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FALE COM OS EDITORES [email protected], [email protected]| SIGA-NOS twitter.com/portalD24am facebook.com/D24am Sábado, 24 de outubro de 2015 Diário do Amazonas | visite D24am.com U U U M M M O O O L L L H H H A A A R R R S S S O O O B B B R R R E E E A A A C C C I I I D D D A A A D D D E E E D D D E E E M M M A A A N N N A A A U U U S S S Capital do Amazonas, ao longo dos seus 346 anos, acolheu e foi acolhida por milhares de brasileiros, estrangeiros e nativos que têm olhares diferentes sobre o cotidiano manauara Eraldo Lopes Manaus 3 46 ANOS

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Sábado, 24 de outubro de 2 015Diário do Amazonas | visite D24am.com

UUUMMM OOOLLLHHHAAARRR SSSOOOBBBRRREEE AAACCCIIIDDDAAADDDEEE DDDEEE MMMAAANNNAAAUUUSSSCapital do Amazonas, ao longodos seus 346 anos,acolheu e foiacolhidapor milhares debrasileiros,estrangeiros enativos que têmolhares diferentes sobreocotidianomanauara

EraldoLopes

Manaus3 46ANOS

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Carioca Ernesto diz se sentir em casa em Manaus, onde tem asegunda maior torcida do Flamengo do País

IBGE:276 milpessoas deforaescolheramManaus

Natureza,comidaeamor fizeramcom queficassemaqui

TEXTOClariceManhãFOTOSDivulgação

MANAUS

Aquele velho ditadopopular, “Comeujaraqui, não saimais daqui”, se faz

verdadeiro para quem esco-lheu Manaus para viver e amar.Segundo o Instituto Brasileirode Geografia e Estatística (IB-GE), a cidade abriga 275.972migrantes, sendo 271.279 na-cionais e 4.693 estrangeiros.

Quando o engenheiro agrô-nomo Ernesto Serra Pinto, 50,chegou a Manaus, em 1982,ainda como estudante, o calor

só tornava os vários balneáriosda capital ainda mais atrativos.Carioca de Grajaú, ele se senteem casa na cidade com a maiortorcida flamenguista fora doRio de Janeiro e lembra comsaudade de como a cidade erana década de 1980. “Violêncianão existia. Os igarapés eramtodos limpos, era um paraíso”.

Ernesto optou por seguircarreira profissional e cons-truir família em Manaus. A cu-linária regional, a beleza dasmanauaras e as amizades culti-vadas motivaram a decisão deficar. “Eu me descobri aqui,amadureci, cresci, me desen-volvi no trabalho e colaborei

com a sociedade”.A chegada do paulista Hi-

roshi Noda, em 1975, rendeu,literalmente, bons frutos paraa cidade. Pesquisador premia-do internacionalmente, ele seespecializou em melhoramen-to genético e o seu trabalhocontribui decisivamente para aadaptação de hortaliças comotomate e alface ao clima regio-nal. Hoje, toda a produção re-gional deriva das sementes dis-tribuídas gratuitamente, pormeio do Instituto Nacional dePesquisas da Amazônia (Inpa).

O pesquisador elege os pró-prios manauaras como a maioratrativo da cidade, pela recepti-

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vidade e facilidade para fazeramizade. Hiroshi Noda avaliaque é preciso melhorar o trân-sito e a urbanização. “Esse éum problema para toda grandecidade, falta estrutura paratanta gente, tanto carro”.

EstrangeirosA colombiana Karina Mo-

rales, 33, desceu o Rio Solimõesem 2010, para passar um mêsde férias em Manaus. Conhe-ceu o manauara Heberton Cas-

tro, se apaixonou e o vestido defesta que trouxe na mala paraalguma “ocasião especial”, foi otraje do casamento. Feliz emter trocado os Andes pela flo-resta amazônica, ela afirmaque o que mais gosta na cidadesão os passeios culturais.“Sempre vou às bibliotecas pú-blicas, museus, ao Palácio daJustiça e Bosque da Ciência.Tem muitas atividades legaispouco conhecidas pelo públi-co”.

