou o da China

A China e o sonho americano

A China poderá estar apenas

a alguns anos de se tornar a

principal potência económi-

ca do mundo e a centralidade

estratégica dos EUA poderá

estar em declínio (de facto,

actualmente ninguém se refe-

re aos Estados Unidos como a

“hiperpotência” mundial). Mas

a América ainda faz as pessoas

sonharem e a sua infl uência emocional no

mundo continua a ser única.

Neste sentido, a semana passada trouxe

duas vitórias: não apenas a de Barack

Obama sobre o candidato republicano, Mitt

Romney, nas eleições presidenciais, mas

também a vitória do sistema democrático

americano sobre o autoritarismo

unipartidário da China. Algumas frases do

discurso de vitória de Obama — o espaço de

um momento mágico — foram dedicadas à

celebração do “mistério da democracia” de

forma muito concreta, mas também de um

modo quase religioso.

Obama encontrou as palavras certas para

prestar homenagem à multidão de cidadãos

anónimos que andava de porta em porta a

convencer os seus concidadãos americanos

a votarem nos seus candidatos preferidos.

Obama estava a descrever a democracia

no seu melhor, naquilo que de mais

nobre tem, tal como deveria ser, mas nem

sempre é: homens e mulheres livremente

mobilizados, capazes de e dispostos a

mudar o rumo do seu destino.

Naquele momento, ainda que breve, o

“poder brando” da América derrotou o

da China, que menos de um dia depois,

abriu solenemente — e de uma maneira

extremamente opaca — o 18.º Congresso

do Partido Comunista Chinês. Milhões

de pessoas em todo o mundo prefeririam

vivenciar uma noite de eleições como a da

América, ao invés de se tornarem parte dos

planos a longo prazo da China.

É claro que a América já não é o que

era. Está demasiado endividada para ser a

melhor política de segurança estratégica

e económica para os seus aliados, como

o foi no passado. Mas, apesar de o poder

de protecção dos Estados Unidos ter

diminuído, o seu poder inspirador continua

a ser único e ainda poderá benefi ciar o país

da forma mais admirável.

A vitória de Obama não foi apenas uma

vitória da democracia, mas também de

uma certa visão e mensagem da América.

Ao manter uma atitude de abertura

em relação à imigração, ao manter um

discurso respeitoso em relação a todos

os que querem viver as suas diferenças

livremente e ao formar um juízo moderno

e dignifi cante a respeito das mulheres,

Obama foi capaz de mobilizar a força do

excepcionalismo norte-americano, que tem

por base uma palavra-chave: a diversidade.

Ao ignorar deliberadamente esta

diversidade, abraçando a nostalgia de um

passado há muito

desaparecido,

o Partido

Republicano

— deixando-se

levar pelos seus

ultraconservadores

lunáticos — foi

muito mais

responsável pela

derrota do que

o seu íntegro

candidato. O erro

de Romney foi estar

alinhado durante

muito tempo com

ideias que eram

demasiado radicais

para si — e para a

América.

O destino da

candidatura de

Romney contém

uma mensagem universal para todos os

regimes democráticos: nada se ganha em

cultivar posições extremistas ou em tornar-

se seu prisioneiro. Na verdade, corre-

se o risco de perder não só a alma, mas

também as eleições. Foi esse o destino de

Nicolas Sarkozy em França: foi derrotado

após ter perdido o apoio do centro do

eleitorado. Obama foi reeleito porque o

Partido Republicano perdeu de vista o

centro da América.

É claro que a grandeza da democracia

norte-americana não deverá esconder as

suas enormes falhas, nem a sua disfunção

actual. O custo deste ciclo eleitoral foi

superior a dois mil milhões de dólares —

tudo para reproduzir o statu quo: o mesmo

Presidente e o mesmo equilíbrio de poder

no Congresso dos EUA. O dinheiro tornou-

se um agente corrosivo que está a corroer

e a redefi nir o processo democrático, no

qual a mobilização de energias pessoais dá

lugar ao alargamento dos orçamentos de

campanha.