Ao desembarcar no aero-porto Internacional EduardoGomes, em 2002, o sueco JensErickson, 32, tinha o plano depassar um ano viajando peloBrasil. Mas, a estadia em Ma-naus foi se prolongando, a von-tade de ficar cresceu e hoje elenão pensa em morou em ne-nhum outro lugar do mundo.“Eu amo essa cidade, as pes-soas, o calor que não passa. Soufeliz aqui e quero criar meus fi-lhos neste clima alegre”, disse.

A colombiana Karina Morales veio para ficar um mêse já está há cinco anos

O paulista e pesquisador Hiroshi Noda trouxe bonsfrutos para Manaus

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Hai t ianos viramemManaus uTEXTO GiseleRodriguesFOTO EraldoLopes

MANAUS

Um dos países maispobres da AméricaCentral, o Haiti ain-da sofre as conse-

quências do terremoto que de-vastou o país, em 2010. Segun-do a Paróquia de São Geraldo,principal abrigo de refugiadosdo Haiti, em Manaus, das maisde 9.500 de pessoas que migra-ram de sua terra natal para oAmazonas em busca de melho-res condições de vida, aproxi-madamente 2.500 viram emManaus um porto-seguro parareconstruir a vida.

Os refugiados que vivem nacapital amazonense formaramfamília, construíram negóciose, hoje, ajudam familiares dasua pátria, mas não pensam em

sair de Manaus, aprenderam aamar a cidade que chamam de‘terra de oportunidades’.

Jean Wilkeson Justin, 29,chegou em terras manauaras noano de 2010 com muita espe-rança e pensa em se aposentar emorar no interior do Estado.

Ele relata que a chegada aoBrasil ocorreu num momentomuito delicado, mas aprendeucom as adversidades trabalharem diversas funções, para so-breviver. “O povo daqui meacolheu, me recebeu muitobem. Fiz muitas amizades e lo-go que cheguei recebi propos-tas de emprego, de início fuigarçom, trabalhei no distritoindustrial. Não tenho o que re-clamar, Manaus é uma terra deoportunidades, basta traba-lhar ”, disse.

Hoje, ele trabalha em umafábrica de picolé, subsidiada pe-

Lolou Foneilan e a filha Maria Eduarda, nascida em Manaus e que deveconhecer o Haiti, em breve

LevantamentodaParóquiaSãoGeraldomostra quedos 9,5mil refugiados doHaiti,desde 2010, quando viera

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us umlugar para recomeçar

Jean Wilkeson Justin.So r ve tei roOpovodaquimeacolheu,me recebeu muitobem. Fiz muitasamizades e logo quecheguei recebipropostas deemprego”

ndo vieramparaoAmazonas após o terremotonaquelepaís, 2,5mil ficaramnacapitalamazonense

HAITIANOS

Crianças nascidas na capitalaprendem PortuguêsApequenaMariaEduarda,deapenas 1ano,possui umnomebastantecomumnoBrasil,mas édescendentediretadehaitianos.Seus pais vieram,há quatroanos,paraManaus. A uniãodeMataAugustaeLolou Foneilandeuorigemaduas crianças nascidasaquienacionalizadas brasileiras.OmaridodeMata trabalhaduranteodiaem um restaurantee,como

dinheiro queeconomizaram,montaram umpequenocomércio,nobairroSãoJorge, zonaoestedacapital,gerenciadopelamulher.Ofilhomais velho,de4anos, jáestudaem umaescola infantil eaprendea línguaportuguesamas,segundoMata,o francês éa línguautilizadanoconvívio familiar.Matadesejalevar os dois filhos caçulas,quenunca viramos avós aoHaiti.

la Paróquia São Geraldo, na zo-na centro-sul de Manaus.

SolidariedadePara o padre Valdecir Mo-

linari, a solidariedade está en-tre as características dos ma-nauaras e foi esta solidarieda-

de que ajudou a igreja a aco-lher os haitianos. “Contamoscom a boa vontade das pes-soas, até pra comida e rou-pa”.

No jogo entre Brasil e Haiti,realizado em Manaus, no últi-mo dia 12 de outubro, na ava-

liação do padre Molinari, foium “t e r mômet r o ” da receptivi-dade do manauara com os re-fugiados haitianos.

“O gol do Haiti poderia ser ummomentodevaiadostorcedoresda-quideManaus,masfoiummomen-todeduplacomemoração”,disse.