Além da questão do dinheiro, existe

o problema de um sistema de equilíbrio

e controlo totalmente descontrolado,

que conduz à paralisia governamental.

A “vetocracia” — refl ectida na rotina de

obstrucionismo do Congresso durante

o primeiro mandato de Obama — é uma

ameaça à democracia. Reconhecerá

o partido, castigado pela sua derrota

eleitoral, que a sua responsabilidade é para

com o povo americano e não apenas para

com os seus membros e seguidores?

A reeleição de Obama passa uma

mensagem que apenas será amplamente

repercutida — inclusive em casa —, se a

retórica não se afastar da realidade, como

tantas vezes aconteceu durante o primeiro

mandato de Obama. A América não pode

continuar a viver com as injustiças do seu

sistema de Saúde nem com infra-estruturas

obsoletas e em ruínas. Também não pode

fi car indiferente ao endividamento cada

vez menos aceitável dos seus estudantes

universitários.

Simultaneamente, apesar de a América

já não ser o protagonista internacional de

outrora, a produção nacional de óleo e gás

Obama foi reeleito porque o Partido Republicano perdeu de vista o centro da América

de xisto parece estar a ponto de reescrever

a equação da energia dos EUA — o mesmo

poderia acontecer em França e em outros

países ocidentais, que, um dia, poderão ser

capazes de abdicar da energia fornecida

pelo Médio Oriente.

O principal desafi o global dos EUA é

aceitar que o país deixará de estar sozinho

no topo. O país nunca teve de se relacionar

com os outros em pé de igualdade,

ao contrário das potências europeias

tradicionais, que o fi zeram durante séculos.

Para a China, contudo, o desafi o poderá

ser mais difícil. Não só terá de viver com a

realidade do poder dos EUA, como também

deverá ter em conta o ideal americano. Em

1989, um grande número de estudantes

chineses ocuparam a Praça Tiananmen para

exigir mais direitos, adoptando um símbolo

parecido com a Estátua da Liberdade.

Também hoje, não é a força militar dos

EUA que ameaça ou desafi a a China, mas

sim a atracção perseverante do “sonho

americano”.

PUBLICIDADE

Dominique MoïsiProject Syndicate

Fundador do Instituto Francês de Relações Internacionais (IFRI), é professor no Institut d’Études Politiques de Paris (Sciences Po) [Tradução: Teresa Bettencourt]

Com o apoio de: PwCVeja mais em www.publico.pt

Venha conhecer-nos em www.pwc.com/pt����������� ������������������������������������������������������������� ���������������� �������������� ��������������������������!�"��"�"#���$�"���������� ��� ��%��"����������������������"���������"�&'������� ������������"(������

Page 47: 21 Nov - Público

PÚBLICO, QUA 21 NOV 2012 | 47

O admirável mundo da economia da felicidade

Vivemos tempos de crise. E

com as crises sempre vêm as

mudanças. Resta saber qual a

nova direcção…

Um dos pontos focais da crise

tem sido a economia. Porque é

na realidade económica que a

crise mais se sente, mas também

porque é à economia enquanto

ciência que podemos imputar

responsabilidades pela sua origem e pelas

defi cientes políticas desenhadas para o seu

combate. A verdade é que a economia é uma

ciência social tida como respeitável (a única

a que um banco sueco decidiu atribuir um

“neo” Prémio Nobel) e a que é usada para o

desenho de políticas governativas. Porém,

apesar dessa credibilidade institucional,

a realidade não tem sido simpática com

a economia: continuamente assistimos a

profundos desfasamentos entre as previsões

dos modelos económicos e a realidade. E não

podia ser doutra forma: não só a economia

ortodoxa enferma de vícios metodológicos

graves, como nunca uma ciência social

conseguirá fazer previsões rigorosas!

Hoje, porém, são cada vez mais os

economistas que prosseguem novos

caminhos e que estão, fi nalmente, a conduzir

a economia na direcção da correcção

científi ca e da consequente utilidade social.

A economia contemporânea de ponta

saiu da sua “torre de marfi m” e já dialoga

com a neurologia (neuroeconomia), com

a psicologia (economia comportamental

e experimental), com a sociologia (sócio-

economia) ou com a biologia (economia

evolucionista).

A economia da felicidade insere-se,

precisamente, nesse campo de investigação

interdisciplinar e de ponta e fala com as

ciências “psi”, com a antropologia e a

sociologia, mas também com a fi losofi a

ou com a ciência política. A economia

da felicidade reintroduziu a ideia de que

não podemos dispensar a fi losofi a moral,

quando falamos de política económica, e

veio mostrar que os modelos ortodoxos

estão errados e que as respectivas políticas

não são neutras ideologicamente, nem

estão a produzir resultados desejáveis. E,

mais, veio mostrar que a obsessão com o

PIB como único indicador de progresso

é perigosa: a destruição ambiental, a

crescente desigualdade na distribuição

da riqueza (que fez aumentar a pobreza

relativa e permite a existência de espaços

de pobreza absoluta), o desemprego

crescente nos países desenvolvidos, as

excessivas concentrações populacionais nos

grandes centros urbanos (e os respectivos

problemas de congestionamento, poluição

e crime), a continuação do tráfi co de armas,

droga e pessoas, as migrações ilegais ou

a desregulamentação da especulação

fi nanceira (com as consequentes bolhas

e acentuação dos ciclos económicos) são

tudo problemas da contemporaneidade que

conviveram com um PIB mundial sempre em

crescimento…

O admirável mundo da economia da

felicidade é hoje uma realidade com

produção científi ca em qualidade e

quantidade, com conferências regulares,

com presença nos média e com impacto nos

organismos estatísticos e governamentais.

E este admirável mundo nem sequer é

completamente novo: os pais fundadores

da economia usavam a palavra felicidade

e percebiam que esse era o fi m último da

ciência e da política económica. Só nos

anos 30 do séc. XX é que a felicidade foi

“ofi cialmente” varrida da economia, mas

tal exílio não durou mais que 40 anos.

Nos anos 70, economistas pioneiros como

Richard Layard e Richard Easterlin ousaram

recolocar a felicidade na análise económica

e abriram caminho

para o “boom” que

hoje existe e que

começou nos anos

90 (e que entusiasma

nóbeis como Daniel

Kahneman ou Joseph

Stiglitz).

Hoje a felicidade

já não será varrida

da economia com

facilidade: porque há

massa crítica social,

política e científi ca

sufi cientemente forte

para se perceber

que se pode (e deve)

estudar a felicidade

de um ponto de vista

científi co e que a sua

medição, controlo

e promoção devem passar também a fazer

parte das tarefas dos governantes.

Por isso a ONU, a OCDE, a Comissão

Europeia e diversos governos nacionais

(como o francês ou o inglês) estão

empenhados na discussão, divulgação

e promoção de novos indicadores

de desenvolvimento, novos modelos

económicos e novas políticas.

A crise que atravessamos é também a crise

de uma ciência que tem de mudar (e está

a mudar) e de uma maneira de agir sobre

o mundo que está falida. A economia da

felicidade apresenta-se como uma possível

solução para a crise, porque é crítica e

realista e nunca lírica, utópica ou autista.

Desde 2005 tenho tido a felicidade de

participar neste movimento científi co e posso

assegurar que se trata de um movimento

forte, autocrítico e motivado e empenhado

em criar um mundo melhor.

A crise que atravessamos é também a crise de uma ciência que tem que mudar

Economista, doutorado em economia da felicidade

Tribuna Crise e alternativasGabriel Leite Mota

Dualidade de critérios – os media e a diplomacia

Foi publicado nestes dias um

artigo no diário Al-Watan

do Kuwait, da autoria de

Abdalla Hadlak. Neste artigo

entitulado “Double standards

and mentioning things wrongly”,

Hadlak escreve corajosamente

que enquanto ao Hamas (e

outras organizações terroristas

“satélite”) que disparam mísseis

Qassam e Grad a partir de Gaza contra

aldeias e cidades de Israel, onde ferem e

matam civis inocentes, os jornais árabes

“chamam erradamente a isto resistência ou

actividade jihadista”; à reacção de Israel,

que responde atingindo a infra-estrutura

terrorista, os mesmos jornais apelidam de

“agressão” e nunca de “autodefesa”.