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Um olharmana u a ras ob reManaus

LargoSãoSebastião,TeatroAmazonas ePontaNegranãoésópara turista ver

TEXTO AnnyelleBezerraFOTOS ReinaldoOkita

MANAUS

Passear pelos principaispontos turísticos deManaus está longe deser umprograma sópa-

ra turistas. Relaxar em um bancoda Praça da Saudade, tomar umbanho de rio, na Ponta Negra,

contemplar aPonteRioNegroouassistir a um espetáculo de balé,no Teatro Amazonas, fazem par-te da rotina dos manauaras. Pen-sandonisso,oDIÁRIOpercorreuos pontos mais visitados da cida-de para saber, junto a quem nas-ceunacapitaldoAmazonas,quala relaçãodeles comos pontostu-rísticos eo queeles mais gostamemenos gostam,emManaus.

Largo SãoSeba st iãoEscolhido pela família doautônomo Raimundo dosSantos como cenário para oensaio fotográfico deaniversário de um ano da neta,o Largo São Sebastião,segundo Raimundo, desperta ointeresse dos manauaras peloclima agradável e familiar. “Amanutenção das característicasarquitetônicas originais dascasas no entorno da praça e avisão privilegiada do Teatro

Amazonas faz com que aspessoas se sintam à vontade noLa rgo ”, afirma.Raimundo afirma ainda que,apesar do interesse dosmanauaras em visitar locaispúblicos junto com a família, afalta de mobilidade acabaprejudicando quem depende dotransporte público. “Já dependimuito de ônibus e sei como éprecário o deslocamento notransporte público. Até passearcom a família é difícil, nos finaisde semana, porque demoram u i to ”, disse.

Ponto de caminhada diáriado casal Sebastião Soares,54 e Lúcia Helena Teles, 51,há cinco anos o Parque dosBilhares, zona centro-sul,tem a localização como oprincipal atrativo segundoos aposentados. Moradoresdo Centro da cidade, Lúciaconta que viu nodiagnóstico de colesterolalto e diabetes, aoportunidade de usufruir doespaço, já visitado aosdomingos, como local paraexercícios físicos.“Como é perto de casa egrande nós elegemos oparque como nosso pontoturístico favorito.Começamos fazendocaminhada e agora jáusamos a cademia ao arli v re ”, afirma.

Pa rq u edos Bilhares

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PraçadaSaudade

Acostumadaafrequentar as praças doCentrodacidade,desdeaépocaem quefaziaas lições daescola sentadanosbancos,SabrinadaCruz,18,afirma quefrequentar locais públicos comoaPraçadaSaudadeé umaforma saudável,simples ebaratade sedistrair e relaxarapós umdiacansativo. “Minha relaçãocomestapraçaé sentimental. Semprevinhacommeus amigos,depois daaulaeaos sábados vinha tambémparafazertarefaenquantocontemplavaomovimento. Hoje,podemos vir parapassear e trazer as crianças”,afirma.

TeatroAmazonas

Aguardandoparaassistir afilha seapresentar em umespetáculodebalé,noTeatroAmazonas,na tardedequinta-feira,adomésticaRosilenePintoconta que se tivesse tempo, visitariamais vezes oespaço. “Sempre queminhafilha vemdançar eu aproveitoparapassear. Mas,confesso que semorassemais perto viriamais vezes”,afirma. Adeptade umaboacaldeiradade tambaqui,como todomanauara,Rosileneafirma queaculinárialocaleafaltade respeitocomos usuários dotransportepúblicoéo quemais emenos aagrada, respectivamente.

PraiadaPontaNegra

Tomando umbanhode riocomas netas,naPraiadaPontaNegra, zonaoeste,a técnicaemenfermagemRosaRamosafirma quefrequentar olocalfaz parteda vidadela,desdeajuventude. “Quandojovem,eu vinhaaquiconstantementecommeus amigos e tambémcommeus pais para tomarbanhoefazer piqueniques. Hoje,aproveiteiafolgaparaproporcionar umdiadelazer paraas crianças. Sofrimuitoquandoapraiaentrou em reforma. Íamos paraoutroslugares,mas nãoeraamesmacoisa”,afirmou.

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