Este artigo extremamente crítico

em relação aos media árabes podia

perfeitamente aplicar-se a alguns dos media

em Portugal. A dualidade de critérios

está, aliás, muito patente nos próprios

títulos dos artigos e nas imagens que são

escolhidas para ilustrar o confl ito: a miséria

e o desespero palestinianos e, muito

raramente, o sofrimento de milhões de

Iisraelitas bombardeados todos os dias.

Qual é a razão desta abordagem

tendenciosa por jornais como o PÚBLICO

na sua descrição do confl ito entre Israel e

uma organização terrorista? Sim, relembro

os leitores que a União Europeia incluiu o

Hamas na lista de organizações terroristas,

em 2003.

Será por total ignorância ou

desconhecimento do que se passa no

Médio Oriente?

Será uma cegueira patologicamente

inexplicável só em relação a Israel?

Será causada por interesses que nada têm

a ver com valores morais e de justiça?

Será pura ingenuidade, fazendo com que

retratem Israel como o lado forte e ao outro

lado como o fraco e em relação ao qual tem

de sentir-se compaixão automaticamente e

sem questionar?

Qualquer pessoa minimamente

informada sabe que Israel retirou

totalmente de Gaza em 2005 na esperança

de poder viver em tranquilidade. Quando o

Hamas tomou este território à Autoridade

Palestiniana em 2007 — pela força —,

tornou a vida dos habitantes de Gaza um

inferno e a dos israelitas do Sul de Israel

um pesadelo diário.

Será que todos os que nos apregoam

moralidade dia e noite estariam dispostos

a aceitar passivamente que Lisboa fosse

sujeita a bombardeamentos contínuos? É

tão fácil julgar Israel, quando não se está na

mesma situação e não se possui (felizmente)

referências para se colocar no nosso lugar.

O Hamas nunca escondeu a sua intenção

de destruir Israel e de eliminar o próprio

Governo de Abu Mazen na Cisjordânia.

Por seu lado, Abu Mazen recusa, há

quatro anos, voltar à mesa de negociações

com Israel abordando a Assembleia

Geral da ONU para que reconheça

automaticamente a Palestina como membro

observador da organização. Os países

árabes, muçulmanos e não-alinhados,

cuja grande maioria não é democrática,

apoiarão esse pedido. É óbvio que não

terão qualquer

difi culdade em

conseguir maioria

mesmo para uma

resolução que

diga que a Terra é

quadrada porque

Israel diz que é

redonda.

Abu Mazen

prefere uma

resolução vaga,

fundada numa

maioria automática,

do que negociações

directas e abertas

com Israel, mesmo

sabendo que apenas

através destas

conseguiremos

encontrar soluções

para os nossos

problemas.

Esperamos

que o bloco composto pelas sociedades

democráticas ocidentais não apoie este

passo unilateral que vai distanciar-nos

ainda mais de uma solução e fortalecer

os elementos extremistas no mundo

muçulmano como o Irão, a Síria e o Hamas.

Temos muitas dúvidas de que os mesmos

países que pretendem apoiar Abu Mazen

nas Nações Unidas vão defendê-lo quando

o Hamas tomar a Cisjordânia pela força,

como fez em Gaza.

Já agora, tive de interromper a minha

escrita deste artigo para telefonar ao meu

fi lho e saber se está bem e vivo, porque um

míssil acabou de cair em Rishon Le-Zion, a

100 metros de onde ele trabalha.

Pergunto-me quantos de vós tiveram de

fazer o mesmo hoje.

Embaixador de Israel em Portugal

AMIR COHEN/REUTERS

Tribuna Israel e GazaEhud Gol

Será pura ingenuidade fazendo com que retratem Israel como o lado forte e ao outro lado como o fraco?

Page 48: 21 Nov - Público

PUBLICIDADE

ESCRITO NA PEDRA

“Nada é mais fácil do que se iludir, pois todo o homem acredita que aquilo que deseja seja também verdadeiro” Demóstenes (-384/-322), político e orador da Grécia Antiga

I S S N : 0 8 7 2 - 1 5 4 8

QUA 21 NOV 2012

Contribuinte n.º 502265094 | Depósito legal n.º 45458/91 | Registo ERC n.º 114410 | Conselho de Administração - Presidente: Ângelo Paupério Vogais: António Lobo Xavier, Cláudia Azevedo, Cristina Soares, Miguel Almeida, Pedro Nunes Pedro E-mail [email protected] Lisboa Edifício Diogo Cão, Doca de Alcântara Norte, 1350-352 Lisboa; Telef.:210111000 (PPCA); Fax: Dir. Empresa 210111015; Dir. Editorial 210111006; Agenda 210111007; Redacção 210111008; Publicidade 210111013/210111014 Porto Praça do Coronel Pacheco, nº 2, 4050-453 Porto; Telef: 226151000 (PPCA) / 226103214; Fax: Redacção 226151099 / 226102213; Publicidade, Distribuição 226151011 Madeira Telef.: 934250100; Fax: 707100049 Proprietário PÚBLICO, Comunicação Social, SA. Sede: Lugar do Espido, Via Norte, Maia. Capital Social €50.000,00. Detentor de mais de 10% do capital: Sonae Telecom, BV Impressão Unipress, Travessa de Anselmo Braancamp, 220, 4410-350 Arcozelo, Valadares; Telef.: 227537030; Lisgráfica - Impressão e Artes Gráficas, SA, Estrada Consiglieri Pedroso, 90, Queluz de Baixo, 2730-053 Barcarena. Telf.: 214345400 Distribuição Logista Portugal – Distribuição de Publicações, SA; Lisboa: Telef.: 219267800, Fax: 219267866; Porto: Telef.: 227169600/1; Fax: 227162123; Algarve: Telef.: 289363380; Fax: 289363388; Coimbra: Telef.: 239980350; Fax: 239983605. Assinaturas 808200095 Tiragem média total de Outubro 43.576 exemplares Membro da APCT – Associação Portuguesa do Controlo de Tiragem

Discreto, analítico, refl exivo, era um homem para lá da sua época p14/15

Benfi ca não depende de si para se manter na prova. Cluj derrotou Braga p41/42

Custo médio por turma no ensino básico é menor nas escolas públicas p4

Melo Antunes, um construtor da democracia

Benfica ainda não desistiu, Braga de fora da Champions

Governo vai alterar financiamento dos colégios até Agosto

Euromilhões

28 30 42 45 49 5 10

NOVA CASA, NOVO SITEAcabámos de mudar a nossa “casa” de Lisboa. A redacção, a administração e todos os serviços de apoio – e também a loja do PÚBLICO – estão agora em Alcântara, no Edifício Diogo Cão, Doca de Alcântara Norte, com vista para o rio Tejo. Ainda estamos a arrumar caixotes, mas o nosso maior desafio está agora nos preparativos finais para o novo site do jornal, que nasce amanhã. Durante mais de um ano, estudámos a fundo o nosso site e as grandes tendências internacionais. Todas as mudanças foram pensadas com um grande objectivo: tornar a leitura do PÚBLICO digital numa experiência melhor e mais fácil. A partir de agora, o leitor pode fazer a navegação por tópicos e não apenas por secções; os jornalistas e colunistas passam a ter uma página com o histórico dos artigos, perfil e endereço de email; a opinião passa a ter

mais relevância no site; e o multimédia ganha mais espaço e qualidade. Criámos também um sistema de reputação, segundo o qual os leitores serão premiados pela própria “comunidade PÚBLICO” e, a cada passo, ganham crescentes responsabilidades. No nível mais elevado, o quarto, o leitor sobe a moderador e tem direito a participar na aprovação e reprovação dos comentários que os leitores fazem no site do jornal. A partir de amanhã em publico.pt. A Direcção Editorial

CONSOANTE MUDA

Provincianismo entre gigantes

Não há provincianismo

mais irritante, nem

mais perigoso, do que

o dos grandes centros,

em particular os países

grandes e os que se julgam

grandes. Mais irritante porque

o provincianismo dos pequenos

meios reconhece-se; o dos

grandes centros é cego perante si

mesmo e impossível de extirpar.

Mais perigoso porquê? Porque

julgando ver o mundo, não

vê senão a sua barriga. Não

reconhece a diferença nem

os matizes, e aplica a mesma

receita estupidamente em todo

o lado. Temos exemplos. Nada

foi mais letal nesta crise do

que ter os problemas da zona

euro, respeitantes a dezassete

economias, discutidos entre

Berlim-Paris e Paris-Berlim. Nas

próximas semanas e meses,

teremos outro grande momento

do provincianismo entre

gigantes: o orçamento da União,

respeitante a vinte e sete países,

discutido entre Londres-Berlim e

Berlim-Londres.

Se um pequeno é obtuso e

estreito de vistas, em geral, não

prejudica a mais ninguém senão

ele mesmo. Quando um grande

Rui Tavares

é obtuso e estreito de vistas,

prejudica ainda mais aos outros

do que a ele, e nem disso se

apercebe.

O provincianismo dos

grandes acabou por

fatalmente contaminar a

visão da Europa sobre si

mesma, e distorcer-lhe

a visão sobre o resto do

mundo. Liderada pelos grandes

países, a Europa continua sem

saber o que fazer das economias

emergentes, sem entender que

a ascensão dos outros deve ser

vivida com naturalidade. Não é

possível, nem é necessário ou

saudável, que o Atlântico Norte,

com apenas dezasseis por cento

da população mundial, tenha

sessenta por cento do PIB do

planeta. E é necessário que a

região da Ásia-Pacífi co cresça

para alimentar os três mil milhões

de bocas (e mais ainda) que ali

viverão nas próximas décadas. O

crescimento da China e da Índia

representam apenas um regresso

à normalidade da economia

global durante quase dois

milénios, com exceção do par de

séculos que nos precedeu.

Mas o provincianismo dos

grandes europeus também se

refl ete na maneira como olham

para o curto prazo e as pequenas

distâncias. Embora tenham já

aceitado que, em muito breve, a

União vá ter um executivo eleito,

é-lhes muito difícil aceitar que

os candidatos a presidente da

Comissão Europeia tenham de

fazer campanha eleitoral em

todos os estados-membros da

União. Na próxima quinta-feira

será votada no Parlamento

Europeu uma emenda que

propõe isso mesmo, e tem

sido para já inexcedivelmente

complicado explicar aos

deputados dos grandes países

por que é isso importante.

Talvez não o façam por mal;

parece-lhes uma bizarria propor

que um candidato a ser chefe

do executivo de uma União com

27 países tenha de os visitar

a todos e em cada um deles

apresentar o seu programa

eleitoral. Não vêem é claro, que

caso contrário uma campanha

se poderia concentrar em dois

ou três países, e não entendem

(pelo menos, não entendem

à primeira) o que se perde

com isso: ao apresentarem o

seu programa em 27 países,

os candidatos teriam de saber

de que forma esse programa

benefi ciaria aquelas pessoas

concretas, teriam de aprender

e teriam de se comprometer

com aqueles interesses e aquela

maneira de ver o mundo.

Ou seja, teriam de superar

a mentalidade mesquinha e

tacanha a que injustamente

chamamos provincianismo

e que, a partir dos grandes

centros, tem sido a tragédia da

Europa atual.

Historiador e eurodeputado

TM& © 2012 Marvel & Subs.

INÉDITO

Colecção de 10 livros. PVP unitário 8,90€. Preço total da colecção 89€. Periodicidade semanal às Quintas-feiras, entre 18 de Outubro e 20 de Dezembro. Edição limitada ao stock existente. A compra do produto obriga à aquisição do jornal.

HERÓIS MARVEL - SÉRIE IINOVOS HERÓIS MARVEL. OS VILÕES NEM SABEM O QUE OS ESPERA.Quinta, 22 de Novembro, 6º livro Dr. Estranho: O Juramento, por +€8,90, com o Público.